UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
ELETROTÉCNICA BÁSICA
Memorial de cálculo do projeto elétrico
Aluna: Beatriz Carvalho Pereira de Oliveira
Natal, 21 de janeiro de 2024
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Sumário
1 – Introdução:………………………………………………………. 3
2 – Preenchimento da tabela auxiliar:…………………………….. 4
3 – Especificações do padrão de entrada:……………………….. 6
4 – Divisão dos circuitos terminais:……………………………….. 7
5 – Dimensionamento dos condutores:…………………………… 9
6 – Escolha dos condutores:……………………………………….. 15
7 – Escolha dos Eletrodutos e Disjuntores:………………………. 16
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1 – Introdução:
O trabalho consiste em uma atividade prática na qual aplica os
conhecimentos adquiridos na terceira unidade do componente curricular de
eletrotécnica básica. Dessa forma, o objetivo é desenvolver o projeto completo
instalação elétrica de uma residência familiar, abrangendo toda a análise
dimensional e seguindo as orientações técnicas e normativas da NBR 5410.
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2 – Preenchimento da tabela auxiliar:
Para começar o projeto elétrico da unidade habitacional é necessário uma
consulta a NBR5410. Essa norma será a base para estimar as cargas previstas
e realizar os cálculos necessários ao desenvolvimento do projeto.
2.1 – Critérios da norma NBR5410:
1.Tomadas:
Garagens, banheiros, sótãos e outros no mínimo 1 tomada.
Para cozinhas e copas devem ter pelo menos a cada 3,5m.
Para área inferior ou igual a 6m² deve ter pelo menos 1 tomada,
caso contrário utilizar 1 tomada para cada 5 metros
Tem que indicar também o uso de TUE’s, utilizando uma para um
ar-condicionado e uma para um chuveiro elétrico.
Tabela 1: Cálculo estimativo de tomadas
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Tem-se todos os dados fundamentais para o preenchimento da tabela auxiliar
disponíveis pela realização do trabalho.
Tabela 2: tabela auxiliar
2.Iluminação:
• Deve ser previsto, no mínimo, um ponto de luz no teto, acionado por um
interruptor instalado na parede.
• Para áreas com até 6 m², deve-se considerar uma carga de 100 VA
para a iluminação. Caso a área seja maior, atribuem-se 100 VA para os
primeiros 6 m², acrescentando 60 VA para cada 4 m² adicionais completos.
Cômodos Dimensões(mˆ2) Potência de Potência de
iluminação (VA) iluminação (VA)
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Sala 2,60 x 4,50 = 11,70 6 + 4 + 1,70 160
100 + 60 + 0
Cozinha 3,97 x 1,98 = 7,07 6 + 1,07 100
100 + 0
Quarto 4,17 x 2,60 = 10,84 6 + 4 + 0,84 160
100 + 60 + 0
WC 1,20 x 2,10 = 2,52 <6 100
Varanda 0,97 x 2,60 = 2,52 <6 100
Tabela 3: Calculo estimativo das potências de iluminação
3 – Especificações do padrão de entrada:
Concluindo o cálculo das cargas da unidade habitacional, passa-se para a fase de
determinação do padrão de entrada da instalação, que deve cumprir os requisitos
estabelecidos pela concessionária (COSERN).
• Foto do padrão exigido pela COSERN
Assim, para determinar o tipo de conexão e o dimensionamento de todos os
componentes essenciais para a ativação da energia elétrica na residência,
inicialmente realiza-se o cálculo da carga instalada.
Para a conversão de unidades, considera-se:
* F.P = 1 – Para iluminação
* F.P = 0,8 – Para TUG
Portanto, a carga instalada será:
W
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Dessa maneira, como a carga instalada foi inferior a 15 kW, deve-se
estabelecer que o sistema é monofásico (1 fase e 1 neutro) e a tensão utilizada
será de 220V. Além disso, o dimensionamento dos componentes, conforme
indicado na tabela, é:
* Condutor do ramal de ligação (responsabilidade da concessionária): 10mm²
* Condutor do ramal de distribuição (responsabilidade do usuário): 10(10) mm²
* Eletroduto de entrada (responsabilidade do usuário): 32mm (PVC)
* Disjuntor (responsabilidade do usuário): 50A
* Aterramento (responsabilidade do usuário): fio de cobre 10mm² e
eletroduto de PVC de 20mm
4 – Divisão dos circuitos terminais:
Dando continuidade ao desenvolvimento do projeto, para torná-lo o mais
eficiente possível, facilitando inspeções, manutenções e minimizando os
impactos de eventuais falhas, é necessário considerar os seguintes aspectos
fundamentais:
• Cada circuito deve dispor de seu próprio condutor neutro.
• Para facilitar a instalação e remoção dos cabos dentro de um eletroduto,
deve-se limitar o número de condutores no interior do eletroduto a no máximo
7.
• Um único condutor de proteção pode ser compartilhado por até 3
circuitos.
• Embora alguns aparelhos de ar-condicionado possuam corrente nominal
inferior a 10 A, recomenda-se que sejam alimentados por circuitos exclusivos.
Contudo, é permitido agrupar mais de um aparelho de ar-condicionado em
um único circuito terminal.
• Os circuitos terminais (CTs) devem ser segregados conforme a função
dos equipamentos que alimentam. Dessa forma, devem ser projetados CTs
independentes para tomadas e iluminação.
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• As tomadas localizadas em cozinhas, copas, áreas de serviço e espaços
similares devem ser alimentadas por circuitos exclusivos para esses
ambientes
• Prever circuitos terminais dedicados e exclusivos para cada
equipamento cuja corrente nominal exceda 10 A.
Dessa forma, foi planejada a seguinte organização para os circuitos terminais:
• Dois circuitos destinados à cozinha: um para as tomadas de uso
geral e outro para a iluminação.
• Um circuito dedicado às demais tomadas de uso geral.
• Um circuito exclusivo para as demais iluminações.
• Um circuito específico para a TUE do chuveiro elétrico.
• Um circuito separado para a TUE do quarto (ar-condicionado).
Circuito TENSÃO(V) LOCAL POTÊNCIA POTÊNCIA
s
Nº TIPOS QUANTIDA TOTAL(VA)
DE X
POTÊNCIA
(VA)
1 Ilum. social 220 WC, quarto, 2 x 100 + 2 x 520
sala, 160
varanda
2 Ilum. serviço 220 Cozinha 1 x 100 100
3 TUG’s 220 Cozinha 3 x 600 + 1 x 1900
100
4 TUG’s 220 WC, quarto, 7 x 100 + 1 x 1300
sala, 600
varanda
5 TUE 220 Ar- 1 x 1200/0,8 1500
condicionado
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6 TUE 220 Chuveiro 1 x 5500 5500
elétrico
Tabela 4: Divisão e potência dos circuitos terminais.
Além dos circuitos já definidos, é fundamental considerar a possibilidade de
expansão futura. Por esse motivo, recomenda-se reservar espaços disponíveis
no quadro de distribuição.
O quadro de distribuição deve ter espaço para 6 circuitos terminais e mais 2 de
reserva, sendo assim 8 circuitos totais.
5 – Dimensionamento dos condutores:
São necessários dois critérios para o dimensionamento dos condutores
5.1 – Critério das seções mínimas:
Critério é estabelecido pela NBR5410, que define as seções mínimas para os
condutores de acordo com o tipo de circuito.
TIPO DE CIRCUITO SECÇÃO MÍNIMA (MMˆ2)
ILUMINAÇÃO 1,5
FORÇA 2,5
SEÇÃO MÍNIMA DE CONDUTOR FASE
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5.2 – Critério da capacidade da corrente:
O dimensionamento do condutor fase é baseado na máxima corrente em um
circuito.
Para esse dimensionamento, serão utilizadas as seguintes equações:
A equação da potência demandada servirá de base para mensurar o circuito
de distribuição principal. Onde:
A- é o fator de demanda para cargas de iluminação e de TUGs
B- é o fator de demanda para cargas de TUEs
• A potência demandada será:
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• A próxima equação determina-se a corrente do circuito de distribuição:
Estendendo a analise para os circuitos terminais, utilizara-se a equação a
baixo:
Para chegar aos seguintes resultados:
CIRCUITOS TENSÃO (V) POTÊNCIA (VA)
1 ILUM. 220 520 2,6
SOCIAL
2 ILUM. 220 100 0,45
SERVIÇO
3 TUG'S 220 1900 8,64
4 TUG'S 220 1300 5,91
5 TUE 220 1500 6,82
6 TUE 220 5500 25,00
Tal resultado, ainda é preciso passar por uma correção considerando um fator
de agrupamento e outro de temperatura. De acordo com a equação:
Circuitos K1
terminais
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Circuitos K1
terminais
Distribuição 1,00 0,94 48,73 51,84
Principal
Circuito 0,7 0,94 2,36 3,59
terminal 1
Circuito 0,8 0,94 0,45 0,60
terminal 2
Circuito 0,8 0,94 8,64 11,49
terminal 3
Circuito 0,7 0,94 5,91 8,98
terminal 4
Circuito 0,7 0,94 6,82 10,36
terminal 5
Circuito 1,00 0,94 25 26,60
terminal 6
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Também é preciso verificar o método de instalações dos eletrodutos conforme
a tabela indicada a seguir.
Circuitos terminais Condutores carregados Maneira de instalar o
CC eletroduto
Circuito terminal 1 2 circuitos monofásicos B5 (condutor em
eletroduto embutido em
alvenaria)
Circuito terminal 2 2 circuitos monofásicos B5 (condutor em
eletroduto embutido em
alvenaria)
Circuito terminal 3 2 circuitos monofásicos B5 (condutor em
eletroduto embutido em
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Circuitos terminais Condutores carregados Maneira de instalar o
CC eletroduto
alvenaria)
Circuito terminal 4 2 circuitos monofásicos B5 (condutor em
eletroduto embutido em
alvenaria)
Circuito terminal 5 2 circuitos monofásicos B5 (condutor em
eletroduto embutido em
alvenaria)
Circuito terminal 6 2 circuitos monofásicos B5 (condutor em
eletroduto embutido em
alvenaria)
Circuito terminal 7 2 circuitos monofásicos B5 (condutor em
eletroduto embutido em
alvenaria)
• Tabela: Maneiras das instalações dos eletrodutos
Na próxima imagem chega-se ao resultado do critério da capacidade de
corrente.
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• Dimensionamento para condutores de cobre pela maneira de instalação
Circuitos terminais Escolha da seção do
condutor (mm²)
Distribuição Principal 51,84 10 (suporta até 57A no
método B5 e 2 CC)
Circuito terminal 1 3,59 1 (suporta até 13,5A no
método B5 e 2 CC)
Circuito terminal 2 0,60 1 (suporta até 13,5A no
método B5 e 2 CC)
Circuito terminal 3 11,49 1 (suporta até 13,5A no
método B5 e 2 CC)
Circuito terminal 4 8,98 1 (suporta até 13,5A no
método B5 e 2 CC)
Circuito terminal 5 10,36 1 (suporta até 13,5A no
método B5 e 2 CC)
Circuito terminal 6 26,60 4 (suporta até 32A no
método B5 e 2 CC)
• Dimensões dos condutores pelo critério da capacidade de corrente.
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6 – Escolha dos condutores:
Fazer uma comparação com os resultados do item anterior e escolhendo o
limitador obtém-se.
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Circuitos Tipo Seção mínima Capacidade Condutor
terminais (mm²) de corrente escolhido
(mm²) (mm²)
Distribuição Força 2,5 10,0 10,0
Principal
Circuito Iluminação 1,5 1,0 1,5
terminal 1
Circuito Iluminação 1,5 1,0 1,5
terminal 2
Circuito Força 2,5 1,0 2,5
terminal 3
Circuito Força 2,5 1,0 2,5
terminal 4
Circuito Força 2,5 1,0 2,5
terminal 5
Circuito Força 2,5 4,0 4,0
terminal 6
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7 – Escolha dos Eletrodutos e Disjuntores:
Para concluir o projeto, resta apenas definir os conduítes e os disjuntores.
Nesse contexto, com base nas dimensões dos cabos, é possível calcular o
conduíte mais apropriado utilizando a tabela a seguir.
• Dimensionamento de eletrodutos. Assim determinando os diâmetros.
Característica Agrupamento Quantidade de Maior seção Diâmetro do
condutores do condutor eletroduto
(mm²) (mm)
Chegada ao Apenas CDP 3 10,0 20
QD
Saída do QD CTs 2 e 3 5 2,5 20
Saída do QD CTs 1, 4 e 5 7 2,5 20
Saída do QD CT 6 3 4 16
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Prosseguindo, os disjuntores são especificados com base na corrente nominal,
que se encontra entre a corrente de projeto e a capacidade máxima do fio
selecionado. Além disso, é fundamental considerar os modelos disponíveis no
mercado. Dessa forma, obtém-se:
Circuitos Ip(A) Condutor Corrente Inequação Disjuntor
terminais (mm²) suportável (A)
(A)
Distribuição 48,73 16 57 48,73 < 63A (DDR)
Principal <76
Circuito 2,36 1,5 17,5 2,36 < 10A (DTM)
terminal 1 <17,5
Circuito 0,45 1,5 17,5 0,45 < 10A (DTM)
terminal 2 <17,5
Circuito 8,64 2,5 24 8,64 < < 10A (DTM)
terminal 3 24
Circuito 5,91 2,5 24 5,91 < < 10A (DTM)
terminal 4 24
Circuito 6,82 2,5 24 6,82 < < 10A (DTM)
terminal 5 24
Circuito 25 4 32 25 < < 32 30A (DTM)
terminal 6
Considerando os modelos disponíveis no mercado, tornou-se necessário
ampliar a bitola do fio da distribuição principal, finalizando assim o
dimensionamento do projeto com a tabela apresentada anteriormente.
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