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O Silêncio Interior

O documento discute a dificuldade de encontrar silêncio em um mundo repleto de barulho externo e interno, que nos distrai e nos afasta da paz interior. Ele enfatiza a importância de buscar momentos de silêncio para reconectar-se com a essência e a presença de Deus, promovendo um ato de resistência contra a pressão por produtividade. A busca pelo silêncio é apresentada como um caminho para redescobrir desejos autênticos e retornar ao essencial, permitindo uma vida mais clara e significativa.

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O Silêncio Interior

O documento discute a dificuldade de encontrar silêncio em um mundo repleto de barulho externo e interno, que nos distrai e nos afasta da paz interior. Ele enfatiza a importância de buscar momentos de silêncio para reconectar-se com a essência e a presença de Deus, promovendo um ato de resistência contra a pressão por produtividade. A busca pelo silêncio é apresentada como um caminho para redescobrir desejos autênticos e retornar ao essencial, permitindo uma vida mais clara e significativa.

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Vivemos em um tempo ruidoso.

Um tempo em que o silêncio parece quase


inexistente, engolido pelo som constante de notificações, motores, vozes apressadas,
propagandas chamativas e agendas lotadas. A modernidade, com todos os seus
avanços, trouxe consigo uma avalanche de estímulos que raramente nos permite
parar, respirar e simplesmente estar. Em meio a essa cacofonia diária, nossa mente
se acostuma ao barulho e passa a temer o silêncio, como se ele fosse um espaço
vazio a ser urgentemente preenchido. O barulho externo é constante. Ele nos cerca
desde o despertar até o adormecer. Vivemos conectados, plugados, alimentando
sem perceber um vício por distrações que ocupam nossa atenção, mas esvaziam
nossa interioridade. Não temos mais tempo para escutar o vento, perceber o canto
dos pássaros, contemplar uma paisagem ou simplesmente ouvir o som da própria
respiração. Tudo é pressa, tudo é ruído.

Mas, paradoxalmente, o que talvez mais nos afaste da paz não é o som do mundo,
mas o ruído interior. Aquela inquietação constante que nos acompanha mesmo nos
momentos de silêncio físico. É a mente que não cessa de pensar, planejar, repassar
conversas, criar cenários, temer o futuro e se prender ao passado. É a ansiedade que
nos prende em um ciclo de preocupações, a culpa que nos acusa, o medo que nos
paralisa. Esse ruído interno pode ser ainda mais ensurdecedor que o trânsito ou as
redes sociais. Encontrar o silêncio interior tornou-se um desafio. Um dos maiores da
vida moderna, talvez. Exige prática, coragem e disposição. Exige reaprender a ouvir.
Ouvir a si mesmo, a voz da alma, a presença de Deus, que fala suave como uma brisa.
O silêncio verdadeiro não é apenas a ausência de som, mas a presença da paz. É um
espaço sagrado onde nos reencontramos com nossa essência, onde percebemos que
somos mais do que nossas tarefas, mais do que nossas redes, mais do que a imagem
que projetamos.

Mas esse silêncio não chega por acaso. É preciso buscá-lo. Às vezes, é necessário
desligar o celular, fechar os olhos, afastar-se do excesso de estímulos e permitir-se
simplesmente existir. Pode ser em um banco de igreja, em meio à natureza, em um
quarto escuro ou numa oração sussurrada. O importante é dar espaço para que a
alma respire. E quando isso acontece, algo mágico ocorre: as angústias se aquietam,
as prioridades se reorganizam e o coração se torna mais sensível à verdade e ao
amor. O silêncio interior é também um ato de resistência. Em uma sociedade que
nos exige produtividade constante, ser capaz de parar, refletir e escutar a própria
consciência é um gesto de liberdade. É dizer: “não sou máquina”, “não preciso me
apressar sempre”, “meu valor não está no quanto produzo, mas em quem sou”.

Buscar o silêncio é buscar a profundidade. E quanto mais fundo mergulhamos em


nós mesmos, mais encontramos respostas que estavam escondidas sob camadas de
pressa, medo e distração. Nesse mergulho, podemos redescobrir nossos desejos
mais autênticos, nossos dons esquecidos e, principalmente, a presença silenciosa de
Deus, que não grita, mas sussurra no íntimo de cada ser humano. Silenciar, portanto,
não é fugir do mundo, mas se preparar para voltar a ele com mais clareza, mais
compaixão e mais verdade. É um retorno ao essencial. E, talvez, seja justamente isso
que este tempo mais precisa: pessoas que saibam escutar, que saibam acolher, que
saibam simplesmente estar — em silêncio, em paz, em presença.

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