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AC4336925800

O Tribunal de Justiça de São Paulo negou provimento à apelação cível de Hélio Paula de Lima, que contestava a demissão por atraso reiterado no cumprimento de mandados judiciais. O tribunal concluiu que o processo administrativo seguiu os princípios do contraditório e da ampla defesa, e que não havia ilegalidade na sanção imposta. A decisão reafirma a competência da administração em aplicar penalidades disciplinares, sem que o Judiciário intervenha no mérito administrativo.
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O Tribunal de Justiça de São Paulo negou provimento à apelação cível de Hélio Paula de Lima, que contestava a demissão por atraso reiterado no cumprimento de mandados judiciais. O tribunal concluiu que o processo administrativo seguiu os princípios do contraditório e da ampla defesa, e que não havia ilegalidade na sanção imposta. A decisão reafirma a competência da administração em aplicar penalidades disciplinares, sem que o Judiciário intervenha no mérito administrativo.
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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

t TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO


ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRÁTICA ACÓRDÃO
REGISTRADO(A) SOB N°

*01978208*
Vistos, relatados e discutidos estes autos de
APELAÇÃO CÍVEL No. 4 3 3 . 6 9 2 . 5 / 8 - 0 0 , da Comarca de SÃO PAULO,
s e n d o apelante HÉLIO PAULA DE LIMA e apelada FAZENDA DO
ESTADO DE SÃO PAULO.

ACORDAM, em Oitava C â m a r a de Direito Público do


Tribunal de J u s t i ç a do Estado de São Paulo, por votação u n â n i m e , negar
provimento ao recurso.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores


PAULO DIMAS MASCARETTI (Presidente sem voto), JOSÉ SANTANA e
PAULO TRAVAIN, com votos vencedores.

São Paulo, 1 de o u t u b r o de 2 0 0 8

BONILHA
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

VOTO No. 19.684


APEL No. 4 3 3 6 9 2 . 5 / 8 - 0 0
COMARCA: SÃO PAULO
APTE • HÉLIO PAULA DE LIMA
APDO. : FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR - Oficial de Justiça -


atraso reiterado no cumprimento dos mandados judiciais -
impossibilidade de readaptação do servidor -
descumprimento de deveres funcionais - falta de prova de
comprometimento da saúde do servidor - aplicação da pena de
demissão - princípios do contraditório, da ampla defesa e
do devido processo legal observados no procedimento,
realizado dentro dos limites das discricionanedade
escolha da pena aplicável que refoge à apreciação do Poder
Judiciário - exame do processo administrativo pelo
Judiciário adstrito à verificação da legitimidade da sanção
imposta e da observância do devido procedimento legal, sem
tolher o discricionarismo da Administração quanto a escolha
da pena aplicável - precedentes - recurso improvido

A r. sentença de íls. 217/221, cujo relatório se adota,


julgou improcedente a ação anulatória de ato administrativo cumulada
com reintegração de cargo, mais perdas e danos, ajuizada por ex-servidor
público contra a Fazenda do Estado de São Paulo, condenando o autor ao
pagamento das verbas de sucumbência, observado o disposto no artigo 12,
da Lei n° 1.060/50

Apelou o vencido buscando a inversão do resultado


Sustenta, em síntese, que a pena de demissão somente deve ser aplicada
após o devido processo de readaptação, o que não ocorreu no presente
caso. Não foi encaminhado para inspeção médica, dando-lhe oportunidade

Apelação cível ~° 433 692 5/3-00


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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

p a r a exercer função compatível com a s u a capacidade. Não conseguia


vencer o excesso de trabalho, não agindo com dolo

Recurso recebido, sem resposta e isento de preparo.

É o relatório.

Não se divisa nenhuma nulidade dos processos


administrativos instaurados contra o apelante, que resultaram na
aplicação d a penalidade da demissão.

Conforme a n o t a d o no parecer do ilustre J u i z Corregedor


P e r m a n e n t e , Marco Antônio Pelegnni de Oliveira, "o servidor Hélio de
Paula Lima tem d e m o n s t r a d o ser u m paradigma à s a v e s s a s daquilo que
deveria ser u m oficial de justiça, pois a c u m u l a em seu p r o n t u á r i o u m a
série de punições administrativas, como suspensões, multas e
repreensões, d e m o n s t r a n d o que é pessoa inapta p a r a o exercício da
função" (íls.19)

Q u a n t o a pretendida r e a d a p t a ç ã o , j á havia destacado


outro douto magistrado auxiliar da Corregedoria que

"Nem se a r g u m e n t e , ainda, com a impossibilidade de


aplicação ao recorrente d a s a n ç ã o de demissão por ineficiência no serviço,
sob o fundamento de que não lhe teria sido d a d a o p o r t u n i d a d e de
r e a d a p t a ç ã o Com efeito, preceitua o artigo 256, § 2 o da Lei 1 0 . 2 6 1 / 6 8 q u e
' a p e n a de demissão por ineficiência no serviço, só será aplicada q u a n d o
verificada a impossibilidade de readaptação'. Não se duvida de que teve o
legislador por escopo d e m o n s t r a r que tal falta disciplinar n ã o pode r e s u l t a r
de u m c o m p o r t a m e n t o censurável único, m a s sim de u m a reiteração de

Aoelação cível n c 433 Õ92 5/8-00 ^ ^


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c o n d u t a s indicativas d a a b s o l u t a falta de aptidão. Nesse sentido, esclarece


Rui Stoco, que a c o n d u t a do funcionário 'deve ser a n a l i s a d a ao longo de
d e t e r m i n a d o período, de modo a a s s e g u r a r que o agente não se a d a p t o u ,
n ã o tem aptidão ao não r e ú n e todos os a t r i b u t o s de eficiência que o cargo
exige' (Procedimento administrativo Disciplinar no Poder Judiciário,
Editado pela Escola Paulista d a Magistratura, 1995, p. 75)

Todavia, é fácil constar que teve o recorrente i n ú m e r a s


o p o r t u n i d a d e s p a r a d e m o n s t r a r s u a aptidão p a r a o d e s e m p e n h o do serviço
público inerente ao cargo de oficial de justiça, no qual fora e m p o s s a d o
a p ó s aprovação em concurso público, sem que aproveitasse q u a l q u e r u m a
delas. Muito pelo contrário, insistindo no mesmo desvio de c o m p o r t a m e n t o
permitiu à Administração Pública concluir pela s u a total desqualificação
p a r a o d e s e m p e n h o d a atividade Não h á mais que se falar, pois, em
possibilidade de readaptação" (fls. 114/ 115).

Por outro lado, se o apelante não a p r e s e n t a v a indícios


de c o m p r o m e t i m e n t o de s u a s a ú d e física ou mental, n ã o era caso de
e n c a m i n h á - l o ao D e p a r t a m e n t o Médico do Estado.

E o alegado excesso de serviço não constitui justificativa


p a r a q u e o s e n a d o r d e s c u m p r a s e u s deveres funcionais, como a p u r a d o em
processos administrativos.

Nada tem de ilegal a penalidade aplicada, c o n s i d e r a n d o


a a d m i n i s t r a ç ã o o que restou a p u r a d o n o s processos administrativos.

Como dilucida Hely Lopes Meirelles "Permitido é ao


Poder Judiciário examinar o processo administrativo disciplinar para
verificar se a sanção imposta é legítima e se a apuração da infração
Apelação cível n° 433 692 5/8-00
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

atendeu ao devido procedimento legal Essa verificação importa conhecer os


motivos da punição e saber se foram atendidas as formalidades
procedimentais essenciais, notadamente a oportunidade de defesa ao
acusado e a contenção da comissão processante e da autoridade julgadora
nos limites de sua competência funcional, isto sem tolher o discricionansmo
da Administração quanto à escolha da pena aplicável dentre as
consignadas na lei ou regulamento do serviço, à graduação quantitativa da
sanção e à conveniência ou oportunidade de sua imposição. O que se nega
ao Judiciário é o poder de substituir ou modificar penalidade disciplinar a
pretexto de fazer justiça, pois, ou a punição é legal, e deve ser confirmada,
ou é ilegal, e há que ser anulada; inadmissível é a substituição da
discncionariedade legítima do administrador por arbítrio ilegítimo do juiz".
(Direito Administrativo Brasileiro, 18 a ed , Malheiros Editores, São Paulo,
1990, p. 596).

A matéria de mérito, extraída das provas oral e


documental refoge à apreciação do Judiciário, m s e n n d o - s e no poder
discricionário d a Administração, d e s c a b e n d o discutir se a p u n i ç ã o foi
excessiva ou rigorosa, n a medida em que o juízo de conveniência e
o p o r t u n i d a d e é sempre da autoridade administrativa.

Já decidiu o E. Superior Tribunal de J u s t i ç a que:


"Compete ao Poder Judiciário apreciar a regularidade do procedimento
disciplinar, à luz dos princípios do contraditório, da ampla defesa e do
devido processo legal, sem contudo, adentrar no mérito administrativo." (STJ
- RMS n° 1 3 . 0 0 8 / S P , rei. Min. Hamilton Carvalhido, DJU de 2 . 0 2 . 2 0 0 4 ,
Seção I, p. 362)

Apelação cível n° 433 692 5/8-00


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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

É da jurisprudência ser incabível no âmbito do Poder


Judiciário reexame do mérito administrativo a implicar invasão da
competência exclusiva da Administração, exceto quando demonstrado
abuso de poder na atuação da autoridade processante ou a flagrante
ilegalidade da punição, aplicada com base em situação fática inexistente
(JTJ-Lex 188, pág. 146), exceções não demonstradas na espécie.

Em suma, não se divisa qualquer ilegalidade do ato


impugnado a permitir sua anulação pelo Judiciário.

Daí porque negam provimento ao recurso.

Apelação cível r° 433 592 5/8-00

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