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Meus Poemas Liberdética

O livro 'Liberdética' celebra os duzentos anos de independência do Brasil, abordando a trajetória histórica desde o Primeiro Império até a última Constituição de 1988. Destaca eventos significativos como a abdicação de D. Pedro I, o governo de Getúlio Vargas e a transição para a democracia. Além disso, homenageia grandes figuras da literatura, ciência e artes brasileiras que contribuíram para a formação da identidade nacional.
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Meus Poemas Liberdética

O livro 'Liberdética' celebra os duzentos anos de independência do Brasil, abordando a trajetória histórica desde o Primeiro Império até a última Constituição de 1988. Destaca eventos significativos como a abdicação de D. Pedro I, o governo de Getúlio Vargas e a transição para a democracia. Além disso, homenageia grandes figuras da literatura, ciência e artes brasileiras que contribuíram para a formação da identidade nacional.
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Título do Livro: LIBERDÉTICA

DUZENTOS ANOS DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

I – BRASIL DO PRIMEIRO IMPÉRIO

Nossa verdadeira liberdade


deu-se na Independência do Brasil
celebrada com fraternidade
com muita paz e orgulho juvenil.

Duzentos anos se passaram


de suor e sangue derramados
somos hoje um povo e nação
que honramos nosso passado.

Da América Latina, a única monarquia


em 1821, D. João VI volta para sua terra natal
e deixa seu filho D. Pedro , o Príncipe Regente
para se ter dois países, em benefício de Portugal.

Sob forte pressão, do intrépido e Regente D. Pedro,


da Princesa Leopoldina e Joaquim Gonçalves Ledo
dá-se a esperada e anelante ruptura, entre Brasil e Portugal
conforme os ideais de Tiradentes, desde o Brasil colonial.

Às margens do Ipiranga, em 7 de setembro de 1822


a imperiosa a Independência do Brasil, incitou bravio
coroando-se nosso legítimo Imperador – D. Pedro I
bradando “Independência ou Morte”, ao nosso Brasil.
D. Pedro I, passou nossa nação, à monarquia;
em 1823, no processo da primeira Constituição
causou a maior indignação, agindo contra os deputados,
os grandes líderes constituintes, causando abominação
pois quisera só para ele, todas regras, poderes e dominação.

Em 1824, uma nova, trivial e duvidosa Constituição


além dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
ele ainda queria para si, um quarto e absoluto poder
o Poder da Moderação – limitando nossa liberdade
causando preocupação, pois defendia com autoridade
e arbítrio, em detrimento de nossa Querida Nação.

Em 25 de março de 1824 foi-nos imposta


a despótica e híbrida Constituição brasileira
com poderes irrestritos ao Rei D. Pedro I,
deixando sem eira nem beira, a Pátria inteira.

Daí o motivo de inúmeras revoltas do povo brasileiro:


a Revolução Pernambucana, de caráter republicano e separatista,
a Confederação do Equador, devido à crise socioeconômica;
em toda região nordestina, reprimidas pelas forças imperiais,
executando-se Frei Caneca, um dos grandes heróis patriarcais;
no Sul, a revolta da Província Cisplatina, integrada por D. João VI
causando três anos de Guerra, entre Brasil e Argentina
com intermediação da Inglaterra, e ambos abrindo mão
a favor da República Oriental do Uruguai, a nova nação.

O autoritarismo de D. Pedro I, gerou forte insatisfação:


as revoluções no nordeste, perda da Província Cisplatina
e seus esbanjados gastos, arruinaram-no intensamente
mas por um grande livramento e providência divina,
abdica-se do trono em 7 de abril de 1831, para seu filho a favor:
Pedro de Alcântara, aos cinco anos - tutelado por José Bonifácio
e do nosso Brasil, torna-se, aos quatorze anos, o II Imperador.

II – BRASIL DO SEGUNDO IMPÉRIO

D. Pedro II – brasileiro nato, Imperador de 1840 a 1889


um período de grandes progressos e mudanças sociais
construindo as estradas de ferro e introduziu o nosso café
enfrentou também insatisfações entre liberais e conservadores
haja vista, acirradas instabilidades e rebeliões provinciais
e também, seis anos da sangrenta Guerra do Paraguai;
pela Lei Áurea, a Princesa Isabel pôs fim à escravidão
libertou a exploração desumana de seus trabalhos,
apoiado por Luís Gama, o grande Patrono da Abolição
promovendo aos afrodescendentes, novas leis e regimentos,
tornando o Brasil, uma poderosa, rica e nobre nação!

Inconformados, os liberais e senhores de engenhos


depuseram-no em 1889, instalando a Repúblic;
amava o Brasil e teve um destino que nunca quis
consternado, triste e infeliz, foi morrer em Paris...

III – REPÚBLICAS NO BRASIL

Na Câmara Municipal do Rio de Janeiro,


foi proclamada a nossa Primeira República
por José do Patrocínio, Ilustre Afrodescendente
aclamando Marechal Deodoro da Fonseca
militar e político, o nosso primeiro presidente.
Adversos ao império, apoiados pelos liberais
deram o golpe e derrubaram a monarquia
adotando um novo o sistema de governo;
a Primeira República até 1930 duraria
marcada pelos latifundiários e coronéis
e extensos poderes paralelos da oligarquia
troca de favores por vantagens políticas
na qual, o “clientelismo” quase tudo resolvia.

E assim se finda, a República Velha do Brasil


depondo Washington Luiz, o “paulista de Macaé”
na Revolução de Trinta - na bala e no fuzil
impedindo a posse do eleito Júlio Prestes
aquele que seria nosso novo Presidente Civil.

Toma posse Getúlio Vargas, assumindo o “Governo Provisório”


apoiado por Paraíba, Rio Grande do Sul e Minas Gerais
rompendo a consolidada oligarquia cafeeira paulista,
findando os conchavos do “café com leite”, nos mandos federais;
João Pessoa, Presidente da Paraíba, que seria seu Vice,
fora covardemente assassinado, por questões deveras pessoais,
por João Dantas, em Recife, na Confeitaria Glória
cessando assim, os sonhos e planos de sua história.

IV - ERA VARGAS

Getúlio Dornelles Vargas passou a governar por decretos


nomeando interventores em todos Governos Estaduais
exceto um deles que o apoiara – a indecisa Minas Gerais
governou de 1930 a 45, sem interrupção, protegendo
“os trabalhadores do Brasil”, com reformas e leis sociais.
Além da Revolução de 30, enfrentou a de 32
a famosa Revolução Constucionalista
todas tropas federais contra os paulistas
que reivindicavam para a nação,
uma nova e digna Constituição;
em 35, a Intentona Comunista
para derrubar o governo Getulista
liderada por Luís Carlos Prestes.

Ensejou-se, assim, o fechamento do Congresso


e um estado distópico de opresssão, desespero e privação;
em novembro de 37 - o fim da terceira era Vargas
impondo à Nação, uma nova e diferenciada Constituição
iniciando assim, o Estado Novo, que vigorou até 45
copiando Getúlio, neste período, o fascismo europeu
quando seus instintos lhe diziam: “em tudo decido eu”.

Em setembro de 44, participou da Segunda


Guerra Mundial, contra o eixo nazifacista
enviando para a legião estrangeira
a nossa heróica e bravia
Força Expedicionária Brasileira
para guerrear na Europa,
expulsando o exército alemão
que resistia - ao norte da Itália,

causando-lhe a rendição.
Vargas criou a “Voz do Brasil”, para propagação

de sua política popular e ultranacionalista

a famosa CLT (direitos básicos dos trabalhadores)

o salário mínimo, o Ministério e a Justiça do Trabalho

o IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

as indústrias de base: Vale do Rio Doce, a CSN -

Cia. Siderúrgica Nacional, A Hidrelétrica do S. Francisco!

Em 1945, num golpe militar, Getúlio Vargas deixa o poder!

Em 1950, por vias democráticas, ele volta a governar

com a mesma política nacionalista, com voto popular

cria o “Petróleo é Nosso”, que mais tarde seria a Petrobrás

mas a imprensa, os militares e o povo soem dele discordar

este indomável homem, não abandona suas trincheiras:

em agosto de 1954, no Palácio do Catete, com um tiro

certeiro no peito - lamentável e tristemente fez-se por suicidar,

entrando sereno para a história, e lá do céu, desejando governar!

V - GOVERNO DE JUSCELINO KUBITSCHEK

Juscelino Kubitschek, ao Brasil deu modernidade

fundou Brasília, o 21° Presidente do Brasil

seu governo foi marcado pelo Plano de Metas:


energia, transporte, alimentação,

indústria de base e educação

e o principal: construiu Brasília

no coração de nossa Nação,

projetada por Oscar Niemeyer

e pelo urbanista Lúcio Costa,

nossa mais moderna cidade

tombada pela UNESCO

como patrimônio histórico

e cultural da humanidade.

Seu lema: cinquenta anos em cinco

principiou a indústria automobilística

incentivou os bens de consumo e a televisão

em 58, fez do Brasil, na distante Suécia,

com Pelé e Cia, nosso Grande Campeão!

Construiu também importantes rodovias

a BR-153, a famosa Belém-Brasília

e a vultuosa Régis Bittencourt

ligando o Sudeste ao Sul do Brasil

a Fernão Dias, obra por Vargas iniciada

e por Juscelino Kubitschek inaugurada!


VI - NOSSOS GRANDES MESTRES

A Literatura nos deu, os imortais escritores:


Machado de Assis - Fundador da ABL,
José de Alencar, Lins do Rego, Raquel de Queiroz,
Guimarães Rosa, Jorge Amado, Clarice Lispector,
Mario de Andrade, Graciliano Ramos, Euclides da Cunha;
Alberto Santos Dumont, nosso célebre e maior inventor:
exibindo ao mundo seus aeroplanos (14-Bis e Demoiselle),
em Paris, com seus dirigíveis, contornou a Torre Eiffel,
tornando-se no século XX, uma das figuras mais eminentes,
criando assim, os aviões de motores e sistema monoplano.
Considerados os radares anímicos do mundo,
Relatamos agora, nossos ilustres e poetas geniais:
Gonçalves Dias, Olavo Bilac - o Príncipe dos Poetas,
Castro Alves (os sofrimentos e genocídios dos escravos),
Cecília Meirelles, João Cabral de Melo Neto,
Manuel Bandeira, Carlos Drummond e Vinicius de Moraes,
Ferreira Gullar, Cora Coralina, Adélia Prado e outros mais;
e ainda, os engenheiros e arquitetos magistrais:
Prestes Maia, Régis Bittencourt (grandes rodovias),
Os irmãos André e Antonio Rebouças,
(primeiros Engenheiros Afrodescendentes),
Oscar Niemeyer, projetou os monumentos de Brasília,

Lúcio Costa, urbanista da nossa Capital Federal,

Joaquim Cardozo, dos complexos cálculos estruturais,

também poliglota, contista, dramaturgo e exímio poeta,

materializando de Niemeyer, suas obras monumentais;

nas leis, direito e justiça, os eméritos e grandes juristas:

Rui Barbosa, o “Águia de Haia”, era tudo, de tão genial:


Jurista, escritor, diplomata, tradutor, filólogo e orador,

Pontes de Miranda, Clóvis Beviláqua , Sobral Pinto;

das doenças e epidemias, nos livrando os insignes médicos:

Carlos Chagas, Adolfo Lutz, Oswaldo Cruz, Vital Brasil,

Ivo Pitangui (deixando ainda mais lindas as mulheres)

os cardiologistas Dante Pazzanese, do Instituto

que leva o seu glorioso nome e Euryclides de Jesus Zebini,

um dos mais conceituados cirurgiões cardíacos do mundo,

ensinando, salvando vidas e milhares de corações;

nas artes e nas pinturas, os consagrados artistas:

Augusto Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Cândico Portinari,

Alfredo Volpi, Oiticica, Arquimedes Dutra e Anita Malfatti;

César Lattes - o mais insigne dos físicos brasileiros!

Nossos músicos e compositores mais consagrados:

Carlos Gomes, autor da ópera “O Guarani” (inspirada

na obra de José de Alencar), o maior compositor lírico da Américas,

no Teatro Scala de Milão, foi um dos mais encenados;

Chiquinha Gonzaga, pianista e maestrina, pioneira musicista,

a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil;

Heitor Villa-Lobos, pianista, maestro e violonista,

o compositor sul-americano mais destacados de todos os tempos;

Pixinguinha, arranjador, flautista, maestro e saxofonista -

um dos maiores expoentes da música popular brasileira!


VII - ANOS PÓS-SESSENTA

Duríssimos tempos de outrora

dura lex, sed lex e o DOPS

atrás de você, toda hora

buscando a quem tragar

fatos tão tristes e condoídos

de chorar, chorar, chorar...

Agosto de 1969, o tremendo Festival de Woodstock


Em Bethel, pequena cidade do estado de New York,
Os hippies que defendiam o amor, a liberdade e a paz,
Mais de 400.000 jovens com dezenas de bandas de rock
Embalados pelos sons de Jimi Hendrix e Janis Joplin.

Muitos jovens, feitos poetas nômades

perderam-se por caminhos sem destinos,

nos agitados anos 70, de guerrilhas e vastas repressões;

no México, abstraindo as mazelas, o Brasil tricampeão mundial

com Pelé, Tostão, Jairzinho, Gerson, Rivelino e seleta companhia

trazendo de vez a “Jules Rimet”, para nosso grande orgulho e alegria.

Tempos do “Love Story”, Nobel para Soljenitsin

mortes de Marighella, Che Guevara e Carlos Lamarca

despedidas de Pelé, os primeiros títulos de Fittipaldi

Transamazônica, Fisher x Spassky, China de Mao Tsé-Tung


crise do petróleo, incêndio no Andrauss, Guerra do Vietnã

generalato de Moshe Dayan, os escândalos de Watergate;

em Portugal, a Revolução dos Cravos e queda de Salazar

os discursos inflamados e intermináveis de Fidel Castro

Jacqueline Onassis, nas ilhas gregas, sem nada reclamar

e de Bertolucci , o caloroso “Último Tango em Paris”.

Baladas trepidantes e “rock in roll”, gins-tônicas e cubas libres

piñas coladas, martinis com cereja e “whiskeys on the rocks”

os Beatles de “Yestarday”, os Bee Gees de “Massachusetts”

e de Elvis Presley, “It´s now or never”:

janelas de saudosos pretéritos


e a doce saudade de outra vez...

Brasil de Eder Jofre, Ademar Ferreira e Maria Ester Bueno -


uma das mais brilhante tenistas : 589 títulos internacionais
BICAMPEÃO MUNDIAL DE BASQUETE completar/pesquisar
IRMÃOS FITIPALDI ABRINDO CAMINHO PARA GERAÇÃO
ANO 72
terra de Nelson Piquet e do consagrado e saudoso Airton Senna
seus nomes na história ficaram, três vezes campeões mundiais!
Falar sobre renúncia de Jânio Quadros, João Goulart e a Revolução de 64.
Pelé, Rei do Futebol e Atleta do Século
insuperáveis 1283 gols em 1363 jogos
Nossa seleção, mais duas vezes campeã
em 94 e 2002, saudades nos deixou
tudo com muito samba e carnaval
esperamos que o hexa venha
para mais um novo título mundial.

VIII - ÚLTIMA CONSTITUIÇÃO E O PLANO REAL

Em 1988, a última Constituição Federal

a legítima Carta Magna – a transição

de um regime autoritário para um democrático

liderado pelo Deputado Ulysses Guimarães

a sétima, desde a Independência do Brasil

garantindo os direitos do povo, e a partir de então,

os deveres do Estado, e os direitos invioláveis do cidadão,

proibição de torturas, crimes de racismo, igualdade de gêneros e

direitos sociais : no trabalho, saúde e educação,

refazendo nosso país, e dele, uma grande Nação!


Morto Tancredo Neves, em 21 de abril de 1985,

eleito pelo sufrágio do povo, após a Campanha das Diretas;

é substituído por José Sarney, o novo Presidente do Brasil;

Sucede-o Fernando Collor, em 1990, pelo voto popular;

com sua renúncia, assume Itamar Franco em seu lugar:

criou o Plano Real, pelo seu Ministro da Fazenda

Fernando Henrique Cardoso, eliminando a hiperinflação,

estabelecendo a Lei de Responsabilidade Fiscal,

estabilizou as reformas de nossa macroeconomia,

lançando, em 1994, a nova moeda, o nosso REAL!

Com júbilos e glórias


podemos celebrar
nossas lutas e vitórias;
continuaremos exaltando
quem lá no passado
muito nos tem honrado!

O RIO DA MINHA ALMA

“ainda que rujam e se perturbem as águas,


ainda que os montes se abalem,
sempre haverá um Rio cujas correntes
alegram a cidade de Deus...”
Salmos 46:3-4
Inspiração: Ribeirão Avecuia – Porto Feliz
Nas grotas e veredas, tuas nascentes
teus espelhos e plácidas margens
tuas mágicas correntes e cachoeiras
de retinas brilhantes e cristalinas
serpenteando por meandros indecisos
com fintas caprichosas e repentinas.

Orvalhos de Hermon, cedros do Líbano


lírios do campo, Estrela da Manhã
(Sombras Sublimes da Onipotência)
prados e colinas, ricas fauna e flora
alvas torrentes de “wasserfall”
guirlandas, plântulas e dosséis;
janelas pretéritas do tempo:
“verde que te quiero verde,
verde viento, verdes ramas”
lendas selvagens, duendes imaginários
avencas, orquídeas e púrpuras bromélias
passifloras silvestres, flores do japindá
malváceas vaidosas e retintas catleias
aconchegos e relvas, encantos do manacá
travessuras e diversões coloridas
nos tapetes verdes das saias do jatobá!

De repente, bem de repente


Dum ramo frágil e pendente
despenca uma linda flor:
-- Deixa-me aqui – ela clamava,
flutuando triste a chorar
-- fui nascida nesta aldeia,
não me leves para o mar!

Paladino de esperanças inúteis


vestido de lembranças e solidão
singro tuas águas há muito navegadas;
elas não se represam, nem se repetem
jamais serão as mesmas de outrora
quarta dimensão, o tempo, este impostor...
sombras augustas, meditações etéreas
cintilações, cores e brilhos cambiantes
quietude – no silêncio, uma voz misteriosa
aquele mesmo hálito, o mesmo perfume;
pedras que andam e dividem o tempo
pedras ousadas, pedras polidas
pedras agudas, pedras angulares
pedras lisas cansadas da vida...

Deparo a perversa ponte – de incautas travessias


andantes e amantes da noite - não os vejo mais
insisto: quem sabe os encontre nas esquinas da vida
com suas antigas charretes e decrépitos animais.

Pássaros aflitos e feridos


em tuas margens esquecidas
de flores banais e decadentes
onde ainda voam e repousam
borboletas em pousos displicentes...
Tuas montantes e jusantes
jamais serão como dantes
romperás barreiras
escarpas e rochedos
cruzando fronteiras
e contrastes imensurais,
seguirás destinos atlantes
aos mistérios abissais
do inexorável deus netuno
em soturnos abismais.

-- Quo vadis, ó lendário Rio de tempos eternais?


-- Onde estão tuas noivas esquecidas, emudecidas?

- II -

Rígel e Bellatrix reinam solitárias na eternidade.

A Lua – tua vizinha, lança seus “flashligths


devassando a escuridão, fingindo vigiar
aldeias e casarões coloniais
que já não existem mais...

Nas manhãs opalescentes, o sol se descortina,


invadindo ramagens e frondescências
aquecendo os frágeis ninhos e repousos
de suas aves orquestrais
que ensaiam os primeiros acordes
e seus voos matinais!

- III -

Com meu canivete afiado, desenhei o nome dela


num cerne ancestral, tombado numa curva
quase inacessível e secreta do meu sagrado rio:
-- Rachel, Rachel, tens o ouro e tens o mel,
e também um tesouro, bem guardado lá no céu!

Num repentino dia de verão, imitando os céus do Leblon


(perfeitos, límpidos e sem defeitos),
um portal e um azul-luz a levaram para o infinito:
-- por que tão longe assim, ó Rachel?

-- Guardo de ti as lindas tardes, os matinês,


os dropes que amaciavam nossos beijos,
teu calor, teus cabelos, tua cor,
as estradas, rolês e baladas;
nossos gins e cubas libres
os momentos bem amados e lembrados
ao som de Bee Gees, Creedense, Jhonny Rivers...
na lendária Rádio Mundial das noites madrigais,
depois de mil camparis e muito “rock in roll”.

Dancei com Rachel – à luz de neon,


as mais lindas canções
colado em seu corpo frágil
vestido de alças delicadas e sutis
e uma chuva sonora batendo lá fora –
para quem ama – infindas são as horas:
“sans fin sont les nuits d´amour”
(Paris flamejava com seu último tango).

- IV –

Escutai, ó Deus, minhas preces


as liturgias nas horas vazias – ouvi!
estancai-me as lágrimas plangentes:
cada pranto, um langor
cada lágrima, uma saudade
em cada saudade, uma dor...

A efêmera e linda flor


ao som das corredeiras
persistia em seu clamor:
--Deixa-me aqui - ela dizia,
desnuda e sem pudor
o rio na pedra lisa corria,
corria levando a flor!...

VERSÃO CORRIGIDA:
O RIO DA MINHA ALMA

“ainda que rujam e se perturbem as águas,


ainda que os montes se abalem,
sempre haverá um Rio cujas correntes
alegram a cidade de Deus...”
Salmos 46:3-4

Dario Bicudo Piai


-I-
Nas grotas e veredas, tuas nascentes
teus espelhos e plácidas margens
tuas mágicas correntes e cachoeiras
de retinas brilhantes e cristalinas
serpenteando por meandros indecisos
com fintas caprichosas e repentinas.

Orvalhos de Hermon, cedros do Líbano


lírios do campo, Estrela da Manhã
(Sombras Sublimes da Onipotência)
prados e colinas, ricas fauna e flora
alvas torrentes de wasserfall
guirlandas, plântulas e dosséis;
janelas pretéritas do tempo:
“verde que te quiero verde,
verde viento, verdes ramas”
lendas selvagens, duendes imaginários
avencas, orquídeas e púrpuras bromélias
passifloras silvestres, flores do japindá
malváceas vaidosas e retintas catleias
aconchegos e relvas, encantos do manacá
travessuras e diversões coloridas
nos tapetes verdes das saias do jatobá!

De repente, bem de repente


Dum ramo frágil e pendente
despenca uma linda flor:
-- Deixa-me aqui – ela clamava,
flutuando triste a chorar
-- fui nascida nesta aldeia,
não me leves para o mar!

Paladino de esperanças inúteis


vestido de lembranças e solidão
singro tuas águas há muito navegadas;
elas não se represam, nem se repetem
jamais serão as mesmas de outrora
quarta dimensão, o tempo, este impostor...
sombras augustas, meditações etéreas
cintilações, cores e brilhos cambiantes
quietude – no silêncio, uma voz misteriosa
aquele mesmo hálito, o mesmo perfume;
pedras que andam e dividem o tempo
pedras ousadas, pedras polidas
pedras agudas, pedras angulares
pedras lisas cansadas da vida...

Deparo a perversa ponte – de incautas travessias


andantes e amantes da noite - não os vejo mais
insisto: quem sabe os encontre nas esquinas da vida
com suas antigas charretes e decrépitos animais.

Pássaros aflitos e feridos


em tuas margens esquecidas
de flores banais e decadentes
onde ainda voam e repousam
borboletas em pousos displicentes...

Tuas montantes e jusantes


jamais serão como dantes
romperás barreiras
escarpas e rochedos
cruzando fronteiras
e contrastes imensurais,
seguirás destinos atlantes
aos mistérios abissais
do inexorável deus netuno
em soturnos abismais.

-- Quo vadis, ó lendário Rio de tempos eternais?


-- Onde estão tuas noivas esquecidas, emudecidas?

- II -

Rígel e Bellatrix reinam solitárias na eternidade.

A Lua – tua vizinha, lança seus flashligths


devassando a escuridão, fingindo vigiar
aldeias e casarões coloniais:
gritos, imprecações e patrões enfurecidos -
aleluia! já não existem mais...
Nas manhãs opalescentes, o sol se descortina,
invadindo ramagens e frondescências
aquecendo os frágeis ninhos e repousos
de suas aves orquestrais
que ensaiam os primeiros acordes
e seus voos matinais!

- III -

Com meu canivete afiado, desenhei o nome dela


num cerne ancestral, tombado numa curva
quase inacessível e secreta do meu sagrado rio:
-- Rachel, Rachel, tens o ouro e tens o mel,
e também um tesouro, bem guardado lá no céu!

Num repentino dia de verão, imitando os céus do Leblon


(perfeitos, límpidos e sem defeitos),
um portal e um azul-luz a levaram para o infinito:
-- por que tão longe assim, ó Rachel?

-- Guardo de ti as lindas tardes, os matinês,


os dropes que amaciavam nossos beijos,
teu calor, teus cabelos, tua cor,
as estradas, rolês e baladas;
nossos gins e cubas libres
nossas noites bem-amadas
mil compares e rock in roll.

Dancei com Rachel – à meia-luz de neon,


as mais lindas canções
colado em seu corpo frágil
vestido de alças delicadas e sutis
e uma chuva sonora batendo lá fora –
para quem ama – infindas são as horas:
sans fin sont les nuits d´amour
(Paris flamejava em seu último tango)

- IV –
Escutai, ó Deus, minhas preces
as liturgias nas horas vazias – ouvi!
estancai-me as lágrimas plangentes:
cada pranto, um langor
cada lágrima, uma saudade
em cada saudade, uma dor...

A efêmera e linda flor


ao som das corredeiras
persistia em seu clamor:
--Deixa-me aqui - ela dizia,
desnuda e sem pudor
o rio na pedra lisa corria,
corria levando a flor!...

*****

ALENTO
Inspiração: um poema de consolo

Por que choras ?


se o choro é o desalento
da alma ressentida
dos sonhos vãos,
de batalhas vis
nesta vida renhida.

Não . Não chores !


Farto está o mar,
o inverno se foi
e após longa espera,
as flores se abrem,
prenunciando a Primavera.

Então, choras por quê ?


Deixa refloresça destemida,
no coração a flor perene,
isolada do mundo imundo;
após abnegada faina,
colhe teu fruto fecundo !

Haverá então um dia,


quando, cansado das amarguras,
e já ausentes as pérfidas loucuras,
onde pensavas ser a noite,
terás um esplêndido dia !...

HERMENGARDA
Um personagem de Herculano,
pateticamente indagava:
“Sabes tu, Hermengarda,
o que é passar dez anos
amarrado ao próprio cadáver?”

Sei! Hermengarda, talvez.


Não dez; vinte ou mais:
os números, os cálculos
as latitudes e longitudes
as coordenadas polares
depois, as geodésicas
a quadrícula do cosmos
(minha obsoleta prancheta)
cansada, frouxa e desolada
jogadinha num canto triste
dos tristes nankins de outrora!...
as marcas dos traços secos
paralelos e ortogonais
às vezes sinuosos
e outras tantas, diagonais.

Agapê - ponto não sei o quê...


fórmulas de Simpson e de Gauss
teorias e limites dos erros
acuando probabilidades
equações diferenciais
cálculos determinísticos
para resultados fractais.

DUELO

Inspiração: Uma partida de Xadrez

Vê-se ao longe acirradas batalhas


Castelo branco versus preto
Qual os troianos contra os gregos
Ou as perversas guerras púnicas
Com soldados suicidas, enristados
À frente de bispos enclausurados
Protegidos por espadaúdos cavalos:
Inquietos, fortes, enfeitiçados.

Iniciam-se tão esperadas justas


Em princípio, total equipolência:
Espadanam-se portas estandartes
Abrindo colunas e alas diagonais
(estes heroicos e bravos guerreiros)
aos bispos e torres medievais.

Suicidam-se soldados inúteis;


O Rei, entrincheirado assiste
Ao entrevero magistral
Engalando em seu camarote
Com proteção sem igual.

A Rainha, qual Maria Antonieta –


Extravagante e perdulária,
De soldados e torres ladeada
Audaciosa, avança e se guarda:
Circunspecta, esbelta e arretada.

Avançam-se os minutos e segundos, e


Como os embates de uma vida renhida
Em momentos atrozes e fatais
Com vitórias e derrotas
Em duelos audazes e finais.

AS FLORES DO SEU JARDIM

Inspiração: Faz. Santa Gertrudes – Dourado-SP

Ame o verde
curta o verde
de seu jardim:
plante rosas
lírios e jasmim
não só pra você,
para as borboletas
e também para mim.

Cultive orquídeas
petúnias e tulipas
glicínias, gardênias e camélias,
clerodendros, lírios da paz
sálvias e plumbagos,
dipladêmias e bromélias,
lantanas e alamandas
hortênsias e azaleias...

Mas plante, e plantando,


desfrute o “verde que te quero verde”
das gramíneas do seu jardim
ou lilases dos agapantos :
atraentes, exuberantes
e tão cheios de encantos;
todas as flores, enfim
(não só pra você)
para os beija-flores
e também para mim !...

BALADA TRISTE DO BOIA FRIA

Inspiração: antigos cortadores de cana

Triste poema, cheiro de morte


do aventureiro, do cortador
vida inteira lançada na sorte
gemidos doridos no peito
aguerrido da fome e da dor
espadas que devastam campos
campos que produzem flor.

Ó porta-estandarte, de olhar triste


cansado, cismático e cabisbaixo
marchando por trilhos fumarentos
ó guerreiro, das noites luzidias
levando suas mágoas e lamentos
sóis inclementes, sem alegrias
ásperas mãos, negras as peles
caladas figuras dos boias frias!...

Homens, mulheres e crianças


exangues, sem cor, sem alento
muitos choros, um só lamento
carvão ardendo em brasas,
brasas ardendo no peito.
Trabalhar, trabalhar, trabalhar ...
lassas noites, fatigados seus dias
outonos, invernos, estações sem fim
mantos verdes, esperanças vazias
preces, gritos, patrões enfurecidos
imprecações: cada grito um pranto
cada pranto, um clamor
escutai, ó Deus, minhas preces
meus gemidos de raiva
meus cantos de dor!...

FINITUDE

Inspiração: final de vida de um avaro.


Solipsista, vivera
tão longa vida
tão longos dias
ensimesmado
em sua misantropia.

Um sujeito excêntrico, avaro e pedante


ególatra, cheio de mazelas - só complicava:
raras virtudes, rompantes de vaidades
que nem Freud, em seu tempo explicava...

Decrépito e perempto
jaz o idoso moribundo
cessando a vida
deixando o mundo:
regressão senil
disfunção erétil
artrose e aprosexia;
imensa acografia
talvez morresse
de iatrogenia...
Dói-lhe a saudade
mais que então doía
(rico, tão rico fora)
Agora muito enfermo
pura melancolia...

Exangue em seu leito


artrose e pneumonia
prestes a partir
sem viver seus sonhos
sem curtir suas fantasias...

MONÓLOGO DO CRAVO
Três amores eu tinha:
Érica, Sálvia e Petúnia
lindas, delicadas e vaidosas -
como rainhas as tratava!
Suaves brisas me faziam tocá-las
e eu, com sofreguidão,
tanto, tanto as amava!

As borboletas testemunhavam
nosso amor livre , inebriante
muito mais que perfeito:
um casamento poligâmico,
eu, o cravo - o rei eleito!
Numa das mil noites,
uma dama da noite
caliente e atrevida
e do nada surgida
levou-me pra seu jardim
sem muros, sem borboletas
e perto de mim, nenhum jasmim;
plantou-me ao lado de uma rosa
toda linda, deiscente e vaidosa
mas seus agudos espinhos,
ao vaivém dos ventos, me feriam,
e eu, abatido e triste fiquei...
tão triste, de não ter mais fim!..

AS PEDRAS DE PARATY

Inspiração: FLIP – Paraty-RJ

Caminho pelas ruas enigmáticas


Indecisas e temerárias de Paraty
De casarões e arandelas centenárias
Casas outrora nobres, com eiras e beiras
Sob o céu cinzento de Paraty.

Casas de engenho, igrejas barrocas


Terras batidas, escravos itinerantes
Domínio e poder das cortes lusitanas
Dos Rios Minho e Douro tão distantes.

De pesadas pedras carregados,


De Portugal, os navios vindouros
Para alcançar estreitas e longas ruas
De contrapeso, iam nossos ouros.

Cupidez insana, avassaladora


De avaras cifras acumuladas
Para escolhidas e poucas mãos
Fartas e quiméricas esperanças
Muitos frutos e sonhos vãos.

Em tuas ruas, inóspitas pedras


Pedras ousadas, pedras polidas
Pedras angulares, pedras roliças
Pedras lisas cansadas da vida,,,

TROCAR (já poetizado) ???????


HAPPY HOUR

Inspiração: Um fim de semana qualquer


Praça, pássaros, postes
Árvores, carros, freadas frenéticas
Sons e ruídos metálicos
Transeuntes transbordantes .
Despenca o sol pesadamente
Na linha do horizonte :
Quase noite de sexta.
In the snack bar, happy hour :
Hedonismo explícito,
Alguém blinda, alguém sonha
Alguém convida, alguém aceita.
“Happy weekend ? Perhaps...”
Programam-se eventos,
Com pensamentos alhures;
Quando ? Não importa,
Sem fim são as noites de amor
Onde ? idem : desde que aconteçam;
No amanhã, nem pensar
(como se não houvesse)
Tampouco no sol que virá.
Deixe-o para depois e depois ...
Apenas pense e sonhe
Com o mesmo sol
Leve e flutuante
Acima, muito acima
Da linha do horizonte !...

TERRA ENCANTADA

Inspiração: ocupação de um sem terra

Pesados meus sonhos, estreitos meus caminhos


indecifráveis destinos: ando torto, em desalinho
À procura incansável da minha Terra Encantada,
Extenuado, vislumbro ao longe, a plaga sonhada.

Gélidas as noites, inclementes os sóis, e alcanço


um minifúndio, aldeia isolada e meu descanso
onde o rio da minha vida me sacia e desfaleço
como um rei decaído, sem coroa, sem endereço.

Demarco meu território: cá meu Reino Encantado


posso trazer meus filhos, nesta terra de leite e mel
trabalharei de sol a sol, com minha esposa Raquel.

Poeiras de maus presságios: surge um atroz pegureiro


em seu truculento cavalo - sem apelos ante meus ais:
– sai e retorna, ó aventureiro, para os teus ancestrais!

UP
Deus / amor
Saúde / alegria
Vinho / amigos
Sol / natureza
Praia / viagens
Teatro / cinema
Jogo / xadrez
Futebol / Quinze
Livros / literatura
Mulher / virtudes
Exposições / cultura
Ousadia / resiliência
Classe / elegância
Sabedoria / inteligência
Honra / probidade
Perdão & indulgência

DOWN

Doença / vírus
Violência / ódio
Vícios / drogas
Fome / miséria
Medo / depressão
Tristeza / solidão
Traição / ignomínia
Ateísmo / descrença
Raízes / de amargura
Arrogância / grosseria
Corrupção / improbidade
Vaidade / egolatria
Falsidade / mesquinhez
Solipsismo / misantropia
Pecado / iniquidade
Ceticismo & apostasia

AO INSIGNE PROFESSOR DIRCEU SONSIN PINHEIRO (Itu)

Dirceu Sonsin Pinheiro, ex-Vereador


estimado Amigo, sempiterno Professor
lúcido, elegante, generoso, eloquente
afável, polido, grácil e obsequioso
ó, vem, minha Santa Rita, nos consolar
porque estou só, querido mestre
sem palavras de amor para te dar
tão só, a triste saudade e
tão vaga a esperança de te encontrar!
Em vão, procuro novas palavras
nas esquinas da vida e janelas do tempo;
excedeu-me a perseverança
tantíssimos desejos de relembrar
os mágicos momentos da Escolinha,
ó Ilustre Docente (e eu, aprendiz)
para agradecer-te as lições de vida
e as adoráveis leituras do mundo;
ficará sempre n’alma e no coração
a doce saudade de outra vez...

MINHA INFÂNCIA
Dario Bicudo Piai

“Os Poetas são as antenas do mundo”


Ezra Pound
Capivariano, por mercê de Deus
perguntes, mas não insistas:
estudei na Escola Mista
da Fazenda Boa Vista;
fui criado no meio do mato
já peguei berne e carrapato
e muito bicho de pé
caçava pombas e juritis
e também maracambé
que matava nossas galinhas
lá no rancho de sapé.

Infância estreitinha e machucada:


descalço, roupas de saco
tingidas de retinto azul anil
brincávamos – sol aos 40°,
nas sombras de um pé de abiu;
minha querida mamãe:
– vai buscar água, meu filho,
na barroca, na gruta do funil;
água límpida e fresquinha
subindo morro, espinhos nos pés
sem da sorte reclamar;
mais tarde: – agora, meu filho
vai na encosta da cana nova,
serralhas frescas buscar
com polenta e ovos fritos,
pra nossa fome saciar!

Aos domingos de manhã


íamos no ribeirão mariscar
eu de um lado, co’a cesta na mão
e do outro, o meu querido irmão
levando uma garrafa de cachaça Rosa
a mais preferida, predileta e gostosa
para o Anastácio bebericar
peneirando sob os capinzais,
traíras, bagres e mandis,
algumas cobras no meio,
muitos camarões e lambaris;
cada mariscada, nossa alegria,
e ele, sempre um gole a tomar;
agriões nativos, nos álveos do ribeirão
verdejantes que nem o mar
vínhamos lotados de peixe e camarão
para a nossa casa almoçar...

Relembro as flores lilases dos rubis


de folhas macias e delicadas
que trazem lembranças da infância
um perfume forte quando maceradas
(um santo remédio para cortes e feridas)
onde pousavam as solitárias mamangavas
em busca de seus néctares prediletos
em voos e sobrevoos nonstops
aos seus ninhos recônditos e secretos.

Até a Escolinha Mista


na Fazenda Boa Vista
com os irmãos Azolini:
Vilma, Cezário e Nice,
driblando ferozes cães vizinhos,
relvas, guaxumas e joás bravos
caminhando quilômetros a pé
aprendendo as primeiras letras
na famosa “Cartilha Sodré”.

De Capivari, na primeira jardineira


do saudoso “João Esquerdo”
vinha que nem um raio
trazendo nossa Querida Professora
Sara Fernandes Sampaio
filha do ilustre mestre e professor
Cherubim Fernandes Sampaio
(orador, crítico literário e jornalista);
saudosos tempos áulicos:
tabuadas e lições de aritméticas nos ensinava,
histórias do Brasil e seus brasilíndios;
e no pátio da escola, lindas flores plantava!

Nesta vida ninguém passa


sem algo de si a deixar
que sejam bons legados,
de lições e aprendizados
dos outros também levar...
Antiga Escola Mista da Fazenda Boa Vista – Porto Feliz-SP

OBSTINAÇÃO

Entalhando, com meu canivete,


bem afiado e mãos firmes
inicio um longo poema
no cerne de uma aroeira.
– Mas assim, tio, você
nunca vai acabar!
– Não quero acabar,
só quero iniciar...
– Iniciar o quê ?
– As primeiras letras...
– Que letras ?
– De um poema.
– Pare, me dê um tempo; olhe pra mim:
– Que poema?
– As primeiras letras de um poema sem fim !...

CADÊ VOCÊ, IRENE HAZENFRATZ ?

Inspiração: partida de uma querida prima

Irene, Querida prima, cadê você?


cadê seus passos e olhares cismáticos?
cadê sua voz, seu sorriso?
cadê suas broncas e seus conselhos?
cadê suas partidas e chegadas?
Você ia, mas sempre voltava!
E agora? Nada, mais nada...

O seu silêncio emudece nossa alma


com um vazio impreenchível
calou de vez sua voz forte e veemente,
deixando-nos tristes, inconformados:
no peito, um aperto, uma dor aguda
e no coração, inconsolável amargura...

Nossas festas, nossas alegrias


você sempre ali presente
e agora longe, muito longe...
e de nós, tão ausente!

Sequer um até logo, um adeus


assim, de repente, tão de repente...
sofrem de saudades seus filhos,
irmãos, amigos e todos parentes,
e também seu neto, que muito chora
sentido sua falta, porque você,
para sempre, sempre, foi embora...

LONGE...
Inspiração: recôndito do coração

– De onde tu vens?
– de muito longe...
– longe, onde?
– longe é um lugar muito perto!
– perto como, se é longe?
– longe é o recôndito do meu, do seu coração,
onde se guardam nossas mágoas,
nossos amores, paixões e clamores,
os melhores momentos, as mais doces e meigas recordações,
nossos pretéritos, tristezas, sorrisos, atmosferas de sonhos
saudades tóxicas, sentimentos anímicos,
lágrimas revividas e plangentes
que perpassaram os átrios do meu, do seu coração...

Chove, tão gostosamente chove,


encharcando a terra, sob léguas e léguas
de águas ortogonais despencando quilômetros acima
Não são águas de março, mas quase...
O tempo lá fora forma raízes de vidas tenras,
cujas sementes germinam em forma de plântulas deiscentes
que ansiosamente se lançam para fora,
com desejos de crescerem e se multiplicarem
forrando de verde o solo outrora árido e ressequido
Chove, tão gostosamente chove,
irrigando lentamente o bater do meu coração.

Oi, Gracinda,
de SJRP, que gracinha
suas lindas e inesquecíveis cartinhas
Nunca cheguei a te ver, só por fotografia
Nossas mensagens - puros sonhos e fantasias
Se eram escritas à noite ou de dia
Mas eram tão lindas suas palavras
E tudo mais que você escrevia...

Um amor assim, tão puro


Um amor tão diferente
Que pouca gente vê
Que pouca gente sente...

via tudo que havia


mas não via a vida
que nela existia...

Plante flor, onde quer que vc. for...

Ao chegar, traga alegrias; ao voltar, deixe saudades...

Um amor assim, tão puro


Um amor tão diferente
Que pouca gente vê
Que pouca gente sente...

CATURRO

Não seja teimoso


Não seja caturro
Não arraste o bode
Nem carregue o burro!

VERDADES INVENTADAS

Dário Bicudo Piai


A telinha branca me mete medo
Nem sempre sei o que poetizar
Então - perplexo, medito:
Tudo já fora escrito
Prá que dizer o dito
Do dito que já foi dito?...

Melhor esquecer
não ser caturro
não errar o alvo
não carregar o burro...

Tudo tem de se passar


no invisível túnel do tempo;
a vida, uma estranha hospedaria,
onde passamos às tontas
e nossas frágeis malas,
quase nunca estão prontas!

Nossos olhos e mentes anseiam por coisas diferentes...

What do you need?

Como já disse e redisse milhares de vezes...


Nossas incongruências limitam nossas dependências
Suas palavras mágicas remetem a um mundo irreal e surreal, ou
minimamente factível...

...............................................................................
Levaste meu sol quando se foi...
Invejo dele que sempre te vê
............................................

não é o que deixamos para trás


que me destrói
é o que poderíamos ter construído
(se ficássemos)
agora se corroem os tijolos cansados de esperar

hoje, quando saí da minha cama


a linda lua caiu cheinha no chão
e rolou pela grama

Se V. não faz parte de uma constelação, contemple-a.

MINHA PIPA (concluir)

Dário Bicudo Piai

Uma linda pipa eu tinha


de rabiola bem comprida,
uma corrente, um montão de cores
que subiam para o azul abismal
pela força dos ávidos ventos
que assopravam no meu quintal

Ela partia para longe e bem alto


levada pelos ventos da minha aldeia
lá, bem prá cima do meu planalto
qual dentro do mar, a sereia
que sempre a trazia de volta
para repousar em meu barraco

Um dia, fiquei triste


triste de não ter mais fim
minha pipa tanto subiu
que de mim ela fugiu
Nunca mais voltou:
o fio de minha pipa
um malvado cortou!...

“Tu nés rien dáutre que te vie" (Sartre)

E ainda Jean-Paul Sartre, para quem o homem é um ser inacabado: “J’ai


la passion de comprendre les hommes”. "Eu tenho uma paixão por
entender os homens."

En toi, tout est amour


tout est beau
tout est vie
tout est passion

--Tu te souviens de tout? (Você se lembra de tudo?)

Em você, tudo é amor


Tudo é lindo
Tudo é vida
Tudo é paixão

Deixe o sol te invadir neste inverno e aquecer seu coração; lá fora, as


folhas soam seus hinos ao sabor dos ventos que voam sem destino, sem
direção, sem ao menos deixar seus rastros e seus sinais, alcançando
longínquas plagas e infinitos mares, levando e trazendo notícias de que
ama ou se desespera por um amor não correspondido, enxugando suas
lágrimas e seus clamores...

Um sujeito beneditino :
Indulgente
Calmo
Fleumático
Paciente
E fleumático
Bondoso
E carismático
Indolor
E até reumático
Um santo em vida....

AGNUS DEI, QUI TOLLIS PECCATA MUNDI, ......

Miserere nobis, Domine ! ( piedade)


Exaudi nos, Domine ! (ouvi-nos)
Parce nobis, Domine ! ( perdoai-nos)
DE UMA SIMPLICIDADE ESPARTANA E COMOVENTE....
Mãos delicadas, fragílimas....

Monge exclaustrado : Na verdade quando a Igreja Católica, a partir do


imperador Teodósio, passa a ser a religião oficial do Império Romano, ela
perde muito de sua primitividade, do espírito cristão. Então alguns padres
se retiram para viverem nos desertos e dai temos o chamado movimento
monástico, que foi crescendo e aí surgiram os mosteiros e suas regras...
Homilia reticenciosa, mística,

Perlustrar: examinar com os olhos

Soçobrar: naufragar

Hierático: relativo a coisas sagradas

Queria apenas ouvir meu silêncio...

Elidir o supérfluo... eliminar o supérfluo

Omnis homo mendax (todo homem é mentiroso)

Ecce adsum : aqui estou


Reticente

“A vida inteira que podia ter sido e que não foi”...

um look realmente atual ...

only for you !... As you like !...

te fiz feliz ?

em ti, tudo é lindo !...

Estilo frugal e espartano de viver

Silêncio monástico...

Nec plus ultra ( limite inexcedível)

.... preferiu amar as noites libertinas de New York...

... foi ouvir um solo de GERRY MULLIGAN....

OCORREU-ME QUE O SILÊNCIO É UMA ARMA PODEROSA...

SAUDADE É VONTADE DE OUTRA VEZ !!!!!

....CABISBAIXA, CONCORDOU TACITAMENTE COM MEU


CONVITE , SEM MENEAR A CABEÇA, SEM DIZER SIM , SEM
DIZER NÃO; ENTROU NO MEU CARRO E SAÍMOS SEM RUMO,
SEM DESTINO...

... continha uma fragrância cujas características olfativas marcavam-na tão


intensamente,

- escutou ?
- não !
- veja só que barulho !
- que barulho ?
- o barulho do silêncio !...

.... TAL QUAL O ABSURDO BECKETTIANO ....

equações diferenciais de “n” de incógnitas enigmáticas...

... artesã e escultora de seu próprio corpo refinado e modelar..., depositária


infiel de um patrimônio escasso e de altíssima demanda .....

VOCÊ CHUPOU LIMÃO ?


- Não. Por quê ?
- Está muito azedo,
- com uma cara de má digestão
-

.... ainda preservo dela tênues e longínqua lembrança .....

MULHER FATAL.... ERRO FATAL !....

PARNASIANO demais PARA MEU GOSTO...

DUREZA GRANÍTICA...

... QUANTAS ESTRELAS CINTILANTES


NESTA NOITE FLAMEJANTE !...

O INIMIGO ADORA FESTAS BLAGUES E CHOCARRICES ...

Agônico: que está em agonia

Passei horas sozinho, esquecidíssimo de mim...

Ao regressar,
com saudades,
das montanhas
vê-se o mar!...
que mar-ave-ilha!...
Também muitas saudades de ti
De nossos assuntos amenos
Vividos e lembrados em Paraty

MINHA URBE DE OUTRORA

Desço por ruas e avenidas desprevenidas “dantes navegadas”, nas quais já


não me encontro; elas não são mais as mesmas, nem tampouco eu sou mais
o mesmo. Da Carlos Botelho, tênues lembranças dos bondes com seus
graves e agudos sons metálicos; os passageiros de outrora ficaram às
margens das pretéritas calçadas e caminhos da esperança. O último bonde
que eu cantei um dia, pendurado em seus estribos, parou ali, bem ali –
inerte para sempre, onde repousam e viajam pássaros inocentes.
Não vejo mais as velhas carroças, charretes e animais que adornavam
praças e jardins. Insisto, quem sabe os encontre numa esquina perdida e
esquecida no tempo.
Para sempre se calaram os padeiros e os leiteiros das madrugadas frias e
solitárias.
De ti, sonhos esalqueanos – nostálgicas, vivas e perenes lembranças! Amei
esta linda terra, suas colinas férteis e latossólicas, cortadas por teu Rio
sagrado; de labor eterno, de aço, oceanos vivos e verdejantes; de operários,
tornos e bigornas gigantes!

OS IMENSOS CANAVIAIS

Mantos verdes, imensos canaviais


Cortadores de quiméricos sonhos
Sois inclementes, fatigados dias
Ásperas mãos, negras as peles
Tristes figuras dos boias frias!
Heroicos porta-estandartes
Guerreiros da fome e da dor
Espadas que devastam campos
Campos que produzem flor!
Homens, mulheres e crianças
Exangues, sem cor, sem alento
Carvão ardendo em brasa
Brasa ardendo no peito
Muitos choros - um só lamento
Cada pranto, um clamor
Escutai, ó Deus, minhas preces
Meus gemidos de raiva
E meus cantos de dor!...

O RIO PIRACICABA

Ó triste Rio, agonizante em teus leitos moribundos, vomitando tuas dores,


odores e dissabores, rumo aos mais profundos e intrépidos mares. Qual
pensava Heráclito, tuas montantes e jusantes jamais serão como dantes!

Em tuas margens contam écoglas, os velhos pescadores, os poetas e


pegureiros das noites solipsistas. Os rancheiros nômades – paladinos de
esperanças inúteis, choram e cantam suas serestas e desoladas canções…

Para onde vais, grande Rio?

Sob o “flash-light” da lua devassando a escuridão, seguirás vagaroso por


infindáveis curvas, respirando vida e esperança, contornando aldeias,
ranchos e casarões coloniais dos barões ancestrais.

Em teus leitos, inóspitos rochedos: pedras angulares, pedras lisas, pedras


polidas, pedras cansadas da vida...

Ai de ti, grande Rio! Transporás barreiras e ásperos leitos de arenitos,


seixos e granitos, em direção aos destinos atlantes - insondáveis universos
de Netuno, de mistérios abissais, de estranhas osmoses e reações entrópicas
e colossais, onde se misturam todas as cores, mares e sabores.

Ó grande Rio, “quo vadis?...”


DUELOS DE NOSSA SELEÇÃO NO QATAR

Dario Bicudo Piai - Piracicaba-SP


[email protected]

A Honra pertence aos que estão na arena da vida...


Aos que trazem a face manchada de suor, poeira, e, às vezes, até de sangue...
Aos que conhecem os grandes elãs, motivações, entusiasmos e devoções,
e, por isto mesmo, dedicam-se às grandes e nobres causas.
Se algum dia forem vencidos, ao menos terão sido por haverem
ousado dedicar-se a algo verdadeiramente grandioso,
e por isso seus lugares jamais poderão ser preenchidos
por almas tímidas, frias e vazias,
que não conhecem nem derrotas e nem tampouco as vitórias!
Franklin D. Roosevelt

Vê-se ao longe acirradas batalhas


Nossa seleção canarinho versus uma qualquer
Qual os troianos contra os gregos
nas perversas guerras púnicas
Como soldados destemidos, enristados
Circunspectos, operantes e arretados
À frente de um goleiro enclausurado
Protegidos por espadaúdos zagueiros:
Ligados, fortes, enfeitiçados.

Iniciam-se tão esperadas justas


Em princípio, total equipolência:
Nervos gélidos, de aço, confiantes;
Espadanam-se os portas estandartes
Abrindo colunas ou alas diagonais
Aos heroicos e bravos atacantes
Guerreiros das torres medievais.
Suicidam-se os perdedores inúteis;
As torcidas, entrincheiradas apenas assistem
A muitos entreveros magistrais
Engalanadas em suas arquibancadas
Com risos e choros desiguais.

Avançam-se os minutos e segundos


Como os embates da vida renhida
Em momentos atrozes e implacáveis
Quem perde, lamenta e chora:
tristes e cabisbaixos, vai embora
Mas nós, da seleção canarinho
Com sete vitórias, sem derrotas
Em duelos audazes e fatais
Riremos, por dentro e por fora
(no Brasil, o povo nos espera)
Com muitos desfiles, sambas e carnavais
Vibrando pela nossa querida seleção
Pelas nossas jogadas lindas e colossais!

Tite, tu sabes muito bem


Fubebol é a nossa paixão
Faze-nos ainda mais felizes:
traga a taça de hexacampeão!

******
MINHA INFÂNCIA
Dario Bicudo Piai

“Os Poetas são as antenas do mundo”


Ezra Pound
Capivariano, por mercê de Deus
perguntes, mas não insistas:
estudei na Escola Mista
da Fazenda Boa Vista;
fui criado no meio do mato
já peguei berne e carrapato
e muito bicho de pé
caçava pombas e juritis
e também maracambé
que matava nossas galinhas
lá no rancho de sapé.

Infância estreitinha e machucada:


descalço, roupas de saco
tingidas de retinto azul anil
brincávamos – sol aos 40°,
nas sombras de um pé de abiu;
minha querida mamãe:
– vai buscar água, meu filho,
na barroca, na gruta do funil;
água límpida e fresquinha
subindo morro, espinhos nos pés
sem da sorte reclamar;
mais tarde: – agora, meu filho
vai na encosta da cana nova,
serralhas frescas buscar
com polenta e ovos fritos,
pra nossa fome saciar!

Aos domingos de manhã


íamos no ribeirão mariscar
eu de um lado, co’a cesta na mão
e do outro, o meu querido irmão
levando uma garrafa de cachaça Rosa
a mais preferida, predileta e gostosa
para o Anastácio bebericar
peneirando sob os capinzais,
traíras, bagres e mandis,
algumas cobras no meio,
muitos camarões e lambaris;
cada mariscada, nossa alegria,
e ele, sempre um gole a tomar;
agriões nativos, nos álveos do ribeirão
verdejantes que nem o mar
vínhamos lotados de peixe e camarão
para a nossa casa almoçar...

Na boca da noite, ao multiplicar das estrelas


aqueles perfumes suaves de resinas silvestres
e com eles, o chilrear misterioso dos curiangos
um canto triste, enigmático, bem ao escurecer;
pareciam duendes, naquelas grotas e matas frias
anunciando a hora de se adentrar e se recolher.
Relembro as flores lilases dos rubis
de folhas macias e delicadas
que trazem lembranças da infância
um perfume forte quando maceradas
(um santo remédio para cortes e feridas)
onde pousavam as solitárias mamangavas
em busca de seus néctares prediletos
em voos e sobrevoos nonstops
aos seus ninhos recônditos e secretos.

Até a Escolinha Mista


na Fazenda Boa Vista
com os irmãos Azolini:
Vilma, Cezário e Nice,
driblando ferozes cães vizinhos,
relvas, guaxumas e joás bravos
caminhando quilômetros a pé
aprendendo as primeiras letras
na famosa “Cartilha Sodré”.

De Capivari, na primeira jardineira


do saudoso “João Esquerdo”
vinha que nem um raio
trazendo nossa Querida Professora
Sara Fernandes Sampaio
filha do ilustre mestre e professor
Cherubim Fernandes Sampaio
(orador, crítico literário e jornalista);
saudosos tempos áulicos:
tabuadas e lições de aritméticas nos ensinava,
histórias do Brasil e seus brasilíndios;
e no pátio da escola, lindas flores plantava!

Nesta vida ninguém passa


sem algo de si a deixar
que sejam bons legados,
de lições e aprendizados
dos outros também levar...

Antiga Escola Mista da Fazenda Boa Vista – Capivari—SP

EVASIVAS
Vou me embora
vou pra longe
aqui, gente sou não
lá em outra plagas
não sofrerei em vão
terei nova sorte
que somente a morte
me porá no chão
vou me embora
vou pra longe
vou nas terras de Santo Antão:
indomável como eu
faz poemas, faz canção
tocando seu violão
vou me embora
vou pra longe
vou pras terras de Antão.

Lá serei gente
gente respeitada
terei lindas mulatas
no morro ou na estrada
alcaloide à vontade
sem curtir pela metade
os diletantismos desvairados
que sempre quis
vou me embora, vou agora
só lá serei feliz!
Aqui, de que me adianta
ter dinheiro e cultura,
se perplexo não encontro
minha sonhada Ventura?!
Lá terei sossego
viverei sem medo
cá, não fico não
vou-me embora
Vou pra longe
Vou pras terras de Antão...

Neste Natal
Dario Bicudo Piai

Neste Natal do Menino Jesus


não aspiro por lautos banquetes,
com adornos multicores;
tampouco sons de flautins
ou baladas natalinas.
Antes de tudo desejo
que me encontres
onde aponte
tua Estrela Cadente
e eu carente
de teu amor.
Antes de teus atos contritos
ou constritas orações
vem e me sacia
a fome aguda
dorida e profunda
que tanto me crucia,
eis que para mim
Natal não é só hoje,
é sempre - é todo dia ...

CHOVE

Chove, tão gostosamente chove,


encharcando a terra, sob léguas e léguas
de águas ortogonais despencando quilômetros acima
Não são águas de março, mas quase...
O tempo lá fora forma raízes de vidas tenras,
cujas sementes germinam em forma de plântulas deiscentes
que ansiosamente se lançam para fora,
com seus planos de crescer e multiplicar,
forrando de verde o solo outrora árido e ressequido
Chove, tão gostosamente chove,
irrigando lentamente o bater do meu coração.

Tudo passou muito rápido no invisível túnel do tempo!

A vida, uma estranha hospedaria,


onde passamos às tontas
e nossas frágeis malas,
quase nunca estão prontas!

Como preconizava SÊNECA ( filósofo latino – 4 A . C. a 65 D . C . : pregou o ascetismo e


renúncia dos bens terrenos, revoltando contra os crimes do imperador Nero, que o obrigou a
suicidar-se:

“Não conhecemos nem a nós mesmos, por que havemos, pois, de julgar o próximo ? Ninguém sabe o
que constitui um homem ; só Deus conhece seus pensamentos, suas alegrias, suas amarguras, suas
angústias, as injustiças cometidas por ele e contra ele . Todas as vidas, boas ou desnorteadas,
penosas ou felizes, são apenas um prólogo do amor além da sepultura, onde tudo é compreendido e
quase tudo é perdoado.”
OBSTINAÇÃO

Dario B. Piai

Entalhando, pacientemente, dia-a-dia,


de canivete bem afiado,
num pau ancestral de aroeira,
debruçada na curva secreta do meu rio
– Mas assim, você
não vai acabar nunca !
– Não quero acabar,
só quero iniciar !
– Iniciar o quê ?
– As primeiras letras.
– Que letras ?
– De um poema...
– Pare ! Olhe aqui pra mim,
que poema? para quem?
– as primeiras palavras de amor
e uma história sem fim !...
CHOVE

Chove, gostosamente chove,


encharcando a terra, sob léguas e léguas
de águas ora tortas e curvas, ora ortogonais
despencadas de quilômetros e quilômetros acima
Não são águas de março, mas quase...
O tempo lá fora forma raízes de vidas tenras,
cujas sementes germinam em forma de plântulas deiscentes
que ansiosamente se lançam para fora,
com planos de crescerem e se multiplicarem,
forrando de verde o solo, outrora árido e ressequido
Chove, tão gostosamente chove,
irrigando lentamente mentes e corações
para novos sonhos, planos e emoções.

Implementando com as palavras do Henfil :


" Claro que valeu !
Se não houver frutas
valeu a beleza das flores
Se não houver flores,
valeu a sombra das folhas
Se não houver folhas
valeu a intenção da semente ."

Deixe o sol te invadir neste inverno e aquecer seu coração; lá fora, as folhas soam
seus hinos ao sabor dos ventos que voam sem destino, sem direção, sem ao menos
deixar seus rastros e seus sinais, alcançando longínquas plagas e infinitos mares,
levando e trazendo notícias de que ama ou se desespera por um amor não
correspondido, enxugando suas lágrimas e seus clamores...

O céu está estrelado, mas é dia. Estrelas de todas as cores — rosa, azul, verde,
preto — disputam espaço no firmamento aberto do meio-dia. Do chão, dezenas de
pessoas controlam suas estrelas na batalha dos céus. Mexem as mãos com destreza,
dando a impressão de que controlam o ar com as próprias mãos, como se fosse
mágica. Mas o sol a pino bate no chão e revela a linha entre os dedos que
controlam, com movimentos sutis, a pipa cortando o vento....

En toi, tout est amour


tout est beau
tout est vie
tout est passion

Em você, tudo é amor


Tudo é lindo
Tudo é vida
Tudo é paixão

BALADA TRISTE DO BÓIA FRIA

Dario Bicudo Piai

Triste canção - cheiro de morte


do porta-estandarte, do cortador
vida inteira lançada na sorte
gemidos doridos no peito
guerreiro da fome e da dor;
espadas que devastam campos,
campos que produzem flor.

Ó porta-estandartes: olhares tristes,


cansados, sismáticos e cabisbaixos,
marchando por trilhos fumarentos
ó guerreiros das madrugadas frias
levando consigo os grandes lamentos
suas dores, seus ais e almas vazias.

Homens, mulheres e crianças


exangues, sem cor, sem alento
muitos choros, um só lamento
carvão ardendo em brasas,
brasas ardendo no peito.
Sóis flamejantes, âncoras fugidias
ásperas mãos, negras as peles
tristes figuras dos bóias frias!...

Trabalhar, trabalhar, trabalhar ...


outonos, invernos e sóis sem fim
lassas noites, fatigados seus dias
campos verdes, esperanças vazias.
Choros, lágrimas - patrões enfurecidos;
imprecações: cada grito um pranto
cada pranto, um clamor.
Escutai, ó Deus, minhas preces,
meus brados de raiva
meus cantos de dor!...

HERMENGARDA
Eng° Dário Bicudo Piai

Um personagem de Herculano,
pateticamente indagava:
“Sabes tu, Hermengarda,
o que é passar dez anos
amarrado ao próprio cadáver?”

Sim, Hermengarda!
Não dez; vinte ou mais:
os números, os cálculos
as latitudes e longitudes
as coordenadas polares
depois, as geodésicas
a quadrícula do cosmos
(minha obsoleta prancheta)
cansada, frouxa e desolada
jogadinha num canto triste
dos tristes nankins de outrora!...
as marcas dos traços secos
paralelos e ortogonais
às vezes sinuosos
e outras tantas, diagonais.

Agapê... ponto não sei o quê...


as fórmulas de Simpson e de Gauss
as teorias e limites dos erros
acuando probabilidades
equações diferenciais
cálculos determinísticos
para resultados fractais.

O RIO PIRACICABA

Ó triste Rio, agonizante em teus leitos moribundos, vomitando tuas dores,


odores e dissabores, rumo aos mais profundos e intrépidos mares. Qual
pensava Heráclito, tuas montantes e jusantes jamais serão como dantes!

Em tuas margens contam écoglas, os velhos pescadores, os poetas e


pegureiros das noites solipsistas. Os rancheiros nômades – paladinos de
esperanças inúteis, choram e cantam suas serestas e desoladas canções…

Para onde vais, grande Rio?

Sob o “flash-light” da lua devassando a escuridão, seguirás vagaroso por


infindáveis curvas, respirando vida e esperança, contornando aldeias,
ranchos e casarões coloniais dos barões ancestrais.

Em teus leitos, inóspitos rochedos: pedras angulares, pedras lisas, pedras


polidas, pedras cansadas da vida...

Ai de ti, grande Rio! Transporás barreiras e ásperos leitos de arenitos,


seixos e granitos, em direção aos destinos atlantes - insondáveis universos
de Netuno, de mistérios abissais, de estranhas osmoses e reações entrópicas
e colossais, onde se misturam todas as cores, mares e sabores.

Ó grande Rio, “quo vadis?...”

***********
MINHA URBE DE OUTRORA

Desço por ruas e avenidas desprevenidas “dantes navegadas”, nas quais já


não me encontro; elas não são mais as mesmas, nem tampouco eu sou mais
o mesmo. Da Carlos Botelho, tênues lembranças dos bondes com seus
graves e agudos sons metálicos; os passageiros de outrora ficaram às
margens das pretéritas calçadas e caminhos da esperança. O último bonde
que eu cantei um dia, pendurado em seus estribos, parou ali, bem ali –
inerte para sempre, onde repousam e viajam pássaros inocentes.
Não vejo mais as velhas carroças, charretes e animais que adornavam
praças e jardins. Insisto, quem sabe os encontre numa esquina perdida e
esquecida no tempo.
Para sempre se calaram os padeiros e os leiteiros das madrugadas frias e
solitárias.
De ti, sonhos esalqueanos – nostálgicas, vivas e perenes lembranças! Amei
esta linda terra, suas colinas férteis e latossólicas, cortadas por teu Rio
sagrado; de labor eterno, de aço, oceanos vivos e verdejantes; de operários,
tornos e bigornas gigantes!

OS EMBALOS NOTURNOS

Happy hours... what´s happening in city snacks bars? Festas frenéticas,


repúblicas epicuristas, sons e baladas pelos cantos, becos e recantos. Cubas
libres, gins-tônicas, whiskys e camparis rolando à vontade... sem se curtir
pela metade. Pretéritos vividos e relembrados: alguém brinda, alguém
convida, alguém aceita. Quando? Onde? Nada importa... infindáveis são as
horas. No amanhã, nem pensar: deixe-o para depois, sem cronometrar o
nascer e o pôr-do-sol ... Apenas sonhe com o as auroras boreais e o mesmo
sol flutuante que virá... acima, muito acima dos cambiantes horizontes
matinais!

Rachel, Rachel... tendes ouro e tendes o mel; e também o tesouro, guardado


lá no céu. Por ti, agreguei amigos e formei inimigos; num inopinado dia
voaste para muito longe: por que tão longe assim, ó Rachel?...

Silvia... Silvinha, assim tão chegadinha... esbanjando seu mais íntimo


frescor, comemorando seu níver, toda cheia de graça e beleza! Não diria que
fosse a mais linda das garotas, mas seus requintes frágeis e delicados nos
atraiam em demasia. Seu charme faziam-na tão diferente! Mas não fora ela
quem mais nos polarizava atenção naquela mágica noite de brincadeira-
dançante; fora Helen, o epicentro gravitacional de olhares furtivos e
libidinosos. Tez delicadamente morena, toda “caliente e salerosa”, lábios
sensuais, meneios convidativos “only for you, as you like”. Aquele perfume
inebriante que a marcarvam tão intensamente, no primor de seus vinte anos!
Um baile inesquecível, de mil e umas horas, ao som de Johnny Rivers.

Por Helen conspiram os helênicos deuses


Por Helen conspiram as magias ancestrais
Por Helen conspiram desejos e delírios
Por Helen conspiram guerreiros medievais

Paris flamejava em seu último tango.

“It´s now or never” – convidei-a para dançar, e dançando, senti a chance de


tê-la por tempos suficientes. Naquele noite libertina, dancei com Helen
todas as canções proibidas, ao calor de “Je t´aime… moi non plus”, colado
ao seu corpo vestido de seda branco, de alça frágil e decote sutil. Deusa
nascida da espuma do mar, queria apenas viver, sem compromisso de
conjugar os variáveis tempos do verbo amar.

Um tremen toró batendo lá fora, e nós, presos de amor, sem podermos ir


embora…Tampouco pensar nas perversas travessias do incauto Rio
Mekong, que poderia nos levar assim…para tão longe.

Breves sonhos, breves dias, à espera de um só dia, que ficou na fantasia.

Depois de um inominável silêncio monástico, prostei-me cabisbaixo,


quedante e silente, como um réu desesperado em sentença de prisão
perpétua. Naquela noite, defenestrei meus sonhos e planos; em minhas
catarses, perguntei-me: onde errei? O que fiz que não a fiz feliz?

Em muitas tardes frias, de horas vazias, flanei por aqueles bosques e


bulevares amenos e sem flores, por trilhas surradas e caminhos indecisos,
sem cores, nem amores… como se fosse o último dos templários de uma
catedral herética.

Resiliência, meu camarada – pensei intimamente com meus neurônios, um


tanto desgastados por uma fugaz história de amor.

“São malhas que o Império tece…”

********************
BALADAS ESALQUEANAS
Ó, Esalq, finalmente
Posso te ver e contemplar
Teus portentos, teus gáudios e glórias
Sem conjugar as dores e sabores do verbo amar!...

Teus céus de outono dos anos sessenta copiavam os mesmos céus


parisiense de Janet Flanner: uma janela e um azul-luz que se abriam para o
infinito, à espera de seus turistas sem rumo, sem destino, sem pressa, sob o
desdém das esquecidas e dormentes Rígel e Belatrix.

Havia flores e sonhos em que tudo que plantávamos e colhíamos; havia


inefáveis elãs naqueles mestres enclausurados em seus arcanos
departamentos, que se nos doavam com seus ensinos práticos e teóricos:
equações diferenciais, derivadas e integrais; agrotecnia, infindos ensaios e
zootecnia. Azimutes magnéticos, regressões, variâncias, variáveis
paramétricas e não paramétricas. Víamos o mundo muito além daquelas
janelas altas e frias! Áulicos e duros tempos... tempos de repressões,
guerrilhas, transições sociais, políticas e efervescências culturais e
contraculturais... E nós, eternos aprendizes, fartos de sonhos, esperanças e
ideais que se nos inculcavam.

E nós – hedonistas egrégoras de Ceres, semeados naqueles imensos


hectares, formando um conglomerado híbrido, de varietais raros e “sui
generis”, mergulhados em suas “psiquês” e ethoi culturais, com suas
estranhas manias, diferenças e desvairadas fantasias...

Repúblicas magistrais, beliches apinhadas, juventude de corpos, seres


demiúrgicos, caçando ninfas em noites madrigais.

Serestas, “pick up lines” universitários, ufanos invasores das maviosas


noites piracicabanas.

Havia os físicos, químicos e matemáticos; os filósofos, os biólogos e


também os dogmáticos.

Os sonhadores, poetas, cantores e atletas, que faziam nossa alegria, como


as cigarras às formigas, na sombra do meio-dia.

Enigmas e segredos indecifráveis pairavam nos territórios esalqueanos,


povoados por mentes pensantes, férteis e brilhantes. Nas salas e antessalas
arcanas de outrora, invioláveis Caixas de Pandora:
Salas sagradas
colunas esguias
cornijas douradas
mísulas coloniais
guirlandas violetas
emblemas imensurais
no éter do azul abismal
férteis frondes veneráveis
“verde que te quero verde”
mandrágoras mágicas
sombras augustas
flautas e flautins
flores deiscentes
campos floridos
frutos pendentes!

ARTHUR RIMBAUD

L´ennui n´est plus mon amour. Les rages, les débaouches, la folie, dont je
sais tous, les élans et les désastres, - tout mon fardeau est déposé.
Apprécions sans vertige l´étendue de mon innocence. Arthur Rimbaud

O tédio não é mais meu amor. As raivas, os deboches, a alegria que eu


conheço tanto, os elans quanto os reveses – todo o meu fardo está deposto.
Apreciemos sem vertigem a extensão de minha inocência.

en toi, tout est amour


tout est beau
tout est vie
tout est passion

em você, tudo é amor


tudo é tão lindo
tudo é vida
tudo é paixão

en toi, tout est amour


tout est beau
tout est vie
tout est passion
DBP

Qual mulher não se derrete de ternura e sedução com “em ti tudo é lindo!” ou “te
fiz feliz?” Daqui a pouco (ou já ?), quaisquer elogios se tornam assédios (cuidai-
vos, ó mancebos e varões, com seus galanteios madrigais: sejais sábios, sutis e
originais!). Belezas e encantos de ninfas e divas inefáveis: não se compram, não
se tocam, apenas se contemplam!...

Veleidades: intenção pouco firme

Agônico: que está em agonia

Fugitivo da uma tela de Rembrant...

Mãos delicadas, fragílimas....

Flores raras e banalíssimas...

Admirável austeridade litúrgica

Passei horas sozinho, esquecidíssimo de mim...

Ao regressar,
com saudades,
das montanhas
vê-se o mar!...
que mar-ave-ilha!...

Procurei vida em mim, mas não a encontrei; ela orbitava além de minhas
fronteiras...

FLANAR POR RUELAS AMENAS...


INSÓLITO AMÁLGAMA DE UM ALQUIMISTA ....

DE UMA SIMPLICIDADE ESPARTANA E COMOVENTE....


... QUANTAS ESTRELAS FLAMEJANTES
NESTA NOITE CINTILANTE !...

PARNASIANO demais PARA MEU GOSTO...

DUREZA GRANÍTICA...

FRUGALIDADE DA VIDA MONÁSTICA....

ainda preservo dela a mais tênue e longínqua lembrança .....

... com um sorriso inebriante, permissivo e indulgente, deslocou a alça de


seu vestido branco de levíssimo tecido, exibindo seus rígidos, protraídos e
esplêndidos seios, despertando uma volúpia gulosa, indescritível.

TAL QUAL O ABSURDO BECKETTIANO ....

VIRTUDES TEOLOGAIS : FÉ , CARIDADE E ESPERANÇA

VIRTUDES CARDINAIS : PRUDÊNCIA, FORTALEZA, JUSTIÇA,


TEMPERANÇA

... seu tudo é lindo ! ...

.. A CIDADE DORME E TUDO É SILÊNCIO, NESTA NOITE DE...

.. A CIDADE DORME E TUDO É SILÊNCIO, NESTA NOITE DE...

... tão linda era que deixava inerte os homens, imersos de perplexidade
sedentária....

.... devia tê-la julgado pelos atos , jamais pelas palavras...

.... amou as noites libertinas de New York...

... foi ouvir um solo de GERRY MULLIGAN....

- Põe em prática o ideal que se lhe inculca ( sugere, insinua, aconselha)

Inobstante seus olhos cansados e tristes


... opôs-se-lhe nela as virtudes e predicados da honrosa genitora...

... nulo é o legado da coisa alheia...

assim é, assim se lhe parece !...

... morena cálida, flamejante , saliente e salerosa !...

via tudo que havia


mas não via a vida
que nela havia ...

.... suspiros nostálgicos na quietude da noite ...

...flanava por ruelas amenas....

não obstante....
Inobstante o fato de .....
eis que....
Ademais....
Nem tampouco...
Por conseguinte....
Mas, porém, entretanto, todavia,....
Outrossim, ....
Literatura é história do outro; é invasão de mundos e domicílios alheios...

o escritor tem se comportar como se estivesse em cena e entender as


mudanças de cenários; não é um ser comum, nem pode sê-lo. Se não
cumprir a rota da fantasia, da imaginação, ele se dá ao fracasso !
não há limites para um grande escritor...

viajar em busca da própria alma, uma busca pessoal e intimista...

a literatura (POESIA) é exaustiva; escrever um livro significa sangria...

Estilo frugal e espartano de viver

Silêncio monástico...

Nec plus ultra ( limite inexcedível)

... nem tampouco lembrara o jovem que atleta fora ....


.... destarte, tudo nela se fazia de amante insaciável que outrora fora.

... por conseguinte, tomara-lhe de volta o fogoso amante

.... sensibilidade fina e apurada

a sorte favorece os audaciosos...

... a audácia cresce com a temeridade alheia ...

a audácia e a sorte são irmãs gêmeas ...

querer é ser, ser é ousar...

beleza inefável : não se compra, não se toca, apenas se contempla....

nunca, nunquinha mesmo !.....

um look realmente atual ...

only for you !... As you like !...

te fiz feliz ?

em ti, tudo é lindo !...

homem mata o amante da amante


e foge para plaga distante...

Um sujeito inviável :
Cismático
Arrogante
E dogmático.

Um sujeito beneditino :
Indulgente
Calmo
Fleumático
Paciente
E fleumático
Bondoso
E carismático
Indolor
E até reumático
Um santo em vida....

A liberdade do amor...
A solidão...
A necessidade de sucesso...
A justificativa do fracasso...
Romper com a mesmice...
Mutação fundamental de vida...
Audácia, ousadia, originalidade ...
Deixemos de pacholices e de fraseologias vulgares e baratas...

Fulana continha uma dissimulada nostalgia fálica ,sem precedentes nos


anais balzaquianos...

- Não, não foram os longos anos que me prostraram quedante e silente, -


foram apenas breves e silenciosos minutos !...

A vida é um pêndulo que oscila entre as lágrimas e os sorrisos.

sans fin sont les nuits d’amour!!!!!!!!!

Behind joy and laughter there may be a


temperament, coarse, hard and callous. But behind
sorrow there is always sorrow. Pain, unlike pleasure,
wears no mask)

Por detrás da alegria e do riso, pode haver um


temperamento, grosso, duro e insensível. Mas por
trás tristeza, sempre há dor. Dor, ao contrário do
prazer, não usa máscara)
sans fin sont les nuits d’amour

Gosto de mato, de chocolate, de frio, de chuva , de


silencio, dos Beatles, de rock e do Rio Grande do
Sul.

ARTHUR RIMBAUD

L´ennui n´est plus mon amour. Les rages, les débaouches, la folie, dont je
sais tous, les élans et les désastres, - tout mon fardeau est déposé.
Apprécions sans vertige l´étendue de mon innocence. Arthur Rimbaud

O tédio não é mais meu amor. As raivas, os deboches, a alegria que eu


conheço tanto, os elans quanto os reveses – todo o meu fardo está deposto.
Apreciemos sem vertigem a extensão de minha inocência.

never let fear hold you…………….. nunca deixe o medo te abraçar

sans fin sont les nuits d’amour

non abeate paura

Meus pais sacrificaram seus sonhos, para que eu sonhasse.

Acordei com você ao meu lado, toda flamejante, cálida, caliente e salerosa,
faminta por uma transfusão de amor em profusão...

Você levou meu sol quando se foi...

Laceou muitas mulheres como se fossem sapatos desprezíveis...

Invejo o vento que ainda te vê

não é o que deixamos para trás


que me destrói
é o que poderíamos ter construído
(se ficássemos)
agora se corroem os tijolos cansados de esperar
nas suas frestas, só ervas nocivas e daninhas
nada de uma florzinha sequer...

hoje, quando saí da minha cama


a linda lua caiu no chão - cheinha e rolou pela grama...

você não se transforma em borboleta em apenas um dia; crescer é um


processo de longo sofrimento e aprendizado.

Você pode imitar minha luz, mas jamais tirá-la de mim...

Se V. não faz parte de uma constelação, contemple-a.

tanto alemães quanto seus símiles franceses....


a maneira de falar e escrever que mudava o mundo

A intertextualidade inteligente enriquece e alarga o


horizonte literário do leitor exigente e astuto....

DON’T WORRY, BE HAPPY (Não se preocupe, seja


feliz)

Hoje eu medito:

Na solidão de meus dias


Nas catarses das horas vazias
Desfiz meus traumas, minhas dores
Minhas psiquês emocionais
Meus acertos, meus erros
E meus enganos existenciais...
Um amor assim, tão puro
Um amor tão diferente
Que pouca gente vê
Que pouca gente sente...

Nossos olhos e mentes anseiam por coisas diferentes...

What do you need?

Relax and enjoy!!! Relaxe e aproveite!!!

Nunca pare de sonhar!...

Meu Querido Amigo!

Nesta data especial, peço ao DEUS ALTÍSSIMO que renove tuas


forças, teu corpo e tua alma e fortifique teu espírito, multiplicando seus
anos de vida, com muita paz, amor, saúde e muitas alegrias!
Que todos teus sonhos e planos se realizem em sua plenitude!
Sê como um veleiro em alto mar que se utiliza de ventos contrários
para levá-lo ainda com mais ímpeto e para mais longe ...
Sê como a águia que sobe o penhasco para revigorar suas forças e
alçar vôos ainda mais longínquos e audaciosos!
Mas acima de tudo, seja você mesmo: simples, compreensivo,
amável e compassivo, como sempre o foi.
O essencial nesta vida é ser, nem tanto ter, ou ter o suficiente para
ser feliz, e ser feliz com o pouco que se tem!
Sua missão é salvar pessoas; faça-o sob os olhares vigilantes de Deus,
que em oculto o vê e observa, perscrutando seu coração, sua mente e seu
agir!
Não olhe para a direita, nem tampouco para a esquerda; siga seu
próprio caminho, seu próprio destino, espetando, quando necessário – flores
nos espinhos da vida!
JESUS TE AMA INFINITAMENTE!

Poesia é prosa musicada. Faz bem aos olhos, mas ainda é melhor para a alma.

encontrar poesia para suavizar a angústia existencial.

Poetizar é extrair o néctar que nos alimenta a alma

A CALMA
PACIÊNCIA
E MANSIDÃO
COMOVEM QUALQUER CORAÇÃO
(DBP nov/2021)

Parafraseando a música do Chico Buarque e poema de João Cabral de Melo Neto:

É de bom tamanho, nem larga nem funda


É a parte que lhe cabe neste minifúndio
Não é gleba grande, é gleba medida
É a terra que ela queria ver dividida...

Oi, Gracinda,
de SJRP, que gracinha
sua linda e inesquecível cartinha de...
(que nem me lembro mais)

Seios rígidos e protraídos...

TRANSE POÉTICO

Conheci um amigo, que brincava comigo


Fera no computador; minha mãe o tinha por gênio
Um grande professor...
Meu pai achava que era um sonhador
Saia chutando bola e quebrava o pé de carambola
Foi ao vizinho jogar peteca e acabou brincando de boneca
Tadinho dele... desmunhecou-se de vez, sem mais nem talvez
Muito preocupado, acabou pintando um quadro
Saiu de lá sem saber por onde ia:
Acabou fazendo esta poesia...
SAUDADES QUE SENTIAS

Aeroporto de Guarulhos, quando o Dair foi para Espanha.

Quando eras pequenino


eu te deixava e partia;
célere passou o tempo:
cresceste e vingaste
das saudades que sentias...

Minha última canção para ti: NEC PLUS ULTRA (7/8/2019)

Olá, minha antiga Princesinha


Vc era tão linda e me amava tanto, tanto...
E me chamava de “meu amor, minha vida”
E hoje, tão mudada e arrependida,
veja a vida como é, não mais me quer
nem pra tomar um café...

Eu te plasmo e te contemplo
viajo contigo nas janelas do tempo
nas brisas suaves das serenatas
e nas asas abertas do vento!

Nenhuma outra sonhará


os meus sonhos e desejos...
Ninguém mais viajará comigo - além de ti,
Pelas janelas do tempo...
Você sempre amada
Você sempre Sol
Você sempre Lua
Nas minhas madrugadas...
Sempre em minha vida!!!!!!!!!!

Depois de tantos desencontros, finalmente o nosso


encontro...

Nossos encontros fortuitos, secretos e libidinosos...

Atmosfera de sonhos
Relacionamentos tóxicos
Amizades tóxicas
Afetos societários
Desafetos societários
Saudades tóxicas
Memórias afetivas
Memórias desafetivas
INFINITO ENQUANTO DUROU...

BREVE O AMOR E LONGO O ESQUECIMENTO...

Um longo amor, um grande encanto


Tu me dizias “meu amor, minha vida”
e hoje, toda mudada e arrependida.
Toda linda e me amavas tanto, tanto...

Ainda te plasmo e te contemplo


viajo contigo nas janelas do tempo
nas brisas suaves das madrugadas
na cosmovisão e sabor dos ventos.

Dorida saudade no peito (uma dor aguda)


Adeus meus sonhos, desejos e devaneios
Infinitos os anos e inconsolável amargura...
Sempre lua, sempre sol e luz minha vida
O destino separa pessoas que se amam
Esquecer-te sempre: minha única saída.

Nenhuma outra viverá meus sonhos


Meus desejos, saudades e devaneios
Mudaste a vida, ... e os seus meios

Ninguém mais viajará comigo - além de ti,


Pelas janelas do tempo...
Você sempre amada, sempre lua
Você sempre Sol em minha vida
Você sempre Lua
Nas minhas madrugadas...
Sempre em minha vida!!!!!!!!!!

Nascidos nos dias 7, 9, 11, 15, 18, 22, 25, 27


Adoram um mistério! Sexo para elas deve ser de muita
qualidade, quase que tântrico. São pessoas com poder de
magnetismo e doação (troca energética) aguçadíssimos, onde
a intimidade com eles não é para qualquer um não. Eles
sentem e transam de alma. Logo, ative o seu poder de sedução
porque você poderá estar diante de um instinto selvagem.

Felix qui potuit rerum cognoscere causas

Feliz o que pode conhecer as causas das coisas.

Elogio de Virgílio àqueles que pesquisam os fenômenos da


natureza.

A saudade quando não é revivida, é muito condoída...

Onde quer que você flor, cultive o amor!


Confia Naquele que escreve teus dias! Salmos 139

O que Deus faz hoje, só entenderemos amanhã.

Cada um transborda o que tem dentro de si; uns palavras de amor,


esperança e virtudes; outros, destilam ira, ódio e inveja...DBP

Quando eu flor e tu flores aos nossos encontros de amores, o céu se tornará


ainda mais retinto de azul, ou talvez carregados de nuvens de algodão
espalhadas em sua infinita imensidão... DBP

it may be winter outside

(pode ser verão lá fora)

SMART BREVITY : pausa inteligente dentro de um poema, uma


conversa, um bate-papo...

MEGISTOCÉFALO: macrocéfalo/
“cabeção”

AMÁVEL
CAROÁVEL
AMORÁVEL

CHOVE

Chove, gostosamente chove,


encharcando a terra, sob léguas e léguas
de águas ora tortas e curvas, ora ortogonais
despencadas de quilômetros e quilômetros acima
Não são águas de março, mas quase...
O tempo lá fora forma raízes de vidas tenras,
cujas sementes germinam em forma de plântulas deiscentes
que ansiosamente se lançam para fora,
com planos de crescerem e se multiplicarem,
forrando de verde o solo, outrora árido e ressequido
Chove, tão gostosamente chove,
irrigando lentamente mentes e corações
para novos sonhos, planos e emoções.

A vida, uma estranha hospedaria,


onde passamos às tontas
e nossas frágeis malas,
quase nunca estão prontas!

Tudo passou muito rápido no invisível túnel do tempo!


O AMOR VERDADEIRO
É QUE NEM PIMENTA
COM O PASSAR DO TEMPO
SEU SABOR AUMENTA

Campinas (Shopping Iguatemi 11/jan/2023) ni Hocca Bar

Como preconizava SÊNECA ( filósofo latino – 4 A . C. a 65 D . C . : pregou o ascetismo e


renúncia dos bens terrenos, revoltando contra os crimes do imperador Nero, que o obrigou a
suicidar-se:

“Não conhecemos nem a nós mesmos, por que havemos, pois, de julgar o próximo ? Ninguém sabe o
que constitui um homem ; só Deus conhece seus pensamentos, suas alegrias, suas amarguras, suas
angústias, as injustiças cometidas por ele e contra ele . Todas as vidas, boas ou desnorteadas,
penosas ou felizes, são apenas um prólogo do amor além da sepultura, onde tudo é compreendido e
quase tudo é perdoado.”

Fascínio pelo inaudito, pelo mistério e enigmas indecifráveis

Texto preciso, límpido e transparente

Singularidade absoluta, insofismável, indubitável

Insólito magnetismo

Ofício prazeroso

Sorriso perene e simpatia expansiva (sempre grácil)

Tout passe (tudo passa)


Tout casse (tudo se rompe)
Quando eu flor e tu flores aos nossos encontros de amores,
o céu se tornará ainda mais retinto de azul,
ou talvez carregados de nuvens de algodão
espalhadas em sua infinita imensidão... DBP

A humildade precede a honra; a vaidade antecede a ruína!

Vendem-se Amizade, Amor e Sinceridade.


Preço: nada mais que a sua reciprocidade!

A felicidade está sempre onde a pomos, nem sempre nos colocamos


onde ela está...

TILT NO XADREZ E NA VIDA

Nada do que li sobre tilt no xadrez foi tão sábio quanto esse tuíte do
Kasparov:

"The eternal paradox of peak performance in chess, or any endeavor,


really, is how to learn from your failures while still carrying on as if
you are invincible. You must learn and forget simultaneously".

Traduzindo:

"O eterno paradoxo do desempenho máximo no xadrez, ou em


qualquer empreendimento, na verdade, é como aprender com seus
fracassos enquanto segue em frente como se fosse invencível. Você deve
aprender e esquecer simultaneamente".

Você deve aprender e esquecer simultaneamente. Que frase perfeita.

Um amor assim, tão puro


Um amor tão diferente
Que pouca gente vê
Que pouca gente sente...

Nossos olhos e mentes anseiam por coisas diferentes...

What do you need?

Meus pais sacrificaram seus sonhos, para que eu sonhasse.

Acordei com você ao meu lado, toda flamejante, cálida, caliente e salerosa,
faminta por uma transfusão de amor em profusão...

Você levou meu sol quando se foi...

Laceou muitas mulheres como se fossem sapatos desprezíveis...

Invejo o vento que ainda te vê

não é o que deixamos para trás


que me destrói
é o que poderíamos ter construído
(se ficássemos)
agora se corroem os tijolos cansados de esperar
nas suas frestas, só ervas nocivas e daninhas
nada de uma florzinha sequer...

hoje, quando saí da minha cama


a linda lua caiu no chão - cheinha e rolou pela grama...

você não se transforma em borboleta em apenas um dia; crescer é um


processo de longo sofrimento e aprendizado.
Você pode imitar minha luz, mas jamais tirá-la de mim...

Se V. não faz parte de uma constelação, contemple-a.

Nunca vi alguém tão escalafobético...

Você com tantas atividades


Científicas e intelectuais
E eu falando de um passado longínquo
De coisas frívolas e banais
Recheado de muitas aventuras
Que nada nos voltam mais...

Fé, amor e pereseverança, que a vitória em Des se


alcança!!!

Que os Anjos de Deus lhe digam Amém,


Para mim e para vc. também!!!!!!!!!!

A vida é um pêndulo que oscila entre as lágrimas e os sorrisos.

Um sujeito inviável :
Cismático
Arrogante
E dogmático.

Um sujeito beneditino :
Indulgente
Calmo
Fleumático
Paciente
E fleumático
Bondoso
E carismático
Indolor
E até reumático
Um santo em vida....

Estilo frugal e espartano de viver

Silêncio monástico...
Nec plus ultra ( limite inexcedível)

... nem tampouco lembrara o jovem que atleta fora ....

.... destarte, tudo nela se fazia de amante insaciável que outrora fora.

... por conseguinte, tomara-lhe de volta o fogoso amante

.... sensibilidade fina e apurada

a sorte favorece os audaciosos...

... a audácia cresce com a temeridade alheia ...

a audácia e a sorte são irmãs gêmeas ...

querer é ser, ser é ousar...

beleza inefável : não se compra, não se toca, apenas se contempla....

nunca, nunquinha mesmo !.....

um look realmente atual ...

only for you !... As you like !...

te fiz feliz ?

em ti, tudo é lindo !...

homem mata o mante da amante


e foge para plaga distante...

viveram tempos suficientes para fulana, mas não para fulano...


( ... foi um tempo demasiadamente longo para ..... mas não o foi para ....)

destinos despóticos e presumíveis...

Só mesmo Freud para explicar aquela mulher balzaquiana, que tinha uma
infalível natureza fálica...

viajar em busca da própria alma, uma busca pessoal e intimista...


tempos de semear, difundir, propagar...

a literatura é exaustiva; escrever um livro significa sangria...

saber como está o homem num determinado momento, observar-lhes as


idiossincrasias e estilo comportamental, saber e concluir se ele é um ser
paradigmático !...

as realidades são múltiplas e polissêmicas ( várias assepções ou


identidades)

não há limites para um grande escritor...

Aos amigos, tudo; aos inimigos, justiça !

o escritor tem se comportar como se estivesse em cena e entender as


mudanças de cenários; não é um ser comum, nem pode sê-lo. Se não
cumprir a rota da fantasia, da imaginação, ele se dá ao fracasso !

Literatura é história do outro; é invasão de mundos e domicílios alheios...

Já visitei muitas plagas; nunca, nunquinha tive a intenção de ancorar, de


fincar estacas ou criar raízes; para mim só havia a minha aldeia...

Escrever me habilita estar no epicentro das coisas ! Uma vasta e dinâmica


leitura de mundos inimagináveis...

...Verinha Corre-mão tinha uma carinha indisfarçável de mal amada, mal


acariciada e mal trepada...

...faça tudo sem pressa, mas sem perdas de tempo !...

... tinha com ela, inicialmente, contatos imediatos de 1 grau ( apenas


visão) , depois de 2 grau ( confronto direto) , depois de 3 grau ( sequestro
experimental), depois de 4 grau ( contato pessoal, metafísico ou virtual)

.... mulheres quentes .... procuram homens ardentes ....

... tudo com dantes no quartel de Abrantes !....


... quem pariu Moisés, que o embale !

... foi o maior “forfait” aquela festa ....


.... suspiros nostálgicos na quietude da noite ...

...flanava por ruelas amenas....

... um assunto que exigia dos interlocutores muito fairplay....

Por que meus suspiros e gemidos lamentais,


...... ante meus ais ?!...

excruciante fim de vida...

Cesse tudo o que a musa antiga canta


Que outro valor mais alto se alevanta...

... morena cálida, flamejante , saliente e salerosa !...

via tudo que havia


mas não via a vida
que nela havia ...

... estudos dos componentes de variâncias e parâmetros afins... variáveis


não paramétricas...

assim é, assim se lhe parece !...

... do bem que se lhe inculca...


... atribui-se-lhe os dogmas tomistas
... isto é um dilema que realmente me consterna e preocupa...
ei-lo à deriva da sua própria sorte...

... porquanto fossem as parcas esperanças... jamais se lhe faltou o


entusiasmo de vencer...

nenhum detalhe passou-lhe desapercebido...

... nulo é o legado da coisa alheia...

tal qual o “ undiscovered country” - de Hamlet...


... fez-se escritor, plantou , colheu e usufruiu...

... opôs-se-lhe nela as virtudes e predicados da honrosa genitora...

...assaz violento ....

... discussões bisatinas..

as palavras soam, os exemplos retumbam...

Inobstante seus olhos cansados e tristes, sua alma generosa revelava um


amor ágape – sem fim !...

Dir-se-ia que o destino atroz lhe fora cruel em demasia...

Tratava-se de um inveterado sujeito filógino ( amor às mulheres)

.... biunívocas são suas relações...tantos suas virtudes quantos seus


defeitos...

- Põe em prática o ideal que se lhe inculca ( sugere, insinua, aconselha)

- ... que medidas V. me inculca tomar ?

- ... imprescindível agir de maneira inflexível ante seus opositores...

.... diálogos preopinantes

.... alcançassem –na um dia , e ele , ao seu vencedor o tesouro lhe daria...

... está no paroxismo do momento...

... tão linda era que deixava inerte os homens, imersos de perplexidade
sedentária....

.... devia tê-la julgado pelos atos , jamais pelas palavras...

.... amou as noites libertinas de New York...

... foi ouvir um solo de GERRY MULLIGAN....


idealismo utópico...
caráter frívolo e banal...

corações de vidro desolados...

fazer face inteligente às mudanças....


.... convém que estudes o caso...

OCORREU-ME QUE O SILÊNCIO É UMA ARMA PODEROSA...

SAUDADE É VONTADE DE OUTRA VEZ !!!!!


....CABISBAIXA, CONCORDOU TACITAMENTE COM AQUELE
CONVITE LIBIDINOSO...., SEM MENEAR A CABEÇA, SEM DIZER
SIM , SEM DIZER NÃO; ENTRARAM NAQUELE CARRO
CONVERSÍVEL, E SAIRAM SEM RUMO, SEM DESTINO...

.... não disse uma só palavra; apenas contemplara mentalmente aqueles


poucos segundos vividos tão intensamente....

... é muito , Senhor, para quem tão pouco merece...


... vitória do bem, não duvideis jamais...
.... que não se me deslustra

... Respondo à sua carta imaginária ....


.... dir-lhe-ei em poucas palavras, ...
... estou a vê-la sorrir-se diante do espelho, imaginando : sou
suficientemente linda para ......

... PARTE DE UM TODO QUE DEVERAS ME FASCINA...

... A CIDADE DORME E TUDO É SILÊNCIO, NESTA NOITE DE...

multiplicidade de alte-egos...

DEUS CRIOU O MUNDO


ACHOU QUE TENHO UM DEFEITO
ENTÃO ELE CRIOU VOCÊ
E TUDO FICOU PERFEITO
tua Angela : te amo !!!!
... muitos dias , à espera de um só dia , que ficou na fantasia....

... imagética ( que revela imaginação) de sonhos e planos

... abaixo a hipocresia da alta burguesia

... seu tudo é lindo ! ...

... forte apelo : emocional, espiritual, sexual, erótico,...

... o pombo à pomba que o esperava no alto do campanário, respondendo-


lhe por que demorara tanto ao encontro aprazado :
- demorei tanto, minha querida, porque a tarde estava tão linda, mas tão
linda... que preferi vir andando !...
-
- VIRTUDES TEOLOGAIS : FÉ , CARIDADE E ESPERANÇA
-
- VIRTUDES CARDINAIS : PRUDÊNCIA, FORTALEZA, JUSTIÇA,
TEMPERANÇA
-

... Um jeito asceta de ser de mediar as rusgas e pugilatos alheios !....

EQUILIBRAR A RAZÃO COM A EMOÇÃO, eis o insólito amálgama e


alquimia de quem pondera as razões e contra-razões de cada momento...

.... TAL QUAL O ABSURDO BECKETTIANO ....

natureza deletéria das coisas...

equações diferenciais de “n” de enigmáticas incógnitas...

... artesã e escultora de seu próprio corpo refinado e modelar..., depositária


infiel de um patrimônio escasso e de altíssima demanda .....

... hábito frugal ... ( hábitos de comer frutos ou parcos alimentos ...)
...deixe de fraseologias baratas....
Fugir da mesmice e da mediocridade cotidiana ou secular ....

Predileção e fascínio especial por nostalgias fálicas...

... com um sorriso inebriante, permissivo e indulgente, deslocou a alça de


seu vestido branco de levíssimo tecido, exibindo seus rígidos, protraídos e
esplêndidos seios, despertando uma volúpia gulosa, indescritível.

LOUVAI AO SENHOR COM SALTÉRIO, ADUFES, DANÇAS E


CÍMBALOS...

Anjos das Miríades celestiais de Deus...

PLÊIADES : grupo de 7 pessoas ilustres ... uma plêiades de amigos

Quando nos satisfazemos plenamente com atividades jubilosas, há uma


reação química em nosso organismo, que aumenta a quantidade de
endorfina – hormônio ligado à sensação do prazer e ao sentir-nos bem ... o
T....enfim.......

Exemplos de atividades prazerosas : ecoturismo, hobbies, literatura, terapia


do amor, sexo, visitar amigos, sentir saudades ou desejos de reprisar uma
vontade de uma vez mais....

O CÉU LÍVIDO PRENUNCIAVA O CAIMENTO DE CHUVAS


TORRENCIAS....

QUERIA TÊ-LA INTENSAMENTE,


EM PROFUSÃO
COM MUITO TESÃO E EMOÇÃO

FRUGALIDADE DA VIDA MONÁSTICA....

MULHER FATAL.... ERRO FATAL !....

Um sujeito muito PARNASIANO demais PARA MEU GOSTO...

DUREZA GRANÍTICA...

... QUANTAS ESTRELAS CINTILANTES


NESTA NOITE FLAMEJANTE !...

Mensagens dionisíacas – efeitos etílicos...


Nela , tudo sugere um convite inebriante e libidinoso....

A NATUREZA HISTÓRICA DA ALMA DISTRIBUI A CADA SER O


QUE LHE É DEVIDO; NINGUÉM É VÍTIMA.... (?!)

ETERNOS E INSOLÚVEIS CONFLITOS QUE PERMEIAM ENTRE A


LEGALIDADE E A INJUSTIÇA...

O TELEFONE : ... NEURÔNIOS METÁLICOS E INSENSÍVEIS...

DEIXEMOS DE DISCUSSÕES BISATINAS E ANÓDINAS...

UM AMBIENTE ALTAMENTE ENTRÓPICO...

O INIMIGO ADORA FESTAS BLAGUES E CHOCARRICES ...

.... memorialista prodigioso, guardava intactos os mais diferenciados e


sugestivos textos bíblicos- à guisa do Espírito Santo, seus capítulos e
versículos, sempre inerentes a cada ocasião . Pregava com desassombro e
intrepidez !....

.... TUDO EM PE-A- ZÊ, COM VOCÊ ?

DE UMA SIMPLICIDADE ESPARTANA E COMOVENTE....

VISÃO PERIFÉRICA E CIRCUNSPECTA DO MUNDO QUE O CERCA


EM CIMA, DOS LADOS, SOB E SOBRE....( uma verdadeira torre de
vigia, ATALAIA)

Fi-lo com teu beneplácito....

SINCOPADAS GARGALHADAS...
FLANAR POR RUELAS AMENAS...
INSÓLITO AMÁLGAMA DE UM ALQUIMISTA ....
TRANSE PAROXÍSTICO ....
... SÃO MENDAZES SUAS ALEGAÇÕES... , EIS PORQUE DIVIRJO
DE SUA TESE ....
SOFREU UMA METANÓIA APÓS SUA VIAGEM AO TIBET...

SUBLATA CAUSAS TOLITUR EFECTUR !....

ARTHUR RIMBAUD

L´ennui n´est plus mon amour. Les rages, les débaouches, la folie, dont je
sais tous, les élans et les désastres, - tout mon fardeau est déposé.
Apprécions sans vertige l´étendue de mon innocence. Arthur Rimbaud

O tédio não é mais meu amor. As raivas, os deboches, a alegria que eu


conheço tanto, os elans quanto os reveses – todo o meu fardo está deposto.
Apreciemos sem vertigem a extensão de minha inocência.

en toi, tout est amour


tout est beau
tout est vie
tout est passion

em você, tudo é amor


tudo é tão lindo
tudo é vida
tudo é paixão

en toi, tout est amour


tout est beau
tout est vie
tout est passion
DBP

protagonista de meus sonhos e poemas!....

Melhor ficar nas doces, edílicas e eternas saudades, de infinitas e meigas


nostalgias!...

infindáveis transfusões de amor, como se hoje fosse ontem...nas janelas do


tempo e nas asas do vento!
"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade
com que acontecem; por isso existem momentos inesquecíveis, coisas
inexplicáveis e pessoas incomparáveis"
FERNANDO PESSOA.

Teus céus de outono dos anos sessenta copiavam os mesmos céus


parisiense de Janet Flanner: uma janela e um azul-luz que se abriam para o
infinito, à espera de seus turistas sem rumo, sem destino, sem pressa, sob o
desdém das esquecidas e dormentes Rígel e Belatrix.

Havia flores e sonhos em que tudo que plantávamos e colhíamos; havia


inefáveis elãs naqueles mestres enclausurados em seus arcanos
departamentos, que se nos doavam com seus ensinos práticos e teóricos:
equações diferenciais, derivadas e integrais; agrotecnia, infindos ensaios e
zootecnia. Azimutes magnéticos, regressões, variâncias, variáveis
paramétricas e não paramétricas. Víamos o mundo muito além daquelas
janelas altas e frias! Áulicos e duros tempos... tempos de repressões,
guerrilhas, transições sociais, políticas e efervescências culturais e
contraculturais... E nós, eternos aprendizes, fartos de sonhos, esperanças e
ideais que se nos inculcavam.

E nós – hedonistas egrégoras de Ceres, semeados naqueles imensos


hectares, formando um conglomerado híbrido, de varietais raros e “sui
generis”, mergulhados em suas “psiquês” e ethoi culturais, com suas
estranhas manias, diferenças e desvairadas fantasias...

Repúblicas magistrais, beliches apinhadas, juventude de corpos, seres


demiúrgicos, caçando ninfas em noites madrigais.

Serestas, “pick up lines” universitários, ufanos invasores das maviosas


noites piracicabanas.

Havia os físicos, químicos e matemáticos; os filósofos, os biólogos e


também os dogmáticos.

Os sonhadores, poetas, cantores e atletas, que faziam nossa alegria, como


as cigarras às formigas, na sombra do meio-dia.

Enigmas e segredos indecifráveis pairavam nos territórios esalqueanos,


povoados por mentes pensantes, férteis e brilhantes. Nas salas e antessalas
arcanas de outrora, invioláveis Caixas de Pandora:
Salas sagradas
colunas esguias
cornijas douradas
mísulas coloniais
guirlandas violetas
emblemas imensurais
no éter do azul abismal
férteis frondes veneráveis
“verde que te quero verde”
mandrágoras mágicas
sombras augustas
flautas e flautins
flores deiscentes
campos floridos
frutos pendentes!

OS EMBALOS NOTURNOS

Happy hours... what´s happening in city snacks bars? Festas frenéticas,


repúblicas epicuristas, sons e baladas pelos cantos, becos e recantos. Cubas
libres, gins-tônicas, whiskys e camparis rolando à vontade... sem se curtir
pela metade. Pretéritos vividos e relembrados: alguém brinda, alguém
convida, alguém aceita. Quando? Onde? Nada importa... infindáveis são as
horas. No amanhã, nem pensar: deixe-o para depois, sem cronometrar o
nascer e o pôr-do-sol ... Apenas sonhe com o as auroras boreais e o mesmo
sol flutuante que virá... acima, muito acima dos cambiantes horizontes
matinais!

Rachel, Rachel... tendes ouro e tendes o mel; e também o tesouro, guardado


lá no céu. Por ti, agreguei amigos e formei inimigos; num inopinado dia
voaste para muito longe: por que tão longe assim, ó Rachel?...

Silvia... Silvinha, assim tão chegadinha... esbanjando seu mais íntimo


frescor, comemorando seu níver, toda cheia de graça e beleza! Não diria que
fosse a mais linda das garotas, mas seus requintes frágeis e delicados nos
atraiam em demasia. Seu charme faziam-na tão diferente! Mas não fora ela
quem mais nos polarizava atenção naquela mágica noite de brincadeira-
dançante; fora Helen, o epicentro gravitacional de olhares furtivos e
libidinosos. Tez delicadamente morena, toda “caliente e salerosa”, lábios
sensuais, meneios convidativos “only for you, as you like”. Aquele perfume
inebriante que a marcarvam tão intensamente, no primor de seus vinte anos!
Um baile inesquecível, de mil e umas horas, ao som de Johnny Rivers.

Por Helen conspiram os helênicos deuses


Por Helen conspiram as magias ancestrais
Por Helen conspiram desejos e delírios
Por Helen conspiram guerreiros medievais

Paris flamejava em seu último tango.

“It´s now or never” – convidei-a para dançar, e dançando, senti a chance de


tê-la por tempos suficientes. Naquele noite libertina, dancei com Helen
todas as canções proibidas, ao calor de “Je t´aime… moi non plus”, colado
ao seu corpo vestido de seda branco, de alça frágil e decote sutil. Deusa
nascida da espuma do mar, queria apenas viver, sem compromisso de
conjugar os variáveis tempos do verbo amar.

Um tremen toró batendo lá fora, e nós, presos de amor, sem podermos ir


embora…Tampouco pensar nas perversas travessias do incauto Rio
Mekong, que poderia nos levar assim…para tão longe.

Breves sonhos, breves dias, à espera de um só dia, que ficou na fantasia.

Depois de um inominável silêncio monástico, prostei-me cabisbaixo,


quedante e silente, como um réu desesperado em sentença de prisão
perpétua. Naquela noite, defenestrei meus sonhos e planos; em minhas
catarses, perguntei-me: onde errei? O que fiz que não a fiz feliz?

Em muitas tardes frias, de horas vazias, flanei por aqueles bosques e


bulevares amenos e sem flores, por trilhas surradas e caminhos indecisos,
sem cores, nem amores… como se fosse o último dos templários de uma
catedral herética.

Resiliência, meu camarada – pensei intimamente com meus neurônios, um


tanto desgastados por uma fugaz história de amor.

“São malhas que o Império tece…”

VAGÕES DICOTÔMICOS

Mas resumindo: era um domingo sessentinha de fins de tarde, jogos de


Rivelino x Pelé , ou quiçá Ferroviária (Bazani e Cia. Lda.) x América de SJRJ,
naqueles vagões sem fim da saudosa Cia. Paulista; havia embarcado em
Campinas naquele horário preciso das 15:40 horas, e embarcando, sentei-
me atrás dela, que estava em companhia de seu irmãozinho e uma
senhora, que devia certamente ser sua avó, naquele vagão imenso e
bancos de madeira duros e trepidantes! Muito tempo depois e deveras
tímido, puxei conversas monossilábicas a pretextos de amizade,
correspondência... O trajeto foi tremendamente rápido; de repente já
estávamos próximos de Araraquara, e tive de ir ao banheiro. Quando
voltei, o trem já tinha parado e a doce mina já não estava: havia descido
para fazer baldeação para o vilarejo de Silvânia, onde residia! Triste e
desolado, sequer perguntei-lhe o nome, o endereço... só me disse que
residia em Silvânia! Nossos trens do destino separaram-nos para
sempre...restou tão apenas meigas saudades e indeléveis recordações de
um encontro efêmero e uma paixão “indeletável”. Tudo são malhas que o
Império tece, como dizia o poeta das lágrimas de Portugal.

Quando a dialética, a sintaxe e a semântica são verossímeis, cabíveis e


compatíveis - a propedêutica e hermenêutica assimilam !!!!!!!!!!!!!!
rsrsrssrsr

Igualzinho uma bela e exaustiva cantada


ao longo de uma lasciva madrugada!!!!!

Também muitas saudades de ti


De nossos assuntos amenos
Vividos e lembrados em Paraty

protagonista de meus sonhos e poemas!....

Melhor ficar nas doces, edílicas e eternas saudades, de infinitas e meigas


nostalgias!...

infindáveis transfusões de amor, como se hoje fosse ontem...nas janelas do


tempo e nas asas do vento!

"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade
com que acontecem; por isso existem momentos inesquecíveis, coisas
inexplicáveis e pessoas incomparáveis"
FERNANDO PESSOA.
O essencial é viver o presente; o passado já se foi; o futuro é sempre
uma incerteza – a Deus pertence!

Vive la vie! Carpe diem!

Congrego uma igreja evangélica (IGREJA DO CAMINHO - vide anexo);


aprendemos com o nosso sábio Pastor Ereovaldo Normile), muito sobre a
história hebraica, suas origens e epopeias, desde José, filho de Jacó (depois
Israel), vendido por seus irmãos como escravo aos egípcios; depois
ascendeu ao poder dos Faraós, juntou muitos trigos em seus celeiros...
etc... até receber um dia, seus irmãos e seu pai; formaram cerca de 70
pessoas e vieram residir na terra de Gózen, no Egito, onde ficarm escravos
por cerca de 400 anos, até serem libertos por Moisés, pela travessia do Mar
Vermelho, etc...até alcançarem a Terra Prometida!

Aprendi também que Israel é a terra da promessa e temos de orar por ela, e
que os israelitas são o povo escolhido e a raça eleita por DEUS! Veja o que
diz no meu anexo.

Sei também que setembro (mês de meu aniversário), é o Ano Novo para o
judaismo, chamado Rosh Hashaná, comemorando seus 5.774 anos, no
calendário judaico!

Rosh Hanashá!!! Dia em que nosso DEUS ALTÍSSIMO criou o mundo;


tempo de refletir, de arrependimeto e pedir perdão! Dias 14 e 15 de
setembro, culmina o Dia do Perdão ( Yom Kipu), exatamente tempo por
isso que vos peço mil perdões pela nossa prolongada ausência de contato!
Aproveitemos o ensejo de praticar o Tsedaká, melhorando nossos
relacionamentos de amizade, sociais, etc... e tais...
*****************************************

Apreciei deveras sua dissertação sobre Hannah Arendt; impressionante: V.


está bem por dentro dos contextos desta brilhante filósofa, embora odiada e
apátrida! Reamente ela era chegada de seus amigos, jamais a um povo; uma
estadista, de espírito universal, diria eu. Mas muito mal compreendida! Mas
temos de admitir que era uma alemã, com ascendência judaica!Estou lendo
(dela), "a condição humana" (11a. edição). Tê-la-ei conhecida ainda mais,
sua alma, seu psiquê, seus pensamentos...

Por Helen conspiram os helênicos deuses


Por Helen conspiram as magias ancestrais
Por Helen conspiram desejos e delírios
Por Helen conspiram guerreiros medievais

Paris flamejava em seu último tango.

Tens cultivados suas flores prediletas ?

protagonista de meus sonhos e poemas!....

Melhor ficar nas doces, edílicas e eternas saudades, de infinitas e meigas


nostalgias!...

infindáveis transfusões de amor, como se hoje fosse ontem...nas janelas do


tempo e nas asas do vento!

O lauto jantar "empratado" estava organolepticamente (características de


cor, aroma e sabor) delicioso, sobretudo suas amáveis, meigas e amoráveis
companhias !!! De coração: Dario & Angela

Por que meus cabelos


Não são assim
Que nem os seus
Nascendo que nem capim?

O verdadeiro amor
É que nem pimenta
Quanto mais o tempo passa
Ele mais aumenta...

TERRA ENCANTADA

Dario Bicudo Piai

Pesados meus sonhos, estreitos meus caminhos


indecifráveis destinos: ando torto, em desalinho
À procura incansável da minha Terra Encantada,
Extenuado, vislumbro ao longe, a plaga sonhada.

Gélidas as noites, inclementes os sóis e alcanço


um minifúndio, aldeia isolada e meu descanso
onde o rio da minha vida me sacia e desfaleço
como um rei decaído, sem coroa, sem endereço.

Demarco meu território: cá meu reino encantado


posso trazer meus filhos, nesta terra de leite e mel
trabalharei de sol a sol, com minha esposa Raquel.

Poeiras de maus presságios: surge um pegureiro atroz


em seu truculento cavalo - sem apelos ante meus ais:
--sai e retorna, ó aventureiro, para os teus ancestrais!

RELEMBRANDO UM AMOR

Um longo amor, um grande encanto


Tu me dizias “meu amor, minha vida”
e hoje, toda mudada e arrependida.
Toda linda e me amavas tanto, tanto...

Ainda te plasmo e te contemplo


viajo contigo nas janelas do tempo
nas brisas suaves das madrugadas
na cosmovisão e sabor dos ventos.

Dorida saudade no peito (uma dor aguda)


Adeus meus sonhos, desejos e devaneios
Infinitos os anos e inconsolável amargura...
Sempre lua, sempre sol e luz minha vida
O destino separa pessoas que se amam
Esquecer-te sempre: minha única saída.

Nenhuma outra viverá meus sonhos


Meus desejos, saudades e devaneios
Mudaste a vida, ... e os seus meios

Você não mais existeNão sou


Eternizo o inesquecível...
Ninguém mais viajará comigo - além de ti,
Pelas janelas do tempo...
Você sempre amada, sempre lua
Você sempre Sol em minha vida
Você sempre Lua
Nas minhas madrugadas...
Sempre em minha vida!!!!!!!!!!

UP
Dario Bicudo Piai

Deus / amor
Saúde / alegria
Vinho / amigos
Sol / natureza
Praia / viagens
Teatro / cinema
Jogo / xadrez
Futebol / Quinze
Livros / literatura
Mulher / virtudes
Exposições / cultura
Ousadia / resiliência
Classe / elegância
Sabedoria / inteligência
Honra / probidade
Perdão & indulgência
DOWN

Doença / vírus
Violência / ódio
Vícios / drogas
Fome / miséria
Medo / depressão
Tristeza / solidão
Traição / ignomínia
Ateísmo / descrença
Raízes / de amargura
Arrogância / grosseria
Corrupção / improbidade
Vaidade / egolatria
Falsidade / mesquinhez
Solipsismo / misantropia
Pecado / iniquidade
Ceticismo & apostasia
Ademais, fico direto aqui no meu sítio
“um pequeno paraíso e pedacinho do céu”
Cuidandp das plantas e animais
Mas acima de tudo, da saúde de meus pais...

AO INSIGNE PROFESSOR DIRCEU SONSIN PINHEIRO (Itu)

Dirceu Sonsin Pinheiro, ex-Vereador


estimado Amigo, sempiterno Professor
lúcido, elegante, generoso, eloquente
afável, polido, grácil e obsequioso
ó, vem, minha Santa Rita, nos consolar
porque estou só, querido mestre
sem palavras de amor para te dar
tão só, a triste saudade e
tão vaga a esperança de te encontrar!
Em vão, procuro novas palavras
nas esquinas da vida e janelas do tempo;
excedeu-me a perseverança
tantíssimos desejos de relembrar
os mágicos momentos da Escolinha,
ó Ilustre Docente (e eu, aprendiz)
para agradecer-te as lições de vida
e as adoráveis leituras do mundo;
ficará sempre n’alma e no coração
a doce saudade de outra vez...

Não; não chores: farto está o mar!


o inverno está indo; após longa espera
as flores se abrirão, chegando a Primavera...
e quando já cansado das amarguras
quando pensares ser a noite,
terás um esplêndido dia!...

O mundo lá fora, só piora, de hora em hora... Guimarães Rosa

Avatar dos deuses ou deuses do Avatar (???)

Poetizar este tema

Significado de Avatar
substantivo masculino

[Religião] No Hinduísmo, momento que corresponde à descida de


uma entidade sagrada à Terra, geralmente assumindo um aspecto
materializado, às vezes humano ou animalesco.

[Informática] Representação de si mesmo, geralmente em meios


virtuais, para mostrar um tipo de personificação, uma autoimagem,
em ambientes virtuais: : aparecia no seu perfil com um avatar de si
mesmo.Circunstância metamórfica que corresponde a uma
transformação.

Fique com Deus e seus Anjos, Arcanjos,


Querubins e Serafins protegendo seus
arredores, onde quer que vc
estiver...DBP

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