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Concur So

O documento é um caderno de questões voltado para a preparação do concurso de Técnico de Apoio Legislativo, contendo 800 questões organizadas por disciplinas, como Língua Portuguesa, Noções de Direito, Matemática e Raciocínio Lógico. Publicado em julho de 2022, o material inclui gabaritos oficiais e é licenciado para Luana de Oliveira Martins, com restrições de reprodução. O caderno visa ajudar os candidatos a entenderem o perfil da banca organizadora e a praticarem para o exame.

Enviado por

luana.o.martins
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
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O documento é um caderno de questões voltado para a preparação do concurso de Técnico de Apoio Legislativo, contendo 800 questões organizadas por disciplinas, como Língua Portuguesa, Noções de Direito, Matemática e Raciocínio Lógico. Publicado em julho de 2022, o material inclui gabaritos oficiais e é licenciado para Luana de Oliveira Martins, com restrições de reprodução. O caderno visa ajudar os candidatos a entenderem o perfil da banca organizadora e a praticarem para o exame.

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caderno

QUESTÕES
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QUESTÕES PARA A
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Técnico de Apoio Legislativo

NV-LV062-22-800-QUESTOES-AL-MG-TEC-AP
Cód.: 7908428802691
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Obra Organização

Caderno de Questões para


Alan Firmo
Isabelly Lima

AL-MG – Técnico de Apoio Josiane Inácio

Legislativo Diagramação

Willian Lopes

Disciplinas Capa

Joel Ferreira dos Santos e


LÍNGUA PORTUGUESA • 353 Questões
Anna Vita
NOÇÕES DE DIREITO • 82 Questões
Projeto Gráfico
MATEMÁTICA • 305 Questões
Daniela Jardim & Rene Bueno
RACIOCÍNIO LOGICO • 60 Questões

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Data da Publicação

Julho/2022

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos


pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total, por
qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito pela
editora Nova Concursos.

Esta obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso Dúvidas


de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no
site www.novaconcursos.com.br. Para acessar, clique em “Erratas e www.novaconcursos.com.br/contato
Retificações”, no rodapé da página, e siga as orientações. [email protected]
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APRESENTAÇÃO
O treino de questões, além de testar seus conhecimentos, é fundamental para compreender melhor
o perfil da banca organizadora. Ao mesmo tempo que você revisa a teoria estudada, você pratica a
metodologia da banca e cria uma rotina de estudos essencial para a sua preparação.

Pensando nisso, a série Caderno de Questões apresenta 800 questões gabaritadas da banca FUMARC,
trazendo as últimas provas da banca organizadas em disciplinas de acordo com os assuntos
abordados no Edital nº 1/2022 para que você conheça tudo o que foi cobrado. Neste material, você
encontra ainda o gabarito oficial ao final de cada disciplina, para conferir suas resoluções.

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SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA.............................................................................................. 9
Æ CONJUGAÇÃO, RECONHECIMENTO E EMPREGO DOS MODOS E TEMPOS VERBAIS........................................9
Æ PRONOMES PESSOAIS.................................................................................................................................................18
Æ PRONOMES DE TRATAMENTO...................................................................................................................................18
Æ PRONOMES POSSESSIVOS..........................................................................................................................................19
Æ PRONOMES INDEFINIDOS .........................................................................................................................................19
Æ PRONOMES DEMONSTRATIVOS................................................................................................................................20
Æ COLOCAÇÃO PRONOMINAL......................................................................................................................................24
Æ SIGNIFICADO DE VOCÁBULO E EXPRESSÕES..........................................................................................................29
Æ PONTUAÇÃO (PONTO, VÍRGULA, TRAVESSÃO, ASPAS, PARÊNTESES ETC.)......................................................33
Æ REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL (CASOS GERAIS)...................................................................................................40

3
-7
Æ CRASE..............................................................................................................................................................................42

86
Æ CONCORDÂNCIA (VERBAL E NOMINAL)..................................................................................................................47
.6
34

Æ COERÊNCIA. COESÃO (ANÁFORA, CATÁFORA, USO DOS CONECTIVOS – PRONOMES RELATIVOS,


.5

CONJUNÇÕES ETC.)......................................................................................................................................................52
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Æ VARIAÇÕES DA LINGUAGEM: NÃO VERBAL, REGIONAL, HISTÓRICO, CONTEXTUAL. NEOLOGÍSMOS


E ESTRANGEIRISMOS...................................................................................................................................................60
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Æ LINGUAGEM FORMAL E INFORMAL.........................................................................................................................62


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Æ FIGURAS DE LINGUAGEM...........................................................................................................................................66
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Æ FUNÇÕES DA LINGUAGEM (EMOTIVA, APELATIVA, POÉTICA, DENOTATIVA ETC.)..........................................68


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Æ INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS (COMPREENSÃO).....................................................................................................70


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NOÇÕES DE DIREITO...............................................................................................115
Lu

Æ RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO................................................................................................................ 115


Æ CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PÚBLICOS........................................................................................................... 115
Æ FUNÇÕES, CARGOS E EMPREGOS PÚBLICOS....................................................................................................... 115
Æ ACUMULAÇÃO DE CARGOS E EMPREGOS PÚBLICOS E FUNÇÕES.................................................................. 116
Æ ESTABILIDADE E ESTÁGIO PROBATÓRIO.............................................................................................................. 116
Æ VENCIMENTO E REMUNERAÇÃO (LEI 8.112 – ARTS. 40 A 48)............................................................................ 116
Æ DO DIREITO DE PETIÇÃO (LEI 8.112 – ARTS. 104 A 115)...................................................................................... 116
Æ DO REGIME DISCIPLINAR (LEI 8.112 – ARTS. 116 A 142)..................................................................................... 116
Æ DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR (LEI 8.112 – ARTS. 143 A 182).............................................. 116

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Æ DO PROVIMENTO (ARTS. 10 A 47 DA LEI N° 869/1952)...................................................................................... 117
Æ DOS DEVERES E DA AÇÃO DISCIPLINAR (ARTS. 208 A 274 DA LEI N° 869/1952)........................................... 117
Æ DISPOSIÇÕES GERAIS (SERVIDORES MUNICIPAIS).............................................................................................. 117
Æ FORMAS DE PROVIMENTO (SERVIDORES MUNICIPAIS).................................................................................... 117
Æ ESTABILIDADE E ESTÁGIO PROBATÓRIO (SERVIDORES MUNICIPAIS)............................................................ 117
Æ DIREITOS E VANTAGENS (SERVIDORES MUNICIPAIS)......................................................................................... 118
Æ LICENÇAS, AFASTAMENTOS E CONCESSÕES (SERVIDORES MUNICIPAIS) ..................................................... 118
Æ DIREITO DE PETIÇÃO (SERVIDORES MUNICIPAIS)............................................................................................... 118
Æ REGIME DISCIPLINAR (SERVIDORES MUNICIPAIS).............................................................................................. 118
Æ PROCESSO DISCIPLINAR.......................................................................................................................................... 119
Æ DECRETO N° 7.203/2010 – NEPOTISMO ............................................................................................................... 119
Æ HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES DO BRASIL...................................................................................................... 119
Æ DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS (ART. 5° DA CF/1988)................................................. 119
Æ DIREITOS SOCIAIS E DOS TRABALHADORES (ARTS. 6° E 7°).............................................................................. 120
Æ ESPÉCIES DE NACIONALIDADE (BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS).................................................. 121
Æ DISTINÇÕES CONSTITUCIONAIS ENTRE BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS..................................... 121
Æ SOBERANIA POPULAR (VOTO, PLEBISCITO, REFERENDO, INICIATIVA POPULAR), ALISTAMENTO
E ELEGIBILIDADE........................................................................................................................................................ 121
Æ DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA (ARTS. 18 E 19 DA CF/1988)............................................... 121
Æ ESTADOS FEDERADOS – ORGANIZAÇÃO, COMPETÊNCIAS E BENS (ARTS. 25 A 28 DA CF/1988)............... 121
Æ DISPOSIÇÕES GERAIS (ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ARTS. 37 E 38 DA CF/1988)......................................... 122

3
Æ DOS SERVIDORES PÚBLICOS (ARTS. 39 A 41 DA CF/1988)................................................................................. 122

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Æ DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL (ARTS. 48 A 50 DA CF/1988)............................................... 122 .6
34

Æ DAS COMISSÕES PARLAMENTARES – PERMANENTES E TEMPORÁRIAS (ART. 58 DA CF/1988)................. 122


.5
94

Æ DISPOSIÇÃO GERAL (PROCESSO LEGISLATIVO, ART. 59 DO CF/1988)............................................................ 122


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Æ DA EMENDA À CONSTITUIÇÃO (ART. 60 DA CF/1988)........................................................................................ 123


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Æ LEIS ORDINÁRIAS E COMPLEMENTARES.............................................................................................................. 123


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Æ FASES DO PROCESSO LEGISLATIVO (INICIATIVA, DISCUSSÃO, VOTO, VETO, SANSÃO,


M

PROMULGAÇÃO E PUBLICAÇÃO)........................................................................................................................... 123


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Æ DA SAÚDE (ARTS. 196 A 200 DA CF/1988)............................................................................................................. 123


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Æ DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL........................................................................................... 123


de
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MATEMÁTICA.............................................................................................................. 125
Lu

Æ PROBABILIDADE CONDICIONAL ........................................................................................................................... 125


Æ PROBABILIDADE DA INTERSECÇÃO....................................................................................................................... 125
Æ PROBABILIDADE DA UNIÃO.................................................................................................................................... 125
Æ CÁLCULO DE PROBABILIDADES USANDO ANÁLISE COMBINATÓRIA............................................................ 126
Æ AMOSTRAGEM........................................................................................................................................................... 126
Æ DEFINIÇÃO, SUBCONJUNTO, INCLUSÃO E PERTINÊNCIA, OPERAÇÕES, CONJUNTO DAS PARTES........... 126
Æ NÚMEROS NATURAIS: INTRODUÇÃO, REPRESENTAÇÃO, PROPRIEDADES................................................... 128
Æ ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, MULTIPLICAÇÃO E DIVISÃO DE NÚMEROS NATURAIS............................................. 129

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Æ DIVISIBILIDADE, NÚMEROS PRIMOS, FATORES PRIMOS, DIVISOR E MÚLTIPLO COMUM.......................... 133
Æ NÚMEROS INTEIROS (PROBABILIDADE, OPERAÇÕES, MÓDULO ETC.).......................................................... 135
Æ NÚMEROS RACIONAIS: INTRODUÇÃO, REPRESENTAÇÃO, PROPRIEDADES................................................. 135
Æ FRAÇÕES E DÍZIMAS PERIÓDICAS........................................................................................................................... 135
Æ OPERAÇÕES COM NÚMEROS DECIMAIS............................................................................................................... 137
Æ ANÁLISE COMBINATÓRIA (PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM, ARRANJOS, COMBINAÇÕES,
PERMUTAÇÕES)......................................................................................................................................................... 140
Æ PORCENTAGEM.......................................................................................................................................................... 142
Æ INTERPRETAÇÃO DE GRÁFICOS E TABELAS.......................................................................................................... 145
Æ PROPORÇÕES. GRANDEZAS PROPORCIONAIS. DIVISÃO EM PARTES PROPORCIONAIS............................ 146
Æ REGRA DE TRÊS SIMPLES.......................................................................................................................................... 147
Æ EQUAÇÕES DE PRIMEIRO GRAU............................................................................................................................. 148
Æ EQUAÇÕES DE SEGUNDO GRAU E EQUAÇÕES BIQUADRADAS....................................................................... 151
Æ PROGRESSÃO ARITMÉTICA...................................................................................................................................... 151
Æ PROGRESSÃO GEOMÉTRICA.................................................................................................................................... 152
Æ INEQUAÇÕES DE SEGUNDO GRAU........................................................................................................................ 153
Æ RAZÕES E FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS. CICLO TRIGONOMÉTRICO........................................................... 153
Æ CONGRUÊNCIA E SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS. RAZÃO DE SEMELHANÇA.............................................. 154
Æ DESIGUALDADE TRIANGULAR................................................................................................................................ 154
Æ SOMA DOS ÂNGULOS INTERNOS DO TRIÂNGULO............................................................................................ 154
Æ ÁREA E PERÍMETRO DO ÂNGULO........................................................................................................................... 155

3
Æ CÁLCULO DE SENO E COSSENO NO TRIÂNGULO RETÂNGULO....................................................................... 155

-7
86
Æ QUADRILÁTEROS (PROPRIEDADES, ÁREA, PERÍMETRO, SOMA DOS ÂNGULOS ETC.)................................. 155 .6
34

Æ COMPRIMENTO DA CIRCUNFERÊNCIA E DO ARCO DE CIRCUNFERÊNCIA.................................................... 157


.5
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Æ POSIÇÕES RELATIVAS DE SUAS CIRCUNFERÊNCIAS........................................................................................... 157


-0

Æ POLÍGONOS INSCRITOS E CIRCUNSCRITOS À CIRCUNFERÊNCIA.................................................................... 157


s
tin

Æ JUROS SIMPLES.......................................................................................................................................................... 158


ar
M
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RACIOCÍNIO LÓGICO...............................................................................................161
ei
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O

Æ SEQUÊNCIAS DE NÚMEROS, FIGURAS, LETRAS E PALAVRAS............................................................................ 161


de

Æ SUDOKU E JOGOS SIMILARES.................................................................................................................................. 163


a
an

Æ DIAGRAMAS LÓGICOS, PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS, NEGAÇÃO DE QUANTIFICADORES....................... 163


Lu

Æ EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS (INCLUI NEGAÇÃO DE PREPOSIÇÕES COMPOSTAS)........................................... 165


Æ OPERAÇÕES LÓGICAS (REPRESENTAÇÃO SIMBÓLICA; DIFERENÇA ENTRE PROPOSIÇÃO SIMPLES
E COMPOSTA)............................................................................................................................................................. 165
Æ EXERCÍCIOS ENVOLVENDO DATAS E CALENDÁRIOS.......................................................................................... 165
Æ ARGUMENTOS – MÉTODOS DECORRENTES DA TABELA VERDADE................................................................ 166
Æ ORIENTAÇÃO NO PLANO, NO ESPAÇO E NO TEMPO........................................................................................ 166
Æ ASSOCIAÇÃO DE INFORMAÇÕES............................................................................................................................ 167
Æ RACIOCÍNIO CRÍTICO................................................................................................................................................ 167
Æ TAUTOLOGIA, CONTRADIÇÃO E CONTINGÊNCIA............................................................................................... 167
Æ PROBLEMAS ENVOLVENDO PALITOS.................................................................................................................... 167
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LÍNGUA PORTUGUESA
LÍNGUA PORTUGUESA
Æ CONJUGAÇÃO, RECONHECIMENTO E EMPREGO Complicado: se de um lado corre, de outro lado o rio
parece se arrastar. Depende do ângulo pelo qual olhamos,
DOS MODOS E TEMPOS VERBAIS do quanto sobra no bolso antes do fim do mês, depende do
1. (FUMARC – 2019) emprego seguro, da capacidade de alegria, depende de pes-
soas decentes, depende de recursos, para que a grande engre-
QUE TEMPOS, ESTES! nagem enferrujada volte a funcionar, e o tempo seja de mais
Lya Luft alegria e mais aconchego de uns com os outros.
Em: “[...] depende de recursos, para que a grande engrenagem
Em todas as épocas houve quem desse esta exclamação: enferrujada volte a funcionar, e o tempo seja de mais alegria e
que tempos! mais aconchego de uns com os outros.”, o verbo destacado está
“A gente não entende mais nada” é outra. Mas as pessoas flexionado no
sempre querem saber tudo, entender tudo, com preguiça de a) presente do indicativo.
usar a sua própria maravilhosa imaginação. Corremos com o
tempo, ou contra ele, para outra vida, para novos horizontes, b) presente do subjuntivo.
em círculo nos lugares e pessoas que amamos, finalmente c) futuro do subjuntivo.
para o nada ou para “um lugar melhor”, como se diz. d) pretérito imperfeito do subjuntivo.
Não dá pra ver só o vazio no copo, na vida, no país, no hori-
zonte. O jeito é multiplicar o brilho dos afetos, o calor dos abraços.
“De repente, eu tenho oitenta anos”, comentou com ar de 2. (FUMARC – 2018) A questão baseia no texto apresentado
surpresa minha mãe, antes que a enfermidade lhe roubasse abaixo.
a consciência de si e de nós. De repente, quem sabe, então,
vão-se resolver nossas aflições civis de hoje, e as econômicas, Twitter e Facebook viciam mais do que álcool e

3
e o sentimento de desamparo e confusão. E voltaremos a ser cigarro, diz estudo

-7
um país simpático, um pouco malandro, quem sabe, mas não Se você é daqueles que não desgruda das redes sociais,

86
criminoso, não corrupto, não destruidor do cotidiano digno ou cuidado: pode estar viciado. De acordo com uma pesquisa
.6
possível de seus filhos.
34
Pesquisadores deram smartphones para 205 adultos e
“Vivemos tempos estranhos” é frase repetida em todos pediram para que eles usassem seus aparelhos, especialmente
.5

os níveis. Tempos confusos, surpreendentes, cada dia uma as redes sociais, sete vezes por dia durante algumas semanas.
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chateação maior, uma confusão mais elaborada, uma per- Quando os voluntários foram recrutados responderam ques-
-0

plexidade mais pungente. (Ainda bem que nos salvamos com tionários sobre vícios e desejos e, ao final do processo, partici-
novidades boas: os bebês que nascem, as crianças que come-
s

param de uma nova sondagem sobre o mesmo assunto.


tin

çam a trotar naquele encantador jeito só delas, os amigos que


Nos questionários iniciais, os desejos mais relatados pelos
recuperam a saúde, a família que se encontra, os amados dis-
ar

participantes foram sono e sexo. Inesperadamente, álcool e


tantes que se comunicam mais, o flamboyant delirando em
M

cigarro não estavam no topo da lista, como se suspeitava ini-


vermelhos surreais na rua.)
ra

cialmente. Já no questionário respondido ao final do estudo,


Nós, os incautos pagadores de contas, contadores de tro-
ei

os pesquisadores notaram que, uma vez estimulado a mante-


cados e trocadores de emprego (ou simplesmente sem ele),
liv

rem contato constante com a internet, os voluntários haviam


não sabemos bem o que fazer. “Tá tudo muito esquisito”, adquirido um novo vício: o de navegar na web.
O

comentamos uns com os outros, alguns querendo ir embora,


de

A maioria dos participantes tinha dificuldade de parar de


outros querendo aguentar até que tudo melhore, porque é a
verificar suas redes sociais, mesmo quando eles não tinham
terra da gente, e muitos são, como esta que escreve, reis em
a

tempo ou estavam compromissados com outros assuntos.


an

sua zona de conforto.


Outro vício que pode ser notado foi o trabalho. Muitos partici-
Lu

Todos imaginamos, procuramos, uma solução, que parece pantes aproveitavam para usar seus smartphones como uma
impossível ou distante. extensão do trabalho, mesmo quando estavam em suas horas
Mas que está ruim está, todas as providências hoje nos dei- de lazer.
xam duvidosos, e as festas andam sem o brilho de outros tem- Diante desse quadro, os pesquisadores puderam verificar
pos, essa é a verdade. Onde estão as ruas iluminadas numa que se envolver com redes sociais tornou-se uma atividade
competição de beleza em tantos bairros da cidade no Natal, tão inerentemente atraente que ela pode acabar deslocando
por exemplo? A gente pegava o carro para ver, de noite, toda o indivíduo de todas as outras atividades.
aquela cintilação.
Para os pesquisadores, o vício é uma questão de desequi-
Hoje mal saímos de casa na noite escura. líbrio entre o desejo pessoal de se engajar no comportamento
Mas não dá pra ver só o vazio no copo, na vida, no país, no viciante e o desejo conflitante, de evitar as consequências nega-
horizonte. O jeito é multiplicar outro brilho, nos tempos tormen- tivas de tal comportamento. Como no uso de redes sociais, os
tosos: o brilho dos afetos, o calor dos abraços, a sinceridade aspectos negativos não estão aparentes, o potencial de vício
na tolerância e o respeito pelas manias, esquisitices, aflições dessas ferramentas é muito maior do que drogas como cigarro
alheias – porque é tempo de aflições. Dá algum trabalho manter e álcool.
a ciranda emocional lubrificada e funcionando com certa mansi-
Disponível em: http://revistagalileu.globo.com/Revista/
dão, mas também traz um enorme conforto, apesar da unhada Common/0,,EMI293747- 17770,00TWITTER+E+FACEBOOK+VICIA
eventual da mágoa, da saudade ou da preocupação – que, diga- M+MAIS+DO+QUE+ALCOOL+E+CIGARRO+DIZ+ESTUDO.html Acesso em: 26
-se de passagem, é a inefugível marca das mães. fev.2018 9
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os verbos destacados estão flexionados no pretérito imperfeito Ver uma pessoa amando é como ler um romance de amor.
do indicativo, EXCETO em: É como ver um filme de amor. Também se ama por contami-
a) “[...] os voluntários haviam adquirido um novo vício: o de nação na tela do instante. A estória é de outro, mas passa das
navegar na web.” páginas e telas para a gente.
b) “A maioria dos participantes tinha dificuldade de parar de Todo jardineiro é jardineiro porque não pode ser flor.
verificar suas redes sociais [...].” Reconhece-se a 50m um desamado, o carente. Mas reco-
nhece-se a 100m o bem-amado. Lá vem ele: sua luz nos chega
c) “Inesperadamente, álcool e cigarro não estavam no topo da
antes de suas roupas e pele.
lista [...].”
Sim, batem nas dobras de seu ser. Pássaros pousam em seus
d) “Pesquisadores deram smartphones para 205 adultos [...].”
ombros e frases. Flores estão colorindo o chão em que pisou.
O que ama é um disseminador.
Tocar nele é colher virtudes.
3. (FUMARC – 2018)
O bem-amado dá a impressão de inesgotável. E é o contrá-
O HOMEM QUE CONHECEU O AMOR rio de Átila: por onde passa renascem cidades.
Affonso Romano de Sant’Anna O bem-amado é uma usina de luz. Tão necessário à comu-
nidade, que deveria ser declarado um bem de utilidade pública.
Do alto de seus oitenta anos, me disse: “na verdade, fui
Disponível em: https://books.google.com.br/books?
muito amado.” E dizia isto com tal plenitude como quem dis- id=A7NcBAAAQBAJ&pg=PT116&lpg=PT116&dq=o+homem+que+conheceu+
sesse: sempre me trouxeram flores, sempre comi ostras à o+amor+cronica&source Acesso em: 06 ago. 2018.
beira-mar.
Não havia arrogância em sua frase, mas algo entre a humil- Em: “Parecia pronto para morrer, já que sempre estivera pron-
dade e a petulância sagrada. Parecia um pintor, que, olhando o to para amar.”, o verbo destacado, se flexionado no pretérito
quadro terminado, assina seu nome embaixo. Havia um certo imperfeito do indicativo, ficaria:
fastio em suas palavras e gestos. Se retirava de um banquete a) estava
satisfeito. Parecia pronto para morrer, já que sempre estivera b) esteja
pronto para amar.
c) esteve
Se eu fosse rei ou prefeito teria mandado erguer-lhe uma
d) estivesse
estátua. Mas, do jeito que falava, ele pedia apenas que no seu
túmulo eu escrevesse: “aqui jaz um homem que amou e foi
muito amado”. E aquele homem me confessou que amava sem
nenhuma coerção. Não lhe encostei a faca no peito cobran- 4. (FUMARC – 2018)
do algo. Ele que tinha algo a me oferecer. Foi muito diferente DÉMODÉ*
daqueles que não confessam seus sentimentos nem mesmo
debaixo de um “pau de arara”: estão ali se afogando de paixão, Mário Viana
levando choques de amor, mas não se entregam. E no entan-
Na próxima faxina, vai ser preciso empurrar para o fundo
to, basta-lhes a ficha que está tudo lá: traficante ou guerrilhei-
do armário os barquinhos de maionese, os picles espetados

3
ro do amor. Uns dizem: casei várias vezes. Outros assinalam:
no repolho e as taças de coquetel de camarão. Com jeitinho,

-7
fiz vários filhos. Outro dia li numa revista um conhecido ator
também cabem o bilboquê e o ioiô que apitava. É necessário

86
dizendo: tive todas as mulheres que quis. Outros ainda, dizem: espaço para acomodar tudo aquilo que sai de moda. Por exem-
não posso viver sem fulana (ou fulano). Na Bíblia está que
.6
plo: as expressões “com licença”, “por favor” e “obrigado” estão,
34
Abraão gerou Isaac, Isaac gerou Jacó e Jacó gerou as doze tri- todas, caindo no mais completo desuso, feito uma calça de Ter-
.5

bos de Israel. Mas nenhum deles disse: “Na verdade, fui muito gal ou uma camisa Volta ao Mundo.
94

amado”.
Atualmente, gentileza só gera gentileza em fotinho de rede
-0

Mas quando do alto de seus oitenta anos aquele homem social. Na real, o que vale de verdade é a versão urbana da lei da
desfechou sobre mim aquela frase, me senti não apenas como selva. Incontáveis vezes, sou pego de surpresa na sala do cine-
s

o homem que quer ser engenheiro como o pai. Senti-me um


tin

ma ou do teatro por uma pessoa plantada de pé, ao meu lado,


garoto de quatro anos, de calças curtas, se dizendo: quando eu esperando que eu abra caminho para sua passagem. Eu cedo e
ar

crescer quero ser um homem de oitenta anos que diga: “amei ela passa, sem emitir um som. Faz sentido: se não pede licença,
M

muito, na verdade, fui muito amado.” Se não pensasse nisto a criatura não sabe agradecer. Nos ônibus e metrôs também
ra

não seria digno daquela frase que acabava de me ser oferta- há o bônus da mochila, cada vez maior e mais pesada. Deduzo
ei

da. E eu não poderia desperdiçar uma sabedoria que levou 80 que todas elas são recheadas de livros, cadernos, pares de tênis,
liv

anos para se formar. É como se eu não visse o instante em que roupa de frio, marmita, duas melancias, um bote inflável (nunca
a lagarta se transformara em libélula. se sabe quando a chuva vem) e, desconfio ainda, o corpo embal-
O

samado do bicho de estimação. Só isso explica a corcova sólida


de

Ouvindo-o, por um instante, suspeitei que a psicanálise


havia fracassado; que tudo aquilo que Freud sempre disse, de e intransponível que bloqueia corredores a qualquer hora do
a

que o desejo nunca é preenchido, que se o é, o é por frações dia ou da noite. Nem adianta apelar para a antiga fórmula do
an

“com licença”. Ela perdeu o significado.


de segundos, e que a vida é insatisfação e procura, tudo isto
Lu

era coisa passada. Sim, porque sobre o amor há várias frases Outro item fadado à vala comum dos esquecidos é a letra
inquietantes por aí... Bilac nos dizia salomônico: “eu tenho R, usada no final de algumas palavras para significar o infinitivo
amado tanto e não conheci o amor”. O Arnaldo Jabor disse de um verbo. Fazer, beijar, gostar, perder, seguir — você sabe
outro dia a frase mais retumbante desde “Independência ou que são verbos justamente por causa da última letra. Pois não
morte” ao afirmar: “o amor deixa muito a desejar”. Ataulfo é que as redes sociais, mancomunadas com a baixa qualidade
Alves dizia: “eu era feliz e não sabia”. do ensino, estão aniquilando a função do R? No Twitter, é um
verdadeiro festival de “vou faze bolo pq o Zé vem me visita”.
Frase que se pode atualizar: eu era amado e não sabia. Por-
que nem todos sabem reconhecer quando são amados. Flores Para decifrar alguns posts — marcados também pela abso-
despencam em arco-íris sobre sua cama, um banquete real luta ausência de vírgulas, acentos e pontos —, é preciso anos de
estágio nos livros de José Saramago e Valter Hugo Mãe. Apegar-
está sendo servido e, sonolento, olha noutra direção.
-se à ortografia tradicional é perda de tempo e beira a caretice
Sei que vocês vão me repreender, dizendo: deveria ter nos reclamar. Uma vez, corrigi alguém no Twitter e fui espinafrado
apresentado o personagem, também o queríamos conhecer, até a última geração. “O Twitter é meu e eu escrevo do jeito que
repartir tal acontecimento. E é justa a reprimenda. Porque quise” — sem o R, claro. Não se trata de ataque nostálgico. O
quando alguém está amando, já nos contamina de jasmins. tempo dos objetos passa, a língua tem lá sua dinâmica e até
Temos vontade de dizer, vendo-o passar - ame por mim, já que mesmo as fórmulas de etiqueta mudam conforme o tempo ou
não pode se deter para me amar a mim. Exatamente como se o lugar — até hoje, os chineses arrotam para mostrar que gosta-
diz a alguém que está indo à Europa: por favor, na Itália, coma ram da refeição. Mas prefiro acreditar que um pouco de gentile-
10 e beba por mim. za sem pedantismo nunca vai fazer mal a ninguém.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Escrever certo deveria ser princípio fundamental para 7. (FUMARC – 2017)

LÍNGUA PORTUGUESA
quem gosta de se comunicar. Ironicamente, nunca se escre- Não “temos de”
veu tanto no mundo: nas ruas, salas de espera, ônibus, em
Lia Luft
qualquer lugar, há sempre alguém mandando um torpedo
no seu smartphone do último tipo. Às vezes, chego ao fim do Vivemos sob o império do “ter de”. Portanto, vivemos num
dia exausto de ter “conversado” com gente do mundo inteiro. mundo de bastante mentira. Democracia? Meia mentira. Pois a
Espantado, eu me dou conta de não ter aberto a boca. Foi tudo desigualdade é enorme, não temos os mesmos direitos, temos
por escrito — e-mail, post, Twitter, torpedo. Se isso acontecer quase uma ditadura da ilusão dos que ainda acreditam. Liber-
com você, faça como eu: cante alto, solte um palavrão, fale dade de escolha profissional? Temos de ter um trabalho bom,
qualquer coisa sem sentido, principalmente se estiver sozinho que dê prazer, que pague dignamente (a maioria quer salário
de chefe no primeiro dia), que permita grandes realizações e
em casa. Apenas ouça o som que sai da sua garganta. Impeça
muitos sonhos concretizados? “Teríamos”. No máximo, temos
que sua voz, feia ou bonita, vire um item fora de moda. de conseguir algo decente, que nos permita uma vida mais ou
Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cultura-lazer/cronica-demode- menos digna.
mario-viana/ Acesso em: 13 set. 2018. *Démodé: fora de moda Temos de ter uma vida sexual de novela? Não temos nem
podemos. Primeiro, a maior parte é fantasia, pois a vida coti-
Em: “Escrever certo deveria ser princípio fundamental para diana requer, com o tempo, muito mais carinho e cuidados do
quem gosta de se comunicar.”, o verbo destacado, deveria, está que paixão selvagem. Além disso, somos uma geração alta-
flexionado no mente medicada, e atenção: muitos remédios botam a libido
a) futuro do presente do indicativo. de castigo.
Temos de ter diploma superior, depois mestrado, possivel-
b) futuro do pretérito do indicativo.
mente doutorado e no Exterior? Não temos de... Pois muitas
c) pretérito imperfeito do indicativo. vezes um bom técnico ganha mais, e trabalha com mais gos-
d) pretérito perfeito do indicativo. to, do que um doutor com méritos e louvações. Temos de nos
casar? Nem sempre: parece que o casamento à moda antiga,
embora digam que está retornando, cumpre seu papel uma
vez, depois com bastante facilidade vivemos juntos, às vezes
5. (FUMARC – 2018) Texto 2: até bem felizes, sem mais do que um contrato de união está-
vel se temos juízo. E a questão de gênero está muito mais
“A linguagem, sendo uma elaboração cultural que se fun-
humanizada.
damenta na faculdade humana de imaginar, de simbolizar e
de comunicar experiências vividas, torna o indivíduo capaz de Temos de ter filho: por favor, só tenham filhos os que de
verdade querem filhos, crianças, adolescentes, jovens, adultos,
atuar no mundo pela palavra e de elaborar e atuar também
e mesmo adultos barbados, para amar, cuidar, estimular, pro-
sobre a linguagem. ver e ajudar a crescer, e depois deixar voar sem abandonar
Nesse sentido, a língua realiza atividades estruturantes, nem se lamentar. Mais mulheres começam a não querer ter
indeterminadas do ponto de vista semântico e sintático. As filho – e não devem. Maternidade não pode mais ser obriga-

3
significações e os sentidos textuais e discursivos não podem ção do tempo em que, sem pílula, as mulheres muitas vezes

-7
estar aprisionados no interior dos textos, pelas estruturas pariam a cada dois anos, regularmente, e aos cinquenta, velhas

86
e exaustas, tinham doze filhos. Bonito, sim. Sempre desejei
linguísticas. .6
muitos irmãos e um bando de filhos (consegui ter três), mas
34
A compreensão de textos é uma atividade criativa, e não ter um que seja requer uma disposição emocional, afetiva, que
.5

simplesmente reativa; não é uma questão de reagir, mas de não é sempre inata. Então, protejam-se as mulheres e os filhos
94

agir sobre os objetos da cultura. Trata-se de uma atividade não nascidos de uma relação que poderia ser mais complicada
do que a maternidade já pode ser.
-0

dialógica de seleção, reordenação e reconstrução de sentidos.


Pois a língua não é totalmente transparente, podendo também Temos de ser chiques, e, como sempre escrevo, estar em
s
tin

ser ambígua ou polissêmica.”(p.50). todas as festas, restaurantes, resorts, teatros, exposições,


conhecer os vinhos, curtir a vida? Não temos, pois isso exige
ar

Fonte: COLARES, Virgínia. Retextualização do depoimento judicial oral em


tempo, dinheiro, gosto e disposição. Teríamos de ler bons
M

texto escrito. Veredas - Rev. Est. Ling., Juiz de Fora, v. 9, n. 1 e n. 2, p. 29-54,


livros, sim, observar o mundo, aprender com ele, ser boa gente
ra

jan./dez. 2005
também.
ei

O verbo está diretamente relacionado com a existência e com a Temos, sobretudo, de ser deixados em paz. Temos de ser
liv

ação do homem no mundo. Portanto, é a base da linguagem ver- amorosos, leais no amor e na amizade, honrados na vida e no
O

bal. No Texto 2, há o predomínio do uso de verbos no tempo: trabalho, e, por mais simples que ele seja, sentir orgulho dele.
de

Basta imaginar o que seriam a rua, a cidade, o mundo, sem


a) Futuro do Subjuntivo, pois indica a possibilidade de realiza- garis, por exemplo. Sem técnicos em eletricidade, sem enca-
a
an

ção no futuro próximo. nadores (também os chamam bombeiros), sem os próprios


bombeiros, policiais, agricultores, motoristas, caminhoneiros,
Lu

b) Presente do Indicativo, pois a autora argumenta em favor


de uma verdade universal. domésticas, enfermeiras e o resto. Empresários incluídos, pois,
sem eles, cadê trabalho?
c) Presente do Subjuntivo, porque discute sobre uma situação
Então, quem sabe a gente se protege um pouco dessa
presente, mas duvidosa.
pressão do “temos de” e procura fazer da melhor forma possí-
d) Pretérito Imperfeito do Indicativo, porque o texto se refere a vel o que é possível. Antes de tudo, um lembrete: cada um do
um fato presente em relação a outro fato passado. seu jeito, neste mundo complicado e vida-dura, temos de ten-
tar ser felizes. Isso não é inato: se tenta, se conquista, quando
dá. Boa sorte!
Disponível em http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/colunistas/lya-luft/
6. (FUMARC – 2018) Em: “Nas tragédias familiares, só há vítimas, noticia/2017/06/nao-temos-de-9807278.html Acesso em 11 jul. 2017
embora alguns devam ser mais responsáveis do que outros.”, o
verbo destacado está flexionado no Os tempos dos verbos destacados estão corretamente identifi-
a) futuro do subjuntivo. cados entre parênteses, EXCETO em:
a) “[...] temos quase uma ditadura da ilusão dos que ainda
b) presente do indicativo.
acreditam.” (presente do indicativo)
c) presente do subjuntivo. b) “[...] sem pílula, as mulheres muitas vezes pariam a cada
d) pretérito perfeito do indicativo. dois anos [...].” (pretérito imperfeito do indicativo) 11
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
c) “Temos de ter um trabalho bom, que dê prazer [...].” (presen- – Meu filhinho de 4 anos acha tudo!
te do subjuntivo) Humilhação. O fato é que os mais novinhos também passa-
d) “Teríamos de ler bons livros, sim, observar o mundo, [...].” ram por alguma atualização, que ainda não entendi.
(pretérito mais que perfeito do indicativo) Quem não odeia correção automática de texto em celular?
Quem? Quem?
É um horror. O corretor automático me trai. Aposto que
8. (FUMARC – 2017) TEXTO trai você também. Se digo que vou descansar, ele troca por
desgastar, e de repente estou no meio de uma longa DR. Obje-
PNEU FURADO tivo: descobrir por que a relação está desgastada. Explico que
O carro estava encostado no meio-fio, com um pneu fura- foi o corretor. Quem acredita? Uma amiga escreve que vai
do. De pé ao lado do carro, olhando desconsoladamente para na TV. Explico que não estarei lá, trabalho em casa. Após um
o pneu, uma moça muito bonitinha. diálogo confuso, ela descobre que o corretor trocou “vi” por
“vou”. Ela apenas viu um programa na TV e queria me indicar.
Tão bonitinha que atrás parou outro carro e dele desceu
Mas eu já fui grosso dizendo que não estaria lá. E ela entendeu
um homem dizendo “Pode deixar”. Ele trocaria o pneu.
que não me interessei pela dica que ela queria passar. Outro
- Você tem macaco? - perguntou o homem. exemplo: Fui escrever “fala”. Mas botei um “l” a mais sem que-
- Não - respondeu a moça. rer, “falla”. O corretor trocou por “Callado”, o dramaturgo, mas
que lembra uma ordem impondo silêncio... quem leu, obvia-
- Tudo bem, eu tenho - disse o homem mente, não gostou muito. Fiquei um tempo tentando me expli-
- Você tem estepe? car. Agora pouco quis escrever “importar”. Esqueci do “r” e foi
- Não - disse a moça. “impotar”, ok. Mas o corretor tinha de trocar por “impotente”?
Pronto, mais um amigo ofendidíssimo. O corretor automático
- Vamos usar o meu - disse o homem. de celular deve ter sido criado por uma velha fuxiqueira cujo
E pôs-se a trabalhar, trocando o pneu, sob o olhar da moça. maior objetivo é provocar rixas entre usuários de mensagens.
Terminou no momento em que chegava o ônibus que a E correção em computador? Escrevo as falas de um perso-
moça estava esperando. Ele ficou ali, suando, de boca aberta, nagem caipira. O corretor muda. Vou em cima, refaço. Nova
vendo o ônibus se afastar. correção. Depois, pontilhado vermelho embaixo de cada pala-
vra considerada “errada”. Mas e se o personagem fala errado?
Dali a pouco chegou o dono do carro.
Pronto, tiro as correções automáticas de texto. Acredite ou
- Puxa, você trocou o pneu pra mim. Muito obrigado. não, elas voltam, misteriosamente. Estão cravadas no interior
- É. Eu... Eu não posso ver pneu furado. Tenho que trocar. do programa. Eu me debato. Quase choro.
- Coisa estranha. - É uma compulsão. Sei lá. Simplesmente queria saber: por que não posso voltar aos
bons tempos em que podia usar um programa simples? Apenas
(VERÍSSIMO, Luís Fernando. Pai não entende nada. L&PM, 1991). adequado a minha principal atividade, que é escrever? Por que
tenho de me tornar um expert em computador? Ixi, não posso
Em: “Tão bonitinha que atrás parou outro carro e dele desceu continuar. Um aviso que meu antivírus está expirando insiste em
um homem dizendo ‘Pode deixar’. Ele trocaria o pneu.”, trocaria piscar na minha tela. Fecho. Ele volta. Fecho. Ele volta. Socorro!
está flexionado no

3
Disponível em: http://epoca.globo.com/sociedade/walcyr-carrasco/

-7
a) futuro do presente do indicativo. noticia/2017/06/ saga-das-correcoes-e-atualizacoes-automaticas.html Acesso

86
em: 30 set. 2017(Adaptado).
b) futuro do pretérito do indicativo. .6
c) pretérito imperfeito do indicativo. Em: “Acredite ou não, elas voltam, misteriosamente.”, acredite
34

está flexionado no
.5

d) pretérito perfeito do indicativo.


94

a) imperativo afirmativo.
-0

b) presente do indicativo.
9. (FUMARC – 2017) O verbo está flexionado no pretérito imper- c) presente do subjuntivo.
s
tin

feito do indicativo em: d) pretérito perfeito do indicativo.


ar

a) “- É. Eu... Eu não posso ver pneu furado. Tenho que trocar”.


M

b) “E pôs-se a trabalhar, trocando o pneu, sob o olhar da moça”.


ra

c) “Ele ficou ali, suando, de boca aberta, vendo o ônibus se 11. (FUMARC – 2016)
ei

afastar”. Fotos no celular? Socorro!


liv

d) “O carro estava encostado no meio-fio, com um pneu Walcyr Carrasco


O

furado”.
de

Lançamento de novela. Festa. Imprensa. Emoção. Minha


obra! Um garçom, alguns metros à frente, passa com uma
a
an

bandeja de água e refrigerantes. Morro de sede. Quero um


10. (FUMARC – 2017) A saga das correções e atualizações refrigerante. Dou um passo. Uma jovem aproxima-se sorrindo,
Lu

automáticas celular na mão.


De todos os meus conhecidos, fui o primeiro a ter com- – Posso fazer uma foto?
putador pessoal. Quando todo mundo ainda usava máquina Sorrio de volta, expondo todos os meus dentes como um
de escrever. Passava horas decifrando programas, via mapas jacaré. Ela clica.
astrais, ouvia música, lia livros que só existem na internet.
– Ah, desculpa, não saiu boa. Vou fazer outra.
Escrevi minhas primeiras novelas nos primeiros computado-
res lançados no país, máquinas horrendas e lentas. Céus, sou Já proprietária de mim, afasta-me uns metros para uma
do tempo do Orkut! Mas os programas mudaram. Atualizações posição melhor. Clica de novo. Termina. O garçom na direção
e mais atualizações. Perdi o pé. Até em sites de compras me contrária. Que sede. Alguém me puxa. Celular na mão. Sor-
rio de novo. E de novo, de novo, de novo. Quando finalmen-
confundo. A Amazon brasileira, por exemplo. É tanta vontade
te alcanço o garçom, a Coca Zero que eu queria acabou. Vou
deles de vender livro virtual que não consigo achar os físicos.
pedir para trazer uma, mas alguém me puxa para... uma foto!
Não sei mais baixar músicas. Não encontro música nenhuma.
Depois de muitas atualizações, as bibliotecas virtuais torna- Já ouço alguém dizendo que é o ônus de ser famoso. Não é.
ram-se atividade para iniciados. Tente dar uma festa de aniversário. Você passará o tempo todo
peregrinando de foto em foto com os convidados. Se quiser
Mas nem tudo está perdido. comer uma fatia de seu próprio bolo em paz, terá de se trancar
Outro dia estava confuso no celular. Minha secretária do num armário. Quanto maior a festa, mais e mais fotos. Sempre
12 lar ofereceu ajuda. Explicou. o mesmo mantra.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
– Deixa fazer mais uma para ficar boa... O Mário de quem eu mais gostava, depois do meu pai,

LÍNGUA PORTUGUESA
E você estica os lábios de novo, para imortalizar aquele era o meu avô. Vovô Mário era engenheiro mecânico e nos
momento de felicidade. Huuumm... bem... felicidade? Certa seus tempos áureos projetava locomotivas. Trens de muitas
vez, viajei com um amigo. Como ele é alto e de braço comprido, toneladas cruzando o país abarrotados de minério de ferro,
entrou num rio e fez bem uns 40 selfies dele mesmo sorrindo. soja, cimento e carvão foram sua segunda maior contribuição
O sorriso só sumiu quando o celular mergulhou no rio. à humanidade. A primeira contribuição, a que fez de mim o
morador mais importante da rua Briaxis, a vila em que morá-
Acredito que a maioria, hoje, prefere fotografar a desfru- vamos, com vizinhos tocando a campainha de manhã, de tarde
tar uma viagem. No exterior, registram monumentos, fazem e de noite, trazendo amigos, primos e, invariavelmente, uma
selfies em frente a paisagens. Mas será que realmente veem a bola embaixo do braço, era a trave de madeira que meu avô
paisagem? Houve um tempo em que se fazia piada dos turistas fez e me deu no meu aniversário de oito anos.
japoneses. Todos passavam a viagem no clique, clique. A pia-
A trave ficava no fundo da nossa garagem e era leve o sufi-
da acabou, o clique, clique se tornou mundial. O que acontece
ciente para ser carregada por dois meninos até o meio da rua.
com o resultado de tanta atividade fotográfica?
Sobre o carpete agreste de paralelepípedos travávamos pela-
Nada. das épicas que só não entravam pela madrugada porque as
Houve a época dos slides. Para mostrar, era preciso um mães apareciam nas portas das casas e, uma a uma, inclemen-
projetor. Quando um amigo incauto visitava, era obrigado a tes, iam nos convocando para o jantar. Minha mãe, jornalista,
assistir. Um tédio enquanto se viam os pombinhos na praia, na estava sempre presa em fechamentos e não poucas vezes eu
montanha, posando com esquis velhos. Era obrigatório gostar. era o último felizardo a sair. Ficava ali, batendo faltas contra
Mas essencial medir as palavras. um gol vazio, me achando o Rivelino: no ângulo, no cantinho,
– Bonito aquele hotel que vocês ficaram. rasteira, de bico, de peito, de trivela. Eu tinha oito anos e uma
trave de gol, toda minha: duvido que a vida me permita experi-
– Gostou? Mostro de novo! mentar, novamente, tal plenitude.
Agora, na época fluida do registro eletrônico, nem existe Mais tarde, lá pelos onze, entrei numas de aquário e meu
mais visita para ver slides. As pessoas publicam fotos e vídeos avô não me deixou na mão. Num sábado de manhã fomos jun-
nas redes sociais o tempo todo. Querem que o universo con- tos a uma vidraçaria na rua Tabapuã, onde vi o funcionário cor-
temple um café espresso. Se querem mostrar algo, pessoal- tar o vidro com um bastãozinho de metal e ouvi, boquiaberto,
mente, deslizam as imagens pelo celular, uma atrás da outra. vovô Mário explicar que, na ponta do bastão, havia um pedaço
Contemplo meu próprio aparelho. A memória carregada de diamante: “o material mais duro da Terra: indestrutível”.
de fotos. Tornou-se falta de educação não registrar certos Depois fomos a um serralheiro e, sem que eu entendesse por
momentos. Amigo clica, clico de volta. Como se retribuísse. O que, compramos metros de cantoneiras de alumínio. Bem,
que vou fazer com tudo isso, apagar? Minha mãe deixou-me delicadeza não era o forte daquele engenheiro nascido antes
um álbum de fotografias. Às vezes, folheio, vejo minhas fotos do crash de 1929; as cantoneiras foram usadas para reforçar
de menino, parentes. Quando as vejo, compartilho aqueles todas as juntas, além da borda superior do aquário, que, com
momentos bons, específicos. Sinto uma emoção. Quero fazer sua “torreifélica” estrutura, ganhou em resistência o que per-
como minha mãe, preservar imagens. deu em visibilidade. Mas quem se importa em ver peixinhos
dourados quando se pode contar pros amigos, ao passar pela

3
Corajosamente, falo com meu assistente, Felippe.

-7
sala, como quem não quer nada: “fui eu que fiz, junto com o
– Quero imprimir as fotos do meu celular.

86
meu avô”?
– Ninguém mais faz isso – revolta-se ele. .6
Aos treze comecei a andar de skate e a rampa só não ficou
34
– Se existe serviço de impressão, é porque fazem. pronta, pois foi embargada por minha mãe – até hoje não a
.5

Assim, neste exato momento, seleciono as fotos que vou perdoo por, na calada da noite, de forma antidemocrática, ter
94

imprimir. Depois, o que farei com elas? Talvez um velhinho salvo a minha vida, ou, pelo menos, alguns ossos.
-0

numa lojinha centenária encontre um álbum de fotografias Ontem, quando a minha lista de “Mários” ficou ligeiramen-
cheio de poeira. E me venda. Se é que ainda existirão velhinhos te (imensamente) menor, pensei na sorte que tive. Meu avô
s
tin

e lojas centenárias. Colarei as fotos nas páginas, revivendo em era um sujeito duro que entrou no século 21 sem jamais ter
cada uma a emoção. É coisa antiga, sei. Mas não quero aban- abandonado o 19, um pai severo e, no entanto, foi capaz de
ar

donar momentos tão bons, família e amigos tão queridos, em me dar tanto carinho. Não me refiro a beijos, abraços, cafunés
M

algum velho celular descarregado. – acho que ele nunca me pegou no colo –, mas a esse cari-
ra

nho antigo, pré baby-boomers, Beatles e Caetano, carinho de


ei

Disponível em: http://epoca.globo.com/sociedade/walcyr-carrasco/noticia/


homem feito com serras, martelos, pregos, parafusos, madeira
liv

2017/08/fotos-no-celular-socorro.html Acesso em: 30 set. 2017 (Adaptado).


e cantoneiras de alumínio. Queria poder ter retribuído à altura,
O

Em: “Talvez um velhinho numa lojinha centenária encontre um mas infelizmente não soube, tão bem quanto ele, usar minhas
de

álbum de fotografias cheio de poeira. E me venda.”, venda está ferramentas.


a

flexionado no Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/


an

antonioprata/2017/07/1897748-o-meu-avo.shtml Acesso em: 12 jul. 2017.


a) Imperativo afirmativo.
Lu

b) Presente do indicativo. O tempo dos verbos destacados está corretamente identificado


c) Presente do subjuntivo. entre parênteses, EXCETO em:
d) Pretérito imperfeito do indicativo. a) “A trave ficava no fundo da nossa garagem e era leve o sufi-
ciente para ser carregada por dois meninos até o meio da
rua [...]”. (pretérito imperfeito do indicativo)
b) “Depois fomos a um serralheiro e, sem que eu entendesse
12. (FUMARC – 2017)
por que, compramos metros de cantoneiras de alumínio”.
O meu avô (pretérito imperfeito do subjuntivo)
Mário Prata c) “Mas quem se importa em ver peixinhos dourados quando
se pode contar pros amigos [...]”. (presente do indicativo)
Bem pequeno aprendi a enumerar a caudalosa linhagem
d) “O Mário de quem eu mais gostava, depois do meu pai, era o
de Mários da minha família: “Tenho tataravô Mário, bisavô
meu avô”. (pretérito perfeito do indicativo)
Mário, avô Mário, pai Mário, tio Mário e primo Mário”. Se me
perguntavam “Por que tanto Mário?” eu não sabia bem o que
responder, era só uma dessas gracinhas que criança decora
pra fazer os adultos rirem: “Sei lá, acho que eles gostam de 13. (FUMARC – 2017) O verbo foi empregado no modo impera-
Mário”. tivo em: 13
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) “A gentileza nos faz reagir com mais empatia [...]”. Menos de cinco minutos depois, ele dirigiu-se a mim edu-
b) “Existe uma relação direta entre bem-estar, felicidade e cadamente e com ar grave e ligeiramente envergonhado, dis-
saúde [...]”. se: “Eu peço sinceramente que o senhor desculpe as atitudes
do meu filho. Em nossa família, não toleramos esse tipo de
c) “Imagine como a vida seria mais fácil [...]”.
comportamento e ele vai se haver comigo. Eis meu cartão, o
d) “Não fazendo muita diferença se o bom ato [...]”. sr. providencie o conserto do seu carro e me mande a conta,
por gentileza.”
Imediatamente ele chamou o filho num canto e passou
14. (FUMARC – 2017) Em: “A deusa juventude traz vantagens, uma descompostura tão grande, mas tão grande no rapaz que
mas eu não a quereria para sempre: talvez nela sejamos mais deu até pena. Não alterou a voz, não fez gestos bruscos, ape-
bonitos [...]”, o verbo quereria está flexionado no tempo nas exerceu, como se deve, o papel, o direito e o dever de pai
a) futuro do pretérito do indicativo. de um jovem abusado, colocando-o em seu devido lugar.
b) pretérito imperfeito do indicativo. Ainda bem que ainda há cidadãos como o coronel da outra
c) pretérito mais-que-perfeito do indicativo. noite.
d) pretérito perfeito do indicativo. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/colunas/luizcaversan /310088-pais-
filhos-e-boasmaneiras. shtml (Adaptado) Acesso em: 27 ago. 2016.

Em: “Mas outros carros e motoristas já estavam atulhados na


15. (FUMARC – 2016) pista, e pessoas mais equilibradas impediram que o rapaz
PAIS, FILHOS E BOAS MANEIRAS cometesse alguma impropriedade.”, o verbo destacado está fle-
xionado no
Luiz Caversan
a) futuro do subjuntivo.
Dia desses enfrentei um estresse típico de grande cidade, b) presente do subjuntivo.
mas que acabou por oferecer bons momentos de reflexão.
c) pretérito imperfeito do indicativo.
Tarde da noite, estava ao volante subindo uma alça de um
d) pretérito perfeito do indicativo.
dos muitos viadutos de São Paulo, quando, no final da curva,
vejo um veículo que, ao tentar desviar de outro, quebrado,
empreendia uma manobra arriscada na pista.
Não deu outra: os freios e a mudança brusca de direção 16. (FUMARC – 2016)
foram insuficientes para evitar o impacto. Americano passou 2007 sem jogar nada fora
Felizmente, apenas danos materiais, tanto no meu veículo O ano de 2007 foi um lixo para o empresário americano
quanto no outro, de onde logo saíram dois jovens na casa dos Ari Derfel, de 35 anos, dono de um bufê. Ele guardou todos
vinte e tantos anos, um deles, o motorista, bem nervosinho. os detritos industriais que produziu ao longo do ano. Juntou
“Está tudo bem aí?”, perguntei. tralha suficiente para lotar um quarto de dormir. O objetivo:

3
“Claro que não, seu barbeiro, olha o que você fez no meu avaliar seus próprios hábitos de consumo e, com isso, denun-

-7
carro.” ciar o mundo ambientalmente sujo em que vivemos, informa

86
o diário San Francisco Chronicle, dos Estados Unidos. “Quando
Ainda bem que, em sua grosseria, o rapaz não me chamou .6
jogamos uma coisa fora, o que ‘fora’ significa?”, indaga Derfel.
34
de tio, porque aí soaria mais ofensivo...
O apartamento não fede, porque Derfel lava todas as
.5

De qualquer maneira, tentei acalmá-lo, dizendo que ele


embalagens antes de guardá-las. Como se não bastasse ter
94

estava numa manobra arriscada e que eu de fato não consegui


atravessado 12 meses acumulando detritos, ele decidiu esten-
-0

parar.
der a aventura para 2008. Quer tentar diminuir o volume
Foi a conta para que ele quisesse partir pra ignorância. Mas
s

acumulado. Mas quais são, enfim, as lições apreendidas? Boa


tin

outros carros e motoristas já estavam atulhados na pista, e


parte do lixo doméstico é resultado de comida embalada. “São
pessoas mais equilibradas impediram que o rapaz cometesse
ar

alimentos menos nutritivos, em sua maioria, do que os produ-


alguma impropriedade.
M

tos frescos”, diz Derfel, citado por El País. “São também mais
“Ok, vamos chamar a polícia”, disse eu, já que o caminho da
ra

caros.”
conversa civilizada estava fatalmente obstruído.
ei

Conclusão: “Produzindo menos lixo ficarei mais saudável e


liv

“Isso mesmo!”, gritou o rapaz. “Vamos chamar a polícia, mais rico”, resume. Induzido a dizer se está louco, o americano
O

porque você não sabe com quem está falando!” é categórico: “Não”. Mas admite não ter tido relacionamento
de

Pronto, estava armado o circo. amoroso nenhum durante o período de coleta, o que parece
O menino tinha as “costas quentes” e estava ali louco para óbvio.
a
an

exercer o seu poder. Revista da Semana – ago. 2007.


Lu

“E porventura com quem eu estou falando?”


“Meu pai é coronel da PM e vai resolver rapidinho isso aqui. Em: “Ele guardou todos os detritos industriais [...]”, guardou
Você vai se dar mal...” está flexionado no

Bem, para encurtar a história, logo chegou uma viatura a) pretérito imperfeito do indicativo.
com dois policiais, que educadamente vieram ouvir minha ver- b) pretérito imperfeito do subjuntivo.
são e, em seguida, foram conversar com o rapaz, que não titu- c) pretérito mais-que-perfeito do indicativo.
beou em dar ordens, exigindo que eles me inculpassem e, pelo
rádio, localizassem o tal coronel. d) pretérito perfeito do indicativo.

Ficamos nessa lengalenga durante uns 40 minutos, os PMs


já pelas tampas com o garoto, até que desce de um automóvel
um senhor grisalho, magro e que calmamente olhou os dois 17. (FUMARC – 2016) Em: “O ano de 2007 foi um lixo para o
carros batidos. Foi logo assediado pelo nervosinho que, gesti- empresário americano [...]”, o infinitivo do verbo destacado é
culando muito, começou a esbravejar. Mas logo se viu contido a) estar
por um indiscutível “cala boca” do pai-coronel.
b) for
Em seguida, o senhor sacou sua identificação funcional e
foi conversar com os policiais, que bateram continência e rela- c) ir
14 taram a situação e as atitudes do filho. d) ser
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
18. (FUMARC – 2016) Uma vez me contaram de um cidadão que foi assaltado em

LÍNGUA PORTUGUESA
Viver para postar sua casa. Até aí, nada demais. Tem gente que é assaltada na
rua, no ônibus, no escritório, até dentro de igrejas e hospitais,
Gregório Duduvier
mas muitos o são na própria casa. O que não diminui o descon-
Amo fazer aniversário. Quando era pequeno (continuo forto da situação.
pequeno, eu sei, mas nessa época era bem pequeno), lembro Pois lá estava o dito cujo em sua casa, mas vestido em rou-
da frase mágica: “Hoje você pode fazer o que você quiser” – e pa de trabalho, pois resolvera dar uma pintura na garagem e
o que eu queria era muita coisa. Queria o Tívoli Park, o chico na cozinha. As crianças haviam saído com a mulher para fazer
cheese, o Parque da Mônica, tudo ao mesmo tempo. Sempre compras e o marido se entregava a essa terapêutica atividade,
acabava optando pelo Tívoli Park – Pasárgada da minha infân- quando, da garagem, vê adentrar pelo jardim dois indivíduos
cia, onde era feliz – e sabia.
suspeitos.
Hoje já não tem Tívoli Park – minha Pasárgada fechou
Mal teve tempo de tomar uma atitude e já ouvia:
depois de diversos casos de assalto dentro do trem-fantasma –
mas a memória dessa liberdade plena e irrestrita volta sempre - É um assalto, fica quieto senão leva chumbo.
que faço aniversário. Por isso, não reclamem se esta coluna Ele já se preparava para toda sorte de tragédias quando
flertar com a autoajuda. Hoje esse é o meu Tívoli Park. um dos ladrões pergunta:
Ser feliz é a melhor maneira de parecer um idiota comple- - Cadê o patrão?
to. Para muita gente, a felicidade dos outros é um acinte. E não
estou falando dos invejosos. Não consigo acreditar que exis- Num rasgo de criatividade, respondeu:
tam invejosos de mim, para mim essa paranoia com a inveja - Saiu, foi com a família ao mercado, mas já volta.
alheia é delírio narcísico.
- Então vamos lá dentro, mostre tudo.
Estou falando dos cronicamente insatisfeitos – esses sim
Fingindo-se, então, de empregado de si mesmo, e ao mes-
existem, e são muitos. Experimenta dizer que está feliz. O olhar
mo tempo para livrar sua cara, começou a dizer:
vai ser fulminante, assim como a resposta mental: “Como é que
esse imbecil pode ser feliz num país desses, num calor desses, - Se quiserem levar, podem levar tudo, estou me lixando,
com um dólar desses?”. não gosto desse patrão.
Aprendi que reclamar do calor ou do dólar não reduz a - Paga mal, é um pão-duro. Por que não levam aquele rádio
temperatura nem o dólar. Aprendi que a lei de Murphy só exis- ali? Olha, se eu fosse vocês levava aquele som também. Na
te pra quem acredita nela. E aprendi que reparar na felicidade cozinha tem uma batedeira ótima da patroa. Não querem uns
te ajuda a reconhecê-la quando esbarrar com ela de novo – e discos? Dinheiro não tem, pois ouvi dizer que botam tudo no
acho que isso foi o mais importante. banco, mas ali dentro do armário tem uma porção de caixas de
“A gente só reconhece a felicidade pelo barulhinho que bombons, que o patrão é tarado por bombom.
ela faz quando vai embora”, dizia o Jacques Prévert. Dificílimo
Os ladrões recolheram tudo o que o falso empregado indi-
reconhecer a felicidade quando ela ainda está no recinto. Caso
cou e saíram apressados.

3
reconheça, é fundamental fotografar, escrever, desenhar, fil-

-7
mar. Para isso servem nossos smartphones: para estocar os Daí a pouco chegavam a mulher e os filhos.

86
mais diversos tipos de felicidade em pixels, áudios e blocos de Sentado na sala, o marido ria, ria, tanto nervoso, quanto ali-
.6
nota. Às vezes a necessidade de registro pode parecer uma viado do próprio assalto que ajudara a fazer contra si mesmo.
34
fuga do presente, mas, pelo contrário, é a documentação da
.5

felicidade que estica o presente para a vida toda. Disponível em: http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2010/04/
94

blogs/628982assaltos-insolitos.html Acesso em: 19 ago. 2016


Sempre que se depara com os melhores momentos da vida
-0

– e no caso dele isso acontece quase todo dia – meu padrasto Vocabulário
exclama, com voz de barítono: “Felicidade é isso aqui”. Apro-
s
tin

veito para dizer: hoje faço 29 anos e estou irremediavelmente Insólito – incomum
ar

feliz. Desculpem todos. Vai passar. Mas enquanto isso, apro- As palavras destacadas são verbos, EXCETO em:
M

veito para exclamar, antes que passe: “Felicidade é isso aqui”. a) “- Então vamos lá dentro, mostre tudo.”
ra

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/


b) “Assalto não tem graça nenhuma [...].”
ei

2015/04/1615741-viver-para-postar. shtml Acesso em:7 set. 2016.


liv

c) “Daí a pouco chegavam a mulher e os filhos.”


Vocabulário: Tivoli Park foi um parque de diversões localizado
O

d) “Num rasgo de criatividade, respondeu [...].”


no bairro da Lagoa, na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Fun-
de

cionou de 1973 a 1995


a

Em: “Caso reconheça, é fundamental fotografar, escrever, dese-


an

nhar, filmar”, o verbo destacado está flexionado no 20. (FUMARC – 2016) Todos os verbos destacados estão flexio-
Lu

nados no pretérito perfeito do indicativo, EXCETO em:


a) futuro do subjuntivo.
b) presente do indicativo. a) “Dinheiro não tem, pois ouvi dizer que botam tudo no banco
[...].”
c) presente do subjuntivo.
b) “Os ladrões recolheram tudo o que o falso empregado indi-
d) pretérito perfeito do indicativo.
cou [...].”
c) “Saiu, foi com a família ao mercado [...].”

19. (FUMARC – 2016) d) “Sentado na sala, o marido ria, ria [...].”


Assaltos insólitos
Affonso Romano Santanna
21. (FUMARC – 2016) Há uma oração no imperativo em:
Assalto não tem graça nenhuma, mas alguns, contados a) “- Então vamos lá dentro, mostre tudo.”
depois, até que são engraçados.
b) “Mal teve tempo de tomar uma atitude e já ouvia [...].”
É igual a certos incidentes de viagem, que, quando aconte-
cem, deixam a gente aborrecidíssimo, mas, depois, narrados c) “Não querem uns discos?”
aos amigos num jantar, passam a ter sabor de anedota. d) “Se quiserem levar, podem levar tudo [...].” 15
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
22. (FUMARC – 2016) Durante um café da manhã, o estudante Albert Gifford, 15,
A casa leu na caixa que seu suco era feito apenas com as “most tas-
tiest” laranjas – seria o equivalente a dizer em português que
Cris Guerra
eram as “mais melhores” laranjas.
Noite de terça-feira. A casa iluminada, os jardins floridos O garoto de Shepton Mallet, sudoeste da Inglaterra, escre-
de gente. Autoridades, fotógrafos, o prefeito. Fazia tempo que veu para a rede de mercados para fazer a reclamação e sugerir
nós cinco não voltávamos juntos àquele lugar. A casa repleta que a expressão incorreta fosse trocada por “tastiest” ou “most
de desconhecidos e vazia dos que lá habitaram. À nossa volta, tasty”, como mandam as regras da língua inglesa.
o público nem sequer desconfiava. Irmãos invisíveis voltando Após esperar por dias a resposta da empresa, sem suces-
a um lugar-chave de sua linha do tempo. Como administrar a so, o adolescente decidiu escrever uma carta ao tabloide Daily
saudade em noite de celebração? Mail contando o erro, a sua indignação e a apatia da empresa.
Quando finalmente pudemos entrar, sabíamos de cor A carta foi publicada no jornal na outra semana.
onde era a cozinha, a sala de jogos, o mezanino, o quarto dela. No dia seguinte à publicação, Albert recebeu uma resposta
De modo que demos um jeito de subir logo até lá, não sem da Tesco, prometendo que as novas embalagens serão corri-
antes notar um detalhe ou outro a nos falar sobre a elegância gidas. “Nosso grupo de designers checa todas as embalagens
de nossos avós. Quem sonharia ter seu passado romanceado com muito cuidado antes que sejam usadas e fazemos revi-
por arquitetos contadores de histórias? sões regulares, mas aparentemente esse erro passou”, disse
Os quatro chegaram ao quarto dela minutos antes de mim. um representante da empresa a Albert, segundo o Daily Mail.
Encontrei-os sob o impacto do que ali viram. Do teto, fios trans- O estudante, que pretende cursar medicina, sentiu-se con-
parentes sustentavam retratos antigos: JK, Vovô Joubert, Vovó templado pela resposta da empresa e brincou: “Não acho que
Juju, Papai, Mamãe, alguns de nós ainda pequenos. as embalagens de mercado deveriam ser responsáveis por
A caixinha de música numa redoma de vidro. Cada móvel ensinar gramática aos jovens, mas não consigo deixar de pen-
em seu devido lugar, relatando os movimentos e trajetos dela. sar que cada pequena coisa ajuda.”
Deles. Nossos.
Disponível em: http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/03/14/aluno-
Teremos de voltar muitas vezes para acreditar: nossa obriga-industriaamudar-embalagem-de-sucos-com-erro-gramatical.htm
infância eternizada num museu da arquitetura modernista dos Acesso em: 12 jun. 2016.
anos 40 a 60. A nova Casa Kubitschek enriquece a memória do
visionário JK. Mas seus móveis restaurados contam muito mais Os verbos destacados estão flexionados no pretérito per-
que um modo de morar. feito do indicativo, EXCETO em:
Concluído em 1943 para ser a casa de fim de semana do a) “Não acho que as embalagens de mercado deveriam ser
então prefeito Juscelino, o espaço foi projetado por Niemeyer responsáveis por ensinar gramática aos jovens [...].”
com jardins de Burle Marx. Serviu a JK por apenas dois anos - b) “No dia seguinte à publicação, Albert recebeu uma respos-
logo que pôde, vovô comprou o imóvel. Passaram a ser nossos ta da Tesco, prometendo que as novas embalagens serão
os domingos ali. Vovó alimentava os peixes e pássaros, dava corrigidas.”
suco de groselha aos beija-flores, oferecia pão com patê aos
c) “No Reino Unido, Albert Gifford, 15, obrigou a gigante Tesco
gatos. Cobria as mesas com pedaços de feltro, construindo sob
a trocar embalagens de suco [...].”

3
os tampos de vidro seus próprios quadros modernistas.

-7
d) “O garoto de Shepton Mallet, sudoeste da Inglaterra, escre-

86
Depois que ele se foi, ela viveu ali por muitos anos, buscan-
veu para a rede de mercados para fazer a reclamação [...].”
do alento nos jardins para as perdas que ainda viria a sofrer. .6
34
Minha mãe em 1994, meu pai em 2001. “Que absurdo as coisas
durarem mais que as pessoas”, ela me disse dias depois da
.5

morte dele. E duraram. Mais até do que ela, que nos deixou em
94

24. (FUMARC – 2016)


2004. Mas as pessoas, que não são feitas de coisas, cuidaram
-0

A idade da emoção
de fazer do afeto memória.
s

Walcyr Carrasco
A Casa abre suas portas de terça a sábado. Aos domingos,
tin

a entrada é restrita às nossas lembranças. Vovô lê os jornais na


Fui assistir à peça Uma espécie de Alasca, de Harold Pin-
ar

mesa da varanda, Maria prepara um peixe à milanesa, Vicen-


ter, que estreou há pouco em São Paulo. Conta a história de
M

za me nega o suco de mexerica antes do almoço. Eles jogam


uma mulher que entrou em coma aos 15 e acordou 29 anos
ra

bilhar, elas passeiam pelas boas-novas do jardim - a flor que se


depois. Bem interpretada por Yara de Novaes, inspira-se em
ei

abriu, a árvore que se encheu de lichias.


um caso real do médico americano Oliver Sacks. Para mim,
liv

Quando for a sua vez de visitar a Casa Kubitschek, respire o texto “bateu” de forma profunda. Não aconteceu o mesmo
O

fundo e aproveite o dia: é um domingo na minha infância. comigo, e com muita gente que conheço? Estou acima dos 60,
de

Disponível em: http://vejabh.abril.com.br/edicoes/casa-cris-guerra-755432. o tempo passou tão rapidamente! Não, não estive em coma.
shtml Acesso: maio 2013 Mas um dia a gente “acorda” e descobre que a idade chegou.
a
an

Mais que isso: que chegou, mas não chegou, porque o cora-
Há um verbo no imperativo em: ção e os sonhos continuam os mesmos. Até antes da peça, na
Lu

a) “[...] respire fundo e aproveite o dia: é um domingo na minha espera, percebi que estava lá uma outra tribo, já no jeito de
infância.” vestir. Diferente de mim, de meus amigos, das pessoas que
b) “Como administrar a saudade em noite de celebração?” me cercam. A personagem do texto acorda com um rosto mais
velho, um corpo, mas sente os desejos, medos, de uma garota
c) “Que absurdo as coisas durarem mais que as pessoas [...].”
de 15. Olha para a irmã e não reconhece: quem é afinal essa
d) “Teremos de voltar muitas vezes para acreditar [...].” mulher velha e gorda?
Todos os homens da minha idade já passaram por isso, ao
reencontrar a garota mais sexy, mais ambicionada da escola.
23. (FUMARC – 2016) Muitas vezes, virou uma senhora gorda, com netos. A gente
Estudante obriga indústria a mudar caixa de sucos com erro procura nos olhos, em algum traço, aquela menina. E diz para
gramatical si mesmo:

No Reino Unido, Albert Gifford, 15, obrigou a gigante Tesco – Como foi que ela mudou tanto assim?
a trocar embalagens de suco que tinham erro No Reino Uni- Mas eu também mudei, fisicamente. Uma antiga namo-
do, a rede de supermercados Tesco foi forçada a trocar suas rada, dos 17 anos, comentou com uma amiga em comum
embalagens de suco de laranja depois que um estudante – modéstia à parte – que fui o homem mais belo que ela já
denunciou um grave erro gramatical. As informações são do conheceu. Eu? Pois é. Fui. Certamente, se ela me reencontrar,
16 jornal britânico Daily Mail. pensará o mesmo:
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
– Onde estão aqueles traços? O topete? O que as bicicletas do meu prédio têm a ver com isso? Bom,

LÍNGUA PORTUGUESA
Na área em que trabalho, vejo isso acontecer com frequên- uma das histórias que chamou minha atenção foi a de um ale-
cia, de forma até desesperadora. Quantas atrizes jovens, sexy, mão chamado Philipp Rogge (é claro que eu não me lembra-
explodindo, já conheci? Tinham qualquer homem a seus pés. va do nome dele! Mas procurei o artigo para compartilhar as
O tempo passou. Vieram outras atrizes. Elas amadurecem, informações corretas com vocês!). Como eu, ele passou por
sem perceber. Continuam com os mesmos sorrisos sedutores, um bicicletário usado por vizinhos e sentiu vontade de dar uma
olhares intensos. Surpreendem-se quando disputam um papel volta com uma delas, mas não sabia a quem pedir. Foi então
com uma garota de 20 anos. que teve a ideia de criar o site Frents, que permite que pessoas
que vivem próximas partilhem e aluguem bens diversos, como
– Mas eu faço! Tenho 35, mas passo por 20.
livros, DVDs, bicicletas e até equipamentos e automóveis!
Não passam. A câmera é inexorável, ainda mais com a alta Segundo Philipp, “Um produto disponível no Frents não tem de
definição. A pele muda. Algo, nem sei dizer o quê, a vida tal- ser feito centenas de vezes, e isso poupa energia e custos de
vez, transforma um semblante que ainda é belo. Mas sem o produção.” Sem falar que sai mais barato alugar a bicicleta do
mesmo frescor. Iniciam-se os procedimentos estéticos. Botox, vizinho de vez em quando do que comprar uma nova!
plásticas. A juventude não volta. O rosto fica mais agradável,
não nego. Sem tantas marcas, sem os sulcos na pele causados Essa é a mesma lógica que levou ao surgimento do site bra-
até pelas histórias da vida. Alguém oferece o papel de tia. Ou sileiro Carona Solidária, que ajuda os usuários a encontrarem
de mãe. A atriz se assusta. outras pessoas que fazem o mesmo percurso de carro e este-
jam dispostas a dar carona. Isso significa um uso mais racional
– Mas eu não pareço ser mãe dela!
dos carros particulares (menos carros transitando com só uma
Só uma sucessiva série de dissabores “acordará”, até cruel- pessoa dentro) e economia para os usuários (que são motoris-
mente, a pessoa. O tempo passou. A idade chegou. Funciona tas que se alternam ora dando e ora recebendo carona). A ini-
do mesmo jeito para mim, para meus amigos, para quem tem ciativa ainda contribui para um trânsito melhor para todos que
40. A juventude, na peça, é simbolizada pelo coma. Um dia a vivem nas grandes cidades e, portanto, uma economia geral
gente acorda. O tempo simplesmente passou, e é preciso rever de energia.
expectativas, projetos, sonhos. Mas é? A emoção, sim, continua
Além de fazerem bem ao meio ambiente, o que essas
a mesma! Como lidar com isso? Ainda tenho livros para escre-
ver, novelas, quero viver um grande amor. Meu coração bate ideias têm em comum é a simplicidade: ambas são soluções
por coisas novas. E, como eu, o de tanta gente! A sociedade tão simples que nos fazem refletir – como ninguém pensou nis-
agrária, onde os pais envelheciam junto aos filhos, se desagre- so antes? E o mundo está cheio de situações que pedem solu-
gou. Eu tenho amigos que ainda tentam ressuscitar esse proje- ções assim, criativas e relativamente fáceis de pôr em prática.
to, brincam com os netinhos e conformam-se em correr atrás Não importa o tamanho da ação (os dois exemplos acima
dos filhos, sempre ocupados com seus próprios sonhos! começaram pequeninos antes de se tornaram grandes comu-
Um número crescente de pessoas sente como eu. Se é um nidades). O que importa é saber que qualquer um de nós
coma, não quero acordar, porque minhas emoções continuam pode pensar verde e realizar verde! Doe, recicle, compartilhe.
vivas! Posso adaptar projetos, mas desistir dos sonhos nunca! Estas três ações já são um belo primeiro passo para começar
Um antigo ditado dizia que a vida começava aos 40. Depois, a mudar o mundo!
aos 50. Estou pronto para considerar os 60 como a idade de Disponível em: http://blog.selecoes.com.br/voce-tambem-pode-

3
ouro. É assim, juro. Eu olho para minhas amigas, parentes: mudar-o-mundo/? utm_ source=site&utm_medium=site utm_

-7
em um olhar, gesto, percebo a garotinha que ela foi. A ado- campaign=MundoMelhor_0210Mudar. Acesso em: out. 2014.

86
lescente. Está lá, viva! Minhas emoções, tantas vezes, são as .6
de um jovem começando a vida. Sempre quero fazer algo de Em “[...] – como ninguém pensou nisso antes?”, o verbo destaca-
34
novo. Voltei a pintar. O coração bate acelerado porque uma do está flexionado no
.5

nova novela está a caminho, ou conheci alguém. E tem mais a) presente do indicativo.
94

uma pergunta importante: eu estou em coma, não reconheço b) pretérito imperfeito do indicativo.
a realidade dos meus 60? Bem, se isso é um estado de sonho,
-0

de desprendimento da realidade, sou como a personagem c) pretérito perfeito do indicativo.


s

da peça. Não quero acordar. Quero bater a cabeça como um d) futuro do presente do indicativo.
tin

adolescente e até, juro, brincar de esconde-esconde dentro de


ar

casa. Quero, enfim, sonhar.


M

A emoção não tem idade. Conformar-se com uma realida- 26. (FUMARC – 2014) Em “Tarde da noite, estava ao volante
ra

de que não nos faz feliz, isso sim é viver em estado de coma.
subindo uma alça de um dos muitos viadutos de São Paulo [...]”,
ei

Mas a emoção pode transformá-la. Nós todos enfrentamos


o verbo destacado está flexionado no
liv

essa espécie de Alasca.


a) pretérito imperfeito do indicativo.
O

Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/walcyrcarrasco/


de

noticia/2015/11/idade-da-emocao. html .Acesso em: jul. 2016 b) pretérito perfeito do indicativo.


c) presente do subjuntivo.
a

Em: “Um antigo ditado dizia que a vida começava aos 40.”, dizia
an

está flexionado no d) futuro do subjuntivo.


Lu

a) futuro do presente do indicativo.


b) futuro do pretérito do indicativo.
27. (FUMARC – 2014)
c) pretérito imperfeito do indicativo.
SEM DÚVIDAS?
d) pretérito perfeito indicativo.
Rosely Sayão

Um professor universitário na área da educação disse uma


25. (FUMARC – 2014) frase curta que pode nos fazer refletir muito: “A possibilida-
Você também pode mudar o mundo! de de buscar qualquer informação no Google acabou com a
dúvida.”.
Raïtsa Leal
Realmente, conviver com a dúvida tem sido cada vez mais
Ontem, quando cheguei do trabalho, passei na frente do difícil. Quanto mais se amplia o leque de escolhas em qualquer
bicicletário do meu prédio. Olhei para aquele monte de bici- atividade da vida, menos dúvidas queremos ter. Queremos
cletas e me lembrei de um artigo sobre meio ambiente que li fazer a escolha certa, para a qual não restaria dúvida alguma.
na Revista Seleções. Era sobre “heróis verdes”: pessoas que, a Não mais nos contentamos com a melhor escolha possível ou
partir de ideias simples, montaram negócios sustentáveis para com uma escolha suficientemente boa. Difícil, senão impossí-
o planeta - e rentáveis! vel, viver dessa maneira, não é verdade? 17
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Esse estilo de viver complica bastante a escolha do curso Quando eu era moço, não era assim. Não segurava no
universitário, tarefa na qual muitos jovens que frequentam o corrimão e não media degraus e pés. Descia os dois lances de
ensino médio estão implicados. Criamos uma série de mitos escada do sobrado do meu avô com a mesma fúria com que
em torno da escolha da profissão que os jovens devem fazer. um pianista toca o prelúdio 16, de Chopin. Ele, pianista, não
“É uma escolha muito séria para ser feita nessa idade” ou “Eles pensa. Se pensasse, não conseguiria tocar, porque o pensa-
não têm maturidade para escolher o que farão no resto da mento não consegue seguir a velocidade das notas. Toca por-
vida” são frases que expressam algumas de nossas ideias a que seus dedos sabem sem que a cabeça saiba. O pianista se
esse respeito. abandona ao saber do corpo. Assim descia eu as escadas do
sobradão do meu avô. Mas no dia em que o pé começou a tro-
Esquecemos que nós fizemos tal escolha com essa mesma peçar, a cabeça compreendeu que eles, os pés, já não sabiam
idade? E parece que não foi uma tarefa tão complicada como como sabiam antes. Agora é preciso o corrimão. Depois virão
temos tentado fazer com que seja na atualidade. Será porque as bengalas, corrimões portáteis que se leva por onde se vai.
as escolhas eram mais restritas, será que não tínhamos tanto A gente é velho quando, no restaurante, é preciso cuidado
compromisso com o êxito, com a certeza? Como as escolhas ao se levantar. Moço, as pernas sabem medir as distâncias que
eram feitas? há debaixo da mesa. Mas, agora, é preciso olhar para medir
Muitas escolhas profissionais foram herdadas. Conhece- a distância que há entre o pé da mesa e o bico do sapato. Há
mos a tradição de os filhos continuarem o trabalho dos pais. sempre o perigo de que o bico do sapato esbarre no pé da
Conhecemos também pessoas que fizeram escolhas por opo- mesa e o pé da mesa lhe dê uma rasteira, você se estatelando
sição aos pais. Para muitos, a escolha de herança positiva ou no chão. Quando se é velho, até uma pequena queda pode
negativa dos pais deu certo; para outros, não deu. Mas seria se transformar em catástrofe. Há sempre o perigo de uma
diferente se fosse outro o critério usado? fratura.

Outras escolhas eram feitas com base em razões subje- A gente é velho quando é objeto de humilhações bon-
dosas. Como aquela que aconteceu comigo 25 anos atrás. O
tivas. Uma jornalista me disse que desde criança quis fazer
metrô estava cheio. Jovem, segurei-me num balaústre. Notei
jornalismo, talvez por influência paterna. Não, o pai dela não
então que uma jovem de uns 25 anos me olhava com um olhar
era jornalista e sim leitor voraz de jornal. Isso pode apontar
amoroso. Olhei para ela. E houve um momento de suspensão
para escolhas feitas por influências inconscientes para as quais romântica. Minha cabeça e meu coração se alegraram. Até o
encontramos razões objetivas mais tarde. momento em que ela se levantou com um sorriso e me ofere-
De qualquer maneira, a família do jovem era a maior fonte ceu o seu lugar. Foi um gesto de bondade.
de influências, para o bem ou para o mal, na hora de tal deci- Com o seu gesto ela me dizia: “O senhor me traz memó-
são. Hoje, a escola influencia mais do que a família. É que, pou- rias ternas do meu avô...” gente é velho quando entra no box
co a pouco, a família passou a entender que deveria dar mais do chuveiro com passos medrosos e cuidadosos. Há sempre o
liberdade aos filhos também na hora de ele fazer a escolha perigo de um escorregão. Por via das dúvidas, mandei instalar
do vestibular. Mas, para que o jovem pudesse desfrutar de tal no box da minha casa uma daquelas barras metálicas horizon-
“liberdade”, ele precisaria de um apoio. E quem daria tal apoio? tais que funcionam como corrimão.
A escola, é claro. Difícil, hoje, encontrar uma instituição A gente é velho quando começa a ter medo dos tapetes. Os

3
escolar que não ofereça um trabalho de orientação profissio- tapetes são perigosos de duas maneiras. Há os pequenos tape-

-7
nal. E há ofertas para todo o tipo de gosto ou anseio. Aliás, tal tes de fundo liso, que escorregam. E há os grandes tapetes que

86
trabalho passou a ser mais um dos itens que os pais conside- ficam com as pontas levantadas e que fazem ondas. O pé dos
.6
velhos movimenta-se no arrasto e tropeça na ponta levantada
ram na hora de escolher a escola para o filho
34
do tapete ou na armadilha da onda.
Boa parte desses trabalhos parte de um princípio: o de que
.5

A gente é velho quando começa a ter medo dos fotógrafos.


a oferta de informações, de mercado ou de conhecimentos
94

Fugir das fotos de perfil porque nelas as barbelas de nelore


técnicos ao alunado tem o potencial de resolver a questão da
-0

aparecem. Nelore é um boi branco. Os pastos estão cheios


angústia do jovem no momento da escolha. Os altos índices
deles, vivos, e as mesas também, sob o disfarce de bifes. E eles
s

de desistência e de troca de curso ainda no primeiro ano da


tin

têm uma papada balançante, as barbelas, que vai da ponta


universidade, no entanto, contradizem tal conceito. do queixo (boi tem queixo?) até o peito. Velhice é quando as
ar

Talvez seja necessário que famílias e escolas revejam a par- barbelas de nelore começam a aparecer. Aí vem a humilhação
M

te que lhes cabe nesse processo. conclusiva. Prontas as fotos, eles nos mostram e dizem: “Como
ra

você está bem!”


ei

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/


A gente é velho quando, tendo de subir ao palco para dar
liv

2013/09/1335977-sem-duvidas.shtml (Adaptado)
uma palestra, tem sempre uma jovem simpática que nos ofe-
O

Em “Talvez seja necessário que famílias e escolas revejam a rece a mão, temendo que a gente se desequilibre e caia. A gen-
de

parte que lhes cabe nesse processo.”, os verbos destacados te aceita o oferecimento com um sorriso. Nunca se sabe...
a

estão flexionados no A gente é velho quando perde a vergonha e se desnuda


an

a) imperativo afirmativo – imperativo afirmativo. fazendo as confissões que acabei de fazer...


Lu

b) presente do indicativo – presente do subjuntivo. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff3010200704.htm


Acesso em: 27 ago. 2016
c) presente do subjuntivo – imperativo afirmativo.
d) presente do subjuntivo – presente do subjuntivo. A expressão para mim foi empregada corretamente, EXCETO
em:
a) Pague o almoço para mim, estou sem dinheiro.
b) Para mim, o importante é ficar bem informado.
c) Por favor, compre o pão para mim.
Æ PRONOMES PESSOAIS
d) Quero um jornal para mim ler depois do café.
28. (FUMARC – 2016)
A GENTE É VELHO...
Rubem Alves
Æ PRONOMES DE TRATAMENTO
A gente é velho quando, para descer uma escada, segura
firme no corrimão. E os olhos olham para baixo para medir o 29. (FUMARC – 2014) Sobre o emprego dos Pronomes de Trata-
18 tamanho dos degraus e a posição dos pés. mento, a construção INCORRETA é:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) Vossa Eminência dirigiu-se ao altar da Capela. Sorrio de volta, expondo todos os meus dentes como um

LÍNGUA PORTUGUESA
b) Vossa Excelência encaminhará seu parecer pela manhã. jacaré. Ela clica.
c) Vossa Magnificência proferiu seu discurso no auditório – Ah, desculpa, não saiu boa. Vou fazer outra.
principal. Já proprietária de mim, afasta-me uns metros para uma
d) Vossa Senhoria estais indignado com o desrespeito posição melhor. Clica de novo. Termina. O garçom na direção
demonstrado pelos requerentes. contrária. Que sede. Alguém me puxa. Celular na mão. Sor-
rio de novo. E de novo, de novo, de novo. Quando finalmen-
te alcanço o garçom, a Coca Zero que eu queria acabou. Vou
pedir para trazer uma, mas alguém me puxa para... uma foto!
30. (FUMARC – 2014) O Pronome de Tratamento adequado às Já ouço alguém dizendo que é o ônus de ser famoso. Não é.
comunicações encaminhadas a Juiz de Direito é Tente dar uma festa de aniversário. Você passará o tempo todo
a) Ilustríssimo Senhor. peregrinando de foto em foto com os convidados. Se quiser
b) Meritíssimo Juiz. comer uma fatia de seu próprio bolo em paz, terá de se trancar
num armário. Quanto maior a festa, mais e mais fotos. Sempre
c) Vossa Excelência.
o mesmo mantra.
d) Vossa Senhoria.
– Deixa fazer mais uma para ficar boa...
E você estica os lábios de novo, para imortalizar aquele
momento de felicidade. Huuumm... bem... felicidade? Certa
vez, viajei com um amigo. Como ele é alto e de braço comprido,
entrou num rio e fez bem uns 40 selfies dele mesmo sorrindo.
Æ PRONOMES POSSESSIVOS O sorriso só sumiu quando o celular mergulhou no rio.
31. (FUMARC – 2017) TEXTO Acredito que a maioria, hoje, prefere fotografar a desfru-
tar uma viagem. No exterior, registram monumentos, fazem
PNEU FURADO
selfies em frente a paisagens. Mas será que realmente veem a
O carro estava encostado no meio-fio, com um pneu fura- paisagem? Houve um tempo em que se fazia piada dos turistas
do. De pé ao lado do carro, olhando desconsoladamente para japoneses. Todos passavam a viagem no clique, clique. A pia-
o pneu, uma moça muito bonitinha. da acabou, o clique, clique se tornou mundial. O que acontece
Tão bonitinha que atrás parou outro carro e dele desceu com o resultado de tanta atividade fotográfica?
um homem dizendo “Pode deixar”. Ele trocaria o pneu. Nada.
- Você tem macaco? - perguntou o homem. Houve a época dos slides. Para mostrar, era preciso um
- Não - respondeu a moça. projetor. Quando um amigo incauto visitava, era obrigado a
assistir. Um tédio enquanto se viam os pombinhos na praia, na
- Tudo bem, eu tenho - disse o homem
montanha, posando com esquis velhos. Era obrigatório gostar.
- Você tem estepe? Mas essencial medir as palavras.
- Não - disse a moça. – Bonito aquele hotel que vocês ficaram.

3
-7
- Vamos usar o meu - disse o homem. – Gostou? Mostro de novo!

86
E pôs-se a trabalhar, trocando o pneu, sob o olhar da moça. Agora, na época fluida do registro eletrônico, nem existe
.6
mais visita para ver slides. As pessoas publicam fotos e vídeos
Terminou no momento em que chegava o ônibus que a
34
moça estava esperando. Ele ficou ali, suando, de boca aberta, nas redes sociais o tempo todo. Querem que o universo con-
.5

vendo o ônibus se afastar. temple um café espresso. Se querem mostrar algo, pessoal-
94

mente, deslizam as imagens pelo celular, uma atrás da outra.


Dali a pouco chegou o dono do carro.
-0

Contemplo meu próprio aparelho. A memória carregada


- Puxa, você trocou o pneu pra mim. Muito obrigado.
de fotos. Tornou-se falta de educação não registrar certos
s
tin

- É. Eu... Eu não posso ver pneu furado. Tenho que trocar. momentos. Amigo clica, clico de volta. Como se retribuísse. O
que vou fazer com tudo isso, apagar? Minha mãe deixou-me
ar

- Coisa estranha. - É uma compulsão. Sei lá.


um álbum de fotografias. Às vezes, folheio, vejo minhas fotos
M

(VERÍSSIMO, Luís Fernando. Pai não entende nada. L&PM, 1991).


de menino, parentes. Quando as vejo, compartilho aqueles
ra

momentos bons, específicos. Sinto uma emoção. Quero fazer


ei

Há um pronome possessivo em:


como minha mãe, preservar imagens.
liv

a) “- Vamos usar o meu - disse o homem”.


Corajosamente, falo com meu assistente, Felippe.
O

b) “- Puxa, você trocou o pneu pra mim. Muito obrigado”.


– Quero imprimir as fotos do meu celular.
de

c) “ Ele ficou ali, suando, de boca aberta, vendo o ônibus se


– Ninguém mais faz isso – revolta-se ele.
a

afastar”.
an

d) “Tão bonitinha que atrás parou outro carro e dele desceu – Se existe serviço de impressão, é porque fazem.
Lu

um homem [...]” Assim, neste exato momento, seleciono as fotos que vou
imprimir. Depois, o que farei com elas? Talvez um velhinho
numa lojinha centenária encontre um álbum de fotografias
cheio de poeira. E me venda. Se é que ainda existirão velhinhos
e lojas centenárias. Colarei as fotos nas páginas, revivendo em
cada uma a emoção. É coisa antiga, sei. Mas não quero aban-
Æ PRONOMES INDEFINIDOS
donar momentos tão bons, família e amigos tão queridos, em
32. (FUMARC – 2017) algum velho celular descarregado.
Fotos no celular? Socorro! Disponível em: http://epoca.globo.com/sociedade/walcyr-carrasco/noticia/
2017/08/fotos-no-celular-socorro.html Acesso em: 30 set. 2017 (Adaptado).
Walcyr Carrasco
Há pronome indefinido, EXCETO em:
Lançamento de novela. Festa. Imprensa. Emoção. Minha
a) Já ouço alguém dizendo que é o ônus de ser famoso.
obra! Um garçom, alguns metros à frente, passa com uma
bandeja de água e refrigerantes. Morro de sede. Quero um b) O sorriso só sumiu quando o celular mergulhou no rio.
refrigerante. Dou um passo. Uma jovem aproxima-se sorrindo, c) Tornou-se falta de educação não registrar certos momentos.
celular na mão. d) Um garçom, alguns metros à frente, passa com uma bande-
– Posso fazer uma foto? ja de água [...]. 19
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33. (FUMARC – 2016) Sempre quero fazer algo de novo. Voltei a pintar. O cora-
A idade da emoção ção bate acelerado porque uma nova novela está a caminho,
ou conheci alguém. E tem mais uma pergunta importante: eu
Walcyr Carrasco estou em coma, não reconheço a realidade dos meus 60? Bem,
se isso é um estado de sonho, de desprendimento da realida-
Fui assistir à peça Uma espécie de Alasca, de Harold Pin-
de, sou como a personagem da peça. Não quero acordar. Que-
ter, que estreou há pouco em São Paulo. Conta a história de
ro bater a cabeça como um adolescente e até, juro, brincar de
uma mulher que entrou em coma aos 15 e acordou 29 anos
esconde-esconde dentro de casa. Quero, enfim, sonhar.
depois. Bem interpretada por Yara de Novaes, inspira-se em
um caso real do médico americano Oliver Sacks. Para mim, A emoção não tem idade. Conformar-se com uma realida-
o texto “bateu” de forma profunda. Não aconteceu o mesmo de que não nos faz feliz, isso sim é viver em estado de coma.
comigo, e com muita gente que conheço? Estou acima dos 60, Mas a emoção pode transformá-la. Nós todos enfrentamos
o tempo passou tão rapidamente! Não, não estive em coma. essa espécie de Alasca.
Mas um dia a gente “acorda” e descobre que a idade chegou. Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/walcyrcarrasco/
Mais que isso: que chegou, mas não chegou, porque o cora- noticia/2015/11/idade-da-emocao. html .Acesso em: jul. 2016
ção e os sonhos continuam os mesmos. Até antes da peça, na
espera, percebi que estava lá uma outra tribo, já no jeito de Em: “Tinham qualquer homem a seus pés.”, qualquer é um
vestir. Diferente de mim, de meus amigos, das pessoas que pronome
me cercam. A personagem do texto acorda com um rosto mais a) demonstrativo.
velho, um corpo, mas sente os desejos, medos, de uma garota b) indefinido.
de 15. Olha para a irmã e não reconhece: quem é afinal essa
c) interrogativo.
mulher velha e gorda?
d) relativo.
Todos os homens da minha idade já passaram por isso, ao
reencontrar a garota mais sexy, mais ambicionada da escola.
Muitas vezes, virou uma senhora gorda, com netos. A gente
procura nos olhos, em algum traço, aquela menina. E diz para
si mesmo:
– Como foi que ela mudou tanto assim?
Æ PRONOMES DEMONSTRATIVOS
Mas eu também mudei, fisicamente. Uma antiga namo- 34. (FUMARC – 2018) Em: “Mas sou da tribo (não tão pequena)
rada, dos 17 anos, comentou com uma amiga em comum dos que não se conformam.”, dos é
– modéstia à parte – que fui o homem mais belo que ela já a) artigo definido.
conheceu. Eu? Pois é. Fui. Certamente, se ela me reencontrar,
pensará o mesmo: b) preposição.
– Onde estão aqueles traços? O topete? c) pronome demonstrativo.
Na área em que trabalho, vejo isso acontecer com frequên- d) pronome relativo.
cia, de forma até desesperadora. Quantas atrizes jovens, sexy,

3
explodindo, já conheci? Tinham qualquer homem a seus pés.

-7
O tempo passou. Vieram outras atrizes. Elas amadurecem,

86
35. (FUMARC – 2017)
sem perceber. Continuam com os mesmos sorrisos sedutores, .6
Não “temos de”
olhares intensos. Surpreendem-se quando disputam um papel
34

com uma garota de 20 anos. Lia Luft


.5

– Mas eu faço! Tenho 35, mas passo por 20.


94

Vivemos sob o império do “ter de”. Portanto, vivemos num


Não passam. A câmera é inexorável, ainda mais com a alta
-0

mundo de bastante mentira. Democracia? Meia mentira. Pois a


definição. A pele muda. Algo, nem sei dizer o quê, a vida tal- desigualdade é enorme, não temos os mesmos direitos, temos
s

vez, transforma um semblante que ainda é belo. Mas sem o quase uma ditadura da ilusão dos que ainda acreditam. Liber-
tin

mesmo frescor. Iniciam-se os procedimentos estéticos. Botox, dade de escolha profissional? Temos de ter um trabalho bom,
ar

plásticas. A juventude não volta. O rosto fica mais agradável, que dê prazer, que pague dignamente (a maioria quer salário
M

não nego. Sem tantas marcas, sem os sulcos na pele causados de chefe no primeiro dia), que permita grandes realizações e
ra

até pelas histórias da vida. Alguém oferece o papel de tia. Ou muitos sonhos concretizados? “Teríamos”. No máximo, temos
ei

de mãe. A atriz se assusta. de conseguir algo decente, que nos permita uma vida mais ou
liv

– Mas eu não pareço ser mãe dela! menos digna.


O

Só uma sucessiva série de dissabores “acordará”, até cruel- Temos de ter uma vida sexual de novela? Não temos nem
de

mente, a pessoa. O tempo passou. A idade chegou. Funciona podemos. Primeiro, a maior parte é fantasia, pois a vida coti-
diana requer, com o tempo, muito mais carinho e cuidados do
a

do mesmo jeito para mim, para meus amigos, para quem tem
an

40. A juventude, na peça, é simbolizada pelo coma. Um dia a que paixão selvagem. Além disso, somos uma geração alta-
Lu

gente acorda. O tempo simplesmente passou, e é preciso rever mente medicada, e atenção: muitos remédios botam a libido
expectativas, projetos, sonhos. Mas é? A emoção, sim, continua de castigo.
a mesma! Como lidar com isso? Ainda tenho livros para escre- Temos de ter diploma superior, depois mestrado, possivel-
ver, novelas, quero viver um grande amor. Meu coração bate mente doutorado e no Exterior? Não temos de... Pois muitas
por coisas novas. E, como eu, o de tanta gente! A sociedade vezes um bom técnico ganha mais, e trabalha com mais gos-
agrária, onde os pais envelheciam junto aos filhos, se desagre- to, do que um doutor com méritos e louvações. Temos de nos
gou. Eu tenho amigos que ainda tentam ressuscitar esse proje- casar? Nem sempre: parece que o casamento à moda antiga,
to, brincam com os netinhos e conformam-se em correr atrás embora digam que está retornando, cumpre seu papel uma
dos filhos, sempre ocupados com seus próprios sonhos! vez, depois com bastante facilidade vivemos juntos, às vezes
Um número crescente de pessoas sente como eu. Se é um até bem felizes, sem mais do que um contrato de união está-
coma, não quero acordar, porque minhas emoções continuam vel se temos juízo. E a questão de gênero está muito mais
vivas! Posso adaptar projetos, mas desistir dos sonhos nunca! humanizada.
Um antigo ditado dizia que a vida começava aos 40. Depois, Temos de ter filho: por favor, só tenham filhos os que de
aos 50. Estou pronto para considerar os 60 como a idade de verdade querem filhos, crianças, adolescentes, jovens, adultos,
ouro. É assim, juro. Eu olho para minhas amigas, parentes: em e mesmo adultos barbados, para amar, cuidar, estimular, pro-
um olhar, gesto, percebo a garotinha que ela foi. A adolescen- ver e ajudar a crescer, e depois deixar voar sem abandonar
te. Está lá, viva! Minhas emoções, tantas vezes, são as de um nem se lamentar. Mais mulheres começam a não querer ter
20 jovem começando a vida. filho – e não devem.
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Maternidade não pode mais ser obrigação do tempo em Mas, em outro domínio, Tostão fornece bons dados para

LÍNGUA PORTUGUESA
que, sem pílula, as mulheres muitas vezes pariam a cada os analistas. No dia 13/03/2016, escreveu: “O amigo e médico
dois anos, regularmente, e aos cinquenta, velhas e exaustas, Ciro Filogeno sugere, o que concordo…” e, logo depois, “… que
tinham doze filhos. Bonito, sim. Sempre desejei muitos irmãos nos empates por 0 a 0 os dois times não deveriam ganhar pon-
e um bando de filhos (consegui ter três), mas ter um que seja tos, o que discordo…”.
requer uma disposição emocional, afetiva, que não é sempre Um professor meio cego e pouco lido diria que Tostão
inata. Então, protejam-se as mulheres e os filhos não nascidos errou. O argumento é sempre o mesmo: se é “concordo com”,
de uma relação que poderia ser mais complicada do que a então é “com o que (ou “com quem”) concordo”; e se é “discor-
maternidade já pode ser. do de”, então é “de que discordo”.
Temos de ser chiques, e, como sempre escrevo, estar em Mas isso não é verdade. Tostão apenas escreveu segundo
todas as festas, restaurantes, resorts, teatros, exposições, conhe- outra regra (uma hora dessas vou ficar de caderninho na mão e
cer os vinhos, curtir a vida? Não temos, pois isso exige tempo, anotar todos os casos de novas adjetivas que ouço em rádio e TV,
dinheiro, gosto e disposição. Teríamos de ler bons livros, sim, já que ninguém mais usa as antigas, especialmente com “cujo”).
observar o mundo, aprender com ele, ser boa gente também.
As frases de Tostão atestam uma tendência poderosa do
Temos, sobretudo, de ser deixados em paz. Temos de ser
português, que é a de fazer orações adjetivas sem a preposição
amorosos, leais no amor e na amizade, honrados na vida e no
(tem sido chamada de cortadora): num dos casos aqui mencio-
trabalho, e, por mais simples que ele seja, sentir orgulho dele.
nados saiu “com”, no outro, saiu “de”.
Basta imaginar o que seriam a rua, a cidade, o mundo, sem
garis, por exemplo. Sem técnicos em eletricidade, sem enca- Tostão é obviamente uma pessoa culta, representante no
nadores (também os chamam bombeiros), sem os próprios português culto falado e escrito no Brasil, que, entre outras ins-
bombeiros, policiais, agricultores, motoristas, caminhoneiros, tituições, a escola deveria encampar.
domésticas, enfermeiras e o resto. Empresários incluídos, pois, (Isso não significa que não se pode ou não se deve empre-
sem eles, cadê trabalho? gar a forma tradicional, ou mesmo que ela não seja ensinada.
Então, quem sabe a gente se protege um pouco dessa Sem emprego pode ser um bom índice de escrita mais cons-
pressão do “temos de” e procura fazer da melhor forma possí- ciente, ou monitorada, o que é bom. É bom, mas não é a única
vel o que é possível. Antes de tudo, um lembrete: cada um do alternativa correta).
seu jeito, neste mundo complicado e vida-dura, temos de ten- Já Ferreira Gullar, ferrenho defensor da gramática (mas eu
tar ser felizes. Isso não é inato: se tenta, se conquista, quando duvido que a estude!) que a professorinha lhe ensinou (devia
dá. Boa sorte! ser bem fraquinha), como repetidamente insiste em dizer,
Disponível em http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/colunistas/lya-luft/ escreveu no mesmo dia em sua coluna “que preferem abrir o
noticia/2017/06/nao-temos-de-9807278.html Acesso em 11 jul. 2017 jogo do que pagar a culpa…” (está avaliando as delações pre-
miadas como o faria um taxista ouvinte da CBN).
Em: “[...] temos quase uma ditadura da ilusão dos que ainda Não quero dizer que a escrita de Ferreira Gullar tem pro-
acreditam.”, dos é blemas (pelo contrário: este é seu lado bom), como provavel-
a) artigo definido. mente diriam os que repetem “se é concordo com, então é
b) preposição. com o que concordo”. Quando eu estava no então quinto ano,
antes do então ginásio, já estudava uma lista de palavras que

3
c) pronome demonstrativo.

-7
incluíam “preferir a” em vez de “preferir (mais) do que”. Pois a

86
d) pronome indefinido. construção dita “errada” está cada vez mais viva e é cada vez
.6
mais empregada por pessoas cultas (vou tentar ouvir o Merval
34
Pereira, por mais difícil que isso seja). Portanto, é cada vez mais
“normal”.
.5

36. (FUMARC – 2016)


94

DOIS COLUNISTAS E A NORMA CULTA As relativas de Tostão (que são de todos, aliás) e a regência
-0

de Ferreira Gullar não deveriam mais implicar perda de pontos


Sírio Possenti Publicado em 17 de março de 2016 nas redações, nem serem objeto de provas “objetivas”
s
tin

Não me lembro de ter ouvido ou lido alguma coisa de Tos- PS 1 – a famosa coluna de Tostão que Pasquale comen-
tou está em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/
ar

tão sobre língua, gramática. Esses troços de que os que não são
fk0201200009.htm.
M

do ramo falam tanto. Mas, salvo engano, andou emitindo juízo


bem precário sobre a expressão “correr atrás do prejuízo”, que Tostão questiona, de fato, uma lista grande de clichês.
ra

considerou errada (“ninguém corre atrás do prejuízo” senten- Vejam o segundo da lista: “ Empatar fora de casa é bom.” Em
ei

ciou, se bem que, como psicanalista, deve ter visto muito disso um campeonato que a vitória vale três pontos, empatar é sem-
liv

por aí) e que Cipro Neto comemorou (achei no Google). pre ruim. Repararam em “Em um campeonato que a vitória…”?
O

Está lá: “No último domingo, Tostão fez deliciosa “análise Também aqui “falta” uma preposição. É sempre a mesma
de

crítica de clichês do futebol”. Um deles (“Vamos correr atrás regra!


a

do prejuízo”) recebeu a seguinte observação: “Se o time está Claro que ninguém critica a gramática de Tostão (nem o
an

perdendo, tem de correr atrás do lucro”. Já vi muita gente fez Pasquale, que vivia disso). Um indício de que (“que”, diria o
Lu

boa defender a legitimidade dessa construção (“correr atrás colunista) pertence à “elite intelectual”, cuja gramática é, por-
do prejuízo”), com o argumento de que o uso lhe dá razão. O tanto, culta. Ele diria “cuja”? Duvido.
estranho é que ninguém diz que corre atrás do fracasso, do
insucesso, da tristeza. O que se diz é que o time corre atrás PS 2 – Da tira Júlio & Gina de segunda, dia 14/03 (Folha
da medalha, da vitória, da classificação. Por que diabos, então, de S. Paulo): – Você não odiava TV? – Achei uma coisa que eu
correr atrás do prejuízo?”. gosto.
Idiomatismos, Pasquale! Os idiomatismos e expressões fei- Lá se foi mais uma preposição numa relativa. Minha aposta
tas não têm sentido literal. São como os provérbios ou outras é que ninguém percebe.
expressões do tipo “enfiar o pé na jaca” ou a “a vaca vai pro bre- Ref.: https://blogdosirioblog.wordpress.com/page/2/ [adaptado]
jo”. E “risco de vida”, que muita gente corrigiu para “de morte”,
sob empurrões da Globo. Na frase Já vi muita gente boa defender a legitimidade dessa
Tostão quis corrigir a cultura. Comentou outras expressões construção (“correr atrás do prejuízo”), com o argumento de que
(como “marcar sob pressão”), que podem cansar, mas não vei- o uso lhe dá razão., o pronome dessa é classificado como:
culam doutrinas erradas. Aliás, por que todos deveriam correr a) Anáfora.
atrás do lucro? Nem Tostão faz isso, que se saiba. Tais expres- b) Catáfora.
sões exigem boa interpretação: corre-se atrás do prejuízo não
para ficar com ele, para aumentá-lo, mas para acabar com ele, c) Dêixis.
para caçá-lo, para anulá-lo. d) Exófora. 21
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
37. (FUMARC – 2016) Essa mãe está agoniada porque diz que ele sempre foi que-
A casa rido pelos colegas, e pergunta se deve procurar outra escola.
Que sofrimento de mãe e filho!
Cris Guerra
Vamos tentar entender essa questão, já que inúmeras
Noite de terça-feira. A casa iluminada, os jardins floridos mães, e pais também, têm se angustiado com questões mui-
de gente. Autoridades, fotógrafos, o prefeito. Fazia tempo que to semelhantes a essa, ou seja, com o que eles consideram a
nós cinco não voltávamos juntos àquele lugar. A casa repleta rejeição, a exclusão ou o isolamento sofrido pelo filho por par-
de desconhecidos e vazia dos que lá habitaram. À nossa volta, te de colegas, tanto de escola quanto da vizinhança.
o público nem sequer desconfiava. Irmãos invisíveis voltando Temos supervalorizado o que chamamos de socialização
a um lugar-chave de sua linha do tempo. Como administrar a dos filhos, em detrimento de outros aspectos da vida deles aos
saudade em noite de celebração? quais poderíamos - e deveríamos - dar mais atenção por serem
Quando finalmente pudemos entrar, sabíamos de cor bem mais importantes do que o primeiro.
onde era a cozinha, a sala de jogos, o mezanino, o quarto dela. Desenvolver recursos para saber se defender dos obstácu-
De modo que demos um jeito de subir logo até lá, não sem los que a vida apresenta, ter uma autoimagem firme o suficien-
antes notar um detalhe ou outro a nos falar sobre a elegância te para suportar situações de rejeição e o desenvolvimento do
de nossos avós. Quem sonharia ter seu passado romanceado processo da autonomia são alguns desses aspectos.
por arquitetos contadores de histórias?
Caro leitor, precisamos aceitar: não há um único dia na
Os quatro chegaram ao quarto dela minutos antes de mim. vida de cada um de nós em que não sejamos recusados por
Encontrei-os sob o impacto do que ali viram. Do teto, fios trans- alguém, rejeitados ou excluídos, por pessoas ou de situações.
parentes sustentavam retratos antigos: JK, Vovô Joubert, Vovó
E nem sempre sabemos disso, não é? Se assim é, qual a
Juju, Papai, Mamãe, alguns de nós ainda pequenos.
melhor fase da vida para aprender a aceitar, reconhecer e
A caixinha de música numa redoma de vidro. Cada móvel suportar esses tipos de situação, mantendo-se inteiro, do que
em seu devido lugar, relatando os movimentos e trajetos dela. a infância e a adolescência?
Deles. Nossos.
Quando não aceitamos essas situações da vida, nos tor-
Teremos de voltar muitas vezes para acreditar: nossa namos frágeis, presas fáceis de pessoas que gostam de mani-
infância eternizada num museu da arquitetura modernista dos pular, seja por prazer de exercer o poder ou por interesses
anos 40 a 60. A nova Casa Kubitschek enriquece a memória do pessoais, e desistimos com facilidade de projetos importantes
visionário JK. Mas seus móveis restaurados contam muito mais da vida. [...]
que um modo de morar.
Quando uma criança percebe pela primeira vez que é rejei-
Concluído em 1943 para ser a casa de fim de semana do tada ou excluída de uma situação pelos colegas, ela sofre. Nor-
então prefeito Juscelino, o espaço foi projetado por Niemeyer mal, tanto para ela quanto para um adulto que passa por isso.
com jardins de Burle Marx. Serviu a JK por apenas dois anos - Mas, quando ela sente que os pais sofrem por causa desse
logo que pôde, vovô comprou o imóvel. Passaram a ser nossos sofrimento dela, fica mais difícil para ela superar as emoções
os domingos ali. Vovó alimentava os peixes e pássaros, dava que a rejeição suscita.
suco de groselha aos beija-flores, oferecia pão com patê aos
gatos. Cobria as mesas com pedaços de feltro, construindo sob Tudo do que ela precisa nesses momentos é do apoio e
os tampos de vidro seus próprios quadros modernistas. do encorajamento dos pais para enfrentar melhor esse tipo de

3
-7
situação.
Depois que ele se foi, ela viveu ali por muitos anos, buscan-

86
do alento nos jardins para as perdas que ainda viria a sofrer. E o que ela recebe junto com essa atitude dos pais é uma
Minha mãe em 1994, meu pai em 2001. “Que absurdo as coisas
.6
grande lição, que vai apreendendo aos poucos: a de que a vida
34
durarem mais que as pessoas”, ela me disse dias depois da nem sempre é amigável para nós, nem sempre é tão justa
quanto somos, tampouco costuma retornar na mesma medi-
.5

morte dele. E duraram. Mais até do que ela, que nos deixou em
da nossas atitudes.
94

2004. Mas as pessoas, que não são feitas de coisas, cuidaram


-0

de fazer do afeto memória. Educar não é proteger a criança daquilo que ela pode
A Casa abre suas portas de terça a sábado. Aos domingos, e consegue fazer. Cuidar, elemento precioso da educação, é
s

diferente de proteger: é formar para a vida, apoiar o filho nas


tin

a entrada é restrita às nossas lembranças. Vovô lê os jornais na


mesa da varanda, Maria prepara um peixe à milanesa, Vicen- situações difíceis e duras com as quais ele se defronta, encora-
ar

za me nega o suco de mexerica antes do almoço. Eles jogam jar para que siga em frente, mesmo e inclusive em situações de
M

bilhar, elas passeiam pelas boas-novas do jardim - a flor que se sofrimento. Não é isso que a vida exige?
ra

abriu, a árvore que se encheu de lichias. Vale aqui lembrar uma frase de Guimarães Rosa: “O que
ei

Quando for a sua vez de visitar a Casa Kubitschek, respire ela (a vida) quer da gente é coragem”.
liv

fundo e aproveite o dia: é um domingo na minha infância. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/2016/01/


O

1733493-a-vida-pede coragem.shtml Acesso em 11 jun. 2016 (Adaptado)


Disponível em: http://vejabh.abril.com.br/edicoes/casa-cris-guerra-755432.
de

shtml Acesso: maio 2013


Os termos destacados são pronomes demonstrativos, EXCETO
a

em:
an

Em “A casa repleta de desconhecidos e vazia dos que lá habita-


ram. ”, dos é: a) “E o que ela recebe junto com essa atitude dos pais é uma
Lu

a) artigo definido. grande lição [...].


b) preposição. b) “Educar não é proteger a criança daquilo que ela pode e
c) pronome demonstrativo. consegue fazer.”

d) pronome indefinido. c) “Não é isso que a vida exige?”


d) “Se assim é, qual a melhor fase da vida para aprender a
aceitar [...]?”

38. (FUMARC – 2016)


A vida pede coragem
39. (FUMARC – 2016)
Rosely Sayão
Quem são nossos ídolos?
O filho de uma leitora, com nove anos, retornou para a Claudio de Moura Castro
escola. Depois dos primeiros dias, passou a chorar antes de
ir. O motivo? Ele diz que os colegas não gostam mais dele. Ele Eu estava na França nos idos dos anos 80. Ligando a tele-
continua a frequentar a mesma escola e sua classe é quase visão, ouvi por acaso uma entrevista com um jovem piloto de
igual à do ano passado, apenas com alguns colegas diferentes, Fórmula 1. Foi-lhe perguntado em quem se inspirava como
22 transferidos de outras escolas e cidades. piloto iniciante. A resposta foi pronta: Ayrton Senna.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O curioso é que nessa época Senna não havia ganho uma Em “O êxito em nossa educação passa por uma evolução seme-

LÍNGUA PORTUGUESA
só corrida importante. Mas bastou ver o piloto brasileiro se lhante à que aconteceu nos desportos – da emoção para a
preparando para uma corrida: era o primeiro a chegar no trei- razão.”, à é:
no, o único a sempre fazer a pista a pé, o que mais trocava a) artigo definido.
ideias com os mecânicos e o último a ir embora. Em outras
b) pronome demonstrativo.
palavras, sua dedicação, tenacidade, atenção aos detalhes
eram tão descomunais que, aliadas a seu talento, teriam de c) pronome indefinido.
levar ao sucesso. d) preposição.
Por que tal comentário teria hoje alguma importância?
Cada época tem seus ídolos, pois eles são a tradução de
anseios, esperanças, sonhos e identidade cultural daquele 40. (FUMARC – 2014) Assinale a alternativa que preenche COR-
momento. Mas, ao mesmo tempo, reforçam e ajudam a mate- RETAMENTE, na ordem em que ocorrem, as lacunas do resumo
rializar esses modelos de pensar e agir. de artigo científico a seguir.
Já faz muito tempo, Heleno de Freitas foi um grande ídolo Resumo:________. artigo traça considerações sobre parte
do futebol. Segundo consta, jactava-se de tomar uma cachaci- da obra poética de Cecília Meireles, a qual é dirigida às crian-
nha antes do jogo, para aumentar a criatividade. Entrava em ças. Com o estudo específico de seu livro, Ou isto ou aquilo
campo exibindo seu bigodinho e, após o gol, puxava o pen- (1993), pretende-se observar as características de um livro de
te e corrigia o penteado. O ídolo era a genialidade pura do poemas infantis. Ao analisar ________ livro quanto ao seu nível
futebol-arte. estético-literário, tem-se por objetivo destacar sua relevância
na literatura infantil e as contribuições da poetisa para ________
Mais tarde, Garrincha era a expressão do povo, com sua
gênero literário. Ao final será considerado o estudo da litera-
alegria e ingenuidade. Era o jogador cujo estilo brotava natu-
tura infantil na escola, evidenciando o caráter pedagógico da
ralmente. Era a espontaneidade, como pessoa e como jogo, e
poesia infantil.
era facilmente amado pelos brasileiros, pois materializava as
virtudes da criação genial. (Disponível em: http://www.olhodagua.ibilce.unesp.br/index.php/
Olhodagua/article/view/3>. Acesso em: 20 out.2013).
Para o jogador “cavador”, cabia não mais do que um prê-
mio de consolação. Até que veio Pelé. Genial, sim. Mas disci- a) Este – este – aquele
plinado, dedicado e totalmente comprometido a usar todas as b) Esse – esse – esse
energias para levar a cabo sua tarefa. E de atleta completo e
brilhante passou a ser um cidadão exemplar. c) Este – esse – esse

É bem adiante que vem Ayrton Senna. Tinha talento, sem d) Esse – aquele – este
dúvida. Mas tinha mais do que isso. Tinha a obsessão da disci-
plina, do detalhe e da dedicação total e completa. Era o talento
a serviço do método e da premeditação, que são muito mais 41. (FUMARC – 2014) O uso do Pronome Demonstrativo “esse”
críticos nesse desporto. na frase: “Bagagem cultural nunca é demais. E, nesse caso, você
Há mais do que uma coincidência nessa evolução. Nossa nem paga o excesso.” se justifica por

3
-7
escolha de ídolos evoluiu porque evoluímos. Nossos ídolos do a) referir-se a algo já citado no texto.

86
passado refletiam nossa imaturidade. Era a época de Macunaí- b) indicar algo a ser explicitado a seguir.
ma. Era a apologia da genialidade pura. Só talento, pois esforço .6
c) demonstrar noção espacial.
34
é careta. Admirávamos quem era talentoso por graça de Deus
e desdenhávamos o sucesso originado do esforço. Amadure- d) mencionar tempo futuro.
.5
94

cemos. Cresceu o peso da razão nos ídolos. A emoção ingênua


recuou. Hoje criamos espaço para os ídolos cujo êxito é, em
-0

grande medida, resultado da dedicação e da disciplina – como 42. (FUMARC – 2014) Leia, atentamente, o texto.
s

Pelé e Senna.
tin

Eu tenho medo
Mas há o outro lado da equação, vital para nossa juven-
ar

tude. Necessitamos de modelos que mostrem o caminho do Walcyr Carrasco


M

sucesso por via do esforço e da dedicação. Tais ídolos trazem


ra

Parece história de humor negro. Não é. Aconteceu de ver-


um ideário mais disciplinado e produtivo.
ei

dade, é realmente um horror. Um amigo, médico dermatolo-


Nossa educação ainda valoriza o aluno genial, que não
liv

gista, foi fechado por um caminhão num dos acessos à Avenida


estuda – ou que, paradoxalmente, se sente na obrigação de 23 de Maio, em São Paulo. O carro saiu da pista, despencou
O

estudar escondido e jactar-se de não fazê-lo. O cê-dêefe é dimi- pela ribanceira e colidiu com arbustos, pedras, desníveis de
de

nuído, menosprezado, é um pobre-diabo que só obtém bons terreno. Meu amigo bateu a cabeça, ensanguentou-se. Pri-
a

resultados porque se mata de estudar. A vitória comemorada é meiro horror: o caminhão fugiu. Sei que isso não surpreende
an

a que deriva da improvisação, do golpe de mestre. E, nos casos ninguém. Nunca ouvi a história de um caminhão que parasse
Lu

mais tristes, até competência na cola é motivo de orgulho. após provocar um acidente. Um funcionário meu recentemen-
Parte do sucesso da educação japonesa e dos Tigres Asiá- te foi fechado por um, em plena Via Dutra. Ele se machucou,
ticos provém da crença de que todos podem obter bons resul- o carro amassou em toda a lateral. O caminhoneiro acelerou,
tados por via do esforço e da dedicação. Pelo ideário desses para se ver livre da responsabilidade. A história começa com
países, pobres e ricos podem ter sucesso, é só dar duro. esse horror com que me acostumei: caminhões não param
nem para ver se a gente está vivo. Ainda dentro do carro, san-
O êxito em nossa educação passa por uma evolução seme-
grando, meu amigo médico pegou o celular para pedir socor-
lhante à que aconteceu nos desportos – da emoção para a
ro. Estava sem bateria. Um Gol parou. Dois rapazes desceram
razão. É preciso que o sucesso escolar passe a ser visto como e ofereceram ajuda. Auxiliaram-no a subir a rampa até uma
resultado da disciplina, do paroxismo de dedicação, da preme- empresa, cujo segurança, finalmente, chamou a polícia. O aci-
ditação e do método na consecução de objetivos. dentado voltou para o carro. As duas “almas bondosas” haviam
A valorização da genialidade em estado puro é o atraso, roubado tudo o que ele tinha. Sim, os rapazes do Gol levaram
nos desportos e na educação. O modelo para nossos estudan- celular, carteira, cartões de crédito, bolsa. Tudo. E fugiram. É
tes deverá ser Ayrton Senna, o supremo cê-dê-efe de nosso um segundo horror, que superdimensiona o outro. O pior é a
esporte. Se em seu modelo se inspirarem, vejo bons augúrios conclusão do médico:
para nossa educação. – Ainda bem que eu estava sem bateria e não fiquei no car-
Disponível em: http://veja.abril.com.br/idade/educacao/060601/ponto_de_ ro. E que não cheguei quando roubavam. Aí, teriam acabado
vista.html. Acesso em: jul. 2016. comigo. 23
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Verdade absoluta. Teria sido fácil, para roubar, acabar com Esse estilo de viver complica bastante a escolha do curso
o médico ensanguentado. Nem deixariam pistas, tudo seria universitário, tarefa na qual muitos jovens que frequentam o
debitado ao acidente. ensino médio estão implicados. Criamos uma série de mitos
Esse acontecimento me provoca um pavor profundo. Estou em torno da escolha da profissão que os jovens devem fazer.
ficando velho. Sou de um tempo em que mesmo adolescente, “É uma escolha muito séria para ser feita nessa idade” ou “Eles
às vezes, quando saía, amanhecia no ponto de ônibus esperan- não têm maturidade para escolher o que farão no resto da
do o primeiro da minha linha. Quantas vezes amigos e eu pas- vida” são frases que expressam algumas de nossas ideias a
samos o final da madrugada no banco de uma praça, batendo esse respeito. Esquecemos que nós fizemos tal escolha com
papo até o ônibus chegar? Também sou de um tempo em que, essa mesma idade? E parece que não foi uma tarefa tão com-
para viajar, ia para a estrada e pegava carona. Era fácil, sempre plicada como temos tentado fazer com que seja na atualida-
havia um carro que parava. De carona em carona, eu chegava
de. Será porque as escolhas eram mais restritas, será que
ao meu destino. Nem sabia o que era pegar ônibus para viajar.
não tínhamos tanto compromisso com o êxito, com a certeza?
Avião, menos ainda. Hoje, eu mesmo não paro quando alguém
me pede carona. Tenho medo. Mesmo porque são inúmeros Como as escolhas eram feitas?
os casos em que a generosidade é recompensada com assaltos Muitas escolhas profissionais foram herdadas. Conhece-
e agressões. Até assassinatos. mos a tradição de os filhos continuarem o trabalho dos pais.
Assaltos sempre aconteceram. Psicopatas existem. O que Conhecemos também pessoas que fizeram escolhas por opo-
me apavora é essa sensação disseminada de vale-tudo na sição aos pais. Para muitos, a escolha de herança positiva ou
nossa sociedade. Comecei a contar a história do médico a três negativa dos pais deu certo; para outros, não deu. Mas seria
outros amigos. Todos, antes de eu terminar, disseram: diferente se fosse outro o critério usado?
– Aposto que os caras do Gol tinham roubado tudo. Outras escolhas eram feitas com base em razões subje-
A completa falta de ética já é esperada, tida como normal. tivas. Uma jornalista me disse que desde criança quis fazer
É intrínseca à sociedade nacional. Não posso falar por todos jornalismo, talvez por influência paterna. Não, o pai dela não
os países do mundo. Costumo viajar, andar à noite pelas ruas, era jornalista e sim leitor voraz de jornal. Isso pode apontar
eventualmente ser ajudado por desconhecidos. Esse descaso para escolhas feitas por influências inconscientes para as quais
com o outro, só vejo mesmo por aqui. Um ator conhecido certa encontramos razões objetivas mais tarde.
vez viu uma mulher atropelada na rua, abandonada pelo autor
De qualquer maneira, a família do jovem era a maior fonte
do acidente. Botou no seu próprio carro e levou ao hospital.
Não deu outra: mais tarde a dita-cuja o acusou de ser respon- de influências, para o bem ou para o mal, na hora de tal deci-
sável pelo atropelamento. Exigiu indenização. Em vez de agra- são. Hoje, a escola influencia mais do que a família. É que, pou-
decer, deu um golpe. Soube também de donos de automóveis co a pouco, a família passou a entender que deveria dar mais
que instalam câmeras em seus veículos, porque há gente que liberdade aos filhos também na hora de ele fazer a escolha
se atira na frente, para mais tarde processar. A gravação serve do vestibular. Mas, para que o jovem pudesse desfrutar de tal
para provar a má intenção da “vítima”. Resultado: se atropelar “liberdade”, ele precisaria de um apoio. E quem daria tal apoio?
alguém, óbvio, socorrerei. Mas terei medo de pôr no meu carro A escola, é claro. Difícil, hoje, encontrar uma instituição
alguém que encontre ferido, atropelado, precisando de ajuda,
escolar que não ofereça um trabalho de orientação profissio-
porque tudo pode se voltar contra mim.
nal. E há ofertas para todo o tipo de gosto ou anseio. Aliás, tal
Aí meu medo aumenta. Já não é mais relacionado a ser trabalho passou a ser mais um dos itens que os pais conside-

3
-7
assaltado, sofrer alguma violência. É o que o medo do medo ram na hora de escolher a escola para o filho.

86
faz comigo, interiormente. Me sinto uma pessoa muito menos
disposta a ser generosa. Sempre estranhei as recomendações Boa parte desses trabalhos parte de um princípio: o de que
.6
do seguro: no caso de problema com o carro, chamar o socorro a oferta de informações, de mercado ou de conhecimentos
34

e ficar distante do veículo, até sua chegada. Depois do episódio técnicos ao alunado tem o potencial de resolver a questão da
.5

com o médico, entendo. O ferido está mais exposto. Nem falo angústia do jovem no momento da escolha. Os altos índices
94

das mulheres assassinadas só por esboçar um gesto de defesa de desistência e de troca de curso ainda no primeiro ano da
-0

quando querem roubar suas bolsas. Só isso daria um livro. universidade, no entanto, contradizem tal conceito.
O amor ao próximo, o sentimento pelo outro, foi eliminado
s

Talvez seja necessário que famílias e escolas revejam a par-


tin

de nossas relações sociais. Resta o medo, o mesmo que sinto te que lhes cabe nesse processo.
dentro de mim. Não só do que me assusta. Mas que me trans-
ar

forma em alguém pior do que eu queria ser. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/


M

2013/09/1335977-sem-duvidas.shtml (Adaptado)
ra

Fonte: Revista Época, n. 856, 27 out. 2014, p. 106.


ei

Em “E quem daria tal apoio?”, o termo destacado é um pronome


Na frase ”As duas ‘almas bondosas’ haviam roubado tudo o que
liv

ele tinha.”, o é um a) demonstrativo.


O

a) pronome pessoal. b) indefinido.


de

b) pronome demonstrativo. c) interrogativo.


a

d) relativo.
an

c) artigo definido.
Lu

d) artigo indefinido.

43. (FUMARC – 2014)


Æ COLOCAÇÃO PRONOMINAL
SEM DÚVIDAS?
Rosely Sayão 44. (FUMARC – 2018) A questão baseia no texto apresentado
RAPIDINHO
Um professor universitário na área da educação disse uma
frase curta que pode nos fazer refletir muito: “A possibilida- Todos nos beneficiamos e nos orgulhamos das conquistas
de de buscar qualquer informação no Google acabou com a da vida moderna, especialmente da crescente velocidade com
dúvida.”. que fazemos as coisas acontecerem. Mudanças que antiga-
mente levavam séculos para se efetivarem agora podem ser
Realmente, conviver com a dúvida tem sido cada vez mais
difícil. Quanto mais se amplia o leque de escolhas em qualquer realizadas em poucos anos, às vezes em poucos meses. Quan-
atividade da vida, menos dúvidas queremos ter. Queremos do não em poucas semanas, ou até em poucos dias. Nas socie-
fazer a escolha certa, para a qual não restaria dúvida alguma. dades tradicionais, as normas de conduta, as leis, os costumes,
Não mais nos contentamos com a melhor escolha possível ou o modo de se vestir, os estilos artísticos tinham uma extraordi-
com uma escolha suficientemente boa. Difícil, senão impossí- nária capacidade de perdurar. Tudo se modificava, é claro, mas
24 vel, viver dessa maneira, não é verdade? sempre muito devagar. [...]
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Na utilização dos meios de comunicação, os mensageiros Atualmente, gentileza só gera gentileza em fotinho de rede

LÍNGUA PORTUGUESA
foram substituídos pelo telégrafo elétrico, que cedeu lugar ao social. Na real, o que vale de verdade é a versão urbana da
telégrafo sem fio, ao telefone, à televisão, ao fax, ao e-mail e às lei da selva. Incontáveis vezes, sou pego de surpresa na sala
maravilhas da eletrônica contemporânea. Não somos bobos, do cinema ou do teatro por uma pessoa plantada de pé, ao
tratamos de aproveitar as possibilidades criadas por todos meu lado, esperando que eu abra caminho para sua passa-
os novos recursos tecnológicos. Para que perder tempo? Se gem. Eu cedo e ela passa, sem emitir um som. Faz sentido: se
podemos fazer depressa o que os nossos antepassados só não pede licença, a criatura não sabe agradecer. Nos ônibus
conseguiam fazer devagar, por que não haveríamos de acele-
e metrôs também há o bônus da mochila, cada vez maior e
rar nossas ações? Um dos expoentes do espírito pragmático da
mais pesada. Deduzo que todas elas são recheadas de livros,
modernidade, o americano Benjamin Franklin, já ensinava no
cadernos, pares de tênis, roupa de frio, marmita, duas melan-
século XVIII: “Tempo é dinheiro”, time is money.[...]
cias, um bote inflável (nunca se sabe quando a chuva vem) e,
Dedicamo-nos, então, a uma frenética corrida contra desconfio ainda, o corpo embalsamado do bicho de estimação.
os ponteiros do relógio. Para sermos eficientes, competiti-
Só isso explica a corcova sólida e intransponível que bloqueia
vos, apressamos cada vez mais nossos movimentos. Saímos
corredores a qualquer hora do dia ou da noite. Nem adianta
de casa correndo para o trabalho, somos cobrados para dar
apelar para a antiga fórmula do “com licença”. Ela perdeu o
conta correndo de nossas tarefas e — habituados à corrida —
alimentamo-nos às pressas (ah, a chamada fast food!), para significado.
depois voltarmos, correndo, para casa. [...] Outro item fadado à vala comum dos esquecidos é a letra
Impõem-se, contudo, algumas perguntas: nas condições R, usada no final de algumas palavras para significar o infinitivo
em que somos mais ou menos obrigados a viver, não esta- de um verbo. Fazer, beijar, gostar, perder, seguir — você sabe
remos, de qualquer maneira, pagando um preço altíssimo, que são verbos justamente por causa da última letra. Pois não
mesmo se formos bons corredores e nos mostrarmos aptos é que as redes sociais, mancomunadas com a baixa qualidade
para vencer? Os ritmos que nos são impostos e que aguçam do ensino, estão aniquilando a função do R? No Twitter, é um
algumas das nossas faculdades não resultam, ao mesmo tem- verdadeiro festival de “vou faze bolo pq o Zé vem me visita”.
po, num empobrecimento de alguns aspectos importantes Para decifrar alguns posts — marcados também pela abso-
da nossa sensibilidade e da nossa inteligência? A necessida-
luta ausência de vírgulas, acentos e pontos —, é preciso anos
de de assimilar com urgência as informações essenciais para
de estágio nos livros de José Saramago e Valter Hugo Mãe.
a ação imediata não acarreta uma grave incapacidade de
Apegar-se à ortografia tradicional é perda de tempo e bei-
digerir conhecimentos sutis e complexos, cheios de caroços
e mediações que, embora careçam de serventia direta, são ra a caretice reclamar. Uma vez, corrigi alguém no Twitter e
imprescindíveis ao aprofundamento da minha compreensão fui espinafrado até a última geração. “O Twitter é meu e eu
da condição humana? Uma reflexão que se sabe condenada escrevo do jeito que quise” — sem o R, claro. Não se trata de
a desenvolver-se num exíguo prazo predeterminado não será, ataque nostálgico. O tempo dos objetos passa, a língua tem lá
inevitavelmente, superficial? O pensamento que se formula sua dinâmica e até mesmo as fórmulas de etiqueta mudam
rapidinho não tende a ser sempre meio oco? conforme o tempo ou o lugar — até hoje, os chineses arrotam
para mostrar que gostaram da refeição. Mas prefiro acreditar
(Leandro Konder. In: O Globo, 29/08/96) https://pt.linkedin.com/

3
que um pouco de gentileza sem pedantismo nunca vai fazer

-7
pulse/%C3%A0-luz-do-fil%C3%B3sofo-karine-gomes-moura
mal a ninguém.

86
Com relação às regras de colocação do pronome oblíquo, a posi- .6
Escrever certo deveria ser princípio fundamental para
ção do pronome é facultativa em:
34
quem gosta de se comunicar. Ironicamente, nunca se escre-
.5

a) “Dedicamo-nos, então, a uma frenética corrida contra os veu tanto no mundo: nas ruas, salas de espera, ônibus, em
94

ponteiros do relógio.” qualquer lugar, há sempre alguém mandando um torpedo


-0

b) “Os ritmos que nos são impostos e que aguçam algumas das no seu smartphone do último tipo. Às vezes, chego ao fim do
nossas faculdades [...]”. dia exausto de ter “conversado” com gente do mundo inteiro.
s
tin

c) “Todos nos beneficiamos e nos orgulhamos das conquistas Espantado, eu me dou conta de não ter aberto a boca. Foi tudo
por escrito — e-mail, post, Twitter, torpedo. Se isso acontecer
ar

da vida moderna [...].”


com você, faça como eu: cante alto, solte um palavrão, fale
M

d) “Uma reflexão que se sabe condenada a desenvolver-se


qualquer coisa sem sentido, principalmente se estiver sozinho
ra

num exíguo prazo predeterminado [...].”


em casa. Apenas ouça o som que sai da sua garganta. Impeça
ei
liv

que sua voz, feia ou bonita, vire um item fora de moda.


O

45. (FUMARC – 2018) A colocação do pronome oblíquo está cor- Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cultura-lazer/cronica-demode-
de

mario-viana/ Acesso em: 13 set. 2018. *Démodé: fora de moda


reta, EXCETO em:
a

a) Chamar-lhe-ia, se pudesse. A posição do pronome oblíquo é facultativa em:


an

b) Não lembro-me de você.


Lu

a) “Não se trata de ataque nostálgico.”


c) Nunca me queixei dos problemas. b) “Ironicamente, nunca se escreveu tanto no mundo: nas
d) Vou avisá-lo da festa. ruas, salas de espera, ônibus, em qualquer lugar [...].”
c) “Espantado, eu me dou conta de não ter aberto a boca.”
d) “Escrever certo deveria ser princípio fundamental para
46. (FUMARC – 2018) quem gosta de se comunicar.”
DÉMODÉ*
Mário Viana

47. (FUMARC – 2018) A colocação do pronome oblíquo é faculta-


Na próxima faxina, vai ser preciso empurrar para o fundo
tiva, podendo ser próclise ou ênclise, em:
do armário os barquinhos de maionese, os picles espetados
no repolho e as taças de coquetel de camarão. Com jeitinho, a) “[...] e eu mesma presenciei nunca vai me deixar”.
também cabem o bilboquê e o ioiô que apitava. É necessário b) “[...] que usamos como tapa-olhos ou máscaras para que a
espaço para acomodar tudo aquilo que sai de moda. Por exem- verdade não nos cuspa na cara [...]”.
plo: as expressões “com licença”, “por favor” e “obrigado” estão,
todas, caindo no mais completo desuso, feito uma calça de Ter- c) “A gente se lamenta, dá palpites e entrevistas [...]”.
gal ou uma camisa Volta ao Mundo. d) “Há quem me deteste por essas afirmações [...]”. 25
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
48. (FUMARC – 2017) 49. (FUMARC – 2017)
Não “temos de” Fotos no celular? Socorro!
Lia Luft Walcyr Carrasco

Vivemos sob o império do “ter de”. Portanto, vivemos num Lançamento de novela. Festa. Imprensa. Emoção. Minha
mundo de bastante mentira. Democracia? Meia mentira. Pois a obra! Um garçom, alguns metros à frente, passa com uma bande-
desigualdade é enorme, não temos os mesmos direitos, temos ja de água e refrigerantes. Morro de sede. Quero um refrigerante.
quase uma ditadura da ilusão dos que ainda acreditam. Liber- Dou um passo. Uma jovem aproxima-se sorrindo, celular na mão.
dade de escolha profissional? Temos de ter um trabalho bom, – Posso fazer uma foto?
que dê prazer, que pague dignamente (a maioria quer salário Sorrio de volta, expondo todos os meus dentes como um
de chefe no primeiro dia), que permita grandes realizações e jacaré. Ela clica.
muitos sonhos concretizados? “Teríamos”. No máximo, temos
– Ah, desculpa, não saiu boa. Vou fazer outra.
de conseguir algo decente, que nos permita uma vida mais ou
menos digna. Já proprietária de mim, afasta-me uns metros para uma
posição melhor. Clica de novo. Termina. O garçom na direção
Temos de ter uma vida sexual de novela? Não temos nem contrária. Que sede. Alguém me puxa. Celular na mão. Sor-
podemos. Primeiro, a maior parte é fantasia, pois a vida coti- rio de novo. E de novo, de novo, de novo. Quando finalmen-
diana requer, com o tempo, muito mais carinho e cuidados do te alcanço o garçom, a Coca Zero que eu queria acabou. Vou
que paixão selvagem. Além disso, somos uma geração alta- pedir para trazer uma, mas alguém me puxa para... uma foto!
mente medicada, e atenção: muitos remédios botam a libido Já ouço alguém dizendo que é o ônus de ser famoso. Não é.
de castigo. Tente dar uma festa de aniversário. Você passará o tempo todo
Temos de ter diploma superior, depois mestrado, possivel- peregrinando de foto em foto com os convidados. Se quiser
mente doutorado e no Exterior? Não temos de... Pois muitas comer uma fatia de seu próprio bolo em paz, terá de se trancar
vezes um bom técnico ganha mais, e trabalha com mais gos- num armário. Quanto maior a festa, mais e mais fotos. Sempre
to, do que um doutor com méritos e louvações. Temos de nos o mesmo mantra.
casar? Nem sempre: parece que o casamento à moda antiga, – Deixa fazer mais uma para ficar boa...
embora digam que está retornando, cumpre seu papel uma E você estica os lábios de novo, para imortalizar aquele
vez, depois com bastante facilidade vivemos juntos, às vezes momento de felicidade. Huuumm... bem... felicidade? Certa
até bem felizes, sem mais do que um contrato de união está- vez, viajei com um amigo. Como ele é alto e de braço comprido,
vel se temos juízo. E a questão de gênero está muito mais entrou num rio e fez bem uns 40 selfies dele mesmo sorrindo.
humanizada. O sorriso só sumiu quando o celular mergulhou no rio.
Temos de ter filho: por favor, só tenham filhos os que de Acredito que a maioria, hoje, prefere fotografar a desfru-
verdade querem filhos, crianças, adolescentes, jovens, adultos, tar uma viagem. No exterior, registram monumentos, fazem
e mesmo adultos barbados, para amar, cuidar, estimular, pro- selfies em frente a paisagens. Mas será que realmente veem a
ver e ajudar a crescer, e depois deixar voar sem abandonar paisagem? Houve um tempo em que se fazia piada dos turistas
nem se lamentar. Mais mulheres começam a não querer ter japoneses. Todos passavam a viagem no clique, clique. A pia-
filho – e não devem. Maternidade não pode mais ser obriga- da acabou, o clique, clique se tornou mundial. O que acontece
com o resultado de tanta atividade fotográfica?

3
ção do tempo em que, sem pílula, as mulheres muitas vezes

-7
pariam a cada dois anos, regularmente, e aos cinquenta, velhas Nada.

86
e exaustas, tinham doze filhos. Bonito, sim. Sempre desejei Houve a época dos slides. Para mostrar, era preciso um
.6
muitos irmãos e um bando de filhos (consegui ter três), mas projetor. Quando um amigo incauto visitava, era obrigado a
34
ter um que seja requer uma disposição emocional, afetiva, que assistir. Um tédio enquanto se viam os pombinhos na praia, na
.5

não é sempre inata. Então, protejam-se as mulheres e os filhos montanha, posando com esquis velhos. Era obrigatório gostar.
94

não nascidos de uma relação que poderia ser mais complicada Mas essencial medir as palavras.
-0

do que a maternidade já pode ser. – Bonito aquele hotel que vocês ficaram.
Temos de ser chiques, e, como sempre escrevo, estar em
s

– Gostou? Mostro de novo!


tin

todas as festas, restaurantes, resorts, teatros, exposições, Agora, na época fluida do registro eletrônico, nem existe
conhecer os vinhos, curtir a vida? Não temos, pois isso exige
ar

mais visita para ver slides. As pessoas publicam fotos e vídeos


tempo, dinheiro, gosto e disposição. Teríamos de ler bons
M

nas redes sociais o tempo todo. Querem que o universo con-


livros, sim, observar o mundo, aprender com ele, ser boa gente temple um café espresso. Se querem mostrar algo, pessoal-
ra

também. mente, deslizam as imagens pelo celular, uma atrás da outra.


ei
liv

Temos, sobretudo, de ser deixados em paz. Temos de ser Contemplo meu próprio aparelho. A memória carregada
amorosos, leais no amor e na amizade, honrados na vida e no de fotos. Tornou-se falta de educação não registrar certos
O

trabalho, e, por mais simples que ele seja, sentir orgulho dele. momentos. Amigo clica, clico de volta. Como se retribuísse. O
de

Basta imaginar o que seriam a rua, a cidade, o mundo, sem que vou fazer com tudo isso, apagar? Minha mãe deixou-me
a

garis, por exemplo. Sem técnicos em eletricidade, sem enca- um álbum de fotografias. Às vezes, folheio, vejo minhas fotos
an

nadores (também os chamam bombeiros), sem os próprios de menino, parentes. Quando as vejo, compartilho aqueles
Lu

bombeiros, policiais, agricultores, motoristas, caminhoneiros, momentos bons, específicos. Sinto uma emoção. Quero fazer
domésticas, enfermeiras e o resto. Empresários incluídos, pois, como minha mãe, preservar imagens.
sem eles, cadê trabalho? Corajosamente, falo com meu assistente, Felippe.
Então, quem sabe a gente se protege um pouco dessa – Quero imprimir as fotos do meu celular.
pressão do “temos de” e procura fazer da melhor forma possí- – Ninguém mais faz isso – revolta-se ele.
vel o que é possível. Antes de tudo, um lembrete: cada um do
– Se existe serviço de impressão, é porque fazem.
seu jeito, neste mundo complicado e vida-dura, temos de ten-
tar ser felizes. Isso não é inato: se tenta, se conquista, quando Assim, neste exato momento, seleciono as fotos que vou
dá. Boa sorte! imprimir. Depois, o que farei com elas? Talvez um velhinho
numa lojinha centenária encontre um álbum de fotografias
Disponível em http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/colunistas/lya-luft/ cheio de poeira. E me venda. Se é que ainda existirão velhinhos
noticia/2017/06/nao-temos-de-9807278.html Acesso em 11 jul. 2017 e lojas centenárias. Colarei as fotos nas páginas, revivendo em
cada uma a emoção. É coisa antiga, sei. Mas não quero aban-
A colocação do pronome oblíquo é facultativa em: donar momentos tão bons, família e amigos tão queridos, em
a) Ele deixou de os levar para a escola. algum velho celular descarregado.
b) Espero que nos vejamos em breve. Disponível em: http://epoca.globo.com/sociedade/walcyr-carrasco/noticia/
2017/08/fotos-no-celular-socorro.html Acesso em: 30 set. 2017 (Adaptado).
c) Não os julgue por isso.
26 d) Quem os chamou aqui? A posição do pronome oblíquo é facultativa em:
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) “Alguém me puxa”. A posição do pronome destacado é facultativa em:

LÍNGUA PORTUGUESA
b) “Já proprietária de mim, afasta-me uns metros para uma a) A convivência familiar contribui para que os idosos se sin-
posição melhor”. tam amados.
c) “Quando as vejo, compartilho aqueles momentos bons, b) A velhice pode nos levar a refletir sobre quem somos e que
específicos”. fomos.
d) “Se quiser comer uma fatia de seu próprio bolo em paz, terá c) Em outras palavras: nós os abandonamos em suas casas,
de se trancar num armário” sem carinho.
d) Para que sejamos íntegros, é preciso que os idosos se tor-
nem respeitados
50. (FUMARC – 2016)
A GENTE É VELHO...
51. (FUMARC – 2016)
Rubem Alves
A ESCRITA NÃO É “A LÍNGUA”
A gente é velho quando, para descer uma escada, segura Por Marcos Bagno*
firme no corrimão. E os olhos olham para baixo para medir o
tamanho dos degraus e a posição dos pés. UMA LONGUÍSSIMA tradição de vinte e cinco séculos
Quando eu era moço, não era assim. Não segurava no se impregnou de tal modo na cultura ocidental que a jovem
corrimão e não media degraus e pés. Descia os dois lances de ciência linguística, que conta pouco mais de 150 anos, ainda
escada do sobrado do meu avô com a mesma fúria com que peleja para fazer valer seus postulados, muito mais lógicos e
racionais. É a ideia (ou, melhor, a ideologia) de que “a língua”
um pianista toca o prelúdio 16, de Chopin. Ele, pianista, não
é uma entidade muito restrita, acessível a poucos iluminados,
pensa. Se pensasse, não conseguiria tocar, porque o pensa-
aqueles grandes escritores (todos homens, é claro) que se tor-
mento não consegue seguir a velocidade das notas. Toca por-
naram os “clássicos do idioma”. Não é à toa que o português
que seus dedos sabem sem que a cabeça saiba. O pianista se
é chamado de “a língua de Camões”, o espanhol de “a língua
abandona ao saber do corpo. Assim descia eu as escadas do
de Cervantes”, o italiano de “a língua de Dante”, o inglês de “a
sobradão do meu avô. Mas no dia em que o pé começou a tro- língua de Shakespeare” e por aí vai. A escrita literária, desde
peçar, a cabeça compreendeu que eles, os pés, já não sabiam o surgimento dos estudos gramaticais no mundo de língua
como sabiam antes. Agora é preciso o corrimão. Depois virão grega, trezentos anos antes de Cristo, tem sido vítima dessa
as bengalas, corrimões portáteis que se leva por onde se vai. apropriação ideológica. Qual é o problema? O grande escritor
A gente é velho quando, no restaurante, é preciso cuidado não é grande porque respeita mais ou desobedece menos as
ao se levantar. Moço, as pernas sabem medir as distâncias que regras da gramática tradicional. O grande escritor é aquele que
há debaixo da mesa. Mas, agora, é preciso olhar para medir a vai além do normal e do normativo, que tenta dar vazão à sua
distância que há entre o pé da mesa e o bico do sapato. Há sem- sensibilidade, exprimir de modo novo e surpreendente o que
pre o perigo de que o bico do sapato esbarre no pé da mesa e a realidade lhe comunica. É preciso libertar a língua usada pela
o pé da mesa lhe dê uma rasteira, você se estatelando no chão. imensa maioria das pessoas do peso insuportável de ser com-
Quando se é velho, até uma pequena queda pode se transfor- parada aos usos feitos pelos grandes escritores. As pessoas
mar em catástrofe. Há sempre o perigo de uma fratura. não podem até hoje ser oprimidas e reprimidas pela culpa

3
-7
absurda de não falar tal como Machado de Assis escreveu seus
A gente é velho quando é objeto de humilhações bon-

86
romances no final do século 19!
dosas. Como aquela que aconteceu comigo 25 anos atrás. O .6
metrô estava cheio. Jovem, segurei-me num balaústre. Notei A escrita literária é só uma parcela microscópica de todos
34
então que uma jovem de uns 25 anos me olhava com um olhar os múltiplos e variados usos possíveis da língua. Ela não serve
para a descrição gramatical da língua, de como ela funciona,
.5

amoroso. Olhei para ela. E houve um momento de suspensão


94

romântica. Minha cabeça e meu coração se alegraram. Até o das regras em vigor. Para a ciência linguística, a língua é, pri-
mordialmente, aquilo que as pessoas falam no dia a dia, em
-0

momento em que ela se levantou com um sorriso e me ofere-


ceu o seu lugar. Foi um gesto de bondade. suas interações normais, espontâneas, na construção de sua
s

identidade pessoal e da identidade de sua comunidade. Por


tin

Com o seu gesto ela me dizia: “O senhor me traz memó- isso é que não se pode dizer que em Brasil e Portugal “se fala
rias ternas do meu avô...” gente é velho quando entra no box
ar

a mesma língua”. Não, não se fala: brasileiros e portugueses


do chuveiro com passos medrosos e cuidadosos. Há sempre o seguem regras totalmente diversas na hora de falar, têm coisas
M

perigo de um escorregão. Por via das dúvidas, mandei instalar que só existem lá e não existem aqui e vice-versa. Quando fala-
ra

no box da minha casa uma daquelas barras metálicas horizon- mos, contribuímos para a construção única e exclusivamente
ei

tais que funcionam como corrimão. da nossa identidade social e cultural. É maravilhoso podermos
liv

A gente é velho quando começa a ter medo dos tapetes. Os ler a produção literária portuguesa, mas isso não significa que
O

tapetes são perigosos de duas maneiras. Há os pequenos tape- se trate “de uma mesma língua”. Basta ler os textos em voz alta
de

tes de fundo liso, que escorregam. E há os grandes tapetes que para se dar conta disso!
ficam com as pontas levantadas e que fazem ondas. O pé dos Durante mil anos, na Europa, a única língua de cultura foi
a
an

velhos movimenta-se no arrasto e tropeça na ponta levantada o latim clássico: os letrados (só homens, é claro!) já falavam
do tapete ou na armadilha da onda. suas línguas maternas na vida diária, mas elas não eram con-
Lu

A gente é velho quando começa a ter medo dos fotógrafos. sideradas dignas de estudo, de ensino e de aparecer na escrita
Fugir das fotos de perfil porque nelas as barbelas de nelore respeitada. Foi preciso esperar o Renascimento para que isso
aparecem. Nelore é um boi branco. Os pastos estão cheios acontecesse. Pois é assim que nos encontramos hoje no Brasil,
deles, vivos, e as mesas também, sob o disfarce de bifes. E eles numa Idade Média linguística: falamos o português brasileiro,
têm uma papada balançante, as barbelas, que vai da ponta uma língua viva, dinâmica, com gramática própria, mas ainda
nos cobram o ensino e o uso de um “latim clássico”, que é o
do queixo (boi tem queixo?) até o peito. Velhice é quando as
português literário consagrado antigo. E dá-lhe ensinar conju-
barbelas de nelore começam a aparecer. Aí vem a humilhação
gação verbal com “vós”, regências verbais que não significam
conclusiva. Prontas as fotos, eles nos mostram e dizem: “Como
nada para nós, usos de pronomes que não correspondem ao
você está bem!”
que a gente realmente sente e quer expressar. Já passou da
A gente é velho quando, tendo de subir ao palco para dar hora da nossa língua (e não “de a nossa língua”, por favor!) ocu-
uma palestra, tem sempre uma jovem simpática que nos ofe- par de direito o lugar que já ocupa de fato: o de língua materna
rece a mão, temendo que a gente se desequilibre e caia. A gen- de mais de 200 milhões de pessoas, uma das mais faladas do
te aceita o oferecimento com um sorriso. Nunca se sabe... mundo, num País com crescente importância geopolítica e eco-
A gente é velho quando perde a vergonha e se desnuda nômica mundial. “E deixe os portugais morrerem à míngua!”.
fazendo as confissões que acabei de fazer... *Marcos Bagno é linguista, escritor e professor da UNB.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff3010200704.htm Ref.: http://www.carosamigos.com.br/index.php/revista/204-edicao-
Acesso em: 27 ago. 2016 226/5859-falar-brasileiro-a-escrita-nao-e-a-lingua-2 27
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Em relação aos verbos, os pronomes átonos podem situar-se b) “E duraram. Mais até do que ela, que nos deixou em 2004.”
em três posições: próclise, mesóclise e ênclise. c) “Eles jogam bilhar, elas passeiam pelas boas-novas do jar-
Nas frases abaixo, estão sendo utilizados, respectivamente, dim - a flor que se abriu, a árvore que se encheu de lichias.”
como:
d) “Os quatro chegaram ao quarto dela minutos antes de mim.
I. E dá-lhe ensinar conjugação verbal com “vós” Encontrei-os sob o impacto do que ali viram.”
II. O que a realidade lhe comunica
a) Ênclise e próclise.
b) Mesóclise e ênclise. 53. (FUMARC – 2016)
c) Próclise e ênclise. Quem são nossos ídolos?
d) Próclise e mesóclise. Claudio de Moura Castro

Eu estava na França nos idos dos anos 80. Ligando a tele-


52. (FUMARC – 2016) visão, ouvi por acaso uma entrevista com um jovem piloto de
Fórmula 1. Foi-lhe perguntado em quem se inspirava como
A casa
piloto iniciante. A resposta foi pronta: Ayrton Senna. O curio-
Cris Guerra so é que nessa época Senna não havia ganho uma só corrida
importante. Mas bastou ver o piloto brasileiro se preparando
Noite de terça-feira. A casa iluminada, os jardins floridos para uma corrida: era o primeiro a chegar no treino, o único
de gente. Autoridades, fotógrafos, o prefeito. Fazia tempo que a sempre fazer a pista a pé, o que mais trocava ideias com os
nós cinco não voltávamos juntos àquele lugar. A casa repleta
mecânicos e o último a ir embora. Em outras palavras, sua
de desconhecidos e vazia dos que lá habitaram. À nossa volta,
dedicação, tenacidade, atenção aos detalhes eram tão desco-
o público nem sequer desconfiava. Irmãos invisíveis voltando
munais que, aliadas a seu talento, teriam de levar ao sucesso.
a um lugar-chave de sua linha do tempo. Como administrar a
saudade em noite de celebração? Por que tal comentário teria hoje alguma importância?
Quando finalmente pudemos entrar, sabíamos de cor Cada época tem seus ídolos, pois eles são a tradução de
onde era a cozinha, a sala de jogos, o mezanino, o quarto dela. anseios, esperanças, sonhos e identidade cultural daquele
De modo que demos um jeito de subir logo até lá, não sem momento. Mas, ao mesmo tempo, reforçam e ajudam a mate-
antes notar um detalhe ou outro a nos falar sobre a elegância rializar esses modelos de pensar e agir.
de nossos avós. Quem sonharia ter seu passado romanceado
Já faz muito tempo, Heleno de Freitas foi um grande ídolo
por arquitetos contadores de histórias?
do futebol. Segundo consta, jactava-se de tomar uma cachaci-
Os quatro chegaram ao quarto dela minutos antes de mim. nha antes do jogo, para aumentar a criatividade. Entrava em
Encontrei-os sob o impacto do que ali viram. Do teto, fios trans- campo exibindo seu bigodinho e, após o gol, puxava o pen-
parentes sustentavam retratos antigos: JK, Vovô Joubert, Vovó te e corrigia o penteado. O ídolo era a genialidade pura do
Juju, Papai, Mamãe, alguns de nós ainda pequenos.
futebol-arte.
A caixinha de música numa redoma de vidro. Cada móvel

3
Mais tarde, Garrincha era a expressão do povo, com sua

-7
em seu devido lugar, relatando os movimentos e trajetos dela.
alegria e ingenuidade. Era o jogador cujo estilo brotava natu-

86
Deles. Nossos.
ralmente. Era a espontaneidade, como pessoa e como jogo, e
.6
Teremos de voltar muitas vezes para acreditar: nossa era facilmente amado pelos brasileiros, pois materializava as
34
infância eternizada num museu da arquitetura modernista dos
virtudes da criação genial.
.5

anos 40 a 60. A nova Casa Kubitschek enriquece a memória do


Para o jogador “cavador”, cabia não mais do que um prê-
94

visionário JK. Mas seus móveis restaurados contam muito mais


que um modo de morar. mio de consolação. Até que veio Pelé. Genial, sim. Mas disci-
-0

Concluído em 1943 para ser a casa de fim de semana do plinado, dedicado e totalmente comprometido a usar todas as
s

energias para levar a cabo sua tarefa. E de atleta completo e


tin

então prefeito Juscelino, o espaço foi projetado por Niemeyer


com jardins de Burle Marx. Serviu a JK por apenas dois anos - brilhante passou a ser um cidadão exemplar.
ar

logo que pôde, vovô comprou o imóvel. Passaram a ser nossos É bem adiante que vem Ayrton Senna. Tinha talento, sem
M

os domingos ali. Vovó alimentava os peixes e pássaros, dava dúvida. Mas tinha mais do que isso. Tinha a obsessão da disci-
ra

suco de groselha aos beija-flores, oferecia pão com patê aos plina, do detalhe e da dedicação total e completa. Era o talento
ei

gatos. Cobria as mesas com pedaços de feltro, construindo sob a serviço do método e da premeditação, que são muito mais
liv

os tampos de vidro seus próprios quadros modernistas. críticos nesse desporto.


O

Depois que ele se foi, ela viveu ali por muitos anos, buscan- Há mais do que uma coincidência nessa evolução. Nossa
de

do alento nos jardins para as perdas que ainda viria a sofrer. escolha de ídolos evoluiu porque evoluímos. Nossos ídolos do
Minha mãe em 1994, meu pai em 2001. “Que absurdo as coisas
a

passado refletiam nossa imaturidade. Era a época de Macunaí-


an

durarem mais que as pessoas”, ela me disse dias depois da


ma. Era a apologia da genialidade pura. Só talento, pois esforço
morte dele. E duraram. Mais até do que ela, que nos deixou em
Lu

é careta. Admirávamos quem era talentoso por graça de Deus


2004. Mas as pessoas, que não são feitas de coisas, cuidaram
e desdenhávamos o sucesso originado do esforço. Amadure-
de fazer do afeto memória.
cemos. Cresceu o peso da razão nos ídolos. A emoção ingênua
A Casa abre suas portas de terça a sábado. Aos domingos, recuou. Hoje criamos espaço para os ídolos cujo êxito é, em
a entrada é restrita às nossas lembranças. Vovô lê os jornais na
grande medida, resultado da dedicação e da disciplina – como
mesa da varanda, Maria prepara um peixe à milanesa, Vicen-
Pelé e Senna.
za me nega o suco de mexerica antes do almoço. Eles jogam
bilhar, elas passeiam pelas boas-novas do jardim - a flor que se Mas há o outro lado da equação, vital para nossa juven-
abriu, a árvore que se encheu de lichias. tude. Necessitamos de modelos que mostrem o caminho do
Quando for a sua vez de visitar a Casa Kubitschek, respire sucesso por via do esforço e da dedicação. Tais ídolos trazem
fundo e aproveite o dia: é um domingo na minha infância. um ideário mais disciplinado e produtivo.

Disponível em: http://vejabh.abril.com.br/edicoes/casa-cris-guerra-755432. Nossa educação ainda valoriza o aluno genial, que não
shtml Acesso: maio 2013 estuda – ou que, paradoxalmente, se sente na obrigação de
estudar escondido e jactar-se de não fazê-lo. O cê-dêefe é dimi-
A posição do pronome oblíquo é facultativa em: nuído, menosprezado, é um pobre-diabo que só obtém bons
a) “De modo que demos um jeito de subir logo até lá, não sem resultados porque se mata de estudar. A vitória comemorada é
antes notar um detalhe ou outro a nos falar sobre a elegân- a que deriva da improvisação, do golpe de mestre. E, nos casos
28 cia de nossos avós.” mais tristes, até competência na cola é motivo de orgulho.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Parte do sucesso da educação japonesa e dos Tigres Asiá- - É uma compulsão. Sei lá.”, uma compulsão pode ser MELHOR

LÍNGUA PORTUGUESA
ticos provém da crença de que todos podem obter bons resul- substituída por:
tados por via do esforço e da dedicação. Pelo ideário desses a) um defeito.
países, pobres e ricos podem ter sucesso, é só dar duro.
b) um vício.
O êxito em nossa educação passa por uma evolução seme-
lhante à que aconteceu nos desportos – da emoção para a c) uma doença.
razão. É preciso que o sucesso escolar passe a ser visto como d) uma vontade irresistível.
resultado da disciplina, do paroxismo de dedicação, da preme-
ditação e do método na consecução de objetivos.
A valorização da genialidade em estado puro é o atraso, 56. (FUMARC – 2016)
nos desportos e na educação. O modelo para nossos estudan-
Americano passou 2007 sem jogar nada fora
tes deverá ser Ayrton Senna, o supremo cê-dê-efe de nosso
esporte. Se em seu modelo se inspirarem, vejo bons augúrios O ano de 2007 foi um lixo para o empresário americano
para nossa educação. Ari Derfel, de 35 anos, dono de um bufê. Ele guardou todos
os detritos industriais que produziu ao longo do ano. Juntou
Disponível em: http://veja.abril.com.br/idade/educacao/060601/ponto_de_
vista.html. Acesso em: jul. 2016.
tralha suficiente para lotar um quarto de dormir. O objetivo:
avaliar seus próprios hábitos de consumo e, com isso, denun-
A posição do pronome oblíquo destacado é facultativa em: ciar o mundo ambientalmente sujo em que vivemos, informa
o diário San Francisco Chronicle, dos Estados Unidos. “Quando
a) “[...] ou que, paradoxalmente, se sente na obrigação de estu-
jogamos uma coisa fora, o que ‘fora’ significa?”, indaga Derfel.
dar escondido e jactar-se de não fazê-lo.”
O apartamento não fede, porque Derfel lava todas as
b) “Foi-lhe perguntado em quem se inspirava como piloto
embalagens antes de guardá-las. Como se não bastasse ter
iniciante.”
atravessado 12 meses acumulando detritos, ele decidiu esten-
c) “O cê-dê-efe é diminuído, menosprezado, é um pobre- der a aventura para 2008. Quer tentar diminuir o volume
-diabo que só obtém bons resultados porque se mata de acumulado. Mas quais são, enfim, as lições apreendidas? Boa
estudar.” parte do lixo doméstico é resultado de comida embalada. “São
d) Se em seu modelo se inspirarem, vejo bons augúrios para alimentos menos nutritivos, em sua maioria, do que os produ-
nossa educação.” tos frescos”, diz Derfel, citado por El País. “São também mais
caros.”
Conclusão: “Produzindo menos lixo ficarei mais saudável e
mais rico”, resume. Induzido a dizer se está louco, o americano
é categórico: “Não”. Mas admite não ter tido relacionamento
Æ SIGNIFICADO DE VOCÁBULO E EXPRESSÕES amoroso nenhum durante o período de coleta, o que parece
óbvio.
54. (FUMARC – 2018) Os termos destacados estão corretamente
Revista da Semana – ago. 2007.
interpretados entre parênteses, EXCETO em:

3
-7
a) “[...] como não pude proteger meu filho adulto de uma mor- O termo destacado NÃO está corretamente interpretado entre

86
te súbita no mar que ele amava?” (repentina) parênteses em:
b) “No fundo mais fundo da mente, vem a indagação insensa-
.6
a) “Como se não bastasse ter atravessado 12 meses acumu-
34
ta e tola [...]”. (pergunta) lando detritos, ele decidiu estender a aventura para 2008”.
.5

c) “No fundo mais fundo da mente, vem a indagação insensata (prolongar)


94

e tola, mas pungente [...]”. (aguda) b) “Induzido a dizer se está louco, o americano é categórico”.
-0

d) “Um dos meninos sofreu gravíssimos problemas de adicção (estimulado)


s

pelo resto da vida [...]”. (tremura) c) “Induzido a dizer se está louco, o americano é categórico”.
tin

(não admite dúvidas)


ar

d) “Mas quais são, enfim, as lições apreendidas?” (apresentadas)


M

55. (FUMARC – 2017)


ra

PNEU FURADO
ei
liv

O carro estava encostado no meio-fio, com um pneu fura- 57. (FUMARC – 2016)
do. De pé ao lado do carro, olhando desconsoladamente para
O

Assaltos insólitos
o pneu, uma moça muito bonitinha.
de

Affonso Romano Santanna


Tão bonitinha que atrás parou outro carro e dele desceu
a

um homem dizendo “Pode deixar”. Ele trocaria o pneu.


an

Assalto não tem graça nenhuma, mas alguns, contados


- Você tem macaco? - perguntou o homem. depois, até que são engraçados.
Lu

- Não - respondeu a moça. É igual a certos incidentes de viagem, que, quando aconte-
- Tudo bem, eu tenho - disse o homem cem, deixam a gente aborrecidíssimo, mas, depois, narrados
aos amigos num jantar, passam a ter sabor de anedota.
- Você tem estepe?
Uma vez me contaram de um cidadão que foi assaltado em
- Não - disse a moça.
sua casa. Até aí, nada demais. Tem gente que é assaltada na
- Vamos usar o meu - disse o homem. rua, no ônibus, no escritório, até dentro de igrejas e hospitais,
E pôs-se a trabalhar, trocando o pneu, sob o olhar da moça. mas muitos o são na própria casa. O que não diminui o descon-
Terminou no momento em que chegava o ônibus que a forto da situação.
moça estava esperando. Ele ficou ali, suando, de boca aberta, Pois lá estava o dito cujo em sua casa, mas vestido em rou-
vendo o ônibus se afastar. pa de trabalho, pois resolvera dar uma pintura na garagem e
Dali a pouco chegou o dono do carro. na cozinha. As crianças haviam saído com a mulher para fazer
compras e o marido se entregava a essa terapêutica atividade,
- Puxa, você trocou o pneu pra mim. Muito obrigado. quando, da garagem, vê adentrar pelo jardim dois indivíduos
- É. Eu... Eu não posso ver pneu furado. Tenho que trocar. suspeitos.
- Coisa estranha. - É uma compulsão. Sei lá. Mal teve tempo de tomar uma atitude e já ouvia:
(VERÍSSIMO, Luís Fernando. Pai não entende nada. L&PM, 1991). - É um assalto, fica quieto senão leva chumbo. 29
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ele já se preparava para toda sorte de tragédias quando Outras correções são tão ou mais bobas que esta. Por
um dos ladrões pergunta: exemplo, “quem tem boca vaia Roma”, por “vai a Roma”; “bata-
- Cadê o patrão? tinha quando nasce, põe a rama pelo chão” por “se esparrama
pelo chão”; “matar a cobra mostrar a cobra”, em vez de “mos-
Num rasgo de criatividade, respondeu:
trar o pau” etc.
- Saiu, foi com a família ao mercado, mas já volta.
Sabe-se que as línguas mudam. Em geral, fazem isso
- Então vamos lá dentro, mostre tudo. seguindo forças mais ou menos ‘ocultas’. Políticas linguísticas
Fingindo-se, então, de empregado de si mesmo, e ao mes- dificilmente interferem em questões como o sentido das pala-
mo tempo para livrar sua cara, começou a dizer: vras ou de textos, pequenos ou grandes. Elas podem registrar,
- Se quiserem levar, podem levar tudo, estou me lixando, inibir ou incentivar. Mas não criam nem desfazem fatos.
não gosto desse patrão. Os casos acima mencionados podem ser considerados,
- Paga mal, é um pão-duro. Por que não levam aquele rádio além de tudo, erros de análise. Provérbios não são literais:
ali? Olha, se eu fosse vocês levava aquele som também. Na “quem tem boca vai a Roma” significa que, perguntando, pode-
cozinha tem uma batedeira ótima da patroa. Não querem uns -se chegar a qualquer lugar (não se trata de boca, mas de fala,
discos? Dinheiro não tem, pois ouvi dizer que botam tudo no nem de Roma, mas de qualquer lugar).
banco, mas ali dentro do armário tem uma porção de caixas de Ref.: http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/palavreado/meninxs-eu-vi
bombons, que o patrão é tarado por bombom. [adaptado]
Os ladrões recolheram tudo o que o falso empregado indi-
cou e saíram apressados. Qual o sentido da palavra pletora no texto?
Daí a pouco chegavam a mulher e os filhos. a) Abundância.
Sentado na sala, o marido ria, ria, tanto nervoso, quanto ali- b) Irregularidade.
viado do próprio assalto que ajudara a fazer contra si mesmo. c) Limitação.
Disponível em: http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2010/04/ d) Necessidade
blogs/628982assaltos-insolitos.html Acesso em: 19 ago. 2016

Vocabulário
Insólito – incomum 59. (FUMARC – 2016)

A palavra destacada NÃO está corretamente interpretada entre Estudante obriga indústria a mudar caixa de sucos com erro
parênteses em: gramatical
a) “[...] mas, depois, narrados aos amigos num jantar, passam a No Reino Unido, Albert Gifford, 15, obrigou a gigante Tesco
ter sabor de anedota.” (piada) a trocar embalagens de suco que tinham erro No Reino Uni-
do, a rede de supermercados Tesco foi forçada a trocar suas
b) “[...] vê adentrar pelo jardim dois indivíduos suspeitos.”
embalagens de suco de laranja depois que um estudante
(arrastar)
denunciou um grave erro gramatical. As informações são do
c) “É igual a certos incidentes de viagem, que, quando aconte-

3
jornal britânico Daily Mail.

-7
cem, deixam a gente aborrecidíssimo [...].” (imprevistos)
Durante um café da manhã, o estudante Albert Gifford, 15,

86
d) “O que não diminui o desconforto da situação.” (incômodo) leu na caixa que seu suco era feito apenas com as “most tas-
.6
tiest” laranjas – seria o equivalente a dizer em português que
34

eram as “mais melhores” laranjas.


.5
94

58. (FUMARC – 2016) O garoto de Shepton Mallet, sudoeste da Inglaterra, escre-


veu para a rede de mercados para fazer a reclamação e sugerir
-0

Meninxs, eu vi!
que a expressão incorreta fosse trocada por “tastiest” ou “most
Na coluna ‘Palavreado’, Sírio Possenti discute as relações
s

tasty”, como mandam as regras da língua inglesa.


tin

entre gênero gramatical e gênero social. Será realmente neces-


sário alterar a concordância de certas expressões para evitar Após esperar por dias a resposta da empresa, sem suces-
ar

o sexismo? so, o adolescente decidiu escrever uma carta ao tabloide Daily


M

Por: Sírio Possenti Mail contando o erro, a sua indignação e a apatia da empresa.
ra

A carta foi publicada no jornal na outra semana.


ei

Publicado em 26/11/2015
No dia seguinte à publicação, Albert recebeu uma resposta
liv

A pretexto de incluir todos os gêneros, o colégio D. Pedro da Tesco, prometendo que as novas embalagens serão corri-
O

II, no Rio de Janeiro, passou a adotar, em comunicados oficiais,


gidas. “Nosso grupo de designers checa todas as embalagens
de

uma grafia que elimina Os e As em palavras como “alunos” e


com muito cuidado antes que sejam usadas e fazemos revi-
“alunas”, substituindo essas letras por X: “alunxs”. A opção faz
a

sões regulares, mas aparentemente esse erro passou”, disse


an

parte de uma pletora de casos em que se pretende corrigir


um representante da empresa a Albert, segundo o Daily Mail.
aspectos da língua e de textos, supostamente por serem ofen-
Lu

sivos, excludentes ou inexatos. O estudante, que pretende cursar medicina, sentiu-se con-
templado pela resposta da empresa e brincou: “Não acho que
Na categoria dos inexatos está, por exemplo, a intervenção
as embalagens de mercado deveriam ser responsáveis por
(basicamente da Rede Globo, mas que pegou) visando corrigir
ensinar gramática aos jovens, mas não consigo deixar de pen-
a expressão “risco de vida” por “risco de morte”. A ideia é que
sar que cada pequena coisa ajuda.”
risco para a vida não é risco de vida, que significaria risco de
viver. Disponível em: http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/03/14/aluno-
obriga-industriaamudar-embalagem-de-sucos-com-erro-gramatical.htm
A análise da expressão, sem considerar seu domínio Acesso em: 12 jun. 2016.
semântico mais amplo, corre o risco de ser falsa. No mínimo,
deveriam ser levadas em conta construções como “arriscar a As palavras destacadas estão corretamente interpretadas entre
vida”, que significa ‘correr risco de perder a vida’ (análoga a parênteses, EXCETO em:
“arriscar o salário nos cavalos”, que significa, evidentemente,
‘correr risco de perder o salário...’). É o que se pode ver nos a) “[...] o adolescente decidiu escrever uma carta ao tabloide
bons dicionários (Houaiss registra “arriscar: expor a risco ou Daily Mail contando o erro, a sua indignação e a apatia da
perigo”) e mesmo em outras línguas (como risquer la vie, em empresa.” (indiferença)
francês, cf. Petit Larousse). Em suma: ninguém arrisca a morte, b) “Após esperar por dias a resposta da empresa, sem sucesso,
ninguém arrisca perder o que não tem. Por isso, só se corre o adolescente decidiu escrever uma carta ao tabloide Daily
30 risco de vida. Mail contando o erro [...].” (jornal)
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
c) “Nosso grupo de designers checa todas as embalagens com Parte do sucesso da educação japonesa e dos Tigres Asiá-

LÍNGUA PORTUGUESA
muito cuidado antes que sejam usadas e fazemos revisões ticos provém da crença de que todos podem obter bons resul-
regulares [...].” (confere) tados por via do esforço e da dedicação. Pelo ideário desses
d) “O estudante, que pretende cursar medicina, sentiu-se países, pobres e ricos podem ter sucesso, é só dar duro.
contemplado pela resposta da empresa e brincou [...].” O êxito em nossa educação passa por uma evolução seme-
(admirado) lhante à que aconteceu nos desportos – da emoção para a
razão. É preciso que o sucesso escolar passe a ser visto como
resultado da disciplina, do paroxismo de dedicação, da preme-
ditação e do método na consecução de objetivos.
60. (FUMARC – 2016)
A valorização da genialidade em estado puro é o atraso,
Quem são nossos ídolos?
nos desportos e na educação. O modelo para nossos estudan-
Claudio de Moura Castro tes deverá ser Ayrton Senna, o supremo cê-dê-efe de nosso
esporte. Se em seu modelo se inspirarem, vejo bons augúrios
Eu estava na França nos idos dos anos 80. Ligando a tele- para nossa educação.
visão, ouvi por acaso uma entrevista com um jovem piloto de
Disponível em: http://veja.abril.com.br/idade/educacao/060601/ponto_de_
Fórmula 1. Foi-lhe perguntado em quem se inspirava como
vista.html. Acesso em: jul. 2016.
piloto iniciante. A resposta foi pronta: Ayrton Senna. O curio-
so é que nessa época Senna não havia ganho uma só corrida Todas as palavras estão corretamente interpretadas entre
importante. Mas bastou ver o piloto brasileiro se preparando parênteses, EXCETO em:
para uma corrida: era o primeiro a chegar no treino, o único
a sempre fazer a pista a pé, o que mais trocava ideias com os a) A valorização da genialidade em estado puro é o atraso, nos
mecânicos e o último a ir embora. Em outras palavras, sua desportos e na educação. (esportes)
dedicação, tenacidade, atenção aos detalhes eram tão desco- b) Em outras palavras, sua dedicação, tenacidade, atenção aos
munais que, aliadas a seu talento, teriam de levar ao sucesso. detalhes eram tão descomunais que, aliadas a seu talento,
Por que tal comentário teria hoje alguma importância? teriam de levar ao sucesso. (persistência)

Cada época tem seus ídolos, pois eles são a tradução de c) Se em seu modelo se inspirarem, vejo bons augúrios para
anseios, esperanças, sonhos e identidade cultural daquele nossa educação. (formatos)
momento. Mas, ao mesmo tempo, reforçam e ajudam a mate- d) Segundo consta, jactava-se de tomar uma cachacinha
rializar esses modelos de pensar e agir. antes do jogo, para aumentar a criatividade. (orgulhava-se)
Já faz muito tempo, Heleno de Freitas foi um grande ídolo
do futebol. Segundo consta, jactava-se de tomar uma cachaci-
nha antes do jogo, para aumentar a criatividade. Entrava em 61. (FUMARC – 2014)
campo exibindo seu bigodinho e, após o gol, puxava o pen-
PAIS, FILHOS E BOAS MANEIRAS
te e corrigia o penteado. O ídolo era a genialidade pura do
futebol-arte. Luiz Caversan

3
-7
Mais tarde, Garrincha era a expressão do povo, com sua
Dia desses enfrentei um estresse típico de grande cidade,

86
alegria e ingenuidade. Era o jogador cujo estilo brotava natu-
mas que acabou por oferecer bons momentos de reflexão.
ralmente. Era a espontaneidade, como pessoa e como jogo, e .6
Tarde da noite, estava ao volante subindo uma alça de um
34
era facilmente amado pelos brasileiros, pois materializava as
virtudes da criação genial. dos muitos viadutos de São Paulo, quando, no final da curva,
.5

vejo um veículo que, ao tentar desviar de outro, quebrado,


94

Para o jogador “cavador”, cabia não mais do que um prê-


empreendia uma manobra arriscada na pista.
-0

mio de consolação. Até que veio Pelé. Genial, sim. Mas disci-
plinado, dedicado e totalmente comprometido a usar todas as Não deu outra: os freios e a mudança brusca de direção
s

energias para levar a cabo sua tarefa. E de atleta completo e foram insuficientes para evitar o impacto.
tin

brilhante passou a ser um cidadão exemplar. Felizmente, apenas danos materiais, tanto no meu veículo
ar

É bem adiante que vem Ayrton Senna. Tinha talento, sem quanto no outro, de onde logo saíram dois jovens na casa dos
M

dúvida. Mas tinha mais do que isso. Tinha a obsessão da disci- vinte e tantos anos, um deles, o motorista, bem nervosinho.
ra

plina, do detalhe e da dedicação total e completa. Era o talento “Está tudo bem aí?”, perguntei.
ei

a serviço do método e da premeditação, que são muito mais


liv

“Claro que não, seu barbeiro, olha o que você fez no meu
críticos nesse desporto.
O

carro.”
Há mais do que uma coincidência nessa evolução. Nossa
de

Ainda bem que, em sua grosseria, o rapaz não me chamou


escolha de ídolos evoluiu porque evoluímos. Nossos ídolos do de tio, porque aí soaria mais ofensivo...
a

passado refletiam nossa imaturidade. Era a época de Macunaí-


an

De qualquer maneira, tentei acalmá-lo, dizendo que ele


ma. Era a apologia da genialidade pura. Só talento, pois esforço
Lu

estava numa manobra arriscada e que eu de fato não consegui


é careta. Admirávamos quem era talentoso por graça de Deus
parar.
e desdenhávamos o sucesso originado do esforço. Amadure-
cemos. Cresceu o peso da razão nos ídolos. A emoção ingênua Foi a conta para que ele quisesse partir pra ignorância. Mas
recuou. Hoje criamos espaço para os ídolos cujo êxito é, em outros carros e motoristas já estavam atulhados na pista, e
grande medida, resultado da dedicação e da disciplina – como pessoas mais equilibradas impediram que o rapaz cometesse
Pelé e Senna. alguma impropriedade.
Mas há o outro lado da equação, vital para nossa juven- “Ok, vamos chamar a polícia”, disse eu, já que o caminho da
tude. Necessitamos de modelos que mostrem o caminho do conversa civilizada estava fatalmente obstruído.
sucesso por via do esforço e da dedicação. Tais ídolos trazem “Isso mesmo!”, gritou o rapaz. “Vamos chamar a polícia,
um ideário mais disciplinado e produtivo. porque você não sabe com quem está falando!”
Nossa educação ainda valoriza o aluno genial, que não Pronto, estava armado o circo.
estuda – ou que, paradoxalmente, se sente na obrigação de
O menino tinha as “costas quentes” e estava ali louco para
estudar escondido e jactar-se de não fazê-lo. O cê-dêefe é dimi-
exercer o seu poder.
nuído, menosprezado, é um pobre-diabo que só obtém bons
resultados porque se mata de estudar. A vitória comemorada é “E porventura com quem eu estou falando?”
a que deriva da improvisação, do golpe de mestre. E, nos casos “Meu pai é coronel da PM e vai resolver rapidinho isso aqui.
mais tristes, até competência na cola é motivo de orgulho. Você vai se dar mal...” 31
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Bem, para encurtar a história, logo chegou uma viatura A história começa com esse horror com que me acostumei:
com dois policiais, que educadamente vieram ouvir minha ver- caminhões não param nem para ver se a gente está vivo. Ain-
são e, em seguida, foram conversar com o rapaz, que não titu- da dentro do carro, sangrando, meu amigo médico pegou o
beou em dar ordens, exigindo que eles me inculpassem e, pelo celular para pedir socorro. Estava sem bateria. Um Gol parou.
rádio, localizassem o tal coronel. Dois rapazes desceram e ofereceram ajuda. Auxiliaram-no a
subir a rampa até uma empresa, cujo segurança, finalmente,
Ficamos nessa lengalenga durante uns 40 minutos, os PMs
chamou a polícia. O acidentado voltou para o carro. As duas
já pelas tampas com o garoto, até que desce de um automóvel
“almas bondosas” haviam roubado tudo o que ele tinha. Sim,
um senhor grisalho, magro e que calmamente olhou os dois
os rapazes do Gol levaram celular, carteira, cartões de crédito,
carros batidos. Foi logo assediado pelo nervosinho que, gesti- bolsa. Tudo. E fugiram. É um segundo horror, que superdimen-
culando muito, começou a esbravejar. Mas logo se viu contido siona o outro. O pior é a conclusão do médico:
por um indiscutível “cala boca” do pai-coronel.
– Ainda bem que eu estava sem bateria e não fiquei no car-
Em seguida, o senhor sacou sua identificação funcional e ro. E que não cheguei quando roubavam. Aí, teriam acabado
foi conversar com os policiais, que bateram continência e rela- comigo.
taram a situação e as atitudes do filho. Menos de cinco minutos
Verdade absoluta. Teria sido fácil, para roubar, acabar com
depois, ele dirigiu-se a mim educadamente e com ar grave e
o médico ensanguentado. Nem deixariam pistas, tudo seria
ligeiramente envergonhado, disse: “Eu peço sinceramente que
debitado ao acidente.
o senhor desculpe as atitudes do meu filho. Em nossa família,
não toleramos esse tipo de comportamento e ele vai se haver Esse acontecimento me provoca um pavor profundo. Estou
comigo. Eis meu cartão, o sr. providencie o conserto do seu ficando velho. Sou de um tempo em que mesmo adolescente,
carro e me mande a conta, por gentileza.” às vezes, quando saía, amanhecia no ponto de ônibus esperan-
do o primeiro da minha linha. Quantas vezes amigos e eu pas-
Imediatamente ele chamou o filho num canto e passou samos o final da madrugada no banco de uma praça, batendo
uma descompostura tão grande, mas tão grande no rapaz que papo até o ônibus chegar? Também sou de um tempo em que,
deu até pena. Não alterou a voz, não fez gestos bruscos, ape- para viajar, ia para a estrada e pegava carona. Era fácil, sempre
nas exerceu, como se deve, o papel, o direito e o dever de pai havia um carro que parava. De carona em carona, eu chegava
de um jovem abusado, colocando-o em seu devido lugar. ao meu destino. Nem sabia o que era pegar ônibus para viajar.
Ainda bem que ainda há cidadãos como o coronel da outra Avião, menos ainda. Hoje, eu mesmo não paro quando alguém
noite. me pede carona. Tenho medo. Mesmo porque são inúmeros
os casos em que a generosidade é recompensada com assaltos
Disponível em: www1.folha.uol.com.br/colunas/luizcaversan /310088-pais-
e agressões. Até assassinatos.
filhos-e-boasmaneiras. shtml (Adaptado) Acesso em: 27 ago. 2016.
Assaltos sempre aconteceram. Psicopatas existem. O que
No período “O menino tinha as ‘costas quentes’ e estava ali lou- me apavora é essa sensação disseminada de vale-tudo na
co para exercer o seu poder”, a expressão “as ‘costas quentes’” nossa sociedade. Comecei a contar a história do médico a três
pode ser interpretada como outros amigos. Todos, antes de eu terminar, disseram:
a) apadrinhamento político. – Aposto que os caras do Gol tinham roubado tudo.
b) um bom cargo. A completa falta de ética já é esperada, tida como normal.
É intrínseca à sociedade nacional. Não posso falar por todos

3
c) uma boa situação financeira. os países do mundo. Costumo viajar, andar à noite pelas ruas,

-7
d) uma pessoa que o protegia. eventualmente ser ajudado por desconhecidos. Esse descaso

86
com o outro, só vejo mesmo por aqui. Um ator conhecido certa
.6
vez viu uma mulher atropelada na rua, abandonada pelo autor
34
do acidente. Botou no seu próprio carro e levou ao hospital.
.5

62. (FUMARC – 2014) Os termos destacados estão corretamente Não deu outra: mais tarde a dita-cuja o acusou de ser respon-
94

interpretados entre parênteses, EXCETO em: sável pelo atropelamento. Exigiu indenização. Em vez de agra-
-0

a) “Ao invés de sentir vergonha pelo seu fracasso como pai, decer, deu um golpe. Soube também de donos de automóveis
quis remediar o irremediável pelo lado mais nefasto, o da que instalam câmeras em seus veículos, porque há gente que
s

se atira na frente, para mais tarde processar. A gravação serve


tin

desfaçatez, o da dissimulação, o da mentira.” (indiferença)


para provar a má intenção da “vítima”. Resultado: se atropelar
ar

b) “Ao invés de sentir vergonha pelo seu fracasso como pai,


alguém, óbvio, socorrerei. Mas terei medo de pôr no meu carro
M

quis remediar o irremediável pelo lado mais nefasto, o da


alguém que encontre ferido, atropelado, precisando de ajuda,
desfaçatez, o da dissimulação, o da mentira.” (corrigir)
ra

porque tudo pode se voltar contra mim.


ei

c) “Ao invés de sentir vergonha pelo seu fracasso como pai,


Aí meu medo aumenta. Já não é mais relacionado a ser
liv

quis remediar o irremediável pelo lado mais nefasto, o da


assaltado, sofrer alguma violência. É o que o medo do medo
desfaçatez, o da dissimulação, o da mentira.” (prejudicial)
O

faz comigo, interiormente. Me sinto uma pessoa muito menos


de

d) “Ao invés de sentir vergonha pelo seu fracasso como pai, disposta a ser generosa. Sempre estranhei as recomendações
quis remediar o irremediável pelo lado mais nefasto, o da do seguro: no caso de problema com o carro, chamar o socorro
a

desfaçatez, o da dissimulação, o da mentira.” (fingimento) e ficar distante do veículo, até sua chegada. Depois do episódio
an

com o médico, entendo. O ferido está mais exposto. Nem falo


Lu

das mulheres assassinadas só por esboçar um gesto de defesa


quando querem roubar suas bolsas. Só isso daria um livro.
63. (FUMARC – 2014) Leia, atentamente, o texto.
O amor ao próximo, o sentimento pelo outro, foi eliminado
Eu tenho medo de nossas relações sociais. Resta o medo, o mesmo que sinto
Walcyr Carrasco dentro de mim. Não só do que me assusta. Mas que me trans-
forma em alguém pior do que eu queria ser.
Parece história de humor negro. Não é. Aconteceu de ver- Fonte: Revista Época, n. 856, 27 out. 2014, p. 106.
dade, é realmente um horror. Um amigo, médico dermatolo-
gista, foi fechado por um caminhão num dos acessos à Avenida As palavras destacadas estão corretamente interpretadas entre
23 de Maio, em São Paulo. O carro saiu da pista, despencou parênteses, EXCETO:
pela ribanceira e colidiu com arbustos, pedras, desníveis de a) “[...] andar à noite pelas ruas, eventualmente ser ajudado
terreno. Meu amigo bateu a cabeça, ensanguentou-se. Pri- por desconhecidos.” (casualmente)
meiro horror: o caminhão fugiu. Sei que isso não surpreende
b) “[...] mulheres assassinadas só por esboçar um gesto de
ninguém. Nunca ouvi a história de um caminhão que parasse
defesa [...]” (mostrar)
após provocar um acidente. Um funcionário meu recentemen-
te foi fechado por um, em plena Via Dutra. Ele se machucou, c) “É intrínseca à sociedade nacional.” (própria)
o carro amassou em toda a lateral. O caminhoneiro acelerou, d) “O que me apavora é essa sensação disseminada de vale-
32 para se ver livre da responsabilidade. -tudo [...].” (divergente)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Æ PONTUAÇÃO (PONTO, VÍRGULA, TRAVESSÃO, 67. (FUMARC – 2021)

LÍNGUA PORTUGUESA
ASPAS, PARÊNTESES ETC.) Piada
Não faltam piadas sobre hipotéticos extraterrenos e suas
64. (FUMARC – 2021) As primeiras sessões de cinema, mudas reações às esquisitices humanas. Tipo “o que não diria um
até 1929, eram documentários e narrativas rudimentares marciano, se chegasse aqui e...” Como já se sabe que Marte é
acompanhados por um piano (ou até mesmo por uma orques- um imenso terreno baldio onde não cresce nada, o proverbial
tra, nas grandes salas) que pontuava as cenas mais emocionan- homenzinho verde teria que vir de mais longe, mas sua estra-
tes. O uso das vírgulas no parágrafo acima justifica-se para nheza com a Terra não seria menor. Imagine, por exemplo, um
a) destacar um objeto direto pleonástico. visitante do espaço olhando um mapa do Brasil e, depois, sen-
do informado de que um dos principais problemas do país é a
b) inserir informação intercalada entre o sujeito e seu predi- falta de terras. Nosso homenzinho teria toda razão para rolar
cado. pelo chão e dar gargalhadas por todas as bocas.
c) para dar ênfase ao adjunto adverbial. VERÍSSIMO, Luís F. Novas comédias da vida pública: a versão dos afogados.
d) separar duas orações com a mesma função sintática. Porto Alegre: L&PM, 1997. p. 115. (Adaptado)

No Texto, NÃO se identifica o uso de vírgulas para


a) isolar expressões explicativas.
65. (FUMARC – 2021)
b) isolar o aposto do termo principal.
Ética do policial
c) separar oração adverbial, quando anteposta à principal.
Hoje, nota-se que muitas pessoas demonstram não ter
d) separar oração coordenada sindética.
uma cultura de valores inserida em sua vida, criando situações
angustiantes, vividas também por colegas de profissão, fami-
liares e amigos. Esse sentimento não é restrito a uma deter-
minada idade ou sexo; essa “deseducação” é percebida desde 68. (FUMARC – 2021)
a infância e se estende até a adolescência, quando apresen- Ética profissional
ta seu maior pico, e, muitas vezes, se mantém durante a vida
O ser humano se constitui numa trama de relações sociais,
adulta. As pessoas agridem o patrimônio público, trans ferindo
na medida em que ele adquire o seu modo de ser, agindo no
a violência presente em seu convívio familiar e social para as
contexto das relações sociais nas quais vive, produz, consome
coisas que não possuem proprietário visível, comportando-se
e sobrevive. Em suma, o ser humano emerge, no seu modo
de maneira inadequada e im própria. Ao mesmo tempo, obser- de agir (habitual ou não), as condutas normatizadas ou não,
va-se que há uma escassez cada vez maior de afeto, de limites, as convivências sadias ou neuróticas, as relações de trabalho,
de direitos e deveres respeitados por parte dos indivíduos na de consumo, que constituem prática, social e historicamente o
postura de cidadãos. ser humano. Numa dimensão geral, Luckesi (1992) deli mita o
Percebe-se que alguns valores de suma importância para ser humano como sendo o “conjunto das relações sociais” das
se viver bem em sociedade vêm sendo esquecidos. O mundo quais participa de forma ativa.
físico e social se complicou muito; todavia, o homem não vive Para compreender como o ser humano se constitui na

3
isolado ou num mundo só material, mas, sim, num mundo de dinâmica das relações sociais como ser ativo, social e histó-

-7
convivência, cujos valores precisam ser conhecidos, compreen- rico, Luckesi (1992) sugere observar as condições que Marx

86
didos e postos em prática. faz sobre o trabalho como o elemento essencial constitutivo
.6
Pretende-se evidenciar, também, que a ética profissional 4 do ser humano. O modo como as pessoas agem se faz de
34

em sintonia com a responsabilidade e competência profissio- forma social e histórica, produzindo não só o mundo dos bens
.5

nal é que permitirão ao profissional da segurança pública em materiais, mas também o próprio modo de ser do ser humano.
94

Sob esse prisma, sendo o trabalho entendido como fator de


especial ao policial, poder e querer realizar um trabalho real-
-0

construção do ser humano, porque é através dele que se faz e


mente comprometido com sua posição social que a sociedade
se constrói. O ser humano se torna propriamente humano na
s

lhe confiou, bem como com a garantia da efetivação dos direi-


medida em que, conjuntamente com outros seres humanos,
tin

tos do povo para a garantia do pro cesso de transformação da


pela ação, modifica o mundo externo conforme suas necessi-
ar

sociedade atual. [...] dades. Ao mesmo tempo, constrói-se a si mesmo. E para que
M

Fonte: SILVA, Alcionir do Amarante. Ética do policial. TCC Curso de Filosofia essas construções coletivas e individuais ocorram em prol do
ra

UNISUL, 2011.15 p. (Adaptado). bem comum cada profissão conta com um conjunto de regras
ei

que delimitam o que é considerado socialmente “cor reto” e


liv

“O mundo físico e social se complicou muito; todavia, o homem “errado”, através de um código de ética profissional.
não vive isolado ou num mundo só material, mas, sim, num
O

Assim como todos os atos e julgamentos, a prática profis-


mundo de convivência, cujos valores precisam ser conhecidos,
de

sional pressupõe normas que apontam o que se deve fazer.


compreendidos e postos em prática.” Normas aceitas e reconhecidas com as quais os indivíduos
a

Sobre a pontuação do período acima, NÃO é correto afirmar: compreendem como devem agir. A ação de um indivíduo é o
an

a) A conjunção adverbial “e” elimina a vírgula pela presença da resultado de uma decisão refletida. Portanto, quando se refle-
Lu

enumeração. te sobre as ações, sobre o comportamento prático com seus


juízos, entra-se na esfera ética; quando essas ações envolvem
b) A palavra “sim” está entre vírgulas para enfatizar o ponto de o campo profissional, passa-se a falar de código de ética.
vista do autor.
O primeiro dever que a profissão impõe aos profissionais
c) A vírgula antes do pronome relativo “cujos” antecede uma da segurança pública é, sem dúvida, o de bem conhecê-la. Não
oração adjetiva. se pode, em verdade, exercer uma profissão, desconhecen-
d) O ponto e vírgula foi empregado para marcar um contraste do-lhe os deveres, as regras de conduta, as prerrogativas, até
entre as orações. porque observar os preceitos do Código de Ética profissional é
dever inerente ao exercício de toda profissão.
Fonte: SILVA, Alcionir do Amarante. Ética do policial. TCC Curso de Filosofia
UNISUL, 2011.15p (Adaptado).
66. (FUMARC – 2021) O uso de aspas na palavra “deseducação”
indica No Texto, os 2 (dois) usos de aspas demarcam
a) citação. a) alusão e explicação.
b) estrangeirismo. b) citação e ênfase.
c) neologismo. c) epígrafe e norma.
d) paráfrase. d) paródia e conceito. 33
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
69. (FUMARC – 2021) Embora a criança não disponha de dinheiro, ela tem o
Tecnologia com humanidade-2 poder de seduzir os adultos que compram para agradá-la ou
se livrar de tanta insistência. E ela não tem idade para discernir
Em cada notícia falsa disparada ou postada, existe um ou valorar os produtos, nem distinguir entre o necessário e o
fator humano que colabora de maneira decisiva para que ela supérfluo.
ganhe escala e cause estragos. Algo que explicam como “efeito
manada”, termo usado para descrever o comporta mento de Fui criança logo após a Segunda Grande Guerra. O cine-
indivíduos que reagem todos da mesma forma, quando estão ma e as revistas em quadrinhos, em geral originados nos EUA,
em grupo, mesmo sem análise ou informação suficientes para exaltavam os feitos bélicos, do faroeste aos combates aéreos.
tomarem determinada decisão. Centenas e até milhares de No quintal de casa eu e meus amigos brincávamos de bandido
pessoas, em efeito manada, contribuem para a dispersão das e mocinho. Nossos cavalos eram cabos de vassoura.
fake news. A informação falsa, distribuída via mídias sociais Um dia, o Celsinho ganhou do pai um cavalinho de madeira
para grupos de amigos e seguidores, pode vir acompanhada apoiado em uma tábua com quatro rodinhas. Ficamos todos
de ataques violentos. Com esses comportamentos, as pessoas fascinados diante daquela maravilha adquirida em uma loja de
deixam de usar a Justiça, uma das mais importantes virtudes brinquedos.
humanas. O termo virtude, segundo o dicionário, é a dispo- Durou pouco. Dois ou três dias depois voltamos aos nos-
sição do indivíduo de praticar o bem, são hábitos constantes sos cabos de vassoura. Por quê? A resposta agora me parece
que regulam nossos atos, ordenam nossas emoções e guiam óbvia: o cabo de vassoura “dialogava” com a nossa imagina-
nossa conduta. [...] ção. Assim como o trapo que o bebê não larga nem na hora
Fonte: FERRAZ, Alice. de dormir.
O direito à fantasia deveria constar da Declaração Univer-
Tecnologia com humanidade. 5 jul. 2020. (Adaptado) Disponível sal dos Direitos Humanos.
em: https://www.terra.com.br/noticias/tecnologia-com-humani
dade,6e0c38f966cb5195d1a8f89314bc007f5g2xrf68.htm Disponível em: http://hojeemdia.com.br/opini%C3%A3o/colunas/frei-
betto-1.334186/direito-%C3%A0-fantasia-1.550900. Adaptado. Acesso em:
18 jan. 2018.
I. Centenas e até milhares de pessoas, em efeito manada,
contribuem para a dispersão das fake news.
Atente para os dois excertos abaixo, sobre os quais se seguirão
II. O termo virtude, segundo o dicionário, é a disposição do algumas assertivas referentes a escolhas morfossintáticas e
indivíduo de praticar o bem (...). Sobre o uso de vírgulas nas semânticas feitas pelo autor. Anteponha-lhes V (verdadeiro) ou
frases acima, é CORRETO afirmar: F (falso):
a) Indicam apostos. I. As novas tecnologias tendem a coibir a fantasia em crian-
b) Isolam adjunto adverbial e termos que quebram uma ças que preferem a companhia do celular à dos amigos. O
sequência sintática. celular isola; a amizade entrosa. O celular estabelece uma
c) Marcam orações adverbiais, quando antepostas à oração relação monológica com o real; a amizade, dialógica. O risco
principal. é a tecnologia, tão rica em atrativos, “roubar” da criança o
direito de sonhar.
d) Separam orações coordenadas.
II. A infância é, por excelência, a idade da fantasia. A puberda-

3
de, o choque de realidade. Privar uma criança de sonhos é

-7
forçá-la a, precocemente, antecipar seu ingresso na idade

86
70. (FUMARC – 2018) Texto adulta. E esse débito exige compensação. O risco é ele ser
.6
Direito à fantasia pago com as drogas, a via química ao universo onírico.
34

( ) Em “O celular estabelece uma relação monológica com o


.5

Frei Betto 05/08/2017 - 06h00


real; a amizade, dialógica.”, o uso da vírgula indicando elip-
94

A fantasia é a matéria-prima da realidade. Tudo que é real, se é crucial para a correta compreensão do enunciado. Da
-0

do computador ao jornal no qual você lê este texto, nasceu mesma forma, isso ocorre em “A puberdade, o choque de
realidade.
s

da fantasia de quem criou o artigo, concebeu o computador e


tin

editou a publicação. ( ) Em ambos os fragmentos, veem-se situações em que


ar

A cadeira na qual me sento teve seu desenho concebido se justifica o emprego da vírgula para separar termo(s)
M

previamente na mente de quem a criou. Daí a força da ficção. intercalado(s).


ra

Ela molda a realidade. ( ) No excerto II, temos o emprego da vírgula separando voca-
ei

A infância é, por excelência, a idade da fantasia. A puberda- tivo, que é termo discursivo de grande relevância para a
liv

de, o choque de realidade. Privar uma criança de sonhos é for- construção do enunciado.
O

çá-la a, precocemente, antecipar seu ingresso na idade adulta. ( ) As aspas, presentes no fragmento I, têm por função chamar
de

E esse débito exige compensação. O risco é ele ser pago com a atenção para um uso inadequado do item lexical, no caso
as drogas, a via química ao universo onírico. o verbo “roubar”.
a
an

As novas tecnologias tendem a coibir a fantasia em crian- ( ) O uso da crase, no fragmento I, está adequado, pois permite
ças que preferem a companhia do celular à dos amigos. O celu- identificar a elipse de um substantivo, evitando-lhe a repe-
Lu

lar isola; a amizade entrosa. O celular estabelece uma relação tição. É uso equivalente ao que ocorre em “tutu à mineira”,
monológica com o real; a amizade, dialógica. O risco é a tec- “bife à milanesa”, entre outras expressões afins, nas quais
nologia, tão rica em atrativos, “roubar” da criança o direito de se identifica um substantivo elidido.
sonhar. A sequência CORRETA, de cima para baixo é:
Agora, sonham por ela o filme, o desenho animado, os a) F – V – F – V – F
joguinhos, as imagens. A criança se torna mera espectadora
b) F – V – V – F – F
da fantasia que lhe é oferecida nas redes sociais, sem que ela
crie ou interaja. c) V – F – V – V – F
Na infância, eu escutava histórias contadas por meus pais, d) V – F – V – V – V
de dona Baratinha à Branca de Neve e os sete anões. Eu inter- e) V – V – F – F – V
feria nos enredos, com liberdade para recriá-los. Isso fez de
mim, por toda a vida, um contador de histórias, reais e fictícias.
Hoje, a indústria do entretenimento sonha pelas crianças.
71. (FUMARC – 2018) Analise as seguintes frases, observando o
Não para diverti-las ou ativar nelas o potencial onírico, e sim
emprego dos sinais de pontuação:
para transformá-las em consumistas precoces. Porque toda
a programação está ancorada na publicidade voltada ao seg- I. O candidato impaciente espera o momento da prova.
34 mento mais vulnerável do público consumidor. II. O candidato, impaciente, espera o momento da prova.
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III. O candidato, impaciente espera, o momento da prova. Esperei duas horas para enfim ter acesso a alguém que me

LÍNGUA PORTUGUESA
IV. Impaciente, o candidato espera o momento da prova. explicou que testaria minha bateria. Depois de contemplarmos
os gráficos lindos e coloridos deixados no tablet pelo meu tele-
V. O candidato espera impaciente, o momento da prova.
fone, anunciou que minha bateria ainda não justificava uma
As frases estão corretamente pontuadas apenas em: troca – no tom pernóstico de um plantonista que sabe que não
a) I, II e IV. tem leitos disponíveis e manda você para casa com aquela dor
b) I, III e IV. no peito e a “certeza” de que “você não está enfartando, deve
ser só digestão”.
c) II e V.
O mesmo jovem propôs uma reinstalação do sistema ope-
d) III e IV.
racional, – que é uma trivialidade, mas foi anunciada como se
fosse um cateterismo das coronárias.
Passei a noite me recuperando, ou seja, reinstalando apli-
72. (FUMARC – 2018) Atente para o que afirmam Pasquale e cativos. Resultado: telefone lento como antes.
Ulisses (2004) sobre a frase e a pontuação:
Voltei para a Apple (loja da Quinta Avenida), onde descobri
Na escrita, os elementos vocais da linguagem são substi- que, como na história do hospital sem leitos, de fato, a Apple
tuídos por um sistema de sinais visuais que com eles mantêm não dispunha mais de baterias para substituir a minha: muitos
alguma correspondência. Esses sinais são conhecidos como
usuários estavam com o mesmo problema. Por coincidência,
sinais de pontuação e seu papel na escrita é semelhante ao
tudo conjurava para que eu comprasse um telefone novo.
dos elementos vocais na língua falada: participam da estrutu-
ração das frases na construção dos textos escritos. O estudo Nos EUA, a Apple está sendo processada (15 casos coleti-
do emprego dos sinais de pontuação está ligado à percepção vos, em diferentes Estados) por piorar propositalmente a expe-
de seu papel estruturador na língua escrita. Isso significa que riência dos usuários de iPhone sem lhes oferecer alternativas
não se aprende a usá-los partindo do pressuposto de que eles –salvo, obviamente, a de adquirir um telefone novo.
representam na escrita as pausas e melodias da língua falada: A companhia pediu desculpas públicas, mas a humildade
não é esse o papel desses sinais. O estudo de seu emprego não é o forte do treinamento Apple. Basta se lembrar que o
baseia-se na organização sintática e significativa das frases atendimento pós-venda da companhia se chama (o ridículo
escritas e não nas pausas e na melodia das frases faladas. não mata ninguém) “genius bar”, o balcão dos gênios.
CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. Já pensou: você poderia ligar para seu serviço de TV a cabo
2. ed. São Paulo: Scipione, 2004, p. 335. Grifos nossos.
porque a recepção está péssima e alguém diria: “Sim, senhor,
pode marcar consulta com o balcão dos gênios”.
Tomando como referência as prescrições da gramática norma-
tiva, atente para os excertos do artigo lido e respectivas análises. A maioria dos usuários não acham isso cômico e despropo-
A seguir, assinale a opção que contém afirmação INCORRETA: sitado. Por que será?
a) “Essencial é aquilo que faz com que a vida não se apequene. Há marcas que vivem de seu poder de inclusão, do tipo
Que faz com que a gente seja capaz de transbordar.” → É ina- “nós fabricamos o carro que todos podem dirigir”. E há marcas
dequado o uso do ponto final separando a segunda oração que vivem de seu poder de exclusão: tipo, será que você mere-

3
-7
adjetiva do seu núcleo, o pronome “aquilo”. ce o que estou vendendo?

86
b) “Há três caminhos para o fracasso: não ensinar o que se Você já entrou alguma vez numa loja cara onde os vende-
.6
sabe; não praticar o que se ensina; não perguntar o que se dores, envaidecidos pela aura do próprio produto que ven-
34
ignora”. → Está adequado o uso do ponto e vírgula separan- dem, olham para você com desprezo, como se você não fosse
.5

do constituintes do aposto enumerativo, o qual é indicado um consumidor à altura da loja?


94

pelos dois pontos. É uma estratégia básica de marketing: primeiro, espera-se


-0

c) “Por incrível que pareça esse termo francês significa, na que você inveje (e portanto deseje) o mundo do qual se sente
dança, ficar apenas alternando um pé com o outro, mexen-
s

excluído.
tin

do o corpo para lá e para cá, mas, sem sair do lugar.” → É ina-


Você perguntará: de que adianta, se não poderei adquirir
ar

dequada a ausência da vírgula que deveria ocorrer após a


os produtos da marca? Em geral, nesses casos o projeto é ven-
M

oração adverbial deslocada para o início da sentença.


der os acessórios da casa. Pouquíssimos comprarão o casa-
ra

d) “Se você e eu não tivermos medo nem dor, ficamos muito co de R$ 15 mil, mas milhares comprarão um lencinho (com
ei

vulneráveis.” → Está inadequado o uso de vírgula separando monograma) para se sentirem, assim, membros do clube.
liv

o sujeito composto (você e eu) do predicado a ele referente


A Apple mantém sua presença no mercado pela ideia de
O

– “ficamos muito vulneráveis”.


sua superioridade tecnológica - e pelo design elegante, claro.
de

Seriamente, alguém que usa processador de texto não


a

deveria escolher um computador em que não dá para apagar


an

73. (FUMARC – 2018) letras da esquerda para a direita. Mas é como os carros ingle-
Lu

Há marcas que vivem da inclusão, e outras que vivem da ses dos anos 1950: havia a glória de viver perigosamente e diri-
exclusão gir sem suspensões posteriores independentes (sem capotar
Contardo Calligaris a cada curva).
Pouco importam as críticas. A Apple conseguiu convencer
Meu telefone, um iPhone 6, estava cada vez mais lento. seus usuários de que eles mesmos, por serem usuários, fazem
Não era por nenhuma das causas apontadas nas inúmeras parte de uma arrojada elite tecnológica. Numa loja da Apple,
salas de conversa entre usuários de iPhones vagarosos. todos, os usuários e os “gênios” vestem (real ou metaforica-
Era mesmo o processador que estava se tornando exaspe- mente) a camiseta da marca.
radamente lento, ao ponto em que havia um intervalo sensível Quer saber o que aconteceu com meu iPhone? Está ótimo.
de tempo entre digitar e a letra aparecer na tela. Fui ao Device Shop, em Times Square, no mesmo prédio do
Deixei para resolver quando chegasse a Nova York, onde, Hard Rock Cafe: atendimento imediato, troca de bateria em
aliás, a coisa piorou: era suficiente eu tirar o celular do bolso dez minutos, conversa agradável. Não havia gênios, só pessoas
ou deixá-lo num bolso externo (que não estivesse em contato competentes. E custou menos de dois terços do que pagaria
com o calor do corpo) para que a carga da bateria baixasse, de na Apple.
repente, de 60% a zero.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligar
Pensei que três anos é mesmo o tempo de vida útil para is/2018/01/1949427-hamarcas-que-vivem-da-inclusao-e-outras-que-vivem-
uma bateria. E lá fui à loja da Apple na Broadway. da-exclusao.shtml Acesso em 20 mar. 2018 35
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Em: “[...] no tom pernóstico de um plantonista que sabe que não O rapaz, de 22 anos, se apresentou espontaneamente à 9ª
tem leitos disponíveis e manda você para casa com aquela dor Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) e deu detalhes do
no peito e a “certeza” de que “você não está enfartando, deve ser crime. Segundo a polícia, o jovem informou que tinha um rela-
só digestão”, as aspas em “certeza” foram usadas com a finali- cionamento difícil com a mãe e teria discutido com ela momen-
dade de tos antes de desferir os golpes. Ele também apresentou um
a) colocar o trecho em evidência. laudo médico, segundo o qual estaria passando por tratamen-
b) indicar o início de um diálogo. to psiquiátrico. O assassino confesso foi encaminhado à Cen-
c) indicar uma citação textual. tral de Flagrantes do Bairro Alípio de Melo (Ceflan 4), na Região
da Pampulha, onde ficará à disposição da Justiça. O corpo da
d) ressaltar o uso da linguagem coloquial.
mulher foi encontrado em uma cama, ao lado de um outro
filho dela, que não teve participação no crime, conforme a PM.
Fonte: Estado de Minas, 07/10/2018. Caderno Gerais, p. 14,
74. (FUMARC – 2018) Atente para as informações a seguir e res-
ponda à questão.
Na Redação Oficial, exige-se o uso do padrão formal da língua.
O texto II foi produzido por uma aluna do 7º ano do ensino fun- Portanto, são necessários conhecimentos linguísticos que fun-
damental II, como resposta à proposição de sua professora, exi- damentem esses usos.
bida no texto I, abaixo.
Analise o uso da vírgula nas seguintes frases do Texto 3:
TEXTO I
1. Um crime bárbaro mobilizou a Polícia Militar na Região de
O texto a seguir apresenta apenas a introdução de um
Venda Nova, em Belo Horizonte, ontem.
enredo narrativo, conforme estamos estudando em sala. Será
sua tarefa continuar a história, com coerência, criando conflito, 2. O rapaz, de 22 anos, se apresentou espontaneamente à 9ª
clímax e desfecho, de acordo com sua imaginação. Procure dar Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) e deu detalhes
coerência à sua narrativa. do crime.
Naquela amanhã, acordei feliz. Era domingo, dia de clu- 3. Segundo a polícia, o jovem informou que tinha um rela-
be, picolé, vôlei. Enfim, apenas alegria. Estranhei muito que cionamento difícil com a mãe e teria discutido com ela
meus pais não estivessem ainda de pé. Nem meu irmão. Fiquei momentos antes de desferir os golpes.
apreensiva. Foi então que.....
INDIQUE entre os parênteses a justificativa adequada para uso
TEXTO II da vírgula em cada frase.
Foi então que pensei: nossa, esta tarde demais. Porque
( ) Para destacar deslocamento de termos.
será que ninguém acordou ainda? Teve ter acontecido algo
muito ruim aqui em casa. Aí pus meu biquine e telefonei para ( ) Para separar adjuntos adverbiais.
a minha madrinha, e pidi pra ela me levá no clube com o carro ( ) Para indicar um aposto.
dela, para jogar vole no domingo que era o dia de folga dela no
hospital. Era gratuito tudo lá. A sequência CORRETA, de cima para baixo, é:

Foi muito legal, nós tomamos sorvete e, jogamos bola com a) 1 – 2 – 3.

3
outras meninas, ninguém queria jogar vole comigo. Ela disse: b) 2 – 1 – 3.

-7
86
– Que droga! O sorvete sujou meu cabelo todo. c) 3 – 1 – 2.
Então eu falei que não era culpa minha. d) 3 – 2 – 1.
.6
34
Eu ri muito dela por que é super-engraçado quando alguém
.5

fica sujo sem querer.


94

Nesse momento nós pegamos as sacolas e fomos para o 76. (FUMARC – 2018) Em: “De que a senhora tem medo?”, as
-0

vestuario do clube para tomar banho.


aspas indicam
s

O dia foi muito lindo. Eu adorei tudo lá. Quando voltamos


tin

a) a citação de um discurso.
vou contá tudo para meus pais. Eles gostaram muito.
ar

Assinale a alternativa que ilustra correção ADEQUADA de pro- b) a fala de uma outra pessoa.
M

blemas de pontuação do texto, em uma possível reescrita pela c) a representação de um diálogo tradicional.
ra

aluna. d) a simulação de um diálogo.


ei

a) Aí pus meu biquine e telefonei para a minha madrinha, e


liv

pidi pra ela me leva, no clube, com o carro dela, para jogar
O

vole, no domingo, que era o dia de folga dela no hospital.


77. (FUMARC – 2018) A vírgula foi empregada para separar
de

b) Aí pus meu biquine e telefonei para a minha madrinha, e


aposto ou elemento explicativo em:
pidi pra ela me levá no clube, com o carro dela, para jogar
a
an

vole no domingo que era o dia de folga dela, no hospital. a) “Podemos tentar viver e conviver, e votar, e torcer [...]”.
Lu

c) Aí pus meu biquine e telefonei para a minha madrinha e b) “De volta ao Brasil para votar, depois de muito necessárias
pidi pra ela me levá no clube com o carro dela, para jogar férias, que há séculos não tirávamos [...]”.
vole no domingo, que era o dia de folga dela no hospital.
c) “De nós mesmos, que nos tornamos raivosos, intolerantes,
d) Aí, pus meu biquine e telefonei para a minha madrinha e capazes das mais loucas afirmações”.
pidi pra ela me leva, no clube, com o carro dela, para jogar
vole no domingo, que era o dia de folga dela no hospital. d) “Basta refletir um pouco, abrir olhos e orelhas, ver que esta-
mos numa situação limite”
e) Aí pus meu biquine e telefonei para a minha madrinha e
pidi pra ela me levá no clube com o carro dela, para jogar
vole, no domingo, que era o dia de folga dela no hospital.
78. (FUMARC – 2017)
Não “temos de”
75. (FUMARC – 2018) Texto 3: Lia Luft
Jovem em tratamento psiquiátrico mata a mãe
Um crime bárbaro mobilizou a Polícia Militar na Região Vivemos sob o império do “ter de”. Portanto, vivemos num
de Venda Nova, em Belo Horizonte, ontem. Um filho matou a mundo de bastante mentira. Democracia? Meia mentira. Pois a
mãe com mais de 20 facadas no pescoço, no Bairro Lagoinha desigualdade é enorme, não temos os mesmos direitos, temos
36 Leblon. quase uma ditadura da ilusão dos que ainda acreditam.
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Liberdade de escolha profissional? Temos de ter um traba- 79. (FUMARC – 2016)

LÍNGUA PORTUGUESA
lho bom, que dê prazer, que pague dignamente (a maioria quer A GENTE É VELHO...
salário de chefe no primeiro dia), que permita grandes realiza-
ções e muitos sonhos concretizados? “Teríamos”. No máximo, Rubem Alves
temos de conseguir algo decente, que nos permita uma vida
mais ou menos digna. A gente é velho quando, para descer uma escada, segura
firme no corrimão. E os olhos olham para baixo para medir o
Temos de ter uma vida sexual de novela? Não temos nem
tamanho dos degraus e a posição dos pés.
podemos. Primeiro, a maior parte é fantasia, pois a vida coti-
diana requer, com o tempo, muito mais carinho e cuidados do Quando eu era moço, não era assim. Não segurava no
que paixão selvagem. Além disso, somos uma geração alta- corrimão e não media degraus e pés. Descia os dois lances de
mente medicada, e atenção: muitos remédios botam a libido escada do sobrado do meu avô com a mesma fúria com que
de castigo. um pianista toca o prelúdio 16, de Chopin. Ele, pianista, não
Temos de ter diploma superior, depois mestrado, possivel- pensa. Se pensasse, não conseguiria tocar, porque o pensa-
mente doutorado e no Exterior? Não temos de... Pois muitas mento não consegue seguir a velocidade das notas. Toca por-
vezes um bom técnico ganha mais, e trabalha com mais gos- que seus dedos sabem sem que a cabeça saiba. O pianista se
to, do que um doutor com méritos e louvações. Temos de nos abandona ao saber do corpo. Assim descia eu as escadas do
casar? Nem sempre: parece que o casamento à moda antiga, sobradão do meu avô. Mas no dia em que o pé começou a tro-
embora digam que está retornando, cumpre seu papel uma vez, peçar, a cabeça compreendeu que eles, os pés, já não sabiam
depois com bastante facilidade vivemos juntos, às vezes até bem como sabiam antes. Agora é preciso o corrimão. Depois virão
felizes, sem mais do que um contrato de união estável se temos as bengalas, corrimões portáteis que se leva por onde se vai.
juízo. E a questão de gênero está muito mais humanizada. A gente é velho quando, no restaurante, é preciso cuidado
Temos de ter filho: por favor, só tenham filhos os que de ao se levantar. Moço, as pernas sabem medir as distâncias que
verdade querem filhos, crianças, adolescentes, jovens, adultos, há debaixo da mesa. Mas, agora, é preciso olhar para medir
e mesmo adultos barbados, para amar, cuidar, estimular, pro- a distância que há entre o pé da mesa e o bico do sapato. Há
ver e ajudar a crescer, e depois deixar voar sem abandonar sempre o perigo de que o bico do sapato esbarre no pé da
nem se lamentar. Mais mulheres começam a não querer ter mesa e o pé da mesa lhe dê uma rasteira, você se estatelando
filho – e não devem. Maternidade não pode mais ser obriga- no chão. Quando se é velho, até uma pequena queda pode
ção do tempo em que, sem pílula, as mulheres muitas vezes se transformar em catástrofe. Há sempre o perigo de uma
pariam a cada dois anos, regularmente, e aos cinquenta, velhas fratura.
e exaustas, tinham doze filhos. Bonito, sim. Sempre desejei A gente é velho quando é objeto de humilhações bon-
muitos irmãos e um bando de filhos (consegui ter três), mas
dosas. Como aquela que aconteceu comigo 25 anos atrás. O
ter um que seja requer uma disposição emocional, afetiva, que
metrô estava cheio. Jovem, segurei-me num balaústre. Notei
não é sempre inata. Então, protejam-se as mulheres e os filhos
então que uma jovem de uns 25 anos me olhava com um olhar
não nascidos de uma relação que poderia ser mais complicada
amoroso. Olhei para ela. E houve um momento de suspensão
do que a maternidade já pode ser.
romântica. Minha cabeça e meu coração se alegraram. Até o
Temos de ser chiques, e, como sempre escrevo, estar em momento em que ela se levantou com um sorriso e me ofere-
todas as festas, restaurantes, resorts, teatros, exposições, conhe- ceu o seu lugar. Foi um gesto de bondade.

3
cer os vinhos, curtir a vida? Não temos, pois isso exige tempo,

-7
dinheiro, gosto e disposição. Teríamos de ler bons livros, sim, Com o seu gesto ela me dizia: “O senhor me traz memórias

86
observar o mundo, aprender com ele, ser boa gente também. ternas do meu avô...”
.6
gente é velho quando entra no box do chuveiro com pas-
Temos, sobretudo, de ser deixados em paz. Temos de ser
34

amorosos, leais no amor e na amizade, honrados na vida e no sos medrosos e cuidadosos. Há sempre o perigo de um escor-
.5

trabalho, e, por mais simples que ele seja, sentir orgulho dele. regão. Por via das dúvidas, mandei instalar no box da minha
94

Basta imaginar o que seriam a rua, a cidade, o mundo, sem casa uma daquelas barras metálicas horizontais que funcio-
-0

garis, por exemplo. Sem técnicos em eletricidade, sem enca- nam como corrimão.
nadores (também os chamam bombeiros), sem os próprios A gente é velho quando começa a ter medo dos tapetes. Os
s
tin

bombeiros, policiais, agricultores, motoristas, caminhoneiros, tapetes são perigosos de duas maneiras. Há os pequenos tape-
domésticas, enfermeiras e o resto. Empresários incluídos, pois, tes de fundo liso, que escorregam. E há os grandes tapetes que
ar

sem eles, cadê trabalho? ficam com as pontas levantadas e que fazem ondas. O pé dos
M

Então, quem sabe a gente se protege um pouco dessa velhos movimenta-se no arrasto e tropeça na ponta levantada
ra

pressão do “temos de” e procura fazer da melhor forma possí- do tapete ou na armadilha da onda.
ei

vel o que é possível. Antes de tudo, um lembrete: cada um do


liv

A gente é velho quando começa a ter medo dos fotógrafos.


seu jeito, neste mundo complicado e vida-dura, temos de ten- Fugir das fotos de perfil porque nelas as barbelas de nelore
O

tar ser felizes. Isso não é inato: se tenta, se conquista, quando aparecem. Nelore é um boi branco. Os pastos estão cheios
de

dá. Boa sorte!


deles, vivos, e as mesas também, sob o disfarce de bifes. E eles
a

Disponível em http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/colunistas/lya-luft/ têm uma papada balançante, as barbelas, que vai da ponta
an

noticia/2017/06/nao-temos-de-9807278.html Acesso em 11 jul. 2017 do queixo (boi tem queixo?) até o peito. Velhice é quando as
Lu

barbelas de nelore começam a aparecer. Aí vem a humilhação


A pontuação está CORRETA em:
conclusiva. Prontas as fotos, eles nos mostram e dizem: “Como
a) Um estudo publicado em 2015, com base em dados da União você está bem!”
Internacional, para Conservação da Natureza, apontou que,
A gente é velho quando, tendo de subir ao palco para dar
o espectro da extinção, ameaça cerca de 41% de todas as
uma palestra, tem sempre uma jovem simpática que nos ofe-
espécies de anfíbio e 26% dos mamíferos conhecidos.
rece a mão, temendo que a gente se desequilibre e caia. A gen-
b) Um estudo publicado em 2015, com base em dados da União te aceita o oferecimento com um sorriso. Nunca se sabe...
Internacional, para Conservação da Natureza, apontou, que
o espectro da extinção, ameaça cerca de 41% de todas as A gente é velho quando perde a vergonha e se desnuda
espécies de anfíbio, e 26% dos mamíferos conhecidos. fazendo as confissões que acabei de fazer...
c) Um estudo publicado em 2015, com base em dados da União Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff3010200704.htm
Acesso em: 27 ago. 2016
Internacional, para Conservação da Natureza, apontou que
o espectro da extinção ameaça cerca de 41% de todas as
espécies de anfíbio e 26% dos mamíferos conhecidos. A vírgula está empregada corretamente, EXCETO em:

d) Um estudo publicado em 2015 com base em dados da União a) As opiniões contrárias às minhas, devem ser ditas somente
Internacional, para Conservação da Natureza, apontou que em particular.
o espectro da extinção, ameaça cerca de 41% de todas as b) Depois de meia noite, todos ficam receosos de sair sozinhos
espécies de anfíbio e 26% dos mamíferos conhecidos. naquele bairro. 37
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
c) Eu, Maria Antônia, gostaria de pedir licença para falar. Não quero dizer que a escrita de Ferreira Gullar tem pro-
d) Todas as alunas, com exceção das que estão de uniforme blemas (pelo contrário: este é seu lado bom), como provavel-
azul, irão participar da dança. mente diriam os que repetem “se é concordo com, então é
com o que concordo”. Quando eu estava no então quinto ano,
antes do então ginásio, já estudava uma lista de palavras que
incluíam “preferir a” em vez de “preferir (mais) do que”. Pois a
80. (FUMARC – 2016) construção dita “errada” está cada vez mais viva e é cada vez
DOIS COLUNISTAS E A NORMA CULTA mais empregada por pessoas cultas (vou tentar ouvir o Merval
Pereira, por mais difícil que isso seja). Portanto, é cada vez mais
Sírio Possenti Publicado em 17 de março de 2016
“normal”.
Não me lembro de ter ouvido ou lido alguma coisa de Tos- As relativas de Tostão (que são de todos, aliás) e a regência
tão sobre língua, gramática. Esses troços de que os que não são de Ferreira Gullar não deveriam mais implicar perda de pontos
do ramo falam tanto. Mas, salvo engano, andou emitindo juízo nas redações, nem serem objeto de provas “objetivas”
bem precário sobre a expressão “correr atrás do prejuízo”, que PS 1 – a famosa coluna de Tostão que Pasquale comen-
considerou errada (“ninguém corre atrás do prejuízo” senten- tou está em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/
ciou, se bem que, como psicanalista, deve ter visto muito disso fk0201200009.htm.
por aí) e que Cipro Neto comemorou (achei no Google). Tostão questiona, de fato, uma lista grande de clichês.
Está lá: “No último domingo, Tostão fez deliciosa “análise Vejam o segundo da lista: “ Empatar fora de casa é bom.” Em
crítica de clichês do futebol”. Um deles (“Vamos correr atrás um campeonato que a vitória vale três pontos, empatar é sem-
do prejuízo”) recebeu a seguinte observação: “Se o time está pre ruim. Repararam em “Em um campeonato que a vitória…”?
perdendo, tem de correr atrás do lucro”. Já vi muita gente Também aqui “falta” uma preposição. É sempre a mesma
boa defender a legitimidade dessa construção (“correr atrás regra!
do prejuízo”), com o argumento de que o uso lhe dá razão. O Claro que ninguém critica a gramática de Tostão (nem o
estranho é que ninguém diz que corre atrás do fracasso, do fez Pasquale, que vivia disso). Um indício de que (“que”, diria o
insucesso, da tristeza. O que se diz é que o time corre atrás colunista) pertence à “elite intelectual”, cuja gramática é, por-
da medalha, da vitória, da classificação. Por que diabos, então, tanto, culta. Ele diria “cuja”? Duvido.
correr atrás do prejuízo?”.
PS 2 – Da tira Júlio & Gina de segunda, dia 14/03 (Folha
Idiomatismos, Pasquale! Os idiomatismos e expressões fei- de S. Paulo): – Você não odiava TV? – Achei uma coisa que eu
tas não têm sentido literal. São como os provérbios ou outras gosto.
expressões do tipo “enfiar o pé na jaca” ou a “a vaca vai pro bre-
Lá se foi mais uma preposição numa relativa. Minha aposta
jo”. E “risco de vida”, que muita gente corrigiu para “de morte”,
é que ninguém percebe.
sob empurrões da Globo.
Ref.: https://blogdosirioblog.wordpress.com/page/2/ [adaptado]
Tostão quis corrigir a cultura. Comentou outras expressões
(como “marcar sob pressão”), que podem cansar, mas não vei- Portanto, é cada vez mais “normal”. Nessa frase, as aspas ser-
culam doutrinas erradas. Aliás, por que todos deveriam correr vem para:

3
atrás do lucro? Nem Tostão faz isso, que se saiba. Tais expres-

-7
sões exigem boa interpretação: corre-se atrás do prejuízo não I. Exprimir uma ironia.

86
para ficar com ele, para aumentá-lo, mas para acabar com ele, II. Evidenciar uma citação. .6
para caçá-lo, para anulá-lo. III. Realçar a palavra.
34

Mas, em outro domínio, Tostão fornece bons dados para Está CORRETO o que se afirma em:
.5

os analistas. No dia 13/03/2016, escreveu: “O amigo e médico


94

a) I, II e III.
Ciro Filogeno sugere, o que concordo…” e, logo depois, “… que
-0

nos empates por 0 a 0 os dois times não deveriam ganhar pon- b) I, apenas.
s

tos, o que discordo…”. c) II, apenas.


tin

Um professor meio cego e pouco lido diria que Tostão d) III, apenas.
ar

errou. O argumento é sempre o mesmo: se é “concordo com”,


M

então é “com o que (ou “com quem”) concordo”; e se é “discor-


ra

do de”, então é “de que discordo”. 81. (FUMARC – 2016) “[...] num dos casos aqui mencionados, saiu
ei

Mas isso não é verdade. Tostão apenas escreveu segundo ‘com’, no outro, saiu ‘de’”. A última vírgula é usada para:
liv

outra regra (uma hora dessas vou ficar de caderninho na mão a) indicar uma enumeração.
O

e anotar todos os casos de novas adjetivas que ouço em rádio


de

b) isolar os apostos explicativos.


e TV, já que ninguém mais usa as antigas, especialmente com
“cujo”). c) marcar a presença da elipse.
a
an

As frases de Tostão atestam uma tendência poderosa do d) separar termos que exercem diferentes funções sintáticas.
Lu

português, que é a de fazer orações adjetivas sem a preposição


(tem sido chamada de cortadora): num dos casos aqui mencio-
nados saiu “com”, no outro, saiu “de”. 82. (FUMARC – 2016)
Tostão é obviamente uma pessoa culta, representante no A falsa liberdade e a Síndrome do “TER DE”
português culto falado e escrito no Brasil, que, entre outras ins-
Lya Luft
tituições, a escola deveria encampar.
(Isso não significa que não se pode ou não se deve empre- Essa é uma manifestação típica do nosso tempo, contagio-
gar a forma tradicional, ou mesmo que ela não seja ensinada. sa e difícil de curar porque se alimenta da nossa fragilidade, do
Sem emprego pode ser um bom índice de escrita mais cons- quanto somos impressionáveis, e da força do espírito de reba-
ciente, ou monitorada, o que é bom. É bom, mas não é a única nho que nos condiciona a seguir os outros. Eu tenho de fazer o
alternativa correta). que se espera de mim. Tenho de ambicionar esses bens, esse
Já Ferreira Gullar, ferrenho defensor da gramática (mas eu status, esse modo de viver – ou serei diferente, e estarei fora.
duvido que a estude!) que a professorinha lhe ensinou (devia Temos muito mais opções agora do que alguns anos atrás,
ser bem fraquinha), como repetidamente insiste em dizer, as possibilidades que se abrem são incríveis, mas escolher é
escreveu no mesmo dia em sua coluna “que preferem abrir o difícil: temos de realizar tantas coisas, são tantos os compro-
jogo do que pagar a culpa…” (está avaliando as delações pre- missos, que nos falta o tempo para uma análise tranquila, uma
38 miadas como o faria um taxista ouvinte da CBN). decisão sensata, um prazer saboreado.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A gente tem de ser, como escrevi tantas vezes, belo, jovem, As aspas em: A culpa, disse um personagem de um filme, “é

LÍNGUA PORTUGUESA
desejado, bom de cama (e de computador). Ou a gente tem como uma mochila cheia de tijolos. Você carrega de um lado
de ser o pior, o mais relaxado, ou o mais drogado, o chefe da para o outro, até o fim da vida. Só tem um jeito: jogá-la fora.” são
gangue, a mais sedutora, a mais produzida. Outra possibilida- usadas para
de é ter de ser o melhor pai, o melhor chefe, a melhor mãe, a a) enfatizar uma palavra ou expressão com sentido irônico.
melhor aluna; seja o que for, temos de estar entre os melhores,
b) enfatizar uma palavra ou expressão.
fingindo não ter falhas nem limitações. Ninguém pode se con-
tentar em ser como pode: temos de ser muito mais que isso, c) indicar palavras e expressões que não se enquadram na
temos de fazer o impossível, o desnecessário, até o absurdo, o norma padrão.
que não nos agrada – ou estamos fora. d) indicar a citação de outro autor.
A gente tem de rir dos outros, rebaixar ou denegrir nem
que seja o mais simples parceiro de trabalho ou o colega de
escola com alguma deficiência ou dificuldade maior. A gente 83. (FUMARC – 2016)
tem de aproveitar o mais que puder, e isso muitos pais incu- O sequestro das palavras
tem nos filhos: case tarde, aproveite antes! (O que significa
isso?) [...] Gregório Duvivier

A propaganda nos atordoa: temos de ser grandes bebedo- Vamos supor que toda palavra tenha uma vocação primei-
res (daquela marca de bebida, naturalmente), comprar o carro ra. A palavra mudança, por exemplo, nasceu filha da transfor-
mais incrível, obter empréstimos com menores juros, fazer a mação e da troca, e desde pequena servia para descrever o
viagem maravilhosa, ter a pele perfeita, mostrar os músculos processo de mutação de uma coisa em outra coisa que não
mais fortes, usar o mais moderno celular, ir ao resort mais deixou de ser, na essência, a mesma coisa – quando a coisa
sofisticado. é trocada por outra coisa, não é mudança, é substituição. A
Até no luto temos de assumir novas posturas: sofrer vai palavra justiça, por exemplo, brotou do casamento dos direitos
ficando fora de moda. Contrariando a mais elementar psico- com a igualdade (sim, foi um ménage): servia para tornar igual
logia, mal perdemos uma pessoa amada, todos nos instigam a aquilo que tinha o direito de ser igual, mas não estava sendo
passar por cima. “Não chore, reaja”, é o que mais ouvimos. “Lim- tratado como tal.
pe a mesa dele, tire tudo do armário dela, troque os móveis, No entanto as palavras cresceram. E, assim como as pes-
roupas de cama, mude de casa.” Tristeza e recolhimento ofen- soas, foram sendo contaminadas pelo mundo à sua volta. As
dem nossa paisagem de papelão colorido. Saímos do velório e palavras, coitadas, não sabem escolher amizade, não sabem
esperam que se vá depressa pegar a maquilagem, correr para dizer não. A liberdade, por exemplo, é dessas palavras que só
a academia, tomar o antidepressivo, depressa, depressa, pois dizem sim. Não nasceu de ninguém. Nasceu contra tudo: a pri-
os outros não aguentam mais, quem quer saber da minha dor? são, a dependência, o poder, o dinheiro – mas não se espante
se você vir a liberdade vendendo absorvente, desodorante,
O “ter de” nos faz correr por aí com algemas nos tornoze-
cartão de crédito, empréstimo de banco. A publicidade vive dis-
los, mas talvez a gente só quisesse ser um pouco mais tranqui-
so: dobrar as melhores palavras sem pagar direito de imagem.
lo, mais enraizado, mais amado, com algum tempo para curtir
Assim, você verá as palavras ecologia e esporte juntarem-se

3
as coisas pequenas e refletir. Porém temos de estar à frente,

-7
numa só para criar o EcoSport – existe algo menos ecológico
ainda que na fila do SUS

86
ou esportivo que um carro? Pobres palavras. Não têm advoga-
Se pensar bem, verei que não preciso ser magro nem .6
dos. Não precisam assinar termos de autorização de imagem.
34
atlético nem um modelo de funcionário, não preciso ter mui- Estão aí, na praça, gratuitas.
to dinheiro ou conhecer Paris, não preciso nem mesmo ser
.5

Nem todos aceitam que as palavras sejam sequestradas ao


94

importante ou bem-sucedido. Precisaria, sim, ser um sujeito bel prazer do usuário. A política é o campo de guerra onde se
decente, encontrar alguma harmonia comigo mesmo, com os
-0

disputa a posse das palavras. A “ética”, filha do caráter com a


outros, e com a natureza na qual fervilha a vida e a morte é moral, transita de um lado para o outro dos conflitos, assim
s

apaziguadora. como a Alsácia-Lorena, e não sem guerras sanguinárias. Com


tin

Em lugar disso, porém, abraçamos a frustração, e com ela um revólver na cabeça, é obrigada a endossar os seres mais
ar

a culpa. amorais e sem caráter. A palavra mudança, que sempre andou


M

A culpa, disse um personagem de um filme, “é como uma com as esquerdas, foi sequestrada pelos setores mais conser-
ra

vadores da sociedade – que fingem querer mudar, quando o


mochila cheia de tijolos. Você carrega de um lado para o outro,
ei

que querem é trocar (para que não se mude mais). A Justiça,


até o fim da vida. Só tem um jeito: jogá-la fora”. Mas ela tem
liv

coitada, foi cooptada por quem atropela direitos e desconhece


raízes fundas em religiões e crenças, em ditames da família,
O

a igualdade, confundindo-a o tempo todo com seu primo, o


numa educação pelo excessivo controle ou na deseducação
de

justiçamento, filho do preconceito com o ódio.


pela indiferença, na competitividade no trabalho e na pressão
Já a palavra impeachment, recém-nascida, filha da demo-
a

de nosso grupo, que cobra coisas demais. [...]


an

cracia com a mudança, está escondida num porão: empresta-


Nessa rede de complexidades, seria bom resistir à máqui-
Lu

ram suas roupas à palavra golpe, que desfila por aí usando seu
na da propaganda e buscar a simplicidade, não sucumbir ao nome e seus documentos. Enquanto isso, a palavra jornalismo,
impulso da manada que corre cegamente em frente. Com sor- coitada, agoniza na UTI. As palavras não lutam sozinhas. É pre-
te, vamos até enganar o tempo sendo sempre jovens, sendo ciso lutar por elas.
quem sabe imortais com nariz diminuto, boca ginecológica e
Observação: Após a coluna “O Sequestro das Palavras” ter
olhar fatigado num rosto inexpressivo. Não nos faltam recur-
sido publicada no jornal impresso, na segunda-feira, 21/3 de
sos: a medicina, a farmácia, a academia, a ilusão, nos estendem
2016, o colunista modificou seu texto e pediu para atualizá-lo
ofertas que incluem músculos artificiais, novos peitos, pele de
na versão on-line.
porcelana, e grandes espelhos, espelho, espelho meu. Mas a
gente nem sabe direito onde está se metendo, e toca a correr http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/2016/03/1752170-
osequestro-das-palavras.shtml
porque ainda não vimos tudo, não fizemos nem a metade, qua-
se nada entendemos. Somos eternos devedores.
No terceiro parágrafo do texto, o autor emprega as aspas no ter-
Ordens aqui e ali, alguém sopra as falas, outro desenha os mo “ética” para
gestos, vai sair tudo bem: nada depressivo nem negativo, tudo
a) atribuir-lhe um segundo sentido.
tem de parecer uma festa, noite de estreia com adrenalina e
aplausos ao final. b) enfatizar o sentido denotativo da palavra.
c) ironizar o sentido literal da palavra.
Disponível em: http://www.contioutra.com/a-falsa-liberdade-e-a-sindrome-
do-ter-de-lyaluft/#ixzz4HMEDzQMU Acesso em 14 ago. 2016 (Adaptado) d) reforçar o sentido extralinguístico do texto. 39
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
84. (FUMARC – 2016) A escrita literária, desde o surgimento dos estudos gra-
Meninxs, eu vi! maticais no mundo de língua grega, trezentos anos antes de
Cristo, tem sido vítima dessa apropriação ideológica. Qual é
Na coluna ‘Palavreado’, Sírio Possenti discute as relações
o problema? O grande escritor não é grande porque respeita
entre gênero gramatical e gênero social. Será realmente neces-
sário alterar a concordância de certas expressões para evitar mais ou desobedece menos as regras da gramática tradicio-
o sexismo? nal. O grande escritor é aquele que vai além do normal e do
normativo, que tenta dar vazão à sua sensibilidade, exprimir
Por: Sírio Possenti Publicado em 26/11/2015
de modo novo e surpreendente o que a realidade lhe comu-
nica. É preciso libertar a língua usada pela imensa maioria das
A pretexto de incluir todos os gêneros, o colégio D. Pedro
pessoas do peso insuportável de ser comparada aos usos fei-
II, no Rio de Janeiro, passou a adotar, em comunicados oficiais,
uma grafia que elimina Os e As em palavras como “alunos” e tos pelos grandes escritores. As pessoas não podem até hoje
“alunas”, substituindo essas letras por X: “alunxs”. A opção faz ser oprimidas e reprimidas pela culpa absurda de não falar tal
parte de uma pletora de casos em que se pretende corrigir como Machado de Assis escreveu seus romances no final do
aspectos da língua e de textos, supostamente por serem ofen- século 19!
sivos, excludentes ou inexatos. A escrita literária é só uma parcela microscópica de todos
Na categoria dos inexatos está, por exemplo, a intervenção os múltiplos e variados usos possíveis da língua. Ela não serve
(basicamente da Rede Globo, mas que pegou) visando corrigir para a descrição gramatical da língua, de como ela funciona,
a expressão “risco de vida” por “risco de morte”. A ideia é que das regras em vigor. Para a ciência linguística, a língua é, pri-
risco para a vida não é risco de vida, que significaria risco de mordialmente, aquilo que as pessoas falam no dia a dia, em
viver. suas interações normais, espontâneas, na construção de sua
A análise da expressão, sem considerar seu domínio identidade pessoal e da identidade de sua comunidade. Por
semântico mais amplo, corre o risco de ser falsa. No mínimo, isso é que não se pode dizer que em Brasil e Portugal “se fala
deveriam ser levadas em conta construções como “arriscar a a mesma língua”. Não, não se fala: brasileiros e portugueses
vida”, que significa ‘correr risco de perder a vida’ (análoga a seguem regras totalmente diversas na hora de falar, têm coisas
“arriscar o salário nos cavalos”, que significa, evidentemente, que só existem lá e não existem aqui e vice-versa. Quando fala-
‘correr risco de perder o salário...’). É o que se pode ver nos mos, contribuímos para a construção única e exclusivamente
bons dicionários (Houaiss registra “arriscar: expor a risco ou da nossa identidade social e cultural. É maravilhoso podermos
perigo”) e mesmo em outras línguas (como risquer la vie, em ler a produção literária portuguesa, mas isso não significa que
francês, cf. Petit Larousse). Em suma: ninguém arrisca a morte, se trate “de uma mesma língua”. Basta ler os textos em voz alta
ninguém arrisca perder o que não tem. Por isso, só se corre para se dar conta disso!
risco de vida.
mil anos, na Europa, a única língua de cultura foi o latim
Outras correções são tão ou mais bobas que esta. Por clássico: os letrados (só homens, é claro!) já falavam suas lín-
exemplo, “quem tem boca vaia Roma”, por “vai a Roma”; “bata- guas maternas na vida diária, mas elas não eram consideradas
tinha quando nasce, põe a rama pelo chão” por “se esparrama
dignas de estudo, de ensino e de aparecer na escrita respeita-
pelo chão”; “matar a cobra mostrar a cobra”, em vez de “mos-
da. Foi preciso esperar o Renascimento para que isso aconte-
trar o pau” etc.
cesse. Pois é assim que nos encontramos hoje no Brasil, numa

3
Sabe-se que as línguas mudam. Em geral, fazem isso Idade Média linguística: falamos o português brasileiro, uma

-7
seguindo forças mais ou menos ‘ocultas’. Políticas linguísticas

86
língua viva, dinâmica, com gramática própria, mas ainda nos
dificilmente interferem em questões como o sentido das pala- cobram o ensino e o uso de um “latim clássico”, que é o portu-
.6
vras ou de textos, pequenos ou grandes. Elas podem registrar,
guês literário consagrado antigo. E dá-lhe ensinar conjugação
34
inibir ou incentivar. Mas não criam nem desfazem fatos.
verbal com “vós”, regências verbais que não significam nada
.5

Os casos acima mencionados podem ser considerados, para nós, usos de pronomes que não correspondem ao que a
94

além de tudo, erros de análise. Provérbios não são literais: gente realmente sente e quer expressar. Já passou da hora da
-0

“quem tem boca vai a Roma” significa que, perguntando, pode- nossa língua (e não “de a nossa língua”, avor!) ocupar de direito
-se chegar a qualquer lugar (não se trata de boca, mas de fala,
s

o lugar que já ocupa de fato: o de língua materna de mais de


tin

nem de Roma, mas de qualquer lugar).


200 milhões de pessoas, uma das mais faladas do mundo, num
ar

Ref.: http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/palavreado/meninxs-eu-vi País com crescente importância geopolítica e econômica mun-


M

[adaptado]
dial. “E deixe os portugais morrerem à míngua!”.
ra

Em Sabe-se que as línguas mudam. Em geral, fazem isso *Marcos Bagno é linguista, escritor e professor da UNB.
ei

seguindo forças mais ou menos ‘ocultas’, as aspas simples têm


liv

Ref.: http://www.carosamigos.com.br/index.php/revista/204-edicao-
a função de: 226/5859-falar-brasileiro-a-escrita-nao-e-a-lingua-2
O

a) Abrir uma citação.


de

O trecho colocado entre aspas, “E deixe os portugais morrerem


b) Exprimir uma ironia.
à míngua!”, indica que se trata de
a

c) Ressaltar uma negação.


an

a) comentário pessoal do autor do texto sobre o uso da língua.


d) Sugerir um neologismo.
Lu

b) citação de uma fala proferida anteriormente.


c) ênfase dada ao enunciado.
85. (FUMARC – 2016) d) repetição desnecessária de informação já dita anterior-
mente.
A ESCRITA NÃO É “A LÍNGUA”
Por Marcos Bagno*

UMA LONGUÍSSIMA tradição de vinte e cinco séculos se


impregnou de tal modo na cultura ocidental que a jovem ciên-
cia linguística, que conta pouco mais de 150 anos, ainda peleja Æ REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL (CASOS GERAIS)
para fazer valer seus postulados, muito mais lógicos e racio-
86. (FUMARC – 2021) Indique a frase que contém ERRO de
nais. É a ideia (ou, melhor, a ideologia) de que “a língua” é uma
entidade muito restrita, acessível a poucos iluminados, aqueles Regência Verbal.
grandes escritores (todos homens, é claro) que se tornaram os a) Aspiro a sucesso e saúde
“clássicos do idioma”. Não é à toa que o português é chamado b) O engenheiro obedeceu às normas estabelecidas.
de “a língua de Camões”, o espanhol de “a língua de Cervantes”,
o italiano de “a língua de Dante”, o inglês de “a língua de Sha- c) O policial visou ao alvo e atirou.
40 kespeare” e por aí vai. d) Prefiro o amor à guerra.
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87. (FUMARC – 2021) Sobre regência nominal, há ERRO em: “Embora a criança não disponha de dinheiro, ela tem o poder de

LÍNGUA PORTUGUESA
a) Essa demanda é impossível de cumprir no tempo determi- seduzir os adultos que compram para agradá-la ou se livrar de
nado pela chefia. tanta insistência. E ela não tem idade para discernir ou valorar
os produtos, nem distinguir entre o necessário e o supérfluo.”
b) Não ficamos satisfeitos com o produto entregue em nossa
NÃO está correto o que se afirma em:
residência.
a) No fragmento, “poder” exige objeto indireto iniciado pela
c) O assassino mostrou-se insensível à dor dos familiares. preposição “de”.
d) O conteúdo do curso está acessível por computador. b) O verbo “agradar”, com sentido de “afagar”, rege objeto dire-
to, no caso em apreço representado pelo pronome oblíquo
“-la”, que retoma “a criança”.
88. (FUMARC – 2018) Texto c) O verbo “dispor”, irregular e derivado de “pôr” (e como este se
conjuga), rege preposição “de” iniciando seu complemento.
Direito à fantasia
d) O verbo “distinguir”, no sentido de “diferenciar”, é transitivo
Frei Betto 05/08/2017 - 06h00
direto e indireto: rege dois objetos, um deles preposicionado.
A fantasia é a matéria-prima da realidade. Tudo que é real, e) O verbo “livrar”, no excerto, é pronominal e tem o sentido de
do computador ao jornal no qual você lê este texto, nasceu “eximir-se”
da fantasia de quem criou o artigo, concebeu o computador e
editou a publicação.
A cadeira na qual me sento teve seu desenho concebido 89. (FUMARC – 2018) A regência verbal está correta, EXCETO
previamente na mente de quem a criou. Daí a força da ficção. em:
Ela molda a realidade. a) Aspiramos o ar puro.
A infância é, por excelência, a idade da fantasia. A puberda- b) Assistia à cirurgia do lado de fora da sala.
de, o choque de realidade. Privar uma criança de sonhos é for- c) Este trabalho acarretará promoção na empresa.
çá-la a, precocemente, antecipar seu ingresso na idade adulta.
d) Não pise na grama.
E esse débito exige compensação. O risco é ele ser pago com
as drogas, a via química ao universo onírico.
As novas tecnologias tendem a coibir a fantasia em crian-
ças que preferem a companhia do celular à dos amigos. O celu- 90. (FUMARC – 2018) Regência Verbal é o estudo das relações
lar isola; a amizade entrosa. O celular estabelece uma relação estabelecidas entre o verbo (termo regente) e seus complemen-
monológica com o real; a amizade, dialógica. O risco é a tecnolo- tos (termos regidos)
gia, tão rica em atrativos, “roubar” da criança o direito de sonhar. INDIQUE a alternativa em que houve ERRO de Regência Verbal,
comprometendo o sentido da frase.
Agora, sonham por ela o filme, o desenho animado, os
joguinhos, as imagens. A criança se torna mera espectadora a) A maioria dos delegados compareceu à reunião do
da fantasia que lhe é oferecida nas redes sociais, sem que ela Sindicato.
crie ou interaja. b) O convênio implica a aceitação dos novos profissionais no

3
setor de protocolo.

-7
Na infância, eu escutava histórias contadas por meus pais,
c) O plano diretor aspira a estabilidade econômica da empresa.

86
de dona Baratinha à Branca de Neve e os sete anões. Eu inter-
feria nos enredos, com liberdade para recriá-los. Isso fez de .6
d) O secretário informou à autoridade interessada o teor da
mim, por toda a vida, um contador de histórias, reais e fictícias.
34
nova proposta.
.5

Hoje, a indústria do entretenimento sonha pelas crianças.


94

Não para diverti-las ou ativar nelas o potencial onírico, e sim


para transformá-las em consumistas precoces. Porque toda
-0

91. (FUMARC – 2018) Regência Nominal é a relação existente


a programação está ancorada na publicidade voltada ao seg- entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos
s

mento mais vulnerável do público consumidor. regidos por esse nome.


tin

Embora a criança não disponha de dinheiro, ela tem o poder INDIQUE a alternativa que apresenta Regência Nominal
ar

de seduzir os adultos que compram para agradá-la ou se livrar INCORRETA.


M

de tanta insistência. E ela não tem idade para discernir ou valo- a) Os arquivos do convênio não estão acessíveis à consulta.
ra

rar os produtos, nem distinguir entre o necessário e o supérfluo.


b) O interrogado mostrou-se insensível pelas perguntas feitas.
ei

Fui criança logo após a Segunda Grande Guerra. O cine-


liv

c) O aluno é residente na Avenida Afonso Pena.


ma e as revistas em quadrinhos, em geral originados nos EUA,
O

exaltavam os feitos bélicos, do faroeste aos combates aéreos. d) Devo obediência aos meus pais.
de

No quintal de casa eu e meus amigos brincávamos de bandido


e mocinho. Nossos cavalos eram cabos de vassoura.
a
an

Um dia, o Celsinho ganhou do pai um cavalinho de madeira 92. (FUMARC – 2017) A regência verbal está CORRETA em:
Lu

apoiado em uma tábua com quatro rodinhas. Ficamos todos a) Nós pisamos a grama descalços.
fascinados diante daquela maravilha adquirida em uma loja de b) O cargo que aspiras é muito bom.
brinquedos.
c) O gerente visou a todos os cheques com caneta preta.
Durou pouco. Dois ou três dias depois voltamos aos nos-
d) Eles usaram os artifícios que dispunham.
sos cabos de vassoura. Por quê? A resposta agora me parece
óbvia: o cabo de vassoura “dialogava” com a nossa imagina-
ção. Assim como o trapo que o bebê não larga nem na hora
de dormir. 93. (FUMARC – 2016)
O direito à fantasia deveria constar da Declaração Univer- COLUNISTAS E A NORMA CULTA
sal dos Direitos Humanos. Sírio Possenti Publicado em 17 de março de 2016
Disponível em: http://hojeemdia.com.br/opini%C3%A3o/colunas/frei-
betto-1.334186/direito-%C3%A0-fantasia-1.550900. Adaptado. Acesso em: Não me lembro de ter ouvido ou lido alguma coisa de Tos-
18 jan. 2018. tão sobre língua, gramática. Esses troços de que os que não são
do ramo falam tanto. Mas, salvo engano, andou emitindo juízo
Regência é a parte da análise gramatical que trata das relações bem precário sobre a expressão “correr atrás do prejuízo”, que
existentes entre nomes (substantivos, adjetivos, advérbios) considerou errada (“ninguém corre atrás do prejuízo” senten-
e verbos com seus respectivos complementos. Atente para o ciou, se bem que, como psicanalista, deve ter visto muito disso
excerto e as con-siderações feitas sobre esse tópico: por aí) e que Cipro Neto comemorou (achei no Google). 41
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Está lá: “No último domingo, Tostão fez deliciosa “análise Também aqui “falta” uma preposição. É sempre a mesma
crítica de clichês do futebol”. Um deles (“Vamos correr atrás regra!
do prejuízo”) recebeu a seguinte observação: “Se o time está Claro que ninguém critica a gramática de Tostão (nem o
perdendo, tem de correr atrás do lucro”. Já vi muita gente fez Pasquale, que vivia disso). Um indício de que (“que”, diria o
boa defender a legitimidade dessa construção (“correr atrás
colunista) pertence à “elite intelectual”, cuja gramática é, por-
do prejuízo”), com o argumento de que o uso lhe dá razão. O
tanto, culta. Ele diria “cuja”? Duvido.
estranho é que ninguém diz que corre atrás do fracasso, do
insucesso, da tristeza. O que se diz é que o time corre atrás PS 2 – Da tira Júlio & Gina de segunda, dia 14/03 (Folha
da medalha, da vitória, da classificação. Por que diabos, então, de S. Paulo): – Você não odiava TV? – Achei uma coisa que eu
correr atrás do prejuízo?”. gosto.
Idiomatismos, Pasquale! Os idiomatismos e expressões fei- Lá se foi mais uma preposição numa relativa. Minha aposta
tas não têm sentido literal. São como os provérbios ou outras é que ninguém percebe.
expressões do tipo “enfiar o pé na jaca” ou a “a vaca vai pro bre- Ref.: https://blogdosirioblog.wordpress.com/page/2/ [adaptado]
jo”. E “risco de vida”, que muita gente corrigiu para “de morte”,
sob empurrões da Globo. Quando eu estava no então quinto ano, antes do então ginásio,
Tostão quis corrigir a cultura. Comentou outras expressões já estudava uma lista de palavras que incluíam “preferir a” em
(como “marcar sob pressão”), que podem cansar, mas não vei- vez de “preferir (mais) do que”. A qual norma gramatical o autor
culam doutrinas erradas. Aliás, por que todos deveriam correr se refere?
atrás do lucro? Nem Tostão faz isso, que se saiba. Tais expres-
a) Aspecto verbal.
sões exigem boa interpretação: corre-se atrás do prejuízo não
para ficar com ele, para aumentá-lo, mas para acabar com ele, b) Concordância verbal.
para caçá-lo, para anulá-lo. c) Regência verbal.
Mas, em outro domínio, Tostão fornece bons dados para d) Tempo verbal.
os analistas. No dia 13/03/2016, escreveu: “O amigo e médico
Ciro Filogeno sugere, o que concordo…” e, logo depois, “… que
nos empates por 0 a 0 os dois times não deveriam ganhar pon-
tos, o que discordo…”.
Um professor meio cego e pouco lido diria que Tostão Æ CRASE
errou. O argumento é sempre o mesmo: se é “concordo com”,
então é “com o que (ou “com quem”) concordo”; e se é “discor- 94. (FUMARC – 2021)
do de”, então é “de que discordo”.
Violência no Brasil
Mas isso não é verdade. Tostão apenas escreveu segundo
outra regra (uma hora dessas vou ficar de caderninho na mão [...]
e anotar todos os casos de novas adjetivas que ouço em rádio “A violência doméstica é um crime contra a infância. A vio-
e TV, já que ninguém mais usa as antigas, especialmente com lência urbana é um crime contra a adolescência, que atinge
“cujo”). principalmente meninos negros”, dife rencia Florence Bauer,
As frases de Tostão atestam uma tendência poderosa do representante do Unicef no Brasil. “Embora sejam fenôme

3
-7
português, que é a de fazer orações adjetivas sem a preposição nos complementares e simultâneos, é crucial entendê-los,

86
(tem sido chamada de cortadora): num dos casos aqui mencio- também, em suas diferenças para desenhar políticas públicas
nados saiu “com”, no outro, saiu “de”. efetivas de prevenção e resposta às violências”, acrescenta ela.
.6
34
Tostão é obviamente uma pessoa culta, representante no (Jornal Estado de Minas, 23 out. 2021, p. 9)
.5

português culto falado e escrito no Brasil, que, entre outras ins-


94

tituições, a escola deveria encampar. Para a ocorrência de crase no sintagma: “e resposta às violên-
-0

(Isso não significa que não se pode ou não se deve empre- cias”?, a justificativa está INCORRETA em:
gar a forma tradicional, ou mesmo que ela não seja ensinada.
s

a) Antecede uma locução adverbial.


tin

Sem emprego pode ser um bom índice de escrita mais cons-


b) O termo regente pede a preposição “a”.
ciente, ou monitorada, o que é bom. É bom, mas não é a única
ar

alternativa correta). c) O termo regido admite o artigo definido “a”


M

Já Ferreira Gullar, ferrenho defensor da gramática (mas eu d) Precede uma palavra feminina.
ra

duvido que a estude!) que a professorinha lhe ensinou (devia


ei

ser bem fraquinha), como repetidamente insiste em dizer,


liv

escreveu no mesmo dia em sua coluna “que preferem abrir o


O

95. (FUMARC – 2021)


jogo do que pagar a culpa…” (está avaliando as delações pre-
de

miadas como o faria um taxista ouvinte da CBN). Ética profissional


a

Não quero dizer que a escrita de Ferreira Gullar tem pro- O ser humano se constitui numa trama de relações sociais,
an

blemas (pelo contrário: este é seu lado bom), como provavel- na medida em que ele adquire o seu modo de ser, agindo no
Lu

mente diriam os que repetem “se é concordo com, então é contexto das relações sociais nas quais vive, produz, consome
com o que concordo”. Quando eu estava no então quinto ano, e sobrevive. Em suma, o ser humano emerge, no seu modo
antes do então ginásio, já estudava uma lista de palavras que de agir (habitual ou não), as condutas normatizadas ou não,
incluíam “preferir a” em vez de “preferir (mais) do que”. Pois a as convivências sadias ou neuróticas, as relações de trabalho,
construção dita “errada” está cada vez mais viva e é cada vez de consumo, que constituem prática, social e historicamente o
mais empregada por pessoas cultas (vou tentar ouvir o Merval ser humano. Numa dimensão geral, Luckesi (1992) deli mita o
Pereira, por mais difícil que isso seja). Portanto, é cada vez mais ser humano como sendo o “conjunto das relações sociais” das
“normal”. quais participa de forma ativa.
As relativas de Tostão (que são de todos, aliás) e a regência Para compreender como o ser humano se constitui na
de Ferreira Gullar não deveriam mais implicar perda de pontos dinâmica das relações sociais como ser ativo, social e históri-
nas redações, nem serem objeto de provas “objetivas” co, Luckesi (1992) sugere observar as condições que Marx faz
PS 1 – a famosa coluna de Tostão que Pasquale comen- sobre o trabalho como o elemento essencial constitutivo 4 do
tou está em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/ ser humano. O modo como as pessoas agem se faz de forma
fk0201200009.htm. social e histórica, produzindo não só o mundo dos bens mate-
Tostão questiona, de fato, uma lista grande de clichês. riais, mas também o próprio modo de ser do ser humano. Sob
Vejam o segundo da lista: “ Empatar fora de casa é bom.” Em esse prisma, sendo o trabalho entendido como fator de cons-
um campeonato que a vitória vale três pontos, empatar é sem- trução do ser humano, porque é através dele que se faz e se
42 pre ruim. Repararam em “Em um campeonato que a vitória…”? constrói.
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O ser humano se torna propriamente humano na medi- 98. (FUMARC – 2021) O deputado concedeu ao colega um

LÍNGUA PORTUGUESA
da em que, conjuntamente com outros seres humanos, pela ____________ em seu pronunciamento. O anexo ao projeto foi
ação, modifica o mundo externo conforme suas necessidades. encaminhado por expediente ___________.
Ao mesmo tempo, constrói-se a si mesmo. E para que essas A alternativa que completa adequadamente as lacunas da
construções coletivas e individuais ocorram em prol do bem frase é:
comum cada profissão conta com um conjunto de regras que
delimitam o que é considerado socialmente “cor reto” e “erra- a) à parte – à parte.
do”, através de um código de ética profissional. b) à parte – aparte.
Assim como todos os atos e julgamentos, a prática profis- c) aparte – à parte.
sional pressupõe normas que apontam o que se deve fazer. d) aparte – aparte
Normas aceitas e reconhecidas com as quais os indivíduos
compreendem como devem agir. A ação de um indivíduo é o
resultado de uma decisão refletida. Portanto, quando se refle-
te sobre as ações, sobre o comportamento prático com seus 99. (FUMARC – 2018) Leia o trecho abaixo, completando as lacu-
juízos, entra-se na esfera ética; quando essas ações envolvem nas corretamente:
o campo profissional, passa-se a falar de código de ética. ‘Criptografia limita’
O primeiro dever que a profissão impõe aos profissionais Questionado pelo TechTudo, o WhatsApp disse que traba-
da segurança pública é, sem dúvida, o de bem conhecê-la. Não lha de forma diligente para reduzir o número de mensagens
se pode, em verdade, exercer uma profissão, desconhecen- de spam no aplicativo. Porém, é possível que as equipes não
do-lhe os deveres, as regras de conduta, as prerrogativas, até tenham acesso ao conteúdo da mensagem em razão da crip-
porque observar os preceitos do Código de Ética profissional é tografia de ponta ___ ponta aplicada ao mensageiro e adotada
dever inerente ao exercício de toda profissão. em abril de 2016. “Nossas ações ficam de certa maneira limita-
Fonte: SILVA, Alcionir do Amarante. Ética do policial. TCC Curso de Filosofia das”, informou ___ equipe de segurança do WhatsApp ___ reda-
UNISUL, 2011.15p (Adaptado). ção. Um conteúdo similar ao da nota enviada é encontrado na
página “Fique seguro no WhatsApp”. Saiba como agir ao rece-
O uso da crase é FACULTATIVO em: ber correntes, links maliciosos e falsas promessas de cupons
a) Nossos representantes estão em condições semelhantes às que podem ser golpes.
dos alemães. Disponível em: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/2017/09/
b) O juiz referiu-se à postura do acusado. golpes-de-whatsapp-o-guia-definitivo-para-nao-cair-em-ciladas.ghtml.
Acesso em 15 fev. 2018.
c) Ontem, entreguei a encomenda à sua mãe.
d) Todos os presentes assistiram àquele triste episódio. A sequência que preenche corretamente as lacunas do texto é:
a) a - à - à
b) à - a - à
96. (FUMARC – 2021) c) a - a - à

3
-7
Pfizer é 91% eficaz entre 5 e 11 anos d) à - à – à

86
Dados divulgados ontem pelo grupo farmacêutico Pfizer .6
apontam que doses da vacina desenvolvida pela companhia
34
contra COVID-19 para crianças de 5 a 11 anos são seguras e
100. (FUMARC – 2018) A crase representa, na escrita, um duplo
.5

apresentam eficácia de quase 91% na prevenção de infecções


94

sintomáticas. A divulgação ocorre em meio às análises feitas fenômeno que se prende à fonologia e à regência (verbal ou
nominal):
-0

pelos Estados Unidos para aplicação do imunizante nessa faixa


etária. De acordo com a agência de notícias Associated Press, Nos estudos de língua portuguesa, [crase] é o nome que
s
tin

as aplicações no país podem começar no início de novembro, se dá à fusão de duas vogais idênticas. Tem particular impor-
se os órgãos reguladores americanos derem sinal verde. O tância a crase da preposição a com o artigo feminino a(s), com
ar

Departamento de Saúde e Serviços Humanos (FDA, na sigla o pronome demonstrativo a(s), com o a inicial dos pronomes
M

em inglês) ainda terá que publicar sua revisão, independente aquele(s), aquela(s), aquilo e com o a do relativo a qual (as
ra

dos dados de segurança e eficácia da empresa. Os consultores quais). Em todos esses casos, a fusão das vogais idênticas é
ei

do FDA vão debater publicamente as evidências da eficácia do assinalada na escrita por um acento grave.
liv

imunizante na próxima semana. Nos EUA, a vacina é autoriza-


O

CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa.


da para maiores de 12 anos, mas pediatras e familiares aguar- 2. ed. São Paulo: Scipione, 2004, p. 510.
de

dam a nova aprovação voltada às crianças mais novas como


forma de conter as infecções crescentes da variante Delta do
a

Grifos dos autores. Assinale a opção em que, nos segmentos


an

coronavírus. indicados, deverá ocorrer crase:


Lu

(Jornal Estado de Minas, 23 out. 2021, p. 8) a) Outros autores relacionam a ideia de equilíbrio a concep-
ção a qual Cortella se referiu, ou seja, aquela de avaliação,
A dispensa do uso da Crase NÃO se justifica pela mesma razão pesagem, balanceamento.
em:
b) O autor deixa claro que é preciso a toda pessoa que dese-
a) “aguardam a nova aprovação”. ja ser bom profissional em cargo de liderança fortalecer
b) “conter as infecções”. aquela equipe a qual tem a sua disposição.
c) “De acordo com a agência”. c) Segundo o autor, quem chega a alguma situação limite,
d) “para crianças de 5 a 11 anos”. como um infarto, passa a se cuidar, dedica-se a caminhar e
a fazer outros exercícios.
d) Para o articulista, aquela perturbação que abale a integri-
dade da vida de uma pessoa e impeça a ela de ser autêntica
97. (FUMARC – 2021) O uso da crase é facultativo em:
deve ser evitada.
a) A vendedora não resistiu à pressão
b) Não sou favorável a mudanças neste momento.
c) O diretor referiu-se à sua esposa. 101. (FUMARC – 2018) Leia o trecho abaixo e complete as lacu-
d) Os combatentes se enfrentaram cara a cara. nas, levando em consideração o uso da crase. 43
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O iOS 11.3 deve ser liberado para o público em breve. O O mesmo filósofo fala em “desastre da modernidade”, um
próximo grande update para o sistema do iPhone e iPad adi- tipo de doença que produziu uma patologia social chamada
cionará alguns recursos interessantes. O principal é o “Geren- de “império da ciência”, despótico e tirânico, que “digere” as
ciamento de desempenho”, uma resposta da Apple para _____ esferas estético-expressivas e as religiosas-morais. Harvey põe
polêmica relacionada ________ bateria. Com ele, o usuário o dedo na ferida ao dizer que o projeto do Iluminismo já era,
poderá escolher entre manter ______ performance do dispositi- na origem, uma “patranha”, na medida em que disparava um
vo ou dar prioridade para a autonomia. discurso redentor para o homem com as luzes da razão, em
(globo.com 28/03/2018) troca da lenta e gradual perda de sua liberdade.
A partir dos anos 50 e, ocorrido agora o definitivo desen-
As lacunas no trecho são preenchidas corretamente por:
canto com a ciência e suas tragédias (algumas delas), pode-se
a) a – a – a falar em um processo de sua desaceleração. O nosso futuro
b) a – à – a virou uma incerteza. A razão, além de não nos responder às
c) a – à – à grandes questões que prometeu responder, engendra novas
e terríveis perguntas, que chegam até hoje, vagando sobre a
d) à – à – a
incerteza de nossos precários destinos. Eu falaria, metafori-
camente, do homem moderno acorrentado (o Prometeu) ao
consumo desenfreado de coisas (res) para compensar suas
102. (FUMARC – 2018) frustrações e angústias. A vida se tornou absurda e difícil de
Razões da pós-modernidade ser vivida, face a esse “mal-estar” do homem ocidental. Daí sur-
gem as grandes doenças psicossociais de hoje: a frustração, o
Carlos Alberto Sanches, professor, perito e consultor em Redação –
[31/03/2014 - 21h06] relativismo e o niilismo, cujas sementes já estavam no bojo do
Iluminismo, a face sinistra de sua moeda. Não há mais nenhu-
Foi nos anos 60 que surgiu o que se chama de “pós-moder- ma certeza, porque a razão não foi capaz de dar ao homem
nidade”, na abalizada opinião de Frederic Jameson, como “uma alguns dos mais gratos dos bens: sua segurança e bem-estar.
lógica cultural” do capitalismo tardio, filho bastardo do libe- Não há mais certezas, apenas a percepção de que é preciso
ralismo dos séculos 18 e 19. O tema é controverso, pois está repensar criticamente a ciência, que nunca nos ofereceu um
associado a uma discussão sobre sua emergência funesta no caminho para a felicidade, o que provoca um forte movimento
pós-guerra. É que ocorre nesse período um profundo desen- de busca de liberdade. O mundo está sem ordem e valores,
canto no homem contemporâneo, especialmente no que toca como disse Dostoievski: “Se Deus não existe, tudo é permitido”.
à diluição e abalo de seus valores axiológicos, como verdade,
razão, legitimidade, universalidade, sujeito e progresso etc. Os A incerteza do mundo moderno e a impossibilidade de
sonhos se esvaneceram, juntamente com os valores e alicerces organizar nossas vidas levam Giddens a dizer que “não há nada
da vida: a “estética”, a “ética” e a “ciência”, e as repercussões de misterioso no surgimento dos fundamentalismos, a radica-
que isso provocou na produção cultural: literatura, arte, filoso- lização para as angústias do homem”. Restou-nos o refúgio nos
fia, arquitetura, economia, moral etc. grandes espetáculos, como os do Coliseu antigo: o pão e o cir-
Há, sem dúvida, uma crise cultural que desemboca, tal- co, para preencher o vazio da vida.

3
vez, em uma crise de modernidade. Ou a constatação de Na sua esteira de satanização social, o capitalismo engen-

-7
que, rompida a modernidade, destroçada por guerras devas- dra, então, a sociedade de consumo, para levar o cidadão ao

86
tadoras, produto da “gaia ciência” libertadora, leva a outra ópio do consumo (esquecer-se das desilusões) nas “estações
ruptura: morreu a pós-modernidade e deixou órfã a cultura
.6
orbitais” dos shoppings, ou templos das compras, onde os
34
contemporânea? bens nos consomem e a produção, sempre crescente, impli-
.5

Seria o caso de se falar em posteridade na pós-moder- ca a criação em massa (ou em série) de novos consumidores.
94

nidade? Max Weber, já no início do século 19, menciona a Temos uma parafernália de bens, mas são em sua maioria
-0

chegada da modernidade trocada pela “racionalização inte- coisas inúteis, que a razão / ciência nos deu; mas, em troca,
lectualista”, que produz o “desencanto do mundo”. Habermas sofremos dos males do século, entre eles a elisão de nossa
s

o reinterpreta, dizendo que a civilização se desagrega, espe-


tin

individualidade. Foi uma troca desvantajosa. É o que Campbell


cialmente no que toca aos conceitos da verdade, da coerência chama do sonho que gera o “signo-mercadoria”, que nos reme-
ar

das leis, da autenticidade do belo, ou seja, como questões de te ao antigo sonho do Romantismo, da realização dos ideais.
M

conhecimento...
ra

Trocamos o orgasmo reprodutor instintivo pelo prazer


Jean Francois Lyotard, em seu livro A condição pós-moder-
ei

lúdico-frenético de consumir, sem saber que somos consumi-


na, de 1979, enfoca a legitimação do conhecimento na cultura
liv

dos. Gememos de prazer ao comprar, mas choramos de dor


contemporânea. Para ele, “o pós-moderno enquanto condição
face à nossa solidão, cercados pela panaceia da ciência e da
O

de cultura, nesta era pós-industrial, é marcado pela incredu-


razão, que nos entope de placebos, mas não de remédios para
de

lidade face ao metadiscurso filosófico – metafísico, com suas


pretensões atemporais e universalizantes”. É como se dissés- a cura dos males dessa longínqua luz racional, que se acende
a

lá no Iluminismo e que vem, sob outras formas, até hoje. A


an

semos, fazendo coro, mais tarde, com John Lennon, que “o


sonho acabou” (ego trip). A razão, como ponto nevrálgico da televisão nos anestesia com a estética da imagem. Para Bau-
Lu

cultura moderna, não leva a nada, a não ser à certeza de que drillard, ela é o nosso mundo, como o mundo saído da tela do
o racionalismo iluminista, que vai entronizar a ciência como grande filme O Vidiota (o alienado no mundo virtual da tevê),
uma mola propulsora para a criação de uma sociedade justa, cujo magistral intérprete foi Peter Sellers.
valorizadora do indivíduo, vai apenas produzir o desencanto, Enquanto nos deleitamos com essa vida esquizofrênica
via progresso e com as suas descobertas, cantadas em prosa e lúdica, deixamos no caixa do capitalismo tardio (iluminista
e verso, que nos deixaram um legado brutal: as grandes tra- / racional) o nosso mais precioso bem: a individualidade. Só
gédias do século 20: guerras atrozes, a bomba atômica, crise
nos sobrou a estética, segundo Jameson, ou a “colonização
ecológica, a corrida armamentista...
pela estética” que afeta diferentes aspectos da cultura, como a
A frustração é enorme, porque o iluminismo afirmara que estética, a ética, a teórica, além da moral política.
somente as luzes da razão poderiam colocar o homem como
gerador de sua história. Mas tudo não passou de um sonho, A pós-modernidade talvez seja uma reação a esse quadro
um sonho de verão (parodiando Shakespeare). Habermas desolador. Bauman fala em pós-modernidade como a forma
coloca nessa época, o século 18, o gatilho que vai acionar essa atual da modernidade longínqua. Já Giddens fala em moderni-
desilusão da pós-modernidade. A ciência prometia dar segu- dade tardia ou “modernidade radicalizada”: a cultura atual. Por
rança ao homem e lhe deu mais desgraças. Entendamos aqui certo que a atual discussão sobre o pós-moderno implica um
também a racionalidade (o primado da razão cartesiana) como processo de revisão e questionamento desse estado de coisas,
cúmplice dessa falcatrua da modernidade e, portanto, da atual em que o homem não passa de um res nulius, como as matro-
44 pós-modernidade. nas romanas.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A cultura moderna, ou pós-modernista, não tem uma razão b) A vista disso, todos devem se retirar.

LÍNGUA PORTUGUESA
para produzir sua autocrítica, mas muitas razões, devido à sua c) Dia a dia nossa empresa foi crescendo.
prolongada irracionalidade do “modo de vida global”, segundo
d) Graças a todos vocês conseguimos terminar o trabalho.
Jameson. O que se pode dizer é que não há uma razão, mas
muitas razões para reordenar criticamente os descaminhos
da pós-modernidade, sem esquecermos que a irracionalidade
continua nos rondando. 106. (FUMARC – 2017)
http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/razoes-dapos- Não “temos de”
modernidade-8bs4bc7sv5e06z8trfk0pv80e. Acesso em 21/01/18.
Lia Luft
Crase significa fusão de dois fonemas “a”, em circunstância
marcada por uma exigência verbal ou nominal; é, portanto, Vivemos sob o império do “ter de”. Portanto, vivemos num
fenômeno tanto fonológico quanto morfossintático. Sabe-se mundo de bastante mentira. Democracia? Meia mentira. Pois a
que há situações de crase obrigatória, outras em que o acen- desigualdade é enorme, não temos os mesmos direitos, temos
to grave é considerado facultativo e, finalmente, casos em que quase uma ditadura da ilusão dos que ainda acreditam. Liber-
sua presença é proibida. Atente para as asserções sobre excer- dade de escolha profissional? Temos de ter um trabalho bom,
tos do texto. A seguir, assinale a opção que traz a afirmativa que dê prazer, que pague dignamente (a maioria quer salário
CORRETA: de chefe no primeiro dia), que permita grandes realizações e
muitos sonhos concretizados? “Teríamos”. No máximo, temos
a) “A vida se tornou absurda e difícil de ser vivida, face a esse
de conseguir algo decente, que nos permita uma vida mais ou
“mal-estar” do homem ocidental.” → Crase proibida. Have-
menos digna.
ria, porém, crase em: A vida se tornou absurda e difícil de
ser vivida, face à face com esse “mal-estar” do homem Temos de ter uma vida sexual de novela? Não temos nem
ocidental. podemos. Primeiro, a maior parte é fantasia, pois a vida coti-
diana requer, com o tempo, muito mais carinho e cuidados do
b) “A pós-modernidade talvez seja uma reação a esse quadro
que paixão selvagem. Além disso, somos uma geração alta-
desolador.” → Crase proibida. Haveria, porém, crase dian-
mente medicada, e atenção: muitos remédios botam a libido
te da forma feminina: A pós-modernidade talvez seja uma
de castigo.
reação à essa grave situação.
Temos de ter diploma superior, depois mestrado, possivel-
c) “A razão, além de não nos responder às grandes questões
mente doutorado e no Exterior? Não temos de... Pois muitas
que prometeu responder, engendra novas e terríveis per-
vezes um bom técnico ganha mais, e trabalha com mais gos-
guntas, que chegam até hoje, vagando sobre a incerteza
to, do que um doutor com méritos e louvações. Temos de nos
de nossos precários destinos.” → Crase proibida. Haveria,
casar? Nem sempre: parece que o casamento à moda antiga,
porém, crase obrigatória, se alterássemos a preposição
embora digam que está retornando, cumpre seu papel uma
para “... que chegam até hoje, vagando até à incerteza”.
vez, depois com bastante facilidade vivemos juntos, às vezes
d) “ A cultura moderna, ou pós-modernista, não tem uma até bem felizes, sem mais do que um contrato de união está-
razão para produzir sua autocrítica, mas muitas razões, vel se temos juízo. E a questão de gênero está muito mais
devido à sua prolongada irracionalidade do “modo de vida humanizada.

3
global” segundo Jameson”. → Crase facultativa. O autor

-7
Temos de ter filho: por favor, só tenham filhos os que de
poderia ter optado por não colocar crase antes do prono-

86
verdade querem filhos, crianças, adolescentes, jovens, adultos,
me possessivo: “... muitas razões, devido a sua prolongada .6
e mesmo adultos barbados, para amar, cuidar, estimular, pro-
irracionalidade”
34
ver e ajudar a crescer, e depois deixar voar sem abandonar
nem se lamentar. Mais mulheres começam a não querer ter
.5
94

filho – e não devem. Maternidade não pode mais ser obriga-


103. (FUMARC – 2018) ção do tempo em que, sem pílula, as mulheres muitas vezes
-0

I. Daqui ___ alguns anos estaremos sem água, se não mudar- pariam a cada dois anos, regularmente, e aos cinquenta, velhas
s

e exaustas, tinham doze filhos. Bonito, sim. Sempre desejei


tin

mos de postura
muitos irmãos e um bando de filhos (consegui ter três), mas
ar

II. ___ dias que não o vemos.


ter um que seja requer uma disposição emocional, afetiva, que
M

III. Todos chegaram ___ tempo. não é sempre inata. Então, protejam-se as mulheres e os filhos
ra

A alternativa que preenche corretamente as lacunas das ora- não nascidos de uma relação que poderia ser mais complicada
ei

ções é do que a maternidade já pode ser.


liv

a) a - à - a Temos de ser chiques, e, como sempre escrevo, estar em


O

todas as festas, restaurantes, resorts, teatros, exposições,


b) à - a - a
de

conhecer os vinhos, curtir a vida? Não temos, pois isso exige


c) a - a - há tempo, dinheiro, gosto e disposição. Teríamos de ler bons
a
an

d) a - há - a livros, sim, observar o mundo, aprender com ele, ser boa gente
também.
Lu

Temos, sobretudo, de ser deixados em paz. Temos de ser


104. (FUMARC – 2018) Ocorre crase quando há a fusão da prepo- amorosos, leais no amor e na amizade, honrados na vida e no
sição “a” com o artigo definido feminino “a” ou entre a preposi- trabalho, e, por mais simples que ele seja, sentir orgulho dele.
ção “a” e o pronome demonstrativo “aquele” (e variações). Basta imaginar o que seriam a rua, a cidade, o mundo, sem
garis, por exemplo. Sem técnicos em eletricidade, sem enca-
INDIQUE a alternativa que apresenta uso FACULTATIVO da
nadores (também os chamam bombeiros), sem os próprios
crase.
bombeiros, policiais, agricultores, motoristas, caminhoneiros,
a) Solicitamos a devolução dos documentos enviados à domésticas, enfermeiras e o resto. Empresários incluídos, pois,
empresa. sem eles, cadê trabalho?
b) O promotor se dirigiu às pessoas presentes no tribunal. Então, quem sabe a gente se protege um pouco dessa
c) O pai entregou àquele advogado a prova exigida pelo juiz. pressão do “temos de” e procura fazer da melhor forma possí-
d) Irei à minha sala para buscar o projeto de consultoria. vel o que é possível. Antes de tudo, um lembrete: cada um do
seu jeito, neste mundo complicado e vida-dura, temos de ten-
tar ser felizes. Isso não é inato: se tenta, se conquista, quando
dá. Boa sorte!
105. (FUMARC – 2018) A crase é obrigatória em:
Disponível em http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/colunistas/lya-luft/
a) O remédio foi colocado gota a gota. noticia/2017/06/nao-temos-de-9807278.html Acesso em 11 jul. 2017 45
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
É obrigatório o uso da crase em: A gente é velho quando começa a ter medo dos fotógrafos.
a) Ficamos cara a cara com o goleiro do time rival. Fugir das fotos de perfil porque nelas as barbelas de nelore apa-
recem. Nelore é um boi branco. Os pastos estão cheios deles,
b) Fomos assistir a aula mais cedo. vivos, e as mesas também, sob o disfarce de bifes. E eles têm uma
c) Fui a casa pegar os ingredientes do bolo. papada balançante, as barbelas, que vai da ponta do queixo (boi
d) Os peregrinos foram a Israel. tem queixo?) até o peito. Velhice é quando as barbelas de nelore
começam a aparecer. Aí vem a humilhação conclusiva. Prontas as
fotos, eles nos mostram e dizem: “Como você está bem!”
A gente é velho quando, tendo de subir ao palco para dar
107. (FUMARC – 2017) O uso da crase é obrigatório em:
uma palestra, tem sempre uma jovem simpática que nos ofe-
a) Ele tomou o remédio gota a gota. rece a mão, temendo que a gente se desequilibre e caia. A gen-
b) Na fazenda, vamos andar a cavalo e a pé. te aceita o oferecimento com um sorriso. Nunca se sabe...
c) Não irei a festas este mês, pois vou trabalhar. A gente é velho quando perde a vergonha e se desnuda
fazendo as confissões que acabei de fazer...
d) Quanto a exigência feita pelo professor, a cumprirei.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff3010200704.htm
Acesso em: 27 ago. 2016

108. (FUMARC – 2017) O uso da crase é facultativo em: O emprego da crase está correto, EXCETO em:
a) Comeu um bife à milanesa. a) Àquela hora já devia estar dormindo.
b) Desejo felicidades à sua irmã. b) Foram assistir à peça que lhes indiquei.
c) Queremos que fique à vontade. c) Frente à frente, ela não teve coragem de o desmentir.
d) Vou à Bahia no próximo mês. d) Perdi uma blusa semelhante à sua.

109. (FUMARC – 2016) 110. (FUMARC – 2016)


A GENTE É VELHO... Viver para postar
Rubem Alves Gregório Duduvier

A gente é velho quando, para descer uma escada, segura Amo fazer aniversário. Quando era pequeno (continuo
firme no corrimão. E os olhos olham para baixo para medir o pequeno, eu sei, mas nessa época era bem pequeno), lembro
tamanho dos degraus e a posição dos pés. da frase mágica: “Hoje você pode fazer o que você quiser” – e
Quando eu era moço, não era assim. Não segurava no o que eu queria era muita coisa. Queria o Tívoli Park, o chico
corrimão e não media degraus e pés. Descia os dois lances de cheese, o Parque da Mônica, tudo ao mesmo tempo. Sempre
acabava optando pelo Tívoli Park – Pasárgada da minha infân-
escada do sobrado do meu avô com a mesma fúria com que
cia, onde era feliz – e sabia.

3
um pianista toca o prelúdio 16, de Chopin. Ele, pianista, não

-7
pensa. Se pensasse, não conseguiria tocar, porque o pensa- Hoje já não tem Tívoli Park – minha Pasárgada fechou

86
mento não consegue seguir a velocidade das notas. Toca por- depois de diversos casos de assalto dentro do trem-fantasma –
que seus dedos sabem sem que a cabeça saiba. O pianista se
.6
mas a memória dessa liberdade plena e irrestrita volta sempre
34
abandona ao saber do corpo. Assim descia eu as escadas do que faço aniversário. Por isso, não reclamem se esta coluna
flertar com a autoajuda. Hoje esse é o meu Tívoli Park.
.5

sobradão do meu avô. Mas no dia em que o pé começou a tro-


94

peçar, a cabeça compreendeu que eles, os pés, já não sabiam Ser feliz é a melhor maneira de parecer um idiota comple-
-0

como sabiam antes. Agora é preciso o corrimão. Depois virão to. Para muita gente, a felicidade dos outros é um acinte. E não
as bengalas, corrimões portáteis que se leva por onde se vai. estou falando dos invejosos. Não consigo acreditar que exis-
s

tam invejosos de mim, para mim essa paranoia com a inveja


tin

A gente é velho quando, no restaurante, é preciso cuidado


ao se levantar. Moço, as pernas sabem medir as distâncias que alheia é delírio narcísico.
ar

há debaixo da mesa. Mas, agora, é preciso olhar para medir Estou falando dos cronicamente insatisfeitos – esses sim
M

a distância que há entre o pé da mesa e o bico do sapato. Há existem, e são muitos. Experimenta dizer que está feliz. O olhar
ra

sempre o perigo de que o bico do sapato esbarre no pé da vai ser fulminante, assim como a resposta mental: “Como é que
ei

mesa e o pé da mesa lhe dê uma rasteira, você se estatelando esse imbecil pode ser feliz num país desses, num calor desses,
liv

no chão. Quando se é velho, até uma pequena queda pode com um dólar desses?”.
O

se transformar em catástrofe. Há sempre o perigo de uma Aprendi que reclamar do calor ou do dólar não reduz a
de

fratura. temperatura nem o dólar. Aprendi que a lei de Murphy só exis-


A gente é velho quando é objeto de humilhações bon- te pra quem acredita nela. E aprendi que reparar na felicidade
a
an

dosas. Como aquela que aconteceu comigo 25 anos atrás. O te ajuda a reconhecê-la quando esbarrar com ela de novo – e
Lu

metrô estava cheio. Jovem, segurei-me num balaústre. Notei acho que isso foi o mais importante.
então que uma jovem de uns 25 anos me olhava com um olhar “A gente só reconhece a felicidade pelo barulhinho que
amoroso. Olhei para ela. E houve um momento de suspensão ela faz quando vai embora”, dizia o Jacques Prévert. Dificílimo
romântica. Minha cabeça e meu coração se alegraram. Até o reconhecer a felicidade quando ela ainda está no recinto. Caso
momento em que ela se levantou com um sorriso e me ofere- reconheça, é fundamental fotografar, escrever, desenhar, fil-
ceu o seu lugar. Foi um gesto de bondade. mar. Para isso servem nossos smartphones: para estocar os
Com o seu gesto ela me dizia: “O senhor me traz memó- mais diversos tipos de felicidade em pixels, áudios e blocos de
rias ternas do meu avô...”gente é velho quando entra no box nota. Às vezes a necessidade de registro pode parecer uma
do chuveiro com passos medrosos e cuidadosos. Há sempre o fuga do presente, mas, pelo contrário, é a documentação da
perigo de um escorregão. Por via das dúvidas, mandei instalar felicidade que estica o presente para a vida toda.
no box da minha casa uma daquelas barras metálicas horizon- Sempre que se depara com os melhores momentos da vida
tais que funcionam como corrimão. – e no caso dele isso acontece quase todo dia – meu padrasto
A gente é velho quando começa a ter medo dos tapetes. Os exclama, com voz de barítono: “Felicidade é isso aqui”. Apro-
tapetes são perigosos de duas maneiras. Há os pequenos tape- veito para dizer: hoje faço 29 anos e estou irremediavelmente
tes de fundo liso, que escorregam. E há os grandes tapetes que feliz. Desculpem todos. Vai passar. Mas enquanto isso, apro-
ficam com as pontas levantadas e que fazem ondas. O pé dos veito para exclamar, antes que passe: “Felicidade é isso aqui”.
velhos movimenta-se no arrasto e tropeça na ponta levantada Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/
46 do tapete ou na armadilha da onda. 2015/04/1615741-viver-para-postar. shtml Acesso em:7 set. 2016.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Vocabulário: Tivoli Park foi um parque de diversões localizado A culpa, disse um personagem de um filme, “é como uma

LÍNGUA PORTUGUESA
no bairro da Lagoa, na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Fun- mochila cheia de tijolos. Você carrega de um lado para o outro,
cionou de 1973 a 1995. até o fim da vida. Só tem um jeito: jogá-la fora”. Mas ela tem
raízes fundas em religiões e crenças, em ditames da família,
A crase é obrigatória em:
numa educação pelo excessivo controle ou na deseducação
a) Não vai a clubes aos domingos. pela indiferença, na competitividade no trabalho e na pressão
b) Não vá a pé para casa. de nosso grupo, que cobra coisas demais. [...]
c) Estava disposto a falar. Nessa rede de complexidades, seria bom resistir à máqui-
na da propaganda e buscar a simplicidade, não sucumbir ao
d) Ele veio a Bahia de trem. impulso da manada que corre cegamente em frente. Com sor-
te, vamos até enganar o tempo sendo sempre jovens, sendo
quem sabe imortais com nariz diminuto, boca ginecológica e
olhar fatigado num rosto inexpressivo. Não nos faltam recur-
111. (FUMARC – 2016) sos: a medicina, a farmácia, a academia, a ilusão, nos estendem
A falsa liberdade e a Síndrome do “TER DE” ofertas que incluem músculos artificiais, novos peitos, pele de
porcelana, e grandes espelhos, espelho, espelho meu. Mas a
Lya Luft
gente nem sabe direito onde está se metendo, e toca a correr
porque ainda não vimos tudo, não fizemos nem a metade, qua-
Essa é uma manifestação típica do nosso tempo, contagio-
se nada entendemos. Somos eternos devedores.
sa e difícil de curar porque se alimenta da nossa fragilidade, do
quanto somos impressionáveis, e da força do espírito de reba- Ordens aqui e ali, alguém sopra as falas, outro desenha os
gestos, vai sair tudo bem: nada depressivo nem negativo, tudo
nho que nos condiciona a seguir os outros. Eu tenho de fazer o
tem de parecer uma festa, noite de estreia com adrenalina e
que se espera de mim. Tenho de ambicionar esses bens, esse
aplausos ao final.
status, esse modo de viver – ou serei diferente, e estarei fora.
Disponível em: http://www.contioutra.com/a-falsa-liberdade-e-a-sindrome-
Temos muito mais opções agora do que alguns anos atrás, do-ter-de-lyaluft/#ixzz4HMEDzQMU Acesso em 14 ago. 2016 (Adaptado)
as possibilidades que se abrem são incríveis, mas escolher é
difícil: temos de realizar tantas coisas, são tantos os compro- A crase está empregada corretamente, EXCETO em:
missos, que nos falta o tempo para uma análise tranquila, uma a) Àquela hora o trem já havia partido.
decisão sensata, um prazer saboreado.
b) Refiro-me àquela senhora.
A gente tem de ser, como escrevi tantas vezes, belo, jovem, c) Dirigiu-se rapidamente à farmácia.
desejado, bom de cama (e de computador). Ou a gente tem
de ser o pior, o mais relaxado, ou o mais drogado, o chefe da d) Fomos para aquele lugar, mas não à encontramos.
gangue, a mais sedutora, a mais produzida. Outra possibilida-
de é ter de ser o melhor pai, o melhor chefe, a melhor mãe, a
melhor aluna; seja o que for, temos de estar entre os melhores, 112. (FUMARC – 2016) A crase é obrigatória em:
fingindo não ter falhas nem limitações. Ninguém pode se con- a) Fui a pé para o estádio.
tentar em ser como pode: temos de ser muito mais que isso,
b) Fui a Brasília semana passada.
temos de fazer o impossível, o desnecessário, até o absurdo, o

3
que não nos agrada – ou estamos fora. c) Vou a Bahia na próxima semana.

-7
d) Temos muito a ensinar-lhe.

86
A gente tem de rir dos outros, rebaixar ou denegrir nem
que seja o mais simples parceiro de trabalho ou o colega de .6
escola com alguma deficiência ou dificuldade maior. A gente
34

tem de aproveitar o mais que puder, e isso muitos pais incu- 113. (FUMARC – 2016) O emprego da crase está INCORRETO em:
.5

tem nos filhos: case tarde, aproveite antes! (O que significa


94

a) Eles venceram de ponta à ponta.


isso?) [...]
-0

b) Andava à procura de seus livros.


A propaganda nos atordoa: temos de ser grandes bebedo- c) O restaurante serve bife à milanesa.
s

res (daquela marca de bebida, naturalmente), comprar o carro


tin

mais incrível, obter empréstimos com menores juros, fazer a d) Fui à Bahia este ano.
ar

viagem maravilhosa, ter a pele perfeita, mostrar os músculos


M

mais fortes, usar o mais moderno celular, ir ao resort mais


ra

sofisticado.
ei

Até no luto temos de assumir novas posturas: sofrer vai


Æ CONCORDÂNCIA (VERBAL E NOMINAL)
liv

ficando fora de moda. Contrariando a mais elementar psico-


O

logia, mal perdemos uma pessoa amada, todos nos instigam a 114. (FUMARC – 2021)
de

passar por cima. “Não chore, reaja”, é o que mais ouvimos. “Lim-
Os buracos negros e a relatividade do tempo
pe a mesa dele, tire tudo do armário dela, troque os móveis,
a

roupas de cama, mude de casa.” Tristeza e recolhimento ofen- Em um dos grandes relatos de viagens fantásticas, o escritor
an

dem nossa paisagem de papelão colorido. Saímos do velório e norte-americano Edgar Allan Poe conta a história de uma expedi-
Lu

ção marítima na costa norueguesa que se depara com um redemoi-


esperam que se vá depressa pegar a maquilagem, correr para
nho gigante, conhecido como Maelstrom. Passado o terror inicial,
a academia, tomar o antidepressivo, depressa, depressa, pois
o narrador proclama: “Pouco depois, fiquei possuído da mais agu-
os outros não aguentam mais, quem quer saber da minha dor? çada curiosidade pelo próprio turbilhão. Sentia positivamente um
O “ter de” nos faz correr por aí com algemas nos tornoze- desejo de explorar suas profundezas, mesmo ao preço do sacrifício
los, mas talvez a gente só quisesse ser um pouco mais tranqui- que ia fazer; e meu principal pesar era que jamais poderia contar a
lo, mais enraizado, mais amado, com algum tempo para curtir meus amigos, na praia, os mistérios que iria conhecer”.
as coisas pequenas e refletir. Porém temos de estar à frente, Se Poe tivesse escrito seu conto 150 anos depois (o original
ainda que na fila do SUS foi publicado em 1841), talvez substituísse a exploração das
Se pensar bem, verei que não preciso ser magro nem entranhas do vórtice pela exploração das entranhas do buraco
negro. Fica difícil imaginar uma viagem fictícia mais fascinante
atlético nem um modelo de funcionário, não preciso ter mui-
do que a uma região em que nossas noções de espaço e tem-
to dinheiro ou conhecer Paris, não preciso nem mesmo ser po deixam de fazer sentido, de onde nada, nem a luz escapa,
importante ou bem-sucedido. Precisaria, sim, ser um sujeito um verdadeiro Maelstrom cós mico. Os buracos negros e suas
decente, encontrar alguma harmonia comigo mesmo, com os ligações com objetos exóticos, conhecidos como “buracos de
outros, e com a natureza na qual fervilha a vida e a morte é minhoca” - possíveis pontes de um ponto a outro no espaço e
apaziguadora. no tempo -, desafiam até a imaginação dos físicos. (...)
Em lugar disso, porém, abraçamos a frustração, e com ela Fonte: GLEISER, Marcelo. Micro macro: reflexões sobre o homem, o tempo e
a culpa. o espaço. São Paulo: Publifolha, 2005. p. 20. 47
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Quanto à concordância nominal com o Pronome de Tratamen- Esperei duas horas para enfim ter acesso a alguém que me
to, a alternativa INCORRETA é: explicou que testaria minha bateria. Depois de contemplarmos
a) Sua Excelência declarou encerrada a entrevista. os gráficos lindos e coloridos deixados no tablet pelo meu tele-
fone, anunciou que minha bateria ainda não justificava uma
b) Vossa Excelência autoriza o início da sessão?
troca – no tom pernóstico de um plantonista que sabe que não
c) Vossa Senhoria apresentará vosso assessor direto em tem leitos disponíveis e manda você para casa com aquela dor
instantes. no peito e a “certeza” de que “você não está enfartando, deve
d) Vossa Senhoria está inconformada com o parecer. ser só digestão”.
O mesmo jovem propôs uma reinstalação do sistema ope-
racional, – que é uma trivialidade, mas foi anunciada como se
fosse um cateterismo das coronárias.
115. (FUMARC – 2021)
Pfizer é 91% eficaz entre 5 e 11 anos Passei a noite me recuperando, ou seja, reinstalando apli-
cativos. Resultado: telefone lento como antes.
Dados divulgados ontem pelo grupo farmacêutico Pfizer
apontam que doses da vacina desenvolvida pela companhia Voltei para a Apple (loja da Quinta Avenida), onde descobri
contra COVID-19 para crianças de 5 a 11 anos são seguras e que, como na história do hospital sem leitos, de fato, a Apple
apresentam eficácia de quase 91% na prevenção de infecções não dispunha mais de baterias para substituir a minha: muitos
sintomáticas. A divulgação ocorre em meio às análises feitas usuários estavam com o mesmo problema. Por coincidência,
pelos Estados Unidos para aplicação do imunizante nessa faixa tudo conjurava para que eu comprasse um telefone novo.
etária. De acordo com a agência de notícias Associated Press, Nos EUA, a Apple está sendo processada (15 casos coleti-
as aplicações no país podem começar no início de novembro, vos, em diferentes Estados) por piorar propositalmente a expe-
se os órgãos reguladores americanos derem sinal verde. O riência dos usuários de iPhone sem lhes oferecer alternativas
Departamento de Saúde e Serviços Humanos (FDA, na sigla –salvo, obviamente, a de adquirir um telefone novo.
em inglês) ainda terá que publicar sua revisão, independente A companhia pediu desculpas públicas, mas a humildade
dos dados de segurança e eficácia da empresa. Os consultores não é o forte do treinamento Apple. Basta se lembrar que o
do FDA vão debater publicamente as evidências da eficácia do atendimento pós-venda da companhia se chama (o ridículo
imunizante na próxima semana. Nos EUA, a vacina é autoriza- não mata ninguém) “genius bar”, o balcão dos gênios.
da para maiores de 12 anos, mas pediatras e familiares aguar-
Já pensou: você poderia ligar para seu serviço de TV a cabo
dam a nova aprovação voltada às crianças mais novas como
porque a recepção está péssima e alguém diria: “Sim, senhor,
forma de conter as infecções crescentes da variante Delta do
pode marcar consulta com o balcão dos gênios”.
coronavírus.
A maioria dos usuários não acham isso cômico e despropo-
(Jornal Estado de Minas, 23 out. 2021, p. 8)
sitado. Por que será?
Quanto à Concordância Verbal, há ERRO em: Há marcas que vivem de seu poder de inclusão, do tipo
“nós fabricamos o carro que todos podem dirigir”. E há marcas
a) Após as últimas chuvas, podem haver milhares de pessoas
que vivem de seu poder de exclusão: tipo, será que você mere-
desalojadas.
ce o que estou vendendo?

3
b) Consumidores de café brasileiros pagam caro pelos grãos
Você já entrou alguma vez numa loja cara onde os vende-

-7
selecionados.

86
dores, envaidecidos pela aura do próprio produto que ven-
c) O empresário que fez a denúncia obteve o cancelamento dem, olham para você com desprezo, como se você não fosse
.6
das multas. um consumidor à altura da loja?
34

d) Você e ele já protocolaram uma reclamação na semana É uma estratégia básica de marketing: primeiro, espera-se
.5

passada.
94

que você inveje (e portanto deseje) o mundo do qual se sente


excluído.
-0

Você perguntará: de que adianta, se não poderei adquirir


s

116. (FUMARC – 2018) A concordância nominal está CORRETA os produtos da marca? Em geral, nesses casos o projeto é ven-
tin

em: der os acessórios da casa. Pouquíssimos comprarão o casa-


ar

a) É necessário a atenção de todos para a leitura do texto. co de R$ 15 mil, mas milhares comprarão um lencinho (com
M

monograma) para se sentirem, assim, membros do clube.


b) Ela tomou decisões o mais sensatas possíveis.
ra

A Apple mantém sua presença no mercado pela ideia de


ei

c) Somente após bastantes ameaças, ele arrumou o quarto.


sua superioridade tecnológica - e pelo design elegante, claro.
liv

d) Quando a moça terminou de arrumar as malas, já era meio-


Seriamente, alguém que usa processador de texto não
O

-dia e meio.
deveria escolher um computador em que não dá para apagar
de

letras da esquerda para a direita. Mas é como os carros ingle-


a

ses dos anos 1950: havia a glória de viver perigosamente e diri-


an

117. (FUMARC – 2018) gir sem suspensões posteriores independentes (sem capotar
Lu

Há marcas que vivem da inclusão, e outras que vivem da a cada curva).


exclusão Pouco importam as críticas. A Apple conseguiu convencer
seus usuários de que eles mesmos, por serem usuários, fazem
Contardo Calligaris
parte de uma arrojada elite tecnológica. Numa loja da Apple,
Meu telefone, um iPhone 6, estava cada vez mais lento. todos, os usuários e os “gênios” vestem (real ou metaforica-
Não era por nenhuma das causas apontadas nas inúmeras mente) a camiseta da marca.
salas de conversa entre usuários de iPhones vagarosos. Quer saber o que aconteceu com meu iPhone? Está ótimo.
Era mesmo o processador que estava se tornando exaspe- Fui ao Device Shop, em Times Square, no mesmo prédio do
radamente lento, ao ponto em que havia um intervalo sensível Hard Rock Cafe: atendimento imediato, troca de bateria em
de tempo entre digitar e a letra aparecer na tela. dez minutos, conversa agradável. Não havia gênios, só pessoas
competentes. E custou menos de dois terços do que pagaria
Deixei para resolver quando chegasse a Nova York, onde, na Apple.
aliás, a coisa piorou: era suficiente eu tirar o celular do bolso
ou deixá-lo num bolso externo (que não estivesse em contato Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligar
is/2018/01/1949427-hamarcas-que-vivem-da-inclusao-e-outras-que-vivem-
com o calor do corpo) para que a carga da bateria baixasse, de da-exclusao.shtml Acesso em 20 mar. 2018
repente, de 60% a zero.
Pensei que três anos é mesmo o tempo de vida útil para Admite-se mais de uma concordância dos verbos destacados
48 uma bateria. E lá fui à loja da Apple na Broadway. em:
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) “A maioria dos usuários não acham isso cômico e Temos de ser chiques, e, como sempre escrevo, estar em

LÍNGUA PORTUGUESA
despropositado.” todas as festas, restaurantes, resorts, teatros, exposições,
b) “E custou menos de dois terços do que pagaria na Apple.” conhecer os vinhos, curtir a vida? Não temos, pois isso exige
tempo, dinheiro, gosto e disposição. Teríamos de ler bons
c) “Não havia gênios, só pessoas competentes.”
livros, sim, observar o mundo, aprender com ele, ser boa gente
d) “Pensei que três anos é mesmo o tempo de vida útil para também.
uma bateria.”
Temos, sobretudo, de ser deixados em paz. Temos de ser
amorosos, leais no amor e na amizade, honrados na vida e no
trabalho, e, por mais simples que ele seja, sentir orgulho dele.
118. (FUMARC – 2018) ___, entre pesquisadores, que, se a popu- Basta imaginar o que seriam a rua, a cidade, o mundo, sem
lação mundial ___ esta postura em relação ao meio ambiente, garis, por exemplo. Sem técnicos em eletricidade, sem enca-
___ sérios problemas a serem resolvidos. nadores (também os chamam bombeiros), sem os próprios
As lacunas na frase acima são preenchidas corretamente por: bombeiros, policiais, agricultores, motoristas, caminhoneiros,
a) Comentam-se; manter; haverá. domésticas, enfermeiras e o resto. Empresários incluídos, pois,
sem eles, cadê trabalho?
b) Comenta-se; mantesse; haverão.
Então, quem sabe a gente se protege um pouco dessa
c) Comenta-se; mantiver; haverá. pressão do “temos de” e procura fazer da melhor forma possí-
d) Comenta-se; mantiver; haverão. vel o que é possível. Antes de tudo, um lembrete: cada um do
seu jeito, neste mundo complicado e vida-dura, temos de ten-
tar ser felizes. Isso não é inato: se tenta, se conquista, quando
dá. Boa sorte!
119. (FUMARC – 2018) Admitem-se as duas concordâncias ape-
nas em: Disponível em http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/colunistas/lya-luft/
noticia/2017/06/nao-temos-de-9807278.html Acesso em 11 jul. 2017
a) 80% das pessoas torce (torcem) para que o país melhore.
b) A maioria das pessoas não consegue (conseguem) acabar Considerando a concordância nominal, a frase CORRETA é
com o vício em drogas.
a) Anexos, remeto-lhes nossas últimas fotografias.
c) Mães de família procura (procuram) estar atentas aos seus
b) Ela mesmo confirmou a presença no evento.
filhos.
d) Pessoas usuárias de drogas deve (devem) procurar se tratar. c) Foi muito criticado pelos jornais a publicação da obra.
d) Muito obrigada, querido, falou-me emocionada.

120. (FUMARC – 2017)


Não “temos de” 121. (FUMARC – 2017) Permite-se mais de uma concordância do
verbo em
Lia Luft
a) A maioria das pessoas quer salário de chefe no primeiro dia.
Vivemos sob o império do “ter de”. Portanto, vivemos num b) Fomos nós que fizemos os personagens da revista.

3
-7
mundo de bastante mentira. Democracia? Meia mentira. Pois a c) Mais de um candidato estudou para o exame.

86
desigualdade é enorme, não temos os mesmos direitos, temos
quase uma ditadura da ilusão dos que ainda acreditam. Liber- d) Qual de vós saiu mais cedo?.6
dade de escolha profissional? Temos de ter um trabalho bom,
34

que dê prazer, que pague dignamente (a maioria quer salário


.5

de chefe no primeiro dia), que permita grandes realizações e


94

122. (FUMARC – 2017) A concordância nominal está CORRETA


muitos sonhos concretizados? “Teríamos”. No máximo, temos
-0

em:
de conseguir algo decente, que nos permita uma vida mais ou
menos digna. a) A aula terminará meio dia e meio.
s
tin

Temos de ter uma vida sexual de novela? Não temos nem b) A porta está meio aberta.
ar

podemos. Primeiro, a maior parte é fantasia, pois a vida coti- c) É necessário a apresentação de documento.
M

diana requer, com o tempo, muito mais carinho e cuidados do


d) Pimenta é boa para a saúde.
que paixão selvagem. Além disso, somos uma geração alta-
ra

mente medicada, e atenção: muitos remédios botam a libido


ei

de castigo.
liv

Temos de ter diploma superior, depois mestrado, possivel- 123. (FUMARC – 2017) A concordância verbal é permitida com o
O

mente doutorado e no Exterior? Não temos de... Pois muitas verbo no plural ou no singular em:
de

vezes um bom técnico ganha mais, e trabalha com mais gos- a) Não foram eles que __________ o trabalho. (fez/fizeram)
to, do que um doutor com méritos e louvações. Temos de nos
a
an

casar? Nem sempre: parece que o casamento à moda antiga, b) Mais de um candidato __________ aprovado. (foi/foram)
Lu

embora digam que está retornando, cumpre seu papel uma c) Grande parte dos convidados _____________ mais cedo.
vez, depois com bastante facilidade vivemos juntos, às vezes (chegou/chegaram)
até bem felizes, sem mais do que um contrato de união está- d) Cerca de cem pessoas ____________ ao ver a polícia. (fugiu/
vel se temos juízo. E a questão de gênero está muito mais fugiram)
humanizada.
Temos de ter filho: por favor, só tenham filhos os que de
verdade querem filhos, crianças, adolescentes, jovens, adultos,
e mesmo adultos barbados, para amar, cuidar, estimular, pro- 124. (FUMARC – 2016)
ver e ajudar a crescer, e depois deixar voar sem abandonar A GENTE É VELHO...
nem se lamentar. Mais mulheres começam a não querer ter
Rubem Alves
filho – e não devem. Maternidade não pode mais ser obriga-
ção do tempo em que, sem pílula, as mulheres muitas vezes
A gente é velho quando, para descer uma escada, segura
pariam a cada dois anos, regularmente, e aos cinquenta, velhas
firme no corrimão. E os olhos olham para baixo para medir o
e exaustas, tinham doze filhos. Bonito, sim. Sempre desejei
tamanho dos degraus e a posição dos pés.
muitos irmãos e um bando de filhos (consegui ter três), mas
ter um que seja requer uma disposição emocional, afetiva, que Quando eu era moço, não era assim. Não segurava no
não é sempre inata. Então, protejam-se as mulheres e os filhos corrimão e não media degraus e pés. Descia os dois lances de
não nascidos de uma relação que poderia ser mais complicada escada do sobrado do meu avô com a mesma fúria com que
do que a maternidade já pode ser. um pianista toca o prelúdio 16, de Chopin. 49
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ele, pianista, não pensa. Se pensasse, não conseguiria 125. (FUMARC – 2016)
tocar, porque o pensamento não consegue seguir a velocidade Viver para postar
das notas. Toca porque seus dedos sabem sem que a cabeça
Gregório Duduvier
saiba. O pianista se abandona ao saber do corpo. Assim descia
eu as escadas do sobradão do meu avô. Mas no dia em que o Amo fazer aniversário. Quando era pequeno (continuo
pé começou a tropeçar, a cabeça compreendeu que eles, os pequeno, eu sei, mas nessa época era bem pequeno), lembro
pés, já não sabiam como sabiam antes. Agora é preciso o corri- da frase mágica: “Hoje você pode fazer o que você quiser” – e
mão. Depois virão as bengalas, corrimões portáteis que se leva o que eu queria era muita coisa. Queria o Tívoli Park, o chico
cheese, o Parque da Mônica, tudo ao mesmo tempo. Sempre
por onde se vai.
acabava optando pelo Tívoli Park – Pasárgada da minha infân-
A gente é velho quando, no restaurante, é preciso cuidado cia, onde era feliz – e sabia.
ao se levantar. Moço, as pernas sabem medir as distâncias que Hoje já não tem Tívoli Park – minha Pasárgada fechou
há debaixo da mesa. Mas, agora, é preciso olhar para medir depois de diversos casos de assalto dentro do trem-fantasma –
a distância que há entre o pé da mesa e o bico do sapato. Há mas a memória dessa liberdade plena e irrestrita volta sempre
sempre o perigo de que o bico do sapato esbarre no pé da que faço aniversário. Por isso, não reclamem se esta coluna
mesa e o pé da mesa lhe dê uma rasteira, você se estatelando flertar com a autoajuda. Hoje esse é o meu Tívoli Park.
no chão. Quando se é velho, até uma pequena queda pode Ser feliz é a melhor maneira de parecer um idiota comple-
se transformar em catástrofe. Há sempre o perigo de uma to. Para muita gente, a felicidade dos outros é um acinte. E não
fratura. estou falando dos invejosos. Não consigo acreditar que exis-
tam invejosos de mim, para mim essa paranoia com a inveja
A gente é velho quando é objeto de humilhações bon- alheia é delírio narcísico.
dosas. Como aquela que aconteceu comigo 25 anos atrás. O Estou falando dos cronicamente insatisfeitos – esses sim
metrô estava cheio. Jovem, segurei-me num balaústre. Notei existem, e são muitos. Experimenta dizer que está feliz. O olhar
então que uma jovem de uns 25 anos me olhava com um olhar vai ser fulminante, assim como a resposta mental: “Como é que
amoroso. Olhei para ela. E houve um momento de suspensão esse imbecil pode ser feliz num país desses, num calor desses,
romântica. Minha cabeça e meu coração se alegraram. Até o com um dólar desses?”.
momento em que ela se levantou com um sorriso e me ofere- Aprendi que reclamar do calor ou do dólar não reduz a
ceu o seu lugar. Foi um gesto de bondade. temperatura nem o dólar. Aprendi que a lei de Murphy só exis-
te pra quem acredita nela. E aprendi que reparar na felicidade
Com o seu gesto ela me dizia: “O senhor me traz memó-
te ajuda a reconhecê-la quando esbarrar com ela de novo – e
rias ternas do meu avô...”gente é velho quando entra no box acho que isso foi o mais importante.
do chuveiro com passos medrosos e cuidadosos. Há sempre o
“A gente só reconhece a felicidade pelo barulhinho que
perigo de um escorregão. Por via das dúvidas, mandei instalar ela faz quando vai embora”, dizia o Jacques Prévert. Dificílimo
no box da minha casa uma daquelas barras metálicas horizon- reconhecer a felicidade quando ela ainda está no recinto. Caso
tais que funcionam como corrimão. reconheça, é fundamental fotografar, escrever, desenhar, fil-
mar. Para isso servem nossos smartphones: para estocar os

3
A gente é velho quando começa a ter medo dos tapetes. Os

-7
mais diversos tipos de felicidade em pixels, áudios e blocos de
tapetes são perigosos de duas maneiras. Há os pequenos tape-

86
nota. Às vezes a necessidade de registro pode parecer uma
tes de fundo liso, que escorregam. E há os grandes tapetes que .6
fuga do presente, mas, pelo contrário, é a documentação da
ficam com as pontas levantadas e que fazem ondas. O pé dos
34
felicidade que estica o presente para a vida toda.
velhos movimenta-se no arrasto e tropeça na ponta levantada
.5

Sempre que se depara com os melhores momentos da vida


94

do tapete ou na armadilha da onda. – e no caso dele isso acontece quase todo dia – meu padrasto
-0

A gente é velho quando começa a ter medo dos fotógrafos. exclama, com voz de barítono: “Felicidade é isso aqui”. Apro-
Fugir das fotos de perfil porque nelas as barbelas de nelore veito para dizer: hoje faço 29 anos e estou irremediavelmente
s

feliz. Desculpem todos. Vai passar. Mas enquanto isso, apro-


tin

aparecem. Nelore é um boi branco. Os pastos estão cheios


veito para exclamar, antes que passe: “Felicidade é isso aqui”.
ar

deles, vivos, e as mesas também, sob o disfarce de bifes. E eles


M

têm uma papada balançante, as barbelas, que vai da ponta Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/
2015/04/1615741-viver-para-postar. shtml Acesso em:7 set. 2016.
ra

do queixo (boi tem queixo?) até o peito. Velhice é quando as


ei

barbelas de nelore começam a aparecer. Aí vem a humilhação Vocabulário: Tivoli Park foi um parque de diversões localizado
liv

conclusiva. Prontas as fotos, eles nos mostram e dizem: “Como no bairro da Lagoa, na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Fun-
O

você está bem!” cionou de 1973 a 1995


de

A gente é velho quando, tendo de subir ao palco para dar A concordância verbal está correta, EXCETO em:
a

uma palestra, tem sempre uma jovem simpática que nos ofe- a) Foi ele quem perdeu a carteira ontem.
an

rece a mão, temendo que a gente se desequilibre e caia. A gen- b) Fazem dez anos que não o vejo.
Lu

te aceita o oferecimento com um sorriso. Nunca se sabe... c) Mais de um jogador foi expulso no último domingo.
A gente é velho quando perde a vergonha e se desnuda d) Houve diversas reclamações sobre o assunto.
fazendo as confissões que acabei de fazer...
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff3010200704.htm
Acesso em: 27 ago. 2016 126. (FUMARC – 2016) Se _________ mais cirurgias a realizar,
____________ mais médicos. A sequência que completa adequa-
É permitida mais de uma concordância para os verbos desta- damente o período abaixo é:
cados em: a) houvessem / deveria existir.
a) A psicanálise amplia a visão de cada um sobre si mesmo e b) houvessem / deveriam existir.
sobre o mundo. c) houvesse / deveria existir.
b) As consequências de um desmembramento social são d) houvesse / deveriam existir.
variadas.
c) Boa parte das lojas oferece roupas de estilo jovem.
d) Hoje as lojas especializam-se em atender o público consu- 127. (FUMARC – 2016) Considere as seguintes frases:
50 midor também por faixa etária. I. Segue anexo a foto do evento.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
II. Segue em anexo a foto do evento. Não passam. A câmera é inexorável, ainda mais com a alta

LÍNGUA PORTUGUESA
III. Segue anexa a foto do evento. definição. A pele muda. Algo, nem sei dizer o quê, a vida tal-
vez, transforma um semblante que ainda é belo. Mas sem o
IV. Segue anexado a foto do evento mesmo frescor. Iniciam-se os procedimentos estéticos. Botox,
Estão CORRETAS apenas as frases: plásticas. A juventude não volta. O rosto fica mais agradável,
a) I e II. não nego. Sem tantas marcas, sem os sulcos na pele causados
até pelas histórias da vida. Alguém oferece o papel de tia. Ou
b) I e IV. de mãe. A atriz se assusta.
c) II e III. – Mas eu não pareço ser mãe dela!
d) III e IV. Só uma sucessiva série de dissabores “acordará”, até cruel-
mente, a pessoa. O tempo passou. A idade chegou. Funciona
do mesmo jeito para mim, para meus amigos, para quem tem
40. A juventude, na peça, é simbolizada pelo coma. Um dia a
128. (FUMARC – 2017) A concordância verbal só NÃO está cor- gente acorda. O tempo simplesmente passou, e é preciso rever
reta em: expectativas, projetos, sonhos. Mas é? A emoção, sim, continua
a) Fui eu que comprei as guloseimas para a festa. a mesma! Como lidar com isso? Ainda tenho livros para escre-
b) Fui eu que comprou as guloseimas para a festa. ver, novelas, quero viver um grande amor. Meu coração bate
por coisas novas. E, como eu, o de tanta gente! A sociedade
c) Fui eu quem comprei as guloseimas para a festa. agrária, onde os pais envelheciam junto aos filhos, se desagre-
d) Fui eu quem comprou as guloseimas para a festa. gou. Eu tenho amigos que ainda tentam ressuscitar esse proje-
to, brincam com os netinhos e conformam-se em correr atrás
dos filhos, sempre ocupados com seus próprios sonhos!
Um número crescente de pessoas sente como eu. Se é um
129. (FUMARC – 2016) A concordância nominal está CORRETA
coma, não quero acordar, porque minhas emoções continuam
em:
vivas! Posso adaptar projetos, mas desistir dos sonhos nunca!
a) As promissórias vão anexo. Um antigo ditado dizia que a vida começava aos 40. Depois,
b) É necessário a apresentação da carteira de identidade. aos 50. Estou pronto para considerar os 60 como a idade de
ouro. É assim, juro. Eu olho para minhas amigas, parentes:
c) Foram necessários bastantes tijolos para a reforma da casa. em um olhar, gesto, percebo a garotinha que ela foi. A ado-
d) São meio dia e meio. lescente. Está lá, viva! Minhas emoções, tantas vezes, são as
de um jovem começando a vida. Sempre quero fazer algo de
novo. Voltei a pintar. O coração bate acelerado porque uma
nova novela está a caminho, ou conheci alguém. E tem mais
130. (FUMARC – 2016) uma pergunta importante: eu estou em coma, não reconheço
A idade da emoção a realidade dos meus 60? Bem, se isso é um estado de sonho,
de desprendimento da realidade, sou como a personagem
Walcyr Carrasco
da peça. Não quero acordar. Quero bater a cabeça como um
adolescente e até, juro, brincar de esconde-esconde dentro de

3
Fui assistir à peça Uma espécie de Alasca, de Harold Pin-
casa. Quero, enfim, sonhar.

-7
ter, que estreou há pouco em São Paulo. Conta a história de

86
uma mulher que entrou em coma aos 15 e acordou 29 anos A emoção não tem idade. Conformar-se com uma realida-
depois. Bem interpretada por Yara de Novaes, inspira-se em de que não nos faz feliz, isso sim é viver em estado de coma.
.6
Mas a emoção pode transformá-la. Nós todos enfrentamos
34
um caso real do médico americano Oliver Sacks. Para mim,
essa espécie de Alasca.
.5

o texto “bateu” de forma profunda. Não aconteceu o mesmo


94

comigo, e com muita gente que conheço? Estou acima dos 60, Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/walcyrcarrasco/
noticia/2015/11/idade-da-emocao. html .Acesso em: jul. 2016
-0

o tempo passou tão rapidamente! Não, não estive em coma.


Mas um dia a gente “acorda” e descobre que a idade chegou.
s

Permite-se mais de uma concordância para o verbo destacado


Mais que isso: que chegou, mas não chegou, porque o cora-
tin

em:
ção e os sonhos continuam os mesmos. Até antes da peça, na
ar

espera, percebi que estava lá uma outra tribo, já no jeito de a) “Mais de um rapaz passou por essa situação.”
M

vestir. Diferente de mim, de meus amigos, das pessoas que b) “Muitas vezes, virou uma senhora gorda, com netos.”
ra

me cercam. A personagem do texto acorda com um rosto mais c) “Uma antiga namorada comentou que fui o homem mais
ei

velho, um corpo, mas sente os desejos, medos, de uma garota belo que ela já conheceu.”
liv

de 15. Olha para a irmã e não reconhece: quem é afinal essa d) “Um número crescente de pessoas sente como eu.
O

mulher velha e gorda?


de

Todos os homens da minha idade já passaram por isso, ao


reencontrar a garota mais sexy, mais ambicionada da escola.
a

131. (FUMARC – 2014) TEXTO 1: Leia com atenção o texto a seguir,


an

Muitas vezes, virou uma senhora gorda, com netos. A gente


para resolver a questão.
Lu

procura nos olhos, em algum traço, aquela menina. E diz para


si mesmo: O ato de ler e sua importância: vivências e exigências
– Como foi que ela mudou tanto assim? Saber ler é, além de uma exigência da sociedade moderna,
uma dinâmica experiência existencial. Contudo, há uma impor-
Mas eu também mudei, fisicamente. Uma antiga namo- tante diferença entre saber ler e a prática efetiva da leitura: a
rada, dos 17 anos, comentou com uma amiga em comum efetiva leitura vai além do texto verbal e começa - na palavra-
– modéstia à parte – que fui o homem mais belo que ela já -mundo - antes mesmo do contato com ele.
conheceu. Eu? Pois é. Fui. Certamente, se ela me reencontrar, Referindo-nos tão somente ao texto verbal, o ato de ler está
pensará o mesmo: invariavelmente relacionado ao processo de escrita, e o leitor,
– Onde estão aqueles traços? O topete? na maioria das vezes, é visto como um mero agente “decodi-
Na área em que trabalho, vejo isso acontecer com frequên- ficador” de letras, num gesto simples e puramente mecânico
cia, de forma até desesperadora. Quantas atrizes jovens, sexy, de decifração de sinais e códigos. Porém, esse posicionamento
submisso frente à decifração de signos linguísticos e à desen-
explodindo, já conheci? Tinham qualquer homem a seus pés.
freada recepção de informações não confere, a quem quer que
O tempo passou. Vieram outras atrizes. Elas amadurecem,
seja, a qualidade e a competência de leitor, tal como hoje as
sem perceber. Continuam com os mesmos sorrisos sedutores,
entendemos ou o entendemos. Ao contrário, uma patente pas-
olhares intensos. Surpreendem-se quando disputam um papel sividade leitora vem fazendo com que muitos assumam, cada
com uma garota de 20 anos. vez mais, uma postura suscetível e vulnerável a quaisquer prá-
– Mas eu faço! Tenho 35, mas passo por 20. ticas ou intenções de dominação e/ou manipulação. 51
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Para que ocorra, então, uma prática concreta de liberta- Analise as afirmativas sobre a coerência e a coesão textual,
ção, a compreensão das mais diversas linguagens, expressões identificando-as com (V) ou (F) conforme sejam verdadeiras ou
e formas simbólicas, configuradas quer por palavras, quer por falsas.
imagens, exige de qualquer leitor, hoje, um caráter reflexivo e
( ) Coesão é articulação gramatical existente entre as palavras
um papel mais do que ativo. Essa constante “atuação” se faz
de um texto, de forma a garantir a conexão sequencial.
necessária para que haja a produção de múltiplas possibilida-
des de leitura e para que essas se multipliquem e se tornem ( ) Coerência é o resultado da articulação das ideias de um tex-
novas a cada experiência de “confronto” e de interação textual, to, que apontam para uma unidade de sentido.
levando em consideração a surpreendente diversidade de ( ) Um texto coerente não contém contradições e suas partes
fenômenos que podem, enfim, ser chamados de texto. Assim, constituem um todo significativo.
apreciações interpretativas, críticas e sensíveis por parte dos
leitores tornam-se, cada vez mais, componentes ativos na (e ( ) Conjunções e preposições contribuem para ligação coesiva
para a) consolidação de qualquer leitura. entre elementos linguísticos: palavras, orações e períodos.
Sendo assim, abdicar de posições e posturas “inertes” é uma A sequência CORRETA, de cima para baixo, é:
das características que permitem ao leitor proficiente ser levado a) F, F, F, F.
em conta como parte integrante não só do ato da leitura, mas
também dos textos. Uma leitura eficiente pressupõe sucessivos b) F, V, F, V.
instantes de construção e de desconstrução de significados, ou c) V, V, F, F.
seja, momentos de preenchimento de espaços vazios ou em d) V, V, V, V
branco dos textos, abertos a várias interpretações. Além disso,
essa eficaz leitura deve ser entendida como um momento de
apropriação e incorporação de saberes, bem como de partici-
pação afetiva e efetiva numa realidade (quase sempre) alheia 133. (FUMARC – 2018)
A predisposição e a empatia do leitor para entregar-se ao Direito à fantasia
universo apresentado no texto, para mergulhar e se aprofundar
nas entrelinhas e nos subentendidos são, também, fundamentais Frei Betto 05/08/2017 - 06h00
para uma leitura polivalente, multidirecional e aberta à flexibilida-
de. Todo texto é plural, assim como os sentidos e os significados A fantasia é a matéria-prima da realidade. Tudo que é real,
desse texto. Basta que o leitor esteja atento a todas as peculiari- do computador ao jornal no qual você lê este texto, nasceu
dades textuais e que associe ou atribua a elas significância por da fantasia de quem criou o artigo, concebeu o computador e
meio do que está explícito e, principalmente, implícito. Nenhuma editou a publicação.
leitura deve ser compreendida como um processo e/ou um ato A cadeira na qual me sento teve seu desenho concebido
estático; deve, sim, ser enxergada através de diversos ângulos, previamente na mente de quem a criou. Daí a força da ficção.
como uma atividade instigante e doadora de significação. [...]
Ela molda a realidade.
A formação de um leitor deve valer-se de vivências sistemá-
A infância é, por excelência, a idade da fantasia. A puberda-
ticas de leitura, carregadas de significados e de sentidos que
contribuam para o ser/estar no mundo, numa perspectiva de de, o choque de realidade. Privar uma criança de sonhos é for-
interação entre o mundo do leitor e o do autor do texto (ou da çá-la a, precocemente, antecipar seu ingresso na idade adulta.
obra); deve envolver práticas sociais em que o indivíduo sin- E esse débito exige compensação. O risco é ele ser pago com

3
ta a necessidade de ler. E deve, ainda, fazer do ato de ler um as drogas, a via química ao universo onírico.

-7
momento de apropriação de saberes, de conhecimento de si e As novas tecnologias tendem a coibir a fantasia em crian-

86
do mundo e, sempre que possível, um momento de puro prazer. ças que preferem a companhia do celular à dos amigos. O celu-
.6
Disponível em: http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia/453769/o-ato-de-ler- lar isola; a amizade entrosa. O celular estabelece uma relação
34
e-sua-importancia-vivencias-e-exigencias Acesso em: dez./2013. monológica com o real; a amizade, dialógica. O risco é a tec-
.5

nologia, tão rica em atrativos, “roubar” da criança o direito de


94

“Assim, apreciações interpretativas, críticas e sensíveis por par- sonhar.


-0

te dos leitores tornam-se, cada vez mais, componentes ativos


na (e para a) consolidação de qualquer leitura.” Agora, sonham por ela o filme, o desenho animado, os
s

joguinhos, as imagens. A criança se torna mera espectadora


tin

Sobre a Concordância Verbal do período acima, é CORRETO


da fantasia que lhe é oferecida nas redes sociais, sem que ela
afirmar:
ar

crie ou interaja.
a) O verbo concorda com o sujeito simples, em número e pessoa.
M

Na infância, eu escutava histórias contadas por meus pais,


b) O verbo concorda com sujeito composto, em número e pessoa.
ra

de dona Baratinha à Branca de Neve e os sete anões. Eu inter-


ei

c) O verbo depois do sujeito concorda com o elemento mais feria nos enredos, com liberdade para recriá-los. Isso fez de
liv

próximo. mim, por toda a vida, um contador de histórias, reais e fictícias.


O

d) O verbo impessoal concorda em 3ª pessoa do plural. Hoje, a indústria do entretenimento sonha pelas crianças.
de

Não para diverti-las ou ativar nelas o potencial onírico, e sim


para transformá-las em consumistas precoces. Porque toda
a

a programação está ancorada na publicidade voltada ao seg-


an

mento mais vulnerável do público consumidor.


Lu

Æ COERÊNCIA. COESÃO (ANÁFORA, CATÁFORA, Embora a criança não disponha de dinheiro, ela tem o poder
USO DOS CONECTIVOS – PRONOMES de seduzir os adultos que compram para agradá-la ou se livrar
RELATIVOS, CONJUNÇÕES ETC.) de tanta insistência. E ela não tem idade para discernir ou valo-
rar os produtos, nem distinguir entre o necessário e o supérfluo.
132. (FUMARC – 2021)
Fui criança logo após a Segunda Grande Guerra. O cine-
Piada ma e as revistas em quadrinhos, em geral originados nos EUA,
Não faltam piadas sobre hipotéticos extraterrenos e suas exaltavam os feitos bélicos, do faroeste aos combates aéreos.
reações às esquisitices humanas. Tipo “o que não diria um No quintal de casa eu e meus amigos brincávamos de bandido
marciano, se chegasse aqui e...” Como já se sabe que Marte é e mocinho. Nossos cavalos eram cabos de vassoura.
um imenso terreno baldio onde não cresce nada, o proverbial
Um dia, o Celsinho ganhou do pai um cavalinho de madeira
homenzinho verde teria que vir de mais longe, mas sua estra-
apoiado em uma tábua com quatro rodinhas. Ficamos todos fascina-
nheza com a Terra não seria menor. Imagine, por exemplo, um
visitante do espaço olhando um mapa do Brasil e, depois, sen- dos diante daquela maravilha adquirida em uma loja de brinquedos.
do informado de que um dos principais problemas do país é a Durou pouco. Dois ou três dias depois voltamos aos nos-
falta de terras. Nosso homenzinho teria toda razão para rolar sos cabos de vassoura. Por quê? A resposta agora me parece
pelo chão e dar gargalhadas por todas as bocas. óbvia: o cabo de vassoura “dialogava” com a nossa imagina-
VERÍSSIMO, Luís F. Novas comédias da vida pública: a versão dos afogados. ção. Assim como o trapo que o bebê não larga nem na hora
52 Porto Alegre: L&PM, 1997. p. 115. (Adaptado) de dormir.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O direito à fantasia deveria constar da Declaração Univer- Passei a noite me recuperando, ou seja, reinstalando apli-

LÍNGUA PORTUGUESA
sal dos Direitos Humanos. cativos. Resultado: telefone lento como antes.
Disponível em: http://hojeemdia.com.br/opini%C3%A3o/colunas/frei- Voltei para a Apple (loja da Quinta Avenida), onde descobri
betto-1.334186/direito-%C3%A0-fantasia-1.550900. Adaptado. Acesso em: que, como na história do hospital sem leitos, de fato, a Apple
18 jan. 2018.
não dispunha mais de baterias para substituir a minha: muitos
usuários estavam com o mesmo problema. Por coincidência,
Sobre o uso de pronomes (em suas variadas possibilidades de
tudo conjurava para que eu comprasse um telefone novo.
classificação e emprego), seguem-se três excertos do texto e
considerações sobre o tópico. Avalie cada assertiva atentamen- Nos EUA, a Apple está sendo processada (15 casos coleti-
te e anteponha-lhe V (verdadeiro) ou F (falso): vos, em diferentes Estados) por piorar propositalmente a expe-
riência dos usuários de iPhone sem lhes oferecer alternativas
Excerto 1: A cadeira na qual me sento teve seu desenho concebi-
do previamente na mente de quem a criou. Daí a força da ficção. –salvo, obviamente, a de adquirir um telefone novo.
Ela molda a realidade. A companhia pediu desculpas públicas, mas a humildade
( ) A retomada pelo relativo “na qual” está adequada, visto que não é o forte do treinamento Apple. Basta se lembrar que o
o verbo “sentar” exige “em” e o gênero do antecedente é atendimento pós-venda da companhia se chama (o ridículo
feminino e singular. não mata ninguém) “genius bar”, o balcão dos gênios.
( ) A referência do pronome possessivo de 3ª pessoa, poten- Já pensou: você poderia ligar para seu serviço de TV a cabo
cialmente provocador de ambiguidade, só é percebida no porque a recepção está péssima e alguém diria: “Sim, senhor,
contexto: equivale a “da cadeira”. pode marcar consulta com o balcão dos gênios”.
Excerto 2: Eu interferia nos enredos, com liberdade para recriá- A maioria dos usuários não acham isso cômico e despropo-
-los. Isso fez de mim, por toda a vida, um contador de histórias, sitado. Por que será?
reais e fictícias. Há marcas que vivem de seu poder de inclusão, do tipo
( ) O pronome oblíquo “-los” retoma o termo “nos enredos” de “nós fabricamos o carro que todos podem dirigir”. E há marcas
forma apropriada. que vivem de seu poder de exclusão: tipo, será que você mere-
( ) O pronome demonstrativo “isso”, dêitico com função de ce o que estou vendendo?
sujeito, retoma o constituinte “liberdade”. Você já entrou alguma vez numa loja cara onde os vende-
Excerto 3: A criança se torna mera espectadora da fantasia que dores, envaidecidos pela aura do próprio produto que ven-
lhe é oferecida nas redes sociais, sem que ela crie ou interaja. dem, olham para você com desprezo, como se você não fosse
um consumidor à altura da loja?
( ) O pronome relativo “que” substitui o antecedente “a fanta-
sia”; poderia ser substituído por “a qual”. É uma estratégia básica de marketing: primeiro, espera-se
que você inveje (e portanto deseje) o mundo do qual se sente
( ) O pronome oblíquo “lhe” substitui o complemento preposi-
excluído.
cionado “à espectadora”.
Você perguntará: de que adianta, se não poderei adquirir
O(s) excerto(s) sobre o(s) qual(-ais) ambas as assertivas estão
os produtos da marca? Em geral, nesses casos o projeto é ven-
corretas é (são) apenas:
der os acessórios da casa. Pouquíssimos comprarão o casa-
a) 1.

3
co de R$ 15 mil, mas milhares comprarão um lencinho (com

-7
b) 2. monograma) para se sentirem, assim, membros do clube.

86
c) 3. A Apple mantém sua presença no mercado pela ideia de
.6
d) 1 e 2. sua superioridade tecnológica - e pelo design elegante, claro.
34

Seriamente, alguém que usa processador de texto não


.5

e) 2 e 3.
deveria escolher um computador em que não dá para apagar
94

letras da esquerda para a direita. Mas é como os carros ingle-


-0

ses dos anos 1950: havia a glória de viver perigosamente e diri-


134. (FUMARC – 2018)
s

gir sem suspensões posteriores independentes (sem capotar


tin

Há marcas que vivem da inclusão, e outras que vivem da a cada curva).


ar

exclusão Pouco importam as críticas. A Apple conseguiu convencer


M

Contardo Calligaris seus usuários de que eles mesmos, por serem usuários, fazem
ra

parte de uma arrojada elite tecnológica. Numa loja da Apple,


ei

Meu telefone, um iPhone 6, estava cada vez mais lento. todos, os usuários e os “gênios” vestem (real ou metaforica-
liv

Não era por nenhuma das causas apontadas nas inúmeras mente) a camiseta da marca.
O

salas de conversa entre usuários de iPhones vagarosos. Quer saber o que aconteceu com meu iPhone? Está ótimo.
de

Era mesmo o processador que estava se tornando exaspe- Fui ao Device Shop, em Times Square, no mesmo prédio do
radamente lento, ao ponto em que havia um intervalo sensível Hard Rock Cafe: atendimento imediato, troca de bateria em
a

de tempo entre digitar e a letra aparecer na tela.


an

dez minutos, conversa agradável. Não havia gênios, só pessoas


Deixei para resolver quando chegasse a Nova York, onde, competentes. E custou menos de dois terços do que pagaria
Lu

aliás, a coisa piorou: era suficiente eu tirar o celular do bolso na Apple.


ou deixá-lo num bolso externo (que não estivesse em contato Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligar
com o calor do corpo) para que a carga da bateria baixasse, de is/2018/01/1949427-hamarcas-que-vivem-da-inclusao-e-outras-que-vivem-
repente, de 60% a zero. da-exclusao.shtml Acesso em 20 mar. 2018
Pensei que três anos é mesmo o tempo de vida útil para
uma bateria. E lá fui à loja da Apple na Broadway. Em: “A maioria dos usuários não acham isso cômico e despro-
positado. Por que será?” (§ 12), isso se refere a
Esperei duas horas para enfim ter acesso a alguém que me
explicou que testaria minha bateria. Depois de contemplarmos a) A companhia pedir desculpas públicas aos usuários.
os gráficos lindos e coloridos deixados no tablet pelo meu tele- b) A maioria dos usuários.
fone, anunciou que minha bateria ainda não justificava uma c) Cômico e despropositado.
troca – no tom pernóstico de um plantonista que sabe que não
tem leitos disponíveis e manda você para casa com aquela dor d) Marcar uma consulta com o “balcão dos gênios”.
no peito e a “certeza” de que “você não está enfartando, deve
ser só digestão”.
O mesmo jovem propôs uma reinstalação do sistema ope- 135. (FUMARC – 2018) Os referentes dos termos destacados
racional, – que é uma trivialidade, mas foi anunciada como se estão corretamente identificados entre parênteses, EXCETO
fosse um cateterismo das coronárias. em: 53
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) “Deixei para resolver quando chegasse em Nova York, onde, Todo abacate é verde. O Incrível Hulk é verde. O Incrível
aliás, a coisa piorou: era suficiente eu tirar o celular do bolso Hulk é um abacate.
ou deixá-lo num bolso externo [...].” (em Nova York)
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/
b) “É uma estratégia básica de marketing: primeiro, espera-se antonioprata/2015/01/1573334-terrorismo-logico.shtml. Acesso em: 2 fev.
que você inveje (e portanto deseje) o mundo do qual se sen- 2015.)
te excluído.” (o mundo)
c) “Há marcas que vivem de seu poder de inclusão, do tipo ‘nós Em “Este último parágrafo não fez muito sentido”, o enunciador
fabricamos o carro que todos podem dirigir’”. (Há marcas) remete o leitor
d) “Seriamente, alguém que usa processador de texto não a) à falta de coerência da direita francesa.
deveria escolher um computador em que não dá para apa- b) à quantidade de inferências que o parágrafo demanda ao
gar letras da esquerda para a direita.” (um computador) leitor.
c) aos aludidos problemas formais dos discursos de Marine Le
Pen.
136. (FUMARC – 2018) Leia o texto a seguir e responda à questão. d) aos filmes herméticos do diretor David Lynch.
Terrorismo lógico e) às relações e conclusões estabelecidas com o sobrenome de
Antônio Prata Marine Le Pen.

Said e Chérif Kouachi eram descendentes de imigrantes.


Said e Chérif Kouachi são suspeitos do ataque ao jornal “Char-
lie Hebdo”, na França. Se não houvesse imigrantes na França, 137. (FUMARC – 2018)
não teria havido ataque ao “Charlie Hebdo”. Do moderno ao pós-moderno
Said e Chérif Kouachi, suspeitos do ataque ao jornal “Char-
Frei Betto / 14/05/2017 - 06h00
lie Hebdo”, eram filhos de argelinos. Zinedine Zidane é filho de
argelinos. Zinedine Zidane é terrorista.
A morte da modernidade merece missa de sétimo dia? Os
Zinedine Zidane é filho de argelinos. Said e Chérif Kouachi, pais da modernidade nos deixaram de herança a confiança nas
suspeitos do ataque ao jornal “Char-lie Hebdo”, eram filhos de possibilidades da razão. E nos ensinaram a situar o homem no
argelinos. Said e Chérif Kouachi sabiam jogar futebol. centro do pensamento e a acreditar que a razão, sem dogmas
Muçulmanos são uma minoria na França. Membros de e donos, construiria uma sociedade livre e justa.
uma minoria são suspeitos do ataque terrorista. Olha aí no que
Pouco afeitos ao delírio e à poesia, não prestamos aten-
dá defender minoria...
ção à crítica romântica da modernidade – Byron, Rimbaud,
A esquerda francesa defende minorias. Membros de uma Burckhardt, Nietzsche e Jarry. Agora, olhamos em volta e o que
minoria são suspeitos pelo ataque terrorista. A esquerda fran- vemos? As ruínas do Muro de Berlim, a Estátua da Liberdade
cesa é culpada pelo ataque terrorista. A extrema direita fran- tendo o mesmo efeito no planeta que o Cristo do Corcovado na
cesa demoniza os imigrantes. O ataque terrorista fortalece a
vida cristã dos cariocas, o desencanto com a política, o ceticis-
extrema di-reita francesa.
mo frente aos valores.
A extrema direita francesa está por trás do ataque

3
Somos invadidos pela incerteza, a consciência fragmen-

-7
terrorista.
tária, o sincretismo do olhar, a disseminação, a ruptura e a

86
Marine Le Pen é a líder da extrema direita francesa. “Le dispersão. O evento soa mais importante que a história e o
Pen” é “O Caneta”, se tomarmos o artigo em francês e o subs-
.6
detalhe sobrepuja a fundamentação.
34
tantivo em inglês. Eis aí uma demonstração de apoio da extre-
ma direita francesa à liberdade de expressão – e aos erros de O pós-moderno aparece na moda, na estética, no estilo de
.5

vida. É a cultura de evasão da realidade. De fato, não estamos


94

concordância nominal.
satisfeitos com a inflação, com a nossa filha gastando mais em
-0

(Este último parágrafo não fez muito sentido. Os filmes do


David Lynch não fazem muito sen-tido. Este último parágrafo é pílulas de emagrecimento que em livros, e causa-nos profunda
s

um filme do David Lynch.) decepção saber que, neste país, a impunidade é mais forte que
tin

a lei. Ainda assim, temos esperança de mudá-lo. Recuamos


O “Charlie Hebdo” zoava Maomé. Eu zoo negão, zoo as
ar

bichinhas, zoo gorda, zoo geral! “Je suis Charlie!” do social ao privado e, rasgadas as antigas bandeiras, nossos
M

ideais transformam-se em gravatas estampadas. Já não há uto-


Humoristas brasileiros fazem piada racista, e as pessoas os
ra

pias de um futuro diferente. Hoje, é considerado politicamen-


criticam. “Charlie Hebdo” fez piada com religião, e terroristas o
ei

te incorreto propagar a tese de conquista de uma sociedade


atacam. Criticar piada racista é terrorismo.
liv

onde todos tenham iguais direitos e oportunidades.


Numa democracia, é desejável que as pessoas sejam livres
O

para se expressar. Algumas dessas expressões podem ofender Agora predominam o efêmero, o individual, o subjetivo e
de

indivíduos ou grupos. Numa democracia, é desejável que indi- o estético. Que análise de realidade previu a volta da Rússia à
víduos ou grupos sejam ofendidos. sociedade de classes? Resta-nos captar fragmentos do real (e
a

aceitar que o saber é uma construção coletiva). Nosso proces-


an

O “Charlie Hebdo” foi atacado por terroristas. A editora


so de conhecimento se caracteriza pela indeterminação, des-
Lu

Abril foi pichada por meia dúzia de jacus. A editora Abril é


Charlie. continuidade e pluralismo.
Os terroristas que atacaram o jornal “Charlie Hebdo” usa- A desconfiança da razão nos impele ao esotérico, ao espiri-
vam gorros pretos. “Black blocs” usam gorros pretos. tualismo de consumo imediato, ao hedonismo consumista, em
progressiva mimetização generalizada de hábitos e costumes.
“Black blocs” são terroristas. “Black blocs” não são terroris-
Estamos em pleno naufrágio ou, como predisse Heidegger,
tas. A polícia os trata como terroristas. Os “black blocs” têm o
direito de tocar o terror. caminhando por veredas perdidas.
Os terroristas que atacaram o jornal “Charlie Hebdo” usa- Sem o resgate da ética, da cidadania e das esperanças
vam gorros pretos. Drones não usam gorros pretos. libertárias, e do Estado-síndico dos interesses da maioria, não
haverá justiça, exceto aquela que o mais forte faz com as pró-
Ataques com drones não são terrorismo. Ataques com dro-
prias mãos.
nes matam inocentes mundo afora. O “Ocidente” usa drones. É
justificável o terror contra o “Ocidente”. Ingressamos na era da globalização. Graças às redes de
O ataque terrorista contra o “Charlie Hebdo” foi no dia 7/1. computadores, um rapaz de São Paulo pode namorar uma
A derrota brasileira para a Alemanha foi por 7 x 1. O 7 e o 1 chinesa de Beijing sem que nenhum dos dois saia de casa.
devem ser imediatamente presos e submetidos a “técnicas Bilhões de dólares são eletronicamente transferidos de um
reforçadas de interrogatório”, tais como simulação de afoga- país a outro no jogo da especulação, derivativo de ricos. Caem
mento, privação de sono e alimentação via retal. Por via das as fronteiras culturais e econômicas, afrouxam-se as políticas
54 dúvidas, o 6 e o 8 e o 0 e o 2 também. e morais. Prevalece o padrão do mais forte.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A globalização tem sombras e luzes. Se de um lado apro- A razão, como ponto nevrálgico da cultura moderna, não

LÍNGUA PORTUGUESA
xima povos e quebra barreiras de comunicação, de outro leva a nada, a não ser à certeza de que o racionalismo ilumi-
ela assume, nas esferas econômica e cultural, o caráter de nista, que vai entronizar a ciência como uma mola propulsora
globocolonização. para a criação de uma sociedade justa, valorizadora do indiví-
duo, vai apenas produzir o desencanto, via progresso e com
(Disponível em: http://hojeemdia.com.br/opini%C3%A3o/colunas/frei-
betto1.334186/do-moderno-ao-p%C3%B3s-moderno-1.464377. Acesso 05
as suas descobertas, cantadas em prosa e verso, que nos dei-
jan. 2018) xaram um legado brutal: as grandes tragédias do século 20:
guerras atrozes, a bomba atômica, crise ecológica, a corrida
Atente para o fragmento abaixo, a fim de responder a questão: armamentista...
“O pós-moderno aparece na moda, na estética, no estilo de A frustração é enorme, porque o iluminismo afirmara que
vida. É a cultura de evasão da realidade. De fato, não estamos somente as luzes da razão poderiam colocar o homem como
satisfeitos com a inflação, com a nossa filha gastando mais em gerador de sua história. Mas tudo não passou de um sonho,
pílulas de emagrecimento que em livros, e causa-nos profunda um sonho de verão (parodiando Shakespeare). Habermas
decepção saber que, neste país, a impunidade é mais forte que coloca nessa época, o século 18, o gatilho que vai acionar essa
a lei. Ainda assim, temos esperança de mudá-lo. Recuamos do desilusão da pós-modernidade. A ciência prometia dar segu-
social ao privado e, rasgadas as antigas bandeiras, nossos ideais rança ao homem e lhe deu mais desgraças. Entendamos aqui
transformam-se em gravatas estampadas. Já não há utopias de também a racionalidade (o primado da razão cartesiana) como
um futuro diferente. Hoje, é considerado politicamente incor- cúmplice dessa falcatrua da modernidade e, portanto, da atual
pós-modernidade.
reto propagar a tese de conquista de uma sociedade onde todos
tenham iguais direitos e oportunidades.” O mesmo filósofo fala em “desastre da modernidade”, um
tipo de doença que produziu uma patologia social chamada
Com relação ao emprego dos pronomes destacados, assinale a
de “império da ciência”, despótico e tirânico, que “digere” as
afirmativa INCORRETA:
esferas estético-expressivas e as religiosas-morais. Harvey põe
a) O emprego do demonstrativo “neste” está inadequado; o o dedo na ferida ao dizer que o projeto do Iluminismo já era,
autor deveria ter utilizado o pronome “nesse”. na origem, uma “patranha”, na medida em que disparava um
b) O emprego do pronome relativo “onde” desvia-se da nor- discurso redentor para o homem com as luzes da razão, em
ma prescrita, visto que não retoma constituinte que indica troca da lenta e gradual perda de sua liberdade.
espaço físico. A partir dos anos 50 e, ocorrido agora o definitivo desen-
c) O pronome pessoal oblíquo “nos” poderia ser substituído canto com a ciência e suas tragédias (algumas delas), pode-se
pela forma tônica “a nós”. falar em um processo de sua desaceleração. O nosso futuro
virou uma incerteza. A razão, além de não nos responder às
d) O pronome pessoal oblíquo átono “-lo” retoma, adequada- grandes questões que prometeu responder, engendra novas
mente, o substantivo “país”, dito na frase anterior. e terríveis perguntas, que chegam até hoje, vagando sobre a
incerteza de nossos precários destinos. Eu falaria, metafori-
camente, do homem moderno acorrentado (o Prometeu) ao
138. (FUMARC – 2018) consumo desenfreado de coisas (res) para compensar suas
frustrações e angústias. A vida se tornou absurda e difícil de
Razões da pós-modernidade ser vivida, face a esse “mal-estar” do homem ocidental. Daí sur-

3
-7
Carlos Alberto Sanches, professor, perito e consultor em Redação – gem as grandes doenças psicossociais de hoje: a frustração, o

86
[31/03/2014 - 21h06] relativismo e o niilismo, cujas sementes já estavam no bojo do
Iluminismo, a face sinistra de sua moeda. Não há mais nenhu-
.6
Foi nos anos 60 que surgiu o que se chama de “pós-moder- ma certeza, porque a razão não foi capaz de dar ao homem
34

nidade”, na abalizada opinião de Frederic Jameson, como “uma alguns dos mais gratos dos bens: sua segurança e bem-estar.
.5

lógica cultural” do capitalismo tardio, filho bastardo do libe- Não há mais certezas, apenas a percepção de que é preciso
94

ralismo dos séculos 18 e 19. O tema é controverso, pois está repensar criticamente a ciência, que nunca nos ofereceu um
-0

associado a uma discussão sobre sua emergência funesta no caminho para a felicidade, o que provoca um forte movimento
pós-guerra. É que ocorre nesse período um profundo desen- de busca de liberdade. O mundo está sem ordem e valores,
s
tin

canto no homem contemporâneo, especialmente no que toca como disse Dostoievski: “Se Deus não existe, tudo é permitido”.
à diluição e abalo de seus valores axiológicos, como verdade,
ar

A incerteza do mundo moderno e a impossibilidade de


razão, legitimidade, universalidade, sujeito e progresso etc. Os organizar nossas vidas levam Giddens a dizer que “não há nada
M

sonhos se esvaneceram, juntamente com os valores e alicerces de misterioso no surgimento dos fundamentalismos, a radica-
ra

da vida: a “estética”, a “ética” e a “ciência”, e as repercussões lização para as angústias do homem”. Restou-nos o refúgio nos
ei

que isso provocou na produção cultural: literatura, arte, filoso- grandes espetáculos, como os do Coliseu antigo: o pão e o cir-
liv

fia, arquitetura, economia, moral etc. co, para preencher o vazio da vida.
O

Há, sem dúvida, uma crise cultural que desemboca, tal- Na sua esteira de satanização social, o capitalismo engen-
de

vez, em uma crise de modernidade. Ou a constatação de dra, então, a sociedade de consumo, para levar o cidadão ao
ópio do consumo (esquecer-se das desilusões) nas “estações
a

que, rompida a modernidade, destroçada por guerras devas-


an

tadoras, produto da “gaia ciência” libertadora, leva a outra orbitais” dos shoppings, ou templos das compras, onde os
bens nos consomem e a produção, sempre crescente, impli-
Lu

ruptura: morreu a pós-modernidade e deixou órfã a cultura


contemporânea? ca a criação em massa (ou em série) de novos consumidores.
Temos uma parafernália de bens, mas são em sua maioria
Seria o caso de se falar em posteridade na pós-moder-
coisas inúteis, que a razão / ciência nos deu; mas, em troca,
nidade? Max Weber, já no início do século 19, menciona a
sofremos dos males do século, entre eles a elisão de nossa
chegada da modernidade trocada pela “racionalização inte- individualidade. Foi uma troca desvantajosa. É o que Campbell
lectualista”, que produz o “desencanto do mundo”. Habermas chama do sonho que gera o “signo-mercadoria”, que nos reme-
o reinterpreta, dizendo que a civilização se desagrega, espe- te ao antigo sonho do Romantismo, da realização dos ideais.
cialmente no que toca aos conceitos da verdade, da coerência
das leis, da autenticidade do belo, ou seja, como questões de Trocamos o orgasmo reprodutor instintivo pelo prazer
lúdico-frenético de consumir, sem saber que somos consumi-
conhecimento...
dos. Gememos de prazer ao comprar, mas choramos de dor
Jean Francois Lyotard, em seu livro A condição pós-moder- face à nossa solidão, cercados pela panaceia da ciência e da
na, de 1979, enfoca a legitimação do conhecimento na cultura razão, que nos entope de placebos, mas não de remédios para
contemporânea. Para ele, “o pós-moderno enquanto condição a cura dos males dessa longínqua luz racional, que se acende
de cultura, nesta era pós-industrial, é marcado pela incredu- lá no Iluminismo e que vem, sob outras formas, até hoje. A
lidade face ao metadiscurso filosófico – metafísico, com suas televisão nos anestesia com a estética da imagem. Para Bau-
pretensões atemporais e universalizantes”. É como se dissés- drillard, ela é o nosso mundo, como o mundo saído da tela do
semos, fazendo coro, mais tarde, com John Lennon, que “o grande filme O Vidiota (o alienado no mundo virtual da tevê),
sonho acabou” (ego trip). cujo magistral intérprete foi Peter Sellers. 55
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Enquanto nos deleitamos com essa vida esquizofrênica Outro item fadado à vala comum dos esquecidos é a letra
e lúdica, deixamos no caixa do capitalismo tardio (iluminista R, usada no final de algumas palavras para significar o infinitivo
/ racional) o nosso mais precioso bem: a individualidade. Só de um verbo. Fazer, beijar, gostar, perder, seguir — você sabe
nos sobrou a estética, segundo Jameson, ou a “colonização que são verbos justamente por causa da última letra. Pois não
pela estética” que afeta diferentes aspectos da cultura, como a é que as redes sociais, mancomunadas com a baixa qualidade
estética, a ética, a teórica, além da moral política do ensino, estão aniquilando a função do R? No Twitter, é um
A pós-modernidade talvez seja uma reação a esse quadro verdadeiro festival de “vou faze bolo pq o Zé vem me visita”.
desolador. Bauman fala em pós-modernidade como a forma Para decifrar alguns posts — marcados também pela abso-
atual da modernidade longínqua. Já Giddens fala em modernida- luta ausência de vírgulas, acentos e pontos —, é preciso anos
de tardia ou “modernidade radicalizada”: a cultura atual. Por certo de estágio nos livros de José Saramago e Valter Hugo Mãe.
que a atual discussão sobre o pós-moderno implica um processo Apegar-se à ortografia tradicional é perda de tempo e bei-
de revisão e questionamento desse estado de coisas, em que o ra a caretice reclamar. Uma vez, corrigi alguém no Twitter e
homem não passa de um res nulius, como as matronas romanas. fui espinafrado até a última geração. “O Twitter é meu e eu
A cultura moderna, ou pós-modernista, não tem uma razão escrevo do jeito que quise” — sem o R, claro. Não se trata de
para produzir sua autocrítica, mas muitas razões, devido à sua ataque nostálgico. O tempo dos objetos passa, a língua tem lá
prolongada irracionalidade do “modo de vida global”, segundo sua dinâmica e até mesmo as fórmulas de etiqueta mudam
Jameson. O que se pode dizer é que não há uma razão, mas conforme o tempo ou o lugar — até hoje, os chineses arrotam
muitas razões para reordenar criticamente os descaminhos para mostrar que gostaram da refeição. Mas prefiro acreditar
da pós-modernidade, sem esquecermos que a irracionalidade que um pouco de gentileza sem pedantismo nunca vai fazer
continua nos rondando. mal a ninguém.
http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/razoes-dapos- Escrever certo deveria ser princípio fundamental para
modernidade-8bs4bc7sv5e06z8trfk0pv80e. Acesso em 21/01/18 quem gosta de se comunicar. Ironicamente, nunca se escre-
veu tanto no mundo: nas ruas, salas de espera, ônibus, em
Com relação ao emprego dos pronomes destacados, nos con- qualquer lugar, há sempre alguém mandando um torpedo
textos em que se encontram, assinale a afirmativa INCORRETA: no seu smartphone do último tipo. Às vezes, chego ao fim do
a) “... (esquecer-se das desilusões) nas “estações orbitais” dos dia exausto de ter “conversado” com gente do mundo inteiro.
shoppings, ou templos das compras, onde os bens nos con- Espantado, eu me dou conta de não ter aberto a boca. Foi tudo
somem e a produção, sempre crescente, implica a criação por escrito — e-mail, post, Twitter, torpedo. Se isso acontecer
em massa (ou em série) de novos consumidores” → pro- com você, faça como eu: cante alto, solte um palavrão, fale
nome relativo com semântica de “lugar em que”; pode ser qualquer coisa sem sentido, principalmente se estiver sozinho
substituído por “em que” ou “nos quais”. em casa. Apenas ouça o som que sai da sua garganta. Impeça
b) “Eu falaria, metaforicamente, do homem moderno acor- que sua voz, feia ou bonita, vire um item fora de moda.
rentado (o Prometeu) ao consumo desenfreado de coisas Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cultura-lazer/cronica-demode-
(res) para compensar suas frustrações e angústias.” → pro- mario-viana/ Acesso em: 13 set. 2018. *Démodé: fora de moda
nome possessivo “suas”; tem como referente o substantivo
plural “coisas”. Em: “Se isso acontecer com você, faça como eu: cante alto, solte
um palavrão, fale qualquer coisa sem sentido, principalmente

3
c) “Foi nos anos 60 que surgiu o que se chama de “pós-mo-
se estiver sozinho em casa.”, isso se refere a

-7
dernidade”, na abalizada opinião de Frederic Jameson..” →

86
pronome relativo “que”; tem como antecedente o demons- a) cantar alto, soltar um palavrão e falar qualquer coisa sem
trativo “o” equivalente a “aquilo”. sentido. .6
34
d) “Restou-nos o refúgio nos grandes espetáculos, como os do b) chegar ao fim do dia exausto.
.5

Coliseu antigo: o pão e o circo, para preencher o vazio da vida.” c) conversar o dia inteiro por redes sociais.
94

→ pronome pessoal oblíquo; uso da 1ª pessoa do plural (“nós) d) fazer com que a voz vire um item fora de moda.
-0

funciona como estratégia que visa adesão à argumentação.


s
tin

140. (FUMARC – 2018) Texto 1:


ar

139. (FUMARC – 2018)


O discurso relatado em depoimentos da justiça
M

DÉMODÉ*
Evocar ou reproduzir os enunciados emitidos por outros é
ra

Mário Viana comum na nossa fala cotidiana. Nos depoimentos prestados na


ei
liv

justiça brasileira, isso também acontece, pois, de acordo com


Na próxima faxina, vai ser preciso empurrar para o fundo
a bibliografia jurídica, a testemunha depõe sobre suas percep-
O

do armário os barquinhos de maionese, os picles espetados


ções sensoriais a respeito dos fatos, o que inclui as falas pronun-
de

no repolho e as taças de coquetel de camarão. Com jeitinho,


ciadas diante dela ou as que chegaram ao seu conhecimento
também cabem o bilboquê e o ioiô que apitava. É necessário
a

por meio de outras pessoas. A citação da fala do outro ocupa,


espaço para acomodar tudo aquilo que sai de moda. Por exem-
an

portanto, um lugar de destaque nos depoimentos, uma vez que


plo: as expressões “com licença”, “por favor” e “obrigado” estão,
Lu

somente por meio dela pode-se reconstruir alguns fatos.


todas, caindo no mais completo desuso, feito uma calça de Ter-
gal ou uma camisa Volta ao Mundo. Logo, o discurso citado aparece nos depoimentos como
recurso empregado pela testemunha para incluir ou para com-
Atualmente, gentileza só gera gentileza em fotinho de rede
por informações. Entretanto, ele aparece também como meca-
social. Na real, o que vale de verdade é a versão urbana da
nismo utilizado pelo agente da justiça (juiz, delegado ou escrivão)
lei da selva. Incontáveis vezes, sou pego de surpresa na sala
para realizar o assentamento escrito da fala da testemunha.
do cinema ou do teatro por uma pessoa plantada de pé, ao
meu lado, esperando que eu abra caminho para sua passa- Embora a oralidade seja um dos princípios do processo
gem. Eu cedo e ela passa, sem emitir um som. Faz sentido: se penal, os depoimentos orais são reduzidos a termo pelo escri-
não pede licença, a criatura não sabe agradecer. Nos ônibus vão ou consignados pelo juiz, passando a fazer parte do pro-
e metrôs também há o bônus da mochila, cada vez maior e cesso, sob uma formalização escrita. Essa passagem do oral
mais pesada. Deduzo que todas elas são recheadas de livros, para o escrito contribui para o caráter polifônico e controverti-
cadernos, pares de tênis, roupa de frio, marmita, duas melan- do da prova testemunhal, pois é responsável por uma série de
cias, um bote inflável (nunca se sabe quando a chuva vem) e, interferências dos agentes da justiça na elaboração dos textos
desconfio ainda, o corpo embalsamado do bicho de estimação. escritos, causando um remanejamento de estruturas e de pon-
Só isso explica a corcova sólida e intransponível que bloqueia tos de vista em relação à voz original. [...]
corredores a qualquer hora do dia ou da noite. Nem adianta Fonte: ROMUALDO, Edson C. O discurso relatado em depoimentos da
apelar para a antiga fórmula do “com licença”. Ela perdeu o justiça: formas e funções. Acta Scientiarum. Human and Social Sciences.
56 significado. Maringá, v. 25, n. 2, p. 233-240, 2003.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
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A coesão textual é o resultado da conexão entre as várias partes Em: “Isso não é inato: se tenta, se conquista, quando dá.”, isso

LÍNGUA PORTUGUESA
do texto, de modo que este seja um veículo de interação entre o se refere a
autor do texto e seu leitor. a) Boa sorte!
INDIQUE o mecanismo de coesão gramatical mais utilizado b) não é inato
pelo autor na estruturação do Texto 1.
c) se tenta, se conquista
a) Advérbios de tempo e lugar.
d) tentar ser felizes
b) Conectivos: conjunções e preposições.
c) Ordenadores.
d) Pronomes relativos.
142. (FUMARC – 2017) Os referentes dos pronomes destacados
estão corretamente identificados entre parênteses, EXCETO
em:
141. (FUMARC – 2017) a) “[...] protejam-se as mulheres e os filhos não nascidos de
Não “temos de” uma relação que poderia ser mais complicada [...].” (uma
Lia Luft relação)
b) “Basta imaginar o que seriam a rua, a cidade, o mundo, sem
Vivemos sob o império do “ter de”. Portanto, vivemos num garis, por exemplo.” (Basta imaginar)
mundo de bastante mentira. Democracia? Meia mentira. Pois a
c) “Maternidade não pode mais ser obrigação do tempo em
desigualdade é enorme, não temos os mesmos direitos, temos
quase uma ditadura da ilusão dos que ainda acreditam. Liberda- que, sem pílula, as mulheres muitas vezes pariam [...].” (o
de de escolha profissional? Temos de ter um trabalho bom, que tempo)
dê prazer, que pague dignamente (a maioria quer salário de chefe d) “Temos de ter um trabalho bom, que dê prazer, que pague
no primeiro dia), que permita grandes realizações e muitos sonhos dignamente [...].” (um trabalho bom)
concretizados? “Teríamos”. No máximo, temos de conseguir algo
decente, que nos permita uma vida mais ou menos digna.
Temos de ter uma vida sexual de novela? Não temos nem 143. (FUMARC – 2017)
podemos. Primeiro, a maior parte é fantasia, pois a vida cotidia-
na requer, com o tempo, muito mais carinho e cuidados do que PNEU FURADO
paixão selvagem. Além disso, somos uma geração altamente O carro estava encostado no meio-fio, com um pneu fura-
medicada, e atenção: muitos remédios botam a libido de castigo. do. De pé ao lado do carro, olhando desconsoladamente para
Temos de ter diploma superior, depois mestrado, possivel- o pneu, uma moça muito bonitinha.
mente doutorado e no Exterior? Não temos de... Pois muitas Tão bonitinha que atrás parou outro carro e dele desceu
vezes um bom técnico ganha mais, e trabalha com mais gos- um homem dizendo “Pode deixar”. Ele trocaria o pneu.
to, do que um doutor com méritos e louvações. Temos de nos
casar? Nem sempre: parece que o casamento à moda antiga, - Você tem macaco? - perguntou o homem.
embora digam que está retornando, cumpre seu papel uma vez, - Não - respondeu a moça.

3
depois com bastante facilidade vivemos juntos, às vezes até bem - Tudo bem, eu tenho - disse o homem

-7
felizes, sem mais do que um contrato de união estável se temos

86
juízo. E a questão de gênero está muito mais humanizada. - Você tem estepe?
- Não - disse a moça.
.6
Temos de ter filho: por favor, só tenham filhos os que de
34
verdade querem filhos, crianças, adolescentes, jovens, adultos, - Vamos usar o meu - disse o homem.
.5

e mesmo adultos barbados, para amar, cuidar, estimular, pro- E pôs-se a trabalhar, trocando o pneu, sob o olhar da moça.
94

ver e ajudar a crescer, e depois deixar voar sem abandonar


Terminou no momento em que chegava o ônibus que a
-0

nem se lamentar. Mais mulheres começam a não querer ter


filho – e não devem. Maternidade não pode mais ser obriga- moça estava esperando. Ele ficou ali, suando, de boca aberta,
s

ção do tempo em que, sem pílula, as mulheres muitas vezes vendo o ônibus se afastar.
tin

pariam a cada dois anos, regularmente, e aos cinquenta, velhas Dali a pouco chegou o dono do carro.
ar

e exaustas, tinham doze filhos. Bonito, sim. Sempre desejei - Puxa, você trocou o pneu pra mim. Muito obrigado.
M

muitos irmãos e um bando de filhos (consegui ter três), mas


- É. Eu... Eu não posso ver pneu furado. Tenho que trocar.
ra

ter um que seja requer uma disposição emocional, afetiva, que


ei

não é sempre inata. Então, protejam-se as mulheres e os filhos - Coisa estranha. - É uma compulsão. Sei lá.
liv

não nascidos de uma relação que poderia ser mais complicada


(VERÍSSIMO, Luís Fernando. Pai não entende nada. L&PM, 1991).
do que a maternidade já pode ser.
O
de

Temos de ser chiques, e, como sempre escrevo, estar em Ao dizer: “- Vamos usar o meu.”, meu se refere a
todas as festas, restaurantes, resorts, teatros, exposições, conhe-
a) carro.
a

cer os vinhos, curtir a vida? Não temos, pois isso exige tempo,
an

dinheiro, gosto e disposição. Teríamos de ler bons livros, sim, b) estepe.


Lu

observar o mundo, aprender com ele, ser boa gente também. c) macaco.
Temos, sobretudo, de ser deixados em paz. Temos de ser d) ônibus.
amorosos, leais no amor e na amizade, honrados na vida e no
trabalho, e, por mais simples que ele seja, sentir orgulho dele.
Basta imaginar o que seriam a rua, a cidade, o mundo, sem
garis, por exemplo. Sem técnicos em eletricidade, sem enca- 144. (FUMARC – 2017)
nadores (também os chamam bombeiros), sem os próprios Fotos no celular? Socorro!
bombeiros, policiais, agricultores, motoristas, caminhoneiros,
domésticas, enfermeiras e o resto. Empresários incluídos, pois, Walcyr Carrasco
sem eles, cadê trabalho?
Lançamento de novela. Festa. Imprensa. Emoção. Minha
Então, quem sabe a gente se protege um pouco dessa obra! Um garçom, alguns metros à frente, passa com uma
pressão do “temos de” e procura fazer da melhor forma possí-
bandeja de água e refrigerantes. Morro de sede. Quero um
vel o que é possível. Antes de tudo, um lembrete: cada um do
refrigerante. Dou um passo. Uma jovem aproxima-se sorrindo,
seu jeito, neste mundo complicado e vida-dura, temos de ten-
celular na mão.
tar ser felizes. Isso não é inato: se tenta, se conquista, quando
dá. Boa sorte! – Posso fazer uma foto?
Disponível em http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/colunistas/lya-luft/ Sorrio de volta, expondo todos os meus dentes como um
noticia/2017/06/nao-temos-de-9807278.html Acesso em 11 jul. 2017 jacaré. Ela clica. 57
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
– Ah, desculpa, não saiu boa. Vou fazer outra. 145. (FUMARC – 2017) Em: “Com ele, chegam os medos que tudo
Já proprietária de mim, afasta-me uns metros para uma isso nos inspira: medo de não estar bem enquadrados, medo
posição melhor. Clica de novo. Termina. O garçom na direção de não ser valorizados pela turma, medo de não ser suficiente-
contrária. Que sede. Alguém me puxa. Celular na mão. Sor- mente ricos, magros, musculosos, de não participar da melhor
rio de novo. E de novo, de novo, de novo. Quando finalmen- balada, do clube mais chique, de não ter feito a viagem certa
te alcanço o garçom, a Coca Zero que eu queria acabou. Vou nem possuir a tecnologia de ponta no celular. ”, isso se refere a
pedir para trazer uma, mas alguém me puxa para... uma foto! a) “Com ele, chegam os medos que tudo”.
Já ouço alguém dizendo que é o ônus de ser famoso. Não é. b) “medo de não estar bem enquadrados” até “de ponta no
Tente dar uma festa de aniversário. Você passará o tempo todo celular”.
peregrinando de foto em foto com os convidados. Se quiser c) “medo de não estar bem enquadrados”.
comer uma fatia de seu próprio bolo em paz, terá de se trancar
num armário. Quanto maior a festa, mais e mais fotos. Sempre d) “os mitos e mentiras que nossa cultura expõe em pratelei-
o mesmo mantra. ras enfeitadas”
– Deixa fazer mais uma para ficar boa...
E você estica os lábios de novo, para imortalizar aquele
momento de felicidade. Huuumm... bem... felicidade? Certa 146. (FUMARC – 2016)
vez, viajei com um amigo. Como ele é alto e de braço comprido, Americano passou 2007 sem jogar nada fora
entrou num rio e fez bem uns 40 selfies dele mesmo sorrindo. O ano de 2007 foi um lixo para o empresário americano
O sorriso só sumiu quando o celular mergulhou no rio. Ari Derfel, de 35 anos, dono de um bufê. Ele guardou todos
Acredito que a maioria, hoje, prefere fotografar a desfru- os detritos industriais que produziu ao longo do ano. Juntou
tar uma viagem. No exterior, registram monumentos, fazem tralha suficiente para lotar um quarto de dormir. O objetivo:
selfies em frente a paisagens. Mas será que realmente veem a avaliar seus próprios hábitos de consumo e, com isso, denun-
paisagem? Houve um tempo em que se fazia piada dos turistas ciar o mundo ambientalmente sujo em que vivemos, informa
japoneses. Todos passavam a viagem no clique, clique. A pia- o diário San Francisco Chronicle, dos Estados Unidos. “Quando
da acabou, o clique, clique se tornou mundial. O que acontece jogamos uma coisa fora, o que ‘fora’ significa?”, indaga Derfel.
com o resultado de tanta atividade fotográfica?
O apartamento não fede, porque Derfel lava todas as emba-
Nada. lagens antes de guardá-las. Como se não bastasse ter atraves-
Houve a época dos slides. Para mostrar, era preciso um sado 12 meses acumulando detritos, ele decidiu estender a
projetor. Quando um amigo incauto visitava, era obrigado a aventura para 2008. Quer tentar diminuir o volume acumula-
assistir. Um tédio enquanto se viam os pombinhos na praia, na do. Mas quais são, enfim, as lições apreendidas? Boa parte do
montanha, posando com esquis velhos. Era obrigatório gostar. lixo doméstico é resultado de comida embalada. “São alimentos
Mas essencial medir as palavras. menos nutritivos, em sua maioria, do que os produtos frescos”,
– Bonito aquele hotel que vocês ficaram. diz Derfel, citado por El País. “São também mais caros.”
– Gostou? Mostro de novo! Conclusão: “Produzindo menos lixo ficarei mais saudável e
mais rico”, resume. Induzido a dizer se está louco, o americano
Agora, na época fluida do registro eletrônico, nem existe é categórico: “Não”. Mas admite não ter tido relacionamento

3
mais visita para ver slides. As pessoas publicam fotos e vídeos

-7
amoroso nenhum durante o período de coleta, o que parece
nas redes sociais o tempo todo. Querem que o universo con-

86
óbvio.
temple um café espresso. Se querem mostrar algo, pessoal- .6
mente, deslizam as imagens pelo celular, uma atrás da outra. Revista da Semana – ago. 2007.
34

Contemplo meu próprio aparelho. A memória carregada


.5

Em: “O objetivo: avaliar seus próprios hábitos de consumo e,


de fotos. Tornou-se falta de educação não registrar certos
94

com isso, denunciar o mundo ambientalmente sujo em que


momentos. Amigo clica, clico de volta. Como se retribuísse. O
-0

vivemos [...]”, isso se refere a


que vou fazer com tudo isso, apagar? Minha mãe deixou-me
s

um álbum de fotografias. Às vezes, folheio, vejo minhas fotos a) avaliar seus próprios hábitos de consumo.
tin

de menino, parentes. Quando as vejo, compartilho aqueles b) denunciar o mundo ambientalmente sujo em que vivemos.
ar

momentos bons, específicos. Sinto uma emoção. Quero fazer c) guardar todos os detritos industriais que produziu ao longo
M

como minha mãe, preservar imagens. do ano.


ra

Corajosamente, falo com meu assistente, Felippe.


d) juntar tralha suficiente para lotar um quarto de dormir.
ei

– Quero imprimir as fotos do meu celular.


liv

– Ninguém mais faz isso – revolta-se ele.


O

– Se existe serviço de impressão, é porque fazem. 147. (FUMARC – 2016)


de

Assim, neste exato momento, seleciono as fotos que vou Viver para postar
a

imprimir. Depois, o que farei com elas? Talvez um velhinho


an

Gregório Duduvier
numa lojinha centenária encontre um álbum de fotografias
Lu

cheio de poeira. E me venda. Se é que ainda existirão velhinhos


Amo fazer aniversário. Quando era pequeno (continuo
e lojas centenárias. Colarei as fotos nas páginas, revivendo em
pequeno, eu sei, mas nessa época era bem pequeno), lembro
cada uma a emoção. É coisa antiga, sei. Mas não quero aban-
da frase mágica: “Hoje você pode fazer o que você quiser” – e
donar momentos tão bons, família e amigos tão queridos, em
o que eu queria era muita coisa. Queria o Tívoli Park, o chico
algum velho celular descarregado.
cheese, o Parque da Mônica, tudo ao mesmo tempo. Sempre
Disponível em: http://epoca.globo.com/sociedade/walcyr-carrasco/noticia/ acabava optando pelo Tívoli Park – Pasárgada da minha infân-
2017/08/fotos-no-celular-socorro.html Acesso em: 30 set. 2017 (Adaptado).
cia, onde era feliz – e sabia.
Os referentes dos termos destacados estão corretamente iden- Hoje já não tem Tívoli Park – minha Pasárgada fechou
tificados entre parênteses, EXCETO em: depois de diversos casos de assalto dentro do trem-fantasma –
mas a memória dessa liberdade plena e irrestrita volta sempre
a) “– Bonito aquele hotel que vocês ficaram”. (aquele hotel)
que faço aniversário. Por isso, não reclamem se esta coluna
b) “Assim, neste exato momento, seleciono as fotos que vou flertar com a autoajuda. Hoje esse é o meu Tívoli Park.
imprimir”. (as fotos)
Ser feliz é a melhor maneira de parecer um idiota comple-
c) “Houve um tempo em que se fazia piada dos turistas japo- to. Para muita gente, a felicidade dos outros é um acinte. E não
neses”. (um tempo em) estou falando dos invejosos. Não consigo acreditar que exis-
d) “Quando finalmente alcanço o garçom, a Coca Zero que eu tam invejosos de mim, para mim essa paranoia com a inveja
58 queria acabou”. (a Coca Zero) alheia é delírio narcísico.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Estou falando dos cronicamente insatisfeitos – esses sim Nem todos aceitam que as palavras sejam sequestradas ao

LÍNGUA PORTUGUESA
existem, e são muitos. Experimenta dizer que está feliz. O olhar bel prazer do usuário. A política é o campo de guerra onde se
vai ser fulminante, assim como a resposta mental: “Como é que disputa a posse das palavras. A “ética”, filha do caráter com a
esse imbecil pode ser feliz num país desses, num calor desses, moral, transita de um lado para o outro dos conflitos, assim
com um dólar desses?”. como a Alsácia-Lorena, e não sem guerras sanguinárias. Com
um revólver na cabeça, é obrigada a endossar os seres mais
Aprendi que reclamar do calor ou do dólar não reduz a
amorais e sem caráter. A palavra mudança, que sempre andou
temperatura nem o dólar. Aprendi que a lei de Murphy só exis- com as esquerdas, foi sequestrada pelos setores mais conser-
te pra quem acredita nela. E aprendi que reparar na felicidade vadores da sociedade – que fingem querer mudar, quando o
te ajuda a reconhecê-la quando esbarrar com ela de novo – e que querem é trocar (para que não se mude mais). A Justiça,
acho que isso foi o mais importante. coitada, foi cooptada por quem atropela direitos e desconhece
“A gente só reconhece a felicidade pelo barulhinho que a igualdade, confundindo-a o tempo todo com seu primo, o
ela faz quando vai embora”, dizia o Jacques Prévert. Dificílimo justiçamento, filho do preconceito com o ódio.
reconhecer a felicidade quando ela ainda está no recinto. Caso Já a palavra impeachment, recém-nascida, filha da demo-
reconheça, é fundamental fotografar, escrever, desenhar, fil- cracia com a mudança, está escondida num porão: empresta-
mar. Para isso servem nossos smartphones: para estocar os ram suas roupas à palavra golpe, que desfila por aí usando seu
mais diversos tipos de felicidade em pixels, áudios e blocos de nome e seus documentos. Enquanto isso, a palavra jornalismo,
nota. Às vezes a necessidade de registro pode parecer uma coitada, agoniza na UTI. As palavras não lutam sozinhas. É pre-
fuga do presente, mas, pelo contrário, é a documentação da ciso lutar por elas.
felicidade que estica o presente para a vida toda. Observação: Após a coluna “O Sequestro das Palavras” ter
Sempre que se depara com os melhores momentos da vida sido publicada no jornal impresso, na segunda-feira, 21/3 de
2016, o colunista modificou seu texto e pediu para atualizá-lo
– e no caso dele isso acontece quase todo dia – meu padrasto
na versão on-line.
exclama, com voz de barítono: “Felicidade é isso aqui”. Apro-
veito para dizer: hoje faço 29 anos e estou irremediavelmente http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/2016/03/1752170-
osequestro-das-palavras.shtml
feliz. Desculpem todos. Vai passar. Mas enquanto isso, apro-
veito para exclamar, antes que passe: “Felicidade é isso aqui”.
“Nasceu contra tudo: a prisão, a dependência, o poder, o dinhei-
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/ ro – mas não se espante se você vir a liberdade vendendo absor-
2015/04/1615741-viver-para-postar. shtml Acesso em:7 set. 2016. vente, desodorante, cartão de crédito, empréstimo de banco. A
publicidade vive disso: dobrar as melhores palavras sem pagar
Vocabulário: Tivoli Park foi um parque de diversões localizado direito de imagem.”
no bairro da Lagoa, na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Fun- As palavras destacadas nesse trecho funcionam como:
cionou de 1973 a 1995
a) Anáforas.
Em: “E aprendi que reparar na felicidade te ajuda a reconhecê-
b) Catáforas.
-la quando esbarrar com ela de novo – e acho que isso foi o mais
importante.”, isso se refere a c) Dêiticos.

3
a) A gente só reconhece a felicidade pelo barulhinho que ela d) Exóforas.

-7
faz [...].
b) aprender a reparar na felicidade ajuda a reconhecê-la.
86
.6
149. (FUMARC – 2016)
34
c) é difícil reconhecer a felicidade quando ela está no recinto.
A ESCRITA NÃO É “A LÍNGUA”
.5

d) foi o mais importante.


94

Por Marcos Bagno*


-0

UMA LONGUÍSSIMA tradição de vinte e cinco séculos


s

148. (FUMARC – 2016) se impregnou de tal modo na cultura ocidental que a jovem
tin

O sequestro das palavras ciência linguística, que conta pouco mais de 150 anos, ainda
ar

peleja para fazer valer seus postulados, muito mais lógicos e


M

Gregório Duvivier racionais. É a ideia (ou, melhor, a ideologia) de que “a língua”


ra

é uma entidade muito restrita, acessível a poucos iluminados,


Vamos supor que toda palavra tenha uma vocação primei-
ei

aqueles grandes escritores (todos homens, é claro) que se tor-


liv

ra. A palavra mudança, por exemplo, nasceu filha da transfor- naram os “clássicos do idioma”. Não é à toa que o português
mação e da troca, e desde pequena servia para descrever o
O

é chamado de “a língua de Camões”, o espanhol de “a língua


processo de mutação de uma coisa em outra coisa que não de Cervantes”, o italiano de “a língua de Dante”, o inglês de “a
de

deixou de ser, na essência, a mesma coisa – quando a coisa língua de Shakespeare” e por aí vai. A escrita literária, desde
a

é trocada por outra coisa, não é mudança, é substituição. A o surgimento dos estudos gramaticais no mundo de língua
an

palavra justiça, por exemplo, brotou do casamento dos direitos grega, trezentos anos antes de Cristo, tem sido vítima dessa
Lu

com a igualdade (sim, foi um ménage): servia para tornar igual apropriação ideológica. Qual é o problema? O grande escritor
aquilo que tinha o direito de ser igual, mas não estava sendo não é grande porque respeita mais ou desobedece menos as
tratado como tal. regras da gramática tradicional. O grande escritor é aquele que
vai além do normal e do normativo, que tenta dar vazão à sua
No entanto as palavras cresceram. E, assim como as pes-
sensibilidade, exprimir de modo novo e surpreendente o que
soas, foram sendo contaminadas pelo mundo à sua volta. As a realidade lhe comunica. É preciso libertar a língua usada pela
palavras, coitadas, não sabem escolher amizade, não sabem imensa maioria das pessoas do peso insuportável de ser com-
dizer não. A liberdade, por exemplo, é dessas palavras que só parada aos usos feitos pelos grandes escritores. As pessoas
dizem sim. Não nasceu de ninguém. Nasceu contra tudo: a pri- não podem até hoje ser oprimidas e reprimidas pela culpa
são, a dependência, o poder, o dinheiro – mas não se espante absurda de não falar tal como Machado de Assis escreveu seus
se você vir a liberdade vendendo absorvente, desodorante, romances no final do século 19!
cartão de crédito, empréstimo de banco. A publicidade vive dis- A escrita literária é só uma parcela microscópica de todos
so: dobrar as melhores palavras sem pagar direito de imagem. os múltiplos e variados usos possíveis da língua. Ela não serve
Assim, você verá as palavras ecologia e esporte juntarem-se para a descrição gramatical da língua, de como ela funciona,
numa só para criar o EcoSport – existe algo menos ecológico das regras em vigor. Para a ciência linguística, a língua é, pri-
ou esportivo que um carro? Pobres palavras. Não têm advoga- mordialmente, aquilo que as pessoas falam no dia a dia, em
dos. Não precisam assinar termos de autorização de imagem. suas interações normais, espontâneas, na construção de sua
Estão aí, na praça, gratuitas. identidade pessoal e da identidade de sua comunidade. 59
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Por isso é que não se pode dizer que em Brasil e Portugal Quando não aceitamos essas situações da vida, nos tor-
“se fala a mesma língua”. Não, não se fala: brasileiros e portu- namos frágeis, presas fáceis de pessoas que gostam de mani-
gueses seguem regras totalmente diversas na hora de falar, pular, seja por prazer de exercer o poder ou por interesses
têm coisas que só existem lá e não existem aqui e vice-ver- pessoais, e desistimos com facilidade de projetos importantes
sa. Quando falamos, contribuímos para a construção única e da vida. [...]
exclusivamente da nossa identidade social e cultural. É maravi- Quando uma criança percebe pela primeira vez que é rejei-
lhoso podermos ler a produção literária portuguesa, mas isso tada ou excluída de uma situação pelos colegas, ela sofre. Nor-
não significa que se trate “de uma mesma língua”. Basta ler os mal, tanto para ela quanto para um adulto que passa por isso.
textos em voz alta para se dar conta disso! Mas, quando ela sente que os pais sofrem por causa desse
mil anos, na Europa, a única língua de cultura foi o latim sofrimento dela, fica mais difícil para ela superar as emoções
clássico: os letrados (só homens, é claro!) já falavam suas lín- que a rejeição suscita.
guas maternas na vida diária, mas elas não eram consideradas
Tudo do que ela precisa nesses momentos é do apoio e
dignas de estudo, de ensino e de aparecer na escrita respeita-
do encorajamento dos pais para enfrentar melhor esse tipo de
da. Foi preciso esperar o Renascimento para que isso aconte-
situação.
cesse. Pois é assim que nos encontramos hoje no Brasil, numa
Idade Média linguística: falamos o português brasileiro, uma E o que ela recebe junto com essa atitude dos pais é uma
língua viva, dinâmica, com gramática própria, mas ainda nos grande lição, que vai apreendendo aos poucos: a de que a vida
cobram o ensino e o uso de um “latim clássico”, que é o portu- nem sempre é amigável para nós, nem sempre é tão justa
guês literário consagrado antigo. E dá-lhe ensinar conjugação quanto somos, tampouco costuma retornar na mesma medi-
verbal com “vós”, regências verbais que não significam nada da nossas atitudes.
para nós, usos de pronomes que não correspondem ao que a Educar não é proteger a criança daquilo que ela pode
gente realmente sente e quer expressar. Já passou da hora da e consegue fazer. Cuidar, elemento precioso da educação, é
nossa língua (e não “de a nossa língua”, avor!) ocupar de direito diferente de proteger: é formar para a vida, apoiar o filho nas
o lugar que já ocupa de fato: o de língua materna de mais de situações difíceis e duras com as quais ele se defronta, encora-
200 milhões de pessoas, uma das mais faladas do mundo, num jar para que siga em frente, mesmo e inclusive em situações de
País com crescente importância geopolítica e econômica mun- sofrimento. Não é isso que a vida exige?
dial. “E deixe os portugais morrerem à míngua!”.
Vale aqui lembrar uma frase de Guimarães Rosa: “O que
*Marcos Bagno é linguista, escritor e professor da UNB. ela (a vida) quer da gente é coragem”.
Ref.: http://www.carosamigos.com.br/index.php/revista/204-edicao- Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/2016/01/
226/5859-falar-brasileiro-a-escrita-nao-e-a-lingua-2 1733493-a-vida-pede coragem.shtml Acesso em 11 jun. 2016 (Adaptado)

No segmento mas ainda nos cobram o ensino e o uso de um Em “E nem sempre sabemos disso, não é?”, disso refere-se a
“latim clássico”, que é o português literário consagrado antigo,
o item destacado tem valor: a) “[...] não haver um único dia na vida de cada um de nós
em que não sejamos recusados por alguém, rejeitados ou
a) Anafórico. excluídos, por pessoas ou de situações.”
b) Catafórico. b) “[...] qual a melhor fase da vida para aprender a aceitar,
c) Dêitico. reconhecer e suportar todos esses tipos de situação, man-

3
-7
d) Elíptico. tendo-se inteiro.”

86
c) “[...] quando não aceitamos as situações da vida, nos tor-
.6
namos frágeis, presas fáceis de pessoas que gostam de
34
manipular.”
150. (FUMARC – 2019)
.5

d) “[...] quando uma criança percebe pela primeira vez que


94

A vida pede coragem


é rejeitada ou excluída de uma situação pelos colegas, ela
-0

Rosely Sayão sofre.”


s

O filho de uma leitora, com nove anos, retornou para a


tin

escola. Depois dos primeiros dias, passou a chorar antes de


ar

ir. O motivo? Ele diz que os colegas não gostam mais dele. Ele 151. (FUMARC – 2014) O emprego do pronome relativo “onde”
M

continua a frequentar a mesma escola e sua classe é quase está correto, EXCETO em:
ra

igual à do ano passado, apenas com alguns colegas diferentes, a) A lei onde era fixada a pena foi revogada.
ei

transferidos de outras escolas e cidades.


b) Diamantina é a cidade onde moro.
liv

Essa mãe está agoniada porque diz que ele sempre foi que-
c) Onde houver ódio, que eu leve o amor.
O

rido pelos colegas, e pergunta se deve procurar outra escola.


de

Que sofrimento de mãe e filho! d) Por onde eu passar, estarei atenta às ofertas.
Vamos tentar entender essa questão, já que inúmeras
a
an

mães, e pais também, têm se angustiado com questões mui-


to semelhantes a essa, ou seja, com o que eles consideram a
Lu

rejeição, a exclusão ou o isolamento sofrido pelo filho por par-


te de colegas, tanto de escola quanto da vizinhança. Æ VARIAÇÕES DA LINGUAGEM: NÃO VERBAL,
Temos supervalorizado o que chamamos de socialização REGIONAL, HISTÓRICO, CONTEXTUAL.
dos filhos, em detrimento de outros aspectos da vida deles aos NEOLOGÍSMOS E ESTRANGEIRISMOS
quais poderíamos - e deveríamos - dar mais atenção por serem
bem mais importantes do que o primeiro. 152. (FUMARC – 2018) A questão baseia no texto apresentado
Desenvolver recursos para saber se defender dos obstácu- RAPIDINHO
los que a vida apresenta, ter uma autoimagem firme o suficien-
Todos nos beneficiamos e nos orgulhamos das conquistas
te para suportar situações de rejeição e o desenvolvimento do
da vida moderna, especialmente da crescente velocidade com
processo da autonomia são alguns desses aspectos.
que fazemos as coisas acontecerem. Mudanças que antiga-
Caro leitor, precisamos aceitar: não há um único dia na mente levavam séculos para se efetivarem agora podem ser
vida de cada um de nós em que não sejamos recusados por realizadas em poucos anos, às vezes em poucos meses. Quan-
alguém, rejeitados ou excluídos, por pessoas ou de situações. do não em poucas semanas, ou até em poucos dias. Nas socie-
E nem sempre sabemos disso, não é? Se assim é, qual a dades tradicionais, as normas de conduta, as leis, os costumes,
melhor fase da vida para aprender a aceitar, reconhecer e o modo de se vestir, os estilos artísticos tinham uma extraordi-
suportar esses tipos de situação, mantendo-se inteiro, do que nária capacidade de perdurar. Tudo se modificava, é claro, mas
60 a infância e a adolescência? sempre muito devagar. [...]
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Na utilização dos meios de comunicação, os mensageiros Trens de muitas toneladas cruzando o país abarrotados de

LÍNGUA PORTUGUESA
foram substituídos pelo telégrafo elétrico, que cedeu lugar ao minério de ferro, soja, cimento e carvão foram sua segunda
telégrafo sem fio, ao telefone, à televisão, ao fax, ao e-mail e às maior contribuição à humanidade. A primeira contribuição, a
maravilhas da eletrônica contemporânea. Não somos bobos,
que fez de mim o morador mais importante da rua Briaxis, a
tratamos de aproveitar as possibilidades criadas por todos
os novos recursos tecnológicos. Para que perder tempo? Se vila em que morávamos, com vizinhos tocando a campainha de
podemos fazer depressa o que os nossos antepassados só manhã, de tarde e de noite, trazendo amigos, primos e, invaria-
conseguiam fazer devagar, por que não haveríamos de acele- velmente, uma bola embaixo do braço, era a trave de madeira
rar nossas ações? Um dos expoentes do espírito pragmático da que meu avô fez e me deu no meu aniversário de oito anos.
modernidade, o americano Benjamin Franklin, já ensinava no
A trave ficava no fundo da nossa garagem e era leve o sufi-
século XVIII: “Tempo é dinheiro”, time is money.[...]
ciente para ser carregada por dois meninos até o meio da rua.
Dedicamo-nos, então, a uma frenética corrida contra
Sobre o carpete agreste de paralelepípedos travávamos pela-
os ponteiros do relógio. Para sermos eficientes, competiti-
vos, apressamos cada vez mais nossos movimentos. Saímos das épicas que só não entravam pela madrugada porque as
de casa correndo para o trabalho, somos cobrados para dar mães apareciam nas portas das casas e, uma a uma, inclemen-
conta correndo de nossas tarefas e — habituados à corrida — tes, iam nos convocando para o jantar. Minha mãe, jornalista,
alimentamo-nos às pressas (ah, a chamada fast food!), para estava sempre presa em fechamentos e não poucas vezes eu
depois voltarmos, correndo, para casa. [...] era o último felizardo a sair. Ficava ali, batendo faltas contra
Impõem-se, contudo, algumas perguntas: nas condições um gol vazio, me achando o Rivelino: no ângulo, no cantinho,
em que somos mais ou menos obrigados a viver, não esta- rasteira, de bico, de peito, de trivela. Eu tinha oito anos e uma
remos, de qualquer maneira, pagando um preço altíssimo,
trave de gol, toda minha: duvido que a vida me permita experi-
mesmo se formos bons corredores e nos mostrarmos aptos
para vencer? Os ritmos que nos são impostos e que aguçam mentar, novamente, tal plenitude.
algumas das nossas faculdades não resultam, ao mesmo tem- Mais tarde, lá pelos onze, entrei numas de aquário e meu
po, num empobrecimento de alguns aspectos importantes avô não me deixou na mão. Num sábado de manhã fomos jun-
da nossa sensibilidade e da nossa inteligência? A necessida- tos a uma vidraçaria na rua Tabapuã, onde vi o funcionário cor-
de de assimilar com urgência as informações essenciais para
tar o vidro com um bastãozinho de metal e ouvi, boquiaberto,
a ação imediata não acarreta uma grave incapacidade de
digerir conhecimentos sutis e complexos, cheios de caroços vovô Mário explicar que, na ponta do bastão, havia um pedaço
e mediações que, embora careçam de serventia direta, são de diamante: “o material mais duro da Terra: indestrutível”.
imprescindíveis ao aprofundamento da minha compreensão Depois fomos a um serralheiro e, sem que eu entendesse por
da condição humana? Uma reflexão que se sabe condenada que, compramos metros de cantoneiras de alumínio. Bem,
a desenvolver-se num exíguo prazo predeterminado não será, delicadeza não era o forte daquele engenheiro nascido antes
inevitavelmente, superficial? O pensamento que se formula
do crash de 1929; as cantoneiras foram usadas para reforçar
rapidinho não tende a ser sempre meio oco?
todas as juntas, além da borda superior do aquário, que, com
(Leandro Konder. In: O Globo, 29/08/96) https://pt.linkedin.com/
sua “torreifélica” estrutura, ganhou em resistência o que per-
pulse/%C3%A0-luz-do-fil%C3%B3sofo-karine-gomes-moura

3
deu em visibilidade. Mas quem se importa em ver peixinhos

-7
Sobre a constituição do texto, é CORRETO afirmar que dourados quando se pode contar pros amigos, ao passar pela

86
a) em alguns trechos, há interlocução entre locutor e leitor. sala, como quem não quer nada: “fui eu que fiz, junto com o
.6
meu avô”?
34
b) nele predomina a linguagem oral.
.5

c) o 1º parágrafo apresenta a ideia que será desenvolvida ao Aos treze comecei a andar de skate e a rampa só não ficou
94

longo do texto. pronta, pois foi embargada por minha mãe – até hoje não a
-0

d) o uso da 3ª pessoa do singular é predominante. perdoo por, na calada da noite, de forma antidemocrática, ter
salvo a minha vida, ou, pelo menos, alguns ossos.
s
tin

Ontem, quando a minha lista de “Mários” ficou ligeiramen-


ar

153. (FUMARC – 2018) Há traços de oralidade, EXCETO em: te (imensamente) menor, pensei na sorte que tive. Meu avô
M

a) “A gente se sente bem com ele, e não é artificial, nem era um sujeito duro que entrou no século 21 sem jamais ter
ra

imposto”. abandonado o 19, um pai severo e, no entanto, foi capaz de


ei

b) “Mas, inesperadamente, no Face, encontro uma imagem me dar tanto carinho. Não me refiro a beijos, abraços, cafunés
liv

linda, comovente, quase irreal neste mundo que anda pra lá – acho que ele nunca me pegou no colo –, mas a esse cari-
O

de besta [...]”. nho antigo, pré baby-boomers, Beatles e Caetano, carinho de


de

c) “Na maioria das vezes, em família, amigos, trabalho, não homem feito com serras, martelos, pregos, parafusos, madeira
a

acontece muito e, quando ocorre, até nos admiramos: olha e cantoneiras de alumínio. Queria poder ter retribuído à altura,
an

só, que cara educado, bondoso, camarada”. mas infelizmente não soube, tão bem quanto ele, usar minhas
Lu

d) “Viva o elefantinho que nos propõe: neste vasto mundo em ferramentas.


que você pode fazer tantas coisas, seja bondoso, seja gentil”.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/
antonioprata/2017/07/1897748-o-meu-avo.shtml Acesso em: 12 jul. 2017.

154. (FUMARC – 2017) Há traços de oralidade em:


O meu avô a) “Eu tinha oito anos e uma trave de gol, toda minha: duvi-
Mário Prata do que a vida me permita experimentar, novamente, tal
plenitude”.
Bem pequeno aprendi a enumerar a caudalosa linhagem
de Mários da minha família: “Tenho tataravô Mário, bisavô b) “Mas quem se importa em ver peixinhos dourados quan-
Mário, avô Mário, pai Mário, tio Mário e primo Mário”. Se me do se pode contar pros amigos, ao passar pela sala, como
perguntavam “Por que tanto Mário?” eu não sabia bem o que quem não quer nada [...]”. c) “Ontem, quando a minha lista
responder, era só uma dessas gracinhas que criança decora de “Mários” ficou ligeiramente (imensamente) menor, pen-
pra fazer os adultos rirem: “Sei lá, acho que eles gostam de sei na sorte que tive”
Mário”. O Mário de quem eu mais gostava, depois do meu pai,
era o meu avô. Vovô Mário era engenheiro mecânico e nos d) “Queria poder ter retribuído à altura, mas infelizmente não
seus tempos áureos projetava locomotivas. soube, tão bem quanto ele, usar minhas ferramentas” 61
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Æ LINGUAGEM FORMAL E INFORMAL 156. (FUMARC – 2018) Há traços de oralidade em:
a) “A gente se lamenta, dá palpites e entrevistas, organiza
155. (FUMARC – 2018) seminários”.
DÉMODÉ* b) “Em algumas coisas, sou antipaticamente individualista”.
Mário Viana c) “Há quem me deteste por essas afirmações, dizendo que
sou moralista [...]”.
Na próxima faxina, vai ser preciso empurrar para o fundo d) “Um dos meninos sofreu gravíssimos problemas de adicção
do armário os barquinhos de maionese, os picles espetados pelo resto da vida, morreu de overdose [...]”
no repolho e as taças de coquetel de camarão. Com jeitinho,
também cabem o bilboquê e o ioiô que apitava. É necessário
espaço para acomodar tudo aquilo que sai de moda. Por exem-
plo: as expressões “com licença”, “por favor” e “obrigado” estão, 157. (FUMARC – 2017)
todas, caindo no mais completo desuso, feito uma calça de Ter- Não “temos de”
gal ou uma camisa Volta ao Mundo.
Lia Luft
Atualmente, gentileza só gera gentileza em fotinho de rede
social. Na real, o que vale de verdade é a versão urbana da Vivemos sob o império do “ter de”. Portanto, vivemos num
lei da selva. Incontáveis vezes, sou pego de surpresa na sala mundo de bastante mentira. Democracia? Meia mentira. Pois a
do cinema ou do teatro por uma pessoa plantada de pé, ao desigualdade é enorme, não temos os mesmos direitos, temos
meu lado, esperando que eu abra caminho para sua passa- quase uma ditadura da ilusão dos que ainda acreditam. Liber-
gem. Eu cedo e ela passa, sem emitir um som. Faz sentido: se dade de escolha profissional? Temos de ter um trabalho bom,
não pede licença, a criatura não sabe agradecer. Nos ônibus que dê prazer, que pague dignamente (a maioria quer salário
e metrôs também há o bônus da mochila, cada vez maior e de chefe no primeiro dia), que permita grandes realizações e
mais pesada. Deduzo que todas elas são recheadas de livros, muitos sonhos concretizados? “Teríamos”. No máximo, temos
cadernos, pares de tênis, roupa de frio, marmita, duas melan- de conseguir algo decente, que nos permita uma vida mais ou
cias, um bote inflável (nunca se sabe quando a chuva vem) e, menos digna.
desconfio ainda, o corpo embalsamado do bicho de estimação. Temos de ter uma vida sexual de novela? Não temos nem
Só isso explica a corcova sólida e intransponível que bloqueia podemos. Primeiro, a maior parte é fantasia, pois a vida coti-
corredores a qualquer hora do dia ou da noite. Nem adianta diana requer, com o tempo, muito mais carinho e cuidados do
apelar para a antiga fórmula do “com licença”. Ela perdeu o que paixão selvagem. Além disso, somos uma geração alta-
significado. mente medicada, e atenção: muitos remédios botam a libido
Outro item fadado à vala comum dos esquecidos é a letra de castigo.
R, usada no final de algumas palavras para significar o infinitivo Temos de ter diploma superior, depois mestrado, possivel-
de um verbo. Fazer, beijar, gostar, perder, seguir — você sabe mente doutorado e no Exterior? Não temos de... Pois muitas
que são verbos justamente por causa da última letra. Pois não vezes um bom técnico ganha mais, e trabalha com mais gos-
é que as redes sociais, mancomunadas com a baixa qualidade to, do que um doutor com méritos e louvações. Temos de nos
do ensino, estão aniquilando a função do R? No Twitter, é um casar? Nem sempre: parece que o casamento à moda antiga,
verdadeiro festival de “vou faze bolo pq o Zé vem me visita”. embora digam que está retornando, cumpre seu papel uma vez,

3
depois com bastante facilidade vivemos juntos, às vezes até bem

-7
Para decifrar alguns posts — marcados também pela abso- felizes, sem mais do que um contrato de união estável se temos

86
luta ausência de vírgulas, acentos e pontos —, é preciso anos juízo. E a questão de gênero está muito mais humanizada.
de estágio nos livros de José Saramago e Valter Hugo Mãe.
.6
Temos de ter filho: por favor, só tenham filhos os que de
34
Apegar-se à ortografia tradicional é perda de tempo e bei-
verdade querem filhos, crianças, adolescentes, jovens, adultos,
.5

ra a caretice reclamar. Uma vez, corrigi alguém no Twitter e


e mesmo adultos barbados, para amar, cuidar, estimular, pro-
94

fui espinafrado até a última geração. “O Twitter é meu e eu


ver e ajudar a crescer, e depois deixar voar sem abandonar
escrevo do jeito que quise” — sem o R, claro. Não se trata de
-0

nem se lamentar. Mais mulheres começam a não querer ter


ataque nostálgico. O tempo dos objetos passa, a língua tem lá
filho – e não devem. Maternidade não pode mais ser obriga-
s

sua dinâmica e até mesmo as fórmulas de etiqueta mudam


tin

ção do tempo em que, sem pílula, as mulheres muitas vezes


conforme o tempo ou o lugar — até hoje, os chineses arrotam pariam a cada dois anos, regularmente, e aos cinquenta, velhas
ar

para mostrar que gostaram da refeição. Mas prefiro acreditar e exaustas, tinham doze filhos. Bonito, sim. Sempre desejei
M

que um pouco de gentileza sem pedantismo nunca vai fazer muitos irmãos e um bando de filhos (consegui ter três), mas
ra

mal a ninguém. ter um que seja requer uma disposição emocional, afetiva, que
ei

Escrever certo deveria ser princípio fundamental para não é sempre inata. Então, protejam-se as mulheres e os filhos
liv

quem gosta de se comunicar. Ironicamente, nunca se escre- não nascidos de uma relação que poderia ser mais complicada
O

veu tanto no mundo: nas ruas, salas de espera, ônibus, em do que a maternidade já pode ser.
de

qualquer lugar, há sempre alguém mandando um torpedo Temos de ser chiques, e, como sempre escrevo, estar em
no seu smartphone do último tipo. Às vezes, chego ao fim do todas as festas, restaurantes, resorts, teatros, exposições, conhe-
a

dia exausto de ter “conversado” com gente do mundo inteiro. cer os vinhos, curtir a vida? Não temos, pois isso exige tempo,
an

Espantado, eu me dou conta de não ter aberto a boca. Foi tudo dinheiro, gosto e disposição. Teríamos de ler bons livros, sim,
Lu

por escrito — e-mail, post, Twitter, torpedo. Se isso acontecer observar o mundo, aprender com ele, ser boa gente também.
com você, faça como eu: cante alto, solte um palavrão, fale Temos, sobretudo, de ser deixados em paz. Temos de ser
qualquer coisa sem sentido, principalmente se estiver sozinho amorosos, leais no amor e na amizade, honrados na vida e no
em casa. Apenas ouça o som que sai da sua garganta. Impeça trabalho, e, por mais simples que ele seja, sentir orgulho dele.
que sua voz, feia ou bonita, vire um item fora de moda. Basta imaginar o que seriam a rua, a cidade, o mundo, sem
Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cultura-lazer/cronica-demode- garis, por exemplo. Sem técnicos em eletricidade, sem enca-
mario-viana/ Acesso em: 13 set. 2018. *Démodé: fora de moda nadores (também os chamam bombeiros), sem os próprios
bombeiros, policiais, agricultores, motoristas, caminhoneiros,
Há marcas de oralidade em: domésticas, enfermeiras e o resto. Empresários incluídos, pois,
a) “Apegar-se à ortografia tradicional é perda de tempo e beira sem eles, cadê trabalho?
a caretice reclamar.” Então, quem sabe a gente se protege um pouco dessa
pressão do “temos de” e procura fazer da melhor forma possí-
b) “Às vezes, chego ao fim do dia exausto de ter “conversado”
vel o que é possível. Antes de tudo, um lembrete: cada um do
com gente do mundo inteiro.”
seu jeito, neste mundo complicado e vida-dura, temos de ten-
c) “Escrever certo deveria ser princípio fundamental para tar ser felizes. Isso não é inato: se tenta, se conquista, quando
quem gosta de se comunicar.” dá. Boa sorte!
d) “Impeça que sua voz, feia ou bonita, vire um item fora de Disponível em http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/colunistas/lya-luft/
62 moda.” noticia/2017/06/nao-temos-de-9807278.html Acesso em 11 jul. 2017
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Há traços de linguagem oral em: É possível estar contente e ter projetos bem depois dos

LÍNGUA PORTUGUESA
a) “Basta imaginar o que seriam a rua, a cidade, o mundo, sem 40 anos, sem um iate, físico perfeito e grande fortuna. Sem
garis, por exemplo.” cumprir tantas obrigações fúteis e inúteis, como nos ordenam
os mitos e mentiras de uma sociedade insegura, desorienta-
b) “Então, quem sabe a gente se protege um pouco dessa pres-
da, em crise. Liberdade não vem de correr atrás de “deveres”
são [...].”
impostos de fora, mas de construir a nossa existência, para a
c) “Mais mulheres começam a não querer ter filho – e não qual, com todo esse esforço e desgaste, sobra tão pouco tem-
devem.” po. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que
d) “Temos de ter diploma superior, depois mestrado, possivel- nada têm a ver conosco, máscaras, ilusões e melancolia para
mente doutorado e no Exterior?” aguentar a vida, sem liberdade para descobrir o que a gente
gostaria mesmo de ter feito.
Disponível em: http://www.contioutra.com/a-mentirosa-liberdade-lya-luft/
Acesso em: 02 jul. 2017
158. (FUMARC – 2017)
A MENTIROSA LIBERDADE Há traços de oralidade em:
Lya Luft a) “Em fileira, ao longo das paredes, temos de parecer todos
iguais nessa dança de enganos”.
Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e men-
b) “Na verdade, estamos presos numa rede de falsas
tiras que nossa cultura expõe em prateleiras enfeitadas, para
que a gente enfie esse material na cabeça e, pior, na alma – liberdades”.
como se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os c) “Nunca se pôde viver tanto tempo e com tão boa qualidade
medos que tudo isso nos inspira: medo de não estar bem [...]”.
enquadrados, medo de não ser valorizados pela turma, medo d) “Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais
de não ser suficientemente ricos, magros, musculosos, de não natural, cumprindo deveres reais, curtindo a vida sem se
participar da melhor balada, do clube mais chique, de não ter atordoar”
feito a viagem certa nem possuir a tecnologia de ponta no celu-
lar. Medo de não ser livres.
Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberda-
159. (FUMARC – 2016)
des. Nunca se falou tanto em liberdade, e poucas vezes fomos
tão pressionados por exigências absurdas, que constituem o PAIS, FILHOS E BOAS MANEIRAS
que chamo a síndrome do “ter de”. Fala-se em liberdade de Luiz Caversan
escolha, mas somos conduzidos pela propaganda como gado
para o matadouro, e as opções são tantas que não consegui- Dia desses enfrentei um estresse típico de grande cidade,
mos escolher com calma. Medicados como somos (a pressão, mas que acabou por oferecer bons momentos de reflexão.
a gordura, a fadiga, a insônia, o sono, a depressão e a eufo-
Tarde da noite, estava ao volante subindo uma alça de um
ria, a solidão e o medo tratados a remédio), cedo recorremos
dos muitos viadutos de São Paulo, quando, no final da curva,
a expedientes, porque nossa libido, quimicamente cerceada,

3
vejo um veículo que, ao tentar desviar de outro, quebrado,

-7
falha, e a alegria, de tanta tensão, nos escapa.
empreendia uma manobra arriscada na pista.

86
Preenchem-se fendas e falhas, manchas se removem, sus-
Não deu outra: os freios e a mudança brusca de direção
.6
pendem-se prazeres como sendo risco e extravagância, e nos
34
foram insuficientes para evitar o impacto.
ligamos no espelho: alguém por aí é mais eficiente, moder-
.5

no, valorizado e belo que eu? Alguém mora num condomínio Felizmente, apenas danos materiais, tanto no meu veículo
94

melhor que o meu? Em fileira, ao longo das paredes, temos de quanto no outro, de onde logo saíram dois jovens na casa dos
-0

parecer todos iguais nessa dança de enganos. Sobretudo, sem- vinte e tantos anos, um deles, o motorista, bem nervosinho.
pre jovens. Nunca se pôde viver tanto tempo e com tão boa “Está tudo bem aí?”, perguntei.
s
tin

qualidade, mas, no atual endeusamento da juventude, como “Claro que não, seu barbeiro, olha o que você fez no meu
se só jovens merecessem amor, vitórias e sucesso, carregamos
ar

carro.”
mais um ônus pesadíssimo e cruel: temos de enganar o tempo,
M

temos de aparentar 15 anos se temos 30, 40 anos se temos 60, Ainda bem que, em sua grosseria, o rapaz não me chamou
ra

e 50 se temos 80 anos de idade. A deusa juventude traz vanta- de tio, porque aí soaria mais ofensivo...
ei

gens, mas eu não a quereria para sempre: talvez nela sejamos De qualquer maneira, tentei acalmá-lo, dizendo que ele
liv

mais bonitos, quem sabe mais cheios de planos e possibilida- estava numa manobra arriscada e que eu de fato não consegui
O

des, mas sabemos discernir as coisas que divisamos, podemos parar.


de

optar com a mínima segurança, conseguimos olhar, analisar e Foi a conta para que ele quisesse partir pra ignorância. Mas
curtir – ou nos falta o que vem depois: maturidade?
a

outros carros e motoristas já estavam atulhados na pista, e


an

Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobra- pessoas mais equilibradas impediram que o rapaz cometesse
Lu

dos: O que você vai ser? O que vai estudar? Como? Fracassou alguma impropriedade.
em mais um vestibular? Já transou? Nunca transou? Treze anos “Ok, vamos chamar a polícia”, disse eu, já que o caminho da
e ainda não ficou? E ainda não bebeu? Nem experimentou uma
conversa civilizada estava fatalmente obstruído.
maconhazinha sequer? E um Viagra para melhorar ainda mais?
Ainda aguenta os chatos dos pais? Saiba que eles o controlam “Isso mesmo!”, gritou o rapaz. “Vamos chamar a polícia,
sob o pretexto de que o amam. Sai dessa! Já precisa trabalhar? porque você não sabe com quem está falando!”
Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão pouco Pronto, estava armado o circo.
e trabalhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve O menino tinha as “costas quentes” e estava ali louco para
naquele resort? exercer o seu poder.
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais “E porventura com quem eu estou falando?”
natural, cumprindo deveres reais, curtindo a vida sem se ator-
doar. Nadar contra toda essa louca correnteza. Ter opiniões “Meu pai é coronel da PM e vai resolver rapidinho isso aqui.
próprias, amadurecer, ajuda. Combater a ânsia por coisas que Você vai se dar mal...”
nem queremos, ignorar ofertas no fundo desinteressantes, Bem, para encurtar a história, logo chegou uma viatura
como roupas ridículas e viagens sem graça, isso ajuda. Desco- com dois policiais, que educadamente vieram ouvir minha ver-
brir o que queremos e podemos é um bom aprendizado, mas são e, em seguida, foram conversar com o rapaz, que não titu-
leva algum tempo: não é preciso escalar o Himalaia social nem beou em dar ordens, exigindo que eles me inculpassem e, pelo
ser uma linda mulher nem um homem poderoso. rádio, localizassem o tal coronel. 63
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ficamos nessa lengalenga durante uns 40 minutos, os PMs Com o seu gesto ela me dizia: “O senhor me traz memó-
já pelas tampas com o garoto, até que desce de um automóvel rias ternas do meu avô...”gente é velho quando entra no box
um senhor grisalho, magro e que calmamente olhou os dois do chuveiro com passos medrosos e cuidadosos. Há sempre o
carros batidos. Foi logo assediado pelo nervosinho que, gesti- perigo de um escorregão. Por via das dúvidas, mandei instalar
culando muito, começou a esbravejar. Mas logo se viu contido no box da minha casa uma daquelas barras metálicas horizon-
por um indiscutível “cala boca” do pai-coronel. tais que funcionam como corrimão.
Em seguida, o senhor sacou sua identificação funcional e A gente é velho quando começa a ter medo dos tapetes. Os
foi conversar com os policiais, que bateram continência e rela- tapetes são perigosos de duas maneiras. Há os pequenos tape-
taram a situação e as atitudes do filho. Menos de cinco minutos tes de fundo liso, que escorregam. E há os grandes tapetes que
depois, ele dirigiu-se a mim educadamente e com ar grave e ficam com as pontas levantadas e que fazem ondas. O pé dos
ligeiramente envergonhado, disse: “Eu peço sinceramente que velhos movimenta-se no arrasto e tropeça na ponta levantada
o senhor desculpe as atitudes do meu filho. Em nossa família, do tapete ou na armadilha da onda.
não toleramos esse tipo de comportamento e ele vai se haver A gente é velho quando começa a ter medo dos fotógrafos.
comigo. Eis meu cartão, o sr. providencie o conserto do seu Fugir das fotos de perfil porque nelas as barbelas de nelore
carro e me mande a conta, por gentileza.” aparecem. Nelore é um boi branco. Os pastos estão cheios
Imediatamente ele chamou o filho num canto e passou deles, vivos, e as mesas também, sob o disfarce de bifes. E eles
uma descompostura tão grande, mas tão grande no rapaz que têm uma papada balançante, as barbelas, que vai da ponta
deu até pena. Não alterou a voz, não fez gestos bruscos, ape- do queixo (boi tem queixo?) até o peito. Velhice é quando as
nas exerceu, como se deve, o papel, o direito e o dever de pai barbelas de nelore começam a aparecer. Aí vem a humilhação
de um jovem abusado, colocando-o em seu devido lugar. conclusiva. Prontas as fotos, eles nos mostram e dizem: “Como
Ainda bem que ainda há cidadãos como o coronel da outra você está bem!”
noite. A gente é velho quando, tendo de subir ao palco para dar
Disponível em: www1.folha.uol.com.br/colunas/luizcaversan /310088-pais- uma palestra, tem sempre uma jovem simpática que nos ofe-
filhos-e-boasmaneiras. shtml (Adaptado) Acesso em: 27 ago. 2016. rece a mão, temendo que a gente se desequilibre e caia. A gen-
te aceita o oferecimento com um sorriso. Nunca se sabe...
Há linguagem oral, EXCETO em: A gente é velho quando perde a vergonha e se desnuda
a) “[...] os freios e a mudança brusca de direção foram insufi- fazendo as confissões que acabei de fazer...
cientes para evitar o impacto”.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff3010200704.htm
b) “[...] os PMs já pelas tampas com o garoto, até que desce de Acesso em: 27 ago. 2016
um automóvel um senhor grisalho, magro e que calma-
mente olhou os dois carros batidos”. Há traços de linguagem oral em
c) “Mas logo se viu contido por um indiscutível ‘cala boca’ do a) “A gente é velho quando, no restaurante, é preciso cuidado
pai-coronel”. ao se levantar”.
d) “O menino tinha as “costas quentes” e estava ali louco para b) “Fugir das fotos de perfil porque nelas as barbelas de nelore
exercer o seu poder” aparecem”.

3
c) “Quando se é velho, até uma pequena queda pode se trans-

-7
formar em catástrofe”.

86
d) “Toca porque seus dedos sabem sem que a cabeça saiba”
160. (FUMARC – 2016) .6
34
A GENTE É VELHO...
.5

Rubem Alves
94

161. (FUMARC – 2016)


-0

A gente é velho quando, para descer uma escada, segura Viver para postar
firme no corrimão. E os olhos olham para baixo para medir o
s

Gregório Duduvier
tin

tamanho dos degraus e a posição dos pés.


ar

Quando eu era moço, não era assim. Não segurava no Amo fazer aniversário. Quando era pequeno (continuo
M

corrimão e não media degraus e pés. Descia os dois lances de pequeno, eu sei, mas nessa época era bem pequeno), lembro
escada do sobrado do meu avô com a mesma fúria com que
ra

da frase mágica: “Hoje você pode fazer o que você quiser” – e


um pianista toca o prelúdio 16, de Chopin. Ele, pianista, não
ei

o que eu queria era muita coisa. Queria o Tívoli Park, o chico


pensa. Se pensasse, não conseguiria tocar, porque o pensa-
liv

cheese, o Parque da Mônica, tudo ao mesmo tempo. Sempre


mento não consegue seguir a velocidade das notas. Toca por- acabava optando pelo Tívoli Park – Pasárgada da minha infân-
O

que seus dedos sabem sem que a cabeça saiba. O pianista se cia, onde era feliz – e sabia.
de

abandona ao saber do corpo. Assim descia eu as escadas do


sobradão do meu avô. Mas no dia em que o pé começou a tro- Hoje já não tem Tívoli Park – minha Pasárgada fechou
a

depois de diversos casos de assalto dentro do trem-fantasma –


an

peçar, a cabeça compreendeu que eles, os pés, já não sabiam


mas a memória dessa liberdade plena e irrestrita volta sempre
Lu

como sabiam antes. Agora é preciso o corrimão. Depois virão


as bengalas, corrimões portáteis que se leva por onde se vai. que faço aniversário. Por isso, não reclamem se esta coluna
flertar com a autoajuda. Hoje esse é o meu Tívoli Park.
A gente é velho quando, no restaurante, é preciso cuidado
ao se levantar. Moço, as pernas sabem medir as distâncias que Ser feliz é a melhor maneira de parecer um idiota comple-
há debaixo da mesa. Mas, agora, é preciso olhar para medir a to. Para muita gente, a felicidade dos outros é um acinte. E não
distância que há entre o pé da mesa e o bico do sapato. Há sem- estou falando dos invejosos. Não consigo acreditar que exis-
pre o perigo de que o bico do sapato esbarre no pé da mesa e tam invejosos de mim, para mim essa paranoia com a inveja
o pé da mesa lhe dê uma rasteira, você se estatelando no chão. alheia é delírio narcísico.
Quando se é velho, até uma pequena queda pode se transfor- Estou falando dos cronicamente insatisfeitos – esses sim
mar em catástrofe. Há sempre o perigo de uma fratura. existem, e são muitos. Experimenta dizer que está feliz. O olhar
A gente é velho quando é objeto de humilhações bon- vai ser fulminante, assim como a resposta mental: “Como é que
dosas. Como aquela que aconteceu comigo 25 anos atrás. O esse imbecil pode ser feliz num país desses, num calor desses,
metrô estava cheio. Jovem, segurei-me num balaústre. Notei com um dólar desses?”.
então que uma jovem de uns 25 anos me olhava com um olhar Aprendi que reclamar do calor ou do dólar não reduz a
amoroso. Olhei para ela. E houve um momento de suspensão temperatura nem o dólar. Aprendi que a lei de Murphy só exis-
romântica. Minha cabeça e meu coração se alegraram. Até o te pra quem acredita nela. E aprendi que reparar na felicidade
momento em que ela se levantou com um sorriso e me ofere- te ajuda a reconhecê-la quando esbarrar com ela de novo – e
64 ceu o seu lugar. Foi um gesto de bondade. acho que isso foi o mais importante.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
“A gente só reconhece a felicidade pelo barulhinho que Os ladrões recolheram tudo o que o falso empregado indi-

LÍNGUA PORTUGUESA
ela faz quando vai embora”, dizia o Jacques Prévert. Dificílimo cou e saíram apressados.
reconhecer a felicidade quando ela ainda está no recinto. Caso Daí a pouco chegavam a mulher e os filhos.
reconheça, é fundamental fotografar, escrever, desenhar, fil-
mar. Para isso servem nossos smartphones: para estocar os Sentado na sala, o marido ria, ria, tanto nervoso, quanto ali-
mais diversos tipos de felicidade em pixels, áudios e blocos de viado do próprio assalto que ajudara a fazer contra si mesmo.
nota. Às vezes a necessidade de registro pode parecer uma Disponível em: http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2010/04/
fuga do presente, mas, pelo contrário, é a documentação da blogs/628982assaltos-insolitos.html Acesso em: 19 ago. 2016
felicidade que estica o presente para a vida toda.
Vocabulário
Sempre que se depara com os melhores momentos da vida
– e no caso dele isso acontece quase todo dia – meu padrasto Insólito – incomum
exclama, com voz de barítono: “Felicidade é isso aqui”. Apro- Há marcas de linguagem oral em:
veito para dizer: hoje faço 29 anos e estou irremediavelmente a) “As crianças haviam saído com a mulher para fazer com-
feliz. Desculpem todos. Vai passar. Mas enquanto isso, apro- pras [...].”
veito para exclamar, antes que passe: “Felicidade é isso aqui”.
b) “Os ladrões recolheram tudo o que o falso empregado indi-
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/ cou [...].”
2015/04/1615741-viver-para-postar. shtml Acesso em:7 set. 2016.
c) “Tem gente que é assaltada na rua, no ônibus, no escritório,
Vocabulário: Tivoli Park foi um parque de diversões localizado até dentro de igrejas e hospitais [...].”
no bairro da Lagoa, na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Fun- d) “Uma vez me contaram de um cidadão que foi assaltado em
cionou de 1973 a 1995 sua casa.”
Há traços de linguagem oral em:
a) “A gente só reconhece a felicidade pelo barulhinho que ela
faz [...]”. 163. (FUMARC – 2016)
b) “Aprendi que reclamar do calor ou do dólar não reduz a A falsa liberdade e a Síndrome do “TER DE”
temperatura o dólar”.
Lya Luft
c) “Às vezes a necessidade de registro pode parecer uma fuga
do presente [...]”. Essa é uma manifestação típica do nosso tempo, contagio-
d) “Estou falando dos cronicamente insatisfeitos –esses sim sa e difícil de curar porque se alimenta da nossa fragilidade, do
existem, e são muitos” quanto somos impressionáveis, e da força do espírito de reba-
nho que nos condiciona a seguir os outros. Eu tenho de fazer o
que se espera de mim. Tenho de ambicionar esses bens, esse
status, esse modo de viver – ou serei diferente, e estarei fora.
162. (FUMARC – 2016)
Temos muito mais opções agora do que alguns anos atrás,
Assaltos insólitos as possibilidades que se abrem são incríveis, mas escolher é
difícil: temos de realizar tantas coisas, são tantos os compro-

3
Affonso Romano Santanna

-7
missos, que nos falta o tempo para uma análise tranquila, uma

86
Assalto não tem graça nenhuma, mas alguns, contados decisão sensata, um prazer saboreado.
depois, até que são engraçados. .6
A gente tem de ser, como escrevi tantas vezes, belo, jovem,
34
É igual a certos incidentes de viagem, que, quando aconte- desejado, bom de cama (e de computador). Ou a gente tem
.5

cem, deixam a gente aborrecidíssimo, mas, depois, narrados de ser o pior, o mais relaxado, ou o mais drogado, o chefe da
94

aos amigos num jantar, passam a ter sabor de anedota. gangue, a mais sedutora, a mais produzida. Outra possibilida-
-0

Uma vez me contaram de um cidadão que foi assaltado em de é ter de ser o melhor pai, o melhor chefe, a melhor mãe, a
sua casa. Até aí, nada demais. Tem gente que é assaltada na melhor aluna; seja o que for, temos de estar entre os melhores,
s

fingindo não ter falhas nem limitações. Ninguém pode se con-


tin

rua, no ônibus, no escritório, até dentro de igrejas e hospitais,


mas muitos o são na própria casa. O que não diminui o descon- tentar em ser como pode: temos de ser muito mais que isso,
ar

forto da situação. temos de fazer o impossível, o desnecessário, até o absurdo, o


M

Pois lá estava o dito cujo em sua casa, mas vestido em rou- que não nos agrada – ou estamos fora.
ra

pa de trabalho, pois resolvera dar uma pintura na garagem e A gente tem de rir dos outros, rebaixar ou denegrir nem que
ei

na cozinha. As crianças haviam saído com a mulher para fazer seja o mais simples parceiro de trabalho ou o colega de escola
liv

compras e o marido se entregava a essa terapêutica atividade, com alguma deficiência ou dificuldade maior. A gente tem de
O

quando, da garagem, vê adentrar pelo jardim dois indivíduos aproveitar o mais que puder, e isso muitos pais incutem nos
de

suspeitos. filhos: case tarde, aproveite antes! (O que significa isso?) [...]
A propaganda nos atordoa: temos de ser grandes bebedo-
a

Mal teve tempo de tomar uma atitude e já ouvia:


an

- É um assalto, fica quieto senão leva chumbo. res (daquela marca de bebida, naturalmente), comprar o carro
Lu

mais incrível, obter empréstimos com menores juros, fazer a via-


Ele já se preparava para toda sorte de tragédias quando gem maravilhosa, ter a pele perfeita, mostrar os músculos mais
um dos ladrões pergunta: fortes, usar o mais moderno celular, ir ao resort mais sofisticado.
- Cadê o patrão? Até no luto temos de assumir novas posturas: sofrer vai
Num rasgo de criatividade, respondeu: ficando fora de moda. Contrariando a mais elementar psico-
- Saiu, foi com a família ao mercado, mas já volta. logia, mal perdemos uma pessoa amada, todos nos instigam a
passar por cima. “Não chore, reaja”, é o que mais ouvimos. “Lim-
- Então vamos lá dentro, mostre tudo.
pe a mesa dele, tire tudo do armário dela, troque os móveis,
Fingindo-se, então, de empregado de si mesmo, e ao mes- roupas de cama, mude de casa.” Tristeza e recolhimento ofen-
mo tempo para livrar sua cara, começou a dizer: dem nossa paisagem de papelão colorido. Saímos do velório e
- Se quiserem levar, podem levar tudo, estou me lixando, esperam que se vá depressa pegar a maquilagem, correr para
não gosto desse patrão. a academia, tomar o antidepressivo, depressa, depressa, pois
- Paga mal, é um pão-duro. Por que não levam aquele rádio os outros não aguentam mais, quem quer saber da minha dor?
ali? Olha, se eu fosse vocês levava aquele som também. Na O “ter de” nos faz correr por aí com algemas nos tornoze-
cozinha tem uma batedeira ótima da patroa. Não querem uns los, mas talvez a gente só quisesse ser um pouco mais tranqui-
discos? Dinheiro não tem, pois ouvi dizer que botam tudo no lo, mais enraizado, mais amado, com algum tempo para curtir
banco, mas ali dentro do armário tem uma porção de caixas de as coisas pequenas e refletir. Porém temos de estar à frente,
bombons, que o patrão é tarado por bombom. ainda que na fila do SUS 65
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Se pensar bem, verei que não preciso ser magro nem De acordo com a agência de notícias Associated Press, as
atlético nem um modelo de funcionário, não preciso ter mui- aplicações no país podem começar no início de novembro,
to dinheiro ou conhecer Paris, não preciso nem mesmo ser se os órgãos reguladores americanos derem sinal verde. O
importante ou bem-sucedido. Precisaria, sim, ser um sujeito Departamento de Saúde e Serviços Humanos (FDA, na sigla
decente, encontrar alguma harmonia comigo mesmo, com os em inglês) ainda terá que publicar sua revisão, independente
outros, e com a natureza na qual fervilha a vida e a morte é dos dados de segurança e eficácia da empresa. Os consultores
apaziguadora. do FDA vão debater publicamente as evidências da eficácia do
imunizante na próxima semana. Nos EUA, a vacina é autoriza-
Em lugar disso, porém, abraçamos a frustração, e com ela da para maiores de 12 anos, mas pediatras e familiares aguar-
a culpa. dam a nova aprovação voltada às crianças mais novas como
A culpa, disse um personagem de um filme, “é como uma forma de conter as infecções crescentes da variante Delta do
mochila cheia de tijolos. Você carrega de um lado para o outro, coronavírus.
até o fim da vida. Só tem um jeito: jogá-la fora”. Mas ela tem (Jornal Estado de Minas, 23 out. 2021, p. 8)
raízes fundas em religiões e crenças, em ditames da família,
numa educação pelo excessivo controle ou na deseducação A figura de linguagem presente no Texto é:
pela indiferença, na competitividade no trabalho e na pressão
a) Antítese.
de nosso grupo, que cobra coisas demais. [...]
b) Hipérbole.
Nessa rede de complexidades, seria bom resistir à máqui-
na da propaganda e buscar a simplicidade, não sucumbir ao c) Ironia.
impulso da manada que corre cegamente em frente. Com sor- d) Metáfora.
te, vamos até enganar o tempo sendo sempre jovens, sendo
quem sabe imortais com nariz diminuto, boca ginecológica e
olhar fatigado num rosto inexpressivo. Não nos faltam recur- 166. (FUMARC – 2018)
sos: a medicina, a farmácia, a academia, a ilusão, nos estendem
ofertas que incluem músculos artificiais, novos peitos, pele de Do moderno ao pós-moderno
porcelana, e grandes espelhos, espelho, espelho meu. Mas a Frei Betto / 14/05/2017 - 06h00
gente nem sabe direito onde está se metendo, e toca a correr
porque ainda não vimos tudo, não fizemos nem a metade, qua- A morte da modernidade merece missa de sétimo dia? Os
se nada entendemos. Somos eternos devedores. pais da modernidade nos deixaram de herança a confiança nas
possibilidades da razão. E nos ensinaram a situar o homem no
Ordens aqui e ali, alguém sopra as falas, outro desenha os
centro do pensamento e a acreditar que a razão, sem dogmas
gestos, vai sair tudo bem: nada depressivo nem negativo, tudo e donos, construiria uma sociedade livre e justa.
tem de parecer uma festa, noite de estreia com adrenalina e
aplausos ao final. Pouco afeitos ao delírio e à poesia, não prestamos aten-
ção à crítica romântica da modernidade – Byron, Rimbaud,
Disponível em: http://www.contioutra.com/a-falsa-liberdade-e-a-sindrome- Burckhardt, Nietzsche e Jarry. Agora, olhamos em volta e o que
do-ter-de-lyaluft/#ixzz4HMEDzQMU Acesso em 14 ago. 2016 (Adaptado) vemos? As ruínas do Muro de Berlim, a Estátua da Liberdade
tendo o mesmo efeito no planeta que o Cristo do Corcovado na
Há linguagem oral em: vida cristã dos cariocas, o desencanto com a política, o ceticis-

3
-7
a) “Em lugar disso, porém, abraçamos a frustração, e com ela a mo frente aos valores.

86
culpa.” Somos invadidos pela incerteza, a consciência fragmen-
b) “Ou a gente tem de ser o pior, o mais relaxado, ou o mais dro-
.6
tária, o sincretismo do olhar, a disseminação, a ruptura e a
34
gado, o chefe da gangue, a mais sedutora, a mais produzida.” dispersão. O evento soa mais importante que a história e o
detalhe sobrepuja a fundamentação.
.5

c) “Se pensar bem, verei que não preciso ser magro nem atlé-
94

tico nem um modelo de funcionário [...].” O pós-moderno aparece na moda, na estética, no estilo de
-0

vida. É a cultura de evasão da realidade. De fato, não estamos


d) “Tenho de ambicionar esses bens, esse status, esse modo de
satisfeitos com a inflação, com a nossa filha gastando mais em
s

viver – ou serei diferente, e estarei fora.”


pílulas de emagrecimento que em livros, e causa-nos profunda
tin

decepção saber que, neste país, a impunidade é mais forte que


ar

a lei. Ainda assim, temos esperança de mudá-lo. Recuamos


M

164. (FUMARC – 2014) Há traços de linguagem oral, EXCETO em: do social ao privado e, rasgadas as antigas bandeiras, nossos
ra

ideais transformam-se em gravatas estampadas. Já não há uto-


a) “[...] os freios e a mudança brusca de direção foram insufi-
ei

pias de um futuro diferente. Hoje, é considerado politicamen-


cientes para evitar o impacto”.
liv

te incorreto propagar a tese de conquista de uma sociedade


b) “[...] os PMs já pelas tampas com o garoto, até que desce de onde todos tenham iguais direitos e oportunidades.
O

um automóvel um senhor grisalho, magro e que calma- Agora predominam o efêmero, o individual, o subjetivo e
de

mente olhou os dois carros batidos”. o estético. Que análise de realidade previu a volta da Rússia à
a

c) “Mas logo se viu contido por um indiscutível “cala boca” do sociedade de classes? Resta-nos captar fragmentos do real (e
an

pai-coronel” aceitar que o saber é uma construção coletiva). Nosso proces-


Lu

so de conhecimento se caracteriza pela indeterminação, des-


d) “O menino tinha as “costas quentes” e estava ali louco para
continuidade e pluralismo.
exercer o seu poder”
A desconfiança da razão nos impele ao esotérico, ao espiri-
tualismo de consumo imediato, ao hedonismo consumista, em
progressiva mimetização generalizada de hábitos e costumes.
Estamos em pleno naufrágio ou, como predisse Heidegger,
caminhando por veredas perdidas.
Æ FIGURAS DE LINGUAGEM
Sem o resgate da ética, da cidadania e das esperanças
165. (FUMARC – 2021) libertárias, e do Estado-síndico dos interesses da maioria, não
haverá justiça, exceto aquela que o mais forte faz com as pró-
Pfizer é 91% eficaz entre 5 e 11 anos prias mãos.
Dados divulgados ontem pelo grupo farmacêutico Pfizer Ingressamos na era da globalização. Graças às redes de
apontam que doses da vacina desenvolvida pela companhia computadores, um rapaz de São Paulo pode namorar uma
contra COVID-19 para crianças de 5 a 11 anos são seguras e chinesa de Beijing sem que nenhum dos dois saia de casa.
apresentam eficácia de quase 91% na prevenção de infecções Bilhões de dólares são eletronicamente transferidos de um
sintomáticas. A divulgação ocorre em meio às análises feitas país a outro no jogo da especulação, derivativo de ricos. Caem
pelos Estados Unidos para aplicação do imunizante nessa faixa as fronteiras culturais e econômicas, afrouxam-se as políticas
66 etária. e morais. Prevalece o padrão do mais forte.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A globalização tem sombras e luzes. Se de um lado aproxima O mesmo filósofo fala em “desastre da modernidade”, um

LÍNGUA PORTUGUESA
povos e quebra barreiras de comunicação, de outro ela assume, tipo de doença que produziu uma patologia social chamada
nas esferas econômica e cultural, o caráter de globocolonização. de “império da ciência”, despótico e tirânico, que “digere” as
(Disponível em: http://hojeemdia.com.br/opini%C3%A3o/colunas/frei- esferas estético-expressivas e as religiosas-morais. Harvey põe
betto1.334186/do-moderno-ao-p%C3%B3s-moderno-1.464377. Acesso 05 o dedo na ferida ao dizer que o projeto do Iluminismo já era,
jan. 2018) na origem, uma “patranha”, na medida em que disparava um
discurso redentor para o homem com as luzes da razão, em
“A morte da modernidade merece missa de sétimo dia? Os pais
troca da lenta e gradual perda de sua liberdade.
da modernidade nos deixaram de herança a confiança nas
possibilidades da razão. E nos ensinaram a situar o homem no A partir dos anos 50 e, ocorrido agora o definitivo desen-
centro do pensamento e a acreditar que a razão, sem dogmas e canto com a ciência e suas tragédias (algumas delas), pode-se
donos, construiria uma sociedade livre e justa.” São figuras de falar em um processo de sua desaceleração. O nosso futuro
linguagem identificáveis no fragmento acima, EXCETO: virou uma incerteza. A razão, além de não nos responder às
a) Antítese. grandes questões que prometeu responder, engendra novas
b) Ironia. e terríveis perguntas, que chegam até hoje, vagando sobre a
incerteza de nossos precários destinos. Eu falaria, metafori-
c) Metáfora.
camente, do homem moderno acorrentado (o Prometeu) ao
d) Perífrase. consumo desenfreado de coisas (res) para compensar suas
frustrações e angústias. A vida se tornou absurda e difícil de
ser vivida, face a esse “mal-estar” do homem ocidental. Daí sur-
167. (FUMARC – 2018) gem as grandes doenças psicossociais de hoje: a frustração, o
relativismo e o niilismo, cujas sementes já estavam no bojo do
Razões da pós-modernidade
Iluminismo, a face sinistra de sua moeda. Não há mais nenhu-
Carlos Alberto Sanches, professor, perito e consultor em Redação – ma certeza, porque a razão não foi capaz de dar ao homem
[31/03/2014 - 21h06]
alguns dos mais gratos dos bens: sua segurança e bem-estar.
Foi nos anos 60 que surgiu o que se chama de “pós-moder- Não há mais certezas, apenas a percepção de que é preciso
nidade”, na abalizada opinião de Frederic Jameson, como “uma repensar criticamente a ciência, que nunca nos ofereceu um
lógica cultural” do capitalismo tardio, filho bastardo do libe- caminho para a felicidade, o que provoca um forte movimento
ralismo dos séculos 18 e 19. O tema é controverso, pois está de busca de liberdade. O mundo está sem ordem e valores,
associado a uma discussão sobre sua emergência funesta no como disse Dostoievski: “Se Deus não existe, tudo é permitido”.
pós-guerra. É que ocorre nesse período um profundo desen- A incerteza do mundo moderno e a impossibilidade de
canto no homem contemporâneo, especialmente no que toca organizar nossas vidas levam Giddens a dizer que “não há nada
à diluição e abalo de seus valores axiológicos, como verdade,
de misterioso no surgimento dos fundamentalismos, a radica-
razão, legitimidade, universalidade, sujeito e progresso etc. Os
lização para as angústias do homem”. Restou-nos o refúgio nos
sonhos se esvaneceram, juntamente com os valores e alicerces
grandes espetáculos, como os do Coliseu antigo: o pão e o cir-
da vida: a “estética”, a “ética” e a “ciência”, e as repercussões
que isso provocou na produção cultural: literatura, arte, filoso- co, para preencher o vazio da vida.

3
fia, arquitetura, economia, moral etc. Na sua esteira de satanização social, o capitalismo engen-

-7
Há, sem dúvida, uma crise cultural que desemboca, talvez, dra, então, a sociedade de consumo, para levar o cidadão ao

86
em uma crise de modernidade. Ou a constatação de que, rom- ópio do consumo (esquecer-se das desilusões) nas “estações
.6
pida a modernidade, destroçada por guerras devastadoras, pro- orbitais” dos shoppings, ou templos das compras, onde os
34
duto da “gaia ciência” libertadora, leva a outra ruptura: morreu a bens nos consomem e a produção, sempre crescente, impli-
.5

pós-modernidade e deixou órfã a cultura contemporânea? ca a criação em massa (ou em série) de novos consumidores.
94

Seria o caso de se falar em posteridade na pós-modernida- Temos uma parafernália de bens, mas são em sua maioria
-0

de? Max Weber, já no início do século 19, menciona a chegada coisas inúteis, que a razão / ciência nos deu; mas, em troca,
da modernidade trocada pela “racionalização intelectualista”, sofremos dos males do século, entre eles a elisão de nossa
s
tin

que produz o “desencanto do mundo”. Habermas o reinterpre- individualidade. Foi uma troca desvantajosa. É o que Campbell
ta, dizendo que a civilização se desagrega, especialmente no que chama do sonho que gera o “signo-mercadoria”, que nos reme-
ar

toca aos conceitos da verdade, da coerência das leis, da autenti- te ao antigo sonho do Romantismo, da realização dos ideais.
M

cidade do belo, ou seja, como questões de conhecimento...


ra

Trocamos o orgasmo reprodutor instintivo pelo prazer


Jean Francois Lyotard, em seu livro A condição pós-moder-
ei

lúdico-frenético de consumir, sem saber que somos consumi-


na, de 1979, enfoca a legitimação do conhecimento na cultura
liv

dos. Gememos de prazer ao comprar, mas choramos de dor


contemporânea. Para ele, “o pós-moderno enquanto condição face à nossa solidão, cercados pela panaceia da ciência e da
O

de cultura, nesta era pós-industrial, é marcado pela incredu- razão, que nos entope de placebos, mas não de remédios para
de

lidade face ao metadiscurso filosófico – metafísico, com suas


a cura dos males dessa longínqua luz racional, que se acende
pretensões atemporais e universalizantes”. É como se dissés-
a

lá no Iluminismo e que vem, sob outras formas, até hoje. A


an

semos, fazendo coro, mais tarde, com John Lennon, que “o


sonho acabou” (ego trip). A razão, como ponto nevrálgico da televisão nos anestesia com a estética da imagem. Para Bau-
Lu

cultura moderna, não leva a nada, a não ser à certeza de que drillard, ela é o nosso mundo, como o mundo saído da tela do
o racionalismo iluminista, que vai entronizar a ciência como grande filme O Vidiota (o alienado no mundo virtual da tevê),
uma mola propulsora para a criação de uma sociedade justa, cujo magistral intérprete foi Peter Sellers.
valorizadora do indivíduo, vai apenas produzir o desencanto, Enquanto nos deleitamos com essa vida esquizofrênica
via progresso e com as suas descobertas, cantadas em prosa e lúdica, deixamos no caixa do capitalismo tardio (iluminista
e verso, que nos deixaram um legado brutal: as grandes tra- / racional) o nosso mais precioso bem: a individualidade. Só
gédias do século 20: guerras atrozes, a bomba atômica, crise nos sobrou a estética, segundo Jameson, ou a “colonização
ecológica, a corrida armamentista... pela estética” que afeta diferentes aspectos da cultura, como a
A frustração é enorme, porque o iluminismo afirmara que estética, a ética, a teórica, além da moral política.
somente as luzes da razão poderiam colocar o homem como
A pós-modernidade talvez seja uma reação a esse quadro
gerador de sua história. Mas tudo não passou de um sonho,
um sonho de verão (parodiando Shakespeare). Habermas desolador. Bauman fala em pós-modernidade como a forma
coloca nessa época, o século 18, o gatilho que vai acionar essa atual da modernidade longínqua. Já Giddens fala em moderni-
desilusão da pós-modernidade. A ciência prometia dar segu- dade tardia ou “modernidade radicalizada”: a cultura atual. Por
rança ao homem e lhe deu mais desgraças. Entendamos aqui certo que a atual discussão sobre o pós-moderno implica um
também a racionalidade (o primado da razão cartesiana) como processo de revisão e questionamento desse estado de coisas,
cúmplice dessa falcatrua da modernidade e, portanto, da atual em que o homem não passa de um res nulius, como as matro-
pós-modernidade. nas romanas. 67
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A cultura moderna, ou pós-modernista, não tem uma razão A publicidade vive disso: dobrar as melhores palavras sem
para produzir sua autocrítica, mas muitas razões, devido à sua pagar direito de imagem. Assim, você verá as palavras ecologia
prolongada irracionalidade do “modo de vida global”, segundo e esporte juntarem-se numa só para criar o EcoSport – exis-
Jameson. O que se pode dizer é que não há uma razão, mas te algo menos ecológico ou esportivo que um carro? Pobres
muitas razões para reordenar criticamente os descaminhos palavras. Não têm advogados. Não precisam assinar termos de
da pós-modernidade, sem esquecermos que a irracionalidade autorização de imagem. Estão aí, na praça, gratuitas.
continua nos rondando. Nem todos aceitam que as palavras sejam sequestradas ao
http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/razoes-dapos- bel prazer do usuário. A política é o campo de guerra onde se
modernidade-8bs4bc7sv5e06z8trfk0pv80e. Acesso em 21/01/18. disputa a posse das palavras. A “ética”, filha do caráter com a
moral, transita de um lado para o outro dos conflitos, assim
Atente para a indicação de recursos estilísticos utilizados pelo como a Alsácia-Lorena, e não sem guerras sanguinárias. Com
autor no texto: um revólver na cabeça, é obrigada a endossar os seres mais
I. “A cultura moderna, ou pós-modernista, não tem uma amorais e sem caráter. A palavra mudança, que sempre andou
razão para produzir sua autocrítica, mas muitas razões...”. → com as esquerdas, foi sequestrada pelos setores mais conser-
Metonímia vadores da sociedade – que fingem querer mudar, quando o
que querem é trocar (para que não se mude mais). A Justiça,
II. “Restou-nos o refúgio nos grandes espetáculos, como os
coitada, foi cooptada por quem atropela direitos e desconhece
do Coliseu antigo: o pão e o circo, para preencher o vazio da a igualdade, confundindo-a o tempo todo com seu primo, o
vida.” → Comparação justiçamento, filho do preconceito com o ódio.
III. “A televisão nos anestesia com a estética da imagem. Para Já a palavra impeachment, recém-nascida, filha da demo-
Baudrillard, ela é o nosso mundo.” → Metáfora cracia com a mudança, está escondida num porão: empresta-
IV. “O tema é controverso, pois está associado a uma discussão ram suas roupas à palavra golpe, que desfila por aí usando seu
sobre sua emergência funesta no pós-guerra.” → Hipérbato nome e seus documentos. Enquanto isso, a palavra jornalismo,
Verifica-se que foram corretamente indicadas as figuras de coitada, agoniza na UTI. As palavras não lutam sozinhas. É pre-
linguagem presentes em: ciso lutar por elas.
a) I, II e III, apenas. Observação: Após a coluna “O Sequestro das Palavras” ter
sido publicada no jornal impresso, na segunda-feira, 21/3 de
b) I, III e IV, apenas. 2016, o colunista modificou seu texto e pediu para atualizá-lo
c) II, III e IV, apenas. na versão on-line.
d) I, II, III e IV. http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/2016/03/1752170-
osequestro-das-palavras.shtml

As figuras de linguagem são estratagemas que um autor pode


168. (FUMARC – 2018) Figuras de linguagem são recursos uti- empregar em seu texto para persuadir seu leitor. No texto anterior,
lizados normalmente para tornar mais expressivo o que que- qual figura de linguagem foi amplamente usada para esse fim?
remos dizer. As mais comuns são a metáfora e a metonímia.
a) Aliteração.
Analise as frases abaixo, indicando (1) para exemplo de metá-

3
b) Metáfora.

-7
fora e (2), para exemplo de metonímia.

86
( ) A Amazônia é o pulmão do mundo. c) Metonímia.
d) Prosopopeia.
.6
( ) O marido relata ter bebido apenas dois copos de leite.
34

( ) O suspeito resolveu quebrar o silêncio.


.5
94

( ) A mulher alega que tem cinco bocas para alimentar.


-0

A sequência CORRETA, de cima para baixo, é:


Æ FUNÇÕES DA LINGUAGEM (EMOTIVA,
s

a) 1, 1, 2, 2.
tin

b) 1, 2, 1, 2. APELATIVA, POÉTICA, DENOTATIVA ETC.)


ar

c) 2, 1, 2, 1. 170. (FUMARC – 2018) Texto I


M

d) 2, 2, 1, 1.
ra

Há marcas que vivem da inclusão, e outras que vivem da


ei

exclusão
liv

Contardo Calligaris
O

169. (FUMARC – 2016)


Meu telefone, um iPhone 6, estava cada vez mais lento.
de

O sequestro das palavras


Não era por nenhuma das causas apontadas nas inúmeras
a

Gregório Duvivier salas de conversa entre usuários de iPhones vagarosos.


an

Era mesmo o processador que estava se tornando exaspe-


Lu

Vamos supor que toda palavra tenha uma vocação primei-


ra. A palavra mudança, por exemplo, nasceu filha da transfor- radamente lento, ao ponto em que havia um intervalo sensível
mação e da troca, e desde pequena servia para descrever o de tempo entre digitar e a letra aparecer na tela.
processo de mutação de uma coisa em outra coisa que não Deixei para resolver quando chegasse a Nova York, onde,
deixou de ser, na essência, a mesma coisa – quando a coisa aliás, a coisa piorou: era suficiente eu tirar o celular do bolso
é trocada por outra coisa, não é mudança, é substituição. A ou deixá-lo num bolso externo (que não estivesse em contato
palavra justiça, por exemplo, brotou do casamento dos direitos com o calor do corpo) para que a carga da bateria baixasse, de
com a igualdade (sim, foi um ménage): servia para tornar igual repente, de 60% a zero.
aquilo que tinha o direito de ser igual, mas não estava sendo Pensei que três anos é mesmo o tempo de vida útil para
tratado como tal. uma bateria. E lá fui à loja da Apple na Broadway.
No entanto as palavras cresceram. E, assim como as pes- Esperei duas horas para enfim ter acesso a alguém que me
soas, foram sendo contaminadas pelo mundo à sua volta. As explicou que testaria minha bateria. Depois de contemplarmos
palavras, coitadas, não sabem escolher amizade, não sabem os gráficos lindos e coloridos deixados no tablet pelo meu tele-
dizer não. A liberdade, por exemplo, é dessas palavras que só fone, anunciou que minha bateria ainda não justificava uma
dizem sim. Não nasceu de ninguém. Nasceu contra tudo: a pri- troca – no tom pernóstico de um plantonista que sabe que não
são, a dependência, o poder, o dinheiro – mas não se espante tem leitos disponíveis e manda você para casa com aquela dor
se você vir a liberdade vendendo absorvente, desodorante, no peito e a “certeza” de que “você não está enfartando, deve
68 cartão de crédito, empréstimo de banco. ser só digestão”.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O mesmo jovem propôs uma reinstalação do sistema ope- 171. (FUMARC – 2018)

LÍNGUA PORTUGUESA
racional, – que é uma trivialidade, mas foi anunciada como se DÉMODÉ*
fosse um cateterismo das coronárias.
Mário Viana
Passei a noite me recuperando, ou seja, reinstalando apli-
cativos. Resultado: telefone lento como antes. Na próxima faxina, vai ser preciso empurrar para o fundo
Voltei para a Apple (loja da Quinta Avenida), onde descobri do armário os barquinhos de maionese, os picles espetados
que, como na história do hospital sem leitos, de fato, a Apple no repolho e as taças de coquetel de camarão. Com jeitinho,
não dispunha mais de baterias para substituir a minha: muitos também cabem o bilboquê e o ioiô que apitava. É necessário
usuários estavam com o mesmo problema. Por coincidência, espaço para acomodar tudo aquilo que sai de moda. Por exem-
tudo conjurava para que eu comprasse um telefone novo. plo: as expressões “com licença”, “por favor” e “obrigado” estão,
Nos EUA, a Apple está sendo processada (15 casos coleti- todas, caindo no mais completo desuso, feito uma calça de Ter-
vos, em diferentes Estados) por piorar propositalmente a expe- gal ou uma camisa Volta ao Mundo.
riência dos usuários de iPhone sem lhes oferecer alternativas Atualmente, gentileza só gera gentileza em fotinho de rede
–salvo, obviamente, a de adquirir um telefone novo. social. Na real, o que vale de verdade é a versão urbana da lei da
A companhia pediu desculpas públicas, mas a humildade selva. Incontáveis vezes, sou pego de surpresa na sala do cine-
não é o forte do treinamento Apple. Basta se lembrar que o ma ou do teatro por uma pessoa plantada de pé, ao meu lado,
atendimento pós-venda da companhia se chama (o ridículo esperando que eu abra caminho para sua passagem. Eu cedo e
não mata ninguém) “genius bar”, o balcão dos gênios. ela passa, sem emitir um som. Faz sentido: se não pede licença,
a criatura não sabe agradecer. Nos ônibus e metrôs também
Já pensou: você poderia ligar para seu serviço de TV a cabo
há o bônus da mochila, cada vez maior e mais pesada. Deduzo
porque a recepção está péssima e alguém diria: “Sim, senhor,
que todas elas são recheadas de livros, cadernos, pares de tênis,
pode marcar consulta com o balcão dos gênios”.
roupa de frio, marmita, duas melancias, um bote inflável (nunca
A maioria dos usuários não acham isso cômico e despropo- se sabe quando a chuva vem) e, desconfio ainda, o corpo embal-
sitado. Por que será? samado do bicho de estimação. Só isso explica a corcova sólida
Há marcas que vivem de seu poder de inclusão, do tipo e intransponível que bloqueia corredores a qualquer hora do
“nós fabricamos o carro que todos podem dirigir”. E há marcas dia ou da noite. Nem adianta apelar para a antiga fórmula do
que vivem de seu poder de exclusão: tipo, será que você mere- “com licença”. Ela perdeu o significado.
ce o que estou vendendo? Outro item fadado à vala comum dos esquecidos é a letra
Você já entrou alguma vez numa loja cara onde os vende- R, usada no final de algumas palavras para significar o infinitivo
dores, envaidecidos pela aura do próprio produto que ven- de um verbo. Fazer, beijar, gostar, perder, seguir — você sabe
dem, olham para você com desprezo, como se você não fosse que são verbos justamente por causa da última letra. Pois não
um consumidor à altura da loja? é que as redes sociais, mancomunadas com a baixa qualidade
É uma estratégia básica de marketing: primeiro, espera-se do ensino, estão aniquilando a função do R? No Twitter, é um
que você inveje (e portanto deseje) o mundo do qual se sente verdadeiro festival de “vou faze bolo pq o Zé vem me visita”.
excluído. Para decifrar alguns posts — marcados também pela abso-
Você perguntará: de que adianta, se não poderei adquirir luta ausência de vírgulas, acentos e pontos —, é preciso anos
os produtos da marca? Em geral, nesses casos o projeto é ven- de estágio nos livros de José Saramago e Valter Hugo Mãe.

3
Apegar-se à ortografia tradicional é perda de tempo e bei-

-7
der os acessórios da casa. Pouquíssimos comprarão o casa-
ra a caretice reclamar. Uma vez, corrigi alguém no Twitter e

86
co de R$ 15 mil, mas milhares comprarão um lencinho (com
monograma) para se sentirem, assim, membros do clube. fui espinafrado até a última geração. “O Twitter é meu e eu
.6
escrevo do jeito que quise” — sem o R, claro. Não se trata de
34
A Apple mantém sua presença no mercado pela ideia de ataque nostálgico. O tempo dos objetos passa, a língua tem lá
.5

sua superioridade tecnológica - e pelo design elegante, claro. sua dinâmica e até mesmo as fórmulas de etiqueta mudam
94

Seriamente, alguém que usa processador de texto não conforme o tempo ou o lugar — até hoje, os chineses arrotam
-0

deveria escolher um computador em que não dá para apagar para mostrar que gostaram da refeição. Mas prefiro acreditar
letras da esquerda para a direita. Mas é como os carros ingle- que um pouco de gentileza sem pedantismo nunca vai fazer
s
tin

ses dos anos 1950: havia a glória de viver perigosamente e diri- mal a ninguém.
gir sem suspensões posteriores independentes (sem capotar
ar

Escrever certo deveria ser princípio fundamental para


a cada curva).
M

quem gosta de se comunicar. Ironicamente, nunca se escre-


Pouco importam as críticas. A Apple conseguiu convencer veu tanto no mundo: nas ruas, salas de espera, ônibus, em
ra

seus usuários de que eles mesmos, por serem usuários, fazem qualquer lugar, há sempre alguém mandando um torpedo
ei

parte de uma arrojada elite tecnológica. Numa loja da Apple, no seu smartphone do último tipo. Às vezes, chego ao fim do
liv

todos, os usuários e os “gênios” vestem (real ou metaforica- dia exausto de ter “conversado” com gente do mundo inteiro.
O

mente) a camiseta da marca. Espantado, eu me dou conta de não ter aberto a boca. Foi tudo
de

Quer saber o que aconteceu com meu iPhone? Está ótimo. por escrito — e-mail, post, Twitter, torpedo. Se isso acontecer
Fui ao Device Shop, em Times Square, no mesmo prédio do com você, faça como eu: cante alto, solte um palavrão, fale
a
an

Hard Rock Cafe: atendimento imediato, troca de bateria em qualquer coisa sem sentido, principalmente se estiver sozinho
em casa. Apenas ouça o som que sai da sua garganta. Impeça
Lu

dez minutos, conversa agradável. Não havia gênios, só pessoas


competentes. E custou menos de dois terços do que pagaria que sua voz, feia ou bonita, vire um item fora de moda.
na Apple. Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cultura-lazer/cronica-demode-
mario-viana/ Acesso em: 13 set. 2018. *Démodé: fora de moda
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligar
is/2018/01/1949427-hamarcas-que-vivem-da-inclusao-e-outras-que-vivem-
da-exclusao.shtml Acesso em 20 mar. 2018 Há linguagem figurada em:
a) “Incontáveis vezes, sou pego de surpresa na sala do cinema
Percebe-se o tom irônico do autor em: ou do teatro por uma pessoa plantada de pé, ao meu lado,
a) “A Apple mantém sua presença no mercado pela ideia de esperando que eu abra caminho para sua passagem.”
sua superioridade tecnológica – e pelo design elegante, b) “Ironicamente, nunca se escreveu tanto no mundo: nas
claro.” ruas, salas de espera, ônibus, em qualquer lugar, há sempre
b) “Já pensou: você poderia ligar para seu serviço de TV a alguém mandando um torpedo no seu smartphone do últi-
cabo porque a recepção está péssima e alguém diria: ‘Sim, mo tipo.”
senhor, pode marcar consulta com o balcão dos gênios’”. c) “Mas prefiro acreditar que um pouco de gentileza sem
c) “Passei a noite me recuperando, ou seja, reinstalando apli- pedantismo nunca vai fazer mal a ninguém.”
cativos. Resultado: telefone lento como antes.” d) “Se isso acontecer com você, faça como eu: cante alto, solte
d) “Pensei que três anos é mesmo o tempo de vida útil para um palavrão, fale qualquer coisa sem sentido, principal-
uma bateria. E lá fui à loja da Apple na Broadway.” mente se estiver sozinho em casa.” 69
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
172. (FUMARC – 2018) Há linguagem conotativa, EXCETO em: Æ INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS (COMPREENSÃO)
a) “Basta refletir um pouco, abrir olhos e orelhas, ver que esta-
mos numa situaçãolimite”. 174. (FUMARC – 2021)
b) “Claro que a vida não é esse mar de rosas e risos”. Os buracos negros e a relatividade do tempo
c) “O beijo de bom-dia em casa, alguma indagação sobre como Em um dos grandes relatos de viagens fantásticas, o escri-
foi a noite, ou a festa, ou como poderá ser a prova na escola, tor norte-americano Edgar Allan Poe conta a história de uma
o novo amigo, ou o ombro que ontem doía tanto”. expedição marítima na costa norueguesa que se depara com
d) “Os que a defendem são muitas vezes os mais intolerantes, um redemoinho gigante, conhecido como Maelstrom. Passa-
arrogantes e ignorantes que não conhecem nem medem o do o terror inicial, o narrador proclama: “Pouco depois, fiquei
peso das palavras [...]” possuído da mais aguçada curiosidade pelo próprio turbilhão.
Sentia positivamente um desejo de explorar suas profunde-
zas, mesmo ao preço do sacrifício que ia fazer; e meu principal
pesar era que jamais poderia contar a meus amigos, na praia,
173. (FUMARC – 2016)
os mistérios que iria conhecer”.
A casa
Se Poe tivesse escrito seu conto 150 anos depois (o original
Cris Guerra foi publicado em 1841), talvez substituísse a exploração das
entranhas do vórtice pela exploração das entranhas do buraco
Noite de terça-feira. A casa iluminada, os jardins floridos negro. Fica difícil imaginar uma viagem fictícia mais fascinante
de gente. Autoridades, fotógrafos, o prefeito. Fazia tempo que
do que a uma região em que nossas noções de espaço e tem-
nós cinco não voltávamos juntos àquele lugar. A casa repleta
po deixam de fazer sentido, de onde nada, nem a luz escapa,
de desconhecidos e vazia dos que lá habitaram. À nossa volta,
o público nem sequer desconfiava. Irmãos invisíveis voltando um verdadeiro Maelstrom cós mico. Os buracos negros e suas
a um lugar-chave de sua linha do tempo. Como administrar a ligações com objetos exóticos, conhecidos como “buracos de
saudade em noite de celebração? minhoca” - possíveis pontes de um ponto a outro no espaço e
no tempo -, desafiam até a imaginação dos físicos. (...)
Quando finalmente pudemos entrar, sabíamos de cor
onde era a cozinha, a sala de jogos, o mezanino, o quarto dela. Fonte: GLEISER, Marcelo. Micro macro: reflexões sobre o homem, o tempo e
De modo que demos um jeito de subir logo até lá, não sem o espaço. São Paulo: Publifolha, 2005. p. 20.
antes notar um detalhe ou outro a nos falar sobre a elegância
de nossos avós. Quem sonharia ter seu passado romanceado Sobre o Texto, é CORRETO afirmar:
por arquitetos contadores de histórias? a) Desde o passado, já existem sólidas teorias que explicam
Os quatro chegaram ao quarto dela minutos antes de mim. esse movimento giratório.
Encontrei-os sob o impacto do que ali viram. Do teto, fios trans- b) O autor demonstra certa incompreensão sobre o fenômeno.
parentes sustentavam retratos antigos: JK, Vovô Joubert, Vovó
Juju, Papai, Mamãe, alguns de nós ainda pequenos. c) O redemoinho Maelstrom já causou prejuízos a muitas
embarcações.
A caixinha de música numa redoma de vidro. Cada móvel
em seu devido lugar, relatando os movimentos e trajetos dela. d) Poe relata sobre uma viagem da qual participou.
Deles. Nossos.

3
-7
Teremos de voltar muitas vezes para acreditar: nossa

86
infância eternizada num museu da arquitetura modernista dos 175. (FUMARC – 2021)
anos 40 a 60. A nova Casa Kubitschek enriquece a memória do .6
visionário JK. Mas seus móveis restaurados contam muito mais Ética do policial
34

que um modo de morar. Hoje, nota-se que muitas pessoas demonstram não ter
.5

Concluído em 1943 para ser a casa de fim de semana do uma cultura de valores inserida em sua vida, criando situações
94

então prefeito Juscelino, o espaço foi projetado por Niemeyer angustiantes, vividas também por colegas de profissão, fami-
-0

com jardins de Burle Marx. Serviu a JK por apenas dois anos - liares e amigos. Esse sentimento não é restrito a uma deter-
logo que pôde, vovô comprou o imóvel. Passaram a ser nossos minada idade ou sexo; essa “deseducação” é percebida desde
s
tin

os domingos ali. Vovó alimentava os peixes e pássaros, dava a infância e se estende até a adolescência, quando apresen-
suco de groselha aos beija-flores, oferecia pão com patê aos ta seu maior pico, e, muitas vezes, se mantém durante a vida
ar

gatos. Cobria as mesas com pedaços de feltro, construindo sob adulta. As pessoas agridem o patrimônio público, trans ferindo
M

os tampos de vidro seus próprios quadros modernistas. a violência presente em seu convívio familiar e social para as
ra

Depois que ele se foi, ela viveu ali por muitos anos, buscan- coisas que não possuem proprietário visível, comportando-se
ei

do alento nos jardins para as perdas que ainda viria a sofrer. de maneira inadequada e im própria. Ao mesmo tempo, obser-
liv

Minha mãe em 1994, meu pai em 2001. “Que absurdo as coisas va-se que há uma escassez cada vez maior de afeto, de limites,
O

durarem mais que as pessoas”, ela me disse dias depois da de direitos e deveres respeitados por parte dos indivíduos na
de

morte dele. E duraram. Mais até do que ela, que nos deixou em postura de cidadãos.
2004. Mas as pessoas, que não são feitas de coisas, cuidaram
a

Percebe-se que alguns valores de suma importância para


de fazer do afeto memória.
an

se viver bem em sociedade vêm sendo esquecidos. O mundo


A Casa abre suas portas de terça a sábado. Aos domingos,
Lu

físico e social se complicou muito; todavia, o homem não vive


a entrada é restrita às nossas lembranças. Vovô lê os jornais na isolado ou num mundo só material, mas, sim, num mundo de
mesa da varanda, Maria prepara um peixe à milanesa, Vicen- convivência, cujos valores precisam ser conhecidos, compreen-
za me nega o suco de mexerica antes do almoço. Eles jogam
didos e postos em prática.
bilhar, elas passeiam pelas boas-novas do jardim - a flor que se
abriu, a árvore que se encheu de lichias. Pretende-se evidenciar, também, que a ética profissional
Quando for a sua vez de visitar a Casa Kubitschek, respire em sintonia com a responsabilidade e competência profissio-
fundo e aproveite o dia: é um domingo na minha infância. nal é que permitirão ao profissional da segurança pública em
especial ao policial, poder e querer realizar um trabalho real-
Disponível em: http://vejabh.abril.com.br/edicoes/casa-cris-guerra-755432. mente comprometido com sua posição social que a sociedade
shtml Acesso: maio 2013
lhe confiou, bem como com a garantia da efetivação dos direi-
Há linguagem conotativa em: tos do povo para a garantia do pro cesso de transformação da
sociedade atual. [...]
a) “A casa iluminada, os jardins floridos de gente.”
b) “A nova Casa Kubitschek enriquece a memória do visioná- Fonte: SILVA, Alcionir do Amarante. Ética do policial. TCC Curso de Filosofia
UNISUL, 2011.15 p. (Adaptado).
rio JK.”
c) “Os quatro chegaram ao quarto dela minutos antes de mim.” “muitas pessoas demonstram não ter uma cultura de valores
d) “Quem sonharia ter seu passado romanceado por arquite- inserida em sua vida”. Um dos argumentos que sustentam a
70 tos contadores de histórias?” afirmativa inicial do autor é:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) A condição de trabalho do policial. 178. (FUMARC – 2021)

LÍNGUA PORTUGUESA
b) A escassez de valores de afeto. Tecnologia com humanidade-1
c) A garantia dos direitos do povo. Há anos, trabalho no estudo da comunicação via mídias
d) Os princípios das relações sociais. sociais e no desenvolvimento de narrativas que envolvem a
transmissão de mensagens de maneira assertiva em platafor-
mas nas quais a história deve ser construída em imagens fixas
ou em takes de até 15 segundos. A mudança na comunicação,
176. (FUMARC – 2021) A alternativa que demonstra como a a partir da existência dessas ferramentas, é uma revolução no
sociedade em geral pode contribuir para que o profissional da modo como conversamos e interagimos no nosso dia a dia - e
segurança pública possa executar de forma adequada a sua também como somos impactados por informações veiculadas,
função é: muitas vezes, em uma única imagem ou frase que pode atin-
a) A defesa dos direitos do cidadão. gir milhões de pessoas. Entender e respeitar a força e o poder
desses novos veículos que estamos todos aprendendo a usar
b) A ética profissional.
faz parte do estar alinhado com um novo mundo.
c) A responsabilidade e competência policial.
Segundo pesquisa recente feita pelo Ibope, mais de 90%
d) O reconhecimento de valores. dos brasileiros afirmam que deveria haver leis que regulamen-
tem as redes sociais para combater a disseminação de notícias
falsas. Além disso, a pesquisa mostra a vontade da população
177. (FUMARC – 2021) para que as contas que não são de pessoas de verdade, sejam
rotula das como robôs. Um projeto de lei, que já está no Sena-
Ética profissional do, pretende transformar 17 em crime o uso de contas falsas
O ser humano se constitui numa trama de relações sociais, nas redes sociais ou de robôs sem o conheci mento das plata-
na medida em que ele adquire o seu modo de ser, agindo no formas. [...]
contexto das relações sociais nas quais vive, produz, consome
Fonte: FERRAZ, Alice. Tecnologia com humanidade. 5 jul. 2020. (Adaptado)
e sobrevive. Em suma, o ser humano emerge, no seu modo Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/tecnologia-com-humani
de agir (habitual ou não), as condutas normatizadas ou não, dade,6e0c38f966cb5195d1a8f89314bc007f5g2xrf68.html
as convivências sadias ou neuróticas, as relações de trabalho,
de consumo, que constituem prática, social e historicamente o Sobre o Texto, é CORRETO afirmar:
ser humano. Numa dimensão geral, Luckesi (1992) deli mita o a) A população acredita que as leis podem reprimir a liberda-
ser humano como sendo o “conjunto das relações sociais” das de de expressão.
quais participa de forma ativa.
b) As novas tecnologias mudaram a forma de interação entre
Para compreender como o ser humano se constitui na as pessoas.
dinâmica das relações sociais como ser ativo, social e histó-
c) O ritmo e o alcance das informações permanecem os
rico, Luckesi (1992) sugere observar as condições que Marx
mesmos.
faz sobre o trabalho como o elemento essencial constitutivo
4 do ser humano. O modo como as pessoas agem se faz de d) Todos nós já fazemos uso consciente das tecnologias da

3
forma social e histórica, produzindo não só o mundo dos bens comunicação.

-7
materiais, mas também o próprio modo de ser do ser humano.

86
Sob esse prisma, sendo o trabalho entendido como fator de .6
construção do ser humano, porque é através dele que se faz e 179. (FUMARC – 2021) Qual é a consequência negativa provoca-
34
se constrói. O ser humano se torna propriamente humano na da pela tecnologia?
.5

medida em que, conjuntamente com outros seres humanos,


94

pela ação, modifica o mundo externo conforme suas necessi- a) O crescimento de fake news.
-0

dades. Ao mesmo tempo, constrói-se a si mesmo. E para que b) O forte impacto das imagens.
essas construções coletivas e individuais ocorram em prol do c) O sedentarismo dos interlocutores.
s
tin

bem comum cada profissão conta com um conjunto de regras


d) O uso de comunicação por robôs.
que delimitam o que é considerado socialmente “cor reto” e
ar

“errado”, através de um código de ética profissional.


M

Assim como todos os atos e julgamentos, a prática profis-


ra

sional pressupõe normas que apontam o que se deve fazer. 180. (FUMARC – 2021) Segundo a autora, o que é necessário
ei

Normas aceitas e reconhecidas com as quais os indivíduos para nos mantermos atualizados?
liv

compreendem como devem agir. A ação de um indivíduo é o a) Compreender e saber utilizar as novas tecnologias.
O

resultado de uma decisão refletida. Portanto, quando se refle- b) Criminalizar as contas nas redes sociais.
de

te sobre as ações, sobre o comportamento prático com seus


juízos, entra-se na esfera ética; quando essas ações envolvem c) Disseminar notícias falsas.
a
an

o campo profissional, passa-se a falar de código de ética. d) Interagir no dia a dia.


Lu

O primeiro dever que a profissão impõe aos profissionais


da segurança pública é, sem dúvida, o de bem conhecê-la. Não
se pode, em verdade, exercer uma profissão, desconhecen- 181. (FUMARC – 2019)
do-lhe os deveres, as regras de conduta, as prerrogativas, até
QUE TEMPOS, ESTES!
porque observar os preceitos do Código de Ética profissional é
dever inerente ao exercício de toda profissão. Lya Luft

Fonte: SILVA, Alcionir do Amarante. Ética do policial. TCC Curso de Filosofia Em todas as épocas houve quem desse esta exclamação:
UNISUL, 2011.15p (Adaptado).
que tempos!
Sobre o Código de Ética profissional, é CORRETO afirmar: “A gente não entende mais nada” é outra. Mas as pessoas
a) Apresenta normas de ação aceitas e reconhecidas sempre querem saber tudo, entender tudo, com preguiça de
socialmente. usar a sua própria maravilhosa imaginação. Corremos com o
tempo, ou contra ele, para outra vida, para novos horizontes,
b) Deve ser seguido, conforme orienta a Consolidação das Leis em círculo nos lugares e pessoas que amamos, finalmente
do Trabalho (CLT). para o nada ou para “um lugar melhor”, como se diz.
c) Enumera condutas normatizadas para a prevenção de aci- Não dá pra ver só o vazio no copo, na vida, no país, no
dentes de trabalho. horizonte. O jeito é multiplicar o brilho dos afetos, o calor dos
d) Estabelece direitos trabalhistas. abraços. 71
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“De repente, eu tenho oitenta anos”, comentou com ar de 183. (FUMARC – 2019) Há interlocução entre locutor e locutário,
surpresa minha mãe, antes que a enfermidade lhe roubasse EXCETO em
a consciência de si e de nós. De repente, quem sabe, então, a) “Dá algum trabalho manter a ciranda emocional lubrificada
vão-se resolver nossas aflições civis de hoje, e as econômicas, e funcionando com certa mansidão [...]”.
e o sentimento de desamparo e confusão. E voltaremos a ser
b) “De repente, quem sabe, então, vão-se resolver nossas
um país simpático, um pouco malandro, quem sabe, mas não
aflições civis de hoje, e as econômicas, e o sentimento de
criminoso, não corrupto, não destruidor do cotidiano digno ou
desamparo e confusão”.
possível de seus filhos.
c) “E voltaremos a ser um país simpático, um pouco malandro,
“Vivemos tempos estranhos” é frase repetida em todos
quem sabe, mas não criminoso [...]”.
os níveis. Tempos confusos, surpreendentes, cada dia uma
chateação maior, uma confusão mais elaborada, uma per- d) “Todos imaginamos, procuramos, uma solução, que parece
plexidade mais pungente. (Ainda bem que nos salvamos com impossível ou distante”
novidades boas: os bebês que nascem, as crianças que come-
çam a trotar naquele encantador jeito só delas, os amigos que
recuperam a saúde, a família que se encontra, os amados dis- 184. (FUMARC – 2018) Texto
tantes que se comunicam mais, o flamboyant delirando em
vermelhos surreais na rua.) Direito à fantasia
Nós, os incautos pagadores de contas, contadores de tro- Frei Betto 05/08/2017 - 06h00
cados e trocadores de emprego (ou simplesmente sem ele),
não sabemos bem o que fazer. “Tá tudo muito esquisito”, A fantasia é a matéria-prima da realidade. Tudo que é real,
comentamos uns com os outros, alguns querendo ir embora, do computador ao jornal no qual você lê este texto, nasceu
outros querendo aguentar até que tudo melhore, porque é a da fantasia de quem criou o artigo, concebeu o computador e
terra da gente, e mui-tos são, como esta que escreve, reis em editou a publicação.
sua zona de conforto. A cadeira na qual me sento teve seu desenho concebido
Todos imaginamos, procuramos, uma solução, que parece previamente na mente de quem a criou. Daí a força da ficção.
impossível ou distante. Ela molda a realidade.

Mas que está ruim está, todas as providências hoje nos dei- A infância é, por excelência, a idade da fantasia. A puberda-
xam duvidosos, e as festas andam sem o brilho de outros tem- de, o choque de realidade. Privar uma criança de sonhos é for-
pos, essa é a verdade. Onde estão as ruas iluminadas numa çá-la a, precocemente, antecipar seu ingresso na idade adulta.
competição de beleza em tantos bairros da cidade no Natal, E esse débito exige compensação. O risco é ele ser pago com
por exemplo? A gente pegava o carro para ver, de noite, toda as drogas, a via química ao universo onírico.
aquela cintilação. As novas tecnologias tendem a coibir a fantasia em crian-
Hoje mal saímos de casa na noite escura. ças que preferem a companhia do celular à dos amigos. O celu-
lar isola; a amizade entrosa. O celular estabelece uma relação
Mas não dá pra ver só o vazio no copo, na vida, no país, monológica com o real; a amizade, dialógica. O risco é a tecnolo-
no horizonte. O jeito é multiplicar outro brilho, nos tempos gia, tão rica em atrativos, “roubar” da criança o direito de sonhar.
tormentosos: o brilho dos afetos, o calor dos abraços, a sin-

3
Agora, sonham por ela o filme, o desenho animado, os

-7
ceridade na tolerância e o respeito pelas manias, esquisitices,
joguinhos, as imagens. A criança se torna mera espectadora

86
aflições alheias – porque é tempo de aflições. Dá algum tra-
da fantasia que lhe é oferecida nas redes sociais, sem que ela
balho manter a ciranda emocional lubrificada e funcionando .6
crie ou interaja.
34
com certa mansidão, mas também traz um enorme conforto,
apesar da unhada eventual da mágoa, da saudade ou da preo- Na infância, eu escutava histórias contadas por meus pais,
.5

cupação – que, diga-se de passagem, é a inefugível marca das de dona Baratinha à Branca de Neve e os sete anões. Eu inter-
94

mães. feria nos enredos, com liberdade para recriá-los. Isso fez de
-0

mim, por toda a vida, um contador de histórias, reais e fictícias.


Complicado: se de um lado corre, de outro lado o rio
s

parece se arrastar. Depende do ângulo pelo qual olhamos, Hoje, a indústria do entretenimento sonha pelas crianças.
tin

do quanto sobra no bolso antes do fim do mês, depende do Não para diverti-las ou ativar nelas o potencial onírico, e sim
ar

emprego seguro, da capacidade de alegria, depende de pes- para transformá-las em consumistas precoces. Porque toda
M

soas decentes, depende de recursos, para que a grande engre- a programação está ancorada na publicidade voltada ao seg-
ra

nagem enferrujada volte a funcionar, e o tempo seja de mais mento mais vulnerável do público consumidor.
ei

alegria e mais aconchego de uns com os outros. Embora a criança não disponha de dinheiro, ela tem o
liv

Sobre a constituição do texto, pode-se afirmar: poder de seduzir os adultos que compram para agradá-la ou
O

se livrar de tanta insistência. E ela não tem idade para discernir


a) A linguagem formal é a que prevalece ao longo do texto.
de

ou valorar os produtos, nem distinguir entre o necessário e o


b) O primeiro parágrafo é uma contextualização para o assun- supérfluo.
a

to que será desenvolvido nas linhas seguintes.


an

Fui criança logo após a Segunda Grande Guerra. O cine-


c) O terceiro parágrafo apresenta uma ideia otimista que só ma e as revistas em quadrinhos, em geral originados nos EUA,
Lu

será novamente desenvolvida a partir do sexto parágrafo. exaltavam os feitos bélicos, do faroeste aos combates aéreos.
d) O uso da primeira pessoa do plural tira a credibilidade do No quintal de casa eu e meus amigos brincávamos de bandido
locutor do texto. e mocinho. Nossos cavalos eram cabos de vassoura.
Um dia, o Celsinho ganhou do pai um cavalinho de madeira
apoiado em uma tábua com quatro rodinhas. Ficamos todos
182. (FUMARC – 2019) As seguintes técnicas, com as finalidades fascinados diante daquela maravilha adquirida em uma loja de
indicadas, são usadas pelo autor na estruturação de seu texto, brinquedos.
EXCETO: Durou pouco. Dois ou três dias depois voltamos aos nos-
a) Comparação, para demonstrar como eram os tempos anos sos cabos de vassoura. Por quê? A resposta agora me parece
óbvia: o cabo de vassoura “dialogava” com a nossa imagina-
atrás e nos dias atuais.
ção. Assim como o trapo que o bebê não larga nem na hora
b) Contraste, em algumas partes, para realçar as diferenças de dormir.
entre o que tivemos e o que temos hoje.
O direito à fantasia deveria constar da Declaração Univer-
c) Enumeração, para hierarquizar os caminhos para se obter a sal dos Direitos Humanos.
felicidade.
Disponível em: http://hojeemdia.com.br/opini%C3%A3o/colunas/frei-
d) Exemplificação, para ilustrar e explicar pontos de vista betto-1.334186/direito-%C3%A0-fantasia-1.550900. Adaptado. Acesso em:
72 defendidos pelo autor. 18 jan. 2018.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Para responder a esta questão, além do texto, considere o 186. (FUMARC – 2018) Texto

LÍNGUA PORTUGUESA
excerto da Base Nacional Comum Curricular, a qual estabelece O Direito à Literatura
competências gerais a serem trabalhadas ao longo da educação
básica. Destacaram-se, a seguir, duas delas: Antônio Cândido

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente Chamarei de literatura, da maneira mais ampla possível,
construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para todas as criações de toque poético, ficcional ou dramático em
entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e cola- todos os níveis de uma sociedade, em todos os tipos de cul-
borar para a construção de uma sociedade justa, democrática tura, desde o que chamamos de folclore, lenda, chiste, até as
e inclusiva. formas mais complexas e difíceis da produção escrita das gran-
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de des civilizações.
informação e comunicação de forma crítica, significativa, refle- Vista deste modo, a literatura aparece claramente como
xiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) manifestação universal de todos os homens em todos os tem-
para se comunicar, acessar e disseminar informações, produ- pos. Não há povo e não há homem que possa viver sem ela,
zir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonis- isto é, sem a possibilidade de entrar em contato com alguma
mo e autoria na vida pessoal e coletiva. espécie de fabulação. Assim como todos sonham todas as
(BNCC. Conteúdo em discussão no CNE. Texto em Revisão. 2017, p. 7) noites, ninguém é capaz de passar as vinte e quatro horas do
dia sem alguns momentos de entrega ao universo fabulado.
A tecnologia em rápido desenvolvimento traz desafios para o O sonho assegura durante o sono a presença indispensável
trabalho docente. Trata-se de assunto complexo e multifaceta- deste uni-verso, independente da nossa vontade. E durante a
do. Considerando as leituras feitas, são corretas as afirmações, vigília, a criação ficcional ou poética, que é a mola da literatura
EXCETO: em todos os seus níveis e modalidades, está presente em cada
a) A BNCC preconiza um aproveitamento pedagógico das um de nós, analfabeto ou erudito – como anedota, causo, his-
novas tecnologias e mídias digitais, o que poderia consti- tória em quadrinhos, noticiário policial, canção popular, moda
tuir-se num “antídoto” à apatia e ao consumismo acrítico de viola, samba carnavalesco. Ela se manifesta desde o deva-
de que são vítimas as crianças e jovens, hoje, conforme a neio amoroso ou econômico no ônibus até a atenção fixada
argumentação de Frei Betto. na novela de televisão ou na leitura seguida de um romance.
b) As crianças de épocas passadas tinham outras maneiras de Ora, se ninguém pode passar vinte e quatro horas sem
darem vazão a sua criatividade; exercitavam sua curiosida- mergulhar no universo da ficção e da poesia, a literatura con-
de e apreendiam a realidade (e aprendiam sobre ela) por cebida no sentido amplo a que me referi parece corresponder
meio de outras formas de entretenimento que, segundo a uma necessidade universal, que precisa ser satisfeita e cuja
Frei Betto, eram mais dialogais. satisfação constitui um direito.
c) Cada época apresenta brinquedos ou artefatos que refle- Alterando o conceito de Otto Ranke sobre o mito, podemos
tem o grau de “tecnologização” que vai sendo conquistado dizer que a literatura é o sonho acordado das civilizações. Por-
pela sociedade; alguns deles têm apelo mais coletivo e ins- tanto, assim como não é possível haver equilíbrio psíquico sem
tigam à cooperação, em contraposição a outros, mais indi- o sonho durante o sono, talvez não haja equilíbrio social sem
vidualistas, que, conforme o autor, promovem a expectação. a literatura. Deste modo, ela é fator indispensável de humani-

3
zação e, sendo assim, confirma o homem na sua humanidade,

-7
d) O acesso aos equipamentos digitais fora da ambiência inclusive porque atua em grande parte no subconsciente e no

86
escolar ou dentro dela tanto pode fomentar a curiosidade inconsciente. Neste sentido, ela pode ter importância equiva-
e a criatividade, auxiliando na formação de sujeitos social- .6
lente à das formas conscientes de inculcamento intencional,
34
mente reflexivos, quanto pode obstar o desenvolvimento da como a educação familiar, grupal ou escolar. Cada sociedade
criança e do adolescente.
.5

cria as suas manifestações ficcionais, poéticas e dramáticas de


94

e) Tolher uma criança (ou adolescente) do contato extensivo acordo com os seus impulsos, as suas crenças, os seus sen-
-0

com a cultura digital e seus artefatos tecnológicos é pres- timentos, as suas normas, a fim de fortalecer em cada um a
sioná-la(-lo) a, precocemente, ingressar no mundo adul- presença e atuação deles.
s

to, no qual estes se fazem prescindíveis ao protagonismo


tin

Por isso é que em nossas sociedades a literatura tem sido


pessoal. um instrumento poderoso de instrução e educação, entrando
ar

nos currículos, sendo proposta a cada um como equipamen-


M

to intelectual e afetivo. Os valores que a sociedade preconiza,


ra

185. (FUMARC – 2018) A compreensão das formas de organi- ou os que considera prejudiciais, estão presentes nas diversas
ei

zação dos enunciados em textos orais e escritos é crucial ao(à) manifestações da ficção, da poesia e da ação dramática. A lite-
liv

professor(a) de qualquer disciplina. ratura confirma e nega, propõe e denuncia, apoia e combate,
O

fornecendo a possibilidade de vivermos dialeticamente os pro-


Atente para o excerto:
de

blemas. Por isso é indispensável tanto a literatura sancionada


“As novas tecnologias tendem a coibir a fantasia em crianças quanto a literatura proscrita; a que os poderes sugerem e a
a

que preferem a companhia do celular à dos amigos.” que nasce dos movimentos de negação do estado de coisas
an

Com esse enunciado, o autor constrói sua argumentação por predominante.


Lu

meio de alguns expedientes linguísticos: A respeito destes dois lados da literatura, convém lembrar
I. Dá a entender que fala de “novas tecnologias” que são iden- que ela não é uma experiência inofensiva, mas uma aventura
tificáveis pelos leitores, por isso utiliza artigo definido “as”. que pode causar problemas psíquicos e morais, como acon-
tece com a própria vida, da qual é imagem e transfiguração.
II. Faz uma generalização: a de que todas as crianças preferem
Isto significa que ela tem papel formador da personalidade,
a companhia do celular à dos amigos.
mas não segundo as convenções; seria antes segundo a força
III. Relativiza sua afirmação pela escolha do verbo “tender” indiscriminada e poderosa da própria realidade. Por isso, nas
(inclinar-se, pender) na locução “tendem a coibir”. mãos do leitor, o livro pode ser fator de perturbação e mesmo
IV. Utiliza um verbo semanticamente forte – “coibir” –, o qual de risco. Daí a ambivalência da sociedade em face dele, sus-
significa bridar, refrear, tolher, reprimir. citando por vezes condenações violentas quando ele veicula
Estão CORRETAS as afirmações: noções ou oferece sugestões que a visão convencional gostaria
de proscrever. No âmbito da instrução escolar, o livro chega
a) I e III, apenas. a gerar conflitos, porque o seu efeito transcende as normas
b) I, III e IV, apenas. estabelecidas.
c) II e III, apenas. (CÂNDIDO, Antônio. Vários escritos. 5. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul,
d) II e IV, apenas. 2011. p. 176-178. Disponível em https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.
php/3327587/mod_resource/content/1/Candido%20O%20Direito%20
e) I, II, III e IV. %C3%A0%20Li-teratura.pdf. Acesso em: 31/01/18.) 73
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Atente para as competências gerais de 3, 4 e 6, da BNCC, apre- Com base na argumentação de Cândido e nas competências da
sentadas como metas a serem alcançadas com a educação BNCC, pode-se considerar que a literatura como componente
básica, para responder a questão. curricular seja instrumento adequado para auxiliar o educando
no alcance dos seguintes objetivos, EXCETO:
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e
culturais, das locais às mundiais, e também participar de práti- a) Valorizar a diversidade de linguagens, saberes e vivências
cas diversificadas da produção artístico-cultural. culturais idiossincráticos dos diferentes povos, despertan-
do o senso de alteridade e a sensibilidade para respeitar a
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-mo- diversidade e o multiculturalismo.
tora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital
–, bem como conhecimentos das linguagens artística, mate- b) Fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das
locais às mundiais, ampliando os horizontes e despertando
mática e científica, para se expressar e partilhar informações,
a consciência crítica quanto aos efeitos homogeneizadores
experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e
da globalização.
produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
c) Participar de práticas de produção artístico-cultural, com
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais possibilidade de integrar conhecimentos teóricos e práticos
e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe pos- ao seu projeto de vida e ao exercício cotidiano da cidadania.
sibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho
d) Adquirir conhecimentos e experiências que permitam
e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu
compreender a hierarquização entre formas de manifes-
projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica
tações culturais e artísticas, destacando as eruditas ou
e responsabilidade.
as voltadas a um público de determinada faixa etária, em
(BNCC. Conteúdo em discussão no CNE. Texto em Revisão. 2017, p. 8). detrimento de formas de expressão populares, mais sim-
ples e menos elaboradas.
Conforme argumentação do literato e sociólogo Antônio Cândi- e) Adquirir conhecimentos que o auxiliem na compreensão
do, a literatura ser um componente curricular é compreensível das relações do mundo do trabalho, as características de
devido aos aspectos abaixo, EXCETO: certas profissões e seus contextos, despertando a respon-
a) Verifica-se uma universalidade da literatura como compo- sabilidade e o senso crítico.
nente de expressão humana, que se encontra presente em
todas as sociedades, em todas as épocas.
b) Em sentido amplo, a literatura corresponde à necessidade 188. (FUMARC – 2018) Sobre os textos lidos –“ O direito à fan-
de fabulação ou narratividade inerente ao ser humano, o tasia” (Frei Betto), “ O direito à literatura” (Antônio Cândido) – e
que independe de características como faixa etária ou clas- os excertos da BNCC referentes às competências básicas, são
se social. feitas duas assertivas:
c) As pessoas carecem de aceder ao universo ficcional ou poé- Assertiva 1: De maneira similar, para Frei Betto e Antônio Cân-
tico, portanto a literatura se equipara a outras necessidades dido a dicotomia realidade x ficção é fator essencial à formação
humanas – biofísicas e psicossociais – que precisam ser saudável da identidade individual e exercício de práticas sociais:
satisfeitas. àquilo que reduz o potencial onírico – consciente ou incons-

3
cientemente –, é preciso que se contraponha alguma forma de

-7
d) A sociedade subestima o poder da literatura e interdita a “entrega ao universo fabulado” (a literatura, a brincadeira, etc.).

86
inserção ora de literatura sancionada, ora a de proscrita, já
Assertiva 2: Interpretando as competências gerais da BNCC
.6
que ambas potencializam conflitos e subversão às regras
destacadas nos boxes (as de número 1, 3, 4, 5, 6), constata-se
34
estabelecidas nas diversas instituições sociais.
que a educação escolar básica deve priorizar a formação inte-
.5

e) A literatura, em sentido amplo, abarca todas as formas de lectual (aquisição de conhecimentos e saberes) e potencializar
94

letramento (dentro e fora da escola), não se restringe ao o desenvolvimento de habilidades do educando, por meio da
-0

ensino linguístico. Como prática situada, tratase de uma interação com distintas esferas de circulação dos textos – ofi-
forma de propiciar, a docentes e discentes, acesso a um ins- cial, acadêmica, técnica, digital, etc. – e acesso a variadas prá-
s
tin

trumento potencializador do desenvolvimento intelectual e ticas de letramento (matemático, científico, etc.). A formação
afetivo. complementar relativa a outras dimensões – como atitudes,
ar

crenças, posturas e valores – é responsabilidade da família e de


M

outras instituições, não cabendo à escola interferências nesse


ra

âmbito.
ei

187. (FUMARC – 2018) Atente para as competências gerais de 3,


liv

Verifica-se que:
4 e 6, da BNCC, apresentadas como metas a serem alcançadas
O

com a educação básica, para responder a questão. a) ambas as assertivas estão corretas e a segunda comple-
menta a primeira.
de

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e


culturais, das locais às mundiais, e também participar de práti- b) ambas as assertivas estão corretas, porém a segunda não se
a
an

cas diversificadas da produção artístico-cultural. relaciona com a primeira.


Lu

c) apenas a assertiva I está correta.


4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-mo-
tora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital d) apenas a assertiva II está correta.
–, bem como conhecimentos das linguagens artística, mate- e) ambas as assertivas são falsas.
mática e científica, para se expressar e partilhar informações,
experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e
produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
189. (FUMARC – 2018) A questão baseia no texto apresentado
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais
RAPIDINHO
e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe pos-
sibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho Todos nos beneficiamos e nos orgulhamos das conquistas
da vida moderna, especialmente da crescente velocidade com
e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu
que fazemos as coisas acontecerem. Mudanças que antiga-
projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica
mente levavam séculos para se efetivarem agora podem ser
e responsabilidade.
realizadas em poucos anos, às vezes em poucos meses. Quan-
(BNCC. Conteúdo em discussão no CNE. Texto em Revisão. 2017, p. 8). do não em poucas semanas, ou até em poucos dias. Nas socie-
dades tradicionais, as normas de conduta, as leis, os costumes,
Antônio Cândido define o que seja literatura, neste texto que, o modo de se vestir, os estilos artísticos tinham uma extraordi-
em sua íntegra, visa a mostrar a literatura como um dos direitos nária capacidade de perdurar. Tudo se modificava, é claro, mas
74 humanos incompressíveis. sempre muito devagar. [...]
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Na utilização dos meios de comunicação, os mensageiros 192. (FUMARC – 2018) A questão baseia no texto apresentado

LÍNGUA PORTUGUESA
foram substituídos pelo telégrafo elétrico, que cedeu lugar ao abaixo.
telégrafo sem fio, ao telefone, à televisão, ao fax, ao e-mail e às Vida e carreira: um equilíbrio possível? (Mário Sérgio Cortella)
maravilhas da eletrônica contemporânea. Não somos bobos,
tratamos de aproveitar as possibilidades criadas por todos 12, novembro, 2012. Em artigo, Mário Sérgio Cortella intro-
os novos recursos tecnológicos. Para que perder tempo? Se duz o tema que apresentará na Estação de Conhecimento CBN
podemos fazer depressa o que os nossos antepassados só Young Professionals.
conseguiam fazer devagar, por que não haveríamos de acele- Gosto demais do que um dia escreveu o britânico Beda, o
rar nossas ações? Um dos expoentes do espírito pragmático da Venerável, lá no século VIII: “Há três caminhos para o fracasso:
modernidade, o americano Benjamin Franklin, já ensinava no não ensinar o que se sabe; não praticar o que se ensina; não
século XVIII: “Tempo é dinheiro”, time is money.[...] perguntar o que se ignora”.
Dedicamo-nos, então, a uma frenética corrida contra Por isso, uma carreira a ser “turbinada” exige a capacida-
os ponteiros do relógio. Para sermos eficientes, competiti- de de “ensinar o que se sabe”, isto é, ter permeabilidade e
vos, apressamos cada vez mais nossos movimentos. Saímos ser reconhecido como alguém que reparte competências, de
de casa correndo para o trabalho, somos cobrados para dar modo a fortalecer a equipe e demonstrar ambição (querer
conta correndo de nossas tarefas e — habituados à corrida — mais) em vez de ganância (querer só para si, a qualquer custo).
alimentamo-nos às pressas (ah, a chamada fast food!), para
depois voltarmos, correndo, para casa. [...] É necessário também “praticar o que se ensina”, de forma
a deixar clara a coerência de postura, o equilíbrio entre o dito e
Impõem-se, contudo, algumas perguntas: nas condições o feito, e a disposição para assumir com segurança aquilo que
em que somos mais ou menos obrigados a viver, não esta- adota como correto.
remos, de qualquer maneira, pagando um preço altíssimo,
mesmo se formos bons corredores e nos mostrarmos aptos Por fim, o mais importante, “perguntar o que se ignora”,
para vencer? Os ritmos que nos são impostos e que aguçam pois corre perigo aquele ou aquela que não demonstrar que
algumas das nossas faculdades não resultam, ao mesmo tem- está sempre em estado de atenção (em vez de estado de ten-
po, num empobrecimento de alguns aspectos importantes são) para ampliar capacidades e assumir a humildade (sem
da nossa sensibilidade e da nossa inteligência? A necessida- subserviência) de compreender e viver aquilo que Sócrates, na
de de assimilar com urgência as informações essenciais para Grécia clássica, nos advertiu: “Só sei que nada sei”, ou seja, só
a ação imediata não acarreta uma grave incapacidade de sei que nada sei por inteiro, só sei que nada sei que só eu sai-
digerir conhecimentos sutis e complexos, cheios de caroços ba, só sei que nada sei que não possa ainda vir a saber
e mediações que, embora careçam de serventia direta, são Afinal, os projetos e metas em qualquer organização são
imprescindíveis ao aprofundamento da minha compreensão apenas um horizonte que funciona especialmente para sina-
da condição humana? Uma reflexão que se sabe condenada lizar quais são as possibilidades e limites de progressão; no
a desenvolver-se num exíguo prazo predeterminado não será, entanto, horizontes não são obstáculos e sim fronteiras
inevitavelmente, superficial? O pensamento que se formula
rapidinho não tende a ser sempre meio oco? Performance e “fazer” carreira exige atitude e iniciativa e,
por isso, é um “fazer” em vez de ser um “receber”. Construir o
(Leandro Konder. In: O Globo, 29/08/96) https://pt.linkedin.com/ equilíbrio d’as intenções com as condições é prioritário, sem-
pulse/%C3%A0-luz-do-fil%C3%B3sofo-karine-gomes-moura
pre lembrando que o equilíbrio precisa ser em movimento

3
Todos os sentimentos abaixo estão presentes no texto, EXCETO: (como na bicicleta), sem conformar-se com o sedutor e falso

-7
equilíbrio que se imagina atingir ao se ficar imóvel.

86
a) reflexão
Em 2007, a Brasilprev pediu-me uma pequena reflexão
.6
b) sarcasmo
sobre equilíbrio na vida pessoal e profissional; eu o chamei de
34
c) sensatez “Ô balancê, balancê…”. e agora aqui o retomo. Balancê? Por
.5

d) veracidade incrível que pareça esse termo francês significa, na dança, ficar
94

apenas alternando um pé com o outro, mexendo o corpo para


-0

lá e para cá, mas, sem sair do lugar. Quando, em 1936, Bragui-


nha e Alberto Ribeiro compuseram essa marchinha de carna-
s

190. (FUMARC – 2018) São consequências de “Tempo é dinhei-


tin

val, não poderiam supor que mais de 70 anos depois alguns de


ro”, EXCETO: nós usaríamos a última estrofe como uma lamentação estag-
ar

a) A crescente velocidade com que fazemos as coisas aconte- nante do desequilíbrio entre vida profissional e vida pessoal:
M

cerem só nos traz benefícios. “Eu levo a vida pensando / Pensando só em você / E o tempo
ra

b) Alimentamo-nos às pressas (ah, a chamada fast food!), para passa e eu vou me acabando / No balancê, balancê”
ei

depois voltarmos, correndo, para casa. “Acho que estou precisando colocar as coisas na balança e
liv

c) Os ritmos que nos são impostos resultam, ao mesmo tem- ver como consigo lidar melhor com a minha vida no trabalho
O

po, num empobrecimento de alguns aspectos importantes e a minha vida particular.” Tem ouvido muito isso? Tem pen-
de

da nossa sensibilidade e da nossa inteligência. sado muito nisso? Ainda bem; é sinal de sanidade. Qualquer
a

d) Para sermos eficientes, competitivos, apressamos cada vez perturbação que abale a integridade e autenticidade do que se
an

mais nossos movimentos. vive é perniciosa. Todas as vezes nas quais se tem a sensação
Lu

de se ser “dois”, isto é, de existir de forma dividida, desponta o


perigo de se ter de escolher um entre ambos e relegar o outro.
A questão vital não é dividir-se, mas, isso sim, repartir-se. Pode
191. (FUMARC – 2018) Todas as constatações abaixo podem ser parecer óbvio: quando se divide, há uma diminuição; quando
feitas com base no texto, EXCETO: se reparte, há uma multiplicação. Em outras palavras: se me
a) Ao acelerarmos nossas ações, conforme o pensamento de divido entre duas atividades, vem sofrimento; se me reparto,
Benjamim Franklin, tornamo-nos eficientes, competitivos, vem equilíbrio.
apressamos cada vez mais nossos movimentos, pagando Não por acaso, a palavra “equilíbrio” está ligada à ideia de
um preço altíssimo. pesar, avaliar, aferir e, portanto, colocar na balança. A expres-
b) Ao assimilarmos com urgência as informações essenciais são latina “aequilibrium” tem a sua origem em equ (igual) e
para uma ação imediata, deixamos de assimilar conheci- libra (balança). Balancear as dimensões vitais favorece uma
mentos sutis e complexos que são imprescindíveis ao apro- mente sadia; afinal, a vida profissional é parte da vida pessoal,
fundamento da compreensão da nossa condição humana. e não toda ela. Não deve pesar mais, nem menos. Terá a gravi-
c) Ao formularmos um pensamento rapidamente, a tendência dade (em múltiplos sentidos) que for obtida pelo honesto valor
é que ele seja mais superficial. que a ela for atribuído.
d) Ao refletirmos sobre um assunto num prazo curto e pré- O que não dá é ficar só balançando sem sair do lugar; har-
-determinado, a tendência é de esta reflexão ser, inevitavel- monia é construção planejada e persistente, em vez de pura
mente, superficial. espera. 75
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Para que harmonia, então? a) I e II, apenas.
Como um dia desenvolvi no meu livro Qual é a Tua Obra? b) I e III, apenas.
(Inquietações Propositivas sobre Gestão, Liderança e Ética) c) II e III, apenas.
publicado pela Editora Vozes: Cuidado, a vida é muito cur-
d) I, II e III.
ta para ser pequena. É preciso engrandecê-la. E, para isso, é
preciso tomar cuidado com duas coisas: a primeira é que tem
muita gente que cuida demais do urgente e deixa de lado o 193. (FUMARC – 2018) Cortella utiliza como estratégias para a
importante. Cuida da carreira, do dinheiro, do patrimônio, mas construção de sua argumentação, EXCETO:
deixa o importante de lado. Depois não dá tempo. A segunda
a) Interpelações ao leitor (ou leitora): “Você tem tempo? Se não
grande questão é gente que se preocupa muito com o funda-
tem, crie.”
mental e deixa o essencial de lado.
b) Predomínio de registro formal: “Se ele tinha tempo, que ele
O essencial é tudo aquilo que não pode não ser: amiza-
teve de arrumar agora, por que não fez isso antes?”
de, fraternidade, solidariedade, sexualidade, religiosidade,
lealdade, integridade, liberdade, felicidade. Isso é essencial. c) Recurso à intertextualidade: “E, como dizia o grande Paulo
Fundamental é tudo aquilo que te ajuda a chegar ao essencial. Freire, “tem de ser esperança do verbo esperançar”.”
Fundamental é a tua ferramenta, como uma escada. Uma esca- d) Uso de metalinguagem: “Coragem é a capacidade de
da é algo que me ajuda a chegar a algum lugar. Ninguém tem enfrentar o medo.”
uma escada para ficar nela. Dinheiro não é essencial. Dinheiro
é fundamental. Sem ele, você tem problema, mas ele, em si,
não resolve. Emprego é fundamental, carreira é fundamental 194. (FUMARC – 2018) A questão baseia no texto apresentado
abaixo.
O essencial é o que não pode não ser. Essencial é aquilo
que faz com que a vida não se apequene. Que faz com que a Twitter e Facebook viciam mais do que álcool e cigarro, diz
gente seja capaz de transbordar. estudo

Repartir vida. Repartir o essencial, a amizade, a amorosi- Se você é daqueles que não desgruda das redes sociais,
dade, a fraternidade, a lealdade. Repartir a capacidade de ter cuidado: pode estar viciado. De acordo com uma pesquisa
esperança e, para isso, ter coragem. Coragem não é a ausên- Pesquisadores deram smartphones para 205 adultos e
cia de medo. Coragem é a capacidade de enfrentar o medo. O pediram para que eles usassem seus aparelhos, especialmente
medo, assim como a dor, é um mecanismo de proteção que as redes sociais, sete vezes por dia durante algumas semanas.
a natureza coloca para nós. Se você e eu não tivermos medo Quando os voluntários foram recrutados responderam ques-
nem dor, ficamos muito vulneráveis. Porque a dor é um alerta tionários sobre vícios e desejos e, ao final do processo, partici-
e a dor nos prepara. É preciso coragem para que a nossa obra param de uma nova sondagem sobre o mesmo assunto.
não se apequene. E, para isso, precisamos ter esperança. Nos questionários iniciais, os desejos mais relatados pelos
E, para isso, precisamos ter esperança. E, como dizia o participantes foram sono e sexo. Inesperadamente, álcool e
grande Paulo Freire, “tem de ser esperança do verbo espe- cigarro não estavam no topo da lista, como se suspeitava ini-
rançar”. Tem gente que tem esperança do verbo esperar. E cialmente. Já no questionário respondido ao final do estudo,
esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. “Ah, eu os pesquisadores notaram que, uma vez estimulado a mante-

3
espero que dê certo, espero que resolva, espero que funcione.” rem contato constante com a internet, os voluntários haviam

-7
Isso não é esperança. adquirido um novo vício: o de navegar na web.

86
A maioria dos participantes tinha dificuldade de parar de
Esperançar é ir atrás, é se juntar, é não desistir. Esperançar .6
34
é achar, de fato, que a vida é muito curta para ser pequena. E verificar suas redes sociais, mesmo quando eles não tinham
precisamos pensar se estamos nos dedicando ao importante tempo ou estavam compromissados com outros assuntos.
.5

Outro vício que pode ser notado foi o trabalho. Muitos partici-
94

em vez de ao urgente.
pantes aproveitavam para usar seus smartphones como uma
-0

Tem gente que diz: “Ah, mas eu não tenho tempo”. Aten-
ção: tempo é uma questão de prioridade, de escolha. Quando extensão do trabalho, mesmo quando estavam em suas horas
s

eu digo que não tenho tempo para isso, estou dizendo que isso de lazer.
tin

não é importante para mim. Cuidado, você já viu infartado que Diante desse quadro, os pesquisadores puderam verificar
ar

não tem tempo? Se ele sobreviver, ele arruma um tempo. O que se envolver com redes sociais tornou-se uma atividade
M

médico dizia “você não pode fazer isso, tem de andar todos os tão inerentemente atraente que ela pode acabar deslocando
ra

dias”. Se ele infartar e sobreviver, no outro dia você vai vê-lo, o indivíduo de todas as outras atividades.
ei

às 6 horas da manhã, andando. Se ele tinha tempo, que ele Para os pesquisadores, o vício é uma questão de desequi-
liv

teve de arrumar agora, por que não fez isso antes? Você tem líbrio entre o desejo pessoal de se engajar no comportamento
O

tempo? Se não tem, crie. Talvez precisemos rever as nossas viciante e o desejo conflitante, de evitar as consequências nega-
de

prioridades. Será que estamos cuidando do urgente e deixan- tivas de tal comportamento. Como no uso de redes sociais, os
do o importante de lado? aspectos negativos não estão aparentes, o potencial de vício
a
an

Será que não estamos atrás do fundamental, em vez de ir dessas ferramentas é muito maior do que drogas como cigarro
em busca do essencial? e álcool.
Lu

(Fonte: Portal HSM. Texto completo disponível em http://www. Disponível em: http://revistagalileu.globo.com/Revista/
shermarketing.com.br/vidae-carreira-um-equilibrio-possivel-mario-sergio- Common/0,,EMI293747-17770,00TWITTE R +E+FACEBOOK+VICI
cortella/. Acesso em 11/01/2018) AM+MAIS+DO+QUE+ALCOOL+E+CIGARRO+DIZ+ESTUDO.html Acesso em: 26
fev.2018
I. Desde o início de sua argumentação, Cortella já vai indi-
cando quem seria o destinatário preferencial de seu texto, O propósito do texto é
como se pode ver em “Por isso, uma carreira a ser “turbina- a) alertar os indivíduos para o risco de se viciar em redes
da” exige a capacidade de “ensinar o que se sabe”.” sociais.
II. Cortella estabelece o perfil de um profissional bem-sucedi- b) apresentar as consequências negativas dos vícios em geral.
do a partir de contraposições de atributos, como se vê, por
c) demonstrar a importância de se evitar o cigarro e o álcool.
exemplo, em: demonstrar ambição x demonstrar ganância;
estar em estado de atenção x estado de tensão; assumir d) divulgar a pesquisa realizada na Universidade de Chicago.
postura de humildade x postura de subserviência.
III. Com o uso do aforismo atribuído ao filósofo grego Sócrates,
“Só sei que nada sei”, Cortella contradiz Beda, o Venerável, 195. (FUMARC – 2018) O objetivo dos pesquisadores ao dar os
pois naturaliza e justifica a ignorância humana. smartphones aos indivíduos foi
76 Estão CORRETAS as afirmações: a) avaliar os vícios e os desejos dos indivíduos.
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b) avaliar se as redes sociais realmente são viciantes. Marine Le Pen é a líder da extrema direita francesa. “Le

LÍNGUA PORTUGUESA
c) observar os aspectos negativos e positivos dos aparelhos. Pen” é “O Caneta”, se tomarmos o artigo em francês e o subs-
tantivo em inglês. Eis aí uma demonstração de apoio da extre-
d) observar se os indivíduos faziam uso dos aparelhos. ma direita francesa à liberdade de expressão – e aos erros de
concordância nominal.
(Este último parágrafo não fez muito sentido. Os filmes do
196. (FUMARC – 2018) No questionário respondido ao final do David Lynch não fazem muito sen-tido. Este último parágrafo é
estudo, os pesquisadores perceberam, EXCETO que um filme do David Lynch.)
a) o envolvimento com as redes sociais é tão atraente que O “Charlie Hebdo” zoava Maomé. Eu zoo negão, zoo as
afasta os indivíduos de outras atividades. bichinhas, zoo gorda, zoo geral! “Je suis Charlie!”
b) o potencial de vício das redes sociais é muito maior do que Humoristas brasileiros fazem piada racista, e as pessoas os
drogas como cigarro e álcool. criticam. “Charlie Hebdo” fez piada com religião, e terroristas o
c) os desejos mais relatados pelos participantes foram sono e atacam. Criticar piada racista é terrorismo.
sexo; álcool e cigarro não estavam no topo da lista. Numa democracia, é desejável que as pessoas sejam livres
d) os voluntários haviam adquirido um novo vício: o de nave- para se expressar. Algumas dessas expressões podem ofender
gar na web. indivíduos ou grupos. Numa democracia, é desejável que indi-
víduos ou grupos sejam ofendidos.
O “Charlie Hebdo” foi atacado por terroristas. A editora
Abril foi pichada por meia dúzia de jacus. A editora Abril é
197. (FUMARC – 2018) Frei Betto, no artigo de opinião em análi- Charlie.
se, utiliza diversos expedientes para construir a argumentação.
Os terroristas que atacaram o jornal “Charlie Hebdo” usa-
Estão corretas as afirmativas e exemplificações, EXCETO:
vam gorros pretos. “Black blocs” usam gorros pretos.
a) Propicia contextualização histórica: menção a fatos ou
“Black blocs” são terroristas. “Black blocs” não são terroris-
dados que permitem identificar a que período(s) históri-
tas. A polícia os trata como terroristas. Os “black blocs” têm o
co(s) ele se refere em sua argumentação. Ex.: “Fui criança
direito de tocar o terror.
logo após a Segunda Grande Guerra.”
Os terroristas que atacaram o jornal “Charlie Hebdo” usa-
b) Faz críticas a aspectos ou entidades da contemporaneidade
vam gorros pretos. Drones não usam gorros pretos.
por meio de linguagem incisiva e hermética: “Hoje, a indús-
tria do entretenimento sonha pelas crianças. Não para Ataques com drones não são terrorismo. Ataques com dro-
diverti-las ou ativar nelas o potencial onírico, e sim para nes matam inocentes mundo afora. O “Ocidente” usa drones. É
transformá-las em consumistas precoces.” justificável o terror contra o “Ocidente”.

c) Utiliza exemplos do cotidiano para reiterar seu posiciona- O ataque terrorista contra o “Charlie Hebdo” foi no dia 7/1.
mento: “A resposta agora me parece óbvia: o cabo de vas- A derrota brasileira para a Alemanha foi por 7 x 1. O 7 e o 1
soura “dialogava” com a nossa imaginação. Assim como o devem ser imediatamente presos e submetidos a “técnicas
trapo que o bebê não larga nem na hora de dormir.” reforçadas de interrogatório”, tais como simulação de afoga-

3
mento, privação de sono e alimentação via retal. Por via das

-7
d) Recorre à intertextualidade: cita explicitamente (ou alu- dúvidas, o 6 e o 8 e o 0 e o 2 também.

86
de a) outras vozes que vêm credenciar ou respaldar sua .6
Todo abacate é verde. O Incrível Hulk é verde. O Incrível
argumentação. Ex.: “O direito à fantasia deveria constar da
34
Hulk é um abacate.
Declaração Universal dos Direitos Humanos.”
.5

(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/


e) Retoma aspectos construídos argumentativamente ao
94

antonioprata/2015/01/1573334-terrorismo-logico.shtml. Acesso em: 2 fev.


longo do texto por meio de declaração que funciona como
-0

2015.)
fecho coerente. Ex. “O direito à fantasia deveria constar da
s

Declaração Uni-versal dos Direitos Humanos. Leia as considerações abaixo, sobre o texto.
tin

I. Os recursos de construção recorrentemente adotados em


ar

cada parágrafo do texto atuam dire-tamente na construção


M

198. (FUMARC – 2018) Leia o texto a seguir e responda à questão. da ironia.


ra

Terrorismo lógico II. O texto toma como objeto central de reflexão os ataques ter-
ei

roristas na França.
liv

Antônio Prata
III. Em alguns parágrafos do texto, revela-se, de forma explíci-
O

Said e Chérif Kouachi eram descendentes de imigrantes. ta, a defesa do autor ao combate ao terror do Ocidente.
de

Said e Chérif Kouachi são suspeitos do ataque ao jornal “Char- IV. Subjaz ao texto uma crítica à fragilidade das generalizações
a

lie Hebdo”, na França. Se não houvesse imigrantes na França, e conclusões apressadas ou inconsistentes.
an

não teria havido ataque ao “Charlie Hebdo”. Está CORRETO apenas o que se afirma em:
Lu

Said e Chérif Kouachi, suspeitos do ataque ao jornal “Char- a) I e II.


lie Hebdo”, eram filhos de argelinos. Zinedine Zidane é filho de
b) I e IV.
argelinos. Zinedine Zidane é terrorista.
c) II.
Zinedine Zidane é filho de argelinos. Said e Chérif Kouachi,
suspeitos do ataque ao jornal “Char-lie Hebdo”, eram filhos de d) II e III.
argelinos. Said e Chérif Kouachi sabiam jogar futebol. e) III e IV.
Muçulmanos são uma minoria na França. Membros de
uma minoria são suspeitos do ataque terrorista. Olha aí no que
dá defender minoria... 199. (FUMARC – 2018)
A esquerda francesa defende minorias. Membros de uma Há marcas que vivem da inclusão, e outras que vivem da
minoria são suspeitos pelo ataque terrorista. A esquerda fran- exclusão
cesa é culpada pelo ataque terrorista. A extrema direita fran-
Contardo Calligaris
cesa demoniza os imigrantes. O ataque terrorista fortalece a
extrema di-reita francesa. Meu telefone, um iPhone 6, estava cada vez mais lento.
A extrema direita francesa está por trás do ataque Não era por nenhuma das causas apontadas nas inúmeras
terrorista. salas de conversa entre usuários de iPhones vagarosos. 77
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Era mesmo o processador que estava se tornando exaspe- Quer saber o que aconteceu com meu iPhone? Está ótimo.
radamente lento, ao ponto em que havia um intervalo sensível Fui ao Device Shop, em Times Square, no mesmo prédio do
de tempo entre digitar e a letra aparecer na tela. Hard Rock Cafe: atendimento imediato, troca de bateria em
Deixei para resolver quando chegasse a Nova York, onde, dez minutos, conversa agradável. Não havia gênios, só pessoas
aliás, a coisa piorou: era suficiente eu tirar o celular do bolso competentes. E custou menos de dois terços do que pagaria
ou deixá-lo num bolso externo (que não estivesse em contato na Apple.
com o calor do corpo) para que a carga da bateria baixasse, de Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligar
repente, de 60% a zero. is/2018/01/1949427-hamarcas-que-vivem-da-inclusao-e-outras-que-vivem-
da-exclusao.shtml Acesso em 20 mar. 2018
Pensei que três anos é mesmo o tempo de vida útil para
uma bateria. E lá fui à loja da Apple na Broadway. O propósito do texto é
Esperei duas horas para enfim ter acesso a alguém que me a) Analisar as mercadorias da Apple.
explicou que testaria minha bateria. Depois de contemplarmos
b) Criticar o atendimento da Apple.
os gráficos lindos e coloridos deixados no tablet pelo meu tele-
fone, anunciou que minha bateria ainda não justificava uma c) Demonstrar como se resolve um problema com iphone.
troca – no tom pernóstico de um plantonista que sabe que não d) Mostrar que pessoas competentes existem em qualquer
tem leitos disponíveis e manda você para casa com aquela dor lugar.
no peito e a “certeza” de que “você não está enfartando, deve
ser só digestão”.
O mesmo jovem propôs uma reinstalação do sistema ope- 200. (FUMARC – 2018) Em: “Basta se lembrar que o atendimen-
racional, – que é uma trivialidade, mas foi anunciada como se to pós-venda da companhia se chama (o ridículo não mata
fosse um cateterismo das coronárias. ninguém) ‘genius bar’, o balcão dos gênios.”, a MELHOR inter-
Passei a noite me recuperando, ou seja, reinstalando apli- pretação para o trecho: “o ridículo não mata ninguém” é
cativos. Resultado: telefone lento como antes. a) Não há nada de errado em ser ridículo quando o objetivo é
Voltei para a Apple (loja da Quinta Avenida), onde descobri exaltar seu produto.
que, como na história do hospital sem leitos, de fato, a Apple b) Ninguém deveria se ofender com o nome ridículo dado ao
não dispunha mais de baterias para substituir a minha: muitos atendimento pós-venda da Apple.
usuários estavam com o mesmo problema. Por coincidência,
c) O atendimento da Apple é tão ridículo que se autodenomi-
tudo conjurava para que eu comprasse um telefone novo. na como “gênio”.
Nos EUA, a Apple está sendo processada (15 casos coleti- d) O pós-venda da Apple é humilde o suficiente para entender
vos, em diferentes Estados) por piorar propositalmente a expe- que no seu balcão só há gênios
riência dos usuários de iPhone sem lhes oferecer alternativas
–salvo, obviamente, a de adquirir um telefone novo.
A companhia pediu desculpas públicas, mas a humildade
não é o forte do treinamento Apple. Basta se lembrar que o 201. (FUMARC – 2018) Todos os sentimentos abaixo estão pre-
sentes no texto, EXCETO:
atendimento pós-venda da companhia se chama (o ridículo

3
-7
não mata ninguém) “genius bar”, o balcão dos gênios. a) Frustração.

86
Já pensou: você poderia ligar para seu serviço de TV a cabo b) Humildade. .6
porque a recepção está péssima e alguém diria: “Sim, senhor, c) Revolta.
34
pode marcar consulta com o balcão dos gênios”. d) Sarcasmo.
.5

A maioria dos usuários não acham isso cômico e despropo-


94

sitado. Por que será?


-0

Há marcas que vivem de seu poder de inclusão, do tipo 202. (FUMARC – 2018) Todas as seguintes técnicas, com as fina-
s

“nós fabricamos o carro que todos podem dirigir”. E há marcas


tin

lidades indicadas, são usadas pelo autor na estruturação de seu


que vivem de seu poder de exclusão: tipo, será que você mere- texto, EXCETO:
ar

ce o que estou vendendo?


M

a) Comparação, para demonstrar as dificuldades pelas quais


Você já entrou alguma vez numa loja cara onde os vende- passava.
ra

dores, envaidecidos pela aura do próprio produto que ven-


ei

b) Contraste, em algumas partes, para realçar as diferenças


dem, olham para você com desprezo, como se você não fosse
liv

entre os atendimentos prestados.


um consumidor à altura da loja?
O

c) Enumeração, para hierarquizar os caminhos até o conserto


É uma estratégia básica de marketing: primeiro, espera-se
de

do aparelho.
que você inveje (e portanto deseje) o mundo do qual se sente
d) Exemplificação, para ilustrar e explicar pontos de vista.
a

excluído.
an

Você perguntará: de que adianta, se não poderei adquirir


Lu

os produtos da marca? Em geral, nesses casos o projeto é ven-


der os acessórios da casa. Pouquíssimos comprarão o casa- 203. (FUMARC – 2018) Todas as seguintes técnicas, com as fina-
co de R$ 15 mil, mas milhares comprarão um lencinho (com lidades indicadas, são usadas pelo autor na estruturação de seu
monograma) para se sentirem, assim, membros do clube. texto, EXCETO:
A Apple mantém sua presença no mercado pela ideia de a) Comparação, para demonstrar as dificuldades pelas quais
sua superioridade tecnológica - e pelo design elegante, claro. passava.
Seriamente, alguém que usa processador de texto não b) Contraste, em algumas partes, para realçar as diferenças
deveria escolher um computador em que não dá para apagar entre os atendimentos prestados.
letras da esquerda para a direita. Mas é como os carros ingle- c) Enumeração, para hierarquizar os caminhos até o conserto
ses dos anos 1950: havia a glória de viver perigosamente e diri- do aparelho.
gir sem suspensões posteriores independentes (sem capotar
d) Exemplificação, para ilustrar e explicar pontos de vista.
a cada curva).
Pouco importam as críticas. A Apple conseguiu convencer
seus usuários de que eles mesmos, por serem usuários, fazem
parte de uma arrojada elite tecnológica. Numa loja da Apple, 204. (FUMARC – 2018) Uma das funções dos dois primeiros
todos, os usuários e os “gênios” vestem (real ou metaforica- parágrafos do texto é
78 mente) a camiseta da marca. a) contrapor-se ao terceiro parágrafo.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
b) exemplificar o assunto dos parágrafos seguintes. a) Econômico: “Bilhões de dólares são eletronicamente trans-

LÍNGUA PORTUGUESA
c) explicar as ideias do terceiro parágrafo. feridos de um país a outro no jogo da especulação, derivati-
vo de ricos”.
d) fornecer o contexto para os parágrafos seguintes.
b) Político: “... e causa-nos profunda decepção saber que, neste
país, a impunidade é mais forte que a lei”.
c) Religioso: “Resta-nos captar fragmentos do real (e aceitar
205. (FUMARC – 2018) Texto I que o saber é uma construção coletiva). Nosso processo de
Do moderno ao pós-moderno conhecimento se caracteriza pela indeterminação, descon-
tinuidade e pluralismo.”
Frei Betto / 14/05/2017 - 06h00
d) Tecnológico: “Graças às redes de computadores, um rapaz
de São Paulo pode namorar uma chinesa de Beijing sem
A morte da modernidade merece missa de sétimo dia? Os
que nenhum dos dois saia de casa”
pais da modernidade nos deixaram de herança a confiança nas
possibilidades da razão. E nos ensinaram a situar o homem no
centro do pensamento e a acreditar que a razão, sem dogmas
e donos, construiria uma sociedade livre e justa. 206. (FUMARC – 2018) Anteponha V (verdadeiro) ou F (falso)
às asserções, levando em consideração a argumentação do
Pouco afeitos ao delírio e à poesia, não prestamos aten-
articulista:
ção à crítica romântica da modernidade – Byron, Rimbaud,
Burckhardt, Nietzsche e Jarry. Agora, olhamos em volta e o que ( ) Para o autor, a crença no racionalismo, base da reflexão
vemos? As ruínas do Muro de Berlim, a Estátua da Liberdade que sustentava a contraposição a dogmas e possibilitava a
liberdade, hoje foi suplantada pela incerteza de uns, e pela
tendo o mesmo efeito no planeta que o Cristo do Corcovado na
alienação de outros.
vida cristã dos cariocas, o desencanto com a política, o ceticis-
mo frente aos valores. ( ) Segundo o autor, na contemporaneidade, o caráter de ime-
diatismo e individualismo da nossa sociedade é fruto do
Somos invadidos pela incerteza, a consciência fragmen- sincretismo religioso do povo brasileiro e da falta de conhe-
tária, o sincretismo do olhar, a disseminação, a ruptura e a cimento da história do Brasil.
dispersão. O evento soa mais importante que a história e o
( ) A globalização, que se constitui como fenômeno inescapá-
detalhe sobrepuja a fundamentação. vel, apresenta tanto aspectos positivos quanto negativos: no
O pós-moderno aparece na moda, na estética, no estilo de âmbito dos avanços tecnológicos, ao mesmo tempo aproxi-
vida. É a cultura de evasão da realidade. De fato, não estamos ma e isola pessoas; no econômico, promove grande circu-
satisfeitos com a inflação, com a nossa filha gastando mais em lação monetária para uns e desigualdades gritantes, para
pílulas de emagrecimento que em livros, e causa-nos profunda outros povos.
decepção saber que, neste país, a impunidade é mais forte que ( ) Em decorrência do apagamento de fronteiras culturais
a lei. Ainda assim, temos esperança de mudá-lo. Recuamos e econômicas, notam-se interferências nos preceitos
do social ao privado e, rasgadas as antigas bandeiras, nossos morais dos diversos grupos sociais, sobretudo dos países
ideais transformam-se em gravatas estampadas. Já não há uto- “colonizados”.
pias de um futuro diferente. Hoje, é considerado politicamen- ( ) Para Frei Betto, o ceticismo e o hedonismo consumista,

3
te incorreto propagar a tese de conquista de uma sociedade marcantes no mundo pós-moderno, construíram uma

-7
onde todos tenham iguais direitos e oportunidades. nova postura ética, uma nova utopia que rejeita o “politica-

86
mente incorreto”.
Agora predominam o efêmero, o individual, o subjetivo e .6
o estético. Que análise de realidade previu a volta da Rússia à A sequência CORRETA, de cima para baixo, é:
34

sociedade de classes? Resta-nos captar fragmentos do real (e a) F – F – V – F – F


.5

aceitar que o saber é uma construção coletiva). Nosso proces-


94

b) F – V – F – V – V
so de conhecimento se caracteriza pela indeterminação, des-
-0

c) V – F – V – F – V
continuidade e pluralismo.
d) V – F – V – V – F
s

A desconfiança da razão nos impele ao esotérico, ao espiri-


tin

tualismo de consumo imediato, ao hedonismo consumista, em


ar

progressiva mimetização generalizada de hábitos e costumes.


M

Estamos em pleno naufrágio ou, como predisse Heidegger, 207. (FUMARC – 2018) Atente para o fragmento abaixo, a fim de
ra

caminhando por veredas perdidas. responder a questão:


ei

Sem o resgate da ética, da cidadania e das esperanças “O pós-moderno aparece na moda, na estética, no estilo de
liv

libertárias, e do Estado-síndico dos interesses da maioria, não vida. É a cultura de evasão da realidade. De fato, não estamos
O

satisfeitos com a inflação, com a nossa filha gastando mais em


haverá justiça, exceto aquela que o mais forte faz com as pró-
pílulas de emagrecimento que em livros, e causa-nos profunda
de

prias mãos.
decepção saber que, neste país, a impunidade é mais forte que
a

Ingressamos na era da globalização. Graças às redes de a lei. Ainda assim, temos esperança de mudá-lo. Recuamos do
an

computadores, um rapaz de São Paulo pode namorar uma social ao privado e, rasgadas as antigas bandeiras, nossos ideais
Lu

chinesa de Beijing sem que nenhum dos dois saia de casa. transformam-se em gravatas estampadas. Já não há utopias de
Bilhões de dólares são eletronicamente transferidos de um um futuro diferente. Hoje, é considerado politicamente incor-
país a outro no jogo da especulação, derivativo de ricos. Caem reto propagar a tese de conquista de uma sociedade onde todos
as fronteiras culturais e econômicas, afrouxam-se as políticas tenham iguais direitos e oportunidades.”
e morais. Prevalece o padrão do mais forte. I. O vocábulo “bandeiras”, plurissignificativo, aqui é utilizado
A globalização tem sombras e luzes. Se de um lado apro- referencialmente e substitui, metonimicamente, o sentido
de “ideais”, “frentes ou propostas de luta”.
xima povos e quebra barreiras de comunicação, de outro
ela assume, nas esferas econômica e cultural, o caráter de II. A expressão “transformam-se em gravatas estampadas”
globocolonização. assume valor pejorativo, em contraposição ao elemento
que o antecedeu na argumentação.
(Disponível em: http://hojeemdia.com.br/opini%C3%A3o/colunas/frei-
betto1.334186/do-moderno-ao-p%C3%B3s-moderno-1.464377. Acesso 05
III. O autor endossa e defende a tese dos politicamente incor-
jan. 2018) retos, que apregoam a busca de uma sociedade equilibrada.
Estão INCORRETAS as assertivas:
São vários os interdiscursos que “dialogam” no artigo de opinião a) I e II, apenas.
de Frei Betto, como fonte de evidências para sua argumentação.
b) I e III, apenas.
Abaixo se apontaram alguns deles, com uma exemplificação.
Assinale a opção em que NÃO haja correspondência entre a c) II e III, apenas.
nomeação e a exemplificação: d) I, II, III. 79
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208. (FUMARC – 2018) Chama-se neologismo formal ao empre- A frustração é enorme, porque o iluminismo afirmara que
go de palavras novas, derivadas ou formadas de outras já exis- somente as luzes da razão poderiam colocar o homem como
tentes, na mesma língua ou não, e de neologismo semântico gerador de sua história. Mas tudo não passou de um sonho,
à atribuição de novos sentidos a palavras já existentes na lín- um sonho de verão (parodiando Shakespeare). Habermas
gua. No trecho a seguir, o autor lançou mão de um neologismo, coloca nessa época, o século 18, o gatilho que vai acionar essa
expediente facultado pela língua portuguesa, com determinada desilusão da pós-modernidade. A ciência prometia dar segu-
intenção comunicativa. rança ao homem e lhe deu mais desgraças. Entendamos aqui
também a racionalidade (o primado da razão cartesiana) como
“Sem o resgate da ética, da cidadania e das esperanças libertá-
cúmplice dessa falcatrua da modernidade e, portanto, da atual
rias, e do Estado-síndico dos interesses da maioria, não have-
pós-modernidade.
rá justiça, exceto aquela que o mais forte faz com as próprias
mãos.” O mesmo filósofo fala em “desastre da modernidade”, um
tipo de doença que produziu uma patologia social chamada
Com o composto criado, a argumentação do autor se baseia no de “império da ciência”, despótico e tirânico, que “digere” as
recurso a uma formação lexical resultante de: esferas estético-expressivas e as religiosas-morais. Harvey põe
a) recurso à intertextualidade (por meio de uma alusão). o dedo na ferida ao dizer que o projeto do Iluminismo já era,
b) recurso à metalinguagem (por meio da redefinição de um na origem, uma “patranha”, na medida em que disparava um
conceito). discurso redentor para o homem com as luzes da razão, em
troca da lenta e gradual perda de sua liberdade.
c) um processo de analogia (por meio da extensão metafórica
A partir dos anos 50 e, ocorrido agora o definitivo desen-
do sentido).
canto com a ciência e suas tragédias (algumas delas), pode-se
d) uso de estrangeirismo (por um processo linguístico deno- falar em um processo de sua desaceleração. O nosso futuro
minado idiotismo). virou uma incerteza. A razão, além de não nos responder às
grandes questões que prometeu responder, engendra novas
e terríveis perguntas, que chegam até hoje, vagando sobre a
incerteza de nossos precários destinos. Eu falaria, metafori-
209. (FUMARC – 2018) TEXTO II
camente, do homem moderno acorrentado (o Prometeu) ao
Razões da pós-modernidade consumo desenfreado de coisas (res) para compensar suas
Carlos Alberto Sanches, professor, perito e consultor em Redação – frustrações e angústias. A vida se tornou absurda e difícil de
[31/03/2014 - 21h06] ser vivida, face a esse “mal-estar” do homem ocidental. Daí sur-
gem as grandes doenças psicossociais de hoje: a frustração, o
Foi nos anos 60 que surgiu o que se chama de “pós-moder- relativismo e o niilismo, cujas sementes já estavam no bojo do
nidade”, na abalizada opinião de Frederic Jameson, como “uma Iluminismo, a face sinistra de sua moeda. Não há mais nenhu-
lógica cultural” do capitalismo tardio, filho bastardo do libe- ma certeza, porque a razão não foi capaz de dar ao homem
ralismo dos séculos 18 e 19. O tema é controverso, pois está alguns dos mais gratos dos bens: sua segurança e bem-estar.
associado a uma discussão sobre sua emergência funesta no Não há mais certezas, apenas a percepção de que é preciso
pós-guerra. É que ocorre nesse período um profundo desen- repensar criticamente a ciência, que nunca nos ofereceu um
canto no homem contemporâneo, especialmente no que toca caminho para a felicidade, o que provoca um forte movimento

3
-7
à diluição e abalo de seus valores axiológicos, como verdade, de busca de liberdade. O mundo está sem ordem e valores,

86
razão, legitimidade, universalidade, sujeito e progresso etc. Os como disse Dostoievski: “Se Deus não existe, tudo é permitido”.
sonhos se esvaneceram, juntamente com os valores e alicerces
.6
A incerteza do mundo moderno e a impossibilidade de
34
da vida: a “estética”, a “ética” e a “ciência”, e as repercussões organizar nossas vidas levam Giddens a dizer que “não há nada
.5

que isso provocou na produção cultural: literatura, arte, filoso- de misterioso no surgimento dos fundamentalismos, a radica-
94

fia, arquitetura, economia, moral etc. lização para as angústias do homem”. Restou-nos o refúgio nos
-0

Há, sem dúvida, uma crise cultural que desemboca, tal- grandes espetáculos, como os do Coliseu antigo: o pão e o cir-
vez, em uma crise de modernidade. Ou a constatação de co, para preencher o vazio da vida.
s
tin

que, rompida a modernidade, destroçada por guerras devas- Na sua esteira de satanização social, o capitalismo engen-
dra, então, a sociedade de consumo, para levar o cidadão ao
ar

tadoras, produto da “gaia ciência” libertadora, leva a outra


ópio do consumo (esquecer-se das desilusões) nas “estações
M

ruptura: morreu a pós-modernidade e deixou órfã a cultura


contemporânea? orbitais” dos shoppings, ou templos das compras, onde os
ra

bens nos consomem e a produção, sempre crescente, impli-


ei

Seria o caso de se falar em posteridade na pós-moder-


ca a criação em massa (ou em série) de novos consumidores.
liv

nidade? Max Weber, já no início do século 19, menciona a


Temos uma parafernália de bens, mas são em sua maioria
O

chegada da modernidade trocada pela “racionalização inte- coisas inúteis, que a razão / ciência nos deu; mas, em troca,
de

lectualista”, que produz o “desencanto do mundo”. Habermas sofremos dos males do século, entre eles a elisão de nossa
o reinterpreta, dizendo que a civilização se desagrega, espe- individualidade. Foi uma troca desvantajosa. É o que Campbell
a

cialmente no que toca aos conceitos da verdade, da coerência


an

chama do sonho que gera o “signo-mercadoria”, que nos reme-


das leis, da autenticidade do belo, ou seja, como questões de te ao antigo sonho do Romantismo, da realização dos ideais.
Lu

conhecimento...
Trocamos o orgasmo reprodutor instintivo pelo prazer
Jean Francois Lyotard, em seu livro A condição pós-moder- lúdico-frenético de consumir, sem saber que somos consumi-
na, de 1979, enfoca a legitimação do conhecimento na cultura dos. Gememos de prazer ao comprar, mas choramos de dor
contemporânea. Para ele, “o pós-moderno enquanto condição face à nossa solidão, cercados pela panaceia da ciência e da
de cultura, nesta era pós-industrial, é marcado pela incredu- razão, que nos entope de placebos, mas não de remédios para
lidade face ao metadiscurso filosófico – metafísico, com suas a cura dos males dessa longínqua luz racional, que se acende
pretensões atemporais e universalizantes”. É como se dissés- lá no Iluminismo e que vem, sob outras formas, até hoje. A
semos, fazendo coro, mais tarde, com John Lennon, que “o televisão nos anestesia com a estética da imagem. Para Bau-
sonho acabou” (ego trip). A razão, como ponto nevrálgico da drillard, ela é o nosso mundo, como o mundo saído da tela do
cultura moderna, não leva a nada, a não ser à certeza de que grande filme O Vidiota (o alienado no mundo virtual da tevê),
o racionalismo iluminista, que vai entronizar a ciência como cujo magistral intérprete foi Peter Sellers.
uma mola propulsora para a criação de uma sociedade justa, Enquanto nos deleitamos com essa vida esquizofrênica
valorizadora do indivíduo, vai apenas produzir o desencanto, e lúdica, deixamos no caixa do capitalismo tardio (iluminista
via progresso e com as suas descobertas, cantadas em prosa / racional) o nosso mais precioso bem: a individualidade. Só
e verso, que nos deixaram um legado brutal: as grandes tra- nos sobrou a estética, segundo Jameson, ou a “colonização
gédias do século 20: guerras atrozes, a bomba atômica, crise pela estética” que afeta diferentes aspectos da cultura, como a
80 ecológica, a corrida armamentista... estética, a ética, a teórica, além da moral política.
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A pós-modernidade talvez seja uma reação a esse quadro b) Para Frei Betto, hoje somos impelidos “ao espiritualismo

LÍNGUA PORTUGUESA
desolador. Bauman fala em pós-modernidade como a forma de consumo imediato, ao hedonismo consumista, em pro-
atual da modernidade longínqua. Já Giddens fala em moderni- gressiva mimetização generalizada de hábitos e costumes.”
dade tardia ou “modernidade radicalizada”: a cultura atual. Por → Na tirinha, isso é confirmado pela sequência de verbos no
certo que a atual discussão sobre o pós-moderno implica um imperativo, que evidenciam a função conativa exercida pela
processo de revisão e questionamento desse estado de coisas,
mídia.
em que o homem não passa de um res nulius, como as matro-
nas romanas. c) Para Sanches, “a televisão nos anestesia com a estética da
A cultura moderna, ou pós-modernista, não tem uma razão imagem.” → Confirma-se plenamente essa afirmação no
para produzir sua autocrítica, mas muitas razões, devido à sua último quadrinho da tirinha, em que Mafalda demonstra
prolongada irracionalidade do “modo de vida global”, segundo ter consciência da manipulação exercida pela televisão.
Jameson. O que se pode dizer é que não há uma razão, mas d) Sanches afirma que “Enquanto nos deleitamos com essa
muitas razões para reordenar criticamente os descaminhos vida esquizofrênica e lúdica, deixamos no caixa do capita-
da pós-modernidade, sem esquecermos que a irracionalidade lismo tardio (iluminista / racional) o nosso mais precioso
continua nos rondando.
bem: a individualidade.” → Essa afirmação é confirmada
http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/razoes-dapos- pelos questionamentos de Mafalda, nos três quadrinhos,
modernidade-8bs4bc7sv5e06z8trfk0pv80e. Acesso em 21/01/18.
em que reflete sobre um “nós”, e não sobre si mesma, um
“eu” individualizado.
Discutindo uma mesma temática, há, como semelhanças entre
os textos I (escrito por um teólogo) e II (escrito por um profes-
sor), os seguintes aspectos, EXCETO: 211. (FUMARC – 2018) Sobre o emprego de aspas, atente para a
a) A constatação do adoecimento humano face às incerte- informação a seguir:
zas e inseguranças decorrentes de um cotidiano que tanto
Empregam-se as aspas no início e no final de uma citação
desagregou os vínculos sociais quanto afetou a identidade
individual. textual. Ex.: Disse, em frase lapidar o grande Rui: “A Pátria não
é ninguém: são todos; e cada qual tem no seio dela o mesmo
b) A crítica à pós-modernidade, vista como centrada num
direito à ideia, à palavra, à associação.”
cientificismo desumanizador e num consumismo
exacerbado. Colocamos, também, entre aspas palavras ou expressões
c) O recurso à intertextualidade, por meio de citações explíci- que desejamos destacar. Ex.: Sim, ele foi o cantor da raça, o
tas ou a alusões, como forma de dar maior credibilidade à patriota, o humanista... Mas não esqueçamos de considerá-lo
argumentação. pela face mais verdadeira, o ‘homem’ sofredor, amante, revol-
d) O recurso a um registro formal, beirando ao hermético, cal- tado...” (Fábio de Melo)
cado no predomínio do uso denotativo da língua. Entre aspas ficam os títulos de obras artísticas ou científi-
cas. Ex.: “Os Lusíadas” cantam as glórias de Portugal. (...)
Finalmente, entre aspas colocamos as palavras ou expres-
210. (FUMARC – 2018) Leia atentamente a tirinha de Mafal- sões estrangeiras, arcaicas, de gíria, etc. Ex.: Os animais tinham

3
-7
da, personagem de Quino que, há mais de 50 anos, traz à tona indiscutível “pedigree”. (...)

86
questões que estão na pauta das discussões em nossa socieda-
ANDRÉ, Hildebrando A. Gramática Ilustrada. 4. ed. São Paulo: Moderna,
.6
de. Nesta, em especial, o tema é afim ao tratado nos dois textos
1990. p. 34-35 Analise
as seguintes afirmativas, identificando-as
34
lidos.
com V ou F, conforme sejam verdadeiras ou falsas:
.5
94

( ) Os sonhos se esvaneceram, juntamente com os valores


-0

e alicerces da vida: a “estética”, a “ética” e a “ciência”, e as


s

repercussões que isso provocou na produção cultural: lite-


tin

ratura, arte, filosofia, arquitetura, economia, moral etc. →


ar

Aspas destacando itens de forma irônica.


M

( ) O mundo está sem ordem e valores, como disse Dostoievski:


ra

“Se Deus não existe, tudo é permitido”. → Aspas indicando


ei

citação textual.
liv

( ) É o que Campbell chama do sonho que gera o “signo-mer-


O

cadoria”, que nos remete ao antigo sonho do Romantis-


de

mo, da realização dos ideais. → Aspas destacando uso de


a

estrangeirismo.
an

( ) Na sua esteira de satanização social, o capitalismo engen-


Lu

dra, então, a sociedade de consumo, para levar o cidadão ao


ópio do consumo (esquecer-se das desilusões) nas “esta-
ções orbitais” dos shoppings, ou templos das compras... →
Aspas deixam entrever ênfase ou menção irônica ao termo
destacado.
( ) A cultura moderna, ou pós-modernista, não tem uma razão
Sobre ela, são feitas afirmações, a seguir, referentes tanto ao para produzir sua autocrítica, mas muitas razões, devido à
conteúdo quanto à forma do texto verbal. Assinale a afirmativa sua prolongada irracionalidade do “modo de vida global”,
INCORRETA: segundo Jameson. → Aspas indicando expressão citada de
a) Frei Betto afirma que “A globalização tem sombras e luzes. outra fonte.
Se de um lado aproxima povos e quebra barreiras de comu-
A sequência CORRETA, de cima para baixo, é:
nicação, de outro ela assume, nas esferas econômica e cul-
tural, o caráter de globocolonização.” → Mafalda representa a) V – V – V – F – F
uma coletividade, e não uma menina singular, individuali- b) V – F – F – V – F
zada, de um determinado país. Embora mencione verbos na
3ª pessoa do singular, o modo imperativo abrange a todos e c) F – V – F – V – V
a cada um dos consumidores, de forma massificada. d) F – F – V – F – V 81
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212. (FUMARC – 2018) TEXTO: 213. (FUMARC – 2018) No título da crônica – Nossa Senhora
Nossa Senhora dos Destoantes dos Destoantes – a palavra “destoantes” se constitui como uma
pungente metáfora que só NÃO pode ser relacionada
Luís Fernando Veríssimo
a) a quem ordenou o toque plangente, em homenagem preco-
A pequena Capela de Nossa Senhora do Rosário do Padre ce ao futuro herói.
Faria é uma das tantas joias arquitetônicas de Ouro Preto. O b) a quem tem a presciência de ocasos do poder desencadea-
exterior despojado não prepara o visitante para a opulência dos por sacrifícios.
barroca do interior. O campanário fica afastado do corpo da c) aos que tocaram, sozinhos, uma batida fúnebre pelo martí-
igreja, como a “casinha” numa morada sem banheiro, e nada rio de Tiradentes.
tem de imponente. Os sinos da Capela de Padre Faria bada-
lam em concerto com os outros sinos da região, cantando as d) àqueles que não têm como saber que festejam a injustiça
horas e os eventos, e não soam nem melhor nem pior do que contra heróis.
os outros. Mas os sinos da Capela do Padre Faria têm uma his- e) àqueles que, com perspectiva histórica, subvertem o que se
tória diferente dos outros. espera deles.
Quando Tiradentes foi enforcado e esquartejado no Rio
de Janeiro todos os outros sinos celebraram a notícia. Afinal,
tratava-se da execução de um traidor, de um inimigo da socie- 214. (FUMARC – 2018) O segmento em destaque também foi
dade. Os sinos de Ouro Preto festejaram o castigo exemplar de produzido por Luís Fernando Veríssimo, em sua crônica, de
um réprobo e o triunfo da legalidade sobre a rebeldia. Mesmo fevereiro de 2015, O contexto maior, título retomado no trecho
que o toque festivo não tivesse sido recomendado pela Coroa, da crônica Nossa Senhora dos Destoantes, publicada em 09 de
a celebração se justificaria. Mas os sinos da Capela do Padre fevereiro de 2018 em: “Destoantes deveriam ir regularmen-
Faria dobraram Finados. Pela primeira e única vez na história, te em romaria à pequena capela e pedir a bênção dessa Nos-
talvez, os sinos da Capela do Padre Faria destoaram do con- sa Senhora do Contexto Maior, para melhor poder enfrentar a
certo. Tocaram, sozinhos, uma batida fúnebre pelo martírio de maioria que badala o que não tem importância e o fato errado e
Tiradentes. menospreza qualquer batida diferente”.
Não conheço bem a história e não sei o que motivou as Sobre essa referência de O contexto maior em Nossa Senhora
badaladas subversivas. Um pedido de secretos simpatizantes dos Destoantes, pode-se afirmar que
da Inconfidência? Apenas uma manifestação de piedade cris-
tã? Um sineiro bêbado? Não sei. Minha tese preferida é que a) constitui-se como um elemento incoerente na composição
alguém responsável pelos sinos teve um vislumbre histórico. de 2018, pelo fato de ironizar o comportamento de pessoas
Teve a presciência que ninguém mais teve e ordenou o toque conservadoras.
plangente, em homenagem precoce ao futuro herói e pelo oca- b) indica que a compreensão de Nossa Senhora dos Destoan-
so do poder colonial que seu sacrifício desencadearia tes é determinada pela leitura de outras produções do cro-
Nossa Senhora do Rosário serviria como padroeira, não nista, sob pena de se perder a intencionalidade.
necessariamente de quem consegue adivinhar a História, mas c) sugere que a leitura do gênero crônica se faz mediante a lei-
de quem entende o momento que está vivendo ou destoa da tura de outras produções de mesmo gênero, em especial as

3
maioria, com ou sem razão. Destoantes deveriam ir regular- construídas pelo mesmo cronista.

-7
mente em romaria à pequena capela e pedir a bênção dessa

86
d) tem sua importância comprometida pela distância tempo-
Nossa Senhora do Contexto Maior, para melhor poder enfren- ral entre as publicações, pois a crônica é uma produção que
.6
tar a maioria que badala o que não tem importância e o fato remete a uma situação específica.
34

errado e menospreza qualquer batida diferente.


.5

e) trata-se de um conhecimento prévio que contribui para a


Os outros sineiros de Ouro Preto não tinham como saber
94

percepção da intencionalidade de criticar certo comporta-


que estavam festejando a morte de um herói. Faltava-lhes a mento político da sociedade atual.
-0

perspectiva histórica para entender o momento e só cumpri-


s

ram o que se esperava deles. Estão perdoados. Mas que nos


tin

sirvam de lição
ar

215. (FUMARC – 2018) Leia atentamente os textos I e II. A ques-


(Disponível em https://jornalggn.com.br/noticia/nossa-senhora-dos-
M

destoantes-por-luis-fernando-verissimo. Acesso em: 9 fev. 2018) tão refere-se a eles.


ra

TEXTO I
“É curioso como elas [as crônicas] mantêm o ar despreocu-
ei

Peão morre após ser pisoteado por touro em festa de


pado, de quem está falando de coisas sem maior consequên-
liv

Alvorada
cia e, no entanto, não apenas entram fundo no significado dos
O

atos e sentimentos do homem, mas podem levar longe a crítica Vítima participava de montaria quando caiu no chão e foi
de

social”. atingida pelas patas do animal.


a

CÂNDIDO, Antônio. Para gostar de ler: crônicas. Volume 5. São Paulo: Ática,
Homem não usava capacete de segurança.
an

2003. pp.89-99. Por Pâmela Fernandes, G1 Ji-Paraná e Região Central


Lu

Globo.com 25/06/2017 17h03 Atualizado 25/06/2017 17h39


O trecho em destaque faz parte do texto de Antônio Cândido, A
vida ao rés do chão, no qual o autor discorre sobre o gênero crô-
Um peão de 24 anos morreu neste fim de semana após
nica. A produção de Luís Fernando Veríssimo ilustra as ideias
ser pisoteado por um touro, durante uma montaria no distrito
de Antônio Cândido pelo fato de que
de Terra Boa em Alvorada do Oeste (RO), a 460 quilômetros
a) alerta quanto à falta de sensibilidade e perspectiva histórica de Porto Velho. Conforme informações do registro policial, o
para o entendimento de atos de injustiça do passado e do rapaz participava da montaria em uma festa, quando caiu e
presente. acabou sendo atingido pelas patas do animal.
b) considera irrelevante culturalmente o toque dos sinos nas Um vídeo gravado por espectadores do rodeio da festa
cidades históricas de Minas Gerais. mostra o momento em que o jovem, que era peão profissional,
c) denuncia os frequentadores da igreja do Rosário que não se monta no touro e a porteira é aberta.
deram conta da importância da sentença dada a Tiradentes. Poucos segundos depois o peão se desequilibrou, caiu do
d) promove, por meio da linguagem descompromissada, a animal e foi pisoteado. Os palhaços então tentam afastar o
despreocupação quanto a problemas de ordem social e touro do jovem, que ficou caído no meio da arena.
política. Na sequência o boi volta na direção dos palhaços e rodopia
e) valoriza a profundidade dos sentimentos de quem come- novamente sobre a vítima. Assustado, o público da arquiban-
82 morou a sentença sofrida por Tiradentes. cada começa a gritar e o locutor pede ajuda médica.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
TEXTO II d) Embora os textos I e II sejam narrativos, propõem leituras

LÍNGUA PORTUGUESA
Ezequiel voou parafusado. Quando estava de boca pro céu, com interesses distintos, voltados ou para a busca da infor-
as estrelas e as luzes da arena formaram um telegrama man- mação ou da estética.
chado nos seus olhos. Bateu chapado no chão. Ouvido apitan- e) O minirrelato de Bonassi dialoga com a notícia de Pâme-
do. Deu até vontade de rir... Mas não é que o touro desceu la Fernandes tanto no que se refere ao enredo quanto à
com uma pisada tão forte que as costelas se esmigalharam por intencionalidade.
cima do coração?! Foi menos que suspiro e mais que dolori-
do. Ele ainda levantou o chapéu e batendo a poeira das cal-
ças! Ezequiel, esse insistente... Os braços valeram pra isso. Mas 218. (FUMARC – 2018) TEXTO
também só pra isso, porque ao cair de novo já foi de cara... e
Encostei meu ombro naquele céu curvo e terno
completamente morto.
No lago as estrelas molhavam-se
(Barretos – Brasil – 1996) (BONASSI, Fernando. Passaporte. São Paulo:
Cosac & Naify Edições, 2001) Sussurravam que meu abraço
Contivera a terra inteira e os ares
I. É possível que a jornalista Pâmela Fernandes não tenha
ALVIM, Francisco. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de. 26 poetas hoje. Rio de
presenciado o fato por ela noticiado, embora demonstre Janeiro: Aeroplano, 2007. p. 23
conhecer a vítima, conforme indica a informação “que era
peão profissional”. No poema de Francisco Alvim, o lirismo se dá por meio da
II. A jornalista Pâmela Fernandes narra com certo distancia- a) composição de imagens sensoriais.
mento a partir de informações colhidas de um registro poli- b) expressão melancólica do eu poético.
cial no qual a situação fora narrada como algo já acontecido,
conforme indicam os verbos no pretérito imperfeito. c) manifestação de um eu lírico em conflito.

III. Pâmela Fernandes narra a partir de imagens de um vídeo d) referência a poetas clássicos.
feito por espectadores, transpostas com verbos no presen- e) seleção de vocábulos oníricos.
te do indicativo, como se houvesse simultaneidade entre o
que vídeo mostra e o relato feito pela jornalista.
O texto I é uma notícia publicada em um site de grande circula- 219. (FUMARC – 2018) TEXTO
ção e apresenta um fato acontecido em Roraima. Quanto à posi- De Sinal de menos
ção da jornalista em relação ao fato narrado, é CORRETO o que
perdido entre signos
se afirma apenas em:
decifro devoro
a) I.
persigo persigno
b) II.
redecifroredevoro
c) III.
entre signos perdido
d) I e III.

3
devoro decifro

-7
e) II e III.
sigo poesigno

86
redevororedecifro .6
34
entreperdido paraíso
216. (FUMARC – 2018)
.5

voraz cifro
I. O narrador de rodeio é testemunha ocular do fato narrado,
94

conforme indica a frase “Deu até vontade de rir...”. desenho & desígnio
-0

II. O narrador de rodeio retrata a cena cruelmente, sem (ÁVILA, Carlos. Sinal de menos. Ouro Preto / MG: Tipografia do Fundo de
s

Ouro Preto, 1989)


demonstrar constrangimento quanto a essa perspectiva,
tin

segundo a ironia presente em “Ezequiel, esse insistente...”.


ar

A leitura do poema de Carlos Ávila sugere que a criação literária


III. A voz narrativa de rodeio banaliza a atuação do peão, se dá
M

demonstrando seu engajamento com relação à causa em


ra

a) pela elaboração persistente.


favor de animais.
ei

b) pela força da inspiração.


liv

O texto II é um conto, parte da obra Passaporte, de Fernando


Bonassi, publicado pela editora Cosac & Naify. Quanto à posição c) pelo aprendizado de fórmulas.
O

do narrador em relação ao fato narrado, é CORRETO o que se d) pelo sofrimento existencial do poeta.
de

afirma apenas em: e) pelo talento desenvolvido.


a

a) I.
an

b) II.
Lu

c) III. 220. (FUMARC – 2018) TEXTO


d) I e II. A terra é nossa
e) I e III. A terra é um bem comum
Que pertence a cada um
Com o seu poder além,
217. (FUMARC – 2018) Assinale a afirmativa INCORRETA. Deus fez a grande natura
a) A composição em sentenças curtas configuradas pela Mas não passou escritura
sinestesia, entre outras figuras, possibilita situar o conto de Da terra para ninguém
Bonassi no campo da literatura. Se a terra foi Deus quem fez
b) A garantia das fontes, a informação documentada e a lin- Se é obra da criação
guagem denotativa possibilitam situar o texto de Pâmela
Deve cada camponês
Fernandes no campo não literário.
Ter uma faixa de chão.
c) A pontuação é um recurso expressivo em rodeio, como se vê
na justaposição dos sinais ?!, para dar conta da observação Sei que o latifundiário
violenta e sarcástica do narrador. Egoísta e usuário 83
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Da terra toda se apossa,
Causando crises fatais
Porém nas leis naturais
Sabemos que a terra é nossa.
Quando um agricultor solta
O seu grito de revolta
Tem razão de reclamar,
Não há maior padecer
Do que um camponês viver
Sem terra pra trabalhar.
(Disponível em: http://patativadoassare.com/a-terra-e-nossa/. Acesso em: 5 jan. 2018)

Considere a seguinte declaração de Patativa do Assaré e as afirmativas abaixo:


“Não é, então, o papel do poeta um papel neutro, de simples observador. O poeta nasceu não só com o dom da poesia, como também
com o da verdade e o da justiça. O poeta comenta, critica, ensina...”.
I. A rigidez da métrica configura a rigidez ideológica que perpassa a composição das estrofes.
II. Busca pela igualdade social, injustiça social e crítica política são temas encadeados presentes nas estrofes.
III. A presença de discurso religioso contribui para a proposição da justiça defendida nos versos.
IV. O sujeito poético fala sobre o sofrimento de um homem que, sendo da terra, vê-se alijado de seu direito.
Anúncios Ilustra(m) a declaração de Patativa do Assaré, apenas:
a) I.
b) I e III.
c) II e IV.
d) II, III, IV.
e) III e IV.

221. (FUMARC – 2018) TEXTO


Discreta e formosíssima
Maria Gregório de Matos Guerra
Discreta e formosíssima Maria,

3
-7
Enquanto estamos vendo a qualquer hora

86
Em tuas faces a rosada Aurora, .6
Em teus olhos, e boca o Sol, e o dia:
34
.5

Enquanto com gentil descortesia


94

O ar, que fresco Adônis te namora,


-0

Te espalha a rica trança voadora,


s

Quando vem passear-te pela fria:


tin

Goza, goza da flor da mocidade,


ar

Que o tempo trota a toda ligeireza,


M

E imprime em toda a flor sua pisada.


ra

Oh não aguardes, que a madura idade


ei
liv

Te converta em flor, essa beleza


O

Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada


de

O poema de Gregório de Matos salienta


a

a) a certeza de que o castigo divino advirá.


an

b) a consciência da efemeridade e vanidade da existência.


Lu

c) a desilusão diante de valores tanto terrenos quanto divinos.


d) a necessidade de valorizar a materialidade da vida.
e) a precisão da fuga para a morte como escape das dores da vida.

222. (FUMARC – 2018) Atente para os textos I e II para responder à questão.


TEXTO I
Os conhecimentos grafofônicos, ortográficos, lexicais, morfológicos, sintáticos, textuais, discursivos, sociolinguísticos e semió-
ticos que operam nas análises linguísticas e semióticas necessárias à compreensão e à produção de linguagens estarão, concomi-
tantemente, sendo construídos durante o Ensino Fundamental. Assim, as práticas de eitura / escuta e de produção de textos orais,
escritos e multissemióticos oportunizam situações de reflexão sobre a língua e as linguagens de uma forma geral, em que essas
descrições, conceitos e regras operam e nas quais serão concomitantemente construídos: comparação entre definições que per-
mitam observar diferenças de recortes e ênfases na formulação de conceitos e regras; comparação de diferentes formas de dizer
“a mesma coisa” e análise dos efeitos de sentido que essas formas podem trazer / suscitar; exploração dos modos de significar
dos diferentes sistemas semióticos etc.
84 Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_20dez_site.pdf. Acesso em: 19 fev. 2018
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
TEXTO II

LÍNGUA PORTUGUESA
Atente para a tirinha a seguir, em que Mafalda e Felipe, personagens de Quino, dialogam sobre algo comum ao universo
escolar:

Assinale a opção que completa adequadamente o enunciado:


O professor de língua portuguesa do ensino fundamental, com o intuito de atender ao preconizado na BNCC, ao trabalhar com esse
exemplar do gênero tirinha, deverá
a) apontar aos alunos que a escolha do tempo verbal feita por Mafalda, “fazia” (pretérito imperfeito) está incorreta - o condicional
demanda o futuro do pretérito (“faria”) em todos os registros escritos do português.
b) assinalar que as frases soltas ditas / escritas por Mafalda não constituiriam um texto, propriamente, seriam apenas um conjunto
de perguntas lançadas de forma aleatória.
c) discutir com os alunos a inadequação do título escolhido para a suposta “redação” (item que apresenta grafia incorreta na tiri-
nha, possivelmente por falha de revisão), pois não houve argumentação sobre as dimensões expressas pela menina – patriotis-
mo x comodismo.
d) evidenciar a seus alunos que a escolha sintática adotada por Mafalda, devido à repetição de uma mesma estrutura (“X ama Y
porque nasceu em Y?”), empobreceu o texto, tornou-o desinteressante, lembrando-lhes de que repetições causam reação nega-
tiva nos leitores.
e) explorar os recursos visuais (as diferentes expressões faciais e corporais das personagens) e, na mesma medida, os recursos
linguísticos, como o uso dos gentílicos, a opção da menina pelas frases interrogativas, o uso do condicional, a intencionalidade
evidenciada etc.

3
-7
86
223. (FUMARC – 2018) TEXTO .6
34
Chegando à fazenda dos avós, para visitá-los, o neto se dirige ao avô, que está na sala:
.5

– Firme, vô?
94

– Não, fio, Sírvio Santos.


-0

Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_01_internet.pdf. Acesso em: 2 fev. 2018.


s
tin

Pode-se dizer que a informação trazida pela oração adjetiva explicativa na piada é relevante para que o leitor signifique
ar

adequadamente:
M

a) a distração do avô.
ra

b) a informalidade do neto.
ei

c) a pergunta do neto.
liv

d) a resposta do avô.
O
de

e) o cumprimento do neto.
a
an
Lu

224. (FUMARC – 2018) Atente para as informações a seguir e responda à questão.


O texto II foi produzido por uma aluna do 7º ano do ensino fundamental II, como resposta à proposição de sua professora, exibida
no texto I, abaixo.
TEXTO I
O texto a seguir apresenta apenas a introdução de um enredo narrativo, conforme estamos estudando em sala. Será sua tarefa
continuar a história, com coerência, criando conflito, clímax e desfecho, de acordo com sua imaginação. Procure dar coerência à
sua narrativa.
Naquela amanhã, acordei feliz. Era domingo, dia de clube, picolé, vôlei. Enfim, apenas alegria. Estranhei muito que meus pais
não estivessem ainda de pé. Nem meu irmão. Fiquei apreensiva. Foi então que.....
TEXTO II
Foi então que pensei: nossa, esta tarde demais. Porque será que ninguém acordou ainda? Teve ter acontecido algo muito ruim
aqui em casa. Aí pus meu biquine e telefonei para a minha madrinha, e pidi pra ela me levá no clube com o carro dela, para jogar
vole no domingo que era o dia de folga dela no hospital. Era gratuito tudo lá.
Foi muito legal, nós tomamos sorvete e, jogamos bola com outras meninas, ninguém queria jogar vole comigo. Ela disse:
– Que droga! O sorvete sujou meu cabelo todo.
Então eu falei que não era culpa minha. 85
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Eu ri muito dela por que é super-engraçado quando alguém Se eu fosse rei ou prefeito teria mandado erguer-lhe uma
fica sujo sem querer. estátua. Mas, do jeito que falava, ele pedia apenas que no seu
Nesse momento nós pegamos as sacolas e fomos para o túmulo eu escrevesse: “aqui jaz um homem que amou e foi
vestuario do clube para tomar banho. muito amado”. E aquele homem me confessou que amava sem
nenhuma coerção. Não lhe encostei a faca no peito cobran-
O dia foi muito lindo. Eu adorei tudo lá. Quando voltamos do algo. Ele que tinha algo a me oferecer. Foi muito diferente
vou contá tudo para meus pais. Eles gostaram muito. daqueles que não confessam seus sentimentos nem mesmo
Considerada a proposta da professora, assinale a alternativa debaixo de um “pau de arara”: estão ali se afogando de paixão,
que traz consideração INADEQUADA sobre o texto da aluna: levando choques de amor, mas não se entregam. E no entanto,
a) No texto, não há nenhum problema que contrarie as inova- basta-lhes a ficha que está tudo lá: traficante ou guerrilheiro do
ções trazidas pelo Acordo Ortográfico de 1990. amor. Uns dizem: casei várias vezes. Outros assinalam: fiz vários
filhos. Outro dia li numa revista um conhecido ator dizendo: tive
b) O texto apresenta vários problemas formais, porém não se todas as mulheres que quis. Outros ainda, dizem: não posso
notam desvios de concordância verbal. viver sem fulana (ou fulano). Na Bíblia está que Abraão gerou
c) O texto não é uma narrativa, pois mescla unidades descri- Isaac, Isaac gerou Jacó e Jacó gerou as doze tribos de Israel. Mas
tivas, dialogais e dissertativas, com predominância do dis- nenhum deles disse: “Na verdade, fui muito amado”.
curso indireto. Mas quando do alto de seus oitenta anos aquele homem
d) O texto revela que a aluna não conseguiu levar a efeito, desfechou sobre mim aquela frase, me senti não apenas como
de forma adequada, o conflito, o clímax e o desfecho da o homem que quer ser engenheiro como o pai. Senti-me um
narrativa. garoto de quatro anos, de calças curtas, se dizendo: quando eu
e) O texto rompe com o perfil psicológico do narrador dese- crescer quero ser um homem de oitenta anos que diga: “amei
nhado no parágrafo motivador. muito, na verdade, fui muito amado.” Se não pensasse nisto
não seria digno daquela frase que acabava de me ser oferta-
da. E eu não poderia desperdiçar uma sabedoria que levou 80
anos para se formar. É como se eu não visse o instante em que
225. (FUMARC – 2018) Leia a seguir uma das habilidades previs- a lagarta se transformara em libélula.
tas pela Base Nacional Curricular Comum (BNCC) para o 8º e o Ouvindo-o, por um instante, suspeitei que a psicanálise
9º anos e responda à questão. havia fracassado; que tudo aquilo que Freud sempre disse, de
TEXTO que o desejo nunca é preenchido, que se o é, o é por frações
Analisar a modalização realizada em textos noticiosos e de segundos, e que a vida é insatisfação e procura, tudo isto
argumentativos, por meio das modalidades apreciativas, via- era coisa passada. Sim, porque sobre o amor há várias frases
bilizadas por classes e estruturas gramaticais como adjetivos, inquietantes por aí... Bilac nos dizia salomônico: “eu tenho
locuções adjetivas, advérbios, locuções adverbiais, orações amado tanto e não conheci o amor”. O Arnaldo Jabor disse
adjetivas e adverbiais, orações relativas restritivas e explicati- outro dia a frase mais retumbante desde “Independência ou
vas etc., de maneira a perceber a apreciação ideológica sobre morte” ao afirmar: “o amor deixa muito a desejar”. Ataulfo
os fatos noticiados ou as posições implícitas ou assumidas. Alves dizia: “eu era feliz e não sabia”.
Frase que se pode atualizar: eu era amado e não sabia. Por-
Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_20dez_

3
que nem todos sabem reconhecer quando são amados. Flores

-7
site.pdf. Acesso em: 19 fev. 2018.
despencam em arco-íris sobre sua cama, um banquete real

86
Considerando a habilidade descrita pela BNCC, o estudan- está sendo servido e, sonolento, olha noutra direção.
.6
te deve ser levado a perceber que a manchete publicada pelo Sei que vocês vão me repreender, dizendo: deveria ter nos
34

jornal O Globo, em 29/1/2009 – “Lula amplia Bolsa Família um apresentado o personagem, também o queríamos conhecer,
.5

dia após cortar orçamento” – traz o ponto de vista do jornal repartir tal acontecimento. E é justa a reprimenda. Porque
94

sobre o fato noticiado. Esse ponto de vista se evidencia: quando alguém está amando, já nos contamina de jasmins.
-0

I. Pelo uso do verbo “ampliar”, no lugar de “aumentar”, que Temos vontade de dizer, vendo-o passar - ame por mim, já que
não pode se deter para me amar a mim. Exatamente como se
s

seria mais neutro;


tin

diz a alguém que está indo à Europa: por favor, na Itália, coma
II. Pelo uso da forma “Lula”, no lugar de “presidente do Brasil”, e beba por mim.
ar

que indicaria respeito;


Ver uma pessoa amando é como ler um romance de amor.
M

III. Pela inserção de informação temporal, que não é central à É como ver um filme de amor. Também se ama por contami-
ra

natureza do fato relatado. nação na tela do instante. A estória é de outro, mas passa das
ei

Tendo em vista o exposto acima: páginas e telas para a gente.


liv

a) apenas I e III são pertinentes. Todo jardineiro é jardineiro porque não pode ser flor.
O

b) apenas I é pertinente. Reconhece-se a 50m um desamado, o carente. Mas reco-


de

c) apenas II é pertinente. nhece-se a 100m o bem-amado. Lá vem ele: sua luz nos chega
a

antes de suas roupas e pele.


an

d) apenas III é pertinente.


Sim, batem nas dobras de seu ser. Pássaros pousam em seus
Lu

e) I, II e III não são pertinentes. ombros e frases. Flores estão colorindo o chão em que pisou.
O que ama é um disseminador.
Tocar nele é colher virtudes.
226. (FUMARC – 2018)
O bem-amado dá a impressão de inesgotável. E é o contrá-
O HOMEM QUE CONHECEU O AMOR rio de Átila: por onde passa renascem cidades.
Affonso Romano de Sant’Anna O bem-amado é uma usina de luz. Tão necessário à comu-
nidade, que deveria ser declarado um bem de utilidade pública.
Do alto de seus oitenta anos, me disse: “na verdade, fui
muito amado.” E dizia isto com tal plenitude como quem dis- Disponível em: https://books.google.com.br/books?
id=A7NcBAAAQBAJ&pg=PT116&lpg=PT116&dq=o+homem+que+conheceu+
sesse: sempre me trouxeram flores, sempre comi ostras à o+amor+cronica&source Acesso em: 06 ago. 2018.
beira-mar.
Não havia arrogância em sua frase, mas algo entre a humil- O propósito do texto é
dade e a petulância sagrada. Parecia um pintor, que, olhando o a) apresentar quem realmente foi amado.
quadro terminado, assina seu nome embaixo. Havia um certo
b) demonstrar a importância de ser amado.
fastio em suas palavras e gestos. Se retirava de um banquete
satisfeito. Parecia pronto para morrer, já que sempre estivera c) mostrar que se deve amar.
86 pronto para amar. d) refletir sobre o que é o amor.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
227. (FUMARC – 2018) Ao afirmar que dizia isto com tal plenitu- O propósito do texto é, EXCETO:

LÍNGUA PORTUGUESA
de como quem dissesse: sempre me trouxeram flores, sempre a) Apresentar como a rede social propicia a evolução da Lín-
comi ostras à beira-mar, o locutor do texto nos faz entender que gua Portuguesa, criando novas palavras.
o velho senhor
b) Constatar a necessidade de se conversar por meio da voz
a) apreciava receber flores e comer ostras. para que esta não vire um item fora de moda.
b) experimentou tudo que há para comer. c) Demonstrar a falta de civilidade dos habitantes das grandes
c) foi extremamente feliz, pois soube viver os melhores cidades.
momentos.
d) Mostrar o que está se tornando ultrapassado em relação à
d) teve noção do que deve fazer para viver a vida com prazer. Língua Portuguesa.

228. (FUMARC – 2018) 229. (FUMARC – 2018) Todos os sentimentos abaixo estão pre-
DÉMODÉ* sentes no texto, EXCETO:
Mário Viana a) Conformismo.
b) Desconfiança.
Na próxima faxina, vai ser preciso empurrar para o fundo
do armário os barquinhos de maionese, os picles espetados c) Insatisfação.
no repolho e as taças de coquetel de camarão. Com jeitinho, d) Saudosismo.
também cabem o bilboquê e o ioiô que apitava. É necessário
espaço para acomodar tudo aquilo que sai de moda. Por exem-
plo: as expressões “com licença”, “por favor” e “obrigado” estão,
230. (FUMARC – 2018) TEXTO I
todas, caindo no mais completo desuso, feito uma calça de Ter-
gal ou uma camisa Volta ao Mundo. O discurso relatado em depoimentos da justiça
Atualmente, gentileza só gera gentileza em fotinho de rede Evocar ou reproduzir os enunciados emitidos por outros é
social. Na real, o que vale de verdade é a versão urbana da comum na nossa fala cotidiana. Nos depoimentos prestados
lei da selva. Incontáveis vezes, sou pego de surpresa na sala na justiça brasileira, isso também acontece, pois, de acordo
do cinema ou do teatro por uma pessoa plantada de pé, ao com a bibliografia jurídica, a testemunha depõe sobre suas
meu lado, esperando que eu abra caminho para sua passa- percepções sensoriais a respeito dos fatos, o que inclui as falas
gem. Eu cedo e ela passa, sem emitir um som. Faz sentido: se pronunciadas diante dela ou as que chegaram ao seu conheci-
não pede licença, a criatura não sabe agradecer. Nos ônibus mento por meio de outras pessoas. A citação da fala do outro
e metrôs também há o bônus da mochila, cada vez maior e ocupa, portanto, um lugar de destaque nos depoimentos, uma
mais pesada. Deduzo que todas elas são recheadas de livros, vez que somente por meio dela pode-se reconstruir alguns
cadernos, pares de tênis, roupa de frio, marmita, duas melan- fatos.
cias, um bote inflável (nunca se sabe quando a chuva vem) e,
Logo, o discurso citado aparece nos depoimentos como
desconfio ainda, o corpo embalsamado do bicho de estimação.
recurso empregado pela testemunha para incluir ou para

3
Só isso explica a corcova sólida e intransponível que bloqueia

-7
compor informações. Entretanto, ele aparece também como
corredores a qualquer hora do dia ou da noite. Nem adianta

86
mecanismo utilizado pelo agente da justiça (juiz, delegado
apelar para a antiga fórmula do “com licença”. Ela perdeu o .6
ou escrivão) para realizar o assentamento escrito da fala da
significado.
34
testemunha.
Outro item fadado à vala comum dos esquecidos é a letra
.5

R, usada no final de algumas palavras para significar o infinitivo Embora a oralidade seja um dos princípios do processo
94

de um verbo. Fazer, beijar, gostar, perder, seguir — você sabe penal, os depoimentos orais são reduzidos a termo pelo escri-
-0

que são verbos justamente por causa da última letra. Pois não vão ou consignados pelo juiz, passando a fazer parte do pro-
cesso, sob uma formalização escrita. Essa passagem do oral
s

é que as redes sociais, mancomunadas com a baixa qualidade


tin

do ensino, estão aniquilando a função do R? No Twitter, é um para o escrito contribui para o caráter polifônico e controverti-
do da prova testemunhal, pois é responsável por uma série de
ar

verdadeiro festival de “vou faze bolo pq o Zé vem me visita”.


interferências dos agentes da justiça na elaboração dos textos
M

Para decifrar alguns posts — marcados também pela abso-


escritos, causando um remanejamento de estruturas e de pon-
ra

luta ausência de vírgulas, acentos e pontos —, é preciso anos


tos de vista em relação à voz original. [...]
ei

de estágio nos livros de José Saramago e Valter Hugo Mãe.


liv

Apegar-se à ortografia tradicional é perda de tempo e bei- Fonte: ROMUALDO, Edson C. O discurso relatado em depoimentos da
ra a caretice reclamar. Uma vez, corrigi alguém no Twitter e justiça: formas e funções. Acta Scientiarum. Human and Social Sciences.
O

Maringá, v. 25, n. 2, p. 233-240, 2003.


fui espinafrado até a última geração. “O Twitter é meu e eu
de

escrevo do jeito que quise” — sem o R, claro. Não se trata de


No Texto 1, o autor defende uma ideia e expõe seu ponto de vis-
a

ataque nostálgico. O tempo dos objetos passa, a língua tem lá


an

ta, apresentando argumentos para fundamentá-lo.


sua dinâmica e até mesmo as fórmulas de etiqueta mudam
Lu

conforme o tempo ou o lugar — até hoje, os chineses arrotam Sobre a argumentação do autor do Texto 1, é INCORRETO
para mostrar que gostaram da refeição. Mas prefiro acreditar afirmar:
que um pouco de gentileza sem pedantismo nunca vai fazer a) Argumenta sobre a importância da documentação escrita
mal a ninguém. como o princípio do processo penal.
Escrever certo deveria ser princípio fundamental para b) Alerta para os cuidados com o registro da citação de fala nos
quem gosta de se comunicar. Ironicamente, nunca se escre- depoimentos.
veu tanto no mundo: nas ruas, salas de espera, ônibus, em
c) Defende a importância do discurso relatado para os proce-
qualquer lugar, há sempre alguém mandando um torpedo
dimentos da justiça.
no seu smartphone do último tipo. Às vezes, chego ao fim do
dia exausto de ter “conversado” com gente do mundo inteiro. d) Demonstra o comprometimento da passagem do discurso
Espantado, eu me dou conta de não ter aberto a boca. Foi tudo oral para o discurso escrito.
por escrito — e-mail, post, Twitter, torpedo. Se isso acontecer
com você, faça como eu: cante alto, solte um palavrão, fale
qualquer coisa sem sentido, principalmente se estiver sozinho
231. (FUMARC – 2018)
em casa. Apenas ouça o som que sai da sua garganta. Impeça
que sua voz, feia ou bonita, vire um item fora de moda. Medos à beira do abismo
Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cultura-lazer/cronica-demode- “De que a senhora tem medo?”, foi a pergunta bastante ori-
mario-viana/ Acesso em: 13 set. 2018. *Démodé: fora de moda ginal numa dessas entrevistas recentes. 87
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Pensei e disse: morro de medo de muita coisa, mas acho a) afirmar que uma tragédia familiar pode nos tornar
que, com o tempo, passei a ser mais corajosa (e achei, eu mes- corajosos.
ma, graça do que dizia). Principalmente, medo de qualquer mal b) apresentar os tipos de medos que nos afligem.
que possa acontecer a pessoas que eu amo. Acidente, assalto,
c) comentar como nos tornamos suscetíveis aos perigos do
doença. Sei o que é sentir-se impotente quando algo gravíssi-
dia a dia.
mo acontece com alguma delas. No fundo mais fundo da men-
te, vem a indagação insensata e tola, mas pungente: como não d) demonstrar que todos temos medos, apenas os disfarçamos.
pude proteger meu filho adulto de uma morte súbita no mar
que ele amava?
Disfarçamos nossos tantos medos. Fingimos ser superio- 233. (FUMARC – 2018) Percebe-se a interlocução entre o locutor
res, batendo grandes papos sobre dinheiro, futebol, sacana- e os locutários, EXCETO em:
gem, política, ninguém levando porrada – como diria Fernando, a) “A gente se lamenta, dá palpites e entrevistas, organiza
o Pessoa. Empregamos palavras grandiosas, até solenes, que seminários”.
usamos como tapa-olhos ou máscaras para que a verdade não
b) “Disfarçamos nossos tantos medos”.
nos cuspa na cara, e nos defendemos do rumor que nos amea-
ça botando fones de ouvido enquanto caminhamos na esteira, c) “Há quem me deteste por essas afirmações, dizendo que
para ficarmos em forma. sou moralista, radical”.
Mas, individualmente, temos medo e solidão; como país, d) “Mas, individualmente, temos medo e solidão; como país,
presenciamos escândalos nunca antes vistos. A violência é coti- presenciamos escândalos nunca antes vistos”.
diana, o narcotráfico nos ameaça, mais pessoas foram assas-
sinadas por aqui do que nas guerras ao redor do mundo nos
últimos anos. Andamos encolhidos dentro de casa. Estão cada 234. (FUMARC – 2018)
vez mais altos os muros do medo e do silêncio
SEJA GENTIL
A gente se lamenta, dá palpites e entrevistas, organiza
Lya Luft
seminários. Resultado? Parece que nenhum. Eleições? Melhor
não saber. Mas sou da tribo (não tão pequena) dos que não
De volta ao Brasil para votar, depois de muito necessárias
se conformam. Não acredito em revolução a não ser pessoal. férias, que há séculos não tirávamos, entrei num turbilhão que,
Em algumas coisas, sou antipaticamente individualista. Quan- de longe, mesmo com internet, não me parecia tão nocivo. Mas
do reuniões, comissões, projetos e planos não resolvem – é o foi pior do que eu pensava: raiva, ódio, insultos, calúnias, into-
mais comum –, pode-se tentar o mais simples. Às vezes, ser lerância absoluta, mentiras, dissolução de laços bem bonitos e
simples é original: começar pela gente mesmo. Em casa. Com dignos entre amigos e família – por causa da política. Dos políti-
as drogas, por exemplo, por que não? cos. De nós mesmos, que nos tornamos raivosos, intolerantes,
Cada vez que, seja por trágica dependência, seja por aquilo capazes das mais loucas afirmações. Expressamos nessa bata-
que minha velha mãe chamava “fazer-se de interessante”, um lha muito de nossas mágoas e frustrações.
de nós consome uma droga qualquer (mesmo o cigarrinho de Mas, inesperadamente, no Face, encontro uma imagem lin-
maconha dividido com a turma), está botando no cano de uma

3
da, comovente, quase irreal neste mundo que anda pra lá de

-7
arma a bala – perdida ou não – que vai matar uma criança, uma besta: uma camiseta, um elefante (meu bicho preferido), com

86
mãe de família, um trabalhador. Nosso filho, quem sabe flores atrás de uma orelha, óculos coloridos, e a legenda (estou
Disfarçamos nossos tantos medos. Fingimos ser superio-
.6
traduzindo): “NUM MUNDO EM QUE VOCÊ PODE SER QUAL-
34
res, batendo grandes papos sobre dinheiro, futebol, sacana- QUER COISA, SEJA GENTIL”. Ou, se quiserem, seja bondoso.
.5

gem, política. Tolerante. Humano.


94

Há quem me deteste por essas afirmações, dizendo que A violência desde sempre me assusta: não precisa ser
-0

sou moralista, radical. Não sou. Apenas observo, acompanho, a física, de um tapa, um empurrão, uma voz alterada, mas a
muito drama desnecessário, talvez evitável – mas a gente pre- emocional, da acusação injusta, da invencionice maligna, da
s
tin

feria ignorar o abismo. Há muitos anos, visitei várias vezes uma desconsideração com humanidade, cortesia, e democracia –
ah, a palavra tão usada, mal usada, abusada.
ar

famosa clínica de reabilitação em São Paulo. Alguém muito


M

querido de amigos meus estava lá internado, e voltava com Os que a defendem são muitas vezes os mais intoleran-
frequência. O que vi, senti, me disseram e eu mesma presen- tes, arrogantes e ignorantes que não conhecem nem medem o
ra

ciei nunca vai me deixar. peso das palavras (dizia meu pai, “o pior burro é o burro falan-
ei

te”): correto é só o que eu penso, bom é só o que eu faço, o


liv

Num jantar, há muitos anos, um conhecido desabafou com


resto é tudo bandido, fascista, maldoso, ignorante, explorador
O

grande culpa que costumava fazer-se de pai amigão fumando


maconha com os filhos adolescentes, para estar mais próximo de pobres e desvalidos, pisa em cima da cultura, despreza a
de

deles. Um dos meninos sofreu gravíssimos problemas de adic- saúde etc, etc, etc. (Poderia ser uma linha inteira de etcs.)
a

ção pelo resto da vida, morreu de overdose e nem todo o amor Basta refletir um pouco, abrir olhos e orelhas, ver que esta-
an

dos pais, dos irmãos, ajudou em nada mos numa situação limite. Este pobre país nunca esteve tão por
Lu

Sim, a vida pode ser muito cruel. Nas tragédias familiares, baixo, com tantos miseráveis, doentes não atendidos, podri-
dão em vez de saneamento (sem falar na podridão moral), des-
só há vítimas, embora alguns devam ser mais responsáveis
respeito, precariedade em vez de infraestrutura, cultura muito
do que outros. Não tem graça nenhuma brincar na beira do
esquisita, e a maioria sem saber o que pensar. Ou começando
abismo.
a pensar, o que é bom. Pois andam acontecendo mudanças no
Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/lya-luft/ país, e há quem comece a respirar: será mesmo, será?
noticia/2018/09/medos-abeira- do-abismo-cjmmrnsma00w301pilpj8qa05.
html Acesso em 11 nov. 2018 Então resolvi hoje falar dessa camiseta, desse elefantinho,
dessa gentileza que deveria ser o habitual, e acho que não é.
Sobre o título do texto, é correto afirmar, EXCETO que Na maioria das vezes, em família, amigos, trabalho, não acon-
tece muito e, quando ocorre, até nos admiramos: olha só, que
a) faz referência à ideia que encerra o texto.
cara educado, bondoso, camarada. A gente se sente bem com
b) faz uso da palavra abismo em sentido conotativo. ele, e não é artificial, nem imposto. O beijo de bom-dia em
c) introduz o assunto que será desenvolvido ao longo do texto. casa, alguma indagação sobre como foi a noite, ou a festa, ou
d) traz a ideia de meio ambiente. como poderá ser a prova na escola, o novo amigo, ou o ombro
que ontem doía tanto. Pequenas, miúdas coisas que fazem a
vida, uma vida boa, uma vida humana como deveria ser: pau-
sas para respirar, para se olhar, para escutar... para reencon-
88 232. (FUMARC – 2018) O propósito do texto é, EXCETO: trar com prazer.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Claro que a vida não é esse mar de rosas e risos. Mas pode Temos de ser chiques, e, como sempre escrevo, estar em

LÍNGUA PORTUGUESA
ser, muito mais vezes do que tem sido. Podemos tentar viver todas as festas, restaurantes, resorts, teatros, exposições,
e conviver, e votar, e torcer, e trabalhar, estudar, viajar, comer, conhecer os vinhos, curtir a vida? Não temos, pois isso exige
dormir, sem o incrível estresse da raiva, do xingamento, do tempo, dinheiro, gosto e disposição. Teríamos de ler bons
insulto, e dos maus desejos e da desinformação fatal. livros, sim, observar o mundo, aprender com ele, ser boa gente
Viva o elefantinho que nos propõe: neste vasto mundo em também.
que você pode fazer tantas coisas, seja bondoso, seja gentil. Temos, sobretudo, de ser deixados em paz. Temos de ser
Be kind. amorosos, leais no amor e na amizade, honrados na vida e no
Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/lya-luft/
trabalho, e, por mais simples que ele seja, sentir orgulho dele.
noticia/2018/10/seja-gentil- cjn6v2p4a04so01pi6ynu3w4v.html Acesso em Basta imaginar o que seriam a rua, a cidade, o mundo, sem
11 nov. 2018 garis, por exemplo. Sem técnicos em eletricidade, sem enca-
nadores (também os chamam bombeiros), sem os próprios
Todos os sentimentos estão presentes no texto, EXCETO: bombeiros, policiais, agricultores, motoristas, caminhoneiros,
a) dúvida. domésticas, enfermeiras e o resto. Empresários incluídos, pois,
sem eles, cadê trabalho?
b) otimismo.
Então, quem sabe a gente se protege um pouco dessa
c) solidariedade.
pressão do “temos de” e procura fazer da melhor forma possí-
d) tristeza. vel o que é possível. Antes de tudo, um lembrete: cada um do
seu jeito, neste mundo complicado e vida-dura, temos de ten-
tar ser felizes. Isso não é inato: se tenta, se conquista, quando
235. (FUMARC – 2018) Todas as seguintes técnicas, com as fina- dá. Boa sorte!
lidades indicadas, são usadas pelo autor na estruturação se seu Disponível em http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/colunistas/lya-luft/
texto, EXCETO: noticia/2017/06/nao-temos-de-9807278.html Acesso em 11 jul. 2017

a) Exemplificação, para ilustrar a gentileza que deveria ser


Ao usar “Temos de”, ao longo do texto, a locutora tem a intenção
habitual e que não é.
de, EXCETO:
b) Contraste, em algumas partes, para realçar as diferenças
a) apresentar como estamos sujeitos à opinião dos outros.
entre os que se destacam por ser gentis e os demais.
b) demonstrar a obrigação que temos de seguir determinados
c) Comparação, para demonstrar como seria a vida com mais
valores.
gentileza.
c) discordar de todos os conceitos pré-estabelecidos.
d) Citações, para tornar o texto mais próximo da realidade.
d) revelar a importância de se observar o valor que certas
palavras têm.

236. (FUMARC – 2017)


Não “temos de”
237. (FUMARC – 2017) Ao afirmar que estamos vivendo num

3
Lia Luft mundo de bastante mentira, a autora quis dizer, EXCETO que

-7
a) buscar a felicidade é o essencial, mas é importante observar

86
Vivemos sob o império do “ter de”. Portanto, vivemos num
a que custo isso se dá. .6
mundo de bastante mentira. Democracia? Meia mentira. Pois a
b) devemos fazer nossas próprias escolhas, e não viver uma
34
desigualdade é enorme, não temos os mesmos direitos, temos
quase uma ditadura da ilusão dos que ainda acreditam. Liberda- realidade que nos é imposta pela sociedade.
.5

de de escolha profissional? Temos de ter um trabalho bom, que


94

c) estamos nos sujeitando a ideais que não são os melhores,


dê prazer, que pague dignamente (a maioria quer salário de chefe mas que nos influenciam positivamente.
-0

no primeiro dia), que permita grandes realizações e muitos sonhos d) precisamos perceber o que é possível de se realizar e o que
s

concretizados? “Teríamos”. No máximo, temos de conseguir algo é fantasia, para podermos ser deixados em paz.
tin

decente, que nos permita uma vida mais ou menos digna.


ar

Temos de ter uma vida sexual de novela? Não temos nem


M

podemos. Primeiro, a maior parte é fantasia, pois a vida cotidia-


238. (FUMARC – 2017) TEXTO
ra

na requer, com o tempo, muito mais carinho e cuidados do que


ei

paixão selvagem. Além disso, somos uma geração altamente PNEU FURADO
liv

medicada, e atenção: muitos remédios botam a libido de castigo. O carro estava encostado no meio-fio, com um pneu fura-
O

Temos de ter diploma superior, depois mestrado, possivel- do. De pé ao lado do carro, olhando desconsoladamente para
de

mente doutorado e no Exterior? Não temos de... Pois muitas o pneu, uma moça muito bonitinha.
vezes um bom técnico ganha mais, e trabalha com mais gos- Tão bonitinha que atrás parou outro carro e dele desceu
a

to, do que um doutor com méritos e louvações. Temos de nos


an

um homem dizendo “Pode deixar”. Ele trocaria o pneu.


casar? Nem sempre: parece que o casamento à moda antiga,
Lu

embora digam que está retornando, cumpre seu papel uma vez, - Você tem macaco? - perguntou o homem.
depois com bastante facilidade vivemos juntos, às vezes até bem - Não - respondeu a moça.
felizes, sem mais do que um contrato de união estável se temos - Tudo bem, eu tenho - disse o homem
juízo. E a questão de gênero está muito mais humanizada.
- Você tem estepe?
Temos de ter filho: por favor, só tenham filhos os que de
- Não - disse a moça.
verdade querem filhos, crianças, adolescentes, jovens, adultos,
e mesmo adultos barbados, para amar, cuidar, estimular, pro- - Vamos usar o meu - disse o homem.
ver e ajudar a crescer, e depois deixar voar sem abandonar E pôs-se a trabalhar, trocando o pneu, sob o olhar da moça.
nem se lamentar. Mais mulheres começam a não querer ter Terminou no momento em que chegava o ônibus que a
filho – e não devem. Maternidade não pode mais ser obriga- moça estava esperando. Ele ficou ali, suando, de boca aberta,
ção do tempo em que, sem pílula, as mulheres muitas vezes vendo o ônibus se afastar.
pariam a cada dois anos, regularmente, e aos cinquenta, velhas
e exaustas, tinham doze filhos. Bonito, sim. Sempre desejei Dali a pouco chegou o dono do carro.
muitos irmãos e um bando de filhos (consegui ter três), mas - Puxa, você trocou o pneu pra mim. Muito obrigado.
ter um que seja requer uma disposição emocional, afetiva, que - É. Eu... Eu não posso ver pneu furado. Tenho que trocar.
não é sempre inata. Então, protejam-se as mulheres e os filhos
não nascidos de uma relação que poderia ser mais complicada - Coisa estranha. - É uma compulsão. Sei lá.
do que a maternidade já pode ser. (VERÍSSIMO, Luís Fernando. Pai não entende nada. L&PM, 1991). 89
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Após a leitura do texto, as seguintes constatações podem ser Simplesmente queria saber: por que não posso voltar aos
feitas, EXCETO: bons tempos em que podia usar um programa simples? Ape-
a) A desculpa usada pelo homem que trocou o pneu foi tão nas adequado a minha principal atividade, que é escrever? Por
absurda que o dono do carro achou estranho. que tenho de me tornar um expert em computador? Ixi, não
posso continuar. Um aviso que meu antivírus está expirando
b) A moça deixou o homem trocar o pneu, porque percebeu as
insiste em piscar na minha tela. Fecho. Ele volta. Fecho. Ele vol-
intenções dele, e não porque estava desconsolada.
ta. Socorro!
c) O dono do carro ficou surpreso de o homem não perceber
Disponível em: http://epoca.globo.com/sociedade/walcyr-carrasco/
que o carro lhe pertencia, e não à moça.
noticia/2017/06/ saga-das-correcoes-e-atualizacoes-automaticas.html Acesso
d) O final surpreende o leitor, quando a moça entra no ônibus em: 30 set. 2017(Adaptado).
e vai embora, deixando o homem de boca aberta.
O propósito do texto é
a) analisar a interferência dos aparelhos eletrônicos na vida
239. (FUMARC – 2017) No trecho: das pessoas.

“- Coisa estranha. b) apresentar as desvantagens do uso do celular.


- É uma compulsão. Sei lá.”, quem diz “- Coisa estranha” é c) demonstrar como os computadores são imprevisíveis.
a) a moça. d) mostrar como a tecnologia pode também atrapalhar.
b) o dono do carro.
c) o motorista do ônibus.
241. (FUMARC – 2017) O autor se queixa de humilhação, porque
d) o rapaz que trocou o pneu.
a) a correção automática do celular faz com que ele passe
vergonha.
b) a criança de quatro anos consegue resolver tudo no celular
240. (FUMARC – 2017)
e ele não.
A saga das correções e atualizações automáticas
c) a maioria dos problemas que enfrenta são devido à atuali-
De todos os meus conhecidos, fui o primeiro a ter com- zação automática.
putador pessoal. Quando todo mundo ainda usava máquina
d) as crianças sofrem atualização e ele não.
de escrever. Passava horas decifrando programas, via mapas
astrais, ouvia música, lia livros que só existem na internet.
Escrevi minhas primeiras novelas nos primeiros computado-
res lançados no país, máquinas horrendas e lentas. Céus, sou 242. (FUMARC – 2017) Todos os sentimentos abaixo estão pre-
do tempo do Orkut! Mas os programas mudaram. Atualizações sentes no texto, EXCETO:
e mais atualizações. Perdi o pé. Até em sites de compras me
a) Chateação.
confundo. A Amazon brasileira, por exemplo. É tanta vontade
deles de vender livro virtual que não consigo achar os físicos. b) Ironia.

3
Não sei mais baixar músicas. Não encontro música nenhuma. c) Irritação.

-7
Depois de muitas atualizações, as bibliotecas virtuais torna-

86
d) Veracidade.
ram-se atividade para iniciados. .6
34
Mas nem tudo está perdido.
.5

Outro dia estava confuso no celular. Minha secretária do 243. (FUMARC – 2017)
94

lar ofereceu ajuda. Explicou.


Fotos no celular? Socorro!
-0

– Meu filhinho de 4 anos acha tudo!


Walcyr Carrasco
Humilhação. O fato é que os mais novinhos também passa-
s
tin

ram por alguma atualização, que ainda não entendi.


Lançamento de novela. Festa. Imprensa. Emoção. Minha
ar

Quem não odeia correção automática de texto em celular? obra! Um garçom, alguns metros à frente, passa com uma
M

Quem? Quem? bandeja de água e refrigerantes. Morro de sede. Quero um


ra

É um horror. O corretor automático me trai. Aposto que refrigerante. Dou um passo. Uma jovem aproxima-se sorrindo,
ei

trai você também. Se digo que vou descansar, ele troca por celular na mão.
liv

desgastar, e de repente estou no meio de uma longa DR. Obje- – Posso fazer uma foto?
O

tivo: descobrir por que a relação está desgastada. Explico que


Sorrio de volta, expondo todos os meus dentes como um
foi o corretor. Quem acredita? Uma amiga escreve que vai
de

jacaré. Ela clica.


na TV. Explico que não estarei lá, trabalho em casa. Após um
a

diálogo confuso, ela descobre que o corretor trocou “vi” por – Ah, desculpa, não saiu boa. Vou fazer outra.
an

“vou”. Ela apenas viu um programa na TV e queria me indicar. Já proprietária de mim, afasta-me uns metros para uma
Lu

Mas eu já fui grosso dizendo que não estaria lá. E ela entendeu posição melhor. Clica de novo. Termina. O garçom na direção
que não me interessei pela dica que ela queria passar. Outro contrária. Que sede. Alguém me puxa. Celular na mão. Sor-
exemplo: Fui escrever “fala”. Mas botei um “l” a mais sem que- rio de novo. E de novo, de novo, de novo. Quando finalmen-
rer, “falla”. O corretor trocou por “Callado”, o dramaturgo, mas te alcanço o garçom, a Coca Zero que eu queria acabou. Vou
que lembra uma ordem impondo silêncio... quem leu, obvia- pedir para trazer uma, mas alguém me puxa para... uma foto!
mente, não gostou muito. Fiquei um tempo tentando me expli-
Já ouço alguém dizendo que é o ônus de ser famoso. Não é.
car. Agora pouco quis escrever “importar”. Esqueci do “r” e foi
Tente dar uma festa de aniversário. Você passará o tempo todo
“impotar”, ok. Mas o corretor tinha de trocar por “impotente”?
peregrinando de foto em foto com os convidados. Se quiser
Pronto, mais um amigo ofendidíssimo. O corretor automático
de celular deve ter sido criado por uma velha fuxiqueira cujo comer uma fatia de seu próprio bolo em paz, terá de se trancar
maior objetivo é provocar rixas entre usuários de mensagens. num armário. Quanto maior a festa, mais e mais fotos. Sempre
o mesmo mantra.
E correção em computador? Escrevo as falas de um perso-
nagem caipira. O corretor muda. Vou em cima, refaço. Nova – Deixa fazer mais uma para ficar boa...
correção. Depois, pontilhado vermelho embaixo de cada pala- E você estica os lábios de novo, para imortalizar aquele
vra considerada “errada”. Mas e se o personagem fala errado? momento de felicidade. Huuumm... bem... felicidade? Certa
Pronto, tiro as correções automáticas de texto. Acredite ou vez, viajei com um amigo. Como ele é alto e de braço comprido,
não, elas voltam, misteriosamente. Estão cravadas no interior entrou num rio e fez bem uns 40 selfies dele mesmo sorrindo.
90 do programa. Eu me debato. Quase choro. O sorriso só sumiu quando o celular mergulhou no rio.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Acredito que a maioria, hoje, prefere fotografar a desfru- Numa entrevista ao Drauzio Varella, falou sobre sua pes-

LÍNGUA PORTUGUESA
tar uma viagem. No exterior, registram monumentos, fazem quisa com ratos e macacos, em laboratório. Quando se coloca
selfies em frente a paisagens. Mas será que realmente veem a um animal sozinho numa jaula, capaz de acionar uma alavanca
paisagem? Houve um tempo em que se fazia piada dos turistas e receber uma dose de cocaína ou meta-anfetamina na veia, o
japoneses. Todos passavam a viagem no clique, clique. A pia- bicho acionará a alavanca até morrer. Quando, porém, há mais
da acabou, o clique, clique se tornou mundial. O que acontece estímulos na jaula, além da alavanca, como um outro animal
com o resultado de tanta atividade fotográfica? sexualmente ativo, uma rodinha (no caso dos ratos) ou doces,
Nada. as cobaias sobrevivem.
Houve a época dos slides. Para mostrar, era preciso um Extrapolando seus insights para humanos, o que Hart pre-
projetor. Quando um amigo incauto visitava, era obrigado a ga é que não adianta combater o vício sem apresentar alter-
assistir. Um tédio enquanto se viam os pombinhos na praia, na nativas à droga. A cracolândia, ele insistiu em entrevistas e
montanha, posando com esquis velhos. Era obrigatório gostar. palestras, por aqui, não pode ser pensada pela perspectiva do
Mas essencial medir as palavras. vício sem ser pensada antes pela perspectiva da miséria.
– Bonito aquele hotel que vocês ficaram. Imagine que você é um mendigo viciado em crack. Seus
– Gostou? Mostro de novo! pertences são uma calça esfarrapada, uma camiseta imunda,
um par de Havaianas, um isqueiro. Você se lembra vagamen-
Agora, na época fluida do registro eletrônico, nem existe
te de ter tido metade de um pente, num passado não muito
mais visita para ver slides. As pessoas publicam fotos e vídeos
distante, mas não sabe onde foi parar. Sua existência se resu-
nas redes sociais o tempo todo. Querem que o universo con-
me a pedir dinheiro no farol e a fumar crack. Nos minutos que
temple um café espresso. Se querem mostrar algo, pessoal-
duram a viagem, você se esquece de tudo. O resto do tempo
mente, deslizam as imagens pelo celular, uma atrás da outra.
é o inferno.
Contemplo meu próprio aparelho. A memória carregada
Um belo dia você decide parar com o crack. Você luta, faz
de fotos. Tornou-se falta de educação não registrar certos
momentos. Amigo clica, clico de volta. Como se retribuísse. O um esforço sobre-humano e depois de meses está curado.
que vou fazer com tudo isso, apagar? Minha mãe deixou-me Você deita sob uma marquise na rua Helvétia, apoia a cabeça
um álbum de fotografias. Às vezes, folheio, vejo minhas fotos num paralelepípedo, dá um gole numa poça d’água e pensa:
de menino, parentes. Quando as vejo, compartilho aqueles agora eu sou um mendigo saudável! Pensa no futuro. Posso
momentos bons, específicos. Sinto uma emoção. Quero fazer arrumar um trapo para limpar os vidros dos carros, no farol.
como minha mãe, preservar imagens. Quem sabe, vender Suflair? Se me esforçar bastante, consigo
um carrinho e um cachorro, virarei catador. Talvez você seja
Corajosamente, falo com meu assistente, Felippe.
uma pessoa mais solar do que eu, mas devo admitir que, se
– Quero imprimir as fotos do meu celular. estivesse naquela situação, escolheria o crack. Ficaria na minha
– Ninguém mais faz isso – revolta-se ele. jaula acionando a alavanca até morrer.
– Se existe serviço de impressão, é porque fazem. É verdade que muitas das pessoas que estão na cracolân-
Assim, neste exato momento, seleciono as fotos que vou dia chegaram à mendicância por causa da droga, mas não
imprimir. Depois, o que farei com elas? Talvez um velhinho vieram de muito longe. A maioria, segundo censo da prefeitu-
numa lojinha centenária encontre um álbum de fotografias ra, não completou o ensino fundamental. São pobres, negros
e pardos. Quando aparece alguém de fora desse estrato é

3
cheio de poeira. E me venda. Se é que ainda existirão velhinhos

-7
e lojas centenárias. Colarei as fotos nas páginas, revivendo em um espanto, como foi a suspeita de que o irmão da Suzane

86
cada uma a emoção. É coisa antiga, sei. Mas não quero aban- Richthofen era viciado. Claro que parte da comoção com a notí-
donar momentos tão bons, família e amigos tão queridos, em cia tem a ver com a tragédia daquele garoto. Mas uma parte do
.6
34
algum velho celular descarregado. susto é: meu Deus, um loiro na cracolândia! Um descendente
de alemães! Que estudou em escola particular!
.5

Disponível em: http://epoca.globo.com/sociedade/walcyr-carrasco/noticia/


94

2017/08/fotos-no-celular-socorro.html Acesso em: 30 set. 2017 (Adaptado). Quantas pessoas do seu círculo consomem álcool regular-
mente? E maconha? Aposto que você conhece pessoas profis-
-0

O assunto do texto é sionalmente ativas e bem-sucedidas que consomem cocaína.


s

E crack? Quantos viciados em crack há na sua família, na sua


tin

a) a vontade de revelar as fotos antigas.


turma de escola, dormindo no chão, na praça Princesa Isabel?
b) a vontade de tirar fotos.
ar

Princesa Isabel, veja só.


M

c) o excesso de fotos tiradas pelo celular.


Em 2015, Carl Hart, negro, com dreads, foi barrado na
ra

d) o excesso de pessoas querendo tirar fotos. entrada de um hotel, em São Paulo. Questionado a respeito,
ei

disse não entender por que as pessoas estavam tão chocadas


liv

por ele ter sido barrado no hotel, mas não se chocavam com
O

244. (FUMARC – 2017) Todas as constatações abaixo podem ser o fato de não haver um só negro no público de suas palestras.
de

feitas com base no texto, EXCETO: Infelizmente, entre nós, o choque mais comum diante da
desigualdade é a tropa.
a

a) Ao afirmar que se tornou falta de educação não registrar


an

certos momentos, o locutor do texto demonstra que tam- Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/2017/06/
Lu

bém registra os momentos. 1890076-quantos-amigos-seus-estao-na-cracolandia.shtml Acesso em: 30


set. 2017.
b) Ao comentar sobre o ônus de ser famoso, o locutor demons-
tra sua insatisfação ao tirar tantas fotos.
O propósito do texto é
c) Ao constatar que seu celular estava lotado de fotos, o locu-
a) chamar a atenção da sociedade para o problema do crack.
tor reforça a ideia de que as fotos são hoje essenciais.
b) chamar a atenção para o preconceito racial existente em
d) Ao revelar as fotos e colar em um álbum, o locutor demons-
nossa sociedade.
tra uma preocupação em não perder parte de sua história.
c) demonstrar que não adianta combater o vício sem apre-
sentar alternativas à droga.
d) demonstrar que o crack não é usado em classes sociais
245. (FUMARC – 2017)
mais altas.
Quantos amigos seus estão na cracolândia?
Antônio Prata

Carl Hart é psicólogo, psiquiatra e foi o primeiro negro a 246. (FUMARC – 2017) Sobre a constituição do texto, é correto
alcançar o posto de professor titular de neurociências na Uni- afirmar, EXCETO:
versidade de Columbia, em Nova York. Em 2015, Hart veio ao a) No primeiro parágrafo, o locutor do texto faz uma contex-
Brasil divulgar seus estudos sobre drogas e vício. tualização para introduzir o assunto do texto. 91
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
b) No segundo parágrafo, encontra-se a tese do texto, que será Trens de muitas toneladas cruzando o país abarrotados de
desenvolvida nos parágrafos seguintes. minério de ferro, soja, cimento e carvão foram sua segunda
c) No sexto parágrafo, o locutor apresenta perguntas, man- maior contribuição à humanidade. A primeira contribuição, a
tendo uma interlocução com o leitor. que fez de mim o morador mais importante da rua Briaxis, a
vila em que morávamos, com vizinhos tocando a campainha de
d) No terceiro e no quarto parágrafos, o locutor faz uma refe-
manhã, de tarde e de noite, trazendo amigos, primos e, invaria-
rência à vida dos mendigos para exemplificar a vida de um
velmente, uma bola embaixo do braço, era a trave de madeira
deles.
que meu avô fez e me deu no meu aniversário de oito anos.
A trave ficava no fundo da nossa garagem e era leve o sufi-
ciente para ser carregada por dois meninos até o meio da rua.
247. (FUMARC – 2017) Percebe-se o tom irônico do locutor do Sobre o carpete agreste de paralelepípedos travávamos pela-
texto em: das épicas que só não entravam pela madrugada porque as
a) “É verdade que muitas das pessoas que estão na cracolân- mães apareciam nas portas das casas e, uma a uma, inclemen-
dia chegaram à mendicância por causa da droga, mas não tes, iam nos convocando para o jantar. Minha mãe, jornalista,
vieram de muito longe”. estava sempre presa em fechamentos e não poucas vezes eu
era o último felizardo a sair. Ficava ali, batendo faltas contra
b) “Quando aparece alguém de fora desse estrato é um espan-
um gol vazio, me achando o Rivelino: no ângulo, no cantinho,
to, como foi a suspeita de que o irmão da Suzane Richthofen
rasteira, de bico, de peito, de trivela. Eu tinha oito anos e uma
era viciado”.
trave de gol, toda minha: duvido que a vida me permita experi-
c) “Quantos viciados em crack há na sua família, na sua tur- mentar, novamente, tal plenitude.
ma de escola, dormindo no chão, na praça Princesa Isabel?
Mais tarde, lá pelos onze, entrei numas de aquário e meu
Princesa Isabel, veja só”.
avô não me deixou na mão. Num sábado de manhã fomos jun-
d) “Um belo dia você decide parar com o crack. Você luta, faz tos a uma vidraçaria na rua Tabapuã, onde vi o funcionário cor-
um esforço sobre-humano e depois de meses está curado” tar o vidro com um bastãozinho de metal e ouvi, boquiaberto,
vovô Mário explicar que, na ponta do bastão, havia um pedaço
de diamante: “o material mais duro da Terra: indestrutível”.
248. (FUMARC – 2017) Percebe-se a interferência do locutor do Depois fomos a um serralheiro e, sem que eu entendesse por
texto, demonstrando a sua preocupação com a situação dos que, compramos metros de cantoneiras de alumínio. Bem,
mendigos, em: delicadeza não era o forte daquele engenheiro nascido antes
do crash de 1929; as cantoneiras foram usadas para reforçar
a) “Aposto que você conhece pessoas profissionalmente ativas todas as juntas, além da borda superior do aquário, que, com
e bem-sucedidas que consomem cocaína. E crack?” sua “torreifélica” estrutura, ganhou em resistência o que per-
b) “Talvez você seja uma pessoa mais solar do que eu, mas deu em visibilidade. Mas quem se importa em ver peixinhos
devo admitir que, se estivesse naquela situação, escolheria dourados quando se pode contar pros amigos, ao passar pela
o crack”. sala, como quem não quer nada: “fui eu que fiz, junto com o
c) “Você deita sob uma marquise na rua Helvétia, apoia a meu avô”?
cabeça num paralelepípedo, dá um gole numa poça d’água Aos treze comecei a andar de skate e a rampa só não ficou

3
-7
e pensa: agora eu sou um mendigo saudável!” pronta, pois foi embargada por minha mãe – até hoje não a

86
d) “Você se lembra vagamente de ter tido metade de um pen- perdoo por, na calada da noite, de forma antidemocrática, ter
te, num passado não muito distante, mas não sabe onde foi
.6
salvo a minha vida, ou, pelo menos, alguns ossos.
34
parar”. Ontem, quando a minha lista de “Mários” ficou ligeiramen-
.5

te (imensamente) menor, pensei na sorte que tive. Meu avô


94

era um sujeito duro que entrou no século 21 sem jamais ter


-0

abandonado o 19, um pai severo e, no entanto, foi capaz de


249. (FUMARC – 2017) Todas as extrapolações abaixo podem ser
me dar tanto carinho. Não me refiro a beijos, abraços, cafunés
s

feitas com base no texto, EXCETO:


tin

– acho que ele nunca me pegou no colo –, mas a esse cari-


a) Ao afirmar que infelizmente, entre nós, o choque mais nho antigo, pré baby-boomers, Beatles e Caetano, carinho de
ar

comum diante da desigualdade é a tropa, o locutor se refere homem feito com serras, martelos, pregos, parafusos, madeira
M

à tropa de choque da polícia. e cantoneiras de alumínio. Queria poder ter retribuído à altura,
ra

b) Ao citar o caso do irmão de Suzane Richthofen, o locutor mas infelizmente não soube, tão bem quanto ele, usar minhas
ei

demonstra seu desprezo pela situação em que o rapaz se ferramentas.


liv

envolveu. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/


O

c) Ao constatar que o resto do tempo em que o mendigo está antonioprata/2017/07/1897748-o-meu-avo.shtml Acesso em: 12 jul. 2017.
de

sem o crack é um inferno, o locutor deixa claro como é difí-


O objetivo do texto é
a

cil a vida de quem vive nas ruas.


an

d) Ao mencionar a pesquisa do psicológo Hart, o locutor teve a) contar as travessuras vividas pelo locutor do texto.
Lu

o objetivo de demonstrar como as situações se equivalem e b) narrar as aventuras dos vários Mários de uma família.
deveriam servir de exemplo. c) prestar uma homenagem ao Mário, avô do locutor do texto.
d) relembrar a infância do locutor do texto.

250. (FUMARC – 2017)


O meu avô 251. (FUMARC – 2017) Todos os sentimentos abaixo estão pre-
Mário Prata sentes no texto, EXCETO:
a) ironia.
Bem pequeno aprendi a enumerar a caudalosa linhagem
b) orgulho.
de Mários da minha família: “Tenho tataravô Mário, bisavô
Mário, avô Mário, pai Mário, tio Mário e primo Mário”. Se me c) satisfação.
perguntavam “Por que tanto Mário?” eu não sabia bem o que d) veracidade.
responder, era só uma dessas gracinhas que criança decora
pra fazer os adultos rirem: “Sei lá, acho que eles gostam de
Mário”. O Mário de quem eu mais gostava, depois do meu pai,
era o meu avô. Vovô Mário era engenheiro mecânico e nos 252. (FUMARC – 2017) São características do avô, EXCETO:
92 seus tempos áureos projetava locomotivas. a) carinhoso.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
b) companheiro. Ser gentil é reconhecer no desconhecido um outro seme-

LÍNGUA PORTUGUESA
c) indelicado. lhante a si mesmo, que talvez também esteja enfrentando suas
próprias lutas particulares e precise de ajuda. Quem nunca
d) severo.
passou pela situação de estar enfrentando um dia ruim e se
sentiu mais animado depois de um elogio gentil inesperado,
por exemplo?
253. (FUMARC – 2017) “Meu avô era um sujeito duro que entrou A gentileza é, portanto, apenas uma questão de opção: é
no século 21 sem jamais ter abandonado o 19, um pai severo uma atitude que adotamos e que pode fazer pequena mudan-
e, no entanto, foi capaz de me dar tanto carinho.” A MELHOR ça positiva na vida dos outros e ser também uma grande dife-
interpretação para o trecho é: rença na nossa.
a) A dureza de comportamento do avô era semelhante à de
Disponível em: http://blog.selecoes.com.br/o-incrivel-poder-da-gentileza/
seus antepassados, o que o atrapalhava no século 21. Acesso em: 13 jul. 2017.
b) Mesmo estando no século 21, o avô insistia em pensar no
século 19, tentando reviver o que não volta mais. O assunto do texto é:
c) Mesmo os anos tendo passado, o avô permaneceu com a a) a gentileza e a mudança na vida das pessoas.
cabeça voltada para o passado, sem evoluir. b) a importância da gentileza para o nosso bem-estar.
d) Os anos passaram, mas o avô não evoluiu, permaneceu com c) os estudos feitos com pessoas que têm menos possibilidade
os mesmos ideais aprendidos nos anos anteriores. de adoecer.
d) os estudos que provam a importância da gentileza.

254. (FUMARC – 2017) O que fez do locutor do texto o morador


mais importante da rua Briaxis foi
257. (FUMARC – 2017) Todas as informações abaixo podem ser
a) a amizade com os vizinhos que o procuravam todos os dias.
confirmadas no texto, EXCETO:
b) a mãe sempre ser a última a buscá-lo nas peladas.
a) Não importa com quem se pratica o ato bom, as pequenas
c) a necessidade de jogar bola com os amigos. atitudes nos tornam mais felizes e nos dão mais satisfação.
d) a trave de madeira que o avô havia feito para ele. b) Não importam os erros dos outros, a gentileza nos faz lidar
com estes com mais calma e tolerância.
c) Quando temos atitudes gentis, podemos provocar mudan-
255. (FUMARC – 2017) Todas as constatações abaixo podem ser ças positivas na vida dos outros.
feitas em relação ao texto, EXCETO: d) Quem ajuda os outros frequentemente não desenvol-
a) As lembranças do avô foram reavivadas quando um dos ve doenças crônicas e tem o sistema imunológico mais
membros da família veio a falecer. resistente.
b) As melhores diversões eram construídas em dupla, entre
neto e avô, e usadas para brincadeiras na rua.
c) Nem toda manifestação de carinho é feita de beijos e abra-

3
258. (FUMARC – 2017) De acordo com o professor Sam Bowles,

-7
ços. Há outras maneiras de se demonstrar afeto. do Instituto Santa Fé, nos Estados Unidos,

86
d) Nem todos os brinquedos feitos pelo avô ficaram perfeitos, a) a disposição para ajudar o próximo teria contribuído até
.6
o aquário não dava para ver claramente os peixes, mas o mesmo com o desenvolvimento da humanidade.
34
neto não se incomodava.
b) a gentileza é tão poderosa que até colaborou com o desen-
.5

volvimento das sociedades.


94

c) as pequenas atitudes de gentileza aumentam os níveis de


-0

256. (FUMARC – 2017)


satisfação pessoal.
s

O incrível poder da gentileza


d) as pessoas solidárias, que buscam ajudar o próximo, contri-
tin

Iana Faini buem para o bem-estar da humanidade.


ar
M

Atitudes cotidianas de carinho, respeito e atenção fazem


muita diferença. As pessoas gentis são admiradas por todos.
ra

Imagine como a vida seria mais fácil se os pequenos trans- 259. (FUMARC – 2017)
ei

tornos cotidianos fossem contornados com gentileza? Mas a


liv

A MENTIROSA LIBERDADE
gentileza não só nos aproxima dos outros, como nos ajuda a
O

sermos mais felizes e saudáveis. Lya Luft


de

A gentileza é tão poderosa que algumas teorias até a rela- Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e men-
a

cionam com o desenvolvimento das sociedades: “Os altruístas tiras que nossa cultura expõe em prateleiras enfeitadas, para
an

cooperam e contribuem para o bem-estar dos outros integran-


que a gente enfie esse material na cabeça e, pior, na alma –
Lu

tes da comunidade”, diz o professor Sam Bowles do Instituto


como se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os
Santa Fé nos Estados Unidos. Assim, a disposição para ajudar o
medos que tudo isso nos inspira: medo de não estar bem
próximo teria contribuído até mesmo com o desenvolvimento
enquadrados, medo de não ser valorizados pela turma, medo
da humanidade.
de não ser suficientemente ricos, magros, musculosos, de não
Além disso, outras pesquisas apontam que as peque- participar da melhor balada, do clube mais chique, de não ter
nas atitudes aumentam os níveis de satisfação pessoais, ou feito a viagem certa nem possuir a tecnologia de ponta no celu-
seja, a felicidade de forma geral. Não fazendo muita diferen- lar. Medo de não ser livres.
ça se o bom ato é dedicado a uma pessoa próxima ou a um
desconhecido. Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberda-
des. Nunca se falou tanto em liberdade, e poucas vezes fomos
Outros estudos constataram que as pessoas que ajudam
tão pressionados por exigências absurdas, que constituem o
regularmente os outros têm menos probabilidade de desen-
volver doenças crônicas e seu sistema imunológico tende a ser que chamo a síndrome do “ter de”. Fala-se em liberdade de
mais resistente: “Existe uma relação direta entre bem-estar, escolha, mas somos conduzidos pela propaganda como gado
felicidade e saúde nas pessoas gentis”, diz o professor e autor para o matadouro, e as opções são tantas que não consegui-
Stephen Post. A gentileza nos faz reagir com mais empatia mos escolher com calma. Medicados como somos (a pressão,
aos erros dos outros e, assim, lidarmos com os contratempos a gordura, a fadiga, a insônia, o sono, a depressão e a eufo-
com mais calma e tolerância, diminuindo os níveis de estresse. ria, a solidão e o medo tratados a remédio), cedo recorremos
Assim, a paz interior causada pela solidariedade leva a mais a expedientes, porque nossa libido, quimicamente cerceada,
saúde. falha, e a alegria, de tanta tensão, nos escapa. 93
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Preenchem-se fendas e falhas, manchas se removem, sus- b) apresentar meios para fugir aos padrões impostos pela
pendem-se prazeres como sendo risco e extravagância, e nos sociedade.
ligamos no espelho: alguém por aí é mais eficiente, moder- c) demonstrar que, para sermos felizes, não precisamos
no, valorizado e belo que eu? Alguém mora num condomínio seguir os modelos impostos pela sociedade.
melhor que o meu? Em fileira, ao longo das paredes, temos de
parecer todos iguais nessa dança de enganos. Sobretudo, sem- d) revelar como são fúteis as vidas das pessoas que seguem os
pre jovens. Nunca se pôde viver tanto tempo e com tão boa modelos que nos são impostos.
qualidade, mas, no atual endeusamento da juventude, como
se só jovens merecessem amor, vitórias e sucesso, carregamos
mais um ônus pesadíssimo e cruel: temos de enganar o tempo, 262. (FUMARC – 2017) Em todos os trechos, a narradora inclui o
temos de aparentar 15 anos se temos 30, 40 anos se temos 60, leitor em suas reflexões, EXCETO em:
e 50 se temos 80 anos de idade. A deusa juventude traz vanta-
gens, mas eu não a quereria para sempre: talvez nela sejamos a) “Liberdade não vem de correr atrás de “deveres” impostos
mais bonitos, quem sabe mais cheios de planos e possibilida- de fora, mas de construir a nossa existência [...]”.
des, mas sabemos discernir as coisas que divisamos, podemos b) “Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo
optar com a mínima segurança, conseguimos olhar, analisar e cobrados[...]”. c) “Preenchem-se fendas e falhas, manchas
curtir – ou nos falta o que vem depois: maturidade? se removem, suspendem-se prazeres como sendo risco e
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobra- extravagância [...]”.
dos: O que você vai ser? O que vai estudar? Como? Fracassou d) “Sem cumprir tantas obrigações fúteis e inúteis, como nos
em mais um vestibular? Já transou? Nunca transou? Treze anos ordenam os mitos e mentiras de uma sociedade insegura
e ainda não ficou? E ainda não bebeu? Nem experimentou uma [...]”.
maconhazinha sequer? E um Viagra para melhorar ainda mais?
Ainda aguenta os chatos dos pais? Saiba que eles o controlam
sob o pretexto de que o amam. Sai dessa! Já precisa trabalhar?
Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão pouco 263. (FUMARC – 2016) TEXTO 02
e trabalhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve Leia o texto abaixo:
naquele resort? Um mendigo se aproxima de uma senhora cheia de sacolas
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais de compras que ia andando na rua e fala:
natural, cumprindo deveres reais, curtindo a vida sem se ator-
— Madame, eu estou sem comer há 4 dias.
doar. Nadar contra toda essa louca correnteza. Ter opiniões
próprias, amadurecer, ajuda. Combater a ânsia por coisas que E a madame:
nem queremos, ignorar ofertas no fundo desinteressantes, — Meu Deus! Eu gostaria de ter sua força de vontade!
como roupas ridículas e viagens sem graça, isso ajuda. Desco-
Disponível em: http://www.elevanews.com.br/hora-da-piada-mendigo-
brir o que queremos e podemos é um bom aprendizado, mas faminto. Acesso: agosto 2016
leva algum tempo: não é preciso escalar o Himalaia social nem
ser uma linda mulher nem um homem poderoso. É possível Ao se dirigir à madame com tantas sacolas, o mendigo queria

3
estar contente e ter projetos bem depois dos 40 anos, sem um
a) carregar as sacolas para ela e ajudá-la para ganhar uma

-7
iate, físico perfeito e grande fortuna. Sem cumprir tantas obri-

86
gorjeta.
gações fúteis e inúteis, como nos ordenam os mitos e mentiras
de uma sociedade insegura, desorientada, em crise. Liberdade
.6
b) informar à madame como fazer regime sem sofrer.
34
não vem de correr atrás de “deveres” impostos de fora, mas de c) informar à madame há quantos dias ele estava sem comer.
.5

construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esfor-


d) pedir-lhe algum dinheiro, para que pudesse comprar algo
94

ço e desgaste, sobra tão pouco tempo. Não temos de correr


para comer.
-0

angustiados atrás de modelos que nada têm a ver conosco,


máscaras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liber-
s

dade para descobrir o que a gente gostaria mesmo de ter feito.


tin

264. (FUMARC – 2016) Ao afirmar que o mendigo tem grande


ar

Disponível em: http://www.contioutra.com/a-mentirosa-liberdade-lya-luft/


Acesso em: 02 jul. 2017 força de vontade, pode-se dizer que a madame
M

a) não acredita que só com força de vontade ela poderia ficar


ra

Em relação à constituição do texto, é correto afirmar, EXCETO sem comer por quatro dias, como faz o mendigo.
ei

que
liv

b) não compreende o que é ficar sem comer há quatro dias,


a) nos dois primeiros parágrafos, indica-se a tese que será
O

pois vive de regime.


desenvolvida ao longo do texto.
de

c) não entende que o mendigo está sem comer porque não


b) o 3º e o 4º parágrafos apresentam exemplos das mentiras
tem dinheiro para comprar a comida.
a

que nos são impostas.


an

d) não quer ajudar o mendigo e finge não entender o que ele


c) o 5º parágrafo apresenta a conclusão com o ponto de vista
Lu

quer de fato, elogiando a sua força de vontade.


da narradora sobre a liberdade.
d) o 6º parágrafo apresenta a tese que será defendida ao longo
do texto.
265. (FUMARC – 2017) TEXTO 03
A CAUSA DA CHUVA
260. (FUMARC – 2017) Todos os sentimentos abaixo estão pre- Millôr Fernandes
sentes no texto, EXCETO:
a) competição. Não chovia há muitos e muitos meses, de modo que os
animais ficaram inquietos. Uns diziam que ia chover logo,
b) conformismo.
outros diziam que ainda ia demorar. Mas não chegavam a uma
c) determinação. conclusão.
d) insatisfação. - Chove só quando a água cai do telhado de meu galinheiro
- esclareceu a Galinha.
- Ora, que bobagem! - disse o Sapo de dentro da lagoa.
261. (FUMARC – 2017) O objetivo do texto é - Chove quando a água da lagoa começa a borbulhar suas
94 a) apresentar as mentiras que são pregadas pela sociedade. gotinhas.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
- Como assim? - disse a Lebre. - Está visto que só chove Não deu outra: os freios e a mudança brusca de direção

LÍNGUA PORTUGUESA
quando as folhas das árvores começam a deixar cair as gotas foram insuficientes para evitar o impacto.
d’água que têm dentro. Felizmente, apenas danos materiais, tanto no meu veículo
Nesse momento, começou a chover. quanto no outro, de onde logo saíram dois jovens na casa dos
- Viram? - gritou a Galinha. - O telhado de meu galinheiro vinte e tantos anos, um deles, o motorista, bem nervosinho.
está pingando. Isso é chuva! “Está tudo bem aí?”, perguntei.
- Ora, não vê que a chuva é a água da lagoa borbulhando? “Claro que não, seu barbeiro, olha o que você fez no meu
- disse o Sapo. carro.”
- Mas, como assim? - tornou a Lebre. - Parecem cegos! Não Ainda bem que, em sua grosseria, o rapaz não me chamou
veem que a água cai das folhas das árvores? de tio, porque aí soaria mais ofensivo...
Disponível em : http://wwwlitbrasileira.blogspot.com.br/2009/07/causa-da- De qualquer maneira, tentei acalmá-lo, dizendo que ele
chuva-millorfernandes- nao.html Acesso em: 27 ago. 2016 estava numa manobra arriscada e que eu de fato não consegui
parar.
O tema central do texto é a discussão sobre
Foi a conta para que ele quisesse partir pra ignorância. Mas
a) a água da lagoa.
outros carros e motoristas já estavam atulhados na pista, e
b) a causa da chuva. pessoas mais equilibradas impediram que o rapaz cometesse
c) as folhas das árvores. alguma impropriedade.
d) o telhado do galinheiro. “Ok, vamos chamar a polícia”, disse eu, já que o caminho da
conversa civilizada estava fatalmente obstruído.
“Isso mesmo!”, gritou o rapaz. “Vamos chamar a polícia,
266. (FUMARC – 2016) A causa da inquietação dos bichos era porque você não sabe com quem está falando!”
a) a ausência de água na lagoa perto de onde moravam. Pronto, estava armado o circo.
b) a expectativa de chuva, no verão, para encher a lagoa. O menino tinha as “costas quentes” e estava ali louco para
exercer o seu poder.
c) a falta de chuvas no lugar onde moravam.
“E porventura com quem eu estou falando?”
d) a necessidade de águas nas árvores do lugar onde moravam.
“Meu pai é coronel da PM e vai resolver rapidinho isso aqui.
Você vai se dar mal...”
Bem, para encurtar a história, logo chegou uma viatura
267. (FUMARC – 2016) O trecho do texto que indica um fato é
com dois policiais, que educadamente vieram ouvir minha ver-
a) “- Ora, que bobagem!” são e, em seguida, foram conversar com o rapaz, que não titu-
b) “Não veem que a água cai das folhas das árvores?” beou em dar ordens, exigindo que eles me inculpassem e, pelo
c) “Nesse momento, começou a chover.” rádio, localizassem o tal coronel.
Ficamos nessa lengalenga durante uns 40 minutos, os PMs

3
d) “Uns diziam que ia chover logo [...].”

-7
já pelas tampas com o garoto, até que desce de um automóvel

86
um senhor grisalho, magro e que calmamente olhou os dois
.6
carros batidos. Foi logo assediado pelo nervosinho que, gesti-
34
268. (FUMARC – 2016) Em relação ao texto, NÃO se pode afirmar culando muito, começou a esbravejar. Mas logo se viu contido
que por um indiscutível “cala boca” do pai-coronel.
.5
94

a) a atitude da lebre diante das explicações dadas pelos outros Em seguida, o senhor sacou sua identificação funcional e
-0

animais foi de aceitação. foi conversar com os policiais, que bateram continência e rela-
b) nos leva a concluir que os relatos estavam objetivamente taram a situação e as atitudes do filho. Menos de cinco minutos
s
tin

errados. depois, ele dirigiu-se a mim educadamente e com ar grave e


ligeiramente envergonhado, disse: “Eu peço sinceramente que
ar

c) o sapo achou que o esclarecimento feito pela galinha, com


o senhor desculpe as atitudes do meu filho. Em nossa família,
M

relação às causas da chuva, era absurdo.


não toleramos esse tipo de comportamento e ele vai se haver
ra

d) os animais não conseguiam chegar a uma conclusão sobre


comigo. Eis meu cartão, o sr. providencie o conserto do seu
ei

a causa da chuva.
carro e me mande a conta, por gentileza.”
liv

Imediatamente ele chamou o filho num canto e passou


O

uma descompostura tão grande, mas tão grande no rapaz que


de

269. (FUMARC – 2016) Pode-se dizer que a fábula de Millôr Fer- deu até pena. Não alterou a voz, não fez gestos bruscos, ape-
nandes nos mostra que
a

nas exerceu, como se deve, o papel, o direito e o dever de pai


an

a) as pessoas gostam de julgar os fatos pela aparência. de um jovem abusado, colocando-o em seu devido lugar.
Lu

b) cada pessoa vê as coisas conforme o seu ponto de vista. Ainda bem que ainda há cidadãos como o coronel da outra
c) o mundo é repleto de cientistas. noite.
d) todos têm um visão diferente dos fenômenos da natureza. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/colunas/luizcaversan /310088-pais-
filhos-e-boasmaneiras. shtml (Adaptado) Acesso em: 27 ago. 2016.

O propósito do texto é
270. (FUMARC – 2016) a) contar o acidente ocorrido com o narrador.
PAIS, FILHOS E BOAS MANEIRAS b) criticar a postura do rapaz que atingiu o carro do narrador.
Luiz Caversan c) demonstrar que há famílias que educam e corrigem seus
filhos.
Dia desses enfrentei um estresse típico de grande
cidade, mas que acabou por oferecer bons momentos de d) mostrar como reagem os filhos de pais influentes
reflexão.
Tarde da noite, estava ao volante subindo uma alça de um
dos muitos viadutos de São Paulo, quando, no final da curva, 271. (FUMARC – 2016) “Dia desses enfrentei um estresse típico
vejo um veículo que, ao tentar desviar de outro, quebrado, de grande cidade, mas que acabou por oferecer bons momen-
empreendia uma manobra arriscada na pista. tos de reflexão [...].” 95
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os momentos de reflexão, citados no trecho acima, foram cor- A gente é velho quando começa a ter medo dos tapetes. Os
retamente interpretados, EXCETO em: tapetes são perigosos de duas maneiras. Há os pequenos tape-
a) É necessário saber com quem estamos falando. tes de fundo liso, que escorregam. E há os grandes tapetes que
b) Há pais que educam seus filhos, evitando que eles conti- ficam com as pontas levantadas e que fazem ondas. O pé dos
nuem errando. velhos movimenta-se no arrasto e tropeça na ponta levantada
c) Os pais são, sim, responsáveis pela educação que dão aos do tapete ou na armadilha da onda.
seus filhos. A gente é velho quando começa a ter medo dos fotógrafos.
d) Para se corrigir os filhos, muitas vezes, é necessário apenas Fugir das fotos de perfil porque nelas as barbelas de nelore
colocá-los em seus respectivos lugares. aparecem. Nelore é um boi branco. Os pastos estão cheios
deles, vivos, e as mesas também, sob o disfarce de bifes. E eles
têm uma papada balançante, as barbelas, que vai da ponta
do queixo (boi tem queixo?) até o peito. Velhice é quando as
272. (FUMARC – 2016) Ao chegar ao local do acidente, a atitude
do coronel foi de barbelas de nelore começam a aparecer. Aí vem a humilhação
conclusiva. Prontas as fotos, eles nos mostram e dizem: “Como
a) acalmar o seu filho, em primeiro lugar.
você está bem!”
b) conversar com os policiais para saber o que havia ocorrido.
A gente é velho quando, tendo de subir ao palco para dar
c) ouvir o narrador que bateu no carro de seu filho.
uma palestra, tem sempre uma jovem simpática que nos ofe-
d) ouvir o que seu filho tinha a dizer rece a mão, temendo que a gente se desequilibre e caia. A gen-
te aceita o oferecimento com um sorriso. Nunca se sabe...
A gente é velho quando perde a vergonha e se desnuda
273. (FUMARC – 2016) Após a leitura global do texto, pode-se fazendo as confissões que acabei de fazer...
inferir que
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff3010200704.htm
a) a criação dos filhos reflete a vontade dos filhos. Acesso em: 27 ago. 2016
b) os filhos normalmente são educados diferente de seus pais.
c) os pais educados nem sempre criam filhos educados. O propósito deste texto é apresentar
d) os filhos são o reflexo da educação que receberam de seus a) confissões de um senhor que já está velho.
pais. b) críticas à velhice.
c) dicas de como viver bem na velhice.
d) indagações sobre a velhice.
274. (FUMARC – 2016)
A GENTE É VELHO...
Rubem Alves
275. (FUMARC – 2016) Em: “A gente é velho quando é objeto de

3
A gente é velho quando, para descer uma escada, segura humilhações bondosas”, humilhação bondosa é

-7
firme no corrimão. E os olhos olham para baixo para medir o

86
a) andar num metrô lotado.
tamanho dos degraus e a posição dos pés. .6
b) assemelhar-se a um avô.
34
Quando eu era moço, não era assim. Não segurava no
c) olhar uma jovem de 25 anos com amor.
corrimão e não media degraus e pés. Descia os dois lances de
.5

escada do sobrado do meu avô com a mesma fúria com que d) ter o lugar cedido por uma jovem.
94

um pianista toca o prelúdio 16, de Chopin. Ele, pianista, não


-0

pensa. Se pensasse, não conseguiria tocar, porque o pensa-


s

mento não consegue seguir a velocidade das notas. Toca por-


tin

que seus dedos sabem sem que a cabeça saiba. O pianista se 276. (FUMARC – 2016) Todas as constatações abaixo podem ser
ar

abandona ao saber do corpo. Assim descia eu as escadas do feitas acerca do texto, EXCETO:
M

sobradão do meu avô. Mas no dia em que o pé começou a tro- a) Ao afirmar que mandou instalar barras de ferro no box, por
peçar, a cabeça compreendeu que eles, os pés, já não sabiam
ra

via das dúvidas, nota-se a precaução do narrador consigo


como sabiam antes. Agora é preciso o corrimão. Depois virão
ei

mesmo.
as bengalas, corrimões portáteis que se leva por onde se vai.
liv

b) Ao afirmar que ser velho é desnudar-se como ele fez neste


A gente é velho quando, no restaurante, é preciso cuidado
O

ao se levantar. Moço, as pernas sabem medir as distâncias que texto, o narrador demonstra a seriedade com que trata os
de

há debaixo da mesa. Mas, agora, é preciso olhar para medir fatos narrados.
a

a distância que há entre o pé da mesa e o bico do sapato. Há c) Ao demonstrar que velho não gosta de fotos de perfil, pois
an

sempre o perigo de que o bico do sapato esbarre no pé da passam por uma humilhação quando dizem que eles estão
Lu

mesa e o pé da mesa lhe dê uma rasteira, você se estatelando bem, percebe-se quão realista o narrador é.
no chão. Quando se é velho, até uma pequena queda pode
se transformar em catástrofe. Há sempre o perigo de uma d) Ao dizer que aceita o oferecimento da jovem para subir
fratura. ao palco com um sorriso, o narrador demonstra que teme
desequilibrar-se e cair.
A gente é velho quando é objeto de humilhações bon-
dosas. Como aquela que aconteceu comigo 25 anos atrás. O
metrô estava cheio. Jovem, segurei-me num balaústre. Notei
então que uma jovem de uns 25 anos me olhava com um olhar 277. (FUMARC – 2016) Em alguns trechos, o narrador estabelece
amoroso. Olhei para ela. E houve um momento de suspensão
um diálogo com o leitor ou a ele se dirige. Isso ocorre em:
romântica. Minha cabeça e meu coração se alegraram. Até o
momento em que ela se levantou com um sorriso e me ofere- a) “Com o seu gesto ela me dizia: ‘O senhor me traz memórias
ceu o seu lugar. Foi um gesto de bondade. ternas do meu avô...’”
Com o seu gesto ela me dizia: “O senhor me traz memó- b) “Moço, as pernas sabem medir as distâncias que há debaixo
rias ternas do meu avô...”gente é velho quando entra no box da mesa”.
do chuveiro com passos medrosos e cuidadosos. Há sempre o
c) “Prontas as fotos, eles nos mostram e dizem: ‘Como você
perigo de um escorregão. Por via das dúvidas, mandei instalar
no box da minha casa uma daquelas barras metálicas horizon- está bem!’”
96 tais que funcionam como corrimão. d) “Quando eu era moço, não era assim”
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278. (FUMARC – 2016) Ser feliz é a melhor maneira de parecer um idiota comple-

LÍNGUA PORTUGUESA
Americano passou 2007 sem jogar nada fora to. Para muita gente, a felicidade dos outros é um acinte. E não
estou falando dos invejosos. Não consigo acreditar que exis-
O ano de 2007 foi um lixo para o empresário americano tam invejosos de mim, para mim essa paranoia com a inveja
Ari Derfel, de 35 anos, dono de um bufê. Ele guardou todos alheia é delírio narcísico.
os detritos industriais que produziu ao longo do ano. Juntou
Estou falando dos cronicamente insatisfeitos – esses sim
tralha suficiente para lotar um quarto de dormir. O objetivo:
existem, e são muitos. Experimenta dizer que está feliz. O olhar
avaliar seus próprios hábitos de consumo e, com isso, denun-
vai ser fulminante, assim como a resposta mental: “Como é que
ciar o mundo ambientalmente sujo em que vivemos, informa
esse imbecil pode ser feliz num país desses, num calor desses,
o diário San Francisco Chronicle, dos Estados Unidos. “Quando com um dólar desses?”.
jogamos uma coisa fora, o que ‘fora’ significa?”, indaga Derfel.
Aprendi que reclamar do calor ou do dólar não reduz a
O apartamento não fede, porque Derfel lava todas as temperatura nem o dólar. Aprendi que a lei de Murphy só exis-
embalagens antes de guardá-las. Como se não bastasse ter te pra quem acredita nela. E aprendi que reparar na felicidade
atravessado 12 meses acumulando detritos, ele decidiu esten- te ajuda a reconhecê-la quando esbarrar com ela de novo – e
der a aventura para 2008. Quer tentar diminuir o volume acho que isso foi o mais importante.
acumulado. Mas quais são, enfim, as lições apreendidas? Boa
“A gente só reconhece a felicidade pelo barulhinho que
parte do lixo doméstico é resultado de comida embalada. “São
ela faz quando vai embora”, dizia o Jacques Prévert. Dificílimo
alimentos menos nutritivos, em sua maioria, do que os produ- reconhecer a felicidade quando ela ainda está no recinto. Caso
tos frescos”, diz Derfel, citado por El País. “São também mais reconheça, é fundamental fotografar, escrever, desenhar, fil-
caros.” mar. Para isso servem nossos smartphones: para estocar os
Conclusão: “Produzindo menos lixo ficarei mais saudável e mais diversos tipos de felicidade em pixels, áudios e blocos de
mais rico”, resume. Induzido a dizer se está louco, o americano nota. Às vezes a necessidade de registro pode parecer uma
é categórico: “Não”. Mas admite não ter tido relacionamento fuga do presente, mas, pelo contrário, é a documentação da
amoroso nenhum durante o período de coleta, o que parece felicidade que estica o presente para a vida toda.
óbvio. Sempre que se depara com os melhores momentos da vida
Revista da Semana – ago. 2007. – e no caso dele isso acontece quase todo dia – meu padrasto
exclama, com voz de barítono: “Felicidade é isso aqui”. Apro-
O objetivo do empresário americano, ao guardar todos os detri- veito para dizer: hoje faço 29 anos e estou irremediavelmente
tos industriais em 2007 e 2008, é feliz. Desculpem todos. Vai passar. Mas enquanto isso, apro-
veito para exclamar, antes que passe: “Felicidade é isso aqui”.
a) denunciar o mundo ambientalmente sujo em que vivemos.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/
b) diminuir o volume de lixo acumulado. 2015/04/1615741-viver-para-postar. shtml Acesso em:7 set. 2016.
c) expressar sua insatisfação com o consumo de enlatados.
Vocabulário: Tivoli Park foi um parque de diversões localizado
d) ficar mais rico acumulando bens de consumo.
no bairro da Lagoa, na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Fun-
cionou de 1973 a 1995

3
O tema principal do texto é

-7
279. (FUMARC – 2016) A MELHOR resposta para a pergunta: a) afirmar que a felicidade deve ser reconhecida e comparti-

86
“Quando jogamos uma coisa fora, o que ‘fora’ significa?” é: lhada. .6
a) jogar no lixo.
34
b) confirmar que a felicidade só existe para os que nela
b) manter a limpeza de seus aposentos. acreditam.
.5
94

c) não acumular detritos. c) demonstrar que existem pessoas infelizes na atualidade.


-0

d) poluir o meio ambiente. d) recordar os bons momentos de felicidade da infância do


autor do texto.
s
tin
ar

280. (FUMARC – 2016) Por que parece óbvio o americano não ter
M

tido relacionamentos amorosos? 282. (FUMARC – 2016) Todas as seguintes técnicas, com as fina-
ra

lidades indicadas, são usadas pelo autor na estruturação de seu


a) Porque ele está ficando meio louco.
ei

texto, EXCETO:
liv

b) Porque ele se alimenta apenas de enlatados.


a) Comparação, para demonstrar como se comporta quem é
O

c) Porque pessoa alguma gostaria de conviver com um quarto feliz.


cheio de lixo.
de

b) Contraste, em algumas partes, para realçar as diferenças


d) Porque seu apartamento deve ter um cheiro insuportável. entre os insatisfeitos e os felizes.
a
an

c) Enumeração, para hierarquizar os caminhos para se obter a


Lu

felicidade.
281. (FUMARC – 2016) d) Exemplificação, para ilustrar e explicar pontos de vista.
Viver para postar
Gregório Duduvier
283. (FUMARC – 2016) Todas as constatações abaixo podem ser
Amo fazer aniversário. Quando era pequeno (continuo feitas com base no texto, EXCETO:
pequeno, eu sei, mas nessa época era bem pequeno), lembro a) Ao afirmar que ser feliz é a melhor maneira de parecer um
da frase mágica: “Hoje você pode fazer o que você quiser” – e idiota completo, o narrador reforça o pensamento daqueles
o que eu queria era muita coisa. Queria o Tívoli Park, o chico que sempre estão insatisfeitos e não conseguem sentir a
cheese, o Parque da Mônica, tudo ao mesmo tempo. Sempre felicidade.
acabava optando pelo Tívoli Park – Pasárgada da minha infân- b) Ao comentar que a necessidade de registro dos momentos
cia, onde era feliz – e sabia. felizes pode parecer uma fuga do presente, mas, pelo con-
Hoje já não tem Tívoli Park – minha Pasárgada fechou trário, é a documentação da felicidade que estica o presente
depois de diversos casos de assalto dentro do trem-fantasma – para a vida toda, reforça-se a importância dos smartphones.
mas a memória dessa liberdade plena e irrestrita volta sempre c) Ao destacar que a coluna pode flertar com a autoajuda, o
que faço aniversário. Por isso, não reclamem se esta coluna narrador se refere ao fato de a felicidade ser um assunto
flertar com a autoajuda. Hoje esse é o meu Tívoli Park. que não se comenta na página. 97
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
d) Ao mencionar que, no caso do padrasto, ele se depara com Tostão é obviamente uma pessoa culta, representante no
os melhores momentos da vida quase todo dia, o narrador português culto falado e escrito no Brasil, que, entre outras ins-
deixa claro que o padrasto é uma pessoa que sabe reconhe- tituições, a escola deveria encampar.
cer a felicidade. (Isso não significa que não se pode ou não se deve empre-
gar a forma tradicional, ou mesmo que ela não seja ensinada.
Sem emprego pode ser um bom índice de escrita mais cons-
ciente, ou monitorada, o que é bom. É bom, mas não é a única
284. (FUMARC – 2016) Em todos os trechos, o narrador inclui o
alternativa correta).
leitor em suas reflexões ou a ele se dirige, EXCETO em:
Já Ferreira Gullar, ferrenho defensor da gramática (mas eu
a) “Aprendi que reclamar do calor ou do dólar não reduz a duvido que a estude!) que a professorinha lhe ensinou (devia
temperatura nem o dólar”. ser bem fraquinha), como repetidamente insiste em dizer,
b) “Experimenta dizer que está feliz. O olhar vai ser fulminan- escreveu no mesmo dia em sua coluna “que preferem abrir o
te, assim como a resposta mental [...]”. jogo do que pagar a culpa…” (está avaliando as delações pre-
c) “Para isso servem nossos smartphones: para estocar os miadas como o faria um taxista ouvinte da CBN).
mais diversos tipos de felicidade em pixels, áudios e blocos Não quero dizer que a escrita de Ferreira Gullar tem proble-
de nota”. mas (pelo contrário: este é seu lado bom), como provavelmente
diriam os que repetem “se é concordo com, então é com o que
d) “Quando era pequeno (continuo pequeno, eu sei, mas nessa
concordo”. Quando eu estava no então quinto ano, antes do
época era bem pequeno), lembro da frase mágica [...]”
então ginásio, já estudava uma lista de palavras que incluíam
“preferir a” em vez de “preferir (mais) do que”. Pois a construção
dita “errada” está cada vez mais viva e é cada vez mais empre-
285. (FUMARC – 2016) gada por pessoas cultas (vou tentar ouvir o Merval Pereira, por
mais difícil que isso seja). Portanto, é cada vez mais “normal”.
DOIS COLUNISTAS E A NORMA CULTA
As relativas de Tostão (que são de todos, aliás) e a regência
Sírio Possenti Publicado em 17 de março de 2016 de Ferreira Gullar não deveriam mais implicar perda de pontos
nas redações, nem serem objeto de provas “objetivas”
Não me lembro de ter ouvido ou lido alguma coisa de Tos-
tão sobre língua, gramática. Esses troços de que os que não são PS 1 – a famosa coluna de Tostão que Pasquale comen-
do ramo falam tanto. Mas, salvo engano, andou emitindo juízo tou está em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk0201
200009.htm.
bem precário sobre a expressão “correr atrás do prejuízo”, que
considerou errada (“ninguém corre atrás do prejuízo” senten- Tostão questiona, de fato, uma lista grande de clichês.
ciou, se bem que, como psicanalista, deve ter visto muito disso Vejam o segundo da lista: “ Empatar fora de casa é bom.” Em
por aí) e que Cipro Neto comemorou (achei no Google). um campeonato que a vitória vale três pontos, empatar é sem-
pre ruim. Repararam em “Em um campeonato que a vitória…”?
Está lá: “No último domingo, Tostão fez deliciosa “análise
crítica de clichês do futebol”. Um deles (“Vamos correr atrás Também aqui “falta” uma preposição. É sempre a mesma
do prejuízo”) recebeu a seguinte observação: “Se o time está regra!
perdendo, tem de correr atrás do lucro”. Já vi muita gente Claro que ninguém critica a gramática de Tostão (nem o

3
-7
boa defender a legitimidade dessa construção (“correr atrás fez Pasquale, que vivia disso). Um indício de que (“que”, diria o

86
do prejuízo”), com o argumento de que o uso lhe dá razão. O colunista) pertence à “elite intelectual”, cuja gramática é, por-
estranho é que ninguém diz que corre atrás do fracasso, do tanto, culta. Ele diria “cuja”? Duvido.
.6
34
insucesso, da tristeza. O que se diz é que o time corre atrás PS 2 – Da tira Júlio & Gina de segunda, dia 14/03 (Folha
da medalha, da vitória, da classificação. Por que diabos, então, de S. Paulo): – Você não odiava TV? – Achei uma coisa que eu
.5

gosto.
94

correr atrás do prejuízo?”.


-0

Idiomatismos, Pasquale! Os idiomatismos e expressões fei- Lá se foi mais uma preposição numa relativa. Minha aposta
tas não têm sentido literal. São como os provérbios ou outras é que ninguém percebe.
s
tin

expressões do tipo “enfiar o pé na jaca” ou a “a vaca vai pro bre- Ref.: https://blogdosirioblog.wordpress.com/page/2/ [adaptado]
jo”. E “risco de vida”, que muita gente corrigiu para “de morte”,
ar

Analise as assertivas que se seguem.


sob empurrões da Globo.
M

I. A língua não é um conjunto de palavras, mas os usos


Tostão quis corrigir a cultura. Comentou outras expressões
ra

que os falantes fazem dela conforme suas necessidades


(como “marcar sob pressão”), que podem cansar, mas não vei-
ei

comunicativas.
culam doutrinas erradas. Aliás, por que todos deveriam correr
liv

II. A variedade culta é apenas uma entre outras, o que permite


atrás do lucro? Nem Tostão faz isso, que se saiba. Tais expres-
O

relativizar a noção de certo e errado.


sões exigem boa interpretação: corre-se atrás do prejuízo não
de

para ficar com ele, para aumentá-lo, mas para acabar com ele, III. O fato de a língua ser dinâmica permite que os falantes
de determinada língua usem as palavras conforme suas
a

para caçá-lo, para anulá-lo.


an

necessidades imediatas de comunicação.


Mas, em outro domínio, Tostão fornece bons dados para
Lu

Pode-se afirmar que estão CORRETAS as assertivas


os analistas. No dia 13/03/2016, escreveu: “O amigo e médico
Ciro Filogeno sugere, o que concordo…” e, logo depois, “… que a) Somente I e II.
nos empates por 0 a 0 os dois times não deveriam ganhar pon- b) Somente I e III.
tos, o que discordo…”. c) Somente II e III.
Um professor meio cego e pouco lido diria que Tostão d) I, II e III.
errou. O argumento é sempre o mesmo: se é “concordo com”,
então é “com o que (ou “com quem”) concordo”; e se é “discor-
do de”, então é “de que discordo”.
286. (FUMARC – 2016) Pode-se afirmar, com base no modo
Mas isso não é verdade. Tostão apenas escreveu segundo
como o autor argumenta, que o texto
outra regra (uma hora dessas vou ficar de caderninho na mão
e anotar todos os casos de novas adjetivas que ouço em rádio a) aconselha os usuários da língua a não utilizarem determi-
e TV, já que ninguém mais usa as antigas, especialmente com nadas expressões idiomáticas.
“cujo”). b) critica a visão purista sobre a língua de especialistas e não
especialistas.
As frases de Tostão atestam uma tendência poderosa do
português, que é a de fazer orações adjetivas sem a preposição c) defende a variedade culta da língua em detrimento de
(tem sido chamada de cortadora): num dos casos aqui mencio- outras variedades.
98 nados saiu “com”, no outro, saiu “de”. d) nega a invariabilidade de todas as línguas.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
287. (FUMARC – 2016) “correr atrás do prejuízo” e “risco de vida” 292. (FUMARC – 2016)

LÍNGUA PORTUGUESA
são expressões consideradas pelo autor: Assaltos insólitos
I. Admissíveis na língua, pois são consagradas pelo uso.
Affonso Romano Santanna
II. Inadmissíveis para os bons usuários da língua.
III. Admissíveis, pois estão previstas no funcionamento das Assalto não tem graça nenhuma, mas alguns, contados
línguas. depois, até que são engraçados.
IV. Inadmissíveis para quem desconhece o funcionamento das É igual a certos incidentes de viagem, que, quando aconte-
línguas. cem, deixam a gente aborrecidíssimo, mas, depois, narrados
Estão CORRETAS as afirmativas: aos amigos num jantar, passam a ter sabor de anedota.
a) I, II e III, apenas. Uma vez me contaram de um cidadão que foi assaltado em
b) I, III e IV, apenas. sua casa. Até aí, nada demais. Tem gente que é assaltada na
c) II, III e IV, apenas. rua, no ônibus, no escritório, até dentro de igrejas e hospitais,
mas muitos o são na própria casa. O que não diminui o descon-
d) I, II, III e IV.
forto da situação.
Pois lá estava o dito cujo em sua casa, mas vestido em rou-
pa de trabalho, pois resolvera dar uma pintura na garagem e
288. (FUMARC – 2016) No contexto em que ocorrem, as expres-
na cozinha. As crianças haviam saído com a mulher para fazer
sões “correr atrás do prejuízo” e “risco de vida” constituem
compras e o marido se entregava a essa terapêutica atividade,
a) um indício de que o que vale em uma língua é o uso que os quando, da garagem, vê adentrar pelo jardim dois indivíduos
falantes fazem dela e não o que dita a gramática normativa.
suspeitos.
b) uma espécie de hipérbole usada pelos falantes para solu-
Mal teve tempo de tomar uma atitude e já ouvia:
cionar certas imposições da gramática normativa.
c) uma forma de intensificar ideias, sendo equivalente ao uso - É um assalto, fica quieto senão leva chumbo.
do superlativo em todas as línguas. Ele já se preparava para toda sorte de tragédias quando
d) uma manifestação ingênua dos falantes para indicar ideias um dos ladrões pergunta:
difíceis de serem verbalizadas. - Cadê o patrão?
Num rasgo de criatividade, respondeu:
- Saiu, foi com a família ao mercado, mas já volta.
289. (FUMARC – 2016) No trecho “Não me lembro de ter ouvido
ou lido alguma coisa de Tostão sobre língua, gramática. Esses - Então vamos lá dentro, mostre tudo.
troços de que os que não são do ramo falam tanto. Mas, salvo Fingindo-se, então, de empregado de si mesmo, e ao mes-
engano, andou emitindo juízo bem precário sobre a expressão mo tempo para livrar sua cara, começou a dizer:
“correr atrás do prejuízo”, que considerou errada (“ninguém
corre atrás do prejuízo” sentenciou, se bem que, como psicana- - Se quiserem levar, podem levar tudo, estou me lixando,
lista, deve ter visto muito disso por aí) e que Cipro Neto come- não gosto desse patrão.

3
-7
morou (achei no Google).”, os verbos considerou e sentenciou - Paga mal, é um pão-duro. Por que não levam aquele rádio

86
indicam que o autor: ali? Olha, se eu fosse vocês levava aquele som também. Na
I. Aponta para o leitor a interpretação que deve fazer da fala
.6
cozinha tem uma batedeira ótima da patroa. Não querem uns
34
de Tostão. discos? Dinheiro não tem, pois ouvi dizer que botam tudo no
.5

II. Marca o ponto de vista do autor sobre a fala de Tostão. banco, mas ali dentro do armário tem uma porção de caixas de
94

III. Adere a fala de Tostão sobre o que está sendo discutido no bombons, que o patrão é tarado por bombom.
-0

texto. Os ladrões recolheram tudo o que o falso empregado indi-


cou e saíram apressados.
s

Estão CORRETAS as assertivas:


tin

a) I, II e III. Daí a pouco chegavam a mulher e os filhos.


ar

b) I e II, apenas. Sentado na sala, o marido ria, ria, tanto nervoso, quanto ali-
M

c) I e III, apenas. viado do próprio assalto que ajudara a fazer contra si mesmo.
ra
ei

d) II e III, apenas. Disponível em: http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2010/04/


liv

blogs/628982assaltos-insolitos.html Acesso em: 19 ago. 2016


O

Vocabulário
de

290. (FUMARC – 2016) Os tipos de textos são classificados de


Insólito – incomum
acordo com sua estrutura, seu objetivo e sua finalidade.
a

O objetivo do texto é
an

Considerando esses aspectos, pode-se dizer que o texto DOIS


Lu

COLUNISTAS E A NORMA CULTA caracteriza-se como: a) argumentar sobre um assunto.


a) um depoimento. b) descrever um fato.
b) uma descrição. c) informar sobre um acontecimento.
c) uma exposição. d) narrar uma história.
d) uma injunção.

293. (FUMARC – 2016)


291. (FUMARC – 2016) “As frases de Tostão atestam uma ten-
dência poderosa do português, que é a de fazer orações adje- A falsa liberdade e a Síndrome do “TER DE”
tivas sem a preposição (tem sido chamada de cortadora): num Lya Luft
dos casos aqui mencionados saiu ‘com’, no outro, saiu ‘de’”.
É exemplo desse tipo de oração: Essa é uma manifestação típica do nosso tempo, contagio-
sa e difícil de curar porque se alimenta da nossa fragilidade, do
a) Estou com os livros que você mais gosta.
quanto somos impressionáveis, e da força do espírito de reba-
b) Eu duvidava que houvesse engano.
nho que nos condiciona a seguir os outros. Eu tenho de fazer o
c) O candidato com o qual simpatizo é grande amigo meu. que se espera de mim. Tenho de ambicionar esses bens, esse
d) O mundo espera que todos lutem contra a miséria. status, esse modo de viver – ou serei diferente, e estarei fora. 99
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Temos muito mais opções agora do que alguns anos atrás, O propósito do texto é
as possibilidades que se abrem são incríveis, mas escolher é a) criticar a nossa vontade de sempre ter cada vez mais.
difícil: temos de realizar tantas coisas, são tantos os compro-
missos, que nos falta o tempo para uma análise tranquila, uma b) demonstrar que, em busca de “ter de” ser e ter, perdemos a
decisão sensata, um prazer saboreado. nossa liberdade.

A gente tem de ser, como escrevi tantas vezes, belo, jovem, c) discutir a forma como fazemos aquilo que a sociedade nos
desejado, bom de cama (e de computador). Ou a gente tem impõe.
de ser o pior, o mais relaxado, ou o mais drogado, o chefe da d) mostrar que vivemos à mercê do que o olhar do outro exige.
gangue, a mais sedutora, a mais produzida. Outra possibilida-
de é ter de ser o melhor pai, o melhor chefe, a melhor mãe, a
melhor aluna; seja o que for, temos de estar entre os melhores,
294. (FUMARC – 2016) No primeiro e no segundo parágrafos, o
fingindo não ter falhas nem limitações. Ninguém pode se con-
autor faz algumas constatações para
tentar em ser como pode: temos de ser muito mais que isso,
temos de fazer o impossível, o desnecessário, até o absurdo, o a) apresentar como um assalto ou incidentes de viagem
que não nos agrada – ou estamos fora. podem se tornar interessantes.
A gente tem de rir dos outros, rebaixar ou denegrir nem b) desviar o leitor do assunto principal do texto que virá nos
que seja o mais simples parceiro de trabalho ou o colega de parágrafos seguintes.
escola com alguma deficiência ou dificuldade maior. A gente c) introduzir o leitor no assunto que será apresentado no
tem de aproveitar o mais que puder, e isso muitos pais incu- parágrafo seguinte.
tem nos filhos: case tarde, aproveite antes! (O que significa
d) levar o leitor a imaginar de que tipo de assalto ou acidente o
isso?) [...]
texto tratará.
A propaganda nos atordoa: temos de ser grandes bebedo-
res (daquela marca de bebida, naturalmente), comprar o carro
mais incrível, obter empréstimos com menores juros, fazer a via-
gem maravilhosa, ter a pele perfeita, mostrar os músculos mais 295. (FUMARC – 2016) O ladrão confundiu o dono da casa com
fortes, usar o mais moderno celular, ir ao resort mais sofisticado. um empregado porque o dono da casa
Até no luto temos de assumir novas posturas: sofrer vai a) estava do lado de fora da casa, na garagem.
ficando fora de moda. Contrariando a mais elementar psico- b) estava todo sujo, pois realizava uma pintura na garagem.
logia, mal perdemos uma pessoa amada, todos nos instigam a
c) fingiu muito bem ser um dos empregados.
passar por cima. “Não chore, reaja”, é o que mais ouvimos. “Lim-
pe a mesa dele, tire tudo do armário dela, troque os móveis, d) foi muito criativo ao responder às perguntas que lhe fizeram.
roupas de cama, mude de casa.” Tristeza e recolhimento ofen-
dem nossa paisagem de papelão colorido. Saímos do velório e
esperam que se vá depressa pegar a maquilagem, correr para 296. (FUMARC – 2016) Sobre o trecho: “Fingindo-se, então, de
a academia, tomar o antidepressivo, depressa, depressa, pois empregado de si mesmo, e ao mesmo tempo para livrar sua
os outros não aguentam mais, quem quer saber da minha dor? cara, começou a dizer [...]”, NÃO é correto afirmar que o dono

3
O “ter de” nos faz correr por aí com algemas nos tornoze- da casa

-7
los, mas talvez a gente só quisesse ser um pouco mais tranqui- a) fingiu que era um de seus empregados.

86
lo, mais enraizado, mais amado, com algum tempo para curtir
as coisas pequenas e refletir. Porém temos de estar à frente, b) quis se livrar de ser assaltado.
.6
34
ainda que na fila do SUS c) tentou se livrar de um assalto maior.
.5

Se pensar bem, verei que não preciso ser magro nem atlé- d) trabalhou de empregado para não ser assaltado.
94

tico nem um modelo de funcionário, não preciso ter muito


-0

dinheiro ou conhecer Paris, não preciso nem mesmo ser impor-


tante ou bem-sucedido. Precisaria, sim, ser um sujeito decente,
s

encontrar alguma harmonia comigo mesmo, com os outros, e 297. (FUMARC – 2016) O dono da casa impediu que o assalto fos-
tin

com a natureza na qual fervilha a vida e a morte é apaziguadora. se maior, EXCETO porque
ar

Em lugar disso, porém, abraçamos a frustração, e com ela a) disse que não gostava do patrão, pois ele pagava mal e era
M

a culpa. pão-duro.
ra

A culpa, disse um personagem de um filme, “é como uma b) disse que o patrão saiu com a família e foi ao supermercado.
ei

mochila cheia de tijolos. Você carrega de um lado para o outro,


liv

c) fingiu-se de empregado e levou-os para dentro de casa.


até o fim da vida. Só tem um jeito: jogá-la fora”. Mas ela tem
O

d) ofereceu o que havia na casa de valor, como a batedeira e os


raízes fundas em religiões e crenças, em ditames da família, discos.
de

numa educação pelo excessivo controle ou na deseducação


pela indiferença, na competitividade no trabalho e na pressão
a
an

de nosso grupo, que cobra coisas demais. [...]


Lu

Nessa rede de complexidades, seria bom resistir à máqui- 298. (FUMARC – 2016) Todas as palavras abaixo estão correta-
na da propaganda e buscar a simplicidade, não sucumbir ao mente interpretadas entre parênteses, EXCETO em:
impulso da manada que corre cegamente em frente. Com sor- a) “[...] seria bom resistir à máquina da propaganda e buscar
te, vamos até enganar o tempo sendo sempre jovens, sendo a simplicidade, não sucumbir ao impulso da manada que
quem sabe imortais com nariz diminuto, boca ginecológica e corre cegamente em frente.” (desanimar)
olhar fatigado num rosto inexpressivo. Não nos faltam recur- b) “A gente tem de rir dos outros, rebaixar ou denegrir nem
sos: a medicina, a farmácia, a academia, a ilusão, nos estendem que seja o mais simples parceiro de trabalho [...].” (difamar)
ofertas que incluem músculos artificiais, novos peitos, pele de
c) “A propaganda nos atordoa: temos de ser grandes bebedores
porcelana, e grandes espelhos, espelho, espelho meu. Mas a
(daquela marca de bebida, naturalmente [...].” (incomoda)
gente nem sabe direito onde está se metendo, e toca a correr
porque ainda não vimos tudo, não fizemos nem a metade, qua- d) “Mas ela tem raízes fundas em religiões e crenças, em dita-
se nada entendemos. Somos eternos devedores. mes da família, numa educação pelo excessivo controle [...].”
(regras)
Ordens aqui e ali, alguém sopra as falas, outro desenha os
gestos, vai sair tudo bem: nada depressivo nem negativo, tudo
tem de parecer uma festa, noite de estreia com adrenalina e
aplausos ao final. 299. (FUMARC – 2016) Todas as seguintes técnicas, com as fina-
Disponível em: http://www.contioutra.com/a-falsa-liberdade-e-a-sindrome- lidades indicadas, são usadas pelo autor na estruturação de seu
100 do-ter-de-lyaluft/#ixzz4HMEDzQMU Acesso em 14 ago. 2016 (Adaptado) texto, EXCETO:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) Comparação, para demonstrar a forma como nos compor- a) “[...] temos de realizar tantas coisas, são tantos os compro-

LÍNGUA PORTUGUESA
tamos. missos, que nos falta o tempo para uma análise tranquila,
b) Contraste, em algumas partes, para realçar as diferenças uma decisão sensata, um prazer saboreado.”
entre o que se quer e o que o se faz. b) “Com sorte, vamos até enganar o tempo sendo sempre
c) Enumeração, para hierarquizar os caminhos para se obter a jovens, sendo quem sabe imortais com nariz diminuto, boca
liberdade. ginecológica e olhar fatigado num rosto inexpressivo.”
d) Exemplificação, para ilustrar e explicar pontos de vista. c) “Ninguém pode se contentar em ser como pode: temos de
ser muito mais que isso, temos de fazer o impossível, o des-
necessário, até o absurdo, o que não nos agrada [...].”
d) “Precisaria, sim, ser um sujeito decente, encontrar alguma har-
300. (FUMARC – 2016)
monia comigo mesmo, com os outros, e com a natureza [...].”
O sequestro das palavras
Gregório Duvivier

Vamos supor que toda palavra tenha uma vocação primei- 302. (FUMARC – 2016) Em “Em lugar disso, porém, abraçamos a
ra. A palavra mudança, por exemplo, nasceu filha da transfor- frustração, e com ela a culpa.”, disso se refere a
mação e da troca, e desde pequena servia para descrever o a) encontrar a felicidade na harmonia consigo mesmo, com os
processo de mutação de uma coisa em outra coisa que não outros e com a natureza.
deixou de ser, na essência, a mesma coisa – quando a coisa b) precisar ter um corpo atlético, uma boa posição no trabalho
é trocada por outra coisa, não é mudança, é substituição. A e viajar pelo mundo.
palavra justiça, por exemplo, brotou do casamento dos direitos
c) resistir à máquina da propaganda e aos desejos que ela nos
com a igualdade (sim, foi um ménage): servia para tornar igual
aquilo que tinha o direito de ser igual, mas não estava sendo provoca.
tratado como tal. d) ter de estar sempre à frente de todos, nem que seja na fila
No entanto as palavras cresceram. E, assim como as pes- do SUS.
soas, foram sendo contaminadas pelo mundo à sua volta. As
palavras, coitadas, não sabem escolher amizade, não sabem
dizer não. A liberdade, por exemplo, é dessas palavras que só 303. (FUMARC – 2016) Levando em conta o contexto extralin-
dizem sim. Não nasceu de ninguém. Nasceu contra tudo: a pri- guístico do texto, suas informações textuais refletem uma
são, a dependência, o poder, o dinheiro – mas não se espante
a) alusão ao uso indiscriminado das palavras.
se você vir a liberdade vendendo absorvente, desodorante,
cartão de crédito, empréstimo de banco. A publicidade vive dis- b) crítica à situação política do Brasil.
so: dobrar as melhores palavras sem pagar direito de imagem. c) descrição sobre as diferenças semânticas das palavras.
Assim, você verá as palavras ecologia e esporte juntarem-se
d) reflexão sobre o significado das palavras no dicionário.
numa só para criar o EcoSport – existe algo menos ecológico
ou esportivo que um carro? Pobres palavras. Não têm advoga-
dos. Não precisam assinar termos de autorização de imagem.

3
-7
Estão aí, na praça, gratuitas. 304. (FUMARC – 2016) “Vamos supor que toda palavra tenha

86
Nem todos aceitam que as palavras sejam sequestradas ao uma vocação primeira”. O sentido construído para essa frase é
bel prazer do usuário. A política é o campo de guerra onde se o de que
.6
34
disputa a posse das palavras. A “ética”, filha do caráter com a a) as palavras podem ser usadas de modo diferente por pes-
.5

moral, transita de um lado para o outro dos conflitos, assim soas diferentes.
94

como a Alsácia-Lorena, e não sem guerras sanguinárias. Com


b) as palavras têm sentidos que mudam ao longo dos usos.
-0

um revólver na cabeça, é obrigada a endossar os seres mais


amorais e sem caráter. A palavra mudança, que sempre andou c) o sentido de uma palavra é a priori o do uso corrente.
s

com as esquerdas, foi sequestrada pelos setores mais conser-


tin

d) o sentido literal das palavras está em desuso


vadores da sociedade – que fingem querer mudar, quando o
ar

que querem é trocar (para que não se mude mais). A Justiça,


M

coitada, foi cooptada por quem atropela direitos e desconhece


ra

a igualdade, confundindo-a o tempo todo com seu primo, o 305. (FUMARC – 2016)
ei

justiçamento, filho do preconceito com o ódio. Palavra


liv

Já a palavra impeachment, recém-nascida, filha da demo- Substantivo feminino


O

cracia com a mudança, está escondida num porão: empresta- 1. Unidade da língua escrita, situada entre dois espaços em
de

ram suas roupas à palavra golpe, que desfila por aí usando seu
branco, ou entre espaço em branco e sinal de pontuação.
nome e seus documentos. Enquanto isso, a palavra jornalismo,
a

coitada, agoniza na UTI. As palavras não lutam sozinhas. É pre- 2. Gram unidade pertencente a uma das grandes classes
an

ciso lutar por elas. gramaticais, como substantivo, verbo, adjetivo etc., não levan-
Lu

do em conta as modificações que nela ocorrem nas línguas fle-


Observação: Após a coluna “O Sequestro das Palavras” ter
xionais, e sim, somente, o significado; vocábulo.
sido publicada no jornal impresso, na segunda-feira, 21/3 de
2016, o colunista modificou seu texto e pediu para atualizá-lo A definição de palavra do dicionário do Google considera:
na versão on-line. I. Somente a modalidade escrita da língua.
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/2016/03/1752170- II. Os valores semânticos e morfossintáticos das palavras.
osequestro-das-palavras.shtml
III. As questões ortográficas das palavras.
Na abordagem temática do texto, o autor vale-se, sistema- Está CORRETO o que se afirma em:
ticamente, da estratégia argumentativa a) I, apenas.
a) da exemplificação. b) II, apenas.
b) da probabilidade. c) I e II, apenas
c) da quantificação. d) I, II e III.
d) do discurso de autoridade.

306. (FUMARC – 2016) Em uma cidade mineira, foi afixada a


301. (FUMARC – 2016) Percebe-se o tom irônico da autora em: seguinte faixa: 101
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
VIOLÊNCIA SEXUAL a) A mobilização dos linguistas.
Curso – Treinamento b) Gênero e língua.
A princípio, a faixa poderia ser mal interpretada pelos lei- c) Língua e texto.
tores. Mas a interpretação equivocada é desfeita devido aos d) Quem tem boca vai a Roma.
conhecimentos prévios dos leitores sobre
I. As condições de produção de uma faixa.
II. O gênero textual faixa de aviso.
309. (FUMARC – 2016)
III. O uso da língua.
A ESCRITA NÃO É “A LÍNGUA”
Está CORRETO o que se afirma em:
Por Marcos Bagno*
a) I, II e III.
b) I e II, apenas. UMA LONGUÍSSIMA tradição de vinte e cinco séculos se
c) I e III, apenas. impregnou de tal modo na cultura ocidental que a jovem ciência
linguística, que conta pouco mais de 150 anos, ainda peleja para
d) II e III, apenas. fazer valer seus postulados, muito mais lógicos e racionais. É a
ideia (ou, melhor, a ideologia) de que “a língua” é uma entidade
muito restrita, acessível a poucos iluminados, aqueles grandes
307. (FUMARC – 2016) escritores (todos homens, é claro) que se tornaram os “clássicos
do idioma”. Não é à toa que o português é chamado de “a língua
Meninxs, eu vi!
de Camões”, o espanhol de “a língua de Cervantes”, o italiano
Na coluna ‘Palavreado’, Sírio Possenti discute as relações de “a língua de Dante”, o inglês de “a língua de Shakespeare” e
entre gênero gramatical e gênero social. Será realmente neces- por aí vai. A escrita literária, desde o surgimento dos estudos
sário alterar a concordância de certas expressões para evitar gramaticais no mundo de língua grega, trezentos anos antes
o sexismo? de Cristo, tem sido vítima dessa apropriação ideológica. Qual é
Por: Sírio Possenti Publicado em 26/11/2015 o problema? O grande escritor não é grande porque respeita
mais ou desobedece menos as regras da gramática tradicional.
A pretexto de incluir todos os gêneros, o colégio D. Pedro O grande escritor é aquele que vai além do normal e do norma-
II, no Rio de Janeiro, passou a adotar, em comunicados oficiais, tivo, que tenta dar vazão à sua sensibilidade, exprimir de modo
uma grafia que elimina Os e As em palavras como “alunos” e novo e surpreendente o que a realidade lhe comunica. É preci-
“alunas”, substituindo essas letras por X: “alunxs”. A opção faz so libertar a língua usada pela imensa maioria das pessoas do
parte de uma pletora de casos em que se pretende corrigir peso insuportável de ser comparada aos usos feitos pelos gran-
aspectos da língua e de textos, supostamente por serem ofen- des escritores. As pessoas não podem até hoje ser oprimidas e
sivos, excludentes ou inexatos. reprimidas pela culpa absurda de não falar tal como Machado
Na categoria dos inexatos está, por exemplo, a intervenção de Assis escreveu seus romances no final do século 19!
(basicamente da Rede Globo, mas que pegou) visando corrigir a A escrita literária é só uma parcela microscópica de todos
expressão “risco de vida” por “risco de morte”. A ideia é que risco os múltiplos e variados usos possíveis da língua. Ela não serve
para a vida não é risco de vida, que significaria risco de viver. para a descrição gramatical da língua, de como ela funciona,

3
A análise da expressão, sem considerar seu domínio das regras em vigor. Para a ciência linguística, a língua é, pri-

-7
semântico mais amplo, corre o risco de ser falsa. No mínimo, mordialmente, aquilo que as pessoas falam no dia a dia, em

86
deveriam ser levadas em conta construções como “arriscar a suas interações normais, espontâneas, na construção de sua
vida”, que significa ‘correr risco de perder a vida’ (análoga a
.6
identidade pessoal e da identidade de sua comunidade. Por
34
“arriscar o salário nos cavalos”, que significa, evidentemente, isso é que não se pode dizer que em Brasil e Portugal “se fala
a mesma língua”. Não, não se fala: brasileiros e portugueses
.5

‘correr risco de perder o salário...’). É o que se pode ver nos


94

bons dicionários (Houaiss registra “arriscar: expor a risco ou seguem regras totalmente diversas na hora de falar, têm coisas
perigo”) e mesmo em outras línguas (como risquer la vie, em que só existem lá e não existem aqui e vice-versa. Quando fala-
-0

francês, cf. Petit Larousse). Em suma: ninguém arrisca a morte, mos, contribuímos para a construção única e exclusivamente
s

ninguém arrisca perder o que não tem. Por isso, só se corre da nossa identidade social e cultural. É maravilhoso podermos
tin

risco de vida. ler a produção literária portuguesa, mas isso não significa que
ar

Outras correções são tão ou mais bobas que esta. Por se trate “de uma mesma língua”. Basta ler os textos em voz alta
M

exemplo, “quem tem boca vaia Roma”, por “vai a Roma”; “bata- para se dar conta disso! Mil anos, na Europa, a única língua de
cultura foi o latim clássico: os letrados (só homens, é claro!)
ra

tinha quando nasce, põe a rama pelo chão” por “se esparrama
já falavam suas línguas maternas na vida diária, mas elas não
ei

pelo chão”; “matar a cobra mostrar a cobra”, em vez de “mos-


eram consideradas dignas de estudo, de ensino e de aparecer
liv

trar o pau” etc.


na escrita respeitada. Foi preciso esperar o Renascimento para
O

Sabe-se que as línguas mudam. Em geral, fazem isso que isso acontecesse. Pois é assim que nos encontramos hoje
seguindo forças mais ou menos ‘ocultas’. Políticas linguísticas
de

no Brasil, numa Idade Média linguística: falamos o português


dificilmente interferem em questões como o sentido das pala-
brasileiro, uma língua viva, dinâmica, com gramática própria,
a

vras ou de textos, pequenos ou grandes. Elas podem registrar,


an

mas ainda nos cobram o ensino e o uso de um “latim clássico”,


inibir ou incentivar. Mas não criam nem desfazem fatos.
que é o português literário consagrado antigo. E dá-lhe ensinar
Lu

Os casos acima mencionados podem ser considerados, conjugação verbal com “vós”, regências verbais que não signifi-
além de tudo, erros de análise. Provérbios não são literais: cam nada para nós, usos de pronomes que não correspondem
“quem tem boca vai a Roma” significa que, perguntando, pode- ao que a gente realmente sente e quer expressar. Já passou da
-se chegar a qualquer lugar (não se trata de boca, mas de fala, hora da nossa língua (e não “de a nossa língua”, avor!) ocupar
nem de Roma, mas de qualquer lugar). de direito o lugar que já ocupa de fato: o de língua materna
Ref.: http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/palavreado/meninxs-eu-vi de mais de 200 milhões de pessoas, uma das mais faladas do
[adaptado] mundo, num País com crescente importância geopolítica e eco-
nômica mundial. “E deixe os portugais morrerem à míngua!”.
Sobre o título do texto, é ERRADA a seguinte afirmação:
*Marcos Bagno é linguista, escritor e professor da UNB.
a) Demanda do leitor conhecimento prévio.
Ref.: http://www.carosamigos.com.br/index.php/revista/204-edicao-
b) Faz referência a uma canção popular brasileira. 226/5859-falar-brasileiro-a-escrita-nao-e-a-lingua-2
c) Menciona fatos linguísticos usados por adolescentes.
NÃO reflete a temática do texto:
d) Solicita conhecimento sobre novos fatos linguísticos.
a) A língua é heterogênea e varia no tempo e no espaço.
b) As formas de escrever e pronunciar não são sempre iguais.
308. (FUMARC – 2016) Entre os sintagmas seguintes, indique c) Língua e escrita são equivalentes no que se refere à variação.
102 aquele que poderia servir de título para o texto de Sírio Possenti: d) Variação linguística é um tema controverso.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
310. (FUMARC – 2016) Com o sintagma grifado (todos homens, é A Casa abre suas portas de terça a sábado. Aos domingos,

LÍNGUA PORTUGUESA
claro), no 1º. parágrafo, o autor a entrada é restrita às nossas lembranças. Vovô lê os jornais na
a) determina uma probabilidade em relação ao que se afirma mesa da varanda, Maria prepara um peixe à milanesa, Vicen-
anteriormente. za me nega o suco de mexerica antes do almoço. Eles jogam
bilhar, elas passeiam pelas boas-novas do jardim - a flor que se
b) estabelece uma objetividade para a afirmativa feita ante-
abriu, a árvore que se encheu de lichias.
riormente.
Quando for a sua vez de visitar a Casa Kubitschek, respire
c) estabelece uma reserva em relação à afirmativa anterior. fundo e aproveite o dia: é um domingo na minha infância.
d) exprime seu ponto de vista sobre o que foi anteriormente
Disponível em: http://vejabh.abril.com.br/edicoes/casa-cris-guerra-755432.
afirmado. shtml Acesso: maio 2013

O assunto do texto é
311. (FUMARC – 2016) Em relação ao ponto de vista do autor a) a apresentação dos detalhes da Casa Kubitscheck.
sobre o uso da língua, considere os enunciados a seguir: b) a inauguração da nova Casa Kubitscheck.
I. Me empresta seu livro. c) a saudade da infância na Casa Kubitscheck.
II. Vem me buscar quando quiser. d) as lembranças evocadas pela nova Casa Kubitscheck.
III. Não estou certa de que essa decisão satisfaz a todos.
É possível o que se apresenta em
a) I, II e III. 313. (FUMARC – 2016) A casa, a que se refere a narradora, relem-
bra as memórias de sua infância, pois
b) I, apenas.
a) é habitual lembrar do passado quando voltamos ao lugar
c) II, apenas.
onde fomos felizes.
d) III, apenas.
b) é, ao entrar naquele ambiente, que todos saberão de sua
história.
c) foi interesse de seus avós que tudo fosse preservado.
312. (FUMARC – 2016)
d) foram mantidas inclusive as fotos de quem ali viveu.
A casa
Cris Guerra

314. (FUMARC – 2016) Todas as constatações abaixo podem ser


Noite de terça-feira. A casa iluminada, os jardins floridos
feitas acerca do texto, EXCETO:
de gente. Autoridades, fotógrafos, o prefeito. Fazia tempo que
nós cinco não voltávamos juntos àquele lugar. A casa repleta a) Após a morte do avô, a mãe da narradora viveu na casa até
de desconhecidos e vazia dos que lá habitaram. À nossa volta, 2004, para poder recordar os momentos que viveu com

3
o público nem sequer desconfiava. Irmãos invisíveis voltando seus entes queridos.

-7
a um lugar-chave de sua linha do tempo. Como administrar a b) Apesar de somente o domingo ser reservado para as lem-

86
saudade em noite de celebração? branças, a narradora sugere que o visitante se sentirá na
.6
Quando finalmente pudemos entrar, sabíamos de cor casa, em qualquer dia, como num domingo em sua infância.
34

onde era a cozinha, a sala de jogos, o mezanino, o quarto dela. c) Apesar de a casa ter sido projetada para que Juscelino
.5

De modo que demos um jeito de subir logo até lá, não sem Kubitscheck passasse os finais de semana, ela só serviu a
94

antes notar um detalhe ou outro a nos falar sobre a elegância ele dois anos.
-0

de nossos avós. Quem sonharia ter seu passado romanceado d) Ao abrir a casa de Juscelino Kubitscheck ao público, a
s

por arquitetos contadores de histórias? história que se conta da casa é também a da infância da
tin

Os quatro chegaram ao quarto dela minutos antes de mim. narradora


ar

Encontrei-os sob o impacto do que ali viram. Do teto, fios trans-


M

parentes sustentavam retratos antigos: JK, Vovô Joubert, Vovó


ra

Juju, Papai, Mamãe, alguns de nós ainda pequenos.


315. (FUMARC – 2016) Todos os sentimentos abaixo estão pre-
ei

A caixinha de música numa redoma de vidro. Cada móvel


liv

sentes no texto, EXCETO:


em seu devido lugar, relatando os movimentos e trajetos dela.
O

a) nostalgia.
Deles. Nossos.
de

b) amor.
Teremos de voltar muitas vezes para acreditar: nossa
a

infância eternizada num museu da arquitetura modernista dos c) solidariedade.


an

anos 40 a 60. A nova Casa Kubitschek enriquece a memória do d) saudade.


Lu

visionário JK. Mas seus móveis restaurados contam muito mais


que um modo de morar.
Concluído em 1943 para ser a casa de fim de semana do 316. (FUMARC – 2016)
então prefeito Juscelino, o espaço foi projetado por Niemeyer
com jardins de Burle Marx. Serviu a JK por apenas dois anos -
logo que pôde, vovô comprou o imóvel. Passaram a ser nossos
os domingos ali. Vovó alimentava os peixes e pássaros, dava
suco de groselha aos beija-flores, oferecia pão com patê aos
gatos. Cobria as mesas com pedaços de feltro, construindo sob
os tampos de vidro seus próprios quadros modernistas.
Depois que ele se foi, ela viveu ali por muitos anos, buscan-
do alento nos jardins para as perdas que ainda viria a sofrer.
Minha mãe em 1994, meu pai em 2001. “Que absurdo as coisas
durarem mais que as pessoas”, ela me disse dias depois da
morte dele. E duraram. Mais até do que ela, que nos deixou em
2004. Mas as pessoas, que não são feitas de coisas, cuidaram
de fazer do afeto memória. 103
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Um erro de quem escreveu um cartaz para anunciar uma Após esperar por dias a resposta da empresa, sem suces-
promoção numa loja de eletrodomésticos criou uma grande so, o adolescente decidiu escrever uma carta ao tabloide Daily
confusão na cidade de Guarabira, no interior da Paraíba. Mail contando o erro, a sua indignação e a apatia da empresa.
No cartaz estava escrito “Oferta imperdível. Chip Vivo. R$ 1 A carta foi publicada no jornal na outra semana.
com aparelho”. Ao ler, o professor Aurélio Damião, 38, conside- No dia seguinte à publicação, Albert recebeu uma resposta
rou a proposta irrecusável. da Tesco, prometendo que as novas embalagens serão corri-
Com R$ 4 no bolso, ele entrou na loja e pediu chips – com gidas. “Nosso grupo de designers checa todas as embalagens
os quatro aparelhos celulares correspondentes. Ele havia regis- com muito cuidado antes que sejam usadas e fazemos revi-
trado a oferta com uma foto antes de ir ao trabalho e decidiu sões regulares, mas aparentemente esse erro passou”, disse
fazer a compra no final do expediente. um representante da empresa a Albert, segundo o Daily Mail.

“Passei na loja e pedi: me veja quatro aparelhos de R$ 1 da O estudante, que pretende cursar medicina, sentiu-se con-
promoção”, contou Damião. O atendente da loja “explicou” o templado pela resposta da empresa e brincou: “Não acho que
anúncio. Na verdade, disseram, o redator queria dizer que os as embalagens de mercado deveriam ser responsáveis por
chips da operadora em questão sairiam por R$ 1, no caso da ensinar gramática aos jovens, mas não consigo deixar de pen-
compra de qualquer celular adquirido pelo preço normal de sar que cada pequena coisa ajuda.”
tabela. Disponível em: http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/03/14/aluno-
obriga-industriaamudar-embalagem-de-sucos-com-erro-gramatical.htm
“Eu quis mesmo era dar mais uma lição na loja do que qual- Acesso em: 12 jun. 2016.
quer outra coisa. Estava escrito errado, foi um erro de portu-
guês. Cheguei e falei que queria comprar quatro celulares e o Todas as informações abaixo podem ser confirmadas pelo tex-
gerente começou a me destratar, me chamar de maluco. Disse to, EXCETO:
que eu não era louco de pegar um celular de lá. Eu falei que
a) A empresa prometeu que as próximas embalagens não
não queria pegar, não ia roubar. Eu estava lá para comprar.
apresentarão mais o erro.
Ele se recusou a vender e eu chamei a polícia”, explica Aurélio.
b) Albert estava tomando café da manhã, quando leu na caixa
Uma viatura da polícia militar chegou ao local e convidou
de suco a frase errada.
os dois — o professor e o gerente da loja — para irem até a
delegacia. Aurélio alegou que a loja estava fazendo propagan- c) O erro apresentado pelo estudante foi corrigido assim que a
da enganosa e que tinha por direito, como consumidor, a rece- empresa recebeu a carta de Albert.
ber o que estava escrito no cartaz. d) O estudante sentiu-se contemplado, pois ele acredita que
Na delegacia, as partes chegaram a um acordo. Damião as pequenas coisas podem fazer a diferença na vida dos
recebeu a doação de um vale de R$ 100 para aquisição de um jovens.
aparelho. Com chip. “Caso não chegassem a um acordo, teria
de se usar a Justiça e as partes resolveram se entender logo”,
disse um agente do 4º DP. 319. (FUMARC – 2016)
Disponível em: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/01/o-erro-de- A vida pede coragem

3
portugues-quevirou-caso-de-policia. Acesso em: 08 jun. 2016.

-7
Rosely Sayão

86
O fato que motivou a confusão na loja de eletrodomésticos foi
O filho de uma leitora, com nove anos, retornou para a
.6
a) a loja colocar os chips a 1 real.
escola. Depois dos primeiros dias, passou a chorar antes de
34

b) o erro de Português no anúncio. ir. O motivo? Ele diz que os colegas não gostam mais dele. Ele
.5

c) o erro no preço do anúncio do chip. continua a frequentar a mesma escola e sua classe é quase
94

igual à do ano passado, apenas com alguns colegas diferentes,


-0

d) os aparelhos serem vendidos junto com os chips.


transferidos de outras escolas e cidades.
s

Essa mãe está agoniada porque diz que ele sempre foi que-
tin

rido pelos colegas, e pergunta se deve procurar outra escola.


ar

317. (FUMARC – 2016) Na delegacia, Aurélio alegou querer rece- Que sofrimento de mãe e filho!
M

ber o que estava escrito no cartaz, que era levar


Vamos tentar entender essa questão, já que inúmeras
ra

a) quatro celulares por quatro reais. mães, e pais também, têm se angustiado com questões mui-
ei

b) quatro chips com quatro celulares por quatro reais. to semelhantes a essa, ou seja, com o que eles consideram a
liv

c) quatro chips por quatro reais. rejeição, a exclusão ou o isolamento sofrido pelo filho por par-
O

te de colegas, tanto de escola quanto da vizinhança.


d) quatro chips sem os celulares por quatro reais.
de

Temos supervalorizado o que chamamos de socialização


a

dos filhos, em detrimento de outros aspectos da vida deles


an

aos quais poderíamos - e devería-mos - dar mais atenção por


Lu

318. (FUMARC – 2016) serem bem mais importantes do que o primeiro.


Estudante obriga indústria a mudar caixa de sucos com Desenvolver recursos para saber se defender dos obstácu-
erro gramatical los que a vida apresenta, ter uma autoimagem firme o suficien-
No Reino Unido, Albert Gifford, 15, obrigou a gigante Tesco te para suportar situações de rejeição e o desenvolvimento do
a trocar embalagens de suco que tinham erro No Reino Uni- processo da autonomia são alguns desses aspectos.
do, a rede de supermercados Tesco foi forçada a trocar suas Caro leitor, precisamos aceitar: não há um único dia na
embalagens de suco de laranja depois que um estudante vida de cada um de nós em que não sejamos recusados por
denunciou um grave erro gramatical. As informações são do alguém, rejeitados ou excluídos, por pessoas ou de situações.
jornal britânico Daily Mail. E nem sempre sabemos disso, não é? Se assim é, qual a
Durante um café da manhã, o estudante Albert Gifford, 15, melhor fase da vida para aprender a aceitar, reconhecer e
leu na caixa que seu suco era feito apenas com as “most tas- suportar esses tipos de situação, mantendo-se inteiro, do que
tiest” laranjas – seria o equivalente a dizer em português que a infância e a adolescência?
eram as “mais melhores” laranjas. Quando não aceitamos essas situações da vida, nos tor-
O garoto de Shepton Mallet, sudoeste da Inglaterra, escre- namos frágeis, presas fáceis de pessoas que gostam de mani-
veu para a rede de mercados para fazer a reclamação e sugerir pular, seja por prazer de exercer o poder ou por interesses
que a expressão incorreta fosse trocada por “tastiest” ou “most pessoais, e desistimos com facilidade de projetos importantes
104 tasty”, como mandam as regras da língua inglesa. da vida. [...]
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Quando uma criança percebe pela primeira vez que é rejei- 323. (FUMARC – 2016)

LÍNGUA PORTUGUESA
tada ou excluída de uma situação pelos colegas, ela sofre. Nor- A idade da emoção
mal, tanto para ela quanto para um adulto que passa por isso.
Mas, quando ela sente que os pais sofrem por causa desse Walcyr Carrasco
sofrimento dela, fica mais difícil para ela superar as emoções
Fui assistir à peça Uma espécie de Alasca, de Harold Pin-
que a rejeição suscita.
ter, que estreou há pouco em São Paulo. Conta a história de
Tudo do que ela precisa nesses momentos é do apoio e uma mulher que entrou em coma aos 15 e acordou 29 anos
do encorajamento dos pais para enfrentar melhor esse tipo de depois. Bem interpretada por Yara de Novaes, inspira-se em
situação. um caso real do médico americano Oliver Sacks. Para mim,
E o que ela recebe junto com essa atitude dos pais é uma o texto “bateu” de forma profunda. Não aconteceu o mesmo
grande lição, que vai apreendendo aos poucos: a de que a vida comigo, e com muita gente que conheço? Estou acima dos 60,
nem sempre é amigável para nós, nem sempre é tão justa o tempo passou tão rapidamente! Não, não estive em coma.
quanto somos, tampouco costuma retornar na mesma medi- Mas um dia a gente “acorda” e descobre que a idade chegou.
da nossas atitudes. Mais que isso: que chegou, mas não chegou, porque o cora-
Educar não é proteger a criança daquilo que ela pode ção e os sonhos continuam os mesmos. Até antes da peça, na
e consegue fazer. Cuidar, elemento precioso da educação, é espera, percebi que estava lá uma outra tribo, já no jeito de
diferente de proteger: é formar para a vida, apoiar o filho nas vestir. Diferente de mim, de meus amigos, das pessoas que
situações difíceis e duras com as quais ele se defronta, encora- me cercam. A personagem do texto acorda com um rosto mais
jar para que siga em frente, mesmo e inclusive em situações de velho, um corpo, mas sente os desejos, medos, de uma garota
sofrimento. Não é isso que a vida exige? de 15. Olha para a irmã e não reconhece: quem é afinal essa
mulher velha e gorda?
Vale aqui lembrar uma frase de Guimarães Rosa: “O que
ela (a vida) quer da gente é coragem”. Todos os homens da minha idade já passaram por isso, ao
reencontrar a garota mais sexy, mais ambicionada da escola.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/2016/01/
Muitas vezes, virou uma senhora gorda, com netos. A gente
1733493-a-vida-pede coragem.shtml Acesso em 11 jun. 2016 (Adaptado)
procura nos olhos, em algum traço, aquela menina. E diz para
O assunto principal do texto é si mesmo:
a) apresentar as dificuldades vividas por uma mãe ao se depa- – Como foi que ela mudou tanto assim?
rar com o sofrimento do filho. Mas eu também mudei, fisicamente. Uma antiga namo-
b) demonstrar a importância de deixar os filhos enfrentarem rada, dos 17 anos, comentou com uma amiga em comum
os desafios que a vida apresenta. – modéstia à parte – que fui o homem mais belo que ela já
conheceu. Eu? Pois é. Fui. Certamente, se ela me reencontrar,
c) determinar o que é importante para a educação dos filhos, pensará o mesmo:
nas escolas, nos dias de hoje.
– Onde estão aqueles traços? O topete?
d) discutir a importância de cuidar dos filhos desde a infância
sem deixá-los expostos a situações de risco. Na área em que trabalho, vejo isso acontecer com frequên-
cia, de forma até desesperadora. Quantas atrizes jovens, sexy,
explodindo, já conheci? Tinham qualquer homem a seus pés.

3
-7
O tempo passou. Vieram outras atrizes. Elas amadurecem,

86
320. (FUMARC – 2016) De acordo com o texto, todas as afirma- sem perceber. Continuam com os mesmos sorrisos sedutores,
ções abaixo estão corretas, EXCETO: .6
olhares intensos. Surpreendem-se quando disputam um papel
34
a) A autora discorda das mães que superprotegem os filhos, com uma garota de 20 anos.
.5

pois ela acredita que só se aprende por meio do sofrimento. – Mas eu faço! Tenho 35, mas passo por 20.
94

b) A criança, ao perceber que os pais estão sofrendo por causa Não passam. A câmera é inexorável, ainda mais com a alta
-0

dela, demora mais para superar o problema. definição. A pele muda. Algo, nem sei dizer o quê, a vida tal-
vez, transforma um semblante que ainda é belo. Mas sem o
s

c) A mãe estava tão preocupada com o fato de o filho não estar


tin

se entrosando na escola que queria mudá-lo para outra mesmo frescor. Iniciam-se os procedimentos estéticos. Botox,
plásticas. A juventude não volta. O rosto fica mais agradável,
ar

instituição.
não nego. Sem tantas marcas, sem os sulcos na pele causados
M

d) A vida é cheia de obstáculos e é necessário ensinar as crian-


até pelas histórias da vida. Alguém oferece o papel de tia. Ou
ra

ças, desde cedo, a ultrapassá-los, com coragem.


de mãe. A atriz se assusta.
ei

– Mas eu não pareço ser mãe dela!


liv
O

Só uma sucessiva série de dissabores “acordará”, até cruel-


321. (FUMARC – 2016) Pode se afirmar que a autora inclui o lei-
mente, a pessoa. O tempo passou. A idade chegou. Funciona
de

tor em suas reflexões ou a ele se dirige, EXCETO em:


do mesmo jeito para mim, para meus amigos, para quem tem
a

a) “Caro leitor, precisamos aceitar: não há um único dia na 40. A juventude, na peça, é simbolizada pelo coma. Um dia a
an

vida de cada um de nós em que não sejamos recusados por gente acorda. O tempo simplesmente passou, e é preciso rever
Lu

alguém[...].” expectativas, projetos, sonhos. Mas é? A emoção, sim, continua


b) “Temos supervalorizado o que chamamos de socialização a mesma! Como lidar com isso? Ainda tenho livros para escre-
dos filhos, em detrimento de outros aspectos da vida [...].” ver, novelas, quero viver um grande amor. Meu coração bate
c) “Vale aqui lembrar uma frase de Guimarães Rosa: ‘O que ela por coisas novas. E, como eu, o de tanta gente! A sociedade
(a vida) quer da gente é coragem’.” agrária, onde os pais envelheciam junto aos filhos, se desagre-
gou. Eu tenho amigos que ainda tentam ressuscitar esse proje-
d) “Vamos tentar entender essa questão, já que inúmeras
to, brincam com os netinhos e conformam-se em correr atrás
mães, e pais também, têm se angustiado com questões
dos filhos, sempre ocupados com seus próprios sonhos!
muito semelhantes a essa [...].”
Um número crescente de pessoas sente como eu. Se é um
coma, não quero acordar, porque minhas emoções continuam
vivas! Posso adaptar projetos, mas desistir dos sonhos nunca!
322. (FUMARC – 2016) Todos os sentimentos abaixo estão pre- Um antigo ditado dizia que a vida começava aos 40. Depois,
sentes no texto, EXCETO: aos 50. Estou pronto para considerar os 60 como a idade de
a) aconselhamento. ouro. É assim, juro. Eu olho para minhas amigas, parentes: em
um olhar, gesto, percebo a garotinha que ela foi. A adolescen-
b) entusiasmo.
te. Está lá, viva! Minhas emoções, tantas vezes, são as de um
c) lucidez. jovem começando a vida. Sempre quero fazer algo de novo.
d) realismo. Voltei a pintar. 105
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O coração bate acelerado porque uma nova novela está a Por que tal comentário teria hoje alguma importância?
caminho, ou conheci alguém. E tem mais uma pergunta impor- Cada época tem seus ídolos, pois eles são a tradução de
tante: eu estou em coma, não reconheço a realidade dos meus anseios, esperanças, sonhos e identidade cultural daquele
60? Bem, se isso é um estado de sonho, de desprendimento da momento. Mas, ao mesmo tempo, reforçam e ajudam a mate-
realidade, sou como a personagem da peça. Não quero acor- rializar esses modelos de pensar e agir.
dar. Quero bater a cabeça como um adolescente e até, juro,
brincar de esconde-esconde dentro de casa. Quero, enfim, Já faz muito tempo, Heleno de Freitas foi um grande ídolo
sonhar. do futebol. Segundo consta, jactava-se de tomar uma cachaci-
nha antes do jogo, para aumentar a criatividade. Entrava em
A emoção não tem idade. Conformar-se com uma realida-
campo exibindo seu bigodinho e, após o gol, puxava o pen-
de que não nos faz feliz, isso sim é viver em estado de coma.
te e corrigia o penteado. O ídolo era a genialidade pura do
Mas a emoção pode transformá-la. Nós todos enfrentamos
futebol-arte.
essa espécie de Alasca.
Mais tarde, Garrincha era a expressão do povo, com sua
Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/walcyrcarrasco/
noticia/2015/11/idade-da-emocao. html .Acesso em: jul. 2016
alegria e ingenuidade. Era o jogador cujo estilo brotava natu-
ralmente. Era a espontaneidade, como pessoa e como jogo, e
O assunto principal do texto é: era facilmente amado pelos brasileiros, pois materializava as
virtudes da criação genial.
a) a idade não representa quem somos.
Para o jogador “cavador”, cabia não mais do que um prê-
b) a peça teatral que o deixou emocionado e pensando na vida.
mio de consolação. Até que veio Pelé. Genial, sim. Mas disci-
c) a realidade é muito dura. plinado, dedicado e totalmente comprometido a usar todas as
d) a vida passa rápido e nem percebemos. energias para levar a cabo sua tarefa. E de atleta completo e
brilhante passou a ser um cidadão exemplar.
É bem adiante que vem Ayrton Senna. Tinha talento, sem
324. (FUMARC – 2016) Ao afirmar que “um dia, a gente acorda”, dúvida. Mas tinha mais do que isso. Tinha a obsessão da disci-
o narrador do texto quis dizer, EXCETO que plina, do detalhe e da dedicação total e completa. Era o talento
a serviço do método e da premeditação, que são muito mais
a) a gente acorda e percebe que o tempo não volta mais.
críticos nesse desporto.
b) as pessoas vivem iludidas com a realidade.
Há mais do que uma coincidência nessa evolução. Nossa
c) o tempo passa e nós nem vemos. escolha de ídolos evoluiu porque evoluímos. Nossos ídolos do
d) os anos passam, a idade chega e não percebemos. passado refletiam nossa imaturidade. Era a época de Macunaí-
ma. Era a apologia da genialidade pura. Só talento, pois esforço
é careta. Admirávamos quem era talentoso por graça de Deus
e desdenhávamos o sucesso originado do esforço. Amadure-
325. (FUMARC – 2016) Com base numa leitura global do texto, é
cemos. Cresceu o peso da razão nos ídolos. A emoção ingênua
possível fazer as seguintes afirmações, EXCETO:
recuou. Hoje criamos espaço para os ídolos cujo êxito é, em
a) Ao afirmar que conformar-se com a realidade é viver em grande medida, resultado da dedicação e da disciplina – como
estado de coma, o narrador demonstra que as pessoas não

3
Pelé e Senna.

-7
querem envelhecer.
Mas há o outro lado da equação, vital para nossa juven-

86
b) Ao apresentar, no título, que a idade é da emoção, o autor já tude. Necessitamos de modelos que mostrem o caminho do
.6
expressa que, em certas idades, as pessoas se deixam levar sucesso por via do esforço e da dedicação. Tais ídolos trazem
34
mais pela emoção. um ideário mais disciplinado e produtivo.
.5

c) Ao comparar a juventude com o coma, o narrador quis dizer


Nossa educação ainda valoriza o aluno genial, que não
94

que a pessoa não percebe o tempo passando e, quando


estuda – ou que, paradoxalmente, se sente na obrigação de
-0

acorda, já envelheceu.
estudar escondido e jactar-se de não fazê-lo. O cê-dêefe é dimi-
s

d) Ao constatar que, apesar da idade, os sonhos não enve- nuído, menosprezado, é um pobre-diabo que só obtém bons
tin

lhecem, o narrador reforça a ideia de que somente o corpo resultados porque se mata de estudar. A vitória comemorada é
ar

envelhece. a que deriva da improvisação, do golpe de mestre. E, nos casos


M

mais tristes, até competência na cola é motivo de orgulho.


ra

Parte do sucesso da educação japonesa e dos Tigres Asiá-


ei

326. (FUMARC – 2016) Todos os sentimentos abaixo estão pre- ticos provém da crença de que todos podem obter bons resul-
liv

sentes no texto, EXCETO: tados por via do esforço e da dedicação. Pelo ideário desses
O

a) Realismo. países, pobres e ricos podem ter sucesso, é só dar duro.


de

b) Lucidez. O êxito em nossa educação passa por uma evolução seme-


lhante à que aconteceu nos desportos – da emoção para a
a

c) Ironia.
an

razão. É preciso que o sucesso escolar passe a ser visto como


d) Aceitação. resultado da disciplina, do paroxismo de dedicação, da preme-
Lu

ditação e do método na consecução de objetivos.


A valorização da genialidade em estado puro é o atraso,
327. (FUMARC – 2016) nos desportos e na educação. O modelo para nossos estudan-
Quem são nossos ídolos? tes deverá ser Ayrton Senna, o supremo cê-dê-efe de nosso
esporte. Se em seu modelo se inspirarem, vejo bons augúrios
Claudio de Moura Castro
para nossa educação.
Eu estava na França nos idos dos anos 80. Ligando a tele- Disponível em: http://veja.abril.com.br/idade/educacao/060601/ponto_de_
visão, ouvi por acaso uma entrevista com um jovem piloto de vista.html. Acesso em: jul. 2016.
Fórmula 1. Foi-lhe perguntado em quem se inspirava como
piloto iniciante. A resposta foi pronta: Ayrton Senna. O curio- A pergunta que inicia o segundo parágrafo: “Por que tal comen-
so é que nessa época Senna não havia ganho uma só corrida tário teria hoje alguma importância?” tem o objetivo de
importante. Mas bastou ver o piloto brasileiro se preparando a) apresentar a ideia que será desenvolvida no texto.
para uma corrida: era o primeiro a chegar no treino, o único b) introduzir o assunto do texto por meio de uma pergunta.
a sempre fazer a pista a pé, o que mais trocava ideias com os
mecânicos e o último a ir embora. Em outras palavras, sua c) justificar o comentário feito no parágrafo anterior.
dedicação, tenacidade, atenção aos detalhes eram tão desco- d) relacionar a ideia anterior à que será desenvolvida ao longo
106 munais que, aliadas a seu talento, teriam de levar ao sucesso. do texto.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
328. (FUMARC – 2016) A evolução na escolha dos ídolos se deveu 3º § Analisa futebol. De vez em quando, cita poemas e evo-

LÍNGUA PORTUGUESA
a) à evolução dos nossos ídolos. ca a psicanálise. Alguns o consideram um estilista da língua,
outros elogiam sua perspicácia, incluindo sua análise estranha
b) à nossa emoção ingênua. do idiomatismo “correr atrás do prejuízo”, que ele acha um
c) ao amadurecimento da população. erro, porque ninguém faria isso, isto é, correr atrás do prejuí-
d) ao reconhecimento da genialidade dos ídolos. zo. Mas isso é argumento? Mas esqueceu que se trata de um
idiomatismo. Também não chove a cântaros e ninguém bate
um papo, literalmente.
4º § Sem dúvida, Tostão é uma boa fonte para o português
329. (FUMARC – 2016) Todas as extrapolações abaixo podem ser culto de hoje. É um representante da cultura e escreve pro-
feitas a partir do texto, EXCETO: fissionalmente. Com um viés regional, claro, mas uma língua
a) O aluno que é ídolo ainda é aquele que consegue se dar bem falada em território(s) tão extenso(s) há de ter vários padrões.
sem nenhum esforço. 5º § Uma de suas marcas é a ausência dos pronomes em
b) O aluno que estuda, no Brasil, para não se passar por cê-dê- casos como “formei em medicina”. Não tenho certeza absoluta
-efe, tem de fazê-lo escondido. (isto é, não disponho de dados quantitativos), mas diria que
Minas – em algumas regiões, pelo menos – é onde esta varian-
c) O amadurecimento que adquirimos nos esportes, em rela- te inovadora está mais assentada. E é culta, não apenas popu-
ção aos ídolos, ainda não foi alcançado na educação. lar, como se poderia pensar. Tanto que Tostão a emprega em
d) Os ídolos de antigamente eram a expressão do povo, pois suas colunas.
não precisavam se esforçar nem ter disciplina. 6º § Outra marca que se espalha cada vez mais, e que está
firme em Minas (mas não só lá) é a chamada relativa cortadora.
Tostão forneceu bons exemplos em sua coluna de 9/10/13, na
mesma Folha (Esporte, p. D4). Escreveu:
330. (FUMARC – 2016) Em todos os trechos, a narradora inclui o
leitor em suas reflexões, EXCETO em: 7º § “Parafraseando o poeta (ele cita muito Fernando Pes-
soa), “Tabacaria” pode não ser o mais belo poema da literatura
a) “Cresceu o peso da razão nos ídolos.”
universal, mas é, para mim, o mais belo, pois é o que mais gos-
b) “Nossa escolha de ídolos evoluiu porque evoluímos.” to”. Depois: “Já o Cruzeiro não é o mais belo time do Brasileiro
c) “Nossos ídolos do passado refletiam nossa imaturidade.” somente porque é o time que mais gosto e que tenho mais
laços afetivos”.
d) “O modelo para nossos estudantes deverá ser Ayrton Senna
[...].” 8º § Cortadora é a adjetiva que elimina a preposição. Em
vez das formas “de que mais gosto” e “com que / com o qual
tenho mais laços”, ocorrem as formas “que mais gosto” e “que
tenho mais laços”.
331. (FUMARC – 2014) 9º § Uma observação importantíssima: quem usa essas for-
I – Um amigo dizia ao outro: – Sabe o que é, rapaz? A minha mas não diz “gosto isso” (diz “gosto disso”) nem “tenho ele mais
mulher não me compreende. E a tua? – Sei lá. Nunca falei com laços afetivos” (diz “com o qual tenho…”). Ou seja: a queda da
ela a teu respeito. preposição só ocorre nas relativas. É uma regra sofisticada!

3
10º § Já se pensou que esta variante ocorria apenas ou pre-

-7
II – À noite, enquanto o marido lê jornal, a esposa comenta:
dominantemente nas regiões rurais. Mas ela se espalha cada

86
– Você já percebeu como vive o casal que mora aí em frente?
Parecem dois namorados! Todos os dias, quando chega em vez mais. Tarallo (A pesquisa sociolinguística, São Paulo, Ática)
.6
casa, ele traz flores para ela, a abraça, e os dois ficam se bei- pesquisou a ocorrência das relativas desde 1725. Quantificou
34

jando apaixonadamente. Por que você não faz o mesmo: – Mas a ocorrência das diversas formas e descobriu que a cortadora
.5

querida, eu mal conheço essa mulher... ocorria muito pouco em 1725. Sua presença nos documentos
94

foi aumentando paulatinamente até 1825. Desde então, cres-


III – Um sujeito vai visitar seu amigo e leva consigo sua
-0

ce vertiginosamente: sua ocorrência é de cerca de 70% já em


cadela. Na chegada, após os cumprimentos, o amigo diz: 1880!
s

– É melhor você não deixar que sua cadela entre nesta


tin

11º § É evidente, mas é bom anotar, que os dados analisa-


casa. Ela está cheia de pulgas. dos por Tarallo são todos de língua escrita. E é provável que os
ar

– Ouviu, Laika? Não entre nessa casa, porque ela está cheia números fossem mais altos na língua falada também naquele
M

de pulgas! tempo, como são claramente hoje.


ra

Tendo em conta as piadas acima, pode-se dizer que o 12º § As outras relativas, além da cortadora, são a ainda
ei

considerada padrão (do tipo “o time de que mais gosto”) e a


liv

humor é deflagrado pela dubiedade dos termos em destaque


em: que retém o pronome pessoal – como se redobrasse o nome
O

retomado por “que” ou “qual” (como em “o time que mais gosto


a) I, II e III.
de

dele”).
b) I e II, apenas. 13º § A história da língua revela, quase sem exceções, que,
a
an

c) I e III, apenas. para cada alternativa (variante), existe documentação antiga.


Lu

d) II e III, apenas. Ou seja, praticamente não se inventa nada quando parece


que se “criam” novas formas de falar. Dizendo melhor: quando
parece que se cria alguma forma nova, ou ela é velha ou resul-
ta da aplicação de uma regra antiga.
332. (FUMARC – 2014) I. No 4º §, o autor constrói ironias acerca da incompetência
SEMPRE AS RELATIVAS linguística do ex-jogador Tostão.
Sírio Possenti II. No 12º §, o autor põe em dúvida que construções do tipo “o
time de que mais gosto” continuem indefinidamente como
1º § Tostão, o que foi jogador de futebol, abandonou a car- padrão na língua portuguesa.
reira por causa de problemas em seu olho, fruto de uma bola- III. Da leitura do 10º § se depreende que as relativas cortadoras
da. Estudou medicina, psicanálise, foi professor. Abandonou inexistiam do século XVII para trás.
esta nova carreira há uns dez anos (ou mais?) para tornar-se Tendo em conta as afirmativas acima, pode-se dizer que são
comentarista esportivo (na TV), espaço que também abando- INCORRETAS:
nou. Há alguns anos é colunista da Folha, que o publica duas
a) I e II, apenas.
vezes por semana.
b) I e III, apenas.
2º § Na coluna de 13/10/2013, afirma sobre si mesmo que
é um colunista que foi jogador, não um jogador que se tornou c) II e III, apenas.
colunista. E se queixa de que tem gente que não entende. d) I, II e III. 107
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333. (FUMARC – 2014) TEXTO 1: Leia com atenção o texto a 334. (FUMARC – 2014) A melhor explicação para a afirmativa:
seguir, para resolver a questão. “Uma leitura eficiente pressupõe sucessivos instantes de cons-
O ato de ler e sua importância: vivências e exigências trução e de desconstrução de significados” é:
Saber ler é, além de uma exigência da sociedade moderna, a) A boa leitura supõe condicionamento de significados.
uma dinâmica experiência existencial. Contudo, há uma impor- b) A leitura deve ser compreendida como um processo dinâ-
tante diferença entre saber ler e a prática efetiva da leitura: a mico, multidirecional e flexível.
efetiva leitura vai além do texto verbal e começa - na palavra-
-mundo - antes mesmo do contato com ele. c) Faz-se necessária a articulação entre as dimensões implíci-
tas e explícitas da informação do texto.
Referindo-nos tão somente ao texto verbal, o ato de ler está
invariavelmente relacionado ao processo de escrita, e o leitor, d) O bom leitor deve reconhecer a dimensão plural dos textos,
na maioria das vezes, é visto como um mero agente “decodi- de modo a atribuir significados.
ficador” de letras, num gesto simples e puramente mecânico
de decifração de sinais e códigos. Porém, esse posicionamento
submisso frente à decifração de signos linguísticos e à desen-
freada recepção de informações não confere, a quem quer que 335. (FUMARC – 2014) De acordo com o autor, são fatores que
seja, a qualidade e a competência de leitor, tal como hoje as interferem na qualidade da leitura, na atualidade, EXCETO:
entendemos ou o entendemos. Ao contrário, uma patente pas- a) A abdicação de posicionamentos e posturas inertes.
sividade leitora vem fazendo com que muitos assumam, cada b) A grande quantidade de informação recebida.
vez mais, uma postura suscetível e vulnerável a quaisquer prá-
ticas ou intenções de dominação e/ou manipulação. c) A submissão à dominação e à manipulação.
Para que ocorra, então, uma prática concreta de liberta- d) As diversas linguagens, expressões e formas simbólicas.
ção, a compreensão das mais diversas linguagens, expressões
e formas simbólicas, configuradas quer por palavras, quer por
imagens, exige de qualquer leitor, hoje, um caráter reflexivo e
336. (FUMARC – 2014) Leia com atenção o texto a seguir, para
um papel mais do que ativo. Essa constante “atuação” se faz
necessária para que haja a produção de múltiplas possibilida- resolver a questão.
des de leitura e para que essas se multipliquem e se tornem Ética Profissional e relações sociais
novas a cada experiência de “confronto” e de interação textual, O varredor de rua que se preocupa em limpar o canal de
levando em consideração a surpreendente diversidade de escoamento de água da chuva, o auxiliar de almoxarifado que
fenômenos que podem, enfim, ser chamados de texto. Assim,
verifica se não há umidade no local destinado para colocar cai-
apreciações interpretativas, críticas e sensíveis por parte dos
xas de alimentos, o médico cirurgião que confere as suturas
leitores tornam-se, cada vez mais, componentes ativos na (e
nos tecidos internos antes de completar a cirurgia, a atendente
para a) consolidação de qualquer leitura.
do asilo que se preocupa com a limpeza de uma senhora idosa
Sendo assim, abdicar de posições e posturas “inertes” é após ir ao banheiro, o contador que impede uma fraude ou
uma das características que permitem ao leitor proficiente
desfalque, ou que não maquia o balanço de uma empresa, o
ser levado em conta como parte integrante não só do ato da
engenheiro que utiliza o material mais indicado para a cons-
leitura, mas também dos textos. Uma leitura eficiente pressu-
trução de uma ponte, todos estão agindo de forma eticamente

3
põe sucessivos instantes de construção e de desconstrução de

-7
significados, ou seja, momentos de preenchimento de espaços correta em suas profissões, ao fazerem o que não é visto, ao

86
vazios ou em branco dos textos, abertos a várias interpreta- fazerem aquilo que, alguém descobrindo, não saberá quem
.6
fez, mas que estão preocupados, mais do que com os deveres
ções. Além disso, essa eficaz leitura deve ser entendida como
34
um momento de apropriação e incorporação de saberes, bem profissionais, com as pessoas.
.5

como de participação afetiva e efetiva numa realidade (quase As leis de cada profissão são elaboradas com o objetivo
94

sempre) alheia de proteger os profissionais, a categoria como um todo e as


-0

A predisposição e a empatia do leitor para entregar-se ao pessoas que dependem daquele profissional, mas há muitos
universo apresentado no texto, para mergulhar e se aprofun- aspectos não previstos especificamente e que fazem parte do
s
tin

dar nas entrelinhas e nos subentendidos são, também, funda- comprometimento do profissional em ser eticamente correto,
mentais para uma leitura polivalente, multidirecional e aberta
ar

aquele que, independente de receber elogios, faz a coisa certa.


à flexibilidade. Todo texto é plural, assim como os sentidos e
M

GLOCK, R.S.; GOLDIM, J.R. Ética profissional é compromisso social. Mundo


os significados desse texto. Basta que o leitor esteja atento a
ra

Jovem (PUCRS, Porto Alegre.) 2003; XLI (335): 2-3.


todas as peculiaridades textuais e que associe ou atribua a elas
ei

significância por meio do que está explícito e, principalmen-


liv

Os autores do Texto defendem que ser ético é


te, implícito. Nenhuma leitura deve ser compreendida como
O

um processo e/ou um ato estático; deve, sim, ser enxergada a) cumprir apenas as atribuições profissionais já estabelecidas.
de

através de diversos ângulos, como uma atividade instigante e b) efetuar suas atividades sem se preocupar com o todo.
doadora de significação. [...]
a

c) notificar cada uma de suas ações que contribuem para o


an

A formação de um leitor deve valer-se de vivências siste- sucesso do trabalho.


máticas de leitura, carregadas de significados e de sentidos
Lu

que contribuam para o ser/estar no mundo, numa perspectiva d) realizar ações que nem sempre serão reconhecidas.
de interação entre o mundo do leitor e o do autor do texto
(ou da obra); deve envolver práticas sociais em que o indivíduo
sinta a necessidade de ler. E deve, ainda, fazer do ato de ler 337. (FUMARC – 2014) “O responsável pela morte da vítima não
um momento de apropriação de saberes, de conhecimento de
foi o meu cliente. Ele disparou a arma, é certo. Entretanto, o que
si e do mundo e, sempre que possível, um momento de puro
provocou a morte foi a hemorragia causada pela perfuração do
prazer.
projétil”. Analisando o texto acima, é correto o que se afirma,
Disponível em: http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia/453769/o-ato-de-ler- EXCETO em:
e-sua-importancia-vivencias-e-exigencias Acesso em: dez./2013.
a) A falta de coerência é o principal fator de textualidade que
O principal elemento que contribui para a passividade do leitor interfere nessa comunicação.
é b) A ausência de progressão e de continuidade compromete a
a) a apropriação de saberes e de conhecimento. produção de sentido.
b) a atribuição de significados ao material explícito no texto e c) A forma de organizar o enunciado tenta subverter a lógica
ao implícito. da compreensão.
c) a postura submissa como um mero decodificador. d) A situacionalidade e intencionalidade justificam o objetivo
108 d) o caráter reflexivo e o papel ativo na produção de sentido. desse enunciador.
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338. (FUMARC – 2014) 341. (FUMARC – 2014) Além de fazerem bem ao meio ambiente,

LÍNGUA PORTUGUESA
Você também pode mudar o mundo! as ideias apresentadas no texto têm em comum a
Raïtsa Leal a) criatividade.
b) generosidade.
Ontem, quando cheguei do trabalho, passei na frente do
bicicletário do meu prédio. Olhei para aquele monte de bici- c) renda.
cletas e me lembrei de um artigo sobre meio ambiente que li d) simplicidade.
na Revista Seleções. Era sobre “heróis verdes”: pessoas que, a
partir de ideias simples, montaram negócios sustentáveis para
o planeta - e rentáveis!
O que as bicicletas do meu prédio têm a ver com isso? Bom, 342. (FUMARC – 2014)
uma das histórias que chamou minha atenção foi a de um ale- PAIS, FILHOS E BOAS MANEIRAS
mão chamado Philipp Rogge (é claro que eu não me lembra-
Luiz Caversan
va do nome dele! Mas procurei o artigo para compartilhar as
informações corretas com vocês!). Como eu, ele passou por
Dia desses enfrentei um estresse típico de grande cidade,
um bicicletário usado por vizinhos e sentiu vontade de dar uma
volta com uma delas, mas não sabia a quem pedir. Foi então mas que acabou por oferecer bons momentos de reflexão.
que teve a ideia de criar o site Frents, que permite que pessoas Tarde da noite, estava ao volante subindo uma alça de um
que vivem próximas partilhem e aluguem bens diversos, como dos muitos viadutos de São Paulo, quando, no final da curva,
livros, DVDs, bicicletas e até equipamentos e automóveis! vejo um veículo que, ao tentar desviar de outro, quebrado,
Segundo Philipp, “Um produto disponível no Frents não tem de empreendia uma manobra arriscada na pista.
ser feito centenas de vezes, e isso poupa energia e custos de
produção.” Sem falar que sai mais barato alugar a bicicleta do Não deu outra: os freios e a mudança brusca de direção
vizinho de vez em quando do que comprar uma nova! foram insuficientes para evitar o impacto.
Essa é a mesma lógica que levou ao surgimento do site bra- Felizmente, apenas danos materiais, tanto no meu veículo
sileiro Carona Solidária, que ajuda os usuários a encontrarem quanto no outro, de onde logo saíram dois jovens na casa dos
outras pessoas que fazem o mesmo percurso de carro e este- vinte e tantos anos, um deles, o motorista, bem nervosinho.
jam dispostas a dar carona. Isso significa um uso mais racional “Está tudo bem aí?”, perguntei.
dos carros particulares (menos carros transitando com só uma
pessoa dentro) e economia para os usuários (que são motoris- “Claro que não, seu barbeiro, olha o que você fez no meu
tas que se alternam ora dando e ora recebendo carona). A ini- carro.”
ciativa ainda contribui para um trânsito melhor para todos que Ainda bem que, em sua grosseria, o rapaz não me chamou
vivem nas grandes cidades e, portanto, uma economia geral de tio, porque
de energia.
aí soaria mais ofensivo...
Além de fazerem bem ao meio ambiente, o que essas
ideias têm em comum é a simplicidade: ambas são soluções De qualquer maneira, tentei acalmá-lo, dizendo que ele
tão simples que nos fazem refletir – como ninguém pensou nis- estava numa manobra arriscada e que eu de fato não consegui
so antes? E o mundo está cheio de situações que pedem solu- parar.

3
-7
ções assim, criativas e relativamente fáceis de pôr em prática.
Foi a conta para que ele quisesse partir pra ignorância. Mas

86
Não importa o tamanho da ação (os dois exemplos acima outros carros e motoristas já estavam atulhados na pista, e
começaram pequeninos antes de se tornaram grandes comu-
.6
pessoas mais equilibradas impediram que o rapaz cometesse
34
nidades). O que importa é saber que qualquer um de nós alguma impropriedade.
pode pensar verde e realizar verde! Doe, recicle, compartilhe.
.5

“Ok, vamos chamar a polícia”, disse eu, já que o caminho da


94

Estas três ações já são um belo primeiro passo para começar


a mudar o mundo! conversa civilizada estava fatalmente obstruído.
-0

Disponível em: http://blog.selecoes.com.br/voce-tambem-pode- “Isso mesmo!”, gritou o rapaz. “Vamos chamar a polícia,
s

mudar-o-mundo/? utm_ source=site&utm_medium=site utm_ porque você não sabe com quem está falando!”
tin

campaign=MundoMelhor_0210Mudar. Acesso em: out. 2014.


Pronto, estava armado o circo.
ar

O assunto do texto é
M

O menino tinha as “costas quentes” e estava ali louco para


ra

a) apresentar ações que podem fazer bem ao meio ambiente. exercer o seu poder.
ei

b) incentivar as pessoas a usarem a bicicleta nas grandes “E porventura com quem eu estou falando?”
liv

cidades.
“Meu pai é coronel da PM e vai resolver rapidinho isso aqui.
O

c) mostrar como funciona o site criado pelo alemão Philipp Você vai se dar mal...”
de

Rogge.
Bem, para encurtar a história, logo chegou uma viatura
d) demonstrar como é fácil montar negócios sustentáveis.
a

com dois policiais, que educadamente vieram ouvir minha ver-


an

são e, em seguida, foram conversar com o rapaz, que não titu-


Lu

beou em dar ordens, exigindo que eles me inculpassem e, pelo


339. (FUMARC – 2014) Todas as iniciativas abaixo, do site Carona rádio, localizassem o tal coronel.
Solidária, deram certo, EXCETO:
Ficamos nessa lengalenga durante uns 40 minutos, os PMs
a) ajuda os usuários a encontrarem outras pessoas que façam já pelas tampas com o garoto, até que desce de um automóvel
o mesmo percurso. um senhor grisalho, magro e que calmamente olhou os dois
b) representa economia geral de energia para a população. carros batidos. Foi logo assediado pelo nervosinho que, gesti-
c) representa economia para os usuários, pois ora estão dan- culando muito, começou a esbravejar. Mas logo se viu contido
do carona, ora recebendo. por um indiscutível “cala boca” do pai-coronel.
d) transitam menos carros com só uma pessoa dentro. Em seguida, o senhor sacou sua identificação funcional e
foi conversar com os policiais, que bateram continência e rela-
taram a situação e as atitudes do filho. Menos de cinco minutos
340. (FUMARC – 2014) O site Frents permite, EXCETO: depois, ele dirigiu-se a mim educadamente e com ar grave e
ligeiramente envergonhado, disse: “Eu peço sinceramente que
a) alugar a bicicleta do vizinho em vez de comprar uma nova.
o senhor desculpe as atitudes do meu filho. Em nossa família,
b) alugar bens diversos como livros, DVDs e até automóveis. não toleramos esse tipo de comportamento e ele vai se haver
c) oferecer carona aos usuários do site. comigo. Eis meu cartão, o sr. providencie o conserto do seu
d) partilhar bens diversos, como livros e DVDs. carro e me mande a conta, por gentileza.” 109
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Imediatamente ele chamou o filho num canto e passou Ainda dentro do carro, sangrando, meu amigo médico
uma descompostura tão grande, mas tão grande no rapaz que pegou o celular para pedir socorro. Estava sem bateria. Um
deu até pena. Não alterou a voz, não fez gestos bruscos, ape- Gol parou. Dois rapazes desceram e ofereceram ajuda. Auxi-
nas exerceu, como se deve, o papel, o direito e o dever de pai liaram-no a subir a rampa até uma empresa, cujo segurança,
de um jovem abusado, colocando-o em seu devido lugar. finalmente, chamou a polícia. O acidentado voltou para o car-
Ainda bem que ainda há cidadãos como o coronel da outra ro. As duas “almas bondosas” haviam roubado tudo o que ele
noite. tinha. Sim, os rapazes do Gol levaram celular, carteira, cartões
de crédito, bolsa. Tudo. E fugiram. É um segundo horror, que
Disponível em: www1.folha.uol.com.br/colunas/luizcaversan /310088-pais- superdimensiona o outro. O pior é a conclusão do médico:
filhos-e-boasmaneiras. shtml (Adaptado) Acesso em: 27 ago. 2016.
– Ainda bem que eu estava sem bateria e não fiquei no car-
A ideia principal do texto é ro. E que não cheguei quando roubavam. Aí, teriam acabado
comigo.
a) contar o acidente ocorrido com o narrador.
Verdade absoluta. Teria sido fácil, para roubar, acabar com
b) criticar a postura do pai, Ludovico Ramalho, que defendeu o
o médico ensanguentado. Nem deixariam pistas, tudo seria
filho agressor.
debitado ao acidente.
c) demonstrar que há famílias que educam e corrigem seus
Esse acontecimento me provoca um pavor profundo. Estou
filhos.
ficando velho. Sou de um tempo em que mesmo adolescente,
d) mostrar como reagem os filhos de pais influentes. às vezes, quando saía, amanhecia no ponto de ônibus esperan-
do o primeiro da minha linha. Quantas vezes amigos e eu pas-
samos o final da madrugada no banco de uma praça, batendo
343. (FUMARC – 2014) “Dia desses enfrentei um estresse típico papo até o ônibus chegar? Também sou de um tempo em que,
de grande cidade, mas que acabou por oferecer bons momen- para viajar, ia para a estrada e pegava carona. Era fácil, sempre
tos de reflexão [...].” Os momentos de reflexão, citados no trecho havia um carro que parava. De carona em carona, eu chegava
acima, foram corretamente interpretados, EXCETO em: ao meu destino. Nem sabia o que era pegar ônibus para viajar.
Avião, menos ainda. Hoje, eu mesmo não paro quando alguém
a) Ainda há pais que educam seus filhos, evitando que eles me pede carona. Tenho medo. Mesmo porque são inúmeros
continuem errando. os casos em que a generosidade é recompensada com assaltos
b) É necessário saber com quem estamos falando. e agressões. Até assassinatos.
c) Os pais são, sim, responsáveis pela educação que dão aos Assaltos sempre aconteceram. Psicopatas existem. O que
seus filhos. me apavora é essa sensação disseminada de vale-tudo na
d) Para se corrigir os filhos, muitas vezes, é necessário apenas nossa sociedade. Comecei a contar a história do médico a três
colocá-los em seus respectivos lugares. outros amigos. Todos, antes de eu terminar, disseram:
– Aposto que os caras do Gol tinham roubado tudo.
A completa falta de ética já é esperada, tida como normal.
344. (FUMARC – 2014) Ao chegar ao local do acidente, a atitude É intrínseca à sociedade nacional. Não posso falar por todos
os países do mundo. Costumo viajar, andar à noite pelas ruas,

3
do coronel foi

-7
eventualmente ser ajudado por desconhecidos. Esse descaso
a) acalmar o seu filho.

86
com o outro, só vejo mesmo por aqui. Um ator conhecido certa
b) conversar com os policiais para saber o que havia ocorrido. vez viu uma mulher atropelada na rua, abandonada pelo autor
.6
34
c) ouvir o narrador que bateu no carro de seu filho. do acidente. Botou no seu próprio carro e levou ao hospital.
Não deu outra: mais tarde a dita-cuja o acusou de ser respon-
.5

d) ouvir o que seu filho tinha a dizer.


sável pelo atropelamento. Exigiu indenização. Em vez de agra-
94

decer, deu um golpe. Soube também de donos de automóveis


-0

que instalam câmeras em seus veículos, porque há gente que


s

345. (FUMARC – 2014) “São pais assim que criam filhos assa- se atira na frente, para mais tarde processar. A gravação serve
tin

do...” A melhor interpretação para esse trecho é: para provar a má intenção da “vítima”. Resultado: se atropelar
ar

a) A criação dos filhos reflete a vontade dos filhos. alguém, óbvio, socorrerei. Mas terei medo de pôr no meu carro
M

alguém que encontre ferido, atropelado, precisando de ajuda,


b) Os filhos normalmente são educados diferentemente de porque tudo pode se voltar contra mim.
ra

seus pais.
ei

Aí meu medo aumenta. Já não é mais relacionado a ser


liv

c) Os filhos são o reflexo da educação que receberam de seus assaltado, sofrer alguma violência. É o que o medo do medo
pais.
O

faz comigo, interiormente. Me sinto uma pessoa muito menos


d) Pais educados nem sempre criam filhos educados. disposta a ser generosa. Sempre estranhei as recomendações
de

do seguro: no caso de problema com o carro, chamar o socorro


a

e ficar distante do veículo, até sua chegada. Depois do episódio


an

com o médico, entendo. O ferido está mais exposto. Nem falo


Lu

346. (FUMARC – 2014)


das mulheres assassinadas só por esboçar um gesto de defesa
Eu tenho medo quando querem roubar suas bolsas. Só isso daria um livro.
Walcyr Carrasco O amor ao próximo, o sentimento pelo outro, foi eliminado
de nossas relações sociais. Resta o medo, o mesmo que sinto
Parece história de humor negro. Não é. Aconteceu de ver- dentro de mim. Não só do que me assusta. Mas que me trans-
dade, é realmente um horror. Um amigo, médico dermatolo- forma em alguém pior do que eu queria ser.
gista, foi fechado por um caminhão num dos acessos à Avenida
Fonte: Revista Época, n. 856, 27 out. 2014, p. 106.
23 de Maio, em São Paulo. O carro saiu da pista, despencou
pela ribanceira e colidiu com arbustos, pedras, desníveis de
Com base numa leitura global do texto, é possível fazer as
terreno. Meu amigo bateu a cabeça, ensanguentou-se. Pri-
seguintes afirmações, EXCETO:
meiro horror: o caminhão fugiu. Sei que isso não surpreende
ninguém. Nunca ouvi a história de um caminhão que parasse a) Ao afirmar que o pior foi a conclusão do médico, ressalta-se
após provocar um acidente. Um funcionário meu recentemen- a gravidade do acontecimento ocorrido, já que, se ele esti-
te foi fechado por um, em plena Via Dutra. Ele se machucou, vesse presente, teria sido morto.
o carro amassou em toda a lateral. O caminhoneiro acelerou, b) Ao apresentar o exemplo do funcionário, que foi fechado
para se ver livre da responsabilidade. A história começa com por um caminhão em plena Via Dutra e o caminhonei-
esse horror com que me acostumei: caminhões não param ro fugiu, reforça-se a atitude dos caminhoneiros, que não
110 nem para ver se a gente está vivo. assumem a responsabilidade pelo que fazem.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
c) Ao comentar que os amigos já sabiam que os rapazes do Gol Seu pai é um uruguaio. Gol da Alemanha. Chamado Alcides

LÍNGUA PORTUGUESA
assaltaram o médico, mostra-se que a falta de ética em nos- Ghiggia. Gol da Alemanha. Acabou? Gol da Alemanha. Não. Gol
sa sociedade é vista como normal. da Alemanha. Ghiggia não é uruguaio. Gol da Alemanha. Ghiggia
d) Ao constatar que hoje até ajudar os acidentados é perigoso, nasceu na Argentina. Gol da Alemanha. Nana Gouvêa. Gol da
acentua-se a ideia de que não poderemos mudar a situação Alemanha. Com camisa do Flamengo. Gol da Alemanha. Que
de medo em que vivemos. na verdade. Gol da Alemanha. É a camisa da Alemanha. Gol da
Alemanha. Faz “selfie” nos escombros. Gol da Alemanha. Gol da
Alemanha. Gol da Alemanha. Gol da Alemanha. Gol da Alema-
nha. Gol da Alemanha. Gol da Alemanha. Gol do Oscar.
347. (FUMARC – 2014) Todos os sentimentos estão presentes no
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/
texto, EXCETO: antonioprata/2014/07/1488765-gol-da-alemanha.shtml
a) Angústia.
b) Desânimo. O tema veiculado no texto remete
c) Frustração. I. A um tipo de imprensa, que divulga os fatos de modo
sensacionalista.
d) Sarcasmo.
II. À importância dada pela mídia aos fatos sociais.
III. À repercussão midiática dos eventos sociais.
348. (FUMARC – 2014) Há interlocução em: São CORRETAS as afirmativas
a) “Sim, os rapazes do Gol levaram celular, carteira, cartões de a) I e II apenas.
crédito, bolsa.” b) I e III apenas.
b) “É o que o medo do medo faz comigo, interiormente.” c) II e III apenas.
c) “Aconteceu de verdade, é realmente um horror.” d) I, II e III.
d) “– Aposto que os caras do Gol tinham roubado tudo.”

350. (FUMARC – 2014) O emprego repetido da expressão ‘Gol da


349. (FUMARC – 2014) Para responder a questão, considere o Alemanha’ no início, no desenvolvimento e no término do texto
texto a seguir: contribui para a construção de sentidos porque:
GOL DA ALEMANHA a) confirma a importância de um evento esportivo no cenário
mundial.
Antonio Prata
b) expressa a ironia do autor em relação à midiatização dos
Gol da Alemanha. Gol da Alemanha. Gol da Alemanha. Gol acontecimentos sociais.
da Alemanha. Gol da Alemanha. Gol da Alemanha. Gol da Ale- c) reforça a ideia da superioridade da Alemanha em relação ao
manha. O rio Amazonas seca. Gol da Alemanha. Cupins devo- Brasil.
ram Ouro Preto. Gol da Alemanha. Olinda arde em chamas. d) sugere uma discussão sobre os eventos esportivos mun-

3
-7
Gol da Alemanha. O Cristo cai com um tufão. Gol da Alemanha. diais.

86
Gisele entra num convento. Gol da Alemanha. Prédios de Nie-
meyer desabam. Gol da Alemanha. (Nenhum político ferido.) .6
Gol da Alemanha. Cyrela reconstrói capital. Gol da Alemanha.
34

Em estilo neoclássico. Gol da Alemanha. Dengue mutante se 351. (FUMARC – 2014)


.5

espalha. Gol da Alemanha. Com terrível novo sintoma. Gol da “O encadeamento de segmentos textuais, de qualquer
94

Alemanha. Flacidez e queda dos glúteos. Gol da Alemanha. Gil extensão (períodos, parágrafos, subtópicos, sequências tex-
-0

e Caetano descobrem-se. Gol da Alemanha. Gagos, roucos e tuais ou partes inteiras do texto), é estabelecido, em grande
fanhos. Gol da Alemanha. Chico Buarque grava. Gol da Alema-
s

número de casos, por meio de recursos linguísticos que se


tin

nha. “Um Emo Universitário”. Gol da Alemanha. João Gilberto denominam articuladores textuais ou operadores do discurso”.
admite. Gol da Alemanha. Quem inventou a bossa nova. Gol
ar

(KOCH, I. V. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2003. p.


da Alemanha. Foi o Henry Salvador. Gol da Alemanha. Historia-
M

133).
dor sentencia. Gol da Alemanha. Santos Dumont chegou tarde.
ra

Gol da Alemanha. Quem inventou o avião. Gol da Alemanha.


ei

Um exemplo prototípico desses articuladores encontra-se em:


Foram os irmãos Wright. Gol da Alemanha. Exumação com-
liv

prova. Gol da Alemanha. Carmem Miranda era homem. Gol da a) Toda sociedade é bastante heterogênea, porque é formada
O

Alemanha. Diário revela. Gol da Alemanha. Jece Valadão era de indivíduos muito diferentes entre si.
de

gay. Gol da Alemanha. Jean Wyllys confessa. Gol da Alemanha. b) O que vale para a desigualdade social vale para a diversida-
Sempre fui hétero. Gol da Alemanha. Universidade de Stanford de linguística.
a
an

adverte. Gol da Alemanha. Feijão dá câncer e gota. Gol da Ale- c) O Brasil é a quarta nação mais desigual da América Latina.
manha. Sambódromo é vendido. Gol da Alemanha. Pra uma
Lu

d) Há classes sociais dominantes e dominadas.


igreja evangélica. Gol da Alemanha. O Municipal é reformado.
Gol da Alemanha. Para virar pet shop. Gol da Alemanha. Disney
arrenda Lençóis. Gol da Alemanha. E constrói parque do Mic-
key. Gol da Alemanha. Chapada Diamantina é implodida. Gol 352. (FUMARC – 2014)
da Alemanha. Pra gerar muita brita. Gol da Alemanha. E ater- SEM DÚVIDAS?
rar o Pantanal. Gol da Alemanha. “O maior estacionamento do
mundo!” Gol da Alemanha. O mico-leão é extinto. Gol da Ale- Rosely Sayão
manha. Pela última arara-azul. Gol da Alemanha. O derradeiro
boto-cor-de-rosa se mata. Gol da Alemanha. Engolindo a últi- Um professor universitário na área da educação disse uma
ma arara. Gol da Alemanha. Autópsia do boto conclui. Gol da frase curta que pode nos fazer refletir muito: “A possibilidade de
Alemanha. Que o rosa era tingimento. Gol da Alemanha. Índios buscar qualquer informação no Google acabou com a dúvida.”.
assumem a culpa. Gol da Alemanha. A gente pintava os bichi- Realmente, conviver com a dúvida tem sido cada vez mais
nhos. Gol da Alemanha. E quem pagava eram as Farc. Gol da difícil. Quanto mais se amplia o leque de escolhas em qualquer
Alemanha. As aves que aqui gorjeiam. Gol da Alemanha. Tão atividade da vida, menos dúvidas queremos ter. Queremos
mudas ou se picaram. Gol da Alemanha. Pai. Gol da Alemanha. fazer a escolha certa, para a qual não restaria dúvida alguma.
Que que tá acontecendo? Gol da Alemanha. Não sei. Gol da Não mais nos contentamos com a melhor escolha possível ou
Alemanha. Mas preciso contar um negócio. Gol da Alemanha. com uma escolha suficientemente boa. Difícil, senão impossí-
Eu não sou seu pai. Gol da Alemanha. vel, viver dessa maneira, não é verdade? 111
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Esse estilo de viver complica bastante a escolha do curso c) “Não, o pai dela não era jornalista e sim leitor voraz de
universitário, tarefa na qual muitos jovens que frequentam o jornal.”
ensino médio estão implicados. Criamos uma série de mitos
em torno da escolha da profissão que os jovens devem fazer. d) “Será porque as escolhas eram mais restritas, será que não
“É uma escolha muito séria para ser feita nessa idade” ou “Eles tínhamos tanto compromisso com o êxito, com a certeza?”
não têm maturidade para escolher o que farão no resto da
vida” são frases que expressam algumas de nossas ideias a
esse respeito. Esquecemos que nós fizemos tal escolha com
essa mesma idade? E parece que não foi uma tarefa tão com-
plicada como temos tentado fazer com que seja na atualida-
de. Será porque as escolhas eram mais restritas, será que GABARITO
não tínhamos tanto compromisso com o êxito, com a certeza?
Como as escolhas eram feitas?
Muitas escolhas profissionais foram herdadas. Conhece- 1 B 40 C
mos a tradição de os filhos continuarem o trabalho dos pais. 2 D 41 A
Conhecemos também pessoas que fizeram escolhas por opo-
sição aos pais. Para muitos, a escolha de herança positiva ou 3 A 42 B
negativa dos pais deu certo; para outros, não deu. Mas seria
4 B 43 A
diferente se fosse outro o critério usado?
Outras escolhas eram feitas com base em razões subje- 5 B 44 D
tivas. Uma jornalista me disse que desde criança quis fazer 6 C 45 B
jornalismo, talvez por influência paterna. Não, o pai dela não
era jornalista e sim leitor voraz de jornal. Isso pode apontar 7 D 46 D
para escolhas feitas por influências inconscientes para as quais
8 B 47 A
encontramos razões objetivas mais tarde.
De qualquer maneira, a família do jovem era a maior fonte 9 D 48 A
de influências, para o bem ou para o mal, na hora de tal deci-
10 A 49 D
são. Hoje, a escola influencia mais do que a família. É que, pou-
co a pouco, a família passou a entender que deveria dar mais 11 C 50 B
liberdade aos filhos também na hora de ele fazer a escolha
do vestibular. Mas, para que o jovem pudesse desfrutar de tal 12 D 51 A
“liberdade”, ele precisaria de um apoio. E quem daria tal apoio? 13 C 52 A
A escola, é claro. Difícil, hoje, encontrar uma instituição
14 A 53 A
escolar que não ofereça um trabalho de orientação profissio-
nal. E há ofertas para todo o tipo de gosto ou anseio. Aliás, tal 15 C 54 D
trabalho passou a ser mais um dos itens que os pais conside-

3
16 D 55 D

-7
ram na hora de escolher a escola para o filho.

86
Boa parte desses trabalhos parte de um princípio: o de que 17 D 56 D
a oferta de informações, de mercado ou de conhecimentos
.6
18 C 57 B
34
técnicos ao alunado tem o potencial de resolver a questão da
.5

angústia do jovem no momento da escolha. Os altos índices 19 D 58 A


94

de desistência e de troca de curso ainda no primeiro ano da


20 D 59 D
-0

universidade, no entanto, contradizem tal conceito.


Talvez seja necessário que famílias e escolas revejam a par- 21 A 60 C
s
tin

te que lhes cabe nesse processo.


22 A 61 D
ar

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/


M

2013/09/1335977-sem-duvidas.shtml (Adaptado) 23 A 62 A
ra

Com base numa leitura global do texto, é possível fazer as 24 C 63 D


ei

seguintes afirmações, EXCETO:


liv

25 C 64 B
O

a) Ao afirmar que queremos fazer a escolha certa, para a qual


não restaria dúvida alguma, a locutora explica por que é 26 A 65 A
de

complicado para os jovens a escolha da profissão. 27 D 66 C


a
an

b) Ao constatar que conviver com a dúvida tem sido cada vez


mais difícil, a locutora reafirma a ideia de que o Google aca- 28 D 67 B
Lu

bou com a dúvida. 29 D 68 B


c) Ao se referir à época em que as escolhas eram feitas com
30 C 69 B
base na influência familiar, a locutora pretende demonstrar
que a família, na hora da decisão, deve apoiar seus filhos. 31 A 70 E
d) Ao apresentar os altos índices de desistência e de troca de
32 B 71 A
curso ainda no primeiro ano da universidade, a locutora
constata a importância de se rever o papel da escola e da 33 B 72 D
família no momento da escolha da profissão do jovem.
34 C 73 A
35 C 74 C
353. (FUMARC – 2014) Percebe-se a interlocução entre a locuto- 36 B 75 C
ra e os locutários em:
37 C 76 B
a) “Criamos uma série de mitos em torno da escolha da profis-
são que os jovens devem fazer.” 38 D 77 C
b) “Não mais nos contentamos com a melhor escolha possível
39 B 78 C
112 ou com uma escolha suficientemente boa.”
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LÍNGUA PORTUGUESA
79 A 125 B 171 A 217 E
80 D 126 D 172 C 218 A
81 C 127 C 173 A 219 A
82 D 128 B 174 B 220 D
83 B 129 C 175 B 221 B
84 B 130 D 176 D 222 E
85 B 131 A 177 A 223 D
86 C 132 D 178 B 224 C
87 D 133 A 179 A 225 D
88 A 134 D 180 A 226 B
89 D 135 C 181 C 227 C
90 C 136 E 182 C 228 A
91 B 137 A 183 A 229 B
92 A 138 B 184 E 230 A
93 C 139 C 185 B 231 D
94 A 140 B 186 D 232 A
95 C 141 D 187 D 233 C
96 D 142 B 188 C 234 C
97 C 143 B 189 B 235 B
98 C 144 C 190 A 236 D
99 C 145 D 191 A 237 C
100 A 146 A 192 A 238 C
101 B 147 B 193 B 239 B

3
-7
102 D 148 B 194 A 240 D

86
103 D 149 A 195 B .6 241 B
34
104 D 150 A 196 C 242 B
.5

105 B 151 A 197 B 243 C


94
-0

106 B 152 B 198 B 244 B


s

107 D 153 D 199 B 245 C


tin
ar

108 B 154 B 200 A 246 D


M

109 C 155 B 201 B 247 C


ra

110 D 156 A 202 C 248 B


ei
liv

111 D 157 B 203 A 249 B


O

112 C 158 D 204 D 250 C


de
a

113 A 159 A 205 C 251 A


an

114 C 160 A 206 D 252 C


Lu

115 A 161 A 207 B 253 D


116 C 162 C 208 C 254 D
117 A 163 B 209 D 255 A
118 C 164 A 210 C 256 B
119 B 165 D 211 C 257 D
120 D 166 A 212 A 258 B
121 A 167 A 213 D 259 D
122 B 168 B 214 E 260 B
123 C 169 D 215 C 261 C
124 C 170 B 216 D 262 C

113
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263 D 309 D ANOTAÇÕES
264 C 310 D
265 B 311 A
266 C 312 D
267 C 313 D
268 A 314 A
269 B 315 C
270 C 316 B
271 A 317 B
272 B 318 C
273 C 319 B
274 A 320 A
275 D 321 C
276 D 322 B
277 C 323 D
278 A 324 B
279 D 325 B
280 C 326 C
281 A 327 D
282 C 328 C
283 A 329 D
284 A 330 A
285 D 331 D

3
-7
286 B 332 B

86
287 B 333 C .6
34
288 A 334 B
.5

289 B 335 D
94
-0

290 C 336 D
s

291 A 337 B
tin
ar

292 D 338 A
M

293 B 339 B
ra

294 C 340 C
ei
liv

295 B 341 D
O

296 D 342 C
de
a

297 B 343 B
an

298 A 344 B
Lu

299 C 345 C
300 A 346 D
301 B 347 D
302 A 348 A
303 B 349 D
304 C 350 B
305 C 351 A
306 A 352 B
307 C 353 C
308 B

114
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NOÇÕES DE DIREITO
NOÇÕES DE DIREITO
Æ RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO a) Agentes públicos que atuam no exercício da função políti-
ca de Estado, que possuem cargos estruturais e inerentes à
1. (FUMARC – 2018) Um servidor público estadual, no exercício organização política do país, estão ali para exercer a vonta-
do seu cargo, conduzia um veículo oficial em velocidade supe- de superior do Estado.
rior à permitida na via e atropela um pedestre que vem a falecer b) Os empregados públicos e os servidores estatutários têm
no local. A partir da narrativa, é CORRETO afirmar: vínculo permanente com a Administração Pública, de natu-
a) A sentença condenatória no âmbito penal somente gerará reza profissional, com prazo de terminado, para execução
efeitos na esfera administrativa se imposta pena privativa de atividades permanentes de interesse do Estado. Tais
de liberdade. agentes se vinculam ao poder público com a celebração de
b) Eventual absolvição no âmbito penal por insuficiência de contrato de emprego, com vínculo decorrente diretamente
provas não autoriza a condenação do servidor nas esferas do texto da lei, o que lhes confere mais garantias.
cível e administrativa. c) Podem ser considerados agentes públicos aqueles que
c) O Estado responderá subjetivamente na esfera cível pelos exercem função pública em virtude de relação trabalhista,
danos resultantes do evento. em qualquer dos entes da Administração Pública Direta ou
d) O servidor responderá pelo ato lesivo nas esferas cível, Indireta, seja este regime estatutário, mediante a nomea-
penal e administrativa. ção de servidores que se submetem às regras definidas em
estatuto próprio, seja em regime de emprego, por meio de
contratação de emprega dos, sob o regime da Consolidação
das Leis Trabalhistas, para prestarem serviços, mediante
2. (FUMARC – 2018) Sobre a responsabilidade do Estado por
regime de emprego público.
atos legislativos, NÃO está correto o que se afirma em:

3
a) Sua aplicação não é admitida com relação às leis de efeitos d) Podem ser considerados agentes públicos aqueles que,

-7
concretos constitucionais. mesmo não possuindo qualquer vínculo de natureza admi-

86
nistrativa ou política com o ente estatal, atuam no exercício
b) É aplicável aos casos de omissão no dever de legislar e .6
de funções públicas, como, por exemplo, o mesário no dia
34
regulamentar.
da eleição ou o jurado, no dia em que presta o serviço de
.5

c) É admitida com relação às leis declaradas inconstitucionais. atuação no júri popular, ou ainda, os agentes das concessio-
94

d) É aceita nos casos de atos normativos do Poder Executivo e nárias e permissionárias de serviços públicos e os titulares
-0

de entes administrativos com função normativa, mesmo em das serventias de cartório, autorizados, após aprovação em
caso de vícios de inconstitucionalidade ou de ilegalidade. concurso, para execução de serviços notariais, mediante
s
tin

delegação.
ar
M

3. (FUMARC – 2018) Sobre as empresas públicas e sociedades de


ra

economia mista, é CORRETO afirmar que 5. (FUMARC – 2018) Acerca dos empregados ocupantes de
ei

a) o regime de responsabilidade extracontratual dessas pes- empregos públicos em uma sociedade de economia mista, é
liv

soas depende da atividade fim desenvolvida. CORRETO supor que


O

b) sendo prestadoras de serviço público, sua responsabilidade a) não teriam tais agentes fundamentos doutrinários e juris-
de

será objetiva, para danos causados a usuários, e subjetiva, prudenciais para questionar a validade de ato punitivo da
para danos causados a não usuários. empregadora proferido sem direito à prévia defesa.
a
an

c) sendo sua personalidade de direito privado, seus bens não b) o foro competente para dirimir litígios advindos da relação
Lu

são considerados públicos e, portanto, não podem atrair as de trabalho será a Justiça Comum Estadual.
prerrogativas próprias desses.
c) seu vínculo poderá ser modificado unilateralmente pela
d) seu regime de pessoal pode ser estatutário ou celetista, pessoa jurídica, transformando-se o vínculo contratual em
conforme decisão discricionária constante de seu ato de estatutário, uma vez que essa possui a faculdade de decidir
criação nos termos da Emenda Constitucional n. 19/1998. seu regime de pessoal.
d) sua responsabilidade por danos causados a terceiros no
exercício de suas funções funda-se na culpa e deve ser deci-
dida em ação de regresso.
Æ CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PÚBLICOS
4. (FUMARC – 2021) “A expressão “agente público” é bastante
ampla, para determinar, de forma específica, os sujeitos que
exercem funções públicas. Assim, qualquer pessoa que age Æ FUNÇÕES, CARGOS E EMPREGOS PÚBLICOS
em nome do Estado é agente público, independentemente de
vínculo jurídico, ainda que atue sem remuneração e transito- 6. (FUMARC – 2016) Acerca das normas que regem os agentes
riamente.” (Matheus Carvalho in Manual de Direito Administra- públicos no atual ordenamento jurídico, é CORRETO afirmar
tivo). Diante do texto, é INCORRETO afirmar: que 115
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a) é permitida a contratação por tempo determinado, para b) com valor fixado em lei, nunca inferior a um salário míni-
atender a qualquer necessidade julgada conveniente pela mo, reajustada, periodicamente, de modo a preservar-lhe o
Administração Pública. poder aquisitivo, sendo vedada a sua vinculação.
b) o município não está obrigado a observar percentuais c) com valor fixado pela pessoa jurídica ou pelo órgão a que
reservados para pessoas portadoras de deficiência nos car- pertença o servidor, nunca inferior a um salário mínimo,
gos e empregos públicos. reajustada, periodicamente, de modo a preservar-lhe o
poder aquisitivo, sendo vedada a sua vinculação.
c) os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público
poderão ser computados e acumulados para fins de con- d) prevista em lei, não sujeita a limites máximos.
cessão de acréscimos ulteriores.
d) os cargos em comissão, a serem preenchidos por servido-
res de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos 11. (FUMARC – 2018) O recebimento de vantagens pelo servidor
previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de público é lícito se estiver previsto em
direção, chefia e assessoramento. a) decreto.
b) Lei Orgânica.
c) lei.
d) norma constitucional.
Æ ACUMULAÇÃO DE CARGOS E EMPREGOS
PÚBLICOS E FUNÇÕES
7. (FUMARC – 2018) Um empregado de sociedade de economia
mista pode cumular seu emprego com outro emprego, cargo ou Æ DO DIREITO DE PETIÇÃO (LEI 8.112 – ARTS. 104
função pública? A 115)
a) Não, uma vez que o acúmulo para agentes públicos é veda-
12. (FUMARC – 2018) O servidor público possui direito de
do em qualquer hipótese.
petição?
b) Sim, a vedação ao acúmulo não alcança os titulares de
a) Sim, em defesa de direito ou interesse legítimo.
empregos públicos.
b) Sim, mas não abrange a possibilidade de constituir
c) Sim, desde que o cargo em questão, a ser cumulado com o
procurador.
emprego de natureza técnico-científica, seja de professor.
c) Sim, mas tal direito veda a correção de ilegalidade de ofício
d) Sim, desde que o cargo em questão, a ser cumulado com o pela Administração Pública.
emprego de natureza técnico-científica, seja também de
natureza técnico-científica. d) Não. Tal direito não alcança a pessoa física na condição de
servidor.

3
-7
8. (FUMARC – 2018) Sobre a acumulação de cargos públicos, é

86
CORRETO afirmar: .6
a) É permitida apenas para cargos político-eletivos. Æ DO REGIME DISCIPLINAR (LEI 8.112 – ARTS. 116
34

b) É permitida para cargos em pessoas jurídicas distintas. A 142)


.5
94

c) É permitida, desde que os cargos sejam em órgãos distintos. 13. (FUMARC – 2018) Sobre a responsabilidade do servidor
-0

d) Em regra, é vedada por Lei. público pelo exercício irregular de suas atribuições, é INCOR-
RETO afirmar que
s
tin

a) a responsabilidade administrativa resulta de ato omissivo


ar

ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.


M

b) as sanções civis, penais e administrativas poderão cumu-


Æ ESTABILIDADE E ESTÁGIO PROBATÓRIO
ra

lar-se, por serem independentes entre si.


ei

c) se restringe à esfera administrativa, não respondendo nas


liv

9. (FUMARC – 2018) Sobre as hipóteses de perda do cargo do ser-


vidor estável previstas no artigo 41, §1º da CR/88, a INCORRETA: esferas civil e penal.
O

d) tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o fun-


de

a) Excesso de despesa com pessoal.


cionário perante a Fazenda Pública em ação regressiva.
b) Procedimento de avaliação periódica de desempenho, na
a
an

forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.


Lu

c) Processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla


14. (FUMARC – 2018) O cumprimento das ordens dos superiores
defesa.
hierárquicos é
d) Sentença judicial transitada em julgado.
a) dever do servidor público.
b) dever inescusável do servidor, ainda que a ordem seja ilegal.
c) faculdade do servidor público.
d) questão de gestão não prevista em lei.
Æ VENCIMENTO E REMUNERAÇÃO (LEI 8.112 –
ARTS. 40 A 48)
10. (FUMARC – 2018) Sobre o vencimento do servidor público,
é CORRETO afirmar que se trata de retribuição pecuniária pelo Æ DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
exercício de cargo público, (LEI 8.112 – ARTS. 143 A 182)
a) acrescida das vantagens, prevista em lei ou por decisão
administrativa, nunca inferior a um salário mínimo, rea- 15. (FUMARC – 2015) Um servidor público que cometer infração
justada, periodicamente, de modo a preservar-lhe o poder administrativa no exercício da função deverá ser submetido
116 aquisitivo, sendo vedada a sua vinculação. a) a ato de punição sumária, sem qualquer procedimento.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
b) a procedimento administrativo disciplinar, no curso do qual Æ DISPOSIÇÕES GERAIS (SERVIDORES

NOÇÕES DE DIREITO
deve ser garantido seu direito à defesa. MUNICIPAIS)
c) ao poder de polícia exercido por seu superior hierárquico.
18. (FUMARC – 2018) O regime jurídico dos servidores da Câma-
d) sempre à penalidade de demissão. ra Municipal pode ser corretamente definido como
a) temporário.
b) misto.
c) estatutário.
Æ DO PROVIMENTO (ARTS. 10 A 47 DA LEI N° d) celetista.
869/1952)
16. (FUMARC – 2021) O provimento originário de um cargo 19. (FUMARC – 2018) Sobre os agentes contratados pelo Municí-
público efetivo ou vitalício se materializa pelo ato de nomeação pio por prazo determinado, é CORRETO afirmar que
do candidato aprovado em concurso público de provas ou de a) não são considerados servidores públicos.
títulos, nos moldes previstos no artigo 37, II, da CR/88.
b) podem se transformar em servidores após sucessivas
No que se refere ao provimento derivado, relacione cada espé- contratações.
cie com o respectivo conceito e, em seguida, assinale a alterna- c) sua contratação pode ser realizada para atender a necessi-
tiva que informa a sequência CORRETA. dades perenes da Administração.
d) sua contratação poderá ocorrer, mediante decisão do Prefei-
( ) Forma de provimento pela qual o servidor sai to Municipal, para atender a qualquer necessidade de gestão.
(1) Promoção
do seu cargo e ingressa em outro situado em
na carreira
classe mais elevada, dentro da mesma carreira
( ) Forma de provimento pela qual o servidor es-
(2) Recondução
tável retorna ao cargo anteriormente ocupado
( ) Forma de provimento mediante a qual o ser- Æ FORMAS DE PROVIMENTO (SERVIDORES
vidor estável passa a ocupar um cargo de atri-
(3)
buições e responsabilidades compatíveis com MUNICIPAIS)
Readaptação
a limitação que tenha sofrido em sua capacida-
de física ou mental 20. (FUMARC – 2018) O regime jurídico dos servidores da Câma-
ra é
( ) Forma de provimento pela qual o servidor que
havia sido colocado em disponibilidade retor- a) misto e celetista.
(4) Reversão
na a um cargo de atribuições e vencimentos
b) misto e estatutário.
compatíveis ao anteriormente ocupado
c) único e celetista.
(5) ( ) Forma de provimento pela qual o servidor apo-

3
Aproveitamento sentado retorna à atividade d) único e estatutário.

-7
86
A sequência CORRETA, de cima para baixo, é: .6
21. (FUMARC – 2018) Constitui um dos requisitos para acesso a
34
a) 1,2,4,5,3
cargo público:
.5

b) 1,2,3,5,4
94

a) concurso público.
c) 2,1,4,3,5
-0

b) formação de nível superior.


d) 2,1,3,4,5 c) ser brasileiro nato.
s
tin

d) ter completado 21 (vinte e um) anos de idade.


ar
M
ra

Æ DOS DEVERES E DA AÇÃO DISCIPLINAR (ARTS. 22. (FUMARC – 2017) Sobre o concurso público, é CORRETO afir-
ei

mar que
liv

208 A 274 DA LEI N° 869/1952)


a) é permitido ao gestor público prover cargos efetivos sem
O

17. (FUMARC – 2021) Sabendo-se que o nosso ordenamento concurso público quando entender conveniente.
de

jurídico admite a possibilidade de o servidor público ser res- b) é requisito inafastável para o acesso a cargo de provimento
a

efetivo.
an

ponsabilizado cumulativamente nas esferas administrativa,


civil e criminal, pela prática de um mesmo ato lesivo, analise as c) é requisito para provimento de cargo em comissão.
Lu

afirmativas a seguir e marque a INCORRETA: d) não está previsto no Estatuto dos Servidores Públicos do
a) A administração pública pode aplicar ao servidor a pena de Município.
demissão em processo disciplinar ainda no curso da ação
penal a que responde pelo mesmo fato.
b) A decisão penal condenatória só causa reflexo na esfera
civil da Administração se o fato ilícito penal for caraterizado Æ ESTABILIDADE E ESTÁGIO PROBATÓRIO
também como ilícito civil, ocasionando prejuízo patrimo- (SERVIDORES MUNICIPAIS)
nial aos cofres públicos.
c) Em caso de dano causado à Administração Pública ou a ter- 23. (FUMARC – 2018) O servidor adquire estabilidade
ceiro, o dever indenizatório atribuído ao servidor público, a) passado o prazo previsto na Constituição, se aprovado no
estabelecido por meio de processo administrativo regular, estágio probatório.
pode ser satisfeito mediante desconto direto sobre os seus b) pela nomeação.
vencimentos, independentemente da sua anuência. c) pela posse ou pela promoção.
d) Se a infração disciplinar também for capitulada como cri- d) quando aprovado, se assim desejar o presidente da Câmara
me, o prazo prescricional será o previsto na lei penal. Municipal. 117
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Æ DIREITOS E VANTAGENS (SERVIDORES Æ DIREITO DE PETIÇÃO (SERVIDORES
MUNICIPAIS) MUNICIPAIS)
24. (FUMARC – 2018) A hipótese, dentre as seguintes, que NÃO 30. (FUMARC – 2018) O direito de petição do servidor implica
configura ausência admitida do servidor: que
a) Viagem ao exterior. a) não há direito de recurso, se denegado o pedido.
b) Falecimento de irmão. b) somente pode apresentar requerimento em defesa de
direito próprio ao seu superior hierárquico.
c) Doação de sangue.
c) somente pode representar à autoridade competente em
d) Amamentação de filho. defesa de direito que não diga respeito ao cargo.
d) tem direito de apresentar requerimento em defesa de direi-
to próprio à autoridade competente.
25. (FUMARC – 2018) O servidor possui direito à remuneração?
a) Não, porque não está previsto no Regime Jurídico dos Servi-
dores da Câmara Municipal.
b) Sim, composta apenas de parcelas fixas.
Æ REGIME DISCIPLINAR (SERVIDORES
c) Sim, composta de parcelas fixas e variáveis, conforme pre- MUNICIPAIS)
visto em lei.
d) Sim, conforme o valor negociado com o seu superior hie- 31. (FUMARC – 2018) Constitui dever do servidor público:
rárquico. a) Deixar de aplicar a lei quando assim o exigir o dever de
eficiência.
b) Negar qualquer pedido de informação que lhe seja dirigido.
26. (FUMARC – 2018) Vencimento básico do servidor é c) Proteger seu superior hierárquico quando este seja acusa-
do de conduta ilegal.
a) acréscimo pecuniário devido em razão de condições
pessoais. d) Zelar pela conservação do patrimônio público.
b) retribuição mensal pelo exercício efetivo do cargo somada
das vantagens.
c) sinônimo de remuneração. 32. (FUMARC – 2018) O servidor é responsável pelo prejuízo que
causar à Câmara Municipal
d) valor mensal devido ao servidor pelo exercício efetivo do
a) ainda que aja no exercício regular das funções.
cargo.
b) mas não pode sofrer desconto na sua remuneração.
c) por conduta culposa ou dolosa.

3
-7
27. (FUMARC – 2018) A estabilidade será adquirida pelo servidor d) por conduta praticada no exercício da função, independen-

86
público municipal te de dolo ou culpa.
.6
a) ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício, desde que
34

aprovado no estágio probatório.


.5

33. (FUMARC – 2018) É considerada infração disciplinar de grau


94

b) ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício, independen-


médio aquela que
-0

temente de estágio probatório.


a) cause dano.
c) ao completar 3 (três) anos de efetivo exercício, desde que
s

b) não expresse conduta ilegal.


tin

aprovado no estágio probatório.


c) possa comprometer a organização do trabalho.
ar

d) no prazo estipulado pela respectiva chefia, desde que apro-


M

vado no estágio probatório. d) possa comprometer o ambiente de trabalho.


ra
ei
liv

28. (FUMARC – 2018) A remuneração do servidor público pode 34. (FUMARC – 2018) Sobre a responsabilidade do servidor
O

ser objeto de penhora? pelos prejuízos causados à Câmara Municipal, é INCORRETO


de

afirmar:
a) Não, em hipótese alguma.
a) O servidor responde independentemente de dolo ou culpa.
a
an

b) Sim, apenas para satisfação de dívidas em favor do erário.


b) Se o servidor for considerado responsável, o ressarci-
Lu

c) Sim, apenas nos casos de prestação de alimentos resultante mento à Câmara será feito mediante desconto sobre a
de decisão judicial remuneração.
d) Sim, para satisfação de dívidas de qualquer natureza. c) Considera-se ocorrido prejuízo quando a Câmara Munici-
pal tiver que responder perante terceiro por fato creditado
ao servidor.
d) Tal imposição de responsabilidade pode ser cumulada com
sanções administrativas.
Æ LICENÇAS, AFASTAMENTOS E CONCESSÕES
(SERVIDORES MUNICIPAIS)
35. (FUMARC – 2018) Conforme o Regime Jurídico dos Servido-
29. (FUMARC – 2018) A servidora que adotar criança tem direito res da Câmara, o prazo prescricional para aplicação de penali-
à licença remunerada? dade a servidor público é de
a) Sim. a) 2 anos.
b) Não. b) 3 anos.
c) Sim, apenas se a criança tiver idade inferior a dois anos. c) 5 anos.
118 d) Não, apenas tem direito à licença sem remuneração. d) 10 anos.
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36. (FUMARC – 2018) A demissão pode ser definida como Considerando a situação hipotética de um determinado Pre-

NOÇÕES DE DIREITO
a) algo que não ocorre com o servidor público. feito Municipal ter nomeado a sobrinha da sua esposa, médi-
ca especialista em saúde da família, para o cargo de Secretária
b) perda do cargo por decisão política.
Municipal de Saúde, à vista da interpretação majoritária do STF
c) sinônimo de exoneração. sobre o enunciado de Súmula Vinculante nº 13, é CORRETO
d) uma penalidade aplicada ao servidor público. afirmar:
a) O ato configura prática de nepotismo.
b) O ato é válido, porque o nepotismo se configura quando
37. (FUMARC – 2017) Sobre a responsabilidade do servidor, é entre a pessoa nomeada e a autoridade pública nomeante
correto afirmar: existe vínculo de parentesco até o segundo grau.
a) As sanções cíveis não podem ser cumuladas com as san- c) O ato não configura nepotismo, ante a inexistência de vín-
ções administrativas. culo de parentesco por consanguinidade.
b) Em caso de dano a terceiro, o servidor responde perante a d) Por se tratar de cargo de natureza política e de profissional
vítima direta e primariamente. qualificado para o desempenho da função, a nomeação, em
tese, é válida.
c) O servidor público responde apenas administrativamente
pelo exercício irregular de suas atribuições.
d) O servidor público responde na esfera cível por ato comissi-
vo ou omisso, doloso ou culposo, que cause danos à Fazenda
Pública. Æ HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES DO BRASIL
42. (FUMARC – 2021) Sobre a Constituição Federal de 1988 e os
princípios que regem o Brasil nas relações internacionais, NÃO
é correto afirmar:
Æ PROCESSO DISCIPLINAR a) A Carta de 1988 é a primeira Constituição brasileira a con-
sagrar um universo de princípios para guiar o Brasil no
38. (FUMARC – 2018) A aplicação de penalidade a servidor se cenário internacional.
sujeita a devido processo legal?
b) A Carta de 1988 é a primeira Constituição brasileira a
a) Sim, inclusive assim preveem as normas do Regime Jurídi- elencar o princípio da prevalência dos direitos humanos
co dos Servidores da Câmara. como princípio fundamental a reger o Estado nas relações
b) Sim, desde que assim decida o superior hierárquico. internacionais.
c) Não, inclusive tal exigência não está prevista nas normas do c) Ao romper com a sistemática das Cartas anteriores, a Cons-
Regime Jurídico dos Servidores da Câmara. tituição de 1988, ineditamente, consagra o primado da não
d) Não, pois apenas se exige observância de devido processo intervenção, como paradigma propugnado para a ordem

3
perante o Poder Judiciário. internacional.

-7
d) As Constituições anteriores à de 1988 limitavam-se a asse-

86
gurar os valores da independência e soberania do país.
.6
34
39. (FUMARC – 2018) A ausência de oportunidade de defesa
.5

prévia em um ato administrativo cujo objeto seja aplicação de


94

penalidade a servidor público


-0

a) resultará na ilegalidade do ato, permitindo que a nulidade Æ DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E
seja reconhecida judicialmente.
s

COLETIVOS (ART. 5° DA CF/1988)


tin

b) resultará na ilegalidade do ato, mas a nulidade somente


ar

poderá ser reconhecida na esfera administrativa, por se 43. (FUMARC – 2021) De acordo com a Constituição Federal de
M

tratar de matéria discricionária. 1988, são crimes imprescritíveis e inafiançáveis:


ra

c) resultará na ilegalidade do ato apenas se a autoridade que o a) A ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
ei

proferiu for incompetente. ordem constitucional e o Estado Democrático e o racismo.


liv

d) não gera vício, por ser a oportunidade de defesa no pro- b) A ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
O

cesso administrativo sujeita ao critério da autoridade constitucional e o Estado Democrático e o terrorismo.


de

competente. c) Tráfico de drogas, terrorismo e racismo.


a
an

d) Tráfico de drogas, terrorismo, racismo e crimes hediondos


Lu

40. (FUMARC – 2017) O servidor público que pratique crime


contra a Administração Pública incorre em causa ensejadora de
44. (FUMARC – 2021) De acordo com o art. 5º da Constituição
a) Advertência. Federal de 1988, NÃO é correto afirmar:
b) Demissão. a) A criação de associações e, na forma da lei, a de coopera-
c) Multa. tivas independem de autorização, sendo vedada a interfe-
rência estatal em seu funcionamento.
d) Suspensão.
b) A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilé-
gio temporário para sua utilização, bem como proteção às
criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes
de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o
Æ DECRETO N° 7.203/2010 – NEPOTISMO interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econô-
mico do País.
41. (FUMARC – 2021) A Constituição Federal prevê algumas c) A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por
exceções ao princípio do concurso público, entre as quais se necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social,
destaca a nomeação para os cargos em comissão referidos no mediante justa e prévia indenização em títulos da dívida
inciso II do artigo 37 da Constituição Federal. pública, ressalvados os casos previstos na Constituição; 119
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d) A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será 50. (FUMARC – 2018) A Constituição da República Federativa do
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos Brasil, promulgada em 1988, também chamada de “Constitui-
filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a ção Cidadã”, elenca no Capítulo I, do Título II, os direitos e deve-
lei pessoal do “de cujus”. res individuais e coletivos.
Das opções abaixo, assinale a que é INVERÍDICA.
a) A propriedade atenderá a sua função social.
45. (FUMARC – 2021) Em virtude do crime que cometeu onze
meses atrás no Estado do XZ, “Beta” estava morando num quar- b) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperati-
to de hotel. A autoridade policial, avisada do local do seu escon- vas dependem de autorização do poder público.
derijo, invadiu o quarto e efetuou a prisão de “Beta” durante o c) É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
dia, conforme prevê a Constituição Federal, porque além da indenização por dano material, moral ou à imagem.
a) “Beta” encontrava-se em flagrante delito e, assim, a polícia
d) É garantido o direito de propriedade.
podia ingressar no quarto, mesmo sem autorização judicial
para efetuar a prisão.
b) a polícia tem poder suficiente para ingressar e efetuar a pri-
são no interior de quarto de hotel, por não se enquadrar no 51. (FUMARC – 2016) A respeito dos direitos e das garantias
conceito constitucional de “casa”, portanto, inviolável. fundamentais previstos na Constituição de 1988, é CORRETO
c) dada a prática de crime, podia ingressar no local, mesmo afirmar:
sem autorização judicial para efetuar a prisão. a) A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será
d) estava amparada por determinação judicial fundamentada, sempre regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge
que permitia seu ingresso na casa para efetuar a prisão. ou dos filhos brasileiros.
b) Depende de regulamentação a liberdade de associação
para fins lícitos, vedada, em qualquer hipótese, a de caráter
46. (FUMARC – 2018) O agente público municipal que impedir a paramilitar.
realização de culto religioso praticará conduta considerada
c) É livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientí-
a) dever imposto por Lei. fica e de comunicação, independentemente de censura ou
b) ilícita. licença.
c) legítimo exercício de suas funções. d) É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz,
d) permitida, desde que o culto não seja da fé cristã. não sendo permitido, contudo, que qualquer pessoa entra,
permaneça ou dele saia com seus bens.

47. (FUMARC – 2018) Acerca do ingresso de agentes públicos em


residências particulares, é CORRETO afirmar: 52. (FUMARC – 2015) O Artigo 5º da Constituição da República

3
a) É permitida, podendo penetrar na residência sem consenti- de 1988 garante que

-7
mento do morador o servidor público no exercício das fun- a) é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientí-

86
ções de polícia administrativa.
fica e de comunicação, desde que observada a censura ins-
.6
b) É permitido o ingresso, podendo penetrar na residência
34
tituída pela União, pelos Estados e pelos Municípios.
qualquer servidor público sem consentimento do morador,
.5

desde que seja durante o dia. b) homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
94

termos da Constituição.
c) É permitido o ingresso, podendo penetrar na residência
-0

sem consentimento do morador apenas o servidor público c) os Estados e Municípios podem proibir cultos religiosos.
s

no exercício das funções de segurança. d) qualquer autoridade estatal, desde que assim o queira,
tin

d) É vedada a entrada na residência sem consentimento do pode adentrar na casa do indivíduo independentemente de
ar

morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou seu consentimento.


M

para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação


ra

judicial.
ei
liv
O

48. (FUMARC – 2018) Considerando que um grupo de cidadãos Æ DIREITOS SOCIAIS E DOS TRABALHADORES
de

tenha a intenção de se reunir em uma praça com a finalidade de (ARTS. 6° E 7°)


promover uma manifestação cultural, é CORRETO afirmar que
a
an

a) a reunião poderia ser reprimida por autoridades se for soli- 53. (FUMARC – 2021) Nos termos do art. 6º da Constituição
Lu

citada pela maioria dos habitantes da cidade. Federal de 1988, são direitos sociais:
b) a reunião é direito desses cidadãos e não depende de auto- a) A educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a mora-
rização de qualquer autoridade. dia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social,
c) a reunião não seria lícita se a referida manifestação cultural a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
contiver críticas ou mensagens de protesto contra autori- desamparados.
dade eleita.
b) A educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o
d) cidadãos armados poderiam participar da referida reunião. transporte, o lazer, a segurança pública, a assistência social,
a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados.
49. (FUMARC – 2018) O direito de peticionar aos poderes públi- c) A educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o
cos em defesa de direito
transporte, o lazer, a segurança, a assistência social, a pro-
a) depende de autorização prevista em decreto do chefe do teção à maternidade e à infância, a assistência aos desam-
Poder Executivo. parados, na forma desta Constituição.
b) depende, em regra, do pagamento de taxas. d) A educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o transporte, o
c) é garantido a todos. lazer, a segurança, a assistência social, a proteção à mater-
120 d) não pode ser exercido perante a Administração Pública. nidade e à infância, a assistência aos desamparados.
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Æ ESPÉCIES DE NACIONALIDADE (BRASILEIROS Æ DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

NOÇÕES DE DIREITO
NATOS E NATURALIZADOS) (ARTS. 18 E 19 DA CF/1988)
54. (FUMARC – 2021) Considerando as disposições relativas à 58. (FUMARC – 2018) É vedado ao Município
nacionalidade previstas no art. 12 da Constituição Federal de a) aumentar imposto através de lei.
1988, é CORRETO afirmar:
b) dar proteção específica a pessoas portadoras de deficiência.
a) São brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer c) estabelecer colaboração de interesse público com organi-
nacionalidade, residentes na República Federativa do Bra- zações religiosas.
sil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação
d) manter relação de dependência com igrejas.
penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
b) São brasileiros natos os nascidos na República Federativa
do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes
estejam a serviço de seu país. 59. (FUMARC – 2016) Acerca da liberdade religiosa em face do
município, é CORRETO afirmar:
c) São brasileiros natos os que, na forma da lei, adquiram a
nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países a) É vedado ao município estabelecer cultos religiosos ou igre-
de língua portuguesa apenas residência por um ano inin- jas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou
terrupto e idoneidade moral. manter com eles ou com seus representantes relações de
dependência ou aliança;
d) São brasileiros naturalizados os nascidos no estrangeiro, de
b) É vedado ao Município estabelecer qualquer colaboração de
pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles
interesse público com organizações religiosas.
esteja a serviço da República Federativa do Brasil.
c) Pode o Município definir sua religião oficial e impor a reali-
zação de cultos.
d) Pode o Município determinar o fechamento de igrejas, cen-
55. (FUMARC – 20165) A respeito do regramento constitucional
tros espíritas e outras instituições similares.
dado à nacionalidade, assinale a afirmativa INCORRETA:
a) São brasileiros natos os nascidos na República Federativa
do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes
não estejam a serviço de seu país. 60. (FUMARC – 2015) Conforme Arts. 18 e 19 da Constituição da
República de 1988, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
b) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro de pai bra- Federal e aos Municípios
sileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados
a) dar tratamento distinto a brasileiro e a estrangeiro.
em repartição brasileira competente ou venham a residir
na República Federativa do Brasil e optem, até os dezoito b) executar políticas de assistência social.
anos de idade, pela nacionalidade brasileira. c) estabelecer cultos religiosos ou igrejas ou subvencioná-los.
c) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai bra- d) possibilitar a criação, a incorporação, a fusão ou o desmem-

3
sileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a bramento de municípios.

-7
serviço da República Federativa do Brasil.

86
d) São brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer .6
34
nacionalidade, residentes na República Federativa do Bra-
sil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação
.5

Æ ESTADOS FEDERADOS – ORGANIZAÇÃO,


94

penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.


COMPETÊNCIAS E BENS (ARTS. 25 A 28 DA
-0

CF/1988)
s
tin

61. (FUMARC – 2018) A competência para a explorar diretamen-


ar

Æ DISTINÇÕES CONSTITUCIONAIS ENTRE te, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado
M

é dos
BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS
ra

a) estados-membros e dos municípios.


ei

56. (FUMARC – 2018) NÃO constitui cargo privativo de brasileiro b) estados-membros, do distrito federal e dos municípios.
liv

nato:
O

c) estados-membros.
a) Ministro de Estado da Defesa.
de

d) municípios.
b) Oficial das Forças Armadas.
a
an

c) Presidente da Câmara dos Deputados.


Lu

d) Senador da República. 62. (FUMARC – 2018) Segundo entendimento do Supremo Tri-


bunal Federal proferido em Ação Direta de Inconstitucionalida-
de julgada em 2017, no que tange a ações penais ajuizadas em
face de Governador de Estado, é CORRETO afirmar:
a) Com base no princípio da simetria, as Assembleias Legisla-
Æ SOBERANIA POPULAR (VOTO, PLEBISCITO, tivas devem autorizar, por dois terços de seus membros, a
REFERENDO, INICIATIVA POPULAR), instauração de ação penal contra o Governador por crimes
comuns.
ALISTAMENTO E ELEGIBILIDADE
b) O recebimento de ação penal contra Governador de Estado
57. (FUMARC – 2016) A Constituição Brasileira prevê que a sobe- pelo Superior Tribunal de Justiça acarreta o seu afastamen-
rania popular pode ser exercida de forma direta por meio dos to automático do cargo.
seguintes instrumentos, EXCETO: c) Os estados-membros têm competência para legislar sobre
a) pela iniciativa popular. crimes de responsabilidade.

b) pela reclamação constitucional. d) Os estados-membros não têm competência para editar


normas que exijam autorização da Assembleia Legislativa
c) pelo plebiscito. para que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) instaure ação
d) pelo referendo. penal contra Governador de Estado. 121
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Æ DISPOSIÇÕES GERAIS (ADMINISTRAÇÃO Æ DOS SERVIDORES PÚBLICOS (ARTS. 39 A 41 DA
PÚBLICA – ARTS. 37 E 38 DA CF/1988) CF/1988)
63. (FUMARC – 2018) Considerando disciplina constitucional e 68. (FUMARC – 2018) Sobre o regime constitucional atribuído à
legal da participação de sociedade de economia mista na cons- polícia civil e aos policiais civis, é CORRETO afirmar:
tituição de empresa privada que não seja por ela controlada, é a) Às polícias civis, dirigidas por delegados de carreira, incum-
CORRETO afirmar: bem, sem exceção, as funções de polícia judiciária e a apu-
a) A Constituição vigente exige autorização legislativa pré- ração de infrações penais.
via como requisito inafastável de validade de tal ato b) Não é possível a acumulação remunerada do cargo de poli-
constitutivo. cial civil com o cargo de professor, ainda que haja compati-
bilidade de horários.
b) A Constituição vigente exige que sua criação se dê por lei
específica, como requisito inafastável de validade do ato c) Não se garante aos policiais civis o direito à livre associação
constitutivo. sindical, em virtude da natureza de suas atividades.
c) Tal empresa passaria a se submeter integralmente às mes- d) Os policiais civis são remunerados por subsídio fixado em
mas sujeições impostas à referida sociedade de economia parcela única, por meio de lei de iniciativa privativa do
Governador do Estado, vedado o acréscimo de qualquer
mista.
outra espécie remuneratória.
d) Tal hipótese é vedada, uma vez que pessoas jurídicas da
Administração Pública somente podem participar de
empresas na condição de controladoras.

Æ DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL


64. (FUMARC – 2018) São princípios da Administração Pública (ARTS. 48 A 50 DA CF/1988)
todos os contidos em:
69. (FUMARC – 2018) É da competência exclusiva do Congresso
a) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
Nacional, que independe da sanção do Presidente da República:
eficiência.
a) concessão de anistia.
b) Legalidade, impessoalidade, moralidade, sigilo e eficiência.
b) criação e extinção de Ministérios e órgãos da Administração
c) Legalidade, pessoalidade, moralidade, publicidade e Pública.
eficiência.
c) fixação do subsídio do Presidente e do Vice-Presidente da
d) Liberdade, impessoalidade, moralidade, publicidade e República e dos Ministros de Estado.
eficiência.
d) fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal.

65. (FUMARC – 2017) O princípio da legalidade, previsto no Art.

3
37, caput, da Constituição da República de 1988, aplicado aos

-7
poderes da Administração Pública, resulta na

86
a) impossibilidade de que a Administração Pública crie Æ DAS COMISSÕES PARLAMENTARES –
.6
normas. PERMANENTES E TEMPORÁRIAS (ART. 58 DA
34

b) preservação do decreto-lei como espécie de norma jurídica CF/1988)


.5
94

primária.
70. (FUMARC – 2018) Sobre as Comissões Parlamentares de
-0

c) proibição de normatização técnica por autarquias especia- Inquérito, é CORRETO afirmar:


lizadas.
s

a) Podem determinar a quebra de sigilo das comunicações


tin

d) vedação aos denominados decretos autônomos do Chefe do telefônicas.


Poder Executivo.
ar

b) Podem ser constituídas para investigar a prática de ilícitos


M

em geral, sejam praticados na gestão pública ou em negó-


ra

cios privados.
ei

66. (FUMARC – 2016) A respeito das disposições constitucionais c) Seus poderes são idênticos aos poderes dos juízes e tribu-
liv

inerentes à Administração Pública, é CORRETO afirmar: nais, conforme a Constituição vigente.


O

a) Decreto do Poder Executivo estabelecerá os casos de con- d) Uma vez preenchidos os requisitos constitucionais, pos-
de

tratação por tempo determinado para atender a necessida- suem os parlamentares que requerem sua instalação direi-
de temporária de excepcional interesse público. to potestativo de que seja constituída.
a
an

b) É garantido ao servidor público civil o direito à livre associa-


Lu

ção sindical.
c) O prazo de validade do concurso público será de até dois
anos, não sendo permitida, contudo, a sua prorrogação. Æ DISPOSIÇÃO GERAL (PROCESSO LEGISLATIVO,
d) Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder ART. 59 DO CF/1988)
Judiciário poderão ser superiores aos pagos pelo Poder
Executivo. 71. (FUMARC – 2016) Suponha que seja aprovada Lei Municipal
cujo projeto foi apresentado por vereador. Constatado que a
matéria da referida lei constitui objeto de iniciativa privativa do
chefe do Poder Executivo, é CORRETO concluir:
67. (FUMARC – 2015) São princípios constitucionais da Adminis-
tração Pública previstos no Art. 37 da Constituição da República: a) A Lei padecerá de vício, mas não poderá ser invalidada após
sua aprovação pelo Poder Legislativo.
a) Autoridade, legalidade, impessoalidade, sigilo e eficiência.
b) A Lei será inválida por padecer de vício formal de
b) Legalidade, impessoalidade, moralidade, sigilo e eficiência. constitucionalidade.
c) Legalidade, impessoalidade, vitaliciedade, publicidade e c) A Lei será válida porque não há iniciativa privativa do chefe
eficiência. do Poder Executivo no âmbito municipal.
d) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e d) A sanção válida emitida pelo Prefeito Municipal terá supri-
122 eficiência. do o vício de iniciativa.
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72. (FUMARC – 2016) Sobre a Lei Complementar, é CORRETO b) O projeto não poderá ser proposto novamente, salvo se

NOÇÕES DE DIREITO
afirmar: mediante proposta da maioria absoluta dos membros da
a) Exige o mesmo quórum de aprovação previsto para as leis Câmara.
ordinárias. c) A matéria constante do projeto somente poderá constituir
objeto de novo projeto na mesma sessão legislativa mediante
b) Seu procedimento especial de criação dispensa fase de
proposta da maioria absoluta dos membros da Câmara.
deliberação executiva.
d) A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente
c) Cabe ao Poder Legislativo decidir discricionariamente as poderá constituir objeto de novo projeto na próxima legis-
matérias por ela regulamentadas. latura, salvo se mediante proposta da maioria absoluta dos
d) Distingue-se da lei ordinária em razão da exigência de membros da Câmara.
aprovação por quórum de maioria absoluta e da previsão
expressa das matérias por ela regulamentadas.
77. (FUMARC – 2016) As normas constitucionais concernentes
ao processo legislativo brasileiro estabelecem que o veto:
a) não poderá ser superado pelo Poder Legislativo.
b) poderá abranger parte de artigo, parágrafo, inciso ou alínea.
Æ DA EMENDA À CONSTITUIÇÃO (ART. 60 DA
c) será sempre expresso.
CF/1988)
d) será tácito se, decorridos quinze dias do recebimento do
73. (FUMARC – 2021) Cláusulas pétreas são: projeto de lei, o Presidente permanecer em silêncio.
a) aquelas que não podem ser modificadas no texto
constitucional.
b) consideradas limites materiais para emendas à Constitui-
ção, pois constituem conteúdo que não pode ser modifica-
Æ DA SAÚDE (ARTS. 196 A 200 DA CF/1988)
do no texto constitucional no sentido de o abolir (extinguir)
ou tender a tanto. 78. (FUMARC – 2018) Para assegurar a garantia do direito social
c) dispositivos constitucionais que só podem ser alterados, à saúde, a Constituição da República de 1988 criou um Sistema
por meio de emendas ao texto constitucional. Único de Saúde integrado por uma rede pública regionalizada
e hierarquizada, descentralizado, com direção única em cada
d) impedimentos à atuação do Poder Constituinte Originário.
esfera de governo, que deve oferecer atendimento de qualida-
de a toda a população e priorizar as atividades preventivas, sem
que haja prejuízo dos serviços assistenciais.
Ao Sistema Único de Saúde compete, segundo o que dispõe a CF
no Art. 200, além de outras atribuições, nos termos da lei:
Æ LEIS ORDINÁRIAS E COMPLEMENTARES
I. Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica,

3
74. (FUMARC – 2017) As leis complementares se distinguem das bem como as de saúde do trabalhador.

-7
leis ordinárias porque II. Participar do controle e da fiscalização da produção, do

86
transporte, da guarda e da utilização de substâncias e pro-
.6
a) não podem ser criadas por Estados e Municípios.
dutos psicoativos, tóxicos e radioativos.
34
b) não se submetem a deliberação executiva. III. Promover a habilitação e a reabilitação das pessoas porta-
.5

c) são hierarquicamente superiores. doras de deficiência e a promoção de sua integração à vida


94

d) exigem aprovação legislativa por maioria absoluta. comunitária.


-0

IV. Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o contro-


s

le de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para


tin

consumo humano.
ar

Estão CORRETAS as assertivas:


M

Æ FASES DO PROCESSO LEGISLATIVO (INICIATIVA, a) I, II e III, apenas.


ra

DISCUSSÃO, VOTO, VETO, SANSÃO, b) I, II e IV, apenas.


ei

PROMULGAÇÃO E PUBLICAÇÃO) c) I, II, III e IV.


liv
O

d) I, III e IV, apenas.


75. (FUMARC – 2017) Acerca do veto no processo legislativo, é
de

CORRETO afirmar:
a

a) A apreciação do veto pelo Poder Legislativo pode ser rea-


an

lizada quantas vezes desejarem os membros das casas


Lu

legislativas. Æ DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO


b) A emissão de veto é livre quanto ao alcance sobre o texto do FEDERAL
projeto, podendo alcançar parcialmente incisos, parágrafos
e alíneas. 79. (FUMARC – 2021) Nos casos de graves violações de direitos
c) Podem as constituições estaduais ou as leis orgânicas humanos ocorridas no território brasi leiro, é possível deslocar
a competência para julgamento da justiça estadual para a jus-
municipais retirar do processo legislativo a oportunidade
tiça federal, conforme previsto no art. 109, § 5.º da Constituição
de apreciação de veto pelo Poder Legislativo.
de 1988.
d) Trata-se de mecanismo do sistema de freios e contrapesos
Sobre o Incidente de Descolamento de Competência, NÃO é
que expressa a rejeição do projeto de lei pelo chefe do Poder correto afirmar:
Executivo, mas é ato superável pelo Poder Legislativo.
a) A autoridade competente para sua proposição é o Procura-
dor-Geral da Re pública.
b) É processado perante o Superior Tribunal de Justiça.
76. (FUMARC – 2017) Considere que um projeto de lei tenha sido
c) Não admite proposição na fase pré-processual.
submetido à Câmara e tenha sido rejeitado.
d) Sua proposição visa assegurar o cumprimento de obriga-
Em face de tal hipótese, é CORRETO afirmar: ções decorrentes de tratados internacionais de direitos
a) O projeto poderá ser reapresentado a qualquer tempo. humanos dos quais o Brasil seja parte. 123
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80. (FUMARC – 2021) Em relação ao Direito Internacional dos
Direitos Humanos e a redefinição da cidadania no Brasil, NÃO GABARITO
é correto afirmar:
a) O desconhecimento dos direitos e garantias internacio-
nais importa no desconhecimento de parte substancial dos 1 D 42 C
direitos da cidadania, por significar a privação do exercício
de direitos acionáveis e defensáveis na arena internacional. 2 A 43 A
b) O Direito Internacional dos Direitos Humanos vem instau- 3 A 44 C
rar o processo de redefinição do próprio conceito de cida-
4 B 45 D
dania no âmbito brasileiro, seja em face da sistemática de
monitoramento internacional que proporciona, seja em 5 D 46 B
face do extenso universo de direitos que assegura.
6 D 47 D
c) Os direitos internacionais integram o universo impreciso e
indefinido dos direitos implícitos, decorrentes do regime ou 7 C 48 B
dos princípios adotados pela Constituição Federal de 1988, o 8 D 49 C
que limita em parte o exercício da cidadania no Brasil.
9 A 50 B
d) Pode-se afirmar que a realização plena e não apenas par-
cial dos direitos da cidadania envolve o exercício efetivo e 10 B 51 C
amplo dos direitos humanos, nacional e internacionalmen- 11 C 52 B
te assegurados.
12 A 53 A
13 C 54 A
81. (FUMARC – 2018) A Declaração Universal dos Direitos 14 A 55 B
Humanos, retomando os ideais da Revolução Francesa, repre-
15 B 56 D
sentou a manifestação histórica de que se formara, enfim, em
âmbito universal, o reconhecimento dos valores supremos da 16 B 57 B
igualdade, da liberdade e da fraternidade. Em decorrência dis-
17 C 58 D
so, os direitos fundamentais expressos na Constituição Federal
de 1988: 18 C 59 A
a) como na Declaração Universal dos Direitos Humanos, esses 19 A 60 C
direitos fundamentais são considerados uma recomen-
20 D 61 C
dação sem força vinculante, uma etapa preliminar para
ulterior implementação na medida em que a sociedade se 21 A 62 D
desenvolver.
22 B 63 A
b) não consideram as diferenças humanas como fonte de
valores positivos a serem protegidos e estimulados, pois, ao 23 A 64 A

3
-7
criar dispositivos afirmativos legais, as diferenças passam a 24 A 65 D

86
ser tratadas como deficiências.
25 C .6 66 B
c) obrigam que o princípio da solidariedade seja interpretado
34
com a base dos direitos econômicos e sociais, que são exi- 26 D 67 D
.5

gências elementares de proteção às classes ou aos grupos 27 C 68 D


94

sociais mais fracos ou necessitados.


28 C 69 C
-0

d) tratam a liberdade como um princípio político e não indivi-


dual, pois o reconhecimento de liberdades individuais em 29 A 70 D
s
tin

sociedades complexas esconde a dominação oligárquica 30 D 71 B


dos mais ricos.
ar

31 D 72 D
M

32 C 73 B
ra
ei

82. (FUMARC – 2018) A Constituição da República de 1988 cui- 33 D 74 D


liv

dou expressamente dos direitos humanos, enumerando-os no


Título que trata dos direitos e garantias fundamentais. Existem, 34 A 75 D
O

entretanto, outros direitos humanos não enumerados no texto, 35 C 76 C


de

mas cuja proteção a própria Constituição assegura, PORQUE:


36 D 77 C
a

a) decorrem do regime e dos princípios adotados pela própria


an

Constituição. 37 D 78 B
Lu

b) o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Interna- 38 A 79 C


cional. 39 A 80 C
c) são criados pelo Poder Judiciário, após o trânsito em julgado
das decisões. 40 B 81 C

d) surgem de necessidades que não foram previstas pelo 41 D 82 A


legislador constituinte.

124
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MATEMÁTICA
MATEMÁTICA
Æ PROBABILIDADE CONDICIONAL questão, qual a probabilidade do seu concorrente ter apresen-
tado uma proposta para o mesmo projeto?
1. (FUMARC – 2018) Em uma sala do último ano do ensino médio a) 0,42
com 50 alunos, sendo 28 meninas, foi feita uma pesquisa sobre
b) 0,60
o curso que pretendiam fazer na faculdade.
Entre os 6 alunos que responderam que pretendiam fazer c) 0,70
Arquitetura estavam apenas 2 meninas. Tomando ao acaso um d) 0,84
desses alunos, qual é a probabilidade de que, sendo menina,
pretenda fazer Arquitetura?
1
a) 2

Æ PROBABILIDADE DA INTERSECÇÃO
1
b) 3
1
c) 11
4. (FUMARC – 2018) Em uma escola, foram consultados 800
1
d) 14 alunos sobre a realização de uma oficina extraturno. Desses,
1 385 optaram por oficina de música, 428 optaram por oficina
e) 25
de pintura e 47 não opinaram. Selecionando, ao acaso, um des-
ses alunos, qual é a probabilidade de ele ter optado pelas duas
oficinas?
2. (FUMARC – 2014) Os dados indicados na tabela abaixo se refe- a) 40,6%
rem a uma pesquisa realizada para conhecer as intenções de

3
b) 0,1%

-7
voto no segundo turno das eleições para Presidência da Repú-

86
blica em um determinado país. Escolhendo-se aleatoriamente c) 6,1%
um dos entrevistados nessa pesquisa, verificou-se que ele defi- d) 7,5%
.6
34
nitivamente não vota no candidato A.
e) 10,7%
.5

Com base na escolha aleatória e nos dados da tabela, é CORRE-


94

TO afirmar que a probabilidade de que esse eleitor anule seu


-0

voto é de
5. (FUMARC – 2014) Numa urna há 20 cartões numerados de 1
s
tin

Pesquisa Eleitoral a 20.


ar

Intenção de voto Percentual Retirando-se, ao acaso, dois deles, qual a probabilidade de se


M

obter um par de números pares menores que 13?


Candidato A 26%
ra

1
a)
ei

Candidato B 40% 19
liv

1
Votos nulos 14% b) 20
O

3
Votos brancos 20% c)
de

38
11
Total 100% d)
a

38
an
Lu

1
a) 25
7
b) 37

c)
1
14
Æ PROBABILIDADE DA UNIÃO
13
d) 50 6. (FUMARC – 2014) Em certa pesquisa realizada com um gru-
po de 70 adolescentes, constatou-se que 30 deles bebem, 16
fumam cigarros e 12 fumam e bebem.
3. (FUMARC – 2013) Você tem uma empresa que apresentou, Escolhendo-se um desses adolescentes ao acaso para o sorteio
recentemente, uma proposta para participar da licitação de de um brinde pela participação na pesquisa, a probabilidade de
um projeto de construção. Sabe-se que, quando o seu principal se escolher um adolescente que ou fuma ou bebe é igual a
concorrente e você apresentam uma proposta para o mesmo 6
a)
projeto, sua probabilidade de ganhar a licitação é de apenas 35
11
30%. Quando esse concorrente não apresenta proposta, sua b) 35
probabilidade de ganhar aumenta para 80%. 17
c) 35
Sabendo que o seu concorrente apresenta propostas para 60%
23
dos projetos e que a sua empresa não ganhou o projeto em d) 35 125
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Æ CÁLCULO DE PROBABILIDADES USANDO 10. (FUMARC – 2018) Ainda segundo o IBGE, a maior parte dos
municípios de Minas Gerais não possui o Plano Municipal de
ANÁSILE COMBINATÓRIA
Saneamento Básico (PMSB).
7. (FUMARC – 2014) Em um batalhão do corpo de bombeiros A Cidades mineiras com o PMSB pronto ou sendo implementa-
trabalham 6 mulheres e 12 homens que deverão ser designados do = {Uberlândia, Juiz de Fora, Belo Horizonte, Betim, Contagem}
para eventuais missões de resgate em um determinado feriado. B Cidades mineiras sem PMSB = {Ubá, Montes Claros, Ribeirão
As equipes de plantão deverão conter uma dessas mulheres e das Neves, Governador Valadares e outras}
quatro desses homens. Sabe-se que dentre os militares estão Identifique a resposta CORRETA para a relação indicada.
João e Ana. Escolhendo-se uma do total de equipes que podem
AUB
ser formadas, qual a probabilidade de que seja uma equipe que
contenha João e Ana juntos? a) Cidades mineiras com e sem PMSB.
a) 52% b) Cidades mineiras com PMSB
b) 18% c) Cidades mineiras sem PMSB.
c) 5,55% d) Cidades não mineiras.

d) 0,055%

11. (FUMARC – 2016) José e Pedro são irmãos gêmeos. Eles gos-
tam de se vestir com roupas diferentes para que as pessoas não
os confundam. Mas também possuem roupas idênticas que tra-
Æ AMOSTRAGEM zem muita confusão. Descubram que roupas são estas, obser-
vando o diagrama abaixo.
8. (FUMARC – 2013) Considere que uma população de N = 29
indivíduos, numerados de 1 a N, esteja disposta em fila e orde-
nada de forma circular. Deseja-se obter uma amostra aleatória
de n = 6 indivíduos dessa população. Na utilização de um gera-
dor de números aleatórios para obtenção da amostra, foi obtida
a seguinte sequência: 27; 33; 02; 15; 40; 09; 20; 21.
N
Seja k o inteiro mais próximo de n . A amostra aleatória siste-
mática circular obtida, conforme sugerida por Lahiri em 1952, é
formada pelos elementos:
a) 02; 07; 12; 17; 22; 27
b) 02; 09; 15; 20; 21; 27

3
c) 02; 09; 15; 27; 33; 40

-7
d) 03; 08; 13; 18; 23; 27 As roupas idênticas são:

86
.6
a) a calça cinza e a camisa escura.
34
b) a calça clara e a camisa escura.
.5

c) a calça clara e a camisa listrada.


94

Æ DEFINIÇÃO, SUBCONJUNTO, INCLUSÃO E d) a calça escura e a camisa branca.


-0

PERTINÊNCIA, OPERAÇÕES, CONJUNTO DAS


s
tin

PARTES
12. (FUMARC – 2018) Uma pesquisa entrevistou 40 pessoas
ar

sobre a prática de esportes nas modalidades vôlei e natação e


M

9. (FUMARC – 2017) Segundo o IBGE, as capitais brasileiras


apresentam diferentes níveis de poluição. Observe os conjun- os resultados obtidos estão organizados na tabela abaixo:
ra

tos indicados para resolver as questões.


ei
liv

Conjunto Universo = Todas as capitais brasileiras Modalidade Praticantes


O

Conjunto A = Capitais brasileiras mais poluídas. Vôlei 25


de

Conjunto B = Capitais Brasileiras menos poluídas. Natação 20


a

U = Conjunto Universo Vôlei e natação 10


an
Lu

Amostra 40

Baseando-se nos resultados dessa pesquisa, é CORRETO afir-


mar que o total de pessoas que NÃO pratica nenhum dos espor-
tes é igual:
a) 5
b) 10
c) 15
d) 25

Qual a capital brasileira que apresenta menor nível de poluição?


a) Belo Horizonte 13. (FUMARC – 2018) A tabela a seguir apresenta os resultados
b) Curitiba de uma pesquisa realizada por uma emissora de rádio com o
objetivo de conhecer a preferência musical de seus ouvintes.
c) Natal Foram dadas três opções: Música Clássica (C), Música Sertaneja
126 d) Rio de Janeiro (S) e Música Popular Brasileira (MPB).
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16. (FUMARC – 2018) Um banco pesquisou o cadastro de 1.300

MATEMÁTICA
QUANTIDADE DE VOTOS OPÇÕES REGISTRADAS
de seus clientes aos quais concedeu empréstimo. Os dados des-
27 Gostam de S sa pesquisa revelaram que 500 clientes possuem pelo menos
34 Gostam de C um imóvel ou têm renda inferior a 10 salários mínimos; 900
clientes não possuem imóveis ou têm renda inferior a 10 salá-
40 Gostam de MPB
rios mínimos e apenas 70 clientes possuem pelo menos um
16 Gostam de C e de S imóvel e têm renda inferior a 10 salários mínimos. Nessas con-
12 Gostam de S e de MPB dições, é CORRETO afirmar que
14 Gostam de C e de MPB a) 110 clientes têm renda inferior a 10 salários mínimos.
6 Gostam de C, de S e de MPB b) 150 clientes possuem pelo menos um imóvel.

4 Não gostam de C, S, MPB c) 170 clientes têm renda superior a 10 salários mínimos.
d) 470 clientes possuem pelo menos um imóvel.
Considerando os dados dessa tabela, é CORRETO afirmar que:
a) 18 ouvintes gostam de Música Clássica e de Música
Sertaneja. 17. (FUMARC – 2016) Um grupo de 15 amigos foi procurar uma
vaga para guia turístico para atuar durante as Olimpíadas. A
b) 24 ouvintes gostam de Música Clássica e de Música
pessoa que fazia a seleção perguntou:
Sertaneja.
Quem fala inglês? 9 responderam que sim.
c) 25 ouvintes não gostam de Música Clássica.
Quem fala espanhol? 13 responderam que sim.
d) 42 ouvintes não gostam de Música Sertaneja.
Se todos falam português, quantos falam os três idiomas?
a) 2 pessoas falam os três idiomas.

14. (FUMARC – 2018) Foi feito um levantamento com 10.000 b) 4 pessoas falam os três idiomas.
crianças para saber quantas haviam recebido a vacina contra c) 6 pessoas falam os três idiomas.
Febre Amarela e a vacina contra a Dengue. Os resultados obti- d) 7 pessoas falam os três idiomas
dos estão na tabela a seguir.

Vacina Número de crianças 18. (FUMARC – 2016) Em uma pesquisa sobre o uso de uma mar-
Febre amarela 5.428 ca de sabão, foram encontrados os seguintes resultados:
Dengue 4.346
Nenhuma 1.644

3
-7
86
Quantas crianças receberam apenas uma das vacinas? .6
34
a) 1.418
.5

b) 1.644
94

c) 6.938
-0

d) 8.356
s
tin

e) 9.774 Pergunta-se: Quantas pessoas foram entrevistadas?


ar

a) 230 pessoas.
M

b) 160 pessoas.
ra

15. (FUMARC – 2018) A tabela a seguir apresenta o resultado de c) 125 pessoas.


ei

uma pesquisa que entrevistou 1030 alunos de uma escola sobre


liv

d) 105 pessoas.
o interesse pelas áreas estudo: Matemática, Biologia e Geogra-
O

fia. Se cada aluno poderia optar por até duas áreas de estudo,
de

baseando-se nos resultados dessa pesquisa, é CORRETO afir-


a

19. (FUMARC – 2016) João é a pessoa mais alegre e comunicati-


mar que o total de alunos que optaram somente por Biologia é
an

va da equipe de 20 funcionários que trabalham na Prefeitura.


igual:
Lu

Outro dia, ele estava conversando com os amigos de trabalho


e perguntou quem gostava de futebol. 18 levantaram a mão.
ÁREA OPTANTES Depois ele perguntou quem gostava de cinema e 16 levantaram
Matemática 598 a mão.
Biologia 600 Quantos gostam ao mesmo tempo de futebol e cinema?
Geografia 582 a) 12 pessoas
Matemática e Biologia 250 b) 14 pessoas
Biologia e Geografia 300 c) 16 pessoas

Matemática e Geografia 200 d) 18 pessoas

a) 50
20. (FUMARC – 2014) A tabela a seguir apresenta os dados refe-
b) 100
rentes a uma pesquisa de mercado que consultou consumido-
c) 300 res para conhecer a preferência pelas marcas A, B e C de um
d) 350 determinado tipo de café. 127
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) 13
MARCA DE CAFÉ NÚMERO DE
CONSUMIDORES b) 44

A 105 c) 66
d) 100
B 200
C 160
AeB 25
BeC 40
Æ NÚMEROS NATURAIS: INTRODUÇÃO,
AeC 25 REPRESENTAÇÃO, PROPRIEDADES
A, B e C 5
24. (FUMARC – 2017) No Brasil, existe uma grande concen-
Nenhuma das três marcas 120 tração de habitantes nas regiões metropolitanas das capitais
estaduais. Numa escala nacional, Belo Horizonte ocupa o sexto
Com base nos dados apresentados na tabela, é CORRETO afir- lugar com dois milhões, quinhentos e treze mil, quatrocentos e
mar que o total de consumidores consultados nessa pesquisa cinquenta e um habitantes. Como se escreve este número em
é igual a algarismos?
a) 620 a) 2.153.541 habitantes.
b) 500 b) 2.315.451 habitantes.
c) 480 c) 2.513.451 habitantes.
d) 385 d) 25.134.501 habitantes.

21. (FUMARC – 2014) Pedro trabalha na construção civil. Na 25. (FUMARC – 2017) A capital mais populosa do Brasil é São
hora do almoço, enquanto descansa, conversa com os colegas Paulo, com 12.038.170 habitantes.
de serviço. Hoje, um deles perguntou: “Quem gosta de jogar Como se escreve este número em palavras?
futebol?” 14 levantaram a mão. Quem gosta de jogar peteca?” 9
levantaram a mão. a) Dois milhões, cento e trinta e oito mil e cento e setenta
habitantes.
Se o número de trabalhadores da obra é 15, quantos gostam dos
dois esportes? b) Doze mil, trezentos e oitenta milhões e cento e setenta
habitantes.
a) 5.
c) Doze milhões, trinta e oito mil, cento e setenta habitantes.
b) 6.
d) Vinte e um, trezentos e oitenta mil, cento e setenta habitantes.
c) 8.

3
d) 10.

-7
86
26. (FUMARC – 2016) Um número foi escrito composto de duas
.6
classes e seis ordens. A classe mais alta é formada por três
34
22. (FUMARC – 2013) Em uma pesquisa realizada para levantar algarismos iguais com o maior valor possível. A outra classe é
.5

dados sobre hábitos alimentares de determinadas crianças em formada por três algarismos diferentes, em ordem crescente a
94

certa rede municipal de ensino, constatou-se que, diariamente, partir das unidades. Que número é este?
-0

290 delas bebem refrigerante, 270 consomem frituras, 310 con-


somem doces, 180 consomem refrigerantes e frituras, 160 con- a) O número é 898.234
s

somem refrigerantes e doces, 150 consomem frituras e doces e b) O número é 975.123


tin

100 crianças consomem doces, refrigerantes e frituras. Sendo c) O número é 987.432


ar

assim, o número de crianças consultadas foi


M

d) O número é 999.321
a) 480
ra

b) 528
ei
liv

c) 1.360 27. (FUMARC – 2016) Qual será o maior número possível de ser
O

d) 1.460 escrito com os algarismos abaixo?


de

2, 0, 7, 1, 8
a

a) Oitenta e sete mil, duzentos e dez.


an

23. (FUMARC – 2013) Em 100 jogadores de futebol, 32 jogam b) Setenta e oito mil, cento e vinte.
Lu

também basquete, 13 jogam também futebol de salão e 11 pra-


ticam os três esportes. Quantos jogam só futebol? Observem o c) Setenta e dois mil, oitocentos e dez.
diagrama para descobrir. d) Setecentos e dezoito.

28. (FUMARC – 2016) Observe o número indicado


1.086.529
Qual o algarismo de menor valor neste número? Por quê?
a) O algarismo de menor valor é o 1, porque indica apenas uma
unidade.
b) O algarismo de menor valor é o 5, porque está na ordem das
centenas simples.
c) O algarismo de menor valor é o 9, porque está na primeira
ordem.
d) O algarismo de menor valor é o 0, porque indica ausência de
128 Quantos jogam apenas futebol? unidades na ordem.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
29. (FUMARC – 2013) O maior número natural que satisfaz a

MATEMÁTICA
condição x ≤ 12,99 é
a) 0
b) 12
c) 13
d) 12,99

Carlinhos foi o único que acertou o desafio, pois ele disse que o
30. (FUMARC – 2013) valor de YXXZ é
a) 1776
b) 1778
c) 1889
d) 1997
Qual o número total de dezenas que existem no número acima? e) 1998
a) Duas
b) Setecentas e oitenta e nove
34. (FUMARC – 2018) Um determinado medicamento é vendido
c) Novecentas e vinte e três.
em cartela com 4, 5 ou 6 comprimidos. O médico receitou a Ber-
d) Setecentas e sessenta e oito mil e novecentas e cinquenta e nardo 20 comprimidos desse medicamento. De quantas manei-
duas. ras Bernardo pode comprar exatamente 20 comprimidos?
a) 3
b) 4
31. (FUMARC – 2013) c) 5
d) 6
e) 8

35. (FUMARC – 2017) Na festa de Santa Luzia, Dona Marieta,


Qual o maior número que posso escrever com os algarismos
uma famosa doceira da cidade, fez uma grande quantidade de
indicados acima? docinhos para serem vendidos na barraquinha da festa. Ela fez
a) Setenta e cinco mil, oitocentos e quarenta e três unidades. “Bem casados”, “Palha Italiana” e “Brigadeiros”.

3
-7
b) Oitocentos e setenta e cinco mil, quatrocentos e trinta e

86
duas unidades. .6
34
c) Dezessete milhões, oitocentos e cinquenta e três mil e cento
e vinte unidades.
.5
94

d) Oitenta e sete milhões, quinhentos e quarenta e três mil e


-0

duzentos e dez unidades.


s
tin
ar
M

Æ ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, MULTIPLICAÇÃO E


ra

Quantos docinhos D. Marieta produziu?


ei

DIVISÃO DE NÚMEROS NATURAIS


liv

a) 1.236 docinhos.
O

32. (FUMARC – 2018) O algoritmo representado abaixo se refe- b) 1.362 docinhos.


de

re à adição de dois números naturais. Alguns algarismos que c) 1.463 docinhos.


figuram nas parcelas e no total dessa adição foram substituídos
a

d) 2.963 docinhos.
an

pelas letras X, Y, Z e W. Se a adição está corretamente efetuada,


Lu

então é CORRETO afirmar que:

36. (FUMARC – 2017) Dona Carla e o Senhor José são vizinhos e


moram em uma rua em que as casas são numeradas de 10 em
10. O número da casa de Dona Carla é 880, porque antecede a
casa do Senhor José. O número da casa do Senhor José é
a) 860.
a) X + Z = W b) 870.
b) X + Z = Y c) 890.
c) Y – W = Z d) 900.

d) Z – W = Y

37. (FUMARC – 2017) O salário de uma pessoa é de R$ 1.200,00


por mês. Ela paga um terço desta quantia com aluguel de sua
33. (FUMARC – 2018) Na sala de aula, a professora Kátia escre- moradia. E gasta R$ 250,00 com a escola do filho. Quanto lhe
veu a seguinte operação no quadro e disse que cada letra repre- sobra para as outras despesas?
sentava um número: a) R$ 640,00 129
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b) R$ 550,00 44. (FUMARC – 2017) Algumas marcas de caixa d’água pos-
c) R$ 250,00 suem características distintas como, por exemplo, dimensões e
“peso”. Uma caixa d’água de polietileno de determinada marca,
d) R$ 150,00
quando está cheia, pesa 1044 Kg e com água até a metade de
sua capacidade, 531Kg. O “peso” dessa caixa d’água, quando está
vazia, é igual a
38. (FUMARC – 2017) Os moradores de uma casa com uma caixa a) 9 Kg.
d’água com 5.100 litros de água gastam 425 litros por dia. b) 18 Kg.
Quantos dias esta água vai durar? c) 20 Kg.
a) 10 dias. d) 540 Kg.
b) 12 dias.
c) 14 dias.
d) 15 dias. 45. (FUMARC – 2016) Em dois setores do estacionamento do
estádio onde foram jogadas as partidas de futebol, foram guar-
dados carros da seguintes forma: a. No Setor Amarelo, 15 linhas
com 12 carros em cada uma; b. No Setor Vermelho, 12 linhas
39. (FUMARC – 2017) Um sitiante colheu 240 abacates e vai levá-
com 15 carros em cada uma. Em que Setor foram guardados
-los ao mercado em caixas com a capacidade de 15 unidades por
mais carros?
caixa.
a) Ambos os setores guardaram a mesma quantidade de
De quantas caixas ele irá precisar?
carros.
a) 16 caixas.
b) O Setor Amarelo guardou mais carros.
b) 15 caixas.
c) O Setor Vermelho guardou mais carros.
c) 18 caixas.
d) O Setor Amarelo guardou 120 carros.
d) 17 caixas.

46. (FUMARC – 2016) Um sitiante colhe 50.960 laranjas lima. Vai


40. (FUMARC – 2017) Qual a diferença entre a população de São levá-las ao mercado para vendê-las a R$ 25,00 colocando 80 fru-
Paulo, 12.038.170, e de Belo Horizonte, 2.513.451 habitantes? tas em cada caixa. De quantas caixas ele vai precisar e quanto irá
a) 2.475.281 habitantes. receber se vender todas elas?
b) 9.524.719 habitantes. a) 157 caixas. Receberá R$ 3.925,00.
c) 10.475.281 habitantes. b) 243 caixas. Receberá R$ 6.075,00.
d) 14.551.621 habitantes. c) 342 caixas. Receberá R$ 8.550,00.
d) 637 caixas. Receberá R$ 15.925,00.

3
-7
86
41. (FUMARC – 2017) Neste município de “Sempre Viva”, exis-
te uma fábrica de sapatos que produziu duzentos e cinquenta .6
47. (FUMARC – 2016) Uma pessoa trabalha de segunda a sábado
34
pares por semana, durante um mês, para atender a uma enco- e tem direito ao domingo como repouso remunerado. Ela rece-
menda recebida. Estes sapatos foram despachados em oito
.5

be R$ 1.260,00 por mês. Quanto ela ganha por dia?


94

malotes. Quantos pares de sapatos foram colocados em cada


a) Ela ganha 27 reais por dia.
malote?
-0

b) Ela ganha 42 reais por dia.


a) 125 pares de sapatos.
s

c) Ela ganha 45 reais por dia.


tin

b) 200 pares de sapatos.


d) Ela ganha 50 reais por dia.
ar

c) 250 pares de sapatos.


M

d) 400 pares de sapatos.


ra

48. (FUMARC – 2016) Para comprar uma máquina de lavar que


ei
liv

custa 832 reais, Daniel economizou durante bastante tempo. Ele


42. (FUMARC – 2017) Em dois setores do estacionamento do conseguiu guardar 6 notas de 100 reais, 18 notas de dez reais e
O

Estádio de Futebol foram guardados carros da seguinte forma: 30 notas de 5 reais. O dinheiro que Daniel tem dá para comprar
de

A. No Setor Amarelo, havia 12 linhas com 13 carros em cada a máquina ou não? Quanto lhe falta ou quanto lhe sobra?
a

uma; a) O dinheiro de Daniel dá para comprar a máquina e não


an

B. No Setor Vermelho, havia 13 linhas com 15 carros em cada sobra nada.


Lu

uma. b) O dinheiro de Daniel dá para comprar a máquina e sobram


Quantos carros foram guardados neste estacionamento? 98 reais.
a) 195 carros. c) O dinheiro de Daniel não dá para comprar a máquina. Fal-
b) 245 carros. tam 38 reais.

c) 351 carros. d) O dinheiro de Daniel não dá para comprar a máquina. Fal-


tam 40 reais.
d) 435 carros.

49. (FUMARC – 2016) Observe o número abaixo. Ele representa


43. (FUMARC – 2017) Quais as idades de André e de Gabriel, a produção de arroz de um estado brasileiro durante o ano de
sabendo-se que Gabriel tem o dobro da idade de André e este 2010 em sacas de 60 kg. Essa produção foi vendida para o exte-
tem o triplo da idade de Letícia, que tem 8 anos? rior em carregamentos de 100 em 100 sacas.
a) André tem 32 anos e Gabriel, 54. Quantos carregamentos foram necessários para entregar essa
b) André tem 24 anos e Gabriel, 48. carga?
c) André tem 18 anos e Gabriel, 27. 175 200 sacas
130 d) André tem 16 anos e Gabriel, 36. a) 175
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b) 200 56. (FUMARC – 2016) O pai de Rosana tinha 23 anos quando ela

MATEMÁTICA
c) 1.752 nasceu. Se hoje Rosana tem 19 anos, seu pai tem

d) 7.520 a) 32 anos.
b) 42 anos.
c) 52 anos.
50. (FUMARC – 2016) Um sitiante colheu em seu aviário 3.360 d) 62 anos.
ovos. Ele vai levá-los ao mercado para vender, colocando-os em
caixas com 10 embalagens de uma dúzia.
De quantas caixas vai precisar? 57. (FUMARC – 2016) Se trocarmos 40 notas de R$ 100,00 por
a) 12 celulares de R$ 1.000,00, quantos aparelhos devo receber?

b) 18 a) 4.

c) 25 b) 5.
c) 8.
d) 28
d) 13.

51. (FUMARC – 2016) Se Carolina tiver a metade de R$ 500,00


mais um terço de R$ 150,00, poderá comprar um tênis. 58. (FUMARC – 2016) Uma indústria pretende comercializar
latas de 0,5 Kg de uma mistura de três tipos distintos de cereais:
Qual o preço do tênis que Carolina quer comprar? A, B e C. A tabela a seguir informa os preços praticados por essa
a) R$ 250,00. indústria na composição da mistura. Se, em cada lata, a quanti-
b) R$ 285,00. dade de cereal do tipo B deve ser igual a um terço da soma dos
outros dois tipos, então é CORRETO afirmar que as quantidades,
c) R$ 300,00. em gramas, de cada tipo de cereal A, B e C contidas em cada lata
d) R$ 400,00. são, respectivamente, iguais a:

CEREAL PREÇO (kg)


52. (FUMARC – 2016) Um trabalhador ganha R$ 860,00 por mês. A R$ 5,00
Ele consegue economizar R$ 150,00 por mês.
B R$ 20,00
Em quanto tempo ele conseguirá guardar R$ 1.200,00 para
comprar a geladeira que ele quer? C R$ 16,00

a) 6 meses. MISTURA R$ 11,50


b) 8 meses.

3
a) 125, 75, 300

-7
c) 13 meses.
b) 120, 190, 190

86
d) Um ano.
c) 180, 160, 160 .6
34
d) 250, 125, 125
.5

53. (FUMARC – 2016) Um borracheiro cobra R$ 15,00 para repa-


94

rar um pneu sem câmara e R$ 10,00 para reparar um pneu


-0

comum. Hoje ele reparou 10 pneus sem câmara e 8 com câmara. 59. (FUMARC – 2014) Uma indústria produziu quatro mil e qui-
nhentos tijolos por dia em uma semana de 6 dias, para satisfazer
s

Quanto ele recebeu?


tin

uma encomenda recebida. Ela embalou esses tijolos em grades


a) R$ 150,00 de 450 tijolos. Quantas grades de tijolos foram entregues?
ar
M

b) R$ 230,00 a) 50.
ra

c) R$ 280,00 b) 55.
ei

d) R$ 300,00 c) 60.
liv

d) 70.
O
de

54. (FUMARC – 2016) Marieta trabalha cinco dias na semana,


a

mas folga de dois em dois dias.


an

60. (FUMARC – 2014) Mário trabalha 6 dias na semana. Usan-


Se em cada dia ela trabalha oito horas, quantas horas Marieta do bicicleta como meio de transporte, ele gasta 85 minutos por
Lu

trabalha por semana? trajeto.


a) 28 horas. Quanto tempo ele pedala em uma semana?
b) 32 horas. a) 12 horas e 30 min.
c) 40 horas. b) 12 horas.

d) 44 horas. c) 15 horas.
d) 17 horas.

55. (FUMARC – 2016) Um ônibus transporta 45 passageiros por


viagem e tem 675 passageiros para levar a um certo destino. 61. (FUMARC – 2014) Certo apresentador de um programa de
prêmios na TV fez uma proposta para um telespectador par-
Quantas viagens terão que fazer para levar todos os passageiros?
ticipante que já tinha ganhado um prêmio de R$ 10.000,00. A
a) 15 viagens. proposta foi a seguinte:
b) 18 viagens. “- Você trocaria o seu prêmio por 1 milhão de centavos de reais?”
c) 10 viagens. Considerando a proposta, é CORRETO afirmar que
d) 13 viagens. a) não valeria a pena trocar, pois perderia R$ 10,00 na troca. 131
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b) o valor da troca seria o mesmo do prêmio oferecido. b) 10
c) valeria trocar, pois aumentaria o prêmio em R$ 100,00. c) 20
d) valeria trocar, pois aumentaria seu prêmio em 10%. d) 192

62. (FUMARC – 2014) Considerem-se todas as divisões de 67. (FUMARC – 2013) O exato valor de 2 milhões de reais pode
números inteiros positivos por 21, cujo resto é igual ao quadra- ser representado por
do do quociente. A soma dos quocientes dessas divisões é
a) 20 mil sacos com 100 moedas de 1 real cada um.
a) 10
b) 25 mil sacos com 40 moedas de 1 real cada um.
b) 210
c) 45 mil sacos com 20 moedas de 1 real cada um.
c) 21 2
d) 250 mil sacos com 100 moedas de 10 centavos cada um.
d) 1 2 +22 +...+ 212

68. (FUMARC – 2013) Um copo cheio de água possui 350 g. Se


63. (FUMARC – 2013) Eduarda foi ao banco e verificou o extra-
retirarmos metade da água, passa a ter 275 g. Qual é a massa do
to de sua conta. No extrato estão registrados os seguintes
copo vazio?
lançamentos:
a) 0,02 kg
Data Histórico Valor b) 200 mg
13/02 SALDO 700,00 c) 150 g

14/02 150,00 d) 200 g

15/02 Depósito 20,00


16/02 ? ?
69. (FUMARC – 2013) Em um auditório, existem 990 poltronas
17/02 SALDO 300,00 colocadas em fileiras de 22 poltronas cada uma. Quantas filei-
ras de poltronas existem nesse auditório?
O que aconteceu com a conta de Eduarda no dia 16/02? a) 26
a) Um saque de R$ 270,00. b) 39
b) Um saque de R$ 370,00. c) 42
c) Um depósito de R$ 270,00. d) 45
d) Um depósito de R$ 300,00.

3
-7
86
70. (FUMARC – 2013) Jussara acabou de ler a página 85 de um
64. (FUMARC – 2013) Considere a multiplicação efetuada abaixo: .6
livro de 360 páginas. Para continuar a ler, ela precisa virar a
34
folha.
.5

Quantas folhas e quantas páginas tem o livro que Jussara está


94

lendo?
-0

a) 40 páginas e 360 folhas


s

b) 90 folhas e 180 páginas.


tin

c) 180 páginas e 360 folhas.


ar
M

d) 360 páginas e 180 folhas.


ra

Somando-se os algarismos da soma dos números que ocupam


ei
liv

as posições representadas pelo símbolo que não represen- 71. (FUMARC – 2013) Joana era bem nova quando teve seu pri-
O

tam necessariamente valores iguais, encontra-se o número meiro filho. Hoje, ela está com 37 anos e seu filho Pedro, com 19
de

a) 14 anos. Quantos anos Joana tinha quando Pedro nasceu?


a

b) 21 a) 16 anos.
an

c) 23 b) 17 anos.
Lu

d) 32 c) 18 anos.
d) 20 anos.

65. (FUMARC – 2013) O dobro da metade de um número natural


é
72. (FUMARC – 2013) Um caminhão tem capacidade de carregar
a) A metade do número dado. 130 sacos de cimento por viagem e deve carregar 1.170 sacos de
b) A quarta parte do número dado. cimento. Outro caminhão pode carregar 125 sacos e deve trans-
c) O quádruplo do número dado. portar 1.125 sacos também de cimento. Qual destes caminhões
deve fazer mais viagens?
d) O próprio número.
a) Os dois caminhões juntos farão 15 viagens.
b) Os dois caminhões farão o mesmo número de viagens.
66. (FUMARC – 2013) Considerem-se todas as divisões de núme- c) O caminhão que carrega 125 sacos fará 9 viagens e o outro, 7
ros naturais por 19, cujo resto é igual ao quadrado do quociente. viagens.
A soma de todos os possíveis quocientes dessas divisões é d) O caminhão que carrega 130 sacos fará 9 viagens e o outro,
132 a) 12 +22 +32 +...192 11 viagens.
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73. (FUMARC – 2013) Carla e Antônia subiram numa balança. O

MATEMÁTICA
A B C D E F G H I J K L M
ponteiro marcou 148 quilos. Carla desceu e o ponteiro marcou
69 quilos. Qual das duas pesa mais? Quantos quilos? N O P Q R S T U V W X Y Z
a) Antônia, 79 quilos.
b) Carla, 79 quilos. Para efeito de teste, o número N = 217-16 foi digitado. Sendo
assim, a letra correspondente será
c) Antônia, 69 quilos.
a) J
d) Carla, 69 quilos.
b) L
c) M
74. (FUMARC – 2013). Para economizar água, a prefeitura de d) N
Capim Cheiroso fez uma campanha para que cada residên-
cia economizasse 3 litros de água por dia. Se essa cidade tem
60.000 habitantes e cada residência corresponde a 5 habitan- 78. (FUMARC – 2017) Numa loja de tecidos, há duas peças de
tes, quantas residências existem na cidade e quantos litros de seda, uma com 20 m e a outra com 12 m. O dono da loja quer
água poderão economizar diariamente? dividir as duas peças em cortes do mesmo tamanho, de modo a
a) 1.200 residências e 3.600 litros de economia por dia. não sobrar tecido. Quantos metros deve ter cada corte e quan-
b) 6.000 residências e 18.000 litros de economia por dia. tos cortes ele obterá ao todo?
c) 12.000 residências e 36.000 litros de economia por dia. a) Cada corte deve ter 5 metros. O total de cortes será 6.
d) 50.000 residências e 150.000 litros de economia por dia b) Cada corte deve ter 4 metros. O total de cortes será 8.
c) Cada corte deve ter 3 metros. O total de cortes será 11.
d) Cada corte deve ter 2 metros. O total de cortes será 16.

Æ DIVISIBILIDADE, NÚMEROS PRIMOS, FATORES


79. (FUMARC – 2017) Numa serraria do município de “Sempre
PRIMOS, DIVISOR E MÚLTIPLO COMUM Viva”, estão sendo cortadas as toras para um serviço da prefei-
tura. Existem 4 grandes árvores com as seguintes medidas: 6
75. (FUMARC – 2021) Em um carro específico, os pneus traseiros
metros, 12 metros, 9 metros e 15 metros. Qual deve ser o tama-
precisam ser substituídos a cada 40 mil km percorridos, e os
nho de cada parte e quantas partes poderão ser cortadas ao
pneus dianteiros, a cada 24 mil km.
todo?
Com o objetivo de substituir todos os quatros pneus ao mesmo
a) Cada parte terá o tamanho de 2 metros. Serão cortadas 12
tempo, quando todos os pneus estiverem totalmente desgas-
partes.
tados, se faz necessário efetuar o rodízio de pneus, momento
em que os pneus dianteiros são trocados pelos traseiros e vice- b) Cada parte terá o tamanho de 3 metros. Serão cortadas 14
-versa, após certa distância percorrida. Admita que o desgaste partes.

3
dos pneus varie linearmente em função da distância percorrida

-7
c) Cada parte terá o tamanho de 4 metros. Serão cortadas 11

86
e que o carro esteja balanceado, de forma que ambos os pneus partes.
dianteiros e traseiros se desgastem igualmente. .6
d) Cada parte terá o tamanho de 5 metros. Serão cortadas 8
34
Então, é CORRETO afirmar que, nessa situação, a distância total partes.
percorrida por esse carro com esse conjunto de pneus é de
.5
94

a) 28 mil km.
-0

b) 30 mil km. 80. (FUMARC – 2017) Nas cidades históricas de Minas Gerais,
existem muitas igrejas. Na Semana Santa, escutam-se os sinos
s

c) 32 mil km
tin

de três igrejas: um a cada 15 minutos. Outro, a cada meia hora, e


d) 34 mil km.
o terceiro, a cada hora. Se os 3 sinos tocaram juntos agora, daqui
ar

a quanto tempo eles voltarão a tocar juntos?


M
ra

a) Daqui a 30 minutos.
76. (FUMARC – 2017) Deve-se distribuir entre crianças carentes
ei

b) Daqui a 45 minutos.
de certa escola um total de 36 borrachas, 48 lápis e 72 cadernos.
liv

Será necessário dividir esse material de maneira que o maior c) Daqui a 75 minutos.
O

número possível de crianças seja beneficiado e todas elas rece- d) Daqui a uma hora.
de

bam a mesma quantidade de borrachas, a mesma quantidade


de cadernos e a mesma quantidade de lápis, sem haver sobras
a
an

de qualquer material. Nesse caso, o número de borrachas que


81. (FUMARC – 2016) Verifique se o número 60.258 é divisível
Lu

cada criança deve receber será ser igual a


por 11 e explique por quê.
a) 3
a) O número indicado é divisível por 11 porque D (S/par –S/
b) 4 ímpares) = 11
c) 6 b) O número indicado é divisível por onze porque é par e 11 =
d) 12 1+1 = 2.
c) O número indicado não é divisível por 11 porque é divisível
por 3.
77. (FUMARC – 2017) Um sistema de codificação criado por alu- d) O número indicado não é divisível por 11 porque é par.
nos do curso de Ciência da Computação de determinada uni-
versidade tem como base o número M = 2 13-1. Sabe-se que
M é um número primo. O processo de decodificação consiste,
basicamente, em calcular o número de divisores naturais de 82. (FUMARC – 2016) Ao dividir 36 balas e 60 balões entre crian-
determinado número N. Após o cálculo, vincula-se o número ças de uma escola, de maneira que o maior número possível
de divisores naturais à sua letra correspondente a um alfabeto de crianças fosse contemplado e todas recebessem a mesma
de 26 letras, conforme tabela abaixo. O número 1 é representado quantidade de balas e a mesma quantidade de balões, sem
pela letra A, o número 2 é representado pela letra B e, assim, haver sobras, cada criança deverá receber
sucessivamente. a) 3 balas 133
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
b) 3 balões 89. (FUMARC – 2016) Três peças de pano medem, respecti-
c) 12 balas vamente, 24 m, 42 m e 12 m. Preciso cortá-las em pedaços do
mesmo comprimento, com o maior tamanho possível para que
d) 5 balas os funcionários possam fazer uniformes de trabalho. Quantos
pedaços irei obter?
a) 13 pedaços.
83. (FUMARC – 2016) A soma dos 10 primeiros números primos b) 19 pedaços.
é igual a c) 23 pedaços.
a) 101 d) 26 pedaços
b) 129
c) 191
d) 195 90. (FUMARC – 2016) Três torneiras estão com vazamento. Da
primeira, cai uma gota de 4 em 4 segundos, da segunda, uma
de 6 em 6 segundos e da terceira, uma de 10 em 10 segundos.
Exatamente às 2 horas cai uma gota simultaneamente de cada
84. (FUMARC – 2016) Em certa competição olímpica, três atle- torneira. O número de vezes que as três torneiras pingaram
tas correm em uma pista circular e gastam, respectivamente, juntas, no intervalo de 2h e 35 segundos e 2h 28 minutos e 35
2,4 min; 2,0 min e 1,6 min para completar uma volta na pis- segundos foi
ta. Eles partem do mesmo local e no mesmo instante. Após a) 35
algum tempo, os três atletas se encontram, pela primeira vez,
b) 38
no local de largada. Nesse momento, o atleta mais veloz estará
completando c) 27
a) 8 voltas. d) 28
b) 12 voltas.
c) 15 voltas.
91. (FUMARC – 2015) Joaquim é um jardineiro muito compe-
d) 16 voltas. tente e amante de rosas. Ele possui um número de rosas com-
preendido entre 200 e 400. Juntando-as em grupos de 6, 10 ou
de 12, sempre restam 4 rosas. Porém, reunindo-as em grupos
de 8, não resta nenhuma. Pode-se afirmar que o jardineiro Joa-
85. (FUMARC – 2016) Qual o menor número possível de se escre-
quim possui
ver com os algarismos 0, 8, 4, 1, 9, 3 e que seja divisível por 5?
a) 288 rosas.
a) 134.890
b) 304 rosas.
b) 140.893
c) 312 rosas.
c) 314.980
d) 340 rosas.

3
d) 413.809

-7
86
.6
92. (FUMARC – 2014) Joana possui algumas guloseimas. São
34
86. (FUMARC – 2018) um total de 96 balas, 240 pirulitos e 288 chicletes para distri-
.5

buir entre crianças de seu bairro em uma festa da comunidade.


94

232 109 640 824 111 Ela decidiu distribuir todos os doces em saquinhos com a mes-
ma quantidade de balas, pirulitos e chicletes, de maneira que
-0

o maior número possível de crianças fosse contemplado e que


Qual número é divisível por 5 (cinco)? Por quê.
s

não sobrasse qualquer guloseima. Sendo assim, cada saquinho


tin

a) O número é 109, porque a soma dos algarismos é igual a dez. deverá conter
ar

b) O número é 232, porque é um número par. a) 5 balas.


M

c) O número é 640, porque termina em zero. b) 6 pirulitos.


ra

d) O número é 824, porque a soma de seus algarismos é um c) 13 guloseimas.


ei

número divisível por cinco.


liv

d) 48 guloseimas.
O
de

87. (FUMARC – 2016) Três navios partem juntos de um porto. O 93. (FUMARC – 2013) O número M= 1762# tem cinco algarismos,
a

primeiro faz a viagem de 20 dias e retorna ao porto; o segun- mas não é possível ler o algarismo das unidades, porque foi
an

do faz viagens de 15 dias e o terceiro, de 18 dias. Quando os três rasurado. Sabendo que o número M é divisível por 6, um alga-
Lu

navios partirão novamente juntos? rismo que pode ser colocado nas unidades para satisfazer o cri-
tério de divisão dado é o
a) Daqui a 120 dias.
a) 0
b) Daqui a 180 dias.
b) 2
c) Daqui a 36 dias
c) 6
d) Daqui a 53 dias.
d) 9

88. (FUMARC – 2016) Três peças de pano medem, respectiva-


94. (FUMARC – 2013) O Governo Federal enviou para uma deter-
mente, 112 m, 96 m e 8 metros. Se eu quiser cortá-las em peda-
minada escola pública da cidade de Sete Lagoas um lote com 3.000
ços do mesmo comprimento, com o maior tamanho possível,
cadernos, 2.400 lápis e 1.800 borrachas para serem distribuídos
quantos retalhos irei obter? entre seus alunos carentes. A direção recebeu a orientação de que
a) 13. a distribuição do material contemplasse o maior número possível
b) 27. de alunos e que todos recebessem o mesmo número de cadernos,
o mesmo número de lápis e o mesmo número de borrachas, sem
c) 37. haver sobra de qualquer material. Nesse caso, o número de cader-
134 d) 56. nos que cada aluno irá receber será
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a) 3

MATEMÁTICA
b) 4
c) 5
d) 19

Se ele fizer determinada alteração de modo a aumentar em


95. (FUMARC – 2013) Sabendo-se que o M.M.C ( 6, 18, 20) = x e 15°C a temperatura interna dessa câmara, o termômetro deverá
que M.D.C ( 6, 18, 20) = y, o valor numérico de 2 x : y é marcar, corretamente, a temperatura de
a) 360 a) – 25°C.
b) 180 b) + 5°C.
c) 90 c) + 10°C.
d) 2 d) + 15°C.

96. (FUMARC – 2013) A alternativa que apresenta apenas núme- 102. (FUMARC – 2013) Dentre os números -10,1; -11; -9; -9,1, o
ros primos entre si é maior deles é
a) 5, 15, 25,35 a) -9
b) 19, 38, 361 b) -9,1
c) 8, 9, 12, 15 c) -11
d) 2, 8, 12, 24 d) -10,1

97. (FUMARC – 2013) O M.M.C (12, x) = 60 e o M.D.C (12, x) = 4. O


valor de x é igual a
a) 120 Æ NÚMEROS RACIONAIS: INTRODUÇÃO,
b) 60 REPRESENTAÇÃO, PROPRIEDADES
c) 20 103. (FUMARC – 2018) Quatro amigos, Roberto, Sérgio, Carlos
d) 12 e Fred, estavam estudando para a prova de matemática que
aconteceria na semana seguinte. Em determinado instan-
te, cada um deles fez uma afirmação. Roberto afirmou que “o
98. (FUMARC – 2013) Sibele está doente. O médico receitou oposto do número é o 5”, Sérgio afirmou que “o simétrico de -5
uma caixa de comprimidos para serem tomados de 6 em 6 é o +5”, Carlos afirmou que “o número inteiro antecessor de -9

3
-7
horas e um xarope, de 4 em 4 horas. À meia noite, Sibele tomou é o -8” e Fred afirmou que “o número inteiro sucessor de -13 é o

86
um comprimido e um xarope juntos. A que horas ela voltará a -14”. Sendo assim, pode-se concluir que
tomar os dois juntos? .6
a) Carlos e Fred foram os únicos que fizeram afirmações
34
a) Às 9 horas da manhã. corretas.
.5

b) Ao meio dia. b) Sérgio foi o único que fez uma afirmação correta.
94

c) Às 15 horas. c) Sérgio, Carlos e Fred fizeram afirmações corretas.


-0

d) Às 18 horas. d) Todos eles fizeram afirmações corretas.


s
tin
ar

99. (FUMARC – 2013) O número N = 2x ⋅ 43 ⋅ 54 possui 60 divisores


M

104 . (FUMARC – 2017) De acordo com o censo de 2010, apro-


naturais. O valor de x é ximadamente dois quintos das moradias da periferia de uma
ra

a) 0,7. grande capital do Brasil estão em áreas de risco. Esse número é


ei

maior ou menor que a metade das moradias?


liv

b) 2.
O

c) 5. a) Dois quintos é a metade.


de

d) 12. b) Dois quintos é maior que a metade.


c) Dois quintos é menor que a metade.
a
an

d) Dois quintos é o mesmo que a metade mais um.


Lu

100. (FUMARC – 2013) Considere o número M = 288A5B, em que


B é o algarismo das unidades e A, o algarismo das centenas.
Sabendo-se que M é divisível por 15, então, A - B pode ser
a) 1.
b) 3. Æ FRAÇÕES E DÍZIMAS PERIÓDICAS
c) -1. 105. (FUMARC – 2017) João resolveu limpar sua caixa d’água que
d) -7. estava completamente cheia de água.
1
Ele retirou 5 do conteúdo da caixa e percebeu, pelo medidor
de nível de água, que ainda restavam 1 000 litros na caixa.
Sendo assim, considerando 1 m³ = 1 000 litros, o volume dessa
Æ NÚMEROS INTEIROS (PROBABILIDADE, caixa d’água é de
OPERAÇÕES, MÓDULO ETC) a) 0,5 m³
b) 5 m³
101. (FUMARC – 2018) Em determinada câmara fria, o termô-
metro está indicando - 10ºC: Para a sua manutenção, o técnico c) 6 m³
deverá fazer alguns testes. d) 5 000 m³ 135
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106. (FUMARC – 2017) No município de “Vale Sereno”, existem 112. (FUMARC – 2016) Dos 12 bolinhos de arroz, Pedro comeu 4.
15 ruas. São 7 ruas asfaltadas, 5 ruas calçadas com pedras e 3 Que fração representa a porção de bolinhos que Pedro comeu?
ruas na terra. No município de “Itabela”, existe o mesmo núme-
ro de ruas, mas que apresentam uma situação diferente, pois a) Um quarto.
o número de ruas asfaltadas corresponde ao de ruas na terra. b) Um quinto.
Quais as frações que representam as ruas asfaltadas em “Itabe- c) Um sexto.
la” e em “Vale Sereno”?
d) Um terço.
a) Em “Vale Sereno”, 7/15. Em “Itabela”, 3/15 ou 1/5.
b) Em “Vale Sereno”, 3/15 ou 1/5. Em “Itabela”, também.
c) Em “Vale Sereno”, 5/15 ou 1/3. Em “Itabela”, 7/15. 113. (FUMARC – 2016) Uma empresa tem 20 empregados. Hoje
d) Em “Vale Sereno”, 2/15. Em “Itabela”, 7/15. compareceram ao trabalho três quartos pela manhã e ontem,
dois quintos. Quantos empregados compareceram em cada dia?
a) Ontem compareceram 12 empregados e hoje, 18.
107. (FUMARC – 2017) Se 600 pamonhas correspondem a 2 b) Ontem compareceram 5 empregados e hoje, 19.
décimos do total consumido durante a festa, quantas pamo-
c) Ontem compareceram 6 empregados e hoje, 14.
nhas foram consumidas?
d) Ontem compareceram 8 empregados e hoje, 15.
a) 2.400 unidades.
b) 3.000 unidades.
c) 3.600 unidades. 2
114. (FUMARC – 2016) Uma peça de pano encolheu 10 de seu
d) 3.900 unidades.
comprimento, depois de molhada, ficando com 32 metros.
Quantos metros tinha a peça antes de encolher?
a) 40 metros.
108. (FUMARC – 2017) Uma empresa tem 20 empregados. Hoje,
compareceram ao trabalho três quartos pela manhã e ontem, b) 48 metros.
dois quintos. Quantos empregados compareceram em cada dia? c) 32 metros.
a) Hoje, 15 empregados. Ontem, 8 empregados. d) 36 metros.
b) Hoje, 16 empregados. Ontem, 12 empregados.
c) Hoje, 18 empregados. Ontem,10 empregados.
2 1 3 17
d) Hoje, 5 empregados. Ontem, 4 empregados. 115. (FUMARC – 2016) Dadas as frações { , , ,
5 2 4 20 } a diferen-
ça entre a maior e a menor delas é
1
a) 3
109. (FUMARC – 2016) Com a crise econômica uma fábrica de 1
b) 4
sapatos está com a sua produção reduzida em 0,25. Observe o

3
1
número racional indicado e descubra qual a fração que repre- c)

-7
10
senta a produção atual desta fábrica.

86
7
d) 20
.6
34
.5

116. (FUMARC – 2016) A soma das idades de Pedro e Júnior é 36.


94

4
Se a razão entre as idades de Pedro e Júnior é , pode-se afir-
-0

a) 1 / 2 (um meio). mar que


s

a) a diferença de idade entre eles é de 1 ano.


tin

b) 2 / 4 (dois quartos).
b) Pedro tem 20 anos.
ar

c) 3 / 4 (três quartos).
M

d) 2 / 5 (dois quintos). c) Júnior tem 16 anos.


ra

d) Júnior tem 20 anos.


ei
liv

110. (FUMARC – 2016) O estádio “Chuta a bola”, em Inimutaba,


O

tem capacidade para 20.000 torcedores em seu total. Sabe-se 117. (FUMARC – 2015) Caio decidiu preparar um suco para receber
de

que somente um quinto da capacidade total do estádio é reser- seus amigos. Ele misturou
3
4 , de litro de suco de laranja com
3
4
vado para a torcida visitante. No jogo entre Inimutaba e Villa de
a

3
, de litro de suco de maracujá. Adicionou mais , de litro de leite
an

Lourdes, somente dois quintos da área de torcida visitante foi 1


4

preenchida. Quantos torcedores do Villa de Lourdes vieram ao condensado e 4 , de litro de suco de limão. Agitou bem e serviu
Lu

jogo? em 10 taças. Que fração do litro coube, no máximo, em cada taça?


1
a) 1 600 a) 4
b) 2 400 b)
1
8
c) 4 000 3
c) 4
d) 5 000 2
d) 7

111. (FUMARC – 2016) Uma empresa tem 80 empregados. Por


causa da epidemia de Dengue, hoje compareceram ao traba- 118. (FUMARC – 2013) Considere os números 2 1 1 3
, , ,
5 25 4 8
O
lho três quartos pela manhã e ontem, quatro quintos. Quantos maior deles é
empregados compareceram em cada dia? 1
a) 4
a) Ontem compareceram 48 e hoje, 64. 1
b) 25
b) Ontem compareceram 60 e hoje, 48.
3
c) Ontem compareceram 64 e hoje, 60. c) 8
2
136 d) Ontem compareceram 72 e hoje, 64. d) 5
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119. (FUMARC – 2013) A distância da casa de Rafael ao trabalho é de 1,8 quilômetros. Rafael vai todos os dias a pé até o trabalho em

MATEMÁTICA
companhia de seu amigo João. Eles caminham juntos um terço dessa distância. O restante do caminho ele faz sozinho. Quantos
metros Rafael caminha com João e quantos metros caminha sozinho?
a) Com João, 600 m. Sozinho, 1.200 m.
b) Com João, 540 m. Sozinho, 1.260 m.
c) Com João, 500 m. Sozinho, 1.300 m.
d) Com João, 800 m. Sozinho, 1.000 m.

1 2
120. (FUMARC – 2013) Do lixo coletado em uma cidade para reciclagem, 5 foi de vidro e 3 de papel. O que foi coletado em maior
quantidade, vidro ou papel? Que fração representa a parte dos outros tipos de lixo?
1
a) Foi coletado mais vidro. Para os outros tios de lixo sobra 3
4
b) Foi coletado mais papel. Para os outros tipos de lixo sobram 5
13
c) Foi coletado mais papel. Sobram para os outros tipos de lixo 15
1
d) Papel e vidro foram coletados em igual quantidade. Sobra 5

2
121. (FUMARC – 2013) Maria recebe um salário mensal de R$ 2.400,00. Ela gasta 5 com alimentação e paga uma prestação de R$
1
120,00 por mês e um aluguel 3 de do salário. Quanto Maria pode economizar por mês?
a) R$ 150,00.
b) R$ 450,00.
c) R$ 520,00.
d) R$ 650,00.

122. (FUMARC – 2013) Tião gastou a quinta parte de seu salário com moradia. Com a oitava parte do que sobrou, ele comprou roupas
e, logo em seguida, gastou dois sétimos do que sobrou com presentes. Com o dinheiro que ainda restava, depositou em sua conta
4 1
poupança 5 desse valor e doou 5 do restante para a igreja. Se Tião ainda ficou com R$ 160,00, o salário de Tião é igual a
a) R$ 1.076,00

3
-7
b) R$ 2.000,00

86
c) R$ 2.500,00 .6
d) R$ 5.000,00
34
.5
94
-0

Æ OPERAÇÕES COM NÚMEROS DECIMAIS


s
tin
ar

123. (FUMARC – 2018) O cálculo do IMC é feito dividindo a sua massa m (em quilogramas) pela altura H (em metros) ao quadrado.
M
ra
ei
liv
O
de
a
an

Em seguida, o valor encontrado deve ser comparado em uma tabela de IMC como a tabela a seguir:
Lu

MENINOS MENINAS
IDADE NORMAL SOBREPESO OBESIDADE NORMAL SOBREPESO OBESIDADE
6 14,5 mais de 16,6 mais de 18,0 14,3 mais de 16,1 mais de 17,4
7 15 mais de 17,3 mais de 19,1 14,9 mais de 17,1 mais de 18,9
8 15,6 mais de 16,7 mais de 20,3 15,6 mais de 18,1 mais de 20,3
9 16,1 mais de 18,8 mais de 21,4 16,3 mais de 19,1 mais de 21,7
10 16,7 mais de 19,6 mais de 22,5 17 mais de 20,1 mais de 23,2
11 17,2 mais de 20,3 mais de 23,7 17,6 mais de 21,1 mais de 24,5
12 17,8 mais de 21,1 mais de 24,8 18,3 mais de 22,1 mais de 25,9
13 18,5 mais de 21,9 mais de 25,9 18,9 mais de 23 mais de 27,7
14 19,2 mais de 22,7 mais de 26,9 19,3 mais de 23,8 mais de 27,9
15 19,9 mais de 23,6 mais de 27,7 19,6 mais de 24,2 mais de 28,8
137
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Renata tem 12 anos, possui 54 quilos e 1,5 m de altura. Sendo 129. (FUMARC – 2017) Determinada obra está sendo realizada
assim, pode-se afirmar que o IMC de Renata indica: para a construção da estação de tratamento de esgoto sanitário
a) sobrepeso. e tem como orçamento total aproximadamente 2,350 milhões
de reais a serem distribuídos entre ligação de tubos PVC,
b) que ela está dentro da faixa normal esperada para suas
características. reconstrução da calçada e demais despesas. A ligação dos tubos
PVC e a reconstrução da calçada terão um custo de R$ 90,00 por
c) que ela está abaixo do normal. metro. O esgoto está contando com 586 ligações residenciais e
d) obesidade. comerciais. Essa rede de esgoto terá 12.500 m, atendendo 30%
da população da área urbana.
De acordo com as informações prestadas no texto, ao computar
124. (FUMARC – 2018) Um avião fez uma viagem de 3h e 30min todo o gasto com a ligação dos tubos PVC e com a reconstrução
com 285 passageiros. A companhia estimou que o custo opera- da calçada, qual é o valor que será gasto com outras despesas
cional total dessa viagem foi de R$ 596.534,00. Aproximadamen- da obra?
te, qual o custo médio por hora viajada para cada passageiro? a) R$ 1 325 000,00
a) R$ 528,00 b) R$ 1 225 000,00
b) R$ 624,00 c) R$ 1 125 000,00
c) R$ 598,00
d) R$ 1 000 000,00
d) R$ 634,00
e) R$ 697,00
130. (FUMARC – 2016) Qual o resultado da operação indicada?
23,2 + 0,55 + 1,375 = ?
125. (FUMARC – 2017) A passagem de ônibus metropolitano
entre Belo Horizonte e Santa Luzia está em R$ 4,85. Qual o valor a) O resultado é 34,630.
de uma viagem entre esses dois municípios de um ônibus com b) O resultado é 25,125.
uma carga de passageiros de 44 sentados e 20 em pé, sendo que c) O resultado é 25,025.
4 passageiros são idosos e não pagam passagem?
d) O resultado é 16,442
a) R$ 249,60
b) R$ 249,60
c) R$ 291,00
131. (FUMARC – 2016) O Presidente da Câmara vai mandar colo-
d) R$ 310,40 car lajota no piso da lanchonete. Ele mediu a superfície que
deseja cobrir e encontrou 21 m2 . Se cada lajota mede 0,50 m2 ,
quantas peças serão necessárias?
126. (FUMARC – 2017) O custo de vida em Santa Luzia se apro- a) 65 peças.
xima do de outras cidades da Região Metropolitana de Belo b) 42 peças.

3
Horizonte. José foi ao armazém para fazer compras. Antes, ele

-7
consultou o folheto dos produtos e os preços. Ele comprou 10 c) 40 peças.

86
quilos de arroz, 4 quilos de feijão, 1 caixa de sabão em pó. Ele d) 36 peças. .6
pagou com R$ 100,00.
34

Quanto custou a compra e qual foi o troco recebido?


.5
94

132. (FUMARC – 2016) O denominado Índice de Massa Corporal


1 kg de Sabão Suco de 5 kg de Farinha
-0

(IMC) é um critério utilizado para classificar o estado de saúde


feijão em pó laranja arroz de trigo de uma pessoa segundo as medidas do peso e da altura dessa
s

pessoa, conforme mostra a tabela abaixo.


tin

R$ 8,50 R$ 13,40 R$ 8,90 R$ 15,60 R$ 3,20


O valor do IMC é calculado dividindo-se o peso (em quilogra-
ar

mas) pela altura (em metros) ao quadrado.


M

a) Gastou R$ 65,30 e recebeu de troco R$ 34,70.


ra

b) Gastou R$ 69,00 e recebeu de troco R$ 31,00.


Resultado do IMC Classificação
ei

c) Gastou R$ 76,00 e recebeu de troco R$ 24,00.


liv

d) Gastou R$ 78,60 e recebeu de troco R$ 21,40. Abaixo de 17 Muito abaixo do peso


O

Entre 17 e 18,49 Abaixo do peso


de

Entre 18,5 e 24,99 Peso normal


a

127. (FUMARC – 2017) Para ir à festa, o pai de Liliane passou no


an

Entre 25 e 29,99 Acima do peso


posto e comprou 38 litros de gasolina a R$ 3,75 para encher o
Lu

tanque. Ele pagou com R$ 200,00. Recebeu troco? Quanto? Entre 30 e 34,99 Obesidade I
a) Não recebeu troco. Faltaram R$ 50,00. Entre 35 e 39,99 Obesidade II (severa)
b) Sim, recebeu R$ 12,50 de troco.
Acima de 40 Obesidade III (mórbida)
c) Sim, recebeu R$ 35,70 de troco.
d) Sim, recebeu R$ 57,50 de troco. De acordo com essa tabela, é CORRETO afirmar que uma pessoa
que tem 1,80 m de altura e pesa 100 kg é classificada como:
a) Acima do peso
128. (FUMARC – 2017) Uma saca de milho custa R$ 26,30. Um b) Muito abaixo do peso
agricultor vendeu 2.500 sacas e vai comprar um trator por R$
140.000,00 dando o valor das sacas de milho como entrada. c) Obesidade I
O restante será pago em 10 prestações. De quanto será cada d) Peso Normal
prestação?
a) R$ 5.225,00.
b) R$ 6.125,00. 133. (FUMARC – 2016) Multiplicar o número 160 por 0,125 é o
c) R$ 7.250,00. mesmo que dividi-lo por
138 d) R$ 7.425,00. a) 4
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b) 8

MATEMÁTICA
c) 12
d) 16

134. (FUMARC – 2014) Camila fez um tabuleiro de cocada e dividiu-o em 48 pedaços. Ela vai vender essa cocada a R$ 2,50 o pedaço,
para comprar um vestido de R$ 240,00.
Quantos tabuleiros de cocada ela deverá fazer para comprar esse vestido?
a) 1,5.
b) 2.
c) 3.
d) 5.

135. (FUMARC – 2013) André tinha R$ 120,00 reais em sua carteira ao sair de casa. Antes de sair, fez alguns cálculos para prever seus
gastos:
y 4 passagens de ônibus no valor de R$ 2,20 cada uma;
y 1 ingresso de cinema no valor de R$ 12,00;
y 1 camisa no valor de R$ 50,00. Tudo ocorreu como André planejara, exceto pela camisa.
Ele ficou muito feliz, pois ganhou um desconto de R$ 7,30 sobre o valor previsto. Assim acabou gastando menos do que havia plane-
jado. Qual era a quantia que André tinha ao retornar para casa?
a) R$ 41,90
b) R$ 49,20
c) R$ 56,50
d) R$ 63,50

136. (FUMARC – 2013) O avô de Mariana solicitou que ela fizesse a metade do triplo de 0,024. Eis que, prontamente, Mariana respon-
deu: “Vovô, o resultado é 0,36”. Pode-se afirmar que Mariana
a) respondeu corretamente.

3
-7
b) errou, pois o resultado correto seria 0,0036.

86
c) errou, pois o resultado correto seria 3,6. .6
34
d) errou, pois o resultado correto seria 0,036.
.5
94
-0

137. (FUMARC – 2013) Para fazer um macacão para os trabalhadores de uma indústria, a confecção gasta 2, 15 m de brim. Uma peça
de brim tem 40m. A confecção terá que fazer 27 macacões. O brim que ela tem vai dar, vai sobrar ou vai faltar? Quanto?
s
tin

a) O brim vai dar, os moldes forem invertidos.


ar

b) O brim vai dar e vão sobrar 30 cm.


M

c) Vão faltar 18,05 m de brim.


ra
ei

d) Vão sobrar 16,40 m de brim.


liv
O
de

138. (FUMARC – 2013) Se uma pessoa ingere 1,8 litros de água por dia, então, ao final de 365 dias, ela terá ingerido
a

a) 657 litros.
an

b) 730 litros.
Lu

c) 857 litros.
d) 202,7 litros.

139. (FUMARC – 2016) A metade de 220 é igual a


a) 20
b) 110
c) 210
d) 219

140. (FUMARC – 2016) Em certo parque de diversões, alguns brinquedos estão em manutenção e o restante está funcionando nor-
malmente para o público.
João, muito esperto em Matemática, bolou um desafio para os colegas: 139
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Considerando o desafio de João, a quantidade de brinquedos que estão funcionando é
a) 10
b) 12
c) 15
d) 20

141. (FUMARC – 2016) Calculando 36 + 64 encontramos como resposta correta o número


a) 10
b) 14
c) 35
d) 50

142. (FUMARC – 2014) Pode-se afirmar que a expressão √9% – 0, 444 ... é igual a
a) -0,3666...
b) 0,41444...
c) 0,545444...
d) 1

3
-7
143. (FUMARC – 2013) O produto 102430 . 3212 . 914 : 328 resulta em

86
a) 236
b) 260
.6
34

c) 2360
.5

d) 360
94
-0
s

144. (FUMARC – 2013) A terça parte de 2712 é


tin

a) 335
ar
M

b) 312
ra

c) 94
ei

d) 9
liv
O
de
a

Æ ANÁLISE COMBINATÓRIA (PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM, ARRANJOS, COMBINAÇÕES,


an

PERMUTAÇÕES)
Lu

145. (FUMARC – 2018) Um salão de festas possui 6 portas de acesso. De quantas maneiras distintas ele pode estar aberto?
a) 63
b) 64
c) 719
d) 720

146. (FUMARC – 2018) Usando os algarismos 1, 2, 3, 4 e 5, sem repetir nenhum, quantos números de 5 algarismos maiores que 21.000
é possível formar?
a) 18
b) 24
c) 60
d) 96
140 e) 114
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147. (FUMARC – 2018) Matheus anotou um código binário, uti- 152. (FUMARC – 2014) Duas retas r e s são paralelas. Se os pontos

MATEMÁTICA
lizando apenas 0 e 1, em uma matriz 4 x 4 para formar uma distintos A, B, C, D, E, F, G e H pertencem à reta r e os pontos dis-
senha. Quando precisou do código, percebeu que seu cachorro tintos I, J, K, L e M pertencem à reta s, então o total de triângulos
havia rasgado o papel em que anotara e conseguiu achar ape- que se pode obter unindo três quaisquer desses pontos é
nas um pedaço do papel. a) 220
b) 250
c) 1386
d) 1716

Como Matheus sabia que o código era formado por 7 dígitos 1’s
e 9 dígitos 0’s, ele resolveu testar todas as possibilidades. Qual o 153. (FUMARC – 2014) Para acessar um determinado arquivo em
número máximo de tentativas que ele deve fazer para descobrir um computador, o operador necessita digitar uma sequência
o código que estava escrito anteriormente, se no pedaço que ele alfanumérica formada por seis símbolos distintos, sendo duas
achou estavam escritos 3 dígitos 1’s e um dígito 0? letras e quatro algarismos. Se o operador memorizou os símbo-
los, mas esqueceu a sequência, então o maior número de tenta-
a) 63
tivas que precisa fazer para acessar o arquivo é
b) 495
a) 60
c) 990
b) 72
d) 2.192
c) 720
e) 5.040
d) 840

148. (FUMARC – 2018) No último dia de aula, os alunos do 6º ano


se abraçaram totalizando 36 abraços trocados. 154. (FUMARC – 2014) Em um grupo constituído de 20 pessoas,
Sabendo que cada um dos alunos abraçou todos os outros, cinco estão com bandeirinhas azuis, cinco estão com bandei-
quantos alunos estavam presentes naquele dia? rinhas amarelas, cinco estão com bandeirinhas verdes e cinco
estão com bandeirinhas brancas para torcer em certo jogo do
a) 8 Brasil. Deseja-se formar uma fila com essas pessoas de forma
b) 9 que as quatro primeiras estejam com bandeirinhas de cores
c) 10 diferentes e que as seguintes mantenham a sequência de cores
d) 11 dada pelas primeiras.
e) 12 O número de maneiras de se fazer essa fila é igual a
a) 4.(5!)4
b) (5!)4 .4!

3
149. (FUMARC – 2018) Em uma sala, existem 10 alunos interes- c) (5!)4

-7
sados em montar uma chapa para disputar a eleição do grê-

86
d) C20,5
mio estudantil. Cada chapa deve ter no mínimo 3 e no máximo .6
10 alunos. De quantas maneiras podemos formar, com os 10
34
interessados?
.5

a) 948 155. (FUMARC – 2013) Um policial faz sua ronda em uma região
94

b) 968 formada por 16 quarteirões dispostos segundo a figura abaixo.


-0

Ele encontrava- se exatamente no ponto P quando recebeu um


c) 1.000
aviso pelo rádio informando sobre um assaltante localizado no
s

d) 1.013 ponto A. O policial dirige-se ao local em que se encontra o assal-


tin

e) 1.024 tante pelo caminho mais curto, isto é, movendo-se da esquerda


ar

para a direita e de baixo para cima.


M
ra

150. (FUMARC – 2017) Em uma turma de terceiro ano de deter-


ei

minada escola, o grêmio estudantil precisa ter sua chapa for-


liv

mada por três cargos importantes: Presidente, vice-presidente


O

e tesoureiro. Cinco colegas, André, Bruno, Carlos, Denilson e


de

Eduardo estão concorrendo a esses cargos, mas existem algu-


mas condições. São elas:
a
an

y Carlos não pode ser o presidente da chapa;


Lu

y O cargo de tesoureiro só pode ser ocupado por Carlos,


Denilson ou Eduardo.
Sendo assim, o número total de chapas que podem ser forma-
das nessas condições apresentadas é igual a
a) 12
b) 30 Nessas condições, o número de caminhos diferentes que o poli-
c) 32 cial poderá fazer é:
d) 40 a) 6
b) 10
c) 15
151. (FUMARC – 2016) Um salão de festas possui 10 portas. De d) 20
quantas maneiras distintas esse salão pode estar aberto?
a) 1010
b) 10!
156. (FUMARC – 2013) Formam-se comissões de três pessoas
c) 1024 escolhidas entre sete candidatas. O número de comissões dis-
d) 1023 tintas que podem, assim, ser formadas é 141
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a) 10 b) 6.429 L
b) 21 c) 6.561 L
c) 35 d) 7.000 L
d) 55 e) 7.290 L

157. (FUMARC – 2013) De quantas maneiras distintas um salão 162. (FUMARC – 2015)
com 11 portas pode estar aberto?
“Quando descobri que o obturador se deformava com o
a) 22 tempo de uso, decidi conversar com os moradores e explicar o
b) 544 quanto essa ideia da garrafa PET poderia gerar economia. Foi
c) 2.047 então que disponibilizei um funcionário do condomínio para
fazer a troca dos obturadores e colocar a garrafa PET nas cai-
d) 2.048
xas acopladas de descarga. A vantagem é que esta dica diminui
o volume da água e sem alterar a pressão, porque a altura da
água continua a mesma. Há cinco anos, nossa conta de água
do bloco 2 girava em torno de R$ 7 mil. Hoje, mesmo com o
aumento do custo da água pela concessionária, gastamos pou-
Æ PORCENTAGEM co mais de R$ 4 mil – explica a síndica do condomínio dividido
em dois blocos e que contabiliza cerca de 200 moradores.”
158. (FUMARC – 2021) Uma fábrica produz dois equipamentos
A e B, que correspondem a 40% e 60%, respectivamente, das http://www.condominiosverdes.com.br/sindica-reduz-consumo-de-agua-
vendas dessa fábrica, em certo ano. Entretanto, anualmente, as colocando-garrafas-pet-nas-descargas/
vendas do equipamento A estão aumentando em 20% enquan-
to as vendas do equipamento B estão diminuindo em 20%. A estratégia utilizada pela síndica contribuiu para uma redução
Então, é CORRETO afirmar que, após dois anos, a porcentagem no valor da conta de água de, aproximadamente,
de vendas do equipamento A será de a) 43%
a) 48%. b) 49%
b) 50%. c) 50%
c) 60%. d) 57%
d) 57,4%.

163. (FUMARC – 2017) Em certa comunidade rural, 17% dessa


159. (FUMARC – 2018) Pedro possuía no dia do vencimento, população foram atingidos pelo vírus da dengue e 8% das pes-
01/03/2017, uma dívida de R$ 1000,00 na fatura de seu cartão de soas infectadas morreram. O índice de mortalidade em relação

3
crédito. Caso Pedro não efetuasse o pagamento do valor total da à população total dessa comunidade foi de

-7
fatura, seriam cobrados juros de 16% sobre o saldo devedor para

86
a) 1,36%
a próxima fatura. Para quitar sua dívida, Pedro optou por pagar .6
b) 2%
sempre o mínimo (15% sobre o saldo devedor total) da fatura a
34

cada mês e não efetuar mais compras. A dívida desse consu- c) 13,6%
.5

midor, em 01/05/2017, era de, aproximadamente: (Considere 2 d) 15,64%


94

casas decimais)
-0

a) R$ 838,10
s

b) R$ 840,00
tin

164. (FUMARC – 2017) Há um ano, Jonas iniciou uma criação


c) R$ 968, 53 de coelhos a partir de um único casal de coelhos. Durante esse
ar

período, o número de coelhos dobrou a cada 4 meses. Jonas


M

d) R$ 972,20
decidiu vender parte dos coelhos e ficar exatamente com a
ra

quantidade inicial da criação.


ei
liv

Sendo assim, a população atual dessa criação a ser vendida


160. (FUMARC – 2018) Certo posto de gasolina cobrava, apro-
representa
O

ximadamente, em 2016, R$ 3,75 por litro de gasolina vendido.


de

“João taxista” abastecia seu automóvel apenas com gasolina, a) 75% da população total de coelhos.
diariamente, e gastava R$90,00. Em 2018, o litro da mesma b) 80% da população total de coelhos.
a

gasolina está sendo vendido a R$ 4,50. Isso significa que, se João


an

c) 83,33% da população total de coelhos.


abastecer seu carro com os mesmos R$ 90,00, terá, em relação
Lu

a 2016: d) 87,5% da população total de coelhos.


a) um aumento, em litros, de aproximadamente 16,7% a cada
dia.
b) uma redução, em litros, de aproximadamente 5 litros a cada 165. (FUMARC – 2017) João saiu do Brasil para fazer uma viagem
dia. pelo mundo. Primeiro, passou uma temporada na Europa. Lá,
c) uma redução, em litros, de aproximadamente 16,7% a cada aumentou sua massa em 20%. Em seguida, viajou para o Japão.
dia. Lá ele reduziu sua massa em 10%. Em seguida, viajou para os
Estados Unidos, onde passou por algumas cidades e, lá, aumen-
d) uma redução, em litros, de aproximadamente 20% a cada
tou sua massa em 15%. Em seguida, retornou ao Brasil
dia.
a) mais pesado 25% se comparada à sua massa ao sair do
Brasil.

161. (FUMARC – 2018) Numa indústria farmacêutica, um tanque b) mais leve 24% se comparada à sua massa ao sair do Brasil.
está cheio com 10.000 L de um composto para produção de um c) com a mesma massa que estava ao sair do Brasil.
xarope. Uma bomba retira 10% do líquido a cada hora. Depois de d) com a mesma massa que estaria se tivesse realizado os
4 horas, quanto restará do composto no tanque? mesmos roteiros, com as mesmas alterações de massa,
142 a) 6.000 L porém em ordens diferentes
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166. (FUMARC – 2017) Pedro gastou R$ 1.450,00 para encher 171. (FUMARC – 2016) Leia o texto a seguir:

MATEMÁTICA
um reservatório com 70% de uma substância X e com 30% de Os organizadores dos Jogos Olímpicos de 2016 encomen-
uma substância Y. O preço do litro da substância X é R$ 200,00 daram 2.488 medalhas para recompensar seus atletas, das
e a capacidade do reservatório é de 5 litros. O preço do litro da
quais 812 são de ouro.
substância Y é
Para estimar um valor, a primeira coisa a considerar é que,
a) R$ 435,00
no caso de medalhas olímpicas, nem tudo que reluz é ouro.
b) R$ 500,00 Sua composição atual é de 92,5% de prata; 6,16% de cobre e
c) R$ 550,00 apenas 1,34% de ouro.
d) R$ 750,00 O Comitê Olímpico Internacional estabelece que cada
medalha de ouro deve conter pelo menos 6 gramas de ouro
24 quilates.
167. (FUMARC – 2016) Uma televisão custa R$ 1.832,00. Daniel As da Rio 2016 pesam cerca de 500 gramas. Seu valor, cal-
possui 30% deste valor. O restante ele quer financiar em 10 culado com base na sua composição, é de cerca de US$ 600, de
prestações iguais. Qual será o valor de cada prestação? acordo com estimativas do Conselho Mundial de Ouro.
a) O valor de cada prestação será de R$ 120,00. FONTE http://g1.globo.com/
b) O valor de cada prestação será de R$ 126,50.
Se considerássemos as informações acima, desprezando dife-
c) O valor de cada prestação será de R$ 128,24.
renças reais de valores de suas composições distintas, qual foi
d) O valor de cada prestação será de R$ 138,10. o valor total, de ouro, gasto para produzir todas as medalhas
encomendadas para as olimpíadas de 2016?
a) US$ 8,04
168. (FUMARC – 2016) Leia o texto a seguir:
b) US$ 6 528,48
O nadador norte-americano Michael Phelps aumentou sua
coleção de medalhas nesta Olimpíada ao ganhar cinco ouros e c) US$ 65 000,00
uma prata. Com o feito, vai aumentar também o valor da des- d) US$ 665 428,48
pesa com impostos nos Estados Unidos.
Segundo artigo publicado no site Inc.com por Steve Men-
delsohn, diretor da plataforma de informações tributárias 172. (FUMARC – 2016) Numa pesquisa de preferências, foram
Checkpoint da Thomson Reuters, atletas de elite “que valem consultadas 300 pessoas a respeito de tipos de pratos mais
milhões” como Phelps estão na faixa tributária superior, de
pedidos em restaurantes do centro de uma determinada cida-
39,5%.
de: massas, carnes, aves ou peixes. A tabela a seguir apresenta
[...] cada atleta olímpico dos Estados Unidos recebe um os dados apurados nessa pesquisa.
prêmio de US$ 25 mil (R$ 80 mil) por medalha de ouro, US$ 15
mil (R$ 48 mil) por prata e US$ 10 mil (R$ 32 mil) por bronze [...].

3
TIPO DE PRATO PREFERÊNCIA

-7
FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/

86
AVES 24%
De acordo com as informações acima, ao conquistar 5 meda-
.6
CARNES 36%
34
lhas de ouro e 1 de prata, Phelps deverá pagar, em tributos, a
MASSAS 12%
.5

quantia de
94

a) R$ 158 000,00 PEIXES 28%


-0

b) R$ 174 720,00
s

Com base nos dados, é CORRETO afirmar que, dentre as pes-


c) R$ 176 000,60
tin

soas consultadas:
d) R$ 176 960,00
ar

a) 70 preferem aves e 30, massas.


M

b) 72 preferem aves e 108, carnes.


ra

c) 72 preferem aves e 40, massas.


ei

169. (FUMARC – 2016) Dois barris carregam o mesmo volume de


liv

polpa de fruta e de água. A mistura de um contém 3% de polpa e d) 74 preferem peixes e 106, carnes.
O

a do outro, 5%. Os dois barris têm seu volume totalmente esva-


ziado em um reservatório maior que estava inicialmente vazio.
de

A razão do volume de polpa para o de água na mistura formada


a

no reservatório após os dois barris terem sido esvaziados é 173. (FUMARC – 2016) Ana comprou os seguintes produtos:
an

1
Lu

a) 15
PRODUTO ( 1 UNIDADE ) VALOR ( R$ )
1
b) 20 CHUVEIRO 80,30
1
c) 24 TORNEIRA 299,40
1
d) 25 FITAS ADESIVAS 18,30
UTENSÍLIOS DE COZINHA 188,00

170. (FUMARC – 2016) Certo comerciante aumenta o preço de Sobre o total dessa compra, Ana conseguiu desconto de 10%.
um fogão cujo valor é R$ 600,00 para, em seguida, anunciá-lo
Então, deu entrada de 10% e o restante ela pagou em 3 parcelas
com desconto de 20% e obter os mesmos R$ 600,00 na venda.
no cartão de crédito, sem juros.
Para que isso aconteça, o aumento percentual do preço deverá
ser de O valor de cada uma das parcelas foi
a) 20% a) R$ 156,26
b) 22% b) R$ 158,22
c) 25% c) R$ 175,80
d) 40% d) R$ 195,33 143
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174. (FUMARC – 2016) Joana vendeu seu automóvel e decidiu O número de mortos por ebola subiu para 4.447 nesta
aplicar do valor da venda em um fundo de renda fixa e a quarta semana, de acordo com balanço divulgado pela Organização
parte do restante na bolsa de valores. Em relação ao seu mon- Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (14). Ao todo, foram
tante inicial com a venda do automóvel, o total aplicado na bolsa registrados 8.914 casos da infecção. Esta é a pior epidemia de
de valores e no fundo de renda fixa, juntos, corresponde a ebola já registrada.
a) 85% (Fonte: http://g1.globo.com,14/10/2014 17h36).
b) 75%
Tomando como verdadeiras as informações contidas no tex-
c) 60% to, as pessoas infectadas que chegaram a óbito representam,
d) 70% aproximadamente,
a) 52%
b) 49,89%
175. (FUMARC – 2016) Dois aumentos sucessivos de 20% em c) 48%
determinada mercadoria representa um único aumento de
d) 35%
a) 64%
b) 40%
c) 44% 180. (FUMARC – 2014) De acordo com os dados divulgados pela
d) 44,2% Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas na notícia abaixo,
é CORRETO afirmar que a cesta básica na cidade de São Paulo
no mês de agosto custava
NOTÍCIA:
176. (FUMARC – 2016) Após receber um desconto de 25%, paguei
à vista R$ 120,00 por uma camisa do time de basquete preferi- São Paulo - Levantamento divulgado nesta quinta-feira,
do. Se eu tivesse comprado a prazo, eu não teria desconto; teria 2/10, pela fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE)
um acréscimo de 5%. Então, se eu tivesse comprado a camisa a mostrou que o valor médio da cesta básica apresentou aumen-
prazo, quanto pagaria por ela? to de 0,5% em setembro ante agosto na cidade de São Paulo.
No mês passado, o preço médio do conjunto de itens alcançou
a) R$ 150,00
o nível de R$ 366,25 (...). Nós primeiros nove meses de 2014, a
b) R$ 157,50 cesta acumulou alta de 5,46%.
c) R$ 160,00 Fonte: http://exame.abril.com.br 02/10/2014
d) R$ 168,00
a) R$ 364,42
b) R$ 394,37
177. (FUMARC – 2015) Um determinado produto recebeu dois c) R$ 346,25
aumentos sucessivos nos meses de fevereiro e março, totali- d) R$ 384,34

3
zando 61% ao final do bimestre. Se o aumento relativo ao mês

-7
de fevereiro foi de 15%, então a porcentagem de aumento relati-

86
va ao mês de março corresponde a .6
181. (FUMARC – 2013) INSTRUÇÃO: Carlos foi fazer uma viagem
a) 49%
34
internacional. No avião, ele descobriu que os passageiros eram
.5

b) 46% de quatro nacionalidades: argentina, brasileira, colombiana e


94

c) 40% dominicana, nas seguintes proporções: 20% de argentinos, 85%


de não colombianos e 70% de não dominicanos. Observe o dia-
-0

d) 36% grama e responda às questões 181, 182 e 183.


s
tin
ar

178. (FUMARC – 2014) O Relatório Setorial do Banco do Brasil


M

publicado em 02/07/2013 informou:


ra

[...] Após queda de 2,0% no mês anterior, segundo o Cepea/


ei

Esalq, as cotações do açúcar fecharam o último mês com alta


liv

de 1,2%, atingindo R$ 45,03 / saca de 50 kg no dia 28. De acor-


O

do com especialistas, o movimento se deve à menor oferta de


de

açúcar de qualidade, além da firmeza nas negociações por par-


te dos vendedores. Durante o mês de junho, o etanol mostrou
a
an

maior recuperação que o açúcar, com a cotação do hidratado


chegando a R$ 1,1631/litro (sem impostos), registrando alta de
Lu

6,5%. A demanda aquecida e as chuvas que podem interrom-


per mais uma vez a moagem de cana-de-açúcar explicam cená-
rio mais positivo para o combustível.
Fonte: BB-BI Relatório Setorial: Agronegócios-junho/2013 - publicado em
02/07/2013.

Com base nos dados apresentados no Relatório Setorial do Ban-


co do Brasil, é CORRETO afirmar que o valor, em reais, da saca Qual a porcentagem de passageiros brasileiros?
de 50 kg de açúcar no mês de maio de 2013 era igual a a) 15%
a) 42,72 b) 35%
b) 43,86 c) 20%
c) 44,48 d) 30%
d) 54,03

182. (FUMARC – 2013) Qual a porcentagem de passageiros


144 179. (FUMARC – 2014) Leia o texto abaixo dominicanos?
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a) 15%

MATEMÁTICA
VOLTA
b) 20%
Táxi A pé Carona Ônibus
c) 30%
Táxi 12 6 7 2
d) 45%
A pé 2 4 11 5
IDA
Carona 13 9 10 4
183. (FUMARC – 2013) Qual a porcentagem de passageiros Ônibus 9 8 12 6
colombianos?
a) 15% Dentre as monitoradas, quantas pessoas utilizaram meio de
b) 20% transporte na volta diferente do meio de transporte que utili-
c) 35% zaram na ida?
d) 40% a) 32
b) 54
c) 66
184. (FUMARC – 2013) Suponha que certo indivíduo precisa d) 88
ingerir 2.400 calorias por dia. Os carboidratos devem perfazer e) 94
a maior parte dessas calorias ingeridas por ele. Considerando
que o indivíduo tenha de consumir 55% de carboidratos por dia,
então ele deverá ingerir uma quantidade de carboidratos igual
189. (FUMARC – 2018) Densidade demográfica é a medida
a
expressa pela razão entre a população e a superfície de um
a) 1.320 território. A tabela a seguir mostra a população e a área dos
b) 1.300 estados da região Sudeste e do Distrito Federal, segundo esti-
mativas do IBGE para 2017.
c) 1.280
d) 1.017
População
Estado Área (km2)
(habitantes)
Distrito Federal 3 039 444 5 779,997
185. (FUMARC – 2013) Certo atleta conseguiu reduzir em 20%
sua massa corporal, atingindo 64 kg. Sua antiga massa era Espírito Santo 4 016 356 46 086,907
a) 76,8 kg Minas Gerais 21 119 536 586 520,732
b) 78 kg Rio de Janeiro 16 718 956 43 781,588
c) 80 kg São Paulo 45 094 866 248 219,627
d) 84 kg

3
-7
Dentre esses, qual o estado que possui maior densidade

86
demográfica?
.6
186. (FUMARC – 2013) Com a redução do IPI, determinado a) São Paulo
34

automóvel é anunciado com desconto de 12% sobre seu valor b) Rio de Janeiro
.5

comercial. Se Paulo decidir comprar esse veículo como pes- c) Minas Gerais
94

soa jurídica, ainda receberá um desconto de 10% sobre o valor


d) Espírito Santo
-0

anunciado na concessionária. Considerando os dois descontos,


pode-se considerar que Paulo terá um abatimento, em relação e) Distrito Federal
s
tin

ao valor original, de
ar

a) 22%.
M

b) 20,8%. 190. (FUMARC – 2018) O gráfico a seguir registra a temperatura


de aquecimento simultâneo, a partir de duas massas iguais de
ra

c) 13,2%. óleo e água em função do tempo de observação.


ei

d) 7,92%.
liv
O
de

187. (FUMARC – 2013) O combustível de um automóvel é com-


a

posto de 25% de álcool e 75% de gasolina. Se o preço do litro de


an

álcool é R$ 2,28 e o de gasolina é R$ 3,00, o preço do litro da mis-


Lu

tura é igual a
a) R$ 0,57.
b) R$ 2,00.
c) R$ 2,25.
d) R$ 2,82.

Æ INTERPRETAÇÃO DE GRÁFICOS E TABELAS Se a água ferve a 100 ºC, então é CORRETO afirmar que, no ins-
tante em que a água ferve, a temperatura atingida pelo óleo
188. (FUMARC – 2018) Durante um dia do carnaval, 120 pessoas será de
foram monitoradas sobre o meio de transporte utilizado para a) 120 ºC
a participação em um bloco no centro da cidade. A tabela abai- b) 130 ºC
xo mostra o meio de transporte utilizado na ida e na volta por
essas pessoas. Por exemplo, o número 7 na tabela indica que 7 c) 160 ºC
pessoas utilizaram táxi na ida e carona na volta. d) 200 ºC 145
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191. (FUMARC – 2018) O gráfico cartesiano abaixo mostra a a) 144.
variação da temperatura T (em ºC) de uma substância, em fun- b) 156.
ção do tempo t (em minutos).
c) 176.
d) 190.

195. (FUMARC – 2017) Márcio, Pedro, André e Fred são amigos


e moram juntos em um apartamento. Em determinado mês,
o valor da conta relativa ao consumo de água foi de R$ 86,00.
Para fins de conscientização, eles decidiram dividir esse valor
em partes proporcionais ao tempo que cada um ficava no
banho diariamente. Considerando que Márcio, Pedro, André e
Fred ficavam, em média, 5 minutos, 10 minutos, 8 minutos e 20
minutos no banho cada um, respectivamente, o valor pago por
Fred foi
a) R$ 20,00
b) R$ 45,00
c) R$ 42,00
Baseando-se nas informações apresentadas no gráfico, é COR- d) R$ 40,00
RETO afirmar que a temperatura dessa substância:
a) cresce linearmente no intervalo de tempo entre 0 e 4
minutos. 196. (FUMARC – 2017) O lucro total de uma empresa foi repar-
b) cresce linearmente no intervalo de tempo entre 4 e 8 tido entre seus três acionistas em partes respectivamente pro-
minutos. porcionais a 3, 5, e 9. Se o segundo sócio recebeu R$ 40.000,00
c) é de 0ºC no instante inicial. a mais que o primeiro, então é CORRETO afirmar que o lucro
total que foi repartido nessa empresa corresponde, em reais, ao
d) é de 20ºC no instante inicial. valor de:
a) 100.000
b) 180.000
192. (FUMARC – 2013) Observe o gráfico da função f(x):
c) 340.000
d) 600.000

197. (FUMARC – 2016) Em certa cidade do interior de Minas

3
-7
Gerais, três empresas, Line, Custon e Netbom, oferecem apenas

86
um pacote de serviço de banda larga. Um assinante da empresa
Custon, ao fazer um download de certo filme, gastou 1 hora 50
.6
minutos e 24 segundos. A empresa Line vende o mesmo produ-
34

to, porém, com o dobro da velocidade da empresa Custon. Já a


.5

empresa Netbom oferece a metade da velocidade da empresa


94

Custon.
-0

Considerando as respectivas velocidades de download, pode-se


s

considerar que a diferença de tempo gasto entre as empresas


tin

Netbom e Line, num mesmo download do filme, é de


O valor de f(4) - f(-2) é igual a
ar

a) 1 hora 50 minutos e 24 segundos.


a) -3
M

b) 2 horas 44 minutos e 26 segundos


b) 1
ra

c) 2 horas 45 minutos e 36 segundos.


ei

c) 3
d) 3 horas 40 minutos.
liv

d) 5
O
de

198. (FUMARC – 2016) Pedro e Michel compraram uma rifa por


a

R$ 20,00 para concorrer a um prêmio de R$ 1000,00. Pedro deu


an

R$ 15,00 e Michel, R$ 5,00. Caso o bilhete comprado por eles seja


Æ PROPORÇÕES. GRANDEZAS PROPORCIONAIS.
Lu

sorteado, Pedro receberá a mais que Michel:


DIVISÃO EM PARTES PROPORCIONAIS a) R$ 50,00
193. (FUMARC – 2018) Se a importância de R$ 4.440,00 foi divi- b) R$ 250,00
dida em partes inversamente proporcionais aos números 4, 5 c) R$ 500,00
e 6, então é CORRETO afirmar que a maior das três partes, em d) R$ 750,00
reais, equivale a:
a) 1.600
b) 1.800 199. (FUMARC – 2015) André e Pedro adquiriram um lote por R$
c) 2.200 50.000,00 e, em seguida, o revenderam, obtendo um lucro de
d) 2.440 R$ 10.000,00. André participou com R$ 45.000,00 na compra do
lote. Do lucro obtido na venda, a parte proporcional que cabe a
Pedro receber é de
a) R$ 500,00
194. (FUMARC – 2018) Os números naturais x, y e z são tais que x
b) R$ 1.000,00
< y < z e são proporcionais a 5, 6 e 7, respectivamente. Se a soma
dos dois menores números é igual a 132, então é CORRETO afir- c) R$ 3.000,00
146 mar que a soma dos dois números maiores é igual a d) R$ 9.000,00
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200. (FUMARC – 2015) Três funcionários trabalham no setor a) 12

MATEMÁTICA
jurídico de uma empresa há 3, 5 e 6 anos respectivamente. Para b) 18
atender à necessidade de preencher e conferir um total de 420
c) 24
formulários, o setor adotou o seguinte critério de distribuição
dessa tarefa entre os três funcionários: cada um deverá rece- d) 25
ber a quantidade de formulários na razão inversa ao tempo de
serviço na empresa. Nessas condições, é CORRETO afirmar que
o funcionário
205. (FUMARC – 2017) Em Minas Gerais, são realizadas várias
a) mais antigo receberá a metade dos formulários que o fun- festas populares de acordo com as produções de cada muni-
cionário mais recente receber. cípio. Em Patos de Minas, na festa do milho, em maio, Dona
b) mais antigo receberá vinte formulários a menos que o fun- Vicentina, famosa quituteira local, preparou 600 pamonhas
cionário mais recente receber. para vender. Ela gasta 6 espigas para fazer 4 pamonhas. Quan-
c) mais recente receberá a quarta parte da quantidade que o tas espigas ela usou para a festa?
funcionário com cinco anos de empresa receber. a) 400 espigas de milho.
d) com cinco anos de empresa receberá o dobro dos formulá- b) 900 espigas de milho.
rios que o funcionário mais recente receber. c) 1.000 espigas de milho.
d) 1.200 espigas de milho.

201. (FUMARC – 2014) Duas pessoas dividiram o valor de uma


aposta em um jogo de loteria, recebendo um prêmio de R$
20.650,00 pela aposta. A primeira pessoa recebeu sua parte do 206. (FUMARC – 2017) Durante a festa, em um circo que esta-
prêmio na razão direta de 8 e na razão inversa de 3. A segunda va na cidade, 3 elefantes já tomaram banho e foram gastos 30
pessoa recebeu sua parte do prêmio na razão direta de 9 e na litros de água. Isto equivale a um terço dos animais do circo.
razão inversa de 4. Nessas condições, é CORRETO afirmar que Quantos elefantes tem esse circo e quantos litros de água gas-
tam durante o banho?
a) a primeira pessoa recebeu uma quantia maior que a
segunda. a) O circo tem 9 elefantes e são gastos 90 litros de água em
cada banho.
b) a primeira pessoa recebeu uma quantia menor que a
segunda. b) O circo tem 6 elefantes e são gastos 60 litros de água em
cada banho.
c) a primeira pessoa recebeu uma quantia superior a R$
15.000,00. c) O circo tem 12 elefantes e são gastos 45 L de água em cada
banho.
d) as duas pessoas receberam quantias iguais.
d) O circo tem 10 elefantes e são gastos 50 L de água em cada
banho.

3
202. (FUMARC – 2013) Dividindo-se uma herança de R$ 300

-7
000,00 em partes diretamente proporcionais às idades de 20,

86
25 e 35 anos, tem-se que a pessoa mais nova receberá 207. (FUMARC – 2016) João dispõe de alguma quantia, em reais,
.6
para passar 15 dias no litoral. Se João resolver ficar 20 dias, em
34
a) R$ 3.750,00
vez dos quinze previstos, o seu gasto médio diário será reduzido
.5

b) R$ 131.250,00 de
94

c) R$ 93.750,00 a) 5%
-0

d) R$ 75.000,00
b) 12%
s
tin

c) 20%
ar

d) 25%
M

Æ REGRA DE TRÊS SIMPLES


ra
ei

208. (FUMARC – 2016) Certa empresa possui 750 funcionários


liv

203. (FUMARC – 2017) Andreia consegue organizar todos os


e comprou mantimentos individuais para cada um, de modo
O

arquivos de certo acervo da prefeitura em 6 meses. Ana, nas


que fossem suficientes para alimentá-los por 25 dias. Se essa
mesmas condições que Andreia, faz o mesmo trabalho em 9
de

empresa tivesse mais 500 funcionários, a quantidade de man-


meses. Se as duas trabalharem juntas, para fazer o mesmo
a

trabalho, nas mesmas condições anteriores, irão precisar de timentos individuais já adquiridos seria suficiente para um
an

exatos número de dias igual a


Lu

a) 7 meses e 15 dias a) 15

b) 3 meses e 18 dias b) 16

c) 3 meses e 6 dias c) 18

d) 3 meses d) 20

204. (FUMARC – 2017) Para executar determinada obra de res- 209. (FUMARC – 2016) Em certo canal de TV por assinatura, para
tauração de certa igreja histórica, foram contratados P espe- cada 25 minutos de programação, entram 7 minutos de anún-
cialistas em restauração. A obra precisa ficar pronta até o cios e comerciais de produtos. Em 1 hora e 10 minutos de pro-
aniversário da cidade. O chefe da equipe informou à prefeitu- gramação, quantos minutos são reservados para os anúncios e
ra da cidade que, para entregar a obra dois dias antes do prazo comerciais?
previsto, seria necessário contratar mais três especialistas; se, a) 16,9
entretanto, dois especialistas fossem dispensados, a obra fica- b) 19
ria pronta com dois dias de atraso. Considerando que os espe-
cialistas trabalhem da mesma forma e nas mesmas condições, c) 19,6
o número P de especialistas contratados é igual a d) 22 147
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210. (FUMARC – 2016) Duas torneiras enchem um reservatório Æ EQUAÇÕES DE PRIMEIRO GRAU
em quatro horas. Uma única torneira levaria sete horas para
enchê-lo. Em quanto tempo a outra torneira, sozinha, encheria 216. (FUMARC – 2021) Certa quantia em dinheiro é repartida
o mesmo reservatório? igualmente entre N pessoas. Porém, se houvesse o dobro de
pessoas com menos uma pessoa, cada uma dessas pessoas
a) 9 horas
receberia R$ 14,00 a menos. E se houvesse a metade dessas
b) 9 horas e 12 minutos pessoas com mais uma pessoa, cada uma dessas pessoas rece-
c) 9 horas e 20 minutos beria R$ 18,00 a mais.

d) 9 horas e 33 minutos Então, é CORRETO afirmar que o número de pessoas n é


a) 8
b) 10
211. (FUMARC – 2016) Um obelisco tem 12 m de altura. Se ele for c) 12
desenhado na escala 1:75, qual será a medida da sua altura no d) 14
desenho?
a) 75 cm
b) 16 cm 217. (FUMARC – 2018) João é um empreendedor e resolveu
abrir sua própria sapataria. Sabe-se que João possui um custo
c) 12 cm fixo mensal com pagamento de funcionários, aluguel, impos-
d) 10 cm tos energia e demais taxas, que totalizam R$ 27 000,00. Ainda
possui um custo adicional com matéria prima de 20 reais por
sapato produzido. Sendo assim, considerando o custo total de
João para produzir 3 000 pares de sapatos em um mês, para que
212. (FUMARC – 2013) A área de uma região é 1 Km2 . Num mapa tenha lucro, deverá vender cada par de sapatos por
cuja escala é 1:1000, essa região ocupará uma área de
a) até R$ 49,00.
a) 104 cm2 b) exatamente R$ 49,00.
b) 107 cm2 c) no mínimo R$ 29,00.
c) 1010 cm2 d) um valor superior a R$ 49,00.
d) 106 cm2

218. (FUMARC – 2018) Um garoto foi a uma loja e decidiu adqui-


213. (FUMARC – 2018) Uma tecelagem possui duas máquinas rir um CD, um jogo e um filme em Blu-Ray. A loja estava com
uma promoção relâmpago de inauguração. Se o garoto respon-
que produzem 120 metros de um determinado tecido a cada
desse corretamente ao funcionário que o abordou ao chegar ao
três horas de trabalho por dia. Essa tecelagem recebeu a enco-
caixa, não precisaria pagar pela mercadoria que estava levando.

3
menda de 2.000 metros desse tecido e, para cumprir essa ,

-7
Perguntaram-lhe: “Se você ganhasse um desconto em sua com-
foram adquiridas três outras máquinas idênticas às primeiras,

86
pra, o jogo seria R$ 100,00 mais caro que o CD, o Blu-Ray seria
que funcionarão juntas durante doze horas diárias. Nessas con- .6
R$ 50,00 mais barato que o jogo e o total da compra seria R$
dições, é CORRETO afirmar que, para entregar a encomenda,
34
300,00. Então, qual seria o valor do Jogo?”. O garoto respondeu,
corretamente, que o valor do jogo seria
.5

a) faltam 800 metros de tecido


94

b) faltam 1.200 metros de tecido a) R$ 150,00


-0

c) sobram 380 metros de tecido b) R$ 50,00


s

c) R$ 200,00
d) sobram 720 metros de tecido
tin

d) R$ 100,00
ar
M
ra

214. (FUMARC – 2014) Sabe-se que o alimento destinado a 20


219. (FUMARC – 2018) Os números inteiros x, y e z são tais que
ei

marinheiros daria para exatos 16 dias. Porém, após 6 dias, um


liv

grupo de 5 homens foi resgatado e ingressou no navio. Então, o x – 2y = 2z – 1; z + x = y - 2 e 2x + y + 3z = 1.


O

alimento daria para mais quantos dias? Nessas condições. é CORRETO afirmar que:
de

a) 8 a) x é maior que y.
a

b) 9 b) x é menor que z.
an

c) 12 c) x é simétrico de z.
Lu

d) 13 d) x é simétrico de y.

220. (FUMARC – 2017) Uma caixa contém bolas brancas e bolas


215. (FUMARC – 2013) Uma entidade filantrópica fez um levan-
pretas, sendo que a quantidade de bolas pretas é o triplo da
tamento dos serviços prestados em certa região e observou que
quantidade de bolas brancas. Se retirarmos duas bolas brancas
1.680 famílias foram atendidas por uma equipe de 12 funcio-
e 26 bolas pretas dessa caixa, o número de bolas de cada cor
nários em 5 dias de trabalho de 8 horas por dia. Elaborou um será o mesmo.
novo planejamento logístico em que as equipes seriam forma-
Nessas condições, é CORRETO afirmar que
das por 5 funcionários que iriam trabalhar 6 dias de 4 horas por
dia. Nesse novo planejamento, o número de famílias que serão a) a quantidade de bolas brancas contida nessa caixa sem reti-
atendidas por equipe será igual a radas é igual a 36.
b) a quantidade de bolas pretas contida nessa caixa sem reti-
a) 290
radas é igual a 30.
b) 350
c) o total de bolas contido nessa caixa sem retiradas é igual a 48.
c) 420 d) o total de bolas contido nessa caixa sem retiradas é igual a
148 d) 840 56.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
221. (FUMARC – 2017) Um ônibus, conduzindo pessoas para 227. (FUMARC – 2016) Gastei a metade do dinheiro que tinha

MATEMÁTICA
Santa Luzia, saiu do ponto inicial em Belo Horizonte com um em um jantar. Do que restou, gastei um terço com táxi e, do que
total “X” de passageiros. No primeiro ponto de parada, desceu restou, deixei um quarto sobre minha mesa e deixei os R$ 36,00
a metade dos passageiros. No segundo ponto, desceram mais 6 restantes em minha carteira. Sendo assim, quanto gastei com
passageiros. No último ponto, subiram 15 passageiros e o cole- o meu jantar?
tivo chegou ao destino com 33 passageiros. Qual foi a lotação a) R$ 144,00
desse ônibus em seu ponto inicial de viagem?
b) R$ 72,00
a) 30 passageiros.
c) R$ 40,00
b) 42 passageiros.
d) R$ 36,00
c) 48 passageiros.
d) 54 passageiros.
228. (FUMARC – 2016) Uma indústria produz aparelhos de rádio
e aparelhos de televisão. O preço unitário de venda do rádio e da
222. (FUMARC – 2017) Em um grupo de pessoas, existem apenas televisão são, respectivamente, iguais a R$150,00 e R$5.000,00.
três especialidades de profissionais: engenheiro, médico e pro- O custo de produção de cada rádio é R$130,00 e o de cada tele-
fessor. Sabendo-se que 56 são engenheiros, 126 não são médi- visão é R$3.000. Se, no último mês, a produção de rádios e tele-
cos e 25% são professores, o número de médicos nesse grupo visores gerou um custo total de R$1.200.000,00 e um lucro total
é igual a líquido de R$600.000,00, então é CORRETO afirmar que a quan-
tidade de rádios produzidos no último mês é igual a:
a) 81
a) 270
b) 142
b) 520
c) 154
c) 2.500
d) 224
d) 3.000

223. (FUMARC – 2017) Em certa prova de concurso público, as


60 questões foram corrigidas da seguinte maneira: 5 pontos 229. (FUMARC – 2016) Determine as idades de André, Letícia e
para cada questão assinalada corretamente e -1 ponto para Gabriel, sabendo-se que Gabriel tem o dobro da idade de André
cada questão assinalada de maneira incorreta ou deixada em mais 3 anos e este tem o triplo da idade de Letícia, que tem 8
branco. Se certo candidato que conquistou a décima colocação anos.
totalizou 210 pontos, qual foi a porcentagem de questões que a) Gabriel tem 27 anos; André tem 16 anos e Letícia tem 8 anos.
ele acertou nessa prova? b) Gabriel tem 32 anos; André tem 24 anos e Letícia tem 8
a) 60% anos.
b) 45% c) Gabriel tem 48 anos; André tem 27 anos e Letícia tem 8

3
c) 76% anos.

-7
d) Gabriel tem 51 anos; André tem 24 anos e Letícia tem 8 anos.

86
d) 75%
.6
34
.5

224. (FUMARC – 2017) A soma de dois números naturais é igual 230. (FUMARC – 2016) Se Antônio pagar 0,25 de uma dívida por
94

2 mês, quantos meses levará para pagar a dívida toda?


a 112. Um deles é igual a do outro. Sendo assim, a diferença
-0

5
entre o maior e o menor deles, nessa ordem, é igual a a) três meses.
b) quatro meses.
s

a) 48
tin

b) 80 c) cinco meses.
ar

c) 32 d) oito meses.
M

d) 34
ra
ei

231. (FUMARC – 2016) Pensei em um número. Adicionei 7, mul-


liv

tipliquei o resultado por 3 e, finalmente, subtraí 38. Obtive 13


O

225. (FUMARC – 2017) Se x, y e z são números reais não nulos, como resultado.
de

tais que
O número em que número pensei foi
a

a) 4.
an

x + y + z = 17, x – y - z = 1 e x – y + z = 11
b) 10.
Lu

Então é CORRETO afirmar que o valor numérico da expressão c) 15.


x . y . z é igual a:
d) 17.
a) 105
b) 135
c) 160 232. (FUMARC – 2016) Calcule as idades de André e Gabriel,
d) 190 sabendo-se que Gabriel tem o dobro da idade de André e este
tem o triplo da idade de Letícia, que tem 8 anos.
a) André tem 6 anos e Gabriel tem 18 anos.
226. (FUMARC – 2017) Pensei em um número. Adicionei 7, mul- b) André tem 10 anos e Gabriel tem 30 anos.
tipliquei o resultado por 3 e, finalmente, subtraí 38. Obtive 58 c) André tem 12 anos e Gabriel tem 16 anos.
como resultado. Em que número pensei?
d) André tem 24 anos e Gabriel tem 48 anos.
a) 67
b) 17
c) 14 233. (FUMARC – 2016) Em um circo, 3 elefantes já tomaram
d) 25 banho. Isto equivale a um terço dos animais do circo. 149
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Quantos elefantes tem este circo?
a) 8.
b) 9.
c) 12.
d) 16.

1 1 1
234. (FUMARC – 2016) De uma quantidade de bombons, 3 , 4 e 6 foram dados a André, Guto e Júlia, respectivamente. Da quan-
1
tidade original de bombons, 4 foi dado a Henrique. Os seis bombons restantes ficaram com Fred. O número total de bombons
distribuídos foi igual a
a) 36
b) 60
c) 120
d) 240

235. (FUMARC – 2016) João dividiu o número 38 em duas partes. A maior parte dividida pela menor parte dá quociente 4 e resto 3.
O produto dessas duas partes é
a) 120
b) 217
c) 360
d) 381

236. (FUMARC – 2016) Certa mercadoria foi vendida com 20% de desconto.
Sabendo que o freguês pagou R$ 100,00 pelo produto, qual seria o valor a pagar se a mercadoria fosse vendida com 35% de desconto?
a) R$ 81,25
b) R$ 85,50
c) R$ 43,75
d) R$ 125,00

3
-7
86
.6
237. (FUMARC – 2016) Daqui a 20 anos, a idade de Pedro será 8 vezes a idade que tinha há 8 anos atrás. A idade de Pedro hoje é
34

a) 12 anos.
.5
94

b) 16 anos.
-0

c) 4 anos.
d) 8 anos.
s
tin
ar
M

15a – b 3b – a 3a – b 4 a+b
238. (FUMARC – 2015) Se =4e + = , então é CORRETO afirmar que o valor de é igual a:
ra

4 6 4 3 a

a) 3
ei
liv

b) 4
O

c) 6
de

d) 9
a
an
Lu

239. (FUMARC – 2014) Observe o caça-palavras abaixo:

150
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A palavra que você deverá encontrar possui sua primeira letra a) 10

MATEMÁTICA
localizada na linha x e na coluna 6 da tabela (ordenadas segun- b) 15
do as setas indicativas).
c) 16
Sabendo-se que x é a raiz da equação 2.(2x – 5) + 6x + 8 = –10x +
58, a palavra procurada será d) 18
a) MARISCO
b) MATEMÁTICA
c) BELEZA 245. (FUMARC – 2016) Qual é a metade do número cujo dobro da
raiz quadrada é igual a 64?
d) RISOS
a) 1024
b) 512
240. (FUMARC – 2013) Uma companhia aérea decidiu solicitar c) 81
a uma empresa especializada kits contendo uma mistura de d) 64
sementes oleaginosas para ofertar aos seus clientes. Os kits
deveriam conter 100 g de uma mistura de amendoim, amên-
doa e avelã. A companhia aérea solicitou que a quantidade de
amêndoa fosse igual a um terço da soma das outras duas e 246. (FUMARC – 2014) Dada a equação x2 + 2 x – p = 2 e as suas
informou que estava disposta a pagar R$ 1,15 por kit. A empresa 1 1
especializada sabe que o quilo do amendoim custa R$ 5,00, o de raízes m e n, então o valor de P para m + n =4é
amêndoa, R$ 20,00 e o de avelã, R$ 16,00. A quantidade, em gra- a) 0,5
mas, de cada semente que a empresa deve colocar em cada kit, b) 1,5
de tal maneira que atenda a todas as exigências estabelecidas
pela companhia aérea, deverá ser, respectivamente, de: c) -0,5
a) 50; 25; 25. d) -1,5
b) 50; 20; 30.
c) 60; 20; 20.
d) 60; 15; 25.
Æ PROGRESSÃO ARITMÉTICA
241. (FUMARC – 2013) Ana e seu irmão, juntos, têm R$ 154,00. 247. (FUMARC – 2018) Se a sequência numérica (-8, X, 22 , Y ,52,
Se Ana tem R$ 78,00 a mais que o seu irmão, então ela possui W) é uma Progressão Aritmética. Então é CORRETO afirmar que
a quantia de o valor da expressão (X.Y) + W é igual a:
a) R$ 38,00 a) 165
b) R$ 78,00 b) 259
c) R$ 116,00

3
c) 326

-7
d) R$ 118,00 d) 436

86
.6
34

242. (FUMARC – 2013) Se Paulo der uma de suas balas bala para
.5

248. (FUMARC – 2018) Três números inteiros positivos estão em


Pedro, este ficará com o dobro das balas de Paulo. Se Pedro der
94

progressão aritmética; o produto deles é 792 e a soma é 33. O


uma de suas balas para Paulo, ambos ficarão com a mesma
maior desses números é
-0

quantidade de balas. É CORRETO afirmar que, se Pedro der 5 de


suas balas para Paulo, este ficará com a) 11
s
tin

a) o quádruplo das balas de Pedro. b) 17


ar

b) o quíntuplo das balas de Pedro. c) 18


M

c) a metade das balas de Pedro. d) 22


ra

d) dez vezes mais balas do que Pedro. e) 66


ei
liv
O
de

249. (FUMARC – 2018) Um objeto é solto de um balão em voo e


Æ EQUAÇÕES DE SEGUNDO GRAU E EQUAÇÕES cai em queda livre percorrendo 3 m no primeiro segundo, 12 m
a

no segundo, 21 m no terceiro segundo, e assim por diante. Con-


an

BIQUADRADAS
tinuando nessa sequência, o objeto atinge o solo após 19 segun-
Lu

243. (FUMARC – 2017) O produto de dois números racionais é dos. A que altura do solo esse objeto foi solto?
igual a 3 e a soma do primeiro com o quádruplo do segundo é a) 156 m
igual a 7. Se um dos números é inteiro e o outro é um número
b) 165 m
fracionário, então é CORRETO afirmar que
a) a soma desses dois números racionais é um número maior c) 1.431 m
que 4. d) 1.596 m
b) a soma dos dois números racionais é um número negativo.
c) os dois números racionais são maiores que 1.
d) os dois números racionais são menores que 1. 250. (FUMARC – 2018) Se a sequência (x, y, z, k) é uma Progres-
são Aritmética crescente na qual x + y = 1 e z + k = 9, então é
CORRETO afirmar que o terceiro termo dessa progressão é um
número
244. (FUMARC – 2017) O total de 240 pastas foi igualmente dis-
tribuído, ocupando todas as prateleiras de um arquivo. Como a) inteiro maior que 2
cinco prateleiras desse arquivo já se encontravam ocupadas, b) irracional maior que 2
cada prateleira com espaço disponível recebeu oito pastas a
mais. Nessas condições, é CORRETO afirmar que o total de pra- c) natural menor que 2
teleiras que esse arquivo possui é igual a: d) racional maior que 2 151
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251. (FUMARC – 2018) Se a sequência numérica dada por (12, x, a) 2 e 4
y, z, 28) é uma Progressão Aritmética, então é CORRETO afirmar b) 9 e 10
que o valor de (x + y - z) é igual a
c) 10 e 12
a) 24
d) 12 e 9
b) 18
c) 16
d) 12
258. (FUMARC – 2014) Se os três primeiros termos de uma Pro-
gressão Aritmética são, respectivamente, x - 1, x + 5 e 4x - 4,
então é CORRETO afirmar que o quinto termo dessa progressão
252. (FUMARC – 2018) Se a sequência representada por (x-1, x+5, é igual a
4x -4, y) é uma Progressão Aritmética, então é CORRETO afir-
a) 11
mar que o valor de (x + y) é igual a
b) 15
a) 14.
b) 16. c) 22
c) 22. d) 28
d) 27.

259. (FUMARC – 2013) Uma empreiteira está construindo um


parque e o paisagista determinou que, ao longo de uma das
253. (FUMARC – 2017) Se, em uma Progressão Aritmética de
sete termos, o primeiro termo é o número 6 e o último termo é ruas retilíneas,serão plantadas 60 palmeiras imperiais com
o número 30, então é CORRETO afirmar que a adição do quar- distância de 1 metro entre uma e outra, cujas covas já estão pre-
to termo com o quinto termo dessa progressão corresponde ao paradas. O funcionário responsável pelo plantio, colocação das
total de: palmeiras nas covas previamente preparadas, recebe as mudas
de uma plataforma situada a uma distância de 15 metros da pri-
a) 32
meira palmeira plantada e, a cada viagem, consegue carregar
b) 40 somente 3 palmeiras. Começando e terminando na plataforma,
c) 48 o percurso total, em metros, que ele terá que caminhar até colo-
d) 50 car todas as palmeiras em suas respectivas covas será igual a
a) 910
b) 1.480
254. (FUMARC – 2017) Se o primeiro termo de uma Progressão c) 1.820
Aritmética de cinco termos é o número 2 e se a soma de seus
três primeiros temos é igual 15,então é CORRETO afirmar que d) 2.190
a soma dos dois últimos termos dessa Progressão Aritmética é

3
igual a:

-7
a) 19

86
b) 21 .6
Æ PROGRESSÃO GEOMÉTRICA
34
c) 25
.5

d) 31 260. (FUMARC – 2018) Se a sequência numérica dada por (x, y,


94

z, w) é uma Progressão Geométrica crescente, na qual a x + y


= 15 e z + w = 240, então é CORRETO afirmar que a razão dessa
-0

progressão é igual:
255. (FUMARC – 2016) Uma rua tem doze casas. Seis casas de
s
tin

cada lado. Elas são numeradas com números que variam de dez a) 4
em dez. As casas do lado direito têm números pares. As casas
ar

b) 8
do lado esquerdo têm números ímpares. A primeira casa tem
M

c) 12
o número 16.
ra

Qual será o número da última casa do lado esquerdo? d) 16


ei
liv

a) 17
O

b) 47
261. (FUMARC – 2018) Se os termos da Progressão Geométrica
de

c) 57
(a, b, c) são lados de um triângulo retângulo, então é CORRETO
d) 67
a

afirmar que a razão dessa Progressão Geométrica é um número


an

a) irracional.
Lu

b) múltiplo de 3.
256. (FUMARC – 2016) Numa Progressão Aritmética de cinco
termos, o primeiro termo é 2 e a soma dos três primeiros ter- c) natural.
mos é igual a 15. Nessas condições, é CORRETO afirmar que a d) racional.
soma dos dois últimos termos dessa Progressão Aritmética é
igual a:
a) 16
262. (FUMARC – 2018) Em um laboratório, uma colônia com
b) 19 5.000 bactérias foi colocada em observação. Notou-se que, a
c) 22 cada 45 minutos, a quantidade de bactérias parecia triplicar.
d) 25 Supondo corretas as observações dos cientistas, quantas bac-
térias haveria após 6 horas de observação?
a) 10.935.000
257. (FUMARC – 2016) Na sequência numérica (x, y, 6, 4) os três b) 32.805.000
primeiros termos estão em Progressão Aritmética e os três c) 40.500.000
últimos termos estão em Progressão Geométrica. Nessas con-
dições, é CORRETO afirmar que os valores de x e de y são, res- d) 67.500.000
152 pectivamente, iguais a: e) 98.415.000
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luana de Oliveira Martins - 094.534.686-73, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
263. (FUMARC – 2018) Se a sequência de números reais repre-

MATEMÁTICA
x–4
269. (FUMARC – 2014) Se a sequência numérica (x, x –4, 3
sentada por (x, y, z, w) é uma Progressão Geométrica, na qual w
+ y = 60 e x + z = 20, então é CORRETO afirmar que o valor de x e M) é uma Progressão Geométrica decrescente, então o valor
a razão dessa Progressão são, respectivamente, iguais a numérico de M é:
a) 2 e 3 a)
1
3
b) 2 e 4 2
b) 9
c) 3 e 2
9
d) 4 e 2 c) 2

d) 3

264. (FUMARC – 2018) A sequência de números inteiros repre-


sentada por (x, y, z) é uma Progressão Geométrica cuja razão é
um número natural. Se a soma x+ y+ z = 39 e o produto x. y. z =
729, então é CORRETO afirmar que o valor da expressão (y – x)2 Æ INEQUAÇÕES DE SEGUNDO GRAU
é igual a:
a) 12 270. (FUMARC – 2014) Divulgar para melhor guardar um
b) 18 segredo
c) 24 Na Criptografia, tem gente pesquisando técnicas de codifica-
d) 36 ção 24 horas por dia movido à paixão, afirma Alessio Aguirre,
gerente da Kroll, multinacional de sistemas de segurança para
computador. Entre eles estão hackers que se sentem desafia-
265. (FUMARC – 2016) A sequência de números inteiros repre- dos por todo código não decifrado, ressalta. Isso induz enormes
sentada por (x, y, z) é uma Progressão Geométrica crescente. Se companhias que lucram com a falta de segurança na internet
a soma dos três termos é igual a 31 e o produto dos três termos a buscar um sistema à prova de qualquer ataque – em vão.
é igual a 125, então é CORRETO afirmar que a razão dessa pro- Todo código segue uma lógica que pode ser decifrada. É só uma
gressão é igual a: questão de tempo.
1
a) 25 A ciência usa, cada vez mais, as equações matemáticas dos
b)
16
5
algoritmos, que são conjuntos de instruções definindo como
c) 5 trocar letras e símbolos por letras e símbolos alternativos. Além
disso, há a “chave”, outra série de equações empregada tanto
d) 25
para cifrar como para decifrar a mensagem. Quanto maior a
chave, mais seguro o algoritmo. Até os anos 70, ambos, o algo-

3
-7
ritmo e a chave, costumavam ser mantidos em sigilo. Hoje as
266. (FUMARC – 2017) A sequência numérica de cinco termos

86
empresas divulgam os algoritmos e até oferecem prêmios em
(2.000, X, Y, Z, W) é uma Progressão Geométrica na qual o valor .6
do quarto termo corresponde a 20% do valor do terceiro termo. dinheiro para cientistas e hackers de plantão quebrarem” seus
34

Nessas condições, é CORRETO afirmar que o valor de W é igual sistemas – ou seja, encontrarem as chaves. Se ninguém conse-
.5

a: gue, mesmo sabendo o algoritmo, significa que ele é bom mes-


94

14 mo. O inverso também vale: um algoritmo mantido em sigilo


-0

a) 5
16 costuma ser considerado presa fácil. Foi o que aconteceu com
s

b) 5 o DVD.
tin

12
c) Para guardar segredo sobre uma dosagem secreta do principal
ar

7
M

d)
18
7
ingrediente de um famoso refrigerante, o seu criador, amante
da Matemática, criou um algoritmo em que a chave que guarda
ra
ei

a quantidade, em centilitros, seria a soma de todos os valores


liv

267. (FUMARC – 2016) Adicionando-se x unidades a cada termo inteiros que satisfazem à desigualdade x 2 – 75x + 1400 < 0 .
O

da sequência (2,6, 14), os números reais resultantes dessa adi- Então, essa quantidade, em cm3, será igual a
de

ção transformam essa sequência em uma Progressão Geomé- a) 1500


trica de três termos.
a

b) 150
an

Nessas condições, é CORRETO afirmar que a soma dos termos


Lu

dessa Progressão Geométrica é igual a: c) 15


a) 28 d) 1,5
b) 32
c) 56
d) 78

Æ RAZÕES E FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS.


268. (FUMARC – 2014) Se na sequência de números positivos: 12,
CICLO TRIGONOMÉTRICO
x, y, 4 os três primeiros números estão em Progressão Aritméti-
271. (FUMARC – 2018) Para fazer um projeto de rede elétrica,
ca e os três últimos números estão em Progressão Geométrica,
então o valor de ^ 1
x–y h 3
é igual a
seria necessário saber a distância entre os postes, e a presen-
ça do lago impedia a medição direta dessa distância. Um enge-
a) 125
nheiro posicionou-se em um local onde era possível visualizar
b) 64 os dois postes e medir a distância entre eles. Com os equipa-
c) 27 mentos apropriados, realizou as medidas e fez o seguinte esbo-
d) 8 ço, chamando de d a distância entre os postes. 153
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A distância d entre os postes é
2
a) 100√2 a) 3
b) 50√2 b)
5
3
c) 25√2 7
c) 3
d) 100
4
e) 50 d) 3

272. (FUMARC – 2018) O gráfico abaixo representa uma função 275. (FUMARC – 2016) Se na figura abaixo, os segmentos PQ =
trigonométrica. QR= RS = 3 cm e o segmento QT = 4 cm, então é CORRETO afir-
mar que a medida, em centímetros, do segmento UP é igual a:

3
-7
86
a) 5 .6
34
b) 6
.5

A lei dessa função pode ser dada por c) 7


94

a) f (x) = 2 - sen(x) d) 9
-0

b) f (x) = 1+ 2sen(x)
s

c) f (x) = -1- 2sen(x)


tin

d) f (x) = 1- 2sen(x)
ar

Æ DESIGUALDADE TRIANGULAR
M

e) f (x) = -2 - sen(x)
ra

276. (FUMARC – 2014) Considere um triângulo ABC com AB = 8


ei
liv

cm, AC = 5 cm e BC = x cm. Dentre as opções a seguir, a ÚNICA


273. (FUMARC – 2013) Tenente Jardel é um bombeiro especia-
que satisfaz à condição de existência desse triângulo será
O

lista em defesa civil. Ele precisa efetuar um cálculo rápido para


de

calcular o risco de desabamento de certo barranco. Para dar a) 3


sequência aos cálculos, ele precisa calcular 4sen750 = 4sen75°. b) 13
a

Tenente Jardel conseguiu efetuá-lo corretamente e encontrou


an

c) √11
a) √2 + √6
Lu

d) √3- √2
2+ 6
b) 4
2+ 6
c) 2
2 +1
d) 2
Æ SOMA DOS ÂNGULOS INTERNOS DO
TRIÂNGULO
277. (FUMARC – 2016) Se os ângulos internos de um triângulo
Æ CONGRUÊNCIA E SEMELHANÇA DE estão em Progressão Aritmética de razão 40º, então é CORRETO
afirmar que a medida do menor ângulo agudo desse triângulo
TRIÂNGULOS. RAZÃO DE SEMELHANÇA é igual a:
274. (FUMARC – 2018) A figura a seguir se constitui de dois a) 20º
triângulos retângulos em A e B, sendo as medidas dos segmen- b) 40º
tos AB = 3, AE = 700 e BC = 200 unidades de comprimento. Nes-
sas condições, é CORRETO afirmar que a medida do segmento c) 60º
154 DB, em unidades de comprimento, é igual a: d) 80º
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Æ ÁREA E PERÍMETRO DO ÂNGULO 284. (FUMARC – 2013) Militares em um helicóptero situado a

MATEMÁTICA
51 m de altura observam a posição de alguns manifestantes no
278. (FUMARC – 2018) A sequência numérica representada ponto A e a barreira policial no ponto P. A distância x que separa
por (x+1, 2x, x 2 -5) é uma Progressão Aritmética e seus termos os manifestantes da barreira policial é igual a
expressam as medidas dos lados de um triângulo. Nessas con-
dições, é CORRETO afirmar que o perímetro desse triângulo, em
unidades de comprimento, é igual a
a) 6
b) 12
c) 18
d) 24

279. (FUMARC – 2016) Se as medidas dos lados de um triângulo


retângulo estão em Progressão Aritmética e a área desse triân-
gulo é 150 (unidades de área), então, é CORRETO afirmar que a
medida da hipotenusa desse triângulo, em unidades de com-
primento, é igual a:
a) 15 a) 17(3 – √3)m
b) 20 b) 3(17 – √3)m
c) 25 c) 30 m
d) 30 d) 51 m

280. (FUMARC – 2016) Qual é o perímetro de um triângulo equi-


látero de área igual a √3m2 ?
Æ QUADRILÁTEROS (PROPRIEDADES, ÁREA,
a) 8m
PERÍMETRO, SOMA DOS ÂNGULOS ETC)
b) 6m
c) 4m 285. (FUMARC – 2018) Se o produto das medidas das diagonais
d) 2m de um quadrado é igual a 16 cm2 , então é CORRETO afirmar que
o perímetro desse quadrado, em cm, é igual a:

3
a) 4

-7
86
281. (FUMARC – 2014) Qual é o perímetro de um triângulo equi- b) 8
látero cujo lado é igual ao perímetro de um retângulo de dimen- c) 2 √2
.6
34
sões 3 cm por 6 cm? d) 8 √2
.5

a) 18 cm
94

b) 27 cm
-0

c) 54 cm 286. (FUMARC – 2018) Um terreno com uma área total equiva-


s

lente a 1.296 m2 foi dividido em três lotes. Se a área do primei-


tin

d) 62 cm 4
ro lote corresponde a 5 da área do segundo lote e a área do
ar

terceiro lote é igual à soma das outras áreas, então é CORRETO


M

afirmar que a área do maior dos três lotes, em metros quadra-


ra

282. (FUMARC – 2013) Considere que o metro linear de arame dos, corresponde a:
ei

custe R$ 1,60. Certo paisagista irá cercar com 3 voltas de ara-


liv

a) 574
me o seu jardim com formato de triângulo equilátero de área
O

16√3m2. Seu custo com arame será igual a b) 360


de

a) R$ 12,80 c) 648
a

b) R$ 24,00 d) 452
an

c) R$ 38,40
Lu

d) R$ 115,20
287. (FUMARC – 2018) Uma foto foi impressa em papel especial
na forma de um retângulo, conforme figura abaixo.

Æ CÁLCULO DE SENO E COSSENO NO


TRIÂNGULO RETÂNGULO
283. (FUMARC – 2017) Um triângulo retângulo ABC possui
1
lados medindo 1 cm; 0,5 cm e 2 √3cm, respectivamente. Sendo
assim, pode-se concluir que
a) a área do triângulo ABC é igual a 0,25 cm 2
b) o triângulo é isóscele.
c) o triângulo possui o menor ângulo igual a 30º
d) o triângulo possui um dos ângulos igual a 25º 155
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A razão entre a medida do lado menor e a medida do lado maior 292. (FUMARC – 2016)
nesse papel é 0,6.
Se fosse utilizado um papel com 6 cm a mais na largura e 6 cm a
mais na altura, a razão entre a medida do lado menor e a medi-
da do lado maior, nesse caso, seria
a) 0,6
b) 0,66
c) 0,75
d) 1,33
e) 1,6
Na figura acima, o quadrilátero ABCD é um retângulo. No qual
BC
DE = 3 Nessas condições, é CORRETO afirmar que a área do
288. (FUMARC – 2017) Se a área de uma região retangular é 15 quadrilátero ABED é igual a:
m² sendo suas dimensões expressas por (x+1) e (x+3), então é a) da área do triângulo EBC.
CORRETO afirmar que a medida da maior dimensão e a medida
b) da área do retângulo.
do perímetro dessa região são, respectivamente, iguais a:
c) da área do retângulo.
a) 3 e 18
d) O dobro da área do triângulo EBC
b) 5 e 16
c) 6 e 24
d) 6 e 26 293. (FUMARC – 2016) O quarto de Mariana tem a forma de um
quadrado de área igual a 36 m2 .
A medida de um dos lados de seu quarto, em metros, é
289. (FUMARC – 2017) Um terreno foi comprado com 16 metros a) 6
de frente e 30 metros de fundo. Qual a área deste terreno? Se é
b) 8
exigido que só é possível ocupar, com construção, 4 quintos dos
terrenos, qual será a área destinada à construção? c) 12
d) 24
a) A área do terreno é 520 m2 . A área destinada à construção
deve ser de 416 m2 .
b) A área do terreno é 240 m2 . A área destinada à construção
deve ser de 192 m2. 294. (FUMARC – 2016) Na figura a seguir, o quadrilátero de vér-
tices ABCD é um trapézio de base maior medindo 25 cm, sua
c) A área do terreno é 360 m2 . A área destinada à construção 125

3
altura mede 30 cm e a medida de sua base menor é cm.
deve ser de 288 m2. 8

-7
Se o triângulo de vértices AEB foi obtido prolongando-se os

86
d) A área do terreno é 480 m2 . A área destinada à construção
lados AD e BC do trapézio ABCD, então é CORRETO afirmar que
.6
deve ser de 384 m2 .
a medida da altura desse triângulo, em centímetros, é igual a:
34
.5
94

290. (FUMARC – 2016) Um pedreiro vai recobrir as paredes de


-0

uma cozinha que mede 2m de comprimento por 3m de largura


s

e 3,50 de altura. De quantas lajotas de 0,05 m2 irá precisar se as


tin

portas devem ocupar 2,16 m2 da área das duas paredes maiores?


ar
M
ra
ei
liv
O
de

a) 50
a
an

b) 60
Lu

c) 80
d) 90
a) 180 lajotas.
b) 240 lajotas.
c) 320 lajotas. 295. (FUMARC – 2015)
d) 628 lajotas.

291. (FUMARC – 2016) De uma peça de tecido de 1,2 m de largura,


Ana cortou 780 quadrados de 24 cm de lado. O comprimento do
tecido gasto, em metros, é
a) 3,744
b) 37 A figura abaixo representa a planta de um terreno retangular.
Se a medida de AF é igual a 10,5 metros e EF mede 40,5 metros,
c) 37,44 então é CORRETO afirmar que a medida do perímetro desse
156 d) 374,4 terreno é igual a:
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a) 102 m a) 25%

MATEMÁTICA
b) 165 m b) 50%
c) 182 m c) 75%
d) 422 m
d) 80%

296. (FUMARC – 2014) Francisco é pedreiro e está construindo


um muro em sua casa, usando tijolos de 6 furos. O muro tem 3
m de altura e 25 m de comprimento.
Æ POSIÇÕES RELATIVAS DE SUAS
Se um metro quadrado de tijolos comporta 35 unidades e o
milheiro desses tijolos custa R$ 280,00, quanto ele vai gastar CIRCUNFERÊNCIAS
com os tijolos?
a) R$ 735,00. 302. (FUMARC – 2016) Considere a circunferência de raio R e
b) R$ 840,00. quatro circunferências de raio r todas tangentes entre si con-
forme a figura abaixo. Nessas condições, é CORRETO afirmar
c) R$ 934,00.
que, se R = r(√2 + 1), para R = 2 cm, a área sombreada na figura,
d) R$ 1.249,80.
em cm2, equivale a:

297. (FUMARC – 2014) José é um pintor profissional e sabe que,


para pintar uma parede de 100 dm2 , ele precisa de uma lata
pequena de tinta. De quantas latas iguais a essa ele precisaria
para pintar uma parede de dimensões 3,0 m por 5,0 m?
a) 1,5
b) 12
c) 15
d) 150

a) 4π (1 + √2 )
298. (FUMARC – 2014) Considerando a figura abaixo, é CORRE-
TO afirmar que o total de retângulos que podem ser formados b) 4π (8√2 -11)
é igual a: c) 6π (4 - 2 √2 )
d) 8π (1 + 8√2 )

3
-7
86
.6
34

a) 17
Æ POLÍGONOS INSCRITOS E CIRCUNSCRITOS À
.5

b) 96 CIRCUNFERÊNCIA
94

c) 100
-0

303. (FUMARC – 2018) A figura a seguir é formada por uma cir-


d) 112 cunferência de diâmetro igual a 3 cm e um quadrado de lados
s
tin

AB, BC, CD e AD. Nessas condições, é CORRETO afirmar que a


ar

área do quadrado, em cm2 , é igual a:


M

299. (FUMARC – 2013) Uma casa de área 250m2 foi vendida a R$


950,00 o metro quadrado. Sendo assim, seu valor de venda foi
ra
ei

a) R$ 2.375.000,00
liv

b) R$ 380.000,00
O

c) R$ 327.500,00
de

d) R$ 237.500,00
a
an
Lu

300. (FUMARC – 2013) Para fazer o piso da sala, Pedro gastou 15


m2 de lajotas. Quais as dimensões da sala da casa de Pedro?
a) 5 m x 3 m a) 12
b) 4 m x 5 m b) 9
c) 2 m x 7 m c) 4,5
d) 2,5 m x 4 m d) 2,4

304. (FUMARC – 2016) Na figura abaixo, o quadrilátero ABCD é


Æ COMPRIMENTO DA CIRCUNFERÊNCIA E DO um quadrado de lado medindo 10 cm e o ponto O é centro de
ARCO DE CIRCUNFERÊNCIA uma circunferência que possui os pontos A, B e E em comum
com o quadrado.
301. (FUMARC – 2016) Se a medida do raio de uma circunferên-
cia tiver um aumento de 50%, então é CORRETO afirmar que a Nessas condições, é CORRETO afirmar que o comprimento da
medida do comprimento dessa circunferência terá um aumen- circunferência e o perímetro do quadrado, em centímetros,
to percentual equivalente a são, respectivamente, iguais a: 157
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47 B 99 C
48 B 100 A
49 C 101 B
50 D 102 A
51 C 103 B
52 B 104 C
53 B 105 B

a) 12,5π e 40 54 C 106 A
b) 13,45π e 40 55 A 107 B
c) 16 e 12,5π 56 B 108 A
d) 14,5π e 16 57 A 109 C
58 D 110 A
59 C 111 C
60 D 112 D
Æ JUROS SIMPLES
61 B 113 D
305. (FUMARC – 2018) Uma loja de telefonia celular oferece 62 A 114 A
aparelhos aos clientes com duas opções de pagamentos:
63 A 115 C
I. À vista, com 25% de desconto;
II. Em duas prestações mensais iguais, sem desconto, com a 64 A 116 D
primeira prestação sendo paga no ato da compra. 65 D 117 A
A taxa mensal de juros embutidos nas vendas a prazo é de 66 B 118 D
a) 25%
67 A 119 A
b) 33%
68 D 120 C
c) 50%
69 D 121 C
d) 75%
e) 100% 70 D 122 B
71 C 123 A
72 B 124 C

3
-7
73 B 125 C
GABARITO 74 C
86 126 D
.6
34
75 B 127 D
.5

1 D 24 C
76 A 128 D
94

2 B 25 C
-0

77 A 129 B
3 D 26 D
78 B 130 B
s
tin

4 D 27 A
79 B 131 B
ar

5 C 28 C
80 D 132 C
M

6 B 29 B
ra

81 A 133 B
7 C 30 D
ei

82 A 134 B
liv

8 D 31 D
83 B 135 C
O

9 C 32 B
de

84 C 136 D
10 A 33 E
a

85 A 137 C
an

11 D 34 B
86 C 138 A
Lu

12 A 35 A
87 B 139 D
13 D 36 C
88 B 140 D
14 C 37 B
89 A 141 A
15 A 38 B
90 D 142 A
16 D 39 A
91 B 143 C
17 D 40 B
92 C 144 A
18 A 41 A
93 B 145 A
19 B 42 C
94 C 146 D
20 B 43 B
95 B 147 B
21 C 44 B
96 C 148 B
22 A 45 A
97 C 149 B
23 C 46 D
98 B 150 B
158
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MATEMÁTICA
151 D 203 B 255 D 281 C
152 A 204 A 256 D 282 D
153 C 205 B 257 D 283 C
154 B 206 A 258 D 284 A
155 A 207 D 259 C 285 D
156 C 208 A 260 A 286 C
157 C 209 C 261 A 287 C
158 C 210 C 262 B 288 B
159 D 211 B 263 A 289 D
160 C 212 A 264 D 290 D
161 C 213 A 265 C 291 C
162 A 214 A 266 B 292 A
163 A 215 C 267 A 293 A
164 D 216 A 268 C 294 C
165 D 217 D 269 B 295 A
166 B 218 A 270 A 296 A
167 C 219 C 271 A 297 C
168 D 220 C 272 D 298 C
169 C 221 C 273 A 299 D
170 C 222 C 274 A 300 A
171 B 223 D 275 B 301 B
172 B 224 A 276 C 302 B
173 B 225 B 277 A 303 C
174 D 226 D 278 D 304 A
175 C 227 B 279 C 305 E
176 D 228 D 280 B

3
-7
177 C 229 D
178 C 230 B
86
.6
ANOTAÇÕES
34
179 B 231 B
.5

180 A 232 D
94
-0

181 B 233 B
182 C 234 C
s
tin

183 A 235 B
ar

184 A 236 A
M
ra

185 C 237 A
ei

186 B 238 B
liv

187 D 239 A
O
de

188 D 240 A
a

189 E 241 C
an

190 C 242 B
Lu

191 D 243 A
192 C 244 B
193 B 245 B
194 B 246 D
195 D 247 C
196 C 248 C
197 C 249 D
198 C 250 D
199 B 251 D
200 A 252 D
201 A 253 B
202 D 254 C
159
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ANOTAÇÕES

3
-7
86
.6
34
.5
94
-0
s
tin
ar
M
ra
ei
liv
O
de
a
an
Lu

160
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RACIOCÍNIO LÓGICO
RACIOCÍNIO LÓGICO
Æ SEQUÊNCIAS DE NÚMEROS, FIGURAS, LETRAS E 26 54 77 X
PALAVRAS 12 39 28 68

1. (FUMARC – 2013) A palavra que pode ser utilizada no lugar do 38 15 105 69


símbolo @ e que completa a sequência SEGUINDO, TERRENO,
QUASE, QUILO, @ é a) 80 < x < 90
a) RUA b) 90 < x < 100
b) SEXY c) x < 80
c) PESO d) x > 90
d) PEGUE

6. (FUMARC – 2016) A sequência numérica a seguir foi compos-


ta, a partir do 4º número, por uma regra de formação de termos
2. (FUMARC – 2018) Os sucessivos termos da sequência: (47, 42,
até formar 10 termos. Nessas condições, é CORRETO afirmar
37, 33, 29, 26, x, y, z, w) são obtidos através de uma lei de forma-
que os valores de X e Y são, respectivamente, iguais a:
ção. Obedecendo a essa lei, é CORRETO afirmar que o valor de (x
+ y +z + w) é igual a:
1 2 3 6 11 20 37 68 X Y
a) 81
b) 97
a) 98 e 126
c) 125
b) 125 e 230

3
-7
d) 159
c) 136 e 167

86
d) 201 e 236 .6
34
3. (FUMARC – 2018) Na tabela a seguir, o número que ocupa a
.5

extrema direita em cada uma de suas linhas é o resultado de


94

operações efetuadas com os outros dois números da mesma 7. (FUMARC – 2016) Na sequência numérica infinita (3,2,4,8,16,...)
a partir do segundo termo, cada termo subsequente é obtido
-0

linha.
pela soma de todos os termos anteriores menos uma unidade.
Se a sucessão de operações é a mesma em todas as linhas,
s

Nessas condições, é CORRETO afirmar que o sétimo termo des-


tin

então é CORRETO afirmar que o valor de X é igual a: sa sequência é o número


ar

a) 45
M

18 14 56
b) 64
ra

14 8 48 c) 97
ei

16 8 X
liv

d) 108
O

a) 18
de

b) 30 8. (FUMARC – 2016) Se todos os números da tabela abaixo foram


a
an

c) 42 dispostos segundo um mesmo critério lógico, então é CORRETO


afirmar que o valor de x nessa tabela é tal que:
Lu

d) 64

16 34 27 X

4. (FUMARC – 2018) Os termos da sequência (314, 157, 154, 77, 13 19 28 42


74, 37,...) são obtidos por um critério lógico de formação. Assim, 29 15 55 66
segundo esse critério, é CORRETO afirmar que a soma do séti-
mo e oitavo termos dessa sequência é igual a a) 80 < x < 90
a) 31 b) 90 < x < 100
b) 41 c) x < 70
c) 51 d) x > 100
d) 71

9. (FUMARC – 2018) A figura a seguir é formada por quadrados,


5. (FUMARC – 2018) Se todos os números da tabela abaixo foram em sequência, sendo que a disposição dos números naturais
dispostos segundo um mesmo critério lógico, então é CORRETO em cada um de seus vértices obedece a um mesmo critério
afirmar que o valor de x nessa tabela é tal que: lógico. 161
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14. (FUMARC – 2014) Ao dividir o número 6 por 7, encontramos
um resultado decimal em que o 200º termo é
a) 1
b) 5
c) 7
Nessas condições, é CORRETO afirmar que o valor de X é igual a: d) 8
a) 7
b) 5
c) 9 15. (FUMARC – 2018) Uma parede está sendo azulejada de tal
forma que os azulejos de cada fileira formam uma sequência
d) 8 como a ilustrada a seguir.

10. (FUMARC – 2018) A TABELA 1 e a TABELA 2 a seguir foram


construídas a partir de uma mesma lógica de formação. Consi-
derando a ordem alfabética A-B-C-D-E-F-G-H-I-J-K-LM- N-O-
-P-QR-S-T-U-V-W-X-Y-Z, é CORRETO afirmar que a sequência
de letras que completa a tabela 2 é: a)

TABELA 1
A G E C b)
D J H F

TABELA 2 c)
G N L I

d)
a) J M O Q
b) J P Q L
c) J Q O L e)
d) M S O Q

3
-7
86
11. (FUMARC – 2017) Seguindo a sequência COPANORCOPA- 16. (FUMARC – 2018) Renato está sempre desenhando e colorin-
NORCOPANOR..., a 128a letra será do triângulos na seguinte ordem:
.6
34
a) A
.5

b) C
94

c) O
-0

d) P
s

Qual o próximo triângulo que ele irá fazer?


tin
ar

12. (FUMARC – 2017) A sequência numérica de nove termos (1, 2,


M

4, 7, 11, 16, 22, 29, X) obedece a um padrão lógico de formação. Se a)


ra

X representa o último termo dessa sequência, então é CORRE-


ei

TO afirmar que o valor de X é igual a:


liv

a) 37
O

b) 42 b)
de

c) 51
a

d) 67
an
Lu

c)
13. (FUMARC – 2017) Nos quatro triângulos a seguir, o número
situado no interior de cada um deles é obtido através de uma
mesma sequência de operações matemáticas.
d)

e)

Nessas condições, é CORRETO afirmar que os valores de x, y e z


são, respectivamente, iguais a:
a) 5, 4, 45
17. (FUMARC – 2018) O Triângulo de Sierpinsky é um fractal
b) 3, 7, 20
criado a partir de um triângulo equilátero, da seguinte forma:
c) 5, 7, 30 divide-se cada lado do triângulo ao meio, unem-se estes pontos
162 d) 7, 3, 30 médios e forma-se um novo triângulo equilátero.
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21. (FUMARC – 2018) Analise os seguintes argumentos:

RACIOCÍNIO LÓGICO
I. Se estudasse todo o conteúdo, então seria aprovado em
Estatística. Fui reprovado em Estatística. Concluímos que
não estudei todo o conteúdo.
II. Todo estudante gosta de Geometria. Nenhum atleta é estu-
Se continuarmos o processo, quantos triângulos brancos have- dante. Concluímos que ninguém que goste de Geometria é
rá no Estágio 10? atleta.
a) 9.841 III. Toda estrela possui luz própria. Nenhum planeta do sistema
b) 16.683 solar possui luz própria. Concluímos que nenhuma estrela é
um planeta.
c) 29.524
Considerando os argumentos I, II e III, é CORRETO afirmar que
d) 59.049
a) apenas II é válido.
e) 88.573
b) apenas I e III são válidos.
c) apenas II e III são válidos
d) I, II e III são válidos.

Æ SUDOKU E JOGOS SIMILARES


18. (FUMARC – 2016) Completando o quadrado mágico abaixo, 22. (FUMARC – 2018) Se todo professor é estudioso e existem
de modo que todas as linhas, colunas e diagonais tenham sem- artistas que são professores, então, partindo dessas premissas
pre a mesma soma, encontramos os valores de P e Q. lógicas, é CORRETO concluir que
Sendo assim, a diferença P - Q será dada por: a) existem artistas que são professores.
b) existem professores que não são estudiosos.
Q P c) todo artista é professor.
6 2 -2 d) todo estudioso é artista.
4

a) 14 23. (FUMARC – 2018) Considere os argumentos lógicos I, II e III


a seguir:
b) 18
c) 6 I. Se todos os estudantes gostam de Matemática, e nenhum
atleta é estudante, concluímos que ninguém que goste de
d) -6 Matemática seja um atleta.
II. Todos os engenheiros são estudiosos. Nenhum trabalhador

3
braçal é estudioso. Concluímos que nenhum trabalhador

-7
19. (FUMARC – 2016) Completando o quadrado mágico abai- braçal é engenheiro.

86
xo, de modo que todas as linhas, colunas e diagonais tenham III. Se as leis são boas e seu cumprimento é rigoroso, a crimina-
.6
a mesma soma, encontramos os valores de A, B, C, D e E cuja
lidade diminui. Se o cumprimento rigoroso das leis diminui
34
soma é igual a
a criminalidade, então nosso problema atual é de ordem
.5

prática. Portanto, nosso problema atual é de ordem prática.


94

A B C
Diante desses argumentos, é CORRETO afirmar que
-0

6 2 -2 a) apenas II é um argumento válido.


s
tin

4 D E b) apenas III é um argumento válido.


ar

c) I e II são argumentos válidos.


M

a) 0 d) I e III são argumentos válidos.


ra

b) 8
ei

c) 12
liv

d) 28 24. (FUMARC – 2016) Dadas as premissas:


O

Todas as plantas verdes têm clorofila. Algumas plantas que têm


de

clorofila são comestíveis.


a
an

Então, é CORRETO afirmar que a conclusão que constrói um


argumento válido partindo dessas premissas é:
Æ DIAGRAMAS LÓGICOS, PROPOSIÇÕES
Lu

a) Algumas plantas comestíveis têm clorofila.


CATEGÓRICAS, NEGAÇÃO DE
QUANTIFICADORES b) Algumas plantas verdes são comestíveis.
c) Todas as plantas que têm clorofila são comestíveis.
20. (FUMARC – 2016) Considerando os argumentos lógicos: d) Todas as plantas verdes são comestíveis.
I. Alguns uruguaios são pobres. Alguns pobres são mendigos.
Logo, todos os uruguaios são mendigos.
II. Todos os alemães são europeus. Nietzche foi um filósofo
25. (FUMARC – 2018) Considere os argumentos lógicos I, II e III
alemão. Logo, Nietzche era europeu.
a seguir:
III. Todo mineiro é brasileiro e todo curvelano é mineiro. Então
I. Todos os gatos são felinos e todos os felinos são ferozes.
todo curvelano é brasileiro.
Concluímos que todos os gatos são ferozes.
É CORRETO afirmar que:
II. Todo médico é músico. Algum médico não é professor. Con-
a) I e II são argumentos válidos. cluímos que algum músico não é professor.
b) II e III são argumentos válidos. III. Se todo professor é estudioso e existem atletas que são pro-
c) I e III são argumentos válidos. fessores, concluímos que existem atletas que são estudiosos.
d) Apenas III é um argumento válido. É CORRETO afirmar: 163
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a) Todos os argumentos são válidos. III. Se nenhum médico é comerciante e nenhum médico é
b) II e III são argumentos válidos. infalível, concluímos que nenhum comerciante é infalível.
c) I e II são argumentos válidos. É CORRETO afirmar que apenas
d) Apenas o argumento III é válido. a) I e II são argumentos válidos.
b) II e III são argumentos válidos.
c) o argumento I é válido.
26. (FUMARC – 2018) Dada a proposição lógica: “Todo profes- d) o argumento III é válido.
sor de Matemática é muito rigoroso”, é CORRETO afirmar que a
negação logicamente construída dessa proposição é:
a) Nenhum professor de Matemática é muito rigoroso.
31. (FUMARC – 2017) Se todo carioca é brasileiro e existem fla-
b) Pelo menos um professor de Matemática é pouco rigoroso.
menguistas que são cariocas, então, partindo dessas premissas
c) Todas as professoras de Matemática são muito rigorosas. lógicas, é CORRETO concluir que
d) Todo professor de Matemática não é muito rigoroso. a) existem flamenguistas que são brasileiros.
b) todo brasileiro é carioca.
c) todo flamenguista é brasileiro.
27. (FUMARC – 2018) Considere os argumentos lógicos I, II e III
a seguir: d) todo flamenguista é carioca.
I. Existem arquitetos que são famosos. Todas as pessoas
famosas são ricas, logo existem arquitetos que são ricos.
II. Se gosto de álgebra, entendo a geometria. Eu gosto de álge- 32. (FUMARC – 2017) Se A e B são conjuntos e se
bra ou estudo lógica. Se não entendo geometria, então estu- p: "para todo x pertencente a A, existe y pertencente a B tal que
do lógica. x = y2"
III. Todos os brasileiros são alfabetizados. Existem argentinos
É uma afirmação lógica, então ~𝑝 representa sua respectiva
alfabetizados, logo existem argentinos que são brasileiros.
negação.
É CORRETO afirmar que
Assim sendo, é CORRETO afirmar que ~𝑝 é a afirmação:
a) I e II são argumentos válidos.
a) Existe 𝑥 pertencente a A, tal que, para todo y pertencente B,
b) I e III são argumentos válidos. 𝑦 = √𝑥
c) II e III são argumentos válidos.
b) Existe 𝑥, tal que, para todo 𝑦 pertencente a B, 𝑥 é diferente de
d) apenas o argumento II é válido. 𝑦²
c) Para todo 𝑥 pertencente a A, existe 𝑦 pertencente a B, tal que
𝑥 é diferente de 𝑦²
28. (FUMARC – 2017) Considere os argumentos lógicos I, II e III

3
d) Para todo 𝑥 pertencente a A, não existe 𝑦 pertencente a B, tal

-7
a seguir:
que 𝑥 = 𝑦²

86
I. Nenhum planeta possui luz própria. Todas as estrelas pos-
suem luz própria. Concluímos que nenhum planeta é uma
.6
34
estrela.
.5

33. (FUMARC – 2017) Considere os argumentos lógicos I, II e III


II. Todo pensamento é um raciocínio. Todo raciocínio é lógico.
94

Concluímos que todo pensamento é lógico. a seguir:


-0

III. Se toda criança é feliz e nenhum ser humano é infalível, I. Se gosto de pimenta, então como feijão. Gosto de pimenta
concluímos que todo ser humano é feliz. ou como arroz. Não como feijão. Logo, como arroz.
s
tin

É CORRETO afirmar que II. Se faço caminhadas, então não sou atleta. Se não jogo vôlei,
ar

então jogo basquete. Sou atleta, logo jogo basquete.


a) Apenas o argumento I é válido.
M

b) Apenas o argumento III é válido. III. Adolescentes são pessoas imaturas. Ninguém é responsá-
ra

vel, é permitido dirigir em alta velocidade. Pessoas imatu-


c) I e II são argumentos válidos.
ei

ras são responsáveis. Logo, os adolescentes não dirigem em


liv

d) II e III são argumentos válidos. alta velocidade.


O

É CORRETO afirmar que apenas


de

a) II e III são argumentos válidos.


29. (FUMARC – 2017) Dada a proposição lógica:
a

b) I e III são argumentos válidos.


an

“Alguns políticos são filiados a partidos”,


Lu

c) I e II são argumentos válidos.


é CORRETO afirmar que a negação logicamente construída des-
sa proposição é: d) I é um argumento válido.
a) Nenhum político não é filiado a partidos.
b) Não existem políticos que não são filiados a partidos.
c) Não existem políticos filiados a partidos. 34. (FUMARC – 2018) A alternativa que contém um argumento
logicamente válido é:
d) Alguns políticos não são filiados a partidos.
a) Alguns políticos são ricos. Alguns ricos são desonestos.
Logo, alguns políticos são desonestos.
b) Existem professores que falam francês. Todas as pessoas
30. (FUMARC – 2017) Considere os argumentos lógicos I, II e III
a seguir: que falam francês são bem-sucedidas. Concluímos que
existem professores que são bem-sucedidos.
I. Existem advogados que falam alemão. Todas as pessoas
que falam alemão são bem sucedidas profissionalmente. c) Nenhum argentino é africano. Nenhum africano é sul-a-
Concluímos que existem advogados que são bem sucedidos mericano. Logo, nenhum argentino é sul-americano.
profissionalmente. d) Todos os espanhóis são europeus. Fernando Pessoa não
II. Alguns portugueses são ricos. Alguns ricos são corruptos. era espanhol. Concluímos que Fernando Pessoa não era
164 Concluímos que alguns portugueses são corruptos. europeu.
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Æ EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS (INCLUI NEGAÇÃO 41. (FUMARC – 2014) Sendo p e q duas proposições, então é

RACIOCÍNIO LÓGICO
CORRETO afirmar que a proposição composta equivalente a 𝑝
DE PREPOSIÇÕES COMPOSTAS)
→𝑞é
35. (FUMARC – 2018) Duas proposições compostas são equiva- a) 𝑞 → 𝑝
lentes se seus valores lógicos são iguais. b) ~𝑞 → 𝑝
Considerando que p e q são proposições lógicas, então é COR- c) ~𝑝 → 𝑞
RETO afirmar que a proposição (p Ʌ ~ q) é equivalente a:
d) ~𝑞 → ~𝑝
a) ~(p → ~q)
b) ~(p → q)
c) ~(p V q)
d) ~q → ~p Æ OPERAÇÕES LÓGICAS (REPRESENTAÇÃO
SIMBÓLICA; DIFERENÇA ENTRE PROPOSIÇÃO
SIMPLES E COMPOSTA)
36. (FUMARC – 2016) Dada a proposição lógica: “Se hoje é quin-
ta-feira então amanhã é feriado”, é CORRETO afirmar que a 42. (FUMARC – 2018) No universo dos números naturais, consi-
negação logicamente construída dessa proposição é: deram-se duas propriedades p e q:
a) Hoje não é quinta-feira e amanhã não é feriado. p: n é um número natural múltiplo de 3
b) Hoje não é quinta-feira e amanhã é feriado. q: a soma dos algarismos de n é um número natural divisível por
3.
c) Hoje é quinta-feira e amanhã não é feriado.
Nessas condições, é CORRETO afirmar que a relação de impli-
d) Hoje é feriado e amanhã é quinta-feira.
cação lógica entre as propriedades p e q é:
a) ~ p ⇒ q
b) p ⇒ q
37. (FUMARC – 2018) A negação da afirmação condicional “se
estiver chovendo, então eu levo minha sombrinha” é: c) p ⇔ q
a) Está chovendo e eu não levo minha sombrinha. d) q ⇒ p
b) Não está chovendo ou eu levo minha sombrinha.
c) Não está chovendo, então eu não levo minha sombrinha.
43. (FUMARC – 2016) No universo dos números naturais, consi-
d) Se não estiver chovendo, então eu levo minha sombrinha. deram-se duas proposições:
p: n é um número natural par
q: n é um número natural divisível por dois

3
-7
38. (FUMARC – 2017) Dada a proposição lógica: “O candidato é
Nessas condições, é CORRETO afirmar que a implicação lógica

86
economista e psicólogo”, é CORRETO afirmar que a negação
entre as proposições p e q é representada por:
.6
logicamente construída dessa proposição é:
a) ~p ↔ q
34
a) O candidato é economista, mas não é psicólogo.
.5

b) ~q → p
b) O candidato não é economista e não é psicólogo.
94

c) p ↔ q
c) O candidato não é economista e psicólogo.
-0

d) p → q
d) O candidato não é economista ou não é psicólogo.
s
tin
ar

44. (FUMARC – 2014) Considere o enunciado: “Se um número


M

39. (FUMARC – 2018) Se p e q são proposições lógicas, então é natural é divisível por nove, e a soma dos valores absolutos de
ra

CORRETO afirmar que a negação da disjunção (p v q) é repre- seus algarismos é um múltiplo de nove, concluímos que o resto
ei

sentada por: da divisão de 212.384.219.544 por nove é zero”.


liv

a) ~(p V q) ⇔ ~p V ~q A representação lógica que permite construir a tabela-verdade


O

b) ~(p V q) ⇔ ~p Ʌ ~q que corresponde a esse enunciado é:


de

c) ~(p V q) ⇔ ~p V q a) (p ∨ q) ⟷ r
a
an

d) ~(p V q) ⇔ p Ʌ ~q b) (p → q) → r
Lu

c) ~ (p → q) → r
d) (p → q) ⟷ ~ r
40. (FUMARC – 2014) Dadas as proposições:
I. Todo número inteiro primo é ímpar.
II. mdc (2,3) = 1 ou mmc (2,3 ) ≠ 6
É CORRETO afirmar que as negações das proposições I e II são, Æ EXERCÍCIOS ENVOLVENDO DATAS E
respectivamente: CALENDÁRIOS
a) Algum número inteiro primo é ímpar; mdc(2,3) ≠ 1 ou
mmc(2,3) ≠ 6 45. (FUMARC – 2016) A semana de trabalho de Mauro vai de
segunda a sexta-feira. Ele tem dois dias de folga.
b) Existe um número inteiro primo e par; mdc(2,3) ≠ 1 e
Quais são estes dias?
mmc(2,3) = 6
a) Domingo e Terça-feira.
c) Nenhum número inteiro primo é par; mdc(2,3) ≠ 1 e
mmc(2,3) ≠ 6 b) Sábado e Quinta-feira
d) Não existe um número inteiro primo e par; mdc(2,3) ≠ 1 ou c) Sábado e Domingo.
mmc(2,3) = 6 d) Terça e Quarta-feira. 165
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46. (FUMARC – 2016) Pedro decidiu correr, regularmente, de 51. (FUMARC – 2016) Se a > b, então c > d. Se c > d, então f > a. Ora,
quatro em quatro dias sem interrupções por feriados ou finais se a > b, logo é CORRETO concluir logicamente que:
de semana. Começou a fazê-lo em um sábado; nadou pela a) a > c
segunda vez na quarta feira seguinte e assim sucessivamente. b) a > d
Nesse caso, na centésima vez em que Pedro for correr, será c) b > c
a) quarta-feira. d) f > b
b) segunda-feira.
c) sexta-feira.
d) terça-feira. 52. (FUMARC – 2016) Considere os argumentos lógicos I, II e III
a seguir:
I. Se caminho pela manhã, então não faço dieta. Se não corro,
jogo vôlei. Faço dieta. Logo, jogo vôlei.
47. (FUMARC – 2017) Pedro decidiu praticar atividade física
II. Se gosto de álgebra, entendo o teorema. Eu gosto de álgebra
regularmente, de quatro em quatro dias. Ele iniciou suas ativi-
ou vou viajar. Se não entendo o teorema, então vou viajar.
dades em um sábado; voltou a praticar a atividade, pela segunda
vez, numa quarta-feira seguinte e assim sucessivamente. Pedro III. Se o funcionário contratado é experiente, não é incompe-
será padrinho de casamento de um grande amigo que mora em tente. O funcionário contratado comete muitos erros. Um
outra cidade. Ele percebeu que a centésima vez em que deverá indivíduo competente não comete muitos erros. Logo, o
funcionário contratado não é experiente.
praticar a atividade física coincidirá com a data do casamento
de seu amigo. Sendo assim, ele deverá remanejar seus exercí- É CORRETO afirmar que
cios físicos para outro dia, pois a data do casamento será uma a) I e II são argumentos válidos.
a) segunda-feira. b) I e III são argumentos válidos.
b) quarta-feira. c) II e III são argumentos válidos.
c) quinta-feira. d) apenas o argumento II é válido.
d) sexta-feira.

53. (FUMARC – 2014) Considere os conjuntos X, Y, W, P, T e as


proposições:
48. (FUMARC – 2013) Se a festa de aniversário de Ana, que é 25
X Ϲ Y → X Ϲ W.
de dezembro, fosse comemorada num domingo, em que dia da
semana se festejaria o aniversário de Ana quatro anos depois? X Ϲ P → X Ϲ T.
a) Domingo. X₵Y→XϹP
b) Segunda-feira. Ora, X ₵ T, então é CORRETO concluir que
a) X ₵ Y e X Ϲ P

3
c) Sexta-feira.

-7
b) X Ϲ P e W Ϲ P
d) Sábado.

86
c) X ₵ P e X Ϲ Y .6
d) W Ϲ T e X ₵ Y
34
.5

49. (FUMARC – 2018) Um calendário digital marca do 1/1 até o


94

dia 31/12. Quantas vezes por ano o mostrador apresenta todos


-0

os algarismos iguais?
a) 6 Æ ORIENTAÇÃO NO PLANO, NO ESPAÇO E NO
s
tin

b) 10 TEMPO
ar

c) 12
M

54. (FUMARC – 2018) Um robô é programado para descrever


d) 15 determinados movimentos de comando e parar em um deter-
ra

e) 24 minado ponto designado, no mapa nomeado “pista quadricula-


ei

da”, a seguir por A, B, C ou D. O robô é colocado num certo ponto


liv

sobre a pista quadriculada (indicado por uma seta), como mos-


O

tra a figura, e ativado para descrever os seguintes comandos:


de
a

Æ ARGUMENTOS – MÉTODOS DECORRENTES DA


an

TABELA VERDADE
Lu

50. (FUMARC – 2016) Analise os argumentos lógicos I, II e III


apresentados a seguir,
I. Todos os números naturais divisíveis por 2 e 3 são divisíveis
por 6. O número 12.243.210 é divisível por 6, logo 2 e 3 são
divisores de 12.243.210.
II. Existem índios que são antropófagos. Todos os tubarões são
antropófagos, logo existem índios que são tubarões.
III. Alguns brasileiros são pobres. Alguns pobres são mendigos,
logo todos os brasileiros são mendigos.
É CORRETO afirmar que: Obs.: 1 passo corresponde ao comprimento de um dos lados dos
a) I é um argumento válido. quadradinhos da pista.
b) I e II são argumentos válidos. Começando a partir do ponto indicado pela seta da área qua-
driculada, de frente para a pista, caminhando apenas sobre as
c) I e III são argumentos válidos. linhas e seguindo as instruções fornecidas, qual a letra que cor-
166 d) II e III são argumentos válidos responde ao ponto final desta trajetória?
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a) A Æ PROBLEMAS ENVOLVENDO PALITOS

RACIOCÍNIO LÓGICO
b) B
60. (FUMARC – 2018) Brincando com palitos, Luiza percebeu
c) C
que, com 6 palitos, só era possível formar um retângulo, confor-
d) D me a figura a seguir.

55. (FUMARC – 2017) Em uma rua do município de “Sempre


Viva” existem dez casas. Cinco casas em cada lado. A primeira
casa do lado direito tem o número 34. Qual será o número da
última casa do lado esquerdo se, de um lado, os números são
pares e, do outro, ímpares.
a) 36
b) 41 Se ela conseguir mais 8 palitos, quantos retângulos diferentes
c) 42 podem ser formados usando os palitos?
d) 43 a) 3
b) 6
c) 7
d) 11
Æ ASSOCIAÇÃO DE INFORMAÇÕES e) 14

56. (FUMARC – 2015) Três bolas A, B e C foram pintadas cada


uma de uma única cor: branco, vermelho e azul, não necessa-
riamente nessa ordem. Se a bola A não é branca nem azul, a
bola B não é vermelha e a bola C não é azul, então é CORRETO
afirmar que as cores das bolas A, B e C são, respectivamente: GABARITO
a) azul, branco e vermelho.
b) branco, vermelho e azul.
c) vermelho, branco e azul. 1 B 31 A
d) vermelho, azul e branco. 2 A 32 B
3 D 33 D
4 C 34 B
57. (FUMARC – 2014) Fabrício é mais alto que José e José é mais
alto que Adão. Qual dos três é mais baixo? 5 D 35 B

3
a) O mais baixo é Adão. 6 B 36 C

-7
86
b) O mais baixo é José. 7 B 37 A
c) O mais alto é Fabrício. .6
8 D 38 D
34
d) Todos são altos.
9 B 39 B
.5
94

10 C 40 B
-0

11 C 41 D
s

Æ RACIOCÍNIO CRÍTICO 12 A 42 C
tin

13 D 43 C
ar

58. (FUMARC – 2014) O texto a seguir constrói um argumento:


M

É lógico que o time A é o melhor time do atual campeonato bra- 14 B 44 B


ra

sileiro de futebol, uma vez que o referido time tem o melhor 15 A 45 C


ei

ataque, sua defesa é a defesa menos vazada e, além disso, tal


liv

time possui o maior número de pontos ganhos na tabela geral 16 E 46 A


O

do campeonato. 17 C 47 B
de

A conclusão do argumento construído nesse texto é que o time A


18 A 48 C
a) é o melhor time do atual campeonato brasileiro de futebol.
a

19 B 49 C
an

b) possui o maior número de pontos ganhos no campeonato


Lu

brasileiro de futebol. 20 B 50 A
c) tem a melhor defesa do atual campeonato brasileiro de 21 B 51 D
futebol
22 A 52 D
d) tem o melhor ataque do atual campeonato brasileiro de
futebol. 23 A 53 C
24 A 54 B
25 A 55 D
26 B 56 D
Æ TAUTOLOGIA, CONTRADIÇÃO E CONTINGÊNCIA
27 A 57 A
59. (FUMARC – 2014) Sendo p e q proposições e 𝑣: ~ (𝑝 ^ 𝑞) ↔ (~𝑝 28 C 58 A
v ~𝑞), é CORRETO afirmar que 𝑣 representa uma
29 D 59 D
a) conjunção.
b) contradição. 30 C 60 A
c) disjunção.
d) tautologia. 167
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ANOTAÇÕES

3
-7
86
.6
34
.5
94
-0
s
tin
ar
M
ra
ei
liv
O
de
a
an
Lu

168
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