Geodinâmica Interna e sua relação com as
formas de relevo
Docentes:
Prof.Doutora Sandra Sitoe
Lic. Jazilo Venâncio
Fraturas( juntas ou diáclases)
• São fracturas nas rochas onde não se
observa deslocamento entre os blocos.
• As diaclases não costumam gerar
formas distintivas do relevo, ao não
gerar desníveis.
Embora a maioria das juntas sejam
de origem tectónica, existem outras
de origem exógena como as de
dissecação.
Entretanto, as juntas condicionam a intensidade da actuação de
outros processos geomórficos. Exemplos:
Meteorização:
• à medida que as rochas estão mais
fraturadas, maior intensidade e
profundidade dos processos de
meteorização.
• As juntas são também uma
condição necessária para o
desenvolvimento do relevo
Processos fluviais: cárstico, ao favorecer a dissolução
diferencial das rochas.
• o fracturamento das Wyoming, EUA
rochas afecta na
intensidade da erosão e
controla a morfologia da
drenagem.
Falhas
As falhas são fracturas com
deslizamento entre os blocos
rochosos e são classificadas
segundo o sentido predominante do
deslocamento.
Falha nomal Falha transcorrente
Falha inversa
As falhas, do mesmo modo que as diaclases, condicionam a
intensidade dos processos geomórficos, mas, por seu lado, podem
criar formas próprias do relevo.
✓Escarpa de falha
• São reconhecíveis por um declive
íngreme em direcção do lineamento.
• Associadas às escarpas encontram-se
as faces trapezoidais quando a
escarpa corta as bacias fluviais.
• Estas faces podem chegar a ser
triangulares pela acção dos processos
erosivos com tempo.
• Com o prosseguimento da erosão são
formados cones de dejecção, indicando
que a falha não é tão recente.
Falhas
✓ Grabens e horst
✓ estruturas em escada
As falhas são
também
responsáveis pelo
deslocamento de
formas do relevo.
MAGMATISMO
Entende-se por magmatismo o desenvolvimento, o
movimento do magma, e a sua solidificação em rochas
ígneas. O magmatismo pode manifestar-se à superfície
através das erupções vulcânicas
Cadeia de Litosfera Litosfera Ilhas
vulcões Fossa
montanhas continental oceânica vulcânicas
Geoformas Magmáticas
Conjunto de formas relacionadas com a subida do magma,
(massa mineral fundida e saturada de substâncias voláteis,
que ascende por meio, de zonas de fraqueza, geralmente
juntas e falhas) na crusta terrestre.
As geoformas magmáticas podem ser intrusivas ou
plutonicas e extrusivas ou vulcânicas.
As geoformas magmáticas intrusivas, em função da sua
relação com a rocha encaixante, podem ser concordantes ou
discordantes.
Intrusões Concordantes
Soleiras (sills):
São corpos sub-horizontais,
laminares, concordantes com
a estratificação.
O teto e o muro são
superfícies planas, paralelas
entre si, conformando na
maioria dos casos corpos
tabulares.
Lacólitos:
• Penetram preferentemente
nos níveis superiores da
crusta, em rochas
sedimentares ou vulcânicas.
• Rocha sobrejacente pode ser
dobrada ou fraturada devido
à pressão
• O sector central é convexo.
Lopólitos:
• O sector central é côncavo
para cima.
• São de grande extensão,
formados por rochas básicas
de baixa viscosidade.
Intrusões discordantes
Diques:
• Corpos ígneos laminares com um
comprimento muito superior à sua
espessura, constituídos por duas
superfícies paralelas entre si;
• Quase sempre preenchendo fraturas.
• A maior parte dos diques são sub-verticais,
e com frequência, constituem as vias de
acesso do magma para os níveis
superiores da crusta.
Dique dolerítico (básico) cortando uma
rocha granítica (ácida)
Plutões
• Os stocks são corpos ígneos menores de 100 km2 e
batólitos para os maiores.
• Actualmente utiliza-se o termo plutão, ao mesmo tempo que
se aceita o termo batólito.
Variações de
composição no
interior de um plutão
• No caso dos plutões graníticos é comum encontrar o
conhecido relevo de bolas à sua superfície, por efeito da
meteorização.
O magmatismo intrusivo se relaciona com o relevo tanto de
forma directa como indirecta.
Soleira
De forma directa, ao produzir-se
intrusões magmáticas que se
surgem perto da superfície
terrestre, as rochas
sobrejacentes podem sofrer o
impulso da massa magmática,
de modo tal que se dobren e
produzam um arqueamento da
superfície que se manifesta em
forma de elevações ou mais
raramente, depressões locais.
A relação indirecta do magmatismo
intrusivo com o relevo fica
estabelecida pela erosão diferencial.
As rochas cristalinas que compõe
esses corpos, são geralmente mais
resistentes que as rochas
encaixantes (hospedeira), isto traz
uma clara diferenciação do relevo. Half Dome (Domo Medio), batolito de Nevada
Dique Sills o manto intrusivo Crista granítica
Geoformas Vulcânicas
• Magmatismo efusivo ou vulcanismo: conjunto de processos
relacionados com a erupção do magma à superficie.
• Na Terra existem 60 000 vulcões, dos quais 50 000 localizan-
se no fundo do Océano Pacífico.
• Cerca de 500
são vulcões
activos, que se
distribuem do
seguinte modo
no planeta:
✓ 62% no Anel de
Fogo do Pacífico;
✓ 22% na
Indonésia
Os poucos vulcões restantes distribuem-se no
✓ 10% no Oceano
Mediterrâneo-Médio Oriente, no Vale do Rifte
Atlântico.
Africano, Hawaii e outras ilhas vulcânicas.
Vulcão
Geoformas Vulcânicas
A erupção da lava à superfície cria diferentes formas que se
classificam em:
✓ Construtivas
✓ Destrutivas
✓ Erodidas
✓ Formas construtivas do relevo vulcânico
Mesetas de lava ou trapp:
originam-se quando a lava
básica chega à superfície ao
longo de fissuras ou fracturas.
Actualmente esse tipo de erupção está pouco distribuído,
localiza-se na Islândia.
• Em períodos geológicos anteriores
estas erupções estavam mais
distribuídas, e exemplo disso são as
mesetas de lava do Decão na Índia e
a de Colúmbia nos EUA;
• Aparecem outras estruturas deste
tipo na Sibéria Central, sul do Brasil e
na China.
Decão, India Colúmbia, E.U.
Vista aérea de mesetas volcánicas na Patagónia, Argentina
Cones vulcânicos: Vesubio
• Elevações cónicas construídas
pelos materiais saindo pelos
vulcões de tipo central.
• Os cones de Talude mais inclinadas Etna
e textura mais irregular
correspondem aos formados pela
erupção de lavas ácidas, menos
fluidos.
• As lavas básicas geram cones de
lavas mais baixos muito fluidos, de
encostas de pouca inclinação,
denominados vulcões de escudo.
Escoadas ou fluxos de lava:
• que se derrama pela superfície e que podem alcançar vários
quilómetros de extensão, ocupando extensas áreas que
ficam cobertas por lavas.
• O arrefecimento desigual da lava Lavas cordada
(Pahoehoe)
provoca o aparecimento de
microformas do relevo vulcânico:
travesseiros, canais ou sulcos.
Lava
Almofadada(Pillow-
lava)
Lava “aa”
✓ Formas destrutivas do relevo vulcânico
Crateras e caldeiras:
• Consideram-se como formas
destrutivas, por serem originadas
pela destruição parcial do cone
vulcânico, como consequência da
erupção.
As crateras vulcânicas não são sempre resultado de explosões,
também se produzem por subsidências no aparelho vulcânico.
✓ Formas erodidas do relevo vulcânico
Chaminé vulcânica:
• São relevos residuais
originadas pela
erosão dos cones
vulcânicos extintos,
provocando o
desaparecimento de
quase toda a
estrutura do antigo
aparelho vulcânico
METAMORFISMO
Processo geológico interno mediante o qual os minerais das
rochas e elas mesmas, sofrem transformações em sua
estrutura, textura e orientação, dando lugar a novos
minerais e novas rochas sem mudanças substanciais em
sua composição química.
Os agentes principais de
metamorfismo são:
✓ as pressões METAMORFISMO
litostáticas das rochas
suprajacentes,
✓ a temperatura
proveniente do
gradiente geotérmico
e dos processos
magmáticos
✓ e as soluções
hidrotermais.
• O metamorfismo como processo não cria formas distintivas
do relevo;
• Contudo as características das rochas geradas, por sua dureza
e foliação podem dar lugar a relevos fortes e com orientações
nas formas erosivas desenvolvidas sobre ele, como exemplo
estão as redes de drenagem paralelas seguindo as direcções
de xistosidade da rocha
Relevo sobre quartzito
Sismo ou terremoto:
• É o movimento súbito da crusta terrestre,
causado pelo rompimento de rochas que
foram deformadas além de seu limite elástico.
• Daqui admite-se que a causa da maioria dos
sismos é tectónica.
Entretanto, existem outras causas dos sismos:
✓ Processos gravitacionais ou desmoronamento de grandes
massas de rocha pelas encostas das montanhas. Exemplo o
deslizamento do Vaiont, no norte da Itália, que produziu
tremores de terra que foram registrados em Bruxelas, Bélgica
✓ Desabamento de grandes cavidades cársticas
✓ Actividade vulcânica, em particular as erupções violentas.
Efeitos dos sismos no relevo
✓ Rupturas do terreno como
consequência há formação de
falhas e deslocamentos de blocos.
✓ Os deslocamentos do terreno
podem ser horizontais, verticais ou
oblíquos.
• No terremoto de São Francisco,
Califórnia, em 1906, produziram-se
deslocamentos horizontais de 6.4 m
e verticais de 1 m.
• Em Moçambique ocorreu o sismo de
Matchaze em 2006,7.5 na escala de
Richter
Escala de Richter
Magnitudes Efeitos do Sismo
<3.5 É registado, mas geralmente não se sente.
3.5-5.4 Muitas vezes sentido, raramente causa danos.
5.5-6.0 Danos menores em edifícios bem construídos
Pode causar prejuízos grandes em edifices de
baixa qualidade.
6.1-6.9 Pode ser destrutivo em áreas até 100 km de raio.
7.0-7.9 Sismo forte. Pode causar sérios danos em áreas
muito grandes.
>8 Grande Sismo. Pode causar danos muito sérios
numa area de quilómetros de raio.
✓ Deslizamentos e outros
processos de encosta nas
zonas montanhosas.
✓ Modificações da drenagem superficial e subterrânea. Os
sismos podem provocar cortes no perfil longitudinal dos rios
e a aparição de lagos. quando o deslocamento dos blocos
corta aquíferos, altera o fluxo das águas subterrâneas,
surgindo assim áreas pantanosas, se a água for obrigada a
ascender na crusta.
✓ Subsidências, causadas
pelo assentamento do
terreno e liquefação dos
solos, dá-se em zonas de
areias saturadas, ou em
areias muito finas
arredondadas (loess).
Bibliografía
✓ Hugget, R. J. (2011). Fundamentals of Geomorphology.
New York, Taylor & Francis e-Library.
✓ Thomas, M. F. (1994). Geomorphology in the tropics: a
study of weathering and denudation in low latitudes. John
Wiley & Sons.
✓ Seco R. Geomorfología. Cap. II y III: Aspectos generales
de la Geomorfología.
✓ Gutiérrez Elorza, Mateo. GEOMORFOLOGÍA, 2008
✓ Montoya Monsalve J.J. Evolución del paisaje, 2009
✓ GEOMORFOLOGÍA (Compendio de artículos)
