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Meghan Quinn - The Vancouver Agitators 03 - Right Man, Right Time (Rev) R&A

Silas está nervoso sobre a proposta de casamento para Sarah, mas ao chegar em casa, descobre que ela o traiu com duas pessoas, o que o deixa devastado. Após uma discussão intensa, onde Sarah tenta justificar sua infidelidade, Silas decide que quer que ela saia de seu apartamento. O documento explora a traição, a dor emocional e a ruptura de um relacionamento que parecia promissor.

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Meghan Quinn - The Vancouver Agitators 03 - Right Man, Right Time (Rev) R&A

Silas está nervoso sobre a proposta de casamento para Sarah, mas ao chegar em casa, descobre que ela o traiu com duas pessoas, o que o deixa devastado. Após uma discussão intensa, onde Sarah tenta justificar sua infidelidade, Silas decide que quer que ela saia de seu apartamento. O documento explora a traição, a dor emocional e a ruptura de um relacionamento que parecia promissor.

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— Eu não sei, cara.

Talvez eu devesse ter escolhido o corte


princesa — digo ao telefone enquanto subo o elevador para meu
apartamento de cobertura, que oferece vista ampla de Burrard
Inlet.

Quando Sarah e eu encontramos este lugar, ela disse que


precisávamos comprar. Não só a vista era tudo o que poderíamos
ter pedido, mas a privacidade também foi um grande bônus,
especialmente porque a privacidade não é mais tão fácil. Não
quando você é a estrela da ala direita dos Vancouver Agitators.

— Será que realmente temos que passar por isso de novo? —


Pacey Lawes diz ao telefone, claramente irritado com minha
incapacidade de escolher o anel certo.

— Eu quero acertar isso. — O elevador leva-me até a cobertura.


— Eu sei que Sarah estava esperando por isso e finalmente estou
em um lugar na minha vida onde posso conseguir para ela o anel
que ela merece. Quero ter certeza de que é perfeito.
— Quantas vezes teremos que passar por isso? Ela enviou fotos
daquele anel de auréola. É isso que ela quer, e o que você tem
corresponde a isso. Não mude nada.

— Sim, você está certo. — Eu suspiro. — Merda, estou nervoso.

— Você vai fazer isso hoje à noite?

— Não. — Balanço a cabeça, embora ele não possa me ver. —


Eu tenho que descobrir o tamanho do anel dela primeiro.

— Essa teria sido a tarefa número um — diz ele no momento


em que o elevador apita e as portas começam a se abrir.

— Provavelmente. — Esfrego a mão no rosto enquanto saio do


elevador. — Esta é a minha primeira e última proposta, por isso
não tenho certeza do cronograma aqui.

— Não pense que isso faz parte de um cronograma. Apenas


tenha bom senso, cara — diz Pacey enquanto coloco as chaves na
mesa lateral ao lado do elevador, tiro os sapatos e vou em direção
à cozinha, onde encontro um dos sutiãs de Sarah descartado no
balcão.

Isso é estranho.

Ela é um pouco louca por limpeza, então encontrar algo como


um sutiã no balcão e nenhuma outra roupa suja parece deslocado.

— Você está aí? — Pacey pergunta.

— Ah, sim. — Limpo a garganta e pego o sutiã de renda preta,


um sutiã que acho que nunca a vi usar antes. E eu sei, porque
estou com ela desde o ensino médio. Já vi os detalhes do guarda-
roupa dessa mulher e teria facilmente me lembrado de um sutiã
como esse. — Ei, eu tenho que ir.
— Tudo certo? — Pacey pergunta com preocupação,
obviamente ouvindo a mudança no meu tom.

— Sim, só, uh, percebi que esqueci de tirar a carne do freezer.


— Uma simples mentira que eu sei que resolverá o problema.

— Oh, merda, cara, você está em apuros.

— E eu não sei? — digo logo antes de desligar e colocar meu


telefone no balcão.

Examino o sutiã, passando os dedos pela renda. Eu já vi isso


antes?

Não, definitivamente NÃO.

Isso é diferente.

Esta não é a Sarah que conheço que só usa roupas íntimas de


cor nude. Isso é tudo que ela já usou, e eu estou bem com isso. Eu
não poderia me importar menos. Eu só queria ver o que havia por
baixo das roupas íntimas e, ultimamente, tem havido uma seca
nesse departamento.

Ela culpa o hóquei, dizendo que nunca estou por perto. Mas
não vejo como minha agenda está diferente da do ano passado.
Claro, posso ter adquirido mais negócios que geraram uma renda
exponencialmente maior, e esses compromissos roubaram parte
do meu tempo, mas ainda faço um esforço para reservar tempo
para estar disponível para ela.

É ela quem me diz que está cansada.

É ela quem me oferece o rosto quando tento dar-lhe um beijo


de boa noite.
Falei com os caras sobre isso. Como ela nunca inicia a
intimidade, como ela afasta-se de mim à noite, e concluímos que
talvez ela estivesse cansada de esperar por um compromisso
verdadeiro da minha parte.

Daí o anel.

Mas esse sutiã... talvez ela esteja tentando apimentar as coisas


para nós dois.

Talvez ela tenha deixado isto aqui, sabendo que eu estava


voltando para casa e acreditaria que era uma pista.

Um sorriso estende-se pelo meu rosto enquanto coloco o sutiã


no bolso de trás da calça jeans e vou em direção ao quarto.

— Sarah, baby, você está aqui? — pergunto, aproximando-me


da porta fechada do quarto. — Encontrei seu sutiã.

— Mmmmm. — Ouço seu gemido, o que me faz parar no


caminho para abrir a porta do quarto.

Esse gemido foi para mim ou esse gemido foi... algo mais?

Confuso, seguro a maçaneta do quarto e giro-a assim que a


ouço novamente. — Sim, bem aí.

O que...

Abro a porta, apenas o suficiente para ver Sarah deitada nua


em nossa cama com uma cabeça de mulher entre as pernas. Mas
que porra...

Minha boca cai no chão, meu coração para e posso sentir toda
a cor sumindo do meu rosto.
— É isso, baby, continue nesse ritmo — uma voz masculina
fala do lado do quarto, quase fazendo-me cair de costas no chão.

Olho para a janela e encontro um homem nu sentado na


cadeira que uso para calçar a porra dos meus sapatos, acariciando
sua ereção medíocre.

— Que porra é essa? — digo, incapaz de me conter.

A cabeça de Sarah levanta-se e seus olhos conectam-se com os


meus. O medo atravessa suas pupilas antes do puro êxtase. A
mulher não para de comer a boceta da Sarah, o homem não para
de acariciar o pau dele, e é como se tudo estivesse acontecendo em
câmera lenta, como uma espécie de vídeo pornô fodido.

Os olhos de Sarah permanecem nos meus enquanto ela morde


o lábio inferior e suas bochechas ficam vermelhas, um olhar que
não vejo nela há não sei quanto tempo. E pela minha vida, não
consigo desviar o olhar enquanto seu peito levanta-se, os mamilos
enrugados, a pele lisa, e sua boca abre-se enquanto um gemido
baixo e selvagem passa por seus lábios. Um som tão erótico que
eu honestamente não tinha certeza que ela conseguia fazer.

Sua cabeça cai para trás na cama, seus dedos agarram os


lençóis com força, e então, para meu absoluto horror, eu a vejo
gozar, vindo de outra mulher enquanto um homem no canto faz o
mesmo, ele geme ainda mais alto.

Completamente paralisado, sem saber o que fazer, fico


enraizado no lugar, esperando que esse pesadelo acabe.
— Oh, Deus — Sarah diz enquanto acaricia os seios, beliscando
os mamilos. — Tão bom — ela murmura antes de finalmente
recuperar o fôlego.

Tão bom? Ela está brincando comigo agora?

A mulher nua entre as pernas afasta-se e vira-se para mim.


Seus seios falsos são grandes demais para seu corpo. Foi isso que
você percebeu, Silas? Ela levanta-se e começa a se dedilhar. Com
um olhar tímido, ela pergunta: — Você quer ser o próximo?

— Que porra? — eu pergunto. — Não! — Olho além da ruiva


peituda e olho para Sarah. — Que porra está acontecendo?

Com a mão sobre o rosto, ela fecha as pernas e depois rola até
se sentar. Ela está corada, satisfeita, e isso deixa-me furioso.
Minha visão começa a escurecer. Ela é minha garota, e outra
pessoa a fez parecer satisfeita. Isso não combina bem comigo. Nem
o cabelo dela que parece uma bagunça. Ou a expressão selvagem
nos olhos dela. A gratificação soa clara em sua voz quando ela diz:
— Eu precisava de uma boa foda, Silas.

Ela precisava de uma boa foda?

Essa é a desculpa dela?

— Então por que diabos você não me pediu? O seu namorado?

Olho para Sarah, procurando uma resposta, mas ela não me


dá nenhuma. A ruiva caminha até mim sedutoramente e apoia a
mão no meu peito. — Você parece tenso. Deixe-me consertar isso
para você.

Mantendo-me imóvel, falo através da minha mandíbula


cerrada. — Eu sugiro que você fique longe de mim agora mesmo.
— Não fale assim com minha mulher — diz o homem enquanto
levanta-se e enfia seu pau agora flácido na calça.

— Teste-me, cara. Sério, veja até onde isso leva você. Já bati
em mais crânios na minha vida, só para contar. Você não quer
foder comigo.

— Talvez sim — diz o homem, agindo como um idiota. Ele dá


um passo em minha direção e, sem sequer pensar duas vezes,
levanto meu braço para trás. Sarah fica entre mim e o homem
antes que eu possa bater nele.

— Não faça isso — ela diz, sua voz severa.

Ela não pode estar falando sério.

— Você está protegendo-o? — pergunto. Na porra da minha


casa? No meu maldito quarto? O que diabos está acontecendo?

Sem me responder, ela vira-se para o homem e a mulher. —


Acho que vocês dois deveriam ir embora.

— Tem certeza? — a mulher pergunta. — Se você estiver com


problemas, podemos ficar.

— Ela não está com problemas — eu grito. — Eu sou o maldito


namorado dela, e se vocês não forem embora nos próximos cinco
minutos, eu mesmo irei removê-los fisicamente.

— Vão — diz Sarah.

Enquanto eles vão embora, Sarah pega um roupão da cama e


o joga sobre o corpo, cobrindo as marcas de mordida ao longo das
costelas e dos seios. Seios que passei anos adorando.
Dor, raiva e confusão percorrem meu corpo, fazendo-me passar
por uma montanha-russa mental enquanto tento escolher uma
emoção para focar.

Quando ouço as portas do elevador se fecharem, sei com qual


delas correr. Raiva. Viro-me para ela e digo: — Que porra foi essa?

Com os braços cruzados defensivamente, ela responde: — Eu...


tenho me sentido negligenciada. Todd e Nancy têm...

— Todd e Nancy? — eu grito.

— Sim, Todd e Nancy. — Ela prende a fita em volta da cintura.


— Eles fizeram-me sentir apoiada, realizada e não tão sozinha.

Uma raiva incandescente sobe pela minha espinha. — Não


venha até mim com isso. Eu tentei fazer você se sentir... realizada,
mas você não me deixa. Você me afasta, rejeita, você nem olha para
mim. Quero dizer, que diabos, Sarah? Há quanto tempo isso vem
acontecendo?

— Quatro meses — ela diz sem nem um pingo de desculpas em


sua voz.

— Quatro meses? — pergunto. — Jesus Cristo. — Afasto-me,


passando a mão pelo cabelo. Quando olho para ela, não vejo a
mesma pessoa por quem me apaixonei anos atrás. Vejo alguém
cansado, alguém manipulador, alguém que não tinha intenção de
proteger meu coração.

Depois de tudo que passamos, todos os altos e baixos de tentar


vencer no hóquei, as dificuldades, a alegria, ela vai agir como se
estar me traindo por quatro meses não é nada?

Que a culpa é minha quando me esforço?


Que a culpa é minha, embora ambos concordemos que meu
objetivo de ser um jogador profissional de hóquei era o que ambos
queríamos?

Ela sabia como seria esta vida. Não a vi reclamando quando


ganhou bolsas caras e sapatos de marca.

Eu olho para ela, a mulher a quem entreguei meu coração, e


enquanto a raiva toma conta, digo: — Vá se foder, Sarah.

— Desculpe? — ela pergunta, o choque se registrando em seu


rosto.

— Eu disse... vá se... foder.

— Você está bravo comigo. — Ela aponta para o peito. — Você


está bravo comigo quando sou eu quem tem que ficar aqui
sozinha?

— Você sabia no que estava se metendo — grito. — Você sabia


que a vida seria assim e concordou com isso. Tivemos uma
conversa séria sobre o que esperar. Concordamos que isso seria o
melhor para nossa vida juntos. E para ajudar a situação, para que
você se sentisse mais confortável, consegui o apartamento chique
que você queria. Comprei o carro e as roupas para você. Eu
consegui tudo o que você sempre pediu. Então sim, Sarah, vá se
foder. Deveríamos ser monogâmicos.

— Como se você nunca tivesse me traído — ela diz


casualmente.

— Nunca — respondo com um rosnado baixo na voz. Parece


que o cabelo da minha nuca está em pé. — Nunca toquei outra
mulher, olhei em sua direção ou sequer pensei nisso, porque amo
você, Sarah. Você é minha garota. Você é com quem eu quero estar.

Com a mão apoiada no quadril, descrença na voz, ela repete: —


Você nunca me traiu? Isso é difícil de acreditar. Eu ouvi o que as
outras garotas disseram sobre todas aquelas mulheres correndo
pelos quartos do hotel procurando ficar com sua equipe.

— Sim, isso é verdade, mas mantenho a porra da lealdade —


respondo a ela. — Eu prometi a você e mantive essa promessa.
Espere, você tem me traído com outras pessoas além de Todd e
Nancy? — Quando ela desvia o olhar, tenho minha resposta. Eu
jogo meus braços para cima e viro as costas para ela. —
Inacreditável. — Esse tempo todo, pensei que ela fosse leal. Achei
que estávamos nisso juntos. Achei que talvez ela estivesse
afastando-se por causa da mudança na popularidade que recebi.
Mas ela tem sido infiel todo esse tempo. Que porra é essa?

Tudo o que eu sei sobre o amor chega a um impasse. Eu me


sinto tão... traído. Quebrado.

Respiro fundo algumas vezes. — Eu quero que você saia.

— O que? — ela pergunta.

Eu me viro para encará-la. Sentindo-me absolutamente


destruído por dentro, repito. — Eu disse que quero que você saia.
Você tem uma hora. Pegue o que você precisa e dê o fora.
Terminamos, Sarah.

— Este é o meu apartamento também.

— Você sabe o quê? Você está certa. — Sorrio demoniacamente.


— Vou ligar para a proprietária agora mesmo e dizer a ela para
mudar o nome do contrato para o seu. Divirta-se pagando o
aluguel.

Seu rosto cai. — Você não pode fazer isso. Eu não tenho
emprego. Eu coloquei minha vida em espera para apoiá-lo.

— Eu não sabia que apoiar-me significava que você teria que


foder com outras pessoas. Acho que temos uma visão diferente do
que realmente significa apoiar.

Não tenho certeza se sou eu pedindo para ela ir embora ou a


percepção de que ela não tem nada sem mim, mas o pânico
ilumina seus olhos. — Escute, Silas, podemos resolver isso.

— Podemos, sim. Ou você faz as malas e sai daqui em uma


hora, ou o apartamento é seu. O aluguel vence em uma semana.

E com isso, saio furioso do apartamento e fico o mais longe


possível dela.

Estamos tão fodidos.

E eu serei amaldiçoado se algum dia deixar alguém tratar-me


assim novamente.
— Para o pior estágio de nossas vidas — diz Ross, segurando
um copo.

Eu seguro o meu também. — E que os dentes de Alan Roberts


caiam por criar o espaço de trabalho tóxico que sofremos durante
todo o verão.

— Felicidades por isso. — Ross bate seu copo no meu e, juntos,


tomamos uma dose de tequila, neutralizando rapidamente o gosto
amargo com um pouco de limão.

Quando terminamos, solto um grande suspiro. — Não acredito


que esse filho da puta está nos fazendo trabalhar mais para ganhar
nosso crédito de estágio.

Ross lambe o limão antes colocá-lo sobre a mesa. — Isso é o


que acontece quando você transa com o chefe do departamento de
jornalismo. Você consegue o que quer.

Agarro o braço de Ross. — Você realmente acha que Roberts


está transando com o professor Wheeler?

Ross franze os lábios e lança-me seu olhar revelador de garota.


— Por favor, Yamish os viu em seu escritório na primavera
passada. É assim que Roberts atrai todos aqueles estagiários de
verão para fazerem seu trabalho sujo, porque ele tira-os direto do
departamento.

— Fomos roubados — eu digo.

— Exatamente, e veja para onde isso nos levou. Claro, fizemos


um estágio remunerado para obter créditos universitários. Isso foi
ótimo e apreciado, mas a que custo? Perdemos um dos melhores
verões da nossa vida para Alan Roberts e seu pedido de café com
leite vaporizado com uma colher de chá de café expresso. E agora,
quando finalmente tivermos a chance de participar da redação de
algo para seu esquivo site, teremos que fazê-lo quando a escola
começar para ganhar nosso crédito. Que porra é essa?

— Má gestão de tempo — digo enquanto pego minha margarita


e giro meu canudo. Nossa bebida do verão tem sido uma margarita
com gelo e uma dose de tequila como acompanhamento. Isso faz o
trabalho, sem ressaca pela manhã.

Ross e eu nos conhecemos no primeiro ano. Fomos colocados


juntos em um grupo de estudo e imediatamente nos demos bem.
Unimo-nos por meio de cremes faciais, tendências da moda e
rotinas de exercícios que nos deram os melhores resultados com o
mínimo de danos possível.

— Você já olhou sua tarefa? — ele pergunta.

Tiro da bolsa o envelope que nos foi entregue quando saímos


do trabalho hoje e seguro-o contra o peito. — Eu não olhei. Você
já olhou?

— Não.

— Quer fazer isso juntos? — pergunto.


Ele balança a cabeça e enfia a mão no bolso de trás da calça
perfeitamente passada e tira o envelope. — Eu lerei o seu e você
lerá o meu.

— Isso parece justo. Isso diminui o golpe.

Trocamos os envelopes e ele acena para mim. — Você lê o meu


primeiro. E se diz alguma coisa sobre esportes, acabe comigo
agora.

— Idem — eu digo enquanto retiro a carta. — Aham. Você, meu


amigo, tem... — Faço uma pausa, examinando a carta... — Oh,
merda, você tem tendências da moda de outono.

— Cale a boca — ele grita antes de arrancar a carta das minhas


mãos e lê-la ele mesmo. — Puta merda, uma publicação de
quinhentas palavras sobre itens essenciais da moda de outono. —
Seus olhos arregalam-se quando ele olha para mim. — Ollie, você
entende o quanto isso é importante?

Eu rio. — Eu sei. Trabalhei com você durante todo o verão. Todo


mundo verá esse artigo e não tenho dúvidas de que será
distribuído.

— Puta... merda — ele respira. — E aqui eu pensando que


Roberts me odiava. Ele apenas me fazia preparar seu café todas as
manhãs para ter certeza de que eu tinha estilo para apoiar o artigo.
Isso só pode significar que se eu peguei moda, você provavelmente
tem estilo de vida. Essa lista de livros que você está montando vai
valer a pena. — Ele rasga meu envelope e eu espero ansiosamente,
porque realmente espero que ele esteja certo. Estilo de vida seria
meu tema ideal, aquele que mais conheço. Acompanhei todas as
tendências de leitura, beleza e exercícios. Eu sou minha própria
Andie Anderson1 aqui.

Ele limpa a garganta, abre a carta com um aperto de mão e


sorri para mim.

— Ollie, minha querida amiga que tem a pele brilhante de um


anjo...

— Obrigada, é o óleo de esqualano derivado de plantas.

Sorrindo, ele diz: — Você trabalhará incansavelmente,


escrevendo sobre... — Ele faz uma pausa, e eu sei que é para um
efeito dramático. Ross não conhece outra maneira de operar. Pelo
menos é o que penso até que sua testa se enruga de preocupação
e seu sorriso transforma-se em uma carranca.

Uh-oh, isso não pode ser bom.

A menos que ele esteja tentando enganar-me.

Ross faria isso? Ele não é muito brincalhão.

Oh, Deus, e se eu pegar algo ruim?

— O que, ah... o que é? — pergunto nervosamente.

Seus olhos lentamente levantam-se para os meus. — Acho que


eles erraram.

— O que você quer dizer com acha que eles erraram? — Pego a
carta de Ross e a examino até meus olhos pousarem diretamente
na tarefa. — Não, isso não pode estar certo.

1
Personagem fictícia do filme Como Perder um Homem em 10 Dias.
— Olhando para as tarefas? — Ouvimos uma voz alegre, mas
estridente, dizer enquanto ela caminha atrás de nós.

Candace Roundhouse.

A ruína da nossa existência.

A sucção do verão.

O nariz marrom que pertence a Alan Roberts.

Aborrecidamente irritante e uma inibidora compulsiva de toda


diversão, Candace foi a segunda principal razão pela qual Ross e
eu criamos uma bebida de verão. Roberts é a margarita. Candace
é a dose de tequila à parte.

Abrindo um sorriso porque, embora não possamos suportá-la,


temos que fingir que nos damos bem, viro-me para Candace e digo:
— Ah, ei, não pensei que você fosse sair hoje à noite.

Ela joga seu falso cabelo vermelho-fogo sobre um ombro e me


dá uma olhada lenta. — Sim, pensei em apresentar meu namorado
a todos os meus colegas de trabalho.

Ugh, quem é que diz colegas?

— Que divertido — diz Ross com seu sorriso genuinamente


falso. Eu sei que é falso, porque seus dentes cerram firmemente
enquanto os cantos de sua boca se contraem levemente.

— Você acredita que Roberts me permitiu montar as tarefas?


Ele simplesmente jogou na minha mesa e disse para fazer isso.

A cadela.

Claro que ela montou tudo isso. Eu deveria ter sabido.


— Você montou isso? — pergunto, ainda tentando manter a
compostura. Quero tirar aquele batom vermelho de seus lábios
franzidos.

— Eu montei. — Ela sorri brilhantemente. — Eu sabia que você


ficaria incrível com a parte de moda, Ross. No minuto em que vi,
pensei que você precisava dele.

— Sim, obrigado — ele diz baixinho, porque com certeza ela fez
um favor a ele. Mas e eu?

Ela fez isso de propósito, eu sei que ela fez, e é tudo por causa
dos estúpidos e malditos post-its.

Quer falar sobre mesquinhez?

Candace Roundhouse é a definição disso.

Veja bem, Candace era muito rigorosa com seu material de


escritório. Tão rigorosa que ela comprou por conta própria, o que
foi bom. Se você quiser usar as estúpidas canetas de gel como uma
garota que cresceu nos anos 2000, use. Eu não vou impedir você.
Mas um dia, eu estava correndo pelo escritório à disposição de
todos e estava ao telefone com um anunciante que precisava que
eu retirasse um produto em um depósito no centro da cidade. Eu
precisava de algo para escrever o endereço. Eu estava bem ao lado
da mesa de Candace e, como ela não estava lá, peguei uma caneta
e um post-it e anotei o endereço. Quando desliguei e virei-me,
Candace estava bem atrás de mim, olhando-me como se fosse uma
das gêmeas de O Iluminado.

Sorri sem jeito, implorando por perdão.

Ela cruzou os braços.


Nada foi dito entre nós, apenas um olhar fixo ainda gravado na
minha memória como um dos cinco momentos mais assustadores
da minha vida. Não há nada como o silêncio total para ganhar
vantagem ao enfrentar um concorrente, especialmente eu, porque
não suporto o silêncio.

Ross disse que ouviu Candace mencionar espontaneamente


para uma das garotas do escritório como eu usei seu post-it e não
me preocupei em substituí-lo. Ela parecia irritada.

Foi UM Post-it.

Vê do que estou falando?

Mesquinha.

Limpando a garganta, digo: — Então... com todo o respeito, o


que você estava pensando quando me deu minha tarefa?

Seus olhos divertidos voltam-se para mim quando ela diz: —


Bem, tudo que ouvi durante todo o verão foi o quanto você gostava
da forma masculina, objetificando os homens de todas as
maneiras. — Do que diabos ela está falando? — Achei que sua
tarefa seria perfeita para você.

— Eu não estava objetificando os homens — digo, porque, na


verdade, fui profissional durante todo o verão, e isso foi exaustivo.
Muitas vezes eu não queria ser profissional.

Como quando Candace mandou nas pessoas por meia hora


enquanto sua braguilha estava aberta. Eu poderia ter perguntado
se ela estava tentando conquistar o carinho do chefe, talvez
oferecer um desfile de calcinha, ou mesmo procurando solteiras
prontas para se misturar. Mas eu abri minha boca? Nãooooo, e
isso é porque eu sou uma profissional.

Eu também não contei a ela, porque naquela manhã ela tinha


gritado comigo por pegar a última cápsula de café de mirtilo da
Green Mountain. Alguém tinha que aceitar, e esse alguém era eu.

— Lembro claramente de você entrar em detalhes sobre os


contornos e fendas do corpo de Chris Hemsworth.

Balanço a cabeça, tentando compreender sua idiotice. — Isso


foi na hora do almoço e foi porque ele acabou de publicar uma série
de fotos na Men's Health. Como isso tem a ver com minha tarefa
de... hóquei?

Sim, ela me deu hóquei. Um esporte sobre o qual não sei


absolutamente nada além de... patins, ah... disco... taco... e muito
gelo. Isto resume tudo.

Ela sorri. — Achei que você poderia estudar os contornos e


fendas dos jogadores de hóquei. Afinal, o hóquei é um tesouro
nacional no Canadá. Você realmente poderia fazer algo especial
com a tarefa.

Mesquinha. Ela é tão mesquinha.

Posso ser mesquinha, você sabe. Eu poderia... uh... eu poderia


chutá-la bem na virilha. Não tenho certeza se isso é mesquinho,
mas com certeza me faria sentir melhor. Um dedo do pé na sua
pata de camelo. E pronto, alegria instantânea para mim.

— Eu não sei nada sobre hóquei, e você sabe muito bem que se
eu não entregar um artigo fofo sobre músculos e mamilos
masculinos de proporções perfeitas, Roberts não vai me dar crédito
por este estágio de verão. Tudo depende dessas últimas tarefas. —
Posso sentir que estou perdendo a calma.

Se eu não fizer um bom trabalho nesta tarefa, talvez tenha que


repetir o estágio, e não posso fazer isso. Repetir me deixaria para
trás e preciso formar-me no final deste ano. Eu tenho um
cronograma rígido.

Ela bate no queixo. — Hmmm, você pode estar certa sobre isso.
Parece que você precisa aprender um pouco de hóquei.

Dando um passo à frente, aponto meu dedo para ela. — Você


fez isso de propósito, tudo por causa de um post-it. Honestamente,
como você pôde...

— Baby, aí está você — diz uma voz masculina. Uma voz


masculina familiar. Uma voz tão assustadoramente familiar que
sinto meu estômago embrulhar enquanto lentamente olho para
cima e vejo Yonny Biliak parado na minha frente.

Na verdade, não apenas parado na minha frente, mas passando


o braço em volta de Candace e beijando a lateral de sua bochecha.

De jeito nenhum.

Quem é Yonny Biliak, você pergunta?

Um autoproclamado estrela em ascensão no campo jurídico,


horrível infrator de padrões de ternos cruzados, especialista em
babar e meu ex-namorado há dois anos. Ele terminou comigo
neste verão, afirmando que estávamos seguindo nossos próprios
caminhos. Ele achou que seria melhor nos concentrarmos em
nossas carreiras e não um no outro.
Engraçado como é o fim do verão, e ele parece NÃO estar se
concentrando em sua carreira, mas sim na parte traseira de
Candace Roundhouse.

Como se eu não pudesse vê-lo esfregando a bunda dela. Aqui


mesmo, no meio de um bar, como se estivéssemos na privacidade
do seu quarto abafado onde ele escolhia demonstrar carinho,
porque a demonstração pública de afeto era proibida. Afinal, ele
tinha que defender uma imagem.

— O namorado musculoso da minha vida — Candace responde


enquanto leva a mão ao rosto mal barbeado e beija seus lábios
secos e ásperos. Pelo menos é assim que eu quero que sejam, mas
na verdade parecem bastante hidratados, o que só me irrita ainda
mais. Parece que o homem encontrou o protetor labial. Além disso,
podemos fazer uma pausa por um momento e lamentar o apelido
carinhoso de namorado musculoso? Que nojo. — Estou tão feliz
que você me encontrou. Fico perdida sem você — continua
Candace.

Oh, vamos lá.

Eles estão tentando fazer com que o bar chore coletivamente?

Sinto Ross inclinar-se para mim, sua mão caindo lentamente


nas minhas costas de forma protetora. Eu o aprecio. Ele sabe como
eu fiquei depois do meu rompimento com Yonny. Yonny nunca me
tratou bem, mas ainda assim dei tudo de mim a ele, então, quando
terminamos, não aceitei muito bem.

Passei mais tempo segurando uma garrafa de vinho nos lábios


do que gostaria de admitir... e gritando com pássaros inocentes
apenas tentando trabalhar um dia procurando galhos e minhocas.
Quando os dois namorados na nossa frente finalmente param
de arrulhar um para o outro, Yonny olha para cima, apenas para
ficar parcialmente atordoado quando eu apareço.

— Ollie — diz ele, endireitando-se. — Não vi você aí. Como, uh,


como você está?

Amável.

Borbulhando de euforia.

No precipício de tanta alegria que meu coração sem alma –


como você o chamou uma vez – pode entrar em combustão em
pequenos pedaços de alegria.

— Ótima — respondo mais alto do que quero. — Tão bem. Muito


bem, na verdade. O melhor de todos os tempos. GOAT2. Eu sou o
GOAT de todos os GOATS.

— Pare de dizer GOAT — sussurra Ross.

Sorrio apenas com os lábios, recuperando a compostura, e


digo: — Simplesmente maravilhosa.

Yonny passa o braço em volta de Candace e a puxa para perto


de seu peito, claramente tentando deixar-me com ciúme.

Bem, tente mais, senhor, porque você não é um prêmio pelo


qual lutar.

Ainda... mesmo sabendo que ele não é um prêmio e é mais um


idiota do que qualquer outra coisa, sinto que estou preparando-
me para fazer algo estúpido, dizer algo estúpido, qualquer coisa

2
Great Of All Times, o melhor de todos os tempos.
para salvar a aparência na frente do homem que uma vez me disse
que era normal ter gotas de xixi por toda a cueca.

— Estou realmente ótima, na verdade — continuo, porque eles


não conseguem ouvir isso o suficiente. Coloco meu cabelo atrás da
orelha. — Sim, tudo está incrível para mim agora. Acabei de
receber a tarefa da minha vida graças a Candace, vivendo minha
melhor vida no coração de Vancouver, recebendo comida generosa
de patrocinador após patrocinador e tendo facilmente o melhor
sexo da minha vida. — Sua sobrancelha curva-se para baixo, e isso
estimula-me, porque nada é melhor do que ver um ex insatisfeito
com o seu sucesso. — Sim, muito sexo, sexo louco também. Sexo
que realmente me faz ter convulsões como um choque elétrico, mas
direto na minha vagina...

— Uma aparência de classe — diz Ross, interrompendo-me.

Sim, ok, posso admitir quando estou com um toque fora de


controle.

— Bem, isso é legal — Yonny diz, parecendo desconfortável.


Sim, isso mesmo, sinta-se desconfortável. Arrependa-se da vida.
Reconsidere todas as suas escolhas.

— Isso é engraçado — diz Candace, com uma expressão


bajuladora no rosto. — A última vez que ouvi, você está passando
por uma seca desde que você e Yonny terminaram.

Maldita fofoca de escritório.

Certa noite, fiquei bêbada e contei para algumas garotas sobre


o deserto do Saara entre minhas pernas durante todo o verão, e
acontece que contaram para Candace Roundhouse. O que ela está
fazendo? Pagando às pessoas por informações? Ela paga em post-
its? Eu não duvidaria dela. Ela é vingativa, pessoal, e ninguém com
quem se mexer.

No entanto, aqui estou eu, apostando tudo.

— Isso foi recente — eu digo. — Ele está realmente aqui, agora


mesmo, o homem para quem tenho perdido muitas noites de sono.
O homem que me esticou em mais de um aspecto. O homem que
eu propositalmente chamei de papai no meio da f... — Ross dá uma
cotovelada em minhas costelas. Certo, manter-me no caminho
certo. Eu limpo minha garganta. — Então... sim, de qualquer
maneira, aposto que vocês dois têm um monte de coisas para
esfregar em público e querem continuar, então vou apenas...

— Onde ele está? — Candace pergunta, o olhar desafiador em


seus olhos dizendo-me que ela não acredita em mim nem um
pouco. Que maldita bagunça. — Eu adoraria conhecê-lo.

Claro que ela gostaria.

— Ah, sim, eu adoraria que você o conhecesse. Infelizmente,


meu coelhinho é tímido — digo, oferecendo um sorriso de
desculpas.

— O que você está fazendo? — Ross sussurra, claramente


preocupado comigo. Ele tem todo o direito de estar, porque eu
fiquei perturbada.

— Ah, tenho certeza que ele é tímido — diz Candace revirando


os olhos. — Tão tímido que ele não existe. — Ela dá um tapinha
no peito de Yonny. — Vamos antes que ela se envergonhe ainda
mais.
— Ele existe — digo, a raiva pulsando na minha espinha. Minha
voz soa tão convincente que quase acredito que ele apareceu
magicamente da minha imaginação e estacionou aqui mesmo
neste bar.

Candace olha por cima do ombro. — Ok, Ollie. Aproveite sua


tarefa. Tenho certeza que você fará um trabalho maravilhoso com
isso. — Seu tom condescendente leva-me ao limite e sinto meu
corpo ficar absolutamente selvagem.

Dentes rosnando.

Cabelo levantado.

Olhos vermelhos.

Ohhh, não, ela não se afasta de mim com a última palavra, não
quando tenho que invocar um namorado falso que me deu o
melhor sexo da minha vida.

— Ele existe. Na verdade, lá está ele — digo, olhando para o


primeiro homem que vejo. E antes que eu possa me conter, corro
em direção ao outro extremo do bar.

É melhor tomar cuidado, cara, fera feroz chegando.


Silas: Você viu o comunicado de imprensa dos Agitators?

Pego meu copo de uísque enquanto olho para minha conversa


de texto com meus amigos, desejando que eles respondam. Estou
todo fodido.

No momento em que vi o comunicado de imprensa chegar,


larguei tudo o que estava fazendo, calcei os sapatos e caminhei até
o bar mais próximo onde estive desde então, afundando-me em
como o universo é tão injusto.

Não, não é injusto, apenas fodido.

Meu telefone toca com uma mensagem.

Pacey: Cara... que porra é essa?

Pacey é o goleiro estrela dos Agitators. No verão passado,


quando passávamos um tempo fora do gelo em minha cabana em
Banff, ele conheceu o amor de sua vida, Winnie. Ele propôs
recentemente e ela disse sim. Não tenho certeza de quando será o
casamento, mas sei que o amor nojento e fofo deles me dá vontade
de vomitar.

Pacey: Você está bem?

Balançando a cabeça, eu mando uma mensagem de volta.


Silas: Não. Tudo meio fodido agora.

Hornsby: Espere... SARAH está trabalhando para os Agitators


agora? COMO?

Eli Hornsby – defensor, menino bonito e o cara que engravidou


a irmã de Pacey. Sim... assunto delicado, mas tudo parece ter dado
certo agora. Penny dará à luz em breve e, durante todos os anos
que conheço Hornsby, nunca o vi tão protetor com nada... até
mesmo seu sorriso brilhante de Príncipe Encantado.

Ah, e se você não entendeu a mensagem dele, sim, minha ex, a


garota que me destruiu, está trabalhando para os Agitators no
departamento de marketing. Daí o pesado copo de uísque em
minha mão.

Posey: Ei, ei... uau. *sobrancelha franzida* Como? Como, porra?

Levi Posey – ursinho de pelúcia por dentro, um brigão absoluto


por fora – age como o inocente do grupo com seu amor por
sanduíches de mortadela e sua propensão a ajudar velhinhas a
atravessar as ruas de Vancouver quando, na verdade, ele é o maior
mulherengo de todos.

Pacey: Você acha que ela usou seu nome para conseguir o
emprego?

Hornsby: É melhor que ela não tenha feito isso. Com quem
podemos conversar sobre isso? Como podemos fazer com que ela
seja demitida?

Posey: Você não pode fazer com que alguém seja demitido por
causa de um relacionamento pessoal.
Hornsby: Você com certeza pode, se esse novo contratado for
foder com a cabeça de Taters. Você sabe que sim. Sem ofensa,
mano.

Silas: Não me ofendi, porque você está certo.

Holmes: Só estou atualizando. Sarah está trabalhando para os


Agitators? Cara, você está bem?

Halsey Holmes, além de mim, é o patinador mais rápido no gelo.


Ex-gêmeo, ele perdeu o irmão em um terrível acidente de carro.
Halsey isolou-se e concentrou-se no hóquei e apenas no hóquei.
Isso foi até o verão passado, quando descobrimos que Halsey tem
uma queda enorme pela melhor amiga de Penny, Blakely. O único
problema é que Blakely está apaixonada pelo namorado. Sim, ele
está profundamente envolvido.

Silas: Sim, não estou indo muito bem. Quero dizer, que porra é
essa? Por que ela faria isso?

Hornsby: Não é óbvio? Para foder com você, cara.

Pacey: Odeio admitir, mas estou com Hornsby.

Hornsby: Então, como podemos derrubá-la?

Posey: Mais uma vez, você não pode derrubá-la. Sua vida
pessoal não é da conta dos Agitators.

Holmes: Estou com Posey. Não há muito que possamos fazer.

Hornsby: Que porra é essa? O que aconteceu com o bando de


irmãos?
Silas: Agradeço sua disposição de atacar ela com uma baioneta
na ponta do seu taco de hóquei, mas cara, eles estão certos. Nada
pode ser feito.

Coloco meu telefone de lado e levo meu copo aos lábios.


Absolutamente nada pode ser feito além de esperar e rezar para
não ter que interagir com ela. E como diabos ela conseguiu o
emprego? Pelo que eu sei, ela tem pouca ou nenhuma experiência
profissional. Os Agitators contratam qualquer um agora? Quero
ver as credenciais dela.

Depois de tomar um gole, coloco-o no balcão à minha frente


enquanto uma mão pressiona minhas costas. Viro-me bem a
tempo de uma mulher falar bem na minha cara, como se nos
conhecêssemos há anos e estivéssemos em conluio.

— Meu nome é Ollie. Estou em uma situação muito difícil e


sinto muito, mas estou prestes a beijar você, porque preciso salvar
minha reputação na frente do meu ex-namorado, que agora está
namorando minha inimiga. Se você não me parar em três
segundos, eu avançarei — ela diz isso tão rápido que quase não
entendo o que ela está dizendo.

Quando me viro para encará-la, tenho um vislumbre de cabelos


castanhos grossos e ondulados e um brilho de batom vermelho, e
então seus lábios estão nos meus, sua mão passando para a parte
de trás da minha cabeça.

Uau, o que diabos está acontecendo?

Sou pego de surpresa, mas é apenas um momento, porque uma


vez que seus lábios macios e suaves se movem ao longo dos meus,
viro-me em direção a ela e passo minha mão em torno de sua
cintura estreita enquanto meus lábios movem-se ao longo dos
dela.

E por um breve segundo, fico atordoado, levado para outro


mundo onde Sarah não existe e minhas preocupações não estão
em lugar nenhum. Em vez disso, estou perdido nos lábios mais
perfeitos que já provei.

Minha mão fica mais apertada em sua cintura enquanto seus


dedos brincam com meus cabelos loiros. Ela se aproxima, sua boca
abrindo-se ligeiramente. Eu separo a minha também enquanto a
outra mão dela cai no meu peito. Inferno, essa mulher tem um
gosto bom, como tequila e promessas.

Assim que chego para puxá-la ainda mais para perto, ela se
afasta, mas mantém o rosto próximo enquanto sussurra: — Por
favor, finja ser meu namorado por um segundo. Além disso, você
é o melhor sexo que já tive.

Isso me faz sorrir. — Droga, e eu nem precisei fazer nada para


ganhar o título. — Vejo seu olhar por cima do ombro e digo
rapidamente: — Meu nome é Silas.

— Prazer em conhecê-lo — ela diz antes de virar-se e afundar


em mim, minha postura aberta na banqueta dando-lhe as boas-
vindas enquanto deslizo meu braço em volta de sua cintura e a
puxo ainda mais perto. Não sei por que vou atender às exigências
dela. Talvez eu esteja um pouco bêbado com o beijo... e o uísque,
mas fico quieto, pronto para o que está por vir.

Três pessoas aproximam-se de nós.


Uma delas é uma mulher com um olhar chocado e
desaprovador – deve ser uma das agressoras.

Atrás dela está um homem magro cuja testa está tão franzida
que aposto que poderia segurar uma moeda se eu a colocasse ali.

E o outro homem continua piscando... rapidamente, como se


ele não conseguisse compreender o que está testemunhando.

Supondo que Magrelo e Irritadinha são as pessoas com quem


Ollie – esse é o nome dela, certo? – está tentando salvar a
reputação, o pestanejador tem que ser um amigo.

— Vejam, falei que ele estava aqui — Ollie diz enquanto coloca
a mão na minha. — Ele é apenas tímido, só isso.

Ei, tímido? Não é bem assim, mas vou em frente.

Aceno para eles, sem dizer nada, mas ainda reconhecendo sua
presença.

— Bem, eu, ah... não sei o que dizer — diz a garota.

— Você está... você está namorando Silas Taters? — Magrelo


pergunta. Honestamente, estou chocado que tenha demorado
tanto para o cara dizer alguma coisa.

— Ah, vocês se conhecem? — Ollie pergunta, claramente sem


ter ideia de quem diabos eu sou.

— Todo mundo sabe quem é Silas Taters — diz Magrelo.

Claramente, nem todos.

— Isso é... é um prazer conhecê-lo — diz Magrelo, estendendo


a mão.
Por respeito à minha imagem, pego e ofereço-lhe um forte
aperto. — Obrigado, o prazer é meu, cara.

Sinto Ollie endurecer contra mim, provavelmente perguntando-


se o que diabos está acontecendo e como o ex-namorado dela sabe
quem eu sou, então decido ajudá-la um pouco.

— Ollie e eu não falamos muito sobre hóquei... — Deixo por


isso mesmo, deixando-os preencher o espaço em branco.

Os olhos da Irritadinha estreitam-se. — Espere, se você está


namorando um jogador de hóquei, então por que está tão irritada
com sua tarefa?

Hmmm, pergunto-me qual é a tarefa. Além disso, estou muito


curioso por que Ollie e Irritadinha são inimigas. Quem deu o
primeiro soco? Quem prejudicou quem? Foi porque o ex-namorado
foi roubado? Não quero ser um idiota, mas ele não parece um
grande prêmio para mim.

— Uh, porque ele acabou de dizer que não falamos muito sobre
hóquei — diz Ollie, e estou um tanto impressionado com a
capacidade dela de pensar por conta própria. — Eu claramente
não quero incomodá-lo com isso.

Eu a trago com mais força e acaricio levemente sua barriga com


o polegar, pegando os olhos de Magrelo caindo com o movimento.
Huh, o cara está demonstrando algum ciúme, então espero que
isso a ajude.

E mantendo a mentalidade de cara tímido, eu digo calmamente:


— Você pode me incomodar, baby.
Ela se vira alguns centímetros e segura minha bochecha
enquanto diz: — Obrigada. — E então, mais uma vez, seus lábios
macios e deliciosos tocam os meus, e ela me beija levemente. É
curto, mas caramba, é fofo. Eu poderia facilmente beijar mais essa
garota. Ela nem precisaria me pedir para fingir.

— Bem — a garota bufa. — Devemos ir. Temos planos.

— Sim, tudo bem — diz Magrelo, seus olhos nunca desviando


da conexão entre mim e Ollie.

— Boa sorte com sua tarefa. Acho que você vai precisar — diz
Irritadinha logo antes de virar Magrelo e empurrá-lo em direção à
saída do bar.

Assim que eles desaparecem de vista, Ollie vira-se para mim,


com gratidão estampada em seu rosto. E inferno... ela é linda, mas
só dou uma rápida olhada antes que ela me puxe para um abraço
apertado, seus seios pressionando meu peito. — Oh, meu Deus,
muito obrigada. Você me salvou completamente.

Sem saber o que fazer, retribuo o abraço de três segundos.

Quando ela se afasta, dou uma boa olhada nela.

Corpo pequeno e tonificado. Peito grande para seu tamanho,


lindos cabelos castanhos longos que parecem naturalmente
ondulados, olhos verdes amendoados e lábios carnudos. Ela é um
espetáculo absoluto.

— Uh, sim, que bom que pude ajudar.

— O que diabos está acontecendo? — o amigo diz enquanto dá


um passo à frente. — O que foi isso, Ollie?
Mordendo o canto do lábio, parecendo tímida, ela diz: — Eu me
arrisquei e, pela graça da sorte, funcionou para mim.

— Então vocês não se conhecem? — o cara pergunta.

Ollie balança a cabeça. — Não.

— Nunca a vi antes — acrescento.

— Bem, inferno, você me convenceu. Achei que você estava


escondendo algo de mim, Ollie.

Ela ri e balança a cabeça. — Não, apenas um cara aleatório.

— Inferno — diz o cara enquanto puxa o cabelo.

Sim, inferno, correto.

Eu poderia ter me convencido de que estávamos juntos apenas


com aquele beijo e a maneira como ela se aninhou em mim. Odeio
admitir, mas por um segundo foi bom ter alguém precisando de
mim novamente. Ter alguém tocando-me, abraçando-me,
tratando-me como se fosse dela.

Voltando-se para mim, Ollie diz: — Bem, vou deixar você voltar
para sua bebida. Muito obrigada novamente. Não posso dizer o tipo
de favor que você acabou de fazer por mim. Eu realmente aprecio
isso. — E com isso, ela pega o amigo pelo braço e começa a afastar-
se.

Não tenho certeza do que acontece comigo.

Talvez seja o beijo.

Talvez seja a ideia de ter que ver Sarah no meu espaço sagrado.

Ou talvez seja o uísque.

Antes que eu possa conter-me, digo: — Você me deve.


Ela para e olha por cima do ombro. — O quê?

Agarro meu copo e levanto-o até a boca. Do outro lado da borda,


eu digo: — Você me deve. — Tomo um gole. — Eu fiz um favor,
então acho que você deveria fazer um. — Chuto a banqueta ao meu
lado e aceno em direção a ela. — Sente-se.

Seus olhos voam do assento e depois voltam para mim. — Se


você acha que vou dormir com você, é melhor pensar novamente.

— Não quero dormir com você — digo, embora a perspectiva


disso seja atraente. Não me importaria de provar aqueles lábios
novamente.

O amigo dela inclina-se e, embora pareça que ele tenta manter


o comentário em segredo, ainda consigo ouvi-lo. — Eu acho que
você deveria pelo menos ouvi-lo. Ele acabou de deixar você agredi-
lo sexualmente com a boca.

— Ei, eu dei a ele três segundos para dizer não. Não houve
agressão sexual. Esse beijo foi consensual... certo? — ela pergunta
estremecendo.

Eu concordo. — Foi consensual.

— Vê. Consensual. Tudo está bem. — Ela aponta para mim. —


Agora, se você nos der licença, temos que beber alguma coisa esta
noite e tenho certeza de que você tem seu objetivo em mãos. Tenha
uma boa noite.

— Sente-se — eu digo em um tom mais firme, o que a impede.

Ela lentamente vira-se. — Uh, com licença? — pergunta, uma


faísca de fogo iluminando suas íris ardentes. — Você acabou de
tentar usar alguma voz de herói alfa comigo?
— Voz de herói alfa? Que diabo é isso? — pergunto.

— Não acho que ele leia romances como você — diz o amigo. —
E acho que ele tem razão. Você deve a ele.

— Ross, de que lado você está? — Ollie pergunta, batendo as


mãos.

Ah, o nome dele é Ross.

Cara, ele parece um Ross. O nome combina perfeitamente com


ele.

— Seu, Ollie. Mas ele está certo. Você deve a ele. Pelo menos
ouça o que ele tem a dizer.

— E se ele for um predador, hein? Você só vai deixar-me sentar


ao lado de um predador?

— Se alguém é um predador, é você, — eu digo. — Foi você


quem me beijou.

— Oh, por favor — ela diz, exasperada. — Você beijou de volta


e nem finja que não gostou.

Ross, em seu juízo perfeito, diz: — Ele é um jogador de hóquei.


Tenho certeza de que ele não arriscará sua reputação sendo um
predador.

— Isso é o que ele quer que você pense — diz Ollie, resistindo
de forma lamentável. Quando Ross apenas olha para ela, ela
grunhe de frustração. — Está bem. — Ollie joga os braços para o
alto. — Mas não estou concordando com nada. — Ela fica a alguns
centímetros do meu rosto e diz: — Você ouviu isso? Eu não
concordo com nada!
Relutantemente, ela se senta na banqueta e bate a bolsa no
topo do bar. Ela vira-se para mim com os braços cruzados sob os
seios, o que os levanta ainda mais.

— Bem, vou deixar vocês dois com isso — diz Ross, recuando
lentamente.

— Espere, você está indo embora? — Ollie pergunta. — Você


não pode me deixar com esse cara. Pelo que sabemos, ele pode ser
um assassino pronto para drogar-me e levar-me de volta ao seu
covil, onde venderá partes do meu corpo no mercado negro.

Primeiro predador, agora um assassino. Ela com certeza tem


uma grande consideração pelos homens que a ajudam.

— Ainda... você me beijou — eu digo.

— Por puro desespero. Você viu a descrença nos olhos de


Candace. Ela precisava ser colocada em seu lugar.

— Eu vou para lá — diz Ross, apontando para o final do bar.

Ollie volta sua atenção para o final do bar. — Ah, perto do


Fernando da contabilidade? O cara por quem você teve uma queda
durante todo o verão?

Parecendo muito culpado, Ross diz: — Ele está com os três


primeiros botões desabotoados. Está claro que ele está aberto para
negócios esta noite.

— Querido Deus — diz Ollie enquanto aperta a ponta do nariz


dela. — Tudo bem, vá flertar. Mas você não deve sair deste bar até
que eu esteja a salvo deste senhor.

— Senhor? — pergunto. — Jesus Cristo.


— Bem, vamos lá. Você não pode simplesmente ser um bom
samaritano e fazer algo por uma donzela em perigo sem precisar
de algo em troca? O que aconteceu com os cavaleiros brancos?

— Oportunidades iguais para todos. Foi isso que aconteceu —


respondo.

— Uh, homens.

— Então... — Ross diz, virando-se. — Eu posso ir?

— Sim, vá. Mas não me deixe.

— Eu não vou deixar você. — Ele beija Ollie na cabeça e depois


vai embora, deixando-me sozinho com a mulher agora descontente
com lábios perfeitos.

— Ok, você me tem. Agora, o que você quer? — ela pergunta


com um tom rápido.

Sim, o que você quer, Silas?

Eu nem tenho certeza. Só sei que não poderia deixá-la ir


embora, não quando sinto que poderia usá-la da mesma forma que
ela me usou.

Precisando organizar meus pensamentos, eu digo: — Quer uma


bebida?

— Na verdade, sim. Margarita com gelo, sem sal.

Isso eu posso fazer. De frente para o bar, chamo a atenção do


barman com um aceno de cabeça. Dou-lhe a ordem e solicito uma
recarga para mim. Enquanto isso está sendo preenchido, eu digo:
— Quer se apresentar adequadamente?
— Se for preciso. — Ela escova a bainha do vestido apertado
que subiu até o meio da coxa depois de cruzar as pernas
tonificadas. Só de olhar rapidamente para seus ombros bem
torneados, cintura fina e pernas musculosas, posso dizer que ela
faz exercícios. — Eu sou Ollie Owens. Eu absolutamente desprezo
a mulher que acabou de sair daqui, porque ela é uma sabe-tudo e
está com raiva de mim por usar um de seus post-its. E acho que
por despeito, ela decidiu namorar meu ex, de quem eu esqueci, só
para você saber. Nada como libertar o cara que agia como um peixe
morto no quarto.

Eu concordo. — E qual é essa tarefa da qual ela falou?

Ollie revira os olhos no momento em que o barman coloca


nossas bebidas na nossa frente. Agradeço e levo meu copo aos
lábios enquanto ela diz: — Apenas a estúpida tarefa de final de ano
do nosso estágio que vale todo o meu crédito.

Quase cuspo minha bebida enquanto tento engolir,


engasgando com o líquido ardente. Depois de tossir, eu digo: —
Estágio? Como... você está... na faculdade? — Quando ela balança
a cabeça, murmuro: — Jesus Cristo, por favor, diga-me que você
é maior de idade.

Suas sobrancelhas estreitam-se. — Claro que sou maior de


idade. Todos os estudantes universitários são, seu idiota.

Huh... ela está certa. Eles são.

— Quantos anos você tem?

Ela inclina a cabeça. — Vinte e um. Quantos anos você tem?

— Trinta e um — respondo.
— Eca, você está na casa dos trinta?

Que porra?

— Não é como se eu tivesse dito que tinha sessenta anos —


respondo.

— Ainda... trinta anos, tão velho.

— Não tão velho assim — respondo. Embora eu esteja


começando a sentir realmente aquelas longas noites no gelo
ultimamente.

— Ainda assim, dez anos de diferença? Isso significa que


quando eu nasci, você estava atingindo os dois dígitos. Você
poderia ter sido minha babá. Você é uma década mais velho que
eu, quase uma geração. Eca, eu beijei um velho.

— Você beijou um homem experiente — aponto, ficando cada


vez mais irritado. — Mais do que posso dizer sobre o seu ex, que
parecia ainda assistir Rugrats nas manhãs de sábado.

— O que é Rugrats?

— Pelo amor de Deus — eu digo, passando a mão pelo rosto. —


Então, o que você ainda está fazendo na faculdade? Conseguindo
seu mestrado?

— Não, sou bacharel em jornalismo e estou no último ano da


faculdade.

Jesus, porra.

Ela é tão jovem.


Tão jovem que sei que meus amigos me perguntariam que porra
eu estava fazendo conversando com ela. Eles me dariam muita
merda se soubessem.

— Bacharelado. — Concordo com a cabeça, tentando


convencer-me de que ela é muito jovem e que eu deveria
simplesmente mandá-la embora. Mas quando meu telefone toca ao
meu lado com mensagens de texto recebidas, lembro-me do meu
dilema.

Sarah.

Sarah está de volta à minha vida, embora eu não queira que


ela esteja.

— Então você tem uma tarefa? — pergunto antes de tomar um


gole da minha bebida para ajudar a afastar minhas preocupações.

— Sim. É o artigo de final de ano que precisamos escrever para


ganhar nosso crédito. Candace decidiu quem ficaria com qual
assunto e, como você pode imaginar, ela deliberadamente deu-me
o hóquei como tarefa, sabendo que eu não sei nada sobre esse
esporte estúpido. — Ela não lê a multidão ao seu redor, tudo bem.
— Espero que os dentes dela caiam.

Sorrio. — Eu poderia ajudar com isso, você sabe. Já que jogo


hóquei e tudo mais.

— Mas, sério, quão experiente você é? — ela pergunta.

— Bastante experiente. É o meu trabalho.

— Como... você é um jogador profissional de hóquei? Achei que


você fosse apenas, não sei, algum jogador de clube ou algo que as
pessoas conhecessem.
Eu aceno lentamente. Nunca conheci ninguém que pelo menos
não tenha visto meu rosto ou ouvido meu nome. Vancouver
espalha isso por todo lado.

— Eu jogo no Vancouver Agitators.

Seus olhos se arregalam ligeiramente, e então eles me dão uma


olhada lenta. — Como... os verdadeiros Agitators?

— Sim, os verdadeiros Agitators.

Seus lábios franzem para o lado. — Prove.

Com um suspiro pesado, pego meu telefone, ignoro as


mensagens dos meus amigos e digito meu nome no mecanismo de
busca. Quando surge os resultados – meu rosto e as informações
da Wikipédia são a primeira coisa – eu mostro para ela.

Ela pega meu telefone e o estuda. Seus olhos voam para mim e
depois de volta para o telefone. Depois vem para mim e depois volta
para o meu telefone.

— Seu cabelo é mais comprido pessoalmente — diz ela.

— Isso é porque o cabelo cresce.

— Você não tem barba nesta foto.

— As navalhas têm que ser usadas para alguma coisa.

Seus olhos se estreitam. — Não vejo nenhuma tatuagem nesta


foto.

— Porque elas estão encobertas. Jesus Cristo. — Eu pego o


telefone dela. — Você realmente vai ser tão difícil?
— Desculpe-me por querer ter certeza de que você não é um
imitador tentando pegar mulheres com uma identidade falsa de
algum pobre idiota que ganha a vida jogando hóquei.

— Pobre idiota? — pergunto. A porra da audácia dessa garota.


— Tenho milhões no banco para provar que sou tudo menos pobre
ou idiota. Além disso, foi você quem veio até mim. Foi você quem
me beijou, então por que diabos sou eu quem está me defendendo?

— Porque nos dias de hoje não se pode confiar em ninguém —


diz ela antes de tomar um gole de sua margarita.

— Então o que me faz pensar que posso confiar em você?

— Ah, você não pode. — Ela balança a cabeça e pousa o copo.


— Eu sou um curinga total. Na verdade, a mais teimosa pela
manhã, principalmente depois de beber. Tenho tendência a
concentrar-me mais nas minhas necessidades do que nos outros
e, embora diga que não quero alguma coisa, secretamente, sempre
quero. Completamente indigna de confiança, então, se terminamos
aqui, irei até meu amigo para ver como ele está se saindo com sua
conquista de sentar no pau de Fernando.

Ela começa a mover-se, mas coloco minha mão em sua coxa.


— Não tão rápido. Você não pode me assustar com suas bobagens.

— Bobagens? — Ela dramaticamente aperta a mão no peito. —


Como você ousa falar da minha vida assim...

— Pare com essa merda — eu digo. — Eu fiz um favor para


você. Agora você precisa fazer um para mim.
Ela revira os olhos. — Ok, posso ver que não pensamos bem
em toda essa coisa do cavaleiro branco. — Ela gira o pulso para eu
continuar. — Por favor, presenteie-me com suas exigências.

Sim, presenteie-a com suas exigências, Silas.

Tomo um gole longo e lento da minha bebida.

Como diabos ela pode ajudar-me?

Meu telefone acende ao meu lado e meus olhos vislumbram


uma mensagem de Hornsby.

Hornsby: Que porra você vai fazer com o jantar de boas-vindas?

E assim, uma lâmpada acende na minha cabeça.

O jantar de boas-vindas, onde todos da organização reúnem-se


antes do início da temporada, e brindamos a um ano saudável e
de sucesso com patinação no gelo, chocolate quente e todas essas
besteiras.

O que significa que Sarah estará lá.

E a última coisa que quero é que Sarah pense que estou


sozinho e desapegado, possivelmente ainda sentindo saudade
dela.

De jeito nenhum.

Só consigo pensar em uma solução e estou seguindo em frente.

— Eu preciso que você finja ser minha namorada.

— O que? — ela pergunta com uma risada. — Você não pode


estar falando sério.

Engulo o resto da minha bebida e digo: — Estou falando sério.


— Fingir ser sua namorada? — Ela pisca algumas vezes. —
Cara, beijei você por uns cinco segundos e você quer que eu finja
ser sua namorada? Você é supostamente famoso — ela diz, usando
aspas no ar. — Contrate alguém.

— Não vou contratar ninguém. Você sabe como isso é ridículo?

— É mais ridículo do que pedir a uma garota em um bar dez


anos mais nova que você para ser sua namorada de mentira?

Belisco a ponta do nariz porque, caramba, ela tem razão. Isso


tudo é ridículo.

— Você sabe o que? Deixa para lá. Esqueça que perguntei. —


Viro-me para o bar e tento chamar o barman para pedir outra
bebida. Qualquer coisa para ajudar a esquecer essa conversa
estranha e o fato de que terei que lidar com Sarah na arena. Nem
sempre interagimos com a equipe da frente, mas pela descrição do
trabalho de Sarah, parece que ela estará no gelo para certos jogos
com patrocinadores, então com certeza vou encontrá-la.

— Por que você precisa que eu finja ser sua namorada? — Ollie
pergunta.

— Não se preocupe com isso — eu digo. — Vá ver como seu


amigo está progredindo em sentar no pênis.

Eu a sinto hesitar como se ela não soubesse bem o que fazer,


então eu a encorajo.

— Sério, vá.

— Ok — ela diz suavemente enquanto desce da banqueta. Mas


ela não vai embora imediatamente. Em vez disso, sinto seus olhos
nos meus. É como se ela tivesse mais perguntas que gostaria de
fazer, mas estivesse tentando criar coragem para fazê-las.

— Ollie, estou falando sério. Deixe isso.

— Posso ver que você está falando sério — diz ela. — Mas sinto
que deveria ficar.

— Por quê?

Finalmente chamo a atenção do barman e peço outro uísque.


Ele me dá um olhar preocupado, mas enche meu copo sem dizer
uma palavra.

— Parece que você está de mau humor.

Levanto meu copo aos lábios. — O que lhe deu essa impressão?

— Hmmm, eu me pergunto — ela diz sarcasticamente, olhando


para minha bebida. — Então o que é? O que está fazendo você
beber tanto e pedir a mulheres estranhas para serem sua
namorada de mentira?

— Nada com que você precise se preocupar.

— É uma menina?

Eu resmungo baixinho. — Ollie, por favor, pelo amor de Deus,


vá embora.

Como ela é uma idiota desafiadora, ela senta-se na banqueta


novamente e cutuca-me na lateral. — Diga-me. É uma menina. O
que ela fez com você?

— Você realmente acha que vou contar isso a uma completa


estranha?
— Bem, você me pediu para ser sua namorada de mentira,
então presumo que sim, você contaria.

Por ser irritantemente jovem, ela é muito inteligente e rápida.


Absolutamente aterrorizante.

— Apenas uma ex que voltou a entrar na minha vida — digo,


mantendo a simplicidade. Ela não precisa saber dos detalhes.

— Você estava apaixonado por essa ex?

— Sim — eu respondo. — Ela era minha namorada do ensino


médio.

— Oh — Ollie diz suavemente, empatia evidente em sua voz. —


Presumo que foi ela quem partiu seu coração? — Eu concordo. —
Sim, isso é bastante óbvio. Ok, como ela voltou a entrar na sua
vida?

— Conseguiu um emprego com os Agitators.

— Como no seu time de hóquei?

Eu aceno novamente. — Sim. — Eu me pergunto se o barman


vai servir-me outra bebida depois desta.

— Sabendo muito bem que você está no time?

— Sim.

— Uau — ela diz, e eu a pego balançando a cabeça. — Que


garota. Isso é tudo uma bagunça.

— Isso é. E a razão pela qual meu telefone continua explodindo


é porque meus colegas de equipe sabem, e agora vai ser uma
grande merda.

— O que você quer dizer? — ela pergunta.


Viro-me para ela novamente e descanso meu braço na bancada
do bar enquanto mantenho um aperto firme no meu copo. — Eles
são protetores comigo. Eles viram o que ela fez comigo, eles viram
como ela voltou neste verão e bagunçou minha cabeça por um
maldito segundo, e não tenho dúvida de que ela procurou esse
emprego para continuar fodendo comigo. E eles estarão na minha
bunda, certificando-se de que estou bem.

— Ah, entendo. — Ela olha para o lado. — Então... eu seria sua


namorada de mentira para afastar as preocupações deles? Deixá-
la com ciúme? Qual é a proposta aqui?

— Você não precisa. Foi uma ideia estúpida.

Sua mão pousa na minha coxa, chamando minha atenção de


volta para seus olhos brilhantes. — Talvez não tenha sido.

— O que você quer dizer?

— Bem, sinto que poderíamos ajudar um ao outro. Tenho uma


tarefa para cuidar e não sei nada sobre hóquei. Você tem amigos
para afastar e uma ex. Acho que poderíamos, você sabe, resolver
as coisas. Mas... a oferta tem que ser boa. — Ela se levanta e sorri.

— Por que sinto que estarei em dívida com você?

— Porque não é sempre assim? Você realmente precisa mais de


mim do que eu preciso de você.

— E aquele seu ex idiota e aquela garota Candace? Tenho


certeza que você precisou de mim primeiro.

— Semântica. — Ela acena com a mão para mim. — Então, o


que você tem a oferecer?

— Você não está brincando?


Ela balança a cabeça. — Não. Preciso ver sua oferta e, se achar
que vale a pena, aceitarei.

— Tem certeza que está estudando jornalismo? Não direito?

— Positivo — ela diz com um largo sorriso.

— Bem, porra, se eu sei. — Levanto minha bebida. —


Francamente, estou meio bêbado neste momento, então não acho
que estou com a mentalidade certa.

— Ótimo, então por que não conversamos sobre isso amanhã,


quando você estiver descansado?

— Não tenho certeza se você entende como é difícil para um


homem de trinta e um anos recuperar-se de uma noitada.

— Você vai ficar bem. — Ela pega sua bolsa e tira seu telefone.
— Aqui, digite seu número de telefone e seu nome. Como é que é
mesmo? Simon?

— Silas — eu digo. — Jesus Cristo, todos os fãs de hóquei na


cidade estão chorando agora porque você entendeu errado. — Eu
digito meu número de telefone no telefone dela.

— Oh, desculpe, Sr. Influente. Não sabia que você era tão
popular.

— Você precisa prestar mais atenção. Meu rosto está em alguns


outdoors pela cidade.

— Isso é fofo — ela diz, dando um tapinha na minha bochecha.


— Mandarei uma mensagem para você amanhã e poderemos
resolver tudo isso. Prepare sua melhor proposta.
— Como posso apresentar uma proposta se não sei nada sobre
você?

— Isso é justo. Hum, vamos ver. — Ela salta do banquinho e


ajeita o vestido. — Gosto de malhar. Eu gosto de sanduíches.
Todos os tipos, principalmente aqueles com muita carne. Gosto de
design de interiores e de ler livros. Eu também gosto muito de tudo
relacionado às tendências de estilo de vida. Ah, adoro um bom
creme facial. Qualquer coisa para afastar aquelas rugas de trinta
e um anos, sabe? — Ela pressiona o dedo na minha testa e eu
afasto sua mão.

— Quando você tem que patinar no gelo com homens de cem


quilos, você certamente terá rugas.

— Não vejo bem a conexão, mas saia comigo e deixarei esse


rosto com uma aparência renovada.

— Que porra é essa? Parece fresco.

— Ok. — Ela sorri para mim. — Vejo você amanhã... Simon.

— Silas — eu digo.

— Sim... Silas. — Ela gira os dedos para mim e sai correndo em


direção ao amigo.

Tenho quase certeza de que vou me arrepender de tudo isso


quando acordar, especialmente dos três copos de uísque.
— Alexa, toque os sucessos de hoje — digo enquanto prendo
meu cabelo em um coque bagunçado.

É domingo, o que significa que é dia de reinicialização.

Acordei esta manhã, revigorada como uma margarida, então fui


correr seguido de um simples treino abdominal, depois caminhei
até o refeitório e peguei um smoothie de proteína.

O que adoro nos dormitórios é que eles são apenas para alunos
do último ano, e o refeitório fica aberto o ano todo, porque a
maioria de nós fica durante o verão para fazer estágios. Sem
mencionar que tenho meu próprio quarto. O que significa que não
preciso ser incomodada por ninguém além dos meus vizinhos.

Lembro de quando visitei meu dormitório pela primeira vez. Foi


um sim imediato para mim. Não só tenho minha próprio quarto,
mas também tenho meu próprio banheiro. Os quartos são
equipados com minicozinha, banheiro, escrivaninha e cama de
casal, nem mesmo de solteiro – veja do que estou falando. É um
luxo total para a faculdade. E quando não cozinhamos, podemos
comprar algo no refeitório ou na loja de conveniência aqui mesmo
no campus. Tenho tudo que preciso ao meu alcance. A única coisa
que falta é uma academia.
Se eu fosse estudante atleta teria acesso ao melhor ginásio que
esta zona pode oferecer, mas infelizmente não é o caso. Em vez
disso, pago quinze dólares por mês em uma academia a dez
minutos de distância e lido com um bando de idiotas que
acreditam saber mais do que eu sobre levantamento de peso.

As primeiras coisas para o meu dia de reinicialização: arrumar


minha cama e substituir os lençóis por outros limpos.

Música de fundo – obrigada, Alexa – começo a trabalhar. Nada


é melhor do que preparar-se para a próxima semana. Adoro
começar uma segunda-feira do zero – quarto limpo, geladeira
abastecida com meus itens de compra rápida e roupa lavada.

Lençóis na mão, coloco-os no cesto de roupa suja e pego


minhas outras roupas. Segurando o sabão e as chaves, vou para
a lavanderia.

Felizmente, acordo em um horário decente aos domingos, o que


evita todos os outros na lavanderia que possam estar curando uma
ressaca. Meu truque é toneladas de eletrólitos e uma corrida para
suar tudo. Sei que poucas pessoas conseguem correr depois de
uma noite de bebedeira, mas mesmo que eu sinta vontade de
vomitar, ainda corro. É a melhor cura.

Pego o elevador até o porão e, quando saio, vejo um rosto


familiar na lavanderia.

— Estou surpreso em ver você aqui — digo a Ross enquanto


coloco meu cesto em um dos balcões dobráveis.

Com os ombros caídos, ele responde: — Sim, a noite passada


não terminou como eu esperava.
— Então, suponho que você não ficou com Fernando? —
pergunto enquanto abro uma das lavadoras e coloco meus lençóis
dentro. Outra grande vantagem dos nossos dormitórios é que a
lavanderia é gratuita.

— Não muito. — Ross liga a lavadora, vai até o balcão dobrável


e senta-se. Seus olhos examinam minha roupa e um pequeno
sorriso passa por seus lábios. — Seus mamilos duros em seu top
curto estão dizendo-me claramente que é dia de lavar roupa.

Olho para meu top favorito e depois volto para ele. — Qual o
sentido de usar sutiã aos domingos?

— Um lema pelo qual vivo — diz Ross.

— Um ótimo. Então conte-me sobre a noite passada. O que


aconteceu?

— Fernando é mais tímido do que eu esperava. Ele flertou


muito e até tocou meu braço algumas vezes, mas na hora de fazer
algum movimento ele recuou e disse que precisava voltar para
casa. Não sei, foi estranho.

Encho a lavadora com sabão e ligo-a, depois passo para a


próxima lavadora. — Sinto muito. Eu sei que você esteve
apaixonado por ele durante todo o verão.

— Tudo bem. Prefiro ter um cara que assuma o comando, sabe?

— Sim, entendo. — Pobre Ross, acho que ele ficou afastado


durante todo o verão. Não tenho certeza se ele teve uma conexão.
O menino também precisa de um pouco de amor.

— O que aconteceu com o jogador de hóquei ontem à noite?


— Ah, quase esqueci — digo enquanto pego meu telefone no
fundo do cesto de roupa suja. — Eu deveria ter mandado uma
mensagem para ele esta manhã.

— Por que?

— Oh, ele quer falar sobre eu ser sua namorada falsa ou algo
assim. Mas você mantém isso entre nós.

— Para quem diabos eu contaria? Quase não gosto de ninguém


hoje em dia. Inferno, eu dificilmente tolero você.

— Você não pode livrar-se de mim, mesmo que tente — digo


enquanto procuro seu nome e mando uma mensagem rápida.

Ollie: Minha casa, meio-dia, traga sanduíches.

Envio outra mensagem com meu endereço e número da suíte e


volto para a lavadora, enchendo-a com minhas roupas. Eu sei que
minha mãe me ensinou a separar minha roupa, mas sejamos
honestos. Tudo pode ir para uma pilha gigante, e você
simplesmente coloca em água fria, sem quaisquer ramificações de
preguiça. Não tenho tempo para separar.

— Uh... vamos discutir o que aconteceu ontem à noite? — Ross


pergunta. — Ou vamos apenas ignorar o fato de que você foi até
um completo estranho e ficou com ele?

Fiquei é um pouco extremo. Beijei um pouco? Agora, isso é


mais preciso. E cá entre nós, o homem beijava bem. Eu estava
esperando o pior e fiquei agradavelmente surpresa. Fale sobre
sorte.

— Quero dizer, podemos conversar sobre ontem à noite, se você


quiser, mas não há muito a dizer. Eu queria que Candace engolisse
suas palavras, então certifiquei-me de que isso acontecesse.
Simon... errr, quero dizer, Silas, beijava muito bem, graças a Deus.

— Como você pode ser tão indiferente sobre isso?

— Porque foi um beijo. Não é como se eu tivesse enfiado a mão


em sua calça e girado seu pau como se fosse meu palito de
pepperoni. Foi um beijo simples e ele felizmente aceitou. Candace
engoliu suas palavras, e Yonny pôde ver-me beijando um cara
gostoso. Foi uma vitória para todos.

— E ele pedindo para você ser sua namorada de mentira, é isso


que você deve a ele?

— Vamos discutir os detalhes mais tarde hoje. — Pego meu


cesto de roupa suja e aceno em direção à saída. — Você vem?

Ross salta do balcão, pega suas coisas também e, juntos,


pegamos o elevador até o nosso andar. Para minha sorte, Ross
mora a algumas suítes da minha, então, quando chegamos ao
nosso andar, ele me segue até o meu quarto.

Quando chegamos ao meu quarto, meu telefone toca com uma


mensagem. Coloco meu cesto no chão e leio.

Silas: Que tipo de sanduíche?

Ollie: Os de carne. Vejo você ao meio-dia.

— Era ele? — Ross pergunta.

— Sim, ele perguntou que tipo de sanduíche eu queria. Ah,


droga, esqueci uma coisa.

Pego meu telefone e digito outra mensagem.


Ollie: Não se esqueça do picles. Eu vou gritar se você aparecer
sem ele. Obrigada.

— Picles? — Ross pergunta.

Sorrio para ele e pego os lençóis limpos do meu armário. — Eu


tenho você tão bem treinado.

Levanto o lençol no ar e o deixo flutuar até a cama.

— Você percebe que posso ver a parte de baixo dos seus seios,
certo? — Ross pergunta.

— Você pode? Huh. — Eu dou de ombros. — Faz alguma coisa


por você?

— Na verdade, não.

— Vergonha. Eu tenho peitos lindos — eu digo com um sorriso.

— Daí o que você está vestindo. Você gosta de exibi-los.

— Não, eu não gosto de exibi-los. Eu simplesmente gosto de


estar confortável, e esta camisa é confortável.

— Você vai se trocar antes que seu amigo do hóquei chegue


aqui?

— E dar-me mais roupa para lavar? Estou bem, obrigada. —


Coloco o lençol sobre a cama e pego o de cima. — Então o que você
quer fazer hoje?

— Você realmente vai mudar de assunto assim? Ollie, você


percebe que beijou um jogador de hóquei muito popular ontem à
noite e ele está vindo para o seu dormitório hoje? Você
honestamente não tem nada a dizer sobre isso?
— Não mesmo. Não conheço o cara, nem sei sobre ele. Estou
grata por ele ter me beijado de volta ontem à noite e sinto-me mal
por ele. Parece que ele está passando por uma situação difícil,
então pensei em ouvir o que ele tem a dizer. Além disso, ele pode
me ajudar com minha tarefa. É tudo negócio.

— Isso é até você se sentir apaixonada por ele.

— Oh, por favor — eu zombo enquanto arrumo cantos do lençol


na minha cama. Nada é mais reconfortante do que dormir em uma
cama bem arrumada. — Tenho coisas melhores para fazer do que
apaixonar-me por um cara dez anos mais velho que eu.

— Dez anos? — Ross pergunta. — Huh, eu não teria adivinhado


isso. Mas você sabe o que isso significa? Dez anos mais velho...

— O quê? — pergunto enquanto coloco meu edredom branco


de volta na cama.

— Experiência.

— Então?

— Quero dizer... experiência no quarto.

Reviro os olhos. — Eu sabia o que você quis dizer.

— Você deveria estar animada com isso. Depois de estar com


Yonny, que era, na melhor das hipóteses, abaixo da média, isso
deve dar-lhe um pouco de alegria.

— Em primeiro lugar, não tenho intenção de dormir com este


homem. Se fizermos qualquer tipo de acordo, não haverá nada de
sexual na interação. Só negócios. E segundo, quem pode dizer que
ele é bom em sexo?
— Você viu os antebraços dele? — Ross pergunta. — Eles eram
todos ondulantes e musculosos. Acredite em mim, ele é bom de
cama. Aposto que ele tem um piercing.

— Oh, meu Deus, você perdeu o controle. — Eu me movo ao


redor dele.

— Ele tem tatuagens e cabelo desgrenhado. Ombros largos.


Lábios perversos. Olhos malandros. Não há dúvida de que ele
também tem um piercing no pau. E do jeito que você adora fazer
sexo oral, você poderia imaginar se tivesse um piercing nele?

Eu adoro fazer boquetes. Eu não sei por quê. Algo sobre o


controle de tudo, mas nunca fiz sexo oral em um cara que tivesse
piercing. Pode ser divertido. Espere, o que estou pensando? Não.
Isso não é algo que vou imaginar.

— Escute, Ross. Tenho muitas coisas acontecendo para sequer


considerar um relacionamento no momento. Essa coisa toda de
namoro falso pode até ser boa. Poderíamos usar um ao outro
quando necessário, sem a pressão de ter que... você sabe... agir
com um casal. Ele precisa de ajuda. Eu preciso de ajuda. Com as
férias chegando e as festas estúpidas às quais teremos que ir, pode
ser benéfico.

— Você está falando sério — Ross brinca. — Você está


realmente pensando em fazer isso?

— Quanto mais penso, mais acredito que pode ser uma boa
ideia. Embora eu queira ouvir sua proposta primeiro, é claro.
Aproveitar essa coisa o máximo que puder.
Ross balança a cabeça para mim antes de sentar-se na cadeira
da minha escrivaninha. — Você é inacreditável, sabia disso? Acho
que não poderia ser como você. Agir como se eu estivesse
namorando alguém e não tivesse sentimentos por essa pessoa.

— O que há para ter sentimentos? Isto é um negócio. É como


comprar chinelos de inverno perfeitos. Mas em vez de chinelos,
estou comprando um namorado falso. Simples. E não é como se
ele quisesse começar um relacionamento, daí a necessidade de
algo falso. Não sei nada sobre hóquei, exceto o fato de que é uma
temporada longa e interminável, e tenho certeza de que ele estará
bastante ocupado. É benéfico para ambas as partes.

— E o que acontece se houver um evento em que ele não possa


comparecer porque está muito ocupado?

— Uh, duh, eu apenas digo que meu namorado está jogando,


simples assim. Não é como se eles presumissem que estou
mentindo. Eles podem procurar na Internet. Sério, este pode ser o
melhor plano que já tive. Posso manter Candace chateada,
aprender sobre hóquei, usá-lo para festas e reuniões quando
precisar, e então lavar as mãos do acordo quando terminarmos.
Simples.

Ross balança a cabeça, incrédulo. — Acho que você está


fingindo ser tão simples, mas está esquecendo uma coisa.

— Qual é? — pergunto enquanto termino de colocar meus


travesseiros em suas fronhas novas.

— Você é uma romântica de coração, uma sonhadora, alguém


que se perde em seus sentimentos. Se você realmente acha que
pode fazer um acordo com um homem como Silas Taters e não
captar sentimentos, você perdeu a cabeça.

Coloco meu travesseiro na cama e sorrio para ele. — Observe-


me.
Ela mora em um dormitório?

A porra de um dormitório?

Jesus Cristo, o que diabos estou fazendo?

Esfrego a mão na testa, absolutamente humilhado, enquanto


sento no meu Tesla. Olhando para a entrada do dormitório,
pergunto-me se conseguirei reunir coragem suficiente para
caminhar até aquelas portas e entrar.

Passei a manhã pensando onde conseguir uma combinação de


sanduíche de carne com picles. Quando encontrei um lugar, pedi
cinco sanduíches diferentes, porque não tinha certeza do que ela
iria querer.

Os rapazes perguntaram como eu estava esta manhã. Eu disse


a eles que estava ótimo, que não achava que Sarah seria um
problema e que não se preocupassem comigo. Acho que eles
acreditaram. Pelo menos, espero que sim, porque se o número de
mensagens de texto que recebi deles é alguma indicação de como
eles vão interpretar essa coisa de Sarah, eu realmente espero que
eles tenham acreditado.

De jeito nenhum eu contaria a eles sobre Ollie e o que


aconteceu ontem à noite. Ou o fato de que estou sentado no
estacionamento de um dormitório com um saco cheio de
sanduíches com picles, tentando fazer de uma universitária minha
namorada de mentira. Eles acreditariam que perdi a cabeça. Eles
provavelmente tentariam internar-me, para ser honesto. Algum
tipo de intervenção ocorreria.

Talvez eu precise disso, no entanto.

Porque isso é realmente o quão baixo eu desci?

Isso é o fundo do poço?

Para meu próprio bem, eu realmente espero que sim. Eu não


acho que poderia ir mais baixo do que isso.

Olho para o relógio e xingo baixinho. Se eu não for agora, vou


atrasar-me e não quero ser um idiota, já que ela está esperando –
e seu estúpido sanduíche com picles. Então, com um gemido,
coloco meu boné, óculos e capuz por cima do boné – todo o cuidado
é pouco – depois pego minha sacola de comida em uma das mãos
e vou em direção à entrada do dormitório dela, onde o pessoal de
segurança vigia a porta.

— Serviço de entrega? — ele pergunta quando me aproximo.

Claro... por que não?

— Sim — eu digo. — Suíte 305. Ela me pediu para levar até ela.

A porta vibra e eu posso entrar. Ok, isso pareceu fácil demais.

Localizo os elevadores e aperto o botão do terceiro andar.


Quando as portas se fecham, uma energia nervosa salta dentro de
mim enquanto vou até o andar de Ollie. Quando as portas se
abrem, fico surpreso com os corredores amplos e iluminados e o
espaço comum repleto de sofás, cadeiras e mesas. Não tão ruim
assim.

Sigo as indicações para o apartamento dela e o vejo no final.

Porra, e se ela tiver colegas de quarto?

Ela me convidaria se tivesse colegas de quarto? Não, certo?

Jesus, espero que não. Se ela fizer isso, vou deixar essa comida
e fugir. Nenhum homem de trinta e um anos deveria estar em um
dormitório cheio de mulheres... nunca.

Com as palmas das mãos suando, bato na porta dela e fico


aqui, esperando que ela abra. Demora alguns segundos, mas
quando ela abre, mordo o interior da minha bochecha para manter
o som inapropriado que quer escapar. Parada na porta, vestindo
um top curto com os mamilos eretos, está Ollie. Sua calça de
moletom está baixa nos quadris, sua barriga tonificada está à
mostra e ela parece tão confortavelmente sexy que é quase
doloroso.

Jesus.

Isso é algo que ela usa diariamente?

E onde está o sutiã dela? Posso ver quase todo o seu mamilo
contra o tecido transparente da sua camisa.

— Entre a maneira como você está vestido discretamente e a


olhada completa que você acabou de me dar, sua vibração é de
pervertido gritando em busca de sua próxima presa.

E então há aquela sagacidade dela. Como eu poderia esquecer?


— Apenas deixe-me entrar — eu digo, irritado por ela estar
certa.

Ela abre ainda mais a porta e deixa-me entrar em uma


pitoresca suíte estilo estúdio. Com cozinha à direita da parede e
banheiro à esquerda, as partes do quarto abrem-se para um
espaço grande o suficiente para uma escrivaninha, cama de casal
e cômoda.

Então... sem colegas de quarto. Obrigado, porra.

A sacola de sanduíches é tirada da minha mão e colocada no


balcão. — Fique confortável e, quando digo isso, quero dizer livre-
se do capuz, dos óculos e do boné. Você parece ridículo.

— Eu não queria que ninguém me reconhecesse.

— Você está dando muito crédito ao seu estrelato. Eu nem acho


que muitas pessoas gostem de hóquei.

Quase engasgo com minha própria saliva. Ela está brincando?


Somos o time de maior sucesso na liga e moramos no Canadá. O
hóquei está no sangue de todo canadense.

— Você sabe que mora em Vancouver, certo? Para onde quer


que você olhe, alguém está usando algo com a marca do logotipo
dos Agitators.

Ela apenas encolhe os ombros. — Nunca percebi, eu acho. Ah,


isso é pastrami? Sim, por favor.

O pastrami era para mim, mas tudo bem.

— O que você quer? Presunto simples? Você parece um cara de


presunto. — Ela coloca o sanduíche em um prato e vira-se para
mim para entregá-lo quando percebe que não tirei a roupa. — Ah,
pelo amor de Deus.

Ela coloca os sanduíches na cama, depois aproxima-se de mim


e arranca meu capuz e boné de uma só vez. Então ela tira meus
óculos.

— Pronto, agora sente-se e coma.

— Onde? — pergunto enquanto ajeito meu cabelo. — Não há


mesa de jantar.

— Mesa de jantar. Deus, você poderia ser mais esnobe? É um


dormitório, idiota. Ali está minha cama e minha cadeira. Faça sua
escolha. A menos que você queira fazer um piquenique no chão,
essas são suas escolhas.

Acho que ainda estou de ressaca para esta conversa.

— Vou ficar com a cadeira da escrivaninha. — Não há nenhuma


maneira de eu subir naquela cama. Parece muito confortável e
posso ver-me adormecendo.

— Então eu vou para minha cama. — Ela pula e traz o prato


para perto dela. Ela levanta o sanduíche e dá uma grande mordida
antes de recostar-se e gemer.

Jesus, esse som. Faz o sangue do meu corpo bombear com


mais força.

— Você foi ao Tony na esquina?

— Não, ao Brooklyn Pickle. — Vou até a geladeira dela para


procurar uma bebida. Quando não vejo nada além de molho
picante, olho para ela. — Algo para beber?
— Os copos estão acima da pia. Água está ótimo. Obrigada.

OK. Pego dois copos e os encho com água da pia. Dou um para
ela e coloco um na mesa para mim antes de pegar meu prato na
cama e sentar-me.

— Você não está com calor com esse moletom?

— Sim — eu digo.

— Então tire isso. Deus, não posso ver você comer assim.

Apoio meu prato novamente, pego meu moletom sobre minha


cabeça e puxo-o até tirá-lo completamente. Ajusto minha camisa
que subiu, depois dobro o moletom e o coloco sobre a mesa.

— Sabe, se você não quer ser reconhecido, talvez não deva usar
um moletom dos Agitators.

— Era tudo o que eu tinha — digo antes de dar uma grande


mordida no meu sanduíche de presunto, desejando que fosse
pastrami.

— Então... como foi a ressaca? Brutal?

— Mais do que gostaria de admitir — digo.

— Eu estava perfeitamente bem, caso você esteja se


perguntando. Fui correr esta manhã, fiz alguns exercícios
abdominais leves, tomei um banho e tomei um shake de proteína.
Também lavei minha roupa, limpei meu quarto e pedi que minhas
compras on-line fossem entregues ainda hoje. O que é que você
fez?

— Pesquisei lanchonetes com picles no meu telefone.


Ela sorri e ergue seu picles. — Bem, então você realizou mais
do que eu esperava. Você não tem treino ou algo assim?

— Domingos temos folga. Assim que a temporada começar, em


algumas semanas, as coisas ficarão mais intensas.

— Você bebe durante a temporada?

— Sim — eu respondo. — Tento ser o mais saudável possível,


mas há noites em que nada cura uma perda difícil como um litro
de cerveja.

— Absorvendo suas mágoas, entendo. Você cura essa tristeza


bebendo em um bar ou em casa?

— Se estivermos fora, em um bar. Se estivermos em casa, no


meu apartamento.

— Faz sentido, e você já pegou mulheres no bar? — Suas


sobrancelhas se mexem.

— Se você está se perguntando se costumo pedir às mulheres


para serem minhas namoradas de mentira, a resposta é não.

— Eu não estou perguntando isso. Pela forma como você reagiu


ontem à noite, eu sabia que era a primeira vez que você pedia a
alguém para ser sua namorada falsa. Estou apenas curiosa sobre
sua vida sexual.

— Por que você está curiosa sobre isso? Interessada?

— Deus, não — ela diz, como se essa fosse a ideia mais absurda
que ela já ouviu. — Você é velho demais para mim. Só estou
curiosa para saber como é ser um jogador de hóquei. Você
consegue muita ação?
— Alguns jogadores gostam — respondo, sem querer usar
nomes, aham, Levi Posey. — Alguns estão em relacionamentos. E
então há eu. Só faço se realmente precisar. Mas não gosto de foder
mulheres aleatórias, porque é muito arriscado. A última coisa que
preciso é de uma criança aleatória.

— Portanto, o seu prazer vem principalmente da sua mão.

— É realmente assim que vamos começar a conversa?


Masturbação?

— Eu realmente acredito que a melhor maneira de conhecer


alguém é através do orgasmo, então sim. Quantas vezes por
semana você goza?

— Jesus Cristo — murmuro. É realmente a isso que o mundo


do namoro chegou – não que estejamos namorando –, mas será
que eu realmente estive tão fora do jogo que agora estamos
comparando orgasmos?

— Você é tímido? Tudo bem, eu vou primeiro. Tenho um apetite


saudável por prazer. Eu diria pelo menos todas as noites. Agora é
sua vez.

Toda noite? Quase engasgo com meu sanduíche só de pensar


nela se masturbando tantas vezes. Tenho quase certeza de que
Sarah nem sabia como se tocar, muito menos queria se tocar com
tanta frequência, ou mesmo uma vez por semana.

— Como isso se relaciona com namoro falso?

— Tem tudo a ver com namoro falso. Antes de assinar qualquer


coisa, preciso ter certeza de que você está se dando prazer para
não vir aqui, procurando alguém para colocar a mão no seu pau.
Porque se fizermos isso, as diretrizes ainda serão determinadas,
então preciso saber que não há nenhuma chance de você ser um
tarado, farejando esta árvore.

— Uau — eu digo baixinho. Não tenho certeza se já tive uma


mulher falando assim comigo antes.

— Então, se você não se importa, por favor, diga-me quantas


vezes você se masturba.

Seguro minha nuca. — Provavelmente igual a você.

— Oh, saudável. Bom saber. Agora que já esclarecemos isso,


gostaria que você me convencesse por que devo concordar com
essa farsa.

— Honestamente, não tenho ideia — digo enquanto recosto-me


na cadeira da escrivaninha e coloco os pés para cima da cama. —
Quanto mais penso nisso, mais sei que é ridículo, mas porra... —
Balanço minha cabeça levemente. — Há alguns eventos que
precisarei ir, e seria ótimo aparecer com uma namorada.

— Eu entendo esse sentimento. Experimentei isso ontem à


noite quando enfiei meus lábios nos seus. Foi ótimo beijar outro
homem na frente do meu ex. É como rir silenciosamente na cara
deles.

— Foi assim que imaginei que seria. — Dou uma mordida no


meu sanduíche, mastigo e engulo. — Eu sei que seria pedir muito,
mas eu poderia ajudá-la também. Não tenho certeza se seu ex e
aquela garota Candace estarão em qualquer coisa que você vá com
o feriado chegando, mas se eu não tiver um jogo e estiver na
cidade, posso ir com você. Também posso oferecer ajuda em sua
tarefa.

— O que provavelmente vou precisar — diz ela. — É uma pena


que você esteja fora da cidade por muito tempo, porque há alguns
eventos em que eu poderia usar você.

— E eu também tenho alguns. Além disso, se eu disser aos


meus amigos que estou namorando você, eles não vão me
incomodar por causa da minha vida pessoal, o que eles tendem a
fazer muito desde que Sarah e eu terminamos. — Olho para meu
sanduíche. — Sinto que preciso adoçar o acordo para você.

— Eu poderia desfrutar de um pouco de adoçante.

Torço meus lábios para o lado, pensando no que posso oferecer


a ela. Tenho muito dinheiro, mas isso seria quase prostituição, e
não gosto disso. Tenho um belo carro, uma academia em casa...

Hmm, talvez isso seja interessante.

— Você precisa de um carro emprestado? Você sempre pode


pegar o meu emprestado quando eu estiver fora da cidade.

— Eu tenho um carro, mas obrigada.

— Sim, imaginei. Tenho uma academia em casa, não tenho


certeza se...

— Conte-me mais sobre isso — ela diz, largando o sanduíche e


enxugando os dedos com um guardanapo.

— Uh, eu tenho uma academia no meu apartamento com


equipamentos praticamente novos. Não a uso com a frequência
que quero, mas apenas o suficiente para garantir o dinheiro que
gastei nela. Eu treino principalmente na arena.
— Que tipo de equipamento?

— Tudo — eu digo.

— Até cardio?

— Preciso manter minhas pernas em forma para garantir que


conseguirei acompanhar até o final do terceiro período. Sim, há
cardio.

— E você me daria acesso ao seu apartamento para que eu


pudesse usar a academia? Você não acha isso estranho ou algo
assim?

— Não tenho nada a esconder — digo. — Minha cabana em


Banff parece mais um lar do que meu apartamento aqui em
Vancouver.

— Você tem uma cabana em Banff? — ela pergunta. — Como


nas montanhas?

— Sim. — Sorrio com a admiração em seus olhos. — Não é tão


ruim conhecer um homem de trinta e um anos agora, não é?
Aposto que seus amiguinhos insignificantes não têm uma cabana
em Banff, não é?

— Acho que eles nem pagam a própria conta telefônica.

Isso me faz rir. — De qualquer forma, a academia é sua se você


quiser usá-la. Acrescente isso ajudando nessa tarefa e indo a
qualquer evento em que puder estar presente, e é isso que posso
oferecer.

— E o que você exigiria de mim?

— Estar disponível quando eu precisar de você.


— Para...

Reviro os olhos. — Nada sexual. Lembre-se, minha mão é a


dona desse trabalho.

— Assim como a minha. — Ela pisca. — Bem, isso e meu


vibrador roxo neon de vinte centímetros que prometi a mim mesma
usar apenas uma vez por semana para manter minhas
expectativas baixas.

— Provavelmente inteligente. — Dou uma mordida no meu


sanduíche, porque estou tentado a perguntar se posso vê-lo. Vinte
centímetros? A garota gosta de um toque de comprimento. — Mas
nada sexual. Acho que você estabeleceu isso no início desta
conversa. Mas teríamos que parecer íntimos na frente das pessoas.

— Descreva o íntimo.

— De mãos dadas, talvez um beijo aqui e ali. Você terá que


olhar para mim como se me achasse atraente e não como um velho
que você está tentando ajudar a atravessar a rua.

Ela sorri. — Talvez seja conveniente que saiba que eu acho você
atraente. Só consigo controlar-me, ao contrário de você, cujos
olhos vagaram imediatamente para meus seios no momento em
que me viu esta tarde.

— Você não está usando sutiã.

— Então?

— Então isso é sexy. Eu olhei.

— Bem, pelo menos você é honesto. — Ela toma um gole de


água. — Ok, então vamos fazer isso?
— Você me diz. — E por alguma razão, prendo a respiração,
esperando pela resposta dela.

Não importa se ela disser não. Não é como se minha carreira


ou minha vida dependesse da resposta dela.

Mas também acho muito atraente a ideia de ter alguém ao meu


lado quando estou perto de Sarah. Ainda não superei o que Sarah
fez comigo, e seria uma doce redenção se eu aparecesse em um
evento com Ollie em meus braços.

Então, sim, talvez eu espere que Ollie diga sim, mesmo que seja
uma ideia estúpida. Provavelmente um plano terrível a longo
prazo.

— Parece uma coisa ridícula de se concordar — diz ela. — Mas


vou ser sincera, acho que a academia me conquistou. Você não
tem ideia do tipo de comportamento misógino com que lido o tempo
todo na academia.

— Que tipo de comportamento? — pergunto.

— Oh, você sabe, homens aleatórios vindo até mim, explicando-


me a forma adequada, mesmo que estejam no canto, tentando
fazer bíceps balançando o corpo todo para levantar o peso. Ou
homens que acham que podem afastar minhas coisas para o lado
para usar o banco que estou ocupando. Ou roubando
equipamentos ou tentando descaradamente me atingir. É
frustrante. Eu só quero malhar.

Passo a língua pelos dentes superiores. — Bem, você não


precisa se preocupar com isso comigo.
— Então posso contar com você não tentando mostrar-me como
agachar?

— Provavelmente não estarei lá com muita frequência, então


não, você não terá que se preocupar.

— A que distância você está do meu dormitório?

— Dez minutos — eu digo. — Não muito longe.

Ela suspira e inclina-se contra a cabeceira da cama. — Isso é


bom demais para ser verdade. Minha própria academia, ajuda
nessa coisa estúpida de hóquei e um cara para levar para eventos
aleatórios. Eu deveria ter me inscrito nisso há muito tempo.

— Acho que você beijou o homem certo na hora certa.

Ela sorri para mim. — Acho que sim.


Da minha bolsa, tiro o porta-retratos que comprei ontem à noite
e preenchi com uma foto de Silas. Foi um pensamento aleatório
depois que ele saiu, e eu não consegui pensar em nada mais
perfeito para Candace ver enquanto ela passava pelo meu cubículo
nesta ensolarada manhã de segunda-feira. Claro, ainda faltam
algumas semanas para o início do ano letivo e não ficarei no
escritório por muito mais tempo, mas parecia... bom solidificar
essa coisa de namorado com uma foto. Realmente enfiar isso na
cara dela.

E devo admitir que escolhi uma foto incrível.

Camisa puxada até a metade, mostrando o V profundo em sua


cintura e sua interminável pilha de abdominais. Seu cabelo
molhado caindo sobre os ombros, a barba em seu rosto definindo
seu queixo pontiagudo e aqueles olhos malditos, azuis cristalinos
e brilhantes, enquanto olham perigosamente para a câmera. Ele é
gostoso pra caralho.

Sim, eu disse isso.

Tão gostoso.

Tipo, leve-me à loja de ferragens para comprar uma unidade de


ar-condicionado para minha região inferior quente.
E grande. Enorme, na verdade. Eu não percebi isso até ele estar
no meu dormitório ontem, aproveitando o pouco espaço que eu
tinha.

Alto.

Musculoso.

No geral, uma presença muito grande de massa corporal e


atratividade.

E aconteceu dele ter deixado seu moletom na minha casa


ontem, então eu posso ter experimentado, você sabe, só para ver
como as coisas ficavam. Foi a peça de roupa mais luxuosa que já
coloquei no corpo. Grande demais, descia até as coxas e cheirava
a colônia de alta qualidade que deixa as mulheres com os joelhos
fracos.

Ainda bem que sou imune a isso.

Não há joelhos fracos no que me diz respeito.

Posso admitir quando alguém é sexy, e ele é. E posso admitir


que usar o moletom dele foi bom, porque foi. Mas também sei onde
traçar os limites, e de jeito nenhum misturarei qualquer negócio
com prazer.

Por um lado, o homem parece complicado. Vamos ser sinceros,


ele está procurando uma namorada de mentira para deixar uma
ex-namorada com ciúme. Ele provavelmente ainda tem
sentimentos pela antiga namorada, e essa é uma teia emaranhada
com a qual não quero ter nada a ver. É bagunçado e eu não faço
bagunça.
Além disso, ele está em um caminho diferente do meu. Parece
que jogar hóquei profissional suga o tempo todo da sua vida.
Apesar de ter escola e estágio, ainda gosto muito de me divertir.
Gosto de sair, festejar e curtir. Tenho certeza de que a diversão
dele é ficar em casa brincando com agulhas de tricô – isso não foi
confirmado, apenas uma suposição.

E, finalmente, não tenho certeza se temos muito em comum


além do apreço por equipamentos de ginástica. Você só pode falar
sobre seu tipo favorito de sistema de estantes algumas vezes.
Portanto, para resumir os últimos parágrafos, não há nenhuma
maneira, com meus dois mamilos perfeitos, de encontrar-me nos
braços de Silas Taters – a menos que seja para negócios.

Que bom que estamos na mesma página.

Olho para a foto, focando mais em seu abdômen. Seu regime


deve ser uma loucura para ter tão pouca gordura corporal. É difícil
conter o sorriso porque, com toda a honestidade, sinto que estou
levando a melhor no negócio.

— Meu Deus, o que temos aqui? — Ross pergunta, entrando no


meu cubículo. Ele pega a foto e fica olhando para ela por alguns
segundos. — Não acho que isso seja adequado para o trabalho.
Pelo menos, esse é o ângulo que Candace adotará para que você
remova essa imagem de derreter o cérebro.

— Ew, você realmente acha que ela vai?

Ross levanta a sobrancelha. — Por favor, ela provavelmente já


está descobrindo uma maneira de dizer que o que viu ontem à noite
foi uma ilusão e não realidade.
— Você provavelmente está certo. — Enfio a mão na bolsa e tiro
uma pilha de fotos. — Ainda bem que imprimi várias cópias ontem.

Ross ri e balança a cabeça ao mesmo tempo. — Deus, eu amo


tanto você.

Eu aceno as fotos na frente do meu rosto. — Venha sempre


preparado. Você nunca sabe o que a tirana Candace pode lançar
em você durante um determinado dia.

— Eu ouvi meu nome? — Candace diz, aparecendo do nada.

Bom Deus!

Que maldade!

Quem faz isso? Quem pode ouvir seu nome e aparecer


rapidamente do nada?

As bruxas, é isso.

Afirmando uma fachada agradável, digo: — Sim, Candace, você


ouviu.

— Espero que todas as coisas boas. — Ela oferece um sorriso


que parece mais condescendente do que qualquer coisa.

Boas coisas... não tenho certeza se posso dizer uma coisa boa
sobre a mulher. Até mesmo seus preciosos post-its têm uma cor
irritante. Verde espuma do mar? Sempre vá com néon. Os post-its
devem ser vistos, não usados como estética.

— Claro, só dizemos coisas boas sobre você. — Eu sorrio de


volta.

— Oh, isso é uma foto do seu namorado? — Ela aponta para a


foto de Silas.
— É sim. Já que agora estamos assumimos em público, achei
que não haveria problema em trazer uma foto para me lembrar da
bela bunda que posso agarrar todas as noites.

Ross tosse e esconde o sorriso. Candace não acha graça.

— Você estava escondendo seu relacionamento antes? — ela


pergunta.

Eu concordo. — Sim. Como ele joga hóquei profissional,


decidimos manter isso em segredo até estarmos prontos para
anunciar.

— Eu vejo. — Ela cruza os braços e olha para a foto. — Parece


um pouco grosseiro para o local de trabalho, não acha? — Ross
falou isso. Candace, a detentora de pérolas, arruinando a vida de
todos.

Olho para a foto e depois de volta para ela. — Eu não acho. Isso
apenas lembra-me como posso lamber aqueles abdominais sempre
que posso.

Ross sufoca uma risada enquanto os olhos de Candace


estreitam-se. — Isso é inapropriado, Ollie.

— Ah, ofendi você? — pergunto. — É porque Yonny não tem


abdômen para lamber?

— Ele realmente ganhou alguns músculos. — Ah, por favor, o


homem tem braços de macarrão ramen e todos nós sabemos disso.
— Agora que ele abandonou um antigo relacionamento, ele pode
concentrar-se em si mesmo e não ficar em segundo plano em
relação ao ego que costumava namorar.

Oh.
Meu Deus.

Porra.

Não, ela não fez isso.

Onde diabos ela consegue coragem?

Eu me recosto na cadeira, as narinas dilatadas. — Eu sei que


você está falando de mim, Candace.

— Bom, porque eu estava. — Ela cruza os braços com mais


força e projeta o quadril. O que ela planeja fazer com essa postura?
Eu poderia derrubá-la com um golpe na perna. Uma faca na
garganta. Um lápis apontado direto para o peito.

Minha mão coça para um ataque, algo que ela não espera.
Ensinar a ela uma maldita lição sobre com quem mexer.

— Ehh, você sabe, talvez devêssemos todos começar a


trabalhar — diz Ross, claramente ciente da tensão crescente. Mas
adivinhe quem não quer participar da calma? A Vadia do Post-it.

Ela inclina-se para frente, com café no hálito, e diz: — Não


acredito nem por um segundo que você está namorando Silas
Taters. Ou você o conhece ou fez algum tipo de acordo.

Que tipo de magia essa mulher possui? Ela grampeou meu


dormitório? Acessou minhas mensagens de texto? Tornou-se uma
leitora de mentes e pode ouvir e ver todos os meus malditos
pensamentos? Com toda a seriedade, temo por Yonny, porque esta
mulher tem potencial para derrubar impérios.

Mas é claro, sendo a mulher orgulhosa que sou, não posso


mostrar a ela que ela está certa. Vou levar esse segredo para o meu
túmulo.
Para a maldita sepultura! *Batendo o dedo na mesa.* Não há
nenhuma maneira de Candace Roundhouse saber que fiz um
acordo com Silas Taters. Ela só vai pensar que ele é o amor da
minha maldita vida.

— Uau, que fantasia você está vivendo — eu digo. — Você se


sente melhor tentando inventar algum tipo de história como essa?

— Não estou inventando um enredo. Você sabe como eu sei que


você está mentindo? — ela diz, dando um passo mais perto, sua
saia de lã cor de vinho raspando em meu joelho. Horrível, Candace,
simplesmente horrível. — Porque você entrou em pânico no
momento em que viu que eu lhe designei o hóquei. Se você
estivesse realmente namorando Silas Taters, não haveria um pingo
de pânico em seus olhos.

Se ao menos ela não fosse tão esperta, astuta, isso tornaria a


luta com ela muito mais fácil.

— Não houve pânico. Fiquei chocada, porque presumi que


receberia algo relacionado ao estilo de vida, não aos esportes. Além
disso, a última coisa que quero é incomodar meu namorado com
perguntas sobre hóquei. Ele tem coisas melhores para fazer...
ganhar campeonatos.

— Seu namorado é jogador de hóquei? — Uma voz profunda e


reconhecível diz.

Oh, não...

Todas as nossas cabeças voltam-se para onde o Sr. Roberts


está parado, com uma xícara de café na mão e uma ruga
permanente na testa. Conhecido por usar apenas ternos cinza-
escuro, ele penteia cuidadosamente o cabelo grisalho e levemente
ralo para o lado enquanto seu bigode bem aparado se contorce com
sua pergunta. Alguns estagiários do escritório acreditam que o
bigode é um organismo próprio que vive apenas no rosto de
Roberts. Eu não acredito... pelo menos é o que digo a mim mesma.

— Sr. Roberts — eu digo, meu corpo oscilando entre sentar,


ficar em pé e possivelmente fazer uma reverência. Nunca o vemos
aqui entre os funcionários da empresa. Ele é um cara alto e
poderoso, não alguém como o povo. — Ah, bom dia.

Ele toma um gole de café, examinando todos nós. — Bom dia.


— Ele olha para o crachá no meu cubículo e diz: — Ollie, é?

— Sim, sou eu.

Ele concorda. — Você escreveu aquele artigo sobre livros de


romance e como eles se aplicam à vida cotidiana, não foi?

Meu Deus, ele conhece meu trabalho. A reverência está


parecendo cada vez mais necessária.

— Culpada — respondo enquanto levanto a mão.

— Minha esposa gostou. — Ah, a esposa que você traiu com a


chefe do departamento de jornalismo? Que adorável.

— Oh... bem... obrigada à sua esposa. — Eu abaixo minha


cabeça em uma leve reverência, odiando-me.

— O que é isso sobre um jogador de hóquei?

Sorrindo com um brilho diabólico, Candace diz: — Nossa Ollie


Owens está namorando Silas Taters dos Agitators.
Os olhos de Roberts arregalam enquanto ele toma outro gole de
café. — Você está?

Engulo em seco e aceno com a cabeça, sentindo de repente a


pressão dessa mentira. Era tudo diversão e brincadeira quando era
só para deixar Candace com ciúme, mas eu particularmente não
gosto da expressão no rosto de Roberts. Ele está... radiante de
excitação.

— Sim, Silas e eu estamos namorando — respondo, porque o


que mais posso dizer? Candace está observando cada movimento
meu.

Ele acena com a cabeça novamente, e é o tipo de aceno que diz


que ele está pensando, não apenas tendo um interesse geral na
minha vida. E isso é assustador. Você nunca deveria deixar seu
chefe pensar em você... não da forma conspiratória que Roberts
está.

Finalmente, ele bate no topo da parede do meu cubículo. —


Marque uma reunião com minha assistente. Eu gostaria de falar
com você hoje.

E meus mamilos simplesmente encolheram.

— Ah, claro, vou, uh, resolver isso imediatamente — digo,


tropeçando nas palavras.

Ele não me oferece uma resposta tranquilizadora. Em vez disso,


ele sai pelo corredor, deixando-me com uma onda de ah, merda.

— Bem, essa deve ser uma conversa divertida — diz Candace


enquanto ajusta o cós da saia.
— Por que você diz isso? — Tento esconder o pânico na minha
voz, mas não consigo fazer isso.

— Roberts tem uma vingança contra o dono dos Agitators.


Despreza o homem. Você não sabia disso? — Candace sorri
novamente. — Roberts também é um grande fã dos Agitators,
apesar de odiar o proprietário. Parece que você deveria fazer mais
pesquisas, então você não seria colocada nessas situações. Tenha
um ótimo dia.

Ela é vil.

Quando a sabe-tudo está fora do alcance da voz, volto-me para


Ross. — Oh, meu Deus, você acha que estou fodida?

Ross cruza as mãos e posso sentir algum desconforto em seus


ombros. — O que Roberts poderia fazer? Não lhe dar crédito de
estágio porque está namorando um Agitator? Isso não é uma coisa.

— Tem certeza? É de Alan Roberts que estamos falando. Certa


vez, ele demitiu alguém por usar colônia que cheirava muito a seu
falecido pai.

— Só para constar, não era uma colônia atraente. Acho que


todos ficaram felizes com essa decisão.

— Ross, estou falando sério. Você acha que isso vai mexer
comigo? Devo cancelar com Silas?

— Você pode?

— Não assinamos contrato nem nada. Apenas nos entendemos.

— Você acha que poderia terminar com ele? Ele ficaria bem com
isso?
Penso na maneira como Silas parecia no bar e depois no meu
dormitório, como se essa fosse a tábua de salvação que ele estava
procurando. Mesmo que eu mal o conheça, sinto que também devo
a ele pelo que ele fez por mim no bar.

Caramba, olhe para mim com consciência. É por isso que


nunca serei uma empresária implacável. Não tenho o instinto de
pegar apenas o que quero e não deixar as emoções atrapalharem.

— Não acho que ele iria resistir se eu cancelasse, mas me


sentiria culpada. — Realmente culpada.

— Então por que você não descobre primeiro o que Roberts


quer e segue a partir daí? Porque ter ideias sobre o que ele poderia
dizer a você não vai trazer-lhe nada além de dor de estômago e
ansiedade.

— Você está certo — eu digo. — Preciso marcar essa reunião o


mais rápido possível, então poderei preocupar-me depois da
reunião.

Três horas, cinco copos de café e quatro xixis nervosos depois,


estou sentada do lado de fora do escritório de Roberts, esperando
que ele me chame.

Pensei em enviar mensagens de texto para Silas pelo menos


uma dúzia de vezes enquanto esperava. Eu procurei todas as
maneiras possíveis de dar a notícia a ele de que não poderia
cumprir o acordo, mas toda vez que chegava perto de considerar
enviar uma mensagem para ele, eu me acovardava e dizia a mim
mesma para esperar. Não há razão para incomodar a pessoa se
não é preciso.

— Sr. Roberts verá você agora — diz sua assistente enquanto


abre a porta.

Eu rapidamente me levanto, caneta e papel na mão, e abro a


porta de seu amplo escritório.

Eu nunca estive aqui... nunca..., mas ouvi dizer que ele tem a
melhor vista, e quem quer que tenha ouvido isso estava certo. É
um escritório de canto com janelas do chão ao teto, ricos móveis
de mogno e um bar à direita decorado com copos de vidro lapidado
e lindas garrafas. Chique... assim como seu bigode penteado.

— Srta. Owens — ele diz enquanto levanta a cabeça. — Por


favor, sente-se. — Ele aponta para a cadeira de couro preto em
frente à sua mesa. Seu escritório lembra-me um antigo salão de
charutos. Não que eu tenha estado em um, mas é isso que eu
imaginaria. Madeiras e couro profundos e ricos, o cheiro do
sucesso no ar, a masculinidade escorrendo no chão, infiltrando-se
em seus pés. Estagiários humildes como eu não pertencem aqui.

Uma vez sentada, coloco meu bloco de papel na perna e preparo


minha caneta, pronta para fazer anotações.

— Vejo que você escolheu o hóquei como sua tarefa final.

Escolhi, ha!

Mais como rudemente forçada.

— Não quero corrigi-lo descaradamente, mas foi atribuído a


mim. Como tenho certeza de que você sabe, concentrei-me mais
no estilo de vida enquanto trabalhava aqui. Esportes não são
necessariamente minha praia.

— Alguns podem desafiar você de que o hóquei é um estilo de


vida. — Ele pega uma caneta e clica nela enquanto recosta-se na
cadeira.

Uh, discordo, mas quem sou eu para discutir com o chefe?

— Suponho que você esteja certo, Sr. Roberts.

Ele encara por alguns momentos. — Há quanto tempo você


namora Taters?

Sempre acho estranho quando as pessoas usam sobrenomes


quando falam sobre indivíduos. Provavelmente um tipo de clube
de meninos.

— Apenas algumas semanas — respondo, com as palmas das


mãos começando a suar.

— Algumas semanas. Por que não vi nada nas notícias sobre


isso? Você sabe quem os Agitators estão namorando porque estão
sempre circulando.

— Sim, bem, queríamos manter tudo bem quieto no início.

— Eu vejo. O que fez você querer revelar seu relacionamento?


— Esta conversa de trabalho é realmente apropriada? Parece mais
uma sessão de fofoca.

Tipo, onde está o representante de RH? Não tenho ideia do que


minha falsa vida pessoal tem a ver com meu trabalho. Se eu não
estivesse com tanto medo de estragar essa oportunidade de
estágio, perguntaria a ele quais são suas intenções com essa
conversa. Você sabe, realmente defender a mim e ao meu homem.
— O que nos fez revelar nosso relacionamento... bem, fomos
vistos em púbico e percebemos que não poderíamos nos esconder
para sempre. — Isso é verdade, já que fomos vistos nos beijando
no bar por Candace, Yonny e Ross. Não houve como se esconder
depois disso.

— Bem. — Ele se inclina para frente e apoia os antebraços na


mesa. — Você sabia que eu iria comprar os Agitators?

Huh, isso é novidade para mim.

— Eu não estava ciente disso. Você é fã de hóquei, senhor?

— Eu sou. Joguei toda a minha infância e um pouco na


faculdade em um time de clube até machucar o joelho.

— Ah, sinto muito em ouvir isso. — A empatia é uma coisa linda


em momentos como este.

— Sempre foi meu objetivo permanecer no mundo dos esportes,


mas de alguma forma desviei-me disso e acabei no jornalismo
impresso e agora no online.

— Você fez um trabalho maravilhoso ao fornecer um lugar


seguro para as pessoas visitarem em busca de informações e
artigos divertidos — eu digo, sentindo minha cabeça começar a
escorregar em sua bunda.

Ele deve notar isso também, porque suas sobrancelhas


abaixam-se como se ele desaprovasse meus elogios. Talvez
diminua um pouco o tom, Ollie.

— De qualquer forma, não sou um grande fã do dono dos


Agitators. Já tivemos brigas no passado e sempre me perguntei
como ele operava e administrava o time. Como ele consegue
manter a mídia sob controle quando se trata de seus jogadores.
Nunca há um escândalo. Ele também tem um histórico de vitórias,
mais campeonatos do que qualquer time na história. Os árbitros
parecem sempre marcar as penalidades a seu favor e acredito que
ele está fazendo algo para manter o relacionamento, para que seu
time esteja sempre a favor do lado vencedor do gelo.

Mas você não é um maldito fã dos Agitators? Quem se importa?


Elogie o homem se ele estiver pagando aos árbitros.

— Oh, sério? — pergunto. — Sim, eu realmente não sei nada


sobre hóquei. Eu nem sabia que os Agitators eram tão bons. Acho
que nunca assisti a um jogo, então não tenho muita opinião sobre
o que você está falando.

— Bem, você vai ter — diz ele enquanto move o mouse. — Quero
que você concentre sua tarefa no funcionamento interno dos
Agitators. Quero que você mergulhe na equipe e descubra todas as
informações que puder.

— Ah — falo. — Bem, eu realmente não me sinto confortável


fazendo isso, já que estou namorando um dos jogadores. Pode ser
um conflito de interesses. É melhor você passar essa tarefa para
outra pessoa.

Seus olhos piscam para os meus. — Você está namorando Silas


Taters. Você não está namorando a organização ou o proprietário.
Há uma diferença.

Existe? Porque parece que tudo está sob o mesmo guarda-


chuva, se você me perguntar.

— Eu não sei — eu digo. — Isso me deixa desconfortável.


— Você está dizendo que não vai completar a tarefa?

— O quê? Não — eu digo rapidamente. — Apenas... — Mordo o


canto do lábio, sentindo todo o meu trabalho duro escapar dos
meus dedos. — Talvez eu pudesse adotar um ângulo diferente.
Você sabe, algo que não imponha meu relacionamento com Silas.

— Então não o envolva. Simples assim. Quanto menos ele


souber, melhor. Podemos até mudar a assinatura para que não
reflita você como escritora.

— Isso não parece ideal — eu digo, sentindo meu estômago


revirar com o pensamento. — E se não houver nada para
encontrar? — Mal conheço Silas, mas por algum motivo sinto uma
sensação de lealdade por ele.

— Bem, depende de você, Srta. Owens — diz Roberts enquanto


volta sua atenção para o computador. — Mas eu teria cuidado,
porque sua carreira e graduação em jornalismo dependem desse
estágio. Então, eu tomaria a melhor decisão para você. — Muita
ameaça? Jesus. Ele clica com o mouse algumas vezes e depois diz:
— Você está dispensada.

Oh... bem, ok. Eu acho que é isso.

Desajeitadamente, agradeço a ele, sem saber por quê, e saio de


seu escritório. Aceno para sua assistente e pego o elevador de volta
ao meu andar, sentindo o peso do mundo sobre meus ombros.

Quando me inscrevi para este estágio, foi por diversão. Eu


queria escrever sobre os melhores cuidados posteriores para uma
ressaca. Ou quais livros podem fazer seu motor funcionar durante
uma seca. Ou até mesmo como equilibrar o pH do couro cabeludo
para um melhor crescimento do cabelo.

Não vim aqui pensando que quebraria o código de um time


nacional de hóquei. Eu nem saberia por onde começar. Não sou
uma jornalista investigativa quando se trata de problemas do
mundo real – se você considerar os árbitros falsificando jogos como
problemas do mundo real. Vim aqui falar das coisas que me
interessam, e sei lá, espalhar um pouco de alegria. Não derrubar
a máfia esportiva – se isso existe. Quem sabe, com certeza não,
porque não sei nada sobre isso!

— Como foi? — Ross pergunta, vindo até mim na sala de


descanso, onde fiz um rápido desvio. Pego um saco de Skittles na
gaveta de snacks e seguro-o perto do peito.

— Ele quer que eu escreva um artigo “pegadinha” sobre os


Agitators e como eles estão enganando o sistema.

— Pare. O que ele realmente queria? — Ross pergunta,


claramente presumindo que estou brincando. Quem dera.

— Isso é o que ele queria. Ele disse que eu poderia obter


informações privilegiadas.

— Isso não é um conflito de interesses?

— Ah, sim. E também quebra toda a confiança que tenho com


Silas. Com certeza. — Inclino-me e sussurro: — Eu o conheço há
um fim de semana, mas ainda assim, não sou essa pessoa. Eu não
piso nas pessoas para progredir.

— Então, o que você disse?


— Que eu não me sentia confortável fazendo isso, e então ele,
é claro, reiterou que isso era para meu crédito escolar.

— Isso é uma merda obscura.

— Conte-me sobre isso. — Abro meus Skittles e coloco um de


limão e uva na boca.

— Então o que você vai fazer?

— Não pretendo derrubar a organização dos Agitators. Só


preciso pensar em um ângulo diferente que atraia Roberts e que
não me faça perder toda a credibilidade com meu namorado falso.

— Parece uma tarefa. Eu não invejo você.

— Eu também não tenho inveja de mim.

Depois de uma longa corrida para clarear a cabeça e de um


banho frio para acalmar os músculos, deito na cama e olho para o
teto, minha mente ainda girando sobre minha conversa com
Roberts hoje. Anotei algumas ideias sobre o que poderia escrever,
uma delas promissora. Eu gostei de como ele falou sobre a mídia
não cobrir nenhum escândalo de jogadores. Poderia haver uma
história que não incluísse alguma confusão de dinheiro num beco
escuro.

Provavelmente há uma boa razão para isso, e pretendo


descobrir isso.
Enquanto isso, pego meu telefone e mando uma mensagem
para Silas.

Ollie: Ei, não tenho certeza de como é sua agenda, mas acabei
de perceber que não sei nada sobre você. As pessoas estavam
perguntando sobre você no trabalho hoje, e eu estava falando
besteira. Talvez devêssemos, não sei, ir a um encontro falso para
pelo menos esclarecer nossas histórias.

Assim que pressiono enviar, pego minha garrafa de água e bebo


metade dela no momento em que meu telefone toca com uma
mensagem de texto.

Silas: As pessoas estavam falando de mim no seu trabalho? Por


quê?

Ollie: Hum, talvez porque coloquei uma foto sua na minha mesa,
sabe, como uma forma de solidificar o relacionamento.

Silas: Que foto?

Ollie: Encontrei uma foto sua na Internet levantando a camisa.


Isso realmente colocou uma abelha no chapéu de Candace.

Silas: Você está satisfeita consigo mesma?

Ollie: Massivamente. Qualquer coisa que a deixe furiosa é uma


vitória para mim. Eu poderia ter mencionado lamber seu abdômen
sempre que quisesse, mas isso não é relevante aqui. De qualquer
forma, podemos ir a um encontro? Ou você simplesmente quer vir
aqui?

Silas: Que tal você vir até minha casa? Posso dar uma chave e
você pode dar uma olhada na academia. Situe-se e então poderemos
conversar.
Ollie: Isso parece perfeito. Quando?

Silas: Você está disponível amanhã?

Ollie: Eu posso estar. Envie-me a hora e o local, estarei aí.


Devo acender uma vela?

Parece que estou me esforçando demais.

Mas e se cheirar estranho aqui?

Não quero que a primeira impressão que ela tenha da minha


casa seja associada a um cheiro estranho.

Olho para a vela de cera de abelha, mogno e madeira de teca


na mesa de centro da minha sala de estar. Cheira muito bem. Pode
causar uma ótima primeira impressão, mesmo que grite que estou
tentando demais.

— Foda-se — murmuro enquanto pego a vela, bem como o


isqueiro na caixa de madeira onde o guardo e acendo a vela
estúpida.

Depois de guardar o isqueiro, levanto o braço e verifico se


coloquei desodorante depois do banho.

Sim, cheira bem.

Com as mãos nos quadris, olho ao redor da minha casa, vendo


se posso fazer mais alguma coisa para deixá-la arrumada.

Como sempre, tudo está em seu devido lugar.

Então por que diabos estou tão nervoso?


Isso é estúpido.

Eu nem gosto da garota. Eu não a conheço, então não deveria


ficar nervoso.

Mas algo sobre convidar alguém para o seu espaço pessoal


expõe você de uma maneira diferente. Sinto-me vulnerável quando
não deveria. Comparado ao seu dormitório, eu realmente acredito
que sua mente ficará impressionada quando ela vir meu
apartamento de cobertura.

Pela sétima vez na última hora, afofo minhas almofadas assim


que ouço uma batida na minha porta.

Olho para o relógio.

Porra, ela chegou cedo.

Vou até a entrada e vejo minha camiseta e jeans no espelho e


pergunto-me se deveria ter optado por moletom. Não importa
agora.

Seguro a maçaneta da porta, respiro fundo e abro.

— Aí está ele, nosso homem — diz Pacey, entrando pela porta,


seguido por Hornsby, Holmes e Posey.

Merda.

O que diabos eles estão fazendo aqui?

É quando noto a pizza e a cerveja nas mãos deles.

— Uh, o que vocês estão fazendo? — eu pergunto enquanto


fecho a porta.
— Com o que parece? — Hornsby diz enquanto tira os sapatos
e senta-se no meu sofá. — Fazendo companhia. — Ele olha ao
redor. — Cara, parece bom aqui.

— Eu não preciso de vocês para me fazer companhia — digo


enquanto o pânico instala-se. Ollie estará aqui a qualquer
momento, e a última coisa que quero, antes que Ollie e eu
possamos descobrir nossa história, é que meus amigos a
conheçam e questionem tudo sobre nosso relacionamento.

— É exatamente por isso que estamos aqui — diz Pacey


enquanto abre a caixa de pizza, a salsicha e as cebolas arruinando
qualquer melhoria que a vela tivesse feito no meu espaço. — Você
age como se tudo estivesse bem, mas quando saiu do treino hoje,
você fugiu. E você realmente não falou conosco nos últimos dias.
Você está recuando por causa de Sarah, e estamos aqui para
garantir que você esteja bem.

Eu não estou recuando.

Eu não dou a mínima para Sarah, mais ou menos.

E a última coisa que quero é companhia.

— E nós trouxemos pizza, então é divertido — diz Posey


enquanto pega uma fatia e dá uma mordida enorme. Com a boca
cheia, ele geme: — Porra, isso é bom.

— A casa dele não parece legal? — Holmes pergunta. — Essas


almofadas são perfeitamente fofas, como se você estivesse
tentando impressionar alguém.

— Você está? — Posey pergunta.

— Não — eu digo rapidamente.


— Você não acha que as almofadas são bonitas? — Hornsby
pergunta, insistindo demais nas malditas almofadas.

— Acho que elas são ótimas — diz Pacey, claramente tentando


ser superpositivo. — As melhores almofadas que já vi.

— Onde você as conseguiu? — Posey pergunta. — Na Target?

— Na Target? — Hornsby zomba. — Estas são da qualidade


West Elm.

— A Target tem almofadas de ótima qualidade, seu idiota —


responde Posey.

— Acho que não estamos aqui para falar sobre almofadas,


lembram? — Pacey diz, olhando para os dois.

— Oh... certo — diz Hornsby. — Uh... como vai a vida?

Jesus Cristo. Franzo a testa, irritado por ter que lidar com isso.

— Você está bem? — Holmes pergunta, o mais sensato e quieto


do grupo.

— Estou bem. Na verdade...

Knock. Knock.

Todos os caras param e, com olhares confusos, olham para a


porta.

Merda.

Usando o dedo, Posey nos conta, certificando-se de que


estamos todos aqui. Hornsby fica mais ereto, olhando para a porta
como se tivesse visão de raios X, e Pacey afofa a almofada ao lado
dele enquanto sussurra: — Quem é?
— Uh... — digo, sem saber como responder. Todos voltam-se
para mim, em busca de uma resposta, e não sei o que dizer. Seus
olhares e expressões confusas mudam para raiva, o que faz
minhas costas suarem.

— Se você me disser que é Sarah, vou ter um ataque de raiva


— diz Hornsby.

— Ah, merda, eu nem pensei nisso — diz Posey. — Tates, essa


não pode ser Sarah.

— Cara, é Sarah? — Pacey pergunta, com o punho cerrado ao


seu lado.

— Não — falo, exasperado.

— Então responda — desafia Hornsby.

— Não há necessidade. Eu atendo — diz Pacey, passando por


mim e em direção à porta.

— Espere — eu grito, mas é tarde demais. Ele abre a porta,


revelando Ollie parada do outro lado. Longos cabelos castanhos
amarrados em um rabo de cavalo apertado no topo da cabeça, ela
tem maquiagem mínima no rosto e usa uma legging e uma
camiseta preta lisa com decote em V.

— Oh, este é o apartamento errado? — ela pergunta, parecendo


confusa.

— Quem é que você está procurando? — Pacey pergunta.

— Eu — grito, sabendo que não adianta dizer a ela para fugir


para salvar sua vida. — Deixe-a entrar, Pacey.
Um silêncio coletivo paira sobre a sala enquanto Pacey move-
se para o lado e Ollie entra no meu apartamento, com as mãos
segurando as alças finas de sua bolsa.

— Uh... oi — ela diz com um aceno fofo. — Eu não pensei que


você teria, uh, companhia.

— Eu não estava esperando por eles também.

Parecendo mais confuso do que nunca, Pacey diz: — Quem é


essa?

Bom, era isso que eu queria, certo? Dizer aos meus amigos que
estou saindo com alguém para que eles não presumam que estou
sozinho e invadam meu apartamento com pizza e cerveja. Ou se
preocupem por eu voltar com Sarah. Esse é o momento...

Por isso, acho que não vai ser nada.

— Esta é Ollie — respondo. — Minha, uh... minha namorada.

— Namorada? — Posey resmunga, engasgando com a pizza.

— Você tem uma namorada? — Pacey pergunta, as


sobrancelhas franzidas. — Por que você nunca nos contou sobre
ela?

— Sim, que porra é essa, cara? — Hornsby acrescenta. — Você


estava escondendo-a de nós?

Puxo minha barba, tentando reunir minha paciência. — Nós,


ah... queríamos ter certeza de que estávamos comprometidos antes
de ir a público.

Ollie sorri sem jeito e depois acena. — Ei, meu nome é Ollie,
prazer em conhecer todos vocês.
Encontrando boas maneiras, Pacey estende a mão para ela e
diz: — Oi. Eu sou Pacey. O cara da pizza é Levi Posey. O que está
no sofá é Eli Hornsby. E o tímido ali no canto é Halsey Holmes.

— É um prazer conhecer todos vocês. — Ela se vira enquanto o


silêncio cai entre todos nós. Isso é tão desconfortável. — Você quer
que eu espere no corredor até terminarem?

— Não — eu digo rapidamente. — Eles estavam todos saindo.

— Espere, eu nem consegui abrir minha cerveja ainda — diz


Posey.

— Você está indo.

— Agora que Ollie está aqui, eu realmente quero ficar — diz


Hornsby.

Sim, por cima do meu cadáver.

— Saiam. Agora. Antes que eu mesmo remova vocês


fisicamente.

— Acho que ele está falando sério — diz Posey enquanto olha
entre mim e os rapazes. — Acho que ele quer que a gente vá
embora.

— Acho que sim — diz Hornsby. — Isso é muito rude.

— Vamos — diz Holmes enquanto pega a pizza e a cerveja.

— Será que realmente vamos deixá-lo passar com essas novas


informações? — pergunta Hornsby, o questionador sempre
presente no grupo.

— Podemos conversar sobre isso mais tarde — diz Pacey,


olhando para mim.
— E a pizza? — Posey pergunta enquanto está de pé.

Fico feliz em ver onde estão suas prioridades.

— Vamos terminar na minha casa — diz Holmes. — Vamos.

Graças a Deus por ele. Coletivamente, eles saem pela porta,


todos despedindo-se de Ollie. Pacey é o último a sair e, quando se
vira para mim, tem uma expressão muito séria no rosto e diz: —
Você explicará isso amanhã.

— Mal posso esperar — eu digo logo antes de fechar a porta.

Jesus, eles me tratam como uma criança. Haverá explicações,


embora eu não deva nada a eles. Sei que eles vão assediar-me até
que eu explique, então... algo pelo qual ansiar.

Um pouco envergonhado, viro-me para Ollie e passo a mão pelo


cabelo. — Desculpe por isso.

— Porque você está se desculpando? Isso foi muito divertido.

— Para você — eu digo. — Não é exatamente do jeito que eu


queria receber você em minha casa.

— Não sei. Tinha um toque especial que eu não esperava. —


Ela chuta os sapatos na porta e solta a bolsa, que coloca ao lado
dos sapatos. — Uau, sua vista é incrível.

— Obrigado — falo, grato por ela ser tão tranquila. E claramente


não é uma fã de hóquei. Quando foi a última vez que uma
estudante universitária esteve entre meus colegas de equipe e não
desmaiou com mil, meu Deus, saindo de seus lábios? Ah, isso
nunca aconteceria. Até Ollie. Tão estranho.

— Sua casa é sempre tão limpa? Ou isso é tudo para mim?


— Normalmente é assim tão limpa, especialmente durante a
temporada, quando não estou muito aqui.

— Hmm, namoro falso com um homem mais velho tem suas


vantagens. Apartamento bonito e chique com academia, limpo e
cheiroso. — Ela se vira para mim. — É um verdadeiro avanço em
relação ao que estou acostumada quando se trata de homens.

— Homens... ou meninos?

— Bom ponto. — Ela vai até o meu sofá e senta-se de pernas


cruzadas. — Então, o que há para o jantar? Aquela pizza cheirava
bem. Deveria ter pedido a eles que a deixassem.

— Eu posso pedir uma. Eu não tinha certeza do que você iria


querer.

— Pizza agora.

Puxando meu telefone do bolso, sento no sofá também e abro


meu aplicativo de entrega. — Você quer só pizza ou quer salada
também?

— Salada seria incrível. Molho italiano, por favor.

— Entendi. — Termino de fazer o pedido e coloco meu telefone


na mesinha de centro antes de virar para encará-la.

Ela se vira para mim também e sorri brilhantemente. —


Então... aqueles eram seus companheiros de equipe?

— Sim. Eles são evasivos pra caralho.

— Eu não sei sobre isso. Eles pareciam divertidos — diz ela com
um sorriso fofo.

— Não quando eles estão na minha bunda.


— Por que eles estavam aqui? Parecia que eles estavam
planejando uma noite de rapazes.

— Eles estavam aqui porque pensaram que eu estava


deprimido e precisava de um pouco de ânimo.

— Você está deprimido? — ela pergunta.

— Não. — Balanço minha cabeça. — Eu estive ocupado com o


nosso acordo e saí do treino hoje para poder tomar banho e ter
certeza de que tudo estava pronto antes de você chegar. Eles
entenderam isso como se estivesse evitando-os por causa de toda
aquela coisa com Sarah.

— Posso ver a correlação. Mas não foi esse o caso?

— Nem um pouco.

— Então Sarah trabalhando na sua arena não faz você querer


correr para se esconder?

Eu balanço minha cabeça. — Na verdade, não. Estou com medo


de vê-la, isso é certo, mas sou homem, então posso enfrentá-la.

— Pelo menos você pode admitir isso. — Ela cruza as mãos no


colo. — Então, como nos conhecemos?

— O que você quer dizer? — pergunto, confuso.

Ela revira os olhos. — Cara, precisamos de uma história para


contar a todos. As pessoas vão perguntar como nos conhecemos e,
se não estivermos na mesma página, pareceremos idiotas. As
pessoas poderão ver através de nós.

— Ah, entendo. Por que não dizemos que nos conhecemos num
bar? Isso é verdade, então não será difícil lembrar.
— Mas meio chato, você não acha? Temos a oportunidade de
nos reinventar. Poderíamos dizer algo como... nós dois estávamos
em uma lanchonete, você pegou o rosbife, eu peguei o sanduíche
de almôndega. Você deu uma mordida muito grande, começou a
engasgar e eu estava lá para salvá-lo. Para retribuir por ter lhe
dado um Heimlich adequado, você me convidou para jantar, e o
resto é história.

Sinto minha testa franzir enquanto olho para ela. — Isso não
parece atraente para mim.

— Sabe, não faz de você menos homem admitir que foi salvo
por uma mulher.

— Entendo isso, mas também não quero espalhar asfixia no


universo.

— Ah — ela murmura. — Você é um desses caras.


Supersticiosos, não é?

— Claro — eu respondo.

— Ok, então você inventa como nos conhecemos.

— Fácil. Em um bar. Você achou que eu era gostoso, não


poderia viver a vida nem mais um segundo sem dizer oi, então veio
até mim e deu o primeiro passo.

— Eca, eu nunca faria isso.

— Uh... você fez. Foi você quem me beijou.

— Isso é diferente. — Ela me dispensa com um aceno.

— Como assim?
— Isso foi um ato de desespero. Não foi um movimento. Foi
instinto de sobrevivência. Muito, muito diferente.

— Então você está dizendo que se você me visse aleatoriamente


em um bar, sem ter que se defender, você não viria até mim?

— Nunca. — Ela balança a cabeça. — Eu não faço isso, e você


pareceria velho demais para mim.

— Besteira — eu digo. — Eu não pareço tão velho. Pare de usar


isso como uma coisa.

— Só os velhos ficam chateados por serem chamados de velhos.

Reviro os olhos. — Se você não gosta da história do bar, então


invente algo que não envolva engasgar-me com a porra de um
sanduíche.

— Está bem. — Ela apoia o ombro no encosto do sofá. — Vamos


ver. Hum... ah, que tal isso. Você estava dirigindo e estourou um
pneu. Eu ajudei você a trocar o pneu. Você ficou tão grato pela
minha presença e maravilhado com minha beleza que me convidou
para sair.

— Em primeiro lugar, sei trocar um pneu. Em segundo lugar,


possuo um Tesla. Eles não têm pneus sobressalentes, então
teríamos que chamar um guincho.

— Realmente? Isso é estupido. — Ela bate no queixo. — Ok, e


quanto a isso? Você estava comprando um presente para sua mãe
e não conseguia decidir entre uma vela e um cartão-presente,
então me perguntou. Eu disse para você parar de ser um idiota
impensado e direcionei você para aquelas esculturas sentimentais
de Willow3.

— Minha mãe prefere cartões-presente.

Ela joga as mãos para o alto. — Tudo bem, você inventa alguma
coisa.

— Nós nos conhecemos em uma balsa. Você estava enjoada e


eu segurei seu cabelo. Depois que você vomitou no meu sapato.

— Ou... — ela diz, levantando o dedo. — Você vomitou no meu


colo e eu guiei você até o banheiro, onde esfreguei suas costas e
disse que tudo ficaria bem no mundo.

— Por que você é a heroína desta história?

— Uh, não é óbvio? — ela pergunta. — As mulheres são as


verdadeiras heroínas neste mundo.

— Realmente? Porque tenho quase certeza de que fui seu herói


naquela noite.

— Uau, você vai continuar trazendo isso à tona, não é? E


quanto a isso? Eu sou sua heroína agora.

— Como assim? Você está obtendo a melhor parte do acordo.

— Desculpe-me? — ela fala, erguendo as sobrancelhas. — Em


primeiro lugar, foi você quem teve a ideia desse idiota namoro
falso. Se alguém está fazendo um bom negócio, é você, porque
estou seguindo esse plano maluco. Portanto — ela aponta para si
mesma — heroína.

— Por que nós dois não podemos ser heróis?

3
Esculturas feitas com salgueiro.
Isso a faz gargalhar. — Você já ouviu falar de uma história com
dois heróis?

— Milagre.

— Huh? — ela pergunta.

— O filme Milagre. É sobre o time olímpico de hóquei de 1980.


Todos aqueles caras são heróis no meu livro.

— Nunca vi isso.

— O quê? — pergunto. — Você não pode estar falando sério.

— Olha para a minha cara. — Ela aponta para sua expressão


séria. — Eu estou.

Gemendo, arrasto minha mão sobre meu rosto. — Porra, isso é


irritante.

— Tenho certeza de que você ainda não viu os filmes que eu


gosto.

— Diga um — eu a desafio.

— Ok... Orgulho e Preconceito.

— Com Keira Knightley? Já vi.

— Ok, que tal Amor à Segunda Vista?

— Eu vi todos os filmes de Hugh Grant já feitos.

— Uma Linda Mulher.

— Grande erro... enorme — eu digo, citando o filme.

— Ah, sim, que tal... Gatinhas e Gatões?

— Há algo em Jake Ryan que deixa você com os joelhos fracos,


não é?
— Ugh, é claro que você viu isso. Você é velho. Preciso de algo
recente. — Ela bate no queixo. — E quanto a Bridgerton?

— Fiquei com tesão durante uma das cenas de sexo. Arrepios


quando seus dedos se tocam na frente da arte.

Ela resmunga: — Deus, você é irritante.

— O que você não consegue lembrar é que eu mantive um


relacionamento sério e duradouro desde que estava no ensino
médio. Eu vi tudo o que ela queria assistir e mais um pouco.

— Tudo bem, então você é bem polido em romance. Ainda não


significa que ambos podemos ser heróis.

— Que tal ninguém ser um herói, e eu vi você em um bar e dei


em cima de você, simples assim.

Ela bate no queixo, pensativa. — Tem mérito. Acho que


poderíamos fazer funcionar.

— Bem, graças a Deus por isso.

— Então, o que nos uniu? — Ollie pergunta enquanto ela limpa


a pizza com um guardanapo.

Fiz um tour rápido pelo apartamento, deixando a academia


para o final, porque sabia que ela iria adorar, e ela adorou. Ela
ficou totalmente pasma e mal podia esperar para malhar no espaço
sem ser incomodada.
Ela estava testando alguns pesos quando a comida chegou,
então fomos para a sala de jantar para comer.

— O que você quer dizer? Nós nos vimos no bar. Foi isso que
combinamos. Não estamos pensando em outra coisa — digo.

— Não, quero dizer, a atração inicial foi claramente o que nos


fez conversar, mas como mantivemos a conversa? Obviamente,
não sei nada sobre hóquei, então não podemos nos unir por causa
disso. E duvido que você seja um guru de estilo de vida.

— Você é? — pergunto.

— Talvez ainda não tenha o status de guru, mas sei algumas


coisas sobre a maneira correta de usar um grampo.

Coço a lateral do meu queixo. — Sim, não sei muito sobre isso.

— Mas você sabe como criar uma academia caseira incrível, e


isso é ótimo.

— Então, tenho uma coisa a meu favor. — Dou uma mordida


na minha salada. — De onde você é?

— Portland, Oregon. E você?

— Minnesota.

Ela ri. — Não é a mesma coisa.

— Não muito.

— Você tem algum irmão? — ela pergunta.

— Eu tenho uma irmã — eu digo. — Mas não somos muito


próximos.

— E eu não tenho irmãos.


— E a infância? O que você gostava de fazer? — pergunto,
pescando qualquer coisa em comum agora.

— Tirar fotos de musgo. Colecionar adesivos. Fingir que os


gravetos que encontrava eram uma varinha e que eu era Hermione
Granger.

Faço uma pausa e olho para ela. — Você é um Potterhead4?

Ela agarra a borda da mesa. — Por favor, pelo amor de tudo


que é sagrado, por favor, diga-me que você também é um
Potterhead.

— Ah, nem tanto.

Ela geme. — Ah, é mesmo?

— Não, na verdade sou.

— Pare, você é? — ela indaga.

— Sim, e li alguns dos livros quando foram lançados. Essa é a


idade que tenho em comparação com você. Tenho algumas
primeiras edições.

— Você é um mentiroso — ela grita, a excitação fervilhando em


seus olhos. — Sério?

— Sim, eles são meus bens mais valiosos. Você já esteve no


Harry Potter World?

— Não — ela lamenta. — Mas quando eu me formar, pretendo


ir. Presumo que já que você é rico e pode fazer o que quiser quando
não está jogando, você já foi?

4
Termo usado para quem é fã de Harry Potter.
— Eu fui.

— A cerveja amanteigada é tudo o que eu pensei que seria?

— E mais um pouco — eu respondo. — Harry Potter World é


provavelmente uma das melhores coisas que já aconteceu ao
fandom. Parece tão real.

— Urgh, estou com tanto ciúme. Você foi selecionado para uma
casa?

— Sim, Grifinória.

— Claro. Você parece um ultrapassado. Eu sei que sou Lufa-


Lufa por completo e tenho muito orgulho disso.

— Você já se sentiu mal pelas pessoas que pegaram a Corvinal?


— eu pergunto. — Ninguém nunca fala sobre isso. A Grifinória é
claramente superior, a Sonserina tem seu próprio mérito porque é
má, e a Lufa-Lufa é para todas as pessoas que gostam de diversão.
E a Corvinal?

— Sabe, agora que você mencionou isso, acho que nunca ouvi
ninguém afirmar que é da Corvinal. Isso é triste.

— Isso é.

Ela inclina a cabeça para o lado. — Acho que descobrimos o


motivo pelo qual nos unimos.

Coço a nuca. — Sim, os caras vão adorar isso. Harry Potter.


Eles sempre zombam de mim por ser um Potterhead.

— Ah, pobre bebê. Os rapazes estão mexendo com você.

— É raro — eu digo. — Normalmente sou eu quem está sendo


um idiota.
— É assim mesmo? — ela pergunta. — Pelo que vi, você parece
bastante sensível.

— Não sou sensível — defendo. — Isso seria Posey ou Holmes.


Sou tudo menos sensível.

— Ok, continue dizendo isso a si mesmo.

— Por que diabos você acha que sou sensível?

Ela levanta o dedo. — Em primeiro lugar, não é ruim ser


sensível. Não há necessidade de lançar alguma masculinidade
tóxica entre nós, obrigada. Em segundo lugar, você é sensível. Se
você não fosse, não estaríamos nesta situação. Se você fosse
realmente o idiota que afirma ser, não se importaria com o fato de
Sarah estar na arena ou com o que os caras pensam. Talvez o seu
problema seja que você não gosta de ser vulnerável. Portanto, você
tenta esconder isso sendo um idiota.

Jesus.

Ela tem certeza de que trabalha com jornalismo de estilo de


vida e não com psicologia?

Eu balanço minha cabeça. — Não acho que seja isso que está
acontecendo.

Ela ri. — Ok, continue pensando nisso.

— Você realmente, com toda a honestidade, gosta dessa foto?


— ela pergunta enquanto olha para uma obra de arte pendurada
na sala de jantar. A tinta azul-escura foi espalhada na tela. Não há
rima ou razão para isso, apenas um monte de textura.

Eu dou de ombros. — Faz o trabalho.


— E que trabalho é esse? — ela indaga enquanto pega outro
pedaço de pizza e tira a gordura com um guardanapo.

— Estética. Traz cor ao espaço.

— É isso que você pensa ou é o que o seu decorador de


interiores pensa?

Tomo um gole da minha água. — Quem disse que usei um


decorador de interiores?

Seus lábios caem para o lado em descrença. — Por favor. Claro,


este pode ser o lugar mais legal onde já estive, mas não sou
estúpida. Sua decoração grita feita profissionalmente. Nada neste
espaço é pessoal. Seu apartamento poderia realmente ser a casa
de qualquer pessoa.

— Eu sei — falo. — Há uma razão para isso.

— Qual? — ela pergunta.

— Tudo o que eu tinha que era remotamente pessoal envolvia


Sarah, e eu não queria isso no meu novo espaço. Eu queria um
novo começo.

— Ah, isso faz sentido. Você queria eliminá-la da sua vida.

— Exatamente.

Ela estuda o espaço novamente. — Bem, você poderia usar uma


foto sua aqui ou ali.

— Por que eu iria querer ver uma foto minha?

Ela dá de ombros. — Você é gostoso. Você não quer ver a beleza


do seu corpo?

Isso me faz rir. — Você tem fotos suas no seu dormitório?


Ela assente. — Com Ross. Também tenho alguns itens da casa
de minha infância que trouxe comigo. Pequenos tesouros dos quais
não poderia me separar.

— Como o quê?

— Como... uma caixa cheia de fotos Polaroid do colégio. Meu


álbum de recortes. Alguns itens decorativos importantes que tive
enquanto crescia e que me lembram da minha infância. Apenas
coisas simples.

— Alguma coisa realmente sentimental? — eu pergunto.

Ela limpa os dedos em um guardanapo. — Tenho um cobertor


que minha avó fez para mim. Eu o guardo no meu armário, porque
é frágil, mal segura-se. Não fornece calor, mas sempre esteve
comigo, então mantenho-o por perto. De vez em quando, eu o pego
e apenas olho para os blocos desbotados dele, passando os dedos
pela costura manual.

— Você era próxima da sua avó? — eu pergunto.

— Sim, eu era. Meu pai sempre foi duro comigo e minha mãe
não tinha muito a dizer. Ela era amorosa, mas deixou papai
assumir a liderança na disciplina e na vida em geral. Minha avó
era para quem eu poderia ir e apenas abraçar. Para escapar das
pressões do meu pai.

— Quando ela faleceu?

— Pouco antes de formar-me no ensino médio — ela responde.


— Ainda não acho que me recuperei totalmente da perda dela. Um
pedaço de mim morreu com ela. Ela foi honestamente a única
pessoa que senti estar 100% do meu lado. Ela era durona, mas
muito gentil e ajudou-me a acreditar em mim mesma. Senti falta
disso nos últimos três anos. — Ela solta um suspiro suave. — De
qualquer forma, ela teria achado todo esse acordo hilário e o teria
encorajado. — Ollie olha para mim. — E ela teria amado você.

— Sério? — pergunto.

— Oh, sim. Ela tinha uma queda por caras com músculos
tonificados. Ela teria dado em cima de você com certeza.

Isso me faz rir. — O tipo da sua avó. Talvez seja por isso que
você me encontrou no bar. É de família.

— Você era o único cara no bar que estava sozinho, é por isso
que me concentrei em você, mas é fofo que você esteja tentando
entender melhor isso.

— Você sempre foi uma esmagadora de bolas? — eu pergunto


a ela.

— Sim. É a razão pela qual só tive um namorado, nunca fui


convidada para o baile e por que os meninos nunca tentaram levar-
me para sair. Eu era demais para eles.

— Parece que eles perderam, então — eu digo.

— Ah, olhe para você bajulando-me. — Ela vira o rabo de cavalo


por cima do ombro. — Não precisa. Eu sei que eles eram todos
perdedores. Qualquer pessoa com quem eu namorar precisa ser
viril o suficiente para lidar com minha personalidade forte e todas
as complexidades que a acompanham. Yonny não era esse cara.
Isso não torna nosso rompimento menos doloroso, mas sei que ele
não era a pessoa certa para mim.

— Personalidade forte é sexy — eu digo.


— Isso vem de um homem de verdade.

— Vou considerar isso um elogio.

— Você deveria — ela diz, seus olhos encontrando os meus. —


Veja, olhe para nós. Temos todo o potencial para seguir com essa
coisa de namoro falso. Temos uma apreciação mútua um pelo
outro. Esse é o primeiro passo para um relacionamento comercial
de sucesso.

— Você acha? — Porra, ela é divertida.

— Eu sei disso. — Ela pisca. — Eles nos usarão como casal


modelo. Apenas espere, você verá. Livros serão escritos sobre nós.

Tenho que amar o entusiasmo dela.

— O que fez você malhar? — pergunto enquanto termino de


limpar a mesa da sala de jantar.

— Jamie Terrance.

— Quem é esse? — eu pergunto. — Um influenciador ou algo


assim?

Ela ri e balança a cabeça. Sentada à minha frente no bar, ela


me observa trabalhando na cozinha, guardando as sobras e
lavando a louça. — Não, Jamie Terrance é minha inimiga do ensino
médio. Ela era uma vadia podre com uma família de merda, então,
em vez de tentar tirar o melhor proveito das pessoas ao seu redor
e ser positiva, ela fazia o oposto. Ela zombava de mim o tempo todo
por ter... como ela disse... rolos.

— Foda-se. Você está falando sério? — pergunto.

— Sim, ela passava por mim no refeitório e dizia coisas rudes


sobre o que eu estava comendo. Infelizmente, deixei isso afetar-
me. Comecei a correr 1,6 km pelo meu bairro de manhã cedo, antes
do início das aulas. Caminhava metade do percurso, mas me
sentia bem fazendo algo para combater os pensamentos negativos
em minha cabeça. E quanto mais começava a gostar da sensação
de malhar, mais esforçava-me. — Ela suspira. — Odeio que tenha
começado de um ponto de negatividade, mas sou grata por ter
encontrado o amor por malhar. Isso realmente me ajuda quando
estou estressada.

— Com que frequência isso acontece? — Coloco nossos pratos


na máquina de lavar louça.

— Com este estágio, na maioria das vezes.

— Existe uma razão para este estágio ser tão importante? Eu


sei que é uma nota, mas por que fazer um estágio em um lugar
estressante?

— É o nome da empresa — diz ela. — Se você tiver Alan Roberts


no currículo, qualquer um vai buscar você. Os empregos fluem
rapidamente e a última coisa que quero fazer depois de me formar
é voltar para minha cidade natal para morar com meus pais.

— Não gosta de lá? — pergunto.

— Gosto, mas fiz questão de ir embora e nunca mais voltar.


Você sabe, coisas dramáticas de adolescentes. Agora que estou um
pouco mais velha, vejo como isso foi estúpido, mas essa garota tem
orgulho, e eu serei amaldiçoada se tiver que voltar para lá e engolir
minhas palavras.

Eu rio. — Entendo isso. Eu agia da mesma forma com o hóquei.


Decidido e determinado a fazer algo por mim mesmo, eu não
pararia até que conseguisse, mesmo que isso significasse
praticamente me matar no processo.

— Bem, você conseguiu — ela diz enquanto desenha um círculo


no balcão com o dedo. — Mas a verdadeira questão é: você está
feliz por ter conseguido? Porque embora este estágio possa abrir
muitas portas, estou tudo menos feliz. Continuo dizendo a mim
mesma que há dias em que seremos infelizes por obter a felicidade
que desejamos. Então... você obteve essa felicidade?

Eu sou feliz?

Acho que talvez olhando de fora, possa parecer que sou. Tenho
o carro, a cabana, a cobertura, a glória, a fama, os campeonatos.
Ainda... eu me pego agindo como um idiota cada vez mais.

A felicidade me escapa.

Nunca me sentindo resolvido.

Não me sinto adequado o suficiente para ninguém...

Porra.

— Sim, talvez não devêssemos falar sobre isso — eu digo, não


querendo mergulhar fundo em meus sentimentos, especialmente
com Ollie.

— Ah, certo, isso deixaria você vulnerável, e você não fica


vulnerável.
— Certo — falo enquanto fecho a máquina de lavar louça.
Agarro o balcão e olho para ela. — Você acha que temos nossa
história bem definida?

Ela não responde imediatamente, mas tenta me estudar. Posso


vê-la querendo perguntar mais, trazer à tona a questão da
vulnerabilidade e mergulhar fundo no motivo pelo qual sou tão
cauteloso, mas recuso. Não há necessidade de entrar nisso com
ela. Nosso relacionamento é superficial. Negócios. Não precisamos
focar em emoções profundamente enraizadas.

— Acho que sim — ela finalmente diz. — Conhecemo-nos em


um bar, você deu em cima de mim porque é um bastardo com tesão
e não conseguiu se controlar...

— Não pensei que tivéssemos acrescentado a parte do tesão.

— E quando eu finalmente dei atenção, porque me senti mal


por você estar babando enquanto olhava para mim...

— E não foi algo que aconteceu.

— Foi quando você fez um movimento e disse que admirava


minha beleza, força e inteligência e que isso lembrava de
Hermione.

— Isso não é algo que eu diria.

Ela pressiona a mão no peito. — E pensei... uau, esse cara. Ele


está claramente se esforçando demais para causar uma boa
impressão. Talvez eu devesse dar uma chance a ele. Então deixei
você me pagar uma bebida. Você pediu Shirley Temples...

— Oh, vá se foder — eu digo enquanto rio.


Mas ela continua. — Foi um pouco desagradável ver um homem
saborear lentamente um Shirley Temple com total deleite nos
olhos, mas decidi dar uma chance, já que parecia que você
precisava de uma amiga... ou melhor, atenção.

— É incrível o quanto essa história cresceu.

— Apenas cuspindo fatos.

— Sim, se você quer cuspir fatos, por que não nos apegamos à
verdade de que você me atacou com os lábios por desespero?

Ela olha para o teto, pensando um pouco. — Acho que minha


história é melhor. — Ela salta do banquinho e segue em direção à
entrada. — Bem, obrigada pela pizza e pela chave. — Ela mostra a
chave que dei a ela para que pudesse malhar aqui. — É apreciado.

— Apenas limpe quando terminar. Não preciso do seu suor em


todo o meu equipamento.

— Eu não suo — ela diz enquanto calça os sapatos.

— Todo mundo sua.

— Eu não. — Ela coloca a mochila e dirige-se para a porta. —


Mantenha-me atualizada sobre o que você precisa de mim, e se eu
pudesse ter sua agenda, seria o ideal. Prefiro vir aqui quando você
não estiver por perto.

— Você é uma namorada tão boa.

— Eu sei. — Ela lança um sinal de paz. — Até mais. — E então


ela vai embora, assim mesmo, sem dizer mais nada.
Minha vida tinha ordem e estrutura há alguns dias. Mesmo
lugar para morar, mesmos amigos, mesmo trabalho. Agora? Foi
um pouco alterada.

De onde diabos veio Ollie Owens, a pequena destruidora de


bolas?

Bebida pré-treino em uma mão e uma barra de proteína na


outra, sigo pelo corredor em direção ao vestiário, sabendo que terei
que enfrentar os rapazes hoje.

Eles ficaram em silêncio mortal na noite passada.

Nem mesmo uma mensagem avisando que eles teriam


perguntas hoje, o que é ainda mais estressante, porque agora não
tenho ideia do que esperar.

Eu teria preferido que os caras não descobrissem sobre Ollie


daquele jeito ontem à noite. Eu não estava preparado e agora sinto
que estou entrando na cova dos leões como um pedaço gigante de
carne crua pronto para ser despedaçado.

Preparando-me, abro a porta do vestiário e paro na entrada


quando vejo Hornsby, Pacey, Holmes e Posey, todos sentados em
cadeiras ao redor do meu armário.

Fantástico.

De cabeça baixa, ando em direção ao meu armário, sabendo o


que está por vir.
— Aí está ele — diz Pacey. — O cara que estávamos esperando.

— Ele parece fresco. Ele não parece fresco, rapazes? — Hornsby


pergunta.

— Muito fresco — diz Posey antes de morder um sanduíche de


ovo e salsicha. — Mais fresco do que nunca. Você não acha,
Holmes?

— Não quero fazer parte disso — responde Holmes enquanto


cruza os braços sobre o peito.

— Isso é porque você não quer que tratemos você da mesma


maneira quando se trata da sua paixão — diz Pacey, apontando o
óbvio. E porque Holmes nunca quer se envolver em quaisquer
travessuras que estejamos fazendo. Ele prefere ficar em silêncio.

— De volta ao Taters — diz Hornsby. — Eu diria que ele parece


o mais fresco que vimos nos últimos tempos.

— Podemos cortar com a merda fresca? — eu digo enquanto me


sento em meu armário. Os caras não perdem tempo aproximando-
se de mim.

— Então... — Pacey diz — quer nos contar o que diabos


aconteceu ontem à noite?

Sim, indo direto ao ponto.

— Não há muito o que falar — eu digo. — Minha namorada


veio, comemos pizza e conversamos.

— Por que você nunca falou sobre ela antes? — Posey pergunta.
— Isso é uma merda, cara. Nós somos seus amigos.
— Porque eu não precisava que vocês se intrometessem na
minha vida como vocês fazem o tempo todo. Como agora, vocês
quatro, respirando no meu espaço.

— Ah, então está tudo bem para você fazer isso? — Hornsby
pergunta, sabendo muito bem que eu dei muita merda a ele
quando ele engravidou a irmã de Pacey. — Mas no momento em
que lhe damos qualquer tipo de merda, você tenta acabar com o
jogo?

— Que bom que você pode ver dessa forma. — Dou um tapinha
no ombro dele. — Agora, deem o fora daqui para que eu possa me
preparar.

— Uh, você realmente acha que isso vai funcionar conosco?


Você nem nos contou onde se conheceram, há quanto tempo
namoram ou como ela é — diz Hornsby.

— Bem, parece que vocês têm algo pelo que ansiar, então —
respondo enquanto levanto-me e tiro minha camisa pela cabeça
para poder me preparar para o treinamento com pesos esta
manhã.

Pacey levanta-se, coloca a mão no meu ombro e empurra-me


de volta para o assento.

— Boa tentativa. Você não sairá desta sala até responder às


perguntas.

Inferno.

— Há quanto tempo vocês namoram? — Hornsby pergunta.

— Algumas semanas — respondo.

— De onde ela é? — Posey pergunta.


— Portland — falo, feliz por saber a resposta.

— Ela é jovem — diz Pacey. — De que idade estamos falando?

Eu engulo. — Ah, vinte e um.

— Que porra é essa? — Hornsby diz enquanto todos os caras


viram-se para trás.

— Cara — Holmes diz balançando a cabeça.

— Eu sei, ok? Não preciso de merda nenhuma de vocês quatro


sobre a idade dela. Eu não sabia que ela era tão jovem no começo.
Não parece que isso importa, no entanto. Você nem consegue dizer.
— Mentiras. Ir para o dormitório dela me faz sentir uma espécie de
pervertido assustador. Eu não pertenço àquele lugar.

— Isto é sério? — Hornsby pergunta.

— Muito — eu respondo e então levanto-me. — Já respondi


muitas de suas perguntas. Agora deixe-me em paz para que eu
possa terminar meu treinamento. — Com as roupas na mão, saio
correndo em direção ao banheiro, onde vou trocar-me para evitá-
los.

Poderia ter sido muito pior, embora eu não ache que acabou.
Para: Ollie Owens

De: Alan Roberts

Assunto: Estágio

Senhorita Owens,

Estou escrevendo para informar que optei por estender seu


estágio até o final do ano letivo. Presumo que você será capaz de
lidar com a carga de trabalho. Já entrei em contato com seu
consultor. Eu sugiro que você aceite.

Roberts

Eu fico olhando fixamente para o meu computador, confusa,


exultante, preocupada...

É raro que um estágio seja estendido. Eu sei que isso acontece,


mas apenas com alguns candidatos escolhidos. E quando ele é
estendido, provavelmente você receberá uma oferta de emprego no
final do ano.

Um emprego recém-saída da faculdade seria tudo que eu


sempre quis.
É nisso que tenho trabalhado. Para provar a todos,
especialmente ao meu pai, que não preciso da ajuda deles e posso
sobreviver sozinha.

Sim, posso não ter sido totalmente sincera com Silas ontem à
noite. Não quero voltar para casa porque não quero ouvir isso do
meu pai, que sempre me disse que um emprego no jornalismo não
me levaria a lugar nenhum. Que eu estava desperdiçando seu
dinheiro e meu tempo vindo para a faculdade aqui. Ele não
conseguia entender por que eu não queria seguir seus passos e
assumir os negócios da família quando terminasse o ensino médio.

A empresa da família é uma pequena gráfica em Oregon, onde


se imprime cardápios, folhetos e qualquer outra coisa diversa que
encontrar. O negócio foi herdado de seu pai e ele esperava fazer o
mesmo, mas não tenho nenhum interesse nele. No Natal passado,
tivemos uma grande briga por causa disso. Ele disse que eu estava
desperdiçando o dinheiro dele vindo para a faculdade por algo que
nunca pagaria as contas. Eu disse a ele que seu negócio era um
negócio em extinção e então nos separamos.

Portanto, esta é uma grande oportunidade...

— Vejo que você recebeu meu e-mail — diz Roberts atrás de


mim, tirando-me dos pensamentos.

— Oh, Jesus — murmuro e recupero o fôlego. — Eu não vi você


aí.

— Você é uma dos dois que recebeu o e-mail. Não tome isso
como garantido.
Uma de dois... só posso imaginar quem é a outra pessoa. *Ranjo
os dentes mentalmente* Parece que vou passar mais tempo com
Candace, já que é impossível ela não ter recebido o e-mail.

— Eu não vou — respondo. — E estou muito agradecida.


Obrigada.

Ele concorda. — Temos uma arrecadação de fundos hoje à noite


no Walton. Eu sugiro que você traga seu namorado para isso.
Estarei esperando por ele.

— Ah, ah... claro. — Eu engulo em seco.

— Ligue para Candace e ela lhe dará os detalhes.

Ótimo.

— Maravilhoso. Obrigada. — Aceno sem jeito, e ele vira-se e


afasta-se enquanto eu desabo na cadeira.

Uma arrecadação de fundos? Roberts participa de muitos


eventos durante o ano e nunca fui convidada para nenhum. Mas
agora que Silas está em cena, sou convidada. Não gosto dessa
sensação, nem um pouco.

Ainda... também farei qualquer coisa para avançar na minha


carreira, então parece que preciso entrar em contato com meu
namorado falso e amoroso.

Com o telefone na mão, sigo pelo corredor em direção ao


cubículo de Candace, onde ela está digitando em seu computador.
Abrindo um sorriso, bato na lateral de seu cubículo e preparo-me.

Quando ela se vira, diz: — Oh, Ollie, não esperava ver você.
— Roberts veio até minha mesa. Disse que me queria no evento
de arrecadação de fundos hoje à noite e pediu para obter as
informações com você.

— Ah, entendo — ela diz enquanto vira-se para sua mesa e pega
um post-it. Ela rabisca algo no papel e entrega-me. — Aqui está. É
black-tie. Você tem algo para vestir?

Não.

— Claro — digo enquanto olho para as informações. — Uh, eu


tenho que ir com um convite ou algo assim?

Ela balança a cabeça. — Basta dizer que você está com Roberts
e você poderá entrar.

— Tem certeza?

Ela revira os olhos. — Sim, eu lhe passaria a informação


errada?

Sim, sim, você passaria.

— Suponho que não.

— Você vai levar seu namorado?

— Roberts pediu, então sim — digo, esperando que Silas não


esteja fazendo nada esta noite. Eles ainda estão treinando na pré-
temporada – foi o que ele me disse ontem à noite – então, a menos
que ele tenha outro compromisso, ele estará livre.

— Ótimo — diz Candace com um sorriso. — Então vejo vocês


dois lá.
— Sim, vejo você lá — eu digo. — Obrigada por isso —
acrescento, porque ela parece estar agindo bem, então vou
retribuir o favor.

Afastando-me de sua mesa, contorno a cozinha e vou para uma


das salas de conferências privadas. Tranco a porta, pego meu
telefone e clico no nome de Silas. Não tenho ideia do que ele está
fazendo, mas pelo menos posso deixar uma mensagem.

O telefone toca algumas vezes e ele atende.

— Ei — ele diz calmamente. — Tudo certo?

— Umm, mais ou menos — respondo. — Está ocupado?

— Eu tenho um segundo.

— Ok, bem, resumindo a história, meu chefe convidou-me para


uma arrecadação de fundos hoje à noite e meio que exigiu que eu
comparecesse... com você. E tenho certeza de que você está
ocupado ou algo assim, mas...

— Eu estarei lá. Quando e onde?

— Sério? — pergunto, minha respiração escapando de uma vez.

— Sim, concordamos em ajudar um ao outro, então estarei lá.


Não posso prometer que serei tão flexível quando a temporada
começar, mas posso fazer isso hoje.

— Uau, tudo bem. Obrigada. Isto significa muito para mim.

— Claro — ele diz suavemente. E pelo exterior áspero e


resistente que ele exala, ele realmente tem um coração mole.

— Vou mandar uma mensagem com os detalhes. É black-tie,


no entanto. Isso irá ser um problema?
— Você não percebe a quantidade de eventos que participei
assim. Eu tenho tudo que preciso.

— Ok, incrível.

— Quer que eu vá buscar você?

— Hum, provavelmente deveríamos aparecer juntos, hein?

— Pode parecer melhor.

— OK, claro. Isso seria bom.

— Basta enviar os detalhes. Tenho que ir.

— Ok, obrigada, Silas.

— A qualquer hora — ele diz antes de desligar.

Em vez de voltar ao meu cubículo, fico sentada no silêncio da


sala de conferências por um momento, recompondo-me. Em
questão de uma semana, minha vida mudou drasticamente. Antes
de tudo isso, eu estava me preparando para terminar minha tarefa
final, feliz por poder estagiar com Alan Roberts. Agora sinto que
estou vivendo nesta teia emaranhada que está tornando-se cada
vez mais complicada e sem saída.

A única tábua de salvação que tenho é o homem que, para


começar, ajudou-me a começar isso tudo.

Não, vamos ser honestos. Eu mesma causei isso.

Fui eu que quis aparecer para o Yonny.

Fui eu que beijei Silas.

Fui eu que concordei com os falsos termos do relacionamento


de Silas.
Se alguém é o culpado, sou 100% eu.

Se ao menos eu não precisasse manter Silas sob controle para


impressionar Alan Roberts.

E eu só queria não me importar tanto em provar que meu pai


estava errado. Se eu não me importasse, manter meu namorado
falso, uma lenda do hóquei, não seria uma necessidade.

Com um suspiro pesado, vou direto da sala de conferências


para a mesa de Ross. Se alguém pode me preparar para um black-
tie, é ele.

Ollie: Vou cometer um deslize. Tenho certeza disso.

Ross: Você não vai.

Ollie: Como você sabe disso? Este vestido não foi feito para uma
garota como eu. Meus seios são grandes. Isto foi feito para alguém
com peito achatado.

Ross: Você vai ficar bem.

Ollie: Mas e se eu apertar a mão de alguém e, do nada, meu


peito decidir ter vontade própria, sair do meu vestido e piscar para
a pessoa na minha frente?

Ross: Peitos não podem piscar.

Ollie: Você não sabe disso. Você não é quem tem peitos. Você
prefere um pênis.
Ross: Já estive perto de modelos suficientes, até mesmo modelos
com seios grandes, e sei com certeza que a fita dupla-face que
usamos vai aguentar.

Ollie: Este vestido não é elegante. Candace disse black-tie, e


isso é mais parecido... prostituta atrás da lixeira no beco onde
relógios são trocados por sacos de dez centavos.

Ross: Você está realmente questionando meu gosto por moda?

Ollie: Estou questionando minhas decisões de vida.

Ross: Acho que você está apenas nervosa.

Ollie: Claro que estou nervosa! Nunca estive em uma


arrecadação de fundos antes ou em qualquer tipo de black-tie. Nem
levo encontros para funções tão sofisticadas. E a única razão pela
qual Roberts convidou-me foi porque ele descobriu que estou
namorando Silas (de mentira). Como devo lidar com isso?

Ross: Com um pingo de dignidade. Controle-se. Você está


usando um lindo vestido ameixa que vai chamar a atenção de todas
as pessoas na sala, mas também não atenção demais. Você
trabalhou duro em seu networking neste verão e tem um homem
muito popular ao seu lado. Você vai ficar bem.

Ollie: E se eu disser algo estúpido?

Ross: Espirre.

Ollie: O quê?

Ross: Finja que está espirrando e culpe isso.

Ollie: Esse deve ser o pior conselho que já li.


Ross: Fique feliz por ter encontrado um vestido para você em tão
pouco tempo. Agora pare de me incomodar. Estou tentando assistir
The Crown.

Estou prestes a responder quando outra mensagem chega.

Silas: Estou na entrada.

Eu disse a ele para não se preocupar em vir me buscar. Já que


este não é um encontro de verdade, não preciso da fanfarra dele
batendo na minha porta e toda essa merda. Além disso, pelo que
percebi da última vez que ele veio aqui, ele não queria ser
reconhecido. Não há necessidade de pressioná-lo quando ele está
fazendo-me um favor.

Depois de responder à mensagem para ele saber que estou a


caminho, pego minha bolsa e olho mais uma vez no espelho. O
vestido ameixa que Ross escolheu para mim tem um top
estruturado sem alças que se abre no decote. Tem uma costura de
reforço, então segura bem meu torso, mas a fenda do vestido para
oferecer decote me deixa nervosa. É por isso que usei a fita, só para
garantir. Quando o vestido atinge meus quadris, ele flui em um
material transparente e parece quase grego. É lindo, mas não é
algo que eu já usei antes.

Sabendo que não posso voltar agora, saio do meu dormitório e


pego o elevador até o primeiro andar. Passo por algumas pessoas
que me olham de vestido, mas passo por elas e saio pela porta da
frente, onde um Tesla Model X preto espera por mim. Espio pela
janela e vejo Silas, então aceno sem jeito e, quando vou abrir a
porta, ela abre-se para mim.

— Oh... — Eu rio. — Ah, oi.


— Ei — ele responde, com a voz rouca.

Entro no veículo quente e sorrio para ele. — Obrigada por fazer


isso. Você não tem ideia de como estou grata.

— Não é um problema. — Eu vejo seu pomo de adão


balançando quando ele se afasta de mim.

— É, uh... está tudo bem?

— Sim — ele diz, puxando a barba antes de olhar para mim


novamente. — Esse é um vestido muito bonito, Ollie.

Olho para ele como se não estivesse olhando-me naquela


maldita coisa durante a última meia hora. — Obrigada. Ross
ajudou-me a encontrá-lo. Eu não tinha nada que fosse apropriado
para black-tie.

— Você deveria ter me falado. Eu poderia ter ajudado.

— Por que você ajudaria? Fui eu quem pediu um favor.

— Eu ainda poderia ter ajudado.

— Bem, está tudo bem. Tudo deu certo.

Ele balança a cabeça e aperta o volante com um pouco mais de


força. Confusa com sua atitude rígida, pergunto: — Tem certeza de
que está tudo bem? Se você não quiser fazer isso, entendo
totalmente. Eu apenas...

— Não, não me importo — ele diz e depois suspira. — Cristo,


eu simplesmente não esperava que você parecesse tão gostosa.
Isso é tudo.

— Oh. — Minhas bochechas coram. — Bem... acho que vou


considerar isso um elogio.
— Desculpe, essa foi uma maneira ruim de dizer isso. — Ele se
vira para mim e, com um olhar genuíno, diz: — Ollie, você está
linda.

— Obrigada — respondo, sentindo-me tímida, estranha e bom


Deus, por que isso é tão difícil? — Você também está muito bonito,
então se pudermos seguir em frente, porque sinto-me muito
estranha, seria ótimo.

— Desculpe. — Ele ri. — Ainda tentando descobrir tudo isso.


Como abordar as coisas. Eu sinto que você deveria saber que está
bem, mas isso também é algo que um namorado de verdade diria,
então... porra... não sei como lidar com isso.

— Ah, sim, entendi — digo. — Que tal tratarmos isso como uma
transação comercial? Você diria ao seu colega que ele fica bem de
terno?

— Hornsby exige que eu preste atenção em suas roupas..., mas


entendo o que você está tentando dizer.

— Eu gostaria de saber de qual dos seus companheiros de


equipe você está falando. Eu sei que os conheci, mas foi breve. Não
guardei nada.

Silas afasta-se do meio-fio e diz: — Eli Hornsby. Procure uma


foto dele no seu telefone. Ele é o garoto bonito do grupo. De alguma
forma, em todos os anos em que jogou hóquei, ele nunca conseguiu
levar uma pancada no rosto, o que lhe deu aquela aparência
perfeita de estrela de cinema. No início deste ano, ele engravidou a
irmã de Pacey.

— Sério? — pergunto. — Quem é Pacey mesmo?


— Nosso goleiro.

Eu digito no meu telefone para ver uma foto dele. — Como ele
lidou com a notícia?

— Nada bem. As coisas ficaram difíceis dentro do grupo por um


tempo, mas, felizmente, nós os ajudamos a resolver isso.

— Pacey tem namorada? Ele é muito fofo.

Silas me olha de soslaio. — Ele tem a mesma idade que eu,


então pare de bater na porta dos avós. — Eu rio alto. — E ele está
comprometido. Ele e Winnie estão noivos. Na verdade, ela se
perdeu na floresta perto da minha casa em Banff e acabou
precisando de ajuda no meio da tempestade. Pensávamos que ela
era uma assassina e ela nos acusou de sermos assassinos. Mas no
final, Hornsby foi quem sugeriu que ela era boa, e Pacey
simplesmente se deu bem com ela. E se apaixonou... o garoto
estava em cima dela no primeiro dia.

— Realmente? — falo. — Ele já teve essa reação com uma


garota antes?

Silas balança a cabeça. — Não. Foi uma experiência


interessante. Ele nunca foi um namorado amoroso, mas Winnie
apareceu e ele parecia um maldito urso pardo. Ele não queria
ninguém perto dela.

— Isso é sexy — eu digo. — Pena que ele está comprometido.

Silas balança a cabeça. — E então há Levi Posey. Ele comerá


qualquer coisa que você colocar na frente dele, adora comida de
verdade, mas não comida refinada. Ele gosta de coisas como
mortadela e peixe sueco.
— Não há nada de errado com o peixe sueco.

— Ele come peixe sueco em seu sanduíche de mortadela.

— Oh. — Eu estremeço. — Eca, isso é nojento.

— Exatamente. E ele parece ser um cara adorável que é legal


com todo mundo, o que é verdade, mas o garoto se dá bem.

— Tipo, dorme com muitas mulheres?

— Sim, mas ele nunca é mau sobre isso. Ele nunca fere os
sentimentos das mulheres. Elas sabem no que estão se metendo.
E as pessoas sempre presumem que Hornsby é o maior jogador,
mas na verdade... é Posey.

— Onde você se enquadra nessa escala? — pergunto enquanto


ele vira à direita.

— Eu conheci Sarah no colégio. Nunca estive com mais


ninguém. Éramos eu e ela até terminarmos. Desde então, brinquei
um pouco, mas nada como Posey ou Hornsby antes de conhecer
Penny.

— Interessante. Então você fez sexo com outras mulheres além


de Sarah?

— Sim.

— Quem foi a garota de sorte depois da sua separação? E como


foi?

— Uma garota que encontrei no bar de um hotel. Foi muito


estranho no começo. Eu estava bêbado. Ela estava bêbada. Eu me
atrapalhei muito, então provavelmente não foi a melhor
experiência dela.
— Ah, pobre Silas. Você conseguiu se recuperar depois disso?

— Sim. — Sua mão cai em sua coxa. — Sexo para mim é muito
diferente agora. Não sinto que preciso ficar em uma caixa. Se eu
quiser falar sacanagem, não serei castigado por isso. Se eu quiser
bater na bunda de uma mulher, não me sinto mal por isso. Se eu
quiser que meu pau seja chupado, vou pedir e não me
arrependerei.

Eu me abano. — Oooh, conte-me mais.

Ele ri. — Quando você fica tanto tempo com alguém, você entra
no ritmo e esquece que pode explorar outras opções. Eu explorei.
Eu sei o que quero agora.

— Eu sei o que quero, só não tive a chance de pedir — digo.

— Por que não?

— Não encontrei um cara digno do meu tempo — respondo.

— Pelo menos você tem padrões.

— Eu tenho. — Limpo minha garganta. — Então há mais um


cara no seu grupo. Qual é o nome dele mesmo? Uh, começa com
H.

— Halsey Holmes — diz Silas. — Ele é durão. Ele perdeu seu


irmão gêmeo há alguns anos. Holden. Ficamos todos arrasados,
mas Halsey realmente não lidou bem com isso por razões óbvias.
Ele nunca foi o mesmo. Ele está focado no hóquei e apenas no
hóquei. Alguns dos campeonatos que temos são por causa dele.
Quando ele vem para a cabana fora da temporada, ele fica muito
tempo sozinho, sempre lendo, e nós apenas deixamos, porque
sabemos que se ele precisar de alguma coisa, ele virá até nós.
Surpreendentemente, dos caras do nosso grupo, ele é o mais
sensato. Bem, ele e Pacey. Se você precisar de conselhos, eles são
os únicos a quem recorrer.

— Huh — eu digo enquanto olho para uma foto de Halsey. —


Ele também é muito bonito. Ele está namorando alguém?

— Não, mas ele tem uma queda enorme por uma garota que na
verdade está namorando outra pessoa.

— Ah, isso deixa-me triste por ele. Ela sabe?

— Provavelmente não. Mal sabemos sobre isso. Isso escapou


dele no início deste ano, e é algo que nenhum de nós foi capaz de
abandonar, porque temos certeza de que ele não fez sexo desde
que seu irmão morreu.

— Interessante — eu digo. — Quero dizer, isso não é o fim do


mundo. Eu mal fiz sexo.

Ele para em um sinal vermelho e olha para mim. — O que você


quer dizer com mal fez sexo?

Eu dou de ombros. — Yonny não gostava muito disso. Eu amo


o ato sexual e viver um orgasmo emocionante. É a melhor sensação
de todas, então nunca o entendi. Realmente irritou-me que ele não
quisesse tanto fazer sexo. Comecei a pensar que era repulsiva ou
algo assim.

— Não é o caso — diz Silas enquanto começamos a nos mover


novamente. — O cara provavelmente tinha algum tipo de
complexo.

— Talvez. Mas é difícil não se culpar, sabe?


— Não faça isso — ele diz. — Isso é tudo culpa dele, confie em
mim.

— Obrigada — digo baixinho, depois olho pela janela. Agradeço


sua garantia, mas ainda não consigo deixar de pensar que isso tem
algo a ver comigo. Talvez minhas expectativas fossem muito altas?
— Você se lembra da primeira vez que viu pornografia? — Ele tosse
e dá um tapinha no peito, fazendo-me rir. — Desculpe, isso foi
meio inesperado. Foi uma espécie de trilha de coelho na minha
cabeça.

— Você acha?

— Eu só estava pensando que talvez minhas expectativas


fossem muito altas com Yonny por causa da pornografia — digo.
— Minha amiga mostrou-me meu primeiro vídeo no primeiro ano
do ensino médio. O irmão mais velho dela tinha tudo no
computador. Fiquei fascinada. Lembro-me de ir para casa e
assistir sozinha. Achei que era tão excitante. Aquelas pessoas
masturbando umas às outras. Mas quando se tratava do ato
sexual propriamente dito, sempre me senti intimidada. Levei um
segundo para perder minha virgindade e, quando perdi, não foi o
tipo de experiência que eu queria me proporcionar.

— Nenhum cara é bom em sexo quando é mais jovem. Nenhum.

— Eu acho que sim. E com Yonny, ele era... bem, menos do que
interessado, para dizer o mínimo. Eu adoro brincar com meus
mamilos, e ele nunca prestou atenção neles. Ele entrava e saía.
Honestamente, os únicos orgasmos que já tive foram entregues por
mim.
Pelo canto do olho, percebo que ele segura o volante com ainda
mais força.

— Estou deixando você bravo? — pergunto, sentindo a tensão


em seus ombros também.

— Sim, só porque não suporto caras que não se esforçam.

— Você está dizendo que se esforça, Silas? — indago


provocativamente.

Ele manobra para a direita e depois para lentamente em frente


a um hotel luxuoso. Quando ele estaciona o carro, ele se vira para
mim e diz: — Eu não gozo até que ela goze. — E com isso, ele sai
do carro e move-se pela frente para abrir minha porta.

— Tem certeza de que está tudo bem? — pergunto, sentindo a


palma da mão suada enquanto seguro a mão de Silas.

— Você pode parar de perguntar? — ele diz. — Casais dão as


mãos.

— Eu sei, eu sei, mas esse era para ser seu estratagema, não
meu. Sinto que estou abusando da situação agora. Eu devo algo,
tipo... um novo par de patins.

— Pelo amor de Deus, não me compre patins novos. E você não


me deve nada. Este é o acordo que fizemos.

— Eu sei — eu sussurro. — Sinto que precisamos fazer um


acordo maior. — Vejo uma mesa alta vazia e puxo sua mão. — Por
aqui.

Eu o guio através de uma multidão de pessoas que sei que estão


olhando para nós. Eles começaram a nos encarar no momento em
que entramos no salão de baile. Eu não sabia da popularidade do
Silas até aparecermos aqui. Há sussurros, apontamentos e
conversas por trás das mãos. Aparentemente, sou uma idiota
absoluta.

— Isto funciona? — eu pergunto.

— O que você quiser — diz ele no momento em que um garçom


se aproxima com taças de champanhe. Silas pega uma taça para
cada um de nós e entrega-me uma.

Eu estendo a taça para ele e digo: — Obrigada por vir aqui esta
noite.

— Não precisa agradecer. Faz parte do acordo — ele diz antes


de bater sua taça na minha e tomar um longo gole de champanhe.

— Sobre isso — digo enquanto pego um guardanapo da mesa e


tiro uma caneta da bolsa. Venha sempre preparada. É o que eu
digo. — Acho que precisamos estabelecer algumas regras básicas.

Sua sobrancelha sobe. — Isso é mesmo necessário?

— Isso me faria sentir melhor, porque agora sinto que estou


usando você.

— Jesus Cristo, Ollie, eu disse...

— Eu sei — digo. — Mas, por favor, apenas faça a minha


vontade.

— Está bem. — Ele acena para o guardanapo. — Você vai fazer


anotações?

— Não, estou redigindo um contrato.

— Em um guardanapo? Uau, realmente profissional.


— Ei. — Bato no guardanapo e digo: — Vamos viver e morrer
por este guardanapo. Entendido?

— Claro — ele responde enquanto toma outro gole de


champanhe.

Enquanto escrevo, falo em voz alta. — Este guardanapo vincula


formal e legalmente Ollie Owens e Silas Taters ao seguinte
compromisso.

— Compromisso... chique.

Eu me inclino e sussurro: — Fiz uma aula de direito como pré-


requisito.

— É como se você praticamente tivesse passado na Ordem. —


Silas sorri.

— Certo? — Sorrio e volto para o guardanapo. — Silas Taters,


doravante conhecido como Puck, entregará o seguinte a Ollie
Owens, doravante conhecida como Lipstick.

— Os apelidos são necessários?

— Isso chama-se ter senso de humor. — Eu o cutuco com


minha caneta. — Experimente ter um.

— Seja engraçada e eu terei.

Meus olhos se arregalam e ele sorri enquanto bebe seu


champanhe.

— Oh, senhor, é melhor você se cuidar. — Ele ri um pouco mais


enquanto concentro-me novamente no guardanapo. Limpo a
garganta e continuo: — Puck permite que Lipstick tenha acesso
total à academia de sua casa. Puck concorda em responder
qualquer pergunta sobre hóquei, mesmo que pareça uma pergunta
idiota.

— Mal posso esperar por isso — diz ele.

— Puck concorda em comparecer a qualquer


evento/passeio/encontro solicitado por Lipstick, desde que sua
programação na temporada de hóquei permita.

— Vai ficar bastante esparso quando a temporada começar.

— Eu percebo isso. — Entrego-lhe a caneta. — Por favor,


rubrique ao lado de cada linha. — Ele rubrica, então eu pego a
caneta dele e faço o mesmo. — OK. Lipstick entregará o seguinte
para Puck. Participará de todo e qualquer evento solicitado por
Puck. Lipstick vai vestir-se de forma indecente – dentro do razoável
– já que Puck quer deixar Sarah, sobrenome desconhecido, daqui
em diante conhecida como Witchbag — Silas bufa — ciumenta. —
Eu olho para ele. — O que mais você quer?

— Nada — ele responde. — Isso está bom.

— Não está bom — eu digo. — Tem que haver algo mais que eu
possa fazer por você.

— Tudo isso já está bom para mim.

— Que tal algo como mídia social? Você precisa de ajuda com
isso? Ou um site? Eu sei como fazer um. Ou posso ajudá-lo com
qualquer estilo de vida, como... como, ah... dobrar um lençol.

— Estou bem.

— Ugh, vamos lá, você não consegue pensar em alguma coisa?


Quero dizer, eu ofereceria favores sexuais neste momento. — Ele
levanta uma sobrancelha em questão. — Mas como estabelecemos,
esta é uma transação comercial, não um bordel.

— Talvez você devesse escrever isso no guardanapo.

Bato a caneta no nariz e aponto para ele. — Você tem razão. —


Deixo um espaço para ele fazer outro pedido, depois escrevo sobre
não ser bordel. Entrego-lhe a caneta. — Rubrique, por favor. — Ele
rubrica e devolve-me a caneta. — Ok, agora que não temos sexo
escrito em pedra, precisamos de mais uma coisa para você.

— Eu não quero nada.

— Urgh, você é irritante — eu digo enquanto a sala ao nosso


redor explode em gargalhadas. Nós dois olhamos para a direita,
onde Roberts entrou na sala. — Merda, meu chefe. Faça isso
rápido.

— Eu disse, não preciso...

— Lipstick deve a Puck um favor não relacionado aos


acontecimentos. Lipstick deve estar em conformidade. Pronto —
digo, encerrando a frase com um ponto final. — Agora assine aqui.

Entrego-lhe a caneta e, enquanto ele assina, ele diz: — Você


percebe que nunca vou lucrar com esse favor.

— Problema seu, não meu. — Assino o guardanapo também e


selo-o com um beijo.

— Essa é a sua versão de autenticar o documento?

— Sim. — Coloco o guardanapo na bolsa no momento em que


sinto a multidão separar-se atrás de mim e Roberts se aproxima.
Abrindo um sorriso, com uma taça de champanhe na mão, viro
para a direita, onde Roberts espera. — Sr. Roberts, que bom ver
você — digo, sentindo-me estranha desde que o vi esta manhã. —
Gostaria de apresentar meu namorado, Silas Taters. Silas, este é
meu chefe, Sr. Alan Roberts.

Silas abaixa o champanhe, passa o braço em volta da minha


cintura e estende a mão para Roberts. — É um prazer — diz ele.
— Ollie não disse nada além de ótimas coisas sobre seu estágio
com você.

— O prazer é todo meu — diz Roberts com um enorme sorriso.


Um sorriso tão grande que quase parece que ele está brincando.
— Por favor, venha até minha mesa. Adoraria conhecê-lo melhor.

Oooh, espaço para sentar. Ele faz com que pareça tão luxuoso.

— Claro — Silas diz enquanto coloca a mão na minha e guia-


me pela multidão, às vezes parando para apertar uma ou duas
mãos. É provavelmente uma das experiências mais surreais que já
tive. Entrei nessa coisa com Silas completamente cega, sem saber
nada sobre ele e o hóquei ou sua presença nesta cidade. No
entanto, aqui estou eu, fingindo ser sua namorada enquanto
homens e mulheres crescidos o bajulam enquanto ele caminha por
uma sala lotada. Não admira que ele tente esconder o rosto quando
vem ao meu dormitório. Ele não quer ser atacado.

Quando chegamos à área de estar de Roberts – uma pequena


parte do salão de baile bloqueada por samambaias e arbustos e
decorada com sofás de veludo preto – Silas ajuda-me a sentar em
um dos sofás. Roberts senta-se à nossa frente, e uma linda
mulher, que só posso presumir ter cerca de cinquenta anos, senta-
se ao lado dele.

— Esta é minha esposa, Gloria. Gloria, este é Silas Taters, como


você sabe, e sua namorada, Ollie Owens. Ollie trabalha para mim
como estagiária.

— Encantada — diz Gloria enquanto cruza as mãos no colo. Eu


me pergunto se ela sabe sobre o caso de Roberts. Se ela concorda
porque não quer recomeçar ou perder o luxo de estar com alguém
como Roberts. — Há quanto tempo vocês dois estão namorando?

— Apenas algumas semanas, — respondo, meus nervos


aumentando imediatamente porque não conversamos realmente
sobre isso. Ao abrir a boca para responder, apenas rezei para que
Silas não respondesse ao mesmo tempo. Isso poderia ter sido
desastroso. — Ainda novo. Na verdade, acabamos de contar aos
nossos amigos que estávamos namorando.

— Ah, entendo — diz Gloria em tom incrédulo e bochechas


franzidas.

Vou dizer agora, não gosto da vibe dela.

Não gosto da maneira como ela está nos estudando.

Eu não gosto do tom dela.

E não gosto de como ela está sentada ali com um brilho nos
olhos, como se estivesse pronta para nos pegar mentindo.

Como ela pode estar tão cansada e tão incrédula segundos


depois de nos conhecer?

Eu sei quando alguém está desafiando-me e acredito que é isso


que ela está fazendo.
Como ela pode ver através de mim, através de nós? Ela não
acredita na validade do nosso relacionamento falso? Ela falou com
Candace?

Será que ela irá para casa esta noite, e enquanto estiver
escovando os dentes e Roberts penteando o bigode com óleo para
bigode, ela vai dizer a ele que somos uma fraude e que ele deveria
me demitir?

Terei um emprego amanhã?

Será que Roberts vai encontrar-me no meu cubículo com uma


caixa e uma risada sardônica enquanto observa-me arrumar
minha mesa patética, notando o único pacote de post-its azuis-
claros que roubei de Candace há um mês, porque Ross me
desafiou?

Deslizo minha mão na de Silas, temendo pela minha maldita


vida.

Já é ruim o suficiente que Roberts vá me demitir, mas não


posso permitir que ele veja aqueles post-its de jeito nenhum. Ele
saberá que tipo de delinquente eu realmente sou.

— Como vocês se conheceram? — Gloria pergunta, tirando-me


dos meus pensamentos e forçando-me a voltar à conversa. Mas
agora, em vez de surgir com uma onda de confiança, estou à beira
do nervosismo.

Como nos conhecemos?

Ótima pergunta.
O suor forma-se em meu lábio superior enquanto tento me
lembrar da história que Silas e eu combinamos, mas pela minha
vida, minha mente fica em branco.

Preto.

Está tudo desbotado.

— O consultório médico — quase grito. No momento em que as


palavras saem da minha boca, Silas fica rígido ao meu lado. Não o
culpo, porque tenho quase certeza de que estamos prestes a
embarcar em uma viagem selvagem. — Sim, o consultório médico.
Estranho, eu sei, mas eu estava lá para fazer um exame de rotina,
e Silas estava lá porque estava com uma pedra enfiada no nariz.
— Silas move-se ao meu lado e só posso imaginar o que se passa
na cabeça dele. — Agora, alguns podem pensar que essa é uma
maneira infalível de conseguir uma passagem de primeira classe
para o pronto-socorro, mas Silas não. Ele é um verdadeiro santo e
acreditava que seu médico poderia ajudá-lo em suas necessidades.
Lembro-me de vê-lo na sala de espera, perguntando-me como um
homem adulto ficou com uma pedra enfiada no nariz. Descobri que
não foi por curiosidade mórbida ou por um fetiche por nariz.
Aconteceu que ele cheirou na hora errada enquanto um carro
passava, atirando uma pedra bem na narina. Quais são as
chances, certo?

— Muito... estranho — diz Gloria enquanto Roberts estuda-me


cuidadosamente. Deus, ele provavelmente pode ver através de mim
também. Ele está ligando mentalmente para o RH, dizendo-lhes
para retirarem meu arquivo porque ocorrerá uma demissão.
— De qualquer forma, eu disse a ele boa sorte com o nariz e
segui meu caminho. É difícil fazer uma conexão amorosa com um
cara respirando pela boca o tempo todo, certo? — Silas passa o
braço em volta da minha cintura e aperta-me com força. Sim, ele
não está feliz.

Não se preocupe, cara. Também não estou feliz, porque agora


preciso continuar com essa história.

— Então, como vocês dois se conectaram? — Roberts pergunta,


parecendo mais interessado na história do que eu pensava
inicialmente.

Aceno lentamente e digo: — O zoológico.

— O zoológico? — Gloria pergunta.

— Sim. Estávamos ambos maravilhados com os burros quando


nos viramos para sair e esbarramos um no outro. A terra quase
tremeu enquanto tentávamos nos equilibrar. Derrubei um frango
da mão dele, ele acidentalmente espirrou no meu rosto e, quando
tudo foi dito e feito, limpei os olhos, ele tirou o cabelo do rosto e foi
como se anjos cantassem ao nosso redor. Era o cara do nariz com
a pedra...

— Ah — diz Gloria.

— E ele estava com a braguilha aberta.

— Oh — Roberts responde com uma risada. Eu também acho


que uma braguilha aberta é hilariante. Uma verdadeira comédia
clássica.

— Sim, lá estava ele, sem uma única pedra enfiada no nariz,


mastigando um frango empanado pequeno, olhando
romanticamente para os burros domésticos com a braguilha
aberta. — Aceno minha mão na frente do meu rosto, rindo. — Que
idiota... estou certa? — Eu rio um pouco mais, porque isso foi
engraçado. Felizmente, Roberts e Gloria participam.

Quando a risada cessa, Gloria diz: — O que aconteceu depois?


— E ali mesmo, vejo que a fisguei. Ela não está mais zombando de
mim ou tentando ver através de mim, mas sim inclinando-se para
frente com interesse. Ela está investida. Roberts cruza o tornozelo
sobre o joelho oposto e parece positivamente entretido.

Boa.

Agora é hora de realmente aumentar o nível.

— Naturalmente, depois que os anjos pararam de cantar, eu


disse a ele que sua braguilha estava aberta. Confuso de vergonha,
ele agarrou o zíper e puxou-o para cima... — Gloria e Roberts se
aproximam. — Eu sei o que você está se perguntando... ele fechou
demais, certo? — Balanço minha cabeça. — Felizmente, não foi
esse o caso, mas enquanto ele fechava o zíper, abaixei-me e peguei
o frango para ele. O coitado mal havia sido mordiscado. Quando
devolvi a ele, ele disse que havíamos ultrapassado a regra dos cinco
segundos e que não conseguiria terminar. Uma decisão que
respeitei, dada a quantidade de fezes de animais provavelmente
espalhadas pelos passadiços. Ele então começou a me contar como
ele era um especialista em fechar o zíper da braguilha e não tinha
certeza por que ela estava aberta na frente dos burros. Dei-lhe um
tapinha tranquilizador no ombro, disse para não ficar
envergonhado e então... saí.
— Você saiu? — Gloria pergunta. — Depois que os anjos
cantaram?

— Louco, certo? Mas havia algo em seu desespero para


esclarecer as coisas sobre sua braguilha estar aberta na frente dos
burros que tinha uma pequena bandeira vermelha balançando
sobre sua cabeça. Eu não queria sujeitar-me a alguém que
pudesse ter... um fetiche por animais, se é que você me entende.
— Silas tosse bruscamente, e eu considero isso um sólido cale a
boca agora, Ollie.

Mas não consigo parar.

É como uma represa que ruiu.

— Você não sabia quem ele era? — Gloria pergunta.

Eu balanço minha cabeça. — Nenhuma ideia. E quando


comecei a sair, ele gritou... você me deve. — Veja, há alguma
verdade nesta história. — Quando perguntei por que, ele me disse
que eu lhe devia um frango empanado. — Falo por trás da minha
mão e digo: — Foi claramente uma tentativa desesperada de
passar mais tempo comigo. Apesar da possível bandeira vermelha,
enxerguei através disso, e fiquei um pouco interessada. Sempre
gostei de um pouco de estranheza. Afinal, ele tinha uma pedra
enfiada no nariz e flertou comigo no consultório médico. A
confiança que este homem tem é surpreendente. Então eu disse a
ele que claro que compraria um novo frango para ele. Juntos,
caminhamos até as barracas e comprei mais frango. Ele pediu para
juntar-me a ele e eu fui com ele. Eu o observei misturar maionese
e mostarda para fazer um tipo de molho que ainda sinto o cheiro
até hoje. Positivamente pútrido. Mas enquanto comia, ele contou
o quanto adorava burros. Sua pequena estatura, cabelos rebeldes
e as suas orelhas de quem pensa. Enquanto eu o ouvia falar sem
parar sobre burros, pensei comigo mesma, você sabe... ele é meio
fofo, então quando ele me pediu meu número, eu dei.

— Isso é fofo — diz Gloria.

— Mas não foi assim que tudo terminou.

— Jesus Cristo — Silas murmura.

— Sua atenção à gramática em suas mensagens de texto


realmente acelerou meu motor. Nada é mais erótico para mim do
que o uso adequado da pontuação em uma mensagem de texto.
Uma arte perdida, se você me perguntar.

— Faz sentido, dada a sua profissão — diz Gloria. — Bem, isso


foi uma história e tanto.

— Sim — diz Roberts com um sorriso no rosto. — Parece que


Silas precisará de algo mais forte se essa história continuar se
repetindo.

— Algo como uísque — diz Silas.

— Vou mandar trazer o melhor para você. — E com um aceno


de dedos, Roberts pede um uísque para Silas enquanto sinto uma
gota de suor escorrer pelas minhas costas.

Bem, isso não saiu como esperado.


— Que porra foi essa? — Silas pergunta enquanto Roberts e
Gloria são puxados para o lado para encontrarem-se com outro
casal. Ouvi rumores de um grande patrocinador de um dos
assistentes de Roberts, o que significa que Roberts precisa apertar
a mão.

— Sinto muito — murmuro. — Eu estava nervosa.

Silas aproxima-se da minha orelha, a mão ainda curvada em


volta da minha cintura para poder puxar-me ainda mais para
perto. — Como diabos você estava tão nervosa? Isso foi um
desastre.

— O desastre parece um pouco drástico — eu digo. — Mais


como uma ótima história.

— Diz a garota que não tinha uma pedra enfiada no nariz.

Eu estremeço. — Sim, isso é um pouco problemático para a sua


imagem, mas ei, atraiu alguma simpatia. Em vez de correr
frutificando como em Uma Babá Quase Perfeita, isso foi deslizar
balançando.

— Você está tentando ser engraçada?

— Não está funcionando? — pergunto, seu nariz agora a poucos


centímetros da minha bochecha.

— Nem um pouco.

— Posso oferecer-lhe um pedido de desculpas?

— Não tenho certeza se um pedido de desculpas pode curar o


dano causado.

— Que dano? — pergunto. — Você pareceu cativante.


— Isso não foi cativante — diz ele, com a voz cheia de raiva. —
Não é com a porra da pedra que estou muito preocupado. É que
você praticamente disse que eu coloquei meu pênis para fora
enquanto ficava maravilhado com burros. Eles vão presumir que
sou algum tipo de voyeur público com um fetiche por animais
doentios. E burros? Realmente?

Viro-me para ele, então parece que estamos tendo uma


conversa íntima, em vez de ele me repreender no ouvido. — Em
primeiro lugar, eu não afirmei que você estava sacudindo seu
pepino enquanto olhava para os burros. Tudo o que eu disse foi
que sua braguilha estava aberta. Se você considerou isso outra
coisa, a culpa é sua, senhor.

— Enquanto comia um maldito frango empanado. Esse é um


comportamento estranho, Ollie.

— Não consegui pensar na palavra daquela coisa de massa com


canela.

— Um churro? — ele sibila.

— Ah... sim, é isso. Churro teria feito muito mais sentido.

— Então você queria dizer churro, mas optou por frango


empanado?

— O que a mente quer, a mente consegue — respondo. A


maneira como ele bufa em minha direção faz-me acreditar que ele
não gosta dessa resposta. — Além disso, por que você está
respirando pesadamente para mim quando poderia ter-me parado
e assumido o controle da conversa a qualquer momento? Quase
parece que você queria ouvir o resto da história. Não posso ser
completamente culpada aqui.

— Pode sim, porra. Isso tudo é por sua conta. Caramba, Ollie,
você disse que eu mergulho o frango em mostarda e maionese.
Você sabe o quão vil isso é?

— Fez-me vomitar só de dizer isso em voz alta.

Ele olha para mim, aqueles olhos azuis gelados gritando


assassinato. — Tínhamos uma porra de uma história simples,
então o que aconteceu?

Dou um tapinha em seu braço e digo gentilmente: — Isso


chama-se pânico. Bem-vindo ao show que é a minha vida. Aperte
o cinto, vai ser turbulento.

— Jesus — ele murmura no momento em que Roberts e Gloria


voltam a sentar-se.

— Desculpe por isso — diz Roberts enquanto coloca o braço


atrás de Gloria.

É estranho ver seu chefe fora do local de trabalho, porque se


eu não conhecesse Roberts profissionalmente, neste momento,
acreditaria que ele parecia um cara tranquilo. Ele está relaxado,
em seu elemento e divertindo-se. Não há nenhuma ruga entre suas
sobrancelhas, nenhuma coragem em seu passo para gritar com
alguém por fazer seu trabalho de maneira inadequada. Ele
parece... ouso dizer isso? Calmo.

Sinceramente, acho que não gosto disso. Está destruindo tudo


em que sempre acreditei.
— Vocês dois já pensaram em como será a temporada e o
impacto que isso terá em seu relacionamento? — Roberts
pergunta, a pergunta é bastante específica. Faz-me pensar se ele
está pescando alguma coisa.

É por isso que ele parece tão relaxado, porque está tentando
descontrair-nos, sentindo-nos confortáveis para dizermos algo que
talvez não queiramos dizer?

Bem, que pena para ele. A costura de reforço deste vestido


soltou-se de seus limites e está penetrando na minha lateral,
colocando-me em alerta máximo.

— Já conversamos sobre isso — diz Silas, claramente querendo


assumir a liderança agora na resposta às perguntas.

Vá em frente, cara. Estou exausta.

— Ela entende a programação e que às vezes estarei fora em


viagens mais longas, mas os dias em que estiver na cidade serão
gastos com ela quando não for obrigado a estar na arena.

— O equilíbrio é importante — diz Roberts e sorri. — Mas os


campeonatos também.

— Eles são.

— Acha que vai ganhar outro este ano?

— Esse é o objetivo — diz Silas enquanto toma um pequeno


gole de seu uísque, algo que aprecio, já que é ele quem tem que
levar-me de volta ao meu dormitório. Depois do desastre entre o
frango e o burro, ele poderia estar se empanturrando.

— Sr. Roberts — diz outro assistente — o presidente gostaria


de falar com você sobre seu discurso.
Roberts suspira e coloca as mãos nas pernas. — O dever
chama. Vou deixar vocês dois passarem algum tempo com o resto
da multidão. Obrigado por terem vindo e conversaremos mais
tarde.

— Parece ótimo — diz Silas, e juntos todos nós nos levantamos.


Silas e Roberts apertam as mãos mais uma vez. Sorrio para Gloria,
ela acena para mim e então nos separamos.

Silas segura minha mão e me mantém por perto enquanto nos


conduz através da multidão até a parede oposta, onde podemos
conseguir um pouco de privacidade.

— Valeu a pena? — ele pergunta quando finalmente estamos


fora do alcance de outros ouvidos.

— O que valeu a pena?

— Envergonhar-me. Valeu a pena o salto minúsculo que você


deve ter dado aos olhos dele?

— Ei — eu digo, empurrando seu peito. — Não seja mau. É uma


história estúpida sobre a sua braguilha estar aberta. Não é o fim
do mundo.

— É quando tenho pessoas por toda esta maldita cidade


tentando encontrar informações sobre mim para publicar. — Ele
balança a cabeça. — Você não entende, Ollie. Eu não sou como
você. Não posso flutuar por este mundo sem preocupação ou
cuidado. Tenho que cuidar da minha imagem o tempo todo.

— Eu não flutuo por aí sem preocupação ou cuidado. Eu me


importo muito, por isso trouxe você para essa coisa estúpida. E
entrei em pânico. Eu não disse essas coisas para envergonhar você
de propósito. Simplesmente aconteceu.

— Bem, controle-se. Jesus. Se você quiser fazer alguma coisa


neste mundo, nesta carreira, então você terá que crescer, Ollie.

Dou um passo para trás, suas palavras atingindo-me com mais


força do que eu esperava, porque soam como algo que meu pai
diria.

Jornalismo? Cresça, Ollie. Escolha um emprego de verdade.

E assim como aconteceu com meu pai, não é algo que considero
levianamente, nem vou deixar passar.

— Não fale assim comigo — eu digo. — Só porque você pensa


que é mais sábio do que eu, não lhe dá o direito de me tratar como
uma criança. Estraguei tudo esta noite porque pensei que Gloria
poderia ver através de nós. Esse pânico fez-me tentar pensar em
uma história mais elaborada que parecesse mais verossímil.
Desculpe por não ter pintado você como o menino de ouro de
Vancouver. Desculpe. Eu não sabia que você precisava tanto
acariciar seu ego.

Seguro meu vestido e fico em pé, indo em uma direção


diferente. Qualquer direção para fugir dele.

— Ollie, espere — ouço ele gritar, mas o ignoro.

Eu então localizo o buffet.

Bingo.

Essa garota precisa de um maldito bolo de caranguejo.


Com uma coisa em mente, vou até o bufê, onde pego um prato
e examino todos os alimentos finos preparados com habilidade.

Frutas, queijos, biscoitos, vegetais sofisticados cortados para


parecerem flores. Pequenos pedaços de carne que parecem
tentadores, camarão com molho de coquetel e... bolos de
caranguejo.

Vem para a mamãe.

Não me importo em distrair a dor que Silas acabou de causar


com um delicioso bolo de caranguejo perfeitamente frito.

— Ouvi dizer que o bife Wellington está delicioso — diz uma voz
familiar. Olho para cima e encontro Yonny parado ao meu lado,
com o prato na mão.

— Ah, bife Wellington, não consegui pensar no nome. Isso não


demora um pouco para cozinhar?

— Aparentemente é por isso que é uma delícia para comer como


aperitivo em um buffet. Embora eu nunca tenha visto isso assim,
em bolinhas pequenas. — Ele sorri para mim e parece... estranho.
A última vez que ele sorriu para mim foi quando descobriu que
poderia comer massa de biscoito pré-embalada e não ficar doente.

Então, o que há com esse sorriso?

Ele está flertando? Não, ele não pode estar flertando. Não é isso
que ele está fazendo. Ele está apenas sendo legal.

— Você já teve muita experiência com bife Wellington? —


pergunto. É melhor participar da conversa. Não é como se a última
pessoa com quem conversei estivesse sendo educada.
— Não tanto quanto estou fazendo parecer. — Ele aproxima-se
com um sorriso brincando em seus lábios. — Estou adaptando-me
bem?

— Uh... sim — eu digo, sorrindo de volta porque, meu Deus, ele


está realmente sendo brincalhão. O que está acontecendo com ele?
Ele deve estar bêbado.

— Fantástico. Eu não tinha certeza se iria comparecer hoje à


noite, mas Candace disse que eu não tinha opção. — Ele olha por
cima do ombro e diz: — Peguei esse smoking emprestado do meu
pai. Tem cheiro de mofo?

Eu rio. Ele está definitivamente bêbado. Eu me inclino mais


perto, dando uma cheirada em seu smoking. — Não, cheira a sua
colônia.

— Não sei dizer se isso é bom ou ruim.

— Uma coisa boa — eu digo assim que um braço forte envolve


minha cintura, puxando-me para um peito ainda mais forte.

— Ei, baby — ouço logo antes de um par de lábios pressionar


meu pescoço.

Posso estar irritada com o homem, mas meu Deus, esse


beijinho envia um tsunami de arrepios pelas minhas pernas.
Maldito seja.

Quando ele se afasta – e quando digo se afasta, quero dizer uns


centímetros – ele pergunta: — Posso pegar outra bebida para você?
— Seu polegar faz pequenos círculos na minha cintura.
Então vamos ignorar a nossa conversa de um minuto atrás? Não
vai agir como se você tivesse me dito para crescer? Vai presumir
que tudo está bem no mundo?

Ótimo.

— Claro — falo, sentindo minha respiração ficar presa na


garganta por causa de sua proximidade. É fácil esquecer o quão
grande ele é, como sua presença pode consumir todo o ar ao seu
redor. Percebi isso no momento em que o beijei pela primeira vez,
e estou percebendo isso agora, enquanto ele me segura
protetoramente na frente de Yonny.

Não apenas protetoramente, mas... ele está reivindicando-me.

Ele está mostrando a todos na sala exatamente a quem eu


pertenço.

— Volto logo. — Ele dá outro beijo no meu pescoço antes de


sair.

— Então — Yonny diz, limpando a garganta. — Você parece


estar feliz.

Pego alguns queijos e biscoitos, colocando-os no meu prato sem


pensar enquanto tento livrar-me da sensação dos lábios quentes e
deliciosos de Silas em meu pescoço.

— Sim, estou — respondo.

— Estou feliz que você encontrou alguém — diz Yonny. — Eu


sei que não tratei você da maneira que merecia. — Ele olha para
mim, nossos olhos se conectando. — Você merecia muito mais do
que eu poderia oferecer naquele momento.
— Naquele momento? — pergunto, confusa. — O que você quer
dizer com isso?

Ele apenas balança a cabeça. — Nada com que se preocupar.


Mas estou feliz que você tenha encontrado Silas. — Ele olha por
cima do meu ombro para algo atrás de mim. Olho também e vejo
Silas encostado no bar, os olhos grudados em mim. Ele não vacila
nem esconde o fato de que está olhando. Em vez disso, é quase
como se seu olhar ficasse mais intenso a cada segundo que
passava. — Ele parece apaixonado por você.

Eu me viro enquanto sinto uma sensação de formigamento


percorrer meu corpo. — Ele é, ah... muito protetor.

— Eu posso ver isso. Tenho certeza de que todas as pessoas


nesta sala sabem que você está fora dos limites.

— Isso é só porque ele chama a atenção.

Yonny balança a cabeça enquanto pega um pedaço de bife


Wellington. — Não, ele não chama nada da sala além de sua
atenção. — Ele pega um guardanapo. — Acho que vejo você por aí,
Ollie. Ah, e como eu não disse isso o suficiente quando estávamos
namorando, você está deslumbrante esta noite.

Minhas bochechas esquentam e, enquanto ele afasta-se, vejo-


me observando-o. Silenciosamente, mesmo que ele não possa
ouvir-me, murmuro: — O-obrigada. O que houve com isso? Você
está deslumbrante esta noite? Obviamente bêbado. É uma coisa
boa que eu não anseie mais por sua atenção.

Termino de encher meu prato e, assim que me viro, Silas está


ao meu lado com uma bebida. — Siga-me — ele diz, e porque sinto-
me mal, eu o sigo. Eu o sigo até uma área de estar privada à
esquerda, perto de uma ampla janela que nos dá uma vista da
cidade. Ele senta-se em um sofá aberto e coloca as bebidas em
uma mesinha de centro em frente a ele, depois ajuda-me a sentar
também. Ele coloca meu prato na mesa e coloca a mão na minha,
puxando-me para perto para poder falar baixinho no meu ouvido.

— Sinto muito — ele sussurra suavemente. — Eu não estava


preparado para sua história e isso envergonhou-me.

O exterior frio e áspero que ergui no minuto em que começamos


a brigar se dissipa, e eu respondo: — Sinto muito também. Não foi
minha intenção envergonhar você.

Ele afasta-se apenas o suficiente para segurar minha bochecha


e olhar nos meus olhos. Olhando de fora, parece que estamos
perdidamente apaixonados. Mas eu gosto disso. Gosto que este
homem gentil, que estou vendo, possa ter um ego do tamanho do
de Mike Tyson, tenha escolhido fazer com que nosso momento de
desculpas pareça algo romântico. Certamente escolhi um bom
para meu namorado falso.

— Eu sei que você não tentaria intencionalmente fazer-me


parecer um pervertido amante de burros.

Isso me faz bufar. Inclino minha cabeça em seu ombro e ele


embala-me enquanto nós dois rimos.

— Se amanhã as manchetes disserem que Silas Taters é um


pervertido amante de burros, assumirei total responsabilidade. —
Eu me afasto de seu ombro e vejo um leve sorriso em seus lábios.
— Se as manchetes disserem isso, o pior dos meus problemas
não é o que o público tem a dizer. Enfrentar os rapazes seria um
pesadelo absoluto.

— Basta direcioná-los para mim e poderei explicar.

— Tenho certeza de que você perdeu toda a credibilidade para


explicar ou contar qualquer tipo de história. Você é um canhão
solto e não permitirei que isso aconteça novamente.

— Provavelmente a melhor jogada que você pode fazer no


momento. — Pego o prato e levanto-o entre nós. — Queijo e
biscoito?

— Claro.

— Você vai a esse tipo de coisa com frequência? — pergunto


enquanto nos sentamos no carro de Silas, dividindo uma batata
frita grande e tomando milkshakes que compramos em uma
lanchonete local que por acaso estava aberta.

— Vou mais do que quero, isso é certo.

— Então isso foi doloroso para você? — Pego uma batata frita
e enfio a batata crocante na boca.

— Em parte. — Ele inclina a cabeça para o lado e sorri para


mim. — Outras partes, não tão ruins.
— Acho que todos nós conhecemos a parte dolorosa e tenho
quase certeza de que já superamos isso, então não há necessidade
de tocar no assunto novamente.

— Foi você quem tocou no assunto. — Ele cutuca minha perna


com o nó do dedo indicador.

— Não há necessidade de estar certo o tempo todo, Silas. Não


é uma qualidade atraente.

— Ainda bem que não preciso ser atraente perto de você, já que
temos uma política rígida de proibição de bordel.

— Uma política pela qual tenho uma forte convicção.

— É por isso que você estava flertando com Yonny esta noite?
— Ele toma um gole de seu canudo enquanto eu olho para ele em
estado de choque.

— Com licença, senhor, eu não estava flertando.

— Poderia ter enganado todos na sala, até mesmo Candace. Ela


saiu furiosa para o banheiro quando viu vocês dois no bufê.

— Para. Não, ela não fez isso.

Silas acena com a cabeça. — Ela saiu.

— Bem, eu não estava flertando. Se alguém estava flertando,


era Yonny. Eu só estava sendo educada.

— Flertar quando ele sabe que você está comprometida? Isso é


fodido.

— É por isso que você veio até mim? — pergunto, ainda curiosa
sobre o beijo no pescoço.
— Não gostei que minha garota estivesse conversando com
outro homem — diz Silas imediatamente, como se não precisasse
de tempo para pensar em sua resposta.

— Uh, eu não sou sua garota.

Ele pega uma batata frita e diz: — Você é quando estamos


juntos. Eu nunca deixaria isso acontecer na realidade, então
também não vai acontecer quando estivermos namorando de
mentira. Eu tive que afirmar minha reivindicação.

— Era isso que estava acontecendo? — Minha nuca esquenta


com a ideia de ele possuir e agir de acordo com esse tipo de atitude
na vida real. Já li sobre esses homens possessivos que querem
controlar você, mas ao mesmo tempo dão-lhe espaço, mas nunca
experimentei isso. Agora, enquanto vivo e respiro, Silas Taters está
avançando.

E aquela sensação que passou por mim com a sensação dos


lábios dele na minha pele foi muito... excitante.

— Porra, sim, foi — diz ele. — Não pretendo que ninguém pense
que você pertence a alguém além de mim quando estivermos em
público. Agora, aqui, no carro, posso ficar sentado por vinte
minutos, não me importando que você tenha uma crosta de milk-
shake seca na ponta do nariz.

— Oh, meu Deus! — grito enquanto alcanço o visor e viro o


espelho para baixo para me olhar. E com toda certeza, como sei o
dia em que nasci, tenho milkshake de chocolate no nariz. Pego um
guardanapo, lambo e esfrego. — Por que diabos você está
deixando-me sentar aqui com milkshake no nariz?
Ele recosta-se na cadeira com um sorriso. — Pervertido do
burro, Ollie... pervertido do burro.
— Você vai trazer Ollie para a festa de boas-vindas com as
famílias na arena? — Posey pergunta enquanto senta-se ao meu
lado no banco, com uma garrafa de água na mão.

— Estamos no meio de exercícios e é isso que você está


perguntando? — Pego uma garrafa de água e coloco um pouco de
água na boca.

— O que eu vou dizer? Que posso sentir o sanduíche de


mortadela que comi antes de pisar no gelo alojado em meu
estômago, agindo como um tijolo de duas toneladas e atrasando-
me pra caralho?

— Cara, você tem um problema. Pare de comer isso.

— Eu tenho um problema. Recebi um pacote novo ontem e ele


estava chamando-me para abri-lo esta manhã. Eu não tenho
controle.

— Você é vil.

Nosso treinador apita, deixando a terceira equipe dar uma


volta. A primeira equipe é a próxima, então levanto-me do banco,
o suor escorrendo pelo rosto e o capacete empoleirado no topo da
cabeça.

— Então, você vai trazê-la?


— Eu não pensei sobre isso — respondo.

— Você deveria. Ela poderia conhecer todo mundo. Eu sei que


Penny e Winnie estarão lá. Penny não vai patinar, mas pode ser
bom para Ollie conhecê-las.

— Sim, talvez — eu digo.

— Não seja assim.

— Não seja de que maneira? — pergunto, confuso.

— Não ir porque Sarah estará lá.

Viro-me para Posey. — Ela vai estar lá?

— Sim, todo mundo estará.

Passo a língua pelos dentes no momento em que o apito soa.


Tiro o capacete, coloco o protetor bucal e pulo sobre as tábuas e
caio no gelo.

Se Sarah vai estar presente, este pode ser o momento perfeito


para apresentar Ollie a todos. Afinal, é por isso que estamos
fazendo tudo isso, certo?

Silas: Ei, o que você vai fazer neste sábado?

Ollie: Eu estava planejando fazer uma corrida longa. Por quê?


Você precisa de algo?

Silas: A equipe organiza uma festa de boas-vindas com as


famílias antes do início de cada temporada, e é sábado. Eles fazem
disso uma grande coisa. Chocolate quente, marshmallows, jantar
servido. Você conseguiria vir?

Ollie: Claro que posso. Mas há um grande problema.

Silas: Não me diga que você não sabe andar de patins.

Ollie: Culpada.

Silas: Jesus Cristo.

Ollie: Uh, perdoe-me por não ter crescido no gelo como você.
Passei minha juventude sendo provocada... lembra? A última coisa
que eu queria era cair no gelo.

Silas: Bem... que bom que você me tem.

Ollie: Você está me dizendo que vai me ensinar a andar de


patins na frente de toda a sua equipe e de seus familiares? Você
entende como ficarei humilhada se me fizer usar um daqueles
andadores infantis.

Silas: Considere isso uma vingança pelo pervertido do burro.

Ollie: Ouça aqui, senhor. *apontando o dedo* Você não pode


mais usar isso. Pervertido do burro está fora de questão para
negociações.

Silas: Quase não usei.

Ollie: Bem, esta é sua última vez. Não mais.

Silas: Tudo bem, mas acho que estou pegando o lado errado.

Ollie: Quanto mais cedo você perceber que o mundo gira em


torno de mim, melhor.

Silas: Isto é uma parceria, não uma ditadura.


Ollie: Que fofo você pensar isso. Envie-me os detalhes e o que
devo vestir. Sexy ou não sexy. Eu tenho ambos.

Silas: Vai fazer frio. Nada sexy.

Ollie: Oh, Silas, você realmente não tem ideia sobre mulheres,
não é? Não precisa estar quente para ser sexy. Deixe-me perguntar
isso. Sarah estará lá?

Silas: Sim.

Ollie: Será sexy!

Silas: Estou aqui.

Ollie: Enfiando meus peitos. Dê-me um segundo.

Enfiando os peitos? O que diabos isso significa? Eu quero


saber?

Provavelmente não.

Encosto minha cabeça no encosto e solto um grande suspiro.

Estou exausto. O treino foi brutal esta semana. Não tenho


certeza se o treinador estava tentando provar alguma coisa ou se
não está satisfeito com nosso desempenho, mas estou arrasado.

Minhas pernas estão doloridas. Minhas costas estão pegando


fogo. E depois de uma rodada pesada de levantamento de peso,
sinto que a parte superior do meu corpo mal consegue se mover.
A última coisa que quero fazer é andar de patins um pouco
mais, mas sei que todos esperam que eu apareça e leve Ollie. Pacey
falou como Winnie está animada em conhecê-la, o que só aumenta
a pressão de tudo isso.

E depois há Ollie e o que pode sair da boca dela. Decidi bater


um papo amigável no caminho para a arena sobre o que dizemos
e o que não dizemos.

Pelo canto do olho, vejo Ollie andando em minha direção, então


abro a porta para ela de dentro do carro. Ela se abre e ela aparece
totalmente...

Jesus, porra, ela é gostosa.

— O que você acha? — ela pergunta enquanto gira no lugar,


exibindo sua bunda perfeita e pernas tonificadas.

— Uh... bom — falo enquanto meus olhos flutuam até o suéter


decotado que ela está usando. Ele mostra uma abundância de
decote ao mesmo tempo que oferece uma visão de sua barriga
tonificada. Sua legging brilha à luz do sol, e ela a combinou com
botas brancas fofas que combinam com seu suéter ou com o curto
suéter que ela tem. E depois há seu longo, saltitante e volumoso
cabelo castanho com as pontas enroladas e franjas emoldurando
seu lindo rosto. Seus olhos verdes destacam-se contra o escuro do
rímel, e seus lábios brilhantes chamam minha atenção por um
segundo a mais do que eu gostaria de admitir.

— Apenas bom? — ela pergunta, então levanta os seios. — Eu


tenho decote em um suéter curto. Você sabe que tipo de sutiã eu
tive que usar para que isso acontecesse?
— Algo feito de magia? — pergunto enquanto olho para seus
seios redondos.

— Exatamente, então eu apreciaria um pouco mais de


agradecimento.

Com a boca seca, meus olhos movem-se de sua barriga, de volta


para seus seios – seios que eu não me importaria de explorar – e
até seu rosto, onde vejo um sorriso malicioso. — Você está gostosa
pra caralho — eu digo.

— Isso é muito melhor — ela responde enquanto entra no meu


carro e coloca sua bolsa no colo antes de apertar o cinto. — Então
você aprova a roupa?

— Sim — eu digo, colocando o carro em movimento e saindo.

— Então por que você parece tão carrancudo?

— Cansado pra caralho — eu digo. — Dolorido. Com fome.


Apenas irritado.

— Oh, divertido para mim, especialmente porque você deveria


ensinar-me a patinar hoje.

— Não se preocupe, não ficarei mal-humorado quando


chegarmos lá.

— Ah, então o mau humor é só para eu experimentar.

— Sim — eu digo. — Não é que eu precise impressionar você


ou algo assim. Já tenho um guardanapo assinado afirmando que
você é minha.

— Algo pelo qual você deveria ser grato.

— Acredite em mim, com esse suéter, estou muito grato.


Percebo o sorriso dela e depois viro-me para olhar pela janela,
claramente satisfeito com a resposta.

— Então, precisamos conversar sobre o que é apropriado dizer


na frente das pessoas?

— Não — ela geme. — Eu tenho tudo sob controle.

— Tem certeza? Porque foi isso que você pensou quando


entramos na arrecadação de fundos.

— Escute, posso ser um canhão solto, mas agora que estou


experiente, entendi totalmente.

— É assim que você está chamando? — indago. — Experiente?

— Sim, a descrição perfeita. Agora, se você não se importa, eu


gostaria de ouvir um pouco de Taylor Swift para animar-me.

— Taylor Swift para animar-se?

— Uh... sim. E se você me irritar, posso ir para a festa com


Reputation5 em mente, ou podemos ser amigáveis e entrar na festa
com Lover6. Faça sua escolha.

Puxo meu cabelo e suspiro. — Escolho Lover.

— Boa escolha, Silas. Você é tão bom em agradar sua


namorada falsa.

5
Sexto álbum da Taylor Swift.
6
Sétimo álbum da Taylor Swift e faixa do mesmo álbum.
— Então eu sei que exalo confiança — diz Ollie enquanto seguro
a mão dela e a levo pelo corredor em direção ao rinque. — Mas vou
dizer agora mesmo, sinto que vou vomitar.

Isso me faz parar e me virar para ela.

— Mas tocamos o remix de Lover com Shawn Mendes


repetidamente. — Ela aperta minha mão e olha para mim em
pânico. — Espere. Você está falando sério? Você precisa de um
banheiro?

— Acho que só preciso de um segundo — ela diz enquanto


recua até a parede e encosta-se nela.

Continuo segurando a mão dela e esfregando o polegar nos nós


dos dedos.

— Desculpe — ela diz enquanto respira fundo. — Fiquei muito


nervosa de repente. Você poderia pensar que eu ficaria mais
nervosa no meu evento, mas isso parece tão... íntimo.

— Podemos ir embora se você quiser.

Ela balança a cabeça. — Não, foi para isso que me inscrevi. —


Seus olhos conectam-se com os meus. — Você pode me fazer um
favor?

— Qualquer coisa — eu digo, sentindo o nervosismo dela


percorrer-me também. Ela é tão boa em ser vulnerável. É tão fácil
para ela que sempre que ela está vulnerável, é quase como se esses
sentimentos fossem transferidos para mim também.

— Por favor, não saia do meu lado. Yonny fazia aquela coisa de
levar-me para eventos e esperava que eu me desse bem com outras
pessoas sem ele. É intimidante. Fico muito melhor perto das
pessoas quando estou confortável. — Ela pisca, e aqueles olhos
verdes quase deixam-me de joelhos quando ela diz: — Isso pode
parecer estranho, mas sinto-me confortável com você por perto.

— Estarei ao seu lado o tempo todo. Prometo.

— Obrigada. Só sei que Sarah estará aqui, e não tenho certeza


se estou pronta para essa coisa de você flertar com ela enquanto
eu assisto. Sei que parecia que fiz isso com Yonny, mas não fiz e...

Estendo a mão e seguro sua bochecha enquanto digo: —


Quando afirmo que não quero nada com Sarah, estou falando
sério. Eu não estou deixando você. Você estará ao meu lado o
tempo todo, ok? Lembre-se, você está fazendo-me um favor, então
estou aqui com você.

Ela assente. — Ok, sim. — Ela solta outra respiração profunda.


— Deus, desculpe-me. Sou mais forte que isso. — Observo
enquanto ela equilibra os ombros, levanta o queixo e prepara-se
para o que está por vir. É interessante ver alguém simplesmente
abandonar seus medos e ansiedades assim, como se dissesse:
cansei de preocupar-me e agora estou seguindo em frente.

Não tenho certeza se posso fazer isso.

— Ok, estou pronta.

— Tem certeza?

Ela assente. — Muita certeza. Estou tirando uma página do seu


livro e não mostrando nenhuma vulnerabilidade.

Por alguma razão, isso não me agrada. Talvez porque já a tenha


visto vulnerável antes ou talvez porque saiba como é reter esses
sentimentos. De qualquer forma, não quero que ela sinta que
precisa se impedir de ser ela mesma.

— Não tire uma página do meu livro — eu digo. — Não é uma


maneira saudável de viver.

— Você diz isso — diz ela, inclinando a cabeça enquanto olha


para mim —, mas não ouve seus próprios conselhos.

— Nunca disse que era um especialista em lidar com emoções.


Só sei que se você tem sentimentos, você se sentirá melhor quando
tirá-los do peito. — Passo o polegar pela bochecha dela.

— Bem, estou nervosa. E se as pessoas não gostarem de mim?


Eu vou decepcionar você.

— Acredite em mim, a última coisa que você pode fazer quando


está vestida com esse suéter é me decepcionar.

Isso coloca um sorriso em seu rosto. — Realmente fã do suéter,


hein?

— Todo mundo é fã do suéter.

— Eu disse que poderia vestir-me de maneira normal e sexy.

— Você continua a provar que estou errado. — Agora que ela


está se sentindo um pouco mais leve, pergunto: — Pronta para
fazer isso?

— Eu estou pronta. — Ela assente. — E obrigada, Silas, pela


compreensão.

— Ouça. Nós dois estamos fazendo um favor um ao outro aqui.


Resolver todos os problemas levará um segundo, mas quando
estivermos confortáveis, será fácil seguir em frente.
— Espero que sim. — Ela afasta-se da parede e aconchega-se
em meu braço enquanto nos damos as mãos e seguimos pelo
corredor novamente. — Lembre-se, não me abandone.

— Baby, confie em mim, não vou a lugar nenhum.

— Baby? — ela indaga, levantando a sobrancelha.

Eu apenas encolho os ombros, optando por não abordar o


assunto porque, honestamente, o termo carinhoso simplesmente
escapou. Eu não queria que isso acontecesse, mas, infelizmente,
não parece haver muito que eu possa controlar atualmente.

Como a maneira como fico olhando para seus olhos


deslumbrantes.

Ou como meu olhar desce para sua camisa e seus seios de dar
água na boca.

Ou como mal posso esperar para entrar no gelo, apesar de estar


dolorido, para poder mostrar a ela como patinar.

É divertido estar perto de Ollie e agradeço por ela manter minha


mente longe dos meus demônios.

— Então é aqui que entramos nos dias de jogo — digo. — E isto


— aponto para o nosso logotipo na parede — é nisso que tocamos
antes de entrar na arena.

— É uma coisa de boa sorte?

Eu concordo. — Sim, boa sorte, tradição, tudo combinado.

— E esses tapetes pesados no chão, é porque vocês usam


patins?
— Sim — eu digo enquanto passamos por alguns funcionários.
Aceno e sorrio para eles.

— Você já parou para conversar com os fãs?

— Antes do jogo, na verdade não. Vou jogar discos para os fãs


depois do aquecimento, mas conversas e autógrafos? Não. Vou
guardar isso para depois dos jogos... jogos que ganhamos. O
treinador não gosta que fiquemos no gelo depois de uma derrota.

— Eu posso entender isso. Ainda bem que você ganha muito,


ou pelo menos foi o que ouvi. Eu realmente não prestei atenção às
suas estatísticas.

— Que pena, eu realmente poderia impressionar você.

— Estatísticas não significam nada para mim. Como você trata


as pessoas ao seu redor, isso é algo para se falar.

Eu a levo para o gelo. A equipe realmente fez algo especial no


evento, sempre o faz. Metade do gelo é uma pista para a família e
amigos patinarem. Coberta por tapetes, a outra metade conta com
um mix de sofás, cadeiras, mesas e, claro, estações de chocolate
quente e marshmallows, que são realmente mais para a criançada.
A comida é servida na área do clube. Já estive neste evento
algumas vezes com Sarah, então estar aqui com Ollie parece um
pouco estranho.

— Oh, uau, isso é... isso é maior do que eu esperava — diz ela
enquanto olha ao redor da arena. — Você joga hóquei aqui? Olhe
para todos aqueles assentos vazios. Eles geralmente estão cheios?

— Todos os jogos em casa — eu digo.

— Deve ser muito barulhento aqui.


— Muito barulhento, mas a torcida dos fãs só me estimula a
trabalhar mais.

— Sexy — ela murmura enquanto eu a levo para a seção de


patins. Claro, todos os jogadores têm seus patins em exposição e
abaixo deles estão seus respectivos familiares e amigos. Tivemos
que fornecer os tamanhos à equipe antes de chegar para facilitar.

— Sr. Taters, você está pronto para andar de patins? — a


atendente pergunta.

— Eu estou — respondo. — E, por favor, chame-me de Silas.

— Claro — ela diz enquanto pega os patins e os entrega para


nós.

— Obrigado. — Guio Ollie até um sofá e depois ajoelho-me na


frente dela.

— O que você está fazendo? — ela pergunta.

— Ajudando você a calçar os patins — respondo e, em seguida,


tiro cuidadosamente o sapato dela. Quando olho para ela, percebo
que suas bochechas estão coradas. Não sei o quanto isso tem a ver
com o fato de eu estar ajoelhado na frente dela ou com o frio do
gelo abaixo de nós.

— Ah, isso não é necessário.

— Você já fez isso antes?

— Não — ela responde.

— Então deixe-me ajudá-la... baby.

Ela ri. — Realmente concordando com isso, não é?


Estou prestes a responder quando ouço: — Oh. meu Deus,
Pacey, olha, ele está ajudando-a com os patins.

Winnie.

Aqui vamos nós.

— Oi — diz Winnie, caminhando até nós e estendendo a mão.


— Você deve ser Ollie. Sou Winnie, noiva de Pacey.

— Oi, Winnie — diz Ollie com um sorriso brilhante. — É tão


bom conhecer você.

— Meu Deus, ela é linda. — Winnie me dá uma joelhada na


lateral do corpo. — Batata, ela é tão linda.

Ahhh, Winnie.

— Batata? — Ollie pergunta. Aí está.

— Ah, sim, é assim que chamo Taters. Fez-me lembrar de uma


batata. — Olho para Ollie e a vejo sorrindo de orelha a orelha.

— Eu gosto bastante desse apelido.

— Nem pense nisso — murmuro enquanto pego seu pé e a


ajudo a colocá-lo no patins. Quando está totalmente colocado, eu
o amarro.

— Quando Pacey me disse que Batata estava trazendo você, eu


não conseguia parar de pensar em todas as coisas que queria
conversar com você.

— Winnie — diz Pacey. — Dê a ela um segundo para respirar.

Mas Winnie senta-se ao lado de Ollie e diz: — Como diabos


vocês dois se conheceram? A primeira vez que conheci Silas, ele foi
um idiota total. Claro, eu estava atrapalhando as férias dele, mas
Deus, ele foi difícil de conquistar.

— E você acha que me conquistou? — pergunto levantando a


sobrancelha.

— É adorável que você pense que não. — Winnie me dá um


tapinha na cabeça e volta-se para Ollie. — Então, como vocês dois
se conheceram?

Aqui vamos nós, porra...

— Bem, foi em um consultório médico — Ollie começa, e eu


pego o outro pé dela e coloco-o no patins enquanto a ouço contar
a história de como nos conhecemos. Pacey e Winnie estão rindo o
tempo todo.

— Cara... o que você estava fazendo com seu pênis perto dos
burros? — Pacey pergunta.

— Meu pau não estava para fora — eu gemo enquanto levanto-


me, meus músculos disparando. — Minha braguilha estava
aberta, só isso. Certo, Ollie?

Ela assente. — Não houve perversão por causa dos burros.

— Estou perguntando-me por que você estava segurando um


frango empanado — diz Winnie. — Isso não parece algo que você
comeria. Você é chique.

— Gosto de mudar quando estou no zoológico — digo, apenas


seguindo o fluxo neste momento.

— Eu nem sabia que você gostava de ir ao zoológico sozinho —


diz Pacey.
— Quem vai ao zoológico sozinho? — Posey diz, aproximando-
se sozinho.

— Taters — diz Pacey.

— Realmente? — Posey pergunta. — Isso não parece algo que


você faria.

— E ele comeu um frango com a braguilha aberta enquanto se


masturbava para os burros — acrescenta Winnie, fazendo-me
beliscar a ponta do nariz.

— Jesus, cara... vamos. Há crianças no zoológico.

Eu me levanto de onde estava ajudando Ollie e estendo minha


mão para ela. — Pronta, baby?

— Oooh. — Winnie bate palmas. — Ele a chama de baby. Pacey,


você ouviu isso?

— Eu ouvi.

— Ainda não consigo acreditar. Batata tem namorada.

— Que bom que você não está dando muita importância a isso
— digo a Winnie.

— Estou feliz por você. Por vocês dois — diz ela. — Vamos
conversar mais um pouco. Quero ouvir sobre todas as coisas
românticas que Batata faz por você.

Ollie sorri. — Há muito. Ele é facilmente o melhor namorado


que já tive.

Winnie aperta o peito e então, do nada, vem até mim e me dá


um abraço. Sem saber o que fazer, dou um tapinha desajeitado em
suas costas enquanto ela aperta com força.
— Estou tão feliz por você — ela diz calmamente. — Eu odiei
ver você tão chateado durante o verão. — Ela olha para mim com
lágrimas nos olhos. — Mal posso esperar para saber mais sobre
sua garota.

Ok... alguém está muito emocionada hoje.

Winnie e eu tivemos um começo difícil, mas muito disso tinha


a ver com o fato de eu ainda estar tentando superar meu
rompimento com Sarah e o que aconteceu naquele verão. Era para
ser gasto com meus amigos. Mas foi interrompido no primeiro dia
por Winnie. Demorei um pouco para aceitá-la no grupo, mas
depois que a conheci melhor e vi o quanto ela se importava com
Pacey, soube que ela era uma guardiã.

E agora, enquanto ela me abraça com força, posso


honestamente chamá-la de amiga, embora muitas vezes ela me
deixe maluco.

— Obrigado, Winnie.

Ela afasta-se e vai até Pacey, que a abraça ao seu lado. —


Vamos pegar seus patins — diz ele. — Ollie, espero ver você mais
tarde.

— Claro.

E com isso, pego a mão dela e a guio até a beira do tapete.

— Então... Batata, hein?

Eu rio. — Winnie é algo especial. Ela é a única que pode me


chamar assim.

— E que apelido devo usar para você?


— Talvez você precise conhecer-me melhor para descobrir.

— Por que eu sinto que é uma insinuação chamar você de


papai?

Quase engasgo quando olho para ela. — Como diabos você


arranjou isso?

Ela dá de ombros. — Não sei. Você simplesmente parece um.

— Não sei dizer se isso é bom ou ruim.

— No meu mundo — ela faz uma pausa e sorri — é uma coisa


boa.

Esse sorriso faz-me acreditar que há muito mais nessa garota


que eu nunca vou descobrir. Já sei que ela gosta de foder, gosta
de gozar, gosta de ser sexy, mas saber dessas coisas não significa
que vou vivenciar.

— Você está pronta para entrar no gelo?

— Não — ela responde enquanto sua mão treme na minha.

Olho para o gelo aberto onde crianças e famílias já estão


patinando.

— Você confia em mim, Ollie?

— Acho que sim — ela responde.

— Então saiba que quando eu digo que não vou deixar você
cair, não vou deixar você cair.

Seus olhos conectam-se com os meus, preocupação gravada


neles. — Você promete?

— Prometo.
— Tudo bem — ela diz. Guiando-a no gelo, eu patino para trás
enquanto suas pernas bambas patinam em minha direção. — Não
faço ideia do que estou fazendo.

— Apenas deslize comigo — eu digo. — Dobre um pouco os


joelhos, sim, assim mesmo. E deixe-me levá-la ao redor do gelo.
Confie na força dos glúteos, coxas e tornozelos em todos os seus
treinos.

Suas mãos tremem nas minhas, mas eu a mantenho firme no


gelo enquanto giro.

— Como você está se sentindo?

— Tudo bem — ela diz e olha para mim, seus lábios mal
formando um sorriso.

— Relaxa. Será muito mais fácil se você não ficar tão rígida.

— Quero fazer uma piada sobre rigidez e pervertido do burro,


mas meu cérebro não consegue conectar os dois no momento.

— Bem, graças a Deus pelos pequenos milagres. Talvez eu


devesse sempre ter você no gelo. — Eu a trago para mais perto das
tábuas, então se ela quiser agarrá-las, ela pode.

— Vê aquelas crianças ali? — ela diz, balançando a cabeça para


a direita.

— Sim — respondo.

— Por favor, pelo amor de Deus, mantenha-os longe de mim.

Eu rio. — Entendido.

— Eu não posso acreditar que você faz isso para viver.


— Comecei jovem. Parece uma segunda natureza agora — falo
enquanto ela segura minhas mãos com força.

— Eu gostaria de ter feito algo assim quando era jovem. Não


acho que meus pais se importaram o suficiente para me envolver
em qualquer tipo de esporte.

— Eles foram maus com você? — pergunto, no momento em


que uma criança passa voando por nós. — Peguei você — eu
sussurro, deixando-a enfiar os dedos em meus antebraços.

— Não, eles não eram maus por si só. — Ela faz uma pausa e
respira fundo. — Mas você sabe como existem pais envolvidos, e
depois os pais que têm filhos, mas não se envolvem muito na vida
deles? Esses eram meus pais. Eles não eram maus, apenas não
estavam interessados.

— Sinto muito — digo, imaginando como seria se meus pais


não se interessassem por mim. Não tenho certeza se lidaria com
isso. — Bem, você me tem se quiser avançar em sua jornada de
patinação no gelo.

Ela olha para mim, aqueles lindos olhos penetrando direto em


minha alma. — Posso dizer com total confiança que este será o
começo e o fim da minha jornada na patinação no gelo.

Deixo escapar uma risada baixa e continuo patinando para trás


enquanto digo: — Pelo menos você conhece suas limitações.

Passamos os próximos quinze minutos patinando no gelo. Ela


tenta mover as pernas, mas quando quase cai de bunda, ela pensa
melhor e pede-me que a mova, o que não tenho problema em fazer.
Nós brincamos. Falamos sobre hóquei e como é um dia de jogo.
Entramos em detalhes sobre o equipamento, o que acho
engraçado. Assim que percebo que ela está tremendo por ficar
tanto tempo no gelo, pergunto se ela quer um chocolate e recebo
um enfático sim.

— Sente-se aqui e eu ajudo você com seus patins.

— Você sabe que posso lidar com isso, certo? — ela pergunta.

— Sim, mas se você fosse minha namorada de verdade, eu


tiraria isso para você. Portanto, farei o mesmo nesta situação.

Assim que termino, calço os sapatos, deixo os patins e vou para


o chocolate quente.

— Uau — diz ela, observando todos os ingredientes. — Estou


sobrecarregada. Acho que nunca vi tantas opções de chocolate
quente.

— É mais popular que os marshmallows — eu digo. — Deixe-


me fazer um tour com você. Você tem chocolate ao leite e cacau
com chocolate amargo, bem como chocolate branco para escolher.
A partir daí, você tem caramelos, palitos de hortelã, doses de café
expresso, calda de framboesa, calda de cereja, gotas de chocolate,
cinco tipos de marshmallows que vão desde a receita caseira de
Martha Stewart até Lucky Charms. E depois há nata, chantili,
granulado, caramelo, calda de chocolate, biscoitos twizzle,
biscoitos Oreo e coco.

— Querido Deus — ela diz, fazendo-me rir. — Não sei por onde
começar. O que você faz normalmente?

— Você está pedindo o especial do Silas?

— Isso é uma coisa?


— Está na minha cabeça.

Ela sorri para mim. — Então, por favor, delicie-me com o


especial do Silas.

— Ok. O primeiro é o cacau com chocolate ao leite. —


Enchemos uma caneca de vidro que podemos guardar. — Então é
xarope de cereja para mim.

— Oh, interessante — Ollie diz enquanto me segue.

— Duas cerejas cordiais.

— Você não mencionou isso.

— Porque é uma surpresa. — Coloco dois em sua caneca.

— Em seguida, marshmallow Martha Stewart seguido de


chantili, cobertura de chocolate e granulado de chocolate. —
Encho-a e enfio um canudo de papel em sua bebida. Com a mão
dela na minha, eu a levo para um dos sofás e a ajudo a se sentar.

A música toca ao fundo, oferecendo uma atmosfera festiva na


grande arena.

— Isso é legal — diz Ollie. — Não sei nada sobre esportes


profissionais, mas é muito legal que seu time faça isso pela família
e amigos. Deve fazê-los se sentir especiais.

— Sim — eu digo. — Eles sempre fazem por causa da resposta


positiva, e parece que o bar de chocolate quente fica cada vez maior
a cada ano.

— O primeiro ano foi apenas uma cantina que todos tiveram


que compartilhar?
— Quase — eu digo com um sorriso. Um sorriso que parece
chamar sua atenção, porque sinto que ela me encara enquanto
tomo meu primeiro gole. — Posso ajudar? — pergunto quando
nossos olhos se encontram.

Ela levanta a mão e pressiona o dedo ao longo da minha


bochecha. — Nunca notei suas covinhas antes e como elas são
profundas.

— Eu as ganhei da minha mãe — eu digo.

— Seus olhos também?

— Sim — eu digo. — Como você sabia?

— Porque apesar da cor forte que chama a atenção de alguém


do outro lado da sala, eles são suaves, calorosos, convidativos, o
tipo de olhos que eu esperaria ver em uma mãe.

— Não tenho certeza se alguém chamou meus olhos de suaves


ou calorosos.

— Então eles não olharam o suficiente — ela diz logo antes de


tomar o primeiro gole de seu chocolate. Observo enquanto seus
lábios envolvem o canudo e suas bochechas ficam vazias enquanto
ela chupa. Isso me dá uma breve visão de como ela seria chupando
meu pau. Aqueles olhos verdes brilhantes satisfeitos, suas
bochechas coradas, mas contornadas, aqueles lábios subindo e
descendo em meu pau. Seria tão excitante.

— Estamos interrompendo? — Eu ouço Hornsby perguntar.


Olho para cima e o encontro segurando uma Penny muito grávida.

— De jeito nenhum. — Levanto-me. — Penny, você gostaria de


se sentar?
— Adoraria — ela diz enquanto senta-se ao lado de Ollie. Ela
pressiona a mão na barriga e diz: — Meu nome é Penny. Aquele
pedaço de carne ali me engravidou e estou pronta para não ter
mais esse bebê na barriga.

Ollie ri. — Eu sou Ollie e não consigo imaginar como você se


sente neste momento. Pelo que vale, seus seios estão incríveis.

Penny bate a mão no peito e, com a voz embargada, diz: —


Obrigada, isso significa muito para mim.

— Você poderia imaginar se eu encontrasse você pela primeira


vez e dissesse que seu pau ficava bem em seu jeans? — Hornsby
pergunta.

Com as mãos nos bolsos, digo: — Não faria mal nenhum ouvir
isso de vez em quando.

— Ahhh — Ollie murmura. — Silas, seu pau fica fantástico em


seu jeans.

Bem, foda-me, isso me faz sorrir.

Sorrir e corar, porque ela não apenas disse-me que meu pau
parece bonito. Ela também deixou seus olhos caírem na minha
virilha e parou por um momento e olhou.

Eu me viro e digo: — Obrigado, baby.

— Oh, meu Deus, eu já os amo — diz Penny, batendo palmas,


e eu meio que me sinto mal neste momento, meus amigos
conhecendo Ollie e pensando que somos um casal de verdade.
Posso ver as meninas se apegando. E quando isso acabar, quando
isso acontecer, o que diabos vou dizer a eles? — Então, como vocês
dois se conheceram?
Ah, porra...

— Bem, nós dois estávamos no consultório médico — Ollie


começa, com um olhar conspiratório em seus olhos.

Aqui vamos nós.


— Você está bem? — pergunto enquanto atravessamos a arena
e subimos até a sede do clube.

— Sim — responde Silas, com um leve passo manco.

— Tem certeza? Parece que você está mancando.

— Só realmente dolorido e exausto.

— Seus olhos parecem cansados. Eles estão ligeiramente


injetados de sangue.

— Eles estão? — Silas pergunta. — Porra, eles parecem


pesados.

— Você quer ir embora? — pergunto, embora queira passar


mais tempo com Silas e seus companheiros de equipe.

Ao chegar hoje, eu estava nervosa, assustada e com tanto medo


de causar uma má impressão que sabia que estava tremendo
quando entramos na arena. Não sei o que deu em mim.
Geralmente não sou o tipo de pessoa que se acomoda em seus
sentimentos e os expõe externamente. Talvez tenha sido a maneira
como Silas se comportou em meu evento que senti que precisava
igualar sua energia. Não sei, mas agora que estou aqui e conheci
todo mundo, sinto-me muito mais confortável. Tão confortável que
quero conhecê-los mais.
— Eu adoraria ir embora — diz Silas —, mas isso não é uma
opção. Tenho que mostrar meu rosto lá em cima.

— Bem, depois disso — eu digo. — Você só tem que avisar-me


quando.

— Eu vou — ele diz enquanto pressiona o botão de subida do


elevador. — Você está se divertindo?

— Estou. Eu acho que seus amigos são incríveis. Penny e


Winnie também são muito legais.

— Elas são. Penny está em todo lugar agora com seus


hormônios da gravidez. Hornsby tem lidado com muita coisa.

— Ela está carregando o bebê. Ele pode sofrer com isso.

— Um ponto muito justo — diz Silas. O elevador apita, ele


coloca a mão na minha e caminhamos juntos por um corredor
aberto. À direita está uma sala envidraçada e, olhando de fora,
posso ver decorações roxas, pretas e prateadas, lembrando as
cores do time – algo que aprendi hoje. É constrangedor o quão sem
noção eu tenho sido.

— Cheira bem — digo enquanto nos aproximamos da porta.

— A comida é sempre incrível aqui. — Ele abre a porta para


mim e faz-me entrar, com uma multidão de pessoas perto das
mesas e do bufê. Segurando minha mão com força, ele guia-me
nessa direção.

— Isso é um prato cheio de almôndegas? — pergunto, meus


olhos concentrando-se, meu estômago roncando.

Mas Silas não me responde.


Ele nem me reconhece.

Quando olho para ele, noto imediatamente o aperto em sua


mandíbula e a rigidez em seus ombros. Sigo sua linha de visão e
vejo uma mulher perto dos pratos e guardanapos. Longos cabelos
loiros, lindos lábios carnudos e um corpo curvilíneo exibido por
calça de cintura alta e um body colante de manga comprida.

Eu sei, sem precisar perguntar, essa é Sarah.

E ela é tão linda.

Preenchida em todos os lugares certos. Posicionada. Confiante.


Estilizada. Sinto-me uma criança comparada a ela.

E experimentar a maneira como Silas reage ao vê-la me faz


sentir... inferior em muitos aspectos. Isso é ridículo, porque eu não
deveria me importar com a maneira como ele olha para ela ou com
sua reação a ela, mas aqui estou eu, cultivando um exército de
inseguranças na minha cabeça quando não deveria. Quero dizer,
eles eram namorados no ensino médio, o que significa que Sarah
também é dez anos mais velha que eu. O que isso importa, Ollie?
Não estamos envolvidos romanticamente. Porém, como farei com
que Sarah se sinta inferior quando a mulher que está na minha
frente é superior em aparência?

Estou prestes a perguntar se ele quer ir embora, mas então ela


se vira e vê Silas. Observo seus lábios se curvarem e ela largar os
pratos que está distribuindo para caminhar até Silas, ignorando-
me completamente, parada bem ao lado dele.

— Silas, oh, meu Deus, — ela diz enquanto aproxima-se e joga


os braços em volta dele.
Ele solta minha mão e retribui o abraço, deixando-me ali
olhando para eles, sentindo-me uma tola.

A mão dele cai nas costas dela e a cabeça dele cai enquanto ela
o aperta com mais força.

— É tão bom ver você — diz Sarah. Até a voz dela é sexy.
Quando ela se afasta, percebo como ela é linda de tirar o fôlego,
com seus olhos azul-marinho, cílios cheios e maçãs do rosto
esculpidas. Ela tem um ar de sofisticação que eu sei que não
tenho. Ela é adulta, madura, independente, e eu estou aqui, ainda
tentando entender minha vida.

Não era isso que eu esperava quando pensei em conhecer a ex-


namorada de Silas. Pensei em aparecer, exibir-me e deixá-la com
ciúme. De alguma forma, parece exatamente o oposto.

— Ei — diz Silas, com a voz rouca.

— Estou feliz que você veio. Tive medo que você não fizesse isso,
dada a forma como trabalho aqui agora. — Ela me ignora
completamente e, para meu horror, Silas também. — E essa é uma
suposição estúpida, já que esta é a sua casa, mas quero que você
saiba que não procurei esse emprego intencionalmente. Um
recrutador se aproximou de mim. Eu não teria aproveitado se não
fosse uma oportunidade de sonho. A última coisa que quero fazer
é invadir o seu espaço.

— Está tudo bem — diz Silas enquanto passa a mão na barba


e seus olhos percorrem todo o comprimento dela.

Quase parece um olhar faminto.


Ela pisa no chão, e é tão fofo que me faz sentir como uma ogra,
parada de lado, perguntando-me se ele vai me apresentar.

— A propósito, você está bem — ela diz enquanto estende a mão


e toca o suéter dele. — Sempre achei que o azul-escuro ficava
melhor em você.

Ele concorda. — Você também está bem, Sarah.

Bem... porra.

Uma coisa é dizer oi.

Outra coisa é esquecer completamente que sua namorada falsa


está ao seu lado, observando você interagir com sua ex-namorada
por quem você disse não ter sentimentos. Uh, parece que alguém
precisa se verificar novamente, porque do meu ponto de vista, Silas
ainda gosta dessa garota.

Finalmente, depois do que pareceram horas, Sarah me vê e


sorri docemente. — Oh, meu Deus, sinto muito. — Ela estende a
mão. — Eu sou Sarah.

Como se isso tivesse tirado Silas do coma induzido por Sarah,


ele coloca a mão nas minhas costas e diz: — Esta é Ollie... minha
namorada.

— Namorada? — Sarah diz surpresa. — Ah, uau, presumi que


ela fosse sua assistente ou estagiária. — Ela aperta minha mão e
depois dá uma olhada. — Você é tão jovem.

Deus, eu quero criar garras e arranhar seu rosto. Pode não ser
óbvio para os outros, mas é óbvio para mim. Ela está tentando
fazer-me parecer menos do que sou, e que se dane se vou deixar
isso acontecer. Se há um tipo de pessoa com quem sei lidar, é a
mal-intencionada.

— Obrigada, posso lhe dar o nome do meu creme noturno, se


você quiser. Faz maravilhas.

Seu rosto cai.

— Eu sei que a área dos olhos é tão difícil de combater quando


você envelhece — acrescento, de brincadeira.

— Isso seria fofo — diz ela, esboçando um sorriso falso. Ela


então volta sua atenção para Silas. — Bem, vou deixar você voltar
para a sua refeição. — Ela toca o braço dele. — Foi tão bom ver
você, Silas. Boa sorte nesta temporada. Mal posso esperar para
torcer por você.

— Obrigado, Sarah — diz Silas, enfiando as mãos nos bolsos.

E enquanto ela afasta-se, vejo Silas observá-la.

Uau, apenas... uau.

Depois de alguns segundos, eu digo: — Então... essa é Sarah.

Ele balança a cabeça, depois pressiona a mão nas minhas


costas e me leva em direção ao bufê, onde enchemos nossos pratos
em silêncio. Ele ajuda-me, pegando a comida que eu quero. Ele
pega talheres e guardanapos para nós e, quando encontra um
lugar, também pega bebidas para nós. É como se ele estivesse no
piloto automático, congelado em pensamentos, sem nada a dizer.

Felizmente, depois de alguns minutos de silêncio enquanto


comemos, Winnie vem até nossa mesa e senta-se. — As
almôndegas não são divinas? Eles as têm em todas as reuniões.
— Elas são realmente boas — respondo, sentindo-me estranha
e desconfortável. Embora Silas esteja sentado ao meu lado com a
mão na minha coxa, eu o pego olhando para Sarah de vez em
quando. Se este fosse um relacionamento real, minha bunda sairia
por aquela porta tão rápido. Na verdade, estou tentada a encerrar
o dia. Silas e eu não somos apegados, mas sinto-me envergonhada.
Qualquer um que nos observasse veria que Silas está claramente
distraído, como se eu não fosse boa o suficiente para prender a
atenção dele.

— Ei, cara, você está bem? — Pacey diz enquanto senta-se e


coloca um prato na frente de Winnie.

— Sim, estou bem — diz Silas enquanto empurra um pedaço


de brócolis em seu prato. — Muito cansado, no entanto. Acho que
estou quase pronto para ir.

— Na verdade, eu esperava falar com você por um segundo —


diz Pacey e pigarreia. — Em particular.

Silas olha para ele e eles trocam algum tipo de conversa secreta
que força Silas a assentir e levantar-se. E sem pensar duas vezes,
ele e Pacey vão embora.

O que aconteceu com não me deixar para trás? Meu Deus, este
homem.

Quando eles estão fora do alcance da voz, Winnie inclina-se. —


Você está bem?

— Claro. — Sorrio para ela, porque não vou dar grande


importância ao fato de estar perto de Sarah – isso significaria
apenas que estou intimidada por ela. E mesmo que eu esteja, não
vou demonstrar isso.

Quando imaginei a ex-namorada de Silas, presumi que ela seria


uma garota comum que talvez tivesse partido seu coração de jovem
colegial. Eu não tinha ideia de que ela seria tão deslumbrante ou
sofisticada com uma das vozes mais sensuais que já ouvi. Eu
realmente senti-me como uma aluna do décimo ano tentando
chamar a atenção de sua paixão enquanto estava ao lado dele.

— Você é muito mais forte do que eu — diz Winnie. — Eu teria


um ataque cardíaco se a ex-namorada de Pacey estivesse perto de
nós.

Eu apenas dou de ombros. — Ele não está com ela. Ele está
comigo. Isso é tudo que preciso saber.

— Sabe, posso ter uma queda por você.

Isso me faz rir enquanto dou a última mordida na minha


almôndega.

— Então agora que eles estão fora do caminho, quero conhecer


você mais. O que você faz?

— Bem, na verdade ainda estou na faculdade.

— O quê? — Winnie pergunta, arregalando os olhos. — Você


está na faculdade?

— Indo para o meu último ano. Estou formando-me em


jornalismo. Tenho um estágio com Alan Roberts.

— Impressionante. Eu sei exatamente quem é. Uau. Achei que


você era jovem, mas não sabia que era tão jovem. Silas visita você
no campus?
— Só no meu dormitório — eu digo.

— Por que eu acho isso tão excitante? — Winnie pergunta. —


Só de pensar em namorar um homem mais velho e tê-lo visitando
você no campus é como algo que você leu, mas nunca viu na vida
real.

— Você deveria vê-lo quando ele vai até lá. Ele vai todo
encoberto, então não é reconhecido.

Ela ri. — Acho que posso imaginar. Você é daqui?

— Oregon, na verdade. Eu sabia que queria fazer jornalismo, e


Roberts era o melhor do noroeste do Pacífico, então inscrevi-me na
faculdade aqui. Felizmente, entrei e trabalhei muito para
conseguir aquele estágio. Na verdade, foi estendido.

— Isso é fantástico — diz Winnie. — Parabéns.

— Obrigada.

— Você está pronta para o início da temporada?

— Estou — eu digo. — Sinceramente, não sei muito sobre


hóquei. Eu nem sabia quem era Silas quando o conheci. Então não
sei o que esperar.

— Tenho um ano em meu currículo. A chave para passar pela


temporada é muita comunicação. E confiança, claro. Pacey e eu
gostamos de manter as coisas interessantes. Temos encontros
todas as noites quando ele está fora e tendemos a nos encontrar...
brincando ao telefone.

Sorrio. — Eu amo isso. Vocês se divertem?


Winnie anima-se como se fosse a primeira vez que ela consegue
falar sobre isso. — Sim, sempre. Gosto de surpreendê-lo com
lingeries diferentes.

— Você tira a roupa para ele?

— Sim. Mas ele honestamente gosta quando eu brinco comigo


mesma. Eu apenas apoio a câmera e ouço ele me dizer o que fazer.

— Isso é tão excitante — eu digo, sentindo ciúme. — O cara


com quem estive antes de Silas nunca quis tentar nada além de
missionário. E mesmo assim, não fizemos muito sexo.

— Tragédia. — Winnie inclina-se. — Acredite quando digo que


esses homens do hóquei são insaciáveis. Especialmente depois de
uma vitória, tudo o que eles querem fazer é foder, e foder forte. —
Minha boca saliva com o pensamento.

Pena que temos o pacto de não ser bordel.

Droga, eu não pensei nisso.

Só então, os caras voltam e, em vez de se sentarem, Silas diz:


— Você está pronta para ir?

— Claro — eu digo, sentindo o quão estranho ele está.

Ele estende a mão para mim e eu a pego. — Encontraremos


vocês mais tarde.

Ofereço a Winnie um sorriso e um aceno e permito que Silas


guie-me para fora da sala até o elevador, onde esperamos. Quando
apita, alguns jogadores saem, incluindo Posey. Eles dão um rápido
soco e então estamos no elevador, descendo.
O tempo todo Silas fica em silêncio. Eu desejo pela minha vida
saber o que ele está pensando, porque sei que muita coisa está
girando em sua cabeça. Também quero saber o que Pacey disse a
ele, mas isso não é da minha conta e não é algo que vou investigar.

Depois de sairmos do elevador, seguimos pelo corredor em


direção ao estacionamento cheio de alguns dos carros mais caros
que já vi. Fila após fila.

Quando chegamos ao carro de Silas, ele vai para o lado do


passageiro e abre a porta para mim. Sento-me e ele fecha a porta
antes de mover-se para o seu lado. Seu silêncio é ensurdecedor
agora. Não tenho ideia de como lidar com isso ou o que perguntar
a ele para ver se ele está bem. Não tenho certeza se ele quer
conversar a essa altura, então, quando ele entra no carro, não digo
nada.

Eu apenas o deixo dirigir.

E é isso que ele faz.

Dirigimos em silêncio até meu dormitório e, o tempo todo,


repasso a noite. Penso em como ele me ajudou a patinar com tanto
cuidado, como foi atencioso e doce quando eu estava nervosa e
assustada, mas tudo isso desapareceu no momento em que ele viu
Sarah. E depois disso, foi quase como se eu não existisse ou fosse
apenas um acessório da noite dele.

E talvez eu fosse.

Eu não deveria ficar ofendida com isso. Afinal, é um trabalho.


Foi para isso que me inscrevi.
Quando chegamos ao estacionamento do meu dormitório, ele
estaciona em vez de parar na frente e sai do carro. Espero que ele
abra a porta, presumindo que queira conversar, mas quando ele
apenas ajuda-me e leva-me até o dormitório, fico mais confusa do
que nunca.

Ele me segue até o elevador e, quando chegamos ao meu


quarto, espero que ele se despeça. Em vez disso, quando abro a
porta, ele entra e tira os sapatos na frente.

Terminado o silêncio, viro-me para ele e digo: — O que está


acontecendo?

— Estou exausto — diz ele enquanto caminha até minha cama,


sobe nela e se deita.

Uhhh...

Entro no espaço principal e, com a mão na cintura, digo: —


Você percebe que tem uma casa, certo?

— Não posso dirigir até lá agora — ele diz enquanto fecha os


olhos e passa o braço grosso sobre o rosto. — Apenas me dê uma
hora. Ok?

— Dar só uma hora? Você quer dormir na minha cama por uma
hora?

— Por favor, Ollie — diz ele, parecendo mais exausto do que eu


imaginava.

O que posso realmente dizer? Não é como se eu pudesse forçá-


lo a sair do meu dormitório, o homem tem muitos músculos, então
eu apenas afasto-me e vou em direção ao meu armário. Puxo meu
suéter por cima da cabeça, deixando-me de sutiã, e então procuro
uma de minhas camisas confortáveis, mas tudo o que tenho são
tops curtos. Isso terá que servir.

Olho por cima do ombro e percebo que ele já está nocauteado,


então fico de costas para ele, tiro o sutiã e coloco o top curto pela
cabeça. Olho para ele novamente só para ter certeza de que ele não
está olhando e troco minha legging e coloco um moletom.

Confortável, calço meus chinelos e viro-me para olhar para ele


novamente. Seu peito grosso sobe e desce enquanto ele enrola-se
em um dos meus travesseiros. A barba em seu rosto parece mais
espessa enquanto ele fica ali deitado, com o braço sobre os olhos.
Não é de admirar que Sarah estivesse flertando descaradamente
com ele esta noite. Ele é incrivelmente atraente, para não
mencionar muito em forma. Com o braço levantado, um pequeno
pedaço de pele em sua barriga lisa e musculosa fica exposta. E
enquanto olho para ele, pergunto-me se eu teria flertado se o
tivesse visto aleatoriamente no bar naquela noite, em vez de usá-
lo para provar algo.

Provavelmente não.

Eu o teria considerado fora do meu alcance por vários motivos.


Um dos maiores é que ele parece muito complicado. Muito
complexo. Só pelo aperto na testa e pela tensão na mandíbula, você
pode dizer que ele está lidando com as coisas. Hoje foi um bom
exemplo disso.

Num momento ele estava exibindo-me, sendo o namorado


atencioso com que toda garota sonha, e no momento seguinte ele
estava indiferente, olhando para outra mulher, e completamente
desligado. Se isso não grita bandeira vermelha, não sei o que
gritaria.

Ainda bem que não estou apegada.

Ainda bem que posso deixar o dia passar, mesmo que tenha
sido constrangedor.

Com o telefone em uma mão e o e-reader na outra, saio do meu


dormitório e vou para o espaço comunitário, onde mando uma
mensagem para Ross.

Ollie: Presumo que você não esteja em casa.

Abro meu e-reader e acomodo-me na cadeira no momento em


que meu telefone vibra ao meu lado.

Ross: Sai com Zachary para jantar. Tudo certo?

Ollie: Sim, só estou verificando.

Ross: Tem certeza, porque você foi àquela coisa de hóquei hoje,
certo? Como foi?

Ollie: Posso falar com você sobre isso mais tarde.

Ross: Zachary teve que atender uma ligação de trabalho. Por


favor, conte para mim.

Ollie: Ok. Foi bom. Todo mundo foi muito legal. Eu me diverti
muito até...

Ross: Ah, não, a ex apareceu?

Ollie: Ela apareceu, e Silas quase congelou-me depois disso.


Nunca vi nada parecido. Era como se ele estivesse completamente
paralisado por ela. E, ah, meu Deus, Ross, se eu fosse realmente
namorada de Silas, estaria sofrendo muito agora. Ela é tão bonita.
E a maneira como ele olhou para ela. Na verdade, fiquei meio
envergonhada com o comportamento dele, porque ninguém além de
nós sabia que estávamos namorando de mentira, então
provavelmente pensaram que ele estava apaixonado por ela.

Ross: Oh, merda, sério? Por que ele iria querer que você o
ajudasse quando é assim que ele vai agir?

Ollie: Não faço ideia, mas foi... embaraçoso. E então seu amigo
Pacey o puxou para o lado, provavelmente para falar sobre Sarah.
Depois disso, saímos e não trocamos uma palavra.

Ross: Ele não disse nada? Brutal.

Ollie: Não até voltarmos para o meu dormitório. Ele me seguiu e


agora está dormindo na minha cama.

Ross: [emoji de olho lateral] O quê? Ele está dormindo na sua


cama?

Ollie: Sim, ele estava exausto, e tenho certeza que ver Sarah o
esgotou.

Ross: Isso faz sentido. Como você está se sentindo?

Ollie: Confusa. Grata por não ter sentimentos por ele. Ainda bem
que tudo isso é apenas um acordo.

Ross: O acordo vale a pena?

Eu penso sobre isso. Eu poderia voltar para o meu quarto e


cancelar tudo. Mas, novamente, não é como se eu estivesse
tentando conquistar o afeto dele. Isto é uma questão de negócios.
Ele está ajudando-me com Roberts e eu estou ajudando-o... quem
sabe com o que estou ajudando-o. Não me pareceu muito hoje. De
qualquer forma, não tenho certeza se estou pronta para acabar
com isso ainda, especialmente porque Roberts tornou isso mais
difícil para mim.

Ollie: Nesse momento, sim.

Ross: Contanto que você não se machuque.

Ollie: Como eu poderia me machucar?

Ross: Já contou que ele envergonhou você hoje.

Ollie: Mas não foi pessoal. Foi mais um constrangimento de uma


falsa namorada.

Ross: Você está dando desculpas para ele.

Ollie: Não, não estou. Ele agiu como um idiota na segunda


metade do nosso tempo juntos. Não há como negar.

Ross: Ok, só não quero que você se machuque.

Ollie: Confie em mim, não é possível.

Ross: Ok. Bem, Zachary voltou e estava contando-me tudo sobre


sua aula de geologia. É isso que acontece quando você me troca por
um jogador de hóquei, acabo saindo com nosso amigo que gosta de
falar sobre pedras.

Ollie: Eu vou compensar você. Amo você.


Uma porta fecha ao longe, despertando-me parcialmente. Abro
meus olhos embaçados e vejo Ollie saindo do banheiro.

Seu cabelo está preso em um coque no topo da cabeça, e ela


agora está vestindo um moletom largo e um top curto sem sutiã.
Ela parece incrivelmente confortável e sexy ao mesmo tempo.

— Oh, você está acordado — ela diz enquanto para no meio do


caminho para seu quarto.

— Mal, — murmuro. — Que horas são?

— Dez — ela diz.

— Merda. — Eu esfrego minha testa. — Desculpe. — Passo


minhas pernas na ponta da cama e fico de pé, sentindo-me tão
dolorido que gemo.

— Você está bem? — ela pergunta enquanto entrelaça as mãos.

— Dolorido. — Vou mancando até o banheiro dela, onde fecho


a porta e mijo. Quando estou lavando as mãos, olho para meus
olhos vermelhos no espelho e para a carranca em meu rosto. A
carranca que apareceu no momento em que vi Sarah.

Achei que estava preparado para vê-la. Mas eu estava tão


errado.
No momento em que meus olhos a encontraram, essa sensação
terrível sugou todo o ar dos meus pulmões e eu congelei.

Mal consigo lembrar-me de nada do que ela disse além de que


tudo o que ela estava dizendo era falso.

Era tudo falso.

Ela não pretendia vir trabalhar nos Agitators? Merda.

E o fato de ela ter pintado o cabelo de loiro, como eu adorava,


e usado o body que eu amava nela? Foi tudo premeditado para
foder com a minha cabeça.

Foi exatamente isso que aconteceu também. Ela fodeu com


minha cabeça a ponto de eu ficar olhando para ela para ver se ela
era realmente tão malvada. E ela era.

Malvada..., mas também muito bonita.

E eu odeio ter pensado isso.

Eu odeio ter sentido algo quando ela me abraçou.

Eu odeio que o sorriso dela tenha descongelado uma parte do


meu coração.

Eu odeio tudo sobre a maldita interação.

Mas o mais importante, quando Pacey puxou-me para o lado e


disse-me para me recompor, odiei que ele apontou que eu estava
ignorando Ollie.

E ele estava certo. Eu estava. Porque eu não sabia como agir


perto dela. Não sou bom em deixar uma ex com ciúme e exibir uma
nova namorada – mesmo ela sendo falsa. Eu senti como se Sarah
estivesse observando cada movimento meu.
Passo a mão pelo cabelo, sabendo que preciso conversar com
Ollie. Ela merecia ser tratada melhor.

Minha boca está seca, então molho o dedo com pasta de dente.
Eu rapidamente limpo meus dentes, depois passo seu enxaguante
bucal por trinta segundos antes de cuspi-lo. Isso é muito melhor.

Saio do banheiro e volto para o espaço principal, onde a


encontro sentada de pernas cruzadas na cama.

Quando ela olha para mim, simplesmente deixo escapar a


primeira coisa que vem à mente. — Sinto muito, Ollie.

Ela desvia o olhar e diz: — Está tudo bem. Não precisa se


desculpar.

Sim, ela está chateada. Dos olhos baixos à queda dos ombros,
é claro como o dia. Eu estraguei tudo... de novo.

Diminuo a distância entre nós e subo na cama dela. Coloco


meu dedo sob seu queixo e levanto para que seus olhos encontrem
os meus. — Não está bem. Eu fui um idiota e sinto muito.

Ela tenta desviar o olhar, mas eu não deixo. É quando noto


seus olhos se enchendo de lágrimas.

Merda.

— Foda-se — ela murmura. — Não sei por que estou ficando


emocionada. Isso é estúpido.

— Seus sentimentos não são estúpidos.

— É isso, Silas. Eu não deveria ter sentimentos sobre isso. É


apenas... ugh — ela geme. — Eu me senti envergonhada, ok? —
Ela limpa os olhos. — E tenho lutado contra essa emoção desde
que você viu Sarah. Sei que ir a esses eventos é apenas um
trabalho para nós, mas foi constrangedor quando você se esqueceu
completamente de mim. É mais uma questão de vaidade da minha
parte, mas importava, e parecia... — Ela faz uma pausa, reunindo
suas palavras. — Foi como estar com Yonny de novo. Como se
todos os outros na sala fossem mais importantes do que eu, e eu
fosse apenas um acessório na agenda dele. E sei que é assim que
deveria ser, mas acho que isso atingiu-me de forma diferente. —
Ela limpa os olhos novamente. — Porra, eu odeio chorar.

— Sinto muito — digo novamente. — Eu não queria fazer você


se sentir assim.

— Como eu disse, está tudo bem. — Ela coloca o telefone no


carregador da mesa de cabeceira e vai até o outro lado da cama,
onde enfia-se debaixo das cobertas. — Estou cansada, então vou
dormir. Você pode sair.

Ela vira as costas para mim e percebo que tenho duas opções
aqui. Posso deixá-la em paz e provavelmente acabar fodendo essa
amizade mais do que quero, ou posso ficar e deixá-la saber que ela
não é apenas um acessório.

Eu escolho o último.

Apago a luz e puxo as cobertas e enfio-me debaixo delas


também.

Assustada, ela vira-se para mim e diz com os olhos marejados:


— O que você está fazendo?

— Eu não vou deixar você triste assim. Você diz que está tudo
bem, mas não está.
— Não quero falar sobre isso, Silas. É estúpido, ok?
Provavelmente vou menstruar, então estou mais emocionada do
que gostaria de admitir.

— Isso não diminui o que você está sentindo — falo


suavemente. — Eu tratei você como uma merda, e você não merece
isso, mesmo sendo minha namorada falsa. Posso entender de onde
veio seu constrangimento e, mesmo que você tenha me pedido para
não a deixar, ainda assim fui embora com Pacey.

— Isso foi bom. Conversei com Winnie e tivemos uma boa


conversa. Não estou brava com isso.

— Não importa. Eu ainda voltei atrás na minha palavra. —


Aproveito a oportunidade e estendo a mão para ela, colocando
minha mão em sua cintura nua. Eu permito que meu polegar
acaricie sua pele. — Sinto muito, Ollie. Você merece coisa melhor
do que a maneira como tratei você hoje.

Mais lágrimas brotam de seus olhos enquanto ela balança a


cabeça. — Obrigada. Desculpe-me, estou tão emocionada com
isso.

— Não se desculpe. Você não tem motivos para se desculpar.


Eu realmente estraguei tudo, Ollie. Estou tendo mais dificuldade
em lidar com a ideia de Sarah estar por perto do que pensei.

— Eu poderia dizer que você ainda sente algo por ela — diz Ollie
calmamente.

— Mas é isso. Eu não sinto — eu digo. — Estava louco. Irritado.


Frustrado com sua merda mental. Para ela, isto é tudo, uma forma
de foder com minha cabeça, e funcionou. E estou tão bravo comigo
mesmo por deixá-la ter esse tipo de controle que eu desliguei. Eu
me desliguei de mim mesmo e de você.

— Tem certeza de que ainda não sente algo por ela?

— Positivo — eu digo, agarrando sua cintura. — Eu achei que


ela estava bonita? Claro. Isso não é algo que eu possa desligar,
mas quando se tratava de como me sentia, fiquei mais irritado com
ela do que qualquer coisa.

Ela balança a cabeça lentamente. — Eu posso entender esse


sentimento. Fiquei irritada com Yonny outra noite. Ele foi gentil,
legal e disse que eu merecia algo melhor do que quando estávamos
juntos. Qual foi o sentido daquilo?

Esfrego meu polegar em sua pele novamente. — Para foder com


você. Isso é o que eles fazem. Eles tentam foder mentalmente
conosco. Eles tentam nos manter agarrados ao que costumávamos
ter.

— Isso funcionou para você? — ela pergunta.

— Sim. E você?

— Um pouco — ela admite e depois suspira, rolando de costas.


Mantenho minha mão em sua barriga e sinto sua respiração forçar
sua barriga a subir e descer. — Eu o odeio. Acho que é a primeira
vez que realmente admito isso. Eu realmente o odeio. Claro, fui
capturada por um momento na arrecadação de fundos? Sim, mas
depois senti-me vazia e irritada, e odeio que ele tenha feito isso
comigo. — Ela vira-se para mim e estende a mão para brincar com
meu suéter. — É assim que ela fez você se sentir?
— Sim — respondo, sentindo que tenho uma alma gêmea nela.
— Realmente irritado. A tal ponto que ignorei a única pessoa que
poderia me forçar a sorrir, mesmo quando falava sobre perversão
de burro.

Isso a faz rir enquanto ela enrola-se em meu peito e passa o


braço em volta das minhas costas. Retribuo o abraço, deixando
minha mão flutuar pelas costas de sua camisa curta.

— Eu realmente sinto muito, Ollie.

— Eu sei. Obrigada. — Ela se afasta e suspira. — Agora sou eu


quem está exausta.

— Acho que nós dois merecemos um pouco de descanso.

— Nós merecemos. — Ela boceja. — Ok. Vou fechar os olhos.

— Ok... — Engulo em seco e pergunto: — Você se importa se


eu ficar?

— De jeito nenhum — ela diz. — Contanto que você não ronque.

Eu rio. — Não há necessidade de se preocupar com isso. —


Levanto e puxo meu suéter sobre a cabeça antes de deitar-me e
aconchegar-me em um de seus travesseiros.

Sinto a necessidade de passar o braço em volta dela e puxá-la


para o meu peito, mas sei que esse não é o tipo de amizade que
temos, então, em vez disso, coloco as mãos debaixo do travesseiro
e fico confortável. Eu adoraria tirar meu jeans, mas isso também
prejudicaria minha sorte.

— Ollie? — pergunto, esperando que ela ainda não tenha


adormecido.
— Sim?

— Seu nome é abreviação de alguma coisa?

Ela se vira para mim novamente e sorri. — Há quanto tempo


você quer perguntar isso?

— Desde o primeiro dia — eu respondo.

— Primeiro dia, hein? — Ela sorri, e porra, é tão fofo,


especialmente com ela descansando no travesseiro, sem
maquiagem, com uma expressão sonolenta nos olhos. — Por que
demorou tanto?

— Achei que era apropriado agora. Gosto de Ollie, mas fiquei


curioso para saber se era apelido para outra coisa.

— É, mas ninguém, nem mesmo meus pais, chama-me pelo


meu nome verdadeiro.

— E qual é?

— Não tenho certeza se devo contar a você. Não quero que você
pense que pode usá-lo.

— Quando eu usaria isso?

Ela se aproxima alguns centímetros até que nossos joelhos se


toquem e diz: — Se você estivesse com raiva de mim. Ou obcecado
talvez. Ou em algum momento apaixonado, mas falso, em que você
me chama pelo meu nome de nascimento, pensando que isso vai
me deixar com os joelhos fracos. Isso não vai acontecer.

— Bom, porque não tenho intenção de usá-lo.


— Bem, contanto que você não tenha intenção de usá-lo... —
Seus dentes percorrem o canto da boca antes de ela dizer: — Meu
nome verdadeiro é Oliana. Oliana Owens.

Ollie-ahn-uh.

Meus lábios esfregam-se e testo o nome dela na minha língua.


— Oliana. — Eu levanto seu queixo e digo: — Isso é realmente lindo
pra caralho.

— Não tenha ideias — diz ela, apontando o dedo para mim.

— Oliana — repito para mim mesmo.

— Para. — Ela empurra meu peito de brincadeira, mas eu


capturo sua mão.

— É realmente... realmente lindo pra caralho.

Seus olhos encontram os meus, e há uma pausa silenciosa


entre nós quando ela molha os lábios e seus dedos arranham
levemente meu peito.

— O quê? — digo, quebrando o silêncio.

— Nada. — Ela sorri.

— Diga-me o que você está pensando.

— Você quer a verdade?

— Sim — eu respondo.

— Bem, estou sentindo como se tivesse um toque de confusão


com você. Num segundo, você é incrivelmente gentil e ajuda-me
com esse estranho arranjo que temos, então, no próximo, você
ignora-me completamente, e agora está de volta ao primeiro cara.
— O verdadeiro homem é esse que você está vendo agora e
aquele que você viu antes do evento. O meio-termo é uma parte de
mim que odeio.

— Bem, talvez você possa confiar um pouco mais em mim da


próxima vez.

— Sim. — Aperto a mão dela que está contra meu peito. — Acho
que vou.

— Bom. — Ela cobre a boca enquanto boceja. — Agora, deixe-


me dormir um pouco.

— Ok. Noite... Oliana.

— Urgh — ela resmunga. — Eu sabia que você usaria isso.

Verifico meu telefone e vejo que o café da manhã foi entregue,


então saio da cama e ando em silêncio. Felizmente, pedi que
entregassem direto na porta dela. Então abro a porta e pego o saco
de doces e sanduíches, bem como os quatro cafés que comprei,
porque não tinha certeza da preferência dela.

Fecho a porta silenciosamente e levo o café da manhã para a


sala principal, onde a vejo sentar na cama e esfregar os olhos.

— É cheiro de café que estou sentindo? — ela pergunta.

Faço uma pausa, bem ali no meio do caminho, e olho para ela.
A luz da janela dela brilha, iluminando-a por trás. Pedaços de seu
cabelo caíram do coque, emoldurando seu rosto, e sua camisa que
mal cobre seus seios fica extremamente apertada contra seus
mamilos duros. Eu realmente acho que cada top curto que ela tem
é minha nova camisa favorita porque, porra, é sexy.

Seus olhos arregalam-se e ela diz: — Uh... você está bem? — É


quando seus olhos pousam em meu peito nu e observo com
satisfação enquanto eles me examinam. Desde a maneira como
meu jeans fica bem baixo nos quadris, subindo pela barriga e
depois até meus peitorais grandes, neste momento, mesmo
estando dolorido, nunca estive tão feliz com minha rotina de
exercícios.

— Eu estou bem, você? — pergunto a ela.

— Bem — ela responde rapidamente. — É isso, uh... isso é café


da manhã?

— Isso é. — Vou até a cama, coloco a sacola na mesa de


cabeceira e verifico os cafés. — Eu tenho um café com leite de
baunilha, um café com leite de caramelo, café preto e um chai. Eu
não sabia o que você iria querer.

— Caramelo, por favor — ela diz enquanto estende a mão.


Encontro o seu café com leite e entrego a ela enquanto pego o café
preto para mim, grato por ela não ter escolhido esse, já que eu
realmente preciso dele. — O que há na sacola?

Retiro o conteúdo e coloco na mesa de cabeceira. — Sanduíches


de ovo e salsicha, doces e um muffin. Mais uma vez, não sabia o
que você iria quer.

— Sanduíche de ovo o dia todo, todos os dias — diz ela


enquanto pega um. Faço o mesmo e sento ao lado dela. Juntos,
desembrulhamos os sanduíches e damos uma mordida. — Eu
poderia acostumar-me com isso — diz ela.

— Acostumar-se com o quê?

— Café da manhã entregue na cama por um cara sem camisa.


Eu aceito.

— Do que você gosta mais? O cara sem camisa ou o café da


manhã?

— Claramente o café da manhã. — Ela sorri.

Eu bato de brincadeira no ombro dela com o meu.

— Você derrama o café, limpa os lençóis. Possivelmente compra


um colchão novo.

— Não é fã do cheiro de café? — pergunto.

— Não na minha cama.

Dou outra mordida no meu sanduíche e encosto a cabeça na


parede. — Meu dormitório não era nada parecido com isso quando
eu estava na faculdade.

— Ah, sim, vovô? — ela diz, fazendo-me sorrir. — Diga-me,


como era antigamente?

— Você é uma idiota, sabia disso?

— Torna essa amizade mais divertida, não acha?

— Faz-me sentir como um maldito idoso.

Ela ri alto e vira-se para mim, com as pernas cruzadas, o


sanduíche em uma mão e o café na outra. — Sinto muito, por
favor, presenteie-me com suas histórias de seus antigos anos de
faculdade.
— Uma idiota — repito, mas ela apenas morde seu sanduíche.
Tomo um gole do meu café e digo: — Tive que dividir esse espaço
que você tem com outro cara da faculdade. E não tínhamos
banheiro. Era um banheiro comunitário.

— Oh, quantos paus você via diariamente?

— Realmente? É isso que você vai perguntar?

— Naturalmente, você esperaria mais alguma coisa de mim?

Dou uma mordida no meu sanduíche e digo: — Na verdade,


não.

— Ok, então conte-me sobre os paus.

— Sim, havia muitos pênis, mas eu estava acostumado com


isso por causa de jogar hóquei enquanto crescia. Estávamos
sempre tomando banho nus na frente de outros caras.

— Ah, isso mesmo. Bem, qual foi o maior pau que você já viu?

— Isso é fácil — eu digo com uma piscadela. — O meu.

Ela revira os olhos dramaticamente. — Estou falando sério.

— Eu também — digo.

— Claro, ok, Silas, você tem um pau enorme. Agora quem é o


segundo?

— Por que você não acredita em mim?

— Porque todo cara pensa que tem o maior pau.

— Isso não é verdade. Acho que não tenho o maior pênis. Só


acho que é o maior que já vi pessoalmente. Online, bem, isso é
uma história diferente. Aqueles homens são cavalos.
Ela bufa e cobre o nariz com as costas do pulso. — Oh, meu
Deus, eu não esperava que você dissesse isso.

— É verdade.

— Eu sei que já conversamos sobre isso antes, mas quanto


pornô você assiste?

— Provavelmente não tanto quanto o cara comum. Eu não


gosto da falsidade disso. Eu prefiro apenas masturbar-me com
imagens na minha cabeça.

— Imagens de quem? — Ela faz uma pausa e pergunta: —


Sarah?

— Não — respondo honestamente. — Não posso. Ela me fodeu


e não vou voltar a fazer isso de jeito nenhum, mesmo que ela seja
linda.

Ollie assente. — Então, como quem?

— Não sei, como as mulheres que vejo ou as celebridades que


acho gostosas. Às vezes, encontro apenas uma imagem que me
excita.

— Já pensou em mim? — ela pergunta em tom de brincadeira.

— Continue usando essas malditas camisas, e eu irei.

Ela olha para sua camisa e depois para mim. — Esta é uma das
minhas mais compridas.

— Bem, porra, eu odiaria ver como é a mais curta.

— Odiaria? Realmente?

— Não, eu adoraria, porra. Você tem peitos gostosos.


— Ah. — Ela pressiona a mão no peito. — Isso é tão querido.
Acho que você também tem peitos gostosos.

— Você pode não chamá-los assim?

— Bem, desculpe-me — ela diz. — Mas seus peitorais são


enormes. — Ela cutuca um com a mão que segura o café. — Acho
que nunca vi um homem tão musculoso quanto você. Dá vontade
de passar as mãos por todo o seu corpo.

— Faça isso — eu digo.

— Oh, boa tentativa, senhor. Mas não vou ficar sujeita a


nenhuma de suas lembranças para masturbação.

Eu rio. — Se você passar as mãos em mim, não seria uma


lembrança. Seria um momento aqui e agora.

— Mas isso nunca vai acontecer, porque nada de bordel,


lembra?

— Ah, eu lembro. — Termino meu sanduíche.

— Então você gostava do seu colega de quarto na faculdade?

— Concluindo esta conversa? — pergunto a ela.

— Bem, você nunca conseguiu falar sobre seus dias de glória.

— Aqueles não foram meus dias de glória — eu digo. — A coisa


mais distante disso, na verdade. Eu odiava meu treinador. Ele era
o maior idiota do mundo e fez da faculdade um inferno.

— Por que você foi para lá? — ela pergunta. — Presumo que
você tivesse múltiplas escolhas.

— Era um ótimo programa com ótimas instalações. O treinador


que me recrutou foi demitido pouco antes de eu chegar. Então
estava fora do meu alcance. Sofri durante a faculdade. E meu
colega de quarto não era melhor, porque não era um estudante-
atleta, então não entendia minha agenda rigorosa.

— Realmente? — Ollie pergunta. — É estranho que ter colocado


você com um aluno normal. Minha universidade ainda tem
dormitórios para estudantes-atletas.

— Os outros caras da minha equipe moravam com estudantes-


atletas. Eu não.

— Então vou presumir que vocês dois não se davam bem?

— Não muito — eu respondo. — Houve alguns momentos em


que ele era bem tranquilo, mas na maior parte, ele era um idiota.
A certa altura, ele estava fumando maconha em nosso quarto e tive
que prendê-lo contra a parede e ameaçar sua vida. Eu poderia ter
sido expulso da faculdade.

— Oh, você deu um soco nele?

— Eu queria — eu digo. — Mas nunca dei.

Ela toma um gole de café e diz maravilhada: — Eu realmente


quero saber se seríamos amigos se tivéssemos a mesma idade.
Tipo, se você realmente estivesse na minha universidade, nós nos
encontraríamos e seríamos amigos?

— Não. — Eu balanço minha cabeça.

— Por que não? — ela pergunta, ofendida.

— Eu nunca seria seu amigo. Eu tentaria foder você. Mas


amigos, nem tanto.
— Oh. — Ela sorri. — Se estamos sendo honestos aqui, caso
tivesse tentado me foder enquanto estava na faculdade, eu teria
deixado isso acontecer.

— Você teria ficado desapontada. — Eu rio. — Levei um


segundo para descobrir tudo.

— Provavelmente não seria pior do que qualquer coisa que


experimentei até agora. — Ela suspira. — Por que os homens não
conseguem simplesmente entender o conceito de orgasmo
feminino?

— Quando são jovens, ficam cegos devido à sua própria


necessidade crescente de satisfação. Os mais espertos percebem
que se quiserem mais sexo, precisam ser bons nisso.

— E foi isso que você fez? — ela pergunta.

— Eu fiz. — Pisco.

— Huh, bem, acho que nunca saberemos.

— Acho que não. — Eu coço meu peito e aceno para ela. — O


que você está fazendo hoje?

— Preciso fazer exercícios. Acha que posso ir até a sua casa?

— Você pode simplesmente voltar para casa comigo.

— E como você espera que eu volte para o meu dormitório?

— Eu tenho que fazer algumas coisas, então quando você


terminar deixo você aqui.

Uma das suas sobrancelhas ergue-se no ar. — Quando você se


tornou meu motorista?
— Se você quiser dirigir sozinha, tudo bem. Estou apenas
oferecendo. — Aliso minha mão sobre meu peito e me levanto da
cama dela. — Mas estou saindo em alguns instantes, então você
precisa decidir.

— Bem, esse foi um café da manhã rápido. Você vai engolir seu
sanduíche inteiro e ir embora?

— Você queria que eu ficasse? — pergunto.

— Eu não me importo com o que você faz da sua vida.

— Claramente, você se importa se está fazendo um comentário.

— Só porque ainda estou tentando terminar meu café da


manhã e você está dizendo que vai embora em cinco segundos.

— Então você quer uma carona...

— Claro que sim — diz ela. — Honestamente, você acha que


gosto de dirigir?

— Então por que dar tanta importância a isso? — pergunto.

— Porque, Silas, é isso que eu faço.

De jeito nenhum eu planejei levantar pesos hoje, não da


maneira que meus músculos estão gritando comigo, mas também
preciso afrouxar as pernas, então optei por caminhar na esteira.

O que eu não pensei foi em conseguir um lugar na primeira fila


para assistir Ollie realizar três tipos de agachamentos em uma
legging que era adequada para sua bunda e somente para ela. Ela
não deixa nada para a imaginação. Ela até sobe em sua fenda,
então eu consigo ver a bunda perfeita e definida agachando para
cima e para baixo bem na minha frente. Sem falar que ela
combinou a calça com um sutiã esportivo, que apenas levanta os
seios em vez de achatá-los.

Com o cabelo preso em um longo rabo de cavalo, ela anda pela


minha academia como um maldito sonho molhado. Estou aqui
tentando evitar olhar para ela para não ficar duro enquanto ando
na esteira.

Mas inferno... olha essa bunda.

Redonda.

Empinada.

Firme.

É óbvio que a garota passa o tempo agachando.

E ela está levantando alguns pesos pesados também. Estou


impressionado.

Olho para a tela da esteira e vejo que completei trinta minutos,


então desligo e agradeço a Deus por poder me afastar da visão de
primeira classe do traseiro de Ollie.

Jogo minha toalha por cima do ombro, pego minha água e vou
para o tapete, onde pego um rolo de espuma. Hora de sentir dor.

Deito-me de lado no rolo e estendo minha faixa elástica,


encolhendo-me e tentando não gemer o tempo todo. Mas filho da
puta, isso dói. Não é como se eu não malhasse fora da temporada,
porque eu malho. É importante estar em boa forma, mas nunca é
tão intenso como quando estamos na pré-temporada, e eu também
nunca ando de patins. Portanto, acordar esses músculos
novamente é doloroso.

— Você está bem aí? — Ollie pergunta enquanto ela coloca seu
peso na prateleira.

— Eu gemi alto?

— Ah, sim. É assustador.

— Desculpe. Apenas realmente dolorido. — Estendo mais a


perna e depois mudo de lado.

— É sempre tão ruim assim? — ela pergunta enquanto guarda


os pesos e limpa a barra.

— Sim. Durante a pré-temporada, sempre chega um momento


em que nosso treinador decide nos atacar com força – e não de
uma forma sexual.

— Espero que não. São muitos homens para o seu treinador


lidar.

Eu rio e continuo a girar enquanto estremeço. — E é sempre


nessa época que fico incrivelmente dolorido.

— Os outros caras pareciam bem.

— Eles são mais corajosos do que eu.

— Pelo menos você pode admitir isso. — Ela pega a água e


caminha em minha direção. — Precisa de alguma ajuda?

— Uh, acho que estou bem — digo. — Só vou terminar e depois


vou para a sauna.

— Sauna? — ela diz. — Você nunca me disse que tem sauna.


— Sim, eu disse.

— Temo que não. Eu teria me lembrado disso. Cadê?

Aponto. — A porta à esquerda.

Seus olhos arregalam-se de alegria. — Posso usá-la?

— Você pode usar qualquer coisa aqui. As toalhas estão no


banheiro. Avise-me quando terminar e eu entrarei.

— Não seja ridículo. Você pode entrar comigo. — Ela bate na


minha perna. — Não se preocupe, vou me cobrir, embora adore
ficar nua na sauna.

— Sim, eu também.

— Se esse acordo fosse um bordel, eu diria para você largar a


toalha. E não se preocupar.

Eu engulo em seco. — Sim, bem, ainda bem que não é um


bordel.

— Sim, que bom — ela responde com um sorriso malicioso e


sai correndo. — Vejo você na sauna.

Termino de girar, dando-lhe alguns minutos para ficar


confortável, e quando estou totalmente esticado e sentindo-me um
pouco mais relaxado, vou para o banheiro, onde tiro a roupa e
enrolo uma toalha na cintura. Nunca entrei na sauna com toalha,
mas há uma primeira vez para tudo.

Agarrando a toalha, vou até a porta de vidro fosco da minha


sauna e a abro, apenas para encontrar Ollie estirada em um dos
bancos, uma toalha embaixo dela e uma toalha que mal a cobre
no comprimento. Em vez de enrolada em seu corpo, ela apenas a
coloca sobre os seios, deixando o seio lateral totalmente à mostra,
e então posicionada entre as pernas para que eu tenha uma bela
visão de todo o seu lado.

Minha virilha aperta com a visão, e eu interiormente amaldiçoo


por dizer algo sobre a sauna. Isso será tudo menos relaxante.

— Isso é incrível — diz ela, seu peito levanta-se e suas costas


arqueiam enquanto sua perna dobra para que seu pé fique apoiado
no banco.

Foda.

Me.

— Uh, você tem certeza de que não se importa que eu esteja


aqui?

— Eu não deveria estar perguntando isso a você? — Ela vira a


cabeça para o lado e olha para mim. O canto dos lábios dela
aparece. — Sabe, Sarah é realmente burra. Eu não sei o que
aconteceu entre vocês dois, mas ela não querer isso — ela move o
dedo para cima e para baixo no meu corpo — ela é uma idiota. —
Dado que encontrei Sarah com uma mulher entre as coxas, não foi
do meu físico que Sarah se afastou. E dei a Ollie uma indicação
bastante clara de como desconsidero involuntariamente os
sentimentos das pessoas.

Sento-me no banco. — Ela não queria muitas coisas quando se


tratava de mim.

Ollie pressiona a mão na toalha para mantê-la perto do corpo


enquanto ela rola parcialmente de bruços para olhar para mim. Ao
virar usando a toalha, sua bunda fica à vista. E porra, isso é tão
legal.

Minha boca fica com água.

Meu corpo coça para se aproximar.

E mesmo que eu diga aos meus olhos para focarem no rosto


dela, eles me traem e olham seu traseiro perfeito.

— Eu não entendo isso. Como ela poderia não querer você?


Nunca estive com mais tesão na minha vida do que na semana
passada, graças a estar perto de você.

Eu levanto uma sobrancelha em questão, e ela apenas dá de


ombros.

— Não vou mentir sobre isso — ela continua. — Também não


estou procurando que você me alivie admitindo isso. Eu posso lidar
com isso sozinha. Mas falando sério, tenho certeza de que
mulheres de toda Vancouver estão fazendo fila para pular na cama
com você. Qual era o problema dela?

— Acho que ela só queria mais — respondo, lembrando-me do


que encontrei. — Algo diferente.

— Bem, sinto muito que ela tenha tratado você como uma
merda. — Ela se vira e fica totalmente de bruços agora, e levanta
as pernas para o céu enquanto seus braços mal escondem os seios.
Se ela fosse minha, eu levantaria sua pélvis e a foderia por trás.
Eu bateria na bunda dela, adorando como ela se animaria com a
marca da minha mão. E eu puxaria seu cabelo, mostrando
exatamente quem estava no controle.

Eu.
Não aquela boca atrevida dela.

Não sua forte vontade.

Mas eu.

— Então por que você não está namorando? — Ollie pergunta.


— Por que você acha que essa parceria de namoro falsa é melhor?

— Nunca namorei alguém durante a temporada, pelo menos


alguém novo. Quando eu estava com Sarah, ela sabia exatamente
o que esperar das exigências do meu trabalho. Mas acho que seria
muito difícil com alguém novo, especialmente com a temporada
começando em algumas semanas. Talvez se eu conhecesse alguém
logo após o final da temporada, pudesse prepará-la, mas logo
antes? — Balanço minha cabeça. — É demais para um novo
relacionamento.

— É realmente tão desgastante?

Eu concordo. — Longas horas, madrugadas, às vezes


demorando mais de uma semana, dependendo da programação. É
constante. E pode parecer emocionante no início, mas sei que é
preciso uma parceira forte para poder lidar com tudo isso.

— Sarah lidou bem com isso?

— Ela lidou — eu respondo. — Havia coisas que eu gostaria


que ela tivesse feito diferente quando eu estava na estrada. Ela não
gostava de falar muito ao telefone. Tentei sexo por telefone
algumas vezes e ela não gostou. Não gostava de nada quando se
tratava de telefone, e algumas noites, porra, estava solitário.

— Você nunca a traiu?


— Nunca — digo, fazendo contato visual com Ollie. — Quando
estou com uma mulher, sou dela e só dela.

— Isso é sexy — diz Ollie. — Você sempre ouve essas histórias


sobre atletas traindo seus parceiros. Nunca me senti atraída por
atletas por esse motivo específico. Eu nunca quero ser traída. Não
consigo imaginar esse tipo de dor.

— Não é divertido — eu digo antes que possa me conter.

Porra.

Olho para ela e seus olhos arregalam-se. Ela coloca-se um


pouco mais alta, quase a ponto de eu poder ver seus mamilos. —
Silas... Sarah traiu você?

Desvio o olhar e esfrego a mão no rosto. — Eu não quero falar


sobre isso.

— Ok — ela diz calmamente. E sei que ela quer fazer um milhão


de perguntas. Posso senti-las orbitando-a, precisando tirá-las de
lá. E então ela diz: — Se vale de alguma coisa, ela é uma completa
idiota.

Meus olhos pousam nela novamente, e ela levanta-se alguns


centímetros, mas é apenas o suficiente para seus seios quase
ficarem expostos. Seus dentes rolam sobre o lábio inferior
enquanto sua mão desce pelo pescoço, como uma gota de suor
escorrendo por sua pele.

— Você é sexy, Silas. — Com a mão segurando a toalha, ela


levanta- se para sentar-se no banco. A toalha torce, mas a cobre
nos lugares certos. — Você tem o tipo de corpo que eu poderia
adorar. — Ela molha os lábios enquanto está de pé agora, a toalha
é uma mera tanga para seus seios e boceta. — Se você fosse meu,
eu não deixaria você sair do quarto. — Ela se aproxima. — Eu teria
como missão colocar minha boca em cada centímetro de sua pele.

Não sei o que ela está fazendo ou seu objetivo final, mas isso
está excitando-me a ponto de descansar as mãos no colo para
esconder minha excitação.

Eu quero ser tocado assim.

Eu quero ser adorado.

Eu quero sentir-me querido.

— Você é facilmente o homem mais atraente e legal que já


conheci, apesar de sua tendência a ser rabugento a maior parte do
tempo. — Ela fica na minha frente e gira no quadril, então estamos
olho no olho. Ela leva a mão até minha bochecha e lentamente
passa o polegar sobre meus lábios, arrastando-o para baixo.
Considero chupar o dedo dela na minha boca ou puxá-la para o
meu colo... possivelmente deitando-a sobre mim para que eu possa
bater em sua bunda, assim como eu queria quando ela estava
malhando. — Você merece coisa melhor — ela sussurra. — Você
merece uma mulher que não queira apenas seu pau... anseie por
isso. — E com isso, ela levanta-se e vira, então tudo que vejo é seu
traseiro perfeito indo embora. Ela olha por cima do ombro, onde
encontra meus olhos errantes, fixados exatamente no que ela quer
que eu fixe. — Eu vou tomar banho. Estarei na sua sala, esperando
quando você quiser levar-me para casa.

Que tal nunca?

Que tal você vir sentar no meu maldito colo agora mesmo?
Que tal deixar eu foder você para que eu possa tirar essa
sensação de queimação do meu sistema que parece se desenvolver
sempre que você está por perto?

— Ok — respondo com uma voz estrangulada, meu pau


implorando por seu toque. — Banho para mim também.

Ela pisca. — Não pense em mim enquanto estiver aí. — E então


ela retira-se para o banheiro de convidados.

Não pensar nela, porra?

Quase impossível.

Vou direto para o meu quarto e, quando entro, arranco a


toalha, vou direto para o chuveiro e abro a água. Entro, pego um
pouco de sabonete na mão e apoio o braço no azulejo enquanto
agarro meu pau duro e acaricio.

— Porra, — eu gemo baixinho.

Não pense em mim?

Como eu poderia não pensar, porra?

Durante a última hora e meia, tenho sofrido com bolas azuis


enquanto a observava agachar-se, experimentava deitada a minha
sauna, gotas de suor escorrendo por sua pele macia, e depois
exibindo sua bunda enquanto ela afastava-se, toda firme e
empinada, implorando pelas minhas mãos... pelo meu pau.

— Foda-me — murmuro e bombeio com mais força.

Ollie com blusa curta, sem sutiã... mamilos duros.

Ollie com aquele vestido da arrecadação de fundos e seus peitos


fenomenais.
Ollie em sua roupa de treino...

Eu bombeio com mais força, minhas bolas já começando a


apertar.

Mordo meu lábio, meu orgasmo iminente está a segundos de


distância.

Não fale alto.

Não faça...

— Oh... Deus. — Ouço através da ventilação do banheiro,


fazendo com que meus olhos quase se abram. Essa era Ollie?

Tem que ser.

Ela está, porra, ela está gozando também?

Só de pensar nela tocando-se no meu apartamento faz-me


agarrar meu pau com mais força e disparar direto para o limite.

Mordo meu antebraço enquanto gozo por todo o piso do


chuveiro.

Todo o meu corpo treme enquanto equilibro-me e afasto-me da


parede. Entro debaixo da água quente e deixo escorrer pelo meu
corpo enquanto penso em como foi a primeira vez que me
masturbei com Ollie. E como não será a última.
Ollie: O que você está fazendo?

Silas: Alongando meus quadríceps.

Ollie: Então, coisas fascinantes, hein?

Silas: Muito.

Ollie: Bem, não tenho nada acontecendo e imaginei que, como


você também não tem nada acontecendo, poderíamos tornar parte
da nossa história uma realidade.

Silas: Por que estou com medo agora?

Ollie: Não fique. Mas se você quiser, venha buscar-me no meu


dormitório em trinta minutos.

Silas: Então... eu vou ter que buscar você? Como isso é justo?
Não é você quem está pedindo para fazer alguma coisa?

Ollie: Não é justo. Vejo você em trinta minutos, não se atrase.

Silas: Posso pelo menos perguntar o que diabos estamos


fazendo?

Ollie: Eu conto quando você me pegar. Agora, siga em frente.


— Ei — falo enquanto entro no carro de Silas e fecho a porta.
Ele está vestindo uma calça jeans preta, uma camisa branca e uma
jaqueta jeans com as mangas arregaçadas até os cotovelos, além
de uma carranca bem característica de Silas. — O que há com o
rosto? — pergunto, pressionando meus dedos no sulco em sua
testa.

— O que há com esse short?

Olho para meu short e volto a olhar para ele. — Uh... nada.

— Ele parece roupa íntima.

— Você poderia imaginar? — Eu rio e aperto o cinto. — Deus,


isso seria desconfortável. — Puxo as mangas do meu cardigã e
sorrio para ele.

— Ollie — ele diz em um tom sombrio e pouco divertido.

— O quê? — pergunto, e ele lança-me um olhar que não


aprecio. — Posso ver que você está tentando ser um idiota
controlador no momento, então vou lhe dar uns bons dez segundos
para mudar essa atitude antes de apresentar-lhe a minha.

— Não estou tentando ser um idiota controlador. Só acho que


esse short é bem curto e, se formos a algum lugar público, vão tirar
fotos nossas. Você quer esse short colado em todos os lugares?

— Claro, por que não? — falo com tanta indiferença que sei que
isso o está matando. — Se as pessoas querem olhar para minha
bunda, essa é uma prerrogativa delas. Mas esse body é confortável,
esse short é confortável, e esse cardigã me dá todo o calor contra
a brisa que sopra hoje em Vancouver. Agora, a menos que você
tenha algo bom a dizer, acho que deveríamos simplesmente
esquecer que tivemos essa conversa e seguir em frente.

Ele segura o volante com força, as veias nas costas da mão


inchadas. — Tudo bem, podemos esquecer.

Uau, ele é tão convincente. Quem diria que ele se importaria


tanto com o maldito short.

— Você vai ficar bem? — eu pergunto. — Parece que você está


prestes a quebrar um molar.

— Está bem. Apenas diga-me para onde estamos indo — ele


responde com um suspiro derrotado.

Viro-me na cadeira, coloco um grande sorriso no rosto e digo:


— O zoológico.

Sua cabeça inclina-se para trás e pressiona o encosto enquanto


ele diz silenciosamente: — Jesus Cristo.

Eu balanço seu braço. — Vamos. Vai ser divertido. E quando


dissermos que estivemos juntos no zoológico, isso não será mais
mentira. E você sabe que está curioso sobre os burros.

— Eu realmente não estou. — Ele olha para o relógio em seu


pulso e diz: — E, na verdade, acabei de lembrar que tenho um
lugar onde preciso estar.

— Mentiroso. — Eu empurro seu ombro. — Será um prazer


meu. Vou até pegar frango para você.

Ele coloca o carro em movimento. — Uau, estou realmente


ganhando hoje.
— Você realmente vai ficar mal-humorado esse tempo todo? —
pergunto a Silas enquanto o puxo para o lado, permitindo que as
pessoas passem por nós.

— Não estou mal-humorado — diz ele, olhando para o mapa do


zoológico.

— Uh, sim, você está. Você mal falou comigo no carro. Você
resmungou quando tentei pagar, depois deu um tapa na minha
mão, jogando meu cartão de crédito no chão...

— Isso foi um acidente.

— E agora você está praticamente tentando se inserir nesse


mapa.

— Estou procurando a seção de tigres. Eu gosto deles.

Levanto seu queixo com o dedo, então ele é forçado a olhar para
mim. — Qual é o problema?

Sua língua desliza sobre os dentes antes de dizer: — Vamos


simplesmente ignorar o fato de que você me mostrou sua bunda
outro dia e agora está com esse short? Você está tentando me
quebrar?

— É por isso que você está bravo?

Ele agarra a nuca, fazendo com que o bíceps puxe o tecido da


camisa. — Só estou tentando entender você. Isso é platônico,
certo?
— Uh... sim. Por quê? — Inclino minha cabeça para o lado. —
Oh, meu Deus, Silas Batata Doce...

— Não me chame assim.

— Você está se apaixonando por mim?

— Jesus. — Ele dobra o mapa e o coloca no bolso de trás


enquanto empurra a cerca.

— Você está, não está? — Passo meu braço pelo dele. — Está
tudo bem, você pode me dizer. Eu prometo que serei gentil com
seu coração.

— Você é chata pra caralho, sabia disso?

— Posso dizer que você está tentando desviar o assunto, e isso


é fofo. — Eu o seguro perto enquanto caminhamos pelo caminho,
uma mortalha de plantas parecidas com a selva alinhando-se em
ambos os lados da passarela. — Mas preciso lembrá-lo, querido
Batata Doce...

— Sério, chega dessa merda.

Ignorando-o, continuo: — Somos apenas amigos.

— Uh-huh. E os amigos costumam provocar amigos nas


saunas?

— Você achou que aquilo foi uma provocação? — Dou um


tapinha em seu braço. — Aquela foi apenas uma maneira artística
de mostrar a forma humana. Além disso, todos nós temos bundas,
nada de novo para ver.

— Acredite em mim, foi algo novo.

— Você está dizendo que eu tenho uma bunda bonita, Silas?


— Você tem uma bunda muito bonita.

Um sorriso aparece no canto dos meus lábios. — Bem,


obrigada. Isso significa muito vindo do rei dos burros.

Ele faz uma pausa e olha para mim. — Rei dos burros?

— Oh, eu não mencionei isso antes? Seus glúteos são tão fortes
que poderiam facilmente quebrar uma noz.

Ele ri e eu o sinto relaxar. — Não tenho certeza sobre isso, mas


obrigado.

— Vê. — Eu balanço seu braço. — Você só precisava relaxar


um pouco. Sempre que precisar de um elogio para acelerar esse
motor divertido, avise-me. Eu tenho um monte estocado.

— Como o quê?

— Oh, você sabe, coisas como você tem os peitorais mais


incríveis que já vi na minha vida. Seus ombros são esculpidos
como pedra, sem falar na pornografia com os antebraços que você
está oferecendo hoje.

Ele olha para seus antebraços. — Eles são muito legais, não
são?

Nós dois rimos e eu o empurro levemente para o lado. — Ok,


não há necessidade de inflar o ego. Afinal, temos um zoológico
inteiro para visitar.

— Talvez você não devesse ter me convidado então — diz ele,


com a boca perto do meu ouvido. — Porque agora vou ser
insuportável.
— Eu definitivamente poderia transportar mais do que aquele
camelo

— diz Silas enquanto olhamos para o camelo grande e robusto


à nossa frente.

Ele diz a mesma coisa sobre o rinoceronte, alegando que


poderia atacar mais rápido.

E o elefante – ele poderia levantar mais.

E a maldita chita – ele pode correr mais rápido.

Tem sido terrivelmente chato.

Talvez seja assim que ele se sinta quando eu o importuno.

— Sim, meu querido Batata Doce, com certeza você pode. —


Dou um tapinha na bochecha dele.

— O que eu disse sobre me chamar assim?

— Chamar mais? — indago com um sorriso encantador.

— Não. Chamar menos.

Afastamo-nos dos camelos e seguimos pelo caminho em direção


aos alces. — Não pode me dizer que ninguém chamou você de
Batata Doce enquanto crescia.

— As pessoas fizeram isso, e eu também as calei.

— Como quem?

Ele enfia as mãos nos bolsos e diz: — Meu avô.

— Pare, você não calou seu avô.


Ele sorri. — Na minha cabeça, eu calei.

— Uh-huh, e como isso funcionou para você?

— Nada bom.

— Não consigo imaginar por quê. — Nós nos movemos em


frente à exposição de alces e observamos o animal robusto. — Por
que odiaria que seu avô chamasse você assim? Eu acho isso
adorável.

— Porque sou jogador de hóquei e, naquela época, era magrelo


quando tudo que queria era ser grande. O apelido Batata Doce não
era exatamente o que eu procurava quando tudo que queria era
ser um grande e corpulento jogador de hóquei.

— Ah, você era magro?

— Muito — ele responde.

— Por quanto tempo?

Ele pensa por um segundo e depois responde: — Quando eu


estava no último ano do ensino médio, comecei a ganhar peso, e a
faculdade ajudou-me a ganhar músculos. Eu era super-rápido. Foi
assim que consegui contornar o gelo sem me machucar tanto.

— Você ainda é o mais rápido?

— Infelizmente, não — ele responde. — Holmes é o mais rápido


da equipe. Eu sou o segundo. Esse cara flutua no gelo. Não tenho
certeza de como ele faz isso.

— Provavelmente sua boa aparência o transporta pelo gelo.

Silas lança-me um olhar de soslaio que me faz rir. — E você?


Algum apelido?
— Apenas Ollie, que rapidamente tornou-se meu nome regular.
Acho que Oliana seria meu apelido agora, um que você não deveria
usar. — Eu levanto minha sobrancelha para ele.

— Você gosta que eu use, nem minta. — Ele coloca o braço


sobre meu ombro, puxando-me com força e, por um momento,
aprecio isso.

Silas é muito calado e sério. Ele leva as coisas muito a sério,


mantém as cartas fechadas e nunca demonstra fraqueza, mas são
momentos como esse, quando ele está solto e não se importa em
demonstrar afeto platônico, que eu realmente gosto. Porque posso
ver seu verdadeiro eu, o homem que ele é além dos altos muros
que ergueu ao longo dos anos para proteger seu coração.

— Talvez eu goste um pouco.

Ele ri. — Eu sabia disso, porra.

— Aqui estamos — digo enquanto aproximo-me do burro mais


prestigiado que já vi. — Achei que você poderia usar isso. —
Entrego a ele uma pequena bandeja de papelão com pedaços de
frango. — Eu até peguei o molho especial que você gosta.

Ele não pega a bandeja. Em vez disso, ele apenas olha para ela
e, com uma sobrancelha levantada, olha para mim. — Era isso que
você estava fazendo quando eu ia ao banheiro?
— Você nunca deveria deixar-me sozinha. Você nunca sabe o
que vou fazer. — Faço um gesto para o burro e acrescento: — Mas
não é perfeito? Você, eu, burros e frangos. Agora, se ao menos sua
braguilha estivesse...

Minha voz desaparece quando olho para sua virilha.

Meus olhos arregalam-se logo antes de soltar uma risada feia e


barulhenta que sacode o chão em que estamos.

— O quê? — Ele diz enquanto olha para baixo, apenas para


descobrir que sua braguilha está aberta. — Filho da puta — ele
xinga baixinho enquanto eu rio tanto que me inclino contra a cerca
para apoiar-me.

— Oh, meu Deus. — Eu aceno minha mão na frente do meu


rosto enquanto lágrimas fazem cócegas em meus olhos. — Você
realmente é o pervertido do burro.

— Você pode parar? As pessoas estão olhando, porra.

— Não é minha culpa. — Balanço a cabeça, lágrimas


escorrendo pelo meu rosto. — Oh, merda, acho que vou fazer xixi.
— Eu cerro minhas pernas juntas.

— Eu não fiz isso de propósito — diz ele com os dentes cerrados,


tentando me bloquear da multidão que observa.

— O que torna tudo ainda melhor. Seu subconsciente sabia. A


hora do burro significava colocar o pau para fora.

— Meu... meu pau não estava para fora — ele sussurra.

— Mas sentiu uma brisa, não foi? — Eu tusso uma gargalhada,


minhas bochechas doem.
— Você é muito madura. Você sabe disso? — Ele pega os
pedaços de frango de mim e dá uma mordida em um.

— Eu realmente não sou. — Eu rio um pouco mais, agora


começando a fazer barulho como meu amigo atrás de mim. —
Apenas... não posso acreditar que você deixou a braguilha aberta.
— Limpo meus olhos. — É uma beleza tão poética.

— Que bom que você está entretida.

Ele se afasta de mim e eu me afasto da cerca e o alcanço,


passando meu braço pelo dele novamente. — Não seja chato.

— Fácil para você dizer, você não é o pervertido do burro.

Meu lábio treme.

Tento sufocar o riso, mas não adianta, e explodo mais uma vez.
Depois de alguns segundos, digo: — Sinto muito.

— Não, você não sente — ele responde, mas desta vez, há um


sorriso em sua voz, e sei que tenho liberdade para rir o quanto
quiser agora.

— Aposto que seus fãs acham que você é um cara legal, um


verdadeiro herói do hóquei com arrogância suficiente para
conquistar todas as mulheres de Vancouver, quando, na verdade,
você é meio idiota.

Silas lambe a casquinha de sorvete e diz: — Desde que


acreditem que sou arrogante, isso é tudo que importa.
— Não vai lutar contra o comentário de idiota?

Ele balança a cabeça. — Você me viu no meu pior agora. Não


adianta.

Lambo meu sorvete também e inclino minha cabeça em seu


ombro. — Se este é o seu pior momento, então o que diz sobre mim
o fato de eu gostar mais de você assim?

Ele faz uma pausa e depois coloca o braço em volta de mim,


puxando-me para perto. — Que talvez você também seja uma
idiota.

— Isso é realmente muito preciso. Eu não achava que nada em


mim fosse legal enquanto crescia. Eu não era popular, não tinha
nem seguia as últimas tendências e nunca fui convidada por
ninguém para sair.

— Difícil de acreditar — diz ele.

— É verdade. Acho que não atingi meu ritmo até a faculdade.


E foi aí que Yonny apareceu, e sabemos o quão bem-sucedido esse
relacionamento foi.

— Os ingredientes de um amor duradouro — ele brinca


enquanto sua mão envolve meu braço e seu polegar acaricia
lentamente minha pele. O leve toque envia uma onda de arrepios
pelos meus braços. Mesmo durante os anos que estive com Yonny,
ele nunca me tocou assim, mas isso é tão natural para Silas, e nem
estamos juntos.

— Sim. Cara, você imaginou se eu ainda estivesse com ele, se


eu me casasse com ele? Isso seria estranho. Como seria minha
vida?
— Como seria minha vida se eu me casasse com Sarah? — ele
pergunta.

— Atrapalhada — eu respondo. — Especialmente porque ela


não apreciava o que tinha.

— Eu poderia dizer o mesmo sobre Yonny.

— Sim, ele definitivamente não me apreciava. Quero dizer...


adoro chupar pau e ele nunca me deixou brincar.

Silas ri levemente. — Se você fosse minha, eu deixaria você


brincar quando quisesse.

— É uma pena que eu apenas finja ser sua, hein?

— Sim... uma vergonha. — Ele suspira. — Mas eu aprecio o que


temos. Tornou a vida um pouco mais fácil.

— Concordo — digo, embora no fundo da minha cabeça haja


uma vozinha dizendo: peça mais. Porque estou curiosa. Estou
curiosa para saber como seria ter seus lábios como meus. Estou
curiosa para saber como é segurar a mão dele – não fingindo, mas
de verdade. E estou curiosa para saber como seria sentar-me neste
momento com ele, tomando sorvete, e depois simplesmente beijar
seu queixo só porque posso. — Você já pensou como seria se
fôssemos mais? — pergunto, no momento em que uma onda de
nervosismo atinge-me pelo que ele poderia dizer.

— Não — ele responde, e meu coração cai. — Mas só porque,


se eu pensasse, não tenho certeza se conseguiria me conter.

— Eu sabia que você estava se apaixonando por mim.

— Jesus — ele bufa antes de dar uma mordida em sua


casquinha de sorvete.
Eu rio, porque isso é melhor do que desmaiar. Mas só porque,
se eu pensasse, não tenho certeza se conseguiria me conter. Eu
preciso de mais. — Apenas admita, Taters.

— Sim, estou me apaixonando loucamente, profundamente,


tão apaixonado por você, Oliana, que mal consigo respirar quando
você está perto.

— Vê... eu sabia.

Praticamente posso ouvir seus olhos revirarem.

— Obrigada por vir comigo hoje — digo enquanto estamos no


carro. — Eu precisava de companhia.

— Você precisava? — ele pergunta quando olha para mim


enquanto para no sinal vermelho.

— Sim... na verdade, hoje é o aniversário da morte da minha


avó e sempre tento fazer algo divertido.

— Ollie — ele diz, com a testa franzida enquanto ele se


aproxima e pega minha mão na sua. — Por que você não me
contou?

— Não queria que você se juntasse a mim porque se sentia mal


por mim. Acho que só queria um dia normal, sabe?

— Sim, entendi. — Ele leva as costas da minha mão aos lábios


e dá um beijo suave nos nós dos meus dedos. É novo, e eu sei que
ele está fazendo isso como um amigo para garantir-me que ele me
apoia, mas isso não impede o friozinho na barriga.

Ficamos sentados em silêncio, minha mão na dele enquanto


dirigimos pelas ruas de Vancouver de volta ao meu dormitório.
Penso nesse dia e em como o provoquei muito, mas não consegui
parar. Como ele também brincou, mas não tão impiedosamente
quanto eu. Como compartilhamos sorvete, e seu braço envolveu-
me protetoramente. Como ele tentou proteger-me dos fãs que
disputavam sua atenção. Deus, ele é popular. O incidente com o
burro...

Foi uma confusão de loucura, de forma alguma um dia perfeito,


mas no meu coração, parecia perfeito.

E isso assusta-me, porque sinto todo calor por dentro.

Ele para no estacionamento do meu dormitório, sua mão ainda


segurando a minha, e em vez de largá-la, ele estaciona o carro.

— O que você está fazendo? — pergunto.

— Eu não vou deixar você ficar sozinha. Vou até o seu quarto.

Ele vai sair do carro, mas eu o paro. — Não. Tudo bem. Você
não precisa fazer isso.

— Ollie — diz ele, olhando para mim enquanto vira-se para


mim.

— Agradeço o gesto, mas se você não soubesse sobre minha


avó, teria simplesmente me deixado aqui? — Ele vai responder,
mas acrescento: — Não minta para mim.

Ele solta um suspiro pesado e desvia o olhar.


— Isso foi o que eu pensei. Não me trate de maneira diferente.
Estou realmente bem. Eu me diverti e agradeço por você ter ido ao
zoológico comigo e me feito rir... mesmo que fosse às suas custas.

Ele se vira para mim novamente e diz: — Não é necessário


agradecer. Estamos aqui um para o outro.

— Não assim — eu digo.

— Sim, assim — ele responde enquanto segura minha


bochecha, sua palma quente e áspera agindo como um cobertor
confortável.

Inclino-me ao seu toque. — Isso não fazia parte do acordo — eu


digo.

— Nem você mostrando a bunda na sauna, mas isso aconteceu.

— Ainda pensando nisso? — pergunto.

— Ollie, vou pensar nisso por muito tempo.

Seu polegar esfrega minha bochecha e, por algum motivo,


inclino-me em sua direção, umedecendo os lábios.

Meu corpo está reagindo ao seu toque.

À sua voz suave.

À sua gentileza.

À nossa proximidade.

— Você ficou bravo porque eu fui embora? Você teria preferido


que eu ficasse na sauna com você?

Ele engole em seco, seu pomo de adão balançando. — Não


tenho certeza se devo responder a isso.
— Porque você tem medo que a verdade me assuste? —
pergunto enquanto olho para seus lábios.

— Não — ele responde enquanto sua mandíbula treme de


tensão. — Porque não deveríamos estar falando sobre isso.

— Você tocou no assunto — falo, aproximando-me.

Seus olhos olham para meus lábios e depois voltam para cima,
a tensão no carro é tão palpável que eu realmente posso sentir seu
gosto.

Eu posso sentir o gosto dele.

— Está enraizado no meu cérebro. — Seu polegar desliza pela


minha bochecha até minha boca, onde ele puxa meu lábio inferior.
Seu corpo aproxima-se e preparo-me para seu beijo.

Não é como se nunca tivéssemos nos beijado antes, mas isso


parece diferente.

Isso parece real.

Parece que estamos prestes a cruzar uma linha.

Prendo a respiração, meus olhos conectados aos dele.

O que eu não daria para prová-lo novamente.

Sentir seus lábios contra os meus.

Para que ele puxe meu cabelo com sua mão forte enquanto
inclina minha boca para melhor pressão.

Ele respira fundo, seus olhos indo e voltando entre meus olhos
e meus lábios.

Deus, apenas faça isso.


Apenas beije-me.

Acabe com essa sensação latejante, dolorida e abrasadora


pulsando em minhas veias.

E quando ele se inclina mais um centímetro, sinto meu coração


parar... assim que ele se afasta, colocando tanto espaço entre nós
que uma onda de frio desce pela minha espinha, assim como
vergonha.

Ele passa a mão pelo cabelo e depois xinga baixinho antes de


segurar o volante.

— Uh, quer que acompanhe você até o seu quarto?

Pisco algumas vezes, tentando recuperar a compostura


enquanto balanço a cabeça. — Uh, não, tudo bem.

— Ok — ele diz sem jeito.

— Bem... — Eu abro a porta. — Obrigada.

— Sim, obrigado. — Ele olha para frente. — Tenha uma boa


noite.

Precisando acabar com o constrangimento, saio do carro e vou


direto para o meu prédio, onde atravesso as portas pesadas e subo
as escadas até o meu andar, sem querer esperar o elevador.

Quando chego ao meu quarto, solto um grande suspiro e


encosto-me na porta.

Deus... ele quase me beijou.

Tão perto.

E eu queria que ele fizesse isso.

Seriamente.
Porra...

Precisando tirar o cheiro do zoológico de mim, tiro a roupa e


ligo o chuveiro. Tomo um longo banho de vapor, certificando-me
de esfregar todas as partes do meu corpo. Eu esfrego por mais
tempo do que normalmente faço, e não tenho certeza se estou
esfregando para tirar o zoológico de cima de mim ou se estou
tentando tirar da cabeça a ideia de Silas quase beijando-me. De
qualquer forma, sinto um forte cheiro de lavanda e ainda não
consigo parar de pensar em Silas.

Quando saio do chuveiro, enrolo a toalha em volta do torso e


coloco a loção antes de ir para a parte principal do meu quarto.
Deixo cair a toalha e jogo-me de volta na cama, nua.

Olhando para o teto, sinto meu corpo coçando, precisando


dessa liberação, então estendo a mão para a mesa de cabeceira no
momento em que meu telefone acende com uma mensagem de
texto.

Silas.

Pego meu telefone e meu vibrador e deito na cama. Eu verifico


o texto primeiro.

Silas: Desculpe-me.

É isso.

Isso é tudo que ele disse. Não tenho certeza se esperaria mais.
Geralmente sou eu quem conduz a conversa.

Ollie: Desculpar pelo quê? Quase me beijar?

Silas: Sim.
Com uma mão, pego o vibrador e movo-o até minha fenda
enquanto separo minhas coxas.

Com a outra mão, eu mando uma mensagem de volta para ele.

Ollie: Eu queria tanto quanto você.

Silas: Ollie... não.

Ligo meu vibrador.

Ollie: Não fazer o quê?

Silas: Você está me tentando de novo.

Ollie: Tentar você seria dizer que, enquanto estou enviando uma
mensagem agora, minha outra mão está segurando um vibrador
contra meu clitóris.

Eu afundo na sensação da vibração, sabendo muito bem que


não vai demorar muito.

Silas: Porra... não diga essa merda.

Ollie: Por quê? Isso deixa você excitado?

Silas: Você sabe muito bem que sim.

Ollie: Bem... deixe isso excitar você. Você pode não ser capaz de
me beijar, mas com certeza pode sonhar com isso. Feliz
masturbação, Silas.

Silas: Foda... me.

Deixo meu telefone de lado e sorrio para mim mesma enquanto


meu orgasmo começa a aumentar.
Não tenho certeza do que está acontecendo entre nós, mas o
que sei é que estou irritando-o. Neste ponto, não tenho certeza se
isso é bom ou ruim.
— Acho que algo está errado comigo — digo a Ross enquanto
sento-me ao lado dele na sala de aula. Para uma turma tão
pequena, certamente temos uma sala de aula grande.

— O que foi desta vez? — Ross pergunta enquanto leva o café


aos lábios.

As aulas começaram esta semana. Achei que seria útil e me


manteria distraída desse sentimento perturbador que estou
sentindo, mas não fez nada além de frustrar-me.

Eu realmente não tenho passado muito tempo com Silas desde


o zoológico e o quase beijo no carro. Nós nos vimos de passagem
enquanto eu usava sua academia, mas ele tem estado ocupado
com treinos e reuniões de patrocínio com seu agente e,
aparentemente, filmando alguns comerciais também. Tenho
acompanhado meu estágio e me preparado para o novo ano letivo.

Eu me viro para Ross. — Estou com muito tesão.

Ele quase cospe o café. — Meu Deus, Ollie. Avise um cara.

— Sinto muito — eu sussurro, vendo que estamos chamando a


atenção ao nosso redor. — Mas é verdade.

— Você não tem um namorado falso para cuidar dessas


necessidades?
— Não — eu digo. — E, por favor, use sua voz sussurrante.
Você nunca sabe quem pode estar ouvindo.

— Como assim não? Achei que você e Silas estavam se dando


bem.

— Nós estamos. Ele envia mensagens de vez em quando para


saber como estão as coisas e pergunta se preciso da ajuda dele.
Digo a ele que está tudo bem, mas é isso. Não há nada sexual em
nossas interações. — Nada sexual que vá até o fim, pelo menos. É
quase como se estivéssemos nos aproximando, e isso é mais
frustrante do que qualquer coisa.

— Você quer que seja sexual?

— Se você estivesse na minha situação, gostaria que fosse


sexual?

Ross toma um gole de café e olha para a sala de aula à nossa


frente. — Eu deixaria aquele homem fazer o que quisesse comigo.

— Exatamente. Ele é tão gostoso, Ross, que está quebrando


minha vontade.

— Se você gosta dele, então transe com ele.

— Eu não posso — eu digo. — Esse é o problema. Nossa


situação é ótima agora. Além disso, sei que ele diz que não, mas
acho que ele ainda tem uma queda pela ex e não quero ser pega
no meio disso. Ele nem fala sobre o que aconteceu entre eles. A
última coisa que eu deveria fazer é foder os miolos dele.

— E você faria isso, não é? — Ross pergunta com um sorriso.


Inclino-me um pouco mais perto e sussurro: — Eu quero
chupar o pau dele com tanta força. Sonhei com isso outra noite. E
estou com coceira desde então.

— Você o viu ultimamente?

— Não, mas recebi um e-mail de Roberts ontem perguntando


como está indo meu trabalho de hóquei. E eu vou contar agora
mesmo. Eu não tenho nada. Absolutamente nada. Achei que tinha
um ângulo por um segundo, mas não. Não consigo pensar em nada
para escrever, e o que Roberts quer que eu escreva está fora de
questão.

— Sobre o que ele quer que você escreva?

— Ele quer que eu tente expor o dono dos Agitators. Não sei
nada sobre ele. Eu nem o conheço, e vai parecer muito suspeito se
eu fizer um monte de perguntas a Silas sobre um velho que paga
seu salário.

— Sim, isso não vai dar certo.

— Então, basicamente, não tenho nada para escrever, vou ser


reprovada na faculdade e terei que morar com meus pais e engolir
minhas palavras.

— Sim, isso parece plausível.

— Ross — eu digo enquanto o empurro.

Ele ri. — Acho que você deveria se encontrar com Silas e


conversar com ele sobre isso. Talvez ele tenha algumas ideias. E
também, você pode ficar olhando para ele enquanto ele fala e
pensar em todas as maneiras que você adoraria chupar seu...
— Bom dia — diz nosso professor enquanto coloca sua mochila
na mesa do professor.

— Bom dia — dizemos coletivamente.

Ross me dá uma cotovelada. — Mande uma mensagem para


ele. Veja se ele está ocupado.

Ele tem razão. Silas talvez possa ajudar-me com algumas


ideias. E sim, talvez eu sinta um pouco de falta de vê-lo. Eu sempre
me divirto com ele, então pode não nos matar ficarmos juntos e ter
um momento para conversar.

Abro meu computador e mando uma mensagem para ele.

Ollie: O que você vai fazer esta noite? Livre?

Enquanto faço anotações, ouvindo nosso professor, Silas


responde-me.

Silas: Sim. Precisa de algo?

Ollie: Posso ir aí? Eu quero falar de hóquei.

Silas: Falar de hóquei? Vou precisar de um pouco de álcool para


isso?

Ollie: Provavelmente.

Silas: Vou passar na loja. Que horas hoje à noite?

Ollie: Vejo você por volta das sete?

Silas: Isso funciona. Quer que eu vá buscar você?

Ollie: Tudo bem. Obrigada, no entanto.

Silas: Avise-me se mudar de ideia. Vejo você à noite.


Sussurrando para Ross, eu digo: — Vou para a casa dele hoje
à noite. Vou falar sobre hóquei.

— Espero que essa não seja a única coisa que você faça.

Espero que seja, porque acho que não conseguiria lidar com
mais nada.

Por que estou nervosa?

Jesus, Ollie, controle-se.

Você já saiu com esse homem muitas vezes.

No entanto, isso parece diferente.

Por que parece diferente?

Talvez porque da última vez que estive com ele algo mudou
dentro de mim. A maneira como ele falou comigo na festa da
patinação em família. Como ele se desculpou sem piscar. Como ele
assumiu total responsabilidade. E como ele não queria deixar-me
naquela noite.

E então ele seguiu com o café da manhã na cama...

Não sei. Nunca fui tratada assim antes e descobri-me relaxando


perto dele. Como na sauna, onde não me importei que ele visse
minha bunda. Que fiquei emocionada em mostrar isso a ele, e
ainda mais emocionada ao pensar na possibilidade de ele ficar
duro com isso. E então sua gentileza genuína para comigo no
aniversário do falecimento da vovó. O quase beijo.
Tudo acionou um interruptor dentro de mim. Eu quero ele. O
homem tão fora do meu alcance... meu parceiro de negócios. De
certa forma.

O que há de errado comigo?

Agora estou apenas brincando com ele e comigo mesma.

Porque eu sei que não vou deixar nada acontecer entre nós.
Como eu disse a Ross, Silas tem alguns demônios para lidar, e não
quero ser pega no meio deles. Então, em vez disso, aparentemente,
vou apenas me exibir, deixando nós dois loucos, porque estou com
tanto tesão que dói.

Daí o nervosismo.

Estou nervosa com a possibilidade de dizer ou fazer algo


estúpido, como não sei, tropeçar acidentalmente e cair de cabeça
no colo dele. Ou dizer algo como... posso chupar seu pau como
aperitivo?

Urgh, aposto que ele tem o pênis mais delicioso de todos os


tempos. Grosso, mas não muito grosso, com veias... perfurado. Se
ele não tiver piercing, eu ficarei terrivelmente chocada.

O elevador apita, eu saio e vou até a porta dele. Fico feliz que o
apartamento dele não seja um daqueles lugares onde o elevador
dá acesso ao apartamento real. Gosto de saber que há uma
barreira.

Vou até a porta dele e, mesmo tendo a chave, bato. Enquanto


espero, olho para minha roupa. Escolhi uma legging preta, meias
grossas e fofas para usar por cima e o moletom dele, porque hoje
está frio e é muito confortável.
A porta se destranca e abre, e quando seus olhos encontram os
meus, sinto uma sensação de pertencimento. É estranho. Como se
esse homem me entendesse completamente, apesar de não saber
tudo.

Seus olhos sonhadores examinam minha roupa antes de


olharem para mim.

— Belo moletom.

— Obrigada. — Eu sorrio. — Alguém deixou no meu dormitório


e, como gosto de dizer, quem encontra mantém.

— É muito grande para você.

— Do jeito que eu gosto. — Agarrando as alças da minha


pequena mochila, eu digo: — Você vai me deixar entrar?

— Claro — ele diz enquanto afasta-se da porta, e é aí que


percebo que ele está vestindo uma calça de corrida preta sem
meias e uma camisa cinza-ardósia que se ajusta a cada contorno
de seu corpo. É uma roupa simples, mas por algum motivo ele
ainda parece incrivelmente gostoso, especialmente com o cabelo
ainda molhado do banho recente, mostrando seus olhos.

— O que é esse cheiro celestial? — pergunto enquanto tiro os


sapatos.

— Comprei lasanha e pão de alho em um dos meus lugares


favoritos. — Ele fecha a porta e, ao passar, inclina-se e diz: — E
também trouxe um pouco para você.

— Por que você é tão legal comigo? — pergunto brincando, mas


ele apenas dá de ombros e leva-me até a cozinha.
— Sirva-se — ele diz enquanto tira a comida do forno onde a
mantém aquecida.

Cada um de nós serve um prato e depois nos sentamos à mesa


da sala de jantar – o que é bom, porque geralmente como na cama
ou na minha escrivaninha. Gosto da minha casa, mas às vezes
uma mesa é uma boa mudança.

Enfio meu garfo na lasanha, mas antes de dar uma grande


mordida, digo: — Obrigada por isso. Estou morrendo de fome.
Tudo o que comi hoje foi uma barra de proteína e um café com leite
gelado.

Ele levanta os olhos do prato com uma expressão severa no


rosto. — Por quê? Isso não é suficiente, Ollie.

— Eu estava muito ocupada. Aulas, depois passei algumas


horas no estágio e depois vim para cá.

— Não há desculpa. Você precisa comer mais do que isso.

— Você está preocupado comigo, Taters?

— Eu estou. Não posso deixar você desmaiar em eventos.

— Você tem algum evento chegando?

— Tenho uma festa de patrocínio na sexta-feira, mas não acho


que seja algo que você tenha que ir. Tenho certeza que você prefere
sair.

— Mas você precisa de mim lá? — pergunto.

— Eu não preciso de você lá já que Pacey e Holmes estarão lá.


Posso simplesmente ficar com Holmes, já que ele não levará
ninguém.
Faço uma pausa, um pouco confusa. — Algo está errado? Fiz
algo de errado? — A insegurança percorre minha espinha
enquanto penso em nossa última interação e como o provoquei
com meu vibrador. Será que eu... eu o assustei? Não saímos mais
desde então. E ele fez check-in algumas vezes, mas se eu realmente
pensar sobre isso, ele afastou-se um pouco.

— O quê? — ele pergunta e balança a cabeça. — Não, você está


bem.

— Ok, bem... eu gostaria de ir ao evento se você quiser me levar.


Sinto que você faz muito por mim e preciso poder estar ao seu lado
em troca. Se você está preocupado que eu possa envergonhá-lo,
posso...

— Não estou preocupado com isso. — Ele pega um pedaço de


pão de alho e dá uma mordida.

Paro por um momento para estudá-lo. — Eu sinto que você está


agindo de forma estranha. Como se eu tivesse feito alguma coisa e
você não estivesse me contando.

— Você não fez nada de errado, Oliana. — A maneira como ele


diz meu nome verdadeiro em um tom tão sério penetra direto no
meu coração.

— Ok. — Eu furo um macarrão picante. — Bem, estou livre.

— Está tudo bem — diz ele. — Você vai ficar entediada.

E lá está ele de novo, ele ignorando-me. Eu não entendo. Por


outro lado, ele nunca gosta de ser vulnerável, e temo que, se
continuar pressionando-o, ele não queira se abrir, então, em vez
disso, decido mudar de tática. Eu mesma cuidarei do evento de
sexta-feira.

— Você sabe o que me deixou entediada? Minha aula de hoje


sobre jornalismo de dados. Quase desmaiei no meu próprio colo.

Ele pega uma porção de lasanha. — O que é jornalismo de


dados?

— Exatamente o que parece, aprender como usar os dados de


maneira adequada para escrever artigos precisos.

— Você precisa de uma aula para isso?

— Você ficaria surpreso — eu digo. — No que você é formado?

— Cinesiologia.

— Você planeja fazer alguma coisa com isso?

— Na verdade não — ele responde enquanto pega seu copo de


água. — O objetivo era jogar hóquei profissionalmente. Eu não
tinha um plano B, não queria um. Estudei cinesiologia para
informar-me sobre meu corpo e entender como cuidar dele para
alcançar meus objetivos.

— Isso é realmente muito inteligente — falo enquanto dou uma


mordida no meu pão de alho. — Você acha que ajudou?

Ele concorda. — Muito. Eu entendo em quais partes do corpo


preciso concentrar-me para manter-me saudável. Entendo o
processo de recuperação e acredito honestamente que é uma das
principais razões pelas quais não sofri nenhuma lesão grave.

— Isso é impressionante, na verdade. Quanto tempo mais você


acha que vai jogar?
— Não tenho certeza — diz ele. — Ainda me sinto muito forte.
Consigo acompanhar os mais jovens e minhas pernas não morrem
no final porque continuo treinando durante a temporada. É algo
de que tenho muito orgulho.

— Eu posso dizer. Você já deu um descanso ao seu corpo?

— Durante o verão. É por isso que fiquei tão dolorido na noite


do evento de patinação em família. Eu me esforço muito durante a
pré-temporada e meus músculos precisam se acostumar
novamente com a demanda. E a cada novo ano, parece ficar um
pouco mais difícil.

— Como você está se sentindo agora? — pergunto.

— Melhor. Consegui fazer uma ótima recuperação e


concentrar-me no que preciso focar. Muitos banhos de gelo e
caminhadas na esteira para eliminar todo o acúmulo de ácido
láctico.

— Os outros caras são tão inteligentes quanto você?

— Não os mais jovens. Eles aprenderão rapidamente, no


entanto. — Ele aponta o garfo para mim. — E você? Você está se
sentindo dolorida com seu novo espaço de treino?

— Eu estava um pouco dolorida na parte interna das coxas


outro dia, mas na maior parte do tempo sinto-me muito bem. Usei
sua sauna novamente. Espero que esteja tudo bem.

— O que é meu é seu.

— O que parece incrivelmente injusto.

— Não é — ele diz. — Somos amigos, certo, Ollie?


Inclino a cabeça, estudando-o. Ele pode não gostar de mostrar
seu lado vulnerável, mas aqui, neste momento, posso ver isso. Sua
pergunta, meio que se perguntando onde estamos. Talvez seja por
isso que ele tem estado tão distante ultimamente. Talvez ele não
saiba, especialmente depois que quase nos beijamos. Então, para
tranquilizá-lo, eu digo: — Sim. Nós somos amigos.

— Bom — ele responde. — Isso significa que não devemos nada


um ao outro. Você pede, é seu.

— Ok, então o mesmo aconteceria comigo. Não tenho muito a


oferecer, mas se você pedir, é seu.

— Você tem mais a oferecer do que pensa — diz ele quando olha
para mim, fazendo minha nuca suar frio.

— Ah, sim, tipo o quê? — eu pergunto brincando.

— Você é legal — ele diz, surpreendendo-me. — Adoro sair com


meus rapazes, mas às vezes é bom ver um rosto diferente e é
divertido sair com você.

Pressiono minha mão no peito. — Silas Taters, não acredito que


você está fazendo um elogio desses. Vindo do homem que quase
teve um enfarte quando falei sobre a sua perversão por burros.

— Pelo amor de Deus, pensei que tivéssemos abandonado isso.

Pressiono meu dedo na mesa. — O pervertido dos burros é a


base dessa amizade. Isso nunca irá embora.

— Achei que a base fosse você beijando-me aleatoriamente em


um bar.

Eu reviro os olhos para isso. — Essa verdade é para você, para


mim e para Ross, apenas porque ele testemunhou tudo e
questionou-me logo depois. Mas todo mundo nos conhece como as
pessoas que se uniram por causa de um burro enquanto sua
braguilha estava aberta. Isso é algo em que precisamos nos
agarrar.

— Sorte minha.

— Você tem razão... sortudo.

Silas coloca o braço no encosto do sofá enquanto encara-me


casualmente. O resto do jantar foi tranquilo. Nós brincamos. Ele
sorriu. Eu sorri. E parecia que as coisas estavam voltando ao
normal, o que apreciei muito.

Agora que nos retiramos para o sofá, sinto-me mais relaxada e


não tão rígida. Ele também parece o mesmo.

— O que você faz para se divertir, Silas?

— Não muito — ele responde. — Não me divirto muito durante


a temporada. Estou malhando, jogando hóquei, comendo ou
dormindo.

— Fascinante — eu respondo. — E quando está fora de


temporada? Você disse que vai para sua cabana, certo?

— Sim, apenas saio com os rapazes. Jogamos, bebemos


cerveja, nada fora do comum.

— Então você não tem nenhum hobby?

— Muito ocupado para ter hobbies — ele responde.


— Isso parece chato. Você tem que gostar de fazer algo além de
coisas que coincidem com o hóquei.

— Não tive a oportunidade de explorar. Saí do ensino médio


com uma namorada e um sonho. Eu ia jogar profissionalmente,
então quando não estava treinando ou jogando, focava na Sarah.
Todo o meu tempo foi ocupado sem espaço de sobra.

— Acho que isso faz sentido. Bem, há algo que você gostaria de
poder fazer? Um hobby que você gostaria de passar mais tempo
fazendo?

Ele pensa um pouco. — Eu gostaria de cozinhar mais. No


momento, tenho um chef pessoal que prepara minhas refeições e
as deixa na minha geladeira. Ele vem comigo quando vamos para
Banff e gosto de vê-lo trabalhar. Se eu tivesse energia, pediria a ele
que me ensinasse.

— Talvez você devesse no próximo verão. Você não vai jogar


hóquei, então talvez peça a ele que lhe ensine um pouco.

Silas assente. — Sim, talvez eu peça.

— Vê. — Eu o cutuco com o pé. — Já estou mudando sua vida.

Ele revira os olhos e pergunta: — E você? Quais são seus


hobbies?

— Bem, eu adoro dançar. Faço isso quando quero desabafar ou


apenas me divertir. Também gosto de scrapbook, mas faz um
tempo que não faço isso. Eu tenho algumas coisas para fazer.

— Scrapbook com todas essas ferramentas e essas merdas? —


ele indaga.
Eu balanço minha cabeça. — Não, eu gostaria de ter espaço e
dinheiro para isso, mas agora são apenas coisas simples que
encontro e gosto em revistas ou fotos que imprimo e escrevo uma
história ao lado sobre a foto. Meu estágio consumiu muito do meu
tempo neste verão, então deixei de adicionar recortes e fotos ao
meu livro, mas vou atualizar. Guardei tudo para que, quando tiver
um momento, possa sentar e colar tudo.

— Isso é legal. Você tem um para cada ano?

— Sim, basicamente. Comecei no ensino médio. Na época era


mais um diário. Minha mãe comprava minhas revistas e eu
recortava delas coisas que adorava ou pegava-as do computador.
Então comecei a usar fotos com amigos, e isso virou mais um
álbum de recortes do que qualquer outra coisa. Eles são divertidos
de ler, porque são como uma cápsula do tempo em forma de livro.

— Talvez da próxima vez que eu estiver na sua casa, você me


mostre.

— Ah! — Eu balanço minha cabeça. — Sem chance. Você vai


zombar de mim por causa das coisas nesses livros.

— Como o quê?

— Como... a fase do ator Timothée Chalamet que passei, ou


como sempre que vejo um donut numa revista, tenho essa
necessidade de recortar e colar, porque acho que são fofos. E essas
são apenas duas coisas. Há todo um lado negro em meu álbum de
recortes de meus pensamentos e sentimentos mais íntimos.

— Agora eu realmente preciso ver isso.

Eu o cutuco com o pé. — Nunca.


— Veremos sobre isso.

— Você já escreveu em um diário?

— Parece que sou o tipo de cara que gosta de diário? — ele


pergunta, parecendo tão sexy com a maneira como levanta a
sobrancelha daquele jeito.

— Não, mas nunca devemos desacreditar alguém pela sua


aparência. Pelo que sei, você poderia ter uma coleção secreta de
bonecas Bratz.

— O que diabos são bonecas Bratz?

— Deixa para lá. — Eu suspiro.

— Você tinha essas bonecas?

Eu aceno minha mão para ele. — Isso não importa. Acho que
realmente precisamos nos concentrar no seu diário.

— Eu já disse, não tenho um.

— Mas se você tivesse... o que você escreveria nele?

— Como se eu fosse contar.

— Vamos, Silas. Compartilhe um pouco.

— Não.

— Por favor. — Eu pressiono minhas mãos, implorando. —


Serei muito solidária.

Ele desvia o olhar. — Você realmente quer saber?

Cada vez mais animada, digo: — Sim, claro, e prometo que não
vou rir.
— Está bem. — Ele exala bruscamente. — Querido diário, Ollie
é realmente chata. Atenciosamente, Silas.

Quando ele olha em minha direção, ele sorri. Empurro meu pé


nele, fazendo-o rir. — Você é um idiota. Eu realmente pensei que
você iria me dizer o que escreveria em seu diário.

— No momento, é exatamente isso que eu escreveria.

— Nua — eu digo. — Sempre nua.

— De jeito nenhum. — Ele balança a cabeça para mim.

— Sim, porra. Adoro rolar na neve e depois pular na banheira


de hidromassagem. A melhor parte é quando a neve sobe toda e
depois derrete com a água quente. Um sonho absoluto.

— Eu não acredito em você — diz Silas.

— Isso é por sua conta e seus problemas de confiança.

— Então você está me dizendo, se eu convidasse você aqui para


a primeira queda de neve, você subiria até o meu telhado, rolaria
pelada na neve e depois entraria na banheira de hidromassagem?

— Espere. — Eu levanto minha mão. — Você tem uma banheira


de hidromassagem?

— Sim, no telhado.

— Bem, por que diabos você não me contou sobre isso? —


pergunto.
— Porque aquele é o meu santuário. Não preciso de uma garota
lá em cima, nua na minha banheira de hidromassagem.

— Você está me dizendo que isso seria estranho? Porque você


teria muita sorte se me visse nua na sua banheira de
hidromassagem.

— Eu não teria.

Eu aperto meu peito. — Você feriu-me, Silas... ou devo dizer,


Batata.

— O que eu disse sobre isso? Winnie é a única que pode


chamar-me desse nome ridículo.

— Mas isso não é justo. Eu sinto que deveria ter um apelido


para você.

— Por quê? — ele pergunta.

— Bem, você me chama de baby na frente das pessoas, então


eu deveria poder chamar você de alguma coisa.

— Ok, como você quer me chamar que não seja Batata?

Dou um segundo para pensar em algo bom, algo rico e hilário,


mas só uma coisa me vem à mente por algum motivo estúpido.

— Vou chamar você de cara de peido.

— Por cima do meu cadáver — ele ruge.

— É um termo carinhoso — defendo, embora esteja rindo.

— Como chamar alguém de nuvem de gás flatulento é um


termo carinhoso?

— Porque eu não ousaria chamar outras pessoas assim. E acho


que combina com você. Quando você está mal-humorado, sempre
parece que tem um peido preso dentro de você. Portanto, você é
cara de peido.

— Você pode crescer alguns anos?

— Você prefere ser chamado de algo como... bafo de pênis?

— Algo está seriamente errado com você. — Ele balança a


cabeça. — Você pode me chamar de Silas ou baby. Essas são suas
opções.

— Eca, eu não chamaria você de baby. Isso parece estranho


para mim. Gosto quando os caras me chamam assim, mas não
posso retribuir.

— Então é Silas.

— Mas isso é tão chato — resmungo. — Que tal...

— Silas.

— Ah, tudo bem.

— E eu juro por Deus, Ollie, se você cometer um deslize quando


estivermos juntos e por acaso me chamar de cara de peido, vou
matar você.

— Você não me dá crédito suficiente. Se eu escorregasse e


chamasse você de alguma coisa, seria pervertido do burro. Deus,
Silas, entenda.

— Então você não tem perguntas para mim? — Silas pergunta.


— Mais como... uma conversa para ter — eu digo.

— Que tipo de conversa?

— Sobre hóquei, é claro. Você sabe, já que não sei nada sobre
isso. Um cara do trabalho veio até mim e perguntou se eu poderia
pegar seu autógrafo. Eu disse a ele para se foder. Eu claramente
não iria incomodar você com coisas tão insignificantes. Quando ele
saiu, não consegui parar de rir do fato de as pessoas quererem seu
autógrafo.

— Por que é que isso é engraçado?

— Eu não sei — eu digo. — Talvez porque não vejo você como


uma grande estrela do hóquei. Só conheço você como o cara que
beijei em um bar e que depois tornou-se meu namorado falso.

— Bem, talvez você precise me ver no gelo para mudar essa


mentalidade.

— Você está me convidando para um jogo?

— Como minha namorada de mentira, será um requisito


aparecer. — Ele coloca o braço nas costas do sofá.

— Eca, terei que usar uma daquelas camisetas gigantes que


ficam mal em todo mundo?

— Amei o entusiasmo e não.

— Graças a Deus pelos pequenos milagres.

Ele revira os olhos. — O que você precisa saber? Vamos acabar


logo com essa conversa sobre seu esporte favorito.

— Bem, primeiro preciso conversar com você sobre uma coisa


e não quero que você fique bravo comigo.
— Por que eu ficaria bravo?

— Você verá, mas prometa, ok?

Ele me estuda por um momento e diz: — Tudo bem.

— Então... quando Roberts descobriu que eu estava


namorando você, ele investiu bastante em nosso relacionamento.
Tanto que ele me puxou para seu escritório para conversar.

— Ele quer ingressos grátis ou algo assim? O homem é rico. Ele


não pode comprá-los sozinho?

— Não, não foi isso. Na verdade, descobri que ele tem uma
vingança contra o dono do seu time. Aparentemente, Roberts
estava tentando comprar os Agitators e algo deu errado. De
qualquer forma, ele odeia o dono do seu time e agora quer que o
meu último trabalho como estagiária da empresa dele seja uma
espécie de denúncia para derrubar a reputação dos Agitators.

Prendo a respiração enquanto suas sobrancelhas abaixam-se.


— Então ele quer que você me use?

— Sim — digo, acrescentando rapidamente — mas não vou


fazer isso.

Ele desvia o olhar e puxa a nuca. Posso ver a mudança visível


em seu comportamento. Antes relaxado em sua própria casa, ele
agora está rígido e na defensiva. — Você disse não a ele?

Eu estremeço. — Hum, não no momento em que ele perguntou.

— Então depois.

Eu fico inquieta. — Na verdade não, mas isso não significa que


vou fazer isso.
— Isso significa que você planeja explorar-me — Silas grita,
assustando-me.

— Silas, eu nunca faria isso com você. É por isso que estou
aqui, falando com você sobre isso.

— Então posso me sentir mal por você precisar de uma história


e apenas dar-lhe permissão para passar na tarefa? Dê o fora daqui,
Ollie.

— Não é por isso que estou aqui, — digo, defendendo-me. —


Estou aqui porque queria falar com você sobre isso e ser honesta.

— Honesta sobre suas intenções de me foder?

— O quê? Não. Por que diabos eu faria isso?

— Eu não sei, Ollie. Por que você não disse não a Roberts?

— Porque... — tropeço, tentando encontrar as palavras certas.


— Achei naquele momento que poderia pensar em uma solução
melhor. Ele é meu chefe, Silas. Este estágio é importante para
mim.

— Entendo isso, mas você nunca chegará a lugar nenhum sem


integridade.

— Eu disse que não iria escrever o artigo. Jesus. — Levanto-


me do sofá. — Vim aqui esperando que você pudesse ajudar-me a
pensar em um ângulo diferente. Mas acho que estava errada. —
Vou em direção à porta da frente e calço os sapatos. Ele permanece
sentado. — Sabe, Silas, você pode sentar aí e julgar-me o quanto
quiser, mas você também não é perfeito.

— Eu nunca disse que era.


— Você age como tal. Você não pode dizer-me que, na minha
posição, você teria dito não ao seu chefe.

— Eu teria dito a ele para se foder.

— Besteira. — Eu rio sarcasticamente. — Você não conseguiu


nem mandar Sarah se foder quando a viu no evento. Não, você
praticamente a comeu com os olhos. Você me diz que não se
importa mais com ela, mas não acredito nem por um segundo.
Portanto, não jogue pedras em casas de vidro. Você me diz para
me defender, pelo que é certo. Bem, onde diabos você está quando
se trata de Sarah?

— Isso é diferente — diz ele.

— Não, não é.

— Que porra é essa. — Ele levanta-se do sofá agora. — Eu


propor casamento a ela. Claro que há sentimentos. Não posso
simplesmente desligá-los.

— Sim, bem, Roberts tem meu futuro em suas mãos, e não


posso simplesmente desligar meus objetivos e desejos para fazer
algo de mim mesma. De todos, você deveria entender isso. —
Coloco minha mochila e vou em direção à porta. Olho por cima do
ombro uma última vez para ver se ele vai dizer alguma coisa ou me
impedir, mas ele não o faz, então... saio e vou direto para o
elevador, onde aperto o botão para descer.

Meus lábios tremem e minha garganta aperta-se enquanto


seguro as lágrimas. Eu não vou chorar.

Não por algo tão estúpido como isto.


Silas estava sendo um idiota, e isso é culpa dele. Eu vim aqui
para encontrar uma solução e ele nem me ouviu.

Isso não é motivo para chorar ou se emocionar.

Significa apenas... que eu não preciso dele.


Não tenho dormido bem nos últimos três dias.

Tudo graças à maldita Ollie.

Ainda estou chateado.

Estou chateado por ela não ter dito ao chefe para se foder, e
estou ainda mais chateado por ela ter mencionado Sarah. Ela não
tem ideia da merda que passei com Sarah, então ela não deveria
falar uma palavra sobre ela.

Com a garrafa de água na mão, entro na sala de musculação,


sabendo que não vou ficar sozinho, e vou direto para as bicicletas
de velocidade, onde coloco minha bebida na base e subo para me
aquecer.

Isso é ridículo. Eu nem estou namorando a porra da garota, e


ela está deixando-me louco. Eu deveria apenas dizer a ela que o
acordo acabou. Achei que seria uma boa ideia, mas me enganei.
Isso é mais do que acho que minha mente pode suportar. Fiquei
acordado até de madrugada repassando nossa conversa em minha
cabeça. Ela afirmou que não iria escrever uma denúncia, mas
quase parecia que ela estava vendo se eu concordaria com isso.

Nunca.

Eu nunca ficaria bem com isso.


— Cara, você está bem? — Posey pergunta. — Você está
andando de bicicleta com muita força para se aquecer.

Eu nem percebi. Diminuo a velocidade e digo: — Procuro uma


boa queimadura antes de começar.

— Corajoso — diz Posey. — Eu nunca procuro uma


queimadura.

Ele é um mentiroso. Por ser um de nossos defensores, Posey


está sempre na sala de musculação, tentando se manter na frente
da concorrência.

— Ollie está animada para ir à festa de patrocínio hoje à noite?


— Posey pergunta.

— Acho que ela não vai comparecer.

— Oh... — Ele diminui o ritmo. — Há algo acontecendo? É por


isso que você esteve de mau humor nos últimos dias?

Sim.

— Não — eu respondo. — Acho que ela tem outros planos.

— Eu vejo. — Ele faz uma pausa. — Cara, você não vai levá-la
porque a Sarah vai estar lá? Detesto admitir, mas Pacey disse que
viu como você olhou para Sarah no evento de patinação no gelo.
Ele achou que foi preocupante, tipo... como se você ainda estivesse
apaixonado.

Paro minha bicicleta. Sarah estará lá esta noite? Porra. Por que
eu pensei que ela não participaria do evento hoje à noite? Claro
que ela vai. E então registro o que Posey disse depois disso.

Desço da bicicleta. — Eu não estou apaixonado por ela.


Posey me segue até o suporte de pesos, seguindo de perto. —
Tem certeza? Ollie parece muito legal e não quero que você a
machuque.

— Não vou machucá-la — digo enquanto empilho pesos para


os agachamentos de aquecimento.

— Ok... porque ela parece muito jovem.

— Ela é — eu respondo. Mais jovem do que gostaria de admitir.

— E você pode causar danos a uma garota tão jovem se sua


cabeça não estiver no lugar.

— O que você é? A porra do pai dela? Meu Deus, Posey.

— Não, mas também sei quando sua cabeça está em outro


lugar, e é isso que tem acontecido ultimamente. Estou preocupado
que você esteja pensando em Sarah.

— Não estou pensando nela — grito. — Agora saia do meu pé.

Posey levanta as mãos e dá um passo para trás. — Só estou


cuidando de você.

— Não, você está deixando-me louco. Não quero nada com


Sarah.

— Tem certeza? — Posey pergunta e então olha ao redor da sala


de musculação quase vazia. — Porque... — Ele faz uma pausa e dá
um passo à frente. — Porque eu a ouvi no evento de patinação no
gelo depois que você saiu. Ela estava animada por ter o emprego
para poder estar perto de você novamente.

Eu levanto minha cabeça. — Ela disse isso?


— Sim, e a última coisa que quero ver é você voltando com ela.
Inferno, cara, ela machucou tanto você que ainda não nos contou
a verdade sobre seu rompimento e tudo o que aconteceu. Não
tenho certeza se você contou a alguém.

Eu não contei a ninguém.

— Não é da conta de ninguém.

— E então, neste verão, quando você começou a falar com ela


de novo...

— Aquilo foi breve e não vai acontecer novamente. Sério,


terminamos. Não há nada com que se preocupar.

— Ok, bem, tome cuidado, porque não quero que você se meta
em muitos problemas por causa de Sarah. — Ele me dá um
tapinha nas costas e volta para a bicicleta, onde continua a se
aquecer. Vê... ele gosta da queimadura.

Enquanto apoio a barra nos ombros e dou um passo para trás


para começar meus agachamentos, tudo que consigo pensar é
como Sarah estará naquele evento hoje à noite e que não quero
ficar sozinho com ela. Eu sei como Sarah pode ser. Inferno, eu
experimentei isso neste verão. Ela pode ser incrivelmente
convincente e, por algum motivo estúpido, sou facilmente
convencido. Mas uma coisa que sei com certeza? Não estou mais
apaixonado por ela. Eu nunca vou amá-la novamente.
Eu sei que isso é estúpido.

Não preciso que ninguém me julgue pelo que estou prestes a


fazer, mas pensei nisso o dia todo e não tenho outras opções.
Então, quando saio do elevador, vou direto para o dormitório de
Ollie, pronto para forçá-la a ir comigo esta noite.

E conhecendo-a, ela resistirá muito.

Nós conversamos desde a nossa briga na minha casa?

Não.

Nem mesmo uma mensagem de texto.

Então ela não vai esperar por mim ou pelo meu pedido.

Ou minha falta de desculpas...

Parado na frente da porta, dou duas batidas fortes e enfio as


mãos nos bolsos do terno. Eu escolhi um terno verde-floresta esta
noite com uma camisa branca de botões e sapatos marrons com
cinto combinando. Combinei a roupa com meu relógio envolto em
couro marrom favorito e minha colônia Tom Ford exclusiva.

Demora alguns segundos, mas quando ela atende à porta, sou


submetido a outro daqueles malditos tops curtos... e uma carranca
irritada.

— O que diabos você está fazendo aqui?

— Temos um evento para ir, docinho — digo, mas minha voz


soa mais ameaçadora do que qualquer coisa.

— Você pode ir se foder agora mesmo — ela diz, tentando fechar


a porta, mas eu a paro e entro em seu dormitório.
Ela tropeça para trás, chocada com minha ousadia. Com as
mãos nos quadris, ela diz: — Ah, não, você simplesmente não veio
aqui.

Fecho a porta atrás de mim e ajusto os punhos das mangas


enquanto digo: — Um acordo é um acordo, Oliana, o que significa
que você precisa vestir-se e vir comigo.

— Você disse que não queria que eu fosse com você esta noite.

— Meus planos mudaram. Agora, vista-se.

— Você realmente acha que pode vir aqui e mandar em mim?


— Os seus mamilos estão duros agora, e é quase impossível, ao
menos, não olhar para eles.

— Eu não estou mandando em você. Estou lhe dizendo que


você assinou um contrato e agora espero que você cumpra isso.

— Era um guardanapo. Eu poderia ter limpado o nariz com isso


se quisesse. — Ela cruza os braços e posa na postura mais
desafiadora que acho que já testemunhei.

— Um acordo é um acordo. Agora vista-se antes que eu faça


isso por você.

— E se eu não fizer isso? — ela pergunta.

Eu me preparei para essa pergunta, sabendo muito bem que


ela iria resistir. E odeio fazer isso com ela, mas ela precisa vir
comigo esta noite. Eu preciso de defesa.

— Se não, irei até o dono dos Agitators e contarei a ele sobre o


artigo.
Seu rosto cai e seus braços pendem para os lados. — Você não
faria isso.

— Você não quer me testar.

Ela encara-me por alguns segundos antes de bufar e virar-se


em direção ao armário. — Você percebe que vou odiar você até o
fim dos tempos, certo?

— O que quer que faça com que você fique bem vestida, baby
— falo enquanto entro em seu dormitório e sento em sua cama.
Observo enquanto ela vasculha seu armário. Ela joga um par de
saltos pretos de tiras no centro do quarto e depois pega uma roupa
preta longa.

Quando penso que ela vai ao banheiro se trocar, ela não vai.
De costas para mim, ela puxa a blusa por cima da cabeça antes de
abaixar a calça de moletom, revelando sua calcinha preta fina.

Minha boca enche de água ao ver aquele traseiro novamente e


suas costas nuas e musculosas com o mais raro vislumbre de seios
laterais enquanto ela veste sua roupa. Ela a puxa para cima,
revelando uma espécie de peça única preta com pernas de calça e
um top justo.

— Preciso que você feche o zíper — diz ela, ainda de costas para
mim.

Saindo da cama, vou atrás dela. Coloco seus longos cabelos


sobre um ombro e coloco a mão em sua cintura. Suas costas
enrijecem e, enquanto agarro o pequeno zíper preto, movo minha
mão por suas costelas até parar logo abaixo de seu seio. Segurando
com força, eu lentamente puxo o zíper para cima, o tempo todo
sentindo sua respiração inflar e esvaziar seus pulmões até que ele
esteja totalmente fechado, e afasto-me.

Sem dizer uma palavra, ela entra furiosa no banheiro e fecha a


porta.

Ela quer brincar com fogo tirando a roupa na minha frente? Ela
vai receber isso em troca.

Sento-me na cama dela novamente e pego meu telefone. Passo


os dez minutos pelos e-mails e, quando ela finalmente está pronta
e abre a porta do banheiro, ela sai com o cabelo preso em um rabo
de cavalo alto, olhos esfumados e o que parecem ser cílios postiços.
Ela completou o look com batom vermelho brilhante.

Sim... ela está sexy.

Sem falar que o decote de sua roupa desce logo abaixo dos
seios, mais uma vez oferecendo um decote abundante para todos
verem. Deve ser seu movimento característico mostrar os seios
sempre que pode. E vou dizer agora mesmo, funciona, porra.

Enquanto ela calça os sapatos, percebo uma coisa. Eu odeio


que, mesmo estando bravo com ela, ainda a acho gostosa. Não
quero sentir-me atraído por ela, mas é inevitável. Eu não posso
parar com isso. E não consigo impedir o modo como meus olhos a
examinam, pousando por um momento a mais em seus seios, em
seus lábios, naqueles olhos.

Ela fica ereta, vira o rabo de cavalo por cima do ombro e pega
uma bolsa do armário antes de enfiar o telefone, a carteira, o
batom e a chave nela. Ela enfia a bolsa debaixo do braço e diz: —
Vamos, mestre.
Melhor que cara de peido. Acho que vou aceitar.

Ficamos em silêncio durante toda a viagem para fora do


dormitório. Sinceramente, eu não esperava nada menos do que
sua atitude glacial.

Quando chegamos ao meu carro, abro a porta para ela e a vejo


entrar, então, pegando o cinto de segurança, passo-o por cima dela
e prendo-o. Quando me afasto, ouço-a inspirar, mas os seus olhos
cruzam-se com os meus, confusos.

— Só quero ter certeza de que você não fugirá.

Seu rosto cai. — Você não é um cara engraçado? — Não.


Apenas um pouco desesperado, ao que parece.

Ela não se incomoda em falar comigo, e eu não me preocupo


em falar com ela até estarmos a cinco minutos do evento.

— Você vai ter que agir como se gostasse de mim lá dentro.

— Este não é meu primeiro rodeio, Batata.

Ah, então caímos nesse nível de mesquinhez. Acho que é justo,


dado o que eu disse para colocá-la neste carro.

— Haverá grandes patrocinadores aqui, pessoas que me pagam


muito dinheiro, então nada de história de pervertido do burro.
Basta dizer que nos encontramos no zoológico.

— E privá-los da verdadeira história de quem somos? Isso é


prestar-lhes um mau serviço.

— A verdadeira história seria você agredindo-me em um bar,


mas tenho classe suficiente para não contar essa história.
Ela vira a cabeça em minha direção. — Você está dizendo que
não tenho classe?

— Entenda como quiser — digo enquanto paro perto do


manobrista.

— Bem, se é assim que você quer jogar — diz ela.

— Não faça isso, Oliana — eu digo com uma voz severa. — Eu


juro, porra, se você me envergonhar aí, você não vai gostar das
repercussões.

— Oh, Batata, não tenho planos de envergonhar você.

Por que acho isso incrivelmente difícil de acreditar? Mas não


tenho tempo para discutir isso com ela, porque o manobrista está
abrindo nossas portas.

Entrego a chave a ele e dou a volta no carro, onde encontro-me


com Ollie. Ela pega minha mão e aconchega-se ao meu lado bem
a tempo de algumas câmeras piscarem em nossa direção.

Porra, esqueci completamente da imprensa.

Viro-me para Ollie e digo: — Não fale com ninguém. Apenas


sorria e eu a guiarei para dentro.

Surpreendentemente, ela faz o que mando, e passamos pela


cabine de imprensa e entramos no local, onde somos
imediatamente recebidos por Hector Fuentes, CEO da Skin
Leisure, a marca de roupas com a qual recentemente assinei um
contrato de sete dígitos.

— Silas Taters, que bom que você veio — diz Hector enquanto
me dá um tapinha nas costas. — E quem trouxe com você esta
noite?
— Hector, que bom ver você — digo, usando meu charme. —
Esta é minha namorada, Ollie Owens.

— Ollie, é um prazer conhecê-la.

— O prazer é todo meu — diz Ollie.

— Bem, sirvam-se de bebidas e comida. Há sacolas de


presentes para todos também. Aproveitem a noite. Estamos
ansiosos para torcer por você nesta temporada, Silas.

— Obrigado. Estamos bem. Sinto que temos outra chance de


conquistar a copa este ano. — Dou-lhe um aperto de mão e, em
seguida, pressiono minha mão nas costas de Ollie e a guio para o
salão de baile principal. — Precisa de uma bebida? — eu pergunto
a ela.

— Como se você se importasse — ela diz, sorrindo para mim, e


então segura minha mão na dela. — Mas sim, estou com sede.

Não cedo à necessidade dela de apertar meus botões, então, de


mãos dadas, caminhamos até o bar, onde encontro um rosto muito
familiar.

— Silas Taters, puta merda. — J.P. Cane vem até mim e estende
a mão.

Damos um aperto de mão e eu digo: — Eu não sabia que você


estaria aqui.

— Eu não estou sozinho. Trouxe Ryot Bisley comigo. Você nos


conhece. Se há um lugar onde os patrocinadores se reúnem com
os atletas, queremos estar lá.

— É por isso que você possui o aplicativo de esportes líder do


mundo. — Apresento Ollie e digo: — J.P., esta é minha namorada,
Ollie Owens. Ollie, este é J.P. Cane. Ele e seus irmãos, Huxley e
Breaker, investiram no The Jock Report, algo iniciado por Ryot
Bisley, seu irmão Banner e Penn Cutler. Penn e Ryot jogaram pelo
Chicago Bobbies.

— Ah, sim — diz Ollie. — Ouvi falar do The Jock Report. — Isso
é surpreendente, já que ela não ouviu falar de mim. — Não foi
iniciado por causa de reportagens ruins na mídia? — Aah, é por
isso que ela ouviu falar disso.

J.P. assente. — Foi. Agora os atletas têm voz própria e podem


interagir com os torcedores sem se preocupar com um algoritmo
ou ter suas palavras voltadas para eles. Tentando convencer seu
namorado a participar.

— Só não tive tempo ainda. Eu prometo que vou. Tenho certeza


de que precisarei de algo para ler em nossas viagens.

J.P. ri e volta sua atenção para Ollie. — O que você faz, Ollie?

— Na verdade, estou formando-me em jornalismo — ela diz com


um sorriso e depois inclina-se para frente. — Não se preocupe, não
tenho intenção de fazer reportagens esportivas ou distorcer as
palavras de ninguém. Eu prefiro coisas sobre estilo de vida.

E por alguma razão, sinto que isso é uma crítica a mim.

— Estilo de vida? — J.P. pergunta. — Você já cobre


organizações de caridade? Porque eu tenho uma que realmente
precisaria de mais pessoas apoiando-a.

— Na verdade não, mas conheço algumas pessoas que fazem


isso.
J.P. enfia a mão no bolso do terno e tira um cartão de visita. —
Mande-me um e-mail. Eu adoraria entrar em contato. Quanto
mais alcance, melhor.

— Claro. — Ollie enfia o cartão na bolsa e nos despedimos antes


de pedir nossas bebidas no bar.

Descanso minha mão em sua nuca enquanto esperamos.


Conversando de perto com ela, eu digo: — Você estava criticando-
me lá atrás?

Ela vira-se para mim e apoia a mão no meu peito enquanto


inclina a cabeça para trás para olhar-me nos olhos. Provavelmente
parecemos o casal perfeito. Mas no momento, nada além de
aborrecimento, frustração e uma pitada de ódio flui entre nós.

— Você sabia que o mundo não gira em torno de você, Silas?


Pensamento maluco, eu sei. Mas algo que você talvez precise
aceitar.

Ela desliza a mão pelo meu peito, até meu pescoço, e então fica
na ponta dos pés e beija a parte inferior do meu queixo. Quando
ela se afasta, ela sussurra: — Se não estivéssemos em uma sala
cheia de gente agora, eu daria uma joelhada no seu pau com tanta
força por me fazer tirar a calça de moletom e vestir essa roupa
desconfortável.

Meu queixo aperta e estou prestes a responder quando nossas


bebidas são colocadas na nossa frente. Querendo sair do alcance
da voz, pego sua mão livre e a guio até uma área de estar. Espero
que ela se sente na cadeira ao meu lado, mas ela senta-se no meu
colo e passa o braço sobre meus ombros. Sua mão vai direto para
meu cabelo, onde ela brinca levemente com ele.
— O que você está fazendo? — eu pergunto a ela, minhas costas
rígidas.

— Brincando de namorada amorosa, é claro. Quero dizer, você


é Silas Taters, afinal, e eu sou apenas uma universitária solitária
que tem muita sorte de ter você em sua vida, então vou mostrar
isso a você com meu corpo.

— Ollie — eu digo com os dentes cerrados enquanto ela traz a


boca ao meu ouvido e passa o nariz suavemente ao longo da minha
bochecha, fazendo minha pele ficar arrepiada.

— Mmm, pergunto-me onde Sarah está. Espero que ela possa


ver o jeito que você olha para meu peito. Não aja como se eu não
estivesse vendo você.

Mantenho a respiração estável enquanto levo meu Sprite com


limão aos lábios. Eu deveria ter pedido álcool.

— Eu não vejo qual é o problema com ela de qualquer maneira.


Claro, ela é linda. — Ollie diz enquanto seus lábios pressionam
minha bochecha. — E tudo bem, vocês eram namorados desde o
ensino médio. — Ela me beija novamente, desta vez mais perto da
minha boca. — Mas ela alguma vez gostou de chupar seu pau?

— Oliana — eu digo com os dentes cerrados.

— Sabe, ouvir você dizer meu nome verdadeiro está começando


a me fazer sentir... excitada. — Ela se contorce no meu colo. —
Diga isso de novo.

Viro-me para olhá-la nos olhos e, mantendo um rosto neutro,


pergunto com lábios finos: — Que diabos você está fazendo?
— Sendo a namorada. Não é isso que você quer? Deixar Sarah
com ciúme? Bem, ela está aqui em algum lugar, e só estou
tentando mostrar a ela a quem você pertence. — Ela se inclina
ainda mais e sussurra em meu ouvido: — Mesmo que você não
consiga foder minha boceta apertada e molhada.

A minha respiração acelera, e consigo sentir o meu pau


endurecer ao pensar em como seria a boceta dela, apertando o meu
pau até quase não conseguir respirar.

— Você não quer jogar esse jogo, Ollie.

— Quem disse que estou jogando? — ela pergunta enquanto


levanta-se do meu colo e coloca sua bebida na mesa. Inclinando-
se para frente, dando-me a visão perfeita de seu peito, ela agarra
meu queixo e diz: — Vou refrescar-me. — Então ela pressiona seus
lábios nos meus.

Macios.

Flexíveis.

Viciantes.

Estou tão tentado a deslizar minha mão atrás de sua cabeça e


mantê-la perto de mim, mas mantenho minha mão parada,
descansando na minha coxa enquanto ela se afasta.

Ela esfrega os lábios e sussurra: — Delicioso. — E então ela vai


embora, mantendo minha atenção o tempo todo.

Droga. Ela sabe exatamente o que está fazendo e está


funcionando. Ela não vai se vingar de mim com histórias malucas
e falsas sobre maneiras ridículas de como nos conhecemos, mas
vai passar a noite tentando excitar-me. Bem, está funcionando,
porra.

Levo meu copo aos lábios no momento em que vejo um flash


loiro pelo canto do olho. Eu me viro bem a tempo de Sarah olhar
para mim. Em um vestido azul-marinho de ombros largos e o
cabelo enrolado sobre os ombros, ela parece classicamente
deslumbrante quando se aproxima de mim com um grande sorriso.

— Silas — ela diz enquanto inclina-se e dá um beijo na minha


bochecha. Eu não retribuo o gesto. — É tão bom ver você. — Ela
senta-se ao meu lado e apoia a mão no meu joelho. — Este terno
fica incrível em você.

— Obrigado — digo antes de tomar um gole da minha bebida.

— Este espaço não é lindo? Trabalhei com os patrocinadores


para garantir o local. Adoro os tetos abobadados.

Como ela pode falar comigo como se tudo estivesse bem entre
nós e se fôssemos apenas velhos amigos conversando? Como se ela
não tivesse me aniquilado com sua infidelidade.

— Ah, e a seleção de comida é suprema. Posso ter ido à


degustação e comido mais bruschettas do que gostaria de admitir.

Não acredito que costumava beijar esses lábios.

Adorava esses lábios.

Queria que esses lábios deslizassem sobre meu pau e


chupassem até eu gozar. Mas eles nunca deslizaram.

Ela olha ao redor da sala, depois inclina-se ainda mais, sua


mão agora subindo lentamente pela minha coxa. — Mal posso
esperar para a temporada começar. Parece que o Natal está
chegando. Sempre adorei ver você jogar.

Verdade. Ela adorava.

Mesmo tendo nossos altos e baixos, quando ela estava na


arquibancada, eu sempre podia contar com ela para apoiar-me.
Por muito tempo, ela foi minha fã número um, aquela que me
incentivou, disse-me para fazer mais uma repetição.

— E ficarei mais perto do gelo, porque estarei auxiliando nos


eventos patrocinados no gelo. Posso praticamente sentir o cheiro
da arena agora.

Ela molha os lábios, inclinando-se ainda mais perto, a mão


subindo pela minha coxa. Muito longe.

— O que você está fazendo? — eu pergunto a ela.

— Falando com você — ela diz inocentemente.

— Não, o que você está fazendo tocando-me? Eu tenho uma


namorada.

— Oh, eu só estava sendo amigável — diz ela, afastando a mão


no momento em que Ollie aproxima-se de nós. E pela expressão
dos olhos dela, posso dizer que ela não está feliz... de novo.

— Sarah, que bom ver você — diz Ollie enquanto abaixa-se para
dar um abraço em Sarah. Estranhamente, Sarah devolve.

— Uh... Olivia, que bom ver você.

— É Ollie — eu corrijo com um tom venenoso.

— Está tudo bem — Ollie diz enquanto desliza para o meu colo.
Ela agarra meu queixo e diz: — Desculpe por deixar você
esperando, baby. — Ela aproxima seus lábios dos meus, e sinto
minha respiração parar logo antes que ela diminua a distância,
fundindo sua boca na minha. Meu braço desliza em volta de sua
cintura e permito-me perder-me em seu toque por um segundo
antes que ela se afaste.

Ela volta sua atenção para Sarah. — Seu vestido é lindo. Onde
você conseguiu isso?

— Nordstrom — diz Sarah, parecendo chateada.

— Adoro fazer compras lá. Eles sempre têm linhas clássicas.

— Eles têm. — Sarah olha ao redor. — Bem, eu deveria voltar


ao evento e garantir que todos tenham tudo o que precisam. — Ela
levanta-se e coloca a mão no meu ombro. — Mal posso esperar
para ver você lá fora, Silas. Tenha uma boa noite. — E então ela
vai embora. Levo meu copo de Sprite aos lábios para tirar deles o
sabor delicioso de Ollie. Se não, vou querer mais.

— Mais uma vez, flertando com a ex — ela sussurra em meu


ouvido.

— Eu não estava flertando — digo com os dentes cerrados


enquanto ela passa os dedos pela minha nuca, fodendo minha
cabeça, porque é tão bom.

— A mão dela estava na sua coxa.

— E eu disse a ela para tirar porque eu tinha namorada. —


Aperto sua cintura com mais força.

— Você pode não pensar, mas posso ver em seus olhos que você
ainda pensa nela.
Ficando muito irritado com essa linha de questionamento,
pergunto: — Por que isso importa para você? Você é ciumenta?

— Ciúme? De você? — Ela ri. — Você e eu sabemos que eu


poderia fazer melhor.

Agora isso me irrita.

Enterro meus dedos em seu lado e digo: — Eu sou mais homem


do que você poderia aguentar.

Sua respiração fica irregular quando seus olhos se conectam


com os meus. Ela está prestes a abrir a boca quando ouço Posey
dizer: — Aí estão vocês. Ei, Ollie, que bom ver você.

Ollie coloca um sorriso no rosto e acena educadamente para


Posey. — Ei. Sinto muito, mas você terá que lembrar-me do seu
nome. Pela minha vida, não consigo manter vocês todos em ordem.

Meu amigo mais descontraído ri disso. — Eu sou Levi Posey. O


mais atraente do grupo. Isso ajudará você a se lembrar.

— Ah, eu não poderia concordar mais. Facilmente o mais


atraente.

Posey ri. — Você está namorando alguém inteligente, Tates.

Sim, estou, e ela está combinando muito bem.

Pela décima vez em cinco minutos, cerro os dentes e prendo a


respiração enquanto a perna de Ollie roça minha virilha. Eu sei
que ela está fazendo isso de propósito. Não há outra explicação, e
neste momento, eu simplesmente lido com isso, porque se eu
tentar me levantar, vou dar um show para todo mundo.

Eu também fiquei aqui sentado enquanto Posey e Ollie se


davam bem, deixando-me ainda mais irritado. Aparentemente, os
dois passaram momentos mágicos em um lugar chamado
Canoodle, no sul da Califórnia. Eles passaram férias lá
separadamente quando eram mais jovens, mas quando
descobriram que ambos haviam ido, não pararam de falar sobre
isso.

— Você viu as fotos reformadas das Cabanas Canoodle Cove?


— Ollie pergunta enquanto sua mão passa pelos cabelos da minha
nuca, deixando-me ainda mais duro. Suas unhas são longas o
suficiente para me deixar louco.

— Eu não vi. Eles as reformaram?

— Sim, li um artigo inteiro sobre isso. Eu estava escrevendo


um artigo sobre pequenas cidades imperdíveis, e Canoodle estava
lá, sendo as cabanas o lugar número um para ficar. Elas são
lindas.

— Preciso dar uma olhada — diz Posey no momento em que


sua perna roça minha ereção mais uma vez.

Incapaz de aguentar, inclino-me em seu ouvido e sussurro: —


Pare com isso, porra.

Ela apenas sorri.

— Qual foi o seu melhor lugar para visitar? — Posey pergunta.

— Porto Snow, Maine. Seguido por Bright Harbor. São cidades


vizinhas. Especialmente durante as férias, parece que você está
assistindo a um filme de Lovemark. Eu adoro isso lá. Você precisa
colocar em sua lista de desejos e parar no The Lobster Landing
para comer um doce.

— Porra, eu adoro doces — diz Posey. Ele então me dá um tapa


na perna. — Cara, deveríamos ir para lá neste verão, antes de
irmos para Banff.

— Você percebe que eles estão em extremos completamente


opostos da América do Norte.

— Não tem dinheiro para pagar a passagem de avião? Meu


Deus, cara.

Ollie ri e depois pressiona os lábios na minha bochecha e no


meu queixo. — Ele pode ser tão rabugento, não é?

— Deveria tê-lo visto no verão passado. Ele estava insuportável.

— Foda-se — digo no momento em que Ryot Bisley, cofundador


do The Jock Report, vem até nós.

— Ei, rapazes, já faz um tempo. — Ele aperta nossas mãos e


vira-se para Ollie. — Eu sou Ryot.

— Olá, Ryot. Sou Ollie, namorada de Silas.

Ryot sorri. — Talvez eu possa convencê-la a convencer seu


namorado a se juntar ao The Jock Report.

— J.P. estava apenas lembrando-me — eu digo. — Eu prometo,


vou participar.

— Bom, porque temos fãs perguntando sobre você. E você não


precisa fazer muito. Interaja o quanto quiser.
— É muito simples — diz Posey. — Na verdade, gosto de ler as
diferentes postagens dos atletas, e essas são as únicas postagens
que você vê, o que é incrível. Você não vê comentários aleatórios
de outras pessoas. Sai direto da boca do atleta.

Ollie interrompe sua sedução e diz: — Esse é um conceito muito


legal. Você acha que os atletas podem se conectar com seus fãs em
um nível diferente do que, digamos... Instagram?

Ryot assente. — O melhor do The Jock Report é que não o


usamos como plataforma de publicidade. O Jock Report é para as
vozes dos nossos atletas.

— Se você não se importa que eu pergunte, como você obtém


lucro?

— Todo atleta e equipe que tem perfil tem uma loja na


plataforma. Ganhamos uma porcentagem dessas lojas, bem como
de patrocinadores que patrocinam nossas dez melhores peças da
semana e coisas assim. E como o feed não é abafado por todos os
interesses existentes, podemos cobrar um preço mais alto, porque
o produto deles será mostrado.

— Fascinante — diz Ollie. — Você poderia realmente pegar esse


modelo de negócios e aplicá-lo aos principais mercados.

— Você poderia. É algo que os irmãos Cane estão realmente


investigando.

— O que eles não fazem? — Posey pergunta.

— Não sei como eles não estão exaustos, mas ei, não tive a
intenção de interromper. Só preciso falar rapidamente com Posey
sobre sua loja no The Jock Report. Importa-se se eu o roubar?
— De jeito nenhum — eu digo, meu corpo esfriando com a breve
pausa do interesse de Ollie no The Jock Report. É o momento
perfeito para me levantar.

— Preciso de outra bebida — diz Posey. — Venha comigo.

Eles vão embora, levanto Ollie da minha perna e fico de pé.

— Ah, vamos partir tão cedo? Eu não consegui tirar sua roupa.

— Não é engraçado — eu digo, extremamente irritado.

— Estou surpresa que você consiga ficar de pé, com o quão


duro você estava. E eu nem estava acariciando você. Já faz tanto
tempo para você?

Eu a agarro pela cintura e a puxo para meu peito. Falando em


seu ouvido, eu digo: — Espere só, porra.

— Isso é uma ameaça?

— Sim — falo enquanto deslizo minha mão na dela e a puxo em


direção à saída.

Abrimos caminho no meio da multidão, tentando escapar com


um adeus irlandês, mas, infelizmente, várias pessoas impedem-
me. E toda vez que paramos, Ollie acaba pressionando os seios em
meu braço, ou me esfregando de um jeito que ela sabe que vai
excitar-me, ou até mesmo ficando na ponta dos pés para beijar-
me. Tornou-se tão desagradável que, quando entramos no carro e
começo a afastar-me, posso sentir minha pulsação nos ouvidos.

— Noite divertida — ela diz com uma voz bajuladora que me faz
querer dar a ela um gostinho de seu próprio remédio.

Ela não vai querer mexer comigo novamente.


Não sei se já estive mais satisfeita do que estou neste exato
momento, voltando para o meu dormitório, com um Silas Taters
furioso ao meu lado.

Ele pensou que poderia simplesmente invadir meu dormitório,


exigir que eu me juntasse a ele, ameaçar-me se eu não fosse, e
então esperar que tudo ficasse bem?

Ahhh, não.

Não essa garota.

Eu sabia que, ao ir para esse evento com ele, teria que ser
reservada no que dissesse. Francamente, essas são oportunidades
de networking para mim também, e fazer papel de boba não é a
melhor ideia. Mas eu sabia que se aumentasse a temperatura,
poderia dar uma lição ao nosso amigo Silas.

E eu dei.

Posso dizer que ele está pronto para explodir devido ao aperto
no volante e à tensão em sua mandíbula.

Adivinha, Silas? Você merece isso.

Não brinque comigo.


Quando chegamos ao meu dormitório, preparo-me para sair,
mas quando ele não vai até a frente do prédio e estaciona, um leve
fio de suor forma-se em meu lábio superior.

— O que você está fazendo? — pergunto.

Ele não responde.

Ele sai do carro, caminha até o meu lado e abre a porta. Ele
então tira meu cinto de segurança e pega-me pela mão, ajudando-
me a sair do carro.

Ah, ah.

Depois que ele fecha a porta, ele segura minha mão com força,
como se estivesse com medo de que eu pudesse fugir, e mantém
seu controle durante todo o caminho até o meu dormitório.
Quando chegamos à minha porta, viro-me para ele e digo: — Bem,
obrigada por acompanhar-me até aqui, mas você pode ir agora.

Sem fazer barulho, ele pega minha bolsa, abre e tira minha
chave. Ele destranca a porta, abre-a e diz: — Entre.

Ok, então você se lembra quando eu estava sentindo-me


totalmente satisfeita há cinco minutos? Esse sentimento
desapareceu completamente quando entro em meu dormitório,
com Silas seguindo-me de perto.

A porta fecha-se e sinto meu corpo imóvel, pronto para ver o


que ele fará a seguir.

Ele coloca minha bolsa na mesa antes de vir atrás de mim, seu
peito firme contra minhas costas. Ele abaixa a cabeça para que
seus lábios fiquem bem próximos à minha orelha. Calafrios
percorrem meus braços com sua proximidade inebriante.
— Você se divertiu esta noite? — ele pergunta em um tom
ameaçador enquanto sua mão percorre minhas costas até chegar
à minha nuca. — Brincando com meu pau, tentando me deixar
duro?

— Eu não precisei tentar.

Não sei por que decido cutucar o urso, mas cutuco.

Insatisfeito com minha resposta, ele empurra-me contra a


parede. Seu peito grande e musculoso eclipsa minhas costas, e a
única razão pela qual meu rosto não está pressionado na tinta
branca na minha frente é porque minhas mãos estão apoiando
meu corpo.

— Não foi engraçado — ele diz, seu tom claro. Ele está pronto
para explodir.

Eu engulo em seco. — Desculpe dizer, mas você não disse nada


sobre não excitar você.

— Está na porra do contrato — ele praticamente cospe. — Nós


não fazemos isso.

— Nós não transamos. Nada diz que não podemos provocar —


eu digo, incapaz de impedir-me de falar.

— Isso está nas letras miúdas? — ele pergunta.

— Sim — respondo assim que sua mão encontra o zíper do meu


macacão.

— É bom saber — ele diz com uma voz tão astuta e consciente
que temo o que ele está prestes a fazer.
Com uma mão na minha cintura, mantendo-me no lugar, ele
desliza o zíper da minha roupa para baixo até que minhas costas
fiquem expostas. Seu corpo está tão perto que posso sentir o calor
do seu corpo contra o meu.

— O que você está fazendo? — pergunto.

— Ajudando você — ele diz enquanto abaixa as mangas do meu


macacão pelos meus braços e, por algum motivo, eu o ajudo e o
deixo cair completamente, apenas para apoiar-me contra a parede
novamente, desta vez, meus seios ficam expostos já que eu não
estava usando sutiã. Ele desliza as mãos ao longo dos meus lados
nus e, em seguida, empurra meu macacão para baixo, deixando-
me apenas com minha calcinha.

Fecho os olhos com força, dizendo a mim mesma que sei o que
ele está fazendo. Ele está tentando vingar-se de mim pelo que fiz
na festa. Está claro como o dia. A coisa mais fácil a fazer seria
dizer-lhe para ir embora. Virar-me e colocar espaço entre nós. Mas
não consigo abrir a boca e não consigo afastar-me dele. Em vez
disso, permito que ele venha por trás de mim e passe a mão pela
minha barriga nua.

— Você gostou de foder comigo esta noite, não foi? — ele


pergunta, seu polegar subindo pela minha barriga.

Mordo o lado da boca.

— Fiquei impressionada que você se controlou.

— Você acha que será capaz de se controlar? — ele fala


enquanto sua mão move-se para o sul, para o cós da minha
calcinha. Respiro fundo enquanto seu dedo corre ao longo do
elástico. O toque suave envia zing após zing de excitação pelas
minhas pernas e pelo meu estômago. — Ou você acha que vai
ceder?

Com a outra mão, ele a desliza sob a alça da minha calcinha


na cintura e segura-me firmemente contra seu peito com sua mão
grande e calejada. Ele arrasta a outra mão até minha barriga, logo
abaixo dos meus seios doloridos. Eu quero que ele me toque.

Eu quero que ele me toque em toda parte.

Respiro fundo no momento em que seu polegar bate contra a


parte inferior do meu seio, deixando-me em uma espiral de
necessidade.

— Porra — eu sussurro, esperando que ele não me ouça.

Mas à medida que seu aperto em minha cintura fica mais forte,
eu sei que ele ouviu.

Sua mandíbula áspera roça minha bochecha macia enquanto


ele passa o polegar contra meu peito novamente.

Eu cerro os dentes, dizendo a mim mesma que não vou gemer.


Não para ele, não quando ele está tentando provar algo.

Mas quando ele faz isso de novo, desta vez mais perto do meu
mamilo, expiro com força e encosto a testa na parede.

Posso praticamente sentir seu sorriso de satisfação enquanto


ele move a mão de volta para minha barriga, fazendo com que ela
fique vazia enquanto ele leva os dedos até a borda da minha
calcinha e lentamente os desliza para baixo.

Foda-me.
Quero isso.

Eu quero ele.

Quero seus dedos dentro de mim.

Seu pau.

A boca dele.

Eu apoio meus quadris em sua pélvis e estou totalmente


satisfeita em senti-lo duro. Ele pode estar me torturando, mas pelo
menos está se torturando também.

— Você sabe que me quer — eu digo. — Senti isso a noite toda.

Ele não responde. Ele tira a mão da minha calcinha e sobe pela
minha barriga novamente. Desta vez, ele passa a mão pelo meu
seio, mal acariciando meu mamilo, e sobe até agarrar minha
garganta.

Uma onda de excitação atinge-me com tanta força que sei que
se ele me tocasse apenas uma vez, eu gozaria. É assim que estou
excitada. Isso é o quanto ele me possui neste momento.

É por isso que estou caindo na maneira como ele brinca comigo.

Segurando meu pescoço com força, ele sussurra: — Engula.

Sem saber o que está acontecendo, faço o que ele diz e engulo.

Ele geme levemente em meu ouvido e diz: — Essa seria a


sensação se meu pau estivesse na sua boca. Mas você me levaria
fundo, não é?

— S-Sim — eu digo.

Sua mão na minha cintura agora gira para a frente e desliza


para o local logo acima da minha fenda. Neste momento, com ele
agarrando meu pescoço, brincando comigo de um jeito que me
deixa tão excitada e incomodada que sinto que poderia explodir,
sei que ele é meu dono. Posso ter brincado com ele antes, mas isso
não foi nada comparado ao que ele está fazendo comigo agora.

— Peça — ele diz, seus lábios percorrendo minha bochecha.

— Pedir o quê? — falo, mal conseguindo respirar por causa do


meu coração acelerado.

— O que você quer. — Ele desliza os dedos ainda mais perto e


eu fecho os olhos com força.

Porra, eu quero isso.

Tanto que estou disposta a deixar de lado toda a frustração, o


contrato e a noite inteira, só para gozar na mão dele.

— Toque-me — eu sussurro.

— Onde? — ele pergunta.

Engulo novamente e ele cantarola em aprovação. — Em todos


os lugares — respondo enquanto ele rosna e desliza o dedo pela
minha fenda.

— Vire-se — ele diz enquanto seu dedo conecta-se com meu


clitóris.

— Sim — gemo e descanso minha cabeça em seu ombro. —


Foda-me com os dedos.

— Você gostaria disso, não é? — ele diz, sua voz ficando


ameaçadora novamente, e antes que eu possa responder, ele retira
a mão e solta-me.

Caio na parede, vazia, fria... insatisfeita.


Eu fico aqui, atordoada, ofegante... precisando tanto de
liberação que coloco meu braço sobre meus seios para escondê-los
e viro-me para encará-lo.

— Seu idiota — eu digo. — Eu nunca fui tão longe.

Ele passa a mão pela boca enquanto seus olhos percorrem meu
corpo. — Eu disse para você não foder comigo.

Ele passa por mim e se dirige para a porta. — Isso tudo é algum
tipo de jogo para você? — pergunto, andando pelo corredor
também, mantendo meus seios cobertos, porque ele não merece
vê-los.

— Você transformou isso em um jogo esta noite — diz ele,


virando-se para mim.

— Eu fiz disso um jogo? — indago. — Foi você quem me


ameaçou esta noite e forçou-me a juntar-me a você.

— Eu não teria que forçá-la se você tivesse cumprido o


contrato.

— Você nem precisava da minha ajuda de qualquer maneira.


Eu vi o jeito que você parecia tão íntimo com Sarah.

Seus olhos tornam-se assassinos quando ele diz: — Eu disse a


ela para afastar-se de mim. Que parte disso você não entende?

— A parte em que você permitiu que ela tocasse sua coxa. E


por que você precisou de mim lá? Eu fui inútil.

— Você foi tudo menos inútil — ele grita.

— Prove. O que eu poderia ter oferecido...


— Um escudo — ele grita. — Você era meu maldito escudo. Não
quero ficar perto de Sarah, nem quero falar com ela,
principalmente porque Posey disse que ela está tentando me
reconquistar. — Ele respira fundo e puxa a barba. — Eu não... não
quero que ela saiba que tem uma chance. É para isso que você
serve. Era disso que se tratava. Não é minha maldita culpa que
você esteja usando-me de uma forma diferente, uma forma de
progredir.

Meus olhos se estreitam. — Eu disse que não ia fazer aquele


artigo. Meu Deus, Silas. Você está ouvindo a si mesmo?

— Você está ouvindo a si mesma? Porra, Ollie. Eu disse que


não quero Sarah. Se eu quero alguém neste maldito momento, é
você. — Frustrado, ele rosna um foda-se furioso antes de se dirigir
para a porta novamente.

— Espere — falo, correndo até ele e ficando na frente da porta.

Com uma voz derrotada, ele diz: — Mova-se.

— Não, não vou deixar você sair assim.

— Oliana — diz ele, incapaz de olhar para mim. — Apenas


deixe-me ir.

— Não, — respondo novamente e aproximo-me dele. Com a mão


que não cobre meus seios, pressiono seu peito. — Por que você não
fala comigo?

— Porque não falo com ninguém — diz ele. — Ninguém.

— Silas, por favor, você pode conversar...

— Não, não posso — diz ele, empurrando-me contra a parede


novamente. Quando seus olhos encontram os meus, posso sentir
sua dor tão vividamente que meu coração realmente dói. — Eu não
posso falar com você. Não posso dizer como estou me sentindo. Eu
não posso dizer o quão frustrado estou com você. Como estou
irritado. Como eu gostaria de nunca ter conhecido você, porque
assim eu não estaria nessa situação de querer tanto foder você a
ponto de realmente não conseguir pensar quando estou perto de
você. E eu não deveria querer isso. Eu não deveria querer estar
enterrado entre suas pernas, porque você não é adequada para
mim. Não somos adequados um para o outro. — Ele dá um passo
para trás e usa as duas mãos para puxar a barba. — Apenas se
mova, Ollie. Por favor. Deixe-me ir.

Pressiono meus lábios trêmulos e balanço a cabeça. — Eu


quero que você fique aqui.

— Eu não vou transar com você — ele diz.

— Então não faça isso. Apenas fique comigo, durma na minha


cama, não fique sozinho.

Ele balança a cabeça, mas não diz nada. Ele apenas olha para
o teto e posso ver sua determinação vacilando. Posso vê-lo
considerando a possibilidade de ficar, então pressiono mais.

— Por favor, Silas. Fique comigo.

Ele solta um suspiro frustrado e olha-me nos olhos. A dor


queima suas pupilas quando ele diz: — Não vou conversar.

— Então não faça isso. Você pode simplesmente deitar comigo.

Ele me examina e pergunta: — Por quê?

— Porque está claro que você está sofrendo.


— Não preciso que você me conserte — diz ele, tentando passar
por mim, mas eu o impeço.

— Não estou tentando consertar você, Silas. Estou tentando


oferecer-lhe conforto.

— Eu não preciso disso.

Pressiono minha mão em seu peito novamente. — Sim, você


precisa. E vou dizer agora mesmo, se você sair deste quarto, eu
vou atrás de você, assim mesmo. Quase nua. É isso que você quer?

Ele umedece os lábios, olhando-me de cima a baixo novamente.


— Não.

— Então fique. Por favor, Silas, fique.

Ele me estuda, apenas parado ali, seu pomo de adão


balançando, seus olhos danificados observando-me
completamente, hesitando sobre o que deveria fazer. E quando
penso que ele mesmo vai me mover fisicamente, ele dá um passo
para trás e volta para o meu quarto, onde tira o paletó, seguido
pela camisa branca de botões, e os coloca sobre a cadeira da minha
escrivaninha. Ele desabotoa o cinto e a calça, mas não a tira
enquanto se livra dos sapatos e das meias.

Quando ele olha para mim através dos cabelos, sinto uma onda
de euforia atingir-me de uma só vez. Ele ficou. Ele pode não dizer
isso, mas encontra conforto em mim, no meu pequeno dormitório,
e é aqui que ele quer estar. Não sozinho em seu grande
apartamento..., mas comigo.

Ele segue pelo corredor e diz baixinho: — Vou usar o banheiro.


Posso usar sua pasta de dente?
Concordo com a cabeça e, quando ele passa por mim, sua mão
passa pela minha barriga antes de fechar a porta do banheiro.
Quando ele está fora de vista, solto um suspiro profundo e deixo
cair o braço.

Deus, não tenho ideia do que estou fazendo. Estou perdendo a


cabeça e sei que não deveria querê-lo de forma alguma, mas aquele
olhar danificado em seus olhos destruiu-me. Nunca vi tantos
demônios, tanta força quando se trata de guardar tudo para si.
Quero ajudá-lo, estar ao seu lado, deixá-lo saber que não está
sozinho.

Eu me afasto da parede e vou até sua camisa branca. Deixo o


tecido rico esfregar entre meus dedos. Sarah deve ter realmente
fodido com ele para ele precisar de mim como escudo. E para ele
fazer isso acontecer, mesmo que isso signifique me ameaçar. Ele
está tão desesperado que, se eu realmente pensar sobre isso, não
acredito que ele teria dito alguma coisa. Mesmo que ele
provavelmente nunca admita isso, sei que ele se preocupa comigo.
Eu sei que ele quer me proteger.

E essa confiança que ele tem é muito tênue e ele está disposto
a tirá-la sem piscar. O que significa apenas que Sarah deve ter feito
a mesma coisa.

Pego sua camisa branca e a coloco sobre meus ombros, a


diferença de tamanho facilmente perceptível quando abotoo os
botões do meio. É uma sensação quente e confortável, como se
seus braços estivessem em volta de mim. E assim que começo a
arregaçar as mangas, ele sai do banheiro e encontra-me.

A ruga em sua testa aparece.


— Está tudo bem? — pergunto.

Lentamente, ele vem em minha direção, cada passo mais sexy


que o anterior com a atenção que ele comanda de seu corpo
poderoso. Quando ele chega até mim, ele aperta um dos botões
que fica logo acima dos meus seios e diz: — Sim.

Uma palavra, mas parece uma tonelada de tijolos, derrubando-


me de joelhos.

Ele molha os lábios, e quando seus olhos se conectam com os


meus, posso sentir meu corpo tremer com uma combinação de
necessidade e antecipação. Mas mesmo que sua presença me
eletrize, posso ver algo diferente em seus olhos. Não raiva, não dor,
mas vulnerabilidade. Está bem ali, em suas íris desgastadas e
cansadas. Ele pode não dizer isso, falar sobre isso ou reconhecer
isso, mas eu posso ver isso, e isso me faz sentir como se fosse algo
especial para esse homem consumidor.

Quando ele se afasta de mim e vai em direção à minha cama,


ando com as pernas trêmulas até o banheiro, onde termino de
preparar-me para dormir.

Aproveito o tempo, tentando acalmar meu coração acelerado, e


digo a mim mesma que estou apenas sexualmente carregada
agora. É por isso que minha mente está nublada com pensamentos
sobre Silas, e não por qualquer outro motivo.

Depois que termino de tirar a maquiagem, apago a luz e


percebo que a única luz acesa no dormitório é a da mesa de
cabeceira. Silas está sentado na beira da cama vestindo nada além
de cueca boxer, e não posso deixar de observar seus ombros
musculosos, peitorais duros e os contornos que envolvem seu
corpo depois de muitas horas na academia. Ele talhou e esculpiu
seu corpo com perfeição.

Quando ele percebe minha presença, levanta-se, elevando-se


sobre mim em sua altura, e puxa os cobertores para trás. Sem
dizer uma palavra, deito-me na cama e viro-me contra a parede,
mas fico de frente para ele. Ele entra também, apaga a luz e
encara-me. Nós dois descansamos nossas cabeças nos
travesseiros e eu estendo a mão e pressiono meus dedos em seu
peito.

— Você está bem? — pergunto-lhe.

— Tudo bem — ele diz e depois coloca a mão sobre a minha. —


Sinto muito, Ollie.

— Silas, você não...

— Por favor, deixe-me pedir desculpas — ele diz suavemente.

— Ok.

Ele coloca a mão na minha bochecha e diz: — Sinto que estou


constantemente desculpando-me com você, porque continuo
fazendo merda, mas é isso que eu sou... eu sou um fodido.

— Você não é. Você está apenas sofrendo.

— Isso não é uma desculpa. — Seu polegar acaricia minha


bochecha. — Só porque estou sofrendo não significa que preciso
machucar você.

Eu levanto minha mão de seu peito e coloco na mão que está


em minha bochecha enquanto aproximo-me dele. — Eu não sei o
que aconteceu entre você e Sarah, e essa é sua história para contar
algum dia ou manter. Depende de você, mas o que eu sei é que ela
machucou você, que roubou a sua confiança e fugiu com ela. E
isso deixa-me triste, porque vejo você andando por aí, não
permitindo que as pessoas se aproximem de você. Posso até ver
isso com seus amigos.

— É como eu prefiro. Não nos machucamos se não estamos


perto de ninguém.

— Mas você está perto de mim agora — eu digo, avançando


mais um centímetro.

— Isso é diferente.

— É mesmo? — pergunto.

— É porque mesmo que você esteja perto, não acho que posso
deixá-la entrar totalmente.

Eu quero gritar por quê? Mas eu sei a resposta. Eu sei que ele
está lutando para confiar nas pessoas e, dada a sua profissão e
status de celebridade, não o culpo. Ele provavelmente tem pessoas
pedindo algo todos os dias.

Então posso pressioná-lo ou deixá-lo perceber que sou alguém


em quem ele pode confiar e que talvez com o tempo ele me deixe
entrar.

— Tudo bem — eu digo. — Estou feliz por estar perto o


suficiente. — Sorrio para ele e ele acaricia minha bochecha. — Mas
preciso que você saiba uma coisa, Silas. Não tenho intenção de
machucar você... nunca. É por isso que fui até sua casa para falar
sobre o artigo sobre hóquei, porque queria descobrir uma maneira
que não machucasse você.
— Eu vejo isso agora — ele diz suavemente. — Desculpe-me por
ter pensado o contrário.

— Eu sei por que você pensou isso. E sim, fiquei brava com
isso? Claro. Mas entendo? Eu entendo. Apenas saiba... eu não vou
machucar você. Pode demorar um pouco para você encontrar
confiança em mim, mas quando estiver pronto, ela estará aqui.

— Obrigado — ele diz calmamente. — E você sabe que sinto


muito, certo? Que não faria nada para machucar você, mesmo que
eu fizesse parecer que faria isso.

— Você é um protetor, Silas. Não é um machucador. Na


verdade, sinto-me segura quando estou perto de você. Confio em
você e em suas intenções, mesmo que às vezes sejam distorcidas
pela dor que pesa sobre seu peito.

Com um suspiro pesado, ele rola para deitar-se de costas e


olhar para o teto. Por que ele está afastando-se?

Chego mais perto e descanso minha mão em seu peito nu


enquanto apoio-me no cotovelo para poder olhar para ele. — Eu
disse algo errado?

— Não — ele diz calmamente.

— Então por que você se afastou?

Seus olhos encontram os meus e ele diz: — Porque você é


muito... porra, Ollie, você é muito madura, muito inteligente, e isso
está fazendo-me pensar que posso fazer coisas com você que não
deveria estar fazendo.

Meu corpo formiga de antecipação.

— Como o quê? — pergunto.


— Beijar você, abraçar você, tocar você...

Molho meus lábios e deixo meus dedos percorrerem seu peito


enquanto digo: — Você pode fazer essas coisas.

Ele balança a cabeça. — Você merece coisa melhor, Oliana.


Você merece mais.

— Quem é você para decidir isso?

— Eu sei o que posso oferecer, o que você precisa, e eles não


coincidem. É por isso que isso funciona, esse arranjo. Nós dois
conseguimos o que precisamos sem complicar nada.

— E se o que eu preciso mudou?

Ele balança levemente a cabeça. — Não diga isso, Ollie. Não se


envolva nisso, em mim. Eu só vou acabar machucando você.

— Eu não acredito — eu digo. — Mas também não vou


pressionar você. — Deslizo meus dedos até seu queixo e o forço a
olhar para mim. — Mas prometa-me uma coisa, nunca mais faça
o que você fez esta noite comigo. Se você vai me ameaçar, ameace-
me com seu pau, não com suas palavras. E se você vai me tocar,
então é melhor me fazer gozar.

— Então eu provavelmente deveria sair desta cama — diz ele.


— Porque não tenho intenção de fazer você gozar esta noite.

— Você planeja me tocar?

— Eu considerei abraçar você — ele diz suavemente.

— Acho que posso abrir uma exceção para isso — digo


enquanto afasto-me dele e aconchego-me no travesseiro. Ele não
se move contra mim imediatamente, ele não se move de jeito
nenhum. Então, por cima do ombro, digo: — A oferta expira.

Isso o faz se mover.

Com seu braço grande e musculoso, ele arrasta-me até seu


peito, onde enterra a cabeça em meu cabelo. Fico maravilhada com
a maneira como ele fica enrolado em mim. Quente, seguro... acho
que nunca me senti assim, como se nada pudesse acontecer
comigo quando ele está perto de mim. E isso é assustador, porque
sei que isso é apenas o começo. Posso facilmente ver-me me
apaixonando por esse homem, rápido e forte.
O sol brilha através das cortinas brancas de Ollie, despertando-
me.

Paguei milhares de dólares para ter uma cama confortável onde


pudesse dormir à noite e, por alguma razão estúpida, quando
durmo na cama do Ollie, parece o melhor sono que já tive. No
fundo da minha mente, eu sei o porquê, mas a frente da minha
mente não quer reconhecer isso.

É muito assustador.

Meu cérebro, meu coração, eles não estão prontos para a


verdade.

— Bom dia — ouço Ollie dizer perto da mesa dela.

Abro os olhos e a encontro sentada de pernas cruzadas em sua


cadeira com um copo de café para viagem na mão... ainda vestindo
minha camisa de botão. Quando a vi ontem à noite, tive a sensação
avassaladora de ir até ela e dizer: Minha. Para que todos ao nosso
redor soubessem que ela não pertencia a ninguém além de mim. E
mesmo sendo a única camisa que tenho aqui, sairei deste
dormitório sem camisa antes de removê-la do corpo dela. Essa
camisa foi feita para ela.
— Bom dia — digo enquanto sento-me na cama e esfrego os
olhos com a palma da mão. — Que horas são?

— Oito e quinze. Quer um pouco de café? Ross trouxe.

— Claro — eu digo.

Ela caminha até mim, senta-se na beira da cama e entrega-me


seu café.

— Isso não é seu? — pergunto.

— Não me importo de compartilhar, e não é como se seus lábios


não tivessem tocado os meus antes.

— Verdadeiro. — Encosto-me na cabeceira da cama, tomo um


gole e arrependo-me instantaneamente. Porra, esqueci que ela
gosta de coisas doces. — Jesus — eu digo, puxando o copo e
devolvendo-o para ela.

Ela ri. — Não seja um esnobe do café preto.

— Ollie, isso não é café. Isso é leite e açúcar.

— Não é. Tem café aqui. Se não houvesse, eu não me sentiria


tão acordada agora.

— Está tudo na sua cabeça.

Ela empurra meu peito. — Olha quem acordou do lado errado


da cama esta manhã.

— Na verdade, dormi muito bem — respondo, olhando para seu


rosto fresco pela manhã. Ela é tão linda que dói. E vê-la assim –
com minha camisa, sem maquiagem, recém-saída da cama – dá-
me vontade de puxá-la para o colchão e reivindicá-la.

— Eu também. — Ela sorri. — Você me manteve aquecida.


— Você fica com frio com frequência?

— Há uma corrente de ar vindo das janelas. Principalmente


agora que o tempo está esfriando, tenho tendência a usar mais
roupas quando durmo, o que odeio. Prefiro não usar praticamente
nada.

— Como você dormindo com a minha camisa?

— Perfeito — ela responde. — Se você não estivesse aqui, eu


teria tirado minha calcinha, mas achei que deveria mantê-la por
respeito.

— Eu não teria me importado — falo, desejando que ela tivesse


dormido sem ela, então estaria completamente nua sob a minha
camisa.

— Vou manter isso em mente na próxima vez.

Ela pula da cama e diz: — O que você vai fazer hoje?

— Encontrar-me com Holmes para rever as jogadas e preparar-


me para a temporada. Nosso primeiro jogo é em uma semana e
meia. Quero ter certeza de que estamos prontos para o jogo.
Também estudamos nossos adversários e seus pontos fracos.
Embora eles possam ter trabalhado nisso fora da temporada, é
sempre bom estar preparado.

— Acho que não tinha ideia de que você estudava o adversário.

— Durante toda a temporada — eu digo enquanto tiro as


cobertas da cama. Pego minha calça e a arrasto sobre minhas
pernas.

— É por isso que você não tem muito tempo para fazer nada?
— ela pergunta.
— Sim, basicamente.

Ela olha para minha camisa e depois para mim. — Ah, você
precisa disso?

— Fique com ela — eu digo. — Fica bem em você.

Suas bochechas coram e ela sorri sobre seu copo de café. —


Sabe, Silas, algumas pessoas podem considerar isso um flerte.

— Considere isso um elogio — digo enquanto chego atrás dela


e pego meu paletó. Sacudo-o e coloco-o sobre os ombros, apenas
para abotoá-lo no meio. Meu peito é facilmente visível, mas não é
muito longe até meu carro.

Com um sorriso brincalhão nos lábios, Ollie examina-me de


cima a baixo e diz: — Muito Timothée Chalamet da sua parte, Silas.
Embora nada grite mais vergonha do que o que você está vestindo
agora.

— Pena que não tomei nenhuma atitude para torná-la uma


verdadeira caminhada da vergonha.

— Isso foi obra sua.

— Acredite em mim, foi a melhor decisão para nós dois. —


Coloco meu telefone no bolso e, com as chaves na mão, sigo pelo
corredor. Ela segue-me e, quando chego à porta, viro-me para ela.

Ela inclina-se contra a parede, um pé apoiado nela, e inclina a


cabeça para o lado, esperando meu próximo movimento.

Quero que seja eu pressionando-a contra aquela parede e


aproveitando sua boca. Quero as mãos dela em cima de mim.
Mas não apenas isso. Quero continuar a sentir seu conforto.
Ontem à noite, eu me senti tão vulnerável e ela ignorou sua dor e
ajudou-me com a minha. Ela não guardou nada contra mim, algo
que Sarah teria feito quando estávamos juntos. Ela perdoou-me e
minha estupidez, depois pediu-me para ficar – não por ela, mas
por mim - porque ela não queria que eu ficasse sozinho.

Isso me fez olhar para ela de forma diferente.

Isso me fez desejá-la de uma maneira diferente.

Isso me fez pensar como seria se déssemos um passo à frente.

E isso é assustador, porque não acho que estou pronto. Não


acho que estou preparado para estar ao lado dela do jeito que ela
precisa. Não acho que posso ser o homem que ela precisa. É por
isso que preciso controlar-me perto dela e agir com cuidado.

É por isso que, neste momento, com ela tão linda, não consigo
pegar o que quero.

Então aproximo-me dela, coloco meu dedo indicador sob seu


queixo e digo: — Obrigado por ontem à noite.

— Não há necessidade de agradecer, Silas. É por isso que estou


aqui.

— Ainda... obrigado. — E então abaixo minha cabeça. Eu ouço


sua leve inspiração logo antes de beijar sua bochecha e depois
afastar-me, mantendo minhas mãos ao meu lado para não
estender a mão e fazer algo do qual me arrependeria mais tarde.
— Tenha um bom dia, Oliana.

Sua cabeça encosta na parede enquanto ela diz: — Até mais,


Batata.
Ollie: Como foi a hora do filme?

Silas: A hora do filme? Esse é o termo técnico?

Ollie: Na minha cabeça é.

Silas: Foi bom. Estou com dor de cabeça de tanto assistir ontem.
Mas sinto-me preparado.

Ollie: Você tomou algum analgésico?

Silas: Sim, mãe.

Ollie: E eu pensei chamar você de papai.

Silas: Você acabou de me fazer cuspir água na camisa toda.

Ollie: Então meu trabalho aqui está concluído.

Silas: O que você está fazendo?

Ollie: Estou fazendo um trabalho idiota, vou precisar de uma


pausa em breve.

Silas: Legal.

Ollie: Sabe, esse é o ponto da conversa em que você perceberia


que logo estarei livre e você estará livre, então talvez possamos sair.

Silas: Não acho que seja uma boa ideia.

Ollie: Tem medo de que você se apaixone perdidamente por


mim?

Silas: Tenho medo de querer transar com você.

Ollie: Mais uma vez, não é um sentimento ruim de se ter.


Silas: Não temos uma política sobre bordel?

Ollie: Boa resposta. Eu estava testando você.

Silas: Ah, você estava agora?

Ollie: Sim. Você passou.

Silas: Agora posso dizer que realmente fiz algo neste fim de
semana.

Ollie: De nada.

Ollie: Com licença, Batata, qual é o significado deste pacote que


você me enviou?

Silas: Do que você está falando?

Ollie: Não se faça de bobo. Eu sei que você deixou este pacote
no meu dormitório. Há um cobertor pesado dentro, junto com uma
cafeteira sofisticada e acessórios para fazer um café com leite... com
uma caneca dos Agitators.

Silas: Ah, sim, isso pode ter vindo de mim.

Ollie: Por que você enviou tudo isso para mim?

Silas: Porque você disse que estava ficando frio no seu


dormitório. Achei que você poderia precisar de algo para mantê-la
aquecida... enquanto eu estiver fora.

Ollie: Ok... Ok... espere aí... Silas Taters, você percebe que isso
é flertar, certo? Você está flertando comigo.
Silas: Eu chamo isso de ser um bom amigo.

Ollie: Eu chamo isso de você me quer muito, e mesmo que você


não admita, está mostrando-me com este presente atencioso.

Silas: Entenda como quiser.

Ollie: Eu vou. Você me quer.

Silas: Claro, se é nisso que você quer acreditar.

Ollie: Não é se eu acredito ou não, Silas. Eu sei disso. Também...


muito obrigada. Isso foi muito fofo. Já posso sentir o quão quente o
cobertor é. Se ao menos cheirasse como você.

Silas: Veja, isso seria flertar.

Ollie: Uh-huh... Ok.

Ollie: Estranho, voltei para casa e encontrei outro pacote. Mas


isto era apenas um frasco de colônia.

Silas: Huh, pergunto-me quem enviou isso para você.

Ollie: Eu me pergunto. Na verdade, cheira exatamente como


você.

Silas: Muito estranho.

Ollie: Você percebe que isso muda tudo.

Silas: Você percebe que tudo já mudou?

Ollie: Por que você está se escondendo?


Silas: É o melhor.

Ollie: Então por que me mandar presentes?

Silas: Só porque não estamos juntos não significa que não quero
que você pense em mim.

Ollie: Isso é uma bagunça.

Silas: Ficou uma bagunça no dia em que você me beijou naquele


bar.

Silas: Você acha que consegue ir ao meu primeiro jogo? Tenho


que reservar os ingressos.

Ollie: Quando é seu primeiro jogo?

Silas: Terça-feira.

Ollie: Nesta terça-feira?

Silas: Sim.

Ollie: Ah... eu acho que posso. Só preciso reorganizar algumas


coisas.

Silas: Tudo bem se você não puder estar presente.

Ollie: Não, posso, mas... você acha que poderia conseguir um


ingresso para Ross também? Eu não quero ir sozinha.

Silas: Claro.

Ollie: Perfeito. Mal posso esperar para ver do que se trata essa
coisa do hóquei.
Silas: Jesus.

Ollie: Preciso vestir-me bem?

Silas: Sim, mas não se preocupe. Eu cuido disso.

Ollie: O que isso significa?

Silas: Você verá.


— Feliz aniversário... por que você está usando isso? — Ross
pergunta enquanto abro a porta do meu dormitório.

— Você não gosta disso?

— Não, eu gosto. Você está linda, mas por que está usando a
parafernália dos Agitators quando deveríamos ir a um bar hoje à
noite?

Sim, este moletom dos Agitators não grita boate, mas com
certeza parece que estou indo para um jogo de hóquei. Silas
mandou um moletom, um gorro de inverno, uma camisa com o
nome dele nas costas e até meias. Havia também uma nota que
dizia: Vista-se bem. Mas sabendo que depois disso iria à boate para
comemorar meu aniversário, coloquei uma legging de couro
sintético, botinhas pretas e um top tubinho sem ombros. Coloquei
o moletom por cima, tirei gorro e rezei para poder aquecer-me com
chocolate quente.

— Silas convidou-me para seu primeiro jogo esta noite e pensei


que provavelmente deveria ir, mas ele me deu dois ingressos. Um
para você e outro para mim.

— Hóquei? — Ross pergunta com um enrugamento no nariz. —


No seu aniversário?
— Está bem. Iremos à boate depois. Acredite em mim, ainda
quero dançar.

— Tem certeza de que é isso que você quer? — ele pergunta


enquanto eu pego minha bolsa e saio do meu dormitório.

Passo meu braço pelo de Ross e digo: — Sim. Além disso,


podemos comprar nachos, e sei o quanto você adora nachos.

— Eu gosto de nachos — diz ele enquanto nos dirigimos para a


frente do dormitório, onde um Uber nos espera.

— O motorista já sabe que estamos indo para a arena? — Ross


pergunta.

— Ele sabe.

Ross balança a cabeça para mim. — Eu me sinto enganado.

— A noite é uma criança, Ross. Temos todo o tempo do mundo


para comemorar. Agora entre no carro. Eu não quero atrasar-me
para... uh... o espetáculo?

— Acredito que o termo que você está procurando é puck drop7


— diz o motorista enquanto apertamos o cinto.

Inclino-me para frente e pergunto: — Você entende de hóquei?

— Tenho observado toda a minha vida. — Ele entra na estrada


principal do campus.

— Senhor, precisaremos que você nos dê um curso intensivo.

7
Ato de lançar um disco entre dois jogadores adversários para iniciar ou reiniciar o jogo.
— É aqui que meus mamilos caem — diz Ross enquanto treme
ao meu lado.

— Pare com isso. Não está tão frio. — Meus dentes barulhentos
discordam.

— E como ele conseguiu esses lugares na primeira fila para


você? — Ross pergunta, olhando para as pessoas que estão
batendo contra o vidro, implorando pela atenção dos Agitators que
estão se aquecendo.

— Não sei. Magia? — Fico na ponta dos pés e olho ao redor,


procurando por Silas. Não tenho ideia de qual número ele é ou
como ficaria com uma camisa, então procuro seu sobrenome. —
Você o vê?

— O quê? Desculpe, estou distraído com o homem ao nosso


lado que tem mostarda na barba. — Ross fala mais alto. — Com
licença, senhor, você tem mostarda na barba.

— Ah, inferno, é mesmo? — o homem barulhento diz. — Isso é


o que ganho por devorar três cachorros-quentes antes do jogo.

Horrorizado, Ross vira-se para mim e murmura — Três — com


os olhos arregalados e trêmulos.

Tento não rir enquanto examino o gelo, sem vê-lo. Isso até que
a multidão irrompe e um borrão preto e roxo voa através do gelo,
então para de repente na frente de outro jogador, jogando gelo em
cima dele. A multidão aplaude, fotos são tiradas e olho ao redor
enquanto crianças, mulheres e homens adultos começam a pedir
que Silas olhe para eles.
— Acho que ele chegou — diz Ross. — E em quem ele jogou
gelo?

Procuro o nome nas costas e vejo que é Posey.

— Oh, deve ser algo que eles fazem em todos os jogos, porque
esse é o amigo dele, Posey. — Pergunto ao Barba Mostarda: — Silas
faz isso com Posey em todos os jogos?

— Sim, a multidão adora.

— Vê. — Dou uma cotovelada em Ross na lateral. — Olhe para


mim sabendo das coisas.

— Parabéns, quem imaginou que você sabia sobre fragmentos


de gelo?

— Melhor que nada. — Aconchego-me em Ross e dou-lhe uma


pequena sacudida. — Relaxe, afinal é meu aniversário. E adivinha
o que li no caminho para cá, quando Sal não parava de falar sobre
as regras do hóquei?

— Algo que você deveria estar ouvindo...

Reviro os olhos. — Eu parei depois de dez minutos. Mas vi que


há um jogador assumidamente gay no time.

— Quem? — Ross diz, quase usando minha cabeça como


banquinho para ver melhor. — Onde ele está? Eu serei o juiz dele.

Eu rio e mostro meu telefone para Ross. — O nome dele é Ian


Rivers. E ele é gostoso.

Ross aproxima o telefone e estuda a foto. Lentamente, um


sorriso começa a formar-se em seu rosto. — Bem agora... vamos
Agitators.
Eu rio e roubo meu telefone no momento em que um jogador
se aproxima do vidro, fazendo a multidão gritar. Quando olho para
cima, encontro uma moldura familiar à minha frente. Com o taco
em uma das mãos, Silas levanta o capacete, exibindo seus lindos
olhos azuis. Meu coração acelera ao vê-lo em seu uniforme, seu
sorriso estendendo-se de orelha a orelha enquanto ele me oferece
uma simples piscadela antes de abaixar o capacete novamente.

Sinto um frio na barriga e parece que neste momento, com


milhares de pessoas nos cercando, não existe mais ninguém além
dele e de mim. Meu Deus, ele é lindo. Impressionante.
Especialmente em seu equipamento. Estou vendo o apelo que esta
multidão já conhece. Ele bate no vidro com os punhos e sai
correndo.

Meus olhos o acompanham enquanto ele patina rapidamente


para longe.

Eu o vejo fazer malabarismos com um disco no taco.

E não desvio os olhos quando ele dá voltas no gelo oferecendo


socos aos companheiros de equipe.

Posso não saber nada sobre hóquei.

E posso estar numa relação falsa com um jogador de hóquei.

Mas eu sei de uma coisa com certeza. Silas Taters roubou um


pedacinho do meu coração.

— Oh, meu Deus — grito quando Silas é jogado contra o vidro.


Eu me transformo em Ross e cubro os olhos. — O que diabos é
essa brutalidade?
Ross passa o braço em volta de mim e diz: — Nunca estive tão
cativado em toda a minha vida. — E então, para meu horror, ele
grita: — Pegue a porra do disco!

— Ross, não grite com eles. Eles estão se esforçando ao


máximo.

— Não, eles não estão quando não conseguem marcar um


maldito gol. O que é essa merda?

O Sr. Mostarda inclina-se e diz: — Isso é normal no hóquei. Não


há muitos jogos com muitos gols.

— Espere. — Ross se vira para ele e pergunta: — Você está


dizendo-me, ficamos sentados aqui por cinco períodos...

— Três — corrijo, porque aprendi algo com o motorista do Uber.

— Ah, isso mesmo, ficamos aqui sentados durante três


períodos com a expectativa de um gol?

— Em média, de um a três — diz o Sr. Mostarda.

— Bem, isso é só... emocionante — diz Ross com entusiasmo


enquanto grita novamente. — Bata nele, Posey. Bata-o contra o
vidro.

Não tenho certeza do que criei e não tenho certeza se gosto.

Silas é tão rápido no gelo.

Acho que nunca vi nada parecido.


Ele é suave e rápido em seus pés. Ele é capaz de virar-se a
qualquer momento e, em seguida, ele lida com seu taco. O hóquei
deve ser um dos esportes mais difíceis de dominar.

O disco está do outro lado da... uh... pista? É assim que


estamos chamando? E um monte de caras estão brigando por isso.
Isso lembra-me crianças jogando futebol quando um pequeno
grupo se reúne em volta da bola, tentando pegá-la.

Mas isto é muito mais... brutal. Cotovelos voam, corpos são


empurrados e houve até uma briga entre Posey e outro jogador
onde Posey deu um soco no cara. Eu conversei com aquele homem.
Ele é tão legal pessoalmente, mas vê-lo fazer isso com outro cara
foi chocante.

De repente, a multidão explode e eu olho para o rinque para ver


o que está acontecendo. Do nada, Silas patina no gelo, girando o
taco e segurando o disco. Ele o passa para Holmes. Silas desliza
para trás do goleiro e, com dois movimentos de pulso, um de
Holmes e outro de Silas, eles marcam.

Uma sirene toca, uma luz vermelha pisca e eu juro pelos meus
dois peitos, a multidão aplaude tão alto que temo que a arena
possa desabar.

— Simmm — Ross grita enquanto me sacode. Então ele se vira


para o Sr. Mostarda, e eles batem de barriga.

Eu rio enquanto vejo Silas levantar seu taco e comemorar com


seus amigos.

Tenho que admitir, esta é provavelmente uma das coisas mais


sexy que já assisti.
— Tem certeza de que isso é permitido? — pergunto enquanto
caminhamos por um corredor revestido de blocos de concreto.

Pouco antes do jogo terminar – os Agitators ganhando o jogo


por dois a zero – uma atendente nos disse para encontrá-la depois
do jogo no topo da escada. Presumi que ela foi enviada por Silas,
então escutei.

Mas agora que estamos andando pelas profundezas da arena,


estou um pouco nervosa.

— Sim — diz Carrie. — Isso é muito permitido.

— Você acha que veremos Ian Rivers? — Ross pergunta, agora


vestindo uma camisa dos Agitators e segurando um dedo gigante
de espuma que o Sr. Mostarda comprou para ele. Antes de
partirmos, eles trocaram números de telefone e planejam se
encontrar para assistir a outro jogo juntos. Quando digo que não
reconheço meu melhor amigo, estou falando sério. Nas últimas
horas, ele está completamente transformado. Cheguei até a pensar
em abandonar o jogo depois do segundo tempo, mas Ross estava
grudado no vidro. Ele não iria a lugar nenhum.

— Eu não tenho certeza. Ian é muito reservado. Ele geralmente


entra no vestiário e geralmente é o último a sair.

Ao virarmos a esquina, vemos algumas pessoas paradas perto


de uma porta, e reconheço uma em particular.
— Ollie — diz Winnie com um sorriso brilhante no rosto. — Ah,
é tão bom ver você. — Ela me envolve em um grande abraço e
depois olha para Ross. — E quem temos aqui?

— Este é Ross, meu melhor amigo — digo. — Ele recentemente


tornou-se um grande fã de hóquei e, quando digo recentemente,
quero dizer esta noite.

Winnie sorri. — Não é emocionante?

— Tenho certeza de que estou vivendo algum tipo de alta


esportiva, e isso nunca aconteceu comigo em toda a minha vida.
Agora eu entendi. Entendo por que homens crescidos choram por
causa dos esportes.

Winnie e eu rimos. — Pacey, o goleiro, é meu noivo.

— Sério? — Ross pergunta. — Ele foi incrível esta noite. O Sr.


Mostarda estava me dizendo que ele é um dos melhores goleiros de
toda a liga.

As bochechas de Winnie coram quando ela diz: — Não sei quem


é o Sr. Mostarda, mas não poderia concordar mais.

— E não deixar a outra equipe marcar gols é uma emoção de


assistir. Ganhei uma vitória no aniversário dessa garota. — Ross
me abraça forte.

— É seu aniversário? — Winnie pergunta. — Oh, meu Deus,


feliz aniversário.

— Obrigada — falo assim que a porta do vestiário se abre e


Hornsby aparece.

Ele nos oferece um aceno rápido. — Indo para casa com minha
garota. Conversaremos mais tarde.
— Quem era aquele? — Ross pergunta sem fôlego.

— Eli Hornsby — responde Winnie. — Também conhecido como


Príncipe Encantado. O rosto mais lindo que você já viu.

— E ele, uh, ele tem uma garota?

Winnie ri. — Uma garota e um bebê a caminho.

— Que pena — diz Ross assim que a porta se abre novamente.


Desta vez, é Silas.

Seus olhos levantam-se de onde ele ajusta as mangas, e um


sorriso adorável espalha-se por seu rosto quando ele me vê.

Ele é tão sonhador...

Meu estômago revira-se em nós nervosos com a visão pura dele


de terno, cabelo recém molhado do banho, seu rosto ainda coberto
por uma barba espessa que eu sei que seria agradável contra
minha pele. E com seus olhos brilhantes voltados para mim e
somente para mim, espero ansiosamente para ver o que ele fará.

Como ele vai me cumprimentar.

As pessoas estão assistindo, então ele será íntimo?

Ele vai apenas me dar um abraço?

Pegar minha mão na dele?

— Ei, baby — ele diz, fazendo com que todo o meu corpo se
transforme em uma poça de desmaio. E para minha total alegria,
ele desliza a mão por trás da minha cabeça e traz seus lábios aos
meus, onde ele dá um beijo profundo e sensual que quase faz meus
sapatos voarem bem aqui no meio do corredor dos Agitators.
É o tipo de beijo com que você sonha quando vê alguém pela
primeira vez em muito tempo.

Há paixão por trás disso. Força em seu aperto até a ponta dos
dedos.

Isso me marca, corta profundamente minha alma.

E quando ele se afasta lentamente, apenas o suficiente para


que nossos olhos se encontrem, posso ver tudo o que ele deseja em
seus olhos misteriosos. Ele me quer.

Ele quer isso.

Se ao menos eu pudesse convencê-lo a dar o salto.

Libertando nosso olhar, ele desliza a mão nas minhas costas e


segura-me perto de seu peito. Eu sei que isso é tudo para mostrar,
que o que está acontecendo não é real, mas isso não nega o fato
de que com cada toque, cada olhar, ele me tira o fôlego. Não
consigo identificar o momento em que esse processo de
pensamento aconteceu, mas o que sei é que, nas últimas semanas,
meu escudo foi abaixado e estou começando a ver Silas sob uma
luz completamente diferente.

Estou começando a vê-lo como o homem que quero como meu.

— Ah, meu Deus, ainda não consigo acreditar que vejo esse
sorriso alegre no rosto do Batata — diz Winnie. — Isso me deixa
muito feliz, especialmente porque quando conheci você, era um
rabugento gigante.

— Você era um rabugento? — pergunto a Silas, olhando para


ele.

— Talvez um pouco.
— Talvez muito — diz Winnie.

Silas dá um tapinha nas costas de Ross. — Você gostou do


jogo?

— Mais do que você esperava — diz Ross, mantendo os olhos


fixos na porta do vestiário.

— Bem, agora que o jogo acabou, o que mais você planejou para
o aniversário de Ollie? Só ir para casa... e divertir-se? — Winnie
pergunta.

Sinto Silas olhar para mim enquanto seu aperto fica mais forte
em minhas costas. Não preciso olhar para ele para saber que ele
não só está chateado por eu não ter contado que é meu aniversário,
mas também está envergonhado.

— Na verdade, íamos apenas dançar, talvez tomar algumas


bebidas — digo, para que Silas não tenha que responder.

— Oh, divertido. Bem, eu não vou prender vocês. — Ela


pergunta a Silas: — Onde estava Pacey no processo de vir para cá?

— Ele foi retido por alguns repórteres. Ele deve sair em breve.

— Ok, obrigada. — Então ela me dá outro abraço. — Talvez


possamos nos encontrar algum dia, comemorar seu aniversário
sem os rapazes.

— Sim, isso parece ótimo. — Aceno e, com a mão de Silas


colada às minhas costas, seguimos pelo corredor. Ross
relutantemente caminha ao meu lado.

— Ótimo jogo — eu digo sem jeito. — Nunca fui a um jogo de


hóquei antes, então isso foi outra coisa. Ross aqui realmente se
interessou.
— Pode ser meu esporte favorito de todos os tempos — diz ele.
— A propósito, isso é, uh... Ian Rivers está disponível?

— Acho que ele tem namorado. Pelo menos eu sei que ele está
namorando.

— Droga — diz Ross, com decepção pesada em sua voz. — Os


bons são sempre levados.

— Para onde estamos indo? — pergunto quando chegamos a


uma porta no final do corredor.

— Meu carro — ele diz.

O vento de outono sopra ao nosso redor enquanto saímos para


a noite estrelada. Silas nos leva até seu Tesla e abre a porta para
Ross, mas me mantém onde estou.

— Eu só preciso falar com Ollie bem rápido.

— Não é um problema — diz Ross. — Vou ver se encontro


alguma informação sobre esse suposto namorado. Tenho alguns
amigos gays pela cidade que são ricos em fofocas. Eles devem
saber alguma coisa.

Ah, Ross.

Silas fecha a porta e leva-me até a traseira do veículo, onde


imobiliza-me e, com muito cuidado, em voz baixa e controlada,
pergunta: — Hoje é a porra do seu aniversário?

Sim, eu sabia que ele ficaria com raiva.

— É, sim. — Engulo.

— Sabe, isso aconteceu com Eli — diz Silas. — Penny não


contou a ele que era aniversário dela e ele quase perdeu o controle.
Não pensei muito nisso até estar na frente de Winnie e ela
perguntar o que você iria fazer no resto do seu dia especial.

— Silas, não é grande coisa...

— E quando eu pedi para você vir hoje à noite, e você disse que
precisava mudar algumas coisas, eram coisas de aniversário? —
Ele está falando tão baixo que sei que Ross não consegue ouvi-lo.

— Sim, mas como eu disse, não é grande coisa. Nós tivemos


um bom tempo. E Ross e eu íamos sair depois do jogo, então não
é nada demais.

— É uma grande coisa para mim, Ollie.

— Por quê? Não é como se você fosse meu namorado de verdade


— eu digo, mesmo que não pareça certo dizer isso, especialmente
depois do beijo que compartilhamos há poucos momentos. — Não
espero que você faça nada no meu aniversário.

— Você deveria me conhecer melhor do que isso. — Sua mão


roça minha bochecha. — Eu teria feito algo por você. Eu teria
tornado isso especial.

— Você tornou isso especial. Adorei ver você jogar. — Puxo a


lapela do paletó dele. — Você estava muito sexy lá.

Sua mandíbula fica tensa quando ele diz: — Não diga coisas
assim.

— Por que não? É verdade. Você estava sexy no gelo. Eu não


conseguia tirar os olhos de você.

— Oliana — diz ele, sua voz ficando sombria antes de encostar


a testa na minha. — Estou lutando aqui. Por favor, não me
distraia.
— Com o que você está lutando? — pergunto enquanto
encontro o cós de sua calça e o puxo um pouco mais para perto.
— Achei que você estava sexy no gelo.

— Você está mudando os parâmetros deste acordo.

— Como se você não quisesse — falo, ficando um pouco


frustrada com ele. — Você está me dizendo que aquele beijo que
tivemos no corredor foi tudo falso para você?

Seus olhos abrem-se para os meus. — Você sabe que não foi.

— Então... qual é o problema?

— Eu disse qual é o problema. — Ele coloca alguma distância


entre nós. — E isso não vem ao caso. Estamos falando do seu
aniversário.

— Não há nada para conversar. Você claramente não quer


estender esse relacionamento para algo mais. Você não é meu
namorado. Portanto, você não precisa se preocupar com meu
aniversário. Já disse o suficiente — respondo, agora apenas
irritada com ele. — Agora, se você me der licença, Ross e eu temos
que dançar. — Tento sair, mas Silas prende-me no carro.

— Você não vai sem mim.

Reviro os olhos. — Vamos, Silas. Você não gosta de boates.

— Você não sabe disso.

Eu levanto meu quadril e cruzo os braços. — Então você está


dizendo que irá a uma boate comigo e Ross e dançar?

— Eu não disse que ia dançar, só que iria com você.

Bem, isso deve ser divertido.


Se há uma maneira de fazer esse homem mudar de ideia sobre
a nossa situação, ceder ao que ele sente por mim, é fazê-lo me ver
dançar com outras pessoas. Quero mais com ele, mas parece que
a única maneira de fazê-lo ceder é exibir-me e deixá-lo tão furioso
de ciúme que ele não tem escolha a não ser me reivindicar.

Talvez isso acabe sendo a meu favor, afinal.

— Ok. — Eu sorrio. — Vamos.

Ele olha para mim, provavelmente tentando avaliar onde minha


cabeça está, mas eu apenas sorrio para ele e vou para o lado do
passageiro do carro. Desta vez, ele me permite.

Ele quer ser teimoso? Tudo bem, vamos ver se consigo quebrá-
lo.

Silas aperta os lábios quando me examina uma última vez


enquanto entramos na boate. Ainda me lembro da expressão em
seu rosto no carro quando tirei meu moletom e mostrei minha
camisa por baixo. A única maneira que consigo descrever é o que
Sandy de Grease usou na última cena, com mangas fora dos
ombros, mas sem a metade inferior. Então todo o meu torso está
em exibição. E cara, cara, Silas me deu uma olhada. Eu adorei
cada segundo disso.

Quando entramos na boate, a música percorre minhas veias, e


tudo que quero fazer é ir direto para a pista de dança, mas como
Silas é quem ele é, somos direcionados para uma seção VIP
isolada, guardada por seguranças. Nunca estive em uma das áreas
com vista para toda a boate, mas elas são legais. Assentos
almofadados, garçonetes, privacidade se precisar.

— Sr. Taters, se precisar de alguma coisa, por favor, avise-nos.

— Obrigado — diz Silas. — Acho que só os pedidos de bebidas.


E acredito que Levi Posey e alguns amigos se juntarão a nós em
breve.

— Claro — diz a anfitriã antes de sair.

Ross se vira para Silas e diz: — Ian Rivers vem?

— Acho que ele pode vir.

— Querido Jesus. Ele está trazendo seu parceiro?

Casualmente, Silas diz: — De acordo com Posey, Ian não está


mais namorando. Eu verifiquei para você.

Ross grita e vira-se para mim. — Preciso ir ao banheiro para


me refrescar. — Ele me beija na bochecha e vai embora, deixando-
me sozinha com Silas, que se senta no banco e estica o braço nas
costas.

Quando fazemos contato visual, ele faz um gesto com o dedo


para que eu me junte a ele, então eu vou, mas em vez de sentar-
me ao lado dele, monto nele e sento diretamente em seu colo. Suas
mãos caem em meus quadris e ele molha os lábios enquanto olha
para mim.

— Você sabe... — Deslizo meus dedos por sua camisa preta. —


Você nunca me disse feliz aniversário.
Provavelmente com a voz mais sedutora que já ouvi, ele diz: —
Feliz aniversário, Oliana.

— Assim está melhor — falo enquanto movo meu dedo para a


parte aberta de sua camisa. — Então você convidou alguns de seus
amigos para se juntarem a nós?

— Sim.

— E você fez isso para poder me tocar sem ter que se conter?

Sua mandíbula fica tensa.

— Porque você sabe, você é livre para me tocar sempre que


quiser. Você não precisa de pessoas por perto para fazer isso.

Seu queixo treme antes de ele dizer: — Eu os convidei para


preencher o espaço aqui e sei que eles gostariam de comemorar
após a vitória. Além disso, parecia que Ross estava realmente
interessado em Ian.

— Ele está. Você deveria tê-lo visto. — Passo o dedo pelo


peitoral de Silas. — Ele foi um verdadeiro fanboy lá fora. Tenho
certeza que testemunhei um fã de hóquei nascer esta noite. E ele
fez amizade com o cara do nosso lado, até trocou números para
eles conversarem sobre hóquei. Mal posso esperar para ver como
ele agirá quando Ian chegar aqui. Isso foi gentil da sua parte.

— Tenho certeza de que Ian também ficará feliz com isso. —


Sua mão chega às minhas costelas. — Você ia sair sem mim?

— Sim — respondo sem desculpas. — Você tem algum


problema com isso?

— Eu não deveria ter — diz ele, esfregando o polegar na minha


pele.
— Mas você tem.

— Sim.

Seus olhos conectam-se com os meus e eu apenas sorrio para


ele. — Bem, ainda bem que este é um acordo falso, certo? Porque
no final das contas, isso não importa.

Ross entra na seção VIP junto com a garçonete, que deixa


nossas bebidas. Silas não pediu álcool, apenas água com gás com
limão, enquanto Ross e eu pedimos coquetéis.

Pulo do colo de Silas e digo: — Vamos dançar, Ross.

Ele olha para Silas quase como se estivesse pedindo permissão,


mas eu entrego-lhe a bebida antes que ele possa dizer. Passo meu
braço pelo dele e o puxo pela área com cortinas até a pista de
dança.

— Aquele homem vai comer você esta noite — diz Ross antes
de tomar um grande gole de sua bebida.

— Duvido — digo, tomando um gole igualmente grande para


que minha bebida não derrame quando começo a dançar. — Ele
não vai agir de acordo.

— Eu não sei sobre isso — Ross diz, olhando por cima do meu
ombro. — Ele está olhando para você agora.

— Bom. Deixe-o olhar.

— Então isso é algo que você quer? Porque o beijo que


presenciei no corredor foi mais do que um beijo falso.
— Conte-me sobre isso. Tudo parece tão real para ele, mas ele
não admite isso. Ele não se permite ultrapassar essa linha, e estou
tão frustrada com ele que estou pronta para irritá-lo.

— Oh, como o irritou no evento do patrocinador dele?

— Exatamente — eu digo. — Ele me quer. Eu sei que sim, mas


ele não acha que é bom o suficiente para mim, e isso é irritante.
Então, vamos ver como ele se sente quando danço com outras
pessoas.

— Ollie, por favor, pelo amor de Deus, não leve o homem para
a prisão. Não vai parecer bom para ele.

— Eu não vou. Só vou ajudá-lo a perceber exatamente o que


está perdendo.

— Vou rezar pela segurança dele esta noite.

Começo a mover-me no ritmo e digo: — É meu aniversário, e


adivinhe, Ross? Eu mereço um maldito mimo. E essa delícia está
ali na seção VIP, observando cada movimento meu.

— Ele realmente está... como um leão perseguindo sua presa.

— Bom, vamos torcer para que ele ataque.


Enfio os dedos no sofá pela décima vez em cinco minutos
enquanto observo Ollie debatendo-se contra Ross. Tudo o que
consigo pensar é como gostaria que fosse eu. Como eu gostaria de
ter minha mão pressionando sua barriga, mantendo-a perto de
mim, deixando-a fazer todo o trabalho.

Mas minha cabeça está gritando não para mim.

Não estou em condições de começar nada com ela.

Não quando ainda estou lutando com a forma como Sarah me


quebrou.

Não com a nova temporada.

E especialmente não com o jeito que eu quero reivindicá-la


fisicamente até que ela não consiga mais andar.

— Você está realmente aqui sozinho? — Posey pergunta


enquanto entra na seção VIP com Holmes e Rivers.

— Sim — respondo, embora mantenha os olhos à frente,


observando Ollie.

— Por quê? Sua garota está na pista de dança. Você não quer
dançar com ela? — Posey pergunta, sentando-se.
— Ela está divertindo-se. Eu não vou destruir isso. — Olho para
Holmes e digo: — Estou surpreso em ver você aqui.

— Ele está tentando tirar uma certa pessoa da cabeça — diz


Posey.

— Cara, vamos lá — lamenta Holmes. — Você disse que não ia


dizer nada sobre ela.

— Apenas mencionei isso, nada mais. — Posey leva aos lábios


uma garrafa de cerveja que ele deve ter pegado quando entrou
aqui.

— Eu disse a ele para ir em frente — diz Rivers. — Holmes é


uma pegadinha. Você está me dizendo que ela não escolheria você
em vez de outro cara?

— Ela não escolheria — diz Holmes enquanto afunda na


cadeira e pega a cerveja também. A garçonete aparece nesse
momento e traz mais garrafas para os meninos.

Quando ela se levanta, ela diz: — Há algumas meninas que


querem se juntar a vocês, meninos. Vocês gostariam que eu as
deixasse entrar?

— Em um segundo — diz Posey.

Quando a garçonete sai, levanto a sobrancelha para ele. — Está


se metendo em problemas hoje à noite?

— Comemorando nossa primeira vitória — ele responde. — E


tentando encontrar uma garota para Holmes. Rivers, você está
sozinho, amigo.
— Na verdade, o bom amigo de Ollie, Ross, está interessado —
digo assim que olho para a pista de dança e vejo um cara se
aproximando de Ollie.

Uma raiva incandescente percorre meu corpo em segundos, e


vejo-me de pé no momento em que Ross entra. — Ei — diz ele. —
Uh, quem está aqui?

Eu nem me preocupo com apresentações. Passo direto por ele


e vou em direção à pista de dança. Ele é extrovertido o suficiente
para se apresentar sozinho.

Só tenho uma coisa em mente: tirar aquele filho da puta de


cima da Ollie imediatamente.

Não que isso realmente importe, mas a traição de Sarah foi


privada, invisível – graças a Deus. Mas se Ollie for fotografada com
outro cara tão cedo em nosso relacionamento, isso será muito,
muito público.

Sejamos realistas, Silas. Isso não tem nada a ver com paparazzi.

Ok, Ollie pode não ser minha, mas ela não será de outra
pessoa, isso é certo.

Minha.

Meus punhos apertam meus lados, minha mandíbula está tão


apertada que acho que posso quebrar um molar, e a cada passo
que dou, sinto-me cada vez mais irritado até alcançá-los e puxar o
braço do cara, puxando-o para longe.

— Silas — Ollie diz em estado de choque.

— Cara, o que... ei, você é Silas Taters.


— Eu sou, e você está dançando com minha garota. Então, a
menos que você queira saber como é levar um soco de um jogador
profissional de hóquei no rosto, sugiro que a deixe em paz.

O cara levanta as mãos e dá um passo para trás. — Cara, eu


não tinha ideia.

— Vá embora — eu rosno.

O homem entende a dica e, sem dizer mais nada, sai correndo.

— Isso foi necessário? — Ollie pergunta, de braços cruzados,


parecendo tão irritada quanto eu.

— Não me teste esta noite, Ollie. Eu não estou no clima.

— Com licença, mas tenho certeza que é meu aniversário.


Portanto, posso dançar com quem eu quiser.

— Pode ser seu aniversário, mas meus amigos também estão


aqui, o que significa que você não deveria dançar com ninguém
além de mim.

— É realmente por isso que você assustou aquele pobre rapaz?


Ou é porque você não suporta a ideia de outro homem me tocar?

Meu queixo move-se para o lado enquanto desvio o olhar. Ela


me apanhou. Eu posso me importar com o fato de meus amigos
estarem aqui. E eu me importo que ela esteja perto de outro
homem. Tocando outro homem. Até mesmo olhando para outro
maldito homem.

— Responda à pergunta, Silas.

— Ambos — eu digo. E quando um sorriso satisfeito cruza seu


rosto, sei que estou fodido.
Como eu poderia não estar fodido?

Ollie é facilmente a mulher mais sexy desta boate. Inferno, a


mais sexy que eu já vi. Ela me segura pelas bolas, mesmo que eu
queira acreditar que isso não é verdade.

— Então dance comigo — ela diz enquanto desliza a mão pelo


meu peito e pelo meu pescoço, puxando-me para a pista de dança.
— Eu quero sentir você contra meu corpo.

— Ollie — eu gemo enquanto ela gira e pressiona seu traseiro


na minha frente. Ela começa a mover-se com a música, e eu fico
aqui, deixando-a se esfregar em mim, aproveitando cada maldito
segundo disso.

Ela move minha mão em sua cintura e a pressiona contra sua


barriga nua, exatamente como eu imaginei. À medida que ela se
move contra mim, sua bunda roçando minha pélvis, fico cada vez
mais frustrado por me conter, em vez de apenas pegar o que quero.

Talvez por um momento, só por um momento, eu possa ceder.

Eu possa pegar.

Então eu me permito relaxar e puxo-a ainda mais para perto


enquanto movo meus quadris com ela. Sua mão agarra minha
nuca, ancorando-se no lugar, e exploro seu corpo com minhas
mãos enquanto dançamos juntos, em uníssono, como se isso fosse
o que deveríamos fazer durante toda a nossa vida.

Todo o resto ao nosso redor desaparece, e parece que só eu e


ela estamos aqui na pista de dança. Não existe contrato falso, não
há complicações e não há nada com que se preocupar. Somos só
nós dois.
Ela se esfrega em mim. Mordo meu lábio inferior, segurando-a
exatamente onde quero, e juntos nos movemos, sua bunda
deixando-me mais duro a cada batida da música. Eu fico tão duro
que meu corpo começa a flutuar com a euforia de tudo isso. Todos
os pensamentos inteligentes se dissolvem e fico com um
comportamento puramente animalesco.

Eu quero mais.

Eu preciso de mais.

Com uma coisa em mente, eu a movo até uma parede, onde a


giro e apoio uma das mãos contra a parede enquanto minha outra
mão sobe por seu corpo, logo abaixo do seio.

— Porra, você é gostosa — falo enquanto inclino-me e movo


minha boca contra sua orelha.

— Eu quero você dentro de mim — ela diz, sua perna


serpenteando em volta da minha, enviando uma onda de
eletricidade pela minha espinha.

Minha vontade curva-se e eu pressiono ainda mais sua pélvis,


mostrando o quanto ela excita-me. Quando ela solta um leve
gemido, meu corpo fica tenso, preparando-me para mais. Eu a
agarro pela bunda, levanto-a para que ela circule as pernas em
volta da minha cintura e a prendo contra a parede, seu centro
alinhado com a minha ereção.

— Por que você não me disse que era seu aniversário? —


pergunto enquanto enfio meu pau em sua pélvis.

— Não achei que você se importaria. — Suas mãos passam pelo


meu cabelo.
Eu empurro novamente e, desta vez, ela soltou o gemido mais
sexy que já ouvi. — Quando se trata de você, eu me importo com
tudo.

— Se você se importasse, então não me torturaria — ela diz


enquanto encosta a testa na minha. — Eu quero você, Silas. Quero
tanto que penso em você à noite quando estou me dando prazer.
Penso em você pela manhã, perguntando-me se você sentiu minha
falta na noite anterior. Penso tanto em você que fica difícil
concentrar-me durante o dia. Por favor, diga-me que você sente o
mesmo por mim.

Eu empurro contra ela novamente, e novamente... e


novamente, minha respiração fica difícil enquanto uma gota de
suor escorre pelas minhas costas. Seu aperto sobre mim torna-se
mortal quando ela sussurra: — Diga-me, Silas, diga-me que você
me quer.

— É claro que eu quero você, porra. Jesus Cristo, Ollie.

Mantendo-a exatamente onde eu a quero, empurro novamente.


Sua cabeça cai contra a parede, sua respiração ofegante fica cada
vez mais pesada. Desço minha boca até seu pescoço, onde mordo,
lambo... uma trilha de beijos ao longo da coluna, até o queixo.
Levanto seu queixo para que nossas bocas se alinhem e, enquanto
olho para ela, minha necessidade por ela conduzindo cada
movimento meu, molho meus lábios.

— Faça isso — ela diz sem fôlego. — Beije-me, Silas.

Minha respiração está pesada em meu peito enquanto olho


para seus lábios deliciosos. Porra, eu quero tanto beijá-la. Quero
reviver o momento no corredor, afundar novamente em seu abraço
e perder-me por horas. Mas mesmo que meu pulso esteja batendo
tão rápido que posso ouvi-lo em meus ouvidos, eu também sei...
não posso.

— Eu quero merecer você.

— Você merece — ela diz, suas mãos segurando-me com força.

— Eu não mereço — falo enquanto paro meus quadris,


percebendo o que estou fazendo. Transar com Ollie em um lugar
público não é a ideia mais inteligente onde alguém pode nos ver.
Então eu a abaixo no chão, apesar de seu protesto.

— Não faça isso — ela diz. — Por favor, Silas, não se afaste.

Se fosse assim tão fácil.

Pego a mão dela e a levo pela pista de dança e de volta à cabine


VIP. Ross já está conversando com Ian enquanto Posey está
conversando com uma garota e Holmes está conversando com
duas. Espero que ele saiba o que está fazendo.

— Ei, cara — Posey diz, lendo facilmente minha expressão. —


Você vai embora?

— Sim — eu digo. Olho para Ross e chamo sua atenção. — Você


está bem se formos embora?

— Ótimo — diz ele.

— Bom. — Agarro a mão de Ollie com ainda mais força e digo:


— Vamos.

Estou na metade da área VIP quando ela diz: — Não quero ir.
Mas não escuto enquanto a puxo pela boate e saio pela porta
da frente, onde entrego meu bilhete de estacionamento ao
manobrista.

— Silas, eu disse que não quero ir.

— Eu sei o que você disse.

— Então solte-me para que eu possa voltar.

— Não — eu respondo.

— Você não pode controlar...

Eu a puxo para o meu lado e falo perto de seu ouvido. — Não


discuta comigo. Não agora. — E então, levemente, pressiono meus
lábios nos dela, o suficiente para mantê-la quieta, mas não muito
para me deixar ainda mais nervoso.

O caminho de volta para seu dormitório é silencioso. Não tenho


nada a dizer, porque estou oscilando entre o que devo fazer e o que
não devo fazer.

Minha consciência está fazendo minha cabeça girar e meu


corpo entrar em guerra com minha mente.

A frustração que sobe pela minha espinha torna-se tão


monumental que sinto que não consigo respirar. Estou desligado
todo o caminho até lá. Quando estaciono, nem me lembro como
chegamos. Tudo o que sei é que estou prestes a entrar em
combustão.

Eu gosto de Ollie. Quando a conheci, claro, achei que ela era


gostosa, mas também sabia que ela seria alguém que poderia me
ajudar. Nunca pensei em construir sentimentos por ela. Mas sua
paciência, sua ternura e sua compreensão foram lentamente
minando minha determinação. E então vê-la com outro cara esta
noite quase destruiu-me.

Estou cheio de tanta adrenalina da vitória, da boate, que


quando chegamos ao dormitório dela e ela abre a porta, eu a
empurro e bato a porta. Seus olhos arregalam-se quando me
aproximo dela e com um braço, eu a pego e a coloco na cama.

— Silas — ela diz, sem fôlego.

Eu removo seus sapatos e meias, em seguida, pego sua legging


e a retiro de seu corpo até que ela fique apenas com sua blusa e
calcinha de renda vermelha.

Suas mãos caem no rosto e ela diz: — Por favor, não fique me
provocando.

Eu me movo sobre ela e a forço a olhar para mim. — Você se


lembra de quando fizemos nosso contrato?

— Se você parar com isso por causa da regra de bordel...

— Você se lembra do contrato? — pergunto, minha paciência


se esgotando.

— Sim — ela diz.

— Você se lembra da condição extra que você me deu? Você me


deve um favor.

— Sim, eu me lembro — ela diz, sua respiração ficando pesada.

— Eu sei o que quero que seja o meu favor — digo enquanto a


puxo para cima e coloco as mãos em sua camisa. Deslizo meus
dedos por baixo e puxo-a por cima de sua cabeça, revelando seu
sutiã de renda sem alças combinando.
— O-o que é? — ela pergunta.

Estendo a mão pelas costas dela e encontro o fecho do sutiã.


Com um movimento dos dedos, eu o desfaço e vejo o tecido cair em
seu colo.

E foda-me...

Seus seios são tão gostosos. Redondos, firmes, com mamilos


escuros salientes no ar, eles estão doendo pelo meu toque, pela
minha boca.

Eu a empurro de volta no colchão e, enquanto enfio meus dedos


em sua calcinha e começo a puxá-la para baixo, digo: — Quero que
você me permita foder você com minha língua esta noite.

— Essa é mesmo uma pergunta que você precisa fazer? — Seu


peito arfa quando eu abaixo a calcinha pelas pernas e afasto-a
completamente.

Olho para ela, completamente nua para mim, e percebo que


não terei nenhum autocontrole. Ela é facilmente a mulher mais
sexy com quem já estive. Com seios redondos e altos, cintura
estreita e boceta nua, ela me faz suar só de olhar para ela.

— Porra — murmuro enquanto deslizo minhas mãos por suas


coxas e passo meus polegares sobre sua boceta. — Você é tão
gostosa, Ollie.

Suas pernas se afastam e ela se abre para mim enquanto suas


mãos caem sobre os seios. — Por favor, não brinque comigo, Silas.
— Sua cabeça vira para o lado. — Eu queria que você me fizesse
gozar por tanto tempo. Eu preciso disso esta noite. Por favor.
Ver o desespero dela corresponder ao desespero que sinto por
dentro faz-me sentir ainda mais conectado a ela. Gosto de saber
que não sou o único a sofrer.

Tiro meu paletó e o jogo para o lado e depois desabotoo minha


camisa. O tempo todo, observo ela brincar com os mamilos e
movimentar a pélvis, em busca de atenção. Só de observá-la meu
pau fica duro na calça. Deixo minha camisa aberta e abaixo-me.
Colocando ambas as mãos na parte interna de suas coxas, eu a
espalho ainda mais, fazendo-a ofegar.

Mantenho contato visual com ela enquanto abaixo minha boca,


e logo antes de mostrar a língua, respiro fundo.

Seus olhos arregalam-se logo antes de eu pressionar minha


boca em sua boceta escorregadia.

— Oh, merda — ela geme enquanto sua pélvis levanta-se,


buscando mais.

Com as mãos ainda em suas coxas, dou golpes longos e


lânguidos com a língua. Ela se contorce embaixo de mim enquanto
aproximo-me dela, nunca empurrando totalmente contra seu
clitóris, apenas ficando do lado de fora, preparando-a para o que
está por vir. Se esta já for a resposta dela, mal posso esperar para
ver o que mais ela fará.

Levanto apenas um pouco e digo: — Segure suas coxas para


mim.

Ela solta os seios e agarra as coxas, mantendo-as abertas para


mim. Em vez de voltar para sua boceta, eu deixo beijos em sua
barriga firme até logo abaixo dos seios.
— Chupe-os, Silas. Por favor... por favor, chupe-os.

— Isso não fazia parte do acordo — eu digo enquanto arrasto


minha língua entre seus seios.

— Por favor — ela implora, o som é tão desesperado que eu


desisto e pressiono pequenos beijos ao longo de seus seios, mas
quando alcanço seu mamilo e vejo o quão duro está, perco outro
nível de autocontrole. Seguro seu seio em minha mão, apertando-
o com força enquanto chupo seu mamilo entre meus lábios.

Juntos, gememos.

Não sei há quanto tempo queria brincar com os peitos dela,


mas, meu Deus, eles são melhores do que eu imaginava. Macios,
aveludados e maiores do que eu esperava. Porra, eu poderia passar
horas brincando com eles.

Mordisco seu peito, certificando-me de deixar minha marca


antes de chegar ao outro. Sua pélvis levanta-se em minha direção,
sentindo meu pau duro, e eu permito isso, porque a pouca pressão
que ela consegue obter me mantém saciado enquanto brinco com
seus seios.

Chupando.

Mordiscando.

Lambendo.

Apertando.

— Eu amo seus peitos, Oliana — eu digo, minha voz rouca pelo


quão excitado estou. — Mas acho que posso amar mais sua boceta.
— Beijo meu caminho de volta para baixo em sua barriga,
passando por seu osso púbico e logo acima de sua boceta. Com
dois dedos, eu a abro bem, expondo seu clitóris, e depois abaixo
minha língua logo acima dele.

E eu pairo, deixando-a sentir minha respiração pesada e a


barba do meu queixo contra a parte interna de sua coxa.

— Silas — ela geme. — Por favor.

Eu amo como ela é vocal. Eu amo que ela não se intimide com
o que quer, mas simplesmente peça. É tão sexy.

A minha mão que não a está espalhando, sobe de volta pelo seu
corpo, e assim que belisco o seu mamilo esquerdo entre os meus
dedos, pressiono a minha língua contra o seu clitóris.

— Oh, meu Deus... porra — ela diz, seus olhos apertando com
força.

Pela resposta deliciosa dela, faço isso de novo.

E de novo.

E de novo.

— Mais — ela implora. — Eu preciso de mais.

Eu pressiono minha língua contra sua fenda e bato levemente


nela, criando uma vibração contra a protuberância que faz com
que ela solte as pernas e agarre minha cabeça, seus dedos cavando
em meu couro cabeludo.

— Foda-me, Silas. Oh, meu Deus... continue.

Mantenho meus olhos nela, observo sua reação enquanto


continuo o ritmo implacável, e quando vejo seu corpo ficar cada
vez mais contraído e sua respiração acelerar, sei que ela está se
aproximando, então levanto-me, liberando-a.
— Não — ela diz e apoia-se nos cotovelos. — Silas, não faça isso
comigo.

Estendo a mão e seguro seu rosto. — Baby, onde está seu


vibrador?

— Na... na minha mesa de cabeceira — diz ela, com os olhos


selvagens de antecipação.

Vou até sua mesa de cabeceira e encontro um vibrador roxo.


Ligo para ter certeza de que funciona e então digo: — Segure as
pernas novamente.

Ela faz o que eu mando, e passo o vibrador ao longo de sua


fenda, deixando sua excitação lubrificá-lo antes de colocá-lo
dentro dela. Ela geme e aperta quando eu o ligo. Deixo o zumbido
sutil fazê-la voltar ao normal. Seus olhos permanecem fixos em
mim, viajando pelo meu peito até meu abdômen e direto para
minha calça, onde minha ereção está pressionando urgentemente
contra a calça do terno. Ela molha os lábios, e eu sei o que ela quer
depois disso, mas ela não vai conseguir.

Não, apenas isso.

Só isso.

— Quão perto você está? — pergunto.

— Bem perto — ela grita.

— Bom — falo logo antes de abaixar minha boca em sua boceta


novamente e pressionar minha língua contra seu clitóris, dando
golpes curtos e apertados mais uma vez. Seus gemidos ficam mais
altos. Seu corpo fica mais contraído. Sua respiração fica presa e
sua boca abre-se enquanto um gemido gutural passa por seus
lábios.

— Porra... porra — ela diz enquanto seu corpo convulsiona, e


ela goza.

É a coisa mais sexy, ver como posso controlá-la, como posso


fazê-la sentir a sensação mais eufórica que alguém pode
experimentar. A resposta dela foi diferente de tudo que Sarah já
me deu, e isso me fez sentir... poderoso. Também confirma que
Sarah e eu éramos incrivelmente incompatíveis. Mas não essa
mulher na minha frente. Não poderíamos ser mais compatíveis
sexualmente.

Afasto-me lentamente e desligo o vibrador, deixando-a


recuperar o fôlego na cama. Tiro minha camisa e puxo seu braço
para levantá-la. Seu corpo cansado permite-me colocar a camisa,
e então ajoelho-me na frente dela e abotoo alguns botões do meio
antes de deitá-la de volta na cama. Eu pairo sobre ela e inclino-me
para beijar sua testa.

— Feliz aniversário, Ollie.

Com isso, pego meu paletó e, sem virar-me, saio pela porta,
rezando para que ninguém me veja sair do dormitório dela com
uma ereção enorme. Estarei sonhando com ela a porra da noite
toda quando me der prazer e mergulhar profundamente em meus
sonhos.
Ollie: Não acredito que estou acordando sozinha.

Silas: Se eu tivesse ficado, meu pau estaria enfiado na sua


garganta.

Ollie: Um presente de aniversário que eu teria aceitado com


prazer.

Silas: Um presente que não estava disposto a dar.

Ollie: Então ontem à noite foi tudo o que você estava disposto a
dar?

Silas: Venha aqui fora e descubra.

Coloco meu telefone de lado e inclino minha cabeça contra o


encosto de cabeça do meu carro enquanto olho pela janela,
observando um casal de universitários saindo cambaleando de um
Uber e caminhando envergonhados em direção ao prédio.

Ainda estou tentando compreender como me deixei explodir


ontem à noite. Eu me arrependo? Porra, não. Tudo em Ollie excita-
me, desde sua mente até seu corpo, seus gemidos e sua maldita
boca. Estou viciado. É por isso que estou aqui esta manhã,
precisando vê-la antes de ir para a sala de musculação.

Ela leva alguns minutos, mas quando vejo movimento na porta


do prédio e olho, quase engulo a língua quando ela sai andando
com a camisa que vesti ontem à noite, a frente enfiada em uma
calça de corrida. Ela prendeu o cabelo em um coque bagunçado no
topo da cabeça e, pela maneira como seus seios balançam contra
a minha camisa, ela não está usando sutiã.

Abro a porta para ela de dentro do meu carro e, quando entra,


ela aproxima-se de mim, coloca a mão atrás do meu pescoço e
puxa meus lábios nos dela. Eu não esperava que ela me beijasse,
mas foda-se, não consigo parar.

Eu a deixo explorar minha boca. Seus lábios são tão macios


enquanto flutuam contra os meus. Sua língua fica curiosa quando
mergulha contra a minha. Seu aperto forte em meu pescoço me
mantém no lugar. Eu afundo no beijo por mais tempo, combinando
cada golpe de sua língua com a minha. Ela se inclina mais perto,
uma das mãos caindo no meu peito e depois na minha barriga...
então...

Eu me afasto, quebrando o beijo, e suspiro por ar enquanto


seus olhos diabólicos sorriem para mim.

— É assim que eu deveria ter sido recebida esta manhã — diz


ela. — Talvez com outro orgasmo. — Ela agarra minha mão e a
segura enquanto me encara. — Porque você saiu?

— Eu não deveria estar lá em primeiro lugar. Eu não poderia...


porra, você me quebrou na boate, e eu precisava... — Mordo o lado
da minha bochecha. — Merda, eu precisava deixar minha marca.

— Você deixou. Minhas coxas estão vermelhas.

— Sério? — pergunto. — Você está bem?

— Estou mais do que bem. Eu realmente gostaria que você


tivesse ficado, Silas.

— Você sabe por que eu não fiz isso.

Ela revira os olhos. — Voltando a isso de novo? Deus, você está


me deixando louca.

— Não estou tentando — digo.


— E daí... você decidiu me foder ontem à noite, e é isso? Voltar
a nos ver apenas em eventos importantes?

— Ollie, você sabe que não posso oferecer mais agora.

— Não, eu não sei — ela diz, com aborrecimento evidente em


sua voz. — É tão frustrante. E quer saber, Silas? Não posso esperar
para sempre. Se você não quer ficar comigo, então...

— Tenho uma coisa para você — digo, interrompendo-a


rapidamente para que ela não tenha a chance de terminar a frase,
uma frase que não quero ouvir.

— O quê? — ela pergunta.

— Eu tenho um presente para você.

Confusa, ela diz: — Achei que ontem à noite fosse meu


presente.

— Eu trouxe outra coisa para você. — Alcanço o console central


e retiro uma caixa de joias plana. — Aqui. — Entrego-a para ela.

— Silas — ela diz suavemente enquanto pega. — Você


realmente comprou algo para mim. — Quando seus olhos piscam
para os meus, ela pergunta: — Por quê?

— Porque você significa algo para mim. Mesmo que eu te frustre


e você às vezes não me entenda, você é importante para mim. E
você fez a diferença na minha vida. Eu quero que você saiba disso.

Ela solta um suspiro e encosta a cabeça na janela. — Droga,


Silas.

— O quê? — pergunto.
Ela balança a cabeça suavemente. — Estou pronta para gritar
com você, e então você faz algo assim. Você faz algo gentil. Assim
como ontem, estava pronta para gritar com você por me tirar da
boate, e então você vai e dá o melhor orgasmo da minha vida. —
Seus olhos conectam-se com os meus. — Melhor orgasmo... da
minha vida.

Molho meus lábios, meu corpo zumbindo com o elogio.

— Você não consegue decidir o que quer? Sinto que estou sendo
amarrada — ela continua, com a voz agora mais triste do que
irritada. E isso me faz sentir uma merda.

— Fizemos um acordo, Ollie — digo suavemente. — Estou com


muito medo do que acontecerá se não seguirmos esse acordo.

Porque eu gosto de você.

Porque posso perder-me em você.

E porque não sei o que faria se você me machucasse.

— Não estamos cumprindo o acordo, Silas. Nós não estivemos.


E enquanto isso, você está machucando-me porque sabe o que
sinto por você. Você sabe que eu quero você e me dá esperança
com experiências como a noite passada. E o pior é que sei o que
você sente por mim. Você me quer. Eu posso ver isso em seus
olhos. Mas se estou errada aqui, preciso que você me diga que esse
não é o caso. — Seus olhos levantam-se para os meus. — Diga-me
agora mesmo. — Não posso. Não posso dizer a ela que não a quero,
porque isso seria uma grande mentira, uma mentira que ela
perceberia. Então, quando não digo nada, ela continua: — Veja,
você nem consegue dizer isso. Então, se nós dois queremos, por
que não estamos juntos?

— É complicado, Ollie. — Esfrego a mão na testa. — Eu falei


isso.

— Sim, você falou — ela diz com um suspiro enquanto abaixa


a cabeça.

Porra.

Eu odeio fazê-la se sentir assim.

Eu odeio aquele olhar abatido em seu rosto.

Eu gostaria de poder ser mais para ela.

Com os ombros caídos, ela abre cuidadosamente a caixa de


joias, revelando dois colares de ouro, cada um com uma fina barra
de ouro como pingente.

Tentando superar sua decepção comigo, digo: — Isso se chama


colar alto-baixo. Representa os altos da sua vida, suas realizações,
sua alegria e os baixos da sua vida, os momentos em que você
lutou ou sentiu que o peso do mundo repousava sobre seus
ombros. Achei que, ao avançar em sua carreira, você pode precisar
de um lembrete da jornada que está percorrendo para atingir os
objetivos que são realmente importantes para você.

Seu dedo passa pela corrente fina antes de olhar para mim. A
raiva se foi e resta um toque de tristeza, mas também há gratidão.
— Silas, isso é incrivelmente atencioso. — Ela me entrega e entro
em pânico por um segundo antes de ela dizer: — Você vai colocar
em mim?
— Claro — eu respondo. Enquanto tiro os colares, ela se
aproxima de mim. Quando nossos olhos se encontram, sinto uma
necessidade instintiva de beijá-la novamente, de reivindicá-la.
Deixá-la levar-me para o quarto dela e despir-me, onde eu passaria
o dia na cama com ela.

Perder-me nela provavelmente resultaria em um dos melhores


dias que tive em muito tempo.

Em vez disso, coloco os colares e observo enquanto ela toca-os


suavemente. — Eu amo isso. Obrigada.

Então ela inclina a cabeça para o lado, estudando-me


brevemente antes de apertar meu queixo com o indicador e o
polegar, trazer-me para perto e então dar um beijo suave, mas
gostoso, em meus lábios.

— De nada — eu digo quando ela se afasta, meus lábios


querendo muito mais.

— Presumo que você esteja indo embora — diz ela.

— Sim. Tenho que ir à sala de musculação hoje e revisar um


filme. Jogo amanhã.

— Você estará em casa mais tarde? — ela pergunta. — Eu quero


fazer um treino.

— Sim, Provavelmente. Mas vou deixar você em paz.

— Por favor, não. — Ela move-se no carro e vira-se para mim.


Parada ali, de camisa e colar, sinto meu coração bater
descontroladamente ao ver como a reivindiquei. E eu sei, se tirasse
a calça dela, veria onde mais eu a reivindicaria. — Espero que nos
vejamos mais tarde. — Ela fecha a porta e vai embora, meus olhos
colados em sua bunda.

Agarro o volante com força, permanecendo congelado no lugar.


Você não irá persegui-la.

Você não vai persegui-la, porra.

— Você grunhiu muito — diz Posey enquanto nos sentamos em


nossos armários, recém-saídos do banho depois de passar uma
hora levantando pesos.

— Então — eu digo, sabendo que ele está certo. Grunhi muito


porque estava muito frustrado. Estou sexualmente frustrado, e
durante todo o tempo em que levantei pesos, tudo que consegui
pensar foi em como a boceta de Ollie tinha um gosto ótimo e como
eu queria muito mais.

— A última vez que você grunhiu tanto, algo estava


incomodando você. Então... algo está incomodando você?

— Não — respondo enquanto encosto-me no meu armário, sem


ter energia para me vestir.

— Algo me diz que você está mentindo. Aconteceu alguma coisa


com você e Ollie ontem à noite?

— Sim — respondo, absolutamente exausto para dar uma volta


nesta conversa. — Eu lambi a boceta dela.
— Uh... isso é uma coisa ruim? — Posey pergunta, parecendo
confuso.

Mentalmente exausto, percebo que preciso de alguém com


quem conversar sobre o verdadeiro motivo pelo qual Ollie e eu
estamos juntos alguém para resolver isso, então viro-me para ele e
digo: — Sim, porque estamos fingindo que estamos namorando –
e ontem à noite, perdi o controle e a lambi.

— Uh... — Ele pisca algumas vezes. — O quê?

— Nós não somos realmente um casal. Estamos fingindo. Mas


você não pode contar a ninguém.

— Cara, vamos lá. Você sabe que eu odeio segredos, e o que


quer dizer com vocês estão fingindo? Por quê?

— Porque eu não queria ouvir isso de vocês, constantemente


me chateando com Sarah por perto, e queria manter Sarah à
distância. Ollie também precisava de ajuda, então fizemos um
acordo.

— Bem... merda — diz ele. — Eu realmente pensei que vocês


dois estavam juntos.

— Não estamos. — Porra, é bom tirar isso do meu peito.

— Mas pelo que parece, você quer estar.

Eu balanço minha cabeça. — Não, quero dizer, sim, eu a quero.


Muito mesmo. Mas não acho que estou pronto. Ainda estou
carregando a bagagem de Sarah e acabamos de começar a
temporada. Não acho que seja um bom momento.

— Bem, por mais que eu queira ser útil, realmente acho que
não é comigo com quem deve conversar. Não sou bom com
segredos, e se você me contar mais do que já contou, sei que vou
acabar tagarelando. Portanto, é melhor mantermos isso como
realmente é: um lamentável lapso de língua.

Só então, meu telefone emite um sinal sonoro e olho para a tela


para ver que é de Ollie.

Deslizo minha tela para ler.

Ollie: Acabei de me masturbar com suas imagens ontem à noite.

— Puta que pariu — falo enquanto arrasto minha mão sobre


meu rosto.

— O quê? — Posey pergunta. Eu mostro a tela para ele e vejo


sua boca cair. — Jesus, porra.

— Vê com o que estou lidando? Você tem que me ajudar.

Posey balança a cabeça. — Não, não vou envolver-me nos


problemas de todos. Eu sou um homem. Não consigo lidar com
tudo.

— O que mais você está lidando?

— Bem, acabei de cuidar de Pacey e Hornsby para que tenham


um relacionamento sólido e saudável com suas garotas. Estou
trabalhando em Holmes e garantindo que ele não pule de um
penhasco por causa de seu amor não correspondido. Eu não posso
aceitar você e a bagunça em que você está também.

— Que pena — eu digo. — Preciso de conselhos. Que porra eu


faço?

— Como diabos vou saber? Você me vê com uma garota? Esta


é realmente uma pergunta para Hornsby ou Pacey.
— Nenhum deles está aqui. Você está aqui, então ajude-me. É
assim que ela age sempre, tentando me deixar excitado para que
eu ceda.

— Então diga não a ela.

— Eu digo — respondo. — Ela é inflexível. E por alguma razão,


continuo caindo cada vez mais na armadilha dela. Eu vou ceder
completamente. Eu posso sentir isso.

— Então ceda. — Posey joga as mãos para o alto.

— Eu disse... não posso.

— Então não sei. Diga a ela que você espera que ela tenha se
divertido.

— Esse é um conselho de merda.

— Eu disse que não estava preparado para isso.

Resmungando baixinho, eu respondo a mensagem enquanto


Posey lentamente inclina-se em minha direção, tentando ver o que
estou digitando.

— O que, ah... o que você está respondendo? — ele pergunta.

— O que você me disse para dizer. Espero que ela tenha se


divertido.

— Nããão — Posey praticamente grita quando meu dedo clica


em enviar. — Não diga isso.

— Eu já disse. Foi enviado. Que porra é essa, cara?

— Por que você está me fodendo? — ele pergunta. — Você disse


que isso é um conselho de merda. Por que você usou isso?

— Porque estou enlouquecendo!


— Sabe, eu realmente não quero fazer parte disso — diz Ross
enquanto gira na cadeira da minha escrivaninha com um enorme
sorriso no rosto.

As coisas correram muito bem para Ross ontem à noite.

Muito bem...

— Sentei aqui e ouvi você me dar uma descrição detalhada de


como você chupou Ian Rivers na casa dele. E você sabe que isso
foi uma merda por causa do quanto eu queria que Silas me
deixasse fazer isso.

— Eu sei, mas você precisava dizer que se masturbou?

— Sim, tenho que chamar a atenção dele. Dizer a ele que me


masturbei está chamando a atenção dele.

Meu telefone emite um sinal sonoro em resposta e, com um


sorriso sarcástico, digo: — Viu, chamei a atenção dele.

— O que ele disse?

— Ah, agora você está interessado.

— Obviamente, você despertou meu interesse. Apenas diga-me.

— Aposto que ele diz algo como... eu gostaria de poder sentir o


gosto dos seus dedos.

— Ah, isso é excitante.


— Isso é porque Silas é gostoso — digo enquanto deslizo para
ver a mensagem de texto. Limpando a garganta, leio em voz alta.
— Espero que você tenha se... divertido. O quê?

— Isso foi o que ele disse? — Ross estremece. — Uau, isso é


brutal. É como se seu tio maluco tivesse recebido acidentalmente
a mensagem e, em vez de fazer você se sentir mal, ele tentasse
ajudar uma garota.

Estudo o texto, confusa. — Eu realmente esperava que ele


dissesse mais.

— Talvez você o tenha assustado com a masturbação.

Dou a Ross um olhar mortal. — Eu não o assustei. Talvez ele


só precise de um pouco mais de empurrão. Estalo os dedos e digo:
— Observe um mestre trabalhando.

— Não é minha culpa — diz Posey enquanto coloca a cueca sob


a toalha. — Eu disse a você que não queria fazer parte disso.
Dediquei toda a minha ajuda a Hornsby. Isso esgotou-me.

— Isso foi há meses. Você não recarrega?

— Eu não sou a porra de uma bateria.

Meu telefone emite um sinal sonoro e, antes que eu possa


pensar em ler a mensagem, Posey tira-o da minha mão.

— Que porra você está fazendo?


— Roubando esse pesadelo de você para que não se envergonhe
ainda mais. — Ele abre o texto e segura a lateral do armário
enquanto tosse.

— O quê? O que ela disse?

— Puta merda. — Ele olha para mim e aponta a tela para eu


ler.

Ollie: Teria sido mais prazeroso se você estivesse aqui para


lamber minha excitação dos meus dedos. Eu só tive que fazer isso
por você.

Porra...

— Cara... — Posey está sem palavras, e isso quer dizer alguma


coisa. — Em que diabos você se meteu?

— Eu disse, porra. Ela está torturando-me.

— Você precisa de uma boa resposta.

— Eu sei, porra. — Tento pegar o telefone de volta, mas Posey


fica com ele.

— Vou digitar, seu idiota. Não precisamos de erros desta vez.

— O que você vai dizer?

— Uh, o que nós dois estamos pensando. — Indo para o emoji,


ele toca duas vezes no emoji de berinjela e, antes que eu possa
impedi-lo, ele envia.

— Cara! — Eu pego o telefone. — Dois emojis de berinjela? Ela


está tentando falar obscenidades e você dá a ela dois emojis de
berinjela?
— Isso é conversa suja. Ela fez dois pênis subirem ao mesmo
tempo.

Eu dou a ele um olhar severo. — Não se excite com a minha


garota.

— Ah. — Ele aponta para mim. — Você disse minha garota.

— Urgh, eu odeio você agora.

Ding.

— Não quero saber o que ele diz. Ainda estou abalado por você
ter dito que sentiu o gosto dos próprios dedos. — Ross inclina-se
para frente. — Quem diabos diz isso?

— Eu digo — respondo enquanto abro sua resposta. Quando


dois emojis de berinjela aparecem, eu gemo alto.

— Isso foi um gemido sexual ou um gemido irritado?


Sinceramente, não posso dizer neste momento.

— Irritado. — Mostro a ele a resposta de Silas.

— Emoji de berinjela? O que ele tem, malditos dezesseis anos?


Esse menino não tem classe.

— Ele tem classe — digo enquanto agarro o colar que ele me


deu hoje. — Eu apenas acho... talvez ele esteja tentando se conter
ou algo assim.
— Francamente, estou envergonhado por ele. O que ele vai fazer
a seguir? Enviar mensagens de texto com gotículas de água.

Ding.

Nós dois nos entreolhamos. — Se forem gotas de água, vou


chutar uma parede — digo.

Juntos, olhamos para a tela e encontramos duas berinjelas... e


duas gotas de água.

— Querido Deus — Ross sussurra.

— Seu idiota! — falo enquanto bato em Posey com sua própria


toalha.

— O quê? Gotas de água estão dentro.

— Elas não estão dentro — digo, derrotado, enquanto jogo a


toalha no chão. — Jesus, porra, o que você fez?

— Poupei você da humilhação de dizer algo estúpido.

— Poupou-me? — Eu solto uma gargalhada. — Você tornou


isso pior.

— Como assim? De uma forma sutil, eu disse a ela que você


estava excitado. Não há nada melhor do que isso. Confie em mim,
isto funciona.

— Sim, onde está sua prova? Não vejo você andando por aí com
uma namorada.
— Ei, foi você quem me pediu ajuda. Se você achava que eu não
era qualificado, nunca deveria ter confiado em mim.

— Obviamente — respondo enquanto meu telefone toca. Posey


estende a mão para pegá-lo, mas afasto sua mão. — Vá embora,
porra.

Viro as costas para ele e abro o texto.

É uma foto de Ollie, exibindo seu decote, os colares que dei a


ela à mostra. Molho meus lábios enquanto olho para ela por alguns
segundos, absorvendo cada pedacinho dela, desde seus lábios
carnudos até seus lindos olhos e seus seios amplos que eu chupei
ontem à noite...

Meu telefone é arrancado das minhas mãos e Posey está


olhando para a foto. — Puta merda — diz ele.

— Dê-me isso.

— De jeito nenhum, você vai estragar tudo. — Ele sai em


direção ao meio do vestiário de cueca. Agarro minha toalha e vou
atrás dele.

— Eu vou estragar tudo? Você é quem está estragando tudo


esse tempo todo.

— Uh... tenho certeza de que fui eu quem tirou essa foto para
você com minhas mensagens de texto especializadas. A propósito,
de nada.

— Ela se sente mal por mim — digo enquanto o persigo.

— Não, ela está excitada com suas berinjelas e gotículas. Eu


disse que sei o que estou fazendo.
— Você sabe uma merda. — Pulo uma cadeira, mas ele se
esquiva e corre para o outro lado do vestiário.

— Veja o papai fazer sua mágica. — Posey começa a digitar


enquanto move-se pela sala.

— Não mande mensagens para ela.

— Oh, estou mandando uma mensagem para ela. A próxima


foto que ela enviar será de nudez.

— Dê-me meu maldito telefone — digo enquanto pego uma


garrafa de água e jogo nele, acertando-o diretamente na mão e
derrubando o telefone no chão e do outro lado da sala.

Nós nos entreolhamos e, em câmera lenta, atravessamos o


vestiário e ambos mergulhamos para pegar o telefone ao mesmo
tempo, colidindo um contra o outro. Minha toalha se solta, as
pernas dele se enroscam nas minhas, e nós nos agarramos no
chão, como no exército, rastejando em direção ao telefone até que
nós dois o alcançamos ao mesmo tempo.

É quando vejo a mensagem que ele respondeu.

Silas: Oh, o meu pau.

O que diabos é isso?

— Oh, o meu pau? — eu grito. — Foi isso que você escreveu,


porra? Oh, o meu pau? O que diabos há de errado com você, Levi?

Ele faz uma pausa, com um beliscão na testa. Depois de um


segundo, ele diz: — Admito que esse não foi meu melhor trabalho.
Você pode se culpar. A pressão de correr pelo vestiário prejudicou
minha capacidade de ser inteligente e sexy.
Só então, a porta do vestiário se abre e Hornsby entra, apenas
para parar quando vê Posey junto de mim.

Depois de alguns segundos de silêncio constrangedor, Hornsby


finalmente pergunta: — Por que seu pau está no joelho de Posey?

— É isso? — Posey pergunta, olhando para baixo. — Cara,


parabéns pelo pênis macio. Como uma nuvem de veludo.

Eu o chuto. — Afaste-se de mim.


Caso você esteja se perguntando, não houve como me
recuperar de: Oh, o meu pau.

As mensagens de texto esfriaram depois disso, e qualquer


chance que tínhamos de uma foto nua desapareceu. Não que eu
quisesse uma. De uma forma estranha, Posey me fez um favor ao
escrever: Oh, o meu pau, porque eu queria afastá-la, e foi isso que
aconteceu.

Agora, entrando no meu apartamento, sabendo que ela está


aqui malhando, sinto mais medo de vê-la a cada segundo. Ela
definitivamente vai me dar uma bronca por acabar com o
divertimento. Mas pelo menos não estou entrando aqui e
encontrando uma Ollie sexualmente carregada, pronta para
atacar. Não, ela provavelmente está tão seca quanto a porra do
deserto do Saara depois de: Oh, o meu pau. Acho que todo mundo
fica seco depois disso.

Sem mencionar que não consigo tirar da cabeça a sensação do


meu pênis no joelho de Posey.

Estou todo fodido e sei que a única coisa que preciso é de um


pouco de paz. E o lugar que encontro mais paz é na sauna.
Depois de colocar minha bolsa e as chaves na entrada, vou para
o meu quarto, onde tiro minhas roupas e enrolo uma toalha na
cintura. Minha mente imediatamente passa para meu pênis e o
joelho de Posey, e eu mentalmente amaldiçoo meu cérebro
perturbado.

Vou carregar meu telefone no momento em que uma mensagem


de texto ilumina a tela. Perguntando-me se é Ollie, clico nela, mas
vejo que é Hornsby.

Hornsby: Esperei uma hora, mas não aguento mais... Taters e


Posey estavam lutando nus juntos, e eu me deparei com isso. O
pênis de Taters estava no joelho de Posey e os dois gostaram.

Jesus, porra, Cristo.

Belisco a ponta do nariz e respiro fundo algumas vezes. Meu


telefone toca e preparo-me mentalmente para o que está por vir.

Pacey: Ah... o quê?

Holmes: Tipo... ambos estavam nus?

Posey: NÃO! Taters estava nu. Fui respeitoso o suficiente para


vestir roupas íntimas.

Taters: Eu estava prestes a colocar minha cueca. Além disso,


só uma criança chama isso de roupa íntima, seu idiota.

Posey: Você realmente quer xingar-me depois do que passamos


juntos...

Pacey: Parece que há um significado por trás dessas reticências.

Hornsby: Havia um significado pulsando entre os dois no chão.

Taters: Vá se foder, não houve pulsar.


Posey: As berinjelas discordam.

Pacey: Que berinjelas? Suas berinjelas?

Holmes: Estou realmente confuso.

Hornsby: Acredito que eles estavam no meio de um encontro


sexual.

Taters: Pelo amor de Deus.

Posey: Ah! Desejo de Taters. Ele não conseguiria lidar comigo.

Hornsby: Parece que ele lidou bem com você... tendo você com o
pênis em seu joelho.

Posey: Admito para o grupo que achei o pênis dele agradável.


Honestamente, fez-me olhar para a mortadela de uma forma
diferente.

Holmes: Normalmente consigo lidar com essas sequências de


mensagens, mas desculpe, estou fora.

Pacey: Levi, acho que você precisa de ajuda.

Hornsby: Continuo ouvindo peles se batendo.

Taters: Não houve nenhuma batida, porra!

Posey: Por que eu também ouço isso?

Taters: É isso. Eu também estou fora.

Coloco meu telefone de lado e o deixo na mesa de cabeceira


enquanto saio do quarto.

Sauna, é disso que preciso. Preciso da porra da sauna para


clarear minha mente.
Olho pela janela da porta da academia e, quando vejo que Ollie
não está lá, solto um suspiro de alívio. Parece que sim, meu pau
realmente a assustou. Satisfeito e também humilhado, entro na
academia e vou direto para a sauna, ligando-a. Considero tirar
minha toalha, mas depois penso melhor, caso Ollie apareça.

Sento-me e estico os braços no banco superior enquanto o calor


começa a penetrar na minha pele.

Isso é exatamente o que eu precisava.

Fecho os olhos, respiro fundo e afundo no assento assim que a


porta se abre.

Porra...

— Engraçado encontrar você aqui — diz Ollie.

Abro lentamente os olhos e a vejo parada na minha frente, com


um cheiro fresco de sabonete saindo dela, enrolada em uma
toalha.

— Uh... ei — eu digo. — Fez seu, uh, treino?

— Sim. E tomei um banho, mas depois pensei, você sabe, eu


adoraria um pouco de sauna.

— Bem, se você quiser ficar sozinha, posso ir embora.

Ela balança a cabeça. — Não, você é exatamente quem eu quero


aqui. — E então, ela solta a toalha e ela cai em seus pés.

Inferno...

Parece que sim, meu pau não a assustou nem um pouco.

Minha boca fica seca ao vê-la – nua, linda e tão perfeita em


todos os sentidos. Eu sou inútil. Completa e totalmente inútil
quando ela caminha até mim, inclina-se para frente e dá um leve
beijo em meus lábios.

— Mmm, senti falta desses lábios — ela diz enquanto sua mão
toca minha coxa. — E senti falta do seu cheiro. — Ela leva a mão
para dentro. — E senti falta da sensação quando você me possui
com sua voz. — Sua mão acaricia minha protuberância.

— Ollie — eu gemo.

— Diga-me que você não gosta disso — ela diz enquanto me


apalpa.

Involuntariamente, minhas pernas se separam ligeiramente.

— Abrindo mais espaço para mim? — ela pergunta enquanto


seu polegar desliza sobre meu pau enrijecido.

— Ollie... eu... — Porra, não consigo pensar quando ela está me


acariciando por cima da toalha desse jeito.

— Você o quê? — Ela apoia um joelho no banco e traz os seios


até minha boca. Meus lábios se abrem e ela gentilmente coloca um
de seus mamilos bem no meu lábio inferior.

Eu o chupo.

— Silas — ela geme. — Eu amo sua boca. — Ela se ergue e traz


a outra perna para o banco, montando no meu colo.

Imediatamente, minhas mãos caem em seus quadris, onde a


mantenho firmemente no lugar.

— Diga-me que você ama meus seios.


Mordo seu mamilo por um segundo apenas para lembrar-me
de não ceder... porra, eles são tão perfeitos. — Eu os amo —
admito.

— Bom — ela diz enquanto suas mãos caem sobre meus


ombros e ela começa a balançar levemente os quadris sobre meu
colo.

Bom demais. É muito bom.

Minha cabeça cai para trás quando pergunto: — O que você


está fazendo? — É uma pergunta estúpida, porque sei exatamente
o que ela está fazendo.

— Eu não estou mais brincando — ela diz enquanto suas mãos


sobem pelos meus peitorais, suas unhas cravando na minha pele.
— Estou anulando o contrato. Eu não quero mais você fingindo. —
Ela leva a mão até a nuca e esfrega o mamilo nos meus lábios. Eu
os separo e chupo a protuberância dura novamente. — Eu quero
você de verdade, como meu. Estou reivindicando você.

Reivindicando-me.

Isso desencadeia dentro de mim uma necessidade esmagadora


de ser reivindicado. Algo que eu quero desesperadamente. Algo que
percebo de repente... Sarah nunca fez isso.

Minhas mãos flutuam pelos lados dela até alcançar ambos os


seios. Eu os espalho e aperto, fazendo-a sibilar. — Não estou
mentalmente preparado para você — digo, expressando a porra da
verdade. Posso desejá-la, posso querer ser reivindicado por ela,
mas não acho que posso dar a ela tudo o que ela precisa.

— Deixe-me ajudá-lo a se preparar, Silas.


— Estou fodido, Ollie. — Eu trago seu outro seio para minha
boca enquanto seus quadris aceleram o ritmo. Mais rápido, mais
forte. Eu exalo bruscamente enquanto sua pélvis me estimula.

Provoca-me.

Empurra-me a querer mais, mesmo que meu cérebro me diga


para parar.

— Não estamos todos um pouco fodidos? — ela pergunta.

— Eu não confio nas pessoas — gemo enquanto movo meus


polegares sobre seus mamilos.

— Vou ganhar sua confiança. — Ela inclina minha cabeça para


trás e passa a língua pelo meu pescoço. — Deixe-me ser aquela
que cuida de você. — Sua língua corre ao longo dos meus lábios
antes de beijar-me novamente. Vou beijá-la de volta, mas ela
afasta-se, deixando-me querendo mais. Seus lábios apimentam
beijos no meu pescoço.

No meu peito.

Ela desliza do meu colo entre minhas pernas.

Ela continua a dar beijos na minha barriga e depois abaixa...

Foda-me, eu sei o que ela quer. Ela deixou isso muito claro, e
não tenho certeza se estou pronto, porque no momento em que
seus lábios tocarem meu pau, sei que estarei perdido. Não haverá
como pará-la.

Do que estou falando? Não há como pará-la agora enquanto


suas mãos deslizam pelas minhas coxas até o nó da minha toalha.
Seus olhos famintos olham para mim enquanto seus dedos
brincam com o nó. Minha respiração está pesada no peito
enquanto cerro os punhos em antecipação. Quando eu não a
detenho no primeiro puxão, ela sorri e separa minha toalha
completamente, deixando meu pau duro esticar até meu estômago.

Seus olhos arregalam-se logo antes dela molhar os lábios.

— Oh... meu... Deus — ela sussurra enquanto seus dedos


percorrem meu piercing Jacob Ladder8. — Eu sabia. — Seus olhos
estão maravilhados quando ela aproxima a cabeça. — Eu sabia
que você teria o pênis mais perfeito que já vi. — E então, de uma
só vez, ela lambe da base das minhas bolas até a ponta.

Meu estômago embrulha com o ataque de sua boca deliciosa, e


um gemido baixo passa pelos meus lábios. — Porra.

Satisfeita consigo mesma, ela abre mais minhas pernas e puxa-


me para mais perto da borda enquanto abre a boca e leva-me de
volta para sua garganta.

— Jesus. — É tão bom.

Quente.

Molhado.

Apertado.

Tão bom que não consigo impedi-la.

Ela poderia fazer o que quisesse neste momento.

Uma de suas mãos move-se entre minhas pernas, logo abaixo


das minhas bolas, onde ela as segura e esfrega suavemente o

8
Um piercing Jacob Ladder refere-se a uma série de dois ou mais piercings do Frenulum na parte inferior
(mais comum) ou nas laterais do pênis. Geralmente feito com barras curvas e retas de calibre maior, quanto
mais piercings na pilha, mais parecido com uma escada ele parece.
polegar entre elas enquanto a outra mão aperta a base do meu
pau.

— Deus, Silas. Eu poderia chupar você o dia todo. — Ela me


leva fundo novamente, puxa para cima e depois mergulha
repetidamente.

Ela não engasga.

Ela nem faz barulho.

Ela continua fazendo-me perder a cabeça, uma pulsação após


a outra, e quando sinto que estou começando a tremer, ela levanta
apenas até a ponta, onde suga, mas bombeia a base com a mão.

— Puta que pariu, Ollie. Sua boca está deixando-me louco.

Seus dentes alinham-se na borda da minha ponta, e sibilo logo


antes de me lamber, em seguida, levar-me para o fundo de sua
garganta.

Minha mão vai até o cabelo dela, apertando-o com força, porque
não tenho mais nada para agarrar. Enquanto ela bombeia para
cima e para baixo, fazendo minhas bolas apertarem, sei que depois
disso nada mais será o mesmo.

Sua boca é pecaminosa.

Suas mãos são imorais.

Nunca na minha vida alguém me chupou como ela, e isso fica


evidente na forma como meu peito se contrai, tentando encontrar
ar. E pela forma como estou desesperado para agarrar-me a
qualquer coisa enquanto sinto meu corpo tremer, formigar e
preparar-me para o que está por vir.
Ela me leva até o fundo da garganta, depois pressiona os lábios
em volta da cabeça e chupa com tanta força que minha pélvis sai
voando do assento de madeira da sauna.

— Baby — eu gemo enquanto meu corpo aperta e meu pau


incha em sua boca. — Eu vou gozar.

Sua boca sai do meu pau e eu suspiro de frustração. Seu


sorriso quase me faz gritar exigindo que ela termine o que
começou. Ela gira a língua em torno de cada um dos meus
piercings até chegar à ponta novamente, chupa com força,
puxando-me para a borda. Ela me ataca profundamente
novamente e eu explodo.

Minha mão aperta seu cabelo. — Porra. A sua boca... é tão...


gostosa. — E com isso, gozo no fundo de sua garganta. Ela
continua a me chupar até que eu esteja completamente saciado e
descansando no assento da sauna, incapaz de me mover.

— Delicioso — ela diz enquanto sobe pelo meu corpo, deixando


um rastro de beijos.

Em pé, ela coloca o pé no meu assento e depois apoia uma de


suas pernas no banco atrás de mim, trazendo sua boceta
encharcada até minha boca.

Tão gostosa. Ela sabe exatamente o que quer e não se importa


em pedir.

Olho para ela e, de onde estou sentado, posso ver que ela
também precisa de alívio, então deslizo minha mão até a parte de
trás de sua bunda, puxando-a para mais perto, e pressiono minha
língua em seu clitóris, onde faço movimentos longos, achatando
minha língua para alcançar cada centímetro dela.

— Já estou tão perto — diz ela. — Eu amo seu pau, Silas. Eu


quero chupar de novo.

Isso faz minha língua mexer mais rápido, mais persistente. Eu


quero fazê-la gozar forte e rápido.

Sua mão cai na minha cabeça e seus dedos cavam meu couro
cabeludo, assim como na noite passada. Seus seios saltam acima
de mim, suas pernas tremem ao meu lado e seus pulmões
procuram ar, assim como os meus.

— Silas — ela suspira. — Estou perto.

Eu coloco dois dedos em sua entrada e os curvo dentro dela,


fazendo com que suas costas arqueiem e ela quase perca o
equilíbrio, mas eu a seguro pela bunda e a estabilizo enquanto
coloco meus dedos e movimento seu clitóris.

— Oh... Deus... ah, porra. Silas! — ela grita logo antes de seu
corpo tremer, e um gemido selvagem passa por seus lábios
enquanto ela cavalga meus dedos e língua, extraindo cada grama
de prazer de seu orgasmo até que ela esteja completamente
acabada.

Assistir ao orgasmo dela nunca envelhecerá. Nunca.

Retiro meus dedos e, com os olhos dela nos meus, eu os chupo.


Seus olhos inebriantes fecham-se brevemente enquanto ela abaixa
a perna e depois abaixa-se cuidadosamente até o assento.
Com a mão no peito e os olhos em mim, ela recua até a parede
da sauna, colocando distância suficiente entre nós para que eu
tenha que levantar-me para puxá-la de volta para o meu colo.

Pele vermelha.

Suor escorrendo pelo peito.

Seus olhos estão selvagens enquanto examinam-me,


absorvendo-me completamente.

E enquanto ela se move, olhando para mim, sei que ela está
sentindo a mesma coisa que eu. Isso foi diferente de tudo que já
havíamos experimentado.

Não sei se isso a assusta, mas cria um tsunami de preocupação


na minha cabeça, e posso sentir minha testa franzida enquanto
penso em quão facilmente eu poderia apegar-me a ela e quão
facilmente ela poderia me quebrar.

Ela respira fundo algumas vezes, estudando-me, e então, sem


dizer uma palavra, abaixa-se, pega a toalha e a enrola no corpo.
Com um último olhar, ela abre a porta e desaparece.

O que eu acabei de fazer?

— Então... — Posey diz enquanto vem até mim na sala de


treinamento, onde estou aquecendo minhas pernas e enrolando-
as em um rolo de espuma.

— E aí? — falo, mal-humorado como a merda.


Por que estou mal-humorado? Porque ontem tive meu pau
chupado com tanta força que tenho quase certeza de que nem me
lembrava do meu nome completo. Percebi que, embora queira
controlar-me perto de Ollie, não consigo manter distância. Eu
estou assustado. Não tenho certeza. E a única pessoa com quem
quero falar é aquela de quem tenho medo.

Sem mencionar que não tive notícias dela desde que saiu da
sauna.

Nem uma maldita palavra.

— Como terminou ontem?

— Não estou falando sobre isso — digo.

Posey me assusta quando se senta ao meu lado e se inclina tão


perto que posso sentir o cheiro de seu desodorante recém-aplicado.
— Terminou bem, não foi?

— Não. — Eu o empurro, mas ele permanece imóvel.

— Mentiroso. — Ele sorri. — Eu conheço você há tempo


suficiente para saber quando você faz sexo. — Ele cutuca minha
bochecha e eu afasto sua mão. — Você fez sexo.

— Você pode simplesmente me deixar em paz?

— Foi minha mensagem de texto, não foi? — Ele estufa o peito


e estala os dedos. — Ainda tenho jeito.

— Eu não fiz sexo — falo baixinho e depois sussurro: — Ela


só... chupou meu pau na sauna.
— Chupou seu pau na sauna. — Posey balança a cabeça
alegremente. — Esse é o título de uma pornografia esperando para
acontecer. Foi bom?

— É claro que foi bom pra caralho — eu digo. — Estou obcecado


pela garota e tudo sobre ela.

— Então por que está tão mal-humorado?

— Porque não falei com ela desde então. Eu não tenho ideia do
que está acontecendo. Estou com muito medo e...

— Aí estão vocês, meninos — diz Sarah enquanto passa pelas


portas da sala de treinamento. — Tenho algumas coisas para vocês
autografarem que estamos dando a patrocinadores importantes.
Vocês são os dois que estão faltando.

É claro que ela aproveita esse momento para entrar aqui. Esta
é a sorte da minha maldita vida. Com os dentes cerrados, evito o
decote de sua camisa e como ela está curvando-se propositalmente
na minha frente.

Mas a questão é... sua aparência, sua necessidade de mostrar


os seios, isso não faz nada por mim. Absolutamente nada. A única
emoção que sinto quando ela está na mesma sala que eu, é raiva.

Por causa dela, não confio nas pessoas.

Por causa dela, não posso ser a pessoa que preciso ser para
Ollie.

O que, em troca, faz com que eu a despreze.

Ela me entrega as fotos e uma caneta e, ao mesmo tempo em


que a trato com indiferença, eu autografo.
— Você foi ótimo naquela noite — diz ela, claramente sem
entender a dica. — Adorei ver você no gelo novamente.

Tampo a caneta e a jogo para Posey, que autografa as fotos


também.

— Você não vai dizer nada sobre minha camisa? — ela indaga,
e quando eu olho para cima, vejo que ela está vestindo uma camisa
com meu nome e número.

— Por que você está usando isso? — pergunto.

Uma expressão confusa cruza seu rosto. — Porque sou sua fã


número um.

É cômico como ela é sem noção.

— Se você fosse minha fã número um, não teria fodido outras


pessoas quando eu estava fora. Por meses.

É a primeira vez que digo isso em voz alta.

É a primeira vez que realmente reconheço o que ela fez comigo.

E eu sei que é a primeira vez que Posey ouve isso.

— Silas — ela diz calmamente.

Pego as fotos de Posey e as empurro para ela. — Elas estão


autografadas. Agora saia.

Para seu crédito, ela recua lentamente e depois vira-se para


sair. Em vez de meus olhos caírem para sua bunda como
costumavam fazer quando estávamos namorando, volto para meu
rolo de espuma, sentindo os olhos de Posey em mim.

— Não diga nada, cara — aviso, engolindo em seco.

— Não vou dizer — ele responde, entendendo completamente.


— E por favor... por favor, não diga nada a ninguém.

Ele agarra meu ombro. — Seu segredo está seguro comigo,


cara. Promessa.

Segundo jogo concluído. Trouxemos a vitória para casa e,


felizmente, apesar da minha vida pessoal, consegui esquecer tudo
quando estava no gelo. Marquei um gol e dei uma assistência. Sou
conhecido por levar minhas queixas pessoais para um jogo, mas
me senti entorpecido nessa rodada.

Tão entorpecido.

Como se nada do mundo exterior pudesse me penetrar. Nada.

Nem Sarah.

Nem, Ollie.

Nada.

Mas agora que estou voltando para casa, tudo que consigo
pensar é em como quero ver Ollie. Como eu quero falar com ela
sobre... tudo. Quero saber onde está a cabeça dela. E sei que não
conseguirei dormir se não falar com ela.

Dirijo até o dormitório dela e, em vez de ir direto até lá,


estaciono meu carro e pego meu telefone para enviar uma
mensagem para ela.

Silas: Ei, estou fora da sua casa.


Solto um longo suspiro enquanto fecho os olhos, perguntando-
me como diabos cheguei aqui.

O plano que estabeleci para mim mesmo há dois anos não me


deixava sentado no estacionamento de um dormitório de
faculdade, ansiando por uma garota que sei que não deveria,
enquanto evitava minha ex. Meu plano era casar-me com Sarah.
Ter filhos. Comprar uma casa e ganhar mais alguns malditos
campeonatos. Mas nos últimos dois anos, parece que nada
encaixa-se. Como se eu estivesse à deriva. Sim, eu sei que a
infidelidade de Sarah desempenhou um grande papel nisso, mas
eu deveria estar superando isso agora. E eu estou. Superei a
Sarah. Mesmo que eu ainda sinta raiva. Isso alguma vez vai
embora? Mas agora, com Ollie em minha vida, parece que estou
quase conseguindo algo realmente bom, mas as coisas também
estão desmoronando e não há nada que eu possa fazer a respeito.
Não era para ser assim. Eu simplesmente não entendo isso.

Meu telefone toca com uma resposta.

Ollie: Eu não estou aí. Ross e eu saímos para o fim de semana.

O quê?

Porra.

Silas: Quando você volta para casa?

Ollie: Domingo à tarde.

Esfrego a mão na testa e xingo baixinho.

Silas: Partiremos para alguns jogos fora de casa no domingo.

Ollie: Ah. Ok... bem, você precisa de mim?


Sim.

Preciso de você aqui, para poder falar com você pessoalmente,


para poder resolver esses sentimentos tumultuosos que fervilham
dentro de mim.

Silas: Não, acho que não.

Ollie: Legal. Bem, boa sorte na viagem.

Eu estudo o texto dela e pergunto-me o que diabos está


acontecendo. Ela está agindo como se nada tivesse acontecido
entre nós nas últimas semanas – como se eu fosse um mero
conhecido – apesar de estar determinada a querer mais. E agora
ela não quer? Eu não sei como lidar com isso.

Penso em perguntar a Posey, mas acho que todos sabemos


como foi da última vez. Preciso tirar isso do meu peito. Preciso
conversar sobre isso e, embora não queira contar a ninguém o meu
problema, sei que provavelmente não tenho escolha. Não se eu
quiser manter a cabeça no lugar para o jogo.

Saio do estacionamento e vou para a casa de Pacey.

— Você está brincando comigo agora? — Pacey pergunta


enquanto está parado na porta, vestindo apenas uma cueca boxer.

Eu sei exatamente o que ele estava planejando fazer. É o que


todos gostamos de fazer depois de um jogo, quando a adrenalina
ainda corre por nós. E eu o interrompi.
— Sinto muito, cara. Mas eu realmente preciso conversar.

Ele deve notar a queda dos meus ombros e a derrota na minha


voz, porque sua expressão dura suaviza e ele me deixa entrar.

Tiro os sapatos e, assim que olho para cima, Winnie aparece


vestindo um roupão e com o cabelo levemente bagunçado.

Inferno, eu realmente os interrompi.

— Desculpe, Winnie — eu digo. — Eu não queria interromper


nada.

— Está tudo bem — ela diz suavemente. — O que está


acontecendo?

Puxo minha barba. — Necessito de aconselhamento.

— OK, claro. Você quer que eu pegue uma bebida para você?

— Não, estou bem.

— Bem, então venha sentar.

Todos nós nos sentamos na sala de estar. Winnie senta-se no


colo de Pacey, e ele passa o braço em volta dela como o casal feliz
que eles são.

— O que está acontecendo? — Pacey pergunta. — Está tudo


bem com Ollie?

— Na verdade, não — eu digo e solto um suspiro profundo. —


Uh... Ollie e eu não estamos realmente juntos.

— O que você está falando? — Winnie pergunta.

— É tudo falso. Nós nos conhecemos em um bar. Ela precisava


de mim e eu precisava dela, então fizemos um acordo. Desde que
Sarah começou a trabalhar nos Agitators, pensei que seria mais
fácil fingir que estava com alguém do que ter vocês, filhos da puta,
perguntando constantemente como estou, ou fazer Sarah
presumir que poderia voltar comigo.

— Jesus — Pacey murmura.

— De qualquer forma, como você provavelmente pode ver o que


está por vir, desenvolvi sentimentos por Ollie e ela desenvolveu
sentimentos por mim.

— Bem, isso é uma coisa boa — diz Winnie com um sorriso


brilhante.

— É, quando você está com a cabeça no lugar. Infelizmente,


esse não sou eu e estou afastando-a. Estou tão irritado com Sarah
que não consigo superar o sentimento de desconfiança. Tudo o que
Ollie quer é que eu dê a ela um pedaço de mim, e não consegui. E
agora... bem, acho que ela está afastando-se. Ela está fora no fim
de semana e não a verei até voltarmos de nossa viagem. Eu sinto
que isso é muito tempo e não sei o que fazer.

Pacey assente. — Você gosta dela, certo?

— Sim — eu respondo. — E não deveria, porra. Quero dizer,


meu Deus, ela ainda está na faculdade. Estamos claramente em
fases completamente diferentes em nossas vidas, mas não consigo
parar de pensar nela. Quero muito mais quando estou perto dela,
mas meu cérebro não deixa. É como se houvesse um bloqueio
mental ali.

— Talvez porque você nunca falou sobre o que aconteceu com


Sarah — diz Pacey calmamente. — E não estou pedindo para você
nos contar, mas, cara, como você pode seguir em frente se nunca
lidou com o que o colocou neste estado de espírito, para começar?

— Ele está certo — diz Winnie suavemente. — Não é fácil


superar qualquer tipo de desgosto, especialmente se você o
mantém dentro de você e nunca o liberta.

— Eu sei disso, mas estou tão fodido que não consigo falar
sobre isso.

— Você tem medo de ser julgado? — Pacey pergunta.

— Talvez. Eu também não quero reviver isso. Quero dizer,


porra, Pacey, eu ia propor casamento.

— Eu sei, cara — ele diz. — Mas pode ser bom tirar isso do
peito.

— Você contou a Ollie tudo o que aconteceu? — Winnie


pergunta.

Eu balanço minha cabeça. — Eu não contei a ninguém.

— Talvez você devesse contar a ela — sugere Winnie.

— Isso significaria que estou me comprometendo com ela.

— Não é isso que você quer? — Pacey pergunta.

— Quero dizer, eu a quero, mas... — Engulo em seco. — Eu


simplesmente não acho que sou bom o suficiente. Acho que não
serei o que ela precisa. E então o quê? Acabo na mesma posição
em que estou agora? E ela está indo a lugares. Ela tem um futuro
pela frente. Não vou impedir isso com as restrições da vida no
hóquei.
— Quem disse que isso precisa ser frustrado? — Winnie
pergunta. — Eu faço minhas próprias coisas e ainda posso estar
com Pacey e trabalhar em nosso relacionamento. Podemos ter altos
e baixos, mas ainda reservamos tempo um para o outro. Nossa
agenda pode girar em torno do hóquei, mas nossa vida não.

— Não sei...

— Deixe-me perguntar uma coisa — diz Pacey. — Como você se


sentiria se ligasse para ela esta noite e terminasse as coisas com
ela? Cancelasse tudo.

Eu considero a ideia. Não haveria mais visitas ao dormitório


dela. Nada de provocações. Nada de seus beijos doces e de derreter
a mente. Nada de mensagens de texto espirituosas.

— Uma merda — eu respondo.

— Então aí está sua resposta. Você pode estar com medo, em


dúvida e não estar pronto, mas também não está pronto para
deixá-la ir. O que será mais gratificante? Navegar por um novo
relacionamento juntos? Ou sofrendo à parte?

O que ele diz faz sentido. Eu prefiro estar com ela.

— Mas o que acontece quando eu contar a ela sobre Sarah e


ela não quiser ficar comigo? Acho que não conseguiria aguentar.

— Isso não vai acontecer — diz Winnie.

— Como você sabe? — pergunto.

— Porque eu vi o jeito que ela olha para você. Eu vi como ela


reagiu quando você a beijou fora do vestiário. Sinceramente, estou
chocada que você tenha dito que estava fingindo, porque nada nas
reações dela ao seu redor é falso. Aquela garota gosta de você...
muito, Silas, e acho que ela está pronta para estar ao seu lado em
qualquer situação. Ela não vai se assustar facilmente.

— Você realmente acha isso? — pergunto, sentindo-me tão


inseguro que na verdade odeio-me por isso.

— Sim, realmente acho que sim — ela responde, depois inclina-


se para frente e coloca a mão no meu joelho. — Você é um bom
homem, Silas. Um homem atencioso, meigo, protetor e leal e você
não deveria mais viver na sombra de Sarah. Não deixe que ela tire
uma coisa boa da sua vida. Porque se você não for atrás do Ollie...
Sarah vence.
— O que você acha? Por favor, não minta para mim — digo a
Ross enquanto passamos o fim de semana no hotel onde nos
hospedamos. Uma das empresas com as quais Ross trabalhou
durante o verão deu-lhe uma viagem gratuita de estadia. Então,
viemos passar o fim de semana em um hotel muito chique em
Vancouver.

— Acho que Roberts vai odiar todos eles.

— Ugh — eu gemo. — Mas preciso entregar algo a ele neste fim


de semana. Já estou atrasada.

— Talvez porque você tenha se consumido enfiando a língua na


garganta de um certo jogador de hóquei em vez de fazer perguntas.

— Você pode ao menos me culpar?

— Não. — Ross balança a cabeça. — Eu realmente não posso.

— O que diabos eu vou fazer, Ross?

— Bem, posso dizer uma coisa: ele não vai querer ouvir falar de
lanches em um jogo de hóquei.

— Os nachos eram fenomenais, no entanto. Isso parece um


segredo de Vancouver.
— Não estou negando a qualidade dos nachos que comemos no
jogo, mas estou questionando sua sanidade. Roberts não lhe dará
crédito pelo seu estágio se você entregar um artigo sobre nachos
quando ele quer um artigo detalhado sobre a organização
Agitators.

— Sim, bem, não tenho nenhuma informação sobre os


Agitators, a não ser que eles tratam suas famílias e jogadores com
respeito.

— Então talvez siga em frente — sugere Ross. — Pode não ser


o que Roberts quer, mas é uma reviravolta na história. Você
poderia começar falando sobre o quão intimidante a organização
é, mas ficou surpresa ao descobrir que eles eram nada além de
acolhedores, especialmente para uma recém-chegada.

— Sim, isso pode funcionar — falo, minha mente começando a


girar com ideias.

— Veja, é para isso que estou aqui — diz Ross enquanto puxa
as lapelas do roupão fornecido pelo hotel que está vestindo e depois
bebe champanhe de sua taça de champanhe como um maldito rei.

— Você está realmente vivendo esse momento, não está? —


pergunto enquanto coloco meu computador de lado e deito de
bruços na cama.

— Eu nunca recebo presentes, então sim, vou absorver tudo.

— Eu sinto que você ainda está feliz por ter estado com Ian
Rivers.

Ross sorri. — Isso também.

— Você teve notícias dele?


— Eu tive. Ele me mandou uma mensagem esta manhã e
perguntou como eu estava.

— Que fofo — eu digo. — Vocês estão planejando se encontrar


novamente?

— Ele me chamou para sair quando eles voltarem de viagem.


Eu disse a ele que adoraria. — Ross olha para o teto. — Ele tem
facilmente o corpo mais bonito que já vi.

Acho que Silas poderia lhe dar alguma concorrência, mas é


apenas a minha opinião.

— Bem, estou feliz que você tenha aceitado. — Meu telefone


acende ao meu lado e vejo que é de Silas.

Abro a mensagem.

Silas: Podemos conversar?

Torço meus lábios para o lado, preocupada.

— O que é isso? — Ross diz.

— Silas quer conversar.

— Então converse.

— Acho que não estou pronta.

— O que você quer dizer? — Ross pergunta enquanto toca a


borda de sua taça de champanhe com a língua.

Sento-me e cruzo as pernas na cama. — Ok, então fui à casa


dele ontem para malhar. Eu sabia que ele voltaria para casa, então
tomei um banho e o encontrei na sauna. Bem, digamos apenas que
coisas aconteceram lá.

— Que tipo de coisas?


Passo o dedo sobre o edredom e digo: — Eu dei um boquete
nele e ele retribuiu o favor.

— Você viu o pênis dele? — Ross vira-se para mim agora,


totalmente interessado. — Não vou pedir detalhes, apenas diga-
me... é perfurado? — Concordo com a cabeça e Ross geme. —
Deus, isso é tão sexy.

— Muito sexy, mas quando terminamos, vi um olhar quase


morto em seus olhos.

— Sério? — Ross pergunta. — O que você quer dizer?

— Tipo... ele ficou chateado porque eu o seduzi, e não sei, isso


me fez sentir péssima. Eu presumi que quando ele finalmente
tivesse uma prova, ele cederia aos seus sentimentos, mas em vez
disso, ele parecia chateado, pensativo. Não sei, acho que estraguei
tudo, e ele querer conversar é ele querer cancelar tudo.

— Ah, entendo — diz Ross. — Bem, só há uma maneira de


descobrir.

— Sim, mas não quero descobrir. Só quero ficar deitada aqui,


beber champanhe e acreditar que não vou ter meu coração
arrancado do peito.

— Você gosta tanto dele? — Ross pergunta.

Eu caio de costas e aceno. — Sim, eu gosto muito dele.


Silas: Sei que você está ocupada com Ross, mas gostaria muito
de conversar com você.

Olho para o texto, meu peito torcendo de dor, meu estômago


revirando de incerteza. Ross está tomando banho, aproveitando
cada aspecto de nossa suíte enquanto eu estou sentada aqui com
um computador no colo, tentando escrever uma história que sei
que Roberts irá rejeitar.

Sabendo que preciso responder à mensagem para Silas, pego


meu telefone.

Ollie: Talvez devêssemos apenas adiar a conversa para quando


você voltar.

Coloco meu telefone de lado, mas imediatamente vejo que ele


está respondendo a mensagem, então o pego novamente.

Silas: Mal posso esperar para ter essa conversa.

Meu lábio treme enquanto olho para o teto. Droga. Sim, ele quer
terminar as coisas.

Eu sou tão estúpida.

A ideia da sauna foi tão estúpida.

Pressioná-lo com muita força foi tão estúpido.

Porque olha onde isso me deixou. Em vez de tentar conquistá-


lo lentamente e fazê-lo se sentir confortável, criei o caos em sua
vida, e agora ele quer se livrar desse caos.

Ollie: Bem, estou ocupada no momento. Talvez possamos


conversar depois, ok?
Viro meu telefone para baixo e ignoro o zumbido de sua
mensagem enquanto concentro-me em meu artigo. Vamos, seja
esperta, Ollie. Escreva algo inteligente.

Não se concentre no fato de que Silas está prestes a destruir


seu coração.

— Eu poderia me acostumar com isso — diz Ross enquanto


pega outro bolo dinamarquês da cesta. — O serviço de quarto foi
criado por alguém que ama as pessoas, de verdade, do fundo da
alma ama as pessoas. Quem não gosta de descansar no seu
quarto, com uma vista impecável, devo acrescentar, e comer bolos
numa cesta?

Tomando um gole do meu café, ofereço-lhe um sorriso.

Não dormi ontem à noite – absolutamente nada. Recebi mais


algumas mensagens de texto de Silas, mas as deixei sem resposta
porque, honestamente, não consigo lidar com as emoções que me
invadem. Eu fiz tudo, e quero dizer tudo, para fazer esse homem
ceder aos seus sentimentos e me dar uma chance, mas falhei em
cada passo do caminho, e isso é... é embaraçoso.

Sinceramente, pensei que tinha uma chance de estar com ele,


que poderia fazê-lo mudar de ideia, mas no final das contas,
quando tudo se resume a ele deixar seu passado para trás e seguir
em frente comigo, ele não fará isso.
E eu sei que ele não gosta mais de Sarah, ele me disse isso
diversas vezes, mas ela ainda o controla. Ela ainda está em
vantagem e não posso competir com isso. Eu nunca vou conseguir.

Só não quero ouvi-lo me dizer que terminamos. Ficarei


arrasada e não tenho certeza se estou pronta para isso.

— Sabe, posso ver que você está tentando agir como se tudo
estivesse bem, mas posso dizer que não está — diz Ross.

— Eu não quero falar sobre isso. Sinto que é isso que temos
feito durante todo o tempo que estamos aqui.

— Porque você ficou com uma cara azeda o tempo todo. Olhe
para o carrinho à nossa frente, Ollie. Tem uma maldita cesta de
doces bem ali. É o nosso sonho e você está triste.

Abraço meu travesseiro contra o peito. — É porque estou triste.

— Talvez você devesse falar com ele.

— E então pedir para ele me dizer que acabou?

— Não seria melhor do que viver neste limbo? Pelo menos se ele
terminar, posso investir em uma cesta de doces para levar para
você, para que possamos comer nossos sentimentos.

Eu sorrio levemente. — Muito verdadeiro.

Meu telefone toca com uma mensagem e sei que é Silas. Com
um suspiro pesado, abro, mas em vez de uma mensagem dele, é
de Winnie. Por que ela está me mandando mensagens?

Winnie: Ei, eu sei que você está em viagem agora e realmente


não quero intrometer-me na vida das pessoas, mas Silas está
realmente tentando falar com você e acho que você precisa ouvi-lo.
Eles vão embora em uma hora.

Eu me sento mais ereta e olho para a mensagem.

— O que é? — Ross pergunta.

— É Winnie, noiva de Pacey. Ela disse que Silas realmente


precisa falar comigo. — Pressiono minha mão contra o colar que
ele me deu. — E se ele tiver algo importante para me dizer? E se
algo acontecesse com ele? Não acho que ela me mandaria uma
mensagem se ele fosse terminar comigo. Você acha?

— Seria uma merda se ela fizesse isso.

Eu digito de volta uma mensagem.

Ollie: Ele quer? Ele está bem?

Winnie: Ele realmente precisa conversar com você. Se você


quiser, posso lhe dar o endereço do aeroporto particular deles.

Ollie: Por favor, eu adoraria.

Pulo da cama e corro para o banheiro, onde ligo o chuveiro.

— Presumo que você vai falar com ele? — Ross pergunta do


quarto.

— Sim, mas primeiro preciso tirar esse fedor de mim.

Tudo o que tenho a dizer é agradecer a Deus por Winnie, porque


não conseguiria passar pelos portões deste aeroporto sem que ela
ligasse antes e fizesse os preparativos. Mesmo assim, sentada aqui
na recepção, tenho um segurança observando cada movimento
meu. É incrivelmente desconfortável saber que a qualquer
momento ele não teria nenhum problema em derrubar-me no chão
e arrastar-me daqui pelo pé.

Eu me senti mal por deixar Ross, mas ele me disse que não
tinha problema. Ele ia tomar mais um banho antes de sair, e
passar algum tempo sozinho era exatamente o que ele precisava,
já que, aparentemente, eu baixei o clima.

Eu disse a ele que lhe devia muito, arrumei minhas coisas e


rapidamente saí do hotel.

Gostaria de ter mais tempo para arrumar o cabelo e a


maquiagem, mas não queria perder Silas. Então vim com a cara
limpa, cabelo preso em um rabo de cavalo alto, e estou usando o
moletom dele e uma legging. Eu facilmente poderia me passar por
uma fangirl... daí o segurança.

Enquanto meu pé balança para cima e para baixo, esperando


por Silas, alguns jogadores entram. Mas ninguém que eu conheça.
Acho que talvez tenha visto Holmes, mas não tenho certeza.

Verifico a hora no meu telefone e olho ao redor, esperando que


Silas chegue logo. Ele não mandou mensagem esta manhã, o que
me faz acreditar que desistiu, e não o culpo. Você só pode enviar
mensagens de texto para uma pessoa algumas vezes antes de
perceber que ela não quer conversar.

A porta se abre e Pacey entra, seguido por Hornsby... e Silas.


Levanto-me da cadeira onde estava esperando e minha boca fica
seca quando ele olha para cima e me vê.
Ele tropeça até parar enquanto tenta entender o que estou
fazendo aqui. Pacey também me vê, então se oferece para levar as
malas de Silas. Silas as entrega e então, parecendo tão bem em
um terno de três peças, aproxima-se de mim.

— Ei — eu digo como uma saudação.

— Ollie. — Ele parece sem fôlego. — O que você está fazendo


aqui?

— Uh, bem, você disse que precisava conversar, então aqui


estou.

— Eu queria conversar ontem à noite — diz ele.

— Eu sei, mas eu, uh, simplesmente não estava a fim.

Ele olha por cima do ombro. — Sim, bem, não vou ter essa
conversa aqui.

Oh, Deus! Ele queria terminar comigo. E aqui estou eu, como
uma idiota, pensando que é outra coisa. É claro que ele não quer
terminar comigo no meio da recepção do aeroporto. Ninguém quer
uma pessoa chorando em público.

— Certo. — Tento sorrir, mas meus lábios tremem, enganando-


me. — Entendo. — Meus olhos lacrimejam. Droga, Ollie, segure-
se. — Nós podemos apenas, uh... — Uma lágrima escorre pela
minha bochecha e eu rapidamente a limpo. — Podemos conversar
quando você voltar.

Viro-me para ir embora, mas ele fica na minha frente, com a


mão na minha barriga. — Ollie, espere. — Ele levanta meu queixo.
— Por que você está chorando?
Desejo que minhas lágrimas parem enquanto seguro minhas
emoções, minha garganta está tão cheia de emoção que torna
difícil falar. Suavemente, falo: — Eu sei... — Limpo minha
garganta. — Eu sei que você quer encerrar nosso acordo, ok? Eu
estou apenas... não estou lidando bem com isso.

Eu limpo meus olhos novamente.

— O que faz você pensar isso? — ele pergunta.

Olho em volta e percebo que não há ninguém perto de nós,


então digo: — Vi isso nos seus olhos outro dia, Silas. Você não quer
isso, e está tudo bem. Entendo. Dói, porque eu realmente gosto de
você? Sim, mas é algo que posso superar. — Tento afastar-me
novamente, mas ele me impede.

— Eu não quero que você supere isso — ele diz suavemente. —


Eu não quero que você me supere.

— O quê? — pergunto, surpresa.

— Ollie. — Ele segura meu rosto e passa o polegar sobre


minhas bochechas encharcadas de lágrimas. — Eu queria
conversar porque... porque não quero mais que isso seja um
acordo. Quero que sejamos reais.

A esperança brota em meu peito enquanto mais lágrimas


enchem meus olhos. Desta vez, são lágrimas de alegria. —
Realmente?

— Sim, mas preciso resolver algumas coisas. — Ele enxuga


outra lágrima. — Você achou que esse tempo todo eu iria cancelar
tudo?

Concordo com a cabeça, sentindo-me tola.


— Ollie, venha aqui. — Ele me puxa para seu peito forte e
envolve seus braços em volta de mim. Ele abaixa a cabeça e fala
perto do meu ouvido. — Estou perdendo a cabeça por sua causa.
Não há como eu simplesmente acabar com isso.

Eu choro em seu peito enquanto ele me abraça.

— Sinto muito por ter demorado tanto para chegar aqui — ele
sussurra novamente. — Mas não vejo uma situação em que não
tente fazer com que isso funcione para nós. Eu só... eu só preciso
conversar com você.

Olho para ele e passo o dedo sobre sua barba. — Desculpe-me


por não ter respondido suas mensagens. Eu estava tão mal.

— Eu não vou a lugar nenhum, baby. Ok?

Concordo com a cabeça e fico na ponta dos pés, dando um beijo


no canto de sua boca. Ele segura a parte de trás da minha cabeça
e inclina minha mandíbula para melhor acesso à minha boca.
Antes que eu saiba o que está acontecendo, seus lábios estão nos
meus e sua língua desliza contra a minha. Agarro seu paletó
enquanto deixo ele me levar para um passeio, sua boca fazendo
todo o trabalho.

É delicioso.

É significativo.

Nada neste beijo está morto.

É cheio de paixão e tudo que eu sempre quis quando se trata


desse homem.
Quando ele se afasta lentamente, ele segura minha cabeça e
abraça-me mais uma vez. — Porra, eu gostaria de não ter que ir
embora.

— Eu também. — Aliso minhas mãos sobre seu peito. — Você


vai me ligar quando pousar?

— Sim, amor... você responderá? — Ele levanta uma


sobrancelha para mim e eu rio enquanto aceno.

— Promessa.

— Bom. — Ele me beija mais uma vez e suspira. — Eu tenho


que ir.

— Ok, boa viagem. Mande mensagens, ligue, FaceTime, envie


nudes... tudo isso.

— Você faz o mesmo — ele diz e oferece-me mais um beijo antes


de ir embora. Ele se afasta, olha por cima do ombro e sorri para
mim.

Fique quieto meu coração... ele é tão sexy. Quando ele está fora
de vista, o segurança vem até mim com uma expressão de
expectativa no rosto.

Viro-me para a saída e digo: — Viu, eu disse que não estava


mentindo.

— Tudo bem, siga em frente.


Silas: Oi.

Ollie: Essa realmente será sua fala de abertura?

Silas: Seria mande-me uma foto.

Ollie: Você não está no avião?

Silas: Sim, mas ainda podemos enviar mensagens de texto.

Ollie: Ah, entendo, então o que você está tentando me dizer de


uma forma não tão sutil é que sente minha falta e mal pode esperar
até pousar para se comunicar.

Silas: Basicamente.

Ollie: Bem, para que você saiba, chorei no meu carro quando saí
do aeroporto.

Silas: Por quê?

Ollie: Porque estou feliz e com raiva de mim mesma por não ter
falado com você ontem. Eu poderia ter passado a noite com você.
Em vez disso, passei a noite com medo, meu estômago revirando.

Silas: Se ajudar, eu me senti da mesma forma.

Ollie: Posso perguntar uma coisa?

Silas: Pergunte-me qualquer coisa.

Ollie: Na sauna, você ficou bravo comigo?

Silas: Fiquei bravo com você? Você está brincando? Ollie, aquilo
foi... porra, eu ainda penso na sua boca no meu pau.

Ollie: Mas depois você parecia bravo. Tive medo de ter


pressionado demais.
Silas: Eu não estava com raiva e, se estivesse, provavelmente
estaria com raiva de mim mesmo por ceder quando estava tão
determinado a me conter.

Ollie: Tem certeza?

Silas: Positivo. Eu queria que você ficasse.

Ollie: Por que você não me impediu?

Silas: Algo que podemos conversar mais tarde. Posso fazer


FaceTime com você hoje à noite? Eu realmente preciso tirar uma
merda do meu peito.

Ollie: Sim, ligue a qualquer hora.

Silas: Obrigado.

Ollie: Posso contar uma coisa?

Silas: Sim.

Ollie: Você tem o pau mais lindo que já vi e já assisti a muito


filme pornô.

Silas: Ha ha.

Ollie: Sério, eu sonho com ele. Quero minha boca nele


novamente.

Silas: Baby, você vai me deixar de pau duro no avião.

Ollie: Só estou dizendo a verdade. Adorei cada segundo


chupando seu pau e quero fazer isso de novo.

Silas: Cristo.

Ollie: Já sinto sua falta.

Silas: Sinto sua falta.


Silas: Finalmente em nosso hotel.

Ollie: Ligue-me quando quiser, estou no meu quarto.

Pensei nessa conversa a noite toda e no que ele poderia dizer,


sobre o que poderíamos conversar. Até tentei descobrir o que
deveria vestir, o que parece tão estúpido, porque é uma conversa
telefônica, mas estou nervosa.

Decidi optar pelo moletom dele e manter as coisas do jeito que


ele me deixou, mas estou abraçada no cobertor pesado que ele me
deu, cercada pelo cheiro de sua colônia.

Meu telefone toca e eu atendo rapidamente, segurando-o na


minha frente.

Seu lindo rosto aparece e sinto tudo em meu corpo relaxar.

— Ei — falo suavemente.

— Ei, baby — ele diz enquanto se deita no travesseiro do hotel.

— Como foi o voo?

— Bom.

— Onde você está agora?

— Las Vegas — ele responde.

— Oh, os rapazes estão saindo para a cidade?

— Provavelmente alguns dos caras. A maioria de nós está


enfiada em nossos quartos.
— Eles encontraram algumas mulheres tentando entrar em
suas camas?

— Havia algumas no lobby, mas a segurança não as deixou


subir. Você precisa de um cartão-chave para chegar aos quartos.
E você percebe que não precisa se preocupar com isso comigo.

— Eu sei — respondo. — Eu simplesmente acho tudo


fascinante. A vida de um atleta profissional é um mundo diferente.
— Faço uma pausa e digo: — Ei, esse pode ser um bom artigo para
escrever. Você se importaria com isso? Se eu escrevesse sobre sua
rotina geral e compromisso em praticar seu esporte?

— Não, tudo bem. Escrevemos artigos sobre nós no mesmo


sentido.

— Isso não está chegando muito perto do conforto para você?


— eu pergunto.

— De jeito nenhum. Roberts pode gostar.

— Melhor do que minha ideia de nacho. — Eu suspiro. — Tenho


lutado com este artigo e Roberts está insistindo comigo para um
primeiro rascunho. Eu o pressionei o máximo que posso quando
se trata de prorrogação. Comecei a escrever algo sobre como os
Agitators são receptivos, mas não havia muita substância. Acho
que poderia trabalhar com isso.

— Sinta-se livre para perguntar-me qualquer coisa.

— Obrigada. Obrigada. — Eu fico confortável na minha cama.


— Então... sobre o que você quer falar?

— Nós — ele responde.

— Nós?
Ele passa os dentes sobre o lábio inferior e diz: — Isso teria sido
mais fácil pessoalmente, mas eu realmente preciso apenas...
apenas dizer isso.

— Ok — eu digo, ouvindo atentamente. — Prometo, o que quer


que você tenha a dizer, está seguro comigo.

— Obrigado, baby — ele diz suavemente, depois desvia o olhar.


Ele leva alguns segundos, mas ele finalmente diz: — Eu ia pedir
Sarah em casamento. — Oh, esta é a conversa que ele queria ter.
Bem, agora sinto-me uma idiota ainda maior, porque teria sido
melhor pessoalmente. — Achei que ela seria a garota com quem
passaria o resto da minha vida. — Eu sei disso, então apenas
aceno. — E escolhi um anel e tudo mais. Certa noite, depois de um
jogo, voltei para casa procurando por ela. — Seus olhos voltam-se
para o lado e posso dizer que isso é muito difícil para ele.

— Está tudo bem, Silas — eu digo. — Sem pressa.

— Cheguei em casa e a encontrei em nosso quarto com outra


mulher e um homem observando-as.

Minha respiração congela em meus pulmões enquanto tento


compreender o que ele está dizendo. Sarah o traiu... com outra
mulher e um homem?

— Oh, meu Deus, Silas. Sinto muito. — Não admira que ele
tenha problemas de confiança. Como posso não sentir nada por
esse homem?

Ele passa a mão pelo rosto e sussurra: — Porra, nunca disse


isso em voz alta antes.
— Eu posso entender o porquê. Isso deve ter sido muito difícil
para você.

— Foi — diz ele. — Eu fiquei... fiquei arrasado. Raramente


fazíamos sexo, especialmente no final do nosso relacionamento, e
então eu soube por quê. Eu fico me perguntando, há quanto tempo
ela estava me traindo? Ela deu a entender que definitivamente não
era a primeira vez que ela traiu. Então, por quanto tempo fui o
idiota que não sabia o que estava fazendo quando eu estava fora?
Ela disse quatro meses, mas porra, não acredito nela.

— Você perguntou a ela?

Ele balança a cabeça. — Não, provavelmente é melhor que eu


não saiba, porra. Isso só vai me deixar com mais raiva. E estou
tentando liberar essa raiva. Quero ser capaz de ser saudável para
você, Ollie, é por isso que estou contando isso, por que tem sido
tão difícil abrir-me com você, deixá-la entrar.

Sim, ela roubou a confiança dele e tornou impossível para ele


expor-se novamente. Não sei como alguém se recupera de uma
situação como essa.

— Entendo. E sinto muito por Sarah ter feito você passar por
isso. Ela não merecia você e provou isso. Não tenho muito a dizer
que seja útil, a não ser que serei paciente com você. Vou dar tempo.
Prometo que não vou forçar e sinto muito por ter pressionado
antes.

— Estou feliz que você tenha feito isso — diz ele. — Ou então
eu nunca teria deixado você entrar. Você me pressionando ajudou
a superar esse medo que estou segurando.
— Que medo é esse? — eu pergunto.

— Que talvez eu não mereça ninguém. Que algo está errado


comigo. Que não sou adorável e é por isso que Sarah me traiu.

— Silas. — Eu me sento. — Por favor, não acredite nisso, nem


por um segundo. Porque o homem que conheci é digno de todos ao
seu redor. Ele é leal e protetor e tão adorável. As pessoas que nos
machucam são as pessoas que estão sofrendo por dentro. Elas
machucam os outros porque não sabem como lidar com a dor
delas. Sarah é quem está errada. Ela é quem não é digna ou
adorável, não você.

Ele não diz nada, apenas olha para o lado.

— Ouviu?

— Sim — ele responde. — Porra. — Ele esfrega os olhos com a


palma da mão. — Sinto muito.

— Sente muito o quê?

— Por não ser forte o suficiente.

— Você não pode ser perfeito o tempo todo, Silas. Nenhum


humano é. A melhor coisa sobre nós, como humanos, é o quão
imperfeitos somos. Mostra como sobrevivemos, como viajamos
pela vida. Isso nos dá sabedoria e prática sobre como proteger
nosso futuro. Não há necessidade de ser sempre forte,
especialmente comigo.

Seus olhos conectam-se com os meus através do telefone, e


posso ver quanta tensão deles diminuiu. — Como você é tão
inteligente? — Porque durante os primeiros dezoito anos da minha
vida, minha avó fez questão de dizer isso. Que todo revés traz
crescimento. Resistência. Mesmo que meu pai tenha tentado me
dizer o contrário.

— Todos os meus anos ouvindo que não seria nada — digo. —


Você aprende rapidamente como abafar o ódio e, em vez disso,
desenvolvê-lo.

— Sou bom em abafar o ódio e usá-lo como combustível no gelo.

— Isso é diferente. Os esportes são diferentes. Isso é físico. O


que Sarah fez com você foi emocional, e ser emocionalmente
vulnerável é mais difícil do que arremessar um disco contra um
goleiro. — Molho meus lábios. — Mas estou tão feliz que você
compartilhou comigo, Silas. Significa mais para mim do que
qualquer coisa, e prometo, isso fica entre nós.

— Obrigado. — Ele faz uma pausa e pergunta: — Tudo isso faz


você me olhar de forma diferente?

— Sim — eu respondo. — Mas provavelmente não da maneira


que você está pensando. Isso faz com que eu me apaixone ainda
mais por você. Porque agora você deixou eu ver um pedaço do seu
coração. Eu vejo sua gentileza. Seu medo. Isso torna você mais
humano, e adoro isso. Na verdade, você está ainda mais sexy do
que antes.

Isso faz com que ele sorria. — Se isso fosse possível.

— Oh, meu Deus. — Reviro os olhos, fazendo-o rir.

— Com toda a seriedade, querida. Levarei um segundo para


processar tudo isso e não posso prometer que será fácil. Ainda
estou lutando com a confiança. Ainda tenho aquele medo
enraizado de abrir-me para os outros, então preciso que você seja
paciente comigo.

— Serei paciente, Silas, porque você vale a pena.


Silas: O que você está fazendo?

Ollie: Estou na aula agora, fingindo fazer anotações no meu


computador. Na verdade, estou mandando uma mensagem para
você e lendo um artigo sobre o tipo de treinamento que você faz.

Silas: Por que ler um artigo quando você pode perguntar?

Ollie: Não posso ter apenas uma fonte. É bom ter várias. Além
disso, estou entediada e não sabia o que você estava fazendo, então
isso foi uma coisa fácil de fazer para manter minha mente alerta.

Silas: Manter a mente alerta deve incluir prestar atenção nas


aulas.

Ollie: Uh-huh, e com que frequência você prestou atenção?

Silas: Muitas vezes.

Ollie: Por alguma razão, não acredito. Eu acho que você brincou
muito.

Silas: Não, gostei de aprender sobre músculos e essas coisas.


Foram as aulas de educação geral que quase me destruíram.

Ollie: Uma perda de tempo se você me perguntar. Nenhuma aula


de geografia me convenceria a mudar de curso. Isso é
absolutamente certo.
Silas: Para mim, era literatura inglesa.

Ollie: Foi porque eles não estavam lendo Harry Potter?

Silas: Praticamente.

Ollie: O que você está fazendo?

Silas: Acabei de aquecer as pernas. Agora, vendo Posey comer


um sanduíche de mortadela, estou totalmente enojado.

Ollie: Acho que ele precisa de uma mulher.

Silas: Acho que pode haver uma, mas não tenho certeza. Desde
o bar, ele tem estado um pouco estranho.

Ollie: Você quer dizer: Oh, o meu pau?

Silas: Estou tão feliz por ter dito que foi Posey.

Ollie: Ainda estou em dúvida sobre isso.

— Como vão as coisas com Ollie? — Pacey pergunta baixinho


enquanto nos sentamos no ônibus, voltando para o hotel. Vamos
ficar mais uma noite em Las Vegas e depois viajaremos para o
Arizona amanhã de manhã.

— Bem. Eu, uh, contei a ela tudo o que aconteceu com Sarah.

— Como ela lidou com isso?

— Muito bem. Parecia que um peso estava sendo tirado dos


meus ombros.

— Então você se sente melhor? Você está indo em frente?


Meu telefone vibra na minha mão com uma mensagem de texto
dela.

— Sim. Ela me faz sentir bem. Ela estranhamente me faz sentir


completo.

— Isso é bom, cara — diz Pacey. — Eu posso sentir seu alívio.


Sinto que você tem carregado esse peso nos últimos anos e agora
parece que você não está sozinho carregando isso.

— Não estou — digo enquanto olho para a mensagem dela.

Ollie: Parabéns pela vitória. Ligue-me quando chegar ao hotel.

— Você sempre ganha tanto assim? — Ollie pergunta, deitada


na frente do telefone. Ela disse que comprou um tripé para segurar
o telefone, para não precisar segurá-lo enquanto fala comigo. E
pela visão que tenho do sutiã esportivo, concordo que foi uma
compra incrível.

— Somos campeões, baby. Isso é o que fazemos.

— Oh, olhe para você todo arrogante.

— Você tem que ser, ou então você será comido vivo lá no gelo.

— Esta pode ser uma pergunta estúpida, mas você já brigou?

— Mais do que provavelmente consigo lembrar. Isso sempre


acontece. A tensão aumenta durante os jogos e o hóquei já é um
esporte físico.
— Bem, eu não gosto disso. Não quero ver você se machucar.

— Para se machucar é preciso perder a luta. Eu não perco.

— Você está estranhamente excitando-me.

— Sim? — pergunto levantando a sobrancelha.

— Sim, mas também pode ser por estar sentada aqui, olhando
para você sem camisa. Sério, Silas, seu corpo é incrível.

— Obrigado, baby.

— E não fui capaz de explorá-lo adequadamente da maneira


que gostaria. — Ela faz beicinho de brincadeira.

— De quem é a culpa?

— Sua — ela diz em um tom acusador. — Se você tivesse se


aberto um pouco antes, já saberia como é estar dentro de mim.

— Baby, não me torture.

— Você percebe que eu adoro sexo, certo? Adoro a sensação de


um orgasmo e não tive muitos orgasmos entregues por homens.
Yonny é o único outro cara que esteve dentro de mim. E ele não
gostava de nada, nem mesmo da minha boca.

— Eu desistiria de todas as minhas economias para ter sua


boca no meu pau agora mesmo.

— Eu também — ela diz enquanto molha os lábios. — Deus,


estou tão nervosa agora. Eu preciso de você, Silas. — Ela se senta
e levanta o sutiã esportivo sobre a cabeça, revelando seus seios.

— Porra... eu... — Meu pau fica duro em segundos.

— Nada parece certo quando você não está aqui. — Ela agarra
os seios e aperta os mamilos. — Nada parece igual. Agora que sei
como é quando você me dá um orgasmo, não consigo nem fazer
isso direito por mim mesma.

— Você precisa de alguma ajuda?

— Sim — ela diz.

— Então tire a roupa. Tire a roupa e abra as pernas na frente


da câmera. Eu quero ver essa boceta molhada.

— Deus — ela geme enquanto tira a calça de moletom e depois


descansa em um travesseiro e inclina seu corpo para que eu possa
ver seu rosto, seus seios sensuais e sua boceta. Suas pernas estão
completamente abertas.

— Baby, isso é tão gostoso.

— Diga-me o que fazer, por favor. Faça-me gozar, Silas.

Vendo o quanto ela precisa disso, o quanto nós dois precisamos


disso, eu digo: — Quero que você deslize os dedos para cima e para
baixo em seu corpo e ao redor dos seios, sem tocar nos mamilos.
— Quando ela começa a mover as mãos, aviso: — Simplesmente
assim, baby. Mais devagar, quero que você sinta como sua pele é
macia.

— Eu quero que seja você tocando-me.

— Em breve, Ollie, mas finja que sou eu. Saiba o quanto quero
esses peitos na minha boca, como quero chupá-los, apertá-los e
beliscá-los. Quero lambê-los, colocá-los na boca e passar horas
adorando-os. — Sua respiração fica rápida. — Deslize os dedos
para mais perto de sua boceta, provoque-se do jeito que eu
provocaria você. Aproxime-se da sua fenda, mas não se toque.
Sua mão abaixa e, quando ela chega perto o suficiente, sua
pélvis levanta-se. — Não toque nessa boceta, porra. É minha. —
Ela geme e arrasta a mão de volta pelo corpo. — É isso, baby,
avisarei você quando puder se tocar.

— Não me faça esperar.

— Não me diga como fazer você gozar — eu respondo.

Seus dentes rolam sobre o lábio inferior e um leve sorriso passa


por sua linda boca.

— Abra mais as pernas. — Quando ela faz isso, eu digo: —


Passe os dedos pela parte interna das coxas. Mas não toque na sua
boceta.

Ela leva as mãos às coxas, os dedos arrastando sobre a pele


aveludada.

— Faça círculos tão perto de sua boceta que você possa sentir
que fica cada vez mais molhada a cada movimento.

Seus mamilos franzem e seu corpo começa a se contrair


enquanto ela procura aquele toque.

— Porra, você me deixa tão duro — falo enquanto deslizo minha


cueca para baixo e agarro meu pau.

— Deixe-me ver — diz ela, olhando para o telefone.

Aponto o telefone para minha ereção e ela geme enquanto seus


dedos deslizam perto de sua boceta.

— Não se toque, Ollie.

— Não estou — diz ela, com a voz angustiada.

— Então coloque as mãos ao seu lado.


— Silas, por favor.

— Faça isso.

Ela se solta e fica ali deitada, completamente nua, com as


pernas abertas.

— Porra, basta olhar para você. Eu gostaria de estar aí,


comendo essa boceta molhada. Chupando seu clitóris, enfiando
meu pau com tanta força dentro de você que praticamente poderia
sentir o gosto do meu esperma no fundo da sua garganta.

Seu peito sobe e desce, suas mãos coçam ao lado do corpo e ela
molha os lábios.

— Silas, preciso de mais.

Eu bombeio meu pau. — Aperte seus mamilos, baby. Faça você


mesma gemer.

Suas mãos vão direto para os seios, e ela brinca com eles,
gemendo, dizendo meu nome, gritando a cada beliscão. Meu pau
fica mais grosso na minha mão.

— Meu pau está tão duro, Ollie. Merda... — Eu bombeio com


mais força. — Toque-se. Preciso ver você se dar prazer.

— Finalmente — ela diz enquanto desliza dois dedos contra o


clitóris e começa a fazer pequenos círculos. — Oh, merda — ela
grita. — Silas, estou tão molhada. Oh, meu Deus.

— É isso, baby, mantenha o ritmo. Preciso que você acompanhe


os meus movimentos. Aperte seu mamilo também. Eu quero que
você se marque. — Minha mão está frenética no meu pau agora,
pré-sêmen deslizando para o lado. — Jesus, estou bem aí.
— Eu também. Ah, merda, Silas... oh, meu Deus. — Seu corpo
fica rígido, suas pernas abrem-se ainda mais e sua mão move-se
tão rápido que envia uma onda quente de calor sobre mim
enquanto observo Ollie se dar prazer. É tão excitante que, em
segundos, meu pau incha e meu peito se enche de uma sensação
de euforia.

— Porra, estou gozando — falo logo antes de cair no limite, meu


esperma subindo pelo meu estômago.

— Eu... também — diz ela. Observo todo o seu corpo ter


espasmos enquanto seu corpo estremece de prazer. — Silas — ela
chama. Meu nome vindo de sua boca soa tão doce.

Quando ela finalmente recupera o fôlego e olha para mim, ela


tem uma expressão meio satisfeita no rosto. — Eu quero você,
Silas, quando chegar em casa. Eu preciso de você.

— Eu preciso da mesma coisa — eu digo.

Ela se senta e pega o telefone na mão, trazendo-o de forma que


apenas seu lindo rosto fique à vista. — Você vai levar-me para um
encontro?

— Eu vou.

— Você vai me deixar dormir na sua casa?

— Será um requisito.

Ela sorri. — É assim que vai ser? Quando você se for, é isso que
faremos?

— Eu com certeza espero que sim — eu respondo.

— Bom, porque eu posso lidar com isso.


Com a bolsa ao meu lado, eu saio do elevador e vou em direção
ao meu apartamento. Tivemos dois jogos fora de casa, o que foi
bom, começando fácil. Continuamos invictos, o que é um início de
temporada ainda melhor do que nas temporadas anteriores.
Parece que estamos todos correspondendo no gelo e o treinador
está muito feliz com isso.

No voo para casa, vi Posey sentado angustiado e tentei


perguntar o que estava acontecendo, mas ele não disse nada. Eu
me pergunto se foi por isso que ele brigou durante o nosso jogo.
Alguma coisa deve estar incomodando-o, mas nenhum de nós sabe
dizer o que é.

Tenho certeza que ele falará em breve. Ele sempre fala.

Quando chego à porta do meu apartamento, destranco-a e


abro, apenas para encontrar Ollie sentada no sofá, assistindo TV.
Quando sua cabeça se vira para olhar para mim, o sorriso mais
lindo que já vi cumprimenta-me.

Isso.

Isso é o que eu sentia falta.

Voltando para casa para alguém. Alguém ansioso para me ver.

Coloco minha bolsa de lado e fecho a porta no momento em que


ela vem correndo em minha direção. Ela pula em meus braços,
envolve as pernas em volta da minha cintura e cola seus lábios nos
meus.
Provavelmente a melhor recepção em casa que já recebi. — Oh,
meu Deus, você cheira bem — ela diz enquanto seus lábios
movem-se pelos meus. — Senti a sua falta.

Girando-nos, eu a prendo contra a porta. — Eu também senti


sua falta — digo, passando a mão pelos cabelos dela enquanto
meus lábios movem-se sobre os dela. — Porra, senti sua falta.

Ela me solta e puxa minha camisa que está usando pela


cabeça, deixando-a completamente nua.

— Inferno — murmuro enquanto agarro seu seio com força na


palma da mão. — Mal posso esperar. Eu preciso estar dentro de
você.

— Eu preciso de você também.

Então, com minha garota em meus braços, sigo para o meu


quarto e a deito em cima da minha cama, em seguida, pego sua
calça e a puxo para baixo, revelando uma pequena tanga preta. Eu
a arranco dela e depois tiro o moletom e a camisa e os deixo cair
no chão. Seus olhos caem sobre meu peito enquanto sua mão
passa entre as pernas, onde ela começa a se tocar.

— Você está tomando contraceptivo? — pergunto a ela.

— Sim — ela responde.

— Posso foder você sem camisinha?

Sua voz fica presa na garganta e ela balança a cabeça. — S-


Sim.

Minha espinha treme de antecipação, e tiro meu jeans e meias,


apenas para sentar na beira da cama e deitar totalmente para trás,
meu pau esticando até meu estômago.
— Monte-me — eu digo. — Mas não me deixe penetrar em você.
Quero ver o quão escorregadia é essa boceta. — Encosto na
cabeceira da cama enquanto ela monta em minhas pernas. Eu
pego seus seios em minhas mãos enquanto ela abaixa sua boceta
sobre meu pau. — Monte esses piercings, baby.

Seus olhos ficam famintos. Ela conecta seu corpo ao meu, e


sua cabeça cai para trás em êxtase enquanto ela move lentamente
seu centro liso sobre meu pau.

— Oh, meu Deus, Silas, isso parece... isso é incrível.

— Você é incrível — digo enquanto ela cai para frente. Trazendo


seu seio para minha boca, concentro-me em sua aréola e mamilo,
girando em torno deles com minha língua, sacudindo e
mordiscando apenas o suficiente para que ela respire fundo. Com
a minha mão, faço a mesma coisa com o outro seio enquanto ela
continua balançando em mim.

— Eu posso gozar assim — diz ela, com as mãos caindo no meu


peito, a pélvis levantando um pouco para conseguir um ângulo
melhor. — Porra, já estou perto.

— Então goze. Use-me, foda-me assim. Até que sua voz fique
rouca.

Seus lábios rolam juntos, seus olhos fecham-se e seu ritmo


acelera, suas estocadas tornam-se mais fortes e profundas. Tão
excitada, tão molhada, ela não para. Seu corpo fica vermelho, seu
estômago esvazia, e observo enquanto ela aperta apenas para se
soltar.
— Porra! — ela grita enquanto seu corpo ondula sobre o meu,
uma e outra vez, aproveitando seu orgasmo até que não haja mais
nada para aguentar, e então ela desaba em cima de mim. Eu a rolo
de costas e abaixo minha cabeça entre suas pernas, onde
pressiono minha língua em sua protuberância, fazendo-a
estremecer em resposta. Pressiono novamente, vendo o quão
sensível ela é, e quando ela abre as pernas, passo minha língua
contra seu clitóris. Ela geme, arqueando as costas, o braço caindo
sobre os olhos enquanto seu corpo se torce e se contorce. — Não
posso, não posso gozar de novo.

— Relaxe, baby — eu digo, e ela relaxa. Aproveito esse momento


para arrastar minha língua lentamente sobre sua fenda. Uma,
duas, três vezes.

Sua respiração fica presa.

Sua boca se abre.

Em segundos, ela está desmoronando contra a minha língua


também, seus gemidos criando tal necessidade que quando ela
está completamente saciada, eu a viro de bruços, pego um
travesseiro e o enfio sob sua pélvis para mantê-la apoiada.

Aliso minha mão sobre sua bunda firme e dou um tapa forte,
adorando o jeito que ela geme e o eco de sua pele enchendo o ar.

— Sua bunda é perfeita — eu digo, deslizando meus dedos por


sua fenda. — Você já foi fodida aqui?

Ela balança a cabeça. — N-Não.


— Você vai ser. — Dou um tapa na bunda dela novamente. —
Agora que você é minha... todo o seu corpo é meu para foder.
Entendido?

— Sim — ela diz enquanto suas mãos enrolam-se no edredom.

— Mas eu preciso dessa boceta.

Movo meu polegar sobre sua excitação, girando em torno de


sua entrada, e posiciono meu pau onde quero. Estou tão pronto
para isso que não consigo respirar antes de começar a deslizar
para dentro.

— Porra, esse lindo buraco rosa é tão apertado. — Faço uma


pausa, recuperando o fôlego. — Baby...

Ela parece uma virgem. Mal consigo entrar.

— Eu preciso que você relaxe.

— Estou relaxada — diz ela. — Apenas empurre, Silas. Estou


bem, juro.

Rangendo os dentes, empurro com mais força e deslizo alguns


centímetros. — Puta... merda — eu resmungo, meu pau pronto
para explodir de quão apertada e quente ela é.

— Mais — ela diz, balançando os quadris contra mim.

Não posso negar o que ela quer, então empurro mais até chegar
ao fundo, totalmente dentro.

— Jesus, você está bem? — pergunto, sentindo-me zonzo, tonto


por causa do aperto que ela tem sobre mim.

— Estou tão perfeita — ela responde e começa a mover os


quadris.
— Baby, não se mova. Por favor... porra. — Ela move a pélvis e
eu igualo o impulso, porque estou desesperado pelo calor, pela
fricção. — Eu não vou durar.

Não.

Vou gozar em menos de trinta segundos.

— Sinto muito — digo enquanto agarro seus quadris e começo


a bombear. — Porra, desculpe-me. — Eu não consigo controlar-
me. Eu não consigo parar. Bombeio cada vez mais forte,
empurrando tão rápido que começo a desmaiar. O aperto que a
boceta dela tem no meu pau é tão intenso que não consigo ver
direito.

Perco toda a noção de tudo ao meu redor. Tudo o que procuro


é o meu prazer. Essa liberação que preciso.

Empurro.

Mais.

E mais.

E de novo.

Estou bombeando com tanta força e nossas peles batem tão


alto que juro por Deus que meus vizinhos podem nos ouvir.

— Estou aí, oh, merda, estou bem aí — gemo. A escuridão turva


minha visão, um foguete de prazer sobe pela minha espinha e
explode direto do meu pau. — Uhhh, porra. — Eu ainda estou
segurando seus quadris. Gozo dentro dela, assim como sua boceta
tem espasmos ao meu redor, e ela goza pela terceira vez, fazendo
meu orgasmo durar mais. Eu não consigo respirar, porra.
Caio para o lado e sinto meu peito arfar enquanto tento
recuperar o fôlego. Lentamente, minha visão volta bem a tempo de
ver Ollie deitada em cima de mim. Minhas mãos a envolvem e eu
a puxo com força.

— Nunca na minha vida gozei tão forte — digo.

— Eu... também não. Ou tanto. — Ela beija meu queixo e


depois minha bochecha, meu nariz e depois minha boca. Separo
meus lábios e permito que ela fique comigo por alguns segundos
antes de soltar-me e descansar a cabeça no meu peito. — Silas?

— Hum? — falo, acariciando suas costas.

— Acho que você acabou de me arruinar para todos os homens.

— Bom. — E então acrescento: — Viu o que acontece quando


você transa com um homem de verdade?

Ela ri. — Posso admitir quando é provado que estou errada.


Namorar um homem mais velho é muito melhor.

— Com certeza, baby.

— Você está realmente preparando o café da manhã para mim


ou estou imaginando isso? — Ollie pergunta, vindo por trás de mim
e beijando minhas costas nuas enquanto suas mãos descansam
em meus quadris.

— Espero que você goste de omeletes.


— Adoro isso — ela diz enquanto desligo o fogão e viro-me para
encará-la.

Ela está usando uma das minhas camisas e fica tão bem nela.
Eu realmente pergunto-me como tive essa sorte de chamá-la de
minha.

Eu levanto seu queixo e digo: — Bom dia.

— Bom dia. — Suas mãos envolvem-me e mergulham sob o cós


da minha cueca, onde ela agarra minha bunda.

— Você vai me deixar duro.

— Bom.

— Café da manhã primeiro, depois eu vou foder você.

— Tudo bem, mas coma rápido.

Eu rio e tiro suas mãos da minha bunda. — Pegue café da


cafeteira para nós.

Ela olha para a cafeteira e diz: — Para um homem que tem todo
esse dinheiro, estou surpresa que você não tenha uma máquina
mais sofisticada.

— Não há necessidade quando gosto de preto — respondo. —


Não se preocupe, tem creme e essas merdas na geladeira para
você.

— Ah, você comprou isso só para mim?

— Comprei — respondo.

Ela tira duas xícaras do suporte para xícaras ao lado da


cafeteira e as enche. Ela então vai até a geladeira, onde faz uma
pausa por um momento. — Silas, há cinco cremes diferentes aqui.
— Eu não sabia o que você gostaria.

— Quando você os comprou?

— Esta manhã — respondo enquanto coloco a omelete bem


grande no prato e a divido ao meio. Sirvo a outra metade para ela
e depois pego a torrada de trigo integral da torradeira e espalho
manteiga nas duas fatias. Juntos, levamos os pratos, talheres e
xícaras para a mesa. Eu me sento e puxo a mão dela para que se
sente no meu colo.

— Sabe, há uma cadeira perfeitamente boa ali — ela diz


enquanto eu beijo seu pescoço.

— Eu sei, mas fiquei com inveja de ver meus amigos sentados


com suas garotas assim. É a porra da minha vez.

Ela passa o braço em volta dos meus ombros e beija minha


bochecha. — Isso é realmente muito fofo.

Passo a mão sobre sua coxa e pego meu garfo. — Sabe, acho
que nunca lhe agradeci.

— Pelo quê? Por ter feito você desmaiar quando chupei você
ontem à noite?

Eu rio levemente. — Não, isso não, mas essa boca — eu a beijo


levemente — é pecaminosa pra caralho.

— Obrigada.

— Mas não era disso que eu estava falando. — Esfrego sua coxa
suavemente. — Obrigado por ser paciente comigo. Ainda tenho
muito que resolver na cabeça, mas agradeço por você não ficar
frustrada comigo.
— Como eu disse — ela passa o polegar sobre meu lábio — você
vale a pena, Silas.

Mordo seus lábios e ela sorri, retribuindo o beijo antes de voltar


para o café da manhã. — Então, tenho muitas coisas que quero
fazer com você.

— Como o quê? — pergunto.

— Bem, em primeiro lugar, quero experimentar meu vibrador


em você. Eu também tenho um anel peniano que estou de olho e
quero colocar em você. Além disso, o que você acha sobre um
pouco de bondage?

Eu rio. — Meu Deus, Ollie, pensei que você estivesse falando


de atividades normais.

— Os anéis penianos não são atividades regulares?

— Não. — Eu rio um pouco mais e depois beijo seu ombro. —


Mas estou pronto para o que você quiser.

— Sério?

— Sério. Só não me machuque. Ainda tenho que jogar hóquei.


Se minhas bolas estiverem espancadas e machucadas, vou ter
muita dificuldade para patinar.

— Eu amo suas bolas. Eu nunca iria machucá-las.

— Bem, isso não é algo que eu já ouvi.

— Porque minha antecessora não sabia valorizar seu homem.


— Ela beija meu peito e desce a mão em minhas bolas, onde as
segura levemente. Eu solto um suspiro profundo, tão contente
enquanto ela segura-me. — Você se depila?
— Sim — eu respondo.

— Foi o que pensei, nunca as vi sem pelos assim e sinto que


não consegui ter o suficiente delas na boca ontem à noite.

— Sim, eu poderia dizer.

Ela pega um ovo e diz: — Posso perguntar uma coisa, e não


estou perguntando para receber elogios ou algo assim, apenas
uma curiosidade genuína?

— Claro.

— Bem, Yonny nunca gostou de ter seu pau chupado, e eu não


sei por quê. Ele não gostava muito de sexo em geral, e eu sempre
achei isso estranho. Você acha que isso tem alguma coisa a ver
com a minha... técnica bastante agressiva?

— Porra... não — eu respondo. — Isso foi tudo culpa dele. Baby,


quando digo que você é facilmente o melhor boquete que já tive,
estou falando sério.

Ela se vira para mim. — Realmente?

— Realmente.

Ela se vira e agora está montada em mim, e é aí que percebo


que ela não está usando calcinha. Deslizo minhas mãos sob sua
camisa e, em seguida, tiro-a de seu corpo e a coloco na mesa.
Então tiro meu pau já duro da cueca e sussurro: — Foda-me.

— Eu estive esperando — ela diz logo antes de levantar-se,


posicionar meu pau em sua entrada e abaixar-se.

Cristo...

Ela é o paraíso absoluto.


Ollie: Foi muito difícil encobrir todas as suas marcas de mordida
esta manhã.

Silas: Eu deveria sentir-me mal por isso?

Ollie: Um pouco de simpatia seria bom.

Silas: Não sinto muito. Deixe todos saberem a quem você


pertence quando perguntarem sobre elas.

Ollie: Vou começar a mordiscar seu pau, para que seus


companheiros saibam a quem você pertence.

Silas: Agradeço. Mordisque à vontade.

Ollie: Não me ameace com diversão.

Silas: Tenho certeza que seria um bom momento para mim.

Ollie: Já disse o quanto amo seu pau?

Silas: Nem de longe o suficiente.

Ollie: Eu penso nisso constantemente.

Silas: Mais uma vez, não me deixe duro na frente dos meus
amigos.

Ollie: Você não consegue se controlar?

Silas: Você não consegue controlar a si mesma?


Ollie: Não. Acostume-se.

Silas: Pelo menos você é honesta.

Ollie: Você virá à minha casa depois do jogo hoje à noite? Eu


tenho planos.

Silas: Estarei onde você quiser.

Ollie: Boa resposta. Boa sorte esta noite.

Silas: Obrigado, baby.

— Seu sorriso é contagiante — diz Ross enquanto chega ao meu


estande no sindicato estudantil, onde estou comendo uma salada.
— E você fez um péssimo trabalho cobrindo seus chupões.

— Eu estava contando a Silas como foi muito difícil encobri-los.


— Guardo o artigo no qual estou trabalhando e volto minha
atenção para Ross, que está sentado à minha frente. — Como vai
você?

— Bem. — Ele sorri. — Vi Ian ontem à noite.

— Você viu?

Ross assente. — Ele me levou a uma churrascaria muito legal.


Passamos a noite inteira conversando sobre tudo e nada, e quando
chegou a hora de nos despedir, ele perguntou se eu queria ir para
a casa dele.

— Por favor, diga-me que você disse sim.


— Claro que disse. — Ele se inclina para frente e sussurra: —
Corpos de hóquei são diferentes de tudo que já toquei.

— Conte-me sobre isso — eu digo, pensando em Silas e em seu


corpo nu.

— Peito largo, cintura fina, músculos por toda parte. — Ross


suspira. — Sinceramente sinto-me inferior quando estou perto
dele. Sinto que tenho que me esforçar mais.

— Pare com isso — eu digo. — Você tem um corpo incrível, e se


Ian não pensasse assim, ele não estaria convidando você para ir
para a casa dele.

— Verdadeiro. — Os cantos de sua boca levantam-se. — Ele é


um mestre, Ollie. Ele é dono de todas as partes do quarto.

— Isso é tão excitante.

— Silas é da mesma maneira?

— Ele é — eu digo, pensando em nossa noite juntos. — Ele


gosta de controlar todos os aspectos do que fazemos. Ele me diz o
que fazer, mas também pergunta o que eu preciso. Ele é atencioso
e cuidadoso. Ele prefere me dar prazer, e eu prefiro dar prazer a
ele, então às vezes parece que estamos brigando para ver quem
fará o outro gozar.

— Eu pude ver isso nele. Também posso ver isso nas marcas
de mordidas em todo o seu pescoço.

Pressiono minha mão em meu pescoço. — As coisas ficaram


um pouco fora de controle ontem à noite.

— Todos no campus podem ver isso.


— Você tem alguma marca de mordida? — pergunto.

— Não, mas Ian adorou bater na minha bunda ontem à noite,


então está um pouco dolorida.

Estendo a mão por cima da mesa e pego a mão de Ross. — Oh,


meu Deus, Silas fez isso comigo. Nunca levei uma surra antes e
juro que quase gozei quando ele fez isso pela primeira vez.

— Sério? Tive que me acostumar com isso, mas depois que me


acostumei, gostei muito de como ele deu um tapa e depois passou
a mão no local onde me bateu.

Balanço minha cabeça em descrença. — Como tivemos tanta


sorte? Não parece estranho que tudo esteja se encaixando para
nós?

— Sim. Sinto que algo está se formando e não pode ser bom.

— Ou você pode pensar como se tivéssemos conquistado isso


na vida — digo, tentando encontrar o lado positivo de tudo isso. —
Só porque as coisas estão dando certo, não significa que vão dar
errado.

— Eu sei, mas minha vida amorosa tem sido, na melhor das


hipóteses, trágica — diz Ross. — E a sua também. Yonny era tudo
menos um bom namorado. Ele era terrível, e então você beija
aleatoriamente um cara em um bar, e ele é o deus do sexo que você
sempre sonhou? Isso não parece bom demais para ser verdade?

— Um pouco — eu digo, pensando sobre isso. — Mas acho que


Silas e eu deveríamos nos conhecer. Foi um risco beijá-lo
aleatoriamente para que eu pudesse provar que Candace estava
errada e enfiar isso na cara dela? Claro. Mas parece que
deveríamos nos encontrar naquela noite. Ele ajudou a sentir-me
confiante e bonita novamente, enquanto eu o ajudei a encontrar
valor em si mesmo depois de ser traído... uh... — Desvio o olhar.
Porra. — Quero dizer, depois que ele e a ex terminaram.

Ross faz uma pausa e estuda-me. — O que você ia dizer? — Eu


mordo meus lábios, amaldiçoando-me mentalmente. — Você ia
dizer que Silas foi traído?

O pânico me atinge. — Não, ele, uh... eles simplesmente


terminaram. É isso. Eu não ia dizer traído. — Como se meu pânico
fosse crível. Deus, como eu poderia ter dito isso em voz alta? Tão
casualmente? Jurei para ele que nunca diria nada e aqui estou,
quase jogando a bomba. O que diabos há de errado comigo?

Traição absoluta. Lágrimas enchem meus olhos enquanto


minha garganta fica apertada.

Ross percebe meu pânico e estende-se por cima da mesa para


pegar minha mão. — Não direi nada, juro pela minha vida, Ollie.

Concordo com a cabeça, acreditando nele, mas ainda me


odiando. — Ok...

Ele aperta minha mão. — Prometo.

— Obrigada — respondo solenemente.

— Ei. — Ele aperta minha mão novamente. — Vai ficar tudo


bem. Vocês dois foram feitos para se encontrarem. Eu sei isso. —
Concordo com a cabeça enquanto uma lágrima escorre pela minha
bochecha. — Não fique chateada.
Eu limpo minha bochecha. — Jurei que não diria nada. —
Respiro fundo e pego um guardanapo para enxugar os olhos. —
Deus, eu sou uma idiota.

— Está tudo bem, Ollie. Ei, que tal conversarmos sobre outra
coisa? Como está o artigo?

Sim, vamos falar sobre qualquer coisa que não seja a traição
que fez com que Silas fechasse seu coração.

— Bom — respondo, tirando o pânico da minha voz. — Estou


quase terminando. Tenho alguns retoques finais, mas realmente
espero que Roberts goste. Mergulhei no dia a dia de um jogador de
hóquei, com o que ele lida, seus compromissos, e até mencionei a
organização dos Agitators. Como eles protegem seus jogadores a
todo custo e como os jogadores obedecem a padrões mais elevados.
Mas é por isso que eles são campeões. Eu realmente espero que
seja o que Roberts está procurando.

— Não tenho certeza se é exatamente isso que ele está


procurando, mas também acredito que será cativante e ele deixará
passar.

— Espero que sim — eu digo. — Eu realmente trabalhei duro


nisso.

— Você deixou Silas ler?

— Sim, ele leu esta manhã e aprovou. Então ele fez sexo oral
em mim.

Ross ri. — Esse homem adora boceta, não é?

Eu rio e aceno com a cabeça, sentindo-me um pouco melhor.


Eu sei que posso contar com Ross. Estou feliz que foi com ele que
escorreguei e não com outra pessoa. — Ele adora. E eu amo que
ele adora tanto.

— Eu aposto que você ama. — Ross mexe as sobrancelhas.

Entro na pitoresca cafeteria e olho em volta. Vigas expostas


correm ao longo do teto enquanto uma variedade de plantas decora
o espaço, fazendo com que pareça uma selva. Daí o nome Jungle
Café. Nunca estive aqui, mas desde o piso de madeira de pinho até
o aroma delicioso e as cabines adoráveis que se estendem por pelo
menos dois metros de altura e conectam luminárias de uma ponta
à outra, não há dúvida de que trarei Ross aqui para fazer algum
trabalho.

Pelo canto do olho, vejo alguém acenando, então viro-me e


encontro Winnie com duas xícaras grandes na frente dela.

Atravesso as mesas e sento-me na cadeira em frente a ela. —


Oh, meu Deus, é adorável aqui.

— Eu sei. É meu lugar favorito para fazer meu trabalho. — Ela


me entrega uma xícara. — Caramelo com leite, só para você.

— Você é tão doce. Obrigada.

— Estou feliz por termos encontrado algum tempo a sós para


sentar e conversar. — Winnie é provavelmente a pessoa mais fofa
de todas. Um sorriso tão brilhante com cabelos loiros dourados e
uma personalidade acolhedora. É óbvio por que Pacey se
apaixonou por ela e rapidamente. Eles formam um casal tão fofo.

— Sou grata. Essa coisa toda de namorar um jogador de hóquei


é completamente nova para mim.

— Bem, serei sua guia e ajudarei você a enfrentar os obstáculos


inesperados. Além disso, será bom conhecer alguém que também
está passando por isso.

— Você não é próxima de Penny, a garota de Hornsby?

— Sim — responde Winnie. — Mas ela também está muito


grávida, então está em um nível diferente.

— Ooof, não quero que isso aconteça comigo nem por um


momento.

Winnie ri. — Você tem muito tempo para se preocupar com isso.
A menos que... você não tome cuidado com Silas.

Levo meu café aos lábios. — Eu sou cuidadosa. Muito


cuidadosa.

— Bom. — Ela sorri. — Estou muito feliz que Silas encontrou


você. Eu sei que já disse isso antes, mas estou. Ele é um cara tão
bom. É ótimo vê-lo feliz.

— Bem, ele também me faz feliz.

— Espero que isso não seja muito presunçoso, mas ele contou
a Pacey e a mim sobre seu acordo falso.

— Imaginei que ele contou.

— Como diabos você teve confiança para simplesmente ir até


ele e beijá-lo? Duvido que algum dia consiga fazer isso.
— O desespero nos leva a fazer coisas engraçadas. — Coloco
meu café na mesa. — Tem uma garota com quem trabalho que eu
não suporto. Ela é o tipo de pessoa que age cordialmente na sua
cara enquanto insulta furtivamente e, quando você não está por
perto, planeja como derrubá-la.

— Oh, você não ama pessoas assim?

— Sim, elas são as melhores — falo revirando os olhos. — Bem,


ela está perseguindo-me desde que peguei um de seus post-its e
não desistiu. Ela até ficou encarregada das tarefas de final de verão
e deu-me hóquei, algo sobre o qual eu não sabia nada. A noite em
que descobrimos foi a noite em que conheci Silas. Ela me incitou
no bar em que estávamos, e foi quando descobri que ela estava
namorando meu ex.

Winnie estremece. — Ufa, isso não poderia ter dado certo.

— Não deu. Queria salvar a cara e disse que meu namorado


também estava no bar. Quando eles não acreditaram em mim, vi
Silas sozinho, fui até ele e disse que iria beijá-lo. Quando ele não
me disse não, eu o beijei.

Winnie ri. — Isso é tão incrível.

— Depois disso, fizemos um acordo de ajuda mútua, que vocês


já conhecem. Honestamente, não pensei que isso iria transformar-
se nisso, mas se eu olhar para trás, pergunto-me como não
poderia. Silas é diferente de qualquer pessoa que já conheci. A
maneira como ele garante que estou bem, que tenho tudo que
preciso... — Pressiono minha mão nos colares que ele me deu. —
Ele é realmente tudo que eu quero.
— Isso me deixa muito feliz. Vocês dois são realmente os mais
fofos.

— Obrigada. Eu gostaria que não tivéssemos começado esse


relacionamento durante a temporada, porque isso torna tudo mais
difícil, mas estamos resolvendo isso.

— É difícil, com certeza — diz Winnie. — Mas tem seus bônus.

— Oh?

Winnie olha para o lado. — Você já experimentou a adrenalina


do sexo pós-jogo?

Eu me animo. — Quer dizer, fizemos sexo depois do jogo dele e


foi o sexo mais incrível de toda a minha vida.

Winnie balança a cabeça lentamente ao levar a xícara à boca.


— Espere isso depois de cada jogo em casa. Todos... os jogos... em
casa.

Minhas mãos começam a suar só de pensar naquele tipo de


orgasmo acontecendo dia sim, dia não. — Sério?

— Sim. Até perguntei a Penny, a mesma coisa com ela. Eles


têm tanta energia e adrenalina que se tornam feras raivosas depois
dos jogos. Eu nem me preocupo mais com roupas quando Pacey
chega em casa. Ele sabe exatamente onde me encontrar, nua e na
cama.

— Pacey é o melhor sexo que você já teve?

— Sem dúvida. E você e Silas?

— Ele é — respondo, meu peito cheio por este homem. — Ele é


o melhor de todas as maneiras.
— É tão libertador poder conversar sobre essas coisas com
alguém. Não posso conversar com minha melhor amiga Katherine
sobre isso, porque ela é um pouco tensa e pudica. E então Max,
meu outro melhor amigo, bem, ele fica perguntando-me quando
vou apresentá-lo a Ian Rivers.

Estremeço. — Uh... eu posso ter feito Silas apresentar meu


amigo Ross a ele.

— Nããão — diz Winnie, mordendo o dedo. — Merda, eles se


deram bem?

Eu aceno lentamente. — Eles se deram bem.

— Merda. — Winnie recosta-se no encosto da cadeira. — Max


com certeza vai me matar.

Eu rio. — Desculpe.

Winnie acena para mim. — Não se desculpe. É minha culpa.


Eu deveria tê-lo apresentado antes. Ugh... o que diabos eu vou
dizer? — Winnie bate no queixo. — Suponho que seu amigo Ross
e Ian não estariam interessados em um ménage à trois?

— Eu sempre posso perguntar — digo enquanto nós duas


rimos.

A porta do meu dormitório abre e fecha.

A antecipação queima através de mim enquanto espero na


minha cama.
Estive pensando em Silas o dia todo. Eu até assisti ao jogo dele
com Ross. Eles venceram novamente e Silas marcou tão bem
quanto Holmes. Ele parecia tão suave lá no gelo. Estou realmente
impressionada com seu talento.

Depois do jogo, voltei para minha casa, tirei o moletom e


coloquei uma calcinha de renda que mal cobre minha bunda.
Combinei com um top preto, algo que sei que ele adora. Pensei em
ficar nua, como Winnie disse, mas também gosto muito da ideia
de Silas tirar minha roupa.

Ele entra na parte principal do meu quarto, e quando o vejo


aparecer, vestido de terno, com o cabelo molhado do banho, sinto
todo o meu corpo esquentar como se estivesse diante de um fogo,
com chamas acesas.

Seus olhos ansiosos percorrem-me da cabeça aos pés, e quando


ele alcança meu rosto, ele diz: — Você está linda pra caralho, baby.

Sorrio. — Você também.

Ele desabotoa o paletó e o tira, colocando-o sobre a minha


mesa. Ele também tira os sapatos e fecha o espaço entre nós.
Gentilmente, ele desliza a mão por trás da minha cabeça e beija-
me levemente, aumentando imediatamente minha necessidade por
ele.

Agarro sua camisa com força enquanto ele desliza a mão por
baixo da minha calcinha e enfia os dedos na minha pele. Gemo
contra sua boca, e ele me coloca na beira da cama, onde sento-me,
liberando sua boca da minha.
Parado na minha frente, com uma protuberância óbvia na
calça, ele desabotoa os botões da camisa branca. Então ele a tira
da calça, deixando-a aberta para que eu tenha um vislumbre de
seu corpo bem esculpido. Ele então desfaz o cinto e a calça e a
deixa aberta também.

— Você fez um bom jogo hoje — falo enquanto me levanto e tiro


a camisa de seus ombros duros.

— Você assistiu? — ele pergunta enquanto minhas mãos vão


para sua calça, e eu a empurro para baixo também, deixando-o
apenas de cueca.

— Sim, Ross e eu assistimos. Ele está realmente gostando de


hóquei. Ele ficou mandando mensagens de texto para o Sr.
Mostarda durante todo o jogo.

Silas tira a calça logo antes de eu puxá-lo para a cama e colocá-


lo encostado na cabeceira da cama. Eu monto em seu colo,
sentando em cima dele.

Suas mãos imediatamente caem em minhas costelas, seus


polegares provocando meus seios. — Você sabe quantas vezes você
usou um desses tops e tudo que eu queria fazer era levantá-lo para
chupar e brincar com seus peitos?

— Toda vez? — pergunto, desenhando círculos em seu peito.

— Sim. Toda maldita vez. — Ele solta um suspiro constante.

— Você já pensou em mim enquanto se tocava?

— Muitas vezes — ele responde. — Muito mais vezes do que


gostaria de admitir.
Passo meu dedo sobre seu mamilo e sinto sua pélvis mover-se
sob mim. — Acho tão excitante pensar em você se masturbando
pensando em mim. — Suas mãos alcançam meu top curto e
seguram meus seios. — Você já se sentiu satisfeito depois?

— Nunca — ele responde, sua voz ficando mais profunda


enquanto meus quadris movem-se sobre os dele. — Sempre senti
que precisava de mais, que precisava da coisa real.

— Você tem a coisa real agora — eu respondo.

— Sim — ele respira enquanto eu o agarro. — E estou tentando


não perder a cabeça enquanto você se move sobre de mim. Não
posso simplesmente sentar aqui e conversar como se todas as
minhas células cerebrais não estivessem se desintegrando a cada
segundo.

Eu sorrio. — Então diga-me o que você quer fazer comigo.

— Foder. Forte. Rápido. E então fazer tudo de novo. — Ele rola


meu mamilo com os dedos.

Eu rio e balanço minha cabeça.

— O quê? — ele pergunta.

— Winnie estava certa.

— Ela estava certa sobre o quê?

Eu salpico beijos ao longo de sua mandíbula enquanto ele


aperta meus mamilos agora, causando uma onda de excitação
entre minhas pernas. — Que existe uma adrenalina sexual pós-
jogo que vocês têm. — Beijo sua bochecha, depois seus lábios,
depois seu queixo.
— Existe, e se eu não foder você logo, vou enlouquecer.

Eu rio e levanto os braços para ele tirar minha camisa. — Bem,


foda-me então.

Ele rapidamente tira minha camisa, depois vira-me de costas e


segura minha calcinha. Ele a arranca e a joga no chão antes de
abrir minhas pernas e se abaixar.

— Espere — falo, parando-o. — Eu quero que você coloque algo


primeiro.

O olhar confuso em seu rosto é tão fofo. — Você quer que eu


use camisinha?

— Não. Na minha mesa de cabeceira há um anel peniano.


Coloque-o.

Seus olhos ficam escuros antes que ele abra a gaveta da minha
mesa de cabeceira e encontre o anel peniano preto. Ele o segura
entre nós e diz: — Coloque em mim.

Ele não precisa pedir-me duas vezes. Eu o faço sentar para que
eu possa tirar sua cueca. Quando seu pênis ereto aparece, não
consigo evitar. Eu mergulho e chupo a ponta.

— Baby — ele diz, mudando meu cabelo para o lado para que
ele possa observar minha boca. Dou-lhe alguns puxões antes de
soltá-lo e deslizo o anel peniano em volta da base dele e, em
seguida, com um sorriso, ligo-o. Seu corpo sacode e suas mãos
agarram o colchão. — Puta que pariu.

— É bom? — pergunto enquanto rolo minha língua pela cabeça


novamente.
— Sim — ele diz, sua cabeça caindo para trás na cabeceira da
cama. — Porra, sim, é bom.

A satisfação corre através de mim enquanto deslizo seu pau


dentro da minha boca. Sinto a vibração contra minha língua e, à
medida que o aprofundo, desfruto da restrição que tenho sobre ele,
da tensão em suas coxas e da rigidez em seu corpo. Nada é mais
sexy para mim do que ser capaz de fazer um homem gozar na
minha boca. Adoro ter esse tipo de controle. Esse tipo de poder.

Eu puxo até a ponta e depois passo minha língua pelos seus


piercings, demorando em cada um deles. Quando chego à base
onde o anel peniano está vibrando, volto para cima, mordiscando
todo o caminho.

— Merda. — Ele aperta a mandíbula. — Mais. Chupe-me


profundamente de novo.

Amando que ele adora minha boca, separo meus lábios e levo-
o para o fundo da minha garganta novamente. Sua circunferência
não me incomoda, nem seu comprimento. Eu me deleito com isso.
E como não pareço ter reflexo de vômito, sou capaz de levá-lo
profundamente.

Repito minha pulsação sobre sua ereção tensa algumas vezes


até que ele solta um rosnado alto, fazendo-me parar. Olho para
cima bem a tempo de senti-lo levantar-me de seu pau e jogar-me
de costas na cama. Seus olhos enlouquecidos encontram os meus.
— Estou gozando nessa boceta perfeita, não na sua boca.

Sim, por favor.


Sua mão forte desliza pela minha barriga, pelos meus seios e
até meu pescoço, onde ele me agarra.

— Eu preciso muito foder você — ele diz. — Eu vou chupar você


depois, mas preciso de liberação. Agora.

— Então foda-me, Silas.

Ele posiciona seu pau na minha entrada, abro-me ainda mais


para ele, ajoelhando-me para que ele tenha melhor acesso, e ele
desliza para dentro de mim, um centímetro agonizante de cada vez.
A vibração do anel peniano imediatamente atinge-me no lugar
certo, e sei nesse momento, com a mão dele na minha garganta e
seu pau enorme esticando-me, não tenho a menor chance.

— Seja rude — eu digo. — Faça-me sentir cada centímetro do


seu pau enorme.

Seus olhos ficam selvagens e ele começa a bombear com força,


com tanta força que deslizo pela cama até ficar encostada na
parede.

— Foda-me com mais força — eu digo, sua mão ainda


segurando meu pescoço, fazendo-me sentir completamente
possuída por ele.

Porque ele está bombeando tão agressivamente em mim, eu


solto minhas pernas e empurro uma mão contra a parede para nos
firmar enquanto minha outra mão segura seu ombro, onde eu
cravo meus dedos em suas costas. — Mais forte, Silas. Encha-me
com seu esperma.

— Maldição — ele diz enquanto seus quadris pulsam dentro e


fora de mim, seus abdominais estremecendo enquanto seu corpo
se move. As veias de seu pescoço projetam-se, seus peitorais
musculosos saltam e seu aperto fica mais forte em volta do meu
pescoço.

— Você é tão grande dentro de mim. Posso sentir cada


centímetro de você.

Ele bombeia novamente.

E de novo.

E novamente, atingindo-me diretamente no ponto G, enviando-


me para um redemoinho de euforia, meu orgasmo ali mesmo,
pronto para acontecer.

— Vou me masturbar lembrando disso quando você for embora


— digo. — Até este exato momento.

Ele geme enquanto se estica, dando-me uma visão incrível de


seu delicioso abdômen. Se ele não estivesse tão desesperado, eu o
empurraria para poder lamber cada centímetro de sua barriga.

— Eu nunca quero parar de foder você — ele diz enquanto


penetra e pausa, depois penetra e pausa. A nova fricção
combinada com a vibração de seu anel peniano faz meus dedos se
curvarem.

— Puna-me. Sufoque-me. Estou bem aqui. Mais forte, Silas.

— Porra — ele diz logo antes de soltar-me e virar-me de bruços.


Ele levanta meus quadris e me dá um tapa tão forte na bunda que
lágrimas brotam dos meus olhos logo antes de uma onda de
luxúria pulsar pelas minhas pernas. E então ele faz isso de novo,
o tapa tão alto que ecoa nas paredes.
E assim que ele me bate de novo, penetra-me, fazendo-me
sentir tão cheia que meu estômago chega ao fundo.

— Foda-me profundamente, Silas.

Em outro grunhido, ele envolve meu cabelo em volta dos nós


dos dedos e puxa minha cabeça para trás antes de bater-me com
tanta força na bunda que eu grito de prazer.

— Bata-me — eu choro. — De novo, Silas.

Ele pulsa dentro de mim e bate-me novamente.

— Deixe-me vermelha.

Ele grunhe e me dá um tapa novamente.

E de novo.

E de novo, até que minha boceta comece a ter convulsões.

É muito. Tudo isso. Seu pau. Seu controle. A mão dele.

Meu orgasmo pulsa pelo meu corpo e, com mais um impulso,


tenho espasmos em torno de seu pênis e grito seu nome.

— Ahhh... porra. — Ele bombeia mais algumas vezes,


resmunga algo ininteligível, depois para, suas mãos segurando
minha pélvis enquanto seu pau incha dentro de mim, e ele goza.

Gememos juntos. Nossos orgasmos combinam logo antes de


cairmos lentamente da euforia até que ambos desmoronamos em
cima da cama, o anel peniano ainda vibrando.

— Jesus, Ollie — ele diz enquanto alcança entre nós para


desligar o anel peniano e removê-lo. Sinto-o jogá-lo para o lado e
então ele rola e puxa-me com ele. Enrolo minha perna em volta
dele e descanso minha cabeça em seu ombro. Ele esfrega o polegar
na minha lateral enquanto eu deslizo meu dedo para cima e para
baixo em seu peito. — Porra — ele respira pesadamente. — Isso
foi... porra...

Provavelmente a melhor maneira de descrevê-lo.

— Você me excita tanto — eu digo.

— Idem, baby. — Ele beija minha cabeça e respira fundo. —


Dê-me um segundo e estarei entre suas pernas novamente, dando
a você o que merece.

Dou um beijo em seu peito. Não é só o sexo. Quero dizer, o


homem pode foder como se não houvesse amanhã. Mas não só
isso, ele me faz sentir querida. Como se não houvesse nada melhor
para ele do que o prazer que sinto. Isso me faz sentir... estimada.
Eu amo isso. — Você é o que eu mereço.
Estive com Sarah por mais de uma década e nunca senti o que
sinto por Ollie.

Acho que amei Sarah. Não vou tirar isso da nossa história, mas
acho que não a amei do jeito que pensei que amava. Nosso amor
se desfez com o tempo.

Com Ollie, existe essa obsessão. Uma obsessão por fazê-la feliz,
por fazê-la se sentir realizada. Uma obsessão por estar perto dela,
abraçá-la, possuí-la.

Uma obsessão por nunca a deixar ir, e sabendo que tenho outra
viagem chegando, na verdade sinto-me mal por ter que deixá-la.

Ela aconchega-se mais ao meu lado, quente, nua, necessitada.

Ela não me soltou a noite toda e eu não a larguei. Ela me faz


sentir desejado, e Sarah nunca me fez sentir assim. Sempre senti
como se a estivesse perseguindo. Perseguindo-a para me dar
atenção ou qualquer pedaço dela. Mas agora que penso nisso, ela
estava sempre procurando por outra coisa, outra pessoa. Nós
nunca teríamos durado. E agora estou tão feliz por ter descoberto
isso naquela época.

Ollie se move e sua mão desce pela minha barriga.

Inferno...
Ela encontra minha ereção matinal e passa levemente os dedos
sobre ela.

— Bom dia — falo, minha pélvis subindo involuntariamente.

— Hum... bom dia — ela diz logo antes de passar a boca pelo
meu corpo, direto para o meu pau.

— Baby — eu gemo enquanto abro espaço para seu corpo.

Ela gira a língua em torno da ponta, e eu coloco minhas mãos


atrás da cabeça e vejo sua boca deliciosa deixar-me maluco.

Passamos a meia hora seguinte usando nossas bocas, mãos e


corpos para proporcionar prazer um ao outro, a ponto de ambos
suarmos, ficarmos emaranhados um no outro e completamente
exaustos.

— Ollie — eu digo, sem fôlego. — Baby, tem que parar de me


dizer para encher você com meu esperma.

— Por que? — Ela pergunta com uma risada. — Isso é o que eu


quero.

— Eu sei, mas isso me deixa selvagem.

— É assim que eu gosto de você. Selvagem. Fora de controle.

— Você vai me destruir.

Ela se vira para mim e pergunta: — Você está dizendo que


tenho que pegar leve com meu namorado idoso?

Minha sobrancelha sobe quando me viro para ela, fazendo-a


rir. — Eu não sou idoso, porra.

— Poderia ter me enganado com todas os barulhos que seus


ossos fazem.
— Isso faz parte de ser um atleta.

— Um atleta idoso.

— Oliana!

Ela ri e monta em mim. — Seus sentimentos estão sendo


feridos? — Ela passa as mãos sobre meus peitorais.

— Sim.

— Ah, meu pobre bebê. — Ela beija meus lábios e depois sai,
deixando-me com frio e querendo mais.

— Volte aqui.

Ela coloca minha camisa sobre seu corpo e abotoa o botão do


meio. — Eu preciso de um café da manhã. Você me fodeu até a
fome.

— E você está me chamando de idoso. — Deslizo as mãos atrás


da cabeça e digo: — Eu poderia aguentar o dia todo, baby.

— Diz o homem que estava respirando pesadamente ontem à


noite e teve que fazer uma pausa entre as rodadas.

Apoio-me sobre os cotovelos. — Sou eu quem está fazendo a


porra do bombeamento. Desculpe-me se não quero ter cãibras.

Ela ri mais um pouco e depois vai até o frigobar, de onde tira


dois iogurtes.

Ela joga um para mim e depois pega colheres. Encosto na


cabeceira da cama enquanto ela senta-se bem em cima de mim, do
jeito que eu gosto.

Tiro a tampa do meu iogurte e faço o mesmo com o dela. Ela


me entrega uma colher e juntos tomamos café da manhã.
— Você entregou seu artigo? — pergunto.

— Eu o entreguei ontem. Ainda não ouvi nada.

— É um bom artigo, baby — eu digo. — Não vejo como ele não


vai gostar.

— Obrigada. Eu realmente aprecio sua ajuda nisso. Antes de


entregar, fiz algumas alterações, mas sinto que isso me dará o
crédito que preciso e, depois disso, só preciso passar pelo resto do
estágio até o final do ano.

— Sua nota não depende do resto do ano? — pergunto.

— Não, a prorrogação do estágio é apenas experiência. Por isso


a prorrogação foi tão boa, porque é paga e ótima para o currículo.

— O que você planeja fazer depois de se formar? — pergunto.

— Espero encontrar um emprego que se adapte ao que estou


trabalhando... nada de esportes.

Sorrio. — Mas agora seu namorado é um jogador profissional


de hóquei, o que lhe dá uma visão interna. Você pode ser muito
valiosa para quem procura um jornalista esportivo.

— Ah, sim, muito valiosa. Eu não conseguiria nem falar uma


única regra sobre o hóquei, muito menos escrever sobre isso.

— Então, o que acontece se você conseguir um emprego que


não seja em Vancouver? — pergunto, querendo avaliar onde ela
está.

— Você está preocupado que eu possa não estar à sua


disposição e perder sua adrenalina pós-jogo?
— Não. — Levo minha mão até sua coxa. — Eu só quero saber
quais são seus planos.

Brincando, ela pergunta: — Você está se apegando a mim,


Silas?

— Estou — falo, completamente sério, o que muda sua


expressão. Coloco meu iogurte na mesa e agarro sua cintura. —
Eu realmente gosto de você, Ollie.

— Eu também gosto muito de você, Silas.

— Quero que você tenha o mundo à sua frente, todas as


oportunidades, mas também quero saber se tenho uma chance de
estar nesse futuro.

Ela também coloca o iogurte na mesa e apoia as mãos no meu


peito. — Você está no meu futuro, Silas. Não sei como será esse
futuro, mas você está nele. Sinceramente, posso dizer que este é o
momento mais feliz que já vivi.

— Eu também, Ollie. — Deslizo uma mecha de cabelo atrás da


orelha dela. — Como você se sente em relação a tudo até agora,
com a temporada e o tempo separados?

— Bem — ela responde. — Tomei café com Winnie e foi bom


conversar com alguém que estava passando pela mesma coisa que
eu.

— Você não tem medo de que eu não esteja aqui para apoiá-la?

— Eu não tenho esse medo de jeito nenhum.

— Porque se você tiver, você pode me dizer.


— Silas — ela diz, colocando a mão sobre meu coração. — Eu
prometo que posso lidar com isso. Até agora, vi você quase todas
as noites, exceto as noites em que você estava na estrada. E nessas
noites você ligou. Não me preocupo com você não estar comigo. E
não preciso procurar conforto em outro lugar se é disso que você
tem medo.

— Não quero ter medo disso — digo enquanto inclino a cabeça.


— Mas sinto um peso no peito quando penso em você e em como
me sinto. — Eu olho nos olhos dela. — É muito forte, Ollie. Você
me trouxe de volta à vida. Eu não quero perder isso. Eu não quero
perder você.

— Eu não vou a lugar nenhum — ela diz, então inclina-se para


beijar-me. — Eu sou sua, Silas. Apenas sua.

— Você parece feliz — diz Holmes, andando ao meu lado


enquanto seguimos pelo corredor. Mais um dia de jogo, mais uma
chance de somar uma vitória ao placar.

— Estou feliz — eu digo. — Tive uma ótima manhã com Ollie.

— Você está gostando dela? — Holmes pergunta.

— Sim, cara. Bastante. Ela me faz muito feliz. — Inclinando-


me mais perto, eu digo: — Acho que ela é a única.

— Sério? — Holmes pergunta, surpreso.


— Sei que é muito cedo, mas juro por Deus, nunca me senti
assim. Mesmo com Sarah. Este é um novo nível de conexão – de...
posse – que tenho dentro de mim. Eu não contei a ela, mas, cara,
eu a amo. O sentimento é tão forte em minhas veias que preciso
estar perto dela o tempo todo.

— E você confia nela? — ele pergunta, fazendo-me pensar que


ele poderia ter conversado com Pacey.

— Sim — respondo. — Eu confio nela com tudo que há em mim.


— Quando contei a ela sobre Sarah, ela me surpreendeu com sua
compaixão e empatia. Ela mostrou maturidade além de sua idade.
Mas a raiva dela por mim provou que ela valoriza a confiabilidade
e a honestidade tanto quanto eu. — Ela é muito mais madura do
que eu esperava e adaptou-se a ser namorada de um jogador de
hóquei com muito mais facilidade do que eu esperava. Até aqui.
Eu estou feliz.

— Eu posso dizer. Você também está no topo do seu jogo.

— Sinto que me livrei desse peso que carrego. O peso do que


Sarah me fez passar. Agora que Ollie apareceu, parece diferente.
Certo. Como se tudo estivesse no lugar.

— Bom dia, rapazes — diz Blakely, interrompendo-nos no


corredor. Blakely trabalha para os Agitators e tem ajudado no
trabalho de Penny em relação às mídias sociais. Blakely também é
a garota por quem Holmes tem uma grande paixão.

— Uh, ei, Blakely — diz Holmes, seu corpo ficando rígido


próximo ao meu.
Eu prospero por esses momentos. E sei que não deveria, porque
meu amigo está claramente desconfortável. Mas adoro vê-lo se
contorcer. Isso me faz perceber que ele não é o robô que gosta de
retratar, e que a luz que o mantém motivado é mais forte.

— Oh, Halsey, esse terno fica incrível em você. É novo?

Percebo suas bochechas corarem enquanto ele balança a


cabeça. — Não, já o tenho faz um tempo.

— Eu amo isso. Você deveria usá-lo com mais frequência.

Por que sinto que ele vai usá-lo todos os dias pelo resto da vida
agora?

— Obrigado.

Só para mexer um pouco a panela, cutuco seu ombro. — Você


vai elogiar o vestido dela?

Holmes lança um olhar mortal para mim antes de dizer: — Uh,


você está linda, Blakely.

Ok, eu só estava procurando um elogio ao vestido, não um


elogio completo de estou apaixonado por você.

— Oh... obrigada, Halsey. — Ela olha para seu vestido ameixa.


— Como tenho que estar no gelo hoje antes do jogo, pensei em
vestir-me com as cores dos Agitators.

— Roxo fica muito bem em você.

Juro por Deus, vejo olhos de coração brotando de Holmes. Ele


vai receber muita merda quando chegarmos ao vestiário, e ele sabe
disso.
— Obrigada. — Ela limpa a garganta. — Hum, bem, eu tenho
que ir reunir algumas coisas...

— Ugh, aí está você — ouço Sarah dizer enquanto ela caminha


até nós com uma calça preta justa e uma blusa roxa que cai na
frente. — Ah, ei, Silas. — Ela sorri, e é uma loucura que eu
gostasse daquele sorriso – agora parece simplesmente maníaco.
Como se ela estivesse planejando vingança.

— Ei — eu digo, as mãos nos bolsos.

Ela se vira para Blakely. — Conversei com a galera e eles vão


poder usar o novo tapete roxo que compramos para o gelo. Eles
estão desempacotando agora.

— Ah, incrível.

— Deixe-me saber se precisar de mais alguma coisa. Vou subir


para trabalhar em alguns gráficos.

— Ok, parece bom.

— Ok, vejo você mais tarde. — Ela passa por mim e passa a
mão pelo meu braço enquanto passa. — Boa sorte hoje. — E então
ela se foi.

Quando ela está fora do alcance da voz, Blakely sussurra: —


Ela estava dizendo outro dia que está tentando trazer você de volta.
Não sei qual é o seu histórico, mas tomaria cuidado, porque você
não está namorando alguém?

— Eu estou. Sarah pode tentar o quanto quiser, mas isso não


vai acontecer. Estou feliz com Ollie.
— Ok, bom. Apenas verificando. Tudo bem, vou deixar vocês
irem para o vestiário. — Ela passa por nós. — Boa sorte esta noite,
Halsey.

— Obrigado — ele diz calmamente enquanto nos afastamos.

Quando estamos fora do alcance da voz, eu digo: — Foi


divertido.

— Nem uma maldita palavra — ele resmunga.

E deixo por isso mesmo, por que torturá-lo ainda?

Silas: Onde você está?

Ollie: Atrás do bar.

Ando no meio da multidão, tentando não chamar a atenção,


mas isso é quase impossível depois de mais uma grande vitória.
Nunca foi tão bom estar invicto.

Posey me segue, assim como Holmes e Rivers, e seguimos para


o fundo do bar, onde Ollie está esperando com uma rodada de
cervejas.

Deus, essa garota. Ela é perfeita.

— Ei, baby — eu digo enquanto dou um beijo em seus lábios.

— Ei, lindo — ela diz, beijando-me de volta. — Parabéns por


mais uma vitória.
— Obrigado. — Dou-lhe outro beijo e deslizo meu braço em
volta de sua cintura, mantendo-a perto enquanto ela distribui as
cervejas.

Ross aparece, e eu aceno com a cabeça antes de ele caminhar


até Rivers e beijá-lo também. Rivers então desliza sua mão na de
Ross e o puxa para uma cabine privada.

— Acho que não vamos curtir com eles — diz Posey antes de
tomar um gole de cerveja.

— Achei que não faríamos isso — diz Ollie. — Eles realmente


gostam de sua privacidade. — Ela então olha para mim. — Sem
gols esta noite. O que foi isso?

— Duas assistências, baby, isso é tão bom quanto.

— É assim que você está convencendo-a? — Posey pergunta


com uma risada. — Cara, você é patético.

— Talvez eu não seja muito versada em hóquei — diz Ollie —,


mas sei que essa besteira que ele acabou de vomitar é imprecisa.

Posey solta uma risada barulhenta enquanto eu dou uma


olhada na minha garota.

— O quê? — Ela dá de ombros. — É verdade.

— Você deveria apoiar-me.

— Não quando você está fazendo papel de bobo.

— Inferno, acho que Ollie é a melhor coisa que já aconteceu


com você. Por favor, diga-me que você a levará para Banff quando
esta temporada terminar. Poderíamos usá-la para acabar com
suas besteiras.
— Sim, ela vai comigo — falo enquanto beijo sua testa, apenas
para senti-la ficar rígida em meus braços. Confuso, olho para ela
para ver se está tudo bem, e é aí que ouço uma voz familiar.

— Ótimo jogo, rapazes — diz Sarah, vindo até nós.

Jesus, ela nos seguiu hoje? Existe uma etiqueta de localização


em mim que eu não conheço?

— Ah, obrigado — diz Posey.

Sarah agarra meu braço. — Assistências incríveis.

— Ei — diz Ollie, dando um tapa no braço de Sarah. — Não


toque nele.

A exigência abrupta assusta-me, apenas para fazer-me sorrir


interiormente. Ollie está me reivindicando.

— Desculpe-me? — diz Sarah.

— Eu disse para não tocar nele, especialmente na minha frente.


Isso é desrespeitoso pra caralho. Eu sei que você pode ser de uma
geração diferente, mas eu apreciaria se você não retrocedesse o
feminismo e agisse como uma vadia roubadora de homens. Aceite
o fato de que vocês não estão mais juntos e siga em frente.

Oh, inferno, acho que fiquei duro.

As sobrancelhas de Sarah estreitam-se quando ela diz: — Você


pode ser namorada dele no momento, uma novidade da semana,
mas Silas e eu temos mais de uma década de história. Se eu quiser
tocá-lo, então vou tocá-lo, porra.

— Não — falo para Sarah. Quando seus olhos se conectam com


os meus, repito: — Não faça isso. Sinceramente, não quero você
perto de mim. Só estou tolerando isso porque faz parte do seu
trabalho, mas fora da arena, não chegue perto de mim.

— Silas — ela diz, parecendo insultada. — Eu sei que tivemos


nossos desentendimentos...

— Desentendimentos? — repito, minha voz um sussurro


áspero. — Acho que você se lembra incorretamente, porque o que
você fez comigo não foi um desentendimento. O que você fez foi
contra tudo o que prometemos um ao outro. Eu nunca esquecerei
isso. Eu nunca vou perdoar isso. — O braço de Ollie aperta-me,
oferecendo-me apoio. — Você não tem absolutamente nenhuma
chance de me reconquistar, então, pelo amor de Deus, deixe-me
em paz.

— Nenhuma chance? Realmente? Vejo o jeito que você olha


para mim, Silas.

Agarro Ollie ainda mais forte.

— Você está confundindo aversão com luxúria. Não há nada


neste mundo que faça-me mudar de ideia. Acabou. Então salve
sua dignidade e siga em frente.

— Uau — ela diz, balançando a cabeça. — Você realmente vai


preferir essa garota que você mal conhece a mim? Temos história,
Silas. Eu conheço você. Ela não conhece. E quando ela quebrar
seu coração, porque é muito imatura, muito inexperiente para
namorar alguém do seu calibre, estarei sentada, esperando.

— Não prenda a respiração — diz Ollie. E porra, eu a amo. Eu


a amo tanto.
Sem outra palavra, Sarah afasta-se, jogando o cabelo por cima
do ombro.

— Oh, merda — Posey diz antes de rir. — Você a irritou.

— Bom, talvez ela fique longe de uma vez por todas.

Viro Ollie em minha direção e levanto seu queixo para que seus
lábios fiquem próximos. — Eu vou foder você com tanta força
quando estivermos na minha casa.

Um sorriso estende-se por seu lindo rosto.

— Estou contando com isso.

Eu a beijo levemente, apenas para Posey limpar a garganta. —


Vocês dois podem parar? Alguns de nós estamos com problemas
românticos e preferiríamos não ver vocês dois namorando.

Eu afasto meus lábios dos de Ollie e depois viro-me para Posey.


— Alguns de nós? Isso inclui você?

— O quê? Eu? — Ele aponta para o peito. — Não, não estou


com problemas. Estou bem. — Ele dá um tapinha nas costas de
Holmes. — Só estou cuidando do nosso querido amigo Halsey aqui.

— Não faça isso — diz Holmes, tirando a mão de Posey de seu


ombro. — Estou bem.

— Não pelo que vi esta manhã — eu digo.

— Oh, o que aconteceu esta manhã? — Ollie pergunta.

Holmes lança-me um olhar mortal e eu digo: — Desculpe, cara,


ela agora faz parte de mim. O que eu sei, ela sabe.

Ele toma um longo gole de cerveja antes de dizer: — Apenas


encontrei alguém...
— Blakely — falo, substituindo-o.

— E não sei, apenas disse a ela como estava linda. É isso, não
vamos mais falar sobre isso, ou vou embora, porra.

— Cara. — Posey sacode Holmes. — Você disse isso para ela?


Isso é enorme. O que ela disse? Ela corou?

— Eu disse que não vamos entrar nisso — diz Holmes, sempre


de mau humor.

— Ela corou — eu respondo por ele. — E ela disse que ele ficava
muito bem de terno.

A boca de Posey cai aberta. — Holmes, essa é a sua entrada.

— Não é — diz ele, largando a cerveja. — Você esqueceu que ela


tem namorado?

— Não — responde Posey. — Mas as coisas mudam. Veja


Taters. Ele esteve com Sarah por mais de uma década e isso
mudou. — Ele olha para mim. — Desculpe, tive que usar você
como exemplo.

— Está tudo bem — eu digo enquanto beijo a testa de Ollie.

— Ela está feliz e eu não vou brincar com isso. Agora podemos
mudar de assunto ou posso ir embora. — Pela expressão em seu
rosto e pelo tom inexpressivo em sua voz, sei que ele está falando
sério. E tenho que respeitar o homem. Blakely não está disponível
e ela parece feliz, então respeito o fato de ele não ir atrás dela. Eu
não deveria provocá-lo, realmente.

— Ollie entregou o trabalho final do estágio.

— Era sobre o que? — Posey pergunta.


— Vocês — ela diz, parecendo tão sincera e cheia de amor. —
Falei sobre suas jornadas diárias e o que vocês fazem para se
prepararem para uma temporada. Falei sobre os Agitators e como
eles são receptivos como equipe aos recém-chegados.

— Quando isso será lançado? — Posey pergunta.

— Não tenho certeza. Ainda não tive notícias do meu chefe


sobre isso.

— Ele não disse nada para você? — pergunto.

Ollie balança a cabeça. — Não, mas acho que nenhuma notícia


é melhor do que uma má notícia. — Ela se vira para os rapazes. —
Ele queria que eu fizesse algum tipo de exposição sobre a equipe e
o proprietário, realmente procurando alguma sujeira. Mas eu não
faria isso.

— Que idiota — diz Posey. — Isso é um conflito de interesses


total.

— Foi o que eu disse, mas ele aparentemente não se importou.


— Ollie suspira. — Oh, bem, espero que ele goste do que eu
preparei.

— Ele vai. — Eu beijo o topo de sua cabeça.

— Não acredito que você vai embora amanhã de novo — Ollie


diz enquanto vem atrás de mim na cozinha, onde estou pegando
um copo de água. Suas mãos passam pela minha cintura e ela
abraça-me por trás.

— Eu sei. Assim será nos próximos meses. — Eu me viro para


encará-la. — Você vai ficar bem?

— Sim, só vou sentir sua falta.

— Bem, se você quiser, pode ficar aqui quando eu viajar.

Ela olha ao redor do meu apartamento e depois volta para mim.


— É muito grande.

Sorrio. — Então leve algumas das minhas roupas para casa


com você, para que você possa usá-las enquanto eu estiver fora.

— Isso eu posso fazer. — Ela fica na ponta dos pés e dá um


beijo no meu queixo. — Você já pensou como é uma loucura termos
chegado aqui? Ross estava falando sobre isso outro dia, como
estamos felizes. Estamos meio que esperando que algo ruim
aconteça.

— Por que você esperaria por isso? — eu pergunto. — Viva o


momento, baby. Isso é real.

— Isso é o que continuo dizendo a mim mesma, mas é em noites


como esta que parece bom demais para ser verdade.

Eu a levo de volta para o balcão e a levanto, sentando-a nele.


— O que você quer dizer?

Seus dedos movem-se sobre minha camisa e ela brinca com os


botões, desfazendo-os lentamente, um de cada vez. — Apesar da
interrupção de Sarah, foi bom. Yonny nunca me deixou sair com
ele e seus amigos desse jeito. Nunca fui bem-vinda e esta noite
senti que pertencia ao grupo.
— Você pertence. É assim que é, Ollie. Somos você e eu. Eu não
me importo com quem estou. Eu quero você lá comigo.

Ela abre minha camisa e puxa as presilhas do cinto da minha


calça. — Quando você diz coisas assim... é isso que me faz
acreditar que tudo isso é bom demais para ser verdade. — Seus
dedos brincam com meu zíper.

— Não é. É assim que você é tratada comigo, Ollie.

Ela desliza a mão em minha calça e segura-me. Coloco minhas


mãos em seus ombros e respiro fundo. Porra. — Percebe que é
assim que você é tratado comigo, certo? — ela pergunta enquanto
massageia lentamente minhas bolas. — Você é desejado. Você é
amado. Você é necessário. Você é querido. — A sua mão desliza
pelo meu eixo e puxa-me para fora da minha cueca. — Eu sou sua,
de mais ninguém.

Descendo do balcão, ela ajoelha-se na minha frente e puxa-me


para sua boca. Minhas mãos caem na bancada à minha frente e,
enquanto ela suga-me em sua boca quente, tenho o mesmo
pensamento que Ollie.

Isso é bom demais para ser verdade.

Parece que tudo está indo do meu jeito.

E quando minha garota se ajoelha diante de mim, posso


reconhecer que tenho os mesmos medos. Sarah acredita que vou
me cansar de Ollie e voltar para ela. Ela está tão iludida. Mas temo
que Ollie fique cansada desse estilo de vida, veja que a grama é
realmente mais verde em outros lugares e eu fique com outro
coração partido. Só espero em Deus estar errado.
Espero que isso não seja bom demais para ser verdade.
— Silas? — eu gemo enquanto estico os braços acima da
cabeça. A luz do banheiro entra em seu quarto e vejo que a porta
está fechada.

Da mesa de cabeceira, olho para o relógio e solto outro gemido.


Seis e Meia.

Ugh.

Tenho aula esta manhã começando às oito e meia. Silas


provavelmente está preparando-se para sua viagem, já que eles
partem hoje. Resmungando, tiro as cobertas quentes de cima de
mim, deixando o ar frio atingir meu corpo nu. Passo a mão pelo
cabelo e vou até o banheiro e ouço o chuveiro ser ligado.

Abro a porta e vejo Silas entrar no box amplo cercado por


azulejos de mármore preto. Olho para sua bunda musculosa, as
marcas nas laterais e as covinhas na parte inferior das costas.
Quando ele se vira e deixa a água escorrer por seu corpo, passando
por seu pau, minha boca fica cheia de água. Eu preciso dele.
Embora eu tenha estado com ele várias vezes ontem à noite, não o
verei esta noite, o que significa que preciso ter o máximo de Silas
que puder.
Entro no banheiro e vou direto para o chuveiro. Ele me vê pelo
canto do olho enquanto molha seu corpo, e um sorriso sexy
espalha-se por seu rosto.

— Bom dia, baby.

— Bom dia — eu digo enquanto entro no chuveiro. — Eu posso


juntar-me a você?

— Você nem precisa perguntar — ele diz enquanto pega minha


mão e leva-me para baixo da água. — Como você dormiu?

— Bem — eu respondo. Empurro a água sobre minha cabeça e


olho para ele. — Eu senti como se estivesse tentando agarrar você
o máximo que pude.

— Eu poderia dizer. — Ele beija minha testa. — Amei.

Ele coloca um pouco de xampu na mão e esfrega as mãos antes


de massagear suavemente meu couro cabeludo. — Quando você
sai hoje?

— Às três.

Fecho os olhos enquanto seus dedos fortes cavam meu couro


cabeludo. — Então por que você acordou tão cedo?

— Acordei por volta das cinco por algum motivo e não consegui
voltar a dormir. Eu não queria acordar você.

Ele me ajuda a entrar na água e enxáguo o cabelo. — Está tudo


bem — eu digo. — Estou feliz que você acordou. Tenho duas aulas
esta manhã e provavelmente teria perdido a primeira se você não
tivesse acordado.
Quando termino de enxaguar o cabelo, troco de posição com ele
para que ele possa se aquecer enquanto coloco condicionador no
cabelo. Sendo o bom homem que é, Silas fez com que eu tivesse
todos os produtos que uso diariamente em seu apartamento. Ele
lava o cabelo enquanto eu passo meu condicionador. Seus olhos
permanecem em mim o tempo todo.

— O quê? — pergunto enquanto largo minha escova.

— Continuo pensando em como você é gostosa.

— Oh, sim? — Pego seu sabonete e ensaboo minha mão.

Seus olhos caem para minhas mãos e depois voltam para meu
rosto. — O que você planeja fazer?

— Ensaboar você — falo enquanto pego seu pau semiduro e o


puxo em minha mão.

Ele sorri e então pega o sabonete de mim e faz o mesmo, mas


no meu corpo. Suas mãos passam sobre meus seios antes que ele
me vire, de modo que minhas costas fiquem em seu peito, e suas
mãos viajam pelo meu corpo.

— Por que sinto que você tem outra coisa em mente? — eu


pergunto enquanto ele beija meu pescoço.

— Porque eu tenho — ele responde.

— Então foda-me até que eu esteja dolorida demais para me


mover.

— Inferno — ele murmura logo antes de morder meu pescoço,


puxando a pele entre os dentes e deixando sua marca.

Eu deixo, porque uso suas marcas com orgulho.


Pode parecer sem graça para alguém de fora, mas para mim,
elas são lembretes de com quem estou e por que estou com ele.

Enquanto sua boca passa pelo meu pescoço, ele brinca com
meus seios, uma de suas coisas favoritas. Ele segura meus
mamilos, puxa e aperta, e cria uma onda de excitação tão grande
que começo a mover minha bunda ao longo de sua ereção.

— É isso, baby. Deixe-me sentir essa bunda contra meu pau.

Empurro com mais força nele e giro enquanto ele arrasta a boca
pelo meu pescoço. Ele desliza a mão pela minha garganta e depois
vira minha cabeça para que meus lábios encontrem os dele. É um
beijo curto, mas apaixonado, o suficiente para fazer-me querer
mais. Ele estende a mão atrás dele e liga o chuveirinho. Ele
enxagua nosso sabonete e depois o traz para minha frente, bem na
frente da minha boceta, e diz: — Abra as pernas.

Faço o que manda, e a água bate direto no meu clitóris dolorido.

— Silas — eu gemo.

— Segure isso aqui.

Agarro o chuveirinho e coloco-o exatamente onde quero, contra


meu clitóris, enquanto ele inclina-me para frente. Com a mão livre,
eu me apoio no azulejo e prendo a respiração enquanto o sinto
posicionar seu pau contra minha entrada.

— Não perca tempo, Silas. Eu preciso do seu pau agora.

Com as mãos segurando minha bunda, ele empurra dentro de


mim em um grande impulso que quase me faz desmoronar contra
a parede.
— Maldição — ele grita. — Esta boceta apertada será a minha
morte.

Ele trabalha sua ereção dentro e fora de mim em um ritmo


exigente, e tudo que posso fazer é segurar-me enquanto ele leva
nossos orgasmos até o precipício.

A vibração da água ricocheteando no meu clitóris, combinada


com seus golpes molhados, faz-me lutar para aguentar mais
tempo.

— Jesus, já estou lá — diz ele, bombeando mais rápido.

Graças a Deus.

— Eu também — grito quando o primeiro formigamento de um


orgasmo percorre minhas pernas. — Porra, Silas... eu vou... eu
vou... — Não consigo pronunciar as palavras porque, juntos,
ambos gememos, os nossos orgasmos tornam-nos incoerentes.

Eu empurro contra ele, ele empurra de volta, e juntos,


descemos lentamente o pico.

Respirando fundo, levanto-me e encosto-me em seu peito, onde


ele segura-me com força.

— Merda, Ollie. Desculpe.

— Por que você está arrependido? — pergunto.

— Porque eu queria que isso durasse mais, mas no minuto em


que estive dentro de você, não houve chance.

Viro-me para ele e uso o chuveiro para enxaguar seu peito. —


Eu estava lá com você.
Ele aperta meu queixo. — Como posso ainda gozar tão rápido
com você? É muito embaraçoso.

Eu rio. — Acho que são todas as palmadas, beliscões, tapas e


conversa suja — respondo. — Não damos chance um ao outro.

— Você está certa sobre isso. — Ele tira o chuveirinho de mim.


— Como foi isso?

— Fenomenal, mas seu pau foi melhor.

— Boa resposta. — Ele dá um beijo em meus lábios e então nos


perdemos na boca um do outro mais uma vez. Desta vez,
desligamos a água.

— Silas comprou esse moletom para você? — Ross pergunta


enquanto examina o moletom preto que estou usando e que diz
Propriedade dos Agitators de Vancouver.

— Ele comprou — respondo enquanto esperamos em nosso


quiosque de café favorito no campus para que nossas bebidas
sejam preparadas. Graças ao sexo pós-banho no chão do banheiro,
eu estava quase atrasada para minha primeira aula. Silas estava
insaciável esta manhã e não importava o que eu fizesse, ele queria
mais.

Não que eu também não quisesse.

Mas mal consegui sair pela porta vestida. Ele me deu esse
moletom esta manhã, um que fica melhor, e depois borrifou um
pouco de sua colônia em mim antes de me dar um beijo de
despedida.

Durante todo o caminho até o campus, eu estava com um


enorme sorriso no rosto.

E na primeira aula, fiquei pensando nele e em tudo que fizemos


nas últimas vinte e quatro horas.

Mesmo agora, quando pego o café, tudo que consigo pensar é


em como Silas odiaria meu pedido e se encolheria com ele.

— Gosto disso — diz Ross. — Eu pediria a Ian para comprar-


me um, mas ele praticamente abriu todo o seu armário para mim.
Para que eu possa pegar o que eu quiser.

— E o que você pegou?

Ross sorri. — Algumas coisas.

— Ollie — diz o barista, colocando duas bebidas no balcão. Eu


as pego e entrego o pedido a Ross e, juntos, seguimos em direção
à nossa aula.

— Então, ouviu alguma coisa de Roberts? — Ross pergunta.

— Não, e estou ficando nervosa com isso. Você não acha que
ele já teria dito alguma coisa?

— Não sei — responde Ross enquanto o vento de outono sopra


ao nosso redor. Está chegando aquele ponto do ano em que um
moletom com capuz simplesmente não serve mais. — Roberts é um
cara estranho. Ele não elogia com muita frequência. Entreguei
meu artigo e não ouvi nada. Foi publicado e tudo correu bem.
Então acho melhor não ouvir nada.
— Isso é o que eu estava pensando, mas...

— Ei, coisa gostosa.

Faço uma pausa e viro para o lado bem a tempo de ver uma
grande massa de homem envolver seus braços em volta de mim e
me abraçar. Estou prestes a começar a chutar quando sinto o
cheiro de uma colônia muito familiar.

— Silas? — falo, completamente desprevenida.

Quando ele se afasta e vejo seu rosto bonito, parcialmente


escondido atrás dos óculos escuros, quase grito.

— Oh, meu Deus, o que você está fazendo aqui?

— Pensei em passar a manhã com você, já que só preciso estar


no aeroporto mais tarde. — Ele olha para cima e acena com a
cabeça. — E aí, Ross?

— Ei, Silas. É arriscado vir para um campus onde você é


adorado.

Silas apenas dá de ombros e depois aproxima seus lábios dos


meus. — Surpresa?

— Sim — eu digo, ainda tentando entender que ele está aqui,


comigo, na minha escola. — Eu tenho que ir para a aula, no
entanto.

— Eu sei. Pensei em ir com você e depois levá-la para almoçar.


Você está bem com isso?

Os cantos da minha boca inclinam-se para cima. — Eu estou


perfeita com isso.
— Bom. — Silas passa o braço por cima do meu ombro e,
juntos, todos caminhamos. — Como estão as coisas com Rivers?
— Silas pergunta a Ross. — Ele não fala muito no vestiário.

— As coisas estão ótimas — diz Ross, com aquele sorriso


sempre presente nos lábios logo que Ian é mencionado.

— Ian é um verdadeiro pai... se é que você me entende — digo,


fazendo Ross empurrar meu ombro. — O quê? — pergunto. — É
verdade.

— Você não precisa dizer isso a Silas.

— Desculpe dizer, tudo o que eu sei, ele provavelmente sabe —


respondo.

— Então vocês dois realmente conversam? Isso é chocante, já


que o pau do Silas está sempre na sua garganta.

Silas quase engasga com a própria saliva enquanto eu rio. —


Sou uma boa ouvinte. — Eu pisco.

Ross inclina-se para frente para que Silas possa vê-lo e diz: —
E só para você saber, já que estamos revelando segredos aqui,
parabéns pelos piercings, Silas. Ela está positivamente apaixonada
por eles.

Silas solta uma risada profunda. — É o que eu ouvi dizer.

Atravessamos a multidão de estudantes, e não sei se é porque


ninguém está prestando atenção ou se Silas fez um bom trabalho
se disfarçando com boné, óculos e moletom, mas passamos
despercebidos. Quando chegamos à sala de aula, felizmente, ela é
maior, então podemos sentar no fundo.
Quando nos sentamos, percebo o quão grande Silas é para o
assento, seus ombros se expandindo para o meu espaço, mas
agradeço o conforto de tê-lo por perto.

Enquanto pego meu laptop para fazer anotações, digo: —


Agora, não me distraia. Entendido?

— Como eu iria distrair você?

— Uh, tocando, conversando... respirando.

— Você não quer que eu respire? — ele pergunta, levantando a


sobrancelha.

— Isso vai me lembrar de como você respira em meu ouvido


quando está pronto para gozar. Não haverá nada disso.

— Você tem que deixá-lo respirar — diz Ross. — Ter um jogador


gigante do hóquei desmaiado no meio da aula vai chamar mais
atenção do que você deseja.

— Tudo bem — eu bufo. — Você pode respirar, mas é isso.

— Entendido — diz ele. — E só para esclarecer mais uma vez,


existe uma política rígida de não tocar?

— Muito rigorosa.

— Sem segurar as mãos?

— Isso seria comovente? — pergunto-lhe.

— Sim.

— Então não... sem segurar as mãos. Apenas sente aí e tente


não me excitar.
Ele estica os braços à sua frente e diz: — Não posso fazer
nenhuma promessa, já que sou muito atraente para você, mas vou
tentar.

— A arrogância está realmente deixando-me mais seca a cada


segundo.

— Vocês podem parar? — Ross pergunta enquanto toma um


gole de café. — Não quero pensar nas suas regiões úmidas.

— Eu com certeza quero — diz Silas.

Eu aponto para ele. — Isso é exatamente o que não se deve


fazer. Nenhum comentário como esse. Apenas sente-se aí e fique
quieto.

O professor entra antes que eu possa dar mais algum aviso a


Silas. A aula começa, preparo minhas anotações com um
cabeçalho e, assim que o professor começa a falar, uma mensagem
de texto aparece no meu computador.

Silas: Você está muito bonita.

Olho para ele, e ele aponta para a frente da turma e sussurra:


— Preste atenção.

Reviro os olhos e foco na frente, embora possa sentir o cheiro


de sua colônia viciante flutuando em minha direção toda vez que
ele se move.

Começo a digitar algo que o professor disse quando outro texto


aparece na minha tela.

Silas: Esse moletom também fica bem em você.


Minhas narinas dilatam-se e, quando olho em sua direção, ele
aponta para a frente novamente.

Ele está com tantos problemas.

Então, em vez de virar-me para ele, digito de volta.

Ollie: O que aconteceu sem distrações?

Silas: Um cara não pode dizer à namorada que a acha bonita?

Ollie: Não quando ela está tentando prestar atenção na aula.


Pode ser assim que você agiu quando estava na escola antigamente,
mas eu não.

Silas: Usar o termo antigamente garante a você uma surra, e


você me manda mensagens o tempo todo na aula, então não tente
ser a Senhorita Estudiosa só porque estou aqui.

Ollie: Ameaçando-me com uma surra? Oh, não, estou tremendo


em minhas botas.

Silas: Posso sentir o gosto do seu sarcasmo, é tão pesado.

Ollie: Você realmente acha que uma surra é um castigo? Você


sabe que só fico mais molhada quando você dá um tapa na minha
bunda.

Silas: Tudo bem... então sua punição será não fazer uma
felação.

Ollie: Eca, não use o termo felação. Deus, vovô.

Silas: Estou surpreso que você saiba o que é isso. Tudo bem,
nada de chupar meu pau.

Ollie: Tudo bem. Eu consigo aguentar isso.

Silas: Mentirosa. Você está ansiosa para me chupar agora.


Ollie: Você é vulgar.

Silas: Ha ha. Diz a garota que me diz para enchê-la com meu
esperma toda vez que estamos juntos.

Ollie: Isso não é vulgar. Esse é apenas um pedido honesto.

Silas: Adoro como você consegue andar em círculos em torno da


verdade. Verdadeiramente inspirador.

Ollie: Afinal, estou estudando para ser jornalista. Temos que


contornar um pouco a verdade.

Silas: Estudando para ser jornalista? Parece mais que você está
ocupada mandando mensagens de texto para seu namorado
extremamente gostoso.

Ollie: Sim, meu namorado extremamente gostoso que tem trinta


e um anos e está em uma aula de faculdade, porque é tão apegado
a mim que não consegue perder um momento sem sentir o cheiro
dos meus feromônios.

Silas: É isso que é o cheiro de cebola?

Eu suspiro e cutuco-o na lateral do corpo, fazendo-o rir,


chamando a atenção dos estudantes ao nosso redor. Silas ajusta
os óculos e afunda na cadeira.

Eu o vejo digitando em seu telefone e tento prestar atenção no


que o professor está dizendo, mas não adianta, pois outra
mensagem dele aparece.

Silas: Você vai ser expulsa da aula. Esse é o objetivo?

Ollie: O objetivo é prestar atenção, mas você está distraindo-me.

Silas: É porque gosto de você e acho você fofa.


Ollie: Nunca poderíamos ter aulas juntos se tivéssemos a
mesma idade.

Silas: Nem estaríamos conversando se tivéssemos a mesma


idade.

Ollie: Por que você diz isso?

Silas: Eu era um idiota na faculdade. Não tinha piercings no


pau, o que eu sei que é uma grande vantagem para você. Quase não
tinha tatuagens e minha cabeça estava raspada.

Ollie: Ai, meu Deus, preciso ver fotos.

Silas: Talvez um dia, se você tiver sorte. Mas você deve ganhar
a oportunidade.

Ollie: Chupar seu pau todas as noites não me rendeu essa


oportunidade?

Silas: Isso aproximou você. Aquelas são imagens sagradas.


Mas voltando a nos conhecermos na faculdade. Eu nunca teria
aceitado isso, porque estava com Sarah. Eu nunca teria sequer
falado com você.

Ollie: E se você viesse para a faculdade solteiro? Então? Você


teria falado comigo?

Silas: Ainda não. Você teria sido colocada no catálogo das muito
bonitas.

Ollie: Agora você está apenas sendo ridículo.

Silas: Não estou. É a verdade. Você é linda, Ollie. Eu teria ficado


intimidado.
Ollie: Não, não estou caindo nessa. Não estou estendendo a
mão e segurando sua mão porque você está sendo todo fofo e
dizendo a verdade. Boa tentativa, cara.

Silas: Não estava procurando um aperto de mão..., mas teria


sido bom. Gosto de segurar sua mão, faz com que eu me sinta em
casa.

— Oh, meu Deus — murmuro antes de descansar minha mão


em sua coxa. Pelo canto do olho, vejo seu sorriso estender-se de
orelha a orelha. Sua mão encapsula a minha e ele dá um bom
aperto.

Durante o resto da aula, ele fica sentado ali, segurando minha


mão enquanto eu faço anotações com uma só mão no computador.

E, honestamente, não estou nem brava com isso.

— Você procurou este lugar? — pergunto a Silas enquanto nos


sentamos em uma pequena delicatessen onde pedimos sanduíches
de pastrami.

— Eu posso ter procurado delicatessens perto do seu campus.


Sendo a amante de sanduíches que você é, presumi que já
conhecesse esse lugar.

— Eu não conhecia, e sinto-me envergonhada por isso.

— Você deveria — ele diz enquanto abre seu sanduíche. Tem


um cheiro incrível.
Pego o picles que vem com o sanduíche e dou uma mordida.
Enquanto mastigo, gemo levemente. — Oh, meu Deus, que bom.
— Silas me encara com a testa franzida. — O quê? — pergunto.

— Você pode, por favor, não gemer? Não quero ficar com tesão
enquanto como um sanduíche de pastrami.

Eu rio. — Você precisa se controlar.

— Não vai acontecer quando você estiver por perto. Desculpe.


Controle seus gemidos.

— Não consigo quando um picles me atinge nos lugares certos.

— Você se ouve, certo? Você ouviu como isso pode ser tirado do
contexto?

Sorrio. — Talvez eu quisesse.

Ele balança a cabeça para mim. — Você é tão suja.

— O sujo falando do mal-lavado. Não tenho certeza se já


conheci um homem mais sujo do que você.

— Você não viveu o suficiente — ele diz enquanto leva o


sanduíche à boca. — Fale comigo quando tiver trinta.

— Em primeiro lugar, não pretendo ter experiência com mais


ninguém e também... quando eu tiver trinta anos, isso significa
que você terá quarenta. Você conseguirá andar comigo ou o vovô
precisará de uma bengala?

— Tire sarro de mim o quanto quiser — diz ele, dando uma


mordida em seu sanduíche. Ele mastiga e engole. — Mas quando
eu tiver quarenta anos, ainda farei você gozar com mais força do
que qualquer outro homem.
Minhas bochechas coram quando percebo que isso é verdade.

— Então, quais são os planos para quando eu partir? — ele


pergunta enquanto limpa a boca com um guardanapo.

— Afundar-me na autopiedade, porque meu lindo namorado


não estará por perto.

Ele mexe as sobrancelhas. — Exatamente a resposta que eu


estava procurando.

Eu cutuco seu ombro com o meu de brincadeira e digo: — Não


sei. Provavelmente tentar colocar em dia os trabalhos escolares.
Assistir aos jogos com Ross agora que ele é viciado. Trabalhar, é
claro. Não muito.

— Você está atrasada nos trabalhos escolares?

— Só um pouco. Não sou uma pessoa que gosta de


procrastinar. É por isso que realmente incomodou-me demorar
tanto naquele artigo para Roberts. Eu só gosto de fazer minhas
coisas e não deixar isso pairar sobre mim. Mas desde que comecei
a sair com esse cara, ele parece consumir muito do meu tempo.

— Hmm, ele parece uma má notícia. — Silas dá uma mordida


em seu sanduíche.

— Sim, ele não é tão ruim. Mas acho que o melhor momento
para colocar o papo em dia é quando você está viajando. Meio que
funciona muito bem. Passar um tempo com você, colocar os
trabalhos escolares em dia.

— Você vai sair?

Ele está procurando informações, e não sei por quê, mas acho
isso cativante de uma forma estranha.
— Você está perguntando se pretendo ir a boates e dançar a
noite toda enquanto meu namorado estiver fora?

— Você disse isso — responde, e eu sei que ele está brincando,


mas também há uma camada de insegurança dentro dele. Ele pode
confiar em mim, mas ainda luta contra essa dúvida incômoda.
Então facilito as coisas para ele.

Pressiono minha mão na dele e digo: — Não pretendo sair, não


sem você. — Ele olha para mim, aqueles olhos azuis gelados
perfurando minha alma, e tenho um sentimento avassalador de
afeto por ele. Consumidor e quase paralisante porque, neste
momento, eu sei... eu sei que o amo.

Meu coração está gritando para dizer isso, para dizer a ele como
eu realmente me sinto. Mas meu cérebro está pisando no freio.
Pode não ser a melhor ideia, não quando ele ainda parece um
pouco inconstante e inseguro. Não quero assustá-lo. Essa é a
última coisa que quero.

— Se você quisesse sair... — Ele faz uma pausa e engole. — A


escolha é sua e eu ficaria bem com isso.

Coloco meu sanduíche na mesa e fico de frente para ele. — Eu


aprecio isso, mas só para você saber, não preciso disso na minha
vida. Eu tenho você agora, e isso é tudo que preciso. Então não se
preocupe comigo quando você for embora, ok?

Ele acena com a cabeça e depois solta um suspiro profundo. —


Desculpe. Ainda estou tentando recuperar esse senso de
confiança. — Ele pressiona a palma da mão na testa. — Sarah
realmente me fodeu.
— Eu entendo e não tenho nenhum problema em ser paciente
enquanto você descobre tudo. Mas preciso que você saiba algo
sobre mim, Silas. Eu odeio traidores, então nunca me tornaria
uma. Estou com você, então, na minha cabeça, é isso.

Ele pressiona o dedo sob meu queixo e aproxima-me. Ele


encara-me por um instante e, por um momento, quase acho que
ele vai dizer exatamente o que estou sentindo, parece que está na
ponta da língua, mas então ele fecha o resto do espaço entre nós e
beija-me levemente nos lábios.

— Obrigado por me entender.

— Não precisa agradecer — falo e pego meu sanduíche. — Nós


nos entendemos, daí esse sanduíche gigante em minhas mãos.
Você sabe do que eu gosto.

— Eu sei. — Ele sorri. — Sanduíches, picles e meu pau.

— Precisamente nessa ordem.

Sua sobrancelha levanta, e eu rio. — Essa ordem exata?

— Sim, essa ordem exata.


Para: Ollie Owens

De: Alan Roberts

Assunto: Artigo

Senhorita Owens,

Seu artigo foi revisado e embora não tenha sido o que


solicitamos, consideramos adequado. Será publicado nos próximos
dias.

Observe que você ganhou crédito por seu estágio, embora por
pouco. Sugiro que no futuro, quando você receber uma tarefa, você
a execute corretamente.

Quanto ao estágio para o resto do ano, cabe a você decidir se


deseja ficar. Tenho outros candidatos mais do que felizes em voltar
ao escritório em busca de experiência, candidatos mais dispostos a
ouvir e executar as tarefas de maneira adequada.

Se você quiser seguir em frente, sugiro que conversemos sobre


como avançar em sua carreira e o que isso exige.

Sinceramente,

Alan Roberts

Leio o e-mail mais algumas vezes, meu coração batendo forte


no peito.

Eu passei, mas... Roberts também não está feliz, e se Roberts


não está feliz, isso significa que eu posso estar fodida. Os futuros
empregadores verão o nome dele no meu currículo, pedirão
referências e, se ele disser que não trabalho em equipe ou que não
ouço instruções, isso pode ser muito ruim.
Pressiono a mão na testa, angustiada. Claro, era improvável
que ele gostasse do artigo, já que queria algo mais de mim, mas eu
não esperava uma resposta tão negativa e contundente.

Precisando conversar sobre isso em particular, vou


rapidamente para uma sala de conferências, tranco a porta e disco
o número de Ross.

No segundo toque, ele responde: — Ei, garota, eu estava prestes


a mandar uma mensagem para você. Aqueles donuts de cidra que
você gosta estão de volta ao estoque da loja. Quer que eu pegue
alguns para você?

— Uh, claro — eu digo, minha voz trêmula.

— O que está errado? — Ross pergunta, claramente capaz de


me ler tão bem.

— Roberts me enviou um e-mail.

— Oh, merda, ele não gostou do artigo?

— Ele alegou que era adequado. Passei e ganhei crédito pelo


estágio.

— Bem, isso é uma coisa boa.

— Mais ou menos. Ele não estava feliz no e-mail e disse que, se


eu não quiser seguir as tarefas, outros candidatos ficariam felizes
em assumir minha posição para o estágio prolongado.

— Ele disse o quê? Droga. Isso não é bom.

— Eu sei — digo com um gemido. — Trabalhei tanto para


chegar onde estou, Ross. O que devo fazer agora? E se ele me der
outra tarefa sobre os Agitators? Não posso escrever esse artigo.
Mas se eu for contra ele, ele poderia garantir que eu nunca mais
consiga um emprego depois da faculdade, e depois? Eu volto para
casa?

— Ok, posso ouvir que você está entrando em uma espiral. Em


primeiro lugar, você ganhou crédito pelo estágio, então isso é bom.
Isso é tudo que você precisava, então dê um tapinha nas costas. E
você fez isso sem comprometer Silas. Agora, quanto ao resto do
estágio, eu faria um dia de cada vez. Encontre-se com ele, sonde
Roberts e veja onde está sua cabeça. Seria melhor se você
provavelmente o lembrasse de onde você se destaca, talvez até
mesmo apresentasse algumas ideias de tarefas, como você pode
ser benéfica para a empresa, e ver o que ele diz a partir daí.

— Essa é uma boa ideia — eu digo, sentindo a tensão diminuir


um pouco do meu peito. — Se eu for para a reunião preparada,
poderei pelo menos fornecer-lhe opções, em vez de ele ditar. Quero
dizer, ele vai ditar, mas se eu conseguir promover-me nas marcas
de estilo de vida enquanto enfatizo minhas péssimas reportagens
sobre hóquei, talvez ele relaxe.

— Eu penso que é uma grande ideia. E antes de se encontrar


com ele, fale comigo primeiro sobre suas ideias. Não precisamos
que você entre lá com nada idiota. Você precisa impressioná-lo.

— Ah, eu vou. Confie em mim, não farei nada estúpido, não


com tanta coisa em jogo.

— Bom — ele responde. — Ok, então sim para os donuts?

Eu rio. — Os donuts são para mim ou são para você?


— Você sabe que sempre uso você como bode expiatório quando
se trata de doces.

— Sim aos donuts.

— Ok, vou pegar duas caixas só porque sei que você os ama
muito.

— Uh-huh. — Eu rio. — Podemos comê-los esta noite enquanto


discutimos algumas ideias.

— Soa perfeito. Divirta-se no trabalho.

— Obrigada, mande uma mensagem mais tarde. — Desligo e


abro minha conversa com Silas.

Ollie: Recebi um e-mail de Roberts hoje (finalmente). Disse que


recebi crédito pelo estágio. Só demorou o suficiente.

Para minha sorte, Silas responde imediatamente.

Silas: Baby, isso é incrível!

Ollie: Sinto-me aliviada. Agora só resta conversar com ele sobre


minha jornada e para onde estou indo na empresa.

Silas: É preciso adorar essas conversas. Quando o artigo será


publicado?

Ollie: Daqui a alguns dias ele disse.

Silas: Vou procurar para imprimir e emoldurar.

Ollie: Você sabe que esse não é o primeiro artigo que escrevo,
certo?

Silas: Quem disse que enquadrar era para você? Gosto de


emoldurar tudo que tem meu nome.
Ollie: Oh, meu Deus.

Silas: Ha ha. Sério, você pode adicioná-lo a um livro de recortes


para nós. Você sabe, criar um desses para que possamos relembrar
como começamos.

Ollie: Na verdade, juntei algumas coisas para um álbum de


recortes com você.

Silas: Sério?

Ollie: Sim, apenas algumas coisas como um guardanapo do bar


onde nos beijamos pela primeira vez, fotos que tiramos e alguns
panfletos do zoológico...

Silas: Bem, porra, baby, isso é muito fofo. Já há alguma coisa


que eu possa ver?

Ollie: Não, é apenas uma coleção no momento, mas espero que,


depois de colocar tudo em dia, possa montar um álbum para nós.

Silas: Eu posso ajudar.

Ollie: Você gostaria de ajudar com meu álbum de recortes?

Silas: Claro que sim. Você precisa de suprimentos? Posso


arranjar uma daquelas máquinas de cortar cartas.

Ollie: Um Cricut? Tudo bem. Eu gosto de manter as coisas


simples.

Silas: Bem, avise-me se isso mudar. Eu ficaria mais do que feliz


em pegar algumas coisas para você.

Ollie: Obrigada. Mas se você realmente quer ajudar, então isso


pode ser algo divertido para fazermos juntos, quando que não
estivermos transando, é claro.
Silas: Foder primeiro, depois fazer scrapbook.

Ollie: Sinto que estamos nos tornando tão domesticados.

Silas: Como você se sente sobre isso?

Ollie: Perfeita.
— Eu quero o bife também — ordena Pacey. — Ao ponto.
Obrigado. — Ele entrega seu cardápio ao garçom.

— Ótimo. Se precisarem de mais alguma coisa, é só me


avisarem. Aproveitem.

Holmes, Posey, Pacey e eu pegamos um pedaço de pão ao


mesmo tempo. Eu pego o de centeio, Posey pega o integral e
Holmes e Pacey ficam com o simples.

Enquanto passamos manteiga no pão, Pacey diz: — Vocês


viram aquela foto que Hornsby enviou de Holden? O filho dele é
fofo pra caralho.

Hornsby e Penny acabaram de ter seu filho. Nós o conhecemos


outro dia e, para nossa surpresa, eles o chamaram de Holden em
homenagem ao irmão de Halsey que faleceu. Holmes sentiu-se
muito honrado. Ele até chorou quando segurou o pequeno Holden.
Foi um momento agradável para todos nós.

— É claro que o garoto seria fofo — diz Posey. — Ambos são


pessoas muito bonitas.

— Isso não quer dizer nada — eu digo. — É muito difícil


escolher o tipo de bebê que as pessoas podem ter.
— Você já pensou nisso, não é? — Pacey pergunta. —
Considerando ter filhos com Ollie?

— Oh, porra, não — eu digo, balançando a cabeça. — Nenhum


de nós está pronto para isso. Ela ainda precisa se formar, e sei que
o trabalho dela é muito importante para ela, então ela vai deixar
qualquer coisa de criança de lado por um tempo. Além disso, acho
que não estou pronto para isso. Mal estou preparado –
mentalmente – para meu relacionamento com Ollie. Quer dizer,
estou chegando lá e acho que somos sólidos e confio nela, mas um
bebê? Não estou mentalmente preparado para isso.

— O que Ollie quer fazer quando se formar? — Holmes


pergunta.

— Colaboradora online — respondo. — Ela realmente gosta de


discutir coisas relacionadas a estilo de vida. Quando se formar, ela
espera receber ofertas de alguns lugares. Aparentemente, o cara
com quem ela está estagiando tem muitos contatos. É por isso que
ela está com ele.

— Isso vai tirá-la de Vancouver? — Holmes pergunta enquanto


pousa a faca de manteiga e dá uma mordida no pão.

— Eu com certeza espero que não. Conversamos sobre como


queremos continuar juntos, aconteça o que acontecer, e quem
sabe, quando ela se formar, as coisas estarão mais intensas entre
nós.

— Como sinos de casamento? — Pacey pergunta.

— Quer dizer, eu posso ver isso acontecendo — digo, puxando


minha barba.
— Realmente? — Posey pergunta. — Eu sinto como se vocês
mal estivessem juntos.

— Existe um determinado cronograma que deve ser seguido


para se ter esse tipo de pensamento? — pergunto-lhe.

Posey balança a cabeça. — Não, mas estou surpreso, só isso.


Você não nos contou o que aconteceu com Sarah, e agora que está
com Ollie, só quero ter certeza de que está curado, sabe? Que você
não está entrando em algo muito rapidamente.

— De onde diabos isso vem? — pergunto. — Foi você quem


estava ajudando a mandar uma mensagem para ela outro dia.

— Ah, então você admite que eu estava ajudando você. — Posey


aponta o dedo para mim.

Belisco a ponta do meu nariz. — Eu realmente odeio você.


Percebe isso?

— Cara, estamos prestes a comer o melhor bife que já


colocamos na boca. Não vamos jogar ódio por aí — diz Pacey. — E
para entender o que Posey está dizendo, acho que só queremos ter
certeza de que você está bem. Gostamos de Ollie, vimos uma
mudança em sua vida desde que ela apareceu, mas você não pode
se entregar totalmente a ela até que esteja curado. Só queremos
ter certeza de que você está pronto.

— Vocês todos sentem-se assim? — eu pergunto.

Olho para Holmes e ele apenas balança a cabeça.

— Hornsby também — diz Posey. — Nós apenas nos


preocupamos com você.
— Bem, agradeço — respondo, sem ficar bravo com eles, porque
como poderia? Se eu estivesse no lugar deles, provavelmente
estaria fazendo a mesma coisa. — Eu não diria que estou cem por
cento, mas estou chegando lá. — Olho ao redor da mesa e percebo
que talvez se eu falar mais sobre isso, ajude-me a curar. Limpando
a garganta, digo: — Na verdade, não disse nada, mas, uh... Sarah
me traiu. Foi por isso que terminamos. Eu a peguei com uma
mulher e um homem. — Essa última parte dói, e espero a reação
dos meus amigos, mas quando olho para cima, tudo que vejo é
compaixão em seus olhos.

— Merda, cara — diz Pacey. — Sinto muito.

Holmes agarra meu ombro e dá um aperto, sem precisar dizer


nada, apenas mantendo assim.

Quando olho para Posey, ele está mexendo o garfo na mesa.

— O que está acontecendo na sua cabeça? — pergunto-lhe.

Quando seus olhos encontram os meus, ele diz: — Isso pode


não ser o que você quer ouvir, mas... que vadia. Ela percebe que
nunca encontrará outro homem com um piercing Jacob Ladder?
Tudo o que posso pensar é um grande erro... enorme.

Que idiota, mas isso me faz rir.

Pego minha água e digo: — Acho que você está certo, Posey.

— Eu sei que estou certo. Poucos homens são homens o


suficiente para fazer isso. Ela vai se arrepender.

— Que visão cuidadosa — diz Pacey com uma pitada de


sarcasmo. Ele então vira-se para mim e diz: — Como você está
lidando com isso?
— Parece ficar um pouco mais fácil cada vez que digo isso. —
Inclino-me um pouco mais perto para não ter que projetar minha
voz. — Acho que guardei isso por tanto tempo porque era
constrangedor. Como... eu não era homem o suficiente para
manter Sarah feliz, e ela teve que ir para outro lugar para
encontrar essa felicidade.

— Isso não é culpa sua — diz Holmes. — Isso é por conta dela.

— Foi mesmo? — pergunto. — Eu sei que tentei muito com ela,


mas a tensão da temporada nos afetou ano após ano. Se eu a
apoiasse, talvez ela não tivesse se desviado.

— Cara, você foi um bom namorado para ela — diz Pacey. —


Você se esforçou, ela não, e não estou apenas dizendo isso. Eu lhe
diria a verdade se achasse que você era o culpado. Mas você não
foi. O que Holmes diz está certo. Isso foi culpa dela, não sua.

— E agora ela vai se arrepender — diz Posey, batendo no nariz


e piscando para mim.

Às vezes, pergunto-me por que somos amigos dele.

— Acho que aceitar essa verdade vai demorar um pouco, além


de aprender a confiar novamente.

— A confiança é difícil — diz Holmes. — Confiar em qualquer


coisa, até na vida. — Silenciosamente, ele acrescenta: — Não
querendo perder novamente o que está perto de você. É duro.

Eu sei que ele está se referindo à perda do irmão, e é uma das


primeiras vezes que o ouço dizer algo assim. Ele normalmente fica
quieto, principalmente em relação ao irmão, o que me faz pensar
por que ele está oferecendo um breve vislumbre dessa parte de sua
vida.

— É — eu digo. — Mas Ollie está ajudando-me com essa


confiança. Ela é paciente e compreensiva. Ela sabe tudo sobre
Sarah e garantiu-me que nunca me trataria do jeito que Sarah
tratou. Não sei, com Ollie, sinto-me mais leve, mais organizado,
como se o pior tivesse passado, e agora estou começando a sair do
outro lado do túnel escuro.

— Ela parece honesta — diz Posey. — Quando ela defendeu


você no bar na frente de Sarah, quase a beijei na boca de tão
satisfeito.

— Cara, não — eu digo. — Nem pense em beijá-la.

— Eu nunca faria isso. — Posey revira os olhos. — Eu estava


muito feliz por ter pensado em beijá-la.

— Cheio de felicidade? — Pacey pergunta.

— Sim, você deve conhecer essa emoção. Você estava muito


feliz quando conheceu Winnie. Lembra como ele esgueirou-se pela
cabana, perseguindo-a? — Posey diz.

— Eu não a persegui.

Todos nós zombamos disso, porque Pacey ficou imediatamente


apaixonado. Nenhum de nós foi autorizado a sequer pensar em
olhar para Winnie.

— Posso tê-la seguido, mas não a persegui — esclarece Pacey.

— Isso soa melhor — eu digo.


— Fico feliz que ela seja tudo o que você procura — Holmes me
diz. — Ollie parece muito legal.

— Ela é — falo, um sorriso aparecendo em meu rosto enquanto


penso nela.

As últimas semanas pareceram um turbilhão e, de alguma


forma, conseguimos construir uma base juntos. Uma base de
apreço e amizade. E a partir daí, cresceu. Tornou-se algo que
nunca pensei que sentiria novamente: amor por uma mulher.
Mesmo assim, acho que o amor que tenho por Ollie é maior e mais
significativo do que qualquer coisa que já tive por Sarah.
Experimentando ambos os relacionamentos, posso dizer isso
facilmente.

Acho que Sarah sempre teve um pé fora da porta, enquanto


Ollie realmente valoriza-me. Ela aprecia estar comigo. E ela me
quer por mim, não pela riqueza e pelos bens. Sarah, especialmente
mais tarde em nosso relacionamento, raramente... me amava. É
completamente diferente com Ollie. E não consigo vê-la mudando,
porque ela é sincera em sua essência. Sarah não é, e eu sei disso
agora. Posso ver mais claramente o quão egoísta ela realmente era.
Tudo é diferente com Ollie.

A sensação que tenho quando ela olha para mim.

As emoções que sinto quando somos íntimos.

E a maneira como respondo a ela – quando falo com ela, mando


mensagens para ela – é muito diferente do senso de obrigação que
eu tinha com Sarah. Talvez isso se deva à novidade do nosso
relacionamento, mas sinto-me um participante ativo e disposto,
em vez de alguém que espera que algo ruim aconteça.
Ollie me acordou e nunca vou considerar isso garantido.

Olho para meus amigos e digo: — Obrigado por estarem ao meu


lado. Eu realmente gosto disso.

— Não há necessidade de nos agradecer — diz Posey, com a


boca cheia de pão. — É para isso que estamos aqui.

Silas: Você está acordada?

Ollie: Humm, sim. Você vai ligar?

Sento-me na cama, a luz da manhã brilhando no meu quarto


de hotel, e vou para o FaceTime. Ontem à noite, quando voltei para
o hotel, já era bem tarde, então falei pouco com Ollie, mas agora
que acordei, quero conversar mais com ela. Temos tempo antes de
eu precisar estar na arena, então é melhor passar algum tempo
com minha garota.

O telefone toca algumas vezes e então seu lindo rosto aparece.

— Bom dia — ela diz toda sonolenta enquanto se contorce nos


lençóis.

— Bom dia — respondo e então noto seu ombro nu. — Baby,


você está nua?

— Estou. E você?

— Estou com minha cueca.


— Tire-a — ela diz enquanto desliza os lençóis para baixo, e eu
tenho uma visão de seus seios perfeitos na primeira fila.

Apoio o telefone na mesa de cabeceira ao meu lado e tiro minha


cueca apenas para deixá-la cair no chão.

— Você já está duro — ela diz.

— Acordei com uma ereção. Tive um sonho sexual com você


ontem à noite.

— Mmm, diga-me o que eu fiz — ela pede enquanto move as


mãos sobre os seios.

Minha boca enche de água ao vê-la. — Estávamos na minha


casa, fazendo o jantar juntos.

— Você não sabe cozinhar. — Ela sorri.

— Não me impediu de tentar no meu sonho. Você estava


vestindo uma das minhas camisas de botão e nada mais.

— Parece correto. — Ela aperta os mamilos e eu agarro a base


da minha ereção e aperto.

— Eu apoiei você no balcão, deitei você e explorei cada


centímetro do seu corpo com minha língua.

— Você desabotoou minha camisa e a deixou cair?

Concordo. — Sim, e eu chupei seus peitos pelo que pareceu


uma eternidade.

— Adoro quando você faz isso — ela diz enquanto começo a


mover minha mão para cima e para baixo. — Você estava duro no
seu sonho?

— Muito duro, como estou agora.


— Deixe-me ver — ela diz, seus lindos olhos abrindo-se. Pego o
telefone e viro a câmera para que ela possa ver minha mão no meu
pau, bombeando. — Deus, isso é tão sexy.

— Deixe-me ver você tocar sua boceta — falo enquanto meu


aperto fica mais forte.

Ela pega o telefone também e oferece-me o mesmo ângulo. Sua


boceta nua aparece logo antes de sua mão deslizar sobre ela e seu
dedo deslizar sobre sua fenda. — Silas, gostaria que esta fosse a
sua língua.

— Eu também, baby. — Uma leve camada de suor surge sobre


minha pele.

— O que mais aconteceu? Você me fodeu no balcão?

Knock. Knock.

Olho para a entrada da minha porta.

Porra, isso é serviço de limpeza? Coloquei a placa de não


perturbe. Eles deveriam me deixar em paz.

— Silas.

— Huh? Ah, desculpe, o que você disse? — pergunto.

Knock. Knock.

— Cara, abra — diz Posey.

— Alguém está batendo na sua porta? — Ollie pergunta.

— Sim — resmungo enquanto viro a câmera. — Eu acho que


é...
A porta emite um sinal sonoro para ser destrancada e ela se
abre. Posey, Pacey e Holmes entram em ação. Tenho cerca de dois
segundos para cobrir-me antes que eles me vejam.

— Que merda é essa — eu grito enquanto viro a tela do meu


telefone para baixo para que eles não possam ver Ollie. É por isso
que eu não deveria dar uma chave reserva para os caras. Achei
uma boa ideia, já que costumo dormir com o alarme de vez em
quando, mas isso não é legal.

— Nós precisamos conversar... — A voz de Posey morre


enquanto ele observa a cena à sua frente. — Uh... você estava...

Pego o telefone e, felizmente, Ollie está coberta e esperando por


mim. — Eu ligo de volta, baby.

— Tudo bem — ela diz logo antes de eu desligar.

— O que diabos está acontecendo? — pergunto. Enquanto


meus três amigos trocam olhares. — O quê? — eu grito.

— Essa era Ollie? — Pacey pergunta.

— Sim — eu digo, irritado. — E vocês estão interrompendo,


porra.

— Desculpe, mas... você precisa ler isso — diz Posey enquanto


caminha até mim e entrega-me seu telefone.

Completamente confuso, olho para a tela e leio o título de um


artigo.

Mesmo os jogadores de hóquei não podem ter tudo.

Por: Ollie Owens.


Eu olho para eles. — Este é o artigo de Ollie? — Eles acenam
com a cabeça. — Bem, Jesus, por que vocês estão invadindo aqui?
Eu já li.

— Você já leu? — Pacey pergunta.

— Sim — eu digo. — Antes que ela o entregasse.

Posey parece quase pálido quando diz: — Então você não se


importou com ela falando sobre... sobre o que aconteceu com
Sarah?

— Espere o quê? — pergunto enquanto meu coração para no


peito, todo o ar escapando dos meus pulmões.

— É, ah... está aí — diz Holmes enquanto passa a mão pelos


cabelos, angustiado. — Como ela traiu você.

— Não, porra, não está — eu digo, jogando o telefone. — Ela


não teria escrito isso.

— Cara — Pacey diz suavemente. — Está aí.

— Onde? — indago, nadando na pista da negação.

Posey pega o telefone e procura. Então passa-me o telefone.

Meus olhos concentram-se no início do parágrafo.

E depois de uma longa viagem, onde os meninos estão cansados


e prontos para uma refeição caseira, não há nada mais que eles
queiram do que voltar para casa para sua família e entes queridos.
Infelizmente para Silas Taters, nem sempre foi assim. Os Agitators
pintam sua organização como uma imagem perfeita, mas quando
você levanta o véu, você tem um vislumbre do outro lado da história,
um lado onde seus jogadores parecem não conseguir fazer seus
entes queridos felizes. Provavelmente não é a primeira vez que isso
acontece, mas é a primeira vez confirmada que nossos Agitators não
são perfeitos. A ex-namorada de Silas Taters o traiu.

O telefone escorrega da minha mão enquanto meus olhos


permanecem fixos no local à minha frente.

Não.

Não há como.

Ela não faria isso comigo.

Ela se preocupa comigo. Ela conhece o dano. Ela entende os


problemas de confiança que sofro. Ela não me usaria como parte
em seu artigo... certo?

Eu li isso.

Eu aprovei...

E então algo se destaca na minha cabeça. No dia em que ela


me disse que o entregou, ela disse que fez algumas alterações.
Foram essas as alterações?

— Silas — Holmes diz suavemente. — O que podemos fazer,


cara?

— Eu... eu não sei, porra — falo enquanto inclino-me para trás


na cabeceira da cama. — Eu não acredito nisso, porra. — Então
imediatamente pergunto: — Quem escreveu isso? Qual é o nome
no artigo?

— Foi Ollie — diz Pacey. — Por Ollie Owens.

— Você contou a ela sobre Sarah e o que aconteceu, certo? —


Posey pergunta.
— Eu contei, mas... ela jurou que não diria nada a ninguém. —
Balanço a cabeça, incapaz de compreender isso. — Ela não faria
isso... ela faria?

Minha mente voa rápido com ideias, com noções do que poderia
ter acontecido, mas de todos os cenários, uma coisa continua
aparecendo em minha mente... sua necessidade de provar a si
mesma. Sua necessidade de fazer o que é certo por Roberts.

Meus lábios rolam juntos enquanto meus dentes rangem.

— Silas... — Posey pergunta.

— Ela não ousaria — eu digo, a raiva tomando conta do choque.

— Tates, talvez possamos tirar você da cama, tomar banho e


conversar sobre isso — sugere Pacey, mas eu balanço a cabeça.

— Não, eu preciso que vocês vão embora. Agora, porra. — Meus


punhos cerram ao meu lado.

— Não sei se é uma boa ideia — diz Holmes.

— Eu disse, porra, vão embora — eu grito, assustando os três.

Pacey acena com a cabeça em direção à porta e Holmes o segue.


Posey hesita por um segundo e diz: — Estou aqui para ajudá-lo,
Silas. Se você precisar de mim, basta pedir.

Não digo uma palavra, apenas fico olhando para o meu telefone,
a raiva dominando-me. E se fosse Sarah? E se ela tivesse algo a
ver com isso?

Ou e se... a garota que eu pensei que amava decidiu me foder...


assim como Sarah?
Tiro as cobertas e vou para o chuveiro, minha raiva tão pesada
em meu peito que sinto que não consigo respirar. Só posso
imaginar o que a seção de comentários está dizendo, que outros
sites de notícias irão ler o artigo e depois lançar sua própria
opinião sobre mim. Porque é isso que eles fazem. Um artigo sai
com a notícia e o restante apenas o divulga com fatos adicionais.

Então agora todo mundo saberá da minha vida privada.

Todos saberão que tipo de homem eu sou.

Como não consigo fazer uma mulher feliz.

Como sou um maldito perdedor que uma garota trai.

A maior, mais sombria e mais embaraçosa parte da minha vida


está agora em exibição. Fui feito de idiota novamente. Ela veio atrás
de mim, pressionou-me... tudo para progredir em sua carreira.

Entro no chuveiro quando a água está quente e, em vez de lavar


meu corpo, sinto-me encostado no azulejo enquanto tento levar ar
para os pulmões.

Porra, como eu pude ser tão estúpido?

Ela me usou desde o começo.

Desde o começo, e eu escolhi ignorar isso.

Escorrego até o fundo do chuveiro e passo as mãos pelos


cabelos enquanto a água me envolve. Meus olhos enchem-se de
lágrimas e, quando fecho os dedos em punhos, sinto minhas
lágrimas caírem. Nada parece pior do que isso. Ollie jurou que
nunca me trairia, e talvez isso fosse verdade. Mas suas promessas
não se estendiam a usar-me em sua carreira, não é? Ninguém
precisava saber o que Sarah fez, e a ignorância deles significava
que eu estava salvo do escrutínio embaraçoso.

E meu coração? Parece que foi arrancado do meu peito.

Dei muito de mim a Ollie, coisas que Sarah nunca soube. Eu


estava pronto para ver um novo futuro. Um futuro mais feliz. Mas
isso só é possível através da confiança. E a confiança foi mais uma
vez abalada.

Sarah pode ter me dobrado, mas Ollie... ela simplesmente


quebrou-me.
Ollie: Ei, está tudo bem?

Ollie: Silas, não tive notícias suas. Apenas checando.

Ollie: Quando você receber isso, basta enviar uma mensagem


de texto ou ligar, ou qualquer coisa. Quero ter certeza de que você
está bem.

Olho para o meu telefone enquanto estou sentada na aula,


esperando que comece, meu estômago revirando. Algo aconteceu.
Os rapazes invadiram seu quarto, disseram algo e agora ele não
responde. Não sei se tem a ver conosco, com a equipe ou talvez
com Hornsby.

Enviei uma mensagem para Winnie também, perguntando se


ela ouviu alguma coisa, mas ela também não respondeu.

E agora que já se passaram algumas horas sem resposta aos


meus telefonemas ou mensagens de texto, estou começando a
surtar.

A porta da sala de aula abre-se e eu olho para cima bem a


tempo de ver Ross entrando, com uma expressão de quase
desgosto no rosto.

— Estou surpreso em ver você aqui — diz ele enquanto senta-


se.
Uh, qual é a atitude?

— Por quê? — pergunto. E então percebo que talvez Ian tenha


contado alguma coisa a ele. — Espere, você sabe alguma coisa
sobre a equipe? Eu estava no meio de... coisas com Silas quando
os meninos invadiram seu quarto, e não tive notícias dele desde
então. Ele não atende minhas ligações ou mensagens de texto.

— Não estou surpreso — diz Ross com os lábios franzidos.

Que diabos é isso.

Ele vasculha sua mochila e eu o paro e o viro para olhar para


mim. — O que está acontecendo?

— Ollie, você sabe que eu amo você e faria qualquer coisa por
você, menos aquele artigo. Garota, você está realmente
desesperada para impressionar Roberts?

— O que você está falando? — eu pergunto. — Foi lançado?

— Sim, e já é tendência. — Ele balança a cabeça. — Não


acredito que você escreveu isso sobre Silas depois de prometer a
ele.

— Escrevi o quê? — pergunto enquanto pego meu telefone e


procuro o artigo. Quando surge e leio a manchete, já sei que algo
está errado. Esse não foi o título que escolhi. Meus olhos
examinam o texto, flutuando rapidamente até chegar a uma parte.

Um único parágrafo que faz todo o sangue escorrer do meu


rosto.

— Oh, meu Deus — eu sussurro. — Eu... eu não escrevi isso.


— Meus olhos examinam o parágrafo repetidamente. — Ross, eu
não escrevi isso. Eu nunca faria isso.
— Tem o seu nome no artigo — diz Ross.

Lágrimas enchem meus olhos quando olho para ele, o pânico


faz com que minha garganta fique apertada. — Mas eu não
coloquei isso aí. Eu nunca faria isso com Silas. Eu... eu não
entendo. — Minha respiração escapa-me e entro em pânico por ar,
minha respiração torna-se difícil.

— Merda — diz Ross enquanto pega nossas coisas e leva-me


pela mão, saindo da sala de aula e indo para o corredor. — Respire
fundo, Ollie. — Ele me guia até um canto e depois nos faz sentar.

— Eu não fiz isso. Eu n-nunca faria isso. — Meus dentes


começam a bater, meu corpo tem espasmos a cada segundo que
passa com este artigo publicado.

— Se você não fez isso, quem fez? — Ross pergunta.

Olho para ele e digo: — Você... você é o único a quem contei


acidentalmente.

Sua testa se enruga. — Se você está insinuando...

— Não, eu não estou. — Balanço minha cabeça. — Eu sei que


você não faria isso comigo. — Pressiono a mão na testa e tento
pensar. — Eu simplesmente não entendo. Não foi assim que
entreguei o artigo. Quem mudou isso? Alguém pode mudar isso?
Isso não é permitido, não é?

— Não tenho ideia — diz Ross. — Obviamente, alguém mudou


isso. Para quem você entregou o artigo?

— Roberts — eu digo. Enviei diretamente para ele. — Eu não


entendo como ele saberia sobre a traição. Silas não contou a
ninguém. E não sei quem mais saberia sobre o artigo.
— A única correlação é... você — diz Ross, afirmando o óbvio.

— Porra — falo enquanto pego meu telefone e disco o número


de Silas. Levo-o ao ouvido e ele toca três vezes antes de ir para o
correio de voz. Depois do sinal, digo: — Silas, sou eu. Eu realmente
preciso falar com você. Por favor, ligue-me.

Desligo e encosto a cabeça na parede.

— Por que você não disse a ele que não escreveu essa parte do
artigo?

— Porque ele não vai ouvir a mensagem de voz — respondo,


conhecendo Silas muito bem. — Não há sentido. — Levanto
minhas pernas até o peito e aperto-as com força. — Acho que estou
fodida.

— Cara, você tem que comer alguma coisa — Posey diz e senta-
se ao meu lado em uma mesa na arena enquanto meu telefone
vibra na mesa. Outro telefonema de Ollie, mas deixo cair no correio
de voz.

— Eu comi. Comi uma barra de proteína — digo.

— Isso não é suficiente, e você sabe disso. — Posey passa um


prato de salada de macarrão para mim. — Vamos lá, cara. Coma
alguma coisa.
— Eu não quero comer nada — eu digo enquanto recosto-me
na cadeira. — Porra, Levi, parece que eu quero comer alguma
coisa?

Ele faz uma pausa, estudando-me. — Parece que você quer dar
um soco na parede.

— Quero — digo enquanto minha perna salta para cima e para


baixo em um ritmo rápido.

— Você falou com ela?

— O que diabos eu diria? Obrigado por jogar-me debaixo do


ônibus para ganhar sua própria carreira? Obrigado por espalhar
minha roupa suja para a porra do mundo ver? — Eu balanço
minha cabeça. — Não. Foda-se ela.

— Ok, posso ver onde está sua cabeça, mas talvez algo a
considerar, e se, não sei... e se não foi ela quem escreveu?

— Que porra você está falando? Esse é o artigo que ela


escreveu. Eu li antes que ela o entregasse. Ela disse que fez
algumas alterações. A parte sobre ter sido traído, essas foram as
mudanças dela. E por que diabos você está defendendo-a?

— Eu não estou defendendo-a. Só estou tentando entender


tudo isso, ok? Não parece que Ollie faria isso com você.

— E você acha que a conhece melhor do que eu?

— Pelo que você sabe dela, isso é algo que ela faria?

Desvio o olhar, minha raiva ultrapassando meu bom senso. —


Ela sabia sobre Sarah. Ela foi uma das primeiras a saber. Como
isso acabou no artigo dela?
— Eu... não sei — diz Posey enquanto coça a nuca. — Tudo que
sei é que vi a maneira como ela olha para você e preocupa-se com
você. É difícil acreditar que ela faria isso. — Ele faz uma pausa e
diz: — E se... e se foi Sarah?

— O que você quer dizer? — pergunto.

— E se Sarah contou a alguém? Quero dizer, ela teve aquela


briga com Ollie no bar. Talvez Ollie a tenha irritado e Sarah tenha
se vingado?

Passo a língua pelos dentes, pensando nessa ideia. — Como ela


poderia saber quem era Ollie, que ela estava escrevendo um artigo
para começar?

Só então, a pessoa em questão, a própria Sarah, entra no


refeitório. É raro que o pessoal de marketing viaje com as equipes,
mas como ela está ajudando a substituir Penny, algumas funções
foram divididas.

Sarah olha ao redor e, quando me vê, dirige-se direto para


minha mesa.

Mas desta vez, em vez de tentar atacar-me com seu apelo


sexual, ela tem uma expressão preocupada no rosto.

— Silas, posso falar com você? — ela pergunta enquanto torce


as mãos na frente dela.

— Tudo o que você tem a dizer pode ser dito na frente de Posey.

Ela olha para Posey e depois para mim. Pergunto-me o que está
acontecendo na cabeça dela. Ela é culpada? Ela tem que saber
sobre o artigo. Juro que todo mundo sabe disso neste momento.
Aquela coisa se espalhou como um incêndio.
— Ok. — Ela limpa a garganta. — Queria falar com você sobre
aquele artigo que foi escrito. Já estou recebendo e-mails de outros
veículos de notícias pedindo uma entrevista, um comentário. Meu
nome está sendo divulgado porque fui sua última namorada e
agora meu chefe está questionando-me. Por que... por que você fez
com que ela escrevesse isso? Eu sei que machuquei você, mas isso
está brincando com meu sustento agora.

— Então... você não teve nada a ver com este artigo?

— Não — ela diz com desgosto e choque. — Por que eu iria


querer divulgar isso para o mundo? Tenho vergonha do que fiz,
Silas. Não quero ser conhecida como traidora. Há comentários
naquele artigo de pessoas destruindo-me. Você realmente acha
que eu gostaria de adicionar esse tipo de desastre à minha vida?

Conheço Sarah há muito tempo e sei quando ela está sendo


manipuladora, quando está mentindo, quando está triste, com
raiva e dizendo a verdade. E eu sei, do fundo da minha alma, que
ela não teve nada a ver com isso.

Ela enxuga uma lágrima e sussurra: — Não quero perder este


emprego.

— Você não vai perder seu emprego — eu digo. — Vou certificar-


me disso.

— Cara... — Posey diz. Quando eu lanço um olhar mortal, ele


não recua. — Ela fodeu você. Fez você se sentir uma merda
absoluta. Fez você duvidar de si mesmo e você vai intervir e
protegê-la desse jeito? Que porra é essa, cara?
Sarah fica rígida ao meu lado. — Todo mundo comete erros,
Levi.

— Isso não foi um erro — diz ele, com a voz áspera. — Isso
mexeu com meu amigo. Você percebe o tipo de homem que Silas
é? Ele faria qualquer coisa pelas pessoas próximas a ele, e você o
traiu, Deus sabe quantas vezes. Francamente, é nojento você
pensar que pode pedir ajuda sem sequer se desculpar ou confessar
o que fez. Você é uma pessoa de merda, Sarah. Simples assim. Se
o seu nome está sendo divulgado, então você merece.

— Levi — chamo, tentando acalmá-lo.

— O quê? É verdade. Você merece o melhor. Não desça ao nível


dela.

— Eu não estou descendo ao nível dela, mas também não vou


ficar sentado quando a garota com quem eu estava fodeu nós dois.
Sarah não deveria perder o emprego por causa do que fez comigo.
— Mesmo eu não sou tão mesquinho.

— A razão pela qual você estava mesmo com Ollie é por causa
de Sarah — Posey praticamente grita. — Tipo, onde está a porra
da sua cabeça, cara?

Eu sei que ele está certo.

Sarah não merece minha empatia.

Ela não merece nada de mim.

No entanto, por algum motivo, sinto-me mal por ela.

— Não sei. — Esfrego a mão na testa antes de levantar-me da


mesa. Olho para Sarah e digo: — Você não teve nada a ver com
este artigo?
— Eu juro, Silas. Eu não faria isso com você e com certeza não
faria isso comigo. Eu sei que você não confia em mim, e entendo
isso. Eu devo-lhe um pedido de desculpas. O que eu fiz com você,
como tratei você, foi horrível e sinto muito. Eu vi o quanto
machuquei você e não faria isso de novo. Talvez eu estivesse com
ciúme de Ollie, mas nunca seria vingativa, especialmente se isso
também me machucasse no final.

Porque sempre gira em torno de Sarah. Isso é algo que preciso


lembrar.

Eu apenas aceno e vou em direção ao vestiário.

Onde diabos está minha cabeça? Ótima pergunta.

Estou com raiva.

Estou ferido.

E estou tentando descobrir por que a garota que eu achava que


amava faria isso comigo.

Talvez o resultado seja que fui enganado.

Simples assim.
— Você assistiu ao jogo? — Ross pergunta quando entra no
meu dormitório.

Balanço a cabeça enquanto enterro-me ainda mais na cama,


onde fiquei nos últimos três dias.

Felizmente, não tive que ir trabalhar, porque era fim de semana


e faltei às aulas na sexta-feira, então fiquei plantada aqui, imóvel,
sem querer que ninguém se comunicasse comigo além de Silas.

E ele não disse uma palavra para mim.

Nem uma única.

E eu não o culpo.

Do seu ponto de vista, outra mulher que ele amava o traiu. Se


ao menos ele me ouvisse.

Ross senta-se na minha cama. — Silas entrou em outra briga.

Meu estômago aperta-se só de pensar nisso. Outra noite,


enquanto estávamos assistindo, Silas brigou com outro jogador.
Observei enquanto ele jogava as luvas no gelo junto com o capacete
e acertava outro jogador. Esse outro jogador fez o mesmo.

A visão deles lutando quase me fez vomitar.

— Foi ruim? — pergunto.

— O jogador acertou Silas bem na cara. Os locutores diziam


que parecia que Silas simplesmente desistiu e não investiu na luta.
E de onde eu estava, parecia que ele queria levar um soco. Foi a
segunda derrota consecutiva, e o Sr. Mostarda estava reclamando
de Silas e de como ele precisa colocar a cabeça no jogo.

— Tenho certeza que não está, graças a mim.

— Mas você não escreveu aquela parte no artigo.

— Eu sei disso, e você sabe disso, mas ele não. Pelo que sei,
Silas está recuperando-se agora. Ele confiou em mim quando foi
difícil conquistar sua confiança e veja o que aconteceu. Ele está
sofrendo, Ross, e tudo que quero fazer é consertar isso.

— Então conserte isso — diz Ross. — Os caras voltam para casa


esta noite. Ian me contou. Vá até a casa dele e force-o a falar com
você. Ele não pode evitá-la se você estiver no apartamento dele. Ele
merece a verdade.

— Mas não sei qual é a verdade. Tudo que sei é que não fui eu
que escrevi.

— Então explique isso para ele. Deixe-o saber que você planeja
descobrir isso.

— Não sei, Ross. — Eu suspiro. — Talvez eu devesse


simplesmente desistir. Ele provavelmente está melhor sem mim.

— Isso é besteira, e você sabe disso. — Ross se aproxima e


coloca a mão na minha perna. — Ollie, você está significativamente
mais feliz desde que estão juntos. Ele mesmo disse que estava
aprendendo a confiar novamente.

— Isso não significa nada quando perdi essa confiança.

— Bem, então diga-me uma coisa — diz ele. — Você disse que
o ama, certo? Você simplesmente vai desistir disso? Você acha que
poderia superá-lo?
— Não — eu digo. — Mas acho que não tenho escolha. Acho
que é inevitável.

— É, se você não tentar. — Ele empurra minha perna. — Basta


ir até lá e falar com ele. Faça com que ele ouça você.

Puxo meu cobertor pesado que cheira a ele para mais perto do
meu rosto. — E se ele não acreditar em mim?

— Ele vai acreditar. Confie em mim. Você só precisa conversar


sobre isso. Ok?

Eu passo meus dentes sobre meu lábio trêmulo. — Não sei.

— Você vai se arrepender se não fizer isso. Fale com ele, para
que tudo faça sentido. — Ross está certo. Não consigo imaginar
sentir o que sinto por Silas por mais ninguém. Ele é um homem
tão bom. Reservado, atencioso, carinhoso, gentil, engraçado...
simplesmente perfeito. Posso ver minha vida com ele. Através de
altos e baixos, vitórias e derrotas, boas e más atribuições. Posso
ver como nos equilibramos. E não posso simplesmente deixar isso
passar. Deixar ele ir.

Respiro fundo e digo: — Tudo bem.


Desde o momento em que entrei no apartamento de Silas,
soube que foi uma má ideia.

A última coisa que tenho certeza que ele quer ver quando
chegar em casa depois de uma viagem brutal sou eu, mas Ross
está certo. Se quiser ter alguma chance de salvar esse
relacionamento com Silas, preciso falar com ele. E a única maneira
de fazer isso é se estiver na casa dele.

Isso não torna menos intimidante.

Porque tenho essa sensação horrível de que este é o nosso fim.


Que não há como voltar atrás. E quanto mais penso nisso, mais
não consigo conter minhas emoções. Porque eu amo esse homem.
Eu o amo mais do que qualquer pessoa que já amei, qualquer
pessoa com quem já estive.

Ele me fez sentir linda novamente.

Ele me fez sentir que sou importante.

Ele coloca um sorriso no meu rosto todos os dias, e saber que


tudo pode acabar depois desta noite deixa meu estômago
embrulhado.
Recebi uma mensagem de Ross há cerca de meia hora
informando que os rapazes pousaram, então Silas deve chegar
aqui a qualquer minuto.

Verifico a hora em meu telefone assim que a porta da frente é


destravada.

Os nervos correm pelas minhas veias e, quando a porta se abre,


preparo-me para o que está por vir.

Eu me levanto do sofá, vestindo seu moletom e uma legging,


esperando e rezando para que ele me dê uma chance.

Ele entra no apartamento vestindo um deslumbrante terno


cinza-escuro de três peças que se ajusta a cada parte do seu corpo.
Ele rola a mala para dentro, fecha a porta atrás de si e tranca-a.
Quando ele se vira e me vê, ele congela.

Seus lábios ficam finos.

Sua sobrancelha cai.

E imediatamente sei que não sou bem-vinda.

— Que porra você está fazendo aqui? — ele pergunta.

Com as mãos trêmulas e as pernas prestes a fraquejar, dou um


passo à frente e digo: — Preciso muito falar com você.

— Sobre o quê? — indaga enquanto joga as chaves na mesa da


entrada e caminha até a cozinha. É quando percebo o preto sob
seu olho, bem como o inchaço. Meu coração dói, sabendo que sou
a razão dele ter isso. Eu sou a razão pela qual ele teve alguns dias
tão difíceis. Sou a razão pela qual a equipe dele agora tem duas
derrotas.
— Sobre o artigo — eu digo.

— Nada para conversar — ele responde enquanto pega uma


cerveja na geladeira e a abre. — Você decidiu se aproveitar de mim
para ganhar impulso em sua carreira. Simples assim.

Ele engole o que parece ser metade da lata.

— Eu... eu não escrevi isso.

Ele abaixa a lata de cerveja e olha-me nos olhos. — Você


realmente espera que eu acredite nisso? Você escreveu aquela
porra de artigo. Eu o li antes de você entregar. Era seu.

— Sim, era — falo, minha voz quase um sussurro devido ao


quão apertada minha garganta está. — Mas aquela parte sobre
você não foi escrita por mim. Eu não faria isso com você, Silas.

— Você não faria isso? — ele pergunta. Ele toma outro gole de
cerveja e a coloca no balcão. — Você estava desesperada para fazer
algo por si mesma, para impressionar Roberts, então o que a
impediria de me usar? Parece que deu certo para você. A história
está em toda parte.

— Eu não faria isso, Silas. Eu não faria isso com o homem que
amo.

— Ama? — Ele zomba com uma risada feia. — Você não me


ama, e nem tente afirmar que ama — ele diz enquanto pega outra
cerveja na geladeira. — Ninguém jamais escreveria isso sobre a
pessoa que ama.

— Silas, eu não escrevi...


— Você me fodeu, pegou o que queria e me deixou sangrando
— diz ele, com a voz cada vez mais irritada. — Valeu a pena? —
Ele vira a cerveja e dá um gole.

Pela terceira vez, digo: — Não fui eu que escrevi isso...

— Não me venha com essa merda, Ollie — ele grita e bate a


cerveja no balcão ao lado da lata vazia. — Eu não quero ouvir suas
desculpas. Antes de você entregar seu artigo, três malditas pessoas
sabiam que Sarah estava me traindo. Ele levanta três dedos. —
Eu, Sarah... e você.

— Bem, você perguntou a Sarah? Talvez ela tenha dito alguma


coisa.

— Ela veio até mim horrorizada, porque sua vida mudou


drasticamente. Ela está sendo assediada, prestes a perder o
emprego, e seu nome está sendo arrastado pela lama. Ela não teria
feito isso consigo mesma.

— E você acredita nela?

Ele dá um passo à frente. — Por que diabos ela prejudicaria a


imagem dela para fazer você parecer melhor para seu chefe?

É um bom ponto.

— Você está sem opções, Ollie. Você com certeza sabe que não
fui eu quem disse nada. Ninguém mais sabia, então diga-me
novamente como isso não é culpa sua.

Não posso.

Não tenho respostas para ele.


Não há razão para saber por que ou como isso aconteceu. Estou
tão confusa quanto ele.

— Eu sinto... sinto muito, Silas.

Ele balança a cabeça. — Dê o fora daqui. Deixe sua chave na


mesa.

— Silas, por favor. Só me dê um segundo para descobrir tudo


isso. Posso falar com Roberts e ver o que aconteceu.

— Que porra você não entende quando eu digo para sair daqui?
— ele pergunta, gritando. Ele joga o braço em direção à porta. —
Vá. Você está morta para mim, Ollie.

— Silas... você não...

— Vá! — ele grita. — Agora. Dê o fora da minha vida.

E com isso ele caminha em direção ao seu quarto sem olhar


para trás. E eu sei, essa é a última vez que vou vê-lo.

Essa é a última vez que falo com ele.

Não há como voltar atrás.

Uma triste e dolorosa realidade que terei que enfrentar.

Ollie: Cinco minutos e contando.

Ross: Como você se sente?

Ollie: Enjoada.

Ross: Você pode fazer isso.


Ollie: A única razão pela qual estou fazendo isso é para ter
respostas.

Ross: Eu sei. Você consegue, Ollie.

— O Sr. Roberts verá você agora.

Tiro os olhos do telefone e sorrio levemente para a assistente


de Roberts enquanto levanto-me. — Obrigada — falo antes de
passar pelas portas de vidro de Roberts e ir direto para seu
escritório, onde o encontro digitando em seu computador.

— Senhorita Owens, isso é sobre o e-mail que lhe enviei? — ele


pergunta, os olhos ainda no computador.

— Não — digo enquanto sento-me em uma das cadeiras em


frente à mesa dele. — Eu esperava falar com você sobre o artigo.

Ele move o mouse, clica algumas vezes e finalmente me dá


atenção. — O que tem o artigo? — ele pergunta. — Ganhou muita
atenção. Pensei que você ficaria feliz em ver seu nome em todos os
lugares.

Alguém poderia pensar.

— Bem, há uma parte do artigo que não escrevi e fiquei


perguntando-me de onde veio.

— Qual parte em particular? — ele pergunta enquanto


pressiona dois dedos em sua têmpora.

— A parte em que fala sobre Silas e como a namorada dele o


traiu.

— Ah, bem, algumas mudanças foram feitas no processo de


edição. Provavelmente foi adicionado então.
— Adicionado? É disso que todo mundo está falando. Como
você pode ser tão casual sobre isso ter sido adicionado quando eu
não escrevi, mas meu nome está no artigo?

Ele pega uma caneta na mesa e inclina a cabeça para o lado,


estudando-me em silêncio. — Você tem algum problema com o
artigo, Srta. Owens?

Os nervos passam por mim enquanto engulo lentamente. Não


quero deixá-lo bravo, mas também quero chegar ao fundo disso.

— Eu tenho. — Parece que meus órgãos internos estão


tremendo com seu olhar severo. — Veja, essa informação sobre
Silas era privada. Nunca deveria estar disponível ao público.

— Privada? — ele diz. — Engraçado, porque minha fonte ouviu


você conversando sobre isso com seu amigo.

— Falando sobre isso? Eu nunca... — Faço uma pausa, minha


mente relembrando meu almoço com Ross, onde acidentalmente
contei a ele.

— Posso dizer pela sua expressão que você sabe exatamente do


que estou falando.

— Aquilo foi... foi acidental — eu digo. — Isso não era


informação pública.

— Você deveria saber que qualquer coisa dita em voz alta é


informação pública, Srta. Owens. Ou você não aprendeu isso nos
anos em que estudou para ser jornalista?

— Mas quem... como...


— Não importa — diz Roberts. — A informação foi trazida e
pensei que faltava um elemento integrante do nosso artigo.
Francamente, era chato até aquele ponto.

— Mas você não pode fazer isso — eu digo, ficando com raiva.
— Você não pode simplesmente mudar meu artigo assim.

— Sim, eu posso. Está no contrato que você assinou quando


ingressou na empresa. Posso mudar qualquer coisa que você
escrever. E eu mudei.

— Mas isso atrapalhou meu relacionamento com Silas. Você...


você nos machucou.

— Você está procurando um pedido de desculpas? — ele


pergunta, um sorriso maníaco passando por seus lábios.

— Estou procurando um pouco de decência — eu digo. — Meu


Deus, onde está a sua integridade? Você está falando da vida
privada de um homem que está sendo arrastado pela lama.

— Você está falando da mesma coisa que acontece com todos


os atletas profissionais e celebridades por aí. Eles estão no centro
das atenções e sabem as consequências. Eles recebem muito
dinheiro, então suas vidas privadas são um jogo justo.

— Não, não são. Eles são humanos. Você não deveria ter o
direito de destruir alguém com base na narrativa que você acredita
estar correta em sua cabeça.

— Você está dizendo como administrar meu negócio? Uma


estudante universitária, na verdade, Srta. Owens? — Ele joga a
caneta sobre a mesa e depois cruza as mãos. — Sugiro que você
pare e pense no que está me dizendo.
— Eu sei exatamente o que vou dizer a você. — Levanto-me da
cadeira e digo: — Você é um homem patético que ganhou milhões
destruindo a vida de outras pessoas. Você é uma desculpa
esfarrapada para um humano, e eu realmente espero que quando
chegar a sua hora, o carma volte para morder sua bunda com
tanta força que seu bigode caia.

Sua mandíbula treme e ele também se levanta. — Isso foi um


erro, Srta. Owens.

— O que você vai fazer? Demitir-me? — eu pergunto. — Eu já


desisti. Não me sujeitarei a um homem que considera adequado
intrometer-se na vida dos outros para cumprir algum complexo
previdente de Napoleão que você está incorporando.

— Você acha que essa conversa permanecerá dentro destas


paredes? — Ele balança a cabeça e pressiona o dedo na mesa à
sua frente. — Vou garantir que você nunca consiga um emprego
nesta indústria. Você pode contar com isso.

— Se é isso que vai fazer você dormir melhor à noite, então vá


em frente. Eu não dou a mínima. Você é um homem pequeno com
um ego gordo. Eu sinto muito por você.

— Você não receberá crédito por este estágio. Insubordinação.

— Tudo bem — eu digo enquanto dirijo-me em direção à porta


dele. — Faça o que você quiser. Você já tirou a coisa mais
importante da minha vida. Sinta-se à vontade para tirar o resto. —
E então abro a porta com tanta força que ela bate contra a parede,
assustando sua assistente e levantando-a da cadeira. — Seu chefe
é um filho da puta mentiroso com um pau minúsculo. Divirta-se.
E com isso, desço direto pelo elevador, pelos corredores
movimentados, e vou direto para minha mesa, onde pego minha
bolsa e a encho com meus pertences, inclusive a foto de Silas.

— Onde você vai com tanta pressa? — Candace pergunta


enquanto aparece do nada. — Não pode ser o artigo que deixou
você toda nervosa.

O tom de sua voz parece pegajoso.

Muito viscoso.

Como... como se ela soubesse de alguma coisa.

Lentamente, viro-me e digo: — Esse artigo, por acaso você não


sabe quem o editou, não é?

— Quem você acha que editou? — ela pergunta com um sorriso.


— Cada artigo passa por mim.

Minhas narinas dilatam.

Os cabelos da minha nuca ficam em alerta.

E agarro minha bolsa enquanto dou um passo à frente, então


estamos quase nariz com nariz. — Você colocou a parte da traição
no artigo? — pergunto com os dentes cerrados.

Como se estivesse em câmera lenta, a expressão de Candace


transforma-se de presunçosa em totalmente demoníaca enquanto
os cantos de sua boca levantam-se como o Grinch. — Roberts
praticamente implorou para animar tudo, e como você foi tão
indiscreta, espalhando a roupa suja do seu namorado por toda
parte, pensei que a informação estava à disposição.

— Você nos ouviu. Você estava lá no refeitório?


— Você realmente deveria aprender a manter a voz baixa.

A raiva de mil homens toma conta do meu corpo, fazendo meu


sangue ferver. Como ela ousa?

Eu deveria saber.

Ela queria pegar-me desde o dia em que usei seu post-it.

— Você... vadia — murmuro, fazendo com que ela sorria ainda


mais, se possível.

Uma raiva incandescente toma conta de mim.

Meus punhos cerram ao meu lado.

E antes que eu possa conter-me, agarro a cabeça dela e bato


minha testa contra a dela, dando-lhe uma cabeçada direto na
parede atrás dela.

Eu nem registro a dor.

Não me preocupo em dizer mais nada a ela.

Em vez disso, esbarro com ela no caminho pelo corredor e,


enquanto passo por sua mesa, passo meu braço por suas canetas
e post-its bem organizados e jogo tudo no chão antes de chegar ao
elevador e apertar o botão para descer.

Não percebo toda a extensão do que fiz até estar no meu


dormitório, com gelo na testa e receber um e-mail do meu
orientador informando que terei que repetir o estágio, o que vai
atrasar minha formatura.

Porra... ótimo.

A pior coisa? A dor na minha cabeça e a dor do fracasso não se


comparam à dor no meu coração por ter perdido Silas.
Para: Ollie Owens

De: Professor Wheeler

Assunto: Reunião Agendada

Senhorita Owens,

Como você não compareceu à nossa reunião sobre seu futuro


aqui no departamento de jornalismo e não obteve crédito pelo seu
estágio de verão, é com os mais profundos cumprimentos que
recomendo ao reitor que você seja dispensada da Escola de
Jornalismo, com vigência após o término do semestre.

Você manterá os créditos pelas aulas que fez neste semestre,


desde que seja aprovada, mas, infelizmente, não poderemos mais
oferecer aulas no departamento de jornalismo daqui para frente.
Acredito que você esteja ciente das circunstâncias que a trouxeram
a este ponto. E como você recebeu bolsa parcial de moradia, tenho
a difícil tarefa de dizer-lhe que você não terá mais acesso a esses
recursos no final do semestre.

Se você tiver alguma dúvida, não hesite em entrar em contato


comigo. Aconselho que você converse com um conselheiro fornecido
pela escola para descobrir quais devem ser seus próximos passos.

Sinceramente,

Professor Wheeler
Ross: Quer que eu vá aí?

Ollie: Não. Eu só quero ficar sozinha.

Ross: Não gosto que você fique sozinha no seu quarto.

Ollie: Eu amo você pelo carinho, mas só quero sentar aqui e


chorar sozinha.

Ross: Posso pelo menos levar algo para você? Talvez encontrar
Candace e acidentalmente passar uma navalha em sua cabeça,
talvez bem no meio? Tenho uma precisão impecável. Também sei
onde fica o escritório do professor Wheeler. Posso enfiar um peixe
morto em algum lugar.

Ollie: Não vou impedi-lo se for isso que você decidir fazer.

Ross: Vou manter uma navalha no bolso o tempo todo, então. O


peixe, bem, isso terá que ser planejado especificamente. Mas
falando sério, posso levar alguma coisa para você?

Ollie: Não, estou bem. Obrigada.

Coloco meu telefone de lado, pressiono as palmas das mãos


contra os olhos e solto um soluço feio.

Isso é tão injusto.

Tudo isso.

A perda do estágio, a perda do crédito mesmo tendo feito tudo


o que era necessário. Até escrevi um artigo que estava dentro do
escopo que me foi dado.
No entanto, estou perdendo tudo.

Meu trabalho.

Meus sonhos.

Minha moradia.

Meu homem...

Não vou negar o fato de que fui eu quem escorregou. Fui eu


quem quebrou a confiança de Silas. Mesmo que tenha sido
acidental. Isso é por minha conta, mas o que Candace fez? Ainda
estou tentando entender como alguém pode ser tão maníaco.

Como um erro pode ter um efeito tão adverso no resultado da


minha vida e em tudo que era importante para mim.

Então, novamente, é isso que Silas deve pensar de mim. Que


peguei um pedaço de sua vida e o vendi para obter lucro. E ele está
lidando com uma tempestade de merda da mídia. Eu sei, porque
olhei. Sarah também.

Tudo por causa de Candace. Não tenho dúvidas de que ela é a


favorita de Roberts no momento, algo pelo qual me esforcei
durante todo o meu estágio, mas agora, agora parece um desejo
infundado.

Por que você iria querer juntar-se a um homem assim? Com


alguém que não tem absolutamente nenhum coração ou
consciência das pessoas ao seu redor? Alguém que atrapalharia o
futuro de uma pessoa sem importar-se com o quão adversamente
isso mudará sua vida.

Pego um lenço de papel na mesa de cabeceira e assoo o nariz


antes de enxugar os olhos novamente.
Pelo menos senti que tomei a decisão certa ao escolher partir.

E dando a cabeçada em Candace. Espero que ela tenha uma


concussão. Ainda posso ouvir o som que fez quando nossas
cabeças colidiram.

Claro, isso custou-me minha graduação e reputação, mas saí


sabendo que fiz a coisa certa.

Quanto ao que vou fazer agora? Eu não tenho nenhuma


maldita ideia. Roberts não só me expulsou da Escola de
Jornalismo, mas também me impedirá de conseguir qualquer
estágio ou emprego aqui em Vancouver, o que significa que terei
que voltar para casa.

A ideia de voltar para lá com o rabo enfiado entre as pernas


apenas para ver a cara de “eu avisei” do meu pai cria um novo nível
de náusea. Algo em que não consigo pensar agora, embora
provavelmente devesse, já que meu tempo aqui está diminuindo
rapidamente.

Suspirando, saio lentamente da cama e encho meu copo de


água. É quando vejo a caixa de coisas que colecionei enquanto
namorava Silas e todos os pequenos itens que guardei para colocar
em um álbum de recortes.

Talvez porque eu aparentemente ame a dor autoinfligida, ou


talvez porque sinta falta dele mais do que qualquer coisa, pego a
caixa e a carrego para minha cama. Coloco minha água na mesa
de cabeceira e abro a caixa. Enxugo minhas lágrimas, abrindo
caminho para outras frescas, e pego a primeira coisa que está no
topo. O porta-retrato que levei para o trabalho com a foto dele.
Nunca mudei a imagem por puro despeito. Não, fiz todo mundo
olhar para seu abdômen.

Deixo a foto de lado e pego outra. É uma selfie de nós dois. Ele
está beijando minha bochecha e eu estou sorrindo. Sufoco um
soluço enquanto observo o quão incrivelmente feliz eu estava.
Como ele estava feliz.

Coloco isso de lado e pego o mapa que usamos no zoológico.


Está dobrado ao meio, onde Silas o enfiou no bolso de trás da calça
jeans. Lembro-me de vê-lo fazer isso e pensar que era uma coisa
estranha achar que era sexy. Mas eu achei. Achei que era tão
excitante e tive que controlar-me, porque ainda éramos amigos.

Outra foto nossa, esta é minha dormindo em seu peito nu.

Os rótulos dos iogurtes que compartilhamos juntos.

Guardanapos do bar.

Outra foto nossa de um dos eventos que fomos juntos.


Encontrei-a online e imprimi.

Parafernália dos Agitators.

Um cartão de visita de...

Olho para o cartão de visita, lembrando-me de quando o recebi.


Estávamos no evento do patrocinador de Silas e eu estava tentando
quebrá-lo acariciando-o a noite toda. Mas houve uma interrupção
na minha busca para deixá-lo louco. Foi quando conversamos com
J.P. Cane e Ryot Bisley... proprietário do The Jock Report.

J.P. entregou-me seu cartão caso eu pudesse ajudá-lo em suas


instituições de caridade.
Esfrego meus lábios e mais uma vez passo meus olhos
enquanto uma ideia forma-se em minha cabeça.

Pego meu telefone na mesa de cabeceira e mando uma


mensagem para Ross.

Ollie: Acho que tenho uma ideia.

Ele deve estar na vigilância de Ollie, porque ele responde


imediatamente.

Ross: Uh, uma ideia para quê?

Ollie: É meio maluca, mas acho que pode ser a solução que
preciso.

Ross: Estamos falando sobre perseguir Silas? Criando um


PowerPoint sobre como você não estragou tudo, mas estragou um
pouco? Eu realmente acho que precisamos deixá-lo em paz por
enquanto.

Ollie: Não sobre Silas, ele me pediu para sair da vida dele e vou
respeitar isso.

Ross: Ok, então uma solução para quê?

Ollie: Saindo da escola.

— Na verdade, estou suando por você agora, e você sabe o


quanto eu odeio transpirar — diz Ross ao telefone.

— Eu sei, desculpe-me.
— Tem certeza de que é uma boa ideia? — Ross pergunta.

— Não, mas o que mais eu vou fazer? Voltar para Oregon? Esse
é o último cenário.

— Eu sei, mas The Jock Report? Eles acabaram de publicar um


artigo sobre o seu artigo e como a mídia manipula as histórias para
obter opiniões.

Sim, isso não foi um bom presságio para mim. Depois que
contei a Ross meu plano, juntamos nosso dinheiro e compramos a
passagem de avião mais barata que encontramos para Los Angeles
e depois colocamos o hotel no meu cartão de crédito. Estou aqui
há vinte e quatro horas com a missão de falar com J.P. Cane sem
hora marcada. E com uma grande marca preta no meu nome.

— Não será fácil — eu digo. — Mas preciso pelo menos tentar.


Estou sem opções.

— Tudo bem, mas ligue-me assim que terminar.

— Eu ligo.

— Boa sorte. Amo você.

— Também amo você — falo antes de desligar o telefone e enfiá-


lo na bolsa. Vestida com um terninho roxo-escuro e uma blusa
branca, agarro a alça da bolsa e entro pelas portas da Cane
Enterprises. Eu sei que Ryot Bisley é um dos proprietários do The
Jock Report e J.P. é um investidor, mas como foi com ele que
estabeleci uma conexão, é com ele que tentarei falar primeiro.

Quando chego à recepção, digo casualmente: — Olá, tenho uma


reunião com J.P. Cane.

Eu não tenho.
A assistente olha para mim e diz: — Identidade?

Eu sorrio e procuro minha identidade na minha bolsa. Quando


entrego a ela, estou quase preocupada que ela vá fazer uma rápida
verificação de antecedentes, mas em vez disso, ela escaneia e
depois imprime um passe de visitantes para mim, que coloco na
minha camisa.

— Através da segurança, último andar.

Eu sorrio e digo: — Obrigada.

Passo pela segurança, sou revistada e depois vou para o


escritório dele. O prédio é lindo. Cheio de plantas vivas e linhas
modernas, posso entender por que trabalhar para a Cane
Enterprises seria relaxante, mesmo que a demanda por sucesso
fosse alta.

Quando chego ao andar onde deveria estar, há outra


recepcionista, então paro na mesa dela. — Posso ajudar? — ela
pergunta.

— Sim, eu, uh, não tenho reunião, mas gostaria de ver se J.P.
Cane tem alguma disponibilidade hoje.

Sem sequer verificar, a mulher balança a cabeça. — Sinto


muito, ele não tem horário em sua agenda.

Exatamente o que pensei que iria acontecer.

— Eu entendo — eu digo. — Na verdade, conheci o Sr. Cane em


Vancouver em um evento de patrocinador e ele me deu seu cartão.
— Mostro o cartão para ela. — Ele disse para contatá-lo. Bem,
estou aqui em Los Angeles hoje e realmente preciso falar com ele.

— E como eu disse, ele não tem horário na agenda.


— E se... e se eu apenas esperar, ver se aparece uma
oportunidade?

— Você é mais que bem-vinda para ver se isso acontece, mas


não posso garantir nada.

— Entendo e agradeço a chance. — Olho atrás de mim para


duas poltronas de couro. — Estaria tudo bem se eu sentasse ali?

— Isso seria ótimo — diz a recepcionista.

— Obrigada. — Eu sorrio gentilmente. — A propósito, meu


nome é Ollie. Ollie Owens.

— Ollie, é um prazer conhecê-la. Eu sou Terri.

— Terri, obrigada por deixar-me ficar na sua sala de espera


durante o dia.

Vou até uma das cadeiras e, assim que me sento, as portas do


elevador abrem-se e três homens extremamente atraentes entram
no saguão.

Huxley.

J.P.

E Breaker.

Sei como eles são e o que fazem pela empresa, graças a uma
pesquisa cuidadosa. Até pesquisei a vida pessoal deles e notei que
são todos casados.

Cada um com um copo de café na mão, eles cumprimentam


Terri e, enquanto passam, J.P. olha para mim e faz uma pausa por
um momento. Um reconhecimento desbotado cruza seu rosto
quando ele aponta o dedo para mim. — Como eu conheço você?
— O evento do patrocinador em Vancouver. Ollie Owens — eu
digo. — Eu estava com Silas Taters.

— Isso mesmo — diz ele. — Ollie Owens?

— Sim — eu digo.

— Ela espera ter uma reunião com você hoje — diz Terri. — Eu
disse a ela que sua agenda está lotada, mas ela está disposta a
esperar para ver se há vaga.

Ele balança a cabeça lentamente, mantendo os olhos em mim.


Ele leva o copo aos lábios e toma um gole. — Bem, parece que você
vai ter que esperar. — E com isso, ele vai embora.

Droga, por um segundo, pensei que ele se encontraria comigo


rapidamente.

Parece que ficarei aqui por muito tempo.

Pego meu telefone e envio uma mensagem rápida para Ross.

Ollie: Agenda cheia. Esperando na recepção para ver se há


vaga. J.P. me viu e me reconheceu, fez repetir meu nome. Acho que
ele sabe que fui eu quem escreveu o artigo. Você acha que isso é
uma causa perdida?

Ross: Eu estava com medo disso. Eles são muito apaixonados


pelo The Jock Report e seu artigo vai contra tudo em que acreditam.

Ollie: Entendi. Você acha que eu deveria ir embora?

Ross: O que você acha?

Ollie: Eu poderia admitir a derrota. Ou eu poderia ficar aqui e


esperar que ele me dê uma chance.

Ross: Acho que você vai esperar.


Ollie: Não acho que ir embora seja uma opção.

Ollie: Duas horas e contando e nada. Nem mesmo um pio.

Ross: O que você tem feito?

Ollie: Escrevendo em meu bloco de notas sobre o quanto sinto


falta de Silas.

Ross: Essas devem ser as duas horas mais tristes de todas.

Ollie: A certa altura chorei e percebi que precisava parar.

Ross: A recepcionista vai julgar você.

Ollie: Confie em mim, acho que ela já julga.

Ollie: Acabei de ver o JP sair para almoçar com a esposa. Quase


chorei só de vê-los de mãos dadas. Sinto falta do Silas.

Ross: Controle-se, mulher.

Ollie: Eu sei. Foi um momento de fraqueza.


Ollie: Eu quero tanto ficar de pé e alongar-me. Estou sentada
nesta cadeira há seis horas. Eu preciso de mobilidade.

Ross: Não se estique. Não faça nada para chamar atenção para
você.

Ollie: Então não faço polichinelos?

Ross: Jesus, não.

Ollie: Isso é tortura.

Ross: Aguente firme.

Ollie: Todo mundo está saindo do escritório. Já passa das cinco.


O que eu faço?

Ross: J.P. foi embora?

Ollie: Não. Parece que todo mundo foi embora.

Ross: Bem, fique aí até que lhe digam o contrário.

Ollie: Eu me sinto tão patética. Está claro que ele sabe quem eu
sou pelo artigo, e a última coisa que ele quer é falar comigo.

— Srta. Owens? — Terri diz. Olho para cima e a vejo parada ao


lado de sua mesa, com a bolsa amarrada no ombro.

— Sim? — pergunto.

— Infelizmente, vou ter que pedir para você sair. É hora de ir


para casa e não posso deixar você ficar aqui sozinha.
— Oh... sim, entendo isso — eu digo, sentindo-me com o
coração partido.

Levanto-me da minha cadeira de confiança e pego minha bolsa.

— Sinto muito, Srta. Owens.

— Não há necessidade de se desculpar — eu digo. — Entendo.

Terri aponta o braço para o elevador e eu sigo o exemplo. Terri


foi legal o dia todo. Ela até se ofereceu para trazer-me algo para o
almoço. Quem faz isso? Oferece almoço a um completo estranho?
Recusei, não querendo incomodar, mas mesmo que este tenha sido
um dia horrível de espera em uma cadeira, pelo menos alguém foi
legal comigo, uma pessoa que provavelmente não merece isso.

Terri aperta o botão do elevador e, quando o elevador apita,


ouço: — Ollie, volte aqui, por favor.

Olho por cima do ombro e vejo J.P. parado no corredor, com as


mãos nos quadris.

Oh, querido Deus.

Uma onda de nervosismo corre pelas minhas veias e penso em


virar-me e sair correndo por um momento. Mas é isso, minha única
chance. Então, com o queixo erguido, agradeço a Terri e volto para
seu escritório. Ele abre a porta do escritório e eu o sigo para dentro.

Um escritório de canto, é claro. É cheio de tons ricos, mas não


é pretensioso como o escritório de Roberts. E em vez de sentar-se
atrás de sua mesa, o que é intencionalmente intimidante, ele
senta-se em uma das poltronas da área de estar de seu escritório.

— Sente-se — diz ele, apontando para a cadeira à sua frente.


Sento-me ereta, tentando não parecer derrotada ou exausta do
dia, lutando contra meus nervos até este ponto.

— Estou interessado em saber por que você esperou o dia todo


para falar comigo — ele começa. — A última coisa que me lembro
é que você estava namorando Silas Taters, mas pelo artigo que
você escreveu sobre ele, presumo que isso não seja mais assunto
de conversa.

Sim, eu sabia que ele tinha lido o artigo.

Limpando a garganta, digo: — Eu adoraria ter uma conversa


com você onde eu falasse aberta e honestamente sobre minha
situação.

— Por favor, eu também — diz ele, cruzando o tornozelo sobre


o joelho e recostando-se na cadeira. — Diga-me por que você está
aqui.

— Para um emprego — eu digo, o que faz com que seus olhos


se arregalem um pouco antes de ele rir levemente.

— Ok, você está aqui para um emprego. Diga-me por que você
acha que seria uma boa opção para a Cane Enterprises.

É a minha chance.

— No verão passado, fui estagiária de Alan Roberts, como você


sabe, no meu último ano de faculdade. Para minha tarefa de final
de estágio, onde receberia crédito por todo o meu trabalho, fui
designada para o hóquei como tema geral.

— Ah, então o artigo foi o seu tema de final de ano?

Concordo. — Também conheci Silas no final do verão. Eu não


tinha ideia de quem ele era, mas rapidamente nos tornamos
amigos e a partir daí o relacionamento cresceu. Quando Alan
Roberts descobriu que eu estava namorando Silas, ele me pediu
para investigar a organização Agitators e escrever um furo expondo
os segredos obscuros da organização.

— Enquanto você estava namorando Silas? — J.P. pergunta


enquanto apoia o queixo na mão.

— Sim, eu disse a Roberts que isso era um conflito de interesses


e não me sentia confortável em fazer isso. Ele persistiu. Optei por
não ir nessa direção, mas sim fornecer um artigo sobre o estilo de
vida de como é ser um jogador profissional de hóquei. Foi o melhor
que pude fazer, visto que minha formação é em estilo de vida e não
sei nada sobre hóquei. Dei o artigo a Silas para que ele pudesse lê-
lo e ter certeza de que estava bem com tudo o que estava escrito.

— Ele estava? — J.P. pergunta, surpreso.

— Sim, então o entreguei. Mal sabia eu, Roberts havia pedido


a uma garota da empresa para fazer edições nele. Ela ofereceu a
informação sobre Silas sendo traído, e eles colocaram isso no
artigo sem meu consentimento. — Respiro fundo. — A partir daí,
tudo desmoronou. Silas, com razão, encerrou toda a comunicação
comigo. Quando descobri o que Roberts fez, pedi demissão na
hora, não querendo trabalhar para uma empresa que faria tal coisa
com alguém. Eu, ah... dei uma cabeçada na garota que adicionou
a parte da traição e fui embora. — J.P. sorri. — Perdi o crédito pelo
estágio. Roberts e o chefe do departamento de jornalismo são
próximos e ele contou a ele sobre isso. Fui afastada da escola por
não ganhar créditos pelo meu estágio e perdi minha bolsa de
moradia, porque não estou mais na Faculdade de Jornalismo. Em
vez de formar-me no próximo verão, terei que começar de novo. —
Respiro fundo novamente. — É por isso que estou aqui, porque
não apenas pesquisei a Cane Enterprises e tudo o que ela
representa, mas também pesquisei o The Jock Report, e depois de
passar pelo inferno que passei na semana passada, eu sei, no
fundo da minha alma, não quero nada mais do que ajudar a
levantar a voz daqueles que merecem. Eu sei que você não é
responsável por tomar decisões para o The Jock Report, mas
espero que esta conversa possa ser um avanço.

Eu termino aí e molho meus lábios, tão nervosa enquanto ele


senta lá e estuda-me.

— Como posso saber que você está dizendo a verdade?

— É uma ótima pergunta e, francamente, não tenho nenhuma


maneira de provar que Roberts fez a mudança, a não ser
encaminhando o e-mail que enviei a Roberts com o artigo original.
— Faço uma pausa e respiro fundo. — Neste verão, apaixonei-me
pelo homem mais incrível que já conheci. Eu não tinha ideia de
que homens como ele – nobres, honestos, engraçados, altruístas e
respeitosos – existiam. Estou absolutamente arrasada por isso ter
acontecido com ele. Sou confiável, sou uma trabalhadora
esforçada, e se isso significar colocar-me em liberdade condicional
ou...

— Qual é o número de Roberts?

— Huh? — eu pergunto.

J.P. pega seu telefone. — Dê-me o número de Roberts. Vou ligar


para ele.
— Ah, ah... ok. Mas ele, uh, ele não diz coisas boas sobre mim.

— Não estou procurando coisas boas. Estou procurando a


verdade. — Entrego a ele meu telefone com o número de Roberts
exibido e, enquanto ele disca, ele pergunta: — Qual é o nome da
pessoa que editou seu artigo?

— Candace — eu digo enquanto minhas mãos começam a suar.

J.P. acena com a cabeça e coloca o telefone no viva-voz. Toca


algumas vezes e então: — Aqui é Roberts.

— Alan Roberts? — J.P. pergunta.

— Sim, quem fala?

— Desculpe pela ligação não solicitada, aqui é J.P. Cane da


Cane Enterprises.

A voz de Roberts descontrai-se quando ele diz: — Ah, J.P., a


que devo esse prazer?

Só de ouvir sua voz rouca me dá vontade de enfiar a mão no


telefone e arrancar seu bigode.

— Fui abordado por uma ex-funcionária sua, em busca de


emprego. Uma Ollie Owens?

— Realmente? — Roberts diz. — Isso é ousado da parte dela.

Não, não é, seu idiota. O que vou fazer, ficar sentada num canto
e não trabalhar?

— Sim, bem, ela me contou uma história sobre como escreveu


um artigo, mas você mudou no processo de edição. Foi uma
verdadeira história triste. — J.P. mantém os olhos baixos enquanto
fala com Roberts, não me permitindo ver suas expressões faciais.
— Não estou interessado nela, mas estou interessado em ouvir
sobre a garota, Candace, que mudou o artigo. Ela claramente sabe
como atrair a atenção dos leitores.

— Ah, então ela contou-lhe sobre Candace adicionando aquele


trecho? — Bingo! Obrigada, Roberts. — Candace é o tipo de
funcionária que qualquer um teria sorte de ter. Ela entra em ação,
mas infelizmente receberá uma oferta de emprego aqui no final do
ano letivo. Não posso deixar você roubá-la de mim.

J.P. ri. — Droga, pensei que você fosse dizer isso. Bem, lembre-
se de mim se alguém como Candace aparecer. Estou procurando
alguém que possa ajudar a expandir o negócio.

— Claro.

Eles trocam mais algumas gentilezas e então J.P. desliga. Ele


mexe no telefone e depois recosta-se na cadeira.

Quando seus olhos se conectam com os meus, ele diz: — Você


foi fodida.

Deve ser a validação do que aconteceu, porque não consigo


conter-me quando começo a chorar e aceno com a cabeça. — Eu
fui. E perdi tudo, até Silas. E, claro, parte disso foi minha culpa.
Eu... contei ao meu amigo Ross o que aconteceu com Silas, e
Candace aparentemente estava escutando. Foi assim que ela
soube. — Eu balanço minha cabeça. — Esse pequeno deslize me
fez perder a melhor coisa que já aconteceu comigo... Silas.

J.P. me estuda por mais alguns instantes. — Como estão suas


habilidades de edição?

— Tive várias aulas e fui certificada neste verão.


Ele acena com a cabeça e depois coloca as mãos nos braços e
levanta-se da cadeira. Confusa, faço o mesmo. — Bem, não posso
prometer nada, mas vou dar uma palavrinha por você com o The
Jock Report.

— Ah, obrigada. Isso significa muito.

Ele concorda. — Lamento que você tenha perdido Silas. Eu sei


o que é amar e perder. A pior dor que uma pessoa pode sentir. —
Ele pega um bloco de papel em sua mesa. — Anote suas
informações de contato aqui e entrarei em contato.

— Obrigada — digo enquanto pego a caneta dele e escrevo meu


nome, número e endereço de e-mail. Estou quase tentada a dar o
número de Ross também, caso ele não consiga falar comigo, mas
penso melhor.

— Eu acompanho você até lá — diz J.P., guiando-me em direção


ao elevador.

— Obrigada — digo novamente. E pela primeira vez desde que


li o artigo, sinto uma ponta de esperança de que talvez algo dê certo
para mim. Perdi Silas para sempre, sei disso. E embora eu
pensasse que morar no Canadá era meu futuro, pode ser em Los
Angeles que vou parar. Isso é melhor do que ir para casa e ver a
decepção nos olhos do meu pai.
— Já faz uma semana — falo enquanto sento-me na cama de
Ross e ele assiste ao jogo. — Eu tinha certeza de que ouviria algo
dele até o final da semana passada. Mas nada.

— Ele ajuda a gerir uma empresa de um bilhão de dólares –


pegue o disco! — ele brada. — Sim, vá, vá, porra. — Meus olhos
voltam-se para o computador no colo de Ross e avisto Silas
atravessando o gelo, com seu taco de hóquei na frente dele,
correndo em direção ao disco. Ele colide com as tabelas, mas de
alguma forma chuta o disco com seus patins em direção a Rivers.
Rivers passa pela rede do goleiro e passa para Holmes, e em um
piscar de olhos, Holmes chuta o disco para o gol, marcando. —
Simmm! — Ross grita enquanto levanta o punho.

Afundo em sua cama, incapaz de assistir. Especialmente uma


celebração. É muito doloroso ver o rosto bonito de Silas. Já se
passaram algumas semanas desde que conversamos, e tudo que
posso imaginar é se ele seguiu em frente. Se ele esteve com outra
pessoa. Se ele... se ele voltou para Sarah. O pensamento me deixa
tão enjoada que tenho que respirar fundo.

— Desculpe — diz Ross. — Eu estava dizendo que ele tem uma


grande empresa para administrar, provavelmente levará um
segundo. Tenho certeza de que você não é a primeira coisa na lista
dele.

— Provavelmente não — digo enquanto enrosco-me em seu


travesseiro. — Como ele está?

— Silas? — Ross pergunta.

— Sim.
— Você realmente quer saber?

Não.

Mas não consigo evitar.

— Sim, eu quero.

— Ele parece bem — diz Ross. — A barba está mais grossa, mas
ele parece bem, olhos claros.

Eu engulo minhas emoções. — Bom — respondo assim que


meu telefone toca. Sento-me e olho para o número de Los Angeles.
— Oh, meu Deus, Ross. Acho que é o J.P.

— Sério? — ele pergunta enquanto abaixa o volume do


computador. — Atenda.

Coloco meu cabelo atrás dos ombros, endireito-me e levanto o


telefone até o ouvido enquanto atendo à ligação. — Olá?

— Ollie, aqui é J.P. Cane.

— Oh, oi, J.P. — eu digo, meus nervos prestes a desgastar cada


centímetro de mim. — Como vai você?

— Bem — ele responde. — Tive um momento para conversar


com Ryot, Banner e Penn, e todos concordaram sobre a
popularidade do aplicativo, eles precisam contratar outro editor.
Dei a eles seu nome e qualificações, e eles estão prontos para fazer
uma oferta. — Lágrimas brotam dos meus olhos.

— Oh, meu Deus, isso é... isso é incrível — eu digo.

— Posso enviar-lhe todos os detalhes em um momento, bem


como colocá-la em contato com os rapazes para que você possa se
apresentar.
— Uau, isso seria fantástico. Muito obrigada.

— Claro. E ei, espero que esse coração partido se cure logo.

Uma lágrima flutua pela minha bochecha. — Eu também.


Obrigada, J.P.

— Não me decepcione.

— Eu não vou. Prometo. Obrigada.

Desligo e coloco o telefone no colo enquanto pressiono as mãos


nos olhos e choro.

Ross pega-me em um abraço. — Você conseguiu, não foi?

Aceno contra seu ombro. — Eu consegui. — Quando me afasto,


digo: — Parece que estou mudando-me para Los Angeles.

O rosto de Ross cai e seu aperto afrouxa. — Espere, você está


se mudando?

— Sim, a empresa está em Los Angeles.

— Sim, mas pensei... — Ele agarra o cabelo. — Pensei que você


trabalharia remotamente.

Balanço minha cabeça. — Eu não posso ficar aqui, Ross. Em


primeiro lugar, não sou mais estudante e meu visto de autorização
de estudo será cancelado. — A alegria de ser um estudante
internacional. Você só tem três meses para sair após o término dos
estudos ou até a data do seu visto de estudo, o que ocorrer
primeiro.

Embora, é claro, seja mais do que isso. — Mas também Silas


está estampado em todos os lugares, e quando não é o rosto dele,
é o logotipo dos Agitators. Mesmo se eu pudesse ficar, seria muito
doloroso. Tenho que pensar nisso como mais uma oportunidade
para um novo começo.

— Bem... porra — ele diz suavemente. — Eu não estava


esperando por isso. Quero dizer, sim, claro. Você não é mais uma
estudante, mas foda-se.

— Eu odeio estar deixando você, Ross. — Eu odeio estar saindo


sem um diploma... e com um coração partido. Mas é a vida.

— Vou sentir sua falta, garota.

— Também vou sentir sua falta.


— Venha conosco, cara — diz Pacey enquanto veste a camisa.

— Estou bem — respondo.

— Essa não é a resposta certa — diz Posey enquanto abotoa a


camisa. — Acabamos de conquistar mais uma vitória e merecemos
uma chance de comemorar a porra do seu hat-trick. Agora vamos
lá. Você está vindo.

— Eu não preciso comemorar. — Calço meu sapato e depois o


outro. — Estou bem, só vou para casa.

— Bem, não estamos bem com isso — diz Hornsby. — Penny já


me disse que posso comemorar, porque Holden está dormindo,
então estamos comemorando, porra. — Hornsby sacode meus
ombros. — Três malditos gols, cara. Isso é algo para comemorar.

Sabendo que eles não me deixarão em paz, cedo às suas


exigências. — Está bem.

Posey dá um soco no ar. — Ótimo, você pode ir comigo.

— Eu posso dirigir sozinho.

Posey ri disso. — Como se fossemos deixar você dirigir,


permitindo que você não aparecesse. Não, cara, você tem que ser
escoltado.
Droga. Eles me conhecem muito bem.

— Tudo bem — falo e visto meu paletó. — Mas vou embora


quando eu quiser ir embora.

— Você precisa de pelo menos trinta minutos — diz Pacey.

— Não, duas bebidas — rebate Hornsby.

— Duas grandes bebidas alcoólicas — diz Posey.

Olho para Holmes e ele apenas dá de ombros. — Eu concordo


com eles.

— Uau, cara. — Eu balanço minha cabeça. — Tudo bem, duas


bebidas alcoólicas grandes.

— É isso, garoto — diz Posey, balançando meus ombros. —


Vamos pegar a estrada.

Ele me empurra em direção à saída e, juntos, passamos pela


mídia e saímos da arena. Quando chegamos ao carro de Posey, ele
vem até mim e abre a porta.

— Que diabos está fazendo?

— Certificando-me de que você não vai a lugar nenhum — ele


diz e depois acena para o carro. — Entre.

— Você está sendo ridículo...

Minha voz cai quando Posey coloca o cinto em mim. Quando


termina, ele me dá um tapinha na perna e depois vai para o seu
lado do carro.

Quando ele se acomoda, eu digo: — Isso foi longe demais.

— Pareceu certo para mim.


Ele sai da vaga de estacionamento, os outros caras seguindo-o
de perto. — Então... sobre o que você quer falar? — Posey
pergunta.

— Provavelmente não é sobre isso que você quer falar.

— E sobre o que você acha que eu quero falar? — ele pergunta.

— Não sei... minha vida amorosa e como sou um recluso agora


que não saio com vocês quatro, então é por isso que vocês me
pressionaram para sair com vocês esta noite.

— Você disse isso, não eu. Então vamos conversar sobre isso.

— Não há nada para conversar.

— Claro que há. — Posey vira à esquerda e segue em direção


ao centro da cidade. — Você já ouviu falar de Ollie?

— Uau — eu digo. — Menos de um minuto. Achei que você


esperaria pelo menos cinco minutos antes de falar sobre ela.

— Não, não há rodeios aqui. Tenho que ir direto ao ponto. Você


já ouviu falar de Ollie?

— Não. Ela seguiu meu conselho e saiu da minha vida.

— Ok, então nenhuma mensagem?

— Não — eu respondo.

— E como você se sente sobre isso?

— Bem — respondo, embora isso seja mentira.

Eu não me sinto nada bem.

Na verdade, não consigo dormir à noite.


Meu corpo está no piloto automático enquanto faço os
movimentos, sem sentir nada. Quando entrei naquelas brigas
depois de saber da matéria, não senti absolutamente nada.
Quando cheguei em casa e a confrontei, não senti nada. Quando
marquei o hat-trick hoje, não havia nenhuma alegria dentro de
mim.

Estou morto por dentro.

E quando vou para casa e deito na cama desejando que minha


mente pare de girar em torno de Ollie, não consigo parar de pensar
em como gostaria que ela estivesse na minha cama comigo, nua e
enrolada ao meu lado. Como sinto falta de seus doces gemidos
enquanto a penetrava. Como sinto falta de seus comentários
espirituosos quando brincávamos. Como sinto falta dos seus
abraços intermináveis, dos seus carinhos viciantes e dos seus
beijos alucinantes.

Sinto tanta falta dela que a única vez que sinto alguma coisa é
à noite, quando estou sozinho e desejando que ela estivesse lá. É
quando sinto dor.

É por isso que sair hoje à noite parece um pouco atraente,


porque reduzirá o tempo em que estarei sozinho, sentindo aquela
dor.

— Por que não acredito em você quando você diz que está bem?

— Porque você é irritante — eu respondo.

— Bem, pelo menos a sua maturidade está intacta — diz ele,


irritando-me ainda mais.
Está muito lotado aqui.

A música está muito alta.

E mesmo sendo um pub irlandês que dá a sensação de que você


está de volta à Irlanda com seu piso barulhento, banda gaélica e
canecas grandes, não quero ter nada a ver com isso.

— Não sei sobre isso — digo a Posey enquanto ele me empurra


no meio da multidão torcendo por nós.

— Temos um espaço privado nos fundos, não se preocupe. —


Ele me guia por uma área com cortinas até uma sala aberta com
mesas altas e cadeiras espalhadas por toda parte.

Bem, isso é um pouco melhor.

— Cerveja? — Posey pergunta.

— Claro — respondo enquanto sento-me em uma das mesas no


momento em que os caras chegam. Winnie está agarrada a Pacey,
o que eu já esperava. E então Rivers entra com Ross bem ao lado
dele.

Porra.

Não vejo Ross desde o lançamento do artigo, e esse é um dos


motivos pelos quais evitei sair. Eu não queria vê-lo, especialmente
porque Ross e Ian estão ficando sério agora.

Eu me afasto dele, esperando que ele não se aproxime de mim,


dado o estranho elefante na sala. E o que ele vai fazer quando
voltar para casa? Ele vai reportar a Ollie em que estado estou? Ela
ao menos se importa?

Provavelmente não.

Se ela estava disposta a jogar-me debaixo do ônibus, tenho


certeza que ela não se importa comigo.

E é isso que mais dói. É que estou acordado a qualquer hora


da noite, arrasado por perdê-la, por ela me foder, e ela
provavelmente está bem. Vivendo sua melhor vida sob o comando
de Roberts.

Cristo, o que diabos eu estava pensando, chegando a isso?

Foi uma péssima ideia.

Eu preciso sair.

Saio do banco e viro-me no momento em que fico cara a cara


com Ross.

Claro, porra.

— Silas — ele diz.

— Ross — eu respondo. Rivers está a apenas alguns passos de


distância, com os olhos postos em nós. Tenho certeza que está
pronto para atacar-me se eu desrespeitar o homem dele.

— Posso falar com você?

— Sim, acho que não quero fazer isso — respondo. — Na


verdade, eu estava de saída.

Desvio-me para o lado, mas Ross entra na minha frente. Que


coragem desse cara, porque tenho cerca de dezoito quilos de
músculos a mais que ele.
Rivers aparece atrás dele, da mesma altura que eu, e diz: —
Ouça-o.

Agora, eu poderia levar Rivers. Podemos estar quase


empatados, mas minha raiva reprimida vencerá. Mas nada
diminui o moral da equipe do que entrar em uma briga com um
dos seus, então relutantemente sento-me enquanto Ross senta-se
ao meu lado.

— Obrigado — diz Ross no momento em que Posey deixa minha


bebida na minha frente. Rivers deve dizer a ele para nos deixar em
paz, porque somos só eu e Ross, provavelmente uma das últimas
pessoas com quem quero conversar. — Em primeiro lugar, não
quero que você pense que estou tentando fazer você voltar a ficar
com Ollie. Ela seguiu em frente, mas acho que ela merece que sua
verdade seja contada a você.

Ela seguiu em frente?

Como... com outro homem?

São três palavras estúpidas – seguiu em frente –, mas como


ainda tenho esses sentimentos malucos por ela, isso corta-me
profundamente.

— Ollie estava dizendo a verdade. Ela não teve nada a ver com
suas informações privadas incluídas no artigo. Foi Candace. Ela
editou o artigo, obteve as informações sobre você e as inseriu.

— Como Candace saberia disso? — eu pergunto. — Não faz


sentido.

— Ollie e eu estávamos almoçando no refeitório um dia. Ela


estava entusiasmada com você, como você a fez se sentir especial
novamente e deu-lhe confiança. — Meu intestino agita-se
novamente. — E ela estava divagando, é claro, e começou a dizer
como ela ajudou você desde que você foi traído, mas ela nunca
disse a frase completa antes de se conter e começar a surtar.
Adivinhei o que ela estava dizendo e ela me implorou para não dizer
nada. Eu, é claro, levaria isso para o túmulo, não apenas para
proteger você, mas para proteger minha garota, que ficou tão
perturbada. Infelizmente, Candace estava sentada bem atrás de
nós e ouviu.

Meu corpo começa a formigar de pavor enquanto tento


compreender o que ele está dizendo. — Mas... mas ela disse isso
— falo, lutando por qualquer coisa.

— E se arrependeu no minuto em que saiu de seus lábios. Ela


não estava fofocando, ela estava falando sobre como estava feliz, e
isso simplesmente escapou. — A mandíbula de Ross fica contraída.
— E o fato de você não ter dado a ela uma chance de explicar isso
realmente irrita-me.

Não digo nada porque, francamente, não sei o que dizer.

— Ollie é a pessoa mais leal que já conheci, tão leal que


confrontou Roberts e desistiu imediatamente quando descobriu a
verdade. Ela acabou perdendo o crédito pelo estágio, foi expulsa
da escola de jornalismo e perdeu a bolsa de moradia... por causa
de você. Por proteger você. Ela amava você tanto, e você nem
sequer a deixou explicar.

Ross balança a cabeça e levanta-se da mesa.

— Eu entendo que você está ferido, Silas. Já estive na sua


posição em muitas ocasiões. Mas a diferença entre mim e você é
que aprendi em quem confiar e em quem não confiar. E posso
garantir que Ollie Owens é uma pessoa em quem você pode confiar.
Ela não é uma pessoa que você joga fora.

Rivers vem por trás dele e agarra possessivamente a nuca de


Ross. — Ela perdeu tudo, Silas. Cada maldita coisa com a qual ela
se importava. Você poderia imaginar o que teria acontecido se ela
não tivesse perdido você também em tudo isso? Ela provavelmente
não teria que ir embora. Embora talvez seguir em frente seja a
melhor coisa para ela.

Ele começa a afastar-se, mas eu o paro, ficando de pé também.


— O que você quer dizer com ela seguiu em frente?

— Com medo de que ela tenha encontrado outra pessoa? —


Ross provoca. — Isso seria muito bom para você. Se você a amasse
de verdade, Silas, você a teria ouvido e então tomado sua decisão,
mas não deu essa chance a ela. Você devia se envergonhar. Você
não merece saber o que ela está fazendo agora.

E com isso, ele afasta-se, Ian ao seu lado.

Eu recuo e lentamente sento-me no banquinho atrás de mim,


minha mente girando.

Puta merda.

Isso... isso é verdade?

Era isso que ela estava tentando dizer-me o tempo todo?

Uma sensação nauseante me consome quando penso na última


vez que a vi, quando ela foi ao meu apartamento. Quando ela
tentou contar-me a verdade e eu não deixei. Eu não acreditei nela,
e então gritei para ela dar o fora da minha vida.
E então ela perdeu tudo.

Seus sonhos.

Seus objetivos.

Ela foi expulsa da escola?

Jesus Cristo.

— Você está bem? — Posey pergunta.

— Não. — Balanço minha cabeça. — Eu não estou. — Olho para


Posey. — Eu estraguei tudo, cara. Eu estraguei tudo.

Ela seguiu em frente.

Essas três palavras passaram repetidas vezes na minha cabeça


a noite toda, mantendo-me acordado.

Tudo que eu conseguia pensar era na expressão em seu rosto


quando eu disse para ela ir embora.

Isso assombrou-me ontem à noite.

Repetidamente, a tal ponto que procurei o nome dela no meu


telefone, fiquei tentado a ligar para ela, mas então lembrei-me do
que Ross disse.

Ela seguiu em frente.

Eu não deveria ligar para ela se ela estiver com outra pessoa.

Eu não quero voltar para a vida dela quando claramente ela foi
capaz de deixar tudo ir.
Mas eu não.

Eu não posso deixar essa porra passar. Está comendo-me vivo.

Ando pela sala de musculação, sentindo a noite sem dormir


pesando sobre meus ombros. Não tenho energia para malhar,
então estou apenas fazendo o necessário agora.

Meus olhos estão vermelhos, meus músculos estão exaustos e


meu cérebro dói pra caralho.

— Ei — diz uma voz enquanto caminho até as bicicletas de


aquecimento. Olho para os suportes de peso onde Rivers está
prestes a carregar sua barra.

— Ei — eu digo, colocando minha garrafa de água na base.

— Você parece uma merda.

— Sinto-me como uma — digo enquanto sento na bicicleta, mas


não me movo.

— Alguma dessas coisas tem a ver com o que Ross disse a você
ontem à noite?

— Tudo isso. — Eu seguro minha testa. — Cara, por favor...


por favor, apenas diga-me se ela está com outra pessoa.

Ele encara-me e inclina-se contra o suporte, com os braços


cruzados. — Ross não queria que eu dissesse nada para você. —
Ele passa a mão pelo cabelo e diz: — Mas, porra, não posso
permitir que você se envolva em brigas lá fora de novo. Acabamos
de recuperar nosso ritmo.

— Apenas diga-me — peço, a dor tão evidente em minha voz.


— Não tenho ideia se ela está com outra pessoa — diz Rivers.
— Mas quando Ross disse que ela havia seguido em frente, ele quis
dizer que ela realmente mudou-se.

— Mudou-se? — pergunto. — Para onde?

— Los Angeles.

— O quê? — pergunto, sentindo meu maldito coração cair no


chão. — Ela mudou-se para Los Angeles?

Rivers acena com a cabeça. — Sim, ela conseguiu um emprego


no The Jock Report como editora.

— Foda-se — murmuro. — E ela está lá agora?

— Ela está — diz Rivers. — Ross ficou muito chateado com isso,
por isso ele teve que falar com você ontem à noite. Ele precisava
tirar isso do peito.

— Entendo isso — digo e abaixo a cabeça. — Eu estraguei tudo,


Rivers.

— Você estragou — diz ele. — Mas sempre há uma maneira de


melhorar.

— Ela se mudou. Como posso melhorar isso?

— A distância não importa, especialmente se você a ama, e


presumo que você a ama.

Eu concordo. — Mesmo quando pensei que ela me machucou,


nunca deixei de amá-la. Nunca.

— Então aí está sua resposta. Ela pode não morar aqui agora,
mas isso não deveria impedi-lo. Se você quer sua garota de volta,
então traga-a de volta.
Ando pelo meu apartamento, tentando criar coragem para fazer
um telefonema. Mas estou acovardando-me, com tanto medo do
que aconteceria...

Silas: Não posso fazer isso.

Posey: Sim, você pode.

Pacey: Nós repassamos isso. Você a quer, vá buscá-la.

Hornsby: Digo por experiência própria, se você a ama, não a


deixe ir.

Holmes: Você não se sentirá bem até que faça a ligação.

Silas: Odeio que vocês estejam certos.

Posey: Então faça a ligação e nos envie uma mensagem depois.


Estou espumando pela boca por uma atualização.

Respirando fundo, disco o número e levo o telefone ao ouvido.


O suor acumula-se na palma da minha mão e prendo a respiração
quando o telefone é atendido.

— Olá?

— J.P.? — falo. — É Silas Taters.

— Ah, eu estava esperando sua ligação. Deixe-me adivinhar,


você está pronto para ingressar no The Jock Report?

— Algo assim — eu digo. — Acho que preciso da sua ajuda.


Estarei em Los Angeles em dois dias. Acha que pode ajudar-me a
reconquistar minha garota?
— Eu gosto de momentos como este. Estou dentro.
Ross: Você sabe, os Agitators estão na cidade se você quiser
assistir a um jogo.

Ollie: Acho que você sabe a resposta para isso.

Ross: Se você quiser jantar com Ian para conversar, posso avisá-
lo.

Ollie: Você sabe que eu o amo, mas não acho que estou pronta
para ver nenhum jogador de hóquei.

Ross: Ele ficará triste, mas tenho certeza que entenderá. Eu


contei que ele me pediu para mudar para a casa dele?

Ollie: NÃO! Isso é tão emocionante. Você vai fazer isso?

Ross: Eu disse a ele que estava um pouco apreensivo já que


tenho o dormitório e não quero perdê-lo, sabe, caso algo aconteça
entre nós, mas ele disse que eu poderia ficar com ele, e que não se
sente insultado. Ele entende a necessidade de segurança.

Ollie: Você encontrou um bom. Então, isso é um sim?

Ross: É um sim. Estou mudando-me neste fim de semana,


quando eles voltarem de sua viagem.

Ollie: Envie-me fotos do seu closet e do dele.

Ross: Vai ser lindo.


Ollie: Não tenho dúvidas.

— Ei, Ollie — diz Ryot Bisley enquanto aproxima-se da minha


mesa.

Deixe-me contar a diferença entre o escritório de Roberts e o


escritório do The Jock Report. Em vez de cubículos, é tudo aberto.
Todos nós temos laptops e podemos entrar e sair quando
quisermos, conectar-nos a qualquer estação e ficar confortáveis.
Existem poltronas reclináveis, salas privadas para concentração e
jogos como pingue-pongue e air hockey9 por todo o espaço para
que você possa fazer uma pausa mental. É realmente incrível aqui.

— Ei, Ryot — eu digo, largando meu telefone.

— Tenho um novo cliente que acabou de assinar e esperava que


você pudesse ajudá-lo com seu artigo. É a primeira vez dele e ele
está um pouco constrangido com suas habilidades de edição.

— Bem, é para isso que estou aqui. Eu ficaria mais do que feliz
em dar uma olhada nisso.

— Ótimo — diz Ryot, depois entrega-me um pedaço de papel


impresso. Estranho, normalmente fazemos tudo online, mas vai
funcionar. — Se você pudesse fazer disso uma prioridade, eu
agradeceria.

— Claro, vou tratar disso agora mesmo — respondo.

— Obrigado, Ollie. Deixe-me saber se você tiver dúvidas e,


quando terminar, basta levá-lo ao meu escritório.

9
Um jogo de mesa no qual cada um dos dois jogadores usa um pino grande de plástico grosso para
arremessar um disco através de uma superfície altamente polida em direção ao gol do adversário, especialmente
um jogo no qual o disco move-se sobre uma fina almofada de ar produzida através de poros na superfície de
jogo.
— Claro, não é um problema. — Ryot sai e eu vou até a mesa
de materiais de escritório comunitário, pego uma caneta vermelha
e um marcador e sento-me em uma das poltronas reclináveis.

Quando me sinto confortável, levanto o papel e leio o título.

— A verdade sobre Silas Taters...

Que porra é essa.

Olho para o escritório de Ryot e vejo que ele desapareceu atrás


da porta. Este não é um artigo que eu queira ler. Não é um artigo
que eu deva ler, porque quem sabe o que ele vai dizer, algo que
pode machucar-me. Já se passaram várias semanas desde que
Silas me expulsou da vida dele... e não me sinto nem perto de
curada. Será que algum dia vou parar de sofrer?

Mas não posso dizer a Ryot que não posso editar o artigo
porque, quando aceitei esse trabalho, jurei a mim mesma que não
apenas seria a funcionária mais leal aos homens que me deram
uma chance, mas que faria qualquer coisa que eles quisessem.

Qualquer coisa.

E isso é qualquer coisa.

— Porra — murmuro enquanto aperto meus olhos fechados.

Você tem que fazer isso. Não há opção. Então apenas leia e
acabe com isso.

Respirando fundo, foco meus olhos novamente no papel.

A verdade sobre Silas Taters.

Escrito por Silas Taters


Vocês devem conhecer-me como atacante titular do Vancouver
Agitators, por meus pés rápidos no gelo e minha habilidade de
esconder um disco até o último minuto, enganando o goleiro do time
adversário.

Infelizmente, outras pessoas podem conhecer-me por meio de um


artigo recente lançado sobre minha vida pessoal.

De qualquer forma, vocês me conhecem e achei que deveria


esclarecer as coisas.

No verão passado, uma garota em um bar me beijou. Eu não


esperava apaixonar-me por ela, nem esperava que ela me fizesse
sentir amado, necessário novamente.

Mas ela fez.

Em poucas semanas, eu me vi apaixonado por essa garota.

Quem é essa garota? Ollie Owens, a garota que escreveu o


infame artigo sobre mim.

Eu sei o que vocês estão pensando, como pude me apaixonar por


alguém que escreveria um artigo sobre mim de forma tão negativa?
O problema é o seguinte: o artigo que ela entregou não era aquele
artigo que foi publicado.

Suas palavras foram manipuladas.

Sua verdade foi distorcida.

E por causa de sua lealdade a mim, aos Agitators e aos fãs, ela
confrontou o infrator que mudou seu artigo, apenas para perder
tudo, inclusive eu no processo.
Por que estou lhes contando isso? Porque é para isso que o The
Jock Report existe, para que vocês possam ouvir nossa história em
vez de uma história construída por outra pessoa em busca de
cliques.

Eu fui traído? Sim.

Essas informações eram privadas e não deveriam ter sido


divulgadas em um fórum público? Sim.

Haverá consequências para quem alterou o artigo? Sim.

Vou terminar dizendo que não sou bom quando se trata dessas
coisas de mídia social e com certeza não sou bom em escrever
artigos, mas sou bom em admitir quando estou errado.

E eu estava errado sobre Ollie Owens.

Perdê-la é minha maior derrota até agora, e isso inclui o


campeonato do ano passado.

Lágrimas escorrem pelo meu rosto enquanto olho para o papel


à minha frente, desejando e torcendo para que meus olhos não
estejam enganando-me.

— Lendo alguma coisa boa?

Meus olhos levantam-se e encontro Silas parado na minha


frente vestindo uma calça jeans e uma camisa polo preta. Suas
mãos estão enfiadas nos bolsos, sua barba foi aparada para
parecer uma barba por fazer, e aqueles lindos olhos azuis pelos
quais me apaixonei olham diretamente para mim.

— Silas — falo, um pouco mais alto que um sussurro.


Ele se ajoelha na minha frente e estende a mão para pegar a
minha. Ele umedece os lábios e diz: — Sinto muito, Oliana. —
Ouvir meu nome completo quase destrói-me. — Eu sinto muito.
Eu deveria ter lhe dado uma chance de falar comigo, de dizer-me
a sua verdade, mas eu estava tão envolvido com a dor de Sarah,
vendo isso ser repetido, que eu, porra... eu disse coisas para você
que nunca deveria ter dito.

Ele estende a mão e enxuga as lágrimas do meu rosto.

— Eu sei que estraguei tudo, e não tenho motivos para


perguntar isso, mas se você me der outra chance, uma chance de
provar a você que eu mereço o seu amor, então prometo que nunca
mais vou machucar você, porra.

— Si-Silas — eu digo, minha garganta cheia de emoção.

Pensei nesse momento, na verdade sonhei com ele, que talvez,


apenas talvez, ele me desse outra chance. Mas toda vez que
acordava, sabia que não era realidade. Silas estava muito ferido,
muito danificado, e a culpa foi minha por não proteger seu coração
como deveria.

Mas agora que ele está aqui, na minha frente, sei que esta é
minha chance.

Eu me aproximo, na borda do meu assento, e seguro sua mão


com as minhas. Falando diretamente com ele, digo: — Eu amo
você, Silas. Eu amo você tanto que não tenho sido a mesma sem
você. O que eu fiz, contando a Ross sobre...

— Ele me disse que você não fez isso de propósito, que foi um
deslize. Eu acredito nele. Eu acredito em você.
Isso faz meus olhos lacrimejarem novamente. Claro que Ross
se aproximou dele.

— Eu ainda não deveria ter dito nada.

— Baby, está tudo bem — ele diz enquanto inclina-se mais


perto. — Sou eu quem deveria ter sido mais compreensivo.

Balanço minha cabeça. — Eu deveria ter protegido você.

— Você protegeu — ele diz, segurando minhas duas bochechas


agora. — Você me defendeu, você perdeu tudo por mim, e porra...
eu... eu amo você, Oliana. Ninguém nunca fez isso por mim, e eu
me senti um pedaço de merda, sabendo que tratei a coisa mais
preciosa da minha vida de forma tão descuidada. Isso não
acontecerá novamente. Juro pela minha vida, isso não vai
acontecer de novo.

— Eu acredito em você — digo.

Ele aproxima a testa da minha e sussurra: — Posso ter você de


volta? Por favor, diga-me que você é minha novamente. Eu não
consigo dormir, porra. Não consigo me concentrar. Eu me sinto tão
mal sem você. Por favor, Ollie, por favor, volte para mim.

O desespero em sua voz.

O controle que ele tem sobre mim.

Suas palavras.

Elas são tudo que preciso e muito mais.

— Eu sou sua, Silas. Sempre fui, sempre serei.

E então sua boca está na minha em uma explosão de beijos que


me tira o fôlego. Sua mão alisa a parte de trás da minha cabeça,
segurando-me com força enquanto eu aperto suas bochechas,
permitindo que ele passe a língua em meus lábios, tentando-me a
abrir. E eu abro. Porque não posso negar nada a este homem.

Eu o amo.

Ele é meu.

E eu nunca vou desistir.

Como naquela primeira noite, quando me aproximei de um


completo estranho em um bar, beijo esse homem como se ele fosse
meu. E assim como naquele momento, eu o reivindico. Beijo-o
como se ele fosse meu, mas desta vez... ele realmente é.
— Posso ficar com esta gaveta? — Ollie pergunta.

Em pé na frente da minha cômoda, vestindo uma calça de


moletom e um de seus famosos tops curtos, está minha garota,
parecendo tão linda.

Demorou algumas semanas para resolver a logística, incluindo


a solicitação de um visto de trabalho, mas Ollie finalmente está de
volta a Vancouver e morando comigo.

— Baby, você pode ter qualquer gaveta que quiser — eu digo,


chegando por trás dela e trazendo-a para o meu peito. Beijo seu
pescoço e acrescento: — Pegue o que quiser. É seu.

Ela ri e inclina a cabeça para o lado, dando-me melhor acesso.


— Você não pode estar pronto para fazer mais sexo.

— Estou sempre pronto — falo enquanto deslizo minha mão


sob seu top e agarro seu seio.

— Silas — ela repreende, virando-se. — Precisamos desfazer as


malas. Não posso simplesmente viver com essas caixas em todos
os lugares.

— Vai ser feito — digo, apoiando-a contra a cômoda.

— Não quando você sair amanhã para jogos fora de casa.


— Mais uma razão para foder você — eu digo, puxando sua
camisa.

Rindo, ela empurra meu peito. — Que tal agora? Você me dá


uma hora para desfazer as malas e depois, pelo resto da noite, sou
sua para fazer o que quiser.

— O que eu quiser? — pergunto com uma sobrancelha


questionadora.

— Tanto faz, mas você precisa se esforçar para desfazer as


malas.

— Eu posso fazer isso — falo e deslizo minhas mãos sob sua


blusa novamente, brincando com seus mamilos.

— Silas — ela diz, com a cabeça caindo para trás.

— Sim, baby? — pergunto, abaixando minha boca até seu seio,


apenas para ser interrompido pela palma de sua mão.

— Não, senhor. Primeiro desfazer as malas, depois sexo.

— Ugh — eu resmungo e depois afasto-me, minha ereção


fazendo tenda no meu maldito moletom. — Vê o que você faz
comigo?

Seus olhos caem no meu colo e vejo aquele olhar faminto.

— Maldito seja — ela diz logo antes de empurrar-me de volta


na cama e, em seguida, puxar minha calça de moletom para baixo
para liberar meu pau. Olhando-me nos olhos, ela diz: — Bem
rápido, e então você me dá duas horas para desfazer as malas.

— O que você quiser, baby, apenas me dê essa boceta apertada.


Ela tira o moletom, mostrando-me que não está usando nada
por baixo, e então paira sobre meu colo e posiciona meu pau em
sua entrada. De uma só vez, estou completamente dentro dela.

— Porra — ela diz enquanto suas mãos flutuam até os seios. —


Deus, nunca vou superar o quão grande você é dentro de mim.

Eu agarro seus quadris e a encorajo a me montar. O que


acontece.

Ela me cavalga com força.

Seus quadris ondulam sobre os meus, e recosto-me, amando


cada segundo disso.

Desde o momento em que nos reconciliamos, tentamos passar


o máximo de tempo possível um com o outro. Ela foi comigo para
o meu hotel, graças a Ryot tê-la deixado sair mais cedo, e eu fiz
amor com ela pela primeira vez. Foi lento, torturante e demorado,
reencontrando-nos até chegarmos ao clímax ao mesmo tempo.
Depois disso, transei com ela em todas as superfícies daquele
quarto de hotel. E quando estávamos completamente esgotados,
formamos um plano.

Ela não voltou imediatamente para Vancouver, porque queria


passar mais tempo com a equipe do The Jock Report e discutir
suas opções remotas com Ryot, o que não foi um problema. Ela
sentiu-se mal por abandoná-los, mas Ryot não apenas a encorajou
a voltar para Vancouver, porque ele prefere que seus funcionários
sejam felizes, mas também a ajudou a acelerar o visto de trabalho.
Então agora, sempre que for a Los Angeles para um jogo,
combinamos que ela vai comigo para colocar a conversa em dia
com o time.
Mas agora que ela está aqui, na minha casa, morando com
todos os seus pertences, posso finalmente respirar.

Tenho todos os planos de pedir essa garota em casamento,


porque sei que ela é a pessoa certa, mas também acho que temos
tempo. Não quero assustá-la, porque acabamos de voltar, mas
neste verão, tenho a sensação de que, quando estivermos em
Banff, isso vai acontecer.

— Silas, seu pau é tão bom.

Aperto seus seios enquanto ela continua a montar-me, uma e


outra vez, até senti-la começar a apertar.

— Você está perto, baby?

Seus lábios pressionam-se enquanto ela balança a cabeça.

Tão perto que ela nem consegue dizer.

— Então deixe-me sentir você gozar — eu digo, ali mesmo com


ela.

Ela me cavalga mais algumas vezes, e quando sua boca se abre


e um gemido silencioso escapa dela, sinto sua convulsão ao redor
do meu pau, o que me deixa louco.

Eu bombeio nela algumas vezes, e quando as minhas bolas


apertam, preparo-me para o meu orgasmo enquanto ele rasga-me.

Solto palavrões enquanto ela cai em cima de mim, seu cabelo


como uma cortina ao nosso redor.

Depois de alguns segundos, ela pergunta: — Será que isso vai


envelhecer?

— Não — eu digo. — Nunca.


Eu beijo levemente seus lábios. — Eu amo você baby.

Ela sorri contra minha boca. — Eu também amo você.

Envolvo meus braços em volta dela e respiro fundo.

Está tudo bem no mundo.

Os Agitators tiveram o melhor início de temporada da história.

Consegui perdoar Sarah e superar a dor que suas ações


causaram.

Posso ver minha vida claramente. Sarah é definitivamente meu


passado e Ollie é inquestionavelmente meu futuro.

Minha garota agora está morando comigo, trabalhando em uma


função que ela adora.

E não tenho dúvidas de que temos um futuro brilhante pela


frente, porque ela é minha. Eu sou dela, e tudo começou com um
beijo surpreendente e transformador.

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