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Texto Critico Historia

O documento analisa a desestruturação e tentativa de reconstrução das sociedades indígenas amazônicas desde o século XVI até a Constituição de 1988. Destaca a colonização portuguesa, a imposição de uma nova cultura e a luta dos indígenas por reconhecimento e direitos, culminando nas inovações da Constituição de 1988 que garantem direitos sociais e territoriais. No entanto, ainda existem lacunas significativas na implementação desses direitos e na relação entre as comunidades indígenas e o Estado.

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O documento analisa a desestruturação e tentativa de reconstrução das sociedades indígenas amazônicas desde o século XVI até a Constituição de 1988. Destaca a colonização portuguesa, a imposição de uma nova cultura e a luta dos indígenas por reconhecimento e direitos, culminando nas inovações da Constituição de 1988 que garantem direitos sociais e territoriais. No entanto, ainda existem lacunas significativas na implementação desses direitos e na relação entre as comunidades indígenas e o Estado.

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TEXTO CRITICO DE HISTÓRIA

Aspectos socioeconômicos e culturais das sociedades amazônicas


indígenas: da desestruturação (sec. XVI) a tentativa de reconstrução (séc.
XX) com o advento da Constituição de 1988.
Partindo da reflexão da fascinação dos portugueses pelo Oriente, pouco se
conhecia sobre o Novo Mundo. Os registros sobre os indígenas vieram nas
notas das cartas de Américo Vespúcio e Pero Vaz de Caminha, descrevendo
em primeira impressão, a de que todos estavam nus, sem pelos. A outra
imagem que se vulgariza é a dos indígenas como canibais. Os portugueses
não reconheciam nenhuma cultura própria entre os indígenas e pretendiam
torná-los súditos do rei português e dos cristãos. Não entendendo os indígenas
e sua origem sociocultural, eles os reduziram a um estado bárbaro para os
padrões europeus.
Muitos indígenas viviam no Brasil na época do descobrimento. Para os
invasores europeus eram importantes que mantivessem relações amistosas e
aliadas com o grupo dominante. As tribos tupis eram formadas por pessoas
cujas aldeias ocupavam a mesma área, falavam a mesma língua, tinham os
mesmos costumes e unidade. Não havia autoridade central na tribo. Cada
aldeia formava uma unidade política independente, cujo líder não era diferente
dos outros homens: caçava, pescava e trabalhava nos campos como todos os
outros. Só recebia ordens apenas em caso de guerra. Sendo também o chefe
das cerimônias religiosas, que tiveram grande influência no grupo além de
curandeiro tribal, tratando os doentes com ervas medicinais e mágicas. Não
havia escravos, nem classe dominante, porque a tecnologia primitiva forçava
todos a trabalhar igualmente, uma organização social chamada de sociedade
tradicional.
Diferentes grupos tribais no Brasil diferiam no uso da tecnologia mais simples
para ganhar a vida. Isso se refletiu no uso muito limitado dos recursos naturais
e no uso de mais tempo para tarefas de sobrevivência. Embora a caça, a pesca
e a coleta fossem atividades comuns de todas as tribos, elas se tornaram mais
importantes para os nômades que não tinham noção da agricultura. Devido à
sua fertilidade, as atividades agrícolas eram realizadas quase exclusivamente
em terras florestais. Em relação aos nativos, os jesuítas os dividiram em dois
grandes grupos: os Tupi, os povos da "língua comum", e os Tapuia, os da
"língua difícil". Estes últimos foram posteriormente identificados como jês. Para
se comunicar melhor com as tribos, os jesuítas aprenderam a língua tupi. Eles
a mudaram, criaram uma gramática e a transformaram em uma língua comum
de várias tribos. Isso corroeu a identidade cultural local, tornando-os alvos mais
fáceis para os interesses missionários. Também haviam constantes embates
entre os índios do próprio agrupamento linguístico-cultural, motivados tão por
questões tribais e alianças com os invasores estrangeiros. Percebendo essa
situação, os próprios portugueses estimulavam ou mesmo provocavam as
rivalidades, quanto figura de facultar sua dominação.
Para inserir os indígenas no processo de colonização os portugueses
recorreram a três métodos, ao quais podemos citar a escravidão se baseando
na força, criada normalmente pelos colonos. O campesinato, por meio da
aculturação e destribalização, praticadas pelos jesuítas, e como trabalhador
assalariado. As missões católicas foram criadas pelos jesuítas, enviados para
cristianizar os nativos do Novo Mundo, membros da Ordem de Jesus Cristo. O
catecismo exigia que os nativos lessem versículos da Bíblia e aprendessem
português para ensinar práticas religiosas católicas. Os jesuítas perceberam
que não poderiam converter os índios à fé católica se fossem analfabetos. A
catequese indígena era um dos trabalhos mais cobiçados dos reis
colonizadores, não só para fins de colonização, mas também para os
propósitos da sociedade sagrada, a ideia de que era simplesmente um lugar
para submeter e impor um novo modo de vida aos indígenas, os quais perdiam
suas culturas e identidades.
A Coroa portuguesa considerava os indígenas como súditos, por isso era
moralmente inaceitável escravizá-los. Mas a efetividade ditava-lhe a
necessidade. O custo da Colônia centrava-se, cada vez mais, na ampla
produção açucareira, e esta, para ser lucrativa, exigia um amplo finito de
trabalhadores escravos. Como no Brasil havia amplo probabilidade de utilizar o
indígena como mão-de-obra, e os senhores de engenhosidade não dispunham
de recursos suficientes para importar africanos, a melhor opção período próprio
usá-la.
As missões católicas foram criadas pelos jesuítas, enviados para cristianizas os
nativos do novo mundo, membros da Ordem de Jesus Cristo. O catecismo
exigia que os nativos lessem versículos da Bíblia e aprendessem português
para ensinar práticas religiosas católicas. Os jesuítas perceberam que não
poderiam converter os índios à fé católica se fossem analfabetos. A catequese
indígena era um dos trabalhos mais cobiçados dos reis colonizadores, não só
para fins de colonização, mas também para os propósitos da sociedade
sagrada, a ideia de que era simplesmente um lugar para submeter e impor um
novo modo de vida aos indígenas, os quais perdiam suas culturas e
identidades.
Durante a época imperial, o problema nacional era que os índios precisavam
ser civilizados para trabalhar para construir a nação e integrá-la à sociedade da
nação. Isso dependia da existência de um estado concebido como um estado
que adotasse os valores do conquistador. O desejo de unir o Reino causou
alguns problemas. A principal razão para isso reside no fato de que as colônias
não possuíam estruturas para acomodar tantas pessoas, principalmente
aquelas acostumadas ao modo de vida europeu. Associado aos desejos de
progresso e de desenvolvimento econômico do país, o conceito de civilização
estava vinculado à questão do controle do mundo do trabalho e da religião,
particularmente em relação aos povos indígenas. Aos olhos dos colonos e
governos imperiais, eles não eram considerados civilizados a menos que
quisessem se engajar nos padrões europeus. Após a Reforma Pombalina e a
expulsão dos jesuítas das colônias, o Cadastro Indígena tornou-se um meio de
“defesa” para os indígenas das aldeias, mas quando foi abolido em 1798,
esses sujeitos, principalmente no que diz respeito à terra, saíram sem
assistência jurídica a propriedade.

A questão dos povos indígenas não era mais uma questão trabalhista nesse
período, mas também uma questão fundiária então, em 1850, o governo
imperial elaborou a primeira lei agrícola abrangente da história do Brasil,
conhecida como Lei de Terras. Esta lei pretendeu fazer valer os princípios da
política de intervenção territorial, que é uma tentativa do poder público de
retomar o controle sobre as terras devolutas, algum apoio para a permanência
do trabalho jesuíta. O plano de José Bonifácio nunca foi executado e a Primeira
Constituição do Brasil não tratou da "questão indígena". O século XIX não
produziu uma política indigenista centralizada em que as autoridades estatais
fossem responsáveis pelos assuntos direta ou indiretamente relacionados aos
índios. A Constituição de 1891 excluiu o reconhecimento dos direitos dos
nativos às terras, mas após um longo debate nos círculos políticos e
acadêmicos, prevaleceu a ideia de proteção estatal para os nativos
americanos. A Assembleia Nacional Constituinte (1987/88) sob pressão dos
militares, foi solicitada a incluir os termos índios adaptados e índios não
adaptados em sua seção sobre "questões indígenas", suas terras não serão
mais inegociáveis. Diante da mobilização em larga escala dos povos indígenas
e das organizações indígenas, a constituição trouxe diversas inovações. A
primeira delas foi o abandono de uma perspectiva assimilacionista que via os
nativos americanos como uma categoria social temporária condenada a
perecer. Aos povos indígenas é agora garantido o respeito à sua organização
social, costumes, línguas, crenças e tradições. Pela primeira vez no Brasil, um
direito diferente foi reconhecido: o direito de ser índio e permanecer
indefinidamente. Isso significa não menos direitos e privilégios. Uma segunda
inovação é definir os direitos indígenas às terras indígenas como direitos
inerentes antes do próprio Estado ser estabelecido. O Art. 232 sela o fim da
tutela estatal ao possibilitar que “[o]s índios, suas comunidades e organizações
são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e
interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo”, o que
contribuiu para a proliferação de associações indígenas. O texto constitucional
não usa os termos povo, nação ou etnia e reconhece apenas populações,
comunidades e organizações nativas americanas. Existem lacunas
significativas entre os direitos dos povos indígenas consagrados na
constituição, que não são reconhecidos como equivalentes aos o sistema legal
do estado e a implementação e exequibilidade desses direitos. O cerne do
problema é que as comunidades indígenas coordenam seu direito de rejeitar
atos que violem seus direitos, ao mesmo tempo em que são definidas pelos
países em desenvolvimento como atos de "interesse nacional". Assim, definir o
conceito de cidadania como uma política única para grupos etnicamente
diversos do restante da sociedade brasileira encontra esse conflito de
interesses.

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