EDUCAÇÃO INCLUSIVA E AS METODOLOGIAS DE ENSINO FRENTE AO
CURRÍCULO ESCOLAR
Maria Auxiliadora¹
RESUMO
O presente artigo aborda sobre a educação inclusiva e os métodos de aprendizagem de acordo
com o currículo. No entanto, é um tema que precisa de uma maior atenção, pois deve ser
adequado de acordo com as necessidades individuais de cada aluno com deficiência, seja ela
intelectual ou física. Com novas abordagens, a educação inclusiva realiza ajustes no currículo,
revendo suas metodologias, recursos, conteúdos e objetivos de ensino. Não é demais insistir,
sobre a responsabilidade dos educadores em relação ao processo de inclusão da criança com
necessidades educacionais especiais oferecendo-lhes um ambiente rico em experiências e
atividades que possibilitem seu desenvolvimento, contribuindo para a superação das suas
limitações, em um clima de respeito, rico em oportunidades e desafios. No entanto, só
acolher não é o suficiente, é preciso antes de tudo adequar primeiramente a escola,
professores e a didática, para que ao aluno com necessidades sejam possibilitadas
oportunidades de aprendizagem que atendam sua individualidade. Por isso, é objetivo deste
artigo entender o papel de cada indivíduo da comunidade escolar no processo da inclusão e as
possibilidades metodológicas frente ao currículo formal. Essa pesquisa é bibliográfica,
qualitativa, apresentando a dimensão do quanto o tema tem sido discutido e abordado por
autores, levando assim a outras conclusões.
Palavras-Chave: Inclusão. Escola. Currículo. Aprendizagem
1. INTRODUÇÃO
Diante das novas formas de aprendizagem e metodologias de ensino de acordo com o
currículo e as necessidades da demanda apresentada pelos alunos, o que é de suma
importância ressaltar que o ato de apenas acolher não é suficiente, mas é preciso que seja
oferecida ao aluno com deficiência, condição concreta de aprendizagem de acordo com o seu
nível de deficiência seja ela intelectual ou física. Desse modo, se faz necessário que o quer as
metodologias sejam aplicadas em consonância ao currículo e as necessidades apresentadas, e
que por sua vez envolva uma capacitação do professor e novas estratégias que receba a Pessoa
com Deficiência em sua totalidade, dando o direito de uma educação completa e realmente
inclusiva.
Neste artigo visa de forma sensata estabelecer o processo de inclusão com a adaptação
dos professores e suas qualificações, a estrutura escolar e a avaliação sobre esse processo
educacional amparados pelo currículo, fazendo-se conhecer mais sobre a educação inclusiva
do Portador de Deficiência, a capacitação destes para a integração ao meio ao qual está
inserido, suas dificuldades, vitórias e conquistas. O interesse surgiu a partir da necessidade de
se haver uma real e verdadeira inclusão, onde a escola enquanto estrutura e o docente
enquanto instrumento esteja preparado e seja qualificado para atuar de forma correta neste
processo.
A deficiência não é, portanto, um atributo do indivíduo, mas está relacionado à forma
como a sociedade o vê. Além disso, a educação inclusiva é concebida como uma estratégia
abrangente para tratar todo o espectro da diversidade na educação e impedir a exclusão e a
marginalização de todos os aprendizes, pois substitui o foco binário das antigas
categorizações de aprendizes em dois grupos – regular e especial – e dá lugar a um conceito
unitário, que reconhece que há um contínuo de necessidades, que requerem um contínuo de
medidas, que podem ser estruturadas de diversas formas. O objetivo geral é esclarecer como a
Educação Inclusiva deve acontecer e atender todos os indivíduos, enfrentando os desafios
encontrados. Possibilitando formas educativas ao aluno que o valorize e o reconheça e,
contudo identificando formas metodológicas para os professores e alunos se interagirem de
forma que as adversidades possam contribuir com todo o contexto escolar.
É sobre esse horizonte temático que desenvolvo esse presente estudo, numa
perspectiva de compreender melhor as concepções e práticas da educação inclusiva em
escolas regulares.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
De acordo com GIL (2005), a Educação Inclusiva se fundamenta a partir do diálogo
entre as pessoas que proporcionou o convívio entre as partes interessadas e foram elaboradas
os primeiros termos legais que fazem parte hoje deste contexto social.
O acesso das pessoas deficientes está garantido por lei, tendo total direito de inserção
ao ensino nas escolas regulares públicas ou privadas. GIL (2005), através das documentações
e estudo, publicou em seu livro, todos os dispositivos legais internacionais para facilitar a
compreensão dos professores e dos deficientes, em busca de uma sociedade justa e que possa
compartilhar de uma educação integral e para todos.
No Brasil, as leis de acesso e de garantia aos deficientes também foram sancionadas
para que os mesmos obtivessem os seus direitos garantidos. GIL (2005), também publicou em
seu livro em forma de linha de tempo as leis que garante os direitos dos deficientes. Cujo
objetivo é para facilitar a compreensão de professores e deficientes na busca por defender os
seus direitos.
O verdadeiro papel do educador neste contexto social é um tema polêmico que gera
muitos conflitos, por isso, SARTORETO (2006), consultora da Federação Nacional das
Associações de Síndrome de Down, Diretora do Centro de Apoio da AFAD e professora da
rede de ensino público de Caxias do Sul (R.S.), abre um leque onde mostra que a inclusão
necessita do acreditar, do valorizar a diversidade existente para criar laços que oportunize
uma prática de vivência única e prazerosa, pois o dia-a-dia de sala de aula é um processo
contínuo que exige do educador um constante aprimoramento porque não existe nenhum
aluno igual ao outro e é essa múltipla ação de inserção e interação com responsabilidade é que
faz a diferença para o processo de construção, como prescreve no seu artigo publicado no
livro Diversidade. “A fim de realizar um trabalho eficiente, o professor de pessoas com
deficiência além de experiência em classes comuns, precisa ter vivências sociais, pois não
pode atuar sozinho, faz parte de uma equipe”. (MACHADO & ALMEIDA, 1970, p. 94)
Silva (2014) destaca que como parte do processo para conhecer a criança, o professor
tem que estar atento a fatores físicos e sensoriais ou a outros aspectos de saúde que seja
necessário ter em conta ao planificar o Currículo. Na verdade, como educadores, é preciso
termos consciência de que, por vezes estamos em melhores condições para detectar esse tipo
de dificuldade, principalmente se são de causa temporária ou intermitente, em exemplo, os
professores apercebem-se frequentemente de dificuldades auditivas leves que não foram
detectadas no contexto da família. Também os professores, tal quais os alunos, apresentam
diferenças. E essa individualidade tem que ser respeitada e utilizada para enriquecer o
trabalho escolar.
“É o papel do professor, como mediador é fundamental. Por isso, receitas de como
trabalhar em uma turma que inclua alunos com deficiência não dão certo. São as
intervenções do professor, no momento correto, ora dando pistas, ora agrupando por
tarefas, ora dando atenção individual que irão propiciar um verdadeiro aprendizado.
Sem falar no acreditar. Acreditar nas possibilidades de cada um, por menores que
elas sejam. É o acreditar que cria expectativas, é o acreditar que faz com que o
professor invista naquele aluno, desafie, estimule, crie alternativas, motive a
trabalhar com os colegas”. (SARTORETO, 2006, p.65).
Segundo Sant’Anna (2011), inúmeros instrumentos podem ser usados pelo professor
para fazer os registros do desenvolvimento de cada aluno, os quais serão utilizados de acordo
com as circunstâncias e em função dos seus objetivos. O professor deve criar ou adaptar um
ou mais instrumentos conforme a necessidade.
De acordo com Libâneo (2001), a escola refere-se ao espaço responsável pela
educação formal, onde acontece muitas e diferenciadas trocas entre os discentes, e os
docentes, entre a família e a comunidade escolar e entre as famílias entre si. Assim, essa
instituição necessita focar a educação para a diversidade, para a formação de um ser humano
multicultural, capaz de ouvir, analisar, de prestar atenção ao diferente e respeitá-lo.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Este capítulo apresenta os procedimentos metodológicos para o desenvolvimento da
pesquisa, sendo que a mesma se desenvolveu através de uma abordagem bibliográfica
explicativa qualitativa, construída através do tema: Educação Inclusiva e as metodologias de
ensino frente ao currículo escolar.
Este tipo de pesquisa é capaz de oferecer inúmeros meios que auxiliam na definição e
resolução dos problemas já conhecidos, permitindo que novas áreas onde os mesmos ainda
não sejam claramente esclarecidos sejam exploradas. A pesquisa de abordagem bibliográfica
aceita que um tema seja analisado sob novo enfoque ou abordagem, produzindo novas
conclusões, permitindo que uma gama de acontecimentos amplos sejam cobertos.
Segundo Gil (2002), não existe regras fixas para a realização de pesquisas
bibliográficas, mas algumas tarefas que a experiência demonstra serem importantes. Desta
maneira a revisão de literatura foi baseada a partir das bases de dados on-line Scielo, Lilacs, e
acervos referentes às literaturas pertinentes.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A escola deve propiciar um espaço acolhedor, onde a criança possa se sentir a vontade,
mesmo com suas limitações para desenvolver suas habilidades e potencialidades, numa
relação de afinidades e trocas, onde o educador aproveita para fazer o diagnóstico de seu
aluno, numa forma de encontrar estratégias para facilitar a aprendizagem, visto que todos são
capazes de aprender e avançar em seu desenvolvimento intelectual e na sua formação humana
(BRUNO, 2006). O educador deve ter um cuidado especial na escolha dos métodos utilizados
em sala de aula, pois estes poderão determinar o grau de satisfação ou frustração do educando.
Portanto, não se deve esperar que o aluno se adaptasse às exigências ou métodos escolares, e
sim a escola e seus agentes é que devem se adaptar as tarefas escolares ao nível de seus
alunos. Respeitar as diferenças nos leva a novas atitudes que promove a integração e
socialização do aluno. (GOMES; POULIN; FIGUEIREDO, 2010).
É de fundamental importância, buscar novas estratégias nas práticas pedagógicas, no
sentido de estimular o aluno na aquisição do saber, causando um desequilíbrio mental que
amplia o seu desenvolvimento cognitivo, respeitando as variáveis de personalidade e
fraquezas de cada pessoa, numa busca incessante dos aspectos qualitativos, pretendendo
sempre utilizar as capacidades que as crianças (deficientes ou não) já possuem valorizando
suas atitudes e competências, unindo esforços para que o processo de inclusão seja
progressivo. Santos (2006) assevera que este é um grande desafio para as nossas escolas hoje,
e para a maioria dos professores, no sentido de aceitar as diferenças individuais das crianças
especiais, ajudando-as a superar suas necessidades e medos. Esta não é uma tarefa fácil, mas
se o professor tiver sensibilidade, comprometimento e acreditar que o processo de inclusão é
possível, irá conseguir (CHARLOT, 2008).
Não basta conferir a igualdade de oportunidades, é preciso dar condições para que as
crianças especiais permaneçam na sala de aula e avancem social e intelectualmente para que
tenham resultados significativos em vários campos da atividade humana, proporcionando
mais sucesso a mais crianças – preservando semelhanças, e diferenças nas suas diferentes
culturas.
5. CONCLUSÃO
É importante que a sala de aula seja um ambiente rico em oportunidades para que
sejam estimuladas as habilidades dos alunos. Os núcleos de atendimento em Altas
Habilidades/Superdotação utiliza-se de jogos intelectivos, como estímulo as atividades
intelectuais e aprimoramento do raciocínio. Os jogos intelectivos desenvolvem o
conhecimento científico, habilidades Cognitivas, a socialização e possibilitam a
formação de novos conceitos. Entende-se que a escolas ainda encontra-se em processo de
inclusão dos alunos com necessidades especiais, e onde os docentes se mostram cada vez mais
interessados em se aperfeiçoar.
Para Fonseca (1998) a Educação Inclusiva é um processo que está em andamento e
que novos paradigmas vêm sendo alcançados através do conhecimento e práticas que mudam
significadamente a escola, a familia e toda a sociedade dentro deste contexto. De acordo com
objetivo proposto houve exito, pois os professores estão engajados neste processo procurando
através de cursos de aprimoramentos e novos recursos pedagogicos enquadram-se e
qualificam-se para esse processo de inclusão escolar.
Vários estudos e pesquisas devem ser realizados a cerca deste tema, pois o processo é
longo, e está acontecendo de forma progressiva. Podemos dá exemnplo do estudo de Libras
(Língua Brasileira de Sinais) que é para o surdo que está cada vez mais apoiada pela
Secretaria Nacional de Educação Especial. É preciso que todos saibam que incluir significa
acolher, estar junto, abraçar a causa, buscar conhecer, aprender a comunicar para estabelecer
diálogo e assim a construção de uma sociedade justa, realmente inclusiva.
REFERÊNCIAS
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4ª edição. Editora Atlas. 2002.
GIL, Marta. Educação inclusiva: o que o professor tem a ver com isso? (org). São Paulo:
Imprensa Oficial, 2005.
LIBANEO, José Carlos. Buscando a qualidade social do ensino. In: Organização e Gestão
da Escola – Teoria e Prática. Goiânia: Editora Alternativa, 2001. (p. 53 – 60).
MACHADO, Maria Terezinha de Carvalho, ALMEIDA, Marlene Concetta de Oliveira ET.
AL. Ensinando Crianças Excepcionais. 2.ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora,
1970.p.94.
SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que avaliar? Como avaliar? Critérios e instrumentos. 15.
ed. Petrópolis: Vozes, 2011.
SARTORETTO, M. L. M. Inclusão: teoria e prática. In: BRASIL. Ensaios pedagógicos. III
Seminário Nacional de Formação de Gestores e Educadores. Educação inclusiva: direito à
diversidade. Brasília: MEC/SESP, 2006
SILVA, M. Complexidade da formação de professores: saberes teóricos e saberes práticos
São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica. 2014.