Nós, católicos, cremos firmemente naquilo que Jesus disse em João cap.
6: “O
pão que eu darei é a minha própria carne”. Não precisamos de nenhum milagre
eucarístico para acreditar nisto. Não é simbolismo, não teatro, é PRESENÇA REAL.
Lanciano é para os incrédulos. O Evangelho é para os fiéis.
Mas, Gabriel, se é realmente a carne de Jesus, porque Ele não permite uma
transformação visível? Aí eu te pergunto: “Você comeria um pedaço de carne
humana?”. Pois bem. Jesus se dá no pão para que ninguém tenha medo de se
aproximar d’Ele. Agora vamos falar da adoração.
Certa vez um teólogo disse: “A Eucaristia é pra ser comida, não para ser
adorada”. Falou a maior besteira do mundo! Se cremos que ali está Jesus, a 2° pessoa
da Santíssima Trindade, é lógico que precisamos dar à Hóstia Consagrada um culto de
adoração (Latria). Santo Agostinho, no séc. IV, já dizia: “Ninguém coma deste pão,
sem antes O adorar”. Portanto, joelhos dobrados (a não ser que você sofra com
reumatismo).
Quinta-feira não é o único dia para a adoração. Jesus está no tabernáculo todos
os dias, por isso você não precisa aguardar o momento da comunidade para visitar o
Senhor. Até porque, na maioria das comunidades, existe mais barulho que adoração.
O povo canta… canta… canta… mas não faz um minuto de silêncio. Adoração é
CONTEMPLAÇÃO. É olhar para Jesus e deixar que Ele nos olhe. Assim como um
casal de namorados não precisa de muita conversa quando estão abraçados, assim
deve ser nossa relação com o Senhor, pois quem ama de verdade, fala até com o
silêncio.
Você está diante daquele Homem que andou sobre as águas, que curou o cego
de nascença, que abençoou as crianças e conversou com a samaritana. É o mesmo.
Nem mais, nem menos. Santa Teresa dizia: “Não vejo, não sinto, mais CREIO”.
Se você tem facilidade em se distrair, pode se servir de algumas orações, como a
Ladainha do Coração de Jesus, o Terço da Misericórdia, ou até mesmo a meditação de
um Salmo. Tais orações podem ser intercaladas com uma música apropriada. Se tiver
um canto gregoriano tocando baixinho na caixa de som, aí é a pura sensação do Céu.
Lembre-se: quem crê verdadeiramente em Jesus Eucarístico, não espera que Ele
seja colocado num ostensório. Até mesmo quando um ministro passa ao nosso lado
com a âmbula, devemos inclinar, com reverência, nossa cabeça.
Enfim, nós somos felizardos. Jesus disse aos apóstolos que estaria com a Igreja
todos os dias, até o fim do mundo, e a forma mais especial que Ele inventou para
cumprir esta promessa foi a Eucaristia.
Tem algo a contar pra Jesus? Está esperando o quê? Corra para o sacrário! O
Senhor te espera de braços abertos. Feliz quem crê. Feliz quem O ama. Feliz quem O
adora. Feliz quem n’Ele espera. Amém!
Toda vez que estivermos perante o Santíssimo esteja Ele exposto ou no sacrário devemos nos
colocar numa atitude de despojamento e professarmos a fé na sua presença no pão e no vinho que
para nós são Corpo e Sangue de Cristo. E podemos fazê-lo com estas palavras ou de forma
espontânea:
“Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos; peço-Vos perdão para os que
não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam”.
A adoração a Cristo exprime-se nas diversas formas de devoção eucarística:
- Na Santa Missa: no momento da mudança da substância do pão e vinho na substância do
corpo e sangue de Jesus Cristo no ato da consagração e da elevação;
- Na exposição do Santíssimo Sacramento: quando o corpo de Cristo (Eucaristia) é exposta em
um ostensório;
- Na visita ao Sacrário: nos momentos em que a Igreja está aberta, visitar Jesus no sacrário
para adoração;
- Na genuflexão (ato de ajoelhar) diante do Sacrário: dobrar o joelho até ao chão ao passar em
frente ao Santíssimo Sacramento quando estiver exposto ou no sacrário;
- Na adoração da Cruz: na Sexta-Feira Santa.
Inicie sempre a sua Adoração procurando ouvir a Voz de Jesus dizendo-lhe: “Não
é preciso, meu filho(a), saber muito me agradar; basta amar-me fervorosamente. Fala-
me, pois, de uma maneira simples, assim como falarias com o mais íntimo dos
amigos…”. Imagine Jesus conversando com você...
- Tens algum pedido em favor de alguém?
Menciona-me o seu nome e diz-me o que desejas que eu lhe faça. Pede muito.
Não receies pedir. Conversa comigo, simples e francamente, sobre os pobres que
gostarias de consolar, sobre os doentes que vês sofrer, sobre os desencaminhados
que tanto desejas ver no caminho certo. Diz-me a favor deles ao menos uma palavra.
- E tu, não precisas de alguma graça?
Diz-me abertamente que te reconheces orgulhoso, egoísta, inconstante,
negligente…E pede-me, então, que Eu venha em teu auxílio nos poucos ou muitos
esforços que fazes para te livrares dessas faltas. Não te envergonhes! Há muitos
justos, muitos santos no céu, que tinham exatamente os mesmos defeitos. Mas
pediram com humildade, e… pouco a pouco se viram livres deles. Tão pouco deixes de
me pedir saúde, bem como bons resultados nos teus trabalhos, nos teus negócios ou
estudos. Posso dar-te e realmente te darei tudo isso, contanto que não se oponha à
tua santificação, mas antes a favoreça. Mas quero que o peças. O que necessitas
precisamente hoje? Que posso fazer por ti? Ah, se soubesses quanto Eu desejo
ajudar-te!
- Andas preocupado com algum projeto?
Conta-me. O que é que te ocupa? Que pensas? Que desejas? Que posso Eu
fazer por teu irmão, por tua irmã, pêlos teus amigos, pela tua família, pêlos teus
superiores? Que gostaria tu de lhes fazer? E no que se refere a mim, não sentes o
desejo de me ver glorificado? E não queres fazer um favor aos amigos que amas, mas
que talvez vivam sem jamais pensar em mim?
- Dize-me, em que se detém hoje, de maneira especial, a tua atenção?
Que desejas mais vivamente? Quais os meios que tens para alcançar? Conta-me
se não consegues fazer o que desejas e Eu te indicarei as causas do insucesso. Não
gostarias de conquistar os meus favores?
- Por acaso estás triste ou mal-humorado?
Conta-me com todos os pormenores o que te entristece. Quem te feriu? Quem
ofendeu o teu amor próprio? Quem te desprezou? Conta-me tudo. Então, em breve,
chegarás ao ponto de me dizer que imitando-me, queres perdoar tudo e de tudo te
esqueceres. Como recompensa hás de receber a minha bênção consoladora.
- Acaso tens medo?
Sentes na tua alma melancolia e incerteza que, embora não justificadas, não
deixam de ser dolorosas? Lança-te nos braços da minha amorosa Providência. Estou
contigo, a teu lado. Vejo tudo, ouço tudo e, em momento algum te desamparo. Sentes
frieza da parte de pessoas que antes te queriam bem e que agora, esquecidas, se
afastam de ti apesar de não encontrares em ti motivo algum para isso? Roga por elas,
pois se não forem obstáculo à sua santificação, Eu as trarei de volta a teu lado.
- Não tens alguma alegria que possas partilhar Comigo?
Por que não me deixas tomar parte na tua vida com a força de um bom amigo?
Conta-me o que desde ontem, desde a tua última visita, consolou e agradou teu
coração. Talvez fossem surpresas agradáveis; talvez se tenham dissipado teus negros
receios; talvez tenhas recebido boas noticias, uma carta, uma demonstração de
carinho; talvez tenhas conseguido vencer alguma dificuldade ou sair de algum apuro.
Tudo é obra minha. Dize-me simplesmente, como um filho ao seu pai: “Obrigado, meu
Pai, obrigado!”
- E não queres prometer-me alguma coisa?
Bem sabes que eu leio que está no fundo do teu coração. É fácil enganar os
homens, mas a Deus não podes enganar. Fala-me, pois, com toda a sinceridade.
Fizeste o propósito firme de, no futuro, não mais te expores àquela ocasião de pecado,
de te privares do objeto que te seduz, de não mais leres o livro que exalta a tua
imaginação, de não procurares a companhia das pessoas que perturbam a paz da tua
alma? Serás novamente amável e condescendente para agradar àquela outra, a quem,
por ter te ofendido, consideraste até hoje como inimiga?
Ora, meu filho, volta agora às tuas ocupações habituais: ao teu trabalho, à tua família,
aos teus estudos; mas não esqueça os quinze minutos desta agradável conversa que tiveste
aqui, a sós comigo, no silêncio do santuário. Pratica tanto quanto possível o silêncio, a
modéstia, o recolhimento, a serenidade e a caridade para com o próximo. Ama e honra minha
Mãe que é também tua. E volta amanhã, com o coração mais amoroso, mais entregue a mim.
No meu coração hás de encontrar, em cada dia, um amor totalmente novo, novos benefícios
e novas consolações. Vem que Eu aqui te espero”.