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Harmonia para Iniciantes

O documento é uma apostila introdutória sobre harmonia musical, abordando conceitos fundamentais como intervalos, escalas maiores e menores, e a formação de acordes. Ele explora a importância da música na filosofia e sua estruturação através de combinações sonoras. O texto também discute a relação entre melodia e harmonia, além de apresentar regras gerais para a construção de acordes.

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Igor Visconti
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Harmonia para Iniciantes

O documento é uma apostila introdutória sobre harmonia musical, abordando conceitos fundamentais como intervalos, escalas maiores e menores, e a formação de acordes. Ele explora a importância da música na filosofia e sua estruturação através de combinações sonoras. O texto também discute a relação entre melodia e harmonia, além de apresentar regras gerais para a construção de acordes.

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HARMONIA

PARA

INICIANTES

Por Igor Ferreira Visconti

1
ÍNDICE

I - INTRODUÇÃO.........................................................................................................................3
II – INTERVALOS........................................................................................................................5
III – ESCALAS MAIOR E MENOR.............................................................................................7
a) Escala maior:...............................................................................7
b) Escala menor natural:..................................................................9
c) Escala menor harmônica:...........................................................10
d) Escala menor melódica:..............................................................10
e) Escala cigana:...........................................................................11
f) Escala maior c/ sétima:..............................................................11
IV – A FORMAÇÃO DOS ACORDES.......................................................................................12
V – Função harmônica ou tonal dos acordes:...............................................................................15
Reconhecendo A Escala Através Dos Principais Acordes Da Música:. 15
a) Escala Maior:...............................................................................15
b) Escala Menor:..............................................................................15
c) Escala menor harmônica:............................................................15
VI – REGRAS GERAIS...............................................................................................................16
Acorde maior:...........................................................................................16
Acorde menor:..........................................................................................16
Acorde diminuto:.......................................................................................17
Acorde meio-diminuto:................................................................................17

2
I - INTRODUÇÃO

“Música. S.f. 1. Arte ou ciência de combinar sons de modo agradável


ao ouvido” Aurélio
“A música é o pressentimento das coisas celestiais” Beethoven

A música está entre as manifestações mais antigas do homem. Desde o apogeu


da Grécia, seus Pensadores consideravam a música um estudo obrigatório para os
aspirantes a Filosofia, justificando que a capacidade de abstração da prática musical
eleva racional e espiritualmente o ser humano, aproximando-o da Verdade.
Essa apostila irá apresentar alguns fundamentos básicos de harmonia, uma
espécie de música multi-dimensional cujas combinações infinitas geram diferentes
interpretações e nem de longe se esgotam no presente texto; entretanto, alguns conceitos
básicos serão apresentados para proporcionar ao leitor uma compreensão mais profunda
de música. Serão apresentados nesta apostila:

 alguns clichés harmônicos básicos;


 as escalas maiores e menores, e uma lógica para suas
estruturas;
 progressões harmônicas ( “escalas 3D” )

Segue abaixo algumas definições elementares:

 Melodia – é uma sucessão de sons e pausas em uma dimensão. A


escala ocidental divide os sons em 12 semi-tons, que se repetem
periodicamente. A escala que contém todas as doze notas é chamada de
escala cromática. Não há limite para as suas combinações.
 Harmonia – é uma combinação de sons simultâneos que contém a
melodia e não raro é interpretada como seu “acompanhamento”. Aparece
com grande sofisticação em bossa-nova e jazz.
 Ritmo – é a duração e acentuação dos sons e das pausas. Uma espécie
de coração da música, diretamente associada a elementos de percussão.

O ouvido humano consegue perceber frequências sonoras num espectro de 20 a


18000 Hz. Abaixo está uma figura gráfica com as notas e suas respectivas frequências.
Nesse gráfico são mostradas representações das notas de uma escala cromática a partir
da nota mi. Assim como há uma faixa específica que o ouvido humano é capaz de
perceber, há uma faixa menor ainda que os instrumentos acústicos ou elétricos podem
executar, como representado na página seguinte:

Notas em função da frequência


Frequência ( Hz )

700 660,0
618,8
586,7
600 528,0 550,0
495,0
500 440,0 458,3
391,1 412,5
352,0 366,7
400 330,0
300
200
100
0
mi fa fa# sol sol# la la# si do do# re re# mi

3
Na medida em que a freqüência cresce, mais alto (agudo) é o som. Instrumentos
como o violino, o flautim, trompete, gaita, cavaquinho, bandolim caracterizam-se por
terem um timbre agudo, sendo amiúde os instrumentos solo dos conjuntos. Outros
instrumentos, como o contrabaixo, violoncelo, trombone, clarone trabalham numa faixa
mais grave, executando o “acompanhamento”; poder-se-ia concluir, assim, que esses
instrumentos são responsáveis pela harmonia; entretanto, esses instrumentos não podem
produzir sons simultâneos, que é a definição de harmonia, a ser discutida
posteriormente.
Cada acorde tem a sua escala específica. Um exemplo disso é o violoncello do
Prelúdio em Dó Maior de Bach, onde é possível perceber melodias que parecem “mudar
de cor” ao longo da música, sendo essas “cores vivas” a sensação da mudança de
acordes. Um contrabaixo conduz a música, numa levada rítmica “coerente
harmonicamente”. Isto é, ora produz as notas principais (tônicas, quintas...), ora
“desenha” a escala específica de cada acorde ou da intenção da progressão harmônica.
O piano é o instrumento que abrange o maior espectro de sons, com suas sete
oitavas (e mais algumas notinhas...). Para ilustrar as extensões de alguns instrumentos,
ele é tomado como referência (figura abaixo).

4
II – INTERVALOS

Definição: É a distância entre dois sons musicais, classificando essa distância de


acordo com uma convenção matemática, onde a menor unidade ( no Ocidente) é o
semi-tom.

Observe no desenho abaixo que há uma tecla preta entre quase todas as teclas
brancas. O intervalo entre as teclas que não têm uma tecla preta entre elas é de meio-
tom; entre as outras notas naturais ( nome técnico das teclas brancas ), o intervalo é de
1 tom.
O símbolo # é chamado sustenido, e seu efeito sobre um som é elevá-lo meio-
tom. Assim como o símbolo b é chamado bemol e este acidente abaixa o som meio-
tom.
DÓ# ou RÉb FÁ# ou SOLb LÁ# ou SIb

RÉ# ou MIb SOL# ou LÁb

DÓ RÉ MI FÁ SOL LÁ SI DÓ RÉ MI

A enarmonia é o nome dado a notas que recebem o mesmo nome, como


mostrado na nomenclatura das teclas pretas acima. Uma escala cromática, mencionada
há pouco, seria formada por todas as notas contidas entre o dó e o si, inclusive ( dó, dó#,
ré, ré#, mi, fá, fá#, sol, sol#, lá, lá#, si ). Observa-se que há um meio tom entre todas as
notas, exceto entre mi e fá e si e dó.
Os intervalos são expressos sempre em relação a uma nota de referência; a tabela
a seguir lista todos os intervalos contidos em uma oitava (intervalo entre duas notas de
mesmo nome, já que as notas se repetem periodicamente); tomamos como referência as
notas dó e sol, em duas colunas diferentes, para melhor ilustrar o conceito de intervalo.
Por exemplo, a quinta do dó, é a nota sol; se a referência muda para a nota ré, a
quinta será o lá (conforme destacado em azul). É fácil notar que se o referencial sobe
um tom (no violão, subir um tom é “avançar” duas casas tocando na mesma corda), o
intervalo acompanha a subida de um tom.

NOTAS ENARMONIA INTERVALO SÍMBOLO NOME


Dó Sol Fundamental ou tônica
Réb Láb 2a m b9 Nona menor ou bemol
Ré Lá 2a M 9 Nona
Ré# Lá# Enarmônicos 2a aum. #9 Nona aumentada ou sustenida
Mib Sib 3a m m Terça menor
Mi Si 3a M Terça maior
Fá Dó 4a J 4 ou 11 Quarta ou déc. Prim justa
Fá# Dó# Enarmônicos 4a aum. #11 Déc. Prim. aumentada ou sustenida
Solb Réb 5a dim. b5 Quinta diminuta ou bemol
Sol Ré 5a J Quinta justa
Sol# Ré# Enarmônicos 5a aum. #5 Quinta sustenida
Láb Mib 6a m b6 ou b13 Sexta menor ou bemol
Lá Mi Enarmônicos 6a M 6 ou 13 Sexta ou déc. Terc. maior
Sibb Fáb 7a dim. dim. ou o Sétima diminuta
Sib Fá 7a m 7 Sétima menor
Si Fá# 7a M 7M Sétima maior
Dó Sol 8a Oitava

5
Harmonia pode ser analisada como um conjunto de notas
simultâneas de uma escala, com intervalos harmônicos entre si.

Em músicas escritas para coral, as vozes muitas vezes realizam melodias


idênticas, mas com intervalos entre si. Ou seja, enquanto um naipe canta uma frase, o
outro naipe canta a mesma melodia com intervalos de terça, por exemplo. Este tipo de
arranjo é muito comum também na música popular, enfatizando refrões, enriquecendo a
sonoridade, preenchendo a música com uma polifonia que consegue desenhar a
harmonia. A representação gráfica abaixo mostra duas “linhas melódicas” que variam
paralelas ao longo do tempo, com uma relação entre si; esta relação é o intervalo que
existe entre as melodias (que podem ser os vocais de Lennon & McCartney, ou duas
guitarras do Iron Maiden, duas violas sertanejas, dois violões de sete cordas do conjunto
Época de Ouro, vocais do Clube da Esquina, uma tribo africana, as pastoras da verde
rosa...) .

Nem sempre o intervalo entre as linhas melódicas permanece constante. Para se


adaptar a escala que dá o tom da música, o intervalo pode variar entre terça maior (dois
tons) e terça menor (um tom e meio), ou outras combinações menos triviais, a fim de
respeitar os intervalos da escala ou do campo harmônico que vá definir a melodia em
execução.

6
III – ESCALAS MAIOR E MENOR

Serão apresentadas algumas das principais escalas, definidas aqui como uma
sucessão de notas, com intervalos característicos entre si, numeradas a partir da nota que
dá nome a escala (tônica). Tomo a liberdade de lançar mão de uma metáfora ordinária
para explicitar melhor essa idéia.
Se a escala cromática representasse todas as cartas de um baralho, num jogo de
sueca, a regra determina que sejam retirados todos os “8”, “9” e “10”; da mesma forma
que, dentre os onze semi-tons da escala cromática, são escolhidas sete notas distintas
que, literalmente, dão o tom da música.
Freqüentemente, pode-se analisar por partes e entender que as mudanças de
melodia acompanham as mudanças de harmonia e vice-versa.
Quando uma música muda de tom, dizemos que há uma modulação. Quando
essa modulação é passageira, isto é, quando aparece um acorde que tem notas fora da
escala tonal, este acorde é chamado de acorde de empréstimo modal (AEM).

7
a) Escala maior: oitava notas será de meio-tom (ou nona
A escala de dó maior será o bemol – b9), já que, por algum motivo,
modelo às outras escalas maiores, por não se usa a nomenclatura 2ª bemol).
não possuir nenhum acidente (# ou b). Os
intervalos entre as sete notas são
1/2
representados pela escada de degraus ESCALA DE SOL MAIOR tom

inteiros e ‘meio-degraus’ da figura ao


lado. Entre a terceira e a quarta notas SOL

há um intervalo de meio-tom (meio FÁ#

degrau), assim como entre as sexta e 1/2


MI

sétima notas. tom



Todas as outras escalas irão se
adaptar a este modelo de “escada” que DÓ

descreve a “característica sonora” da SI

escala maior. Para tanto, será necessário LÁ

ajustar os intervalos das outras escalas SOL


com acidentes elevando (#) ou
abaixando (b) as notas.
Se o leitor desenhar a escada e mantiver
a sua atenção para a escala cromática existente
Define-se tônica a nota que dá nas “entrelinhas” do processo, poderá facilmente
nome a escala. Para saber qualquer escala determinar todas as escalas e seus respectivos
maior, subimos pela “escada modelo” acidentes.
que tem nos seus degraus a analogia com Observe que a nota sol é a “quinta” de
dó e dó é a quarta de sol (verifique nas duas
os intervalos entre notas, de uma mesma figuras anteriores ). Daí, dizer que a soma de
escala, em relação a tônica dois intervalos invertidos dá sempre
Para adaptar a escala de sol maior nove; outro exemplo, o intervalo entre dó e mi é
aos intervalos da escala modelo (onde a de terça maior, em relação ao dó e de sexta menor
referência, é o sol e não o dó), a em relação ao mi ( ou décima-terceira menor ). O
intervalo entre dó e si é de sétima maior e o
sétima nota ( fá ) deve ser elevada meio intervalo entre si e dó é de segunda menor ( ou
tom para que o intervalo entre as sétima e nona menor )
mi fá# sol lá si dó ré mi
si dó ré mi fá# sol lá si
sol lá si dó ré mi fá# sol
ré mi fá# sol lá si dó ré
lá si dó ré mi fá# sol lá
mi fá# sol lá si dó ré mi

O violão tem uma vantagem visual em relação ao piano (ambos, os principais


instrumentos de harmonia): se há um desenho no braço para a escala de um tom maior,
esse desenho deve ser apenas deslocado ao longo do braço, a fim de se conseguir outras
escalas maiores. Por exemplo, se eu tenho sob os dedos uma digitação para dó maior a
partir da quinta casa, transladando esse desenho para a sétima casa (um tom acima),
estarei com a escala de ré maior sob os dedos.

ré maior
OBS.:
 As notas pretas são as tônicas de cada
escala, determinando a mesma escala
uma oitava acima, se o sentido for
crescente ou oitava abaixo se o
sentido for decrescente.
 Na digitação apresentada para sol
maior, são aproveitadas notas soltas.

dó maior

1/2
ESCALA DE FÁ MAIOR tom


MI

1/2 RÉ
tom


SIb

SOL


Nem todas as escalas são bemol, porque foi a única maneira
adequadas ao modelo de “escada” com possível subir meio degrau da terceira
os acidentes #. O exemplo a ser para a quarta nota sem repetir o signo
estudado, agora é a escala de fá maior. “lá” ( na forma lá#).
O acidente utilizado para adequá-
la aos intervalos da escala maior foi o

Uma forma de se memorizar


facilmente quantos acidentes há em cada
tom (ou escala ) maior é o ciclo das
quintas e quartas. O ciclo das quintas
mostra que um # é acrescentado para os
tons com intervalo de quinta
(ascendente), a partir do dó maior; um
bemol é acrescentado para os tons com
intervalo de quarta ascendente, também a
partir do dó (ciclo das quartas).

Escalas com sustenidos (ciclo das quintas):


Intervalos em relação à tônica
Nome da escala T 9M 3M 4J 5J 6M 7M 8J
Dó maior (C) Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si dó
Sol Maior (G) Sol Lá Si dó Ré Mi Fá# Sol
Ré maior (D) Ré Mi Fá# Sol Lá Si Dó# ré
Lá maior (A) Lá Si Dó# Ré Mi Fá# Sol# lá
Mi maior (E) Mi Fá# Sol# Lá Si Dó# Ré# mi
Si maior (B) Si Dó# Ré# Mi Fá# Sol# Lá# si
Fá # maior
Fá# Sol# Lá# Si Dó# Ré# Mi# Fá#
(F#)
Dó # maior
Dó# Ré# Mi# Fá# Sol# Lá# Si# Dó#
(C#)

Escalas com bemóis:


Intervalos em relação à tônica
Nome da escala T 9M 3M 4J 5J 6M 7M 8J
Dó maior (C) Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si dó
Fá maior (F) Fá Sol Lá Sib dó Ré Mi fá
Si b Maior
Sib dó Ré Mib Fá Sol Lá sib
(Bb)
Mi b maior
Mib Fá Sol Láb Sib Dó Ré mib
(Eb)
Lá b maior
Láb Sib Dó Réb Mib Fá Sol láb
(Ab)
Ré b maior
Réb Mib Fá Solb Láb Sib Dó réb
(Db)
Sol b maior
Solb Láb Sib Dób Réb Mib Fá solb
(Gb)
b) Escala menor natural:

A cada escala maior, há uma escala menor “gêmea” caracterizando, assim, os tons
relativos. Isso significa que a escala de dó maior corresponde a escala de lá menor porque
elas possuem as mesmas notas ( todas as notas naturais )..

Pode-se afirmar a escala de lá menor


LÁ MENOR 1/2
tom

nada mais é do que a escala de dó maior
SOL iniciada de outra nota;

consequentemente, a “escada” muda a
MI sua configuração de degraus (intervalos
1/2
tom entre as notas da escala) e os meio tons

aparecem entre a nona e terça e entre a

quinta e sexta.
SI


Relação de tons maiores e seus relativos menores:

Tons maiores C G D A E B F# ou Gb Db Ab Eb Bb F
Relativos Am Em Bm F#m C#m G#m D#m ou Ebm Bbm Fm C Gm D
menores m m

Escalas Menores com sustenidos:

Intervalos em relação a tônica


Nome da escala T 9M 3m 4J 5J 6m 7m 8J
Lá menor (Am) Lá Si dó Ré Mi Fá Sol Lá
Mi menor (Em) Mi Fá# Sol Lá Si dó Ré Mi
Si menor (Bm) Si Dó# ré Mi Fá# Sol Lá Si
Fá# menor Fá# Sol# lá Si Dó# Ré Mi Fá#
(F#m)
Dó# menor Dó# Ré# mi Fá# Sol# Lá Si Dó#
(C#m)
Sol# menor Sol# Lá# Si Dó# Ré# Mi Fá# Sol#
(G#m)
Ré# menor Ré# Mi# Fá# Sol# Lá# Si Dó# Ré#
(D#m)
Lá # Lá# Si# Dó# Ré# Mi# Fá# Sol# Lá#
menor(A#m)
Escalas Menores com bemóis:
Intervalos em relação a tônica
Nome da escala T 9M 3m 4J 5J 6m 7m 8J
Lá menor Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol Lá
(Am)
Ré menor Ré Mi Fá Sol Lá Si dó Ré
Sol menor Sol Lá Sib dó Ré Mib Fá Sol
Dó menor Dó Ré Mib Fá Sol Láb Sib Dó
Fá menor Fá Sol Láb Sib Dó Réb Mib Fá
Sib menor Sib Dó Réb Mib Fá Solb Láb Sib
Mib menor Mib fá Solb Láb Sib Dób Réb Mib

c) Escala menor harmônica:


ACORDE DE LÁ MENOR LÁ
HARMÔNICA SOL# Essa escala tem o sétimo grau
FÁ alterado em relação a escala menor
MI natural; assim, a nota sol# é chamada
RÉ nota sensível, ela pede uma resolução.
DÓ Ao soar a nota sol#, numa música em lá
SI
menor, cria-se uma expectativa para
LÁ “resolver” a frase musical na tônica ( lá ).
Éscala típica em sambas, choros, fados,
música flamenca e música folclórica de
um modo geral.

d) Escala menor melódica:

ACORDE DE LÁ MENOR LÁ
MELÓDICA SOL#

FÁ#
MI Essa escala contém a sexta e a sétima
RÉ notas da escala elevadas em meio-tom. É
DÓ também conhecida como escala
SI
bachiana.

e) Escala cigana: Essa escala é considerada exótica


e rara e foi incluída aqui como uma
curiosidade. É uma variação da escala
ACORDE DE LÁ MENOR
"CIGANA"
harmônica, alterando a quarta nota em
SOL#
LÁ meio-tom, dando uma sonoridade muito

peculiar a essa sequência de intervalos.
MI
RÉ#

SI

. no intervalo de sétima, que é menor ( ver


f) Escala maior c/ sétima: tabela de intervalos ). A escala ao lado

ESCALA DE SOL MAIOR C/ 1/2


Essa escala é muito usada em SÉTIMA tom
SOL
ritmos típicos do nordeste, como baião e
xaxado, além de soar bem em música FÁ

indiana, em função da tensão que se cria. 1/2 MI


tom
Um exemplo dessa escala é a música Asa

Branca; ao final de cada estrofe, ouve-se
um tema descendente marcante, a escala DÓ
com sétima. Pode-se observar que a SI
escala é idêntica a escala maior, a não ser

SOL
caracteriza o sol com sétima (G7) ou sol
mixolídio, nome do modo grego
característico.
IV – A FORMAÇÃO DOS ACORDES

Definições →

 Tríades são acordes formados pela emissão de três notas simultâneas.


 Acordes maiores são formados pela superposição de tônica, terça maior e quinta
justa.
 Acordes menores são formados pela superposição de tônica, terça menor e quinta
justa.

A nota mais grave é determinante para a classificação do acorde, apesar de, mesmo
assim, ser possível relativizar a nomenclatura do acorde, já que, em última instância, o
executante tem liberdade para pensar em harmonia de maneira que a execução da obra se torne
mais facilmente entendida e assimilável.
Deve-se observar que o acorde maior é formado, simultaneamente, pela tônica, pela
terça maior ( em relação à tônica ) e pela quinta justa em relação à tônica ( terça menor em
relação a terça maior ); o acorde menor é formado pela tônica, seguido de uma terça menor e
a quinta justa ( uma terça maior em relação a terça menor ), de acordo com a figura abaixo:

ACORDE DE DÓ MAIOR
( tríade em azul ) DÓ
ACORDE DE LÁ MENOR LÁ
( tríade em azul ) SI
5J
SOL 3m
5J LÁ
3M FÁ
SOL
MI
3M

3m

MI


SI


Assim como as escalas são progressões de notas sob determinadas condições de


intervalos entre si, há uma progressão harmônica, isto é uma progressão de acordes, cuja
nomenclatura são algarismos romanos que definem os graus harmônicos. Nesse momento,
começamos a abordar as primeiras definições com respeito a harmonia funcional.

Os acordes foram representados por suas cifras. Lê-se dó maior, ré menor, mi menor, fá
maior, sol maior, lá menor e si menor c/ quinta bemol ( que caracteriza o diminuto ). Na
ilustração abaixo, podemos ver a progressão de acordes na tonalidade de dó maior. Através
dos círculos coloridos, pegamos a tríade de todas as notas da escala de dó maior. Esses acordes
são representados por algarismos romanos, que correspondem ao grau de cada acorde. A
análise de harmonia funcional é feita em torno do conceito dos graus, pois é uma forma mais
geral, isto é não depende da tonalidade.
Se fosse feita a mesma análise para o tom de ré maior, os acordes seriam: D, Em, F#m,
G, A, Bm e C#m5b* (ré maior, mi menor, fá sustenido menor, sol maior, lá maior, si menor e
“dó sustenido meio diminuto”). O sétimo grau, para ser analisado com maior propriedade, deve
ser entendido sob a ótica das tétrades.
As tétrades são acordes definidos pela superposição da primeira, terceira, quinta e sétima
notas. Com auxílio da tabela de intervalos, pode-se perceber que a progressão de acordes na
tonalidade maior é:

 C7M – Dó maior com sétima maior (tríade de dó maior, acrescido da sétima maior, isto é, o intervalo de
dó para si é de 7ª maior, conforme a tabela de intervalos)
 Dm7 – Ré menor com sétima (tríade de Ré menor, acrescido da sétima menor, a nota dó)
 Em7 – Mi menor com sétima (tríade de mi menor, acrescido da sétima menor, a nota ré)
 F7M – Fá maior com sétima maior (tríade de fá maior, acrescido da sétima maior, a nota mi)
 G7 – Sol maior com sétima (tríade de sol maior, acrescido da nota fá)
 Am7 – Lá menor com sétima (tríade de lá menor, acrescido da nota sol)
 Bm7/5b – Si menor com sétima e quinta diminuta (tríade de “si meio diminuto” com a sétima menor)
V – FUNÇÃO HARMÔNICA OU TONAL DOS ACORDES

Temos três funções harmônicas básicas, cuja importância é imensa, tanto para
instrumentistas interessados em harmonizar músicas elementares, quanto para cantores que
pretendem entender as variações dentro de uma canção.

Definições →

a) Função tônica: É uma função de sentido conclusivo, estável. Geralmente é o acorde


que finaliza uma música. O acorde principal da função tônica é o Primeiro grau ( I )
e pode ser substituído pelo VI grau ou III graus que também podem resolver uma
frase harmônica ( pág. 13 ).
b) Função dominante: É uma função de sentido suspensivo, criando tensão e
instabilidade. Essa função “pede” para ser resolvida pela tônica. O acorde principal
da função dominante é o V grau e pode ser substituído pelo VII grau.
c) Função subdominante: É uma função de sentido meio suspensivo, pois se
apresenta de forma intermediária entre as funções tônica e dominante, sendo que o
acorde principal da função subdominante é o IV grau, podendo ser substituído pelo
II.

Reconhecendo A Escala Através Dos Principais Acordes Da Música:

a) Escala Maior:

A tônica, subdominante e dominante são todos maiores. Se a música estiver em dó


maior, por exemplo, os acordes citados são:
 C ( I – tônica ),
 F (IV – subdominante )
 G7 (V7 – dominante ).
Analogamente, em ré maior, os acordes são D, G e A7. Em sol maior, serão G, C e D7. É
interessante observar que a subdominante é “chamada” pelo seu dominante relativo. Exemplo,
se o tom da música for dó maior, o acorde que “chama” o F (subdominante) é o C7, pois esse
acorde é dominante em fá maior (nas músicas-exemplo, ao final da apostila, “Brasil Pandeiro”
e “Festa do Interior” apresentam esta cadência).
O relativo menor da subdominante, que é o II grau, exerce a mesma função harmônica. Isto
é, se o tom for dó maior, é muito comum a harmonia se alternar em Dm (II, relativo menor do
IV, substituindo-o) e G7 é o famoso II-V (“two-five”).

b) Escala Menor:

A tônica, subdominante e dominante são todos menores. Se a música estiver em Lá


menor, por exemplo, os acordes citados são:
 Am (Im – tônica)
 Dm (IVm – subdominante)
 Em (Vm – dominante)
Os relativos maiores podem substituir e exercer funções semelhantes. É interessante observar
que a substituição de um ré menor por um fá maior é como se o ré menor fosse analisado como
Dm7/F (ré menor com sétima e baixo em fá). O II-V da escala menor, se o tom for lá menor
(relativo menor do dó maior), é Bm7/5b e Em.

c) Escala menor harmônica:


A tônica e a subdominante continuam sendo menores, porém a dominante é maior com
sétima. Se a música está em si menor (relativo menor do ré maior), os acordes são:
 Bm (Im – tônica)
 Em (IVm – subdominante)
 F#7 (V7 – dominante)
Talvez você esteja, agora se
perguntando: por que o #? Basta dar
uma checada na escala de si menor ESCALA DE SI MENOR SI
harmônica, para observar que essa HARMÔNICA
LÁ#
escala tem acidentes no dó e fá,
SOL
elevando essas notas de meio-tom (a 7M
escala é si, dó#, ré, mi fá#, sol, lá#). Se FÁ#
a escala for reescrita a partir do fá# (a MI 5J
quinta nota) e forem grifadas a terça, RÉ 11J
quinta e sétima, então fá#, sol, lá#, si, DÓ#
dó#, ré, mi que são as notas que SI 9M
compõe o acorde F#7 (ilustrado na
figura ao lado).

Se a escala fosse menor natural, e fizéssemos esse exercício, observa-se que o


acorde é F#m7 (fá#, sol, lá, si, dó#, ré, mi ), porque já foi dito anteriormente que a
diferença entre acorde maior e menor é o intervalo de terça em relação a nota tônica ( a
que dá nome ao acorde ).
A progressão dos acordes da escala de si menor harmônica é

Bm(7M) C#m7/5b D(5#) Em(7) F#7 G(7M) A#m7M

O II-V em si menor, por exemplo, é C#m7/5b e F#7.

VI – REGRAS GERAIS

A regra geral para formar tétrades (acordes com quatro notas) é uma
superposição de terças. Lembrando que define-se um intervalo de terça maior (3M)
como dois tons e terça menor (3m) como um tom e meio.

a) Acorde maior:
 Tônica
 Terça maior ( em relação a tônica )
 Terça menor ( em relação a anterior, formando, assim, a quinta justa )
 Terça maior ( em relação a quinta justa, formando a sétima maior )

Se quiser continuar, superponha outra terça menor em relação a sétima, para


obter a nona. Para formar acordes com quaisquer dissonâncias, consulte a tabela de
intervalos e adapte à tonalidade do acorde.

b) Acorde menor:
 Tônica
 Terça menor ( em relação a tônica )
 Terça maior ( em relação a anterior, formando, assim, a quinta justa )
 Terça menor ( em relação a quinta justa, formando a sétima menor )
Se quiser continuar, superponha outra terça menor em relação a sétima para
obter a nona.

É interessante observar que acordes maiores podem se relacionar com seus


acordes menores da seguinte maneira: todo acorde maior com sétima maior contém na
terceira ( terça maior do acorde maior ), quinta ( quinta justa do mesmo ) e sétima
( sétima maior ) um acorde menor. Então:
 C7M = Em/C
 G7M = Bm/G
 A7M = C#m
 Eb7M = Gm...

Da mesma forma, os acordes menores com sétima menor podem se relacionar


com seus relativos maiores, ou seja
 Bm7 = D/B
 Am7 = C/A
 F#m7 = A/F#

c) Acorde diminuto:
 Tônica
 Terça menor ( em relação a tônica )
 Terça menor ( em relação a anterior, formando, assim, uma quinta bemol ou
diminuta )
 Terça menor (em relação a quinta diminuta, formando a sétima diminuta ).

 Cº = Ebº = F#º = Aº
 C#º = Eº = Gº = Bbº
 Dº = Fº = Abº = Bº

O diminuto tem algumas características. Ele pode ser pensado como um acorde
de sétima com o baixo alterado. Quer dizer que F#º = F7/F# (confira no seu
instrumento). A quinta diminuta (superposição de duas terças menores) é a característica
comum aos acordes diminutos e meio diminutos, sendo que este último tem a sétima
menor e não diminuta.
O acorde diminuto aparece como uma espécie de condução para o acorde que o
sucede. Ele é classificado de acorde de passagem ascendente ou descendente. Por
exemplo, numa música em dó maior (samba e choro, principalmente ), entre o I e II
graus ( C e Dm ), é muito comum aparecer um C#º entre os dois acordes, conduzindo o
baixo de dó até ré (veja “Brasil Pandeiro”). Esse seria o caso de um diminuto de
passagem ascendente ( C7M C#º Dm7 ). Para um diminuto de passagem descendente
chamar o ré menor, poderia ser o Ebº (C7M Ebº Dm7).
A grosso modo se C7M e Dm7 são I e II graus do modo de dó maior, o C#º seria o I½
grau.

d) Acorde meio-diminuto:
 Tônica
 Terça menor ( em relação a tônica )
 Terça menor ( em relação a anterior, formando, assim, uma quinta bemol ou
diminuta )
 Terça maior ( em relação a 5b, formando a sétima menor ).

Um olhar possível sobre o meio diminuto é relacioná-lo com acordes menores,


com o baixo alterado.
 Em7/5b=Gm/E.
 Bm7/5b = Dm/B
 C#m7/5b = Em/C#.
 F#m7/5b=Am/F#

O meio diminuto aparece tipicamente em duas situações:


 Subdominante em tom menor (por exemplo, sendo o tom da música Lá
menor, Bm7/5b, E7; Am generalizando: IIm7/5b,V7, Im)
 Terceiro grau alterado em tom maior, como se fosse um II-V do IIm
(“Brasil Pandeiro”, ao invés de se utilizar Em, é utilizado Em7/5b, que seria o Segundo
grau do ré menor)

Bibliografia selecionada:

 CHEDIAK, Almir; Harmonia e Improvisação, Lumiar editora


 GUEST, Ian; Arranjo volume I, Lumiar editora
 DIAS, Luciano de Melo; Compêndio de teoria elementar, Ricordi Brasileira
MÚSICAS
FESTA DO INTERIOR
( Moraes Moreira )

| A | % | % | % | % | C#m7 Cm | Bm7 | % | E7/9 |


Fagulhas, pontas de agulha, brilha uma estrela de São Jo - ão Fagotes, xotes

| Bm7 | E7/9 | Bm7 | E7/9 | Bm7 | A | % | % | % | % |


e xaxados segura as pontas, meu coração Bombas da guerra magia, ninguém

| A4/7(9) | A7/b9 | D7M | Dm6 | C#m7 | Cº | Bm7 | E7/9 | A | A7 |


matava, ninguém morria Nas trincheiras da alegria o que explodia era o amor

| G#m7/b5 | C#7/b9 | F#m7 | % | B7/9 | % | Bm7/9 | E7/9 | A |


Ardia aquela fogueira que esquentava a vida inteira, eternamente, sempre a primeira festa do interior

Equivalência de acordes: G#m7/5b=Bm/G#, Cº=B7/C, A4/7(9)=A7/9/11=G/A *


(*função harmônica, dominante do D7M, ou seja, poderia simplesmente ser um A7, as outras notas acrescentadas ao acorde são... firulas:)
AQUARELA DO BRASIL
(Ary Barroso)

Equivalência entre acordes: Em7/9/11=D/E, F#m7/5b=Am/F#, C#m7/5b=Em/C#


BRASIL PANDEIRO
(Assis Valente)

Equivalência entre acordes:C7M=Em/C, Bb7M=Dm/Bb, Em7/5b=Gm/E, C#º=C7/C#


PALCO
( Gil )
Intro

: E7M % E7/9/11 E7/9 A7M % D7/9/11 % :

: E F#m7 G#m7 A7M B7/9/11 C#m7 G#7/5# A7M


Subo nesse palco minha alma cheira a talco como bum bum de bebê de bebê
Há também um cântaro quem manda é deusa música pedindo pra deixar pra deixar

E F#m7 G#m7 A7M B7 C#m7 B7 : 2xs


Minha aura clara só quem é clarividente pode ver pode ver
Derramar o bálsamo fazer o canto cantar o cantar lá lá iá

C#m7 G#7/5# A7M B7/9/11 :C#m7 G#7/5# A7M B7/9/11 Co : 5xs

Fogo eterno pra afugentar o inferno pra outro lugar Fogo eterno pra consumir o inferno fora daqui

Equivalência entre acordes: E7/9/11 = D/E, D7/9/11 = C/D, F#m7 = A/F#, G#m7 = B/G#, A7M=C#m/A

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