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Quinhentismo

O Quinhentismo no Brasil refere-se ao período inicial da colonização, marcado pela exploração econômica e pela produção literária do século XVI, que inclui relatos e cartas de viajantes e missionários. As principais manifestações literárias desse período são a literatura de informação, que documenta o processo colonizador, e a literatura de formação, voltada à catequese dos indígenas. Autores como Pero Vaz de Caminha e José de Anchieta destacam-se nesse contexto, contribuindo para a construção da identidade literária brasileira.

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Quinhentismo

O Quinhentismo no Brasil refere-se ao período inicial da colonização, marcado pela exploração econômica e pela produção literária do século XVI, que inclui relatos e cartas de viajantes e missionários. As principais manifestações literárias desse período são a literatura de informação, que documenta o processo colonizador, e a literatura de formação, voltada à catequese dos indígenas. Autores como Pero Vaz de Caminha e José de Anchieta destacam-se nesse contexto, contribuindo para a construção da identidade literária brasileira.

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Quinhentismo no Brasil

Desenho do centro histórico de Salvador, Bahia, durante o período colonial.


O
Descobriment
o do Brasil e o
Quinhentismo
Contexto histórico do Quinhentismo
Nos primeiros três séculos do Brasil, a vida social e,
consequentemente, a esfera econômica e cultural
desenvolveram-se em torno da relação entre a colônia e a
metrópole.

Essa relação deu-se de modo que a colônia fosse


extremamente explorada pela metrópole, o que fez com que a
preocupação imediata dos primeiros habitantes do território,
fossem ocupar a terra, explorar o pau-brasil, cultivar a cana-
de-açúcar, extrair o ouro.
Em 1500...

➢Europa – Renascentista.

➢Quinhentismo - Escola literária – produções


literárias no século XVI. Predominância de
relatos, cartas, textos didáticos.

➢Literatura sobre o Brasil.

➢Ainda o olhar do estrangeiro.


Referências Históricas

➢ Capitalismo mercantil e grandes navegações.

➢ Auge do Renascimento.

➢ Ruptura na Igreja (Reforma, Contra-Reforma e


Inquisição).

➢ Colonização no Brasil a partir de 1530.

➢ Literatura jesuítica a partir de 1549.


Essa postura exploratória foi determinante para que
houvesse no território núcleos urbanos surgidos a partir dos
ciclos de exploração dessas matérias-primas destinadas à
metrópole europeia. Assim, formaram-se, no Brasil, ilhas
sociais, mais precisamente as seguintes: Bahia,
Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Paralelamente à exploração econômica, que foi o centro


propulsor desses núcleos, havia dentre seus habitantes
aqueles que manifestaram, por meio da escrita, os primeiros
ecos da literatura no Brasil, ou seja, as primeiras
manifestações, embora tímidas, do pensamento da elite
intelectual.
Características do Quinhentismo
As manifestações da literatura quinhentista podem ser
divididas em dois grupos, os quais, apesar de traços comuns,
têm características que os distinguem: a literatura de
informação e a literatura de formação ou de catequese.

Literatura de Informação
Os primeiros registros escritos do
Brasil têm como característica a
documentação do processo
colonizador que marcou os
primeiros anos de povoamento.
São informações que viajantes e
missionários europeus anotaram
sobre o homem e a natureza das
terras que conheciam naquele
contexto.
Características

➢ Textos descritivos em linguagem simples;

➢ Muitos substantivos seguidos de adjetivos;

➢ Uso exagerado de adjetivos empregados, quase


sempre, no superlativo;

➢ Exaltação da nova terra;

➢ Autores de destaque: Pero Vaz de Caminha, Pero


Lopes de Souza, Pero Gândavo.
Porém, alguns críticos literários situam essa produção nascente
como uma rica fonte temática para escritores posteriores. Afinal, a
descrição da paisagem original, dos hábitos e costumes indígenas
e dos grupos sociais que nasciam nos núcleos urbanos que
surgiam formou uma enciclopédia a que escritores, como os do
Romantismo brasileiro, recorreram para fazer uma literatura
genuinamente voltada às temáticas nacionais.

Assim, a embrionária produção intelectual do Brasil Colônia,


materializada nos relatos dos viajantes e dos missionários
católicos, tem valor não só histórico de registro de uma época,
como também serviu de material temático inspirador à produção
literária posterior, que teve como princípio a construção de uma
literatura verdadeiramente do Brasil, estabelecendo-se como
contraponto à produzida em Portugal.
Principais obras e autores de textos de informação
As principais produções do Brasil Colônia, escritas nos
séculos XVI e XVII, categorizadas como informativas são:
• a Carta, de Pero Vaz de Caminha a el-Rei Dom Manuel,
referindo o descobrimento de uma nova terra e as
primeiras impressões da natureza e do indígena (1500);
• o Diário de Navegação de Pero Lopes e Sousa, escrivão do
primeiro grupo colonizador, o de Martim Afonso de Sousa
(1530);
• o Tratado da terra do Brasil e a História da Província de
Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil, de Pero
de Magalhães Gândavo (1576);
• a Narrativa Epistolar e os Tratados da Terra e da Gente do
Brasil, do jesuíta Fernão Cardim (1583);
• o Tratado descritivo do Brasil, de Gabriel Soares de Sousa
(1587);

• os Diálogos das grandezas do Brasil, de Ambrósio


Fernandes Brandão (1618);

• as cartas dos missionários jesuítas escritas nos dois


primeiros séculos de catequese (registradas
posteriormente em antologias, como em As Cartas
Jesuíticas, de 1933);

• as Duas viagens ao Brasil, de Hans Staden (1557);a


Viagem à terra do Brasil, de Jean de Léry (1578);

• a História do Brasil, de Frei Vicente do Salvador (1627).


Literatura de formação ou de catequese
Paralelamente às obras de informação escritas por leigos
viajantes que desbravavam a colônia, foram produzidas,
também, obras de cunho pedagógico e moral, a chamada
literatura de formação ou de catequese, produzida pelos
missionários jesuítas.

Vindos de Portugal, esses religiosos, que tinham a missão de


catequizar os índios, deixaram cartas, tratados, crônicas e
poemas, os quais se tornaram registros não só de uma prática
religiosa de difusão do catolicismo, mas também registros de
textos com um certo refinamento estético.
Principais obras e autores de textos de formação
ou de catequese
Os autores mais significativos dessa vertente são os padres
Manuel da Nóbrega, Fernão Cardim e José de Anchieta.

• Manuel da Nóbrega (1517-1570)Nasceu em Alijó,


Portugal, e morreu no Rio de Janeiro. Chegou à Bahia em
29 de março de 1549 e participou da primeira missa
celebrada nessa localidade. Foi um dos fundadores das
cidades de Salvador e do Rio de Janeiro.

Sua principal obra é Diálogos sobre a Conversão do


Gentio (possivelmente de 1558), em que apresenta os
aspectos “negativos” e “positivos” do índio, do ponto de
vista, evidentemente, de alguém interessado na conversão
dos povos originais ao catolicismo.
• Fernão Cardim (1549-1625)Nasceu em Viana do Alentejo,
Portugal, e morreu na Bahia, nos arredores da cidade de
Salvador. Os três tratados que escreveu foram condensados
pela primeira vez na obra Tratado da Terra e da Gente do
Brasil, publicada em 1939.

Os dois primeiros textos de sua autoria, Do clima e terra


do Brasil e Do princípio e origem dos índios do Brasil, foram
publicados inicialmente em inglês, na coleção dirigida por
Samuel Purchas, em Londres, em 1623.

O terceiro texto, a Narrativa epistolar de uma viagem e


missão jesuítica, foi publicado em 1847, em Lisboa, por
Francisco Adolfo de Varnhagen. Há, nessas obras, o
predomínio de uma descrição entusiasmada da fauna e da
flora do país.
• José de Anchieta (1534-1597)Nasceu nas Ilhas Canárias,
Espanha, e faleceu na cidade de Reritiba, atual cidade de
Anchieta, no estado do Espírito Santo. No Brasil,
participou da fundação da cidade de São Paulo e do Rio
de Janeiro.

Notabilizou-se, no período colonial, como poeta e


dramaturgo, mas também publicou crônicas históricas e
uma gramática da língua tupi, a Arte de gramática da língua
mais usada na costa do Brasil (1595).

Na dramaturgia, publicou autos inspirados nos autos do


escritor português Gil Vicente, como o auto Na festa de São
Lourenço, encenado pela primeira vez em 1583. Quanto à
linguagem, observa-se nesses autos ora o uso da língua
portuguesa, ora o uso da língua tupi.
Carta de Caminha
• “certidão de nascimento” do Brasil, onde relatava
ao rei de Portugal a “descoberta” da Terra de Vera
Cruz (1500);
• a carta foi escrita para D. Manuel, rei de Portugal.
Caminha nunca soube da repercussão de sua
missiva porque morreu em Calicute, em dezembro
de 1500,sem voltar, portanto, a Portugal.
• Tal documento tem tal importância pela descrição
precisa da terra, fauna, flora, os habitantes, por
isso é considerada a “certidão de nascimento” do
Brasil.
• Choque cultural entre os portugueses e os índios
Carta de Caminha

• Aspecto literário- descrição com recursos


líricos;
• Aspecto linguístico- primeiro documento que se
tem notícia, em língua portuguesa, sobre as
terras brasileiras.
• Aspecto histórico- documento oficial sobre o
Brasil.
• Apresenta 27 páginas e tornou-se pública 1827.
Análise de Trechos da Carta de Caminha

Terra:

“Nessa terra, se plantando tudo dá...”→”Águas são


muitas e infinitas. Em tal maneira é graciosa que ,
querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por
causa das águas que tem!”

• Imaginário- “Nesta terra se plantando, tudo dá.”


Habitantes

“A feição deles é serem pardos, um tanto


avermelhados, de bons rostos e bons narizes,
bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma.
Nem fazem mais caso de encobrir ou deixa de
encobrir suas vergonhas do que de mostrar a
cara. Acerca disso são de grande inocência.”
Estranhamento

“Mostraram-lhes um papagaio pardo que o


Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e
acenaram para a terra, como se os houvesse ali.
Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso
dele. Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram
medo dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois
lhe pegaram, mas como espantados.”
Intenções dos europeus

“De ponta a ponta é toda praia... muito chã e muito


formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar,
muito grande; porque a estender olhos, não
podíamos ver senão terra e arvoredos -- terra que
nos parecia muito extensa. Até agora não pudemos
saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de
metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em
si é de muito bons ares frescos e temperados como
os de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo
d'agora assim os achávamos como os de lá. Águas
são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa
que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo;
por causa das águas que tem!”
Influência religiosa

“Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar


parece-me que será salvar esta gente. E esta deve
ser a principal semente que Vossa Alteza em ela
deve lançar. E que não houvesse mais do que ter
Vossa Alteza aqui esta pousada para essa
navegação de Calicute bastava. Quanto mais,
disposição para se nela cumprir e fazer o que
Vossa Alteza tanto deseja, a saber,
acrescentamento da nossa fé!”
ATIVIDADE
a ) O que foi o Quinhentismo?
b) Quais são as duas manifestações literárias no
período?
c) O que vem a ser a literatura de informação?
d) Quem foi que começou a literatura de
informação?
e) Quem foi Padre José de Anchieta?
f) Quem eram os jesuítas?
g) Explique como os jesuítas se aproximaram dos
povos indígenas:
h) Explique a importância da literatura de
informação:

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