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Ffe1.unidade Iii 01.05.2021

O documento aborda fundamentos de física para engenharia, focando em atrito e movimento, com exemplos e exercícios práticos. Inclui a análise de forças em sistemas em equilíbrio e a aplicação das leis de Newton. Também discute a importância do respeito à propriedade intelectual dos materiais didáticos utilizados.

Enviado por

Ronald Mercês
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Fundamentos de Fı́sica para Engenharia I

Unidade III:
Atrito e movimento. (Dinâmica do movimento
circunferencial uniforme - será visto na próxima aula)
(Hoje: 01.05.2021)

Dr. Juan Bulnes


Professor efetivo, Curso de Fı́sica, DCET, UNIFAP
(E-mail: [email protected])

SEMESTRE 2020.1 (retomado em abril 2021)

Nota importante

UNIFAP/CONSELHO UNIVERSITÁRIO. RESOLUÇÃO N. 14, DE 07 DE


OUTUBRO DE 2020. Art. 27. “Os discentes observarão o respeito à propriedade
intelectual dos docentes quanto ao material didático digital disponibilizado e, neste
sentido, comprometer-se-ão a não vender, distribuir, reproduzir este material, tendo
ou não a finalidade de obter ganho, vantagem, lucro direto ou indireto para si ou
para outrem, sem a autorização do docente como autor da obra intelectual”.

1
2

1 Exemplos, exercicios e problemas

[ Exemplo 1 ]. Um corpo com massa m em movimento descreve uma trajetória


retilı́nea (em relação a um RIT), sendo que o espaço percorrido, ξ, para cada instante
de tempo, t, está dado pela expressão,

ξ(t) = a − bt + qt2 − pt3 . (1)

Determinar a (magnitude da) força que atúa sobre o corpo. Sob qual condição a
direção da força está ao longo da direção ξ−positiva?

[ SOLU ÇÃO 1 ].
( P ART E A ). A derivada da expressão (1) define a velocidade do corpo,

˙ ≡ v = −b + 2qt − 3pt2
ξ(t) (2)

e a segunda derivada de ξ da a (magnitude da) aceleração do corpo,

¨ ≡ a = 2q − 6pt.
ξ(t) (3)

De maneira que a força que, ao instante t, atúa sobre o corpo está dada pela ex-
pressão,
 
Ftotal = 2m q − 3pt . (4)

( P ART E B ). Precisamos fixar os coeficientes, a, b, q, p, como sendo positivos ou


negativos. Por livre escolha, vamos assumir que esses coeficientes são todos positivos.
Além disso, de (4), vemos que, para t = 0, a magnitude da força é positiva, pois:
2mq > 0. Então, uma maneira de responder a segunda pergunta, é determinar o
intervalo de tempo em que a força se mantém na direção ξ−positiva. Nesse caso,
escrevemos,

0<t<T −→ 2mq > 2m(q − 3pt) > 2m(q − 3pT )

onde T será definido de maneira que a força apresente aquela caracterı́stica. Da


expressão acima temos,

2m(q − 3pT ) < Ftotal < 2mq (5)


3

por tanto, resulta evidente que a condição,


q
T < −→ 0 < Ftotal .
3p
Ou seja, se a (magnitude da) força atuasse sobre o corpo por um intervalo de tempo
t, tal que: t ∈ [0, T >, então a força terá sua direção coincidente com a da direção
ξ−positiva.
—————————————————————————-
[ Exemplo 2 ]. Uma barra homogênea, com massa M e comprimento L, está em
repouso na posição mostrada na figura 1. Na parte inferior da escada há uma corda
(em cor vermelho) disposta horizontalmente que a fixa à parede. Determinar as
forças de reação (do piso e do borde da parede) sobre a escada, assim como também
a tensão na corda. Considere que a altura da parede é h.

Figure 1: Mostra-se o “diagrama de corpo livre” para a escada.

[ SOLU ÇÃO 2 ]. O primeiro que temos que fazer é avaliar a consistência matemática
no problema. Notar que neste problema temos três incógnitas: a tensão na corda
(T ), a reação do chão sobre a escada (R) e a reação do extremo superior da parede
sobre a escada (Q). Por outro lado, temos uma equação vetorial (que equivale a
duas equações escalares): a correspondente à condição de equilı́brio da es-
cada, mas estas não estão completas.

Primeira lei de Newton: “Um corpo se encontra no estado cinemático de re-


4

pouso ou de movimento retilı́neo uniforme (em relação a um RI), isto é, está
em equlı́brio, quando a força total que atúa sobre este corpo é nula (ou quando
nenhuma força atúa sobre o corpo)”.

A situação inversa do descrito no parágrafo acima pode ser interpretada como


uma condição necessária, mas não suficente, para que um corpo possa se en-
contrar no estado de repouso ou de movimento retilı́neo uniforme. Isso fica claro
no presente problema, pois temos identificado que faz falta uma equação com-
plementar para resolvermos o problema proposto.

Vamos avançar com o que temos. Para a escada “em repouso” podemos escrever,

T~ + P~ + R
~ +Q
~ = ~0 (6)

ou explicitamente,
 
T (−î) + R(ĵ) + mg(−ĵ) + Q î cos(Φ) + ĵ sin(Φ) = ~0 (7)

de onde chegamos às relações matemáticas independentes,

Q cos(Φ) − T = 0 & R − mg + Q sin(Φ) = 0 (8)

Neste caso, não temos como resolver as equações em (8) a menos que seja possı́vel in-
cluir uma equação adicional (independente) para essas forças; mas, qual equação?
Sabemos, por experiência direta, que quando uma força (ou sua “linha de ação”),
passa por um ponto especı́fico de um corpo, então não produzir-se-á nenhum efeito
de giro do corpo ao redor de um eixo que passa por esse ponto, mas pode gerar
tal efeito em relação a outros pontos do mesmo corpo. A grandeza fı́sica que mede
o efeito de giro do corpo chama-se de “torque da força em relação a um ponto
especı́fico”,
~τP = ~r × F~ (9)

onde P é o ponto em relação ao qual considera-se o torque da força F~ ; ou seja, é o


ponto onde coloca-se o vetor de posição ~r, que chega até a ponto onde atúa a força.
Notar que a magnitude desse torque está definida pela magnitude da força vezes a
distância (perpendicular) desde o ponto de referência P até a linha de ação da força1 .
1
Ou, equivalentemente, vezes a projeção do vetor ~r sobre a direção perpendicular que vai desde
P até a linha de ação da força.
5

Para garantir que um corpo não gire em relação a qualquer eixo de rotação e esteja
em repouso (em relação a um RI) deve-se cumprir, além das condições de equilı́brio
já estudadas, a condição complementar que segue,
N
X
~τi,P = ~0 (10)
i=1

soma que inclui os torques produzidos por todas as forças atuantes calculadas, to-
das elas, em relação ao mesmo ponto P do RI considerado.

Voltando a nosso problema. Pela aplicação da condição anterior (“soma dos


torques das forças igual a zero”) em relação ao ponto de contato da escada com o
chão, escrevemos a nossa terceira equação,

L
mg sin(Ψ) = Qξ (11)
2

sendo ξ a distância entre o ponto de apoio da escada no chão e o ponto de apoio da


escada com a parede. Da figura é simples notar que,

h
ξ=
cos(Ψ)

Logo, temos,
mgL
Q= sin(Ψ) cos(Ψ) (12)
2h
substituindo (12) nas duas equacoes em (8) temos,

mgL
T = sin(Ψ) cos2 (Ψ) (13)
2h
mgL
R = mg − cos(Ψ) sin2 (Ψ) (14)
2h

P ERGU N T A 2.1. Após uma análise fı́sica, sem fazer nem considerar nenhum
cálculo (ou resultado) matemático, responda quais os valores esperados para as mag-
niudes T, R e Q no caso em que a escada estiver encostada na parede, na posição
vertical.

P ERGU N T A 2.2. Responda a pergunta acima mas, desta vez, com base em cálculos
6

matemáticos. Manifesta-se uma consistência matemática no problema fı́sico acima?

P ERGU N T A 2.3. Determinar as expressões matemáticas para os torques de-


bidos às forças R, T, Q e o peso da barra em relação ao ponto de apoio no extremo
superior da parede.

P ERGU N T A 2.4. Imagine que não tenha sido colocada nenhuma corda que possa
fixar a base da escada (em repouso) com a parede. Em vez disso, suponha que existe
atrito entre a base da escada e o chão.

—————————————————————————-
[ Exexcı́cio 3 ]. Um corpo movimenta-se por uma superficie plana, áspera e incli-
nada, que faz um ângulo α com a horizontal. A relacao entre o espaco percorrido
pelo corpo, ξ, e o tempo, t, está dada pela expressão, ξ(t) = at2 . Determinar a
coeficiente de atrito entre as superficies inclinada e do corpo.

—————————————————————————-
[ Exexcı́cio 4 ]. Resolver os problemas 1 e 2 da lista de atividades assı́ncronas do
dia 29.04.2021, levando em consideração que temos coeficientes de atrito, não nulos,
iguais a µ1 e µ2 , que são caracterı́sticos das interações entre as superfı́cies inclinadas
com os corpos 1 e 2, respectivamente.

—————————————————————————-
[ Exexcı́cio 5 ]. Considere uma superfı́cie plana e áspera, sobre a qual estão apoia-
dos dois blocos A e B (do mesmo material), com massas mA e mB , respectivamente,
em contato entre si, de superfı́cies rugosas. Sobre o bloco A atúa uma força F~
como mostrado na figura 2. CASO (i) Assumindo que o sistema está em repouso,
desenhe o diagrama de corpo livre para cada um dos corpos e para os blocos em con-
junto, como uma unidade. Calcular a força de reação sobre o bloco A (devido a sua
interação com o bloco B); a força de reação sobre o bloco B (devido a sua interação
com o bloco A) e as forças de reação normal do chão sobre os blocos. CASO (ii)
Assumindo que o sistema, partindo do repouso, esta acelerando e que o coeficiente
de atrito entre a superfı́cie de A com o chão é igual a µ, calcular a aceleração do
7

conjunto e responder às mesmas perguntas da parte (i).

[ SOLU ÇÃO 5 ].
( CASO i ).

Figure 2: .

—————————————————————————-
[ Exemplo 6 ]. Um corpo de massa m descansa sobre a superfı́cie de um plano
áspero e inclinado (que faz um ângulo α com a horizontal). Em determindo instante
o corpo é impulsado por uma força (de ação instantânea) de maneira que o bloco
sobe pelo plano. (i) Desenhar o “diagrama de corpo livre” do corpo no instante
da atuação da força instantânea. (ii). Desenhar qual a dierção da aceleração no
instante de atuação dessa força. (iii) Desenhar a direção da aceleração2 para um in-
stante posterior do movimento. (iv) Desenhar o “diagrama de corpo livre” do corpo
depois da aplicação da força instantânea. (v) Considerando que o coeficiente de
atrito cinemático é µ, determinar a magnitude da aceleração do corpo. (vi) Como
poderia determinar o intervalo de tempo até o corpo chegue ao repouso?

[ SOLU ÇÃO 6 ]. Na figura 3 temos o “diagrama de corpo livre” para o corpo


na situação de repouso.
Procedendo como já temos aprendido, obtemos as seguintes equações,

N = mg cos(α) & f = mg sin(α) (15)

2
Como o corpo estava em repouso antes da aplicação da força, o efeito da aceleração instantânea
é que o corpo adquira uma determinada velocidade (antes esta era nula). Depois de lançado o
corpo, a aceleração (gerada pela força instantânea) não mais existe. Isso é consistente com a
vigencia do chamado Principio de causalidade: “Os efeitos são posteriores às causas”. Depois
disso, o corpo continua interagindo com a Terra e com a superfı́cie inclinada.
8

Figure 3: .

Por outro lado, na figura 4 mostra-se o “diagrama do corpo livre”, para o mesmo
corpo, na situação acelerada.

Figure 4: .

Neste caso, são válidas as seguintes relações matemáticas,

N = mg cos(α) & − µ mg cos(α) − mg sin(α) = ma (16)

de onde obtemos,
 
a = −g sin(α) + µ cos(α) (17)

—————————————————————————-
[ Exemplo 7 ]. Na figura abaixo é mostrado um bloco em dois instantes de tempo,
sendo que na parte superior este encontrava-se em repouso. Para um dado valor do
9

ângulo θ, o bloco (desenhado com linhas tracelhadas) separa-se da superfı́cie esférica


sobre a qual desliza. (1) Faça o “diagrama de corpo livre” correspondente à situação
quando o corpo ainda está em contacto com a superfı́cie esférica. (ii) Escrever as
equações dinâmicas para o problema.

Figure 5:

[ SOLU ÇÃO 7 ]. As equações dinâmicas (duas, escalares) resultam da aplicação da


segunda Lei de Newton para o corpo. Seguindo o procedimento “padrão”, que foi
mostrado na aula passada, escrevemos os resultados,

v2 dv
mg cos(θ) − N = m & mg sin(θ) − µN = m (18)
R dt

Das expressões acima podemos escrever,


 v2 
N = m g cos(θ) − (19)
R
  v2 dv
g sin(θ) − µ cos(θ) +µ = (20)
R dt
A seguir, notar que podemos considerar que a (função) velocidade pode-se escrever
a partir da composição de duas funções,

v =V ◦Θ −→ v(t) = V (Θ(t)) (21)

em consequência, pode-se escrever,

dv dV dθ
= . (22)
dt dθ dt
10

mas, como dθ/dt = ω = v/R, e considerando que os valores das funções v e V são
as mesmos, ou seja, v(t) = V (θ), escrevemos,

dv  dV  V 1 d(V 2 )
= = (23)
dt dθ R 2R dθ

Logo, substituindo em (26) temos,


  d(V 2 )
2Rg sin(θ) − µ cos(θ) = − 2µ V 2 . (24)

Fazendo ξV 2 chegamos à equação,

dξ  
− 2µ ξ = 2Rg sin(θ) − µ cos(θ) (25)

que é uma equação diferencial ordinária, linear, de primeira ordem e não homogênea
cuja solução não será procurada neste momento.

—————————————————————————-
[ Exemplo 8 ]. Mostrar o diagrama de corpo livre dos corpos. Assumindo que o
sistema está em movimento e que existe atrito entre as superfı́cies, caracterizado por
um coeficiente de atrito cinemático µ, determinar: as tensões nas cordas, a força de
reação normal sobre o corpo de peso W1 e a aceleração dos corpos.

Figure 6:

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