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Filosofia 2 Serie Professora Simone

A aula aborda a Sociedade Medieval e a Filosofia Medieval, destacando a dinâmica feudal, a influência da Igreja e as Cruzadas, que transformaram o mapa europeu. A Patrística e a Escolástica são apresentadas como movimentos filosóficos que buscavam conciliar fé e razão, com ênfase em pensadores como Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino. A filosofia medieval, marcada pela busca de harmonia entre a razão e os dogmas cristãos, teve um impacto duradouro no pensamento ocidental.

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A aula aborda a Sociedade Medieval e a Filosofia Medieval, destacando a dinâmica feudal, a influência da Igreja e as Cruzadas, que transformaram o mapa europeu. A Patrística e a Escolástica são apresentadas como movimentos filosóficos que buscavam conciliar fé e razão, com ênfase em pensadores como Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino. A filosofia medieval, marcada pela busca de harmonia entre a razão e os dogmas cristãos, teve um impacto duradouro no pensamento ocidental.

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Aula de Filosofia 2 série: A Sociedade Medieval e a Filosofia Medieval

●​ A Idade Média (séculos V ao XV) foi um período marcado por profundas


transformações sociais, políticas, culturais e religiosas. Para compreender esse
período, é essencial investigar a dinâmica socioespacial e territorial da
sociedade medieval, bem como as mudanças no mapa europeu promovidas
pelas Cruzadas. Além disso, a filosofia medieval, representada principalmente
pela Patrística e pela Escolástica, oferece insights valiosos sobre o
pensamento da época, com destaque para filósofos como Santo Agostinho e
Santo Tomás de Aquino.

1. Dinâmica Socioespacial e Territorial da Sociedade Medieval

Características Gerais da Sociedade Medieval

- A sociedade medieval era feudal, baseada em relações de vassalagem e suserania.


O poder estava fragmentado entre os senhores feudais, que controlavam terras e
camponeses.

- A Igreja Católica era a instituição mais poderosa, influenciando todos os aspectos da


vida, desde a política até a cultura.

- A economia era predominantemente agrária, com os camponeses trabalhando nas


terras dos senhores feudais em troca de proteção.

As Cruzadas e as Mudanças no Mapa Europeu

- As Cruzadas (séculos XI a XIII) foram expedições militares organizadas pela Igreja


para retomar a Terra Santa (Jerusalém) do controle muçulmano.

- Impacto Territorial:

- As Cruzadas redesenharam o mapa político da Europa, fortalecendo reinos como o


de França e Inglaterra.

- Elas promoveram o contato entre o Ocidente cristão e o Oriente muçulmano,


facilitando a troca de conhecimentos científicos, culturais e comerciais.

- Impacto Socioeconômico:

- As Cruzadas estimularam o comércio, especialmente nas cidades italianas como


Veneza e Gênova, que se tornaram centros de troca entre Oriente e Ocidente.

- O contato com outras culturas trouxe novas ideias e tecnologias para a Europa,
contribuindo para o fim do isolamento feudal.

2. Filosofia Medieval: Patrística e Escolástica

A filosofia medieval foi profundamente influenciada pela religião cristã, buscando


conciliar a fé com a razão. Dois grandes movimentos filosóficos se destacaram: a
Patrística e a Escolástica.

A Patrística (séculos II-VIII)

A Patrística é um dos períodos mais importantes da filosofia medieval, marcado pelo


esforço dos *Padres da Igreja* em defender, explicar e sistematizar a doutrina cristã
frente às filosofias pagãs e aos desafios intelectuais da época. Esse movimento
filosófico-teológico ocorreu entre os séculos II e VIII e teve como principal objetivo
consolidar o cristianismo como uma religião com bases racionais e filosóficas, ao
mesmo tempo em que respondia às críticas e questionamentos de pensadores não
cristãos.

-1. Contexto Histórico da Patrística

- A Patrística surgiu em um período de expansão do cristianismo, quando a nova


religião começava a se difundir pelo Império Romano.

- O cristianismo enfrentava resistência tanto das autoridades romanas quanto de


filósofos pagãos, que viam a nova fé como uma ameaça à ordem estabelecida.

- Além disso, havia divergências internas no cristianismo, como as heresias (por


exemplo, o arianismo e o gnosticismo), que desafiavam a ortodoxia cristã.

- Nesse contexto, os Padres da Igreja (intelectuais e teólogos cristãos) assumiram a


tarefa de defender a fé cristã e elaborar uma filosofia que justificasse suas crenças.

-2. Principais Características da Patrística

- Defesa da fé cristã: Os Padres da Igreja buscavam explicar e justificar os dogmas


cristãos, como a Trindade, a encarnação de Cristo e a ressurreição, utilizando
argumentos racionais.

- Diálogo com a filosofia grega: A Patrística incorporou elementos da filosofia grega,


especialmente do platonismo e do neoplatonismo, para construir uma base filosófica
para o cristianismo.

- Combate às heresias: Os Padres da Igreja escreveram obras para refutar ideias


consideradas heréticas, como o gnosticismo, que negava a materialidade de Cristo, e
o arianismo, que questionava a divindade de Jesus.

- União entre fé e razão: A Patrística defendia que a fé e a razão não eram


incompatíveis, mas complementares. A razão poderia ajudar a compreender os
mistérios da fé.

-3. Principais Representantes da Patrística

Santo Agostinho (354-430)

- Santo Agostinho é o maior expoente da Patrística e um dos filósofos mais influentes


da história do cristianismo.

- Ele buscou harmonizar a filosofia de Platão e o neoplatonismo com a teologia cristã.

- Obras principais:

- "Confissões": Uma autobiografia espiritual em que Agostinho reflete sobre sua


conversão ao cristianismo e a busca pela verdade.

- "A Cidade de Deus": Nesta obra, Agostinho contrasta a "cidade terrena" (marcada
pelo pecado e pela corrupção) com a "cidade de Deus" (a comunidade dos fiéis que
buscam a salvação).
- Ideias centrais:

- O pecado original: Agostinho defendia que todos os seres humanos nascem com o
pecado original, herdado de Adão e Eva, e que a salvação só é possível pela graça
divina.

- O livre-arbítrio: Ele refletiu sobre a relação entre a liberdade humana e a onisciência


de Deus, argumentando que o ser humano é livre para escolher entre o bem e o mal.

- A natureza do mal: Para Agostinho, o mal não é uma substância, mas a ausência
de bem.

Outros Padres da Igreja

- Orígenes (185-254): Um dos primeiros teólogos cristãos, Orígenes buscou conciliar a


filosofia grega com o cristianismo, especialmente em sua obra "Contra Celso", onde
defende a fé cristã contra as críticas de um filósofo pagão.

- São Jerônimo (347-420): Conhecido por traduzir a Bíblia para o latim (a **Vulgata*),
Jerônimo contribuiu para a difusão e a padronização dos textos sagrados.

- Santo Ambrósio (340-397): Bispo de Milão, Ambrósio foi um importante defensor da


ortodoxia cristã e influenciou a conversão de Agostinho.

4. A Relação entre Fé e Razão na Patrística.

- A Patrística estabeleceu a ideia de que a fé e a razão não são opostas, mas


complementares. A razão poderia ser usada para compreender e explicar os mistérios
da fé.

- Essa visão foi sintetizada na famosa frase de Santo Agostinho: "Creio para entender,
e entendo para crer".

- A filosofia grega, especialmente o platonismo, foi vista como uma preparação para o
cristianismo, pois já apontava para verdades que seriam plenamente reveladas na fé
cristã.

5. Legado da Patrística

- A Patrística foi fundamental para a consolidação do cristianismo como uma religião


com bases filosóficas e teológicas sólidas.

- Ela influenciou o desenvolvimento posterior da filosofia medieval, especialmente a


*Escolástica*, que continuou a explorar a relação entre fé e razão.

- As obras dos Padres da Igreja continuam a ser estudadas e valorizadas tanto pela
Igreja Católica quanto por estudiosos da filosofia e da teologia.

Conclusão

A Patrística foi um movimento filosófico e teológico essencial para a história do


pensamento ocidental. Ao defender o cristianismo com base na razão e na filosofia, os
Padres da Igreja, especialmente Santo Agostinho, estabeleceram as bases para o
desenvolvimento da filosofia medieval e para a relação entre fé e razão que continua a
influenciar o pensamento contemporâneo. Estudar a Patrística nos permite
compreender como a filosofia pode ser usada para refletir sobre questões profundas,
como a natureza de Deus, o mal e a liberdade humana.

Aula de Filosofia: A Escolástica (séculos IX-XIV)

A Escolástica foi um dos movimentos filosóficos mais importantes da Idade Média,


desenvolvido entre os séculos IX e XIV. Seu principal objetivo era utilizar a razão para
compreender e explicar os dogmas da fé cristã, buscando uma harmonia entre a
filosofia e a teologia. Esse movimento floresceu nas Universidades Medievais, que se
tornaram centros de debate intelectual e de produção de conhecimento. O maior
expoente da Escolástica foi Santo Tomás de Aquino, cuja obra sintetizou a filosofia de
Aristóteles com a teologia cristã.

-1. Contexto Histórico da Escolástica

- A Escolástica surgiu em um período de renascimento cultural e intelectual na Europa


medieval, impulsionado pela fundação das primeiras universidades (como as de Paris,
Bolonha e Oxford).

- A Igreja Católica continuava a ser a principal instituição de poder, mas agora


enfrentava novos desafios intelectuais, como a redescoberta dos textos de Aristóteles,
trazidos para o Ocidente por meio de traduções árabes.

- A Escolástica buscava responder a questões como: Como conciliar a fé cristã com a


filosofia grega? Como usar a razão para entender os mistérios da fé?

-2. Principais Características da Escolástica

- Uso da razão: A Escolástica defendia que a razão humana poderia ser usada para
compreender e explicar os dogmas da fé, sem contradizê-los.

- Método dialético: Os escolásticos utilizavam um método de ensino baseado no


debate de questões (quaestiones), em que se apresentavam argumentos a favor e
contra uma tese, seguidos de uma conclusão.

- Harmonia entre fé e razão: A Escolástica afirmava que a fé e a razão são caminhos


complementares para a verdade. A verdade revelada pela fé (teologia) e a verdade
descoberta pela razão (filosofia) não poderiam se contradizer, pois ambas têm origem
em Deus.

- Influência de Aristóteles: A filosofia de Aristóteles, com sua ênfase na lógica e na


observação da natureza, tornou-se a base do pensamento escolástico.

-3. Santo Tomás de Aquino: O Grande Expositor da Escolástica

Vida e Obra

- Santo Tomás de Aquino (1225-1274) foi um frade dominicano e um dos maiores


filósofos e teólogos da história. Ele é considerado o principal representante da
Escolástica.

- Sua obra mais importante é a "Suma Teológica", uma síntese monumental que
aborda questões filosóficas e teológicas, como a existência de Deus, a natureza
humana e a moral.
Principais Contribuições

1 As Cinco Vias:

- Na "Suma Teológica", Tomás de Aquino propôs cinco argumentos racionais para


provar a existência de Deus, conhecidos como as Cinco Vias:

1. Primeiro Motor: Tudo o que se move é movido por algo; logo, deve existir um
primeiro motor imóvel (Deus).

2. Causa Eficiente: Tudo o que existe tem uma causa; logo, deve existir uma causa
primeira (Deus).

3. Contingência: Os seres são contingentes (podem existir ou não); logo, deve


existir um ser necessário (Deus).

4. Graus de Perfeição: Os seres possuem graus de perfeição; logo, deve existir um


ser perfeitíssimo (Deus).

5. Finalidade: Tudo no universo tem um propósito; logo, deve existir uma


inteligência ordenadora (Deus).

2. Harmonia entre fé e razão:

- Tomás de Aquino defendia que a fé e a razão são complementares. A razão pode


levar o ser humano a compreender muitas verdades, mas algumas verdades (como a
Trindade) só podem ser conhecidas pela revelação divina.

3. Ética e lei natural:

- Ele argumentava que a lei moral é baseada na *lei natural*, que é a participação do
ser humano na lei eterna de Deus. A razão humana pode discernir o bem e o mal
através da lei natural.

-4. Outros Pensadores Escolásticos

- Anselmo de Cantuária (1033-1109): Conhecido por seu argumento ontológico para a


existência de Deus, Anselmo afirmava que Deus é "aquilo do qual nada maior pode
ser pensado".

- Pedro Abelardo (1079-1142): Um dos precursores da Escolástica, Abelardo enfatizou


o uso da lógica e do diálogo para resolver questões teológicas.

- João Duns Scotus (1266-1308): Conhecido como o "Doutor Sutil", Scotus questionou
algumas ideias de Tomás de Aquino e enfatizou a liberdade e a vontade de Deus.

-5. O Legado da Escolástica

- A Escolástica consolidou a ideia de que a filosofia e a teologia podem trabalhar


juntas para buscar a verdade.

- Ela influenciou profundamente o pensamento ocidental, especialmente na ética, na


metafísica e na filosofia da religião.
- O método escolástico de debate e análise continua a ser usado em ambientes
acadêmicos e teológicos.

Conclusão

A Escolástica foi um movimento filosófico e teológico que marcou o auge do


pensamento medieval. Ao buscar conciliar a fé cristã com a razão, especialmente
através da filosofia de Aristóteles, pensadores como Santo Tomás de Aquino
demonstraram que a busca pela verdade pode unir diferentes formas de
conhecimento. Estudar a Escolástica nos permite compreender como a filosofia pode
ser usada para refletir sobre questões profundas, como a existência de Deus, a
natureza humana e a moral, e como essas reflexões continuam a influenciar o
pensamento contemporâneo. A Escolástica, portanto, não foi um movimento estático
ou homogêneo. Apresentou debates internos e diferentes interpretações, mas deixou
um legado duradouro para a filosofia e a teologia. A busca pela harmonia entre fé e
razão, a sistematização do conhecimento e a influência de Tomás de Aquino
moldaram o pensamento ocidental por séculos, influenciando áreas como a filosofia, a
teologia, a ciência e o direito. O legado da Escolástica continua a ser estudado e
debatido, demonstrando sua importância para a compreensão da história do
pensamento ocidental.

A Filosofia Medieval e a Sociedade:

A filosofia medieval, florescente durante a Idade Média (séculos V ao XV), foi


profundamente influenciada pelo contexto social, político e religioso da época.
Marcada pela centralidade da Igreja Católica, a filosofia desse período buscou
conciliar fé e razão, o pensamento clássico greco-romano com os dogmas cristãos.

A Igreja como Centro do Conhecimento

A Igreja Católica desempenhou um papel crucial na preservação e disseminação do


conhecimento durante a Idade Média. Os mosteiros e, posteriormente, as
universidades medievais, como as de Paris e Bolonha, tornaram-se centros de estudo
e debate filosófico. Os monges e clérigos, muitas vezes, eram os principais intelectuais
da época, dedicando-se à leitura e interpretação das escrituras sagradas e dos textos
clássicos.

A Relação entre Fé e Razão

Um dos temas centrais da filosofia medieval foi a busca pela harmonia entre fé e
razão. Os filósofos medievais, como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, sobre a
natureza da fé e seu papel na busca pela verdade. Enquanto alguns enfatizavam a
primazia da fé, outros buscavam conciliar a fé com a razão, argumentando que a
razão poderia ser utilizada para compreender e defender os dogmas religiosos.

A Natureza de Deus e o Lugar do Homem no Mundo

A filosofia medieval também se dedicou à natureza de Deus e o lugar do homem no


mundo. Questões como a existência de Deus, a criação do universo, a imortalidade da
alma e o livre-arbítrio foram amplamente debatidas. Os filósofos medievais buscaram
compreender a relação entre Deus e o homem, o propósito da vida humana e o
caminho para a salvação.
Influência na Política

A filosofia medieval exerceu influência significativa na política, especialmente através


da teoria do direito divino dos reis. Essa teoria justificava o poder dos monarcas como
uma concessão de Deus, conferindo-lhes legitimidade e autoridade. A Igreja, por sua
vez, também exercia poder político, influenciando as decisões dos reis e na
administração dos reinos.

Principais Pensadores

A filosofia medieval produziu grandes pensadores que moldaram o pensamento


ocidental. Santo Agostinho, um dos primeiros filósofos medievais, questões como o
tempo, a memória e a natureza do pecado. São Tomás de Aquino, um dos mais
influentes filósofos medievais, sintetizou o pensamento aristotélico com a teologia
cristã, desenvolvendo uma vasta obra que abordou temas como a existência de Deus,
a lei natural e a ética.

Legado

A filosofia medieval, apesar de suas particularidades e limitações, deixou um legado


duradouro para o pensamento ocidental. Seus debates sobre fé e razão, a natureza de
Deus e o lugar do homem no mundo continuam a ressoar atualmente. Além disso, a
filosofia medieval contribuiu para o desenvolvimento da lógica, da ética e da filosofia
política, influenciando pensadores de gerações futuras.

Em suma, a filosofia medieval foi um reflexo da sociedade da época, marcada pela


centralidade da Igreja e pela busca pela conciliação entre fé e razão. Seus pensadores
questões fundamentais sobre a natureza de Deus, o homem e o mundo, deixando um
legado significativo para o pensamento ocidental.

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