UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB – DCH IV –
JACOBINA CURSO: História
SEMESTRE 2023.1 COMPONETE: Formação e
Consolidação dos Estados Nacionais
DOCENTE: Dra. Joelma Ferreira dos Santos
DISCENTE: Bruno Sousa Santos DATA: 11/03/2024
Fichamento sobre as Cortes de Cádiz: entre a unidade da Nação Espanhola
e as Independências Americanas
Logo na introdução da obra, os autores nos apresentam o início do processo de
modificação e construção dos novos Estados e a independência da América, além de
evidenciarem as dificuldades para tal mudança. Vale ressaltar como a ideia da descentralização
de poder foi bem acolhida dentro de alguns grupos políticos, onde os próprios americanos
defendiam a defesa de liberdade e denunciavam as instituições inglesas, a fim do poder
individual e de uma nova ordem.
Antes de tudo vamos entender como surgiram As Cortes de Cádiz. As Cortes foi uma
assembleia política convocada em 1810 durante a Guerra da Independência Espanhola contra a
ocupação napoleônica. Seu objetivo principal era estabelecer um governo legítimo na ausência
do rei, que estava cativo dos franceses. Durante suas sessões, houve um intenso debate sobre a
natureza do Estado espanhol e sua relação com as colônias americanas.
Segundo os autores, As Cortes decretaram a Constituição de Cádiz em 1812, que
estabelecia um Estado liberal e soberano, mas também reafirmava a unidade da nação
espanhola. A partir disso surgiram tensões entre aqueles que defendiam a manutenção da
unidade da Espanha e os que apoiavam os movimentos independentistas na América. As Cortes
buscavam equilibrar a centralização do poder com o reconhecimento das particularidades
regionais.
No entanto, essa tentativa de conciliar os interesses da metrópole e das colônias não
conseguiu evitar o surgimento das guerras de independência na América Latina nas décadas
seguintes. Eventualmente, a partir do sucesso norte-americano, algumas outras nações tentaram
incorporar tais experiências de divisão e separação de poderes, mas em alguns casos, os
impérios não se sustentavam.
A obra ainda traz um ponto importante sobre como a luta por essas autonomias foi
expressamente apresentada a partir de três reinvindicações básicas, como a igualdade de
representação nas Cortes, a inclusão de castas na participação eleitoral e por fim a autonomia
administrativa para as províncias na América. Embora as Cortes de Cádiz tenham sido em
grande parte compostas por representantes da península ibérica, elas também incluíam
delegados das colônias americanas.
Essa representação abriu espaço para as demandas das colônias por maior autonomia e
participação política, alimentando o sentimento de que a unidade da nação espanhola poderia
ser alcançada por meio de uma federação descentralizada. Eventualmente, a constituição
estabeleceu a igualdade perante a lei, abolindo privilégios de classe e promovendo os direitos
humanos básicos.
No entanto, a promulgação da Constituição de Cádiz não foi um processo tranquilo.
Enfrentou oposição tanto de setores conservadores, que resistiam à perda de privilégios, quanto
de interesses externos, incluindo as potências europeias que temiam a disseminação dos ideais
revolucionários. Havia também contradições entre os ideais proclamados pelas Cortes de Cádiz
e a realidade política e social da época. Enquanto as Cortes buscavam fortalecer o controle
centralizado, as colônias aspiravam à autodeterminação e à independência.
Assim, as Cortes de Cádiz representaram um ponto de convergência e divergência entre
a unidade da nação espanhola e as aspirações independentistas das Américas. Enquanto lutavam
para preservar a integridade territorial da Espanha, as Cortes também plantaram as sementes do
conflito que eventualmente levariam à independência de grande parte da América Latina.
Chegando ao fim da leitura do texto, nos fica claro que a Constituição de Cádiz foi um
marco na história espanhola e europeia, assim representando um momento de esperança e
transformação em meio à turbulência política e social. Seus princípios de soberania popular,
separação de poderes e direitos individuais ressoam até os dias atuais, lembrando do poder do
povo para moldar seu próprio destino e defender os valores da liberdade e da justiça.
E para finalizar é importante lembrar que as Cortes de Cádiz são um lembrete poderoso
da complexidade da história e das lutas pela liberdade e autonomia. Elas ilustram como um
único evento pode encapsular uma gama diversificada de ideias e aspirações, moldando o curso
da história de uma nação e de um continente.