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Ensino de Produção Textual: Implicações, Desafios E Estratégias Metodológicas

O documento discute os desafios e implicações do ensino de produção textual na educação básica e superior, destacando a insatisfação com a formação em leitura e escrita dos alunos. A pesquisa com estudantes ingressantes no ensino superior revela lacunas na formação anterior, evidenciando a necessidade de engajar os alunos com textos relevantes e variados. O trabalho sugere que a falta de familiaridade com a produção textual acadêmica gera angústia tanto nos alunos quanto nos professores, enfatizando a importância de pesquisas interdisciplinares para melhorar o ensino.
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O documento discute os desafios e implicações do ensino de produção textual na educação básica e superior, destacando a insatisfação com a formação em leitura e escrita dos alunos. A pesquisa com estudantes ingressantes no ensino superior revela lacunas na formação anterior, evidenciando a necessidade de engajar os alunos com textos relevantes e variados. O trabalho sugere que a falta de familiaridade com a produção textual acadêmica gera angústia tanto nos alunos quanto nos professores, enfatizando a importância de pesquisas interdisciplinares para melhorar o ensino.
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COMUNICAÇÃO ORAL - RESUMO - [GT 08] ENSINO E APRENDIZAGEM DE

LÍNGUA MATERNA

ENSINO DE PRODUÇÃO TEXTUAL: IMPLICAÇÕES, DESAFIOS E


ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS

Claudia Correia De Matos ([email protected])

Daniele Ribeiro Fortuna ([email protected])

Márcio Luiz C. Vilaça ([email protected])

Partindo do princípio de que a educação básica e pública de grande parte da


população do país, grosso modo, não atende satisfatoriamente no que tange à
leitura e à escrita dos estudantes e de que o ensino superior exige dos alunos
determinados conhecimentos inerentes à formação universitária, pesquisas
nessa área são de grande importância, considerando-se a complexidade de
fatores envolvidos. Assim, este trabalho tem por objetivo propor uma discussão
acerca de dados coletados por uma pesquisa interdisciplinar de um programa
de mestrado sobre a produção textual de alunos que acabavam de ingressar
no ensino superior. Estudos linguísticos mostram que há uma série de
elementos que envolvem a produção de textos. Esses estudos trazem
significativas contribuições para se ampliar os conhecimentos relacionados à
leitura e à escrita. Dentre eles, para se produzir um texto, o indivíduo tem de
ter leituras sobre o tema. A partir disso, o aluno já terá o que dizer. Outro ponto
é que ele deve ter uma razão para dizer e alguém para quem dizer. Ademais, a
Pedagogia mostra que a abordagem dada no ensino deve fazer sentido para o
aluno, não deve ser descontextualizada. E um dos grandes desafios dos
educadores é o fato de que os indivíduos buscam leituras de acordo com seu
interesse. Então, como a escola deve trabalhar com textos que tenham alguma
relação com a realidade do aluno, para que ele desenvolva as habilidades
necessárias para a produção de textos, de modo que, ao ingressar no ensino
acadêmico, algumas questões já tenham sido superadas? No ensino superior,
a disciplina Português Instrumental, nos períodos iniciais das graduações,
busca sanar algumas lacunas da formação básica dos alunos. Na pesquisa
realizada com 26 alunos que acabavam de ingressar no ensino superior, sobre
a relação deles com a leitura e a escrita, houve significativa contribuição para o
conhecimento dessa fase da formação. Perguntados sobre os hábitos de leitura
e escrita, a formação do ensino médio quanto a essas questões, o que liam na
escola e fora dela e o que produziam, surgiram uma série de dados pertinentes
nas respostas dos alunos que mostram que a escola ainda está muito aquém
do que linguistas e educadores consideram diretrizes para o ensino de língua
materna e, consequentemente, de produção textual. Ao serem questionados
sobre o que liam na escola e o que estavam acostumados a ler, verificou-se
que existe um distanciamento entre o que a escola propõe como leitura o que o
jovem lê, efetivamente. Os dados mostram a necessidade de se tentar propor
um engajamento dos alunos, utilizando-se textos que gerem interesse nos
estudantes, leituras que também estejam relacionadas ao universo dos jovens.
Isso não quer dizer que sejam textos rasos, que não haja critérios para adotá-
los. Talvez textos relacionados à tecnologia e às ciências, o que causa
interesse significativo nos jovens, conforme a pesquisa mostrou. Perguntados
ainda sobre os textos que produziram ao longo do ensino médio, houve quase
uma unanimidade nas respostas dos alunos: redação, para a escola e para
concursos públicos. Essa resposta traz à tona uma série de questões. Primeiro
porque comprova que a produção de textos no ensino médio é muito restrita, o
que torna o trabalho improdutivo para as variadas práticas sociais, e isso é
rejeitado por linguistas e pedagogos. A produção de textos na escola esvazia o
sentido da escrita, por não ser necessário esforço de reflexão, pois a escola
reduz as redações a uma obrigatoriedade, uma vez que é algo preestabelecido
e não há variedade nos tipos produções, apenas nos temas. Outro ponto a ser
tratado é que escrevemos para interlocutores dos mais variados. A redação da
escola é elaborada unicamente para o professor. Pode-se dizer, assim, que a
questão do destinatário dos textos é relativamente negligenciada. Com bases
nesses dados, observa-se a complexidade que envolve o que o aluno leva de
experiência em relação à produção de textos para o ensino universitário. Como
no país a passagem do ensino médio para o ensino superior acontece sem que
haja um aprimoramento na formação – esse papel é dos exames de seleção –,
os estudantes muitas vezes seguem para a vida acadêmica com muitas
lacunas na formação. Por exemplo, nos cursos de graduação das ciências
humanas, com a obrigatoriedade de produção acadêmica, um trabalho de
conclusão de curso passou a fazer parte dos currículos das graduações. A
disciplina Metodologia da Pesquisa busca dar auxílio aos alunos para
familiarizá-los aos conhecimentos inerentes ao universo científico e para atingir
ao objetivo dessa produção do âmbito acadêmico. No entanto, a falta de
intimidade dos alunos com a produção de textos se reflete no momento em que
o estudante se depara com o fato de ter de fazer leituras mais complexas,
sobre o conhecimento científico, e de ter de produzir dentro dos moldes
acadêmicos. Resumos, resenhas, artigos e monografia são algumas das
produções exigidas. Essas estruturas são mais complexas para produção,
considerando-se que, além de produzir, ou seja, ter domínio sobre o conteúdo,
o aluno tem de saber as características sobre a forma, o estilo, a função e a
situação. Com isso, o que se espera é que o aluno detenha domínio de
determinados conceitos relacionados ao que se chama genericamente de texto
e que consiga expressar-se satisfatoriamente quanto aos gêneros textuais
acadêmicos que forem solicitados pelos professores. Ocorre, entretanto, que,
por um lado, os estudantes muitas vezes não detêm conhecimentos prévios
sobre o que lhe é cobrado; por outro, muitos professores pensam que os
alunos já estão familiarizados com as produções acadêmicas. Isso gera
angústia entre os alunos e preocupação por parte desses professores.
Portanto, pesquisas que envolvem a produção de textos, sobretudo, as
interdisciplinares, são muito profícuas, pois trazem conhecimentos de áreas
distintas que podem propor convergências para o ensino e ampliar os saberes
para a educação. Pesquisas assim contribuem para a produção textual dos
alunos, o trabalho dos professores, a divulgação do conhecimento e,
consequentemente, para a possibilidade de outras pesquisas.

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