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Introdução

O documento aborda o sistema respiratório, detalhando suas funções, estrutura e processos de troca gasosa, incluindo ventilação, respiração externa e interna. Destaca a anatomia do nariz, suas funções, características e a cavidade nasal, além de discutir condições como rinite e a importância dos seios paranasais. O texto fornece uma visão abrangente sobre a fisiologia e anatomia do sistema respiratório humano.
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Introdução

O documento aborda o sistema respiratório, detalhando suas funções, estrutura e processos de troca gasosa, incluindo ventilação, respiração externa e interna. Destaca a anatomia do nariz, suas funções, características e a cavidade nasal, além de discutir condições como rinite e a importância dos seios paranasais. O texto fornece uma visão abrangente sobre a fisiologia e anatomia do sistema respiratório humano.
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1.

INTRODUÇÃO

Sistema que a absorção de oxigênio pelo organismo e a eliminação do gás carbônico


resultante da oxidação celular. Compreende o conjunto de órgãos tubulares e alveolares,
situados na cabeça, pescoço e cavidade torácica, responsáveis pela respiração.

Todo o processo de troca de gases no corpo, denominado respiração, ocorre em três etapas
básicas: (i) ventilação pulmonar, ou respiração, é o fluxo de ar para dentro e para fora dos
pulmões; (ii) respiração externa é a troca de gases entre os espaços aéreos (alvéolos
pulmonares) e o sangue, nos vasos capilares pulmonares; (iii) respiração interna é a troca de
gases entre o sangue nos vasos capilares sistêmicos e as células dos tecidos. O sangue
fornece oxigênio e recebe gás carbônico (Tortora, 2006).

1.1 Principais Funções

a) Suprir oxigênio ao organismo;

b) Remover o gás carbônico do organismo;

c) Produção do som ou vocalização quando o ar expirado passa através das pregas vocais
(Van de Graaff, 2003);

d) Auxiliar na compressão abdominal durante a micção, a defecação e o parto. Os músculos


abdominais tornam-se mais eficientes durante a respiração profunda quando o ar entra é
mantido nos pulmões com a glote fechada e fixando o diafragma. Essa técnica é usada
quando erguemos um objeto pesado no qual o diafragma ajuda indiretamente os músculos do
dorso (Van de Graaff, 2003);

e) Torna possível movimentos aéreos protetores e reflexos, como na tosse e no espirro, para
manter limpa a passagem do ar (Van de Graaff, 2003);

f) Ajuda a regular o pH sanguíneo (Tortora, 2006);

g) Livra o organismo de um pouco de água e calor no ar expirado (Tortora, 2006).

1.2 Elementos Constituintes: órgãos que promovem o rápido intercâmbio entre o ar e o


sangue (elemento intermediário condutor de gases), sendo o pulmão, o órgão respiratório por
excelência.

1.3 Divisão

a) Porção de Condução: são os órgãos tubulares – função é o transporte do ar até a porção


respiratória:

-nariz

-faringe

-laringe

-traqueia

-brônquios (bronquíolos/bronquíolos terminais)


b) Porção de Respiração:

-bronquíolos respiratórios

-ductos alveolares

-átrios

-alvéolos

2. NARIZ

2.1 Principais Funções

a) Olfação;

b) Respiração: filtrar o ar (limpeza), umedecer o ar, aquecimento do ar;

c) Recepção de secreções dos seios paranasais e ductos lacrimonasais;

d) Expelir secreções.

2.2 Características Gerais

É uma protuberância situada no centro da face (Castro, 1985), acima do palato duro (Moore,
2007), apresentando-se, no homem como uma pirâmide triangular em que a extremidade
superior corresponde ao vértice da pirâmide, é denominada raiz do nariz (inserida na fronte), e
a inferior, base. Nesta encontram-se duas aberturas em fenda, as narinas, separadas por um
septo (septo nasal), e que se estendem lateralmente nas asas do nariz. As narinas
comunicam o meio externo com a cavidade nasal (Dângelo & Fattini, 2001). Portanto, sua
parte exterior é denominada nariz externo e a escavação que apresenta interiormente,
conhecida por cavidade nasal (Castro, 1985).

2.3 Nariz Externo

O ponto mais projetado, anteriormente, da base do nariz recebe o nome de ápice do nariz
(extremidade livre) e entre ele e a raiz do nariz estende-se o dorso do nariz (Dângelo & Fattini,
2001). Segundo o perfil do dorso do nariz distinguem-se três tipos principais: retilíneo, aquilino
(convexo) e arrebitado (côncavo). Quanto ao volume e à forma apresenta grandes variações,
sendo a última, característica nos grandes grupos raciais: os brancos, em geral, têm nariz
afilado, são leptorrinos; os negros apresentam-no achatado, são camerrinos; os amarelos são
mesorrinos (Erhart, 1962).

O nariz externo é formado por uma parte óssea e outra cartilagínea (Castro, 1985), isto é além
dos ossos nasais e porções das duas maxilas, fazem parte do esqueleto do nariz diversas
cartilagens nasais (Dângelo & Fattini, 2001). As cartilagens nasais constam de cinco peças
maiores, a saber: a cartilagem do septo nasal, as duas laterais e as duas cartilagens alares
maiores e várias peças menores, as cartilagens alares menores. As várias cartilagens estão
unidas umas às outras e aos ossos por uma resistente membrana fibrosa (Gray, 1988). Um
desvio do septo nasal pode interferir com a livre através passagem do ar através da cavidade
nasal (Spence, 1991). Isso poderia ser causado por uma lesão congênita, porém na maioria
das vezes o desvio ocorre durante a adolescência e a vida adulta por traumatismo (ex: durante
uma luta de soco). Algumas vezes o desvio é tão acentuado que o septo nasal está em
contato com a parede lateral da cavidade nasal e frequentemente causa obstrução
respiratória ou exacerba o ronco (Moore, 2007), mas esta condição pode ser cirurgicamente
corrigida (Spence, 1991; Moore, 2007). Em crânios preparados as cartilagens são destruídas
durante o processo, ficando conservadas apenas as partes ósseas que delimitam a abertura
piriforme (Dângelo & Fattini, 2001).

Sobre esse esqueleto ósteo fibroso do nariz externo encontramos músculos cutâneos do
nariz, e dos quais ressaltam dois pares que são os músculos prócero situado
longitudinalmente de cada lado da linha mediana e nas proximidades da raiz do nariz, e o
músculo nasal que se estende transversalmente sobre a asa do nariz (Castro, 1985). A pele
sobre o dorso e os lados do nariz é fina e contém grande quantidade de glândulas sebáceas
(Snell, 1999).

As artérias do nariz externo são os ramos alar e septal da facial, que abastecem a asa e o
septo nasal; o dorso do nariz e os lados são supridos pelo ramo nasal dorsal da oftálmica e
pela infra orbital da maxilar. As veias terminam nas veias oftálmica e facial anterior (Gray,
1988).

As fraturas dos ossos do nariz são comuns em acidentes automobilísticos e esportes (exceto
se forem usados protetores faciais). Geralmente há epistaxe (sangramento nasal). Nas
fraturas graves, a ruptura dos ossos e cartilagens resulta em deslocamento do nariz (Moore,
2007).

2.4 Cavidade Nasal

Comunica-se com o meio externo através das narinas do nariz externo, situadas
anteriormente, e com a parte nasal da faringe (nasofaringe) posteriormente, através das
cóanas. Na verdade, as cóanas marcam o limite entre a cavidade nasal e a parte nasal da
faringe (Dângelo & Fattini, 2001).

a) Funções da Cavidade Nasal

-O epitélio nasal que reveste a concha nasal serve para aquecer, umedecer e limpar o ar
inspirado. Os pêlos nasais chamados de vibrissas, que se estendem frequentemente a partir
das narinas, filtram macropartículas que em caso contrário poderiam ser inaladas (Van de
Graaff, 2003);

-A parte da mucosa localizada no alto da cavidade nasal, logo abaixo da lâmina crivosa do
etmóide (lâmina cribriforme), é um epitélio especializado chamado epitélio olfatório. Esta
região é suprida pelo nervo olfatório (I par de nervos craniano), que passa através dos orifícios
da lâmina crivosa para alcançar o cérebro. Embora o epitélio olfatório seja sensível aos
odores, ele não se encontra diretamente no caminho do ar, por isso é preciso aspirar o ar mais
intensamente para detectar o cheiro (Spence, 1991);

-A cavidade nasal interfere na voz funcionando como uma câmara de ressonância (Van de
Graaff, 2003).

b) Relações da Cavidade Nasal

-Superiormente: seio frontal, fossa anterior do crânio, seio esfenoidal e fossa média do crânio
(Dângelo & Fattini, 2001);

-Inferiormente: palato duro, que se separa da cavidade oral (Dângelo & Fattini, 2001);

-Posteriormente: comunica-se com a nasofaringe (Dângelo & Fattini, 2001);

-Lateralmente: órbita e seios maxilares e células etmoidais (Dângelo & Fattini, 2001).
c) Limites da Cavidade Nasal

-Ela é dividida em metades direita e esquerda pelo septo nasal. Cada metade possui um
soalho, um teto, uma parede lateral e uma parede medial (Snell, 1999);

-Soalho. É mais largo do que o teto (Moore, 2007) e é formado pelo processo palatino da
maxila (3/4 anteriores) e pela lâmina horizontal do osso palatino (1/4 posterior) (Gray, 1988);

-Teto. É curvo e estreito, exceto em sua extremidade posterior; e dividido em três partes
(frontonasal, etmoidal e esfenoidal) que recebem os nomes dos ossos que formam cada
parte (Moore, 2007);

-Parede Lateral. Apresenta três relevos denominados conchas nasais: superior, média e
inferior (Erhart, 1962). Raramente existe um quarto relevo ósseo que é a concha nasal
suprema, situada superiormente. O espaço compreendido entre as conchas nasais e a parede
lateral da cavidade nasal, recebe o nome de meatos nasais: superior, médio e inferior em
correspondência a cada uma das conchas nasais (Castro, 1985). Nestes encontram-se
orifícios de comunicação com os seios paranasais e células etmoidais, cavidades cheias de
ar, anexas à cavidade nasal e localizadas nos ossos pneumáticos do esqueleto cefálico. No
recesso esfenoetmoidal, região estreitada situada acima e posteriormente à concha nasal
superior, abre-se o seio esfenoidal. No meato superior abrem-se as células etmoidais
posteriores. No meato médio, os seios: frontal e maxilar e as células etmoidais anteriores. No
meato inferior, o ducto lacrimonasal, comunicação das cavidades orbital e nasal (Erhart,
1962). Os ductos lacrimonasais drenam fluidos (lágrimas) da superfície dos olhos, também
drenam nas cavidades nasais (Spence, 1991).

*Ossos da parede lateral da cavidade nasal – é formada por seis ossos: a maxila, o osso
nasal, o etmóide, a concha nasal inferior, o palatino e o esfenóide (Schünke, 2007).

-Parede Medial é formada pelo septo nasal (Moore, 2007).

*Ossos do septo nasal – é formado pelos seguintes ossos: o osso nasal, o etmóide, o vômer,
o esfenóide, o palatino e a maxila, sendo que os três últimos somente contribuem com
pequenas partes cartilagíneas (Schünke, 2007).

d) Subdivisões da Cavidade Nasal

-Vestíbulo. Trata-se de uma pequena área situada internamente à abertura de cada narina,
revestida de pele que apresenta pêlos, glândulas sebáceas e sudoríparas (Dângelo & Fattini,
2001);

-Parte Respiratória. É a maior parte da cavidade nasal, revestida de mucosa que é continua
com a que reveste os seios paranasais e a nasofaringe. Apresenta glândulas mucosas e
serosas e células calciformes, nas secreções das quais o pó do ar inspirado fica preso. A
mucosa é ricamente vascularizada e aquece e umedece o ar inspirado, uma condição
importante para melhor aproveitamento do ar no fenômeno respiratório (Dângelo & Fattini,
2001);

-Parte Olfatória. Limita-se à concha nasal superior e terço superior do septo nasal. É suprida
por fibras sensitivas do I par de nervos craniano, que atravessam os forames da lâmina
crivosa do etmóide e terminam no bulbo olfatório (Dângelo & Fattini, 2001).

e) Suprimento Sanguíneo da Cavidade do Nariz

-O suprimento arterial para a cavidade do nariz é derivado principalmente dos ramos da artéria
maxilar. O ramo mais importante é a artéria esfenopalatina, que penetra na cavidade nasal
através do forame pterigopalatino. A artéria esfenopalatina se anastomosa com o ramo septal
do ramo labial superior da artéria facial na região do vestíbulo do nariz, local muito comum de
sangramento do nariz (Snell, 1999);

-Um rico plexo venoso submucoso situado profundamente à mucosa nasal drena para as
veias esfenopalatina, facial e oftálmica. Esse plexo venoso é uma parte importante do sistema
termorregulador do corpo, trocando calor e aquecendo o ar antes de entrar nos pulmões. O
sangue venoso do nariz drena principalmente para a veia facial através das veias angular e
nasal lateral (Moore, 2007).

f) Rinite

-A mucosa nasal torna-se edemaciada e inflamada durante infecções respiratórias graves e


reações alérgicas. O edema da mucosa ocorre rapidamente devido à sua vascularização. As
infecções da cavidade nasal podem disseminar para: (i) fossa anterior do crânio através da
lâmina cribriforme; (ii) nasofaringe e tecidos moles retrofaríngeos; (iii) orelha média através da
tuba auditiva, que une a cavidade timpânica e nasofaringe; (iv) seios paranasais; (v) aparelho
lacrimal e conjuntiva (Moore, 2007);

-Características: (i) quando inflamadas, os vasos sanguíneos se dilatam, as membranas


intumescem, e aumenta a secreção de muco; (ii) a congestão resultante interfere na
respiração e deixa o “nariz escorrendo”; (iii) mucosas dos seios paranasais bloqueiam suas
conexões com a cavidade nasal, fazendo com que fiquem cheias de muco; (iv) congestão dos
seios (caixa de ressonância) muda o som da voz e pode causar um aumento de pressão nos
seios, resultando em forte dor de cabeça; (v) extensão através do ducto lacrimonasal até a
conjuntiva do olho. Assim, não é incomum aparecer olhos avermelhados e úmidos ao longo
da infecção; (vi) atingindo a faringe, causando “dor de garganta”; (vii) da faringe, a infecção
pode se espalhar para os brônquios e pulmões, causando tosse e possivelmente bronquite, ou
se espalhar através da tuba auditiva para a orelha média (Spence, 1991).

2.5 Seios Paranasais

Os seios paranasais são espaços ocos preenchidos por ar (construção leve do crânio). O
conhecimento de sua posição é importante para o diagnóstico, uma vez que inflamações dos
seios podem causar dores acima do lugar afetado, por exemplo, cefaléia frontal no caso de
uma inflamação no seio frontal (Schünke, 2007). Esses seios são denominados de acordo
com os ossos nos quais se encontram; assim, temos os seios frontal, maxilar, esfenoidal e
células etmoidais. Os seios paranasais podem ajudar a aquecer o ar e umedecer o ar
inspirado. Esses seios são responsáveis por um pouco de ressonância do som, mas mais
importante, eles funcionam na diminuição do peso do crânio enquanto fornecem resistência
estrutural (Van de Graaff, 2003).

Os seios maxilares e frontais formam-se somente ao longo da vida, com o crescimento do


crânio (pneumatização); as células etmoidais, entretanto, já se encontram pneumatizadas
antes do nascimento. Inflamações dos seios paranasais em crianças ocorrem
predominantemente nas células etmoidais, cujo perigo de infiltração/perfuração da órbita
(Schünke, 2007).

O seio frontal em número de dois (Snell, 1999), localiza-se profundamente à glabela do osso
frontal (Castro, 1985). Suas medidas habituais são as seguintes: altura, 3,0cm; largura, 2,5cm;
profundidade, 2,5cm. Ausentes no nascimento, eles em geral estão bem desenvolvidos entre o
sétimo e oitavo anos, mas só alcançam seu tamanho completo após a puberdade (Gray,
1988).

*Glabela (L.) glaber (=imberbe, sem pêlos). Na Grécia Antiga, glaber era o nome de um escravo
ou servo ainda jovem, imberbe. Na Idade Média era o nome latino do osso frontal (por causa
da falta de cabelos nesta parte). Embora já no século XVI designasse, na língua italiana
popular, a região entre as sobrancelhas, com este sentido a palavra somente foi introduzida na
Anatomia no século XIX, por Samuel Sömmering (Fernandes, 1999).

Os seios maxilares são os maiores seios paranasais (Moore, 2007), situados na maxila
(Dângelo & Fattini, 2001). Os tamanhos destes seios variam entre os diferentes crânios, e de
um lado para outro no mesmo indivíduo. No adulto a capacidade varia entre 9,5ml e 20,0ml,
situando-se em torno geralmente de 14,75ml. As medidas de um seio médio são as seguintes:
altura (vertical), em frente ao primeiro dente molar: 3,75cm; largura (transversa): 2,5cm;
profundidade anterior/posterior: 3,0cm. As raízes do primeiro e segundo pré-molares, e,
algumas vezes, a raiz do canino, se projetam para cima em direção ao seio. As raízes dos
dentes estão envoltas em uma lâmina fina de osso compacto, ocasionalmente ausente, e em
contato com a túnica mucosa do seio. É fácil compreender como a extração de um dente
pode resultar em uma fístula, ou como um dente infectado pode produzir sinusite (Snell,
1999). O seio maxilar aparece como um sulco raso na face medial do osso por volta do quarto
mês da vida fetal, mas só atinge seu total desenvolvimento após a segunda dentição (Gray,
1988).

As células etmoidais constam de numerosas pequenas cavidades de paredes delgadas que


formam o labirinto etmoidal e são completadas pelos ossos frontal, maxilar, lacrimal,
esfenóide e palatino (Gray, 1988).

Os seios esfenoidais em número de dois (Snell, 1999), contidos dentro do corpo do esfenóide,
variando em forma e tamanho. Suas medidas habituais são: altura (vertical), 2,2cm; largura
(transversal), 2,0cm; profundidade, 2,2cm. Na época do nascimento eles apresentam-se como
pequenas cavidades, mas seu maior desenvolvimento ocorre após a puberdade (Gray, 1988).

3. FARINGE

*Entre os gregos, a palavra pharynx era, usualmente, confundida e empregada no lugar de (G.)
larynx e Galeno usava o termo para a parte laríngea da faringe. Talvez a palavra pharynx tenha
derivado (por aliteração) de (G.) pharynx (=fenda) (Fernandes, 1999).

-(G.) pharynx (=goela) (Fernandes, 1999).

3.1 Características Gerais

A faringe é um tubo musculomembranáceo (ímpar) que se estende da face inferior do crânio


até o nível da cartilagem cricóidea ventralmente, e da sexta vértebra cervical dorsalmente
(Gray, 1988; Testut, 1956). Apresenta três aberturas anteriormente, que a comunicam com a
cavidade nasal (através das cóanas), cavidade oral (através das fauces) e com a laringe
(através da glote). Inferiormente, continua-se com o esôfago (Cruz Rizzollo & Madeira, 2004;
Spence, 1991). Sua parede é composta de músculo esquelético e revestida com túnica
mucosa. A faringe funciona como uma passagem para o ar e o alimento, (pertence aos
sistemas digestório e respiratório), fornece uma câmara de ressonância para os sons da fala e
alojam as tonsilas, que participam das respostas imunes aos invasores estranhos (Tortora,
2006). As infecções deste órgão se manifestam em transtornos durante a deglutição,
respiração e fala (Testut, 1956).

3.2 Dimensões

Quando a faringe está em repouso, seu comprimento médio é de 15,0cm. Quando se contrai,
sua extremidade inferior se eleva e seu comprimento diminui uns 3,0cm (Rouviere, 1959). Sua
maior largura situa-se imediatamente abaixo da base do crânio, onde se projeta lateralmente
atrás do óstio faríngeo da tuba auditiva, formando o recesso faríngeo; seu ponto mais estreito
está em sua terminação com o esôfago (Gray, 1988).
3.3 Limites da Faringe (Bogart, 2008)

LIMITES ESTRUTURA

Superior Corpo do esfenóide e parte basilar do osso occipital

Posterior Fáscia pré-vertebral e bucofaríngea, C1 a C6, e

músculo constritor da faringe

Lateral Processo estilóide, músculo estilofaríngeo, músculo

pterigóideo medial, bainha carótica e seu conteúdo,


e glândula tireóide

Anterior Continua com as cavidades nasal, oral e a laringe

Inferior Esôfago

3.4 Cavidades da Faringe

Sete cavidades se comunicam com a faringe, a saber: as duas cavidades timpânicas, as


cavidades nasais, a boca, a laringe e o esôfago. A cavidade da faringe pode ser subdividida
em três partes: nasal, oral e laríngea (Gray, 1988). A parte nasal da faringe (nasofaringe) está
posterior ao nariz e superior ao palato mole; a parte oral da faringe (orofaringe) está posterior
à boca; a parte laríngea da faringe (laringofaringe) está posterior à laringe (Moore, 2007).

-Nasofaringe (parte nasal da faringe). Tem uma função respiratória. Situa-se posteriormente
ao palato mole e é a extensão posterior das cavidades nasais. O nariz abre-se para a parte
nasal da faringe através de dois cóanas, aberturas pares entre a cavidade nasal e a parte
nasal da faringe (Moore, 2007). O palato mole e a úvula palatina formam o soalho da
nasofaringe (Spence, 1991).

Nas suas paredes laterais, a nasofaringe recebe as tubas auditivas que conectam a
nasofaringe com a cavidade da orelha média (Spence, 1991). Quando aberta, ela equilibra a
pressão no interior da orelha média com a que está na faringe e no meio ambiente. A tuba
auditiva é uma via potencial de disseminação de infecções da faringe para a orelha média. A
otite média ou infecção da orelha média é mais prevalente em crianças muito jovens porque
sua tuba auditiva não abre facilmente como a de um adulto. A inabilidade para a abertura
adequada e ventilação da orelha média com ar fresco gera um ambiente anaeróbico onde
infecções podem se desenvolver (Bogart, 2008). À medida que se atinge grande altitude, o ar
torna-se menos denso (diminuição da pressão atmosférica) e dilata-se dentro da cavidade
timpânica, forçando lateralmente a membrana do tímpano que pode romper-se. A maior
pressão do ar na orelha média pode forçar a tuba auditiva e abrir-se com um estalo. O bocejo
e a deglutição ajudam, pela abertura da tuba auditiva, a igualar as pressões em cada lado da
membrana do tímpano (Dângelo & Fattini, 2001).

Em sua parede lateral, uma prega vertical da mucosa, a prega salpingofaríngea, estende-se
para baixo, a partir da tonsila tubária, e contém o músculo salpingofaríngeo. Uma segunda
prega menor, a prega salpingopalatina, estende-se da parte superior da tonsila tubária ao
palato. Atrás do óstio faríngeo da tuba auditiva, situa-se um profundo recesso, o recesso
faríngeo (Gray, 1988).

Na parte posterior encontra-se uma saliência produzida por tecido linfático conhecida como
tonsila faríngea (Gray, 1988). De um modo geral a tonsila faríngea é mais volumosa na
infância, regredido e se atrofiando na idade adulta (Castro, 1985). Quando estas tonsilas
tornam-se aumentadas como respostas a uma infecção são chamadas de “adenóides”. Esse
aumento pode ser crônico e pode interferir com a respiração pelo nariz, tornado necessário a
respiração pela boca (Spence, 1991).

-Orofaringe (parte oral da faringe). Tem uma função digestiva (Moore, 2007). Estende-se do
palato mole no nível do osso hióide. Anteriormente abre-se na boca, através do istmo das
fauces. Em sua parte lateral, entre os dois arcos, se encontram as tonsilas palatinas,
“amígdalas” (Gray, 1988). São duas massas de tecido linfóide localizadas em ambos os lados
da orofaringe, entre os arcos palatoglosso (anterior) e palatofaríngeo (posterior). O espaço
entre os arcos que lhe serve de leito, é a fossa tonsilar. As tonsilas palatinas estão
frequentemente inflamadas e, não raro, são removidas cirurgicamente (Dângelo & Fattini,
2001).

*Fauce(s) (L.) faux, pl. fauces (=passagem estreita, garganta). Na antiga casa romana, o
atrium era o local mais familiar (de reunião). Entre este e um pátio externo, com pilares e
caramanchões (perystilo) havia duas estreitas passagens, usadas apenas pelos escravos
e/ou criados, chamadas fauces. Em sentido geral, designava também os desfiladeiros,
gargantas e entradas de cavernas. Celso (30 d.C.) utilizou a palavra, no singular (uso raro),
para denominar a passagem da boca à faringe (Fernandes, 1999).

O arco palatoglosso é uma prega de túnica mucosa que cobre o músculo palatoglosso
subjacente. O intervalo entre os arcos palatoglossos marca o limite entre a boca e a parte oral
da faringe e é chamado de istmo das fauces. O arco palatofaríngeo é uma prega da túnica
mucosa situada na parede lateral da parte oral da faringe atrás do arco palatoglosso. Ele
cobre o músculo palatofaríngeo subjacente (Snell, 1999).

O suprimento arterial para a tonsila é a artéria tonsilar, um ramo da artéria facial. As veias
perfuram o músculo constritor superior e se unem às veias palatina externa, faríngea ou facial
(Snell, 1999).

-Laringofaringe (parte laríngea da faringe). Serve como passagem de ar e de alimento


(Spence, 1991). É a porção inferior da faringe. Situa-se posterior à laringe (Moore, 2007).
Estende-se inferiormente do nível do osso hióide à laringe (Van de Graaff, 2003). A parte
laríngea da faringe comunica-se com a laringe através do ádito da laringe na sua parede
anterior. No sistema digestório torna-se contínua com o esôfago (Moore, 2007).

*A remoção cirúrgica das tonsilas palatinas chama-se tonsilectomia, enquanto a remoção das
tonsilas faríngeas é chamada de adenoidectomia (Van de Graaff, 2003).

3.5 Músculos da Faringe

Os músculos da faringe estão divididos em dois grupos: os músculos constritores e os


músculos elevadores (Rouviere, 1959). Os músculos da faringe estão relacionados com a fala,
a deglutição e também com funções da orelha média (Fehrenbach & Herring, 2002). São eles:
m. constritor inferior, m. constritor médio, m. constritor superior, m. estilofaríngeo, m.
salpingofaríngeo e m. palatofaríngeo (Gray, 1988). Os músculos constritores se inserem na
rafe da faringe, uma faixa fibrosa, situada na linha mediana da parede posterior da faringe, que
se insere na base externa do crânio (Fehrenbach & Herring, 2002).

A camada muscular pode ser descrita como uma camada circular externa e uma camada
longitudinal interna. Os três músculos constritores da faringe, que formam a camada externa,
estão dispostos de modo que o músculo constritor inferior é sobreposto pelo músculo
constritor médio, que por sua vez se sobrepõe ao músculo constritor superior. Esta
organização foi comparada a três funis ou vasos de flores, um inserido dentro do outro.
Assim, o músculo constritor inferior da faringe é o mais evidente, e o constritor médio e
superior são menos evidentes (Bogart, 2008). A camada interna, longitudinal, de músculos da
faringe, compreende os músculos estilofaríngeo, palatofaríngeo e salpingofaríngeo (Dângelo
& Fattini, 2001).

a) Características dos Músculos da Faringe

-Músculo constritor inferior da faringe. O mais espesso dos três constritores (Gray, 1988);

-Músculo constritor médio da faringe. É um músculo em forma de leque, menor que o


precedente (Gray, 1988);

-Músculo constritor superior da faringe. É quadrilátero, mais fino e pálido que os outros dois
(Gray, 1988);

*De particular importância na anestesia odontológica é a origem anterior do músculo


constritor superior da faringe no ligamento pterigomandibular. Esse ligamento sustenta a
prega pterigomandibular, que é ponto de reparo importante na anestesia do nervo alveolar
inferior (Cruz Rizzollo & Madeira, 2004);

-Músculo estilofaríngeo. Longo e delgado (Gray, 1988) de forma triangular (Rouviere, 1959);

-M. salpingofaríngeo. Está incluído na prega salpingofaríngica (Dângelo & Fattini, 2001);

-M. palatofaríngeo. Está incluído no chamado arco palatofaríngeo, uma prega vertical situada
posteriormente à tonsila palatina (Fehrenbach & Herring, 2002).

Todos os músculos faríngicos agem na deglutição e não tem sentido suas ações
individualmente. O estudante deve reporta-se ao mecanismo da deglutição (Dângelo & Fattini,
2001).

b) Anatomia do Ato de Deglutição

A laringe, assim como uma parte da traquéia, localiza-se no adulto, anteriormente à entrada
do esôfago. Durante a deglutição a laringe é temporariamente fechada para evitar que o
alimento chegue até a traquéia. A deglutição é iniciada voluntariamente. Distinguem-se três
fases na deglutição: (i) iniciação voluntária do ato de deglutição; (ii) fechamento reflexo da
laringe; (iii) transporte reflexo do alimento por meio da faringe e do esôfago (Schünke, 2007).

Durante a segunda fase, a laringe é elevada pela contração da musculatura do soalho da boca
(músculos milo-hióideos e músculos digástricos) e dos músculos tireo-hióideos, a epiglote
fecha a entrada da laringe, e, portanto, a via aérea é bloqueada. Ao mesmo tempo, o palato
mole é tensionado e elevado, posicionando-se contra a parede posterior da faringe (Schünke,
2007).

3.6 Vascularização

O suprimento arterial da faringe é derivado dos ramos das artérias faríngea ascendente,
palatina ascendente, facial, maxilar e lingual. As veias drenam para o plexo venoso faríngeo,
que por sua vez drena para a veia jugular interna (Snell, 1999).

4. LARINGE

*Entre os gregos, a palavra pharynx era, usualmente, confundida e empregada no lugar de (G.)
larynx. O primeiro a descrever as cartilagens da laringe foi Galeno. Vesalius, como costume na
época, apenas numerou as cartilagens (Fernandes, 1999).

-(G.) larynx (=gaita, parte alta da traqueia), de (G.) larungein (=gritar) (Fernandes, 1999).
4.1 Características Gerais

A laringe ou órgão da voz é a parte do conduto aéreo que comunica a faringe com a traquéia
(Gray, 1988). Trata-se de uma estrutura semi-rígida, com esqueleto cartilagíneo, no qual as
cartilagens se articulam em junturas sinoviais (Dângelo & Fattini, 2001). Ela produz uma
considerável saliência na linha mediana do pescoço chamada pomo de Adão. Sua extensão
vertical corresponde à C4 e C6, porém está situada um pouco mais alta na mulher, o mesmo
ocorrendo durante a infância (Gray, 1988). Durante a puberdade, no homem, a laringe cresce
rapidamente em tamanho e as pregas vocais tornam-se 1,0cm mais longas fazendo com que
o limite inferior da voz caia de uma oitava. Nas mulheres, estas alterações, inclusive no tom da
voz, são menos acentuadas (Dângelo & Fattini, 2001). De cada lado da laringe estão os
grandes vasos do pescoço (Gray, 1988).

A laringe tem duas funções. Sua função principal é impedir que o alimento ou líquidos entrem
na traquéia e nos pulmões durante a deglutição e permitir a passagem do ar durante a
respiração. Um papel secundário é a produção de sons (Van de Graaff, 2003). A fonação é a
produção fisiológica da voz. Seu mecanismo é o seguinte: o ar expulso dos pulmões ao
atravessar a glote estreitada, entra em vibração. As vibrações do ar é que originam um som
que será modelado, tomando as características da voz humana na faringe, boca e cavidade
nasal. O estreitamento da glote é devido à ação dos músculos das cordas vocais, que se
contraem. Quando estes músculos não estão contraídos, o ar expirado passa livremente pela
glote, não produzindo som (Dias, 1969). Devido à influência dos hormônios sexuais
masculinos, as pregas vocais usualmente são mais espessas e mais longas nos homens do
que nas mulheres. Por isso, elas vibram mais lentamente, dando aos homens um tom mais
baixo do que nas mulheres (Tortora, 2006).

*Processos infecciosos ou agentes irritantes no ar como a fumaça do cigarro, podem


provocar inflamação na mucosa da laringe afetando as pregas vocais. Estas perdem a
capacidade de vibrar normalmente e o indivíduo pode apresentar rouquidão ou mesmo afonia
completa. Em fumantes crônicos, a rouquidão pode se tornar permanente (Cruz Rizzollo &
Madeira, 2004).

*Um edema agudo da laringe (edema de glote) pode surgir após reações hiperalérgicas e
outras causas, provocando um estreitamento da via respiratória e consequente falta de ar. O
edema é resultado de um acúmulo de fluido não na submucosa das pregas vocais, que é de
textura densa com a mucosa bem aderida, mas em outras áreas da laringe, onde a
submucosa é frouxa e a túnica mucosa é fracamente aderida às cartilagens (Cruz Rizzollo &
Madeira, 2004).

4.2 Medidas (Gray, 1988)

masculino feminino
mm mm
Altura ................................................ 44 36
Diâmetro transversal ............................ 43 41
Diâmetro ântero-posterior ..................... 36 26
Circunferência ..................................... 136 112

4.3 Esqueleto da Laringe

A laringe é formada por nove cartilagens, três ímpares e três pares, como se segue: tireóidea,
cricóidea, aritenóidea, corniculadas, cuneiformes e epiglote (Gray, 1988). Essas cartilagens
são mantidas juntas, e unidas ao osso hióide acima e à traquéia abaixo, por ligamentos e
músculos (Spence, 1991).

a) Tireóidea:
*Entre os povos egeus, nos primórdios da civilização grega, o thyreós, era uma grande pedra
achatada colocada contra uma porta, para mantê-la fechada. Mais tarde, a palavra foi aplicada
a um escudo pelos habitantes da ilha de Minos, feito de lâminas de madeira prensadas,
amarradas com cipós e completado, nas bordas, com placas de metal (uma forma muito
semelhante a uma porta, que em grego arcaico chamava-se thyra). Este escudo, ao contrário
da maioria dos escudos gregos, cobria o corpo até os pés e tinha duas chanfraduras ou
entalhes, superior ou inferiormente, para encaixar o queixo e o joelho, respectivamente. A
cartilagem tireóidea recebeu esse nome por sua posição em relação à laringe, parece um
escudo protetor (Fernandes, 1999).

-(G.) thyreós (=escudo) e (G.)oidés (= forma de) (Fernandes,1999);

-ímpar (Erhart, 1962);

-maior cartilagem da laringe (Gray, 1988);

-constituída por duas lâminas de cartilagem hialina que se encontram na linha mediana no
saliente ângulo em “V” da proeminência laríngea (Snell, 1999);

-a proeminência laríngea da cartilagem tireóidea é chamada comumente de “pomo de Adão”


(Van de Graaff, 2003);

-maior e mais proeminente em homens do que em mulheres por causa do efeito de hormônios
sexuais masculinos no desenvolvimento da laringe durante a puberdade (Van de Graaff, 2003);

-na face externa de cada lâmina está uma linha oblíqua para a inserção dos músculos
esternotireóideo, tíreo-hióideo e constritor inferior da faringe (Snell, 1999);

-possui dois pares de projeções em forma de chifre (cornos) estendendo-se da superfície


posterior da cartilagem tireóidea (Bogart, 2008);

-as projeções superiores (cornos superiores) são fixadas ao osso hióide pelo aspecto lateral
da membrana tireohióidea lateral (Bogart, 2008);

-as projeções inferiores (cornos inferiores) se articulam com a junção da lâmina e do arco da
cartilagem cricóidea (Bogart, 2008).

b) Epiglote:

-(G.) epi (=sobre, em cima) e (G.) glottis (=laringe) (Fernandes, 1999);

-ímpar (Erhart, 1962);

-em forma de folha (Tortora, 2006);

-situada posterior à raiz da língua e ao hióide, e anterior ao ádito da laringe (Moore, 2007);

-está fixada à margem anterior da cartilagem tireóidea e ao osso hióide (Tortora, 2006);

-a porção larga superior da epiglote não é fixa, sendo livre para se mover para cima e para
baixo (Tortora, 2006);

-formada por cartilagem elástica, confere flexibilidade a epiglote (Moore, 2007);

-a cartilagem epiglótica garante que a epiglote, no final da deglutição (após a atividade


muscular), retorne, automaticamente, para sua posição inicial (Schünke, 2007);
-quando a epiglote é removida, durante uma cirurgia tumoral, o paciente tem que aprender,
com muito esforço, a deglutir corretamente sem a epiglote, “perigo de aspiração” (Schünke,
2007).

*A laringe inteira se eleva durante a deglutição para fechar a glote contra a epiglote. Esse
movimento pode ser observado colocando os dedos sobre a laringe e deglutindo em seguida.
Se a glote não está fechada como deveria ocorrer durante a deglutição, o alimento pode entrar
na glote (Van de Graaff, 2003).

c) Cricóidea:

*O termo krykos é obviamente uma variante de (G.) kyrkos (=círculo) e deu o nome à
cartilagem laríngea pela sua forma em anel sinete. Este tipo de anel, muito frequente nas
classes nobres da Antiguidade e da Idade Média, tinha uma mesa (ou platina) larga onde
havia um símbolo ou inscrição que identificava seu portador e servia para “assinar”
documentos (apondo o anel sobre o lacre derretido) porque a maioria destas pessoas era
analfabeta (Fernandes, 1999).

-(G.) krykos (=círculo) e (G.) oidés (=forma de) (Fernandes, 1999);

-ímpar (Erhart, 1962);

-formada por um anel completo de cartilagem hialina (Snell, 1999);

-embora menor, é mais grossa e robusta do que a tireóidea (Gray, 1988);

-liga-se à cartilagem tireóidea em cima e à traquéia embaixo (Van de Graaff, 2003);

-encontrada no nível do processo transverso da vértebra C6 (Bogart, 2008);

-possui um arco anterior estreito e uma lâmina posterior larga (Snell, 1999);

-de cada lado da face lateral existe uma faceta circular para articulação com o corno inferior
da cartilagem tireóidea (Snell, 1999);

-de cada lado da margem superior existe uma faceta articular para articulação com a base da
cartilagem aritenóidea (Snell, 1999);

-no plano mediano da lâmina eleva-se uma crista que serve de inserção à musculatura
longitudinal do esôfago, tendão cricoesofágico (Dângelo & Fattini, 2001);

-a borda inferior da cartilagem cricóidea marca o término da laringe e da faringe e o início da


traquéia e do esôfago (Dângelo & Fattini, 2001);

-a cartilagem cricóidea é o ponto de referência para fazer um conduto de ventilação de


emergência, uma traqueostomia (Tortora, 2006).

*Diversas condições podem bloquear o fluxo de ar, pela obstrução da traquéia. Os anéis de
cartilagem sustentam a traquéia e podem ser acidentalmente esmagados; a túnica mucosa
pode-se tornar tão inflama e intumescida que fecha a via aérea, o excesso de muco secretado
pelas túnicas inflamadas pode tamponar a via aérea inferior, ou um objeto grande inalado
(aspirado). Se a obstrução for acima do nível do tórax, uma traqueostomia pode ser realizada.
Nesse procedimento, é feita a incisão na traquéia, abaixo da cartilagem cricóidea, e
introduzido um tubo na traquéia para criar uma via aérea de emergência (Tortora, 2006).

d) Aritenóidea:
*Arytaina é a forma feminina de (G.) aritér (=colher funda, concha), um utensílio doméstico
comum com um gargalo largo e sulcado superiormente. O nome foi dado às cartilagens
aritenóideas e ao ligamento inter-aritenóideo, em conjunto, pela semelhança que a forma
desta parte do adito da laringe, em animais, tinha com o gargalo do jarro (Fernandes, 1999).

-(G.) arytaina (=jarro, copo) e (G.) oidés (=forma de) (Fernandes, 1999);

-são cartilagens piramidais pares, com três lados, que se articulam com as partes laterais da
margem superior da lâmina da cartilagem cricóidea (Moore, 2007);

-situadas no dorso da laringe (Snell, 1999);

-formada por cartilagem hialina (Tortora, 2006);

-cada cartilagem possui um ápice acima e uma base abaixo (Snell, 1999);

-o ápice suporta a cartilagem corniculada (Snell, 1999);

-a base se articula com a cartilagem cricóidea (Snell, 1999);

-dois processos projetam da base (Snell, 1999);

-um processo vocal anterior e um processo muscular lateral (Bogart, 2008);

-processo vocal dá inserção ao ligamento vocal (Snell, 1999);

-processo muscular dá inserção aos músculos cricoaritenóideos posterior e lateral (Snell,


1999);

-o processo vocal é a única parte destas cartilagens que não pode sofrer ossificação, pois é
constituído de cartilagem elástica (Dângelo & Fattini, 2001);

-a face medial da cartilagem aritenóidea é recoberta pela mucosa da laringe (Dângelo &
Fattini, 2001);

-músculos e ligamentos cobrem a maior parte das cartilagens aritenóideas (Dângelo & Fattini,
2001).

e) Corniculadas:

*O corniculum era um pequeno adorno em forma de chifre no capacete, uma espécie de


penacho metálico, outorgado como recompensa ao soldado romano por serviços prestados
em campanhas estrangeiras. Outra possível derivação embora improvável, seria de
(L.)cornicula (=pequena gralha), por causa da forma de bico (Fernandes, 1999).

-(L.) corniculatum (=que tem um pequeno chifre), de (L.) corniculum (=diminutivo de), (L.)
cornu (=corno, chifre) (Fernandes, 1999);

-cartilagens pares (Van de Graaff, 2003);

-pequenas (Gray, 1988);

-situadas na parte posterior da prega ariepiglótica da mucosa e algumas vezes fundidas à


cartilagem aritenóidea (Gray, 1988);

-se articulam com as cartilagens aritenóideas (Snell, 1999);

-dão inserção às pregas ariepiglóticas (Snell, 1999).


f) Cuneiformes:

-(L.) cunceus (=cunha) e (L.) formis (= em forma de)

-cartilagens pares (Van de Graaff, 2003);

-pequenas peças alongadas de cartilagem elástica amarela (Gray, 1988);

-situadas uma de cada lado da prega ariepiglótica (Gray, 1988);

-servem como suportes para as pregas (Snell, 1999).

4.4 Compartimentos da Laringe

No interior da laringe, podem ser distinguidos “três andares”:

a) Vestíbulo da Laringe: o ádito da laringe é delimitado pela epiglote e pelas pregas


ariepiglóticas e conduz, da posição crânio-ventral para a dorsal, à parte laríngea da faringe, ou
à abertura superior do esôfago no vestíbulo da laringe, o vestíbulo alcança as pregas
vestibulares, situadas em ambos os lados. Clinicamente, o espaço acima das pregas
vestibulares é denominado supraglote ou espaço supraglótico (Gerhard Aumüller, 2009). O
fechamento do ádito protege a via respiratória contra a penetração de partículas alimentares e
corpos estranhos (Dângelo & Fattini, 2001).

b) Ventrículo da Laringe: o ventrículo da laringe (espaço trans glótico) é um espaço estreito,


em forma de cunha, situado entre as pregas vestibulares e as pregas vocais de cada lado. A
fenda entre as duas pregas vocais direita e esquerda, é a rima da glote ou rima vestibular
(Gerhard Aumüller, 2009).

*Uma saliência, de tamanho variável, na porção anterior do ventrículo é o sáculo da laringe,


onde numerosas glândulas desembocam. A parte da laringe onde se produz a voz (local de
contato dos dois ligamentos vocais), formada pelas duas pregas vocais, é conhecida como
glote (Gerhard Aumüller, 2009).

c) Cavidade Infraglótica: situada abaixo das pregas vocais até o limite entre a cartilagem
cricóidea e o primeiro anel traqueal. Na linguagem clínica, ela é denominada subglote ou
espaço subglótico (Gerhard Aumüller, 2009).

4.5 Músculos da Laringe

Há dois grupos de músculos da laringe, os extrínsecos e os intrínsecos. Os músculos


extrínsecos compreendem: (i) m. tireo-hiódeo, (ii) m. estilo-hiódeo, (iii) m. milo-hiódeo, (iv) m.
digástrico, (v) m. estilofaríngico, (vi) m. palatofaríngeo, que são levantadores da laringe; (vii)
m. omo-hiódeo, (viii) m. esterno-hiódeo, (ix) m. esternotireódeo que são abaixadores da
laringe (Dângelo & Fattini, 2001).

Dos músculos intrínsecos da laringe três originam-se da cartilagem cricóidea: (i) m.


cricotireóideo, (ii) m. cricoaritenóideo lateral, (iii) m. cricoaritenóideo posterior. Dois músculos,
intimamente ligados entre si, unem as cartilagens tireóidea e aritenóidea: (i) m.
tireoaritenóideo, (ii) m. vocal. Dois músculos unem as cartilagens aritenóideas entre si: (i) m.
aritenóideo transverso, (ii) m. aritenóideo oblíquo. Finalmente, dois músculos unem as
cartilagens aritenóideas à epiglote (m. ariepiglótico) e a cartilagem tireóidea à epiglote (m.
tireoepiglótico). Pode-se dizer que as ações principais dos músculos intrínsecos da laringe
são as seguintes: (i) tensionar ou relaxar o ligamento vocal, isto significa aumentar ou
encurtar a distância que separa as cartilagens aritenóideas e tireóidea; (ii) aduzir ou abduzir
os ligamentos vocais, isto significa afastar ou aproximar do plano mediano os ligamentos
vocais, consequentemente significa aumentar ou diminuir a rima da glote; (iii) ocluir o ádito da
laringe, significa fechar a entrada da laringe (Dângelo & Fattini, 2001);

4.6 Pregas da Mucosa da Laringe

A subdivisão em três compartimentos é feita, por sua vez, pela presença de duas pregas da
mucosa da laringe:

a) Pregas Vestibulares

-falsas cordas vocais (Gerhard Aumüller, 2009);

-par superior (Tortora, 2006);

-tecido conjuntivo frouxo (Gerhard Aumüller, 2009);

-presença de glândulas, que lubrificam as pregas vocais (Gerhard Aumüller, 2009);

-mantêm a respiração sob pressão na cavidade torácica, quando o indivíduo realiza força para
erguer um objeto pesado, tal como uma mochila cheia de livros escolares (Tortora, 2006);

-não produzem som (Tortora, 2006);

b) Pregas Vocais

-cordas vocais verdadeiras (Gerhard Aumüller, 2009);

-par inferior (Tortora, 2006);

-masculino: 27 a 29 mm de comprimento (Gerhard Aumüller, 2009);

-feminino: 14 a 20 mm de comprimento (Gerhard Aumüller, 2009);

-produzem som durante o canto e a fala (Tortora, 2006);

-cada prega vocal contém um: (i) ligamento vocal, formado por tecido elástico espesso; (ii)
músculo vocal, formado por fibras musculares muito finas (Moore, 2007).

*Elas contêm ligamentos elásticos estendidos entre as peças de cartilagem rígida, como as
cordas de um violão. Os músculos estão inseridos na cartilagem e nas pregas vocais. Quando
os músculos se contraem, puxam fortemente os ligamentos elásticos, o que move as pregas
vocais em direção à via aérea. O ar empurrado contra as pregas vocais faz com que elas
vibrem, e produz ondas sonoras no ar da faringe, do nariz e da boca. Quanto maior a pressão
do ar, mais alto o som. O tom é controlado pela tensão das cordas vocais. Se elas são
esticadas, vibram mais rapidamente, resultando em um tom mais alto. Os tons mais baixos
são produzidos pela redução da tensão muscular (Tortora, 2006).

*A fala normal depende da modificação do som em consoantes e vogais reconhecíveis pelo


uso da língua, dentes e lábios. Os sons das vogais em geral são puramente orais com o palato
mole elevado; quer dizer, o ar é canalizado através da boca em lugar do nariz. Os médicos
testam a mobilidade do palato mole pedindo-se ao paciente para dizer “ah” com a boca
aberta. A fala envolve a liberação intermitente de ar expirado entre as pregas vocais aduzidas.
Cantar uma nota requer uma liberação mais prolongada de ar expirado entre as pregas vocais
aduzidas. No sussurro, as pregas vocais são aduzidas, mas as cartilagens aritenóideas estão
separadas; as vibrações são enviadas em um fluxo constante de ar expirado que passa pela
parte posterior da rima da glote (Snell, 1999).

4.7 Vascularização

As artérias laríngicas superior e inferior, ramos, respectivamente, das artérias tireóidea


superior e inferior, irrigam a laringe. A artéria laríngica superior acompanha o nervo laríngico
interno e ambos perfuram a membrana tireohiódea para penetrar na laringe. A artéria laríngica
inferior acompanha o nervo laringico recorrente. As veias que drenam acompanham as
artérias (Dângelo & Fattini, 2001).

5. TRAQUEIA

-(G.) tracheia, feminino de (G.) trachys (= rugoso, irregular); talvez de (G.) trachelos (= do
pescoço) (Fernandes, 1999).

5.1 Características Gerais

A traqueia constitui o tubo de aproximadamente 2,5cm de diâmetro e 11 cm de comprimento


(Spence, 1991), é sempre maior na mulher do que no homem (Gray, 1988). Na criança a
traqueia é menor, mais profundamente situada e mais móvel do que no adulto (Gray, 1988).
Faz continuação à laringe, penetra no tórax e termina bifurcando-se nos dois brônquios
principais (estende-se até o nível da sexta vértebra torácica). Ela se situa medianamente, por
diante do esôfago e apenas na sua terminação, desvia-se para a direita (Castro, 1985).

*Durante a inspiração profunda a traquéia pode se alongar por cerca de 5 cm (Gerhard


Aumüller, 2009).

De acordo com as suas relações topográficas a traqueia é dividida em duas partes: (i) parte
cervical, desde a cartilagem cricóidea da laringe (aproximadamente na altura de C6) até a
abertura superior do tórax; (ii) parte torácica, a partir da abertura superior do tórax até um nível
imediatamente acima do plano transtorácico (altura de T4; linha interespinal), aqui se localiza,
no adulto jovem, a origem dos dois brônquios principais, bifurcação da traquéia. Na superfície
interna do local de bifurcação encontra-se frequentemente, uma projeção de mucosa,
reforçada por cartilagem para o interior da luz, a carina da traquéia. No adulto o ângulo de
bifurcação mede, normalmente 55-60º, enquanto que nas crianças ele é mais aberto, 70-80°
(Gerhard Aumüller, 2009).

O caminho do ar da traqueia está rodeado por uma série de anéis de cartilagem em forma de
“C” (Spence, 1991), entre 16 a 20 anéis de cartilagem hialina (Van de Graaff, 2003), que têm
por finalidade impedir que as paredes desse tubo se colapsem, da mesma maneira que os
anéis completos no tubo de um aspirador de pó (Spence, 1991). Os anéis sobrepostos estão
unidos entre si pelos ligamentos anulares (Erhart, 1962). A mucosa (superfície que reveste o
lume) consiste em tecido epitelial pseudo-estratificado colunar ciliado que contém numerosas
células calciformes muco-secretantes, e proporciona a mesma proteção contra pó e outras
partículas como a membrana que reveste a cavidade nasal e a laringe (Van de Graaff, 2003).

A abertura posterior nos anéis traqueais é transposta pelo músculo liso (involuntário) traqueal,
que une as suas extremidades. Portanto, a parede posterior da traqueia é plana (Moore, 2007).
A parte “incompleta” desses anéis está em contato com o esôfago. Isso permite que durante
a passagem do bolo alimentar o esôfago se expanda às expensas desta parede posterior
distensível da traqueia (Cruz Rizzollo & Madeira, 2004).

O suprimento arterial da traqueia ocorre, predominantemente, pelos ramos traqueais da


artéria tireóidea inferior, proveniente do tronco tireocervical da artéria subclávia. A drenagem
venosa ocorre através do plexo tireóideo ímpar e da veia tireóidea inferior (Gerhard Aumüller,
2009).

6. BRÔNQUIOS PRINCIPAIS

*Acreditava Platão que os líquidos deglutidos alcançavam o estômago pela traqueia e os


alimentos sólidos, pelo esôfago. Daí a justificativa da umidade (muco) daquela. Inicialmente,
Rufo de Éfeso usou o termo para designar os anéis da traqueia, mas o sentido foi depois
extrapolado para sua divisão e gradualmente acabou denominado apenas os ramos.
Popularmente, designava tanto a garganta como a própria traqueia (Fernandes, 1999).

(G.) Bronchos (= mole, úmido), de (G.) brechein (= amolecer, umedecer) (Fernandes, 1999).

6.1 Características Gerais

A traqueia bifurca-se nos brônquios principais, direito e esquerdo e neles os anéis


cartilaginosos da traquéia são substituídos por placas irregulares de cartilagem (Dângelo &
Fattini, 2001). Os brônquios principais direito e esquerdo dão origem aos brônquios lobares,
que ventilam os lobos dos pulmões. Estes, por sua vez, dividem-se em brônquios
segmentares, que vão ter com os segmentos broncopulmonares. Os brônquios segmentares
sofrem ainda sucessivas divisões antes de terminarem nos alvéolos pulmonares. Vê-se,
assim, que cada brônquio principal dá origem no pulmão a uma série de ramificações
conhecidas, em conjunto, como árvore brônquica (Costa, 2003).

6.2 Brônquio Principal Esquerdo

-diâmetro: 12 mm (Gerhard Aumüller, 2009);

-comprimento: 4-5 cm (Gerhard Aumüller, 2009);

-eixo longitudinal da traqueia: forma um ângulo de cerca de 35° (Gerhard Aumüller, 2009);

-passa sob o arco aórtico e anteriormente à aorta descendente para alcançar o hilo pulmonar
esquerdo. Ele cruza à frente do esôfago e neste ponto pode impedir a deglutição de um objeto
maior (Dângelo & Fattini, 2001);

-impressão: no esôfago (Bogart, 2008)

6.3 Brônquio Principal Direito

-diâmetro: 14 mm (Gerhard Aumüller, 2009);

-comprimento: 1-2,5 cm (Gerhard Aumüller, 2009);

-eixo longitudinal da traquéia: forma um ângulo de cerca de 20° (Gerhard Aumüller, 2009);

-menos oblíquo. Essa disposição torna-se importante nos casos de penetração de corpos
estranhos na traquéia, os quais geralmente encontram mais facilidade para atingir o pulmão
direito (Castro, 1985);

-impressão: nenhuma (Bogart, 2008).

*Ambos os brônquios principais podem aumentar o seu comprimento, durante a inspiração,


devido à distensibilidade de suas paredes, semelhante ao que ocorre na traquéia (Gerhard
Aumüller, 2009).

6.4 Vascularização
O suprimento arterial dos brônquios principais se dá pelos ramos bronquiais, provenientes da
parte torácica da aorta, da artéria torácica interna e, frequentemente, da 3ª ou 4ª artéria
intercostal. O sangue venoso é conduzido, no lado direito, para a veia ázigo e, no lado
esquerdo, para a veia hemiázigo (Gerhard Aumüller, 2009).

7. PULMÕES

*(L.) pulmo (=pulmão, bofe) (Fernandes, 1999).

7.1 Considerações Gerais

Consiste em órgãos da respiração, local que o sangue venoso se transforma em sangue


arterial. Os pulmões (direito e esquerdo) estão separados pelo mediastino. Poucos órgãos
apresentam variações de volume tão numerosas como os pulmões. Estas diferenças
dependem: (i) capacidade do tórax, porque o volume dos pulmões é proporcional a esta
capacidade, (ii) estado de inspiração e expiração. A superfície externa dos pulmões é lisa e
brilhante. A coloração dos pulmões é roxo escuro antes do nascimento, rosado no neonato e
depois azulado no adulto. À medida que o indivíduo avança a idade, se formam na superfície
dos pulmões alguns depósitos de pigmentos, dispostos em forma de pontos, manchas ou
linhas (Rouviere, 1959). Estes pigmentos procedem de uma matéria negra encontrados nas
partículas de poeira atmosférica e arrastados pela respiração. Indivíduos expostos a respirar
por longos períodos este tipo de ar, essa matéria negra pode acumular-se em quantidades tão
consideráveis que invadem as paredes dos alvéolos pulmonares. Sua ampla e permanente
comunicação com o exterior carrega normalmente numerosos micróbios pelo ar inspirado.
Estes micróbios, que em determinados momentos podem causar doenças, desempenham
como se sabe, um importante papel na patologia médica e cirurgia dos pulmões (Testut,
1956).

Os pulmões apresentam a forma de um cone (Dias, 1969), mede cada pulmão 25,0cm de
altura por 16,0cm de diâmetro (Costa, 1955). Situados na cavidade torácica (Dias, 1969) são
mais leves que a água, de consistência mole e elásticos como uma esponja (Dias, 1969;
Costa, 1955). Apresentam um ápice superior, uma base inferior e duas faces: costal (em
relação com as costelas) e medial (voltada para o mediastino). A base descansa sobre o
diafragma, músculo que separa, internamente, o tórax do abdome, e por esta razão, ela é
conhecida também como face diafragmática. Na sua face medial, cada um dos pulmões
apresenta uma fenda em forma de raquete, o hilo do pulmão, pelo qual entram ou saem
brônquios, vasos e nervos pulmonares constituindo a raiz do pulmão, o pedículo (Dângelo &
Fattini, 2001).

Nos seres humanos, assim como na maioria dos mamíferos, os pulmões apresentam sulcos
profundos, as fissuras que dividem parcialmente este órgão em lobos (Llorca, 1952). Estas
fissuras são revestidas pela pleura visceral e servem como espaço deslizante durante os
movimentos respiratórios dos pulmões. São visíveis tanto na face costal quanto na face
medial (Gerhard Aumüller, 2009).

7.2 Pulmão Direito

-o pulmão direito é sempre mais volumoso que o esquerdo (Rouviere, 1959);

-peso masculino (adulto) = 700 gramas (Rouviere, 1959);

-peso feminino (adulto) = 550 gramas (Rouviere, 1959);

-03 lobos: superior, médio e inferior (Gerhard Aumüller, 2009);

-02 fissuras: oblíqua e horizontal (Erhart, 1962);


-volume do órgão: cerca de 2 litros (Gerhard Aumüller, 2009);

-posição do brônquio no hilo do pulmão: epiarterial – brônquio do lobo superior direito entra
superiormente à artéria pulmonar (Gerhard Aumüller, 2009);

-é mais curto que o esquerdo, porque a cúpula diafragmática está mais elevada à direita
(Dângelo & Fattini, 2001);

-é mais largo que o esquerdo, porque o coração se desloca para a esquerda (Dângelo & Fattini,
2001);

-fixado pelo formol (impressão): esôfago, veias ázigos e a artéria subclávia direita (Dângelo &
Fattini, 2001);

-segmentos = 10 (Castro, 1985).

7.3 Pulmão Esquerdo

-peso masculino (adulto) = 600 gramas (Rouviere, 1959);

-peso feminino (adulto) = 450 ramas (Rouviere, 1959);

-02 lobos: superior e inferior (Gerhard Aumüller, 2009);

-01 fissura: oblíqua (Erhart, 1962);

-volume do órgão: cerca de 20% a menos (Gerhard Aumüller, 2009);

-posição do brônquio no hilo do pulmão: hipoarterial – brônquio principal esquerdo entra


inferiormente à artéria pulmonar (Gerhard Aumüller, 2009);

-o pulmão esquerdo tem uma chanfradura, a incisura cardíaca, em que o coração está situado
(Tortora, 2006);

-o pulmão esquerdo forma, abaixo da incisura cardíaca, uma projeção em forma de língua, a
língula (Gerhard Aumüller, 2009), que corresponderia ao lobo médio do pulmão direito
(Dângelo & Fattini, 2001);

-fixado pelo formol (impressão): aorta e a artéria subclávia esquerda (Dângelo & Fattini, 2001);

-segmentos = 09 (Castro, 1985);

7.4 Vias Aeríferas dos Pulmões

Ao atingirem os pulmões correspondentes, participando da raiz (pedículo) dos mesmos, os


brônquios principais subdividem-se nos brônquios lobares. No pulmão direito temos 03 lobos
e no esquerdo apenas 02. Por isso os brônquios lobares resultantes da divisão do brônquio
principal direito são classificados em brônquios lobares, superior, médio e inferior. O brônquio
principal esquerdo dicotomiza-se nos brônquios lobares superior e inferior. Os brônquios
lobares subdividem-se em brônquios segmentares, cada um destes distribuindo-se a um
segmento pulmonar (Castro, 1985). Este fato tem grande importância clínica, já que as
patologias pulmonares geralmente se limitam a segmentos broncopulmonares específicos,
sendo assim possível a remoção destes sem remover o pulmão em sua totalidade (Cruz
Rizzollo & Madeira, 2004).

Os segmentos broncopulmonares são denominados de acordo com suas posições nos lobos,
e o brônquio para cada um tem um nome segundo o segmento. O lobo superior direito tem
três segmentos – um apical, um posterior e um anterior. O lobo médio direito tem um
segmento lateral e um medial. O lobo inferior direito tem um superior e quatro segmentos
basais, o basal medial, anterior, lateral e posterior. O lobo superior esquerdo é de início
dividido em duas partes, e a divisão superior corresponde ao lobo superior direito e a divisão
inferior corresponde ao lobo médio direito. A divisão superior do lobo superior esquerdo tem
um segmento ápico-posterior e um anterior. A divisão inferior do lobo superior esquerdo tem
um segmento superior e outro inferior. O lobo inferior esquerdo tem um segmento superior e
três basais, o basal ântero-medial, o lateral e o posterior (Gray, 1988).

A árvore bronquial continua se ramificando em túbulos cada vez menores chamados


bronquíolos (Van de Graaff, 2003). Dentro do lobo, os bronquíolos se dividem e formam os
bronquíolos terminais (Castro, 1985). Numerosos bronquíolos terminais conectam com
bronquíolos respiratórios que se dirigem aos ductos alveolares e em seguida aos sacos
alveolares (Van de Graaff, 2003).

7.5 Pleura

Os pulmões e a parede da cavidade torácica são revestidos por uma membrana serosa
denominada pleura. Entre a pleura que envolve o pulmão (pleura visceral) e a pleura que
reveste a cavidade torácica (pleura parietal), forma-se uma cavidade muito delgada, a
cavidade pleural, preenchida por um líquido lubrificante que facilita a movimentação pulmonar
durante os movimentos respiratórios (Cruz Rizzollo & Madeira, 2004).

7.6 Vascularização dos Pulmões

No estudo da vascularização pulmonar há duas ordens de vasos a considerar: (i) vasos de


hematose, (ii) vasos nutridores. Os vasos de hematose são representados pela artéria
pulmonar e veias pulmonares. Os vasos nutridores sob essa denominação são os ramos
bronquiais que irrigam o parênquima pulmonar (Castro, 1955). As veias bronquiais (que se
comunica com as veias pulmonares) drenam para as veias ázigo e hemiázigo (Snell, 1999).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOGART, BI. Anatomia e embriologia. 1 ed. São Paulo, SP, Elsevier Editora Ltda., 2008.

CASTRO, SEBASTIÃO VICENTE DE. Anatomia fundamental. 2 ed. São Paulo, SP, Makron Books,
1985.

COSTA, CARLOS. Anatomia e fisiologia humanas e noções de higiene.1 ed. São Paulo,SP,
Editora do Brasil S/A, 1955.

CRUZ RIZZOLO RJ & MADEIRA, MC. Anatomia facial com fundamentos de anatomia sistêmica
geral. 1 ed. São Paulo, SP, Sarvier, 2004.

DÂNGELO JG & FATINNI CA. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 2 ed. São Paulo, SP,
Livraria Atheneu Editora São Paulo S.A., 2000.

DIAS, AF. Apontamentos de anatomia e fisiologia. 9 ed. São Paulo, SP, Editora Ática, 1969.

ERHART, EA. Elementos de anatomia humana. 1 ed. São Paulo, SP, Livraria Atheneu Editora
São Paulo S.A., 1962.

FEHRENBACH MJ & HERRING SW. Anatomia ilustrada da cabeça e do pescoço. 2 ed. Barueri,
SP, Manole, 2002.

FERNADES, GJM. Eponímia – glossário de termos epônimos em anatomia e Etimologia –


dicionário etimológico da nomenclatura anatômica. 1 ed. São Paulo, SP, Editora Plêiade, 1999.
GERHARD, AUMÜLLER et al. Anatomia. 1 ed. Rio de Janeiro, RJ, Editora Guanabara Koogan
S.A., 2009.

GRAY, FRS. Gray anatomia. 29 ed. Rio de Janeiro, RJ, Editora Guanabara Koogan S.A., 1988.

LLORCA FO. Anatomía humana. 1 ed. Tomo III. Corazon, vasos, nervioso periférico. Barcelona,
Espanha, Editorial Cientifica Medica, 1952.

MOORE, KL. Anatomia orientada para a clínica. 5 ed. Rio de Janeiro, RJ, Editora Guanabara
Koogan S.A., 2007.

ROUVIÉRE, H. Anatomía humana descriptiva y topográfica. 1 ed. Tomo II. Anatomia del tronco.
Madrid, Espanha, Casa Editorial Bailly-Bailliere S. A., 1959.

SCHÜNKE, M. Prometheus, atlas de anatomia: cabeça e pescoço. 1ed. Rio de Janeiro, RJ,
Editora Guanabara Koogan S.A., 2007.

SNELL, RS. Anatomia clínica para estudantes de medicina. 5 ed. Rio de Janeiro, RJ, Editora
Guanabara Koogan S.A., 1999.

SPENCE, AP. Anatomia humana básica. 2ed. Barueri, SP, Manole, 1991.

TERMINOLOGIA ANATÔMICA IINTERNACIONAL. 1 ed. Barueri, SP, Manole, 2001.

TESTUT, L E JACOB O. Tratado de anatomia topográfica com aplicaciones medicoquirúrgicas.


8 ed. Tomo I. Cabeza, raquis, cuello, tórax. Barcelona, Espanha, Salvat Editores S.A., 1956.

TORTORA, GJ. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6 ed. Porto Alegre, RS,
Artmed Editora, 2006.

VAN DE GRAAFF, KM. Anatomia humana. 6 ed. Barueri, SP, Manole, 2003.

Exercício 1:

Um procedimento cirúrgico de emergência, envolvendo a passagem de ar das vias aéreas, é a


cricotireotomia, na qual a abertura das vias aéreas é obtida pela incisão na membrana
cricotireróidea. Esse procedimento é realizado com facilidade e apresenta poucas
complicações. Dessa maneira, a membrana cricotireóidea está situada entre:

A)

a cartilagem tireóidea e a cartilagem cricóidea, ambas pares.

B)

a cartilagem tireóidea e a cartilagem cricóidea, ambas ímpares.

C)
a cartilagem tireóidea, ímpar e a cartilagem cricóidea, par.

D)
a cartilagem tireóidea, par e a cartilagem cricóidea, ímpar.

E)

ao longo da traqueia.

Exercício 2:

Embora a ação ciliar da mucosa facilite a drenagem dos seios paranasais, a posição do corpo
é fundamental. Os seios paranasais que drenam por gravidade, estando o corpo em posição
ereta, incluem tudo o que se segue, EXCETO:

A)

frontal

B)

temporal

C)

células etmoidais

D)

maxilar

E)

mandibular

Exercício 3:

Um paciente asmático crônico teve recentemente um forte ataque em um restaurante. Foi


relatado que ele levantou e agarrou o tampo da mesa e o encosto da cadeira para ajudá-lo a
inspirar.

A esse respeito, analise as afirmações a seguir.

I. A inspiração é especialmente difícil, e nessa posição o paciente estava fixando seus


membros superiores e a cintura escapular.

PORQUE
II. O paciente tirou melhor proveito mecânico dos músculos acessórios da inspiração, a saber,
os músculos esternocleidomastóideo e os músculos escalenos.

Analisando as afirmações acima, conclui-se que

A)

as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.

B)

as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.

C)

a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.

D)

a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira.

E)

as duas afirmações são falsas.

Exercício 4:

Nos seres humanos, assim como na maioria dos mamíferos, os pulmões apresentam sulcos
profundos, as fissuras que dividem parcialmente este órgão em lobos que são revestidos por
uma membrana serosa. Dessa maneira, em relação aos pulmões, assinale a alternativa
INCORRETA:

A)

a língula do pulmão esquerdo corresponde ao lobo médio do pulmão direito.

B)

a entrada de corpos estranhos nas vias aéreas leva mais comumente a colapso (atelectasia)
do pulmão direito.

C)

a fissura horizontal separa os lobos médio e inferior do pulmão esquerdo.

D)
lesões penetrantes no tórax e no pescoço podem ocasionar entrada de ar na cavidade pleural,
denominado pneumotórax.

E)

quando os médicos clínicos referem-se à ausculta da base dos pulmões, estes estão se
referindo à parte posterior e inferior da face costal, e não à face diafragmática (base).

Exercício 5:

Os pulmões apresentam a forma de um cone, mede cada pulmão 25,0cm de altura por
16,0cm de diâmetro. Situados na cavidade torácica são mais leves que a água, de
consistência mole e elástica como uma esponja. Apresentam um ápice superior, uma base
inferior e duas faces: costal (em relação com as costelas) e medial (voltada para o
mediastino). A base descansa sobre o diafragma, músculo que separa, internamente, o tórax
do abdome, e por esta razão, ela é conhecida também como face diafragmática. Na sua face
medial, cada um dos pulmões apresenta uma fenda em forma de raquete, o hilo do pulmão,
pelo qual entram ou saem brônquios, vasos e nervos pulmonares constituindo a raiz do
pulmão, o pedículo. Com relação às informações sobre os pulmões, aponte a afirmativa
CORRETA.

A)

o pulmão direito apresenta três lobos e duas fissuras.

B)

o pulmão esquerdo apresenta três lobos e duas fissuras.

C)

o pulmão esquerdo apresenta três lobos e a língula.

D)
o pulmão direito apresenta três lobos e a língula.

E)

o pulmão direito apresenta três lobos, duas fissuras e a língula.

Exercício 6:

A cavidade nasal comunica-se com o meio externo através das narinas e na região posterior,
comunica-se com a faringe através das A, aberturas que podem ser identificadas em crânios
secos. Além disso, a cavidade nasal é dividida em metades direita e esquerda pelo B. A e B
são:
A)

conchas nasais e meatos nasais

B)

cóanos e septo nasal

C)

conchas nasais e septo nasal

D)

cóanos e meatos nasais

E)

meatos nasais e septo nasal

Exercício 7:

Na parte posterior encontra-se uma saliência produzida por tecido linfático conhecida como
tonsila. De um modo geral a essa tonsila é mais volumosa na infância, regredido e se
atrofiando na idade adulta. Quando estas tonsilas tornam-se aumentadas como respostas a
uma infecção são chamadas de “adenóides”. Esse aumento pode ser crônico e pode interferir
com a respiração pelo nariz, tornado necessário a respiração pela boca. A tonsila em questão
é:

A)

tonsila lingual

B)

tonsila cerebelar

C)

tonsila palatina

D)

tonsila faríngea
E)

tonsila tubária

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