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O documento aborda o manejo nutricional de equinos em hospedarias urbanas na cidade de Pelotas, destacando a importância de uma dieta balanceada que considere as necessidades nutricionais dos animais. A pesquisa revelou que a maioria das hospedarias fornece alimentos volumosos e concentrados, mas também identificou problemas potenciais relacionados a dietas inadequadas e restrições de espaço. O manejo nutricional observado atende, em geral, às exigências dos equinos, com a prática de oferecer volumoso antes do concentrado para evitar cólicas.

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O documento aborda o manejo nutricional de equinos em hospedarias urbanas na cidade de Pelotas, destacando a importância de uma dieta balanceada que considere as necessidades nutricionais dos animais. A pesquisa revelou que a maioria das hospedarias fornece alimentos volumosos e concentrados, mas também identificou problemas potenciais relacionados a dietas inadequadas e restrições de espaço. O manejo nutricional observado atende, em geral, às exigências dos equinos, com a prática de oferecer volumoso antes do concentrado para evitar cólicas.

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MANEJO NUTRICIONAL DE EQUINOS

MANTIDOS EM HOSPEDARIAS NA CIDADE DE PELOTAS

AFONSO, Alice B. M.1; SILVEIRA, Isabella D. B.2; DUVAL, Eduardo J.C.P 3;


SOUZA, Juliana S.1; MADRUGA, Leontino A.M.1
1
Graduandos Curso de Zootecnia UFPEL; Email: [email protected]
2
Docente Curso de Zootecnia UFPEL; Email: [email protected]
3
Engenheiro Agrônomo UFPEL; Email: [email protected]

1 INTRODUÇÃO

Os equinos historicamente apresentam diferentes formas de utilização, tais


como meio de transporte, ferramenta de conquistas, trabalho e esporte, o que
determinaram, desde a domesticação, mudanças na forma de criar e manter os
cavalos (Dittrich et al., 2010). Seja qual for anatomia e finalidade, o cavalo tem
necessidades nutricionais para seu crescimento, manutenção e trabalho (Moretini et
al., 2004).
O manejo nutricional deve considerar quantidades, horários e sequência para
o fornecimento das refeições em função do uso e intensidade de exercício dos
animais (Domingues, 2009). A criação de equinos na zona urbana em hospedarias,
por exemplo, desencadeou uma restrição ao espaço para o animal viver, bem como
alterações na sua alimentação. Segundo Dittrich et al. (2010) a restrição de espaço
físico desencadeou a simplificação da dieta em duas classes principais de alimentos,
os volumosos (pastos e forragens conservadas) e concentrados (alimentos com alto
conteúdo energético e/ou protéico). Por outro lado, Johnson et al. (1998)
observaram que altas proporções de alimentos concentrados na dieta de equinos
confinados, aumentaram a incidência de distúrbios orais de comportamento
(estereotipias), como morder grade/muro, lamber cocho/grade e comer a cama.
A manutenção dos cavalos em cocheiras por longos períodos priva-os de
adequada movimentação na busca de alimentos, das relações sociais com outros
animais e, consequentemente, a maior parte do tempo os animais permanecem em
pé e com atitudes comportamentais inadequadas (Goloubeff, 1993; Rezende et al.,
2006). A carência de alimentos volumosos na dieta, além dos problemas de desvios
comportamentais, está também relacionada com problemas de saúde incluindo
ulcerações gástricas, cólicas e laminites (Davidson & Harris, 2002; Mills, 2005; NRC,
2007).
A ingestão de água pelos equinos está diretamente relacionada com o
conteúdo desta nos alimentos consumidos pelo animal (Andriguetto et al.,1983), ou
seja, quando submetidos a dietas de alimentos secos, feno por exemplo, têm mais
necessidade de ingerirem água.
O objetivo do presente trabalho foi descrever o manejo nutricional de equinos
mantidos em hospedarias urbanas na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul.

2 METODOLOGIA (MATERIAL E MÉTODOS)

A pesquisa foi realizada nos meses de março a junho de 2011 na cidade de


Pelotas, Rio Grande do Sul. A metodologia utilizada baseou-se na pesquisa de
campo mediante um questionário a ser respondido pelos proprietários de dez
hospedarias. Estas hospedarias foram visitadas por alunos de graduação da
Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), integrantes do Grupo de Estudos
Comportamentais de Animais de Produção (GECAP).
As perguntas foram elaboradas de forma objetiva e descritiva, relacionadas
ao manejo nutricional praticado nas hospedarias (H). Questionaram-se quais
alimentos volumosos e concentrados eram fornecidos aos animais: verde, feno,
ração comercial, cereal, suplemento e sal mineral. Também quais espécies vegetais
compunham o volumoso oferecido e as marcas comerciais das rações e
suplementos. Outro dado levantado foi quanto a frequência de fornecimento de água
(A) aos animais.
Os dados coletados foram analisados sob a forma simples descritiva.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados referentes aos alimentos fornecidos nas hospedarias estão


apresentados na tabela 1.
Tabela 1. Alimentos fornecidos ou não aos equinos nas hospedarias de Pelotas.
Hosped. Verde Feno Ração Cereal Suplem. Sal mineral Água
1 ar/az/av alfafa su ― rc 1x/sem liberada
2 az/cn alfafa tr ― ― 3x/mês 3x/dia
3 cn alfafa su aveia ― diário liberada
4 cs/av alfafa te aveia mh/hp 1x/sem 3x/dia
5 az/tb alfafa su/pu ― ― ― 2x/dia
6 az ― pc aveia ― ― liberada
7 az/mi alfafa pc/su aveia ― diário liberada
8 az/mi alfafa pc/po/ro aveia ― diário liberada
9 az/av/mi ― pc ― mh diário liberada
10 ― alfafa bag ― ― ― 2x/dia
Total % 90% 80% 100% 50% 30% 70% 100%
Hosped.= Hospedarias.
Verde = aruana (ar), aveia (av), a ze vém (az), campo nativo (cn), capim sudão (cs), milheto (mi) e trevo branco
(tb).
Feno= feno de alfafa.
Ração= ração comercial: Bagetti ® (bag), Pro Cavalo ® (pc), Podium ® (po), Purina ® (pu), Rodeio ® (ro), Supra
® (su), Tradição ® (tr) e Turfe Esporte ® (te).
Cereal= aveia.
Suplem.= Suplemento: Red Cell ® (rc), Malbran Horse ® (mh) e Horse Protein ® (hp).
“―” = significa que o item em questão não é administrado na respectiva hospedaria.

Em relação ao fornecimento de verde sete espécies são administradas dentre


as hospedarias em questão. As espécies são: aruana (ar), azevém (az), aveia (av),
campo nativo (cn), capim sudão (cs), trevo branco (tb) e milheto (mi). O verde é
fornecido cortado nos comedouros dentro das baias individuais. O verde quando in
natura, é fornecido nas pastagens como é o caso da espécie campo nativo (cn).
A administração de verde ocorre em 90% das hospedarias.
O feno de alfafa é ofertado em 80% das hospedarias, portanto sendo utilizado
em oito hospedarias. O equino é um herbívoro não ruminante capaz de suprir
grande parte ou a totalidade da sua demanda nutricional pela ingestão de gramíneas
(Brandi & Furtado, 2009).
O alimento mais administrado aos equinos foi a ração comercial totalizando
100% das hospedarias. O uso da ração é justificado pelos proprietários dos
estabelecimentos, por se tratarem de equinos participantes de provas hípicas, laço
comprido, cavalgadas, o que impõe desafios aos cavalos. Quando questionados
sobre cólicas e outros transtornos nutricionais, relataram que os animais possuem
uma rotina de exercícios o que contribui para o não surgimento de futuras cólicas.
Segundo Andriguetto et al. (1983) os animais em atividade física devem receber
alimentos três vezes ao dia, sendo alimentação concentrada fornecida
principalmente pela manhã e ao meio-dia.
Quanto ao cereal ofertado, 50% das hospedarias utilizam o grão de aveia
branca. A aveia branca por facilidade de comercialização e baixo custo constitui-se
no único alimento concentrado para os equinos, pois devido ao seu teor elevado de
palha (cascas) não oferece os mesmos perigos de indigestão (cólicas) do milho e
trigo. É muito apetecida e, ao contrário dos outros grãos, não chega a ser
constipante (Torres & Jardim, 1987).
Hospedarias que oferecem suplementos aos animais corresponderam a 30%.
Dentre as marcas comerciais de suplementos citados estavam Red Cell ® (rc),
Malbran Horse ® (mh) e Horse Protein ® (hp). Segundo os fabricantes dos referidos
suplementos, estes são suplementos a base de: vitaminas, ferro e sais minerais;
farelo de arroz e proteínas, respectivamente.
O sal mineral é disponibilizado por 70% dos estabelecimentos. Sua frequência
de distribuição varia de administração diária passando de uma vez por semana
(1x/sem) até três vezes por mês (3x/mês). As necessidades de cloreto de sódio
podem ser mais acentuadas nos animais submetidos a um esforço físico maior
(exercício, trabalho etc.). As necessidades de manutenção são estimadas em 25-30
gramas/animal/dia (Andriguetto et al.,1983)
A frequência com que a água é disponibilizada aos animais foi de duas vezes
ao dia (2x dia) em 20% das hospedarias, três vezes ao dia (3x dia) em 20% dos
estabelecimentos e ad libitum (à vontade) em 60% das hospedarias visitadas
através de açudes e bebedouros. Segundo os proprietários a água fornecida é
potável e os bebedouros e baldes limpos diariamente. Conforme Torres & Jardim
(1987), a água entra na composição de todos os tecidos do corpo e serve de veículo
para levar os alimentos e oxigênio a todas as células e ajuda a eliminação dos
resíduos do organismo, através da urina, do suor, da respiração e da defecação.
Além disso, o equilíbrio da temperatura do corpo só pode ser mantido graças à
água.

4 CONCLUSÃO

O manejo nutricional realizado nas hospedarias de equinos em Pelotas, no


geral, corresponde às exigências dos animais. O volumoso é fornecido antes do
concentrado, o que evita cólica.

5 REFERÊNCIAS

ANDRIGUETTO, J.M. et al. Nutrição Animal. São Paulo: Nobel, 1983.

BRANDI, R.A.; FURTADO, C.E. Importância nutricional e metabólica da fibra na


dieta de equinos. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, p.246-258, 2009. (supl.
especial)

CARVALHO, R.T.L.; Haddad, C.M. Pastagens e Alimentação de Equinos. Jundiaí:


FEALQ, 1987.
CINTRA, A.G. de C. O Cavalo: Características, Manejo e Alimentação. São
Paulo: Roca, 2011.

DITTRICH, J.R.; MELO, H.A.; AFONSO, A.M.C.F. da; DITTRICH, R.L.


Comportamento ingestivo de equinos e a relação com o aproveitamento das
forragens e bem-estar dos animais. Revista Brasileira de Zootecnia, v.39, p.130-
137, 2010. (supl. especial)

FRAPE, D. Nutrição e Alimentação de Equinos. São Paulo: Roca, 2008.

GOLOUBEFF, B. Abdome Agudo Equino. São Paulo: Varela, 1993.

LEWIS, L.D. Nutrição Clínica Equina: Alimentação e Cuidados. São Paulo: Roca,
2000.

MORETINI, C.A.; LIMA, J.A.F.; FIALHO, E.T.; MERCER, J.R.; BRANDI, R.A.
Avaliação nutricional de alguns alimentos para eqüinos por meio de ensaios
metabólicos. Ciência agrotécnica, v. 28, n. 3, p. 621-626, 2004.

Torres, A.P; Jardim, W.R. Criação do Cavalo e de Outros Equinos. São Paulo:
Nobel, 1987.

VERVUERT, I.; KLEIN, S.; COENEN, M. [2008]. Effect of mixing dietary fiber
(purified lignocellulose or purified pectin) and a corn meal on glucose and insulin
responses in healthy horses. Journal of Animal Physiology and Animal Nutrition.
Disponível em: <http://www3.interscience.wiley.com/ journal/ 121376647/ abstract.>
Acesso em: 15/8/2011.

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