O Lexico Do Candomble em Portugal
O Lexico Do Candomble em Portugal
) (2014)
Interfaces da Lusofonia
Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, Universidade do Minho . ISBN 978-989-8600-21-9
pp. 396 -417
Resumo
Este artigo pretende apresentar o candomblé, religião afro-brasileira que vem se tornando presente em Portugal
e analisar possíveis contribuições lexicais deste ao Português brasileiro e ao europeu. Os métodos de pesquisa
empregados foram entrevista e levantamento de conhecimento linguístico através de questionário. Baseado nos
dados coletados chegou-se à conclusão de que o léxico do candomblé em Portugal não se deslocou do âmbito
religioso para o cotidiano popular, como acontece no Brasil.
Palavras-Chave: Léxico; candomblé; linguística; religião
Abstract
This article intends to introduce “Candomblé”, an afrobrazilian religion that is becoming more common in
Portugal, and to analyze if there were any lexical contribution in Brazilian Portuguese or in European Portuguese.
The methods used were interview and linguistic knowledge questionnaire. Based on the collected data, we
concluded that the lexicon of “Candomblé” in Portugal did not go out of its religion context to achieve the
popular lexicon, as it happened in Brazil.
Keywords: Léxicon; candomblé; linguistic; religion
1. inTrodução
A formação do povo brasileiro é marcada pela diversidade cultural dos povos
que dela fazem parte. Da convivência entre as culturas indígena, portuguesa e afri-
cana surgiu, como bem define Darcy Ribeiro (1995), o povo brasileiro, “construído
com tijolos dessas matrizes, à medida que elas iam sendo desfeitas”. Estima-se que
das línguas indígenas e africanas tenham sido incorporadas cerca de 10.300 pala-
vras ao vocabulário do português brasileiro (doravante PB). Algumas foram também
incorporadas ao léxico do português europeu (doravante PE) bem como aos de
outras línguas. É o caso de ananás, cujo empréstimo advém do século XVI. Este é o
vocábulo oficial para designar a fruta não só no PE, como também no espanhol e
no alemão. (Noll, 1999) Além do Tupinismo, é necessário falar do intercâmbio lexi-
cal entre as línguas africanas e o PB. Palavras como axé, acarajé e orixá fazem parte
do vocabulário brasileiro, embora muitos não saibam definir seu significado, o qual
advém da religião candomblé.
1
Universidade Ludwig Maximiliam, Alemanha, [email protected]
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Babalorixá Jomar é dirigente de um terreiro na cidade de Sobreda, Portugal.
3
Petter (2006), apud Mattoso (1982:22-23) apresenta em seu artigo “Línguas africanas no Brasil” um quadro sobre os dados
históricos do tráfico negreiro, identificando o uso de escravos banto e sudaneses primeiramente para o trabalho no
canavial e nas minas de ouro e depois também no plantio do café.
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http://ocandomble.wordpress.com/os-orixas/
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festas” que podiam realizar. (Dias 2011) Não é possível dizer como estas associações
foram feitas, mas nota-se que as características dos santos católicos serviram aos
negros como ponto comum de sincretismo. Embora o sincretismo tenha contribuído
para a preservação do candomblé, não houve de fato uma mistura das religiões, que
impossibilitasse preservar sua matriz africana.
As principais figuras de um terreiro de candomblé são o Babalorixá e a Ialorixá5,
pessoas treinadas durante sete anos nos preceitos da religião para estarem aptos a
receberem o axé e jogarem búzios6. Os preceitos religiosos são até hoje transmitidos
oralmente, pois “os ensinamentos sagrados se apreendem com o convívio e respeito
aos mais velhos, detentores do conhecimento” (Pai Jomar, 2012). Vale ressaltar que
a língua dos terreiros continua sendo a língua dos seus ancestrais. Sendo assim, o
iniciado no candomblé passa a aprender também a língua de sua nação religiosa.
Dada a heterogenia linguística das senzalas, formaram-se diferentes nações de
candomblé: do banto surgiram as nações de candomblé de Angola e Omolocô. Da
família sudanesa surgiram os candomblés da Nação Ketu, onde fala-se iorubá, e o
da Nação Jeje, cuja língua é o ewe. Há ainda o candomblé de Caboclo, que incorpora
parte das tradições indígenas aos seus ritos, utilizando-se também da língua portu-
guesa simultaneamente com o quimbundo.
Para Póvoas (1989), “embora cada terreiro tenha sua língua(gem) específica,
todos coincidem em um ponto: escrever é trair o sistema, por isso a comunicação se
estabelece de boca-ouvido”. Este autor considera que a miscigenação dos escravos
contribuiu para a adoção de uma língua comum, denominada por ele como “dialeto
das senzalas” e “dialeto das minas”, os quais desapareceram, restando apenas o
“dialeto do povo-de-santo”, usado pelos praticantes do candomblé e conservado até
a atualidade. Embora essa língua seja transmitida oralmente e apenas aprendida por
quem se inicia na religião, muito vem sendo discutido sobre a influência dos léxicos
religiosos do candomblé no PB.
5
Pai e mãe de santo: léxicos iorubás incorporados ao português através de sua tradução literal.
6
Jogo adivinhatório também conhecido como oráculo de Ifá.
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como Póvoas (1989) e Dias (2011), o falante do iorubá não decora os textos utiliza-
dos em cada rito nem traduz as palavras ipsis literis para o português, mas tem de
compreendê-las, a fim de integrar-se com o universo e com a vida nagô. E mesmo
bilíngue, ele sabe que não deve utilizar-se da língua de Santo fora do âmbito religioso.
cial, seja por tradução direta como mãe-de-santo (ialorixá) e despacho (ebó)
ou por substituição de palavra considerada tabu: Omulu por O Velho, e flor
d’O Velho por pipoca.
• Aportes híbridos: palavras compostas de um elemento africano e um ou mais
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• Divindades: Caboclo, Dona das Águas, Homem da Rua, Iansã, Iemanjá, Janaína,
Orixá;
• Indumentária e adereços sagrados: balangandãs, bata, fio de conta;
7
O sincretismo religioso foi muito praticado na época da escravidão, para ludibriar os senhores de escravos. Hoje em dia, o
Candomblé retornou às suas origens e não sincretiza seus Orixás.
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Fina Estampa: novela de Aguinaldo Silva, exibida pela Rede Globo em 2011
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A FENACAB possui uma coordenação internacional de Portugal, cujo representante foi nosso entrevistado: Babalorisá
Jomar.
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5. meTodologia
Visando atender ao objetivo deste trabalho, em saber se há incorporações lexi-
cais da língua de Santo ao PE, iniciaram-se dois campos de pesquisa. A primeira etapa
caracterizou-se pelo contato com Pai Jomar, dirigente de uma casa de candomblé em
Portugal, que nos concedeu uma entrevista. Para tanto, foram elaboradas perguntas
acerca do mundo do candomblé em Portugal, a relação do entrevistado com a reli-
gião e sobre uma possível incorporação lexical.
A segunda etapa da pesquisa visava estabelecer o conhecimento semântico
dos portugueses sobre algumas palavras advindas do candomblé. Deste modo,
elaborou-se um questionário cujos objetivos eram, primeiramente, conhecer o perfil
dos nossos informantes e seus conhecimentos sobre o tema religião afro-brasileira.
Na segunda parte da pesquisa, foram-lhe fornecidas algumas palavras advindas do
candomblé, para que pudessem designar-lhes um ou mais significados. Estas pala-
vras foram escolhidas pelo seu uso no Brasil em diversos âmbitos aquém da religião.
O questionário foi preenchido por alunos da Universidade do Minho e de Coimbra
em fevereiro e março de 2012.
5.1 entreVista
Para a entrevista contatamos o dirigente do Terreiro Ilê Asè Omín Ògún, em
Sobreda da Caparica, que define-se como
“Bàbálórísá Jomar, Filho de Santo de Yá Paula de Omulu, Bisneto de Santo da
saudosa Mãe Olga do Alaketu e por motivos que agora não vêm ao caso, adotado
como filho, por Pai Ari de Ajagunã (Bàbálórísá Aristides de Oliveira Mascarenhas)”
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Sobre o perfil dos adeptos, seu terreiro é frequentado por pessoas com idade
entre seis meses a setenta anos, divididas em dois grupos: “as que procuram [solu-
ções] pela dor” e “as que procuram pela necessidade própria do ser Humano” caracte-
rizada pela realização espiritual através do amor. Estas pessoas informam-se sobre
o candomblé através da mídia ou por frequentadores.
Perguntado sobre o preconceito acerca da religião, o informante destaca que
preconceito existe sempre que se fala em religião e que a relação com o candomblé
vem mudando, pois seus dirigentes estão conquistando espaços através “do respeito
por si, pelos outros e pelos Orixás”. Ainda segundo ele, os portugueses são recepti-
vos e adaptam-se a qualquer situação.
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acima, já que 54% dos informantes dizem não conhecer algo da cultura afro-
-brasileira. (Figura 2) Embora 5% dos informantes afirmem conhecer “certos rituais”,
nenhum deles cita claramente o candomblé.
O desconhecimento desta religião fica claro através das informações da figura
3, em que 84% afirmam não conhecê-la. A estes somam-se 6% dos informantes,
os quais não atribuem nenhuma alternativa, enquanto apenas 10% o conhecem.
Portanto, não se pode realmente aferir qual o conhecimento do povo português
acerca do candomblé, mas pode-se afirmar de acordo com os dados da figura 5, que
a partir dos últimos cinco anos ouve-se falar desta religião em Portugal. Embora se
confirme o crescimento da religião em Portugal, nenhum informante diz conhecer
praticantes ou adeptos. Em sua grande maioria, eles optam por não dar nenhuma
resposta (n/A) à esta questão (figura 6).
Ainda de acordo com os autores citados acima, as estruturas do candomblé
não se alteram com a mudança de país. Pai Jomar ressalta que “não é porque esta-
mos em Portugal, que o Candomblé deixa de ter as iniciações inerentes ao próprio
Candomblé.” Desta forma, a língua de Santo mantém-se preservada como bem
imutável, devendo ser utilizada apenas no terreiro. Isto difere no Brasil, posto que
a incorporação lexical de palavras e expressões ocorreu tanto no sentido da língua
de Santo para o português como em sentido contrário. É necessário destacar que
a realidade brasileira necessitou dessa incorporação lexical em momentos como o
período da escravidão. Outro fenômeno mais recente no Brasil é o uso de léxicos
referentes ao candomblé com outros significados semânticos ou até mesmo em
referência aos ritos dessa religião.10
Ao responderem sobre o que conhecem da cultura afro-brasileira, nota-se que
10% dos informantes afirmam conhecer “vocabulário”. Porém, ao atribuírem signifi-
cados às palavras dadas, muitos deles optaram por não atribuírem sinônimo algum
às figuras 7 a 14, dada a quantidade de respostas “nenhuma alternativa” (n/A).
Sendo assim, pode-se afirmar que o resultado dos questionários nos situa
em duas realidades. A primeira baseia-se na afirmação de que um léxico utilizado
cotidianamente no Brasil não é tão conhecido em Portugal. Em decorrência disto,
conclui-se que palavras advindas da língua de Santo preservam seu caráter semân-
tico religioso em Portugal.
Levando-se em consideração as atribuições semânticas dadas por aqueles que
conheciam as palavras do questionário, pode-se agrupá-las em campos semânticos
ligados à cultura (dança, estilo musical), a sinônimos em português (abrir/fechar
estabelecimento, documento específico, relatório) e à religião (deuses, feitiços, santi-
dade, ritual esotérico).
A análise deste agrupamento mostra que diversos informantes fazem uso de
sinônimos religiosos para descrever certas palavras. É o caso de axé, em que 10%
10
Castro (2005) apresenta o uso de palavras do candomblé em situações cotidianas do povo de santo na Bahia, principal-
mente quando eles não encontram um sinônimo para explicar o que querem dizer. Assim, expressões de conhecimento
apenas do povo de santo passam a fazer parte da linguagem comum a todos.
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7. concluSão:
As religiões afro-brasileiras vêm conquistando espaço na sociedade portuguesa
desde a década de 70, quando foram trazidas ora por portugueses, ora por brasileiros
ou adeptos ao país e, sobretudo pela divulgação da mídia. Embora se perceba que
nos últimos cinco anos houve um crescimento contínuo do conhecimento acerca
do tema, este ainda é desconhecido pela população em geral, como comprova a
pesquisa feita com informantes de Braga e Coimbra. Talvez esse desconhecimento
seja consequência do preconceito que cerca essa religião bem como da preservação
de seus preceitos apenas em ambiente religioso. Cabe ressaltar que embora 10%
dos informantes conheçam o candomblé, nenhum deles informou conhecer algum
adepto; a grande maioria optou por não responder a essa questão.
No que se refere ao léxico do candomblé e o contato deste com o PE, conclui-se
que palavras do candomblé incorporadas ao léxico brasileiro não são conhecidas na
mesma proporção em Portugal, a ponto de fazer parte do linguajar cotidiano deste
país. Isso porque em Portugal não há e nem houve, momentos em que o Português
e as línguas africanas usadas nos cultos religiosos sofressem tanta influência mútua
como no Brasil. O único caminho de conhecimento destas palavras seria através da
mídia e de seu uso pelos praticantes em ambientes fora dos terreiros. A divulgação
pela mídia explica por que os informantes conhecem e atribuem significados a pala-
vras como axé, macumba e Iemanjá.
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Bamba do Feitiço1
Ela é bamba, ela é bamba
Ela é bamba do feitiço
Eu vou contar
Ela não precisa disso
É pra ajudar
Que faz seu rebuliço no gongá
É, ela é bamba no feitiço
Com a proteção de Erê
Não deixa me derrubar
Tem muamba seu feitiço
Tem a fé de Oxalá
Me tire um Erefuê
Com a força do patuá
É, ela é bamba no feitiço
(É, ela é bamba, ela é bamba)
Quadro 1: Canção com étimos religiosos
Fonte: Trecho retirado do site http://letras.terra.com.br/zeca-pagodinho/203254/
CANTAR PARA SUBIR: Ato de entoar cantos para se CANTAR PARA SUBIR: designa que alguém quer ir
despedirem dos Orixás ao final do ritual. embora.
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Figura 7: Axé
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Figura 9: Despacho
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