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Documento Definitivo Martadias

Este documento investiga a relevância do jornal impresso na era digital, propondo inovações através do design de interação para preservar sua existência física. A pesquisa destaca a importância de criar novos hábitos de leitura entre crianças, utilizando um protótipo de jornal interativo direcionado a esse público. A metodologia inclui revisão de literatura e investigação ativa, visando melhorar a experiência do usuário com o jornal impresso.

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Este documento investiga a relevância do jornal impresso na era digital, propondo inovações através do design de interação para preservar sua existência física. A pesquisa destaca a importância de criar novos hábitos de leitura entre crianças, utilizando um protótipo de jornal interativo direcionado a esse público. A metodologia inclui revisão de literatura e investigação ativa, visando melhorar a experiência do usuário com o jornal impresso.

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O JORNAL IMPRESSO NA ERA DIGITAL

A PRÁTICA DO DESIGN COMO DISCIPLINA


POTENCIADORA DE NOVOS FORMATOS E SIGNIFICADOS

Marta Sofia Fialho Dias

Lisboa, janeiro 2021


Documento Final

Mestrado em Design de Comunicação Presidente


Projeto Final Doutora Teresa Michele Maia dos Santos

Orientador Vogal
Doutor Marco António Neves da Silva Doutor José Miguel Gago da Silva
O JORNAL IMPRESSO NA ERA DIGITAL
A PRÁTICA DO DESIGN COMO DISCIPLINA
POTENCIADORA DE NOVOS FORMATOS E SIGNIFICADOS

Marta Sofia Fialho Dias

Lisboa, janeiro 2021


Documento Final

Mestrado em Design de Comunicação Presidente


Projeto Final Doutora Teresa Michele Maia dos Santos

Orientador Vogal
Doutor Marco António Neves da Silva Doutor José Miguel Gago da Silva
A vocês, Mãe e Pai.
AGRADECIMENTOS

Por me ter acompanhado ao longo desta investigação, deste documento e


deste projeto, agradeço ao meu orientador, Professor Doutor Marco Neves,
pela sua disponibilidade e apoio antes e ao longo destes meses de trabalho.
Agradeço por ter acreditado em mim, nas minhas ideias e por ter mostrado
interesse em melhorar a investigação.
Por toda a coragem, paciência e apoio incondicional, nas minhas decisões
e no meu futuro, agradeço aos meus pais, Teresa Fialho e Manuel Dias, pela
força e motivação que me deram e continuam a dar todos os dias e por me
ensinarem a ser uma melhor pessoa. Um especial agradecimento ao meu pai,
porque desde que me lembro, é um leitor assíduo do jornal e sempre me des-
pertou para a curiosidade e o debate sobre a atualidade. Por este motivo foi a
minha inspiração para este projeto.
Pela crescente pressão em terminar a dissertação, agradeço ao meu ir-
mão, Diogo Dias, que após anos de implicâncias ensinou-me que existem
outras formas de mostrar o amor e o que tiver que acontecer estará sempre
ao meu lado. Agradeço também, à minha cunhada, Cláudia Lourenço, pelas
palavras de carinho e calma.
Pelo apoio incondicional, agradeço à minha família, que sempre se mostrou
disponível e ensinaram-me a batalhar e a não desistir dos meus objetivos.
Pela irmandade de um carinho tão próprio e por sempre desculparem a
minha ausência, agradeço às minhas amigas do coração.
Pelo companheirismo, pelo apoio e pela entreajuda, agradeço às minhas
colegas de turma do Mestrado de Design de Comunicação: Inês Lebre, Bea-
triz Vicente, Inês Lobo e Catarina Almeida, que acreditaram mais em mim do
que eu acredito em mim própria.
Pelo carinho de quatro patas e pelo ladrar às sete e meia da matina, agra-
deço ao meu cão Jack e aos cães vizinhos, que me encorajaram a levantar da
cama todos os dias.
A todos os outros que se cruzaram comigo ao longo deste percurso, den-
tro e fora do país, um sincero obrigada.

V
RESUMO

O jornal existe para servir o mundo. É o meio que reporta os acontecimentos so-
ciais, políticos e económicos; a vida das pessoas; os acidentes e incidentes do dia a
dia. O jornal torna-se essencial, significativo e indispensável quando mantém viva
a credibilidade e nos faz pensar e refletir sobre o que está para além da notícia.
A presente investigação pretende promover uma reflexão sobre o jornal
impresso enquanto objeto e considerar de que modo se pode adaptar e inovar
num contexto dominado por tecnologia digital. Assim, recorreu-se a noções
de design de interação com o intuito de dinamizar o jornal impresso, pelas
suas características que favorecem a conceção de objetos mais inovadores
e conscientes da importância de aproximação aos utilizadores, através da
constituição de uma experiência. Também se revelou importante introduzir
este meio de comunicação aos mais novos com o intuito de consciencializar
e criar novos hábitos de leitura, como também, para preservar a existência
do modelo físico do jornal de modo a resistir às novas tecnologias digitais.
Para uma melhor compreensão sobre os temas em evidência, foi aplicada
uma metodologia intervencionista e não intervencionista, de base qualitativa.
Em primeiro lugar, foi fundamental uma revisão da literatura, de modo a enqua-
drar e a reunir toda a teoria essencial para a produção deste projeto, que foi com-
plementado com o estudo de casos de interação em objetos de comunicação.
Em seguida, concretizou-se uma investigação ativa, onde se integram as fases
de conceção do projeto, de testes de usabilidade e de iterações e melhorias.
O projeto consistiu no desenvolvimento de um objeto experimental no âm-
bito educacional, mais especificamente um protótipo de jornal impresso, di-
recionado a crianças entre os 8 e 12 anos de idade, com recurso a técnicas de
interatividade. Pretendeu-se auxiliar a preservar o jornal enquanto modelo físi-
co, cuja existência útil persiste, apesar das vantagens das tecnologias digitais.

Palavras-chave
Design de Comunicação, Interatividade, Jornal Impresso, Crianças

VII
ABSTRACT

The newspaper exists to serve the world. It is the medium that reports so-
cial, political and economic events; people’s lives; accidents and day-to-day
incidents. The newspaper becomes essential, meaningful and indispensab-
le when it keeps credibility alive and makes us think and reflect on what is
beyond the news.
This investigation aims to promote a reflection on the printed newspaper
as an object and consider how it can adapt and innovate in a context domina-
ted by digital technology. Thus, notions of interaction design have been used
in order to make the printed newspaper more dynamic, due to its characte-
ristics that favor the conception of more innovative objects and aware of the
importance of approaching users, through the constitution of an experience.
It also proved important to introduce this means of communication to the
younger ones in order to raise awareness and create new reading habits, as
well as to preserve the existence of the newspaper’s physical model in order
to resist the new digital technologies.
For a better understanding of the themes in evidence, an interventionist
and non-interventionist methodology was applied, with a qualitative basis. In
the first place, a literature review was fundamental, in order to frame and ga-
ther all the essential theory to produce this project, which was complemen-
ted with the study of cases of interaction in communication objects. Then, an
active investigation was carried out, where the project design phases, usabi-
lity tests and iterations and improvements are integrated.
The project consisted in the development of an experimental object in
the educational field, more specifically a printed newspaper prototype, direc-
ted to children between 8 and 12 years of age, using interactivity techniques.
It was intended to help preserve the newspaper as a physical model, who-
se useful existence persists despite the advantages of digital technologies.

Keywords
Communication Design, Interactivity, Newspaper, Children

IX
ÍNDICE

III Dedicatória
V Agradecimentos
VII Resumo + Palavras-chave
IX Abstract + Key-words
XII Índice de Figuras
XIV Índice de Tabelas
XV Abreviaturas e Acrónimos

INTRODUÇÃO
1 1. Enquadramento e Pertinência do Tema
2 2. Problemática e Questão de Investigação
3 3. Argumento
3 4. Objetivos
3 4.1 Objetivos Gerais
3 4.2 Objetivos Específicos
4 5. Desenho da Investigação
6 6. Guião do Projeto

ENQUADRAMENTO TEÓRICO
Capítulo 1 – Jornal Impresso
11 1. Uma Síntese Histórica do Jornal
14 2. Origem e Evolução do Jornal em Portugal
16 2.1 A Evolução do Design contada pela Primeira Página do “Diário de Notícias”
22 3. O Design no Jornal Impresso
24 3.1. Características Gerais
25 3.2. Composição Gráfica
28 4. Panorama Atual e a Prática de Leitura
30 5. O Jornal na Era Digital
31 6. Síntese Conclusiva
32 7. Referências Bibliográficas do Capítulo 1

Capítulo 2 – Uma Introdução à Interação


37 1. Interação e Interatividade
38 2. Da Experiência à Emoção
40 3. A Interatividade e o Papel
41 4. Estudo de Casos de Interação em Objetos Impressos
41 4.1 Escolha dos Casos
42 4.2 Modelo de Análise
42 4.3 Casos de Estudo
42 4.3.1 Capa do livro I Want The Title of This Book To Be
45 4.3.2 Cartaz Framing Copenhagen
48 4.3.3 Identidade Visual Urban Voids
51 4.4 Resultados e Cruzamento de Dados
54 5. Resumo Conclusivo
55 6. Referências Bibliográficas do Capítulo 2

X
INVESTIGAÇÃO ATIVA
Capítulo 3 – Projeto
61 1. Objetivos e Requisitos
62 2. Grupo de Utilizadores
63 3. Conteúdos
64 3.1 Estrutura
65 4. Conceção do Protótipo Inicial
65 4.1 Naming
66 4.2 Identidade Visual
67 4.3 Formato e Grelha
70 4.4 Tipografia
72 4.5 Layout
75 4.6 Interações
78 4.7 Papel e Impressão
79 5. Melhorias
81 6. Protótipo Final
82 7. Referências Bibliográficas do Capítulo 3

Capítulo 4 – Avaliação
85 1.Testes de Usabilidade
86 1.1. Perfil dos Participantes
86 1.2. Estrutura das Sessões
87 1.3. Dados a Recolher
87 2. Resultados

CONCLUSÃO
89 1. Conclusões
91 2. Recomendações Futuras

ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
95 Referências Bibliográficas
101 Bibliografia
109 Glossário
111 Apêndices
111 | - Notícias do Jornal “Ok”
121 || - Esboços e Protótipagem
123 III - Normas Gráficas do Logótipo e do Cabeçalho
124 IV - Diagramação
125 V - Ilustrações
127 VI - Conceção do Protótipo
129 VII - Protótipo Final
132 VIII- Protótipo Versão Digital
136 IX - Plano dos Testes de Usabilidade
137 X - Autorização de Participação
139 XI - Questionário de Avaliação
141 Anexos
141 A - Bibliografia dos conteúdos do “Ok”
143 B - Bibliografia das imagens no “Ok”

XI
ÍNDICE DE FIGURAS

5 Figura 1. Organograma.
10 Figura 2. Diagrama da Investigação.
12 Figura 3. Acta diurna: o boletim oficial do Estado Romano.
13 Figura 4. Nomenclatura da Prensa de Gutenberg.
13 Figura 5. A prensa mecânica de Koening.
14 Figura 6. Diário de Noticías, 1864.
14 Figura 7. Diário dos Açores, 1970.
15 Figura 8. Revista Flama. 28 março de 1958.
15 Figura 9. Revista O Século Ilustrado. 01 dezembro de 1973.
16 Figura 10. A primeira gravura. DN, 14 junho de1877.
16 Figura 11. A primeira ilustração por Roque Gameiro. DN, 23 janeiro de 1901
16 Figura 12. O regícideo. DN, 01 fevereiro de 1908.
17 Figura 13. Proclamação da República. DN, 05 outubro de 1910.
17 Figura 14. Armistício da 1ª grande guerra. DN, 11 novembro de 1918.
17 Figura 15. Chegada ao Brasil por aviadores portugueses. DN, 20 outubro de 1922.
16 Figura 16. Pronunciamento militar. DN,28 maio de 1928.
16 Figura 17. Fim da II Guerra Mundial. DN, 03 maio de 1945.
16 Figura 18. Visita oficial da Rainha Isabel II a Portugal. DN, 19 fevereiro de 1957.
17 Figura 19. Início da governação de Salazar e outras notícias.
Dn, 05 fevereiro de 1961.
17 Figura 20. Morte de Kennedy. DN, 23 novembro de 1963.
17 Figura 21. Ponte Salazar. DN, 07 agosto de 1966.
18 Figura 22. Papa Paulo VI. DN, 14 maio de 1967.
18 Figura 23. Marcelo Caetano substitui Salazar. DN, 27 setembro de 1968.
18 Figura 24. Chegada dos primeiros homens à lua. DN, 21 julo de 1969.
19 Figura 25. Morte de Salazar. DN, 27 julho de 1971.
19 Figura 26. Revolução do 25 de Abril. DN, 25 abril de 1974.
19 Figura 27. Nova Constituição portuguesa. DN, 03 junho de 1975.
18 Figura 28. Vitória do atleta português nos Jogos Olímpicos. DN, 13 agosto de 1984.
18 Figura 29. Adesão à Comunidade Económica Europeia. DN, 13 junho de 1985.
18 Figura 30. Incêndio nos Armazéns do Chiado. DN, 25 agosto de 1988.
19 Figura 31. A queda do muro de Berlim. DN, 11 novembro de 1989.
19 Figura 32. A libertação de Nelson Mandela. DN, 12 fevereiro de 1990.
19 Figura 33. Primeira Guerra em direto na televisão. DN, 17 janeiro de 1991.
20 Figura 34. Expo’98. DN, 22 maio de 1998.
20 Figura 35. Prémio Nobel da Literatura –José Saramago. DN, 9 outubro de 1998.
20 Figura 36. Morte de Amália. DN, 7 outubro de 1999.
21 Figura 37. A queda da ponte Entre-os-Rios. DN, 6 março de 2001.
21 Figura 38. A derrocada das Torres Gémeas. DN, 12 setembro de 2001.
20 Figura 39. Sucessão de prémios internacionais de Cristiano Ronaldo.
DN, 13 janeiro de 2009.
20 Figura 40. Visita do papa Bento XVI a Portugal. DN, 12 maio de 2010.
20 Figura 41. Portugal campeão europeu. DN, 11 julho de 2016.
21 Figura 42. Eleição de António Guterres para secretário geral das Nações Unidas.
DN, 06 outubro de 2016.
21 Figura 43. Incêndio Trágico em Pedrogão. DN, 17 outubro de 2017.
21 Figura 44. Morte de Agustina Bessa-Luíz. DN, 04 junho de 2019.
24 Figura 45. Público, 18 maio de 2020.

XII
25 Figura 46. Dimensões de um jornal.
26 Figura 47. Exemplo de uma grelha e os elementos de uma página.
28 Figura 48. Jornal Expresso, 03 abril de 2020.
28 Figura 49. Jornal Correio da Manhã, 01 agosto de 2020.
29 Figura 50. Jornal Destak, 29 setembro de 2020.
38 Figura 51. Questões do design de interação por Verplank (2000)
39 Figura 52. Metas da usabilidade e metas decorrentes da experiência do
utilizador. As metas de usabilidade são importantes para o design
de interação e são definidas através de critérios diferentes.
(Preece, et al., 2002, p.41)
42 Figura 53. Livro I Want The Title of this Book to Be por H55.
44 Figura 54. Participação do utilizador na capa do livro.
45 Figura 55. Resultado de dois utilizadores com a aplicação de letras que
completam o título do livro.
46 Figura 56. Cartaz Framing Copenhagen por Peter Ørntoft.
47 Figura 57. Cortes e detalhes diferentes do Framing Copenhagen.
48 Figura 58. Conjunto de elementos de Urban Voids por R2 Design.
49 Figura 59. Identidade Visual Urban.
50 Figura 60. Cartaz informativo do evento Trienal de Arquitectura de Lisboa 2007
impresso em papel translúcido. Quando dobrado corretamente, os
blocos dispersos formam o logótipo Urban Voids.
66 Figura 61. Evolução do logótipo “Ok”.
67 Figura 62. O logótipo do “Ok”
67 Figura 63. Formato Inicial do “Ok”.
68 Figura 64. Formato Final.
69 Figura 65. Malha Quadriculada do Bloco II.
71 Figura 66. Akrobat. Tipo de letra escolhido para os títulos em destaque do “Ok”.
71 Figura 67. Roboto. Fonte escolhida para títulos, corpo do texto, etc.
73 Figura 68. Primeira página do “Ok”.
74 Figura 69. Exemplo da indicação das secções.
74 Figura 70. Modelo das janelas pop-up.
74 Figura 71. Paleta de cores.
75 Figura 72. Extensão da folha na horizontal.
76 Figura 73. Pormenor Covid-18 com e sem aba.
76 Figura 74. Pormenor tracejado e tesoura que sugere recorte.
76 Figura 75. Corte na primeira página do “Ok”.
76 Figura 76. Corte na primeira página com sombra.
77 Figura 77. Pormenor de “Lavar as mãos”.
77 Figura 78. Pormenor do “Desafio da Semana”.
77 Figura 79. Página “pausa” da secção Atualidade.
78 Figura 80. Impressão das folhas.
78 Figura 81. Acertar marcas de sangria.
79 Figura 82. Colagem com cola spray.
79 Figura 83. Corte com bistori.
79 Figura 84. Dobragem das folhas.
79 Figura 85. Encaixe dos Blocos.
79 Figura 86. Correção do cabeçalho.
80 Figura 87. Ilustração alinhada com o texto.

XIII
80 Figura 88. Correção da malha quadriculada sobre o Bloco I.
81 Figura 89. Frente do protótipo final
81 Figura 90. Pormenor do corte na primeira página.
81 Figura 91. Pormenor do interior da página da Atualidade.
82 Figura 92. Verso do protótipo final.
82 Figura 93. Encaixe dos Blocos.
82 Figura 94. Primeira página.
82 Figura 95. Pormenor do desdobrar do Bloco I.

ÍNDICE DE TABELAS

44 Tabela 1. Ações e elementos de interatividade e participação na capa do livro


I Want the Title of this Book to Be.
47 Tabela 2. Ações e elementos de interatividade e participação do cartaz
Framing Copenhagen.
51 Tabela 3. Ações e elementos de interatividade e participação da identidade
visual de Urban Voids.
52 Tabela 4. Identificação da tabela do caso I Want The Title of this Book
to Be com a cor pêssego.
52 Tabela 5. Identificação da tabela do caso Framing Copenhagen com a cor azul.
52 Tabela 6. Identificação da tabela do caso Urban Voids com a cor cinzento.
53 Tabela 7. Categorias comuns e respetivas propriedades nos casos de estudo.

XIV
ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS

APCT Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação


ed. edição
grs gramas
M&P Meios & Publicidade
p. página
para. parágrafo
pp. páginas
s.d. sem data
s.p. sem página
SPN Secretariado da Propaganda Nacional
T.L. Tradução Livre

XV
INTRODUÇÃO

1. ENQUADRAMENTO E PERTINÊNCIA DO TEMA

O jornal serve para informar os leitores. Divulga factos atuais de interesse


geral – as notícias, mas também veicula análises e opiniões. Como parte fun-
damental, o jornal presta o serviço de análise de acontecimentos, o esclare-
cimento e a formação dos leitores.
Segundo os dados da revista Meios&Publicidade, “considerando apenas
Correio da Manhã, Diário de Notícias, Jornal de Notícias e Público, os quatro
diários generalistas auditados pela APCT no ano de 2017” (Durães, 2017) ti-
veram uma quebra de 8,96% relativamente ao ano anterior, ou seja, em mé-
dia foram vendidos cerca de 15.831 exemplares por dia.
Produzir notícias profissionalmente sempre foi caro e isso não mudou com a
tecnologia. A diferença é que na era digital, o jornalismo passou a dar muito me-
nos dinheiro. É um problema para os jornais e para quem vive deles, mas também
para os leitores: menos dinheiro, significa menos investimento em jornalismo.
Durante alguns anos, acreditou-se que a publicidade on-line compensaria
o declínio do negócio das notícias em papel, mas as previsões não se concre-
tizaram e muitos jornais estão agora a tentar uma outra estratégia. Estão a
pedir aos leitores para pagar pelo produto digital, numa altura em que muitos
já deixaram de pagar pela edição impressa e a maioria consome notícias, e
demais conteúdos jornalísticos, gratuitamente na Internet.

1
Com a globalização de uma cultura visual é necessário diferenciar-se e criar
novas realidades para a comunicação de conceitos no contexto social e cul-
tural. Assim, o jornal impresso tal como conhecemos não tem que se manter
idêntico, podendo vir a sofrer alterações. Para tal, é significativo refletir e con-
siderar de que forma se pode inová-lo e adaptar numa sociedade dominada
pelas novas tecnologias.
Os meios de comunicação social digitais permitem a rápida difusão de
ideias, pelo que é importante compreender a prática do design como disci-
plina potenciadora de novos formatos e significados. Assim, foi abordada ou-
tra área de investigação – o design de interação – que para além de estudar
o comportamento, tem a capacidade de intervir na criação de objetos, que
compreendem os utilizadores e as suas necessidades, através dos seus con-
ceitos e princípios.
Deste modo, a presente investigação, que surge no âmbito do projeto fi-
nal do Mestrado de Design de Comunicação, na Faculdade de Arquitetura da
Universidade de Lisboa, pretende demonstrar os benefícios e vantagens que
o design de interação pode trazer ao jornal impresso, através da conceção de
um objeto experimental.
Para este projeto definiu-se como grupo de potenciais utilizadores as
crianças, entre os 8 e os 12 anos. A implementação de novos hábitos nos mais
novos poderá fazer a diferença para a sobrevivência do jornal impresso, uma
vez que é uma atividade associada aos adultos. Com esta idade, as crianças
começam a entender conteúdos mais complexos, desenvolvem a capacida-
de de analisar criticamente o que leem, estão mais conscientes e procuram
explicações sobre os factos. É na infância que as crianças aprendem a parti-
cipar e a contribuir para o mundo.
Assim, tem-se como objetivo desenvolver um objeto experimental, que
para além de transmitir conhecimentos e consciencializar os novos leitores
sobre a atualidade é, ao mesmo tempo, interativo, de modo a despertar a
curiosidade e criatividade.

2. PROBLEMÁTICA E QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO

Vivemos numa sociedade impulsionada pela tecnologia digital – de fácil al-


cance, interação, conveniência e eficiência nos seus serviços. É tão popular,
que devido ao seu desenvolvimento assistimos a uma “espécie de morte len-
ta” de alguns modelos de negócio tradicional. É o caso do mercado impres-
so, a sua queda é influenciada não só pela Internet, mas também por outros
meios de comunicação com maior atenção como a televisão, ou ainda pela
perda do hábito de leitura. Apesar disso, os jornais tentaram modernizar-se,
tanto em termos digitais como editoriais.
Com a descida de vendas nos jornais impressos, as empresas jornalís-
ticas e os grupos económicos têm um enorme interesse pelas plataformas
digitais, apostando em conteúdos informativos com recurso à multimédia e,
ao mesmo tempo, conseguirem tornar o negócio rentável com promoções
nas assinaturas, oferta de primeira leitura a partir de códigos no papel para
leitura on-line e conteúdo patrocinado.
Contudo, ao observarmos as transições entre analógico e digital, enten-
demos que o jornal impresso tem a oportunidade de se destacar como objeto
de comunicação, ao envolver as pessoas.
O projeto apresentado é direcionado a crianças, com o intuíto de estabele-
2
cer uma aproximação através da difusão de conhecimento aos novos leitores
e que ofereça uma experiência, não só através do seu conteúdo, mas também,
através do design, ou seja, o aspeto e representação visual, a funcionalidade e
interatividade com o utilizador, bem como a aplicação das tecnologias de im-
pressão. Desta forma, propõe-se a seguinte questão de investigação:

· Como pode a interação contribuir para melhorar a experiência do jor-


nal, produzido com recurso a tecnologias de impressão, num contexto
de predominância digital?

3. ARGUMENTO

Um jornal impresso, desenvolvido como objeto experimental para crianças,


pode representar um formato distinto e uma nova identidade, que relaciona
o lado tangível com uma aproximação à participação dos seus utilizadores.

4. OBJETIVOS

4.1 OBJETIVOS GERAIS

· Descobrir soluções para o desenvolvimento de um novo formato de jornal im-


presso, que permita uma relação mais próxima entre o objeto e o utilizador;

· Contribuir para a conservação do modelo físico do jornal impresso numa


sociedade dominada pelas tecnologias digitais.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

· Analisar aspetos constituintes do jornal e de que forma tem sido um agente


promotor da cultura e do acesso ao conhecimento;

· Compreender de que forma o jornal impresso pode beneficiar do auxílio da


interatividade, através de uma vertente tátil;

· Desenvolver um modelo com perspetivas de mudança para o jornal, no qual


demonstre as suas vantagens e o seu potencial;

· Contribuir para a conceção, produção e comunicação de objetos impressos.

3
5. DESENHO DA INVESTIGAÇÃO

O presente projeto seguiu uma metodologia mista assente em métodos in-


tervencionistas e não-intervencionistas, dividida em três etapas: explorató-
ria, generativa e avaliativa.
Numa fase inicial de exploração, foi aplicada uma metodologia não inter-
vencionista, de maneira a fazer o levantamento, seleção, análise e síntese
crítica da literatura. De modo, a não só aprofundar conhecimentos e produ-
zir nova informação mais concreta, sucinta e de fácil compreensão sobre as
áreas em questão, mas também proceder à formulação do argumento. Para
completar esta fase da investigação, foi necessária a execução de estudo
de casos de modo a criar um encandeamento entre a investigação e o co-
nhecimento já produzido. A análise aos casos teve como intuito enquadrar o
contributo da relação de interatividade e o potencial do papel em objetos de
comunicação impressos.
Após terminada a fase exploratória, seguiu-se para uma fase generativa,
na qual foi aplicada uma metodologia intervencionista – investigação ativa.
Desenvolveu-se um projeto de design, que originou um protótipo de objeto
experimental, produzido através de objetivos e requisitos estabelecidos.
Para finalizar a investigação, entramos na fase avaliativa. Apesar de não
ter sido possível testar o protótipo devido à pandemia e às restrições que
impediram a sua realização, apresenta-se um plano de testes de usabilidade
que sugere a sua realização no futuro.
Desta forma, retiraram-se conclusões através da análise e crítica da lite-
ratura e do processo de desenvolvimento do projeto, como contributo para
futuras investigações. O processo de investigação referido pode ser observa-
do na figura 1.

4
CAMPO DE INVESTIGAÇÃO
Design

ÁREA DE INVESTIGAÇÃO
Design de Comunicação

TEMA
Jornal Impresso e o Design de Interação

TÍTULO
O Jornal Impresso na Era Digital: A prática do design como
disciplina potenciadora de novos formatos e significados

QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO
Como pode a interação contribuir para melhorar a experiência
do jornal, produzido com recurso a tecnologias de impressão,
num contexto de predominância digital?

ESTADO DA ARTE
Revisão da Literatura Análise de Casos de Estudo

ARGUMENTO
Investigação Ativa

DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
Iteração

RESULTADOS (PROTÓTIPO)

AVALIAÇÃO
Testes de Usabilidade

CONCLUSÕES

CONTRIBUTO

RECOMENDAÇÕES
Figura 1. Organograma.
Fonte: Investigadora (2020)

5
6. GUIÃO DO PROJETO

A dissertação está organizada em duas partes: Enquadramento Teórico e Inves-


tigação Ativa. Na primeira parte, é feita uma leitura atenta e crítica da revisão da
literatura sobre os tópicos em questão. Esta parte reúne a leitura numa abor-
dagem ativa, na qual definimos significados, conceitos, determinamos relações
e compreendemos contextos, que por sua vez sustentam a investigação. Deste
modo, a primeira parte está organizada pelos seguintes dois capítulos:

· Capítulo 1: Jornal Impresso – Visto ser a temática central da investiga-


ção, apresentou-se um breve contexto histórico acompanhado de uma abor-
dagem sobre a sua origem e a sua evolução em Portugal. Em seguida, pro-
curou-se analisar o modo como um jornal é estruturado e organizado, bem
como compreender o panorama atual da prática de leitura do jornal impresso
e como se insere numa sociedade rodeada de novas tecnologias.

· Capítulo 2: Introdução ao Design de Interação – Para que a investiga-


ção alcance resultados de acordo com os objetivos traçados, foi fundamen-
tal cruzar uma área divergente ao capítulo anterior que, no entanto, ambas
convergem para o mesmo propósito. Deste modo, foi necessário clarificar
os conceitos de interação, interatividade, experiência e emoção. Revelou-se
importante analisar especificamente a relação da interatividade e a partici-
pação do utilizador no meio impresso, onde se recorreu a uma análise a três
casos de estudo de interação em objetos de comunicação.

Dado como terminado a recolha de informações e contextualização teórica,


procedeu-se para a segunda parte da dissertação, correspondente à Investi-
gação Ativa, onde se realiza o projeto, de caráter experimental. Esta segunda
parte é constituída por os seguintes dois capítulos:

· Capítulo 3: Projeto – Começa pela definição dos objetivos e requisitos,


que se consideraram fundamentais para a realização do objeto final, um jor-
nal impresso. Neste capítulo é apresentado e justificado a escolha do públi-
co-alvo, a seleção da temática dos conteúdos, esboços e uma descrição de-
talhada da conceção do protótipo experimental.

· Capítulo 4: Avaliação – Neste capítulo são apresentados os testes de


usabilidade com o seu respetivo plano e objetivos e o esclarecimento sobre o
impedimento da conclusão desta fase. Por fim, apresenta-se o resultado do
protótipo final, que nos leva às conclusões de toda a investigação e futuras
recomendações para investigadores.

6
ENQUADRAMENTO TEÓRICO
DESIGN

JORNAL IMPRESSO

SOLUÇÃO/
CONTRIBUTO

Figura 2. Diagrama
da Investigação.
Fonte: Investigadora (2020)
INTERATIVIDADE

10 | Enquadramento Teórico
CAPÍTULO 1 O JORNAL IMPRESSO

Na primeira parte da investigação, o enquadramento teórico, procurou-se com-


preender o que é o jornal impresso através de uma abordagem histórica no país
e no mundo, que alterações sofreu na sua evolução e o impacto que teve na so-
ciedade. Num contexto atual, investigou-se sobre a prática de leitura e em que
lugar se insere o jornal impresso na vida das pessoas, assim como a relação com
as novas tecnologias e como tem afetado o setor jornalístico.

1. UMA SÍNTESE HISTÓRICA DO JORNAL

O jornal é uma publicação lançada regularmente que traz notícias sobre uma
ampla variedade de eventos atuais. Sindicatos, grupos religiosos, corpora-
ções ou clubes são organizações que podem ter o seu próprio jornal, mas o
termo ‘jornal’ é utilizado, comumente, quando nos referimos a publicações
diárias ou semanais que trazem notícias de interesse, geralmente associadas
a um público em uma área geográfica específica. (Stephens, s.d.)
Desde há muito tempo que as notícias circulam de “boca em boca”, mas
quando a língua falada evoluí para a formação da escrita com a alfabetização
e o governo desempenha um papel maior na vida das pessoas, o compartilha-
mento de informações tornou-se uma necessidade.

Enquadramento Teórico | 11
No entanto, as informações em papel apresentaram desafios significativos,
sendo que cada cópia era manuscrita. Ainda assim, as primeiras civilizações
distribuíram notícias. Na China uma das primeiras formas de divulgação de
notícias foi o tipão, durante a Dinastia Han (202 a.C. a 221 d.C), onde apresen-
tavam notícias e anúncios oficiais destinado somente ao governo e pessoas
com mais estudos. Na Roma Antiga, a acta diurna (figura 3) publicada em 69
a.C., consistia em placas de pedra que continham informações com os prin-
cipais acontecimentos do Império Romano como julgamentos, escândalos,
campanhas militares e execuções. (Stephens, s.d.)
Figura 3. Acta Diurna: o boletim Embora os chineses e os romanos, bem como outras civilizações antigas,
oficial do Estado Romano.
Fonte: cienciahistorica.com inventaram formas de distribuir informações, estas não se consideravam jor-
/2018/01/28/acta-diurna-
boletin-oficial-romano/ nais. Ainda assim, foram os chineses que contribuíram para a invenção da
prensa em tipos móveis. Desde a utilização de pele de animais como suporte
para a escrita e o aparecimento do papel, os chineses inventaram a primeira
forma de impressão em relevo denominada de xilogravura, através de recor-
tes de espaços à volta de uma imagem, de maneira a serem cobertos com
tinta e transferir a imagem para o papel. Esta invenção acabou por servir de
inspiração para a invenção da tipografia. (Meggs & Purvis, 2012)
Meggs e Purvis (2012) também referem que a invenção da prensa por Gu-
tenberg está próxima da criação da escrita como um dos avanços mais im-
portantes da civilização. A escrita deu à humanidade um meio de armazenar,
recuperar e documentar conhecimentos e informações que superava tempo
e lugar; a impressão tipográfica permitiu uma produção económica e múlti-
pla da comunicação do alfabeto. O conhecimento espalhou-se rapidamente
e a alfabetização aumentou como resultado dessa invenção.
Sem o papel, a velocidade e a eficiência da impressão seriam inúteis. A im-
pressão tipográfica não cresceu diretamente da impressão em bloco porque a
madeira era muito frágil. Por outro lado, a necessidade de alinhamento exato e
o modesto sistema de alfabeto tornaram a impressão de material de texto do
tipo independente, móvel e reutilizável, altamente desejável no ocidente. Assim,
a criação da impressão tipográfica foi definida por etapas. (Childress, 2008 )
Segundo Hook (2010), Gutenberg inventou a prensa de tipos móveis
composta por uma longa mesa de madeira, utilizada para preparar o papel e
a tinta e, por um armário que continha a prensa com as letras. Bacelar (1999)
descreve o sistema do seguinte modo:

“Cada letra era gravada no topo de uma punção de aço que era pos-
teriormente martelado sobre um bloco de cobre. Essa impressão em
cobre era inserida num molde, e uma liga de chumbo, antimónio e bis-
muto era aí vertida, originando uma imagem invertida da letra que era
então montada numa base de chumbo. A largura dessa base variava
com a dimensão da letra (…). Esta característica permitiu enfatizar
o impacto visual das palavras e dos conjuntos de palavras, evitando
o efeito individualizador das letras, característico do monoespaceja-
mento. Com este princípio estabeleceu-se uma norma de elegância
estética e sofisticação para a perfeita e impecável regularidade de
uma página impressa” (Bacelar, 1999, p.3)

12 | Enquadramento Teórico
Figura 4. Nomenclature da Prensa
de Gutenberg. Fonte: mlc-wels.
edu/library/library/library-
resources/431-2/2692-2/

Com a imprensa dependente da indústria gráfica e da sua evolução, a inven-


ção da prensa por Gutenberg (figura 4), iniciou a Era do Jornal Moderno que
acabou por se espalhar por toda a Europa e mais tarde pelo mundo. Várias
casas de impressão permitiram a explosão de produção periódica de folhas
volantes, sendo o panfleto o meio de comunicação mais utilizado. As notícias
eram maioritariamente sensacionalistas, o que permitiu à imprensa se tornar
num verdadeiro negócio. (Stephens, s.d.)
Em 1500, o livro passou a ser o único meio de informação e cultura que
reúne de forma sistemática e organizada, informações que até a altura esta-
vam dispersas. Por esta altura, o livro tinha o aspeto que tem nos dias de hoje,
ou seja, é composto por número de páginas e por ilustrações e/ou gravuras
que acompanham o texto. (Finkelstein & McCleery, 2005)
Deste então, a imprensa evolui aos poucos e em 1502, o jornal Neue Zei-
tung teve o seu primeiro exemplar impresso. Era publicado ao ritmo que re-
cebia as notícias e relatava artigos com acontecimentos políticos, bélicos e
eclesiásticos. (Canaveira, 1996)
Canaveira (1996) refere que daqui em diante, é possível ver diferentes ta-
manhos no texto, com o objetivo de criar destaque visual nas páginas. Em
1556, é publicado Notizie Scritte em Veneza, o primeiro jornal que os leitores
teriam que pagar para ter acesso a “notícias frescas”. Leipziger Zeitung foi o
primeiro jornal diário generalista de notícias publicado na Alemanha em 1650
e foi a partir desta altura que os jornais começaram a focar-se em assuntos
locais, mas com a censura existente na altura não era possível expor deter-
minados acontecimentos porque poderia levar o povo a tomar uma atitude
de oposição. (Carreira, 2015)
Segundo Meggs & Purvis (2012), nesta altura as técnicas de impressão
evoluíram muito lentamente, mas no início do século XIX, o alemão Friedrich
Koenig inventou uma prensa mecânica na qual introduziu o movimento rota-
tivo através de dois rolos móveis que aplicavam tinta sobre a impressora com
energia a vapor, possibilitando a impressão de 400 folhas por hora – quase o
dobro das prensas normais (figura 5).
Com a Revolução Liberal em 1820, a liberdade de expressão permitiu que
as informações fossem divulgadas de forma independente e sem censura e
Figura 5. A prensa mecânica em 1844, com a invenção do telégrafo, as notícias passaram a ser transmi-
de Koening. Fonte: tipografos.net/
tecnologias/koenig.html tidas em pouco tempo. Por esta altura os jornais eram o principal meio de

Enquadramento Teórico | 13
transmissão e receção de informações no qual construíram-se grandes im-
périos editoriais. (Stephens, s.d.)
Em 1922 com a chegada da rádio, os jornais tiveram que reavaliar o seu
papel na sociedade, no qual renovaram formatos, os conteúdos aumentaram
o volume de texto e abordavam novos temas. Segundo Carreira (2015), estas
alterações serviram para tornar os jornais mais atraentes e cativar os leito-
res, mas dez anos depois, chega a televisão e mais uma vez o jornal reinven-
ta-se e utiliza novas formas de comunicação para atrair leitores: com a uti-
lização de cor, artigos mais curtos, rápidos e objetivos para se aproximarem
do conteúdo televisivo.
No início dos anos 80, os “novos media” cedem aos meios impressos co-
nhecimentos visuais – a cor total e o uso de gráficos – o que os levou a terem
sucesso imediato. (Carreira, 2015). Assim, iniciam-se grandes inovações téc-
nicas como a criação de programas de edição. O mundo da imprensa sentiu a
necessidade de se reinventar todos os dias e desta forma foi possível agilizar
a preparação e o lançamento de publicações.

2. ORIGEM E EVOLUÇÃO DO JORNAL EM PORTUGAL

Em Portugal as notícias surgem no final do século XVI em folhas volantes e eram


divulgadas caso existissem acontecimentos nacionais e internacionais impor-
tantes. A primeira publicação foi lançada em 1626 e mais tarde, um ano depois
de Portugal recuperar da independência a 1 de dezembro de 1640, surge o pri-
meiro jornal português – a “Gazeta da Restauração”. O jornal português dirigido
por D. João IV e os seus apoiantes viram neste periódico um excelente instru-
mento de propaganda de legitimação do novo poder, mas também uma forma
de difamar as ações dos espanhóis que se manteve até 1647. (Camponez,2002)
Em 1663, “O Mercúrio Portuguez” foi a segunda publicação periódica es-
tável em Portugal onde se publicavam acontecimentos políticos do mês an-
terior. Em 1715 é lançado a “Gazeta de Lisboa” e em 1809 até 1813 o “Diário
Lisbonense”, foi o único jornal informativo em Portugal fundado por Estêvão
Figura 6. Diário de Noticías, 1864. Brocard. (Vicente, 2009)
Fonte: www.dn.pt/edicao-do-
dia/29-dez-2019/nasce-um-jornal- Com o liberalismo e a supressão da censura a 4 de julho de 1821, surge um
para-todas-as-bolsas-e-todas-as-
inteligencias-11657029.html enorme impulso na indústria tipográfica e no jornalismo, mas não durou mui-
to tempo até a censura ser restabelecida e, consequentemente, uma queda
no número e qualidade de publicações. Mesmo assim, foi possível publicar o
diário “Açoriano Oriental” – o jornal mais antigo do país e o segundo mais an-
tigo da Europa, a 18 de abril de 1835, em Ponta Delgada, na Ilha de São Miguel,
nos Açores. (Vicente, 2009)
Segundo Barreto (1981), nos meados do século XIX, dá-se início à funda-
ção dos grandes jornais portugueses, tais como, o “Jornal do Comércio” em
1853; o “Comércio do Porto” em 1854; o “Diário de Notícias” em 1864 (figura 6)
por Eduardo Coelho 1; “O Primeiro de Janeiro” em 1869; o “Diário dos Açores”
Figura 7. Diário dos Açores, 1970. em 1870 (figura 7); o “Diário de Notícias da Madeira” em 1876; “O Século” em
Fonte: costabrites.com/
2013/05/01/rogerio-silva-um- 1881 e o “Jornal de Notícias” em 1888. Apesar de estar em vigor uma suces-
conquistador-de-arquipelagos-3/
são de medidas repressivas contra a imprensa sob o reinado de D. Carlos,
houve um crescimento no surgimento de novos jornais.
1 O aspeto mais relevante da vida de Eduardo Coelho foi
a sua entrada na Tipografia Universal Lisbonense. Lá criou Com tanto jornal em Portugal, a tipografia ainda se encontrava bastante atra-
a obra “Diário de Notícias”, um grande jornal que trata de
todos os aspetos do país (política, história, arte, comércio, sada em relação ao resto da Europa, então a Liga Promotora dos Melhoramentos
indústria, justiça, ciência, agricultura, etc.) com princípios,
equilíbrio, sem insultos e com uma linguagem civilizada. da Imprensa (LPMI) fez uma investigação sobre o atraso da arte tipográfica em
Portugal no qual constituiu uma série de melhoramentos de pessoal e de material

14 | Enquadramento Teórico
de imprensas o que resultou um crescimento na indústria gráfica. (Barreto, 1981)
Com a Implementação da República em 1910, surge a Primeira Lei da Impren-
sa que dita a proibição da censura, sendo que esta lei não foi completamente cum-
prida devido à entrada de Portugal na 1ª Guerra Mundial em 1916 e após o Golpe
Militar em 1926, a censura foi proibida na imprensa. Somente em 1974, depois do
fim do Regime Ditatorial do Estado Novo com o golpe ao estado, a censura foi rom-
pida. (Tengarrinha, 1989)
Tengarrinha (1989) refere ainda que os anos 30, realizaram-se relatórios
pelo Secretariado da Propaganda Nacional (SPN), sobre o estado da impren-
sa de província e plano de ação para uma propaganda metódica dos princí-
pios políticos e sociais e realização do Estado Novo, com o objetivo de anali-
sar as tendências políticas e sociais, o aspeto gráfico e o valor intelectual dos
colaboradores. Assim compilaram os jornais por escalões de proximidade,
relativamente às doutrinas preconizadas pelo regime, consoante o que pu-
blicavam em relação ao Estado Novo: situacionistas, simpatizantes, neutros,
anti-situacionistas e “de classe”.
Entre o fim dos anos 60 e o início dos anos 70, a imprensa foi estruturada
com a modernização dos processos produtivos com a introdução de impres-
são offset, permitindo a diversidade na construção gráfica, possibilitando a
inserção de mais imagens com maior qualidade. Contudo, houve uma maior
gestão dos recursos humanos e os jornalistas começam a dar valor à sua
profissão. (Manuel, 2014)
Ciente das evoluções empresariais, a publicidade passa a ser indispen-
sável dos jornais, bem como a televisão, a rádio e o aparecimento das news-
magazines – revistas com um grafismo sofisticado e liberais na escolha e no
tratamento dos seus conteúdos, tais como “Flama” (figura 8), “Vida Mundial”
e “O Século Ilustrado” (figura 9) que segundo Manuel (2014): “iriam estar na
linha da frente da renovação do jornalismo português”. (Manuel, 2014, p.177)

Figura 8. Revista Flama. 28 março


de 1958. Fonte: industrias-culturais.
blogs.sapo.pt/o-porto-em-1958-
segundo-a-revista-flama-7920996

Figura 9. Revista O Século


Ilustrado. 01 dezembro de 1973.
Fonte: www.newsmuseum.pt/pt/o-
bairro-alto/o-seculo-ilustrado

Também nesta altura, é valorizada a reportagem feita pelo fotógrafo, na qual


são criados departamentos gráficos, integrados por profissionais da área e
por designers, onde planeiam, juntamente com os responsáveis da redação
e do gabinete fotográfico, as diferentes páginas de um jornal. (Carreira, 2015)
Nas figuras 10 à 44 podemos observar a primeira página do Diário de Notícias
como exemplo da evolução do design no jornal impresso em Portugal.
Enquadramento Teórico | 15
1870 1900

Figura 10. A primeira gravura. DN, 14 junho de 1877. Figura 11. A primeira ilustração por Roque Gameiro. DN, Figura 12. O regicídeo. DN, 01, fevereiro de 1908. Fonte:
Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand= 23 janeiro de 1901. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/ static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand=DN&
DN&type=generate&guid=a5ea193c-23c6-4c02-a832- image.aspx?brand=DN&type=generate&guid=007a6b type=generate&guid=b1466382-65db-435b-9304-
b517c53b8b97&t=20191120160041 1a-c371-4fc2-8215-1e6c9a6801b0&t=2019 93cb075442f9&t=20191120160041
11201600411

1940 1950

Figura 16. Pronunciamento militar. DN, 28 maio de 1928. Figura 17. Fim da II Guerra Mundial. DN, 03 maio de 1945. Figura 18. Visita oficial da Rainha Isabel II a Portugal. DN,
Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand= Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand= 19 fevereiro de 1957.Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.as
DN&type=generate&guid=a7c03965-2b1c-41fe-9ea5- DN&type=generate&guid=7f846679-5fa5-45b8-82dd- px?brand=DN&type=generate&guid=08e39a52-fd76-4b7f-96ce-
d57a1ec80969&t=20191120160041 b57a2c7a7ca7&t=20191120160041 4c780935b3ea&t=20191120160041

16 | Enquadramento Teórico
1910 1920

Figura 13. Proclamação da República. DN, 05 outubro Figura 14. Armistício da 1ª grande guerra. DN, 11 novembro Figura 15. Chegada ao Brasil por aviadores protugueses. DN,
de 1910. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?br de 1918. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?br 20 outubro de 1922. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.as
and=DN&type=generate&guid=1f69314d-74c7-4081-8f53- and=DN&type=generate&guid=5b1d27f2-5bde-4efc-a16f- px?brand=DN&type=generate&guid=8ea3c717-96ca-4885-8599-
107dd711d678&t=20191120160041 3fa67046b365&t=20191120160041 41500ea7b6d0&t=20191120160041

1960

Figura 19. Inicio da governação de Salazar e outras notícias. DN, Figura 20. Morte de Kennedy. DN, 23 novembro de 1963. Figura 21. Ponte Salazar. DN, 07 agosto de 1966.Fonte:
05 fevereiro de 1961.Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.as Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand= static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand=DN
px?brand=DN&type=generate&guid=38fc3fee-3357-4827-92eb- DN&type=generate&guid=f081a849-560c-42a6-922e- &type=generate&guid=be9d5acd-2e94-4420-a76a-
15e1f1c508b3&t=20191120160041 76dffe32339c&t=20191120160041 71f88c36de4f&t=20191120160041

Enquadramento Teórico | 17
Figura 22. Papa Paulo VI. DN, 14 maio de 1967. Figura 23. Marcelo Caetano substitui Salazar. DN, Figura 24. Chegada dos primeiros homens à lua. DN,
Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand= 27 setembro de 1968. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/ 21 julho de 1969. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/
DN&type=generate&guid=dff489e5-5bba-492f-bd45- image.aspx?brand=DN&type=generate&guid=97848519- image.aspx?brand=DN&type=generate&guid=e3c3d33e-
506c35545605&t=20191120160041 0646-459e-b481-2448026545a9&t=20191120160041 d151-45d0-b53b-21cc31c7eb06&t=20191120160041

1980

Figura 28. Vitória do atleta portugues nos Jogos Olímpicos. DN, Figura 29. Adesão à Comunidade Económica Europeia. DN, Figura 30. Incêndia nos Armazéns do Chiado. DN, 25 agosto
13 agosto de 1984. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.asp 13 junho de 1985. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.asp de 1988. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?bra
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cb8c3e4b4c99&t=20191120160041 60331ca28a65&t=20191120160041 841bd8fbec6a&t=20191120160041

18 | Enquadramento Teórico
1970

Figura 25. Morte de Salazar. DN, 27 julho de 1971. Figura 26. Revolução do 25 de Abril. DN, 25 abril de 1974. Figura 27. Nova Constituição portuguesa. DN, 03 junho
Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand= Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand= de 1975. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?bra
DN&type=generate&guid=d9c41476-82ea-4928-9051- DN&type=generate&guid=d9c41476-82ea-4928-9051- nd=DN&type=generate&guid=8c488856-5edb-46fb-b283-
7d521c0c70af&t=20191120160041 7d521c0c70af&t=20191120160041 ba846b0df77c&t=20191120160041

1990

Figura 31. A queda do muro de Berlim. DN, 11 novembro Figura 32. A libertação de Nelson Mandela. DN, 12 fevereiro Figura 33. Primeira Guerra em direto na televisão. DN,
de 1989. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?br de 1990. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?bra 17 janeiro de 1991. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx
and=DN&type=generate&guid=ffbd74a2-c66f-436c-a003- nd=DN&type=generate&guid=4dacd63d-3469-4d58-b713- ?brand=DN&type=generate&guid=303b3570-0abb-45b5-8a94-
e5296fca85ce&t=20191120160041 fe1baab9a865&t=20191120160041 38a2013d0458&t=20191120160041

Enquadramento Teórico | 19
Figura 34. Expo’98. DN, 22 maio de 1998. Figura 35. Prémio Nobel da Literatura – José Saramago. Figura 36. Morte de Amália. DN, 7 outubro de 1999.
Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?bran DN, 9 outubro de 1998. Fonte: static.globalnoticias.pt/ Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand=
d=DN&type=generate&guid=18cb4c3a-4afe-4a2e- dn/image.aspx?brand=DN&type=generate&guid=80387 DN&type=generate&guid=ae07c798-2c8b-4577-9609-
8136-df0f6210aedf&t=20191120160041 a1d-4e4d-4a1d-abea-e6d3fb985ab0&t=20191120160041 eae5a77bfe3d&t=20191120160041

2010

Figura 39. Sucessão de prémios internacionais de Cristiano Figura 40. Visita do papa Bento XVI a Portugal. DN, Figura 41. Portugal campeão europeu. DN, 11 julho de 2016. Fonte:
Ronaldo. DN, 13 janeiro 2009. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/ 12 maio de 2010. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.asp static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand=DN&type=generate&g
image.aspx?brand=DN&type=generate&guid=765ec241-63a5- x?brand=DN&type=generate&guid=9cfd2dfd-2c98-41dd-8fa2- uid=09ea7c23-1594-498f-bfc2-48f90878d0b5&t=20191120160041
4c51-b6c5-d85de8fcd3bd&t=20191120160041: 84fca78a20c2&t=20191120160041

20 | Enquadramento Teórico
2000

Figura 38. A derrocada das Torres Gémeas. DN, 12


Figura 37. A queda da ponte Entre-os-Rios. DN, 6 março
setembro de 2001. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/
de 2001. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?br
image.aspx?brand=DN&type=generate&guid=02ffd05e-
and=DN&type=generate&guid=caaa42ff-bd90-4ea0-85ef-
cc24-4c87-9596-55685f0f72fc&t=20191120160041
497b957aba3d&t=20191120160041

Figura 42. Eleição de António Guterres para secretário Figura 43. Incêndia Trágico em Pedrogrão. DN, 17 outubro Figura 44. Morte de Agustina Bessa-Luíz. DN, 04 junho
geral das Nações Unidas. DN, 06 outubro de 2016. de 2017. Fonte: www.dn.pt/edicao-do-dia/20-nov-2019/55- de 2019. Fonte: www.dn.pt/edicao-do-dia/20-nov-
Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand= capas-entre-as-55-000-que-fizeram-a-historia-do-diario-de- 2019/55-capas-entre-as-55-000-que-fizeram-a-historia-
DN&type=generate&guid=09ea7c23-1594-498f-bfc2- noticias-11530624.html do-diario-de-noticias-11530624.html
48f90878d0b5&t=20191120160041

Enquadramento Teórico | 21
3. O DESIGN NO JORNAL IMPRESSO

Com a evolução das técnicas de produção e a forte influência dos media,


o design de notícias ganhou um papel importante diante do jornalismo. A lin-
guagem jornalística não é formada apenas pelo seu conteúdo textual, uma
vez que o jornal impresso é por natureza um objeto gráfico. (Lockwood, 1992)
Moherdaui (2009) reforça que os jornais são um meio de comunicação
totalmente visual. No entanto e com a crescente procura de informação na
Internet, os jornais tiveram uma consequente atenuação de importância jun-
to dos leitores. Os jornais tiveram que repensar a forma como são produzidos
e como se relacionam com a audiência, levando-os a procurar uma nova posi-
ção no discurso jornalístico.
Com a transformação da apresentação dos conteúdos informativos, o cam-
po jornalístico apresenta uma maturidade sobre a consolidação do campo do
design na área do jornalismo. A aparência visual é um elemento de forte influên-
cia entre a publicação e o leitor e diante disso, o jornal passa a ter um universo
de códigos e práticas próprias, desenvolvendo uma cultura particular, através
do design que define a disposição de informação pelas páginas. (Pivetti, 2006)
A conceção de composição de páginas apoia-se numa linguagem visual,
através da integração do texto com os restantes elementos, como a tipogra-
fia, a fotografia, as ilustrações, as infografias e até os espaços em branco.
(Garcia (1987) Aqui, o design foca-se sobretudo na função de comunicar uma
história ou ideia de um jornalista, pelo meio da combinação e organização de
imagem e texto. É a partir das estruturas desenvolvidas pelos designers que
a informação é lida e interpretada. (Carreira, 2016)
Esterson (2004) completa que:

“In the best newspapers these elements make up the perfect combi-
nation of journalism: form and content united express a personality.” 2
(Esterson, 2004, p.4)

Portanto, o design de um jornal consiste em criar uma identidade, organizar os


conteúdos, de forma a construir um sentido de relação com os restantes elemen-
tos não textuais, de modo a que o todo potencialize o discurso. (Zappaterra, 2007)
O design permite destacar a qualidade de conceber expressão e personalida-
de ao conteúdo.
De acordo com Garcia (1993):

“Design in newspapers, as in all areas, is not decoration. Likewise, wri-


ting is not the only, nor the main reason for an editorial product, like
the newspaper, to present quality. A good editorial project is the result
of good planning work, of which design must be part from the begin-
ning.” 3 (Garcia, 1993, p. 8)

Para além de o design de um jornal ser um componente de persuasão cons-


2 T.L. “Nos melhores jornais estes elementos
apresentam a combinação perfeita do jornalismo: tituinte de potencial informação, que antecipa as características do público
a forma e os conteúdos em conjunto expressam
uma personalidade.” destinatário, organiza temáticas e define valor-notícia, enquanto objeto tam-
3 T.L. “O design nos jornais, como em todas bém pode ser bastante sedutor. (Damasceno, s.d.)
as áreas, não é decoração. Da mesma forma que
a escrita não é a única, nem a principal razão para A sua função inclui envolver os leitores mediante a apresentação visual,
um produto editorial apresentar qualidade, como
o jornal. Um bom projeto editorial é o resultado com o intuito de providenciar o interesse pela leitura. Em outras palavras,
de um bom trabalho de planeamento, do qual
o design deve fazer parte desde o início.” o jornal deve oferecer informação útil de um modo agradável para o leitor. De
acordo com Frascara (2004) o foco de atenção no design está, cada vez mais,

22 | Enquadramento Teórico
direcionado para as noções de interação entre o público e a informação. Há
uma necessidade de criar uma diferenciação nas abordagens, com o intuito
de atrair a atenção dos utilizadores. Assim, a estrutura do jornal impresso
foi desenhada com a intenção de conectar vários componentes, de acordo
com um padrão que volta a ser repetido em cada edição. Isto significa que o
designer, tem a função de organizar as informações, de modo a gerar o layout
da página. O jornal é um suporte físico da mensagem e por isso contribui para
lhe conferir um sentido.
Todo o projeto de design exige um planeamento com etapas essenciais
para o processo de desenvolvimento. Essas etapas devem ter como foco o
design como solução de problemas. Para tal, o designer deve conhecer o con-
texto em que o objeto será inserido, ou melhor, a posição no mercado, os pro-
dutos similares existentes, o tipo de utilizador e a sua função, mas também a
corporação/organização que o representa. (Nunes, 2009)
Tendo em conta que o jornal impresso funciona como “um suporte manu-
seável, onde a comunicação acontece num plano bidimensional de perceção”
(Pivetti, 2006, p.8), as características do suporte impresso são distintas da
composição gráfica, de maneira que podemos considerar o jornal impresso
como objeto e produto.
Contudo, os objetos de comunicação impressos são caracterizados por
três exigências específicas: a visibilidade, a legibilidade e a inteligibilidade. Se-
gundo Quadros (2004) o designer tem a função de traduzir as notícias numa
apresentação visual que combina texto e imagens, de modo a que a mensa-
gem seja clara e cativante para o leitor. Como foi referido, o jornal é um meio
que transmite informações e ideias, enquanto que o design é uma parte inte-
grante desse encandeamento.
Evans (2007) refere que o processo de desenvolvimento do jornal começa
com uma folha branca e um conjunto de ideias/conteúdos. O resultado é apre-
sentar essas mesmas ideias de um modo organizado e percetível através da es-
colha do tipo de letra, da exposição das imagens, as divisões e os espaços em
branco entre os conteúdos, tudo adequado para uma sequência de páginas.
A estrutura de um jornal obriga a compor páginas onde as notícias são fá-
ceis de identificar e assimilar pelo leitor, visto que a apresentação dos conteú-
dos deve ser clara e o mais nítido possível, de forma a conduzi-lo a refletir, pelo
meio de comentários e procura de factos. (Nunes, 2009)
A visibilidade do jornal impresso está diretamente ligada à disposição e à hie-
rarquia das notícias pelas páginas, pelo motivo que a determinação mediática
deve ter consciência sobre a forma como anuncia os conteúdos. A essência do
design de um jornal está no modo como as notícias são apresentadas.
Consoante o tipo de jornal (diário, semanário ou mensal), as notícias são
diferentes, mas a linguagem gráfica permanece a mesma. Desde a escolha
da tipografia, das cores e de outros elementos gráficos que em conjunto, de-
finem a identidade de um jornal e, por consequência, o seu funcionamento.
(Esterson, 2004)
Relativamente sobre a legibilidade, a tipografia dá corpo e uma forma con-
creta à linguagem textual e aos conteúdos, de maneira a proporcionar uma
corrente social de mensagens. Para cada conteúdo existe um tipo de letra ade-
quado, consistente, distinto e coerente com a sua mensagem. A tipografia tem
a responsabilidade de incentivar a leitura, revelar os conteúdos e o seu signifi-
cado. Portanto a escolha do tipo de letra para um jornal é uma fase importan-
tíssima no processo de desenvolvimento. A sua estrutura deve ser percetível
através da organização do texto com os restantes elementos gráficos. Ao mes-

Enquadramento Teórico | 23
mo tempo que induz a intervalos entre conteúdos, proporcionando o tipo ideal
de leitura. (Lupton, 2010)
Por fim, a inteligibilidade de um jornal, ou seja, a compreensão, o aprofun-
damento e os comentários sobre os acontecimentos, está relacionado com a
divisão das notícias em partes pelo espaço da página. Por outras palavras, é a or-
ganização dos conteúdos a partir da atribuição do valor-noticia a cada tema, que
por sua vez, dispõe de uma hierarquia, a qual revela a diagramação da página.
Os conteúdos com maior valor-notícia devem ter um maior destaque me-
diante o posicionamento na página, a área que ocupa e o tratamento tipo-
gráfico. As manchetes são preferencialmente inseridas no topo da página,
com um corpo de letra maior, fontes mais pesadas, que por consequência,
ocupam uma maior área (figura 45). As manchetes apresentam estas carac-
terísticas para que o leitor entenda, de imediato, quais as notícias de maior
importância. (Nunes, 2009)
No entanto, a forma como os jornais são feitos têm uma grande influência
sobre a sua aparência. Isto significa, que o jornal está dependente da pre-
Figura 45. Público, 18 maio de paração das notícias e dos meios técnicos de produção que condiciona as
2020. Fonte: 24.sapo.pt/jornais/
nacional/4090/2020-05-18 escolhas editoriais e gráficas. Segundo Pivetti (2006), existem dois tipos de
tempo na produção de um jornal: tempo externo para reunir os conteúdos
das notícias e o tempo interno que corresponde à elaboração do jornal, in-
cluindo a fase de impressão.
Contudo, a evolução dos processos produtivos de tecnologia digital veio
ajudar a tornar mais simples e a um custo baixo, todo o processo de manipula-
ção de texto e a possibilidade de criar e compor diversos elementos gráficos.

3.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS

Uma das intenções do projeto gráfico de um jornal é tornar a experiência


da leitura acessível e agradável, de forma a atrair e a manter o leitor junto
das publicações. Porém, a comunicação atua através de linguagem, que nem
sempre se processa através de palavras. A linguagem visual é um meio de
comunicação não-verbal com grande influência, mas é preciso conhecer e
estudar que elementos a constituem e de que modo podem contribuir para o
progresso do jornal. (Bonnici, 2000)
A linguagem visual não é apenas constituída por texto e imagem, é o conjun-
to de todos os elementos gráficos, o qual enviam uma mensagem específica.
De acordo com Frost (2003), uma vez que uma publicação estiver em circu-
lação, é fundamental que continue com o seu aspeto familiar pelos leitores,
de modo a garantir uma identidade tangível e adequada ao público em espe-
cífico. Para tal, existem alguns elementos essenciais na construção de uma
publicação jornalística que devem ser tidos em conta.
Em primeiro lugar, definir a audiência a que o jornal se destina. Apenas
assim será possível definir o estilo da publicação. É importante conhecer o
perfil do leitor, as suas preferências e conhecer o que o motiva a comprar.
Todos os fatores que caracterizam o leitor, mais as temáticas próximas da
sua área geográfica são um forte ponto de atração. (Frost, 2003)
Outro aspeto a ter em consideração, é prever o que irá acontecer à publi-
cação assim que o leitor o adquirir. Ou seja, estudar o ciclo de vida do jornal,
prever de que forma o leitor irá manuseá-lo e o que fará depois de o ler. Geral-
mente, é lido num curto espaço de tempo e apesar de, por vezes, ser lido por
mais do que uma pessoa, acaba por ser descartado. Por esta razão, implica

24 | Enquadramento Teórico
escolher um papel acessível, preferencialmente, amigo do ambiente (reciclá-
vel), ao mesmo tempo que corresponde à qualidade e às necessidades que
representa o jornal. (Carreira, 2015)
Referente ao que se apresenta como a imagem geral materializada do
jornal, a definição do formato é um dos fatores mais importantes na conce-
ção do mesmo. Nos últimos anos, os jornais transformaram-se do formato
broadsheet para o tabloide ou para o berliner (figura 46), devido à redução
de custos e ao conforto da leitura.
O formato broadsheet foi utilizado durante muito tempo e é considerado
3
um jornal conservador. O formato tabloide, apesar de ter sido associado a ad-
2 jetivos como vulgar e sensacionalista, é o formato mais simples, económico e
1
fácil de manusear. Permite produzir páginas mais atrativas e com um design
uniforme, facilitando a divisão dos conteúdos. (Berry, 2004; Garcia, 1997)
Porém, o modelo berliner apresenta um formato intermédio, com a altura do
broadsheet e a largura do tabloide, conseguindo um melhor aproveitamento
do papel e por consequência mais económico. (Damasceno, s.d.)
Figura 46. Dimensões de um O número final de páginas também é um elemento a ser pensado. Quanto
jornal. Fonte: (Investigadora)
mais páginas um jornal tiver, mais elevado será o custo de produção, desta
1 - Tabloide (400 mm x 280)
2 - Berliner (460 mm x 310 mm) forma, é importante existir um equilíbrio entre o campo editorial e o comercial.
3- Broadsheet (560 mm x 400 mm)
De acordo com Damasceno (s.d), todos estes pormenores são fundamentais
para atingir o propósito de atrair e satisfazer o leitor, mas também criar uma
identidade própria que o distingue dos outros jornais.

3.2 COMPOSIÇÃO GRÁFICA

Os fatores apresentados, como o perfil da audiência, o modo de manusear, a


escolha do papel e as dimensões do formato, correspondem às decisões ge-
rais de um projeto gráfico de um jornal. No entanto, existem outras caracte-
rísticas, mais específicas, com princípios técnicos, que determinam o aspeto
de cada página e a forma como o leitor irá compreendê-la.
De acordo com Finberg e Itule (1989), a decisão desses fatores divide-se em
três principais componentes: organização, que corresponde à disseminação dos
conteúdos pelas páginas e como serão divididos; o padrão visual, que define o
ritmo e a consistência da apresentação das páginas; e, por fim, a estrutura com
a delimitação das margens, das colunas, a escolha das cores, da tipografia, etc.
Diante disso, a grelha de paginação é uma estrutura essencial para a orga-
nização dos vários elementos que compõem a página, faz parte do processo
gráfico e apela à ordem, à clareza e ao processo criativo. É uma ferramenta
primordial na estruturação das páginas, auxiliando o designer a determinar a
disposição do texto, das imagens e de outros elementos como os espaços em
branco, as margens e os fólios.
Segundo Carreira (2015) o sistema de grelhas:

“Ajuda a manter a continuidade e a gerar grafismos mais organizados,


dinâmicos e funcionais, mantendo a consistência entre os elementos
na página. A construção das grelhas deve ser estudada cuidadosa-
mente e projetada em função do projeto a que se destina, tendo em
conta as principais exigências do trabalho.” (Carreira, 2015, pp. 56-57)

Enquadramento Teórico | 25
Figura 47. Exemplo de uma grelha
e os elementos de uma página.
Fonte: (Investigadora)

1 - Fólio e Seção 6 - Goteira


2 - Título da Notícia 7 - Coluna de Texto
3 - Subtítulo 8 - Título Secundário
4 - Olho 9 - Autor
5 - Imagem 10 - Margem

26 | Enquadramento Teórico
O ponto de partida para definir uma grelha está na determinação do número
e da largura das colunas (figura 47). Quantas mais colunas, mais fácil será
ajustar e subdividir os conteúdos em áreas específicas. Entre estas áreas
existem as goteiras (espaços brancos) que têm a função de separar os con-
teúdos tornando o jornal mais equilibrado. Para além das colunas, é funda-
mental uma guia horizontal (retículas) para assegurar uma melhor organiza-
ção dos elementos que constituem a composição gráfica, como o texto, as
imagens, as cores, entre outros elementos. (Frost, 2003)
Bringhurst (2005) refere que a maioria dos jornais apresenta margens de
segurança, ao redor das páginas. Pela razão, de que o processo de impressão
rotativo (offset) está preparado para imprimir muitas cópias num pequeno in-
tervalo de tempo, mas também permitem antecipar possíveis estragos, como
rasgar ou manchar as extremidades.
Sobre a escolha da tipografia, Garcia (1997) refere que “type is the news-
paper’s blood.” 4 (Garcia, 1997, p. 87). Antes de se iniciar um projeto visual, é
fundamental averiguar e compreender o texto, i.e., perceber o tom, o ritmo
e a estrutura lógica, de modo a determinar o seu formato tipográfico, pois a
tipografia existe para elevar os conteúdos. (Bringurst, 1992)
De acordo com Franchi (2013):

“One of the main factors determining the look of a newspaper is its


choice of type and the way in which typefaces are combined in hea-
dlines and body text. For despite the importance of photographs and
images, the visual aspect that most clearly identifies a newspaper is
the type used. Text is deciphered through letters, so it should not sur-
prise us that the font of the headlines is what attracts our attention
and inspires us to read them.” 5 (Franci, 2013, p.116)

Desse modo, a escolha do tipo de letra deve conferir personalidade à pu-


blicação, ou seja, para além de convidar à leitura, deve revelar o significado
do texto de forma clara e harmoniosa com os restantes elementos gráficos.
A fórmula exata para obter páginas atrativas é através da combinação de
uma fonte sólida e cativante que conceda uma boa legibilidade e, em simultâ-
neo, ofereça uma variação de pesos, que permitem definir o contraste entre
títulos, subtítulos e texto. O destaque de títulos desperta a atenção do leitor.
(Bringhurst, 2005)
A definição da cor ou da paleta de cores é outro elemento importante a ser
definido, uma vez que contribui para a construção da identidade do jornal. Para
além de ser aplicada para destacar os conteúdos, cada cor pode pressupor a as-
sociações e preceitos. Para tal, é essencial compreender o domínio específico de
cada cor e definir de acordo com as referências da audiência. (Zappaterra,2007)
4 T.L. “O tipo é o sangue do jornal.” Hoje, a maioria dos jornais imprime a fullcolor, permitindo o aproveita-
5 T.L. “Um dos principais fatores que determinam mento da cor ao longo das páginas, na identificação e distinção das secções
o aspeto de um jornal é a escolha do tipo e a forma
como os caracteres tipográficos são combinados e bastante vantajoso para a publicidade. Um bom uso estratégico das cores
nos cabeçalhos e no corpo do texto. Pois apesar da
importância das fotografias e imagens, o aspeto visual também auxilia a memorizar e associar à identidade do jornal. (Frost, 2003)
que mais claramente identifica um jornal é o tipo
utilizado. O texto é decifrado através das letras, pelo Podemos observar na figura 48 que a cor predominante no jornal “Expresso”
que não nos deve surpreender que a fonte dos títulos
seja o que atrai a nossa atenção e nos inspira a ler.” é o azul, no entanto, alguns jornais, como o “Correio da Manhã” (figura 49)
apresentam distintas cores para destacar outras secções.

Enquadramento Teórico | 27
Figura 48. Jornal Expresso,
03 abril de 2020. Fonte: expresso.
pt/Capas/2020-04-03-A-primeira-
pagina-do-Expresso

Figura 49. Jornal Correio da


Manhã, 01 agosto de 2020.
Fonte: 24.sapo.pt/
jornaisnacional/4063/2020-08-01

As fotografias, infografias e ilustrações são excelentes meios de comunica-


ção que complementam a informação escrita das notícias, tornando os fac-
tos mais rápidos de compreender. A infografia oferece dinamismo e apela
ao visual das páginas, através da redução de longas manchas de texto e a
ilustração, uma excelente solução e alternativa à fotografia. As diferentes ex-
pressões de imagem, enriquecem um jornal e contribuem para a relação de
proximidade com o leitor. (Carreira, 2015)
Após a seleção destes elementos, é possível organizar os conteúdos pelo
jornal e criar uma composição gráfica que irá determinar a personalidade da
página. Nesta fase, é importante dar uma atenção especial aos detalhes, des-
de as linhas de crédito, citações, ícones, legendas, fólios, etc. A configuração
de cada página é regida de acordo com a hierarquia dos conteúdos, de modo
a desenvolver um grafismo consistente, porque no final, a apresentação vi-
sual reúne todos os pormenores gráficos.

4. PANORAMA ATUAL E A PRÁTICA DE LEITURA

O jornal é uma peça única de tecnologia háptica com a sua aura distinta entre
as sociedades de todo o mundo. Como formato e objeto, o jornal tem poder,
associações e relevância. É exclusivamente descartável e autoritário. O con-
teúdo impresso no papel de jornal sugere que, o que o leitor está prestes a ver
é imediato, informado e projetado para ser útil, talvez contendo reportagens
ou análises que ajudarão a informar o seu dia.
O mesmo conteúdo, mas em forma de livro, sugere longevidade, perma-
nência e importância como algo para se passar um tempo e depois perma-
necer na sua estante como parte das notas de rodapé da sua vida. Descartar
será uma decisão mais difícil do que reciclar um jornal, até porque as melho-
res publicações são aquelas que sabem como manipular se o leitor guarda ou
descarta o objeto. (Losowsky, 2010)
A sociedade encontra-se num processo de constante mudança devido
às novas tecnologias. A transformação social está diretamente associada
à transformação tecnológica, desencadeando novas práticas, formas de es-
tar e ocupações. (Kohn, 2007)

28 | Enquadramento Teórico
A era digital passa a ter um papel fundamental no dia a dia do indivíduo. O aumen-
to do hábito de leitura está relacionado com a leitura através das novas tecnolo-
gias: mensagens no telemóvel, computador e o acesso à Internet. (Vigel, 2013)
Segundo Matos (2007), as seguintes causas podem contribuir para a queda
do número de leitores de jornais impressos:

a. a Internet, porque se tornou uma das maiores fontes de informação,


na qual uma grande percentagem dos portugueses tem acesso, o que ex-
plica um elevado crescimento na leitura diária na Internet, um número
superior ao número de pessoas que compra o jornal todos os dias;

b. os jornais gratuitos, retiram os leitores e a publicidade aos jornais gene-


ralistas pagos, como o jornal “Destak” (figura 50). São jornais que se cru-
zam com as pessoas na entrada e saída dos transportes públicos das maio-
res cidades do país. Com tiragens que ultrapassam os 120.000 exemplares,
têm conteúdo que satisfaz as necessidades de leitura sobretudo daqueles
Figura 50. Jornal Destak, 29 que não tinham o hábito de ler o jornal. Estes não trazem só problemas aos
setembro de 2020. Fonte:
https://24.sapo.pt/jornais/ jornais portugueses, pois o mesmo está a acontecer na Europa;
nacional/4093/2020-09-29

c. os blogues porque é constante a atualidade de informação, pela possi-


bilidade de participar e opinar num espaço livre de opiniões;

d. a televisão e a rádio direcionado para a informação em tempo real. Am-


bos são a concorrência da imprensa de referência diária, que diminuem a
fidelização de leitores e a motivação para a compra do jornal.

No entanto, Carreira (2015) refere que embora menos acentuado, existem


imensos jornais que não fariam sentido se não fossem impressos. É o caso
dos jornais regionais e locais que estão bem presentes na vida dos portugue-
ses, principalmente no interior do país.
Um estudo da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (2010)
estima que 50% da população portuguesa tem acesso aos jornais regionais e
locais, havendo uma preferência por notícias da região do que pelas notícias
nacionais. Estes jornais ajudam a preservar a história de um povo e promo-
vem a literacia, mas muitas vezes são esquecidos pelos organismos públicos.
Os distritos com maior índice de leitura são Castelo Branco, Coimbra e Lei-
ria. Lisboa e Porto também têm um elevado número de leitores, seguindo-se
Braga, Aveiro e Setúbal. É de destacar que as pessoas com mais de 64 anos
são as que mais leem este tipo de jornais, portanto não há um abandono da
leitura dos jornais.
Contudo, Gonçalves (2016) refere que o novo estilo de vida das pessoas, o
pouco tempo para a leitura e a quebra da natalidade em Portugal e na Europa,
são fatores que quebram a venda e a leitura dos jornais em papel.
É percetível que a leitura na Internet disparou, como os próprios jornais on-
-line: a concorrência de chamada popular com o “Correio da Manhã”, o “Jornal
de Notícias”, o “Público” e “24 Horas”; a imprensa desportiva com “A Bola”, o
“Record” e “O Jogo”; os semanários como o “Expresso” e “O Sol”; a imprensa
económica com dois diários e dois semanais; as revistas generalistas com o
“Sábado” e a “Visão”, entre outros jornais e revistas especializadas como as
designadas “revistas cor-de-rosa”.

Enquadramento Teórico | 29
5. O JORNAL NA ERA DIGITAL

“I think people are hungry, they want optimism, they want a broad
perspective on the world, they want people who are going to challenge
convention.” 6 (Fernandez, 2019, p.2)

O jornalismo é uma forma de comunicação em sociedade. A sua principal função


é de manter um sistema de vigilância e de controlo de poderes, ou seja, vigilância
através da difusão pública da informação. Informar é o principal objetivo de um
jornal. O jornal pode contribuir para a formação dos seus leitores através da pe-
dagogia social, função de prazer, distração e entretimento. (Sousa, 2001)
Após vários anos, caracterizados pela rápida introdução e desenvolvi-
mento, podemos observar que os jornais foram entregues à Internet e torna-
ram-se uma característica estabelecida nos meios de comunicação social de
vários países. Ainda assim, esses jornais diferem substancialmente da rela-
ção dos recursos e serviços fornecidos. (Jankowski & Van Selm, 2000)
Talvez a maior incerteza neste momento seja o lugar que o jornal impresso
ocupa na vida dos leitores. Hoje, podemos aceder a uma série de novas plata-
formas com conteúdos informativos sem gastarmos dinheiro. Esta transfor-
mação no jornalismo fez-se sentir em dois aspetos: primeiro, nas rotinas jor-
nalísticas de produção de informação; em segundo, nas formas e formatos de
difusão de informação. O jornalismo on-line não eliminou o jornalismo noutros
media, mas modificou-o e obrigou-o a uma adaptação rápida. (Sousa, 2001)
Neste momento, a Internet é o meio de comunicação que converge os me-
dia num único suporte, possibilitando os jornais a publicar informações antes
exclusivas da rádio e da televisão, sendo o texto o principal suporte de informa-
ção. As edições on-line e impressas de um jornal são vistas como complemen-
tares, pois quem compra a versão impressa também acede à versão on-line.
Tewksbury e Althaus (2000), num estudo sobre a diferença de conheci-
mento adquirido entre o jornal impresso e o jornal on-line, evidenciam que
os leitores de conteúdo on-line leem notícias de primeira página com menos
rapidez em relação aos leitores da versão impressa. Além disso, os leitores
do jornal impresso tendem a lembrar-se com mais detalhe de partes das no-
tícias nacionais e políticas do que os leitores do jornal on-line. Por outro lado,
quem lê conteúdos on-line, disponibiliza mais tempo à leitura de um determi-
nado tema devido à quantidade de informações que o leitor pode encontrar
sobre o mesmo. (Reinking, 1988)
No final dos anos 80, os meios jornalísticos impressos, radiofónicos e te-
levisivos começaram a desenvolver versões on-line, que só ganharam desta-
que nos anos 90. Segundo Matos (2007), para além do acesso a conteúdo
diário, o jornal on-line trouxe a possibilidade de o leitor interagir com con-
teúdos através de motores de busca e navegação, participar em fóruns de
discussão, interagir com os jornalistas via e-mail.
A adaptação ao on-line não foi fácil. A era digital apoderou-se de tudo e
questiona-se a sobrevivência do jornal impresso, da credibilidade e da quali-
dade do conteúdo de notícias e se será possível aceder a informação gratuita
sem haver pagamento a quem a escreve. Pereira (2013) acrescenta que:

6 T.L. “Penso que as pessoas têm fome, querem


otimismo, querem uma perspetiva ampla sobre “Produzir notícias profissionalmente sempre foi caro e isso não mu-
o mundo, querem pessoas que vão desafiar as
convenções.” dou com a tecnologia. (…), o jornalismo passou a dar muito menos
dinheiro. É um problema para os jornais e para quem vive deles, mas

30 | Enquadramento Teórico
também para os leitores: menos dinheiro significa menos investimen-
to em jornalismo.” (Pereira, 2013, para.1)

Durante alguns anos, acreditou-se que a publicidade on-line compensaria o


declínio do negócio das notícias em papel, mas as previsões não se concreti-
zaram e muitos jornais estão agora a tentar uma outra estratégia. Os jornais
estão a apostar na edição on-line, pedindo aos leitores para pagar pelo pro-
duto digital, numa altura em que muitos já deixaram de pagar pela edição
impressa e a maioria consome notícias, e demais conteúdos jornalísticos,
gratuitamente na Internet. (Fernandes, 2003)
O “Público” decidiu recentemente adotar um sistema de pagamentos na
venda de jornais como The New York Times e o Financial Times, cujo sucesso
tem inspirado muitas outras publicações. O novo modelo do “Público” deixa
os leitores abrir 20 artigos por mês antes de serem convidados a fazer uma
assinatura. (Pereira, 2013)
O conceito por trás deste género de sistema é manter visitantes em núme-
ro suficiente para continuar a fazer dinheiro com a publicidade e, ao mesmo
tempo, conseguir receitas com um grupo de leitores assíduos. Outros jornais
desistiram completamente da edição impressa, apostando tudo na edição on-
-line. Não esquecendo que alguns jornais e revistas foram lançados em apenas
formato on-line – conhecidos pelos “nativos digitais”. (Carreira, 2015)
A indústria dos media impressos está a passar por uma grande crise e a
Internet atingiu a produção e o negócio dos jornais. Num estudo feito pela
Annenber School da University of Southern California (2009), refere-se que
a maioria dos jornais diários impressos dos Estados Unidos, deixariam de
existir em cinco anos. Outros estudos referem que os jornais impressos que
podem sobreviver são os que estão em extremo oposto – os maiores e os
mais pequenos. (Silva, 2017)

6. SÍNTESE CONCLUSIVA

Com a revisão da literatura sobre o jornal impresso foi possível perceber que
a informação em papel apresentou desafios significativos desde as primeiras
civilizações. Verificou-se que a impressão tipográfica permitiu a produção
económica e o conhecimento espalhou-se rapidamente com um aumento
notável da alfabetização.
É de salientar a importância do papel, da velocidade e da eficiência da
impressão. No entanto, em Portugal, a atividade tipográfica estava atrasada
em relação ao resto da Europa. Era de pequena produção, tipo artesanal e só
mais tarde, na época pombalina que a Imprensa Régia se tornou o grande
estabelecimento do sector, conhecido hoje como a Imprensa Nacional.
Apesar do desequilíbrio no número e qualidade de publicações ao longo
dos tempos, devido aos acontecimentos históricos e políticos e de uma su-
cessão de medidas, o crescimento de novos jornais não parou. A imprensa
sempre teve uma preocupação em melhorar e se adaptar, o que continua a
acontecer nos dias de hoje.
O design teve e continua a ter um papel importante no campo jornalístico.
É notável a crescente preocupação pela visibilidade e o modo de expressão
da linguagem visual nas páginas de um jornal. O projeto gráfico de um jornal
contém algumas regras base que orientam a estrutura e os elementos que
compõem cada página, tornando a experiência do leitor mais acessível.

Enquadramento Teórico | 31
Ao longo do capítulo investigaram-se conteúdos sobre o panorama atual dos
jornais. Compreendeu-se que tem sido um desafio inovar numa era em que
sucessivamente surgem novas tecnologias e a Internet, como uma das maio-
res fontes de informação, que veio para ficar. Também a transformação social
está diretamente associada à transformação tecnológica, na qual traz novas
práticas, novas formas de estar e novas ocupações.
Contudo e perante a era digital, a indústria dos media está a passar por
uma grande crise, são vários os fatores que quebram a venda e a leitura dos
jornais em formato impresso. Ainda assim, a sobrevivência dos jornais não
é garantida, são muitos os obstáculos, mas há sempre a possibilidade de o
jornal se reinventar.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO CAPÍTULO 1

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34 | Enquadramento Teórico
CAPÍTULO 2 UMA INTRODUÇÃO À INTERAÇÃO

Na segunda parte do enquadramento teórico investigaram-se conceitos de


‘interação’ e ‘interatividade’ e como se define a disciplina de design de intera-
ção. Procurou-se compreender a experiência do utilizador e as emoções que
resultam da interação entre indivíduo e objeto. E por último, investigou-se a
relação da interatividade e o potencial do papel em objetos impressos através
da análise de três casos de estudo.

1. INTERAÇÃO E INTERATIVIDADE

A palavra ‘interação’ é definida no dicionário Priberam (2020) como uma influência


ou ação mútua de dois ou mais elementos, mas se compararmos o significado da
palavra ‘interação’ com ‘interatividade’ o significado passa a ser mais amplo por-
que envolve diferentes relações: entre seres vivos, que em determinada situação,
adaptam os seus comportamentos e ações uns com os outros; entre humanos,
ou seja: “everything a human does to or with another human can be called an in-
teraction” 7 (Heeter, 2000, p.4); ou entre humanos e sistemas/produtos, que per-
mite o utilizador ter influência sobre o conteúdo. (Fernandes & Yamanaka, 2009).
7 T.L. “tudo o que um humano faz a ou com outro
humano pode ser chamado uma interacção.” É importante destacar que cada interação pode gerar diferentes resultados pelas
partes envolvidas e esses resultados podem afetar outras interações.

Enquadramento Teórico | 37
Se a interação define a existência da permuta de ações entre vários interme-
diários físicos ou entre humanos, então a interatividade está relacionada com
uma qualidade técnica das novas tecnologias, que consiste num conjunto de
propriedades específicas de natureza dinâmica, que se alteram com a sua
evolução técnica. Ou seja, com a crescente evolução de dispositivos técnicos,
a interatividade transforma os envolvidos na comunicação em emissores e
recetores da mensagem. (Lévy,1997)
Moggridge (2007) associa o termo ‘interatividade’ a tudo o que é de diferen-
te nas novas tecnologias de informação e comunicação. De facto, o termo ‘in-
teratividade’ está relacionado com a funcionalidade presente no momento de
utilização, ou seja, a relação entre o comportamento do objeto e a pessoa que
o utiliza. Mas o termo ‘interaction design’ (figura 51), atribuído por Moggridge,
passou a explicar que: “the design of the subjective and qualitative aspects of
everything that is both digital and interactive” 8 (Moggridge, 2007, p. 660), ou
seja, reuniu “elementos considerados de design de produto, comunicação e
ciências computorizadas” (Neves, 2012, p. 138) em um só termo.
Apesar da disciplina estar diretamente ligada a dispositivos digitais, o foco do
design de interação são as pessoas (Verplank, 2009). Moggridge (2007) partilha
da mesma opinião; a primeira preocupação do design de interação deve ser o
utilizador, acompanhado de fatores humanos, critérios subjetivos e qualitativos,
com o intuito de criar soluções úteis, de longa duração e desejáveis.
Norman (2002) também demonstra que o conceito de interação está pre-
sente nos vários objetos que nos rodeiam diariamente, inclusive na comuni-
cação visual. O design explora o conceito de ‘interação’ entre indivíduos e ob-
jetos, i.e., pode ser aplicado a qualquer sistema de comportamento, porque o
processo de design baseia-se na interpretação do dispositivo como parte de
Figura 51. Questões do design de um contexto social e cultural. (Murray, 2012)
interação por Verplank (2000).
Fonte: medium.com/@erayalan/ Assim, o design de interação pode ser definido como “designing interac-
what-is-interaction-design-
6498d56d08d7 tive products to support people in their everyday and working lives” 9 (Prece,
Rogers, & Sharp, 2002, pg.6). Também o contributo de múltiplas disciplinas
de diferentes áreas para o design de interação se tornou positivo no campo
de investigação:

“It has always been acknoledged that for interaction design to succed
many disciplines need to be involved. The importance of understan-
ding how users act and react to events and how they communicate
and interact together, has led people from a variety of disciplines, such
as psychologists and sociologists, to become involved.” 10 (Prece, Ro-
gers & Sharp, 2002, p.6)

2. DA EXPERIÊNCIA À EMOÇÃO
8 T.L. “a conceção dos aspetos subjetivos
e qualitativos de tudo o que é ao mesmo tempo
digital e interativo.”
Existem vários pontos de vista sobre o conceito de ‘experiência’. Heidegger
9 T.L. “conceção de produtos interativos
para apoiar as pessoas na sua vida quotidiana (1987) define a experiência como algo que nos acontece, nos alcança e que
e profissional.”
nos transforma. No entanto, Benjamin (1991) define a experiência como algo
10 T.L. “Sempre foi um dado adquirido que para
que o design de interação seja bem sucedido, raro, devido ao excesso de informação que nos rodeia; ao excesso de opiniões
muitas disciplinas precisam de ser envolvidas.
A importância de compreender como os utilizadores que anula a possibilidade de experiência; a falta de tempo; e pelo excesso de
agem e reagem aos acontecimentos e como
comunicam e interagem em conjunto, tem levado trabalho que, por vezes, é confundido pela própria experiência.
pessoas de várias disciplinas, tais como psicólogos
e sociólogos, a envolverem-se.” Newberry (2013) é da opinião que uma experiência é um fenómeno subje-
tivo e pessoal que ocorre na mente de um indivíduo. Ao ser subjetivo, é quase

38 | Enquadramento Teórico
impossível que a experiência seja absorvida igualmente por todos os utiliza-
dores. No entanto, as pessoas preocupam-se mais com as experiências nas
quais as deixam felizes, do que com “coisas” que pouco ou nada tem signifi-
cado. (Boven & Gilovic, 2003; Carter & Gilovic, 2010) Deste modo, Newberry
(2013) tenta demonstrar que a única solução para dominar o resultado da
experiência seria através do design de interação. Porém, é necessário ter em
conta, que o maior objetivo do design de interação é desenvolver sistemas
interativos que suscitam respostas positivas no utilizador, como o conforto e
a facilidade na utilização. (Moggridge, 2006)
Podemos observar que cada vez mais os designers se interessam em de-
senvolver produtos interativos que desencadeiam respostas emocionais es-
pecíficas nos utilizadores (figura 52), com o intuito de os motivar a aprender,
a brincar, a ser criativo e social. (Prece, Rogers, & Sharp, 2002).
Também a compreensão das emoções, tem implicações para o design,
Figura 52. Metas da usabilidade ou seja, as emoções alteram o padrão de funcionamento da compreensão.
e metas decorrentes da
experiência do utilizador. As emoções positivas aumentam a criatividade e o pensamento, enquanto
As metas de usabilidade são
importantes para o design de que as emoções negativas aumentam a distração e o desinteresse do utiliza-
interação e são definidas através
de critérios diferentes. dor. Desta forma, as emoções positivas tornam as pessoas mais tolerantes,
(Preece, et al., 2002, p.41)
Fonte: www.researchgate.net/ flexíveis e criativas na procura de soluções. (Ribeiro, 2015). O despertar de
figure/Figura-1-metas-de-
usabilidade-dentro-do-circulo-e- determinadas emoções também pode interferir com a interpretação da men-
metas-de-experiencia-sobre-a_
fig3_228971486 sagem a transmitir.
Norman (1999) explica que enquanto designers:

“We need to know what happens when someone does something. We


need to examine the structure of an action. The basic idea is simple.
To get something done, you have to start with some notion of what is
wanted — the goal that is to be achieved. Then, you have to do some-
thing to the world, that is, take action to move yourself or manipulate
someone or something. Finally, you check to see that your goal was
made. So there are four different things to consider: the goal, what is
done to the world, the world itself, and the check of the world. The ac-
tion itself has two major aspects: doing something and checking. Call
these execution and evaluation.” 11 (Norman, 1999, p. 46)

A experiência do utilizador é um fenómeno que tem ganho bastante interesse


nos dias de hoje, mas ainda não tem uma definição consensual. (Roto, et al.,
2011). Ainda assim, não deve ser confundida com o termo ‘usabilidade’.
Roto et al. (2011) referem que o conceito de ‘usabilidade’ tem como foco
a cognição e performance do utilizador, ou seja, como interage com o produ-
to. O conceito de experiência do utilizador vai mais além do que apenas fato-
res exteriores. Este está relacionado com a forma como o utilizador sente a
interação e funciona como uma avaliação ao estado emocional, com o intuito
de compreender como vemos um produto e qual a nossa interação com o
mesmo — se estamos satisfeitos ou desiludidos.
11 T.L. “Precisamos de saber o que acontece
quando alguém faz alguma coisa. Precisamos de Os designers que se concentram na experiência costumam prestar aten-
examinar a estrutura de uma ação. A ideia de base
é simples. Para fazer algo, é preciso começar com ção a eventos de interação específica, que pode ter um impacto na emoção
alguma noção do que se pretende – o objetivo que
se pretende alcançar. Depois, é preciso fazer algo do utilizador, por exemplo, a conceção de um jogo. A avaliação da experiência
ao mundo, ou seja, tomar medidas para se mover
ou manipular alguém ou alguma coisa. Finalmente, pode ser feita apenas com um ou mais indivíduos e é analisada de momen-
verifica-se se o seu objetivo foi alcançado. Portanto,
há quatro coisas diferentes a considerar: o objetivo, to a momento, permitindo medir emoções ao longo da experiência e assim
o que é feito ao mundo, o próprio mundo, e a
verificação do mundo. A ação em si tem dois aspetos descobrir que elementos de interação provocam determinadas emoções.
principais: fazer algo e verificar. Chamo a isto,
execução e avaliação.” A experiência do utilizador refere-se ao tempo de utilização de produto desde
o seu princípio ao fim e as memórias que resultaram dela. (Freire, 2009)

Enquadramento Teórico | 39
Os produtos que proporcionam uma grande experiência ao utilizador são
concebidos tendo em conta não só o consumo ou utilização do produto, mas
também todo o processo de aquisição, propriedade e até mesmo a resolução
de problemas. Os designers não se concentram apenas na criação de produ-
tos utilizáveis, mas também em outros aspetos de experiência do utilizador,
tais como o prazer, a eficiência e a diversão. Consequentemente, não existe
uma definição única de uma boa experiência do utilizador. Em vez disso, uma
boa experiência de utilização é aquela que satisfaz as necessidades de um
determinado utilizador, no contexto específico em que o individuo utiliza o
produto. (Roto, et al., 2011)

3. A INTERATIVIDADE E O PAPEL

Conceitos como ‘design’ e ‘interação’ são imediatamente associados à tec-


nologia digital. Nos dias de hoje, predominam os meios de comunicação que
envolvem hiperligações e interatividade, baseados em sistemas de interfaces
assentes em ecrãs. Contudo, Correia (s.d) defende que as novas tecnologias
não significam o desaparecimento dos meios ditos tradicionais, até porque
as facilidades introduzidas pelas tecnologias digitais na produção de objetos
impressos, contribuíram para o aumento significativo na publicação de séries
mais restritas como em livros, revistas, brochuras e flyers.
Apesar das alterações na sociedade estarem associadas à transformação
tecnológica, a experiência por tato e o potencial do papel, ganham uma nova
dimensão e interesse. Losowsky (2010) refere que: “Paper may be older tech-
nology, but its interactivity is also centered around haptic interaction with the
reader — its touch, its feel, its weight.” 12 (Losowsky, 2010, p.20)
Moggridge (2010), também é da opinião que o papel é um material difícil
de competir pelas diversas qualidades que apresenta, deste os vários tipos
de papel, as diferentes gramagens e a variedade de cores. É um material leve
e fácil de transportar, que proporciona imensas sensações ao utilizador, quer
a ler ou a escrever.
A ação de simplesmente virar a página, é uma forma de interatividade
que é instintiva e inconsciente por parte do utilizador. A interatividade pode
ser encontrada nos vários suportes físicos de comunicação, ditos tradicio-
nais, como o jornal impresso, quer seja a passar as páginas ou riscar/rasgar
conteúdos importantes. (Frascara, 2004). Ou o livro, que tem imensas pos-
sibilidades de interação com o leitor como a simples introdução das abas ou
badanas — um dos primeiros elementos interativos a ser apresentado no séc.
XVI. (Timpany, 2012)
É evidente que tem se perdido a sensação e o prazer de tocar, criar e ma-
nipular objetos impressos devido às novas tecnologias. Apesar de os objetos
impressos não serem interativos por natureza, existe a possibilidade de o
utilizador interagir, participar e criar experiências positivas. (Norman, 2004)
Diversas técnicas, mecanismos e materiais podem ser aplicados em supor-
tes de comunicação. Contudo, Moreira (2015) refere que existe uma preocupa-
ção com os elementos interativos no sentido em que no momento de intera-
ção, o artefacto interativo deve produzir alterações e consequências no objeto
físico como: o papel adesivo, no qual o utilizador tem controlo na personaliza-
12 T.L. “O papel pode ser a tecnologia mais antiga,
mas a sua interatividade está também centrada em ção e reorganizar conteúdos; a impressão lenticular, com capacidade de criar
torno da interação tátil com o leitor – o seu toque,
a sua sensação, o seu peso.” vários efeitos visuais; ou a película espelhada, um dos materiais que deve ser
utilizado com prudência para não provocar interpretações indesejadas.

40 | Enquadramento Teórico
Heeter (2000) refere que “to experience something means to participate in or
live through an event or a series of events” 13 (Heeter, 2000, s.p). Ou seja, a par-
ticipação é um fator importante para a experiência do utilizador. O público deve
sentir-se envolvido no processo de utilização de forma a que se lembre da ex-
periência e não apenas como recetor da mensagem. Segundo Moreira (2015):

“A componente lúdica, o fenómeno da descoberta de conteúdos, o ‘pra-


zer’ de manusear o objeto, a provocação ou outras emoções que podem
surgir durante a exploração tátil, surgem por intenção do designer para
conseguir comunicar o que pretende.“(Moreira, 2015, p.53)

O designer deve ter em conta todos os detalhes num projeto que explora
componentes interativas. A curiosidade e a atenção que é dada a um objeto,
ganham importância na experiência e relação de aproximação com o utiliza-
dor. Deste modo, os conceitos de ‘interatividade’ e ‘participação’ aplicados
em objetos impressos podem fortalecer um conceito de comunicação visual
e proporcionar novas expressões. (Norman, 2004)

4. ESTUDO DE CASOS DE INTERAÇÃO EM OBJETOS


IMPRESSOS

4.1 ESCOLHA DOS CASOS

A comunicação por via da interação, não substitui a comunicação que possa


ser considerada tradicional ou unidirecional. Na verdade, devemos entendê-la
como uma abordagem possível, entre os meios tradicionais de comunicação.
Com a revisão da literatura, verificou-se que existem componentes inte-
rativos em objetos impressos e que o termo ‘interatividade’ não está apenas
associado a objetos digitais. Por conseguinte, surgiu a necessidade de realizar
um estudo aprofundado e pormenorizado sobre alguns casos de interação em
objetos de comunicação que se destinem à produção impressa.
Deste modo, é utilizada uma metodologia não intervencionista e qualitati-
va, de observação direta de casos de estudo, sobre alguns exemplos de refe-
rência que nos permitem aproximar dos conceitos de ‘interatividade’, ‘usabili-
dade’ e ‘participação’ estudados anteriormente; mas também poderão ceder
informação útil que, em comparação com o estudo anterior, será benéfico para
o desenvolvimento de objetos impressos.
Ao selecionar os casos de estudo, foi tomado em conta objetos impressos
que, numa observação inicial, evidenciam elementos de interatividade e par-
ticipação dos utilizadores, ou seja, o design explora o conceito de ‘interação’
entre indivíduos e objetos.
Também podemos observar que cada vez mais os designers se interessam
em desenvolver produtos interativos que desencadeiam respostas emocionais
específicas nos utilizadores. Por outro lado, comprova-se que o papel tem um
grande potencial aliado às técnicas e tecnologias de impressão. Aqui os peque-
nos detalhes ganham importância.
Os projetos selecionados são a capa do livro I Want the Title of this Book
to Be desenvolvida pelo H55 Studio, – um exemplo da ideia de interação na
13 T.L. “o experimentar algo significa participar ou viver
um evento ou uma série de eventos” impressão, com uma criação “acidental” pela autoria de cada utilizador; o car-
taz Framing Copenhagen de Peter Ørntoft onde o utilizador tem a liberdade de

Enquadramento Teórico | 41
dar um novo significado ao cartaz através do recorte; e por fim, a identidade
visual de Urban Voids desenhado pelo atelier R2 Design, que tira partido do
papel translúcido para comunicar os conceitos de ‘abandono’ e ‘negligência’
relativamente a edifícios da cidade. Apesar dos casos de estudo selecionados
apresentarem diferenças no que concerne à conceção de elementos gráficos,
não deixa de ser informação útil e determinante na previsão de decisões e so-
luções como contributo para o desenvolvimento do projeto.

4.2 MODELO DE ANÁLISE

Relativamente ao modelo de análise nos casos de referência, adaptou-se a


metodologia proposta por Neves (2012) que consiste em descrever e explicar
cada caso, através das informações recolhidas, de modo a obter resultados
de análise que possam ser comparáveis entre si. Este método tem como ob-
jetivo verificar e compreender a possível relação e formação dos conceitos de
‘interatividade’ e ‘participação’ em objetos de comunicação.
Deste modo, após a seleção dos casos de estudo, prosseguiu-se à recolha
de informação através de briefings, literatura produzida sobre o objeto, no-
tas do designer e de outros autores, entrevistas concedidas, comunicações
internas e registos visuais e de utilização dos objetos.
Em seguida, partiu-se para uma observação direta, através de uma descrição
e comparação através da literatura consultada sobre o objeto em específico, de
modo a responder a questões: como foi concebido e produzido, quais os seus
objetivos, a sua disponibilidade e interação e participação dos utilizadores.
Com base nestas informações, foi pertinente verificar se a interação pode
contribuir para uma melhor experiência entre o objeto e a participação do
utilizador, através de uma análise baseada no cruzamento dos casos escolhi-
dos. É relevante mencionar, que não foram apenas destacadas as condições
favoráveis, mas também se procurou a identificação de falhas para um maior
aprofundamento na retirada de conclusões.

4.3 CASOS ESTUDADOS


4.3.1 CAPA DO LIVRO I WANT THE TITLE OF THIS BOOK TO BE

Figura 53. Livro I Want The Title


of this Book to Be por H55.
Fonte: h55studio.com/portfolio/i-
want-the-title-of-this-book-to-be/

42 | Enquadramento Teórico
I Want the Title of this Book to Be é um livro desenvolvido por H55 Studio, onde
se reúnem as suas primeiras obras (figura 53). Este livro é um exemplo do tipo de
narrativas e representações visuais que o designer Hanson Ho utiliza nos seus
projetos. Clareza, funcionalidade e intemporalidade são a base do seu trabalho.

História e Contexto

Em 1999, Hanson Ho fundou H55 Studio em Singapura. Criou diversas iden-


tidades visuais, publicações e trabalhou com inúmeras marcas que represen-
taram Singapura a nível internacional. Foi nomeado como um dos melhores
designers gráficos no The Sunday Times e, deste então, tem sido reconhecido
e recebeu vários prémios de alguns concursos internacionais de design mais
prestigiados, como o One Show Design, Creative Circle Awards e New York Art
Directors Club. Para além das múltiplas funções que desempenha no H55 Stu-
dio, é também curador e, editor executivo do The Design Society Journal.
Hanson Ho (2012) define que o design é mais uma intervenção do que
uma invenção, o que implica desenhar novas relações com o que existe em
vez de apenas criar algo novo. Defende que em muitas situações o design
pode mudar o mundo, mas também temos que perceber que quem muda o
mundo são os humanos – ideias são mais que o design, devem ser relevantes
e apropriadas. Numa entrevista com Zhuang (2015), Ho refere que:

“Representation is what we create. But a lot of times while drawing and


constructing these symbols and logos, or even letterforms, I began to
see the beauty in them as themselves and not that they must repre-
sent something.” 14 (Ho apud Zhuang, 2015)

Com isto, não significa que o design deve conter poucos elementos. No traba-
lho de Ho, o design não se pode tornar demasiado literal como uma mensa-
gem, ou seja, “always aim for the message to be quite distilled in order to at-
tain a sense of focus and also to provide clarity for the audience.” 15
(Ho, 2015)

Fontes de Evidência

H55 Studio disponibiliza no seu website imagens dos seus diversos proje-
tos, com uma breve descrição a acompanhar, bem como toda a informação
sobre a evolução do estúdio, os seus métodos de trabalho, quais os seus
objetivos, as parcerias e o reconhecimento que obtiveram em Singapura e
a nível internacional.
Para além dos dados recolhidos no website do estúdio, reuniram-se in-
formações dos arquivos on-line da AIGA Eye on Design, do website Presi-
dent*s Design Award (P*DA) e do livro Anatomy of Design: Uncovering the
Influences and Inspiration in Modern Graphic Design de Steve Heller e Mir-
ko Ilic. Como complemento, madebyanonymous tem disponível no You Tube
a entrevista de Hanson Ho como Designer of the Year: President’s Design
Award Singapore 2012.
14 T.L. “Representação é o que nós criamos. Mas
muitas vezes ao desenhar e construir estes símbolos
e logótipos, ou mesmo formas de letra, comecei a ver
a beleza neles como eles próprios e não que eles devem Análise
representar algo.”

15 T.L. “pretender sempre que a mensagem seja


bastante destilada a fim de atingir um sentido Numa primeira observação, a capa do livro é constituída por formas simples
de concentração e também para proporcionar clareza
ao público” de fácil identificação. É composta por um retângulo e por uma linha paralela
localizado na zona inferior da capa. Elementos de cor vermelho que se des-

Enquadramento Teórico | 43
tacam em contraste com o fundo branco. Quando há uma aproximação do
objeto com o utilizador, é visível e ao mesmo tempo sentido, a partir do toque,
uma leve depressão que delineia elementos gráficos “ocultos” na capa. As-
sim a tecnologia de corte manual através do picotado definido no papel são
o destaque deste objeto impresso.

Figura 54. Participação do


utilizador na capa do livro. Fonte:
h55studio.com/portfolio/i-want-
the-title-of-this-book-to-be/

Esta técnica tradicional é feita a partir de pequenos cortes, formando um fino


tracejado de pontos, que define o contorno de elementos gráficos que po-
dem ser removidos manualmente e consequentemente são reveladas infor-
mações que antes não eram visíveis.
H55 Studio ainda encontrou outra solução para dar continuidade ao obje-
to e produziu a capa do livro num papel de película autoadesiva. O que permi-
tiu múltiplas utilizações a partir do que foi retirado. Por conseguinte o leitor
pode utilizar as letras amovíveis “I - W - A - N - T - T - H - E - T - I - T - L - E - O - F
- T - H - I - S - B - O - O - K - T - O - B - E” para personalização do suporte. É de
destacar, a linha horizontal a vermelho que serve para o utilizador completar
o título do livro como podemos observar na figura 54. Com base na observa-
ção direta, a tabela 1 reúne os contributos de cada elemento gráfico e a ação
que resulta entre o objeto impresso e o utilizador.

Tabela 1 . Ações e elementos de


interatividade e participação na
capa do livro I Want the Title of
this Book to Be.

44 |Enquadramento Teórico
Após a análise dos dados da tabela, o livro aborda várias questões e redefine
a relação entre o autor e o leitor, de modo a facilitar a recolha de vários títulos
improváveis para a publicação. O leitor é livre para criar um novo significado
do livro (figura 55).

Figura 55. Resultado de dois


utilizadores com a aplicação
de letras que completam
o título do livro. Fonte: h55studio.
com/portfolio/i-want-the-title-of-
this-book-to-be/

Para além de que o designer pretende passar uma mensagem eficiente e cria-
tiva também é importante a identidade visual estar definida e representar o
“cliente”, neste caso o próprio H55 Studio. Podemos observar na capa I Want
the Title of this Book to Be que a identidade visual do estúdio está bem pre-
sente. Um dos seus objetivos é encorajar a participação do leitor, ou seja, que
participa e completa o trabalho do designer.
Outro aspeto são os acidentes e os erros pelo qual não temos controlo –
uma letra rasgada ou quando colada não fica alinhada – acaba por evidenciar a
singularidade do objeto. Com este exemplo, o objetivo do designer não deixou
de passar uma mensagem clara e direta, que só funciona com a participação
do utilizador. A ideia é as formas representadas serem apreciadas tal como são.
A tecnologia de corte manual resultante do picotado tem como função
destacar formas pré-definidas, permitindo uma nova utilização ao conteúdo.
A película autoadesiva, na qual pode ser reposicionada sem perder a sua pro-
priedade principal, é recorrente em suportes de comunicação com o intuito de
envolver o utilizador como parte do desenvolvimento do objeto. O designer faz
questão de dar continuidade a estas técnicas tradicionais, de modo a per-
mitir que o seu trabalho inspire outros designers a criar novos conteúdos e
novas ideias de pensar. No fim, esse foi e continua a ser o objetivo do estúdio.

4.3.2 CARTAZ FRAMING COPENHAGEN

Framing Copenhagen foi desenhado por Peter Ørntoft num workshop de car-
tazes realizado por Mervyn Kurlansky (figura 56). O briefing exige ao designer
a criação de uma interação entre o utilizador e o cartaz direcionado para a co-
munidade. A ideia é criar a possibilidade de o utilizador gerar novos conteúdos
e significados para outros utilizadores.

Enquadramento Teórico | 45
Figura 56. Cartaz Framing
Copenhagen por Peter Ørntoft.
Fonte: behance.net/peterorntoft

História e Contexto

Sobre a influência do trabalho de Mervyn Kurlansky, um designer que tem


tido uma longa e distinta carreira que transcende os limites convencionais
do que produz. Para além da parceria com multinacionais e estabelecimen-
tos culturais e instituições de ensino em todo o mundo, Kurlansky é ativo no
ensino do design e está ao serviço da comunidade mundial de design gráfico.
Quanto ao autor do cartaz, Peter Ørntoft é um designer gráfico dinamar-
quês com dez anos de experiência no mundo profissional do design. O seu
trabalho é especializado em identidade visual, infografia e direção de arte em
meios impressos e digitais. O desenvolvimento deste projeto permitiu uma
preocupação mais profunda com a comunicação visual – manipular, recom-
binar e acrescentar – para comunicar algo novo.

Fontes de Evidência

Para além dos vários projetos que apresenta, o designer Peter Ørntoft tem
disponível toda a informação sobre o seu trabalho no seu website pessoal. O
projeto também está disponível no website Behance, acompanhado de um
conjunto de registos visuais e uma breve descrição que visam mostrar dife-
rentes resultados do projeto.
Na análise deste projeto foi necessário aceder a informações sobre Mervyn
Kurlansky para uma melhor compreensão da filosofia e do sentido da lingua-
gem do designer. Informações que podem ser encontradas no seu website
pessoal, uma entrevista ao designer disponível nos arquivos on-line de Interna-
cional Council of Design (Ico-D) e como auxílio, um vídeo de Brumen’s Founda-
tion disponível no You Tube de uma palestra com Kurlansky em que fala sobre
as suas influências e obsessões na área do design.

Análise

O designer Peter Ørntoft, parte de uma folha branca com dimensões de um A0


(841x1189 mm) e apenas insere um título com o nome de “My Favourite Cope-
nhagen”, uma grelha de corte e no canto inferior direito uma área de seis linhas
para um pequeno excerto sobre o cartaz e a colocação do nome do autor.

46 | Enquadramento Teórico
Com cinco formas diferentes delineadas no cartaz, Ørntoft sugere ao utiliza-
dor que recorte uma das formas e enquadre um dos seus detalhes favoritos
em Copenhaga que pode variar desde uma dimensão pequena até grandes
objetos tridimensionais.

Figura 57. Cortes e detalhes


diferentes do Framing
Copenhagen. Fonte: behance.
net/peterorntoft

Como podemos observar na figura 57, temos quatro exemplos de diferentes


utilizadores que recorreram a formas distintas para “emoldurar” o seu deta-
lhe favorito presente em espaços públicos da cidade. O designer desafiou o
utilizador não só a dar um novo significado ao cartaz, mas também a partilhar
esta mensagem com outros espetadores.
Com a tabela 2 podemos observar os contributos de cada elemento gráfi-
co e a ação que resulta entre o objeto impresso e o utilizador.

Tabela 2 . Ações e elementos de


interatividade e participação do
cartaz Framing Copenhagen.

Enquadramento Teórico | 47
Com os dados reunidos, observa-se que mais do que outros artefactos no
design gráfico, o cartaz serve como crónica dos maneirismos e movimentos
artísticos que moldaram a história do design gráfico. Para que este legado
continue com um potencial de criatividade desenfreada, os cartazes devem
manter uma posição no design porque são de referência e de admiração
constante. O trabalho de Ørntoft é um exemplo disso, porque suscita respos-
tas positivas no utilizador.
Neste caso é o utilizador que tem todo o controlo sobre o fim do cartaz
ao revelar informações que antes não existiam e com isso, desperta determi-
nadas emoções em outros espetadores. Existe uma liberdade na escolha de
uma nova mensagem após as alterações através de recortes feito no cartaz.
Apesar da base delineada bastante simples, não deixa de ser incrível a di-
versidade de conteúdos que pode surgir com o envolvimento do utilizador no
cartaz. Mais uma vez, o espetador tem à sua disposição não só novos con-
teúdos, mas também uma sensação da aproximação e envolvimento com
a participação no objeto.

4.3.3 IDENTIDADE VISUAL URBAN VOIDS

Figura 58. Conjunto de elementos


de Urban Voids por R2 Design.
Fonte: r2design.pt

Urban Voids é um projeto gráfico desenvolvido por R2 Design, para a Trienal de


Arquitetura de Lisboa 2007 (figura 58). O material promocional foi concebido
para refletir o tema do evento, com o intuito de valorizar a importância dos va-
zios urbanos, tirando-os do esquecimento e permitindo a reflexão da socieda-
de sobre possíveis intervenções que dependem do futuro das nossas cidades.
A base do projeto é constituída por um logótipo com uma composição
deslocada que se estende por vários suportes de comunicação, que quando
manuseados corretamente completam a identidade visual do evento.

História e Contexto

Fundado em 1995, o estúdio R2 utiliza o seu profundo conhecimento em diferen-


tes suportes, formatos e aplicações. É especializado em identidade visual, de-
sign editorial e ambiental. O seu estilo tem como base uma visão singular, mas
multidimensional inspirado na arquitetura, na arte contemporânea e no teatro.
R2 Design localiza-se na cidade do Porto e foi criado por Lizá Defossez
Ramalho e por Artur Rebelo que desde então têm obtido reconhecimento na-
cional e internacional, pelos diversos projetos que têm vindo a desenvolver.

48 | Enquadramento Teórico
A lista de clientes é longa, desde museus, ateliers de arquitetura, festivais,
instituições, teatros, entre outros. A abordagem do estúdio é guiada pela ex-
perimentação, investigação e diálogo sobre o conceito, com o objetivo de ir ao
encontro de soluções sem restrições de espaço, material, meios ou dimensão,
mas também defendem que:

“A abordagem ao design na qual cada projeto é analisado pela sua sin-


gularidade, veem a desconstrução do problema e o desafio do progra-
ma de design como parte da metodologia específica para cada projeto.”
(Canal 180, P3, 2015)

Fontes de Evidência

Quanto à informação disponível do projeto, é de fácil acesso no website do


estúdio R2 Design. Junto ao projeto encontra-se um breve resumo acom-
panhado por uma compilação de imagens que mostra a identidade visual e
como ela é manuseada. Para além do seu website, R2 Design faz questão
de divulgar os seus projetos nas redes sociais. O livro de Lucienne Roberts
com o título Grids: Creative Solutions for Graphic Designers descreve deta-
lhadamente como foi concebido o logótipo deste projeto com base na grelha
e ainda compara com outros projetos semelhantes a este.

Análise

A identidade visual de Urban Voids, que significa “Vazios Urbanos”, foi dese-
nhada pelos designers Lizá Ramalho, Artur Rebelo e Liliana Pinto do R2 De-
sign. As formas gráficas utilizadas pretendem comunicar ideias de abandono,
presentes em espaços urbanos que muitas vezes são esquecidos (figura 59).

Figura 59. Identidade Visual


Urban Voids. Fonte: r2design.pt

Jigsaw Stencil, é a fonte escolhida pelos designers desenhada por Johanna


Bilak. Bilak (2006) identifica como uma família de fontes geométricas sem se-
rifas com uma largura de curso quase monolinear. É utilizada com bastante su-
cesso em impressão no qual apresenta um aspeto harmonioso e equilibrado.
A fonte tipográfica de carácter stencil, representa a sua forma fragmen-
tada que os designers pretenderam produzir. Inicialmente parece ser uma
composição deslocada, mas quando impressa no papel translúcido, o nome
Urban Voids torna-se claro quando o papel é dobrado corretamente. A sua
estrutura geral consiste numa grelha simples, mas a altura suspensa do texto
reforça a sensação de isolamento e deslocamento temporário.

Enquadramento Teórico | 49
Figura 60. Cartaz informativo do
evento Trienal de Arquitectura de
Lisboa 2007 impresso em papel
translúcido. Quando dobrado
corretamente, os blocos dispersos
formam o logótipo Urban Voids.
Fonte: r2design.pt

O papel translúcido é um material muito utilizado em projetos de arquite-


tura. Este permite revelar outras informações quando sobreposto em várias
camadas no mesmo suporte (figura 60). Os designers optaram por este tipo
de papel no cartaz não só pelo seu baixo custo, mas também pela fácil comu-
nicação dos conceitos de ‘abandono’ e ‘esquecimento’ que representam os
espaços públicos apresentados no evento.
Embora o R2 Design esteja profundamente informado sobre os campos
da arte e da arquitetura contemporânea, cada projeto é dedicado e pormeno-
rizado pela sua singularidade. A tipografia valoriza a sua natureza estrutural,
as formas transversais são celebradas com rigor e a preocupação na compo-
sição de equilíbrio, simplicidade e contenção.
Inspirado numa série de conceitos e contrastes traduzidos entre os espaços,
as perspetivas e a estrutura, este projeto é um exemplo da relação do utiliza-
dor com o objeto impresso. Para além de uma forte relação com o conceito do
evento, o desempenho deste objeto fica dependente não só da sua composição
visual, mas também para solução paralela entre a arquitetura e a tipografia.
O cartaz foi e continua a ser um meio de comunicação utilizado para en-
volver e informar. Para além da oportunidade que os designers do R2 tiveram
em desenhar um cartaz para o Trienal de Arquitetura de Lisboa, também foi

50 | Enquadramento Teórico
um enorme desafio explorar o conceito dos espaços vazios, concentrando a
mensagem numa só imagem.
O contexto urbano é representado de forma clara com o intuito de levar o
público em específico a diversas leituras, estabelecer diálogos e fazer refletir
sobre o tema. O cartaz pertence à rua e relaciona-se com a cidade, mas neste
caso pode ter uma vida bastante longa, na qual pode ser visto por outros espe-
tadores em contextos diferentes.
Para além de cumprir a função de informar, podemos considerar este car-
taz um material gráfico “valioso” pela qualidade da composição e interação
dos elementos gráficos com o utilizador. A interatividade e participação neste
projeto está na ação da separação tipográfica da identidade visual utilizado
pelas pessoas no suporte de comunicação. Mais uma vez, o potencial e as van-
tagens que o papel – neste caso, o papel translúcido – trazem ao projeto, no
sentido em que os designers optaram por uma solução eficaz e de baixo custo.
Este projeto representa bem uma motivação visual com a intenção de per-
mitir inspirar as pessoas e outros designers a criar novos conteúdos e novas
ideias de pensar. A tabela 3 reúne os aspetos anteriormente referidos para
uma melhor compreensão sobre a interatividade e participação do utilizador.

Tabela 3 . Ações e elementos de


interatividade e participação da
identidade visual de Urban Voids.

4.4 RESULTADOS E CRUZAMENTO DE DADOS

Após a análise de cada um dos casos, destaca-se a predominância de ele-


mentos comuns no processo de design e no comportamento esperado do
utilizador perante um suporte de comunicação impresso. Inicialmente, foi
atribuído a cada caso de estudo uma tabela onde se reúnem aspetos de in-
teratividade e participação. Entretanto, para o cruzamento de dados entre os
casos foi atribuído uma cor a cada um dos exemplos como podemos obser-
var na tabela 4, 5 e 6.

Enquadramento Teórico | 51
Tabela 4 .Identificação da tabela
do caso I Want The Title of this
Book to Be com a cor pêssego.

Tabela 5 .Identificação da tabela


do caso Framing Copenhagen
com a cor azul.

Tabela 6 .Identificação da tabela


do caso Urban Voids com
a cor cinzento.

52 | Enquadramento Teórico
Ao cruzar e comparar os resultados obtidos das três análises de casos de es-
tudo, criou-se uma nova tabela com um conjunto de categorias comuns apre-
sentado na tabela 7. Esta tabela é composta por uma lista de atributos, seguido
da identificação dos casos (através da cor) na respetiva categoria e uma des-
crição das propriedades comuns presentes nos objetos.

Tabela 7. Categorias comuns


e respetivas propriedades nos
casos de estudo.

Os resultados do estudo indicam que é possível a interatividade em objetos


impressos, através da utilização de elementos que quando aliados à produ-
ção gráfica, apresentam resultados diferentes. Os cortes, a sobreposição de
materiais e as dobras provocam uma ação no utilizador.
Também é visível a particularidade intencional dos designers em cada
um dos exemplos. Para além da preocupação que os designers têm com o
aspeto visual – como o caso do H55 Studio com a capa do livro I Want The
Title of This Book to Be – revela sinais visuais de como o objeto deve ser
utilizado corretamente.
O design em meios impressos está sempre a reinventar-se. O papel tem
um enorme potencial no estímulo de sentidos, portanto a componente pal-
pável é essencial na compreensão de conceitos e da mensagem principal.
A escolha do papel também ganha importância para que a mensagem seja
eficaz, como na identidade visual Urban Voids de R2 Design. A escolha do
papel translúcido vem valorizar e reforçar todo o conceito da identidade vi-
sual do evento, que quando dobrado revela informações que antes não eram
visíveis. Objetos como o cartaz Framing Copenhagen de Peter Ørntoft comu-
nicam de uma forma mais direta e explicita. O cartaz orienta e envolve o pú-

Enquadramento Teórico | 53
blico no processo de utilização. Para além de recetor de mensagem, ele gera
novas mensagens para outros espetadores. Há uma continuidade e comple-
mento do trabalho do designer.
Os exemplos apresentados mostram que o design é mais uma interven-
ção do que uma invenção. As técnicas de interação são um contributo para
objetos impressos e a relação do utilizador com o objeto contribui para uma
melhor compreensão do processo de design em suportes de comunicação
físicos e de interação.

5. RESUMO CONCLUSIVO

Feita a revisão da literatura referente ao Design de Interação, foi possível


compreender que inicialmente a sua origem está associada às novas tecno-
logias devido ao utilizador ter ganho importância durante a conceção de ar-
tefactos. Contudo, o conceito de ‘interação’ não deve ser associado apenas
a dispositivos digitais ou ao design de produto, porque pode ser aplicado a
qualquer objeto, ou seja, o conceito de ‘interação’ é uma forma de pensar e
trabalhar que está inserida na própria definição de design.
Também conceitos de ‘experiência’ e ‘emoção’ foram investigados para
um melhor entendimento sobre tudo o que envolve o utilizador, quando re-
lacionado com objetos interativos num determinado contexto. A experiência
do utilizador provoca emoções que criam uma relação de proximidade entre
o objeto e o público-alvo.
Ainda que exista uma forte ligação com objetos digitais, o design de inte-
ração pode ser aplicado a qualquer objeto. É certo que nem todos comunicam
de forma direta, mas através da experiência do tato e da exploração do papel,
compreendeu-se que quando aplicados os conceitos de ‘interação’ e ‘partici-
pação’ em objetos impressos, ganham uma nova dimensão e interesse.

54 | Enquadramento Teórico
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO CAPÍTULO 2

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56 | Enquadramento Teórico
INVESTIGAÇÃO ATIVA
CAPÍTULO 3 PROJETO

Após se realizar o enquadramento teórico e reunir e solidificar uma base de


conhecimento, prosseguiu-se para a segunda fase do processo de investiga-
ção. Nesta fase desenvolveu-se um projeto de design, através da realização
de um objeto experimental, com o intuito de introduzir noções de interação
num jornal impresso.
Para o processo de desenvolvimento do projeto estabeleceu-se uma es-
trutura, que reúne várias etapas, entre as quais, a definição de objetivos e
requisitos, a seleção de conteúdos e a conceção de esboços que permitiram
dar origem ao protótipo final.

1. OBJETIVOS E REQUISITOS

O objetivo deste projeto foi conceber um objeto experimental com uma nova
identidade e um formato distinto que, ao mesmo tempo, conservasse o mo-
delo físico do jornal.
Deste modo, definiu-se que seria desenvolvido um modelo com perspetivas
de mudança para o jornal impresso, que aliado ao design de interação pudesse
demonstrar as suas vantagens e o seu potencial através da interatividade.

Investigação Ativa | 61
Para comprovar este passo, foi fundamental voltar ao conhecimento gerado
no enquadramento teórico, essencialmente, na análise de estudos de casos
de interação em objetos impressos, nos quais são incluídas várias técnicas
aliadas à produção gráfica que provocam uma ação do utilizador.
Assim e após um período intensivo de esboços e testes das várias técnicas,
surgiu a ideia de conceber um jornal que, em termos físicos, comunique a inte-
ratividade impressa, através da possibilidade de divisão, desconstrução e per-
sonalização e que se mantenha fiel aos requisitos pré-existentes de um jornal
impresso, ou seja, de fácil transporte e que possa ser lido em qualquer lugar.
Como tal, a leitura do jornal parte de uma rotina, a fim de construir um
hábito. Por esta razão e com a intenção de incentivar as pessoas a ler o jornal
impresso, decidiu-se que este meio de leitura também faria sentido ser apre-
sentado aos mais novos, exatamente a crianças entre os 8 e 12 anos.
O objeto teria, efetivamente, conteúdo educacional, com temas relevan-
tes, que ensine e divirta ao mesmo tempo. Seriam as notícias dos adultos
para os membros desta faixa etária estarem atualizados sobre o que se passa
no mundo. Uma experiência que não só incentiva a criar novos hábitos de
leitura, como dá a conhecer e permite a aproximação do leitor com o objeto
e os seus conteúdos atuais.
Assim, forma-se a necessidade de criar um jornal com uma marca e iden-
tidade visual própria, de fácil adaptação e intuitivo na sua utilização, de modo
a que a sua interação seja uma experiência prática para o leitor. De modo a
ser considerado, que para além de disseminar conteúdos sobre a atualidade,
os mesmos estariam organizados por várias secções que determinam a te-
mática das notícias, acompanhado de fotografias e ilustrações, de curiosida-
des e atividades de vertente educacional.
Relativamente às curiosidade e atividades interativas no jornal, caracteri-
zam-se como uma componente fulcral para permitir uma maior aproximação
do leitor com os conteúdos. Não são apenas uma forma de transmitir conhe-
cimento, mas também são ferramentas de interação que estimulam o leitor a
tornar-se agente ativo no processo de aprendizagem.
Em geral, pretendeu-se criar um jornal impresso que promova um novo
meio de leitura e ao mesmo tempo seja interativo, transmitindo conhecimen-
tos e consciencializando os novos leitores sobre a atualidade no país e no
mundo. Como objetivos secundários pretendeu-se estimular a curiosidade
e a criatividade, permitindo às crianças conhecer temas e discuti-los entre
elas e os adultos.

2. GRUPO DE UTILIZADORES

Temos acompanhado ao longo da história que o jornal tem um papel importan-


te na vida das pessoas pelo compartilhamento de informações do interesse do
público. Uma vez que se pretende conservar o modelo físico do jornal impresso
e que a sua leitura sempre esteve direcionada aos adultos, considerou-se inte-
ressante que o grupo para este projeto fosse composto por crianças.
Não só com o propósito de dar um novo significado ao jornal impresso,
mas também pelo facto de que para se dar continuidade à existência deste
objeto de comunicação, ao introduzir o jornal impresso como um meio de
leitura no âmbito educativo, pode trazer vantagens para a sua sobrevivência.
Segundo Alarcão (2008), o que somos hoje tem muito a ver com o que
aprendemos durante a nossa infância, não só sobre nós próprios, como so-

62 | Investigação Ativa
bre os outros e o que nos rodeia. As crianças são seres únicos com cultura,
normas e complexidades próprias. Elas têm os seus próprios gostos e inte-
resses, curiosidades e necessidades.
Nicolau (1997) refere que o desenvolvimento infantil pode ser fascinante,
desafiador e, algumas vezes, imprevisível. A sequência de experiências e o
interesse em compreende-las tornaram-se inseparáveis, pois ambas criam
condições para conseguirem problematizar, questionar, propor hipóteses, de
modo a chegar a conclusões que, na maioria, cedem espaço a novas dúvidas,
impulsionando-os a novos caminhos de explanação.
Por este modo, considerou-se que a faixa etária ideal para este projeto
seria crianças entre os 8 e 12 anos de idade, pelo facto de se encontrarem
numa fase capaz de compreender e “refletir sobre uma determinada situa-
ção a partir de perspetivas diferentes e assim desencadear, simultaneamen-
te, sentimentos diferentes” (Franco & Santos, 2015, p. 345)
É certo que a complexidade das crianças é diferente da dos adultos e é
necessário um cuidado maior na produção de conteúdos, pois as crianças
querem fazer parte da conversa. São curiosas, sentem profundamente como
os adultos e sabem que as mentiras são algo mau.
As crianças têm a capacidade de transformar qualquer lugar num espaço
de brincadeira, conseguem reunir as pessoas e tudo tem piada porque apre-
ciam as coisas simples, como uma boa história.
Alarcão (2008) refere ainda que é na infância que as crianças aprendem
a participar e a contribuir para o mundo, através da criatividade, sensibilida-
de e espírito crítico. As crianças são o futuro e conseguem fazer a diferença
agora mesmo:

“Se tudo correr bem, podemos contar com cidadãos emancipados,


autênticos na interação que estabelecem com o mundo, emocional-
mente saudáveis, com uma atitude fortemente exploratória, abertos
ao mundo externo e interno, com um sentido de pertença e uma forte
motivação para contribuir para a qualidade de vida, respeitando o Ho-
mem, a natureza, o mundo físico e conceptual.” (Alarcão, 2008, p. 33)

3. CONTEÚDOS

O propósito do jornal para crianças está em trazer para discussão alguns tópi-
cos que ajudem a contextualizar o que se passa no país e no mundo. O jornal
é um instrumento ativo de aprendizagem e a utilização deste meio de comuni-
cação promove a construção de conhecimento.
Para além do desenvolvimento da escrita, da leitura e da capacidade de
interpretação e expressão, o jornal traz a integração das crianças na socieda-
de. Promove competências de cognição, ação, formação de atitudes e valo-
res, cooperação e cidadania. (Carvalho, 2016)
Numa altura em que atravessamos uma pandemia global notou-se uma
maior curiosidade pelos mais novos sobre o que se tem passado nos últimos
meses. As crianças estão expostas a informações que ouvem através dos
familiares, da televisão ou da Internet e não compreendem bem a alteração
da normalidade, o que pode provocar algum medo e ansiedade. (Konkiewitz,
2013)Também a dificuldade por parte dos adultos em explicar certos temas

Investigação Ativa | 63
(porque não é uma tarefa fácil), vem reforçar a importância deste meio de
comunicação entre os mais novos. Com o objetivo de reunir temas relevantes
de conteúdo educacional, definiu-se desde o início que os artigos para além
de ensinarem, também devem entreter e divertir ao mesmo tempo. Ao perce-
bermos a criança como um sujeito que constrói a sua identidade, a inserção
de curiosidades e atividades no jornal leva a aproximação do leitor com os
conteúdos, mas também desperta habilidades mais precisas para o seu bom
desenvolvimento. (Carvalho, 2016)
Deste modo, os conteúdos recolhidos e selecionados para este projeto
trazem uma série de artigos dentro das áreas da ciência, política, economia,
cidadania, arte e cultura que foram reescritos e adaptados ao público em es-
pecífico e, atividades de carácter interativo.

3.1 ESTRUTURA

Numa primeira parte considerou-se que o artigo em destaque para esta edição
seria sobre a pandemia do novo coronavírus, a qual, tem alarmado a população
a nível mundial. De modo que, é compreensível que as crianças também fi-
quem ansiosas e confusas, com dificuldade em compreender o que observam
on-line, pela televisão ou numa conversa entre adultos.
Assim, o tema em destaque encontra-se na primeira secção, definida
como “Atualidade”, na qual segue uma variedade de artigos que respondem
a várias dúvidas de uma forma clara e sucinta, tais como, quais os seus sin-
tomas; como se transmite; como nos podemos proteger; o esclarecimento
sobre a significado das palavras COVID-19 e coronavírus; o que é a quaren-
tena e o isolamento; e por fim, a diferença entre o estado de emergência e o
estado de calamidade.
Numa segunda parte definiu-se que os restantes artigos seriam divididos
em cinco secções: “O Mundo”, “O País”, “Economia”, “Tecnologia” e “Cultura”.
Na secção designada de “O Mundo” definiram-se artigos que se relacionam
com o tema em destaque, portanto, sobre como tem sido a quarentena nou-
tro país, como estão a ajudar a combater o vírus e de que forma a pandemia
tem afetado o ambiente globalmente. Desta forma, fez sentido ter uma sec-
ção designada de “O País”, no qual definiu-se como destaque o regresso da
telescola com o projeto #EstudoEmCasa e a disponibilização da respetiva
programação.
Sobre as seguintes secções, a de “Economia” apresenta um artigo sobre
a gestão do stock de alimentos no Jardim Zoológico de Lisboa em fase de
pandemia. Na secção “Tecnologia” aborda-se sobre impressoras 3D, robó-
tica e uma plataforma digital que nos permite ver como era o planeta há
milhões de anos. Por último, a secção “Cultura”, com um artigo sobre uma
nova ferramenta no Spotify para ajudar os artistas e com a notícia de que a
autora do Harry Potter vai lançar um livro, com uma nova história que esta-
rá disponível on-line e é gratuito.
Durante todo o processo de recolha e escrita dos conteúdos, determinou-
-se que em todas secções existisse uma articulação com o tema em desta-
que, de forma a mostrar como a pandemia tem afetado os vários sectores e
como a população está a procurar soluções, para se adaptar à nova vida.
Com principal objetivo sobre as informações, pretendeu-se tornar o texto
sucinto, direto e de fácil compreensão, por isso, estabeleceu-se uma lingua-
gem acessível ao público em específico, ao longo do jornal. Para um melhor
entendimento, também se definiu que a ilustração e as imagens devem ser

64 | Investigação Ativa
complementares à informação. O conteúdo neste projeto (Apêndice I e Anex-
xo A) teve uma grande importância no objeto final, pelo que se considerou
crucial referir o processo de seleção da escrita.

4. CONCEÇÃO DO PROTÓTIPO INICIAL

A primeira e principal intenção do projeto foi desenvolver um novo modelo fí-


sico, que permitisse criar uma nova identidade e formato sobre o que conhe-
cemos hoje do jornal impresso. De modo que após a recolha e escrita dos con-
teúdos a integrar no objeto experimental, passou-se para uma fase que integra
a reflexão e o esboço da organização dos conteúdos e o seu funcionamento.
Ao longo da fase de esboços, utilizou-se o desenho para expressar as ideias
de formato, estruturação do layout das páginas, da conceção dos elementos
gráficos, das ilustrações e estudar as interações impressas. Em conjunto com
esboços (Apêndice II) foi utilizado a prototipagem para auxiliar a visualizar as
ideias e avaliar a viabilidade das interações.
Para descrever o processo de conceção do protótipo foi essencial dividi-lo
por partes para um melhor entendimento da razão das escolhas, que levaram
ao resultado do protótipo final.

4.1 NAMING

Segundo Rodrigues (2014), nomear um produto é uma atividade complexa,


principalmente por ser um dos pontos de contacto mais importante da marca,
a qual contribui positivamente na construção da sua identidade. No entanto, e
apesar de o nome ter surgido após uma contextualização sobre o processo de
criação de naming, inúmeras palavras foram anotadas, com o propósito de que
o nome do jornal seja significativo, com personalidade e de fácil memorização.
Assim, surgiu a sigla “ok”, de uma forma casual, ao longo do processo de
recolha e seleção dos conteúdos a incorporar no objeto experimental. Com o
contraste entre uma letra redonda e uma letra pontiaguda, “ok” é das siglas
mais antigas e pode ter diferentes interpretações, para além de ser uma das
palavras mais utilizadas no mundo e fazer parte do nosso dia-a-dia. Conside-
rou-se o nome “Ok” pelas seguintes razões:

a. tem uma conotação positiva e um carácter otimista, o que é essen-


cial para construir um posicionamento favorável do jornal e leva o público
a estar mais recetivo à aprendizagem;

b. é uma palavra curta, fácil de pronunciar, o que corresponde aos pré-re-


quisitos definidos;

c. confirmação/validação sobre os conteúdos, que promove uma aproxi-


mação com o leitor.

Investigação Ativa | 65
4.2 IDENTIDADE VISUAL

Ao desenhar a identidade visual do “Ok”, foi tido em conta o fator de ser um


elemento crucial e indispensável do cabeçalho de um jornal e por ser o pri-
meiro componente tipográfico que o leitor vê. O logótipo de um jornal funcio-
na como um símbolo da organização jornalística e deve chamar a atenção e
despertar curiosidade de quem o observa.
Segundo Garcia (2002), o logótipo deve ser constituído por uma tipogra-
fia atual, simples e de fácil leitura. O espaço em seu redor deve ser branco,
ocupando uma área que o destaque na primeira página. Se o logótipo não
tiver o seu destaque, perde a função para que foi criado. O logótipo deve re-
presentar o público em que se insere e o restante conteúdo.
Assente num público de idade tenra e que está confortável com disposi-
tivos digitais, a inspiração para o desenvolvimento da identidade gráfica do
jornal baseou-se no píxel, o elemento mais pequeno de um dispositivo de
exibição, que quando atribuído uma variedade de cores em diferentes pixéis,
em conjunto formam uma imagem. Este fundamento está relacionado com
o facto, de que este projeto, tem como base o futuro das crianças e que em
conjunto com a ferramenta e a influência certa de aprendizagem, elas po-
dem mudar o mundo, tal como vários píxeis podem gerar uma imagem. Desta
forma, a construção das letras “o” e “k” começaram pelo conjunto de vários
quadrados, que por sua vez, foram transformados em retângulos, de modo
a simplificar as formas do desenho das letras (figura 61).

Figura 61. Evolução do logótipo


“Ok” Fonte: Investigadora (2020)

Ao longo do processo criativo, teve-se em conta o fator de simplicidade sem um


investimento exagerado no seu desenvolvimento, mas ao mesmo tempo que o
resultado não fosse genérico. Desse modo, os retângulos que formam as duas
letras, uniram-se de modo a gerar uma mancha de cor que resulta no preenchi-
mento total de cada letra. A simplicidade do preenchimento, evidenciando o seu
contorno, foi a melhor solução porque permite uma margem de erro limitada
sobre a legibilidade, proporcionando a fácil leitura e a identificação do logótipo.

66 | Investigação Ativa
Como resultado, optou-se por utilizar a cor preto em contraste com o fundo
branco no papel, com o sentido de o logótipo se tornar mais comunicativo, al-
cançando o público sobre o seu significado sem o distrair com uma cor sólida
ou jogos cromáticos especiais (figura 62).

Figura 62. O logótipo do “Ok”


Fonte: Investigadora (2020)

4.3 FORMATO E GRELHA

O formato de um jornal é um dos aspetos mais importantes na conceção do


mesmo. Arnold (1969) refere que o formato de um jornal deve refletir o tipo
e a sua identidade, de acordo com as suas características, e deve ser o mais
confortável e prático possível no seu manuseamento.
O ponto de partida para definir o formato foi seguir um modelo de fácil
adaptação e equilibrado. O processo de esboços (Apêndice II) começou com
a experiência de atribuir um formato próximo ao que é o jornal impresso, no
qual, inicialmente, considerou-se utilizar um dos modelos standard, de modo
a manter algumas das suas características. No entanto, percebeu-se que
apesar de ser possível introduzir interações impressas e que as questões de
usabilidade e manuseamento proporcionarem uma leitura confortável, esta
escolha não iria ao encontro do propósito deste projeto. Pela razão de que se
definiu como requisito a divisão e a desconstrução no modelo físico. Trans-
formar o formato através do design de interação pode trazer uma nova opor-
tunidade ao jornal impresso.
Com base na análise do estudo de casos e depois de se terem realiza-
do diversos esboços que testavam a ideia de desenvolver um modelo que
abrisse caminho para uma interação ou participação aumentada, chegou-se
à conclusão de que o formato seria à primeira vista um A4, com a possibi-
lidade de estender os artigos pela mesma página. Por outras palavras, um
desdobrável em formato acordeão que se divide por oito páginas, frente e
verso, que quando dobrado tem o formato de um A4. O desdobrável contém
as dimensões de 840 mm x 297 mm e garante algumas das características
que o jornal impresso tem, i.e., o fácil transporte, um manuseamento intuitivo
e por ser confortável de ler (figura 63).

A4

Figura 63. Formato inicial do “Ok”.


Fonte: Investigadora (2020)

840 mm

Investigação Ativa | 67
BLOCO I

A4

840 mm

BLOCO II

735 mm

JUNÇÃO DOS BLOCOS

Figura 64. Formato Final.


Fonte: Investigadora (2020)

68 | Investigação Ativa
Porém, verificou-se que oito páginas, sendo que uma delas é a capa do jornal,
não seria suficiente para inserir todos os artigos selecionados, mas também
porque a interação entre o leitor e o objeto seria limitada e pouco inovadora.
Assim, optou-se por acrescentar uma nova folha, também em formato
acordeão, que encaixa numa das extremidades da folha principal. Ou seja,
pretendeu-se acrescentar uma folha com as dimensões de 735 mm x 297
mm, que quando dobrada resulta em oito novas páginas, frente e verso. Para
um melhor encaixe na folha principal, definiu-se que a divisão da frente e o
verso de uma das extremidades, tem metade do tamanho de um A4 (105 mm
x 297 mm) funcionando como uma aba (figura 64).
Para uma melhor justificação e organização dos conteúdos no documen-
to considerou-se que cada folha funciona como um bloco. A folha principal
corresponde ao Bloco I e contém os artigos em destaque da secção “Atuali-
dade”, pelo motivo de apresentar a capa e por ser a primeira informação que
o leitor tem contacto. A secção “Atualidade” inclui o maior número de artigos,
no entanto foi necessário introduzir uma área de pausa e reflexão sobre o
que foi lido, permitindo dar espaço para a transição do Bloco II que integra as
restantes secções: “O Mundo”, “O País”, “Economia”, “Tecnologia” e “Cultura”.
A experiência de utilização do objeto parte do conhecimento pré-existen-
te do leitor, mas no momento em que se depara com uma extensão da página
é confrontado pela liberdade de ordem de leitura, permitindo ao leitor uma
participação aumentada ao explorar o objeto e os seus conteúdos.
No entanto e antes de disseminar os conteúdos pelas folhas, foi definida
uma grelha base que se aplica aos dois blocos (figura 65). O sistema de gre-
lha faz parte do processo gráfico de um jornal. É uma ferramenta essencial
para estruturar uma página. De acordo com Müller-Brockmann (2012, p.7):
“el uso de las cuadrículas como sistema de organización espacial es la expre-
sión de una postura mental” 16, ou seja, o designer concebe o seu trabalho em
termos construtivos de modo a determinar os espaços em que insere texto,
imagens, elementos gráficos, espaços em branco, margens e fólios.
Também Wilson (2003), descreve a grelha como:

16 T.L. “a utilização de grelhas como sistema de


organização espacial é a expressão de uma postura “(…) a structure consisting of a set of invisible lines, implying a sense,
mental”
an order in the information, allowing this information to be easily and
17 T.L. “(...) uma estrutura constituída por um
conjunto de linhas invisíveis, implicando um sentido, quickly organized and visualized. (...) The columns are the method for
uma ordem na informação, permitindo que esta
informação seja fácil e rapidamente organizada organizing and distributing verbal information.” 17 (Wilson, 2003, s.p.)
e visualizada. (...) As colunas são o método de
organização e distribuição da informação verbal.”

Figura 65. Malha Quadriculada do


Bloco II Fonte: Investigadora (2020)

Investigação Ativa | 69
Desse modo, a grelha é estruturada com base na colocação de diversos ele-
mentos da página, contribuindo para a aproximação dos elementos e para o
equilíbrio e identidade de cada publicação.
Mediante o que os autores referiram anteriormente definiu-se uma malha
quadriculada que é visível no layout, mas, ao mesmo tempo, funciona como
uma grelha invisível de paginação. Para além de funcional e organizar os con-
teúdos, porque um sistema de grelha gera um sentido de planificação, inteligi-
bilidade, clareza e aumenta a credibilidade da informação (Müller-Brockmann,
2012), também é um elemento gráfico que faz parte da identidade deste jornal.
A ideia em ter a malha quadriculada como parte da identidade, que por
sua vez é a base de cada página, vem permitir não só cumprir a sua função,
mas permitir ao utilizador estender os limites da área de conteúdos. Tal como
o seu formato, de modo a aproveitar os espaços para uso do mesmo, quase
como um caderno escolar. Ainda que o texto esteja inserido numa caixa de
fundo branco para melhor legibilidade, os conteúdos não são extensos, o que
permite espaço para rabiscos e notas sobre as notícias.

4.4 TIPOGRAFIA

Após definir o formato e a grelha, seguiu-se para uma fase de estudo da ti-
pografia com o intuito de encontrar uma linguagem gráfica que represente o
“Ok”. Franchi (2013) afirma que:

“(…) one of the main factors determining the look of a newspaper is


its choice of type and the way in which typefaces are combined in hea-
dlines and body text. For despite the importance of photographs and
images, the visual aspect that most clearly identifies a newspaper is
the type used. Text is deciphered through letters, so it should not sur-
prise us that the font of the headlines is what attracts our attention
and inspires us to read them.” 18 (Franchi, 2013, p. 116)

Semelhante ao que Bringhurst (2002, p.17) refere: “typography exists to ho-


nor your content” 19 e quando bem utilizada proporciona ao texto qualidade e
valor. Spiekermann e Ginger (2003) referem ainda que:

“Typography says a lot more about a newspaper than just the words it
presents. (...) In fact, a newspaper has its image, its personality, through
the typography it uses and the way it is organized on the page.” 20 (Spie-
kermann & Ginger, 2003, p. 13)

18 T.L. “(...) um dos principais fatores que Em conformidade com o que foi referido anteriormente, é essencial combinar
determinam o aspeto de um jornal é a escolha do
tipo e a forma como os caracteres tipográficos são uma tipografia sólida, atrativa e que, ao mesmo tempo, permita uma boa legi-
combinados nos cabeçalhos e no corpo do texto. Pois
apesar da importância das fotografias e imagens, o bilidade. Do mesmo modo que a versatilidade na apresentação de um núme-
aspeto visual que mais claramente identifica um jornal
é o tipo utilizado. O texto é decifrado através das letras, ro racional de variações de peso e itálicos é importante para a combinação de
pelo que não nos deve surpreender que a fonte dos
títulos seja o que atrai a nossa atenção e nos inspira estilo com contraste entre títulos, subtítulos e texto. (Garcia, 2002)
a lê-los.”
A mistura de diferentes fontes quando bem feita, funciona muito bem.
19 T.L. “ a tipografia existe para honrar o seu
conteúdo” Não se deve exceder os dois ou três tipos de letra e entre eles deve existir
20 T.L. “ A tipografia diz muito mais sobre um uma boa combinação. É de destacar que os tipos de letras selecionados de-
jornal do que apenas as palavras que ele apresenta.
(...) Na verdade, um jornal tem a sua imagem, a sua verão ter relação com a tipografia da marca (o nome do jornal), conteúdos
personalidade, através da tipografia que utiliza e da
forma como está organizado na página.” e outros elementos gráficos para um resultado bem-sucedido. (Caldwell &
Zappaterra, 2014)

70 | Investigação Ativa
Após a recolha e o estudo de diferentes tipos de letra optou-se por utilizar
duas fontes sem serifa que captassem o tipo de letra simples e transparente
que é muito utilizado em dispositivos digitais e, como principal objetivo, que
seja legível na impressão. Por isso, selecionou-se a fonte Akrobat (figura 66),
desenvolvido por Fontfabric e Plamen Motev. É uma fonte sem serifa, mo-
derna e com proporções condensadas. A sua presença visual com base em
linhas e formas geométricas, coloca-a como um tipo de letra limpo, claro e
fácil de ler com uma oferta de oito pesos, dos quais, foi utilizado o black nos
títulos em destaque.

Akrobat

Black

Figura 66. Akrobat. Tipo de letra


ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
escolhido para os títulos em

1234567890
destaque do “Ok”.
Fonte: Investigadora (2020)

Quanto aos restantes subtítulos e texto, optou-se pela fonte Roboto (figura
67), desenhada por Christian Robertson. É uma fonte sem serifa com quali-
dades aproximadas à Helvetica ou Univers. As suas formas são geralmente
geométricas com a presença de algumas curvas que lhe dá um aspeto ami-
gável e permite um ritmo de leitura natural pelas suas formas abertas. Para
distinção de hierarquia foi utilizada uma variação de pesos e itálicos.

Roboto

Regular

ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 1234567890

Medium

ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 1234567890

Bold

ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 1234567890

Investigação Ativa | 71
Black

ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
Figura 67. Roboto. Fonte escolhida
para títulos, corpo do texto, etc.
Fonte: Investigadora (2020) abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 1234567890

4.5 LAYOUT

Numa fase em que se organizam os conteúdos pelas páginas, dá-se o início


da composição ou do layout do jornal. O centro do projeto está na introdução
de técnicas de interação impressa que, quando aliado com o texto e os ele-
mentos gráficos e visuais, transporta o leitor para uma maior participação e
aproximação com o objeto.
Quando se definiu que o fundo do jornal teria uma malha quadriculada, foi
pelo motivo em que se sentiu que o layout deveria transmitir uma sensação
de familiaridade, lembrando o caderno escolar. No entanto, os dispositivos
digitais têm vindo a ter uma grande influência e participação complementar
no dia-a-dia. Por essa razão, considerou-se pertinente para o projeto, o layout
seguir uma linha gráfica baseada na combinação das duas ferramentas, am-
bas utilizadas pelo leitor no contexto educacional, mas ao mesmo tempo que
esteja relacionada com a identidade visual que representa o “Ok”.
Os jornais têm uma função crítica na apresentação e seleção de conteú-
dos, nos quais cada notícia apresenta um conjunto de perspetivas dos acon-
tecimentos mais importantes para o público. Talvez o local mais importante
para encontrar essas tais representações é a primeira página de um jornal.
García (2002) descreve que “The first page is a mirror of what happens du-
ring 24 hours” 21 (García, 2002, p.80), ou seja, a primeira página é a que pren-
de a atenção dos leitores e por isso, é dada muita dedicação na determinação
de quais os elementos devem ser colocados como destaque na publicação.
(Singer, 2001; McQuail, 2010)
No entanto, as notícias não são as únicas características apresentadas
na primeira página. Também outros elementos, como as manchetes e ima-
gens são tidos em consideração ao longo do processo de desenvolvimento
da página, de modo a evidenciar conteúdos consoante a sua importância. A
seleção destes mesmos elementos pode refletir os valores da organização
jornalística, relativamente ao que consideram mais importante em apresen-
tar ao público. (Lowrey,1999; Shoemaker & Reese, 2013)
Assim sendo, a primeira página do “Ok” traz como destaque o tema mais
extenso e importante desta edição – a pandemia global do novo coronavírus.
A manchete de maior evidência apresenta a frase de “O vírus invisível” acompa-
nhado do subtítulo “Sabe tudo sobre o coronavírus e muito mais” (figura 68).
Contendo o logótipo do jornal e o respetivo cabeçalho com número da edi-
ção, data, preço e nome do fundador e diretor (Apêndice III) é ainda indicado, sob
a manchete, a frase “Esta edição não deve ser lida por adultos” transparecendo
o tipo de público a que se destina o “Ok”. A notícia de destaque é acompanhada
de alguns elementos gráficos ilustrativos do novo coronavírus. Sendo que o de
Figura 68. Primeira página do “Ok”.
Fonte: Investigadora (2020) maior dimensão apresenta um recorte na lateral direita, no qual permite visua-
lizar elementos textuais da página seguinte. Esses elementos são complemen-
21 T.L. “A primeira página é um espelho do que acontece
durante 24 horas.” tares à manchete e convidam o leitor a folhear as restantes páginas do jornal.

72 | Investigação Ativa
Edição Jovem • N° 1 • 1,50€ • Domingo, 18 de Abril de 2020 • Fundador e Diretor: Marta Sofia Fialho Dias

SABES PORQUE NÃO


VAIS À ESCOLA E
QUEM CUIDA DE TI
ESTÁ EM CASA?
De certeza que já ouviste os
adultos falar sobre um novo
vírus e não sabes o que é.

Não faz mal, nós vamos


explicar-te tudo!

O VÍRUS INVISÍVEL
Sabe tudo sobre o novo coronavírus e muito mais.

ESTA EDIÇÃO NÃO DEVE SER LIDA POR ADULTOS.


Sobre as restantes páginas, tanto o Bloco I como o Bloco II seguem a mesma
linha gráfica. Numa primeira fase, organizou-se a disposição dos conteúdos
sobre a malha quadriculada e definiu-se a área das seis secções. Sendo que
as dobras da folha auxiliam a divisão, atribuiu-se o nome da secção no topo
da folha sobre uma linha que determina o início e o fim dos conteúdos sobre a
mesma (figura 69).

Figura 69. Exemplo da indicação


das seções. Fonte: Investigadora
ATUALIDADE
(2020)

Quanto aos restantes elementos textuais, chegou-se à conclusão que no mo-


mento da impressão poderia haver complicações de legibilidade. Assim de-
terminou-se que o corpo do texto e subtítulos seriam inseridos numa caixa
de fundo branco. Com exceção dos títulos com o maior tamanho de letra, o
respetivo nome do autor e frases em destaque. Estes elementos jogam com
o ajuste do espaço entre os elementos gráficos e a sua legibilidade não inter-
fere com a malha quadriculada.
Para informações complementares, atribuiu-se a janela pop-up com o
propósito de contrastar com os conteúdos da notícia principal. Tal como o
pop-up abre uma janela no browser ao visitarmos uma página web, preten-
deu-se de forma semelhante tirar partido desta característica, de modo a evi-
denciar conteúdo extra (figura 70).
Após disseminar os conteúdos pelas folhas (Apêndice IV), foram inseridas as
imagens (Anexo B) e sucedeu-se para uma fase de esboços das ilustrações. Os de-
senhos que acompanham as notícias pretendem de uma forma simples explicar
Figura 70. Modelo das janelas pop-
up. Fonte: Investigadora (2020) e clarificar os conteúdos (Apêndice V). No entanto, ao longo deste processo per-
cebeu-se que um jornal com tonalidades entre as cores preto e branco não teria o
mesmo impacto entre o grupo de utilizadores, se atribuísse outra ou mais cores.
Wheeler (2009) defende que a cor é um dos elementos mais importantes.
A cor pode expressar a personalidade, evocar sentimentos e emoções, assina-
lando a diferença, o que a torna de fácil associação com a marca. Sob o mesmo
ponto de vista, Heller (2014) refere que as cores afetam as pessoas porque es-
tão associadas a vivências comuns e podem despertar sentimentos positivos
ou negativos.
Diante disso e dos objetivos pretendidos para o “Ok”, optou-se pela cor pri-
mária azul: que apesar de ser um tom frio, tem um efeito calmante; mas tam-
bém pela introdução da cor secundária laranja: divertida e vibrante, que está
associada à criatividade e que desperta a mente para receber e assimilar ideias
(figura 71). Com as cores atribuídas, todo o processo do layout e a conclusão
das ilustrações tornou-se num processo simples que cedeu vida aos conteú-
dos e à mensagem pretendida de todo o projeto.

PANTONE PANTONE PANTONE P BLACK


7685 C 1635 C 179-8 C
Figura 71. Paleta de cores.
Fonte: Investigadora (2020) #2E5597 #FF8D64 #888D90 #000000

74 | Investigação Ativa
4.6 INTERAÇÕES

Como tem sido referido ao longo do documento, este projeto tem como obje-
tivo introduzir o design de interação no jornal impresso. Como tal, definiu-se
nos objetivos e requisitos que o objeto experimental iria comunicar a intera-
tividade através da divisão, desconstrução e personalização, apoiado sobre o
enquadramento teórico.
De acordo com Heeter (2000), o designer apresenta um papel importan-
te na conceção das interações, com a intenção de que através da experiên-
cia, o utilizador crie uma relação de aproximação com o objeto. A introdução
de diversas técnicas de interação, mecanismos e materiais complementares
captam a atenção do leitor junto de conteúdos informativos e educacionais.
(Frascara, 2004; Norman, 2004)
Por isso, aplicou-se a primeira interação no formato do “Ok”. Para além de
que o objetivo principal deste projeto está em desenvolver um novo formato
sobre o que conhecemos hoje do jornal impresso. O propósito desta intera-
ção está em desafiar o grupo de utilizadores. Isto significa que, pretendeu-se
convidar o leitor a envolver-se no processo de utilização. Descobrindo con-
teúdos, mas também que sentisse “prazer” em manusear o objeto, por meio
da divisão e desconstrução e que o compreendesse como um todo. A exten-
são da folha (figura 72) foi inspirada no scroll, que é fortemente utilizado em
dispositivos digitais. No entanto, o prolongamento da folha é feito na horizon-
tal, permitindo a continuação da leitura dos conteúdos da frente para o verso.

Figura 72. Extensão da folha


na horizontal. Fonte: Investigadora
(2020)

Sobre a dobra do Bloco II que encaixa no Bloco I, funciona como uma aba ou
badana. Porém, ao invés de funcionar apenas como uma parte suplementar, a
face superior resulta de uma sobreposição como parte da notícia “Como nos
devemos proteger” do Bloco I – através da extensão da ilustração e da caixa
branca – que, quando folheada é revelada a restante informação (figura 73).

Investigação Ativa | 75
Figura 73. Pormenor Covid-19 com
e sem aba. Fonte: Investigadora
(2020) COM ABA SEM ABA

Quanto ao verso da aba, apresenta uma tabela que funciona como parte su-
plementar ao artigo “Telescola arranca a 20 de abril e já tem programação”
do Bloco II, convidando o leitor a preencher e personalizar o seu horário. Ain-
da assim, é possível separar a aba através da indicação da linha a tracejado
e do símbolo de uma tesoura, que sugerem ao utilizador a divisão através
do corte (figura 74). Esta interação é baseada no caso de estudo do cartaz
Figura 74. Pormenor tracejado Framing Copenhage de Peter Ørntoft.
e tesoura que sugere o recorte.
Fonte: Investigadora (2020) Acerca do desenvolvimento de interações impressas na primeira página.
Inicialmente experimentou-se a aplicação do corte manual, através do pico-
tado definido no papel, com intuito de após retirada a área delineada, surgia
a forma do novo coronavírus (o vírus invisível). Esta interação é baseada no
caso de estudo do livro I Want the Title of this Book to Be. No entanto e dado
que o papel apresenta uma espessura de 90 gramas, o seu efeito resultou
como arriscado e propenso a “rasgar” a primeira página, o qual interfere com
a passagem de uma mensagem clara e direta. Assim, optou-se por apresentar
as ilustrações do novo coronavírus preenchidas, com exceção da ilustração de
maior dimensão, que surge com um corte circular, revelando informações que
estão na página seguinte, como parte da capa (figura 75 e 76). A disposição da
informação no verso da página tornou-se mais ampla.

Figura 75. Corte na primeira página


do “Ok”. Fonte: Investigadora (2020)

Figura 76. Corte na primeira página


com sombra. Fonte: Investigadora
(2020)

As restantes interações partem da relação do leitor com os conteúdos em


específico. Ao longo das secções, inclui-se atividades no âmbito educacional,
no sentido que se pretende exigir competências básicas como a capacidade

76 | Investigação Ativa
de adaptação a novos desafios impostos pelo progresso e pelo fator surpresa,
consoante os conteúdos, que cada secção pode oferecer. Temos o exemplo
do lavar as mãos (figura 77), como fazer uma máscara ou o Desafio da Se-
mana – Origami, que explica por passos como realizar a atividade (figura 78).

Figura 77. Pormenor de “Lavar as


Mãos”. Fonte: Investigadora (2020)

Figura 78. Pormenor do “Desafio


da Semana”. Fonte: Investigadora
(2020)

Também ao longo da paginação existem elementos textuais que encorajam o


envolvimento e a participação do leitor ao completar informações sobre os con-
teúdos, tais como títulos, ideias, revisões e questões sobre os temas.
Por fim e após a disposição dos conteúdos pelas folhas, verificou-se im-
portante ter uma área do jornal que funcionasse como uma transição dos
conteúdos do Bloco I para o Bloco II, mas também como uma “pausa” ou
reflexão sobre o que foi referido nas notícias da secção da “Atualidade”.
Uma vez ser um tema novo e extenso, bastante abordado pelas pessoas
e em artefactos digitais, reservou-se uma área que convida o leitor a se ex-
pressar. A introdução de materiais riscadores no “Ok” parte de uma atividade
de senso comum. É um material manipulável, que apela aos vários sentidos
e o envolvimento físico do leitor pela simples ação de riscar, desenhar ou es-
crever. A aplicação desta técnica tem como objetivo um maior envolvimento
com os conteúdos para uma aproximação do objeto com o utilizador, resul-
tando de uma melhor compreensão e exploração sobre o tema (figura 79).

Figura 79. Página “pausa” da seção


Atualidade. Fonte: Investigadora
(2020)

Investigação Ativa | 77
4.7 PAPEL E IMPRESSÃO

A escolha do papel é uma das fases mais importantes no processo de defini-


ção do estilo e da aparência de uma publicação. De acordo com o Moggridge
(2010), o papel apresenta diversas qualidades, desde os tipos de papel, as
diferentes gramagens e diversas cores. Geralmente, os jornais são impressos
em máquinas rotativas com papel fino reciclável de 50 gr a 70 gr. Sabemos
que o papel do jornal é mais frágil que os outros tipos de papéis e quando em
contacto com água se dissolve facilmente.
No entanto e após estudo de casos de interação, foram analisados dois ti-
pos de interação através da escolha do papel que poderiam ser aplicados nes-
te projeto. No livro I Want the Title of this Book to Be desenvolvido pelo H55
Studio é utilizado o papel de película adesiva que permite a reposição, perso-
nalização ou eliminação de elementos. No cartaz da identidade visual Urban
Voids, o atelier R2 optou por utilizar o papel translúcido que permite revelar
informações quando sobreposto por camadas e é um material de baixo custo.
Contudo e tendo em conta o resultado do formato desenvolvido, estes
dois materiais não foram utilizados neste projeto pelo motivo de que o forma-
to do “Ok” foi desenvolvido para ser impresso frente e verso, com dimensões
que o permita a ser impresso apenas em uma folha, sem a utilização de qual-
quer material aderente, de modo a reduzir o máximo de custos.
Ainda assim, a possibilidade de ser impresso em papel de jornal não ficou
de parte. Após o teste de impressão alguns elementos gráficos, nomeada-
mente a malha quadriculada, não ficaram percetíveis, assim como a utiliza-
ção de papéis com uma espessura superior a 110 gr dificultou a dobra da
folha provocando um volume exagerado no objeto.
Com os resultados obtidos dos testes de impressão, percebeu-se que o
papel mais adequado é o IOR de 90 gramas de cor branco. As suas carac-
terísticas apresentam um papel menos texturado e que garante a qualidade
de impressão. Este papel acaba por ser mais resistente, é compatível para a
dobra das folhas, garantindo pouco volume e, não interfere com as restantes
interações, em específico, qualquer material riscador que o leitor utilize. A se-
leção deste papel dá ao “Ok” uma aparência nova, sóbria e menos agressiva
em comparação com o papel utilizado nos jornais.
Porém, a impressão frente e verso em grandes dimensões apenas é pos-
sível em casas de impressão de grandes volumes. Devido à impossibilidade
de se imprimir poucos exemplares e o preço elevado da tiragem, optou-se por
imprimir por efeitos de prototipagem, apenas frentes e unir as partes com
cola spray de forma a termos um resultado, o mais próximo possível do real.
Todo o processo descrito da conceção do protótipo pode ser observado na
figura 80 à 85 e no Apêndice VI.

Figura 80. Impressão das folhas.


Fonte: Investigadora (2020)

Figura 81. Acertar marcas de


sangria. Fonte: Investigadora (2020)

78 | Investigação Ativa
Figura 82. Colagem com cola spray.
Fonte: Investigadora (2020)

Figura 83. Corte com bistori.


Fonte: Investigadora (2020)

Figura 84. Dobragem das folhas.


Fonte: Investigadora (2020)

Figura 85. Encaixe dos Blocos.


Fonte: Investigadora (2020)

5. MELHORIAS

Os testes de impressão são um parte fundamental para a conceçao deste


tipo de objetos. Permite-nos identificar erros e testar a sua usabilidade antes
de obtermos um resultado final. Numa breve análise ao protótipo, tornou-se
claro que deveria ser concebido um novo protótipo, no qual pudesse ser cor-
rigido os erros detetados.
O papel foi uma das maiores preocupações nos testes de impressão. Foi
importante definir um papel que permitisse a fácil demarcação das dobras
e o encaixe dos dois blocos sem provocar demasiado volume. Apesar da im-
possibilidade de imprimir frente e verso, a solução aplicada funcionou bas-
tante bem como simulação.
Relativamente à legibilidade, foi necessário retificar as normas gráficas
do cabeçalho. Na impressão, detetou-se que o corpo do texto estava peque-
no e que a fonte era pouco percetível, sendo necessário alterar o texto em
regular para semibold e o texto em bold para black (figura 86).

Figura 86. Correção do cabeçalho.


Fonte: Investigadora (2020) ANTES DEPOIS

Investigação Ativa | 79
Inicialmente a malha quadriculada poderia ser uma preocupação, no que con-
cerne à densidade da cor e a relação com os restantes elementos. No entan-
to, o resultado foi positivo, simplesmente identificou-se que algumas caixas
de cor branco estavam desalinhadas com a malha quadriculada (figura 87).
As cores e a definição das imagens apresentam boa qualidade, apenas foram
ajustadas e direcionadas algumas das ilustrações com o texto.

Figura 87. Ilustração alinahada com


o texto. Fonte: Investigadora (2020)

Em relação à interação com a notícia do Bloco I, a dobra funcionou bastante


bem mas foi necessário corrigir e estender a malha quadriculada na aba, para
uma melhor conexão das duas páginas (figura 88).

Figura 88. Correção da malha


quadriculada da aba sobre o Bloco I.
Fonte: Investigadora (2020) ANTES DEPOIS

Após o protótipo estar impresso, percebeu-se que provavelmente iriam exis-


tir algumas dúvidas por parte dos leitores sobre o facto de o jornal não estar
paginado. No entanto, foi pensado desde o desenvolvimento do formato que
o jornal não iria conter número de páginas.
Tendo em conta que na primeira interação com o protótipo, a experiência
de utilização parte do conhecimento pré-existente do leitor e posteriormen-
te, tem a liberdade de explorar e definir a ordem de leitura. Neste aspeto, as
linhas sobre o nome da secção funcionam como uma guia, que determina o
início e o fim dos conteúdos sobre a temática em específico, mantendo assim
o jornal sem número de página.

80 | Investigação Ativa
6. PROTÓTIPO FINAL

Após as alterações feitas e o protótipo final ter sido impresso, coladas ambas
as frentes, cortar, dobrar e encaixar novamente, o protótipo manteve o tama-
nho inicialmente estipulado – Bloco I com 840mm x 297 mm e o Bloco II com
735 mm x 297 mm – e o papel IOR de 90 grs, semelhante ao protótipo inicial.
De uma modo geral, este protótipo ficou muito próximo ao que seria de
esperar. O resultado encontra-se de acordo com as expetativas que tinham
sido estipuladas para o objeto experimental. Conseguiu-se desenvolver um
jornal acessível, equilibrado e de fácil adaptação para futuras edições, mas
também um modelo funcional e fácil de transportar.
Ao realizar este protótipo, foi possível compreender de modo mais profun-
do todo o processo de conceção de objetos impressos com grandes dimen-
sões. Isto é, mostrou-se uma mais-valia deparar com limitações de impressão,
adquirir conhecimento através da exploração de diferentes tipos de papel, que
anteriormente não se tinha experimentado e, procurar soluções ao longo da
conceção do protótipo para conseguir chegar a um resultado final.
Podemos observar das figuras 84 à 87, o resultado final e alguns porme-
nores de algumas interações presentes no protótipo. No Apêndice VII é possí-
vel ver a totalidade do protótipo final e no Apêndice VIII a versão digital.

Figura 89. Frente do protótipo final.


Fonte: Investigadora (2020)

Figura 90. Pormenor do corte


na primeira página. Fonte:
Investigadora (2020)

Figura 91. Pormenor do interior


da página da Atualidade. Fonte:
Investigadora (2020)

Investigação Ativa | 81
Figura 92. Verso do protótipo final.
Fonte: Investigadora (2020)

Figura 93. Encaixe dos Blocos.


Fonte: Investigadora (2020)

Figura 94. Primeira página. Fonte:


Investigadora (2020)

Figura 94. Pormenor do desdobrar


do Bloco I. Fonte: Investigadora
(2020)

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO CAPÍTULO 3

Alarcão, I. (2008) A Educação Carvalho, M. (2016) A importância


das Crianças dos 0 aos 12 anos. do brincar na construção de
(Relatório do Estudo). Conselho conhecimentos de crianças na pré-
Nacional de Educação. escola. (Dissertação de Mestrado)
Portugal: Universidade Fernando
Arnold, E. (1969) Modern Pessoa.
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Harper & Row Publisher. Franchi, F. (2013) Design News:
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Franco, M. & Santos, N. (2015,
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Editorial Gustavo Gili. Universidade da Madeira. 31 (3),
pp. 339-349. ISSN: 0102-3772.

82 | Investigação Ativa
Frascara, J. (2004) Communication Nicolau, M. (1997) Um estudo das
Design – Principles, Methods and potencialidades e habilidades no
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Barcelona: Editorial Gustavo Gili. structures.htm

Investigação Ativa | 83
CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO

Numa fase em que o objeto experimental se revela completo, é pertinente para


a investigação uma avaliação junto dos potenciais utilizadores. Neste capítulo
é apresentada a metodologia utilizada, o perfil dos participantes, os testes de
usabilidade e os resultados que serão analisados e interpretados, de forma a
verificar se os requisitos pré-definidos correspondem ao protótipo concebido.

1. TESTES DE USABILIDADE

Para a avaliação do protótipo definiu-se desde o início da investigação que


faria todo sentido testar o objeto junto do grupo de utilizadores. Apenas as-
sim conseguiríamos obter resultados sobre a compreensão do manusear e o
processo de construção da experiência do participante com o objeto.
Por esta razão, reuniu-se uma série de aspetos importantes a considerar
nos testes de usabilidade e elaborou-se um plano (Apêndice IX) que consta
com: as características e o número de participantes, os objetivos, a estrutura
das sessões, as tarefas estabelecidas para a realização do teste e os dados a
recolher durante a sessão.
No entanto, para a avaliação da usabilidade mostrou-se também impor-
tante utilizar o método Think Aloud Protocol durante as sessões. De acordo
com Jaspers et al. (2004) 22, este método solicita ao indivíduo a intervenção

Investigação Ativa | 85
em voz alta durante a execução de uma tarefa. O individuo verbaliza os seus
pensamentos sem ter que descrever ou explicar o que está a fazer, i.e, apenas
fala sobre as informações que presta atenção de forma a gerar uma resposta.
Em muitos casos, este método gera dados diretos sobre o processo de pen-
samento contínuo durante o desempenho de uma tarefa. Desta forma, é pos-
sível retirar um feedback imediato com o intuito de contribuir para uma valida-
ção de satisfação sobre os participantes com o protótipo e os seus conteúdos.

1.1. PERFIL DOS PARTICIPANTES

Como tem sido referido ao longo do documento, este projeto é direcionado


a crianças com idades compreendidas entre os 8 e 12 anos de idade. Sendo
indivíduos que apresentam os seus próprios gostos e interesses, definiu-se a
amostra de utilizadores por, no mínimo, 10 participantes. Pelo menos dois uti-
lizadores por cada idade, de forma a perceber se o protótipo e os conteúdos
adequam-se a esta variante de idades.
Pelo facto de os participantes serem menores de idade, preparou-se um
documento com autorização de participação para os encarregados de educa-
ção, que se encontra no Apêndice X. O pedido de autorização para o teste de
usabilidade consta com uma breve explicação sobre o projeto e os seus objeti-
vos, os temas das notícias do “Ok” e o funcionamento da sessão do teste.

1.2. ESTRUTURA DAS SESSÕES

Em primeiro lugar, definiu-se o ambiente ou o cenário onde se realiza os tes-


tes. Tendo em conta o perfil dos participantes, estabeleceu-se como fator
importante que o espaço deve proporcionar conforto e familiaridade, como
a escola. No entanto, não foi possível a autorização da realização dos testes
nas escolas inicialmente contactadas, ainda assim procurou-se a alternativa
de realizar as sessões nas instalações da Biblioteca Municipal de Beja – José
Saramago. Diariamente decorrem atividades para este tipo de público ou
reúnem-se grupos de alunos a estudar. Também a comunidade está familiari-
zada com o espaço e apresenta as condições certas para se realizar os testes
de usabilidade. A biblioteca consta com vários espaços isolados, que limitam
distrações e perturbações para o participante durante o teste.
Em seguida, as sessões foram estruturadas de forma a abranger o maior
número de indivíduos. Dado que é necessário a autorização dos encarrega-
dos de educação, teria que ser divulgado com data e hora marcada, junto de
alguns possíveis participantes, conhecidos e com o auxílio dos funcionários
da biblioteca, de forma a reunir as autorizações do grupo de amostra. Tam-
bém se determinou que seria possível a presença dos encarregados de edu-
cação, caso o entendessem.
As sessões foram organizadas de forma a não restringir o tempo de ma-
nuseamento do jornal e que o sujeito mantenha a atenção durante o teste.
Por isso, optou-se por fazer sessões de 10 minutos por cada participante.
No início, é feita uma breve apresentação da investigação, os seus obje-
tivos e a estrutura do teste, ao mesmo tempo que se introduz o protótipo.
Após a apresentação, prossegue-se para a realização das tarefas. Nesta fase,
é pedido ao sujeito para folhear o jornal, seguindo as instruções dadas pela
22 Jaspers, M. , Steen, T., Van Den Bos, C., & Geenen, M.
(2004) The think aloud method: a guide to user interface investigadora e que ao mesmo tempo, fosse referindo comentários sobre o
design. International Journal of Medical Informatics.
73. 781–795. que lhe chama mais a atenção. Desta forma, os sujeitos têm a oportunidade
de observar o jornal, perceber quais os conteúdos e as ilustrações.

86 | Investigação Ativa
Na última fase, entrega-se um questionário ao participante (Apêndice XI) que
é divido em três partes: na primeira secção contém os dados pessoais do
sujeito (idade e o sexo) e duas questões sobre o conhecimento do jornal im-
presso; na segunda secção, é feita uma avaliação geral sobre o “Ok” através
de frases objetivas com respostas de sim ou não. Por fim, a seleção de três
adjetivos que melhor descrevem o jornal. Também se incluiu uma área para
observações ou sugestões que o sujeito queira deixar. O questionário é feito
de forma anónima, atribuindo um número pela ordem das sessões de forma a
facilitar a comparação dos questionários com as observações diretas.

1.3. DADOS A RECOLHER

Para além do questionário, ao longo da sessão é feita uma observação direta


pela investigadora, onde são recolhidos dados sobre a forma como ocorre a
interação entre o utilizador e o protótipo, numa primeira exposição; como de-
corre o manuseamento do objeto; a realização das tarefas; o comportamento
e os comentários feitos pelos participantes.
Com esta observação, pretende-se identificar se o objeto cumpre os obje-
tivos, detetar erros e dificuldades dos participantes, mas também se os con-
teúdos são úteis e as atividades fáceis de concretizar.

2. RESULTADOS

Dada a situação pandémica, o país apresentou várias restrições que em dias


normais não afetaria a realização do teste de usabilidade presencial. Numa
fase em que a quarentena terminou e as escolas reabriram com novas res-
trições, é compreensível a rejeição dos testes nas instalações das mesmas.
Contudo e com o intuito de encontrar uma solução, definiu-se a Biblioteca Mu-
nicipal como espaço para a realização das sessões. O espaço está a funcionar
ao público e ainda que tenha uma redução de horário, não iria interferir com os
testes. No entanto, as pessoas mostraram-se reticentes e apesar de garantir a
distância, o uso de máscara e desinfetante nas sessões, recusaram em última
hora pela responsabilidade de se protegerem.
Apesar dos testes presenciais serem o mais recomendado para este tipo de
projeto, mas estarem longe de se realizar devido às restrições apresentadas,
procurou-se adaptar e reunir novas soluções para a sua concretização.
Com o auxilio das novas tecnologias, realizou-se um teste-piloto junto de um
sujeito com 8 anos de idade, no qual o encarregado de educação autorizou a sua
participação e se disponibilizou a receber os documentos. O teste de usabilida-
de foi realizado através da ferramenta de chamada de vídeo Zoom. No entanto,
foram detetadas algumas dificuldades ao longo da sessão como a correção do
posicionamento da câmara para uma melhor observação direta, algumas inter-
ferências na rede, distrações e perturbações no espaço do utilizador.
A avaliação da usabilidade não se trata apenas de mostrar o protótipo e
receber feedback, é um fator importante para comprovar a investigação e se os
objetivos e requisitos foram atingidos. No entanto, não foi possível a realização
dos testes de usabilidade por via on-line e por esta forma, deixa-se em aberto
a outros investigadores e para recomendações futuras o teste de usabilidade
presencial de projetos desta natureza.

Investigação Ativa | 87
CONCLUSÃO

1. CONCLUSÕES

Ao iniciar a investigação foi possível perceber, de imediato, que a previsão do


jornal impresso ser extinto não está muito longe de acontecer e que a aposta
nas plataformas digitais é enorme. No entanto e com base no que foi apre-
sentado, o design de interação pode, de facto, auxiliar na conceção de obje-
tos de comunicação impressos, tornando-os mais interativos e transcender
a experiência do utilizador.
Na primeira parte da investigação – Enquadramento Teórico – foi impor-
tante estudar a história do jornal impresso e perceber como foi a sua evolu-
ção, quais foram os obstáculos, como se reinventou ao longo do tempo e de
que forma se pode inovar, perante um desafio significativo, frente às novas
tecnologias e à Internet.
Para introduzir o design de interação no projeto, foi necessário clarificar
a sua definição, investigou-se os seus conceitos, de forma a compreender
como a aplicação de interatividade poderia auxiliar o jornal impresso. Apesar
da pouca informação teórica na investigação de objetos impressos interati-
vos, reforçou-se a investigação com uma análise de casos de estudo e che-
gou-se à conclusão que através do estudo do comportamento, o design de
interação pode ser aplicado em suportes impressos e criar uma experiência
positiva de aproximação com o leitor.

89
Nesta fase da investigação deparamo-nos com muita informação sobre o jornal
como plataforma digital. No entanto, é importante mencionar que jornalistas e
designers não deviam encerrar este tema. A necessidade de investigações de
carácter teórico e prático são fundamentais para preparar e incentivar apostas
em soluções mais inovadoras, desenhando novas relações com as ferramen-
tas existentes.
Com a investigação verificou-se que os adultos estão cada vez mais de-
sinteressados no modelo físico, no entanto comprovou-se que as perspetivas
de mudança para o jornal impresso junto das crianças demonstram vanta-
gens e potencial. Como tal, definiu-se o grupo de utilizadores com idades
compreendidas entre os 8 e os 12 anos, pela razão que nesta fase as crianças
estão mais conscientes e aprendem a participar e a contribuir para o mundo.
Ainda assim, para comprovar que o jornal impresso pode ser beneficiado
a partir de noções de interação – desenvolveu-se um objeto experimental
– não obstante de cumprir a função de transmitir conhecimentos e cons-
ciencializar os novos leitores sobre a atualidade – que apresenta um formato
alternativo e interativo sobre o que conhecemos hoje do jornal, com o intuito
de estimular a curiosidade e a criatividade na sua utilização. O resultado foi
um jornal impresso que introduz ao leitor uma experiência educativa e dinâ-
mica, através da interatividade impressa.
Ao longo da Investigação Ativa, a maior preocupação deste projeto foi
conseguir estabelecer uma aproximação do objeto com o utilizador. O de-
senvolvimento de um novo formato teve como objetivo desafiar o grupo de
utilizadores a envolver-se no processo de utilização, mas também aproveita-
ram-se outras interações de diversas tipologias que cumprem o objetivo de
aproximar os conteúdos com o leitor.
Apesar de a avaliação não ter sido concretizada, de modo geral, a inves-
tigação conseguiu retirar informações que antes não tinham sido aplicadas
no jornal impresso. Verificou-se que a aplicação de interações em objetos
impressos contribui para a relação de aproximação do utilizador, das suas
necessidades e expetativas.
As interações estudadas e apresentadas no objeto experimental são uma
demonstração do que é possível realizar com o recurso à interação, deixando
em aberto a oportunidade de explorar, experimentar e executar novas ideias
no jornal impresso. Por fim, a contribuição para os designers se motivarem a
criar objetos impressos e incorporar a interatividade impressa nos seus pro-
jetos, tornando-os mais conscientes sobre as necessidades do utilizador e a
sua experiência.

90
2. RECOMENDAÇÕES FUTURAS

Sobre o enquadramento teórico recomenda-se um estudo sobre a importân-


cia do jornal impresso na atualidade, de que forma se poderá inovar e como
definir o jornal impresso como um objeto de comunicação relevante e atuali-
zado entre as novas tecnologias.
Recomenda-se uma análise da estrutura de alguns jornais e a evolução da
primeira página de forma detalhada para um melhor entendimento sobre a
organização de informação, o qual não foi realizado neste documento.
Sobre o design de interação é importante compreender os conceitos e
princípios que possam ser aplicados em objetos impressos. Desta forma, in-
centiva-se a análise de casos de estudo de projetos de design, que obtiveram
resultados de sucesso no desenvolvimento de objetos impressos interativos.
Também seria interessante a realização de um estudo específico sobre técni-
cas tradicionais e formas de interatividade impressa.
O papel apresenta características que podem ser exploradas de diversas
formas. Os esboços e a prototipagem são importantes no desenvolvimento
de ideias, permitindo criar novos conteúdos e novas formas de pensar. Ape-
nas assim é possível detetar erros e corrigi-los antes do protótipo final.
Apesar de não ter sido possível concretizar a avaliação do protótipo,
aconselha-se neste tipo de objetos, testar junto dos potenciais utilizadores
sempre que possível. As maiores melhorias de um produto/objeto são obti-
das através da recolha de dados de usabilidade, na fase inicial do seu desen-
volvimento. Dessa forma, aconselha-se a escolher o método para avaliação
mais indicado para o projeto, de forma a dispor uma série de propriedades
que trazem vantagens na recolha de dados.
A produção de objetos impressos de interação são um contributo para
área do design, incentivam e motivam futuros investigadores com áreas e te-
mas semelhantes. Considera-se positivo e significativo continuar a trabalhar
neste projeto e explorar outras possibilidades de interatividade. Seria notável
a aplicabilidade deste projeto em contexto de mercado.

91
ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
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Communications.

108
GLOSSÁRIO

Browser – Programa que permite a navegação pela Internet.

Dispositivo Digital – Referente a qualquer objeto digital, como computador,


smartphones, tablets, entre outros.

Manchete –Título principal numa edição de jornal.

Pop-up –Janela que surge sobre outra quando se visita uma página da
Internet ou se segue uma hiperligação, muitas vezes sem que o utilizador
o tenha solicitado.

Scroll – Ação de mover para cima ou para baixo num dispositivo digital.

Xilogravura –Técnica de gravura na qual se utiliza madeira como matriz


e possibilita a reprodução da imagem gravada sobre o papel ou outro suporte.

Website/página web –Página ou conjunto de páginas da Internet com


informação diversa, acessível através de computador.

109
APÊNDICES

APÊNDICE I NOTÍCIAS DO JORNAL “OK”

ATUALIDADE

TUDO O QUE PRECISAS DE SABER SOBRE O NOVO CORONAVÍRUS

O que é a COVID-19?
COVID-19 é o nome, atribuído pela Organização Mundial da Saúde, à doença provocada
pelo novo coronavírus SARS-COV-2, que pode causar infeção respiratória grave. Este
vírus foi identificado pela primeira vez em humanos, no final de 2019, na cidade chinesa
de Wuhan, província de Hubei, tendo sido confirmados casos em outros países.

E os coronavírus?
Os coronavírus são um grupo de vírus que podem causar infeções nas pessoas. Nor-
malmente estas infeções estão associadas ao sistema respiratório, podendo ser pare-
cidas a uma gripe comum ou evoluir para uma doença mais grave, como pneumonia.

O que acontece se apanhares o covid-19?


O novo coronavírus transmite-se pessoa a pessoa através de gotículas, projetadas
quando falamos, tossimos ou espirramos, mas também através do contacto com su-
perfícies infetadas.
Normalmente as pessoas visitadas pelo coronavírus sentem tosse, febre (tempe-
ratura ≥ 38,0°C) e dificuldade em respirar (falta de ar). Geralmente ficam doentes por
vários dias, mas os corpos dos humanos são incríveis.
Quando um novo vírus, como o coronavírus, entra no corpo de uma pessoa, o seu
corpo sabe que o vírus não é bem-vindo e começa a lutar contra ele com uma arma in-
crível – os anticorpos. Ou seja, pequenas células no sangue que produzem anticorpos
para combater vírus invasores.

Existe cura para o coronavírus?


A maioria das pessoas consegue melhorar sozinha do coronavírus com medicamen-
tos e recomendações feitas pelos médicos mas ainda não existe uma cura porque é
um vírus novo. Cientistas de muitos países estão a estudá-lo e quase a descobrir uma
vacina para evitar que mais pessoas fiquem doentes. É um processo demorado, mas
os médicos e os cientistas querem ajudar todos a melhorar de forma rápida e segura.
Uma vacina é um medicamento que geralmente é injetado no corpo enquanto es-
tás saudável. Dentro do medicamento existem germes fracos do vírus que quando in-
jetados no sangue, os anticorpos procuram destruí-los.
Por isso, se ficares doente com coronavírus, os anticorpos vão combater o vírus
mais rapidamente. De certeza que te lembras quando eras mais novo tomaste algu-
mas vacinas, certo? Isso significa que te protegeste contra algumas doenças.

Quanto tempo demora a produzir um medicamento?


Produzir um novo medicamento demora muitos meses. Antes de se dar às pessoas, é
necessário fazer testes com cuidado para garantir que é seguro para todos. Quando os
cientistas sabem que o medicamento funciona e é seguro, eles produzem a quantidade
necessária para todos os que precisam.

111
O que é a quarentena e o isolamento?
A quarentena (“isolamento profilático”) e o isolamento são medidas de afastamento
social essenciais em saúde pública. São especialmente utilizadas em resposta a uma
epidemia e pretendem proteger a população pela quebra da cadeia de transmissão en-
tre pessoas. A diferença entre a quarentena e o isolamento parte do estado de doença
da pessoa que se quer em afastamento social.

· Quarentena é utilizada em pessoas que se pressupõe serem saudáveis, mas possam


ter estado em contacto com um doente confirmado de COVID-19.
· Isolamento é a medida utilizada em pessoas doentes, para que através do afastamen-
to social não contagiem outros cidadãos.

Epidemia vs pandemia
Uma epidemia é quando uma doença ocorre com frequência invulgar numa determina-
da região e por um período limitado. Já a pandemia é uma epidemia que se alastra ao
mesmo tempo em vários países.

COMO NOS DEVEMOS PROTEGER


É importante teres atenção onde tocas, por exemplo, se uma pessoa com COVID-19
abrir numa porta, o vírus pode ficar no puxador por horas. Depois, se outro alguém
abrir essa mesma porta, o vírus fica nas mãos.

1. Evita tocar na cara


Sempre que tocares em algum objeto evita tocar no nariz, na boca ou nos olhos, com as
mãos para o vírus não entrar no teu corpo. Se precisares de limpar ou assoar o nariz usa
um lenço de papel e coloca no lixo imediatamente. Depois lava bem as mãos, porque o
coronavírus vive no muco do nariz e pode chegar às mãos pelo papel.

2. O braço é o teu escudo


Se precisares de tossir ou espirar e não tiveres um lenço de papel contigo, tapa a boca
com a parte interior na zona do cotovelo ou com a manga e não com a mão. Assim,
proteges quem está ao teu redor e não passas o vírus para outros objetos e superfícies.

3. Assoar o nariz
Usa sempre um lenço de papel novo e deita imediamente fora no lixo.

4. Diz olá sem tocar


Evitar dar beijos, abraços e apertos de mão. Mantêm a distância social.

5. Lava regularmente as mãos


As nossas mãos podem conter muitos microrganismos. Por isso, são um dos meios
mais comuns pelos quais se transmite de uma pessoa para a outra. Durante a pan-
demia global, uma das opções mais económica, de fácil acesso e mais importante de
impedir a propagação de um vírus é lavar as mãos frequentemente com água e sabão.
Para eliminar todos os vestígios do vírus nas mãos, esfregar rápido ou passar só por
água não é suficiente. Segue os passos pela seguinte ordem:
1. Molha as mãos com água corrente e fecha a torneira.
2. Aplica sabão suficiente de maneira a cobrir as mãos e os pulsos molhados.
3. Esfrega todas as superfícies das mãos.
4. Enxágua com muita água.
5. Seca as mãos com um pano limpo ou uma toalha de uso individual.

112
Quando devo lavar as mãos?
Em geral, deves sempre lavar as mãos depois de ires à casa-de-banho, antes e depois
de comer, quando mexes no lixo, brincas com animais de estimação ou quando é vísivel
ver as mãos sujas. No contexto de prevenção da COVID-19, aindas deves lavar as mãos
depois de assoar o nariz, tossir ou espirrar, depois de visitar um espaço público, como
os transportes públicos e os supermercados, depois de tocares em superfícies fora de
casa, incluindo o dinheiro e antes, durante e depois de cuidares uma pessoa doente.
É importante que sigas todos os passos de lavagem para que as tuas mãos estejam
100% limpas.

É necessário lavar com água morna?


Não. Podes utilizar qualquer temperatura para lavar as mãos. Água fria ou morna é
igualmente eficaz para matar o vírus, mas tens que utilizar sabão.

Lavar com sabão ou usar álcool gel?


Ambos são eficazes para matar a maioria dos vírus. Opta sempre por lavar com sabão
e o uso do álcool gel quando estiveres fora de casa, por ser mais prático.

Como fazer desinfetante de mãos em casa?


Embora, nunca é demais sublinhar, lavar as mãos é o método mais eficaz para pre-
venir o contágio pelo novo coronavírus, se tal não for possível, recorre-se então aos
desinfetantes. Só é preciso álcool – etílico ou isopropílico. O único “segredo” é que a
solução tem de conter pelo menos 60% de álcool. Mais nada. Ou melhor, como o álcool
é um pouco agressivo para a pele, podes sempre juntar aloe vera. E como há grande
probabilidade de virem a esgotar nas lojas portuguesas, aqui fica a receita para um
desinfetante caseiro:

· Colocar dentro de um recipiente 60% de álcool (150 ml) e 40% de gel de aloe vera
(100 ml). Misturar muito bem.
· Colocar a mistura dentro de um pequeno frasco com pulverizador de 250 ml, seja de
plástico ou de vidro.

6. Máscara social
O equipamento de proteção individual refere-se a qualquer equipamento usado como
barreira protetora, com o objetivo de proteger as mucosas, pele e roupa do contacto
com agentes infeciosos, neste caso do vírus. Alguns dos equipamentos que podem ser
usados para proteção individual são máscaras, respiradores, óculos, luvas, bata, entre
outros. Estes devem ser utilizados conforme a atividade desempenhada e o risco de ex-
posição à COVID-19.
Devido à evolução da pandemia, foi considerada a utilização alargada de outros dis-
positivos de proteção (por exemplo, máscara de uso social) como medida complemen-
tar para limitar a transmissão do vírus na comunidade, contudo é importante que estes
cumpram critérios e requisitos em termos de conceção, desempenho e usabilidade. A
utilização de máscara permite que o utilizador proteja as pessoas que o rodeiam e o
ambiente. Todavia, a sua utilização só é efetiva se for combinada com outras medidas de
prevenção, como a lavagem de mãos, a etiqueta respiratória e o distanciamento físico.
Por si só, a máscara não garante proteção, podendo fazer esquecer as outras medidas de
prevenção. Por exemplo, se a máscara não estiver bem colocada, podes ter a tendência
para tocar mais vezes na cara.

113
Devemos usar sempre a máscara?
O uso de máscaras na comunidade constitui uma medida adicional de proteção, pelo
que não dispensa a adesão às regras de distanciamento social, de etiqueta respiratória
e de higiene das mãos, tendo que ser garantida a sua utilização adequada. Quem tem
indicação para usar máscara são:
· Os profissionais de saúde que para além da máscara, muitos deles têm que usar
mais equipamentos de proteção individual;
· As pessoas que têm indicação médica para as utilizarem, como por exemplo os doen-
tes com o sistema imunitário mais frágil, nas deslocações esporádicas fora do domicílio;
· As pessoas com sintomas de infeção respiratória (febre, tosse ou dificuldade res-
piratória) que estão em contacto com outras pessoas;
· Os profissionais e todas as pessoas que possam contactar diretamente com doentes
suspeitos ou confirmados de COVID-19 ou com material utilizado por estes doentes;
· As pessoas e profissionais de diversos grupos para o desempenho de algumas fun-
ções (bombeiros, agentes de segurança, cuidadores formais e informais, profissio-
nais e voluntários de lares, de instituições de saúde e sociais, profissionais que fazem
a limpeza das ruas e a recolha de resíduos urbanos, entre outros);
· As pessoas que estão no interior de instituições de saúde (como os hospitais,
centros de saúde e outros);
· As pessoas que se deslocam a espaços interiores fechados como supermercados,
farmácias, lojas ou estabelecimentos comerciais, transportes públicos entre outros.

DISTANCIAMENTO SOCIAL PODE EVITAR A TRANSMISSÃO DO VÍRUS


As medidas de distanciamento são das mais efetivas na redução da transmissão da CO-
VID-19 e têm como objetivo reduzir o contacto entre pessoas, com exceção daquelas que
vivem na mesma casa.Assim deves, manter uma distância de pelo menos 1,5 – 2 metros
das outras pessoas; evitar o contato com pessoas que apresentem sintomas sugesti-
vos de COVID-19, como febre, tosse ou dificuldade respiratória e sempre que possível,
ficar em casa. Utiliza, de preferência, serviços telefónicos ou eletrónicos, para entrar em
contacto com outros serviços, como supermercados ou farmácia, ou, quando possível
agenda a tua presença nos espaços físicos, como museus, restaurantes, entre outros.
Em caso de necessidade de cuidados médicos, utiliza serviços telefónicos ou eletróni-
cos para contactar previamente os serviços de saúde, não esquecendo que estes têm
circuitos separados para COVID-19, e que sempre que se justificar deve recorrer presen-
cialmente a estes serviços.
Entre as recomendações, a DGS diz ainda que não deves partilhar artigos pessoais,
frequentar lugares movimentados com muitas pessoas, ter contatos desnecessários
(como por exemplo, convívios dentro ou fora de casa) e promover ou participar em even-
tos que reúnam muitas pessoas, sobretudo em espaços fechados. Sempre que for ne-
cessário reunir com outras pessoas, opta pelo mínimo possível e em espaços abertos.

ESTADO DE EMERGÊNCIA
O QUE É E QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CIDADÃOS E EMPRESAS
O estado de emergência não suprime direitos fundamentais, mas suspende-os du-
rante um determinado período de tempo e, nessa medida, é um instrumento que nunca
pode ser imposto sem uma justificação muito forte. A Constituição da República fala em
casos de calamidade pública e o que terá agora de ser definido é se, de facto, a situação
que o país atravessa pode já integrar ou não esse conceito.
Para já, estamos no âmbito das medidas preventivas, por exemplo a imposição de
recolher obrigatório, barreiras na estrada ou controle de circulação de pessoas. A Cons-

114
tituição impõe que, na declaração do estado de emergência, seja observado o princípio
por forma a evitar excessos. Está previsto na Constituição desde 1976, mas em demo-
cracia nunca foi usado este instrumento, que suspende direitos fundamentais e que só
deve ser usado em casos de calamidade pública. A iniciativa compete ao Presidente da
República, com audição do Governo e aprovação pelo Parlamento.

Quais os direitos que ficam condicionados?


No caso presente, o que estará em causa será essencialmente o direito à liberdade de
circulação, na medida em que as pessoas poderão ser impedidas de sair de casa ou de
circular livremente. Será possível, por exemplo, a imposição de um recolher obrigatório,
a colocação de barreiras na estrada, ou o controle de pessoas que usem os transportes
públicos, exemplifica o constitucionalista Jorge Pereira da Silva. No caso concreto das
empresas, ficará suspensa a liberdade de iniciativa económica, o que de certa forma já
está a acontecer quando se determina que determinadas atividades têm de encerrar ou
de cumprir horários específicos, acrescenta o especialista. Poderá haver aqui um alar-
gamento, com o encerramento compulsivo de todas as atividades económicas que não
sejam fundamentais.

Qual a duração máxima?


O estado de emergência pode durar 15 dias. A Lei Fundamental admite “eventuais reno-
vações, dentro dos mesmos limites”.

MUNDO

CAPITÃO TOM, O VETERANO QUE SE TORNOU HERÓI BRITÂNICO


A rainha Isabel II vai nomear “Cavaleiro”, o coronel Thomas Moore, um veterano militar
britânico que se tornou um herói nacional durante a pandemia, depois de arrecadar
33 milhões de libras para a saúde pública.
O coronel Tom será reconhecido pelas suas extraordinárias realizações de captação
de recursos depois de conquistar o coração das pessoas em todo o país”, anunciou o go-
verno britânico. Foi o primeiro-ministro Boris Johnson quem recomendou à rainha Isabel
II a condecoração do coronel Tom. “A fantástica arrecadação de fundos do coronel Tom
quebrou os recordes, inspirou todo o país e nos trouxe um raio de luz no meio do ne-
voeiro do coronavírus”, afirmou Johnson, agradecendo ao veterano de guerra “em nome
de todos os que se comoveram com sua incrível história”. A 6 de abril, o então “Capitão
Tom” – mais tarde nomeado coronel honorário – propôs-se a arrecadar 1.000 libras para
associações vinculadas ao Serviço Público de Saúde Britânico, o NHS.
Para isso, criou o objetivo de caminhar, com a ajuda do seu andador, cem vezes os 25
metros quadrados do seu jardim, como forma de prestar homenagem aos profissionais
da saúde que combatiam a pandemia de COVID-19, e que o tinham já ajudado, no passa-
do, a superar um cancro e uma fratura na anca.
A história comoveu o Reino Unido e o mundo, que celebraram o desafio autoimposto
por Moore e completado uma semana e meia depois, quando o veterano percorreu os úl-
timos metros vestindo uma jaqueta coberta por medalhas militares. A resposta do povo
britânico superou todas as expetativas, fazendo com que as doações chegassem aos 33
milhões de libras [cerca de 37 milhões de euros]. Isso ocorreu no dia em que o veterano
comemorou seus 100 anos, recebendo algumas honras, como o voo de dois aviões da
Royal Air Force e a chegada de 140.000 cartões de aniversário vindos de todo o mundo.
O nome de Thomas Moore também foi dado a um comboio de alta velocidade, além
de que foi nomeado membro honorário da seleção de críquete inglesa e viu ainda o ser-
viço postal britânico criar um selo especial em sua homenagem.

115
A VIDA EM QUARENTENA PELAS JANELAS, VARANDAS E TELHADOS DE WUHAN
Mais de 50 dias depois, a cidade chinesa de Wuhan continua parada no tempo. As autori-
dades locais informaram esta quarta-feira, 11 de Março, que as empresas que produzem
bens e serviços essenciais podem retomar a atividade; nestas incluem-se empresas de
equipamento médico e farmácias, de serviços públicos, de supermercados e de produ-
ção agrícola. No entanto, a regresso à vida normal será gradual e a maior parte da po-
pulação permanece em casa, nesta que se acredita ser a cidade de origem da epidemia
do novo coronavírus. Os habitantes espreitam pelas janelas, saem às varandas e aos
telhados para respirar algum ar fresco. Confinados ao espaço das suas habitações,
tentam prosseguir com a vida. Penduram roupa, comem noodles, fumam cigarros. Nos
prédios que possuem pátios nos telhados ou varandas grandes, as crianças brincam
um pouco no exterior.
O esforço de isolar em quarentena uma cidade com 11 milhões de habitantes pare-
ce ter valido a pena. A expansão da doença está a acalmar e o número de novos casos
na cidade está a reduzir, invertendo o destino do país ao mesmo tempo que a atenção
do mundo se vira para outros focos. Em Wuhan, o coronavírus já foi detectado em cerca
de 50 mil pessoas e já provocou 2423 mortes, tornando-a na localidade mais afectada
por uma epidemia na história.

A PANDEMIA NÃO É BOA PARA O AMBIENTE, MAS PODE DEIXAR PISTAS


PARA UM FUTURO SUSTENTÁVEL
Durante algumas semanas, pareceu a única boa notícia a sair do drama da pandemia:
em apenas quinze dias, a paragem da produção industrial motivada pela quarentena
imposta a várias regiões da China tinha feito cair as emissões de gases poluentes na-
quele país em cerca de 25%. A queda das emissões na China naquele período repre-
sentou um corte superior às emissões feitas por Portugal ao longo de um ano inteiro
— e o aumento da qualidade do ar tem potencial para salvar milhares de vidas.
Na Península Ibérica, o mesmo cenário: desde a implementação das medidas de
confinamento, a poluição e as emissões de gases com efeito de estufa em Portugal e
Espanha caíram abruptamente. O prolongamento e agravamento do surto, entretanto
classificado pela Organização Mundial da Saúde como pandemia, conta, porém, uma
história diferente. O entendimento dos especialistas é o de que a propagação do coro-
navírus vai ter mais impactos negativos do que positivos no que toca às alterações cli-
máticas. Sobre as emissões poluentes, a história ensina que, após momentos de crise
como este, a recuperação económica se faz com uma forte subida na produção, sacri-
ficando preocupações ambientais. Aliás, os maiores aumentos de emissões registados
ao longo das últimas décadas foram precisamente após crises que levaram à paragem
da produção e a reduções temporárias — como a registada agora.
Em simultâneo, a necessária resposta ao surto está a ter um forte impacto ambiental
imediato: a utilização de produtos descartáveis (de equipamentos médicos a embala-
gens alimentares) disparou, levando a problemas de acumulação de lixo em várias par-
tes do mundo. Além disso, o financiamento de medidas de emergência adotadas por
vários países — incluindo Portugal — para fazer face à pandemia vai obrigar a reorganizar
prioridades no futuro. E os especialistas não têm dúvidas: entre os primeiros investimen-
tos a cair ou a sofrer cortes significativos estarão os associados ao combate às altera-
ções climáticas.
Para já, esse combate está em pausa. Por todo o mundo, incluindo na União Europeia,
debates sobre políticas ambientais têm sido adiados ou cancelados. As leis ambientais
estão a passar para segundo plano. E até a ativista sueca Greta Thunberg anunciou que
iria suspender as manifestações de jovens que se repetem todas as sextas-feiras por
todo o mundo em defesa do clima, substituindo-as por uma “greve digital”.

116
PAÍS

TELESCOLA ARRANCA A 20 DE ABRIL E JÁ TEM PROGRAMAÇÃO


Emissão irá ocorrer através do sinal da rtp memória, de segunda a sexta, entre as
09h e as 17h50.
O Ministério da Educação apresentou, esta sexta-feira, os moldes do projeto #Es-
tudoEmCasa, a nova versão da telescola, que será emitido na RTP Memória, de segun-
da a sexta, entre as 9h e as 17h50, para todos os alunos entre o primeiro e o nono ano.
As matérias a lecionar serão agrupadas por 1.° e 2.° anos, 3.° e 4.° anos, 5.° e 6.°
anos, 7.° e 8.° anos e 9.° ano, “abrangendo matérias de uma ou mais disciplinas do
currículo, as quais servirão de complemento ao trabalho dos professores com os seus
alunos”. Em comunicado, o Ministério da Educação esclarece que, “nos primeiros dias
do 3.° período letivo, professores e alunos terão oportunidade de ficar a conhecer em
detalhe o que irá comportar “a escola na televisão”, considerando o material a seguir
para as escolas”. O projeto #EstudoEmCasa, “nasce” devido aos constrangimentos
causados pela pandemia de COVID-19, será transmitido no canal 7 da TDT, no canal
100 da MEO, no canal 19 da NOS, no canal 17 da Vodafone e no canal 13 da Nowo.
Em paralelo, cada um dos módulos será disponibilizado, não só através de um por-
tal dedicado à iniciativa (que pode aceder aqui), como também de uma aplicação que
será, em breve, apresentada pelo Ministério da Educação aos alunos. A RTP2, por sua
vez, irá transmitir “conteúdos, pensando nas crianças da Educação Pré-escolar, dos 3
aos 6 anos”.

ECONOMIA

A DIFÍCIL TAREFA DE TODOS OS DIAS GARANTIR 1500 QUILOS


DE ALIMENTOS NO ZOO
Em tempos de pandemia, foi preciso criar um stock de rações, feno, carne e peixe
para alimentar 2000 animais de 300 espécies que habitam o zoo de Lisboa.
Os portões estão encerrados mas, dentro de muros, a vida do Jardim Zoológico
de Lisboa segue as suas rotinas, com adaptações, é certo, aos tempos da pandemia.
É preciso cuidar que nada falte aos 2000 animais - afinal, no zoo são consumidos entre
1000 a 1500 kg de alimentos diários, desde vegetais, frutas, carne, peixe, feno... Só de
carne são consumidos 120 kg todos os dias. E para que nada falte às 300 espécies que
habitam o Jardim Zoológico, o Serviço de Nutrição desenvolveu um plano que levou à
criação de um stock de rações, feno, carne e peixe (estes últimos mantidos em grandes
arcas frigoríficas existentes no recinto). Para os produtos perecíveis, como vegetais e
fruta, o zoo optou por estabelecer acordos com fornecedores e hipermercados para
garantir as entregas. “Apesar dos tempos difíceis que vivemos, continuamos a poder
contar com ofertas de alimentos por parte de alguns hipermercados”, sublinha Fernan-
do Salema Garção, vice-presidente do Jardim Zoológico.
O teleférico está parado e não “sobrevoa” o jardim, não há arrepios de medo
quando passa pelo espaço a céu aberto dos leões... As alamedas e avenidas es-
tão vazias. Faltam as correrias e as gargalhadas das crianças, as exclamações de
admiração de quem não se contém ao ver os leões, os tigres, os gorilas, as cobras,
os crocodilos, a agitada aldeia dos macacos, o elefante a tocar a sineta; falta quem
meça alturas com a girafa, quem aplauda alto e bom som as acrobacias dos golfinhos.
Para os mais novos, mas também para os mais crescidos, essa festa está adiada
até que os grandes portões de Sete Rios reabram para os receber. Mas lá dentro a vida
continua. E até já há novas vidas para apresentar: as crias de suricata e os lórios-ver-
melhos, duas das espécies que registaram nascimentos desde o início do estado de
emergência a 18 de março.

117
DIVERTE-TE COM AS ATIVIDADES ONLINE DO JARDIM ZOOLÓGICO DE LISBOA
Como não podes ir ao Jardim Zoológico, o Jardim Zoológico vai até tua casa! É isso
mesmo: todos os dias, vai lançar-te desafios. Estes estão agrupados por idades (3-5
anos, 6-9 anos, 10-12 anos e 13-16 anos) e são revelados diariamente, no site zoo.pt, pe-
las 11 horas. O desafio pode ser, por exemplo, descobrir o animal na fotografia, com adi-
vinhas simples (no caso dos participantes mais novos) ou com um questionário mais
elaborado (para os mais velhos). Esta será uma forma divertida de aprender muitos
pormenores e curiosidades sobre os animais que ali vivem e ainda os encontros com
biólogos. Só tens de escolher!

TECNOLOGIA

UMA COXA DE FRANGO QUE AFINAL É UMA COUVE-FLOR


As impressoras 3D estão a mudar a forma como se vê a cozinha e a acrescentar valor
às refeições. Criam um ilusionismo entre o aspeto e a composição dos alimentos.
Os movimentos tornaram-se mais lentos, o paldar e o olfato são atrapalhados pe-
los recetores envelhecidos, a dentição, mais fraca, desajuda, e um puré, servido para
facilitar a ingestão, é uma facada no apetite. Tanto Sobjko, investigadora da área da
indústria alimentar da Universidade de Hong Kong, vê nas impressoras 3D múltiplas
possibilidades para responder à mal nutrição dos idosos, mas também à carência ali-
mentar de grupos como crianças e intolerantes à lactose ou ao glutén.
As possibildiades são inúmeras e quase parece magia: um cocktail de bróculos,
couve-flor e batata é introduzido numa impressora 3D, onde é misturado com um
agente em textura de gel, que acelera a solidificação do preprarado em qualquer for-
ma que se designe... como a de uma coxinha de frango, mas com vitaminas, hidratos
de carbono e proteínas nas proporções desejáveis. Tanto Sobjko conta ao OK que há
uma mão-cheia de projetos que se dedicam à impressão de comida na Alemanha, em
Singapura e nos EUA, onde uma empresa “utiliza dois tipos de laser, um para cozinhar
e outro para aperfeiçoar a refeição à superfície”.
Com “muita investigação” em curso, “esta nova tecnologia tem ainda mais por
aperfeiçoar, mas será uma boa solução para evitar a exclusão de pessoas com necessi-
dades nutricionais específicas”. Depois da aprovação de nutricionistas e até de chefes,
as impressoras 3D destinadadas a revolucionar a forma como a sociedade se alimenta
poderão invadir as casas de consumidores por todo o mundo. “Com a comida impres-
sa, colorida e com bom aspeto, mesmo os idosos continuam a usar o garfo e faca e
sentem-se mais jovens, e podemos programar exatamente o que cada porção deve
conter, como fazem com a medicação: de uma forma completamente personalizada.

ONDE ESTAVA A TUA CIDADE HÁ MILHÕES DE ANOS ?


A história da Terra é mais longa do que podemos conceber, e a disposição atual das pla-
cas tectónicas e continentes é um acidente do tempo. Será muito diferente no futuro,
e a Terra pode durar mais do que todos nós.
Era uma vez... (sim, há muito muito tempo) o planeta Terra que tinha apenas um
supercontinente. Depois as placas tectónicas moldarem o planeta com formas dife-
rentes. Assim, um paleontólogo da Califórnia criou um mapa interativo que permite
às pessoas verem até onde se deslocaram as suas cidades de origem ao longo de 750
milhões de anos de deriva continental. As informações disponibilizadas são capazes de
nos prender uns bons momentos a verificar onde Portugal esteve desde há milhões de
anos para cá. Há 240 milhões de anos, o oceano Atlântico não existia, Espanha tinha
um mar e a nossa costa marítima era para “nuestros hermanos”.
O mapa on-line, desenhado por Ian Webster, apresenta uma gama de ferramentas

118
que torna fácil seguirmos a evolução da Terra desde há milhões de anos. Ao alterarmos
as datas e eventos fulcrais na vida do planeta, podemos perceber fenómenos como o
aparecimento dos primeiros répteis, a presença dos dinossauros entre muitas outras
coisas. Também podemos perceber que o mapa ilustra dados científicos complexos e
interessantes de uma forma interativa e fácil de usar.
Assim, o autor deixa a sugestão que este trabalho possa mesmo ser usado por pro-
fessores, educadores e curioso na história e ciência da Terra. Fica o convite e o desafio
para pesquisarem e aproveitarem muita da informação disponível, que complementa o
globo interativo.Acede em: dinosaurpictures.org.

CÃO ROBOT FISCALIZA DISTÂNCIAMENTO SOCIAL EM SINGAPURA


Um robot canino começou a vigiar o respeito do distâncimaneto social no parque
Bishan-Ang Mo Kio em Singapura. O cão robot, batizado “Spot” inicia a experiência em
Maio, espera-se sucesso da iniciativa das autoridades de Singapura e já prevêem uti-
lizar os robots caninos, como reforço ao controlo do distânciamento social, em vários
parques, jardins e reservas naturais. Uma gravação sonora instalada no “Spot” lembra
imediatamente qualquer grupo de pessoas que não esteja a cumprir as regras de dis-
tânciamento. Câmaras instaladas no robot canino permitem também às autoridades
avaliar o número de pessoas presentes nos parques e jardins nas horas de maiores
concentrações.

CULTURA

NOVA FUNÇÃO DO SPOTIFY PERMITE ENDEREÇAR “GORJETAS” AOS MÚSICOS


A plataforma de streaming Spotify anunciou anteontem uma nova ferramenta que per-
mite aos utilizadores endereçarem diretamente aos artistas somas de dinheiro – “gor-
jetas”, enfim. A ideia surge numa altura em que a generealidade dos músicos se debate
com a suspensão da sua atividade.
Há muito que a plataforma permitia que os artistas destacassem uma peça esco-
lhida no seu perfil – a Artist’s Pick. Agora, o Spotify lançou uma versão gémea dessa
função, a Artist Fundraising Pick, que permite aceder a um link específico onde os uti-
lizadores-ouvintes podem deixar gorjetas. O que fazer, depois, com essas eventuais
somas de dinheiro cabe aos artistas decidi-lo. os contributos tanto podem ser apli-
cador em causas humanitárias via GoFundMe como ser direcionados para o projeto
COVID-19 Musci Relief do Spotify. Os artistas podem também, claro, guardar para si as
gorjetas, através dos serviços PayPal ou Cash App, tendo sido esse, aliás, o principal
propósito da iniciativa, segundo os responsáveis do Spotify, naquela que é encarada
como mais uma tentativa de minorar os efeitos da paragem forçada de milhares de
músicos pelo mundo inteiro. Por esclarecer fica se a nova função irá manter-se ou se
será desativada no pós-pandemia.

J.K. ROWLING LANÇA GRATUITAMENTE NOVO LIVRO INFANTIL ONLINE


J.K. Rowling, a escritora por detrás dos livros de Harry Potter — que, como disse re-
centemente no Twitter, não teve inspiração na histórica Livraria Lello, no Porto — anun-
ciou que vai lançar um novo livro. A história é direcionada a ti, chama-se The Ickabog
e vai ser lançada gratuitamente online a partir desta terça-feira, “um ou dois capí-
tulos” de cada vez. De acordo com um comunicado da autora britânica, a ideia para
o livro surgiu quando ainda estava a escrever a saga do jovem feiticeiro e o objetivo
era lançá-lo após “Harry Potter e os Talismãs da Morte”, o último volume, chegar ao

119
mercado. Contudo, acabou por decidir fazer “uma pausa” na literatura infanto-juvenil.
Lançou dois livros para adultos sob o pseudónimo Robert Galbraith e “o rascunho de
The Ickabog ficou no sótão durante uma década”.
Apesar de o lançamento oficial do livro ser só em novembro, a partir das 15h desta
terça-feira, o primeiro capítulo passou a estar disponível (apenas em inglês) na pági-
na oficial da obra. Durante as próximas sete semanas, vão sendo lançados outros. Ao
mesmo tempo que anunciou este novo livro, Rowling disse estar recetiva a sugestões
de ilustração para a história. As que gostar mais vão ser incluídas na versão física do
livro. Do que estás há espera? Deixamos-te o link para acederes e se gostares de dese-
nhar participa: theickabog.com

JÁ CRIASTE ALGO ORIGINAL DURANTE A PANDEMIA QUE GOSTARIA DE PARTILHAR?


O jornal OK quer saber o que tens feito por casa e o que mudou na tua vida com a
pandemia do COVID-19. Para participares só tens que escrever um pequeno texto com
a tua opinião, no qual podes incluir uma fotografia original de ti, da tua família ou dos
teus trabalhos artísticos. Pede a um familiar/responsável para te ajudar a preencher o
formulário que está presente no nosso site e qualquer dúvida que tenhas envia-nos um
e-mail para [email protected].

DESAFIO DA SEMANA

ORIGAMI, A ARTE DE DOBRAR O PAPEL


O origami é uma arte milenar e tradicional que teve origem no Japão e significa, lite-
ralmente, dobrar papel. No princípio, a atividade era voltada apenas à nobreza, já que,
na época, o papel era considerado um artigo de luxo e pouquíssimas pessoas tinham
acesso a ele. Com o passar do tempo, a matéria-prima foi se popularizando e a arte do
origami começou a fazer parte do currículo escolar japonês. Usando apenas uma folha
de papel, sem a necessidade de fazer recortes e usar cola, o origami utiliza um pequeno
número de dobras diferentes, que podem ser combinadas de diferentes formas, permi-
tindo resultados infinitos — desde simples aos mais complexos.
Inspirado nos novos lórios-vermelhos, deixamos-te as instruções passo-a-pas-
so para fazeres um pássaro origami. Apenas precisas de papel com as medidas de
15x15cm. Boa sorte!

FICHA TÉCNICA

Diretor: Marta Dias • Atualidade: Rita Almeida, Mariana Lourenço, Filomena Lança e
Filipe Silva. Cultura: Nuno Pacheco e Ricardo Mendes • Economia: Manuel Machado.
Mundo: António Araújo, Sofia Silva e José Francisco Gomes • País: António Matos •
Tecnologia: Catarina Vasconcelos, Luís Filipe Ramos e Vítor Morgado • Departamento
de Arte: Marta Dias • Infografia/Tratamento de Imagem: Marta Dias • Edição: Impres-
são: Multicópias, Centro de cópias. Rua de São Luís, 8000-285 Faro, Portugal. Telf: 289
807 378 • Assinaturas: Linha de Apoio: 707 201 201 Custo das chamadas: Rede fixa
0,10euro/min. Rede móvel 0,25euro/min Taxadas ao seg. após o 1º min. Valores su-
jeitos a IVA. Dias úteis das 7h00 às 18h00. E-mail: [email protected]. Sede de
Redação: Rua Poço dos Negros. 1200-109 Lisboa. Tel. 222 096 111. Fax 222 096 140.

120
APÊNDICE II ESBOÇOS E PROTÓTIPAGEM

121
122
APÊNDICE III NORMAS GRÁFICAS DO LOGÓTIPO E DO CABEÇALHO

X 2X
2X X

Y Y

BLACK

#000000

X
Edição Jovem • N° 1 • 1,50€ • Domingo, 18 de Abril de 2020 • Fundador e Diretor: Marta Sofia Fialho Dias
X

Akrobat 6pt
Semibold

ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 1234567890

extrabold

ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 1234567890

BLACK

#000000

123
APÊNDICE IV DIAGRAMAÇÃO

Corpo de texto

Texto complementar
ao título em destaque

Informação extra
e/ou atividades

Seção

Janela pop-up
de significados

Logótipo e cabeçalho

Titulo destaque

Área do desafio
da semana

Área limite da seção

124
APÊNDICE V ILUSTRAÇÕES

125
126
APÊNDICE VI CONCEÇÃO DO PROTÓTIPO

127
128
APÊNDICE VII PROTÓTIPO FINAL

129
130
131
APÊNDICE VIII PROTÓTIPO VERSÃO DIGITAL

BLOCO I

ATUALIDADE

6. MÁSCARA SOCIAL conceção, desempenho e usabilida- DEVEMOS USAR − Os profissionais e todas as pes- vamo
O equipamento de proteção indivi-
dual refere-se a qualquer equipa-
de. A utilização de máscara permite
que o utilizador proteja as pessoas
SEMPRE A MÁSCARA?
O uso de máscaras na comunidade
soas que possam contactar direta-
mente com doentes suspeitos ou distanciamento social pode falar
mento usado como barreira prote-
tora, com o objetivo de proteger as
que o rodeiam e o ambiente. Toda-
via, a sua utilização só é efetiva se
constitui uma medida adicional de
proteção, pelo que não dispensa a
confirmados de COVID-19 ou com
material utilizado por estes doentes;
evitar a transmissão do vírus de al
mucosas, pele e roupa do contacto
com agentes infeciosos, neste
caso do vírus. Alguns dos equi-
for combinada com outras medidas
de prevenção, como a lavagem de
mãos, a etiqueta respiratória e o
adesão às regras de distanciamen-
to social, de etiqueta respiratória e
de higiene das mãos, tendo que ser
− As pessoas e profissionais
de diversos grupos para o desem-
penho de algumas funções (bom-
POR FILOMENA LANÇA sério
pamentos que podem ser usados distanciamento físico. Por si só, a garantida a sua utilização adequa- beiros, agentes de segurança, As medidas de distanciamento são nicos ou eletrónicos, para entrar Se sentires
para proteção individual são más- máscara não garante proteção, po- da. Quem tem indicação para usar cuidadores formais e informais, das mais efetivas na redução da em contacto com outros serviços, ATENÇÃO! É natural ter
caras, respiradores, óculos, luvas, dendo fazer esquecer as outras me- máscara são: profissionais e voluntários de lares, transmissão da COVID-19 e têm como supermercados ou farmá- Entre as recomendações, a DGS tuação desta
bata, entre outros. Estes devem didas de prevenção. Por exemplo, − Os profissionais de saúde que de instituições de saúde e sociais, como objetivo reduzir o contacto cia, ou, quando possível agenda a diz ainda que não deves partilhar a sermos cui
ser utilizados conforme a atividade se a máscara não estiver bem co- para além da máscara, muitos de- profissionais que fazem a limpeza entre pessoas, com exceção da- tua presença nos espaços físicos, artigos pessoais, frequentar luga- mo-nos, o qu
desempenhada e o risco de exposi- locada, podes ter a tendência para les têm que usar mais equipamen- das ruas e a recolha de resíduos quelas que vivem na mesma casa. como museus, restaurantes, entre res movimentados com muitas Não tenhas
ção à COVID-19. tocar mais vezes na cara. tos de proteção individual; urbanos, entre outros); Assim deves, manter uma dis- outros. Em caso de necessidade pessoas, ter contatos desnecessá- medo, porque
Devido à evolução da pandemia, − As pessoas que têm indicação − As pessoas que estão no inte- tância de pelo menos 1,5 – 2 me- de cuidados médicos, utiliza ser- rios (como por exemplo, convívios tilha esse sen
foi considerada a utilização alarga- médica para as utilizarem, como por rior de instituições de saúde (como tros das outras pessoas; evitar o viços telefónicos ou eletrónicos dentro ou fora de casa) e promover soas que te r
da de outros dispositivos de pro- MÁSCARAS exemplo os doentes com o sistema os hospitais, centros de saúde e contato com pessoas que apre- para contactar previamente os ou participar em eventos que reú- cura fazer co
teção (por exemplo, máscara de imunitário mais frágil, nas desloca- outros); sentem sintomas sugestivos de serviços de saúde, não esquecen- nam muitas pessoas, sobretudo não te esque
uso social) como medida comple- DE PROTEÇÃO ções esporádicas fora do domicílio; − As pessoas que se deslocam a COVID-19, como febre, tosse ou do que estes têm circuitos separa- em espaços fechados. Sempre que é temporária.
mentar para limitar a transmissão − As pessoas com sintomas de espaços interiores fechados como dificuldade respiratória e sempre dos para COVID-19, e que sempre for necessário reunir com outras
do vírus na comunidade, contudo SÃO O NOVO infeção respiratória (febre, tosse ou supermercados, farmácias, lojas ou que possível, ficar em casa. Utili- que se justificar deve recorrer pre- pessoas, opta pelo mínimo possí- Desafio-te a
é importante que estes cumpram dificuldade respiratória) que estão estabelecimentos comerciais, trans- za, de preferência, serviços telefó- sencialmente a estes serviços. vel e em espaços abertos. riscar esta p
critérios e requisitos em termos de ACESSÓRIO em contacto com outras pessoas; portes públicos entre outros. fora os teus m

FAZ A TUA MÁSCARA DE MODA.


2.
Apenas precisas de uma t-shirt de
algodão, uma régua, um lápis e RECORTA A ÁREA A AZUL.
uma tesoura. Segue as instruções e

1.
terás a tua máscara. O importante
O QUE SIGNIFICA
é que fique bem encaixada no
rosto, de forma confortável, que PASSARMOS
PARA ESTADO DE
estado de emergência
incluam várias camadas de tecido
mas ao mesmo tempo permitam
3 cm
CALAMIDADE ? o que é e quais as consequências
para os cidadãos e empresas
respirar e que sejam fáceis de lavar 18 cm

3. RECORTA
e secar, para utilizares novamente Significa que começa uma fase
em segurança. de controlo da pandemia em POR FILIPE SILVA
AS PONTAS. Portugal, caracterizada por uma
15 cm tentativa de reabertura gradual O estado de emergência não supri- desde 1976, mas em democracia transportes públicos, exemplifica
da economia no país. O fim do me direitos fundamentais, mas sus- nunca foi usado este instrumento, o constitucionalista Jorge Pereira
estado de emergência não é pende-os durante um determinado que suspende direitos fundamen- da Silva. No caso concreto das em-
um regresso à normalidade. período de tempo e, nessa medida, tais e que só deve ser usado em presas, ficará suspensa a liberdade
é um instrumento que nunca pode casos de calamidade pública. A de iniciativa económica, o que de

4. ATA OS ATILHOS
ser imposto sem uma justificação iniciativa compete ao Presidente da certa forma já está a acontecer
DURANTE QUANTO muito forte. A Constituição da Re- República, com audição do Governo quando se determina que determi-
TEMPO PODEMOS ATRÁS DO PESCOÇO pública fala em casos de calamida- e aprovação pelo Parlamento. nadas atividades têm de encerrar
UTILIZAR A MÁSCARA? E DA CABEÇA. de pública e o que terá agora de ser ou de cumprir horários específicos,
definido é se, de facto, a situação QUAIS OS DIREITOS QUE acrescenta o especialista. Poderá
As máscaras de proteção devem que o país atravessa pode já inte- FICAM CONDICIONADOS? haver aqui um alargamento, com
ser substituídas de 4 em 4 horas ou grar ou não esse conceito. No caso presente, o que estará em o encerramento compulsivo de to-
sempre que estiverem molhadas. Há Para já, estamos no âmbito das causa será essencialmente o di- das as atividades económicas que
diferentes tipos de máscara, portanto medidas preventivas, por exemplo reito à liberdade de circulação, na não sejam fundamentais.
devem ser seguidas as recomen- a imposição de recolher obrigatório, medida em que as pessoas pode-
dações de utilização da mesma. barreiras na estrada ou controle de rão ser impedidas de sair de casa QUAL A DURAÇÃO
circulação de pessoas. A Constitui- ou de circular livremente. Será MÁXIMA?
ção impõe que, na declaração do es- possível, por exemplo, a imposição O estado de emergência pode du-
tado de emergência, seja observado de um recolher obrigatório, a colo- rar 15 dias. A Lei Fundamental ad-
o princípio por forma a evitar exces- cação de barreiras na estrada, ou o mite "eventuais renovações, dentro
sos. Está previsto na Constituição controle de pessoas que usem os dos mesmos limites".

ATUALIDADE

tudo o que precisas de saber O QUE É A QUARENTENA E O ISOLAMENTO? O SIGNIFICADO DA

sobre o novo coronavírus


POR RITA ALMEIDA
A quarentena (“isolamento profiláti-
co”) e o isolamento são medidas de
afastamento social essenciais em
› Quarentena é utilizada em pes-
soas que se pressupõe serem sau-
dáveis, mas possam ter estado em
PALAVRA SARS-COV-2

SARS-CoV-2 é o nome do novo


saúde pública. São especialmente contacto com um doente confirma- coronavírus que foi detetado na
utilizadas em resposta a uma epide- do de COVID-19. China, no final de 2019, e que
O QUE É A COVID-19? mia e pretendem proteger a popula- significa “Síndrome Respiratória
COVID-19 é o nome, atribuído pela Organização Mundial da Saúde, à doen- ção pela quebra da cadeia de trans- Aguda Grave – coronavírus 2”.
ça provocada pelo novo coronavírus SARS-COV-2, que pode causar infeção missão entre pessoas. A diferença › Isolamento é a medida utiliza-
respiratória grave. Este vírus foi identificado pela primeira vez em huma- entre a quarentena e o isolamento da em pessoas doentes, para que
nos, no final de 2019, na cidade chinesa de Wuhan, província de Hubei, parte do estado de doença da pessoa através do afastamento social não
tendo sido confirmados casos em outros países. que se quer em afastamento social. contagiem outros cidadãos.

E OS CORONAVÍRUS?
Os coronavírus são um grupo de vírus que podem causar infeções nas
pessoas. Normalmente estas infeções estão associadas ao sistema res-
piratório, podendo ser parecidas a uma gripe comum ou evoluir para uma
doença mais grave, como pneumonia.
EPIDEMIA VS PANDEMIA
Uma epidemia é quando uma doen-
ça ocorre com frequência invulgar
com
INVISÍVEL
numa determinada região e por um
período limitado. Já a pandemia
é uma epidemia que se alastra ao
SABES PORQUE NÃO dev
A OLHO NU,
O VÍRUS SÓ
mesmo tempo em vários países. VAIS À ESCOLA E
QUEM CUIDA DE TI
pro
POR MARIA

PODE SER VISTO ESTÁ EM CASA?


ATRAVÉS DO De certeza que já ouviste os É importan
adultos falar sobre um novo onde toca
MICROSCÓPIO vírus e não sabes o que é. se uma pe
COVID-19
ELETRÓNICO. porta, o ví
no puxado
Não faz mal, nós vamos Depois, se
explicar-te tudo! abrir essa
O QUE ACONTECE incrível – os anticorpos. Ou seja, Uma vacina é um medicamento QUANTO TEMPO o vírus fica
SE APANHARES pequenas células no sangue que que geralmente é injetado no cor- DEMORA A PRODUZIR
O COVID-19? produzem anticorpos para comba- po enquanto estás saudável. Den- UM MEDICAMENTO?
O novo coronavírus transmite-se ter vírus invasores. tro do medicamento existem ger- Produzir um novo medicamento de-
pessoa a pessoa através de gotí- mes fracos do vírus que quando mora muitos meses. Antes de se dar
culas, projetadas quando falamos, injetados no sangue, os anticorpos às pessoas, é necessário fazer tes-
tossimos ou espirramos, mas tam- EXISTE CURA PARA procuram destruí-los.Por isso, se tes com cuidado para garantir que é
bém através do contacto com su- O CORONAVÍRUS? ficares doente com coronavírus, os seguro para todos. Quando os cien-

1.
perfícies infetadas. Normalmente A maioria das pessoas consegue me- anticorpos vão combater o vírus tistas sabem que o medicamento
as pessoas visitadas pelo corona- lhorar sozinha do coronavírus com mais rapidamente. funciona e é seguro, eles produzem
O SIGNIFICADO DA vírus sentem tosse, febre (tempera- medicamentos e recomendações De certeza que te lembras quan- a quantidade necessária para todos
PALAVRA COVID-19 tura ≥ 38,0°C) e dificuldade em res- feitas pelos médicos mas ainda não do eras mais novo tomaste algu- os que precisam. MOLHA A
pirar (falta de ar). Geralmente ficam existe uma cura porque é um vírus mas vacinas, certo? Isso significa ÁGUA CO
O nome da doença resulta das palavras doentes por vários dias, mas os novo. Cientistas de muitos países que te protegeste contra algumas FECHA A
“Corona”, “Vírus” e “Doença” com corpos dos humanos são incríveis. estão a estudá-lo e quase a desco- doenças.
indicação do ano em que surgiu (2019). Quando um novo vírus, como brir uma vacina para evitar que mais
o coronavírus, entra no corpo de pessoas fiquem doentes. É um pro-
uma pessoa, o seu corpo sabe que cesso demorado, mas os médicos e
o vírus não é bem-vindo e começa os cientistas querem ajudar todos a
a lutar contra ele com uma arma melhorar de forma rápida e segura.

132
Edição Jovem • N° 1 • 1,50€ • Domingo, 18 de Abril de 2020 • Fundador e Diretor: Marta Dias

LIDADE

vamos
falar
de algo
sério.
Se sentires medo, não faz mal.
É natural termos medo numa si-
tuação destas. O medo ajuda-nos
a sermos cuidadosos e a proteger-
mo-nos, o que é muito importante.
Não tenhas vergonha se sentires
medo, porque todos sentimos. Par-
tilha esse sentimento com as pes-
soas que te rodeiam, ocupa-te, pro-
cura fazer coisas de que gostas e
não te esqueças que esta situação
é temporária.

Desafio-te a pegares num lápis e


riscar esta página! Deita cá para
fora os teus medos e ansiedade.

exemplifica
orge Pereira
reto das em-
a a liberdade
ca, o que de
a acontecer
que determi-
de encerrar
específicos,
lista. Poderá
mento, com
ulsivo de to-
nómicas que

O VÍRUS INVISÍVEL
ais.

cia pode du-


damental ad- Sabe tudo sobre o novo coronavírus e muito mais.
ações, dentro

ESTA EDIÇÃO NÃO DEVE SER LIDA POR ADULTOS.

1. EVITA TOCAR NA CARA 2. O BRAÇO É O COMO FAZER QUANDO DEVO LAVAR


Sempre que tocares em algum ob- TEU ESCUDO ENQUANTO DESINFETANTE DE AS MÃOS?
jeto evita tocar no nariz, na boca ou Se precisares de tossir ou espirar e MÃOS EM CASA Em geral, deves sempre lavar as mãos de-
nos olhos, com as mãos para o ví- não tiveres um lenço de papel con- LAVAS AS Embora, nunca é demais sublinhar, › Colocar dentro de um recipiente pois de ires à casa-de-banho, antes e de-
rus não entrar no teu corpo. tigo, tapa a boca com a parte inte- lavar as mãos é o método mais efi- 60% de álcool (150 ml) e 40% de pois de comer, quando mexes no lixo, brin-
Se precisares de limpar ou assoar rior na zona do cotovelo ou com a MÃOS CANTA caz para prevenir o contágio pelo gel de aloe vera (100 ml). Misturar cas com animais de estimação ou quando
o nariz usa um lenço de papel e co- manga e não com a mão. Assim, novo coronavírus, se tal não for muito bem. é vísivel ver as mãos sujas.
loca no lixo imediatamente. Depois proteges quem está ao teu redor e A TUA MÚSICA possível, recorre-se então aos de- › Colocar a mistura dentro de um No contexto de prevenção da COVID-19,
lava bem as mãos, porque o corona- não passas o vírus para outros ob- sinfetantes. Só precisas de álcool pequeno frasco com pulverizador aindas deves lavar as mãos depois de
vírus vive no muco do nariz e pode jetos e superfícies. FAVORITA − etílico ou isopropílico. O único de 250 ml, seja de plástico ou de assoar o nariz, tossir ou espirrar, depois
chegar às mãos pelo papel. "segredo" é que a solução tem de vidro. de visitar um espaço público, como os
3. ASSOAR O NARIZ OU OS conter pelo menos 60% de álcool. transportes públicos e os supermercados,
Usa sempre um lenço de papel novo Mais nada. Ou melhor, como o ál- depois de tocares em superfícies fora de
e deita imediamente fora no lixo. “PARABÉNS cool é um pouco agressivo para a casa, incluindo o dinheiro e antes, durante
pele, pode sempre juntar-se aloe e depois de cuidares uma pessoa doente.
4. DIZ OLÁ SEM TOCAR A VOCÊ” DUAS vera. E como há grande probabili- É importante que sigas todos os passos de
Evitar dar beijos, abraços e apertos dade de virem a esgotar nas lojas lavagem para que as tuas mãos estejam
de mão. Mantêm a distância social. VEZES. portuguesas, aqui fica a receita 100% limpas.

como nos
DÁ UM TÍTULO
para um desinfetante caseiro:
5.

UE NÃO devemos As nossas mãos podem conter


muitos microrganismos. Por isso,
são um dos meios mais comuns
COLA E
A DE TI
proteger
POR MARIANA LOURENÇO
pelos quais se transmite de uma
pessoa para a outra.
Durante a pandemia global, uma DÚVIDAS...
das opções mais económica, de
CASA? fácil acesso e mais importante de É NECESSÁRIO LAVAR
COM ÁGUA MORNA?
4.
impedir a propagação de um vírus
á ouviste os É importante teres atenção é lavar as mãos frequentemente ENXAGUA COM Não. Podes utilizar qualquer temperatura
bre um novo onde tocas, por exemplo, com água e sabão. Para eliminar MUITA ÁGUA. para lavar as mãos. Água fria ou morna é
bes o que é. se uma pessoa com todos os vestígios do vírus nas igualmente eficaz para matar o vírus, mas
COVID-19 abrir numa mãos, esfregar rápido ou passar só tens que utilizar sabão.
porta, o vírus pode ficar por água não é suficiente. Segue os
no puxador por horas. passos pela seguinte ordem: LAVAR COM SABÃO OU
nós vamos Depois, se outro alguém USAR ÁLCOOL GEL?
car-te tudo! abrir essa mesma porta, Ambos são eficazes para matar a maioria
o vírus fica nas mãos.
3.
dos vírus. Opta sempre por lavar com sa-
ESFREGA TODAS AS bão e o uso do álcool gel quando estiveres
SUPERFÍCIES DAS MÃOS. fora de casa, por ser mais prático.

SECA AS MÃOS COM UM


PANO LIMPO OU UMA TOALHA
COSTAS DAS MÃOS
5. DE USO INDIVIDUAL.
1.
ENTRE OS DEDOS
MOLHA AS MÃOS COM
ÁGUA CORRENTE E 2.
FECHA A TORNEIRA.

APLICA SABÃO No mínimo deves


SUFICIENTE DE MANEIRA lavar as mãos por CONTINUA A LER DO OUTRO LADO
A COBRIR AS MÃOS E OS 20 segundos.
PULSOS MOLHADOS.
AS UNHAS

133
BLOCO II

O MUNDO O PAÍS

, O coronel Tom será reconhecido


pelas suas extraordinárias realiza-
ções de captação de recursos de-
da saúde que combatiam a pande-
mia de COVID-19, e que o tinham já
ajudado, no passado, a superar um SIGNIFICADO DE
A PANDEMIA NÃO É BOA PARA
O AMBIENTE, MAS PODE DEIXAR PISTAS
PARA UM FUTURO SUSTENTÁVEL teles
o veterano que pois de conquistar o coração das
pessoas em todo o país", anunciou
o governo britânico.
cancro e uma fratura na anca.
A história comoveu o Reino Unido
e o mundo, que celebraram o desa-
DIÓXIDO DE AZOTO

É um gás reativo que resulta sobretudo


POR JOÃO FRANCISCO GOMES

Durante algumas semanas, pareceu Aliás, os maiores aumentos de emis- e já t


se tornou herói Foi o primeiro-ministro Boris
Johnson quem recomendou à ra-
inha Isabel II a condecoração do
fio autoimposto por Moore e com-
pletado uma semana e meia depois,
quando o veterano percorreu os úl-
da queima de combustíveis fósseis a
temperaturas elevadas, nomeadamente
nos motores dos veículos motorizados
a única boa notícia a sair do drama
da pandemia: em apenas quinze
dias, a paragem da produção in-
sões registados ao longo das últi-
mas décadas foram precisamente
após crises que levaram à paragem
POR ANTÓNIO M

britânico
POR ANTÓNIO ARAÚJO
coronel Tom. "A fantástica arreca-
dação de fundos do coronel Tom
quebrou os recordes, inspirou todo
timos metros vestindo uma jaqueta
coberta por medalhas militares.
A resposta do povo britânico su-
e em alguns processos industriais. dustrial motivada pela quarentena
imposta a várias regiões da China ti-
nha feito cair as emissões de gases
da produção e a reduções temporá-
rias — como a registada agora.
Em simultâneo, a necessária res-
A rainha Isabel II vai o país e nos trouxe um raio de luz perou todas as expetativas, fazendo poluentes naquele país em cerca posta ao surto está a ter um forte
nomear "Cavaleiro" no meio do nevoeiro do coronaví- com que as doações chegassem de 25%. A queda das emissões na impacto ambiental imediato: a uti-
o coronel Thomas Moore, rus", afirmou Johnson, agradecen- aos 33 milhões de libras [cerca de China naquele período representou lização de produtos descartáveis
um veterano militar do ao veterano de guerra "em nome 37 milhões de euros]. Isso ocorreu TRANSFORMA O um corte superior às emissões fei- (de equipamentos médicos a em-
britânico que se tornou de todos os que se comoveram no dia em que o veterano comemo- TEMPO DO BANHO tas por Portugal ao longo de um ano balagens alimentares) disparou, le-
um herói nacional durante com sua incrível história". A 6 de rou seus 100 anos, recebendo al- EM UMA CORRIDA inteiro — e o aumento da qualidade vando a problemas de acumulação
a pandemia, depois de abril, o então "Capitão Tom" – mais gumas honras, como o voo de dois Sabias que se reduzires o tempo do ar tem potencial para salvar mi- de lixo em várias partes do mundo.
arrecadar 33 milhões de tarde nomeado coronel honorário aviões da Royal Air Force e a chega- de banho em casa por apenas um lhares de vidas. Além disso, o financiamento de
libras para a saúde pública. – propôs-se a arrecadar 1.000 li- da de 140.000 cartões de aniversá- ou dois minutos, vais economizar Na Península Ibérica, o mesmo medidas de emergência adotadas
bras para associações vinculadas rio vindos de todo o mundo. até 150 litros de água por mês? cenário: desde a implementação por vários países — incluindo Portu-
ao Serviço Público de Saúde Britâ- O nome de Thomas Moore tam- Desafia a tua família e cronome- das medidas de confinamento, a gal — para fazer face à pandemia vai
nico, o NHS. bém foi dado a um comboio de alta tra o tempo de cada um no banho. poluição e as emissões de gases obrigar a reorganizar prioridades no
Para isso, criou o objetivo de ca- velocidade, além de que foi nomea- Quem concluir em menor tempo com efeito de estufa em Portugal futuro. E os especialistas não têm
minhar, com a ajuda do seu andador, do membro honorário da seleção ganha uma recompensa estabele- e Espanha caíram abruptamente. dúvidas: entre os primeiros investi-
cem vezes os 25 metros quadrados de críquete inglesa e viu ainda o cida por ti. Só há uma regra que to- O prolongamento e agravamento mentos a cair ou a sofrer cortes sig-
do seu jardim, como forma de pres- serviço postal britânico criar um dos têm de cumprir: a higiene pes- do surto, entretanto classificado nificativos estarão os associados ao
tar homenagem aos profissionais selo especial em sua homenagem. soal tem de ser feita corretamente. pela Organização Mundial da Saú- combate às alterações climáticas.
Diverte-te a poupar! de como pandemia, conta, porém, Para já, esse combate está em
uma história diferente. pausa. Por todo o mundo, incluin-
O entendimento dos especia- do na União Europeia, debates so-
listas é o de que a propagação do bre políticas ambientais têm sido
coronavírus vai ter mais impactos adiados ou cancelados. As leis
A VIDA EM QUARENTENA PELAS JANELAS, negativos do que positivos no que ambientais estão a passar para se-
› Emma Sohl

VARANDAS E TELHADOS DE WUHAN toca às alterações climáticas. So- gundo plano. E até a ativista sueca
POR SOFIA SILVA bre as emissões poluentes, a his- Greta Thunberg anunciou que iria
tória ensina que, após momentos suspender as manifestações de
Mais de 50 dias depois, a cidade habitações, tentam prosseguir com de crise como este, a recuperação jovens que se repetem todas as
chinesa de Wuhan continua parada a vida. Penduram roupa, comem económica se faz com uma forte sextas-feiras por todo o mundo em
O CAPITÃO DEU 100 VOLTAS no tempo. As autoridades locais in- noodles, fumam cigarros. Nos pré- subida na produção, sacrificando defesa do clima, substituindo-as
AO SEU JARDIM. formaram esta quarta-feira, 11 de dios que possuem pátios nos telha- preocupações ambientais. por uma “greve digital”.
Março, que as empresas que pro- dos ou varandas grandes, as crian-
E tu, o que fazias para angariar dinheiro duzem bens e serviços essenciais ças brincam um pouco no exterior.
e ajudar a tua comunidade? podem retomar a actividade; nestas O esforço de isolar em quarente-
AS EMISSÕES DE DIÓXIDO DE AZOTO
incluem-se empresas de equipa- na uma cidade com 11 milhões de

› Reuters
NA PENÍNSULA IBÉRICA. MARÇO 2019
mento médico e farmácias, de ser- habitantes parece ter valido a pena. (ESQUERDA) E MARÇO DESTE ANO (DIREITA).

viços públicos, de supermercados A expansão da doença está a acal-


e de produção agrícola. No entanto, mar e o número de novos casos na
a regresso à vida normal será gra- cidade está a reduzir, invertendo o
dual e a maior parte da população destino do país ao mesmo tempo
permanece em casa, nesta que se que a atenção do mundo se vira
acredita ser a cidade de origem da para outros focos. Em Wuhan, o
epidemia do novo coronavírus. coronavírus já foi detetado em cer- Ainda te lembras...
Os habitantes espreitam pelas ca de 50 mil pessoas e já provocou Que outro nome podemos
janelas, saem às varandas e aos te- 2423 mortes, tornando-a na locali- chamar ao Dióxido de Azoto?
lhados para respirar algum ar fres- dade mais afectada por uma epide- Qual a sua fórmula?
co. Confinados ao espaço das suas mia na história.
ESCREVE AQUI AS TUAS IDEIAS

CULTURA TECNO

NOVA FUNÇÃO DO SPOTIFY PERMITE


LEMBRA-TE ENDEREÇAR "GORJETAS" AOS MÚSICOS UMA COX
POR NUNO PACHECO É UMA CO

tens um desafio A plataforma de streaming Spotify


anunciou anteontem uma nova fer-
somas de dinheiro cabe aos artis-
tas decidi-lo. os contributos tanto
POR CATARI

As impres

muitas vezes ao ramenta que permite aos utilizado-


res endereçarem diretamente aos
podem ser aplicador em causas
humanitárias via GoFundMe como
a cozinha
ilusionism

longo do dia.
artistas somas de dinheiro – "gor- ser direcionados para o projeto
jetas", enfim. A ideia surge numa COVID-19 Musci Relief do Spotify. Os movimen
altura em que a generealidade dos Os artistas podem também, claro, lentos, o pald
músicos se debate com a suspen- guardar para si as gorjetas, através palhados pelo
são da sua atividade. dos serviços PayPal ou Cash App, dos, a dentiçã
QUE ARTISTAS Há muito que a plataforma per- tendo sido esse, aliás, o principal da, e um puré
GOSTARIAS DE AJUDAR? mitia que os artistas destacassem propósito da iniciativa, segundo os a ingestão, é u
uma peça escolhida no seu perfil responsáveis do Spotify, naquela Tanto Sobjko
– a Artist's Pick. Agora, o Spotify que é encarada como mais uma da indústria
lançou uma versão gémea dessa tentativa de minorar os efeitos da dade de Hong
função, a Artist Fundraising Pick, paragem forçada de milhares de soras 3D mú
que permite aceder a um link espe- músicos pelo mundo inteiro. Por para respond
cífico onde os utilizadores-ouvin- esclarecer fica se a nova função irá idosos, mas t
tes podem deixar gorjetas. O que manter-se ou se será desativada mentar de gr
fazer, depois, com essas eventuais no pós-pandemia. intolerantes à
NOMEIA OS TEUS TRÊS As possibi
ARTISTAS FAVORITOS e quase pare
de bróculos,
introduzido n
JÁ CRIASTE ALGO ORIGINAL onde é mistu

j.k. rowling lança


DURANTE A PANDEMIA QUE em textura de
GOSTARIA DE PARTILHAR? lidificação do
quer forma q
O jornal OK quer saber o que tens feito a de uma co

gratuitamente novo por casa e o que mudou na tua vida com


a pandemia do COVID-19. Para partici-
pares só tens que escrever um pequeno
com vitamina
e proteínas n
jáveis. Tanto

livro infantil online texto com a tua opinião, no qual podes


incluir uma fotografia original de ti, da
que há uma m

PARA EVITARMOS POR RICARDO MENDES tua família ou dos teus trabalhos artís-
ticos. Pede a um familiar/responsável
A PROPAGAÇÃO DA
COVID-19 DEVEMOS:
J.K. Rowling, a escritora por detrás
dos livros de Harry Potter — que,
como disse recentemente no Twit-
Lançou dois livros para adultos sob
o pseudónimo Robert Galbraith e “o
rascunho de The Ickabog ficou no
para te ajudar a preencher o formulário
que está presente no nosso site e qual-
quer dúvida que tenhas envia-nos um
ond
› MANTER UMA DISTÂNCIA SEGURA. ter, não teve inspiração na histórica
Livraria Lello, no Porto — anunciou
que vai lançar um novo livro. A
sótão durante uma década”.
Apesar de o lançamento oficial
do livro ser só em novembro, a partir
e-mail para [email protected].
cida
história é direcionada a ti, chama-
-se The Ickabog e vai ser lançada
gratuitamente online a partir desta
das 15h desta terça-feira, o primeiro
capítulo passou a estar disponível
(apenas em inglês) na página ofi-
de a
POR VÍTOR M
Diretor: Marta Dias • Atualidade: Rita
terça-feira, “um ou dois capítulos” cial da obra. Durante as próximas
Almeida, Mariana Lourenço, Filomena Lança e Filipe Silva. Cultura:
de cada vez. De acordo com um sete semanas, vão sendo lança- Nuno Pacheco e Ricardo Mendes • Economia: Manuel Machado.
comunicado da autora britânica, dos outros. Ao mesmo tempo que Mundo: António Araújo, Sofia Silva e José Francisco Gomes • País: A história
a ideia para o livro surgiu quando anunciou este novo livro, Rowling António Matos • Tecnologia: Catarina Vasconcelos, Luís Filipe
longa do q
Ramos e Vítor Morgado • Departamento de Arte: Marta Dias •
ainda estava a escrever a saga do disse estar recetiva a sugestões de Infografia/Tratamento de Imagem: Marta Dias • Edição: Impressão:
conceber,
jovem feiticeiro e o objetivo era ilustração para a história. As que Multicópias, Centro de Cópias. Rua de São Luís, 8000-285 Faro, atual das p
lançá-lo após “Harry Potter e os gostar mais vão ser incluídas na Portugal. Telf: 289 807 378 • Assinaturas: Linha de Apoio: 707 201
e continen
201 Custo das chamadas: Rede fixa 0,10euro/min. Rede móvel
Talismãs da Morte”, o último vo- versão física do livro. Do que estás 0,25euro/min Taxadas ao seg. após o 1º min. Valores sujeitos a
acidente d
PREENCHE AS RESTANTES MEDIDAS lume, chegar ao mercado. Contu- há espera? Deixamos-te o link para IVA. Dias úteis das 7h00 às 18h00. E-mail: apoiocliente@jornalok. muito dife
COM O QUE APRENDESTE NO ARTIGO.
do, acabou por decidir fazer “uma acederes e se gostares de desenhar pt. Sede de Redação: Rua Poço dos Negros. 1200-109 Lisboa. Tel.
e a Terra p
222 096 111. Fax 222 096 140.
pausa” na literatura infanto-juvenil. participa: theickabog.com mais do qu

134
O PAÍS

#ESTUDOEMCASA
O MEU HORÁRIO
telescola arranca a 20 de abril
s de emis-
das últi-
e já tem programação
POR ANTÓNIO MATOS
cisamente
paragem Emissão irá ocorrer através professores e alunos terão opor-

DOMINGO
temporá- do sinal da rtp memória, tunidade de ficar a conhecer em
ora. de segunda a sexta, entre detalhe o que irá comportar “a es-
sária res- as 09h e as 17h50. cola na televisão”, considerando o
um forte material a seguir para as escolas”.
ato: a uti- O Ministério da Educação apresen- O projeto #EstudoEmCasa, “nasce”
cartáveis tou, esta sexta-feira, os moldes do devido aos constrangimentos causa-
os a em- projeto #EstudoEmCasa, a nova ver- dos pela pandemia de COVID-19, será

SÁBADO
parou, le- Sabias que ... são da telescola, que será emitido na transmitido no canal 7 da TDT, no ca-
umulação › O local em que estudas e fazes RTP Memória, de segunda a sexta, nal 100 da MEO, no canal 19 da NOS,
o mundo. os TPC deve ser preferencialmente entre as 9h e as 17h50, para todos os no canal 17 da Vodafone e no canal
mento de decorado com cores claras? alunos entre o primeiro e o nono ano. 13 da Nowo.
adotadas O verde e o azul são das cores As matérias a lecionar serão Em paralelo, cada um dos mó-
do Portu- mais calmantes e podem contribuir agrupadas por 1.° e 2.° anos, 3.° dulos será disponibilizado, não só
demia vai para a concentração. e 4.° anos, 5.° e 6.° anos, 7.° e 8.° através de um portal dedicado à

SEXTA
dades no anos e 9.° ano, “abrangendo ma- iniciativa (que pode aceder aqui),
não têm › Muitos pensam que estudar por térias de uma ou mais disciplinas como também de uma aplicação
os investi- horas e horas é a melhor maneira do currículo, as quais servirão de que será, em breve, apresentada
ortes sig- de aprender. No entanto, além de ser complemento ao trabalho dos pro- pelo Ministério da Educação aos
ciados ao desgastante, isso pode prejudicar os fessores com os seus alunos”. alunos.A RTP2, por sua vez, irá
máticas. teus estudos. O ideal é fazeres pausas Em comunicado, o Ministério da transmitir “conteúdos, pensando
está em regulares para descansar a mente Educação esclarece que, “nos pri- nas crianças da Educação Pré-es-
QUINTA

o, incluin- e terás melhores resultados. meiros dias do 3.° período letivo, colar, dos 3 aos 6 anos”.
bates so-
têm sido
As leis
r para se-
DEIXAMOS-TE UMA TABELA PARA
sta sueca
FAZERES O TEU HORÁRIO
QUARTA

u que iria
ações de
todas as
mundo em
tuindo-as
TERÇA

TO
019
(DIREITA).
SEGUNDA
HORAS

TECNOLOGIA ECONOMIA

UMA COXA DE FRANGO QUE AFINAL


É UMA COUVE-FLOR
CÃO ROBOT FISCALIZA
DISTÂNCIAMENTO
a difícil tarefa de todos os dias garantir
POR CATARINA VASCONCELOS

As impressoras 3D estão a mudar a forma como se vê


SOCIAL EM SINGAPURA
POR LUÍS FILIPE RAMOS 1500 quilos de alimentos no zoo
POR MANUEL MACHADO
a cozinha e a acrescentar valor às refeições. Criam um Um robot canino começou a vigiar o
ilusionismo entre o aspeto e a composição dos alimentos. respeito do distâncimaneto social no Os portões estão encerrados mas, Fernando Salema Garção, vice-presi- Em tempos de
parque Bishan-Ang Mo Kio em Sin- dentro de muros, a vida do Jardim dente do Jardim Zoológico. pandemia, foi
Os movimentos tornaram-se mais que se dedicam à impressão de gapura. O cão robot, batizado “Spot” Zoológico de Lisboa segue as suas O teleférico está parado e não "so- necessário criar
ão!
lentos, o paldar e o olfato são atra- comida na Alemanha, em Singapu- inicia a experiência em Maio, espe- rotinas, com adaptações, é certo, brevoa" o jardim, não há arrepios de um stock de rações,
feno, carne e peixe
ão!
palhados pelos recetores envelheci- ra e nos EUA, onde uma empresa ra-se sucesso da iniciativa das au- aos tempos da pandemia. É preciso medo quando passa pelo espaço a
dos, a dentição, mais fraca, desaju- "utiliza dois tipos de laser, um para toridades de Singapura e já prevêem cuidar que nada falte aos 2000 ani- céu aberto dos leões... As alamedas para alimentar
da, e um puré, servido para facilitar
a ingestão, é uma facada no apetite.
cozinhar e outro para aperfeiçoar a
refeição à superfície".
Ão! utilizar os robots caninos, como re-
forço ao controlo do distânciamento DIVERTE-TE COM
mais - afinal, no zoo são consumidos
entre 1000 a 1500 kg de alimentos
e avenidas estão vazias. Faltam as
correrias e as gargalhadas das crian-
2000 animais
de 300 espécies
Tanto Sobjko, investigadora da área Com "muita investigação" em cur- social, em vários parques, jardins AS ATIVIDADES diários, desde vegetais, frutas, carne, ças, as exclamações de admiração que habitam o
da indústria alimentar da Universi- so, "esta nova tecnologia tem ainda e reservas naturais. Uma gravação ONLINE DO JARDIM peixe, feno... Só de carne são consu- de quem não se contém ao ver os zoo de Lisboa.
dade de Hong Kong, vê nas impres- mais por aperfeiçoar, mas será uma sonora instalada no “Spot” lembra ZOOLÓGICO DE LISBOA midos 120 kg todos os dias. E para leões, os tigres, os gorilas, as cobras,
soras 3D múltiplas possibilidades boa solução para evitar a exclusão imediatamente qualquer grupo de Como não podes ir ao Jardim Zoo- que nada falte às 300 espécies que os crocodilos, a agitada aldeia dos
para responder à mal nutrição dos de pessoas com necessidades nu- pessoas que não esteja a cumprir as lógico, o Jardim Zoológico vai até habitam o Jardim Zoológico, o Servi- macacos, o elefante a tocar a sineta;
idosos, mas também à carência ali- tricionais específicas". Depois da regras de distânciamento. Câmaras tua casa! É isso mesmo: todos os ço de Nutrição desenvolveu um pla- falta quem meça alturas com a gi-
mentar de grupos como crianças e aprovação de nutricionistas e até de instaladas no robot canino permitem dias, vai lançar-te desafios. Estes no que levou à criação de um stock rafa, quem aplauda alto e bom som
intolerantes à lactose ou ao glutén. chefes, as impressoras 3D destina- também às autoridades avaliar o nú- estão agrupados por idades (3-5 de rações, feno, carne e peixe (estes as acrobacias dos golfinhos. Para LÓRIO-VERMELHO

As possibildiades são inúmeras dadas a revolucionar a forma como mero de pessoas presentes nos par- anos, 6-9 anos, 10-12 anos e 13-16 últimos mantidos em grandes arcas os mais novos, mas também para
› bob o’connor

e quase parece magia: um cocktail a sociedade se alimenta poderão ques e jardins nas horas de maiores anos) e são revelados diariamen- frigoríficas existentes no recinto). os mais crescidos, essa festa está
de bróculos, couve-flor e batata é invadir as casas de consumidores concentrações. te, no site zoo.pt, pelas 11 horas. Para os produtos perecíveis, como adiada até que os grandes portões de
introduzido numa impressora 3D, por todo o mundo. "Com a comida O desafio pode ser, por exemplo, vegetais e fruta, o zoo optou por esta- Sete Rios reabram para os receber.
AL onde é misturado com um agente impressa, colorida e com bom as- descobrir o animal na fotografia, belecer acordos com fornecedores e Mas lá dentro a vida continua. E até
E em textura de gel, que acelera a so- peto, mesmo os idosos continuam com adivinhas simples (no caso hipermercados para garantir as entre- já há novas vidas para apresentar: as
lidificação do preprarado em qual- a usar o garfo e faca e sentem-se dos participantes mais novos) ou gas. "Apesar dos tempos difíceis que crias de suricata e os lórios-verme-
quer forma que se designe... como mais jovens, e podemos programar Sabias que... com um questionário mais elabora- vivemos, continuamos a poder contar lhos, duas das espécies que regista-
› zoo lisboa

ito a de uma coxinha de frango, mas exatamente o que cada porção › Os oceanos cobrem cerca do (para os mais velhos). Esta será com ofertas de alimentos por parte ram nascimentos desde o início do
om com vitaminas, hidratos de carbono deve conter, como fazem com a de 70% da superfície uma forma divertida de aprender de alguns hipermercados", sublinha estado de emergência a 18 de março.
ci- e proteínas nas proporções dese- medicação: de uma forma comple- do nosso planeta. muitos pormenores e curiosidades
no jáveis. Tanto Sobjko conta ao OK tamente personalizada. sobre os animais que ali vivem e
es
da
que há uma mão-cheia de projetos › Todos os dias, entre
100 e 300 toneladas de
ainda os encontros com biólogos.
Só tens de escolher!
desafio da semana
ís- poeira cósmica, perfura a ORIGAMI , A ARTE Usando apenas uma folha de papel,
vel atmosfera. DE DOBRAR O PAPEL sem a necessidade de fazer recor-
rio
al-
um
onde estava a tua O origami é uma arte milenar e
tradicional que teve origem no Ja-
pão e significa, literalmente, dobrar
tes e usar cola, o origami utiliza um
pequeno número de dobras diferen-
tes, que podem ser combinadas de

cidade há milhões 1. 2. 3. 5.
papel. No princípio, a atividade era
voltada apenas à nobreza, já que,
diferentes formas, permitindo resul-
tados infinitos — desde simples aos

de anos ?
uns bons momentos a verificar dos primeiros répteis, a presença na época, o papel era considerado mais complexos.
onde Portugal esteve desde há mi- dos dinossauros entre muitas outras um artigo de luxo e pouquíssimas Inspirado nos novos lórios-ver-
Era uma vez... (sim, há muito mui- lhões de anos para cá. Há 240 mi- coisas. Também podemos perceber pessoas tinham acesso a ele. Com melhos, deixamos-te as instruções
POR VÍTOR MORGADO to tempo) o planeta Terra que ti- lhões de anos, o oceano Atlântico que o mapa ilustra dados científicos o passar do tempo, a matéria-pri- passo-a-passo para fazeres um
Rita
nha apenas um supercontinente. não existia, Espanha tinha um mar complexos e interessantes de uma ma foi se popularizando e a arte do pássaro origami. Apenas preci-
tura:
ado.
Depois as placas tectónicas mol- e a nossa costa marítima era para forma interativa e fácil de usar. origami começou a fazer parte do sas de papel com as medidas de
País: A história da Terra é mais darem o planeta com formas dife- “nuestros hermanos”. Assim, o autor deixa a sugestão 6. 7. 8. 9. currículo escolar japonês. 15x15cm. Boa sorte!
Filipe
longa do que podemos rentes. Assim, um paleontólogo da O mapa online, desenhado por que este trabalho possa mesmo ser
ias • PERSONALIZA O TEU PÁSSARO
ssão:
conceber, e a disposição Califórnia criou um mapa interativo Ian Webster, apresenta uma gama usado por professores, educadores TORNA-TE UM PRO EM ORIGAMIS
Faro, atual das placas tectónicas que permite às pessoas verem até de ferramentas que torna fácil se- e curioso na história e ciência da Ter- Temos um desafio extra para ti.
201
e continentes é um onde se deslocaram as suas ci- guirmos a evolução da Terra desde ra. Fica o convite e o desafio para Quantos origamis consegues
móvel
os a
acidente do tempo. Será dades de origem ao longo de 750 há milhões de anos. Ao alterarmos pesquisarem e aproveitarem mui- fazer em 5 minutos?
alok. muito diferente no futuro, milhões de anos de deriva conti- as datas e eventos fulcrais na vida ta da informação disponível, que
. Tel.
e a Terra pode durar nental. As informações disponibili- do planeta, podemos perceber fe- complementa o globo interativo. 1O. 11. 12.
mais do que todos nós. zadas são capazes de nos prender nómenos como o aparecimento Acede em: dinosaurpictures.org.

135
APÊNDICE IX PLANO DOS TESTES DE USABILIDADE

NÚMERO DE PARTICIPANTES
10 participantes
Crianças entre os 8 e os 12 anos de idade

OBJETIVOS
· De que forma ocorre a interação entre o utilizador e o protótipo, numa primeira exposição;
· Compreender como o utilizador manusea o protótipo;
· Verificar se o desempenho do utilizador melhora com a utilização;
· Perceber se a informação é útil e as atividades são fáceis de concretizar;
· Encontrar erros e dificuldades;
· Avaliar se o objeto cumpre os objetivos.

ESTRUTURA DA SESSÃO

Duração
10 minutos por sujeito

Introdução
· Apresentação da investigação e dos seus objetivos.
· Apresentação do protótipo.
· Explicação da estrutura do teste de usabilidade.
· Preenchimento do formulário de participação pelos encarregados de educação.

Manuseamento do Protótipo
· Folheio do jornal
· Realização das tarefas

Tarefas

1. Antes de folheares a primeira página, observa a primeira página.

2. Folheia mais um página. Tens uma folha sobreposta sobre outra.


Encontra um elemento de relação em ambas as folhas.

3. Folhei mais uma vez. Indica o artigo seguinte.

4. Folheia até à secção “O Mundo”. Encontras uma área com uma pergunta/desafio.
Lê primeiro o artigo e responde ao desafio.

6. Folheia até à secção “O País” e preenche a tabela com o teu horário.


Procura a linha a tracejado e recorta.

136
7. Enquanto folheavas o jornal, percebeste que o puderias separar?

8. Volta a arruma o jornal.

(9. Consoante o resultado, voltar a encaixar as folhas na posição inicial.)

Dados a Recolher

Observação Direta:
· Experiência do utilizador;
· Manuseamento do objeto;
· A realização das tarefas;
· Comportamento e comentários dos utilizadores.

Questionário:
· Avaliação dos contéudos;
· Opinião dos utilizadores sobre os temas abordados;
· Observações e sugestões.

137
APÊNDICE X AUTORIZAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO

Venho por este meio pedir a autorização do educando para a participação num teste de usabildade para a investi-
gação do projeto final de Marta Dias, aluna do Mestrado de Design de Comunicação, na Faculdade de Arquitetura
da Universidade de Lisboa. Esta investigação pretende promover uma reflexão sobre o jornal impresso enquanto
objeto e considerar de que forma se pode adaptar e inovar num contexto dominado por tecnologia digital.
O projeto consiste no desenvolvimento de um objeto experimental, especificamente um protótipo de um
jornal impresso, direcionado a crianças entre os 8 e 12 anos de idade, com recurso a técnicas de interati-
vidade. Os conteúdos são no âmbito educacional. As informações provêem de organizações de referência
e foram selecionados com uma linguagem adequada ao grupo de utilizadores. O resultado pretende criar uma
experiência positiva com o leitor/utilizador.
Nesta autorização de participação encontram-se todas as informações essenciais da investigação e se-
gue um exemplar do questionário.

Título
O Jornal na Era Digital:
A prática do design como disciplina potenciadora de novos formatos e significados

Objetivo da Investigação
Introduzir este meio de comunicação aos mais novos com o intuito de consciencializar e criar novos hábitos
de leitura, como também preservar a existência do modelo físico do jornal impresso de modo a resistir às
novas tecnologias digitais.

Conteúdos
Os conteúdos selecionados para o projeto contêm uma série de artigos dentro das áreas da ciência, política,
economia, cidadania, arte, cultura e atividades de carácter interativo. O tema em destaque de toda a edição é
sobre o novo coronavírus, com artigos que procuram responder a várias dúvidas de uma forma clara e sucinta,
tais como, quais os seus sintomas; como se transmite; como nos podemos proteger; o esclarecimento sobre
a significado das palavras COVID-19 e coronavírus; o que é a quarentena e o isolamento; e por fim, a diferença
entre o estado de emergência e o estado de calamidade.

Teste de Usabilidade
O teste tem a duração de aproximadamente 10 minutos. Durante este tempo, será pedido para seguir as
instruções da investigadora e responder a algumas questões. Ao longo do teste, o aluno terá que observar
atentamente o protótipo e comentar em voz alta, para no final responder a um questionário sobre o mesmo.
O aluno pode desistir do estudo de usabilidade a qualquer momento e é possivel a presença do Encarregado
de Educação.

Li e compreendi o presente formulário.


Concordo com a participação do aluno neste teste de usabilidade.

Encarregado(a) de Educação Investigador(a)

138
APÊNDICE XI QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO

Idade: Sexo: F M

Preenche com um X a tua opinião.

Alguma vez leste o jornal impresso? Sim Não

Se sim, como tomaste conhecimento deste meio de comunicação?

Escola Familiares ou amigos

Atividades extracurriculares Internet

Sobre o jornal Sim Não

1. Achei o jornal muito complicado de usar.

2. Achei o jornal interessante e útil.

3. Gostarias de voltar a ler este jornal.

4. Aprendi imensas coisas com este jornal.

5. Acho que preciso de ajuda de uma pessoa para utilizar o jornal.

5. Senti-me curioso em explorar o jornal.

6. Achei o jornal fácil de usar.

7. Contém muito informação que não entendo.

8. Gostei das atividades no jornal.

9. Gostava de voltar a ler noticias todas as semanas.

Escolhe três adjetivos que melhor descrevem o jornal:

Interessante Diferente Alegre Queres deixar alguma sugestão?

Aborrecido Complicado Interativo

Desafiador Educativo Divertido

139
ANEXOS

ANEXO A BIBLIOGRAFIA DOS CONTEÚDOS DO “OK”

ATUALIDADE

Direção Geral de Saúde (2020, abril 07) Manual da DGS: o que precisa de
saber sobre distanciamento social. Disponível em: covid19.min-saude.pt/
manual-da-dgs-o-que-precisa-de-saber-sobre-distanciamento-social/

Direção Geral de Saúde (2020) Cuidados alimentares e atividades para crianças


em tempos de COVID-19. Disponível em: www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/
cuidados-alimentares-e-atividades-para-criancas-em-tempos-de-covid-19.aspx

Direção Geral de Saúde (2020) Manual para famílias – Como lidar com o isolamento
em contexto familiar. Disponível em: www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/
manual-para-familias-como-lidar-com-o-isolamento-em-contexto-familiar.aspx

Direção Geral de Saúde (2020, junho 09) COVID-19: Guia de Recomendações


por Tema e Setor de Atividade. Disponível em: www.dgs.pt/documentos-e-
publicacoes/guia-de-recomendacoes-por-tema-e-setor-de-atividade.aspx

Direção Geral de Saúde (2020) Plano Nacional de Preparação e Resposta


para a doença por novo coronavírus (COVID 19). Disponivel em: www.
dgs.pt/documentos-e-publicacoes/plano-nacional-de-preparacao-e-
resposta-para-a-doenca-por-novo-coronavirus-covid-19.aspx

MUNDO

Branco, C. (2020, abril 30) Capitão Tom Moore, perdão Coronel Moore,
faz 100 anos. Novo herói nacional recebeu 140 mil postais (um deles
da Rainha). Observador. Consultado a maio 28, 2020 em: observador.
pt/2020/04/30/capitao-tom-moore-perdao-coronel-moore-faz-100-anos-
novo-heroi-nacional-recebeu-140-mil-postais-um-deles-da-rainha/

Calado, S. (2020, abril 30) Pandemia está a tornar urgente um futuro mais
sustentável. Capital Verde. Consultado a maio 29, 2020 em: eco.sapo.
pt/2020/04/30/pandemia-esta-a-tornar-urgente-um-futuro-mais-sustentavel/

DN/AFP (2020, maio 20) Capitão Tom, o veterano que se tornou herói britânico,
vai ser nomeado cavaleiro pela rainha aos 100 anos. Diário de Notícias. Consultado
a maio 28, 2020 em: www.dn.pt/mundo/capitao-tom-o-veterano-que-se-
tornou-heroi-britanico-vai-ser-nomeado-cavaleiro-pela-rainha-12215772.html

Lopes, B., Ventura, D., Gonçalves, E. Lopes, M. (2020, abril 24) Quarentena
− tragédia ou oportunidade?. Jovens Repórters para o Ambiente. Consultado
a maio 29, 2020 em: jra.abae.pt/plataforma/artigo/o-novo-mundo-da-covid-
19-quarentena-%E2%88%92-uma-tragedia-ou-uma-oportunidade/

Silva, S. M. (2020, março 12) A vida em quarentena: pelas janelas, varandas


e telhados de Wuhan. P3. Consultado a maio 28, 2020 em: www.publico.
pt/2020/03/12/p3/fotogaleria/fotogaleria-janelas-wuhan-coronavirus-40072

141
PAÍS

Notícias ao Minuto (2020, abril 10) #EstudoEmCasa: Telescola arranca


a 20 de abril e já tem programação. País ao Minuto. Consultado a maio
31, 2020 em: www.noticiasaominuto.com/pais/1454749/estudoemcasa-
tele-escola-arranca-a-20-de-abril-e-ja-tem-programacao

Silva, S. A. (2020, abril 10) Telescola já tem grelha de programação.


Diário de Notícias. Consultado a maio 31, 2020 em: www.dnoticias.
pt/2020/4/10/59375-telescola-ja-tem-grelha-de-programacao

ECONOMIA

Henriques, G. (2020, maio 01) Zoo. A difícil tarefa de todos os dias


garantir 1500 quilos de alimentos. Diário de Notícias. Consultado a
maio 31, 2020 em: vercapas.com/noticias/zoo-a-dificil-tarefa-de-
todos-os-dias-garantir-1500-quilos-de-alimentos/9545-20.html

TECNOLOGIA

Bentes, P. (2020, maio 08) Singapura testa robô para vigiar a distância social.
Sic Notícias. Consultado a junho 15, 2020 em: sicnoticias.pt/especiais/
coronavirus/2020-05-08-Singapura-testa-robo-para-vigiar-a-distancia-social

Dias, P. M. (2020, maio 08) Robot patrulha Singapura e lembra importância


de distanciamento social. Notícias ao Minuto. Consualto a setembro 19,
2020 em: www.noticiasaominuto.com/tech/1474908/robots-patrulham-
singapura-e-lembram-importancia-de-distanciamento-social

Martucci, M. (2020, setembro 02) Mapa mostra onde ficava sua cidade 750
milhões de anos atrás. Exame. Consultado a setembro 19, 2020 em: exame.com/
ciencia/mapa-mostra-onde-ficava-sua-cidade-ha-750-milhoes-de-anos-atras/

Vasconcelos, C. M. (2020, abril 26) Impressoras 3D. Uma coxa de frango que afinal é
couve-flor. Expresso. Consultado a junho 02, 2020 em: expresso.pt/sociedade/2020-
04-24-Impressoras-3D.-Uma-coxa-de-frango-que-afinal-e-couve-flor

Vitor (2020, setembro 01 ) Mapa interativo mostra-lhe onde estava a


sua cidade natal na Terra há milhões de anos. Pplware. Consultado a
setembro 19, 2020 em: pplware.sapo.pt/ciencia/mapa-interativo-mostra-
lhe-onde-estava-a-sua-cidade-natal-na-terra-ha-milhoes-de-anos/

Zap (2020, setembro 13) Mapa interativo permite descobrir onde se


localizavam as cidades há milhões de anos. Zap. aeiou. Consultado
a setembro 19, 2020 em: zap.aeiou.pt/mapa-interativo-permite-
descobrir-localizavam-as-cidades-ha-milhoes-anos-345720

Nalewicki, J. (2020, maio 21) Singapore Is Using a Robotic Dog to Enforce


Proper Social Distancing During COVID-19. Smithsonian Magazine. Consultado
a junho 19, 2020 em: www.smithsonianmag.com/smart-news/singapore-using-
robotic-dog-enforce-proper-social-distancing-during-covid-19-180974912/

142
CULTURA

Costa, M. (2020, maio 05) J.K. Rowling lança um novo livro infantil
totalmente gratuito. RFM. Consultado a junho 20, 2020 em: rfm.sapo.pt/
content/7267/j-k-rowling-lanca-um-novo-livro-infantil-totalmente-gratuito

Público (2020, abril 24) Nova função do Spotify permite endereçar


“gorjetas” aos músicos. Público. Cpnsultado a 20 junho, 2020 em:
www.publico.pt/2020/04/24/culturaipsilon/noticia/nova-funcao-
spotify-permite-enderecar-gorjetas-musicos-1913682

Rowling, J.K. (2020) The Ickabog. Disponivel em: www.theickabog.com/

Vidal, D. (2020, maio 26) JK Rowling lança livro para crianças


online e gratuito. NIT. Consultado a junho 20, 2020 em: www.nit.pt/
cultura/livros/jk-rowling-lanca-livro-criancas-online-gratuito

ANEXO B BIBLIOGRAFIA DAS IMAGENS NO “OK”

MUNDO

Notícia: Capitão tom, O veterano que se tornou Herói Britânico


Veterano britânico da Segunda Guerra Mundial Tom Moore, 30 abril de 2020, Emma Sohl.
Fonte: www.swissinfo.ch/por/reuters/her%C3%B3i-brit%C3%A2nico-que-arreca-
dou-milh%C3%B5es-para-sa%C3%BAde-ganha-comemora%C3%A7%C3%A3o-es-
pecial-nos-100-anos/45729062

Notícia: A vida em quarentena pelas janelas, varandas e telhados de Wuhan


Life under lockdown, 11 março de 2020, Reuters Staff.
Fonte: widerimage.reuters.com/story/life-under-lockdown-wuhans-windows-balco-
nies-and-rooftops

Notícia: A pandemia não é boa para o ambiente, mas pode deixar pistas para um
futuro sustentável
Redução de níveis de poluição na Península Ibérica, 27 março de 2020, Agência
Espacial Europeia.
Fonte: www.jn.pt/nacional/imagens-do-espaco-mostram-reducao-da-poluicao-no-
-porto-e-lisboa-11996869.html

PAÍS

Notícia: Telescola arranca a 20 de abril e já tem programação


Estudo em casa, 04 abril de 2020, RTP.
Fonte: www.rtp.pt/play/estudoemcasa/horarios

143
ECONOMIA

Notícia: A difícil tarefa de todos os dias garantir 1500 quilos de alimentos no zoo
Lório-vermelho, 26 agosto de 2017, Sofia Oom.
Fonte: olhares.com/lorio-vermelho-foto1421715.html

TECNOLOGIA

Cão robot fiscaliza distânciamento social em Singapura


Canine robot Spot, (s.d), Boston Dynamics.
Fonte: /www.bostondynamics.com/spot

144

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