Harmonia para Iniciantes
Harmonia para Iniciantes
PARA
INICIANTES
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ÍNDICE
I - INTRODUÇÃO.........................................................................................................................3
II – INTERVALOS........................................................................................................................5
III – ESCALAS MAIOR E MENOR.............................................................................................7
a) Escala maior:...............................................................................7
b) Escala menor natural:..................................................................9
c) Escala menor harmônica:...........................................................10
d) Escala menor melódica:..............................................................10
e) Escala cigana:...........................................................................11
f) Escala maior c/ sétima:..............................................................11
IV – A FORMAÇÃO DOS ACORDES.......................................................................................12
V – Função harmônica ou tonal dos acordes:...............................................................................15
Reconhecendo A Escala Através Dos Principais Acordes Da Música:. 15
a) Escala Maior:...............................................................................15
b) Escala Menor:..............................................................................15
c) Escala menor harmônica:............................................................15
VI – REGRAS GERAIS...............................................................................................................16
Acorde maior:...........................................................................................16
Acorde menor:..........................................................................................16
Acorde diminuto:.......................................................................................17
Acorde meio-diminuto:................................................................................17
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I - INTRODUÇÃO
700 660,0
618,8
586,7
600 528,0 550,0
495,0
500 440,0 458,3
391,1 412,5
352,0 366,7
400 330,0
300
200
100
0
mi fa fa# sol sol# la la# si do do# re re# mi
3
Na medida em que a freqüência cresce, mais alto (agudo) é o som. Instrumentos
como o violino, o flautim, trompete, gaita, cavaquinho, bandolim caracterizam-se por
terem um timbre agudo, sendo amiúde os instrumentos solo dos conjuntos. Outros
instrumentos, como o contrabaixo, violoncelo, trombone, clarone trabalham numa faixa
mais grave, executando o “acompanhamento”; poder-se-ia concluir, assim, que esses
instrumentos são responsáveis pela harmonia; entretanto, esses instrumentos não podem
produzir sons simultâneos, que é a definição de harmonia, a ser discutida
posteriormente.
Cada acorde tem a sua escala específica. Um exemplo disso é o violoncello do
Prelúdio em Dó Maior de Bach, onde é possível perceber melodias que parecem “mudar
de cor” ao longo da música, sendo essas “cores vivas” a sensação da mudança de
acordes. Um contrabaixo conduz a música, numa levada rítmica “coerente
harmonicamente”. Isto é, ora produz as notas principais (tônicas, quintas...), ora
“desenha” a escala específica de cada acorde ou da intenção da progressão harmônica.
O piano é o instrumento que abrange o maior espectro de sons, com suas sete
oitavas (e mais algumas notinhas...). Para ilustrar as extensões de alguns instrumentos,
ele é tomado como referência (figura abaixo).
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II – INTERVALOS
Observe no desenho abaixo que há uma tecla preta entre quase todas as teclas
brancas. O intervalo entre as teclas que não têm uma tecla preta entre elas é de meio-
tom; entre as outras notas naturais ( nome técnico das teclas brancas ), o intervalo é de
1 tom.
O símbolo # é chamado sustenido, e seu efeito sobre um som é elevá-lo meio-
tom. Assim como o símbolo b é chamado bemol e este acidente abaixa o som meio-
tom.
DÓ# ou RÉb FÁ# ou SOLb LÁ# ou SIb
DÓ RÉ MI FÁ SOL LÁ SI DÓ RÉ MI
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Harmonia pode ser analisada como um conjunto de notas
simultâneas de uma escala, com intervalos harmônicos entre si.
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III – ESCALAS MAIOR E MENOR
Serão apresentadas algumas das principais escalas, definidas aqui como uma
sucessão de notas, com intervalos característicos entre si, numeradas a partir da nota que
dá nome a escala (tônica). Tomo a liberdade de lançar mão de uma metáfora ordinária
para explicitar melhor essa idéia.
Se a escala cromática representasse todas as cartas de um baralho, num jogo de
sueca, a regra determina que sejam retirados todos os “8”, “9” e “10”; da mesma forma
que, dentre os onze semi-tons da escala cromática, são escolhidas sete notas distintas
que, literalmente, dão o tom da música.
Freqüentemente, pode-se analisar por partes e entender que as mudanças de
melodia acompanham as mudanças de harmonia e vice-versa.
Quando uma música muda de tom, dizemos que há uma modulação. Quando
essa modulação é passageira, isto é, quando aparece um acorde que tem notas fora da
escala tonal, este acorde é chamado de acorde de empréstimo modal (AEM).
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a) Escala maior: oitava notas será de meio-tom (ou nona
A escala de dó maior será o bemol – b9), já que, por algum motivo,
modelo às outras escalas maiores, por não se usa a nomenclatura 2ª bemol).
não possuir nenhum acidente (# ou b). Os
intervalos entre as sete notas são
1/2
representados pela escada de degraus ESCALA DE SOL MAIOR tom
ré maior
OBS.:
As notas pretas são as tônicas de cada
escala, determinando a mesma escala
uma oitava acima, se o sentido for
crescente ou oitava abaixo se o
sentido for decrescente.
Na digitação apresentada para sol
maior, são aproveitadas notas soltas.
dó maior
1/2
ESCALA DE FÁ MAIOR tom
FÁ
MI
1/2 RÉ
tom
DÓ
SIb
LÁ
SOL
FÁ
Nem todas as escalas são bemol, porque foi a única maneira
adequadas ao modelo de “escada” com possível subir meio degrau da terceira
os acidentes #. O exemplo a ser para a quarta nota sem repetir o signo
estudado, agora é a escala de fá maior. “lá” ( na forma lá#).
O acidente utilizado para adequá-
la aos intervalos da escala maior foi o
A cada escala maior, há uma escala menor “gêmea” caracterizando, assim, os tons
relativos. Isso significa que a escala de dó maior corresponde a escala de lá menor porque
elas possuem as mesmas notas ( todas as notas naturais )..
LÁ
Relação de tons maiores e seus relativos menores:
Tons maiores C G D A E B F# ou Gb Db Ab Eb Bb F
Relativos Am Em Bm F#m C#m G#m D#m ou Ebm Bbm Fm C Gm D
menores m m
ACORDE DE LÁ MENOR LÁ
MELÓDICA SOL#
FÁ#
MI Essa escala contém a sexta e a sétima
RÉ notas da escala elevadas em meio-tom. É
DÓ também conhecida como escala
SI
bachiana.
LÁ
SOL
caracteriza o sol com sétima (G7) ou sol
mixolídio, nome do modo grego
característico.
IV – A FORMAÇÃO DOS ACORDES
Definições →
A nota mais grave é determinante para a classificação do acorde, apesar de, mesmo
assim, ser possível relativizar a nomenclatura do acorde, já que, em última instância, o
executante tem liberdade para pensar em harmonia de maneira que a execução da obra se torne
mais facilmente entendida e assimilável.
Deve-se observar que o acorde maior é formado, simultaneamente, pela tônica, pela
terça maior ( em relação à tônica ) e pela quinta justa em relação à tônica ( terça menor em
relação a terça maior ); o acorde menor é formado pela tônica, seguido de uma terça menor e
a quinta justa ( uma terça maior em relação a terça menor ), de acordo com a figura abaixo:
ACORDE DE DÓ MAIOR
( tríade em azul ) DÓ
ACORDE DE LÁ MENOR LÁ
( tríade em azul ) SI
5J
SOL 3m
5J LÁ
3M FÁ
SOL
MI
3M
FÁ
3m
RÉ
MI
DÓ
RÉ
SI
DÓ
LÁ
Os acordes foram representados por suas cifras. Lê-se dó maior, ré menor, mi menor, fá
maior, sol maior, lá menor e si menor c/ quinta bemol ( que caracteriza o diminuto ). Na
ilustração abaixo, podemos ver a progressão de acordes na tonalidade de dó maior. Através
dos círculos coloridos, pegamos a tríade de todas as notas da escala de dó maior. Esses acordes
são representados por algarismos romanos, que correspondem ao grau de cada acorde. A
análise de harmonia funcional é feita em torno do conceito dos graus, pois é uma forma mais
geral, isto é não depende da tonalidade.
Se fosse feita a mesma análise para o tom de ré maior, os acordes seriam: D, Em, F#m,
G, A, Bm e C#m5b* (ré maior, mi menor, fá sustenido menor, sol maior, lá maior, si menor e
“dó sustenido meio diminuto”). O sétimo grau, para ser analisado com maior propriedade, deve
ser entendido sob a ótica das tétrades.
As tétrades são acordes definidos pela superposição da primeira, terceira, quinta e sétima
notas. Com auxílio da tabela de intervalos, pode-se perceber que a progressão de acordes na
tonalidade maior é:
C7M – Dó maior com sétima maior (tríade de dó maior, acrescido da sétima maior, isto é, o intervalo de
dó para si é de 7ª maior, conforme a tabela de intervalos)
Dm7 – Ré menor com sétima (tríade de Ré menor, acrescido da sétima menor, a nota dó)
Em7 – Mi menor com sétima (tríade de mi menor, acrescido da sétima menor, a nota ré)
F7M – Fá maior com sétima maior (tríade de fá maior, acrescido da sétima maior, a nota mi)
G7 – Sol maior com sétima (tríade de sol maior, acrescido da nota fá)
Am7 – Lá menor com sétima (tríade de lá menor, acrescido da nota sol)
Bm7/5b – Si menor com sétima e quinta diminuta (tríade de “si meio diminuto” com a sétima menor)
V – FUNÇÃO HARMÔNICA OU TONAL DOS ACORDES
Temos três funções harmônicas básicas, cuja importância é imensa, tanto para
instrumentistas interessados em harmonizar músicas elementares, quanto para cantores que
pretendem entender as variações dentro de uma canção.
Definições →
a) Escala Maior:
b) Escala Menor:
VI – REGRAS GERAIS
A regra geral para formar tétrades (acordes com quatro notas) é uma
superposição de terças. Lembrando que define-se um intervalo de terça maior (3M)
como dois tons e terça menor (3m) como um tom e meio.
a) Acorde maior:
Tônica
Terça maior ( em relação a tônica )
Terça menor ( em relação a anterior, formando, assim, a quinta justa )
Terça maior ( em relação a quinta justa, formando a sétima maior )
b) Acorde menor:
Tônica
Terça menor ( em relação a tônica )
Terça maior ( em relação a anterior, formando, assim, a quinta justa )
Terça menor ( em relação a quinta justa, formando a sétima menor )
Se quiser continuar, superponha outra terça menor em relação a sétima para
obter a nona.
c) Acorde diminuto:
Tônica
Terça menor ( em relação a tônica )
Terça menor ( em relação a anterior, formando, assim, uma quinta bemol ou
diminuta )
Terça menor (em relação a quinta diminuta, formando a sétima diminuta ).
Cº = Ebº = F#º = Aº
C#º = Eº = Gº = Bbº
Dº = Fº = Abº = Bº
O diminuto tem algumas características. Ele pode ser pensado como um acorde
de sétima com o baixo alterado. Quer dizer que F#º = F7/F# (confira no seu
instrumento). A quinta diminuta (superposição de duas terças menores) é a característica
comum aos acordes diminutos e meio diminutos, sendo que este último tem a sétima
menor e não diminuta.
O acorde diminuto aparece como uma espécie de condução para o acorde que o
sucede. Ele é classificado de acorde de passagem ascendente ou descendente. Por
exemplo, numa música em dó maior (samba e choro, principalmente ), entre o I e II
graus ( C e Dm ), é muito comum aparecer um C#º entre os dois acordes, conduzindo o
baixo de dó até ré (veja “Brasil Pandeiro”). Esse seria o caso de um diminuto de
passagem ascendente ( C7M C#º Dm7 ). Para um diminuto de passagem descendente
chamar o ré menor, poderia ser o Ebº (C7M Ebº Dm7).
A grosso modo se C7M e Dm7 são I e II graus do modo de dó maior, o C#º seria o I½
grau.
d) Acorde meio-diminuto:
Tônica
Terça menor ( em relação a tônica )
Terça menor ( em relação a anterior, formando, assim, uma quinta bemol ou
diminuta )
Terça maior ( em relação a 5b, formando a sétima menor ).
Bibliografia selecionada:
Fogo eterno pra afugentar o inferno pra outro lugar Fogo eterno pra consumir o inferno fora daqui
Equivalência entre acordes: E7/9/11 = D/E, D7/9/11 = C/D, F#m7 = A/F#, G#m7 = B/G#, A7M=C#m/A