Didactica de Quimica Completo
Didactica de Quimica Completo
1. Introdução
1.1. História do ensino de Química em Moçambique
2. Os objectivos do ensino de química
3. O processo de ensino aprendizagem ( PEA)
3.1. O PEA no geral
3.2. Os princípios didácticos
3.3. Os métodos de ensino
3.3.1. O método apresentativo
3.3.2. O método de elaboração conjunta
3.3.3. O método de trabalho independente do aluno
3.3.4. O método experimental
3.3.5. O método de trabalho em projecto
3.4. Meios didácticos: caracterização, classificação, funções, propostas de elaboração e
produção
3.5. Funções didácticas no ensino de Química: motivação, aquisição da matéria da matéria
nova, consolidação e avaliação
4. Planificação e preparação das aulas
4.1. Planificação de unidades didácticas
4.2. Planificação das aulas
4.3. Práticas de micro aulas (aulas de simulação)
4.4. Oficinas Pedagógicas
4.4.1. Elaboração de materiais didácticos
4.4.2. Trabalhos em projectos: apresentação e discussão de projectos
1
DQII
DQIII
DQIV
2
1.7. Processos químico-técnicos
DQV
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MANUAL DE DIDÁCTICA DE QUÍMICA
INTRODUÇÃO
A formação dos professores vem se tornando uma das áreas prioritárias nas definição das políticas educativas
em Moçambique. Esse facto deve-se a tomada de consciência de que a educação é um factor essencial,
necessário e condicionante do desenvolvimento económico e social do nosso país. Esse interesse e
preocupação é demonstrado por recentes pesquisas em Educação e não só, que apontam para a necessidade
de uma reconceitualização da formação dos professores no sentido em que se preste mais atenção à
componente didáctico-pedagógica na formação. As novas reformulações sobre a concepção de formação
integrada dos professores, decorrentes da aprovação da recente Revisão Curricular dos cursos na
Universidade Pedagógica trouxeram um novo alento nesse sentido. A preocupação com uma formação
integral dos professores exige por esse motivo, da parte da comunidade científica em geral e dos professores
das Didácticas Específicas em particular, um empenho redobrado quanto a concretização dos objectivos
particulares da disciplina, no que respeita a implementação plena das premissas da Revisão Curricular. As
novas abordagens na disciplina de Didáctica específica, como disciplina de carácter profissionalizante,
exigem que se considere a aprendizagem de conhecimentos científicos universais e a sua articulação em
termos didáctico-pedagógicos. As mais recentes memórias do extinto Estágio Pedagógico demonstraram as
grandes dificuldades dos estudantes ao enfrentar, pela primeira vez para muitos deles, a sala de aula.
Sensações de insegurança , o pouco domínio da gestão de tempo, dos aspectos disciplinares no ambiente da
sala de aula, bem como a consciência de estar a ser observado e avaliado pelo supervisor tomam conta do
estudante criando situações de desconforto e de impotência.
O desafio colocado aos docentes de Didácticas específicas é o de permitir que os futuros professores, durante
a sua formação inicial ou em exercício, experimentem momentos de reflexão sobre os conhecimentos
científicos assimilados e os utilizem adequadamente no contexto escolar . Dentro do novo quadro
conceitual e didáctico-metodológico, o aumento do número de horas para a disciplina de Didáctica de
Química (de 3 para 5 horas semanais) e a introdução da disciplina de Práticas Pedagógicas, sentimos que
conquistamos um maior espaço de actuação para engajar os futuros professores num processo de
aprendizagem com características que o façam aproximar de novas possibilidades e escolhas do seu futuro
profissional. Melhorar a qualidade de formação teórica e prática dos nossos estudantes e capacitá-los
c apacitá-los para a
actividade de docência através de conteúdos específicos da ciência Química é uma preocupação permanente.
Acreditamos que uma das formas de contribuir para isso é a produção de meios e materiais didácticos para
orientar e garantir essa formação. Por isso, o objectivo deste manual é de que ele constitua um dos
instrumentos para ajudar os futuros professores a melhorar as práticas escolares.
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A Didáctica de Química e a sua relação com outras disciplinas
O manual está organizado em conformidade com o plano de estudos da disciplina de Didáctica de Química
tentando, sempre que possível, no fim de cada assunto, sugerir grandes temas para investigação e debate.
Entretanto, consideramos que todos os assuntos tratados na disciplina são objecto de análise e discussão
durante as aulas, uma vez que nos orientamos por uma concepção de currículo e programas de ensino que
privilegia o questionamento, a construção de conhecimentos de forma colectiva, a consideração e valorização
das experiências particulares. No entanto, como uma disciplina articuladora da necessidade e função de
ensino de Química, não deverá ser desvinculada dos conteúdos didáctico-pedagógicos, o que permitirá uma
reflexão sobre os conteúdos científicos integrantes do currículo da formação. Queremos com isso reafirmar
que não descurarmos nem nos desvincularmos das tradições características e metodológicas estabelecidas e
utilizadas quanto às várias áreas das disciplinas da ciência Química. Aliás, são as disciplinas de cunho
científico como a Química Geral, a Química Inorgânica, a Química Orgânnica, a Química Técnica, a
Química Ambiental entre outras, as que fornecem os elementos para o trabalho interdisciplinar com o
trabalho metodológico de ensino-aprendizagem da Química. Por último, não é nossa intenção apresentar um
manual com regras e modelos de como ensinar a Química, mas sim ajudar os futuros professores na
planificação e execução das tarefas pedagógicas, estabelecendo um diálogo franco, com o objectivo de
despertar reflexões na base da troca de experiências sobre o conhecimento da realidade específica dos alunos
na sala de aula.
Diante disso, o perfil do futuro professor de Química enquadra-se no novo modelo integrado de
formação dos professores adoptado pela Universidade Pedagógica no qual combina-se a formação geral e
científica com a formação profissional, tentando-se manter o equilíbrio entre a teoria e a prática (UP. 2003,
p.5).
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O ensino de Química em Moçambique
A história da Educação em Moçambique é uma área ampla e complexa da realidade social cujo
conhecimento e desenvolvimento requer perspectivas de análise sobre o passado, presente e futuro. Nessa
realidade o ensino da Química deve inserir-se numa perspectiva de desenvolvimento técnico, científico e
ético do país e do mundo. No entanto, como se sabe, Moçambique não possui uma tradição de produção
científica comparativamente aos países desenvolvidos, chamados do primeiro mundo. Durante os anos da
colonização a Educação no nosso país caracterizou-se por um ensino inadequado para a maioria da população
vincando-se mais os objectivos institucionais do que educacionais no sentido de educar/ensinar para a
cidadania e para o trabalho. No processo de desenvolvimento do país ocorreram mudanças estruturais a todos
os níveis e aquelas que dizem respeito ao ensino de Química exigiram novas reconfigurações curriculares
visando corresponder e acompanhar esse processo.
Assim, para o tratamento desta temática, recorrendo aos procedimentos da pesquisa qualitativa e/ou
quantitativa, os estudantes (individualmente ou em grupos) poderão elaborar um trabalho escrito abordando
as diversas fases da evolução do ensino de Química em Moçambique apoiando-se nos seguintes temas
estruturadores:
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Os objectivos do ensino de Química
Indicações gerais
De uma maneira geral os objectivos educacionais expressam os propósitos definidos e explicitados
no que respeita ao desenvolvimento das qualidades humanas necessárias aos indivíduos para que sejam
capazes de transformar as realidades sociais. A educação escolar caracteriza-se, entre outros, por explicitar e
proporcionar os meios e métodos que orientam as tarefas escolares e dos professores em direcção à
efectivação daqueles objectivos.
Os programas de ensino constituem a base para o ensino de Química nas escolas secundárias e pré-
universitárias. Definiram-se os objectivos da disciplina de Química para cada ciclo, de cada nível, 8ª, 9ª, 10,
11ª e 12ª e classes, para cada unidade temática. A distribuição dos conteúdos por trimestre com a dosificação
dos conteúdos por grupos de aulas inclui a distribuição do tempo lectivo previsto para a sua leccionação.
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1. Sugestões para o tratamento temático
1.1. Sobre os objectivos do Ensino de Química
Sugere-se que o professor faça em conjunto com os estudantes, uma reflexão crítica quanto aos
objectivos gerais do Ensino de Química do ESG e os objectivos específicos para cada classe e para cada
unidade temática.
Deverão ser analisados criticamente os objectivos no âmbito do saber, do saber fazer e saber ser e
estar. De uma maneira geral, os objectivos preconizam a aquisição dos conhecimentos sobre factos
importantes, noções básicas, leis e teorias da ciência, os métodos de trabalho na disciplina; neste sentido, os
alunos devem vincular os conhecimentos adquiridos no campos de aplicação do seu fazer, em processos
intelectuais e manuais, de análise e síntese, generalização e conclusão; os alunos devem também, ser capazes
de relacionar os conhecimentos adquiridos com o seu quotidiano; devem também estar convictos da
contribuição da ciência para o desenvolvimento social e económico do país.
Propriedades
Constituição Transformações
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Estas interrelações são importantes para se compreender alguns tópicos do conteúdo da Química. O
conhecimento sobre a estrutura das substâncias e suas propriedades determina o seu uso ou aplicação. Na
base disso pode-se entender que os conteúdos da disciplina de Química encontram-se estruturados na base de
sete linhas que visam facilitar a orientação, o estudo e a planificação da mesma. Analisam-se aqui, os
conteúdos principais da matéria do primeiro ciclo do ESG (da oitava a décima classes). Essencialmente,
pode-se estruturar os conteúdos da disciplina de Química em duas linhas principais : a matéria/substâncias
e as reacções químicas . Com base nestas linhas, o professor planifica e orienta o estudo das propriedades,
estrutura, classificação e aplicação das substâncias.
Quanto às outras linhas secundárias elas não existem separadamente devendo ser tratadas como uma
unidade. Recomenda-se que se faça um tratamento dos conteúdos a fim de desenvolver habilidades como as
de escrever as equações químicas, aplicando correctamente os símbolos e fórmulas químicas, adqurir
capacidades de cálculo químico de massas e volumes (Linguagem Química) na base das leis e teorias. O
tratamento desses conteúdos deve permitir uma ligação entre a aquisição do saber sobre as teorias da
Química e dos seus métodos de trabalho característicos, na planificação, realização e interpretação de
experiências. A aplicação de modelos como um meio didáctico é útil para a demonstração dos pontos
essenciais dos fenómenos químicos e do ramo submicroscópico na base das suas funções de reconhecimento,
de explicação e demonstração.
De um modo geral, no tratamento deste conteúdo deve-se ter a preocupação da aplicação de alguns
princípios didácticos orientadores como a estrutura lógica da matéria, o desenvolvimento no tratamento da
matéria de baixo para cima, o carácter científico etc..
Fenomenológico
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Teórico Representacional
2. Sugestões metodológicas
O professor pode orientar a realização de algumas destas actividades para os estudantes organizados
em grupos ou individualmente. Recomenda-se o estudo e a análise crítica dos materiais didácticos utilizados
nas escolas, como manuais e livros escolares ou outros destinados ao ensino de Química no primeiro ciclo do
ESG. O tratamento destes assuntos deve suscitar a discussão e o debate sobre as formas de melhorar ou
superar eventuais lacunas, o que pode ser feito em aulas de seminários.
Considerar, o que na sua óptica, possam constituir obstáculos para o alcance dos
mesmos e
Fazer um levantamento dos conteúdos nos programas de ensino para cada uma
das classes do ESG na base da sua estruturação em linhas;
Portanto, o ensino configura-se como um processo no qual se sequenciam e se desenvolvem uma série
de actividades do professor e dos alunos dentro e fora da sala de aula, no qual o professor desempenha uma
actividade mediadora entre os objectivos do ensino e os conteúdos escolares. Esses objectivos devem se ver
reflectidos e concretizados à luz dos objectivos de estudo dos alunos. Isto é, a actividade do professor não se
esgota apenas o cumprimento integral dos mesmos; acima de tudo, o professor deve fazer com que, tal
mediação signifique uma melhor qualidade do ensino, aquela que corresponda, efectivamente, às
necessidades de aprendizagem e ao desenvolvimento das capacidades intelectuais dos alunos.
Isso significa que ensinar e aprender não existem isoladamente, são duas facetas do mesmo processo.
Ensinar e aprender constituem os dois processos didácticos básicos. A tarefa principal do professor é
garantir a unidade didáctica entre ensino e aprendizagem, através do processo de ensino (LIBÂNEO, p.81).
Resumidamente, o processo de ensino e aprendizagem caracteriza-se por uma interligação entre todos
os componentes da sua estrutura: os objectivos, a matéria de ensino, a acção de ensinar (mediação pelo
professor), a acção de aprender (assimilação activa da matéria de ensino), as condições reais e concretas do
ensino.
A condução deste processo implica a unidade dialéctica e a associação entre os seus princípios
didácticos básicos, ensinar e aprender, entendidos como relações dinâmicas, participativas onde, sob
orientação do professor, os alunos adquirem conhecimentos, capacidades e habilidades e formação de
convicções e atitudes sobre as concepções científicas, da técnica e da cultura. Nesse sentido, os princípios
didácticos são as indicações que apoiam uma atitude didáctica de orientação para realizar cabalmente os
objectivos do Ensino de Química. Distinguem-se:
O princípio da activação dos alunos, tomando estes como protagonistas da sua própria
aprendizagem.
No campo de uma disciplina é possível elaborar princípios metodológicos na base dos princípios
didácticos. Os princípios didácticos caracterizam-se pelo seguinte
Em todas as áreas da actividade humana, quer seja social, política, religiosa, artística e,
principalmente no que importa para a área científica-acadêmica, fala-se em conhecer.
Conhecer pessoas, conhecer coisas, objectos, conhecer conteúdos de textos etc. Isso supõe que o acto
de conhecer é uma premissa para a convivência entre pessoas e objectos e entre pessoas, e é efectivamente,
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uma característica inerente e necessária ao ser humano (sujeito), pois que, o acto em si pressupõe uma
reciprocidade na comunicação com algo (objecto). Essa necessidade, vital para o homem, de construção, de
produção e, sobretudo, de convivência e apropriação do conhecimento, aproxima-nos à base semântica da
palavra “connaissance”, que o relaciona, metafóricamente, à ideia de “nascer juntos”, de onde se vê a
possibilidade de coexistir e construir, junto com um outro, um conhecimento abrangente sobre o mundo e a
natureza em que vivemos.
Sabemos algo sobre o “objecto” do conhecimento após o conhecermos. Reconhecemos esse objecto
depois que já tenhamos tido um primeiro contacto com o objecto sobre o qual desenvolvemos diversos
sentimentos. A partir do momento em que se conhece algo, estabelecem-se vínculos e relações de
comunicação e de familiaridade com o objecto conhecido.
As teorias empiristas, assim como as teorias racionalistas buscam na realidade objectiva (as
experiências sensíveis) ou na realidade subjectiva (as idéias), o fundamento do conhecimento, o objecto a ser
conhecido, através de várias formas de apreensão. Destas, salientam-se quatro: os sentidos, a razão, o
intelecto e a contemplação intuitiva, não havendo, no entanto, consenso epistemológico a respeito dessa
classificação, propondo-se que tais formas devam relacionar-se essencialmente a uma categorização das
distintas formas de classificação dos conhecimentos.
Esquematicamente, podemos resumir todas estas considerações do seguinte forma:
Conhecimento/conhecer
(relação com o mundo)
Conhecimento sensível
(apropriação física dos objectos)
Conhecimento científico
(rigoroso, transferível, metódico e sistemático)
Na observação predomina a actividade dos sentidos analisadores sensoriais que permitem conhecer a
qualidade dos objectos e dos fenómenos como a cor, o cheiro, o tamanho, etc; os objectos e fenómenos
podem ser representados por meio de percepções e com a ajuda das representações constroem-se novas
imagens dos elementos distintos. O pensamento é a forma superior que permite ao homem penetrar na
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essência mais profunda dos factos e fenómenos, ao mesmo tempo em que o pensamento reflecte a sua relação
com outros factos e fenémenos através das operações lógicas de análise, síntese e abstracção para elaborar
os conceitos sobre as características fundamentais ou essenciais de um fenómeno ou objecto. Pode-se dizer
que com a ajuda das operações lógicas do pensamento constroem-se expressões ou juízos gerais cuja forma
mais elevada é a Lei: Regularidade do Quadro periódico, lei da periodicidade, lei da conservação de
massa, Lei de Le Chatellier, etc.
Os juízos gerais formam-se quando se expressa uma qualidade do objecto ou fenómeno, através da
percepção sensorial e partem do concreto, do real, analisando, abstraindo o essencial e generaliza-se para um
grupo de fenómenos para chegar aos juízos finais. Estamos a falar dos processos da indução (do particular ao
geral) e da dedução (do geral ao particular).
Análise Síntese
Comparação
Abstracção Generalização
Consideraçãoes didácticas
O conhecimento da matéria a ensinar e a aprender
Consideramos que a apropriação e a construção dos conhecimentos na disciplina de Química deve ser
realizado de forma especial; isto é, de forma metódica e sistemática, uma vez considerando como uma
disciplina com uma forte componente experimental. Busca-se assim, favorecer e privilegiar determinados
princípios didácticos tornando o aluno e o estudante o protagonista da sua aprendizagem, criando
oportunidades para que sejam os próprios estudantes e alunos a fundamentar a procura de respostas para os
problemas colocados.
Esta proposta construtivista de apropriação dos conhecimentos em Química tem em vista contrapor-se
ao estilo de ensino tradicional e dogmático, no qual as ideias, os métodos são apresentadas aos alunos
prontamente elaborados e sistematizados prontos para serem aprendidos pelos alunos.
Concebemos esta forma de apropriação não como uma teoria construtivista elborada, mas adimitindo
o construtivismo como a ideia de que o conhecimento vai-se construindo como produto das relações do
homem com a natureza, perante as necessidades concretas de realização do ser humano. A existência de
esquemas conceituais para a aprendizagem da Química não pode ser considerada a única forma de
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aprendizagem. Neste ponto, enfatizamos o princípio didáctico da Química no qual a aprendizagem é melhor
realizada fazendo do que vendo fazendo.
É necessário que o professor saiba reconhecer nos seus alunos as potencialidades criativas e a sua
flexibilidade na resolução dos problemas. Deve-se tratar a matéria da disciplina como situações de
aprendizagem problemáticas as quais despertam os aspectos motivacionais tais como o interesse e a
curiosidade. Isto requer da parte do professor conhecimentos mais do que dos conteúdos da matéria a ser
ensinada para que ele não se transforme num transmissor da matéria e os alunos em recpetores. Segundo
CARVALHO e GIL-PÉREZ, p. 22, requerem-se, entre outros,
conhecimentos sobre as orientações metodológicas empregadas na construção dos
conhecimentos, isto é,
a forma como os cientistas abordam os problemas, os critérios de validação e aceitação das
teorias científicas;
o professor deve adquirir conhecimentos de outras matérias relacionadas, para poder abordar
problemas afins, as interacções entre os diferentes campos e os processo de unificação.
Na aula de química é muito importante transmitir ideias vivas sobre a realidade e os objectos concretos, as
subsatâncias químicas, reacções químicas, para que os alunos posssam chegar a conhecimentos sólidos sobre
os objectos e fenómenos: através da observação (com trabalho experimental) e através da capacidade ou
actividade imaginativa (usando modelos de átomos p.e.)
Sugestões
O professor mediante a sua explicação sobre os fenómenos da realidade, deve dirigir a sua
Métodos de ensino
Gil-Perez p 33 e p.20 e 31 para o processo de conhecimnto
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FUNÇÕES DIDÁCTICAS E A ESTRUTURA DO ENSINO DE QUÍMICA
Introdução
Conceito função didáctica
Para o professor é importante decidir o tipo de aula em função dos métodos, dos meios e materiais
didácticos e, não menos importantes as condições reais da escola para a realização da aula. A aula é a forma
predominante e mais comum de organização do Processo de Ensino e Aprendizagem (PEA). No caso
específico de uma aula de Química criam-se, desenvolvem-se e transformam-se as condições necessárias
para a assimilação dos conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções dos alunos. Para tal, cabe ao
professor planear adequadamente a aula levando em conta que a disciplina de Química rege-se teórica e
especificamente sobre modelos abstractos expressos por uma linguagem específica, a linguagem química,
que necessitam ser “desdobrados” e “descodificados” para os tornar acessíveis às primeiras compreensões do
conhecimento da Química. Daí que ao planificar uma aula o professor deve ter em conta as especificidades
metodológicas da produção do conhecimento escolar, observando cuidados especiais ao estimular os alunos a
pensar “quimicamente”, ajudando-os a desenvolver a capacidade de raciocinar logicamente, observar, redigir
com clareza, experimentar e buscar explicações sobre o que observa, o que lê e estuda, para compreender,
reflectir e analisar criticamente sobre os factos do quotidiano. Aos alunos cabe manterem-se interessados em
aprender e desenvolver o rigor e a disciplina necessária para isso.
Nas condições reais das nossas escolas a leccionação das aulas de Química é realizada de forma
expositiva perante uma classe silenciosa e pouco participativa. No estudo dos métodos de ensino e dos meios
didácticos realizado anteriormente vimos que não podemos ignorar o método expositivo, pelas suas
vantagens particularmente devido à racionalização do tempo e ao elevado número de alunos, mas devemos
considerá-lo no conjunto das outras formas didácticas de mediação do PEA e como uma etapa na condução
da actividade independente dos alunos. Os meios didácticos disponíveis e produzidos criativamente pelos
professores e/ou estudantes desempenham um papel fundamental nesse processo.
Devemos, portanto, considerar a aula como um conjunto de meios e condições pelas quais o
professor dirige e estimula o PEA em função da assimilação consciente e activa (participativa) dos
conteúdos pelos alunos (LIBÂNEO, 1994, p.177). Nesse sentido, pode-se entender a aula como uma situação
didáctica onde convergem objectivos, conhecimentos, dificuldades e desafios tendo em vista finalidades de
formação e instrução.
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4.6. Funções didácticas
Tipos de aulas
A aula de Química deve ser materializada, estruturada e preparada didacticamente relacionando
objectivos-conteúdos-métodos-meios do ensino da Química. Neste ponto, coloca-se a questão da decisão
sobre que tipo de aula o professor vai realizar:
Uma aula na qual tem prioridade uma tarefa didáctica, a aula especializada;
Uma aula combinada que abrange todas as etapas para a aquisição relativamente completa do
conteúdo da matéria.
Ainda assim, essa distinção não significa que a condução dessas aulas deva seguir um esquema rígido e
fixo. É importante que o professor faça as opções pela etapa ou passos didácticos adequados dependendo dos
objectivos, dos conteúdos da matéria da aula, dos métodos, recursos e meios didáctivos, das caracteristicas
dos alunos e das condições da escola. Isso exige, por isso, flexibilidade e criatividade do professor na
estruturação e organização das etapas ou passos da aula. Consideremos outras etapas e passos de aula que
constituem as Funções didácticas :
introdução/motizavação/estimulação da aprendizagem;
sistematização;
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atenção para a matéria de estudo, a criação de interesses cognitivos, o suscitamento da curiosidade, a
consideração das suas pré-concepções, a relação da matéria anterior com a matéria nova etc..
1. Motivos
São qualidades da personalidade que influenciam a catividade do homem, ligando com outras
qualidades da personalidade (saber, vontade, sentimentos). A motivação pode-se realizar:
no início da aula;
durante a aula;
2. Motivos de aprendizagem
motivos de curta vida e de longa vida (curto e longo prazo);
notas;
interesses sociais;
Estímulo “histórico”
Anedotas;
Reconhecimentos actuais
Hidrogénio (8ª/5ª/2ª);
Importância, aplicação dos Fenois (motivar uma parte da aula: propriedades físicas e
químicas dos fenois)
Nesta etapa realiza-se a percepção dos objectos e fenómenos ligados ao tema da aula, a formação e
explicitação dos conceitos, o desenvolvimento das capacidades e habilidades cognoscitivas de observação,
imaginação e de raciocínio dos alunos (LIBÂNEO, ibid., p.183). No entanto, há a relembrar que para o
cumprimento integral dos objectivos específicos da aula, não deve existir indissociabilidade entre os
processos de transmissão e assimilação, tendo em conta que esse processo é um caminho que vai do não-
saber para o saber dos saberes sistematizados, não descurando que os alunos são portadores de um saberes e
experiências da prática quotidiana ou de práticas escolares anteriores, portanto, não existe não-saber
absoluto. Ou seja, em cada uma dessas operações prevalecem formas específicas de organização e
estruturação do conteúdo da matéria, determinadas pela conexão e articulação entre os processos de
assimilação dos conhecimentos e os métodos de ensino escolhidos.
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O nível de exigência do professor deve ser alto (concentração da matéria, garantir que os
alunos tomam nota dos apontamentos, garantir os níveis da atenção e concentração dos alunos,
etc.);
O efeito da apresentação não deve ser monótono e seco; deve considerar os objectivos no
âmbito dos conhecimentos, das habilidades e capacidades, das atitudes e convicções (no sector
cognitivo, no sector psicomotor-experimental e no sector afectivo);
Indicar o trabalho independente do aluno desde o mais simples como fazer um desenho, por
exemplo, ao mais complicado como preencher uma tabela ou ficha de trabalho.
Na disciplina de Química o conteúdo da aula tornar-se-á mais significativo para canalizar o interesse
dos alunos para a matéria de estudo ao ser complementada com elementos ilustrativos, demonstrativos,
exercitação, considerando principalmente o método experimental colocando os alunos numa atitude
receptiva-activa, mudando a ideia de que a exposição verbal seja um “depósito” de informações.
Chama-se particular atenção para o facto dos cuidados que o professor deve observar durante a
exposição verbal nomeadamente, evitar conduzir os alunos a uma aprendizagem mecânica fazendo-os
memorizar e decorar factos, regras, definições, usar linguagem e termos inadequados aos seus reais
interesses, apresentar factos, noções e assuntos sem ligação com a matéria anterior, isto é, sem um plano
sistemático das unidades didácticas com os objecivos, conteúdos, actividades coerentes com os conteúdos e
obedecendo a uma certa ordem; expor a matéria sem antes motivar (atenção, interesses) os alunos, exigir
silêncio com ameaças e intimidações, usar métodos de avaliação que apenas exijam respostas decoradas ou
repetidas tal como foram transmitidas pelo professor ou pelos livros didácticos etc. (LIBÂNEO, Ibid., p. 161-
163).
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novas e o professor traz conhecimentos, experiências mais elaborados e sistematizados. A combinação deste
método com o recurso aos meios didácticos pode melhorar o efeito educativo.
O aspecto mais importante desse método é a actividade mental dos alunos que pode ser adoptado em
qualquer momento da aula, como tarefa inicial ou preparatória da aula (para verificar as condições prévias
dos alunos, colocar problemas, despertar interesse, incitar atitudes interrogativas etc.), como tarefa de
assimilação da matéria nova (exercícios e tarefas seguidas à explicação do professor, estudo dirigido, solução
de problemas, pesquisa com base num problema novo, leitura de textos etc.) ou como tarefa de elaboração
pessoal (exercícios nos quais os alunos produzem respostas surgidas do seu próprio pensamento, relatos de
observações etc.).
Para que essa actividade seja um método didáctico o professor deve ser bastante exigente planeando-a em
correspondência com os objectivos, conteúdos e procedimentos metodológicos adequados:
Indicar tarefas claras, compreensíveis e adequadas, à altura e capacidade de raciocínio dos alunos;
Assegurar as condições de trabalho na sala de aula (com os meios didácticos adequados, acessíveis e
disponíveis) ou no laboratório (com materiais, reagentes e aparelhagens);
Os alunos realizam experiências em grupos (4 alunos) com os mesmos Ácidos e Metais ou com
Ácidos e Metais diferentes;
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Os alunos tiram conclusões da experiência: alguns metais reagem e outros não reagem;
A pesquisa e a solução de problemas seguem os procedimentos metodológicos contidos nas etapas do método
experimental que caracteriza a disciplina de Química no concernente à realização de experiências.
Distinguem-se os seguintes elementos:
1. Colocação do problema;
7. Realização da experiência;
O relatório ou protocolo é uma parte do trabalho experimental independente dos alunos e tem grande
importância para avaliar o trabalho realizado identificando os erros e corrigí-los;
1. Formulação da tarefa;
2. Materiais e reagentes;
4. Actividades realizadas;
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5. Observação;
Os alunos devem saber que a fização das obsevações e a sua interpretação são dois passos diferentes
do trabalho experimental: as observações não são interpretações!
4.6.3. Consolidação
As funções didácticas da introdução e da matéria nova permitem prover os alunos dos modos e condições de
compreensão e assimilação da matéria pelos alunos que incluíam tarefas e exercícios para uma consolidação
imediata dos conhecimentos. Entretanto, a consolidação e a aquisição da matéria nova, constituindo-se uma
unidade no PEA, outras formas de aprimoramento dos conhecimentos e habilidades são requeridas nas aulas
de Química para que esses conhecimentos e habilidades sejam organizados e fixados na mente dos alunos
para que estejam disponíveis a fim de orientá-los nas situações concretas
concr etas do estudo e para a sua aplicação na
vida dos alunos. Verifica-se, porém na escola, que esse processo tem sido reduzido à repetições mecânicas da
matéria, à aplicação directa e rectilínea das regras decoradas sem apelo à actividade intelectual, o raciocínio,
o pensamento independente dos alunos, por diversas razões: elevada quantidade de matéria, falta de tempo,
falta de jeito pedagógico do professor etc..
A consolidação pode acontecer em qualquer fase da aula ou conjunto de aulas (antes do início da matéria
nova, com sistematização, realização de exercícios da matéria anterior, durante a exposição da matéria nova
paralelamente com a assimilação e compreensão).
compreensã o).
Aplicação: é uma forma de consolidação, é uma forma de culminância relativa do processo de ensino. Os
alunos têm de actualizar e enriquecer os seus conhecimentos, capacidades e habilidades em situações novas,
unindo teoria e prática, há o aspecto criativo. Não é uma repetição, constituindo seu objectivo estabelcer
vínculos do conhecimento com a vida de modo a suscitar autonomia de pensamento e atitudes críticas e
criativas expressando a sua compreensão da prática social (LIBÂNEO, Ibid., p. 189).
Exemplos da aplicação escolhidos com base na matéria escolar podem ser, por exemplo, quando os
alunos devem aplicar os conhecimentos adquiridos sobre a Tabela Periódica no estudo da matéria, no sétimo
grupo principal. O professor pode organizar um trabalho de aplicação dos conhecimentos (saber e saber-
fazer) durante um trabalho independente e produtivo, onde os alunos operam independente, livres,
explicam, provam, avaliam com segurança os conhecimentos adquiridos sob condição de uma prova.
Repetição: há o aspecto memorativo que pode ser repetição permanente, repetição introduzida , controle de
T.P.C., repetição para garantir o nível de partida, resumos das partes da aula, repetição total da aula. As
tarefas da repetição são:
Depois da realização dos objectivos parciais durante uma aula (tem a função de resumo, tem uma
dupla função, consolidar e resumir);
No fim de uma aula (tem o carácter de uma sistematização, isto é, os alunos têm de compreender
entre os resultados parciais duma aula;
Exemplos de sistematização escolhidos com base na matéria escolar podem ser a classificação de
substâncias e tipos de reacções químicas; a sistematização dos conhecimentos sobre ligações químicas, sobre
propriedades da Tabela Periódica, sobre o desenvolvimento da teoria atómica, o trabalho com tabelas,
esquemas, transparências etc., p.e. “ Reacções redox: Metais como redutores” (8ª classe). Aplicam-se aqui os
processos lógicos do pensamento
p ensamento como a indução: os Óxidos metálicos nem sempre
s empre reagem com os
o s Óxidos
não metálicos.
Exercitação: é uma forma de repetição, aperfeiçoamento e complemento das actividades e capacidades dos
alunos. As formas principais da exercitação são:
Na exposição do professor,
professor , é possível uma concentração dos factos
facto s essenciais;
A exposição do aluno pode ser uma explicação e realização das experiências em combinação
com outros meios didácticos, a demonstração de filmes, slides, transparências, é possível mas
não é típica.
Classificação das substâncias (o professor mostra uma colecção de substâncias diferentes e os alunos
devem determinar a sua classe);
27
Relação entre a estrutura atómica e ligação química (os alunos devem explicar as propriedades de
substâncias determinadas);
1. O trabalho comum, no qual todos os alunos resolvem ou estudam a mesma matéria. É uma forma
muito racional.
2. Trabalho em grupo, que consiste na distribuição de temas de estudo iguais ou diferentes a grupos
fixos ou variáveis, constituídos de no máximo 5 alunos. O objectivo principal do trabalho em
grupo é obter a cooperação dos alunos entre si na realização de uma tarefa. A familiarização com
o tema de estudo é condição necessária para a aprendizagem comum sendo necessário que cada
aluno dè a sua contribuição individual sobre a matéria de estudo. Isso implica que o trabalho em
grupo seja precedido de uma exposição, conversação ou trabalho individual.
Para uma aula de Química esta é a forma característica para o trabalho experimental no
laboratório. Uma vez concluído o trabalho um aluno do grupo informa a turma dos resultados do
trabalho. Dependendo das características do trabalho e da forma pela qual o grupo trabalhou a
apresentação pode ser feita por todos alunos organizadamente, fornecendo à turma e ao professor,
um roteiro ou ordem de apresentação do trabalho. O professor deve dirigir e controlar cada grupo.
3. Trabalho individual. Esta forma de organização da aula é útil para o controle e avaliação dos
conhecimentos dos alunos. Pode-se aplicar esta forma para partes da aula de trabalho com fichas
de trabalho, livros, tabelas e esquemas, assim como experiências simples dos alunos. O professor
28
pode organizar e planificar uma unidade entre trabalho em grupos e trabalho individual. O
probelema será o controle dos resultados do trabalho e o tempo de trabalho.
Outra forma de organização do ensino pode ser designada como o estudo do meio. As excursões de
alunos para esses ambientes podem constituir excelentes momentos de aprendizagem dos alunos no
sentido em que se articula teoria e prática. Mais do que simples visitas de estudo ou excursões, os
procedimentos que possibilitam o levantamento, a discussão e a compreensão de problemas concretos do
quotidiano possibilitam que a matéria de ensino seja relacionada com os factos sociais a ela conexos. As
excursões podem ser feitas a empresas da indústria química, salinas, oficinas, museus, feiras. Estas
actividades devem ser planeadas e organizadas pelo professor seguindo algumas sugestões:
O professor tem que planificar os objectivos das visitas, a realização e interpretação das
excursões. Pode pedir um relatório, a redacção de um tema relacionado ou a discussão dos
problemas encontrados durante a visita;
Será útil se cada aluno tiver tarefas concretas dadas pelo professor. Os alunos observam,
tomam notas, conversam com as pessoas, fazem perguntas, identificam o que se produz,
como se produz etc..
A avaliação na escola tem a função de controle e é expressa através de notas ou conceitos ( na escala
numérica de zero a vinte ou de menção mau, insuficiente, suficiente a muito bom ou excelente) que
comprovam, em quantidade e qualidade o grau de assimilação dos conhecimentos adquiridos em função
dos objectivos. No caso da escola moçambicana a prática comum situa o registo da avaliação através de
notas.
29
Nesse sentido, algumas questões para discussão são colocadas a seguir:
7) Controle da aquisição da matéria nova – permite ao professor ter uma noção correcta sobre a
qualidade da compreensão e da firmeza da aquisição dos conhecimentos novos pelos alunos.
b) Formas de avaliação
acções gesticuladas e mímicas do professor para avaliar e precisar as respostas ou
comportamento dos alunos: com gestos de mão para interromper ou provocar respostas;
com gestos de mão para provocar atenção; gestos de mão para indicar erros;
dar razões sobre actividade, resultados do trabalho, resultados das tarefas: oralmente; de
forma escrita (avaliação pelas palavras, ou seja, verbalmente;
atribuir notas.
Como avaliar objectivamente? Na base das exigências do programa de ensino de cada nível,
ou seja, a avaliação deve reflectir a unidade entre os objectivos-conteúdos-métodos, expressos
nos programas de ensino, este como o critério objectivo;
O controle e avaliação devem consciencializar o aluno de modo a saber o que é que os alunos
dominam e quais são as suas lacunas no saber e saber-fazer mas com o objectivo de superar as
suas deficiências.
A avaliação deve apreciar bons trabalhos e resultados ou incitar para mais e intensiva
aprendizagem.
A avaliação, como um acto pedagógico deve ter uma acção educativa tanto sobre o aluno que
recebe a nota como para a turma:
As notas devem ser justas, devem corresponder ao valor do aluno; elas não devem ser
demasiado generosas nem demasiado rigorosas; o professor deve ter convicções éticas,
pedagógicas e sociais de modo a superar-se situações de aparente ambiguidade entre o carácter
objectivo e subjectivo da avaliação;
31
Nunca se deve usar as notas como forma de exclusão evitando a avaliação arrogante, a
humilhação moral dos alunos;
O controle e avaliação devem estar ligados com as várias formas de consolidação e revisão;
Controle deve ser feito em tempo regular e em número suficiente para cada aluno;
Cada aluno tem que reflectir sobre as exigências da tarefa de controle, tem que dispor de
tempo suficiente para resolver as tarefas;
4º passo – classificação pelo professor com uma nota (nem sempre é necessário).
b. Controle escrito
32
1º passo – preparação e introdução: informações sobre a maneira de controle;
organização ou indicações quanto à forma (margem da folha, data, nome, régua e
outros meios auxiliares); indicações para a realização (tempo, maneira das respostas,
condições para o trabalho correcto e leal; colocação das tarefas (ditar, escrever no
quadro, transparência, ficha de trabalho);
2) Os casos singulares da resolução de cada tarefa devem ser avaliados com pontos ou
valores etc.. No fim da correcção pode-se fazer os esquemas:
a) Valores____________________nº de alunos
(.....)
1 _______________________13 alunos
2 _______________________6 alunos
(...)
33
4.8.5. Tipos de perguntas
Considerando que algumas situações de verificação do rendimento escolar se realizam através de
exercícios, provas ou testes escritos, os procedimentos da sua elaboração incluem perguntas que devem ser
respondidas pelos alunos. Daí a necessidade de as questões colocadas devam ser formuladas com muita
clareza para que correspondam, de um modo geral as exigências do nível cognitivo que se pretende que os
alunos demonstrem. As questões mais comumente utilizadas, embora existam outras classificações, podem
ser assim sistemtizados:
O aluno dá a resposta:
Questões tipo composição: compõe-se de um conjunto de questões ou temas que devem ser
respondidas pelos alunos com suas próprias palavras. Usam-se expressões como compare,
relacione, sintetize, descreva, resolva, apresente argumentos etc.. As questões devem estar
relacionadas com o conteúdo das aulas cujo objectivo é verificar o desenvolvimento de
habilidades intelectuais dos alunos na assimilação da matéria: o raciocínio lógico, a
organização das ideias, clareza de expressão, originalidade, capacidade de fazer relações
entre factos, ideias e coisas, capacidade de aplicação de conhecimentos etc.. Por outro lado,
permite avaliar hábitos necessários ao trabalho escolar como caligrafia, ordem, limpeza.
Há, no entanto, a considerar o nível cognitivo dos alunos na taxonomia de Bloom, quanto a:
1. Memorização/reprodução
2. Compreensão
3. Aplicação
4. Análise
5. Síntese
6. Avaliação
No entanto, seja qual for a opção escolhida, a aula deve ser planificada e preparada muito
cuidadosamente pelo professor, prevendo e antecipando as suas actividades e a dos seus alunos, avaliando as
condições e meios necessários para a sua efectivação. Ou seja, a aula deve ser organizada e planificada de
modo que ela seja o espaço e o ambiente ideal para a assimilação activa dos conhecimentos, para o
desenvolvimento de capacidades e habilidades dos alunos. Nesse sentido, estabelecem-se as articulações
entre os objectivos e conteúdos do plano de ensino e as capacidades dos alunos, transformando-os em
objectivos dos alunos. Para isso, o professor ao planificar e preparar as aulas transforma o plano geral do
ensino em planos específicos de aulas sujeitos as alterações e as acomodações que forem julgadas pertinentes
ao longo do ano escolar.
Neste tema trataremos dos princípios, fundamentos e passos da planificação do ensino conforme o
estabelecido nos programas oficiais da disciplina de Química. Os programas de ensino, como documentos
oficiais, preconizam objectivos gerais e específicos em função dos conteúdos das aulas estes, considerados
35
como matéria selecionada e preparada pedagogica e didacticamente, privilegiando os métodos e meios mais
adequados para ser assimilada pelos alunos.
A disciplina de Didáctica realiza a mediação escolar dos objectivos preconizados pelas directivas ou
posturas educativas de alcance social, político e pedagógicos, articulados ao PEA, orienta o trabalho docente
tendo em vista a inserção e os modos de actuação dos alunos na vida social. O trabalho docente constitui-se
de um sistema articulado do trinómio objectivos-conteúdos-métodos que formam uma unidade. Segundo
LIBÂNEO (p.154) a unidade entre objectivos-conteúdos-métodos constitui o princípio fundamental de
compreensão didáctico: os objectivos, explicitando propósitos pedagógicos intencionais e planificados de
instrução e educação dos alunos, para a participação na vida social; os conteúdos, constituindo a base
concreta de informação para alacançar os objectivos e determinar os métodos; os métodos, por sua vez,
formando a totalidade dos passos, formas didácticas e meios organizativos do ensino que viabilizam a
assimilação dos conteúdos e, assim, a concretização dos objectivos.
Ao afirmamos isso, queremos dizer que o programa de ensino apresenta, respectivamente, para as
unidades didácticas e subunidades ou aulas, objectivos particulares para cada uma, isto é, teremos os
objectivos gerais da unidade didáctica e objectivos específicos para a aula. Temos um entendimento do
conceito de objectivo(s) como uma transcrição das orientações estratégicas em resultados ideias
preconcebidos e operacionais (Didáctica Geral). De outro modo, são premissas gerais do PEA, representam
as exigencias da sociedade em relação a escola, ao ensino, aos alunos, ao mesmo tempo que reflectem
posturas e opções políticas e pedagógicas dos agentes educativos em função das mudanças sociais, políticas,
económicas que ocorrem na sociedade.
36
controla e avalia todos os passos didácticos e metodológicos da assimilação dos alunos. Planificar significa,
portanto, uma actividade consciente de previsão das acções docentes fundamentadas em opções político-
pedagógicas (objectivos educacionais) e tendo como referência permanente as situações didácticas concretas.
Objectivos gerais: expressam posturas e finalidades educativas oficiais de acordo com as ideias e
valores dominantes numa determinada sociedade; são vinculativos para o sistema escolar, para a escola e
para o professor.
Vale, neste ponto, ainda referir que os objectivos educacionais oficiais têm implicações no trabalho
docente na sala de aula e, por essa razão, o professor deve saber que concepções de homem e de sociedade
caracterizam os documentos oficiais, uma vez que tais objectivos expressam posturas e as vontades daqueles
que controlam as instituições oficiais. É preciso também que o professor adopte uma postura crítica em
relação aos objectivos preconizados nos documentos oficiais, exigindo-se para tal, clareza nas suas
convicções políticas e pedagógicas, aquando p.e., da tomada de decisões sobre os objectivos específicos para
o seu trabalho na escola e na sala de aula, isto é, na transformação dos objectivos gerais em trabalho
pedagógico que corresponde às tarefas concretas da sala de aula.
Isso significa que o professor não deverá apenas copiar os objectivos prescritos nos programas
oficiais de ensino, mas reavaliá-los em função da realidade concreta e objectiva que se apresenta na escola:
as condições da escola, os problemas e as particularidades sociais e culturais dos alunos etc..
37
deseja obter dos alunos no decorrer do PEA. Têm um carácter pedagógico, porque explicitam o rumo a ser
imprimido ao trabalho escolar, em referência ao programa de ensino oficial.
Nos programas de ensino estão descritos os objectivos gerais para os vários ciclos, níveis ou classes e
respectivas unidades didácticas. O professor deverá fazer a correspondência dos objectivos gerais aos
objectivos da matéria de ensino no sentido de obter resultados no âmbito dos saberes, do saber fazer e das
atitudes e convicções através dos quais se busca o desenvolvimento das capacidades de cognição dos alunos,
“desdobrando-os” em objectivos mais específicos, determinados pela especificidade de cada etapa da aula ou
conjunto de aulas.
A formulação dos objectivos específicos permite que o professor transforme os tópicos das unidades
didácticas (conteúdos) em depoimentos que expressam resultados a alcançar no fim da unidade
didáctica no concernente a:
conhecimentos sobre factos, conceitos, princípios, teorias etc.;
habilidades sobre o que o aluno deve aprender para desenvolver capacidades intelectuais e
habilidades manipulativas ao aplicar fórmulas em exercícios, ao observar fenómenos
decorrentes de experiências, recolher e organizar dados ou informações, raciocinar com dados
38
da realidade, formular hipóteses, usar ou manipular materiais, objectos, substâncias e
aparelhos ou outros instrumentos;
Alguns verbos podem ajudar na explicitação mais precisa sobre os resultados a alcançar e devem ser
utilizados com coerência a que lhe correspondem as operações mentais, as habilidades e capacidades
manipulativas e operacionais e as atitudes formativas: definir, listar, identificar, reconhecer, resolver,
explicar, saber usar e ou aplicar, reproduzir, comparar, relacionar, analisar, justificar, diferenciar,
apontar, localizar, desenhar, nomear, destacar, distinguir, demonstrar, classificar, utilizar, organizar,
mencionar, formular etc..
Composição do ar;
Aplicar e definir os termos óxido e oxidação como uma ligação com oxigénio;
Descrever propriedades de alguns elementos, de óxidos e os fenómenos do decorrer
das reacções químicas.
↓↓
39
Isto significa que os alunos, nestas 14 aulas, aprendem e generalizam factos e
regras. Cada aula completa o saber e saber fazer dos alunos.
Resumindo:
1. A planificação abrange:
Aulas
Unidades didácticas
Semestres
Anos lectivos
Existem objectivos que se podem atingir em cada aula, mas também há objectivos que só se
podem atingir em unidades maiores, p.e. “o desenvolvimento da linguagem química”.
Programa de ensino
Guiões etc..
O ano lectivo prevê mais tempo para as aulas do que o programa (tempo para
repetição, consolidação, trabalho laboratorial, controle etc.);
O semestre deve terminar com o fim de uma unidade (isto seria o ideal);
40
As condições específicas da turma têm que ser consideradas (p.e., as aulas de
Química que não foram dadas no ano anterior).
cada aula começa com a criação das condições para aprender e deve determinar
os objectivos mas o fim duma é sempre relativo
cada aula deve ser preparada com base na planificação das unidades maiores.
Qual é a posição e função desta unidade didáctica no curso e qual é a relação com outras
disciplinas?
Os aulnos reconhecem, adquirem conhecimentos sobre um tipo de equações químicas
fundamental; isto significa assegurar conhecimentos sólidos e aplicáveis sobre a
matéria;
41
Esta unidade segue-se depois da introdução da linguagem química; é possível e
necessário exercer trabalho com fórmulas e equações químicas;
Óxido → Oxidação
2 Cu + O2 → 2 CuO
(vermelho (preto)
acastanhado)
o Foram descritas:
2H2 + O2 → 2H2O
C + O2 → CO2
Resumindo:
Capacidades e habilidades;
Atitudes;
No âmbito do saber
43
5.5. Planificação de uma aula
44
ÍNDICE
Introdução
Parte I
1. A actividade experimental no contexto do ensino de Química
1.1. A aquisição de conhecimentos pela actividade experimental
1.2. Características da actividade experimental
Parte II
5.Demonstrações e experiências recomendadas pelo programa de ensino
INTRODUÇÃO
No fim das aulas os estudantes devem ampliar e consolidar capacidades e habilidades de:
1. Planificar e realizar aulas laboratoriais;
2. Planificar e realizar experiências tomando em consideração as condições das escolas locais;
3. Avaliar criticamente as possibilidades de realização de experiências tomando em consideração os
conteúdos do programa de ensino.
Dos objectivos desta cadeira (principalmente o objectivo 2) surgiu a necessidade de elaboração deste
manual que visa contribuir para a formação de professores criativos, que sejam minimamente capazes de
fazer face a deficiência que se tem constatado nas escolas secundárias, da falta de laboratórios equipados para
a realização de experiências nas disciplinas de Ciências Naturais.
A elaboração deste guia para a cadeira de Práticas e Experiências Escolares baseou-se no Novo
Currículo em vigor na UP e nos programas de ensino de Química de 2004; as experiências propostas
46
abrangem, como não poderia deixar de ser, conteúdos tratados no 1o ciclo do ESG, para além do 2o ciclo. O
guia está dividido em duas partes:
A primeira parte consiste na apresentação de conteúdos teóricos sobre o método e a actividade
experimental; no final de cada abordagem teórica, sempre que possível, propõe-se actividades para discussão,
debate e reflexão.
A segunda parte é composta por um conjunto de guiões de experiências a serem realizadas pelos estudantes.
Os guiões possuem o tema da experiência, o material necessário, as substancias, os procedimentos para a sua
realização.
Algumas das experiências são apresentadas em duas variantes, porém, com o mesmo objectivo, uma
delas usando a material convencional e a outra usando material de laboratório. As possíveis observações,
interpretação/discussão de resultados e conclusões das experiências são apresentadas no fim desta proposta.
Pontos de revisão
O processo de aquisição de conhecimentos na disciplina de Química:
Formação de conceitos:
Mediante a aquisição oral na qual a actividade pensante é adquirida na base de ideias e conceitos já
existentes, previamente adquiridos;
Para reflectir
ACTIVIDADE 1: Julga ser possível e vantajoso tornar o ensino da Química mais concreto?
Acha que todos os conceitos químicos são possíveis de traduzir em modelos concretos?
Fundamente estas questões com exemplos.
47
Parte I
No entanto, a acção pedagógica exige muito mais do que o conhecimento teórico e prático na
disciplina de Química para permitir que o seu ensino vá para além da memorização dos conteúdos isolados e
abstractos. A acção pedagógica, dentro de um contexto histórico-social, deve contribuir também para
desfazer conotações da ciência em relação aos problemas de poluição ambiental, aos aditivos químicos entre
outras associações de senso comum.
Nesse sentido, há que ter em conta e atribuir a máxima importãncia aos conhecimentos alternativos
ou as preconcepções que os alunos trazem de modo a colocá-los numa situação de aprendizagem que
possibilite o confronto de ideias visto que isso pode influenciar no modo da sua aprendizagem. A actividade
experimental é importante não só para a investigação como contribui para que os objectivos nos campos
cognitivo, afectivo e psicomotor sejam alcançados e deve ser planificada levando em conta esses factores.
48
ACTIVIDADE 3: “Química e sociedade: toda a sociedade é responsável pelo lixo que
produz, incluindo cada indivíduo como cidadão; é dever de todos desenvolver medidas
adequadas para tratar adequadamente o lixo.”
Pela actividade experimental, que é mais do que a experiência, os alunos adquirem a certeza sobre as
relações objectivas: o professor tem a tarefa de ensinar os métodos, as técnicas do trabalho intelectual e
manual que estão ligados com a disciplina de Química; por sua vez os alunos devem adquirir conhecimentos
sobre esses métodos e técnicas e utilizá-los.
O Método Experimental é uma prova das hipóteses através da realização de experiências; é o método
científico de verificação ou falsificação das hipóteses.
49
As características fundamentais são:
Serve para obter conhecimentos sobre a prática e também serve para a revisão dos
conhecimentos adquiridos;
A realização da experiência;
Durante a interpretação dos resultados da experiência os alunos com base nas tarefas colocadas e nas
anotações feitas, os alunos estarão em altura de apresentar a solução do “problema” , isto é, apresentar os
resultados da experiência, usualmente em forma de um relatório, mas também através de uma apresentação
oral.
As experiências podem ser aplicadas em vários momentos didácticos do ensino de ciências naturais:
para introdução de matéria nova, consolidação avaliação de conhecimentos, habilidades e capacidades;
A prática da afetividade experimental permite aos alunos utilizarem conscientemente os métodos
científicos de aquisição do conhecimento, como uma parte do saber fazer.
Alguma literatura refere que no ensino de Química existem três tipos de actividades experimentais:
A experiência assume-se como um dos métodos de ensino. e um modo geral, as experiências visam:
Confirmar uma determinada relação objectiva existente na natureza; essa relação pode
ser situada nas acções didácticas da aquisição da matéria nova, como aplicação dos
conhecimentos, como consolidação e avaliação dos conhecimentos e capacidades dos
alunos.
51
Os alunos devem observar, colocar perguntas, protocolar, desenhar, comentar, e elaborar um relatório do que
observam.
tubo de ensaio – 15 a 30 mm
2. O arranjo dos aparelhos e instrumentos têm de ser visíveis a fim de que todos alunos possam
acompanhar claramente o decorrer da experiência; as quantidades das substâncias que devem
reagir e os passos da reacção têm que corresponder a estas exigências;
5. Devem ser ampliadas as possibilidades de acção de efeitos, podendo utilizar, por exemplo, o
retroprojector.
52
2.1.2 Vantagens das experiências de demonstração
O professor pode dirigir facilmente a atenção dos alunos;
Os alunos devem aprender a manusear rapidamente os aparelhos, estes devem ser simples;
Os alunos não devem realizar experi~encias com substâncias venenosas e com substâncias que
podem explodir facilmente;
O perigo na realização das experiências pelos alunos deve ser o máximo limitado: as
quantidades das substâncias utilizadas devem ser pequenas; substancias diluidas.
O professor deve planificar as experiências dos alunos considerando todas as funções didácticas ou
etapas didácticas da aula nomeadamente a introdução da matéria nova ou motivação, o trabalho com a
matéria nova, a consolidação e a avaliação.
Nas aulas de Química existem relações definidas entre os métodos de ensino e o modo de trabalho
dos alunos;
Vantagens:
Todos alunos realizam a mesma experiência;
Vantagens:
Em pouco tempo pode-se recolher muitos resultados;
Desvantagens:
A orientação e o controle dos alunos é mais difícil;
54
Parte II
55
-Obtencção e propriedades do Oxigênio.
-Factores que intervem na combustão das substancias
-Factores que intervem na oxidação dos metais
Obtenção e propriedades do Oxigênio.
8a/4a : Termoquímica
Reacções Exotérmicas e Reacções endotérmicas
8a/5a: O Hidrogênio. Água. Hidróxido. Ácidos e sais
-Obtenção e propriedades do hidrogênio.
-Reacção da água com os metais activos e com os óxidos metálicos.
-Reacção dos ácidos com metais
-Reacção de neutralização
-Reacção dos ácidos com metais
-Determinação do caráter acido e básico de várias dissoluções
56
-Obtenção do NH4Cl
57
-Obtenção do Etanal
-Reacção do Aldeído com o reagente de Tollens e de Fehling
58
6. Indicadores
Preparação de Indicadores Naturais (folhas e flores de algumas plantas)
7.
8.
9.
Propriedades das substâncias são as qualidades características que uma substancia apresenta.
As propriedades organolépticas são aquelas que percebemos pelos nossos orgaõs dos sentidos. Ex: cor,
cheiro, sabor. Apesar de serem muito úteis elas nem sempre podem ser utilizadas pelos químicos, pois,
muitos materiais são potencialmente muito tóxicos. Nos laboratórios os químicos usam as propriedades
físicas ou químicas e não as organolépticas para identificar as substancias.
59
6.1.3. Propriedades específicas
São aquelas que são peculiares a cada substancia e podem ser físicas ou químicas.
As Propriedades físicas são as características através das quais, nos fazem distinguir umas substâncias das
outras. Dizem respeito às características inerentes as substancias, ou seja, características particulares que
independem das suas transformações em outras substancias. Ex: densidade, temperatura de fusão, de ebulição
e de liquefação, solubilidade, cor, cheiro, etc.
Ponto de fusão
Quando um sólido é aquecido passa a líquido, da-se a fusão. As partículas da rede cristalina absorvem
energia e a amplitude das suas vibrações aumenta cada vez mais até toda a estrutura do cristal se rompe com
a formação da fase líquida. Enquanto coexistem a fase líquida e sólida a temperatura se mantém inalterável.
A temperatura constante em que se processa a conversão da fase sólida em líquida denomina-se ponto de
fusão.
No ponto de fusão do sólido o calor é utilizado principalmente para a distruição do retículo, permitindo que
as partículas adquiram a liberdade de movimento característica do estado líquido. Por isso durante a quebra
do retículo cristalino não há aumento da temperatura – é o ponto de fusão do líquido.
Exemplo: Naftalina
Ponto de fusão: 80,55 oC
Ponto de ebulição: 218 oC
A naftalina na fase sólida transforma-se em naftalina na fase líquida a temperatura de 80 oC. Isto é, a
naftalina por aquecimento funde. Isto quer dizer que a naftalina começa a liquefazer-se e liquefaz-se
completamente a temperatura de 80oC. A esta temperatura que é característica da naftalina pura chama-se
ponto de fusão da naftalina.
Ponto de solidificação
Quando um líquido é gradualmente esfriado, a energia cinética média das partículas diminui
progressivamente. A uma certa temperatura a magnitude das forcas de atração ultrapassa a energia cinética e
a substancia cristaliza-se. Desde o momento em que aparecem os primeiros cristas na massa líquida até
aquele que esta se tenha solidificado totalmente, a temperatura se mantém constante. A temperatura constante
em se forma a fase sólida é chamada ponto de solidificação. Depois de completado o processo de
solidificação a temperatura continua a baixar.
60
As temperaturas de fusão e de ebulição das substancias permanecem constantes enquanto ocorre a
mudança de estado. Enquanto que os sistemas contendo misturas de substancias ocorrem variações de
temperatura durante a fusão e ebulição. As substancias puras possuem ponto de fusão e ponto de
solidificação característicos. Quando a substancia não é pura o ponto de fusão é inferior ao normal.
O ponto de fusão e o ponto de solidificação de uma substancia são numericamente iguais. Elas podem
ser definidos como sendo a temperatura em que as fases sólida e líquida de uma substancia se acham em
equilíbrio.
Materiais
Tubo de ensaio
Termômetro
Copo de Backer
Fonte de calor (fogão ou bico de Bunsen)
Substâncias
Naftaleno (Cânfora)
Água
Procedimentos
1. Coloque uma quantidade muito pequena de Naftaleno num tubo de ensaio.
2. Em seguida introduz um termômetro (pode-se utilizar o termômetro como agitador).
3. Coloque o tubo de ensaio num copo de Backer contendo água. Tenha cuidado para não deixar entrar
água no tubo de ensaio.
4. Aqueça lentamente a água e observe com rigor a temperatura a que se funde o Naftaleno.
5. Deixe arrefecer o tubo e anote a temperatura a que se o Naftaleno se solidifica.
6. Compare o valor da temperatura obtida com a do livro de tabelas.
61
O Naftaleno funde-se a 78 oC, isto é, a esta temperatura o Naftaleno passa para o estado líquido. Ao deixar-se
arrefecer o tubo de ensaio solidifica-se. A solidificação inicia a mesma temperatura em que o Naftaleno se
funde.
No livro de tabelas a temperatura de fusão do Naftaleno é de 80,5 oC.
Ponto de ebulição
É a temperatura em que um líquido passa a vapor.
A pressão máxima de vapor do líquido, que é a pressão que o gás exerce sobre as paredes do
recepiente no estado de equilibrio em recepiente hermeticamente fechado. A pressão de vapor de um líquido
reflete a intensidade das forças de atração intermoleculares. Uma alta pressão de vapor de um líquido
significa que um grande número de moléculas “escapam”da fase líquida para a fase de vapor, portanto, as
forças de atração intermoleculares nesse líquido devem ter pouca intensidade. A pressão de vapor de um
líquido aumenta com o aumento da temperatura porque aumenta a energia cinética das moléculas. Portanto,
um maior número de moléculas pode vencer as trações intermoleculares e passar para a fase de vapor.
A ebulição ocorre quando a temperatura em que a pressão de vapor de um líquido se iguala a pressão
externa. Pois, nessas condições, as moléculas de vapor vencem a pressão externa. Portanto, ponto de ebulição
de uma substancia é a temperatura na qual a pressão de vapor do líquido é igual a pressão externa.
Evaporação e ebulição
A evaporação e a ebulição são conceitos parecidos. Ambos referem-se a passagem do estado líquido
ao estado gasoso. A diferença fundamental entre eles é que a ebulição ocorre quando a substancia atinge a
temperatura de mudança de estado. È o que acontece cona água quando atinge os 100 oC. Enquanto que a
evaporação ocorre a temperaturas inferiores. A água de um lago por exemplo esta em constante processo de
evaporação, mesmo a uma temperatura de 30 0C.
Vapor e gás
O estado gasoso é um estado de agregação da matéria em que os seus constituintes estão muito
afastados, com baixa interação entre si. Uma substancia no estado gasoso pode passar ao estados líquido com
o abaixamento da temperatura ou pelo aumento da pressão. Para cada substancia existe uma temperatura
crítica acima da qual ela só pode retornar ao estado liquido com o abaixamento da temperatura, ou seja,
variações de pressão não provocam a mudança para o estado liquido, trata-se de um gás.
Abaixo da temperatura crítica, a substancia pode facilmente mudar para o estado líquido, pelo
resfriamento ou simples compressão, trata-se de vapor. No caso do vapor a mudança de estado para liquido
da-se facilmente Já a mudança de estado de um gás exige uma temperatura muito baixa.
62
Assim, em temperatura ambiente temos gás O2 e vapor de água. Ambos estão no estado gasoso, só que o
oxigênio que se respira não deixara de ser gás no ambiente, pois isso só ocorrerá a uma temperatura de –218
oC, enquanto que o vapor de água pode se condensar se encontrar uma parede fria em seu caminho.
Descrição da experiência
Exp 1-a: Determinação do ponto de ebulição da água
Objectivo: Determinar o ponto de ebulição da água
Materiais
Termômetro
Tubo de ensaio
Fonte de calor (Bico de Bunsen ou fogão)
Aparas e pedacinhos de vidro
Substâncias
Água
Procedimentos
1. Introduza um pouco de água (cerca de 10 ml) num tubo de ensaio e mergulhe um termômetro
mantendo o reservatório abaixo do nível da água sem tocar o fundo do tubo de ensaio.
2. Acrescente as aparas ou os pedacinhos de vidro para evitar uma ebulição tumultuosa e projecções da
água.
Material
Balão de fundo chato
Rolha perfurada
Termômetro
Fonte de calor
Vareta de vidro
Tubo de ensaio
Copo de precipitação
63
Tubo de vidro
Pedra pomes
Substâncias
Etanol
Água desionizada
Cloreto de sódio
Procedimento
1. Coloque 100 ml de água no balão de fundo chato e um pouco de pedra pomes.
2. Introduz o termômetro e o tubo de vidro na rolha e esta na boca do fogão
3. Aqueça a água ate a ebulição e registe esse valor de temperatura
4. Idem aos pontos 1, 2, 3 usando solução aquosa de NaCl
5. Para o tubo de ensaio verte água e etanol na proporção em volume de 3 para 1.
6. Efectue a montagem e registe a temperatura de abulição da mistutra água e etanol.
Nota: a pedra pomes é utilizada em pequena quantidade e deve ser substituída em cada um dos ensaios
realizados, tendo o seu uso a finalidade de evitar ebulições tumultuosas.
Registos :
P. E. da água desionizada____
P. E. da mistura de etanol_____
P.E. da solução aquosa de NaCl_____
A experiência mostra-nos que a temperatura a que a água entra em ebulição é de 100 oC em
condições normais de pressão. Devem ser referidas as condições de pressão quando é medido o ponto de
ebulição de qualquer líquido, pois, esta grandeza varia com a pressão. Por exemplo, no cimo da montanha a
água ferve a uma temperatura inferior aos 100 oC porque a pressão é menor.
O ponto de ebulição da solução aquosa de NaCl é ligeiramente superior ao da água, verificando que
quanto mais concentrada for a solução aquosa de NaCl, maior é a sua temperatura de ebulição em relação a
água.
Material
Barômetro
Bico de Bunsen
Cronômetro
Suporte Universal
Termômetro
Tubo de ensaio
Reagentes
Água destilada
Etanol
Metanol
Propanona
Procedimento
1. Efectuar a montagem
2. Registar a temperatura do termômetro de 2 em 2 segundos ou de 5 em 5 minutos, durante o
aquecimento e organizar uma tabela para cada substancia ensaiada
3. Construir o gráfico da temperatura em função do tempo.
Densidade
Massa e volume são propriedades gerais da matéria, ou seja, são propriedades que qualquer material
tem em função da quantidade. A razão entre a massa e o volume de um objecto depende do material do qual
é feito, ou seja, é uma propriedade específica de cada material, a qual se dá o nome de densidade.
Sendo uma propriedade especifica que expressa uma relação de medidas, a densidade é considerada
uma grandeza, que expressa quanto há de massa por unidade de volume de um dado material.
Descrição da experiencia
65
Exp.2: Determinação da densidade do Cobre e da Grafite
Substâncias
Água
Pedaços de Cobre
Pedaços de Grafite
Procedimentos
1. Mede a massa de um dos pedaços de cobre e registe o valor (ml)
2. Coloque a água na proveta e anote o seu volume (Va)
3. Introduz o pedaço de cobre na proveta já com água e registe o novo volume(Vt)
4. Calcule o volume da amostra de cobre (V=Vt-Va)
5. Mede agora a massa conjunta das duas amostras de Cobre (m2)
6. Determine, tal como anteriormente, o volume conjunto das duas amostras de Cobre (Va).
7. Repita as operações de 1 a 6 utilizando três amostras de Cobre
8. Proceda de igual modo com 1, 2, 3 pedaços de grafite
9. Coloque os dados obtidos, preenche um quadro semelhante ao da figura.
Cobre Grafite
Massa (g) Volume (ml) Massa (g) Volume (ml)
10. Com os valores registados no quadro calcule para cada par de valores (massa, volume, o quociente
m/v que vira acompanhado da unidade g/ml)
Questões
1. Porque flutua o gelo na água se é também água.
66
A experiência realizada mostra que para uma dada substancia e a uma dada temperatura:
-é constante a razão m/v;
-esse valor constante difere de substancia para substancia
A este quociente m/v chamamos densidade ou massa volumétrica e deve vir acompanhada da respectiva
unidade, neste caso g/cm3 ou g/ml.
A densidade de uma substancia é numericamente igual a massa contida em cada unidade de volume dessa
substancia e é uma grandeza física que permite pois caracterizar cada substancia. Representa-se pela letra
grega (ro).
m
v
Unidade: g/cm3
Propriedades químicas
São as características que se relacionam com a participação das substancias em reacções químicas
com outras substancias. As propriedades químicas relacionam-se as transformações químicas que as
substancias podem sofrer.
Fase estacionária : na qual ocorre a fixação das substancias que está sendo separada na superfície
de um outro material. fase adsorvente (uma substancia que agarra) que pode ser um simples papel
de filtro, um pau de giz ou uma coluna de adsorção própria. Ao fazer passar a mistura, as
substancias são adsorvidas separadamente obtendo-se, no material adsorvente, regiões
diferentemente coloridas, constituindo o cromatograma, que é como um registo das diversas
substancias presentes na mistura.
67
Fase móvel: na qual um solvente fluido (liquido ou gás) “arrasta” o material a ser isolado.
Como as substancias possuem propriedades diferentes são arrastadas com maior velocidade e outra
com menor. Por causa dessa diferença de velocidade as várias substancias da mistura migram de diferentes
maneiras sobre o material (fase estacionária) ficando aderidas a ele em locais distintos.
A cromatografia e uma operação que consiste na separação dos componentes de uma mistura e que se
basea nas diferentes velocidades a que cada um dos solutos e arrastado por um determinado solvente num
meio poroso aproppriado. Baseia-se em fenômenos de adsorção em que se pode identificar: A fase
estacionaria : constituída por um sólido.
A fase móvel: constituda por um fluido e desenvolvimento: o eluente.
Os componentes a separar são adsorvidos à superfície da fase estacionaria, sendo o factor que
condiciona a separação, a diferença de afinidade das substancias para a fase sólida e para o eluente. A
localização das zonas em que se fixam as diferentes substancias depende da afinidade de cada substancia
para a fase estacionaria e da solubilidade de cada substancia no eluente.
Interpretação do cromatograma:
Análise do grau de pureza de uma amostra;
Determinação do número de componentes existentes numa mistura;
Concluir sobre a identidade de uma substancia.
Rf (Rate of Flow)
Rf é uma grandeza que exprime a razão entre a distancia percorrida pela substancia ao longo da placa e a
distancia percorrida pelo eluente.
a
RF=
x
a=distancia desde o ponto de aplicação ao centro da mancha
x=distancia desde o ponto de aplicação até a linha da frente do solvente.
Rf é um valor constante para cada substancia se forem usadas as mesmas condições operacionais. Ele é um
valor indicativo, mas não conclusivo, pois, apenas pode fornecer uma indicada da possível identidade da
substancia, mas não permite tirar conclusões seguras.
Para se poder concluir de uma forma segura a identificação de uma dada amostra recorre-se a utilização de
substancias padrão que se sujeitam a um desenvolvimento cromatográfico determinando-se os respectivos Rx
(Rx nestes casos toma a designação de Rx).
68
Conclui-se da identidade de uma amostra por comparação dos Rf e Rx obtidos.
Material
Tesoura
Almofariz
Copo de precipitação
Pau de giz branco
Funil
Papel de filtro
Substâncias
Ervas
Folhas verdes
Areia
Metanol
Procedimentos
1. Cortam-se 2 a 4 folhas verdes que se colocam no fundo do almofariz
2. Seguidamente, dispõem-se sobre as folhas uma camada fina de areia, cobre-se de metanol e trituram-
se todos os ingredientes até se obter uma papa.
3. Filtra-se esta papa para um copo de precipitação onde se introduz em seguida o pau de giz. Ao fim de
algum tempo, caso haja necessidade, adiciona-se mais algumas gotas de metanol.
Após a experiência, o pau de giz mostra-nos o cromatograma obtido a partir da mistura verde de folhas.
Experiência 3-b: Aplicação da cromatografia em papel na separação de corantes em pastilhas de
chocolate
69
Materiais
Lamparina
Proveta de 25 ml ou frasco graduado
Fundo de garafão de vdro transparente de 2 ml
Garrafa transparente de refrigerante de 2ml com gargalo, cortado
Papel de filtro
Tesoura
Régua
Lápis
Palito de dente
Pipeta de Pasteur (conta gotas)
Tubos de ensaio
Fio de lã
Vidro de relógio ou placa de petri
Substâncias
4 pastilhas coloridas de confetti (amarela, vermelha, azul, laranja)
Vinagre doméstico branco
Solução de amônia domestica incolor Papel indicador de PH
Água destilada
Solução de NaCl 5% em água destilada
Procedimentos
1. Coloque cada uma das pastilhas em um tubo de ensaio com uma quantidade de vinagre branco
suficiente para cobrir as pastilhas.
2. Aqueça os tubos separadamente em banho-maria ate a camada colorida se dissolver e os doces
ficarem com a cor branco. Isto acontecerá rapidamente, portanto, tenha cuidado para não dissolver
nenhuma parte da camada branca abaixo da camada colorida ou do interior das pastilhas.
3. Cuidadosamente transfira as soluções com os corantes para outros tubos de ensaio limpos. Não
transfira nenhum sedimento.
4. Para extrair o corante dessa solução, coloque o fio de lã e 3ml de vinagre no tubo de ensaio que
contem a solução do corante. A utilização de lã na extração deve-se ao facto desta possuir
propriedades polares que fazem com que os corantes, principalmente os artificiais, sejam retidos
preferencialmente nesse material
70
5. Aqueça esse tubo em banho-maria por aproximadamente 5 min, mexendo ocasionalmente. Quando
toda a tintura for removida, a solução terá uma cor branca e o fio de lã a cor do corante.
6. Remova o fio de lã e enxugue em água de torneira. Repita esse procedimento para outros corantes,
utilizando um pedaço de fio para cada cor.
7. Para remover o corante, coloque cada fio em um tubo de ensaio e adicione cerca de 5 ml de solução
de amônia doméstica. Teste a solução final para ver se esta está básica , caso ainda, adicione mais 1
ml de solução de amônia domestica e teste novamente . repita esse procedimento ate que a solução
corresponda a um meio básico.
8. Aqueça em banho Maria os tubos de ensaio com a lã e solução de amônia por 5 min para evaporar
suavemente o solvente e concentrar o corante. No caso de todo o solvente evaporar, interrompa o
aquecimento e adicione uma ou duas gotas de água destilada e misture.
9. Corte um pedaço de papel de filtro de 10x15 cm e dobre-o de maneira sanfonada.
10. Adicione a soluça de NaCl no garrafão até uma altura aproximadamente 0,5 cm.
11. Tape a cuba com a garrafa de refrigerante de forma que tenha certeza de tocar no fundo
12. Usando um lápis (não pode ser caneta de qualquer espécie), trace uma linha acima da parte inferior do
papel cromatográfico (aproximadamente 1cm).
13. Usando um palito de dente, adicione um pouco de cada corante em um ponto ao longo da linha que
você traçou, no mesmo papel. Use um palito próprio para cada corante. Se adicionar o corante usando
um capilar sobre a linha traçada, e este se espalhar muito, descarte o papel e comece a adição do
ponto em um novo papel.
14. Coloque o papel na cuba para correr o cromatograma.
15. Remova-o quando os corantes deixarem de se mover e deixe-o em uma superfície limpa e seca,
preferencialmente em um papel toalha branco.
16. Trace uma linha onde o solvente parou.
17. Deixe secar o papel.
Questões
1. Quais os resultados esperados se os 4 corantes forem misturados em um único tubo de ensaio e
posteriormente analisados por cromatografia de papel?
2. O que ocorreria com a ordem de aparecimento das manchas de papel se a fase móvel fosse alterada
para um solvente apolar?
3. Qual é o principio químico envolvido na extração do pigmento para a lã?
4. Quais são as principais diferenças entre corantes naturais e artificiais?
71
Nesta experiência é possível observar que cada um dos corantes apresentara uma migração sobre o papel
(fase estacionaria) diferente para cada caso. No entanto em que a fase móvel se desloca de maneira
ascendente sobre o papel, há processos de interação intermoleculares entre os componentes em análise, os
corantes e as duas outras substancias: a fase móvel (solução de NaCl) e a fase estacionaria (celulose, rica em
grupos hidroxila –OH terminais).
Assim, em função das características de cada corante haverá diferenças entre as intensidades dessas
interações.
Caso a substancia que caracteriza um determinado corante apresenta alta polaridade, espera-se que
interaja mais facilmente com o papel (fase estacionaria) do que com a solução de NaCl ( fase móvel).
Desta forma a migração deste corante ocorrerá mais lentamente se comparada a de um outro que
apresente uma polaridade menor . isto ocorre porque a fase estacionaria apresenta diversos grupos polares
que atraem as moléculas polares, dificultando assim sua migração na dirrecção da fase móvel.
6.2.2. Extração
Descrição da experiência
Exp.4: Extração do Acido cítrico do limão
Objectivo : Separar componentes de uma mistura através da extração
Materiais
Expremedeira
Copo de backer
Papel indicador
Pano de algodão
Fonte de calor (fogão ou bico de bunsen)
Agitador magnético
Papel de filtro
Termômetro
Placa de cristalização/vidro de relógio
Substâncias
Limão
Solução de Amoníaco
Solução de CaCl2 (5,83 CaCl2 em 17,5 ml de água destilada)
Água destilada
72
Acido Sulfúrico concentrado
Procedimento
1. Com ajuda da exprimedeira, exprimir três limões num côo de backer a fim de obter o sumo de limão
(80-130 ml)
2. No copo com sumo de limão introduz solução de amoníaco a 25% até atingir o meio básico, testar
com papel indicador de PH, neste caso toma a cor amarelo escuro.
3. Filtra-se o sumo com pano de algodão
4. Ao filtrado adiciona-se 5 ml de CaCl2
5. Submete-se ao aquecimento ate 80 oC sob agitação (4-6 min)
6. Filtrar o precipitado formado com ajuda de papel de filtro (previamente humidecido co algumas gotas
de água destilada
7. Lavar o precipitado duas vezes com água quente
8. introduz gota a gota 10 ml de Acido sulfúrico concentrado 2M (PH=2)
9. Submeter a solução ao aquecimento ate a fervura de 2 a 4 min
10. Apos o arrefecimento, filtrar com o papel de filtro;
Colocar o arrefecimento numa placa de cristalização por 1 semana.
3. Fenômenos Físicos
Classe:
Unidade didáctica:
Tipo de experiência:
Exp.5. Fenômenos físicos
Material
Tubo de ensaio
Espátula
Rolha de cortiça
Fonte de calor (fogão ou bico de bunsen)
Pinça de madeira
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Substâncias
Iodo (é nocivo e tóxico, evite a inalação de seus vapores)
Procedimentos
1. Com ajuda de uma espátula coloque um pouco de Iodo num tubo de ensaio e descreve seu aspecto
físico, referindo-se a cor, ao brilho, estado físico, etc
2. Tape o tubo de ensaio com a rolha
3. Acende o bico de Bunsen e aquece o fundo do tubo de ensaio por algum tempo.
4. Apague o Bico de Bunsen e deixe arrefecer o tubo de ensaio.
5. Anote as transformações ocorridas no iodo.
O Iodo sólido que é cinzento-escuro, pelo aquecimento transforma-se em vapor de Iodo, de cor violeta, que
por arrefecimento, retoma ao estado sólido voltando ao aspecto inicial.
O Ácido acético e o Álcool etílico reagem entre si produzindo acetato de etilo de cheiro agradável e
água.
CH3COOH+C2H5OH H
C2H5COOCH3+H2O
Esta reacção processa-se lentamente. O Ácido sulfúrico funciona como catalisador da reacção , acelerando-a.
Os ésteres de baixa massa molecular são líquidos, voláteis e apresentam cheiro agradável. A medida
que a massa molecular aumenta os ésteres vão se tornando viscosos, como os ácidos graxos, até chegarem a
gorduras e ceras. Nesse caso passam a ser chamados de lípidos.
Encontram-se, por exemplo, na flor da larangeira, bananeira e ananás. Muitos sabores e odores de
alimentos se devem a mistura complexa de substancias organicas, nas quais predominam os ésteres. As
substancias que conferem tanto o sabor como o odor de um alimento ou bebida são chamados agentes
74
flavorizantes. Desse modo a indústria alimentícia vem isolando e sintetizando diversos ésteres para serem
usados como flavorizantes.
Além de estar presentes os triglicérideos, visto que estes são formados por uma molécula de glicerol
com três ácidos graxos os ésteres estão presentes nos poliésteres, e um deles constitui o componente ativo da
aspirina: o Ácido acetil salicílico.
Descrição da experiência
Exp.6: Esterificação: obtenção de éster
Classe:
Unidade didáctica:
Tipo de experiência:
Materiais
Copo de 250 ml
Tubo de ensaio
Fonte de calor (fogão/bico de bunsen)
Reagentes
Álcool Etílico
Acido Acético
Acido Sulfúrico concentrado
Procedimentos
1. Deite cerca de 125 ml de água no copo e aqueça ate a ebulicao
2. Introduza num tubo de ensaio 2ml de álcool etílico e 3ml de Acido acético
3. Junte com precaução, 1ml de acido sulfúrico concentrado a mistura do tubo de ensaio.
4. Agite ligeiramente
5. Mergulhe o tubo de ensaio contendo a mistura no copo com água quente, durante alguns minutos
6. verte o conteúdo do tubo de ensaio num copo com água salgada (solução saturada)
7. observe que o éster fica a sobrenadar
8. Mergulhe uma pequena tira de papel no sobrenadantee note o agradável cheiro a fruta.
75
6.3.1. Saponifição
Os sabões são constituidos por sais que se obtem fervendo gorduras de origem animal e vegetal,
juntamente com Hidróxido de Sódio ou Hidróxido de Potássio. Os ésteres podem sofrer hidrólise. Se a
hidrólise alcalina (NaOH, H2O) for efectuada com um éster de Ácido graxo obtem-se um sal de acido graxo
que recebe genericamente o nome de sabão .
Os sabões são sais derivados de ácidos carboxílicos de cadeia carbônica que contem 9 a 17 átomos de
carbono, ligados a –COOH. O átomo de Hidrogênio do acido (H+) é substituído por iões de sódio (Na+) e
potássio (K+) ou aniões (NH4+)
RCOOH RCOONa
Acido Sabão
RCOR1 + NaOH OH
RCOONa + R1OH
Com a hidrólise das gorduras obtem-se a Glicerina, ácidos carboxílicos e sabões. A glicerina e os
ácidos carboxílicos obtem-se durante a hidrólise das gorduras em meio aquoso, acido ou neutro, por
aquecimento.
Para obtenção do sabão, os ácidos aquecem-se com uma solução de NaOH e NaCl, o que provoca a
aglutinação dos sais (o sabão) a superfície sob forma de uma película densa. A massa branca que se obtém é
o sabão. O sabão é insolúvel em NaCl, por isso, se juntou NaCl para se obter sabão separado da água.
emos como reagente fundamental a gordura animal ou vegetal. A reacção pode considerar-se
realizada em duas etapas:
1a etapa: as gorduras em presença de água e por aquecimento desdobram-se em glicerol e ácidos gordos
componentes dessas gorduras, como o acido oléico, acido palmítico, acido esteárico.
2a etapa: ao adicionar-se a mistura a solução aquosa de NaOH ou KOH, esta vai reagir com os ácidos
presentes formando o sal gordo respectivo, sabão.
76
Globalmente a saponificação pode representar-se pelo seguinte esquema global:
Gordura + Base Sabão + Global
Apos a saponificação completa adiciona-se a mistura uma solução concentrada de NaCl que permite
separar o sabão dos restantes constituintes . um sabão pode ser de Sódio ou de potássio, consoante a base
com o qual foi fabricado, quer ums quer outros tem as mesmas propriedades apenas diferindo na dureza: os
de sódio são duros enquanto que os de potássio são moles.
Material
Béquer de 100 ou 250 ml (ou lata vazia de leite em pó, que não seja de zinco ou de alumínio)
Balança (pode ser de uso doméstico)
Pipeta graduada (ou copos medidores)
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Bico de Bunsen ou lamparina
Uma colher de madeira ou palito grosso de madeira
Uma forma pequena de metal ou de plástico (pode ser uma embalagem vazia de margarina)
Mascara de dentista
Reagentes
50 g de gordura animal (sebo)
2,5 g de soda caustica (NaOH)
30 ml de água morna
50 ml de álcool
Procedimentos
1. Aqueça 50 g de gordura animal no Becker aquecendo-o cm bico de Bunsen. Em seguida
reserve-o para esfriar.
2. Usando uma mascara de dentista, o professor pode dissolver com cuidado os 2,5 gramas de
NaOH em um pouco de água morna. Tanto o sólido quanto a solução são corrosivos e seus
vapores são irritantes se respiramos.
3. Adicione a gordura derretida, com agitação lenta e constante, o álcool e a solução de NaOH.
4. Passa a mistura a forma e em seguida deixe em repouso para esfriar.
78
Lei de Guldberg e Waage : a velocidade de uma reacção química é proporcional a massa activa da
substancia reagente (massa=concentração molar).
A velocidade de uma reacção química é proporcional ao produto das concentrações dos reagentes,
elevados a uma potência igual ao coeficiente com que cada substancia entra na equação balanceada da
reacção.
Teoria das colisões : A velocidade de uma reacção química é proporcional ao número de colisões por
segundo entre as moléculas dos reagentes. Aumentando a concentração dos reagentes, aumenta o número de
colisões por segundo e portanto aumenta a velocidade da reacção.
Objectivo: Verificar a influência do estado de divisão dos reagentes na velocidade de uma reacção
Material
3 Tubos de ensaio e suporte respectivo
3 Balões pequenos de boa elasticidade e de cores diferentes, se possível
Vareta
Pipeta graduada e pompete
Almofariz e mão respectiva
Fio para prender os balões
Reagentes
Acido clorídrico (cuidado: corrosivo)
Calcário
Procedimentos
1. Nos três tubos de ensaio coloque três pedaços de calcário de igual massa, mas tratados de
maneiras diferentes : um inteiro (A), outro dividido em três ou quatro pedaços (B), e o outro
triturado no almofariz (C).
2. Nota; o triturado é o de maior estado de divisão (tubo C)
3. Utilizando a pipeta e a pompete, deite 5ml de HCl num dos balões
79
4. Ajuste a boca do balão a do tubo de ensaio com cuidado, de modo a que não verta nenhum acido
no calcário que já se encontra no tubo.
5. Ata bem a boca do balão a do tubo de ensaio e coloca o conjunto no suporte.
6. Proceda de modo idêntico com os outros 2 balões e os tubo Calcário
7.Anota o que se observa dentro dos tubos de ensaio e regista o tempo que demora cada balão a subir.
Em qualquer dos tubos se liberta um gás que vai dilatar os balões: o Dióxido de Carbono. O balão que
dilata mais depressa é o que corresponde ao tubo C que contém o calcário triturado. Em qualquer dos tubos
de ensaio se processa a reacção entre Calcário e o Acido Cloridrico com produção de um gás, o CO2 e
formação de outra substancia, Cloreto de Cálcio que fica na solução aquosa.
O Dióxido de Carbono ocupa o espaço disponível no tubo e no balão. Quanto maior for a massa do
gás libertado maior é o volume que ele ocupa. Se os balões tiverem elasticidade suficiente dilatar-se-ão a
medida que o gás se vai formando.
Dos três balões o que se dilata mais é o que corresponde ao calcário triturado. A velocidade da
reacção é maior, sendo o estado de divisão do calcário o único factor diferente entre os três sistemas
reacionais. Quanto maior for o estado de divisão de um reagente sólido, maior é a velocidade da reacção em
que ele participa.
Materiais
Tubos de ensaio
Substancias
Casca de ovo
Vinagre
Procedimentos
1. Partir em pequenos pedaços a casca de ovo seca
2. Num almofariz triture uma parte da casca de ovo seca até ficar em pó
80
3. Em dos tubos de ensaio introduza respectivamente 1 g de casca de ovo em pó e 1 g de casca de ovo
empedaçada.
4. Em tubos de ensaio acrescente respectivamente 5 ml de vinagra e controle o tempo de reacção nos
dois tubos.
5. Repita a mesma experiência apenas com casca de ovo triturada usando as seguintes quantidades 0,5 g;
1g; 1,5 g e 2 g e controle o tempo em cada caso.
Questões
1. Represente a equação da reacção em forma iônica.
2. Em qual dos tubos de ensaio a reacção ocorre com maior velocidade. Porque?
3. Esboce o diagrama da velocidade em função da temperatura para cada experiência.
6.6. Indicadores
Indicadores de PH são substancias, ácidos ou bases muito fracos, ou ainda substancias anfóteras, cuja cor
muda com a variação de PH. A mudança de cor de um indicador chama-se viragem . Ela não é brusca, nas
sim gradativa e podem ser observadas varias matrizes da mesma cor. Cada matriz corresponde a um valor
determinado de PH. O intervalo de viragem, isto é, o conjunto de matrizes entre a cor inicial e a cor final do
indicador compreende, muitas vezes, varias unidades de PH. Este intervalo de PH é a zona de viragem do
indicador.
Os indicadores apresentam-se sob forma de soluções que podem ser aquosas ou não aquosas (a
fenolftaleina por exemplo apresenta-se sob forma de solução alcoólica). Existem ainda tiras de papel que
estão impregnadas de indicadores o caso do papel indicador de tornessol e do papel indicador universal.
Todos os indicadores apresentam uma cor ácida diferente da cor básica o que permite distinguir as soluções
de carácter acido das soluções de carácter alcalino ou básico. Podem ainda apresentar uma cor diferente das
anteriores em soluções neutras.
Descrição da experiência
81
Experiência 9: Indicadores caseiros
Objectivos: Produzir indicadores a partir de plantas;
Determinar as cores dos indicadores preparados em soluções de diferentes
PH.
Material
Almofariz e respectiva mão
Condensador de refluxo vertical
Balão de vidro
Pedaços de pedra pomes
Tina de vidro para banho Maria
Suporte, tripé, bico de bunsen
Funil de filtração
Copo de precipitação
Suporte de funil
Papel de filtro
Frasco molhado
Reagentes
Etanol
Materiais vegetais fortemente corados
Nota: sugere-se a couve-roxa, pétalas de rosas vermelhas folhas verdes. No entanto, experimenta-se outras.
Experiência A
1. Corte em pequenos pedaços uma folha verde para o almofariz e triture bem.
2. Adicione 10 ml de etanol e 10 ml de água, continuando a triturar.
3. Transfere a mistura para o balão de vidro e junta-lhe alguns pedaços de pedra pomes.
4. Adapta-se o condensador de refluxo vertical a boca do balão de vidro, efectuando a montagem da
figura.
5. Deixe a mistura em ebulição suave, durante cerca de 15 a 20 minutos, tempo em que devera ser
suficiente para os pedaços de matéria vegetal se apresente descorados.
6. Deixe arrefecer o balão e, em seguida filtra-se a mistura para o copo de precipitação.
7. Guarde o extracto corado obtido num frasco conta-gtas devidamente rotulado.
8. Proceda de modo idêntico com os outros materiais vegetais.
82
Experiência B
Determinação de cores dos indicadores preparados em soluções de diferentes PH.
Material
Tubos de ensaio
Suporte respectivo
Vareta e pipeta
Substancias
Os indicadores naturais preparados
Soluções de PH conhecido
Objectivo: Determinar da massa necessária para a preparação da solução de 0,1 M de Cloreto de Sódio.
Material
1 Balão volumétrico de 500 ml
Balança analítica
Proveta graduada de 50-100 ml
Substancias
50 g de Cloreto de Sódio (sal de cozinha)
Água destilada
83
Procedimentos
Pese a massa necessária (segundo os seus cálculos) de NaCl para a preparação da solução de 0,1 M de
Cloreto de Sódio e introduz essa massa num balão volumétrico de 500 ml. Acrescente no balão volumétrico
de 500 ml, água destilada sob agitação até a marca.
Tarefas
1. Efectue os cálculos para a determinação da massa de cloreto de sódio necesaria para preparar:
a) 2M de solução de Cloreto de Sódio;
b) 0,5M de Solução de Cloreto de Sódio
2. Determine o volume de água necessária para deluir a solução de 3M de NaOH e formar uma solução de
0,8M da mesma substancia.
7. Plano temático
84
realização de experiências no laboratório)
8 Avaliação
85
-Vantagens das experiências de demonstração
86
Outubro 10
10a (2-6/10)3
11a (09-13/10) 11
14a(30-03/11)
9. Avaliação
A avaliação será contínua e sistemática. Os instrumentos de avaliação serão:
Relatórios das experiências indicadas nas aulas , a preparar ao longo das aulas práticas e
apresentados nas aulas; o relatório deverá seguir o modelo de elaboração e apresentação de trabalhos
científicos em vigor na UP. A parte correspondente à realização prática das experiências deve conter
os seguintes elementos:
Objectivo(s) da experiência;
Materiais, Reagentes e Procedimentos;
Observações;
Discussão/interpretação dos resultados da experiência;
Conclusões;
88