Princípios da interpretação radiográfica
Tem por objetivo: fornecer um Análise da radiografia
esquema passo a passo para ser Imagens intra-orais
aplicado à interpretação da imagem. Método para análise de uma única
A interpretação radiográfica é uma imagem ou exame intra-oral completo:
junção do exame clínico + exame - Periapicais antes de
laboratorial + exames radiográficos interproximais
que juntos darão como resultado o - Da maxila direita até a
diagnóstico final. esquerda e depois da
mandíbula esquerda até a
Importa na qualidade da imagem direita
- Grau médio de densidade e - Uma única estrutura anatômica
contraste (pode nessa etapa de cada vez
haver erros de exposição ou
processamento) Estruturas anatômicas:
- Máximo detalhe 1. Osso (imagens adjacentes e
- Mínima distorção: importante lado oposto)
ter conhecimento das possíveis 2. Osso do processo alveolar
distorções de imagem (altura da crista óssea alveolar
em relação aos dentes)
É relevante avaliar o número e os 3. Dentes e as estruturas
tipos de imagem disponíveis, pois a associadas: número, coroa,
interpretação desses filmes pode câmara pulpar, raízes, espaços
sugerir a necessidade de imagens do ligamento periodontal
adicionais (mais de um exame e
outras angulações). Imagens extra-orais
Mais utilizadas: panorâmica, projeções
Critérios para melhores cefalométricas e ATM
condições de avaliação: Interpretação: Desenvolver uma
- Luz ambiente (reduzida) sequência definitiva que considere
- Cartonar radiografias (cartelas todos os tecidos duros e moles na
de radiografias) região.
- Luz do negatoscópio
- Tamanho do negatoscópio Radiolúcido x radiopaco
- Fonte de luz intensa é essencial Radiolúcido:
para avaliar as regiões escuras - Porção escura ou negra de uma
- Lente de aumento radiografia processada
- Pouco densa-> passagem dos
feixes de Raios X com pouca
ou nenhuma resistência. Ex:
cárie, espaços de ar, tecidos Número de Imagens Impressas:
moles, polpa dental. Livros e atlas radiográficos podem ter
um número limitado de imagens, o que
Análise das lesões intra-ósseas restringe a variedade de casos
Comparação com uma figura X disponíveis para comparação. Isso
método nosológico (método da “tia pode ser um problema para lesões
maria”). Explicação Chatgpt: atípicas ou menos comuns.
Figura (Comparação Visual) No contexto clínico, o ideal é combinar
Esse método consiste em comparar a os dois métodos.
imagem da lesão encontrada em Passos da análise:
exames radiográficos com imagens de 1. Localize a anomalia
lesões já documentadas em livros, 2. Avalie a periferia e a forma
artigos ou bancos de dados. 3. Analise a estrutura interna
A vantagem é a facilidade e rapidez da 4. Analise os efeitos das lesões
comparação, sendo útil para nas estruturas adjacentes
profissionais menos experientes. 5. Formule uma interpretação
A limitação é a possibilidade de radiográfica
subjetividade, já que pequenas
variações nas características da lesão 1. Localize a anomalia
podem levar a erros de diagnóstico. Localizada ou generalizada: descrever
a localização anatômica e os limites
Método Nosológico ("Método da Tia da patologia. Se for localizada pode
Maria") ser uni ou bilateral e se for
Esse método segue um raciocínio generalizada atinge todas as
sistemático, no qual as características estruturas ósseas da região
da lesão (localização, forma, margens, maxilo-facial.
conteúdo interno, efeito sobre Posição anatômica (epicentro):
estruturas adjacentes, etc.) são Coronal ao dente, acima do canal
analisadas de forma sequencial para mandibular, abaixo do canal
criar um diagnóstico diferencial. mandibular, dentro do canal
Esse método reduz a subjetividade e mandibular, na região condilar ou
aumenta a precisão do diagnóstico, dentro do seio maxilar.
sendo preferível em análises mais Como coronal ao dente temos o cisto
complexas. dentígero:
Limitações do método “tia Maria”:
limitação do autor do livro; número de
imagens impressas. Explicação chat:
Limitação do Autor do Livro: Se um
profissional se baseia em um único
autor ou referência, pode haver um
viés na interpretação, já que a Pode ser única ou multifocal
experiência e a abordagem podem Tamanho: é relevante no diagnóstico
variar entre diferentes especialistas. diferencial.
2. Periferia e a forma Invasiva- geralmente é uma área de
Quanto à periferia temos as bordas radiotransparência- destruição óssea
bem ou mal definidas e quanto à associada a um crescimento rápido->
forma temos específica (circular, ex: pode ser vista em lesões malignas.
cistos) ou irregular (festonada ou
multilocular) 3. Analise a estrutura interna
Festonada- série de arcos contíguos Radiotransparência total- cistos
ou semi circulares que podem refletir o Radiopacidade total- osteomas
mecanismo de crescimento. Mista
Multilocular- múltiplos compartimentos
radiolúcidos. 4. Analise os efeitos sobre as
Na avaliação da periferia e da forma, lesões nas estruturas
as bordas podem ser bem definidas, adjacentes
Com margem corticalizada- fina linha Dentes, lâmina dura e espaço do
radiopaca, razoavelmente uniforme, ligamento periodontal
de osso reativo na periferia da lesão. Densidade do osso adjacente e
Ex: cistos. padrão trabecular
Quando há borda descorticalizada Canal mandibular e forame
perfurante- limites precisos e não há mentoniano
reação óssea aparente na adjacência Cortical óssea externa e reações
da lesão (tipo furador de papel). periosteais
Cápsula de tecido mole- a lesão
radiopaca pode ter uma cápsula de 5. O laudo radiográfico
tecido mole, que é indicada pela Dados do paciente
presença de uma linha Exames realizados e data
radiotransparente na sua periferia. Ex: Achados (observações e descrição)
odontomas/cementoblastoma. Interpretação (hipóteses de
Bordas mal definidas: diagnóstico em ordem de
Difusa- mal definida devido à transição probabilidade
gradual entre o trabeculado ósseo de Nome, assinatura e CRO do dentista
aspecto normal e o aspecto anômalo
do trabeculário da lesão. Ex: osteóide
condensante e displasia fibrosa.
Anatomia maxilo-mandibular/ anatomia dento-alveolar
Interpretação Radiográfica as variações nos seus aspectos
A interpretação radiográfica pressupõe habituais.
o conhecimento das estruturas É importantíssimo o conhecimento da
anatômicas, como elas se apresentam anatomia normal para que se possa
nas diversas incidências, assim como identificar o patológico.
Não se pode pretender identificar pulpar e suportando o esmalte
sempre todas as estruturas e o cemento.
anatômicas que podem aparecer nas - Cemento: não é visualizado na
diversas incidências radiográficas radiografia por ser uma camada
A interpretação depende de outros muito fina. Só nos casos
fatores, como: variabilidade dos patológicos pode ser visto.
reparos anatômicos e o aumento da - Cavidade pulpar: consiste em
idade. câmara pulpar e canais
A radiografia nos oferece das 3 radiculares. Contém vasos
dimensões existentes, apenas a sanguíneos, nervos e vasos
largura e altura. linfáticos.
Sobre imagens radiolúcidas e - Osso alveolar: Serve de
radiopacas: são imagens de diferentes estrutura de suporte para os
tonalidades, que vão desde as de tom dentes. É o osso da maxila e da
claro até mesmo branco até as de tom mandíbula que suporta e
escuro, ou mesmo negro, e isto, numa engloba as raízes dos dentes. É
gama sutil em todos os seus mais composto de cortical óssea
variados matizes, dependendo da densa e osso. Este processo
transparência que os corpos alveolar inclui lâmina dura,
apresentam à passagem dos raios x. cristas ósseas alveolares e
espaço do ligamento
Ordem decrescente de radiopacidade: periodontal.
Esmalte> dentina> osso> cartilagem> Região anterior: crista alveolar
tecidos moles> gordura> ar. pontiaguda, fina e apresenta
uma linha radiopaca densa
Estruturas anatômicas de dente e entre os dentes;
suporte: Região posterior: crista óssea
esmalte, lâmina dura, dentina e alveolar plana, regular entre os
cemento, osso alveolar de suporte, dentes e tende a parecer
câmara coronária e condutos, menos densa e menos
radiculares e espaço periodontal. radiopaca.
- Esmalte: estrutura que - Espaço do ligamento
apresenta a maior periodontal: tecido sem
radiodensidade, dentre as expressão radiográfica,
estruturas calcificadas; reveste deixando evidente o seu
a coroa do dente e, para os espaço ocupado (espaço
incisivos, só pode ser pericementário);
visualizados nas faces - Lâmina dura: é a cortical
proximais. óssea que envolve a porção
- Dentina: estrutura de menor radicular. Sua descontinuidade
radiodensidade que o esmalte e pode representar alteração
que se constitui no esqueleto periapical;
do dente, encerrando o tecido - Crista óssea alveolar: é a
porção mais coronal do osso
alveolar entre os dentes.
Cortical óssea densa e é
contínua à lâmina dura.
Anatomia radiográfica da maxila
- Fossas nasais
- Assoalho das fossas nasais
Região de incisivo lateral e canino
- Y invertido de Ennis
É formado pela sobreposição de duas
estruturas anatômicas principais: - Seio maxilar- visto na imagem
de fossas nasais anterior.
1. Assoalho da cavidade nasal –
Representado por uma linha - Fosseta mirtiforme - também
radiopaca (mais clara). chamada fossa lateral da
2. Parede anterior do seio maxila. É uma variação
maxilar – Outra linha radiopaca anatômica normal visível em
que cruza a primeira, formando radiografias periapicais da
um "Y" de ponta para baixo. região dos incisivos superiores.
Leve depressão na maxila próxima ao
ápice do incisivo lateral superior.
Lesão radiolúcida difusa.
Ausência de sintomas e lâmina dura tem menor grau de radiopacidade. É
íntegra. um osso medular normal, mas mais
esparso e com aspectos medulares
maiores.
- Extensões do seio maxilar
- Assoalho
- Septos e Canais - Processo coronóide da
O septo nasal: É uma faixa radiopaca mandíbula
que divide a cavidade nasal em direita É uma projeção óssea localizada na
e esquerda, formado pelo vômer e parte superior e anterior da mandíbula,
porção do etmóide. fazendo parte do ramo mandibular. Ele
serve como ponto de inserção para o
Outras estruturas que podemos ver músculo temporal, que é responsável
em radiografias periapicais pela elevação e retração da
- Canais nutrícios: mandíbula.
São pequenos canais ósseos que
contêm vasos sanguíneos e nervos
responsáveis pela nutrição do osso e
da polpa dentária. Eles podem ser
visualizados em radiografias como
linhas finas radiolúcidas que
percorrem o osso alveolar, muitas
vezes na direção do ápice do dente.
- Túber da maxila
É o limite posterior do processo
alveolar. O aspecto radiopaco é que
Região de incisivos centrais dependendo do ângulo e da técnica
- Espinha nasal anterior utilizada na obtenção da imagem.
- Fossas nasais Essa aparência pode ser confundida
- Assoalho das fossas nasais com alterações ósseas ou patológicas,
- Conchas nasais inferiores mas trata-se de uma variação
- Septo nasal anatômica normal.
A correta interpretação radiográfica é
essencial para evitar diagnósticos
equivocados.
- Hâmulo pterigóideo e lâmina
pterigóide
- Sutura intermaxilar
Projeção óssea em forma de gancho
que se estende da placa pterigóide
medial do osso esfenóide, posterior a
tuberosidade maxilar.
Radiografia periapical da região de
- Forame incisivo molares superiores
- Sombra do ápice nasal - Assoalho da fossa nasal
- Narinas - Assoalho do seio maxilar
- Sulco nasolabial - Seio maxilar
Linha oblíqua radiopaca. É uma - Túber da maxila
depressão anatômica que se estende - Processo zigomático da
da asa do nariz até o canto da boca. maxila
Em radiografias, essa estrutura pode
se manifestar como uma área de
radiopacidade ou radiolucidez,
- Osso zigomático
- Processos pterigóideo
- Processo coronóide da
mandíbula
Acidentes anatômicos na radiografia
oclusal
Estruturas ósseas
1. Sutura intermaxilar – Linha
radiolúcida que separa os dois
maxilares na linha média.
- Hâmulo pterigóideo
2. Espinha nasal anterior –
O hâmulo pterigóideo é uma pequena
Pequena projeção óssea na
projeção óssea localizada na
parte anterior da maxila, visível
extremidade inferior da lâmina medial
como uma opacidade.
do processo pterigoide do osso
3. Septo nasal – Estrutura óssea
esfenóide. Ele tem um formato de
que divide as cavidades nasais,
gancho e serve como ponto de
vista como uma linha
inserção e desvio para o tendão do
radiopaca.
músculo tensor do véu palatino, que é
4. Cavidade nasal – Área
responsável por auxiliar na elevação
radiolúcida na parte central da
do palato mole.
maxila, delimitada por paredes
ósseas.
5. Assoalho da cavidade nasal –
Linha radiopaca que forma o
limite inferior da cavidade nasal.
6. Forame incisivo – Pequena
abertura na maxila, por onde
passam nervos e vasos
incisivos, visível como uma
radiolucência oval.
7. Parede lateral do forame Tecidos moles e sombras projetadas
incisivo – Estruturas ósseas
que delimitam o forame incisivo, 15.Lábio superior – Pode gerar
radiopacas. uma sombra radiopaca sobre
8. Seio maxilar (extensão os dentes anteriores.
zigomática e extensão 16.Sombra do osso – Pode ser
palatina) – Áreas radiolúcidas observada devido à
delimitadas por margens superposição de estruturas.
radiopacas, correspondendo às 17.Língua – Muitas vezes aparece
cavidades pneumáticas da como uma área de menor
maxila. densidade (radiolúcida) na
9. Canal nasolacrimal – Estrutura parte inferior da imagem.
óssea que pode ser visualizada 18.Lábio inferior – Pode aparecer
em algumas incidências. como uma área de sombra
10.Espinha mentual/geniana – radiopaca na imagem.
Pequena projeção óssea na 19.Sombra do ápice nasal –
parte interna da mandíbula, Superposição da ponta do nariz
onde se inserem músculos sobre a radiografia, gerando
importantes. uma sombra que pode ser
confundida com estruturas
anatômicas.
11.Osso cortical lingual – Anatomia radiográfica da
Camada densa e radiopaca de mandíbula
osso que reveste internamente Região de pré-molares
a mandíbula (face lingual). - Forame mentual
12.Osso cortical vestibular – - Canal mandibular: faixa
Camada densa e radiopaca de radiolúcida delimitada por duas
osso que reveste externamente linhas radiopacas que
a mandíbula (face vestibular). representam as corticais
13.Protuberância mentual – ósseas do canal.
Proeminência óssea na região - Base da mandíbula
anterior da mandíbula, vista
como uma opacidade na
imagem.
14.Foramina superior do canal
incisivo- abertura nasal do
canal incisivo.
- Protuberância mentual - Fóvea submandibular
- Linha oblíqua externa:
A crista oblíqua é uma proeminência
óssea linear localizada na superfície
externa do corpo da mandíbula. A
borda anterior do ramo termina na
crista óssea oblíqua externa. Faixa
radiopaca para baixo e para frente a
partir da borda anterior do ramo da Depressão localizada na face medial
mandíbula. da mandíbula, mais especificamente
na região abaixo da linha milo-hióidea.
- Tubérculos genianos e
foramina lingual
São estruturas anatômicas localizadas
na face interna da mandíbula, na
região da sínfise mentual (parte
central do queixo).
- Espinha nasal anterior: forma T. genianos- Geralmente são duas
de V, localizada na linha média, espinhas superiores e duas inferiores,
1,5 a 2cm acima da crista podendo variar em tamanho e forma.
alveolar. F. lingual- Pequena abertura localizada
na região dos tubérculos genianos,
que permite a passagem de vasos
sanguíneos
lacrimal (situado no canto medial da
órbita ocular) ao meato nasal inferior
da cavidade nasal.
Região de molar
- Base da mandíbula - Processo frontal
- Linha oblíqua Projeção óssea que faz parte da
Localiza-se na face externa da anatomia da maxila, localizada na
mandíbula. região superior e lateral da face. Esse
Estende-se do processo coronóide até processo se articula com o osso
a região dos pré-molares. frontal, formando uma parte da base
da órbita ocular. Localizado na porção
- Linha milo-hioídea superior da maxila, estendendo-se
Localiza-se na face interna da para cima e se articulando com o osso
mandíbula. frontal.
Estende-se da região do terceiro molar
até a fóvea sublingual.
- Fóvea submandibular
- Canal mandibular
Anatomia das radiografias
oclusais
- Canal naso-lacrimal
Estrutura anatômica óssea que se - Osso frontal
localiza na região da maxila e é
responsável por drenar as lágrimas da
superfície ocular para a cavidade
nasal. Esse canal conecta o saco
- Extensão palatina do seio
maxilar
Se refere à parte do seio maxilar que
se estende para a região posterior da
maxila, na direção do palato. Ela pode
se estender até a região dos dentes
molares superiores e até mesmo para
a região do processo palatino da
maxila, que forma o palato duro. Área
radiolúcida rodeada por uma borda
radiopaca formada pelo osso que
delimita o seio.
Radiografia periapical da região
de pré-molar da maxila
- Assoalho do seio maxilar
Geralmente localizado na região dos
pré-molares e molares superiores.
Linha radiopaca (clara).
Aproximadamente 1-2 cm abaixo da
linha dos dentes molares superiores,
dependendo da anatomia individual.
- Extensão zigomática
A parte do seio maxilar que se
estende em direção ao osso
zigomático.
- Septo nasal
- Forame incisivo
(nasopalatino)
Abertura na porção anterior do palato
duro diretamente posterior aos
incisivos centrais superiores. O nervo
nasopalatino sai da maxila através do - Seio maxilar
forame incisivo. Aparece como uma
pequena área redonda radiolúcida
entre as raízes dos incisivos centrais
superiores.
- Assoalho da fossa nasal
Localizado superiormente ao assoalho
do seio maxilar e na região dos
incisivos. Linha radiopaca, mais
centralizado na região anterior da
maxila, perto dos dentes incisivos
superiores.
- Forame mentual
- Processo zigomático da
maxila e osso zigomático
É uma projeção óssea da maxila que
se articula com o zigoma ou osso
malar. Osso cortical denso.
Anatomia das radiografias
- Linha milohióidea (linha
oblíqua interna) oclusais
A crista milo hióidea é uma Mandíbula
proeminência óssea linear na Cortical externa e interna do rebordo
superfície interna da mandíbula, alveolar e do corpo da mandíbula
estendendo-se da região de molares, Forame mentoniano.
para baixo e para frente até a borda Tubérculos genianos
inferior da sínfise mentoniana. Outras estruturas da mandíbula
Anatomia em panorâmica e telerradiografia
Como panorama geral para compreensão inicial:
1. Radiografia Panorâmica
➔ Definição: A radiografia panorâmica é um tipo de exame radiológico que
oferece uma visão ampla e panorâmica de toda a arcada dentária e
estruturas adjacentes, como ossos da face, articulações
temporomandibulares (ATM) e seios maxilares.
➔ Características: Ela captura a imagem de toda a mandíbula, maxila, dentes,
ossos da face e tecidos circundantes, em uma única imagem.
➔ Aplicações: Utilizada principalmente para a avaliação geral das condições
dentárias, como cáries, lesões ósseas, infecções, dentes impactados e
planejamento para implantes dentários. Também é útil para diagnosticar
anomalias nos ossos da face e seios paranasais.
2. Telerradiografia
➔ Definição: A telerradiografia é um exame radiográfico que captura uma
imagem da face ou do crânio, geralmente em uma visão lateral ou frontal. Ao
contrário da radiografia panorâmica, que é projetada para a boca, a
telerradiografia foca no crânio e nos ossos faciais.
➔ Características: A imagem é obtida a partir de uma distância fixa entre o
paciente e o aparelho de raios-X, geralmente com o paciente em posição
ereta e de frente ou de lado para o aparelho. É comumente utilizada para
criar uma imagem clara e precisa da estrutura óssea facial.
Aplicações: Em ortodontia, a telerradiografia é fundamental para o
planejamento de tratamentos ortodônticos, pois permite uma análise
detalhada das relações ósseas e dentárias. Ela é usada para medir e avaliar
a posição dos dentes, mandíbula e maxila, além das articulações
temporomandibulares (ATM).
3. Cefalometria
➔ Definição: A cefalometria é uma técnica de análise radiográfica usada para
estudar as relações e as proporções entre os ossos do crânio e da face. É
uma ferramenta essencial em ortodontia e cirurgia ortognática.
➔ Características: A cefalometria utiliza radiografias, normalmente uma
telerradiografia lateral, para medir ângulos, distâncias e outras relações
entre as estruturas craniofaciais. A imagem gerada ajuda a traçar um perfil
detalhado e a entender as características morfológicas da face e da dentição.
➔ Aplicações: Utilizada para avaliar o crescimento e o desenvolvimento
craniofacial, e para planejar intervenções ortodônticas e cirúrgicas, como
cirurgia ortognática (correção das deformidades faciais) e tratamentos
ortodônticos em crianças e adultos.
Radiografia panorâmica: - Ganho de tempo da câmara
É uma das técnicas radiográficas mais escura
comuns na odontologia e os principais - Melhor aceitação do paciente
motivos para isto se devem ao fato de - Ampla cobertura da área
todos os dentes e estruturas de examinada
suporte aparecerem em um único - Pequena dose de radiação
filme, possuem uma técnica Pan- global
razoavelmente simples com uma dose Orama- visão
de radiação relativamente baixa. Ou seja, são radiografias que
Vantagens: possibilitam uma visualização mais
- Operacionalidade e ampla e abrangente das arcadas
simplicidade dentárias e de estruturas anexas.
- Pouco tempo de execução
- Facilidade de treinamento do
pessoal técnico
Princípio de aquisição 2. O detector de imagem ou filme:
A fonte de raios X e o detector (filme Onde a radiação que atravessa
ou sensor digital) se movem de forma o paciente é capturada para
coordenada ao redor da cabeça do formar a imagem.
paciente. 3. A estrutura de suporte: Que
A radiação passa por diferentes permite a movimentação do
ângulos da arcada dentária e tubo de raios-X e do detector ao
estruturas adjacentes, e as imagens redor do paciente.
de cada ângulo são processadas para
gerar uma única imagem panorâmica. Algumas partes do aparelho
O movimento dinâmico desses apresentam-se como imagens
componentes garante que uma radiográficas que podem ser
imagem de toda a região de confundidas com a anatomia do
interesse (arcada dentária, maxilares, paciente, e precisamos saber
seios maxilares, etc.) seja capturada, identificar, como:
proporcionando uma visão clara e
- Mordedor entre os incisivos
detalhada da anatomia da face e boca.
centrais
- Base de posicionamento do
queixo
Tipos de imagens
Real ou primária Dupla ou
secundária
Fantasma Componentes do
aparelho
Real ou primária: São aquelas
imagens onde uma estrutura está
Desvantagens entre o centro de rotação e o detector
Falta de detalhes, má definição de e o feixe de raios X passa por ela
certas estruturas e uma ligeira apenas uma vez, formando uma
distorção de ampliação. imagem clara e precisa dessa
estrutura na radiografia. A maioria das
Componentes do aparelho imagens formadas na radiografia
panorâmica são desse tipo.
Os componentes do aparelho incluem Ex: dentes e raízes.
partes do próprio dispositivo de
raios-X, como: Podemos observar
- Assoalho das fossas nasais
1. O tubo de raios-X: A fonte de - Palato duro
radiação que emite os feixes de - Palato mole
raios-X durante o exame. - Dorso da língua
- Orofaringe (radiolúcida)
- Nasofaringe
- Coluna vertebral
- Espaço intervertebral
- Processo odontóide (é uma
estrutura óssea que se projeta
para cima a partir do corpo da
vértebra cervical axis)
Estruturas vistas em radiografias
panorâmicas como um todo:
1. Parede lateral das fossas
nasais
2. Septo nasal não se vê em
todas as radiografias. É
radiopaco.
4. Tecido mole do nariz:
sombreamento
(20) 5. Seios maxilares: bilaterais e
radiolúcidos
3. Concha nasal inferior
6. Processo zigomático da
bilaterais e radiolúcidas
maxila: radiopaco porque é
osso
7. Arco zigomático: radiopaco
8. Sutura zigomático temporal:
radiolúcido
9. Eminência articular Maxilar: Uma imagem secundária
(radiopaca) também pode ser gerada nas
1. Apófise mastóide: A apófise estruturas do maxilar superior,
mastóide é uma projeção óssea dependendo da posição da linha
localizada na porção temporal média, onde os raios X atravessam a
do crânio, atrás da orelha. Ela região do maxilar duas vezes,
faz parte do osso temporal e é formando uma imagem duplicada.
uma das características Ou seja, ocorre em estruturas mais
anatômicas mais visíveis na localizadas na linha média e os dentes
região lateral da cabeça. estão localizados lateralmente e não
Radiograficamente tem aspecto na linha média, o que impede a
esponjoso. duplicação da imagem.
Vemos:
- Sínfise mentual
- Maxilar
Imagens fantasmas: Imagens
borradas ou superpostas sobre
estruturas bem definidas. São
imagens formadas por objetos densos
situados entre o tubo de raios-x e o
2. órbitas: não vê toda. se vê é centro de rotação.
porque a técnica foi executada Ex: objetos dentários metálicos,
errada. Sombra da coluna vertebral, órbitas
(quando mal posicionadas), implantes
Imagem dupla ou secundária: É ou dispositivos metálicos
aquela em que o mesmo objeto Adendo:
produz duas imagens na película O ramo da mandíbula pode gerar
radiográfica. As imagens secundárias imagens fantasmas em radiografias
são produzidas pelas estruturas panorâmicas, mas isso geralmente
situadas na linha média. Os feixes de ocorre em razão de erro de
raio-x passam através dessas posicionamento do paciente ou de
estruturas duas vezes quando o tubo problemas técnicos no processo de
gira em torno do paciente. aquisição da imagem.
Ex: Mandíbula: A sínfise mentual (a
região central da mandíbula) pode Posicionamento do paciente
gerar duas imagens porque os feixes Posicionar corretamente a cabeça
de raios X passam duas vezes pela para garantir que a região de interesse
linha média durante a rotação da (como dentes, mandíbula, maxila)
máquina. Isso resulta em uma esteja no plano correto.
imagem duplicada da parte central Boca ligeiramente aberta e com a
da mandíbula na radiografia língua no palato para evitar
panorâmica. sobreposição de estruturas.
Posicionar o queixo e o plano
oclusal corretamente, ajustando a - Análise dos casos e
posição do paciente de acordo com as diagnósticos. Avaliação
instruções da máquina para evitar progressiva de correção
distorções. ortodôntica.
Impedir o movimento do paciente - Estudo das relações
durante o exame, já que o movimento geométricas dento-faciais.
pode afetar a imagem - Análise funcional e
Obviamente pedir para remover determinação do tipo facial.
estruturas metálicas.
Podemos ver:
Radiografia panorâmica x
telerradiografia: 1. Osso frontal;
Radiografia panorâmica: A principal 2. Ossos nasais;
diferença está no fato de que o tubo 3. Sutura frontonasal;
de raios-X e o detector se movem ao 4. Seio frontal;
redor do paciente, capturando uma 5. Sela turca;
visão ampla das arcadas dentárias, 6. Seio esfenoidal (abaixo da
maxila, mandíbula e estruturas sela);
adjacentes. 7. Seio maxilar;
Telerradiografia: É uma radiografia 8. Palato duro e mole;
geralmente feita em uma única 9. Orofaringe e nasofaringe;
projeção (lateral ou frontal), 10.Osso hioide;
geralmente com o paciente 11.Borda inferior e posterior da
posicionado de forma a obter uma mandíbula;
visão clara da face, dentes e estrutura 12.Conduto auditivo interno e
craniofacial. externo;
13.Vértebras cervicais.
Telerradiografia: 14.Processo pterigóideo- bilateral
15.Meato acústico externo-
Conceito- É a radiografia da cabeça
radiolúcido
obtida a distância, com o feixe central
16.Pavilhão auricular (orelha)
de raio X incidindo
17.Processo estilóide
perpendicularmente ao plano sagital
18.Ramo mandibular
mediano (telerradiografia lateral) ou
19.Canal mandibular- espaço
perpendicular ao plano frontal
radiolúcido
(telerradiografia frontal).
20.Forame mentual
Feita em norma lateral (paciente de
lado) e com os primeiros molares em Desvantagem:
oclusão.
Indicações: - Falta de detalhes
- Estudo de crescimento e - Má definição de estruturas
desenvolvimento e das - Distorção e ampliação
anormalidades craniofaciais.
Indicação:
- Acompanhar o desenvolvimento para elaboração das análises
dentário (dentição mista) cefalométricas.
- Verificação de dentes retidos ou
restos radiculares Análise cefalométrica- É a
- Paciente com trismo metodologia de interpretação dos
- Pacientes que não toleram ou valores obtidos nos cefalogramas.
colaboram na execução de
intrabucais Indicações:
- Avaliar traumatismos
Posição do paciente- Tirar aparelhos
removíveis, brincos, colares, grampos Pontos e linhas
e qualquer objeto metálico na região Os pontos cefalométricos são locais
de cabeça e pescoço. específicos no crânio ou na face que
Demonstrar o percurso do aparelho e servem de referência para as
a importância de permanecer imóvel; medições. Cada ponto representa
Posicionar o paciente no batente de uma estrutura anatômica importante.
mordida; EXTRA: Pontos- N (nasion), S (sella),
Queixo e o plano oclusal do paciente A, B e Pog (ponto pogônio).
devem ser adequadamente
posicionados; As linhas cefalométricas são linhas
Pedir para o paciente engolir e manter imaginárias desenhadas conectando
a língua no palato. dois ou mais pontos cefalométricos.
Elas são usadas para avaliar a
Cefalometria- É um método que, orientação e a posição relativa de
empregando radiografias orientadas, várias estruturas craniofaciais.
obtém mensurações lineares e EXTRA: Linhas- S-N (Sella-Nasion),
angulares dos diversos elementos A-N (A-Nasion), F-H (Frankfort
anatômicos do crânio e da face, Horizontal) e Go-Gn (Linha
propiciando importantes informações mandibular).