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Trabalho Final Professor Ivo

O trabalho discute o valor ético das escolhas pragmáticas, ressaltando a falha da razão em proporcionar uma ética universal que resolva conflitos humanos. Através de exemplos contemporâneos, como a alocação de recursos em hospitais durante crises, argumenta-se que a complexidade das situações exige uma abordagem pragmática que considere a utilidade e a diversidade das experiências humanas. O texto critica a dicotomia entre razão e emoção, defendendo que decisões éticas devem integrar ambos os aspectos para serem verdadeiramente eficazes.

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O trabalho discute o valor ético das escolhas pragmáticas, ressaltando a falha da razão em proporcionar uma ética universal que resolva conflitos humanos. Através de exemplos contemporâneos, como a alocação de recursos em hospitais durante crises, argumenta-se que a complexidade das situações exige uma abordagem pragmática que considere a utilidade e a diversidade das experiências humanas. O texto critica a dicotomia entre razão e emoção, defendendo que decisões éticas devem integrar ambos os aspectos para serem verdadeiramente eficazes.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO – CAMPUS GUARULHOS

ESCOLA DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS

Wagner Do Carmo Rodrigues De Souza

O VALOR ÉTICO DAS ESCOLHAS PRAGMÁTICAS.

SÃO PAULO
2022
Wagner Do Carmo Rodrigues De Souza

O VALOR ÉTICO DAS ESOLHAS PRAGMÁTICAS.

Trabalho final do segundo semestre ao departamento de


Filosofia – EFLCH da Universidade Federal de São
Paulo – Campus Guarulhos.

Prof. Ivo Da Silva Junior.

SÃO PAULO
2022
Temas contemporâneos de Filosofia II.
Professor: Ivo Da Silva Junior.

A ética pragmática.

A Razão na época do iluminismo, se consagrou como a salvadora deste mundo.


Substituta do antigo regime, ocupada, antes pela religião, a Razão não somente a destronou
como fez surgir um novo tipo de “fé”, a fé no universal, no absoluto, no individual – isto é, o
homem, naquele momento era senhor de suas ideias; o conhecimento já não era mais do
âmbito da revelação, mas sim, da esfera da inteligência. O homem, portanto era o produtor, o
criador - quem efetivamente fabricava o conhecimento -, não é sem razão, que nessa época a
infalibilidade divina foi substituída pela infalibilidade racional. A partir daí, os bastidores da
vida comum, as leis que regiam o cotidiano das pessoas, foram em sua grande maioria
resultados de exaustivas experimentações cientificas, fórmulas matemáticas, conceitos vindos
da química, física e da biologia, ou seja, tudo para que o homem se emancipasse das
superstições e atingisse o limiar de sua autonomia. Notadamente, nesse período que os valores
universais oferecidos pela Razão se inscreveram como os portadores da verdade – pois tais
valores prometiam libertar o homem de suas prisões ideológicas – para eleva-lo a condição de
superior e legitimador do próprio conhecimento.
Sendo assim, sublinhe-se o fato de que a razão não apenas, não cumpriu o que
prometeu: tonar o homem feliz, mas falhou em sua proposta como queria Kant, na ideia de
uma ética universal, em seu imperativo categórico, que acabaria com todos os conflitos e
sofrimentos. Contudo, a humanidade está muito distante dessas proposições, isso prova,
grosso modo que os viventes humanos têm necessidades não tão homogêneas como queria
insinuar o universalismo, e posto que, existam intenções legitimas de solidariedade e justiça,
talvez, isso não basta para resolver questões tão paradoxais e complexas que atravessam a
vida de milhões de pessoas.
Vamos imaginar uma situação que num grande hospital da rede pública da cidade de
São Paulo, é registrado uma quantidade superior de infectados pelo corona vírus em relação a
sua capacidade de atendimento e de vagas disponíveis naquele momento. Além disso, a
quantidade de medicamentos e aparelhos médicos também é inferior a quantidade de
pacientes que ali estão. O que fazer? Qual o critério de atendimento? Qual métrica seria a
mais justa nessa situação? Por idade? Por ordem de chegada? Por tempo de infecção? Quem
está apresentando mais sintomas? Quem tem mais chances de sobreviver? Visto desse modo,
constatamos que os valores são complexos, por isso mesmo, a tentativa de universaliza-los,
leva-os ao fracasso e ao desespero. Razão pela qual, a relevância de qual valor é o mais
importante não encontra parâmetro numa espécie de Razão universal, justamente porque as
situações que se desdobram, se desdobram em ocorrências particulares, concretas; e sendo
factual, cada pessoa, evocará para si, o direito ao atendimento, isto é, todos vão argumentar de
forma racional. Cada um defenderá o direito para ser atendido, tutelado pela razão. Neste
sentido, Rorty enfatiza: “A questão que nos importa, a nós, pragmatistas, não é saber se um
debate faz ou não sentido, se ele remente a problemas reais ou não reais, mas determinar se a
resolução desse debate terá um efeito na prática, se ele será útil”. 1
Em outras palavras, o que Rorty está dizendo é que não importa a substância teórica de
uma discussão, mas sim o efeito prático e útil que a resolução desse debate vai ocasionar. Aí
reside toda a pertinência do pragmatismo: sua utilidade na complexidade das ocorrências da
vida. Nessa perspectiva, sancionar pela luz Razão apenas os critérios ditos universais para
anuir quem deve ou não ser atendido como prioritário, é desconsiderar toda a problematização
do tema e se arvorar em soluções iminentemente enviesada que podem contemplar a uns em
detrimento de outros, sem aquiescer a todos o direito de falar. As dicotomias clássicas do
platonismo, segundo a visão pragmática, não conseguem cooptar no panorama atual os
dilemas éticos que perpassam à sociedade pós- moderna. Neste sentido que a ação
comunicativa nas palavras de Habermas 2, torna-se um elemento decisivo na esfera social. Na
medida em que não se trata mais de um “ente” valorativo de um paradigma onde todos estão
subsumidos como parte de um mesmo sistema, pelo contrário, nesse novo cenário, os agentes,
tornam-se agentes de valor, ou seja, existe uma necessidade de resposta que não pode mais ser
encontrada em instancias abstratas da Razão – senão, compartimentada pelos atores de uma
mesma situação comunicativa.
Quando os médicos buscam a resposta certa através das normas da Razão, visando
solucionar eventos que se articulam não mais com “dualismos” ou “dicotomias”, mas com o
plano do “múltiplo”, do “volátil”, do “descentralizado”, a rigor, não encontram as soluções;
visto que, a Razão é bilateral, pois sua diretriz só consegue responder até a zona fronteiriça da
lógica binária. Isso pressupõe – o princípio segundo o qual – que as demandas atuais exigem
uma posição menos racionalista, no sentido de universal, e mais úteis ou menos úteis no
espectro das diversidades que por sua vez, extrapolam qualquer tentativa de categorização.

1
ENGEL, Pascal e RORTY, Richard. Para que serve a verdade. São Paulo, 2008, p. 54
2
JURGEN, Habermas. Teoria do agir comunicativo. São Paulo, 2012, p. 33
É por isso que a junta médica ao deliberarem acerca de uma resposta que implique em
questões éticas que tenham de decidir a prioridade do atendimento, a ponto dessa decisão
determinar quem vive e quem morre, evidentemente, a resposta deverá ir ao encontro do
caráter ético da pergunta, qual seja, já que os recursos materiais são insuficientes para tratar a
todos, então, nem todos poderão ser salvos, mas alguns poderão ser salvos e, estes que estão
no espectro da possibilidade efetiva de serem tratados, serão quem de fato os médicos
despenderam os recursos materiais e técnicos na iminência de salvá-los da virulência do vírus.
É neste contexto que Rorty coloca em relevo a seguinte afirmação: “O propósito da
investigação é chegar a um acordo entre os seres humanos sobre o que fazer, criar um
consenso sobre os fins a serem atingidos e os meios usados para isso”. 3 Dito de outro modo, o
valor de uma ação pragmática, é moldada por um víeis prático de investigação, coerência e
método. Todavia, este método é antípoda do conceito de absoluto, outorgado por Platão e
outros, ou seja; embora, os detratores do pragmatismo tendem a defini-lo como relativistas,
esta caracterização não diz nada, pois, é vazia de sentido. Já que continuam a incorrer no
mesmo erro: recorrem a vocábulos dualistas. Desse modo, que se torna razoável, chamá-lo de
método flexível de análise com vistas a encontrar as melhores ou a melhor resolução de
problemas, que em última análise; tornaram-se insubmissos à uma única resposta de
pensamento. Isto, não significa que falta racionalidade na perspectiva pragmática, como se a
única via de se pensar racionalmente fosse pela perspectiva platônica: antitética desta
tradição, há outras vias: isto é, vias clandestinas de reflexão, de tal modo que o pensamento
sofre uma torção, tomando novas formas, metamorfoseando em novos espaços imagéticos –
manifestando outras linhas de criação; transgredindo territórios fundacionais, outrora erigido
pela Razão, mas agora, sob a égide disruptiva do necessário; do útil; do viável, na medida em
que à categoria do universal, vem perdendo sua referência magnânima – face à transigência
multicultural das “crises” que latentes ou manifestas, desafiam as forças intrínsecas do
homem, para tomar posições que assegurem não somente sua sobrevivência aqui e agora, mas
sua continuação, e uma possível permanência futura enquanto espécie, aqui, no planeta terra.
De acordo com decisões ditas “racionais”, a humanidade experimentou no seu curso,
eventos catastróficos e ingentes atrocidades que acabaram por evidenciar o quão tênue é a
linha que demarca a fronteira entre “verdade’, “razão”, “crença” e “valor”. A partir daí, outras
perguntas poderiam ser feitas, por exemplo: O que torna um ato racional? O que o torna
verdadeiro? Ou, o que faz de um ato, possuir um valor que se destaca perante outros? Em
suma: Quando que uma ação é considerada uma consequência ideológica de uma crença?
3
RORTY, Richard. Relativismo: encontrar e fabricar. São Paulo,...p. 125
Tendo em vista que no mais das vezes, essa linha demarcatória não passa de uma convenção:
pelo simples fato de que, quem age, age acreditando estar agindo por um princípio; e, este
princípio é decorrente de deduções racionais, e visto que, se é racional, só pode ser
verdadeiro, e, consequentemente consagrado como crença. Neste sentido, que Rorty, vai
acentuadamente falar em habito da ação. “Sob esse ponto de vista, dizer que, até onde
sabemos, uma crença é verdadeira significa dizer que, até onde sabemos, ela é um hábito de
ação melhor que qualquer outro”.4 Isto posto, importa salientar que a Razão advogando as
condutas morais, bem como legislando a jurisdição de leis pode, preponderantemente
equivocar-se na elegibilidade normativa de uma dada sociedade. Por definição, ela perdeu sua
“racionalidade”. Os rastros históricos denunciam sua imprudência, e uma total falta de luz
própria; no entanto, os racionalistas se esforçam para encontrar ao menos, sequer um pálido
facho de luz a fim de ressuscitá-la e coroá-la à título de “deusa” como outrora fizeram na
época da ilustração.
Por conseguinte, a tradição iluminista, visando deformar os conceitos do pragmatismo,
sobretudo aqueles que vão de encontro com os fundamentos platônicos – corromperam
deliberadamente a palavra “instrumento”, revestindo-a de profanidade, e rechaçando-a como
abjeta. E, por essa razão, que frases constituídas neste termo, quando referidas a interações
sociais nos aspectos éticos e morais, são para eles, um modo de instrumentalizar a vida; em
outras palavras, consideram inapropriado quando uma decisão se aproxima de um repertório
técnico, que tem por finalidade, apurar os melhores meios para alcançar a eficácia do melhor
fim. Todavia, quando um acontecimento na vida social ou particular é investigado sob a ótica
do mais útil e do menos útil, e para que isso se concretize, avalia-se precipuamente por meio
de instrumentos analíticos - onde cuja eficiência estará na razão direta dos resultados
alcançados – elege-se, ademais; o que tem de mais notável e heterogêneo em cada etapa do
processo. É por isso que os antiplatônicos, quando operam nessa via de reflexão, não tendem
a se inclinar tão rapidamente para o que a tradição convencionou chamar de “verdadeiro”.
Com efeito, Rorty explicita de forma lapidar: “Talvez elas não creiam no verdadeiro como
valor intrínseco, como fim último, embora creiam nele como valor instrumental, a serviço de
um outro fim, a felicidade ou a liberdade”.5

O pensar racional: o que isso significa!

4
RORTY. p. 125
5
ENGEL, RORTY. 2008, p.13
Com o advento do Iluminismo como a suprema faculdade do homem, houve uma
cisão sem precedentes, opondo pensamento racional, e deliberações de ordem afetiva. Ou
seja, uma profunda antinomia se instaurou nos processos do conhecimento. A vertente
cientifica, gloriosa de suas conquistas, atingiu seu paroxismo, subordinada pela razão,
ovacionada como portadora da verdade. Contudo, por outro lado, legou-se ao aspecto
emocional, afetivo: o desprestígio – a suspeição e o falacioso. Razão pela qual, a partir deste
momento, a esfera emocional foi banida absolutamente do campo das ciências e daquilo que
se designou chamar de “conhecimento verdadeiro”. Dito de outro modo, toda produção
cientifica, consistia num conhecimento neutro, puro, absoluto; destituído de arroubos
sentimentais, isto é, o cientista, era aquele que chegava numa resolução guiado
exclusivamente pela luz da Razão. Apreciações pessoais, motivação emocional, influenciais
afetivas, em grande medida, desapareceram, ou pelo menos é assim que a mentalidade dessa
época expressava suas ideias. Com efeito, isso levará a Dewey a seguinte declaração:

Porque se diz comumente – e se acredita – que a ciência é inteiramente


neutra e indiferente aos fins e valores que impelem os homens para a ação, e
se diz, além disso, que só se proporcionam meios mais eficazes para a
realização dos fins, que são ou podem ser devidos a vontades e desejos, com
a completa independência da ciência.6

Entretanto, será mesmo que existe uma ciência completamente neutra? Quem pode
assinalar inequivocamente a (onipresença) da Razão, com a completa ausência do espectro
afetivo na produção das epistemologias no campo das ciências em geral? Quem está apto a
cartografar as delimitações territoriais destes dois campos do conhecimento? São de fato
portanto, interpenetráveis?7 Visto desse modo, é pertinente observar a força débil destes
argumentos, onde sustentam a prevalência da Razão em detrimento dos afetos, pois não
passam de sofismas, uma vez que a própria história, tornou-se a principal testemunha ao
denunciar a barbárie produzida pelo conhecimento cientifico, à medida que flagrou o
desassombro e o desconcerto, viabilizado entre o seu discurso e sua ação. Desvincular Razão
e afeto como antípodas é no mínimo não se atentar para a própria natureza das coisas. Em
vista disso, que toda decisão, seja ela, particular, ou coletiva, privada ou pública, filosófica,
cientifica ou artística - está fundamentalmente - inscrita em fatores lógicos e emocionais,
racionais e afetivos; é por isso que o método pragmático de investigação, vale-se de todos os
elementos, ou “instrumentos” necessários para pensar nos melhores meios de uma resolução.
Não existe experiência humana sem a presença afetiva. Se na época do Iluminismo, a
6
DEWEY, John. Liberdade e cultura. São Paulo: Revista Branca, 1939, p. 157,158.
7
DEWEY, 1939.
soberania da Razão era um fato dado, crença compartilhada por muitos, era tão somente
porque tais pensadores já estavam de certa maneira, debruçados em apreciações; envoltos em
preferências, sugestionados afetivamente por uns e preterindo outros. De fato é inescapável a
intersecção dos arranjos cognitivos implicado e imbricado nas emoções. “A cognição sem a
emoção não é possível de conceber-se quando se considera que o cérebro do indivíduo, opera
e atua sistemicamente num todo funcional harmonioso e melódico 20,22,37”8. As esferas do
conhecimento estão cada vez mais aderindo a uma nítida compreensão dos processos de
aprendizagem nos múltiplos caminhos que o estudo das emoções proporcionou para o
desenvolvimento do ser humano. Portanto, evidencia-se principalmente na fase inicial da
criança, onde a cognição em plena efervescência, gera conflitos no aspecto emocional. Nesse
sentido, harmonizar as forças criadoras do homem, em todas as fases de seu desenvolvimento,
é não somente, entender os mecanismos que o impelem nesses processos; mas, constitui-lo de
um modo que o faça empreender sua competência a fim de torná-lo mais feliz. “ Conforme o
homem passa a compreender, controlar e educar as emoções se torna uma habilidade para a
vida. E é através da conjunção características humanas, ideias, valores, princípios e juízos os
tornam especial, no sentido de ser humano único, com características especiais”. 9 Com base
no que foi exposto até aqui, urge a necessidade de “exigir” uma ética que leve em
consideração o particular de cada indivíduo, a diferenciação de suas lutas, em suma, o respeito
das identidades, senão, tornasse-a irrelevante as discussões sobre ética e coletivo, ou
quaisquer outras temas de importância capital, como é o caso da saúde. Em termos simples, o
método pragmático poderia ser definido como uma racionalidade que procura executar
prementemente, as demandas mais urgentes da sociedade, de modo a subsumir em seu escopo
aqueles e aquelas que foram execrados pelos ditames categóricos da Razão. Reiterando a
proposição: se todos não podem serem atendidos, alguns poderão sê-lo. Porém, cabe-nos a
reflexão: que todos poderiam efetivamente receber atendimento, e que o problema da escassez
de medicamentos ou, a falta de aparatos técnicos, não são, em última análise, um questão de

8
FONSECA, Victor. Importância das emoções na aprendizagem: uma abordagem neuropsicopedagógica.
Periódicos Eletrônicos em Psicologia. São Paulo, v. 33, n. 102, p. 1- 22. 2016. Disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862016000300014. Acesso em: 28.jan.
2022.

9
SILVA, Jaime Martins da. Os Significados das Emoções na Educação das Crianças. Revista Científica
Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. São Paulo, v. 02, n. 9, p. 88-110. Dez. 2017. Disponível em:
https://www.nucleodoconhecimento.com.br. Acesso em: 28. Jan. 2022.
saúde pública, mas sim de políticas públicas. O problema é anterior, os médicos se dão conta
que a decisão ética de escolher qual paciente terá mais chances de responder melhor ao
tratamento, não começa ali, quando é constatado a precariedade de recursos; eles são tão
vítimas quanto os pacientes infectados. Sendo assim, sublinha-se o fato, de que não basta
trazer para o palco da opinião pública temas que parecem ser num primeiro momento, se
tratar de uma conduta médica, mas que na verdade, o seu ponto fulcral é sobre administração
pública, em outras palavras, é o dinheiro público sendo dilapidado, e a população cada vez
mais paupérrima e faminta. Sabemos que a senhora Razão não conseguiu a redenção dos erros
de outrora, pelo contrário, ao longo do tempo, sua dívida só aumentou. E, se essa premissa
continuar, em algum momento o colapso será irreversível, alguns já consideram que
chegamos neste momento. Talvez, ainda não seja inapelável evocar uma postura pragmática a
fim de restabelecer o planeta com instrumentos reflexivos capazes de ensejar nas consciências
o significado de cooperação e reciprocidade, na medida em que a Razão já passou da hora de
reconhecer que sozinha, ela é tão deficiente que poderá levar o planeta todo, a total
aniquilação da espécie humana.

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