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Alfabetização - Jogos

O documento discute a importância dos jogos na alfabetização e letramento, destacando como eles podem transformar o modelo tradicional de ensino, promovendo uma aprendizagem mais lúdica e envolvente. A inclusão de jogos no planejamento pedagógico é apresentada como uma estratégia para facilitar a construção do conhecimento e o desenvolvimento das funções psicológicas superiores das crianças. Além disso, são abordadas teorias de autores como Piaget e Vigotski, que enfatizam a relação entre jogos, linguagem e desenvolvimento cognitivo.
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Alfabetização - Jogos

O documento discute a importância dos jogos na alfabetização e letramento, destacando como eles podem transformar o modelo tradicional de ensino, promovendo uma aprendizagem mais lúdica e envolvente. A inclusão de jogos no planejamento pedagógico é apresentada como uma estratégia para facilitar a construção do conhecimento e o desenvolvimento das funções psicológicas superiores das crianças. Além disso, são abordadas teorias de autores como Piaget e Vigotski, que enfatizam a relação entre jogos, linguagem e desenvolvimento cognitivo.
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ALFABETIZAÇÃO E

LETRAMENTO
A importância dos
jogos na educação
Rosemary Trabold Nicacio

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

> Reconhecer o papel educativo dos jogos na aprendizagem da escrita e


da leitura.
> Identificar a dimensão lúdica dos jogos e a sua associação com a dimensão
educativa.
> Analisar como a inclusão dos jogos no planejamento pedagógico permite
alterar o modelo tradicional do ensino.

Introdução
A alfabetização tem sido muito discutida, sobretudo quando são publicados os
boletins das avaliações externas, os quais evidenciam que, apesar dos avanços,
ainda há muitas crianças que não se alfabetizam. Entre as inúmeras variáveis
que poderiam ser discutidas, o foco deste capítulo é o ensino tradicional, um
dos grandes entraves do desenvolvimento e da aprendizagem das crianças
em fase de alfabetização.
Inegavelmente, deve haver mudanças nas práticas de ensino, principalmente
uma quebra do paradigma tradicional, segundo o qual as crianças têm apenas
a tarefa de copiar registros sem sentido para elas. Nessa perspectiva, discute-
-se, a seguir, sobre a importância de incluir jogos e brincadeiras no ensino,
elementos fundamentais para o envolvimento dos estudantes nas práticas
sociais de leitura e escrita.
2 A importância dos jogos na educação

Neste capítulo, portanto, você vai reconhecer o papel educativo dos jogos
com vistas às aprendizagens da leitura e da escrita focadas na ludicidade. Dessa
forma, vislumbrará alternativas para a modificação do modelo tradicional do
ensino por meio de um planejamento pedagógico baseado nesses recursos
didáticos.

O uso dos jogos na alfabetização


Os estudos sobre aprendizagem e desenvolvimento no campo da psicologia
destacam as contribuições dos jogos e das brincadeiras para a construção
do conhecimento e o pleno desenvolvimento das crianças. Isso pode ser
observado em Piaget (2020a; 2020b), Vigotski (2007; 2009), Vigotski, Luria e
Leontiev (2006), Kishimoto (2017), Macedo, Petty e Passos (2007), Silva e Abreu
(2015), Brougère (1998), entre outros.
Em uníssono, Souza (2020, p. 20) destaca que “os jogos são atividades
lúdicas culturalmente determinadas”, por isso fazem parte do cotidiano e
estão inseridos na vida das crianças como parte integrante da cultura, que
se forma e transforma com as mudanças sociais. Na perspectiva de Souza
(2020, p. 20), “seja por meio de jogos, brinquedos ou brincadeiras, é possível
criar situações de uso de recursos lúdicos para dar suporte aos processos
de ensino e aprendizagem”. Esses recursos, porém, não são devidamente
aproveitados nas práticas de alfabetização na maior parte das salas de aula,
como destacam Ferreiro (2017) e Kishimoto (2011).
Há registros de jogos desde a Antiguidade, e diversos rótulos lhes foram
atribuídos ao longo da história. Por exemplo, os jogos já foram associados
à recreação, a algo não sério, a vício, etc. Porém, a partir do Renascimento,
passaram a ser considerados como benéficos ao desenvolvimento da inteli-
gência (KISHIMOTO, 2017). Assim, do período renascentista até a atualidade,
as teorias de aprendizagem comprovaram que eles promovem o desenvol-
vimento integral das crianças (cognitivo, social, emocional e físico). Nesse
sentido, conforme Brandão et al. (2009, p. 13), os jogos podem contribuir
para que os alunos tenham boas oportunidades para pensar sobre a escrita
e, por consequência, para que identifiquem a lógica do seu funcionamento.
De acordo com Piaget (2020b, p. 128), o jogo com regras direciona a atenção
das crianças ao sentido de regularidade da escrita. Além disso, a própria escrita
é, em si, uma representação da língua que a criança conhece, inicialmente,
pela fala e, depois, pela variante escrita, por meio da qual lida com os signos
linguísticos, exigindo atividade mental e mediação para ser aprendida. Nesse
contexto, os jogos na alfabetização, devido à sua dimensão lúdica, aproxi-
A importância dos jogos na educação 3

mam as práticas sociais e cotidianas de escrita já vividas pelas crianças aos


propósitos pedagógicos que pertencem ao universo escolar.

Todas as crianças precisam vivenciar situações em que estejam pre-


sentes os bens culturais e simbólicos. Isso torna o papel da escola
imprescindível, uma vez que a alfabetização é uma construção social que precisa
da mediação para ser aprendida.

Para Vigotski (2007), o desenvolvimento das funções psicológicas supe-


riores acontece pelos instrumentos e signos. Os instrumentos são utilizados
para auxiliar nas ações externas e os signos auxiliam nas ações cognitivas,
ou seja, internas. Instrumentos e signos são de origem cultural, segundo o
autor. Sob essa perspectiva, destaca-se a importância do conhecimento das
letras, uma vez que, como signos, são essenciais para a escrita e a leitura.
Assim, logo no início do período de alfabetização, as letras precisam fazer parte
das atividades, mas é preciso que sejam reconhecidas em situação de uso, em
contexto. Jogos em que as crianças trabalham as letras relacionadas a escritas
conhecidas podem ser muito envolventes e, ao mesmo tempo, oferecer boas
reflexões, como ler ou escrever uma lista de materiais escolares (Figura 1).

LISTA DE MATERIAIS
RÉGUA

B G
C
CANETA
LÁPIS
A
BORRACHA
PASTA
CADERNO
LIVRO
TESOURA E
COLA I

Figura 1. Listas e letras móveis.


4 A importância dos jogos na educação

Esse jogo pode ser realizado em duplas ou em pequenos grupos, e as


crianças devem ter conhecimentos diferentes sobre a escrita, ainda que
sejam saberes próximos. Esse critério se dá pelo fato de as crianças poderem
ajudar umas às outras com levantamento de hipóteses sobre como deve
ser a escrita da palavra. Se a atividade for de leitura, as crianças terão que
buscar índices já conhecidos e, assim, atribuir significados às partes que
identificarem. Normalmente, elas leem a palavra como um todo, identificando
partes que conhecem do próprio nome ou de palavras que sabem de cor.
Se a atividade for de escrita, podem ser oferecidas as letras móveis, que pos-
sibilitarão boas discussões para as crianças pensarem como devem escrever
uma determinada palavra.

As listas são um gênero textual interessante. Compreendem uma


prática social real, mas as palavras que a compõem devem pertencer
ao mesmo campo semântico (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999).

Ao interagirem com as escritas de palavras, as crianças interagem com os


signos, os quais podem lhes auxiliar a lembrar, comparar, relatar ou escolher
algo. Isso acontece porque os signos são mediadores no campo psicológico,
da mesma forma como um instrumento é mediador na realização de um
trabalho. Dessa forma, ao utilizar recursos lúdicos como suporte para a
aprendizagem da escrita, os professores estão promovendo o desenvolvimento
das funções psicológicas superiores. Para Vigotski (2007), quando as crianças
desenvolvem essas funções, pensam e expressam os seus pensamentos por
meio das palavras, de forma que a linguagem se constitui de significado.
Para Vigotski (2007), o brinquedo e a brincadeira têm grande importância
no desenvolvimento infantil, sobretudo porque permitem que a criança viva
uma situação qualquer por meio de uma representação, apoiando a transição
entre a ação da criança com objetos concretos e as ações que elas reali-
zam com significado. Assim como Vigotski (2007), Ferreiro e Teberosky (1999,
p. 70) compreendem a escrita como um “[...] objeto simbólico, um substituto
(significante) que representa algo”. Segundo eles, desenho e escrita seriam
substitutos materiais de algo evocado, manifestações posteriores da função
semiótica mais geral.
A importância dos jogos na educação 5

Jogos em que as crianças interagem de forma lúdica com a escrita


tornam-se motivadores e boas oportunidades de reflexão. Ao intera-
girem com eles, elas não vivem apenas uma situação imaginária, mas percebem
rapidamente que há regras nesse faz de conta que precisam ser seguidas,
uma vez que há comportamentos específicos em cada situação que devem ser
representada. Essa consciência leva-as a um avanço no desenvolvimento.

Oliveira (2009) destaca que, na relação com o brinquedo, a criança aprende


a separar o objeto do seu significado. Isso representa um grande salto no
desenvolvimento das funções psicológicas superiores, principalmente na
escrita, em que a criança poderá identificar que as letras, sozinhas, pouco
dizem, de modo que precisam ser organizadas de uma determinada forma.
Por isso jogos com palavras conhecidas de memória ajudam na reflexão sobre
a organização do registro da escrita.
O que se observa, portanto, é que os jogos e as brincadeiras criam uma zona
de desenvolvimento proximal (ZDP), que é o espaço aberto à aprendizagem
(portanto, o espaço de intervenção do professor para o desenvolvimento das
crianças). Vigotski (2007, p. 97) define a ZDP como:

[...] a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar


por meio da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento
potencial, determinado por meio da solução de problemas sob a orientação de
um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes.

Dito de outra forma, a zona de desenvolvimento real é aquela em que


a criança atua de forma autônoma, enquanto a zona de desenvolvimento
potencial é aquela em que, para resolver um problema, a criança precisa de
ajuda. Enfim, a distância entre a sua autonomia e o que precisa aprender é
um espaço embrionário e em movimento, um espaço vivo e ávido ao desen-
volvimento: a ZDP.
Um jogo muito conhecido e utilizado nas escolas é a forca (Figura 2), em
que uma palavra é pensada e a professora dá uma dica para que as crianças
deduzam o que pode ser (apenas o número de letras é indicado, por ponti-
lhados). As crianças começam perguntando se certa letra compõe a palavra
(p. ex., a letra A); em caso positivo, a professora coloca a letra sobre o ponti-
lhado exatamente na sua posição correta; em caso negativo, a professora vai
desenhando uma parte do corpo na forca. O jogo termina quando a palavra é
descoberta ou se todas as partes do corpo forem para a forca.
6 A importância dos jogos na educação

Figura 2. Jogo da forca.

Enquanto as crianças jogam o jogo da forca, os professores podem pro-


blematizar as decisões tomadas por elas na indicação da letra, pedindo,
por exemplo, que justifiquem as suas hipóteses quando arriscam adivinhar
a palavra escrita. Esse jogo oportuniza o reconhecimento da escrita como
objeto substituto, a sua estabilidade e o uso das letras na escrita de todas as
palavras, sempre seguindo as regras da língua. E, como já comentado, essa
intervenção mobiliza o pensamento superior, pois atua na ZDP.
Penteado (2017, p. 184) destaca que o jogo tem propriedades formativas,
consideradas “sob perspectivas educacionais progressistas, que valorizam
a participação ativa do educando no seu processo de formação”. Assim,
o papel ativo das crianças nos jogos deve ser evidenciado, pois é na ação
que as crianças criam e constroem as suas representações. Jogos realizados
de forma coletiva, com o professor na lousa como escriba ou apoiando a
escrita das crianças, são boas oportunidades para interagir e experimentar
diferentes formas de representação.
Piaget (2020b) também valoriza os jogos e a sua relação com o pensamento,
classificando-os de acordo com as estruturas cognitivas da criança. Conforme
a análise de Vasconcelos (2010, p. 53), essa classificação dos jogos está voltada
ao “desenvolvimento do conhecimento, do raciocínio, da lógica”. Três tipos
de jogos foram classificados:

1. os jogos de exercícios;
2. os jogos simbólicos;
3. os jogos de regras.
A importância dos jogos na educação 7

Os jogos de exercícios são aqueles ligados às atividades funcionais, que


permitem acessar esquemas inteligentes elementares, característicos da fase
inicial da infância. O jogo simbólico é o mais valorizado por Piaget (2020a) por
promover um conhecimento representacional repleto da capacidade criativa,
proporcionando a ampliação da linguagem verbal. Está presente dos 2 aos
7 anos, aproximadamente, época em que há o desenvolvimento da linguagem
pela fala e pela escrita.
A linguagem sempre foi uma questão central para Piaget. Por isso, ele lhe
atribui uma função semiótica, ou simbólica. Nesse desenvolvimento, descreve
Piaget (2020b), as crianças utilizam muito a representação simbólica, em uma
relação entre o significante e o seu significado (aspecto presente na escrita,
pois é uma construção social). Por exemplo, por meio de jogos de adivinha
ou carta enigmática (Figura 3), do tipo “O que é, o que é?”, as crianças podem
trocar imagens por palavras, observando que um desenho pode ser repre-
sentado ou substituído pela escrita.

Figura 3. Carta enigmática.

Por meio dessa representação simbólica, o jogo permite que as crianças


transformem os seus esquemas sensório-motores em conceitos, pois são
instrumentos de adaptação em situações cada vez mais variadas em que
ocorrem abstrações e generalizações. Além disso, para Piaget (2020a, p. 320),
a inteligência sistemática tem dois aspectos interdependentes, a invenção e
a representação, pois “inventar é combinar esquemas mentais, isto é, repre-
sentativos, e, para tornarem-se mentais”, ou seja, “os esquemas sensório-
-motores devem ser suscetíveis de se combinarem entre si [...]”, possibilitando
verdadeiras invenções pelas crianças. Quando as crianças tentam “adivinhar”
8 A importância dos jogos na educação

a palavra, não estão trabalhando com uma possibilidade aleatória, mas com
partes dos elementos já conhecidos para inferir aquele que desconhecem.
Nos estudos de Vigotski (2007) e Piaget (2020a; 2020b), observa-se que o
desenvolvimento da inteligência está ligado à linguagem e à função simbólica.
Ambas são elementos centrais tanto dos jogos simbólicos quanto dos jogos
de regras.
Nos jogos com regras, segundo Piaget (2020b, p. 128), no lugar “do sím-
bolo, a regra supõe, necessariamente, relações sociais ou interindividuais.
[...] A regra é uma regularidade imposta pelo grupo, e de tal sorte que a sua
violação representa uma falta”. São as regras, portanto, que resultam na
organização coletiva das atividades lúdicas.
Kishimoto (2017, p. 16) afirma que o jogo pode ser visto de diversas ma-
neiras. Em primeiro lugar, pode ser visto como “o resultado de um sistema
linguístico que funciona dentro de um contexto social”. Nessa perspectiva,
aproximam-se dos jogos de regras trazidos por Piaget (2020b), que os define
em uma estreita relação com a linguagem, resultando em “um conjunto de
fatos ou atitudes que dão significado aos vocábulos a partir de analogias”.
Na verdade, segundo o autor, a língua é uma fonte disponível de expressão,
pois exige respeito a certas regras. Portanto, “a noção de jogo não nos remete
à língua particular de uma ciência, mas a um uso cotidiano”, pressupondo
interpretações e projeções sociais conforme o contexto.
Desse modo, o jogo só tem sentido dentro de um contexto, o que significa
“a aplicação de uma experiência ou de uma categoria fornecida pela sociedade,
veiculada pela língua enquanto instrumento de cultura dessa sociedade”.
Outra maneira de se ver os jogos, continua Kishimoto (2017, p. 18), é que há
um sistema de regras que permite identificar uma estrutura sequencial que
especifica a sua modalidade. Essas estruturas sequenciais de regras possibi-
litam “diferenciar cada jogo, permitindo superposição com a situação lúdica,
ou seja, quando alguém joga, está executando as regras do jogo e, ao mesmo
tempo, desenvolvendo uma atividade lúdica”.
Um jogo que envolve a escrita ou a leitura pode ter regras elaboradas
pela professora, como o jogo caça-letra (Figura 4). A partir de uma história
já conhecida de memória (como uma parlenda, quadrinha ou um pequeno
conto), as crianças, com o texto na mão e em duplas, devem procurar pa-
lavras que contêm uma determinada letra (p. ex., R) e separá-las de acordo
com o som dessa letra na palavra. A professora pode desenhar, na lousa,
A importância dos jogos na educação 9

uma coluna para as palavras que começam com essa letra, outra coluna em
que as palavras tenham a letra R no meio delas e, em outra coluna, palavras
em que a letra aparece no fim. Nesse jogo, as crianças interagem com a grafia
e o fonema, leem e escrevem. Ou seja, as regras instigam a criança a ser ativa,
a pensar sobre a escrita.

VAMOS PROCURAR PALAVRAS COM A


LETRA R
NO INÍCIO DA PALAVRA NO MEIO DA PALAVRA NO FIM DA PALAVRA

Figura 4. Caça-letra.

Nesta seção, evidenciou-se que os jogos têm um papel educativo funda-


mental, pois, por meio deles, as crianças desenvolvem a linguagem e a própria
língua. De fato, eles possibilitam o desenvolvimento das capacidades cogni-
tivas (uma vez tornam a língua o motor do pensamento) e do conhecimento
sobre a língua (na medida em que fazem uso dela em um contexto lúdico).
Da mesma forma, as regras implícitas aos jogos levam ao desenvolvimento
cognitivo, em um ciclo contínuo e ascendente “em espiral, passando por um
mesmo ponto a cada nova revolução, enquanto avança para um nível superior”,
como defendido por Vigotski (2007, p. 56). Na seção a seguir, será abordada
a dimensão lúdica dos jogos.

A dimensão lúdica dos jogos


A relação entre jogos e desenvolvimento cognitivo, como visto na seção ante-
rior, não acontece sem que existam as condições para isso. Ou seja, é preciso
planejar e organizar materiais, envolvendo-os em uma perspectiva lúdica.
10 A importância dos jogos na educação

Os jogos construídos a partir dos materiais pedagógicos adquirem uma


dimensão educativa, mas é preciso destacar que eles não podem perder a
sua dimensão lúdica. Nas palavras de Luckesi (2013, p. 13):

O que mais caracteriza a ludicidade é a experiência de plenitude que ela possibilita


a quem a vivencia em seus atos. A experiência pessoal de cada um de nós pode ser
um bom exemplo de como ela pode ser plena quando a vivenciamos com ludicidade.
É mais fácil compreender isso, em nossa experiência, quando nos entregamos to-
talmente a uma atividade que possibilita a abertura de cada um de nós para a vida.

Tendo em vista o conceito de ludicidade como uma situação em que o


sujeito se envolve plenamente, podemos inferir o quanto a dimensão lúdica
é, para as crianças, aquilo que faz sentido (MACEDO; PETTY; PASSOS, 2007,
p. 17). Ao encontro desse raciocínio, Kishimoto et al. (2011, p. 197) destacam:

Os jogos e materiais destinados ao letramento permeiam as práticas pedagógicas:


crachás de nomes, bingo (letras do nome, letras, letra inicial das palavras, objetos
de cozinha, números), jogo de linguagem — chamado bate-bate alfabeto — em
que letras formam pares (minúsculas/maiúsculas, imprensa/cursiva), percurso do
alfabeto, loto para leitura, jogo do alfabeto no pátio, desafio das figuras (escrita
com letras móveis), uso do normógrafo (letras vazadas), desenho e escrita com giz
no pátio, blocos lógicos, dominó, uno, jogos de cartas, parlendas, jogo de percurso,
jogo do número no pátio, jogos de palitos, entre outros.

Esses jogos compõem o ambiente alfabetizador das salas de aula cujos


professores pensam a escrita dentro da perspectiva construtivista, pois
utilizam materiais comuns em sala de aula para, com as crianças, propor os
desafios e as suas regras. Um exemplo comum é a lista de chamada (Figura 5).
Ela pode ser fixada em um canto da sala e, diariamente, a professora pode
propor que as crianças mostrem onde está o nome dos colegas que faltaram
naquele dia. Envolvidos nesse desafio e com regras claras, elas passam a
buscar, nos nomes escritos, os signos conhecidos. Geralmente, partem do
próprio nome e vão levantando hipóteses, comparando o seu nome ou parte
dele aos dos demais colegas, apropriando-se, assim, das regras da escrita.
O professor faz a mediação, levantando questões para que as crianças refli-
tam sobre as suas hipóteses iniciais e despertem o olhar para determinados
aspectos da grafia.
A importância dos jogos na educação 11

Figura 5. Lista de chamada.


Fonte: Adaptada de Clker-Free-Vector-Images/Pixabay.com.

Kishimoto et al. (2011, p. 203) destacam que, “no processo de letra-


mento e alfabetização, a mediação é variável determinante”, uma
vez que a escrita é uma convenção sócio-histórica. Além disso, as crianças
aprendem não só pelo que diz o professor, mas pela constante interação entre
elas e com os materiais que estão disponíveis no ambiente escolar, repletos
de signos e significados. Nas palavras de Vigotski (2007), o signo, em essência,
serve para afetar o comportamento humano, sendo que o faz internamente,
operando novas funções psicológicas. Quando a atividade traz a ludicidade,
as crianças se unem para vivenciá-la e compreendem a importância desse
processo coletivo para que o jogo se realize.

Conforme Macedo, Petty e Passos (2013, p. 17), o envolvimento das crianças


nos jogos realizados na sala de aula decorre do envolvimento no próprio
ato de jogar. Ou seja, a razão pela qual se entregam é a diversão, ainda que,
às vezes, não consigam vencer ou realizar a atividade como gostariam.
O desafio, a disputa e a interação são muito mais motivadores do que a pos-
sibilidade da perda. É esse comportamento de completo envolvimento que
as move, caracterizando a atividade como um ato cognitivo ou, como definiu
Leontiev (1978), como uma atividade principal, ou seja, cujo desenvolvimento
promove as mais significativas mudanças nos processos psíquicos. Para
isso, é preciso que sejam criadas situações em que o motivo principal do
envolvimento da criança seja o próprio resultado da sua ação. Assim, há um
12 A importância dos jogos na educação

profundo envolvimento emocional e cognitivo, por meio do qual a criança


entrega-se plenamente.
Nesse contexto, como define Luckesi (2013), “a atividade lúdica é aquela
que dá plenitude e, por isso, prazer ao ser humano, seja como exercício, seja
como jogo simbólico, seja como jogo de regras. Os jogos apresentam múlti-
plas possibilidades de interação consigo mesmo e com os outros” (LUCKESI,
2013, p. 13).

A premissa do aprender, pela perspectiva construtivista, é a con-


sideração da criança como um ser ativo, que interage com o objeto
de conhecimento e com os colegas, em um processo contínuo de descobertas e
questionamentos. Pensar a alfabetização sob essa perspectiva, rompendo com
o modelo tradicional, provavelmente reduzirá os índices de fracasso escolar
nessa etapa do desenvolvimento.

Nesta seção, os jogos foram abordados segundo uma dimensão educativa,


como promotores de mudanças na forma como as crianças interagem com
o objeto de aprendizagem. Também foi discutida a dimensão lúdica, que se
refere à forma como os jogos são apresentados, promovendo o envolvimento
das crianças de forma integral e plena. Conhecer essas dimensões orienta
a organização das práticas pedagógicas de modo que sempre sejam signifi-
cativas e promovam o desenvolvimento dos alunos. Na próxima seção, você
verá como planejar os jogos tendo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
como parâmetro.

Como planejar a aprendizagem com jogos


O modelo tradicional de ensino já está superado, sobretudo porque não vem
cumprindo a função social da escola (MIZUKAMI, 2019; CHARLOT, 2018; ZABALA,
2015). Dessa forma, torna-se importante pensar em mudanças que possam de
fato impactar o contexto educacional. Entre elas, destaca-se o planejamento,
fundamental no processo de ensino e aprendizagem.
A importância dos jogos na educação 13

Vasconcellos (2000) destaca que o planejamento exige que se deseje a


mudança e acredite nela. Além disso, o professor precisa reconhecer-se como
um mediador, apoiando-se no conhecimento teórico e metodológico para
mudar a situação dos seus alunos. Planejar precisa fazer sentido não apenas
para quem planeja, mas para todos os alunos.
O primeiro passo, como já foi mencionado, é querer mudar algo e acreditar
que existe possibilidade de mudança. Nesse sentido, é importante destacar
que a necessidade de mudança já foi identificada nas políticas públicas,
com a publicação, em 2017, da BNCC, que prevê uma base para a elaboração
dos currículos escolares. Na BNCC, a alfabetização é o foco da ação pedagó-
gica nos dois primeiros anos do ensino fundamental e tem, como propósito,
perceber as relações complexas que compõem o sistema de escrita, o que
inclui a consciência fonológica.
Esse processo não é simples, e a concepção tradicional, traduzida nas car-
tilhas, já não consegue atender ao processo de alfabetização e letramento das
crianças no século XXI, como destacado nos estudos de Ferreiro e Teberosky
(1999). Nas orientações da BNCC, destaca-se o seguinte:

Evidentemente, os processos de alfabetização e ortografização terão impacto nos


textos em gêneros abordados nos anos iniciais. Em que pese a leitura e a produção
compartilhadas com o docente e os colegas, ainda assim, os gêneros propostos para
leitura/escuta e produção oral, escrita e multissemiótica, nos primeiros anos iniciais,
serão mais simples, tais como listas (de chamada, de ingredientes, de compras),
bilhetes, convites, fotolegenda, manchetes e lides, listas de regras da turma etc.,
pois favorecem um foco maior na grafia, complexificando-se conforme se avança
nos anos iniciais. Nesse sentido, ganha destaque o campo da vida cotidiana, em
que circulam gêneros mais familiares aos alunos, como as cantigas de roda, as
receitas, as regras de jogo, etc. (BRASIL, 2017, p. 93).

Diante disso, constata-se que o ambiente alfabetizador e as práticas


cotidianas da escrita são o ponto de partida da interação das crianças com o
objeto de estudo, ou seja, o sistema de escrita, compreendido nos processos
de leitura (decodificação) e escrita (codificação).
Considerando o que foi discutido até aqui, o professor poderá planejar
as suas aulas criando um espaço lúdico na sala de aula. Lembrando que, por
espaço lúdico, entende-se aquele espaço que envolve os alunos integralmente;
por isso, cada cartaz, calendário, lista de presença ou história lida pelo pro-
fessor precisa ser construído com as crianças para que elas compreendam
seu significado social e para que tenham sentido. Depois, o professor deve
organizar as aulas propondo diferentes jogos para envolver as crianças em
situações desafiadoras, que as provoque a refletir sobre o objeto de aprendi-
14 A importância dos jogos na educação

zagem. Assim, possibilitará o desenvolvimento de habilidades e capacidades


cognitivas no uso da língua em situação real, caracterizando o letramento.
Antes de partirmos para exemplos concretos, cabe um alerta: o jogo, por
si só, não promove o desenvolvimento, por isso a aula precisa ser planejada
considerando as condições dos alunos para a aprendizagem. Pensando-se na
perspectiva da psicogênese da língua escrita (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999),
as crianças constroem a escrita por meio de diferentes hipóteses, que vão se
modificando na medida em que as suas contradições são reveladas. Dessa
forma, é preciso planejar considerando a turma como um todo, mas também
cada aluno, no seu ritmo. Os jogos, assim, devem possibilitar a interação e
problematizar as discussões das crianças sempre que necessário, para que
possam avançar.
Dito isso, a partir de agora, você verá como organizar as aulas e gerenciar
o tempo, a fim de escolher os jogos que subsidiarão o processo de ensino e
aprendizagem.
Segundo Lerner (2002, p. 87), quando o objetivo é apresentar, às crianças,
um objeto de conhecimento em toda a sua complexidade, com a consciência
de que a aprendizagem ocorre de forma progressiva por meio de “sucessivas
reorganizações do conhecimento”, sabe-se o quão precioso é o tempo da
aula. No entanto, não se trata de um controle quantitativo, em que se resolve
reduzindo conteúdos e atividades ou aumentando-os; é preciso “produzir
uma mudança qualitativa no tempo didático”. Para isso, o primeiro passo é
romper com “a correspondência linear entre as parcelas de conhecimento e
parcelas de tempo”. Nas palavras de Lerner (2002, p. 87), é preciso:

[...] cumprir duas condições: manejar com flexibilidade as situações didáticas e


tornar possível a retomada dos próprios conteúdos em diferentes oportunidades
e a partir de perspectivas diversas. Criar essas condições requer pôr em ação di-
ferentes modalidades organizativas: projetos, atividades habituais, sequências de
situações e atividades independentes coexistem e se articulam ao longo do tempo.

Dessa forma, ao longo do ano, o professor poderá planejar diferentes


modalidades de organização, como projetos, atividades habituais, sequências
de situações e atividades independentes.
As atividades habituais são aquelas que se tornam permanentes até que os
alunos tenham aprendido determinado conteúdo ou desenvolvido determinada
habilidade, pois, pela constância, as crianças poderão interagir com o objeto
de conhecimento em diferentes situações. Um bom exemplo é aprender as
A importância dos jogos na educação 15

letras do alfabeto. Esse é um conhecimento de origem social, mas complexo


por se tratar de um signo que, em si, não tem qualquer significado para as
crianças. No entanto, sabe-se não é possível ler e escrever sem dominar a
forma das letras, os seus sonos e a ordem em que aparecem no alfabeto.
Portanto, deve-se trabalhar com atividades que envolvam o alfabeto até que
todas as crianças estejam alfabetizadas.
Na organização das atividades, um jogo interessante é o dominó de letras
(Figura 6), que pode ser montado em cartelas com figuras e letras. Para jogá-
-lo, as crianças precisam ligar a cartela que tem uma letra específica a uma
cartela cujo nome da figura começa com aquela letra. Esse é um jogo para
ser realizado em grupos de quatro alunos, com diferentes conhecimentos e
hipóteses sobre a escrita. Porém, esses diferentes saberes precisam ser pró-
ximos, de modo que um aluno não domine a brincadeira. O equilíbrio entre os
saberes dos alunos pode ser um aliado nas reflexões que farão durante o jogo.

Figura 6. Dominó de letras.


Fonte: Dayan Didácticos (c2022, documento on-line).
16 A importância dos jogos na educação

O dominó pode ser modificado na medida em que as crianças pre-


cisem aproximar-se de diferentes situações de uso. Assim, pode-se
substituir as letras por sílabas iniciais ou finais do nome da figura.

Outro jogo interessante é o bingo de palavras. Nele, as crianças, em du-


plas, recebem cartelas com quatro palavras faltando a letra ou sílaba inicial
(ou medial, ou final). Quando o professor sorteia a palavra, elas precisam ler a
sua cartela, discutindo para identificar, em outros elementos da escrita, se a
palavra ditada está na cartela. Nesse jogo, depois que alguma dupla completa
a cartela, deverá ir à lousa e escrever as suas palavras, justificando como fez
para identificá-las. Nesse momento coletivo, as crianças interagem com as
diferentes estratégias que os colegas utilizam e ampliam o seu repertório.
Os dois jogos mencionados contemplam algumas habilidades previstas
na BNCC, conforme resume o Quadro 1.

Quadro 1. Jogos para a construção do sistema alfabético em atividades


habituais

Práticas de Objetos de
Habilidades Jogo
Linguagem Conhecimento

Análise Construção (EF01LP05) „ Dominó


linguística/ do sistema Reconhecer o sistema de letras
semiótica alfabético de escrita alfabética „ Bingo de
(alfabetização) como representação palavras
dos sons da fala.

(EF01LP13)
Comparar palavras,
identificando
semelhanças e
diferenças entre sons
de sílabas mediais e
finais.

Fonte: Adaptado da Brasil (2017).

Os professores podem variar os jogos e os materiais, bem como criar desa-


fios, ampliando as dificuldades para que as crianças tenham a oportunidade
de discutir sobre a escrita e a sua organização.
A importância dos jogos na educação 17

Outra modalidade organizativa são os projetos, que poderão trazer di-


ferentes situações e desafios de leitura e escrita. Em um projeto de leitura,
é preciso criar situações em que a leitura ganhe sentido, construindo objetivos
específicos para cada etapa de acordo com o produto combinado. Um exemplo
é a construção de um livro sobre os jogos e as brincadeiras da sala. Para
isso, cria-se uma situação lúdica na qual as crianças terão que escolher os
jogos e as brincadeiras de que mais gostam. Depois, junto com a professora,
começam a escrever as instruções de cada um. O produto será um livrinho,
criado para que as crianças de outra classe conheçam as brincadeiras e os
jogos prediletos da turma. Para isso, além de escreverem as instruções, os
alunos deverão colocá-las em uso, jogando e brincando. Se alguma coisa não
estiver correta, devem voltar ao texto e reescrevê-lo.
Como você pôde observar ao longo desta seção, um planejamento requer,
inicialmente, a vontade de mudar e a crença de que isso é possível quando
elaboramos atividades que atendem ao que está previsto nos currículos
oficiais ao mesmo tempo que oferecem, às crianças, oportunidades e con-
dições para fazer uso da escrita com sentido, de forma lúdica, por meio de
jogos ou de brincadeiras. Buscar um equilíbrio entre a dimensão lúdica e a
educativa, considerando o desenvolvimento, os saberes e o ritmo dos alunos,
é fundamental para o sucesso de qualquer planejamento. Além disso, deve-se
ter consciência de que todo planejamento deve sempre ser revisto e ajustado
a serviço do desenvolvimento e da aprendizagem dos alunos em situações
de alfabetização e letramento.
Neste capítulo, foi explicado, por meio das principais teorias construti-
vistas de aprendizagem, como o uso de jogos na alfabetização promove o
desenvolvimento cognitivo e a aprendizagem da leitura e da escrita. Também
foi visto que é preciso manter um equilíbrio entre a dimensão lúdica e edu-
cativa dos jogos, de modo que as crianças possam envolver-se e, ao mesmo
tempo, aprender. Por fim, foi discutido como um bom planejamento deve ser
elaborado, articulando-se os conteúdos, as habilidades e as modalidades
organizativas de modo a atendê-los com jogos que podemos inventar, adaptar
e construir, até mesmo com as crianças.

Referências
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BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2017.
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18 A importância dos jogos na educação

DAYAN DIDÁCTICOS. Dominó de letras. Dayan Didácticos, c2022. Disponível em: https://
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A importância dos jogos na educação 19

Leitura recomendada
PIAGET, J. A psicologia da inteligência. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
SILVA, D. N. H.; ABREU, F. S. D. Vamos brincar de quê?: cuidado e educação no desen-
volvimento infantil. São Paulo: Summus, 2015. (E-book).

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