OUTUBRO .
2021
Tudo o que você precisa saber para investir
na moeda do futuro
Preparado por Fernanda Guardian
Analista de Criptoativos
Levante Investimentos
Elaborado por Fernanda Guardian
Analista de criptoativos na Levante Investimentos
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Você provavelmente já era nascido(a) e deve se lembrar da crise de
2008, considerada a pior crise financeira desde 1929.
A crise de 2008 começou em razão da especulação imobiliária nos
Estados Unidos. Foi a chamada bolha, causada por um aumento
expressivo nos valores dos imóveis. A elevação dos preços levou ao
colapso do setor, pois a supervalorização dos imóveis não foi
acompanhada pela capacidade financeira dos cidadãos de arcar
com os custos de suas hipotecas. Com o aumento dos juros, as
hipotecas acabaram não tendo a liquidez esperada levando à riscos
de calote de empréstimos hipotecários de alto risco, também
chamados de subprime.
A crise fez com que algumas pessoas confiassem mais no Bitcoin
do que no sistema financeiro convencional, porque o "dinheiro real"
provou não ser confiável. O white paper do Bitcoin foi publicado
por Satoshi Nakamoto - criador da criptomoeda que usou esse
pseudônimo para se manter no anonimato - em um fórum de
criptografia em 2008. De acordo com Satoshi (que ainda está para
ser identificado), o Bitcoin é “uma versão puramente ponto a ponto
do dinheiro eletrônico que permite pagamentos on-line de uma
parte para outra sem passar por uma instituição financeira."
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O Bitcoin funciona como um dinheiro comum, assim como dólar,
euro ou real, mas não é uma moeda ligada à nenhum governo
ou banco. As transações feitas em Bitcoin são mediadas por
computadores ao redor de todo o mundo, chamadas de
“transações ponto a ponto” ou peer to peer (P2P). Mineração é
o processo de validação das transações, e os usuários que
validam são chamados de mineradores. O incentivo para
manter a rede em funcionamento é que, validadas as
transações, os mineradores recebem bitcoins como
recompensa.
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O Halving (do inglês "Half", que significa metade) é o processo que
acontece a cada 4 anos e que reduz pela metade a recompensa
gerada pela rede para o trabalho dos mineradores. Esse processo
influencia nas quantidades de novas moedas que circulam no
mercado, o que por lei da oferta e da demanda, interfere na cotação
do Bitcoin.
A cada 4 anos, uma vez ocorrido o Halving, o Bitcoin entra em um
ciclo de alta. Um dos motivos das altas históricas do Bitcoin em 2021
foi o último Halving que ocorreu em 2020. Por ser um ativo cíclico, é
importante não cair na ilusão de que o Bitcoin subirá para sempre em
linha reta: esse entendimento do ciclo econômico permite uma melhor
alocação do ativo.
03 Halvings do Bitcoin que ocorrem a cada 4 anos: 2013, 2017 e 2021.
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Fórum onde Satoshi Nakamoto publicou sobre as propriedades do
Bitcoin, no dia 31 de Outubro de 2008, às 14:10.
Diferente de moedas fiduciárias como dólar, euro ou real, o
Bitcoin é uma moeda digital que não pode ser impressa de
forma infinita. Uma das propriedades do Bitcoin é a sua
escassez. Ao todo, existem apenas 21 milhões de unidades a
serem mineradas. Como qualquer ativo escasso, esse limite de
emissões implica valorização no longo prazo, embora essa
valorização não seja em linha reta.
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No momento em que escrevo este texto,
1 BTC equivale à R$ 289 mil reais.
As recentes máximas históricas do Bitcoin podem levar à dúvida de
que uma pessoa precisa ter, por exemplo, mais de R$ 200 mil para
investir no ativo. Entretanto, uma das propriedades do Bitcoin é a
sua divisibilidade: trata-se de uma moeda divisível em até 8 casas
decimais. Assim, não é necessário comprar 1 bitcoin inteiro. É
possível investir em frações de bitcoin (0.00000001 BTC, por
exemplo). As exchanges são as plataformas de negociação de
criptoativos e elas estipulam os valores mínimos de aplicação.
Unidades de medida do Bitcoin: cada casa
decimal corresponde à um Satoshi.
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O Bitcoin é um ativo volátil e sua cotação pode variar
para cima ou para baixo em valores significativos em um
único dia. Do ponto de vista de desenvolvimento de
moeda, um ativo pode levar anos, décadas ou até
milênios para se desenvolver como reserva de valor, meio
de troca e unidade de conversão. Seria uma expectativa
irrealista achar que o Bitcoin não enfrentaria nenhuma
volatilidade com apenas 12 anos de existência.
Correções negativas que existiram no último ciclo
de alta do Bitcoin, em 2017.
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As linhas laranjas do gráfico abaixo indicam a entrada de
empresas, fundos de investimentos, tesourarias e instituições
ligadas à Blockchain, que é a rede do Bitcoin. Em todo ciclo de
alta, ocorre um aumento significativo desse movimento.
Bitcoin: Entities Net Growth (7d Exponential Moving Average).
Fonte: Glassnode
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A expectativa é que o último Bitcoin seja minerado por volta
do ano de 2140, mas isso não significa que a rede deixará
de existir. Hoje, os mineradores recebem como recompensa
bitcoins e as taxas de transação, que correspondem à 3%
das recompensas totais. Quando o último Bitcoin for
minerado, essas taxas corresponderão à 100% e o aumento
da concorrência da rede levará à um aumento dessas taxas
de transação. As validações da rede vão continuar
acontecendo, porque o incentivo à mineração continuará
existindo.
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Pode ser considerado como moeda qualquer ativo definido
pelo livre mercado que exerça três funções: reserva de
valor, meio de troca e unidade de conversão. O
desenvolvimento dessas 03 fases pode levar anos, décadas
ou até milênios. O dólar, por exemplo, tem
aproximadamente 200 anos de existência. O Bitcoin ainda
está se desenvolvendo como reserva de valor e meio de
troca, o que implica volatilidade e correções no curto e
médio prazo.
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As cotações do Bitcoin seguem a lei da oferta e da demanda,
elaborada pelo pelo economista britânico nascido na Escócia,
Adam Smith, na economia clássica. Esse conceito econômico
define que se houver mais produtos do que interessados em os
comprar, os preços tendem a cair. Por outro lado, se um produto
estiver em falta, seu preço tende a aumentar. Em todos os ciclos de
Bitcoin, há pessoas comprando, vendendo, armazenando e
minerando bitcoins, o que influencia nos preços. Entre outros
indicadores fundamentalistas, algumas métricas que influenciam o
preço do Bitcoin estão associadas à:
Acumulação e distribuição de moedas;
Ganhos e perdas da rede;
Entrada de moedas novas no sistema;
Entrada de institucionais.
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