0% acharam este documento útil (0 voto)
48 visualizações58 páginas

AULAS 10 Novembro Com Figuras

O documento aborda conceitos fundamentais de matemática, incluindo múltiplos, divisores, números primos e compostos, além de apresentar as definições de máximo divisor comum (MDC) e mínimo múltiplo comum (MMC). Também discute a representação de números racionais e suas propriedades, como frações e porcentagens. O texto inclui exemplos práticos e propriedades associadas a esses conceitos.

Enviado por

odnanref1
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato DOCX, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
48 visualizações58 páginas

AULAS 10 Novembro Com Figuras

O documento aborda conceitos fundamentais de matemática, incluindo múltiplos, divisores, números primos e compostos, além de apresentar as definições de máximo divisor comum (MDC) e mínimo múltiplo comum (MMC). Também discute a representação de números racionais e suas propriedades, como frações e porcentagens. O texto inclui exemplos práticos e propriedades associadas a esses conceitos.

Enviado por

odnanref1
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato DOCX, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 58

Múltiplo e divisor de um número natural

Dizemos que um número natural n divide um número natural m, quando m : n


não deixa resto, ou seja, a divisão é exata. Representamos simbolicamente: n|m.
Nestas condições, n é um divisor de m e m é um múltiplo de n.

Exemplos:

2 divide 16 ou seja, 2|16 porque 16:2 = 8 e resto = zero. Portanto, 2 é


divisor de 16 e 16 é múltiplo de 2.

5 divide 35 ou seja, 5|35 porque 35:5 = 7 e resto = zero. Portanto, 5 é


divisor de 35 e 35 é múltiplo de 5.

7 divide 105 ou seja, 7|105 porque 105:7 = 15 e resto = zero. Portanto, 7 é


divisor de 105 e 105 é múltiplo de 7.

Notas:

a) O conjunto dos divisores naturais de n será representado por D(n).

Exemplos:

D(3) = {1,3}

D(20) = {1,2,4,5,10,20}

D(6) = {1,2,3,6}

b) O conjunto dos múltiplos naturais de n será representado por M(n).

Exemplos:

M(2) = {0,2, 4, 6, 8, ...}

M(5) = {0,5,10,15, ...}

c) Os múltiplos de 2 são denominados números pares. Os demais números


naturais são denominados números ímpares. Assim, denotando por P o conjunto
dos números pares e por I o conjunto dos números ímpares, poderemos escrever:

P = {0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, ... }

I = {1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, ... }

1
Observa-se que ambos os conjuntos são infinitos.

Propriedades imediatas:

P1) A unidade (ou seja, o número 1) divide qualquer número natural ou


seja, 1|n, para todo n natural.

P2) Zero não divide nenhum número natural, ou seja, não existe divisão por
zero. Imagine se você tivesse que dividir dez objetos por zero pessoas. Claro que
isto não seria possível. Grave bem isto: a divisão por zero não existe.

P3) Todo número natural diferente de zero, divide o número zero, ou seja,
para

n ¹ 0, n | 0, para todo n não nulo.

P4) Todo número natural diferente de zero, divide a si próprio, ou seja, para
n ¹ 0, n | n para todo n não nulo. Esta propriedade é conhecida como propriedade
reflexiva.

P5) Sendo m, n e p três números naturais, se m | p e p | n então m | n.


Esta propriedade é conhecida com propriedade transitiva.

Exemplo:

2 divide 6 pois 6 : 2 = 3 (divisão exata).

6 divide 42 pois 42 : 6 = 7 (divisão exata). Logo,

2 divide 42. Realmente, 42 :2 = 21 (divisão exata).

P6) Todo número natural não nulo, é múltiplo de si mesmo. Isto decorre da
propriedade P4.

P7) Zero é múltiplo de todo número natural não nulo. Isto decorre da
propriedade P3.

2
Número primo e número composto

Dizemos que um número natural p diferente de um ( p ¹ 1) é primo quando ele


só possui dois divisores: ele próprio e a unidade. Caso contrário, o número é
composto.

Assim, se o conjunto dos divisores naturais de p, representado por D(p), for


igual a

D(p) = {1, p}, p é um número primo. Ora, os divisores de 2, são apenas a


unidade (1) e ele mesmo (2). Logo, 2 é um número primo. Portanto, 2 é o único
número natural primo que é par. Sendo à o conjunto dos números primos,
poderemos escrever:

à = {2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 47, 53, 57, 59, 61, ..., 359, ...}

O conjunto dos números primos é infinito.

Todo número composto pode ser escrito como um produto de números


primos. Isto é conhecido como Teorema Fundamental da Aritmética – TFA.

Exemplos:

12 = 3.2.2 105 = 7.5.3

15 = 3.5 240 = 2.120 = 2.5.2.2.2.3 = 5.24.3

49 = 7.7

Na prática, podemos usar o seguinte esquema:

Seja o caso de 240 acima. Teremos:

240 |2

120 |2

60 |2

30 |2

15 |3

3
5|5

1|

Então: 240 = 2.2.2.2.3.5 = 24.3.5

A decomposição de um número em fatores primos, é conhecida também


como fatoração , já que o número é decomposto em fatores de uma multiplicação.

Usando o dispositivo prático acima, vamos fatorar o número 408.

Teremos:

408 |2

204 |2

102 |2

51 |3

17 |17

1|

Então: 408 = 2.2.2.3.17 = 23.3.17

4
MDC E MMC

MDC – Máximo divisor comum

Dados dois números naturais a e b não nulos, define-se o máximo divisor


comum – MDC, como sendo o maior natural que divide simultaneamente a e b.

O MDC de dois números será indicado por (a, b).

Óbvio que se tivermos o MDC de n números naturais a1, a2, a3, ... , an ,
indicaremos por

(a1, a2, a3, ... , an)

Exemplos:

Determine o MDC dos naturais 10 e 14, ou seja, determine (10, 14).

Os divisores positivos de 10 são: 1, 2, 5, 10.

Os divisores positivos de 14 são: 1, 2, 7, 14.

Os divisores comuns, são, portanto: 1 e 2.

Portanto, o máximo divisor comum é igual a 2 e, indicamos: (10, 14) = 2.

Pode-se indicar também como: MDC(10,14) = 2. Preferimos a primeira


forma, por ser mais sintética.

Determine (4, 10, 14, 60), ou seja, o MDC dos números naturais 4,10,14 e
60.

Os divisores positivos de 4 são: 1, 2, 4

Os divisores positivos de 10 são: 1, 2, 5, 10

Os divisores positivos de 14 são: 1, 2, 7, 14

Os divisores positivos de 60 são: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 10, 12, 15, 60

Os divisores comuns são, portanto: 1 e 2.

5
Portanto o MDC é igual a 2, ou seja: (4, 10, 14, 60) = 2

O método de decomposição de um número num produto de fatores primos,


sugere uma nova forma para o cálculo do MDC de dois números naturais não
nulos, a e b, ou seja, para o cálculo de (a,b).

Assim, seja calcular o MDC de 408 e 240.

Como já vimos acima, temos:

408 = 2.2.2.3.17 = 23.3.17

240 = 2.2.2.2.3.5 = 24.3.5

Tomando os fatores comuns elevados aos menores expoentes, teremos:

(408, 240) = 23.3 = 8.3 = 24 , que é o MDC procurado.

Portanto, (408, 240) = 24.

O MDC do exemplo anterior, poderia ser também determinado pelo método


das divisões sucessivas, cujo dispositivo prático é mostrado a seguir:

1 1 2 3

408 | 240 | 168 | 72 | 24

168 | 72| 24| 0

Para entender o dispositivo prático acima, basta observar que:

408:240 = 1 com resto 168

240:168 = 1 com resto 72

168:72 = 2 com resto 24

72:24 = 3 com resto zero.

Portanto o MDC procurado é igual a 24, conforme já tínhamos visto antes.

Nota: Se o MDC de dois números naturais a e b for igual à unidade, ou seja, (a,b)
= 1, dizemos que a e b são primos entre si, ou que a e b são co-primos. Ou seja:

(a, b) = 1 Û a e b são primos entre si (co-primos).

6
Exemplo: (7, 5) = 1 \ 5 e 7 são primos entre si.

MMC – Mínimo múltiplo comum

Dados dois números naturais a e b não nulos, define-se o mínimo múltiplo


comum – MMC, indicado por <a,b> , como sendo o menor natural positivo,
múltiplo comum de a e b.

Exemplo: Determine o MMC dos naturais 10 e 14.

Os múltiplo positivos de 10 são: 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90, 100, 110,

Os múltiplos positivos de 14 são: 14, 28, 42, 56, 70, 84, 98, 112, 126, 140,

Portanto, o mínimo múltiplo comum é igual a 70 e, indicamos: <10,14> = 70.

Pode-se indicar também como MMC(10,14) = 70. Aqui, também, preferimos


a primeira forma, por ser mais sintética.

Dos exemplos anteriores, vimos que: (10,14) = 2 e <10,14> = 70. Observe


que:

10.14 = 2.70 = 140 = (10,14).<10,14> = MDC (10,14) . MMC (10,14)

Pode-se provar que, dados dois números naturais positivos a e b, teremos


sempre que o produto desses números é igual ao produto do MDC pelo MMC
desses números, ou seja:

(a,b) . <a,b> = MDC (a,b) . MMC (a,b) = a . b

Observe que se dois números naturais positivos a e b são primos entre si


(co-primos), o MDC entre eles é igual a 1, ou seja (a, b) = 1 e, portanto, teremos:

1.<a,b> = a . b \ <a, b> = a . b , ou seja: O Mínimo Múltiplo Comum – MMC de


dois números primos entre si é igual ao produto deles.

Exemplos:

<3, 5> = 3.5 = 15

<7, 5, 3> = 7.5.3 = 105

7
CONJUNTO DOS NUMEROS RACIONAIS

Introdução

Sendo a e b dois números inteiros, com a condição de b não nulo, chama-


se número racional ao quociente a / b. Assim, são exemplos de números
racionais:

2/3, -3/5, 87/95, ... , etc

O conjunto dos números racionais é representado pela letra Q . O uso da


letra Q deriva da palavra inglesa quotient , que significa quociente, já que a forma
geral de um número racional é um quociente de dois números inteiros.

Como todo número inteiro a pode ser escrito na forma a / 1 = a ,


concluímos que todo número inteiro é também um número racional. Assim, é trivial
perceber que o conjunto dos números inteiros está contido ou é um subconjunto
do conjunto dos números racionais, ou seja: Z Ì Q . Os números racionais podem
também ser representados na forma de um número decimal, ou seja, na forma i,d
onde i é a parte inteira e d a parte decimal.

Por exemplo, 4/5 = 0,8 ; 3/5 = 0,6 ; 2/3 = 0,6666... ; 20/3 = 6,3333... ; etc

Observe que todas as dízimas periódicas (também conhecidas como


números decimais periódicos) são números racionais, uma vez que elas podem
ser escritas

na forma a / b com b ¹ 0.

Exemplos:

1 – Escreva na forma a / b o número racional r = 1,25252525... Sendo r =


1,252525... , multiplicando ambos os membros por 100, teremos:

100.r = 125,252525...

Subtraindo estas igualdades membro a membro, fica:

100r – r = 125,252525... – 1,252525... , de onde tiramos:

99.r = 124 , e, portanto, r = 124 / 99.

8
2 – Escreva na forma a / b a dízima periódica s = 2,0353535...

Sendo s = 2,0353535... , multiplicando ambos os membros por 10, teremos:

10.s = 20,353535...

Multiplicando ambos os membros da igualdade anterior por 100, teremos:

100.10s = 100.20,353535...

1000.s = 2035,353535...

Subtraindo membro a membro a segunda da primeira igualdade, vem:

1000.s – 10.s = 2035,353535... - 20,353535...

990.s = 2015, e, portanto, s = 2015 / 990

Quando o número racional está representado na forma a / b onde a e b são


inteiros, com b não nulo, costumamos denominar a de numerador e b de
denominador, sendo o número a / b conhecido como fração ordinária.

Propriedade fundamental das frações

Uma fração ordinária não se altera, se multiplicarmos o seu numerador e


denominador, por um mesmo número diferente de zero.

Assim é que:

a/b=a.n/b.n para n diferente de zero.

Exemplo: 2/3 = 4/6 = 8/18 = 24/54 = ... , etc

Notas:

1 – Se o denominador de uma fração ordinária for igual a 10 (ou a uma potencia


de dez), ela é conhecida como fração decimal. Exemplos: 3 / 10; 625 / 1000.

9
2 – Um número racional da forma a / 100 é conhecido como porcentagem e
indicado simbolicamente por a % .

Exemplos:

a) 25 / 100 = 25 %

b) 75 / 100 = 75 %

c) 1 / 100 = 1 %

Usando uma terminologia comumente aceita, se a < b, dizemos que a


fração é própria e se a > b , dizemos que a fração é imprópria. Se a for um
múltiplo de b, a fração a / b será um número inteiro e a fração é dita aparente.

Assim, por exemplo, 5 / 7 é uma fração própria, 9 / 5 é uma fração


imprópria e 10 / 5 = 2 é uma fração aparente. Saliente-se que trata-se apenas de
uma terminologia consagrada pelo uso, sem nenhum sentido prático e, eu diria,
talvez até inútil.

É importante acrescentar que o conjuntos dos números racionais é denso e


infinito, ou seja, dados dois números racionais r1 e r2, sempre existirá um número
racional r; tal que r1 < r < r2 .

Por exemplo, entre os números inteiros 7 e 8 não existe nenhum outro


número inteiro, porém existe um número infinito de números racionais entre eles.
7,1; 7,9; 7,0045; 7,999; .. etc são apenas alguns dos infinitos exemplos possíveis.

Operações com números racionais

a) Adição e subtração

Sejam os números racionais a / b e c / d onde a, b, c e d são números


inteiros com b e d diferentes de zero.

A soma e a subtração destes números racionais, obedecem à seguinte regra:

(a / b) ± (c / d) = (ad ± bc) / (bd)

Observe que se os denominadores b e d forem iguais, a igualdade acima

10
se reduz a:

(a / b) ± (c / b) = (a ± c) / b; que é um caso particular da expressão geral.

Ou seja: para somar duas frações de mesmo denominador, adicionam-se


os numeradores e mantém-se o denominador comum.

Exemplos:

a) (2 / 5) - (1 / 5) = (2 - 1) / 5 = 1 / 5

b) (4 / 3) + (8 / 3) = (4 + 8) / 3 = 12 / 3 = 4

c) (2 / 5) + (3 / 4) = (2 . 4 + 5 . 3) / (5 . 4) = 23 / 20

d) (5 / 3) – (3 / 4) = (5 . 4 – 3 . 3) / (3 . 4) = 11 / 12

b) Multiplicação

Sejam os números racionais a / b e c / d onde a, b, c e d são números


inteiros com b e d diferentes de zero.

A multiplicação obedece à seguinte regra geral:

(a / b) . (c / d) = (a . c) / (b . d)

Ou seja, para multiplicar duas frações, multiplicamos entre si, os


numeradores e os denominadores.

Exemplos:

a) (2 / 3) . (5 / 7) = (2 . 5) / (3 . 7) = 10 / 21

b) (3 / 4) . (7 / 6) = (3 . 7) / (4 . 6) = 21 / 24

Observe que a fração 21 / 24, pode ser simplificada, dividindo-se


numerador e denominador por 3, resultando 7 / 8.

c) Divisão

11
Sejam os números racionais a / b e c / d onde a, b, c e d são números
inteiros com b e d diferentes de zero.

A divisão obedece à seguinte regra geral:

(a / b) : (c / d) = (a / b) . (d / c) = (a . d) / (b . c)

A regra é então comumente enunciada como: para dividir uma fração por
outra, basta multiplicar a primeira pelo inverso da segunda.

Justificativa:

Seja a fração F = (a / b) : (c / d)

Pela propriedade fundamental das frações, vista no início do texto,


poderemos multiplicar o numerador e denominador por (d / c), resultando:

F = (a / b) . (d / c) : (c / d) . (d / c)

Simplificando a expressão acima, lembrando que (c / d) . (d / c) = 1, vem,


finalmente que F = (a / b) . (d / c) = (a . d) / (b . c), conforme indicado na fórmula
acima.

Exemplos:

a) (2 / 3) : (4 / 5) = (2 /3) . (5 / 4) = (2 . 5) / (3 . 4) = 10 / 12 = 5 / 6.

b) (3 / 7) : (2 / 9) = (3 / 7) . (9 / 2) = (3 . 9) / (7 . 2) = 27 / 14

d) Potenciação

(a / b)n = an / bn para b diferente de zero.

Exemplo: (2 / 5)3 = 23 / 53 = 8 / 125

Exercícios

1 – Calcule 3/5 de 60.

Solução: 3/5 de 60 = (3/5) . 60 = (3 . 60) / 5 = 180 / 5 = 36.

2 – Calcule 3/5 de 2/3.

12
Solução: 3/5 de 2/3 = (3/5) . (2/3) = (3.2) / (3.5) = 6 / 15 = 2 / 5.

3 – Calcule 2/5 dos 3/4 de 40.

Solução: 2/5 dos 3/4 de 40 = (2/5).(3/4) . 40 = (2.3.40) / (5.4) = 240 / 20 = 12.

4 – Calcule 30 % de 70.

Solução: 30 % de 70 = (30 / 100) . 70 = (30.70) / 100 = 2100 / 100 = 21.

5 – Calcule 15 % de 60 %.

Solução: 15 % de 60 % = (15/100) . (60 / 100) = (15.60) / (100.100) = 900 /


10000. Mas, 900 / 10000 = 9 / 100 = 9 % .

6 – Calcule 3/2 dos 0,121212 ... de 33 % de 2400.

Resposta: 144

13
1 NOÇÕES DAS RAZÕES E PROPORÇÕES

1.1 Proporções com números

Quatro números racionais A, B, C e D diferentes de zero, nessa ordem,


formam uma proporção quando:

A C

B D

Os números A, B, C e D são denominados termos

Os números A e B são os dois primeiros termos

Os números C e D são os dois últimos termos

Os números A e C são os antecedentes

Os números B e D são os conseqüentes

A e D são os extremos

B e C são os meios

A divisão entre A e B e a divisão entre C e D, é uma constante K,


denominada constante de proporcionalidade K dessa razão.

Propriedades das proporções

Para a proporção

A=C

14
B D

valem as seguintes propriedades:

O produto dos meios é igual ao produto dos extremos, isto é:

A.D = B.C

A soma (diferença) dos dois primeiros termos está para o primeiro termo,
assim como a soma (diferença) dos dois últimos está para o terceiro termo, isto é:

A+B C+D A-B C-D

= =

A C A C

A soma (diferença) dos dois primeiros termos está para o segundo termo,
assim como a soma (diferença) dos dois últimos está para o quarto termo, isto é:

A+B C+D A-B C-D

= =

B D B D

A soma (diferença) dos antecedentes está para a soma (diferença) dos


consequentes, assim como cada antecedente está para o seu consequente, isto é:

A+C A A-C A+C A-C C

= = = =

B+D B B-D B+D B-D D

Grandezas Diretamente Proporcionais

15
Duas grandezas são diretamente proporcionais quando, aumentando uma
delas, a outra também aumenta na mesma proporção, ou, diminuindo uma delas,
a outra também diminui na mesma proporção.

Se duas grandezas X e Y são diretamente proporcionais, os números que


expressam essas grandezas variam na mesma razão, isto é, existe uma constante
K tal que:

=K

Exemplos:

Uma torneira foi aberta para encher uma caixa com água azul. A cada 15
minutos é medida a altura do nível de água. (cm=centímetros e min=minutos)

15 minutos 30 minutos 45 minutos


50 cm 100 cm 150 cm

Construímos uma tabela para mostrar a evolução da ocorrência:

Tempo (min) Altura (cm)


15 50
30 100
45 150

Observamos que quando duplica o intervalo de tempo, a altura do nível da


água também duplica e quando o intervalo de tempo é triplicado, a altura do nível
da água também é triplicada.

16
Observações: Usando razões, podemos descrever essa situação de outro
modo.

(a) Quando o intervalo de tempo passa de 15 min para 30 min, dizemos que o
tempo varia na razão 15/30, enquanto que a altura da água varia de 50 cm para
100 cm, ou seja, a altura varia na razão 50/100. Observamos que estas duas
razões são iguais:

15 50 1

= =

30 100 2

(b) Quando o intervalo de tempo varia de 15 min para 45 min, a altura varia de 50
cm para 150 cm. Nesse caso, o tempo varia na razão 15/45 e a altura na razão
50/150. Então, notamos que essas razões são iguais:

15 50 1

= =

45 150 3

Concluímos que a razão entre o valor numérico do tempo que a torneira fica
aberta e o valor numérico da altura atingida pela água é sempre igual, assim
dizemos então que a altura do nível da água é diretamente proporcional ao tempo
que a torneira ficou aberta.

Em média, um automóvel percorre 80 Km em 1 hora, 160 Km em 2 horas e


240 Km em 3 horas. (Km=quilômetro, h=hora). Construímos uma tabela da
situação:

Distância (Km) Tempo (h)


80 1
160 2
240 3

17
Notamos que quando duplica o intervalo de tempo, duplica também a
distância percorrida e quando o intervalo de tempo é triplicado, a distância
também é triplicada, ou seja, quando o intervalo de tempo aumenta, a distância
percorrida também aumenta na mesma proporção.

Observações: Usando razões e proporções, podemos descrever essa


situação de outro modo.

(a) Quando o intervalo de tempo aumenta de 1 h para 2 h, a distância


percorrida varia de 80 Km para 160 Km, ou seja, o tempo varia na razão de 1/2
enquanto a distância percorrida varia na razão 80/160. Assim temos que tais
razões são iguais, isto é:

1 80 1

= =

2 160 3

(b) Quando o intervalo de tempo varia de 2 h para 3 h, a distância percorrida


varia de 160 Km para 240 Km. Nesse caso, o tempo varia na razão 2/3 e a
distância percorrida na razão 160/240 e observamos que essas razões são iguais,
isto é:

2 160 1

= =

3 240 3

Concluímos que o tempo gasto e a distância percorrida, variam sempre na


mesma razão e isto significa que a distância percorrida é diretamente proporcional
ao tempo gasto para percorrê-la, se a velocidade média do automóvel se mantiver
constante.

Grandezas Inversamente Proporcionais

Duas grandezas são inversamente proporcionais quando, aumentando uma


delas, a outra diminui na mesma proporção, ou, diminuindo uma delas, a outra
aumenta na mesma proporção. Se duas grandezas X e Y são inversamente

18
proporcionais, os números que expressam essas grandezas variam na razão
inversa, isto é, existe uma constante K tal que:

X·Y=K

Exemplos:

A professora de um colégio, tem 24 livros para distribuir entre os seus


melhores alunos, dando a mesma quantidade de livros para cada aluno.

o melhor aluno receberá 24 livros

2 melhores alunos, cada um terá 12 livros

3 melhores alunos, cada um terá 8 livros

4 melhores alunos, cada um terá 6 livros

6 melhores alunos, cada um terá 4 livros

Alunos escolhidos Livros para cada aluno


1 24
2 12
3 8
4 6
6 4

De acordo com a tabela, a quantidade de alunos escolhidos e a quantidade


de livros que cada aluno receberá, são grandezas que variam sendo que uma
depende da outra e se relacionam da seguinte forma:

Se o número de alunos dobra, o número de livros que cada um vai receber


cai para a metade.

Se o número de alunos triplica, o número de livros que cada aluno vai


receber cai para a terça parte.

Se o número de alunos quadruplica, o número de livros que cada aluno vai


receber cai para a quarta parte.

Se o número de alunos sextuplica, o número de livros que cada aluno vai


receber cai para a sexta parte.

19
Sob estas condições, as duas grandezas envolvidas (número de alunos
escolhidos e número de livros distribuídos) são grandezas inversamente
proporcionais.

Quando a quantidade de alunos varia na razão de 2 para 4, a quantidade


de livros distribuídos varia de 12 para 6.

Notemos que essas razões não são iguais, mas são inversas:

2 1 1 12 1

= = = =2

4 12/6 2 6 2/4

Se a quantidade de alunos varia na razão de 2 para 6, a quantidade de


livros distribuídos varia de 12 para 4. Observemos que essas razões não são
iguais, mas são inversas:

2 1 12 1

= =

6 12/4 4 2/6

Representamos tais grandezas inversamente proporcionais com a função


f(x)=24/x, apresentada no gráfico

20
Um automóvel se desloca de uma cidade até uma outra localizada a 120
Km da primeira. Se o percurso é realizado em:

1 hora, velocidade média de 120 Km/h

2 horas, velocidade média de 60 Km/h

3 horas, velocidade média de 40 Km/h

A unidade é Km/h=quilômetro por hora e uma tabela da situação é:

Velocidade (Km/h) Tempo (h)


120 1
60 2
40 3

De acordo com a tabela, o automóvel faz o percurso em 1 hora com


velocidade média de 120 Km/h. Quando diminui a velocidade à metade, ou seja 60
Km/h, o tempo gasto para realizar o mesmo percurso dobra e quando diminui a
velocidade para a terça parte, 40 Km/h o tempo gasto para realizar o mesmo
percurso triplica.

Para percorrer uma mesma distância fixa, as grandezas velocidade e tempo


gasto, são inversamente proporcionais.

Elementos históricos sobre a Regra de três

Embora os gregos e os romanos conhecessem as proporções, não


chegaram a aplicá-las na resolução de problemas. Na Idade Média, os árabes
revelaram ao mundo a "Regra de Três". No século XIII, o italiano Leonardo de
Pisa difundiu os princípios dessa regra em seu Liber Abaci (o livro do ábaco), com
o nome de Regra dos três números conhecidos.

Regra de três simples direta

Uma regra de três simples direta é uma forma de relacionar grandezas


diretamente proporcionais.

Para resolver problemas, tomaremos duas grandezas diretamente


proporcionais X e Y e outras duas grandezas W e Z também diretamente
proporcionais, de forma que tenham a mesma constante de proporcionalidade K.

21
X W
=K =K
Y Z

assim

X W
=
Y Z

Exemplo:

Na extremidade de uma mola (teórica!) colocada verticalmente, foi


pendurado um corpo com a massa de 10Kg e verificamos que ocorreu um
deslocamento no comprimento da mola de 54cm. Se colocarmos um corpo com
15Kg de massa na extremidade dessa mola, qual será o deslocamento no
comprimento da mola? (Kg=quilograma e cm=centímetro).

Representaremos pela letra X a medida procurada. De acordo com os dados do


problema, temos:

Massa do corpo (Kg) Deslocamento da mola (cm)


10 54
15 X

As grandezas envolvidas: massa e deslocamento, são diretamente


proporcionais. Conhecidos três dos valores no problema, podemos obter o quarto
valor X, e, pelos dados da tabela, podemos montar a proporção:

10 54
=
15 X

Observamos que os números 10 e 15 aparecem na mesma ordem que


apareceram na tabela e os números 54 e X também aparecem na mesma ordem
direta que apareceram na tabela anterior e desse modo 10·X=15·54, logo
10X=810, assim X=81 e o deslocamento da mola será de 81cm.

Regra de três simples inversa

22
Uma regra de três simples inversa é uma forma de relacionar grandezas
inversamente proporcionais para obter uma proporção.

Na resolução de problemas, consideremos duas grandezas inversamente


proporcionais A e B e outras duas grandezas também inversamente proporcionais
C e D de forma que tenham a mesma constante de proporcionalidade K.

A.B = K, C.D = K

segue que

A.B = C.D

logo

A D
=
C B

Exemplo:

Ao participar de um treino de Fórmula 1, um corredor imprimindo a


velocidade média de 180 Km/h fez um certo percurso em 20s. Se a sua velocidade
média fosse de 200 Km/h, qual seria o tempo gasto no mesmo percurso?
(Km/h=quilômetro por hora, s=segundo). Representaremos o tempo procurado
pela letra T. De acordo com os dados do problema, temos:

Velocidade (Km/h) Tempo (s)


180 20
200 T

Relacionamos grandezas inversamente proporcionais: velocidade e tempo


em um mesmo espaço percorrido. Conhecidos três valores, podemos obter um
quarto valor T.

180 T
=
200 20

Os números 180 e 200 aparecem na mesma ordem que apareceram na


tabela, enquanto que os números 20 e T aparecem na ordem inversa da ordem
que apareceram na tabela acima.

23
Assim 180.20=200.X, donde segue que 200X=3600 e assim
X=3600/200=18. Se a velocidade do corredor for de 200 Km/h ele gastará 18s
para realizar o mesmo percurso.

Regra de três composta

Regra de três composta é um processo de relacionamento de grandezas


diretamente proporcionais, inversamente proporcionais ou uma mistura dessas
situações.

O método funcional para resolver um problema dessa ordem é montar uma


tabela com duas linhas, sendo que a primeira linha indica as grandezas relativas à
primeira situação enquanto que a segunda linha indica os valores conhecidos da
segunda situação.

Se A1, B1, C1, D1, E1, ... são os valores associados às grandezas para
uma primeira situação e A2, B2, C2, D2, E2, ... são os valores associados às
grandezas para uma segunda situação, montamos a tabela abaixo lembrando que
estamos interessados em obter o valor numérico para uma das grandezas,
digamos Z2 se conhecemos o correspondente valor numérico Z1 e todas as
medidas das outras grandezas.

Situação Grand.1 Grand.2 Grand.3 Grand.4 Grand.5 Grand... Grand.?


Sit.1 A1 B1 C1 D1 E1 ... Z1
Sit.2 A2 B2 C2 D2 E2 ... Z2

Quando todas as grandezas são diretamente proporcionais à grandeza Z,


resolvemos a proporção:

Z1 A1.B1.C1.D1.E1.F1....
=
Z2 A2.B2.C2.D2.E2.E2....

Quando todas as grandezas são diretamente proporcionais à grandeza Z,


exceto a segunda grandeza (com a letra B, por exemplo) que é inversamente
proporcional à grandeza Z, resolvemos a proporção com B1 trocada de posição
com B2:

Z1 A1.B2.C1.D1.E1.F1....
=
Z2 A2.B1.C2.D2.E2.E2....

24
As grandezas que forem diretamente proporcionais à grandeza Z são
indicadas na mesma ordem (direta) que aparecem na tabela enquanto que as
grandezas que forem inversamente proporcionais à grandeza Z aparecerão na
ordem inversa daquela que apareceram na tabela.

Por exemplo, se temos cinco grandezas envolvidas: A, B, C, D e Z, sendo a


primeira A e a terceira C diretamente proporcionais à grandeza Z e as outras duas
B e D inversamente proporcionais à grandeza Z, deveremos resolver a proporção:

Z1 A1.B2.C1.d2
=
Z2 A2.B1.C2.d1

Observação:

O problema difícil é analisar de um ponto de vista lógico quais grandezas


são diretamente proporcionais ou inversamente proporcionais. Como é muito difícil
realizar esta análise de um ponto de vista geral, apresentaremos alguns exemplos
para entender o funcionamento da situação.

Exemplos:

1. Funcionando durante 6 dias, 5 máquinas produziram 400 peças de uma


mercadoria. Quantas peças dessa mesma mercadoria serão produzidas
por 7 máquinas iguais às primeiras, se essas máquinas funcionarem
durante 9 dias?

Vamos representar o número de peças pela letra X. De acordo com os


dados do problema, vamos organizar a tabela:

No. de máquinas (A) No. de dias(B) No. de peças (C)


5 6 400
7 9 X

A grandeza Número de peças (C) servirá de referência para as


outras grandezas. Analisaremos se as grandezas Número de máquinas
(A) e Número de dias (B) são diretamente proporcionais ou
inversamente proporcionais à grandeza C que representa o Número de
peças. Tal análise deve ser feita de uma forma independente para cada
par de grandezas.

Vamos considerar as grandezas Número de peças e Número de


máquinas. Devemos fazer uso de lógica para constatar que se tivermos
mais máquinas operando produziremos mais peças e se tivermos

25
menos máquinas operando produziremos menos peças. Assim temos
que estas duas grandezas são diretamente proporcionais.

Vamos agora considerar as grandezas Número de peças e Número


de dias. Novamente devemos usar a lógica para constatar que se
tivermos maior número de dias produziremos maior número de peças e
se tivermos menor número de dias produziremos menor número de
peças. Assim temos que estas duas grandezas também são
diretamente proporcionais.

Concluímos que todas as grandezas envolvidas são diretamente


proporcionais, logo, basta resolver a proporção:

400 5×6
=
x 7×9

que pode ser posta na forma

400 30
=
x 63

Resolvendo a proporção, obtemos X=840, assim, se as 7 máquinas


funcionarem durante 9 dias serão produzidas 840 peças.

2. Um motociclista, rodando 4h por dia, percorre em média 200 Km em 2 dias.


Em quantos dias esse motociclista irá percorrer 500 Km, se rodar 5 h por dia?
(h=hora, Km=quilômetro).

Vamos representar o número de dias procurado pela letra X. De acordo com os


dados do problema, vamos organizar a tabela:

Quilômetros (A) Horas por dia (B) No. de dias (C)


200 4 2
500 5 X

A grandeza Número de dias (C) é a que servirá como referência para as outras
grandezas. Analisaremos se as grandezas Quilômetros (A) e Horas por dia (B)

26
são diretamente proporcionais ou inversamente proporcionais à grandeza C que
representa o Número de dias. Tal análise deve ser feita de uma forma
independente para cada par de grandezas.

Consideremos as grandezas Número de dias e Quilômetros. Usaremos a lógica


para constatar que se rodarmos maior número de dias, percorreremos maior
quilometragem e se rodarmos menor número de dias percorreremos menor
quilometragem. Assim temos que estas duas grandezas são diretamente
proporcionais.

Na outra análise, vamos agora considerar as grandezas Número de dias e Horas


por dia. Verificar que para realizar o mesmo percurso, se tivermos maior número
de dias utilizaremos menor número de horas por dia e se tivermos menor
número de dias necessitaremos maior número de horas para p mesmo percurso.
Logo, estas duas grandezas são inversamente proporcionais e desse modo:

2 200×5
=
X 500×4

que pode ser posta como

2 1000
=
X 2000

Resolvendo esta proporção, obtemos X=4, significando que para percorrer


500 Km, rodando 5 h por dia, o motociclista levará 4 dias.

Porcentagem

Praticamente todos os dias, observamos nos meios de comunicação,


expressões matemáticas relacionadas com porcentagem. O termo por cento é
proveniente do Latim per centum e quer dizer por cem. Toda razão da forma a/b
na qual o denominador b=100, é chamada taxa de porcentagem ou simplesmente
porcentagem ou ainda percentagem.

Historicamente, a expressão por cento aparece nas principais obras de


aritmética de autores italianos do século XV. O símbolo % surgiu como uma
abreviatura da palavra cento utilizada nas operações mercantis.

27
Para indicar um índice de 10 por cento, escrevemos 10% e isto significa
que em cada 100 unidades de algo, tomaremos 10 unidades. 10% de 80 pode ser
obtido como o produto de 10% por 80, isto é:

Produto = 10%.80 = 10/100.80 = 800 / 100 = 8

Em geral, para indicar um índice de M por cento, escrevemos M% e para


calcular M% de um número N, realizamos o produto:

Produto = M%.N = M.N / 100

Exemplos:

1. Um fichário tem 25 fichas numeradas, sendo que 52% dessas fichas


estão etiquetadas com um número par. Quantas fichas têm a etiqueta
com número par? uantas fichas têm a etiqueta com número ímpar?

Par = 52% de 25 = 52%.25 = 52.25 / 100 = 13

Nesse fichário há 13 fichas etiquetadas com número par e 12 fichas


com número ímpar.

2. Num torneio de basquete, uma determinada seleção disputou 4 partidas na


primeira fase e venceu 3. Qual a porcentagem de vitórias obtida por essa seleção
nessa fase?

Vamos indicar por X% o número que representa essa porcentagem. Esse


problema pode ser expresso da seguinte forma:

X% de 4 = 3

Assim:

(X/100).4 = 3

4X/100 = 3

4X = 300

X = 75

28
Na primeira fase a porcentagem de vitórias foi de 75%.

3. Numa indústria há 255 empregadas. Esse número corresponde a 42,5% do


total de empregados da indústria. Quantas pessoas trabalham nesse local?
Quantos homens trabalham nessa indústria?

Vamos indicar por X o número total de empregados dessa indústria. Esse


problema pode ser representado por:

42,5% de X = 255

Assim:

42,5%.X = 255

42,5 / 100.X = 255

42,5.X / 100 = 255

42,5.X = 25500

425.X = 255000

X = 255000/425 = 600

Nessa indústria trabalham 600 pessoas, sendo que há 345 homens.

4. Ao comprar uma mercadoria, obtive um desconto de 8% sobre o preço


marcado na etiqueta. Se paguei R$ 690,00 pela mercadoria, qual o preço
original dessa mercadoria?

Seja X o preço original da mercadoria. Se obtive 8% de desconto sobre o preço da


etiqueta, o preço que paguei representa 100%-8%=92% do preço original e isto
significa que

92% de X = 690

logo

92%.X = 690

29
92/100.X = 690

92.X / 100 = 690

92.X = 69000

X = 69000 / 92 = 750

O preço original da mercadoria era de R$ 750,00.

30
Dízima periódica

Uma dízima periódica é um número real da forma:

m,npppp...

onde m, n e p são números inteiros, sendo que o número p se repete


indefinidamente, razão pela qual usamos os três pontos: ... após o mesmo. A parte
que se repete é denominada período.

Em alguns livros é comum o uso de uma barra sobre o período ou uma


barra debaixo do período ou o período dentro de parênteses, mas, para nossa
facilidade de escrita na montagem desta Página, usaremos o período sublinhado.

Exemplos: Dízimas periódicas

1. 0,3333333... = 0,3
2. 1,6666666... = 1,6
3. 12,121212... = 12,12
4. 0,9999999... = 0,9
5. 7,1333333... = 7,13

Uma dízima periódica é simples se a parte decimal é formada apenas pelo


período. Alguns exemplos são:

1. 0,333333... = 0,(3) = 0,3


2. 3,636363... = 3,(63) = 3,63

Uma dízima periódica é composta se possui uma parte que não se repete
entre a parte inteira e o período. Por exemplo:

1. 0,83333333... = 0,83
2. 0,72535353... = 0,7253

Uma dízima periódica é uma soma infinita de números decimais. Alguns


exemplos:

1. 0,3333...= 0,3 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 +...


2. 0,8333...= 0,8 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 + ...
3. 4,7855...= 4,78 + 0,005 + 0,0005 + ...

A conexão entre números racionais e números reais

31
Um fato importante que relaciona os números racionais com os números
reais é que todo número real que pode ser escrito como uma dízima periódica é
um número racional. Isto significa que podemos transformar uma dízima periódica
em uma fração. O processo para realizar esta tarefa será mostrado na seqüência
com alguns exemplos numéricos. Para pessoas interessadas num estudo mais
aprofundado sobre a justificativa para o que fazemos na seqüência, deve-se
aprofundar o estudo de séries geométricas no âmbito do Ensino Médio ou mesmo
estudar números racionais do ponto de vista do Cálculo Diferencial e Integral ou
da Análise na Reta no âmbito do Ensino Superior.

A geratriz de uma dízima periódica

Dada uma dízima periódica, qual será a fração que dá origem a esta
dízima? Esta fração é de fato um número racional denominado a geratriz da
dízima periódica. Para obter a geratriz de uma dízima periódica devemos trabalhar
com o número dado pensado como uma soma infinita de números decimais. Para
mostrar como funciona o método, utilizaremos diversos exemplos numéricos.

1. Seja S a dízima periódica 0,3333333..., isto é, S=0,3. Observe que o


período tem apenas 1 algarismo. Iremos escrever este número como uma soma
de infinitos números decimais da forma:

S = 0,3 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 + 0,00003 +...

Multiplicando esta soma "infinita" por 101=10 (o período tem 1 algarismo),


obteremos:

10 S = 3 + 0,3 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 +...

Observe que são iguais as duas últimas expressões que aparecem em cor
vermelha!

Subtraindo membro a membro a penúltima expressão da última, obtemos:

10 S - S = 3

donde segue que

9S=3

Simplificando, obtemos:

32
1
S= = 0,33333... = 0,3
3

Exercício: Usando o mesmo argumento que antes, você saberia mostrar que:

0,99999... = 0,9 = 1

2. Vamos tomar agora a dízima periódica T=0,313131..., isto é, T=0,31.


Observe que o período tem agora 2 algarismos. Iremos escrever este número
como uma soma de infinitos números decimais da forma:

T =0,31 + 0,0031 + 0,000031 +...

Multiplicando esta soma "infinita" por 10²=100 (o período tem 2 algarismos),


obteremos:

100 T = 31 + 0,31 + 0,0031 + 0,000031 +...

Observe que são iguais as duas últimas expressões que aparecem em cor
vermelha, assim:

100 T = 31 + T

de onde segue que

99 T = 31

e simplificando, temos que

31
T= = 0,31313131... = 0,31
99

3. Um terceiro tipo de dízima periódica é T=7,1888..., isto é, T=7,18. Observe


que existe um número com 1 algarismo após a vírgula enquanto que o período
tem também 1 algarismo. Escreveremos este número como uma soma de
infinitos números decimais da forma:

R = 7,1 + 0,08 + 0,008 + 0,0008 +...

33
Manipule a soma "infinita" como se fosse um número comum e passe a parte que
não se repete para o primeiro membro para obter:

R-7,1 = 0,08 + 0,008 + 0,0008 +...

Multiplique agora a soma "infinita" por 10 1=10 (o período tem 1 algarismo), para
obter:

10(R-7,1) = 0,8 + 0,08 + 0,008 + 0,0008 +...

Observe que são iguais as duas últimas expressões que aparecem em cor
vermelha!

Subtraia membro a membro a penúltima expressão da última para obter:

10(R-7,1) - (R-7,1) = 0,8

Assim:

10R - 71 - R + 7,1 = 0,8

Para evitar os números decimais, multiplicamos toda a expressão por 10 e


simplificamos para obter:

90 R = 647

Obtemos então:

647
T= = 7,1888... = 7,18
90

4. Um quarto tipo de dízima periódica é T=7,004004004..., isto é, U=7,004.


Observe que o período tem 3 algarismos, sendo que os dois primeiros são iguais
a zero e apenas o terceiro é não nulo. Decomporemos este número como uma
soma de infinitos números decimais da forma:

U = 7 + 0,004 + 0,004004 + 0,004004004 +...

Manipule a soma "infinita" como se fosse um número comum e passe a parte que
não se repete para o primeiro membro para obter:

34
U-7 = 0,004 + 0,004004 + 0,004004004 +...

Multiplique agora a soma "infinita" por 10³=1000 (o período tem 3 algarismos),


para obter:

1000(U-7) = 4 + 0,004 + 0,004004 + 0,004004004 +...

Observe que são iguais as duas últimas expressões que aparecem em cor
vermelha!

Subtraia membro a membro a penúltima expressão da última para obter:

1000(U-7) - (U-7) = 4

Assim:

1000U - 7000 - U + 7 = 4

Obtemos então

999 U = 6997

que pode ser escrita na forma:

6997
T= = 7,004004... = 7,004
999

Juros simples

Juro é toda compensação em dinheiro que se paga ou se recebe pela


quantia em dinheiro que se empresta ou que é emprestada em função de uma
taxa e do tempo. Quando falamos em juros, devemos considerar:

1. O dinheiro que se empresta ou que se pede emprestado é chamado de


capital.
2. A taxa de porcentagem que se paga ou se recebe pelo aluguel do
dinheiro é denominada taxa de juros.
3. O tempo deve sempre ser indicado na mesma unidade a que está
submetida a taxa, e em caso contrário, deve-se realizar a conversão

35
para que tanto a taxa como a unidade de tempo estejam compatíveis,
isto é, estejam na mesma unidade.
4. O total pago no final do empréstimo, que corresponde ao capital mais os
juros, é denominado montante.

Para calcular os juros simples j de um capital C, durante t períodos com a taxa de i


% ao período, basta usar a fórmula:

C·i·t

j=

100

Exemplos:

1. O preço à vista de um aparelho é de R$ 450,00. A loja oferece este


aparelho para pagamento em 5 prestações mensais e iguais porém, o
preço passa a ser de R$ 652,00. Sabendo-se que a diferença entre o
preço à prazo e o preço à vista é devida aos juros cobrados pela loja
nesse período, qual é a taxa mensal de juros cobrada por essa loja?

A diferença entre os preços dados pela loja é:

652,00 - 450,00 = 202,50

A quantia mensal que deve ser paga de juros é:

202,50 / 5 = 40,50

Se X% é a taxa mensal de juros, então esse problema pode ser


resolvido da seguinte forma:

X% de 450,00 = 40,50

X/100.450,00 = 40,50

450 X / 100 = 40,50

450 X = 4050

X = 4050 / 450

X = 9

36
A taxa de juros é de 9% ao mês.

2. Uma aplicação feita durante 2 meses a uma taxa de 3% ao mês, rendeu


R$ 1.920,00 de juro. Qual foi o capital aplicado?

O capital que a aplicaçao rendeu mensalmente de juros foi de:


1920,00/2=960,00. Se o capital aplicado é indicado por C, esse problema
pode ser expresso por:

3% de C = 960,00

3/100 C = 960,00

3 C / 100 = 960,00

3 C = 96000

C = 96000/3 = 32000,00

O capital aplicado foi de R$ 32.000,00.

37
Potenciação de números racionais

A potência qn do número racional q é um produto de n fatores iguais. O


número q é denominado a base e o número n é o expoente.

qn = q × q × q × q × ... × q, (q aparece n vezes)

Exemplos:

(a) (2/5)³ =(2/5) (2/5)×(2/5) = 8/125

(b) (-1/2)³=(-1/2)×(-1/2)×(-1/2) = -1/8

(c) (-5)² =(-5)×(-5) = 25

(d) (+5)² =(+5)×(+5) = 25

Observação: Se o expoente é n=2, a potência q² pode ser lida como: q


elevado ao quadrado e se o expoente é n=3, a potência q³ pode ser lida como: q
elevado ao cubo. Isto é proveniente do fato que área do quadrado pode ser obtida
por A=q² onde q é a medida do lado do quadrado e o volume do cubo pode ser
obtido por V=q³ onde q é a medida da aresta do cubo.

Equações de 1o Grau

Introdução às equações de primeiro grau

Para resolver um problema matemático, quase sempre devemos


transformar uma sentença apresentada com palavras em uma sentença que
esteja escrita em linguagem matemática. Esta é a parte mais importante e talvez
seja a mais difícil da Matemática.

Sentença com palavras Sentença matemática

2 melancias + 2Kg = 14Kg 2 x + 2 = 14

Normalmente aparecem letras conhecidas como variáveis ou incógnitas. A


partir daqui, a Matemática se posiciona perante diferentes situações e será
necessário conhecer o valor de algo desconhecido, que é o objetivo do estudo de
equações.

38
Equações do primeiro grau em 1 variável

Trabalharemos com uma situação real e dela tiraremos algumas


informações importantes. Observe a balança:

A balança está equilibrada. No prato esquerdo há um "peso" de 2Kg e duas


melancias com "pesos" iguais. No prato direito há um "peso" de 14Kg. Quanto
pesa cada melancia?

2 melancias + 2Kg = 14Kg

Usaremos uma letra qualquer, por exemplo x, para simbolizar o peso de


cada melancia. Assim, a equação poderá ser escrita, do ponto de vista
matemático, como:

2x + 2 = 14

Este é um exemplo simples de uma equação contendo uma variável, mas


que é extremamente útil e aparece na maioria das situações reais. Valorize este
exemplo simples.

Podemos ver que toda equação tem:

 Uma ou mais letras indicando valores desconhecidos, que são


denominadas variáveis ou incognitas;
 Um sinal de igualdade, denotado por =.
 Uma expressão à esquerda da igualdade, denominada primeiro membro
ou membro da esquerda;
 Uma expressão à direita da igualdade, denominada segundo membro ou
membro da direita.

Nas Expressões Algébricas, estudamos várias situações contendo


variáveis. A letra x é a incógnita da equação. A palavra incógnita significa
desconhecida e equação tem o prefixo equa que provém do Latim e significa igual.

39
2x+2 = 14
1o. membro sinal de igualdade 2o. membro

As expressões do primeiro e segundo membro da equação são os termos


da equação.

Para resolver essa equação, utilizamos o seguinte processo para obter o


valor de x.

2x + 2 = 14 Equação original
2x + 2 - 2 = 14 - 2 Subtraímos 2 dos dois membros
2x = 12 Dividimos por 2 os dois membros
x=6 Solução

Observação: Quando adicionamos (ou subtraímos) valores iguais em


ambos os membros da equação, ela permanece em equilíbrio. Da mesma forma,
se multiplicamos ou dividimos ambos os membros da equação por um valor não
nulo, a equação permanece em equilíbrio. Este processo nos permite resolver
uma equação, ou seja, permite obter as raízes da equação.

Exemplos:

1. A soma das idades de André e Carlos é 22 anos. Descubra as idades de


cada um deles, sabendo-se que André é 4 anos mais novo do que Carlos.

Solução: Primeiro passamos o problema para a linguagem matemática. Vamos


tomar a letra c para a idade de Carlos e a letra a para a idade de André, logo
a=c-4. Assim:

c + a = 22

c + (c - 4) = 22

2c - 4 = 22

2c - 4 + 4 = 22 + 4

2c = 26

c = 13

Resposta: Carlos tem 13 anos e André tem 13-4=9 anos.

40
2. A população de uma cidade A é o triplo da população da cidade B. Se as
duas cidades juntas têm uma população de 100.000 habitantes, quantos
habitantes tem a cidade B?

Solução: Identificaremos a população da cidade A com a letra a e a população da


cidade com a letra b. Assumiremos que a=3b. Dessa forma, poderemos
escrever:

a + b = 100.000

3b + b = 100.000

4b = 100.000

b = 25.000

Resposta: Como a=3b, então a população de A corresponde a:


a=3×25.000=75.000 habitantes.

3. Uma casa com 260m2 de área construída possui 3 quartos de mesmo


tamanho. Qual é a área de cada quarto, se as outras dependências da casa
ocupam 140m2?

Solução: Tomaremos a área de cada dormitório com letra x.

3x + 140 = 260

3x = 260 -140

3x = 120

x = 40

Resposta: Cada quarto tem 40m2.

Exercícios: Resolver as equações

1. 2x + 4 = 10

2. 5k - 12 = 20

3. 2y + 15 - y = 22

4. 9h - 2 = 16 + 2h

41
Desigualdades do primeiro grau em 1 variável

Relacionadas com as equações de primeiro grau, existem as desigualdades


de primeiro grau, (também denominadas inequações) que são expressões
matemáticas em que os termos estão ligados por um dos quatro sinais:

< menor
> maior
< menor ou igual
> maior ou igual

Nas desigualdades, o objetivo é obter um conjunto de todas os possíveis


valores que pode(m) assumir uma ou mais incógnitas na equação proposta.

Exemplo:

Determinar todos os números inteiros positivos para os quais vale a


desigualdade:

2x + 2 < 14

Para resolver esta desigualdade, seguiremos os seguintes passos:

Passo 1 2x + 2 < 14 Escrever a equação original


Passo 2 2x + 2 - 2 < 14 - 2 Subtrair o número 2 dos dois membros
Passo 3 2x < 12 Dividir pelo número 2 ambos os membros
Passo 4 x<6 Solução

Concluímos que o conjunto solução é formado por todos os números


inteiros positivos menores do que 6:

S = {1, 2, 3, 4, 5}

Exemplo: Para obter todos os números pares positivos que satisfazem à


desigualdade

2x + 2 < 14

obteremos o conjunto solução:

42
S = {2, 4}

Observação:

Se há mais do que um sinal de desigualdade na expressão, temos várias


desigualdades "disfarçadas" em uma.

Exemplo:

Para determinar todos os números inteiros positivos para os quais valem as


(duas) desigualdades:

12 < 2x + 2 < 20

poderemos seguir o seguinte processo:

12 < 2x + 2 < 20 Equação original


12 - 2 < 2x + 2 - 2 < 20 - 2 Subtraímos 2 de todos os membros
10 < 2x < 18 Dividimos por 2 todos os membros
5 < x < 9 Solução

O conjunto solução é:

S = {6, 7, 8, 9}

Exemplo:

Para obter todos os números inteiros negativos que satisfazem às (duas)


desigualdades

12 < 2x + 2 < 20

obteremos apenas o conjunto vazio, como solução, isto é:

S=Ø={}

Desigualdades do primeiro grau em 2 variáveis

Uma situação comum em aplicações é aquela em que temos uma


desigualdade envolvendo uma equação com 2 ou mais incógnitas. Estudaremos

43
aqui apenas o caso em aparecem 2 incógnitas x e y. Uma forma geral típica, pode
ser:

ax+by<c

onde a, b e c são valores dados.

Exemplo: Para obter todos os pares ordenados de números reais para os quais:

2x + 3y > 0

observamos que o conjunto solução contém os pares:

(0,0), (1,0), (0,1), (-1,1), (1,-1), ...

Há infinitos pares ordenados de números reais satisfazendo a esta desigualdade,


o que torna impossível exibir todas as soluções. Para remediar isto, utilizaremos
um processo geométrico que permitirá obter uma solução geométrica satisfatória.

Processo geométrico:

(1) Traçamos a reta 2x+3y=0;

(2) Escolhemos um par ordenado, como (1,1), fora da reta;

(3) Se (1,1) satisfaz à desigualdade 2x+3y>0, colorimos a região que


contém este ponto, caso contrário, colorimos a região que está do outro lado da
reta.

(4) A região colorida é o conjunto solução para a desigualdade.

Sistemas linear de equações do primeiro grau

44
Uma equação do primeiro grau, é aquela em que todas as incógnitas estão
elevadas à potência 1. Este tipo de equação poderá ter mais do que uma
incógnita.

Um sistema de equações do primeiro grau em duas incógnitas x e y, é um


conjunto formado por duas equações do primeiro nessas duas incógnitas.

Exemplo:

Seja o sistema de duas equações:

2 x + 3 y = 38
3 x - 2 y = 18

Resolver este sistema de equações é o mesmo que obter os valores de x e


de y que satisfazem simultaneamente a ambas as equações.

x=10 e y=6 são as soluções deste sistema e denotamos esta resposta


como um par ordenado de números reais:

S = { (10,6) }

Método de substituição para resolver este sistema

Entre muitos outros, o método da substituição, consiste na idéia básica de


isolar o valor algébrico de uma das variáveis, por exemplo x, e, aplicar o resultado
à outra equação.

Para entender o método, consideremos o sistema:

2 x + 3 y = 38
3 x - 2 y = 18

Para extrair o valor de x na primeira equação, usaremos o seguinte processo:

2x + 3y = 38 Primeira equação
2x + 3y - 3y = 38 - 3y Subtraímos 3y de ambos os membros
2x = 38 - 3y Dividimos ambos os membros por 2
x = 19 - (3y/2) Este é o valor de x em função de y

Substituímos agora o valor de x na segunda equação 3x-2y=18:

45
3x - 2y = 18 Segunda equação
3(19 - (3y/2)) - 2y = 18 Após substituir x, eliminamos os parênteses
57 - 9y/2 - 2y = 18 multiplicamos os termos por 2
114 - 9y - 4y = 36 reduzimos os termos semelhantes
114 - 13y = 36 separamos variáveis e números
114 - 36 = 13y simplificamos a equação
78 = 13y mudamos a posição dos dois membros
13 y = 78 dividimos ambos os membros por 6
y=6 Valor obtido para y

Substituindo y=6 na equação x=19-(3y/2), obtemos:

x = 19 - (3×6/2) = 19 - 18/2 = 19-9 = 10

Exercício: Determinar a solução do sistema:

x+y=2
x-y=0

Cada equação do sistema acima pode ser visto como reta no plano
cartesiano. Construa as duas retas no plano e verifique que, neste caso, a solução
é um par ordenado que pertence à interseção das duas retas.

Relação entre sistemas lineares e retas no plano

No contexto que estamos trabalhando aqui, cada equação da forma


ax+by=c, representa uma reta no plano cartesiano. Um sistema com duas
equações de primeiro grau em 2 incógnitas sempre pode ser interpretado como
um conjunto de duas retas localizadas no plano cartesiano.

Reta 1: ax + by = c
Reta 2: dx + ey = f

Há três modos de construir retas no plano: retas concorrentes, retas


paralelas e retas coincidentes.

46
Se o sistema é formado por duas equações que são retas no plano
cartesiano, temos a ocorrência de:

Retas concorrentes: quando o sistema admite uma única solução que é um par
ordenado localizado na interseção das duas retas;

Retas paralelas: quando o não admite solução, pois um ponto não pode estar
localizado em duas retas paralelas;

Retas coincidentes: quando o admite uma infinidade de soluções pois as retas


estão sobrepostas.

Exemplos das três situações

Tipos de retas Sistema


x+y=2
Concorrentes
x-y=0
x+y=2
Paralelas
x+y=4
x+y=2
Coincidentes
2x + 2y = 4

Problemas com sistemas de equações:

1. A soma das idades de André e Carlos é 22 anos. Descubra as idades de


cada um deles, sabendo-se que André é 4 anos mais novo do que
Carlos.

Solução: A idade de André será tomada com a letra A e a idade de


Carlos com a letra C. O sistema de equações será:

C + A = 22

C - A = 4

Resposta: C = 13 e A = 9

47
2. A população de uma cidade A é o triplo da população da cidade B. Se
as duas cidades juntas têm uma população de 100.000 habitantes,
quantos habitantes tem a cidade B?

Solucão: Identificando a população da cidade A com a letra A e a


população da cidade B com B, o sistema de equações será:

A + B = 100000

A = 3B

Resposta: A = 75000, B= 25000.

3. Uma casa com 260m2 de área construída tem 3 dormitórios de mesmo


tamanho. Qual é a área de cada dormitório se as outras dependências
da casa ocupam 140m2?

Solução: Identificaremos a área de cada dormitório com a letra D e a


área das outras dependências com a letra O. Assim, o sistema será:

3D + O = 260

O = 140

Resposta: D = 40

Desigualdades com 2 Equações em 2 variáveis

Outra situação bastante comum é aquela em que existe uma desigualdade


com 2 equações em 2 ou mais incógnitas. Estudaremos aqui apenas o caso em
aparecem 2 equações e 2 incógnitas x e y. Uma forma geral pode ter a seguinte
forma típica:

ax+by<c
dx+ey>f

onde as constantes: a, b, c, d, e, f; são conhecidas.

Exemplo:

Determinar todos os pares ordenados de números reais para os quais:

48
2x + 3y > 6
5x + 2y < 20

Há infinitos pares ordenados de números reais satisfazendo a esta


desigualdade, o que torna impossível exibir todas as soluções. Para remediar isto,
utilizaremos um processo geométrico que permitirá obter uma solução geométrica
satisfatória.

Processo geométrico:

(1) Traçar a reta 2x+3y=6 (em vermelho);

(2) Escolher um ponto fora da reta, como o par (2,2) e observar que ele
satisfaz à primeira desigualdade;

(3) Devemos colorir o semi-plano contendo o ponto (2,2) (em verde);

(4) Traçar a reta 5x+2y=20 (em azul);

(5) Escolher um ponto fora da reta, por exemplo, o próprio par já usado
antes (2,2) (não é necessário que seja o mesmo) e observamos que ele satisfaz à
segunda desigualdade;

(6) Colorir o semi-plano contendo o ponto (2,2), inclusive a própria reta. (cor
azul)

(7) Construir a interseção (em vermelho) das duas regiões coloridas.

(8) Esta interseção é o conjunto solução para o sistema com as duas


desigualdades.

Esta situação gráfica é bastante utilizada em aplicações da Matemática a


estudos de Economia e Processos de otimização. Um dos ramos da Matemática
que estuda este assunto é a Pesquisa Operacional.

49
Equação do segundo grau

Uma equação do segundo grau na incógnita x é da forma:

a x² + b x + c = 0

onde os números reais a, b e c são os coeficientes da equação, sendo que


a deve ser diferente de zero. Essa equação é também chamada de equação
quadrática, pois o termo de maior grau está elevado ao quadrado.

Equação Completa do segundo grau

Uma equação do segundo grau é completa, se todos os coeficientes a, b e c


são diferentes de zero.

Exemplos:

1. 2 x² + 7x + 5 = 0
2. 3 x² + x + 2 = 0

Equação incompleta do segundo grau

Uma equação do segundo grau é incompleta se b=0 ou c=0 ou b=c=0. Na


equação incompleta o coeficiente a é diferente de zero.

Exemplos:

1. 4 x² + 6x = 0
2. 3 x² + 9 = 0
3. 2 x² = 0

50
Resolução de equações incompletas do 2o. grau

Equações do tipo ax²=0: Basta dividir toda a equação por a para obter:

x² = 0

significando que a equação possui duas raízes iguais a zero.

Equações do tipo ax²+c=0: Novamente dividimos toda a equação por a e


passamos o termo constante para o segundo membro para obter:

x² = -c/a

Se -c/a for negativo, não existe solução no conjunto dos números reais.

Se -c/a for positivo, a equação terá duas raízes com o mesmo valor
absoluto (módulo) mas de sinais contrários.

Equações do tipo ax²+bx=0: Neste caso, fatoramos a equação para obter:

x (ax + b) = 0

e a equação terá duas raízes:

x' = 0 ou x" = -b/a

Exemplos gerais

1. 4x²=0 tem duas raízes nulas.


2. 4x²-8=0 tem duas raízes: x'=R[2], x"= -R[2]
3. 4x²+5=0 não tem raízes reais.
4. 4x²-12x=0 tem duas raízes reais: x'=3, x"=0

Exercícios: Resolver as equações incompletas do segundo grau.

1. x² + 6x = 0
2. 2 x² = 0
3. 3 x² + 7 = 0
4. 2 x² + 5 = 0
5. 10 x² = 0
6. 9 x² - 18 = 0

51
Resolução de equações completas do 2o. grau

Como vimos, uma equação do tipo: ax²+bx+c=0, é uma equação completa


do segundo grau e para resolvê-la basta usar a fórmula quadrática (atribuída a
Bhaskara), que pode ser escrita na forma:

onde D=b²-4ac é o discriminante da equação.

Para esse discriminante D há três possíveis situações:

1. Se D<0, não há solução real, pois não existe raiz quadrada real de
número negativo.
2. Se D=0, há duas soluções iguais:

x' = x" = -b / 2a

3. Se D>0, há duas soluções reais e diferentes:

x' = (-b + R[D])/2a


x" = (-b - R[D])/2a

Exemplos:

Preencher a tabela com os coeficientes e o discriminante de cada equação


do segundo grau, analisando os tipos de raízes da equação.

Equação a b c Delta Tipos de raízes


x²-6x+8=0 1 -6 8 4 reais e diferentes
x²-10x+25=0
x²+2x+7=0
x²+2x+1=0
x²+2x=0

52
O uso da fórmula de Bhaskara

Você pode realizar o Cálculo das Raízes da Equação do segundo grau com
a entrada dos coeficientes a, b e c em um formulário, mesmo no caso em que D é
negativo, o que força a existência de raízes complexas conjugadas. Para estudar
estas raízes, visite o nosso link Números Complexos.

Mostraremos agora como usar a fórmula de Bhaskara para resolver a


equação:

x² - 5 x + 6 = 0

1. Identificar os coeficientes: a=1, b= -5, c=6


2. Escrever o discriminante D = b²-4ac.
3. Calcular D=(-5)²-4×1×6=25-24=1
4. Escrever a fórmula de Bhaskara:

5. Substituir os valores dos coeficientes a, b e c na fórmula:

x' = (1/2)(5+R[1]) = (5+1)/2 = 3


x" = (1/2)(5-R[1]) = (5-1)/2 = 2

Exercícios

1. Calcular o discriminante de cada equação e analisar as raízes em cada


caso:
a. x² + 9 x + 8 = 0
b. 9 x² - 24 x + 16 = 0
c. x² - 2 x + 4 = 0
d. 3 x² - 15 x + 12 = 0
e. 10 x² + 72 x - 64 = 0
2. Resolver as equações:
a. x² + 6 x + 9 = 0
b. 3 x² - x + 3 = 0
c. 2 x² - 2 x - 12 = 0

53
d. 3 x² - 10 x + 3 = 0

Equações fracionárias do segundo grau

São equações do segundo grau com a incógnita aparecendo no


denominador.

Exemplos:

1. 3/(x² - 4) + 1/(x - 3) = 0
2. 3/(x²-4)+1/(x-2)=0

Para resolver este tipo de equação, primeiramente devemos eliminar os


valores de x que anulam os denominadores, uma vez que tais valores não servirão
para as raízes da equação, pois não existe fração com denominador igual a 0. Na
sequência extraímos o mínimo múltiplo comum de todos os termos dos
denominadores das frações, se houver necessidade.

1. Consideremos o primeiro exemplo:

3/(x² - 4) + 1/(x - 3) = 0

x deve ser diferente de 3, diferente de 2 e diferente de -2, assim


podemos obter o mínimo múltiplo comum entre os termos como:

MMC(x) = (x² - 4)(x - 3)

Reduzindo as frações ao mesmo denominador que deverá ser MMC(x),


teremos:

[3(x-3) + 1(x²-4)] / (x²-4)(x-3) = 0

o que significa que o numerador deverá ser:

3(x - 3) + 1(x² - 4) = 0

que desenvolvido nos dá:

54
x2 + 3x - 13 = 0

que é uma equação do segundo grau que pode ser resolvida pela
fórmula de Bhaskara. Não existirão números reais satisfazendo esta
equação.

2. Consideremos agora o segundo exemplo:

(x+3)/(2x-1)=2x/(x+4)

O mínimo múltiplo comum entre 2x-1 e x+4 é MMC=(2x-1)(x-4) (o


produto entre estes fatores) e MMC somente se anulará se x=1/2 ou x= -
4. Multiplicando os termos da equação pelo MMC, teremos uma
sequência de expressões como:

(x+3)(x+4)=2x(2x-1)

x² + 7x + 12 = 4x² - 2x

-3x² + 9x + 12 = 0

3x² - 9x - 12 = 0

x² - 3x - 4 = 0

(x-4)(x+1) = 0

Solução: x'=4 ou x"= -1

3. Estudemos outro exemplo:

3/(x²-4)+1/(x-2)=0

O mínimo múltiplo comum é MMC=x²-4=(x-2)(x+2) e este MMC somente


se anulará se x=2 ou x= -2. Multiplicando os termos da equação pelo
MMC, obteremos:

3 + (x+2)=0

cuja solução é x= -5

55
Exercícios: Resolver as equações do segundo grau fracionárias:

1. x + 6/x = -7
2. (x+2)/(x+1) = 2x/(x-4)
3. (2-x)/x + 1/x² = 3/x
4. (x+2)/(x-2) + (x-2)/(x+2) = 1

Equações bi-quadradas

São equações do 4o. grau na incógnita x, da forma geral:

a x4 + b x² + c = 0

Na verdade, esta é uma equação que pode ser escrita como uma equação
do segundo grau através da substituição:

y = x²

para gerar

a y² + b y + c = 0

Aplicamos a fórmula quadrática para resolver esta última equação e obter


as soluções y' e y" e o procedimento final deve ser mais cuidadoso, uma vez que

x² = y' ou x² = y"

e se y' ou y" for negativo, as soluções não existirão para x.

Exemplos:

1. Para resolver x4-13x²+36=0, tomamos y=x², para obter y²-13y+36=0,


cujas raízes são y'=4 ou y"=9, assim:

x² = 4 ou x² = 9

o que garante que o conjunto solução é:

56
S = { 2, -2, 3, -3}

2. Para resolver x4-5x²-36=0, tomamos y=x², para obter y²-5y-36=0, cujas


raízes são y'= -4 ou y"=9 e desse modo:

x² = -4 ou x² = 9

o que garante que o conjunto solução é:

S = {3, -3}

3. Se tomarmos y=x² na equação x4+13x²+36=0, obteremos y²+13y+36=0,


cujas raízes são y'= -4 ou y"= -9 e dessa forma:

x² = -4 ou x² = -9

o que garante que o conjunto solução é vazio.

Unidades de medida e aplicações da matemática

Unidades de medidas são padrões usados para avaliar grandezas físicas. São
definidas arbitrariamente e têm como referência um padrão material. As grandezas
podem ser mecânicas, ópticas, geométricas, acústicas ou luminosas. Medir
significa comparar uma grandeza com uma unidade de referência da mesma
espécie e estabelecer o número (inteiro ou fracionário) de vezes que a grandeza
contém a unidade. Metrologia é a ciência que estuda, normatiza e codifica os
conhecimentos relativos a medidas, padrões e unidades de medir, métodos,
técnicas e instrumentos de medição.

Estimar e avaliar grandezas diversas são capacidades e habilidades


desenvolvidas pela humanidade desde o início de sua evolução cultural. Na pré-
história, o homem apenas compara volumes e peso, sem medi-los. Com o
crescimento demográfico, o surgimento das cidades e dos sistemas de trocas, são
fixadas unidades que permitam uma comparação mais precisa entre objetos.

57
Prefixos das unidades de medida do Sistema Internacional (SI)

Nome Símbolo Fator de multiplicação da unidade


24
yotta Y 10 = 1 000 000 000 000 000 000 000 000
zetta Z 1021 = 1 000 000 000 000 000 000 000
exa E 1018 = 1 000 000 000 000 000 000
peta P 1015 = 1 000 000 000 000 000
tera T 1012 = 1 000 000 000 000
giga G 109 = 1 000 000 000
mega M 106 = 1 000 000
quilo k 10³ = 1 000
hecto h 10² = 100
deca da 10
deci d 10-1 = 0,1
centi c 10-2 = 0,01
mili m 10-3 = 0,001
micro µ 10-6 = 0,000 001
nano n 10-9 = 0,000 000 001
pico p 10-12 = 0,000 000 000 001
femto f 10-15 = 0,000 000 000 000 001
atto a 10-18 = 0,000 000 000 000 000 001
zepto z 10-21 = 0,000 000 000 000 000 000 001
yocto y 10-24 = 0,000 000 000 000 000 000 000 001

58

Você também pode gostar