Famacologia aplicada as DTMs
Rafael Oliveira 2022
DTM
• O termo “disfunções temporomandibulares” (DTM) é uma
denominação genérica para um subgrupo de dores orofaciais que
se caracteriza pelo largo espectro de sinais clínicos musculares e
articulares, relacionados ao sistema estomatognático.
Araujo et al., 2019
DTM
• A dor e/ou alterações funcionais manifestam-se
através da tríade da DTM:
• Dor ou sensibilidade nos músculos da
mastigação e na região da articulação
temporomandibular (ATM),
• Ruídos articulares
• Limitação dos movimentos mandibulares.
Araujo et al., 2019
DTM
• Etiologia complexa;
• Não há uma única etiologia que justifique todos os sinais e sintomas;
• Não existe um tratamento único que seja efetivo em todas as
situações o que corrobora com a idéia que as desordens têm múltiplas
causas e não há um tratamento único que afete todas as causas.
Okeson, 2013
FATORES ETIOLÓGICOS SUBJACENTES ÀS DTMs
• Pelo menos cinco fatores estão associados à DTM;
• Condição oclusal;
• Trauma;
• Estresse emocional;
• Fontes de estímulo de dor profunda;
• Atividades parafuncionais.
Okeson, 2013
DTM
• As dores orofaciais se destacam dentre
as formas mais comuns de dor
crônica.
Araujo et al., 2019
DTM
• Depois da dor facial de origem odontogênica, as DTM
representam uma das causas mais comuns de dores na
boca e na face, tendo potencial para produzir dor
persistente (crônica) e impacto significativo na saúde
pública.
• Afeta principalmente a população brasileira feminina
(30%), sendo a segunda condição mundial mais comum de
dor musculoesquelética com caráter incapacitante, após a
dor lombar crônica.
(AHMAD, SCHIFFMAN 2016; SCHIFFMAN, OHRBACH et al., 2014)
TERAPIA FARMACOLÓGICA APLICADA À DTM
• Não há “guia farmacológico para a
abordagem da dor nas DTM”, o que seria um
equívoco por conta de sua etiologia
multifatorial.
Araujo et al., 2019
TERAPIA FARMACOLÓGICA APLICADA À DTM
• Um racional farmacológico é mecanismo de
ação dos principais fármacos empregados na
clínica odontológica para o tratamento da
dor no espasmo muscular agudo e na dor
miofascial crônica.
•
Araujo et al., 2019
TERAPIA FARMACOLÓGICA APLICADA À DTM
• O cirurgião-dentista deve estar ciente que o protocolo a ser utilizado é
de competência e responsabilidade exclusiva do mesmo.
• Até o presente, não há um protocolo terapêutico reconhecidamente
efetivo na abordagem farmacológica das DTM.
Araujo et al., 2019
TERAPIA FARMACOLÓGICA APLICADA À DTM
• Fármacos normalmente aplicados na clínica odontológica para
tratamento farmacológico das DTMs:
• Analgésicos não opióides.
• Anti-inflamatórios não esteróides (AINEs).
• Analgésicos opióides.
• Anestésicos locais.
• Relaxantes musculares.
• Anti-inflamatórios esteróidais (glicocorticóides).
• Antidepressivos tricíclicos (ADT).
• Ansiolíticos benzodiazepínicos (BZD). Araujo et al., 2019
ANALGÉSICOS NÃO OPIÓIDES
• DIPIRONA
• PARACETAMOL
• CAPSAICINA
Araujo et al., 2019
ANALGÉSICOS NÃO OPIÓIDES
• DIPIRONA
• Mecanismo de ação ainda não determinado;
• Propõem-se o bloqueio de canais de cálcio, a estimulação de
receptores canabinoides e a ativação das vias serotoninérgicas e
noradrenérgica descendentes.
• Ideal que não exceda o período de três dias.
Araujo et al., 2019
ANALGÉSICOS NÃO OPIÓIDES
• PARACETAMOL
• Evidências apontam para uma ação direta no sistema nervoso
central (SNC), através da ativação da via serotoninérgica
descendente.
Araujo et al., 2019
ANALGÉSICOS NÃO OPIÓIDES
• CAPSAICINA
• Interage com o receptor de potencial transitório do tipo vaniloide 1 (TRPV1)
presente em neurônios sensoriais de fibras C.
• A exposição crônica à capsaicina primeiramente estimula e, em seguida,
dessensibiliza o canal para a capsaicina e diversos outros estímulos nocivos.
• A capsaicina também causa depleção local da substância P, um
neuropeptídio endógeno envolvido na percepção sensorial e na transmissão
da dor.
• OBS. Síndrome da ardência bucal.
Araujo et al., 2019
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTERÓIDES(AINEs)
• NAPROXENO
• DICLOFENACO
• CELECOXIB
• NIMESULIDA
Araujo et al., 2019
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTERÓIDES(AINEs)
• Atuam primariamente por meio da inibição do sistema enzimático
de endoperóxido sintases, mais conhecido como ciclo-oxigenases
(COX).
• A COX-1 e a COX-2 diferem quanto à sensibilidade de inibição
pelos AINEs.
Araujo et al., 2019
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTERÓIDES(AINEs)
• NAPROXENO e DICLOFENACO
• Inibidores não seletivos da COX.
• Os efeitos adversos mais frequentes dos AINEs inibem a COX 1
presente na mucosa gastrointestinal são uma série
de efeitos adversos com diversas gravidades, desde a dor
abdominal, diarreia e dispepsia até úlceras, hemorragias
gastrointestinais e perfuração.
Araujo et al., 2019
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTERÓIDES(AINEs)
• CELECOXIB
• Inibidores da COX-2.
• A inibição seletiva da COX-2 surgiu com o intuito de reduzir os
efeitos deletérios gastrintestinais de uma inibição não seletiva; em
contrapartida, a inibição exclusiva da COX-2 associou-se a sérios
eventos cardiovasculares, por causar um desequilíbrio entre a
produção de prostaciclina e tromboxano.
Araujo et al., 2019
ANALGÉSICOS OPIÓIDES
• Analgésicos opioides são indicados para alívio de dores
moderadas a intensas, particularmente de origem visceral.
• Em doses terapêuticas são razoavelmente seletivos, não havendo
comprometimento de tato, visão, audição ou função intelectual.
• CODEÍNA
• TRAMADOL
Araujo et al., 2019
ANALGÉSICOS OPIÓIDES
• CODEÍNA
• Agonistas dos receptores opioides da família µ , em nível
medular e supramedular.
• Inibem a liberação de transmissores nociceptivos (como a
substância P e o glutamato) pelos terminais pré-sinápticos da
medula espinal e tronco encefálico e, diminuem os efeitos pós-
sinápticos desses transmissores.
Araujo et al., 2019
ANALGÉSICOS OPIÓIDES
• TRAMADOL
• Agonistas dos receptores opioides da família µ , em nível medular e
supramedular.
• Inibem a liberação de transmissores nociceptivos (como a substância P e
o glutamato) pelos terminais pré-sinápticos da medula espinal e tronco
encefálico e, diminuem os efeitos pós-sinápticos desses transmissores.
• Também é um inibidor de recaptação da noradrenalina e da serotonina.
• CUIDADO COM O EFEITO IONOTRÓPICO NO CORAÇÃO ( aumento
de força de contração do músculo cardíaco)
Araujo et al., 2019
ANESTÉSICO LOCAL
• O mecanismo de ação baseia-se na "teoria do
receptor específico", segundo a qual o
ANESTÉSICO LOCAL, na sua forma não ionizada,
atravessa a membrana do axônio e penetra na
célula nervosa.
• No interior da célula nervosa, a molécula se liga a
receptores específicos nos canais de sódio,
reduzindo ou impedindo a entrada de íon na célula.
• Isso resulta no bloqueio da condução nervosa e,
consequentemente, na percepção da dor.
• Ex. : LIDOCAÍNA
Araujo et al., 2019
ANESTÉSICO LOCAL
• A anestesia local, quando usada corretamente é segura e quase
não apresenta efeitos secundários, no entanto, em doses elevadas
pode ter efeitos tóxicos, podendo afetar o coração e a respiração
ou comprometer a função cerebral, já que doses elevadas podem
atingir a corrente sanguínea.
Araujo et al., 2019
RELAXANTES MUSCULARES
• Os relaxantes musculares são úteis para pacientes que têm
contratura muscular ou alteração do sono devido à dor.
• O relaxamento muscular ocorre devido à ação em circuito
polissináptico da medula espinal e do tronco encefálico.
• Mais estudos são necessários para documentar a eficácia de RM
para dor orofacial em comparação ao placebo, e também avaliar as
propriedades sedativas para ajudar a diferenciá-las das
propriedades específicas de relaxamento muscular.
Araujo et al., 2019
RELAXANTES MUSCULARES
• TIZANIDINA
• CICLOBENZAPRINA
Araujo et al., 2019
RELAXANTES MUSCULARES
• TIZANIDINA
• Seu principal local de ação é a medula espinhal (SNC), através da
estimulação de receptores alfa-2 pré-sinápticos que resultam na inibição
da liberação do aminoácido excitatório glutamato.
• A transmissão do sinal aos interneurônios espinhais responsáveis pelo
tônus muscular excessivo é, então, inibida e o tônus muscular é reduzido.
• Adicionalmente à propriedade miorrelaxante, a tizanidina também
exerce efeito analgésico central moderado.
• Produz sonolência
•
Araujo et al., 2019
RELAXANTES MUSCULARES
• CICLOBENZAPRINA
• Seus efeitos refletem a ação sobre receptor de histamina (H )
1 ;
• Suprime o espasmo do músculo esquelético de origem local sem interferir
com a função muscular;
• Ou seja, não atua na junção neuromuscular ou diretamente na musculatura
esquelética;
• Reduz a atividade motora tônica, influenciando os neurônios motores alfa
e gama.
•
Araujo et al., 2019
RELAXANTES MUSCULARES
• A tizanidina e a cliclobenzaprina mostraram-se eficazes na melhora
da sintomatologia dolorosa muscular associada ao manejo do
autocuidado, no entanto não se mostraram superiores ao placebo
que foi administrado no estudo.
• Os efeitos adversos evidenciados nos estudos com tizanidina,
ciclobenzaprina e placebo foram: sonolência, boca seca e fadiga.
São efeitos que regridem transitoriamente em poucos dias.
Pereira et al. 2023
ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS ( GLICOCORTICÓIDES)
• Ligam-se ao receptor citoplasmático e desencadeiam seus efeitos,
por apresentarem uma estrutura química muito parecida com a do
hormônio endógeno (cortisol).
Araujo et al., 2019
ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS ( GLICOCORTICÓIDES)
• O complexo glicocorticoide-receptor (GR) é translocado para o
núcleo, ligando-se em sequências específicas do DNA,
denominadas elementos de resposta aos glicocorticoides (GRE),
dentro da região promotora de genes específicos.
• A interação GR-GRE resulta em mecanismos genômicos de:
• Transativação, bloqueando a liberação do ácido araquidônico
e sua subsequente conversão em eicosanoides.
• Transrepressão que inibe a transcrição dos genes da COX-2 e
das citocinas inflamatórias.
•
Araujo et al., 2019
ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS ( GLICOCORTICÓIDES)
• HIDROCORTISONA
• METILPREDNISOLONA
• BETAMETASONA
Araujo et al., 2019
ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS ( GLICOCORTICÓIDES)
• Os efeitos colaterais comuns incluem adelgaçamento da pele
com estrias e equimose, hipertensão arterial, níveis elevados de
açúcar no sangue, catarata, inchaço no rosto (rosto em forma
de lua cheia) e abdômen, afinamento dos braços e pernas, má
cicatrização de feridas, crescimento retardado em crianças,
perda de cálcio, osteoporose, insônia, depressão, acne,
hipertensão e até mesmo diabetes.
Araujo et al., 2019
ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS (ADT)
• Aumenta a disponibilidade de noradrenalina e a serotonina na
fenda sináptica, através da inibição da recaptação da
serotonina e noraepinefrina pelos receptores pré-sinápticos.
• O uso prolongado dos ADT, tais como a amitriptilina, diminui o
número de receptores pré-sinápticos α , interferindo na
2
neurotransmissão noradrenérgica.
• Este mecanismo de ação poderia explicar a ação dos efeitos
analgésicos observados na clínica.
Araujo et al., 2019
ANSIOLÍTICOS BENZODIAZEPÍNICOS (BZD)
• Os BZDs são ansiolíticos que se ligam e
potencializam a ação gabaérgica no complexo
receptor GABA (ácido gama-amino butírico)/
canal de cloretos (Cl ),
-
• Favorecendo a hiperpolarização celular através
do aumento de influxo de ânion para dentro das
células;
• Resultando na diminuição da propagação de
impulsos excitatórios.
Araujo et al., 2019
ANSIOLÍTICOS BENZODIAZEPÍNICOS (BZD)
• O DIAZEPAM e o CLONAZEPAM são os ansiolíticos mais
utilizados nas DTM e muitas vezes integrados ao tratamento da
dor miofascial crônica
• Possuem efeito de relaxante muscular, e também ação em
sintomas frequentemente associados a DTM como a ansiedade
e a alteração do padrão de sono.
OBS: crianças e idosos podem apresentar o chamado “efeito
paradoxal”, caracterizado por excitação, agressividade e
irritabilidade, mesmo em baixas doses ALMEIDA, FONSECA et al., 2016
ANTICONVULSIVANTES
• Gabapentina
• É mais utilizada em dores neuropáticas periféricas
• Também foi utilizada em pacientes com dor crônica
referente a DTM;
• A gabapentina revelou resultados significativos para os
sintomas de dor, hiperalgesia do músculo mastigatório e o
impacto da mialgia crônica diária.
PEREIRA ET AL. 2023
ANTICONVULSIVANTES
• Pregabalina
• Foi empregada em indivíduos com DTM aguda, o que
demonstrou a eficácia deste fármaco em produzir analgesia
em indivíduos com uma capacidade menor de modular os
níveis de dor3;
• Normalmente a pregabalina inibe a liberação do
neurotransmissor excitatório, por meio da ligação com a
subunidade alfa 2 dos canais de cálcio.
PEREIRA ET AL. 2023
TERAPIA FARMACOLÓGICA APLICADA À DTM
TOXINA BOTULÍNICA
• Um ponto que deve ser considerado pelo cirurgião-dentista
é que muitos medicamentos prescritos aos pacientes com
DTM são de uso off label , portanto não indicados na bula.
• Um bom exemplo na Odontologia é o uso da toxina
botulínica (BOTOX ), um parassimpaticolítico produzido a
®
partir de uma toxina da bactéria Clostridium botulinum.
• A literatura “sugere” que injeções de toxina botulínica
possam ser úteis no alívio da dor de pacientes com
bruxismo e DTM. Araujo et al., 2019
TERAPIA FARMACOLÓGICA APLICADA À DTM
TOXINA BOTULÍNICA
• O racional farmacológico está associado à inibição da
liberação de CGRP e da substância P, neuropeptídeos
associados à sensação dolorosa.
• Porém, de acordo com o bulário eletrônico da ANVISA,
não há indicação da toxina botulínica para essas duas
condições dolorosas.
Araujo et al., 2019
TERAPIA FARMACOLÓGICA DO ESPASMO MUSCULAR AGUDO
• O espasmo muscular agudo nada mais é do que uma contração muscular, súbita e
involuntária, mantida por algum tempo.
• O músculo é encurtado, sendo que a dor aguda se manifesta quando ele é estendido.
• A abordagem farmacológica do espasmo agudo pode ser alcançada pelo bloqueio
anestésico de diagnóstico, feito no músculo com espasmo.
• O bloqueio anestésico poderá ser alcançado pela infiltração de 1 ml de solução de
LIDOCAÍNA 2% sem vasoconstritor, no músculo envolvido.
• A DIPIRONA é indicada, como terapia complementar, na dose de 500 mg a 1g, a
cada 4 horas, por via oral.
• DIPIRONA é um dos analgésicos mais populares porque está disponível para compra
sem necessidade de prescrição.
•
(RIZZATTI-BARBOSA, ANDRADE 2014)
TERAPIA FARMACOLÓGICA DO ESPASMO MUSCULAR AGUDO
• A abordagem farmacológica do espasmo muscular agudo inclui a
indicação de relaxantes musculares
• A TIZANIDINA poderá ser indicada para a administração oral noturna
(pois produz sonolência!) na dose de 2 mg, com aumento gradual até 4 mg,
não excedendo a dose máxima de 8 mg.
• Outra opção é a indicação da CICLOBENZAPRINA, por via oral, na dose
de 20 mg, a cada 12 horas, com aumento gradual até 40 mg, não
excedendo a dose máxima de 60 mg.
• Porém devido à sua ação atropínica, produz xerostomia contribuindo para
o desenvolvimento de cáries, doenças periodontais e candidíase oral.
•
(RIZZATTI-BARBOSA, ANDRADE 2014)
TERAPIA FARMACOLÓGICA DO ESPASMO MUSCULAR AGUDO
• Há r e l a t o s d e “ s í n d r o m e s e r o t o n i n é r g i c a” q u a n d o a
CICLOBENZAPRINA é administrada com os seguintes medicamentos:
inibidores da recaptação de serotonina, antidepressivos tricíclicos,
buspirona, meperidina, tramadol, medicamentos inibidores da
monoaminoxidase, bupropiona e verapamil.
• Os sinais desta síndrome incluem alterações no estado mental
(agitação, alucinações), aumento da frequência cardíaca, alterações
da pressão sanguínea, tremores, rigidez, náuseas, vômitos, diarreia ou
convulsões.
• Portanto, se esses sintomas e sinais surgirem, o relaxante muscular
deverá ser descontinuado imediatamente por conta destas interações
medicamentosas, potencialmente fatais.
(RIZZATTI-BARBOSA, ANDRADE 2014)
TERAPIA FARMACOLÓGICA NAS DOENÇAS DEGENERATIVAS DA ATM
• Os processos degenerativos que afetam a ATM são condições
patológicas de origem multifatorial e indefinida.
• A osteoartrite é a forma mais comum de artrite que afeta o esqueleto
humano e está relacionada com o aumento de carga mecânica, tensão
e traumatismos das articulações.
• É uma doença degenerativa focal, crônica e não inflamatória, que afeta
primariamente a cartilagem de articulações sinoviais.
(RIZZATTI-BARBOSA, ANDRADE 2014)
TERAPIA FARMACOLÓGICA NAS DOENÇAS DEGENERATIVAS DA ATM
• Como consequência da doença degenerativa, podem surgir
incongruências mecânicas localizadas, que interferem com os
movimentos suaves naturais da ATM.
• Osdeslocamentos do disco articular para anterior constituem um
quadro frequentemente associado às degenerações.
(RIZZATTI-BARBOSA, ANDRADE 2014)
TERAPIA FARMACOLÓGICA NAS DOENÇAS DEGENERATIVAS DA ATM
• Para o tratamento farmacológico da dor na ATM, embora os estudos
radomizados não sustentem o uso da maioria dos AINEs,
• Um estudo radomizado duplo-cego comparou os efeitos de
NAPROXENO em pacientes com dor resultante do deslocamento de
disco, com os efeitos de CELECOXIB e placebo.
• Os escores de dor entre 3 e 6 semanas diminuíram significativamente
no grupo NAPROXENO comparado com o placebo e o CELECOXIB.
• TA, DIONNE 2004
TERAPIA FARMACOLÓGICA NAS DOENÇAS DEGENERATIVAS DA ATM
• Em relação aos glicocorticoides, as injeções
intra-articulares utilizadas no tratamento de
doenças articulares degenerativas da ATM
foram muito usadas no passado, quando
não havia um adequado conhecimento dos
efeitos provocados, tais como o risco de
ocorrer destruição da cartilagem articular e
complicações infecciosas.
• Atualmente, as indicações dos
glicocorticoides estão bem restritas na
abordagem da dor orofacial. • TA, DIONNE 2004
TERAPIA FARMACOLÓGICA NAS DOENÇAS DEGENERATIVAS DA ATM
• Nos casos de dor não responsiva a nenhum tratamento farmacológico,
bem como na desativação de pontos-gatilho, pode-se recorrer a uma
injeção de 40 mg de ACETATO DE HIDROCORTISONA ou
METILPREDNISOLONA nos pontos-gatilho.
• Estão contraindicadas as injeções intra-articulares de glicocorticoides
quando o paciente fizer uso de anticoagulantes ou apresentar
distúrbios na coagulação, infecções locais ou sistêmicas ou alergia aos
agentes injetados
•
• ALMEIDA, FONSECA et al., 2016
TERAPIA FARMACOLÓGICA NAS DOENÇAS DEGENERATIVAS DA ATM
• No tratamento das seguintes condições: deslocamento agudo e
crônico do disco com redução e sem redução; osteoartrose;
osteoartrite e doença articular degenerativa recomenda-se as injeções
intra-articulares de HIALURONATO DE SÓDIO.
•A viscossuplementação da ATM com HIALURONATO DE SÓDIO
elimina ou diminui a dor proporcionando ganho funcional articular e
melhora a qualidade e a quantidade do líquido sinovial.
• GREENE, LASKIN 2014
TERAPIA FARMACOLÓGICA APLICADA À DTM
• Os distúrbios inflamatórios localizados da ATM normalmente
respondem muito bem às terapias locais (eliminação da causa em
combinação com a aplicação de calor úmido, movimentos suaves e
repouso), dispensando o uso de analgésicos ou AINES
RIZZATTI-BARBOSA, ANDRADE 2014
TERAPIA FARMACOLÓGICA APLICADA À DTM
• A sinovite ocorre em pacientes com artrite reumatoide ou outra
artropatia da ATM.
• O tratamento básico deste distúrbio, além das medidas fisioterápicas e
da dieta líquida, inclui o emprego de anti-inflamatórios, devido à
presença de mediadores pró-inflamatórios associados à inflamação no
líquido sinovial de ATM disfuncionadas.
• Nesses casos, a estratégia terapêutica mais apropriada baseia-se na
administração do glicocorticoide BETAMETASONA.
• A como a meia-vida biológica é longa, apresenta acentuada propriedade
de supressão do crescimento e da desmineralização óssea, não é indicada
na terapia anti-inflamatória crônica. RIZZATTI-BARBOSA, ANDRADE 2014
TERAPIA FARMACOLÓGICA APLICADA À DTM
• Enfim, até aqui podemos concluir que no tratamento farmacológico
dos sintomas dolorosos nas DTM é fundamental um bom estudo
semiológico, pois permitirá ao cirurgião-dentista presumir o
prognóstico e a prescrição adequada, uma vez que os sinais e os
sintomas poderão variar de um simples desconforto até uma dor
intensa.
• Além disto, a intensidade da dor descrita pelo paciente influirá
diretamente na escolha da classe farmacológica adequada, no período
de utilização e nos eventuais efeitos adversos Araujo et al., 2019
•
TERAPIA FARMACOLÓGICA APLICADA À DTM
• Apesar de ser uma das dores orofaciais mais comumente presente na
população, ainda há carência de conhecimento em relação ao
diagnóstico.
• O ideal seria que todo cirurgião-dentista, independente da
especialidade, conseguisse identificar de imediato a DTM, pois o
sucesso dos tratamentos odontológicos e farmacológicos depende do
diagnóstico prematuro.
Araujo et al., 2019
TERAPIA FARMACOLÓGICA APLICADA À DTM
• A busca por novas terapias complementares vem ganhando força:
exemplo disso é a inclusão do laser de baixa potência como
instrumento terapêutico nas síndromes dolorosas de origem
musculoesqueléticas.
Araujo et al., 2019
TERAPIA FARMACOLÓGICA APLICADA À DTM
• Em relação ao tratamento farmacológico, poucos candidatos
mostraram-se eficazes nos estudos radomizados.
• Os compostos mais antigos e os novos, como os canabinoides
recentemente liberados para comercialização no Brasil, precisam ser
mais estudados para serem aplicados na odontologia.
Araujo et al., 2019
TERAPIA FARMACOLÓGICA APLICADA À DTM
• O uso de contraceptivos orais é associado à dor nas desordens
temporomandibulares
Araujo et al., 2019
TERAPIA FARMACOLÓGICA APLICADA À DTM
• Há muito a ser estudado!
REFERÊNCIAS
• Okeson JP. Tratamento das desordens temporomandibulares e Oclusão. 7. ed. São Paulo:
Elsevier, 2013.
• Araujo AA, Amaral CC, Carvalho ELM, Azeredo LC, Villela CG. Disfunções temporomandibulare:
Atualização farmacológica.
• Pereira B L da S, Alves B P, Fiedler F P. O conhecimento da prescrição e o papel farmacológico em
disfunção temporomandibular para os cirurgiões-dentistas: revisão de literatura. BrJP. São Paulo,
2023 jan-mar;6(1):75-82