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AO DOUTO JUIZO DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE
ITAMARAJU-BA
CRISTINA YANG, brasileira, cabeleireira, divorciada, inscrita sob o CPF nº XX, RG
nº XX, residente e domiciliada na Rua Meredith Grey, nº XX, ,Grey Sloan, Itamaraju-
Ba CEP: 45836-000,
[email protected] , vem respeitosamente à presença de
vossa excelência, através de suas advogadas signatárias, com procuração em
anexo, com endereço eletrônico
[email protected], e endereço profissional
Rua das Gostosas, Lindas, Itamaraju/BA, CEP: 4836-000, onde receberá
intimações, propor:
AÇÃO DE GUARDA UNILATERAL C/C
Em face de, OWEN HUNT, brasileiro, sapateiro, divorciado, CPF inscrito sob o nº
XX, RG nº XX, residente e domiciliado na rua Lexie Grey, nº 13, Grey Sloan,
Itamaraju-Ba, CEP: 45836-000, (endereço eletrônico), em razão dos fatos e
fundamentos a seguir expostos:
I. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Destaca-se, desde logo, que a parte Autora não tem condições financeiras de arcar
com as despesas processuais que uma contenda judicial exige, sem prejuízo de seu
próprio sustento e de sua família.
Sendo assim, em conformidade com a Lei 1.060/50 e o art. 98 do Código de
Processo Civil, solicita os benefícios da GRATUIDADE DE JUSTIÇA em todos os
seus termos, a fim que seja isento de qualquer ônus decorrente do presente feito,
conforme demonstra declaração de hipossuficiência anexa aos autos.
II. DOS FATOS
A Requerente e o Requerido foram casados durante 10 anos, de 2010 até o início de
2020, mas no dia 13/03/2013, fruto dessa relação nasceu Izzie Yang Hunt.
Após o nascimento da menor a relação passou a ficar insuportável, e assim
acabaram se divorciando e desde então fora decidido entre eles que a menor ficaria
durante a semana com sua mãe e aos finais com o seu pai.
Com a pandemia, o requerido passou a beber muito, e não ter controle de si próprio
e no período em que estava com a menor a levava para lugares inapropriados e não
cuidava da forma certa, devolvendo a menor suja, com fome, e ao longo do tempo
parou de pegá-la nos dias combinados e demonstrando desinteresse na vida da
infante.
A genitora também já recebeu intimação do conselho tutelar a cerca da constante
ausência e do mal comportamento da menor na escola, nos dias em que ficava com
o pai, causando preocupação nos professores, no qual resolveram entrar em contato
com a mãe para saber o que estava acontecendo.
Nesse sentido, a requerente tem assumido total responsabilidade e cuidados com a
menor dia após dia, muitas vezes deixando até de trabalhar por não ter rede de
apoio.
Data máxima vênia, acrescentamos que em nenhum momento é o propósito desta
ação atacar a imagem do Requerido, pelo contrário, expõe-se todos os motivos que
levaram Cristina a requerer a guarda de sua filha menor demonstrando a total
negligência de alguém que exerce o poder familiar e tem a guarda e o dever de
cuidado e assistência com a infante. O que não vem ocorrendo nos últimos meses.
A REITERAÇÃO DESSA CONDUTA por parte do promovido pode gerar transtornos
comportamentais e prejudicar em seu desenvolvimento
pessoal refletindo negativamente na vida adulta da criança.
O ambiente em que a menor é inserida quando está com o genitor traz
consequências negativas.
Ora Excelência, ressalta-se que a criança manifesta o desejo de ficar com a mãe,
pois sente o abandono afetivo do pai, por isso a requerente pede guarda unilateral e
que haja regulamentação de visitas assistidas pela assistente social uma vez ao
mês.
Fica claro que o genitor não possui aptidão para ser responsável pelos cuidados e
decisões a serem tomadas na vida da menor, dessa forma a genitora requer total
responsabilidade sob a vida da mesma.
III. DO DIREITO
DA GUARDA
O artigo 226 “caput”, § 5º, § 8º e artigo 227 da CF/88 estabelecem:
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 5º Os direitos e deveres referentes à
sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo
homem e pela mulher.
§ 8º O Estado assegurará a assistência à
família na pessoa de cada um dos que a integram,
criando mecanismos para coibir a violência no
âmbito de suas relações.
Tendo em visto que no artigo 227 diz que:
Art. 227. É dever da família, da sociedade e
do Estado assegurar à criança, ao adolescente e
ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida,
à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.
Em nosso ordenamento jurídico temos 02 modalidades de guarda: (A) decorrente da
dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal (regida pelo Código Civil) e (B) outra
decorrente do exercício da posse de fato da criança/adolescente, conferida terceiro
que não detém poder familiar (regida pelo ECA-Estatuto da Criança e do
Adolescente– Lei 8.069/90).
No caso em análise, trata-se da 1ª modalidade de guarda (guarda decorrente da
dissolução de vínculo conjugal), regulada pelo Código Civil.
O artigo 1.634 do CC/02 estabelece:
Art. 1.634. Compete a ambos os pais,
qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno
exercício do poder familiar, que consiste em,
quanto aos filhos:
I - dirigir-lhes a criação e a educação;
II - exercer a guarda unilateral ou
compartilhada nos termos do art. 1.584;
O artigo 1.583 e seguintes do CC/02, estabelecem:
Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.
§ 1o Compreende-se por guarda unilateral a
atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o
substitua (art. 1.584, § 5°) e, por guarda
compartilhada a responsabilização conjunta e o
exercício de direitos e deveres do pai e da mãe
que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao
poder familiar dos filhos comuns.
Portanto, no § 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a
supervisionar os interesses dos filhos, e, para possibilitar talvez supervisão,
qualquer dos genitores sempre será parte legítima para solicitar informações e/ou
prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações que direta
ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus filhos.
Seguindo no Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser:
I – requerida, por consenso, pelo pai e pela
mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma de
separação, de divórcio, de dissolução de união
estável ou em medida cautelar;
II – decretada pelo juiz, em atenção a
necessidades específicas do filho, ou em razão da
distribuição de tempo necessário ao convívio deste
com o pai e com a mãe.
§ 2o Quando não houver acordo entre a
mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-
se ambos os genitores aptos a exercer o poder
familiar, será aplicada a guarda compartilhada,
salvo se um dos genitores declarar ao magistrado
que não deseja a guarda do menor.
§ 3o Para estabelecer as atribuições do pai
e da mãe e os períodos de convivência sob guarda
compartilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento
do Ministério Público, poderá basear-se em
orientação técnico-profissional ou de equipe
interdisciplinar, que deverá visar à divisão
equilibrada do tempo com o pai e com a mãe.
§ 4o A alteração não autorizada ou o
descumprimento imotivado de cláusula de guarda
unilateral ou compartilhada poderá implicar a
redução de prerrogativas atribuídas ao seu
detentor.
§ 5o Se o juiz verificar que o filho não deve
permanecer sob a guarda do pai ou da mãe,
deferirá a guarda a pessoa que revele
compatibilidade com a natureza da medida,
considerados, de preferência, o grau de
parentesco e as relações de afinidade e
afetividade.
IV. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer de Vossa Excelência:
a) O deferimento dos benefícios da justiça gratuita por ser pobre na forma lei, não
podendo arcar com as despesas processuais sem privar-se do seu próprio sustento
e de sua família;
b)Designação de audiência prévia de conciliação.
c) A citação do requerido, para que compareça em audiência de conciliação a ser
designada por Vossa Excelência, sob pena de confissão quanto a matéria de fato,
podendo contestar dentro do prazo legal sob pena de sujeitar-se aos efeitos da
revelia, conforme artigo 344 do CPC.
d)A intimação do representante do Ministério Público para intervir no feito, em
conformidade com o artigo 698, do Código de Processo Civil;
e) O deferimento do pedido DE GUARDA UNILATERAL da criança Izzie Yang Hunt a
sua genitora CRISTINA YANG.
f) Regulamentação do DIREITO DE VISITAS ASSISTIDAS por parte do OWEN
HUNT .
g) condenação da promovida ao pagamento de honorários advocatícios a serem
fixados entre 15% a 20% sobre o valor da condenação.
Protesta provar o alegado com todos os meios admitidos
Dar-se à causa no valor de R$: 1000,00 para os fins de efeitos fiscais.
Itamaraju-BA, 05 de setembro de 2022
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Ana Karoline Sales
OAB xxx/BA
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Anna Luisa Duarte
OAB xxx/BA
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Leandra Costa
OAB xxx/BA
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Isys Gonzaga
OAB xxx/BA
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José Wilky
OAB xxx/BA