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Análise Exegética de

O documento apresenta uma análise exegética de 1 Coríntios 11.17-34, abordando a estrutura da carta de Paulo aos Coríntios e o contexto histórico e literário da passagem. Destaca as divisões e abusos na celebração da Ceia do Senhor, enfatizando a necessidade de correção e a importância da comunhão entre os membros da igreja. A análise inclui uma discussão teológica e homilética sobre a natureza da Ceia e suas implicações para a congregação.

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Análise Exegética de

O documento apresenta uma análise exegética de 1 Coríntios 11.17-34, abordando a estrutura da carta de Paulo aos Coríntios e o contexto histórico e literário da passagem. Destaca as divisões e abusos na celebração da Ceia do Senhor, enfatizando a necessidade de correção e a importância da comunhão entre os membros da igreja. A análise inclui uma discussão teológica e homilética sobre a natureza da Ceia e suas implicações para a congregação.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................................11
1. ESBOÇO DA CARTA AOS CORÍNTIOS ......................................................................14
2. CONTEXTO HISTÓRICO GERAL.................................................................................23
2.1. INTRODUÇÃO GERAL..................................................................................................24
2.2. INTRODUÇÃO ESPECIAL..............................................................................................26
3. CONTEXTO LITERÁRIO DE 1 CORÍNTIOS 11.17-34.................................................35
3.1. ANÁLISE GRAMÁTICO-SINTÁTICA DA PASSAGEM......................................................35
3.2. DIAGRAMAÇÃO DA PERÍCOPE.....................................................................................62
3.3. ESBOÇO DA PASSAGEM...............................................................................................63
3.4. NATUREZA LITERÁRIA DA PASSAGEM........................................................................63
3.5. CONTEXTO REMOTO DA PASSAGEM...........................................................................64
3.6. CONTEXTO IMEDIATO DA PASSAGEM.........................................................................65
3.7. CONTEXTO ESTRUTURAL............................................................................................66
4. ANÁLISE TEOLÓGICA..................................................................................................67
4.1. TEOLOGIA SISTEMÁTICA.............................................................................................68
4.2. TEOLOGIA BÍBLICA.....................................................................................................73
5. ESBOÇO HOMILÉTICO..................................................................................................83
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................91
Análise exegética de 1 Coríntios 11.17-34.
[VILELA, Rogério O. A comunhão do corpo de Cristo: uma análise exegética
de 1 Coríntios 11.17-34. Mineiros-GO: Igreja Presbiteriana Vida, 2015. 28 f.].
Neste trabalho exegético apresento a análise do conteúdo da perícope de 1
Coríntios 11.17-34. A tradução do texto bíblico foi realizada pelo autor.

1. ESBOÇO DA 1 CARTA AOS CORÍNTIOS

Segue estrutura da 1 carta de Paulo aos de Corinto.


i – Introdução (1.1-9)
ii – Divisão da Igreja (1.10-4.21)
iii – Relaxamento moral da Igreja (5.1-6-20)
iv – Casamento (7.1-40)
v – Comida sacrificada a ídolos (8.1-11.1)
a. Carne sacrificada a ídolos (8)
b. Ministério assalariado? (9)
c. O perigo de cair (10.1-13)
d. A carne sacrificada a ídolos (10.14-11.1)
vi – Desordens no culto público (11.2-14.40)
a. O véu das mulheres (11.2-16)
b. A ceia do Senhor (11.17-34)
1. As ofensas / Os abusos na ceia (11.17-22)
2. Uma rememoração da instituição (11.23-26)
3. Participação indigna da ceia / O resultado do prático (11.27-34)
c. Dons espirituais e seu uso na igreja (12.1-14.40)
1. A variedade dos dons (12.1-11)
2. Diversidade e unidade ilustradas com o corpo humano (12.12-31)
3. Hino louvando o amor (13.1-13)
4. Profetizar é superior a “línguas” (14.1-25)
5. O resultado prático (14.26-33)
6. As mulheres na Igreja (14.34-36)
7. Conclusão (14.37-40)
vii – A ressurreição (15.1-58)
viii – Conclusão (16.1-24)

Estrutura de 1 Co 11.17-34.

d. A ceia do Senhor (11.17-34)


4. As ofensas / Os abusos na ceia (11.17-22)
5. Uma rememoração da instituição (11.23-26)
6. Participação indigna da ceia / O resultado do prático (11.27-34)

A Anúncio do assunto 11.17a


B Denúncia: menosprezo pelos pobres durante a Ceia 11.17b-22
a Divisões na congregação 11.17b-19
b Fome durante a Ceia 11.20-22
C Recordatório: a Ceia reatualiza o sacrifício solidário do Senhor 11.23-26
a Paulo entrega a tradição de Jesus 11.23a
b Pão e vinho: entrega e compromisso 11.23b-25
i O pão e a entrega do corpo 11.23b-24
ii O cálice e o pacto 11.25
a´ Os coríntios continuam a tradição 11.26
C´ Exortação: respeitar o corpo ou sofrer o juízo 11.27-32
a Advertência: juízo e auto juízo 11.27-29
b Interpretação: uma congregação enferma 11.30
a´Admoestação: auto juízo e juízo 11.31,32
B´ Determinação: incluir todos ao comer 11.33,34a
A´ Avisos de outros assuntos 11.34b

(Nesta análise exegética de 1 Co 11.17-34 sigo a estrutura quiasmática proposta


por FOULKES, Irene. Problemas pastorales en Corinto: comentario exegetico-pastoral a 1
Corintios. San Jose: Editorial DEI, SABANILLA, 1996. p. 303).
A. Anúncio do assunto 11.17a (p. 13-46).
Mas isto ordenando não vos louvo (v. 17a). Paulo começa a perícope
com a expressão tou/to de, paragge,llwn[1] (mas isto ordenando). O
pronome tou/to (isto)poderia se referir a perícope anterior (11.3-16),[2] mas provavelmente
se refere às diretrizes que se seguirão em 11.28-34.[3] A conjunção de, (mas) e a declaração
“não vos louvo” enlaçam de modo contrastante as perícopes de 11.3-16 e 11.17-34.[4] Paulo
utilizou ouvk evpainw/ (não vos louvo) neste versículo como uma retratação deliberada e
consciente do seu evpainw/ de. u`ma/j (mas vos louvo) em 11.2.[5] Na perícope anterior
Paulo louvou aos coríntios, pois eles haviam recordado dele em todas as ocasiões e guardado
as tradições como ele as tinha transmitido. No entanto, quando passou ao assunto da ceia do
Senhor não foi possível louvá-los, por isso começou a corrigi-los
O particípio paragge,llwn (ordenando) remete a um encargo autorizado,
[6]podendo se referir, por exemplo, as ordens militares.[7] Paulo como apóstolo do Senhor
(1.1, 12.28 etc.) e fundador da comunidade coríntia está ordenando que se retifiquem aos
abusos que logo mencionará.
B. Denúncia: menosprezo pelos pobres durante a Ceia 11.17b-22
Nos v.17b-22 Paulo destacou os problemas que estão ocorrendo no contexto das
reuniões para a celebração da ceia do Senhor. Destaca-se a repetição do verbo “reunir-se”
(v.17, 18, 20). O problema dos coríntios não era a incapacidade de se reunir, mas a
incapacidade de ser o povo de Deus onde não há judeus ou gregos, escravos ou livres, e
poderíamos acrescentar pobres ou ricos (cf. 1 Co 12.13).[8]
a. Divisões na congregação 11.17b-19
Por isso Paulo diz: que não para o melhor, mas para o pior vos reunis[9] (v.
17b). A celebração da ceia do Senhor deveria ser um momento de comunhão, amor e
enriquecimento espiritual, de onde as pessoas deveriam sair abençoadas. Mas no caso dos
coríntios ela estava ocasionando prejuízo, divisão; como observa Morris: “estava tendo um
efeito dilacerante”.[10] O adjetivo h-sson (pior) é comparativo de kako,j (mau, errado,
danoso), o que reforça ainda mais a ideia do resultado negativo das reuniões coríntias.[11]
Pois primeiro reunindo-vos em igreja, escuto divisões entre vós existir e em
parte eu creio (v.18). Paulo prossegue elucidando o porquê dos coríntios se congregarem
para o pior. Embora Paulo comece com um “pois primeiro” (prw/ton me.n ga,r), ele não
enumera uma lista de reclamações com um “pois segundo” (de,uteron de, oue;peita
de,), o que acentua a importância do que passa a dizer.[12] É possível que este “pois
primeiro” se refira as demais questões que Paulo abordará pessoalmente com os coríntios (cf.
v. 34b).[13] Reunindo-vos em igreja (v. 18a). Esta expressão indica as reuniões em
que toda a comunidade coríntia se reunia (cf. 14.23). Os coríntios se reuniam em diversas
“casas”, congregando-se todos somente em algumas ocasiões. Por isso Paulo se refere à Gaio
como quem hospeda “toda a igreja” (Rm 16.23).[14]
As casas exerciam uma função fundamental na vida da igreja primitiva. Nos
primeiros dois séculos depois de Cristo, basicamente a única propriedade real que a igreja
usava era os cômodos das casas dos patronos cristãos. Era o que poderíamos chamar de
“igrejas domésticas”. Geralmente não cabiam todos os membros de uma comunidade em uma
única casa, por isso existia várias igreja domésticas nas grandes cidades do tempo do NT. Em
Corinto os cristãos se reuniam na casa do já mencionado Gaio, e na casa de Tito Justo,
Estéfanas, Crispo e Febe.[15]
Portanto, quando toda a comunidade se reunia, diz Paulo: escuto divisões entre
vós existir[16] e em parte eu creio (v. 18b). Paulo foi informado de tais divisões, talvez
pelos da casa de Cloe (1.11) ou pelas recentes visitas vindas de Corinto (16.17). É possível
também que ele tenha ouvido mais de uma vez sobre tais divisões, pois poderíamos traduzir o
presente do indicativo como uma ação contínua: “estou escutando”.[17] Ele diz que existia na
comunidade sci,smata (divisões, cismas). Paulo já havia utilizado o mesmo termo em 1.10
(e usará novamente em 12.25).[18]
As divisões mencionadas em 1.10 e em 11.17-22 são distintas pelas seguintes
razões: 1. As divisões de 1.10 são caracterizadas por “rixas” e “ciúmes” (1.11, 3.4),
sentimentos que estão ausentes nas divisões mencionadas no nosso texto, aqui as divisões tem
caráter sociológico (v. 21, 22, 33, 34a). 2. Nas divisões de 1.10 Paulo menciona quatro nomes
em torno dos quais as divisões estavam ocorrendo, incluindo um partido anti-paulino. Aqui as
divisões são apenas entre dois grupos: os que “nada têm” e os que “têm”, ou seja, tem caráter
socioeconômico. 3. Na presente perícope as divisões ocorrem quando os coríntios se reúnem
como igreja (v. 18), o que implica que as divisões são especialmente relacionadas às reuniões;
e não está relacionada em nenhum momento a lealdade em relação à determinada liderança ou
mesmo em relação à “sabedoria”. 4. As palavras de Paulo: “e em parte eu creio”, dificilmente
se encaixam na situação descrita em 1.10-4.21, mas se acomodam bem na presente
circunstância.[19]
Depois de relatar o que ouvira sobre a existência de divisões na comunidade
coríntia, Paulo diz: e em parte eu creio. A presente declaração de Paulo poderia sugerir que
ele reconhecera certo exagero nas notícias que ouvira,[20] ou simplesmente que as acolhera
relutantemente.[21] O mais provável, a luz do versículo seguinte (v. 19), é que expressem a
convicção de Paulo de que tais divisões deveriam ser esperadas antes doeschaton.[22]
Pois é necessário também existir dissensões entre vós,[23] para que também
os aprovados se tornem conhecidos entre vós (v. 19). A conjunção ga,r(pois) parece se
referir especificamente a sentença anterior do v. 18: “e em parte eu creio”.[24] Isto
significaria que Paulo passou a justificar teologicamente a razão de acreditar na existência de
divisões na comunidade coríntia. Ele diz: é necessário[25]também existir
dissensões[26] entre vós (v. 19a). A enigmática asseveração de Paulo tem sido objeto de
diversas interpretações. Parece estar claro que Paulo não está aprovando a existência de
divisões, pois ele as desaprova e determina que sejam corrigidas. No entanto, “Paulo pensa
antes em categorias apocalípticas, segundo as quais a necessidade está implícita no juízo de
Deus”.[27] Está interpretação é corroborada pela observação de que o juízo de Deus já se
encontra sobre a comunidade coríntia, sendo demonstrado através da enfermidade e morte de
alguns de seus membros (vv. 27-29).
Paulo prossegue o seu argumento dizendo que as divisões servem para que
também os aprovados se tornem conhecidos entre vós (v.19b). A divisão na comunidade
coríntia antecipou a divisão definitiva que acontecerá no dia do julgamento.[28] Portanto, a
divisão teve o efeito positivo de distinguir entre os “aprovados” (do,kimoi) e os
“reprovados” (avdo,kimoi,), entre o “trigo” e o “joio”. Diante das divisões os aprovados
tornaram-se conhecidos (faneroi,), ou seja, aqueles que se comportaram de uma maneira
verdadeiramente cristã se destacaram daqueles que não o fizeram.[29]
a´ Fome durante a Ceia 11.20-22
Pois vos reunindo em o mesmo local não é ceia do Senhor para comer;
(v.20). Paulo passa agora a definir a natureza das divisões coríntias. Ele diz: pois vos
reunindo em o mesmo local. Paulo basicamente repete essa oração do v. 18, mas aqui ele
não fala do reunir-se em igreja, mas do reunir-se “em o mesmo local” (evpi. to. auvto,).
Barrett comenta que esta expressão deve significar o mesmo que evn evkklhsi,a|.
[30]Robertson e Plummer sugerem a luz de 7.5 e 14.23 que evpi. to. auvto, enfatiza a
união externa e a dissensão interna da comunidade coríntia.[31] Não é ceia do Senhor para
comer. Embora a comunidade coríntia se reunisse para a ceia do Senhor, a conduta de alguns
dos seus membros acabou por invalidar a própria identidade da ceia do Senhor.[32]
O termo “ceia do Senhor” (kuriako.n dei/pnon) ocorre somente aqui no NT.
O adjetivo kuriako,n[33] significa “pertencente ao Senhor”.[34] O vocábulo “ceia”
(dei/pnon) significa “comida, comida principal, banquete”, e aqui denota a refeição que é
consagrada ao Senhor.[35] Está claro a luz dos v. 20 e 21 que a ceia do Senhor em Corinto era
celebrada em combinação com uma refeição completa, com abundância de comidas e bebidas.
[36]
Mas como acontecia a ceia do Senhor em Corinto? Os exegetas não estão de
acordo com respeito à ordem dos acontecimentos durante a ceia do Senhor em Corinto. O
recordatório (v. 23-26) propõe a seguinte ordem: partir do pão – ceia – palavra do cálice. O v.
25 diz que está acontece meta. to. deipnh/sai (depois de o cear). Entretanto, na tradição
cristã primitiva houve uma justaposição, de modo que o pão e o cálice foram unidos (e
chamados de eucaristia) e separados da refeição propriamente dita (chamada de ágape),
[37] sendo que está antecedia ou sucedia o ato sacramental, ocorrendo posteriormente à
separação total entre o ágape e a eucaristia (século II d.C). Dentre as formas: ágape –
eucaristia e eucaristia – ágape, a primeira é a mais antiga.[38]
A questão debatida é se em Corinto já ocorreu à separação entre eucaristia e ágape
ou se conservava a ordem do recordatório. O mais provável é que em Corinto acontecesse o
ágape seguindo-se a eucaristia.[39] Está interpretação é reforçada pelo fato de que não há
indicação alguma de que alguns membros (neste caso, como veremos, os pobres) eram
excluídos do partir do pão.[40]
Entretanto, para Paulo a comida e a celebração da eucarística estavam
estreitamente ligadas, de modo que as inconveniências durante aquela inviabilizavam esta. Ou
seja, o problema dos coríntios não era o ato sacramental em si, mas a refeição que o precedia.
[41]
Pois cada um a própria ceia toma antes em o comer, e um tem fome e o outro
se embriaga (v.21). Com a conjunção causal ga,r (pois) Paulo enlaça os vv. 18-20
elucidando as divisões coríntias e a razão do ágape dos coríntios deixar de ser a ceia do
Senhor. Ele diz que cada um a própria ceia toma antes em o comer. A expressão “cada um
a própria ceia” (e[kastoj to. i;dion dei/pnon) poderia indicar que a ceia do Senhor era
caracterizada por um comportamento individualista, como se cada um por si a comesse. No
entanto, Paulo falou de sci,smata (divisões) e ai`re,seij (dissensões), e nem todos tinham
a sua própria ceia como transparece nos vv. 21,22. Deve-se ver, portanto, nessa declaração de
Paulo uma generalização retórica, indicando o comportamento de determinado grupo.
[42] Este grupo é caracterizado como tendo a própria (i;dion) ceia. O adjetivo i;dion tem o
sentido de “privado, particular”.[43]
Os alimentos e as refeições eram aspectos acentuados em várias associações e
grupos religiosos do mundo greco-romano.[44] O eranos, por exemplo, era uma refeição
comum onde cada participante trazia e comia a sua própria comida, ou todas as provisões
eram colocadas numa mesa comum.[45] Neste caso era comum que os ricos compartilhassem
com os pobres os seus mantimentos.[46]
Ao que parece este era o caso de Coríntio. A expressão i;dion
dei/pnon (própria ceia) indicaria a comida trazida por cada um dos cristãos. No entanto,
alguns cristãos não têm a i;dion dei/pnon. Portanto, nem todos contribuíam com a ceia do
Senhor, o que nos leva a perceber que os mais ricos atendiam (ou deveriam atender) a
todos evk tw/ i;diwn dei,pnw| (a partir da própria ceia).[47]
Este grupo que tem a sua própria ceia, diz Paulo que ele a toma antes em o
comer. O verbo prolamba,nei (toma antes) tem um significado temporal aqui, com o
sentido de “fazer de alguma coisa antes do tempo usual, antecipar algo”,[48] o que é
confirmado pela determinação de Paulo no v. 33, onde ele determina que os coríntios esperem
uns pelos outros.
Murphy-O’Cornnor comenta que “somente os membros mais ricos da
comunidade tinham recursos para chegar cedo e estavam preocupados exclusivamente com a
satisfação de seus próprios desejos”.[49] Os alimentos que deveriam ser consagrados ao
Senhor e destinados à partilha comunitária estavam sendo tomados privadamente. Por isso
não era a ceia do Senhor, mas a “própria ceia” (i;dion dei/pnon).[50] Martini comenta que
a
comunhão é destruída quando se celebra a ceia particular. O escândalo está
consumado quando, ao invés de partilhar alimentos, os que nada puderam trazer passam fome
ao lado de uma mesa farta.[51]
Theissen levanta a possibilidade que os ricos poderiam estar separando os
melhores alimentos da partilha comunitária, e destinando-os a comida privada, a i;dion
dei/pnon. Estes seriam oferecidos aos seus pares sociais, enquanto os alimentos de
qualidade inferior seriam destinados aos seus inferiores sociais.[52]
Paulo prossegue dizendo que um tem fome e o outro se embriaga. A situação
resultante era que uns tinham fartura de alimentos e bebidas, a ponto de se embriagarem;
enquanto outros passavam fome e eram envergonhados.
Pois certamente não casas não tendes para comer e beber? Ou a igreja de
Deus desprezais, e desonrais os não tendo? Que diria de vós? Louvar-vos-ei? Nisto não
vos louvo (v.22). Com a conjunção explicativa ga,r (pois), Paulo levanta uma série de
perguntas retóricas, com as quais “malha o erro dessa prática”.[53] Em tais indagações Paulo
não está sendo sarcástico, mas está falando com toda a seriedade.[54]
A primeira pergunta de Paulo: certamente não casas não tendes para comer e
beber? (mh. oivki,aj ouvk e;cete eivj to. evsqi,ein kai. pi,neinÈ). Está indagação
não é dirigida a todos os coríntios, mas àqueles que têm a sua própria ceia (i;dion
dei/pnon) e suas próprias casas.[55] Ou seja, Paulo está dizendo que aqueles (os ricos) que
querem comer a sua ceia de forma privada, que o façam em suas próprias casas. Nestas, eles
podem comer o que quiser e como quiser.[56]
A segunda pergunta de Paulo: ou a igreja de Deus desprezais, e desonrais os
não tendo? (h' th/j evkklhsi,aj tou/ qeou/ katafronei/te( kai. kataiscu,nete
tou.j mh. e;contajÈ). Como os ricos tinham casas para comer e beber, a segunda pergunta
de Paulo tornou-se uma dupla afirmação. Os ricos eram culpados de desprezar
(katafronei/te)[57] a igreja de Deus[58] e desonrar (kataiscu,nete)[59] os que nada
tinham (mh. e;contaj).
Ao desonrar (possivelmente, “envergonhar”) os irmãos pobres, os ricos estavam
desprezando a igreja de Deus. Os pobres não são equiparados a “igreja de Deus”,[60]mas eles
estão entre os chamados para ser a sua ekklēsia (cf. 1 Co 1.26).
A expressão mh. e;contaj literalmente significa “não tendo”, ou seja, os que
nada têm.[61] Estes são os pobres, os que passam fome durante a ceia do Senhor (v. 21).
[62] As divisões em torno da ceia do Senhor, portanto, ocorrem entre dois grupos: os ricos e
os pobres.
Paulo prossegue com mais duas perguntas retóricas. Que diria a vós? Louvar-
vos-ei? Ambas as orações são construídas com o subjuntivo deliberativo,[63] e expressam o
assombro de Paulo pela situação descrita nos vv. 20,21. Nisto não vos louvo. Para enfatizar a
sua desaprovação pelo comportamento nada fraternal dos ricos, Paulo repete o que disse
anteriormente (v. 17a).[64]
A preocupação central de Paulo nos vv. 20-22 é a relação horizontal entre os
cristãos. Ignorar um irmão ou uma irmã na ceia do Senhor é inconcebível. A igreja é a família
ampliada de Deus, onde de todos são chamados a compartilhar os seus recursos uns com os
outros (cf. 1 Co 12.26). No capítulo seguinte de 1 Coríntios, Paulo dirá que os membros do
corpo que parecem ser os mais fracos são os mais necessários, e aqueles que parecem ser os
menos dignos, são os que devem ser cercados de maior honra (1 Co 12.22,23). Está
ponderação de Paulo ocorrerá no contexto das questões em torno dos dons espirituais, mas
certamente ele também tem em mente as desigualdades dolorosamente manifestas durante a
ceia do Senhor.[65]
C Recordatório: a Ceia reatualiza o sacrifício solidário do Senhor 11.23-
26[66]
Paulo se sentiu compelido a recordar aos coríntios o significado da ceia do
Senhor, e fez isto relembrando as próprias palavras da instituição que os coríntios conheciam.
Como os ricos comiam a sua ceia de maneira privada, e assim humilhavam aos que nada
tinham, os pobres, tais atitudes evidenciavam que eles haviam perdido o sentido da ceia do
Senhor.
As palavras da instituição da ceia do Senhor foram repetidas para que os ricos (e
toda a comunidade coríntia) recordassem que a ceia não era uma refeição privada, mas para
principiar, uma refeição que remontava ao próprio Jesus.[67] A ceia era para ser realizada em
“memória” do ato sacrificial de Jesus (vv. 24,25), e desta maneira proclamar a morte do
Senhor até que ele venha (v. 26). E era evidente que as ações dos coríntios não se
harmonizavam com a essência dessa proclamação.[68]
a Paulo entrega a tradição de Jesus 11.23a
Pois eu recebi do Senhor, o que também transmiti para vós (23a). A
conjunção ga,r (pois) parece referir-se especificamente a última sentença do v. 22: Nisto não
vos louvo (v.22), pois eu recebi do Senhor, o que também transmiti para vós (v. 23a).[69]
Paulo diz: eu recebi do Senhor, o que também transmiti para
vós (evgw. ga.r pare,labon avpo. tou/ kuri,ou( o] kai. pare,dwka u`mi/n). O
pronome “eu” (evgw,) enfatiza a função de Paulo como recebedor e transmissor da tradição
referente à ceia do Senhor. Os vocábulos paralamba,nein (receber)
e paradido,nai (transmitir) são termos técnicos tanto no mundo grego como no judaico.
Eles são equivalentes aos termos hebraicos qibbēl emāsar, respectivamente,[70] e denotam a
tradição que é recebida e transmitida.[71]
Paulo diz que recebeu do Senhor (avpo.[72] tou/ kuri,ou) a tradição que
transmitiu aos coríntios. Os interpretes tem explicado está sentença de duas maneiras:[73] 1.
Alguns acreditam que Paulo recebeu uma revelação diretamente do Senhor, sem a mediação
humana, na experiência da estrada de Damasco ou em alguma outra ocasião.[74] 2. Outros (a
maioria dos estudiosos) acreditam que Paulo refere-se à tradição que recebeu de outros
cristãos, possivelmente dos apóstolos em Jerusalém ou dos discípulos de Damasco ou mesmo
em Antioquia.[75]
Os verbos paralamba,nein e paradido,nai favorecem a segunda
interpretação. O pronome evgw,,, por sua vez, favorece a primeira interpretação. Sabemos
que Paulo argumentava que recebera seu evangelho mediante a revelação de Jesus Cristo (Gl
1.12,13), mas aqui ele não sente necessidade de defender a tradição da ceia do Senhor com
tal, e levando-se em conta o uso da terminologia tradicional para receber e transmitir a
tradição (como 1 Co 15.1,3), devemos ver os v. 23b-25 como parte das tradições mencionadas
em 1 Co 11.2.[76]
Jeremias acredita que avpo. tou/ kuri,ou significa que a cadeia de tradição
remonta sem interrupção até as palavras de Jesus.[77] Bornkamm comenta que com o
termo Ku,rioj Paulo não se refere apenas ao Jesus histórico, mas ao Jesus glorificado, que
não é outro que o Jesus histórico. Neste sentido, Bornkamm afirma que é falsa a
contraposição entre tradição e revelação, ou seja, ele acredita que as interpretações
apresentadas acima não se excluem reciprocamente. Por isso propõe que
a tradição não transmite unicamente as palavras do Senhor em um determinado
tempo – também faz isto – senão que, enquanto tradição, é sua palavra. É ele mesmo que nos
encontra através de sua palavra, e isto é o que dá, sobretudo, a tradição, seu caráter de
revelação.[78]

Jesus não é apenas o originador da tradição, mas exaltado em glória, mantêm e


confirma a tradição pelo seu Espírito.[79]
b Pão e vinho: entrega e compromisso 11.23b-25
i O pão e a entrega do corpo 11.23b-24
Que o Senhor Jesus na noite em que estava sendo traído tomou [o] pão
(v.23b). A conjunção o[ti (que) introduz o conteúdo daquilo que foi recebido.[80] Paulo
prossegue aludindo a tradição: o Senhor Jesus na noite em que estava sendo traído tomou
[o] pão. A tradição paulina situa a ceia do Senhor historicamente, “na noite em que...”, o que
prova inequivocamente que a ceia do Senhor não dever ser entendida como a celebração de
um mito atemporal como nos cultos de mistérios.[81] Conzelmann comenta que “o ponto
desta nota histórica é que a instituição histórica do sacramento é o fundamento de sua
validade atual” .[82]
Como os evangelhos sinóticos, a tradição paulina situa a ceia de Jesus com os
discípulos anteriormente a sua prisão. Entretanto, a versão paulina, diferentemente dos
evangelhos sinóticos, não caracteriza a última ceia de Jesus como uma refeição pascal. Nas
passagens duas passagens em que abordou que o assunto da ceia do Senhor (1 Co 10.1ss,
11.17-34), Paulo nunca a relacionou com a Páscoa, embora em outro contexto refira-se a
Cristo como nossa Páscoa (1 Co 5.7).[83] Entretanto, a partir de Paulo se a última ceia era ou
não uma refeição pascal, a questão fica em aberto.
A tradição paulina diz: na noite em que estava sendo traído (paredi,deto).
Aqui provavelmente há uma referência à traição perpetrada por Judas Iscariotes, a qual
conduziu a subsequente condenação e execução de Jesus.[84] O verbo paradi,dwmitambém
é usado por Paulo em Rm 8.32 para indicar que Deus entregou o Seu filho por todos nós (cf.
Rm 4.25).[85] Por isso Barrett comenta que este verbo pode indicar o fato de que Deus
entregou o Seu filho para ser morto. [86] Nesta interpretação paradi,dwmireferir-se-ia ao
plano histórico-salvífico de Deus, e não aventaria da ação pecaminosa dos homens que
condenaram Jesus.[87] É possível que paradi,dwmi abarque tanto a ação humana como a
divina na entrega de Jesus.[88]
Na noite em que estava sendo traído tomou [o] pão.[89] (v. 24) e tendo dado
graças quebrou e disse: Isto é meu o corpo o por vós; isto fazei para a minha
memória. A ceia judaica comumente começava quando o chefe da casa pronunciava sobre o
pão a benção tradicional, a seguir o partia e o dava aos que se encontravam assentados a mesa
com ele.[90] Jesus como anfitrião da ceia tomou o pão, e depois de dar graças
(euvcariste,w)[91] o partiu e disse: Isto é meu o corpo o por vós (tou/to, mou,
evstin to. sw/ma to. u`pe.r u`mw/n).[92] Comumente se interpreta o pronome “isto”
(tou/to,) como referindo-se ao substantivo “pão” (a;rton): Isto, o pão, é o meu corpo.
[93] Porém,tou/to, (neutro singular) não pode referir-se a a;rton (masculino singular), mas
somente ao substantivo sw/ma (neutro singular). Pois, o pronome, no geral, concorda com
seu antecedente em gênero e número.[94]
Mesmo que este argumento não seja decisivo gramaticalmente,[95] não há
nenhuma ocorrência clara nas cartas de Paulo onde ele use tou/to, para se referir a um
substantivo masculino fora da oração imediata; normalmente ele usa tou/to, para aludir a
uma frase, sentença, ideia implícita ou a um substantivo neutro.[96] Portanto, tou/to,deve
referir-se a todo o ato de partir, receber e comer o pão.[97]
O ato de partir, receber e comer o pão é[98] meu o corpo. Partir, receber e comer
o pão “representa/significa” o corpo (sw/ma) de Jesus.[99] O substantivo corpo não quer
indicar apenas o corpo físico de Jesus,[100] mas deve ser entendido como indicativo da sua
pessoa que estava sendo entregue a morte.[101]
Portanto, Jesus estava dizendo: eu estou sendo entregue a morte por vós (to.
u`pe.r u`mw/n). Estas palavras são uma adaptação de Isaias 53.12, onde o Servo Sofredor
é descrito como quem “levou sobre si o pecado de muitos”. Fee comenta que Jesus em um
“ação profética simbólica” estava anunciando a sua morte de antemão, e a interpretando a luz
de Isaías 53 como uma morte em favor dos demais, deste modo, ao chamar os discípulos para
participar do seu corpo, Jesus os estava convidando a participar do significado e benefícios da
sua morte.[102]
Isto fazei para a minha memória (tou/to poiei/te [103] eivj th.n evmh.n
avna,mnhsin). O pronome “isto” (tou/to) como o anterior refere-se ao ato de partir,
receber e comer o pão.[104] O tempo presente do verbo poiei/te (fazei) indica que a ação
deve ser repetida, como Morris parafraseia: “Continuai fazendo isto”.[105] O pão deve
continuar sendo partido, recebido e comido para a minha memória (eivj th.n evmh.n
avna,mnhsin)Å O substantivo avna,mnhsij (memória) não indica um simples exercício
mental de lembrar ou rememorar, mas “o trazer à memória uma vívida experiência”.[106] O
pronome possessivo evmh,n (minha) indica a natureza cristocêntrica desta anamnese.
[107] Brakemeier comenta que
a santa ceia não dever ser confundida com a comemoração da morte de um
falecido. Quer a atualização do passado, puxando-o para o presente. É o que acontece no
sacramento: celebra a presença do Cristo crucificado junto a comunidade.[108]
Ao participarmos do corpo de Cristo constituímos como que um “memorial” da
salvação que Ele realizou mediante a sua morte e ressureição.[109]
i´ O cálice e o pacto 11.25
Semelhantemente também o cálice depois de o cear dizendo: Isto o cálice a
nova aliança é em o meu sangue; isto fazei , cada vez que beberdes, para a minha
memória (v. 25). Depois de cear, Jesus tomou (como fizera como pão) o cálice e disse:Isto o
cálice a nova aliança é em o meu sangue (tou/to to. poth,rion h` kainh. diaqh,kh
evsti.n evn tw/| evmw/| ai[mati). O pão corresponde ao cálice, e não ao vinho,
[110] fazendo com que está frase não esteja de todo paralela ao “isto é meu o corpo” do v. 24.
Aqui a ênfase encontra-se no conceito da “nova aliança”.[111] Portanto, o verbo evsti.n (é)
deve se referir ao “cálice” e não a “em o meu sangue”. Como Robertson e Plummer
parafraseiam: “Este cálice é a nova aliança, e é assim em virtude do Meu Sangue".[112]
A morte de Jesus é o cumprimento de Jr 31.31-34 (possivelmente também de Êx
24.8), porquanto através do seu sangue uma nova aliança foi inaugurada entre Deus e o
homem,[113] ou melhor, entre Deus e seu povo.[114]
Brakemeyer escreve
no próprio Antigo Testamento prenunciava-se uma nova aliança, necessária em
razão do pecado do povo. A profecia, ao referir-se a um futuro radicalmente distinto das
condições ora vigentes, fala de uma esperança escatológica. Para a comunidade cristã essa
profecia está cumprida em Jesus.[115]
Isto fazei, cada vez que beberdes, para a minha memória. Aqui aparece
novamente o mandatório isto fazei para a minha memória.[116] É possível que tal repetição
deva-se a redação de Paulo, pois com tais palavras ele estaria enfatizando que a ceia é uma
refeição em memória do Senhor, o que era necessário diante da situação coríntia.[117] Barett
comenta que a expressão cada vez que beberdes tem um efeito limitador, pois todas as
refeições tinham pão, mas nem todas tinham vinho. Sendo assim, a ceia do Senhor deveria ser
celebrada em todas as refeições em que houvesse pão e vinho.[118] Diferente possibilidade é
que está expressão simplesmente estaria antecipando as palavras de Paulo no v. 26.[119]
a´ Os coríntios continuam a tradição 11.26
Pois cada vez que comerdes o pão este e o cálice beberdes, a morte do Senhor
proclamais[120] até que venha (v. 26). Com a conjunção ga,r (pois) Paulo introduz o seu
comentário sobre o mandado do Senhor:[121] isto fazei para a minha memória.
[122] Contíguos, pão e cálice, significam a morte do Senhor.[123] Fee e Conzelmann
acreditam que para Paulo não é a ceia enquanto ato que proclama a morte do Senhor, mas
enquanto palavras pronunciadas sobre o pão e sobre o cálice.[124]Garland, todavia, afirma
que os atos de “comer” e “beber” proclamam a morte do Senhor.[125] Certamente ambas
interpretações não se excluem, e quem sabe as duas ideias estejam presentes na mente de
Paulo. Por isso Morris comenta que a “solene observância do ofício da Santa Comunhão é
uma vívida proclamação da morte do Senhor. Em palavra e em símbolo a morte de Cristo é
exposta diante deles”.[126]
Até que venha. A ceia do Senhor reafirma a morte histórica de Jesus, mas
concomitantemente nela está inserido o aspecto escatológico.[127] Martini diz que
a ceia do Senhor é dádiva para o tempo da Igreja que se situa entre a ressureição e
a parusia [...]. À luz do acontecimento pascal, a Eucaristia é celebrada na expectativa do
retorno visível de Cristo. Ela não se realiza fora da história, e, sim, no horizonte histórico
presente, sem perder a perspectiva escatológica.[128]
C´ Exortação: respeitar o corpo ou sofrer o juízo 11.27-32
Nestes versículos, que predominam o vocabulário forense,[129] Paulo aplica aos
coríntios os vv. 23-26. O propósito principal de Paulo é corrigir os abusos mencionados nos
vv. 20-22, advertindo-os das terríveis consequências se persistirem com tais comportamentos
durante a ceia do Senhor.[130]
a Advertência: juízo e auto juízo 11.27-29
Portanto, quem comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente,
culpado será do corpo e do sangue Senhor (v. 27). Com a conjunção w[ste (portanto)
Paulo começou a aplicar a situação da comunidade coríntia o que disse no v. 26.[131]Ele
afirma que quem comer o pão ou beber o cálice do Senhor avnaxi,wj[132]
(indignamente), e;nocoj (culpado) será do corpo do e do sangue do Senhor, ou seja, aqueles
que participam indignamente da ceia do Senhor se colocam entre os responsáveis pela morte
do Senhor.[133]
Mas o que é participar “indignamente” do pão e do cálice do Senhor? Em
primeiro lugar, o v. 27 não pode ser compreendido corretamente se não levarmos em
consideração que Paulo aqui se refere a uma situação concreta, exposta nos vv. 20-22, e ele
elucidará no v. 29 o que é participar indignamente da ceia do Senhor.[134]
Em segundo lugar, no decorrer da arguição de Paulo percebe-se que a sua
apreensão “em relação à ceia não se refere ao pecado individual de cada membro da
comunidade coríntia, mas à descaracterização do sentido comunitário da celebração da ceia do
Senhor”.[135] Em nenhum lugar Paula fala de “pecado”, mas em “divisões” e “dissensões”
(v. 18,19).
Em terceiro lugar, o advérbio avnaxi,wj (indignamente) não se refere a condição
espiritual dos participantes da ceia, mas a maneira que celebravam a ceia do Senhor,[136] ou
seja, Paulo não está dizendo que as pessoas são indignas, mas que elas estão procedendo de
modo indigno durante a ceia do Senhor.[137] Como dito acima, Paulo tem em mente a
situação descrita nos vv. 20-22, talvez especificamente o v. 21, que diz: “Pois cada um a
própria ceia toma antes em o comer, e um tem fome [e] o outro se embriaga”.[138] Veloso
escreve
Ora, uma refeição onde não se põe em comum, onde não se partilha entre todos o
que cada um trouxe, onde cada um come egoisticamente o seu próprio prato, não poderá
servir de contexto à celebração da ceia do Senhor.[139]

Neste sentido Taylor escreve que quem causa a indignidade são


aqueles que, em sua conduta na Santa Comunhão, esquecem sua unidade com
seus parceiros cristãos e com Cristo; aqueles que deixam de reconhecer que participar na Ceia
do Senhor não é participar meramente de Cristo, mas também de seus irmãos que estão em
Cristo.[140]
O problema dos coríntios “não reside no elemento oculto e não-confessado, mas
na divisão manifesta, na ferida a lacerar o corpo de Cristo, no esvaziamento da dimensão
comunitário e solidária”.[141]
Consequentemente, para “dignamente” participar da ceia do Senhor,
Paulo nãoexige dos coríntios uma perfeição moral, e em certo sentido, todos participamos
indignamente da ceia do Senhor, pois nenhuma pessoa é “digna” da salvação de Deus por
meio de Cristo. Portanto, “se deve excluir toda idéia de que por mérito ou direito legal a
pessoa teria que, ou seria capaz de, tornar-se ‘digna’ de comer o pão. A ideia, na verdade, é de
comer e beber de modo inadequado ou impróprio”.[142]
Por isso as determinações de Paulo são práticas: 1. Esperar uns pelos outros (v.
33); e, 2. Se alguém tiver fome que coma em sua própria casa (v. 34a). Com tais ações os
coríntios evitarão reunir-se para condenação (v. 34b).
Mas examine o ser humano a si mesmo e assim de o pão coma e de o cálice
beba (v. 28). Com a conjunção explicativa de, (mas) Paulo aplica ao indivíduo o princípio
estabelecido no v. 27: para que o ser humano não participe indignamente do corpo e do cálice
do Senhor, e assim incorra em condenação (v. 29), Paulo determina que a
pessoa dokimaze,tw e`auto,n (examine a si mesma). O verbo dokima,zw (examinar,
interpretar, testar, colocar em prova)[143] deriva da mesma raiz que o
adjetivo do,kimoi(aprovados) do v. 19, o que nos leva a pensar que Paulo está olhando para
trás, exatamente para este versículo.[144]
Portanto, os coríntios deveriam examinar-se a si mesmos em relação ao modo que
participavam da ceia do Senhor. O contexto implica que o examinar a si mesmo está
especialmente direcionado a seguinte questão: em sua conduta na ceia do Senhor, eles
estavam ou não agindo em amor e em caridade em relação ao próximo?[145] O ponto que
Paulo tem em mente é precisamente a falta de preocupação amorosa de uns com os outros
manifestados pelos coríntios durante a ceia do Senhor.
dokima,zw não trata do reconhecimento individualizado e introvertido do
pecado, pelo qual a pessoa tivesse que resolver seu caso exclusivamente com Deus. O auto-
exame conduz à declaração publica da culpa que surgiu a partir do comportamento indevido
em relação ao próximo. [...]. No caso de Corinto, seria uma questão de verificar a coerência
interna, constante e conseqüente entre o comportamento adotado por ocasião da refeição
propriamente dita e o momento da celebração da memória da morte e ressureição de Cristo.
Trata-se de um auto-exame que olha para a realidade circundante, para contexto.[146]
O examinar-se a si mesmo provavelmente não é tanto uma ameaça, mas uma
chamado para uma conduta verdadeiramente cristã na ceia do Senhor.[147] E Paulo poderia
estar igualmente determinando que os coríntios examinassem a sua genuinidade como
cristãos,[148] pois “o verdadeiro cristão reconhece que não há divisões de classe na mesa do
Senhor”.[149]
Pois o que come e bebe condenação para si mesmo come e bebe, não julgando
o corpo (v. 29). Com a conjunção explicativa ga,r (pois) Paulo apresenta a razão para o
autoexame antes do participar do pão e do cálice. Ele diz que quem come e bebe sem
examinar a si mesmo, come e bebe condenação para si. O substantivo kri,ma (condenação)
é um termo forense, que se refere ao veredito, habitualmente negativo, como aqui, que um
juiz emite.[150] Como Morris observa, Paulo não está dizendo que aqueles que participam
erroneamente da ceia do Senhor incorrerão na perdição eterna, mas que estarão sob o grau de
condenação apropriado ao seu ato.[151]
O “comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente” do v. 27 é paralelo à
expressão “não julgando o corpo” (mh. diakri,nwn to. sw/ma).[152] O
particípiodiakri,nwn tem o sentido de “julgar entre, discernir, determinar, distinguir”.[153]
O v. 29 forma uma quiasmo.[154]
a o que come e bebe
b não julgando o corpo
a´ condenação come e bebe
Mas a que se refere o substantivo sw/ma (corpo)? Muitos entendem
que sw/maaqui seria uma forma abreviada da expressão “corpo e sangue do Senhor” do
v.27.[155]Tal intepretação é favorecida pelo contexto imediato, sobretudo, pelo paralelismo
do v. 27 com o v. 29.[156] Outros entendem, a luz de 1 Co 10.16,17, que sw/ma se refere a
igreja como corpo de Cristo.[157]
Dunn nos adverte contra uma exegese do tipo “isto ou aquilo”, e nos lembra de
que escolher entre uma ou outra possibilidade “seria contrária a toda a linha de exortação de
Paulo”.[158] Brakemeier acertadamente comenta que julgar o corpo
é o que cabe fazer em relação ao corpo de Cristo, a saber, respeitá-lo em sua
peculiaridade, distingui-lo em sua natureza sagrada. Trata-se do corpo de Jesus entregue a
morte. Simultaneamente, porém, transparece o significado eclesiológico, como visto em
10.17. Quem despreza a comunidade e seus membros pobres, despreza também o Cristo
presente na ceia. Comungar na mesa Senhor coloca sob o imperativo da responsabilidade
mútua dos seus membros. O corpo sacramental, pois, não pode ser dissociado do corpo
eclesial, sendo que a profanação de um implica a ofensa do outro.[159]
Bruce comenta que
quando eles partiam o pão que era o símbolo do corpo de Cristo, eles
relembravam seu auto-sacrifício na cruz, mas também declaravam participar todos juntos do
seu corpo coletivo. Por isso, se eles, na prática, negavam a unidade que professavam
simbolicamente na Ceia, estavam comendo e bebendo de modo indigno, profanando, assim, o
corpo e o sangue do Senhor; se eles comiam e bebiam “sem discernir o corpo”, estavam
comendo e bebendo condenação para si mesmos. Comer e beber “sem discernir o corpo”
significa simplesmente tomar o pão e o cálice, ao mesmo tempo que tratavam seus irmãos
cristãos sem amor, em pensamento ou ação.[160]
O problema dos coríntios não era o ato sacramental per si, eles, na verdade,
apresentavam uma valorização excessiva pelos sacramentos (cf. 1 Co 10.1-13).
Consequentemente, tal postura sacramentalista os conduziu a uma desvalorização da ceia que
precedia o ato sacramental propriamente dito.[161]
Portanto, a ênfase de Paulo não se encontra no fato de que a ceia do Senhor não é
uma comida qualquer, mas sim, que a ceia é a comida na qual, em uma mesa comum, com um
só pão e um só cálice, eles proclamavam que através da morte de Cristo tinham chegado a ser
um só corpo, o corpo de Cristo (1 Co 10.17). Por isso, eles não são um grupo qualquer que
pode manter as diferenças sociais ao sentar-se a mesa do Senhor.
Neste sentido, julgar o corpo não é apenas reconhecer que o corpo de Cristo é
oferecido, juntamente com o cálice, no sacramento. E isto os coríntios reconheciam. Por isso,
julgar o corpo é também reconhecer que os cristãos formam o único corpo de Cristo.
Bornkann comenta que o corpo de Cristo entregue por nós e recebido no sacramento reúne a
todos os que participam Dele no “corpo” da igreja, e assim nos tornamos responsáveis uns
pelos outros.[162] E isto é fundamental para Paulo, pois ele afirma que pecar contra o irmão é
pecar contra Cristo (1 Co 8.12)
b Interpretação: uma congregação enferma 11.30
Por causa de isto há entre vós muitos fracos e doentes, e adormecem muitos
(v. 30). A expressão por causa de isto (dia. tou/to) mostra o desenvolvimento causal da
falha em não julgar o corpo.[163] Por isso há entre os coríntios muitos fracos(avsqenei/j)
e doentes (a;rrwstoi), e muitos adormecem, isto é, morrem (koimw/ntai).[164] Paulo
está mostrando aos coríntios que a má saúde e morte de alguns deles tem por pano de fundo
as atitudes incorretas em relação a ceia do Senhor.[165]
É preciso observar que este versículo não é uma parênese e nem uma advertência,
mas uma constatação ad hoc sobre a situação dos coríntios,[166] por isso Barrett está
equivocado ao ver aqui uma advertência futura de julgamento contra aqueles que profanam a
mesa do Senhor.[167]
Este versículo não deixa claro se o juízo sobre os coríntios é individual, um por
um, referindo-se àqueles que profanam a ceia do Senhor, ou se tais infortúnios são a
expressão do juízo de Deus sobre toda a comunidade. O mais provável é que a comunidade,
como um todo, esteja enferma.[168]
O juízo divino sobre os coríntios não tem a ver com a salvação eterna, mas é um
juízo temporal, como percebemos pelo v. 32 (cf. 1 Co 5.5).[169]
a´Admoestação: auto juízo e juízo 11.31,32
Porém se a nós mesmos julgássemos, não seríamos julgados (v. 31). No v. 31
Paulo retomou o tema do julgamento. Com o duplo reflexivo eiv de,[170] (porém se) Paulo
introduziu a sua admoestação, falando que o autojulgamento é a única maneira de
precavermos a punição divina.[171]
Com isto Paulo quer dizer que se os coríntios tivessem se autoexaminado e
autojulgado, eles não teriam experimentado os juízos descritos no v. 30.[172] Neste versículo
Paulo utilizou o verbo diakri,nw (julgássemos), o mesmo verbo que usara no v. 29, na
expressão “julgando o corpo”.
Isto nos leva a compreender que o autojulgamento é direcionado ao “julgando o
corpo” do v. 29.[173] Com isto Paulo avigora a necessidade de discernir o corpo antes da
participação na ceia do Senhor.
Paulo prossegue dizendo: mas sendo julgados por o Senhor somos
disciplinados, para que não com o mundo sejamos condenados (v. 32). No v. 32 Paulo
retoma a situação coríntia descrita no v. 30. Ele afirma que quando os coríntios estavam sendo
julgados pelo Senhor, eles estavam sendo disciplinados (paideu,w).[174]Os infortúnios que
sobrepairavam sobre os coríntios não eram males incógnitos, “mas sinais do amor de Deus.
São enviados para fazer-nos voltar do caminho errado, para que não participemos da
condenação do mundo”.[175]
A expressão para que não com o mundo sejamos condenados indica que o
juízo de Deus sobre os coríntios tem a intenção de livrá-los de serem condenados com o
mundo, portanto, exclui-se a ideia de condenação eterna.[176]
B´ Determinação: incluir todos ao comer 11.33,34a
Portanto, meus irmãos, reunindo-vos para comer uns aos outros esperai
(v.33). Com a conjunção w[ste[177] (portanto) Paulo resume o seu discurso concernente à
ceia do Senhor. Ele volta a dirigir-se a seus leitores com o carinhoso vocativo “meus
irmãos”, que igualmente inclui as irmãs (1 Co 1.11; 14.39; 14.58). Com está saudação Paulo
informa o seu amor e apreensão. Como fiel pastor, os adverte para que corrijam a maneira em
que se conduzem as suas reuniões para a celebração da ceia do Senhor.[178]
Ele prossegue dizendo, reunindo-vos para comer uns aos outros
esperai(evkde,cesqe). O verbo evkde,comai significa “esperar, aguardar”[179]. Em
vez de adiantarem-se em comer a sua própria ceia (v. 21), o que resulta em fome para os que
nada têm (v.21.22), os coríntios (ricos) deveriam aguardar os irmãos pobres chegarem, e
assim, então, comerem. Barrett comenta que está implícito que uma distribuição adequada de
alimentos deveria primeiramente ser feita, e que todos deveriam, então, juntos comer.[180]
O verbo evkde,comai pode ter o sentido, em contextos de hospitalidade, de
“acolher, receber”. Se Paulo estive usando este verbo com está acepção, ele poderia estar
determinado que os ricos acolhessem hospitaleiramente os pobres.[181] É possível, como
pensa Foulkes, que Paulo esteja usando o verbo evkde,comai em ambos os sentidos.[182]
Se alguém estando com fome, em casa coma, para que não para condenação
vos reunais (v. 34a). Este versículo poderia parecer, à primeira vista, que Paulo estaria
sugerindo a separação entre refeição e sacramento, como posteriormente ocorreu na história
da igreja. Mas o que Paulo está dizendo aqui é que se alguém estiver com tanta fome que não
possa esperar a chegada dos outros irmãos, é melhor que tal pessoa satisfaça a sua fome antes
de sair de casa.[183] Lembremo-nos da pergunta de Paulo no v. 22: casas não tendes para
comer e beber?
Fee observa que a expressão se alguém estando com fome poderia ser
interpretada da seguinte forma: “se alguém quer fartar-se”. Como vimos anteriormente, os
coríntios ricos poderiam estar fazendo uma diferenciação entre os alimentos durante a ceia do
Senhor. Se este for o caso, Paulo estaria apontado que os ricos comessem suas comidas
refinadas em suas casas, pois ao contrário, eles continuariam a envergonhar os que nada
tinham.[184]
Para que não para condenação vos reunais. Com tais conselhos práticos, Paulo
espera que os coríntios evitem a condenação.[185] Embora o Senhor use o julgamento para
nos disciplinar (v.32), o julgamento em si não é absolutamente bom, portanto, o melhor é
evita-lo.[186]
A´ Avisos de outros assuntos 11.34b
Ora, as coisas restantes quando eu for ordenarei. Qualquer outra
questão que necessitaria ser trataria poderia esperar até a próxima visita de Paulo a Corinto (1
Co 4.18,19; 16.2ss).[187]

[1] A expressão tou/to de, paragge,llwn trata-se de um nominativo


absoluto. Cf. GARLAND, David E. 1 Corinthians: Baker exegetical commentary on the New
Testament. Grand Rapids: Baker, 2003. p. 536, nota 2.
[2] BARRETT, C. K. A commentary on the First Epistle to the Corinthians.
New York: Harper & Row, 1968. p. 260.
[3] ORR, William F.; WALTHER, James Arthur. I Corinthians. Garden City:
Doubleday & Co., 1976. p. 266; KISTEMAKER, Simon J. Comentario al Nuevo
Testamento: 1 Corintios. Grand Rapids: Libros Desafio, 1998. p. 419,420.
[4] FEE, Gordon. Primera Epistola a los Corintios. Buenos Aires: Nueva
Creación, 1994. 607.
[5] THISELTON, Anthony C. The First Epistle to the Corinthians: a
commentary on the Greek text.Grand Rapids: Eerdmans, 2000. p. 856.
[6] MORRIS, Leon L. I Corintios: introdução e comentário. São Paulo: Vida
Nova, Mundo Cristão, 1981. p. 126.
[7] SCHMITZ, D. pαραγγέλλω, pαραγγελία. In: KITTEL, Gerhard;
FRIEDRICH, Gerhard (Eds.). Compendio del Diccionario teológico del Nuevo
Testamento. Grand Rapids: Libros Desafio, 2002. p. 595.
[8] FEE, 1994, p. 607.
[9] Paulo utiliza o verbo sune,rcomai somente em 1 Coríntios 11.17, 18, 20,
33, 34, 14.23, 26. Das sete ocorrências deste verbo, cinco encontram-se em 1 Co 11.17-34.
Thiselton observa que sune,rcomaineste contexto indica não simplesmente o congregar ou
reunir-se, mas o reunir-se como igreja. Cf. THISELTON, 2000, p. 856.
[10] MORRIS, 1981, p. 126.
[11] Cf. RIENECKER, Fritz; ROGERS, Cleon L. Chave linguística do Novo
Testamento Grego. São Paulo: Vida Nova, 1985. p. 314.
[12] Morris, 1981, p. 126. Brakemeier observa: “De qualquer maneira, outros
itens de censura seguirão, o mais tardar, a partir do capítulo 12”. Cf. BRAKEMEIER,
Gottfried. A Primeira Carta do Apóstolo Paulo à comunidade de Corinto: um comentário
exegético-teológico. São Leopoldo: Sinodal, Faculdades EST, 2008. p. 146.
[13] BRUCE, F. F. 1 and 2 Corinthians. Grand Rapids: Eerdmanns, 1980. p.
109.
[14] BRUCE, 1980, p. 109; FOULKES, Irene. Problemas pastorales en
Corinto: comentario exegetico-pastoral a 1 Corintios. San Jose: Editorial DEI, SABANILLA,
1996. p. 305; O’BRIEN, P. T. Igreja. In: HAWTHORNE, Gerald F.; MARTIN, Ralph P.;
REID, Daniel G. Dicionário de Paulo e suas cartas. São Paulo: Vida Nova, Paulus, Loyola,
2008. p. 656.
[15] LAMPE, Peter. Paulo, os Patronos e os Clientes. In: SAMPLEY, J. Paul
(Org.). Paulo no mundo greco-romano: um compêndio. São Paulo: Paulus, 2008. p.
439,440.
[16] O verbo u`pa,rcein (existir) denota que Paulo recebeu a notícia das
divisões como realidade, e não como mera possibilidade, o que seria indicado pelo uso do
verbo ei=nai.
[17] ROBERTSON, Archibald; PLUMMER, Alfred. A critical and exegetical
commentary on the first Epistle of St. Paul to the Corinthians. 2. ed. Edinburgh: T. & T.
Clark, 1967. p. 239.
[18] Estas são as três ocorrências de sci,sma no corpus paulino.
[19] FEE, 1994, p. 608.
[20] MORRIS, 1981, p. 126.
[21] MURPHY-O'CONNOR, Jerome. Primeira Carta aos Coríntios. In: BROWN,
Raymond E.; FITZMYER, Joseph A.; MURPHY, Roland E. Novo Comentário Bíblico São
Jerônimo: Novo Testamento e artigos sistemáticos. São Paulo, SP: Academia Cristã, Paulus,
2011. p. 475.
[22] BRUCE, 1980, p. 109.
[23] Justino Mártir (100-165 d.C.) preservou um dito não canônico de Jesus que
diz: [Esontai sci,smata kai, ai`re,seij (Haverá divisões e heresias/dissensões). É
possível que aqui Paulo esteja referindo-se a este dito de Jesus. Cf. JEREMIAS,
Joachim. Palabras desconocidas de Jesus. Salamanca: Sígueme, 1990. p. 81,82.
[24] FEE, 1994, p. 609 n. 29.
[25] O verbo dei/ ocorre em 1 Co quatro vezes (8.2, 11.19, 15.25, 43). É
elucidativo que nas duas últimas ocorrências deste verbo em 1 Co ele apareça no contexto da
parênese escatológica do capítulo 15.
[26] No v. 18 Paulo utilizou o termo sci,smata (divisões), aqui no v. 19 ele
utilizou o termo ai`re,seij(dissenções). Neste caso os termos são intercambiáveis. Cf.
BRUCE, 1980, p. 109; ROBERTSON; PLUMMER, 1967, p. O termo ai`re,seij ocorre em
Paulo somente aqui e em Gl 5.20 no contexto das obras da carne!
[27] BRAKEMEIER, 2008, p. 146,147.
[28] BRUCE, 1980, p. 109.
[29] BARRETT, 1968, p. 262.
[30] BARRETT, 1968, p. 262.
[31] ROBERTSON; PLUMMER, 1967, p. 240.
[32] CONZELMANN, Hans. 1 Corinthians. Philadelphia: Fortress, 1975. p.
194. Cf. BORNKAMM, Günther. Eucaristia e Iglesia en San Pablo. In: Estudios sobre el
Nuevo Testamento. Salamanca: Sígueme, 1983. p. 108.
[33] Este adjetivo ocorre somente duas vezes no NT, aqui e em Ap 1.10 (th/|
kuriakh/| h`me,ra|).
[34] RIENECKER; ROGERS, 1985, p. 314.
[35] Cf. BEHM, J. dείπνον, dειπνέω. In: KITTEL; FRIEDRICH, 2002, p. 117.
[36] BRAKEMEIER, 2008, p. 147; MORRS, 1981, p. 127; FOULKES, 1996, p.
310; MARSHALL, I. H. Ceia do Senhor. In: HAWTHORNE, Gerald F.; MARTIN, Ralph P.;
REID, Daniel G. Dicionário de Paulo e suas cartas. São Paulo: Vida Nova, Paulus, Loyola,
2008. p. 212.
[37] Cf. Jd 12.
[38] JEREMIAS, Joachim. La ultima cena: palabras de Jesus. Madrid:
Cristiandad, 1980. p. 123.
[39] BORNKAMM, 1983, p. 109, 121; JEREMIAS, 1980, p. 129,130.
[40] MARSHALL, 2008, p. 212.
[41] BORNKAMM, 1983, p. 111.
[42] Cf. THEISSEN, Gerd. Integracion Social y Accion Sacramental: un análisis
de 1 Cor 11, 17-34. In:Estudios de Sociologia del Cristianismo primitivo. Salamanca:
Ediciones Sígueme, 1985. p. 260,262; FEE, 1994, p. 612.
[43] GINGRICH, F. Wilbur; DANKER, Frederick W. Léxico do Novo
Testamento Grego/Português. São Paulo, SP: Vida Nova, 1984. p. 100.
[44] BLUEE, B. B. Refeição Fraterna. In: HAWTHORNE; MARTIN; REID,
2008, p. 1052.
[45] DUNN, 2003, p. 687.
[46] MORRIS, 1981, p. 127
[47] THEISSEN, 1985, p. 261.
[48] DUNN, 2003, p. 687, nota. 47. Cf. BARRETT, 1968, p. 262.
[49] MURPHY-O'CORNNOR, 2011, p. 475.
[50] MARTINI, Romeu Ruben. Eucaristia e conflitos comunitários. São
Leopoldo: Sinodal, Escola Superior de Teologia, 2003. p. 165. Conzelmann comenta que não
era o Senhor, mas o indivíduo que determinava a celebração. Cf. CONZELMANN, 1975, p.
194.
[51] MARTINI, 2003, p. 166.
[52] THEISSEN, 1985, p. 267-269; FOULKES, 1996, p. 305,306. Murphi-
O’Cornnor comenta do “costume romano de classificar os convidados socialmente e dar
pouco ou quase nada àqueles considerados inferiores” dizendo que está pratica poderia estar
relacionada as divisões durante a ceia do Senhor. Cf. MURPHY-O'CORNNOR, 2011, p. 475.
[53] MORRIS, 1981, p. 127.
[54] CONZELMANN, 1975, p. 1945.
[55] Cf. THEISSEN, 1985, p. 263,264.
[56] BARRETT, 1968, p. 263.
[57] O verbo katafrone,w (desprezar) é uma palavra particularmente forte para
expressar o desprezo por alguém. Barrett comenta que devemos entender este verbo como um
presente conativo. FEE, 1994, p. 615 nota. 57; BARRETT, 1968, p. 263.
[58] O genitivo tou/ qeou/ é, sem dúvida, possessivo. Cf. THISELTON, 2000,
p. 864. O’Brien comenta que o “genitivo de Deus indica ser Deus a fonte ou origem da vida e
existência da Igreja. Pela pregação de Cristo crucificado, ele chama para si homens e
mulheres e os transforma em sua ekklēsia”. Cf. O’BRIEN, 2008, p. 658.
[59] O verbo kataiscu,nw tem o sentido de desonrar, envergonhar, humilhar.
Cf. GINGRICH, F. Wilbur; DANKER, Frederick W. Léxico do Novo Testamento
Grego/Português. São Paulo: Vida Nova, 1984. p. 110. Thiselton pensa que devêssemos
traduzir kataiscu,nw por “envergonhar” neste contexto.Cf. THISELTON, 2000, p. 865.
[60] FEE, 1994, p. 615.
[61] BARRETT, 1968, p. 263.
[62] FEE, 1994, p. 612.
[63] ROBERTSON; PLUMMER, 1967, p. 242.
[64] KISTEMAKER, 1998, p. 425.
[65] GARLAND, 2003, p. 544.
[66] A tradição da Ceia do Senhor foi mantida na igreja em duas formas distintas.
A primeira dessas formas está representada por Marcos e Mateus (Mc 14.22-26; Mt 26.26-
30). A segunda está representada por Paulo e Lucas (1 Co 11.23-25; Lc 22.19-23). Para uma
análise comparativa das tradições referente à ceia do Senhor, cf. FEE, 1994, p. 617-619;
DUNN, 2003, p. 684-686.
[67] O recordatório deveria deixar claro para os coríntios que a ceia do Senhor é
distinta de todas as formas de refeições pagãs.
[68] FEE, 1994, p. 619. Foulkes comenta que o ponto de união do recordatório
como os versículos anteriores se encontra na pessoa de Jesus e em sua disposição a dar-se por
inteiro, até a morte, para os que nada são. Ela prossegue comentando que Paulo quer que os
coríntios se fixem neste ponto, para que eles se conscientizem de que não estão
verdadeiramente comemorando a morte do Senhor em suas ceias. Cf. FOULKES, 1996, p.
315,316.
[69] ROBERTSON; PLUMMER, 1967, p. 242.
[70] CONZELMANN, 1983, p. 195,196.
[71] BRUCE, 1980, p. 110; BARRETT, 1968, p. 263,264; RIENECKER;
ROGERS, 1985, p. 315.
[72] O uso da preposição avpo, em vez de para, não parece ser decisivo para a
interpretação desta sentença. Cf. BARRETT, 1968, p. 265; BRUCE, 1980, p. 110.
[73] Cf. BARRETT, 1968, p. 265.
[74] MORRIS, 1981, p. 128.
[75] LADD, George E. Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2001.
p. 364; BRAKEMEIER, 2008, p. 148; KISTEMAKER, 1998, p. 127,128.
[76] DUNN, 2003, p. 684 n. 37. Conzelmann observa que a análise estilística
demonstra que os v. 23b-25 tratam-se de um pedaço fixo de tradição, de origem pré-paulina.
Ele também observa que devemos levar em conta a possibilidade de que tal formulação tenha
sido alterada por Paulo. Cf. CONZELMANN, 1983, p. 196.
[77] JEREMIAS, 1980, p. 105,106.
[78] La tradición no transmite únicamente las palabras del Señor pronunciadas en
un determinado tiempo – tambíem hace isto – sino que, en cuanto tradición, es su palavra. Es
él mismo nos encuentra a través de su palavra y esto es o que da, ante todo, a la tradición, su
carácter de revelación.BORNKAMM, 1983, p. 113.
[79] BRUCE, 1980, p. 110.
[80] RIENECKER; ROGERS, 1985, p. 315.
[81] BORNKAMM, 1983, p. 114; DUNN, 2003, p. 678-683.
[82] This point of this historical note is that the historic institution of the
sacrament is the ground of its present validity. CONZELMANN, 1983, p. 197.
[83] Cf. CONZELMANN, 1983, p. 197; BORNKAMM, 1983, p. 115,106.
[84] FEE, 1994, p. 622; BRUCE, 1980, p. 111.
[85] Paradi,dwmiocorre também em Gl 2.20 onde Paulo diz que o “Filho de
Deus... se entregou(parado,ntoj) por mim”.
[86] BARRETT, 1968, p. 266.
[87] BORNKAMM, 1983, p. 114.
[88] Cf. ROBERTSON; PLUMMER, 1967, p. 243; BRAKEMEIER, 2008, p.
149.
[89] O substantivo a;rtoj é anartro, podendo ser traduzido por “um pão”. Cf.
BRUCE, 1980, p. 111.
[90] FEE, 1994, p. 622; BRAKEMEIER, 2008, p. 150.
[91] O particípio euvcaristh,saj tem sentido temporal aqui, “após ter dado
graças”. Cf. RIENECKER; ROGERS, 1985, p. 315.
[92] Está sentença tem ocasionado debates acalorados ao longo da história da
igreja cristã, sobretudo a partir do século XVI, lembremo-nos de Martinho Lutero e Ulrich
Zuínglio, por exemplo, no Colóquio de Marburgo (1529).
[93] BARRETT, 1968, p. 266.
[94] Cf. WALLACE, Daniel B. Gramática grega: uma sintaxe exegética do
Novo Testamento. São Paulo: Editora Batista Regular do Brasil, 2009. p. 316.
[95] Cf. GARLAND, 2003, p. 547.
[96] ORR; WALTHER, 1976, p. 272.
[97] ORR; WALTHER, 1976, p. 272. Cf. LUZ, Ulrich. El Evangelio segun San
Mateo. Salamanca: Sígueme, 2005. v. 4, p. 173,174.
[98] O verbo evstin (é) deve ser entendido aqui como, por exemplo, em 1 Co
10.4 (“E a pedra era Cristo), Gl 4.25 (Agar é o monte Sinai) etc.
[99] FEE, 1994, p. 623.
[100] KISTEMAKER, 1998, p. 429.
[101] BRUCE, 1980, p. 111.
[102] FEE, 1994, p. 623,624.
[103] O verbo poiei/te pode ser indicativo presente ou imperativo presente.
Aqui é a segunda possibilidade. Cf. RIENECKER; ROGERS, 1985, p. 315.
[104] Cf. WALLACE, 2009, p. 334.
[105] MORRIS, 1981, p. 129.
[106] RIENECKER; ROGERS, 1985, p. 315.
[107] MORRIS, 1981, p. 129.
[108] BRAKEMEIER, 2008, p. 151.
[109] FEE, 1994, p. 626.
[110] CONZELMANN, 1983, p. 197; BRAKEMEIER, 2008, p. 151.
[111] KISTEMAKER, 1998, p. 432.
[112] This cup is the new covenant, and it is so in virtue of My
Blood. ROBERTSON; PLUMMER, 1967, p. 247.
[113] BARRETT, 1968, p. 269.
[114] MARSHALL, 2008, p. 214.
[115] BRAKEMEIER, 2008, p. 151.
[116] Cf. o comentário do v. 24.
[117] FEE, 1994, p. 628.
[118] BARRETT, 1968, p. 269. Brakemeier comenta que está expressão poderia
apontar para as situações em que havia falta de vinho, e que também devido a sua careza, este
poderia ser inacessível para as pessoas pobres. Ele postula que em tais condições a ceia do
Senhor poderia ser celebrada somente com o pão. Cf. BRAKEMEIER, 2008, p. 152.
[119] BRUCE, 1980, p. 113.
[120] O verbo katagge,llw (proclamar) indica uma declaração solene. Cf.
RIENECKER; ROGERS, 1985, p. 315,316.
[121] RIENECKER; ROGERS, 1985, p. 315; BRUCE, 1980, p. 113. As palavras
do v. 26 são de Paulo e não de Jesus, o que está claro a partir do discurso na 3° pessoa na
parte b do versículo. Se Jesus estivesse falando, o discurso estaria, obviamente, na 1° pessoa.
[122] Também é possível que ga,r refira-se a toda a passagem (vv. 23-25). Cf.
ROBERTSON; PLUMMER, 1967, p. 249.
[123] FEE, 1994, p. 629.
[124] Cf. FEE, 1994, p. 630; CONZELMANN, 1983, p. 201.
[125] Cf. GARLAND, 2003, p. 548.
[126] MORRIS, 1981, p. 130.
Foulkes escreve que em “cada celebracion de la Santa Cena se hace presente el
horizonte histórico (la muerte de Jesús) como también el horizonte escatológico (su segunda
venida). Cf. FOULKES, 1996, p. 328.
[128] MARTINI, 2003, p. 171.
[129] FOULKES, 1996, p. 331.
[130] FEE, 1994, 632.
[131] FEE, 1994, p. 633.
[132] O adverbio avnaxi,wj é uma hapax legomenona, ou seja, ocorre somente
aqui no NT. Cf. a crítica textual do v. 29.
[133] BARRETT, 1968, p. 273.
[134] BARRETT, 1968, p. 272; FOULKES, 1996, p. 329. .
[135] SCHNEIDER, Nélio. “Por isso há entre vocês muitos fracos e doentes, e
vários já dormiram” (1 Co 11.30): pecado e sacrifício na ceia do Senhor. Estudos Teológicos,
Vol./No. 36/2, p. 119-128, 1996. p. 121.
[136] FOULKES, 1996, p. 329; FEE, 1994, p. 633,634; BRAKEMEIER, 2008, p.
154; BRUCE, 1980, p. 114. Tiedtke escreve que avnaxi,wj “não é tanto uma exigência de
qualidades morais nos participantes, mas, sim, um modo de vida de acordo com o evangelho,
i.é, o amor mútuo”. Cf. TIEDTKE, E. a;xioj. In: COENEN, Lothar; BROWN, Colin
(orgs.). Dicionário internacional de teologia do Novo Testamento. São Paulo, SP: Vida
Nova, 2000. v. 2, p. 2106.
[137] WITHERINGTON, Ben. Conflict and community in Corinth: a socio-
rhetorical commentary on 1 and 2 Corinthians. Grand Rapids: Eerdmans, Carlisle:
Paternoster, 1994. p. 251.
[138] BRUCE, 1980, p. 114.
[139] VELOSO, Reginaldo. Fome e eucaristia nos escritos do Novo Testamento:
Um ensaio bíblico-teológico. Estudos Bíblicos, n. 46, p. 52-62, 1995. p. 57.
[140] TAYLOR, 19656 apud ZABATIERO, J. P. T. O significado da Ceia do
Senhor. In: COENEN; BROWN, 2000. v. 1, p. 334.
[141] SCHNEIDER, 1996, p. 122,123.
[142] RIDDERBOS, Hermann. A teologia do apóstolo Paulo: a obra definitiva
sobre o pensamento do apóstolo dos gentios. São Paulo: Cultura Cristã, 2004. p. 475.
[143] Cf. HAARBECK, H. do,kimoj. In: COENEN; BROWN, 2000. v. 2, p.
2491,2492.
[144] BARRETT, 1968, p. 273. O verbo dokima,zw é um imperativo presente
iterativo, o que indica “que sempre que a Ceia do Senhor for observada, esse exame [...]
precisa ocorrer”. Cf. WALLACE, 2009, p. 722.
[145] BRUCE, 1980, p. 115.
[146] MARTINI, 2003, p. 172.
[147] FEE, 1994, p. 636.
[148] THISELTON, 2000, p. 891.
[149] The genuine Christian recognizes there are no class divisions at the Lord’s
Table. GARLAND, 2003, p. 551.
[150] FEE, 1994, p. 636, nota 20. O substantivo kri,ma significa condenação,
juízo, sentença, punição. Cf. GINGRICH; DANKER, 1984, p. 121; RUSCONI,
Carlo. Dicionário do Grego do Novo Testamento. São Paulo, SP: Paulus, 2003. p. 276.
[151] MORRIS, 1981, p. 131.
[152] FEE, 1994, p. 633.
[153] RIENECKER; ROGERS, 1985, p. 316.
[154] FOULKES, 1996, p. 333.
[155] KISTEMAKER, 1998, p. 438,439.
[156] BARRETT, 1968, p. 275.
[157] FEE, 1994, p. 636-639; FOULKES, 1996, p. 331-333.
[158] DUNN, 2003, p. 696.
[159] BRAKEMEIER, 2008, p. 154.
[160] BRUCE, F. F. Paulo, o apóstolo da graça: sua vida, cartas e teologia. São
Paulo: Shedd Publicações, 2003.
[161] BORNKAMM, 1983, p. 110,133,135.
[162] BORNKAMM, 1983, p. 136.
[163] GARLAND, 2003, p. 552.
[164] Este verbo encontra-se no tempo presente, o que expressa uma ação em
progresso ou repetida. Cf. RIENECKER; ROGERS, 1985, p. 316. O
verbo koima,omai significa literalmente “dormir”, mas Paulo o usa frequentemente de
forma figurada para indicar a morte. Cf. COENEN, L. Kaqeu,dw. In: In: COENEN;
BROWN, 2000. v. 1, p. 1327.
[165] MORRIS, 1981, p. 132.
[166] FEE, 1994, p. 639.
[167] BARRETT, 1968, p. 275.
[168] CONZELMANN, 1983, p. 203; FEE, 1994, p. 640. O comentário de
Brakemeier é assaz elucidativo diante de possíveis implicações incorretas deste versículo:
“Deus impõe castigos temporais a que agride suas ordens. Tal afirmação soa perigosa. Poderia
insinuar que os doentes são culpados de um pecado especial que explicaria sua desgraça.
Como se sabe, não foi essa a posição de Jesus (cf. Lc 13.1s; Jo 9.1s), mas também Paulo não
sustenta nenhum mecanismo direto entre doença e pecado. Seu colaborador Epafrodito
adoeceu mortalmente sem que o apóstolo o responsabilizasse pelo infortúnio (Fp 2.25s).
Portanto importa auscultar com atenção o que Paulo tem a dizer aos coríntios. Ele acusa não
individualmente, e, sim, a comunidade da ocorrência de enfermidade e morte em seu meio.
Não permite culpar apenas os doentes e os falecidos daquilo que julga ser responsabilidade da
congregação inteira. Naturalmente, os indivíduos não se excluem. Cada qual é co-
rresponsável pelo que acontece na comunidade. Entretanto, a identificação de doentes e
pecadores é calculo que não fecha”. BRAKEMEIER, 2008, p. 154.
[169] FEE, 1994, p. 640.
[170] KISTEMAKER, 1998, p. 439.
[171] MURPHY-O'CORNNOR, 2011, p. 476. No v. 28 Paulo utilizou o
verbo dokima,zw para referir-se ao autoexame, mas aqui ele utiliza o verbo diakri,nw, o
mesmo que usara no v. 29 em relação ao corpo.
[172] BARRETT, 1968, p. 276.
[173] FEE, 1994, p. 640,641; FOULKES, 1996, p. 335
[174] O verbo paideu,w tem o sentido de “treinar uma criança por intermédio da
disciplina”. RIENECKER; ROGERS, 1985, p. 316.
[175] MORRIS, 1981, p. 132.
[176] FOULKES, 1996, p. 336; CONZELMANN, 1983, p. 203.
[177] “A palavra tira uma conclusão da discussão prévia”. RIENECKER;
ROGERS, 1985, p. 316.
[178] KISTEMAKER, 1998, p. 440.
[179] HOFFMANN, E. avpokaradoki,a. In: In: COENEN; BROWN, 2000. v.
1, p. 712.
[180] BARRETT, 1968, p. 276.
[181] FEE, 1994, p. 642,643; WITHERINGTON, 1994, p. 248,249.
[182] FOULKES, 1996, p. 338.
[183] BARRETT, 1968, p. 277.
[184] FEE, 1994, p. 643. Murphy-O’Cornnor comenta que “isto parece ser uma
solução conciliatória destinada diminuir o impacto das diferenças sociais na vida da
comunidade. Os ricos poderiam se regalar em casa, mas na refeição eucarística deveriam se
limitar à comida comum”. MURPHY-O'CORNNOR, 2011, p. 476.
[185] MORRIS, 1981, p. 132.
[186] BARRETT, 1968, p. 277.
[187] BRUCE, 1980, p. 116.

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