Documento Definitivo Martadias
Documento Definitivo Martadias
Orientador Vogal
Doutor Marco António Neves da Silva Doutor José Miguel Gago da Silva
O JORNAL IMPRESSO NA ERA DIGITAL
A PRÁTICA DO DESIGN COMO DISCIPLINA
POTENCIADORA DE NOVOS FORMATOS E SIGNIFICADOS
Orientador Vogal
Doutor Marco António Neves da Silva Doutor José Miguel Gago da Silva
A vocês, Mãe e Pai.
AGRADECIMENTOS
V
RESUMO
O jornal existe para servir o mundo. É o meio que reporta os acontecimentos so-
ciais, políticos e económicos; a vida das pessoas; os acidentes e incidentes do dia a
dia. O jornal torna-se essencial, significativo e indispensável quando mantém viva
a credibilidade e nos faz pensar e refletir sobre o que está para além da notícia.
A presente investigação pretende promover uma reflexão sobre o jornal
impresso enquanto objeto e considerar de que modo se pode adaptar e inovar
num contexto dominado por tecnologia digital. Assim, recorreu-se a noções
de design de interação com o intuito de dinamizar o jornal impresso, pelas
suas características que favorecem a conceção de objetos mais inovadores
e conscientes da importância de aproximação aos utilizadores, através da
constituição de uma experiência. Também se revelou importante introduzir
este meio de comunicação aos mais novos com o intuito de consciencializar
e criar novos hábitos de leitura, como também, para preservar a existência
do modelo físico do jornal de modo a resistir às novas tecnologias digitais.
Para uma melhor compreensão sobre os temas em evidência, foi aplicada
uma metodologia intervencionista e não intervencionista, de base qualitativa.
Em primeiro lugar, foi fundamental uma revisão da literatura, de modo a enqua-
drar e a reunir toda a teoria essencial para a produção deste projeto, que foi com-
plementado com o estudo de casos de interação em objetos de comunicação.
Em seguida, concretizou-se uma investigação ativa, onde se integram as fases
de conceção do projeto, de testes de usabilidade e de iterações e melhorias.
O projeto consistiu no desenvolvimento de um objeto experimental no âm-
bito educacional, mais especificamente um protótipo de jornal impresso, di-
recionado a crianças entre os 8 e 12 anos de idade, com recurso a técnicas de
interatividade. Pretendeu-se auxiliar a preservar o jornal enquanto modelo físi-
co, cuja existência útil persiste, apesar das vantagens das tecnologias digitais.
Palavras-chave
Design de Comunicação, Interatividade, Jornal Impresso, Crianças
VII
ABSTRACT
The newspaper exists to serve the world. It is the medium that reports so-
cial, political and economic events; people’s lives; accidents and day-to-day
incidents. The newspaper becomes essential, meaningful and indispensab-
le when it keeps credibility alive and makes us think and reflect on what is
beyond the news.
This investigation aims to promote a reflection on the printed newspaper
as an object and consider how it can adapt and innovate in a context domina-
ted by digital technology. Thus, notions of interaction design have been used
in order to make the printed newspaper more dynamic, due to its characte-
ristics that favor the conception of more innovative objects and aware of the
importance of approaching users, through the constitution of an experience.
It also proved important to introduce this means of communication to the
younger ones in order to raise awareness and create new reading habits, as
well as to preserve the existence of the newspaper’s physical model in order
to resist the new digital technologies.
For a better understanding of the themes in evidence, an interventionist
and non-interventionist methodology was applied, with a qualitative basis. In
the first place, a literature review was fundamental, in order to frame and ga-
ther all the essential theory to produce this project, which was complemen-
ted with the study of cases of interaction in communication objects. Then, an
active investigation was carried out, where the project design phases, usabi-
lity tests and iterations and improvements are integrated.
The project consisted in the development of an experimental object in
the educational field, more specifically a printed newspaper prototype, direc-
ted to children between 8 and 12 years of age, using interactivity techniques.
It was intended to help preserve the newspaper as a physical model, who-
se useful existence persists despite the advantages of digital technologies.
Keywords
Communication Design, Interactivity, Newspaper, Children
IX
ÍNDICE
III Dedicatória
V Agradecimentos
VII Resumo + Palavras-chave
IX Abstract + Key-words
XII Índice de Figuras
XIV Índice de Tabelas
XV Abreviaturas e Acrónimos
INTRODUÇÃO
1 1. Enquadramento e Pertinência do Tema
2 2. Problemática e Questão de Investigação
3 3. Argumento
3 4. Objetivos
3 4.1 Objetivos Gerais
3 4.2 Objetivos Específicos
4 5. Desenho da Investigação
6 6. Guião do Projeto
ENQUADRAMENTO TEÓRICO
Capítulo 1 – Jornal Impresso
11 1. Uma Síntese Histórica do Jornal
14 2. Origem e Evolução do Jornal em Portugal
16 2.1 A Evolução do Design contada pela Primeira Página do “Diário de Notícias”
22 3. O Design no Jornal Impresso
24 3.1. Características Gerais
25 3.2. Composição Gráfica
28 4. Panorama Atual e a Prática de Leitura
30 5. O Jornal na Era Digital
31 6. Síntese Conclusiva
32 7. Referências Bibliográficas do Capítulo 1
X
INVESTIGAÇÃO ATIVA
Capítulo 3 – Projeto
61 1. Objetivos e Requisitos
62 2. Grupo de Utilizadores
63 3. Conteúdos
64 3.1 Estrutura
65 4. Conceção do Protótipo Inicial
65 4.1 Naming
66 4.2 Identidade Visual
67 4.3 Formato e Grelha
70 4.4 Tipografia
72 4.5 Layout
75 4.6 Interações
78 4.7 Papel e Impressão
79 5. Melhorias
81 6. Protótipo Final
82 7. Referências Bibliográficas do Capítulo 3
Capítulo 4 – Avaliação
85 1.Testes de Usabilidade
86 1.1. Perfil dos Participantes
86 1.2. Estrutura das Sessões
87 1.3. Dados a Recolher
87 2. Resultados
CONCLUSÃO
89 1. Conclusões
91 2. Recomendações Futuras
ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
95 Referências Bibliográficas
101 Bibliografia
109 Glossário
111 Apêndices
111 | - Notícias do Jornal “Ok”
121 || - Esboços e Protótipagem
123 III - Normas Gráficas do Logótipo e do Cabeçalho
124 IV - Diagramação
125 V - Ilustrações
127 VI - Conceção do Protótipo
129 VII - Protótipo Final
132 VIII- Protótipo Versão Digital
136 IX - Plano dos Testes de Usabilidade
137 X - Autorização de Participação
139 XI - Questionário de Avaliação
141 Anexos
141 A - Bibliografia dos conteúdos do “Ok”
143 B - Bibliografia das imagens no “Ok”
XI
ÍNDICE DE FIGURAS
5 Figura 1. Organograma.
10 Figura 2. Diagrama da Investigação.
12 Figura 3. Acta diurna: o boletim oficial do Estado Romano.
13 Figura 4. Nomenclatura da Prensa de Gutenberg.
13 Figura 5. A prensa mecânica de Koening.
14 Figura 6. Diário de Noticías, 1864.
14 Figura 7. Diário dos Açores, 1970.
15 Figura 8. Revista Flama. 28 março de 1958.
15 Figura 9. Revista O Século Ilustrado. 01 dezembro de 1973.
16 Figura 10. A primeira gravura. DN, 14 junho de1877.
16 Figura 11. A primeira ilustração por Roque Gameiro. DN, 23 janeiro de 1901
16 Figura 12. O regícideo. DN, 01 fevereiro de 1908.
17 Figura 13. Proclamação da República. DN, 05 outubro de 1910.
17 Figura 14. Armistício da 1ª grande guerra. DN, 11 novembro de 1918.
17 Figura 15. Chegada ao Brasil por aviadores portugueses. DN, 20 outubro de 1922.
16 Figura 16. Pronunciamento militar. DN,28 maio de 1928.
16 Figura 17. Fim da II Guerra Mundial. DN, 03 maio de 1945.
16 Figura 18. Visita oficial da Rainha Isabel II a Portugal. DN, 19 fevereiro de 1957.
17 Figura 19. Início da governação de Salazar e outras notícias.
Dn, 05 fevereiro de 1961.
17 Figura 20. Morte de Kennedy. DN, 23 novembro de 1963.
17 Figura 21. Ponte Salazar. DN, 07 agosto de 1966.
18 Figura 22. Papa Paulo VI. DN, 14 maio de 1967.
18 Figura 23. Marcelo Caetano substitui Salazar. DN, 27 setembro de 1968.
18 Figura 24. Chegada dos primeiros homens à lua. DN, 21 julo de 1969.
19 Figura 25. Morte de Salazar. DN, 27 julho de 1971.
19 Figura 26. Revolução do 25 de Abril. DN, 25 abril de 1974.
19 Figura 27. Nova Constituição portuguesa. DN, 03 junho de 1975.
18 Figura 28. Vitória do atleta português nos Jogos Olímpicos. DN, 13 agosto de 1984.
18 Figura 29. Adesão à Comunidade Económica Europeia. DN, 13 junho de 1985.
18 Figura 30. Incêndio nos Armazéns do Chiado. DN, 25 agosto de 1988.
19 Figura 31. A queda do muro de Berlim. DN, 11 novembro de 1989.
19 Figura 32. A libertação de Nelson Mandela. DN, 12 fevereiro de 1990.
19 Figura 33. Primeira Guerra em direto na televisão. DN, 17 janeiro de 1991.
20 Figura 34. Expo’98. DN, 22 maio de 1998.
20 Figura 35. Prémio Nobel da Literatura –José Saramago. DN, 9 outubro de 1998.
20 Figura 36. Morte de Amália. DN, 7 outubro de 1999.
21 Figura 37. A queda da ponte Entre-os-Rios. DN, 6 março de 2001.
21 Figura 38. A derrocada das Torres Gémeas. DN, 12 setembro de 2001.
20 Figura 39. Sucessão de prémios internacionais de Cristiano Ronaldo.
DN, 13 janeiro de 2009.
20 Figura 40. Visita do papa Bento XVI a Portugal. DN, 12 maio de 2010.
20 Figura 41. Portugal campeão europeu. DN, 11 julho de 2016.
21 Figura 42. Eleição de António Guterres para secretário geral das Nações Unidas.
DN, 06 outubro de 2016.
21 Figura 43. Incêndio Trágico em Pedrogão. DN, 17 outubro de 2017.
21 Figura 44. Morte de Agustina Bessa-Luíz. DN, 04 junho de 2019.
24 Figura 45. Público, 18 maio de 2020.
XII
25 Figura 46. Dimensões de um jornal.
26 Figura 47. Exemplo de uma grelha e os elementos de uma página.
28 Figura 48. Jornal Expresso, 03 abril de 2020.
28 Figura 49. Jornal Correio da Manhã, 01 agosto de 2020.
29 Figura 50. Jornal Destak, 29 setembro de 2020.
38 Figura 51. Questões do design de interação por Verplank (2000)
39 Figura 52. Metas da usabilidade e metas decorrentes da experiência do
utilizador. As metas de usabilidade são importantes para o design
de interação e são definidas através de critérios diferentes.
(Preece, et al., 2002, p.41)
42 Figura 53. Livro I Want The Title of this Book to Be por H55.
44 Figura 54. Participação do utilizador na capa do livro.
45 Figura 55. Resultado de dois utilizadores com a aplicação de letras que
completam o título do livro.
46 Figura 56. Cartaz Framing Copenhagen por Peter Ørntoft.
47 Figura 57. Cortes e detalhes diferentes do Framing Copenhagen.
48 Figura 58. Conjunto de elementos de Urban Voids por R2 Design.
49 Figura 59. Identidade Visual Urban.
50 Figura 60. Cartaz informativo do evento Trienal de Arquitectura de Lisboa 2007
impresso em papel translúcido. Quando dobrado corretamente, os
blocos dispersos formam o logótipo Urban Voids.
66 Figura 61. Evolução do logótipo “Ok”.
67 Figura 62. O logótipo do “Ok”
67 Figura 63. Formato Inicial do “Ok”.
68 Figura 64. Formato Final.
69 Figura 65. Malha Quadriculada do Bloco II.
71 Figura 66. Akrobat. Tipo de letra escolhido para os títulos em destaque do “Ok”.
71 Figura 67. Roboto. Fonte escolhida para títulos, corpo do texto, etc.
73 Figura 68. Primeira página do “Ok”.
74 Figura 69. Exemplo da indicação das secções.
74 Figura 70. Modelo das janelas pop-up.
74 Figura 71. Paleta de cores.
75 Figura 72. Extensão da folha na horizontal.
76 Figura 73. Pormenor Covid-18 com e sem aba.
76 Figura 74. Pormenor tracejado e tesoura que sugere recorte.
76 Figura 75. Corte na primeira página do “Ok”.
76 Figura 76. Corte na primeira página com sombra.
77 Figura 77. Pormenor de “Lavar as mãos”.
77 Figura 78. Pormenor do “Desafio da Semana”.
77 Figura 79. Página “pausa” da secção Atualidade.
78 Figura 80. Impressão das folhas.
78 Figura 81. Acertar marcas de sangria.
79 Figura 82. Colagem com cola spray.
79 Figura 83. Corte com bistori.
79 Figura 84. Dobragem das folhas.
79 Figura 85. Encaixe dos Blocos.
79 Figura 86. Correção do cabeçalho.
80 Figura 87. Ilustração alinhada com o texto.
XIII
80 Figura 88. Correção da malha quadriculada sobre o Bloco I.
81 Figura 89. Frente do protótipo final
81 Figura 90. Pormenor do corte na primeira página.
81 Figura 91. Pormenor do interior da página da Atualidade.
82 Figura 92. Verso do protótipo final.
82 Figura 93. Encaixe dos Blocos.
82 Figura 94. Primeira página.
82 Figura 95. Pormenor do desdobrar do Bloco I.
ÍNDICE DE TABELAS
XIV
ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS
XV
INTRODUÇÃO
1
Com a globalização de uma cultura visual é necessário diferenciar-se e criar
novas realidades para a comunicação de conceitos no contexto social e cul-
tural. Assim, o jornal impresso tal como conhecemos não tem que se manter
idêntico, podendo vir a sofrer alterações. Para tal, é significativo refletir e con-
siderar de que forma se pode inová-lo e adaptar numa sociedade dominada
pelas novas tecnologias.
Os meios de comunicação social digitais permitem a rápida difusão de
ideias, pelo que é importante compreender a prática do design como disci-
plina potenciadora de novos formatos e significados. Assim, foi abordada ou-
tra área de investigação – o design de interação – que para além de estudar
o comportamento, tem a capacidade de intervir na criação de objetos, que
compreendem os utilizadores e as suas necessidades, através dos seus con-
ceitos e princípios.
Deste modo, a presente investigação, que surge no âmbito do projeto fi-
nal do Mestrado de Design de Comunicação, na Faculdade de Arquitetura da
Universidade de Lisboa, pretende demonstrar os benefícios e vantagens que
o design de interação pode trazer ao jornal impresso, através da conceção de
um objeto experimental.
Para este projeto definiu-se como grupo de potenciais utilizadores as
crianças, entre os 8 e os 12 anos. A implementação de novos hábitos nos mais
novos poderá fazer a diferença para a sobrevivência do jornal impresso, uma
vez que é uma atividade associada aos adultos. Com esta idade, as crianças
começam a entender conteúdos mais complexos, desenvolvem a capacida-
de de analisar criticamente o que leem, estão mais conscientes e procuram
explicações sobre os factos. É na infância que as crianças aprendem a parti-
cipar e a contribuir para o mundo.
Assim, tem-se como objetivo desenvolver um objeto experimental, que
para além de transmitir conhecimentos e consciencializar os novos leitores
sobre a atualidade é, ao mesmo tempo, interativo, de modo a despertar a
curiosidade e criatividade.
3. ARGUMENTO
4. OBJETIVOS
3
5. DESENHO DA INVESTIGAÇÃO
4
CAMPO DE INVESTIGAÇÃO
Design
ÁREA DE INVESTIGAÇÃO
Design de Comunicação
TEMA
Jornal Impresso e o Design de Interação
TÍTULO
O Jornal Impresso na Era Digital: A prática do design como
disciplina potenciadora de novos formatos e significados
QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO
Como pode a interação contribuir para melhorar a experiência
do jornal, produzido com recurso a tecnologias de impressão,
num contexto de predominância digital?
ESTADO DA ARTE
Revisão da Literatura Análise de Casos de Estudo
ARGUMENTO
Investigação Ativa
DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
Iteração
RESULTADOS (PROTÓTIPO)
AVALIAÇÃO
Testes de Usabilidade
CONCLUSÕES
CONTRIBUTO
RECOMENDAÇÕES
Figura 1. Organograma.
Fonte: Investigadora (2020)
5
6. GUIÃO DO PROJETO
6
ENQUADRAMENTO TEÓRICO
DESIGN
JORNAL IMPRESSO
SOLUÇÃO/
CONTRIBUTO
Figura 2. Diagrama
da Investigação.
Fonte: Investigadora (2020)
INTERATIVIDADE
10 | Enquadramento Teórico
CAPÍTULO 1 O JORNAL IMPRESSO
O jornal é uma publicação lançada regularmente que traz notícias sobre uma
ampla variedade de eventos atuais. Sindicatos, grupos religiosos, corpora-
ções ou clubes são organizações que podem ter o seu próprio jornal, mas o
termo ‘jornal’ é utilizado, comumente, quando nos referimos a publicações
diárias ou semanais que trazem notícias de interesse, geralmente associadas
a um público em uma área geográfica específica. (Stephens, s.d.)
Desde há muito tempo que as notícias circulam de “boca em boca”, mas
quando a língua falada evoluí para a formação da escrita com a alfabetização
e o governo desempenha um papel maior na vida das pessoas, o compartilha-
mento de informações tornou-se uma necessidade.
Enquadramento Teórico | 11
No entanto, as informações em papel apresentaram desafios significativos,
sendo que cada cópia era manuscrita. Ainda assim, as primeiras civilizações
distribuíram notícias. Na China uma das primeiras formas de divulgação de
notícias foi o tipão, durante a Dinastia Han (202 a.C. a 221 d.C), onde apresen-
tavam notícias e anúncios oficiais destinado somente ao governo e pessoas
com mais estudos. Na Roma Antiga, a acta diurna (figura 3) publicada em 69
a.C., consistia em placas de pedra que continham informações com os prin-
cipais acontecimentos do Império Romano como julgamentos, escândalos,
campanhas militares e execuções. (Stephens, s.d.)
Figura 3. Acta Diurna: o boletim Embora os chineses e os romanos, bem como outras civilizações antigas,
oficial do Estado Romano.
Fonte: cienciahistorica.com inventaram formas de distribuir informações, estas não se consideravam jor-
/2018/01/28/acta-diurna-
boletin-oficial-romano/ nais. Ainda assim, foram os chineses que contribuíram para a invenção da
prensa em tipos móveis. Desde a utilização de pele de animais como suporte
para a escrita e o aparecimento do papel, os chineses inventaram a primeira
forma de impressão em relevo denominada de xilogravura, através de recor-
tes de espaços à volta de uma imagem, de maneira a serem cobertos com
tinta e transferir a imagem para o papel. Esta invenção acabou por servir de
inspiração para a invenção da tipografia. (Meggs & Purvis, 2012)
Meggs e Purvis (2012) também referem que a invenção da prensa por Gu-
tenberg está próxima da criação da escrita como um dos avanços mais im-
portantes da civilização. A escrita deu à humanidade um meio de armazenar,
recuperar e documentar conhecimentos e informações que superava tempo
e lugar; a impressão tipográfica permitiu uma produção económica e múlti-
pla da comunicação do alfabeto. O conhecimento espalhou-se rapidamente
e a alfabetização aumentou como resultado dessa invenção.
Sem o papel, a velocidade e a eficiência da impressão seriam inúteis. A im-
pressão tipográfica não cresceu diretamente da impressão em bloco porque a
madeira era muito frágil. Por outro lado, a necessidade de alinhamento exato e
o modesto sistema de alfabeto tornaram a impressão de material de texto do
tipo independente, móvel e reutilizável, altamente desejável no ocidente. Assim,
a criação da impressão tipográfica foi definida por etapas. (Childress, 2008 )
Segundo Hook (2010), Gutenberg inventou a prensa de tipos móveis
composta por uma longa mesa de madeira, utilizada para preparar o papel e
a tinta e, por um armário que continha a prensa com as letras. Bacelar (1999)
descreve o sistema do seguinte modo:
“Cada letra era gravada no topo de uma punção de aço que era pos-
teriormente martelado sobre um bloco de cobre. Essa impressão em
cobre era inserida num molde, e uma liga de chumbo, antimónio e bis-
muto era aí vertida, originando uma imagem invertida da letra que era
então montada numa base de chumbo. A largura dessa base variava
com a dimensão da letra (…). Esta característica permitiu enfatizar
o impacto visual das palavras e dos conjuntos de palavras, evitando
o efeito individualizador das letras, característico do monoespaceja-
mento. Com este princípio estabeleceu-se uma norma de elegância
estética e sofisticação para a perfeita e impecável regularidade de
uma página impressa” (Bacelar, 1999, p.3)
12 | Enquadramento Teórico
Figura 4. Nomenclature da Prensa
de Gutenberg. Fonte: mlc-wels.
edu/library/library/library-
resources/431-2/2692-2/
Enquadramento Teórico | 13
transmissão e receção de informações no qual construíram-se grandes im-
périos editoriais. (Stephens, s.d.)
Em 1922 com a chegada da rádio, os jornais tiveram que reavaliar o seu
papel na sociedade, no qual renovaram formatos, os conteúdos aumentaram
o volume de texto e abordavam novos temas. Segundo Carreira (2015), estas
alterações serviram para tornar os jornais mais atraentes e cativar os leito-
res, mas dez anos depois, chega a televisão e mais uma vez o jornal reinven-
ta-se e utiliza novas formas de comunicação para atrair leitores: com a uti-
lização de cor, artigos mais curtos, rápidos e objetivos para se aproximarem
do conteúdo televisivo.
No início dos anos 80, os “novos media” cedem aos meios impressos co-
nhecimentos visuais – a cor total e o uso de gráficos – o que os levou a terem
sucesso imediato. (Carreira, 2015). Assim, iniciam-se grandes inovações téc-
nicas como a criação de programas de edição. O mundo da imprensa sentiu a
necessidade de se reinventar todos os dias e desta forma foi possível agilizar
a preparação e o lançamento de publicações.
14 | Enquadramento Teórico
de imprensas o que resultou um crescimento na indústria gráfica. (Barreto, 1981)
Com a Implementação da República em 1910, surge a Primeira Lei da Impren-
sa que dita a proibição da censura, sendo que esta lei não foi completamente cum-
prida devido à entrada de Portugal na 1ª Guerra Mundial em 1916 e após o Golpe
Militar em 1926, a censura foi proibida na imprensa. Somente em 1974, depois do
fim do Regime Ditatorial do Estado Novo com o golpe ao estado, a censura foi rom-
pida. (Tengarrinha, 1989)
Tengarrinha (1989) refere ainda que os anos 30, realizaram-se relatórios
pelo Secretariado da Propaganda Nacional (SPN), sobre o estado da impren-
sa de província e plano de ação para uma propaganda metódica dos princí-
pios políticos e sociais e realização do Estado Novo, com o objetivo de anali-
sar as tendências políticas e sociais, o aspeto gráfico e o valor intelectual dos
colaboradores. Assim compilaram os jornais por escalões de proximidade,
relativamente às doutrinas preconizadas pelo regime, consoante o que pu-
blicavam em relação ao Estado Novo: situacionistas, simpatizantes, neutros,
anti-situacionistas e “de classe”.
Entre o fim dos anos 60 e o início dos anos 70, a imprensa foi estruturada
com a modernização dos processos produtivos com a introdução de impres-
são offset, permitindo a diversidade na construção gráfica, possibilitando a
inserção de mais imagens com maior qualidade. Contudo, houve uma maior
gestão dos recursos humanos e os jornalistas começam a dar valor à sua
profissão. (Manuel, 2014)
Ciente das evoluções empresariais, a publicidade passa a ser indispen-
sável dos jornais, bem como a televisão, a rádio e o aparecimento das news-
magazines – revistas com um grafismo sofisticado e liberais na escolha e no
tratamento dos seus conteúdos, tais como “Flama” (figura 8), “Vida Mundial”
e “O Século Ilustrado” (figura 9) que segundo Manuel (2014): “iriam estar na
linha da frente da renovação do jornalismo português”. (Manuel, 2014, p.177)
Figura 10. A primeira gravura. DN, 14 junho de 1877. Figura 11. A primeira ilustração por Roque Gameiro. DN, Figura 12. O regicídeo. DN, 01, fevereiro de 1908. Fonte:
Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand= 23 janeiro de 1901. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/ static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand=DN&
DN&type=generate&guid=a5ea193c-23c6-4c02-a832- image.aspx?brand=DN&type=generate&guid=007a6b type=generate&guid=b1466382-65db-435b-9304-
b517c53b8b97&t=20191120160041 1a-c371-4fc2-8215-1e6c9a6801b0&t=2019 93cb075442f9&t=20191120160041
11201600411
1940 1950
Figura 16. Pronunciamento militar. DN, 28 maio de 1928. Figura 17. Fim da II Guerra Mundial. DN, 03 maio de 1945. Figura 18. Visita oficial da Rainha Isabel II a Portugal. DN,
Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand= Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand= 19 fevereiro de 1957.Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.as
DN&type=generate&guid=a7c03965-2b1c-41fe-9ea5- DN&type=generate&guid=7f846679-5fa5-45b8-82dd- px?brand=DN&type=generate&guid=08e39a52-fd76-4b7f-96ce-
d57a1ec80969&t=20191120160041 b57a2c7a7ca7&t=20191120160041 4c780935b3ea&t=20191120160041
16 | Enquadramento Teórico
1910 1920
Figura 13. Proclamação da República. DN, 05 outubro Figura 14. Armistício da 1ª grande guerra. DN, 11 novembro Figura 15. Chegada ao Brasil por aviadores protugueses. DN,
de 1910. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?br de 1918. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?br 20 outubro de 1922. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.as
and=DN&type=generate&guid=1f69314d-74c7-4081-8f53- and=DN&type=generate&guid=5b1d27f2-5bde-4efc-a16f- px?brand=DN&type=generate&guid=8ea3c717-96ca-4885-8599-
107dd711d678&t=20191120160041 3fa67046b365&t=20191120160041 41500ea7b6d0&t=20191120160041
1960
Figura 19. Inicio da governação de Salazar e outras notícias. DN, Figura 20. Morte de Kennedy. DN, 23 novembro de 1963. Figura 21. Ponte Salazar. DN, 07 agosto de 1966.Fonte:
05 fevereiro de 1961.Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.as Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand= static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand=DN
px?brand=DN&type=generate&guid=38fc3fee-3357-4827-92eb- DN&type=generate&guid=f081a849-560c-42a6-922e- &type=generate&guid=be9d5acd-2e94-4420-a76a-
15e1f1c508b3&t=20191120160041 76dffe32339c&t=20191120160041 71f88c36de4f&t=20191120160041
Enquadramento Teórico | 17
Figura 22. Papa Paulo VI. DN, 14 maio de 1967. Figura 23. Marcelo Caetano substitui Salazar. DN, Figura 24. Chegada dos primeiros homens à lua. DN,
Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand= 27 setembro de 1968. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/ 21 julho de 1969. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/
DN&type=generate&guid=dff489e5-5bba-492f-bd45- image.aspx?brand=DN&type=generate&guid=97848519- image.aspx?brand=DN&type=generate&guid=e3c3d33e-
506c35545605&t=20191120160041 0646-459e-b481-2448026545a9&t=20191120160041 d151-45d0-b53b-21cc31c7eb06&t=20191120160041
1980
Figura 28. Vitória do atleta portugues nos Jogos Olímpicos. DN, Figura 29. Adesão à Comunidade Económica Europeia. DN, Figura 30. Incêndia nos Armazéns do Chiado. DN, 25 agosto
13 agosto de 1984. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.asp 13 junho de 1985. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.asp de 1988. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?bra
x?brand=DN&type=generate&guid=e44dfbc3-2882-46a4-85d9- x?brand=DN&type=generate&guid=4e7c804e-ab4d-4691-af81- nd=DN&type=generate&guid=2f9bbdbb-c85c-4e30-8e5f-
cb8c3e4b4c99&t=20191120160041 60331ca28a65&t=20191120160041 841bd8fbec6a&t=20191120160041
18 | Enquadramento Teórico
1970
Figura 25. Morte de Salazar. DN, 27 julho de 1971. Figura 26. Revolução do 25 de Abril. DN, 25 abril de 1974. Figura 27. Nova Constituição portuguesa. DN, 03 junho
Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand= Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand= de 1975. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?bra
DN&type=generate&guid=d9c41476-82ea-4928-9051- DN&type=generate&guid=d9c41476-82ea-4928-9051- nd=DN&type=generate&guid=8c488856-5edb-46fb-b283-
7d521c0c70af&t=20191120160041 7d521c0c70af&t=20191120160041 ba846b0df77c&t=20191120160041
1990
Figura 31. A queda do muro de Berlim. DN, 11 novembro Figura 32. A libertação de Nelson Mandela. DN, 12 fevereiro Figura 33. Primeira Guerra em direto na televisão. DN,
de 1989. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?br de 1990. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?bra 17 janeiro de 1991. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx
and=DN&type=generate&guid=ffbd74a2-c66f-436c-a003- nd=DN&type=generate&guid=4dacd63d-3469-4d58-b713- ?brand=DN&type=generate&guid=303b3570-0abb-45b5-8a94-
e5296fca85ce&t=20191120160041 fe1baab9a865&t=20191120160041 38a2013d0458&t=20191120160041
Enquadramento Teórico | 19
Figura 34. Expo’98. DN, 22 maio de 1998. Figura 35. Prémio Nobel da Literatura – José Saramago. Figura 36. Morte de Amália. DN, 7 outubro de 1999.
Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?bran DN, 9 outubro de 1998. Fonte: static.globalnoticias.pt/ Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand=
d=DN&type=generate&guid=18cb4c3a-4afe-4a2e- dn/image.aspx?brand=DN&type=generate&guid=80387 DN&type=generate&guid=ae07c798-2c8b-4577-9609-
8136-df0f6210aedf&t=20191120160041 a1d-4e4d-4a1d-abea-e6d3fb985ab0&t=20191120160041 eae5a77bfe3d&t=20191120160041
2010
Figura 39. Sucessão de prémios internacionais de Cristiano Figura 40. Visita do papa Bento XVI a Portugal. DN, Figura 41. Portugal campeão europeu. DN, 11 julho de 2016. Fonte:
Ronaldo. DN, 13 janeiro 2009. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/ 12 maio de 2010. Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.asp static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand=DN&type=generate&g
image.aspx?brand=DN&type=generate&guid=765ec241-63a5- x?brand=DN&type=generate&guid=9cfd2dfd-2c98-41dd-8fa2- uid=09ea7c23-1594-498f-bfc2-48f90878d0b5&t=20191120160041
4c51-b6c5-d85de8fcd3bd&t=20191120160041: 84fca78a20c2&t=20191120160041
20 | Enquadramento Teórico
2000
Figura 42. Eleição de António Guterres para secretário Figura 43. Incêndia Trágico em Pedrogrão. DN, 17 outubro Figura 44. Morte de Agustina Bessa-Luíz. DN, 04 junho
geral das Nações Unidas. DN, 06 outubro de 2016. de 2017. Fonte: www.dn.pt/edicao-do-dia/20-nov-2019/55- de 2019. Fonte: www.dn.pt/edicao-do-dia/20-nov-
Fonte: static.globalnoticias.pt/dn/image.aspx?brand= capas-entre-as-55-000-que-fizeram-a-historia-do-diario-de- 2019/55-capas-entre-as-55-000-que-fizeram-a-historia-
DN&type=generate&guid=09ea7c23-1594-498f-bfc2- noticias-11530624.html do-diario-de-noticias-11530624.html
48f90878d0b5&t=20191120160041
Enquadramento Teórico | 21
3. O DESIGN NO JORNAL IMPRESSO
“In the best newspapers these elements make up the perfect combi-
nation of journalism: form and content united express a personality.” 2
(Esterson, 2004, p.4)
22 | Enquadramento Teórico
direcionado para as noções de interação entre o público e a informação. Há
uma necessidade de criar uma diferenciação nas abordagens, com o intuito
de atrair a atenção dos utilizadores. Assim, a estrutura do jornal impresso
foi desenhada com a intenção de conectar vários componentes, de acordo
com um padrão que volta a ser repetido em cada edição. Isto significa que o
designer, tem a função de organizar as informações, de modo a gerar o layout
da página. O jornal é um suporte físico da mensagem e por isso contribui para
lhe conferir um sentido.
Todo o projeto de design exige um planeamento com etapas essenciais
para o processo de desenvolvimento. Essas etapas devem ter como foco o
design como solução de problemas. Para tal, o designer deve conhecer o con-
texto em que o objeto será inserido, ou melhor, a posição no mercado, os pro-
dutos similares existentes, o tipo de utilizador e a sua função, mas também a
corporação/organização que o representa. (Nunes, 2009)
Tendo em conta que o jornal impresso funciona como “um suporte manu-
seável, onde a comunicação acontece num plano bidimensional de perceção”
(Pivetti, 2006, p.8), as características do suporte impresso são distintas da
composição gráfica, de maneira que podemos considerar o jornal impresso
como objeto e produto.
Contudo, os objetos de comunicação impressos são caracterizados por
três exigências específicas: a visibilidade, a legibilidade e a inteligibilidade. Se-
gundo Quadros (2004) o designer tem a função de traduzir as notícias numa
apresentação visual que combina texto e imagens, de modo a que a mensa-
gem seja clara e cativante para o leitor. Como foi referido, o jornal é um meio
que transmite informações e ideias, enquanto que o design é uma parte inte-
grante desse encandeamento.
Evans (2007) refere que o processo de desenvolvimento do jornal começa
com uma folha branca e um conjunto de ideias/conteúdos. O resultado é apre-
sentar essas mesmas ideias de um modo organizado e percetível através da es-
colha do tipo de letra, da exposição das imagens, as divisões e os espaços em
branco entre os conteúdos, tudo adequado para uma sequência de páginas.
A estrutura de um jornal obriga a compor páginas onde as notícias são fá-
ceis de identificar e assimilar pelo leitor, visto que a apresentação dos conteú-
dos deve ser clara e o mais nítido possível, de forma a conduzi-lo a refletir, pelo
meio de comentários e procura de factos. (Nunes, 2009)
A visibilidade do jornal impresso está diretamente ligada à disposição e à hie-
rarquia das notícias pelas páginas, pelo motivo que a determinação mediática
deve ter consciência sobre a forma como anuncia os conteúdos. A essência do
design de um jornal está no modo como as notícias são apresentadas.
Consoante o tipo de jornal (diário, semanário ou mensal), as notícias são
diferentes, mas a linguagem gráfica permanece a mesma. Desde a escolha
da tipografia, das cores e de outros elementos gráficos que em conjunto, de-
finem a identidade de um jornal e, por consequência, o seu funcionamento.
(Esterson, 2004)
Relativamente sobre a legibilidade, a tipografia dá corpo e uma forma con-
creta à linguagem textual e aos conteúdos, de maneira a proporcionar uma
corrente social de mensagens. Para cada conteúdo existe um tipo de letra ade-
quado, consistente, distinto e coerente com a sua mensagem. A tipografia tem
a responsabilidade de incentivar a leitura, revelar os conteúdos e o seu signifi-
cado. Portanto a escolha do tipo de letra para um jornal é uma fase importan-
tíssima no processo de desenvolvimento. A sua estrutura deve ser percetível
através da organização do texto com os restantes elementos gráficos. Ao mes-
Enquadramento Teórico | 23
mo tempo que induz a intervalos entre conteúdos, proporcionando o tipo ideal
de leitura. (Lupton, 2010)
Por fim, a inteligibilidade de um jornal, ou seja, a compreensão, o aprofun-
damento e os comentários sobre os acontecimentos, está relacionado com a
divisão das notícias em partes pelo espaço da página. Por outras palavras, é a or-
ganização dos conteúdos a partir da atribuição do valor-noticia a cada tema, que
por sua vez, dispõe de uma hierarquia, a qual revela a diagramação da página.
Os conteúdos com maior valor-notícia devem ter um maior destaque me-
diante o posicionamento na página, a área que ocupa e o tratamento tipo-
gráfico. As manchetes são preferencialmente inseridas no topo da página,
com um corpo de letra maior, fontes mais pesadas, que por consequência,
ocupam uma maior área (figura 45). As manchetes apresentam estas carac-
terísticas para que o leitor entenda, de imediato, quais as notícias de maior
importância. (Nunes, 2009)
No entanto, a forma como os jornais são feitos têm uma grande influência
sobre a sua aparência. Isto significa, que o jornal está dependente da pre-
Figura 45. Público, 18 maio de paração das notícias e dos meios técnicos de produção que condiciona as
2020. Fonte: 24.sapo.pt/jornais/
nacional/4090/2020-05-18 escolhas editoriais e gráficas. Segundo Pivetti (2006), existem dois tipos de
tempo na produção de um jornal: tempo externo para reunir os conteúdos
das notícias e o tempo interno que corresponde à elaboração do jornal, in-
cluindo a fase de impressão.
Contudo, a evolução dos processos produtivos de tecnologia digital veio
ajudar a tornar mais simples e a um custo baixo, todo o processo de manipula-
ção de texto e a possibilidade de criar e compor diversos elementos gráficos.
24 | Enquadramento Teórico
escolher um papel acessível, preferencialmente, amigo do ambiente (reciclá-
vel), ao mesmo tempo que corresponde à qualidade e às necessidades que
representa o jornal. (Carreira, 2015)
Referente ao que se apresenta como a imagem geral materializada do
jornal, a definição do formato é um dos fatores mais importantes na conce-
ção do mesmo. Nos últimos anos, os jornais transformaram-se do formato
broadsheet para o tabloide ou para o berliner (figura 46), devido à redução
de custos e ao conforto da leitura.
O formato broadsheet foi utilizado durante muito tempo e é considerado
3
um jornal conservador. O formato tabloide, apesar de ter sido associado a ad-
2 jetivos como vulgar e sensacionalista, é o formato mais simples, económico e
1
fácil de manusear. Permite produzir páginas mais atrativas e com um design
uniforme, facilitando a divisão dos conteúdos. (Berry, 2004; Garcia, 1997)
Porém, o modelo berliner apresenta um formato intermédio, com a altura do
broadsheet e a largura do tabloide, conseguindo um melhor aproveitamento
do papel e por consequência mais económico. (Damasceno, s.d.)
Figura 46. Dimensões de um O número final de páginas também é um elemento a ser pensado. Quanto
jornal. Fonte: (Investigadora)
mais páginas um jornal tiver, mais elevado será o custo de produção, desta
1 - Tabloide (400 mm x 280)
2 - Berliner (460 mm x 310 mm) forma, é importante existir um equilíbrio entre o campo editorial e o comercial.
3- Broadsheet (560 mm x 400 mm)
De acordo com Damasceno (s.d), todos estes pormenores são fundamentais
para atingir o propósito de atrair e satisfazer o leitor, mas também criar uma
identidade própria que o distingue dos outros jornais.
Enquadramento Teórico | 25
Figura 47. Exemplo de uma grelha
e os elementos de uma página.
Fonte: (Investigadora)
26 | Enquadramento Teórico
O ponto de partida para definir uma grelha está na determinação do número
e da largura das colunas (figura 47). Quantas mais colunas, mais fácil será
ajustar e subdividir os conteúdos em áreas específicas. Entre estas áreas
existem as goteiras (espaços brancos) que têm a função de separar os con-
teúdos tornando o jornal mais equilibrado. Para além das colunas, é funda-
mental uma guia horizontal (retículas) para assegurar uma melhor organiza-
ção dos elementos que constituem a composição gráfica, como o texto, as
imagens, as cores, entre outros elementos. (Frost, 2003)
Bringhurst (2005) refere que a maioria dos jornais apresenta margens de
segurança, ao redor das páginas. Pela razão, de que o processo de impressão
rotativo (offset) está preparado para imprimir muitas cópias num pequeno in-
tervalo de tempo, mas também permitem antecipar possíveis estragos, como
rasgar ou manchar as extremidades.
Sobre a escolha da tipografia, Garcia (1997) refere que “type is the news-
paper’s blood.” 4 (Garcia, 1997, p. 87). Antes de se iniciar um projeto visual, é
fundamental averiguar e compreender o texto, i.e., perceber o tom, o ritmo
e a estrutura lógica, de modo a determinar o seu formato tipográfico, pois a
tipografia existe para elevar os conteúdos. (Bringurst, 1992)
De acordo com Franchi (2013):
Enquadramento Teórico | 27
Figura 48. Jornal Expresso,
03 abril de 2020. Fonte: expresso.
pt/Capas/2020-04-03-A-primeira-
pagina-do-Expresso
O jornal é uma peça única de tecnologia háptica com a sua aura distinta entre
as sociedades de todo o mundo. Como formato e objeto, o jornal tem poder,
associações e relevância. É exclusivamente descartável e autoritário. O con-
teúdo impresso no papel de jornal sugere que, o que o leitor está prestes a ver
é imediato, informado e projetado para ser útil, talvez contendo reportagens
ou análises que ajudarão a informar o seu dia.
O mesmo conteúdo, mas em forma de livro, sugere longevidade, perma-
nência e importância como algo para se passar um tempo e depois perma-
necer na sua estante como parte das notas de rodapé da sua vida. Descartar
será uma decisão mais difícil do que reciclar um jornal, até porque as melho-
res publicações são aquelas que sabem como manipular se o leitor guarda ou
descarta o objeto. (Losowsky, 2010)
A sociedade encontra-se num processo de constante mudança devido
às novas tecnologias. A transformação social está diretamente associada
à transformação tecnológica, desencadeando novas práticas, formas de es-
tar e ocupações. (Kohn, 2007)
28 | Enquadramento Teórico
A era digital passa a ter um papel fundamental no dia a dia do indivíduo. O aumen-
to do hábito de leitura está relacionado com a leitura através das novas tecnolo-
gias: mensagens no telemóvel, computador e o acesso à Internet. (Vigel, 2013)
Segundo Matos (2007), as seguintes causas podem contribuir para a queda
do número de leitores de jornais impressos:
Enquadramento Teórico | 29
5. O JORNAL NA ERA DIGITAL
“I think people are hungry, they want optimism, they want a broad
perspective on the world, they want people who are going to challenge
convention.” 6 (Fernandez, 2019, p.2)
30 | Enquadramento Teórico
também para os leitores: menos dinheiro significa menos investimen-
to em jornalismo.” (Pereira, 2013, para.1)
6. SÍNTESE CONCLUSIVA
Com a revisão da literatura sobre o jornal impresso foi possível perceber que
a informação em papel apresentou desafios significativos desde as primeiras
civilizações. Verificou-se que a impressão tipográfica permitiu a produção
económica e o conhecimento espalhou-se rapidamente com um aumento
notável da alfabetização.
É de salientar a importância do papel, da velocidade e da eficiência da
impressão. No entanto, em Portugal, a atividade tipográfica estava atrasada
em relação ao resto da Europa. Era de pequena produção, tipo artesanal e só
mais tarde, na época pombalina que a Imprensa Régia se tornou o grande
estabelecimento do sector, conhecido hoje como a Imprensa Nacional.
Apesar do desequilíbrio no número e qualidade de publicações ao longo
dos tempos, devido aos acontecimentos históricos e políticos e de uma su-
cessão de medidas, o crescimento de novos jornais não parou. A imprensa
sempre teve uma preocupação em melhorar e se adaptar, o que continua a
acontecer nos dias de hoje.
O design teve e continua a ter um papel importante no campo jornalístico.
É notável a crescente preocupação pela visibilidade e o modo de expressão
da linguagem visual nas páginas de um jornal. O projeto gráfico de um jornal
contém algumas regras base que orientam a estrutura e os elementos que
compõem cada página, tornando a experiência do leitor mais acessível.
Enquadramento Teórico | 31
Ao longo do capítulo investigaram-se conteúdos sobre o panorama atual dos
jornais. Compreendeu-se que tem sido um desafio inovar numa era em que
sucessivamente surgem novas tecnologias e a Internet, como uma das maio-
res fontes de informação, que veio para ficar. Também a transformação social
está diretamente associada à transformação tecnológica, na qual traz novas
práticas, novas formas de estar e novas ocupações.
Contudo e perante a era digital, a indústria dos media está a passar por
uma grande crise, são vários os fatores que quebram a venda e a leitura dos
jornais em formato impresso. Ainda assim, a sobrevivência dos jornais não
é garantida, são muitos os obstáculos, mas há sempre a possibilidade de o
jornal se reinventar.
32 | Enquadramento Teórico
D’Haenes, L., Jankowski, N. & Frost, C. (2003) Designing for
Heuvelman, A. (2004) News in newspapers and magazines. New
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Disponível em: nms.sagepub.com/ newspaper design. A structural
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Enquadramento Teórico | 33
Matos, A. (2007) O Futuro dos Sousa, J. (2001) Elementos de
Jornais. Debate Dia Mundial do Jornalismo Impresso. BOCC:
Livro e dos Direitos de Autor. DBA/ Universidade Fernando Pessoa.
Hemeroteca Municipal de Lisboa. Disponível em: bocc.ufp.pt/pag/
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Meggs, P. & Purvis, A. (2012) Megg’s jornalismo-impresso.pdf
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New Jersey: John Wiley & Sons, Inc. Sousa, J. (s.d.) Jornalismo Online.
Revista do Curso de Comunicação
Mouillaud, M. & Porto, S. (2002) Social. Consultado em novembro
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Brasília: Editora UnB. forumedia/5/13.htm
34 | Enquadramento Teórico
CAPÍTULO 2 UMA INTRODUÇÃO À INTERAÇÃO
1. INTERAÇÃO E INTERATIVIDADE
Enquadramento Teórico | 37
Se a interação define a existência da permuta de ações entre vários interme-
diários físicos ou entre humanos, então a interatividade está relacionada com
uma qualidade técnica das novas tecnologias, que consiste num conjunto de
propriedades específicas de natureza dinâmica, que se alteram com a sua
evolução técnica. Ou seja, com a crescente evolução de dispositivos técnicos,
a interatividade transforma os envolvidos na comunicação em emissores e
recetores da mensagem. (Lévy,1997)
Moggridge (2007) associa o termo ‘interatividade’ a tudo o que é de diferen-
te nas novas tecnologias de informação e comunicação. De facto, o termo ‘in-
teratividade’ está relacionado com a funcionalidade presente no momento de
utilização, ou seja, a relação entre o comportamento do objeto e a pessoa que
o utiliza. Mas o termo ‘interaction design’ (figura 51), atribuído por Moggridge,
passou a explicar que: “the design of the subjective and qualitative aspects of
everything that is both digital and interactive” 8 (Moggridge, 2007, p. 660), ou
seja, reuniu “elementos considerados de design de produto, comunicação e
ciências computorizadas” (Neves, 2012, p. 138) em um só termo.
Apesar da disciplina estar diretamente ligada a dispositivos digitais, o foco do
design de interação são as pessoas (Verplank, 2009). Moggridge (2007) partilha
da mesma opinião; a primeira preocupação do design de interação deve ser o
utilizador, acompanhado de fatores humanos, critérios subjetivos e qualitativos,
com o intuito de criar soluções úteis, de longa duração e desejáveis.
Norman (2002) também demonstra que o conceito de interação está pre-
sente nos vários objetos que nos rodeiam diariamente, inclusive na comuni-
cação visual. O design explora o conceito de ‘interação’ entre indivíduos e ob-
jetos, i.e., pode ser aplicado a qualquer sistema de comportamento, porque o
processo de design baseia-se na interpretação do dispositivo como parte de
Figura 51. Questões do design de um contexto social e cultural. (Murray, 2012)
interação por Verplank (2000).
Fonte: medium.com/@erayalan/ Assim, o design de interação pode ser definido como “designing interac-
what-is-interaction-design-
6498d56d08d7 tive products to support people in their everyday and working lives” 9 (Prece,
Rogers, & Sharp, 2002, pg.6). Também o contributo de múltiplas disciplinas
de diferentes áreas para o design de interação se tornou positivo no campo
de investigação:
“It has always been acknoledged that for interaction design to succed
many disciplines need to be involved. The importance of understan-
ding how users act and react to events and how they communicate
and interact together, has led people from a variety of disciplines, such
as psychologists and sociologists, to become involved.” 10 (Prece, Ro-
gers & Sharp, 2002, p.6)
2. DA EXPERIÊNCIA À EMOÇÃO
8 T.L. “a conceção dos aspetos subjetivos
e qualitativos de tudo o que é ao mesmo tempo
digital e interativo.”
Existem vários pontos de vista sobre o conceito de ‘experiência’. Heidegger
9 T.L. “conceção de produtos interativos
para apoiar as pessoas na sua vida quotidiana (1987) define a experiência como algo que nos acontece, nos alcança e que
e profissional.”
nos transforma. No entanto, Benjamin (1991) define a experiência como algo
10 T.L. “Sempre foi um dado adquirido que para
que o design de interação seja bem sucedido, raro, devido ao excesso de informação que nos rodeia; ao excesso de opiniões
muitas disciplinas precisam de ser envolvidas.
A importância de compreender como os utilizadores que anula a possibilidade de experiência; a falta de tempo; e pelo excesso de
agem e reagem aos acontecimentos e como
comunicam e interagem em conjunto, tem levado trabalho que, por vezes, é confundido pela própria experiência.
pessoas de várias disciplinas, tais como psicólogos
e sociólogos, a envolverem-se.” Newberry (2013) é da opinião que uma experiência é um fenómeno subje-
tivo e pessoal que ocorre na mente de um indivíduo. Ao ser subjetivo, é quase
38 | Enquadramento Teórico
impossível que a experiência seja absorvida igualmente por todos os utiliza-
dores. No entanto, as pessoas preocupam-se mais com as experiências nas
quais as deixam felizes, do que com “coisas” que pouco ou nada tem signifi-
cado. (Boven & Gilovic, 2003; Carter & Gilovic, 2010) Deste modo, Newberry
(2013) tenta demonstrar que a única solução para dominar o resultado da
experiência seria através do design de interação. Porém, é necessário ter em
conta, que o maior objetivo do design de interação é desenvolver sistemas
interativos que suscitam respostas positivas no utilizador, como o conforto e
a facilidade na utilização. (Moggridge, 2006)
Podemos observar que cada vez mais os designers se interessam em de-
senvolver produtos interativos que desencadeiam respostas emocionais es-
pecíficas nos utilizadores (figura 52), com o intuito de os motivar a aprender,
a brincar, a ser criativo e social. (Prece, Rogers, & Sharp, 2002).
Também a compreensão das emoções, tem implicações para o design,
Figura 52. Metas da usabilidade ou seja, as emoções alteram o padrão de funcionamento da compreensão.
e metas decorrentes da
experiência do utilizador. As emoções positivas aumentam a criatividade e o pensamento, enquanto
As metas de usabilidade são
importantes para o design de que as emoções negativas aumentam a distração e o desinteresse do utiliza-
interação e são definidas através
de critérios diferentes. dor. Desta forma, as emoções positivas tornam as pessoas mais tolerantes,
(Preece, et al., 2002, p.41)
Fonte: www.researchgate.net/ flexíveis e criativas na procura de soluções. (Ribeiro, 2015). O despertar de
figure/Figura-1-metas-de-
usabilidade-dentro-do-circulo-e- determinadas emoções também pode interferir com a interpretação da men-
metas-de-experiencia-sobre-a_
fig3_228971486 sagem a transmitir.
Norman (1999) explica que enquanto designers:
Enquadramento Teórico | 39
Os produtos que proporcionam uma grande experiência ao utilizador são
concebidos tendo em conta não só o consumo ou utilização do produto, mas
também todo o processo de aquisição, propriedade e até mesmo a resolução
de problemas. Os designers não se concentram apenas na criação de produ-
tos utilizáveis, mas também em outros aspetos de experiência do utilizador,
tais como o prazer, a eficiência e a diversão. Consequentemente, não existe
uma definição única de uma boa experiência do utilizador. Em vez disso, uma
boa experiência de utilização é aquela que satisfaz as necessidades de um
determinado utilizador, no contexto específico em que o individuo utiliza o
produto. (Roto, et al., 2011)
3. A INTERATIVIDADE E O PAPEL
40 | Enquadramento Teórico
Heeter (2000) refere que “to experience something means to participate in or
live through an event or a series of events” 13 (Heeter, 2000, s.p). Ou seja, a par-
ticipação é um fator importante para a experiência do utilizador. O público deve
sentir-se envolvido no processo de utilização de forma a que se lembre da ex-
periência e não apenas como recetor da mensagem. Segundo Moreira (2015):
O designer deve ter em conta todos os detalhes num projeto que explora
componentes interativas. A curiosidade e a atenção que é dada a um objeto,
ganham importância na experiência e relação de aproximação com o utiliza-
dor. Deste modo, os conceitos de ‘interatividade’ e ‘participação’ aplicados
em objetos impressos podem fortalecer um conceito de comunicação visual
e proporcionar novas expressões. (Norman, 2004)
Enquadramento Teórico | 41
dar um novo significado ao cartaz através do recorte; e por fim, a identidade
visual de Urban Voids desenhado pelo atelier R2 Design, que tira partido do
papel translúcido para comunicar os conceitos de ‘abandono’ e ‘negligência’
relativamente a edifícios da cidade. Apesar dos casos de estudo selecionados
apresentarem diferenças no que concerne à conceção de elementos gráficos,
não deixa de ser informação útil e determinante na previsão de decisões e so-
luções como contributo para o desenvolvimento do projeto.
42 | Enquadramento Teórico
I Want the Title of this Book to Be é um livro desenvolvido por H55 Studio, onde
se reúnem as suas primeiras obras (figura 53). Este livro é um exemplo do tipo de
narrativas e representações visuais que o designer Hanson Ho utiliza nos seus
projetos. Clareza, funcionalidade e intemporalidade são a base do seu trabalho.
História e Contexto
Com isto, não significa que o design deve conter poucos elementos. No traba-
lho de Ho, o design não se pode tornar demasiado literal como uma mensa-
gem, ou seja, “always aim for the message to be quite distilled in order to at-
tain a sense of focus and also to provide clarity for the audience.” 15
(Ho, 2015)
Fontes de Evidência
H55 Studio disponibiliza no seu website imagens dos seus diversos proje-
tos, com uma breve descrição a acompanhar, bem como toda a informação
sobre a evolução do estúdio, os seus métodos de trabalho, quais os seus
objetivos, as parcerias e o reconhecimento que obtiveram em Singapura e
a nível internacional.
Para além dos dados recolhidos no website do estúdio, reuniram-se in-
formações dos arquivos on-line da AIGA Eye on Design, do website Presi-
dent*s Design Award (P*DA) e do livro Anatomy of Design: Uncovering the
Influences and Inspiration in Modern Graphic Design de Steve Heller e Mir-
ko Ilic. Como complemento, madebyanonymous tem disponível no You Tube
a entrevista de Hanson Ho como Designer of the Year: President’s Design
Award Singapore 2012.
14 T.L. “Representação é o que nós criamos. Mas
muitas vezes ao desenhar e construir estes símbolos
e logótipos, ou mesmo formas de letra, comecei a ver
a beleza neles como eles próprios e não que eles devem Análise
representar algo.”
Enquadramento Teórico | 43
tacam em contraste com o fundo branco. Quando há uma aproximação do
objeto com o utilizador, é visível e ao mesmo tempo sentido, a partir do toque,
uma leve depressão que delineia elementos gráficos “ocultos” na capa. As-
sim a tecnologia de corte manual através do picotado definido no papel são
o destaque deste objeto impresso.
44 |Enquadramento Teórico
Após a análise dos dados da tabela, o livro aborda várias questões e redefine
a relação entre o autor e o leitor, de modo a facilitar a recolha de vários títulos
improváveis para a publicação. O leitor é livre para criar um novo significado
do livro (figura 55).
Para além de que o designer pretende passar uma mensagem eficiente e cria-
tiva também é importante a identidade visual estar definida e representar o
“cliente”, neste caso o próprio H55 Studio. Podemos observar na capa I Want
the Title of this Book to Be que a identidade visual do estúdio está bem pre-
sente. Um dos seus objetivos é encorajar a participação do leitor, ou seja, que
participa e completa o trabalho do designer.
Outro aspeto são os acidentes e os erros pelo qual não temos controlo –
uma letra rasgada ou quando colada não fica alinhada – acaba por evidenciar a
singularidade do objeto. Com este exemplo, o objetivo do designer não deixou
de passar uma mensagem clara e direta, que só funciona com a participação
do utilizador. A ideia é as formas representadas serem apreciadas tal como são.
A tecnologia de corte manual resultante do picotado tem como função
destacar formas pré-definidas, permitindo uma nova utilização ao conteúdo.
A película autoadesiva, na qual pode ser reposicionada sem perder a sua pro-
priedade principal, é recorrente em suportes de comunicação com o intuito de
envolver o utilizador como parte do desenvolvimento do objeto. O designer faz
questão de dar continuidade a estas técnicas tradicionais, de modo a per-
mitir que o seu trabalho inspire outros designers a criar novos conteúdos e
novas ideias de pensar. No fim, esse foi e continua a ser o objetivo do estúdio.
Framing Copenhagen foi desenhado por Peter Ørntoft num workshop de car-
tazes realizado por Mervyn Kurlansky (figura 56). O briefing exige ao designer
a criação de uma interação entre o utilizador e o cartaz direcionado para a co-
munidade. A ideia é criar a possibilidade de o utilizador gerar novos conteúdos
e significados para outros utilizadores.
Enquadramento Teórico | 45
Figura 56. Cartaz Framing
Copenhagen por Peter Ørntoft.
Fonte: behance.net/peterorntoft
História e Contexto
Fontes de Evidência
Para além dos vários projetos que apresenta, o designer Peter Ørntoft tem
disponível toda a informação sobre o seu trabalho no seu website pessoal. O
projeto também está disponível no website Behance, acompanhado de um
conjunto de registos visuais e uma breve descrição que visam mostrar dife-
rentes resultados do projeto.
Na análise deste projeto foi necessário aceder a informações sobre Mervyn
Kurlansky para uma melhor compreensão da filosofia e do sentido da lingua-
gem do designer. Informações que podem ser encontradas no seu website
pessoal, uma entrevista ao designer disponível nos arquivos on-line de Interna-
cional Council of Design (Ico-D) e como auxílio, um vídeo de Brumen’s Founda-
tion disponível no You Tube de uma palestra com Kurlansky em que fala sobre
as suas influências e obsessões na área do design.
Análise
46 | Enquadramento Teórico
Com cinco formas diferentes delineadas no cartaz, Ørntoft sugere ao utiliza-
dor que recorte uma das formas e enquadre um dos seus detalhes favoritos
em Copenhaga que pode variar desde uma dimensão pequena até grandes
objetos tridimensionais.
Enquadramento Teórico | 47
Com os dados reunidos, observa-se que mais do que outros artefactos no
design gráfico, o cartaz serve como crónica dos maneirismos e movimentos
artísticos que moldaram a história do design gráfico. Para que este legado
continue com um potencial de criatividade desenfreada, os cartazes devem
manter uma posição no design porque são de referência e de admiração
constante. O trabalho de Ørntoft é um exemplo disso, porque suscita respos-
tas positivas no utilizador.
Neste caso é o utilizador que tem todo o controlo sobre o fim do cartaz
ao revelar informações que antes não existiam e com isso, desperta determi-
nadas emoções em outros espetadores. Existe uma liberdade na escolha de
uma nova mensagem após as alterações através de recortes feito no cartaz.
Apesar da base delineada bastante simples, não deixa de ser incrível a di-
versidade de conteúdos que pode surgir com o envolvimento do utilizador no
cartaz. Mais uma vez, o espetador tem à sua disposição não só novos con-
teúdos, mas também uma sensação da aproximação e envolvimento com
a participação no objeto.
História e Contexto
48 | Enquadramento Teórico
A lista de clientes é longa, desde museus, ateliers de arquitetura, festivais,
instituições, teatros, entre outros. A abordagem do estúdio é guiada pela ex-
perimentação, investigação e diálogo sobre o conceito, com o objetivo de ir ao
encontro de soluções sem restrições de espaço, material, meios ou dimensão,
mas também defendem que:
Fontes de Evidência
Análise
A identidade visual de Urban Voids, que significa “Vazios Urbanos”, foi dese-
nhada pelos designers Lizá Ramalho, Artur Rebelo e Liliana Pinto do R2 De-
sign. As formas gráficas utilizadas pretendem comunicar ideias de abandono,
presentes em espaços urbanos que muitas vezes são esquecidos (figura 59).
Enquadramento Teórico | 49
Figura 60. Cartaz informativo do
evento Trienal de Arquitectura de
Lisboa 2007 impresso em papel
translúcido. Quando dobrado
corretamente, os blocos dispersos
formam o logótipo Urban Voids.
Fonte: r2design.pt
50 | Enquadramento Teórico
um enorme desafio explorar o conceito dos espaços vazios, concentrando a
mensagem numa só imagem.
O contexto urbano é representado de forma clara com o intuito de levar o
público em específico a diversas leituras, estabelecer diálogos e fazer refletir
sobre o tema. O cartaz pertence à rua e relaciona-se com a cidade, mas neste
caso pode ter uma vida bastante longa, na qual pode ser visto por outros espe-
tadores em contextos diferentes.
Para além de cumprir a função de informar, podemos considerar este car-
taz um material gráfico “valioso” pela qualidade da composição e interação
dos elementos gráficos com o utilizador. A interatividade e participação neste
projeto está na ação da separação tipográfica da identidade visual utilizado
pelas pessoas no suporte de comunicação. Mais uma vez, o potencial e as van-
tagens que o papel – neste caso, o papel translúcido – trazem ao projeto, no
sentido em que os designers optaram por uma solução eficaz e de baixo custo.
Este projeto representa bem uma motivação visual com a intenção de per-
mitir inspirar as pessoas e outros designers a criar novos conteúdos e novas
ideias de pensar. A tabela 3 reúne os aspetos anteriormente referidos para
uma melhor compreensão sobre a interatividade e participação do utilizador.
Enquadramento Teórico | 51
Tabela 4 .Identificação da tabela
do caso I Want The Title of this
Book to Be com a cor pêssego.
52 | Enquadramento Teórico
Ao cruzar e comparar os resultados obtidos das três análises de casos de es-
tudo, criou-se uma nova tabela com um conjunto de categorias comuns apre-
sentado na tabela 7. Esta tabela é composta por uma lista de atributos, seguido
da identificação dos casos (através da cor) na respetiva categoria e uma des-
crição das propriedades comuns presentes nos objetos.
Enquadramento Teórico | 53
blico no processo de utilização. Para além de recetor de mensagem, ele gera
novas mensagens para outros espetadores. Há uma continuidade e comple-
mento do trabalho do designer.
Os exemplos apresentados mostram que o design é mais uma interven-
ção do que uma invenção. As técnicas de interação são um contributo para
objetos impressos e a relação do utilizador com o objeto contribui para uma
melhor compreensão do processo de design em suportes de comunicação
físicos e de interação.
5. RESUMO CONCLUSIVO
54 | Enquadramento Teórico
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO CAPÍTULO 2
Enquadramento Teórico | 55
Neves, M. (2012) Design gráfico e o Roto, V., Law, E., Vermeeren A. &
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56 | Enquadramento Teórico
INVESTIGAÇÃO ATIVA
CAPÍTULO 3 PROJETO
1. OBJETIVOS E REQUISITOS
O objetivo deste projeto foi conceber um objeto experimental com uma nova
identidade e um formato distinto que, ao mesmo tempo, conservasse o mo-
delo físico do jornal.
Deste modo, definiu-se que seria desenvolvido um modelo com perspetivas
de mudança para o jornal impresso, que aliado ao design de interação pudesse
demonstrar as suas vantagens e o seu potencial através da interatividade.
Investigação Ativa | 61
Para comprovar este passo, foi fundamental voltar ao conhecimento gerado
no enquadramento teórico, essencialmente, na análise de estudos de casos
de interação em objetos impressos, nos quais são incluídas várias técnicas
aliadas à produção gráfica que provocam uma ação do utilizador.
Assim e após um período intensivo de esboços e testes das várias técnicas,
surgiu a ideia de conceber um jornal que, em termos físicos, comunique a inte-
ratividade impressa, através da possibilidade de divisão, desconstrução e per-
sonalização e que se mantenha fiel aos requisitos pré-existentes de um jornal
impresso, ou seja, de fácil transporte e que possa ser lido em qualquer lugar.
Como tal, a leitura do jornal parte de uma rotina, a fim de construir um
hábito. Por esta razão e com a intenção de incentivar as pessoas a ler o jornal
impresso, decidiu-se que este meio de leitura também faria sentido ser apre-
sentado aos mais novos, exatamente a crianças entre os 8 e 12 anos.
O objeto teria, efetivamente, conteúdo educacional, com temas relevan-
tes, que ensine e divirta ao mesmo tempo. Seriam as notícias dos adultos
para os membros desta faixa etária estarem atualizados sobre o que se passa
no mundo. Uma experiência que não só incentiva a criar novos hábitos de
leitura, como dá a conhecer e permite a aproximação do leitor com o objeto
e os seus conteúdos atuais.
Assim, forma-se a necessidade de criar um jornal com uma marca e iden-
tidade visual própria, de fácil adaptação e intuitivo na sua utilização, de modo
a que a sua interação seja uma experiência prática para o leitor. De modo a
ser considerado, que para além de disseminar conteúdos sobre a atualidade,
os mesmos estariam organizados por várias secções que determinam a te-
mática das notícias, acompanhado de fotografias e ilustrações, de curiosida-
des e atividades de vertente educacional.
Relativamente às curiosidade e atividades interativas no jornal, caracteri-
zam-se como uma componente fulcral para permitir uma maior aproximação
do leitor com os conteúdos. Não são apenas uma forma de transmitir conhe-
cimento, mas também são ferramentas de interação que estimulam o leitor a
tornar-se agente ativo no processo de aprendizagem.
Em geral, pretendeu-se criar um jornal impresso que promova um novo
meio de leitura e ao mesmo tempo seja interativo, transmitindo conhecimen-
tos e consciencializando os novos leitores sobre a atualidade no país e no
mundo. Como objetivos secundários pretendeu-se estimular a curiosidade
e a criatividade, permitindo às crianças conhecer temas e discuti-los entre
elas e os adultos.
2. GRUPO DE UTILIZADORES
62 | Investigação Ativa
bre os outros e o que nos rodeia. As crianças são seres únicos com cultura,
normas e complexidades próprias. Elas têm os seus próprios gostos e inte-
resses, curiosidades e necessidades.
Nicolau (1997) refere que o desenvolvimento infantil pode ser fascinante,
desafiador e, algumas vezes, imprevisível. A sequência de experiências e o
interesse em compreende-las tornaram-se inseparáveis, pois ambas criam
condições para conseguirem problematizar, questionar, propor hipóteses, de
modo a chegar a conclusões que, na maioria, cedem espaço a novas dúvidas,
impulsionando-os a novos caminhos de explanação.
Por este modo, considerou-se que a faixa etária ideal para este projeto
seria crianças entre os 8 e 12 anos de idade, pelo facto de se encontrarem
numa fase capaz de compreender e “refletir sobre uma determinada situa-
ção a partir de perspetivas diferentes e assim desencadear, simultaneamen-
te, sentimentos diferentes” (Franco & Santos, 2015, p. 345)
É certo que a complexidade das crianças é diferente da dos adultos e é
necessário um cuidado maior na produção de conteúdos, pois as crianças
querem fazer parte da conversa. São curiosas, sentem profundamente como
os adultos e sabem que as mentiras são algo mau.
As crianças têm a capacidade de transformar qualquer lugar num espaço
de brincadeira, conseguem reunir as pessoas e tudo tem piada porque apre-
ciam as coisas simples, como uma boa história.
Alarcão (2008) refere ainda que é na infância que as crianças aprendem
a participar e a contribuir para o mundo, através da criatividade, sensibilida-
de e espírito crítico. As crianças são o futuro e conseguem fazer a diferença
agora mesmo:
3. CONTEÚDOS
O propósito do jornal para crianças está em trazer para discussão alguns tópi-
cos que ajudem a contextualizar o que se passa no país e no mundo. O jornal
é um instrumento ativo de aprendizagem e a utilização deste meio de comuni-
cação promove a construção de conhecimento.
Para além do desenvolvimento da escrita, da leitura e da capacidade de
interpretação e expressão, o jornal traz a integração das crianças na socieda-
de. Promove competências de cognição, ação, formação de atitudes e valo-
res, cooperação e cidadania. (Carvalho, 2016)
Numa altura em que atravessamos uma pandemia global notou-se uma
maior curiosidade pelos mais novos sobre o que se tem passado nos últimos
meses. As crianças estão expostas a informações que ouvem através dos
familiares, da televisão ou da Internet e não compreendem bem a alteração
da normalidade, o que pode provocar algum medo e ansiedade. (Konkiewitz,
2013)Também a dificuldade por parte dos adultos em explicar certos temas
Investigação Ativa | 63
(porque não é uma tarefa fácil), vem reforçar a importância deste meio de
comunicação entre os mais novos. Com o objetivo de reunir temas relevantes
de conteúdo educacional, definiu-se desde o início que os artigos para além
de ensinarem, também devem entreter e divertir ao mesmo tempo. Ao perce-
bermos a criança como um sujeito que constrói a sua identidade, a inserção
de curiosidades e atividades no jornal leva a aproximação do leitor com os
conteúdos, mas também desperta habilidades mais precisas para o seu bom
desenvolvimento. (Carvalho, 2016)
Deste modo, os conteúdos recolhidos e selecionados para este projeto
trazem uma série de artigos dentro das áreas da ciência, política, economia,
cidadania, arte e cultura que foram reescritos e adaptados ao público em es-
pecífico e, atividades de carácter interativo.
3.1 ESTRUTURA
Numa primeira parte considerou-se que o artigo em destaque para esta edição
seria sobre a pandemia do novo coronavírus, a qual, tem alarmado a população
a nível mundial. De modo que, é compreensível que as crianças também fi-
quem ansiosas e confusas, com dificuldade em compreender o que observam
on-line, pela televisão ou numa conversa entre adultos.
Assim, o tema em destaque encontra-se na primeira secção, definida
como “Atualidade”, na qual segue uma variedade de artigos que respondem
a várias dúvidas de uma forma clara e sucinta, tais como, quais os seus sin-
tomas; como se transmite; como nos podemos proteger; o esclarecimento
sobre a significado das palavras COVID-19 e coronavírus; o que é a quaren-
tena e o isolamento; e por fim, a diferença entre o estado de emergência e o
estado de calamidade.
Numa segunda parte definiu-se que os restantes artigos seriam divididos
em cinco secções: “O Mundo”, “O País”, “Economia”, “Tecnologia” e “Cultura”.
Na secção designada de “O Mundo” definiram-se artigos que se relacionam
com o tema em destaque, portanto, sobre como tem sido a quarentena nou-
tro país, como estão a ajudar a combater o vírus e de que forma a pandemia
tem afetado o ambiente globalmente. Desta forma, fez sentido ter uma sec-
ção designada de “O País”, no qual definiu-se como destaque o regresso da
telescola com o projeto #EstudoEmCasa e a disponibilização da respetiva
programação.
Sobre as seguintes secções, a de “Economia” apresenta um artigo sobre
a gestão do stock de alimentos no Jardim Zoológico de Lisboa em fase de
pandemia. Na secção “Tecnologia” aborda-se sobre impressoras 3D, robó-
tica e uma plataforma digital que nos permite ver como era o planeta há
milhões de anos. Por último, a secção “Cultura”, com um artigo sobre uma
nova ferramenta no Spotify para ajudar os artistas e com a notícia de que a
autora do Harry Potter vai lançar um livro, com uma nova história que esta-
rá disponível on-line e é gratuito.
Durante todo o processo de recolha e escrita dos conteúdos, determinou-
-se que em todas secções existisse uma articulação com o tema em desta-
que, de forma a mostrar como a pandemia tem afetado os vários sectores e
como a população está a procurar soluções, para se adaptar à nova vida.
Com principal objetivo sobre as informações, pretendeu-se tornar o texto
sucinto, direto e de fácil compreensão, por isso, estabeleceu-se uma lingua-
gem acessível ao público em específico, ao longo do jornal. Para um melhor
entendimento, também se definiu que a ilustração e as imagens devem ser
64 | Investigação Ativa
complementares à informação. O conteúdo neste projeto (Apêndice I e Anex-
xo A) teve uma grande importância no objeto final, pelo que se considerou
crucial referir o processo de seleção da escrita.
4.1 NAMING
Investigação Ativa | 65
4.2 IDENTIDADE VISUAL
66 | Investigação Ativa
Como resultado, optou-se por utilizar a cor preto em contraste com o fundo
branco no papel, com o sentido de o logótipo se tornar mais comunicativo, al-
cançando o público sobre o seu significado sem o distrair com uma cor sólida
ou jogos cromáticos especiais (figura 62).
A4
840 mm
Investigação Ativa | 67
BLOCO I
A4
840 mm
BLOCO II
735 mm
68 | Investigação Ativa
Porém, verificou-se que oito páginas, sendo que uma delas é a capa do jornal,
não seria suficiente para inserir todos os artigos selecionados, mas também
porque a interação entre o leitor e o objeto seria limitada e pouco inovadora.
Assim, optou-se por acrescentar uma nova folha, também em formato
acordeão, que encaixa numa das extremidades da folha principal. Ou seja,
pretendeu-se acrescentar uma folha com as dimensões de 735 mm x 297
mm, que quando dobrada resulta em oito novas páginas, frente e verso. Para
um melhor encaixe na folha principal, definiu-se que a divisão da frente e o
verso de uma das extremidades, tem metade do tamanho de um A4 (105 mm
x 297 mm) funcionando como uma aba (figura 64).
Para uma melhor justificação e organização dos conteúdos no documen-
to considerou-se que cada folha funciona como um bloco. A folha principal
corresponde ao Bloco I e contém os artigos em destaque da secção “Atuali-
dade”, pelo motivo de apresentar a capa e por ser a primeira informação que
o leitor tem contacto. A secção “Atualidade” inclui o maior número de artigos,
no entanto foi necessário introduzir uma área de pausa e reflexão sobre o
que foi lido, permitindo dar espaço para a transição do Bloco II que integra as
restantes secções: “O Mundo”, “O País”, “Economia”, “Tecnologia” e “Cultura”.
A experiência de utilização do objeto parte do conhecimento pré-existen-
te do leitor, mas no momento em que se depara com uma extensão da página
é confrontado pela liberdade de ordem de leitura, permitindo ao leitor uma
participação aumentada ao explorar o objeto e os seus conteúdos.
No entanto e antes de disseminar os conteúdos pelas folhas, foi definida
uma grelha base que se aplica aos dois blocos (figura 65). O sistema de gre-
lha faz parte do processo gráfico de um jornal. É uma ferramenta essencial
para estruturar uma página. De acordo com Müller-Brockmann (2012, p.7):
“el uso de las cuadrículas como sistema de organización espacial es la expre-
sión de una postura mental” 16, ou seja, o designer concebe o seu trabalho em
termos construtivos de modo a determinar os espaços em que insere texto,
imagens, elementos gráficos, espaços em branco, margens e fólios.
Também Wilson (2003), descreve a grelha como:
Investigação Ativa | 69
Desse modo, a grelha é estruturada com base na colocação de diversos ele-
mentos da página, contribuindo para a aproximação dos elementos e para o
equilíbrio e identidade de cada publicação.
Mediante o que os autores referiram anteriormente definiu-se uma malha
quadriculada que é visível no layout, mas, ao mesmo tempo, funciona como
uma grelha invisível de paginação. Para além de funcional e organizar os con-
teúdos, porque um sistema de grelha gera um sentido de planificação, inteligi-
bilidade, clareza e aumenta a credibilidade da informação (Müller-Brockmann,
2012), também é um elemento gráfico que faz parte da identidade deste jornal.
A ideia em ter a malha quadriculada como parte da identidade, que por
sua vez é a base de cada página, vem permitir não só cumprir a sua função,
mas permitir ao utilizador estender os limites da área de conteúdos. Tal como
o seu formato, de modo a aproveitar os espaços para uso do mesmo, quase
como um caderno escolar. Ainda que o texto esteja inserido numa caixa de
fundo branco para melhor legibilidade, os conteúdos não são extensos, o que
permite espaço para rabiscos e notas sobre as notícias.
4.4 TIPOGRAFIA
Após definir o formato e a grelha, seguiu-se para uma fase de estudo da ti-
pografia com o intuito de encontrar uma linguagem gráfica que represente o
“Ok”. Franchi (2013) afirma que:
“Typography says a lot more about a newspaper than just the words it
presents. (...) In fact, a newspaper has its image, its personality, through
the typography it uses and the way it is organized on the page.” 20 (Spie-
kermann & Ginger, 2003, p. 13)
18 T.L. “(...) um dos principais fatores que Em conformidade com o que foi referido anteriormente, é essencial combinar
determinam o aspeto de um jornal é a escolha do
tipo e a forma como os caracteres tipográficos são uma tipografia sólida, atrativa e que, ao mesmo tempo, permita uma boa legi-
combinados nos cabeçalhos e no corpo do texto. Pois
apesar da importância das fotografias e imagens, o bilidade. Do mesmo modo que a versatilidade na apresentação de um núme-
aspeto visual que mais claramente identifica um jornal
é o tipo utilizado. O texto é decifrado através das letras, ro racional de variações de peso e itálicos é importante para a combinação de
pelo que não nos deve surpreender que a fonte dos
títulos seja o que atrai a nossa atenção e nos inspira estilo com contraste entre títulos, subtítulos e texto. (Garcia, 2002)
a lê-los.”
A mistura de diferentes fontes quando bem feita, funciona muito bem.
19 T.L. “ a tipografia existe para honrar o seu
conteúdo” Não se deve exceder os dois ou três tipos de letra e entre eles deve existir
20 T.L. “ A tipografia diz muito mais sobre um uma boa combinação. É de destacar que os tipos de letras selecionados de-
jornal do que apenas as palavras que ele apresenta.
(...) Na verdade, um jornal tem a sua imagem, a sua verão ter relação com a tipografia da marca (o nome do jornal), conteúdos
personalidade, através da tipografia que utiliza e da
forma como está organizado na página.” e outros elementos gráficos para um resultado bem-sucedido. (Caldwell &
Zappaterra, 2014)
70 | Investigação Ativa
Após a recolha e o estudo de diferentes tipos de letra optou-se por utilizar
duas fontes sem serifa que captassem o tipo de letra simples e transparente
que é muito utilizado em dispositivos digitais e, como principal objetivo, que
seja legível na impressão. Por isso, selecionou-se a fonte Akrobat (figura 66),
desenvolvido por Fontfabric e Plamen Motev. É uma fonte sem serifa, mo-
derna e com proporções condensadas. A sua presença visual com base em
linhas e formas geométricas, coloca-a como um tipo de letra limpo, claro e
fácil de ler com uma oferta de oito pesos, dos quais, foi utilizado o black nos
títulos em destaque.
Akrobat
Black
1234567890
destaque do “Ok”.
Fonte: Investigadora (2020)
Quanto aos restantes subtítulos e texto, optou-se pela fonte Roboto (figura
67), desenhada por Christian Robertson. É uma fonte sem serifa com quali-
dades aproximadas à Helvetica ou Univers. As suas formas são geralmente
geométricas com a presença de algumas curvas que lhe dá um aspeto ami-
gável e permite um ritmo de leitura natural pelas suas formas abertas. Para
distinção de hierarquia foi utilizada uma variação de pesos e itálicos.
Roboto
Regular
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 1234567890
Medium
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 1234567890
Bold
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 1234567890
Investigação Ativa | 71
Black
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
Figura 67. Roboto. Fonte escolhida
para títulos, corpo do texto, etc.
Fonte: Investigadora (2020) abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 1234567890
4.5 LAYOUT
72 | Investigação Ativa
Edição Jovem • N° 1 • 1,50€ • Domingo, 18 de Abril de 2020 • Fundador e Diretor: Marta Sofia Fialho Dias
O VÍRUS INVISÍVEL
Sabe tudo sobre o novo coronavírus e muito mais.
74 | Investigação Ativa
4.6 INTERAÇÕES
Como tem sido referido ao longo do documento, este projeto tem como obje-
tivo introduzir o design de interação no jornal impresso. Como tal, definiu-se
nos objetivos e requisitos que o objeto experimental iria comunicar a intera-
tividade através da divisão, desconstrução e personalização, apoiado sobre o
enquadramento teórico.
De acordo com Heeter (2000), o designer apresenta um papel importan-
te na conceção das interações, com a intenção de que através da experiên-
cia, o utilizador crie uma relação de aproximação com o objeto. A introdução
de diversas técnicas de interação, mecanismos e materiais complementares
captam a atenção do leitor junto de conteúdos informativos e educacionais.
(Frascara, 2004; Norman, 2004)
Por isso, aplicou-se a primeira interação no formato do “Ok”. Para além de
que o objetivo principal deste projeto está em desenvolver um novo formato
sobre o que conhecemos hoje do jornal impresso. O propósito desta intera-
ção está em desafiar o grupo de utilizadores. Isto significa que, pretendeu-se
convidar o leitor a envolver-se no processo de utilização. Descobrindo con-
teúdos, mas também que sentisse “prazer” em manusear o objeto, por meio
da divisão e desconstrução e que o compreendesse como um todo. A exten-
são da folha (figura 72) foi inspirada no scroll, que é fortemente utilizado em
dispositivos digitais. No entanto, o prolongamento da folha é feito na horizon-
tal, permitindo a continuação da leitura dos conteúdos da frente para o verso.
Sobre a dobra do Bloco II que encaixa no Bloco I, funciona como uma aba ou
badana. Porém, ao invés de funcionar apenas como uma parte suplementar, a
face superior resulta de uma sobreposição como parte da notícia “Como nos
devemos proteger” do Bloco I – através da extensão da ilustração e da caixa
branca – que, quando folheada é revelada a restante informação (figura 73).
Investigação Ativa | 75
Figura 73. Pormenor Covid-19 com
e sem aba. Fonte: Investigadora
(2020) COM ABA SEM ABA
Quanto ao verso da aba, apresenta uma tabela que funciona como parte su-
plementar ao artigo “Telescola arranca a 20 de abril e já tem programação”
do Bloco II, convidando o leitor a preencher e personalizar o seu horário. Ain-
da assim, é possível separar a aba através da indicação da linha a tracejado
e do símbolo de uma tesoura, que sugerem ao utilizador a divisão através
do corte (figura 74). Esta interação é baseada no caso de estudo do cartaz
Figura 74. Pormenor tracejado Framing Copenhage de Peter Ørntoft.
e tesoura que sugere o recorte.
Fonte: Investigadora (2020) Acerca do desenvolvimento de interações impressas na primeira página.
Inicialmente experimentou-se a aplicação do corte manual, através do pico-
tado definido no papel, com intuito de após retirada a área delineada, surgia
a forma do novo coronavírus (o vírus invisível). Esta interação é baseada no
caso de estudo do livro I Want the Title of this Book to Be. No entanto e dado
que o papel apresenta uma espessura de 90 gramas, o seu efeito resultou
como arriscado e propenso a “rasgar” a primeira página, o qual interfere com
a passagem de uma mensagem clara e direta. Assim, optou-se por apresentar
as ilustrações do novo coronavírus preenchidas, com exceção da ilustração de
maior dimensão, que surge com um corte circular, revelando informações que
estão na página seguinte, como parte da capa (figura 75 e 76). A disposição da
informação no verso da página tornou-se mais ampla.
76 | Investigação Ativa
de adaptação a novos desafios impostos pelo progresso e pelo fator surpresa,
consoante os conteúdos, que cada secção pode oferecer. Temos o exemplo
do lavar as mãos (figura 77), como fazer uma máscara ou o Desafio da Se-
mana – Origami, que explica por passos como realizar a atividade (figura 78).
Investigação Ativa | 77
4.7 PAPEL E IMPRESSÃO
78 | Investigação Ativa
Figura 82. Colagem com cola spray.
Fonte: Investigadora (2020)
5. MELHORIAS
Investigação Ativa | 79
Inicialmente a malha quadriculada poderia ser uma preocupação, no que con-
cerne à densidade da cor e a relação com os restantes elementos. No entan-
to, o resultado foi positivo, simplesmente identificou-se que algumas caixas
de cor branco estavam desalinhadas com a malha quadriculada (figura 87).
As cores e a definição das imagens apresentam boa qualidade, apenas foram
ajustadas e direcionadas algumas das ilustrações com o texto.
80 | Investigação Ativa
6. PROTÓTIPO FINAL
Após as alterações feitas e o protótipo final ter sido impresso, coladas ambas
as frentes, cortar, dobrar e encaixar novamente, o protótipo manteve o tama-
nho inicialmente estipulado – Bloco I com 840mm x 297 mm e o Bloco II com
735 mm x 297 mm – e o papel IOR de 90 grs, semelhante ao protótipo inicial.
De uma modo geral, este protótipo ficou muito próximo ao que seria de
esperar. O resultado encontra-se de acordo com as expetativas que tinham
sido estipuladas para o objeto experimental. Conseguiu-se desenvolver um
jornal acessível, equilibrado e de fácil adaptação para futuras edições, mas
também um modelo funcional e fácil de transportar.
Ao realizar este protótipo, foi possível compreender de modo mais profun-
do todo o processo de conceção de objetos impressos com grandes dimen-
sões. Isto é, mostrou-se uma mais-valia deparar com limitações de impressão,
adquirir conhecimento através da exploração de diferentes tipos de papel, que
anteriormente não se tinha experimentado e, procurar soluções ao longo da
conceção do protótipo para conseguir chegar a um resultado final.
Podemos observar das figuras 84 à 87, o resultado final e alguns porme-
nores de algumas interações presentes no protótipo. No Apêndice VII é possí-
vel ver a totalidade do protótipo final e no Apêndice VIII a versão digital.
Investigação Ativa | 81
Figura 92. Verso do protótipo final.
Fonte: Investigadora (2020)
82 | Investigação Ativa
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Investigação Ativa | 83
CAPÍTULO 4 AVALIAÇÃO
1. TESTES DE USABILIDADE
Investigação Ativa | 85
em voz alta durante a execução de uma tarefa. O individuo verbaliza os seus
pensamentos sem ter que descrever ou explicar o que está a fazer, i.e, apenas
fala sobre as informações que presta atenção de forma a gerar uma resposta.
Em muitos casos, este método gera dados diretos sobre o processo de pen-
samento contínuo durante o desempenho de uma tarefa. Desta forma, é pos-
sível retirar um feedback imediato com o intuito de contribuir para uma valida-
ção de satisfação sobre os participantes com o protótipo e os seus conteúdos.
86 | Investigação Ativa
Na última fase, entrega-se um questionário ao participante (Apêndice XI) que
é divido em três partes: na primeira secção contém os dados pessoais do
sujeito (idade e o sexo) e duas questões sobre o conhecimento do jornal im-
presso; na segunda secção, é feita uma avaliação geral sobre o “Ok” através
de frases objetivas com respostas de sim ou não. Por fim, a seleção de três
adjetivos que melhor descrevem o jornal. Também se incluiu uma área para
observações ou sugestões que o sujeito queira deixar. O questionário é feito
de forma anónima, atribuindo um número pela ordem das sessões de forma a
facilitar a comparação dos questionários com as observações diretas.
2. RESULTADOS
Investigação Ativa | 87
CONCLUSÃO
1. CONCLUSÕES
89
Nesta fase da investigação deparamo-nos com muita informação sobre o jornal
como plataforma digital. No entanto, é importante mencionar que jornalistas e
designers não deviam encerrar este tema. A necessidade de investigações de
carácter teórico e prático são fundamentais para preparar e incentivar apostas
em soluções mais inovadoras, desenhando novas relações com as ferramen-
tas existentes.
Com a investigação verificou-se que os adultos estão cada vez mais de-
sinteressados no modelo físico, no entanto comprovou-se que as perspetivas
de mudança para o jornal impresso junto das crianças demonstram vanta-
gens e potencial. Como tal, definiu-se o grupo de utilizadores com idades
compreendidas entre os 8 e os 12 anos, pela razão que nesta fase as crianças
estão mais conscientes e aprendem a participar e a contribuir para o mundo.
Ainda assim, para comprovar que o jornal impresso pode ser beneficiado
a partir de noções de interação – desenvolveu-se um objeto experimental
– não obstante de cumprir a função de transmitir conhecimentos e cons-
ciencializar os novos leitores sobre a atualidade – que apresenta um formato
alternativo e interativo sobre o que conhecemos hoje do jornal, com o intuito
de estimular a curiosidade e a criatividade na sua utilização. O resultado foi
um jornal impresso que introduz ao leitor uma experiência educativa e dinâ-
mica, através da interatividade impressa.
Ao longo da Investigação Ativa, a maior preocupação deste projeto foi
conseguir estabelecer uma aproximação do objeto com o utilizador. O de-
senvolvimento de um novo formato teve como objetivo desafiar o grupo de
utilizadores a envolver-se no processo de utilização, mas também aproveita-
ram-se outras interações de diversas tipologias que cumprem o objetivo de
aproximar os conteúdos com o leitor.
Apesar de a avaliação não ter sido concretizada, de modo geral, a inves-
tigação conseguiu retirar informações que antes não tinham sido aplicadas
no jornal impresso. Verificou-se que a aplicação de interações em objetos
impressos contribui para a relação de aproximação do utilizador, das suas
necessidades e expetativas.
As interações estudadas e apresentadas no objeto experimental são uma
demonstração do que é possível realizar com o recurso à interação, deixando
em aberto a oportunidade de explorar, experimentar e executar novas ideias
no jornal impresso. Por fim, a contribuição para os designers se motivarem a
criar objetos impressos e incorporar a interatividade impressa nos seus pro-
jetos, tornando-os mais conscientes sobre as necessidades do utilizador e a
sua experiência.
90
2. RECOMENDAÇÕES FUTURAS
91
ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
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VÍDEO
Bandita. (diretor e produtor). (2012) President’s Design Award Singapore 2012 [You
Tube]. Singapura: Obllique
108
GLOSSÁRIO
Pop-up –Janela que surge sobre outra quando se visita uma página da
Internet ou se segue uma hiperligação, muitas vezes sem que o utilizador
o tenha solicitado.
Scroll – Ação de mover para cima ou para baixo num dispositivo digital.
109
APÊNDICES
ATUALIDADE
O que é a COVID-19?
COVID-19 é o nome, atribuído pela Organização Mundial da Saúde, à doença provocada
pelo novo coronavírus SARS-COV-2, que pode causar infeção respiratória grave. Este
vírus foi identificado pela primeira vez em humanos, no final de 2019, na cidade chinesa
de Wuhan, província de Hubei, tendo sido confirmados casos em outros países.
E os coronavírus?
Os coronavírus são um grupo de vírus que podem causar infeções nas pessoas. Nor-
malmente estas infeções estão associadas ao sistema respiratório, podendo ser pare-
cidas a uma gripe comum ou evoluir para uma doença mais grave, como pneumonia.
111
O que é a quarentena e o isolamento?
A quarentena (“isolamento profilático”) e o isolamento são medidas de afastamento
social essenciais em saúde pública. São especialmente utilizadas em resposta a uma
epidemia e pretendem proteger a população pela quebra da cadeia de transmissão en-
tre pessoas. A diferença entre a quarentena e o isolamento parte do estado de doença
da pessoa que se quer em afastamento social.
Epidemia vs pandemia
Uma epidemia é quando uma doença ocorre com frequência invulgar numa determina-
da região e por um período limitado. Já a pandemia é uma epidemia que se alastra ao
mesmo tempo em vários países.
3. Assoar o nariz
Usa sempre um lenço de papel novo e deita imediamente fora no lixo.
112
Quando devo lavar as mãos?
Em geral, deves sempre lavar as mãos depois de ires à casa-de-banho, antes e depois
de comer, quando mexes no lixo, brincas com animais de estimação ou quando é vísivel
ver as mãos sujas. No contexto de prevenção da COVID-19, aindas deves lavar as mãos
depois de assoar o nariz, tossir ou espirrar, depois de visitar um espaço público, como
os transportes públicos e os supermercados, depois de tocares em superfícies fora de
casa, incluindo o dinheiro e antes, durante e depois de cuidares uma pessoa doente.
É importante que sigas todos os passos de lavagem para que as tuas mãos estejam
100% limpas.
· Colocar dentro de um recipiente 60% de álcool (150 ml) e 40% de gel de aloe vera
(100 ml). Misturar muito bem.
· Colocar a mistura dentro de um pequeno frasco com pulverizador de 250 ml, seja de
plástico ou de vidro.
6. Máscara social
O equipamento de proteção individual refere-se a qualquer equipamento usado como
barreira protetora, com o objetivo de proteger as mucosas, pele e roupa do contacto
com agentes infeciosos, neste caso do vírus. Alguns dos equipamentos que podem ser
usados para proteção individual são máscaras, respiradores, óculos, luvas, bata, entre
outros. Estes devem ser utilizados conforme a atividade desempenhada e o risco de ex-
posição à COVID-19.
Devido à evolução da pandemia, foi considerada a utilização alargada de outros dis-
positivos de proteção (por exemplo, máscara de uso social) como medida complemen-
tar para limitar a transmissão do vírus na comunidade, contudo é importante que estes
cumpram critérios e requisitos em termos de conceção, desempenho e usabilidade. A
utilização de máscara permite que o utilizador proteja as pessoas que o rodeiam e o
ambiente. Todavia, a sua utilização só é efetiva se for combinada com outras medidas de
prevenção, como a lavagem de mãos, a etiqueta respiratória e o distanciamento físico.
Por si só, a máscara não garante proteção, podendo fazer esquecer as outras medidas de
prevenção. Por exemplo, se a máscara não estiver bem colocada, podes ter a tendência
para tocar mais vezes na cara.
113
Devemos usar sempre a máscara?
O uso de máscaras na comunidade constitui uma medida adicional de proteção, pelo
que não dispensa a adesão às regras de distanciamento social, de etiqueta respiratória
e de higiene das mãos, tendo que ser garantida a sua utilização adequada. Quem tem
indicação para usar máscara são:
· Os profissionais de saúde que para além da máscara, muitos deles têm que usar
mais equipamentos de proteção individual;
· As pessoas que têm indicação médica para as utilizarem, como por exemplo os doen-
tes com o sistema imunitário mais frágil, nas deslocações esporádicas fora do domicílio;
· As pessoas com sintomas de infeção respiratória (febre, tosse ou dificuldade res-
piratória) que estão em contacto com outras pessoas;
· Os profissionais e todas as pessoas que possam contactar diretamente com doentes
suspeitos ou confirmados de COVID-19 ou com material utilizado por estes doentes;
· As pessoas e profissionais de diversos grupos para o desempenho de algumas fun-
ções (bombeiros, agentes de segurança, cuidadores formais e informais, profissio-
nais e voluntários de lares, de instituições de saúde e sociais, profissionais que fazem
a limpeza das ruas e a recolha de resíduos urbanos, entre outros);
· As pessoas que estão no interior de instituições de saúde (como os hospitais,
centros de saúde e outros);
· As pessoas que se deslocam a espaços interiores fechados como supermercados,
farmácias, lojas ou estabelecimentos comerciais, transportes públicos entre outros.
ESTADO DE EMERGÊNCIA
O QUE É E QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CIDADÃOS E EMPRESAS
O estado de emergência não suprime direitos fundamentais, mas suspende-os du-
rante um determinado período de tempo e, nessa medida, é um instrumento que nunca
pode ser imposto sem uma justificação muito forte. A Constituição da República fala em
casos de calamidade pública e o que terá agora de ser definido é se, de facto, a situação
que o país atravessa pode já integrar ou não esse conceito.
Para já, estamos no âmbito das medidas preventivas, por exemplo a imposição de
recolher obrigatório, barreiras na estrada ou controle de circulação de pessoas. A Cons-
114
tituição impõe que, na declaração do estado de emergência, seja observado o princípio
por forma a evitar excessos. Está previsto na Constituição desde 1976, mas em demo-
cracia nunca foi usado este instrumento, que suspende direitos fundamentais e que só
deve ser usado em casos de calamidade pública. A iniciativa compete ao Presidente da
República, com audição do Governo e aprovação pelo Parlamento.
MUNDO
115
A VIDA EM QUARENTENA PELAS JANELAS, VARANDAS E TELHADOS DE WUHAN
Mais de 50 dias depois, a cidade chinesa de Wuhan continua parada no tempo. As autori-
dades locais informaram esta quarta-feira, 11 de Março, que as empresas que produzem
bens e serviços essenciais podem retomar a atividade; nestas incluem-se empresas de
equipamento médico e farmácias, de serviços públicos, de supermercados e de produ-
ção agrícola. No entanto, a regresso à vida normal será gradual e a maior parte da po-
pulação permanece em casa, nesta que se acredita ser a cidade de origem da epidemia
do novo coronavírus. Os habitantes espreitam pelas janelas, saem às varandas e aos
telhados para respirar algum ar fresco. Confinados ao espaço das suas habitações,
tentam prosseguir com a vida. Penduram roupa, comem noodles, fumam cigarros. Nos
prédios que possuem pátios nos telhados ou varandas grandes, as crianças brincam
um pouco no exterior.
O esforço de isolar em quarentena uma cidade com 11 milhões de habitantes pare-
ce ter valido a pena. A expansão da doença está a acalmar e o número de novos casos
na cidade está a reduzir, invertendo o destino do país ao mesmo tempo que a atenção
do mundo se vira para outros focos. Em Wuhan, o coronavírus já foi detectado em cerca
de 50 mil pessoas e já provocou 2423 mortes, tornando-a na localidade mais afectada
por uma epidemia na história.
116
PAÍS
ECONOMIA
117
DIVERTE-TE COM AS ATIVIDADES ONLINE DO JARDIM ZOOLÓGICO DE LISBOA
Como não podes ir ao Jardim Zoológico, o Jardim Zoológico vai até tua casa! É isso
mesmo: todos os dias, vai lançar-te desafios. Estes estão agrupados por idades (3-5
anos, 6-9 anos, 10-12 anos e 13-16 anos) e são revelados diariamente, no site zoo.pt, pe-
las 11 horas. O desafio pode ser, por exemplo, descobrir o animal na fotografia, com adi-
vinhas simples (no caso dos participantes mais novos) ou com um questionário mais
elaborado (para os mais velhos). Esta será uma forma divertida de aprender muitos
pormenores e curiosidades sobre os animais que ali vivem e ainda os encontros com
biólogos. Só tens de escolher!
TECNOLOGIA
118
que torna fácil seguirmos a evolução da Terra desde há milhões de anos. Ao alterarmos
as datas e eventos fulcrais na vida do planeta, podemos perceber fenómenos como o
aparecimento dos primeiros répteis, a presença dos dinossauros entre muitas outras
coisas. Também podemos perceber que o mapa ilustra dados científicos complexos e
interessantes de uma forma interativa e fácil de usar.
Assim, o autor deixa a sugestão que este trabalho possa mesmo ser usado por pro-
fessores, educadores e curioso na história e ciência da Terra. Fica o convite e o desafio
para pesquisarem e aproveitarem muita da informação disponível, que complementa o
globo interativo.Acede em: dinosaurpictures.org.
CULTURA
119
mercado. Contudo, acabou por decidir fazer “uma pausa” na literatura infanto-juvenil.
Lançou dois livros para adultos sob o pseudónimo Robert Galbraith e “o rascunho de
The Ickabog ficou no sótão durante uma década”.
Apesar de o lançamento oficial do livro ser só em novembro, a partir das 15h desta
terça-feira, o primeiro capítulo passou a estar disponível (apenas em inglês) na pági-
na oficial da obra. Durante as próximas sete semanas, vão sendo lançados outros. Ao
mesmo tempo que anunciou este novo livro, Rowling disse estar recetiva a sugestões
de ilustração para a história. As que gostar mais vão ser incluídas na versão física do
livro. Do que estás há espera? Deixamos-te o link para acederes e se gostares de dese-
nhar participa: theickabog.com
DESAFIO DA SEMANA
FICHA TÉCNICA
Diretor: Marta Dias • Atualidade: Rita Almeida, Mariana Lourenço, Filomena Lança e
Filipe Silva. Cultura: Nuno Pacheco e Ricardo Mendes • Economia: Manuel Machado.
Mundo: António Araújo, Sofia Silva e José Francisco Gomes • País: António Matos •
Tecnologia: Catarina Vasconcelos, Luís Filipe Ramos e Vítor Morgado • Departamento
de Arte: Marta Dias • Infografia/Tratamento de Imagem: Marta Dias • Edição: Impres-
são: Multicópias, Centro de cópias. Rua de São Luís, 8000-285 Faro, Portugal. Telf: 289
807 378 • Assinaturas: Linha de Apoio: 707 201 201 Custo das chamadas: Rede fixa
0,10euro/min. Rede móvel 0,25euro/min Taxadas ao seg. após o 1º min. Valores su-
jeitos a IVA. Dias úteis das 7h00 às 18h00. E-mail: [email protected]. Sede de
Redação: Rua Poço dos Negros. 1200-109 Lisboa. Tel. 222 096 111. Fax 222 096 140.
120
APÊNDICE II ESBOÇOS E PROTÓTIPAGEM
121
122
APÊNDICE III NORMAS GRÁFICAS DO LOGÓTIPO E DO CABEÇALHO
X 2X
2X X
Y Y
BLACK
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Edição Jovem • N° 1 • 1,50€ • Domingo, 18 de Abril de 2020 • Fundador e Diretor: Marta Sofia Fialho Dias
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Semibold
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 1234567890
extrabold
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 1234567890
BLACK
#000000
123
APÊNDICE IV DIAGRAMAÇÃO
Corpo de texto
Texto complementar
ao título em destaque
Informação extra
e/ou atividades
Seção
Janela pop-up
de significados
Logótipo e cabeçalho
Titulo destaque
Área do desafio
da semana
124
APÊNDICE V ILUSTRAÇÕES
125
126
APÊNDICE VI CONCEÇÃO DO PROTÓTIPO
127
128
APÊNDICE VII PROTÓTIPO FINAL
129
130
131
APÊNDICE VIII PROTÓTIPO VERSÃO DIGITAL
BLOCO I
ATUALIDADE
6. MÁSCARA SOCIAL conceção, desempenho e usabilida- DEVEMOS USAR − Os profissionais e todas as pes- vamo
O equipamento de proteção indivi-
dual refere-se a qualquer equipa-
de. A utilização de máscara permite
que o utilizador proteja as pessoas
SEMPRE A MÁSCARA?
O uso de máscaras na comunidade
soas que possam contactar direta-
mente com doentes suspeitos ou distanciamento social pode falar
mento usado como barreira prote-
tora, com o objetivo de proteger as
que o rodeiam e o ambiente. Toda-
via, a sua utilização só é efetiva se
constitui uma medida adicional de
proteção, pelo que não dispensa a
confirmados de COVID-19 ou com
material utilizado por estes doentes;
evitar a transmissão do vírus de al
mucosas, pele e roupa do contacto
com agentes infeciosos, neste
caso do vírus. Alguns dos equi-
for combinada com outras medidas
de prevenção, como a lavagem de
mãos, a etiqueta respiratória e o
adesão às regras de distanciamen-
to social, de etiqueta respiratória e
de higiene das mãos, tendo que ser
− As pessoas e profissionais
de diversos grupos para o desem-
penho de algumas funções (bom-
POR FILOMENA LANÇA sério
pamentos que podem ser usados distanciamento físico. Por si só, a garantida a sua utilização adequa- beiros, agentes de segurança, As medidas de distanciamento são nicos ou eletrónicos, para entrar Se sentires
para proteção individual são más- máscara não garante proteção, po- da. Quem tem indicação para usar cuidadores formais e informais, das mais efetivas na redução da em contacto com outros serviços, ATENÇÃO! É natural ter
caras, respiradores, óculos, luvas, dendo fazer esquecer as outras me- máscara são: profissionais e voluntários de lares, transmissão da COVID-19 e têm como supermercados ou farmá- Entre as recomendações, a DGS tuação desta
bata, entre outros. Estes devem didas de prevenção. Por exemplo, − Os profissionais de saúde que de instituições de saúde e sociais, como objetivo reduzir o contacto cia, ou, quando possível agenda a diz ainda que não deves partilhar a sermos cui
ser utilizados conforme a atividade se a máscara não estiver bem co- para além da máscara, muitos de- profissionais que fazem a limpeza entre pessoas, com exceção da- tua presença nos espaços físicos, artigos pessoais, frequentar luga- mo-nos, o qu
desempenhada e o risco de exposi- locada, podes ter a tendência para les têm que usar mais equipamen- das ruas e a recolha de resíduos quelas que vivem na mesma casa. como museus, restaurantes, entre res movimentados com muitas Não tenhas
ção à COVID-19. tocar mais vezes na cara. tos de proteção individual; urbanos, entre outros); Assim deves, manter uma dis- outros. Em caso de necessidade pessoas, ter contatos desnecessá- medo, porque
Devido à evolução da pandemia, − As pessoas que têm indicação − As pessoas que estão no inte- tância de pelo menos 1,5 – 2 me- de cuidados médicos, utiliza ser- rios (como por exemplo, convívios tilha esse sen
foi considerada a utilização alarga- médica para as utilizarem, como por rior de instituições de saúde (como tros das outras pessoas; evitar o viços telefónicos ou eletrónicos dentro ou fora de casa) e promover soas que te r
da de outros dispositivos de pro- MÁSCARAS exemplo os doentes com o sistema os hospitais, centros de saúde e contato com pessoas que apre- para contactar previamente os ou participar em eventos que reú- cura fazer co
teção (por exemplo, máscara de imunitário mais frágil, nas desloca- outros); sentem sintomas sugestivos de serviços de saúde, não esquecen- nam muitas pessoas, sobretudo não te esque
uso social) como medida comple- DE PROTEÇÃO ções esporádicas fora do domicílio; − As pessoas que se deslocam a COVID-19, como febre, tosse ou do que estes têm circuitos separa- em espaços fechados. Sempre que é temporária.
mentar para limitar a transmissão − As pessoas com sintomas de espaços interiores fechados como dificuldade respiratória e sempre dos para COVID-19, e que sempre for necessário reunir com outras
do vírus na comunidade, contudo SÃO O NOVO infeção respiratória (febre, tosse ou supermercados, farmácias, lojas ou que possível, ficar em casa. Utili- que se justificar deve recorrer pre- pessoas, opta pelo mínimo possí- Desafio-te a
é importante que estes cumpram dificuldade respiratória) que estão estabelecimentos comerciais, trans- za, de preferência, serviços telefó- sencialmente a estes serviços. vel e em espaços abertos. riscar esta p
critérios e requisitos em termos de ACESSÓRIO em contacto com outras pessoas; portes públicos entre outros. fora os teus m
1.
terás a tua máscara. O importante
O QUE SIGNIFICA
é que fique bem encaixada no
rosto, de forma confortável, que PASSARMOS
PARA ESTADO DE
estado de emergência
incluam várias camadas de tecido
mas ao mesmo tempo permitam
3 cm
CALAMIDADE ? o que é e quais as consequências
para os cidadãos e empresas
respirar e que sejam fáceis de lavar 18 cm
3. RECORTA
e secar, para utilizares novamente Significa que começa uma fase
em segurança. de controlo da pandemia em POR FILIPE SILVA
AS PONTAS. Portugal, caracterizada por uma
15 cm tentativa de reabertura gradual O estado de emergência não supri- desde 1976, mas em democracia transportes públicos, exemplifica
da economia no país. O fim do me direitos fundamentais, mas sus- nunca foi usado este instrumento, o constitucionalista Jorge Pereira
estado de emergência não é pende-os durante um determinado que suspende direitos fundamen- da Silva. No caso concreto das em-
um regresso à normalidade. período de tempo e, nessa medida, tais e que só deve ser usado em presas, ficará suspensa a liberdade
é um instrumento que nunca pode casos de calamidade pública. A de iniciativa económica, o que de
4. ATA OS ATILHOS
ser imposto sem uma justificação iniciativa compete ao Presidente da certa forma já está a acontecer
DURANTE QUANTO muito forte. A Constituição da Re- República, com audição do Governo quando se determina que determi-
TEMPO PODEMOS ATRÁS DO PESCOÇO pública fala em casos de calamida- e aprovação pelo Parlamento. nadas atividades têm de encerrar
UTILIZAR A MÁSCARA? E DA CABEÇA. de pública e o que terá agora de ser ou de cumprir horários específicos,
definido é se, de facto, a situação QUAIS OS DIREITOS QUE acrescenta o especialista. Poderá
As máscaras de proteção devem que o país atravessa pode já inte- FICAM CONDICIONADOS? haver aqui um alargamento, com
ser substituídas de 4 em 4 horas ou grar ou não esse conceito. No caso presente, o que estará em o encerramento compulsivo de to-
sempre que estiverem molhadas. Há Para já, estamos no âmbito das causa será essencialmente o di- das as atividades económicas que
diferentes tipos de máscara, portanto medidas preventivas, por exemplo reito à liberdade de circulação, na não sejam fundamentais.
devem ser seguidas as recomen- a imposição de recolher obrigatório, medida em que as pessoas pode-
dações de utilização da mesma. barreiras na estrada ou controle de rão ser impedidas de sair de casa QUAL A DURAÇÃO
circulação de pessoas. A Constitui- ou de circular livremente. Será MÁXIMA?
ção impõe que, na declaração do es- possível, por exemplo, a imposição O estado de emergência pode du-
tado de emergência, seja observado de um recolher obrigatório, a colo- rar 15 dias. A Lei Fundamental ad-
o princípio por forma a evitar exces- cação de barreiras na estrada, ou o mite "eventuais renovações, dentro
sos. Está previsto na Constituição controle de pessoas que usem os dos mesmos limites".
ATUALIDADE
E OS CORONAVÍRUS?
Os coronavírus são um grupo de vírus que podem causar infeções nas
pessoas. Normalmente estas infeções estão associadas ao sistema res-
piratório, podendo ser parecidas a uma gripe comum ou evoluir para uma
doença mais grave, como pneumonia.
EPIDEMIA VS PANDEMIA
Uma epidemia é quando uma doen-
ça ocorre com frequência invulgar
com
INVISÍVEL
numa determinada região e por um
período limitado. Já a pandemia
é uma epidemia que se alastra ao
SABES PORQUE NÃO dev
A OLHO NU,
O VÍRUS SÓ
mesmo tempo em vários países. VAIS À ESCOLA E
QUEM CUIDA DE TI
pro
POR MARIA
1.
perfícies infetadas. Normalmente A maioria das pessoas consegue me- anticorpos vão combater o vírus tistas sabem que o medicamento
as pessoas visitadas pelo corona- lhorar sozinha do coronavírus com mais rapidamente. funciona e é seguro, eles produzem
O SIGNIFICADO DA vírus sentem tosse, febre (tempera- medicamentos e recomendações De certeza que te lembras quan- a quantidade necessária para todos
PALAVRA COVID-19 tura ≥ 38,0°C) e dificuldade em res- feitas pelos médicos mas ainda não do eras mais novo tomaste algu- os que precisam. MOLHA A
pirar (falta de ar). Geralmente ficam existe uma cura porque é um vírus mas vacinas, certo? Isso significa ÁGUA CO
O nome da doença resulta das palavras doentes por vários dias, mas os novo. Cientistas de muitos países que te protegeste contra algumas FECHA A
“Corona”, “Vírus” e “Doença” com corpos dos humanos são incríveis. estão a estudá-lo e quase a desco- doenças.
indicação do ano em que surgiu (2019). Quando um novo vírus, como brir uma vacina para evitar que mais
o coronavírus, entra no corpo de pessoas fiquem doentes. É um pro-
uma pessoa, o seu corpo sabe que cesso demorado, mas os médicos e
o vírus não é bem-vindo e começa os cientistas querem ajudar todos a
a lutar contra ele com uma arma melhorar de forma rápida e segura.
132
Edição Jovem • N° 1 • 1,50€ • Domingo, 18 de Abril de 2020 • Fundador e Diretor: Marta Dias
LIDADE
vamos
falar
de algo
sério.
Se sentires medo, não faz mal.
É natural termos medo numa si-
tuação destas. O medo ajuda-nos
a sermos cuidadosos e a proteger-
mo-nos, o que é muito importante.
Não tenhas vergonha se sentires
medo, porque todos sentimos. Par-
tilha esse sentimento com as pes-
soas que te rodeiam, ocupa-te, pro-
cura fazer coisas de que gostas e
não te esqueças que esta situação
é temporária.
exemplifica
orge Pereira
reto das em-
a a liberdade
ca, o que de
a acontecer
que determi-
de encerrar
específicos,
lista. Poderá
mento, com
ulsivo de to-
nómicas que
O VÍRUS INVISÍVEL
ais.
como nos
DÁ UM TÍTULO
para um desinfetante caseiro:
5.
133
BLOCO II
O MUNDO O PAÍS
britânico
POR ANTÓNIO ARAÚJO
coronel Tom. "A fantástica arreca-
dação de fundos do coronel Tom
quebrou os recordes, inspirou todo
timos metros vestindo uma jaqueta
coberta por medalhas militares.
A resposta do povo britânico su-
e em alguns processos industriais. dustrial motivada pela quarentena
imposta a várias regiões da China ti-
nha feito cair as emissões de gases
da produção e a reduções temporá-
rias — como a registada agora.
Em simultâneo, a necessária res-
A rainha Isabel II vai o país e nos trouxe um raio de luz perou todas as expetativas, fazendo poluentes naquele país em cerca posta ao surto está a ter um forte
nomear "Cavaleiro" no meio do nevoeiro do coronaví- com que as doações chegassem de 25%. A queda das emissões na impacto ambiental imediato: a uti-
o coronel Thomas Moore, rus", afirmou Johnson, agradecen- aos 33 milhões de libras [cerca de China naquele período representou lização de produtos descartáveis
um veterano militar do ao veterano de guerra "em nome 37 milhões de euros]. Isso ocorreu TRANSFORMA O um corte superior às emissões fei- (de equipamentos médicos a em-
britânico que se tornou de todos os que se comoveram no dia em que o veterano comemo- TEMPO DO BANHO tas por Portugal ao longo de um ano balagens alimentares) disparou, le-
um herói nacional durante com sua incrível história". A 6 de rou seus 100 anos, recebendo al- EM UMA CORRIDA inteiro — e o aumento da qualidade vando a problemas de acumulação
a pandemia, depois de abril, o então "Capitão Tom" – mais gumas honras, como o voo de dois Sabias que se reduzires o tempo do ar tem potencial para salvar mi- de lixo em várias partes do mundo.
arrecadar 33 milhões de tarde nomeado coronel honorário aviões da Royal Air Force e a chega- de banho em casa por apenas um lhares de vidas. Além disso, o financiamento de
libras para a saúde pública. – propôs-se a arrecadar 1.000 li- da de 140.000 cartões de aniversá- ou dois minutos, vais economizar Na Península Ibérica, o mesmo medidas de emergência adotadas
bras para associações vinculadas rio vindos de todo o mundo. até 150 litros de água por mês? cenário: desde a implementação por vários países — incluindo Portu-
ao Serviço Público de Saúde Britâ- O nome de Thomas Moore tam- Desafia a tua família e cronome- das medidas de confinamento, a gal — para fazer face à pandemia vai
nico, o NHS. bém foi dado a um comboio de alta tra o tempo de cada um no banho. poluição e as emissões de gases obrigar a reorganizar prioridades no
Para isso, criou o objetivo de ca- velocidade, além de que foi nomea- Quem concluir em menor tempo com efeito de estufa em Portugal futuro. E os especialistas não têm
minhar, com a ajuda do seu andador, do membro honorário da seleção ganha uma recompensa estabele- e Espanha caíram abruptamente. dúvidas: entre os primeiros investi-
cem vezes os 25 metros quadrados de críquete inglesa e viu ainda o cida por ti. Só há uma regra que to- O prolongamento e agravamento mentos a cair ou a sofrer cortes sig-
do seu jardim, como forma de pres- serviço postal britânico criar um dos têm de cumprir: a higiene pes- do surto, entretanto classificado nificativos estarão os associados ao
tar homenagem aos profissionais selo especial em sua homenagem. soal tem de ser feita corretamente. pela Organização Mundial da Saú- combate às alterações climáticas.
Diverte-te a poupar! de como pandemia, conta, porém, Para já, esse combate está em
uma história diferente. pausa. Por todo o mundo, incluin-
O entendimento dos especia- do na União Europeia, debates so-
listas é o de que a propagação do bre políticas ambientais têm sido
coronavírus vai ter mais impactos adiados ou cancelados. As leis
A VIDA EM QUARENTENA PELAS JANELAS, negativos do que positivos no que ambientais estão a passar para se-
› Emma Sohl
VARANDAS E TELHADOS DE WUHAN toca às alterações climáticas. So- gundo plano. E até a ativista sueca
POR SOFIA SILVA bre as emissões poluentes, a his- Greta Thunberg anunciou que iria
tória ensina que, após momentos suspender as manifestações de
Mais de 50 dias depois, a cidade habitações, tentam prosseguir com de crise como este, a recuperação jovens que se repetem todas as
chinesa de Wuhan continua parada a vida. Penduram roupa, comem económica se faz com uma forte sextas-feiras por todo o mundo em
O CAPITÃO DEU 100 VOLTAS no tempo. As autoridades locais in- noodles, fumam cigarros. Nos pré- subida na produção, sacrificando defesa do clima, substituindo-as
AO SEU JARDIM. formaram esta quarta-feira, 11 de dios que possuem pátios nos telha- preocupações ambientais. por uma “greve digital”.
Março, que as empresas que pro- dos ou varandas grandes, as crian-
E tu, o que fazias para angariar dinheiro duzem bens e serviços essenciais ças brincam um pouco no exterior.
e ajudar a tua comunidade? podem retomar a actividade; nestas O esforço de isolar em quarente-
AS EMISSÕES DE DIÓXIDO DE AZOTO
incluem-se empresas de equipa- na uma cidade com 11 milhões de
› Reuters
NA PENÍNSULA IBÉRICA. MARÇO 2019
mento médico e farmácias, de ser- habitantes parece ter valido a pena. (ESQUERDA) E MARÇO DESTE ANO (DIREITA).
CULTURA TECNO
As impres
longo do dia.
artistas somas de dinheiro – "gor- ser direcionados para o projeto
jetas", enfim. A ideia surge numa COVID-19 Musci Relief do Spotify. Os movimen
altura em que a generealidade dos Os artistas podem também, claro, lentos, o pald
músicos se debate com a suspen- guardar para si as gorjetas, através palhados pelo
são da sua atividade. dos serviços PayPal ou Cash App, dos, a dentiçã
QUE ARTISTAS Há muito que a plataforma per- tendo sido esse, aliás, o principal da, e um puré
GOSTARIAS DE AJUDAR? mitia que os artistas destacassem propósito da iniciativa, segundo os a ingestão, é u
uma peça escolhida no seu perfil responsáveis do Spotify, naquela Tanto Sobjko
– a Artist's Pick. Agora, o Spotify que é encarada como mais uma da indústria
lançou uma versão gémea dessa tentativa de minorar os efeitos da dade de Hong
função, a Artist Fundraising Pick, paragem forçada de milhares de soras 3D mú
que permite aceder a um link espe- músicos pelo mundo inteiro. Por para respond
cífico onde os utilizadores-ouvin- esclarecer fica se a nova função irá idosos, mas t
tes podem deixar gorjetas. O que manter-se ou se será desativada mentar de gr
fazer, depois, com essas eventuais no pós-pandemia. intolerantes à
NOMEIA OS TEUS TRÊS As possibi
ARTISTAS FAVORITOS e quase pare
de bróculos,
introduzido n
JÁ CRIASTE ALGO ORIGINAL onde é mistu
PARA EVITARMOS POR RICARDO MENDES tua família ou dos teus trabalhos artís-
ticos. Pede a um familiar/responsável
A PROPAGAÇÃO DA
COVID-19 DEVEMOS:
J.K. Rowling, a escritora por detrás
dos livros de Harry Potter — que,
como disse recentemente no Twit-
Lançou dois livros para adultos sob
o pseudónimo Robert Galbraith e “o
rascunho de The Ickabog ficou no
para te ajudar a preencher o formulário
que está presente no nosso site e qual-
quer dúvida que tenhas envia-nos um
ond
› MANTER UMA DISTÂNCIA SEGURA. ter, não teve inspiração na histórica
Livraria Lello, no Porto — anunciou
que vai lançar um novo livro. A
sótão durante uma década”.
Apesar de o lançamento oficial
do livro ser só em novembro, a partir
e-mail para [email protected].
cida
história é direcionada a ti, chama-
-se The Ickabog e vai ser lançada
gratuitamente online a partir desta
das 15h desta terça-feira, o primeiro
capítulo passou a estar disponível
(apenas em inglês) na página ofi-
de a
POR VÍTOR M
Diretor: Marta Dias • Atualidade: Rita
terça-feira, “um ou dois capítulos” cial da obra. Durante as próximas
Almeida, Mariana Lourenço, Filomena Lança e Filipe Silva. Cultura:
de cada vez. De acordo com um sete semanas, vão sendo lança- Nuno Pacheco e Ricardo Mendes • Economia: Manuel Machado.
comunicado da autora britânica, dos outros. Ao mesmo tempo que Mundo: António Araújo, Sofia Silva e José Francisco Gomes • País: A história
a ideia para o livro surgiu quando anunciou este novo livro, Rowling António Matos • Tecnologia: Catarina Vasconcelos, Luís Filipe
longa do q
Ramos e Vítor Morgado • Departamento de Arte: Marta Dias •
ainda estava a escrever a saga do disse estar recetiva a sugestões de Infografia/Tratamento de Imagem: Marta Dias • Edição: Impressão:
conceber,
jovem feiticeiro e o objetivo era ilustração para a história. As que Multicópias, Centro de Cópias. Rua de São Luís, 8000-285 Faro, atual das p
lançá-lo após “Harry Potter e os gostar mais vão ser incluídas na Portugal. Telf: 289 807 378 • Assinaturas: Linha de Apoio: 707 201
e continen
201 Custo das chamadas: Rede fixa 0,10euro/min. Rede móvel
Talismãs da Morte”, o último vo- versão física do livro. Do que estás 0,25euro/min Taxadas ao seg. após o 1º min. Valores sujeitos a
acidente d
PREENCHE AS RESTANTES MEDIDAS lume, chegar ao mercado. Contu- há espera? Deixamos-te o link para IVA. Dias úteis das 7h00 às 18h00. E-mail: apoiocliente@jornalok. muito dife
COM O QUE APRENDESTE NO ARTIGO.
do, acabou por decidir fazer “uma acederes e se gostares de desenhar pt. Sede de Redação: Rua Poço dos Negros. 1200-109 Lisboa. Tel.
e a Terra p
222 096 111. Fax 222 096 140.
pausa” na literatura infanto-juvenil. participa: theickabog.com mais do qu
134
O PAÍS
#ESTUDOEMCASA
O MEU HORÁRIO
telescola arranca a 20 de abril
s de emis-
das últi-
e já tem programação
POR ANTÓNIO MATOS
cisamente
paragem Emissão irá ocorrer através professores e alunos terão opor-
DOMINGO
temporá- do sinal da rtp memória, tunidade de ficar a conhecer em
ora. de segunda a sexta, entre detalhe o que irá comportar “a es-
sária res- as 09h e as 17h50. cola na televisão”, considerando o
um forte material a seguir para as escolas”.
ato: a uti- O Ministério da Educação apresen- O projeto #EstudoEmCasa, “nasce”
cartáveis tou, esta sexta-feira, os moldes do devido aos constrangimentos causa-
os a em- projeto #EstudoEmCasa, a nova ver- dos pela pandemia de COVID-19, será
SÁBADO
parou, le- Sabias que ... são da telescola, que será emitido na transmitido no canal 7 da TDT, no ca-
umulação › O local em que estudas e fazes RTP Memória, de segunda a sexta, nal 100 da MEO, no canal 19 da NOS,
o mundo. os TPC deve ser preferencialmente entre as 9h e as 17h50, para todos os no canal 17 da Vodafone e no canal
mento de decorado com cores claras? alunos entre o primeiro e o nono ano. 13 da Nowo.
adotadas O verde e o azul são das cores As matérias a lecionar serão Em paralelo, cada um dos mó-
do Portu- mais calmantes e podem contribuir agrupadas por 1.° e 2.° anos, 3.° dulos será disponibilizado, não só
demia vai para a concentração. e 4.° anos, 5.° e 6.° anos, 7.° e 8.° através de um portal dedicado à
SEXTA
dades no anos e 9.° ano, “abrangendo ma- iniciativa (que pode aceder aqui),
não têm › Muitos pensam que estudar por térias de uma ou mais disciplinas como também de uma aplicação
os investi- horas e horas é a melhor maneira do currículo, as quais servirão de que será, em breve, apresentada
ortes sig- de aprender. No entanto, além de ser complemento ao trabalho dos pro- pelo Ministério da Educação aos
ciados ao desgastante, isso pode prejudicar os fessores com os seus alunos”. alunos.A RTP2, por sua vez, irá
máticas. teus estudos. O ideal é fazeres pausas Em comunicado, o Ministério da transmitir “conteúdos, pensando
está em regulares para descansar a mente Educação esclarece que, “nos pri- nas crianças da Educação Pré-es-
QUINTA
o, incluin- e terás melhores resultados. meiros dias do 3.° período letivo, colar, dos 3 aos 6 anos”.
bates so-
têm sido
As leis
r para se-
DEIXAMOS-TE UMA TABELA PARA
sta sueca
FAZERES O TEU HORÁRIO
QUARTA
u que iria
ações de
todas as
mundo em
tuindo-as
TERÇA
TO
019
(DIREITA).
SEGUNDA
HORAS
TECNOLOGIA ECONOMIA
As possibildiades são inúmeras dadas a revolucionar a forma como mero de pessoas presentes nos par- anos, 6-9 anos, 10-12 anos e 13-16 últimos mantidos em grandes arcas os mais novos, mas também para
› bob o’connor
e quase parece magia: um cocktail a sociedade se alimenta poderão ques e jardins nas horas de maiores anos) e são revelados diariamen- frigoríficas existentes no recinto). os mais crescidos, essa festa está
de bróculos, couve-flor e batata é invadir as casas de consumidores concentrações. te, no site zoo.pt, pelas 11 horas. Para os produtos perecíveis, como adiada até que os grandes portões de
introduzido numa impressora 3D, por todo o mundo. "Com a comida O desafio pode ser, por exemplo, vegetais e fruta, o zoo optou por esta- Sete Rios reabram para os receber.
AL onde é misturado com um agente impressa, colorida e com bom as- descobrir o animal na fotografia, belecer acordos com fornecedores e Mas lá dentro a vida continua. E até
E em textura de gel, que acelera a so- peto, mesmo os idosos continuam com adivinhas simples (no caso hipermercados para garantir as entre- já há novas vidas para apresentar: as
lidificação do preprarado em qual- a usar o garfo e faca e sentem-se dos participantes mais novos) ou gas. "Apesar dos tempos difíceis que crias de suricata e os lórios-verme-
quer forma que se designe... como mais jovens, e podemos programar Sabias que... com um questionário mais elabora- vivemos, continuamos a poder contar lhos, duas das espécies que regista-
› zoo lisboa
ito a de uma coxinha de frango, mas exatamente o que cada porção › Os oceanos cobrem cerca do (para os mais velhos). Esta será com ofertas de alimentos por parte ram nascimentos desde o início do
om com vitaminas, hidratos de carbono deve conter, como fazem com a de 70% da superfície uma forma divertida de aprender de alguns hipermercados", sublinha estado de emergência a 18 de março.
ci- e proteínas nas proporções dese- medicação: de uma forma comple- do nosso planeta. muitos pormenores e curiosidades
no jáveis. Tanto Sobjko conta ao OK tamente personalizada. sobre os animais que ali vivem e
es
da
que há uma mão-cheia de projetos › Todos os dias, entre
100 e 300 toneladas de
ainda os encontros com biólogos.
Só tens de escolher!
desafio da semana
ís- poeira cósmica, perfura a ORIGAMI , A ARTE Usando apenas uma folha de papel,
vel atmosfera. DE DOBRAR O PAPEL sem a necessidade de fazer recor-
rio
al-
um
onde estava a tua O origami é uma arte milenar e
tradicional que teve origem no Ja-
pão e significa, literalmente, dobrar
tes e usar cola, o origami utiliza um
pequeno número de dobras diferen-
tes, que podem ser combinadas de
cidade há milhões 1. 2. 3. 5.
papel. No princípio, a atividade era
voltada apenas à nobreza, já que,
diferentes formas, permitindo resul-
tados infinitos — desde simples aos
de anos ?
uns bons momentos a verificar dos primeiros répteis, a presença na época, o papel era considerado mais complexos.
onde Portugal esteve desde há mi- dos dinossauros entre muitas outras um artigo de luxo e pouquíssimas Inspirado nos novos lórios-ver-
Era uma vez... (sim, há muito mui- lhões de anos para cá. Há 240 mi- coisas. Também podemos perceber pessoas tinham acesso a ele. Com melhos, deixamos-te as instruções
POR VÍTOR MORGADO to tempo) o planeta Terra que ti- lhões de anos, o oceano Atlântico que o mapa ilustra dados científicos o passar do tempo, a matéria-pri- passo-a-passo para fazeres um
Rita
nha apenas um supercontinente. não existia, Espanha tinha um mar complexos e interessantes de uma ma foi se popularizando e a arte do pássaro origami. Apenas preci-
tura:
ado.
Depois as placas tectónicas mol- e a nossa costa marítima era para forma interativa e fácil de usar. origami começou a fazer parte do sas de papel com as medidas de
País: A história da Terra é mais darem o planeta com formas dife- “nuestros hermanos”. Assim, o autor deixa a sugestão 6. 7. 8. 9. currículo escolar japonês. 15x15cm. Boa sorte!
Filipe
longa do que podemos rentes. Assim, um paleontólogo da O mapa online, desenhado por que este trabalho possa mesmo ser
ias • PERSONALIZA O TEU PÁSSARO
ssão:
conceber, e a disposição Califórnia criou um mapa interativo Ian Webster, apresenta uma gama usado por professores, educadores TORNA-TE UM PRO EM ORIGAMIS
Faro, atual das placas tectónicas que permite às pessoas verem até de ferramentas que torna fácil se- e curioso na história e ciência da Ter- Temos um desafio extra para ti.
201
e continentes é um onde se deslocaram as suas ci- guirmos a evolução da Terra desde ra. Fica o convite e o desafio para Quantos origamis consegues
móvel
os a
acidente do tempo. Será dades de origem ao longo de 750 há milhões de anos. Ao alterarmos pesquisarem e aproveitarem mui- fazer em 5 minutos?
alok. muito diferente no futuro, milhões de anos de deriva conti- as datas e eventos fulcrais na vida ta da informação disponível, que
. Tel.
e a Terra pode durar nental. As informações disponibili- do planeta, podemos perceber fe- complementa o globo interativo. 1O. 11. 12.
mais do que todos nós. zadas são capazes de nos prender nómenos como o aparecimento Acede em: dinosaurpictures.org.
135
APÊNDICE IX PLANO DOS TESTES DE USABILIDADE
NÚMERO DE PARTICIPANTES
10 participantes
Crianças entre os 8 e os 12 anos de idade
OBJETIVOS
· De que forma ocorre a interação entre o utilizador e o protótipo, numa primeira exposição;
· Compreender como o utilizador manusea o protótipo;
· Verificar se o desempenho do utilizador melhora com a utilização;
· Perceber se a informação é útil e as atividades são fáceis de concretizar;
· Encontrar erros e dificuldades;
· Avaliar se o objeto cumpre os objetivos.
ESTRUTURA DA SESSÃO
Duração
10 minutos por sujeito
Introdução
· Apresentação da investigação e dos seus objetivos.
· Apresentação do protótipo.
· Explicação da estrutura do teste de usabilidade.
· Preenchimento do formulário de participação pelos encarregados de educação.
Manuseamento do Protótipo
· Folheio do jornal
· Realização das tarefas
Tarefas
4. Folheia até à secção “O Mundo”. Encontras uma área com uma pergunta/desafio.
Lê primeiro o artigo e responde ao desafio.
136
7. Enquanto folheavas o jornal, percebeste que o puderias separar?
Dados a Recolher
Observação Direta:
· Experiência do utilizador;
· Manuseamento do objeto;
· A realização das tarefas;
· Comportamento e comentários dos utilizadores.
Questionário:
· Avaliação dos contéudos;
· Opinião dos utilizadores sobre os temas abordados;
· Observações e sugestões.
137
APÊNDICE X AUTORIZAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO
Venho por este meio pedir a autorização do educando para a participação num teste de usabildade para a investi-
gação do projeto final de Marta Dias, aluna do Mestrado de Design de Comunicação, na Faculdade de Arquitetura
da Universidade de Lisboa. Esta investigação pretende promover uma reflexão sobre o jornal impresso enquanto
objeto e considerar de que forma se pode adaptar e inovar num contexto dominado por tecnologia digital.
O projeto consiste no desenvolvimento de um objeto experimental, especificamente um protótipo de um
jornal impresso, direcionado a crianças entre os 8 e 12 anos de idade, com recurso a técnicas de interati-
vidade. Os conteúdos são no âmbito educacional. As informações provêem de organizações de referência
e foram selecionados com uma linguagem adequada ao grupo de utilizadores. O resultado pretende criar uma
experiência positiva com o leitor/utilizador.
Nesta autorização de participação encontram-se todas as informações essenciais da investigação e se-
gue um exemplar do questionário.
Título
O Jornal na Era Digital:
A prática do design como disciplina potenciadora de novos formatos e significados
Objetivo da Investigação
Introduzir este meio de comunicação aos mais novos com o intuito de consciencializar e criar novos hábitos
de leitura, como também preservar a existência do modelo físico do jornal impresso de modo a resistir às
novas tecnologias digitais.
Conteúdos
Os conteúdos selecionados para o projeto contêm uma série de artigos dentro das áreas da ciência, política,
economia, cidadania, arte, cultura e atividades de carácter interativo. O tema em destaque de toda a edição é
sobre o novo coronavírus, com artigos que procuram responder a várias dúvidas de uma forma clara e sucinta,
tais como, quais os seus sintomas; como se transmite; como nos podemos proteger; o esclarecimento sobre
a significado das palavras COVID-19 e coronavírus; o que é a quarentena e o isolamento; e por fim, a diferença
entre o estado de emergência e o estado de calamidade.
Teste de Usabilidade
O teste tem a duração de aproximadamente 10 minutos. Durante este tempo, será pedido para seguir as
instruções da investigadora e responder a algumas questões. Ao longo do teste, o aluno terá que observar
atentamente o protótipo e comentar em voz alta, para no final responder a um questionário sobre o mesmo.
O aluno pode desistir do estudo de usabilidade a qualquer momento e é possivel a presença do Encarregado
de Educação.
138
APÊNDICE XI QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO
Idade: Sexo: F M
139
ANEXOS
ATUALIDADE
Direção Geral de Saúde (2020, abril 07) Manual da DGS: o que precisa de
saber sobre distanciamento social. Disponível em: covid19.min-saude.pt/
manual-da-dgs-o-que-precisa-de-saber-sobre-distanciamento-social/
Direção Geral de Saúde (2020) Manual para famílias – Como lidar com o isolamento
em contexto familiar. Disponível em: www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/
manual-para-familias-como-lidar-com-o-isolamento-em-contexto-familiar.aspx
MUNDO
Branco, C. (2020, abril 30) Capitão Tom Moore, perdão Coronel Moore,
faz 100 anos. Novo herói nacional recebeu 140 mil postais (um deles
da Rainha). Observador. Consultado a maio 28, 2020 em: observador.
pt/2020/04/30/capitao-tom-moore-perdao-coronel-moore-faz-100-anos-
novo-heroi-nacional-recebeu-140-mil-postais-um-deles-da-rainha/
Calado, S. (2020, abril 30) Pandemia está a tornar urgente um futuro mais
sustentável. Capital Verde. Consultado a maio 29, 2020 em: eco.sapo.
pt/2020/04/30/pandemia-esta-a-tornar-urgente-um-futuro-mais-sustentavel/
DN/AFP (2020, maio 20) Capitão Tom, o veterano que se tornou herói britânico,
vai ser nomeado cavaleiro pela rainha aos 100 anos. Diário de Notícias. Consultado
a maio 28, 2020 em: www.dn.pt/mundo/capitao-tom-o-veterano-que-se-
tornou-heroi-britanico-vai-ser-nomeado-cavaleiro-pela-rainha-12215772.html
Lopes, B., Ventura, D., Gonçalves, E. Lopes, M. (2020, abril 24) Quarentena
− tragédia ou oportunidade?. Jovens Repórters para o Ambiente. Consultado
a maio 29, 2020 em: jra.abae.pt/plataforma/artigo/o-novo-mundo-da-covid-
19-quarentena-%E2%88%92-uma-tragedia-ou-uma-oportunidade/
141
PAÍS
ECONOMIA
TECNOLOGIA
Bentes, P. (2020, maio 08) Singapura testa robô para vigiar a distância social.
Sic Notícias. Consultado a junho 15, 2020 em: sicnoticias.pt/especiais/
coronavirus/2020-05-08-Singapura-testa-robo-para-vigiar-a-distancia-social
Martucci, M. (2020, setembro 02) Mapa mostra onde ficava sua cidade 750
milhões de anos atrás. Exame. Consultado a setembro 19, 2020 em: exame.com/
ciencia/mapa-mostra-onde-ficava-sua-cidade-ha-750-milhoes-de-anos-atras/
Vasconcelos, C. M. (2020, abril 26) Impressoras 3D. Uma coxa de frango que afinal é
couve-flor. Expresso. Consultado a junho 02, 2020 em: expresso.pt/sociedade/2020-
04-24-Impressoras-3D.-Uma-coxa-de-frango-que-afinal-e-couve-flor
142
CULTURA
Costa, M. (2020, maio 05) J.K. Rowling lança um novo livro infantil
totalmente gratuito. RFM. Consultado a junho 20, 2020 em: rfm.sapo.pt/
content/7267/j-k-rowling-lanca-um-novo-livro-infantil-totalmente-gratuito
MUNDO
Notícia: A pandemia não é boa para o ambiente, mas pode deixar pistas para um
futuro sustentável
Redução de níveis de poluição na Península Ibérica, 27 março de 2020, Agência
Espacial Europeia.
Fonte: www.jn.pt/nacional/imagens-do-espaco-mostram-reducao-da-poluicao-no-
-porto-e-lisboa-11996869.html
PAÍS
143
ECONOMIA
Notícia: A difícil tarefa de todos os dias garantir 1500 quilos de alimentos no zoo
Lório-vermelho, 26 agosto de 2017, Sofia Oom.
Fonte: olhares.com/lorio-vermelho-foto1421715.html
TECNOLOGIA
144