O EXEMPLO DE ESTABELECIDOS E OUTSIDERS
Introdução
1 . Divisão entre dois grupos: um, dos estabelecidos, mais antigo na área; o outro, o dos
outsiders, mais novo na área.
2 . Sentimento de superioridade do primeiro, a partir do qual estigmatizava o segundo.
3 . Membros de grupos mais poderosos se consideram como humanamente superiores.
4 . Estabelecimento de um tabu do contato, com controles sociais em relação aos que o
respeitam e aos suspeitos de quebrá-lo.
5 . Sentido de aristocracia – autoclassificação dos guerreiros possuidores de escravos na
Grécia - governo dos melhores e acepções de nobre: categoria social elevada e atitude humana
valorizada.
6 . Questões:
Como os grupos poderosos (os estabelecidos) mantêm a crença em seu poder e
superioridade?
Como eles impõem a crença em sua superioridade aos que têm menos poder (os
outsiders)?
7 . Estudar aspectos de uma figuração universal (FORMA DE INTER-RELAÇÕES) numa pequena
comunidade e possibilidades de correlação com figurações correlatas de maior escala.
8 . Cenário:
igualdade de nacionalidade, de ascendência, étnica, ocupacional, de renda, de
cor/raça, de nível de instrução
desigualdade de tempo de ocupação da área: os mais antigos considerando-se
superiores do que os mais recentes.
9 . Explicação em termos de classe ou controle de violência X explicação em termos de
diferenciais no grau de coesão interna e de controle comunitário.
10 . A escala da explicação: universal X local; grande escala X miniatura.
11 . Os estabelecidos se mantinham nas posições de poder pelo grau de coesão entre famílias
e da possibilidade de controle comunitário que ele permitia – os outsiders se mantinham na
posição de inferioridade pelo baixo nível de coesão interna.
12 . Características da figuração estabelecidos – outsiders:
o grupo dos estabelecidos tende a atribuir ao dos outsiders as características de sua
porção pior – de sua minoria anômica, e a si próprio as características de sua minoria
melhor – nômica.
Complementariedade entre o carisma grupal e a desonra grupal.
Emergência da estigmatização dos outsiders e do tabu de contato – barreira
emocional.
13 . Necessidade de distinguir estigmatização grupal e preconceito (no nível individual) através
do recurso à figuração (sistema de inter-relações entre grupos).
14 . Estigmatização e posições de poder – quem estigmatiza é porque ocupa posições de
poder. Mudanças nas relações de forças e processos de contra-estigmatização.
15 . O problema não é saber quem está certo ou errado, mas entender as características
estruturais da comunidade que produzem as relações entre os indivíduos que a compõem em
uma certa direção.
16 . O exemplo da permanência das barreiras emocionais/culturais mesmo quando o
equilíbrio numérico de forças entre os grupos tenha se modificado – os negros nos EUA.