Const 06
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Autor:
Equipe Direito Constitucional
Estratégia Concursos
Aula 06
5 de Março de 2021
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Sumário
1
Direito Constitucional p/ Receita Federal (Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A função administrativa, como já se sabe, é típica do Poder Executivo. Isso não quer dizer, todavia, que os
Poderes Legislativo e Judiciário não exerçam a função administrativa. Eles a exercem sim. Quando o Poder
Judiciário realiza uma licitação e celebra um contrato, ele está exercendo a função administrativa. Da mesma
forma, fica claro o exercício dessa função quando o Poder Legislativo realiza um concurso público e nomeia
novos servidores.
Levando-se isso em consideração, é possível concluir que, quando se fala em “Administração Pública”, não
estamos nos referindo apenas ao Poder Executivo, mas a todo o conjunto de órgãos e entidades
governamentais, dos três Poderes.
A doutrina ensina que o termo “Administração Pública” pode assumir diferentes sentidos. É possível falar-se
em “Administração Pública em sentido amplo” e “Administração Pública em sentido estrito”. A
Administração Pública em sentido amplo engloba, além dos órgãos e entidades que exercem função
administrativa, os chamados órgãos políticos (que exercem função política). A Administração Pública em
sentido estrito, por sua vez, engloba tão somente os órgãos e entidades que exercem função administrativa.
Para que não reste nenhuma dúvida, cabe apenas destacar a diferença entre função política e função
administrativa. A função política é aquela que diz respeito à elaboração de políticas públicas e ao
estabelecimento de diretrizes governamentais. A função administrativa está relacionada à execução dos
serviços públicos e à implementação das políticas públicas.
A Administração Pública em sentido subjetivo (formal ou orgânico) diz respeito aos sujeitos que são
considerados pelo ordenamento jurídico como integrantes da Administração. Esse critério, adotado no
Brasil, reconhece como integrantes da Administração Pública os órgãos públicos (que integram a chamada
Administração direta) e as entidades da Administração indireta (autarquias, fundações, sociedades de
economia mista e empresas públicas). Trata-se de uma perspectiva formalista, que não leva em consideração
a função desempenhada. Com efeito, há empresas públicas e sociedades de economia mista que exploram
atividades econômicas e, portanto, não exercem função administrativa.
A Administração Pública em sentido objetivo (material ou funcional) diz respeito ao conjunto de atividades
relacionadas à função administrativa do Estado. São consideradas atividades típicas da Administração
Pública: o fomento (estímulo à iniciativa privada), a polícia administrativa (atividade de restrições aos direitos
individuais), o serviço público (atividades destinadas a satisfazer as necessidades da coletividade) e a
intervenção (regulação e fiscalização estatal sobre as atividades econômicas).
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Por essa lógica, as sociedades de economia mista e as empresas públicas que exploram atividades
econômicas não integrariam a Administração Pública.1 Por outro lado, empresas privadas concessionárias ou
permissionárias de serviços públicos, por exercerem função administrativa, seriam abarcadas pelo conceito
de Administração Pública em sentido objetivo.
a) Administração Pública em sentido amplo: abrange os órgãos que exercem função política e os
órgãos e entidades que exercem funções administrativas.
b) Administração Pública em sentido estrito: abrange apenas os órgãos e entidades que exercem
funções administrativas.
c) Administração Pública em sentido subjetivo: tem como foco os sujeitos que integram a
Administração Pública. A pergunta que se deve responder: “quem são os sujeitos que integram a
Administração Pública?”.
d) Administração Pública em sentido objetivo: tem como foco as atividades relacionadas à função
administrativa. A pergunta aqui é a seguinte: “qual função desempenhada?”.
O Estado exerce suas tarefas administrativas de duas formas diferentes: i) centralizadamente ou; ii)
descentralizadamente. É disso, inclusive, que resultam as expressões “Administração Direta” e
“Administração Indireta”.
Quando o Estado atua centralizadamente, ele não delega competência a nenhuma outra entidade. Por
exemplo, uma das competências administrativas da União é assegurar a defesa nacional (art. 21, III). A União
não atribuiu essa competência a nenhuma outra pessoa; é ela mesma quem exerce essa competência, por
meio do Ministério da Defesa. É um órgão público o responsável pela tarefa administrativa. Vale destacar
que os órgãos públicos são entes despersonalizados: eles não possuem personalidade jurídica própria.
Os órgãos públicos compõem, então, a denominada Administração Direta. A Administração Direta pode ser
conceituada como o conjunto de órgãos que integram os entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios) e que têm a competência para exercer as tarefas administrativas do Estado, de forma
centralizada.
Por outro lado, quando o Estado atua descentralizadamente, ele atribui a outra pessoa a competência para
realizar determinada tarefa administrativa. Surgem, então, entidades com personalidade jurídica própria,
responsáveis por executar atividades administrativas específicas. Essas entidades compõem o que
denominamos Administração Indireta. Segundo a CF/88, a Administração indireta é composta pelas
autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. Vale destacar que
1
Essa é a posição mais segura para concursos públicos. No entanto, há doutrinadores que consideram que quando o Estado atua
diretamente no domínio econômico (por meio de empresas públicas e sociedades de economia mista) ele está exercendo função
administrativa e, como tal, estaríamos diante de atividade de administração pública em sentido material.
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essas entidades existem em todas as esferas federativas, ou seja, existe Administração Indireta da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Se estivéssemos estudando Direito Administrativo, iríamos nos aprofundar bastante nas explicações sobre
cada uma dessas entidades da Administração indireta. No entanto, como esse é um curso de Direito
Constitucional, vamos apenas apresentar rápidas ideias sobre cada uma dessas entidades.
1) Autarquias: são pessoas jurídicas de direito público que exercem atividade típica da
administração pública. Ex: INSS, IBAMA, BACEN, ANATEL, ANVISA. São criadas por lei.
3) Empresas Públicas: são pessoas jurídicas de direito privado que, em regra, exploram
atividades econômicas. Dizemos “em regra” porque existem empresas públicas que
prestam serviços públicos. Nas empresas públicas, o capital social é 100% público. Ex: Caixa
Econômica Federal (CEF) e Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). A criação de
empresas públicas é autorizada por lei.
4) Sociedades de economia mista: são pessoas jurídicas de direito privado que, em regra,
exploram atividades econômicas. Também existem sociedades de economia mista que
prestam serviços públicos. Diferem, em essência, das empresas públicas pelos seguintes
motivos: i) são constituídas sob a forma de sociedade anônima (as empresas públicas
podem assumir qualquer forma jurídica); ii) a maioria das ações é do Estado, mas não há
obrigatoriedade de que todo o capital social seja público. Ex: Banco do Brasil e PETROBRÁS.
A criação de sociedades de economia mista é autorizada por lei.
É importante que você não confunda centralização / descentralização com concentração / desconcentração.
A descentralização envolve, sempre, mais de uma pessoa jurídica. A desconcentração, ao contrário, é uma
técnica administrativa de distribuição de competências dentro de uma única pessoa jurídica. Por exemplo,
dentro da Receita Federal do Brasil (RFB), são criadas várias Delegacias e Superintendências Regionais. Ou,
ainda, dentro da União, são criados vários Ministérios, cada um com uma competência própria (Ministério
da Fazenda, Ministério da Saúde, etc.)
A CF/88 prevê a criação de entidades da Administração Indireta. Trata-se de pessoas jurídicas vinculadas à
Administração Direta (no caso da Administração Federal, a um Ministério) cuja função é executar tarefas de
interesse público de maneira descentralizada. A descentralização consiste na transferência da titularidade
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de determinadas atividades a pessoas jurídicas criadas para executarem as mesmas. Veja o que determina o
texto constitucional:
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
Observa-se que as autarquias só podem ser criadas por lei específica. Isso porque essas entidades são
pessoas jurídicas de direito público, que realizam atividades típicas do Estado.
Já as sociedades de economia mista e empresas públicas precisam de autorização em lei para serem
criadas. Essas entidades são pessoas jurídicas de direito privado que poderão tanto prestar serviços públicos
quanto explorar atividades econômicas.
Por fim, as fundações públicas tanto poderão ser criadas quanto ter sua criação autorizada por lei. No
primeiro caso, terão personalidade jurídica de direito público, sendo uma espécie de autarquia (fundações
autárquicas). No segundo, terão personalidade jurídica de direito privado. Em ambos os casos, contudo,
caberá à lei complementar definir as áreas de sua atuação.
No que se refere ao art. 37, XX, da CF, observa-se que depende de autorização legislativa, em cada caso, a
criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de
qualquer delas em empresa privada. Não há necessidade de aprovação do Poder Executivo, uma vez que a
autorização se dá por lei, conforme o texto constitucional.
(TJDFT – 2015) As autarquias são serviços autônomos, criados por lei, com natureza jurídica de direito
privado e personalidade jurídica própria.
Comentários:
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei. Questão errada.
(TJDFT – 2015) As empresas públicas e as sociedades de economia mista são entidades com natureza jurídica
de direito privado e capital exclusivo do ente estatal que as instituir.
Comentários:
Nas empresas públicas, o capital é 100% público. Nas sociedades de economia mista, a maioria das ações é
do Estado, não havendo obrigatoriedade de que todo o capital seja público. Questão errada.
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Essas são duas expressões muito parecidas e, por isso, acabam sendo erroneamente consideradas sinônimas.
No entanto, elas têm significados diferentes.
O Regime jurídico-administrativo, por sua vez, é o regime de direito público ao qual se submete a
Administração Pública. É esse regime que rege as relações em que a Administração atua com supremacia
perante os administrados. Trata-se de uma relação vertical, na qual a Administração é dotada de
prerrogativas especiais.
O princípio da supremacia do interesse público determina que em caso de conflito entre o interesse público
e o de particulares, aquele deve prevalecer. Em razão da supremacia do interesse público, a Administração
goza de prerrogativas especiais, das quais decorre a verticalidade nas relações entre esta e os particulares.
Poderá, por exemplo, determinar a desapropriação de um imóvel ou, ainda, prever as chamadas cláusulas
exorbitantes em contratos administrativos.
Já o princípio da indisponibilidade do interesse público estabelece que a Administração somente pode atuar
quando autorizada por lei, nos limites estipulados pela norma legal. Veda ao administrador a prática de atos
que implicam renúncia a direitos do Poder Público ou que onerem injustificadamente a sociedade. Em
virtude da indisponibilidade do interesse público, a Administração está sujeita a determinadas restrições. Ao
adquirir bens, por exemplo, a Administração deverá realizar prévia licitação.
A Administração Pública, em todos os seus níveis, deverá observar certos princípios constitucionais em sua
atuação. Esses princípios estão expressos no art. 37, CF/88:
“LIMPE"
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Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)
a) Princípio da legalidade:
Segundo o princípio da legalidade, a Administração Pública somente pode fazer o que está expressamente
previsto em normas jurídicas. Assim, a Administração só pode agir segundo a lei (“secundum legem”), jamais
contra a lei (“contra legem”) ou além da lei (“praeter legem”), com base apenas nos costumes.
É claro, às vezes, as normas deixam certa liberdade de escolha para o administrador público; dizemos que,
nesse caso, há discricionariedade da Administração. Por exemplo, a concessão de licença a um servidor, para
tratar de interesse particular, é discricionariedade da Administração (que poderá decidir por conceder ou
não a licença).
Para os particulares, o princípio da legalidade tem uma conotação diferente: a eles, é lícito fazer tudo aquilo
que a lei não proíbe. Enquanto a Administração Pública deve agir da maneira que a lei determina, os
particulares têm maior liberdade de atuação e só não podem fazer o que a lei lhes proíbe.
b) Princípio da impessoalidade:
O princípio da impessoalidade é também conhecido como princípio da finalidade ou, ainda, principio da
isonomia. Para compreender o exato alcance desse princípio, é necessário analisá-lo em suas 4 (quatro)
diferentes acepções.
Na primeira acepção, de finalidade, o princípio da impessoalidade traduz a ideia de que toda atuação da
Administração deve buscar a satisfação do interesse público. Quando um ato é praticado com objetivo
diverso, é nulo, por desvio de finalidade. O administrador é mero executor do ato, que serve para manifestar
a vontade do Estado. Pode-se dizer, portanto, que o princípio da impessoalidade decorre do princípio da
supremacia do interesse público.
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Na segunda acepção, o princípio da impessoalidade traz a ideia de vedação à promoção pessoal. O agente
público não pode utilizar as realizações da Administração Pública para promoção pessoal. Fundamenta-se
essa lógica no art. 37, § 1º, da CF/88, que dispõe o seguinte:
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades
ou servidores públicos.
Uma terceira acepção do princípio da impessoalidade é aquela que o relaciona à isonomia. É o que se verifica,
por exemplo, na exigência de concurso público para o acesso aos cargos públicos. A oportunidade de se ter
acesso a esses cargos é igual para todos. Outro exemplo dessa acepção do princípio da impessoalidade diz
respeito ao pagamento das dívidas do Estado, que deverá observar, em regra, a ordem cronológica de
apresentação dos precatórios (art. 100, CF/88).
Finalmente, a quarta acepção do princípio da impessoalidade é a que considera que os atos praticados pelo
agente público não são imputáveis a ele, mas ao órgão ou entidade em nome do qual ele age. A ação dos
agentes é, portanto, impessoal. Essa regra é extraída do art. 37, § 6º, da CF/88:
Destaca-se, ainda, que uma importante aplicação do princípio da impessoalidade diz respeito à consideração
dos atos praticados por agente de fato (putativo) como válidos. Agente de fato é aquele indivíduo que
ingressa na Administração Pública irregularmente. Devido à teoria da aparência (o agente parece ser
servidor público “de direito”), seus atos são mantidos quando atingem terceiros de boa-fé, pois a
Administração é impessoal.
c) Princípio da moralidade:
A moralidade administrativa é princípio que impõe aos agentes públicos a atuação ética e honesta na gestão
da coisa pública. Não basta que o administrador público atue segundo a Lei; além disso, ele deve agir segundo
os princípios da probidade e boa fé. Assim, é perfeitamente possível que um ato administrativo esteja em
conformidade com a lei, mas contrarie o princípio da moralidade, podendo, então, ser anulado.
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Como instrumento de controle da moralidade administrativa, o art. 5º, LXXIII, previu a ação popular, que
pode ser proposta por qualquer cidadão:
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
O art. 37, § 4º, CF/88, por sua vez, prevê a responsabilização por atos de improbidade administrativa. Os
atos de improbidade administrativa poderão ensejar a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao Erário. Tudo isso sem prejuízo da ação penal
cabível, que também poderá ser proposta.
Essa assertiva está ERRADA, pois a improbidade administrativa gera suspensão dos direitos
políticos.
d) Princípio da publicidade:
- Exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos atos administrativos gerais
que devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimônio público;
Na primeira acepção, deve ficar claro que a Administração tem a obrigação de tornar públicos os seus atos.
Com efeito, a publicidade dos atos administrativos é requisito de eficácia dos atos administrativos gerais e
de efeitos externos ou, ainda, daqueles que onerem o patrimônio público. Exemplo de ato geral e de efeito
externo é a publicação de uma Portaria: esta somente produzirá seus efeitos (será eficaz) após a publicação
no Diário Oficial da União.
Na segunda acepção, a Administração Pública tem a obrigação de dar conhecimento aos administrados
(cidadãos) da conduta interna de seus agentes. Segundo o art. 5º, XXXIII, “todos os cidadãos têm o direito de
receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral”. O
princípio da publicidade evidencia-se, assim, na forma de uma obrigação de transparência.
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XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena
de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado.
A partir da leitura do dispositivo supratranscrito, é possível concluir que os órgãos públicos não precisam
fornecer aos cidadãos toda e qualquer informação de que disponham. As informações cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado não precisam ser fornecidas.
Cabe destacar, ainda, que somente com a publicidade dos atos administrativos é que torna-se viável o
exercício do controle da Administração, seja este controle realizado pelos próprios cidadãos (controle social)
ou pelos chamados órgãos de controle (CGU e TCU).
Com base no princípio da publicidade, o STF entendeu ser válida a divulgação da remuneração bruta, cargos
e funções titularizados por servidores públicos, bem como dos órgãos de sua formal lotação. Isso porque,
sendo essas informações de interesse coletivo ou geral, estão expostas à divulgação oficial. Não cabe, de
acordo com a Corte, “falar de intimidade ou de vida privada nesse caso, pois os dados objeto da divulgação
em causa dizem respeito a agentes públicos enquanto agentes públicos mesmos; ou, na linguagem da própria
Constituição, agentes estatais agindo “nessa qualidade” (§6º do art. 37)”. 3
e) Princípio da eficiência:
O princípio da eficiência passou a estar expresso na Constituição a partir da EC nº 19/98, que o introduziu
com o objetivo de promover uma quebra de paradigma na Administração Pública, substituindo a antiga
administração burocrática pelo novo modelo: a administração gerencial. A administração gerencial tem
ênfase na obtenção de resultados e na participação do cidadão, que é visto como cliente dos serviços
públicos.
O art. 37, CF/88 impõe verdadeiro dever de eficiência à Administração Pública. Não basta que os agentes
públicos atuem em conformidade com os ditames da legalidade. É necessário que desempenhem suas
atribuições da melhor forma possível, a fim de obter os melhores resultados. Deve-se buscar a melhoria da
qualidade dos serviços públicos e a racionalidade dos gastos públicos. A Administração Pública deve
observar o princípio da economicidade, que determina que seja avaliado o custo/benefício dos gastos
públicos.
- O art. 41, § 4º, estabelece que a avaliação especial de desempenho por comissão instituída com
essa finalidade é condição para aquisição de estabilidade por servidor publico.
- O art. 41, § 1º, III, estabelece a possibilidade de perda do cargo por servidor público mediante
procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada
ampla defesa.
3
Pleno, SS 3902 AgR-segundo / SP - SÃO PAULO, Rel. Min. Ayres Britto, j. 09.06.2011, DJe-189 DIVULG 30-09-2011 PUBLIC 03-
10-2011.
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- O art. 37, § 8º, estabelece a possibilidade de que a Administração Pública celebre contratos de
gestão com órgãos e entidades da administração direta e indireta, fixando metas de desempenho
para o órgão ou entidade.
- O art. 37, § 3º, prevê que lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração
pública direta e indireta. Esse dispositivo busca promover a gestão participativa.
- O art. 39, § 2º, dispõe que a União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo
para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos
cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios
ou contratos entre os entes federados.
Esse dispositivo se destina a garantir a capacitação profissional dos servidores públicos, com o intuito
de melhorar a qualidade do serviço prestado pela Administração Pública. Observa-se que a
celebração de convênios ou contratos visando à manutenção de escolas de governo para formação e
aperfeiçoamento dos servidores públicos é facultativa.
- O art. 39, § 7º, estabelece que “lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas
correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas
de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e
racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.”
Essa é a previsão de adicional ou prêmio de produtividade, como forma de estimular a excelência no
serviço público e dar concretude ao princípio da eficiência.
- O art. 70, caput, prevê que o controle da Administração Pública deverá, dentre outros parâmetros,
observar a economicidade.
Além dos princípios explícitos no texto constitucional (art. 37), há também os princípios implícitos da
Administração Pública. Não nos aprofundaremos no estudo de cada um deles, pois aí estaríamos entrando
na seara do Direito Administrativo. Para fins do estudo do Direito Constitucional, basta que tenhamos uma
breve noção sobre os principais dentre esses princípios.
a) Controle judicial dos atos administrativos: No Brasil, adota-se o sistema inglês de jurisdição única, no
qual o Poder Judiciário pode efetuar o controle dos atos administrativos. Decorre do princípio da
inafastabilidade de jurisdição, segundo o qual “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito” (art. 5º, XXXV). É diferente do sistema francês, do contencioso administrativo, no qual os
atos administrativos não são apreciados pelo Poder Judiciário.
b) Princípio da autotutela: Segundo esse princípio, a Administração Pública tem competência para controlar
seus próprios atos, anulando-os (quando ilegais) ou revogando-os (por motivo de convênio e oportunidade).
A Súmula nº 473, do STF, dispõe que “A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.”
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c) Presunção da segurança jurídica: O princípio da segurança jurídica é um princípio implícito que encontra
previsão no art. 2º da Lei nº 9.784/99. Esse princípio impõe que as normas sejam interpretadas de forma a
garantir o atendimento do fim público a que se dirigem, vedada a aplicação retroativa de nova
interpretação.
d) Princípio da motivação: Um dos requisitos dos atos administrativos é o motivo, que é a situação de fato
ou de direito que autoriza a edição do ato. A motivação consiste na declaração dos motivos que
fundamentaram o ato.
O princípio da proporcionalidade consiste na adequação entre os meios e os fins almejados; caso o ato
administrativo não respeite essa relação, será desproporcional e, portanto, passível de invalidação pelo
Poder Judiciário.
O princípio da razoabilidade possui três aspectos: i) adequação; ii) necessidade e; iii) proporcionalidade em
sentido estrito. Assim, esses três aspectos devem ser observados para a aferição da razoabilidade de um
determinado ato.
A adequação consiste em observar se o meio escolhido é o mais adequado para se alcançar o fim perseguido.
A necessidade, por sua vez, consiste em analisar se o meio utilizado é o melhor ou menos oneroso para
alcançar o objetivo do ato. Por último, a proporcionalidade, conforme já comentamos, é a aferição da
relação entre os meios e os fins almejados.
f) Princípio da continuidade do serviço público: Os serviços públicos não podem sofrer solução de
continuidade, isto é, não podem ser paralisados. É em razão desse princípio que podem ser impostas
restrições ao direito de greve dos servidores públicos (art. 37, VII). Recorde-se que o direito de greve dos
servidores públicos é norma constitucional de eficácia limitada.
(TRE-GO – 2015) O regime jurídico-administrativo brasileiro está fundamentado em dois princípios dos quais
todos os demais decorrem, a saber: o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado e o
princípio da indisponibilidade do interesse público.
Comentários:
Esses princípios são os pilares do regime jurídico administrativo. Questão correta.
(FUB – 2015) Apesar de o princípio da moralidade exigir que os atos da administração pública sejam de ampla
divulgação, veda-se a publicidade de atos que violem a vida privada do cidadão.
Comentários:
É o princípio da publicidade que exige ampla divulgação dos atos da Administração Pública. Questão errada.
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(FUB – 2015) A pretexto de atuar eficientemente, é possível que a administração pratique atos não previstos
na legislação.
Comentários:
Não se pode invocar a eficiência para descumprir a lei. Pelo princípio da legalidade, a Administração somente
pode fazer aquilo que está expressamente previsto em normas jurídicas. Questão errada.
(IPT-SP – 2014) O regime jurídico administrativo e o regime jurídico da Administração Pública são expressões
sinônimas.
Comentários:
Essas duas expressões têm significados distintos. O regime Jurídico da Administração é o conjunto de
normas (princípios e regras) aos quais se submete a Administração Pública, o que engloba o regime de direito
público e o regime de direito privado. Por outro lado, regime jurídico-administrativo é o regime de direito
público ao qual se submete a Administração Pública. Questão errada.
6 – Agentes Públicos
Segundo o art. 37, inciso I, CF/88, “os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que
preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei”.
Os brasileiros, para que possam ter acesso aos cargos, empregos e funções públicas, devem cumprir os
requisitos definidos em lei. Assim, somente a lei é que pode definir os requisitos para acesso a cargos
públicos. O STF já se manifestou várias vezes seguindo esse entendimento:
a) Súmula Vinculante nº 44 (STF): "Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de
candidato a cargo público." Em outras palavras, um edital de concurso público só pode trazer a
exigência de exame psicotécnico se a lei que criou o cargo assim o tiver estabelecido.
b) Súmula nº 14 (STF): “Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade,
inscrição em concurso para cargo público."
d) “A fixação do limite de idade via edital não tem o condão de suprir a exigência constitucional de
que tal requisito seja estabelecido por lei.”5
e) “Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, salvo
situações excepcionais em razão de conteúdo que viole valores constitucionais”.6
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Segundo o STF “o fato de uma pessoa possuir tatuagens, visíveis ou não, não poderia ser tratado pelo
Estado como parâmetro discriminatório quando do deferimento de participação em concursos de
provas e títulos para ingresso em carreira pública”. A opção pela tatuagem está diretamente
relacionada à liberdade de expressão e de manifestação (art. 5º, IV e IX).
Há que se fazer, entretanto, uma ressalva. Algumas tatuagens possuem conteúdo que viola valores
constitucionalmente protegidos, como aquelas que fazem apologia a ideias terroristas e racistas ou
que preguem a violência e a criminalidade. Estas podem ser um obstáculo para que um cidadão
ingresse na Administração Pública.
Os requisitos para acesso a cargos públicos devem ser comprovados na data da posse.
Os estrangeiros também podem ter acesso a cargos, empregos e funções públicas. No entanto, para eles a
regra é um pouco diferente. Eles só podem ocupar cargos, empregos e funções públicas quando a lei assim
o autorizar. Há necessidade de que exista uma lei definindo as hipóteses em que os estrangeiros poderão ter
acesso aos cargos públicos.
Destaca-se que essa lei não poderá estabelecer distinções arbitrárias e abusivas, privilegiando
determinados estrangeiros em detrimento de outros, em função do país de origem. Ressalta-se, ainda, que
essa previsão constitucional se aplica igualmente aos estrangeiros residentes ou não no país, permitindo,
por exemplo, que, após a edição dessa lei, estes tenham acesso a cargos, empregos ou funções públicas em
repartições brasileiras no exterior. A referida “lei” não precisa ter caráter nacional. Cada ente federativo
tem autonomia para editar lei regulamentando o acesso de estrangeiros a cargos e empregos públicos.
Percebe-se, dessa maneira, que o acesso de brasileiros a cargos públicos é norma de eficácia contida. Todos
os brasileiros têm direito a ocupar cargos públicos, podendo a lei estabelecer requisitos, restringindo esse
acesso. Por outro lado, o acesso de estrangeiros a cargos públicos é norma de eficácia limitada. Assim, para
que estrangeiros possam ocupar cargos na Administração, será necessária a edição de lei autorizadora.
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O art. 37, inciso II, CF/88, dispõe que “a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade
do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração”.
a) O acesso aos cargos e empregos públicos depende de prévia aprovação em concurso público.
Nesse sentido, o STF editou a Súmula Vinculante nº 43, que diz: “é inconstitucional toda modalidade
de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público
destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido”.
b) O concurso público deve ser de provas ou de provas e títulos. Assim, não se admite a realização
de concurso público com base unicamente em avaliação de títulos. A prova de títulos somente terá
caráter classificatório (e não eliminatório!).
Cabe destacar que, segundo o STF, o mero exercício de função pública não pode ser considerado
como título, uma vez que isso representaria violação ao princípio da isonomia.7
d) A exigência de concurso público só vale para o provimento de cargos efetivos. A nomeação para
cargos em comissão independe de concurso público.
O prazo de validade do concurso é definido pelo edital. Segundo o art. 37, III, CF/88, o prazo de validade
será de até 2 (dois) anos, prorrogável uma vez por igual período. A contagem do prazo de validade é feita a
partir da homologação, que é o ato administrativo que atesta a conclusão do concurso público. Dentro do
prazo de validade do concurso é que poderão ser nomeados ou contratados os aprovados.
Há vasta jurisprudência do STF e do STJ acerca do tema “concursos públicos”. A seguir, reproduziremos os
mais importantes entendimentos sobre o assunto:
a) Segundo o STF, a aprovação em concurso dentro do número de vagas previsto no edital garante
direito subjetivo do candidato à nomeação8. Assim, se o edital prevê 30 vagas para o cargo de
Auditor-Fiscal, os 30 primeiros colocados terão direito subjetivo a serem nomeados. Em outras
palavras, a Administração não poderá deixar de nomeá-los.
“E pode a Administração nomear um candidato fora da ordem de classificação? Nomear o 26º antes
do 1º, por exemplo?”
7
ADI 3.443/MA, Rel. Min. Carlos Velloso. 09.09.2005.
8 RE 598.099. Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgamento em 10.08.2011.
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No RE nº 598.099 / MS, o STF deixou consignado que é possível que, em situação excepcionalíssima,
a Administração deixe de nomear os candidatos aprovados dentro do número de vagas. No entanto,
essa situação deverá ser caracterizada pela superveniência, imprevisibilidade e gravidade.
c) Segundo o STJ, “a aprovação do candidato dentro do cadastro de reserva, ainda que fora do
número de vagas inicialmente previstas no edital do concurso público, confere-lhe o direito subjetivo
à nomeação para o respectivo cargo se, durante o prazo de validade do concurso, demonstrado o
interesse da Administração Pública, surgirem novas vagas, seja em razão da criação de novos cargos
mediante lei, seja em virtude de vacância decorrente de exoneração, demissão, aposentadoria, posse
em outro cargo inacumulável ou falecimento”.10
e) Segundo o STF, não há direito à prova de segunda chamada nos testes de aptidão física, em razão
de circunstâncias pessoais, ainda que de caráter fisiológico ou de força maior, salvo disposição em
contrário no edital.12 Assim, em regra, inexiste direito à remarcação de teste de aptidão física em
razão de problema pessoal de saúde.
Cabe destacar, entretanto, que o STF entende que “é constitucional a remarcação do teste de
aptidão física de candidata que esteja grávida à época de sua realização, independentemente da
previsão expressa em edital do concurso público”. Em outras palavras, no caso específico de candidata
grávida, será admitida a remarcação do teste de aptidão física, mesmo que o edital não traga
nenhuma previsão expressa quanto a essa possibilidade.
9
AI 820065/GO, Rel. Min. Rosa Weber, j. 21.08.2012, p. 05.09.2012.
10 AgRg no RMS 38117 / BA, Julgamento em 18.12.2012.
11 AI 741.101-AgR, Rel. Min. Eros Grau. Julgamento em 28-4-2009
12 RE 630.733. Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgamento em 15.05.2013.
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f) Segundo o STF, o edital de concurso público poderá estabelecer que a classificação seja feita por
unidade da federação, ainda que disso resulte que um candidato possa se classificar, em uma delas,
com nota inferior ao que, em outra, não alcance a classificação respectiva. Assim, admite-se que a
concorrência seja regionalizada. Isto é bastante comum. Pode existir um concurso com 15 vagas para
Minas Gerais, 10 vagas para São Paulo e 30 vagas para o Rio de Janeiro. Os candidatos às vagas de
Minas Gerais concorrerão apenas entre si, assim como os candidatos às vagas de São Paulo e do Rio
de Janeiro.
g) Segundo o STF, o edital de um concurso público não pode ser alterado, exceto para corrigir erro
material ou em virtude de imposição de lei. Nesse sentido, “em face do princípio da legalidade, pode
a Administração Pública, enquanto não concluído e homologado o concurso público, alterar as
condições do certame constantes do respectivo edital, para adaptá-las à nova legislação aplicável à
espécie, visto que, antes do provimento do cargo, o candidato tem mera expectativa de direito à
nomeação ou, se for o caso, à participação na segunda etapa do processo seletivo”.
h) O Supremo Tribunal Federal entende que, caso uma questão de concurso cobre assunto não
incluso no edital, é possível o controle jurisdicional, por ser o edital a lei do concurso. Entretanto, é
bom que você saiba que esse controle não é possível, de acordo com o STF, quando se trata de avaliar
os critérios de correção da banca examinadora, de analisar a formulação de questões ou de avaliar
as respostas.
“o Poder Judiciário seria incompetente para substituir-se à banca examinadora de concurso público
no reexame de critérios de correção das provas e de conteúdo das questões formuladas. Assentou-se
que, existente previsão de determinado tema, cumpriria ao candidato estudar e procurar conhecer,
de forma global, os elementos que pudessem ser exigidos nas provas, de modo a abarcar todos os
atos normativos e casos paradigmáticos existentes. Do contrário, significaria exigir-se das bancas
examinadoras a previsão exaustiva, no edital de qualquer concurso, de todos os atos normativos e de
todos os ‘cases’ atinentes a cada um dos pontos do conteúdo programático do concurso, o que fugiria
à razoabilidade”. 13
i) Segundo o STJ, o candidato aprovado que foi tardiamente nomeado por força de decisão judicial
não tem direito a ser indenizado pelo período em que não trabalhou.14 Isso evita que continuem
ocorrendo aquelas “indenizações milionárias” de servidores que conseguiram a nomeação quase
vinte anos depois da realização do concurso, muitas vezes prestes a se aposentarem. Quem não
conhece um caso desses? O STJ “acabou com a festa”!
13
MS 308060/DF, rel. Min. Luiz Fux, 28.08.2012.
14
EResp1.117.974/RS, Corte Especial, Rel. Min. Eliana Calmon, Rel.p/Acórdão Min. Teori Albino Zavascki, DJE
19.12.2011.
15
MS 31267 MS, Min. Ricardo Lewandowsky, j. 24.04.2012, p. 27.04.2012
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ficou durante anos na fronteira, esperando por uma remoção, veja sua tão sonhada vaga em sua
cidade natal ser ofertada a candidatos a novo concurso público, em detrimento dele. Isso já
aconteceu no passado, pode acreditar!
m) As cláusulas eliminatórias em concursos públicos também são admitidas pelo STF. Exemplo de
cláusula eliminatória é a que estabelece uma pontuação mínima a ser atingida pelos candidatos na
prova objetiva.
Após esse grande repertório jurisprudencial, continuamos no estudo do tema dos concursos públicos.
Vejamos o que dispõe o art. 37, IV, CF/88:
Há muita confusão quanto ao significado do termo “prazo improrrogável”. Ora, sabemos que o prazo de
validade do concurso público é de até 2 anos, prorrogável uma vez por igual período. Devemos considerar
que findo esse período é que o prazo se torna improrrogável.
A CF/88 não impede que, no prazo de validade de um concurso, a Administração realize novo concurso para
o mesmo cargo. No entanto, o art. 37, IV, estabelece a prioridade de nomeação para os aprovados no
concurso anterior sobre os novos aprovados.
O art. 37, VIII, CF/88, assegura um percentual dos cargos e empregos públicos para portadores de deficiência:
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras
de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
Note que é a lei que definirá os critérios de admissão das pessoas portadoras de deficiência, jamais o
administrador público. Também é importante ressaltar que, de acordo com as atribuições do cargo, esta
poderá prever que não haverá reserva de vagas a essas pessoas. Nesse sentido, a Lei 8.112/90 prevê, em seu
art. 5º, § 2º, que:
16
RE 635.739/AL. Rel. Min. Gilmar Mendes. 24.03.2011
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Esse dispositivo prevê a contratação de pessoal sem concurso público, por tempo determinado. Esse
pessoal não ocupa cargo público, não está sujeito ao regime estatutário a que se submetem os servidores
públicos titulares de cargo efetivo e em comissão. Em outras palavras, não estão sujeitos à Lei nº 8.112/90.
Também não estão sujeitos à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a não ser nos termos em que a lei
específica que os rege define.
Esses agentes públicos são estatutários, pois têm seu próprio estatuto de regência, que define seu regime
jurídico. Exercem função pública remunerada temporária, tendo vínculo jurídico-administrativo com a
Administração Pública. Sujeitam-se ao regime geral de previdência social (RGPS) e suas lides com o Poder
Público contratante são de competência da Justiça comum, federal ou estadual (ou do Distrito Federal),
conforme o caso.
Para a utilização do instituto da contratação temporária, exceção à contratação mediante concurso público,
é necessário o cumprimento de três requisitos:
b) Temporariedade da contratação;
A lei mencionada como requisito será editada pela entidade contratadora, podendo ser federal, estadual,
distrital ou municipal, conforme a respectiva competência constitucional. Contudo, não será possível,
segundo o STF, a contratação temporária por lei que fixe “hipóteses abrangentes e genéricas de
contratação, sem definir qual a contingência fática emergencial apta a ensejá-la”, bem como para “o
exercício de serviços típicos de carreira e de cargos permanentes de Estado, sem concurso ou motivação de
excepcional relevância” que o justifique (STF, Pleno, ADI 3116/AP, decisão 14.02.2011).
(TCE-PE – 2017) Órgão estatal somente poderá exigir, em edital de concurso público, realização de exame
psicotécnico para a habilitação de candidatos ao cargo previsto, se houver previsão legal para tal aplicação.
Comentários:
A Súmula Vinculante nº 44 prevê que “só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de
candidato a cargo público”. Assim, o edital de concurso não é instrumento suficiente para, sozinho, exigir
exame psicotécnico. É necessária previsão legal nesse sentido. Questão correta.
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(TRT-3a Região – 2015) Empresa pública estadual pretende contratar advogados para preenchimento de
empregos públicos vagos em seu departamento jurídico. Considerando que os advogados não exercerão a
função de direção, chefia e de assessoramento, a empresa pública deverá contratá-los mediante concurso
público, válido pelo prazo de dois anos, prorrogável uma vez por igual período, sendo vedada a livre
nomeação pelo dirigente da entidade.
Comentários:
É isso mesmo. A admissão de empregados públicos também depende da realização de concurso público, com
prazo de validade de 2 anos, prorrogável uma vez por igual período. Questão correta.
(TCU – 2015) O prazo de validade de concurso público é de até dois anos, podendo ele ser prorrogado
enquanto houver candidatos aprovados no cadastro de reserva.
Comentários:
De fato, o prazo de validade do concurso público é de 2 (dois) anos. No entanto, ele só pode ser prorrogado
por igual período (mais 2 anos). Questão errada.
(DPE-PE – 2015) Conforme entendimento atual do STF, é dever da administração pública nomear
candidato aprovado em concurso público dentro das vagas previstas no edital, em razão do princípio da
boa-fé e da proteção da confiança, salvo em situações excepcionais caracterizadas pela necessidade,
superveniência e imprevisibilidade.
Comentários:
Os candidatos aprovados dentro do número de vagas previsto no edital têm direito subjetivo à nomeação,
ou seja, a Administração tem o dever de nomeá-los. Essa é a regra geral, que somente pode ser excepcionada
em situações excepcionalíssimas, nas quais fiquem caracterizadas a necessidade, superveniência e
imprevisibilidade. Questão correta.
(UEG – 2015) É constitucional a criação de cargos temporários mesmo para atender situações que não sejam
de necessidade temporária de excepcional interesse público.
Comentários:
Os cargos temporários servem, exclusivamente, para atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público. Questão errada.
(UEG – 2015) De acordo com o texto constitucional, durante o prazo de validade previsto no edital de
concurso público, não é possível a abertura de novo concurso para o mesmo cargo.
Comentários:
A CF/88 não impede que, no prazo de validade de um concurso, a Administração realize novo concurso para
o mesmo cargo. No entanto, fica estabelecida a prioridade de nomeação para os aprovados no concurso
anterior sobre os novos aprovados. Questão errada.
No art. 37, inciso V, a Carta da República trata das funções de confiança e dos cargos em comissão:
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É importante que você não confunda cargos em comissão com funções de confiança. São coisas diferentes.
As funções de confiança são exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, regra
introduzida pela EC nº 19/98. Os cargos em comissão, por sua vez, são de livre nomeação e exoneração.
Todavia, existe previsão em lei de um percentual mínimo dos cargos em comissão que devem ser ocupados
por servidores de carreira.
Tanto os cargos em comissão quanto as funções de confiança destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento. Nesse sentido, o STF já declarou a inconstitucionalidade de lei estadual que criou
cargos em comissão com atribuições de natureza técnica.
Esquematizando...
FUNÇÕES DE
Exclusivas de servidores ocupantes de cargo efetivo.
CONFIANÇA
No que se refere a nomeações para cargos em comissão, é importante o entendimento do STF sobre o
nepotismo, prática de nomear parentes para cargos em comissão e funções de confiança. A Corte considera
ofensiva a prática do nepotismo, vedando inclusive o “nepotismo cruzado”, que ocorre quando dois agentes
públicos nomeiam parentes um do outro, para mascarar a contratação.
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É importante destacar que a vedação ao nepotismo não alcança a nomeação para cargos políticos. Assim, o
governador de um Estado pode nomear seu irmão para o cargo de secretário estadual, por exemplo.
(MPU – 2018) Para exercer função de confiança na administração pública, o servidor deverá ser ocupante
de cargo efetivo.
Comentários:
As funções de confiança são destinadas exclusivamente para servidores ocupantes de cargo efetivo. Questão
correta.
(UEG – 2015) A investidura em qualquer cargo público exige prévia aprovação em concurso público.
Comentários:
A nomeação para cargo em comissão independe de aprovação em concurso público. Questão errada.
(UFRB – 2015) As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo,
e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
Comentários:
Isso mesmo! As funções de confiança e os cargos de comissão se destinam apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento. Cabe destacar que as funções de confiança somente podem ser exercidas por
servidores ocupantes de cargos efetivos. Questão correta.
Inicialmente, comentamos sobre o direito à associação sindical, o qual é assegurado pelo art. 37, VI, CF/88:
O servidor público tem, portanto, o poder de se associar a um sindicato. Entretanto, destaca-se que a Súmula
679 do STF proíbe a convenção coletiva para fixação de vencimentos dos servidores públicos. Destaca-se,
ainda, que aos militares são vedadas a sindicalização e a greve (art. 142, IV, CF), sem exceção.
Os servidores públicos civis também têm o direito de greve, conforme art.37, VII:
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites estabelecidos em lei
específica.
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Observe que, ao contrário do direito à associação sindical, que é uma norma constitucional de eficácia plena,
o direito de greve do servidor público é uma norma constitucional de eficácia limitada. Em tese, é necessária
uma lei para que os servidores públicos possam usufruir do direito de greve.
Como tal lei ainda não foi editada, o STF, no julgamento de três mandados de injunção, adotando a posição
concretista geral, determinou a aplicação ao setor público, no que couber, da lei de greve vigente no setor
privado (Lei no 7.783/1989) até a edição da lei regulamentadora.
Destaca-se, porém, que a Corte decidiu pela inaplicabilidade do direito de greve a determinados servidores
públicos, como, por exemplo, às forças policiais, devido à índole de sua atividade. Segundo o Pretório
Excelso, “servidores públicos que exercem atividades relacionadas à manutenção da ordem pública e à
segurança pública, à administração da Justiça – aí os integrados nas chamadas carreiras de Estado, que
exercem atividades indelegáveis, inclusive as de exação tributária – e à saúde pública” estão privados do
direito de greve (STF, Rcl. 6568-SP, Rel. Min. Eros Grau).
Mais recentemente, também examinando a problemática do direito de greve, o STF decidiu que a
Administração Pública deve descontar da remuneração dos servidores públicos grevistas os dias de
paralisação. O desconto da remuneração somente não será cabível quando ficar demonstrado que a greve
foi provocada por conduta ilícita do Poder Público.17
A Carta Magna assegura, ainda, aos servidores públicos, os seguintes direitos sociais (art. 39, § 3o):
a) Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
b) Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
e) Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
f) Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva
de trabalho;
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i) Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
m) Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
n) Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
Embora a CF/88 relacione apenas esses direitos sociais, é plenamente possível que leis específicas de cada
ente federativo criem gratificações, adicionais e outras vantagens. Deve-se considerar que a CF/88
estabelece um nível de proteção mínima em matéria de direitos sociais, nada impedindo que leis específicas
aprofundem ainda mais essa proteção.
Nesse sentido, citamos o caso do auxílio-alimentação, que foi instituído no âmbito da União pela Lei nº
8.460/92 e tem o caráter de verdadeiro direito social. Segundo o STF, o auxílio-alimentação é verba
indenizatória destinada a cobrir os custos de refeição devida exclusivamente ao servidor que se encontrar
no exercício de suas funções, não se incorporando à remuneração nem aos proventos de aposentadoria.
Nesse sentido, foi editada a Súmula Vinculante no 55, que dispõe que “o direito ao auxílio-alimentação não
se estende aos servidores inativos”.
(TRT 3a Região – 2015) Em que pese a Constituição Federal assegurar aos servidores públicos o direito de
greve, o exercício regular desse direito depende da edição de lei federal tratando da matéria, não podendo
ser garantido por decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal em mandado de injunção.
Comentários:
É possível, sim, que o direito de greve seja assegurado por meio de mandado de injunção impetrado no STF.
O direito de greve dos servidores públicos é norma de eficácia limitada, dependente, portanto, da edição de
lei regulamentadora. Até hoje, essa lei não foi editada. Questão errada.
O artigo 37, inciso X, CF/88 estabelece o seguinte sobre a remuneração dos servidores públicos:
Antes de iniciarmos a análise do dispositivo, cumpre fazermos algumas elucidações. A remuneração dos
agentes públicos pode se dar por meio de subsídios, vencimentos ou salários.
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A primeira delas, o subsídio, é uma forma de remuneração fixada em parcela única, sem acréscimo de
qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória. É
remuneração obrigatória para os agentes políticos e para servidores públicos de determinadas carreiras
(Advocacia-Geral da União, Defensoria Pública, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, procuradorias dos
estados e do DF, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, polícias civis, polícias militares e corpos de
bombeiros militares). Além disso, pode ser facultativamente adotado, a critério do legislador ordinário, para
servidores públicos organizados em carreira (art. 39, § 8º, CF). É o caso dos Auditores-Fiscais da Receita
Federal do Brasil, por exemplo.
Vejamos o que diz o art. 39, § 4º, CF/88 sobre o subsídio dos agentes políticos:
Finalmente, o salário é a forma remuneratória paga aos empregados públicos, contratados sob regime
celetista. É o caso do Presidente de uma empresa pública, por exemplo.
A iniciativa das leis que fixam a remuneração e o subsídio dos agentes públicos depende do cargo a que se
refiram. As principais estão previstas no esquema a seguir:
Cargos da Câmara dos Deputados Câmara dos Deputados (art. 51, IV, CF)
Iniciativa de Cargos do Senado Federal Senado Federal (art. 52, XIII, CF)
Leis que fixam
Remuneração e
Subsídio Ministros do STF STF
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Alguns subsídios são fixados por decreto legislativo, dispensada a sanção do Presidente da República (art.
49, CF):
Embora a Constituição Federal mencione expressamente que é assegurada a revisão geral anual da
remuneração de servidores públicos, o STF entendeu de maneira diferente. Segundo a Corte, o Poder
Executivo não é obrigado a encaminhar projeto de lei de revisão anual dos vencimentos dos servidores
públicos. Há necessidade, todavia, de o Poder Executivo se pronunciar, de maneira fundamentada, sobre as
razões pelas quais não propôs a revisão.18
Dessa maneira, o STF respeitou a competência do Chefe do Poder Executivo para decidir se deverá ou não
propor a revisão anual dos vencimentos dos servidores públicos. O não encaminhamento do projeto de lei
não gera direito subjetivo à indenização.
A Emenda Constitucional no 103, de 2019, incluiu uma importante vedação no texto constitucional, que
certamente será objeto de provas futuras:
Busca-se evitar que as gratificações recebidas por exercício de função de confiança ou de cargo em comissão
sejam incorporadas à remuneração dos servidores. Uma vez perdida a função de confiança ou o cargo em
comissão, o servidor deixará automaticamente de receber a gratificação correspondente. Note que esse
dispositivo se aplica a todos os entes da federação, e não apenas à União.
O art. 37, XI, CF/88 estabelece o denominado teto constitucional de remuneração dos servidores públicos.
Vamos lê-lo na íntegra?
18
RE 565.089, Rel. Min. Marco Aurélio. Julgamento em 25.09.2019
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c) Nos Municípios, a remuneração de todos os servidores e empregados públicos têm como limite o
subsídio do Prefeito. Esse é o subteto remuneratório nos Municípios.
d) Nos Estados e no Distrito Federal, o subteto é variável por Poder. No Poder Executivo, o limite é
o subsídio do Governador. No Poder Legislativo, o limite é o subsídio dos deputados estaduais e
distritais. No Poder Judiciário, o limite é o subsídio dos desembargadores do Tribunal de Justiça (esse
limite também se aplica aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores
Públicos).
A literalidade da CF/88 prevê que o subsídio dos desembargadores do Tribunal de Justiça está limitado a
90,25% do subsídio dos Ministros do STF. A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) ingressou com
Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no STF com o objetivo de impedir que os magistrados estaduais
tivessem seu subsídio limitado a esse montante. Como consequência, o STF decidiu que esse limite não se
aplica aos membros da magistratura estadual, mas apenas aos servidores do Poder Judiciário.19 Isso se
deve ao caráter nacional e unitário do Poder Judiciário, considerando-se uma violação à isonomia
estabelecer limites remuneratórios diferentes entre magistrados federais e estaduais.
Excetuam-se dos limites remuneratórios constitucionais as parcelas indenizatórias fixadas em lei. Por
exemplo, diárias recebidas por um servidor público poderão fazer com que o valor por ele recebido extrapole
o teto constitucional.
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TETO CARGOS
Subsídio dos Ministros do STF Todos, em qualquer esfera da Federação
Subsídio do Prefeito Todos os cargos municipais
Subsídio do Governador Todos os cargos do Executivo estadual
Subsídio dos deputados estaduais e distritais Todos os cargos do Legislativo estadual
Subsídio dos desembargadores do Tribunal de Teto obrigatório para os servidores do Judiciário
Justiça estadual (exceto juízes, por determinação do STF*)
Subsídio dos desembargadores do Tribunal de Teto facultativo para os Estados e Distrito Federal
Justiça (até 90,25% do subsídio dos Ministros (não se aplica a deputados estaduais e a distritais,
do STF) nem a vereadores)
No que se refere ao salário dos empregados públicos das empresas públicas e sociedades de economia mista
e suas subsidiárias, os tetos só se aplicam às que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (CF, art. 37, §9º).
Ainda sobre o sistema remuneratório dos servidores públicos, vejamos o que dispõe o art. 37, XII:
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
Esse dispositivo consagra que os vencimentos pagos aos servidores do Poder Executivo são um limite aos
valores pagos pelos outros Poderes a seus servidores. É claro que isso vale para cargos cujas atribuições
sejam semelhantes.
O art. 37, XIII, CF/88, busca impedir que o legislador ordinário estabeleça reajustes automáticos de
remuneração ou aumentos em cascata:
Sobre o assunto, o STF já declarou a inconstitucionalidade de lei estadual que estabelecia vinculação entre
o reajuste dos subsídios do Governador ao reajuste concedido aos servidores públicos estaduais.20 Na
mesma linha, é inconstitucional norma de Constituição Estadual que estabelece que os vencimentos de
servidores do Poder Judiciário não poderão exceder um percentual da remuneração dos juízes. 21
Destacamos, ainda, o que dispõe a Súmula Vinculante nº 42, do STF: “É inconstitucional a vinculação do
reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.”
O art. 37, XIV, da CF/88 determina que os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão
computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores.
20
ADI. 3.491/RS, Rel. Min Carlos Ayres Britto. Julgamento em 27.09.2006.
21 ADI 145/CE. Rel. Min. Dias Toffoli. Julgamento: 20.06.2018.
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XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados
nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;
Com esse dispositivo, busca-se impedir uma situação bastante comum no passado. Depois de exercer
durante certo período uma função gratificada, o servidor a incorporava a seu vencimento. Ao assumir uma
nova função, o valor desta seria calculado levando-se em consideração o seu vencimento já acrescido da
gratificação anterior. Com essa incidência cumulativa, havia servidores ganhando valores totais de
remuneração bastante elevados.
Assim, atualmente, o entendimento que se tem é o de que qualquer gratificação ou adicional terá como
base de cálculo o vencimento básico do servidor público. Veda-se, dessa forma, a incidência de adicionais
“em cascata”, o chamado “efeito-repique”.
Segundo o STF, essa garantia não impede a criação ou majoração de tributos incidentes sobre os subsídios,
os vencimentos, a aposentadoria e a pensão. Além disso, a forma de cálculo dos vencimentos pode ser
modificada, apenas o valor destes é que não.
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A Constituição Federal prevê, como regra geral, a vedação à acumulação remunerada de cargos, empregos
e funções públicas. Essa proibição de acumular também se estende àqueles que ocupam empregos e funções
em autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, sua subsidiárias e sociedades
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.
A proibição de acumular é ampla, alcançando todas as esferas de governo (União, Estados, Distrito Federal
e Municípios), todos os Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) e toda a Administração Pública (direta
ou indireta). Assim, uma pessoa que ocupe cargo público federal (qualquer que seja o Poder) não poderá,
em regra, acumulá-lo com um cargo público em outra esfera de governo (federal, estadual ou municipal).
A Constituição Federal de 1988 estabelece exceções à regra geral de proibição de acumulação de cargos.
Vejamos o que dispõe o art. 37, XVI:
Assim, é possível a acumulação de cargos públicos em certos casos, mas mesmo assim é necessário que
exista compatibilidade de horários. São admissíveis a acumulação de:
a) 2 cargos de professor. É possível, por exemplo, que uma pessoa atue como professor em duas
universidades públicas.
b) 1 cargo de professor com outro técnico ou científico. É possível que um servidor ocupante de
“cargo técnico ou científico” seja, simultaneamente, professor em uma universidade pública.
Atenção! Não se admite a acumulação remunerada de dois “cargos técnicos ou científicos”.
Uma questão que gera muitas dúvidas é a respeito dos conceitos de “cargo técnico” e de “cargo científico”.
O STJ considera cargo científico como sendo o “conjunto de atribuições cuja execução tem por finalidade
investigação coordenada e sistematizada de fatos, predominantemente de especulação, visando a ampliar o
conhecimento humano”. Por sua vez, cargo técnico é o “conjunto de atribuições cuja execução reclama
conhecimento específico de uma área do saber”.
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Com base nesses conceitos, há o entendimento de que, em regra, se a lei exige qualificação de nível
superior, o cargo será “técnico ou científico”. Entretanto, se o cargo de nível superior exercer atividade
meramente administrativa, deixará de ser considerado “técnico ou científico”.
Essa lógica também se aplica aos cargos de nível médio. Se o cargo de nível médio exigir conhecimentos
técnicos específicos (técnico em contabilidade e técnico em informática, por exemplo), ele será enquadrado
como “técnico ou científico”. Por outro lado, se o cargo de nível médio envolver atividades meramente
burocráticas, ficará excluído do conceito de “técnico ou científico”.
A legislação não enquadra um cargo como sendo “técnico ou científico”. Isso acaba ficando numa “zona
cinzenta”, de apreciação pela própria Administração Pública e, eventualmente, pelos tribunais do Poder
Judiciário. Apenas como exemplo, o STJ já decidiu que o cargo de oficial de polícia civil não tem natureza
técnica ou científica.
Segundo o STF, o art. 37, XVI, “c”, da Constituição Federal autoriza a acumulação de dois
cargos de médico, não sendo compatível interpretação ampliativa para abrigar no conceito
o cargo de perito criminal com especialidade em medicina veterinária.
A vedação à acumulação remunerada de cargos diz respeito apenas a atribuições públicas. Ela não alcança
atividades privadas. O servidor público poderá, então, exercer atividades privadas, desde que não sejam
incompatíveis com o regime jurídico próprio do cargo. Por exemplo, a Lei nº 8.112/90 proíbe que servidores
públicos participem da gerência ou administração de sociedade privada.
A Constituição estabelece, ainda, outras possibilidades de acumulação de cargos. Destaque-se, porém, que,
em todo e qualquer caso de acumulação, haverá necessidade de compatibilidade de horários.
ARTIGO DA CF PERMISSÃO
Acúmulo do cargo de vereador e outro cargo, emprego
Art. 38, III ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo
eletivo
Art. 95, parágrafo único, I Permissão para que juízes exerçam o magistério
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Um tema que sempre gerou controvérsias no âmbito do Direito Administrativo era saber se, havendo
acumulação de cargos públicos, o teto constitucional deveria ser observado em relação à soma das
remunerações ou se deveria ser considerado para cada cargo, isoladamente.
Por exemplo, suponha que José seja professor de universidade pública e, ao mesmo tempo, exerça um cargo
técnico ou científico. Para fins de aplicação do teto constitucional, deve ser observada a soma das
remunerações desses dois cargos ou a remuneração de cada cargo, isoladamente?
Esse tema dividiu a doutrina e a jurisprudência durante muito tempo. No âmbito do Poder Judiciário, o
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) chegou a editar Resolução estabelecendo que as verbas permanentes
relativas à remuneração ou provento decorrente do exercício do magistério estão excluídas da incidência do
teto constitucional.
Assim, a Corte entende que, para fins de aplicação do teto constitucional, deve-se considerar a
remuneração de cada cargo, isoladamente. Aplicar o teto constitucional à soma das remunerações dos
cargos representaria uma violação à irredutibilidade de vencimentos, desrespeito ao princípio da
estabilidade, desvalorização do valor do trabalho e ferimento ao princípio da igualdade.
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...
O art. 37, §10, CF/88 estabelece importante regra sobre os proventos de aposentadoria. Como regra geral,
é vedada a acumulação de proventos de aposentadoria pago pelo regime próprio de previdência social
(RPPS) com a remuneração do cargo em atividade. Suponha, por exemplo, que João se aposente como
Analista Judiciário. Depois de aposentado, ele é aprovado e toma posse no cargo de Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil. Poderá ele acumular a aposentadoria com a remuneração do cargo de Auditor? A resposta
é não, nos termos do art. 37, §10, CF/88.
a) Cargos acumuláveis: Um Analista Judiciário aposentado não pode receber os proventos de sua
aposentadoria com a remuneração do cargo de Auditor-Fiscal RFB. No entanto, é possível que um
Analista Judiciário receba os proventos de sua aposentadoria e, além disso, a remuneração de um
cargo público de professor. Isso será possível porque os dois cargos (Analista Judiciário e professor)
são acumuláveis.
c) Cargos em comissão: Suponha que um Delegado da Polícia Federal se aposente e, após isso, seja
nomeado Diretor-Geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). Como trata-se de cargo em
comissão, ele poderá acumular a remuneração do cargo com os proventos de aposentadoria no cargo
de Delegado da Polícia Federal.
(TRT 3a Região – 2015) Servidor público aposentado no cargo público de engenheiro estadual está em vias
de ser nomeado para o exercício de cargo público em comissão, privativo de engenheiro, declarado por lei
de livre nomeação e exoneração. Nessa situação, à luz da Constituição Federal, o servidor poderá exercer o
cargo público em comissão e perceber a respectiva remuneração cumulada com os proventos da
aposentadoria, tendo em vista que a vedação constitucional à acumulação desses valores não se aplica aos
cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
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Comentários:
É plenamente possível que uma pessoa acumule os proventos de aposentadoria do RPPS com a remuneração
de cargo em comissão. É o que está previsto no art. 37, §10, CF/88. Questão correta.
(TCE-CE – 2015) Servidor público estadual ocupante de cargo de Procurador do Estado teve sua
aposentadoria concedida em 2014, após completar os requisitos constitucionais. Atualmente, na inatividade,
foi aprovado em concurso público para emprego de advogado em empresa pública estadual, tendo tomado
posse. De acordo com a Constituição Federal, é admissível a percepção simultânea da remuneração do
emprego público com os proventos da aposentadoria anteriormente concedida, tendo o servidor o direito a
uma segunda aposentadoria decorrente da relação de emprego, ao completar os requisitos constitucionais.
Comentários:
Na situação apresentada, não é possível a percepção simultânea dos proventos de aposentadoria do RPPS
com a remuneração de cargo público. Isso porque os cargos mencionados na questão não são acumuláveis.
Questão errada.
(DPE-RO – 2015) Paulo, servidor público estadual, foi aprovado em outro concurso público, este último
organizado pela União. Ao ser convocado para apresentar os documentos previstos no edital, visando à
posse, teve dúvida se poderia acumular os cargos. De acordo com a sistemática constitucional, é correto
afirmar que Paulo pode acumular os cargos públicos caso haja compatibilidade de horários e um deles seja
de professor e, o outro, técnico ou científico.
Comentários:
Isso mesmo! Se um cargo for de professor e outro for um cargo técnico ou científico, será possível a
acumulação remunerada. Questão correta.
O art. 38, da Carta Magna traz as regras aplicáveis aos servidores que estiverem no exercício de mandato
eletivo:
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu
tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por
merecimento;
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Qualquer que seja o mandato eletivo federal, estadual ou distrital, o servidor ficará afastado do seu cargo,
emprego ou função (art.38, I). Não importa se ele está ocupando um cargo no Poder Executivo (Presidente
ou Governador) ou no Poder Legislativo (Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual ou Deputado
Distrital). Se ele estiver exercendo mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ocorrerá o afastamento
do cargo. Destaque-se que essa regra de afastamento vale tanto para os servidores ocupantes de cargo
efetivo quanto para os ocupantes de cargo em comissão.
E qual remuneração será recebida pelo servidor afastado para exercer mandato eletivo federal, estadual ou
distrital?
Essa é uma boa pergunta. Ele receberá a remuneração do mandato eletivo, obrigatoriamente.
Nessa caso, temos regras diferentes. O servidor que for investido no mandato de Prefeito, será afastado do
cargo e poderá optar pela remuneração do seu cargo ou pela remuneração do mandato eletivo.
Por outro lado, o servidor investido no mandato de Vereador poderá acumular os dois cargos (mandato
eletivo e cargo público), desde que haja compatibilidade de horários. Receberá, nesse caso, as duas
remunerações. Se não houver compatibilidade de horários, o servidor investido no mandato de Vereador
será afastado do cargo, podendo optar pela remuneração.
O art. 38, IV, da CF/88 determina, ainda, que nos casos de afastamento do servidor, seu tempo de exercício
no mandato eletivo será contado como tempo de serviço para todos os efeitos legais, exceto para
promoção por merecimento.
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Para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento para o exercício de mandato eletivo, o
servidor permanecerá filiado ao respectivo RPPS (Regime Próprio de Previdência Social). Assim, o tempo de
afastamento será considerado para fins de aposentadoria, devendo o servidor continuar contribuindo para
o RPPS de sua origem.
(TRE-BA – 2017) Ao ocupante de cargo público federal efetivo eleito vereador será garantida a investidura
no mandato eletivo, não havendo necessidade de afastamento do cargo que exerce nem prejuízo de sua
remuneração, desde que haja compatibilidade de horários.
Comentários:
Havendo compatibilidade de horários, é possível a acumulação do cargo efetivo com o mandato de Vereador.
Nesse caso, receberá as duas remunerações. Questão correta.
(DPE-RO – 2015) Renan, servidor público estadual ocupante do cargo efetivo de Analista Jurídico da
Defensoria Pública de Rondônia, elegeu-se Deputado Estadual. Com base na Constituição da República,
Renan se houver compatibilidade de horário, poderá acumular ambos os cargos, mas terá que escolher a
remuneração de um deles.
Comentários:
O servidor público investido em mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo,
emprego ou função. Sua remuneração será a do cargo eletivo. Questão errada.
O art. 39, da CF/88 estabelece que cada um dos entes federativos deverá instituir regime jurídico único e
planos de carreira para os servidores da administração direta, das autarquias e das fundações públicas. No
âmbito federal, o regime jurídico dos servidores públicos é a Lei nº 8.112/90. Diz-se que os servidores
públicos estão submetidos a um regime estatutário.
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Assim, em cada nível federativo, os servidores públicos deverão ter sua vida funcional disciplinas pelas
mesmas regras, contidas em lei. Destaque-se que essa lei deverá ser de iniciativa privativa do Chefe do
Poder Executivo.
O art. 39, § 1º, CF/88, determina os aspectos a serem observados quando da fixação da remuneração dos
servidores públicos. São eles:
Instituído pela Reforma do Aparelho do Estado, que pretendeu implantar o modelo Gerencial de
Administração Pública no Brasil, esse dispositivo visa a garantir uma maior remuneração aos cargos de maior
complexidade e responsabilidade, bem como àqueles que exigem maior especialização como requisito para
a investidura. Busca-se, com isso, garantir a isonomia na remuneração dos servidores públicos, tratando-se
desigualmente os desiguais.
O art. 41, da CF/88 traz regras acerca da estabilidade dos servidores públicos e sobre hipóteses de perda do
cargo.
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo
de provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado,
e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
proporcional ao tempo de serviço.
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A estabilidade se aplica aos servidores públicos estatutários ocupantes de cargos efetivos. Não cabe falar
em estabilidade para servidores ocupantes de cargos em comissão. Para aquisição da estabilidade, são
necessários quatro requisitos:
d) Avaliação especial de desempenho por comissão instituída para esse fim (art. 41, § 4º).
Concurso público
O servidor estável somente poderá perder o cargo nas hipóteses do art. 41, § 1º e do art. 169, § 3º:
a) Sentença judicial transitada em julgado. Suponha que uma decisão judicial transitada em julgado
condene o servidor por improbidade administrativa. Uma das consequências será a perda do cargo
público.
b) Processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa. Após um processo
administrativo regular, o servidor público que cometeu alguma falta grave poderá ser demitido,
perdendo o cargo público.
d) Excesso de despesa com pessoal (art. 169, § 3º). As despesas com pessoal estão limitadas pela Lei
de Responsabilidade Fiscal (LC nº 101/2000). Caso esses limites sejam descumpridos, o Poder
Executivo deverá adotar certas medidas: i) redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em
comissão e funções de confiança; ii) exoneração de servidores não-estáveis. Se essas medidas não
forem suficientes, o servidor estável pode vir a perder o cargo.
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O termo inicial para contagem do prazo para aquisição de estabilidade é a data da entrada
em exercício (e não a data da posse ou da nomeação!).
O artigo 41, § 2º trata, ainda, dos institutos da reintegração, recondução, disponibilidade e aproveitamento,
aplicáveis unicamente a servidores estáveis.
A reintegração é forma de provimento que se aplica quando um servidor estável é demitido e, depois,
retorna ao cargo anteriormente ocupado, por ter sua demissão invalidada por sentença judicial. Suponha,
por exemplo, que Mário, servidor estável do INSS, é demitido através de processo administrativo. Após isso,
ele ingressa com ação judicial e sobrevém sentença que invalida a demissão. Mário irá retornar ao seu cargo
no INSS: ocorrerá reintegração.
Mário, servidor estável do INSS, é demitido por meio de processo administrativo no qual lhe é assegurada
ampla defesa. Pedro, servidor do IBAMA, é aprovado no concurso do INSS e nomeado para o cargo antes
ocupado por Mário. Após ingressar com ação judicial e passados alguns anos, Mário é reintegrado ao seu
cargo no INSS, em virtude de sentença que cancela sua demissão. E o que acontece com Pedro? Pedro, se
estável, será reconduzido ao seu cargo de origem (o IBAMA).
A recondução é, assim, forma de provimento caracterizado pelo retorno de servidor estável ao seu cargo
de origem em razão de reintegração de servidor que anteriormente ocupava o cargo23. Destaque-se que não
haverá qualquer indenização a Pedro.
Há 2 (duas) outras possibilidades de se resolver a situação de Pedro. A reintegração de Mário poderá ensejar:
i) o aproveitamento de Pedro em outro cargo ou; ii) colocação de Pedro em disponibilidade, com
remuneração proporcional ao tempo de serviço.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado,
e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
proporcional ao tempo de serviço.
A extinção de cargo público ou declaração de sua desnecessidade ensejará a colocação do servidor estável
em disponibilidade, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. Isso ocorrerá, por exemplo, quando
23
Essa é a única hipótese constitucional de recondução. A Lei nº 8.112/90 estabelece que outra hipótese de recondução é a
inabilitação em estágio probatório relativa a outro cargo.
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um órgão público ou mesmo uma entidade da administração indireta for extinta. O servidor estável ficará
em disponibilidade até que seja aproveitado em outro órgão. Cabe enfatizar que a colocação em
disponibilidade é sempre feita com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
(TRE-BA – 2017) Após o estágio probatório, o servidor público somente perderá seu cargo em razão de
processo administrativo disciplinar ou de decisão judicial condenatória transitada em julgado.
Comentários:
O servidor público estável poderá perder o cargo nas seguintes hipóteses: i) sentença judicial transitada em
julgado; ii) processo administrativo no qual lhe seja assegurada ampla defesa; iii) avaliação periódica de
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa e; iv) excesso de despesas com
pessoal, na forma do art. 169, § 3º. Questão errada.
(TRT 2a Região – 2015) Invalidada por sentença judicial a demissão de servidor estável, será ele reintegrado,
e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, aproveitado em outro cargo ou
posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço, além de ser devida
indenização equivalente pelo exercício do cargo do servidor reintegrado.
Comentários:
Não será devida indenização. Questão errada.
(TRE-RR – 2015) Em relação aos servidores públicos, a Constituição estabelece que, uma vez estáveis,
somente podem perder o cargo em virtude de sentença judicial e de processo administrativo, assegurada
ampla defesa.
Comentários:
O servidor público estável também poderá perder o cargo mediante procedimento de avaliação periódica de
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
Questão errada.
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Para maior aprofundamento no tema “estabilidade”, faz-se necessário o estudo do art. 19 do ADCT da
Constituição. Segundo o dispositivo, os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, da administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da
promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na
forma regulada no art. 37, da Constituição (ou seja, via concurso público!), são considerados estáveis no
serviço público. Trata-se da chamada estabilidade extraordinária ou excepcional.
Essa estabilidade é diferente daquela prevista no art. 41 da Carta Magna, a chamada estabilidade ordinária.
Na ordinária, a estabilidade se dá para servidores investidos em cargos mediante concurso público. Na
extraordinária, garante-se aos servidores o exercício das funções públicas que desempenhavam quando da
promulgação da CF/88. Esses servidores, para que possam se efetivar, deverão, de qualquer maneira, se
submeter a concurso público.
O concurso público é, afinal, a única forma de investidura em cargo público de provimento efetivo prevista
no ordenamento jurídico brasileiro. Nesse sentido, entende o STF que são inconstitucionais todas as demais
formas de admissão, investidura em cargos públicos ou inserção em carreira daqueles servidores
estabilizados na forma do art. 19 do ADCT24. Por seu caráter didático, vale a leitura da lição da Ministra
Carmem Lúcia:
A norma do art. 19 do ADCT da Constituição brasileira possibilita o surgimento das seguintes situações: a) o
servidor é estável por força do art. 19 do ADCT e não ocupa cargo de provimento efetivo; b) o servidor que se
tornou estável nos termos do art. 19 do ADCT ocupa cargo de provimento efetivo após ter sido aprovado em
concurso público para o provimento deste cargo; c) o servidor ocupa cargo de provimento efetivo em razão
de aprovação em concurso público e é estável nos termos do art. 41 da CR. O STF já se manifestou sobre essas
hipóteses e, quanto às listadas nos itens a e b, firmou o entendimento de que, independentemente da
estabilidade, a efetividade no cargo será obtida pela imprescindível observância do art. 37, II, da CR25.
Efetividade e estabilidade. Não há que confundir efetividade com estabilidade. Aquela é atributo do
cargo, designando o funcionário desde o instante da nomeação; a estabilidade é aderência, é
integração no serviço público, depois de preenchidas determinadas condições fixadas em lei, e
adquirida pelo decurso de tempo. Estabilidade: art. 41 da CF e art. 19 do ADCT. A vigente Constituição
estipulou duas modalidades de estabilidade no serviço público: a primeira, prevista no art. 41 (...). A
nomeação em caráter efetivo constitui-se em condição primordial para a aquisição da estabilidade,
que é conferida ao funcionário público investido em cargo, para o qual foi nomeado em virtude de
concurso público. A segunda, prevista no art. 19 do ADCT, é um favor constitucional conferido àquele
servidor admitido sem concurso público há pelo menos cinco anos da promulgação da Constituição.
Preenchidas as condições insertas no preceito transitório, o servidor é estável, mas não é efetivo, e
possui somente o direito de permanência no serviço público no cargo em que fora admitido, todavia
sem incorporação na carreira, não tendo direito à progressão funcional nela, ou a desfrutar de
benefícios que sejam privativos de seus integrantes. O servidor que preenchera as condições exigidas
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pelo art. 19 do ADCT-CF/1988 é estável no cargo para o qual fora contratado pela administração
pública, mas não é efetivo. Não é titular do cargo que ocupa, não integra a carreira e goza apenas de
uma estabilidade especial no serviço público, que não se confunde com aquela estabilidade regular
disciplinada pelo art. 41 da CF. Não tem direito a efetivação, a não ser que se submeta a concurso
público, quando, aprovado e nomeado, fará jus à contagem do tempo de serviço prestado no período
de estabilidade excepcional, como título.26
No que se refere à contagem do prazo mínimo de cinco anos de exercício da função antes da promulgação
da CF/88 para a aquisição da estabilidade, entende o STF que, no caso dos professores, breves intervalos
nas contratações, decorrentes mesmo da natureza do serviço (magistério), não descaracterizam o direito
do servidor.
Também eventuais faltas ao serviço não obstam a aquisição da estabilidade extraordinária. Para o STF, a
assiduidade absoluta não foi erigida em requisito essencial de estabilidade do art. 19 das Disposições
Transitórias27.
A estabilidade extraordinária não se aplica aos ocupantes de cargos, funções e empregos de confiança ou
em comissão, nem aos que a lei declare de livre exoneração (demissíveis “ad nutum”), conforme disposição
do § 2º do art. 19 do ADCT. Também não se aplica aos professores de nível superior (ou seja, aos docentes
das universidades), nos termos da lei (art. 19, § 3º, ADCT).
O artigo 40 da CF/88 trata do regime previdenciário aplicável aos servidores titulares de cargos efetivos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações. Esse regime
previdenciário é denominado RPPS (Regime Próprio de Previdência Social) e difere do RGPS (Regime Geral
de Previdência Social).
Nesse tópico da aula, iremos tratar do RPPS, que é aplicável aos servidores públicos titulares de cargos
efetivos. Cabe destacar que, até a EC nº 103/2019 (Reforma da Previdência), cada um dos entes federativos
detinha competência para instituir regime de previdência aplicável a seus servidores.
26
RE 167.635, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 17-9-1996, Segunda Turma, DJde 7-2-1997.
27
RE 187.955, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 15-10-1999, Primeira Turma,DJ de 5-11-1999.
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A Reforma da Previdência, entretanto, vedou a criação de novos regimes previdenciários pelos entes
federativos, admitindo apenas aqueles que já existiam até a promulgação da EC nº 103/2019. Desse modo,
Municípios que não tenham instituído seus regimes previdenciários não poderão mais fazê-lo.
Para exemplificar, um determinado Estado da federação só poderá ter um único RPPS, sendo vedada a
existência, nesse Estado, de um regime previdenciário aplicável aos servidores do Poder Executivo e outro
aplicável aos servidores do Poder Legislativo. É o que se depreende a partir da leitura do art. 40, § 20, CF/88:
Art. 40 (...)
Cabe anotar que os regimes de previdência instituídos pelos entes federativos deverão seguir as diretrizes
estabelecidas pelo art. 40, da Constituição Federal de 1988, que é norma que vincula toda a Administração
Pública, de todas as esferas da federação.
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos
terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo,
de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
Depreende-se da leitura do “caput” que o regime tem caráter contributivo e solidário. É contributivo porque
contribuem para o financiamento do sistema (por meio de tributos) o ente público, os servidores ativos, os
aposentados e os pensionistas. E é, também, solidário, pois busca minimizar a desigualdade social e
garantir a todos os segurados condições dignas de vida por meio de tributação daqueles que podem arcar
com esse ônus, inclusive de aposentados e pensionistas.
No art. 40, § 1o, modificado pela Emenda Constitucional no 103, de 2019, estão previstas as hipóteses de
concessão de aposentadoria pelo regime próprio dos servidores públicos estatutários. Que tal lê-lo na
íntegra?
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos
terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo,
de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
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III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65
(sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, na idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas
Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os demais requisitos
estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo.
A partir da leitura do dispositivo acima, podemos depreender que existem as seguintes formas de
aposentadoria para os servidores públicos estatutários:
No passado, se falava em “aposentadoria por invalidez”. Agora, o termo correto é “aposentadoria por
incapacidade permanente para o trabalho”.
Nessa hipótese, o servidor será aposentado quando forem preenchidas 2 (duas) condições:
Vale destacar que a readaptação é uma forma de provimento de cargos públicos que consiste na investidura
do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação sofrida em sua
capacidade física ou mental.
Dessa forma, caso o servidor público tenha limitações físicas ou mentais que o incapacitem para o trabalho,
deve-se buscar, em primeiro lugar, a sua readaptação para outro cargo. Não sendo possível, aí sim é que
caberá a concessão de “aposentadoria por incapacidade permanente para o trabalho”.
Quando for concedida a aposentadoria por incapacidade permanente para o trabalho, será obrigatória a
realização de avaliações periódicas para verificação da continuidade das condições que ensejaram a
concessão da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo.
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de
cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha
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sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde
que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida
a remuneração do cargo de origem.
Ao ser concedida a readaptação, devem ser observados alguns critérios pela Administração. Primeiro, o
servidor público readaptado deverá ter a habilitação necessária para ocupar o cargo de destino. Por
exemplo, se o cargo de destino exige nível superior em Contabilidade, ele deverá ter essa formação
específica. Segundo, o servidor público readaptado deverá ter o nível de escolaridade exigido para o cargo
de destino. Assim, um servidor que tenha apenas o nível médio não poderá, por exemplo, ser readaptado
para o exercício de cargo de nível superior.
É importante destacar, ainda, que, o servidor readaptado manterá a remuneração do seu cargo de origem.
Assim, não importa qual seja a remuneração do cargo de destino, se maior ou menor do que a do cargo de
origem. A remuneração devida ao servidor readaptado será sempre aquela do seu cargo de origem.
b) Aposentadoria compulsória:
Até a edição da EC nº 88/2015 (conhecida como “PEC da Bengala”), os servidores públicos federais, estaduais
e municipais deveriam se aposentar compulsoriamente aos 70 anos. Chegando aos 70 anos, não havia outra
alternativa senão a aposentadoria compulsória.
Com a EC nº 88/2015, a redação do art. 40, § 1º, II, foi modificada e passou a prever que os servidores
públicos serão aposentados compulsoriamente aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco)
anos de idade, na forma de lei complementar.
Como se vê, trata-se de norma de eficácia limitada, dependente de regulamentação para produzir todos os
seus efeitos. Até que fosse editada a mencionada lei complementar, os servidores públicos continuariam se
aposentando compulsoriamente aos 70 anos de idade.
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Todavia, a lei regulamentadora já foi editada. É a Lei Complementar nº 152/2015, aplicável aos servidores
públicos de todas as esferas federativas, bem como aos membros do Poder Judiciário, Ministério Público,
Defensorias Públicas e Tribunais de Contas. Assim, hoje, a aposentadoria compulsória de servidores públicos
já se dá aos 75 (setenta e cinco) anos.
Segundo o STF, a aposentadoria compulsória não se aplica aos servidores ocupantes de cargo
exclusivamente em comissão.28 Isso porque a aposentadoria compulsória somente se destina aos ocupantes
de cargo efetivo, inexistindo, inclusive, qualquer limite de idade para fins de nomeação para cargo em
comissão.
Segundo o art. 100, ADCT, enquanto não entrar em vigor a lei complementar mencionada
no art. 40, , § 1º, II, os Ministros do STF, Ministros dos Tribunais Superiores e Ministros do
TCU irão se aposentar compulsoriamente aos 75 (setenta e cinco) anos de idade. Trata-se
de regra de aplicação automática, independente de edição de qualquer norma
regulamentadora.
É relevante destacar que o art. 100, ADCT, estabelece que a aposentadoria compulsória
desses Ministros deve ser realizada “nas condições do artigo 52, da Constituição Federal”.
Essa regra foi interpretada no sentido de que os Ministros do STF, dos Tribunais Superiores
e do TCU, caso desejem se aposentar após os 70 (setenta) anos, devem se submeter a uma
nova sabatina pelo Senado Federal.
c) Aposentadoria voluntária:
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A primeira grande mudança diz respeito à abrangência das regras de aposentadoria dos servidores públicos.
Antes, as regras gerais sobre aposentadoria voluntária definidas pela Constituição Federal de 1988 se
aplicavam a todos os entes federativos.
Agora, com a EC nº 103/2019, a idade mínima prevista na CF/88 se aplica apenas no âmbito da União. Assim,
no âmbito da União, a idade mínima para a aposentadoria voluntária passou a ser de 62 (sessenta e dois)
anos para a mulher e de 65 (sessenta e cinco) anos para o homem.
Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios passaram a ter autonomia para, mediante emendas às
Constituições Estaduais e emendas às Leis Orgânicas, definir os seus próprios requisitos de idade mínima
para aposentadoria ao amparo do RPPS.
Cabe destacar que a CF/88 prevê que lei complementar de cada ente federativo poderá estabelecer outros
requisitos para a aposentadoria voluntária, dentre os quais exigência de tempo mínimo de contribuição.
A EC nº 103/2019 estabeleceu uma série de regras de transição, que fogem aos objetivos
do Direito Constitucional. Tais regras não fazem parte do corpo permanente do texto
constitucional, integrando apenas o texto da própria EC nº 103/2019.
A principal das regras de transição diz respeito àqueles servidores federais que ingressaram
no serviço público até a data de promulgação da EC nº 103/2019. Tais servidores terão
requisitos um pouco mais simplificados para se aposentar, privilegiando aqueles que têm
data mais próxima de aposentadoria.
Também há regras simplificadas para aqueles servidores que entraram no serviço público
antes da EC nº 103/2019 e que se enquadrem nos seguintes cargos ou carreiras:
........
Agora que já compreendemos quais os tipos de aposentadoria aplicáveis aos servidores públicos, poderemos
analisar outro ponto: qual o seu valor?
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O art. 40, § 2º, CF/88, após a modificação promovida pela EC no 103/2019, passou a dispor que os proventos
de aposentadoria NÃO poderão ser inferiores ao salário-mínimo ou superiores ao limite máximo
estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), obedecidas as demais regras previstas na
Constituição. Suponha, por exemplo, que o teto do RGPS seja de R$ 6.000,00. Esse será o valor máximo de
aposentadoria que um servidor público poderá receber ao amparo do RPPS.
Destaque-se, inclusive, que a EC nº 103/2019 vedou expressamente que seja concedida qualquer
complementação de aposentadoria ou de pensão por morte, a não ser no caso de benefícios decorrentes de
Regime de Previdência Complementar, ao qual o servidor poderá aderir.
Art. 40 (...) § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei
de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime de previdência complementar para
servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios
do Regime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias e das pensões em
regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no § 16.
...
Essa exigência se deu porque o teto do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) passou
a ser o teto do Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Houve, assim, a necessidade de
prever um instrumento para que os servidores pudessem garantir sua aposentadoria num
nível mais próximo ao de sua remuneração.
......
A próxima questão a ser respondida é “como se dá o cálculo dos proventos de aposentadoria dos servidores
públicos”?
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Após a redação dada pela EC no 103/2019, a Carta Magna passou a dispor, em seu art. 40, § 3º, que as regras
para cálculo de proventos de aposentadoria serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. Note
que houve a desconstitucionalização da Previdência Social nesse ponto, uma vez que a forma de cálculo,
outrora prevista na Constituição, passou a ser objeto da legislação infraconstitucional.
.....
Passaremos, agora, à análise das regras de aposentadoria especial para o servidor público. Vejamos o que
dispõe o art. 40, § 4o da CF/88:
b) Servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e
biológicos prejudiciais à saúde.
(*) Cabe destacar que, nesse caso, fica vedada a caracterização por categoria profissional ou
ocupação. Assim, somente aqueles que forem efetivamente expostos a agentes prejudiciais à saúde
é que terão regras especiais de aposentadoria.
Observe que esses profissionais poderão se aposentar com 60 (sessenta) anos de idade, se homens, e 57
(cinquenta e sete) anos, se mulheres.
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...
Outra mudança importante implementada pela Reforma da Previdência teve como objeto o abono de
permanência, regulado pelo art. 40, §19. Antes da EC no 103/19, esse benefício era garantido aos servidores
que tivessem cumprido os requisitos para aposentadoria voluntária e optado por permanecer em atividade,
com valor equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para
aposentadoria compulsória. Após a promulgação da emenda, o texto constitucional mudou essa garantia.
Veja como:
Note que, a partir da promulgação da EC no 103/19, cabe a cada ente federativo decidir se irá ou não instituir
o abono de permanência. Assim, pode-se afirmar que a sua instituição pelo ente federativo deixou de ser
obrigatória. Em outras palavras, está no campo da autonomia política da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios decidir sobre a concessão do abono de permanência aos seus servidores.
O abono de permanência, quando instituído, deverá ser concedido àqueles que cumpriram as exigências
para aposentadoria voluntária, mas optaram por permanecer em atividade. Segundo o texto constitucional,
o abono de permanência será equivalente, no máximo, ao valor da contribuição previdenciária devida pelo
servidor. O valor exato do abono de permanência será, desse modo, definido em lei de cada ente federativo.
Por fim, destacamos a vedação à criação de novos Regimes Próprios de Previdência Social. Em outras
palavras, os entes da federação que não criaram seus Regimes Próprios até a promulgação da EC n o 103/19
não poderão mais fazê-lo. Reproduziremos, a seguir, o texto do art, 40, § 22, da Constituição Federal,
incluído pela Reforma da Previdência:
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime Geral de Previdência
Social;
V - condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de que trata o art.
249 e para vinculação a ele dos recursos provenientes de contribuições e dos bens, direitos
e ativos de qualquer natureza;
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Destaque-se, ainda, a previsão de que lei complementar federal estabelecerá, para os Regimes Próprios que
já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de responsabilidade em sua gestão.
...
Ainda precisamos falar sobre um importante benefício previdenciário: a pensão por morte.
A pensão por morte é devida ao dependente do servidor público que vier a falecer. Por se tratar de benefício
que substitui o rendimento do trabalho, seu valor não poderá ser inferior ao salário mínimo.
O benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei de cada ente federativo. Buscou-se a
desconstitucionalização de regras previdenciárias sobre pensão por morte, que ficaram no campo da
autonomia política da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Ainda sobre a pensão por morte, vale a pena destacar que a Reforma da Previdência previu que a lei de cada
ente federativo que instituir pensão por morte poderá tratar de forma diferenciada a hipótese de morte de
agentes de segurança pública em virtude de agressão física sofrida no exercício ou em razão de sua função.
7 – Administração Tributária
O artigo 37, XVIII, da Constituição, estabelece que a administração fazendária e seus servidores fiscais terão,
dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na
forma da lei.
Esse artigo ressalta a importância da Administração Tributária e de seus servidores para o Estado brasileiro,
por serem eles os responsáveis pela arrecadação de recursos indispensáveis à sua manutenção. No inciso
XXII são assegurados, inclusive, recursos prioritários para a Administração tributária, podendo ser
assegurados até mesmo por vinculação de receitas de impostos:
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(TJ-SP – 2015) A Administração fazendária e os servidores que exercerem o controle interno terão, dentro
de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma
da lei.
Comentários:
Os servidores que exercem o controle interno não têm a prerrogativa de precedência sobre os demais
setores administrativos. Essa prerrogativa é somente das Administrações Tributárias. Questão errada.
8 – Contrato de Gestão
O contrato de gestão, também denominado acordo-programa, foi uma das inovações trazida pela EC nº
19/98, que buscou implementar no Brasil a denominada administração gerencial. Está intimamente
relacionado ao princípio da eficiência na Administração Pública.
O contrato de gestão é um ajuste firmado entre órgãos da Administração direta, entre um órgão e entidade
da Administração indireta ou entre um órgão e entidade paraestatal, qualificada como organização social.
Por meio do contrato de gestão, o Poder Público fixa metas de desempenho para o órgão ou entidade com
quem foi celebrado o ajuste.
Vejamos, agora, o que dispõe o art. 37, § 8º, CF/88 sobre o contrato de gestão:
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No segundo caso, o efeito é contrário: visa-se aumentar o controle sobre as entidades paraestatais, que
passam a obedecer a algumas regras de regime jurídico público. Assim, restringe-se a autonomia da entidade
privada. Por meio do contrato de gestão celebrado com entidades paraestatais, o Poder Público transfere a
prestação de determinados serviços públicos, não exclusivos de Estado.
A doutrina faz algumas críticas ao instituto do acordo-programa. A principal delas se refere à impossibilidade
de celebração de contrato pela Administração Direta com seus próprios órgãos, por serem estes desprovidos
de personalidade jurídica. Outra crítica importante é que o contrato não é lei e, portanto, não seria
instrumento hábil para ampliar a autonomia financeira e orçamentária dos órgãos ou entidades que o
firmarem.
9 – Obrigatoriedade de Licitação
10 – Improbidade Administrativa
Os atos de improbidade administrativa possuem natureza civil e são tipificados em lei federal (Lei no
8.429/92). Caracterizam-se por ferirem, direta ou indiretamente, os princípios da administração pública, por
uma conduta imoral do agente público, que visa ou obter vantagens materiais indevidas ou gerar prejuízos
ao patrimônio público. Vejamos o que determina a Carta da República, no art. 37:
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Segundo a Lei nº 8.429/92, os atos de improbidade administrativa podem ser de três tipos: i) atos que
importam enriquecimento ilícito; ii) atos que causam prejuízo ao Erário; iii) atos que atentam contra os
princípios da Administração Pública e; iv) atos de improbidade decorrentes de concessão ou aplicação
indevida de benefício financeiro ou tributário.
No que se refere a esse tema, a cobrança mais comum é o tipo de penalidade a eles aplicável:
RESSARCIMENTO ao erário
(TRE-RR – 2015) Nos termos da Constituição Federal, os atos de improbidade administrativa sujeitam o
agente ímprobo às sanções de perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, perda dos valores
indevidamente acrescidos a seu patrimônio e multa civil.
Comentários:
A CF/88 não prevê multa civil como sanção à improbidade administrativa. Questão errada.
A responsabilidade civil do Estado é objetiva, o que quer dizer que este terá a obrigação de indenizar os
danos que seus agentes, atuando nessa qualidade, produzirem independentemente de terem agido com
dolo ou culpa. É exatamente isso o que dispõe o art. 37, § 6º, CF/88:
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a) as pessoas jurídicas de direito público (órgãos públicos, autarquias e fundações de direito público).
c) as pessoas jurídicas de direito privado que não integram a Administração Pública, mas que
prestam serviços públicos. É o caso das concessionárias e permissionárias de serviços públicos.
Adota-se, no Brasil, a chamada teoria do risco administrativo. As pessoas jurídicas de direito público e as
pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos terão a obrigação de reparar os danos
que seus agentes, atuando nessa qualidade, produzirem a terceiros, independentemente de dolo ou culpa.
A responsabilidade civil objetiva da Administração alcança os danos produzidos a terceiros usuários e não
usuários do serviço público. Sobre o tema, já decidiu o STF o seguinte:
O princípio da responsabilidade objetiva não tem caráter absoluto, podendo haver atenuação ou até mesmo
exclusão da responsabilidade civil do Estado em algumas situações.
Segundo a teoria do risco administrativo, a obrigação do Estado de indenizar estará afastada diante de
excludentes de responsabilidade, quais sejam: i) culpa exclusiva da vítima; ii) caso fortuito ou força maior
e; iii) fato exclusivo de terceiros. Cabe destacar que, quando a culpa da vítima for concorrente com a do
agente público, a responsabilidade do Estado será mitigada, repartindo-se o “quantum” da indenização.
É relevante assinalar que o art. 37, § 6º, faz menção ao “direito de regresso” do Estado. O direito de regresso
é exercido pela Administração Pública mediante ação judicial (denominada ação regressiva) contra o agente
público que deu causa ao dano, caso este tenha agido com dolo ou culpa.
Suponha, por exemplo, que um motorista de ônibus de passageiros (funcionário de uma concessionária de
serviço público) esteja trafegando em velocidade superior à máxima permitida para a via. Em razão disso,
ocorre um acidente e o ônibus colide com 2 (dois) automóveis, causando-lhes grandes prejuízos. A empresa
de transporte (concessionária de serviço público) terá que indenizar os particulares em virtude da
responsabilidade civil objetiva do Estado. Todavia, caberá ação regressiva contra o motorista, em razão de
este ter agido com imprudência (ou seja, ter tido culpa).
Como regra geral, o Estado não pode ser responsabilizado em virtude de atos judiciais. Entretanto, há uma
exceção: o Estado deverá indenizar o condenado por erro judiciário, assim como aquele que ficar preso além
do tempo fixado na sentença (art. 5º, LXXV). Observe que a responsabilização do Estado em virtude de erro
judiciário se restringe à esfera penal.
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(Instituto Rio Branco – 2015) A regra da responsabilidade civil objetiva aplica-se indistintamente à
administração direta e às entidades que compõem a administração indireta da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios.
Comentários:
A regra da responsabilidade civil objetiva não alcança as empresas públicas e sociedades de economia mista
que exploram atividade econômica. Questão errada.
(TJDFT – 2015) Caso ônibus de empresa privada concessionária de serviço público de transporte atropele
alguém, a responsabilização da empresa será subjetiva pelo fato de a vítima não estar na condição de usuária
do serviço público no momento do acidente.
Comentários:
A responsabilidade das concessionárias de serviço público é objetiva, seja em relação aos usuários ou aos
não-usuários do serviço público. Questão errada.
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QUESTÕES COMENTADAS
1. (FCC/ TRF 3ª Região -2019) Com relação à estabilidade dos servidores públicos, considere:
I. São estáveis somente após cinco anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
II. Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por
comissão instituída para essa finalidade.
III. Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, tendo sido extinto o cargo que ele
ocupava ou declarada a sua desnecessidade, referido servidor ficará em disponibilidade, com remuneração
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
a) I e II, apenas.
b) I, II e III.
c) II e III, apenas.
d) I, apenas.
e) III, apenas.
Comentários:
A primeira assertiva está errada. O art. 41, “caput”, da CF/88, dispõe que “são estáveis após três anos de
efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público”.
A segunda assertiva está correta. O art. 41, § 4º, da Carta Magna, prevê que “como condição para a aquisição
da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa
finalidade”
A terceira assertiva está correta. O examinador combinou os §§ 3º e 4º do art. 41 da Constituição:
Art. 41, § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele
reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem,
sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com
remuneração proporcional ao tempo de serviço.
Caso seja invalidada a demissão do servidor estável, por sentença judicial, ele será reintegrado. Entretanto,
caso seu cargo tenha sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao
tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
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O gabarito é a letra C.
2. (FCC / TRF 4ª Região – 2019) Ronaldo é Ministro de Estado e Paulo é Secretário Municipal. No que
concerne à remuneração de ambos os servidores públicos e obedecido o disposto na Constituição Federal,
Ronaldo
a) será remunerado exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de adicional,
prêmio e verba de representação, enquanto Paulo será remunerado por subsídio fixado em parcela única,
sendo possível o acréscimo de adicional e prêmio, vedada verba de representação.
b) e Paulo serão remunerados por subsídio fixado em parcela única, sendo possível o acréscimo de adicional
e prêmio, vedada verba de representação.
c) e Paulo serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo,
dentre outras vantagens, de adicional, prêmio e verba de representação.
d) e Paulo serão remunerados por subsídio fixado em parcela única, sendo possível, dentre outras vantagens,
o acréscimo de adicional, prêmio e verba de representação.
e) e Paulo serão remunerados por subsídio fixado em parcela única, sendo possível o acréscimo de adicional
e verba de representação e vedado prêmio.
Comentários:
O art. 39, § 4º, da Carta Magna, determina que “o membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por
subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio,
verba de representação ou outra espécie remuneratória”. O gabarito é a letra C.
Comentários:
A Carta Magna prevê, em seu art. 38, III, que o servidor público da Administração direta, autárquica e
fundacional investido no mandato de vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo. Caso não haja
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compatibilidade de horários, por outro lado, o servidor será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-
lhe facultado optar pela sua remuneração. O gabarito é a letra A.
4. (FCC / AFAP – 2019) À luz das normas constitucionais que regem a Administração pública,
a) a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação social, dela podendo constar símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades, desde que distintos dos utilizados durante a campanha eleitoral.
b) as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão
pelos danos que seus agentes causarem a terceiros, desde que comprovado dolo ou culpa.
c) o servidor público investido no mandato de Deputado Estadual, havendo compatibilidade de horários,
perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo.
d) é permitida a acumulação remunerada de um cargo público de professor com outro cargo público técnico,
quando houver compatibilidade de horários.
e) o prazo de validade do concurso público será de até 3 anos, prorrogável uma vez, por igual período.
Comentários:
Letra A: errada. A Carta Magna proíbe que os administradores vinculem sua imagem a atividades
administrativas para fim de promoção pessoal. O art. 37, § 1º, da Constituição, determina que “a publicidade
dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades, desde que distintos dos utilizados durante a campanha eleitoral”.
Letra B: errada. A responsabilidade civil do Estado é objetiva. Cabe a ele indenizar os danos que seus agentes
produzirem, atuando nessa qualidade, independentemente de terem agido com dolo ou culpa. Nesse
sentido, o art. 37, § 6º, da Constituição, prevê que “as pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”.
Letra C: errada. O servidor público investido no mandato de Deputado Estadual ficará afastado de seu cargo,
emprego ou função (art. 37, § 6º, CF).
Letra E: errada. O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por
igual período (art. 37, III, CF).
O gabarito é a letra D.
5. (FCC / SEFAZ-GO – 2018) Suponha que edital de concurso público para preenchimento de cargos de
provimento efetivo no âmbito da Administração direta de determinado Estado estabeleça limite de idade
para inscrição no certame. Certo indivíduo, cuja inscrição foi indeferida administrativamente, em caráter
definitivo, em função do referido limite, impetra mandado de segurança, com vistas a assegurar sua
participação, sob o fundamento de ser inconstitucional a exigência editalícia em questão. Nesse caso,
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considerado o disposto na Constituição Federal, bem como a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
na matéria, o mandado de segurança é, em tese:
a) cabível, por se destinar à tutela de suposto direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou
habeas data, lesado por ato de autoridade pública; e, no mérito, será procedente, ainda que o limite de
idade esteja previsto em lei, uma vez que é proibido o estabelecimento de diferença de critérios de admissão
por motivo de idade.
b) cabível, por se destinar à tutela de suposto direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou
habeas data, lesado por ato de autoridade pública; mas, no mérito, será improcedente, se o limite de idade
estiver previsto em lei e puder ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.
c) incabível, pois o mandado de segurança não é meio idôneo para o exercício de controle de
constitucionalidade, sendo hipótese de ajuizamento de ação civil pública, para a qual estão legitimados o
Ministério Público ou, se o prejudicado comprovar insuficiência de recursos, a Defensoria Pública.
d) incabível, pois o mandado de segurança não é substitutivo de ação popular, a qual seria adequada na
situação em tela, e para a qual estaria legitimado qualquer cidadão, ficando o autor, salvo comprovada má-
fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
e) incabível, independentemente do cargo a ser preenchido, se o limite de idade estiver previsto em lei, uma
vez que não haverá prática de ilegalidade ou abuso de poder por parte da autoridade pública, hipótese em
que a lei deverá ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade, perante o Supremo Tribunal Federal,
para cuja propositura, no entanto, não está legitimado o prejudicado pela exigência editalícia.
Comentários:
a) O mandado de segurança é remédio constitucional utilizado para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data. Segundo o art. 5º, LXIX, “conceder-se-á mandado de segurança
para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público”.
b) Limite de idade em concurso público deve ser fixado por lei, não sendo o edital instrumento suficiente
para impor tal exigência. Segundo o STF, o limite de idade para a inscrição em concurso público apenas é
legítimo quando justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. (ARE 678.112, Rel. Min
Luiz Fux, 17.05.2016).
Letra A: errada. Não há proibição ao estabelecimento de diferença de critérios de admissão por motivo de
idade.
Letra B: correta. Na situação apresentada, é cabível mandado de segurança. O mandado de segurança será
julgado improcedente no mérito caso o limite de idade esteja previsto em lei e possa ser justificado pela
natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.
Letra C: errada. Por meio de mandado de segurança, é possível que se realize o controle difuso de
constitucionalidade.
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Letra D: errada. Não cabe ação popular na situação apresentada. A ação popular é proposta com o objetivo
de se anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural.
Letra E: errada. Mesmo que o limite de idade esteja previsto em lei, é possível que seja ajuizado o mandado
de segurança. O indivíduo pode alegar, afinal, que a lei é inconstitucional porque a exigência de idade mínima
não se justifica em face das atribuições do cargo.
O gabarito é a letra B.
6. (FCC / CLDF – 2018) De acordo com a Constituição Federal, considerando apenas os dados aqui
fornecidos, o servidor público ocupante, há cinco anos, de cargo efetivo da Administração direta, que se
eleger Deputado Distrital, durante o exercício de seu mandato,
a) ficará afastado de seu cargo, sendo contado seu tempo de serviço para todos os efeitos legais, exceto para
promoção por merecimento.
b) ficará afastado de seu cargo, sendo contado seu tempo de serviço para todos os efeitos legais, inclusive
para promoção por merecimento.
c) não ficará afastado do seu cargo se houver compatibilidade de horários, percebendo as vantagens de seu
cargo efetivo, sem prejuízo da remuneração oriunda do mandato eletivo.
d) não ficará afastado do seu cargo se houver compatibilidade de horários, percebendo apenas a
remuneração referente ao exercício do mandato eletivo.
e) perderá seu cargo e somente poderá prestar novo concurso público para exercer cargo no Distrito Federal
após um ano do término do exercício do mandato eletivo.
Comentários:
O servidor público eleito para exercer mandato eletivo federal, estadual ou distrital ficará afastado do seu
cargo efetivo. Ao assumir o mandato, passará a receber apenas a remuneração do mandato. Esse tempo de
afastamento é contado para todos os efeitos legais, exceto para fins de promoção por merecimento.
O gabarito é a letra A.
7. (FCC / TRT 2ª Região – 2018) Determinada lei municipal editada em matéria de servidores públicos
cria funções de confiança que podem ser exercidas por servidores ocupantes de cargos em comissão, estes
nomeados independentemente de concurso público. A mesma lei indica que ocupantes de cargos em
comissão podem apenas exercer funções de direção, chefia e assessoramento, sendo passíveis de livre
exoneração. Há inconstitucionalidade na referida lei no tocante à:
a) previsão da exoneração dos servidores titulares de cargos em comissão independentemente de
observância do devido processo legal.
b) possibilidade de exercício de funções de confiança por servidores ocupantes de cargos em comissão.
c) previsão do assessoramento como função que pode ser exercida pelo servidor titular de cargo em
comissão.
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Comentários:
Para resolver essa questão, o aluno precisa estar antenado em 3 (três) importantes informações:
2) Os cargos em comissão são declarados em lei de livre nomeação e exoneração, ou seja, podem ser
nomeados independentemente de concurso e podem ser exonerados sem a observância do devido processo
legal.
8. (FCC / TRT 6ª Região – 2018) Integram o universo de agentes alcançados pelo teto remuneratório
constitucional, previsto no artigo 37, XI, da Constituição Federal, os servidores públicos ocupantes de
cargos,
a) funções e empregos públicos na Administração direta, autárquica e fundacional, excluídos os membros de
Poderes e os detentores de mandato eletivo, assim como os empregados de empresas públicas e sociedades
de economia mista dependentes.
b) funções e empregos públicos na Administração direta e na Administração indireta, excluídos os
empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista.
c) funções e empregos públicos na Administração direta, excluídos, para essa finalidade, os servidores
(sentido lato) da Administração indireta.
d) funções e empregos públicos na Administração direta, autárquica e fundacional, os membros de quaisquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito federal e dos Municípios, os detentores de mandato eletivo
e os demais agentes políticos, assim como os empregados de empresas públicas e sociedades de economia
mista e subsidiárias dependentes.
e) na Administração direta e na Administração indireta, excluídos os detentores de funções e empregos
públicos, da Administração direta ou indireta.
Comentários:
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9. (FCC / ALESE – 2018) Em conformidade com a disciplina constitucional atinente aos órgãos,
entidades e servidores da Administração pública,
a) é vedado a todo servidor público civil o direito à livre associação sindical.
b) o prazo de validade do concurso público será de até um ano, prorrogável uma vez, por igual período.
c) os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis apenas aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, sendo vedada, em qualquer hipótese, a contratação de estrangeiros
d) é admitida a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público, de acordo com os casos estabelecidos em lei.
e) é permitida a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para efeito de
remuneração de pessoal do serviço público.
Comentários:
Letra A: errada. A Carta Magna assegura aos servidores públicos civis o direito à livre associaçãoo sindical
(art. 37, VI, CF). Já aos militares, veda a sindicalização e a greve (art. 142, § 3 o, IV, CF).
Letra B: errada. O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por
igual período (art. 37, III, CF).
Letra E: errada. A Carta Magna veda a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para
o efeito de remuneração de pessoal do serviço público (art. 37, XIII, CF).
O gabarito é a letra D.
10. (FCC / TST – 2017) Determinados empregados de empresa pública estadual, sujeitos ao regime
jurídico trabalhista, tiveram seus salários majorados para ajustá-los aos valores médios pagos no mercado.
Em razão disso, esses empregados, que antes percebiam salário em valor equivalente ao subsídio do
Governador, passaram a perceber em valor superior ao do subsídio pago aos Ministros do Supremo
Tribunal Federal – STF. O aumento, todavia, não impactou os cofres do Tesouro, uma vez que a referida
empresa não recebe recursos do Estado para arcar com suas despesas de pessoal e de custeio em geral.
Nessa situação, a nova remuneração paga aos referidos empregados mostra-se:
a) inconstitucional, uma vez que os empregados de empresas públicas estaduais não podem perceber salário
acima do subsídio pago aos Ministros do STF, que constitui o limite remuneratório máximo a ser observado
pela Administração pública em geral, ainda que possam perceber remuneração superior ao subsídio pago ao
Governador.
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b) inconstitucional, uma vez que os empregados de empresas públicas estaduais não podem perceber salário
acima do subsídio pago ao Governador, que constitui o limite remuneratório máximo a ser observado pela
Administração pública estadual.
c) constitucional, uma vez que, embora os salários a serem pagos superem o subsídio dos Ministros do STF,
que é o limite remuneratório máximo a ser observado pela Administração pública em geral, os empregados
de empresas públicas não estão sujeitos a esse limite porque são sujeitos ao regime jurídico trabalhista.
d) constitucional, uma vez que, embora os salários a serem pagos superem o limite remuneratório máximo
a ser observado pela Administração pública estadual, não estão sujeitos a esse limite os empregados de
empresa pública que não receba recursos financeiros do Estado para arcar com suas despesas de pessoal e
de custeio em geral.
e) constitucional, uma vez que, embora os salários a serem pagos superem o subsídio do Governador, que é
o limite remuneratório máximo a ser observado pela Administração pública estadual, esse limite aplica-se
apenas aos cargos públicos, inclusive aos eletivos, mas não aos empregos públicos.
Comentários:
O teto remuneratório da Administração Pública é o subsídio mensal dos Ministros do STF. Esse teto
remuneratório se aplica às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que
receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para pagamento de despesas
de pessoal ou de custeio em geral.
Na situação apresentada, a empresa pública não recebe recursos públicos para pagamento de despesas de
pessoal ou de custeio em geral. Logo, não se aplica o teto constitucional. Portanto, a nova remuneração
paga aos empregados, embora extrapole o teto remuneratório, é constitucional.
O gabarito é a letra D.
11. (FCC / TRT 11a Região – 2017) Sérgio é servidor público da Administração direta e candidatar-se-á,
nas próximas eleições municipais, para o cargo de Prefeito. Investido no mandato de Prefeito, Sérgio
a) será afastado do seu cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração, e seu
tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento.
b) será afastado do seu cargo, emprego ou função, sendo-lhe vedado optar pela sua remuneração, e seu
tempo de serviço não será contado durante o período do afastamento para nenhum efeito.
c) será afastado do seu cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração, e seu
tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, inclusive para promoção por merecimento.
d) perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, havendo compatibilidade de horários, sem
prejuízo da remuneração do cargo eletivo e, não havendo compatibilidade, não poderá perceber sua
remuneração.
e) não será afastado do seu cargo, emprego ou função, mas não receberá sua remuneração, sendo que seu
tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, inclusive para promoção por merecimento.
Comentários:
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A Carta Magna estabelece algumas regras para os servidores em exercício de mandato eletivo. De acordo
com o art. 38, da CF/88, caso o servidor seja investido no mandato de Prefeito, deverá ser afastado do cargo,
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração. Nesse caso, seu tempo de serviço
será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento.
O gabarito é a letra A.
12. (FCC / TRE-SP – 2017) Ao disciplinar o regime de previdência dos servidores públicos titulares de
cargos efetivos, a Constituição da República
a) autoriza a instituição, por lei de iniciativa do Poder Legislativo da esfera correspondente, de regime de
previdência complementar para os servidores da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, podendo
fixar, para valor das aposentadorias e pensões, nesse caso, o limite máximo estabelecido para os benefícios
do regime geral.
b) estabelece a obrigatoriedade de os servidores se aposentarem, com proventos proporcionais ao tempo
de contribuição, aos 70 anos de idade, na forma de lei complementar.
c) admite a adoção de requisitos e critérios diferenciados para os casos de servidores cujas atividades sejam
exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, devendo ser aplicadas,
no que couber, as regras do regime geral sobre aposentadoria especial, até a edição de lei complementar
específica.
d) veda a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência em questão, ainda que
decorrentes do exercício de cargos passíveis de acumulação, como dois de professor ou dois privativos de
profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
e) prevê que a concessão do benefício de pensão por morte, regulamentado por lei complementar, será igual
ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral, caso em atividade na data do óbito.
Comentários:
Letra A: errada. A lei que institui o regime próprio é de iniciativa do Poder Executivo da esfera
correspondente, não do Poder Legislativo (art. 40, § 15, CF).
Letra B: errada. Até a edição da EC nº 88/2015 (conhecida como “PEC da Bengala”), os servidores públicos
federais, estaduais e municipais deveriam se aposentar compulsoriamente aos 70 anos. Com a EC nº
88/2015, a redação do art. 40, § 1º, II, foi modificada e passou a prever que os servidores públicos serão
aposentados compulsoriamente aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade,
na forma de lei complementar.
Art. 40 (...)
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I - portadores de deficiência;
III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física.
Letra E: errada. O valor da pensão por morte será igual (art. 40, § 7º, CF):
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para
os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por
cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito;
O gabarito é a letra C.
13. (FCC / TRE-SP – 2017) O ato de nomeação de irmão de ocupante de cargo de direção em Secretaria
de Estado para cargo em comissão de assessoramento do Governador
a) viola a Constituição da República e pode ser objeto de ação popular perante o Supremo Tribunal Federal.
b) é compatível com a Constituição da República.
c) viola a Constituição da República e pode ser objeto de mandado de segurança perante o Supremo Tribunal
Federal.
d) viola a Constituição da República e pode ser objeto de reclamação perante o Supremo Tribunal Federal.
e) viola a Constituição da República e pode ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade perante o
Supremo Tribunal Federal.
Comentários:
“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o
terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido
em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de
confiança, ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta, em qualquer
dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”
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O irmão de Secretário de Estado, portanto, não pode ser nomeado assessor do Governador, sob pena de
reclamação ao STF. Esse instrumento está previsto no art. 103-A, § 3o, da Constituição, sendo cabível quando
há o descumprimento de Súmula Vinculante por ato administrativo.
Art. 103-A, § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que
indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a
procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará
que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.
O gabarito é a letra D.
14. (FCC / TRE-SP – 2017) Dois servidores públicos titulares de cargos efetivos de médico foram eleitos
Deputado Federal e Deputado Estadual. Nas eleições municipais, foram eleitos Prefeito e Vereador
servidores públicos titulares de cargos efetivos de professor universitário. No exercício dos respectivos
mandatos,
a) todos devem exonerar-se dos respectivos cargos públicos, sob pena de perderem o mandato por decisão
proferida pelas respectivas Casas Legislativas e, no caso do Prefeito, por decisão proferida pelo Tribunal de
Justiça.
b) todos devem ser afastados dos respectivos cargos públicos, sendo que seu tempo de serviço será contado
para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento, enquanto durar o mandato.
c) os Deputados devem ser afastados dos cargos de médico, ao passo que o Prefeito e o Vereador, havendo
compatibilidade de horários, perceberão as vantagens de seu cargo público efetivo, sem prejuízo da
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, serão afastados do cargo público efetivo,
podendo optar pela sua remuneração.
d) o Prefeito deve ser afastado do cargo público efetivo enquanto durar o mandato, mas os Deputados e o
Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberão as vantagens de seu cargo público efetivo, sem
prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, serão afastados do cargo público
efetivo, podendo optar pela sua remuneração.
e) os Deputados e o Prefeito devem ser afastados do cargo público efetivo, mas o Vereador, havendo
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo público efetivo, sem prejuízo da
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será afastado do cargo público efetivo,
podendo optar pela sua remuneração.
Comentários:
1) Servidores públicos eleitos para mandatos eletivos federais, estaduais e distritais. Serão afastados do
cargo efetivo, passando a exercer o mandato eletivo. Receberão, portanto, a remuneração do mandato
eletivo.
2) Servidor público eleito para o mandato de Prefeito. Será afastado do cargo efetivo, passando a exercer
o mandato eletivo. Poderá optar pela remuneração do cargo efetivo ou do mandato de Prefeito.
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3) Servidor público eleito para o mandato de Vereador: Havendo compatibilidade de horários, poderá
acumular o cargo efetivo e o mandato de Vereador. Nesse caso, receberá ambas as remunerações. Não
havendo compatibilidade de horários, será afastado do cargo efetivo, podendo optar pela remuneração.
15. (FCC / TRT 21ª Região – 2017) João foi contratado por tempo determinado, mediante processo
seletivo simplificado, para atuar junto a órgão da Administração direta, integrante do Poder Executivo de
certo Estado, a fim de atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. À luz do
disposto na Constituição, a remuneração de João
a) não poderá exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, embora
possa ser superior ao do Governador do Estado respectivo.
b) não poderá exceder o subsídio mensal do Governador do Estado respectivo.
c) não estará sujeita ao limite aplicável aos servidores ocupantes de cargos efetivos, uma vez que foi
contratado por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de excepcional interesse
público.
d) terá como limite o subsídio mensal dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado respectivo,
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal.
e) não poderá exceder o subsídio mensal, em espécie, do Presidente da República, que funciona como limite
para a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da Administração
direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.
Comentários:
Para resolver a questão, era importante que o aluno conhecesse o art. 37, XI, CF/88:
No Poder Executivo estadual, o limite remuneratório é o subsídio do Governador. Esse limite remuneratório
se aplica todos os ocupantes de cargos, funções e empregos públicos, o que abrange também aqueles que
forem contratados por tempo determinado.
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Desse modo, a remuneração de João não poderá exceder o subsídio mensal do Governador do Estado.
O gabarito é a letra B.
16. (FCC / TRT 14a Região – 2016) Bruna é servidora pública efetiva do Tribunal Regional do Trabalho
da 14ª Região e pretende se candidatar ao cargo de Vereadora. Neste caso, se eleita, no exercício de
mandato eletivo, não havendo compatibilidade de horários, Bruna será
a) exonerada do cargo exercido no TRT da 14ª Região para poder exercer o cargo de Vereadora, ante a
incompatibilidade existente.
b) afastada do cargo exercido no TRT da 14ª Região, devendo obrigatoriamente receber a remuneração do
cargo efetivo exercido.
c) afastada do cargo exercido no TRT da 14ª Região, devendo obrigatoriamente receber a remuneração do
cargo de Vereadora.
d) afastada do cargo exercido no TRT da 14ª Região, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
e) afastada do cargo exercido no TRT da 14ª Região, devendo obrigatoriamente receber 50% da remuneração
de cada cargo.
Comentários:
Quando o servidor público é investido no mandato de Vereador, será possível, havendo compatibilidade de
horários, a acumulação do cargo público e do mandato eletivo.
Todavia, se não houver compatibilidade de horários, o servidor será afastado do cargo público, passando a
ocupar o mandato eletivo e podendo optar pela remuneração. A resposta é a letra D.
17. (FCC / TRT 23a Região – 2016) Sobre servidores públicos no sistema constitucional brasileiro, é
INCORRETO afirmar:
a) Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público
de provas, ou de provas e títulos, será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir
cargo ou emprego, na carreira.
b) São garantidos ao servidor público civil o direito à livre associação sindical e o direito de greve.
c) É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração
de pessoal do serviço público.
d) Os servidores fiscais da administração fazendária terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição,
precedência sobre os demais setores administrativos.
e) A estabilidade do servidor público nomeado por concurso público é imediata à posse e efetivo exercício.
Comentários:
Letra A: correta. Segundo o art. 37, IV, CF/88, “durante o prazo improrrogável previsto no edital de
convocação, aquele aprovado em concurso público de provas, ou de provas e títulos, será convocado com
prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira”.
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Letra B: correta. A CF/88 garante aos servidores públicos o direito à livre associação sindical e o direito de
greve.
Letra C: correta. O art. 37, XIII, CF/88, veda a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies
remuneratórias para o efeito de remuneração do pessoal do serviço público.
Letra D: correta. O art. 37, XVIII, CF/88 garante aos servidores fiscais da administração fazendária o direito
de precedência.
Letra E: errada. A estabilidade do servidor público ocorrerá após 3 (três) anos de efetivo exercício e
avaliação especial de desempenho. Não se pode falar, portanto, que a estabilidade é imediata à posse.
O gabarito é a letra E.
Comentários:
Letra A: errada. Os concursos públicos podem, sim, estabelecer discriminações em razão da idade dos
candidatos. No entanto, as restrições em razão da idade devem ser fixadas por lei (e não apenas pelo edital!).
Letra B: errada. A Súmula Vinculante nº 14 prevê que “só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a
habilitação de candidato a cargo público”. Em outras palavras, o edital não é instrumento suficiente para,
sozinho, impor a realização de exame psicotécnico.
Letra C: correta. A altura dos candidatos pode ser um critério eliminatório nos concursos públicos. No
entanto, há que se observar o princípio da proporcionalidade ao impor tal restrição. Por exemplo, nos
concursos da área de segurança pública, a altura mínima é um requisito razoável. De qualquer modo, cabe
destacar que esse tipo de restrição deverá estar previsto em lei (e não apenas no edital!)
Letra D: errada. O STF entende que cláusulas de barreira em concursos públicos são constitucionais. Um
exemplo de cláusula de barreira seria a eliminação de candidato que, apesar de ter conseguido a nota mínima
para ser aprovado na 1a fase de um concurso, não foi incluído dentre os candidatos correspondentes ao
dobro de vagas oferecidas.
Letra E: errada. Nem todos os cargos públicos são acessíveis aos estrangeiros. Assim, não se pode dizer que
os concursos públicos são disputados, indiscriminadamente, por brasileiros e estrangeiros.
O gabarito é a letra C.
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19. (FCC / ISS Teresina – 2016) Considerando as regras constitucionais vigentes a respeito da
aposentadoria de servidores públicos civis, e excluídos os regimes jurídicos transitórios aplicáveis à
matéria, considere:
I. Ao servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão declarado de livre provimento e exoneração,
bem como de emprego público, aplica-se o regime geral da previdência social.
II. Considerando a autonomia dos entes federativos, cabe a cada um deles dispor sobre o regime jurídico de
previdência oficial de seus servidores, não lhes sendo aplicáveis os requisitos e critérios estabelecidos para
o regime geral da previdência social.
III. Por força do princípio da igualdade, o aumento de remuneração concedido a servidores públicos ativos
deve repercutir imediatamente no valor pago a título de aposentadoria para os servidores públicos inativos
da mesma carreira, respeitado o limite máximo de remuneração aplicável à categoria.
IV. Professora universitária da rede pública pode aposentar-se com proventos integrais caso tenha cumprido
50 anos de idade, 25 anos de contribuição, 10 anos de efetivo exercício no serviço público e 5 anos de
exercício no cargo em que se dará a aposentadoria.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II, III e IV.
b) I.
c) II e III.
d) I, II e III.
e) III e IV.
Comentários:
A primeira assertiva está correta. Estão vinculados ao RGPS: i) servidor ocupante exclusivamente de cargo
em comissão; ii) ocupantes de empregos públicos; iii) ocupantes de funções temporárias.
A segunda assertiva está errada. De fato, cada ente federativo tem competência para dispor sobre o regime
jurídico aplicável a seus servidores. No entanto, segundo o art. 40, § 12, CF/88, “o regime de previdência dos
servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para
o regime geral de previdência social”.
A terceira assertiva está errada. Não há que se falar em paridade de remuneração entre servidores ativos e
inativos. O aumento da remuneração de servidores públicos ativos não repercute imediatamente sobre a
aposentadoria dos inativos
A quarta assertiva está errada. As servidoras públicas se aposentam com 55 anos de idade e 30 anos de
contribuição. Esses requisitos são reduzidos em 5 anos para o professor que comprove exclusivamente
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino médio e fundamental.
Assim, essa “aposentadoria especial” não se aplica a professores universitários.
O gabarito é a letra B.
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Comentários:
21. (FCC / TRT 1a Região – 2016) A Constituição Federal assegura, em seu art. 39, §3°, entre outros, aos
servidores ocupantes de cargos públicos os seguintes direitos também previstos em seu art. 7°:
I. adicional para as atividades insalubres.
II. irredutibilidade de salário.
III. repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos.
IV. licença-paternidade.
Está correto o que consta APENAS em
a) III e IV.
b) II e IV.
c) I, II e IV.
d) I, II e III.
e) I e III.
Comentários:
Segundo o art. 39, § 3º, CF/88, “aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV,
VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados
de admissão quando a natureza do cargo o exigir”.
Dentre esses dispositivos mencionados no art. 39, § 3º, CF/88, não estão os seguintes direitos: FGTS,
irredutibilidade do salário e adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas.
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Observe, todavia, que o art. 37, XVI, prevê que “o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e
empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º,
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I”.
A licença paternidade e o repouso semanal remunerado (preferencialmente aos domingos) são direitos
assegurados aos servidores públicos.
O gabarito é a letra A.
22. (FCC / TRT 9a Região – 2015) Sobre as regras estabelecidas na Constituição Federal acerca da
Administração pública é correto afirmar que:
a) os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos estrangeiros, na forma da lei.
b) a investidura em cargo e emprego público, inclusive em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração, depende, no mínimo, de processo seletivo simplificado.
c) o prazo de validade dos concursos públicos será de três anos, prorrogável uma vez, por igual período.
d) a remuneração dos servidores públicos somente poderá ser fixada e alterada por lei específica, decreto
do Executivo ou decreto do Legislativo.
e) é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de
horários, nas hipóteses de dois cargos das áreas da educação, saúde e segurança pública.
Comentários:
Letra A: correta. Segundo o art. 37, I, CF/88, “os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei”.
Letra B: errada. Os cargos em comissão são de livre nomeação e exoneração. A investidura em cargo em
comissão independe de concurso público ou processo seletivo simplificado.
Letra C: errada. O prazo de validade de concurso público é de até 2 (dois) anos, prorrogável uma vez por
igual período.
Letra D: errada. Somente lei específica é que pode fixar a remuneração de servidores públicos.
Letra E: errada. As hipóteses de acumulação remunerada de cargos públicos são as seguintes: i) um cargo
de professor com outro técnico ou científico; ii) dois cargos de professor; ii) dois cargos ou empregos
privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
O gabarito é a letra A.
23. (FCC / TRT 9a Região – 2015) No que se refere às regras constitucionais aplicáveis à Administração
pública, é VEDADO:
a) promover a revisão geral anual da remuneração dos servidores públicos sempre na mesma data.
b) contratar servidor ou pessoal por tempo determinado.
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c) exigir qualificação técnica e econômica, indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações, para
contratar com o Poder Público.
d) acumular dois cargos ou empregos privativos de profissionais da saúde, caso haja compatibilidade de
horário.
e) vincular ou equiparar espécie remuneratória para efeito de remuneração pessoal do serviço público.
Comentários:
Letra A: errada. O art. 37, X, CF/88 assegura a revisão geral anual da remuneração dos servidores públicos,
sempre na mesma data e sem distinção de índices.
Letra B: errada. O art. 37, IX, CF/88 prevê que a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo
determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público.
Letra C: errada. O art. 37, XXI, CF/88 permite que o Poder Público estabeleça exigências de qualificação
técnica e econômica em licitações.
Letra E: correta. Segundo o art. 37, XIII, “é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies
remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público”.
O gabarito é a letra E.
Comentários:
A primeira assertiva está correta. O servidor público tem direito à livre associação sindical, em qualquer
hipótese.
A segunda assertiva está errada. Os servidores públicos têm direito à irredutibilidade de subsídios e
vencimentos, porém há ressalvas constitucionais. Segundo o art. 37, XV, “o subsídio e os vencimentos dos
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ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste
artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I”.
A terceira assertiva está errada. A acumulação remunerada de cargos públicos apenas é autorizada em
hipóteses previstas na CF/88 e se houver compatibilidade de horários.
O gabarito é a letra C.
25. (FCC / TRE-AP – 2015) Caio é professor remunerado de Direito em uma Universidade Pública e
prestou concursos para ministrar aulas em outras duas Universidades Públicas. Caio:
a) poderá acumular os três cargos públicos, pois não há vedação ou limitação para o exercício de função
pública de professor.
b) poderá acumular até quatro cargos de professor, desde que haja compatibilidade de horários.
c) não poderá acumular nenhum cargo público remunerado.
d) poderá acumular até três cargos de professor, desde que as Universidades estejam situadas em diferentes
cidades.
e) poderá acumular apenas dois cargos de professor, desde que haja compatibilidade de horários.
Comentários:
Havendo compatibilidade de horários, é possível que Caio acumule 2 (dois) cargos públicos de professor.
Observa-se que não é possível a acumulação de 3 cargos públicos de professor. A resposta é a letra E.
26. (FCC / TRE-SE – 2015) O ocupante de cargo efetivo em órgão da Administração direta de
determinado Estado da federação que venha a ser investido no mandato de Prefeito da capital do referido
Estado:
a) será afastado do cargo, não se computando o tempo de serviço para os fins legais, exceto promoção por
antiguidade.
b) será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar por sua remuneração.
c) perderá o cargo, para o qual somente poderá retornar mediante concurso público.
d) perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do mandato eletivo, ainda que não
haja compatibilidade de horários.
e) perceberá as vantagens de seu cargo, com prejuízo da remuneração do mandato eletivo, se não houver
compatibilidade de horários.
Comentários:
Ao ser investido no mandato de Prefeito, o servidor público será afastado do seu cargo, podendo optar pela
remuneração do cargo ou pela remuneração de Prefeito. O gabarito é a letra B.
27. (FCC / Manausprev – 2015) Sobre o que dispõe a Constituição Federal acerca do Regime
Previdenciário dos Servidores Públicos titulares de cargos públicos efetivos, é correto afirmar que:
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Comentários:
Letra A: errada. Os inativos e pensionistas também devem contribuir para o regime de previdência dos
servidores públicos. É o que se extrai do art. 40, CF/88, que estabelece o seguinte:
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e
inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e
o disposto neste artigo.
Letra B: errada. A aposentadoria compulsória dos servidores públicos ocorrerá aos 70 (setenta) anos, ou aos
75 (setenta e cinco) anos, na forma de lei complementar.
Letra C: errada. Segundo o art. 40, § 9º, CF/88, “o tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será
contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade”.
Letra D: correta. É isso mesmo! Os proventos de aposentadoria serão calculados levando-se em consideração
as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor ao RPPS.
Letra E: errada. Os servidores ocupantes exclusivamente de cargos em comissão não estão abrangidos pelo
RPPS (Regime Próprio de Previdência Social), mas sim pelo RGPS (Regime Geral de Previdência Social)
O gabarito é a letra D.
28. (FCC / TRT 4a Região – 2015) Engenheiro ocupante de emprego público junto a empresa pública
municipal é eleito Prefeito de outro município, passando a exercer o mandato juntamente com o emprego
público municipal, cumulando as respectivas remunerações. Como Prefeito, nomeou sua esposa como
Secretária Municipal de Educação. À luz da Constituição Federal, o Prefeito deve ser afastado do emprego
público:
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Comentários:
O servidor público investido no cargo de Prefeito deverá ser afastado do cargo, podendo optar pela
remuneração. Essa regra é válida mesmo que houver compatibilidade de horários.
Quanto ao fato de o Prefeito nomear parente para o cargo de Secretário Municipal, não há qualquer
impedimento a que isso seja feito. A princípio, poderíamos pensar que estamos diante da prática de
nepotismo e que a Súmula Vinculante nº 13 veda esse tipo de nomeação. Entretanto, a Súmula Vinculante
nº 13 não alcança a nomeação para cargos políticos.
29. (FCC / TCM-RJ – 2015) Determinada instituição financeira, constituída sob a forma de sociedade de
economia mista exploradora de atividade econômica e que atua em regime de competição no mercado foi
acionada judicialmente por um cidadão, que objetiva ser indenizado por alegados prejuízos materiais e
danos morais em razão da inclusão de seu nome em cadastro de devedores, em decorrência de equívoco
da referida instituição. O cidadão fundamentou seu pedido na responsabilidade civil da Administração
pública, na forma preconizada pelo artigo 37, § 6º, da Constituição Federal. Referida pretensão, com o
fundamento apresentado, afigura-se
a) incabível, uma vez que sua natureza e regime de atuação no mercado privado, afasta a responsabilidade
objetiva típica das prestadoras de serviço público.
b) cabível, desde que comprovada a responsabilidade objetiva da empresa, submetida a regime jurídico de
direito público.
c) cabível, desde que comprovada conduta culposa de empregado da empresa.
d) incabível, eis que a responsabilização civil do Estado pressupõe a presença de entidades sujeitas ao regime
jurídico público.
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e) cabível, em razão da finalidade lucrativa do ente, bastando a comprovação do nexo de causalidade entre
a conduta da empresa e o dano apontado.
Comentários:
A responsabilidade civil objetiva da Administração Pública não alcança as empresas públicas e sociedades
de economia mista exploradoras de atividade econômica. Dessa forma, a pretensão do cidadão é “incabível
uma vez que sua natureza e regime de atuação no mercado privado, afasta a responsabilidade objetiva típica
das prestadoras de serviço público”. Vale destacar que a responsabilidade civil objetiva alcança as empresas
públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviço público.
O gabarito é a letra A.
30. (FCC / TCM-RJ – 2015) O Regime Próprio de Previdência Social dos servidores públicos, previsto na
Constituição Federal e em legislação infraconstitucional,
a) é aplicado ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração.
b) é assegurado aos servidores titulares de cargos efetivos de todos os entes da federação, incluídas suas
autarquias e fundações.
c) será aplicado aos servidores ocupantes de cargos temporários ou de emprego público, sociedades de
economia mista e empresas públicas.
d) é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do Regime Próprio de Previdência Social,
incluindo as hipóteses de cargos acumuláveis de professor.
e) não haverá incidência de contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas nesse
regime que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral da Previdência Social.
Comentários:
Letra A: errada. Os servidores ocupantes exclusivamente de cargo em comissão são abrangidos pelo RGPS
(Regime Geral de Previdência Social).
Letra B: correta. O RPPS se aplica aos servidores titulares de cargos efetivos de todos os entes federativos,
incluídas as autarquias e fundações.
Letra C: errada. Os servidores ocupantes de cargos temporários ou de empregos públicos são abrangidos
pelo RGPS (Regime Geral de Previdência Social).
Letra D: errada. No caso de cargos acumuláveis, é permitida a percepção de mais de uma aposentadoria à
conta do RPPS.
O gabarito é a letra B.
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31. (FCC / TRT 3a Região – 2015) Empresa pública estadual pretende contratar advogados para
preenchimento de empregos públicos vagos em seu departamento jurídico. Considerando que os
advogados não exercerão a função de direção, chefia e de assessoramento, a empresa pública deverá:
I. contratá-los mediante concurso público, válido pelo prazo de dois anos, prorrogável uma vez por igual
período, sendo vedada a livre nomeação pelo dirigente da entidade.
II. aplicar-lhes as normas relativas ao regime geral da Previdência Social.
III. remunerá-los em valor não inferior ao pago pelo Estado aos Procuradores do Estado, que exercem a
advocacia pública do Estado, em razão do princípio da equiparação salarial.
Está correto o que consta APENAS em
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) I.
e) III.
Comentários:
A primeira assertiva está correta. O ingresso em emprego público também depende da aprovação em
concurso público. Somente seria admitida a livre nomeação dos advogados para cargos de direção, chefia e
assessoramento.
A terceira assertiva está errada. Não há qualquer necessidade de equiparação salarial dos advogados de
empresas públicas aos membros da Advocacia Pública.
O gabarito é a letra A.
32. (FCC / TCE-CE – 2015) A Federação Nacional dos Servidores do Poder Judiciário dos Estados e do
Distrito Federal pretende tomar a medida judicial cabível para assegurar aos seus associados o exercício
do direito de greve, não regulamentado por lei. A pretensão da Federação é juridicamente:
a) inviável, tendo em vista que a Constituição Federal, em que pese admita o exercício do direito de greve
dos servidores públicos, veda, implicitamente, o exercício do direito por servidores do Poder Judiciário.
b) inviável, tendo em vista que o direito de greve dos servidores do Poder Judiciário, em que pese previsto
na Constituição Federal, apenas poderá ser exercido se regulamentado pelo Poder Legislativo.
c) viável, visto que a Constituição assegura o direito de greve dos servidores públicos nos termos e limites
definidos em lei, podendo a Federação ajuizar a ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo
Tribunal Federal, em que a omissão do legislador poderá ser suprida pelo Tribunal pelo voto da maioria
absoluta de seus membros.
d) viável, visto que a Constituição assegura o direito de greve dos servidores públicos nos termos e limites
definidos em lei, podendo a Federação ajuizar a arguição de descumprimento de preceito fundamental
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perante o Supremo Tribunal Federal, em que a omissão do legislador poderá ser suprida pelo Tribunal pelo
voto da maioria absoluta de seus membros.
e) viável, visto que a Constituição assegura o direito de greve dos servidores públicos nos termos e limites
definidos em lei, podendo a Federação impetrar mandado de injunção em que o Supremo Tribunal Federal
poderá reconhecer a omissão legislativa e assegurar que o direito seja exercido nos termos da lei federal que
dispõe sobre o exercício do direito de greve dos empregados celetistas, naquilo que couber.
Comentários:
O direito de greve dos servidores públicos é norma de eficácia limitada, ou seja, depende de regulamentação
por lei para produzir todos os seus efeitos. Considerando-se que, até hoje, não foi editada essa lei
regulamentadora, estamos diante de uma omissão legislativa.
O remédio constitucional que deve ser utilizado quando a falta de norma regulamentadora estiver
inviabilizando o exercício de um direito previsto na CF é o mandado de injunção. O STF, ao apreciar
mandados de injunção tratando sobre o direito de greve dos servidores públicos, já decidiu que, enquanto
não for editada a lei regulamentadora, deverá ser aplicada a lei de greve dos empregados celetistas.
33. (FCC / CNMP – 2015) Segundo a disciplina constitucional sobre a estabilidade dos servidores
públicos:
a) Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com
remuneração integral daquele cargo, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
b) O servidor público estável somente perderá o cargo em razão de deficiência constatada de imediato em
procedimento de avaliação periódica de desempenho.
c) Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em
outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
d) São estáveis após dois anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo
em virtude de concurso público.
e) Como condição para a aquisição da estabilidade, é facultativa a avaliação especial de desempenho por
comissão instituída para essa finalidade.
Comentários:
Letra A: errada. Segundo o art. 41, § 3º, CF/88, “extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor
estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo”.
Letra B: errada. O servidor público poderá perder o cargo em virtude de: i) sentença judicial transitada em
julgado; ii) processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa e; iii) procedimento de
avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
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Letra C: correta. É exatamente o que prevê o art. 41, § 2º, CF/88, segundo o qual “invalidada por sentença
judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável,
reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço”.
Letra E: errada. A avaliação especial de desempenho é requisito obrigatório para a aquisição de estabilidade.
O gabarito é a letra C.
34. (FCC / Manausprev – 2015) Considerando o que dispõe a Constituição Federal sobre a
Administração pública, é correto afirmar:
a) O servidor público da Administração direta, autárquica e fundacional, investido no mandato de Prefeito,
havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo
da remuneração do cargo eletivo.
b) O prazo de validade do concurso público é de até três anos, improrrogáveis, durante o qual os aprovados
no concurso público de provas ou de provas e títulos serão convocados com prioridade sobre novos
concursados para assumir cargo ou emprego, de carreira.
c) Os vencimentos dos cargos dos Poderes Executivo e Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo
poder Legislativo.
d) Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação estabelecidas em lei,
sem prejuízo da ação penal cabível.
e) O servidor público da Administração direta, autárquica e fundacional, investido no mandato de Vereador,
ainda que haja compatibilidade de horário, será afastado do cargo, emprego ou função e poderá optar pela
sua remuneração.
Comentários:
Letra A: errada. O servidor público investido no mandato de Prefeito será afastado do cargo, mesmo se
houver compatibilidade de horários.
Letra B: errada. O prazo de validade do concurso público é de até 2 (dois) anos, prorrogável por igual período.
Letra C: errada. Os vencimentos dos cargos dos Poderes Legislativo e Judiciário não poderão ser superiores
aos pagos pelo Poder Executivo.
Letra D: correta. É exatamente isso! Segundo o art. 37, § 4º, CF/88, “os atos de improbidade administrativa
importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”.
Letra E: errada. Havendo compatibilidade de horários, o servidor público investido no mandato de Vereador
poderá acumular os cargos.
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O gabarito é a letra D.
35. (FCC / TRT 23a Região – 2015) Os princípios constitucionais expressos da Administração pública
relacionados no art. 37 da Constituição Federal dizem respeito a:
a) legalidade, irreversibilidade, moralidade, publicidade e executoriedade.
b) legitimidade, imperatividade, modicidade, pluralidade e efetividade.
c) autoaplicabilidade, imperatividade, moralidade, pluralidade e eficácia.
d) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
e) legitimidade, legalidade, modicidade, pluralidade e executoriedade.
Comentários:
O “caput” do art. 37 da CF/88 prevê que a Administração Pública obedecerá aos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. O gabarito é a letra D.
36. (FCC / ALEPE – 2014) O Governo de determinado Estado realizou campanha publicitária, paga com
recursos públicos advindos da arrecadação de impostos, para divulgação do programa de saúde pública
instituído no Estado. A campanha publicitária afirmou que o programa de saúde pública era uma realização
do partido político ao qual o Governador do Estado era filiado, tendo o Governador sido citado
nominalmente na campanha, que também utilizou sua imagem. Considerando o disposto na Constituição
Federal, trata-se de publicidade realizada:
a) regularmente, uma vez que a publicidade dos programas de saúde pública exige a indicação da autoridade
responsável pelo programa, em razão do princípio da transparência, devendo ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social.
b) regularmente, uma vez que o cidadão tem direito a ser informado sobre as políticas públicas instituídas
pelo Governo, devendo ter caráter educativo, informativo ou de orientação social.
c) irregularmente, uma vez que da publicidade dos programas dos órgãos públicos não poderão constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos,
devendo ter caráter educativo, informativo ou de orientação social.
d) irregularmente, uma vez que é vedada a realização de campanha publicitária dos programas de governo
com recursos públicos, salvo se provenientes de doações.
e) irregularmente, uma vez que não poderia ter sido utilizada a imagem do Governador, ainda que seu nome
e o nome de seu partido pudessem ser utilizados na campanha.
Comentários:
A questão cobra o conhecimento do art. 37, § 1º, da Constituição, segundo o qual a publicidade dos atos,
programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou
de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos. A publicidade, portanto, ao associar o programa de saúde ao
Governador e seu partido político, descumpriu a determinação constitucional, tornando-se irregular. O
gabarito é a letra C.
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37. (FCC / TRF 3ª Região – 2014) A proibição de que determinado governo - de qualquer nível - ao
exteriorizar em placas, anúncios, propaganda e outros meios de divulgação de suas obras, faça qualquer
referência ao nome do Presidente, Governador ou Prefeito ou do Partido Político ou coligação pelo qual
foi eleito é uma decorrência do princípio constitucional da
a) publicidade.
b) legalidade.
c) impessoalidade.
d) eficiência.
e) Finalidade.
Comentários:
38. (FCC / TRT 18ª Região – 2013) Paulo é médico cirurgião e trabalha, devidamente concursado, para
a Prefeitura de Goiânia, ocupando um cargo público em determinado Hospital. Paulo, neste ano de 2013,
resolve prestar concurso para o cargo de médico do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás,
Autarquia Federal. Neste caso, se aprovado no concurso, Paulo:
a) Poderá acumular os cargos, mas deverá optar obrigatoriamente pela remuneração de um dos cargos.
b) Não poderá acumular os cargos, pois o segundo cargo será exercido em Autarquia Federal.
c) Poderá acumular os cargos, independentemente de haver ou não compatibilidade de horários.
d) Não poderá acumular os cargos, pois a Constituição Federal veda a acumulação de cargos públicos, com
exceção de dois cargos de professor.
e) Poderá acumular ambos os cargos, havendo compatibilidade de horários.
Comentários:
Com base no art. 37, XVI, “c”, CF, Paulo poderá acumular ambos os cargos de médico, havendo
compatibilidade de horários. Note que o enunciado deixa claro que o cargo anterior era de médico no trecho
“é médico cirurgião e trabalha, devidamente concursado”. A letra E é o gabarito da questão.
39. (FCC / TRE-TO – 2011) Maria foi investida no mandato de Prefeita da cidade XYZ. Tendo em vista
que Maria é servidora pública da administração direta ela:
a) Não será afastada de seu cargo, se houver compatibilidade de horário, e perceberá as vantagens de seu
cargo sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo.
b) Será afastada de seu cargo, recebendo obrigatoriamente a remuneração relativa ao cargo eletivo.
c) Será afastada de seu cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
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d) Não será afastada de seu cargo, se houver compatibilidade de horário, e perceberá apenas as vantagens
de seu cargo.
e) Não será afastada de seu cargo, se houver compatibilidade de horário, e perceberá as vantagens apenas
do cargo eletivo.
Comentários:
A Carta Magna dispõe, em seu art. 38, II, CF/88, que o servidor público da Administração direta, autárquica
e fundacional, se investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe
facultado optar pela sua remuneração. Assim, caso um Auditor-Fiscal da Receita Federal seja eleito Prefeito
de um pequeno Município, por exemplo, poderá continuar recebendo seu subsídio de Fiscal (maior), em
detrimento daquele de vereador (menor). A letra C é o gabarito.
40. (FCC / TCE-AP – 2010) Em relação à regra constitucional que obriga a realização de concurso público
para provimento de cargos e empregos públicos, é EXCEÇÃO à sua aplicação a:
a) Contratação de servidores sob o regime celetista na Administração Indireta.
b) Contratação de empregados públicos por sociedades de economia mista.
c) Contratação de funcionários públicos para prestação de serviços junto a entidades paraestatais.
d) Nomeação para função de confiança em emprego, desde que para prestar serviços em empresa pública.
e) Nomeação para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
Comentários:
Art. 37, II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração.
Comentários:
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Repetimos, para memorização, o que determina o art. 37, V, da CF: “as funções de confiança, exercidas
exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por
servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento”. A letra D é o gabarito da questão.
42. (FCC / TRT 5ª Região – 2003) Francisco de Assis, estando no exercício do cargo público de analista
judiciário junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, pretende candidatar-se a Vereador do
Município de Salvador. Francisco deverá ser informado de que:
a) Somente poderá candidatar-se a Vereador se pedir demissão do cargo de analista judiciário.
b) Poderá exercer o mandato de Vereador e o cargo de analista judiciário, desde que haja compatibilidade
de horários, devendo optar por uma remuneração.
c) Investido no mandato de Vereador, ficará afastado do cargo de analista judiciário, devendo perceber os
subsídios do cargo eletivo.
d) Investido no mandato de Vereador, ficará afastado do cargo de analista judiciário, ainda que haja
compatibilidade de horários, podendo optar por uma remuneração.
e) Poderá exercer o mandato de Vereador e o cargo de analista judiciário, acumulando a remuneração de
ambos, desde que haja compatibilidade de horários.
Comentários:
Determina a Lei Fundamental, em seu art. 38, III, que o servidor público da Administração direta, autárquica
e fundacional, se investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo. Não havendo
compatibilidade, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração. A letra E é o gabarito.
43. (FCC / TRE-AP – 2011) Eugênio, servidor público estável, perdeu o cargo por sentença judicial
transitada em julgado, cuja vaga foi ocupada por Roberval que também é servidor público estável. Porém,
Eugênio obteve novas provas e ingressou com ação apropriada que foi julgada procedente, sendo
invalidadas a sentença judicial e a sua demissão. Segundo a Constituição Federal,
a) Eugênio será reintegrado e, por consequência, o Roberval será promovido ao cargo de chefia.
b) não será reintegrado porque sua vaga já está ocupada por Roberval. Eugênio será obrigatoriamente posto
em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço, sem direito a indenização.
c) Não será reintegrado porque sua vaga já está ocupada por Roberval e, nesse caso, Eugênio será
obrigatoriamente aproveitado em outro cargo, sem direito a indenização.
d) será reintegrado e o Roberval será mantido no mesmo cargo, sendo vedada sua recondução.
e) Eugênio será reintegrado e o Roberval, ocupante da vaga, por ser estável, será reconduzido ao cargo de
origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com
remuneração proporcional ao tempo de serviço.
Comentários:
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De acordo com o § 2º do art. 41 da Lei Fundamental, invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem,
sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
proporcional ao tempo de serviço.
Como Eugênio era estável, ele terá direito à reintegração, pois sua demissão foi invalidada por decisão
judicial. Roberval, que ocupava a vaga, por ser estável, será reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao
tempo de serviço. A letra E é o gabarito.
44. (FCC/TRF 3ª Região – 2014) As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos, quanto à responsabilidade por danos causados a terceiro,
a) apenas responderão pelos danos que seus agentes causarem se houver prova de dolo.
b) responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem, independentemente de dolo ou
culpa.
c) apenas responderão pelos danos que seus agentes causarem em caso de culpa.
d) não responderão pelos danos causados por seus agentes.
e) responderão pelos danos causados, desde que seus agentes tenham sido condenados em ação anterior
ao ressarcimento.
Comentários:
A questão cobra o conhecimento do art. 37, § 6º, da CF/88, segundo o qual as pessoas jurídicas de direito
público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes,
nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
dolo ou culpa. Essa responsabilidade independe de dolo ou culpa, é objetiva. O gabarito é a letra B.
45. (FCC / TRT 7ª Região –2009) A administração fazendária e seus servidores fiscais não terão, dentro
de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma
da lei.
Comentários:
O art. 37, XVIII, CF/88 consagra o direito de precedência da administração fazendária e de seus servidores
fiscais. Questão errada.
46. (FCC / TRT 7ª Região – 2009) A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de
suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da
lei.
Comentários:
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47. (FCC / TRT 5ª Região – 2003) A sentença judicial que reconhece a prática de ato de improbidade
administrativa por agente público, suspendendo-lhe os direitos políticos e tornando indisponível seus
bens:
a) Impede o ajuizamento de ação com vistas à condenação do agente na esfera criminal.
b) Está em conformidade com a Constituição, que prevê ainda a perda da função e o ressarcimento ao erário,
na forma da lei.
c) Está em conformidade com a Constituição, que possibilita ainda a condenação criminal do agente, na
mesma sentença, independentemente de ação penal.
d) Afronta a Constituição, pois não se admite a suspensão de direitos políticos em Estado Democrático de
Direito.
e) Ofende a Constituição, que assegura a propriedade como direito fundamental do indivíduo, sendo vedado
o confisco.
Comentários:
Letra B: correta. As sanções por improbidade administrativa são as seguintes: i) suspensão dos direitos
políticos; ii) perda da função pública; iii) indisponibilidade dos bens e; iv) ressarcimento ao erário.
Letra C: errada. A condenação criminal será possível em outra ação, de natureza penal.
Comentários:
Todas as medidas relacionadas são passíveis de ser impostas nos casos de improbidade administrativa. A
letra A é o gabarito.
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LISTA DE QUESTÕES
1. (FCC/ TRF 3ª Região -2019) Com relação à estabilidade dos servidores públicos, considere:
I. São estáveis somente após cinco anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
II. Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho
por comissão instituída para essa finalidade.
III. Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, tendo sido extinto o cargo que ele
ocupava ou declarada a sua desnecessidade, referido servidor ficará em disponibilidade, com
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
2. (FCC / TRF 4ª Região – 2019) Ronaldo é Ministro de Estado e Paulo é Secretário Municipal. No que
concerne à remuneração de ambos os servidores públicos e obedecido o disposto na Constituição Federal,
Ronaldo
a) será remunerado exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de adicional,
prêmio e verba de representação, enquanto Paulo será remunerado por subsídio fixado em parcela única,
sendo possível o acréscimo de adicional e prêmio, vedada verba de representação.
b) e Paulo serão remunerados por subsídio fixado em parcela única, sendo possível o acréscimo de adicional
e prêmio, vedada verba de representação.
c) e Paulo serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo,
dentre outras vantagens, de adicional, prêmio e verba de representação.
d) e Paulo serão remunerados por subsídio fixado em parcela única, sendo possível, dentre outras vantagens,
o acréscimo de adicional, prêmio e verba de representação.
e) e Paulo serão remunerados por subsídio fixado em parcela única, sendo possível o acréscimo de adicional
e verba de representação e vedado prêmio.
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4. (FCC / AFAP – 2019) À luz das normas constitucionais que regem a Administração pública,
a) a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação social, dela podendo constar símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades, desde que distintos dos utilizados durante a campanha eleitoral.
b) as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão
pelos danos que seus agentes causarem a terceiros, desde que comprovado dolo ou culpa.
c) o servidor público investido no mandato de Deputado Estadual, havendo compatibilidade de horários,
perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo.
d) é permitida a acumulação remunerada de um cargo público de professor com outro cargo público técnico,
quando houver compatibilidade de horários.
e) o prazo de validade do concurso público será de até 3 anos, prorrogável uma vez, por igual período.
5. (FCC / SEFAZ-GO – 2018) Suponha que edital de concurso público para preenchimento de cargos de
provimento efetivo no âmbito da Administração direta de determinado Estado estabeleça limite de idade
para inscrição no certame. Certo indivíduo, cuja inscrição foi indeferida administrativamente, em caráter
definitivo, em função do referido limite, impetra mandado de segurança, com vistas a assegurar sua
participação, sob o fundamento de ser inconstitucional a exigência editalícia em questão. Nesse caso,
considerado o disposto na Constituição Federal, bem como a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
na matéria, o mandado de segurança é, em tese:
a) cabível, por se destinar à tutela de suposto direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou
habeas data, lesado por ato de autoridade pública; e, no mérito, será procedente, ainda que o limite de
idade esteja previsto em lei, uma vez que é proibido o estabelecimento de diferença de critérios de admissão
por motivo de idade.
b) cabível, por se destinar à tutela de suposto direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou
habeas data, lesado por ato de autoridade pública; mas, no mérito, será improcedente, se o limite de idade
estiver previsto em lei e puder ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.
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c) incabível, pois o mandado de segurança não é meio idôneo para o exercício de controle de
constitucionalidade, sendo hipótese de ajuizamento de ação civil pública, para a qual estão legitimados o
Ministério Público ou, se o prejudicado comprovar insuficiência de recursos, a Defensoria Pública.
d) incabível, pois o mandado de segurança não é substitutivo de ação popular, a qual seria adequada na
situação em tela, e para a qual estaria legitimado qualquer cidadão, ficando o autor, salvo comprovada má-
fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
e) incabível, independentemente do cargo a ser preenchido, se o limite de idade estiver previsto em lei, uma
vez que não haverá prática de ilegalidade ou abuso de poder por parte da autoridade pública, hipótese em
que a lei deverá ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade, perante o Supremo Tribunal Federal,
para cuja propositura, no entanto, não está legitimado o prejudicado pela exigência editalícia.
6. (FCC / CLDF – 2018) De acordo com a Constituição Federal, considerando apenas os dados aqui
fornecidos, o servidor público ocupante, há cinco anos, de cargo efetivo da Administração direta, que se
eleger Deputado Distrital, durante o exercício de seu mandato,
a) ficará afastado de seu cargo, sendo contado seu tempo de serviço para todos os efeitos legais, exceto para
promoção por merecimento.
b) ficará afastado de seu cargo, sendo contado seu tempo de serviço para todos os efeitos legais, inclusive
para promoção por merecimento.
c) não ficará afastado do seu cargo se houver compatibilidade de horários, percebendo as vantagens de seu
cargo efetivo, sem prejuízo da remuneração oriunda do mandato eletivo.
d) não ficará afastado do seu cargo se houver compatibilidade de horários, percebendo apenas a
remuneração referente ao exercício do mandato eletivo.
e) perderá seu cargo e somente poderá prestar novo concurso público para exercer cargo no Distrito Federal
após um ano do término do exercício do mandato eletivo.
7. (FCC / TRT 2ª Região – 2018) Determinada lei municipal editada em matéria de servidores públicos
cria funções de confiança que podem ser exercidas por servidores ocupantes de cargos em comissão, estes
nomeados independentemente de concurso público. A mesma lei indica que ocupantes de cargos em
comissão podem apenas exercer funções de direção, chefia e assessoramento, sendo passíveis de livre
exoneração. Há inconstitucionalidade na referida lei no tocante à:
a) previsão da exoneração dos servidores titulares de cargos em comissão independentemente de
observância do devido processo legal.
b) possibilidade de exercício de funções de confiança por servidores ocupantes de cargos em comissão.
c) previsão do assessoramento como função que pode ser exercida pelo servidor titular de cargo em
comissão.
d) competência legislativa municipal para criar funções de confiança.
e) ausência de concurso público para a escolha de ocupantes de cargos em comissão.
8. (FCC / TRT 6ª Região – 2018) Integram o universo de agentes alcançados pelo teto remuneratório
constitucional, previsto no artigo 37, XI, da Constituição Federal, os servidores públicos ocupantes de
cargos,
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9. (FCC / ALESE – 2018) Em conformidade com a disciplina constitucional atinente aos órgãos,
entidades e servidores da Administração pública,
a) é vedado a todo servidor público civil o direito à livre associação sindical.
b) o prazo de validade do concurso público será de até um ano, prorrogável uma vez, por igual período.
c) os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis apenas aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, sendo vedada, em qualquer hipótese, a contratação de estrangeiros
d) é admitida a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público, de acordo com os casos estabelecidos em lei.
e) é permitida a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para efeito de
remuneração de pessoal do serviço público.
10. (FCC / TST – 2017) Determinados empregados de empresa pública estadual, sujeitos ao regime
jurídico trabalhista, tiveram seus salários majorados para ajustá-los aos valores médios pagos no mercado.
Em razão disso, esses empregados, que antes percebiam salário em valor equivalente ao subsídio do
Governador, passaram a perceber em valor superior ao do subsídio pago aos Ministros do Supremo
Tribunal Federal – STF. O aumento, todavia, não impactou os cofres do Tesouro, uma vez que a referida
empresa não recebe recursos do Estado para arcar com suas despesas de pessoal e de custeio em geral.
Nessa situação, a nova remuneração paga aos referidos empregados mostra-se:
a) inconstitucional, uma vez que os empregados de empresas públicas estaduais não podem perceber salário
acima do subsídio pago aos Ministros do STF, que constitui o limite remuneratório máximo a ser observado
pela Administração pública em geral, ainda que possam perceber remuneração superior ao subsídio pago ao
Governador.
b) inconstitucional, uma vez que os empregados de empresas públicas estaduais não podem perceber salário
acima do subsídio pago ao Governador, que constitui o limite remuneratório máximo a ser observado pela
Administração pública estadual.
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c) constitucional, uma vez que, embora os salários a serem pagos superem o subsídio dos Ministros do STF,
que é o limite remuneratório máximo a ser observado pela Administração pública em geral, os empregados
de empresas públicas não estão sujeitos a esse limite porque são sujeitos ao regime jurídico trabalhista.
d) constitucional, uma vez que, embora os salários a serem pagos superem o limite remuneratório máximo
a ser observado pela Administração pública estadual, não estão sujeitos a esse limite os empregados de
empresa pública que não receba recursos financeiros do Estado para arcar com suas despesas de pessoal e
de custeio em geral.
e) constitucional, uma vez que, embora os salários a serem pagos superem o subsídio do Governador, que é
o limite remuneratório máximo a ser observado pela Administração pública estadual, esse limite aplica-se
apenas aos cargos públicos, inclusive aos eletivos, mas não aos empregos públicos.
11. (FCC / TRT 11a Região – 2017) Sérgio é servidor público da Administração direta e candidatar-se-á,
nas próximas eleições municipais, para o cargo de Prefeito. Investido no mandato de Prefeito, Sérgio
a) será afastado do seu cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração, e seu
tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento.
b) será afastado do seu cargo, emprego ou função, sendo-lhe vedado optar pela sua remuneração, e seu
tempo de serviço não será contado durante o período do afastamento para nenhum efeito.
c) será afastado do seu cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração, e seu
tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, inclusive para promoção por merecimento.
d) perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, havendo compatibilidade de horários, sem
prejuízo da remuneração do cargo eletivo e, não havendo compatibilidade, não poderá perceber sua
remuneração.
e) não será afastado do seu cargo, emprego ou função, mas não receberá sua remuneração, sendo que seu
tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, inclusive para promoção por merecimento.
12. (FCC / TRE-SP – 2017) Ao disciplinar o regime de previdência dos servidores públicos titulares de
cargos efetivos, a Constituição da República
a) autoriza a instituição, por lei de iniciativa do Poder Legislativo da esfera correspondente, de regime de
previdência complementar para os servidores da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, podendo
fixar, para valor das aposentadorias e pensões, nesse caso, o limite máximo estabelecido para os benefícios
do regime geral.
b) estabelece a obrigatoriedade de os servidores se aposentarem, com proventos proporcionais ao tempo
de contribuição, aos 70 anos de idade, na forma de lei complementar.
c) admite a adoção de requisitos e critérios diferenciados para os casos de servidores cujas atividades sejam
exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, devendo ser aplicadas,
no que couber, as regras do regime geral sobre aposentadoria especial, até a edição de lei complementar
específica.
d) veda a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência em questão, ainda que
decorrentes do exercício de cargos passíveis de acumulação, como dois de professor ou dois privativos de
profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
e) prevê que a concessão do benefício de pensão por morte, regulamentado por lei complementar, será igual
ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral, caso em atividade na data do óbito.
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13. (FCC / TRE-SP – 2017) O ato de nomeação de irmão de ocupante de cargo de direção em Secretaria
de Estado para cargo em comissão de assessoramento do Governador
a) viola a Constituição da República e pode ser objeto de ação popular perante o Supremo Tribunal Federal.
b) é compatível com a Constituição da República.
c) viola a Constituição da República e pode ser objeto de mandado de segurança perante o Supremo Tribunal
Federal.
d) viola a Constituição da República e pode ser objeto de reclamação perante o Supremo Tribunal Federal.
e) viola a Constituição da República e pode ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade perante o
Supremo Tribunal Federal.
14. (FCC / TRE-SP – 2017) Dois servidores públicos titulares de cargos efetivos de médico foram eleitos
Deputado Federal e Deputado Estadual. Nas eleições municipais, foram eleitos Prefeito e Vereador
servidores públicos titulares de cargos efetivos de professor universitário. No exercício dos respectivos
mandatos,
a) todos devem exonerar-se dos respectivos cargos públicos, sob pena de perderem o mandato por decisão
proferida pelas respectivas Casas Legislativas e, no caso do Prefeito, por decisão proferida pelo Tribunal de
Justiça.
b) todos devem ser afastados dos respectivos cargos públicos, sendo que seu tempo de serviço será contado
para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento, enquanto durar o mandato.
c) os Deputados devem ser afastados dos cargos de médico, ao passo que o Prefeito e o Vereador, havendo
compatibilidade de horários, perceberão as vantagens de seu cargo público efetivo, sem prejuízo da
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, serão afastados do cargo público efetivo,
podendo optar pela sua remuneração.
d) o Prefeito deve ser afastado do cargo público efetivo enquanto durar o mandato, mas os Deputados e o
Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberão as vantagens de seu cargo público efetivo, sem
prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, serão afastados do cargo público
efetivo, podendo optar pela sua remuneração.
e) os Deputados e o Prefeito devem ser afastados do cargo público efetivo, mas o Vereador, havendo
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo público efetivo, sem prejuízo da
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será afastado do cargo público efetivo,
podendo optar pela sua remuneração.
15. (FCC / TRT 21ª Região – 2017) João foi contratado por tempo determinado, mediante processo
seletivo simplificado, para atuar junto a órgão da Administração direta, integrante do Poder Executivo de
certo Estado, a fim de atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. À luz do
disposto na Constituição, a remuneração de João
a) não poderá exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, embora
possa ser superior ao do Governador do Estado respectivo.
b) não poderá exceder o subsídio mensal do Governador do Estado respectivo.
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c) não estará sujeita ao limite aplicável aos servidores ocupantes de cargos efetivos, uma vez que foi
contratado por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de excepcional interesse
público.
d) terá como limite o subsídio mensal dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado respectivo,
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal.
e) não poderá exceder o subsídio mensal, em espécie, do Presidente da República, que funciona como limite
para a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da Administração
direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.
16. (FCC / TRT 14a Região – 2016) Bruna é servidora pública efetiva do Tribunal Regional do Trabalho
da 14ª Região e pretende se candidatar ao cargo de Vereadora. Neste caso, se eleita, no exercício de
mandato eletivo, não havendo compatibilidade de horários, Bruna será
a) exonerada do cargo exercido no TRT da 14ª Região para poder exercer o cargo de Vereadora, ante a
incompatibilidade existente.
b) afastada do cargo exercido no TRT da 14ª Região, devendo obrigatoriamente receber a remuneração do
cargo efetivo exercido.
c) afastada do cargo exercido no TRT da 14ª Região, devendo obrigatoriamente receber a remuneração do
cargo de Vereadora.
d) afastada do cargo exercido no TRT da 14ª Região, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
e) afastada do cargo exercido no TRT da 14ª Região, devendo obrigatoriamente receber 50% da remuneração
de cada cargo.
17. (FCC / TRT 23a Região – 2016) Sobre servidores públicos no sistema constitucional brasileiro, é
INCORRETO afirmar:
a) Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público
de provas, ou de provas e títulos, será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir
cargo ou emprego, na carreira.
b) São garantidos ao servidor público civil o direito à livre associação sindical e o direito de greve.
c) É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração
de pessoal do serviço público.
d) Os servidores fiscais da administração fazendária terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição,
precedência sobre os demais setores administrativos.
e) A estabilidade do servidor público nomeado por concurso público é imediata à posse e efetivo exercício.
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d) não podem estabelecer cláusulas de barreira voltadas a excluir do certame candidatos não atingidos por
critérios eliminatórios.
e) podem ser disputados indiscriminadamente por brasileiros e estrangeiros.
19. (FCC / ISS Teresina – 2016) Considerando as regras constitucionais vigentes a respeito da
aposentadoria de servidores públicos civis, e excluídos os regimes jurídicos transitórios aplicáveis à
matéria, considere:
I. Ao servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão declarado de livre provimento e exoneração,
bem como de emprego público, aplica-se o regime geral da previdência social.
II. Considerando a autonomia dos entes federativos, cabe a cada um deles dispor sobre o regime jurídico de
previdência oficial de seus servidores, não lhes sendo aplicáveis os requisitos e critérios estabelecidos para
o regime geral da previdência social.
III. Por força do princípio da igualdade, o aumento de remuneração concedido a servidores públicos ativos
deve repercutir imediatamente no valor pago a título de aposentadoria para os servidores públicos inativos
da mesma carreira, respeitado o limite máximo de remuneração aplicável à categoria.
IV. Professora universitária da rede pública pode aposentar-se com proventos integrais caso tenha cumprido
50 anos de idade, 25 anos de contribuição, 10 anos de efetivo exercício no serviço público e 5 anos de
exercício no cargo em que se dará a aposentadoria.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II, III e IV.
b) I.
c) II e III.
d) I, II e III.
e) III e IV.
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21. (FCC / TRT 1a Região – 2016) A Constituição Federal assegura, em seu art. 39, §3°, entre outros, aos
servidores ocupantes de cargos públicos os seguintes direitos também previstos em seu art. 7°:
I. adicional para as atividades insalubres.
II. irredutibilidade de salário.
III. repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos.
IV. licença-paternidade.
Está correto o que consta APENAS em
a) III e IV.
b) II e IV.
c) I, II e IV.
d) I, II e III.
e) I e III.
22. (FCC / TRT 9a Região – 2015) Sobre as regras estabelecidas na Constituição Federal acerca da
Administração pública é correto afirmar que:
a) os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos estrangeiros, na forma da lei.
b) a investidura em cargo e emprego público, inclusive em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração, depende, no mínimo, de processo seletivo simplificado.
c) o prazo de validade dos concursos públicos será de três anos, prorrogável uma vez, por igual período.
d) a remuneração dos servidores públicos somente poderá ser fixada e alterada por lei específica, decreto
do Executivo ou decreto do Legislativo.
e) é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de
horários, nas hipóteses de dois cargos das áreas da educação, saúde e segurança pública.
23. (FCC / TRT 9a Região – 2015) No que se refere às regras constitucionais aplicáveis à Administração
pública, é VEDADO:
a) promover a revisão geral anual da remuneração dos servidores públicos sempre na mesma data.
b) contratar servidor ou pessoal por tempo determinado.
c) exigir qualificação técnica e econômica, indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações, para
contratar com o Poder Público.
d) acumular dois cargos ou empregos privativos de profissionais da saúde, caso haja compatibilidade de
horário.
e) vincular ou equiparar espécie remuneratória para efeito de remuneração pessoal do serviço público.
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25. (FCC / TRE-AP – 2015) Caio é professor remunerado de Direito em uma Universidade Pública e
prestou concursos para ministrar aulas em outras duas Universidades Públicas. Caio:
a) poderá acumular os três cargos públicos, pois não há vedação ou limitação para o exercício de função
pública de professor.
b) poderá acumular até quatro cargos de professor, desde que haja compatibilidade de horários.
c) não poderá acumular nenhum cargo público remunerado.
d) poderá acumular até três cargos de professor, desde que as Universidades estejam situadas em diferentes
cidades.
e) poderá acumular apenas dois cargos de professor, desde que haja compatibilidade de horários.
26. (FCC / TRE-SE – 2015) O ocupante de cargo efetivo em órgão da Administração direta de
determinado Estado da federação que venha a ser investido no mandato de Prefeito da capital do referido
Estado:
a) será afastado do cargo, não se computando o tempo de serviço para os fins legais, exceto promoção por
antiguidade.
b) será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar por sua remuneração.
c) perderá o cargo, para o qual somente poderá retornar mediante concurso público.
d) perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do mandato eletivo, ainda que não
haja compatibilidade de horários.
e) perceberá as vantagens de seu cargo, com prejuízo da remuneração do mandato eletivo, se não houver
compatibilidade de horários.
27. (FCC / Manausprev – 2015) Sobre o que dispõe a Constituição Federal acerca do Regime
Previdenciário dos Servidores Públicos titulares de cargos públicos efetivos, é correto afirmar que:
a) é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do
respectivo ente público e dos servidores ativos, excluídos os inativos e pensionistas da condição de
contribuintes.
b) é prevista aos servidores sujeitos a este regime a aposentadoria compulsória aos 65 anos de idade, com
proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
c) o tempo de contribuição federal, estadual e municipal não poderá ser contado para efeito de
aposentadoria, sendo possível somente a contagem do tempo de serviço correspondente para efeito de
disponibilidade.
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d) para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as
remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência instituídos
constitucionalmente.
e) são abrangidos pelo mesmo regime de previdência os servidores ocupantes, exclusivamente, de cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, bem como de outro cargo temporário ou de
emprego público.
28. (FCC / TRT 4a Região – 2015) Engenheiro ocupante de emprego público junto a empresa pública
municipal é eleito Prefeito de outro município, passando a exercer o mandato juntamente com o emprego
público municipal, cumulando as respectivas remunerações. Como Prefeito, nomeou sua esposa como
Secretária Municipal de Educação. À luz da Constituição Federal, o Prefeito deve ser afastado do emprego
público:
a) independentemente de haver compatibilidade de horário para exercê-lo juntamente com o mandato,
podendo optar pela remuneração do mandato ou do emprego público, mas o parentesco por afinidade não
é, por si só, impedimento para que nomeie sua esposa Secretária do Município.
b) independentemente de haver compatibilidade de horário para exercê-lo juntamente com o mandato,
podendo optar pela remuneração do mandato ou do emprego público, sendo que o parentesco por afinidade
é, por si só, impedimento para que nomeie sua esposa Secretária do Município.
c) independentemente de haver compatibilidade de horário para exercê-lo juntamente com o mandato,
devendo restituir aos cofres públicos os valores recebidos indevidamente até o seu afastamento, sendo que
também não poderia ter nomeado sua esposa Secretária do Município em razão do parentesco por afinidade
existente entre eles.
d) apenas se houver incompatibilidade de horário para exercê-lo juntamente com o emprego público,
podendo, nesse caso, optar pela remuneração do mandato ou do emprego público, mas o parentesco por
afinidade não é, por si só, impedimento para que nomeie sua esposa Secretária do Município.
e) apenas se houver incompatibilidade de horário para exercê-lo juntamente com o emprego público,
podendo, nesse caso, optar pela remuneração do mandato ou do emprego público, sendo que o parentesco
por afinidade é, por si só, impedimento para que nomeie sua esposa Secretária do Município.
29. (FCC / TCM-RJ – 2015) Determinada instituição financeira, constituída sob a forma de sociedade de
economia mista exploradora de atividade econômica e que atua em regime de competição no mercado foi
acionada judicialmente por um cidadão, que objetiva ser indenizado por alegados prejuízos materiais e
danos morais em razão da inclusão de seu nome em cadastro de devedores, em decorrência de equívoco
da referida instituição. O cidadão fundamentou seu pedido na responsabilidade civil da Administração
pública, na forma preconizada pelo artigo 37, § 6º, da Constituição Federal. Referida pretensão, com o
fundamento apresentado, afigura-se
a) incabível, uma vez que sua natureza e regime de atuação no mercado privado, afasta a responsabilidade
objetiva típica das prestadoras de serviço público.
b) cabível, desde que comprovada a responsabilidade objetiva da empresa, submetida a regime jurídico de
direito público.
c) cabível, desde que comprovada conduta culposa de empregado da empresa.
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d) incabível, eis que a responsabilização civil do Estado pressupõe a presença de entidades sujeitas ao regime
jurídico público.
e) cabível, em razão da finalidade lucrativa do ente, bastando a comprovação do nexo de causalidade entre
a conduta da empresa e o dano apontado.
30. (FCC / TCM-RJ – 2015) O Regime Próprio de Previdência Social dos servidores públicos, previsto na
Constituição Federal e em legislação infraconstitucional,
a) é aplicado ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração.
b) é assegurado aos servidores titulares de cargos efetivos de todos os entes da federação, incluídas suas
autarquias e fundações.
c) será aplicado aos servidores ocupantes de cargos temporários ou de emprego público, sociedades de
economia mista e empresas públicas.
d) é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do Regime Próprio de Previdência Social,
incluindo as hipóteses de cargos acumuláveis de professor.
e) não haverá incidência de contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas nesse
regime que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral da Previdência Social.
31. (FCC / TRT 3a Região – 2015) Empresa pública estadual pretende contratar advogados para
preenchimento de empregos públicos vagos em seu departamento jurídico. Considerando que os
advogados não exercerão a função de direção, chefia e de assessoramento, a empresa pública deverá:
I. contratá-los mediante concurso público, válido pelo prazo de dois anos, prorrogável uma vez por igual
período, sendo vedada a livre nomeação pelo dirigente da entidade.
II. aplicar-lhes as normas relativas ao regime geral da Previdência Social.
III. remunerá-los em valor não inferior ao pago pelo Estado aos Procuradores do Estado, que exercem a
advocacia pública do Estado, em razão do princípio da equiparação salarial.
Está correto o que consta APENAS em
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) I.
e) III.
32. (FCC / TCE-CE – 2015) A Federação Nacional dos Servidores do Poder Judiciário dos Estados e do
Distrito Federal pretende tomar a medida judicial cabível para assegurar aos seus associados o exercício
do direito de greve, não regulamentado por lei. A pretensão da Federação é juridicamente:
a) inviável, tendo em vista que a Constituição Federal, em que pese admita o exercício do direito de greve
dos servidores públicos, veda, implicitamente, o exercício do direito por servidores do Poder Judiciário.
b) inviável, tendo em vista que o direito de greve dos servidores do Poder Judiciário, em que pese previsto
na Constituição Federal, apenas poderá ser exercido se regulamentado pelo Poder Legislativo.
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c) viável, visto que a Constituição assegura o direito de greve dos servidores públicos nos termos e limites
definidos em lei, podendo a Federação ajuizar a ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo
Tribunal Federal, em que a omissão do legislador poderá ser suprida pelo Tribunal pelo voto da maioria
absoluta de seus membros.
d) viável, visto que a Constituição assegura o direito de greve dos servidores públicos nos termos e limites
definidos em lei, podendo a Federação ajuizar a arguição de descumprimento de preceito fundamental
perante o Supremo Tribunal Federal, em que a omissão do legislador poderá ser suprida pelo Tribunal pelo
voto da maioria absoluta de seus membros.
e) viável, visto que a Constituição assegura o direito de greve dos servidores públicos nos termos e limites
definidos em lei, podendo a Federação impetrar mandado de injunção em que o Supremo Tribunal Federal
poderá reconhecer a omissão legislativa e assegurar que o direito seja exercido nos termos da lei federal que
dispõe sobre o exercício do direito de greve dos empregados celetistas, naquilo que couber.
33. (FCC / CNMP – 2015) Segundo a disciplina constitucional sobre a estabilidade dos servidores
públicos:
a) Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com
remuneração integral daquele cargo, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
b) O servidor público estável somente perderá o cargo em razão de deficiência constatada de imediato em
procedimento de avaliação periódica de desempenho.
c) Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em
outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
d) São estáveis após dois anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo
em virtude de concurso público.
e) Como condição para a aquisição da estabilidade, é facultativa a avaliação especial de desempenho por
comissão instituída para essa finalidade.
34. (FCC / Manausprev – 2015) Considerando o que dispõe a Constituição Federal sobre a
Administração pública, é correto afirmar:
a) O servidor público da Administração direta, autárquica e fundacional, investido no mandato de Prefeito,
havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo
da remuneração do cargo eletivo.
b) O prazo de validade do concurso público é de até três anos, improrrogáveis, durante o qual os aprovados
no concurso público de provas ou de provas e títulos serão convocados com prioridade sobre novos
concursados para assumir cargo ou emprego, de carreira.
c) Os vencimentos dos cargos dos Poderes Executivo e Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo
poder Legislativo.
d) Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação estabelecidas em lei,
sem prejuízo da ação penal cabível.
e) O servidor público da Administração direta, autárquica e fundacional, investido no mandato de Vereador,
ainda que haja compatibilidade de horário, será afastado do cargo, emprego ou função e poderá optar pela
sua remuneração.
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35. (FCC / TRT 23a Região – 2015) Os princípios constitucionais expressos da Administração pública
relacionados no art. 37 da Constituição Federal dizem respeito a:
a) legalidade, irreversibilidade, moralidade, publicidade e executoriedade.
b) legitimidade, imperatividade, modicidade, pluralidade e efetividade.
c) autoaplicabilidade, imperatividade, moralidade, pluralidade e eficácia.
d) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
e) legitimidade, legalidade, modicidade, pluralidade e executoriedade.
36. (FCC / ALEPE – 2014) O Governo de determinado Estado realizou campanha publicitária, paga com
recursos públicos advindos da arrecadação de impostos, para divulgação do programa de saúde pública
instituído no Estado. A campanha publicitária afirmou que o programa de saúde pública era uma realização
do partido político ao qual o Governador do Estado era filiado, tendo o Governador sido citado
nominalmente na campanha, que também utilizou sua imagem. Considerando o disposto na Constituição
Federal, trata-se de publicidade realizada:
a) regularmente, uma vez que a publicidade dos programas de saúde pública exige a indicação da autoridade
responsável pelo programa, em razão do princípio da transparência, devendo ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social.
b) regularmente, uma vez que o cidadão tem direito a ser informado sobre as políticas públicas instituídas
pelo Governo, devendo ter caráter educativo, informativo ou de orientação social.
c) irregularmente, uma vez que da publicidade dos programas dos órgãos públicos não poderão constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos,
devendo ter caráter educativo, informativo ou de orientação social.
d) irregularmente, uma vez que é vedada a realização de campanha publicitária dos programas de governo
com recursos públicos, salvo se provenientes de doações.
e) irregularmente, uma vez que não poderia ter sido utilizada a imagem do Governador, ainda que seu nome
e o nome de seu partido pudessem ser utilizados na campanha.
37. (FCC / TRF 3ª Região – 2014) A proibição de que determinado governo - de qualquer nível - ao
exteriorizar em placas, anúncios, propaganda e outros meios de divulgação de suas obras, faça qualquer
referência ao nome do Presidente, Governador ou Prefeito ou do Partido Político ou coligação pelo qual
foi eleito é uma decorrência do princípio constitucional da
a) publicidade.
b) legalidade.
c) impessoalidade.
d) eficiência.
e) Finalidade.
38. (FCC / TRT 18ª Região – 2013) Paulo é médico cirurgião e trabalha, devidamente concursado, para
a Prefeitura de Goiânia, ocupando um cargo público em determinado Hospital. Paulo, neste ano de 2013,
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resolve prestar concurso para o cargo de médico do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás,
Autarquia Federal. Neste caso, se aprovado no concurso, Paulo:
a) Poderá acumular os cargos, mas deverá optar obrigatoriamente pela remuneração de um dos cargos.
b) Não poderá acumular os cargos, pois o segundo cargo será exercido em Autarquia Federal.
c) Poderá acumular os cargos, independentemente de haver ou não compatibilidade de horários.
d) Não poderá acumular os cargos, pois a Constituição Federal veda a acumulação de cargos públicos, com
exceção de dois cargos de professor.
e) Poderá acumular ambos os cargos, havendo compatibilidade de horários.
39. (FCC / TRE-TO – 2011) Maria foi investida no mandato de Prefeita da cidade XYZ. Tendo em vista
que Maria é servidora pública da administração direta ela:
a) Não será afastada de seu cargo, se houver compatibilidade de horário, e perceberá as vantagens de seu
cargo sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo.
b) Será afastada de seu cargo, recebendo obrigatoriamente a remuneração relativa ao cargo eletivo.
c) Será afastada de seu cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
d) Não será afastada de seu cargo, se houver compatibilidade de horário, e perceberá apenas as vantagens
de seu cargo.
e) Não será afastada de seu cargo, se houver compatibilidade de horário, e perceberá as vantagens apenas
do cargo eletivo.
40. (FCC / TCE-AP – 2010) Em relação à regra constitucional que obriga a realização de concurso público
para provimento de cargos e empregos públicos, é EXCEÇÃO à sua aplicação a:
a) Contratação de servidores sob o regime celetista na Administração Indireta.
b) Contratação de empregados públicos por sociedades de economia mista.
c) Contratação de funcionários públicos para prestação de serviços junto a entidades paraestatais.
d) Nomeação para função de confiança em emprego, desde que para prestar serviços em empresa pública.
e) Nomeação para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
42. (FCC / TRT 5ª Região – 2003) Francisco de Assis, estando no exercício do cargo público de analista
judiciário junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, pretende candidatar-se a Vereador do
Município de Salvador. Francisco deverá ser informado de que:
a) Somente poderá candidatar-se a Vereador se pedir demissão do cargo de analista judiciário.
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b) Poderá exercer o mandato de Vereador e o cargo de analista judiciário, desde que haja compatibilidade
de horários, devendo optar por uma remuneração.
c) Investido no mandato de Vereador, ficará afastado do cargo de analista judiciário, devendo perceber os
subsídios do cargo eletivo.
d) Investido no mandato de Vereador, ficará afastado do cargo de analista judiciário, ainda que haja
compatibilidade de horários, podendo optar por uma remuneração.
e) Poderá exercer o mandato de Vereador e o cargo de analista judiciário, acumulando a remuneração de
ambos, desde que haja compatibilidade de horários.
43. (FCC / TRE-AP – 2011) Eugênio, servidor público estável, perdeu o cargo por sentença judicial
transitada em julgado, cuja vaga foi ocupada por Roberval que também é servidor público estável. Porém,
Eugênio obteve novas provas e ingressou com ação apropriada que foi julgada procedente, sendo
invalidadas a sentença judicial e a sua demissão. Segundo a Constituição Federal,
a) Eugênio será reintegrado e, por consequência, o Roberval será promovido ao cargo de chefia.
b) não será reintegrado porque sua vaga já está ocupada por Roberval. Eugênio será obrigatoriamente posto
em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço, sem direito a indenização.
c) Não será reintegrado porque sua vaga já está ocupada por Roberval e, nesse caso, Eugênio será
obrigatoriamente aproveitado em outro cargo, sem direito a indenização.
d) será reintegrado e o Roberval será mantido no mesmo cargo, sendo vedada sua recondução.
e) Eugênio será reintegrado e o Roberval, ocupante da vaga, por ser estável, será reconduzido ao cargo de
origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com
remuneração proporcional ao tempo de serviço.
44. (FCC/TRF 3ª Região – 2014) As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos, quanto à responsabilidade por danos causados a terceiro,
a) apenas responderão pelos danos que seus agentes causarem se houver prova de dolo.
b) responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem, independentemente de dolo ou
culpa.
c) apenas responderão pelos danos que seus agentes causarem em caso de culpa.
d) não responderão pelos danos causados por seus agentes.
e) responderão pelos danos causados, desde que seus agentes tenham sido condenados em ação anterior
ao ressarcimento.
45. (FCC / TRT 7ª Região –2009) A administração fazendária e seus servidores fiscais não terão, dentro
de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma
da lei.
46. (FCC / TRT 7ª Região – 2009) A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de
suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da
lei.
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47. (FCC / TRT 5ª Região – 2003) A sentença judicial que reconhece a prática de ato de improbidade
administrativa por agente público, suspendendo-lhe os direitos políticos e tornando indisponível seus
bens:
a) Impede o ajuizamento de ação com vistas à condenação do agente na esfera criminal.
b) Está em conformidade com a Constituição, que prevê ainda a perda da função e o ressarcimento ao erário,
na forma da lei.
c) Está em conformidade com a Constituição, que possibilita ainda a condenação criminal do agente, na
mesma sentença, independentemente de ação penal.
d) Afronta a Constituição, pois não se admite a suspensão de direitos políticos em Estado Democrático de
Direito.
e) Ofende a Constituição, que assegura a propriedade como direito fundamental do indivíduo, sendo vedado
o confisco.
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GABARITO
1. LETRA C 17. LETRA E 33. LETRA C
2. LETRA C 18. LETRA C 34. LETRA D
3. LETRA A 19. LETRA B 35. LETRA D
4. LETRA D 20. LETRA E 36. LETRA C
5. LETRA B 21. LETRA A 37. LETRA C
6. LETRA A 22. LETRA A 38. LETRA E
7. LETRA B 23. LETRA E 39. LETRA C
8. LETRA D 24. LETRA C 40. LETRA E
9. LETRA D 25. LETRA E 41. LETRA D
10. LETRA D 26. LETRA B 42. LETRA E
11. LETRA A 27. LETRA D 43. LETRA E
12. LETRA C 28. LETRA A 44. LETRA B
13. LETRA D 29. LETRA A 45. ERRADA
14. LETRA E 30. LETRA B 46. CORRETA
15. LETRA B 31. LETRA A 47. LETRA B
16. LETRA D 32. LETRA E 48. LETRA A
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