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Moajose, Editor Da Revista, 17479

O estudo avaliou o efeito alelopático de soluções de Ficus benjamina no controle da tiririca (Cyperus rotundus). As concentrações de 75% e 50% do extrato aquoso foram mais eficazes, resultando na morte das plantas, enquanto outras concentrações não mostraram diferença significativa em relação ao controle. Assim, o extrato de F. benjamina apresenta potencial para o manejo da tiririca.

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Moajose, Editor Da Revista, 17479

O estudo avaliou o efeito alelopático de soluções de Ficus benjamina no controle da tiririca (Cyperus rotundus). As concentrações de 75% e 50% do extrato aquoso foram mais eficazes, resultando na morte das plantas, enquanto outras concentrações não mostraram diferença significativa em relação ao controle. Assim, o extrato de F. benjamina apresenta potencial para o manejo da tiririca.

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Uso de soluções de fícus (Ficus benjamina) na germinação de tiririca (Cyperus

rotundus)

Use of Solutions of Fícus (Ficus benjamina) on Germination of Nutsedge


(Cyperus rotundus)

SILVA, Gustavo Ferreira da1; MAPELI, Nilbe Carla1; CREMON, Cassiano1;


FREITAS, Sergio Esteves de1, OLIVEIRA, Marília dos Reis1

1 UNEMAT,[email protected]; 1 UNEMAT, [email protected]; 1 UNEMAT,


[email protected]; 1 UNEMAT, [email protected], 1 UNEMAT,
[email protected]

Resumo
O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito alelopático de diferentes soluções de
fícus (Ficus benjamina) no controle da tiririca (Cyperus rotundus). O delineamento
experimental foi inteiramente casualizado envolvendo 5 tratamentos e 4 repetições. Foram
testados extratos aquosos de fícus nas concentrações (100% - 75% - 50% - 25% e 0% -
testemunha). O experimento foi conduzido em bandejas de plásticos de 22x22x5cm,
contendo 500g de areia grossa lavada, e 15 tubérculos de tiririca, distribuídos
aleatoriamente. Os extratos foram aplicados a cada dois dias (50 ml repetição-1), em um
período de dez dias. As concentrações que apresentaram melhor manejo da tiririca foram a
75% e 50% que provocaram a morte das plantas, outras concentrações não apresentaram
diferenças quando comparadas a testemunha, não tendo assim efeito satisfatório no
controle da tiririca. Enfim, o extrato aquoso de F. benjamina tem potencial para ser usado no
manejo da tiririca.

Palavras-chave: controle de planta daninha; extrato aquoso; alelopatia

Abstract
The present work had as objective to evaluate the allelophatic effect of different solutions of
Ficus (Ficus benjamina) in the control of Cyperus rotundus. The experimental design was
completely randomized involving five treatments and four replications. Aqueous extracts of
Ficus were tested at concentrations (100% - 75% - 50% - 25% and 0% - witness). The
experiment was conducted in 22x22x5 cm plastic trays containing 500 g of coarse sand
washed, and C. rotundus tubers fifteen randomly distributed. The extracts were applied every
two days (50 mL per repetition), in a period of ten days. The concentrations presented best
C. rotundus management were 75% and 50% that caused the death of the plants, other
concentrations did not differences when compared to the witness, having not so satisfactory
effect in control of the C. rotundus. Anyway, the aqueous extract of F. benjamina has the
potential to be useding of the management of C. rotundus.

Keywords: control of weeds; aqueou extract; allelopathy

Cadernos de Agroecologia – ISSN 2236-7934 – Vol 10, Nº 3 de 2015


Introdução
A tiririca (Cyperus rotundus) é uma planta daninha de difícil manejo e causadora de
prejuízos em diversas culturas comerciais. O método de controle mais utilizado é o
químico, em razão de haver inúmeros produtos eficientes registrados no Brasil
(KISSMANN, 2000).

O uso desenfreado destes produtos químicos configura um grave problema de


saúde pública em todo o mundo, além de drásticos impactos e prejuízos ambientais
(KONRADSEN et al., 2003; TOMITA & BEYRUTH, 2002). Portanto, há motivos mais
que suficientes para se estudar alternativas eficazes para a substituição desses
produtos químicos usados na agricultura. Nesse sentido, inúmeras pesquisas estão
sendo realizadas com respeito à alelopatia para o manejo e controle de plantas
daninhas (DURIGAN & ALMEIDA, 1993; SILVEIRA et al., 2010).

A alelopatia pode ter efeito inibitório ou estimulante, o que vai depender da sua
concentração no ambiente (RICE, 1979). Conforme Mano (2006), o estudo dos
mecanismos relacionados ao controle de plantas daninhas através do uso de
extratos aquosos de plantas assume maior importância na medida em que as
limitações econômicas e ecológicas ao uso de herbicidas aumentam.

Muitas substâncias alelopáticas apresentam grande potencial para uso no controle


biológico de plantas daninhas (PUTNAM & DUKE 1974; MACHARIA & PEFFLEY
1995; ANAYA 1999; CHOU, 1999; CHUNG et al., 2001), sendo parcial ou totalmente
solúveis em água e ativas em baixas concentrações (VYVYAN, 2002).

As espécies de Ficus benjamina L. pertencem à família Moraceae e apresentam em


sua composição de princípios ativos moléculas que podem produzir efeitos
alelopáticos sobre outras plantas. Geralmente, as espécies que apresentam em sua
composição flavonóides, terpenos e cumarinas, como é o caso do fícus, são
promissoras para o controle de plantas daninhas (FERREIRA & ÁQUILA, 2000).

Dessa forma esse trabalho teve por objetivo avaliar diferentes concentrações do
extrato aquoso de fícus (Ficus benjamina) no crescimento e desenvolvimento da
tiririca.

Material e Métodos
O experimento foi implantado em bandejas de plásticos de 22 x 22 x 5 cm,
preenchidos com 400 g de areia lavada, onde foram colocados 15 tubérculos sadios
de tiririca de peso médio, entre 0,5 e 1g distribuídos aleatoriamente em todo
recipiente.

As folhas de fícus foram coletadas em quintal domiciliar em Cáceres, MT e levadas


ao Laboratório de Solos e Nutrição de Plantas para a preparação do extrato.

Cadernos de Agroecologia – ISSN 2236-7934 – Vol 10, Nº 3 de 2015


Para a preparação das diferentes concentrações do extrato aquoso de folhas, as
mesmas foram pesadas e trituradas em liquidificador com 1L de água destilada para
cada Kg de folhas, ou seja, concentração de 100% - 1,5kg de folhas para 1L de
água; 75% - 750g de folhas para 1L de água; 50% - 500g de folhas para 1L de água;
25% - 250g de folha para 1L de água. Após trituradas foram coadas em pano para
obtenção somente do líquido, em seguida armazenados em vidros hermeticamente
fechados. As concentrações foram aplicadas em dias alternados durante 5 dias. Os
tratamentos constituíram-se: 1) 100% do extrato; 2) 75% do extrato; 3) 50% do
extrato; 4) 25% do extrato; e a testemunha (água destilada com 0% do extrato
aquoso), no delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições.

As variáveis analisadas foram número de plantas mortas, altura de plântulas (cm),


comprimento da raiz (cm) e índice de velocidade de emergência (IVE).

O índice de velocidade de emergência (IVE) foi obtido por meio de contagens diárias
do número de plântulas de tiririca brotadas, assim que emergia a brotação do
tubérculo, empregando-se a equação proposta por Maguire (1962).

No teste de comprimento das plântulas foi utilizada a metodologia da Aosa (1983), a


qual leva em consideração o número de plantas normais mensuradas (cm por planta
normal).

As variáveis foram analisadas estatisticamente através do teste de normalidade


(Lilliefors) e de homogeneidade de variâncias (Cochran e Bartlett) e quando
significativo procedeu-se a ANOVA. As médias dos tratamentos foram comparadas
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Resultados e Discussão
O extrato aquoso de plantas de fícus (Ficus benjamina) na concentração de 75% e
50% apresentou maior número de plantas mortas de tiririca (Cyperus rotundus). Os
demais tratamentos não se diferiram estatisticamente da testemunha (Tabela 1).

Tabela 1 – Número de plântulas mortas de tiririca tratada com diferentes


concentrações de extrato aquoso de plantas fícus (Ficus benjamina). Cáceres-MT,
2012.
Tratamento Número de plantas mortas
EF 1 (100%) 8, 75 A B
EF 2 (75%) 12,50 A
EF 3 (50%) 10,75 A
EF 4 (25%) 5, 00 A B
EF 5 (0%) 1, 00 B
Médias seguidas da mesma letra, não diferenciam estatisticamente entre si pelo teste
de Duncan a 5% de probabilidade.

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Observou-se que, o extrato de folha de Fícus não proporcionou diferença
significativa entre as variáveis de índice de velocidade de emergência, altura de
plantas e número de plantas emergidas. Esses resultados sugerem o efeito
alelopático dos extratos de fícus sobre a germinação desta espécie.

Este fato pode ser atribuído ao tipo de extrato e/ou as concentrações utilizadas no
ensaio, pois estudos realizados por Cruz et al. (2000) constataram que a forma de
preparo, o método de aplicação e a concentração dos produtos são fatores decisivos
na obtenção de resultados, pois princípios ativos vegetais são instáveis e não se
distribuem de forma homogênea na planta. Esses resultados corroboram com os
encontrados por Silveira et al. (2010) num experimento com extratos de plantas,
onde os tratamentos com alecrim-pimenta diminuíram significativamente o
percentual de emergência de tiririca.

A germinação é menos sensível aos aleloquímicos que o crescimento da plântula


(FERREIRA & ÁQUILA, 2000). As substâncias alelopáticas podem inibir ou não a
germinação ou ainda germinar, emergir e morrer, como o ocorrido neste trabalho,
além de induzir o aparecimento de plântulas anormais, o que não foi detectado.

Esses resultados sugerem que à medida que os compostos químicos produzidos por
estes extratos vão sendo liberados para o ambiente, eles impõem limitações à
germinação de tiririca, podendo restringir o fluxo de novos indivíduos para as áreas
de cultivo. A principal consequência desses fatores é a diminuição da
produtividade e da longevidade destas plantas.

Ainda com relação ao número de plântulas mortas, o efeito alelopático em geral não
é sobre a germinabilidade (porcentagem final de germinação no tempo), mas sobre
o Índice de Velocidade de Emergência (LABOURIAU, 1983; Rodrigues et al., 1999).
Os extratos de ficus, quando em contato com os tubérculos de tiririca, deveriam
causar baixo IVE devido à mortalidade das plântulas, porém não houve interferência
nesta variável, uma vez que o número de plântulas mortas pode ter sido baixo a
ponto de causar tal relação.

Conclusão
As concentrações 50 e 75% do extrato aquoso de folhas de fícus promoveram o
maior número de plantas mortas. Desta forma, apresentando potencial alelopático
sobre os tubérculos de tiririca.

Refêrencias Bibliográficas
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