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Peça Administrador Judicial

Ferruccio de Gandini, administrador judicial, solicita a juntada da Ata da Assembleia Geral de Credores e o deferimento do Plano de Recuperação Judicial da empresa Jaco Brei Jobs S/A, que foi aprovado com a utilização do cram down. A assembleia constatou quórum suficiente e, apesar de rejeições em algumas classes, a aprovação foi garantida com votos favoráveis que ultrapassam os requisitos legais. O plano foi considerado viável e atende aos critérios estabelecidos pela Lei nº 11.101/2005.
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Peça Administrador Judicial

Ferruccio de Gandini, administrador judicial, solicita a juntada da Ata da Assembleia Geral de Credores e o deferimento do Plano de Recuperação Judicial da empresa Jaco Brei Jobs S/A, que foi aprovado com a utilização do cram down. A assembleia constatou quórum suficiente e, apesar de rejeições em algumas classes, a aprovação foi garantida com votos favoráveis que ultrapassam os requisitos legais. O plano foi considerado viável e atende aos critérios estabelecidos pela Lei nº 11.101/2005.
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AO JUÍZO DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE RIO DO SUL –

SANTA CATARINA

Autos nº 0111706-17.2018.8.24.0001

FERRUCCIO DE GANDINI, administrador judicial nomeado nos autos da


RECUPERAÇÃO JUDICIAL da empresa JACO BREI JOBS S/A DISTRIBUIDORA
DE PRODUTOS DE TECNOLOGIA, devidamente representada pelo seu
administrador judicial supra, vem, em conformidade com o § 7° do art. 37 da Lei n°
11.101/2005, requerer a juntada aos autos da Ata da Assembleia Geral de Credores
e seus anexos, ocorrida em 06 de março de 2018, para deliberação deste Juízo. Ao
final, requer o deferimento do Plano de Recuperação Judicial, uma vez que foi
aprovado mediante a utilização do cram down, visto que preenchidos todos os
requisitos dos incisos do art. 58, § 1º da Lei nº 11.101/2005, conforme se
comprovará a seguir.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Rio do Sul, 23 de setembro de 2024.

FERRUCCIO DE GANDINI NAELLI CRISTINA DA ROSA


Administrador Judicial OAB/SC 77.230
Nos termos do artigo 37 da Lei nº 11.101/2005, o administrador judicial
assumiu a presidência da mesa, convidando para a função de secretária a Dra.
Elettra Bizzarrini, inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Santa
Catarina, sob o número 65.000, na qualidade de procuradora do credor TT Brasil
Indústria e Comércio de Equipamentos Eletrônicos Ltda.

Ato contínuo o administrador judicial solicitou à secretária a verificação do


quórum presente para a instalação da Assembleia, onde constatou-se que na Classe
I havia o equivalente a 27,58% do total de créditos listados nesta classe; na Classe
III havia 56,68% do total de créditos listados nesta classe; e, na Classe IV havia
59,05% do total de créditos listados nesta classe.

Assim, observando-se o disposto no art. 37, § 2º, da Lei nº 11.101/2005,


no sentido de que a assembleia em segunda convocação deve ser instalada com
qualquer número, concluiu-se pela existência de quórum suficiente para a instalação
da Assembleia.

Após tal verificação, o administrador judicial declarou abertos os trabalhos


a serem realizados, procedendo-se a ordem do dia: 1) aprovação, modificação ou
rejeição do Plano de Recuperação Judicial apresentado pela empresa Jaco Brei
Jobs S/A Distribuidora de Produtos de Tecnologia – Em Recuperação Judicial; 2)
deliberação de outras matérias necessárias.

Em sequência, o administrador judicial decidiu sobre a questão de dois


credores, FG Electronics do Brasil Ltda e Hong Kong Trade, cedente e cessionário
do crédito no valor de R$ 5.654.972,77, entendendo autorizar a participação de
ambos na AGC, entretanto, não computou os votos em razão da sua duplicidade,
lançando-os, em separado, sob a rubrica de “crédito pendente de decisão judicial”.

Ato contínuo sobreveio o questionamento da empresa Oraculo do Brasil


Sistemas Ltda, a possibilidade da realização de duas votações em razão de
impugnação de cré subsequente pedido de liminar, dirigidas ao juízo recuperacional
e não decididas, cujas cópias foram entregues. No entanto, o administrador judicial,
entendendo que não havendo decisão judicial, a participação em AGC deve ser com
base na relação de credores do art. 7º, § 2º, da Lei nº 11.101/2005, sem prejuízo da
presente ressalva, para conhecimento do Juízo Empresarial.

Em seguida, foi passada a palavra ao representante da empresa de


consultoria Cabral & Colombo, Dr. Fábio Machado, que expôs detalhadamente aos
credores presentes o plano de recuperação judicial da empresa.

A recuperanda projetou e leu alterações redacionais nas cláusulas 2.1.19


e 4.3.2, as quais foram incorporadas no Plano de Recuperação Judicial entregue ao
administrador judicial durante a AGC, que ora se junta.
Ato contínuo, o administrador judicial colocou o plano em votação.
Encerrada a votação, verificou-se que a maioria dos credores presentes
manifestaram seus votos no seguinte sentido:

a) Os credores representando a Classe I votaram por unanimidade para


aprovação do plano.

b) Os credores presentes da Classe III, representando créditos no


montante de R$ 123.456.270,48 votaram da seguinte forma: 130 credores votaram a
favor, representando créditos da ordem de R$ 45.678.912,30 e 114 credores
representando créditos no montante de R$ 28.010.719,20 votaram pela rejeição do
plano.

c) Os credores presentes da Classe IV, representando o crédito de R$


731.987,20 votaram da seguinte forma: 71 credores votaram a favor representando
créditos da ordem de R$ 497.322,00 e 100 credores representando créditos no
montante de R$ 234.655,20 votaram pela rejeição do plano.

Em seguida, o credor TecFer Brasil Ltda fez constar ressalva indagando


sobre a possibilidade do bônus de adimplência dos credores quirografários ser
ajustado em igualdade de condições com os credores financeiros, tendo o
representante da Cabral & Colombo lhe esclarecido que o modelo econômico que
embasa as condições de pagamento previstas no plano, demonstrou que esta
alteração não cabe no fluxo de caixa da empresa.

O credor Banco Tertúlia S/A manifestou-se discordando da novação que


não aquela prevista na Lei nº 11.101/2005 e da exigibilidade dos seus créditos
perante sócios, dirigentes, fiadores, avalistas, que deve ser na forma do art. 49, § 1º
da Lei nº 11.101/2005.

Após, o credor Italian Bank aprova o Plano, mas ressalva que


permanecem pendentes a impugnação de crédito, recursos e incidentes para
discussão a respeito da natureza do seu crédito.

Por último, o Banco ABC vota favoravelmente a aprovação do Plano, mas


ressalva que o crédito tem natureza extra concursal, tendo em vista que é garantido
por cessão fiduciária de títulos.

Ao final, houve a leitura da ata pela secretária a todos os presentes, tendo


sido esta aprovada com ressalvas.

Portanto, diante do que fora aqui exposto, o administrador judicial requer


seja aplicado o cram down, tendo em vista que o Plano de Recuperação Judicial foi
rejeitado.
Assim, far-se-á um filtro através dos incisos contidos no art. 58, § 1º da
Lei nº 11.101/2005. Senão, vejamos:

● I – Voto favorável dos credores que representem mais da metade do valor de


todos os créditos presentes, sem distinção de classes.

Total de créditos dos credores presentes: R$ 74.697.362,70

Total dos créditos referentes aos votos favoráveis dos credores presentes:
R$46.451.978,30.

Ou seja, representa mais da metade do valor de todos os créditos presentes,


enquadrando-se neste inciso.

● II – Aprovação de 2 das classes de credores ou, se houver apenas 2 classes,


a aprovação de pelo menos 1 delas.

Aplica-se a primeira parte do inciso, visto que votaram 3 classes no presente


caso. Houve aprovação da Classe I e III nos moldes do art. 45 da Lei nº
11.101/2005, portanto, também se enquadra neste inciso.

● III – Na classe que houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 dos
credores, de acordo com o art. 45, §§ 1º e 2º da Lei nº 11.101/2005.

A Classe IV rejeitou o plano.

1/3 dos credores presentes desta classe representa 57 votos favoráveis.

No caso, foram 71 votos favoráveis, ou seja, acima de 1/3, enquadrando-se


neste inciso também.

Desta forma, resta claro que o Plano de Recuperação Judicial foi


aprovado mediante a utilização do cram down, visto que preenchidos todos os
requisitos dos incisos do art. 58, § 1º da Lei º 11.101/2005, e portanto, requer
deferimento.

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