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Apostila Emoções

As emoções são fundamentais para a socialização, proteção e bem-estar, influenciando nossos pensamentos e comportamentos. Elas podem ser classificadas em primárias e secundárias, agradáveis e desagradáveis, e a regulação emocional é crucial para a saúde mental. O reconhecimento e a validação das emoções ajudam na adaptação e no desenvolvimento emocional, especialmente em crianças.

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Apostila Emoções

As emoções são fundamentais para a socialização, proteção e bem-estar, influenciando nossos pensamentos e comportamentos. Elas podem ser classificadas em primárias e secundárias, agradáveis e desagradáveis, e a regulação emocional é crucial para a saúde mental. O reconhecimento e a validação das emoções ajudam na adaptação e no desenvolvimento emocional, especialmente em crianças.

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EMOÇÕES: O QUE SÃO? PARA QUE SERVEM?

Todos os seres humanos, e inclusive os animais, experienciam as diversas emoções no decorrer da vida.
Sentimos a alegria de uma conquista, a tristeza de uma perda, a esperança de dias melhores.
As emoções são importantes ferramentas de socialização, proteção, saúde e bem-estar; elas nos ajudam
em nossa adaptação ao meio em que vivemos. Para serem mais bem utilizadas, é importante conhecê-las,
saber identificá-las e nomeá-las, tanto em nós mesmos como nas outras pessoas.
De forma mais teórica, podemos dizer que as emoções são condições caracterizadas por alterações
fisiológicas e sensações corporais que podem modificar nossos pensamentos, comportamentos e reações
subjetivas de cada indivíduo.
Por outro lado, algumas situações e eventos do dia a dia, bem como nossos pensamentos, ativam em nós
emoções, as quais devem ser reconhecidas, avaliadas e tratadas de forma que retornemos ao equilíbrio
em que nos encontrávamos antes de vivenciá-las.
Permanecer sob um estado de emoção ativada, pode gerar dificuldades psicológicas, prejudicar nosso
funcionamento cognitivo, físico e social.

É IMPORTANTE SABER...
NENHUMA EMOÇÃO É CONSIDERADA BOA OU RUIM. ELAS SÃO TODAS ESSENCIAIS PARA A
SOBREVIVÊNCIA DA ESPÉCIE HUMANA E POSSUEM FUNÇÕES DISTINTAS.

Para John Marshall Reeve há três principais funções das emoções: adaptativa, social e
motivacional. A função adaptativa estaria relacionada aos mecanismos de defesa do organismo, quando
sentimos medo, essa emoção prepara o organismo para defesa, caso seja necessário. O nojo, por
exemplo, evita que consumiremos alimentos que seriam eventualmente um risco para nossa saúde. A
seguir algumas outras finalidades das emoções segundo Paul Ekman (s.d, citado por a mente é
maravilhosa):

A função social das emoções está fortemente atrelada a comunicação. Ao expressarmos o que sentimos,
podemos perceber as emoções nos outros, de maneira a favorecer a interação social, empatia ou mesmo
de quando devemos nos afastar de alguém.
É verdade que em muitas culturas esconder o que se está sentido é muito valorizado, demonstrar
emoções não é visto como positivo, às vezes, pode ser associado a fraqueza, o que leva em muitos
esconderem suas emoções, mas não conseguirem evitá-las de fato. As emoções são um conjunto
complexo, as expressões são apenas uma parte desse fenômeno, portanto, apreender as esconder as
expressões (aparência) não significa não as sentir.
Por fim, a função motivacional das emoções, aqui uma relação curiosa, a relação entre as duas é
recíproca, uma sendo combustível para outra, mas como assim? Veja motivação (ato ou impulso para
realizar algo) depende muito do resultado das emoções, é possível que emoções de alegria com alguém
em dadas situações funcionem como motivador para repeti-las, da mesma forma que o inverso também,
é claro que estamos olhando apenas um fator, na realidade sofremos influência de vários fatores.
Diferença Entre Emoção E Sentimento
A partir do momento que atrelamos um valor cognitivo à uma emoção, ela torna-se SENTIMENTO.
Dessa forma, o sentimento sempre tem uma interpretação. Não conseguimos esconder a emoção da
raiva; no momento que ela toma conta de nós, ela é expressa pelo nosso corpo. Já o sentimento do ódio
pode ser escondido.
Sentimentos e humor são mais elaborados, enquanto as emoções são mais primitivas, justamente porque
já “vêm de fábrica”. Um claro exemplo disso é que podemos observar essas emoções básicas em
mamíferos, como demonstrações de amor em um cachorrinho, mas não se observa os sentimentos, pois
o sentimento é o valor cognitivo que temos a respeito da emoção.
Existem sentimentos que são mais culturais e existem sentimentos que são aprendidos, mas todos eles
têm uma relação direta com as emoções básicas.

CLASSIFICAÇÃO DAS EMOÇÕES


As emoções podem ser classificadas como primárias (básicas) e secundárias e como agradáveis e
desagradáveis de sentir.
1. EMOÇÕES PRIMÁRIAS (básicas) - São aquelas que estão presentes em todos os seres humanos e em
todas as culturas. São elas:
 ALEGRIA
DEFINIÇÃO: Indica que me sinto satisfeito, prestigiado, valorizado, acolhido e aceito.
PARA QUE SERVE? Reforçar a socialização, reconhecimento grupal e aceitação.
COMO PODE SER SENTIDA? Quando você brinca de algo que seu filho gosta, ele provavelmente sente
alegria.

 AMOR
DEFINIÇÃO: Indica que me sinto protegido, seguro, acolhido, querido e amparado.
PARA QUE SERVE? Manutenção dos vínculos afetivos, laços de amizade e familiaridade. Reprodução
humana e cuidados com os bebês. É a base de todas as formas de vinculação e auxilia na redução do
estresse.
COMO PODE SER SENTIDA? Quando seu filho recebe um carinho em seu colo, ele provavelmente
sente amor.

 TRISTEZA
DEFINIÇÃO: Indica que me sinto perdendo algo, deixado de lado, desvalorizado, desprezado ou não
aceito pelas pessoas.
PARA QUE SERVE? Está associada à capacidade do pensamento reflexivo, ou seja: nos permite pensar
sobre os nossos comportamentos; além de atrair as pessoas para perto de nós quando necessitamos
de ajuda.
COMO PODE SER SENTIDA? Quando algum amigo não quer brincar com seu filho, ele provavelmente
sente tristeza.

 MEDO
DEFINIÇÃO: Indica que me sinto desprotegido, frágil, em perigo, ameaçado.
PARA QUE SERVE? Preservar a vida e nos defender, antecipando dano físico ou
psicológico.
COMO PODE SER SENTIDA? Quando seu filho não quer dormir sozinho em seu quarto, ele
provavelmente sente medo.

 RAIVA
DEFINIÇÃO: Indica que me sinto injustiçado, ofendido, desrespeitado, indignado.
PARA QUE SERVE? Proteção frente a algum tipo de ameaça ou situação de injustiça, defendendo o
que é importante para nós.
COMO PODE SER SENTIDA? Quando seu filho não ganha algo que é importante para ele e reage
gritando e esperneando, ele provavelmente sente raiva.

 NOJO
DEFINIÇÃO: Indica que me sinto enjoado, com repulsa de algo.
PARA QUE SERVE? Evitar contaminações alimentares. Nos diferenciar frente a atitudes de outras
pessoas que nos geram repulsa. Ex.: podemos dizer que sentimos nojo de uma pessoa que tem um
comportamento que desprezamos.
COMO PODE SER SENTIDA? Quando seu filho rejeita uma comida com cheiro forte e que poderia
estar estragada, ele provavelmente sente nojo. Quando seu filho rejeita o comportamento de alguém,
não querendo ser como aquela pessoa, ele também pode sentir nojo.

2. EMOÇÕES SECUNDÁRIAS
As emoções secundárias derivam das emoções básicas e podem ser mais influenciadas por variáveis
culturais. Alguns exemplos de emoções secundárias são: ansiedade, vergonha, desconfiança e
preocupação (todas essas derivadas do medo).

3. Emoções agradáveis de sentir


São aquelas que provocam uma sensação prazerosa em nosso corpo, como a alegria e o amor.

4. Emoções desagradáveis de sentir


São aquelas que provocam uma sensação não prazerosa em nosso corpo, como a tristeza, medo, raiva e
nojo.

REGULAÇÃO EMOCIONAL
Regulação emocional é a capacidade de uma vez ativada determinada emoção em nós, em maior ou
menor intensidade, conseguirmos retornar ao estado de bem-estar inicial.
Isso acontece quando compreendemos as emoções e reagimos emocionalmente de forma adequada a
cada situação.
A regulação emocional é tida como a base da saúde mental e a incapacidade de regular emoções de
forma eficaz favorece o surgimento de problemas psicológicos ao longo da vida.
Por exemplo, quando uma criança sente um medo muito grande de não estar perto de seus pais, ela
provavelmente vai ter receio de ir à escola ou de brincar sozinha com seus amigos, dificultando sua
socialização, adaptação escolar e trazendo prejuízos para essa criança. Por isso, é tão importante
conhecermos e sabermos regular nossas emoções.

É BOM SABER
As crianças não nascem com a capacidade de regular suas emoções. Elas vão aprendendo essa habilidade
através da sua interação com o meio em que vivem, principalmente com a sua interação com os pais.

A fim de auxiliar e aprender a regular suas emoções, seguem algumas dicas:


 NOMEAR AS EMOÇÕES
Pergunte a pessoa qual é a emoção que ele está sentindo após a ocorrência de um evento significativo.
Caso ele tenha dificuldade, diga o nome da emoção que imagina que ele esteja sentindo e peça que ele
lhe confirme.
Explique sobre as emoções agradáveis e desagradáveis de sentir e peça para ele mensurar a
intensidade da emoção que ele está expressando (fraca, média e forte). Caso a pessoa diga que a
emoção está muito forte, pergunte a ele se esta intensidade está adequada à situação ou se é possível
que ela esteja exagerada.

 PROCURE VALIDAR AS EMOÇÕES


A validação emocional é a capacidade de identificar e acolher as emoções de outras pessoas. Essa
prática é muito importante para a prevenção em saúde mental na infância, pois quando validamos a
emoção de alguém estamos permitindo que este seja aceito e logo se sinta acolhido e amado.
Desenvolvemos assim a autoestima da criança.

TODAS AS EMOÇÕES PODEM E DEVEM SER VALIDADAS!


Note que, validar uma emoção não é o mesmo que concordar com o comportamento expresso pela
criança, a emoção sentida por ela ou com o comportamento que ela apresenta. Por exemplo, posso
validar a emoção da raiva de meu filho, dizendo que eu compreendo que ele se sente muito raivoso
quando seu irmão tira um brinquedo de sua mão, porém posso explicar para ele que o seu
comportamento de bater no irmão não é aceitável e ajudá-lo a pensar outras formas de agir quando
sentir raiva novamente.

EXEMPLO PRÁTICO
Me parece que você está sentindo raiva. Isso é verdade? (nomear a emoção)
Tudo bem, todos podemos sentir raiva. Você tem todo o direito de se sentir assim. (validar a emoção)
Acredito que se alguém tivesse tirado de mim algo que eu gosto muito eu também estaria me sentindo
dessa forma. (demonstrar empatia).
Mas a gente não pode bater nas pessoas, então da próxima vez que sentirmos raiva podemos pensar
em pedir ajuda a um adulto para resolver esta situação.

Lembrando que: esta é apenas uma maneira de validar. Você pode validar a emoção de seu filho
utilizando suas próprias palavras

 DESENVOLVA UMA POSTURA DE EMPATIA


A empatia é a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, nos permitindo sentir o que o outro
sente e deduzir seus pensamentos diante de determinada circunstância. A empatia é muito importante
para a manutenção de nossas relações sociais. A partir dela, podemos nos tornar colaborativos,
caridosos e compassivos com o próximo. Sendo assim, é possível perceber que ela se faz necessária
tanto para os pais que educam, quanto para os filhos que aprendem, pois os conecta de forma
harmoniosa e gentil.
A empatia autêntica consiste em:
- Ficar ao nível da criança.
- Olhar nos olhos.
- Escutar com atenção.
- Validar suas emoções.
- Manter proximidade física.
- Buscar resolver alguma dificuldade ocorrida.

UTILIZE TÉCNICAS DE RESPIRAÇÃO


Como vimos anteriormente, nosso cérebro identifica situações diversas que despertam em nós emoções,
as quais são percebidas em nosso corpo através de reações fisiológicas. Diferentes emoções podem ativar
diferentes tipos de reações, como: taquicardia, sudorese, tremedeira, aumento da respiração, contração
muscular, arrepio, rubor, dor de barriga, dor de cabeça, entre outras.
Por exemplo, se nosso cérebro percebe uma situação de ameaça, a emoção do medo poderia ser ativada
em nós para nos proteger, teríamos reações fisiológicas relacionadas aos reflexos de luta ou fuga para

SITUAÇÃO ⇒ EMOÇÃO ⇒ REAÇÕES FISIOLÓGICAS


defesa, como dor de barriga, tremedeira, sudorese, entre outras.

Uma vez que o corpo é ativado por uma emoção, ele pode manter-se neste estado por aproximadamente
18 a 24 minutos em um adulto e 12 a 16 minutos em uma criança. Uma forma de regular as emoções e
auxiliar o corpo a retornar ao seu estado emocional de bem-estar é enviar uma nova informação ao
cérebro, o qual passará, consequentemente, uma nova instrução de comportamento ao corpo
(relaxamento). As técnicas de respiração podem possibilitar esta nova comunicação.
Quando estamos com muita raiva ou muito medo ou agitados, respiramos rapidamente, movimentando
peito e ombros (tórax).
Ao controlarmos o ritmo de nossa respiração, procurando não movimentar peito e ombro, mas usando a
barriga (abdome), enviamos ao cérebro a informação de que a situação mudou e não há necessidade de
continuar ativando tais emoções, assim tendemos a nos acalmar emocionalmente e fisicamente.
Elas podem ser utilizadas tanto em momentos em que há a necessidade de acalmar a criança, bem como
prática de rotina antes de atividades que inspiram tranquilidade, como a hora de dormir ou de estudar.

RESPIRAÇÃO DOS CINCO DEDOS


Para fazer esse exercício, a criança utilizará uma de suas mãos aberta e o dedo indicador da mão
contrária. Iniciando na base do polegar, ela começará a trilhar o contorno dos dedos com seu indicador.
Toda vez que ela faz o movimento de subir até a ponta de um dedo, ela inspira e toda vez que ela faz o
movimento de descer até a ponta de um dedo, ela solta o ar.

VANTAGENS DE AUXILIAR A REGULAREM SUAS EMOÇÕES


As crianças, ao serem auxiliadas a regular suas emoções, irão aprender habilidades que lhes serão úteis
durante a vida inteira. Através da regulação emocional, elas aprendem a compreender melhor seus
estados emocionais, como lidar melhor com situações de frustração na vida ou momentos difíceis como
perdas, por exemplo, a comunicar de forma assertiva o que estão sentindo e o que precisam do outro.
Elas descobrem maneiras de como lidar melhor com as outras pessoas, melhorando sua socialização.
Além de ser notado um aumento na concentração para os estudos, auxiliando na aprendizagem. As
crianças com uma boa base de regulação emocional sentem-se mais equilibradas, podendo ser mais
felizes.

AFINAL, QUANDO DEVO PROCURAR AJUDA?


Fique atento! Se você está com dificuldade de ajudar seu filho, não exite em procurar ajuda. Alguns sinais
que podem indicar que seu filho precisa de um auxílio profissional são: mudança significativa no
comportamento e no humor da criança, dificuldades de aprendizagem, atrasos importantes no
desenvolvimento, ou quando ele possa ter sofrido alguma perda significativa na família e esteja
expressando uma dificuldade importante em aceitar essa perda e retomar suas atividades normais.
Nesses casos, ou em outros que possam ter lhe chamado a atenção, entre em contato com um psicólogo
especializado em infância e agende uma avaliação. Alguns locais que disponibilizam esse tipo de serviço
são os CAPS-i de seu município e as clínicas-escola de universidades da sua região.
Atividade Mãozinha do Autocontrole!
Distribua o desenho com quem desejar trabalhar e siga os passos a seguir.

Após realizada a tarefa acima, peça que o participante personalize o desenho da mão de acordo com sua
personalidade. Em seguida, diga que ele precisa escrever na mãozinha as pessoas e as situações que são
importantes para ele.
Também peça para que o participante feche os olhos, reflita e, quando finalizar a reflexão, escreva em
cada dedo:
1) quem ele deve parar de machucar, quais as relações que precisam de cuidados;
2) quais as situações que ele precisa lembrar-se de respirar, o que melhora quando ele respira; (aqui se
ensina a respiração de quatro tempos)
3) a quem ele precisa dizer como está se sentindo, quem está causando uma perturbação emocional; (é
necessário ter conhecimento das diferentes emoções)
4) quais as situações em que ele precisa pedir auxílio, que tipo de pensamentos o auxiliam durante
aquelas situações, como alguém que ele admira passaria por aquela situação;
5) em que acontecimentos ele fica fora de controle e precisa modificar suas respostas fisiológicas através
de contar até 10 e da respiração lenta e profunda.
Qual o tamanho do meu problema? Qual o tamanho da minha reação?
Antes de realizá-lo, no entanto, é necessária uma rápida contextualização.
Precisamos entender que tudo que vivemos é interpretado por nosso cérebro de maneira subjetiva.
Por essa razão, nem sempre nos sentimos e reagimos de acordo com a intensidade da situação, seja ela
boa ou ruim.
Um modo simples de trabalhar essa interpretação de forma preventiva é através do exercício.
Confira a ilustração contendo a atividade abaixo.

ps: A atividade deve ser impressa e distribuída individualmente, de modo que as crianças possam
preenchê-las, e, assim, aprender a identificar seus problemas e o tamanho da sua reação.
A atividade consiste em exibir à turma alguma situação vivenciada por personagens que ilustra a
interpretação errônea da realidade.
Podem ser utilizados episódios de desenhos, séries, peças de teatro, cenas de filmes, passagens de
livros… tudo depende de quem aplica o exercício.
Pessoalmente, costumo trabalhar com episódios de Todo Mundo Odeia o Chris.
Em seguida, faz-se, junto com o grupo, o debate.
Discutimos a relação situação -> pensamento -> sentimento -> comportamento observada na ficção e
fazemos uma análise do que foi visto.
Desse modo, trabalhamos a consciência de suas emoções e de suas ações.
Acima de tudo, é importante que a observação seja profunda!
Ademais, é possível realizar a dramatização do episódio.
Assim, o grupo pode refazer as cenas com posturas mais assertivas.
Descubra o verdadeiro significado por trás de cada emoção que sentimos
Anna Júlia Steckelberg - 29 de maio de 2022

O autoconhecimento é uma forma de dominar cada emoção e seus impactos, porém muitas pessoas não
conseguem ter esse controle
Não precisa ser formado em psicologia para entender que todos os seres humanos possuem sentimento
e emoção. Mas o que eles significam e causam nas pessoas?
As emoções, por sua vez, são reações a um estímulo ambiental e cognitivo que produz tanto experiências
subjetivas, quanto alterações fisiológicas significativas. Elas estão associadas ao temperamento,
personalidade e motivações tanto reais quanto subjetivas. Já os sentimentos são o que qualquer ser
biológico é capaz de sentir nas situações que vivenciam. Por exemplo, medo é uma informação de que há
risco, ameaça ou perigo direto para o próprio ser ou para interesses.
Essas duas coisas caminham lado a lado, já que as emoções são reações aos sentimentos e, em muitos
casos, as pessoas não sabem controlá-las.

Mas, afinal, o que quer dizer cada emoção?


Alegria: É o resultado positivo de uma realidade, que acontece agora;
Esperança: É quando sente-se otimista em relação ao futuro;
Calma: Nesse caso, sua mente e corpo estão num estado de relaxamento;
Orgulho: É o momento em que você valoriza a sua força e determinação ou de outra pessoa;
Motivação: Quando se está pronto para enfrentar novos desafios;
Otimismo: Sabe-se que o seu futuro é brilhante;
Raiva: Aqui você sente que os seus limites foram desrespeitados;
Medo: Nesse caso, a sua mente e corpo interpretam algo como uma ameaça;
Irritabilidade: É quando se está sobrecarregada e precisa de espaço;
Decepção: Aqui as suas expectativas não foram correspondidas;
Tristeza: Sente-se infeliz e o seu humor está em baixo.

O QUE SÃO EMOÇÕES?


MIRIAM JANEIRO 28, 2020

As emoções são processos biológicos administrados pelo cérebro fundamentais para nossa adaptação e
sobrevivência como espécie.
É muito importante também para a qualidade da nossa comunicação, pois transmitem informações que
nos permitem codificar melhor a mensagem. Exemplo: um tom de voz mais exacerbado nos indica que a
pessoa está com raiva, enquanto um tom de voz mais baixo e sem ânimo nos indica a tristeza presente.
De um modo bem simples, a emoção é o resultado da combinação de fatores internos, como
substâncias químicas (serotonina, endorfina, ocitocina e testosterona) que controlam nosso humor com
estímulos externos, tais como cheiros, sabores, sons e imagens.
Essa combinação é uma experiência subjetiva e acompanhada de manifestações fisiológicas que
preparam o corpo para uma ação específica. O medo nos prepara para fugir, a raiva para atacar, o nojo
para expelir e a alegria para fazer alguma coisa.

Emoções Básicas
Essas emoções básicas podem ser observadas em recém-nascidos, por isso a expressão “vêm de fábrica”.
São emoções básicas:
 medo
 raiva
 tristeza
 alegria
 nojo
 amor⠀
Essas emoções, no entanto, não são unanimidade entre os autores que estudam emoções. Alguns, por
exemplo, não consideram o amor uma emoção básica.

Diferença Entre Emoção E Sentimento


A partir do momento que atrelamos um valor cognitivo à uma emoção, ela torna-se SENTIMENTO.
Dessa forma, o sentimento sempre tem uma interpretação. Não conseguimos esconder a emoção da
raiva; no momento que ela toma conta de nós, ela é expressa pelo nosso corpo. Já o sentimento do ódio
pode ser escondido.
Sentimentos e humor são mais elaborados, enquanto as emoções são mais primitivas, justamente porque
já “vêm de fábrica”. Um claro exemplo disso é que podemos observar essas emoções básicas em
mamíferos, como demonstrações de amor em um cachorrinho, mas não se observa os sentimentos, pois
o sentimento é o valor cognitivo que temos a respeito da emoção.
Existem sentimentos que são mais culturais e existem sentimentos que são aprendidos, mas todos eles
têm uma relação direta com as emoções básicas.

EDUCAÇÃO EMOCIONAL NA ADOLESCÊNCIA


MIRIAM JUNHO 23, 2021

você acha que é possível evitar a “crise” da adolescência? A resposta é não.


O que é possível é ajudarmos e contribuirmos com o adolescente, para que ele passe de forma mais leve
por essa fase.

Descobertas Das Neurociências Sobre A Adolescência


As descobertas das neurociências, feitas através de estudos longitudinais, nos apontam um padrão de
maturação no cérebro do adolescente.

 O que são estudos longitudinais?


Estudos que acompanham determinado grupo de pessoas por um longo período, neste caso, crianças.
Esses estudos acompanharam as crianças por mais de 10 anos, verificando mudanças naturais em seus
cérebros.

Por que essas descobertas são importantes?


Antes, achava-se que a adolescência era só uma consequência de hormônios.
No entanto, essas descobertas nos apontaram que a adolescência é uma consequência do próprio
cérebro.
Assim, o comportamento adolescente é fruto de um cérebro em transformação.
E nós, profissionais, precisamos saber disso para que possamos ajudá-los a enfrentarem essa fase.
Nós precisamos acabar com o que nos diz o senso comum.
Quer ouvir um exemplo?
“Adolescência é assim mesmo… O adolescente não gosta de nada, não quer saber de nada. É um
aborrecente.”
Adultos que dizem isso reforçam essas crenças, que não ajudam o adolescente em nada.

 O cérebro amadurecido durante a adolescência


Um dos pontos centrais e iniciais do ensino de educação emocional aos adolescentes é ouvir.
Como o cérebro está amadurecendo, o adolescente apresenta, na adolescência, algumas competências
que não tinha na infância. Uma dessas competências é a capacidade de criar teorias e de pensar no seu
desdobramento. Essas competências precisam ser exercitadas, pois o cérebro está ávido por algo novo.
 Espaços de escuta
O adulto precisa ter essa disponibilidade para escutar, pois assim o adolescente se sente validado.
Não somente ele é validado como também sua nova competência adquirida – a de fazer
questionamentos, entender filosofias e hipóteses. Por isso, é comum que o adolescente passe a
questionar o que acontece ao seu redor.
Mas atenção: isso não acontece porque ele não respeita aquilo que está questionando, mas sim porque
seu cérebro agora é capaz de entender algo que vai além de uma crença sólida. Ao ter essa postura de
ouvir, é possível gerar conexão, outro item fundamental para o adolescente.
 Consciência emocional
A consciência emocional trata-se de estarmos conscientes de nossos estados emocionais, além de onde
sentimos essas emoções no corpo.
Muitos adultos, por exemplo, não têm consciência emocional e, por isso, não associam a tensão que
sentem no pescoço a uma preocupação.
Uma ideia para trabalhar a consciência emocional é em grupos, pois o adolescente adora e precisa estar
em um grupo. A interação social é fundamental nessa etapa; ele precisa desse engajamento.

OBS: Pergunte ao grupo, por exemplo, onde eles sentem a emoção MEDO.
Alguns dirão que é no peito, outros que é na cabeça, outros que é no coração… esse compartilhamento
faz com que o adolescente receba aquilo que mais precisa: interação e validação de seu grupo;
pertencimento.

 Correção de pensamentos distorcidos


Identificar e corrigir as distorções cognitivas.

 Exercícios de interiorização
Ensinando exercícios de interiorização, ensinamos a tolerar emoções desconfortáveis.
Demonstramos que todas as emoções são passageiras e estamos dando habilidades para que lidem com
as emoções.

 Forças Pessoais
Reconhecer os pontos fortes e pontuá-los para o próprio adolescente é importante.
Ele precisa de informações positivas a respeito de si mesmo, porque isso é fundamental para a criação de
sua identidade.
É possível fazer o teste de Forças Pessoas pelo link http://www.viacharacter.org/www/
O QUE SABEMOS SOBRE A EMOÇÃO?
MIRIAM MARÇO 3, 2021

Primeiramente, reforço que não existe uma emoção “errada”. Todos nós sentimos emoções positivas ou
desconfortáveis. O erro está no comportamento que temos diante dessa emoção.

Estudos de Barbara Fredrickson


A doutora Barbara, referência mundial no estudo das emoções positivas, nos aponta com suas pesquisas
que as emoções positivas:
 Ampliam nossos recursos cognitivos, físicos e sociais
No âmbito cognitivo, conseguimos pensar melhor, ampliamos nossas ideias e conseguimos pensar em
perspectiva. Já no quesito físico, nossa saúde melhora, pois diminuem os processos inflamatórios.
Por fim, no contexto social, sabemos que é muito mais agradável estar perto de pessoas positivas que
nos provocam emoções positivas.
 Nos auxiliam a ter recursos diante de situações e emoções perturbadoras
Isso porque ampliam e constroem os nossos recursos cognitivos, físicos e sociais.
 Despertam a afetividade do outro
Vide a ampliação dos recursos sociais.
 Promovem a resiliência
As emoções positivas funcionam como um “amortecedor” para as emoções desconfortáveis, por isso
nos recuperamos com mais facilidade.

Atividade de reflexão
Responda a si mesmo: O que é necessário acontecer no seu dia para que você o considere bom? Cite
ao menos três fatores.
Anote num cantinho da sua cabeça o que você descreveu para o seu dia ter sido considerado bom,
pois já retornaremos a esse assunto.

Na Psicologia, temos um termo que chama-se lócus de controle. Esse lócus de controle pode referir-se
a controle interno ou externo.

Agora, voltando às suas respostas: quais fatores você responde na atividade?


Vou exemplificar algumas respostas: “Preciso acordar com cheiro de café” ou “Preciso acordar com o
sol raiando no sol”.
A primeira resposta trata-se de lócus de controle interno – conseguimos controlar programando a
cafeteira, por exemplo. Enquanto isso, a segunda resposta refere-se a lócus de controle externo – não
temos o poder de controlar o tempo.
Ter essa consciência de lócus de controle é fundamental para que possamos focar mais no interno.
Dessa forma, somos capazes de promover esses fatores, já que são os únicos sob nosso controle.
Somos capazes de escolher sentir determinada emoção, tal como animação ao acordar com o
cheirinho de café.

 Positividade: a descrição da emoção positiva


A Positividade é um termo criado por Barbara Fredrickson para descrever as emoções positivas, ou
seja, é o caminho que utilizamos para construir a felicidade.
Lembrando sempre que, para a Psicologia Positiva, a felicidade não é um lugar – é o caminho trilhado.
Utilizamos da Positividade para fazer com que essa trilha seja construída.
Outro fator muito importante a respeito das emoções positivas é o que chamamos de tendência
específica à ação de cada emoção.
Isso quer dizer que nosso corpo se prepara, involuntariamente, para uma ação diante de determinada
emoção.
 Medo: corpo se prepara para fugir;
 Raiva: corpo se prepara para atacar;
 Nojo: corpo se prepara para expelir;
 Alegria: corpo se prepara para fazer alguma coisa, surge vontade;
 Amor: corpo se prepara para conectar-se.
Reforçando: essas são respostas fisiológicas que o corpo nos dá INVOLUNTARIAMENTE diante de uma
emoção.
E quanto à tendência específica à ação de uma emoção positiva?
De acordo com Fredrickson, a tendência específica à ação da emoção positiva é construir e ampliar
nossos repertórios, pois ampliam as nossas ideias, nos fazem pensar melhor e abrem nossa consciência
para novas ideias.
Verifique, abaixo, algumas emoções positivas e suas respectivas tendências específicas.
 Alegria: nos faz ter vontade de querer fazer alguma coisa;
 Gratidão: nos faz querer retribuir aquilo que consideramos um presente;
 Serenidade: nos faz ter vontade de estar integrados com o todo;
 interesse: nos faz querer saber mais sobre determinado assunto;
 Esperança: nos torna criativos para realizar uma mudança. Aparece quando as coisas não vão bem;
 Orgulho: nos faz querer fazer algo bem;
 Diversão: nos prepara para compartilhar o riso com alguém;
 Inspiração: nos dá vontade de construir algo excelente, algo bom;
 Admiração: nos permite observar e aprender com o novo, além de incorporá-lo em nossas vidas;
 Amor: nos prepara para nos conectarmos com alguém. São micromomentos nos quais
compartilhamos conexão e emoções positivas com outro ser vivo.
As emoções “negativas” nos causam estreitamento mental, pois só pensamos de determinada maneira;
só focamos naquilo.
Imagine, por exemplo, que você esteja assistindo a um filme ou lendo um livro.
De repente, aparece um crocodilo à sua frente.
Você vai continuar focando sua atenção no que estava fazendo ou ficar pensando no crocodilo por conta
do medo?
Utilizei esse exemplo bem exagerado para que você compreenda melhor que, para pensar melhor,
precisamos estar em um estado de emoção positiva.

Pesquisa com macacos vermelhos – reflexão


As emoções positivas nos auxiliam a construir; o que aprendemos a respeito das experiências alegres é
que a necessidade de brincar constrói habilidades que em tempos difíceis, podem fazer a diferença entre
a vida e a morte.

Barbara Fredrickson
Em uma pesquisa realizada com macacos vermelhos, constatou-se que, os macaquinhos, quando
crianças, brincam de pega pega. Observou-se que esses filhotes que brincaram quando jovens utilizavam
daquelas cambalhotas e pulos que aprenderam na brincadeiras para fugir dos predadores. Observou-se
também que aqueles macaquinhos que não brincaram tornaram-se presas fáceis.
Com as crianças ocorre o mesmo. É por meio da brincadeira que a criança desenvolve as habilidades
fundamentais para a vida adulta: conhece limites, resolução de problemas e cooperação.
Esses são recursos que utilizarão na vida adulta e que são de grande valor para as funções executivas.

O que é a emoção do amor?


Começo apresentando a visão biológica de Humberto Maturana, que diz que:
O amor é a emoção fundamental que tornou possível a nossa história de humanização. O amor é uma
disponibilidade para a cooperação.
Humberto Maturana, neurobiólogo
Já para Hegi e Bergner, “o amor é um investimento no bem-estar do outro, porque o bem-estar do outro
é o meu bem-estar”.

O que significa trabalhar com amor?


Ouvimos muito essa expressão: “trabalhe com amor”, “faça o que você faz com amor”. Mas o que ela
significa?
Trabalhar com amor é estar disponível para o bem-estar do outro, compartilhar emoções positivas e estar
disponível para conectar-se.
Do ponto de vista evolutivo, sobrevivemos porque as emoções “negativas” nos auxiliaram na
sobrevivência. Nossos ancestrais, que tinham medo de mamutes, saíam correndo e, por isso, estamos
vivos hoje. Estamos enfrentando níveis de estresse tão altos que só eram vivenciados por nossos
antepassados quando caçavam ou fugiam de mamutes.
Assim, com o estilo de vida que temos hoje, sobreviverá aquele que cultivar mais emoções positivas.
As emoções positivas são fundamentais para a sobrevivência da espécie: nos fazem ficar mais
adaptativos, nos tornam resilientes, nos fornecem mais recursos e nos fazem pensar e nos organizar
melhor.

A receita da positividade
Barbara Fredrickson também nos presenteia com a “receita da positividade”.
Essa receita trata-se da proporção 3 pra 1. Essa proporção indica que, para cada experiência emocional
negativa que vivenciamos, devemos vivenciar três experiências positivas.
Essa é uma maneira de neutralizar o negativo e aceitar a humanidade da vida, porque viver de
positividade, ou seja, somente de emoções positivas, é humanamente impossível.
Toda emoção faz parte da vida e, quando aceitamos isso, conseguimos viver de modo mais feliz.
Isso porque aceitamos que vamos sentir emoções desconfortáveis, mas compreendemos que podemos
vivenciar emoções positivas intencionalmente.
No entanto, não significa que estamos ignorando as emoções desconfortáveis.
Novamente, trata-se de aceitá-las e ter o poder de construir a felicidade por vivenciar toda e qualquer
emoção, seja ela positiva ou negativa.

Como controlar a fisiologia das emoções


MIRIAM FEVEREIRO 10, 2021

Um passo fundamental para a conquista da felicidade é saber controlar a fisiologia das emoções, de
acordo com Albert Ellis.

Respiração
É possível controlar a fisiologia das emoções respirando profundamente, pois liberamos ácido gama-
aminobutírico, o GABA, que é um agente calmante natural do cérebro essencial para que o cérebro
funcione corretamente.
Além disso, a respiração profunda e confortável diminui a noradrenalina no cérebro, tornando mais fácil
apaziguar a mente.
A noradrenalina, em quantidade maior do que a normal, pode causar sérios problemas de saúde.
Ela é um hormônio secretado, ao mesmo tempo que a adrenalina, pela medula da glândula suprarrenal e
tem ação vasoconstritora e hipertensiva.
Ao mesmo tempo, aumenta a serotonina, substância responsável pelo prazer, e ativa o sistema de
recompensa no cérebro, que gera bem-estar.
Vale ressaltar que não é apenas uma respiração que gera tudo isso; são necessárias algumas respirações!
Se você conseguir dedicar 10 minutos diários a respirar profundamente, colocando toda a atenção na sua
respiração, você estará transformando seu cérebro definitivamente.
Se os pensamentos do dia a dia lhe vierem à mente, você apenas os deixa ir, sem dar continuidade a eles.
Como controlar a respiração pela meditação
Os estudos são muito bacanas e afirmam categoricamente que a meditação pode transformar sua ida.
Elisa Kozasa, pesquisadora do Instituto do Cérebro do Hospital Israelita Albert Einstein, descobriu que a
prática regular de meditação “economiza” neurônios porque mantém o foco em exercícios de atenção.
Isso é fundamental, principalmente pelo estilo de vida que temos hoje, sendo bombardeados a todo
instante por vários estímulos.
Elisa Pontua que o grande trunfo da prática da meditação é a capacidade de relaxar em momentos de
estresse.
Quando estamos diante de uma situação estressante, nosso cérebro se prepara para três
comportamentos básicos, chamados de respostas de estresse: lutar, fugir ou congelar.
Também era assim com nossos antepassados e é assim com os animais.
Temos estruturas para que possamos ter as mesmas reações diante de um perigo, como forma de nos
protegermos.
Porém, com a vida estressante da atualidade, perdemos a capacidade de distinguir um perigo real de um
perigo imaginário.
Isso nos leva a ter, a todo momento, respostas de estresse.
Vivemos com níveis estressantes que nossos antepassados só conheciam quando iam caçar mamutes.
A resposta de estresse leva nossa respiração a ficar ofegante e desencadeia taquicardia, suor nas mãos,
tontura, tensão, cegueira momentânea, etc.
É o nosso corpo entendendo a mensagem do nosso cérebro, a de que devemos ir para a luta, fugir ou
congelar.
A respiração profunda, assim, é uma resposta antagônica à resposta do estresse.
É ela que diz ao seu cérebro “calma, está tudo bem”. Isso auxilia a contextualizar a situação.
Em sala de aula, dedicar cinco minutos diários ao exercício da respiração diminuirá a agressividade nos
alunos, pois muitos deles são reativos porque seus cérebros entendem qualquer movimento do colega
como uma provocação, entrando em estado de luta, fuga ou congelamento.
Coerência cardíaca
A coerência cardíaca, facilitada pelo exercício da respiração profunda, também propicia o controle
emocional.
O Dr. David Servan-Schreiber, respeitável psiquiatra francês, em seu livro Curar: o stress, a ansiedade e a
depressão sem medicamentos nem psicanálise, diz:
Depois de milhões de anos de evolução, nosso cérebro emocional é feito para ansiar por quatro aspectos
da vida:
– um senso de conexão com nosso corpo e estados interiores;
– intimidades com alguns seres seletos;
– um papel sério em nossa comunidade;
– um sentido de conexão com o mistério da vida.
Distanciados desses aspectos, buscamos em vão por uma meta fora de nós, em um mundo no qual nos
tornamos estrangeiros.
O relacionamento entre o cérebro emocional e o coração é uma das chaves para o domínio emocional.
Segundo ele, ainda:
Ao aprender literalmente a controlar o nosso coração, através da diminuição dos batimentos cardíacos,
aprendemos a dominar nosso cérebro emocional.
Isso se dá porque a mais forte das relações entre o coração e o cérebro emocional é uma rede de
comunicação difusa, de mão dupla, conhecida como “sistema nervoso periférico autônomo”.
É a parte do sistema nervoso que, estando além do nosso controle consciente, regula o funcionamento
dos órgãos.
O nosso coração possui mais de 40 mil células nervosas conectadas diretamente com nosso cérebro.
Controlar os batimentos cardíacos acalma o cérebro emocional.
O sistema nervoso autônomo é constituído de dois ramos, começando no cérebro emocional e se
espalhando pelo corpo.
O ramo “simpático” libera adrenalina e noradrenalina, regulando as reações de luta ou fuga.
Sua atividade acelera o coração.
O outro ramo, chamado parassimpático, libera um neurotransmissor diferente, a acetilcolina, que
promove estados de relaxamento e calma.
Ele faz o coração bater mais devagar.
Dr. David Servan-Schreiber
Atividade para controlar as emoções
1. Comece fazendo três respirações lentas e profundas, que estimulam o sistema parassimpático e
favorecem o “freio” psicológico.
2. Em seguida, acompanhe atentamente a expiração (soltura do ar) até o fim e deixe, após uma
pausa de três segundos, que a inspiração seja retomada naturalmente.
3. Incorpore à respiração um pensamento construtivo (o pensamento construtivo pode ser
substituído por uma lembrança feliz).
4. Fique assim por pelo menos dois minutos.
Em um estudo do Dr. Watkins (2002) e pesquisadores do Heart-Math Institute, publicado pelo American
Journal of Cardiology, constatou-se que simplesmente lembrar ou imaginar uma cena ou situação
agradável é capaz de modificar positivamente os batimentos cardíacos, levando a um estado de
coerência.
Algo que acredito ser de extrema importância é que, quando entramos no estado de coerência cardíaca,
somos capazes de achar respostas, as palavras certas que nos ajudam a construir pontes em vez de
muros. Esse estado facilita a ação e possibilita que os recursos internos sejam ativados.
Costumo dizer a mim mesma uma frase que não me recordo onde li: “Aconteça o que acontecer…
continue respirando”.

Brincando com a respiração da sopa


Para as crianças, costumo ensinar a respiração da sopa.
É uma maneira lúdica de incorporar a prática da respiração lenta e profunda, de modo confortável e
divertido.
Inicio a brincadeira perguntando:
Qual é a sopa que você mais gosta?
Espero a resposta da criança e digo: então, agora vamos imaginar que você tem em suas mãos um prato
(peço a elas juntarem as mãozinhas em forma de concha) e vou colocar sua sopa favorita.
Sinta o cheiro delicioso da sopa – INSPIRAR.
Ela está muito quente, precisamos esfriar – EXPIRAR.
Gosto muito dessa brincadeira, pois o soprar a sopa é o ritmo exato que as crianças precisam aprender.
Eu sempre comento com elas: se você soprar muito forte a sopa, o que acontece? ESpirra na gente e nos
queima. Então tem que ser bem devagarzinho.

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