UNIVERSIDADE PAULISTA

CIÊNCIAS SOCIAIS – D243

KARL MARX – TEORIAS, CONTRIBUIÇÕES E IMPACTOS NO PENSAMENTO SOCIAL

BRUNA SIMÕES RODRIGUES T3480G-8

SÃO PAULO, 03 DE DEZEMBRO DE 2024

 Ciências Sociais

Karl Marx – Teorias, contribuições e Impactos no pensamento social

Introdução

Karl Marx (1818-1883) é, sem dúvida, um dos pensadores mais influentes na história das
ciências sociais, com suas ideias e obras que ainda reverberam profundamente nas áreas da
filosofia, economia, sociologia e política. Através de suas análises sobre a estrutura social, as
relações de classe e a crítica ao capitalismo, Marx propôs uma interpretação radical e
transformadora da sociedade. Seu pensamento gerou não apenas uma nova forma de
entender a história e a economia, mas também inspirou movimentos políticos e sociais que
almejavam transformar as bases do sistema capitalista.

1. Biografia e Contexto Histórico

Karl Marx nasceu em Trier, na Prússia (atual Alemanha), em 1818, em uma família de classe
média, que possuía certa influência na sociedade local. Estudou Direito e Filosofia na
Universidade de Bonn e depois na Universidade de Berlim, onde entrou em contato com o
pensamento hegeliano e as primeiras teorias socialistas. Embora tenha começado sua carreira
como jornalista e editor de jornais, Marx logo se voltaria para uma crítica mais profunda ao
capitalismo, o que resultaria em sua obra-prima, O Capital (1867).

O contexto histórico em que Marx viveu foi marcado pela Revolução Industrial, que
transformava as relações de produção e as condições de vida dos trabalhadores. A ascensão
do capitalismo e a consolidação do sistema de classes acentuaram as desigualdades sociais, o
que impulsionou Marx a desenvolver sua análise crítica do sistema econômico e suas
implicações sociais e políticas.

2. As Teorias de Karl Marx

2.1. Materialismo Histórico

O conceito central da teoria de Marx é o materialismo histórico, que afirma que a história
humana é determinada pelas condições materiais de produção. Marx acreditava que a
sociedade se desenvolvia de acordo com as forças produtivas e as relações de produção, ou
seja, os modos pelos quais as pessoas produzem bens e serviços para sobreviver e como essas
pessoas se relacionam entre si no processo de produção.

Marx diferenciou as forças produtivas (como o trabalho, a tecnologia, e os recursos naturais)

das relações de produção (as formas de organização social, como o feudalismo, o capitalismo,
o socialismo). Ele argumentava que o desenvolvimento das forças produtivas leva
inevitavelmente a mudanças nas relações de produção, e essas mudanças geram
transformações sociais e políticas. Esse processo é impulsionado por conflitos de classe.
2.2. Luta de Classes

A luta de classes é outro conceito fundamental no pensamento marxista. Marx acreditava que
a história da humanidade era a história das lutas entre classes sociais opostas. No capitalismo,
essa luta se dá entre os burgueses (donos dos meios de produção) e os proletários
(trabalhadores que vendem sua força de trabalho). Marx via essa luta como a força motriz da
história, que, no contexto do capitalismo, resultaria em sua superação através da revolução
socialista.

A classe dominante (burguesia) explora a classe trabalhadora (proletariado) por meio do

excedente de valor (ou mais-valia), isto é, o valor que o trabalhador gera ao trabalhar além do
que recebe em salários. O trabalhador, portanto, é alienado de sua própria produção, já que
ele não possui o produto final do seu trabalho, mas apenas o valor pago pelo seu esforço.

2.3. A Teoria da Mais-Valia

A mais-valia é um conceito central na crítica econômica de Marx ao capitalismo. Para ele, o

valor de um produto é determinado pelo tempo de trabalho socialmente necessário para
produzi-lo. O capitalismo, no entanto, se baseia na exploração dos trabalhadores, que
recebem menos do que o valor que produzem. Essa diferença é a mais-valia, ou seja, o valor
que é apropriado pelos capitalistas como lucro.

Marx descreve que, ao longo do tempo, a busca incessante pela maximização da mais-valia
leva à acumulação de capital e à concentração da riqueza, enquanto a classe trabalhadora se
torna cada vez mais empobrecida. Esse processo cria uma contradição intrínseca no
capitalismo, que, segundo Marx, levaria a uma crise e ao colapso do sistema.

2.4. Alienação do Trabalho

Marx também elaborou a ideia de alienação, que descreve como o trabalhador se torna
separado do produto de seu trabalho, do processo de produção, de si mesmo e dos outros. No
capitalismo, o trabalhador vende sua força de trabalho em troca de um salário, mas não tem
controle sobre o que cria. Ele se torna apenas uma engrenagem na grande máquina produtiva,
o que resulta em uma perda de sentido e propósito em sua atividade.

A alienação é vista por Marx não apenas como uma questão psicológica, mas como uma
característica estrutural do capitalismo, que subordina o ser humano ao valor de troca das
mercadorias e à busca incessante pelo lucro.

2.5. A Revolução Proletária e o Socialismo

Marx acreditava que o capitalismo, devido às suas contradições internas, estava destinado a
cair. Ele defendia a revolução proletária como o meio para derrubar o sistema capitalista e
estabelecer uma nova ordem social: o socialismo. No socialismo, os meios de produção seriam
coletivizados, e a classe trabalhadora controlaria as condições de produção, eliminando a
exploração.
O estágio final do socialismo seria o comunismo, uma sociedade sem classes, sem estado e
sem propriedade privada dos meios de produção. Em uma sociedade comunista, a produção e
a distribuição de bens seriam organizadas de acordo com as necessidades humanas e não pelo
lucro, permitindo uma verdadeira liberdade e igualdade para todos.

3. A Obra de Karl Marx

3.1. O Manifesto Comunista

Publicado em 1848, O Manifesto Comunista, escrito por Marx e Friedrich Engels, é um dos
textos mais influentes na história das ideias políticas. Nele, Marx e Engels expõem suas ideias
sobre a luta de classes e a necessidade de uma revolução proletária para derrubar o
capitalismo. O manifesto é um chamado à ação, afirmando que "os trabalhadores do mundo
inteiro devem unir-se".

3.2. O Capital

O Capital (1867), a obra mais importante de Marx, é uma análise profunda do capitalismo.
Marx detalha o processo de produção e circulação do capital, a teoria da mais-valia e as leis do
movimento do capital. O livro é uma crítica à economia política clássica, especialmente à teoria
do valor-trabalho, e um estudo das dinâmicas de exploração e concentração de poder no
sistema capitalista.

3.3. Crítica à Filosofia do Direito de Hegel

Em sua obra Crítica da Filosofia do Direito de Hegel (1843), Marx faz uma crítica ao idealismo
hegeliano, propondo um materialismo dialético. Ele argumenta que as ideias não são a base
das mudanças sociais, mas que são determinadas pelas condições materiais e pelas lutas
sociais.

4. Impactos do Pensamento Marxista

O pensamento de Karl Marx gerou um vasto movimento de ideias e práticas sociais que
marcaram o século XX. A Revolução Russa de 1917, liderada por Vladimir Lenin e o Partido
Bolchevique, foi um dos primeiros exemplos de aplicação prática das ideias marxistas,
resultando na criação da União Soviética.

O marxismo-leninismo inspirou uma série de revoluções em outras partes do mundo, como na

China (com Mao Tsé-Tung), em Cuba (com Fidel Castro) e em vários outros países do Terceiro
Mundo. O marxismo também influenciou profundamente movimentos sociais e trabalhadores,
sindicatos e partidos políticos, especialmente em suas lutas contra o imperialismo e a
exploração capitalista.

5. Críticas ao Marxismo

Apesar de suas contribuições significativas, o marxismo também foi objeto de críticas. Algumas
das principais críticas incluem:
 Determinismo econômico: A crítica de que Marx subestima o papel das ideias e das
instituições políticas e culturais na formação da sociedade.

Falhas nas previsões sobre o colapso do capitalismo: O capitalismo não entrou em colapso
de acordo com a previsão de Marx, mas, pelo contrário, se transformou em uma forma mais
complexa de organização global.

Experimentos socialistas falhos: A implementação do socialismo em diversos países gerou

regimes autoritários, como na União Soviética, que contradiziam o ideal de liberdade e
igualdade proposto por Marx.

Conclusão

Karl Marx foi um dos pensadores mais influentes do século XIX e suas ideias continuam a ser
debatidas e aplicadas até hoje. Seu trabalho é fundamental para entender as dinâmicas sociais
e econômicas do capitalismo, e seu legado impactou profundamente a teoria política e os
movimentos sociais ao redor do mundo. Embora suas previsões sobre o fim do capitalismo não
tenham se concretizado, suas críticas à exploração e à desigualdade continuam a inspirar
aqueles que buscam alternativas ao sistema capitalista.

Fontes:

https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/karl-marx.htm

https://www.jusbrasil.com.br/artigos/karl-marx-e-suas-contribuicoes-para-a-sociedade/
430709840

https://www.brasilparalelo.com.br/artigos/principais-ideias-de-karl-marx