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Angelica Rodrigues Ventura - Versão Final

A dissertação de Angélica Rodrigues Ventura explora a pesquisa sobre o ensino de geometria através de oficinas de Construções Geométricas, utilizando Mandalas como ponto de partida. O trabalho analisa a participação de professores em formação, tanto presencial quanto remota, e busca compreender a mobilização de saberes na resolução de desafios geométricos, integrando ferramentas tradicionais e o software GeoGebra. O resultado inclui um recurso educacional, 'Geodalas', que compila as construções geométricas e sugestões para professores de Matemática.

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Angelica Rodrigues Ventura - Versão Final

A dissertação de Angélica Rodrigues Ventura explora a pesquisa sobre o ensino de geometria através de oficinas de Construções Geométricas, utilizando Mandalas como ponto de partida. O trabalho analisa a participação de professores em formação, tanto presencial quanto remota, e busca compreender a mobilização de saberes na resolução de desafios geométricos, integrando ferramentas tradicionais e o software GeoGebra. O resultado inclui um recurso educacional, 'Geodalas', que compila as construções geométricas e sugestões para professores de Matemática.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Faculdade de Educação
Mestrado Profissional Educação e Docência – PROMESTRE

Angélica Rodrigues Ventura

FRAGMENTOS DE UMA PESQUISA – DESAFIOS GEOMÉTRICOS, GEOGEBRA


E “RÉGUA E COMPASSO”:
estudando Geometria por meio de construções de Mandalas Geométricas

BELO HORIZONTE
2022
Angélica Rodrigues Ventura

FRAGMENTOS DE UMA PESQUISA – DESAFIOS GEOMÉTRICOS, GEOGEBRA


E "RÉGUA E COMPASSO":
estudando Geometria por meio de construções de Mandalas Geométricas

Versão final

Dissertação apresentada ao Programa de


Pós-Graduação Mestrado Profissional
Educação e Docência da Faculdade de
Educação da Universidade Federal de
Minas Gerais como requisito parcial à
obtenção do título de Mestre em Educação
e Docência.

Linha de pesquisa: Educação Matemática

Orientadora: Dra. Teresinha Fumi


Kawasaki

BELO HORIZONTE
2022
V468f Ventura, Angélica Rodrigues, 1981-
T Fragmentos de uma pesquisa – desafios geométricos, geogebra e “régua e compasso”
[manuscrito] : estudando geometria por meio de construções de mandalas geométricas /
Angélica Rodrigues Ventura. - Belo Horizonte, 2022.
127, [186] f. : enc, il., color.

Dissertação -- (Mestrado) - Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de


Educação.
Orientadora: Teresinha Fumi Kawasaki.
Bibliografia: f. 115-116.
Anexos: f. 117-123.
Apêndices: f. 124-127.
[Inclui apendice com recurso educacional produzido em conjunto com a dissertação,
com o título: "Geodalas [recurso eletrônico] : desafios geométricos -- mandalas com régua,
compasso e GeoGebra. -- [186 p.] : il., color."].

1. Educação -- Teses. 2. Matemática -- Estudo e ensino -- Teses. 3. Matemática --


Métodos de ensinoGeometria -- Estudo e ensino -- Teses. 4. Geometria -- Ensino auxiliado por
computador -- Teses. 5. Desenho geométrico -- Estudo e ensino -- Teses. 6. Desenho
geométrico -- Ensino auxiliado por computador -- Teses. 7. GeoGebra (Recurso eletrônico) --
Teses. 8. Tecnologia educacional -- Teses. 9. Mandala -- Desenho por computador -- Estudo e
ensino -- Teses.
I. Título. II. Kawasaki, Teresinha Fumi, 1960-. III. Universidade Federal de Minas Gerais,
Faculdade de Educação.

CDD- 516.007
Catalogação da fonte: Biblioteca da FaE/UFMG (Setor de referência)
Bibliotecário: Ivanir Fernandes Leandro CRB: MG-002576/O
AGRADECIMENTOS

Este trabalho é resultado de muita perseverança. Sinto-me realizada ao


concluir mais esta etapa, depois da tormenta que nos assolou durante esses dois
últimos anos.
Desafio tão grande quanto escrever esta dissertação, foi vivenciar esse
momento sem aquela que me ensinou tanto. Sua presença física não foi possível, mas
eu não seria quem sou sem seus ensinamentos e dedicação.
Agradeço infinitamente aos meus maiores exemplos, meus pais, Miro e Raquel
(in memorian). Divido com vocês esta tão sonhada conquista. Minha eterna gratidão
a vocês pelo apoio e amor incondicional. Espero fazer jus aos esforços que me foram
depositados durante toda minha vida.
Ao meu amor, Rogério, companheiro nas horas boas e difíceis, sempre pronto
a prestar o seu apoio e carinho. Obrigada pelo incentivo, pelo cuidado, paciência e
amor durante esta caminhada. Acredite, sem você, o caminho seria mais difícil.
De modo muito especial, meu enorme agradecimento à minha orientadora,
Profa. Dra. Teresinha Fumi Kawasaki, pela paciência dedicada à minha orientação.
Muito obrigada por não me deixar desistir.
Agradeço imensamente aos professores João Bosco Laudares, Ana Rafaela
Correia Ferreira, Jorge Luís Costa e Samira Zaidan pelas grandes contribuições que
trouxeram ao participarem das bancas de qualificação e de defesa da dissertação.
A todos os professores do Programa Mestrado Profissional em Educação e
Docência (PROMESTRE) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – em
especial, aos professores da linha de pesquisa em Educação Matemática, por serem
uma constante fonte de motivação e incentivo ao longo de todo o Mestrado. Muito
obrigada.
Agradeço também às amizades que o Mestrado me apresentou. Nosso
encontro proporcionou um caminhar mais ameno. Que nossos caminhos se cruzem
muitas outras vezes.
Obrigada a todos que, mesmo não estando citados aqui, tanto contribuíram
para a conclusão desta etapa.
" A inovação não se decreta. A inovação não se
impõe. A inovação não é um produto. É um
processo. Uma atitude. É uma maneira de ser e
de estar na educação.”
Nóvoa,1988
RESUMO

Nesta dissertação trazemos fragmentos de texto que, em seu conjunto, constroem a


narrativa de nossa pesquisa. Conectar fragmentos neste momento, depois de
vivenciar a grave crise sanitária causada pela pandemia da covid-19, pareceu-nos a
forma mais sincera e honesta de relatar o que vivenciamos. Os fragmentos,
interligados, remetem-nos à pesquisa aqui relatada, a qual observou a participação e
o movimento de professores, em formação continuada e/ou inicial, envolvidos com o
ensino de matemática na Educação Básica, nas oficinas de Construções Geométricas
por nós elaboradas. As oficinas foram concebidas antes da pandemia e reformuladas
durante ela, de acordo com as constatações feitas e orientadas pelas condições
sanitárias vigentes. Da oficina presencial à oficina a ser conduzida de forma remota,
buscou-se manter as concepções fundadoras: solucionar desafios, envolvendo
participantes em processos exploratórios e investigativos que desencadeassem, no
curso da oficina, a mobilização de um rol de saberes e conhecimentos (já adquiridos
ou em construção) sobre Construções Geométricas. O ponto de partida foram as
Mandalas, que poderiam ser decompostas em Construções Geométricas básicas. A
proposta metodológica de ensino apostou na relação dialética complexo-simples –
mandala-objetos geométricos básicos –, intrínseca à construção do conhecimento. A
pesquisa teve por objetivo observar e buscar compreender a mobilização ou não de
saberes e conhecimentos por parte dos participantes das oficinas na resolução dos
Desafios Geométricos, aliando o Desenho Geométrico ao uso de ferramentas
tradicionais “régua e compasso” e o software GeoGebra. Este texto reúne os
processos em que as oficinas foram concebidas, sua formulação inicial e
reformulações e, finalmente, as observações participantes da pesquisadora das
oficinas nos formatos presencial e virtual. Ressalta-se que os experimentos,
presenciais e virtuais, mesmo em cenários diferentes e com certas limitações
conseguiram promover um ambiente de aprendizagem colaborativa, em que foi
possível provocar discussões e notar mobilização, por parte dos participantes, de
saberes e conhecimentos sobre os elementos geométricos presentes na construção
das Mandalas. Para divulgar parte desse trabalho, elaboramos um livro, o recurso
educacional, intitulado Geodalas: Desafios Geométricos – Mandalas com régua,
compasso e GeoGebra, no qual reunimos as Construções Geométricas de Mandalas,
suas resoluções e sugestões para professores de Matemática.

Palavras-chave: Geometria; Desenho Geométrico; Desafios Geométricos; Mandalas


Geométricas; GeoGebra.
ABSTRACT

In this dissertation we bring text fragments that, as a whole, build the narrative of our
research. Connecting fragments at this moment, after experiencing the serious health
crisis caused by the COVID-19 pandemic, seemed to us the most sincere and honest
way to report what we experienced. The interconnected fragments lead us to the
research reported here, that observed the participation and movement of teachers, in
continuing and/or initial training, involved with the teaching of mathematics in basic
education, in the geometric construction workshops developed by us. The workshops
were conceived before the pandemic and reformulated during it, according to the
observations we have made and guided by the current sanitary conditions. From the
face-to-face workshop to the workshop to be conducted remotely, we sought to
maintain the founding concepts: to solve challenges, involving participants in
exploratory and investigative processes that would trigger, in the course of the
workshop, the mobilization of a list of knowing and knowledge (already acquired or
under construction) about geometric constructions. The starting point was the
Mandalas that could be decomposed into basic geometric constructions. The teaching
methodological proposal bet on the complex-simple dialectic relationship – mandala-
basic geometric objects – intrinsic in the construction of knowledge. The research
aimed to observe and seek to understand the mobilization or not of knowing and
knowledge by the participants of the workshops in solving the geometric challenges,
combining Geometric Design with the use of traditional tools “ruler and compass” and
GeoGebra software. This text brings together the processes in which the workshops
were conceived, their initial formulation and reformulations and, finally, the
observations of the researcher of the workshops in face-to-face and virtual formats. It
is noteworthy that the experiments, face-to-face and virtual, even in different scenarios
and with certain limitations managed to promote a collaborative learning environment
where it was possible to provoke discussions and observe mobilization of knowledge
about the geometric elements present in the construction of the structures. Mandalas.
To publicize part of this work, we prepared a book, the educational resource, entitled
Geodalas: Desafios Geométricos – Mandalas com régua, compasso e GeoGebra,
where we gathered the Geometric Constructions of Mandalas, their resolutions and
suggestions for Mathematics teachers.

Keywords: Geometry; Geometric Constructions; Geometric Challenges; Mandalas;


Geogebra.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Mandala Geométrica: simetria radial ........................................................ 32


Figura 2 – Mandala Geométrica: simetria axial ......................................................... 32
Figura 3 – Folha de atividades .................................................................................. 36
Figura 4 – Oficina Presencial: Mandala 1 .................................................................. 37
Figura 5 – Oficina Presencial: Mandala 2 .................................................................. 38
Figura 6 – Oficina Presencial: visualização de uma Ceviana na Mandala 2 ............ 39
Figura 7 – Oficina Presencial: construção do triângulo equilátero (G3) .................... 40
Figura 8 – Oficina Presencial: construção da Mandala 2 (G2) .................................. 40
Figura 9 – Oficina Presencial: Mandala 3 .................................................................. 41
Figura 10 – Oficina Presencial: processo de construção da Mandala 3 (a) .............. 42
Figura 11 – Oficina Presencial: processo de construção da Mandala 3 – G1 (b) ...... 43
Figura 12 – Oficina Presencial: construção da Mandala 3 – G1................................ 44
Figura 13 – Oficina Presencial: construção da Mandala 3 – G2................................ 45
Figura 14 – Oficina Presencial: Mandala 4 ................................................................ 45
Figura 15 – Oficina Presencial: construção da Mandala 4 ........................................ 46
Figura 16 – Oficina Presencial: consideração de uma aluna sobre a oficina ............ 49
Figura 17 – Oficina on-line: Tópico 1......................................................................... 55
Figura 18 – Oficina on-line: Tópico 2......................................................................... 55
Figura 19 – Oficina on-line: Tópico 3......................................................................... 56
Figura 20 – Oficina on-line: Tópico 4......................................................................... 57
Figura 21 – Oficina on-line: Tópico 5......................................................................... 58
Figura 22 – Oficina on-line: Tópico 6......................................................................... 58
Figura 23 – Folder de divulgação da Oficina Desafios Geométricos ......................... 59
Figura 24 – Oficina on-line: apresentação da participante Md .................................. 61
Figura 25 – Oficina on-line: Desafio Geométrico I ..................................................... 61
Figura 26 – Oficina on-line: intervenção no fórum do Desafio Geométrico I ............. 62
Figura 27 – Oficina on-line: contribuição da participante Wa ao Fórum I .................. 62
Figura 28 – Oficina on-line: contribuição da participante Ma ao Fórum I .................. 63
Figura 29 – Primeiro encontro virtual: Mandala construída ....................................... 64
Figura 30 – Primeiro encontro virtual: esboço de triângulo equilátero ....................... 66
Figura 31 – Primeiro encontro virtual: desenho efetuado pela participante Md ......... 66
Figura 32 – Primeiro encontro virtual: construção de um triângulo equilátero .......... 67
Figura 33 – Primeiro encontro virtual: construção de triângulos equiláteros ............. 68
Figura 34 – Primeiro encontro virtual: construção de um hexágono ......................... 69
Figura 35 – Primeiro encontro virtual: construção segundo participante Ma ............ 70
Figura 36 – Primeiro encontro virtual: determinando o ponto médio ......................... 71
Figura 37 – Primeiro encontro virtual: Mandala do Desafio Geométrico I ................. 73
Figura 38 – Primeiro encontro virtual: construção de um triângulo equilátero a partir de
um de seus lados ................................................................................... 74
Figura 39 – Primeiro encontro virtual: esboço da Mandala do Desafio I ................... 76
Figura 40 – Oficina on-line: reproduzindo Mandalas no GeoGebra .......................... 77
Figura 41 – Oficina on-line: interação com a participante Wa no Fórum II (a) .......... 77
Figura 42 – Oficina on-line: interação com a participante Wa no Fórum II (b) .......... 78
Figura 43 – Segundo encontro virtual: 1ª Mandala construída .................................. 79
Figura 44 – Segundo encontro virtual: construção de um triângulo equilátero pela
participante Md ....................................................................................... 81
Figura 45 – Segundo encontro virtual: ponto médio de um dos lados do triângulo ... 82
Figura 46 – Segundo encontro virtual: determinando o ortocentro de um triângulo
equilátero................................................................................................ 84
Figura 47 – Segundo encontro virtual: circunferência traçada por sugestão de Md (1)
............................................................................................................... 85
Figura 48 – Segundo encontro virtual: circunferência sobre a Mandala traçada por
sugestão de Wa ..................................................................................... 86
Figura 49 – Segundo encontro virtual: circunferência traçada por sugestão de Md (2)
............................................................................................................... 86
Figura 50 – Segundo encontro virtual: triângulo traçado por sugestão das participantes
............................................................................................................... 87
Figura 51 – Segundo encontro virtual: construindo o hexágono regular ................... 87
Figura 52 – Segundo encontro virtual: finalizando a construção da Mandala ........... 89
Figura 53 – Segundo encontro virtual: finalizando a Mandala I ................................. 89
Figura 54 – Segundo encontro virtual: 2ª Mandala construída .................................. 91
Figura 55 – Segundo encontro virtual: processo para traçar a mediatriz referente ao
diâmetro de uma circunferência ............................................................. 93
Figura 56 – Segundo encontro virtual: dividindo a circunferência em 4 partes ......... 94
Figura 57 – Segundo encontro virtual: mostrando possíveis maneiras para traçar
mediatriz ................................................................................................. 95
Figura 58 – Segundo encontro virtual: determinando a bissetriz de um ângulo ........ 96
Figura 59 – Segundo encontro virtual: finalizando a construção da Mandala ........... 97
Figura 60 – Segundo encontro virtual: finalizando a Mandala II ................................ 97
Figura 61 – Logo do livro Geodalas ........................................................................ 103
Figura 62 – Visual das capas dos vídeos e dos cartões de construção .................. 104
Figura 63 – Livro Geodalas ..................................................................................... 105
Figura 64 – Sumário do livro Geodalas ................................................................... 106
Figura 65 – Desafio Geométrico: Geodalas ............................................................ 106
Figura 66 – Mandalas Geométricas presentes nos Desafios Geométricos ............. 107
Figura 67 – Cartões de Construções Geométricas no GeoGebra ........................... 107
Figura 68 – Folha de atividade Desafio Geométrico ............................................... 108
Figura 69 – Conteúdo interativo da oficina Geodalas.............................................. 109
Figura 70 – Página 1 do repositório on-line Geodalas ............................................ 110
Figura 71 – Subpáginas 1: resolvendo os Desafios Geométricos ........................... 110
Figura 72 – Página 2 do repositório on-line Geodalas ............................................ 111
Figura 73 – Subpáginas 2: vídeos com as construções .......................................... 111
Figura 74 – Página 3: Mandalas Geométricas ........................................................ 112
Figura 75 – Subpáginas 3: resolução no GeoGebra ............................................... 112
LISTA DE QUADRO

Quadro 1 – Dados dos participantes ......................................................................... 60


LISTA DE SIGLAS

AVA Ambiente Virtual de Aprendizagem


BNCC Base Nacional Comum Curricular
ICEI Instituto de Ciências Exatas e Informática
PAPMEM Programa de Aperfeiçoamento para Professores de Matemática
do Ensino Médio
PIBID Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
PROMESTRE Programa Mestrado Profissional em Educação e Docência
PUC Minas Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFF Universidade Federal Fluminense
UFJF Universidade Federal de Juiz de Fora
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
UNESPAR Universidade Estadual do Paraná
UniBH Centro Universitário de Belo Horizonte
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .................................................................................................... 15

FRAGMENTO I: A PROPOSTA INICIAL E A SUA RELAÇÃO COMIGO

1 EU E A PROPOSTA INICIAL DE PESQUISA ...................................................... 18


1.1 Reminiscências ...................................................................................... 18
1.1.1 Traçando uma meta ................................................................................. 19
1.1.2 Desenhando um caminho ......................................................................... 21
1.1.3 Construindo uma ideia de pesquisa: dos primeiros incômodos à proposta
de pesquisa submetida ao Promestre ...................................................... 23

FRAGMENTO II: PRIMEIROS PASSOS

2 PLANEJANDO A PESQUISA E DESENHANDO A OFICINA – ANTES DA


PANDEMIA ........................................................................................................... 26
2.1 Pensando e desenhando a pesquisa .................................................... 26
2.1.1 O software GeoGebra como recurso didático .......................................... 27
2.1.2 Desenho Geométrico e o ensino da Geometria ....................................... 29
2.1.3 Desafios Geométricos com a construção de “Mandalas Geométricas” .... 31
2.1.3.1 Mandala: conceito e estrutura .................................................................. 31
2.2 Delineando a metodologia de pesquisa ............................................... 34
3 EXPERIMENTAÇÕES INICIAIS PRESENCIAIS .................................................. 35
3.1 Relato ...................................................................................................... 35
Mandala 1 ................................................................................................. 37
Mandala 2 ................................................................................................. 38
Mandala 3 ................................................................................................. 41
Mandala 4 ................................................................................................. 45
3.2 Considerações dos participantes sobre as Oficinas Presenciais ...... 47
Oficina Presencial 1.................................................................................. 47
Oficina Presencial 2.................................................................................. 48
3.3 Nossas considerações........................................................................... 49

FRAGMENTO III: Desafios em tempos de covid-19

4 DESENHANDO A OFICINA ON-LINE E TRAÇANDO UM NOVO PLANO DE


AÇÃO – DURANTE A PANDEMIA ...................................................................... 51
4.1 Elaboração da “Oficina Desafios Geométricos – Mandalas” na
modalidade à distância .......................................................................... 51
4.1.1 Público-alvo: adesão e inscrição na oficina on-line .................................. 53
4.1.2 Metodologia das oficinas .......................................................................... 53
4.1.3 Estrutura curricular e recursos didáticos .................................................. 53
4.2 A organização da oficina on-line........................................................... 54
4.2.1 Tópico 1 – Oficina Desafios Geométricos – Mandalas ............................. 54
4.2.2 Tópico 2 – Dando a largada ..................................................................... 55
4.2.3 Tópico 3 – Desafio geométrico ................................................................. 56
4.2.4 Tópico 4 – Encontro virtual ....................................................................... 56
4.2.5 Tópico 5 – Desafio geométrico e GeoGebra ............................................ 57
4.2.6 Tópico 6 – Estamos chegando ao fim ...................................................... 58

5 EXPERIMENTAÇÕES VIRTUAIS ........................................................................ 59


5.1 Oficina Desafios Geométricos na plataforma on-line ......................... 59
5.1.1 Momento virtual 1: Desafio Geométrico I ................................................. 61
5.1.2 Momento virtual 2: Encontro Virtual I........................................................ 63
Mandala construída .................................................................................. 64
5.1.3 Momento virtual 3: reproduzindo Mandalas no GeoGebra – Fórum II ...... 76
5.1.4 Momento virtual 4: segundo encontro virtual ............................................ 79
1ª Mandala construída .............................................................................. 79
2ª Mandala construída .............................................................................. 91

FRAGMENTO IV: RECURSO EDUCACIONAL E CONSIDERAÇÕES FINAIS

6 O RECURSO EDUCACIONAL: UM MOVIMENTO PARALELO........................ 100


6.1 Construindo o livro .............................................................................. 100
6.2 O livro Geodalas ................................................................................... 105
6.3 Conteúdo interativo: repositório on-line Geodalas ........................... 109
Página 1: Desafios Geométricos ............................................................ 109
Página 2: Construções Fundamentais no GeoGebra ............................. 110
Página 3: Mandalas Geométricas........................................................... 111

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 113


REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 115
ANEXO A – Formulário de inscrição on-line............................................................ 117
ANEXO B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) ........................ 121
ANEXO C – Certificado emitido aos participantes da oficina .................................. 123
APÊNDICE A – Folha de atividades entregue nas Oficinas Presenciais ................ 124
APÊNDICE B – Página on-line com as informações sobre a oficina....................... 124
APÊNDICE C – Recurso educativo ......................................................................... 127
15

APRESENTAÇÃO

Traremos1 nesta dissertação a união que chamamos de “fragmentos de uma


pesquisa”, que, antes, denominamos “fragmentos de uma pesquisa (talvez)
inacabada(?)”. A dupla asserção da incerteza “talvez, inacabada (?)” decorria do fato
de que, ao submetermos o estudo à banca de qualificação, convivíamos ainda com a
incerteza. Hoje, mediante apontamentos da então banca, considerando que a escrita
faz parte do processo de construção, reflexão e reconstrução da investigação,
concluímos que, neste momento, chegamos a um fechamento deste texto que relata
sim uma pesquisa acabada. Leitores podem estar questionando: “Por que e que
caminhos traçados nos levaram a esse ponto de questionamento?” Nossa resposta
decorre, a duras penas, desse processo doloroso em que estivemos imersos por
quase dois anos – março de 2020 até início de 2022. Definitivamente, fomos
atravessadas pela pandemia, pela covid-19. Sabemos que todas as pessoas foram,
com certeza, e de diferentes formas. Contudo, cada pessoa tem a sua história e nós,
definitivamente, temos a nossa.
Em meados de março de 2020, foi decretada uma quarentena na UFMG e na
maioria das instituições de ensino de todo o Brasil. Não tínhamos ideia de o que estava
por vir e de quando ela se encerraria. Estávamos, à época, planejando iniciar a
pesquisa de campo, que consistia em observar a participação de professores da
escola básica em oficina com atividades presenciais sobre Construções
Geométricas. Idealizamos uma oficina em que o ponto de partida era a resolução de
Desafios Geométricos, mais especificamente o desenho de Mandalas Geométricas,
utilizando de forma articulada as ferramentas tradicionais “régua e compasso” e o
software GeoGebra2.
Nosso objetivo era observar e buscar compreender a mobilização ou não de
saberes e conhecimentos por parte dos participantes das oficinas na resolução dos
Desafios Geométricos, aliando o Desenho Geométrico ao uso de ferramentas
tradicionais “régua e compasso” e software GeoGebra. Por sua vez, o objetivo das

1 Utilizarei a primeira pessoa do plural para descrever ações conjuntas que, em geral, envolvem a minha
pessoa, Angélica, e a minha orientadora, Teresinha.
2 Software educativo é todo programa de computador desenvolvido com a finalidade de colaborar com

o processo ensino-aprendizagem, baseado em análise e conhecimentos das áreas de Educação e


de Informática (MIRANDA; REIS, 2010).
16

oficinas era explorar a Geometria por meio da resolução de desafios que propõem os
desenhos (construções) de objetos geométricos – as Mandalas –, lançando mão de
conhecimentos básicos de Construções Geométricas.
No design da oficina, o papel desempenhado pela pessoa que a ministraria
seria de fundamental importância, pois ela coordenaria, interviria e seria a responsável
por provocar as interações desejadas. Como ministrante e pesquisadora, caberia a
mim observar a participação e o movimento de professores, em formação continuada
e/ou inicial, envolvidos com o ensino de matemática na Educação Básica, nas oficinas
de Construções Geométricas por nós elaboradas, com atenção especial às situações
em que participantes das oficinas mobilizam saberes e conhecimentos na resolução
dos Desafios Geométricos propostos. Como mencionado, almejamos realizar a oficina
presencialmente, em uma das salas de computadores da Faculdade de Educação da
Universidade Federal de Minas Gerais (FaE/UFMG).
Com a crise sanitária e o isolamento social, vimo-nos em situação jamais
imaginada e precisamos assim “puxar o freio” e adiar nossos planos. Por ser uma
situação inédita, ingenuamente, pensamos de início que duraria algumas semanas.
Jamais imaginamos que a pandemia tomaria a dimensão que tomou. Planos foram
alterados por mais de uma vez. Ações que parecem desencontradas, planejadas à
medida que as situações foram se alterando (altos e baixos), são peças de um quebra-
cabeça; portanto, decidimos compor este texto por meio de fragmentos. São
fragmentos que compõem a narrativa desta pesquisa. Esse exercício também nos
ajudou na junção das peças e, quiçá, na compreensão de todo o processo. Os
fragmentos assim ficaram:
 Fragmento I: A proposta inicial e a sua relação comigo
 Fragmento II: Primeiros passos
 Fragmento III: Desafios em tempos de covid – 19
 Fragmento IV: O recurso educacional e considerações finais
FRAGMENTO I: A PROPOSTA INICIAL E A SUA RELAÇÃO COMIGO
18

1 EU E A PROPOSTA INICIAL DE PESQUISA

A proposta inicial de pesquisa teve origem no processo de minha constituição


como educadora. Introduzirei tal projeto e, em seguida, buscarei em minhas
reminiscências peças que, unidas, ajudaram-me na construção do planejamento.
Na ótica de um ensino mais dinâmico e interativo, idealizamos um projeto
didático visando estudar a Geometria por intermédio de suas Construções
Geométricas. Para seu desenvolvimento, a proposta didática articula o Desenho
Geométrico tradicional (“régua e compasso”) e o software GeoGebra, reunidos em um
conjunto de oficinas destinado a professores de Matemática. As oficinas têm como
ponto de partida o desafio da construção de Mandalas Geométricas que podem ser
decompostas em Construções Geométricas básicas. A metodologia de ensino aposta
na relação intrínseca complexo-simples na construção do conhecimento.
A pesquisa consistia, inicialmente, na observação de licenciandos e
professores, participantes das oficinas, articulando saberes à manipulação das
ferramentas na construção das Mandalas. Questionou-se: (i) “Qual o potencial da
articulação entre Desafios Geométricos propostos, uso do GeoGebra e da ‘régua e
compasso’ concomitante aos processos de ensino e aprendizagem da Geometria?”;
(ii) Como, se e que conceitos emergem da interação – desafios, GeoGebra, “régua e
compasso” e provocações?”
Como estudante de Matemática, sempre gostei de Geometria, entretanto a
associação Geometria-GeoGebra veio mais tarde, mas, uma vez incorporada, não
consigo mais pensar a Geometria dissociada do GeoGebra. Sendo assim, antes de
prosseguir, farei um retrospecto de minhas vivências como estudante, desde muito
jovem, procurando desvelar a origem das questões que me trouxeram ao Programa
Mestrado Profissional em Educação e Docência (PROMESTRE).

1.1 Reminiscências

Como mencionado, meu interesse pela Matemática, Geometria e uso do


software de Geometria dinâmica ocupa parte significativa de minha vida, constituindo-
se em fator determinante em minhas escolhas e, consequentemente, na minha vida
profissional.
19

1.1.1 Traçando uma meta

Nasci e fui criada em Belo Horizonte, sou filha única de meu pai, hoje
aposentado, que era artesão, e de minha mãe (in memoriam), dona de casa. Desde
pequena, foi-me transmitido que a maior herança que me deixariam seria o
conhecimento, e, por isso, com muito esforço, tentaram sempre me proporcionar um
estudo de qualidade. Sempre fui muito estudiosa e aplicada, e, quando estava no
Ensino Médio, me senti desafiada. Chegara a hora de “escolher o meu futuro”; eu tinha
algumas aptidões, mas nunca parei para pensar no meu futuro profissional.
Durante o segundo ano do Ensino Médio, a escola nos proporcionou uma
manhã de informações sobre cursos universitários, finalizando com um teste de
vocação. O meu resultado? Belas-Artes e Matemática. Belas-Artes não foi surpresa,
pois sempre gostei de trabalhos manuais, e posso dizer que está na genética: minha
mãe, quando jovem, pintava quadros e meu pai, como mencionei, era artesão. Mas e
a Matemática? De onde surgiu? Parece tão distante das Belas-Artes…
Na realidade, sempre gostei de Matemática, embora algumas vezes tivesse
dificuldades na aprendizagem; era, sem dúvidas, a minha matéria preferida. Foi
justamente em uma aula de Matemática, quando meu professor questionou a todos
sobre o resultado do teste de vocação do dia anterior, que me senti desafiada. Ao falar
que meu teste apontara para Belas-Artes e Matemática, meu professor disse: “escolha
Belas-Artes, o curso de Matemática é um curso difícil, você não dará conta”. Parei por
dois segundos e retruquei que daria conta sim e que daria conta também dos desafios.
Naquele momento, não pensava em me tornar professora, queria fazer a Matemática
pela Matemática e pelo desafio que, mais tarde, se mostrou como o amor pela
Matemática.
Terminando o Ensino Médio, chegou o temido vestibular. Tinha algumas
opções de onde poderia cursar Matemática; escolhi prestar vestibular na Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG) e no Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH).
Naquele ano, passei para a segunda etapa do vestibular da Federal, mas não fui
aprovada ao final e, infelizmente, a situação financeira não me permitiu cursar
Matemática no UniBH. Sonho adiado. Alguns anos se passaram, a vida me levou a
tomar outros rumos, mas a paixão e a determinação em cursar Matemática estavam
ali, me acompanhando.
20

Em 2011, por mero acaso, deparei-me com uma propaganda que dizia que a
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) já oferecia o curso de
Licenciatura em Matemática no Campus Coração Eucarístico. Fiquei animada e então
resolvi enfrentar mais um vestibular. Dessa vez o sonho começara a ganhar contorno.
Assim, iniciei minha graduação em agosto daquele ano.
Logo no primeiro semestre, com dois amigos e a professora Carina Pinheiro,
iniciamos o Projeto Parque da Matemática: Uma Viagem além do Concreto,3 cujo
objetivo foi desenvolver atividades lúdicas relacionadas ao ensino e à aprendizagem
da Matemática. Participar desse projeto abriu meus olhos para outras metodologias
de ensino da Matemática, pois, durante minha participação, criamos e recriamos jogos
que tinham o objetivo o desenvolvimento da criatividade, propiciando ao aluno um
pensamento em movimento e possibilitando a verbalização e socialização das ideias
e estratégias para solução ou representação dos problemas apresentados.
No percurso da graduação, como estudante, sempre visei ir além do que se era
ensinado em sala de aula, e nessa busca participei, como bolsista, do Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID)4 durante quatro anos. O PIBID
me colocou do outro lado da história, pois não me via mais apenas como aluna, me vi
inserida na prática docente, e essa inserção me fez perceber o quão importante é a
relação entre teoria e prática.
Quando ingressei no curso de Matemática, não tinha certeza se teria aptidão
para ser uma boa professora, se saberia lidar com os questionamentos dos alunos.
Contudo, participar do Parque da Matemática e do PIBID foi fundamental para
desfazer concepções que eu tinha a respeito de como funcionava de fato uma escola,
a dinâmica da sala de aula e o trato com os alunos. Tais vivências me proporcionaram
experiências metodológicas riquíssimas que hoje fazem parte da minha prática
docente. Hoje, como professora, sempre busco alternativas para oferecer um
aprendizado mais significativo aos alunos, sejam elas tecnológicas, interdisciplinares
ou com uso de algum material manipulável.
Nessa constante busca para complementar minha formação, participei, em
2015, pela UFMG, do Programa de Aperfeiçoamento para Professores de Matemática

3 Parque da Matemática: Uma Viagem além do Concreto é um projeto extensionista da PUC Minas sob
orientação da Professora Me. Carina Pinheiro.
4 O PIBID é uma iniciativa do Governo Federal para o aperfeiçoamento e a valorização de professores

para a educação básica.


21

do Ensino Médio (PAPMEM)5 e, em 2016, fiz um curso sobre o software GeoGebra


pela Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR). Além disso, pela Universidade
Federal de Juiz de Fora (UFJF), fiz o Curso de Tecnologias Digitais para o Ensino de
Geometria.
No decorrer dos cursos, discutiu-se muito a inserção dos softwares educativos,6
no caso o GeoGebra, para complementar a aprendizagem dos alunos, e o quê mais
se consolidou em mim foi a potencialidade de se investigar variações de uma
construção geométrica. Outras potencialidades dos softwares de Geometria dinâmica
foram evidenciadas nesses cursos, como as possibilidades de se chegar a
generalizações e a verificações de propriedades com suas múltiplas representações.
Ao finalizar os cursos, percebi ter uma grande aliada na tecnologia para o
ensino e aprendizagem da Matemática e, mais que isso, percebi que poderia trabalhar
a Geometria de forma dinâmica diversificando a metodologia em relação a seu
conteúdo, complementando o que é explorado, de forma estática, nos livros ou com a
tecnologia “lápis e papel”.

1.1.2 Desenhando um caminho

Meu gosto pela Geometria começou bem cedo, ainda no Ensino Fundamental,
e durante a graduação se concretizou. Na graduação, durante a disciplina de
Geometria Plana, participei de um minicurso de Desenho Geométrico e percebi, ao
longo do curso, que alguns colegas tinham muita dificuldade nas Construções
Geométricas, dificuldades com conceitos básicos, e alguns nem sequer sabiam
manusear corretamente a régua e o compasso. Como estagiária do PIBID e como
regente de turma, vi a discrepância de postura dos alunos quando a aula era dada de
forma “diferente”, com o auxílio de alguns recursos didáticos. Diante do quadro
descrito, comecei a pensar em como trabalhar a Geometria de outra forma que não a
tradicional, que nos é apresentada normalmente em sala de aula.
Era chegada a hora de escolher o tema do Trabalho de Conclusão de Curso,
várias possibilidades me passaram pela cabeça e só tinha uma única certeza: de

5 O PAPMEM é uma parceria UFMG-IMPA.


6 Software educativo é todo programa de computador desenvolvido com a finalidade de colaborar com
o processo ensino-aprendizagem, baseado em análise e conhecimentos das áreas de Educação e
de Informática (MIRANDA; REIS, 2010).
22

alguma forma, envolveria a Geometria. Decidi, então, trabalhar com a interpretação


geométrica dos Produtos Notáveis utilizando um material concreto confeccionado com
varetas de bambu, cortada em três tamanhos diferentes que representavam
segmentos de comprimentos a, b e c e conectores de borrachas cirúrgicas (látex).
Durante a aplicação das atividades, em uma turma do 9º ano, o que mais ouvi dos
alunos foi como “o ver” e manipular os objetos geométricos, por meio do material
disponibilizado, os auxiliou no aprendizado daquele conteúdo. O retorno dado pelos
alunos nesse tipo de atividade é a melhor resposta de que o trabalho teve êxito, o que
começou com uma curiosidade se transformou em interesse e motivação para chegar
ao fim da atividade.
Em outubro de 2015, participei do VII Encontro Mineiro de Educação
Matemática em São João del-Rei, na categoria banner, expondo parte do meu TCC,
assim como o material concreto confeccionado. Esse trabalho, de Ventura e Laudares
(2016), foi publicado posteriormente na revista eletrônica Abakós.7
Dezembro de 2015: era chegada a grande data, minha colação de grau. Nesse
momento, me vi realizando não só meu sonho, mas também os dos meus pais, que
tanto se sacrificaram por mim todos esses anos. Terminava uma etapa para dar início
a outros sonhos.
Em janeiro de 2016, iniciei a Especialização em Ensino de Matemática:
Fundamental II e Ensino Médio, também pela PUC Minas, concluindo em agosto de
2017. Na especialização, desenvolvi um trabalho sobre Construções Geométricas
utilizando o GeoGebra, que foi apresentado no VI Encontro de Educação Matemática
de Ouro Preto e no VIII Encontro de Ensino e Pesquisa em Educação Matemática
(VENTURA; NUNES, 2017). Durante esse encontro, apresentei também uma palestra
sobre a Ressignificação dos Produtos Notáveis, meu trabalho de conclusão da
graduação.
Em maio de 2017, iniciei a Especialização em Novas Tecnologias no Ensino da
Matemática pela Universidade Federal Fluminense (UFF), que finalizei em abril de
2019. Meu Trabalho Final de Curso intitulava-se Interlocuções entre história da
matemática e tecnologias: proposta didática para o estudo das Equações Diofantinas
Lineares com o uso do GeoGebra.

7 Abakós – revista eletrônica de responsabilidade do Instituto de Ciências Exatas e Informática (ICEI)


da PUC Minas.
23

Durante a especialização, tive a oportunidade de ministrar oficinas sobre


Construções Geométricas das Cônicas e sobre Sólidos de Platão e a Relação de Euler
para turmas de graduação em Matemática da PUC Minas. O objetivo das oficinas foi
mostrar aos licenciandos a gama de possibilidades que temos em mãos para ensinar
um conteúdo matemático de outra forma que não somente a tradicional. Além das
oficinas, ministrei palestras sobre o uso de material concreto, auxiliando o estudo de
Produtos Notáveis.

1.1.3 Construindo uma ideia de pesquisa: dos primeiros incômodos à


proposta de pesquisa submetida ao Promestre

Não foi por acaso que meus trabalhos acadêmicos envolveram ensino-
aprendizagem da Geometria aliado à utilização de recursos educativos diversos. Esse
olhar para o ensino-aprendizagem da Geometria é capaz de proporcionar um
conhecimento mais efetivo. Além disso, temos hoje ao nosso alcance softwares
educativos gratuitos que possibilitam às aulas de Matemática maior dinamismo,
podendo auxiliar no desenvolvimento, por ser adaptável a distintos ritmos de
aprendizagem. Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), 8 os recursos
didáticos como jogos, livros, vídeos, calculadoras, planilhas eletrônicas e softwares
de Geometria dinâmica têm papel essencial para a compreensão e a utilização das
noções matemáticas (BRASIL, 2017, p. 276).
O ensino de Geometria tem passado por algumas mudanças no tempo;
normalmente ensinada de forma tradicional, explorando conceitos, desenhos e figuras
estáticas, hoje tem na tecnologia um suporte ao processo de seu ensino e sua
aprendizagem.
Nessa perspectiva, para uma possível melhoria na aprendizagem, são
importantes novas estratégias didáticas, e, para isso, faz-se necessário que o
professor em formação ou em exercício busque um meio de ampliar e ressignificar
seus conhecimentos. Lorenzato (2010, p.11) afirma que cabe ao professor se manter
atualizado, além de uma procura constante por informações que possam melhorar sua
prática. Essa constante formação refletirá em sua atuação em sala de aula, uma vez

8 A BNCC é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de


aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e
modalidades da Educação Básica.
24

que, ao longo de seus estudos, terá a oportunidade de conhecer novos recursos que
podem ser utilizados no desenvolvimento de suas aulas.
Com isso em mente, em 2018, submeti ao PROMESTRE-UFMG, na linha de
pesquisa Educação Matemática, como recurso educacional, a proposta de um
minicurso destinado a professores que ensinam Matemática visando estudar
Geometria por intermédio de suas Construções Geométricas utilizando o software
educativo GeoGebra. Naquele momento, ainda não conseguia discernir ou separar
proposta didática da proposta de pesquisa. E, assim, em fevereiro de 2019, chegou a
hora de um novo desafio: dei início ao Mestrado em Educação pela UFMG.
FRAGMENTO II: PRIMEIROS PASSOS
26

2 PLANEJANDO A PESQUISA E DESENHANDO A OFICINA – ANTES DA


PANDEMIA

Na entrada do PROMESTRE, em 2019, apresentei uma proposta de minicurso


de Geometria Plana, utilizando o software de matemática dinâmica, o GeoGebra.
Como mencionei, na época não conseguia discernir a proposta do recurso
educacional da proposta da pesquisa. No primeiro ano, com a realização das
disciplinas do curso e com a participação nos seminários de pesquisa da linha de
Educação Matemática, aprimoramos a proposta da oficina e, concomitantemente,
construímos uma proposta de pesquisa.

2.1 Pensando e desenhando a pesquisa

Do ponto de vista da Educação Matemática, integrar o uso de tecnologias ao


ensino de matemática faz-se importante porque a informática está cada vez mais
presente em nossas vidas, e há estudos que apontam que o uso da informática pode
potencializar o aprendizado. Borba e Penteado (2019, p.12) consideram que o uso da
tecnologia informática faz parte de um novo cenário educacional e pode ser
considerada como a transformação da própria prática educativa.
Segundo Fiorentini e Lorenzato (2010, p.4), o educador matemático tende a
conceber a Matemática como um meio ou um instrumento à formação intelectual e
social de seus alunos, por isso promove uma Educação Matemática colocando a
Matemática a serviço da Educação. Em sua abordagem, o autor sugere que esse
posicionamento torna o ensino numa dimensão exploratória e participativa,
proporcionando assim uma aprendizagem que chamaremos aqui de significativa.9
Em minhas experiências e percepções, para se tentar alcançar uma
aprendizagem significativa, é preciso que os alunos tenham “vontade” de aprender,
um aprendizado que não deve ser baseado na memorização de conteúdo, o que
caracterizaria um aprendizado mecânico. Contudo, é necessário um envolvimento de
via dupla: do educador, que detém o conhecimento e cria condições para que esse

9 Utilizaremos o termo “aprendizagem significativa” no senso comum desse termo. Temos ciência que
David Ausubel desenvolveu a teoria de aprendizagem em que conceito de “aprendizagem
significativa” é central. Contudo, a expressão “aprendizagem significativa” aqui será utilizada em uma
compreensão mais simples, de uma aprendizagem que faça sentido ao aprendiz.
27

conhecimento seja adquirido, e dos estudantes que aprendem. Ou seja, é importante


que tanto educadores como estudantes tenham o desejo de participar desse
processo.
Assim, como Borba e Penteado (2019), concordamos que o professor não deve
deixar sua prática docente cristalizar em uma zona de conforto, em que se é possível
prever e controlar as ações, “na verdade, as inovações educacionais, em sua grande
maioria, pressupõem mudança na prática docente” (BORBA; PENTEADO, 2019, p.
56). Em busca de favorecer a aprendizagem dos alunos, o professor deve buscar
novos caminhos, mesmo que esses caminhos gerem incertezas e imprevisibilidade.
Também D’Ambrósio (2009, p.31) ressalta como “é importante a adoção de uma nova
postura educacional, a busca de um novo paradigma de educação que substitua o já
desgastado ensino-aprendizagem baseado numa relação obsoleta de causa-efeito”.
Por isso, nossa proposta metodológica de ensino visa uma mudança de postura por
parte dos professores.
Pensando nessas metodologias, é certo que o uso de softwares educativos
abre um leque de possibilidades para o professor trabalhar e estimular seus alunos.
“Os recursos didáticos nas aulas de matemática envolvem uma diversidade de
elementos utilizados principalmente como suporte experimental na organização de
processo de ensino e aprendizagem”, como afirma Passos (2006, p. 78).

2.1.1 O software GeoGebra como recurso didático

Muitos educadores já ressaltaram a importância do uso de materiais – recursos


– didáticos como facilitador na aprendizagem. Para Lorenzato (2006, p. 18), material
didático é qualquer instrumento que o professor julgue útil ao processo de ensino-
aprendizagem e que interfere fortemente nesse processo, mas ressalva também que
deve ser usado conscientemente e com propósito bem definido.
Como aponta Lorenzato (2006, p. 27), os resultados do uso de materiais
didáticos “serão mais benéficos à formação dos alunos, porque […] as observações e
reflexões deles são mais profícuas, uma vez que poderão, em ritmos próprios, realizar
suas descobertas e, mais facilmente, memorizar os resultados obtidos durante suas
atividades”. Prova disso é que o uso de materiais manipulativos, jogos, softwares
educativos e tantos outros recursos estão cada vez mais presentes como recursos ou
suportes para novas metodologias ativas no ensino de Matemática. O uso de materiais
28

concretos ou digitais, como o GeoGebra, por exemplo, como recurso didático por si
só não garante uma aprendizagem eficaz, mas é instrumento útil para potencializar a
metodologia de ensino e o processo de aprendizagem.
Esses avanços tecnológicos exigem que o professor busque por uma formação
adequada e por propostas inovadoras, pois é preciso entender “por que e como
integrar estas na sua prática pedagógica e ser capaz de superar entraves […]
pedagógicos, possibilitando […] uma abordagem integradora de conteúdo”
(MERCADO, 1999, p. 40). Um cuidado a se tomar nesse sentido é a distância
existente entre o recurso didático e as relações matemáticas que pretendemos que
eles representem bem como sua escolha (PASSOS, 2006). Para isso, faz-se
necessário um planejamento bem objetivado para que o uso desses recursos não caia
no uso pelo uso.
Uma nova postura ganha o professor numa metodologia horizontalizada – a de
mediador –, e passa a desafiar os alunos na busca por caminhos para atingir um
conhecimento autônomo. O computador “permite novas formas de trabalho,
possibilitando a criação de ambientes de aprendizagem em que os alunos possam
pesquisar, fazer antecipações e simulações, confirmar ideias prévias, experimentar,
criar soluções” e, principalmente, construir novas formas de representação mental
(BRASIL, 1997, p. 141).
Conforme o presente trabalho pretende, entre outros objetivos específicos,
articular o Desenho Geométrico ao uso do GeoGebra, justifica-se a escolha de
referenciais teóricos como Penteado (1999), “que ao trazer o computador para a sala
de aula, o professor passa a contar não só com mais um recurso para a realização
das tarefas, mas também abre um novo canal de comunicação com os alunos”. É
importante salientar que um não substitui o outro, e é necessário que o professor
coloque os alunos em contato com situações variadas com a finalidade de
promoverem o próprio desenvolvimento.
Mas por que o GeoGebra? O GeoGebra é um software gratuito que integra
Geometria (Geo) e Álgebra (Gebra), e com ele é possível traçar, por exemplo,
segmentos de retas perpendiculares e retas paralelas, circunferências, ângulos e
medir segmentos, além de ser possível construir todas as figuras da Geometria
elementar. O dinamismo do software se dá pela possibilidade de as figuras poderem
ser movimentadas depois de serem construídas, conservando as relações e as
propriedades geométricas da construção inicial, possibilitando-nos experimentar e
29

desenvolver a visualização, bem como compreender melhor alguns conceitos da


Geometria; com isso, de alguma forma, acabamos por “dar forma” ao que antes era
considerado abstrato, ou seja, uma transição do abstrato para o concreto.

2.1.2 Desenho Geométrico e o ensino da Geometria

A Geometria está presente no nosso dia a dia. Nosso entorno é constituído por
infinitas formas e imagens, estando presentes em tudo, na natureza, nas construções
civis, nas artes… e, quando paramos para analisar essas formas, estamos lidando
com algumas ideias de paralelismo, perpendicularismo, congruência, semelhança,
medição e simetria. “As relações do Desenho Geométrico e a Matemática são tão
intrínsecas que, geralmente, é impossível entender as leis matemáticas sem os
recursos gráficos oferecidos pelo Desenho Geométrico” (RAYMUNDO, 2010, p. 18).
Lorenzato (2010, p. 17) afirma que as “palavras não alcançam o mesmo efeito
que conseguem os objetos ou imagens”. Para Raymundo (2010), seria impossível
entender as leis matemáticas sem os recursos gráficos que o Desenho Geométrico
nos oferece. Em contrapartida, Passos (2006, p. 81) reitera que os conceitos que
devemos construir ao longo do processo não “estão em nenhum dos materiais de
forma que possam ser abstraídos […], os conceitos serão formados pela ação
interiorizada” através de suas ações. Pelas palavras de Lorenzato, sem estudar
Geometria, as pessoas não desenvolveriam o pensar geométrico ou o raciocínio visual
e, sem essa habilidade, elas dificilmente conseguiriam resolver situações de vida que
fossem geometrizadas (LORENZATO, 1995, p. 5).
Inúmeros são os argumentos sobre a importância de se ensinar e aprender
Geometria, por isso o(a) professor(a) de Matemática deve se apropriar de
metodologias que propiciem um pensamento exploratório-investigativo, e os softwares
de Geometria dinâmica estabelecem a mediação desse processo de ensino-
aprendizagem.
Sobre a importância de se ensinar Geometria, a BNCC destaca que:

A Geometria envolve o estudo de um amplo conjunto de conceitos e


procedimentos necessários para resolver problemas do mundo físico e de
diferentes áreas do conhecimento. Assim, […] estudar posição e
deslocamentos no espaço, formas e relações entre elementos de figuras
planas e espaciais pode desenvolver o pensamento geométrico dos alunos.
Esse pensamento é necessário para investigar propriedades, fazer
30

conjecturas e produzir argumentos geométricos convincentes. É importante,


também, considerar o aspecto funcional que deve estar presente no estudo
da Geometria: as transformações geométricas, sobretudo as simetrias.
(BRASIL, 2017, p. 271).

No que tange à aprendizagem, a BNCC (BRASIL, 2017, p. 276) orienta que a


aprendizagem está “intrinsecamente relacionada à compreensão, ou seja, à
apreensão de significados dos objetos matemáticos, sem deixar de lado suas
aplicações”. Esses documentos sugerem ainda a utilização de recursos didáticos
como facilitador, inclusos aqui os “softwares de geometria dinâmica que têm um papel
essencial para a compreensão e utilização das noções matemáticas” (BRASIL, 2017,
p. 276). Entre as várias possibilidades, esses recursos nos proporcionam a
multiplicidade de representações dos objetos geométricos.
Durante nossa pesquisa, buscamos na BNCC orientações sobre desenho, e o
documento traz habilidades relacionadas à Geometria e ao desenho de modo geral,
como destacamos a seguir.

(EF08MA15) Construir, utilizando instrumentos de desenho ou softwares de


geometria dinâmica, mediatriz, bissetriz, ângulos de 90°, 60°, 45° e 30° e
polígonos regulares.
(EF04MA16) - Descrever deslocamentos e localização de pessoas e de
objetos no espaço, por meio de malhas quadriculadas e representações como
desenhos, mapas, planta baixa e croquis, empregando termos como direita e
esquerda, mudanças de direção e sentido, intersecção, transversais,
paralelas e perpendiculares.
(EF05MA17) - Reconhecer, nomear e comparar polígonos, considerando
lados, vértices e ângulos, e desenhá-los, utilizando material de desenho ou
tecnologias digitais.
(EF07MA21) - Reconhecer e construir figuras obtidas por simetrias de
translação, rotação e reflexão, usando instrumentos de desenho ou softwares
de Geometria dinâmica e vincular esse estudo a representações planas de
obras de arte, elementos arquitetônicos, entre outros.
(EF08MA18) - Reconhecer e construir figuras obtidas por composições de
transformações geométricas (translação, reflexão e rotação), com o uso de
instrumentos de desenho ou de softwares de Geometria dinâmica. (BRASIL,
2017).

Na BNCC não se tem as construções geométricas como um fundamento, daí a


escolha deste objeto de pesquisa para contribuir para a formação de professores de
Matemática. Dessa forma, a formação inicial e continuada de professores é essencial
para conseguirmos uma melhora no nível da Educação Básica, considerando que a
prática docente não é construída apenas por conhecimentos teóricos, mas por novos
saberes empíricos além dos adquiridos durante a graduação. De certo modo, estamos
31

promovendo estudos e atividades para ressignificar as disciplinas de Desenho


Geométrico.
Partindo do exposto, formalizamos a seguinte questão de estudos e
investigações: seria possível potencializar o aprendizado da Geometria adotando uma
metodologia de ensino – oficinas – que explore Construções Geométricas
desafiadoras por meio do software GeoGebra?
D’Ambrósio (2009, p. 31) afirma que, “do ponto de vista de motivação
contextualizada, a matemática que se ensina hoje nas escolas é morta”. A
diversificação metodológica com metodologias ativas, baseadas em instrumentos
didáticos é uma tentativa para mudar esse cenário.

2.1.3 Desafios Geométricos com a construção de “Mandalas Geométricas”

A proposta de ensino que surgirá dos resultados da pesquisa realizada traz


uma motivação ou um “atrativo” com a participação das oficinas: os Desafios
Geométricos, isto é, a construção das Mandalas Geométricas.

2.1.3.1 Mandala: conceito e estrutura

Mandala é uma palavra do sânscrito e significa “círculo”. As Mandalas se


caracterizam por desenhos ou estruturas dispostos(as) de forma concêntrica, ou seja,
que se desenvolvem a partir de um mesmo centro. A forma circular na construção de
uma Mandala é a regra caracterizada ainda pela simetria e repetição das formas.
Podemos classificá-las a partir da sua origem, finalidade e formação. Fioravanti
(2003, p. 9) diz que, quanto a sua origem, elas são classificadas em orientais e
ocidentais. As Mandalas ocidentais são normalmente utilizadas como adornos
arquitetônicos e em decoração, e sua finalidade nesse caso é o profano. Já as
Mandalas orientais são quase sempre de cunho religioso e, nesse caso, são mais
conhecidas por Rosáceas, e sua finalidade é o sagrado. Historicamente, as Mandalas
se constituem como uma das mais antigas inscrições e grafismo da humanidade.
Nosso foco na construção das Mandalas é quanto a sua composição, caracterizada
pelas formas geométricas.
As Mandalas Geométricas se constituem por desenhos geométricos que se
inscrevem uns aos outros, resultando em um círculo ou em um quadrado, desvelando
32

em repetição de padrões. Na construção de uma Mandala Geométrica é requerido o


conhecimento de vários conceitos da Geometria plana – circunferência, segmento,
ponto médio, mediatriz, bissetriz, retas paralelas, retas perpendiculares – além dos
princípios das Construções Geométricas, para, por exemplo, dividir uma
circunferência em partes iguais que possibilita circunscrever e/ou inscrever polígonos
regulares e polígonos estrelados.

Figura 1 – Mandala Geométrica: simetria radial

Fonte: Elaborada pela autora.

As Mandalas Geométricas são, em geral, simétricas, e, embora existam


diferentes tipos de simetria, trabalharemos apenas com dois tipos: simetria radial,
(Figura 1) e simetria axial (Figura 2). A maioria das Mandalas possui simetria radial,
que consiste na rotação de alguns elementos em torno de um certo eixo, ou seja, os
elementos se repetem em volta desse eixo, como na Figura 1. Já a simetria axial,
Figura 2, acontece quando dividimos a Mandala em seu eixo de simetria e obtemos
uma imagem espelhada.

Figura 2 – Mandala Geométrica: simetria axial

Fonte: Elaborada pela autora.


33

A oficina, a que viemos denominar Desafios Geométricos – Mandalas, foi


pensada de modo a ter como ponto de partida o desafio da reprodução e/ou da criação
de Mandalas, por meio das Construções Geométricas – ou Desenho Geométrico. Para
isso, foram escolhidas Mandalas Geométricas esteticamente atrativas, que possam
instigar a investigação por colocar os alunos diante de Construções Geométricas que
podem despertar a curiosidade no “como se faz” e estratégias de investigação
devem/podem ser estabelecidas. As Construções Geométricas que fazem parte da
oficina foram idealizadas tomando como base o trabalho Constructions was MUCH
better this year!,10 de Lisa Bejarano, de 2015. Uma proposta de ensino de Geometria
plana que envolve a construção de Mandalas e, segundo as narrativas da autora, pode
se considerar bem-sucedida.
A presença das mídias tradicionais – lápis e papel – e uma mais moderna – o
software GeoGebra – se justifica, pois uma mídia não substitui a outra, sendo seu uso
concomitante. O uso de um software de Geometria Dinâmica pode dar uma estrutura
organizacional à atividade de Construções Geométricas antes realizadas com “lápis e
papel” – ou “giz e quadro-negro” – e vice-versa.
Propositalmente, a oficina propõe em seus desafios os desenhos de objetos
geométricos considerados complexos – neste caso, as Mandalas. Fica suscitada a
necessidade de lançar mão de conhecimentos básicos já adquiridos (e, talvez,
adormecidos) sobre Construções Geométricas, procurando inverter o processo de
abordagem tradicional do aprendizado de Construções Geométricas que parte da
construção de elementos básicos (ou aqueles equivocadamente11 considerados mais
simples) – pontos, retas, segmentos – para os mais complexos. O critério na escolha
das Mandalas foi o do estudo de propriedades geométricas envolvidas em sua
construção.
Concomitantemente, a proposta da pesquisa foi se constituindo enquanto
acrescíamos novos elementos à oficina.

10 Disponível em: https://crazymathteacherlady.wordpress.com/2015/09/16/constructions-was-much-


better-this-year/ e https://crazymathteacherlady.wordpress.com/2014/09/21/maybe-constructions-
will-go-better-next-year/
11 O termo equivocadamente se insere nesse contexto dada à complexidade dos conceitos de ponto e

reta na geometria.
34

2.2 Delineando a metodologia de pesquisa

Optamos por uma metodologia de natureza qualitativa, caracteristicamente


multimetodológica, ou seja, usa uma variedade de procedimentos e instrumentos de
coleta de dados. Assim, devemos nos organizar de forma a colher e analisar esses
dados, “procurando tentativamente identificar temas e relações, construindo
interpretações e gerando novas questões e/ou aperfeiçoando as anteriores” (ALVES-
MAZZOTTI, 1999, p. 171), se julgarmos necessário.
Devemos nos lembrar que temos que dar credibilidade ao nosso trabalho,
dessa forma precisamos respeitar alguns critérios em relação à credibilidade dos
dados, sendo um deles a triangulação dos dados colhidos.
A pesquisa foi pensada de modo que os dados seriam (e, de fato, foram)
coletados por meio da observação participante, análise de documentos produzidos
pelos sujeitos do estudo, captura de tela e gravação de encontros virtuais. Os dados
coletados foram predominantemente descritivos, “obtidos no contato direto do
pesquisador com a situação estudada, [enfatizando] mais o processo do que o produto
e se [preocupando] em retratar a perspectiva dos participantes” (BOGDAN; BIKLEN,
1982).
As oficinas foram inicialmente pensadas e elaboradas para ocorrerem na forma
presencial; seriam cinco encontros a serem realizados nas dependências da
FaE/UFMG.
É essencial mencionar que, ao conceber a oficina, pensamos não apenas no
material, mas também na função desempenhada por quem a ministrasse. Nesse caso,
a pesquisadora ministraria todas as oficinas.
Toda proposta didática tem ganhos com a experimentação. Sendo assim, em
2019, com a oficina ainda em construção, a realizamos em duas ocasiões, ambas,
com os alunos do curso de Licenciatura em Matemática da própria UFMG, na
disciplina de estágio, ministrada por minha orientadora.
Em seguida, foi feito um relato de como ocorreram tais experimentações.
35

3 EXPERIMENTAÇÕES INICIAIS PRESENCIAIS

Após todo o processo de planejamento e elaboração inicial dos desafios,


ministramos a oficina na forma preambular com o objetivo de obter feedbacks –
observações, reações, insights. Foram realizadas, em novembro de 2019,
presencialmente, duas oficinas com os alunos da disciplina de estágio do curso de
Licenciatura em Matemática da UFMG. Procuramos observar ou averiguar, nessas
oficinas-testes, a dinâmica das construções já produzidas e criar novas estratégias de
intervenção, se julgássemos necessário. Fazendo jus à proposta de uma observação
participante, a pesquisadora/ministrante interveio no andamento da oficina, interagiu
com os participantes, provocou e esclareceu questões que emergiram.

3.1 Relato

Em ambas as oficinas, entregamos uma folha de atividades, como


apresentamos na Figura 3 e no Apêndice A. Escolhemos, inicialmente, quatro
Mandalas Geométricas que possuem semelhança em sua elaboração. Todas
possuem relações de proporcionalidade entre os elementos geométricos das
construções e trabalham conceitos relativos a triângulos circunscritos e inscritos em
circunferências; nos desafios propostos, especificamente, eram triângulos equiláteros.
36

Figura 3 – Folha de atividades

Fonte: Elaborada pela autora.

As oficinas aconteceram em dois momentos: o primeiro na manhã do dia 12 de


novembro de 2019, com a participação de 9 estudantes; o segundo na noite do dia 14
de novembro de 2019, com a participação de 5 estudantes.
O início das oficinas ocorreu de forma semelhante nas duas ocasiões, com a
distribuição da folha de atividades e uma breve explicação sobre a dinâmica delas e
a utilização do software GeoGebra para a realização das atividades. Solicitamos que
os estudantes se dividissem em duplas ou trios e que escolhessem uma das
construções para trabalhar. A partir da escolha, começaram a discutir entre eles sobre
como deveriam construir cada Mandala.
37

No primeiro momento, que chamaremos de Oficina 1, foram formados 4 grupos


e iniciamos com a liberação do uso do GeoGebra; já no segundo momento, o qual
chamaremos de Oficina 2, foram formados 3 grupos, e pedimos que começassem as
construções utilizando somente régua e compasso e que só depois utilizassem o
software GeoGebra. Nosso intuito com essa mudança de estratégia foi propor um
comparativo entre as construções com régua e compasso e as feitas no GeoGebra.
Ao longo da discussão inicial, nos dois momentos, fomos acompanhando os
grupos sem interferir em suas construções, com pequenas intervenções que
permitiram auxiliar na alteração e sobreposição das construções quando feitas no
GeoGebra.
Com algumas construções já prontas, em ambas turmas, partimos para uma
conversa coletiva. Para cada uma das Mandalas, um dos estudantes de cada grupo
foi até o quadro e fez um rascunho de como efetuaram a construção da Mandala.
Diante das explicações, fomos observando, anotando as dúvidas e os possíveis
equívocos e discutindo os conceitos e propriedades que emergiram no decorrer da
conversa.
Ao final das oficinas, pedi aos estudantes que nos enviassem por e-mail os
arquivos contendo suas construções realizadas no GeoGebra. Apenas a turma do dia
12 de novembro o fez, e a partir dessas contribuições extraímos o processo de
realizado através do Protocolo de Construção do próprio GeoGebra. A seguir
descrevemos parte das construções e interações feitas pelos participantes durante as
oficinas. Para identificar os grupos, chamaremos o grupo 1 de G1, o grupo 2 de G2, o
grupo 3 de G3 e o grupo 4 de G4.

Mandala 1

Figura 4 – Oficina Presencial: Mandala 1

Fonte: Elaborada pela autora.


38

Em ambas as oficinas, a Mandala 1 não foi discutida pelas turmas.


Aparentemente, os estudantes deram preferência ao que julgaram sendo as Mandalas
mais complexas de se construir.

Mandala 2

Figura 5 – Oficina Presencial: Mandala 2

Fonte: Elaborada pela autora.

A Mandala 2, coincidentemente, foi a primeira a ser discutida em ambas as


turmas. Logo no início dessas discussões, uma das estudantes mencionou o termo
Cevianas, sugerindo que um dos pontos de vértice do triângulo e que dois vértices do
losango pertenciam a uma mesma reta.
Nesse momento, demos uma pausa para que a turma toda se inteirasse do que
de fato seriam as Cevianas, pois nem todos se recordavam. Sugerimos que todos
pesquisássemos na internet esse conceito.
Logo depois, chamamos a atenção para o fato de que não era apenas uma
Ceviana, uma vez que, por definição, são segmentos de reta que partem do vértice
do triângulo interceptando qualquer ponto do lado oposto, e nessa Mandala a Ceviana
em questão intercepta um ponto específico do lado do triângulo, como observamos
na Figura 6.
39

Figura 6 – Oficina Presencial: visualização de uma


Ceviana na Mandala 2

Fonte: Elaborada pela autora.

Estudantes se manifestaram e inferiram visualmente ser esse o ponto médio


do lado oposto ao vértice em questão. A essa altura, os estudantes trouxeram à tona
outro elemento importante da Geometria plana, os pontos notáveis do triângulo
equilátero.
Aqui coube uma complementação de nossa parte, eu e minha orientadora, em
relação às Cevianas, uma vez que os segmentos de reta que partem de um vértice do
triângulo e interceptam seus pontos notáveis denominam-se Cevianas Notáveis, que
são: Bissetriz, Mediana e Altura.
Iniciamos outra discussão em relação às medianas e mediatrizes pelo fato de
ambas interceptarem o ponto médio dos lados do triângulo equilátero. Nesse
momento foi enfatizado pelos estudantes que ambas, juntamente com a Bissetriz,
coincidiam, por se tratar de um triângulo equilátero.
Nesse instante indagamos sobre como construir, então, um triângulo equilátero
utilizando somente régua e compasso. Para nossa surpresa, a maioria dos estudantes
sugeriu que dividíssemos a circunferência em seis partes e uníssimos três pontos
alternados, formando assim um triângulo equilátero, como mostra a construção feita
por um dos estudantes do G3 (Figura 7). Nossa expectativa era de que construíssem
o triângulo partindo de um segmento e raio de duas circunferências centradas, cada
uma, nas extremidades desse segmento; determinando os pontos de interseção entre
essas circunferências, seria possível traçar o triângulo equilátero.
40

Figura 7 – Oficina Presencial: construção do triângulo equilátero (G3)

Fonte: Oficinas Desafios Geométricos – Oficinas Presenciais.

A divisão da circunferência em seis partes congruentes ocorreu de duas formas


pelos grupos. Assim, o grupo da ilustração acima o fez com “régua e compasso”. Os
outros optaram por construírem dois triângulos equiláteros invertidos inscritos em uma
circunferência, como mostramos abaixo (Figura 8), através do processo de construção
de um dos estudantes do G2.

Figura 8 – Oficina Presencial: construção da Mandala 2 (G2)

Fonte: Oficinas Desafios Geométricos – Oficinas Presenciais.


41

A partir da construção do primeiro triângulo equilátero, utilizando a ferramenta


polígono do GeoGebra, o grupo traçou as três mediatrizes referentes aos lados do
triângulo e a circunferência a que ele é inscrito, dividindo assim a circunferência em
três partes congruentes. Marcando os pontos de interseção entre as mediatrizes e a
circunferência, traçaram o segundo triângulo equilátero. Justificaram, assim, a divisão
da circunferência em seis partes congruentes.
Para finalizar a Mandala, marcaram os pontos de interseção entre os triângulos
e, construindo os losangos alternados, traçaram, for fim, uma circunferência menor ao
centro da Mandala com o raio definido visualmente, medindo a metade de um dos
lados dos losangos.
A discussão sobre a divisão de uma circunferência em três e em seis partes
congruentes deu início às nossas interações sobre a construção da Mandala 3.

Mandala 3

Figura 9 – Oficina Presencial: Mandala 3

Fonte: Elaborada pela autora.

Os dois grupos que construíram essa Mandala começaram traçando o


hexágono maior. Cada grupo concluiu de forma diferente, mas ambos foram
elaborando os triângulos laterais até que se formasse o hexágono menor no centro da
Mandala. Partimos da divisão de uma circunferência em seis partes congruentes para
a construção da Mandala 3.
Um dos estudantes, ao explicar o que foi feito, informou que começaria pela
construção do hexágono maior. Para a construção do hexágono maior, ele traçou uma
reta e definiu o centro da circunferência. A partir do centro, traçou a circunferência e
42

marcou o ponto de interseção entre a reta e a circunferência, justificando que assim


definiria o raio para traçar uma segunda circunferência, com o objetivo de construir
um triângulo equilátero com vértices nos pontos de interseção entre as duas
circunferências e seus centros.
Nesse momento da construção, não houve intervenção, pelo fato de já termos
trabalhado com a divisão de circunferências na Mandala anterior. Prosseguimos com
a construção, e o estudante repetiu o processo com a segunda circunferência,
traçando uma terceira. Para finalizar, marcou os pontos de interseção entre a segunda
circunferência e a primeira e entre a segunda circunferência e a terceira. Definiu-se,
assim, cinco pontos de interseção entre as circunferências. Para definir um triângulo,
uniu os pontos de interseção entre a segunda circunferência e a primeira, repetiu o
mesmo com os pontos de interseção entre a segunda circunferência e a terceira.

Figura 10 – Oficina Presencial: processo de construção da Mandala 3 (a)

Fonte: Oficinas Desafios Geométricos – Oficinas Presenciais.

Aqui coube um questionamento sobre como validar que a construção feita


fosse, de fato, de triângulos equiláteros. O estudante justificou sua construção pela
propriedade dos ângulos internos de um triângulo equilátero; para isso, exibiu, com o
auxílio do GeoGebra, as medidas dos ângulos internos de 60º. Mais uma vez
questionados por que fizeram esse processo, argumentaram que assim teriam seis
triângulos equiláteros no interior da segunda circunferência, sendo um de seus lados,
um dos lados do hexágono. Na Figura 11 observamos esse processo de construção
do estudante do G1.
43

Figura 11 – Oficina Presencial: processo de construção da Mandala 3 – G1 (b)

Fonte: Oficinas Desafios Geométricos – Oficinas Presenciais.

Dando continuidade à construção, os estudantes foram questionados sobre os


triângulos laterais e qual propriedade poderíamos inferir deles. Eles se manifestaram
e disseram que, visualmente, se tratava de um triângulo retângulo, e imediatamente
foram perguntados como garantir essa propriedade na construção.
Nesse momento, a maioria deles sugeriu que, para garantir a construção de um
triângulo retângulo, se deveria traçar uma reta perpendicular à reta inicial, passando
pelo centro da segunda circunferência. Em seguida, se deveria traçar retas pelos
pontos alternados dos vértices marcando os pontos de interseção entre as retas e
entre as retas e as circunferências, formando assim os triângulos, como visualizamos
na Figura 12.
44

Figura 12 – Oficina Presencial: construção da Mandala 3 – G1

Fonte: Oficinas Desafios Geométricos – Oficinas Presenciais.

O G2 iniciou pela construção do hexágono de modo bem semelhante ao do G1.


A diferença foi pelo fato de que dividiram a circunferência em 6 partes iguais e
traçaram o hexágono sem traçarem os triângulos equiláteros internos.
Para a construção dos triângulos, o G2 traçou, primeiramente, uma reta
perpendicular à reta inicial passando pelo centro da segunda circunferência. A partir
da interseção entre as duas retas, foram traçando as mediatrizes referentes aos lados
do hexágono. Como os estudantes usaram a ferramenta Mediatriz, do GeoGebra,
foram questionados como traçariam essas retas utilizando régua e compasso.
Com as mediatrizes traçadas, marcaram os pontos de interseção entres elas e
as circunferências. Definindo como raio a distância entre esse ponto e o centro da
segunda circunferência e centro coincidindo com a mesma, traçaram uma quarta
circunferência marcando os pontos de interseção com a reta perpendicular. Unindo
dois desses pontos e um vértice do hexágono, foram formando os triângulos laterais,
conforme mostramos na Figura 13.
45

Figura 13 – Oficina Presencial: construção da Mandala 3 – G2

Fonte: Oficinas Desafios Geométricos – Oficinas Presenciais.

Mandala 4

Figura 14 – Oficina Presencial: Mandala 4

Fonte: Elaborada pela autora.


46

A última Mandala que construímos foi a Mandala 4. Como o tempo estabelecido


já estava se encerrando, fizemos uma breve discussão sobre triângulo inscrito em
uma circunferência.
A partir do Protocolo de Construção do GeoGebra, foi apresentada a
construção feita por um estudante durante a realização da oficina. Iniciou-se pelo
triângulo equilátero a partir das interseções das duas circunferências. Com o triângulo
definido, o próximo passo foi encontrar o circuncentro desse triângulo. Pela
construção, percebeu-se que o caminho foi traçar as mediatrizes e marcar a
interseção entre elas, definindo assim o centro da circunferência circunscrita ao
triângulo.
Com a marcação das interseções entre as mediatrizes e os lados do triângulo,
definiram o raio da circunferência menor, tendo-se assim o triângulo inscrito na
circunferência. Concluíram a Mandala com a marcação dos pontos de interseção entre
a circunferência menor e as mediatrizes, e formaram então o triângulo equilátero
menor.

Figura 15 – Oficina Presencial: construção da Mandala 4

Fonte: Oficinas Desafios Geométricos – Oficinas Presenciais.


47

Com a finalização das construções, abriu-se uma discussão com as turmas,


quando foram feitos alguns apontamentos.

3.2 Considerações dos participantes sobre as Oficinas Presenciais

Oficina Presencial 1

Os participantes relataram que, para a aplicação/realização da oficina, seriam


necessários alguns conhecimentos básicos sobre, por exemplo, mediatriz, bissetriz;
nesse caso, dependendo da turma (de estudantes), a atividade deveria passar por
ajustes.
No geral, acharam que foi um trabalho interessante, pois possibilitou colocá-los
em ação, permitindo que se criasse, mesmo que não conseguissem fazer de modo
certo num primeiro momento, um movimento de alguns aspectos da mente deles no
sentido de aprenderem.
Quando indagados se, com essa atividade, seria possível trabalhar em vários
níveis, os participantes disseram que quanto antes fossem estimulados seria melhor;
portanto, desde que adaptando a atividade, seria possível trabalhar alguns elementos
da Geometria.
Perguntamos também se achavam válido o uso de software de Geometria
dinâmica, e, segundo eles, é mais fácil investigar com o uso do GeoGebra, mas que,
se fossem eles a aplicarem esse tipo de atividade, pediriam aos estudantes uma
conclusão do que eles fizeram (por exemplo: fiz a construção da bissetriz a partir de
tais argumentos – sistematização) ou pediriam que escrevessem com as próprias
palavras as propriedades que eles utilizaram. Corroborando os participantes, o ato de
registrar o que é feito auxilia o aluno na organização de seus pensamentos e na
construção do conhecimento, assim como utilizamos uma linguagem mais clara e
compreensiva para o aluno.
Por fim, questionamos se as construções que fizeram tinham algo de dinâmico,
e nos relataram que sim, e que, ao mover segmentos ou pontos, as propriedades
foram mantidas.
48

Oficina Presencial 2

Perguntados inicialmente o que acharam da atividade, um dos participantes


disse que achou interessante, mas que, ao levar a atividade para o GeoGebra, ele
ocultaria algumas ferramentas dos estudantes. Segundo ele, ocultaria, por exemplo,
a ferramenta “reta perpendicular”, “ponto médio”, por considerar importante que o
estudante saiba fazer essas construções.
Outro participante discordou dessa opinião por pensar que, em algumas
atividades, esses elementos podem poluir o desenho, mas que deve ser considerado
o objetivo/proposta da atividade. Se for a construção em si, não faz sentido bloquear
as ferramentas; segundo ele, saber usar o GeoGebra inclui saber usar os recursos
que ele tem para facilitar.
Segundo outra participante, algumas ferramentas agilizam a construção, mas,
antes de os estudantes serem liberados a utilizarem todas elas, trabalharia as
construções primeiro e somente depois, já sabendo como construir, seria permitido
usar os “atalhos” oferecidos pelo GeoGebra. A opinião de todos sobre o GeoGebra é
que ele ajuda na comprovação das propriedades geométricas.
Os participantes relataram que, para a aplicação/realização da oficina, é
necessária uma estrutura adequada, pois, em algumas escolas, não têm
computadores disponíveis. Outro ponto levantado é a generalização que o GeoGebra
oferece, possibilitando que padrões sejam percebidos durante a construção e
propiciando a formulação dos conceitos estudados.
Por fim, indagamos se eles participariam, como professores, de oficinas com
proposta metodológicas utilizando o software. Disseram que sim, desde que não fosse
um curso de apresentação do GeoGebra, mas sim um curso que mostrasse as
funcionalidades do software para o ensino da Matemática. No geral, acharam
importante ter uma breve apresentação, por existirem alguns professores que não são
familiarizados com o uso do GeoGebra, mas não focar no seu uso.
Finalizando nosso encontro, pedimos aos participantes que nos enviassem, via
e-mail, alguma sugestão, crítica ou elogio relativos à oficina. Abaixo, na Figura 16,
apresentamos a consideração de um dos participantes.
49

Figura 16 – Oficina Presencial: consideração de uma aluna sobre a oficina

Fonte: Oficinas Desafios Geométricos – Oficinas Presenciais.

3.3 Nossas considerações

Como descrito, após a realização das oficinas com os estudantes de


Licenciatura em Matemática, foram discutidas algumas ações e sugestões que
pudessem melhorar a dinâmica das atividades. Percebemos que essas deveriam ser
adaptadas para abranger um público maior.
As atividades propostas apresentam um certo nível de dificuldade, que,
segundo os relatos, não seriam de fácil execução. Por esse motivo, decidimos propor
uma variação da oficina: para quem tem conhecimento ou não sobre o GeoGebra,
para estudantes da licenciatura (iniciantes e formandos) e para professores já em
exercício.
Entretanto, é perceptível que as interações ao longo das oficinas
desencadearam a necessidade de discutir alguns conceitos geométricos, ou seja, são
situações que provocaram o pensar geometricamente. Foi nesse ponto, quando
planejávamos as oficinas para a coleta de dados, que precisamos interromper a nossa
pesquisa devido a pandemia.
FRAGMENTO III: DESAFIOS EM TEMPOS DE COVID-19
51

4 DESENHANDO A OFICINA ON-LINE E TRAÇANDO UM NOVO PLANO DE


AÇÃO – DURANTE A PANDEMIA

Meados de março de 2020: as atividades do ano letivo mal começaram nas


escolas brasileiras e fomos surpreendidos pela pandemia da covid-19. Os impactos
da pandemia não se manifestaram apenas como um problema epidemiológico, uma
série de atividades cotidianas foram afetadas devido ao isolamento social
implementado para o controle da covid-19.
Em decorrência desse isolamento, professores e alunos se viram diante de um
dilema: como prosseguir com o ano letivo em meio à pandemia? Em especial, em
meio a várias incertezas, surgiu uma pergunta: e, agora, como aplicar a oficina e dar
andamento à pesquisa?
O primeiro momento foi de espera, tudo era novo, ninguém tinha certeza do
que vinha pela frente, de quanto tempo ficaríamos em isolamento social. Com o passar
do tempo, várias notícias iam surgindo e com elas um cenário se apresentou: aulas
remotas e ensino à distância.
Nesse momento vimos que nossa pesquisa em campo, presencialmente,
estava totalmente descartada. Percebemos, então, a necessidade de mudar nossas
estratégias para prosseguir. De imediato, pensamos em oferecer nossas oficinas no
formato virtual. Mesmo com dúvidas, (re)construímos nossas estratégias e
oferecemos uma versão de nossa oficina em um Ambiente Virtual de Aprendizagem
(AVA), dando continuidade à nossa pesquisa.
A partir das observações da dinâmica das construções, reações e insights que
obtivemos com a oficina presencial, foi preciso ajustar algumas estratégias de
intervenção e adequar nossa oficina para a modalidade on-line.

4.1 Elaboração da “Oficina Desafios Geométricos – Mandalas” na modalidade


à distância

As oficinas, inicialmente presenciais, foram pensadas e desenvolvidas para


terem uma carga horária de 12 horas, divididas em 5 encontros semanais presenciais,
como já explanamos. Realizamos em 2019 duas aplicações com os alunos de
Licenciatura em Matemática da UFMG. Devido à pandemia, reformulamos nossa
oficina para a modalidade à distância, com carga horária de 8 horas, no ambiente de
52

aprendizagem Moodle, na plataforma EnsineOnline.12 A Oficina Desafios Geométricos


foi registrada, junto ao SIEX/UFMG,13 como Curso de Extensão,14 na categoria Curso
de Atualização, sob o nº 102721.
Compartilhamos da ideia de Ponte, Brocardo e Oliveira (2003), quando
definimos a dinâmica de nossa oficina. Nela, não nos será permitido interferir de forma
a induzir os participantes a chegarem à finalização de uma construção. Cabe a nós o
estímulo para que os sujeitos cheguem ao resultado, conduzindo-o a pensar e a
questionar. Ainda segundo esses autores, “numa aula com investigações, o professor
deve, sem dúvida, privilegiar uma postura interrogativa […]”. Ao colocar uma questão,
a intenção do professor pode ser, simplesmente, “a de clarificar ideias, quer para a
sua própria compreensão, quer para de toda a turma” (PONTE; BROCARDO;
OLIVEIRA, 2003, p. 52).

RELATO

A Oficina Desafios Geométricos – Mandalas tem como ponto de partida o


desafio da reprodução e/ou criação de Mandalas, por meio das Construções
Geométricas, ou Desenho Geométrico. Para isso, foram escolhidas Mandalas
Geométricas que pudessem instigar a investigação e colocar os alunos diante de
desafios geométricos cujas estratégias de investigação certamente ocorreriam. A
oficina foi planejada para trabalhar conteúdo da grade curricular de Geometria de
forma contextualizada, utilizando ferramentas como régua e compasso e o software
GeoGebra. O critério na seleção das Mandalas foi o conjunto de propriedades
geométricas envolvidas em sua construção.

12 Plataforma EaD LMS – EnsineOnline. Disponível em: https://plataformaead.ensineonline.com.br/


13 SIEX/UFMG é o sistema de dados e informações da Pró-Reitoria de Extensão da UFMG (PROEX).
Ele é um sistema on-line que permite o registro e a visualização das ações e produções de extensão
da universidade.
14 Cursos abertos para a sociedade com o objetivo de aprimoramento. As atividades são realizadas

pelas unidades acadêmicas da universidade, em todas as áreas do conhecimento, e emitem


certificado de participação.
53

4.1.1 Público-alvo: adesão e inscrição na oficina on-line

Puderam participar professores de Matemática de todas as redes e níveis de


ensino, graduandos em Licenciatura em Matemática ou interessados em estudar
Construções Geométricas.
Para participar da Oficina Desafios Geométricos, o interessado preencheu o
Formulário de Inscrição via Google Forms (Anexo A), aceitando ou não o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido –TCLE (Anexo B), que fez parte do formulário. Ao
final do prazo de registro, os participantes receberam um e-mail confirmando sua
inscrição com as instruções de acesso à plataforma do curso. As matrículas ficaram
disponíveis no seguinte endereço eletrônico: https://forms.gle/Zn1tPYrJrv4mVjfQ6. Ao
final da oficina, foi emitido a todos os participantes ativos o certificado de participação
(Anexo C).

4.1.2 Metodologia das oficinas

Um grupo de professores foi convidado a se organizar, de forma


coletiva/colaborativa, com o objetivo de se obter engajamento mútuo entre os
envolvidos, com troca de experiências e conhecimentos.
Para a realização das oficinas, foram disponibilizados na plataforma do curso
um material de apoio e um pequeno manual sobre o uso do GeoGebra.
Inicialmente, foi aberto um fórum de apresentação dos participantes, seguido
de fóruns específicos para as construções das Mandalas Geométricas, e, por fim, se
fez a socialização entre os participantes.

4.1.3 Estrutura curricular e recursos didáticos

Para a realização dessas oficinas, utilizamos computadores com o software


GeoGebra instalado, régua, compasso, lápis, papel.
Ao longo das oficinas, exploramos: construção de circunferências tangentes;
ponto médio e mediana; mediatriz e bissetriz; retas perpendiculares; construção de
triângulo equilátero; construção de polígonos regulares (quadriláteros, pentágonos,
hexágonos, heptágonos e octógonos); divisão de uma circunferência em n partes
iguais.
54

Os encontros foram mediados pela Professora Angélica Rodrigues Ventura,


aluna do PROMESTRE, na linha de Educação Matemática, e por sua orientadora,
Professora Teresinha Fumi Kawasaki.

4.2 A organização da oficina on-line

Como já mencionamos, o AVA escolhido para a realização da oficina foi o


Moodle, disponibilizado pela plataforma EnsineOnline, na sua versão gratuita. Apesar
da versão utilizada ser a gratuita, tivemos várias ferramentas a nosso dispor. Nossa
oficina foi dividida, basicamente, em dois momentos: os assíncronos e os síncronos.
Em nossos momentos assíncronos, utilizamos ferramentas em que a interação
entre nós e os participantes fosse conforme o tempo de cada um, sem a necessidade
de estarmos on-line na mesma hora. Por exemplo: os fóruns de discussão, troca de
mensagens na própria plataforma, e-mails e recursos de vídeo. Já em nossos
momentos síncronos, encontros virtuais, em que há a necessidade de todos estarem
no mesmo ambiente em simultâneo, usamos como recurso a webconferência.
Como veremos a seguir, nossa oficina foi dividida em 6 tópicos para melhor
organização da plataforma.

4.2.1 Tópico 1 – Oficina Desafios Geométricos – Mandalas

No primeiro tópico, trouxemos as seguintes informações sobre o curso:


apresentação da oficina, objetivo, conteúdos explorados, avaliação e certificação.
Houve também dois fóruns: um para avisos sobre o curso e outro para tirar dúvidas,
se necessário.
55

Figura 17 – Oficina on-line: Tópico 1

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

4.2.2 Tópico 2 – Dando a largada

O segundo tópico deu início à oficina com o fórum de apresentação “Vamos


nos conhecer”. Esse espaço foi usado para os participantes se conhecerem, trocarem
experiências e expectativas.

Figura 18 – Oficina on-line: Tópico 2

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.


56

4.2.3 Tópico 3 – Desafio geométrico

Neste tópico, apresentamos cada Construção Geométrica lançada como


desafio em um fórum de discussão. A dinâmica foi a mesma para todos os desafios:
iniciamos o fórum apresentando a Mandala e pedimos aos participantes que
discutissem como construir, da maneira que achassem mais conveniente, a princípio,
usando Construções Geométricas apenas.

Figura 19 – Oficina on-line: Tópico 3

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

4.2.4 Tópico 4 – Encontro virtual

O quarto tópico foi utilizado para marcação e divulgação dos nossos encontros
virtuais. Os encontros foram feitos via Google Meet e todos foram gravados com a
autorização dos participantes.
57

Figura 20 – Oficina on-line: Tópico 4

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

4.2.5 Tópico 5 – Desafio geométrico e GeoGebra

No quinto tópico, os participantes foram instruídos a construírem as Mandalas


utilizando o GeoGebra e que compartilhassem suas construções para que todos
pudessem visualizar e discutir sobre o conteúdo trabalhado. Nos fóruns também foi
disponibilizado um aplicativo do GeoGebra, para que eles pudessem usar o software
no Moodle.
Neste tópico ainda liberados alguns recursos didáticos para auxiliar os
participantes no uso do GeoGebra e em algumas Construções Geométricas básicas.
No ícone “Vamos conhecer o GeoGebra?” disponibilizamos um pequeno manual
sobre o uso do software e também links para sua utilização on-line ou para seu
download. No ícone “Noções básicas de Construção Geométrica no GeoGebra”,
trouxemos, em formato de livro, algumas construções feitas no GeoGebra, mostrando
seu passo a passo escrito e em forma de vídeo, para melhor entendimento do
participante.
58

Figura 21 – Oficina on-line: Tópico 5

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

4.2.6 Tópico 6 – Estamos chegando ao fim

Para finalizar o curso, pedimos aos participantes que avaliassem o curso por
meio de um questionário. Aqueles que cumpriram as exigências receberam o
certificado de conclusão do curso emitido pela UFMG.

Figura 22 – Oficina on-line: Tópico 6

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.


59

5 EXPERIMENTAÇÕES VIRTUAIS

Como foi dito anteriormente, no ano de 2020, marcado pela pandemia,


mudamos nossos planos iniciais para a aplicação da oficina. Iniciamos, assim, o ano
recriando estratégias e transpondo a oficina para a plataforma EnsineOnline. Criamos
também alguns canais on-line para divulgação e inscrição.

5.1 Oficina Desafios Geométricos na plataforma on-line

O curso foi divulgado em um grupo no Facebook e os interessados foram


redirecionados a uma página on-line com as informações sobre a oficina e a pesquisa
em andamento (Apêndice B) - https://is.gd/cursodesafiosgeometricos. Aqueles que
mostraram interesse em participar preencheram o formulário de inscrição aceitando
ou não o TCLE. Foi informado no formulário que o não aceite do Termo de
Consentimento não impediria a realização da oficina.

Figura 23 – Folder de divulgação da Oficina Desafios Geométricos

Fonte: Elaborada pela autora.

As inscrições para a primeira turma, como mostra a figura acima, foi realizada
no período de 10 a 20 de agosto e teve seu início adiado para o dia 23 de outubro de
2020. O adiamento para o início da oficina foi informado e explicado a todos que
60

fizeram inscrição, e aqueles que ainda demostraram interesse em participar na nova


data foram avisados e receberam acesso à plataforma.
Houve matrícula de 10 participantes para essa entrada da oficina, todos
aceitaram o TCLE; assim, seus dados (reais) puderam ser usados na pesquisa. O
início ocorreu no dia 23 de outubro de 2020.

Quadro 1 – Dados dos participantes


Nome do Identificação no
Formação acadêmica Leciona
participante texto
Graduando em
Ediley da Silva
Ed Licenciatura em Ensino Fundamental I
Pena
Matemática
Marilda Fernandes Md Licenciado em Pedagogia Ensino Fundamental I
Graduando em
João L. Barbosa Curso Técnico em
Jl Licenciatura em
Costa Segurança do trabalho
Matemática
Munira Assad
Mn Licenciado em Matemática Ensino Fundamental II
Simão
Waldirene de
Wa Licenciado em Matemática Aulas particulares
Alencar Melo
Graduando em
Kelly Brandão
Ke Licenciatura em Não
Maciel
Matemática
Graduando em
Marcus Vinicius
Mv Licenciatura em Não
Ferraz Vieira
Matemática
Graduando em
Samuel Carlos
Sc Licenciatura em Não
Teles
Matemática
Graduando em
Mariana de Castro
Ma Licenciatura em Não
Santos
Matemática
Vinícius Borovoy de
Vb Licenciado em Matemática Ensino Médio
Sant’ana
Fonte: Elaborado pela autora.

O acesso à plataforma foi liberado aos participantes no dia 23 de outubro de


2020 com a abertura do fórum de apresentação, havendo participação de 6
professores.
61

Figura 24 – Oficina on-line: apresentação da participante Md

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

Neste primeiro momento de socialização, todos os professores que


responderam ao fórum, além de se apresentarem, também expressaram vontade de
adquirirem mais conhecimentos sobre Construções Geométricas no GeoGebra.

5.1.1 Momento virtual 1: Desafio Geométrico I

O primeiro Desafio Geométrico foi liberado no dia 26 de outubro de 2020,


também disponibilizado em um fórum de discussão. A discussão se iniciou com a
apresentação da Mandala que iríamos reproduzir e algumas questões para
impulsionar o debate entre os participantes, como mostramos a seguir.

Figura 25 – Oficina on-line: Desafio Geométrico I

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas;


62

Intervimos em todos os momentos em que sentimos necessidade de provocar


maior interação.

Figura 26 – Oficina on-line: intervenção no fórum do Desafio Geométrico I

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

A partir desse momento, os participantes começaram a compartilhar suas


ideias de construção das Mandalas. Nós, como moderadoras do fórum, optamos,
inicialmente, por não apontar erros nas construções enviadas – neste momento nossa
intenção era provocar uma discussão.
Podemos ver abaixo um exemplo de participação: não há rigor matemático na
construção, mas a contribuição revisitou o triângulo equilátero, o conceito de ponto
médio de um lado do triângulo e também menção à construção de uma circunferência
pela medida do raio.

Figura 27 – Oficina on-line: contribuição da participante Wa ao Fórum I

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.


63

Nossa resposta a essa contribuição foi um questionamento: “Existem outras


possibilidades para esta construção ou a Matemática não nos permite encontrar
outras respostas? Existem condições de existência para a proposta da Waldirene?”
Em resposta, enviaram-nos outra proposta de construção, com outro
apontamento, as circunferências tangentes e seus centros serem os vértices de um
triângulo equilátero. Houve então outro questionamento sobre a construção de
triângulos equiláteros, que até o momento havia sido construído usando segmentos
ou retas a partir da medida do ângulo de 60º. Foi perguntado se existiria outra maneira
de construir um triângulo equilátero sem usar diretamente a relação dos ângulos
internos.
Em resposta, nos foi apresentada a construção de um triângulo equilátero
utilizando régua e compasso.

Figura 28 – Oficina on-line: contribuição da participante Ma ao Fórum I

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

Tivemos mais uma participação no fórum, mas sua construção não apresentou
novos elementos. Todos os pontos levantados durante o Fórum Desafio Geométrico I
foram discutidos em nosso encontro virtual, como veremos a seguir.

5.1.2 Momento virtual 2: Encontro Virtual I

Nosso primeiro encontro virtual aconteceu no dia 29 de outubro de 2020,


utilizando a plataforma Google Meet. A gravação do encontro foi informada aos
participantes no início e também na plataforma do curso.
O encontro teve presença de duas participantes, Marilda (Md) e Mariana (Ma),
e se iniciou com uma breve socialização, seguimos com a discussão sobre a
construção da Mandala apresentada no Fórum Desafio Geométrico I. Os trechos
transcritos da gravação serão apresentados em itálico.
64

Mandala construída

Figura 29 – Primeiro encontro virtual: Mandala construída

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

Iniciamos a discussão chamando atenção ao fato de a construção apresentar


um triângulo e três circunferências específicas. Em seguida, indagamos quais foram
as primeiras abordagens sobre a construção.
A participante Md nos disse que iniciaria pelo triângulo, que, visualmente,
parecia ser um triângulo isósceles. Afirmou também que as circunferências tinham o
mesmo tamanho de raio e estariam sobrepostas. Indagamos nesse momento se, de
fato, estavam sobrepostas.

 T: Sobrepostas?
 Md: É, tá sobreposta, elas entre si não, mas entre o, com relação ao triângulo.
 A: E essas circunferências, elas são o quê entre si?
 Md: Ligadas. Elas tão... Como é que eles falam? Tangenciando né, que fala uma
com a outra?

Após a participante Md identificar que as circunferências eram tangentes entre


si, Ma surgiu com o elemento ponto médio relativo ao lado do triângulo. Ma sugeriu
que o centro das circunferências fosse o ponto médio relativo a cada um dos lados do
triângulo. Esse novo elemento levantou a questão “do jeito certo” de se resolver o
desafio. Nesse momento, houve intervenção para esclarecer que não buscávamos
uma resposta certa, desde que chegássemos na meta estabelecida, o caminho
percorrido poderia ser diferente.
65

Foi lembrado então que, no Fórum Desafio Geométrico I, a Wd sugeriu a


construção de um triângulo equilátero partindo do seu ângulo de 60º (ver Figura 27).
Indagamos se existiria outra forma de se construir um triângulo equilátero sem utilizar
o ângulo interno de 60º. Tivemos as seguintes contribuições:

 Ma: Bom tem um jeito que eu aprendi né, assim. Se usa compasso basicamente. E
aí você vai fazendo basicamente por segmentos de mesmo tamanho né, então
começa com uma circunferência de raio R. Aí você pega qualquer ponto da
circunferência e faz mais uma circunferência de mesmo raio. Aí, vamos ter dois pontos
de intersecção, né. Aí você escolhe um desses pontos e constrói mais uma
circunferência. De mesmo raio.
 Md: Vai ter dois pontos, não?
 Ma: Sim, mas então você escolhe qualquer um deles, se você…

Neste ponto da discussão intervimos com o compartilhamento de uma tela


dinâmica, na qual fizemos o passo a passo direcionado pela participante Ma.
Relembramos aqui que, nesse momento de interação, não cobramos rigor matemático
das participantes, como podemos observar no diálogo a seguir:

 Ma: Então primeiro fazer uma circunferência qualquer, de um raio aí. E aí pegar um
ponto dessa circunferência e usar como centro, e fazer uma outra circunferência de
mesmo raio. […] Aí depois teria que fazer uma outra circunferência de mesmo raio
com o centro em uma dessas intersecções que a gente tem.
 Ma: Aí tem três intersecções né, entre essas três circunferências.
 T: Para definir uma, definir um triângulo basta três pontos, né?
 Ma: Isso. Aí você consegue… na verdade achar vários triângulos equiláteros aí, né?
Pequenininhos.
66

Figura 30 – Primeiro encontro virtual: esboço de triângulo equilátero

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

Após esse esboço, partimos para o uso do software GeoGebra. Seguindo a


mesma dinâmica, fomos conduzidas pelas participantes na construção do triângulo
equilátero. Prosseguimos a partir do questionamento da participante Md:

 Md: Só uma pergunta gente. Quando eu montei com as três circunferências eu vou
ter vários pontos […]. Por elas terem o mesmo raio, eu tenho um, dois, três triângulos
de acordo com meu desenho. Eles também vão ter a mesma medida ou não? […] Eu
quero saber se esses três triângulos têm o mesmo tamanho, se eles são equiláteros,
por elas terem o mesmo raio.

Figura 31 – Primeiro encontro virtual: desenho efetuado pela participante Md

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.


67

Com o auxílio da participante Ma, fomos construindo juntas com o GeoGebra


iniciando por uma circunferência de raio qualquer. Por sugestão, tomamos a mesma
medida de raio e traçamos outra circunferência no ponto de interseção entre elas, e
mantendo o raio traçamos a terceira circunferência. Da união dos pontos de
interseção, determinamos o triângulo.

Figura 32 – Primeiro encontro virtual: construção de


um triângulo equilátero

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos


– Mandalas.

Prosseguimos interagindo sobre as possibilidades de se traçar triângulos com


os pontos de interseção entre as circunferências que podem ser visualizados na
Figura 33.

 T: O que a Mariana propôs é outro triângulo né?


 Ma: Então, na verdade, você pode fazer um triângulo grande com quatro triângulos
equiláteros dentro ou um grandão equilátero também.
 T: Então, ela falou desse triângulo com esses pontos aqui, ó, maior.
 Md: Os pontos fora da circunferência.
 T: Fora desse centrinho aqui.
68

Figura 33 – Primeiro encontro virtual: construção de triângulos equiláteros

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

Neste momento houve um questionamento da minha orientadora sobre os


triângulos CBE, CAB, ABF, pelo desenho de Md, serem equiláteros e, se fossem, o
porquê. Prosseguimos a partir desse questionamento:

 Md: Por que as circunferências têm o mesmo raio ou não? Ela tem o mesmo raio,
teoricamente esses triângulos têm que ter o mesmo tamanho.
 A: Foi transferido esse tamanho, né, de segmento na circunferência.
 Md: A sensação que eu tenho, a visão que eu tenho, é como se você tivesse pegado
o triângulo grande, cortou uma ponta. Pegou de novo, mudou, colocou outra ponta,
entendeu… ou não?

Após a participante Md identificar que estávamos construindo de fato triângulos


equiláteros, Ma sugeriu que estávamos na verdade dividindo uma circunferência em
partes iguais. Essa era uma das informações que almejávamos durante a construção.

 Ma: Eu acho que a gente consegue ver também, que a gente meio que tá dividindo
uma circunferência… A gente poderia dividir a circunferência em seis partes, a gente
só tem três aí, né, de cada uma. Mas, se a gente dividir uma semicircunferência em
três partes iguais, a gente vai ter três triângulos equiláteros dentro dessa
circunferência né?
69

Questionadas se o motivo de termos a certeza de estarmos construindo


triângulos equiláteros era pela medida do ângulo de 60º dos vértices, Ma disse não
ter essa certeza se esse era o motivo ou se pela medida dos lados (raios) serem
iguais. Garantimos que nesse caso poderíamos garantir que se tratavam de triângulos
equiláteros por construção, ou seja, mantemos a mesma medida de raio e dividimos
a circunferência em seis partes iguais. Nesse momento Ma fez o seguinte comentário
(ver Figura 34):

 Ma: Se pensar bem também, né, uma circunferência tem 360º e a gente divide em
seis, tem 60º e vai ter seis triângulos equiláteros dentro dela, é um hexágono.
 T: Tá certo, isso mesmo.
 A: Pronto. Aqui eu tenho a circunferência dividida em seis pontos, em seis partes
iguais. Se eu unir esses pontos […] tem[os] o hexágono.

Figura 34 – Primeiro encontro virtual: construção de um hexágono

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

Com a conclusão da construção do hexágono, partimos para a construção da


Mandala Geométrica do Desafio I.
Começamos a discutir como construir a Mandala, indagamos se seria possível
construir partindo do hexágono. A participante Ma disse que sim, pois as
circunferências teriam o raio medindo a metade de cada lado do triângulo maior
(diálogo refere-se à Figura 35).
70

 Ma: Então, o que que eu ia fazer, eu ia fazer uma circunferência com o raio de F até
B e centro em B.
 A: Você faria uma circunferência de raio FB?
 Ma: Isso. Raio FB.

Neste ponto da construção, continuei com a construção no GeoGebra e


deixamos que as próprias participantes percebessem que não era o raio desejado
para traçarmos a circunferência. Como podemos observar, imediatamente, Ma notou
que deveríamos obter o ponto médio de um dos lados para então traçar a
circunferência.

Figura 35 – Primeiro encontro virtual: construção


segundo participante Ma

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

 Ma: Ah, já não dá. Olha, gente, fixou gigante. Ah, não! Mentira, esse tem que ser o
diâmetro. Então tem que ser metade, tem que ser o ponto médio disso, tem que ser o
raio.

Houve nesse momento interferência da participante Md com a sugestão de


usarmos o triângulo menor, ∆ABC, como referência. Questionei, então, como
definiríamos o raio, ou seja, como estabelecer o ponto médio de um dos lados desse
triângulo sem usar as ferramentas disponíveis no GeoGebra.
71

A participante Ma nos disse que essa era uma de suas construções mais
interessantes, por ter sido a primeira construção que aprendeu na disciplina de
Desenho Geométrico, e seguiu nos guiando na construção:

 Ma: […] você pega uma circunferência no... na extremidade do segmento. Vamos
em A, que tem que ser um pouquinho maior que a metade, tem que passar a metade
do segmento.
 A: Você quer que trace em quais pontos? [Ma: Pode ser no AB]. A gente vai traçar
uma circunferência que seja um pouquinho maior.
 Ma: E aí pega uma outra circunferência com o mesmo raio, e centro em B. Aí esse
ponto de intersecção das duas circunferências você pode traçar uma reta.
 Md: Você vai achar o ponto médio, é isso? Que aula, hein? Ah, tô adorando.
 Ma: E aí esses pontinhos de intersecção entre essa reta e esse lado, vai ser o ponto
médio.

Figura 36 – Primeiro encontro virtual: determinando o ponto médio

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

Nesse ponto da construção, a participante Ma foi instigada a justificar sua


construção. Ela o fez apresentado outro elemento, a reta mediatriz.

 Ma: Então, eu lembro mais ou menos. Mas, se você pensar, são... você tá pegando
uma, uma circunferência ou seja do ponto AB, do ponto A e do ponto B, até qualquer
ponto da circunferência vai ter a mesma distância. Aí quando essas distâncias forem
iguais, né, de A até o… nossa, eu não sei explicar direito gente. Mas eu sei que alguma
72

coisa assim, mas alguma coisa, né, mas eu não lembro mas eu sei que faz sentido
demais.
 T: Deixa ver se eu lembro também. É assim, todos os pontos sobre essa reta, como
é que se chama essa reta mesmo?
 A: Essa reta que a gente traçou agora? Mediatriz.
 Ma: É, mediatriz. Ha é, mediatriz.
 T: Mediatriz, é o lugar geométrico dos pontos […] então é o lugar que todos os
pontos da mediatriz elas são equidistantes dos pontos A e B, nesse caso.
Equidistantes quer dizer, é a mesma distância.

Neste momento do nosso diálogo é possível notar como os conceitos foram


emergindo durante o processo. Prosseguindo, escolhemos um ponto S sobre a
mediatriz e mostramos no GeoGebra que a distância entre o ponto S e os pontos A e
B é a mesma.

 T: Essa mediatriz é o lugar geométrico dos pontos que são equidistantes dos pontos
desse segmento AB. Então AS = AB em qualquer lugar que o S esteja, entendeu? E
ele é feito por construção. A gente constrói uma reta especial que tem todos esses
pontos aí.

Finalizando a Mandala, a participante Ma sugeriu que fizéssemos uma


circunferência de raio AR e centro em A. Construímos mais duas circunferências de
mesmo raio e centro em B e C.
73

Figura 37 – Primeiro encontro virtual: Mandala do Desafio Geométrico I

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

Aqui, foi enfatizada a quantidade de conceitos que trabalhamos na construção


dessa Mandala, e a participante Md enumerou alguns deles:

 T: Para gente que é professor de Matemática, vocês viram quantos conceitos que
surgiram aqui?
 Md: Mediatriz, esse aí eu lembrei. Os triângulos isósceles, oh isósceles.
Equiláteros…
 T: Mas é isóscele. Você tá certa. Todo triângulo equilátero é isóscele, por que tem
dois lados iguais.
 Md: Conceito de raio, diâmetro, pontos, retas, tangência. Que mais… acho que só.

Aqui, reforçamos nossa intenção com as oficinas, que era partir de uma
Mandala e ir progredindo até as Construções Geométricas básicas saindo um pouco
do usual “ponto é isso, isso e isso”.
Nesse momento da discussão foi proposto que construíssemos um triângulo
̅̅̅̅ como sendo
com um dos lados predeterminado. Para isso, definimos um segmento 𝑇𝑈
a medida do lado do triângulo equilátero a ser construído.
A participante Md questionou se poderia utilizar a ferramenta circunferência e
prontamente dissemos que sim, pois, no GeoGebra, ela atua como nosso compasso.
Ela propôs o seguinte processo:
74

 Md: Se a gente fizer o processo ao contrário, eu não sei, tá, gente. Fizer o processo
ao contrário do que a Mariana fez, aí você já me deu um lado, se eu pegar esse lado
teu, como raio, e traçar essas circunferências a partir de um ponto T, eu consigo fazer?
 A: Tenho a circunferência. Onde vai ser o centro da circunferência?
 Md: No T. Se você pegar a outra circunferência, do mesmo tamanho e centrar em
U. Aí agora você tem não? Três pontos?
 A: Aí a gente marca aqui, né, a interseção.
 Md: Isso, porque ele é a mediatriz, certo? Agora eu já até sei. VW é a mediatriz,
então partindo do pressuposto que ela me disse que a mesma medida quando a gente
desenhou S, eu tenho VU e VT. E tem outro do lado de baixo.
 T: Prontinho, gente. Mediatriz e triângulo equilátero.

Figura 38 – Primeiro encontro virtual: construção de um triângulo equilátero a


partir de um de seus lados

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

Concluindo a construção do triângulo equilátero partindo de um de seus lados,


incentivamos as participantes a construírem a Mandala proposta no desafio.

 T: E a partir desse triângulo, como é que a gente faria Mandala? [Md: Aquela?] É.
 Md: Tem que pensar.
[…]
75

 Md: A gente pode seguir a mesma linha de raciocínio que ela fez a outra na Mandala
anterior. Fazendo o ponto médio e desenhando duas, duas circunferências de T até
próximo ali de U, uma menorzinha e traçar de novo o ponto médio. Desse ponto médio
criar para achar o ponto médio entre Z e U e criar essas Mandalas menores. Mas aí
ela vai ficar o contrário, né [T: Não tem problema].
 Ma: Eu acho que que dá para fazer basicamente isso, né, achar o ponto médio de
T e Z.
 Md: E depois achar o ponto médio de novo. Que aí vai fazer outra menorzinha. Aí
você vai conseguir chegar naquele jeito, com triângulo maior. É como se eu tivesse
dividindo de T a Z em 4 pedaços e pegar um segmento desse menor.
[…]
 T: Usa agora o ponto médio em vez de usar mediatriz.

Nesse passo da construção, optamos por usar a ferramenta “mediatriz”, por já


termos construído a reta anteriormente.

 A: Você quer o ponto médio de TZ?


 Md: TZ. E agora eu quero o ponto médio de novo de TA. Isso, agora eu vou pegar
o segmento TB e fazer de raio para minha circunferência.
 A: E a gente vai fazer a circunferência com centro aonde?
 Md: Em A. Ficou muito pequenininho.
 Ma: Eu acho, que só preciso achar o ponto médio uma vez, né. Seria acho que, o
raio seria do TA mesmo.
 A: Então vamos, o raio TA.
 Md: Centro em Z. Não é assim que tá lá? É isso, centro em Z. E repete isso para
esses pontos médios dos outros lados. Você quer... então a gente tem que traçar [T:
o ponto médio]. O ponto médio de TV. Agora a gente vai fazer o ponto médio de TV.
E aí... ponto médio de novo?
 Md: Não, não, agora ponto médio não. Agora a gente vai traçar circunferência, né,
com raio… isso e a mesma coisa pra o VU. Isso.
 T: Muito bem gente. [Md: Ficou certo?] Acho que sim, né. Ficou, né, Mariana?
 Ma: Acho que ficou sim gente, sim.
76

Figura 39 – Primeiro encontro virtual: esboço da Mandala do Desafio I

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

Com a construção do esboço da Mandala do Desafio Geométrico I, encerramos


o encontro virtual explanando que nossa ideia para a oficina tinha sido, em parte,
alcançado, pois, durante o encontro, nós todos agimos como alunos e professores.
Fomos tirando nossas dúvidas e arriscando durante nossa atividade que podemos
classificar como exploratória investigativa. Vários conceitos da geometria foram
abordados.

5.1.3 Momento virtual 3: reproduzindo Mandalas no GeoGebra – Fórum II

O segundo Desafio Geométrico, “Reproduzindo as Mandalas no GeoGebra”,


foi liberado dia 29 de outubro de 2020, também disponibilizado em um fórum de
discussão. Iniciamos o debate apresentando duas Mandalas (Figura 40) que iríamos
reproduzir e pedimos que os participantes compartilhassem suas construções feitas
no GeoGebra. Para esse fórum, disponibilizamos um aplicativo do GeoGebra, caso
quisessem fazer pela própria plataforma.
77

Figura 40 – Oficina on-line: reproduzindo Mandalas no GeoGebra

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

A discussão ocorreu discretamente, e algumas participantes enviaram suas


construções, mas não houve compartilhamento de ideias como sugerimos. Em uma
das Mandalas enviadas, houve uma breve interação com a participante Wa sobre sua
construção, conforme observamos na Figura 41.

Figura 41 – Oficina on-line: interação com a participante Wa no Fórum II (a)


78

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

Analisando sua construção, questionamos o critério para a construção de uma


reta que usou como base de um dos triângulos. Em resposta, a participante nos enviou
uma gravação de tela nos mostrando sua construção. Ao se analisar o vídeo, foi
constatado que ela utilizou a interseção das bissetrizes (incentro) para traçar os
triângulos equiláteros (Figura 42).

Figura 42 – Oficina on-line: interação com a participante Wa no Fórum II (b)

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.


79

5.1.4 Momento virtual 4: segundo encontro virtual

Nosso segundo encontro virtual aconteceu no dia 6 de novembro de 2020,


também pela plataforma Google Meet. Os participantes foram informados da gravação
no início do encontro e também na plataforma do curso.
A reunião teve, novamente, a presença de duas participantes, Marilda (Md) e
Waldirene (Wa). Iniciamos a discussão com a Mandala I do tópico “Reproduzindo
Mandalas no GeoGebra”, indagando quais foram os primeiros pensamentos sobre sua
construção. Os trechos transcritos da gravação serão apresentados em itálico.

1ª Mandala construída

Figura 43 – Segundo encontro virtual: 1ª Mandala construída

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos –


Mandalas.

Iniciamos a discussão com a participante Md descrevendo que visualizava dois


triângulos formando uma estrela de seis lados, ou seja, um hexágono. Md também
enfatizou os triângulos menores que estavam em destaque nas pontas do polígono
estrelar.

 Md: Onde tem as pontinhas, né, da estrela maior, são triângulos menores, com
medianas aí, né, que você traçou… e só que eu consigo ver.
 A: Sim. Você viu todas as figuras que realmente estão aqui.

Aqui coube um questionamento sobre como ter certeza que, na construção, se


tratava de um triângulo equilátero. Md nos disse não ter certeza, mas afirmava
visualizar a mediana. Nossa justificativa para as participantes foi que, por estarmos
80

construindo Mandalas e elas possuírem regularidades, simetrias, nós poderíamos


afirmar por construção que se tratava de um triângulo equilátero.

 Md: Ah sim, sim. É porque estou pensando na figura toda. Na realidade, ela é
construção da Mandala. É verdade ela tem que ter toda essa simetria mesmo.
 T: Exatamente, então tá joia. É que na matemática é assim. A gente tem que ficar
provando tudo que a gente faz.

Partimos, então, para a construção no GeoGebra. Logo de imediato, Md relatou


que não conseguiu construir a Mandala com o software, que ainda tinha certa
dificuldade. Fomos construindo em um ritmo mais lento, para que as participantes
acompanhassem. Começamos relembrando como construir um triângulo equilátero.

 A: Vamos lá, no primeiro encontro a gente construiu o triângulo equilátero. Como é


que a gente constrói aqui? Você lembra?
 Md: Pegou um raio qualquer, não foi isso? E a partir dele a gente fez uma
circunferência.
 A: Isso. […] E agora?
 Ma: A partir desse raio você centra em um ponto e faz a circunferência.
 A: Então… com o compasso a gente vai definir o raio. E agora?
[…]
 Md: Do ponto de interseção lá em cima, ou embaixo tanto faz…
 A: Nas duas circunferências. [Md: Isso] Aí a gente faz o triângulo… E agora?
 Md: E agora pra fazer o outro, é isso?
 A: A gente fez um triângulo… Como, como que a gente constrói essa Mandala?
81

Figura 44 – Segundo encontro virtual: construção de um triângulo equilátero


pela participante Md

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

Concluindo parte da construção com a participante Md, a participante Wa nos


disse que havia feito diferente, partindo inicialmente pela construção de dois
segmentos paralelos. A princípio, a construção se mostrou um pouco confusa, então
decidimos, em grupo, dar continuidade à construção que já havíamos começado para
depois fazer a construção sugerida pela participante Wa.
Dando continuidade à construção, ocultei as circunferências deixando apenas
o triângulo para ficar mais limpa a tela de construção. A participante Md, nesse
momento, nos questionou se poderia simplesmente copiar o triângulo, observei então
que estávamos trabalhando com construção geométrica; assim, deveríamos construir
outro e não efetuar uma cópia.

 A: Vamos lembrar que isso é uma construção geométrica. Eu fiz esse triângulo,
tenho que construir outro.
 T: É, acho que não existe copiar e colar, é isso?
 Md: Não era essa a ideia. Como já tenho todos os seguimentos já definidos, montar
eles como se fossem pontos médios, né, alguma coisa do tipo. Mas eu acho que não
daria certo.

Salientamos que, embora a participante Md não seja da área específica da


Matemática, ela conseguiu efetuar a associação do ponto médio corretamente em
lembrança ao nosso primeiro encontro.
82

Prosseguimos com a construção relembrando a marcação do ponto médio


referente a um dos lados do triângulo visto no encontro anterior.

 A: […] Olhando pra figura agora, você consegue enxergar alguma coisa? A gente
pode marcar algum ponto médio?
 Md: Sim, as duas extremidades aí, os dois pontinhos pretos.

Figura 45 – Segundo encontro virtual: ponto médio de um dos lados do


triângulo

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

Traçamos a reta pelos pontos de interseção e marcamos o ponto médio


referente ao lado do triângulo, mostramos que a reta traçada era parte da construção.
Md mostrou certa dificuldade em visualizar a construção do triângulo invertido:

 Md: Sim, eu até pensei nisso, mas agora eu não sei como é que eu posso fazer, a
não ser que não vou desenhar. O que eu imaginei, dois triângulos sobrepostos, mas
a realidade não é essa. Você desenhou… na hora de montar. […] o que você pode
fazer é desenhar um triângulo de cabeça para baixo aí se fosse, né. Sei lá se posso
falar assim?
 A: Sim, mas eu tenho que ter algumas informações para desenhar esse triângulo.
 Md: Uai, mas não é só, eu tenho o ponto azul, o ponto preto e o ponto azul, eu não
posso traçar?
 Wa: Será que tem como…
83

Neste momento da construção, a participante Wa sugeriu que


determinássemos o ponto central do triângulo já traçado. Segundo o raciocínio de Wa,
por ser um triângulo equilátero, através de seu ponto central, seria possível traçar
outro triângulo “igual”, com posição invertida. Seguindo o seu raciocínio,
prosseguimos e determinamos o ortocentro.

 Wa: Como que chama o ponto central do triângulo? Eu esqueci. Porque aí colocaria
o centro do outro, no mesmo lugar, só que invertido e ambos do mesmo tamanho.
 A: A gente está trabalhando com um triângulo equilátero, então ele tem uma
particularidade, que é esse ponto que você falou, né. E é nele que a gente tem que
chegar.
 Md: Essa aula aí eu faltei… Então vai lá Wal.
 Wa: É o ponto… tem que traçar mais linhas dessas, só que o ponto médio dos
outros. É isso?
 A: Exatamente. […] Pra gente marcar o ponto médio de qualquer um dos lados, né,
a gente faria como Marilda?
 Md: Tô aqui pensando, o ponto médio que a gente fez na outra aula, a gente fez
através de circunferência também. Pegou esse segmento menor, o raio… o ponto
médio, não sei como vou te falar. Da onde ele fez o ponto médio embaixo, pegar
aquele raio menor e fazer duas circunferências.
 A: Você fala… [Md: Esse raio aí… isso] … Aqui? E agora?
 Md: Agora eu vou marcar aquele pontinho, lá onde ela tá fazendo… ali, oh [A:
Interseção?] Isso!
 Md: Isso. Esse aí é o outro ponto médio. Agora a gente vai fazer o mesmo
procedimento do outro lado… e traçar… Aí eu cheguei naquele.
 A: Aí a gente chegou naquele ponto que a Wal falou.
 Md: Como é que chama esse ponto?
 A: Esse aqui é o ortocentro.
 Wa: Que bonito! É esse nome aí mesmo.
 A: Mas ele também é o baricentro, porque a gente está trabalhando com um triângulo
equilátero.
84

Aqui, podemos perceber que a participante conseguiu assimilar os conceitos


que envolvem a determinação do ponto médio de um segmento, guiando-nos
corretamente durante esse processo de construção.

Figura 46 – Segundo encontro virtual: determinando o ortocentro de um


triângulo equilátero

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

Determinamos os pontos médios por construção geométrica, ou seja, por régua


e compasso, no software GeoGebra. A participante Wa nos questionou se o
GeoGebra teria uma ferramenta que determinasse esse ponto de forma mais direta e
se não seria necessário realizarmos todas as construções. Lembramos, então, que
nossa intenção era justamente trabalhar essas construções com régua e compasso.
Prosseguimos com a construção da Mandala. Com o baricentro marcado,
partimos para a construção do triângulo invertido em relação ao que já construímos.

 A: Então aqui nós vamos marcar esse ponto. Ok… e agora?


 Wa: O outro triângulo da mesma medida, né, e passando pelos mesmos pontos, é
isso? Não, pera aí. A gente encontrou […] os 3 segmentos, e agora pra construir o
próximo?… Eu sei onde ele fica.
 Md: Se desenhássemos duas circunferências a partir da interseção ali… não daria
pra traçar?

Chamo a atenção mais uma vez para o raciocínio da participante Md por


conseguir visualizar que a construção da circunferência, raio medindo a distância
85

entre o ponto médio e o vértice do triângulo adjacente ao ponto, poderia determinar o


terceiro ponto do triângulo a ser construído.
Traçando a circunferência sugerida por Md, percebemos que o centro escolhido
(Figura 47) não era o correto para nosso propósito.

Figura 47 – Segundo encontro virtual: circunferência traçada por sugestão de


Md (1)

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

Nesse instante, houve uma intervenção por parte da minha orientadora,


chamando a atenção para a Mandala a ser construída. Imediatamente a participante
Wa sugeriu que os triângulos estariam “dentro” de uma circunferência. Então, sobre a
Mandala, traçamos uma circunferência com centro no centro da Mandala e raio sendo
uma das pontas do polígono estrelado.
86

Figura 48 – Segundo encontro virtual: circunferência sobre a Mandala traçada


por sugestão de Wa

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

Fazer esse processo inverso, em cima da Mandala, possibilitou às participantes


visualizarem a posição de cada um dos triângulos em relação um ao outro.

– Wa: A gente já sabe onde termina o próximo triângulo.


– T: Então, se eu fizer a mesma coisa.
– Md: Com o pontinho vermelho, nessa da bicicletinha aí.
– A: Esse ponto vermelho que a gente construiu, é esse ponto aqui?
– Md: Do pontinho do meio, até o pontinho azul.
– T: Esconde essas bicicletinhas.

Figura 49 – Segundo encontro virtual: circunferência traçada por sugestão de


Md (2)

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.


87

Por sugestão de Wa, marcamos os pontos de interseção entre as retas e a


circunferência. A partir desses pontos, traçamos o outro triângulo.

Figura 50 – Segundo encontro virtual: triângulo traçado por sugestão das


participantes

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos Mandalas.

Chamamos a atenção, nesse momento, para o polígono interno, o hexágono.


Marcamos os pontos de interseção entre os triângulos e fizemos, com a ferramenta
polígono do GeoGebra, o hexágono interno.

Figura 51 – Segundo encontro virtual: construindo o hexágono regular

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

Nessa etapa da construção, as participantes demonstraram ter algumas


dúvidas sobre a mudança de cores e sobreposição das figuras. Dando continuidade à
88

nossa Mandala, a participante Wa pediu para compartilhar conosco o modo que havia
feito sua construção.

– Wa: Tá quase chegando na hora que eu fiquei com dúvida. Na hora que eu fui
construir a estrela, essa de seis pontas, eu não conseguia deixar ela branca em cima
do outro azul, o azul ficava por cima dela.
– A: Então vamos construir que eu vou mostrar como faz.
– Wa: Eu posso falar o jeito que eu fiz? Eu consigo ver dois triângulos também, um
para cima e outro para baixo. Aí o que eu fiz, eu construí os dois, marquei os pontos
e depois eu criei um polígono com estrela. E aí eu botei os dois triângulos que eu criei.
– Md: Não entendi. […], mas é porque eu não entendi mesmo.
– Wa: Olhando na Mandala original, lá prontinha, né. Quando a gente olha lá pra
dentro, naquela estrelinha branquinha que tá lá no meio, eu consigo ver dois triângulos
sobrepostos. Aí eu construí os dois triângulos, aí depois eu marquei os pontinhos, os
pontos de interseção entre eles, aí eu botei os dois triângulos e criei um polígono para
fazer a estrela.
– Md: É a mesma imagem de fora, que ela deixa… como é que eu vou explicar. É…
os mesmos dois triângulos maiores são os mesmos menores… Agora eu consegui
ver.

Aqui houve uma intervenção de nossa parte para chamar a atenção para um
elemento importante do triângulo equilátero, o incentro, que é o ponto de interseção
entre as mediatrizes desse triângulo. Complementei dizendo que, em um triângulo
equilátero, a distância entre o incentro e o ponto médio de um dos lados do triângulo
vale 1/3 da altura do triângulo. Demos, então, continuidade à nossa construção:
marcamos os pontos de interseção restantes e traçamos os dois triângulos internos.
89

Figura 52 – Segundo encontro virtual: finalizando a construção da Mandala

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

Nesta etapa da construção, fui mostrando um passo a passo de como mudar


as cores e de como fazer as sobreposições das figuras, alterando suas camadas de
construção.
Finalizamos nossa Mandala, mas continuamos nossa discussão com novas
sugestões das participantes.

Figura 53 – Segundo encontro virtual: finalizando a Mandala I

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.


90

– Md: Mas como você desenhou a estrela, a partir de quê?


– Wa: É… eu consegui os pontos, né. A partir do momento que eu fiz uns três
triângulos, dois, né, dois triângulos, eu tive a intercessão dele com o… com o…, é um
pentágono? Não é um hexágono. Eu tive a interseção com o hexágono e depois a
interseção entre eles.
– T: São dois triângulos também, pequenos?
– Wa: Foram, aí eu fiz o, aí eu fiz essa figura que é um losango, se não me engano,
são 6, eu fiz 6… eu fiz os 6.
– A: Realmente deu muito trabalho.
– Wa: Mas não tá errado.
– A: Não.

Neste momento, é importante ressaltar que as Mandalas têm mais de uma


forma de construção, e não certo ou errado. Em nossa oficina, a única imposição é a
construção por Desenho Geométrico, mas os passos seguintes podem variar. E essa
variação nos leva a diversas discussões sobre as construções e as propriedades
envolvidas, objetivando despertar assim um maior interesse dos alunos, como sugeriu
a participante Md, além de compartilhar que acredita que no concreto é mais fácil do
aluno visualizar certas situações.

– Md: Eu fico imaginando, a gente dentro da sala de aula, a gente enquanto professor
fazer uma construção dessa para um aluno, mesmo sendo de Ensino Médio ele vai
ficar louco. […] Eu acho que no concreto é mais fácil. Você tem opções, claro que
quem domina a ferramenta ótimo, e a ferramenta já te dá ali igual, desenhe um
polígono, ele já te mostra. Mas para quem não domina a ferramenta e que vai fazer
essa construção com régua e compasso, né, ele traçar todas essas mediatrizes, para
traçar né esses pontos, é muito difícil gente.
– A: Mas é um processo que você pode ir, né, construindo aos poucos.
– Md: Você vai ter que ir, assim, em doses bem homeopáticas. Mesmo porque você
tem muitas nomenclaturas, você tem que ensinar para ele antes de começar qualquer
coisa, que aquela medida é um terço da altura do triângulo.
– T: Precisa? Precisa dessa informação?
– Md: Porque ela me mostrou.
– T: Eu sei, mas precisa? Precisou Angélica?
91

– A: Não.
– Md: Foi só assim, pra eu entender, não foi isso que você disse?
– A: Isso. Eu falei por uma curiosidade. Do jeito que a gente fez a construção, a gente
não usou. Eu construí, parti dele.

É importante ressaltar que, nesse caso específico, nós não usamos as relações
métricas do triângulo equilátero para a construção, mostrando a possibilidade de que
alguns conceitos emergem de forma orgânica durante o processo.
As possibilidades que o GeoGebra proporciona nas construções também
fizeram parte de nossas discussões:

– Wa: O interessante do GeoGebra é que ele tem várias formas de se fazer a mesma
coisa.
– Md: Eu tô achando fantástico, gente, vocês não têm noção.
– T: É interessante da régua e do compasso, né, na verdade, você faria de várias
maneiras com a régua compasso.
– Md: Com bastante borracha, né. Régua, compasso e bastante borracha.
– A: O bom do GeoGebra é não precisar da borracha, né.

Terminado a construção da Mandala I, tirei um tempo para sanar algumas


dúvidas das participantes em relação ao uso do GeoGebra. Logo depois, iniciamos a
construção da Mandala II.

2ª Mandala construída

Figura 54 – Segundo encontro virtual: 2ª Mandala construída

Fonte: Oficina on-line Desafios


Geométricos – Mandalas.
92

Demos início à construção da Mandala, como de costume, perguntando quais


figuras eram visualizadas. A resposta que obtivemos da participante Md foi que ela
visualizava um quadrado maior, um quadrado menor em outra rotação e uma
circunferência colorida ao centro. Disse visualizar também uma circunferência maior
e um octógono.
Iniciamos, então, com a construção da circunferência maior, seguida da
construção do quadrado maior, para isso teríamos que dividir a circunferência em
quatro partes. Começamos a discutir então uma forma de dividir uma circunferência
em quatro partes iguais. De imediato, a participante Md nos sugeriu o prolongamento
do raio e a participante Wa sugeriu que traçássemos a perpendicular ao centro da
circunferência. Questionei, então, como traçaríamos essa perpendicular por
construção geométrica sem usar as ferramentas do GeoGebra.

– A: Como posso dividir essa circunferência em quatro partes iguais?


– Md: Prolongando aí o raio, não pode não. [A: Podemos] Não sei se existe isso não.
– A: Passar aqui uma reta, isso, né?
– Wa: Marca o outro ponto, né? [A: Isso, a gente marca a interseção] Faz uma
perpendicular no centro.
– A: Como que a gente faz uma perpendicular, sem ser usando as ferramentas do
GeoGebra?

Nesse momento começamos a relembrar com as participantes alguns


elementos já estudados por nós nas outras Mandalas e enfatizamos, mais uma vez,
que não usaríamos as ferramentas do GeoGebra, realizaríamos a tarefa por Desenho
Geométrico.

– Wa: Acho que, se não me engano, tá no quarto quadradinho lá em cima.


– A: Não, mas se a gente não quiser usar, como é que a gente faz? Esse ponto aqui,
no centro da circunferência, ele é o quê desse segmento aqui?
– Wa: Ele é o… tem um nome que corta a circunferência no meio, que tem que passar
pelo centro. Tem o raio, são dois raios… ô, memória. O nome do segmento todo?
– A: Não… esse ponto. O centro da circunferência. […] ele é ponto médio, não é?
Desse segmento. […]
93

– Md: Do raio? Não. Como é que chama… diâmetro. O raio é a metade do diâmetro.
– A: Agora a gente tem que pensar na questão de traçar a perpendicular. A Wal, tá
certa. A gente vai traçar a perpendicular aqui. Como?

Nesse instante da discussão, houve uma intervenção de minha orientadora


sobre as propriedades da perpendicular que traçaríamos em relação ao ponto médio
do diâmetro da circunferência, a Mediatriz.

– T: Qual é a regra que a perpendicular a esse segmento que passa pelo centro? Pelo
ponto médio. Ele tem um nome especial, tem um nome científico.
– Md: Ah, então nessa aula eu não fui não. [T: Foi!] Fui? [T: qual é essa reta?]
Bissetriz… uma [T: Uma me..,] Mediana? [T: Mediatriz].
– T: A Mediatriz ela é sempre perpendicular ao segmento, né, e ela passa pelo ponto
médio desse segmento.
– A: Então, aqui a gente vai traçar a mediatriz desse segmento. Traçar mediatriz a
gente já sabe.
– Md: Vai pegar a medida do raio e vai traçar duas circunferências. [A: Isso!] Ah, nessa
aula eu estava lá.
– Md: Agora você pega o outro raio e marca outro pontinho. Ho, não. Então tem… Eu
entendi o que tem que fazer, eu não estou conseguindo visualizar o… onde fazer a
interseção.

Figura 55 – Segundo encontro virtual: processo para traçar a mediatriz


referente ao diâmetro de uma circunferência

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.


94

Aqui foi preciso relembrar como se traçar a mediatriz para sanar algumas
dúvidas que surgiram sobre qual raio usar no traçado da circunferência. Podemos ver
pela construção acima (Figura 55) que a participante não nos indicou o raio correto
para esse processo. Para sanar essa dúvida, tracei um segmento qualquer separado
da construção da Mandala e imediatamente a participante Md percebeu que, para
traçar a mediatriz, precisaríamos usar como raio a medida do diâmetro da
circunferência já traçada.

Figura 56 – Segundo encontro virtual: dividindo a circunferência em 4 partes

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

Nessa etapa da construção, a participante Wa relatou estar com certa


dificuldade em usar várias circunferências como compasso no GeoGebra por poluir o
desenho. Complementei sua observação explicando o porquê, de algumas vezes,
durante o processo, ser necessário ir ocultando algumas construções.
Dando continuidade, a participante Md disse que confundiu como traçar a
mediatriz, pois, anteriormente, apresentamos um segmento qualquer, e nessa
construção o segmento já estava determinado como diâmetro.
Minha orientadora questionou, então, se poderíamos usar outra circunferência
que não tivesse como raio o diâmetro da primeira circunferência. Foi preciso reforçar
a pergunta enfatizando se a medida do raio poderia ser qualquer medida maior que o
raio e menor ou igual ao diâmetro.
95

Nesse momento mostramos no GeoGebra que, escolhendo o raio nesse


intervalo, seria possível traçar a mediatriz referente ao diâmetro da circunferência
inicial.

– A: O raio da circunferência tem que ser maior que a metade.


– Md: Ah, isso você falou na outra aula.
– A: Se eu pegar um ponto aqui dá certo, se pegar aqui dá certo. Se meu raio for esse,
eu consigo. […] Está vendo que coincide? As interseções. A mesma coisa, se eu fizer
com este ponto, desde que seja maior que a metade a gente consegue traçar essa
perpendicular, a mediatriz.

Figura 57 – Segundo encontro virtual: mostrando possíveis maneiras para


traçar mediatriz

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas (alterado pela autora).

Após essas explicações, marcamos os pontos de interseção entre a


circunferência e a mediatriz e demos continuidade à nossa construção traçando um
dos quadrados. Prosseguimos seguindo as sugestões das participantes:

– Md: Agora eu passaria um ponto médio de uma dessas laterais rosa, pra fazer o
outro quadrado.
– A: Como que a gente faz? Vamos lá.
– Wa: Aonde tá a mãozinha, achar o ponto médio do lado, de um dos lados, né.
96

– A: Isso. […] aqui no GeoGebra eu defino o raio com o valor do comprimento pra não
ter que criar mais um ponto, só por isso. Aí a gente marca a interseção entre as duas
circunferências com a reta. Essa reta ela é mediatriz desse segmento, mas ela é o
que… desse ângulo aqui. Essa reta também, a gente pode falar que ela é o quê?
– Wa: Diagonal?
– A: O ângulo… o ângulo FÂC.
– Md: […] Mediatriz, né, não?
– A: Não, ela é mediatriz desse segmento aqui, que a gente começou. Desse
segmento verde, ela é a mediatriz desse segmento, mas em relação a esse ângulo
FÂC, essa reta é o que?
– Wa: Ela corta ao meio, né. Ela corta ao meio do outro.
– Md: Você quer saber só desse ângulo. Como é que chama aquele esqueminha lá
que ela é um terço do outro?
– A: Não. Essa reta é a bissetriz, bissetriz desse ângulo. Ela divide esse ângulo FÂC
em dois ângulos. [Md: Ah, sim.] FÂC é um ângulo reto.
– T: Quanta informação, Angélica.
– Wa: Transforma em mais dois ângulos, mais dois triângulos retângulos.

Figura 58 – Segundo encontro virtual: determinando a bissetriz de um ângulo

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

Marcamos, então, os pontos de interseção e dividimos a circunferência em 8


partes iguais. Nesse ponto as participantes já visualizaram que seria possível construir
o outro quadrado, e assim o fizemos. Por sugestão da participante Md, traçamos
segmentos unindo os 8 pontos de interseção determinando o polígono octógono. Para
97

a construção da circunferência central, definimos o raio como sendo a interseção do


quadrado menor com a mediatriz e centro coincidente ao da circunferência.

Figura 59 – Segundo encontro virtual: finalizando a construção da Mandala

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.

Nessa etapa da construção, novamente fui mostrando um passo a passo de


como mudar as cores e como fazer as sobreposições das figuras alterando suas
camadas de construção. Finalizamos nossa Mandala, mas continuamos conversando
sobre o software GeoGebra.

Figura 60 – Segundo encontro virtual: finalizando a Mandala II

Fonte: Oficina on-line Desafios Geométricos – Mandalas.


98

Chegando ao fim da nossa construção, perguntamos se havia restado alguma


dúvida sobre a construção e/ou sobre o GeoGebra. Seguem transcritas algumas falas
das participantes:

– Md: Eu ainda chego no seu nível ainda. Por enquanto só sei desenhar
circunferência. Eu aprendi muito tá?
– Wa: Eu confesso que já fiz dois cursos de GeoGebra, mas aprendi muito mais agora.
– A: Que bom, fico feliz.
– Md: Assim, eu aprendi muito tanto de GeoGebra quanto de Geometria gente. É
fantástico, né? Então, assim, eu só tenho de agradecer, viu, Angélica, pelas suas
aulas. Obrigada. [A: Nossa eu que agradeço] Pode deixar que eu vou compartilhar
com meus pequititos.
– Md: A minha pergunta é: vocês querem no grupo só pessoas que são da área de
matemática ou eu posso chamar outras pessoas que... senão eu vou convidar minhas
amigas, mesmo para poder assistir ao curso que eu achei extremamente interessante.
FRAGMENTO IV: RECURSO EDUCACIONAL E CONSIDERAÇÕES FINAIS
100

6 O RECURSO EDUCACIONAL: UM MOVIMENTO PARALELO

Para divulgar parte de nossa pesquisa, elaboramos um livro no qual reunimos


as Construções Geométricas das Mandalas, suas resoluções e algumas sugestões.
Ele era destinado aos professores de Matemática e foi desenvolvido em parceria com
Luiza Oliveira e Marcelo Paiva, alunos do Curso de Design da UFMG.

6.1 Construindo o livro

Quando ingressei no PROMESTRE, ciente da exigência da elaboração de um


recurso educativo que seria livremente compartilhado, já tinha em mente que
elaboraria um material voltado aos professores que ensinam Matemática. Desde o
início, nossa intenção foi a de compartilhar uma metodologia que contribuísse, de
alguma forma, para melhorar a aprendizagem dos alunos em Geometria Plana.
Inúmeras foram as reuniões com minha orientadora para decidirmos como
exploraríamos a Geometria em nossa pesquisa. De início, resolvemos que iríamos
tentar aproximar às Construções Geométricas a algo “útil”, e, ao longo das reuniões,
chegamos às construções de Mandalas Geométricas, mas faltava estabelecer a forma
que abordaríamos essas construções.
Nosso objetivo sempre foi o de apresentar uma proposta de estudo da
Geometria em um formato não usual. Com isso, definimos que as construções das
Mandalas seriam trabalhadas no estilo de Desafios Geométricos, explorando os
conceitos da Geometria Plana. Começamos, então, a pesquisar e escolher quais
Mandalas fariam parte dos desafios: selecionamos, inicialmente, 15 Mandalas, das
quais 6 fizeram parte dos desafios propostos. Com as Mandalas selecionadas,
iniciamos nossas oficinas. Nosso próximo desafio seria a escolha do recurso
educativo a ser elaborado.
O PROMESTRE e o curso de graduação em Design, ambos da UFMG, têm
uma parceria para o desenvolvimento dos recursos educacionais. Tínhamos em
mente, desde o início, que nosso recurso seria no formato de uma cartilha, de um
livreto ou de um livro. Essa foi a ideia que apresentei ao Glaucinei Rodrigues,
professor da disciplina Design III, em formato de vídeo, explicando brevemente nossa
pesquisa e nossa proposta para o recurso educativo. Fui selecionada e demos início
101

à parceria em dezembro de 2020 com os alunos de Design Luiza Oliveira e Marcelo


Paiva.
Em nossa primeira reunião, em 12 de dezembro, conversamos muito a respeito
da minha expectativa com o produto que eles iriam elaborar. Expliquei os objetivos
com o recurso educativo e o público que queria alcançar. Diante ao que apresentei,
para uma segunda reunião, prepararam um cardápio de ideias para possíveis
recursos educacionais. Algumas das ideias que me mostraram foram a criação de um
blog e cartas de desafios geométricos, aplicativo de conteúdo, blog matemático e
artístico, jogo de cartas, livros, e-book interativo, Mandalas 3D, “monte seu origami” e
outros. Perante a tantas possibilidades, decidimos, previamente, que faríamos um
livro, mas, nesse momento, não chegamos a um denominador comum sobre seu
formato.
Para ajudar na elaboração do livro, fizeram entrevistas com três professores de
Matemática sobre a utilização do GeoGebra. Segundo eles, essa entrevista é um
processo muito comum em um início de projeto no design, pois, ao eleger esses
potenciais usuários, podem identificar necessidades, problemas e oportunidades para
tornar a experiência boa e ter um resultado positivo. Participei de uma entrevista como
ouvinte, pois esse processo era parte da disciplina deles. Assim, não houve
interferência de minha parte.
Antes de começarem as entrevistas, eles prepararam um pequeno roteiro com
questões que pretendiam discutir. Algumas delas foram:
 se havia utilização ativa do GeoGebra em sua prática em sala de aula;
 se havia alguma dificuldade deles no manuseio do software;
 qual a forma eles julgavam mais efetiva para ensinar a Geometria Plana: se por
meio das ferramentas tradicionais de construção geométrica (régua e
compasso) ou através da utilização do software GeoGebra;
 a utilização do GeoGebra por seus alunos;
 qual a importância do uso do GeoGebra no momento atual e se já haviam
produzido alguma atividade prática de Geometria com seus alunos;
 a preferência por livros on-line (e-books) ou livros impressos.
Após as entrevistas, os designers compartilharam comigo algumas das
impressões que tiveram. Segundo eles, todos os professores já utilizaram o GeoGebra
102

em sala de aula e em aulas particulares. Sobre o software, dividiram a afirmação de


ele ser intuitivo e fácil de ser utilizado, além do fato de ser de livre compartilhamento.
Quanto à forma mais efetiva de se ensinar Geometria, houve uma divergência
entre os professores. Dois deles acham relevante o conhecimento prévio do conteúdo
para se utilizar o GeoGebra, sendo importante o uso do tradicional “fazer na mão”. Já
o terceiro professor acredita que o ensino de hoje é ultrapassado. Assim, ele é adepto
ao uso de tecnologias para se iniciar um conteúdo.
Sobre a utilização do GeoGebra, relataram que acreditam nas suas
potencialidades e que seu uso será mais constante no ensino presencial, depois da
pandemia. Um dos professores enfatizou ser importante os alunos trabalharem com a
Matemática por meios além do lápis e caderno.
Em relação à modalidade livro, fizeram, em paralelo às entrevistas, um
questionário on-line, no qual a maioria disse preferir livros físicos aos e-books. Todas
essas informações coletadas foram consideradas para os próximos passos da
elaboração da obra, embora, nessa altura da pesquisa, o material bruto para compor
o livro já estivesse pronto.
No início de fevereiro de 2021, fizemos uma reunião com a participação dos
professores Terezinha e Glaucinei, nossos respectivos orientadores, para fechar a
proposta do livro. As ideias de possíveis recursos educativos que já tinham me
explicitado foram apresentadas também à minha orientadora, e, a partir das
discussões, decidimos unir algumas delas e compor um livro compilando o material já
elaborado e aplicado nas oficinas. Ficou determinado que o livro seria elaborado com
certa simetria e traria no centro uma “Mandala origami”, que se montaria ao se abrir a
página. Traríamos também, junto ao livro, uma seleção de cartões com instruções
para Construções Geométricas fundamentais e algumas peças para serem
sobrepostas para a montagem de algumas Mandalas.
Uma questão levantada durante essa reunião foi sobre um dos dados coletado
pelos designers: livro físico ou e-book? Diante da possibilidade de termos um livro
físico, decidimos que disponibilizaríamos os links dos materiais de apoio – vídeos,
cartões, peças de montagem e folhas de atividades – em formato de QR Code.
Nosso próximo passo foi discutir o título que daríamos ao livro. A princípio, eu
estava bem fechada quanto ao título. Na verdade, para mim, deveria ser algo parecido
ao título da dissertação, mas, no decorrer das conversas, fui entendendo o processo
103

de criação e decidimos que teria um título e um subtítulo, dando maior identidade ao


livro.
Partimos, então, para as possibilidades dos títulos. A ideia inicial foi ter como
base o nome da oficina e o título da dissertação e criar alguns anagramas para o título
do livro. As opções que surgiram foram as seguintes:
 GeoÁgono (adjetivo da Geometria que provém do grego);
 GEO³ (pela abundância do prefixo “geo” no decorrer dos textos);
 GeoDalas (referência ao GeoGebra, à Geometria e às Mandalas);
 Geobrá (referência ao GeoGebra e a parte artística do livro);
 RecomGeo (referência à régua, ao compasso e ao GeoGebra).
Essa foi, sem dúvidas, a parte mais fácil de todo o processo, a escolha por
Geodalas foi quase de imediato. Definimos, posteriormente, que o subtítulo seria
“Desafios Geométricos – Mandalas com régua, compasso e GeoGebra”.
Entramos, então, na parte mais importante do livro: organizar o conteúdo. O
conteúdo já estava pronto, mas, para deixar o material mais atrativo e focado na
Construção das Mandalas, reformulamos a forma de apresentação dos desafios e
reduzimos o número de Mandalas com resolução. Pensando nessa fluidez, montei um
repositório para armazenar os vídeos e os PDFs, que seriam disponibilizados no corpo
do livro.
Precisávamos, nesse ponto, de uma identidade visual para ser a “cara do nosso
livro”. Essa identidade daria um padrão a todo o conteúdo produzido. A primeira etapa
foi a elaboração da logomarca, seguida do thumbnail para os vídeos do YouTube e
do visual dos cartões com as instruções das Construções Fundamentais.

Figura 61 – Logo do livro Geodalas

Fonte: Elaborada pelos designers Luiza Oliveira e Marcelo Paiva (2021).


104

Figura 62 – Visual das capas dos vídeos e dos cartões de construção

Fonte: Elaborada pelos designers Luiza Oliveira e Marcelo Paiva (2021).

Os designers começaram, então, a trabalhar no rascunho da diagramação do


livro. Como já tínhamos definido anteriormente, o livro seguiria com certa simetria:
“Textos – Desafios – Mandala Origami – Desafios – Textos”. Alguns elementos nos
remetem a essa simetria, como as capas de capítulos elaboradas e espelhadas,
apontando para o centro do livro, por exemplo. No centro da obra, nossa ideia inicial,
para a versão impressa, era apresentar um Kusudama,15 mas, devido à sua
complexidade, seria difícil reproduzi-lo no formato pop up, então decidimos recriar
uma Mandala origami.
Com o conteúdo finalizado e o miolo do livro previamente definido, partimos
para os últimos detalhes e a definição da capa. Começamos pelo subtítulo, o qual,
depois de algumas discussões, ficou definido como “Desafios Geométricos –
Mandalas com régua, compasso e GeoGebra”. Para a capa, decidimos dar destaque
a uma Mandala, manter os tons pastéis e deixar alguns traçados à mostra. Perfeito!
O livro estava ganhando vida.
Partimos para os ajustes finais. Os textos, que antes ocupavam a margem
justificada da página, foram realinhados à esquerda ficando com menos palavras por
linha com a intenção de suavizar a leitura. Com isso, foi possível deixar uma margem
à direita para anotações.
Faltava agora fazer a revisão ortográfica, e, para isso, Luiza e Marcelo me
ensinaram a usar o programa de edição do livro. Essa correção ficou sob minha
responsabilidade.
Eis que chegou o grande dia! No dia 27 de março o livro ficou pronto.

15 O Kusudama é composto por vários módulos (origami modular) separados, mas unidos com simetria
e seguindo algum padrão, resultando em uma esfera.
105

6.2 O livro Geodalas

O produto educacional é composto pelo livro Geodalas: Desafios Geométricos


– Mandalas com régua, compasso e GeoGebra16 e pelos cartões de instruções para
Construções Geométricas fundamentais. Como material extra, disponibilizamos um kit
composto por peças de montagem de algumas Mandalas para o professor aplicar em
sala de aula.

Figura 63 – Livro Geodalas

Fonte: Elaborada pelos designers Luiza Oliveira e Marcelo Paiva (2021).

O título do livro nos remete a seu conteúdo: Geo (Geometria e GeoGebra) e


Dalas (Mandalas Geométricas). A estrutura dele foi elaborada para dar um aporte aos
professores. Ao longo dos capítulos, apresentamos nossa proposta e discorremos
brevemente sobre a importância da Geometria e sobre as Mandalas Geométricas.

16Disponível em: https://promestre.fae.ufmg.br/recursos-educacionais/ e


https://issuu.com/angelufmg/docs/geodalas_-_produto_educacional_angelica_r._ventura
106

Figura 64 – Sumário do livro Geodalas

Fonte: Elaborada pela autora.

As Mandalas Geométricas são apresentadas no capítulo “Desafios


Geométricos – Geodalas”, no qual evidenciamos a estrutura metodológica das oficinas
e os conteúdos específicos para cada desafio de forma detalhada, além de uma opção
de resolução. É mostrada uma sugestão de aplicação, mas fica a cargo do(a)
professor(a) adequá-la à realidade da sua sala de aula. Preparamos também alguns
vídeos, hospedados no YouTube, que poderão ser acessados por meio do respectivo
QR Code disponibilizado em cada Desafio Geométrico.

Figura 65 – Desafio Geométrico: Geodalas

Fonte: Elaborada pelos designers Luiza Oliveira e Marcelo Paiva (2021).


107

Para compor os Desafios Geométricos, foram escolhidas seis Mandalas (Figura


66). No interior do livro, deixamos outras Mandalas para serem trabalhadas pelos
professores em sala de aula.

Figura 66 – Mandalas Geométricas presentes nos Desafios Geométricos

Fonte: Elaborada pela autora.

Para auxiliar os leitores na construção das Mandalas no GeoGebra, preparei


um tópico em que disponibilizamos algumas funcionalidades do GeoGebra e um
conjunto de cartões (Figura 67) com certas construções básicas realizadas no
GeoGebra para servir de apoio, caso se faça necessário.

Figura 67 – Cartões de Construções Geométricas no GeoGebra

Fonte: Elaborada pelos designers Luiza Oliveira e Marcelo Paiva (2021).

Por fim, preparamos um kit de figuras geométricas que, sobrepostas, formam


algumas Mandalas. Esse material tem o intuito de auxiliar os alunos na execução da
oficina ou pode ser utilizado por turmas que ainda não têm um conhecimento de
Construções Geométricas de forma mais lúdica.
108

No último capítulo, disponibilizamos, para impressão, as folhas de atividades


dos Desafios Geométricos, os cartões com as Construções Geométricas
Fundamentais e as peças do kit “Compondo sua Mandala” para o professor utilizar na
aplicação das oficinas.

Figura 68 – Folha de atividade Desafio Geométrico

Fonte: Elaborada pela autora.

Nosso livro propôs uma abordagem de ensino de Geometria por meio das
Construções Geométricas, incorporando o uso das ferramentas tradicionais, de
tecnologias computacionais e da investigação matemática na construção de
Mandalas. Espera-se que esse material possa ajudar os professores a ter um olhar
diferenciado sobre o ensino da Geometria, contribuindo para a aprendizagem desse
tema.
109

6.3 Conteúdo interativo: repositório on-line Geodalas

O conteúdo interativo do livro Geodalas, acessado através dos QR Codes, está


disponível em https://sites.google.com/view/GEODALAS.
Para melhor organização do conteúdo, dividimos as construções em três
páginas: Desafios Geométricos, Construções Fundamentais e Mandalas
Geométricas.

Figura 69 – Conteúdo interativo da oficina Geodalas

Fonte: Repositório on-line Oficina Geodalas.

Página 1: Desafios Geométricos

Na página Desafios Geométricos, reunimos as seis Mandalas presentes no livro


Geodalas. Clicando em cada uma delas, será direcionado a uma subpasta com a
resolução em vídeo, a folha de atividades e a resolução no GeoGebra, como
observamos nas Figuras 70 e 71.
110

Figura 70 – Página 1 do repositório on-line Geodalas

Fonte: Repositório on-line Oficina Geodalas.

Figura 71 – Subpáginas 1: resolvendo os Desafios Geométricos

Fonte: Repositório on-line Oficina Geodalas.

Página 2: Construções Fundamentais no GeoGebra

Na página 2, apresentamos todas as construções que entendemos que darão


aporte na construção das Mandalas propostas. Clicando em cada uma delas, será
direcionado a uma subpasta com a resolução em vídeo, como observamos nas
Figuras 72 e 73.
111

Figura 72 – Página 2 do repositório on-line Geodalas

Fonte: Repositório on-line Oficina Geodalas.

Figura 73 – Subpáginas 2: vídeos com as construções

Fonte: Repositório on-line Oficina Geodalas.

Página 3: Mandalas Geométricas

Na página 3 compartilhamos mais 5 Mandalas extras, que estão no corpo do


livro. Clicando em cada uma delas, será direcionado a uma subpasta com a resolução
no GeoGebra e a folha de atividades para uso do professor, como observamos nas
Figuras 74 e 75.
112

Figura 74 – Página 3: Mandalas Geométricas

Fonte: Repositório on-line Oficina Geodalas.

Figura 75 – Subpáginas 3: resolução no GeoGebra

Fonte: Repositório on-line Oficina Geodalas.


113

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este texto foi apresentado em FRAGMENTOS, buscando colar/unir partes


desenvolvidas e plenamente vivenciadas pela pesquisadora e sua orientadora. Apesar
da sequência dos fatos, a narrativa fragmentada reflete os atravessamentos sofridos
ao longo desse processo: o mestrado profissional. Jamais imaginávamos que iríamos
passar por tanto. Será que eu passarinho?17
Nossa pesquisa teve como objetivos: 1) observar e buscar compreender as
possíveis contribuições e/ou obstáculos da resolução dos Desafios Geométricos –
Mandalas – em processos de ensino-aprendizagem da Geometria Plana com o uso
de régua, compasso e GeoGebra. Na percepção de professores de Matemática, e que
ensinam Matemática; e 2) observar como os conceitos da Geometria Plana emergiram
nas interações promovidas por uma oficina. Materializando parte de nossa pesquisa,
elaboramos o livro Geodalas: Desafios Geométricos – Mandalas com régua,
compasso e GeoGebra, onde reunimos as Construções Geométricas das Mandalas,
que será disponibilizado na página do PROMESTRE (FaE/UFMG), no link
https://promestre.fae.ufmg.br/recursos-educacionais/.
Temos de mencionar que nossa oficina, como dito anteriormente, foi planejada,
inicialmente, para ser no formato presencial, em que o diálogo, a interação com o
participante, ocorreria praticamente em todo o momento, seja entre os participantes
ou entre participantes e nós, moderadoras. Acreditamos que o diálogo, a comunicação
e a interação entre os participantes têm grande importância em qualquer processo de
ensino-aprendizagem. Somos habituados à comunicação presencial, mas, durante a
pandemia, fomos adquirindo mais molejo na lida com as pessoas no ambiente virtual.
Nossa ideia de promover esse momento síncrono, na oficina virtual, foi o de
propiciar um ambiente de aprendizagem colaborativa, oportunizando a participação e
a interação de todos, assim como tivemos em nossas experimentações iniciais.
Nossas expectativas eram de que os participantes assumissem um papel colaborativo
e ressignificassem seus conhecimentos. Há de se destacar que, embora a
participação tenha acontecido com um público limitado, houve interação e muita troca
de conhecimentos entre todos.

17 “Todos esses que aí estão… Atravancando meu caminho. Eles passarão… Eu passarinho!”
(“Poeminho do Contra”, de Mario Quintana).
114

Nossa pesquisa assume um caráter qualitativo. Desse modo, nossa avaliação


não segue o caminho do “certo e errado”, mas sim da observação e análise de
situações no decorrer da oficina.
Durante nossa oficina presencial, alguns participantes relataram acharem
importante o registro dos passos feitos pelos alunos no processo de construção das
Mandalas. Esse registro vai muito além de enumerar as etapas realizadas; esse
exercício auxilia na capacidade de expressão do próprio raciocínio, promovendo uma
melhor compreensão da Matemática. Esse foi um dos motivos que, insistentemente,
instigamos os participantes, durante os encontros virtuais, a relatarem o que estavam
pensando ou o porquê seguirem aquele passo na construção. O que almejamos com
essa prática foi que eles conseguissem estabelecer relações entre os passos da
construção geométrica, tornando possível que alguns conceitos emergissem dessa
interação.
De maneira geral, em ambas as versões da oficina, chegamos ao nosso
objetivo inicial, que era provocar algumas discussões sobre certos elementos
presentes na Mandala. Na modalidade virtual, sabendo que um fórum de discussão é
um espaço de trocas e socialização contínua, ela permaneceu e permanece aberta
para novas reflexões, o que não ocorreu da forma esperada. Todos os participantes
matriculados puderam acessar e contribuir uns com os outros, mas a interação entre
os participantes aconteceu de modo bem discreto em ambos os fóruns.
Fazendo análise como moderadora, creio que o estímulo e a motivação para a
participação no fórum não foram suficientes para que todos participassem de forma
mais efetiva. Faltou uma aproximação e maior envolvimento dos participantes.
Como dito, um fórum de discussão é local de promover espaços de construção
coletiva. Mesmo não contando com todos os participantes, a troca de conhecimentos
foi muito satisfatória.
Os fragmentos aqui tratados trazem a ideia inicial da pesquisa: os descaminhos
e os caminhos assumidos e o contar dessas histórias traçadas nesse caminhar, sem
esquecer dos detalhes técnicos e matemáticos traçados pelos participantes.
Finalmente, a caminhada, embora tortuosa, me fez concluir: “Sim, eu
passarinho”. Viva Mario Quintana e viva a vida!
115

REFERÊNCIAS

ALVES‐MAZZOTTI, A. J. O planejamento de pesquisas qualitativas. In: ALVES‐


MAZZOTTI, A. J.; GEWANDSNAJDER, F. (org.). O método nas ciências naturais
e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1999.

AUSUBEL, D. P. A aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São


Paulo: Moraes, 1982.

BEJARANO, L. Constructions was MUCH better this year! Disponível em:


https://crazymathteacherlady.wordpress.com/2015/09/16/constructions-was-much-
better-this-year/. Acesso em: 20 mar. 2019.

BOGDAN, R.; BIKLEN, S.K. Qualitative Research for Education. Boston: Allyn and
Bacon, Inc., 1982.

BORBA, M. C.; PENTEADO, M. G. Informática e Educação Matemática. 6. ed.


Belo Horizonte: Autêntica, 2019.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares


Nacionais. Brasília: MEC, 1997.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (versão final).


Brasília: MEC, 2017.

FIORAVANTI, C. Mandalas: como usar a energia dos desenhos sagrados. São


Paulo: Pensamento, 2003.

FIORENTINI, D.; LORENZATO, S. Investigação em Educação Matemática:


percursos teóricos e metodológicos. 3. ed. Campinas: Autores Associados, 2010.

LORENZATO, S. Por que não ensinar Geometria? A Educação Matemática em


revista. Geometria, Blumenau, n. 4, p. 3-13, 1995.

LORENZATO, S. Laboratório de Ensino de Matemática na formação de


professores. Campinas: Autores Associados, 2006.

LORENZATO, S. Para aprender matemática. 3. ed. Campinas: Autores


Associados, 2010.

MERCADO, L. P. L. Formação continuada de professores e novas tecnologias.


Maceió: Gráfica e Editora Universitária da Universidade Federal de Alagoas, 1999.

MIRANDA, D. F.; LAUDARES, J. B. Informatização no Ensino da Matemática:


investindo no ambiente de aprendizagem. Revista Zetetiké, v. 15, n. 27, jan./jun.
116

2007. Disponível em: http://ojs.fe.unicamp.br/ged/zetetike/article/viewFile/2421/2183.


Acesso em: 9 out. 2020.

PASSOS, C. L. B. Materiais manipuláveis como recursos didáticos na formação de


professores de matemática. In: LORENZATO, S. (org.). Laboratório de Ensino de
Matemática na formação de professores. Campinas: Autores Associados, 2006. p.
77-92.

PENTEADO, M. G. Novos atores, novos cenários: discutindo a inserção dos


computadores na profissão docente. In: BICUDO, M. A. V. (org.). Pesquisa em
Educação Matemática: concepções e perpectivas. São Paulo: UNESP, 1999.

PONTE, J. P.; BROCARDO, J.; OLIVEIRA, H. Investigações matemáticas na sala


de aula. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.

RAYMUNDO, M. F. S. M. Construção de conceitos geométricos: investigando a


importância do ensino de Desenho Geométrico, nos anos finais do Ensino
Fundamental. 2010. 120 f. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática) –
Universidade Severino Sombra, Vassouras, 2010.

VENTURA, A. R.; LAUDARES, J. B. Ressignificação dos produtos notáveis


utilizando material concreto. Abakós, Belo Horizonte, v. 5, n. 1, p. 34-47, nov. 2016.
Disponível em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/abakos/article/view/P.2316-
9451.2016v5n1p34. Acesso em: 9 out. 2020.

VENTURA, A. R.; NUNES, R. R. VI Encontro de Educação Matemática de Ouro


Preto, VIII Encontro de Ensino e Pesquisa em Educação Matemática. Ouro
Preto, maio 2017. p. 1061-1068. Disponível em:
https://www.ppgedmat.ufop.br/images/2017/Anais-VI-EEMOP-VIII-EEPEM.pdf.
Acesso em: 9 out. 2020.
117

ANEXO A – Formulário de inscrição on-line


118
119
120
121

ANEXO B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)


122
123

ANEXO C – Certificado emitido aos participantes da oficina


124

APÊNDICE A – Folha de atividades entregue nas Oficinas Presenciais

APÊNDICE B – Página on-line com as informações sobre a oficina


125

Página de divulgação da Oficina Desafios Geométricos

Disponível em: https://is.gd/cursodesafiosgeometricos.


126
127

APÊNDICE C – Recurso educativo


01
01
GEODALAS: Desafios Geométricos – Mandalas com régua, compasso e GeoGebra de Angélica Rodrigues Ventura; Teresinha Fumi Kawasaki
está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.
Ficha técnica
Recurso Educacional da pesquisa de Mestrado:
Fragmentos de uma Pesquisa - Desafios Geométricos, “régua
e compasso” e GeoGebra: estudando Geometria por meio de
construções de Mandalas Geométricas

Universidade Federal de Minas Gerais


Reitora: Sandra Regina Goulart Almeida
Vice-Reitor: Alessandro Fernandes Moreira

Programa de Mestrado Profissional em Ensino e Docência


PROMESTRE – Faculdade de Educação da UFMG
Coordenadora: Teresinha Fumi Kawasaki
Subcoordenadora: Maria Amália de Almeida Cunha

Linha de pesquisa
Educação Matemática
Autora
Angélica Rodrigues Ventura

Orientadora
Teresinha Fumi Kawasaki

Projeto gráfico e diagramação


Luiza de Oliveira e Marcelo Paiva

V468g Ventura, Angélica Rodrigues, 1981-


Geodalas [recurso eletrônico] : desafios geométricos -- mandalas com
régua, compasso e GeoGebra / Angélica Rodrigues Ventura, Teresinha Fumi
Kawasaki. - Belo Horizonte, [2022].
[186 p.] : il., color.

[Recurso Educacional produzido em conjunto com a dissertação de


mestrado da autora Angélica Rodrigues Ventura, orientada por Teresinha Fumi
Kawasaki, com o título: "Fragmentos de uma pesquisa: [manuscrito] desafios
geométricos, GeoGebra e “régua e compasso”: estudando Geometria por meio de
construções de mandalas geométricas. -- Universidade Federal de Minas Gerais,
Faculdade de Educação].
Bibliografia: f. 107.
[Anexos: f. 109-186].

1. Matemática -- Estudo e ensino . 2. Matemática -- Métodos de ensino.


3. Geometria -- Estudo e ensino. 4. Geometria -- Ensino auxiliado por computador.
5. GeoGebra (Recurso eletrônico). 6. Tecnologia educacional. 7. Ensino auxiliado
por computador. 8. Mandala -- Desenho por computador -- Estudo e ensino.
I. Título. II. Kawasaki, Teresinha Fumi, 1960-. III. Universidade Federal de
Minas Gerais, Faculdade de Educação.
CDD- 516.007
Catalogação da fonte: Biblioteca da FaE/UFMG (Setor de referência)
Bibliotecário: Ivanir Fernandes Leandro CRB: MG-002576/O

03
Sumário

APRESENTAÇÃO ....................................................................... 07
1. O PORQUÊ DA GEOMETRIA ................................................. 11
2. MAS O QUE SÃO MANDALAS? .............................................. 15
3. DESAFIOS GEOMÉTRICOS – GEODALAS ........................... 19
DESAFIO I ................................................................................... 23
DESAFIO II .................................................................................. 33
DESAFIO III ................................................................................. 43
ORIGAMI ..................................................................................... 52
DESAFIO IV ................................................................................. 55
DESAFIO V .................................................................................. 65
DESAFIO VI ................................................................................. 75

APOIO A(O) PROFESSOR(A) ..................................................... 87


I. CONSTRUINDO NO GEOGEBRA ........................................... 91
Restringindo ferramentas .......................................................... 92
Ordenando as construções ....................................................... 92
Sobrepondo uma construção a outra ........................................ 94
Alterando a cor e tranparência das contruções ......................... 94
II. CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICAS FUNDAMENTAIS
NO GEOGEBRA .......................................................................... 99
III. KIT COMPONDO SUA MANDALA ....................................... 103

AUTORAS ................................................................................. 105

REFERÊNCIA ............................................................................ 107

MATERIAL DE APOIO PARA IMPRESSÃO.............................. 109


Desafios Geométricos - Folhas de Atividades........................... 113
Construcões Geométricas Fundamentais
no GeoGebra - Cartões ........................................................... 139
Kit Compondo sua Mandala - Peças......................................... 171

05
APRESENTAÇÃO

Caros professores e professoras,


No ensino da Matemática, considerada uma disciplina “difícil”,
uma boa estratégia é a diversificação das metodologias de ensino.
Nesse sentido, ensinar não se restringe à práticas de transmissão
de conhecimento, mas pensar, planejar e criar novos recursos
procurando alterar o processo de ensino e aprendizagem tradicional.
Nessa direção, eu, uma professora de matemática, pesquisadora
em formação, passei a repensar a minha prática em sala de aula
e procurei criar estratégias para despertar o interesse dos alunos
pela aprendizagem de Geometria. Assim, eu e minha orientadora,
propomos uma abordagem de ensino de Geometria por meio das
Construções Geométricas – ou Desenho Geométrico, incorporando
o uso das ferramentas tradicionais – régua e compasso –, de
tecnologias computacionais e da investigação matemática na
construção de Mandalas, reunidas em algumas atividades aqui
designadas por Desafios Geométricos.
Tais Desafios Geométricos intencionam colocar os estudantes
diante de situações onde estratégias de investigação devem/
podem ser estabelecidas, visando proporcionar ao estudante
a experimentação e a visualização de conceitos geométricos.
Acreditamos que essa prática fomenta o domínio desses conceitos
geométricos de forma gradativa e objetiva estimular o estudante
a estabelecer uma sequência lógica de raciocínio procurando
conectar as propriedades relacionadas aos conceitos estudados.
Este livro é fruto da pesquisa Fragmentos de uma Pesquisa
- Desafios Geométricos, “régua e compasso” e GeoGebra:
estudando Geometria por meio de construções de Mandalas
Geométricas, realizado no âmbito do Mestrado Profissional em
Educação e Docência – PROMESTRE, FaE/UFMG, na linha de
pesquisa Educação Matemática sob orientação da Profa. Dra.
Teresinha Fumi Kawasaki. Nossos Desafios foram idealizados
tomando como base o trabalho Constructions was MUCH better this
year! de Lisa Bejarano de 2015¹. Lisa teve por objetivo melhorar o
ensino de construções geométricas em suas turmas, e esse também
é nosso objetivo, trazer a você professor(a) uma nova possibilidade
de abordagem da Geometria.

07
Os Desafios Geométricos – GEODALAS serão apresentados
em forma de Oficinas, com uma sugestão de resolução para cada
Mandala no GeoGebra, acompanhados de comentários sempre
que necessário. Contudo, escolhemos aqui o uso do GeoGebra,
utilizando somente as ferramentas régua e compasso, pelo fato de
que originariamente, todas as construções geométricas da Geometria
Plana podem ser feitas utilizando apenas essas duas ferramentas.
Com isso, os leitores poderão reproduzir tais construções na mídia
“lápis e papel”. Preparamos também alguns vídeos, hospedados no
Youtube, arquivos do geoGebra, que poderão ser acessados por
meio do respectivo QR Code.
Desejamos que este livro possa ajudar você a ter um olhar
diferenciado sobre o ensino da Geometria. Sugerimos que, sempre
que julgar necessário, faça adequações do material à realidade da
sua sala de aula.

Bom trabalho!
Angélica Rodrigues Ventura

¹ BEJARANO, L. Constructions was


MUCH better this year! Crazy math
teacher lady. 2015. Disponível em:
https://crazymathteacherlady.wordpress.
com/2015/09/16/constructions-was-much-
better-this-year/.

08
09
10
1. O PORQUÊ
DA GEOMETRIA

“Geometria valoriza o descobrir, o conjecturar e o


experimentar” (LORENZATO, 1995, p.6)

Mesmo não querendo ou percebendo, a Geometria está presente


no nosso dia a dia. Nosso entorno é constituído por infinitas
formas e imagens, estando presentes em tudo, na natureza, nas
construções civis, nas artes... e quando paramos para analisar
estas formas estamos lidando com algumas ideias de paralelismo,
perpendicularismo, congruência, semelhança, medição e simetria
diariamente.
Inúmeros são os argumentos sobre a importância de se ensinar
e aprender Geometria, por isso o professor(a) de Matemática
deve se apropriar de metodologias que propiciem um pensamento
exploratório-investigativo, e os softwares de geometria dinâmica
mediam esse processo de ensino e aprendizagem. Entre as várias
possibilidades, estes recursos nos proporcionam a multiplicidade
de representações dos objetos geométricos.
Nesse contexto, este livro apresenta uma proposta de estudo da
Geometria, mais especificamente as Construções Geométricas,
com o objetivo de estimular um pensamento exploratório. Aliada a
essa proposta, proponho o uso do software de matemática dinâmica
GeoGebra.
Mas por que o GeoGebra? O GeoGebra é um software de
matemática dinâmica, gratuito que integra Geometria (Geo) e
Álgebra (Gebra). Com ele é possível traçar objetos geométricos
dos mais simples aos mais complexos que possam ser construídos
com régua e compasso. Por exemplo, segmentos de retas
perpendiculares e retas paralelas, circunferências, ângulos e
medir segmentos além de ser possível construir todas as figuras
da geometria elementar. O dinamismo do programa nos possibilita
experimentar e visualizar alguns conceitos da geometria; com
isso, de alguma forma acabamos por “dar forma” ao que antes era
considerado abstrato. É um software bastante flexível e amigável.

11
13
14
2. MAS O QUE
SÃO MANDALAS?

Mandala é uma palavra do sânscrito e significa “círculo”. Se


caracterizam por desenhos ou estruturas dispostos(as) de forma
concêntrica. Ou seja, que se desenvolvem a partir de um mesmo
centro. A forma circular na construção de uma Mandala é a regra
caracterizada ainda pela simetria e repetição das formas.
Podemos classificar as mandalas a partir da sua origem, finalidade e
formação. Fioravanti (2003, p. 9) diz, quanto a sua origem, que elas
são classificadas em orientais e ocidentais. As Mandalas ocidentais
são normalmente utilizadas como adornos arquitetônicos e em
decoração, sua finalidade nesse caso é o profano. Já as Mandalas
orientais são quase sempre de cunho religioso, nesse caso
são mais conhecidas por Rosáceas, sua finalidade é o sagrado.
Historicamente, as Mandalas se constituem como uma das mais
antigas inscrições e grafismo da humanidade.
Nosso foco na construção das Mandalas é quanto a sua formação
caracterizada pelas formas geométricas.
Mandalas Geométricas se constituem por desenhos geométricos
que se inscrevem uns aos outros, resultando em um círculo ou em
um quadrado, desvelando em repetição de padrões. Na construção
de uma Mandala Geométrica é requerido o conhecimento de vários
conceitos da geometria plana – circunferência, segmento, ponto
médio, mediatriz, bissetriz, retas paralelas, retas perpendiculares
– além dos princípios de divisão de uma circunferência em partes
iguais que possibilita o desenho de polígonos regulares, inscritos ou
circunscritos, e de polígonos estrelados na circunferência.

15
As Mandalas Geométricas são simétricas e embora existam
diferentes tipos de simetria, trabalharemos apenas com dois tipos:
simetria radial e simetria axial. A maioria das Mandalas possuem
simetria radial, que consiste na rotação de alguns elementos em
torno de um certo eixo, ou seja, os elementos se repetem em volta
desse eixo. Já a simetria axial acontece quando dividimos a mandala
em seu eixo de simetria e obtemos imagem espelhada.

Escaneie e
assista a
construção de
algumas
mandalas

16
17
18
3. DESAFIOS
GEOMÉTRICOS –
GEODALAS

A Oficina Desafios Geométricos – GEODALAS tem como ponto


de partida o desafio da reprodução e/ou criação de Mandalas, por
meio das Construções Geométricas – ou Desenho Geométrico.
Para isso, foram escolhidas Mandalas Geométricas que, acredito,
possam instigar a investigação por colocar os alunos diante de
desafios geométricos em que estratégias de investigação devem/
podem ser estabelecidas. Por este motivo, sugiro fortemente que
os professores(as) no momento da oficina deem espaço para os
alunos pensarem e formularem suas próprias respostas de forma
coletiva (entre eles) com criatividade e autonomia.
A oficina foi planejada para trabalhar conteúdo da grade curricular
de geometria de forma contextualizada, utilizando ferramentas como
régua e compasso e, também, o software GeoGebra. O critério na
escolha das Mandalas foi o conjunto de propriedades geométricas
envolvidas em sua construção. Por essa razão, a minha sugestão
é que o professor(a) proponha os Desafios em módulos, uma
construção de Mandala por vez.
A estrutura metodológica e os conteúdos específicos para cada
Desafio estão descritos de forma detalhada na descrição da Oficina.
Ressalta-se que apresento uma sugestão de aplicação, mas fica a
cargo do professor(a) adequá-la à realidade da sua sala de aula.

19
Objetivos dos Desafios
Explorar a Geometria plana por meio da resolução de desafios que
suscitam conhecimentos sobre Construções Geométricas;
Estimular o pensamento geométrico e o raciocínio lógico;
Reforçar conceitos de geometria;
Reproduzir e criar Mandalas usando figuras geométricas planas;
Manipular ferramentas de desenho geométrico: régua e compasso
e o software GeoGebra.

Recursos necessários
Régua, compasso, lápis, caneta e papel;
Textos impressos com os enunciados dos desafios para realização
das atividades;

Computadores com o software GeoGebra instalado e acesso à


internet.

Metodologia -
Sugestão ao professor(a)

Apresento aqui uma proposta para trabalhar os desafios em sala


de aula.

Momento 1 – Apresentação da oficina e explicação sobre


Mandala Geométrica
Explicar a proposta da oficina, além de explicar o que são as
Mandalas Geométricas. Pode-se iniciar com os questionamentos:
O que são mandalas? O que caracteriza uma mandala geométrica?
Momento 2 – Organização dos grupos e distribuição das
atividades
Após o momento inicial, solicitar aos estudantes que se organizem
em grupos de no máximo 5 pessoas sugerindo que trabalhem de
forma coletiva/colaborativa, pois, espera-se que haja engajamento
mútuo entre os alunos. Distribuir as atividades do Desafio
Geométrico.

Momento 3 – Desafio Geométrico: Régua e compasso


Com os grupos já divididos, propor que os estudantes discutam entre
si uma forma de construir a Mandala: que figuras geométricas estão
envolvidas? Como elas estão dispostas com relação às outras?
Tomar notas dos passos seguidos para posteriormente socializar
com a turma.

20
Neste momento, a expectativa é de que os estudantes exponham
em grupo os seus insights na resolução do desafio, sem rigor
matemático. Com base nesses insights, o(a) professor(a) deve
orientar para que eles desenvolvam também uma construção
geométrica da Mandala utilizando régua e compasso.

Momento 4 – Apresentação das conclusões dos participantes


Cada grupo apresentará a forma como reproduziu a Mandala. Os
alunos deverão descrever o seu entendimento sobre a construção.
Neste momento, será aberta à turma um debate sobre as construções
realizadas.

Momento 5 – Desafio Geométrico: GeoGebra


Antes de dar início a essa parte, poderão ser apresentadas
algumas funcionalidades do GeoGebra, caso os alunos não tenham
familiaridade com o software; para isso, foi disponibilizado um mini
tutorial com algumas funcionalidades do GeoGebra.
A partir das construções feitas anteriormente partiremos para o uso
do GeoGebra. Neste momento, cada grupo deverá reproduzir a
Mandala no GeoGebra, utilizando os passos feitos inicialmente ou,
se desejarem, partindo de uma nova estratégia de construção.
Solicitar a cada grupo que compartilhe a forma como reproduziu a
Mandala no GeoGebra. Neste momento, será aberta à turma uma
discussão sobre as construções realizadas fazendo um comparativo
com a construção com régua e compasso.

21
23
24
Que figuras geométricas vocês identificam ao observar a composição
desta Mandala?

Qual é a posição relativa de cada figura em relação à circunferência


base ou às outras figuras que compõem a Mandala?

Faça você mesmo a composição² da Mandala.

² Foram disponibilizadas peças para compor esta Mandala (Kit de montagem)

25
PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO
DO DESAFIO
GEOMÉTRICO I

Figuras que compõem esta mandala


- uma circunferência grande que é a base desta Mandala, ou
seja, circunferência base.
- um triângulo
- três losangos
- uma circunferência menor

26
O exercício de decompor a Mandala tem como objetivo
despertar insights sobre os objetos e conceitos da geometria
plana que poderão se fazer necessários para sua construção.

Qual é a posição relativa de cada figura em relação à


circunferência base ou às outras figuras que compõem a
Mandala?
Observamos inicialmente um triângulo inscrito na circunferência
base.
Três losangos: cada losango tem um dos vértices sobre a
circunferência e o vértice oposto sobre o centro da mesma
circunferência.
E, por último, uma circunferência menor concêntrica à circunferência
maior.

Com essas informações já podemos começar a construir...


Nesta Mandala poderíamos iniciar a construção pela circunferência
base, mas o design da Mandala nos inspira a iniciar esse desenho
pela construção do triângulo equilátero.

Etapa I – construção do triângulo equilátero

I. Trace um segmento de reta AB. Este será um dos


lados do triângulo inscrito na circunferência base.
II. Para definir o terceiro vértice, trace duas circunferências
com raio AB, uma com centro em A e outra com centro em B;

III. As circunferências se interceptam em dois pontos.


Marque esses pontos;
IV. Escolha um dos pontos e trace segmentos unindo
os pontos A,B e o ponto de interseção escolhido. Da união
desses pontos temos um triângulo equilátero.

27
Etapa II – construção da circunferência base

• Primeiro, vamos discutir a posição relativa do triângulo


equilátero em relação à circunferência base:
O triângulo equilátero está inscrito na circunferência
base, logo, seus vértices são pontos pertencentes à
circunferência.
O centro da circunferência base, que circunscreve o
triângulo, é o circuncentro (interseção das mediatriz
dos lados do triângulo).
Por ser um triângulo equilátero o circuncentro, o
incentro (interseção das bissetrizes internas), o
ortocentro (interseção das alturas relativas aos lados)
e também o baricentro (interseção das medianas)
coincidem. Neste caso, este ponto dista da base 1/3 de
sua altura.
• Seguindo essas observações, vamos iniciar o traçado da
circunferência base.
I. Para definir o centro do triângulo, o circuncentro,
vamos traçar as mediatrizes relativas aos lados. Observe
que a primeira mediatriz foi já definida na construção do
triângulo. Para evidenciá-la, basta traçar uma reta passando
pelos pontos de interseção das duas circunferências;

Nesta parte podemos chamar atenção para as


características da reta mediatriz de um segmento:
ela passa pelo ponto médio do segmento, divide esse
segmento em duas partes iguais e, neste caso, por
estarmos trabalhando com um triângulo equilátero
coincide com a mediana desse triângulo.

II. Para traçar a segunda e terceira mediatrizes, vamos


construir uma circunferência de raio AB e centro no vértice
oposto ao lado AB;
III. Marque os pontos de interseção dessa circunferência
com as duas circunferências traçadas anteriormente;
IV. Trace as retas mediatrizes, uma por vez, unindo os
dois pontos de interseção de cada duas circunferências;
V. Observe que todas as mediatrizes se interceptam em
um único ponto. Marque esse ponto. Este é o circuncentro,
ou seja, o centro da circunferência que circunscreve o
triângulo;
VI. Defina como raio da circunferência base a distância
entre o circuncentro do triângulo e um dos vértices do
triângulo e trace, a partir do circuncentro, a circunferência
base.

28
Voltemos à Mandala.

Temos três losangos no interior


da circunferência base. Todos
têm um vértice em comum
no centro da circunferência.
Além dessa característica,
cada losango tem dois vértices
pertencentes ao triângulo
equilátero, um vértice pertence à
circunferência e também a uma
das mediatrizes do triângulo.

Etapa III – construção dos losangos internos à circunferência


base
» Percebemos que a Mandala possui simetria radial ao
analisarmos a posição dos losangos em relação ao triângulo
equilátero. Nota-se que seus vértices estão a uma mesma
distância um dos outros em torno do centro da circunferência.

• Seguindo essas observações, vamos construir outro


triângulo equilátero com mesmo centro e invertido em relação
ao triângulo já traçado.

29
I. Para construirmos este triângulo equilátero vamos
marcar os pontos de interseção entre a circunferência base
e as três mediatrizes. Este ponto será um dos vértices do
losango;

II. Trace segmentos unindo esses três pontos formando


um triângulo equilátero invertido em relação ao primeiro
triângulo traçado;
III. Vamos definir mais dois vértices do losango, os que
pertencem aos lados do triângulo equilátero. Para isso,
marque os pontos de interseção entre os dois triângulos;

IV. Trace segmentos unindo o vértice do segundo


triângulo, os pontos de interseção entre os triângulos e o
centro da circunferência (quarto vértice do losango), formando
os losangos.

30
Pra finalizar nossa construção, vamos construir a circunferência
central.

Etapa IV – construção da circunferência central

» Como sabemos, as Mandalas Geométricas possuem


simetria e são construídas seguindo padrões, desse modo, na
construção da circunferência central optamos por padronizar
a medida do raio.
I. Para definirmos o raio da circunferência central vamos
marcar o ponto médio referente a um dos lados do primeiro
triângulo equilátero construído. Para isso, vamos marcar o
ponto de interseção entre uma das mediatrizes e um dos
lados desse triângulo;
II. Vamos definir o raio como a distância entre o ponto
médio e um dos vértices do losango que pertencem ao
primeiro triângulo equilátero traçado. O centro dessa
circunferência será o circuncentro da circunferência base.
Trace a circunferência.

Nossa construção está finalizada! Agora vamos mudar as cores,


alterar as camadas de construção para sobrepor as figuras e ocultar
alguns elementos de construção.

31
Na construção desta Mandala exploramos...

- Ponto médio, mediatriz, bissetriz e altura


- Incentro, circuncentro, ortocentro e baricentro
- Triângulo equilátero
- Triângulo equilátero inscrito na circunferência
- Circunferências tangentes
- Divisão de uma circunferência em 3 partes congruentes

Escaneie e
assista a
construção
desta mandala

32
33
34
Que figuras geométricas vocês identificam ao observar a composição
desta Mandala?

Qual é a posição relativa de cada figura em relação à circunferência


base ou às outras figuras que compõem a Mandala?

Faça você mesmo a composição³ da Mandala.

³ Foram disponibilizadas peças para compor esta Mandala (Kit de montagem)

35
PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO
DO DESAFIO
GEOMÉTRICO II

Figuras que compõem esta mandala

- uma circunferência grande que é a base desta Mandala, ou


seja, circunferência base.
- um triângulo
- três circunferências menores e de mesmo tamanho que se
tangenciam

36
O exercício de decompor a Mandala tem como objetivo
despertar insights sobre os objetos e conceitos da geometria
plana que poderão se fazer necessários para sua construção.

Qual é a posição relativa de cada figura em relação à


circunferência base ou às outras figuras que compõem a
Mandala?
Observamos inicialmente um triângulo inscrito na circunferência
base.
Três circunferências menores tangentes entre si: cada circunferência
tangencia a circunferência base internamente.

Com essas informações já podemos começar a construir...


Nesta Mandala poderíamos iniciar a construção pela circunferência
base, mas o design da Mandala nos inspira a iniciar esse desenho
pelas três circunferências menores que são tangentes entre si.

Etapa I – construção das três circunferências tangentes entre


si
• Primeiro, vamos discutir a posição relativa destas
circunferências tangentes em relação ao triângulo e à
circunferência base:
As três circunferências menores, tangentes entre si,
tangenciam internamente a circunferência base.
Cada circunferência menor está sobre um lado do
triângulo.

• Seguindo essas observações, vamos iniciar o traçado das


circunferências tangentes.
» Vamos começar construindo um triângulo equilátero, onde
seus vértices serão os centros das circunferências tangentes.

I. Trace um segmento de reta AB. Este será um dos


lados do triângulo equilátero;
II. Para definir o terceiro vértice, trace duas circunferências
com raio AB, uma com centro em A e outra com centro em B;

III. As circunferências se interceptam em dois pontos.


Marque esses pontos;
IV. Escolha um dos pontos e trace segmentos unindo
os pontos A, B e o ponto de interseção escolhido. Da união
desses pontos temos um triângulo equilátero.

37
V. Para definir o raio das circunferências, vamos traçar
a mediatriz referente ao segmento AB. Observe que a
mediatriz já foi definida na construção do triângulo. Para
evidenciá-la, basta traçar uma reta passando pelos pontos
de interseção das duas circunferências;
VI. Marque o ponto de interseção entre a mediatriz e o
segmento AB;

Nesta parte podemos chamar atenção para o fato de


o ponto de interseção ser o ponto médio relativo ao
segmento AB e por se tratar de um triângulo equilátero a
reta traçada desde o vértice à base é também mediana,
mediatriz, bissetriz e altura desse triângulo.

VII. Defina como


raio a distância entre o
ponto médio referente
ao segmento AB e
seu vértice adjacente,
pontos A e B;

VIII. Com centro em


cada um dos vértices
do triângulo trace
três circunferências
tangentes entre si.

Voltemos à Mandala.

Temos um triângulo equilátero


inscrito na circunferência base,
logo, seus vértices são pontos
pertencentes à circunferência,
além de seus centros
coincidirem.

38
Etapa II – construção da circunferência base
» O centro da circunferência base, que circunscreve o
triângulo, é o circuncentro (interseção das mediatrizes dos
lados do triângulo).

Nesta parte podemos chamar atenção ao fato de que


em um triângulo equilátero, o incentro (interseção das
bissetrizes internas), o circuncentro (interseção das
mediatrizes dos lados), o ortocentro (interseção das
alturas relativas aos lados) e também o baricentro
(interseção das medianas) coincidem.

• Seguindo essas observações, vamos iniciar o traçado da


circunferência base.
I. Para definir o centro do triângulo equilátero, o
circuncentro, vamos traçar a segunda mediatriz relativa
ao lado do triângulo construído anteriormente. Para traça-la
vamos marcar o ponto de interseção entre duas circunferências
tangentes, referentes a outro lado do triângulo:
II. Trace a reta mediatriz unindo esse ponto de interseção
ao vértice oposto;
III. Observe que as mediatrizes se interceptam em um
único ponto. Marque esse ponto; este é o circuncentro, ou
seja, o centro da circunferência que circunscreve o triângulo;
IV. Para definir o raio da circunferência base, vamos
marcar o ponto interseção, ponto superior, entre uma das
circunferências tangentes com a mediatriz.
V. Defina como raio da circunferência base a distância
entre o circuncentro do triângulo e este ponto de interseção
e trace, a partir do circuncentro, a circunferência base.

39
Pra finalizar nossa construção, vamos construir o triângulo inscrito
na circunferência.

Etapa III – construção do triângulo equilátero inscrito na


circunferência
I. Para definir o primeiro vértice do triângulo equilátero
vamos marcar o ponto de interseção entre a circunferência
base e a mediatriz que usamos como referência para definir
o raio da circunferência;
II. Para traçar o segundo e o terceiro vértice, vamos
construir uma circunferência com mesma medida de raio da
circunferência base e centro no ponto de interseção entre a
circunferência base e a mediatriz;
III. Marque os pontos de interseção dessa circunferência
com a circunferência base;
Seguindo esses passos temos uma circunferência dividida
em 3 partes iguais.
IV. Trace segmentos unindo esses três pontos;
V. Da união desses pontos sobre a circunferência temos
o triângulo inscrito na circunferência.

40
Nossa construção está finalizada! Agora vamos mudar as cores,
alterar as camadas de construção para sobrepor as figuras e ocultar
alguns elementos de construção.

Na construção desta Mandala exploramos...

- Ponto médio, mediatriz, bissetriz e altura


- Incentro, circuncentro, ortocentro e baricentro
- Triângulo equilátero
- Triângulo equilátero inscrito na circunferência
- Circunferências tangentes
- Divisão de uma circunferência em 3 partes congruentes

Escaneie e
assista a
construção
desta mandala

41
43
44
Que figuras geométricas vocês identificam ao observar a composição
desta Mandala?

Qual é a posição relativa de cada figura em relação à circunferência


base ou às outras figuras que compõem a Mandala?

Faça você mesma a composição⁴ da Mandala.

⁴ Foram disponibilizadas peças para compor esta Mandala (Kit de montagem)

45
PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO
DO DESAFIO
GEOMÉTRICO III

Figuras que compõem esta mandala


- uma circunferência grande que é a base desta Mandala, ou
seja, circunferência base.
- dois quadrados de mesmo tamanho
- um quadrado menor
- um polígono estrelado

46
O exercício de decompor a Mandala tem como objetivo
despertar insights sobre os objetos e conceitos da geometria
plana que poderão se fazer necessários para sua construção.

Qual é a posição relativa de cada figura em relação à


circunferência base ou às outras figuras que compõem a
Mandala?
Observamos inicialmente dois quadrados de mesmo tamanho
inscritos na circunferência base, formando juntas uma estrela
regular de oito pontas.
Um quadrado menor inscrito em um dos quadrados maiores.
E, por último, dois triângulos formando um polígono estrelado: cada
triângulo tem um vértice coincidente a um dos vértices de um dos
quadrados maiores.

Com essas informações já podemos começar a construir...


Na construção da circunferência base, iniciaremos pelo diâmetro da
circunferência que podemos fazer coincidir com a diagonal de um
dos quadrados.
Observe que para traçar uma circunferência necessitamos somente
do centro e da medida do raio, mas o design da Mandala nos inspira
a iniciar esse desenho pelo diâmetro da circunferência ou diagonal
de um dos quadrados.

Etapa I – construção da circunferência base e do primeiro


quadrado inscrito na circunferência
I. Defina o diâmetro da circunferência base traçando um
segmento de reta AB;
II Para definir o centro da circunferência base, vamos
marcar o ponto médio do segmento AB. O raio será a
distância entre o ponto médio e um dos pontos, A ou B.
Trace, a partir do ponto médio, a circunferência base;

Nesta parte é importante chamar atenção que ao marcar


o ponto médio traçamos a reta mediatriz do segmento AB,
esta reta é perpendicular ao segmento AB, por definição.

III. A circunferência base está dividida em duas partes


congruentes, ou seja, iguais. Observe que a reta que passa
pelo ponto médio, reta mediatriz, intercepta a circunferência
em dois pontos. Marque esses pontos;
IV. Temos então uma circunferência dividida em 4
partes congruentes. Trace segmentos unindo esses pontos.
Da união desses pontos sobre a circunferência temos o
quadrado inscrito na circunferência.

47
Etapa II – construção do segundo quadrado inscrito na
circunferência
• Primeiro, vamos discutir a posição relativa deste quadrado
em relação ao primeiro quadrado:
Ambos estão inscritos na circunferência base.
Os centros dos quadrados coincidem.
O segundo quadrado tem seus vértices deslocados 45°
em sentido horário ou anti-horário.

• Seguindo essas observações, vamos iniciar o traçado do


segundo quadrado
I. Para traçar o segundo quadrado vamos marcar quatro
pontos, deslocados 45° em sentido horário ou anti-horário em
relação aos já marcados, sobre a circunferência. Para marcar
esses pontos vamos traçar as duas bissetrizes referentes ao
segmento AB e a mediatriz;
II. Observe que as bissetrizes interceptam a
circunferência em quatro pontos. Marque esses pontos;
III. Trace segmentos unindo esses pontos. Da união
desses pontos sob a circunferência temos o segundo
quadrado.
IV. Concluindo a construção dos dois quadrados temos
uma circunferência dividida em 8 partes congruentes.

48
Voltemos à Mandala.

Temos ainda um terceiro


quadrado, o menor. Observe
que esse quadrado (menor)
está inscrito no segundo
quadrado traçado e, portanto,
seus vértices são pontos
pertencentes aos lados do
referido quadrado, situados no
ponto médio de cada lado.

Etapa III – construção do terceiro quadrado


• Observe que os vértices desse quadrado já estão indicados.
São eles:
I. Os dois pontos de interseção do segundo quadrado
construído com a mediatriz do segmento AB, marque-os;
II. E os dois pontos de interseção do segundo quadrado
com o segmento AB, marque-os;
III. Trace segmentos unindo esses pontos. Da união
desses pontos temos o terceiro quadrado.

49
Pra finalizar nossa construção, vamos construir o polígono
estrelado.

Etapa IV – construção do polígono estrelado


• Observando o polígono estrelado percebemos que ele é
constituído por dois triângulos, um deles deslocado 180º em
relação ao outro.
I. Para construirmos os triângulos vamos marcar os
pontos de interseção entre as bissetrizes e o terceiro
quadrado. Estes pontos serão seus vértices;
II. Trace segmentos unindo um dos vértices do
terceiro quadrado e dois pontos de interseção marcados
anteriormente. Temos um triângulo isósceles;
III. Repita o processo com os outros dois pontos e outro
vértice. Temos o segundo triângulo invertido em relação ao
primeiro;
IV. Para formar o polígono estrelado, sobrepomos os dois
triângulos.

50
Nossa construção está finalizada! Agora vamos mudar as cores,
alterar as camadas de construção para sobrepor as figuras e ocultar
alguns elementos de construção.

Na construção desta Mandala exploramos...

- Ponto médio, Mediatriz, Bissetriz


- Reta perpendicular
- Quadrado
- Triângulo isósceles
- Quadrado inscrito na circunferência
- Polígonos estrelados
- Divisão de uma circunferência em 4 e em 8 partes
congruentes

Escaneie e
assista a
construção
desta mandala

51
ORIGAMI
Origami é a junção de dois caracteres:
(ori) = dobrar e (kami) = papel.
Sabe-se que a arte do origami se iniciou na China,
mas foi no Japão que se difundiu tornando-se a arte
tradicional japonesa de dobrar papel, confeccionando
objetos através de dobras geométricas em papel.

52
Com o passar do tempo, o origami ganhou novas
técnicas e formas e o origami modular é uma
delas. Com o uso de cortes e colagem temos um
leque de possibilidades para criar várias Mandalas
Geométricas.

53
55
56
Que figuras geométricas vocês identificam ao observar a composição
desta Mandala?

Qual é a posição relativa de cada figura em relação à circunferência


base ou às outras figuras que compõem a Mandala?

Faça você mesma a composição⁵ da Mandala.

⁵ Foram disponibilizadas peças para compor esta Mandala (Kit de montagem)

57
PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO
DO DESAFIO
GEOMÉTRICO IV

Figuras que compõem esta mandala


- uma circunferência grande que é a base desta Mandala, ou
seja, circunferência base.
- um pentágono
- um polígono estrelado
- e um pentágono menor

58
O exercício de decompor a Mandala tem como objetivo
despertar insights sobre os objetos e conceitos da geometria
plana que poderão se fazer necessários para sua construção.

Qual é a posição relativa de cada figura em relação à


circunferência base ou às outras figuras que compõem a
Mandala?
Observamos inicialmente um pentágono inscrito na circunferência
base.
Um polígono estrelado inscrito no pentágono.
E, por último, uma estrela de cinco pontas que pode ser constituída
por cinco triângulos, com um pentágono menor ao centro.

Com essas informações já podemos começar a construir...

Etapa I – construção da circunferência base e do pentágono


regular inscrito na circunferência
I. Defina o raio da circunferência base traçando um
segmento de reta AB;
II. Para definir o centro da circunferência base escolha o
ponto A. Trace, a partir desse ponto, a circunferência base.

III. Para definirmos o diâmetro da circunferência base


vamos traçar uma reta passando pelos pontos A e B. Marque
os dois pontos de interseção da reta traçada com a
circunferência base;
IV. Perceba que temos dois pontos marcados sobre a
circunferência base. Precisamos dividir esta circunferência
em quatro partes congruentes, para isso, vamos traçar uma
reta perpendicular que passe pelo ponto A;

Nesta parte podemos chamar atenção que ao traçar a reta


perpendicular estamos traçando a mediatriz referente ao
diâmetro da circunferência base, por definição.

V. A reta perpendicular intercepta a circunferência em


dois pontos. Marque esses pontos;
VI. O próximo passo é determinar o ponto médio do
segmento AB;

59
VII Vamos traçar uma circunferência a partir do ponto
médio. O raio será definido pela distância entre um dos
pontos de interseção entre a circunferência base e a reta
perpendicular ao diâmetro, e o ponto médio do segmento
AB;
VIII. Observe que esta circunferência intercepta o diâmetro
em um único ponto. Marque este ponto;

IX. Vamos traçar outra circunferência. Defina como


raio a distância deste ponto ao ponto de interseção entre a
reta perpendicular ao diâmetro e a circunferência base. A
partir do ponto de interseção entre a reta perpendicular ao
diâmetro e a circunferência base trace outra circunferência;
X. Observe que esta circunferência intercepta a
circunferência base em dois pontos, marque-os;
XI. Defina um desses pontos como centro e trace outra
circunferência de mesmo raio da anterior;

60
XII. A circunferência traçada interceptará a circunferência
base em um ponto, marque-o;

XIII. Trace outra circunferência definindo esse ponto de


interseção como centro e a mantenha a mesma medida do
raio. Marque o ponto de interseção entre essa circunferência
e a circunferência base;
XIV. Observe que a partir destes quatro últimos pontos
marcados e o ponto de interseção entre a reta perpendicular
ao diâmetro e a circunferência base temos uma circunferência
dividida em 5 partes congruentes;
XV. Trace segmentos unindo esses pontos. Da união
desses pontos sobre a circunferência temos o pentágono
inscrito na circunferência.

61
Voltemos à Mandala.

Observando o polígono
estrelado percebemos que ele
está inscrito no pentágono e
na circunferência base. Temos
também que seus vértices
coincidem com os vértices do
pentágono.

Pra finalizar nossa construção, vamos construir o polígono


estrelado.

Etapa II – construção do polígono estrelado

I. Perceba que o polígono estrelado é formado por


triângulos. Para construirmos esses triângulos vamos traçar
segmentos partindo de cada um dos vértices do pentágono até
os vértices opostos. De cada vértice partirá dois segmentos.
Ao todo traçaremos cinco segmentos;
II. Observe que os segmentos se interceptam. Marque
os pontos de interseção entre esses segmentos;
III. Trace o polígono estrelado unindo de três em três
pontos, formando cinco triângulos isósceles;
IV. Perceba que ao marcarmos os pontos de interseção
entre os segmentos temos delimitamos um pentágono menor
ao centro. Una esses pontos formando o pentágono e finalize
o polígono estrelado.

62
Nossa construção está finalizada! Agora vamos mudar as cores,
alterar as camadas de construção para sobrepor as figuras e ocultar
alguns elementos de construção.

Na construção desta Mandala exploramos...

- Ponto médio, Mediatriz, Bissetriz


- Reta perpendicular
- Triângulo isósceles
- Pentágono regular
- Pentágono inscrito na circunferência
- Polígonos estrelados
- Divisão de uma circunferência em 5 partes congruentes

Escaneie e
assista a
construção
desta mandala

63
65
66
Que figuras geométricas vocês identificam ao observar a composição
desta Mandala?

Qual é a posição relativa de cada figura em relação à circunferência


base ou às outras figuras que compõem a Mandala?

Faça você mesma a composição⁶ da Mandala.

⁶ Foram disponibilizadas peças para compor esta Mandala (Kit de montagem)

67
PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO
DO DESAFIO
GEOMÉTRICO V

Figuras que compõem esta mandala

- uma circunferência grande que é a base desta Mandala, ou


seja, circunferência base
- um hexágono
- um polígono estrelado

68
O exercício de decompor a Mandala tem como objetivo
despertar insights sobre os objetos e conceitos da geometria
plana que poderão se fazer necessários para sua construção.

Qual é a posição relativa de cada figura em relação à


circunferência base ou às outras figuras que compõem a
Mandala?

Observamos inicialmente um hexágono inscrito na circunferência.


Um polígono estrelado inscrito no hexágono: uma estrela de
seis pontas que pode ser constituída por seis losangos ou doze
triângulos.

Com essas informações já podemos começar a construir...

Etapa I – construção da circunferência base e do hexágono


inscrito na circunferência
I Defina o raio da circunferência base traçando um
segmento de reta AB;
II. Para definir o centro da circunferência base escolha o
ponto A. Trace, a partir desse ponto, a circunferência base.
III A partir do ponto B vamos construir outra circunferência
de raio AB;
IV. Observe que esta circunferência intercepta a
circunferência base em dois pontos, marque-os;
V. Mantendo a mesma medida de raio AB traçaremos
outras duas circunferências com centro nos pontos de
interseção marcados anteriormente;
VI. Marque os pontos de interseção entre essas
circuferências e a circunferência base;
VII. Por fim traçaremos a quarta circunferência partindo de
um dos pontos de interseção marcados acima e mesmo raio
AB;
VIII. Marque o ponto de interseção entre essa última
circunferência e a circunferência base;
IX. Observe que a partir destes cinco últimos pontos
marcados e o ponto B temos uma circunferência dividida
em 6 partes congruentes;
X. Trace segmentos unindo esses pontos. Da união
desses pontos sobre a circunferência temos o hexágono
inscrito na circunferência.

69
Pra finalizar nossa construção, vamos construir o polígono
estrelado.

Etapa II – construção do polígono estrelado

• Primeiro, vamos discutir a posição relativa do polígono


estrelado em relação ao hexágono:
Ambos estão inscritos na circunferência base.
Seus centros coincidem.
As pontas do polígono coincidem com os vértices do
hexágono.
• Seguindo essas observações, vamos iniciar o traçado do
polígono
I. Vamos começar traçando retas paralelas que
passem pelos vértices do hexágono. Observe que para traçar
as paralelas basta traçar retas por dois pares de vértices
opostos;

Nesta parte podemos chamar atenção para o fato que em


todo hexágono regular seus lados opostos são paralelos.
E, assim, ao traçar retas passando por vértices opostos
temos retas paralelas, por definição.

70
II. Perceba que ao traçar as retas paralelas formamos
um retângulo com a lateral do hexágono. Tome um de seus
vértices desse retângulo e passe uma reta de forma que
intercepte a outra reta em um ponto;
III. Vamos traçar uma reta paralela a essa. Trace uma
reta pelos pontos opostos à reta traçada;
IV. Perceba que temos mais um retângulo formado pelas
retas e as laterais do hexágono;

V. Observe que os dois pares de retas paralelas se


interceptam em quatro pontos, sendo dois deles coincidentes
aos vértices do hexágono. Marque os outros dois pontos de
interseção entre as retas traçadas. Começamos a definir os
vértices do polígono estrelado;
VI. Para definirmos mais dois vértices vamos traçar uma
circunferência com o raio sendo a distância entre um dos
pontos de interseção e um dos vértices adjacentes a ele que
não pertença ao retângulo. A partir do ponto de interseção
escolhido trace a circunferência;
VII. Perceba que esta circunferência intercepta cada reta
em dois pontos, dois são vértices do hexágono, marque os
outros pontos de interseção;
VIII. Repetiremos esta construção para o outro ponto
de interseção entre as retas. Definiremos assim mais dois
vértices do polígono estrelado;

71
Voltemos à Mandala.

Observe que os triângulos que


constituem o polígono estrelado
possuem, de dois em dois, um
lado em comum formando um
losango.
Observe que os vértices
desses pares de triângulos, ou
losangos, já estão indicados.
São eles:

IX. Para o primeiro triângulo do par: um ponto do


vértice do hexágono, o ponto de interseção entre a reta e a
circunferência, e o centro da circunferência base;
X. Para o segundo triângulo do par: um ponto do vértice
do hexágono, o ponto de interseção entre as retas e o centro
da circunferência base;
XI. Trace segmentos unindo esses pontos formando um
par de triângulos isósceles;
XII. Repita o processo até construir doze triângulos
isósceles.

72
Nossa construção está finalizada! Agora vamos mudar as cores,
alterar as camadas de construção para sobrepor as figuras e ocultar
alguns elementos de construção.

Na construção desta Mandala exploramos...


- Triângulo isósceles, losango
- Reta paralela
- Triângulo isósceles
- Hexágono regular
- Hexágono inscrito na circunferência
- Polígonos estrelados
- Divisão de uma circunferência em 6 partes congruentes

Escaneie e
assista a
construção
desta mandala

73
75
76
Que figuras geométricas vocês identificam ao observar a composição
desta Mandala?

Qual é a posição relativa de cada figura em relação à circunferência


base ou às outras figuras que compõem a Mandala?

Faça você mesma a composição⁷ da Mandala.

⁷ Foram disponibilizadas peças para compor esta Mandala (Kit de montagem)

77
PROPOSTA DE
RESOLUÇÃO
DO DESAFIO
GEOMÉTRICO VI

Figuras que compõem esta mandala


- uma circunferência grande que é a base desta Mandala, ou
seja, circunferência base.
- quatorze triângulos de dois tamanhos diferentes
- um heptágono maior
- um heptágono médio e outro menor

78
O exercício de decompor a Mandala tem como objetivo
despertar insights sobre os objetos e conceitos da geometria
plana que poderão se fazer necessários para sua construção.

Qual é a posição relativa de cada figura em relação à


circunferência base ou às outras figuras que compõem a
Mandala?

Observamos inicialmente um heptágono inscrito na circunferência


base.
Sete triângulos: cada triângulo tem um dos vértices sobre um dos
vértices do heptágono.
Um heptágono mediano: cada lado do heptágono coincide a um
lado do triângulo.
E, por último, um heptágono menor formado pela interseção de
algumas retas.

Com essas informações já podemos começar a construir...

Etapa I – construção da circunferência base e do heptágono


inscrito na circunferência

I Defina o raio da circunferência base traçando um


segmento de reta AB;
II. Para definir o centro da circunferência base escolha o
ponto A. Trace, a partir desse ponto, a circunferência base.
III. Para definir o primeiro vértice do heptágono vamos
traçar a mediatriz do segmento AB;

Nesta parte podemos chamar atenção que ao traçar


a mediatriz referente ao raio da circunferência base,
determinamos o ponto médio do segmento AB, por
definição.

IV. Observe que a mediatriz intercepta a circunferência


em dois pontos. Marque estes pontos.
V. A mediatriz também intercepta o segmento AB em um
ponto, marque-o, este é o ponto médio do segmento AB;
VI. Para definirmos mais dois vértices vamos traçar uma
circunferência. Defina como raio a distância entre um dos
pontos de in-terseção com a mediatriz e o ponto médio do
segmento AB. A partir do ponto de interseção com a mediatriz
trace a circunferência;
VII. Observe que esta circunferência intercepta a
circunferência base em dois pontos, marque-os. Temos três
vértices do heptágono definidos;

79
VIII. A partir de um desses pontos de interseção trace outra
circunferência de mesmo raio. Marque o ponto de interseção
com a circunferência base, este será o quarto vértice do
heptágono;
IX. Para determinar os últimos vértices repita o processo
de construção mais três vezes marcando os pontos de
interseção entre as circunferências e a circunferência base;

X. Observe que a partir destes seis últimos pontos


marcados e o ponto de interseção entre a mediatriz e a
circunferência base temos uma circunferência dividida em
7 partes;
XI. Trace segmentos unindo esses pontos. Da união
desses pontos sobre a circunferência temos o heptágono
inscrito na circunferência.

80
Voltemos à Mandala.

Temos sete triângulos cujo um


dos vértices coincide com um
dos vértices do heptágono. Além
disso, cada triângulo tem dois
de seus vértices coincidindo
com os vértices dos triângulos
adjacentes.

Pra finalizar nossa construção, vamos construir o polígono


estrelado.

81
Etapa II – construção do polígono estrelado

• Primeiro, vamos discutir a posição relativa deste polígono


em relação ao heptágono:
Ambos estão inscritos na circunferência base.
Seus centros coincidem.
Os vértices do polígono coincidem com os vértices do
hexágono.
• Seguindo essas observações, vamos iniciar o traçado do
polígono
I. Vamos começar traçando os segmentos que formam
o heptágono central. Partindo de cada um dos vértices do
heptágono até seus vértices opostos trace segmentos. De
cada vértice partirá quatro segmentos;

II. Observe que os segmentos se interceptam inúmeras


vezes. Vamos definir dois vértices de cada triângulo, para
isso, marque os sete pontos de interseção entre os segmentos
externos;

III. Trace segmentos unindo o vértice do heptágono, e


dois pontos de interseção entre os segmentos, formando os
sete triângulos;

82
IV. Perceba que para evidenciar o segundo heptágono
basta unir os sete pontos de interseção entre os segmentos
externos;

V. Observe que os segmentos também se interceptam


próximo ao centro da circunferência base. Marque os sete
pontos de interseção formando o terceiro heptágono;

83
Nossa construção está finalizada! Agora vamos mudar as cores,
alterar as camadas de construção para sobrepor as figuras e ocultar
alguns elementos de construção.

Na construção desta Mandala exploramos...

- Ponto médio, Mediatriz, Bissetriz


- Reta perpendicular
- Triângulos
- Heptágono
- Heptágono inscrito na circunferência
- Polígonos estrelados
- Divisão de uma circunferência em 7 partes

Escaneie e
assista a
construção
desta mandala

84
APOIO AO(A)
PROFESSOR(A)
Preparamos esse tópico para auxiliar o professor(a) na construção
das Mandalas, assim, disponibilizaremos algumas funcionalidades
do GeoGebra e um conjunto de fichas com algumas construções
básicas, realizadas no GeoGebra, para servir de apoio caso se
faça necessário.
Por fim, preparamos um kit de figuras geométricas que sobrepostas,
formam algumas Mandalas. Este kit tem o intuito de auxiliar os
alunos na execução da oficina ou poderá ser utilizado por turmas
que ainda não têm um conhecimento de construções geométricas
de forma mais lúdica.

87
89
90
I. CONSTRUINDO
NO GEOGEBRA
Nosso objetivo maior com esse material é explorar a Geometria por
meio da resolução de desafios que propõem os desenhos de objetos
geométricos considerados complexos – neste caso, as Mandalas
– e que, acreditamos, suscitam a necessidade de lançar mão de
conhecimentos básicos de Construções Geométricas. Assim,
sugerimos que as construções realizadas no GeoGebra sejam feitas
através de conhecimentos de Desenho Geométrico. Para isso,
algumas ferramentas disponíveis – Retas Perpendiculares, Retas
paralelas, Mediatriz, Bissetriz, Ponto Médio – no software devem
ser evitadas. Nossa proposta é que as Mandalas sejam construídas
no GeoGebra como se fossem feitas com “régua e compasso”.
Vejam abaixo um exemplo de construção no GeoGebra. Não
vamos aqui apresentar o passo a passo da construção, vamos
mostrar a funcionalidade de algumas ferramentas e o processo de
acabamento da Mandala.

91
Restringindo ferramentas
Como mencionamos anteriormente algumas ferramentas do
GeoGebra devem ser evitadas na construção das Mandalas. O
software nos permite restringir a barra de ferramentas selecionando
as que queremos permitir o uso, para isso vamos clicar em “Menu”,
no ícone em “Ferramentas” vamos em “Configurar Barra de
Ferramentas”.
Abrirá uma guia com duas listas.
Na lista “Barra de Ferramentas” aparecerá todas as ferramentas
visíveis no GeoGebra. Para ocultar as ferramentas que quisermos
restringir vamos arrastá-las até a lista “Ferramentas”. Dessa forma,
todas as ferramentas deslocadas ficarão ocultas. Para finalizar
clicamos em “Aplicar” e a nova barra de ferramentas estará
disponível.
Podemos restaurar a qualquer momento a barra de ferramentas
bastando seguir esses passos e clicar em “Restaurar Barra de
Ferramentas Padrão”.

Ordenando as
construções
Com a parte geométrica finalizada, vamos ordenar as construções
na “Janela de Álgebra”, para isso vamos clicar em “Ordenar por” e
clicar em “Tipo do Objeto”. Dessa forma a lista ficará organizada e
ficará mais fácil localizar as construções feitas.

92
Após organizar a lista vamos ocultar algumas construções para
evidenciar a Mandala. Para isso, temos como opções:

1. Clicar com o botão direito do mouse na construção que


queremos ocultar e desmarcar a caixa “Exibir Objeto” como mostra
a figura abaixo. Repetiremos essa ação em todas as construções
que devem ser ocultadas.

2. Outra maneira para ocultar um objeto é selecionar a


construção, para evidenciá-la mais fácil, e desmarcar a “bolinha” na
parte esquerda da lista de construções que aparece na “Janela de
Álgebra”.

93
Sobrepondo uma
construção a outra
Nesta Mandala específica temos seis construções – uma
circunferência, três quadriláteros e dois polígonos estrelados –,
para sobrepô-las, devemos considerar a diferença dos planos
entre cada uma. Inicialmente os elementos no GeoGebra são
desenhados todos na mesma camada e estas variam de 0 a 9. Para
sobrepor uma construção à outra devemos mudar a camada de
cada elemento por vez, começando pela última construção. Quanto
maior for a camada mais evidência terá o elemento.
Para isso vamos clicar, em uma área que não tenho construção,
com o botão direito do mouse na “Janela de Visualização” e
selecionar a opção “Configurações”, uma janela lateral a direita
será aberta. Vamos então selecionar a última construção feita e
abrir a guia “Avançado”. Nessa guia, vamos escolher a “Camada”
da construção.
Como dito, nesse exemplo em que estamos trabalhando temos seis
construções, então vamos marcar a camada 5 para o último polígono
construído. Repetiremos o processo com todas as construções até
chegarmos na camada 0. Apenas uma observação, as construções
que estiverem em um mesmo plano podem ficar em uma mesma
camada.

Alterando a cor e transparência


das construções
Este processo de alterar a cor e a transparência das construções
pode ser feita juntamente com a escolhas das camadas, aqui
optamos em fazer depois apenas pela didática.
Com as camadas escolhidas, ainda com a barra lateral a direita
aberta, vamos selecionar a construção que desejamos alterar a cor
e abrir a guia “Cor”.

94
Na guia “Cor” podemos alterar também a transparência do objeto,
variando de 0% até 100%. Para obtermos uma cor sólida devemos
selecionar transparência 100% em todas as construções. Se o
objeto escolhido for branco a cor branca deverá ser escolhida na
grade de cores.
Abaixo apresentamos a Mandala colorida, cada camada de uma
cor, para visualizarem o plano de cada construção. Apresentamos
também nossa Mandala finalizada.

Mandala finalizada no GeoGebra

95
97
98
II. CONSTRUÇÕES
GEOMÉTRICAS
FUNDAMENTAIS
NO GEOGEBRA

As construções geométricas oriundas do Desenho Geométrico são


um recurso que podemos lançar mão para o estudo da Geometria.
Como já mencionamos, nas construções geométricas são permitidos
apenas o uso de régua (sem graduação) e o compasso.
Na construção das Mandalas no GeoGebra a régua será substituída
pelas ferramentas “Reta” e “Segmento” .
O compasso substituiremos pelas ferramentas “Círculo dados
Centro e um de seus Pontos” e “Compasso” .
Outras ferramentas podem ser usadas nas construções por estarmos
usando um software de geometria, ressalto que essas ferramentas
não interferem na pureza das construções. São elas; “Ponto” ,
“Interseção de dois Objetos” e “Polígono” .
Com essas ferramentas, durante as construções, obteremos
interseções de retas, de circunferências e de retas com
circunferências. Dessas interseções, pontos serão obtidos, e por
eles, podemos traçar novas retas e novas circunferências.
Essa sequência nos possibilita construir infinitas Mandalas e
também solucionam alguns problemas geométricos, tais como:
construção de retas paralelas a uma reta dada, bissetriz de um
ângulo, mediatriz e ponto médio de um segmento, a construção de
uma reta perpendicular a uma reta dada passando por um ponto
dado, entre outras ditas construções geométricas fundamentais ou
elementares.
Essas construções fundamentais são bases para a construção das
Mandalas, por isso, disponibilizaremos algumas delas dispostas em
fichas/cartões que podem/devem ser consultadas sempre que se
fizer necessário.

99
101
102
III. KIT COMPONDO
SUA MANDALA

Durante nossa pesquisa, sentimos a necessidade de elaborarmos


um material que pudesse ser aplicado também em turmas sem um
prévio conhecimento em construções geométricas. Surgiu então
um kit de montagem de Mandalas.
Decompomos algumas das Mandalas presentes nos Desafios e
disponibilizamos um kit com várias peças.
Usando a criatividade é possível montar as Mandalas dos desafios
e tantas outras.

103
AUTORAS

ANGÉLICA RODRIGUES VENTURA


Mestre em Educação Matemática
pelo Mestrado Profissional Educação
e Docência (PROMESTRE) da
Faculdade de Educação da
Universidade Federal de Minas
Gerais (2022). Especialista em
Ensino de Matemática (2017) e
Graduada em Licenciatura em
Matemática (2015), ambas pela
Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais. Especialista em
Novas Tecnologias no Ensino da
Matemática pela Universidade
Federal Fluminense (2019).
E-mail: [email protected]

TERESINHA FUMI KAWASAKI


Licenciada em Matemática e Bacharel em Matemática Aplicada
pela Universidade Estadual de Campinas (1990), Master of Arts
pelo Departamento de Matemática da Universidade do Texas em
Austin (1997). Fez doutorado em Educação pela Universidade
Federal de Minas Gerais (2008). Atualmente é professora
associada do Departamento de Métodos e Técnicas da Faculdade
de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, docente
e está coordenadora, gestão 2021-2023, do Mestrado Profissional
Educação e Docência (PROMESTRE) da Universidade Federal de
Minas Gerais.

105
REFERÊNCIAS

BEJARANO, L. Constructions was MUCH better this year! Crazy math


teacher lady. 2015. Disponível em: https://crazymathteacherlady.wordpress.
com/2015/09/16/constructions-was-much-better-this-year/. Acesso em 20 mar.
2019.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Secretaria de Educação


Fundamental. Brasília. MEC 1997.

______. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (versão final).


2017.

BOLGHERONI, W.; SILVEIRA, I. F. Software Livre Aplicado ao Ensino de


Geometria e Desenho Geométrico. In: Congresso da Sociedade Brasileira de
Computação, 12 a 18 de julho, Belém do Pará, 2008.

FIORAVANTI, Celina. Mandalas: como usar a energia dos desenhos sagrados.


São Paulo: Pensamento, 2003.

GIONGO, Affonso Rocha. Curso de desenho geométrico. São Paulo: Nobel,


1984.

MARMO, N.; MARMO. C. Desenho Geométrico. Rio de Janeiro: Editora


Scipione, 1994.

LORENZATO, S. Laboratório de Ensino de Matemática na formação de


professores. Campinas: Autores Associados, 2006.

______. Para aprender matemática. 3ª ed. São Paulo: Autores Associados,


2010.

PASSOS, C. L. B. Materiais manipuláveis como recursos didáticos na


formação de professores de matemática. In: LORENZATO, Sérgio. Laboratório
de Ensino de Matemática na formação de professores. Campinas: Autores
Associados, 2006. p. 77-92.

PUTNOKI, J. C. Elementos de Geometria e Desenho Geométrico. 4. ed. São


Paulo: Scipione,1993. v. 1.

RAYMUNDO, M. F. S. M. Construção de conceitos geométricos: investigando


a importância do ensino de desenho geométrico, nos anos finais do Ensino
Fundamental. 2010, 120f. Dissertação de Mestrado em Educação Matemática,
Universidade Severino Sombra, Vassouras.

WAGNER, Eduardo. Uma introdução às construções geométricas. Rio de


Janeiro: PIC, 2009.

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DESAFIOS
GEOMÉTRICOS
FOLHAS DE
ATIVIDADES

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DESAFIO GEOMÉTRICO

1) Que figuras geométricas vocês identificam ao observar a composição desta


Mandala?

2) Qual é a posição relativa de cada figura em relação à circunferência base ou às


outras figuras que compõem a Mandala?

3) Faça você mesma a composição da Mandala.

Parte integrante do Livro GEODALAS de autoria de Angélica Rodrigues Ventura e Teresinha Fumi Kawasaki
Disponível em https://promestre.fae.ufmg.br/recursos-educacionais/
DESAFIO GEOMÉTRICO

1) Que figuras geométricas vocês identificam ao observar a composição desta


Mandala?

2) Qual é a posição relativa de cada figura em relação à circunferência base ou às


outras figuras que compõem a Mandala?

3) Faça você mesma a composição da Mandala.

Parte integrante do Livro GEODALAS de autoria de Angélica Rodrigues Ventura e Teresinha Fumi Kawasaki
Disponível em https://promestre.fae.ufmg.br/recursos-educacionais/
DESAFIO GEOMÉTRICO

1) Que figuras geométricas vocês identificam ao observar a composição desta


Mandala?

2) Qual é a posição relativa de cada figura em relação à circunferência base ou às


outras figuras que compõem a Mandala?

3) Faça você mesma a composição da Mandala.

Parte integrante do Livro GEODALAS de autoria de Angélica Rodrigues Ventura e Teresinha Fumi Kawasaki
Disponível em https://promestre.fae.ufmg.br/recursos-educacionais/
DESAFIO GEOMÉTRICO

1) Que figuras geométricas vocês identificam ao observar a composição desta


Mandala?

2) Qual é a posição relativa de cada figura em relação à circunferência base ou às


outras figuras que compõem a Mandala?

3) Faça você mesma a composição da Mandala.

Parte integrante do Livro GEODALAS de autoria de Angélica Rodrigues Ventura e Teresinha Fumi Kawasaki
Disponível em https://promestre.fae.ufmg.br/recursos-educacionais/
DESAFIO GEOMÉTRICO

1) Que figuras geométricas vocês identificam ao observar a composição desta


Mandala?

2) Qual é a posição relativa de cada figura em relação à circunferência base ou às


outras figuras que compõem a Mandala?

3) Faça você mesma a composição da Mandala.

Parte integrante do Livro GEODALAS de autoria de Angélica Rodrigues Ventura e Teresinha Fumi Kawasaki
Disponível em https://promestre.fae.ufmg.br/recursos-educacionais/
DESAFIO GEOMÉTRICO

1) Que figuras geométricas vocês identificam ao observar a composição desta


Mandala?

2) Qual é a posição relativa de cada figura em relação à circunferência base ou às


outras figuras que compõem a Mandala?

3) Faça você mesma a composição da Mandala.

Parte integrante do Livro GEODALAS de autoria de Angélica Rodrigues Ventura e Teresinha Fumi Kawasaki
Disponível em https://promestre.fae.ufmg.br/recursos-educacionais/
DESAFIO GEOMÉTRICO

1) Que figuras geométricas vocês identificam ao observar a composição desta


Mandala?

2) Qual é a posição relativa de cada figura em relação à circunferência base ou às


outras figuras que compõem a Mandala?

3) Faça você mesma a composição da Mandala.

Parte integrante do Livro GEODALAS de autoria de Angélica Rodrigues Ventura e Teresinha Fumi Kawasaki
Disponível em https://promestre.fae.ufmg.br/recursos-educacionais/
DESAFIO GEOMÉTRICO

1) Que figuras geométricas vocês identificam ao observar a composição desta


Mandala?

2) Qual é a posição relativa de cada figura em relação à circunferência base ou às


outras figuras que compõem a Mandala?

3) Faça você mesma a composição da Mandala.

Parte integrante do Livro GEODALAS de autoria de Angélica Rodrigues Ventura e Teresinha Fumi Kawasaki
Disponível em https://promestre.fae.ufmg.br/recursos-educacionais/
DESAFIO GEOMÉTRICO

1) Que figuras geométricas vocês identificam ao observar a composição desta


Mandala?

2) Qual é a posição relativa de cada figura em relação à circunferência base ou às


outras figuras que compõem a Mandala?

3) Faça você mesma a composição da Mandala.

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DESAFIO GEOMÉTRICO

1) Que figuras geométricas vocês identificam ao observar a composição desta


Mandala?

2) Qual é a posição relativa de cada figura em relação à circunferência base ou às


outras figuras que compõem a Mandala?

3) Faça você mesma a composição da Mandala.

Parte integrante do Livro GEODALAS de autoria de Angélica Rodrigues Ventura e Teresinha Fumi Kawasaki
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DESAFIO GEOMÉTRICO

1) Que figuras geométricas vocês identificam ao observar a composição desta


Mandala?

2) Qual é a posição relativa de cada figura em relação à circunferência base ou às


outras figuras que compõem a Mandala?

3) Faça você mesma a composição da Mandala.

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127
128
COSNTRUÇÕES
GEOMÉTRICAS
FUNDAMENTAIS
NO GEOGEBRA
CARTÕES

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Parte integrante do Livro GEODALAS de autoria de Angélica Rodrigues Ventura e Teresinha Fumi Kawasaki
Disponível em https://promestre.fae.ufmg.br/recursos-educacionais/
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Disponível em https://promestre.fae.ufmg.br/recursos-educacionais/
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160
KIT COMPONDO
SUA MANDALA
PEÇAS

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GEODALAS: Desafios Geométricos – Mandalas com régua, compasso e GeoGebra de Angélica Rodrigues Ventura; Teresinha Fumi Kawasaki
está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.
Esta obra é fruto da pesquisa Fragmentos de uma Pesquisa
- Desafios Geométricos, GeoGebra e “régua e compasso”:
estudando Geometria por meio de construções de Mandalas
Geométricas, realizada no âmbito do Mestrado profissional
em Educação e Docência - PROMESTRE, FaE/UFMG.

Apresenta uma proposta de estudo da Geometria mais


especificamente das Construções Geométricas, por meio
da resolução de Desafios Geométricos, aliada ao uso do
software de matemática dinâmica GeoGebra. Tais Desafios
são colocados com a intenção de colocar os estudantes
diante de situações em que estratégias de investigação
podem/devem ser estabelecidas, visando ainda proporcionar
a experimentação e a visualização de objetos e conceitos
geométricos.

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