ÍNDICE
I. NOTA INTRODUTÓRIA.....................................................................................3
II. CONTEXTO INTERNACIONAL ........................................................................3
III. CONTEXTO SOCIAL E DEMOGRÁFICO NACIONAL ....................................7
III.1 OBJECTIVOS E PRIORIDADES CENTRAIS DO GOVERNO.......................... 7
III.2. OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO (ODMs) ................. 8
III.3. IMPACTO DEMOGRÁFICO E MACROECONÓMICO DO HIV-SIDA ........ 13
IV. CONTEXTO MACROECONÓMICO NACIONAL...........................................16
IV.1. PRODUÇÃO GLOBAL E SECTORIAL............................................................ 16
A. AGRICULTURA, PECUÁRIA E EXPLORAÇÃO FLORESTAL ................. 17
B. PESCAS ............................................................................................................. 23
C. INDÚSTRIA EXTRACTIVA.............................................................................. 24
D. INDÚSTRIA TRANSFORMADORA ............................................................... 26
E. ELECTRICIDADE E ÁGUA ............................................................................. 27
F. CONSTRUÇÃO ................................................................................................. 28
G. COMÉRCIO ....................................................................................................... 29
H. RESTAURANTES E HOTÉIS ......................................................................... 29
I. TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES ........................................................... 29
IV.2. SECTOR MONETÁRIO E CAMBIAL .............................................................. 30
IV.3. INFLAÇÃO ......................................................................................................... 36
IV.4. BALANÇA DE PAGAMENTOS ....................................................................... 42
V. PRINCIPAIS DESENVOLVIMENTOS POR SECTOR ...................................44
V.1. ÁREA SOCIAL .................................................................................................... 44
A. EDUCAÇÃO ....................................................................................................... 44
B. CIÊNCIA E TECNOLOGIA .............................................................................. 49
C. SAÚDE................................................................................................................ 51
D. TRABALHO........................................................................................................ 59
E. MULHER E ACÇÃO SOCIAL.......................................................................... 63
F. LIBERTAÇÃO NACIONAL, DEFESA DA SOBERANIA, E DA
DEMOCRACIA E DEFECIENTES DE GUERRA.............................................. 67
G. CULTURA .......................................................................................................... 68
H. JUVENTUDE E DESPORTOS ....................................................................... 70
I. MEIO AMBIENTE ............................................................................................... 72
V.2 ÁREA ECONÓMICA............................................................................................ 75
A. AGRICULTURA ................................................................................................. 75
B. INFRAESTRUTURAS....................................................................................... 79
C. PESCAS ............................................................................................................. 91
D. RECURSOS MINERAIS .................................................................................. 97
E. INDÚSTRIA E COMÉRCIO ........................................................................... 102
F. TURISMO ......................................................................................................... 105
G. TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES ....................................................... 110
H. MEDIDAS DE APOIO AO EMPRESARIADO NACIONAL ....................... 114
V.3. BOA GOVERNAÇÃO, LEGALIDADE E JUSTIÇA, DESCENTRALIZAÇÃO E
DESCONCENTRAÇÃO ............................................................................................ 117
V.4. RELAÇÕES EXTERNAS E DEFESA............................................................... 126
VI. POLÍTICA ORÇAMENTAL ..........................................................................131
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
VI. QUESTÕES TRANSVERSAIS ....................................................................141
VI.1 DESMINAGEM ................................................................................................. 141
VI.2 REDUÇÃO DO IMPACTO DAS CALAMIDADES ........................................ 142
VI.3 HIV-SIDA........................................................................................................... 142
VI.4 MEIO AMBIENTE ............................................................................................ 145
VI.5 GÉNERO ............................................................................................................ 146
ANEXO 1 – MATRIZ REDUZIDA DE INDICADORES PRINCIPAIS.................149
2
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
I. NOTA INTRODUTÓRIA
O presente documento “Balanço do Plano Económico e Social 2005”, constitui a
primeira avaliação anual da implementação do Programa Quinquenal do
Governo 2005-2009.
O documento é composto por cinco capítulos, nomeadamente: o contexto
internacional; o contexto macroeconómico nacional; os principais
desenvolvimentos por sector; a política orçamental; e, as questões transversais.
No contexto internacional apresenta-se a evolução da economia internacional o
que permite visualizar em que condições económicas internacionais o País
implementou a sua política económica e social; no contexto macroeconómico
nacional são apresentados os principais indicadores económicos; no capítulo
dos principais desenvolvimentos por sector são apresentadas as principais
medidas e acções de política implementadas; no capítulo da política orçamental
é apresentado o envelope de recursos e sua aplicação com vista ao
cumprimento das acções previstas no Plano Económico e Social para 2005. No
último capítulo são avaliadas as medidas de política relacionadas com as
questões transversais, matérias que são, igualmente, objecto de análise no
capítulo relativo aos principais desenvolvimentos por sector.
Em anexo, é apresentada a matriz resumida de indicadores principais das
actividades do Governo.
II. CONTEXTO INTERNACIONAL
O ano de 2005 foi caracterizado por um crescimento generalizado da economia
mundial, estimando-se que o PIB agregado tenha crescido cerca de 4% contra
os 5,1% registados no ano anterior. Este crescimento foi potenciado pelo
desempenho da economia norte-americana e grande parte das economias
asiáticas e o impacto do crescimento do Japão. A zona do euro tem estado a
recuperar progressivamente. Este crescimento da economia mundial teve um
impacto nos preços do petróleo e de alguns produtos básicos. Apesar disso, os
níveis dos preços têm sido bastante estáveis apesar do aumento do preço do
petróleo.
Estados Unidos da América
3
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
Estima-se que o PIB nos Estados Unidos da América tenha crescido 3,5%, em
2005, contra 4,4% no ano anterior. O consumo privado e o investimento, em
particular o não-residencial, dinamizaram a economia, apesar do aumento das
taxas de juro. A produtividade nesta economia tem tido os seus efeitos positivos,
apesar das calamidades naturais que assolaram o país durante o ano e do
aumento do preço do petróleo.
As taxas de juro de curto prazo quase que duplicaram entre 2004 e 2005.
Apesar deste condicionalismo, a produção industrial teve um bom desempenho
avaliado em 2,8%. O nível de desemprego em Dezembro último foi de 4,9 %
contra 5,4% um ano antes. A inflação foi de 3,4% em Dezembro de 2005.
Taxas de Crescimento (%)
2004 2005
Crescimento Mundial do PIB 5,1 4,3
EUA 4,4 3,5
Japão 2,6 1,5-2,4
Zona do Euro 1,8 1,3
Economias Avançadas 3,4 2,6
Países em Desenvolvimento 7,2 6,3
África 5,1 5,0
África do Sul 3,7 4,0
Comércio Internacional 9,9 7,4
Importações
Economias Avançadas 8,5 6,5
Países em Desenvolvimento 15,5 12,0
Exportações
Economias Avançadas 8,1 5,9
Países em Desenvolvimento 13,8 9,9
Fontes: World Economic Outlook (FMI), Economic Outlook (OCDE)
União Europeia
Na zona do Euro, estima-se que o crescimento do PIB em 2005 tenha sido de
1,3% contra 1,8% em 2004. A recuperação é ainda moderada e continuará
nesse ritmo nos próximos anos. Para este crescimento contribuiu o investimento,
em particular o investimento público e não-residencial. Neste quadro, as taxas
de juros de curto prazo mantiveram-se estáveis aos níveis do ano anterior. A
inflação ficou abaixo dos 2% isto é,1,8% contra 2,1% do ano anterior.
4
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
A produção industrial cresceu apenas 2,6%, variação homóloga até Novembro e
a taxa de desemprego baixou em relação ao ano transacto apesar de continuar
relativamente alta, 8,4% para Dezembro de 2005. No mesmo período de 2004
estava em 8,8%.
Taxas de Crescimento (%)
2004 2005
Termos de Troca
Economias Avançadas -0,4 0,3
Países em Desenvolvimento 3,3 2,2
Preços em dólares
Produtos Manufacturados 8,8 6,2
Petróleo 30,7 23,2
Commodities 18,8 3,8
Inflação
EUA 2,7 2,7
Zona do Euro 2,1 1,8
Economias Avançadas 1,6 2,1
Países em Desenvolvimento 5,7 5,5
África 7,7 7,7
Fontes: World Economic Outlook (FMI), Economic Outlook (OCDE)
Japão
No Japão, 2005 foi um ano de bom desempenho tal como aconteceu no ano
anterior, estimando-se que o crescimento possa ter atingido uma taxa de
crescimento à volta de 2%. Esta taxa foi resultado em boa parte da expansão
das exportações em 6,5%, de uma recuperação do investimento situado em 3%
e de um aumento do consumo privado em 1,7%. Este comportamento da
procura interna deveu-se aos lucros das empresas e ao aumento do emprego e
dos salários. A produção industrial teve um crescimento de 3,8% em relação a
igual período de 2004 (Dezembro). O nível de desemprego mostrou uma
tendência de queda e situou-se, em Dezembro, em 4,4% contra 4,5% em igual
período do ano anterior.
5
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
Percentagens
2004 2005
Taxas de Juros de Curto Prazo
EUA 1,6 3,4
Reino Unido 4,6 4,7
Zona do Euro 2,1 2,2
Japão 0,0 0,0
Economias Avançadas 1,9 1,9-3,0
Desemprego
EUA 5,5 5,1
Japão 4,7 4,4
Zona do Euro 8,9 8,7
Economias Avançadas 6,7 6,5
Fontes: World Economic Outlook (FMI), Economic Outlook (OCDE)
África
O desempenho das economias africanas foi mantido em 2005 com um
crescimento estimado em cerca de 5%, uma taxa de crescimento idêntica a do
ano transacto. A inflação média destas foi de cerca de 8%, um nível verificado
no ano de 2004.
No Zimbabwe desde 1999 que a taxa de crescimento do PIB tem sido negativa,
a uma média de -5,7% ao ano. Isto significa de que o PIB em 2005 corresponde
a cerca de 65% do PIB de 1998. Por outro lado, a inflação continuou alta em
cerca de 200% em 2005.
Nas restantes economias da SADC, excluindo Moçambique, África do Sul e
Zimbabwe, estima-se que o crescimento tenha sido de cerca de 4,2% em 2005,
contra 4,6% do ano anterior.
O nível de inflação nas economias da SADC esteve a volta dos dos 7 a 9%/ano
entre 2004 e 2005, excluindo o Zimbabwe que apresenta uma taxa de inflação
muito acima da média da região.
África do Sul
Na África do Sul a taxa de crescimento do PIB para 2005 é estimada em 4,3%,
um ritmo acima dos 3,7% atingidos em 2004. O crescimento registado deveu-se
essencialmente ao sector financeiro e comércio incluindo hotéis e restaurantes,
ao sector manufactureiro e á área dos transportes e comunicações. Estes
sectores contribuem com cerca de 79% do crescimento verificado até ao terceiro
trimestre do ano. Comparativamente a 2004, o sector da Agricultura apresentou
6
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
nos primeiros três trimestres de 2005 um desempenho positivo. A taxa de
desemprego estimada para Setembro de 2005 foi de 26,7%, quando em Março
de 2004 foi de 27,8%, continuando este a constituir, ainda, o maior desafio para
as autoridades Sul-africanas.
A inflação foi de 3,4% em 2005 contra 1,4% no ano anterior, tendo o Rand em
finais de 2005 registado uma cotação de 6,3 Rands por Dólar Norte-Americano.
Em igual período do ano anterior era de 5,6, traduzindo uma depreciação da
moeda Sul-africana de cerca de 12% em doze meses. Entre 2002 e 2004 o
Rand registou uma apreciação de cerca de 37% em relação ao Dólar.
III. CONTEXTO SOCIAL E DEMOGRÁFICO NACIONAL
III.1 OBJECTIVOS E PRIORIDADES CENTRAIS DO GOVERNO
No ano 2005, o Governo prosseguiu com os esforços em curso, concentrando a
sua acção na prossecução dos objectivos definidos no Programa do Governo
para o período 2005-2009, nomeadamente:
A redução dos níveis de pobreza absoluta, através da promoção do
crescimento económico rápido, sustentável e abrangente, focalizando a
atenção na criação dum ambiente favorável ao investimento e
desenvolvimento do empresariado nacional e da incidência de acções na
educação, saúde e desenvolvimento rural;
O Desenvolvimento económico e social do país, orientado
prioritariamente às zonas rurais, tendo em vista à redução dos
desequilíbrios regionais;
A consolidação da Unidade Nacional, da Paz, da Justiça e da
Democracia, bem como do espírito de auto-estima dos cidadãos, como
condições indispensáveis para um desenvolvimento harmonioso do país;
A valorização e promoção da cultura de trabalho, zelo, honestidade e
prestação de contas;
O Combate a corrupção, ao burocratismo e a criminalidade;
O Reforço da Soberania e da Cooperação Internacional.
Para a prossecussão dos Objectivos do Programa do Governo, são áreas chave
para a acção, as seguintes:
• Educação
7
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
• Saúde
• Infra-estruturas
• Agricultura
• Desenvolvimento Rural
• Boa Governação, Legalidade e Justiça
• Políticas Macroeconómicas, Financeiras e de Comércio Internacional
III.2. OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO (ODMs)
Os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODMs) são constituídos por oito
objectivos de desenvolvimento correlacionados, e constituem uma Agenda
global assumida em Setembro de 2000 por 147 países, incluindo Moçambique,
na Declaração do Milénio adoptada pela Cimeira do Milénio, a serem atingidos
no período 1990 – 2015.
O presente Balanço avalia os passos dados pelo País, face a estes objectivos,
conforme consta do Relatório Sobre os Objectivos de Desenvolvimento do
Milênio produzido pelo Governo e as Nações Unidas, em 2005. O referido
documento avalia os ODM em termos das diferenças por zona (i.e. urbana e
rural), região, idade e género e quantifica os objectivos para o ano 2015.
1. Erradicar a Pobreza e a Fome
Reduzir para metade, entre 1990 e 2015, a proporção da população que vive em
pobreza absoluta. A linha da pobreza nacional é definida em termos do valor
total do consumo per capita, que varia entre 5 e 20 mil meticais por pessoa por
dia, dependendo da região.1 O índice de pobreza baixou de 69,4% em 1997
para 54,1% em 2003, representando uma redução de mais de 15% em 6 anos,
ou 2,6% por ano em média. De acordo com estes dados, Moçambique
ultrapassou a meta estabelecida no PARPA I (2001-2005), que previa uma
redução da pobreza de cerca de 70% em 1997 para 60% até 2005 e, para 50%
até 2010. Assumindo uma tendência linear, é necessário reduzir a proporção por
0,8% por ano para atingir a meta de 44% proposta no Relatório Sobre os ODM
(vide o Gráfico abaixo). Com uma continuação do forte crescimento económico,
em cerca de 7% por ano durante a maior parte da última década, no período até
2015, esta meta será muito provavelmente atingida.
Proporção da População que Vive Abaixo da Linha da Pobreza: Observações e Tendência
Linear Requerida para Atingir o ODM
1
Veja “Pobreza e Bem-estar em Moçambique”, 2004, p.37
8
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
80.0%
69.4%
Proporção da Pop. que Vive Abaixo da Linha da Pobreza Nacional.
70.0%
PARPA I
60.0%
60.0%
54.1%
PARPA I
50%
50.0% Meta ODM
44.0%
40.0%
Caminho
requerido
30.0% para atingir
o ODM
20.0%
10.0%
0.0%
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Observado Metas Projectado
Fonte: Inquérito Nacional aos Agregados Familiares (IAF) e Plano de Acção para a Redução da
Pobreza Absoluta (2001 – 2005)
A prevalência do baixo peso em menores de cinco anos e os níveis de
malnutrição no País experimentaram uma redução em média de 1,2% por ano
entre 2001 e 2003, principalmente nas zonas rurais. Este desempenho deve ser
avaliado tomando em conta que: (i) é difícil estabelecer a verdadeira posição
com os dados disponíveis; e (ii) uma redução de 0.6% por ano no período 2004
– 2015 será suficiente para atingir a meta de 17% estabelecida no Relatório
Sobre os ODM.
2. Atingir a Educação Primária Universal
Garantir que, até 2015, todas as crianças, de ambos os sexos, terminem um
ciclo completo de ensino primário. De acordo com o Relatório Sobre os ODM, a
taxa líquida de matrícula (TLM) a nível do EP1 aumentou substancialmente entre
1997 e 2003, passando de 44% para 69,4%, um aumento anual em cerca de
4,2%. Em termos da tendência simples linear, uma taxa de aumento em média
de 2,6% por ano será suficiente para atingir a meta de 100% em 2015. Contudo,
embora as taxas de conclusão do EP1 tenham aumentado de 22% em 1997
para 38,7% em 2003, em média 2,8% por ano, para se atingir a meta dos ODM
até 2015, conclusão do ensino primário, será necessário um investimento em
recursos humanos e financeiros substanciais no sistema, um aumento em média
de 5,1% por ano no período 2004 – 2015 para atingir a meta em 100%.
3. Promover a Igualdade de Género e o Empoderamento da Mulher
Eliminar a disparidade do género no ensino primário e secundário, se possível
até 2005, e em todos os níveis de ensino,o mais tardar até 2015. A diferença em
9
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
termos de género no ensino primário está a ser reduzida gradualmente a nível
do ensino primário do primeiro grau (EP1). O rácio de raparigas por rapazes2 no
EP1 melhorou de 0,71 em 1997 para 0,83 em 2003. A nível do ensino primário
do segundo grau (EP2) e secundário, o rácio é mais baixo e não registou
nenhuma melhoria desde 1997, cerca de 0,67. Significa que, para cada três
rapazes existem apenas duas raparigas. Estas tendências mostram que a meta
de se atingir a paridade de género no EP1 provavelmente será atingida antes do
2015. Contudo, as metas referentes ao ensino primário do segundo grau (EP2) e
ao ensino secundário exigem uma atenção especial para que possam ser
atingidas até 2015.
4. Reduzir a Mortalidade Infantil
Reduzir em dois terços, entre 1990 e 2015, a mortalidade de crianças menores
de 5 anos. O primeiro indicador para este Objectivo é a taxa de mortalidade
abaixo de cinco anos (taxa de mortalidade infanto-juvenil). Esta taxa é medida
pelo INE no IDS, utilizando a média das taxas dos dez anos anteriores
significando que, para atingirmos o objectivo estabelecido no Relatório Sobre os
ODM duma taxa de 108 mortos por 1,000 nados vivos (em termos da media dos
dez anos anteriores), o nível actual da taxa no fim do período deve baixar.
Contudo, assumindo que o nível da taxa de mortalidade foi constante antes de
1994, e a taxa de mortalidade está a seguir uma tendência linear, a taxa de
redução requerida entre 2003 e 2015 para atingir o ODM é substancialmente
inferior das taxas de redução observadas entre 1993 e 2003 (veja o Gráfico
abaixo). Portanto, há fortes indicações de que esta meta será atingida.
O segundo indicador para este Objectivo é a taxa de mortalidade infantil, isto é,
o número de crianças que morrem no primeiro ano da vida por 1,000 nados
vivos. Utilizando a mesma abordagem de que foi utilizada para analisar a
mortalidade infanto-juvenil, as reduções requeridas no período 2003 – 2015 para
atingir o ODM são relativamente pequenas em relação às reduções realizadas
entre 1993 e 2003 (Vide Gráfico abaixo). Deste modo, há garantias que esta
meta possa ser alcançada.
O terceiro indicador relevante é a proporção de crianças de 1 ano de idade
vacinadas contra sarampo. De acordo com os dados do IDS, a proporção foi
57,5% em 1997 e 76,7% em 2003, significando um aumento anual de cobertura
de 3,2%. Para atingir a meta estabelecida no Relatório Sobre os ODM de 95%
de cobertura em 2015, é preciso um aumento anual de 1,5% por ano até 2015,
uma tendência linear.
2 O rácio de raparigas por rapazes é derivado de (Raparigas/Total) : (1 - Raparigas/Total) = Raparigas/Rapazes. A proporção de
raparigas no EP1 foi de 41,4 em 1997 e de 45,3 em 2003.
10
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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Taxa de Mortalidade Infantil e os ODM: Observações e Tendência Linear Requerida para
Atingir o ODM
160
151
147149
140
124
120
Mortos por 1,000 Nados Vivos
101
100
ODM
80
Meta
67
60
Caminho requerido
40 para atingir o ODM
20
0
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
00
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
Media dos 5 Anos Anteriores Media dos 10 Anos Anteriores Mortalidade Infantil Projectado
Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS) 2003
5. Melhorar a Saúde Materna
Reduzir em três quartos, entre 1990 e 2015, a taxa de mortalidade materna. As
tendências do rácio de mortalidade materna (RMM) demonstram uma redução
substancial de uma estimativa de 1.000 por 100.000 nados vivos no início da
década de 90, para 408 por 100.000 nados vivos em 2003. A elaboração e
implementação da Estratégia Nacional Quinquenal e do Plano de Redução da
Mortalidade Materna, que teve início em 2000 e conduziu a um melhor acesso
aos serviços de saúde, particularmente ao planeamento familiar e cuidados pré-
natais, é considerada como sendo o principal factor que explica a grande
redução verificada no rácio de mortalidade materna. As indicações de que a
cobertura das consultas pré-natais e pós-natais aumentaram durante o período
de 1997 para 2003 confirma a existência de um bom desempenho da saúde
materna.3 Um indicador complementar é o rácio de mortalidade materna
institucional (RMMI). Os dados indicam uma ligeira redução de 181 para 177 por
100.000 nados vivos entre 1997 e 2003.
3 A cobertura das consultas pré-natais aumentou de 71,4 (1997) para 84,2% (2003), enquanto que as consultas pós –natais
aumentaram de 28 (1995) para 60% (2003).
11
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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6. Combater o HIV/SIDA, a Malária e outras doenças
Até 2015, ter estancado a propagação do HIV/AIDS e começado a inverter a
tendência actual. A prevalência do HIV/SIDA entre crianças e os adultos, 15 a 49
anos de idade, aumentou de forma constante nos últimos anos, passando de
8,2% em 1998 para 13,6% em 2002 e 16,2% em 2004, embora varie
grandemente entre as três regiões do país.4 Havia aproximadamente 1,5
milhões de moçambicanos, cerca de 8% da população total, a viverem com o
HIV ou SIDA em 2003, dos quais a maioria, 58% eram mulheres. Entre as
pessoas que vivem com o HIV ou SIDA, 5,8% são crianças menores de 15 anos
de idade. A diferença de género é particularmente acentuada entre os grupos
etários dos 15-19 anos e 20-24 anos, onde a prevalência entre as mulheres é
três vezes maior do que a dos homens.
Até 2015, ter estancado a incidência da malária e de outras doenças importantes
e começando a inverter a tendência actual. Estima-se que mais de 40% de todos
os casos de doentes ambulatórios e 60% dos casos de pediatria nos hospitais
são resultado da malária. Também se estima que a malária é responsável por
perto de 30% de todos os óbitos hospitalares. As taxas de prevalência da
malária nas crianças com menos de cinco anos de idade pode variar entre 40 e
90%, resultando em até 36.000 óbitos de crianças todos os anos devido apenas
a esta doença estimando-se em 30% da mortalidade de menores de cinco anos.
Não é conhecida a verdadeira dimensão das perdas económicas atribuídas à
malária no país. A maior parte da situação pode ser atribuída, entre outros
factores, ao acesso reduzido aos serviços de saúde, que apenas cobrem cerca
de 50% da população, bem como a fraca utilização dos serviços de prevenção.
Apenas 15% da população está coberta pela Pulverização Residual Intra-
domiciliária (Insecticide Residual House Spraying - IRS) e menos de 10% da
população utiliza as Redes Tratadas com Insecticida (IDS, 2003).
7. Garantir a Sustentabilidade Ambiental
Reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população sem acesso
permanente e sustentável a água potável segura. Tem-se registado um aumento
do acesso da ‘agua potavel sobretudo nas zonas rurais. A proporção da
população com acesso a agua potavel passou de 36.5% em 2001 para 41% em
2004. Em 2005, a taxa de cobertura situou-se nos 42.1%, o que evidencia um
forte esforço do Governo com relação ao programa de abastecimnto de agua
rural.
4 A taxa de prevalência em 2002 foi estimada em 16,7% na região centro, 14,8% na região sul e 8,4% na região norte.
12
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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8. Criar uma Parceria Mundial em Prol do Desenvolvimento
A meta é desenvolver um sistema comercial e financeiro aberto, baseado em
regras, previsível e não discriminatório incluindo um compromisso em relação à
boa governação, desenvolvimento e redução da pobreza.
III.3. IMPACTO DEMOGRÁFICO E MACROECONÓMICO DO HIV-
SIDA
As projeções actualizadas do INE indicam que para o ano de 2006 a população
moçambicana seja de 19.888.701 habitantes dos quais 10.285.670 mulheres e
9.603.031 homens e, com uma taxa de crescimento médio anual de 2,4%.
A distribuição territorial da população ainda aponta para uma dispersão rural
considerável. Este fenómeno, durante o periodo em análise, continuou a ser um
desafio para o adequado provimento e acesso às populações dos serviços
sociais básicos. A população urbana até 2005 ainda constituia 29,2% da
população total. Apesar do fraco nível de urbanização do país, observou-se, ao
longo do periodo em análise uma forte concentração urbana num número
reduzido de cidades, continuando a pressionar fortemente as infraestruturas
urbanas existentes.
A Esperança de vida, em 2005 era de 47,1 anos, sendo 45,2 para homens e 49
anos para mulheres. Considerando o efeito do SIDA, estima-se que a esperanca
de vida seja de 37,6 anos, sendo 36,1 para homens e 38,8 para as mulheres.
Ainda registam-se elavados níveis de mortalidade geral, cerca de 21,2 por mil
habitantes. Contudo maior destaque deve-se aos indices de mortalidade infantil
que ainda continuam elevados,aproximadamente 124 por mil nados vivos. A
taxa de mortalidade materna é cerca de 408 por 100 000 nados vivos. Porém
estes dois últimos indicadores registaram tendências de dimiuição dos seus
níveis no ultimo quinquénio. A Taxa global de fecundidade5 é igualmente
elevada com cerca de 5 filhos por mulher em idade reproductiva e, cerca de 45%
da população tinha, no periodo em análise, idade inferior a 15 anos.Estas
particularidades demográficas, associadas aos actuais níveis de pobreza
situados em cerca de 54% demonstram os desafios a realizar nos proximos
tempos, particularmente no provimento dos serviços sociais básicos para a
maioria da população moçambicana, sobretudo nas zonas rurais.
De acordo com o relatorio de Vigilância Epidemiologica (VE) do HIV actualizado
pelo Grupo Técnico Multisectorial de Apoio à Luta contra o HIV/SIDA, a
pandemia do HIV/SIDA continua a progredir tendo se registado em 2004 uma
prevalencia de 16,2%. Este grupo tem envidado esforços no sentido de
5
Número médio de filhos que uma mulher em idade fertil (15-49 anos) teria em toda sua vida reproductiva,
se as condições de mortalidade e natalidade se mantivessem constantes
13
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
continuar actualizar bienalmente os dados sobre o HIV/SIDA em Moçambique de
modo a orientar melhor as iniciativas de luta contra o HIV/SIDA a todos os
intervenientes no processo.
Tal como nas rondas anteriores, as estimativas das taxas ponderadas de
prevalência do HIV em adultos. Na ronda 2004 são mais elevadas nas regiões
Centro 20,4%, e Sul 18,1% comparativamente à região Norte que é de 9,3%.
O Quadro abaixo apresenta as estimativas das taxas ponderadas de prevalência
do HIV em adultos, Ronda 2004.
Taxas Ponderadas de Prevalência do HIV em Adultos (15- 49 anos) por
Província, Região e Nacional. Moçambique, 2004
Taxa de Taxa de
Região
prevalência prevalência
Maputo Cidade 20.7%
Maputo Província 20.7%
Sul 18,1%
Gaza 19.9%
Inhambane 11.7%
Sofala 26.5%
Manica 19.7%
Centro 20,4%
Tete 16.6%
Zambézia 18.4%
Niassa 11.1%
Nampula 9.2% Norte 9,3%
Cabo Delgado 8.6%
Nacional 16,2%
Em temos de evolução da epidemia, como se pode observar na tabela 1,
verifica-se de forma geral, que as regiões Sul e Norte apresentam uma
tendência crescente da epidemia embora se observem diferenças no ritmo
de crescimento entre as várias províncias.
14
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
Comparação das Taxas ponderadas de Prevalência do HIV Provinciais, Regionais e Nacional
Atribuição, Moçambique, 2001 – 2004
Província 2001 2002 2004 Região 2001 2002 2004
Maputo Cidade 15,5% 17,3% 20,7%
Maputo Província 14,9% 17,4% 20,7%
Sul 14,4% 14,8% 18,1%
Gaza 19,4% 16,4% 19,9%
Inhambane 7,9% 8,6% 11,7%
Zambézia 15,4% 12,5% 18,4%
Sofala 18,7% 26,5% 26,5%
Centro 16,8% 16,7% 20,4%
Manica 18,8% 19,0% 19,7%
Tete 16,7% 14,2% 16,6%
Niassa 5,9% 11,1% 11,1%
Nampula 7,9% 8,1% 9,2% Norte 6,8% 8,4% 9,3%
Cabo Delgado 5,0% 7,5% 8,6%
Nacional 13,0% 13,6% 16,2%
Em 2004, no Sul, a taxa de prevalência mais baixa regista-se na província de
Inhambane com11.7%, seguindo-se a provincia de Gaza com 19.9% e por fim
Maputo e Cidade de Maputo com a mesma taxa de prevalencia de 20,7%.
No Centro, a província de Sofala apresenta a prevalência mais elevada, 26,5%,
seguida de, Manica com 19,7%, Zambézia com 18,4% e Tete com 16,6%. No
Norte, a província do Niassa apresenta a prevalência mais elevada 11,1%,
seguida de Nampula com 9,2% e Cabo Delgado, 8,6 %.
No âmbito das projecções de impacto demográfico em termos de número de
pessoas vivendo com HIV/SIDA em Moçambique, as estimativas indicam que
cerca de 1,4 milhão de pessoas se encontravam infectadas pelo vírus no ano
2004. Destas, 68,000 são crianças entre 0-4 anos,, 529,000 homens e 779,000
mulheres ambos na faixa dos 15-49 anos.
15
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
IV. CONTEXTO MACROECONÓMICO NACIONAL
O Plano Económico e Social 2005 defininiu como principais objectivos:
• Alcançar um crescimento do Produto Interno Bruto que se situe entre 7 e
8%.
• Conter a taxa de inflação média anual na banda de 7 a 8%.
• Atingir um crescimento das exportações de bens, excluindo as de
grandes projectos, em cerca de 6% e, incluindo os grandes projectos, em
46.5%.
O Balanço Preliminar do Plano Económico e Social 2005 indica:
• Um crescimento do Produto Interno Bruto em 8,9%;
• Uma taxa média anual de inflação de cerca de 7%;
• Que as exportações de bens, reportadas até o III Trimestre, atingiram
cerca de 1254.4 milhões de dólares; e
• O Investimento Estrangeiro (Empréstimos Privados e IDE) atingiu
aproximadamente 246,1 milhões de dólares americanos.
IV.1. PRODUÇÃO GLOBAL E SECTORIAL
A actividade económica no ano de 2005 registou um crescimento global de 8,4%
em relação aos níveis registados em 2004. Contribuíram de forma decisiva os
sectores de Construção e de Transportes e Comunicações, com cerca de 60%
do crescimento global registado.
PRODUÇÃO GLOBAL E SECTORIAL - Taxas de Crescimento em Volume (%)
PRODUÇÃO 2001 2002 2003 2004 I.S. 2005 2005 PL 2005 BAL
AGRICULTURA, PECUÁRIA E SILVICULTURA 10.1 12.2 8.4 9.1 7.6 6.6 1.8
Agricultura 13.4 13.5 9.7 9.0 7.3 7.2 1.5
Pecuária -3.8 5.9 5.0 12.8 9.9 5.1 0.7
Silviculta e Exploração Forestal -0.5 7.0 0.9 5.6 7.5 3.1 5.6
PESCA -1.0 -4.3 9.5 -3.8 6.8 7.7 3.4
IND. EXTRACÇÃO DE MINERAIS 10.4 38.1 5.5 215.7 168.3 41.6 11.1
INDÚSTRIA TRANSFORMADORA 31.0 10.4 -2.8 12.7 3.5 3.1 3.6
ELECTRICIDADE E ÁGUA 9.4 4.5 -5.3 5.7 12.3 14.8 12.8
CONSTRUÇÃO 0.1 18.2 -3.5 -14.6 -22.5 0.2 25.8
COMÉRCIO 25.0 -2.3 22.0 -0.1 7.4 6.5 2.1
SERVIÇOS DE REPARAÇÃO 1.6 1.6 1.6 0.1 0.9 0.2 1.1
RESTAURANTES E HOTEIS 3.8 3.8 3.8 1.1 0.3 0.7 6.1
TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES 4.6 8.0 11.0 16.4 43.7 13.1 19.5
SERVIÇOS FINANCEIROS 10.0 63.2 12.7 0.9 1.0 1.0 2.9
ALUGUER DE IMÓVEIS 2.6 2.1 2.0 2.5 1.1 2.5 2.4
SERVIÇOS PRESTADOS A EMPRESAS 0.0 0.0 4.3 1.9 2.2 3.1 5.6
SERVIÇOS DO GOVERNO 10.3 3.8 14.0 5.6 9.2 9.3 21.0
OUTROS SERVIÇOS 5.9 3.5 16.2 8.5 1.4 0.8 1.4
TOTAL PRODUÇÃO 14.2 9.5 7.0 4.6 7.3 5.7 8.4
16
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
Excluindo a produção de alumínio, o índice de crescimento da produção global
foi de 9,2%. Com efeito, a II fase da Mozal atingiu a sua máxima capacidade
produtiva ainda no decurso de 2004, tendo atingido em 2005, um crescimento de
0,7% comparativamente a 2004.
Sem alumínio e gás, a produção atingiu um crescimento de 8,7%, o que significa
que o ritmo do desempenho conjunto destes mega-projectos, Mozal e Temane,
evolui relativamente aos mesmos ritmos da globalidade da economia. Com
efeito, a produção do gás natural de Pande – Temane decorreu em
conformidade com o programado, após o arranque deste empreendimento, em
Fevereiro de 2004. Com o crescimento registado na produção do gás, foi
atingido 80% da capacidade de produção instalada, estando previsto para o
presente ano, um incremento dos níveis de produção relativamente menor.
O crescimento registado nos transportes e comunicações resulta
essencialmente do desempenho das comunicações, com a agressividade
imprimida pelos operadores da telefonia fixa e móvel, impulsionada com a
entrada da VODACOM segunda operadora de telefonia móvel.
O desempenho dos diferentes actores da vida económica e social do País ditou
um quadro da produção global acima do programado para o ano, de 5,7%,
conforme consta do documento do Plano Económico e Social para 2005.
Contudo, a comparação dos resultados do Balanço do I semestre com os do
Balanço anual, mostra um comportamento instável da economia no período em
análise.
Em 2005, a ocorrência de secas condicionou o volume de produção e
produtividade, tendo resultado num crescimento da produção agrícola, a rítmos
inferiores aos do crescimento da população. Com efeito, o balanço do I
Semestre de 2005, período durante o qual não se observou em grande medida o
impacto da seca, previa um ritmo de produção agraria animador face ao
programado para o ano. Todavia, com o agravamento das condições
climatéricas no II semestre, o volume de produção agrária situou-se a níveis
abaixo do programado.
A. AGRICULTURA, PECUÁRIA E EXPLORAÇÃO FLORESTAL
A produção agrária nos períodos 2001 a 2005 foi caracterizada por condições
agro-meteorologicas adversas em várias regiões do País, onde ocorreram
inundações em algumas regiões e secas noutras, afectando milhares de famílias
em todo país.
17
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
A campanha agrícola 2004/2005, foi caracterizada por um regime pluviométrico
irregular sobretudo no Sul e Centro do país nos dois períodos da estação
chuvosa. Esta situação de irregularidade de chuvas e má distribuição,
condicionou o desempenho da campanha agrícola 2004/2005 sobretudo no que
diz respeito ás culturas alimentares. Por seu turno, a zona Norte foi
caracterizada por um registo de chuvas regulares, principalmente entre
Dezembro de 2004 a Março de 2005.
De um modo geral a propagação de pragas e doenças foi controlada em todo
país através da mobilização das populações para o uso de métodos mecânicos
de fácil maneio, e, a continuidade de multiplicação de variedades tolerantes á
doença de podridão radicular da mandioca.
Em todas as zonas do País, a disponibilidade de insumos tanto no que respeita
a sementes como a utensílios agrícolas foi suficiente para cobrir as
necessidades dos camponeses na primeira época. Relativamente a segunda
época nas zonas sul e centro registou-se rotura da disponibilidade de sementes
devido ao impacto da estiagem. Para minimizar o efeito da falta de sementes
foram realizadas feiras de sementes nas províncias de Maputo, Sofala e Manica
beneficiando cerca de 10.200 famílias.
Foram reportadas áreas perdidas devido aos efeitos conjugados de escassez de
chuvas , inundações na Zona Centro do país, pragas e doenças num total de
317,200 hectares com culturas diversas, o que corresponde a 7% do total da
área semeada, afectando cerca de 265,642 famílias camponesas. Aliado a estes
fenómenos, a produção agrícola registou um crescimento de 1,5% relativamente
aos níveis de 2004. É de destacar o papel desempenhado pelo Governo na
promoção da actividade agrícola, através da prestação de serviços agrários e a
criação de incentivos para a utilização de insumos e tecnologias melhoradas,
assim como a mitigação do impacto das más condições climatéricas nas famílias
afectadas.
PRODUÇÃO AGRÍCOLA (Taxas de Crescimento em Volume %)
2001 2002 2003 2004 2005
TOTAL 13.4 13.5 9.7 9.0 1.5
EMPRESARIAL 16.7 12.6 49.1 10.5 -10.4
FAMILIAR TOTAL 13.1 13.6 6.4 8.8 3.0
FAM. COMERCIALIZADO 10 8.7 3.6 12.1 8.1
AUTOCONSUMO 15 16.5 8.0 6.9 0.2
A produção empresarial e comercialização familiar, excluindo o autoconsumo,
registou um crescimento de 4,8%. O aumento registado nos níveis de
comercialização, não significa que o ano de 2005 possa ser classificado ano de
sucesso agrícola, pois, as estatísticas mostram que houve um abrandamento da
produção agrícola, e, um aumento da comercialização acompanhado pela
18
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
redução do consumo percápita de bens agrícolas por parte dos agregados
familiares rurais.
Os produtos de exportação, à semelhança dos resultados alcançados em
campanhas anteriores continuaram na presente campanha, a registar índices de
produção elevados, tendo atingido um crescimento de 30,1%, mercê dos
crescimentos substanciais registados na comercialização da castanha de caju e
cana de açúcar.
Referir que foram comercializadas cerca de 104 mil toneladas de castanha de
caju, grande parte da qual proveniente da província de Nampula, e a um preço
médio ao produtor de 8 mil meticais por kilograma. Ainda nesta área, foram
empreendidos esforços no processo de Monitoria da campanha de
comercialização da castanha, onde foi elaborado um programa de assistência
técnica à unidade de processamento da União Geral das Cooperativas, com
vista ao aumento dos níveis de produção e comercialização.
PRODUÇÃO EMPRESARIAL E COMERCIALIZAÇÃO DO SECTOR FAMILIAR
(Taxas de Crescimento em Volume %)
DESIGNAÇÃO 2001 2002 2003 2004 2005
PRODUTOS DE EXPORTAÇÃO 21.5 17.3 -4.4 13.8 30.1
Castanha 41.6 -6.4 27.2 17.5 142.7
Algodao 100.9 16.8 -34.8 14.3 -12.6
Copra -7.6 -5.9 14.7 0.0 0.0
Cana de açucar -15.8 127.8 21.9 15.5 19.0
Citrinos -86.9 80.4 5.0 5.1 0.0
Cha folha -19.4 39.3 0.9 44.4 5.7
PRODUTOS BÁSICOS ALIMENTARES -3.9 4.8 13.6 6.1 -4.2
Milho 17.1 8.3 7.9 6.9 1.8
Arroz Casca 2.6 1.6 8.5 9.4 -11.7
Mapira 21.8 0.2 -0.4 2.0 -6.5
Mandioca -9.1 -0.5 4.2 4.4 3.5
Amendoim descascado -6.6 0.7 0.1 4.6 -0.2
Feijao 1.8 14.9 1.7 0.8 3.2
Horticolas 2.4 7.2 60.5 21.7 -26.8
Cebola -28.1 45.3 105.6 1.0 -66.5
PRODUTOS PARA A INDÚSTRIA 48.2 98.5 80.5 6.9 24.1
Tabaco 163.4 58.3 73.2 11.1 33.9
Tomate -2.6 148.3 86.5 0.7 4.3
TOTAL 3.4 14.9 20.5 7.0 4.8
A cana de açúcar registou um aumento devido a estabilidade produtiva das
açucareiras de Marromeu, Maragra, Xinavane e Mafambisse. Ao contrário da
campanha 2004 em que se registaram condições desfavoráveis para a produção
e processamento da cana, excessiva precipitação, a campanha de 2005
decorreu sem sobressaltos, atingindo uma produção recorde dos últimos 30
anos.
19
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
O processo de reformas levado a cabo, a agressividade imprimida na
distribuição e comercialização, a eficácia das medidas de combate ao
contrabando e o aumento das áreas de cultivo e produtividade, foram os factores
que contribuíram para os resultados positivos da industria açucareira. Contudo
a proposta de redução em 39% do preço do açúcar no mercado preferencial da
União Europeia, é um condicionalismo a expansão da produção nos próximos
anos.
Do conjunto das culturas de exportação registou-se uma queda de 12,6% na
cultura do algodão devido a condições climatéricas não favoráveis a esta
cultura.
Os produtos alimentares básicos são os que mais se ressentiram da
irregularidade das chuvas tendo atingido –4,2% em relação a campanha
2003/2004. Há contudo a sublinhar, que a redução dos rendimentos derivados
da comercialização de produtos básicos alimentares foi mais acentuada no
sector empresarial e não familiar, dado que o sector familiar registou um
crescimento na comercialização da mandioca e feijões, produtos menos
vulneráveis a secas, e com maior valor comercial para as famílias.
Os indicadores da produção agrícola familiar para as culturas alimentares
situaram-se abaixo do planificado. Registou-se uma diminuição da produtividade
principalmente para os cereais, com a expansão das áreas de cultivo e
diminuição da produção total como consequência das condições climatéricas
registadas.
Os produtos para indústria cresceram 24,1%, com os altos níveis de produção
registados nas culturas de tabaco em 33.9%.
20
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
COMERCIALIZAÇÃO DO SECTOR FAMILIAR
(Taxas de Crescimento em Volume %)
DESIGNAÇÃO 2001 2002 2003 2004 2005
PRODUTOS DE EXPORTAÇÃO 64.4 -1.3 -4.7 14.7 37.9
Castanha 41.6 -6.4 27.2 17.5 142.7
Algodao 173.2 -0.1 -27.1 13.2 -11.3
Copra
Cana de açucar -23.1 1.4 1.4 2.1 0.9
Citrinos 113.3 66.7 0.0 4.6 0.0
Cha folha
PRODUTOS BÁSICOS ALIMENTARES -4.2 4.1 5.4 4.6 -2.1
Milho 12.0 8.1 1.0 7 -3.7
Arroz Casca 2.6 0.6 19.0 9.4 -7.0
Mapira 22.7 0.1 0.3 1.9 -7.0
Mandioca -9.5 -0.8 3.8 4.3 3.5
Amendoim descascado -6.6 0.8 0.0 4.6 0.0
Feijao 2.2 15.1 1.7 0.8 4.1
Horticolas 2.4 5.6 7.4 14.2 0.0
Cebola 2.4 41.0 55.6 1.2 -78.0
PRODUTOS PARA A INDÚSTRIA 121.5 74.6 8.7 11.5 43.6
Tabaco 1081.2 56.7 40.9 18.5 39.0
Tomate -1.6 102.1 -29.7 1.2 62.1
TOTAL 8.0 9.5 4.3 6.6 8.1
Em termos globais, a comercialização do sector familiar revelou uma tendência
de crescimento de 8,1%, um ritmo de crescimento superior ao registado em
2004.
O ambiente e perspectivas de produção pecuária estão conhecendo desde 2004
um assinalável impulso, destacando-se: i) relançamento da produção de ovos da
UGC, sector cooperativo; ii) lançamento do projecto para a produção de frango e
ovos na província de Maputo; iii) projecto de parceria Moçambique/África do Sul
em Maputo na área pecuária; iv) dois matadouros industriais quase concluídos
em Manica; v) investimentos em curso na área avícola em Niassa; e v)
constituição da associação nacional de criadores de gado, o que constitui uma
mais valia no desenvolvimento pecuário.
No sector familiar tem se registado um aumento dos efectivos pecuários graças
ao programa de fomento pecuário que tem sido levado a cabo com sucesso. De
acordo com as estatísticas actuais, o efectivo global de bovinos situa-se em
1.300.000 cabeças, estando o País a caminhar para alcançar o efectivo pique de
cerca de 1.500.000 registado na década oitenta
21
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
EFECTIVOS PECUÁRIOS
2,000,000
1,000,000
0
2001 2002 2003 2004 2005
Gado Bovino 603,690 722,199 1,100,000 1,270,000 1,300,000
Gado Suino 347,999 1,517,610 1,354,070 1,420,000 1,500,000
PRODUÇÃO PECUÁRIA (Taxas de Crescimento em Volume (%)
Descrição 2003 2004 2005
SECT. FAM.SECT. EMP. SECT. FAM. SECT. EMP. SECT. FAM.
Gado Bovino 27.0 2.2 2.0 2.4 2.4
Gado Suino 5.8 0.0 24.6 5.6 5.6
Aves vivas 0.2 6.8 0.3 15.9 -5.7
ovos frescos 242.8 58.6 34.6 17.8 2.4
TOTAL 16.6 6.0 8.6 12.7 0.2
A produção total de carne de vaca, porco e frango atingiu no período em análise
cerca de 11,449 toneladas dos quais 53% em carne de vaca. Foram ainda
produzidos cerca de 1,158,757 litros de leite e 1,174,139 dúzias de ovos para
consumo.
A produção de frangos registou no período em análise, dificuldades associadas
com a importação de frangos a preços concorrências e a sua forte dependência
à importação de insumos, tal como foi a escassez de pintos de 1 dia, com o
surto de Influenza Aviária na África do Sul. Para ultrapassar estes
constrangimentos está em curso a elaboração da Estratégia para o
Desenvolvimento do Sector Avícola Nacional.
Com vista ao aumento da produção, produtividade e qualidade dos produtos
pecuários, prosseguiram as actividades inerentes à sanidade animal e de
aumento dos níveis de comercialização.
O subsector de silvicultura e exploração florestal também registou um
crescimento nos níveis de produção em comparação com 2004 em 5,6%,
mantendo deste modo a evolução positiva que vem se registando desde os anos
anteriores. A produção de madeira em toros, do sector empresarial, cresceu
21,8%. Registou-se igualmente um aumento nos níveis de produção de lenha e
do carvão, como resultado do aumento do volume do licenciamento florestal.
22
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
B. PESCAS
A produção pesqueira registou um crescimento de 3,4%. Referir que, no decurso
do I semestre de 2005 registaram-se rendimentos médios relativamente baixos
comparativamente aos da primeira metade de 2004, sobretudo nos meses de
Março e Abril. Em 2005, a pesca empresarial registou um crescimento de 2,4%,
e a artesanal cresceu 4,9%. De realçar que os dados da pesca artesanal devem
ser analisados num contexto de dificiente qualidade de informação estatística. A
produção foi projectada tendo em conta a produção realizada até ao III
Trimestre.
PRODUÇÃO PESQUEIRA (Taxas de Crescimento em Volume %)
2001 2002 2003 2004 2005
TOTAL -1.0 -4.3 9.5 -3.8 3.4
EMPRESARIAL 9.4 -6.5 -8.5 7.2 2.4
FAMILIAR TOTAL -5.5 -1.4 41.5 0.8 4.9
FAM. COMERCIALIZADO -19.0 0.6 53.8 0.0 5.8
AUTOCONSUMO 10.2 -3.0 30.7 1.6 4.1
PESCA ARTESANAL – Taxas de Crescimento Em Volume (%)
DESIGNAÇÃO 2002 2003 2004 2005
Lagosta -5.0 10.0 0.0 0.0
Caranguejo 18.1 -55.6 -57.9 -10.9
Gamba 0.0 0.0 0.0 0.0
Peixe Fresco e Refrigerado 0.3 66.7 -4.3 5.8
Kapenta 0.0 0.0 0.0 0.0
Fauna Acompanhante 0.0 0.0 0.0 0.0
Camarão -10.2 -8.3 -26.3 37.4
Lagostim 0.0 0.0 0.0 0.0
Lulas e polvos -6.5 -38.4 -40.9 0.0
23
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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PESCA EMPRESARIAL – Taxas de Crescimento Em Volume (%)
DESIGNAÇÃO 2001 2002 2003 2004 2005
Lagosta 24.4 -4.4 7.7 100.0 50.0
Caranguejo 43.6 11.3 -50.4 175.0 -16.8
Gamba -0.4 -10.0 -9.7 -28.2 74.6
Peixe Fresco e Refrigerado 22.0 -8.4 68.0 -53.1 20.2
Kapenta -8.7 46.9 16.2 67.6 -35.7
Fauna Acompanhante 5.6 16.5 0.6 -8.5 32.8
Camarão * 1.2 4.3 -17.5 9.3 12.6
Lagostim 87.5 -11.1 37.5 20.0 9.8
Lulas e polvos 28.6 -11.1 -25.0 73.5 -19.0
* Inclui Aquacultura
A produção empresarial do camarão registou um crescimento de 12,6%, com o
aumento dos níveis de produção da aquacultura, resultante da expansão das
áreas de produção na Zambézia, Sofala e Cabo Delgado, e, o início mais cedo
do pescado do camarão. A captura tradicional do camarão, situou-se em 8,470
toneladas contra 8,106 de 2004.
Com vista a promoção da produção familiar deu-se continuidade ás actividades
de extensão pesqueira, privilegiando acções na área da pesca experimental e
dessiminação das técnicas e artes de pesca, na demonstração do uso de
motores marítimos, na formação em novas técnicas de manuseamento, e, no
processamento e preservação do pescado.
C. INDÚSTRIA EXTRACTIVA
A produção de minerais em 2005 registou um crescimento global de 11.1%
comparativamente ao ano 2004. Neste sector o destaque vai para o crescimento
registado na produção de água marinha refugo e gás natural pelo peso que têm
na estrutura de produção mineira. A produção do gás natural de Pande –
Temane decorreu de acordo com o programado, onde foram produzidos 88,9
milhoes de Gj, representando um crescimento de 78.7% face a 2004. Foram
recentemente actualizadas as reservas de todos jazigos de gás no bloco Pande
– Temane, designadamente Campos de gás de Pande, Temane – principal,
Temane – Este e Inhassoro, estando prevista a abertura de 16 furos de pesquisa
e produção de gas em 2006-2007, no ambito da segunda fase de produção de
gás.
Paralelamente, a produção do condensado foi de 531.000 barris o que
representou um crescimento de 79.8%.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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RECURSOS MINERAIS - Taxas de Crescimento em Volume (%)
DESIGNAÇÃO 2001 2002 2003 2004 2005
Carvão 71.3 57.7 -15.6 -55.0 -79.3
Bauxite 16.5 6.1 29.3 -23.9 6.0
Grafite 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Bentonite bruta -91.6 0.0 0.0 0.0 0.0
Bentonite tratada -7.2 128.3 18.0 -15.5 -5.4
Bentonite triada 49.3 -23.0 57.9 -32.5 4.2
Bentonite Activada 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Mármore en chapas 4.5 -34.8 2.5 33.6 -11.1
Mármore en blocos -29.4 41.6 -0.2 36.5 -17.5
Ganada facetavel 0.0 0.0 -61.3 511.0 -19.1
Pedras lapidadas 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Ouro -3.5 -23.2 271.6 -10.8 12.3
Água Marinha Refugo -70.0 -44.9 -69.4 132.1 129.0
Turmalinas -76.4 578.6 370.4 170.2 -84.4
Tantalite 8.0 73.7 302.3 277.4 -60.5
Berilo -95.7 6687.5 44.2 -65.1 435.9
Areia 55.1 71.3 72.4 4.2 -41.7
Calcario 24.5 78.4 3.6 18.2 -58.9
Riolitos -17.2 57.2 -9.6 5.8 14.4
Granitos -16.8 1.2 -19.5 -3.4 322.0
Dumortiorite -16.7 -20.0 0.0 182.5 -91.2
Gas Natural 34.3 94.6 4.1 91405.1 78.7
TOTAL 10.4 38.1 5.5 215.7 11.1
A produção de bentonite bruta nao se realizou devido a existência em stock de
quantidades consideráveis deste minério.
A produção de carvão mineral na mina Chipanga XI reiniciou no último trimestre
do ano, depois de uma paralização devido a revogação da licença ao anterior
concessionário, devido ao incumprimento dos termos e condições fixadas na
licença. Esta situação afectou negativamente a produção.
A bentonite bruta, o mármore, e a dumortierite registaram igualmente uma queda
na produção devido a dificuldades da sua colocação no mercado.
A produção mineira de pequena escala apresentou resultados positivos no que
concerne ao ouro, enquanto que as turmalinas e as águas marinhas registaram
em 2005, resultados negativos comparativamente com os de 2004.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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D. INDÚSTRIA TRANSFORMADORA
No global o sector da indústria transformadora incluindo a produção de alumínio
cresceu 3,6%.
O sector empresarial da indústria transformadora incluindo a produção de
Alumínio cresceu 3,7% em 2005, após ter apresentado no I semestre um
crescimento de 2,0%. O desempenho deste sector resultou, principalmente, da
contribuição positiva da Indústria Alimentar, Bebidas e Tabaco, uma vez que a
produção de alumínio estabilizou, estando a ser produzida na sua máxima
capacidade instalada.
Contribuíram positivamente para o crescimento do sub-ramo alimentar as
empresas Protal, Socimol, Companhia Industrial da Matola, Mobeira e Merec.
Importa ainda referir o desempenho negativo registado pelas fábricas produtoras
de óleo refinado, nomeadamente Ginwala, Fasol/Saborel e a Companhia
Industrial de Monapo, devido à forte concorrência do óleo importado. As
empresas de produção de óleo encontram-se com elevados stocks em
armazém, tendo por isso reduzido os níveis de produção.
INDÚSTRIA TRANSFORMADORA-Taxas de Crescimento em Volume (%)
SECTOR EMPRESARIAL
Designação 2001 2002 2003 2004 2005
Fabricação de Alimentos 11.6 6.5 3.9 7.9 6.9
Fabric. Bebidas e Tabaco 8.9 10.4 12.7 8.2 7.3
Têxteis e Vestuário 55.7 -1.3 -7.6 0.2 -7.2
Couro e Artigos de Couro -22.1 -36.2 33.6 0.5 59.7
Industria da Madeira -1.0 0.0 17.9 19.6 11.1
Papel e artes gráficas 43.8 36.8 -9.5 2.9 -5.0
Produtos Químicos 3.6 0.8 14.2 11.1 15.7
Minerais nao metálicos -37.8 12.8 21.4 0.0 -6.4
Metalúrgica de base 220.2 -1.5 51.1 20.0 0.7
Alumínio 234.7 -0.5 51.6 20.0 0.7
Siderurgia 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Outros -16.7 -63.2 -40.5 8.1 23.5
Prod. Metálicos, maquinas e equip. -8.5 -3.3 53.3 13.0 37.9
Móveis e outros da Indu.Tranf. -63.2 -76.4 161.5 41.2 322.1
TOTAL 44.7 3.8 23.7 11.9 3.7
Os sub-ramos das bebidas e tabaco registaram uma tendência de crescimento
acima do planificado para o ano 2005, sobretudo em relação ao tabaco devido
fundamentalmente aos investimentos realizados neste sub-ramo durante o ano
2004, que resultaram no incremento do volume e da qualidade da produção. Na
área das bebidas o desempenho foi impulsionado pela Cervejas de
Moçambique.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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No conjunto dos produtos alimentares industriais, registou-se uma queda na
produção de rações, provocada pelo crescimento acentuado do frango
importado e pelas epidemias registadas no final de 2004 que tiveram um
impacto negativo na produção do frango nacional no inicio do ano 2005, tendo
sido esta situação regularizada já nos finais 2005.
A indústria têxtil e de vestuário registou uma tendência negativa -7,2%, por
causa das dificuldades que as empresas do sub-ramo textil tiveram na
colocação dos seus produtos no mercado nacional.
De referir que o sub-ramo de vestuário registou um desempenho positivo.
Contribuíram positivamente para o desempenho do ramo vestuário as seguintes
fábricas: Maputo Clothing (ex – Sabrina), Ninita e Faumil, unidades que se
encontram a laborar no âmbito do Acordo AGOA e SADC.
A indústria do calçado manteve a forte tendência de crescimento registada no I
semestre de 2005, onde se registou um crescimento de 59.7%. O desempenho
registado no período em análise resulta da produção da Cimextur/Ipanema e da
entrada em funcionamento da fábrica: ICCM- Indústria de Calçado e Curtumes
em Manica.
Apesar do desempenho positivo registado no sub-ramo de papel destacando a
contribuição positiva da empresa Multi Pac na producao de papel higienico e
guarda napos durante o II Semestre de 2005, o sector de papel e artes gráficas
no global teve uma evolucao negativa de -5.0%, devido a forte concorrência
externa.
Os resultados da indústria de mobiliário de madeira foram positivos e situaram-
se em 11,1%. Espera-se maior dinamismo com a implementação da Estratégia
para o Desenvolvimento das Exportações de Produtos processados de madeira.
O comportamento negativo de – 6.4% registado nos produtos não metálicos,
espelha o desempenho das fábricas de cimento em 2005, e com impacto no
desempenho do sector da construção, sobretudo do sector privado.
E. ELECTRICIDADE E ÁGUA
A produção de energia e água durante o período em análise cresceu em cerca
de 12,8% com um crescimento da electricidade em 14,2%. Destaque vai para a
contribuição positiva da energia produzida para o Zimbabwe que registou um
crescimento de 45,1% em relação a 2004, apesar das dificuldades económicas
que aquele país apresenta.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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Com a conclusão das obras de reabilitação, modernização e automação da
Central Hidroeléctrica de Cahora Bassa, aumentou a disponibilização de
energia para os países vizinhos, nomeadamente para a África do Sul,
Zimbabwe, Botswana, e STEM (Short Term Energy Market) resultando num
aumento de 15,5% do volume de exportações em relação a 2004.
A oferta de energia eléctrica pela EDM compreende: a energia de produção
própria nas barragens de Chicamba e Mavuzi, dos sistemas isolados( geradores
a diesel ), a energia adquirida à HCB para os sistemas centro e norte e para o
sistema sul via rede da Eskom. A EDM também importa energia de diversos
países vizinhos para alguns distritos fronteiriços.
O fornecimento de energia para o mercado interno registou um crescimento de
6,9% reflectindo a maior oferta de energia com a electrificação rural e
crescimento económico urbano.
No que diz respeito a água, durante o I semestre de 2005, o volume de
produção de água foi de 43,923,247 metros cúbicos nas Cidades de Maputo,
Xai-Xai, Chokwé, Inhambane, Maxixe, Beira, Quelimane, Nampula e Pemba.
F. CONSTRUÇÃO
Durante o período em análise, o sector de construção registou um crescimento
significativo, onde foram reabilitados 1,375km de estradas, sendo 76km de
estradas primárias, 498km de estradas secundárias e 801km de estradas
terciárias, com destaque na conclusão das seguintes obras: EN1 entre Manhiça
e Incoluane (fase I Manhiça e 3 de Fevereiro), N220 Chissano-Chibuto e N304
Mussacama-Calomué.
REABILITAÇÃO E MANUNTENÇÃO DE ESTRADAS (KM)
Designação 2001 2002 2003 2004 2005
Reabilitação de Estradas 1,096 714 827 819 1,375
Primárias 237 132 64 172 76
Secundárias 239 206 171 140 498
Terciárias 620 376 592 507 801
Manutenção Periódica 190 844 396 514 1004
Manutenção de Rotina 12,313 11,613 10,592 9,653 10,705
Em relação a construção e reabilitação de pontes, destaca-se o início das obras
de construção da Ponte da Unidade: (sobre o rio Rovuma), da Ponte sobre o Rio
Meluli, da Ponte sobre o Rio Zambeze e da Ponte de Guijá (sobre o Rio
Limpopo) e a montagem de 5 pontes metálicas, nomeadamente sobre os rios
Cuacua entre Mopeia/Luabo, Zimuco entre Morrumbala/Chire e Munhamade
entre Namarroi/Lugela, na província da Zambézia e sobre o rio Mecucuza entre
Nametil/Chalaua, na provincia de Nampula.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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G. COMÉRCIO
Os resultados apurados indicam o registo de um incremento na actividade
comercial de 2,1%. Este comportamento resulta das importações de bens que
alimentam o fluxo comercial na economia, e do volume de negócios gerado pela
produção de bens produzidos pelos sectores internos da economia
nomeadamente agricultura, pecuária, pescas, indústria transformadora (sem a
Mozal) e da indústria extractiva, pois, os indicadores revelam incrementos
médios de produção destes sectores de 3,5%.
H. RESTAURANTES E HOTÉIS
A actividade dos restaurantes e hotéis tem registado um desempenho positivo
nos últimos anos. Em 2005, o desempenho foi positivamente impulsionado pelo
crescente movimento de passageiros, tal como reportam os resultados do
tráfego aéreo que podem ser observados no quadro da secção a seguir. As
receitas por turismo reportadas na balança de pagamentos dão uma indicação
de que o País obteve cerca de 100 milhões de dólares, nas suas relações com o
resto do mundo.
Estes ritmos de crescimento dos serviços tem criado um impacto positivo nos
investidores, e portanto, na expansão do turismo nacional.
I. TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES
Este sector registou um crescimento de 19,5%. Para este resultado contribuiu
em grande medida o transporte rodoviário de carga, pelo peso que tem no
sector, e fundamentalmente, o desempenho dos serviços de comunicações.
TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES – Taxas de Crescimento em Volume (%)
Designação 2001 2002 2003 2004 2005
Transporte Ferroviário 28.1 5.7 68.8 13.6 4.9
Transporte Rodoviário 24.5 -24.3 11.1 19.2 12.1
Transporte por Oleodutos 0.7 17.8 -13.1 3.5 -16.9
Transporte Marítimo e Cabotagem 17.2 -73.0 171.7 61.4 -4.0
Transporte Aéreo -27.9 4.2 8.7 238.2 5.7
Serviços relacionados com os Transportes 19.5 12.2 2.6 -47.0 8.9
Servicos de Comunicações 2.4 28.8 0.3 15.7 100.5
TOTAL 4.6 8.0 11.0 16.4 19.5
O desempenho ferroviário foi impulsionado pelo reinício do transporte urbano de
passageiros nas linhas Maputo/Matola-Gare e de Maputo/ Marracuene.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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Comparando os resultados alcançados com os de 2004 nota-se um crescimento
no ramo rodoviário em 12,1% explicado pelo desempenho do serviço semi-
colectivo em 17%, pois o transporte público registou uma queda de 28%. O
desempenho negativo dos transportes públicos resulta entre outros factores, da
maior elasticidade da procura dos serviços públicos face a aumentos de preços,
resultado do aumento do custo dos combustíveis.
Os serviços relacionados com os transportes, avaliados pelo manuseamento
portuário, cresceram 8,9% devido fundamentalmente ao melhoramento dos
serviços prestados impulsionados pelo desempenho do sector privado.
O ramo marítimo registou uma queda de 4% motivado pela interrupção do
tráfego no percurso Maputo/Inhaca, com a imobilização do respectivo Ferry-
boat.
Nos últimos anos, o transporte por oleodutos (pipeline) tem vindo a registar uma
redução na sua actividade dada a crise do Zimbabwe, potencial utilizador deste
transporte para a importação de produtos petrolíferos, tendo registado em 2005,
uma queda de 16,9%.
O nível de desempenho do tráfego aéreo está a ser impulsionado com a
abertura de novos pontos de entrada para o País, a implementação da nova
Política de Aviação Civil, a simplificação de procedimentos de licenciamento e
entrada de aeronaves, e, o incremento da actividade turística no País.
IV.2. SECTOR MONETÁRIO E CAMBIAL
A política monetária implementada, teve em vista os objectivos definidos pelo
Governo em matéria de inflação e crescimento do Produto Interno Bruto. Para
2005 foram definidos como objectivos uma inflação anual acumulada não
superior a 8,0%, consistente com uma inflação média anual em torno de 6% e
um crescimento económico real de 7,7%.
Para o alcance destes objectivos, a expansão monetária (meios de pagamento-
M3) não deveria exceder os 25,0% até final do ano, ao mesmo tempo que o
crédito à economia foi fixado num tecto de 20,5%. Este desempenho seria
possível mercê de uma maior acumulação da poupança líquida do Estado junto
ao sistema bancário enquanto que a nível do sector externo o programa previa
um saldo de reservas internacionais líquidas de 900 milhões de USD, ou seja,
um desgaste de 61 milhões em relação ao saldo observado em Dezembro de
2004.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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O quadro que se segue mostra o programa e a realização até final de Dezembro
de 2005.
Agregados Dez/04 Jun/05 Dez/05 Programa/Dez
05
Activos Internos líquidos (mdc) 11,071 14,835 13,894 13,218
RILs (milhões de USD) 961 907 940 900
Activos Externos Líquidos (mdc) 21505 25,029 26,046 25,423
Base Monetária (mdc) 10,433 10,195 12,153 12,205
Massa Monetária-M3 (var. anual - %) 5.9 16.5 27.1 25.0
Massa Monetária-M2 (var.anual-%) -5.6 14.6 22.1 16.4
Crédito à Economia (var. Anual - %) -5.6 19.5 51.6 20.5
Inflação Homóloga (%) 9,1 4.9 14.0 8.0
Tx. de Câmbio mt/usd(var. anual % -20.78 6.81 27.96 -
Tx de Câmbio mt/zar (var.anual%) -4.0 -1.39 13.06
Medidas de Política
Depois de uma forte pressão cambial verificada na segunda metade do I
Semestre de 2005 (tendo atingido uma depreciação acumulada de 30% em
Junho), o Governo implementou algumas medidas visando aperfeiçoar o
funcionamento dos mercados interbancários, com destaque para:
a) A nível do Mercado Monetário Interbancário (MMI)
• Indexação da taxa da Facilidade Permanente de Cedência (FPC) à taxa
média dos Bilhetes de Tesouro, com maturidade de um ano, acrescida de
um factor K, enquanto a taxa da Facilidade Permanente de Depósitos
(FPD), criada ao abrigo do Aviso nº 11/GGBM/2005, é calculada com
base na taxa da FPC menos 6 pontos percentuais.
• Aviso nº 11/2005, de 18 de Outubro, que introduz novos tipos de
operações no MMI, nomeadamente, a FPD e Leilões de Depósitos, como
instrumentos complementares para enxugar liquidez ociosa. De referir
que a FPD substitui a Facilidade Permanente de Absorção (FPA) e é da
iniciativa das instituições de crédito autorizadas a operar no MMI, tendo a
maturidade de um dia, enquanto que o Leilão de Depósitos, com carácter
regular ou ocasional, é da iniciativa do Banco de Moçambique.
Com estas medidas, espera-se um ajustamento automático nas demais taxas do
Mercado Monetario Interbancário (MMI), às condições de liquidez no mercado,
contribuindo desde modo para tornar mais activo este mercado e reduzir os
focos de pressão sobre a taxa de câmbio no Mercado Cambial Interbancario
(MCI).
b) Ao Nível do Mercado Cambial Interbancário (MCI)
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
• Aviso nº 13/2005, de 14 de Outubro, que introduz operações com
colaterais bandas de flutuação das taxas de câmbio no Mercado Cambial
Interbancário e montantes máximos a ser apresentados nas propostas em
leilão, reforçando, deste modo, as medidas tomadas em Maio de 2005.
• Adicionalmente, o Governo empreendeu acções de persuasão moral junto
dos operadores do mercado, que incluíram encontros de auscultação com
os bancos comerciais, casas de câmbio, associações económicas e
órgãos de comunicação social, o que permitiu dissipar falsos rumores e
repor a confiança no funcionamento do MCI.
De facto, estas medidas permitiram reduzir o nervosismo no mercado cambial e
restaurar a estabilidade do metical face às principais moedas transaccionadas
no mercado, principalmente no mês de Dezembro quando o metical apreciou
cerca de 15% face ao dólar dos EUA, correspondendo a uma cotação nominal
de 24,183.00 Mt contra o valor de 26,915.00 observado no mês anterior.
Devido aos novos dispositivos para a fixação das taxas de intervenção da
Facilidade Permanente de Cedência e Facilidade Permanente de Depósitos,
estas ascenderam a 13,6% e 7,9% em Dezembro de 2005, contra a cifra de
11,5% e 4,5% em Junho de 2004, respectivamente. Por seu turno, as taxas de
juro no MMI incrementaram de Junho a Dezembro. Com efeito, as taxas médias
dos Bilhetes de Tesouro (BT`s`) subiram em 0,31 pp ao fixarem-se em
Dezembro em 10,87%, enquanto as permutas de liquidez entre as instituições
de crédito fixaram-se em 9,8% contra 5,2% em Junho. Com estas medidas, o
Governo visa tornar as taxas de juro gradualmente mais flexíveis em função da
evolução do mercado e contrariar as pressões sobre as taxas de câmbio.
Relativamente as operações no MCI, tem havido uma resposta do Governo no
sentido de satisfazer a procura excedentária de modo a estabilizar a taxa de
câmbio. Em termos quantitativos, o volume de vendas de Moeda Estrangeira
(ME) no MCI, em 2005, foi de 385,8 milhões de USD, dos quais 346,3 milhões
de USD em regime de leilão, não tendo se registado nenhuma compra por parte
do Governo. Refira-se que os maiores volumes de vendas ocorreram em
Novembro e Dezembro, com cerca de 39 milhões e 40 milhões de USD,
respectivamente. Em 2004 o volume de vendas foi de 199,6 milhões de USD
face a 27,6 milhões de USD de compras.
Massa Monetária
Em Dezembro de 2005, o saldo dos Meios Totais de Pagamento (M3) situou-se
em 43,440 mdc, o que representa uma expansão acumulada de 9,266 mdc,
equivalente a uma variação de saldos de 27,1% em relação a Dezembro de
2004. Estes valores situam-se em 2.0 pp acima do tecto previsto no programa
monetária para o II Semestre. Entretanto, retirando o efeito cambial o M3
cresceu 17%.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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O aumento do M3 no período em análise foi determinado, por um lado, pela
entrada dos recursos externos a favor de residentes e, fundamentalmente, pela
depreciação do Metical face ao Dólar americano.
O crescimento dos Meios Totais de Pagamento foi suportado essencialmente
pelos Depósitos Totais que registaram desde Dezembro, um incremento de 2%
na estrutura do M3 face a queda da proporção das Notas e Moedas em
Circulação. Nota importante é que, como consequência do efeito cambial, os
depósitos denominados em moeda nacional reduziram o seu peso no total dos
depósitos, de 61% em Dezembro de 2004 para 56,8% em Dezembro de 2005.
Credito à Economia
O saldo do Crédito à Economia das instituições monetárias registou um
crescimento anual, em Dezembro de 2005, de 51,6%, face ao decréscimo de
5,9% observado em Dezembro de 2004. Expurgando a variação cambial, o
Crédito à Economia aumentou, em termos anuais, em 35,6%.
O aumento do crédito, das instituições monetárias, no período em referência,
tem sido suportado pelo incremento da parte em Moeda Nacional (MN), levando
a que o seu peso no total aumentasse de 41,6% em Dezembro de 2004 para
49% em Dezembro de 2005. O decréscimo da componente do crédito em ME
verificou-se ao longo do II Semestre de 2005, dado que até Junho de 2005 a
proporção do crédito em MN havia decrescido para 37,3%.
Dados disponíveis até Novembro indicam que, em termos de stock, os sectores
que detém a maior fatia do crédito são o comércio com 23,9%, seguido da
indústria com 15,8%, não tendo se registado mudanças de realce relativamente
a Dezembro de 2004. Os restantes sectores estão assim distribuídos:
agricultura(8,6%), construção (4,5%), turismo (3,9%) e transportes (5,1%). A
rúbrica “outros sectores” tem uma porção considerável do stock de crédito com
36,1%, onde se inclui o crédito a particulares.
Taxas de Juro
No mercado a retalho (relação entre Bancos Comerciais e sua clientela), as
taxas de Juro registaram no geral uma tendência decrescente, tendo a taxa de
juro média do depósito para maturidade de um ano registado uma queda de 2.3
pp ao se fixar em 8,4%, enquanto que a taxa de empréstimos para maturidade
de um ano reduziu em 3.4 pp, fixando-se em 20,3%, em Novembro de 2004,
comparativamente a Dezembro de 2004. Para igual maturidade, a taxa de juro
média dos empréstimos em moeda estrangeira incrementou, no mesmo período,
de 8,5% para 9,1%, enquanto que a taxa média dos depósitos aumentava em
1.0 pp ao observar o valor de 2,9%.
33
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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Em termos de spread entre as taxas de juro activas e passivas, em moeda
nacional, ocorreu uma redução para cerca de 11.9% contra 13.1% em
Dezembro de 2004, mantendo a tendência decrescente observada em 2004,
contrariamente ao aumento do spread das taxas de juro em moeda estrangeira
em 0.85 pp.
Taxas de Câmbio
A taxa de câmbio média MZM/USD do mercado a 31 de Dezembro de 2005 foi
de 24,183.00 mt, o que corresponde a uma depreciação anual da moeda
nacional de cerca de 30%. Depois de uma acentuada depreciação do Metical no
I Semestre, com destaque para os meses de Abril e Maio onde se registaram as
maiores variações mensais – cerca de 13,7% e 11,7%, respectivamente -
observou-se no II Semestre uma relativa estabilidade no mercado cambial, com
destaque para o mês de Dezembro que registou uma apreciação mensal de
12%, como colorário das medidas tomadas pelo banco central.
As principais razões que explicam as pressões cambiais em 2005 foram:
• Antecipação na procura de divisas pelos agentes económicos para fazer
face às importações de combustível, devido ao agravamento persistente
do preço no mercado internacional;
• Em janeiro de 2005 o Banco Central introduziu alterações no
funcionamento do MCI, tendo sido notório um período de adaptação ao
novo mecanismo de leilões de divisas por parte dos operadores, aliado as
assimetrias e imperfeições do mercado cambial, onde o mesmo
importador coloca a sua procura em várias instituições, empolando a
procura agregada e pressionando o MCI;
• Tensões decorrentes de interpretações erradas de diversa
regulamentação emanada pelo Governo;
• Recuperação do dólar no mercado internacional.
34
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
MERCADO DE CÂMBIOS - COTAÇÃO DO METICAL FACE AO DÓLAR AMERICANO
ANO Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
TAXAS MÉDIAS - MT/USD
2000 13,448 13,983 14,933 15,764 16,006 16,007 16,065 16,154 16,171 16,242 16,513 16,987
2001 17,323 17,869 18,492 19,105 20,081 21,299 21,797 21,821 22,065 22,401 23,077 23,153
2002 23,314 23,415 23,513 23,603 23,639 23,650 23,708 23,815 23,877 23,931 23,836 23,687
2003 23,801 23,809 23,817 23,810 23,815 23,777 23,668 23,744 23,735 23,775 23,802 23,835
2004 23,688 23,840 23,844 23,829 23,747 23,436 23,048 22,674 22,244 21,201 20,419 19,483
2005 18,777 18,380 19,554 19,973 23,526 24,464 24,550 24,515 24,603 25,539 28,094 24,757
TAXA DE CRESCIMENTO ACUMULADA (%)
2000 1.5 5.5 12.7 19.0 20.8 20.8 21.3 21.9 22.1 22.6 24.6 28.2
2001 2.0 5.2 8.9 12.5 18.2 25.4 28.3 28.5 29.9 31.9 35.8 36.3
2002 0.7 1.1 1.6 1.9 2.1 2.1 2.4 2.9 3.1 3.4 2.9 2.3
2003 0.5 0.5 0.5 0.5 0.5 0.4 -0.1 0.2 0.2 0.4 0.5 0.6
2004 -0.6 0.0 0.0 0.0 -0.4 -1.7 -3.3 -4.9 -6.7 -11.1 -14.3 -18.3
2005 -2.9 -5.0 1.1 3.3 21.6 26.5 26.9 26.7 27.2 32.0 45.2 28.0
TAXA DE CRESCIMENTO HOMÓLOGA (%)
2000 8.8 12.9 20.3 26.5 28.1 27.6 26.9 26.5 25.7 25.2 26.1 28.2
2001 28.8 27.8 23.8 21.2 25.5 33.1 35.7 35.1 36.4 37.9 39.7 36.3
2002 34.6 31.0 27.1 23.5 17.7 11.0 8.8 9.1 8.2 6.8 3.3 2.3
2003 2.1 1.7 1.3 0.9 0.7 0.5 -0.2 -0.3 -0.6 -0.7 -0.1 0.6
2004 -0.5 0.1 0.1 0.1 -0.3 -1.4 -2.6 -4.5 -6.3 -10.8 -14.2 -18.3
2005 -20.7 -22.9 -18.0 -16.2 -0.9 4.4 6.5 8.1 10.6 21.6 38.6 28.0
A evolução do Metical face ao Rand no mercado cambial, foi também no sentido
de depreciação. Assim, a taxa de câmbio média no final de Dezembro foi de
3,817.2 mt, correspondendo a uma depreciação anual de 13,1%, contra uma
apreciação de 4% em 2004.
35
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
MERCADO DE CÂMBIOS - COTAÇÃO DO METICAL FACE AO RAND
ANO Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
TAXAS MÉDIAS - MT/USD
2000 2,210 2,257 2,339 2,460 2,351 2,347 2,385 2,426 2,349 2,272 2,262 2,279
2001 2,332 2,377 2,405 2,442 2,579 2,749 2,743 2,717 2,682 2,564 2,533 2,322
2002 2,178 2,186 2,175 2,244 2,416 2,442 2,439 2,398 2,382 2,410 2,527 2,687
2003 2,775 2,904 3,006 3,117 3,210 3,031 3,172 3,228 3,243 3,419 3,485 3,662
2004 3,510 3,531 3,613 3,673 3,520 3,605 3,724 3,611 3,449 3,358 3,382 3,393
2005 3,164 3,060 3,254 3,249 3,727 3,624 3,667 3,792 3,873 3,889 4,217 3,889
TAXA DE CRESCIMENTO ACUMULADA (%)
2000 2.4 4.6 8.4 14.0 8.9 8.7 10.5 12.4 8.8 5.3 4.8 5.6
2001 2.3 4.3 5.5 7.2 13.2 20.6 20.4 19.2 17.7 12.5 11.1 1.9
2002 -6.2 -5.9 -6.3 -3.3 4.1 5.2 5.0 3.3 2.6 3.8 8.8 15.7
2003 3.3 8.1 11.9 16.0 19.5 12.8 18.0 20.1 20.7 27.2 29.7 36.3
2004 -4.2 -3.6 -1.3 0.3 -3.9 -1.5 1.7 -1.4 -5.8 -8.3 -7.6 -7.4
2005 -6.7 -9.8 -4.1 -4.2 9.9 6.8 8.1 11.8 14.2 14.6 24.3 14.6
TAXA DE CRESCIMENTO HOMÓLOGA (%)
2000 8.8 12.9 20.3 26.5 28.1 27.6 26.9 26.5 25.7 25.2 26.1 28.2
2001 5.5 5.3 2.8 -0.7 9.7 17.1 15.0 12.0 14.2 12.8 12.0 1.9
2002 -6.6 -8.1 -9.6 -8.1 -6.3 -11.1 -11.1 -11.8 -11.2 -6.0 -0.2 15.7
2003 27.4 32.9 38.2 38.9 32.9 24.1 30.1 34.6 36.1 41.9 37.9 36.3
2004 26.5 21.6 20.2 17.8 9.6 19.0 17.4 11.9 6.4 -1.8 -2.9 -7.4
2005 -9.8 -13.3 -10.0 -11.5 5.9 0.5 -1.5 5.0 12.3 15.8 24.7 14.6
IV.3. INFLAÇÃO
Depois de uma relativa estabilidade de preços até Outubro de 2005, a inflação
medida pelo Índice Agregado de Preços ao Consumidor, denominado MABENA,
o que agrega os índices de preços das cidades de Maputo, Beira e Nampula,
apresentando de uma forma equilibrada o índice de preços do País, acelerou
fortemente em Novembro e Dezembro, com aumentos de 4,1% e 4,4%
respectivamente, tendo registado, em média, um agravamento de preços na
ordem dos 15,4% nos meses em referência.
Os dados recolhidos nas cidades de Maputo, Beira e Nampula durante o mês de
Dezembro, indicam ter-se registado um agravamento de preços na ordem de
4,4%. A classe de Alimentação, Bebidas e Tabaco foi a que mais se evidenciou
com 6,1% de aumento. A cidade de Maputo liderou esta tendência com 5,5%,
seguida das cidades de Nampula e Beira com 3,8% e 2,6%, respectivamente.
A nível de classes, é de assinalar o agravamento de preços registado na
Alimentação, Bebidas e Tabaco, no Conforto de Habitação, e nos Transportes e
Comunicações na ordem dos de 16,3%, 18,2% e 17,6% respectivamente.
36
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
Observando a tabela a seguir, a taxa de inflação acumulada de Janeiro a
Dezembro foi 15,4%. Por cidades nota-se que Nampula teve a inflação
acumulada mais elevada com 24,7%, tendo a cidae de Maputo alcançado 14%
e Beira 13,4%.
A taxa de inflação acumulada de Janeiro a Dezembro foi de 15.4% como pode
ser observado na tabela que segue. Por cidades nota-se que Nampula teve a
inflação acumulada mais elevada com 24,7%, tendo a cidade de Maputo
alcançado 14% e Beira 13,4%.
INDICE DE PRECOS - MABENA - BASE DEZ 1998 = 100
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
INDICE:
2002 141.4 144.0 142.9 141.7 140.6 141.4 142.8 143.7 144.9 145.7 148.0 151.7
2003 153.1 155.5 158.4 159.8 160.6 160.3 160.9 161.3 161.9 163.1 164.4 169.0
2004 174.1 175.7 177.5 178.9 179.2 178.7 179.3 179.1 179.2 180.2 181.2 184.7
2005 186.8 186.4 186.5 185.9 185.6 188.6 191.4 192.8 193.7 196.1 204.1 213.2
TAXA DE VARIACAO EM CADEIA (%):
2002 1.6 1.8 -0.7 -0.9 -0.7 0.6 1.0 0.6 0.9 0.6 1.5 2.5
2003 0.9 1.6 1.8 0.9 0.5 -0.2 0.4 0.3 0.4 0.7 0.8 2.8
2004 3.0 0.9 1.0 0.8 0.2 -0.3 0.3 -0.1 0.0 0.6 0.6 1.9
2005 1.1 -0.2 0.1 -0.3 -0.2 1.7 1.5 0.7 0.5 1.2 4.1 4.4
TAXA DE CRESCIMENTO HOMOLOGA (%):
2002 24.5 25.9 24.0 21.5 19.7 18.9 17.2 14.7 13.9 11.4 9.6 9.0
2003 8.3 8.0 10.8 12.8 14.2 13.3 12.6 12.3 11.7 11.9 11.1 11.4
2004 13.7 13.0 12.1 11.9 11.6 11.5 11.4 11.1 10.6 10.5 10.2 9.3
2005 7.3 6.1 5.1 3.9 3.5 5.6 6.8 7.6 8.1 8.8 12.7 15.4
TAXA DE CRESCIMENTO ACUMULADA NO ANO (%):
2002 1.6 3.5 2.7 1.8 1.1 1.6 2.7 3.2 4.2 4.7 6.4 9.0
2003 0.9 2.5 4.4 5.3 5.8 5.6 6.0 6.3 6.7 7.5 8.4 11.4
2004 3.0 3.9 5.0 5.8 6.1 5.7 6.1 6.0 6.0 6.6 7.2 9.3
2005 1.1 0.9 1.0 0.6 0.5 2.1 3.6 4.4 4.9 6.2 10.5 15.4
Em termos acumulados, o nível geral de preços aumentou em cerca de 14% em
2005 na cidade de Maputo contra 9,1% observada em 2004. Entretanto, a
inflação média anual foi de um dígito, em torno de 7%.
O aumento de preços das classes de Alimentação, Bebidas e Tabaco foi de
14,8%, do Conforto de Habitação 15,3% e, dos Transportes e Comunicações
18,8%. O impacto total da inflação é de 13.4 pontos percentuais.
Os produtos cujo aumento de preços foi mais significativo ao longo do mês de
Dezembro foram o Milho branco em 42,9%, o Carapau congelado de 2ª em
16,8%, o Frango vivo em 26,2%, o Tomate em 18,4%, a Batata-reno em 18,2%,
o Arroz corrente em 4,7% e o Amendoim em 6,2%. Estes, contribuíram no total
da inflação mensal com 3.71 pontos percentuais positivos.
37
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
A classe de Alimentação, Bebidas e Tabaco, que viu os seus preços agravados
em 8,5% foi a que ditou significativamente o aumento da taxa de inflaçao,
contribuindo no total da inflação mensal com 5.05 pontos percentuais positivos.
Ao longo de 2005, a inflação dos bens alimentares que até Outubro registou
uma variação acumulada de 1,6% contra 10,4% dos não alimentares, acelerou
nos últimos dois meses do ano, tendo atingido os 14,8% em Dezembro face aos
12,7% observados na inflação dos bens não alimentares. Esta foi determinante
para o não alcance da meta de inflação de um digito. As principais razões para o
comportamento crescente dos preços em 2005 foram:
• O impacto do agravamento dos preços dos combustíveis sobre o custo de
transportes de passageiros e carga;
• A depreciação do Metical, que em termos acumulados atingiu o pico em
Novembro, situando-se em cerca de 42,4% face ao USD e em 22,8% em
relação ao Rand sul-africano, apesar de ter desacelerado em Dezembro
para 28% e 13%, respectivamente;
• A seca que afectou várias regiões do País contribuiu para o aumento
assinalável dos preços dos bens alimentares.
Adicionalmente, a especulação que sazonalmente ocorre na quadra festiva
(Dezembro), em 2005 pode ter sido exacerbada pelas expectativas inflacionárias
propagadas em Novembro e em Dezembro, se tivermos em conta que a inflação
média anual em 2005 situou-se em torno dos 7% contra as estimativas iniciais
em torno de 6%.
As classes do Conforto de Habitação e da Alimentação, Bebidas e Tabaco, são
as que maiores níveis de agravamento de preços tiveram ao atingirem 22,4% e
6,8%, respectivamente.
Os produtos de maior impacto no aumento de preços que se verificou ao longo
do ano 2005 foram:
• Arroz corrente com 27,6%, sendo de destacar o mês de Junho com 7,7%;
• A Lenha com 21,3%, derivado fundamentalmente dos aumentos
verificados em Fevereiro em 8,3% e Março em 7,7%;
• Milho branco com 65,9%, onde o mês de Dezembro liderou com 42,9%
de aumento;
38
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
• Carapau congelado de 2ª com 26,7%, tendo atingido um aumento de
16,8% no mês de Dezembro;
• Petróleo de iluminação com 54,7%, com o mês de Junho a destacar-se
com 26,3%;
• A Batata-reno com 27,7%, destacando-se o mês de Dezembro que
registou um aumento na ordem de 18,2%;
• Transporte semi-colectivo de passageiros, vulgo Chapa, com 36,2%,
como resultado do ajustamento tarifário que se verificou em Julho.
INDICE DE PRECOS - MAPUTO - BASE DEZ 1998 = 100
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
INDICE:
2001 117.2 116.9 117.7 119.0 121.8 124.4 127.4 129.6 130.9 135.9 140.4 144.3
2002 144.1 146.0 145.0 145.4 145.6 147.1 148.6 149.4 149.6 150.2 153.0 157.5
2003 157.1 160.7 164.9 166.9 169.7 168.3 168.3 169.4 170.6 172.3 173.8 179.2
2004 184.4 185.3 187.1 189.6 190.8 190.7 190.7 189.8 189.5 190.6 192.7 195.5
2005 198.5 197.6 198.4 198.1 198.1 200.1 202.4 203.6 203.6 205.4 211.2 222.8
TAXA DE VARIACAO EM CADEIA (%):
2001 -1.0 -0.2 0.7 1.1 2.4 2.1 2.4 1.7 1.0 3.8 3.4 2.8
2002 -0.2 1.3 -0.7 0.3 0.1 1.1 1.0 0.6 0.1 0.4 1.9 2.9
2003 -0.3 2.3 2.6 1.2 1.6 -0.8 0.0 0.6 0.7 1.0 0.9 3.1
2004 2.9 0.5 1.0 1.3 0.6 -0.1 0.0 -0.5 -0.2 0.6 1.1 1.5
2005 1.5 -0.4 0.4 -0.2 0.0 1.0 1.2 0.6 0.0 0.9 2.8 5.5
TAXA DE CRESCIMENTO HOMOLOGA (%):
2001 10.7 2.7 1.0 0.5 2.1 5.6 7.4 10.6 10.9 14.9 20.3 21.9
2002 22.9 24.9 23.2 22.2 19.5 18.3 16.6 15.2 14.3 10.5 8.9 9.1
2003 9.0 10.1 13.7 14.8 16.5 14.4 13.2 13.3 14.0 14.7 13.6 13.8
2004 17.4 15.3 13.5 13.6 12.5 13.3 13.3 12.0 11.1 10.6 10.8 9.1
2005 7.6 6.7 6.1 4.5 3.8 4.9 6.1 7.3 7.5 7.8 9.6 14.0
TAXA DE CRESCIMENTO ACUMULADA NO ANO (%):
2001 -1.0 -1.2 -0.6 0.5 2.9 5.1 7.7 9.5 10.6 14.8 18.6 21.9
2002 -0.2 1.2 0.5 0.7 0.9 1.9 3.0 3.5 3.6 4.1 6.0 9.1
2003 -0.3 2.0 4.7 6.0 7.7 6.9 6.9 7.5 8.3 9.4 10.4 13.8
2004 2.9 3.4 4.4 5.8 6.5 6.4 6.4 5.9 5.7 6.3 7.5 9.1
2005 1.5 1.1 1.5 1.3 1.3 2.3 3.5 4.1 4.2 5.1 8.0 14.0
Ao longo de 2005, a Cidade da Beira registou um agravamento de preços na
ordem dos 13,4%. A classe de Alimentação, Bebidas e Tabaco com um
agravamento de preços na ordem dos 14,4%, foi a que maior impacto teve no
total da inflação acumulada ao contribuir com 9.25 pontos percentuais positivos.
Os produtos cujo aumento de preços teve um impacto mais significativo no
agravamento geral de preços ao longo de todo o ano de 2005 foram:
• O Milho Branco com 102,6%, sendo de destacar os meses de Julho,
Agosto e Novembro com 26,1%, 28,4% e 36,0% de aumento,
respectivamente;
• O Petróleo de iluminação com 54,7%, com o mês de Junho a destacar-se
com 26,3%;
39
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
• O Arroz corrente com 25,9%, dos quais 11,6% de aumento em
Novembro;
• A Farinha de milho branco com 26,5%, com o mês de Novembro a
registar maior aumento, 15,8%;
• O Gás com 70,6%, dos quais 42,8% de aumento verificaram-se no mês
de Junho;
• O Açúcar amarelo com 9,6%, sendo 3,3% e 2,5% referentes aos meses
de Setembro e Dezembro respectivamente;
• O Feijão Manteiga com 29,7%, sendo Novembro e Dezembro os meses
que registaram maior aumento com 8,3% e 7,1% respectivamente.
Estes produtos contribuíram no total da inflação acumulada com 11,21 pontos
percentuais positivos.
INDICE DE PRECOS - BEIRA - BASE DEZ 1998 = 100
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
INDICE:
2002 146.3 147.7 146.2 142.1 140.8 142.3 143.5 144.9 148.0 149.0 150.3 151.1
2003 153.4 153.5 155.9 157.2 158.5 160.5 161.8 161.4 161.2 162.3 163.6 166.4
2004 171.2 174.4 176.4 176.5 175.9 174.9 176.6 177.3 177.6 178.4 178.2 180.5
2005 182.0 182.5 181.4 179.8 179.0 182.3 185.2 186.9 188.9 190.7 199.5 204.7
TAXA DE VARIACAO EM CADEIA (%):
2002 5.1 0.9 -1.0 -2.8 -0.9 1.0 0.9 1.0 2.1 0.7 0.9 0.5
2003 1.6 0.1 1.5 0.9 0.8 1.3 0.8 -0.2 -0.1 0.7 0.8 1.7
2004 2.9 1.8 1.2 0.1 -0.3 -0.6 1.0 0.4 0.1 0.5 -0.1 1.3
2005 0.8 0.3 -0.6 -0.8 -0.5 1.9 1.6 0.9 1.1 1.0 4.6 2.6
TAXA DE CRESCIMENTO HOMOLOGA (%):
2002 28.4 25.5 22.9 17.7 18.2 18.9 17.3 14.2 14.8 14.9 11.7 8.5
2003 4.9 4.0 6.6 10.6 12.5 12.9 12.8 11.4 8.9 8.9 8.8 10.2
2004 11.6 13.6 13.2 12.3 11.0 9.0 9.1 9.8 10.1 9.9 9.0 8.5
2005 6.3 4.7 2.8 1.9 1.7 4.2 4.9 5.4 6.4 6.9 12.0 13.4
TAXA DE CRESCIMENTO ACUMULADA NO ANO (%):
2002 5.1 6.1 5.0 2.1 1.2 2.2 3.1 4.1 6.4 7.1 8.0 8.5
2003 1.6 1.6 3.2 4.0 4.9 6.3 7.1 6.9 6.7 7.4 8.3 10.2
2004 2.9 4.8 6.0 6.1 5.7 5.1 6.1 6.5 6.7 7.2 7.1 8.5
2005 0.8 1.1 0.5 -0.4 -0.8 1.0 2.6 3.5 4.6 5.6 10.6 13.4
A Cidade de Nampula registou durante o ano de 2005, um agravamento de
preços na ordem dos 24,7%. A classe de Alimentação, Bebidas e Tabaco com
um agravamento de preços na ordem dos 25,6%, foi a que maior impacto teve
no total da inflação acumulada ao contribuir com 17.61 pontos percentuais
positivos.
Os produtos cujo aumento de preços teve um impacto mais significativo no
agravamento geral de preços ao longo de todo o ano transacto foram:
40
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
• O Feijão nhemba com 179,7%, sendo de destacar os meses de Junho e
Novembro com 52,2% e 57,9% de aumento, respectivamente;
• Petróleo de iluminação com 66,3%, com o mês de Junho a destacar-se
com 26,3%;
• O Milho branco com 77,9%, dos quais 30,4% de aumento registaram-se
no mês de Novembro;
• O Amendoim com 63,4%, com destaque para o mês de Novembro que
registou um aumento de 36,9%;
• A Farinha de milho branco com 23,6%, dos quais 18,5% de aumento
verificaram-se em Novembro;
• O Arroz corrente com 23,3%, sendo 11,4% referentes ao mês de
Novembro;
• O Peixe seco de 1ª com 41,5%, sendo Dezembro o mês que registou
maior aumento com 13,8%;
Estes produtos contribuíram no total da inflação acumulada com 19.85 pontos
percentuais positivos.
INDICE DE PRECOS - NAMPULA - BASE DEZ 1998 = 100
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
INDICE:
2002 125.4 133.2 132.6 131.4 126.7 123.9 125.4 125.1 126.3 127.2 129.2 136.1
2003 141.4 144.3 143.6 142.9 136.9 135.2 136.7 136.8 137.2 136.6 137.6 142.9
2004 148.3 149.1 150.3 150.5 150.1 149.3 149.8 150.7 151.8 152.9 152.7 160.0
2005 160.4 159.8 160.3 160.4 159.6 165.3 169.7 171.2 172.7 177.9 192.1 199.4
TAXA DE VARIACAO EM CADEIA (%):
2002 1.4 6.2 -0.5 -0.8 -3.6 -2.2 1.2 -0.3 1.0 0.7 1.6 5.4
2003 3.8 2.1 -0.5 -0.5 -4.2 -1.2 1.1 0.1 0.3 -0.4 0.7 3.8
2004 3.8 0.6 0.8 0.1 -0.3 -0.5 0.4 0.6 0.7 0.7 -0.1 4.7
2005 0.3 -0.4 0.3 0.1 -0.5 3.5 2.6 0.9 0.8 3.0 8.0 3.8
TAXA DE CRESCIMENTO HOMOLOGA (%):
2002 23.2 32.0 30.8 29.1 25.3 22.3 20.6 14.7 11.5 8.1 7.9 10.0
2003 12.7 8.3 8.3 8.7 8.0 9.1 9.0 9.4 8.7 7.5 6.5 5.0
2004 4.9 3.3 4.7 5.3 9.6 10.4 9.6 10.2 10.7 11.9 11.0 11.9
2005 8.1 7.1 6.6 6.6 6.4 10.7 13.2 13.6 13.7 16.3 25.8 24.7
TAXA DE CRESCIMENTO ACUMULADA NO ANO (%):
2002 1.4 7.7 7.1 6.2 2.4 0.1 1.3 1.1 2.1 2.8 4.4 10.0
2003 3.8 6.0 5.5 5.0 0.5 -0.7 0.4 0.5 0.8 0.4 1.1 5.0
2004 3.8 4.4 5.2 5.3 5.0 4.5 4.9 5.5 6.3 7.0 6.9 11.9
2005 0.3 -0.1 0.2 0.3 -0.2 3.3 6.1 7.1 8.0 11.2 20.1 24.7
41
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
IV.4. BALANÇA DE PAGAMENTOS
Dados preliminares do acumulado até ao III Trimestre de 2005, indicam que a
posição externa do País medida pela conta corrente agravou em 2,2%,
relativamente ao mesmo período de 2004, correspondendo a um défice
acumulado de USD 492.5 milhões.
A análise dos principais componentes da Balança de Pagamentos mostra:
• Um aumento do défice da Conta Corrente de 481.9 milhões de USD no III
Trimestre de 2004 para 492.5 milhões de USD, equivalentes a 2,2%,
determinado, principalmente pela Conta de Bens e Serviços com um
agravamento do défice em 22,4% em relação ao período homólogo do
ano anterior, motivada pelo aumento expressivo do défice da conta de
bens em 31,7%, como resultado do crescimento mais rápido das
importações relativamente as exportações;
• O défice da conta corrente foi atenuado pelas melhorias registadas na
sub conta de rendimento (redução do saldo negativo em 5% no ano) e
pelas transferências correntes, cujos saldos aumentaram em 51% em
termos acumulados. Refira-se que a melhoria do saldo da conta
rendimento, deveu-se ao aumento do valor da remuneração dos
empregados, da redução dos encargos com juros da dívida
governamental e do aumento dos rendimentos de investimento de carteira
e de juros de depósitos de aplicação no exterior. Relativamente as
transferências correntes, verificou-se até Setembro um aumento de USD
94.2 milhões, determinado pelas transferências correntes para programas
especiais e para a importação de medicamentos que aumentaram em
42% e 84% respectivamente;
• O fluxo de capitais externos no III Trimestre foi de USD 50.9 milhões o
que representa uma diminuição de 87% (cerca de USD 326.1 milhões)
em relação ao valor registado em igual trimestre de 2004. O
comportamento registado no III trimestre, acabou sendo determinante
para o fluxo acumulado, pois este caiu em 75% para um saldo positivo de
USD 106.7 milhões, em resultado da redução dos donativos para
projectos de investimento e, sobretudo, pelo reduzido montante de perdão
da dívida de que o País se beneficiou, no período que, se fixou em
apenas USD 0.3 milhões contra os USD 315 no mesmo período de 2004.
• A redução do fluxo de recursos financeiros líquidos para o País em cerca
de 34,1%, justificado pela redução do Investimento Directo em 60,1%
fixando-se em 44.1 milhões de USD, contra USD 110.5 milhões
observados em igual período de 2004;
No período em análise, as exportações de bens até ao terceiro trimestre de
2005, atingiram cerca de 1254.4 milhões de dólares americanos. Os produtos
42
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
que apresentam maiores valores de exportação são: pneus, energia eléctrica
gás natural, camarão, açucar e algodão.
BALANCA COMERCIAL - 10^6 USD
2002 2003 2004 2005 III trim.
BALANCA COMERCIAL -582.7 -627.8 -302.0 -342.4
Exportacoes (fob) 680.2 1043.9 1451.9 1254.4
das quais: Grandes Projectos 436.9 680.9 1048.5 921.7
Taxa de Crescimento (%) -3.3 53.5 39.1
Importacoes (fob) -1262.9 -1671.7 -1753.9 -1596.8
das quais: Grandes Projectos 404.2 -303.6 -279.7 -287.7
Exportacoes - 10^6 USD
Descrição 2003 2004 2005 III trim.
Camarao 25.9 90.3 50.9
Amendoa de Cajú 0.2 1.6 3.8
Algodao 16.5 32.8 26.6
Copra 0.0 0.1 …
Acucar 0.8 35.5 30.7
Pneus 1.2 1.7 130.0
Madeira 13.3 28.5 18.5
Castanha de Cajú 2.6 4.4 17.6
Electricidade 58.9 102.3 105.8
Búnker's 0.8 23.5 8.9
Sasol (Gás) 31.3 65.5
Outros 560.0 692.0 796.1
TOTAL 680.2 1043.9 1254.4
Até ao terceiro trimestre de 2005, as exportações atingiram um volume na ordem
de USD 1.596.8 milhões. Este aumento é influenciado pelo aumento das
importações de derivados de petróleo e de energia eléctrica.
Importacoes - 10^6 USD
Descrição 2003 2004 2005 III trim.
Derivados de Petrólio 86.9 181 114.3
Energia Eléctrica 20.5 75.5 53.7
Outros Bens 751.3 1,135.7 1116.6
Total Sem Grandes Projectos 858.7 1,392.0 1,284.6
Importacoes da Mozal 404.2 279.7 308.1
Importacoes da Sasol … … 4.1
Total Geral 1,262.9 1,671.7 1,596.8
O saldo da Balança de Serviços foi de 278.8 milhões de dólares, até ao
terceiro trimestre, não obstante o aumento nos serviços de construção,
comunicação, serviços de seguros e governamentais.
43
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
BALANCA DE SERVICOS - 10^6 USD
2002 2003 2004 2005 III trim.
SALDO -151.8 -272.6 -279.7 -278.8
Receitas 454.3 303.9 255.6 231.4
Despesas -606.1 -576.6 -535.2 -510.2
A entrada de investimento, medidos através dos empréstimos privados
desembolsados e investimento directo estrangeiro, registou-se a entrada de
cerca de 246.1 milhoes de dólares americanos até ao III trimestre de 2005.
EMPRESTIMOS EXTERNOS PRIVADOS E INVESTIMENTO ESTRANGEIRO - 10^6 USD
2002 2003 2004 2005 III trim.
Emprestimos privados (desembolsos) 791.1 383.5 420.8 202.0
Investimento directo estrangeiro 156.3 336.7 131.9 44.1
TOTAL 947.4 720.2 552.7 246.1
Em termos acumulados, o défice global da Balança de Pagamentos foi,
basicamente, financiado pela utilização dos activos de reserva, tendo estes
decrescido em cerca de USD 164.4 milhões e pelos financiamentos
excepcionais em USD 62.5 milhões, montante inferior ao recebido pelo País em
igual período de 2004 e que se traduziu em perdão e reescalonamento da dívida
pública externa.
V. PRINCIPAIS DESENVOLVIMENTOS POR SECTOR
V.1. ÁREA SOCIAL
A. EDUCAÇÃO
Na área da Educação, em 2005 continuou a ser dada prioridade a expansão do
acesso, a redução dos desequilíbrios de género e a melhoria da qualidade do
ensino. Também constituiu prioridade o reforço da capacidade institucional nos
diferentes níveis de administração educacional.
Expansão do Acesso
Em 2005, o número de alunos no ensino geral cresceu em 11.2%
comparativamente ao ano de 2004, o que corresponde a 94% de realização do
planificado. Ao nível do Ensino Primário do 1º (EP1) e 2º (EP2), graus. Os
efectivos escolares cresceram em 10,5% e 10,7% respectivamente,
comparativamente ao ano de 2004. Ao nível do Ensino Secundário Geral, os
44
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
efectivos no 1º (ESG1) e 2º (ESG2) ciclos cresceram em 24,5% e 20,5%
respectivamente, em relação ao ano de 2004, segundo ilustra a tabela abaixo.
E vo lu çã o d o N ú m e ro d e A lu n o s, 2 0 0 1 - 2 0 0 5
N ível 2001 2002 2003 2004 200 5 % Realiz % Cresc.
R eal R eal R eal R eal P lano R eal P lano R05/R04
EP1 2,513,094 2,643,126 2,825,971 3,071,564 3,620,850 3,393,677 9 3.7 10.5
EP2 265,994 302,912 355,618 409,279 512,272 452,888 8 8.4 10.7
ESG 1 98,095 116,356 141,795 168,798 187,066 210,128 112.3 24.5
ESG 2 11,968 14,019 18,291 21,350 23,140 25,737 111.2 20.5
T otal 2,889,151 3,076,413 3,341,675 3 ,670 ,991 4,343,328 4,082,430 9 4.0 11.2
Fonte: MEC
Em termos de indicadores de cobertura educativa do Sistema, a taxa bruta de
admissão no EP1 passou de 137,6% em 2004 para 160,6% em 2005, o que
demonstra que existe ainda uma grande proporção de crianças a frequentar o
ensino primário do 1º grau fora da idade escolar teórica para o fazer. Em relação
a taxa líquida de escolarização e a taxa bruta de escolarização no EP1, em 2005
atingiu-se 83,4% e 131,3% respectivamente, níveis superiores aos alcançados
em 2004, de 75,6% e 118,4% respectivamente o que mostra a manutenção da
tendência de aumento destas taxas, em relação aos anos precedentes.
A relação alunos/professor ao nível do EP1 aumentou de 66 em 2004, para 74
em 2005, como consequência da redução registada no número de novos
professores a contratar, face às restrições orçamentais.
Para fazer face a evolução dos efectivos escolares, o Sistema continuou a
apostar na construção de novas escolas e na formação de professores. Assim,
em 2005 a rede escolar do ensino geral cresceu em 5,7% comparativamente ao
ano de 2004, o que corresponde a 99,1% de realização do plano, como se pode
ver na Tabela abaixo.
E v o lu ç ã o d a R e d e E s c o la r, 2 0 0 1 – 2 0 0 5
N ív e l 2001 2002 2003 2004 2005 % Realiz % Cresc.
R eal R eal R eal R eal P la n o R eal P la n o R05/R04
EP1 7,496 7,771 8,071 8 ,3 7 3 8 ,7 6 1 8 ,6 9 6 9 9 .3 3.9
EP2 680 823 950 1 ,1 1 6 1 ,3 5 2 1 ,3 2 0 9 7 .6 18.3
ESG1 106 116 125 140 153 156 1 0 2 .0 11.4
ESG2 23 27 29 30 35 35 1 0 0 .0 16.7
T o ta l 8 ,3 0 5 8 ,7 3 7 9 ,1 7 5 9 ,6 5 9 1 0 ,3 0 1 1 0 ,2 0 7 9 9 .1 5.7
Fonte: MEC
Em termos de formação do corpo docente para o ensino geral, em 2005 o
número de formandos, nos 11 Centros de Formação de Professores Primários
(CFPPs) em funcionamento a nível nacional, baixou ligeiramente em relação a
2004. Contudo, comparativamente ao planificado, a realização foi de 104,9%.
No que se refere aos Institutos de Magistério Primário (IMAPs), estes passaram
de 7 em 2004 para 9 em 2005, com a entrada em funcionamento dos IMAPs de
45
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
Cabo Delgado e de Vilanculos. De igual modo, o número de alunos do curso
diúrno nestes IMAPs registou um crescimento de cerca de 5,9%, o que
corresponde a 105,4% de realização do plano.
Formação do Corpo Docente (Ensino Geral), 2001-2005, Total de Alunos
Nível 2001 2002 2003 2004 2005 % Realiz % Cresc.
Real Real Real Real Plano Real Plano R05/R04
CFPP’s (Básico)- Diur. 4,534 4,997 5,193 5,853 5,541 5,813 104.9 -0.7
IMAP’s (Médio)-Diur. 3,385 3,672 3,841 4,040 4,057 4,278 105.4 5.9
IMAP’s (Médio)-Noct. 190 773 1,708 2,243 2,259 1,742 77.1 -22.3
Total 8,109 9,442 10,742 12,136 11,857 11,833 99.8 -2.5
Fonte: MEC
A proporção de raparigas em 2005, aumentou ligeiramente em todos os níveis
de ensino comparativamente ao ano lectivo de 2004. Assim, a taxa líquida de
escolarização das raparigas no EP1 passou de 73,2% em 2004 para 81,2% em
2005. Em relação as taxas de participação das raparigas nos diferentes níveis
de ensino, no EP1 e EP2 as taxas aumentaram para os 46,3% e 40,8%
respectivamente, contra os 45,9% e 40,7% de 2004. No ESG1 e ESG2, foram
atingidas as taxas de 41,2% e 37,8% respectivamente.
Tendo em vista a elaboração da Política da Acção Social Escolar para os
diversos níveis de ensino, em 2005 foi criada uma Comissão para o efeito.
Alfabetização e Educação de Adultos
O número de alfabetizandos passou de 479.466 em 2004, para 535.812 em
2005, representando um crescimento de 11,8%. Em termos de alfabetizandos
previstos para 2005, o grau de cumprimento foi de 66%. A falta do cumprimento
do plano deveu-se fundamentalmente ao atraso verificado na disponibilização de
recursos financeiros (o orçamento só foi aprovado em Maio) para o início do
Programa de Alfabetização via rádio.
Ainda no âmbito da alfabetização e educação de adultos, importa referir que foi
lançado o programa de alfabetização via rádio e televisão no distrito da Manhiça,
na província de Maputo. A implementação da fase piloto foi nas províncias de
Maputo, Manica e Cabo Delgado envolvendo 20.000 alfabetizandos.
Ensino Técnico Profissional
A rede escolar do nível elementar passou de 11 estabelecimentos registados em
2004 para 15 em 2005, o que corresponde a um crescimento de 37%
comparativamente a 2004. Nestas escolas, foram matriculados 1.717 alunos, o
correspondente a 100% de realização do plano e um crescimento de 36% em
relação a 2004.
46
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
No nível básico diúrno, leccionado em 27 escolas, foram matriculados 19.804
alunos, número que se situa ao mesmo nível do registado em 2004. Este
número representa 98% de realização do planificado para 2005.
Em relação ao nível médio diúrno, leccionado em 7 escolas, o número de alunos
matriculados passou de 3.516 alunos em 2004, para 3.936 em 2005, o que
representa mais de 100% de realização do plano.
Ainda em relação a este ensino, importa destacar o desenvolvimento do
programa integrado da reforma da educação profissional, com vista a tornar a
formação mais relevante a mais apostada ás necessidades das comunidades e
do mercado laboral. Neste contexto, seminários de auscultação, envolvendo
várias sensibilidades, tais como sector privado, confissões religiosas, ONGs, as
comunidades e outros parceiros interessados foram realizados nas três regiões
do país.
Melhoria da Qualidade do Ensino
No âmbito de revisão curricular
O ano de 2004 marcou o início da implementação do Novo Currículo do Ensino
Básico com a introdução das primeiras classes de cada ciclo, nomeadamente 1ª,
3ª e 6ª classe. Em 2005 prosseguiu a implementação do Novo Currículo do
Ensino Básico, com a introdução da 2ª, 4ª e 7ª classes a nível nacional.
As actividades relativas ao processo de transformação curricular do Ensino
Secundário Geral (ESG) conheceram um atraso global devido a
constrangimentos no desembolso dos fundos. Contudo, é de destacar a
realização das seguintes actividades:
Identificação de duas escolas do Ensino Secundário Geral (ESG), por
província, para a experimentação do novo currículo;
Inicio de consultas à sociedade civil a nível nacional,sobre a proposta do
novo curriculo do Ensino Secundário Geral (ESG), com o objectivo de
melhorar estratégias de acompanhamento e buscar de consensos sobre o
perfil do graduado e estrutura do Ensino Secundário Geral (ESG); e
Elaboração de programas intermédios e planos de capacitação de
professores da 8ª classe.
A reforma dos Curricula dos CFPP’s e IMAP’s foi iniciada com a revisão dos
planos de estudo destes dois tipos de formação.
No âmbito da Formação de professores
47
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
Além das acções de formação inicial e em exercício de professores levadas a
cabo ao longo de 2005, foi elaborada e submetida para discussão uma proposta
dos modelos de formação de professores a vigorarem a partir de 2006.
Neste contexto, foram aprovados novos modelos de 10ª+1 Ano, para formação
de Professores do Ensino Básico e 12ª+1 Ano, para formação de Professores do
Ensino Secundário. Os modelos aprovados abarcam a formação incial, formação
em exercício e à distância.
No âmbito do Apoio Directo às Escolas (ADE)
Durante as três fases iniciais (implementadas entre 2003 e 2004), o programa
beneficiou escolas primárias públicas do EP1. Na 4ª fase, o programa alargou a
sua lista de beneficiários, incluíndo assim, as escolas primárias públicas do EP2.
Para a 4ª fase, o investimento total foi de cerca de 73 biliões de meticais, onde
cada escola beneficiária recebeu entre 5,25 a 78 milhões de meticais.
No âmbito do HIV/SIDA
O programa multisectorial sobre Saúde Sexual e Reprodutiva para adolescentes
e jovens foi expandido para as províncias de Inhambane e Niassa.
Foi feito o lançamento de dois programas “Pacote BÁSICO: Habilidades para a
Vida” e “Rádiofónico: Mundo sem Segredos”, na Cidade de Quelimane. Os dois
programas complementam-se e são dirigidos aos alunos do Ensino Primário.
Estes programas compreendem matérias para o desenvolvimento de actividades
de prevenção e educação sobre o HIV/SIDA nas escolas.
O programa piloto de apoio às crianças órfãs e vulneráveis (COV’s) foi
introduzido e expandido para cobrir 4 distritos. Para a sua implementação foram
estabelecidos os procedimentos necessários, a respectiva estrutura, e
desenhado o quadro de M&A e iniciadas as capacitações.
Foram seleccionados indicadores do impacto do HIV/SIDA, testados a pequena
escala, e introduzidos no sistema de levantamento estatístico vigente no
Sistema de Ensino.
No âmbito da Saúde Escolar
Em 2005 prosseguiu o programa de desparazitação dos alunos do EP1 ao nível
da província de Maputo, e, procedeu-se a sua expansão às províncias de Gaza
e Inhambane. Por outro lado, foram distribuídos manuais de instrução para o
professor, sobre como medicar as crianças.
No âmbito do Desporto Escolar
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
Foi realizado o VII Festival Nacional dos Jogos Desportivos Escolares nas Cidades
de Maxixe e Inhambane, que contou com a participação de cerca de 2.000
pessoas, provenientes de todo o País, entre alunos, técnicos, corpo de juízes,
árbitros, organizadores e pessoal de apoio.
Desenvolvimento Institucional
No âmbito do Plano Estratégico do Sector, terminou o processo de revisão da
estratégia referente a área da educação, que tinha como finalidade redefinir os
objectivos, as metas e determinar os recursos necessários para a
implementação da 2ª fase a decorrer de 2005 - 2009.
ENSINO SUPERIOR
No âmbito da melhoria da Qualidade e Relevância do Ensino Superior, foram
criadas as comissões instaladoras dos sistemas nacionais de acumulação e
transferência de créditos académicos e de acreditação, avaliação e garantia de
qualidade.
No âmbito da expansão do acesso ao ensino superior com equidade, foram
criados os Institutos Superiores Politécnicos de Gaza, Manica e Tete.
B. CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Na área da Ciência e Tecnologia, em 2005 as atenções foram concentradas no
desenvolvimento da ciência e tecnologia através da investigação, inovação e
disseminação de tecnologias apropriadas ao País. Para a realização deste
objectivo, foram realizadas ao longo de 2005 as seguintes acções:
• Início do diagnóstico do sistema de investigação no País com vista a
criação de um sistema de investigação científica e inovação tecnológica.
• No âmbito do estabelecimento do Sistema Nacional de Ciência e
Tecnologia, foi criado o Fundo Nacional de Investigação (FNI) para
estimular as actividades de investigação científica e inovação.
• Prosseguimento da disseminação da Política de Ciência e Tecnologia ao
nível dos Governos Provinciais e das Instituições de Ensino Superior.
• Com o objectivo de garantir que a coordenação de parceiros nacionais e
internacionais promova programas de desenvolvimento integrado, foram
realizados vários encontros de reflexão nos seguintes Fóruns
estabelecidos: (i) Parceiros Nacionais – e-Fórum; (ii) Parceiros
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
Internacionais; (iii) Sector Privado; (iv) Fórum Inovadores; e (v) Fórum de
Jovens.
No âmbito da implementação da Política de Ciência e Tecnologia, foram criados
Centros Regionais de Ciência e Tecnologia (CRCT) que serão dotados de
centros de excelência e de incubadoras tecnológicos. Estes centros têm em
vista promover a integração e transferência de tecnologias nas regiões onde se
encontrarem inseridos, servindo não só as capitais províncias, mas também os
Distritos.
Com o objectivo de fazer um diagnóstico dos principais obstáculos tecnológicos
ao desenvolvimento, foi realizada a primeira expedição piloto de investigadores
que abrangeu os distritos de Tsangano, Angónia, Macanga e Changara, na
província de Tete e os distritos de Chigubo, Chókwè e Manjacaze, na província
de Gaza.
No âmbito dos esforços em curso visando a criação de conselhos científicos
sectoriais em quatro áreas prioritárias nomeadamente; água, agricultura, saúde
e energia bem como a formulação de planos estratégicos para a investigação
nestas quatro áreas. Foram criados os Conselhos Científicos das Águas e da
Energia. Estes Conselhos estão a fazer inventários sistematizados dos trabalhos
de investigação e da capacidade científica existentes. Com base nestes
inventários e na análise dos problemas do sector, serão formuladas estratégias
que deverão orientar pesquisas futuras.
Com vista à promoção da participação da mulher e Jovem na investigação, foi
instituído o Prémio da Ciência para a Mulher e Jovem nas seguintes categorias:
distinção, mérito e prémio do jovem investigador.
Lançamento da gazeta de ciência e tecnologia, denominada “Inovação &
Tecnologia” virada para a promoção da cultura da ciência, o intercâmbio entre o
investigador e o público, e para a inovação.
No quadro da promoção de iniciativas e o financiamento de actividades de
investigação aplicada e de processos de inovação, destaque vai para a criação
de um fórum denominado “Oficina aberta” onde pequenas e médias empresas e
inovadores se reunem para o desenvolvimento de protótipos, e para a promoção
do programa de Fundos de Investigação para Pobreza (FIP), que tem em vista a
realização de estudos para a melhoria do conhecimento e entendimento sobre a
pobreza em Moçambique.
A expansão do acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) é
um dos objectivos principais na área de Ciência e Tecnologia. Assim, em 2005
foram estabelecidos 8 Centros Multi-Média Comunitários (CMCs) nas províncias
de Gaza (Chókwè), Maputo (Xinavane; Moamba), Nampula (Ribauè), Zambézia
(Alto Molócuè), Cabo Delgado (Chiúre), Sofala (Dondo) e Niassa (Cuamba).
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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Com vista a garantir a sustentabilidade dos CMC´s foi implementada uma
estratégia de formação envolvendo 3 fases: formação básica; realização de
workshops e formação em serviço.
Concebido e criado um museu de tecnologia açucareira. Os museus digitais são
uma forma específica dos museus científicos e têm a grande vantagem de
serem baratos e de serem acessíveis mesmo para aqueles que vivem longe das
cidades.
Para dar resposta às questões de natureza ética, sobretudo nas áreas de saúde
e biotecnologia, colocadas pelo avanço da ciência e tecnologia foi criada a
Comissão de Ética composta por representantes de diferentes áreas científicas.
A Comissão elaborou o esboço da Política de Ética da Ciência e Tecnologia e
realizou debates de auscultação das sensibilidades através de seminários
realizados nas zonas Norte, Centro e Sul do País.
Com o objectivo de estimular o interesse dos estudantes do ensino secundário
pela matemática e pelo uso das Tecnologias de Informação e Comunicação no
ensino, foi realizado o concurso Equamat que abrangeu 25 escolas secundárias
das províncias de Niassa, Tete, Gaza, Maputo Província e Maputo Cidade.
Realização da terceira edição da Mostra Moçambicana da Ciência e Tecnologia
na Escola Secundária Josina Machel, na Cidade de Maputo. No evento
participaram 38 instituições e três expositores individuais. Para estimular os
expositores, foi promovida a avaliação da qualidade das exposições individuais.
A mostra foi visitada por cerca de 10.000 pessoas, das quais cerca de 4.000
participaram na eleição dos melhores stands.
No âmbito da promoção da capacidade técnica na área de informática e busca
de talentos, foi realizada a olimpíada de informática envolvendo escolas
secundárias de Maputo e Matola onde participaram no concurso 120 alunos.
C. SAÚDE
Na área da saúde, para 2005 foram definidos como principais objectivos a
melhoria da saúde da população, reduzindo a morbi-mortalidade excessiva
através de intervenções que aumentem o acesso aos serviços de saúde,
diminuição das desigualdades territoriais, incremento da eficiência na utilização
dos recursos e melhoria da qualidade da assistência sanitária prestada.
Prestação de Cuidados de Saúde
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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A actividade global do sistema de prestação de serviços medida em termos de
Unidades de Atendimento6 cresceu positivamente em cerca de, 5,5%,
comparativamente a 2004, bem como as consultas externas que cresceram em
7,8%
Evolução da Actividade Global de Saúde
2002 2003 2004 2005 Evol. (%)
In d ic a d o re s R eal Real Real P la n o Real* R05/R04
A C T IV ID A D E G L O B A L
U n id a d e s d e A te n d im e n to (M il) 6 2 ,8 9 6 67,298 71,721 76,320 75,657 5.5
U n id a d e s d e A te n d im e n to /H a b ita n te 3 .6 3.8 3.8 3.9 3.9
CO NSULT AS EXT ERNAS
C o n su lta s E x te rn a s (M il) 1 5 ,3 3 6 17,058 17,907 18,076 19,302 7.8
C o n su lta s E x te rn a s/H a b ita n te 0 .8 5 0 .9 2 0 .9 4 0.93 0.99
F o n te : M IS A U /"*" d a d o s d isp o n ív e is d e 9 m e se s p ro je c ta d o s p a ra 1 2 m e se s
No âmbito da institucionalização do Programa de Garantia de Qualidade, foram
definidos alguns indicadores de qualidade, nomeadamente sobre processos de
internamento e clínicos, bem como sobre análise mensal de receitas de
farmácia. O programa de infecções foi implementado em 6 Unidades Sanitárias
adicionais em 2005.
Programa Alargado de Vacinações (PAV)
Os dados de cobertura do Programa Alargado de vacinações (PAV) indicam a
não existência de grandes variações relativamente às coberturas atingidas em
períodos anteriores, exceptuando a ligeira redução de 95% em 2004 para 92%
em 2005, verificada na cobertura com a vacinação anti-sarampo para o grupo de
crianças dos 9 a 23 meses.
Ev olução das Taxas de Cobertura do Program a Alargado de Vacinação
2002 2003 2004 2005
Indicadores Real Real Real Plano Real*
BCG [0-11 M eses] 92% 100% 100% 98% 100%
VAS [9-23 M eses] 94% 97% 95% 98% 92%
DPT/HB (3ª D ose) 87% 92% 91% 95% 92%
Anti-Pólio (3ª Dose) 87% 90% 91% 95% 91%
Fonte: MISAU/"*" dados semestrais
No âmbito deste Programa há a destacar a realização da Campanha Nacional
de Vacinação contra o Sarampo, a Poliomielite e a Suplementação com
Vitamina A, realizada entre os meses de Agosto e Outubro de 2005, em todo
território nacional e de forma escalonada. Durante a campanha foram vacinadas
contra o sarampo 8,189,159 crianças dos 9 meses aos 14 anos de idade
correspondente a 94% de cobertura, contra pólio 4,391,090 crianças dos 0 aos
59 meses na primeira volta e 4,305,987 crianças na segunda, o que corresponde
6
Soma ponderada das principais actividades realizadas seguindo determinados critérios (ou pesos). A Soma inclui o
número de dias de internamento (DCOs) x 9, o número de partos x 12, o número de vacinações x 0.5, o número de
consultas de SMI x 1, o número de consultas Externas x 1 e o número de consultas de estomatologia x 2. Trata-se,
portanto, de um indicador sumário de actividade.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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a 123% e 126% de cobertura, respectivamente. No que concerne à
suplementação com Vitamina, esta foi administrada a 3,398,535 crianças dos 6
aos 59 meses, o que corresponde a 105% de cobertura.
Para reforçar a capacidade de conservação das vacinas durante a Campanha
de Vacinação e reforço das actividades de rotina, ao longo do ano foram
adquiridos e distribuídos 94 congeladores, tendo sido igualmente garantido o
fornecimento regular e em tempo útil do material de vacinação.
Programa de Saúde Materno Infantil e Planeamento Familiar (SMI/PF)
Algumas das componentes do programa, exceptuando os partos institucionais e
as consultas pós-parto mostram uma tendência de decrescimento nas taxas de
cobertura comparativamente ao ano de 2004. Contudo, a cobertura das
actividades do programa continuou a mostrar valores superiores a 100% nas
componentes Consultas preventivas de crianças com idade inferior a 1 ano,
devido a problemas inerentes ao registo e notificação. Para a sua solução, estão
sendo desenhados novos instrumentos de registo. A cobertura da componente
“Consultas Preventivas de Crianças com idade inferior a 5 anos” apresenta uma
evolução decrescente (48%) como se pode ver na tabela que segue, o que é
justificado, em parte, devido à realização da campanha contra sarampo, que
requereu um número importante de recursos.
os decréscimos citados acima resultam, por um lado, da realização da
campanha nacional de vacinação, que absorveu um número significativo de
recursos e por outro, pelo facto de os dados até ao final do ano ainda não se
encontrarem completamente disponíveis, daí que algumas coberturas poderão
vir a crescer.
Evolução das Taxas de Cobertura SMI
2002 2003 2004 2005
Indicadores R eal R eal Real P lano R eal
C onsultas P ré-N atais 107% 110% 110% 100% 89%
P artos Institucionais 43% 45% 46% 49% 47%
C onsultas P ós-P artos 54% 57% 60% 58% 61%
1ªs C ons. C rianças (0-11 M eses) 149% 145% 143% 98% 129%
1ªs C ons. C rianças (0-4 A nos) 56% 56% 53% 70% 48%
Fonte: MISAU
No âmbito da saúde materna, o processo de expansão dos cuidados obstétricos
de Emergência (COEM) ao nível Provincial, está produzindo alguns resultados
satisfatórios, nomeadamente regista-se um maior número de casos com
complicações à chegarem as US acreditadas, e um aumento no número de
partos a ocorrerem nestas US, devido à melhoria no sistema de referência, da
qualidade assistencial, e ao maior número de parturientes que procuram o
Serviço Nacional de Saúde. No entanto, persistem alguns problemas que dizem
respeito à disponibilidade de rádios, ambulâncias, material médico-cirúrgico,
pessoal e infra estruturas básicas.
53
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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Em relação ao indicador de qualidade, embora a mortalidade materna mostre
uma ligeira melhoria, de 186 por mil em 2004 para 179 por mil em 2005, a taxa
de Natimortalidade com foco+ passou de 263 por mil em 2004 para 266 por mil
em 2005 (dados de 9 meses).
Foram elaborados manuais e realizados cursos de formação em serviço e em
AIDI, visando estabelecer padrões e critérios de qualidade dos serviços
prestados à criança,
Programa de Saúde Escolar e do Adolescente
O principal objectivo deste programa é “reduzir a morbi-mortalidade no grupo,
promovendo práticas necessárias a uma vida saudável, através de intervenções
integradas, preventivas e curativas desde a comunidade até aos níveis de
referência dos serviços de saúde”.
Está em preparação a revisão da Estratégia de Saúde Escolar e o Acordo
MISAU/MINED que visa melhorar os mecanismos de coordenação entre as duas
instituições, bem como a análise situacional e levantamento de boas práticas no
concernente a esta componente.
Foi concluida a elaboração da Política e Estratégia de SSRAJ/HIV/SIDA.
Na componente de Saúde Escolar foram realizadas diversas acções,
nomeadamente a vacinação anti-tetânica nas escolas e inspecções sanitárias.
Contudo os índices de cobertura tanto das crianças em idade escolar bem como
de escolas continuam baixos.
No âmbito da expansão dos Serviços de Antendimento aos Adolescentes e
Jovens (SAAJs), em 2005, foram criados 18 novos serviços nas províncias de
Inhambane (8), Zambézia (2), Gaza (2), Maputo Província (3) e Sofala (3),
perfazendo cerca de 150 serviços espalhados por todo o País. Em termos de
actividades, até ao 1° semestre de 2005 foram atendidos 87.627 utentes que
procuravam serviços de aconselhamento e contracepção.
Nutrição
Os indicadores de vigilância nutricional revelam que o estado nutricional da
população moçambicana continua a merecer uma atenção especial. A Taxa de
Baixo Peso à Nascença foi de 10.3% e a de Mau Crescimento foi de 15.8%
(Dados até Setembro de 2005 com excepção das Províncias de Tete, Zambézia,
Nampula e Niassa). O valor limite para o Baixo Peso à Nascença é 7,0% e para
o Crescimento Insuficiente é 16,0%. Valores acima destes limites são
considerados como Situação Grave e Situação de Alarme respectivamente.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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A cobertura Nacional da suplementação da Vitamina “A” nas actividades de
rotina foi de 60.7% e através da Campanha Nacional de Vacinação atingiu-se
uma cobertura de 105%.
Como forma de reduzir as taxas de mortalidade por Desnutrição Infantil aguda
grave foram realizados cursos em todas as provinciais do País sobre “Manejo da
Malnutrição Aguda Grave” com base nas normas da OMS. Todos os Hospitais
Provinciais já iniciaram a implementação do Novo Protocolo da OMS, o que
contribuirá para melhorar a actual taxa de letalidade (15,3%). Foram também
adquiridos os materiais e equipamentos para este programa, estando-se
actualmente na fase de alocação e distribuição às províncias.
No âmbito da prevenção da intoxicação por mandioca amarga foram feitas
acções de formação sobre os métodos adequados de desintoxicação da
mandioca amarga nas Províncias de Nampula e Zambézia. O treino foi dirigido
aos Agentes Comunitários de Saúde (ACSs), grupos de mulheres da
comunidade e aos técnicos de nutrição dos distritos de Memba, Mongicual e
Mogovolas - em Nampula - e dos Distritos de Ile, Lugela, Maganja da Costa e
Mocuba - na Zambézia, afectados pelo surto de neuropatia tropical (Konzo)
devido ao consumo predominante da mandioca amarga mal processada e
acompanhada de uma dieta pobre em proteínas.
Grandes Endemias
No âmbito das grandes endemias, em 2005 foi privilegiada a prevenção, o
controle e tratamento das principais doenças endémicas que mais influenciam
na morbi-mortalidade da população. Assim, entre outras acções foram
desenvolvidas as seguintes:
HIV/SIDA
O sector de Aconselhamento e Testagem Voluntária (ATV) dentro do
PNC/ITS/SIDA tinha como meta inicial terminar o ano de 2005 com pelo menos
mais 76 Unidades de ATV abertas e em pleno funcionamento. Esta meta foi
ultrapassada em aproximadamente 49%, tendo sido abertas na totalidade 155
unidades de ATV.
No final do 1° semestre encontravam-se em tratamento antiretroviral cerca de
12.800 doentes padecendo de SIDA. Dados mais recentes indicam que em
Novembro de 2005, um total de 17.547 Portadores de HIVS estavam registados
no TARV em 32 Unidades Sanitárias do SNS que providenciam este tratamento.
Em 2005 a implementação das actividades de Prevenção da Transmissão
Vertical (PTV) do vírus do HIV das mulheres grávidas infectadas para os recém-
nascidos também registou avanços significativos. Com efeito, houve uma
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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expansão da rede de US com serviços de PTV, existindo actualmente, para
além das capitais provinciais, serviços de PTV em 54 distritos do País. assim, o
acesso a estes serviços melhorou consideravelmente e como resultado desta
expansão, cerca de 5.869 grávidas HIV+ receberam profilaxia, cujas crianças,
em número de 4.711 recebeu também profilaxia. Apenas 23% destas crianças
chegaram às USs aos 18 meses de idade para testagem (controlo), cujo
resultado foi negativo em 97% delas, o que demonstra a eficácia do tratamento
profilático, mas também a fraqueza do sistema no seguimento deste grupo alvo.
Malária
Os principais pontos de acção do Programa Nacional de Combate à Malária
(PNCM) são a pulverização intradomiciliária com insecticidas residuais, a
promoção do uso de redes mosquiteiras impregnadas, o tratamento de febre na
comunidade, o enquadramento do tratamento da malária nas crianças dentro do
esquema AIDI.
O ano 2005 foi marcado pelo reforço do programa de pulverizações,
destacando-se a aprovação das normas para a re-introdução do DDT e pela
realização de acções de formação para o manuseio do produto pelos rociadores.
Foram igualmente realizados vários estudos sobre efectividade de diferentes
insecticidas residuais e inquéritos para avaliação da pulverização
intradomiciliária
O retratamento massivo e gratuito de redes mosquiteiras foi organizado nos
distritos de Chókwè e Massingir na Província de Gaza em preparação das
campanhas de retratamento em Gaza, Inhambane, Tete e Zambézia. Por outro
lado, no âmbito da campanha nacional de vacinação, foram distribuídas 400.000
redes à crianças menores de 5 anos.
O sistema nacional de notificação de casos de malária reportou no período de
Janeiro a Dezembro de 2005, 5.826.588 casos suspeitos contra 5.589.157 casos
notificados em 2004 e 4.139 óbitos por malária contra 4.150 óbitos em 2004.
Comparando os dois anos, constata-se um aumento de 4,2% para os casos
notificados e uma ligeira redução de 0.2%, para os óbitos.
A taxa de letalidade intrahospitalar por malária em crianças e adultos registada
nos Hospitais Rurais/Gerais mostra valores compreendidos entre 6% e 5% nos
adultos desde 1993 e entre 4% e 3% nas crianças descendo este valor do nível
de 6% verificado no período 1993-95. Esta redução para metade do valor da
mortalidade em crianças durante uma década é resultado combinado de um
melhor manejo dos casos, de melhores conhecimentos técnicos do pessoal
clínico e dum fornecimento mais regular de medicamentos apropriados.
O tratamento integrado das doenças infantís teve início em 2005, assim como o
tratamento pré-natal das mulheres, embora ainda não tenha sido introduzido
56
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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oficialmente, já está a ser feito em 3 províncias, nomeadamente Sofala, Manica
e Gaza.
Tuberculose
Para combater a Tuberculose, em 2005 foi privilegiada a realização de
actividades de formação e de supervisão do tratamento ministrado aos doentes
nas unidades sanitárias bem como o desenvolvimento de acções de
sensibilização aos doentes sobre a necessidade de tratamento desta doença.
O regime de 6 meses de tratamento com medicamentos em doses fixas,
combinados e em carteira, foi introduzido em todas as capitais provinciais e, a
partir daí o programa será estendido a todas as unidades sanitárias onde se faz
o diagnóstico e tratamento dos casos de tuberculose.
Por outro lado, foi iniciada em Sofala a introdução progressiva do Tratamento
Preventivo com Cotrimoxazol (TPC) para doentes com HIV e Tuberculose,
enquanto que, em Maputo Província, foi realizada a primeira reunião para a
região Sul acerca deste tratamento, onde participaram enfermeiros e outro
pessoal de saúde.
Pelas características do programa e dos esquemas terapêuticos de longa
duração, resulta impossível dispor de uma informação completa no início do ano
e, portanto, os dados referem-se sempre ao primeiro semestre do ano anterior
ou, em alguns casos, até Setembro. Assim, até Setembro de 2005 foram
notificados 25.084 casos de tuberculose e uma taxa de cura dos doentes em
tratamento de 76.7%.
Lepra
Moçambique continua na lista dos nove países do mundo onde a Lepra é um
problema de saúde pública. A taxa de prevalência actual de Lepra em
Moçambique é de 2,6 por 10.000 habitantes, contra os menos de 1/10.000hab
preconizados pela OMS.
O total de doentes em tratamento no País é de 4.984 dos quais 2.255 (45,24%)
são da Província de Nampula (dados referentes ao lll trimestre de 2005).
Apesar do aumento progressivo das actividades desenvolvidas com vista a
redução dos níveis da doença, o País ainda não alcançou a meta de ter 1 caso
por cada 10.000 habitantes até ao final do ano, tendo actuado como factores
negativos (i) o insuficiente conhecimento da população sobre a doença, (ii) a
fraca cobertura do País em unidades sanitárias, (menos de 50% nas 4
províncias com maior prevalência) e, (iii) o número ainda insuficiente de pessoal
de saúde treinado para o diagnóstico e tratamento da doença e suas
complicações. Como forma de se ultrapassar os constrangimentos existentes e
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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intensificar a aceleração da eliminação da doença, foram delineadas quatro
estratégias cuja implementação foi já iniciada em 2005 tendo como
componentes as seguintes:
Mobilização social para a eliminação da Lepra aos níveis nacional, provincial,
distrital e nas aldeias;
Detecção sustentada e tratamento correcto dos casos de Lepra a nível
periférico (Centros de Saúde, Postos de Saúde e Pontos de Distribuição de
Medicamentos);
Melhoria do sistema de registo dos casos com revisão e actualização dos
registos e fichas clínicas nas províncias onde a relação Prevalência/Detecção
for maior do que 1; e
Implementação de uma nova rede de abastecimento de medicamentos as
províncias endémicas.
Ainda no âmbito deste programa, foi expandida a cobertura geográfica em
medicamentos TMA (Terapia com Medicamentos Associados) para as provincias
de Niassa, Cabo Delgado, Nampula e Zambézia, através do envolvimento de
mais voluntários comunitários.
Área Farmacêutica
O principal objectivo desta área é assegurar a disponibilidade e consumo de
medicamentos seguros, eficazes e de boa qualidade. Para este fim, durante o
ano de 2005, foi reorganizado o Serviço de Inspecção Farmacêutica através do
diagnóstico sobre o seu funcionamento e integração de novos quadros e
reorientação de outros.
Foram igualmente realizadas actividades visando assegurar o cumprimento das
disposições das convenções internacionais sobre estupefacientes e
psicotrópicos assim como a realização de sessões de trabalho entre o Ministério
da Saúde e o Ministério do Interior com a finalidade de encontrar soluções para
o controle dos produtos tóxicos e explosivos existente nas farmácias, hospitais,
universidades e outros estabelecimentos.
Foi actualizada a base de dados do registo de medicamentos, autorizado o
funcionamento de um total de 21 novas farmácias, elaborada a Política
Farmacêutica e iniciado o processo de revisão do Formulário Nacional de
Medicamentos.
Expansão da Rede Sanitária
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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No âmbito das actividades de expansão da rede sanitária, em 2005 foram
construidas 30 novas infra-estruturas, sendo a maioria Centros de Saúde e
casas para os trabalhadores. Em relação as obras de reabilitação e/ou
ampliação, foram finalizadas um total de 23 edifícios, sendo 12 na rede primária.
O Armazém Entreposto da Beira já foi concluído.
Reabilitação
Tipo de Infraestruturas Construções e/ou
ampliação
Hospitais Centrais -
Hospitais especializados 1
Hospitais provinciais 3
Hospitais Rurais e Gerais 2
Centros de Saúde 13 9
Maternidades 2 3
Casa dos trabalhadores 15 5
Fonte:MISAU
Recursos Humanos
Um dos principais objectivos na área de Recursos Humanos é a melhoria da
qualidade dos recursos humanos da saúde através de formação e colocação,
como elemento crítico para se providenciar cuidados de saúde aceitáveis e
equitativamente distribuídos. Assim, ao longo de 2005 foram colocados 594
técnicos de nível básico e médios recém formados e nomeados 613.
As novas colocações e nomeações aumentaram o número total de pessoal
nacional no SNS em cerca de 7.6%, que conta neste momento com 21.676
trabalhadores. A disponibilidade de pessoal é cada vez mais crescente nas
províncias do Centro e Norte. Contudo, a província mais favorecida continua a
ser Maputo Cidade e a menos favorecida a da Zambézia.
No mesmo período, foram graduados 1.015 técnicos (dos quais 118 de nível
médio, 105 de nível médio – promoção e 47 de especialização, 718 de nível
básico e 27 Médicos Especialistas).
Ainda no âmbito de recursos humanos, destaca-se o início das actividades do
Instituto Superior de Ciências de Saúde (ISCISA), onde são leccionados 4
cursos nomeadamente, Laboratório, Enfermagem, Enfermagem em Pediatria e
Administração Hospitalar.
D. TRABALHO
Na área do Trabalho, em 2005 foi privilegiada a melhoria do ambiente geral de
negócios de modo a atrair mais investimentos privados para o País, criação de
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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emprego e a capacitação institucional tendo em vista a redução da pobreza
absoluta. A implementação de Leis e regulamentos do Trabalho e a extensão
dos serviços de segurança social a todo o território mereceram também uma
particular atenção.
Para a realização dos objectivos definidos, foram desenvolvidas as seguintes
acções:
Acção Normativa
Neste âmbito, destaque vai para o início do processo de revisão da Lei do
Trabalho e para a elaboração da proposta de Diploma para a introdução da
Mediação, Conciliação e Arbitragem Laboral.
Emprego, Trabalho e Formação Profissional
Em relação à expansão das infra-estruturas de emprego e formação profissional
no país, foi iniciada a construção do Centro de Formação de Vilanculos tendo já
sido feita a cobertura de parte das infra-estruturas nomeadamente: 6- Salas de
aulas teóricas, 1 bloco administrativo, 1- bloco de sala de professores, 2-blocos
de balneários . Prevê-se a conclusão das obras em Junho de 2006.
No que se refere à formação profissional de desempregados e candidatos ao 1º
emprego, é de realçar que apenas 1.506 candidatos foram formados em
diversas especialidade contra os 2.000 planificados, o que representa 75% de
cumprimento do planificado. A distribuição por provinciais é a seguinte: Maputo-
Cidade (278); Maputo-Provincia (73); Inhambane (212); Manica (08); Sofala
(634); Nampula (113) e Niassa (188). Importa também referir que um total de
384 formandos beneficiaram de estágios profissionais e aprendizagem
profissional nas seguintes províncias: Gaza(45), Inhambane(146),
Nampula(148), Cabo Delgado(45).
No âmbito da assistência na procura de emprego foram colocados em diferentes
empresas 2.918 desempregados inscritos nos diversos Centros de Emprego o
que corresponde 73% do planificado. Por outro lado, registou-se a admissão
directa de 7.887 desempregados pelas empresas, cuja distribuição por
províncias é a que se segue :
60
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
Colocações e admissões directas em 2005
Colocações Admissões directas
Total do País 2,918 7,887
Niassa 66 291
Cabo Delgado 10 293
Nampula 87 361
Zambézia 249 -
Tete 163 307
Manica 96 1,144
Sofala 1140 41
Inhambane 131 -
Gaza 97 92
Maputo Prov. 623 771
Maputo Cidade 256 4,587
Relativamente ao trabalho migratório, foram recrutados 47.535 trabalhadores
moçambicanos para as minas da República da África doo Sul e legalizaram ou
renovaram contratos de trabalho 6.785 trabalhadores, todos no ramo da
agricultura.
No âmbito da produção de informação sobre o mercado do Trabalho, foi
concluído o inquérito da Força do Trabalho e foi lançado o novo Boletim de
estatísticas do trabalho, contendo dados sobre o desemprego registado,
conflitos laborais, contribuintes e beneficiários de segurança social, formação
profissional e outra informação laboral relevante.
Relações Profissionais
Para verificação e controlo do cumprimento das normas laborais, durante o ano
de 2005 foram fiscalizados 3.048 estabelecimentos de diversos ramos de
actividade, o que corresponde a 61% do planificado. O número de trabalhadores
abrangidos neste período foi de 91.979 contra 83.732 do ano de 2004, o que
representa um aumento na ordem dos 9,8% comparativamente ao ano anterior.
O quadro abaixo mostra a fiscalização desses estabelecimentos por províncias:
61
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
Estabelecimentos fiscalizados em 2005
Meta Estabelecimentos
Províncias estabelecida fiscalizados
Niassa 200 126
Cabo Delgado 300 233
Nampula 500 398
Zambézia 350 203
Tete 250 212
Manica 200 102
Sofala 500 381
Inhambane 300 200
Gaza 350 136
Maputo Prov. 450 282
Maputo Cidade 1600 775
Total 5,000 3,048
Segurança Social
No âmbito da inscrição de beneficiários, até ao final de 2005 estavam inscritos
609.287 beneficiários, contra 542.582 do ano de 2004, o que representa um
crescimento na ordem dos 12,3%.Em relação aos contribuintes estavam
inscritos 17.974 contra 17.357 inscritos no ano de 2004, o que corresponde um
aumento na ordem de 3,6%. O quadro abaixo mostra a distribuição dos
beneficiários e dos contribuintes por províncias durante o ano de 2005.
Contribuintes e beneficiários inscritos no final de 2005
Delegações do Beneficiários
Contribuintes inscritos
INSS inscritos
Niassa 7,815 504
Cabo Delgado 13,162 589
Nampula 34,065 1,410
Zambézia 28,787 1,562
Tete 18,470 617
Manica 28,788 908
Sofala 54,340 1,793
Inhambane 16,078 783
Gaza 18,225 1,038
Maputo Prov. 106,527 1,073
Maputo Cidade 283,030 7,697
Total 609,287 17,974
Em relação aos contribuintes e beneficiários inscritos no ano de 2005, foram
inscritos 1.590 contribuintes contra os 1.600 planificados e 66.705 novos
beneficiários do sistema de segurança Social contra os 30.000 planificados.
62
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
Novos contribuintes e beneficários inscritos em 2005
Delegações do Novos
Novos contribuintes
INSS beneficiários
Niassa 786 51
Cabo Delgado 1,567 45
Nampula 2,050 119
Zambézia 2,027 122
Tete 2,217 68
Manica 2,357 92
Sofala 2,904 200
Inhambane 1,536 89
Gaza 1,927 101
Maputo Prov. 4,749 121
Maputo Cidade 44,585 582
Total 66,705 1,590
E. MULHER E ACÇÃO SOCIAL
Nesta área, ao longo do ano de 2005, as atenções foram concentradas na
realização de actividades visando o desenvolvimento e capacitação institucional,
a elevação do estatuto da mulher e a promoção da equidade de género, a
segurança, assistência e integração social dos grupos alvo em situação de
vulnerabilidade, particularmente crianças, mulheres, pessoas idosas e pessoas
portadoras de deficiência.
Neste contexto e dentre várias acções realizadas, destacam-se as seguintes:
No âmbito do Desenvolvimento e Capacitação Institucional
Iniciado o processo de reabilitação e reconversão do Centro de Apoio à
Velhice (CAV) para o funcionamento do MMAS;
Concluída a construção e apetrechamento do Instituto Nacional de
Deficientes Visuais da Beira (província de Sofala), do Centro Juvenil Madre
Maria Clara em Gurué (Província da Zambézia), do Centro de Apoio ao
Emprego e Formação Profissional de Momemo-Marracuene, a reabilitação e
construção do infantário da Matola e Centro Infantil da Casa do Gaiato,
respectivamente, (província do Maputo); e
Capacitados, em cursos de curta duração, 165 funcionários do sector e
concedidas bolsas de estudo para 49 funcionários (27 do ensino médio e 22
do ensino superior).
No Âmbito da Promoção do Estatuto da Mulher
63
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
Realizadas acções de capacitação visando a integração da perspectiva de
género nos programas de desenvolvimento, nas quais participaram
representantes das DPMAS e de outras instituições governamentais, ONG’s,
Instituições Religiosas e Líderes Comunitários (nas províncias de Manica e
Cabo Delgado); e
Assistidas 35.130 mulheres chefes de agregado familiar com fraco poder
económico, das quais 25.940 integradas e apoiadas nos cursos de
alfabetização e capacitação profissional e as restantes enquadradas em
actividades de produção de subsistência e geração de pequenos
rendimentos.
No âmbito da Protecção à Criança
Reunificadas, no âmbito do Programa da Localização e Reunificação Familiar,
564 crianças, representando um crescimento de 182% comparativamente ao
número reunificado em 2004.
L o ca liza çã o e R e u n ifica çã o F a m ilia r
2004 2005 R ealiz. E vo l. %
Indicadores R eal P lano R eal P lan o % R 0 5 /R 0 4
N úm ero de C rianças docum entadas 673 1,000 4,124 412.4 512.8
N úm ero de C rianças reunificadas 200 300 564 188.0 182.0
F onte: M M A S
No âmbito da Educação Pré-Escolar:
Assistidas 1.753 crianças nos 15 centros infantis estatais;
Assistidas 11.532 crianças nos 111 centros infantis privados; e
Atendidas 39.935 crianças pelas 558 escolinhas comunitárias que
funcionaram em todas as províncias do Pais.
E d u ca çã o P ré -E sco la r
2004 2005 R ealiz. E vo l. %
Indicadores R eal P lano R eal P lan o % R 0 5 /R 0 4
N úm ero de C entros Infantis (E statais) 15 15 15 100.0 0.0
N úm ero de C rianças A tendidas 1,144 1,400 1,753 125.2 53.2
N úm ero de C entros Infantis (P riv ados) 100 100 111 111.0 11.0
N úm ero de C rianças A tendidas 9,178 9,500 11,532 121.4 25.6
N úm ero de E scolinhas C om unitárias 422 500 558 111.6 32.2
N úm ero de C rianças A tendidas 27,195 30,000 39,935 133.1 46.8
F onte: M M A S
No âmbito do Atendimento à Criança em Situação Difícil
64
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
Assistidas 15.176 crianças nos 98 centros vocacionados para o atendimento
à crianças;
Assistidas 394 crianças em 8 Infantários do MMAS e 1.795 crianças em 28
infantários privados, sendo estes últimos maioritariamente mantidos pelas
instituições religiosas;
Assistidas, no âmbito do Programa de HIV/SIDA, 48.102 Crianças Órfãs e
Vulneráveis (Kit’s de material escolar, vestuário, alimentação).
Construídas 165 casas para famílias chefiadas por crianças e pessoas
idosas, sendo 133 na província de Sofala, 28 na província de Manica e 4 na
cidade de Tete; e
Elaborado o Plano Nacional de Acção para a criança.
C ria n ça e m S itu a çã o D ifícil
2004 2005 R ealiz. E vo l. %
Indicadores R eal P lano R eal P lan o % R 0 5 /R 0 4
N úm ero de C entros da/na R ua 80 80 98 122.5 22.5
N úm ero de C rianças A tendidas 7,559 9,000 15,176 168.6 100.8
N úm ero de Infantários (E statais) 8 8 8 100.0 0.0
N úm ero de C rianças A tendidas 114 300 394 131.3 245.6
N úm ero de Infantários (P riv ados) 13 13 28 215.4 115.4
N úm ero de C rianças A tendidas 628 650 1,795 276.2 185.8
F onte: M M A S
No âmbito do Atendimento Institucional ao Idoso
Atendidos 485 idosos nos 9 centros estatais de apoio a velhice, e 373 idosos
nos 16 centros sob a responsabilidade de entidades privadas;
Realizadas palestras de divulgação da Política da Pessoa Idosa e das
estratégias da sua implementação ao nível das comunidades na província de
Manica;
Construídos 4 centros comunitários abertos para o atendimento de pessoas
idosas vulneráveis sendo, 1 na Província de Maputo e 3 na província da
Zambézia;
Realizados debates televisivos e radiofónicos de divulgação e sensibilização
da sociedade sobre os direitos do idoso; e
Construídas 47 casas para igual número de idosos, sendo 12 na província
da Zambézia, 10 na província de Niassa e 25 na província de Maputo.
65
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
P ro g ra m a d e A te n d im e n to a o Id o so
2004 2005 R ealiz. E vo l. %
Indicadores R eal P lano R eal P lan o % R 0 5 /R 0 4
C entros de A poio à V elhice (E statais) 9 9 9 100.0 0.0
N º. de Idosos A tendidos 298 215 485 225.6 62.8
C entros de A poio à V elhice (P riv ados) 11 13 16 123.1 45.5
N º. de Idosos A tendidos 258 400 373 93.3 44.6
F onte: M M A S
No âmbito do Programa de Atendimento à Pessoa Portadora de Deficiência
Identificadas 7.081 pessoas portadoras de deficiência, das quais 3.533 foram
acompanhadas e 1.925 crianças integradas nas escolas e em diferentes
programas sócio-familiar e comunitários;
Atendidas 597 pessoas portadoras de deficiência nos 6 Centros de Trânsito
que funcionam no País; e
Adquiridos e distribuídos 1.105 meios de compensação às pessoas
portadoras de deficiência, sendo: 984 cadeiras de rodas, 31 triciclos, 42
muletas, 30 Bengalas e 18 Pares de canadianas.
A te n d im e n to a P e sso a P o rta d o ra d e D e ficiê n cia
2004 2005 R ealiz. E vol. %
Indicadores R eal P lano R eal P lano % R 05/R 04
D eficientes Identificados 7,000 6,000 7,081 118.0 1.2
D eficientes A com panhados 2,790 1,200 3,533 294.4 26.6
C rianças D eficientes Integradas 4,292 3,000 1,925 64.2 -55.1
N úm ero de C entros de trânsito 6 6 6 100.0 0.0
D eficientes A tendidos 521 100 597 597.0 14.6
E scolas E speciais 3 3 3 100.0 0.0
N úm ero de A lunos 300 300 242 80.7 -19.3
F onte: M M A S
No âmbito do Apoio aos Toxicodependentes, Doentes Crónicos e Reclusos
Distribuídos panfletos de sensibilização e divulgada a Lei 3/97 de 15 de
Março, que proíbe a produção, consumo e tráfico ilícito de drogas;
Realizadas palestras de sensibilização e aconselhamento para prevenção e
combate ao consumo de drogas para os reclusos encarcerados nas cadeias
de Cabo Delgado, Zambézia, Gaza, Inhambane e Cidade de Maputo; e
Integrados no Projecto de Alfabetização e Educação de Adultos 245
reclusos, sendo 145 na Cadeia Provincial de Pemba e 100 na Cadeia Distrital
de Montepuez, implicando, deste modo, a redistribuição dos fundos
previamente planificados.
66
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
No âmbito dos Programas de Assistência Social directa e de apoio ao
Desenvolvimento Comunitário
Programa Subsídio de Alimentos: prestada assistência a 82.631 agregados
familiares (beneficiários directos), o que corresponde a 89,5% de realização do
planificado (92.300). Em termos de proporcionalidade por categorias, os idosos
representam 91% do total dos agregados assistidos.
Programa Benefício Social pelo Trabalho: realizados pagamentos a 3.632
beneficiários, dos quais 2.853 são mulheres, correspondente a 18,2% do
planificado (20.000).
Programa Geração de Rendimento: implementados 238 projectos para cerca de
2.756 beneficiários directos, dos quais 1.558 são mulheres, o que corresponde a
8,6% do planificado (31.911).
Programa Apoio Social Directo: atendidos em todo o País, 7.173 beneficiários
directos (20% do planificado), dos quais 4.023 são mulheres.
Programa de Desenvolvimento Comunitário: continuada a implementação de
diferentes projectos comunitários envolvendo 171 comunidades.
Paralelamente à implementação destes programas, foram desenvolvidas
acções em benefício de pessoas afectadas por calamidades naturais que
assolaram o País durante o ano de 2005.
F. LIBERTAÇÃO NACIONAL, DEFESA DA SOBERANIA, E DA
DEMOCRACIA E DEFECIENTES DE GUERRA
Nesta área, em 2005, o Governo continuou a orientar os seus esforços na
valorização da história e melhor inserção dos Combatentes da Luta de
Libertação Nacional, através da realização das seguintes actividades:
No âmbito da inserção social dos Combatentes
Teve continuidade o processo de inserção social dos Deficientes de Guerra
através das várias instituições do Estado;
Foram iniciados os trabalhos preparatórios para a elaboração da Lei que fixa
os direitos previstos nos artigos 15 e 16 da Constituição da República;
Foram realizadas acções de capacitação sobre princípios básicos de gestão
de pequenos negócios e sobre legislação inerente ao Fundo de Inserção
67
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
Social do Antigo Combatente (FISAC) nas Províncias de Maputo e
Inhambane;
Foi distribuido aos combatentes de Cabo Delgado diverso equipamento para
a prática de actividades de geração de rendimento, nomeadamente 3
motobombas para os distritos de Muidumbe, Macomia e Pemba-Metuge, 3
redes de pesca para os distritos de Macomia e Pemba-Metuge, 3 moageiras
para os distritos de Nangade, Mueda e Muidumbe e 5 bicicletas para os
distritos de Nangade, Mueda, Muidumbe, Macomia e Pemba-Metuge; e
Foram lançados dois concursos públicos destinados a elaboração dos termos
de referência do projecto de construção do Centro Escola de Formação de
Combatentes em Manica e a elaboração do respectivo projecto
arquitectónico.
Património da História da Luta de Libertação Nacional
Procedeu-se a localização de 101 locais Históricos nas províncias da
Zambézia, Inhambane, Cabo Delgado e Niassa; e à sinalização das bases
da Luta Armada de Libertação Nacional de Nhabuto em Bárue e Machacaile
em Macossa, na Província de Manica; e
Foi iniciada a elaboração da proposta de Lei sobre a protecção, preservação
e valorização do Património da Luta de Libertação Nacional.
Recolha de depoimentos e pesquisa da História da Luta de Libertação Nacional
Foram recolhidos depoimentos sobre a história aos combatentes a nível
nacional; e
Foi iniciada a elaboração do primeiro livro de história denominado: História
0.da Luta de Libertação Nacional de Moçambique, 1960 – 1974.
Implementar o Estatuto do Combatente
Emitidos 4.678 cartões de identificação dos Combatentes da Luta de
Libertação Nacional e tramitados 19.368 pedidos de fixação de pensões
provenientes de todas províncias do pais.
G. CULTURA
Na área da Cultura, em 2005 os esforços continuaram concentrados na
preservação e divulgação do património cultural nacional e no desenvolvimento
da criatividade e promoção cultural. Para a realização destes objectivos, foram
desenvolvidas as seguintes acções:
68
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
Património Cultural
No âmbito da identificação, registo e preservação de obras e valores culturais
representativos do património cultural e natural
Foi elaborado o Regulamento sobre Pesquisas de Arqueologia Subaquática
no quadro da redefinição de mecanismos de aplicação da Lei de Protecção
do Património Cultural;
Sob proposta do Governo de Moçambique a Timbila foi proclamada como
obra prima do património oral e imaterial da humanidade. A par da ilha de
Moçambique, proclamado Património Mundial em 1991, o país tem uma
porque possui agora outro património da humanidade: a Timbila;
Foram elaborados os Estatutos Específicos da Ilha de Moçambique e do
Gabinete de Conservação e Restauro;
Introdução no Curriculum do Ensino básico das línguas nacionais como
veículo de ensino;
Reforço da obrigatoriedade da presença dos símbolos nacionais(foto do
Chefe de Estado e a Bandeira Nacional) nas escolas,bem como a entoação
do Hino Nacional.
No âmbito do incentivo a utilização de monumentos, museus e outras
instituições de preservação e divulgação cultural
Foi iniciada a definição e padronização dos termos e conceitos utilizados na
área do património cultural tangível e intangível;
Teve continuidade a divulgação de procedimentos sobre a conservação,
preservação e valorização do património tangível e intangível; e
Foram elaborados manuais sobre as técnicas de conservação preventiva do
património cultural tangível.
Acção Cultural
No âmbito da divulgação do vasto potencial artístico-cultural, instituições e
fazedores culturais nacionais
69
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
Foi iniciada a actualização do Banco de Dados sobre o movimento e
potencial artístico-cultural nacional e concluida a Base de Dados sobre
Artesanato em Moçambique;
Foram comemoradas as seguintes datas Culturais: Dia Mundial da Poesia;
Dia Mundial doTeatro; Dia Internacional da Dança; Dia Mundial da
Diversidade Cultural; Dia Nacional de Cultura; Dia Internacional da Música e
os Dias Internacionais de Monumentos;
Datas festivas das cidades capitais provinciais e sedes distritais
comemoradas com diversas manifestações culturais, desde o canto, a dança,
o teatro, a poesia, a gastronomia, com destaque especial para os trinta anos
da Independência Nacional;
Deslocações da Companhia Nacional de Canto e Dança para as Repúblicas
da China, Angola, Venezuela e Brasil no âmbito do intercâmbio cultural.
No quadro da melhoria das condições e ampliação da oferta de espaços
públicos para a realização de actividades culturais, foi concluida a construção da
Casa de Cultura de Nampula, a construção de dois Palcos a Céu-Aberto na
província de Maputo, nos distritos de Namaacha e Manhiça e iniciada a
construção do Centro Cultural de Manica.
Em relação a criação de um ambiente jurídico favorável ao desenvolvimento da
criatividade artística e da indústria cultural, destaque vai para o início da revisão
do Regulamento de Espectáculos através da realização de seminários nas
províncias de Nampula, Sofala e Maputo.
H. JUVENTUDE E DESPORTOS
Nesta área, ao longo do ano de 2005, foi privilegiado o enquadramento da
juventude no processo de desenvolvimento do País, o combate ao HIV/SIDA, a
massificação da actividade física e desportiva, o desenvolvimento de programas
de inserção laboral e formação profissional para jovens, a promoção de
intercâmbio sócio-cultural e a prática do desporto de massas e de alta
competição.
Neste contexto e dentre várias acções realizadas, destacam-se as seguintes:
Desenvolvimento Institucional
Foi concluída a formulação do Plano Estratégico do sector estando em curso a
sua operacionalização.
70
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
No Domínio da Juventude
• Prestada assistência técnica e metodológica na constituição de 768
associações que congregam 39.749 membros, no âmbito do movimento
associativo juvenil;
• Implementados, em todo o País, 52 projectos que beneficiaram 2.882
indivíduos nas áreas de comércio, agro-pecuária, pesca, carpintaria,
alfaiataria e áreas sócio-cultural e recreativo, no âmbito do Fundo de
Apoio ás Iniciativas Juvenis (FAIJ);
• Assinado um Contrato Programa entre o Governo e o Conselho Nacional
da Juventude (CNJ), visando a operacionalização das actividades do
CNJ.
• Formados e capacitados 550 jovens associados em liderança e gestão
associativa e em pequenos negócios;
• Disseminados conhecimentos sobre a sexualidade e os meios para a
prevenção do HIV/SIDA, formados/capacitados 16.272 educadores de
pares/activistas, dos quais 15.000 formados no âmbito do programa “Meu
Futuro é Minha Escolha”, e, 1.272 no âmbito do programa “Geração Biz”.
Realizadas palestras e debates de educação e aconselhamento sobre
saúde sexual e reprodutiva e HIV/SIDA aos adolescentes e jovens nas
comunidades;
• Implementados a nível nacional 45 projectos beneficiando directamente
1.678 jovens, dos quais 815 são do sexo feminino, e indirectamente 8.470
jovens em diversas actividades geradoras de rendimento,no âmbito do
Programa Integrado da Acção Social, Emprego e Juventude;
• Formados 50 jovens em informática, nos 4 Centros Juvenis de
Divulgação das Tecnologias de Informação e Comunicação que
funcionam nas Cidades de Pemba, Nampula, Beira e Maputo;
• Prestada assistência técnica e financeira à Liga dos Escuteiros de
Moçambique (LEMO) para a realização do 5º Festival Africano dos
Escuteiros. No quadro da preparação do V Acampamento Africano de
Escuteiros (Jamboree), procedeu-se ao lançamento do 5º Jamboree
Africano (acampamento dos Escuteiros da África);
Referir que, os acampamentos têm sido realizados com o apoio técnico e
financeiro dos Governos Provinciais. Estes acampamentos são realizados
durante as celebrações do dia 12 de Agosto, Dia Internacional da Juventude,
visando permitir a criação de oportunidades para os jovens partilharem
experiências, hábitos e costumes culturais, unir os seus ideais em torno de um
71
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
interesse comum. Assim, foram realizados no presente ano um total de 8
acampamentos juvenis sendo 7 Provinciais e 1 regional (Norte) onde
participaram jovens das províncias de Niassa, Zambézia, Nampula e Cabo
Delgado como anfitriã sob o lema “Quebrando a Passividade no Combate à
Pobreza e HIV/SIDA”, que congregaram um total de 1.552 jovens dos quais
1.013 são do sexo masculino e 539 do sexo feminino.
No Domínio do Desporto
• Realizados a nível nacional, torneios desportivos infanto-juvenil, vulgo
BEBEC’s, e torneios de férias desportivas escolares, que envolveram
39.482 crianças, das quais 9.690 do sexo feminino;
• Importa também destacar a realização do VII Festival Nacional dos Jogos
Escolares na província de Inhambane envolvendo perto de 2.000
participantes entre dirigentes, técnicos, árbitros e atletas nas modalidades
de futebol, basquetebol, andebol, atletismo e voleibol;
• Formados a nível nacional 403 treinadores, dos quais 73 de básquetebol,
196 de futebol, 21 de hóquei em patins, 83 de ginástica e 30 de andebol;
12 árbitros de hóquei em patins e 42 gestores desportivos;
• Realizados diversos torneios ao nível das comunidades, movimentando
cerca de 56.663 atletas, dos quais 53.199 são do sexo masculino e 3.464
são do sexo feminino, organizados em 2.504 equipas de diversas
modalidades desportivas, no âmbito da promoção da actividade física e
desportiva;
• A Reabilitação dos pavilhões de Tete e Lichinga (1ª fase) e a conclusão
da 1ª fase de construção do campo de futebol e da pista de atletismo de
Xai-Xai. É de destacar também, o apetrechamento realizado nos
pavilhões de desportos da Beira e Tete;
• Está em curso a Campanha de candidatura para o acolhimento da
realização do CAN 2010, bem como a implementação do projecto de
identificação dos espaços para a construção dos estádios e o Plano de
revitalização do Desporto em particular do futebol.
I. MEIO AMBIENTE
Na área do ambiente, ao longo do ano de 2005, prosseguiu a realização de
acções visando garantir a preservação ambiental e uma adequada utilização dos
recursos naturais privilegiando a gestão/inspecção ambiental, coordenação
intersectorial e o envolvimento das comunidades na planificação e utilização dos
recursos naturais.
72
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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Neste contexto, entre outras acções, foram realizadas as seguintes:
Coordenação Intersectorial
Elaborada a Estratégia Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável de
Moçambique;
Finalizado o processo de preparação do documento sobre a integração da
agenda ambiental no PARPA II;
Iniciada a preparação de indicadores ambientais;
Finalizada a integração da componente ambiental nos órgãos centrais e
locais do Estado, autarquias e sociedade civil e sector privado; e
Elaborado e em apreciação o primeiro “draft” do compêndio sobre estatística
ambiental.
Gestão Ambiental
Em curso a implementação das convenções internacionais sobre a seca e
desertificação;
Em revisão a proposta da Estratégia de Combate à Erosão de Solos e
Queimadas Descontroladas;
Actualizada a Estratégia para a Conservação da Biodiversidade em
Moçambique;
Iniciados os trabalhos preparatórios para a elaboração da Estratégia
Nacional de Gestão Comunitária Integrada dos Recursos Naturais;
Divulgadas e implementadas as convenções sobre Biodiversidade, UNFCCC
e Ramsar;
Elaborados os planos de Gestão dos Distritos Costeiros de Sofala;
Iniciada a preparação de planos de gestão de terras húmidas em Sofala;
Divulgada a Estratégia Nacional de Gestão do Ambiente Urbano e Estratégia
Nacional de Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos;
Elaborados manuais sobre espaços verdes e sobre resíduos sólidos
urbanos;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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Realizadas acções de capacitação e assistência técnica na elaboração dos
planos Municipais de Gestão Ambiental das cidades de Nacala e Nampula; e
Realizados cursos de capacitação sobre gestão do ambiente urbano e
gestão de recursos naturais para os técnicos dos municípios.
Avaliação do Impacto Ambiental
Procedeu-se a pré-avaliação de 299 projectos de desenvolvimento e a
revisão de 24 relatórios de estudo de impacto ambiental;
Elaborados 12 Planos de Gestão Ambiental (EAS), licenciados 5 consultores
ambientais e aprovados 218 projectos de nível provincial em todo o País;
Concluída a Avaliação Ambiental Estratégica do PROAGRI II; e
Operacionalizado o aterro industrial de Mavoco.
Planeamento e Ordenamento Territorial
Realizado o acompanhamento da elaboração dos planos de ordenamento
territorial na cidade de Nacala-Porto, Mandlakaze, Manhiça e Ponta Dóuro;
Formados 66 técnicos dos municípios das regiões Norte e Sul em matéria de
gestão do solo urbano;
Formados 16 administradores distritais e 27 chefes de postos administrativos
em matéria de ordenamento territorial;
Formados 58 educadores ambientais para a divulgação de metodologias de
prevenção e redução da vulnerabilidade às cheias;
Formados 167 técnicos em Planeamento e Ordenamento Territorial e Gestão
dos Recursos Naturais no contexto da Planificação Distrital;
Concluída a elaboração do plano de estrutura das vilas de Metangula,
Muembe, Mandimba e cidade de Mocuba;
Realizados os planos parciais para o reassentamento da população no
âmbito de Projecto de construção da ponte sobre o Rio Zambeze; e
Iniciada a elaboração dos planos de desenvolvimento distrital em 26
distritos das províncias de Zambézia, Tete, Manica e Sofala no âmbito do
Projecto de Planificação e Finanças Descentralizadas (PPFD).
Promoção Ambiental
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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Neste âmbito foram realizadas campanhas de educação e sensibilização
ambiental em todas as províncias através de meios radiofónicos, edição de
boletins informativos, palestras, teatro e danças promovidas pelos clubes e
núcleos de ambiente.
Assim, foi produzida e distribuída a Revista MoçAmbiente; editados e
distribuídos os boletins informativos a nível central e provincial; realizadas
actividades de divulgação e sensibilização ambiental no dia Mundial do
Ambiente, dia Mundial da Terra e dia da Meteorologia.
Inspecção Geral do Ambiente
Neste âmbito foi estabelecida a inspecção ambiental em Sofala, e realizadas
acções de inspecção e auditoria ambiental aos diferentes empreendimentos
industriais existentes a nível nacional (são os casos de Ginwala & Filhos,
Somoil, Sabimo, Lusovinhos, Family Fun, Sociedade Moçambicana de
Detergentes, Aterro Industrial de Mavoco, Cimentos de Moçambique, Mozal,
Pleasure Bay Guest House Complex, Projectos Turístico Dolphin Lodge, Sol de
Ligogo, Jonro Clu 2, LM Barra, Lua Lodge, Areias Pesadas de Moma,
Açucareiras da Maragra e Xinavane, Indústria de Óleo Farm, Indústria de
Compostos e Centro de Processamento de Gás em Temane).
Legislação Ambiental
Foi concluída a elaboração de Regulamentos sobre inspecção ambiental e
gestão dos resíduos sólidos, sobre a prevenção da poluição marinha e costeira,
Normas para a implementação do regulamento de Avaliação do Impacto
Ambiental e a Política e Lei do Ordenamento Territorial.
Está em curso a elaboração do Regulamento da Lei do Ordenamento Territorial.
V.2 ÁREA ECONÓMICA
A. AGRICULTURA
Neste sector, as acções desenvolvidas em 2005, privilegiaram as actividades de
uso sustentável de recursos naturais com participação comunitária, a assistência
pecuária, o fomento de fruteiras, de culturas de rendimento como algodão,
paprica e tabaco, o reflorestamento comunitário, a disponibilização de
tecnologias apropriadas a baixo custo ao alcance dos pequenos produtores
através de ligação entre a pesquisa e a Extensão Rural, a simplificação do
processo de obtenção do Direito de Uso e Aproveitamento de Terra (DUAT),
particularmente, para os pequenos produtores e, desenvolvimento de acções
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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visando a conservação de produtos agrícolas com vista a redução de perdas
pós-colheitas. Portanto, foram as seguintes as acções desenvolvidas:
Inspecções aos campos de produção local de sementes nas culturas de
arroz milho, feijão vulgar, amendoim e gergelim numa área de cerca de
1.338 ha nas províncias de Maputo Inhambane, Sofala, Nampula e Cabo
delgado;
Multiplicação de sementes (feijões e cereais) nas províncias de Maputo,
Gaza, C. Delgado e Niassa. O grau de realização reportado durante o
primeiro semestre foi de 15,6% referente a produção de cerais
efectivamente comercializadas pelo sector formal;
Certificação da semente de milho, 15 ha, em Maputo nos distritos de
Matutuine e Manhiça, 20 ha e 5 ha de amendoim e milho respectivamente
em Inhambane nos distritos de Mabote e Inhassoro;
Distribuição de maquinetas de agro processamento de mandioca a mais
de 1500 produtores nos distritos de Inharrime, Vilanculos, Mabote na
Província de Inhambane e Rapale em Nampula;
Construção e povoamento de cerca de 1260 tanques piscívoras pelos
serviços de extensão, e demonstração de mais de 300 currais
melhorados e cerca de 800 celeiros, dos quais aproximadamente 60% em
Sofala;
Realização de 4 campanhas radiofónicas em todo o país tendo como
mensagem de base: a) vacinação das galinhas contra newcastle; b) o
combate as queimadas descontroladas; c) o prognóstico da campanha
agrícola e precaução dos produtores aos efeitos da estiagem, realizadas
2,035,101 vacinações contra Newcastle (68% da meta); e lançada a
campanha de combate ao oídeo do cajueiro nas províncias com maior
potencial produtivo;
Produção e distribuição de cerca de 904.869 mudas enxertadas de
cajueiros, o que representa 90% da meta, e tratadas 2,620,052 árvores,
58% da meta, beneficiando cerca de 87,000 famílias;
Divulgação dos princípios sobre a campanha de maneio integrado e
novos plantios, formação e demonstração aos camponeses sobre podas,
limpezas, pragas e doenças associadas ao caju e seu tratamento, e
reposição e expansão do parque cajuícola através de novos plantios
utilizando técnicas e material relativamente melhorados;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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Monitoria da campanha de comercialização, e elaboração de um
programa de assistência técnica à unidade de processamento de
castanha de caju da União Geral das Cooperativas; e supervisionado
projectos realizados no âmbito do outsoursing;
Demonstração de 41 unidades de agricultura de conservação e
montagem de 3.488 CDR´s de diferentes tecnologias e culturas o que
representa 100% da meta;
Distribuição de 184,607 mudas de diversas fruteiras a várias Escolas e
comunidades, no âmbito do projecto de Fomento de Fruteiras, nas
províncias de Maputo, Inhambane, Nampula e Cabo Delegado;
Aumento da produção de fruteiras diversas, das quais citrinos,
mangueiras, abacateiras, abacaxi, litchi e cajueiros, com destaque nas
províncias de Cabo Delgado,Nampula, Zambézia, Tete, Inhambane e
Maputo, iniciado o seu processamento e industrialização.
Distribuíção de fertilizantes aos agricultores das províncias de Maputo e
Inhambane;
Promovida a criação de núcleos comunitários de gestão e demonstrados
e construídos 460 currais melhorados (66% da meta), e Cobertos 66
distritos em todo o país e assistidos a 196.729 camponeses, por um
efectivo de 629 extensionistas;
Facilitação e demonstração do processamento mecanizado de mandioca
em 6 distritos, sendo 4 em Inhambane e 2 em Nampula;
Quanto ao fomento do uso da tracção animal, a campanha de vacinação e ao
registo animal, foram:
o Formados 10 técnicos em registo de marcação de gado, na
Província do Niassa. Marcado e registado gado nas Províncias de
Maputo, Gaza e Tete e, distribuídas cerca de 1500 cabeças de
gado para tracção animal;
o Realizadas vacinações obrigatórias de bovinos contra carbúnculo
hematico, 502,371 isto é, 76% da meta e, carbúnculo sintomático
198,145, 79% da meta;
o Disponibilizados equipamentos e materiais agrícolas diversos, tais
como: 10 balanças de gado, 70 carroças, 100 Charruas de tracção
animal e1200 rolos de arame farpado ás províncias de Nampula,
Zambézia, Tete, Manica e Sofala no âmbito do projecto financiado
pelo Banco Islâmico e feita a prospecção da Peste Suína Africana;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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o Realizadas investigações de surtos de doenças: Theileriose em
Chibuto, Província de Gaza e, de tripanossomoses em Magude,
Província de Maputo;
o Realizados concursos para a construção de 10 feiras de gado nas
Províncias de Nampula, Zambézia, Tete, Manica e Sofala e a
reabilitação dos matadouros municipais de Nampula, Zambézia,
Tete e Manica.
Referir que estão em curso:
O estudo de produtividade de galinhas Landim no sector familiar no
distrito de Guro na província de Manica;
A delimitação integral da reserva de Chirindzene e, da campanha
radiofónica em línguas locais contra as queimadas descontroladas em
todo o país;
Ainda neste âmbito foi:
Elaborado o levantamento florestal e faúnistico e o seu respectivo
zoneamento na reserva de Matibane em Nampula;
Feita a formação de duas brigadas móveis de fiscalização, para ensaio da
Estratégia Nacional de Fiscalização participava de floresta e fauna bravia,
na província de Maputo, sendo uma em Moamba e outra em Magude;
bem como,
A aprovação de 11 Concessões Florestais 3 Planos de Maneio Florestal;
Referente ao apoio na identificação e promoção de actividades geradoras de
receitas derivadas do maneio sustentável de recursos naturais, destaque vai
para:
Capacitação de 37 técnicos, extensionistas dos Serviços Provinciais de
Florestas e Fauna Bravia, Serviços Provincias de Extensão Rural, ONG’s
e Associações, nas Províncias de Maputo, Gaza e Inhambane em Análise
e Desenvolvimento de mercados para produtos florestais e faunísticos;
Capacitação de 33 técnicos, extensionistas dos Serviços Provinciais de
Florestas e Fauna Bravia e membros das comunidades em tecnologias de
Maneio, Propagação, Plantação e Tratamento de Bambú;
Quanto à garantia do acesso efectivo à terra a todas entidades singulares e
colectivas nacionais e estrangeiras que tenham iniciativas económicas e sociais
para o desenvolvimento do país foram:
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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Submetidos, em todo o país, um total de 745 processos de pedidos para
autorização do Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT) para
diversos fins;
Levantadas e fiscalizadas 31 parcelas no distrito de Marracuene das
quais 8 estão a ser totalmente aproveitadas, 11 parcialmente
aproveitadas e 10 não aproveitadas; e
Levantadas e fiscalizadas 17 parcelas no distrito de Manhiça das quais 4
estão a ser totalmente aproveitadas, 10 parcialmente aproveitadas e 3
não aproveitadas; e
Divulgada a legislação assim como preparada e actualizada a informação
geo-cadastral a nível provincial;
Realizadas as consultas as comunidades locais a nível nacional, e
remetidos 3,239 pedidos de direito de uso e aproveitamento de terra
(108% da meta), recebidos 70% dos processos e tramitados no prazo de
90 dias (78% da meta);
Construídos e/ou reabilitados cerca de 2, 514 ha de novos sistemas de
rega na província de Gaza, Niassa e Nampula;
Realizadas diferentes palestras sobre HIV/SIDA com a participação de
produtores cujos os temas eram abstinência e sua prevenção; e
Reforçada a capacitação organizacional e financeira de organizações de
base a nível distrital, em todo o país.
No que diz respeito a melhoria da capacidade de produção de Mapas de modo a
garantir a quantidade suficiente e de boa qualidade nas várias escalas e
aumentar a capacidade de resposta à demanda de informação básica geo-
referencida:
Foram Impressos 214 exemplares de cartas em várias escalas e
formatos; fornecidas 1206 folhas de cartas em diversas escalas a vários
utentes; e concluídos os trabalhos topogeodésicos nos aeródromos de
Quelimane e de Tete para ajuda à navegação aérea.
B. INFRAESTRUTURAS
Estradas e Pontes
O principal objectivo do PES 2005 na área de Estradas e Pontes consistia no
prosseguimento dos trabalhos definidos na 1ª fase do Terceiro Programa de
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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Estradas que teve o seu início em 2002. Durante o ano de 2005, a área de
Estradas e Pontes teve as seguintes realizações conforme ilustra a tabela
seguinte:
REABILITAÇÃO E MANUNTENÇÃO DE ESTRADAS (KM)
Designação 2001 2002 2003 2004 2005
Reabilitação de Estradas 1,096 714 827 819 1,375
Primárias 237 132 64 172 76
Secundárias 239 206 171 140 498
Terciárias 620 376 592 507 801
Manutenção Periódica 190 844 396 514 1004
Manutenção de Rotina 12,313 11,613 10,592 9,653 10,705
Durante o período em análise foram reabilitados 1,375km de estradas, sendo
76km de estradas primárias, 498km de estradas secundárias e 801km de
estradas terciárias, com destaque na conclusão das seguintes obras: EN1 entre
Manhiça e Incoluane (fase I Manhiça e 3 de Fevereiro), N220 Chissano-Chibuto
e N304 Mussacama-Calomué.
No que concerne a estradas primárias, o detalhe do desempenho registado,
consta da tabele seguinte:
REABILITAÇÃO DE ESTRADAS PRIMÁRIAS (KM)
Designação Execução 2005
Plano 2005
(Km) (Km) (%)
N1 Maputo - Marracuene 18 9 50
N1 Manhiça - 3 de Fevereriro 30 36 120
N1 Maxixe - Massinga 62 4 6
N1 Nhachegue - Pambara 40 27 68
EN7 Vanduzi Changara 16 0 0
En1 Namacura - Rio Ligonha 55 0 0
Total 221 76 34
Fonte: MOPH, Relatório de Balanço do PES 2005
Foram concluídas as obras no troço da estrada N1 Manhiça – 3 de Fevereiro e
estão em curso as obras nos seguintes troços: N1 Maputo – Marracuene, N1
Maxixe – Massinga, N1 Nhachegue – Pambara, EN7 Vanduzi – Changara e EN1
Namacura – Rio Ligonha.
Para além das actividades realizadas no âmbito do PES 2005 na reabilitação de
estradas primárias, estão em curso trabalhos de reabilitação no troço N1
Muxungué-Inchope onde foram concluídos 50 Km de Base.
Relativamente a reabilitação de Estradas Secundárias, as actividades incidiram
em 199 Km dos 336 Km previstos no PES 2005.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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REABILITAÇÃO DE ESTRADAS SECUNDÁRIAS (KM)
Designação Execução 2005
Plano 2005
(Km) (Km) (%)
Bene - Fingoé 36 0 0
Chissano - Chibuto 22 35 159
Mussacama - Calómue 71 25 35
Nametil - Angoche 49 0 0
Litunde - Ruaça 145 139 96
Chókwè - Lagoa Nova 13 0 0
Total 336 199 59
Fonte: MOPH, Relatório de Balanço do PES 2005
Adicionalmete, foram executado 299,2 Km, o que totaliza 498km de estradas
secundárias.
OUTRAS REABILITAÇÃO DE ESTRADAS SECUNDÁRIAS (KM)
Designação Execução 2005
Plano 2005
(Km) (Km) (%)
N283 Vila Sena-Chemba-Chiramba 84 60.1 71.5
N280 Tica-Buzi 65 18.1 27.8
R564/5 Gorongoza-Piro-Maringue-Chemba 246 221 89.8
Total 395 299.2 75.7
Fonte: MOPH, Relatório de Balanço do PES 2005
Foram igualmente realizados trabalhos de manutenção de rotina de 10,705 Km e
a manutenção periódica de 1,004 km, onde se destaca:
Conclusão dos trabalhos na EN1 entre Incoluane e Zandamela (fase I-Incoluane
e Chicumbane); e trabalhos em curso também na EN1 nos troços Marracuene e
Manhiça; Zandamela e Maxixe cujos progressos foram inicialmente afectados
por atrasos nos pagamentos das facturas, problema já ultrapassado.
Em relação a construção e reabilitação de pontes, destaca-se:
• O inÍcio das obras de construção da Ponte da Unidade sobre o rio
Rovuma, da Ponte sobre o Rio Meluli, da Ponte sobre o Rio Zambeze e
da Ponte de Guijá sobre o Rio Limpopo;
• Em curso a segunda fase de reabilitação da Ponte da Ilha de
Moçambique, e as as obras de construção da Ponte de Lugela, cujo
término está previsto para Fevereiro de 2006.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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• Reparação de emergência dos pontos críticos da Ponte sobre o Rio
Zambeze em Tete.
• Montadas 5 pontes metálicas, nomeadamente sobre os rios Cuacua entre
Mopeia/Luabo, Zimuco entre Morrumbala/Chire e Munhamade entre
Namarroi/Lugela, na província da Zambézia e sobre o rio Mecucuza entre
Nametil/Chalaua, na provincia de Nampula,
Abastecimento de Água e Saneamento
Em 2005 foram desenvolvidas as seguintes actividades:
• Obras hidráulicas: continuação das obras de reabilitação da barragem de
Massingir em Gaza, e, da barragem de Corumana, em Maputo e conclusão
do estudo de viabilidade para a reabilitação da barragem de Chipembe em
Cabo Delgado. Em preparação o inicio das obras da reabilitação da
barragem de Macarretane na Província de Gaza;
• Rede hidroclimatologica: reabilitadas 77 estações, sendo 42 pluviométricas
e 35 hidrométricas;
• Gestão operacional dos recursos hídricos: teve início o processo da
instalação das Administrações Regionais das Águas (ARAs) Centro-Norte e
Norte. A ARA Centro-Norte será responsável pela administração das águas
nas Províncias da Zambézia e Nampula,e a ARA Norte pelas Províncias de
Niassa e Cabo Delgado.
• Gestão de Rios Internacionais: Elaborados os Drafts de projectos no
âmbito da implementação do Acordo INCOMAPUTO e concluído o projecto
de Apoio das bacias dos rios Buzi, Pungué e Rovuma.
• Construção de 18 represas e 45 sistemas públicos para a captação de água
das chuvas em todo o País. Está em curso a preparação de projectos
executivos e documentos de concurso para a construção de 10 represas e 10
sistemas de captação de água das chuvas nas Províncias de Tete, Manica,
Sofala, Inhambane e Gaza.
ABASTECIMENTO DE ÁGUA AS ZONAS RURAIS
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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Com o objectivo de alcançar as metas previstas no PARPA 2001-2005, em 2005
foram construídas e/ou reabilitadas nas zonas rurais 1189 fontes sendo 95
poços novos, 520 furos, 574 reabilitados, beneficiando cerca de 6.547 famílias
elevando assim a percentagem total da população com acesso à água potável
para 42,1%. De acordo com a tabela abaixo, o aumento da disponibilidade das
fontes em algumas províncias como Nampula, Manica, Sofala proporcionaram
uma melhoria na taxa de cobertura quando comparado com os anos anteriores.
Contudo numa análise cuidadosa e comparativa dos últimos 4 anos pode-se
concluir que o sector em termos reais está dentro dos limites das suas
capacidades de execução, que normalmente situa-se na ordem de 1,300 fontes
anuais.
Fontes Construidas e Reabilitadas (2004-2005)
700
600
Total de Fontes
500
Construidas
400
300
200
100
0
Maputo Gaza I'bane Sofala Manica Tete Z'bezia N'pula C. D'gado Niassa
Real 2004 Plano 2005 Real 2005 Provincia
A situação de abastecimento de água ás zonas rurais por províncias é ilustrada
na tabela seguinte:
ABASTECIMENTO DE ÁGUAS
Designação Furos
Poços Reabilitações Total
Real Plano Real Plano Real Real Plano Real 2005 %Exec. Taxa de
2004 2005 Cob.
Niassa 11 50 29 110 135 211 183 175 95.6 62.9
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
C. Delegado 10 55 4 120 41 59 225 55 24.4 50.5
Nampula 28 180 195 380 85 74 650 308 47.4 22
Zambezia 37 170 85 190 69 229 440 191 43.4 28.5
Tete 0 42 13 85 0 103 152 13 8.6 41.8
Manica 1 30 34 50 90 45 85 125 147.1 41.1
Sofala 0 30 60 25 35 84 90 95 105.6 65.9
Inhambane 0 115 80 140 24 299 295 104 35.3 67.1
Gaza 8 25 15 55 43 36 90 66 73.3 50.5
Maputo 0 25 5 80 52 64 115 57 49.6 60.8
TOTAL 95 722 520 1.235 574 1204 2.325 1.189 51.1 42.1
Fonte: MOPH, Relatório de Balanço do PES 2005
Saneamento a Baixo Custo
Das 8 mil latrinas melhoradasprevistas para as zonas peri-urbanas foram
construídas 7871, beneficiando cerca de 39 mil pessoas.A cobertura actual dos
serviços de saneamento adequado nas zonas peri-urbanas do país situa-se em
cerca de 40%. De referir que a provincia de Maputo é a que apresenta a
cobertura mais baixa do pais,2%.
Relativamente ao saneamento nas zonas rurais, das 2 mil latrinas planificadas,
foram construídas e contabilizadas ao nível nacional cerca de 8,300 latrinas
melhoradas, beneficiando igual número de famílias ou seja cerca de 42 mil
pessoas.
DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL
Neste âmbito foi concluído o processo de revisão da Política Nacional de Águas,
e de elaboração do regulamento de licenças e concessões de águas. Espera-se
que estes instrumentos sejam aprovados pelo Conselho de Ministros no próximo
ano.
Foi concluída a elaboração do texto do acordo para o estabelecimento da
comissão conjunta Moçambique -Tanzânia e a sua assinatura está prevista para
o 1º trimestre de 2006.
ENERGIA
Com vista a garantir o aumento do acesso à energia tanto para uso doméstico
como para a realização de actividades económicas, foram desenvolvidas acções
orientadas para a expansão da rede eléctrica nacional, da rede de distribuição e
comercialização de combustíveis líquidos, assim como a materialização dos
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
projectos energéticos identificados e de reformas do sector. Assim, durante o
2005 foram realizadas as seguintes acções:
No âmbito da Expansão da Rede Eléctrica Nacional, destaca-se:
Em Niassa- A cidade de Lichinga passou a beneficiar de energia eléctrica da
rede nacional através da construção da linha Gurúè-Cuamba-Lichinga de 110
kV. A vila sede de Metangula foi energizada a partir de Dezembro de 2005
passando a ser alimentada através de uma linha de 33kV de 105km, a partir da
Subestação de Lichinga.
Em Cabo Delgado: - Concluída a construção da Subestação de 110 kV/33 kV
em Pemba e da linha de transporte de 110 kV interligando Nampula-Pemba,
bem como a electrificação do distrito de Pemba-Metuge;
Está em curso a construção da Subestação de Metoro a partir da qual será feita
a ligação das sedes distritais de Montepuez, Ancuabe, Chiúre e o posto
administrativo de Metoro;
Em Nampula- Concluídos os trabalhos topográficos para fins de extensão da
linha de transmissão de energia á vila sede de Murrupula.Decorrem trabalhos
topográficos para a electrificação das sedes distritais de Moma, Nacarôa, e
Muecate e o Posto Adminitrativo de Netia.
Na Zambézia-Foram interligadas à Rede Nacional de Energia Eléctrica da HCB,
as sedes dos Distritos Namacurra, Maganja da Costa, Inhassunge e os Postos
Administrativos de Macuze e Maquivale e Localidade de Zalala(Praia de zalala).
Foi reforçado o fornecimento de energia eléctrica à Cidade de Quelimane e á
sede do Distrito de Nicoadala através de uma segunda linha de 33 kV.
Construída uma Mini-subestação junto da Central Eléctrica de Quelimane, e
Concluída a electrificação da sede do Distrito do Ile.
Em Tete - Concluída a electrificação do Posto Administrativo de Mukumbura (o
fornecimento é feito a partir do Zimbabwe);
No âmbito do Projecto Electricidade III, para a reabilitação e expansão da rede
eléctrica do Posto Administrativo de Chitima efectuou-se a montagem de 12km
da rede de MT (Média Tensão) e iniciado trabalhos de topografia, desenho e
importação de materiais e equipamentos para a electrificação da localidade de
Chicoa;
85
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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Em Manica: Decorre o processo de aprovação dos contratos de empreitadas
para a electrificação das sedes distritais de Guro, Bárue e localidades de
Cruzamento, Nhazónia e Nhansacala.
Em Sofala:
• Electrificada a Localidade de Guara-Guara, Distrito de Búzi e estabelecido
o sistema de fornecimento de energia eléctrica em Gorongosa;
• Realizado o estudo de viabilidade para extensão da rede eléctrica
nacional de Guara-guara para Nova Sofala (Estaquinha) e Guara-guara
para Muxúnguè, no distrito de Chibabava;
• Em curso trabalhos de topografia das sedes distritais de Caia e
Marromeu;
• Foi concluído o processo de selecção dos empreiteiros para a
electrificação de Inhaminga, Posto Administrativo de Inhamitanga e
Localidade de Missana no Distrito de Cheringoma;
• Foi elaborado o projecto de electrificação do P.A. de Chupanga, Distrito
de Marromeu, estando em curso a mobilização de financiamentos para o
efeito;
Em Inhambane:
• Decorrem trabalhos de desminagem no troço Morrumbene/Massinga e
estão em curso trabalhos de topografia, desenho e importação de
materiais e equipamentos para electrificação da sede do distrito de
Morrumbene, P.A de Cambine, Sede do Distrito de Massinga e P.A de
Morrungulo.
• No âmbito do Projecto Electricidade III, iniciaram os trabalhos de
topografia, desenho e importação de materiais e equipamentos, para a
electrificação das Localidades de Nhacoongo, Závora e sede do Distrito
de Panda, P.A. de Zandamela e Localidades de Mavila e Chissibuca.
Em Gaza - Continuam trabalhos de topografia, desenho e importação de
materiais e equipamentos para a electrificação da sede do Distrito de Massingir
e Aldeias do vale do Limpopo.
Em Maputo - Concluído o estudo da segunda linha de 110 kV Infulene-Manhiça-
Macia e está em curso a mobilização de financiamento;
• Decorrem trabalhos de topografia, desenho e importação de materiais e
equipamentos.
Electrificação com base em sistemas isolados
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
Concluído o levantamento e análise de dados técnicos e sócio-económicos para
identificar melhores alternativas de funcionamento dos sistemas com base em
grupos geradores, no que concerne a operação, manutenção e gestão;
• Electrificação dos seguintes locais: Tete – Distritos de Mutarara, P.A. de Dôa,
e, Mágoé, P.A. de Dómuè; Manica – Distritos de Guro, P.A. de Mungari e
Manica, P.A. de Mavonde; Sofala – Distritos de Búzi, P.A. de Estaquinha, e
Chibabava, P.A. de Muxúnguè e Inhambane – Distrito de Govuro,P.A. de
Vila Franca do Save.
• Elaborado o projecto, caderno de encargos e lançamento do
concurso com vista a electrificação do P.A de Dôa;
• Foi já concluída a obra de construção da central eléctrica da
Vila Franca do Save e foram implantados os apoios das linhas
e as respectivas ferragens no âmbito do processo de
electrificação;
• Decorre o estudo de viabilidade para identificação das
alternativas para electrificação dos P.A. de Dómuè, Estaquinha,
Muxúnguè, Mavonde e Mungari;
Está em curso a implementação do projecto de construção do Centro de
Despacho tendo o empreiteiro iniciado com o processo de importação de
equipamento no âmbito da Southern Africa Power Pool (SAPP). Este projecto irá
permitir a gestão centralizada da Rede Nacional de Transporte e melhor
coordenação com o sistema regional.
Quanto as acções visando a implementação de projectos energéticos no âmbito
do Memorando de Entendimento entre Moçambique e África do Sul sobre a
iniciativa NMPD (North Mozambique Power Development Initiative),
nomeadamente Mphanda Nkuwa, Cahora Bassa Norte e Central Térmica de
Moatize, destaque vai;
• Projecto Hidroeléctrico Mphanda NKuwa:
o Foi concluído o Memorando de Entendimento entre a Electricidade
de Moçambique e a Eskom da África do Sul, tendo em vista a
implementação dos projectos energéticos;
o Assinado em Outubro de 2005 um Memorando de Entendimento
para formalização da intenção e acções práticas subsequentes de
implementação do Projecto Hidroeléctrico de Mphanda Nkuwa;
o Está em fase de conclusão a avaliação das alternativas de
fornecimento à Mozal III de 520 MW, a coberto do Memorando de
Entendimento entre o Governo de Moçambique e a BHP Billiton
assinado em Maio de 2005; e
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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o Concluída a actualização do Estudo sobre a linha de transporte de
energia eléctrica Songo-Maputo.
• Central Térmica de Moatize:
o Foi concluído o estudo de pré-viabilidade para a construção da Central
Térmica com uma potência estimada em 1.500MW, pela concessionária
para o desenvolvimento do projecto de carvão de Moatize;
• Foi concluído o estudo de viabilidade do Projecto Hidroeléctrico de Massingir.
No âmbito das reformas do sector de energia, foram realizadas várias acções
com principal destaque para as seguintes:
• Assinatura de um contrato de investimento para a construção de uma central
de produção de energia eléctrica junto á refinaria de Gás Natural em
Temane;
• Aprovação pelo Conselho de Ministros do Regulamento da Lei de
Electricidade e o Decreto que designa a EDM Gestora da Rede Nacional de
Transporte de Energia Eléctrica;
• Conclusão da actualização do Estudo de Viabilidade no âmbito da
interligação Moçambique-Malawi. Em curso o processo de contratação do
consultor para a fiscalização e preparação dos cadernos de encargo com
vista ao lançamento do concurso para o execução das obras;
• Apresentada à Corridor Sands a proposta sobre as condições de
fornecimento de energia eléctrica ao projecto de Areias Pesadas de Chibuto;
Relativo ao desenvolvimento de mecanismos de incentivo para expansão da
rede de distribuição e comercialização de combustíveis líquidos, em particular
para o petróleo de iluminação e GPL, com incidência para as zonas rurais,bem
como assegurar o fornecimento da gasolina sem chumbo a escala nacional,
destaca-se:
o Início da construção de infraestrutura de armazenagem de produtos
petrolíferos no Porto da Beira, prevendo-se a sua conclusão no final
do I semestre de 2006;
o Elaboração dos Termos de referência com vista ao desenvolvimento
do projecto de distribuição de GPL e petróleo de iluminação nas zonas
rurais;
o Aprovação pelo Conselho de Ministros do Regulamento de
Distribuição e Comercialização do gás Natural.
No domínio das energias novas e renováveis foram levadas a cabo programas e
acções para a promoção da energia solar, eólica e outras:
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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• Electrificação com base em sistemas isolados das seguintes localidades:
Bajone, Micaune na Zambézia e Aúbe em Nampula;
Nampula
o Reiniciada a electrificação do P.A. de Aúbe, Distrito de Angoche, e,
concluídos 800m de rede da electrificação através de sistema
solar;
Zambézia
o Em estudo a viabilidade técnica para uso de geradores de energia
cujo combustível na base da casca de coco nas sedes de Bajone e
Micaúne,
Sofala
o Instalados painéis solares em 100 casas na localidade de
Guaraguara, distrito de Buzi;
o Identificadas as necessidades para instalação de painéis solares
no centro de reassentamento no distrito de Marromeu (P.A. de
Chupanga) e identificadas 152 familias incluindo unidades
sanitárias e escolares;
o Apresentação do projecto de electrificação através de paineís
solares às autoridades de Estaquinha (Distrito do Búzi) para 83
consumidores e Muxúnguè (Distrito de Chibabava) para 186
consumidores.
Outras Realizações
• Assinado um Memorando de Entendimento entre o Governo de
Moçambique e de Portugal no âmbito da Reestruturação da Hidroeléctrica
de Cahora Bassa visando a reversão e transferência do controlo sobre o
empreendimento para o Estado Moçambicano. Actualmente decorrem
acções para finalização do processo de reversão do empreendimento.
• Em curso o processo de avaliação das propostas para selecção do
consultor que irá realizar o estudo para a implementação do Projecto
Hidroeléctrico do Lúrio.
• Em fase final a discussão, a nível das equipas técnicas, do projecto de
Alteração do Memorando Inter – Governamental que cria o sistema de
Pool de Energia da SADC.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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• Iniciada a implementação de um projecto-piloto de electrificação de baixo
custo com a testagem da tecnologia que utiliza cabos de guarda das
linhas de alta tensão 110kV e 220kV (Shield Wire Scheme-SWS) com
vista a aumentar o acesso da energia a um maior número de
consumidores de energia eléctrica.
• Concluídas as infra-estruturas destinadas a melhorar a qualidade do
fornecimento de energia eléctrica, sendo de destacar, as subestações de
Laulane e Mahotas na Cidade de Maputo e Matola-Gare no Município da
Matola.
Região Norte:
• Foram instalados 5.920 aparelhos de pré-pagamento no âmbito da
expansão do projecto CREDELEC, sendo: 2.020 aparelhos na Cidade de
Nampula; 723 em Nacala-porto; e 3.177 em Pemba;
Região Centro:
• Foram ligados 12.142 novos consumidores, dos quais, 4.886 do sistema
CREDELEC, sendo 1.493 em Sofala, 467 em Manica, 174 em Tete e
2.752 na Zambézia. Deste total, 842 consumidores são do sistema
QUADRELEC, sendo 390 em Quelimane, 132 no Gurúè, 114 no Milange,
80 em Morrumbala, 53 em Mocuba, 40 em Mopeia e 33 no Alto Molócuè;
• Foram montados 399 pontos de luz na EN6, sendo 96 em Manica e os
restantes 303 em Sofala (Cerâmica, Mafambisse, Nhamantanda);
• Foram ligados 2.484 novos consumidores no âmbito da expansão do
projecto CREDELEC, sendo: - 1.252 na Zambézia; 591 em Sofala; 467
em Manica e 174 em Tete, e Montados 339 pontos de luz na EN6, sendo:
96 na EN6 (Manica); 185 na EN6, nomeadamente na antiga N6,
Cerâmica, Mafambisse, Nhamatanda e Chipanga; e 29 na EN6 (Tica);
Região Sul:
• Efectuadas 13.842 novas ligações entre os quais 8.391 são do sistema
CREDELEC e 2.500 consumidores do sistema QUADRELEC;
• Foram instalados 1013 aparelhos do sistema “CREDELEC” sendo 208 na
Macia, 229 em Chókwé, 258 em Xai-Xai e 318 em Inhambane.
Como forma de garantir o uso racional e sustentável dos recursos da
biomassa lenhosa desenvolveu-se um projecto – piloto de produção de
carvão vegetal através de fornos melhorados nas províncias de Sofala e
Maputo.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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C. PESCAS
Neste sector, as acções desenvolvidas orientaram-se para o aumento do volume
de pescado desembarcado, de produção de aquacultura e redução das perdas
pós-captura, para assegurar a melhoria do abastecimento interno. Assim,
durante 2005 foram realizadas as seguintes acções:
No âmbito da Pesca Artesanal:
• Quanto ao desenvolvimento das condições de valorização da produção
pesqueira artesanal, destaque vai para:
o Construção de treze (13) centros de demonstração de técnicas de
processamento de pescado nas zonas centro e sul do país, sendo
um (1) em Cabo Delgado, três (3) em Nampula, seis (6) em
Zambézia e três (3) em Sofala;
o Instalação de um revendedor e demonstração de técnicas de
construção de caixas isotérmicas de baixo custo para a
conservação do pescado com gelo em Pemba;
o Implantação de um novo estabelecimento comercial na região de
Quinga, província de Nampula e assistidos dois (2) operadores
para a implantação experimental de fábricas de gelo em Nampula
e Zambézia;
• Quanto ao aumento do rendimento económico dos pescadores,
o Foi realizada a experimentação da rede de tresmalhe em Maganja
da Costa, na Zambézia;
o Foram montadas redes de tresmalhe em Zalala, Gazelas e
Madingo e emelhar simples em Pebane na Zambézia;
o Foi feita a divulgação e extensão de técnicas e artes de pesca, o
que resultou na adesão de 2 operadores privados na arte de
tresmalhe em Angoche e a construção de 24 redes;
• Quanto ao prosseguimento de acções de melhoria das condições de vida
das comunidades pesqueiras:
o Concluídas 34 novas fontes de água, sendo 14 em Buzí e 20 em
Machanga, na província de Sofala;
o Construídas 28 fontes de água na província da zambézia das quais
11 na Maganja da Costa e 17 em Pebane, estando em curso a
construção das restantes 2;
o Construídas 45 fontes de água na província de Nampula, das quais
24 em Mongicual, 2 em Angoche e 19 e Moma;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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o Concluída a construção de 3 posto de saúde 1 em Buzí-Sofala e os
outros 2 Nampula ( Mongincual e Angoche);
o Concluída a construção de 7 escolas de primeiro grau 2 em
Maganja da Costa e Pebane nas regiões de Nomiua e Tomeia
respectivamente, 3 em Moma ( regioes de Mucoroge, Nacololo e
Maganha) 1 em Mongicual na região de Murazawe e 1 em
Machanga na regiaõ de Chiloane, estando em fase de construção
a de Búzi;
o Concluído o processamento de dados do censo nacional da pesca
artesanal para melhor apoio a este sector;
o Capacitados 33 membros incluindo mulheres, em Nampula e 274
em Maganja da Costa e Nicoadala;
o Criados e identificados grupos de interesses de poupança e crédito
em Nampula e Cabo Delgado;
o Concedidos créditos a 2 pescadores em Pebane e aprovados 63
projectos para financiamento;
o Concluída a reabilitação de 118kms de estrada em Pebane na
província de Zambézia, estando em curso a reabilitação dos
restantes 20kms;
o Concluída a reabilitação de 78kms de estrada em Búzi e
Machanga em Sofala, estando em curso a reabilitação dos
restantes 44 kms;
• Quanto `a conclusão do tratamento dos dados do censo nacional da
pesca artesanal e harmonização dos resultados no âmbito do Sistema
Estatístico Nacional em coordenação com o INE, foi feito o
processamento de dados e divulgados os resultados brutos do censo das
águas interiores realizadas em 2003;
• No que diz respeito a continuação das acções de micro-crédito nas zonas
abrangidas e expansão para novas zonas de fomento pesqueiro,
destaque vai para:
o Promoção e consolidação de 44 associações de pescadores
artesanais, sendo 12 em Cabo Delgado, 2 em Niassa, 8 em
Nampula, 4 na Zambézia, 1 em Tete, 14 em Manica, 1 Inhambane
e 2 em Maputo;
o Promoção e assistência de 72 grupos de poupança e créditos,
sendo 27 em Cabo Delegado, 15 Nampula, 5 Zambézia e 29 em
Sofala;
o Contratação de 2 instituições de micro-finanças para fornecimento
de crédito aos pescadores artesanais na província de Sofala e
Zambézia;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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o Concessão de créditos a 27,30 e 40 mutuários nas províncias de
Zambézia (Pebane e Maganja da Costa), Nampula ( Angoche,
Moma e Mongicual) e Sofala (Búzi, machanga e Beira)
respectivamente;
• Quanto à realização de seminários e palestras de capacitação das
associações de pescadores com prioridade nas zonas de implantação
dos projectos integrados e na promoção de formação de conselhos
comunitários e fóruns distritais de co-gestão, destaca-se:
o A realização de 15 sessões de Diagnóstico Rápido Participativo
(DRP´s), nas regiões de Ibo (Sede, Matemo e Quirimba),
Quissanga (Quissanga-sede, Mahate e Arimba), Pemba-Metugi
(Namau, Bandar e Miezi), Mecufi (Zaulane, Matacane, e Natuco) e
na Baía de Pemba (Ruela, Mahate e Chuiba);
o A promoção de 29 novos Concelhos Comunitários de Pescas,
(CCP´s); capacitação de 43 CCP´s em matéria de recursos
pesqueiros e criados ainda 32 novos CCP´s em Cabo Delegado
(8), Nampula (6), zambéia (6), Sofala (6), Inhambane (2), Niassa
(2) e Maputo (2);
No âmbito da Pesca semi-industrial e industrial:
• No que diz respeito ao desenvolvimento de acções de investigação e
experimentação de novas zonas de pesca:
o Monitorização do estado de exploração dos principais recursos
acessíveis à pesca semi-industrial e industrial, designadamente
camarão e gamba;
o Realização da pesca experimental de gamba com rede de cerco;
o Realização da pesca experimental da lagosta e produção do
respectivo relatório;
o Contactos com a Comissão de Atum do Oceano Índico (IOTC),
para obtenção de dados sobre o atum das nossas águas;
o Acompanhamento e monitorização da pesca à linha e do estado de
exploração dos principais recursos acessíveis à pesca artesanal;
o Operações de patrulha na Baía do Maputo e no Banco de Sofala;
o Cursos de fiscalização de nível I e II para 32 fiscais de pesca e de
tecnologias de informação de nível I e II para 24 fiscais;
• Quanto a revisão dos procedimentos relativos a tramitação das infracções
de pesca e do quadro sancionatório:
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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o Aprovado na 13ª Reunião Nacional da Administração Pesqueira a
versão do Diploma que aprova o processo de Infracção à
Legislação pesqueira;
o Elaborado o Manual Prático do Instrutor, e em curso a elaboração
do Diploma que fixa o quadro sancionatório e que regula o Sistema
de Monitorização das Embarcações de pesca;
• Realização de patrulha marítimas, aéreas e terrestre nas águas
jurisdicionais Moçambicanas e monitorização das embarcações vias
satélite;
• Quanto a introdução de artes de pesca compatíveis com a protecção de
tartarugas na pesca por arrasto a motor, e, adoptação de medidas
combinadas de redução das capturas de fauna acompanhante (peixe) do
arrasto de camarão e maximização do aproveitamento económico da
fauna acompanhante capturada, desta-se:
o A realização de sessões práticas de montagem do dispositivo de
exclusão de tartarugas nas províncias de Maputo e Sofala;
o A elaboração de um Diploma que vai regular as especificações do
TED (Técnicas do Dispositivos de Exclusão de Tartarugas) em
Moçambique;
No âmbito da Aquacultura e Investigação Pesqueira
• No que diz respeito a continuação da promoção do desenvolvimento do
cultivo sustentável do camarão e de algas marinhas, com vista ao
aumento do volume de exportações, foram acções:
o Realizado um estudo preliminar para a concepção de um
instrumento de planificação das actividades aquícolas;
o Realizado o plano de prevenção de riscos em aspectos
epidemiológicos;
o Em curso o apoio às iniciativas de desenvolvimento da piscicultura
nas zonas do interior para garantir o aumento da produção de
peixe para o auto consumo e de excedentes para exportação;
o Realizado o cruzeiro de camarão, e feita a apresentação dos
resultados preliminares da campanha de pesca do camarão de
2004 e suas perspectivas para 2005;
• No que diz respeito a continuação do apoio às iniciativas de
desenvolvimento da piscicultura nas zonas do interior para garantir o
aumento da produção de peixe para o auto consumo e de excedentes
para exportação, foram acções:
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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o A formulação da versão preliminar da política de desenvolvimento
da aquacultura artesanal;
o A realização do curso para piscicultores em Niassa, realização de
assistência técnica aos piscicultores mediante visitas a algumas
associações e piscicultores individuais e ainda transmitidas novas
técnicas de cultivo e melhoramento de técnicas em uso;
• Quanto a continuação da promoção de condições de acesso aos
mercados de exportação dos produtos da aquacultura, as acções
centraram-se no Plano Nacional de Controle de resíduos de drogas
veterinárias e contaminantes ambientais, assim como na adopção do
Protocolo de auto controlo aos produtores;
• Quanto ao alargamento das acções de organização de sistema de micro-
crédito para a promoção da aquacultura artesanal, foram acções:
o A organização e capacitação dos produtores artesanais das
províncias de Manica e Niassa;
o A realização do levantamento do potencial da piscicultura nas
províncias de Niassa, Tete, Manica e Sofala;
o A realização de visitas de monitoria e avaliação dos projectos de
piscicultura em Macanga e prospecção á pequenos projectos no
distrito de Moatize, Macanga e Tsangano, na província de Tete;
• No referente a monitoria e avaliação do estado de exportação dos
recursos de camarão, gamba e peixe, incluindo a kapenta de Cahora
Bassa com vista a apoiar nas medidas de sua gestão, as acções foram as
seguintes:
o Realização do cruzeiro de estimação da biomassa do camarão
banana e definição da ocorrência do marfil;
o Realização de um teste de grade e malha quadrada para redução
da fauna acompanhante (tubarões, raias, etc);
o Realização do cruzeiro hidroacústicos, do acompanhamento e
monitorização da pesca de Kapenta;
• Quanto a consolidação da aplicação do sistema de amostragem no
âmbito das estatísticas da pesca artesanal, destaque vai para:
o Ampliação do tamanho da amostra mediante o aumento de novas
áreas de amostragem;
o Realização da estratificação no seguintes locais: Maputo,
Bazaruto- Inhambane, Cheringoma- Sofala, Lago Niassa, em
Niassa, Cahora- Bassa em Tete;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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o Realização de acções de formação de amostradores em Massingir
e Bazaruto;
• Quanto a avaliação dos potenciais de desenvolvimento da aquacultura
marinha e de água doce, foi realizada a prospecção do lago Chiúra para o
desenvolvimento da piscicultura extensiva ao nível comunitário;
o Realização do estudo de enguias africanas (formulação da
proposta e realização da colheita de especímenes);
o Realização da assessoria técnica ao projecto de cultura de algas
marinhas em Nampula (KULIMA);
No que diz respeito à administração pública, infra-estruturas e equipamento
pesqueiro:
• A continuação da revisão e elaboração da regulamentação geral e
específica da Lei das Pescas, designadamente o Regulamento de Pesca
de Águas Interiores, é uma acção que transita para 2006;
• Quanto a continuação do processo de saneamento e reestruturação do
sector empresarial do Estado, designadamente a Emopesca e os Portos
de Pesca, foram acções:
o Concluída a consultoria sobre a valorização do património dos
Portos de Pesca e está em processo a liquidação da Emopesca;
o Concedidas as certidões de concessão dos terrenos ocupados
pelos portos de pescas de Angoche, Quelimane e Doca Seca de
Quelimane;
o Em curso acções tendentes à obtenção das certidões dos Portos
de Pesca da Beira e de Maputo;
o Elaborada a proposta de Diploma Ministerial Conjunto para a
passagem da titularidade da área ocupada pelo Porto de Pesca da
Beira, da Empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique
E.P. para o Ministério das Pescas;
• Aprovado o Decreto e Estatuto do Instituto Nacional de Inspecção de
Pescado e a reabilitação das futuras instalações do Instituto;
• Implementado o sistema de Monitoria, Controle e Fiscalização (MCV)
para a actividade de fiscalização via satélite (VMS);
• Concluído o Plano Director de Estatísticas, da Metodologia de
Planificação e Monitoria das actividades do sector no quadro do Sistema
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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Estatístico Nacional, carecendo de aprovação do INE e Interna
respectivamente;
• Em curso a análise de candidaturas para o serviço de consultoria do
projecto de reabilitação do Porto de Pesca da Beira e iniciado o processo
para a construção das instalações dos Serviços Provinciais de Pescas de
Cabo Delgado;
• Em curso contactos com empresas de construção para a preparação do
caderno de encargos com vista ao lançamento do concurso de
reabilitação da escola de pesca;
• Em fase de preparação da documentação para o lançamento do concurso
de construção das novas instalações do Ministério das Pescas e
reabilitação do Porto de Pesca de Angoche.
D. RECURSOS MINERAIS
Neste sector, em 2005 as acções estavam centradas no incremento da
produção e exportações, através do fomento da actividade mineira, divulgação e
promoção do potencial geológico mineiro do país para atração de investimento e
no incremento das acções de inspecção da actividade mineira.
No âmbito do sector mineiro:
• Quanto ao prosseguimento com as acções visando o desenvolvimento
dos projectos das areias pesadas em Moma, Chibuto e Moebase, bem
como a promoção do licenciamento de novas áreas de prospecção e
pesquisa mineira, destaque vai para:
o Realização de testes metalúrgicos adicionais, optimização do plano
mineiro, revisão de dados geo-estatísticos e estudos analíticos
para controle de teores das areias pesadas de Chibuto. O Estudo
de Impacto Ambiental para a Estrada dedicada ao projecto e a
ponte cais em Chongoene foi já aprovado tendo sido emitida a
respectiva licença ambiental;
o Estão em curso contactos com vista ao fornecimento de energia
eléctrica ao projecto das Areias pesadas de Chibuto, bem como
negociações para obtenção para a concessão mineira;
o Realizados contactos sobre a possibilidade de geração de energia
eléctrica ao empreendimento apartir do gás natural dos jazigos de
Pande e Temane;
o Inciou, em Janeiro 2005, a construção de infraestruturas
necessárias ao desenvolvimento do Projecto de Areias Pesadas de
Moma em 90%, foi concluída a construção do acampamento e a
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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asfaltagem de 1600m da pista de aterragem, empregando até o fim
de 2005 cerca de 1352 pessoas.Com vista a garantir o início da
produção no último trimestre de 2006, iniciou o processo de
recrutamento de técnicos.
o Está em curso um programa de sondagens nas dunas antigas para
o aumento de reservas do Projecto das Areias Pesadas de
Moebase ,fora das zonas de protecção parcial (margens do mar),
tendo sido realizados igualmente investimentos para ensaios
tecnológicos, colheita da amostra industrial e testes de
radioactividade;
• No referente ao estabelecimento de mecanismos de incentivos para o
aumento, processamento e de transformação primária de produtos
minerais, tais como de tântalo, grafites, diatomites, granitos, titânio, berilo
industrial, entre outros minerais, foram acções:
o Identificação, na província de Tete, de um jazigo de granito de cor
azul, tendo já iniciado a lavra piloto bem como a prospecção de
mercado;
o Promoção de uso de diatomite na agricultura, tendo sido
seleccionadas algumas áreas para o arranque do projecto no
Posto Administrativo de Mafuiane, Distrito de Namaacha.Decorrem
contactos com vista a utilização da bentonite e do calcário na
industria nacional.
o Foram realizadas acções de promoção do projecto das grafites de
Ancuabe e da instalação da refinaria de tântalo na Zambézia
perante vários investidores. A extensão da linha de energia para
Cabo Delgado abre uma perspectiva para a reactivação da mina
de Grafite;
• Quanto a implementação de um regime fiscal mais atractivo ao
investimento, prosseguiram os trabalhos com vista a adopção de um regime
mais consentâneo com a dinâmica da actividade mineira.
• No domínio da promoção da exploração mineira em pequena escala e
artesanal, através do apoio aos pequenos operadores nacionais, pela via
da assistência técnica, facilitação de investimentos, educação ambiental e
treinamento, foram realizadas as seguintes acções:
o Revisão do Decreto de Comercialização de Minerais e Metais
Preciosos e do Estatuto do Fundo de Fomento Mineiro;
o Realizados cursos de treinamento de operadores mineiros na área
de cerâmica, tendo beneficido 50 operadores, das províncias de
Maputo, Gaza, Inhambane e Cabo Delgado, em matérias ligadas a
extracção, processamento e comercialização de produtos
diversificados para o aumento dos rendimentos;
o Realização da terceira feira de gemas e ouro em Nampula;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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o Afectação de técnicos nos Distritos de maior concentração da
actividade mineira artesanal;
o Alocados meios circulantes para o apoio aos projectos de
mineração artesanal nas províncias de Gaza, Inhambane, Manica,
Zambézia, Nampula e Cabo Delgado;
o Distribuídas 4 bicicletas à Rádio Comunitária de Macequece, em
Manica, para apoio na divulgação da legislação Mineira e
programas educativos com enfoque na mineração, meio ambiente,
saúde ocupacional e segurança mineira;
o Treinados pontos focais das províncias de Maputo, Gaza e
Inhambane em matéria de HIV/SIDA e vidas positivas;
o Distribuídos de oito rádios para a disseminação de matéria ligada
ao HIV/SIDA para as comunidades mineiras de Mutamba em
Inhambane e Macupulane, Chibuto e Licílo em Gaza;
o Preparados pacotes fiscais mais atractivo para actividade mineira,
e seleccionados e capacitados 20 operadores mineiros na área de
cerâmica das províncias de Maputo, Gaza, Inhambane e Cabo
Delgado para participar no segundo curso de cerâmica;
• No âmbito da promoção da exploração de jazigos de apatites, fosfatos,
tendo em vista a instalação no país de indústria de fertilizantes, destaque
vai para:
o Realização de um estudo sobre a tecnologia para a redução do
cloro na apatite bem como ações de promoção junto de diversas
companhias para a instalação da fábrica de fertilizantes em
Nacala, província de Nampula;
o Recolha de amostras de guano para ensaios tecológicos tendo em
vista a sua utilização como fertilizante;
• No domínio da extracção e processamento de forma organizada de
pedras preciosas e semi-preciosas no país, foram realizadas as seguintes
acções:
o Incremento das acções de inspecção e supervisão nas zonas de
maior actividade mineira;
o Realização de um curso de Gemologia em Nampula, no qual
participaram técnicos da Direcção Provincial, membros das
Associações de MUVA (Mogovolas) e Mecuburi e operadores
mineiros locais;
o Prosseguiu o apoio na cosntituição de asociações no Niassa, Tete,
Zambézia, Nampula e Manica;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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• No que diz respeito a implementação no terreno do Projecto de Carvão de
Moatize através da (i) transferência dos títulos mineiros da área ao
concessionário e (ii) assinatura de Acordos relevantes ao início de
trabalhos geológico-mineiros no âmbito do estudo de viabilidade técnico-
económica, foram realizadas as seguintes acções:
o Emissão de uma nova Licença de Prospecção e Pesquisa a favor
da empresa Rio Doce Moçambique, no âmbito da implementação
do Projecto de Carvão de Moatize;
o Inicio de actividades de campo que irão conduzir a realização do
estudo de viabilidade incluindo uma pesquisa geológica adicional;
o Aprovação do pacote de projectos para as áreas de educação,
saúde, acção social e recreação no valor de 6,475 milhões de
dólares americanos a serem implentados na província de Tete,
onde alguns projectos estão em curso.
No que diz respeito ao sector geológico, foram acção ao longo de 2005 as
seguintes:
• Referente a prosseguimento da inventariação e cartografia geológica na
âmbito do projecto de Capacitação e Reforma do Sector Geológico-
Mineiro, destaque vai para:
o Realização de trabalhos de campo que incluem o treinamento de
técnicos nacionais através de participação em cursos e workshops,
nas seguintes folhas:
Lote 1 – Muidume (1039); Palma (1040) Mueda (1139);
Mocímboa da praia (1140); Meluco (1239); Quissanga-
Pemba (1240), Mecúfi (1340);
Lote 2 – Extensão Malema (1437); Ribáue-Mecuburi (1438),
Lote 2 – Revisão de algumas folhas da província de Tete;
Lote 3 – Bela-Vista (2632), Maputo (2532);
o Realizados trabalhos de campo para a identificação e colheita de
amostras em áreas promissoras dos distritos de Monapo, Nacala,
Muecate, Meconta, Mecubúri, Memba, Nampula, Angoche, Eráti,
Ribaué, Mogovolas, Nacala Velha, Namapa, Mogincual, onde se
colheu cerca de 60 amostas para testes laboratoriais, no âmbito da
prospecção e pesquisa em áreas selecionadas.
o Realizados trabalhos de campo referente a inventariação de minerais
não metálicos nas províncias de Maputo, Gaza e Inhambane;
o Participação na promoção da prospecção e pesquisa de minerais
pesados nas áreas potenciais ao longo da faixa costeira que vai de
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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Quelimane à Quinga nas províncias de Zambézia e Nampula
respectivamente, com vista a promover o seu desenvolvimento.
o Continuaram os trablhos de mapeamento geológico em todo o
território nacional na escala 1:250.000 e do levantamento
aerogeofísico do mesmo;
o Conclusão do levantamento aerogeofísico de modo a dotar o país de
76% de novos dados magnéticos e espectrométricos de raios-gama;
o Esta em curso trabalhos de reabilitação institucional do Museu
Nacional de Geologia;
o Realização de trabalhos de mapeamento Geológico Ambiental da
zona costeira de Moçambique na escala 1:50.000;
• Lançado o concurso para a expansão, capacitação e manutenção das
estações sismográficas das províncias de Maputo, Manica, Nampula e
Niassa;
Quanto ao sector de Hidrocarbonetos, foram acções:
• Na bacia de Moçambique prosseguiram as negociações para os
seguintes blocos: Onshore Zambezi, Offshore Zambezi, M10 e Bacia de
Sofala e assinados acordos para os blocos 16 e 19;
• Na bacia do Rovuma, foi aprovado o contrato de Pesquisa e Produção
pelo Conselho de Ministros e lançado concurso público para o
licenciamento das áreas de pesquisa 1,3,4,6;
• Quanto a pesquisa adicional nos blocos de Pande e Temane, incluindo
abertura de furos de pesquisa e produção de modo a incrementar as
reservas e maximizar o aproveitamento dos recursos gasíferos desses
blocos, foi adquirida sísmica em todo bloco (PSA e PPA) no total de
1150km com objectivo de correlacionar e maximizar a informação
geológica entre os campos de Temane, Inhassoro e Pande, bem como
nos arredores das descobertas, especialmente a norte do Pande (Rio
Save) e a Oeste de Campo de Tamane;
• Conlcusão do estudo de opções de aproveitamento de condensado de
Pande-Temane, e esta em curso um estudo de viabilidade para a
montagem de uma torre de destilação para o processamento deste
produto;
• Actualização das reservas dos jazigos de gás no Bloco Pande-Temane e
perspectiva-se a conexão do jazigo de Inhassoro ao CPF de Temane;
• Concluída a construção dos gasodutos de transmissão e de distribuição
em Ressano Garcia;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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• Conclusão da construção do gasoduto de transmissão e parte do
gasoduto de distribuição do Gás Natural no troço Matola/Ressano Garcia;
• Tendo em vista a expansão do Centro de Dados, de forma a torná-lo
centro de referência nacional e internacional que providencie assistência
as companhias interessadas em investir no sector de petróleos,
o Está em curso o projecto de transcrição de dados sísmicos de
cassetes de menor capacidade (IBM 3480/3490) para cassetes de
maior capacidade (IBM 3590);
o Actualizada a licença do software usados para a cópia de dados;
o Foram digitalizados relatórios contendo informação relevante
relativa a pesquisa de hidrocarbonetos na Bacia do Rovuma, e
esta processo de cópia de dados de hidrocarbonetos e sua
disponibilização ao público interessado.
• No âmbito da consolidação do quadro legal do sector iniciou a elaboração
do Regulamento de Licenciamento de Instalações e Actividades
Petrolíferas bem como o Regulamento Ambiental;
• Quanto a Monitorar a produção de gás natural de Temane, e sua
exploração para África do Sul, foram conduzidas auditorias aos sistemas
de medição de Gás Natural tanto na RSA como em Temane e tem
recebidos relatórios mensais da produção e Venda do Gás;
• No que diz respeito a promoção do licenciamento de novas áreas para a
pesquisa de hidrocarbonetos, o INP tem feito a promoção dos blocos em
livres em enventos nacionais e internacionais;
• Realizada a IX Conferência Internacional de Petróleo e Gas;
E. INDÚSTRIA E COMÉRCIO
Neste sector constituíram objectivos específicos para 2005 a regulamentação da
concorrência, reformulação da política e Estratégia Industrial, a integração do
sector informal no sistema formal, a facilitação e garantia do acesso permanente
às fontes internacionais de informação sobre preços, tendências dos mercados e
estatísticas nacionais e melhoramento da qualidade e competitividade dos
produtos e serviços nacionais. Nestes termos, foram desenvolvidas em 2005 as
seguintes acções:
• Elaboração da Estratégia da Comercialização Agrícola e do Código da
Propriedade Industrial, cujos documentos foram submetidos ao Conselho de
Ministros para aprovação;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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• Elaboração da Política e Estratégia Industrial, da Estratégia do Sector Têxtil e
Vestuário, e da Estratégia para as Pequenas e Médias Empresas, estando
em curso a sua harmonização;
• Finalização do processo de Reestruturação do Instituto de Cereais de
Moçambique (ICM), estando neste momento em curso a harmonização do
documento final;
• Início da elaboração da Política da Concorrência e Estratégia do Sector
Metalo-mecânico, cuja conclusão está prevista para 2006;
• Continuação do processo de reestruturação do Fundo de Fomento à
Pequena Indústria (FFPI), cuja abordagem se enquadra no âmbito da
Estratégia para as pequenas e médias empresas;
• Aprovação e implementação da Estratégia para o Desenvolvimento das
Exportações de Produtos Processados de Madeira de Moçambique. Neste
âmbito importa destacar:
o A divulgação da estratégia;
o O levantamento de necessidades de despesa pública em
móveis e material de construção para promover o fornecimento
local;
o A elaboração da estratégia de fiscalização de florestas e fauna
bravia e o respectivo plano de acção;
o O levantamento de necessidades de treinamento nas indústrias
florestais, tendo-se identificado como áreas críticas o
manuseamento da serra principal, afiação de serras e o
acabamento dos produtos;
o A realização de um curso regional de treinamento, direccionado
aos concessionários, em matéria de gestão de concessões;
o A introdução no mercado internacional de duas espécies
secundárias, Muaga e Messinge, e outras duas no mercado
doméstico, Sumauma e Metonha;
o A recolha de amostras das espécies madeireiras existentes no
país para a sua testagem laboratorial e comparação, com vista
à sua valorização;
o No âmbito do Reflorestamento, destaque vai para o
levantamento das potencialidades do país para o
estabelecimento de plantações industriais e comerciais, e, para
a elaboração da estratégia nacional de reflorestamento.
o No contexto do controlo da qualidade dos produtos:
Formação de comissões técnicas de normalização, com
a tarefa de elaborar normas moçambicanas da qualidade
de produtos madeireiros e da gestão florestal; e
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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Compilação de especificações técnicas de base para a
elaboração de normas, que também poderão ser
adoptadas provisoriamente como padrões para o
fornecimento de móveis e material de construção ao
sector público a médio prazo.
• Realização de uma avaliação da situação da produção e comercialização
agrícola e da disponibilidade de alimentos através de uma missão conjunta -
Governo, FAO e PMA;
• Simplificação dos procedimentos para o licenciamento da actividade
comercial e industrial, tendo sido feita:
o a divulgação e implementação do novo regulamento do
licenciamento comercial, e criação e expansão dos balcões
únicos de atendimento ao público para todas as Províncias do
País e início do processo de informatização do cadastro
industrial e comercial;
o desenvolvimento da base de dados do Sistema Computarizado
do Licenciamento Comercial e Industrial (SISCAL) e testada ao
nível do Ministério, Maputo e Cidade de Maputo, como forma de
capacitar os técnicos para a sua utilização;
• Divulgação e implementação, à escala nacional, do novo regulamento de
licenciamento comercial, tendo sido licenciados 21.332 operadores do
comércio rural e 1.876 estabelecimentos do comércio urbano;
• Participação em fóruns regionais e internacionais nomeadamente: nos
contextos da Organização Mundial do Comércio, dos Acordos de Parceria
Económica e da Integração Regional (SADC);
• Assinatura do acordo comercial com Malawi, e divulgação e implementação
do acordo comercial com Zimbabwe;
• No âmbito do controlo das actividades industrial e comercial, foramrealizadas
as seguintes acções:
o Divulgação da legislação da Indústria e Comércio ao nível das
Direcções Provinciais;
o Fiscalização das unidades fabris e de comércio pelas
Inspecções Provinciais e sob a monitoria da Inspecção Geral;
o Inspecção Geral, em acções coordenadas com outros órgãos
do Estado e em parceria com o sector privado, no combate à
pirataria e contrafacção.
• Quanto à implementação e monitoria da Política e Estratégia de Qualidade
foram realizadas as seguintes acções:
o Apoio as associações económicas e os sectores produtivos em
matéria de qualidade para melhorar a sua competitividade
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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através de seminários de sensibilização e promoção de 8
cursos de formação em matéria de gestão de qualidade;
o Realização da reunião regional da SADC sobre qualidade;
o Aprovação de 17 normas gerais e 3 específicas no âmbito da
construção, electrotecnia, gestão da qualidade, laboratórios,
caju, copra, transporte de banana, papaia e ananás;
o No contexto da Metrologia foi elaborado o primeiro esboço da
lei base e aprovadas três normas harmonizadas na região da
SADC que são a base da regulamentação técnica.
• Monitoria da campanha de comercialização agrícola, e
• Prosseguimento do trabalho de inventariação de antigas lojas e cantinas
rurais ao nível do país estando em curso a criação de mecanismos
simplificados com vista a promover a sua alienação ou reabilitação.
F. TURISMO
Neste sector, as acções centraram-se na prossecussão e no complemento das
acções já iniciadas. Tendo em conta as oportunidades existentes na perspectiva
de uma evolução crescente do sector, da actividade turística e da promoção do
desenvolvimento sustentável do turismo e do seu papel fundamental na redução
da pobreza através da oferta de emprego e contributo para atenuar os
desequilíbrios de desenvolvimento regional, para o ano 2005 foi realizado o
seguinte:
No Domínio da Capacitação Institucional
• Disseminação da Política de Turismo, e Plano Estratégico a nível
nacional, na perspectiva de mobilização de financiamento para as
actividades contidas no Plano Estratégico para o Desenvolvimento do
Turismo em Moçambique, foram realizados Seminários de divulgação da
Política de Turismo e do Plano Estratégico de Desenvolvimento do
Turismo (PEDT) para o período 2004-2013, abrangendo as províncias de
Nampula, Cabo Delgado, Tete, Manica, Inhambane, Gaza e Maputo
Província;
• Aprovação do Plano Estratégico para Desenvolvimento do Turismo da
Provincia do Niassa;
• Conclusão do processo de avaliação funcional e adequação da estrutura
institucional do Turismo para melhor responder as necessidades da
indústria, assim como iniciada ascultação dos vários parceiros do
Ministério do Turismo com vista a criação de condições para a realização
do Forum Nacional de Turismo;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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No Domínio dos Recursos Humanos
• Foi elaborada a Estratégia dos Recursos Humanos para o sector do
Turismo para dar enquadramento as acções que estimulem o
desenvolvimento da formação de nível médio nas áreas de hotelaria,
turismo e conservação;
• Descentralização do Orçamento para as províncias com vista a um
melhor enquadramento dos fiscais afectos as áreas de conservação, para
o efeito foram realizadas formações nas províncias de Gaza, Inhambane,
Sofala, Manica e Zambézia, envolvendo 25 técnicos entre os quais das
Direcções Provinciais do Turismo de Gaza (3), de Inhambane (2), de
Sofala (2), de Manica (2) e da Zambézia (4) e Parques e Reservas
Nacionais do Banhine (1), do Limpopo (1), do Bazaruto (3), do Zinave (2),
de Gorongosa (4) e da Reserva de Marromeu (1).
• Com vista estimular a participação do sector privado na provisão de
formação, educação e capacitação profissional no sector do Turismo, está
na fase conclusiva o Plano de Desenvolvimento dos Recursos Humanos
do sector do turismo, instrumento que servirá de comunicação entre a
Instituição e o sector empresarial em matérias de formação no sector.
Paralelamente, em coordenação com INFTUR (Instituto de Formação
Profissional de Portugal), COMPENDITUR (Estudos e Formação em
Hotelaria e Turismo) foram formados mais de 20 formadores da indústria
hoteleira e similar.
• Está em curso a revitalização do Centro de Formação do Parque Nacional
de Gorongosa e a escola básica de formação dos fiscais da Reserva
Especial de Maputo;
• Formação e capacitação de 171 fiscais e guardas das áreas de
conservação, nas províncias de Nampula e Cabo Delgado
• Lançado o concurso para cessão de exploração à privados do Hotel
Escola Andalucia;
• Concessão de 13 bolsas de estudo a fucionários do Ministério e
trabalhadores do sector do turismo para a Faculdade de Gestão de
Turismo e Informática da Universidade Católica;
• Formação para a capacitação técnico-profissional abrangeram 280
funcionários do Ministério e trabalhadores do sector do turismo
beneficiaram de capacitação técnico-profissional;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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• Aprovação de Decretos que regulamentam os estabelecimentos
hoteleiros, bebidas e restauração, assim como, o das Agências de
Viagens e Turismo;
• Lançamento de concursos para aquisição de consultoria com vista a
elaboração do Sistema de Classificação de Empreendimentos Turísticos
e Hoteleiros;
• Contratação de um Administrador para a gestão da reserva de
Chimanimani, em Manica, e, feita a descentralização da gestão
orçamental do nível central para o nível provincial das reservas de
Pomene (Inhambane) e Gilé (Zambézia)
• Criação de uma equipe que procedeu ao levantamento dos desmandos
na zona costeira, das Províncias de Inhambane, Nampula e Cabo
Delgado incluindo o Arquipélago das Quirimbas;
• Fiscalização de 591 estabelecimentos de indústria hoteleira e similares;
• Desembolso de 4.575 mil contos pelo Fundo Nacional de Turismo
(Futur), beneficiando 19 empresas do sector localizadas nas provincias,
de Maputo (6), Sofala (5), Manica e Inhambane (4);
• Descentralização do Fundo do Turismo para pequenas e médias
empresas nas províncias de Nampula, Manica e Inhambane e elaborado
o caderno de encargo para investimento no Parque do Limpopo, no
âmbito da gestão e exploração económica das áreas de conservação.
No Domínio das áreas de Conservação
• Aprovado o projecto de Áreas de Conservação Transfronteira e
Desenvolvimento do Turismo e assinado o acordo em Dezembro de 2005;
• Cobradas receitas no valor global de 13.280 milhões de meticais
resultante da cobrança das licenças de caça e caçador guia, senhas de
abate de animais, taxas de exploração das coutadas, cobrança de taxas
diversas nos Parques e Reservas, Multas aplicadas;
• Elaborada uma metodologia de monitoramento e avaliação que consiste
num modelo de relatório trimestral a ser apresentado pelos Parques e
Reservas e definido um modelo de registos de fauna bravia no sentido de
no final de cada ano elaborar-se o livro de ocorrências;
• No que concerne ao estabelecimento de infra-estruturas de maneio e
recreativas;
• No Parque Nacional do Limpopo
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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Construção de acampamentos de Massingir e Machampane, no
âmbito da implementação da fase I do Plano de Desenvolvimento do
Turismo do Parque, e do Posto Transfronteiriço do Giryiondo;
• No Parque Nacional das Quirimbas
Reabilitação e apetrechamento do escritório do PNQ na cidade de
Pemba, e aprovação do projecto de construção do escritório central
em Quissanga;
• Na Reserva Especial de Maputo
Conclusão da reconstrução da cerca de 30km de vedação desde o rio
Maputo na Bela Vista localidade de Massoane, até o rio Futi no âmbito
da mitigação do conflito homem animal ao longo do corredor do Futi e
feita a abertura de um furo para o abastecimento de água potável a
Reserva.
No Parque Nacional de Gorongosa
• Inicia a reabilitação de algumas infra-estruturas ( rondáveis e
reabilitação da vedação do acampamento de Chitengo, e aquisição
equipamento de rádio e geradores) na sequência do Memorando
de Entendimento assinado entre o MITUR e a Fundação Carr;
• Assinado um Memorando de Entendimento com o Ministério da
Defesa, para a garantir uma efectiva fiscalização nas Áreas de
Conservação;
• Inicio do zoneamento na Coutada oficial nº9 (Manica-Distrito de Macossa)
que está sendo usada como experiência piloto, para a revisão dos
contratos das restantes coutadas;
• Mobilizados fundos para o início do processo de estabelecimento de
novas áreas de conservação transfronteira, nomeadamente: ZIMOZA e
Niassa/Cabo Delgado;
Ainda no âmbito das áreas de conservação;
o Aprovado o Plano de desenvolvimento do Turismo do Parque
Nacional do Limpopo;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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o Revisto o Estudo sobre Estrutura do Processo e de Política de
Reassentamento que permitiu avaliar a existência de cerca de 400
mil pessoas residindo nas 5 Áreas de Conservação Transfronteiriças
(ACTF´s) definidas como zonas protegidas e interstersticiais;
o Aprovada a consignação dos 20% das receitas cobradas ao abrigo
da legislação florestal e faunística para as comunidades locais,e, o
início do processo da consignação com as comunidades
localizadas em Manica (Distrito de Macossa, Coutada 9).
o Finalizado o plano de Maneio de Goba, Área de Conservação
Transfronteira dos Libombos;
No Domínio da Promoção Turística
Para Desenvolver mecanismos de aproveitamento dos serviços das
representações no exterior nas acções de promoção do Turismo, foram
realizadas as seguintes acções:
o Realização da 4 ª edição da Bolsa de Turismo de Maputo (BTL)
com o objectivo de dar oportunidade aos operadores turísticos e
agências de viagens para exporem os seus produtos, bem como
apresentar a oferta turística de cada província do País, e atrair
investidores;
o Participação na Bolsa de Turismo de Beijing para estudar o
mercado turístico Chinês, como forma de estabelecer contactos
com os operadores túristicos da China e reforçar a iniciativa da
realização de seminários de promoção e divulgação das
potencialidades turisticas de Moçambique em Hong-Kong e Macau;
o Participação nas feiras internacionais de Turismo de Indaba - em
Durban na Africa de Sul; Vakantiesbeurs – Holanda; Bolsa de
Turismo de Lisboa- Portugal (BTL); BIT- Milão na Itália; FITUR
(Espanha);
• Instalação de balcões de informação para os viajantes no Posto
Fronteiriço de Ressano Garcia;
• Realizada a 4 ª edição da Bolsa de Turismo de Maputo com participação
de todas as Províncias do país com a excepção de Manica.
• Foi realizado o encontro de Ministros do Turismo da região com o
objectivo de definição da estratégia de melhoramento de infraesturturas
na qual foram selecionadas 7 áreas de conservação transfronteiriças
compartilhadas bilateral ou trilateralmente;
• Instalação de um Portal para “Turismo em Moçambique”;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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• Elaboração do Plano Estratégico de Marketing do Turismo;
• No âmbito da consolidação de parecerias para a implementação do
programa do turismo cultural e de eventos foi realizado o Festival Musical
do Wimbe em colaboração com o governo provincial de Inhambane;
• Realização do Congresso das Agências de Viagens que movimenta
milhares de agentes económicos e profissionais de comunicação social,
que serve de veículo para o incremento do número de turistas e receitas
nos próximos anos, bem como também, colocar o País no mercado
turístico internacional.
• No âmbito do esforço da promoção do país com envolvimento de
jornalistas internacionais foram registadas três visitas ao país de vários
jornalistas representando os seguintes órgãos de informação: SABC
NEWS, Africa Report e CNBC Europe.
No Âmbito da Cooperação e Assistência Técnica Internacional
Em termos de acções, foram destaque as seguintes:
• Participação do MITUR na Assembleia da Organização Mundial do
Turismo que teve lugar no Senegal onde Moçambique foi eleito membro
do Conselho Executivo
• Participação do MITUR, na 42ª Reunião da OMT- Comissão Regional
para África 20-23 de Abril 2005, Gaborone-Botswana, para análise,
discussão e recomendações sobre várias acções para desenvolvimento
do sector do turismo em África e seminário em paralelo sobre o sector do
turismo e o transporte aéreo no Continente.
• Participação na 2ª Reunião Anual dos Ministros do Turismo da
Commonwealth, de 27-28 de Abril de 2005, Abudja-Nigéria. Nesta
reunião decidiu-se avançar com a criação do Centro de Promoção do
Turismo da Commonwealth (CPTC) a sediar-se em Kwala Lumpur –
Malasia.
G. TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES
Neste sector, as acções programadas para 2005 continuaram a pautar-se pela
melhoria gradual da fiabilidade, segurança, comodidade e expansão dos
serviços de transporte prestados à população nas áreas urbanas e rurais. Numa
participação mais eficiente do empresariado nacional no controlo, operação e
investimento nos subsectores e desenvolvimento rápido do sector através da
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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actualização da legislação, adaptando-o às mudanças/exigências que ocorrem
tornando-a mais abrangente e dinâmica. Assim sendo, em 2005 foram
realizadas as seguintes acções:
No Domínio das Comunicações procedeu-se:
• A revisão da Proposta de Política das Telecomunicações para posterior
submissão à aprovação;
• A elaboração da Política sobre Acesso Universal, foi feita uma
auscultação pública nas zonas Norte (Cabo Delgado), Centro (Zambézia)
e Sul (Inhambane), estando em fase de harmonização pelos principais
intervenientes;
• Ao estudo de demanda na Província da Zambézia para a implantação de
um Projecto Piloto de Acesso Universal;
• A elaboração da Política do Sector Postal, estando a ser negociados os
contratos de financiamento;
• A elaboração da Lei do Serviço Postal, estando em curso o processo de
discussão e apreciação das propostas da Lei Postal e legislação
complementar (Proposta de Regulamento de Licenciamento dos
Operadores Postais);
• A elaboração da proposta da Estratégia de Reestruturação da Empresa
Correios de Moçambique, e, Privatização das TDM;
No âmbito de reestruturação, a TDM adoptou o seu Plano Estratégico, foi
inciado o estudo para rever a estrutura e os processos de gestão e de trabalho
actuais, bem como os recursos humanos necessários para o seu
funcionamento;
• Concluída a expansão da cobertura da rede móvel celular ao longo do
Corredor da Beira, no troço que vai da Cidade da Beira à Vila de
Machipanda, bem como no Corredor do Limpopo, no troço que vai da
Cidade de Maputo à Cidade do Chokwé;
• Concluída a expansão da cobertura da rede móvel celular, nas províncias
de Maputo, Chibututuine, Michafutene e Boquisso; Gaza, Bilene, Chibuto
e Chókwe; Inhambane, Govuro, Inharrime, jangamo, Vilankulo e Zavala;
Sofala,Dondo, Cheringoma e Caia; Manica,Guro, Machaze,
Sussundenga, Manica e Bárué; Tete, Mágoe, Moatize, Mutarara e Songo;
Zambézia, Maganja da Costa, Inhassunge, Namacurra, Mocuba, Gurué e
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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Gilé; Nampula, Murrupula, Eráti, Nacala-Porto e Moma; e Cabo Delgado,
Mecúfi, Montepuez e Macomia;
• No âmbito da implementação do Programa da Rede Nacional das
Telecomunicações (RNT), sistema de rádio, via fibra óptica, cobrindo os
troços, Maputo/Xaixai/Chókwe; e Nampula/Nacala, foram assinados os
contratos de adjudicação;
o Instalado o sistema de comunicação via satélite (VSAT), nas províncias
de Gaza,Massingir; Inhambane, Nova Mambone; Manica, Catandica;
Sofala,Inhaminga e Caia; Tete, Zóbuè, Ulónguè e Mutarara; Zambézia,
Morrumbala, Milange e Alto Molócuè; Nampula, Moma e Ríbauè.
No Domínio da Aviação Civil
• Referente ao desenvolvimento de Aeroporto Internacional de Nacala, foi
feito o levantamento das condições existentes no terreno, com vista à
operção de aeronaves de grande porte;
• Relativo ao melhoramento das condições de segurança à navegação
aérea, foi feita a extensão da cobertura das comunicações em VHF, nos
Aeródromos de Songo, Lichinga e Inhambane;
o Formados em Maputo 20 controladores de tráfego Aéreo e
rectificado o manual Técnicas de Informação e Comunicações
Aeronáuticas(TICA);
o Aprovada a proposta relativa à prestação do Serviço de Controlo
de Aproximação, cuja implementação começa em 2006;
o Repostas as luzes de aproximação do Aeroporto de Maputo e
Aeródromo de Vilankulo;
• Está em processo a elaboração do Regulamento sobre o Licenciamento e
Certificação dos Aeroportos;
No Domínio do Transporte Marítimo, Fluvial e Lacustre
• Realizado levantamentos hidrográficos nos portos de Maputo, Beira,
Inhambane, Quelimane, Bazaruto e Mocímboa da Praia, Chinde e lago
Niassa;
• Concluídos os trabalhos de campo para a reedição do roteiro da Zona Sul
e assinado o Acordo com o Governo de Malawi para a disponibilização do
112
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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navio de sondagem, com vista à realização dos trabalhos do
levantamentos hidrográfico e produção de cartas náuticas do Lago
Niassa;
• Construída a torre do Farol Chinde na Zambézia;
• Reabilitado o Farol de Mafamede em Angoche,em Nampula, e, feita a
manutenção da rede de ajudas à navegação dos Portos de Nacala, Beira
e Maputo;
• Iniciado o estudo da circulação geral em Maputo e Sofala;
• Efectuada uma intervenção de emergência na Ponte Cais de Maxixe,
para a reabilitação de infraestrutura de acostagem que desabara nos
princípios de Maio;
• Actualização do estudo e desenho das construçoes, das travessias
Maputo/Catembe e Inhambane/Maxixe;
• Realizado um estudo e lançado o concurso para a aquisição de
embarcações para as travessias;
No Domínio dos transportes Rodoviários
Aprovado o Regulamento da Lei do Seguro Obrigatório;
• Realizada a revisão pontual do valor das multas e taxas estabelecidas no
Regulamento de Transporte em Automóveis (RTA);
• Aprovado o Regulamento dos Terminais de Transportes de Passageiros;
• Introduzidos no transporte semi-colectivos, elementos de identificação
dos veículos por rota;
• Financiada a aquisição de dez (10) camiões para o sector privado na
Província da Zambézia com vista a apoiar os camponeses na
comercialização de excedentes agrícolas;
• Adquiridos dez (10) autocarros, tendo sido alocados às Empresas TPM
e TPB 6 e 4 respectivamente;
• No que diz respeito a redefinição da política de assistência técnica ao
parque automóvel, esta em discussão a elaboração da legislação que
obrigue os importadores e agentes de marca no sentido de nas suas
operações de importações de veículos automóveis para efeito de venda,
contemplarem as respectivas peças sobressalentes;
• Esta em curso o processo de revitalização dos comités de transporte
rodoviário, como forma de consolidar o funcionamento dos sub-comités
de gestão de rotas e monitorar a correcta implementação dos acordos
bilaterais e multilaterais;
113
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
• Iniciada a revisão dos acordos bilaterais com a África do Sul;
• Concluída a discussão e harmonização dos textos para acordos bilaterais
com a Tanzânia e assinados acordos bilaterais com a Zâmbia em Lusaka;
No Domínio da Segurança Rodoviária
• Introduzido o sistema de controlo do álcool no sangue (TAS), aos
automobilistas de modo a melhorar as condições de segurança
rodoviária;
• Em curso serviços de consultoria para a produção e informatização da
carta de condução no âmbito da SADC;
No Domínio dos Portos e Caminhos de Ferro
• Prosseguimento das obras de reabilitação da Linha de Sena;
• Concessão do Porto de Nacala e a linha férrea e o Porto de Quelimane,
• Prosseguimento da mobilização de fundos para dragagem do Porto da
Beira;
No Domínio da Meteorologia
• Instalado em Maputo o receptor digital de imagens de satélite
meteorológico de 2ª geração, que substituí o receptor analógico;
• Adquirido um sistema automático de produção e disseminação de
previsões meteorológicas aos utilizadores;
• Esta em processo de implementação o projecto RANET (projecto que usa
internet e tecnologia de satélite para a comunicação), em Govuro,
Inhambane, e Pebane, Zambézia com vista a melhorar o sistema de
comunicação da informação meteorológica para as comunidades das
zonas rurais;
• Concluídas as instalações sinópticas automáticas de Zitundo e
Combomune nas Províncias de Maputo e Gaza respectivamente;
• Instalado e operacionalizado o radar meteorológico da Beira; e aquisição
do sistema automático de produção de previsões meteorológicas.
H. MEDIDAS DE APOIO AO EMPRESARIADO NACIONAL
114
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
O Programa Quinquenal do Governo aponta de forma clara a estratégia de
combate a pobreza absoluta, através do apoio ao desenvolvimento do sector
empresarial.
Assim, durante o período em análise foram desenvolvidas as seguintes acções:
Aprovação de 247 projectos de Pequena Indústria; e desembolso de
cerca de 7.702,8 milhões de contos e criação 574 postos de emprego;
No âmbito de apoio ao empresariado nacional dentre as acções
desenvolvidas pelo PoDE, Instituto de Desenvolvimento da Indústria Local
(IDIL), Fundo de Fomento a Pequena Indústria (FFPI) e FARE, destacam-
se as seguintes:
o Componente de aprendizagem técnica: realizadas no III trimestre
125 projectos contra os 119 do II trimestre e assinados contratos
através do Gabinete de Linkage que totalizaram pouco mais de 4
milhões de dólares superando a meta em 33.3%,
o Componente financeira: (i) desembolsados cerca de 351 mil
dólares a créditos aprovados, e (ii) aprovados outros créditos no
valor de 360 mil dólares americanos;
o componente social, destaque vai para:
Entrega ao Hospital Central de Nampula de um laboratório
completo para análises de água e alimentos, pelo Instituto
Nacional para o Desenvolvimento da Indústria Local;
Colocadas duas máquinas de 3.500 tons/ano uma em Cabo
Delgado para os pequenos produtores e outra atribuída à
associação dos produtores da Ilha de Moçambique, em
Nampula;
Importados 2.600 tons de iodo que estão sendo distribuídos
pelos produtores de todo o país, e
Realizados 2 cursos de formação sobre a produção de sal
de qualidade e gestão de pequenas negócios na província
de Zambézia, onde estiveram envolvidos 14 produtores de
sal sendo 2 de Sofala e os restantes da Zambézia, e em
Nampula com a participação de 32 produtores sendo 11 de
Cabo Delgado e 21 de Nampula.
Realizados 114 projectos contra 122 planificados e, mais de 27 mil
pessoas treinadas ao longo do período em análise;
115
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
Implementado o Programa de Facilidades de Crédito nas províncias de
Niassa, Nampula e Zambézia, pela associação Moçambicana para o
Desenvolvimento Rural (AMODER) e o Gabinete de Apoio aos Pequenos
Projectos de Investimentos (GAPI);
Construídas e ou reabilitadas cantinas rurais, das quais 8 na Zambézia,
2 em Niassa, Nampula e Gaza, e uma em Cabo Delgado, Sofala,
Inhambane, Maputo incluíndo a aquisição de mercadorias para o início de
actividade comercial;
Promoção da competitividade do frango nacional:
Desembolso de 900 milhões de Meticais para o financiamento de
actividades de produção e processamento de frango, na Cidade de
Maputo;
Instituída a obrigatoriedade de inspecção pré-embarque na importação de
frango congelado e resolvida a questão de subfacturação por parte de
alguns importadores de frango;
Redução do preço da ração em 30%, em consequência das medidas de
promoção e concertação de posições entre os intervenientes; e
Eliminação de cobrança de taxas e multas não regulamentadas.
Valorização da Produção Agrícola Nacional:
Criados mecanismos de ligação entre produtores agrícolas e
consumidores, com vista a promover o estabelecimento de parcerias e de
acordos para o fornecimento e consumo de produtos nacionais, com
grande impacto na criação de oportunidades de negócios, geração de
emprego e redução de preços ao consumidor;
Implementada a estratégia para o desenvolvimento de exportação de
produtos processados de madeira nacional, com vista a promoção da
indústria de madeira, e
Em curso a promoção do consumo de produtos nacionais.
116
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
No âmbito da remoção de barreiras administrativas e criação de um ambiente
favorável ao negócio, foram desenvolvidas as seguintes acções:
• Consolidação do diálogo permanente com o sector privado, em parceria
com a CTA, a realização de conferências regionais nas zonas Centro,
Norte e Sul para além de encontros regulares entre o Governo e o Sector
Privado;
• Abertos Balcões de Atendimento Único (BAU´s) em todas as províncias
com o objectivo de: (i) facilitar cada vez mais os utentes dos serviços
públicos através do atendimento aos utentes de serviços públicos num
único local, (ii) reduzir o tempo de tramitação de processos, (iii) redução
dos níveis de corrupção; e (iv) melhorar a qualidade de prestação de
serviços;
V.3. BOA GOVERNAÇÃO, LEGALIDADE E JUSTIÇA,
DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO
A boa governação é um dos componentes fundamentais do Programa do
Governo e um dos instrumentos fulcrais nos esforços inerentes ao combate a
pobreza absoluta. Especificamente, a descentralização e desconcentração,
reforma da Administração Pública para melhor responderem às necessidades
dos cidadãos, o reforço da capacidade e eficiência do sistema legal e judicial, o
melhoramento da segurança pública e o desenvolvimento dum programa
focalizado na redução da corrupção a todos os níveis, são os elementos
principais através dos quais esta componente é abordada.
A.REFORMA DO SECTOR PÚBLICO, DESCENTRALIZAÇÃO E
DESCONCENTRAÇÃO.
As actividades deste subcomponente se subdividem em três âmbitos principais,
nomeadamente: descentralização e desconcentração; racionalização de
estruturas e processo de prestação de serviços; e regulamentação do pacote
autárquico.
No geral e tendo em conta estes âmbitos, para o ano 2005 foram desenvolvidas
as seguintes actividades:
• Criação de 11 brigadas de divulgação da Lei 8/2003 e do respectivo
regulamento, tendo as mesmas procedido à capacitação de equipas
técnicas provinciais para monitorar a implementação da Lei e seu
regulamento;
117
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
• Elaboração da estrutura mínima (evolutiva) do Governo Distrital e o
diploma legal para sua aprovação que seguirá para o Conselho de
Ministros ainda no primeiro trimestre de 2006;
• Inicio da análise funcional e reestruturação dos Governos Provinciais;
• Nomeação e tomada de posse dos Secretários Permanentes Provinciais
e Distritais;
• Aprovação dos qualificadores das funções criadas no âmbito da Lei dos
Órgãos Locais do Estado (LOLE)
• Início do processo de Planificação da Reestruturação nos seguintes
ministérios: MIC, MEC, MF. MINAG e MAE. Importa salientar que em
relação a este ponto, já se nota em alguns destes ministérios à
concretização de acções com vista a sua adequação aos resultados da
Análise Funcional bem como às novas estruturas resultantes das Análises
Funcionais.
• Conclusão da análise funcional do MISAU e MICOA;
• Início da Análise Funcional nos Ministérios de Energia, Recursos
Minerais, Pescas, e, Juventude e Desportos;
• Aprovação dos Estatutos Orgânicos dos Ministérios da Educação e
Cultura; da Ciência e Tecnologia; dos Recursos Minerais; da Energia; da
Agricultura; das Finanças e da Planificação e Desenvolvimento.
Em relação ao início da implementação de unidades concentradas de serviços
públicos nas cidades de Maputo, Beira e Nampula:
Foi assinado o Contrato de arrendamento de instalações entre o
MAE e os Correios de Moçambique para a instalação do Balção
Único da Cidade de Maputo e em curso a elaboração do projecto
de reabilitação das mesmas;
Está em curso a constituição da Unidade de Gestão do Balção
Único da cidade de Maputo;
Foram realizadas visitas aos Balcões Únicos de Atendimento de
Maputo, Beira e Nampula para levantamento da realidade actual e
recolha de subsídios para o enriquecimento da Política Nacional
dos Balcões Únicos.
• Elaboração do projecto de Lei do Sistema de Previdência Social dos
Titulares dos órgãos das autarquias locais já submetido ao Conselho
Nacional da Função Pública;
• Elaboração do Projecto de Regulamento sobre a criação e funcionamento
da polícia municipal, já submetido ao Conselho de Ministros;
118
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
• Elaboração do Documento sobre a Política e estratégia de
desenvolvimento Autárquico em Moçambique também já submetido ao
Conselho de Ministros;
• Conclusão do endereçamento das Cidades de Maputo, Beira, Quelimane,
Nampula, Pemba e Matola, esta em curso o endereçamento na vila da
Manhiça;
• Conclusão da adequação do Projecto do Estatuto Geral dos Funcionários
do Estado (EGFE) para o formato de projecto de Lei e submetido ao
Conselho Nacional de Função Pública;
• Conclusão do relatório dos resultados do estudo sobre a Política Salarial
na Função Pública;
• Inicio do diagnóstico da situação actual para reconciliação das Bases de
Dados do MAE, MF e TA no âmbito do Sistema de Informação de Pessoal
(SIP). De referir que esta constitui a primeira fase do processo da
operacionalização do SIP em rede entre as três instituições já referidas;
• Elaboração da proposta do Projecto de Resolução para a criação das
Comissões de Avaliação de Documentos e submissão à aprovação ao
Conselho Nacional da Função Pública.
• Elaboração da proposta de Resolução do Código de Conduta dos
Titulares dos Cargos Governativos, Dirigentes Superiores do Estado e
funcionários que exercem funções de Direcção e Chefia;
• Conclusão da proposta da Carta da Função Pública Moçambicana.
B. JUSTIÇA
As actividades do sector da justiça estiveram repartidas nas seguintes
estratégias: Comunicação e Desenvolvimento Inter-institucional, Acesso à
Justiça, Formação, Reforma Legal, Infra-estruturas e Equipamento,
Documentação Jurídica, Modernização e informatização Recursos Humanos e
Estratégia de Controlo da Legalidade.
Neste âmbito, foram desenvolvidas as seguintes acções:
• Elevação da eficiência na provisão de serviços judiciais que resultaram no
seguinte:
o O número de processos findos passaram de 25079 em 2004 para 33901
em 2005;
o Incrementado para 23.877, o número de processos despachados pelo
Ministério Público, contra 12039 de 2004;
119
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
o Reduzido o número de reclusos aguardando julgamento ao atingir-se uma
média de 53% dos reclusos aguardando julgamento contra 57% que
constituía a meta;
• Criadas as secções comerciais nos Tribunais Judiciais através da
adopção do Decreto que cria as secções de competência especializada em
matéria comercial nos Tribunais Judiciais;
• Eleição de novos juizes que resultou na criação de novos Tribunais
Comunitários nas Províncias de Nampula (1), Manica (96), Inhambane (20),
Gaza (4) e Maputo;
• Aumentada a capacidade de resposta dos Serviços de Registos e
Notariado em 77% em relação ao período anterior, conforme se ilustra na
tabela seguinte:
Tabela S. Crescimento do acesso aos serviços de registos
TOTAIS TOTAIS VARIAÇÃO
DESCRIÇÃO ANO 2005 ANO (%)
2004
REGISTO CIVIL a) Nascimentos 521,615 370,833 40,64%
b) Óbitos 37,567 28,888 30,04%
c) Casamentos 4,672 3,418 36,69
REGISTO COMERCIAL a) S. Comerciais 1,631 1,115 46,28%
b) Matrc. em nome invid 603 420 43,57%
c) Associações 241 64 276,56%
REGISTO PREDIAL a) Propriedade(aquisição) 3,692 2,200 67,82%
b) Hipotecas 575 479 20,04%
REGISTO AUTOMÓVEL a) Propriedade(aquisição) 33,642 15,903 11,54%
b) Registo de 2ª via 2,580 2,942 -12.30%
REGISTOS CENTRAIS a) Partidos Políticos 3 10 -70.00%
b) Nacionalidade:b1:Aquisicao 183 130 40.77%
b2:Readqui 63 63 -44.25%
b3:Perda 63 56 12.50%
REGISTO CRIMINAL Emissão de Certificados 151,981 1,224 12316.75%
TOTAL 759,111 427,845 77.43%
• Reduzido o período da emissão de certificados de registo criminal de 30
para o prazo de 3 dias, relativamente à data de recepção dos pedidos na
Repartição Central do Registo Criminal;
• Registadas 59 Confissões Religiosas e 14 Organizações afins, elevando-
se para 703 o número de Confissões Religiosas inscritas e para 144 de
Organizações afins;
120
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
• Divulgados os dispositivos legais sobre o casamento tradicional e
religioso respectivamente, no âmbito da entrada em vigor do novo Código
de Registo Civil, em 8 províncias;
• Realizado o seminário sobre Processo Civil, Insolvência e Recuperação
de Empresas, com participação de delegados dos Países de Língua
Oficial Portuguesa no qual participaram advogados, juizes e técnicos
nessa matéria;
• Institucionalizado o Conselho de Coordenação da Legalidade e Justiça
através do Decreto Presidencial n. º25/2005, de 27 de Abril;
• Reactivadas as Comissões Provinciais de Controlo da Legalidade;
• Retomado o processo de formulação da Visão e consequente
reformulação do Plano Estratégico Integrado, no contexto da definição de
uma estratégia de desenvolvimento integrado do Sector da Justiça;
• Iniciado o processo da concepção e estabelecimento de um Sistema
Harmonizado de Monitoria e Avaliação
• Formação de:
o 40 Magistrados Judiciais e do Ministério Público;
o 60 oficiais de Justiça;
o 82 Magistrados participantes em vários cursos de capacitação nas
áreas do Direito Penal, Direito de Terra, Direito de Consumo e sobre
a técnica de mediação e resolução de conflitos;
o 50 técnicos do Tribunal Administrativo, designadamente auditores
(Contadores Verificadores Superiores e Técnicos);
o 64 técnicos sobre o SISTAFE;
• No âmbito de recrutamento e promoção de pessoal:
o Nomeação de 14 Magistrados Judiciais e 23 magistrados do
Ministério Público;
o Nomeação do Inspector-geral e Inspector-geral adjunto da
Inspecção do Ministério Público;
o Nomeação de 167 funcionários para o aparelho judicial;
o Iniciado os procedimentos para a nomeação de 302 funcionários,
dentre os quais 13 juristas que, no âmbito da reforma do judiciário,
irão exercer as funções de administradores judiciais;
o Formação e nomeação de 450 guardas prisionais;
o Iníciado os procedimentos para a nomeação de 30 juristas para o
Ministério da Justiça.
• Formulada a Lei que regula o funcionamento do Conselho de Estado;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
• Submetida à apreciação da Assembleia da República a proposta de Lei
que regula o estatuto, procedimentos e organização do Provedor da
Justiça;
• Submetida à Assembleia da República, a proposta da reforma da Lei
Orgânica dos Tribunais Judiciais que integra um pacote mais vasto de
novos projectos legislativos ou de revisão de diplomas já existentes,
relacionados com o tema da administração da justiça e visando criar
mecanismos para tornar a justiça mais próxima dos cidadãos, mais
acessível, mas também mais eficiente e transparente;
• Concluído o Projecto de Lei Orgânica do Ministério Público e do Estatuto
dos Magistrados do Ministério Público;
• Formulado o Projecto de Lei Orgânica dos Tribunais Comunitários;
• Aprovado o Código de Processo Civil, através do Decreto-Lei de
27.12.05, que simplifica os procedimentos, dita uma marcha de processo
desburocratizada e simplificada, de forma a que os procedimentos
cautelares respondam ao seu carácter urgente e confira efectividade às
mesmas;
• Aprovado o novo Código Comercial orientado para estimular o
desenvolvimento e a expansão do sector empresarial, um dos vectores
essenciais no desenvolvimento da economia nacional e na criação de
postos de emprego;
• Elaborado o Projecto de Reforma do Código de Registo Comercial
visando a simplificação dos procedimentos do Registo;
• Elaborado o projecto de Decreto-lei do Código do Notariado, que adopta
formalismos mais flexíveis para a realização de certos actos e celebração
de certos contratos;
• Formulado o projecto de emendas pontuais ao Código Civil e Lei do
Inquilinato;
• Formulado o projecto de lei de Liberdade Religiosa;
• Aprovado o Decreto sobre a regulamentação da Lei de Combate à
Corrupção que regulamenta a Lei nº 6/2004, de 17 de Junho, criando as
condições para a entrada em funcionamento do Gabinete Central de
Combate a Corrupção e para a criação dos Gabinetes Regionais em
Maputo, Beira e Nampula;
• Aprovado o Decreto sobre o Quadro do Conselho Superior da
Magistratura Judicial;
• Revisto o quadro de pessoal do Tribunal Administrativo;
• Elaborado o Plano Trienal da Reforma prisional que inclui:
122
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
o Diploma que cria os Serviços de Administração Prisional, a
definição de mecanismos de transição do pessoal prisional do
Ministério do Interior para o Ministério da Justiça;
o Inventário classificado do património do Sistema Prisional;
o As infraestruturas prisionais e edificação de novas, a Lei da
organização prisional e a reforma da legislação atinente a
execução das penas;
• Continuada a reabilitação das Penitenciárias Agrícolas de Mabalane,
Penitenciária de Manica e da Penitenciária Industrial de Nampula, e está
na fase conclusiva a construção do Centro Prisional de Matutuíne, numa
acção que permitirá a expansão em 1.500 a capacidade instalada;
• Construída a Conservatória do Registo Civil de Manica;
• Realizadas as obras de Construção da Conservatória do Registo Civil de
Metangula, estando na fase de conclusão;
• Reabilitados os edifícios do 3º e 4º Cartórios Notariais em Maputo e do
Ministério da Justiça.
• Construido o novo edifício do Tribunal Judicial do Distrito da Moamba.
• Desenvolvido um Software para dar maior celeridade no envio electrónico
das impressões digitais, processo cuja implementação iniciará no primeiro
trimestre de 2006, em todas as províncias, à excepção de Inhambane e
Gaza, por razões técnicas;
• Iniciado o processo de estabelecimento de um sistema de gestão e
monitoria integrada;
• Iniciada a implementação e informatização dos serviços de registos e
notariado, com o objectivo de eliminar a duplicação de registo de firmas
na área do Registo Comercial, criação de base de dados que permita
melhor segurança na identificação dos cidadãos e maior celeridade na
oferta de serviços ao público;
• Iniciado o processo de informatização dos Serviços do Tribunal
Administrativo, nomeadamente, o edifício Sede, o da Conta Geral do
Estado e o da área da verificação interna de Contas e Auditoria
Financeira;
• Informatizada a base de dados para a gestão processual, pessoal e
entidades, para a área do Visto e Contas;
• Entrada em funcionamento do Gabinete Central e de três gabinetes
regionais de Combate à Corrupção;
• Revitalizadas as Comissões Provinciais do Controlo da Legalidade;
• Instalados os Serviços de Inspecção do Ministério Público;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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• Emitido o Relatório e Parecer sobre a Conta Geral do Estado de 2004;
• Apreciadas as contas públicas e dos processos de visto;
• Realizadas auditorias.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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C. CONTROLO DA LEGALIDADE
Para o ano 2005, o plano de actividades contemplava as seguintes actividades:
O reforçar e a garantia da protecção e segurança de pessoas; a expansão do
programa de policiamento comunitário, a elaboração da política e estratégia de
segurança interna; a construção e reabilitação de infra-estruturas e a introdução
o passaporte biometrico.
Neste âmbito, a PRM intensificou acções de patrulhamento e de educação cívica
em todas cidades e vilas, localidades e bairros, através das Polícias Populares e
de Trânsito.
• Foram criados, pelos comandos provinciais, 366 novos conselhos de
policiamento comunitário totalizando 1255 fóruns contra 889 registados
no final do ano 2004.
• Foram realizadas 3845 campanhas de educação cívica aos utentes da vía
pública, bem como automobilistas peões e ciclistas através de reuniões
nas escolas, empresas, bairros e outros locais de aglomeração
populacional, com vista à redução de índices de mortalidade por
acidentes de viação7.
• Em curso a construção de Direcção de Identificação Civil de Inhambane e
Comandos Distritais de Muembe, Meluco e Nicoadala. Em fase de
preparação para o inicio das obras se encontram o Comando de
Bombeiros de Tete, Comando Distrital de Mossuril e Direcções de
Identificação de Cabo Delgado e Sofala; serviços provinciais de Migração
de Tete e Comando Distrital de Chigubo.
• Concluida a reabilitação da Escola Prática da Polícia de Matalane e em
fase de conclusão a reabilitação da Cadeia Civil de Maputo.
• Em preparação a reparação do Comando da Polícia de Investigação
Criminal de Maputo, laboratório da Polícia de Investigação Criminal de
Nampula e a Cadeia de Máxima Segurança (BO).
• Contactos com empresas especializadas, no âmbito da introdução do
passaporte biométrico.
7
Os indicadores referents ao ano de 2005 sao ainda estimativas, uma vez que entre Janeiro e Marco de
2006 os dados poderao ser actualizados.
125
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
V.4. RELAÇÕES EXTERNAS E DEFESA
Para o conjunto dos paises africanos, 2005 foi considerado como o ano de
grandes oportunidades onde foi reafirmada a vontade da comunidade
internacional de redobrar seus esforços para a redução, pela metade, da
pobreza no mundo até 2015, com particular ênfase para a África Sub-Sahariana.
Neste contexto, foi anunciado o cancelamento da dívida externa de 14 Países
Pobres, incluindo Moçambique, e existe um interesse cada vez maior de os
países desenvolvidos duplicarem, até 2010, a sua assistência para os países em
desenvolvimento para um valor de cerca de USD 50 biliões, sendo a metade
daquele montante destinado a África, o que evidencia a cooperação
internacional para o combate a pobreza.
No âmbito do reforço da cooperação bilateral o destaque vai para a realização
das seguintes acções:
• Visitas oficiais e de trabalho efectuadas pelo Chefe de Estado às
Repúblicas de Angola, África do Sul, Botswana, Zimbabwe, Zambia,
Malawi, Tanzania e ao Reino da Swazilândia, que reforçaram as relações
de amizade e cooperação entre Moçambique e esses países da SADC e
culminaram com:
o A assinatura de Acordos de Supressão de Vistos com todos os
países limítrofes com excepção do Zimbabwe. Estes acordos
visam a facilitação da circulação de pessoas no contexto do
Protocolo sobre a Facilitação da Circulação de Pessoas na Região
da SADC;
o A assinatura do contracto e o lançamento da 1ª pedra para a
construção da Ponte de Unidade sobre o Rio Rovuma;
• Visita do Chefe de Estado a Portugal que culminou com a assinatura do
Memorando de Entendimento referente a passagem da Hidroeléctrica de
Cabora Bassa em 85% do capital para Moçambique e os 15 %
remanescentes para Portugal;
• Realização de Sessões de Comissões Mistas de Cooperação com as
Repúblicas de Angola, África do Sul, Brasil, Cuba, Zâmbia, Reinos da
Espanha e Swazilândia;
• Mobilização de apoios ao Orçamento do Estado que resultou no aumento
de parceiros de 15 para 17;
• Financiamento a projectos de impacto imediato às populações, como são
os casos de reabilitação de escolas, centros de saúde, entre outros;
No contexto das Relações Multilaterais, o destaque vai para a participação de
Moçambique em vários fora regionais e internacionais:
126
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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• Participação em fora internacionais no âmbito das reformas do Conselho
de Segurança das Nações Unidas;
• Mobilização de fundos para a aplicação em projectos seleccionados;
• Participação em cimeiras da SADC, União Africana, Nações Unidas, G-
77+China e NEPAD;
• Negociações com vista ao perdão da dívida externa e mobilização dos
recursos sustentáveis à redução da pobreza absoluta no País.
Com o objectivo de assegurar a promoção e aplicação do Direito Internacional
sobre as Convenções e Tratados nas quais Moçambique é parte integrante e
membro de pleno direito, o país participou em vários fora internacionais, a
destacar:
o Congresso das Nações Unidas sobre Prevenção do Crime e
Justiça Criminal;
o 7ª Cimeira Internacional sobre o Crime Transnacional;
o Seminário Regional sobre o Direito Internacional Humanitário;
o Forum Global de Combate à Corrupção;
o 67ª Sessão da Comité para a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação Racial;
o Reunião da Comissão Africana dos Direitos do Homem e dos
Povos.
Destaca-se ainda em 2005:
• A assinatura do Protocolo sobre a Facilitação da Circulação de Pessoas
na Região da SADC e nomeação de moçambicanos para o executivo da
SADC;
• A decisão dos parceiros de desenvolvimento reforçarem a cooperação
com NEPAD através da oferta de um apoio coerente aos programas
definidos pelos líderes africanos, e da mobilização de recursos financeiros
domésticos e externos;
• A determinação de assegurar a realização plena e no prazo estabelecido
dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), e, de galvanizar os
esforços com vista à erradicação da pobreza.
No âmbito de assistência às comunidades moçambicanas na diáspora foram
realizadas as seguintes acções:
• Visitas de trabalho e contacto com as Comunidades na África do Sul,
Swazilândia, Zimbabwe, Zâmbia, Malawi e Portugal, com o objectivo de
acompanhar as actividades das Associações de moçambicanos na
127
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
Diáspora, apoiar e aconselhar para o seu melhor funcionamento,
igualmente trabalhou-se com as autoridades dos países acolhedores de
grande concentração de moçambicanos emigrantes com vista a encontrar
entendimentos nos processos de repatriamento de cidadãos nacionais em
situação ilegal;
• Criação de um Programa radiofónico do Emigrante denominado
“Moçambicanos na Diáspora”, em Português na Emissora Nacional-Rádio
Moçambique, visando moçambicanos emigrantes particularmente nos
países vizinhos na transmissão de informações relevantes da vida política
económica e social do País.
• Apoio ás Associações de emigrantes e início do processo do seu
reconhecimento (legalização) junto das autoridades dos países de
acolhimento;
• Assistência consular às Associações e emigrantes.
No âmbito da operacionalização da estratégia da política externa, o Governo
desencadeou um conjunto de acções orientadas para a promoção e defesa dos
interesses de Moçambique nos organismos internacionais e nas regiões
geopolíticas do mundo, nomeadamente, (i) Ásia e Oceânia, (ii) África e Médio
Oriente, (iii) Europa e (iv) Américas. Das acções desencadeadas pelo Governo,
neste âmbito, resultaram, entre outros, no:
• Reforço das relações de amizade e de cooperação junto de parceiros
internacionais estatais e não estatais;
• Disseminação de informação sobre oportunidades e clima de
investimentos em Moçambique;
• Negociações para o perdão da dívida externa;
• Mobilização de recursos e meios para acções de desenvolvimento e
combate à pobreza absoluta;
• A promoção da imagem de Moçambique nos planos regional e
internacional;
• Desenvolvimento de acções de Prevenção e Gestão de Conflitos, de
Manutenção e Consolidação da Paz e Segurança Regionais;
• Promoção da candidatura de Moçambique para o acolhimento do CAN
2010;
• Promoção de quadros moçambicanos para a sua integração em
Organizações regionais e Internacionais;
• Promoção da Agenda Nacional no sistema das Nações Unidas.
128
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
Tendo em conta a celebração de acordos de supressão de vistos com a maior
parte dos países da região austral da África, e tendo em conta a racionalização
das missões diplomáticas e consulares, o Governo iniciou igualmente uma
acção de racionalização das missões diplomáticas e consulares, com vista a
uma melhor utilização dos recursos disponíveis e das oportunidades de
cooperação, de acordo com as prioridades actuais da política externa.
No âmbito das acções realizadas para o prosseguimento das negociações sobre
a delimitação da fronteira marítima e reafirmação das fronteiras continentais com
os países vizinhos, destacam-se:
• Levantamentos para o apuramento da situação da fronteira entre
Moçambique e África do Sul, no distrito de Matutuine;
• Pesquisas e recolha de informação sobre o ponto de situação da
Fronteira Continental nas Províncias de Tete8, Manica9 e de Gaza10, para
a reafirmação das Fronteiras Continentais da República de Moçambique
com a República da África do Sul, República do Zimbabwe, da Zâmbia e
do Malawi.
No âmbito da Defesa foram realizadas as seguintes actividades:
• Reabertura do Centro de Instrução Básica Militar de Montepuez, o
segundo no país;
• Participação em missões de manutenção da paz tanto sob a égide da
União Africana como das Nações Unidas na República Democrática do
Congo, Burundi e Sudão;
• Enviados para diferentes paises 10 militares entre Oficiais e
Observadores, para formação em matéria de Manutenção da Paz;
• Reforçada a cooperação internacional na área militar, sobretudo com a
China, Estados Unidos da America, Portugal, Reino Unido e com os
paises membros da SADC e CPLP, o que resultou entre outros aspectos
no seguinte:
o Formação de um batalhão das Forças Armadas de Defesa de
Moçambique para missões de apoio à paz;
8
“Marco Tripartido” que serve de Fronteira entre Moçambique-Zâmbia- Malawi; Posto fronteiriço de
Namilamba; Posto de Travessia de Colomue; Posto fronteiriço de Cuchamano; Marcos que se situam ao
longo dos troços fronteiriços.
9
Posto fronteiriço de Machipanda; Posto fronteiriço de Masvissanga; Posto fronteiriço
de Espungabera; Posição de Guarda Fronteira de Mudododo (Penhalonga);Posição de
Guarda fronteira de Zónue.
10
Povoação fronteiriça de Chale; Povoação fronteiriça de Dumela; Posto fronteiriço de Pafuri; Povoação
Fronteiriça de Mabuzana.
129
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
o Implantação de dois Gabinetes de Aconselhamento e Testagem
Voluntária (GATV), nas cidades da Beira e Nampula e de um
Hospital-Dia no Hospital Militar do Maputo;
o Reabilitação das infra-estruturas da Academia Militar Marechal
Samora Machel;
o Participação nas actividades conducentes à criação da Brigada
regional da SADC no quadro da criação da Força Africana em
Estado de Alerta, na Missão de Observadores da SADC para as
eleições gerais na República Unida da Tanzania, na 26ª Sessão
ordinária anual do Comité Inter-Estatal de Defesa e Segurança e
na 7ª Reunião do Comité Ministerial do Órgão da SADC para
Questões Políticas, de Defesa e Segurança;
o Realização da VIII Reunião dos Ministros da Defesa dos Países da
CPLP, em Maputo;
• Reabilitação, apetrechamento e entrada em funcionamento da Academia
Militar em Nampula;
• Participação em missões humanitárias com destaque para o apoio às
populações na travessia do rio Zambeze, Caia-Chimuara e nas acções de
desminagem nos distritos de Chókwe e de Matutuíne, nas Províncias de
Gaza e Maputo;
• Incorporação de 1.200 jovens para as fileiras das FADM. Para além
destes foram também incorporados mais 2.155 jovens. De referir que dos
1.896 jovens incorporados no ano 2003 1.225 passaram à
disponibilidade;
• Foram convocados às Provas de Classificação e Selecção (PCS’s)
15.110 mancebos dos quais 3.020 do sexo feminino e 12.090 do sexo
masculino. Do contingente convocado, fizeram-se presentes 6.302
mancebos de ambos sexos e 8.808 estão na condição de compelidos;
Das acções complementares, importa destacar o seguinte:
• Formação de 76 educadores de pares nas Unidades Militares bem como
de 33 Técnicos de Saúde de todas Unidades Militares das zonas Norte,
Centro e Sul em matéria do Pacote Clínico (diagnóstico e tratamento das
DTS);
• Formação de 20 Conselheiros Militares para os Gabinetes de
Aconselhamento e Testagem Voluntária bem como de 3 Médicos em
matéria do Tratamento com Anti-retrovirais e seguimento dos doentes
padecendo do SIDA;
• Pulverização do Centro de Instrução Básica Militar da Manhiça, Hospital
Militar de Maputo e do Quartel de Boane; e
130
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
• Realização de acções no tocante a promoção das actividades de logística
de produção em Gaza,Projecto Agro-Pecuário de Chókwè; Tete, Projecto
Agro-Pecuário de Tete; Niassa, Projecto Agro-Florestal de Unango, e,
Zambézia,Projecto Agro-Pecuário de Mopeia.
VI. POLÍTICA ORÇAMENTAL
A execução do Orçamento de Estado no ano de 2005, iniciou com a recondução
do Orçamento de 2004. A política orçamental continuou a orientar-se para o
alcance dos objectivos estabelecidos no Plano de Acção para a Redução da
Pobreza Absoluta, manutenção de um desenvolvimento económico e social
sustentável e aumento da disponibilidade e utilização cada vez mais racional dos
recursos públicos, com vista a permitir uma melhoria do ambiente económico e
maior competitividade da nossa economia com o exterior.
No âmbito das reformas do sector público e da descentralização administrativa e
financeira do Estado, destacam-se como medidas de política relevantes, a
implementação do e-SISTAFE no Ministério das Finanças, da Educação e
Cultura, e, da Planificação e Desenvolvimento, bem como a adopção de novas
medidas para a racionalização das despesas públicas, a aprovação, do novo
Regulamento de Empreitadas de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e
Prestação de Serviços ao Estado, e que visa a implementação de um sistema
moderno de procurement de acordo com as melhores práticas internacionais.
No âmbito da cooperação bilateral e multilateral, estreitou-se o estabelecimento
de parcerias de desenvolvimento eficaz, baseada no empenho, confiança e
respeito mútuos com os diferentes parceiros do Governo. Estas relações
consubstanciaram-se fundamentalmente no comprimento das contribuições
financeiras dos parceiros ao Orçamento do Estado com vista à implementação
de políticas macro-económicas e sociais nas diversas esferas de
desenvolvimento em Moçambique.
A execução do Orçamento do Estado em 2005, de Janeiro até Maio, decorreu
sob a forma de recondução orçamental.
O Orçamento do Estado para 2005, previa a cobrança de 22.226,0 mdc de
receita do Estado, sendo 21.544,0 mdc de receitas correntes e 682,0 mdc de
receitas de capital. Por outro lado, foram fixadas despesas, excluindo operações
financeiras, num montante global de 41.605,0 mdc, das quais 22.604,0 mdc
correntes e 19.001,0 mdc de investimento. Os empréstimos líquidos foram
fixados em 5.178,0 mdc.
Em termos de execução, os dados apresentados no presente balanço são ainda
provisórios.
131
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
Lei LEI Realizado Taxa de cres
ORÇAMENTO DO ESTADO - 10^9 MT 2004 2005 2005 Realização 2004/05
DESPESA: 33,739 46,783 37,485 80.1% 11.1
Despesa Corrente 19,270 22,604 21,682 95.9% 12.5
Despesa de Investimento 14,332 19,001 13,802 72.6% -3.7
Empréstimos a Empresas (líquido) 137 5,178 2,001 38.6% 1360.5
FINANCIAMENTO: 33,739 46,783 37,485 80.1% 11.1
Receita 17,811 22,226 21,618 97.3% 21.4
Donativos 10,948 11,804 11,194 94.8% 2.2
Transf. BM HIPC 329 398 358 89.9% 8.8
Crédito Externo 4,987 8,692 5,214 60.0% 4.6
Crédito Interno Líquido -336 3,663 -899 -24.5% 167.4
A execução das receitas do Estado situou-se em 21.618.0 mdc correspondente
a 97,3% do valor programado na Lei Orçamental. Comparativamente ao
exercício de 2004, esta cobrança representa um crescimento de 11,1%. Deste
valor 17.385,0 são referentes às receitas fiscais, sendo de destacar para esta
categoria de receitas, os impostos sobre o comércio externo onde se alcançou
uma realização de 102,6%.
Nas receitas fiscais, o incumprimento deveu-se fundamentalmente ao facto de:
• Algumas das empresas terem declarado prejuízos;
• A proliferação do mercado informal que em grande medida diminui as
vendas do sector formal;
• A crescente manobra de vendas sem a respectiva emissão de facturas
por parte da maioria dos contribuintes no Mercado;
• Algumas das grandes empresas têm vindo, sistematicamente, a reportar
crédito devido à investimentos e grandes aquisições realizados no
exercício em análise, tendo o IVA suportado ultrapassado o liquidado;
Destaca-se também a Taxa sobre os Combustíveis cujo plano estava fixado em
1.982,9 mdc. Foram cobrados 1.805,7 mdc, o correspondente a 91,1%, devido,
de entre outras razões, a não actualização regular das taxas sobre os
combustíveis, com o objetivo de minimizar o impacto da subida dos preços no
mercado interno, em resultado da subida galopante dos preços no mercado
internacional. Contudo, comparativamente a 2004, a cobrança da Taxa sobre os
Combustíveis registou um aumento de 8,9% em termos nominais.
132
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
Lei LEI Realizado Taxa de cres
Receita do Estado - 10^9 MT 2004 2005 2005 Realização 2004/05
RECEITAS CORRENTES 17,753 21,544 20,494 95.1% 15.4
#DIV/0!
RECEITAS FISCAIS 16,692 18,409 17,385 94.4% 4.1
Impostos sobre o Rendimento 3,860 4,694 4,431 94.4% 14.8
Impostos sobre Bens e Serviços 8,242 9,520 9,068 95.3% 10.0
Impostos sobre o Comércio Externo 2,421 2,765 2,816 101.9% 16.3
Outros Impostos 2,169 1,430 1,070 74.8% -50.7
RECEITAS NAO FISCAIS 787 1,388 859 61.9% 9.2
RECEITAS CONSIGNADAS 274 1,747 1,543 88.3% 463.0
RECEITAS PROPRIAS 707
RECEITAS DE CAPITAL 58 682 1,124 164.8% 1837.4
#DIV/0!
TOTAL 17,811 22,226 21,618 97.3% 21.4
A execução das Despesas Correntes incluindo os encargos da dívida atingiu
21.682,0 mdc. Esta execução enquadra-se nos limites das despesas correntes
fixadas pela lei orçamental em 22.604,0 mdc.
Lei LEI Realizado Taxa de cres
Despesa Corrente - 10^9 MT 2004 2005 2005 Realização 2004/05
Despesas com Pessoal 9,165 11,045 10,947 99.1% 19.4
Bens e Serviços 4,193 5,308 4,853 91.4% 15.7
Encargos da Dívida 1,228 1,284 1,314 102.4% 7.0
Transferências Correntes 3,611 4,003 3,700 92.4% 2.5
Subsídios 193 222 222 100.1% 15.0
Outras Despesas Correntes 692 603 510 84.5% -26.3
Exercicios Findos 120 0
Despesas de Capital 68 140 136 97.4% 100.0
TOTAL 19,270 22,604 21,682 95.9% 12.5
TOTAL EXCL. ENC. DA DÍVIDA 18,042 21,321 20,368 95.5% 12.9
As despesas de investimento situaram-se em 13.802,0 mdc, sendo 4.934,0 mdc
para a componente interna e 8.868, mdc para a componente externa,
correspondendo em 72,6% do valor Total previsto pela Lei Orçamental. Por
outro lado, esta cifra representa um decréscimo nominal na ordem dos 3,7%
relativamente ao ano anterior. De notar, que este é o segundo ano consecutivo
em que a realização desta componente vem ficando aquém das previsões.Em
2004 a taxa de realização foi de aproximadamente de 90%.
O baixo nível de realização foi influenciado, fundamentalmente, pela aprovação
tardia do Orçamento do Estado.
Lei LEI Realizado Taxa de cres
Despesa de Investimento - 10^9 MT 2004 2005 2005 Realização 2004/05
Financiamento Interno 4,126 5,763 4,934 85.6% 19.6
#DIV/0!
Financiamento Externo 10,206 13,239 8,868 67.0% -13.1
Donativos 7,576
Créditos 5,662
TOTAL (Ano Civil) 14,332 19,001 13,802 72.6% -3.7
133
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
QUADRO ORÇAMENTAL GLOBAL
O programa orçamental para 2005 aprovou a arrecadação de um volume de
receitas na ordem dos 22.226 mdc e um volume de despesa total incluindo os
empréstimos líquidos de 46.783,0 mdc, sendo que cerca de 45% da despesa
total seria financiada por recursos externos.
A taxa de execução das receitas totais situou-se em 97,3%, o que traduz um
crescimento nominal em relação a 2004 de 21,4%.
Lei LEI Taxa de cres
Quadro Orçamental - 10^9 MT 2004 2005 2005 Realização 2004/05
RECEITA 17,811 22,226 21,618 97.3% 21.4
DESPESA CORRENTE 19,270 22,604 21,682 95.9% 12.5
DESPESA DE INVESTIMENTO 14,332 19,001 13,802 72.6% -3.7
EMPRÉSTIMOS LIQUIDOS 137 5,178 2,001 38.6% 1360.5
DESPESA TOTAL 33,602 41,605 35,484 85.3% 5.6
DESPESA TOTAL E EMPRESTIMOS LIQUIDOS 33,739 46,783 37,485 80.1% 11.1
#DIV/0!
SALDO CORRENTE -1,459 -378 -65 17.0% -95.6
#DIV/0!
DÉFICE GLOBAL ANTES DE DONATIVOS -15,928 -24,557 -15,867 64.6% -0.4
#DIV/0!
DONATIVOS 10,948 11,804 11,194 94.8% #DIV/0!2.2
DÉFICE GLOBAL APÓS DONATIVOS -4,980 -12,753 -4,673 36.6% -6.2
TRANSFERÊNCIA DO BM A HIPC 329 398 358 89.9% 8.8
CRÉDITOS 4,987 8,692 5,214 60.0% 4.6
Desembolsos 5,745 7,803 5,948 76.2% 3.5
Amortizações -758 -889 -734 82.6% -3.2
CRÉDITO INTERNO LÍQUIDO -336 3,663 -899 -24.5% 167.4
No que se refere a absorção interna, registou-se um nível de execução da
despesa na ordem de 96.0% tendo a taxa de execução da despesa de
investimento se situado em 72.6%, o que representa um decréscimo em termos
nominais na ordem dos 3,7% face ao ano anterior.
EXECUÇÃO DA DESPESA NOS SECTORES PRIORITÁRIOS DO PARPA
Em 2005, foram aprovados 26.814 mdc para as áreas prioritárias do PARPA,
dos quais 68,9% destinados às instituições de âmbito central e 31,1% às
instituições de âmbito provincial.
Em termos globais, em 2005, a taxa de execução da despesa programada de
Janeiro à Setembro situou-se em 15.006 mdc, sendo os sectores da Educação,
Infra-estruturas, Saúde, Segurança e Ordem Públicas os maiores responsáveis
por esta execução, respectivamente com 40,7%, 24,1%, 20,6% e 15,2%, como
se pode observar no quadro a seguir.
134
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
Quadro 1:Despesa nas Áreas Prioritárias do PARPA (milhões de contos)
2004 2005
Em M ilhoes de Contos RE Lei Real. Jan-Set
DESPESA TO TAL 29,208.0 46,783.4 14,161.0
Juros da Dívida Pública 1,228.0 1,283.7 1,004.0
DESPESA TO TAL EXCLUINDO JURO S DA DÍVIDA 27,980.0 45,499.7 13,157.0
TO TAL DA DESPESA NO S SECTO RES PRIO RITÁRIO S 17,601.0 26,814.0 15,006.0
Em percentagem do PIB 14.0 17.5 9.8
Em percentagem da despesa total 60.3 57.3 106.0
Em percentagem da despesa total excluindo juros da dívida pública 62.9 58.9 114.1
EDUCAÇÃO 6,092.0 7,639.0 5,360.0
ENSINO G ERAL 5,203.0 6,447.0 4,768.0
ENSINO SUPERIO R 889.0 1,192.0 592.0
SAÚDE 3,205.0 5,110.0 2,704.0
HIV/SIDA 116.0 268.0 157.0
INFRASTRUTURAS 3,224.0 7,534.0 3,176.0
ESTRADAS 2,574.0 5,703.0 1,978.0
ÁG UAS E O BRAS PÚBLICAS 650.0 1,831.0 1,198.0
AG RICULTURA E DESENVO LVIM ENTO RURAL 1,249.0 1,791.0 1,084.0
G O VERNAÇÃO , SEG URANÇA E SISTEM A JUDICIAL 2,742.0 3,579.0 2,002.0
SEG URANÇA E O RDEM PÚBLICA 1,640.0 1,785.0 1,224.0
1
G O VERNAÇÃO 426.0 739.0 236.0
SISTEM A JUDICIAL 676.0 1,055.0 542.0
O UTRO S SECTO RES PRIO RITÁRIO S 973.0 893.0 523.0
2
ACÇÃO SO CIAL 183.0 258.0 135.0
TRABALHO E EM PREG O 118.0 133.0 82.0
RECURSO S M INERAIS E ENERG IA 672.0 502.0 306.0
TO TAL DA DESPESA NO S SECTO RES PRIO RITÁRIO S
EM % DO TO TAL DA DESPESA (excl. Juros da Dívida)
EDUCAÇÃO 21.8 16.8 40.7
ENSINO G ERAL 18.6 14.2 36.2
ENSINO SUPERIO R 3.2 2.6 4.5
SAÚDE 11.5 11.2 20.6
HIV/SIDA 0.4 0.6 1.2
INFRASTRUTURAS 11.5 16.6 24.1
ESTRADAS 9.2 12.5 15.0
ÁG UAS E O BRAS PÚBLICAS 2.3 4.0 9.1
AG RICULTURA E DESENVO LVIM ENTO RURAL 4.5 3.9 8.2
G O VERNAÇÃO , SEG URANÇA E SISTEM A JUDICIAL 9.8 7.9 15.2
SEG URANÇA E O RDEM PÚBLICA 5.9 3.9 9.3
G O VERNAÇÃO 1.5 1.6 1.8
SISTEM A JUDICIAL 2.4 2.3 4.1
O UTRO S SECTO RES PRIO RITÁRIO S 3.5 2.0 4.0
ACÇÃO SO CIAL 0.7 0.6 1.0
TRABALHO E EM PREG O 0.4 0.3 0.6
RECURSO S M INERAIS E ENERG IA 2.4 1.1 2.3
No quadro da implementação da Lei dos Órgãos Locais do Estado, no
Orçamento do Estado, as componentes orçamentais vão gradualmente sendo
desconcentradas para os órgãos locais do Estado, em particular para os distritos
como pôlos de desenvolvimento do País. Em 2005, o Governo iniciou este
processo através da descentralização para o Distrito da componente despesas
de funcionamento.
Por outro lado, no exercício de 2005, o Orçamento do Estado foi elaborado e
executado em ambiente do e-SISTAFE, e com base em procedimentos do novo
Sistema de Administração Financeira.
135
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
A par destes desenvolvimentos, a recondução do Orçamento do Estado de 2004
até Maio de 2005 trouxe maiores desafios na gestão do Orçamento do Estado
para 2005, destacando-se os seguintes:
• Regularização da execução orçamental feita no 1º. Semestre com base
no sistema anterior e posteriormente integrado no ambiente do e-
SISTAFE;
• Formação dos funcionários utilizadores do novo sistema de gestão
orçamental, ao nível central e provincial;
• Criação e divulgação de novos procedimentos de gestão orçamental,
compatíveis com o novo sistema.
Não se tratou apenas de experimentar novas regras e procedimentos de gestão
e execução orçamental e de trazer para dentro do Orçamento do Estado novos
actores de gestão orçamental, mas também, de fazer-se uma gestão de
transição orçamental de 2004 para 2005.
Os dados de execuçao aqui apresentados referem-se ao periodo até Setembro.
Com os resultados da execução até Dezembro, estas estimativas irão alterar
uma vez que se trata de números preliminares.
Os resultados acima referidos, foram em grande medida possiveis de alcançar
devido á implementaçao das seguintes medidas de politica.
No âmbito da organização interna:
• Implantada a Direcção Geral da Administração Tributária dos Impostos.
Com efeito, foram aprovados diversos diplomas, nomeadamente, o
Decreto nº 14/2005 de 17 de Junho, que aprova o Estatuto do Funcionário
da Administração Tributária dos Impostos, o Decreto nº 19/2005 que
aprova o Regulamento do Procedimento de Fiscalização Tributária, e,
ainda o Regulamento interno da Administração Tributária dos Impostos.
Estima-se que até finais de Setembro, os serviços Centrais e Locais da
DGI estejam em pleno funcionamento;
• Continuação da atribuição do Número Único de Identificação Tributária
(NUIT) aos contribuintes. Com efeito, em 2005 foram atribuídos cerca de
124.090 novos NUIT’s sendo 121.446 à pessoas singulares e 2.644 à
pessoas colectivas. No total, até 2005 foram atribuídos 295.086 NUIT’s
sendo 280.902 à pessoas singulares e 14.181 à pessoas colectivas;
• A aplicação do sistema de transferências automáticas diárias das receitas
cobradas, para o Tesouro, não foi realizada porque, no âmbito do
SISTAFE, as transferências de dinheiro cobrado pelas Recebedorias das
Finanças para a Conta Única do Tesouro devem ser acompanhadas da
classificação da receita o que implica a alteração de alguns
procedimentos técnicos. Com efeito, no ano em causa foram realizados
136
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
trabalhos necessários para permitir brevemente a realização dessas
transferências;
• No âmbito da consolidação do funcionamento do Centro de Formação e
Aperfeiçoamento Tributário, com o objectivo de melhor capacitação dos
funcionários da Administração Tributária visando a melhoria do
atendimento dos contribuintes, foram realizadas várias acções de
formação em matéria de novos impostos e demais legislação fiscal;
• Realização de pesquisas para o redimensionamento identificação de
novas áreas fiscais. Com efeito, foi definido o redimensionamento das
áreas fiscais da Cidade de Maputo e identificadas novas áreas nas
províncias de Nampula, Tete, Sofala e Maputo.
• Criação do Serviço de Informação ao Contribuinte na Cidade de Maputo
visando proporcionar maior informação e comodidade aos contribuintes
no cumprimento das suas obrigações fiscais;
• No âmbito da Implementação da Legislação específica que regula o
funcionamento da Direcção Geral da Administração Tributária dos
Impostos, foram aprovados os seguintes dispositivos legais:
• Estatuto dos Funcionários dos Tribunais Fiscais, Carreiras e
Qualificadores dos Magistrados dos Tribunais Fiscais através do
Decreto nº 48/2005, de 22 de Novembro;
• Lei que cria a Autoridade Tributária de Moçambique;
• Lei Geral Tributária;
• Introdução de um novo sistema informático de cobrança de receitas
Sistema Interino de Cobrança de Receitas (SICR), com vista a melhoria
da gestão e simplificação de procedimentos na prestação de serviços
pela Administração Tributária aos contribuintes;
• Relativamente a autonomização dos Tribunais Aduaneiros:
• Aprovados os orçamentos, para os Tribunais Aduaneiros da
Cidade de Maputo, Sofala e Nampula.
• Submetidas ao Conselho Superior da Magistratura, as propostas
de nomeação de Juizes Profissionais e de Juizes Presidentes para
os Tribunais Aduaneiros da Cidade de Maputo, Sofala e Nampula;
Criadas infra-estruturas físicas para a instalação provisória dos Tribunais
Aduaneiros da Cidade de Maputo, Sofala e Nampula, bem como para os
Cartórios Aduaneiros de Tete, Quelimane e Manica;
• Actualização dos dados do inventário do Património do Estado referentes
aos anos 2003 e 2004;
• Em curso a análise e correção dos dados do sistema informático do
Cadastro e Inventário do Património do Estado, com vista à criação de
137
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
condições e mecanismos para assegurarem a fiabilidade da elaboração
do inventário de 2005 e subsequentes;
Fiscalização Aduaneira
Aplicação de novos procedimentos relativos ao trânsito internacional:
• Iniciadas conversações com os países vizinhos, priorizando-se devido a
dimensão do tráfego, negociações com as autoridades Sul Africanas. O
propósito final é o da troca de informação de forma contínua e digital
sobre o movimento de trânsito. Tem havido encontros regulares entre os
dois países, dos quais já ficou decidido que a implementação deste
projecto ocorrerá em 2006. A plena realização desta actividade ficou
condicionada a agenda de trabalho dos parceiros do país vizinho.
As discussões estão agora centradas na harmonização do modelo
documental a ser utilizado, pois se pretende que seja o mesmo para os
dois países. Posteriormente, seguir-se-á a fase de informatização, na qual
se deverá decidir pelo aplicativo à ser usado e pela forma como será feita
a troca de informação entre os dois países. A fase mais avançada do
projecto será a sua extensão aos outros países membros da SADC, após
implementação bem sucedida com a RSA.
Intensificação das operações anti-contrabando em todas as regiões do país:
• Foram realizadas diversas operações anti-contrabando nas regiões sul,
centro e norte, que culminaram com a apreensão de mercadorias tais
como óleo alimentar, açúcar, vestuário, bebidas alcoólicas, viaturas,
estimadas em 105,655 mdc e que resultaram numa receita adicional na
ordem dos 27,496 mdc.
No segundo semestre intensificaram-se estas operações especificamente
nas áreas de combate ao contrabando de drogas, falsificação de
manifestos de carga, descaminho de viaturas e exportações ilícitas, com
resultados expressivos em termos de apreensões e ainda com um efeito
persuasivo bastante forte, desencorajando tais práticas.
Implementação da Rede Nacional das Alfândegas - RENA e comunicações em
VSAT:
• As Alfândegas de todas as Províncias já se encontram interligadas,
estando-se presentemente a trabalhar na melhoria da qualidade do fluxo
de informação com recurso a RENA que já interliga as principais
fronteiras e terminais aduaneiras do país.
Realização de auditorias pós-desembaraço aduaneiro:
138
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
• Seleccionados e formados 23 funcionários para constituírem as equipas
de auditorias pós-desembaraço. Durante o ano, foram realizadas
auditorias experimentais, a título de formação prática, cujos resultados
são indicativos da pertinência desta actividade. Os auditores entrarão em
funções em 2006.
Sobre a implantação de scanners nos principais portos e terminais do país e
criação de um porto-seco em Ressano-Garcia:
• Lançado um concurso público internacional para a contratação de um
operador de scanners, tendo já sido seleccionada uma empresa para o
efeito. Presentemente, e em virtude da complexidade técnica que o
dossier envolve, estão a decorrer negociações do contrato, esperando-se
para o primeiro trimestre de 2006 a instalação dos scanners nos
principais portos de Moçambique.
• Iniciadas negociações com a contraparte sul-africana e criadas equipas
técnicas que estão a realizar estudos de viabilidade e de análise
legislativa para o posterior lançamento do concurso.
Programa de educação dos Contribuintes para aderência voluntária ao
cumprimento das obrigações fiscais:
• Produzidos diversos panfletos e distribuídos e colados em todas
estâncias aduaneiras, explicando a necessidade de pagamento dos
impostos devidos. Está, em preparação o lançamento de programas na
televisão e campanhas de sensibilização junto das fronteiras de maior
movimento.
Simplificação dos procedimentos aduaneiros:
• Implementação do Diploma Ministerial nº 262/2004 que aprova novas
regras simplificadas de desembaraço aduaneiro;
• Lançamento do Sistema de Envio Electrónico do Documento Único de
Desembaraço Aduaneiro, que teve a fase piloto na Alfândega de Maputo,
prevendo-se para 2006, a efectiva aplicação desta metodologia de
interacção entre as Alfândegas e os Despachantes Aduaneiros nas sedes
das regiões centro e norte.
No âmbito da prevenção e combate ao HIV/SIDA:
• Formados em todas as províncias do País, pontos focais que têm
desenvolvido trabalho de aconselhamento e de incentivo a testagem
voluntária.
139
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
No que respeita as Infraestruturas:
• Iniciada a reabilitação do posto fronteiriço de Zóbuè ;
• Negociado com o Município de Tete, a obtenção de um terreno para a
construção do Terminal Internacional Rodoviário. Espera-se ainda para
2006, o início das obras;
• Concluídas as obras de reabilitação e construção de residências em
Mandimba, estando prevista para 2006, a construção de escritórios e
habitação no Posto Fiscal de Namoto.
• Integrada a construção do complexo fronteiriço na Ponta do Ouro, o
projecto de construção de uma Fronteira Comum de Paragem Única entre
Moçambique e África do Sul, encontrando-se actualmente na fase de
trabalho conjunto entre Grupos Técnicos dos dois países para a
preparação do Memorando de Entendimento sobre Procedimentos a
vigorar nos Postos Fronteiriços de Paragem Única entre Moçambique e
RSA. Está também em curso, o projecto do edifício para escritórios e de
instalações para o alojamento de todo o pessoal, prevendo-se a
conclusão do projecto e o seu lançamento em 2006.
• Iniciada a segunda fase de construção do Complexo Residencial em
Nacala, cuja conclusão está prevista para 2007.
No campo da Cooperação Internacional e Facilitação ao Comércio Legítimo:
• Desenvolvidos procedimentos aduaneiros simplificados e alinhados aos
princípios da Convenção de Kyoto sobre a simplificação de
procedimentos aduaneiros, com vista a responder as necessidades de
implementação do Diploma Ministerial nº 262/2004 que aprova novas
regras simplificadas de desembaraço aduaneiro.
• Aprovado o Regulamento de Implementação do Acordo de Comércio
Preferencial entre Moçambique e Zimbabwe e o mesmo já se encontra
em aplicação, tendo, em certa medida, dinamizado as trocas comerciais
entre os dois países.
• No que respeita ao incremento da segurança trans-fronteiriça, foram já
assinados Acordos de Cooperação e Assistência Mútua Técnico-
Aduaneira com todas as Alfândegas dos países com os quais
Moçambique partilha a fronteira, estando os mesmos na sua fase de
implementação. A partir desses Acordos, os serviços de investigação e
inteligência das Alfândegas de Moçambique têm beneficiado de
informação útil e que conduz a recuperação de bens contrabandeados ou
descaminhados, facilitando também informação quando solicitada pelos
países vizinhos.
• Uniformizada a Nomenclatura do “Sistema Harmonizado de Codificação e
Designação de Mercadorias” ao nível dos membros da Comunidade dos
Países da Língua Portuguesa (CPLP). A versão única e uniformizada foi
140
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
já remetida à Organização Mundial das Alfândegas (OMA), para sua
homologação e reconhecimento, e consequente aplicação nos países da
Comunidade. A próxima reunião da CPLP sobre esta matéria terá lugar
em Abril de 2006 e debaterá a questão da unificação das Notas
Explicativas.
VI. QUESTÕES TRANSVERSAIS
VI.1 DESMINAGEM
Clarificada uma extensao de 17.4 milhões de m2, removidas e destruídas 31.282
minas e 1.182 engenhos não explodidos em 293 locais nas províncias de
Inhambane, Sofala, Manica, Zambézia, Nampula, Niassa e Cabo Delgado.
A análise do trabalho realizado, constata melhorias no cumprimento das normas
nacionais de desminagem e no aumento da produtividade como resultado da
combinação de diferentes métodos de detecção de minas.
A par da formação de agentes de educação cívica, realizaram-se palestras de
sensibilização em 10 escolas do distrito de Gorongosa, província de Sofala,
abrangendo cerca de 6.500 pessoas e nos distritos de Cahora Bassa, Magoé e
Chifunde, na província de Tete, beneficiando pouco mais de 4.000 pessoas
entre professores, estudantes e a comunidade em geral.
O Governo continuou a desenvolver esforços para apoiar as vítimas e
sobreviventes de minas por forma a melhorar a qualidade das suas vidas bem
como reduzir a vulnerabilidade sócio-económica deste grupo e o reforço da sua
auto-confiança. Na assistência a pessoas portadoras de deficiência na província
da Zambézia, em coordenação com os parceiros, foi igualmente feita a
reintegração socio-económica de 320 vítimas de minas, destacando-se a
construção de casas, assistência médica e medicamentosa, treinamento em
matéria de planificação e de gestão de pequenos negócios, formação vocacional
em corte e costura, e, carpintaria, bem como a construção de uma alfaiataria
para as vítimas de minas.
A implementação do programa permitiu a redução do impacto da presença de
minas no país, aumentando as áreas livres de minas, colocando-as à disposição
das populações e dos sectores económicos, para a condução de actividades
económicas e sociais. Terras agrícolas, infra-estruturas, designadamente
estradas, fontes de água, escolas, energia, e outras de carácter económico e
social foram libertos do flagelo de minas. Em termos de sectores de actividade,
beneficiaram da actividade de desminagem os sectores de agricultura, obras
públicas, energia, educação, entre outros.
141
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
________________________________________________________________
VI.2 REDUÇÃO DO IMPACTO DAS CALAMIDADES
O ano 2005 foi caracterizado por um período de inundações no início do ano,
seguido de estiagem abrangendo sete províncias do Centro e Sul do país.
O Governo, para garantir a prontidão do país nos casos de ocorrência de
calamidades, procedeu ao reajustamento do Plano de Contingência (PC), o qual
foi orçado em USD 24 milhões para os perigos de Seca, Cheias e Ciclones. Em
função da evolução dos cenários, o Plano foi sendo reajustado para cobrir cerca
de 800 mil pessoas que constituíam o universo de afectados pela seca até finais
de 2005.
Dada a situação de seca que assola as zonas Sul e Centro do País, equipes
multisectoriais de monitoria trabalharam nos distritos e províncias de Maputo (4
distritos), Gaza (8 distrito) e Inhambane (3 distritos), com vista a garantir um
acompanhamento na implementação dos diferentes planos de mitigação e
prevenção ao nível da base, o que permitiu o reajustamento do Plano de
Contingência 2004/5, com enfoque para os sectores da Agricultura, Água, Saúde
e Obras Públicas.
Com o apoio de parceiros de cooperação, como PMA e FEWS NET foi feita a
aquisição de 6 aparelhos GPS e feita a reprodução do material de sensibilização
sobre o novo sistema de aviso de ciclones desde as bandeiras, panfletos A4 e
desdobráveis. Ainda, como forma de potenciar os meios de alerta e aviso foram
instalados rádios comunitárias em Govuro, Inhambane e Pebane na Zambézia,
os quais têm a possibilidades de uso da Internet para acções de educação e
avisos.
Contudo, o reajustamento do Plano de Contingência para a época chuvosa e de
Ciclones 2005/6 indica a prevalência da situação de seca no país, prevendo-se
assim cerca de 900 mil pessoas em risco, o que representa um aumento do
número em cerca de 14%. Igualmente, prevê-se para 2006, o aumento do
número da população em risco de cheias em 8%, enquanto que para ciclones, a
subida será apenas de 0,17%.
VI.3 HIV-SIDA
O exercício que corporizou as realizações do Governo no ano de 2005 através
do Plano Estratégico Nacional de Combate ao HIV/SIDA (PEN) 2005-09, incidiu
nas seguintes acções:
Capacitação Institucional do CNCS e Parceiros
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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• Descentralização de procedimentos e competências, conferindo
poderes aos Governadores Provinciais para homologar o
financiamento de projectos que sejam executados na respectiva
província.O custo de implementação orçamentado para esta
actividade não foi superior ao montante de 500.000.000,00 MT.
• Produção e divulgação do documento orientador do papel dos
Governadores Provinciais na Resposta Nacional contra o HIV/SIDA,
criando condições para a flexibilização do acesso aos recursos
disponíveis, desenho e implementação da resposta a nível local
baseadas na realidade sócio-cultural e económica de cada
Província.
• No que diz respeito à facilitação de acções de formação contínua,
nas áreas temáticas preconizadas pelo PEN II, e em questões
relacionadas com os processos de gestão programática e
financeira, incluindo monitoria, avaliação e procurement dirigido aos
implementadores, a meta de 40 cursos, para cerca de 2000
beneficiários, foi cumprida em 100% com a realização de vários
módulos dos cursos de formação na elaboração do planos
sectoriais provinciais e distritais, integração do HIV/SIDA nos planos
sectoriais, gestão financeira para as organizações
implementadoras, procedimentos de aquisição de bens e serviços,
monitoria dos programas de combate ao HIV/SIDA ao nível local,
bases para a elaboração de programas sustentáveis. Esta acção
resultou no aumento do número de subprojectos em
implementação, de 674 em 2004 para 1285 em 2005.
• Abrangidos 46 Distritos contra os 40 inicialmente definidos como
prioritários, tanto com acções de formação assim como através da
implementação de subprojectos de combate ao HIV/SIDA,
essencialmente na área de prevenção e mitigação, cumprindo a
meta em 115%;
• Todos os Ministérios, incluindo empresas públicas e instituições
subordinadas e tuteladas foram apoiados na preparação e
implementação dos seus respectivos planos sectoriais,
operacionalizando assim o Plano Estratégico Nacional de Combate
ao HIV/SIDA 2005-2009 (PEN II). Neste processo foram envolvidos
os parceiros da sociedade civil, incluindo os praticantes da medicina
tradicional e parteiras tradicionais a todos os níveis, o sector privado
e instituições do ensino superior como contribuintes directos na
materialização das actividades específicas de cada sector. A meta
estabelecida foi suplantada em mais de 100%.
Envolvimento das Lideranças
• No âmbito da advocacia realizada em todo o País, com vista a
sensibilizar toda a sociedade para mudança de comportamento,
143
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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foram implementadas acções que culminaram com a
consciencialização sobre o HIV/SIDA de 14.000 líderes
comunitários, 285 líderes políticos, 500 líderes religiosos, 80 líderes
do sector privado e treinamento de médicos tradicionais sobre
aspectos ligados à prevenção e biossegurança no contexto de
HIV/SIDA.
• Elaborado um Guião de actividades para os Líderes Tradicionais na
Luta contra o HIV/SIDA.
Cuidados e Tratamento
• Formados mais de 10.000 seropositivos para o
fortalecimento da capacidade de integração social, formação
vocacional em diversas matérias de geração de auto-
emprego.
• Disponibilizados 25.500.000 preservativos, meta cumprida,
para a prevenção de infecção com o HIV, bem como para as
Infecções de Transmissão Sexual e prevenção da gravidez
precoce.
• Mais de 17.000 doentes em tratamento anti-retroviral.
• Mais de 6.000 mulheres e crianças recém-nascidas
beneficiaram da profilaxia no quadro da prevenção da
transmissão vertical.
• O País conta com 155 Unidades de aconselhamento e
testagem voluntária, ultrapassando em 49% a meta
estabelecida de 76 Unidades.
Investigação
Iniciados os seguintes estudos:
• De impacto do HIV/SIDA no sector público –
CNCS/UTRESP/PNUD;
• Inquérito nacional da prevalência, riscos sócio comportamentais e
impacto do HIV/SIDA em Moçambique – parceiro realizador
MISAU;
• Aderência ao tratamento anti-retroviral «HAART» em Moçambique
e factores associados – em parceria com Faculdade de Medicina
da UEM;
• Estudos comportamentais para a percepção das tendências da
evolução da epidemia – CNCS/Grupo Técnico Multisectorial;
• Levantamento sobre as políticas e programas no local de trabalho
– CNCS;
• Avaliação das despesas nacionais no combate ao HIV/SIDA –
CNCS/UNAIDS/UNICEF/OMS.
144
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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Adicionalmente, foi elaborada a primeira versão do Regulamento da Lei nº
5/2002, de 5 de Fevereiro, HIV/SIDA no Local de Trabalho, documento que
será objecto de validação pelos diferentes intervenientes no decurso do 1º
trimestre de 2006.
Mitigação das consequências e Alívio da Pobreza das famílias e
comunidades infectadas e afectadas
• Aproximadamente 4.000 famílias envolvidas em cerca de 100
projectos com esquemas de geração de rendimentos, suportando
especificamente Pessoas Vivendo com HIV/SIDA (PVHS) e
Crianças Órfãs e Vulneráveis (COVs);
• 24.429 crianças órfãs e vulneráveis, em todo o País, beneficiaram
de apoio por parte de 244 organizações e 3.300 famílias substitutas
e biológicas.
• Abrangidas nas iniciativas de suporte cerca de 20.000 seropositivos
integrados em organizações de PVHS, cujas acções consistiram no
fortalecimento das suas capacidades para a integração social,
formação vocacional em diversas matérias para o auto-emprego e
apoio habitacional. Foram registados mais de 1200 voluntários para
desenvolver acções de cuidados e apoios domiciliários.
• Desembolsados 221 biliões de meticais para suportar 1285 sub-
projectos. O apoio financeiro a estes sub-projectos, visava
incentivar os diferentes parceiros, sectores público e privado,
sociedade civil e órgãos de comunicação social, a orientarem as
suas intervenções no sentido de reforçar a capacidade de geração
de rendimentos, prevenção, cuidados domiciliários, segurança
alimentar, educação e apoio nutricional, etc.
VI.4 MEIO AMBIENTE
Com o objectivo de assegurar que os empreendimentos económicos e sociais
funcionem numa óptica de sustentabilidade económica, ambiental e social, ao
longo do ano foram pré-avaliados e revistos diversos projectos de
desenvolvimento; teve início a avaliação ambiental estratégica (AAE) em
Beluluane e Chibuto; foi concluída a Avaliação Ambiental Estratégica do
PROAGRI II; foram realizadas auditorias ambientais as actividades da MOZAL e
Cimentos de Moçambique; e foi operacionalizado o aterro industrial de Mavoco.
Com o objectivo de assegurar que todo o cidadão viva num ambiente saudável e
tenha um bem estar social e económico, foram realizadas acções de inspecção
(i) às unidades industriais de produção de óleos, sabões e detergentes nas
cidades de Maputo e Inhambane; (ii) à Cimentos de Moçambique e Mozal; (iii) às
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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unidades de produção alimentar e de bebidas na cidade de Maputo; e (iv) à
uma unidade turística na cidade de Inhambane.
No âmbito da Coordenação Intersectorial foram realizadas ao longo do ano de
2005 as seguintes acções:
Elaborada a Estratégia Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável de
Moçambique;
Finalizado o processo de preparação do documento sobre a integração da
agenda ambiental no PARPA II;
Iniciada a preparação de indicadores ambientais;
Finalizada a integração da componente ambiental nos órgãos centrais e
locais do Estado, autarquias e sociedade civil e sector privado; e
Elaborado e em apreciação o primeiro “draft” do compêndio sobre estatística
ambiental.
VI.5 GÉNERO
O Governo no seu esforço de promoção de igualdade de direitos e de
oportunidades entre homens e mulheres continuou a enfatizar a necessidade de
integrar as questões de género em todos os planos e intervenções de
desenvolvimento.
Através do seu órgão de consulta, o Conselho Nacional para o Avanço da
Mulher (CNAM), o Governo faz a coordenação intersectorial, com o principal
objectivo de impulsionar e acompanhar a implementação de políticas e
programas aprovados para as áreas da mulher e género.
Assim, durante o ano de 2005 foram desenvolvidas várias acções de entre as
quais se destacaram as seguintes:
No âmbito da Legislação, Políticas e Planos
• Elaborada a Política de Género e Estratégias de Implementação (PGEI),
visando a promoção da igualdade de género, o respeito pelos direitos
humanos e o fortalecimento da participação da mulher no desenvolvimento
do País;
• Actualizado o Plano Nacional de Acção para o Avanço da Mulher (PNAM)
relativo a 2002-2006, que orienta a planificação e execução de acções de
promoção da mulher, visando a igualdade de oportunidades de homens e de
mulheres;
• Elaborada a Estratégia de Género do sector Agrário e o respectivo Plano de
Acção;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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• Criadas Unidades de Género em todas as Direcções Provinciais de
Educação e em distritos considerados críticos no que diz respeito às
disparidades de género, o que representou um passo estratégico no âmbito
da prossecução dos objectivos de garantir acesso e equidade de género no
ensino;
• Elaborado o Plano de Acção de médio prazo para a área da Saúde,
priorizando a socialização, formação e estudos das implicações de questões
de género nos distritos;
• Prosseguidas as acções de disseminação da Lei da Família;
• Revistos os instrumentos legais que discriminavam a mulher, dos quais: i)
Código Comercial, ii) Código de Registo e Notariado.
• Criadas em 12 Esquadras da Polícia, secções de atendimento às vítimas de
violência, totalizando 96 que beneficiam maioritariamente crianças e
mulheres vítimas de tráfico e de violência doméstica.
No âmbito da capacitação e sensibilização
• Realizadas acções de Capacitação em matéria de i) Planificação e
Orçamentação na Óptica de Género; ii) Análise e Planificação de Género;
iii) Género e Violência; iv) Género e Saúde; v) Género e Agro-
biodiversidade e vi) Género e HIV/SIDA, beneficiando 500 pessoas, entre
Membros dos Conselhos Consultivos de Ministérios, Membros do
Conselho Técnico do CNAM, Responsáveis da área de Planificação e
Finanças e dos pontos focais de género, bem como de representantes de
ONG’s, confissões religiosas e líderes comunitários ao nível central e
provincial. (Para mais detalhes vide anexo 1).
• Capacitados 1.000 camponeses organizados em associações, dos quais
85% são mulheres, em técnicas de enxertia de fruteiras.
Participação nos órgãos de decisão e poder político
Para a elevação do estatuto da mulher, sobretudo nos órgãos directivos e da
administração pública, têm sido desenvolvidos esforços no sentido de
paulatinamente ser superado o desequilíbrio de género, em especial no Governo
e no Parlamento.
Ao nível parlamentar, as mulheres representam actualmente 35,6% dos 250
deputados da Assembleia da República. De referir que em 1997 a percentagem
de assentos ocupados por mulheres era de 28%.
A representação das mulheres no órgão legislativo em Moçambique é uma das
mais altas não só na África Austral como no mundo e representa o cumprimento
147
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2005
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de um dos compromissos assumidos pelo Governo, na Declaração de Género
da SADC de 1997, no sentido de alcançar até 2005 a meta de 30% de mulheres
nas estruturas políticas de tomada de decisão.
De referir a existência de uma Vice Presidente da Assembleia da República,
cinco mulheres fazerem parte da Comissão Permanente da Assembleia da
República, o correspondente a 30% dos 15 membros do referido órgão.
Ao nível do Governo, é de realçar que a pasta de Primeira Ministra é ocupada
por uma mulher e existem seis ministras, 24% de um total de 25; quatro vice-
ministras, 23,5% de um total de 17; seis Secretárias Permanentes, 24% de um
total de 25; duas governadoras provinciais, 18,18% de um total de 11
governadores e quatro Secretárias Permanentes Provinciais, 36,36% de um total
de 11.
Estes dados estatísticos encorajam o Governo a envidar esforços para que a
igualdade de direitos e de oportunidades seja uma realidade, com maior enfoque
nos órgãos de decisão ao nível de base.
Empoderamento económico da mulher
• Implementados 238 projectos de geração de rendimentos ao nível do país
beneficiando 2.756 pessoas, dos quais 1.558 são mulheres.
• Sensibilizadas 450 pessoas, dentre as quais 90% mulheres, para o uso de
fogões melhorados, dado que estes são mais eficientes e poupam carvão e
lenha contribuindo, assim, para reduzir a pressão exercida sobre a energia da
bio-massa.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2005
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ANEXO 1 – MATRIZ REDUZIDA DE INDICADORES PRINCIPAIS
Programa Governo – PARPA Prioridades Indicadores 2005
Objectivos Áreas Sub-áreas Objectivos Acções No
Estratégicos 2001 2002 2003 2004 2005 (Meta) 2005 (Obs)
Redução da Educação Ensino Escolarização universal Aprovar, implementar e Taxa líquida de
pobreza através Primário - Aumento do acesso e avaliar o Plano Estratégico escolarização EP1 1a 79% 83%
da orientação redução das desistências 2005-2009 Taxa líquida de
privilegiada dos - Melhoria da qualidade - Implementar o programa escolarização raparigas 1b 77% 81%
serviços - Redução das de construção de escolas a EP1
públicos para as disparidades de género baixo custo Taxa de conclusão EP1 2a 32% 38% 41% 48% 48%
populações mais - Implementar a estratégia
Taxa de conclusão
carentes de formação de
raparigas EP1
professores considerando
o novo curriculo
2b 24% 30% 33% 39% 41%
- Aprovar e implementar a
estrategia a genéro
Saúde Materno- Redução mortalidade Aumentar a oferta de Partos institucionais
Infantil materna cuidados obstétricos 3 43% 45% 46% 49% 47%
Redução mortalidade Aumentar a cobertura do T cobertura <1 ano DPT3 e
Infantil Programa Alargado de HB 4 87 91.5 91% 95% 92%
Vacinações
Aumentar o acesso aos Expandir o acesso ao Índice de utilização:
serviços básicos de saúde tratamento de qualidade consultas
para as doenças externas/habitante 5 0.85 0.92 0.94 0.93 0.99
transmissíveis e não
transmissíveis
HIV-SIDA MISAU/ Prevenção e mitigação do Reduzir a transmissão Número de mulheres
CNCS impacto em pessoas vertical grávidas e neonatos com
infectadas e afectadas HIV que recebem 6 15000
pelo HIV/SIDA profilaxia para evitar a
transmissão vertical
CNCS Fortalecer capacidades e % de fundos canalizados
parcerias e expandir o pelo CNCS-SE às OSC’s,
apoio institucional aos instituições do sector
programas público e privado (% total 7 55%
de fundos aplicados pelo
CNCS-SE a todas as
categorias de despesas)
Cuidados e apoios Numero de iniciativas
comunitários e comunitárias suportadas
domiciliários (crianças pelo CNCS-SE no apoio a
órfãos e vulneráveis) crianças órfãos e
vulneráveis no pais (% das 8 20%
aplicações totais das OSCs,
e instituições do sector
público e privado)
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2005
________________________________________________________________
Redução da Infra-estruturas Estradas Melhoria da rede Reabilitar e melhorar a Kms. Reabilitados
rede nacional; 9 1096 714 980 819 1091 1375
pobreza através nacional
da orientação Melhorar a execução de Kms Manutenção Periódica 10 1510 190 422 514 1635 1004
privilegiada dos obras e serviços Kms Manutenção de
serviços 11 12313 11613 10592 9653 14343 10701
Rotina
públicos para as
Agua Aumento do acesso Abrir poços, estabelecer % População com acesso à
populações mais 12 36.5% 36.3% 39.4% 41.0% 44.2% 42.1%
novas ligações agua potável
carentes
Saneamento Aumento do acesso Latrinas melhoradas, % População com acesso a
fossas sépticas serviço de saneamento 13 44.0% 45.0% 47.0% 36.0% 37.0% 40.0%
Promoção do Agricultura e Serviços Promoção da produção Aumentar a abrangência % explorações agrárias
desenvolvimento desenvolvimento Agrários agrária dos serviços de Extensão assistidas que adoptaram
económico, com rural Agrária pelo menos uma nova 14 indicador novo para 2005 28%
prioridade para tecnologia durante os 12
as zonas rurais e meses anteriores
a redução dos
desequilíbrios - Proxy 1Total Camponeses
regionais assistidos pelos serviços
úblicos de extensão (incl. 14 122,000 150,000 196,000 176,729
Outsourcing)
- Proxy 2
Nº vacinações contra 14 737,000 1,147,000 3,000,000 2,035,101
Newcastle (público)
Melhorar a cobertura dos % de explorações Agro-
serviços de sanidade pecuárias que vacinaram 15 indicador novo para 2005 70% n/d
animal gado
- Proxy 1
Bovinos vacinados contra 15 489,801 339,992 660,000 502,371
Carbúnculo Hemático
- Proxy 1
Bovinos vacinados contra 15 182,948 140,387 250,000 198,145
Carbúnculo Sintomático
Estimular os mecanismos % da produção de cereais
de mercado (milho, mapira e arroz)
efectivamente dados ainda não
16 indicador novo para 2005 16.10%
comercializada pelo sector disponíveis
formal
Promover o uso de Área (Ha) de esquemas de
técnicas de rega rega construídos e/ou
reabilitados com recursos 17 900 1600 2,900 2,514
públicos
Gestão dos Acesso a terra Simplificar mecanismos % de processos recebidos e
Recursos de tramitação do direito de tramitados no prazo de 90 18 94% 78% 78% 90% 70%
Naturais uso e aproveitamento terra dias
Promoção da exploração Estimular a gestão % de concessões com
sustentável de recursos comercial sustentável de Plano Maneio aprovado
naturais Recursos Naturais via 19 31% 50% 37% 50%
planos de maneio
150
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2005
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Criação de um Desenvolver o sector privado Estimular a criação de Revisão da Lei do Trabalho e Submissão à Assembleia da
ambiente emprego no sector Lei de Trabalho Revista Iniciado o processo
favorável à formal, modernizar a Elaboração de revisão da Lei
acção do sector pratica de comercio para dos termos do
privado melhorar as actividades de Trabalho.Elaborada
económicas, simplificar o referências uma proposta de
processo de registro de 20 e o início Submissão lei revisão da
negocio e reduzir a do processo lei,submetido aos
corrupção. de revisão parceiros sociais
da Lei do para consulta.E
Trabalho. esta actividade está
em curso.
Revisão do projecto do Código Comercial Implementação
(sujeito a
21
aprovação da
AR)
Políticas macro- Sistema Fortalecer a Efectuar uma auditoria forense ao BAu promovida pela
económicas e Financeiro responsabilização e PGR
financeiras prestação de contas 22 Finalizada Em Curso
(“accountability) no
sector bancário
Melhorar a intermediação Fortalecer a capacidade institucional do BdM e de outras Aprovação e
financeira incluindo autoridades de regulação emissão do
aquela dirigida às micro, 23 Cumprido
regulamento do
pequenas e medias LICSF
empresas e agregados
Implementação da estratégia do BIM, incluindo a
familiares sem acesso à 24 Em Curso
preparação da venda da participação do Estado
banca comercial
Melhorar o sector Fortalecimento do sistema de protecção social
Debates a
seguros e protecção Submissão
volta do
social ao
Anteprojecto
Conselho
de Lei da
Continuação de
Segurança
do debate Ministros,
Social.
do projecto após
Discussões Submissão da
de revisão debate com
públicas do proposta de lei de
25 da os
Decreto protecção social
legislação parceiros
25/99 como à AR
sobre sociais, do
primeiro
segurança projecto de
passo para a
social revisão da
elaboração
legislação
da revisão
sobre
deste
segurança
decreto
social.
Inicio do estudo
actuarial do
26 Não realizado
sistema de
segurança social
151
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2005
________________________________________________________________
Criação de um Políticas macro- Reforma do Elevação da eficiência e A despesa nos sectores prioritários do PARPA supõe pelo
ambiente económicas e Sistema de eficácia da gestão das menos 65% da despesa total excl. juros da dívida. Pelo 27 65%
favorável à financeiras Administração disponibilidades menos metade deste 65%, em Educação e Saúde.
acção do sector financeira do financeiras do Estado
privado Estado Aumentar a abrangência do orçamento como requisito
Concluir o estudo
para o orçamento por programa
para off-budgets
na Saúde e
começar
28 concluido
implementar as
recomendações
no ciclo de OE
2006 para Saúde
Implementar o e-Sistafe 60% do OE em
SISTAFE
(sujeito a Fez-se no MF,
29
confirmação após MPD, e MINED.
a missão do
QAG)
Reforma Tributação mais simples Fortalecimento de administração tributária e Aprovação da
Tributária e abrangente, justa e estabelecimento da Autoridade Tributaria (ATM) em 2006 Regulamentação
equilibrada 30
e Procedimentos
da ATM
Receita total em percentagem de PIB 31 14.9%
Procurement Adopção de um sistema Implementar um sistema moderno do procurement de Regulamento
transparente e eficiente acordo com as melhores práticas internacionais baseado aprovado pelo
Iniciar
no novo regulamento do procurement e em ligação com o 32 CdM,
implementação
e-SISTAFE implementação
iniciada.
Auditoria Melhorar cobertura e Implementação das componentes prioritárias do plano
função das auditorias estratégico no auditoria interna 33
internas e externas
Revisão das funções das instituições de auditoria externa
34
*
Planeamento e Harmonização dos A revisão do PARPA concluída através um processo
35 Em curso
Monitoria instrumentos de médio e consultivo
curto prazo Processo único da formulação do CFMP, PES e OE.
36 Iniciar Em curso
* Ver o aide memoire
Criação de um Boa Reforma Desconcentração e Preparar a política e a estratégia de descentralização 37 Preparado
ambiente Governação, Sector Público Descentralização Estabelecimento de critérios para afectação de recursos Proposto/prepara
favorável à Legalidade e financeiros aos distritos 38
do
acção do sector Justiça
FCA transferido para cada Autarquia (programação, Valor e
privado (Combate a
execução) e receitas totais de cada Autarquia/pessoa 39 Valor/Pessoa
corrupção)
(programação) será disponível
Racionalização de Aprovação pelo governo da Política salarial de médio
estruturas e processos prazo (reforma salarial) e a implementação começou com 40 Aprovação
a harmonização da base de dados
152
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2005
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Planos de reestruturação acordados dentro do CFMPe o Planos acordados
inicio da implementação nas áreas da Saúde, Educação 41 e implementação
Agricultura, MAE, MIC e MPF iniciando
Combate à corrupção Realizar uma pesquisa sobre Boa Governação, corrupção Aprovação da
e prestação de serviços e Implementar a Estratégia de anti- estratégia e
corrupção 42
implementação
iniciando
Levantamento sobre a corrupção no sistema de justiça Publicação do
(propondo soluções para a simplificação processual e de primeiro estudo e
outras causas da corrupção) e recomendações identificação de
43
implementadas outras
instituições a
serem abrangidas
Aumentar os recursos do Governo (particularmente uma
melhor contratação de pessoal) afectos às Unidades Anti- 44
Corrupção
Consolidação da Boa Reforma da Elevar a eficiência na Aumentar o número de sentenças judiciais (esta sujeito a 42% (Ano base é
Paz, e Unidade Governação, Justiça provisão de serviços pelo modificação) * 45 127% (a confirmar)
2002)
Nacionais, da Legalidade e sistema judicial Redução do número de % máximo de presos a
justiça e da Justiça prisioneiros que aguardam espera de julgamento 46 57% 55%
democracia (Combate a acusação e julgamento
corrupção)
Simplificação e maior Apresentação dum Aprovação do documento Realização parcial,
celeridade no programa de reforma a da visão pelo CM e revisão 47 conclusão prevista
processamento longo prazo incluindo um do PEI e POPEI para 30/03/06
sistema de planificação, Consolidar a partir do
orçamentação e monitoria POPEI um sistema Realização parcial,
que dê prioridade à harmonizado de M&E. 48 conclusão prevista
prestação de serviços do para 30/03/06
sector.
Reformas de leis Rever o Código do Realizado -
Processo Civil, aprovado pelo
49a) Submissão à AR
Decreto-Lei de
27.12.05
Rever a lei orgânica dos
Realizada -
Tribunais Judicias
49b) Submissão à AR proposta aprovada
incluindo secções
e submetida à AR
comerciais
Rever o Código de Realizada -
Notariado, aguarda-se
respectiva
49c) Submissão à AR
autorização
legislativa para a
sua aprovação
Rever Código Penal 49d) Submissão à AR Em Curso
Rever Legislação Prisional Início da execuão
pendente do início
49e) Submissão à AR
do projecto que a
financia
* Ver o aide memoire
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