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Dir. Adm. II - Avaliação Extra

O documento discute a atuação do Estado na ordem econômica, abordando a transição do liberalismo econômico para um modelo interventivo que busca regular e fiscalizar a economia. A Constituição Federal de 1988 estabelece princípios que orientam essa atuação, incluindo a defesa do consumidor e a redução das desigualdades sociais. O texto também menciona a repressão ao abuso do poder econômico e a intervenção estatal em casos de cartéis e tabelamento de preços para garantir a concorrência e proteger o consumidor.

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O documento discute a atuação do Estado na ordem econômica, abordando a transição do liberalismo econômico para um modelo interventivo que busca regular e fiscalizar a economia. A Constituição Federal de 1988 estabelece princípios que orientam essa atuação, incluindo a defesa do consumidor e a redução das desigualdades sociais. O texto também menciona a repressão ao abuso do poder econômico e a intervenção estatal em casos de cartéis e tabelamento de preços para garantir a concorrência e proteger o consumidor.

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UNEB

UNVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS (DCHI)

BACHARELADO DO CURSO DE DIREITO

Discente: Ana Luiza Silva Santos

Turma: 2023.1 (4° Semestre)

Disciplina: Direito Administrativo II

Docente: Leandro Aragão Werneck

Avaliação Extra - Atuação do Estado na Ordem Econômica

A política e a economia, desde os primórdios do processo histórico,


sempre estiveram umbilicalmente interligadas. Sobre esse aspecto, a
ideologia do liberalismo econômico do século XVIII trouxe consigo a
crença de que ao Estado caberia, pura e simplesmente, o papel de mero
espectador da atuação dos indivíduos na seara econômica. Contudo, o
modelo liberalista de governo e a passividade do Estado diante das
relações privadas, passou a fomentar a desigualdade socioeconômica. Por
outro lado, o modelo interventivo surge como uma resposta ao liberalismo
e suas implicações, onde o Estado passa a cumprir um papel fiscalizador e
regulamentar, participando ativamente dos fatos econômicos. Dessa
forma, o interesse público passa a prevalecer frente as dinâmicas
capitalistas.

Sobre esse aspecto, a Constituição Federal de 1988 dispõe que a ordem


econômica é fundada na valorização do trabalho humano – consignando
os valores sociais do trabalho - e na livre iniciativa – postulado maior do
regime capitalista, que diz respeito à liberdade de exploração das
atividades econômicas, sem a execução exclusiva do Estado ou sem que
este concorra com a iniciativa privada. Ainda, são princípios da ordem
econômica: a soberania nacional; a livre concorrência; a defesa do
consumidor; a defesa do meio ambiente; a redução das desigualdades
sociais; a busca do pleno emprego; e o tratamento favorecido para
empresas de pequeno porte, disposto do art. 170, IV a IX, da CF. Posto os
fundamentos e os princípios da ordem econômica, cabe explicitar a
atuação do Estado sobre ela. Dessa forma, o Estado atua na ordem
econômica de duas formas: como Estado Regulador, regulando o sistema
econômico e, em casos excepcionais, como Estado Executor, exercendo
atividade econômica.

O caráter regulador do Estado está disposto no art. 174 da CF/88: “Como


agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá,
na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento,
sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor
privado.” Sobre isso, cabe ao Estado fiscalizar, incentivar e planejar, de
forma direta, isto é, sem intermediação de ninguém. Quanto à
competência administrativa privativa (art. 21, CF), elenca-se: a
elaboração e execução de planos nacionais e regionais de ordenação do
território e de desenvolvimento econômico e social (inciso IX); a
fiscalização de operações financeiras, como a de crédito, câmbio, seguros
e previdência privada (inciso VIII); a reserva da função relativa ao serviço
postal (inciso X); a organização dos serviços de telecomunicações,
radiodifusão, energia elétrica (incisos XI e XII); o aproveitamento
energético dos cursos d’água e os serviços de transportes etc. (inciso XII,
“b”, “c”, “d” e “e”). Sobre outro aspecto, no que tange à competência
legislativa (art. 22 da CF), pode-se destacar: as competências para legislar
sobre comércio exterior e interestadual (inciso VIII); sobre organização do
sistema nacional de empregos (inciso XVI); sobre os sistemas de
poupança, captação e garantia da poupança popular (inciso XIX);
diretrizes da política nacional de transportes (inciso IX); sobre jazidas,
minas e outros recursos minerais (inciso XII) etc.

Sobre esse aspecto, a repressão ao abuso do poder econômico é uma


forma de atuação do Estado na ordem econômica e envolve estratégias
estatais para corrigir deturpações no mercado, buscando equilibrar as
desigualdades e o abuso de poder econômico. O controle de
abastecimento, por sua vez, visa garantir que produtos e serviços possam
ser suficientes para atender à demanda da população, principalmente em
crises econômicas, em que o Estado adota medidas coercitivas, ainda que
contra a vontade dos fornecedores. Já o tabelamento de preço é uma
forma de intervenção do Estado no domínio econômico que busca
equilibrar os preços de bens e serviços quando o mercado enfrenta
irregularidades. Dessa forma, quando agentes como trustes e cartéis
distorcem dinâmica da lei da oferta e procura, o Estado pode intervir,
fixando os preços para garantir a regularidade do mercado. Por fim, ´´e
uma forma de atuação do Estado Regulador na ordem econômica,
garantir algumas prerrogativas às Microempresa e da Empresa de
Pequeno Porte, garantindo, por exemplo, um regime único de
arrecadação, regras específicas para obrigações trabalhistas, acesso ao
crédito e a formação de um cadastro nacional de contribuintes.

Outrossim, o caráter executor do Estado na ordem econômica se


manifesta de duas formas, direta e indiretamente. A exploração
direta se dá, em suma, quando o Estado implementa atividades
econômicas por meio de seus órgãos. Contudo, diferentemente na
iniciativa privada, essa forma de exploração estatal visa o benefício social,
não o lucro. A exploração direta, por outro lado, se dá quando o Estado
utiliza entidades paraestatais, como empresas públicas e sociedades de
economia mista, para executar atividades econômicas. O monopólio
estatal, por sua vez, é uma forma de atuação do Estado Executor, que
pode ocorrer de maneira direta ou indireta e afasta a participação de
privados no setor econômico. O monopólio expresso, previsto
formalmente, disposto no art. 177 da Constituição Federal ocorre em
atividades como a pesquisa e refinação de petróleo, transporte marítimo
de petróleo e exploração de recursos minerais nucleares. Por fim, o
monopólio implícito, não previsto formalmente, contudo, exercido na
concretude, disposto no art. 21 da CF, por exemplo, ocorre em atividades
como emissão de moeda, serviços postais, telecomunicações, energia
elétrica e transporte.

Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) -


Jurisprudência

Número SEI: 1390607 - Voto Processo Administrativo - 23/05/2024

Processo: 08700.004558/2019-05 - Processo Administrativo

Ementa: Processo Administrativo. CARTEL de peças automotivas. mercado


independente de peças de reposição (“IAM”). mercado peças originais
(“OEM”). PESSOAS FÍSICAS. DESMEMBRAMENTO. PARECER DA
SUPERINTENDÊNCIA-GERAL PELA CONDENAÇÃO parcial. PARECER DA
PROCURADORIA FEDERAL ESPECIALIZADA PELA CONDENAÇÃO parcial.
PARECER DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PELA CONDENAÇÃO
PARCIAL. revelia. necessidade de corroboração de declarações de
compromissários e lenientes. VOTO PELA CONDENAÇÃO PARCIAL,
ACOMPANHANDO A PFE/CADE. MULTA.
O processo administrativo em questão investiga um quartel de peças
automotivas, em que empresas tem se juntado para manipular os preços
e a competição de maneira ilegal. Os pareceres de órgãos públicos, como
a Superintendência-Geral, a Procuradoria Federal e o Ministério Público
Federal defenderam condenação parcial, à medida que houveram
irregularidades, porém não em toda sua extensão. Ainda, era cabível a
produção de maiores provas, havendo insuficiência de provas unilaterais
para comprovar a materialidade das condutas anticompetitivas, já que os
documentos e os relatos foram apresentados de maneira isolada. Sobre
outro aspecto, coube revelia, já que a parte acusada não se manifestou
em tempo hábil. Com isso, foi imposta uma multa à parte Ré e a
condenação findou-se parcial.

Sobre esse aspecto, o Estado Regulador, interventor na ordem econômica,


tem o dever de reprimir o abuso do poder econômico, quando há
irregularidades, como a atuação, nesse caso, de cartéis, que passam a
distorcer a lei da oferta e procura. Dessa forma, CARVALHO FILHO (2024,
pág. 781) conceitua:

Cartel é a conjugação de interesses entre grandes empresas


com o mesmo objetivo, ou seja, o de eliminar a concorrência
e aumentar arbitrariamente seus lucros. Diante do poderio
econômico desses grupos, o pequeno empresariado acaba
por sucumbir e, por vezes, se deixar absorver pelo grupo
dominante.

Cabe ressaltar que com o tabelamento de preço – onde o Estado


estabelece um preço máximo ou mínimo para produtos ou serviços -,
como citado anteriormente, se procura equilibrar os preços de bens e
serviços, visando proteger o consumidor, restaurar a concorrência e
impedir crises de desabastecimento em setores essenciais, a exemplo de
alimentos e combustíveis.

Referências Bibliográficas:

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 38.


ed. Barueri: Atlas, 2024.
BRASIL. Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Processo
Administrativo 08700.004558/2019-05. Relator: Conselheiro Carlos
Jacques Vieira Gomes, 12 de setembro de 2019. Disponível em:
<https://jurisprudencia.cade.gov.br/documento/jurisprudencia__1390607c
olecao=jurisprudencia&termo=processo%20administrativo>. Acesso em:
27 de dezembro de 2024.

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