Produção de Sake 2024
Produção de Sake 2024
PAGANO
Estudo dos Processos Para Produção de Sake com Propósito de Produzir Cauim
Futsu
Sake
(普通酒),
Jun
mai,
Hon
jozo,
Jun
mai
tokubetsu
(especial),
tokubetsu
ginjo
(吟醸),
Jun
mai
dai
ginjo
(純米大吟醸)
e
dai
ginjo
ABSTRACT
Este documento é um estudo das técnicas de produção de saquê, com o objetivo de
desenvolver um método de preparo do cauim inspirado nesse processo. Ambos os
fermentados enfrentam desafios fundamentais, entre eles a substituição da ação da amilase
salivar na conversão do amido em açúcares por outro mecanismo enzimático.
O estudo é fruto de diversas iniciativas, incluindo anos de pesquisa e experimentação, a
colaboração com especialistas em saquê e a tradução de vários textos e livros. Entre eles,
destaca-se O Guia do Saquê Japonês, de Katsumi Kimura (『日本酒の教科書』 – 木村克己),
cuja abordagem estratégica na descrição dos processos se baseia em textos sobre vinhos –
a mesma linha de pensamento que tive ao trabalhar com Veuve Clicquot e Pernod Ricard.
O conteúdo baseia-se em estudos e experiências diretas conduzidos no Brasil e no Japão,
combinando o conhecimento ancestral indígena com a precisão técnica japonesa.
Neste documento, compartilho os processos, bem como estudos do idioma japonês
aplicados à fabricação do saquê, além dos desafios e soluções que levaram ao
desenvolvimento de um novo modelo de produção do cauim – resgatando e valorizando
uma tradição essencial para a cultura brasileira.
ABSTRACT
This document is a study of sake production techniques, aiming to develop a method for
preparing cauim inspired by this process. Both fermented beverages face fundamental
challenges, one of the main ones being the replacement of salivary amylase in starch
conversion into sugars with another enzymatic mechanism.
The study results from various initiatives, including years of research and experimentation,
collaboration with sake specialists, and the translation of multiple texts and books. Among
them, The Guide to Japanese Sake, by Katsumi Kimura (『日本酒の教科書』 – 木村克己),
stands out for its strategic approach to process description, based on wine-related texts—the
same school of thought I followed while working with Veuve Clicquot and Pernod Ricard.
The content is based on studies and direct experiences conducted in Brazil and Japan,
combining indigenous ancestral knowledge with Japanese technical precision.
In this document, I share the processes, as well as my studies of the Japanese language
applied to sake production, along with the challenges and solutions that led to the
development of a new cauim production model—reviving and valuing a tradition essential to
Brazilian culture.
Introdução
Como parte do processo de desenvolvimento do Cauim contemporâneo, bebida alcoólica fermentada feita de mandioca,
segui rigorosamente os passos do método científico, no qual num primeiro momento tentei reproduzir o que acontecia nas
aldeias, trazendo mandioca inoculada com fungos locais, mastigando-a e cuspindo-a em uma panela, assim como
observado localmente. Em um momento mais avançado, depois de usar enzimas industriais e outros recursos, decidi
adotar as semelhanças do processo de fabricação do saquê, pois encontrei diversas similaridades nos desafios de
produção, principalmente o de transformar o amido em açúcares fermentáveis, sem os quais não há bebida alcoólica.
Os motivadores que levaram a seguir esses passos são melhor explicados ao final desta apresentação, que visa em sua
primeira parte simplesmente acumular o conhecimento obtido da produção de saquê, suficientemente aprendido, sem
entrar em grandes detalhes, apenas com o propósito de utilizar uma técnica semelhante para produzir cauim.
Em 2015, iniciei meus estudos sobre o saquê,
enxergando nele um atalho para resolver os desafios
da fermentação amilácea, algo que os japoneses
dominaram há milênios. Decidi explorar esse
conhecimento para adaptá-lo ao preparo do cauim.
Em abril de 2022 foi realizada uma consulta pública para a revisão do Decreto nº 6.871, de 06/04/2009, que regulamenta a Lei
nº 8.918, de 14 de julho de 1994, sobre bebidas alcoólicas.
Estávamos preparados, e com muita rapidez entregamos extensa e cuidadosa documentação explicando a importância sócio-
cultural e representativa da bebida.
SOBRE O SAKE
Alem das visitas na fabricas de sake, tomei como base o livro O
Guia do Saquê Japonês de Katsumi Kimura 『日本酒の教科書』 –
木村克己
Kimura destaca que, antes da criação desse sistema, não havia uma
estrutura formal de aprendizado para profissionais do setor, e o
conhecimento sobre saquê era transmitido de maneira informal. Seu
trabalho ajudou a criar critérios para avaliar e classificar o saquê, além de
desenvolver um vocabulário técnico para descrever suas características.
Em resumo, no livro, ele enfatiza a importância da fundação do SSI como
um marco na profissionalização do setor de saquê, proporcionando uma
base sólida para a educação e a certificação de especialistas.
PROCESSOS DE PRODUÇÃO
O Processo de Fermentação do Saquê Resumido
Além da fermentação múltipla paralela (並行複発酵 - heikō fuku hakko),
o processo de produção do saquê envolve três etapas de fermentação
(三段仕込み - san-dan shikomi) em baixas temperaturas, permitindo que
o fermento (酵母 - kōbo) atue até o final e complete a fermentação. Como
resultado, o genshu (原酒 - saquê não diluído) possui um teor alcoólico
elevado, em torno de 20%.
O shubo (酒母) (veja a página 30) é uma cultura de fermento (酵母 - kōbo)
preparada para promover a fermentação alcoólica. Para produzir um
saquê de alta qualidade, é essencial usar fermentos eficientes (優秀な酵
母 - yūshūna kōbo), razão pela qual o shubo é chamado de "a mãe do
saquê" (酒の母 - sake no haha).
NIHONSHU
O
TSUKURO
-‐
FAZER
O
SAKE
O Processo de Fermentação do Saquê Resumido
Após cerca de três semanas de fermentação, o moromi (醪) é prensado para separar o líquido do resíduo sólido (酒粕
- sake kasu, ou borras de saquê). Esse processo é chamado de shibori (しぼり) ou jōsō (上槽 - prensagem do
saquê). O saquê recém-prensado passa por filtragem (濾過 - roka). O nama-zake (生酒 - saquê não pasteurizado) é
armazenado resfriado, enquanto os demais passam por um processo de pasteurização (火入れ - hi-ire) para
interromper a fermentação antes do engarrafamento e distribuição.
Na tradição japonesa de fabricação do saquê, há um ditado que diz: "Ichi-kōji, ni-moto, san-tsukuri" (一麹、二酛、三造
り) ("Primeiro o kōji (麹), depois o shubo (酒母), e em terceiro a fermentação (造り - tsukuri)"). Isso significa que a
sacarificação do arroz pelo kōji é essencial, pois os açúcares (糖類 - tōrui) resultantes se tornam a principal fonte de
nutrição para os fermentos (酵母 - kōbo). Assim, a qualidade do kōji determina a qualidade do shubo e do moromi.
O método de fermentação em três etapas (三段仕込み - san-dan shikomi) é um dos processos mais característicos da
fabricação do saquê. Embora trabalhoso (手間がかかる - tema ga kakaru), ele é uma das maiores particularidades da
produção dessa bebida.
O vinho (ワイン - wain) e a cerveja (ビール - bīru) passam por processos de fermentação distintos:
O vinho (ワイン) já contém açúcares naturais (糖分 - tōbun) na uva (ブドウ - budō), permitindo a fermentação direta.
A cerveja (ビール) utiliza malte de cevada (麦芽 - bakuga) para converter o amido em açúcar, antes da adição do
fermento. Esse processo é chamado de fermentação única (単発酵 - tanpatsu hakko).
No caso da cerveja (ビール), o malte (麦芽 - bakuga) é aquecido junto com lúpulo (ホップ - hoppu) para criar um mosto
adoçado (麦汁 - bakujū), ao qual o fermento (酵母 - kōbo) é adicionado depois. Como a sacarificação (糖化 - tōka) e a
fermentação (発酵 - hakko) ocorrem separadamente, esse método é chamado de fermentação sequencial (単行複発酵
- tankō fuku hakko).
O Processo de Fermentação do Saquê Resumido
Já o saquê (日本酒 - nihonshu) não pode ser fermentado diretamente, pois o arroz (米 -
kome) não contém açúcar. Portanto, é necessário um processo em duas fases:
O kōji (麹) decompõe o amido do arroz (米のデンプン質 - kome no denpunshitsu) em
açúcares (糖類 - tōrui) (sacarificação - 糖化 (tōka)).
O kōbo (酵母) converte esses açúcares (糖類 - tōrui) em álcool (アルコール - arukōru).
A grande diferença é que a sacarificação e a fermentação ocorrem ao mesmo tempo no
mesmo recipiente. Esse método é chamado de fermentação múltipla paralela (並行複発
酵 - heikō fuku hakko) e é raro no mundo.
Bebidas fermentadas (醸造酒 - jōzōshu) – como vinho (ワイン - wain), cerveja (ビール -
bīru) e saquê (日本酒 - nihonshu).
Bebidas destiladas (蒸留酒 - jōryūshu) – como whisky (ウイスキー - uisukī) e shōchū (焼
酎 - shōchū).
Bebidas compostas (混成酒 - konseishu) – como licor (リキュール - rikyūru) e coquetéis
prontos (カクテル - kakuteru).
O saquê (日本酒 - nihonshu) pertence à categoria das bebidas fermentadas (醸造酒 -
jōzōshu), assim como vinho (ワイン) e cerveja (ビール), mas seu método de produção é
muito mais complexo (複雑 - fukuzatsu) e sofisticado (高度 - kōdo).
Shuka
Processo
de
Como
o
sake
(Gekkeikan)
é
feito
envio
transferência
de
Nihonshu
no
tukuri
kata
tanque
sO-‐hiki
(お引き)
Segunda
pasteurização
e
Polimento
do
arroz
engarrafamento
seimai
(bindzume)
Armazenagem
Chozou
Pasteurização
Imersão
Hiire
shinseki
Processo
de
Prenságem
Jousou
Moromi
(醪)
–
A
Fermentação
Cozimento
no
vapor
PrincipalFermentação
joumai
Paralela
MúlXpla
(並行複
発酵,
Heikō
Fuku
Hakkō)
–
Duração18
~
32
dias
Atividade: O processo começa com a preparação do shubo, uma mistura de água, arroz cozido já
inoculado com koji.
Importância: O shubo é a base para a fermentação, pois contém as leveduras que transformarão os
açúcares em álcool.
Atividade: Neste dia, as leveduras do shubo se multiplicam, criando uma base robusta para a fermentação.
Importância: Odo é um período de fortalecimento das leveduras, essencial para uma fermentação bem-sucedida.
Atividade: A mistura de água, koji e arroz cozido é adicionada ao shubo, promovendo uma concentração maior de leveduras.
Importância: Naka é crucial para garantir que o moromi (mistura fermentada) comece a se desenvolver de forma eficaz.
Atividade: O moromi começa a fermentar, com a atividade das leveduras se intensificando.
Importância: Esta fase é fundamental para a produção de álcool, onde os açúcares são convertidos em álcool pelas leveduras.
5º ao 21º Dia: Continuação da Fermentação
Atividade: O moromi continua a fermentar por aproximadamente 3 semanas, sendo monitorado cuidadosamente.
Importância: O tempo de fermentação é essencial para o desenvolvimento de sabores e características do saquê.
22º Dia: Prensagem (上槽)
Processo de Produção do Saquê em Ordem
Cronológica:
Atividade: O moromi é prensado para separar o líquido (saquê) dos sólidos (bagaço).
Importância: Este é o ponto em que o saquê é finalmente obtido.
23º Dia: Pasteurização (火入れ)
Atividade: O saquê prensado é aquecido a 60-65°C para parar a atividade das leveduras e enzimas.
Importância: A pasteurização ajuda a estabilizar o saquê e garantir sua qualidade.
24º Dia: Armazenamento (貯蔵)
Atividade: O saquê é engarrafado após o armazenamento e a segunda pasteurização, que é realizada antes da distribuição.
Importância: O engarrafamento é o passo final que prepara o saquê para ser comercializado e consumido.
Classificação do Nihonshu
(日本酒の分類)
Os
três
Fpos
de
Tokutei
Meishōshu
(特定名称酒
-‐
saquês
de
denominação
específica)
Ginjoshu
(吟醸酒)
O
Ginjoshu
é
um
saquê
produzido
a
parXr
de
arroz
polido
até,
no
máximo,
60%
do
seu
tamanho
original
e
fermentado
lentamente
em
baixas
temperaturas,
seguindo
o
chamado
método
Ginjo
(吟醸造り).
Sua
principal
caracterísXca
é
o
Ginjo-‐ka
(吟醸香),
um
aroma
floral/frutado
marcante,
além
de
um
sabor
refinado
e
cristalino.
Junmaishu (純米酒)
O
Junmaishu
é
um
saquê
feito
apenas
de
arroz
e
koji
(麹),
sem
a
adição
de
álcool
desXlado.
Antes
de
2004,
havia
um
regulamento
específico
para
o
grau
de
polimento
do
arroz
(精米歩合),
mas
essa
restrição
foi
removida.
Por
isso,
hoje
existem
Junmaishu
com
diferentes
níveis
de
polimento,
incluindo
aqueles
feitos
com
grãos
menos
polidos.
Honjozoshu (本醸造酒)
O
Honjozoshu
é
um
saquê
produzido
com
arroz
polido
até
70%
ou
menos
do
seu
tamanho
original,
koji
e
uma
pequena
quanXdade
de
álcool
desXlado.
A
quanXdade
de
álcool
adicionada
não
pode
ultrapassar
10%
do
peso
total
do
arroz
usado.
Essa
adição
ocorre
no
final
da
fermentação,
ajudando
a
realçar
os
aromas
e
suavizar
o
sabor.
Classificação do Nihonshu SEM
REGULAMENTAÇÃO
醸造アルコール使用割合
(Jōzō
Arukōru
Shiyō
Wariai)
-‐
(純米大吟醸酒)
下使用
Percentual
de
Uso
de
Álcool
DesXlado
純米酒
Jun
Mai
Dai
Ginjo
Shu
Shimo
shiyō
Jun
Mai
Shu
Usar
abaixo
de
純米吟醸酒
-‐
Jun
Mai
Ginjo
Shu
特別純米酒
Tokubetsu
Junmaishu
普通酒
Futsū
sake
特別本醸造酒
本醸造酒
吟醸酒 大吟醸酒
Tokubetsu
Honjozoshu
Honjozoshu
Ginjoshu
Daiginjoshu
Grau
3
ou
superior
(arroz
que
atende
aos
critérios
de
proporção
de
grãos
inteiros
de
45%
ou
mais
e
contaminação
por
impurezas
de
30%
ou
menos,
entre
outros
requisitos).”
-‐
Explicação:
3等以上
(Santō
ijō)
→
Grau
3
ou
superior
(classificação
do
arroz
com
base
na
qualidade).
整粒割合45%以上
(Seiritsu
wariai
45%
ijō)
→
Proporção
de
grãos
inteiros
de
pelo
menos
45%
(grãos
que
não
estão
quebrados
ou
danificados).
異物混入30%以下
(Ibutsu
konyū
30%
ika)
→
Contaminação
por
impurezas
de
no
máximo
30%
(inclui
cascas,
fragmentos
de
grãos,
pedras,
etc.).
基準をクリアした米
(Kijun
o
kuria
shita
kome)
→
Arroz
que
atende
aos
padrões
estabelecidos.
Essa
classificação
é
usada
para
garanXr
a
qualidade
do
arroz
usado
na
produção
de
saquê
Classificação do Nihonshu
(日本酒の分類)
Nihonshu no bunrui
Classificação
do
Seishu
(清酒
-‐
saquê
refinado)
A
tabela
mencionada
na
imagem
classifica
o
Seishu
com
base
em
dois
critérios:
De
acordo
com
a
tabela,
existem
oito
Xpos
de
saquê
de
denominação
específica,
seguindo
as
normas
estabelecidas:
Junmaishu
(純米酒)
Tokubetsu
Junmaishu
(特別純米酒)
Junmai
Ginjoshu
(純米吟醸酒)
Junmai
Daiginjoshu
(純米大吟醸酒)
Ginjoshu
(吟醸酒)
Daiginjoshu
(大吟醸酒)
Honjozoshu
(本醸造酒)
Tokubetsu
Honjozoshu
(特別本醸造酒)
Classificação do Nihonshu
(日本酒の分類)
Observação:
O
Tokubetsu
Junmaishu
(特別純米酒)
e
o
Tokubetsu
Honjozoshu
(特別本醸造酒)
são
variações
dos
Xpos
Junmai
e
Honjozo,
respecXvamente.
Para
serem
classificados
como
"Tokubetsu"
(特別
-‐
especial),
eles
precisam
atender
a
um
dos
dois
critérios:
Ter
um
grau
de
polimento
de
60%
ou
menos
(ou
seja,
ser
mais
refinado)
UXlizar
um
método
de
produção
especial,
que
deve
ser
descrito
no
rótulo
Flexibilidade
na
Rotulagem
Embora
existam
critérios
claros
para
os
diferentes
Xpos
de
saquê,
a
classificação
final
pode
ser
decidida
pelo
próprio
produtor.
Por exemplo:
Ginjoshu
e
Tokubetsu
Honjozoshu
podem
ter
ingredientes
e
grau
de
polimento
semelhantes,
mas
a
escolha
do
nome
final
depende
da
vinícola.
Junmai
Ginjo
e
Tokubetsu
Junmai
podem
comparXlhar
caracterísXcas,
mas
a
vinícola
pode
decidir
qual
nomenclatura
uXlizar,
desde
que
atenda
aos
requisitos.
O
que
define
o
método
Ginjo
(吟醸造り)?
O
método
Ginjo
(吟醸造り)
não
tem
uma
definição
rigorosa,
mas
geralmente
envolve
três
fatores
principais:
O
ano
fiscal
de
produção
do
saquê
vai
de
julho
a
junho
do
ano
seguinte.
Em
山廃酛
(Yamahai-‐moto)
geral,
o
saquê
lançado
dentro
desse
período
é
chamado
de
shinshu,
ou
"saquê
Uma
versão
simplificada
do
kimoto,
desenvolvida
no
período
Meiji.
novo".
Elimina
a
etapa
de
"yamaoroshi"
(山おろし),
que
consisXa
em
macerar
manualmente
a
mistura
para
facilitar
a
fermentação.
古酒
(Koshu)
Saquê
armazenado
por
mais
de
um
ano
antes
de
ser
comercializado.
Embora
não
haja
um
padrão
fixo,
saquês
com
mais
de
dois
anos
podem
ser
chamados
de
"daikoshū"
(大古酒,
saquê
muito
envelhecido).
ARROZ
kome
米
MATÉRIA
PRIMA
Gekkeikan Okura Kinen Kan
(日本酒 月桂冠大倉記念館)
No
que
diz
respeito
ao
Xpo
de
arroz,
divide-‐se
em
Sakamae
酒米
–
arroz
para
se
fazer
sake
e
Shokumae
食米
arroz
desXnado
a
alimentação.
2-‐
Alto
teor
de
amido
(デンプン質,
denpun-‐shitsu),
essencial
para
a
Entre
os
Xpos
mais
reconhecidos
estão
Yamada
Nishiki
(山田錦),
fermentação.
Gohyakumangoku
(五百万石)
e
Miyama
Nishiki
(美山錦).
Embora
nem
3-‐
Boa
capacidade
de
absorção
de
água
(吸水性,
kyūsui-‐sei),
permiXndo
todo
saquê
seja
feito
com
shuzō
kōteki
mai
(酒造好適米)
–
já
que
alguns
que
o
arroz
passe
facilmente
pelo
processo
de
conversão
de
amido
em
uXlizam
arroz
de
mesa
(飯米,
meshi-‐kome)
–,
esse
Xpo
de
arroz
é
açúcar
(糖化,
tōka).
essencial
para
a
produção
de
saquês
de
alta
qualidade.
Características Funcionais:
1-Fácil de polir1 (精米しやすい - Sei Kome Shi Yasui)
Deve ser um grão grande, homogêneo e resistente, capaz de suportar um alto nível de polimento (redução para 70% a 50% do grão original).
llll
A foto à esquerda mostra
arroz comum polido até
60%.
A foto à direita mostra
Yamada Nishiki polido até
58%.
Como pode ser observado, o
arroz Yamada Nishiki possui
uma área central branca
maior, chamada shinpaku
(心白), uma característica
importante para a produção
de saquê.
Durante a produção do kōji, as lacunas no amido facilitam a penetração dos filamentos do fungo, permitindo que as enzimas convertam o amido
em açúcar. Esse tipo de arroz também absorve água rapidamente, exigindo cuidado no processo de imersão.
Além disso, o arroz adequado para saquê contém menos proteína e lipídios, que podem gerar sabores indesejados. Como a proteína está
concentrada na camada externa do grão e o amido no centro, um bom polimento garante um saquê de alta qualidade.
Esse tipo de arroz também possui a característica de cozinhar com a textura ideal (firme por fora e macio por dentro) e dissolver-se lentamente
durante a fermentação, resultando em um saquê bem equilibrado.
Arroz adequado para a produção de saquê
também de origem local O que torna o Yamada Nishiki tão especial?
e Antigamente, os saquês enviados para concursos de O Yamada Nishiki foi criado em 1936 no Centro de Pesquisa Agrícola da
avaliação usavam predominantemente Yamada Província de Hyogo, a partir do cruzamento entre duas variedades:
Nishiki. No entanto, as regiões onde esse arroz é
Yamada Ho (mãe): um arroz adequado para produção de saquê, mas com
cultivado são limitadas. Por isso, recentemente, a caules muito altos e propenso a tombar.
produção de saquê com arroz local tem se tornado Tankan Wataribune (pai): uma variedade de caule curto, usada para conferir
mais comum. Estações experimentais agrícolas de mais resistência.
várias regiões têm desenvolvido diferentes variedades O Yamada Nishiki não apenas possui qualidade superior como arroz para
de arroz que superam a qualidade do Yamada Nishiki saquê, mas também é altamente versátil. Por exemplo, mesmo que ocorra
variação na absorção de água durante o processo de preparo, é possível
e, ao mesmo tempo, se adaptam melhor ao clima
ajustar e obter um resultado final de alta qualidade. Além disso, o saquê feito
local. com esse arroz tende a apresentar um sabor equilibrado, com volume na
boca, mas ainda assim refinado.
Alguns exemplos dessas variedades incluem:
Sobre a altura das plantas de Yamada Nishiki
Hanafubuki, Ginpu e Suisei (Hokkaido) Um gráfico mostra a relação entre as variedades:
Hanafubuki (Aomori)
Yamada Ho (mãe) → Planta mais alta
Gin no Sei (Akita) Tankan Wataribune (pai) → Planta de caule curto
Dewa Sansan (Yamagata) Yamada Nishiki (filho) → Combina características de ambos
Koshitanrei (Niigata) Embora o Yamada Nishiki chegue a 130 cm de altura, sua mãe, Yamada Ho,
Além disso, há iniciativas para reviver variedades de é ainda mais alta. A variedade Tankan Wataribune, por outro lado, já não
arroz para saquê que haviam sido extintas. Assim, existe mais.
diferentes regiões vêm investindo no desenvolvimento
Grão ideal para produção de saquê
de seus próprios arroz de qualidade para produção de O Yamada Nishiki, quando amadurece, desenvolve grãos grandes e bem
saquê. estruturados, tornando-o especialmente adequado para a produção de
saquê.
O Surgimento do Yamada Nishiki (山田錦)
O Yamada Nishiki (山田錦) foi desenvolvido em 1936 no Centro de
Pesquisa Agrícola da Província de Hyogo, no Japão, por meio do
cruzamento entre duas variedades de arroz:
Resultado do Cruzamento
O Yamada Nishiki herdou a qualidade superior dos grãos do Yamada Ho e
a resistência ao tombamento do Tankan Wataribune, tornando-se uma das
melhores variedades de arroz para a produção de saquê. Além disso, é
um arroz de grãos grandes, com boa absorção de água, facilidade para a
ação do koji e um sabor balanceado no saquê final.
Até hoje, o Yamada Nishiki é considerado o rei dos arroz para saquê,
sendo amplamente utilizado na produção de rótulos premium.
キヌヒカリ(食用米)KINUHIKARU (arroz
O que torna o Yamada Nishiki tão 山田錦 YAMADA NISHIKI
comestível)
especial? Cumprimento do caule 106cm
85cm
Cumprimento da espiga 19,8cm
17,4cm
O Yamada Nishiki foi criado em 1936 no Centro de Pesquisa Número de espigas por
Agrícola da Província de Hyogo, a partir do cruzamento entre duas planta
18,6
21,1
variedades:
蕪(のぎ)の有無 →
Yamada Ho (mãe): um arroz adequado para produção de saquê,
"Presença ou ausência nenhum nogi
Muito raramente
de aristas (nogi)*
mas com caules muito altos e propenso a tombar.
Tankan Wataribune (pai): uma variedade de caule curto, usada para Facilidade do
conferir mais resistência. desprendimento da (Yasui)fácil de remover
(kui)Difícil de remover
O Yamada Nishiki não apenas possui qualidade superior como arroz casca
para saquê, mas também é altamente versátil. Por exemplo, mesmo Época de plantio 5 de junho
2 de junho
que ocorra variação na absorção de água durante o processo de
preparo, é possível ajustar e obter um resultado final de alta Período de emergência
qualidade. Além disso, o saquê feito com esse arroz tende a das espigas
27 de agosto
8 de agosto
apresentar um sabor equilibrado, com volume na boca, mas ainda
assim refinado.
Maturação do arroz 8 de outubro
15 de setembro
Peso de 1000g de
Sobre a altura das plantas de Yamada Nishiki aqrroz
27,7g
22,6g
Um gráfico mostra a relação entre as variedades:
Produção por 10a
466kg/10a
581kg/10a
Yamada Ho (山田穂, fêmea - ♀)→ Planta mais alta
Tankan Wataribune (短稈渡船, macho - ♂)→ Planta de caule curto Qualidade do Shinpaku Alta
Muito pouca
Yamada Nishiki (filho) → Combina características de ambos
Embora o Yamada Nishiki chegue a 130 cm de altura, sua mãe,
Resistência ao tombamento Fácil de cair
difícil de cair
Yamada Ho, é ainda mais alta. A variedade Tankan Wataribune, por * 蕪 (のぎ, nogi) refere-se às pequenas cerdas
outro lado, já não existe mais. ou aristas que podem aparecer na ponta dos
grãos de arroz. Essa característica é avaliada
Grão ideal para produção de saquê para identificar variações na morfologia dos
grãos.
さまざまな酒造好適米開発秘話
Samazamana shuzō kōteki kome kaihatsu hiwa
A história secreta por trás do desenvolvimento de vários tipos de
arroz adequados para a fabricação de saquê
Omachi (雄町) → Um dos principais ancestrais do Go Hyaku Man Goku. Omachi é um arroz de
grão longo e macio, conhecido por proporcionar sabores profundos ao saquê.
Shinriki (神力) → Uma variedade antiga, cultivada desde o período Meiji, usada para fortalecer
a resistência da planta.
Kame no O (亀の尾) → Uma variedade tradicional japonesa, famosa por sua contribuição à
qualidade do saquê.
Chūshi Asahi (中支旭) → Uma variedade intermediária na linhagem do Go Hyaku Man Goku.
Kikusui (菊水) → Resultado de uma seleção pura, contribuindo para características desejadas
na produção de saquê.
Bizen Omachi (備前雄町) → Uma variação do Omachi, nativa da região de Bizen.
Kakei 290-gō (交系290号) → Um cruzamento experimental para criar resistência e qualidade
no arroz.
Ishin 200-gō (一新200号) → Outra linhagem experimental utilizada no aprimoramento da
variedade.
Hayase Shinriki (早稲神力) → Versão precoce do Shinriki, ajudando na adaptação a diferentes
climas.
Ōu 2-gō (奥羽2号) → Uma variedade regional da região de Ōu (Tohoku), usada para
adaptação climática.
Kame no O 4-gō (亀の尾4号) → Seleção específica do Kame no O para melhorar
características de cultivo e qualidade.
Resumo: O Go Hyaku Man Goku é resultado de diversos cruzamentos entre variedades
tradicionais como Omachi, Shinriki e Kame no O, combinadas com seleções modernas para
criar um arroz resistente, produtivo e adequado para a produção de saquê seco e leve.
Go hyaku man goku (五百万石)
さまざまな酒造好適米開発秘話
Samazamana shuzō kōteki kome kaihatsu hiwa
A história secreta por trás do desenvolvimento de vários tipos de
arroz adequados para a fabricação de saquê
Entre os ancestrais dessa variedade estão Omachi, Shinriki e Kame no O, que fazem parte de sua linhagem genética. Esse arroz desempenhou
um papel fundamental na criação do estilo tanrei karakuchi (leve e seco) dos saquês de Niigata.
Interpretação do Diagrama
Seta para baixo de 純系分離 (Junkei Bunri) indica que, em algum momento, foi feita uma separação para obter uma linhagem pura, garantindo
que a variedade se mantivesse estável e adequada para cultivo.
Seta para cima de 変種 (Henshu) sugere que houve uma mutação ou variação genética a partir de 石臼 (Ishiusu) e 万右 (Man’u). Isso significa
que essas duas variedades passaram por modificações naturais ou induzidas, gerando novas características que foram aproveitadas no
cruzamento.
O diagrama sugere que 石臼 (Ishiusu) e 万右 (Man’u) passaram por um processo de mutação natural (変種) e depois foram refinadas e
estabilizadas através da separação de linhagem pura (純系分離). Esse foi um dos passos iniciais no desenvolvimento do 五百万石 (Go Hyaku
Man Goku).
(Shuzō kōteki kome no sakutsuke-ryō)
Quantidade de arroz plantada adequada para a fabricação
de saquê
.
精米
MATÉRIA
PRIMA
POLIMENTO DO ARROZ - SEIMAI
精米
A Forma de Polir o Arroz Determina a Estrutura do Saquê
O Grau de Polimento do Arroz é Essencial
O processo de polimento do arroz (精米 - seimai) consiste em remover a camada externa do grão, que contém proteínas, gorduras e outros componentes que podem
gerar sabores indesejáveis. O grau de polimento do arroz (精米歩合 - seimai buai) indica a porcentagem do grão que permanece após o polimento. Por exemplo, um
grau de polimento de 70% significa que 30% da camada externa foi removida, deixando 70% do grão original.
Por outro lado, o grau de polimento branco (精白率 - seihaku ritsu) de 30% significa que 30% da camada externa foi removida, deixando apenas 10% da parte central
do grão. Assim, um grau de polimento de 10% e um grau de polimento branco de 30% têm o mesmo significado.
O grau de polimento do arroz influencia significativamente o sabor e o aroma do saquê. Mesmo usando o mesmo arroz e o mesmo fermento, um saquê feito com arroz
polido a 0% (sem polimento) e a 10% terá perfis muito diferentes.
O grão integral (sem polimento) contém mais proteínas e gorduras, resultando em um saquê com sabores intensos e complexos, com muito umami. Esse arroz é
chamado de "arroz preto" (黒い米 - kuroi kome), pois não permite a passagem de luz.
À medida que o arroz é mais polido, ele se torna "arroz branco" (白い米 - shiroi kome), resultando em um saquê mais leve, refinado e aromático.
As proteínas e gorduras diminuem rapidamente até que o arroz atinja 70% de polimento, mas essa redução se torna mais lenta a partir de 10% de polimento. Além
disso, quando o grau de polimento ultrapassa 30-60%, a maioria dos componentes indesejáveis já foi removida, tornando desnecessário um polimento extremo,
geralmente limitado a 5% como mínimo.
Alguns saquês são produzidos com polimentos extremamente altos (abaixo de 10%), mas esse tipo de saquê tem um caráter experimental e artesanal, sendo mais uma
expressão de técnica e refinamento do que uma necessidade prática.
À medida que o grau de polimento aumenta, torna-se mais difícil evitar que os grãos quebrem durante o processo. O polimento que mantém a forma original do grão é
chamado de "polimento de forma original" (原形精米 - genkei seimai).
Mais importante do que apenas um número baixo no grau de polimento, é a qualidade do polimento e a preservação da forma do grão, garantindo que ele seja polido
de maneira uniforme sem perder sua integridade.
Integral
A Importância do Verdadeiro Grau de 玄米
Polimento do Arroz GEN
MAE
90%
O polimento do arroz leva cerca de três dias. A foto mostra
arroz polido pelo método de polimento plano (Heihei Seimai)
80%
da Daishichi Sake Brewery. O polimento plano é um método
Durante o período de descanso, o arroz é
que remove as camadas do arroz de maneira uniforme,
mantido em temperatura ambiente. Com o
mantendo a mesma espessura em toda a superfície."
tempo, ele esfria e recupera a umidade
perdida."
O polimento plano (扁平精米, Heihei Seimai) é uma técnica
avançada usada para maximizar a eficiência do polimento
Essa prática faz parte do processo de
sem desperdiçar o núcleo do grão, preservando melhor a
polimento do arroz para saquê. Após a remoção 70%
qualidade do arroz para a fermentação do saquê.
das camadas externas, o arroz perde umidade
devido ao calor gerado pelo atrito na máquina
de polimento. O período de "karashi" (枯らし)
permite que o arroz descanse, absorva
umidade do ambiente e estabilize sua estrutura
antes do próximo passo na produção do saquê.
58%
48%
35%
POLIMENTO DO ARROZ - SEIMAI
精米
Método de Cálculo do Verdadeiro Grau de Polimento do Arroz
O cálculo é feito da seguinte forma:
(Peso de 1000 grãos após o polimento ÷ Peso de 1000 grãos de arroz integral) × 100
Se 100 kg de arroz forem polidos até restarem 30 kg, o grau de polimento aparente será de 30%. No entanto, para obter o verdadeiro grau de polimento, é necessário
selecionar 1000 grãos mantendo sua forma original, medir seu peso e dividi-lo pelo peso original de 1000 grãos de arroz integral. Esse valor é o mais importante.
O arroz recém-polido não é usado imediatamente na produção de saquê. Ele é armazenado em sacos por até um mês. Esse processo é chamado de “Karashi” (枯らし).
Logo após o polimento, o arroz perde umidade devido ao calor gerado pelo atrito. Se for utilizado imediatamente, ele absorverá água de maneira irregular, resultando
em um arroz cozido pegajoso e inconsistente.
Por isso, o arroz passa por um período de descanso para absorver umidade de forma equilibrada e ajustar sua taxa de umidade. O arroz recém-polido tem a superfície
seca e o centro úmido, mas, durante o Karashi, a umidade se distribui de maneira uniforme.
Além disso, esse processo torna os grãos menos propensos a quebrar ao serem mergulhados na água.
O Karashi é, portanto, uma etapa essencial na preparação do arroz para a produção de saquê.
1 - TATEGATA SEIMAKI
縦型精米機 Os rolos cobertos
O Arroz é polido e é com pó de
As máquinas de polimento de arroz usadas na polido a medida que diamante giram e
produção de saquê são chamadas de 精米機 circula os formatos dos
(seimaiki), que significa "máquina de polimento de rolos são
arroz". Existem diferentes modelos e tecnologias Entrada do cuidadosamente
usadas nesse processo. Aqui estão alguns nomes e arroz projetados por
Na câmara
tipos de máquinas de polimento: integral vários fabricantes
de polimento
o arroz é de máquinas de
Principais Tipos de Máquinas de polido em moagem de arroz
Polimento de Arroz para Saquê: atrito com os
rolos
Resumo
A máquina opera de forma contínua e ajustável: o arroz passa várias vezes pelo processo, sendo polido gradualmente. O sistema de recirculação
garante um polimento uniforme, enquanto o controle de pressão evita que os grãos sejam quebrados.
2 - YOKOGATA SEIMAKI
横型精米機 横型精米機 (Yokogata Seimaiki)
Máquina de Polimento Horizontal
Utiliza movimento lateral para polir os grãos com
menos atrito, reduzindo o risco de quebra
Entrada
do Arroz
Ação do Cilindro de Na câmara (給米口)
Polimento (精白筒, de polimento
seihakutō - 金網除糠 o arroz é
筒, kanaami jokan tō) polido em
O arroz passa por um atrito com os
cilindro de polimento rolos
coberto por uma malha
metálica.
Esse cilindro ajuda a
remover os farelos (糠,
nuka) que saem das
camadas externas do
grão.
Saída do
arroz polido
(排米口,
haimaikō)
O Arroz é polido a
medida que circula
2 - YOKOGATA SEIMAKI
横型精米機
Funcionamento da Tategata Seimaiki
O arroz A Yokogata Seimaiki (横型精米機), ou máquina de polimento de arroz horizontal, tem um funcionamento diferente da Tategata Seimaiki (縦型精米
機). Ela opera com um sistema de rolos de atrito e ventilação para remover as camadas externas do arroz de maneira controlada.
.
摩擦式精米機 (Masatsu-shiki Seimaiki) – Máquina de
Polimento por Atrito
Polimento feito pelo atrito entre os próprios grãos e a superfície
da máquina.
Shinnakano (新中野工業)
Especializada em máquinas para polimento de arroz para saquê.
Modelos populares: "Shinnakano NSZ", "Shinnakano NT”
蒸米
MUSHIMAE
.
蒸し米の巻 (Mushi
蒸米
kome no maki)
O arroz comum é preparado por ebulição ("炊く" - taku), mas para a produção de saquê, o processo envolve lavar o arroz, deixá-lo absorver
água e então cozinhá-lo no vapor em um equipamento chamado "koshiki" (甑), que consiste em uma grande peneira de vapor posicionada
sobre um caldeirão.
Antigamente, o koshiki era feito de madeira de cedro, mas hoje em dia são comuns versões de alumínio ou aço inoxidável, que são mais fáceis
de limpar e esterilizar.
Além disso, algumas produtras de sake utilizam máquinas de cozimento a vapor contínuo (連続式蒸米機). Esse equipamento funciona com um
sistema de esteira transportadora que, em cerca de uma hora, cozinha o arroz no vapor e o resfria gradualmente por meio de um mecanismo
de resfriamento na saída.
COZIMENTO NO VAPOR – MUSHI MAI
蒸米
No processo de produção de sake, o cozimento a vapor do arroz, conhecido como 蒸し米 (musubi mai), desempenha um papel crucial. Aqui
estão os principais pontos do processo descrito:
Frequência do Cozimento a Vapor: Durante um ciclo completo de produção de sake 一仕込み (Ichi shikomi), o arroz é cozido a vapor até oito
vezes. Esse processo é realizado de madrugada até o início da manhã para garantir frescor e qualidade.
Técnica de Cozimento: O arroz é colocado em um recipiente sobre uma caldeira com água, onde vapor é gerado através de várias fontes de
calor, como queimadores. O vapor seco e quente é então direcionado para o arroz através de buracos no fundo dos recipientes, alcançando
temperaturas elevadas para secar o arroz e prepará-lo para o próximo estágio.
Finalização e Resfriamento: Após o cozimento, o arroz é retirado dos recipientes (甑) e imediatamente resfriado. Alguns produtores usam
sistemas de resfriamento mecânicos, enquanto outros preferem o método tradicional de resfriamento natural em pisos frios.
Uso Diferenciado do Arroz Cozido: O arroz cozido a vapor é classificado de acordo com o seu uso subsequente. Parte será destinada à
produção de koji (麹), usado para fermentação, enquanto outra parte será usada como "kakemai" (掛け米), o arroz adicionado diretamente ao
tanque de fermentação.
Variação de Uso: Dependendo do tipo de sake a ser produzido (como ginjo ou superior), diferentes métodos de cozimento a vapor podem ser
aplicados, incluindo o uso de recipientes específicos para garantir a qualidade do arroz cozido conforme necessário para cada tipo de sake.
Esse processo detalhado mostra como o cozimento a vapor do arroz no sake não só é uma etapa técnica, mas também uma arte que requer
precisão e cuidado para garantir a qualidade final do produto.
COZIMENTO NO VAPOR – MUSHI MAI
蒸米
酒の仕込みにおける蒸し米を行う回数
(Número de Cozimentos a Vapor no
Processo de Produção de Sake) O
arroz
cozido
a
vapor
(蒸
し米
–
mushimai)
é
Observação: ※酒の一仕込みで蒸米作業は計8回にのぼる (Em classificado
de
duas
um único lote de sake, o trabalho de cozimento a vapor do formas:
arroz pode ser realizado um total de 8 vezes.)
A 酒造り (Sakezukuri) de 蒸し米 (Mushi Mai) requer uma 吸水率 (Kyūsuiritsu) extremamente precisa.
Se o valor for maior do que o 目標数値 (Mokuhyō Suuchi), o arroz cozido a vapor se tornará pegajoso. O 酒
造好適米 (Sakezō Kōtekimai), especialmente o 吟醸酒 (Ginjōshu) e o 純米酒 (Junmaishu), requer uma
absorção sutil de água, pois isso pode causar distúrbios no planejamento da produção de sake.
Particularmente difícil é o arroz cozido a vapor utilizado para o 麹 (Kōji). Para que as 菌糸 (Kinshi) do 麹 se
estendam até o interior do grão de arroz em busca de água, é necessário que a parte externa do grão
esteja seca e que uma certa quantidade de umidade permaneça no interior. Além disso, se não houver
umidade na parte externa do arroz, os grãos não grudarão, facilitando o crescimento do 麹 e o processo de
仕込む (Shikomu).
O trabalho de 洗米 (Senmai) (lavar o arroz para remover impurezas) e o trabalho de 浸漬 (Shinsaku)
(absorção de água) para o arroz de 麹 são realizados em unidades de segundos. O tipo de arroz, a 精米歩
合 (Seimai Buai), o clima e a 水温 (Suitō) do dia influenciam o tempo de absorção. Às vezes, o arroz é
resfriado ainda mais pelo ar frio da noite e da manhã, e o tempo de absorção também varia com a
quantidade de água que o arroz já possui.
Particularmente, o arroz usado para 吟醸 (Ginjō) e 大吟醸 (Daiginjō) é polido de forma a ser menor, e uma
diferença de poucos segundos pode resultar em uma variação no teor de umidade. Muitas 蔵 (Kura)
realizam uma rigorosa gestão do tempo de absorção com ストップウォッチ (Sutoppu Wotchi) (cronômetro)
para o arroz de 吟醸.
Após o tempo previsto, o arroz que foi 浸漬 (Shinsaku) é drenado. Durante este tempo, ocorre a ação física
da 吸水熱 (Kyūsui Netsu) entre o arroz e a água. Para uniformizar a distribuição da umidade no interior do
arroz, o arroz imerso é deixado a descansar por uma noite. Normalmente, o arroz é lavado e imerso na
tarde anterior, drenado ao longo da noite e cozido a vapor na manhã seguinte.
entre as três fotos, aquela com um pregador de
A 浸漬 (Shinsaku) é o trabalho de permitir que a água seja absorvida até o centro do grão de arroz;; entre roupas azul é um marcador que indica que os tipos de
as três fotos, aquela com um clipe de lavanderia é um marcador que indica que os tipos de arroz são
diferentes.
arroz diferentes.
COZIMENTO NO VAPOR – MUSHI MAI
蒸米
O Ideal do Arroz Cozido a Vapor (蒸し米) é 「外硬內軟」 (Duro por Fora,
Macio por Dentro)
Por que o sake é feito com arroz cozido a vapor (蒸す) em vez de
simplesmente cozinhá-lo em água?.
Gelatinização do Amido (糊化): O amido do arroz precisa ser gelatinizado de maneira adequada para
facilitar sua quebra durante a fermentação.
Esterilização (殺菌): O vapor quente assegura a completa esterilização do arroz.
Textura Ideal (理想): O arroz deve ser 「外硬內軟」, ou seja, duro e seco por fora, evitando que os grãos
grudem uns nos outros, e macio e úmido no centro, mantendo a umidade necessária para a fermentação.
Para alcançar esse resultado, o arroz precisa ser cozido com vapor seco e superaquecido acima de 100°C
(高温かつ乾燥した強い蒸気). Se for utilizado vapor úmido (湿った蒸気), mesmo controlando a absorção de
água, o arroz pode ficar pegajoso na superfície. Algumas destilarias desenvolveram sistemas que utilizam
aquecedores (ヒーター) para secar e aquecer o vapor antes que ele entre em contato com o arroz.
よい蒸し米にするための条件 (Yoi Mushi Mai ni suru tame no Jōken), Condições para
um Bom Arroz Cozido a Vapor (よい蒸し米にするための条件)
Moagem demorada e precisa (時間をかけて原型のまま精米すること)
→ O arroz deve ser polido lentamente, preservando sua forma original para evitar 蒸し米の状態をチェックする社氏
danos excessivos ao grão. (Mushi Mai no Jōtai o Chekku suru Shashi)
Controle exato da absorção de água (吸水率をぴったり合わせること) A imagem mostra um toji (社氏) da destilaria Masuda Tokubee Shoten (増田徳兵衛商店)
→ A quantidade de água absorvida deve ser meticulosamente ajustada antes do segurando um punhado de arroz cozido a vapor (蒸し米) e testando sua textura com as mãos.
cozimento para garantir a textura correta.
Uma forma tradicional de verificar a qualidade do arroz é fazer um “Hineri-mochi” (ひねりもち),
Uso de vapor seco, quente e forte (乾燥した高温の強い気で均等に蒸すこと) que consiste em apertar o arroz na palma da mão para avaliar sua coesão e textura. Isso
→ O arroz deve ser cozido de maneira uniforme com vapor extremamente quente permite determinar se ele atingiu a condição ideal de dureza externa e maciez interna (外硬內
e seco, para evitar que fique pegajoso ou mal cozido. 軟).
ÁGUA
水
MIZU
.
Cerca de 80% da composição do sake é água (水), sendo utilizada em
várias etapas:
Embora fatores como variedade do arroz (米の品種), grau de polimento
(精米歩合) e escolha do fermento (酵母) sejam importantes, sem boa
água, não se pode fazer um bom sake (水がよくなければいい酒はできな
い).
poço no Museu de Saquê Gekkeikan Okura (月桂冠大倉記念館), no bairro de Fushimi, na
cidade de Kyoto. Foi escavado em 1961 e a água é bombeada de 50 metros abaixo do solo.
日本全国酒造りの水脈一例
Exemplos de fontes de água para a
produção de saquê em todo o Japão
Monte
Chokai鳥海山
(2236m)
Uma
montanha
famosa
que
fica
entre
as
prefeituras
de
Yamagata
e
Akita.
A
fonte
de
água
é
a
neve
perpétua
do
Monte
Alpes
japoneses
(cerca
de
Chokai
e,
depois
de
muitos
3000m)
anos,
a
água
subterrânea
A
grande
quanXdade
de
neve
Monte
Asahidake旭岳(2291m)
brota.
A
neve
derreXda
do
Monte
restante
fornece
água
fria
mesmo
no
verão.
Por
passar
Daisetsu
leva
muitos
anos
para
por
camadas
de
granito,
é
rico
emergir
como
água
em
minerais.
subterrânea.
A água ideal para fazer sake (酒造りに適した水) deve ser rica em minerais (ミネラル), como magnésio (マグネシウム) e potássio (カリウ
ム), pois esses elementos servem como nutrientes para o fungo koji (麹菌) e para o fermento (酵母).
No entanto, a presença de ferro (鉄), manganês (マンガン) e cobre (銅) deve ser evitada, pois esses metais aceleram a oxidação do
sake (酸化), causando descoloração avermelhada e deterioração da qualidade.
A água usada na fermentação (仕込みに用いる水) influencia diretamente a textura e o sabor do sake (口当たり). Algumas destilarias
utilizam, além de água subterrânea (地下水) e fontes naturais (湧き水), água de profundidade oceânica rica em minerais (海洋深層水)
ou misturam águas de poços em diferentes profundidades (井戸) para obter perfis distintos de qualidade.
A Miyamizu é uma água subterrânea filtrada (伏流水) que atravessa camadas de granito do Monte Rokko (六甲山系). Em um país
onde a maioria das águas são macias (軟水), a Miyamizu é relativamente dura (硬度が高く、硬水に近い), o que é incomum no Japão.
Acredita-se que essa característica venha da camada de conchas fósseis (貝殻層) presente logo abaixo do aquífero, ou do fato de que
essa área antigamente era uma região costeira (昔は海浜だった). Como resultado, a Miyamizu contém quantidades equilibradas de
sais minerais (ミネラル塩), o que contribui para a estabilidade da qualidade do sake de Nada (灘の酒質を安定させる).
Além disso, essa resistência permitiu que o sake produzido com Miyamizu fosse transportado para lugares distantes, como Edo (atual
Tóquio), sem perder sua qualidade (遠方にまで運んでも弱らない強さをそなえさせる), ajudando a consolidar a reputação dos sakes de
Nada ao longo da história.
•Significado das Expressões "Sake Masculino" ( OTOKO-ZAKE男酒) e "Sake
Feminino" (ONNA-ZAKE 女酒)
A relação entre a dureza da água (水の硬度) e o estilo do sake (酒) levou ao surgimento das expressões "Sake Masculino" (男酒) e "Sake Feminino" (女酒).
Os sakes da região de Nada (灘), produzidos com a água Miyamizu (宮水), são chamados de "Sake Masculino" (男酒) porque possuem um sabor mais seco, robusto e
intenso (はっきりとした辛口). Isso ocorre porque a Miyamizu tem alta dureza (硬度100前後), sendo classificada como água de dureza média-alta (中硬水) nos padrões
internacionais.
Já os sakes de Fushimi (伏見), produzidos com água de menor dureza, são conhecidos como "Sake Feminino" (女酒) por serem mais suaves, macios e levemente
adocicados (まろやかで飲み心地が柔らかい). A água de Fushimi tem dureza entre 30 e 40 (硬度30~40), sendo mais macia (中硬水) quando comparada à de Nada, mas
ainda mais dura do que as águas da região de Hiroshima.
Água Dura (硬水) → Rica em cálcio (カルシウム) e magnésio (マグネシウム), fornece mais nutrientes para o fermento (酵母の栄養分), acelerando a fermentação e
resultando em um sake seco e com final limpo (切れのよい辛口の酒).
Água Macia (軟水) → Contém menos minerais, o que desacelera a fermentação, permitindo que mais açúcares naturais sejam preservados, resultando em um sake
mais suave e levemente adocicado (ほのかな甘味を残したソフトなタイプの酒).
No passado, era mais difícil produzir sake com água macia, pois a fermentação era mais lenta e delicada. Como exemplo, nas destilarias de Nada (灘), onde se usa
Miyamizu, o período de fermentação é de cerca de 15 dias (15日前後), enquanto em Hiroshima, onde a água é ainda mais macia, o processo pode levar até 5 dias a
mais (5日前後もかかる).
Esse método foca em um desenvolvimento mais intenso do koji (麹をしっかり育てる) para acelerar a conversão do amido em açúcares fermentáveis, permitindo uma
fermentação lenta e controlada. O resultado é um sake suave, aromático e refinado (きめ細やかで香り高い酒).
Graças a essa inovação, Hiroshima se tornou uma das três grandes regiões produtoras de sake no Japão, ao lado de Nada (灘) e Fushimi (伏見).
Hoje, na região de Hiroshima, é possível experimentar a água de oito destilarias (8つの蔵で仕込み水の試飲が可能), incluindo a famosa Kamoizumi Shuzō (賀茂泉酒造),
conhecida por seus sakes elegantes e bem balanceados.
KOJI KIN
麹
.
produção de koji é o coração da fabricação do saquê. O método varia até mesmo conforme o clima.
Koji (麹) é o arroz no qual os esporos do fungo Aspergillus oryzae (koji-kin, 黄麹菌) foram cultivados. O arroz contém muito amido, mas não possui
açúcares, o que significa que, sozinho, não pode passar por fermentação alcoólica.
O amido tem uma estrutura molecular de cadeias firmemente ligadas de glicose, e o koji é responsável por quebrar essas ligações (sacarificação),
transformando o amido em açúcares fermentáveis.
A produção de koji envolve a geração de grande quantidade de enzimas, essenciais para a conversão do amido em açúcar. Além disso, o koji produz
nutrientes que servem de nutrientes para as leveduras. Ele também gera ácidos, aminoácidos e compostos aromáticos, que enriquecem o sabor do
saquê.
O koji é utilizado tanto no preparo do shubo (fermento-mãe) quanto no moromi (mosto principal), sendo uma das etapas mais importantes da produção do
saquê.
アミラーゼ (Amilase) – uma enzima de sacarificação com forte poder enzimático, responsável
por converter o デンプン質 (amido do arroz) em 糖質 (açúcares). O sabor naturalmente doce do
米麹 (arroz koji) vem dessa ação.
プロテアーゼ (Protease) – uma enzima de decomposição de proteínas que transforma as タンパ
ク質 (proteínas do arroz) em アミノ酸 (aminoácidos) e ペプチド (peptídeos), trazendo mais 旨味
(umami) e コク (profundidade de sabor) ao saquê..
MÉTODO TRADICIONAL
ASPERÇÃO DO KOJI
Futa-koji" (蓋麹法)
Embora muitos produtores utilizem máquinas para fazer koji, o método tradicional "futa-koji" ainda é amplamente usado. O processo segue as
etapas abaixo:
O arroz cozido no vapor é resfriado até cerca de 30–35°C e transferido para a sala do koji (麹室, kojimuro). Essa sala tem um ambiente
controlado, com temperatura em torno de 30°C e umidade próxima de 60%, permitindo o crescimento ideal do fungo koji.
Inoculação do fungo e primeira fase de crescimento
Os esporos do koji-kin (黄麹菌) são polvilhados sobre o arroz e bem misturados ("tokomomi", 床もみ).
O arroz é então empilhado ("momiage", もみ上げ) e coberto com um pano para manter o calor.
Após 10 a 14 horas, o arroz começa a se aglutinar, indicando o crescimento do fungo. Nesse momento, ele é solto e misturado ("kirikaeshi", 切
り返し) para uniformizar a temperatura.
Depois de 24 horas, o fungo já se espalhou significativamente. O arroz é dividido em pequenas caixas de madeira chamadas "futa" (盛り, mori).
Como a temperatura continua subindo, o arroz é frequentemente revolvido ("teire", 手入れ) e redistribuído dentro da sala ("tsumikake", 積み替
え) para garantir um crescimento uniforme do fungo.
Maturação e finalização
Após cerca de 50 horas, o koji exala um aroma semelhante ao de castanhas ou nozes, sinal de que está pronto.
Ele é então retirado da sala ("demoto", 出元) e colocado em um local escuro e seco por cerca de 20 horas para um processo final de secagem
e maturação ("karashi", 枯らし).
No total, a produção do koji tradicional leva cerca de 3 dias, período no qual os tōji (mestres cervejeiros) trabalham sem descanso,
frequentemente interrompendo o sono para monitorar cada etapa do processo.
TIPOS DE KOJI
麹
Na verdade, o Koji-kin é um tipo de mofo (カビ, kabi). Mas não se assuste! Nem
todos os mofos são ruins, como as bactérias nocivas. Existem "mofos bons" (良いカ
ビ, yoi kabi) e "mofos ruins" (悪いカビ, warui kabi), e o Koji-kin pertence à primeira
categoria.
O Koji-kin pode ser classificado em cinco tipos principais, cada um essencial para
ingredientes tradicionais japoneses:
Koji-kin amarelo (黄麹菌, ki-kōjikin) → Usado na produção de missô (味噌, miso) e
shoyu (醤油, shōyu)
Koji-kin branco (白麹菌, shiro-kōjikin) → Utilizado na fabricação de shochu (焼酎,
shōchū)
Koji-kin preto (黒麹菌, kuro-kōjikin) → Fundamental para o awamori (泡盛, awamori)
Koji-kin vermelho (紅麹菌, beni-kōjikin) → Empregado na produção de tofu
fermentado (豆腐, tōfu)
Koji-kin de katsuobushi (鰹節菌, katsuobushi-kin) → Usado no processamento de
katsuobushi (鰹節, katsuobushi)
Surpreendentemente, consumimos alimentos derivados do Koji-kin com frequência
no nosso dia a dia.
Além disso, os produtos fermentados com Koji-kin, chamados simplesmente de
"Koji" (麹, kōji), trazem diversos benefícios para a saúde. Entre eles, destacam-se a
melhoria da flora intestinal (腸内環境の改善, chōnai kankyō no kaizen) e a redução
da fadiga (疲労回復, hirō kaifuku). Se você deseja aprimorar sua alimentação para
obter esses efeitos positivos, vale a pena entender melhor o papel do Koji-kin.
TIPOS DE KOJI
麹
1. O que é o Koji-kin (麹菌)?
1-1. O Koji-kin é um ser vivo também chamado de "mofo" (カビ, kabi)
Quando ouvimos a palavra "mofo" (カビ, kabi), muitas vezes pensamos em algo associado a bactérias nocivas. No entanto, existem "mofos bons" (良いカビ, yoi
kabi) e "mofos ruins" (悪いカビ, warui kabi). Os mofos bons são amplamente utilizados no processamento de alimentos (食品加工, shokuhin kakō) e na produção
de medicamentos (医薬品の製造, iyakuhin no seizō).
Por exemplo, no processamento de alimentos, queijos (チーズ, chīzu), além de produtos tradicionais japoneses como missô (味噌, miso) e shoyu (醤油, shōyu),
dependem desses microorganismos. No campo da medicina, um dos exemplos mais famosos é a penicilina (ペニシリン, penishirin), um antibiótico descoberto
graças ao mofo azul (青カビ, ao-kabi).
O Koji-kin (麹菌) é um tipo de mofo benéfico usado na fermentação de alimentos. Trata-se de um termo genérico para fungos filamentosos utilizados na produção
de Koji (麹, kōji). Esses fungos crescem na forma de hifas (菌糸, kinshi) e são classificados como fungos filamentosos (糸状菌類, shijō kinrui), geralmente
conhecidos como "mofos". Por essa razão, o Koji-kin também é chamado de "mofo Koji" (コウジカビ, kōji kabi).
Embora invisível a olho nu, esse microorganismo desempenha um papel essencial na cultura alimentar japonesa (日本の食文化, Nihon no shokubunka).
SOCHU
Awamori
③鰹節菌
鰹節
Katsuobushikin
Katsuobushi.
FUNGO
DO
BONITO
PEIXE
BONITO
SECO
SECO
FUNGOS
ESPECIAIS
PARA
PEIXE
SECO
Características dos diferentes
tipos de Koji-kin (麹菌)
Koji-kin amarelo (黄麹菌, Kōji-kin)
Possui grande capacidade de quebrar o amido (デンプンの分解力, denpun no bunkairyoku).
É essencial para a produção de alimentos fermentados japoneses (日本の発酵食品, Nihon no hakkō shokuhin).
É chamado de "Koji branco" (白麹, Shiro-kōji) devido à sua cor mais clara em comparação ao Koji negro (黒麹菌, Kuro kōji-kin).
Na verdade, é uma mutação espontânea (突然変異株, tozensei ikabu) do Koji negro e possui as mesmas propriedades.
Como não libera esporos escuros (胞子, hōshi) que mancham roupas e equipamentos, é considerado mais fácil de manusear (扱いやすい, atsukai yasui) e adequado para
uso industrial.
Na medicina tradicional chinesa (漢方, Kanpō), é utilizado como ingrediente fitoterápico (生薬, shōyaku).
Dependendo do ingrediente base, o Koji pode ser classificado em três tipos principais:
As
bandejas
são
feitas
artesanalmente
com
madeira
natural
seca
ao
ar
de
florestas
Essas
bandejas
são
chamadas
de
"麹蓋"
(Kōji-‐buta)
são
feitas
de
杉
(Sugi),
japonesas
manejadas
(間伐材
–
kanbatsuzai).
conhecida
como
cedro
japonês.
Além
do
cedro
japonês,
algumas
versões
podem
usar
檜
(Hinoki),
o
cipreste
japonês,
que
também
tem
caracterísXcas
Materiais
e
Construção
semelhantes
e
um
aroma
mais
marcante.
Sem
uso
de
metais
ou
adesivos
sintéXcos,
para
não
interferir
na
fermentação
do
koji.
Estrutura
montada
com
encaixes
de
madeira
(組手
–
kumite),
hastes
de
bambu
(竹ひ
ご
–
takehigo)
e
cola
de
arroz
(米糊
–
komenori).
Sem
pintura
ou
acabamento
químico,
para
manter
a
porosidade
e
a
respirabilidade
da
madeira.
Formato
e
Capacidade
Dimensões
internas:
50
cm
(largura)
×
31
cm
(profundidade)
×
4
cm
(altura).
Dimensões
externas:
56
cm
×
36
cm
×
6
cm.
Capacidade:
Aproximadamente
6,2
L,
adequado
para
cerca
de
2,2
kg
de
arroz
para
koji
(1升5合
–
1
shō
5
gō).
Opções
de
tampa:
com
ou
sem
tampa
adicional.
Empilháveis,
oXmizando
espaço
e
permiXndo
um
controle
melhor
da
fermentação.
Uso
e
Manutenção
Lavar
com
água
ou
água
morna
e
secar
completamente
antes
de
guardar.
Evitar
exposição
direta
ao
vapor,
pois
a
umidade
excessiva
pode
deformar
a
madeira.
Sem
pregos
ou
parafusos,
então
é
necessário
cuidado
contra
impactos.
Pode
ser
desmontada
removendo
as
hastes
de
bambu,
mas
essa
práXca
não
é
recomendada,
exceto
em
casos
necessários.
A Fábrica de Saquê Miharu Shuzō e o Processo de
Produção do 麹 (Koji)
Futa-koji" (蓋麹法)
A Miharu Shuzō é uma fábrica de saquê localizada em uma pequena cidade histórica, conhecida por abrigar uma das Três Grandes Cerejeiras do
Japão, a Takizakura (滝桜). Seu saquê artesanal, chamado Miharu Goma (三春駒), é produzido seguindo técnicas tradicionais.
Antes de mais nada começa com o se traz o arroz cosido no vapor para a
1. 種切り
(Tanegiri
–
Inoculação
do
fungo)
2.
床もみ・もみ上げ
(Tokomomi
e
Momiage
–
Mistura
e
empilhamento)
4.
仲仕事・仕舞仕事
(Nakashigoto
e
Shimaishigoto
–
Ajustes
finais)
Na produção do Nanbu Bijin (南部美人), um dos pontos cruciais é a absorção de água (吸水, kyūsui) pelo arroz. A taxa de absorção
precisa ser controlada com extrema precisão. Para isso, toda a água absorvida pelo arroz de koji (麹米, kōji-mai) é monitorada por
dados, garantindo um controle rigoroso do vapor (蒸気, jōki) utilizado para cozinhá-lo.
Depois de cozido e resfriado a cerca de 40°C, o arroz é levado para a sala de fermentação (麹室, kōji-muro). Lá, ele é espalhado no
chão e inoculado com esporos de koji (種麹, tane-kōji). O Nanbu Bijin escolhe cuidadosamente os tipos de koji conforme o perfil
desejado para o saquê:
Para saquês aromáticos como Daiginjo (大吟醸), utilizam-se linhagens como Gluko (グルコ菌, Guruko-kin) e HI-G, que produzem mais
glucosamilase (グルコアミラーゼ, gurukoamirāze).
Desde 2012, a marca passou a usar o Reimei Hiraizumi (黎明平泉), uma linhagem desenvolvida em Iwate (岩手県), para criar saquês
com ingredientes 100% locais (オール岩手, Ōru Iwate).
Na hora de espalhar os esporos, é usada uma bolsa de seda fina (絹袋, kinu-bukuro) para garantir que apenas os filamentos do fungo
sejam distribuídos de maneira uniforme. A quantidade aplicada é sempre padronizada (規定量, kiteiryō) para garantir consistência na
fermentação.
Texto Complementar
NABU BIJIN E A
ORIGEN DO SAKE JAPONÊS:
No Nanbu Bijin, as
técnicas usadas variam
conforme a unidade de
produção:
Na destilaria Bassenkyo (馬仙峡
蔵), utilizam-se os métodos Toko-
koji (床麹法) e Nakabako (中箱法).
Na destilaria principal (本社蔵,
honsha-gura), empregam-se
Nakabako, Koji-buta (麹蓋,
bandejas tradicionais) e o moderno
sistema Hakuyo Ginjo 5-Dan (ハク
ヨー吟醸用五段式), que controla a
fermentação em ambiente sem
fluxo de ar.
Quanto menor a caixa de
fermentação (麹箱, kōji-bako),
maior o número necessário, mas
isso ajuda a secar melhor o koji —
ideal para saquês como Daiginjo.
No entanto, exige monitoramento
constante (管理, kanri), tornando o
trabalho extremamente exaustivo.
Texto Complementar
NABU BIJIN E A
ORIGEN DO SAKE JAPONÊS:
Por volta de 36-37°C, ocorre o primeiro "naka-shigoto" (仲仕事), onde o arroz é mexido para evitar um aumento excessivo da temperatura e
garantir que o fungo cresça uniformemente (均等, kintō), penetrando nos grãos em vez de se concentrar na superfície.
Texto Complementar
NABU BIJIN E A
ORIGEN DO SAKE JAPONÊS:
Quando atinge 39°C, o arroz é espalhado para liberar calor. Nesse ponto, o koji já começa a gerar calor próprio, superando a temperatura
ambiente (室温, shitsuon). O processo segue até 43°C, onde a temperatura é mantida por mais de 10 horas antes do resfriamento (冷却,
reikyaku) e secagem final.
Texto Complementar
NABU BIJIN E A
ORIGEN DO SAKE JAPONÊS:
1 - Hishiroku Moyashi (菱六もやし), localizada em Kyoto, com mais de 300 anos de história.
NANCYMATSUMOTO.COM
2 - Higuchi Matsunosuke Shōten (樋口松之助商店): Localizada em Osaka, especializada na produção de
esporos de kōji para diversos usos.
3 - Akita Konno Shoten (秋田今野商店): Situada em Akita, fornece kōji-kin para saquê e outros produtos
fermentados.
4 - Kawauchi Genichiro Shoten (河内源一郎商店): Localizada em Osaka, conhecida por seus esporos de kōji de
alta qualidade.
5 - Kojiya Sanzaemon & Bio’C (糀屋三左衛門 / ビオック): Com sede em Nagano, produz diferentes variedades de
kōji-kin.
6 - Nihon Jyozo Kogyo & Marufuku brand (日本醸造工業 / 丸福): Localizada em Tóquio, oferece esporos de kōji
sob a marca Marufuku.
Essas empresas desempenham um papel crucial na manutenção das tradições de fermentação no Japão,
fornecendo kōji-kin para diversas aplicações, incluindo a produção de saquê, missô e shoyu.
KOJIWIKI.COM
Shubo
酒母
.
A fabricação do saquê (酒造りSakedzukuri) depende muito da qualidade do shubo (酒母),que é a fermentação inicial do processo.
A levedura do saquê (清酒酵母 Seishu kōbo), doravante chamada apenas de levedura – 酵母( Shubo) com o tempo e gera álcool.
Para fermentar grandes quantidades de arroz, são necessários centenas de bilhões, até trilhões, de células-mãe selecionadas, para isso, é
essencial um fermento inicial poderoso, onde uma grande quantidade de células-mãe são cultivadas em um meio restrito e controlado.Essa
fermentação inicial é chamada de shubo (酒母) ou netsu (熱).
O shubo (酒母) pode ser amplamente dividido em dois tipos: kimoto-kei (生酛系) e sokujo-kei (速醸系).
Para que a levedura (酵母) trabalhe corretamente, é necessário um ácido que elimine bactérias indesejadas e leveduras selvagens (野生酵母)
– que estão naturalmente presentes no ar e nas plantas e podem afetar negativamente a qualidade do saquê.
No método kimoto-kei (生酛系酒母), esse ácido é gerado naturalmente por bactérias do ácido lático antes da adição da levedura. Já no método
sokujo-kei (速醸系), esse processo é simplificado, adicionando-se ácido lático diretamente antes da introdução da levedura.
O kimoto-kei leva cerca de 30 dias para completar a fermentação do shubo, enquanto o sokujo-kei reduz esse tempo para aproximadamente 5
dias.
Logo após a preparação do shubo (酒母), o ambiente é frio e pobre em nutrientes. Nesse estágio inicial, as bactérias redutoras de nitrato entram em ação,
convertendo os nitratos presentes na água em nitrito, lançando o primeiro ataque contra as leveduras selvagens (野生酵母).
Com o aumento gradual da temperatura e a liberação de nutrientes pelo koji (麹), as bactérias do ácido lático presentes na cervejaria começam a se
proliferar. Elas passam a dominar o ambiente, atacando tanto as bactérias redutoras de nitrato quanto as leveduras selvagens, tornando o tanque um
território controlado por ácido lático.
Esse processo dura cerca de duas semanas, momento em que a levedura do saquê (清酒酵母) é finalmente adicionada. Logo após, ocorre uma troca de
domínio: as bactérias do ácido lático morrem rapidamente, enquanto a levedura do saquê, resistente ao ácido lático mas vulnerável ao nitrito, começa a se
multiplicar exponencialmente.
Dessa forma, o shubo kimoto-kei se fortalece contra leveduras selvagens, resultando em um fermento altamente puro e estável para a produção de saquê.
Diferença entre Kimoto-kei (生酛系) e Sokujo-kei (速醸系)
No método sokujo-kei (速醸系), o ácido lático é adicionado logo no início, garantindo a acidez necessária desde o começo. Isso impede a proliferação de bactérias indesejadas
e evita que leveduras selvagens iniciem uma fermentação precoce, tornando o processo mais estável. Atualmente, a maior parte do saquê (日本酒) é produzida pelo método
sokujo-kei.
Por outro lado, o kimoto-kei (生酛系) depende da fermentação natural para a produção do ácido lático, tornando seu controle extremamente desafiador.
Ainda assim, muitos produtores utilizam o kimoto-kei porque ele confere ao saquê características únicas. A levedura (酵母) gerada nesse processo se fortalece ao competir com
diversos microorganismos e bactérias, resultando em um fermento vigoroso e resistente. O saquê produzido por esse método tem uma qualidade extremamente estável,
podendo manter sua juventude por 2 a 3 anos, segundo a experiência do autor.
Kimoto e Yamahai
Dentro do kimoto-kei, existem dois métodos principais: Kimoto (生酛) e Yamahai (山廃).
No método kimoto, realiza-se um processo chamado yama-oroshi (山卸), no qual o arroz cozido e o koji (麹) são amassados e triturados manualmente. Essa etapa demanda
tempo e paciência.
Já no método yamahai (山廃酛), o processo yama-oroshi é eliminado. O termo yamahai é, na verdade, uma abreviação de "yama-oroshi haishi" (山卸廃止), que significa
"eliminação do yama-oroshi".
Produção de nitrato Produção de ácido láctoco Produção de levedura de sake
Sem adições
1-Preparação Inicial
KITARU(気樽).
Esse dispositivo funciona de
maneira semelhante a uma bolsa de
água quente, sendo manipulado por
movimentos de rotação ou imersão.
Vale notar que as ferramentas
usadas nos estágios de uchimetsu e
aquecimento são as mesmas.
Mudanças no shubo kimoto-kei após a preparação:
Entre o 15º e 16º dia: A levedura do Alguns dias após a preparação, o processo
saquê (清酒酵母) começa a atuar, e essa de resfriamento é realizado (打瀬する, que
fase é chamada de "fukure" (ふくれ), significa resfriar)."
onde o processo de fermentação começa
a se intensificar. Alguns dias após a A palavra "打瀬" (打瀬) refere-se a um termo
preparação, o processo de resfriamento técnico usado para descrever o processo de
ocorre. resfriamento ou controle de temperatura no
processo de produção do saquê.
Cerca do 25º dia: O shubo está quase Cerca de 2 semanas depois: A levedura do
finalizado, e em 2-3 dias pode ser saquê (清酒酵母) é adicionada, e começam a
utilizado. aparecer algumas bolhas.
O arroz e o koji ainda permanecem, e as leveduras selvagens são suprimidas pela ação das bactérias redutoras de nitrato. Quando aquecido em um barril aquecido, o koji começa
a converter o amido em açúcar, tornando o mosto muito mais suave. Ao mesmo tempo, a atividade das bactérias do ácido láctico se intensifica, criando uma textura semelhante ao
iogurte, com um sabor doce e azedo.
A levedura de saquê é adicionada cerca de duas semanas após o início do processo. Dentro do ambiente dominado pelas bactérias do ácido láctico, a levedura do saquê começa
a se multiplicar rapidamente, e bolhas efervescentes de gás carbônico começam a aparecer em abundância. As bolhas continuam a crescer, atingindo um estado de alta espuma
entre os dias 18 e 20. O shubo (fermento inicial) é então utilizado no processo principal de fermentação dentro de 4 a 5 dias.
A Relação Inseparável entre as Leveduras e o Aroma Ginjo (吟醸香
O saquê é feito principalmente de arroz, mas seu aroma e sabor variam amplamente. Um dos principais fatores dessa diversidade é a diferença entre as
leveduras. Em particular, a maior influência vem do misterioso aroma chamado ginjo-ka (吟醸香).
Originalmente, o arroz, sendo um grão, não possui naturalmente aromas de frutas, flores ou ervas. No entanto, alguns saquês do tipo ginjo e daiginjo
exalam fragrâncias semelhantes a pera, maçã e pêssego. Esse aroma, impossível de imaginar a partir do cheiro de arroz cozido, é produzido pelas
leveduras.
As leveduras, por natureza, consomem açúcares para produzir álcool. No entanto, no caso da produção de saquê ginjo, o amido se converte em açúcares
muito lentamente, fazendo com que as leveduras permaneçam constantemente "famintas". Além disso, como o ginjo usa arroz altamente polido (com
menos proteínas e nutrientes) e fermenta em temperaturas extremamente baixas, as leveduras passam por um grande estresse biológico. Esse estresse
altera o metabolismo da levedura, levando à produção de ésteres, responsáveis pelos aromas frutados característicos do ginjo-ka.
O saquê ginjo começou a ser comercializado por volta de 1980 e se tornou um grande sucesso. Na época, eram comuns as leveduras Kyokai Nº7 e Nº9.
Hoje, novas leveduras foram desenvolvidas, como leveduras de alta produção de ésteres, leveduras ricas em ácido málico e leveduras florais, ampliando
ainda mais o espectro aromático do saquê.
Levedura com Espuma (泡あり酵母 - awa ari kōbo) – Produz uma quantidade significativa de espuma durante a fermentação. Como a espuma
sobe bastante, há o risco de transbordar do tanque, exigindo supervisão constante, especialmente à noite. Além disso, é necessário um tanque
maior para acomodar a espuma, o que também aumenta a chance de contaminação por microrganismos indesejados.
Levedura sem Espuma (泡なし酵母 – awa nashi kōbo) – Uma mutação natural das leveduras com espuma, eliminando a formação excessiva
de bolhas. Isso facilita o controle da fermentação e reduz os riscos de contaminação.
Embora as leveduras com espuma apresentem um crescimento mais lento e uma fermentação mais gradual, as leveduras sem espuma
fermentam rapidamente. Por isso, é necessário monitorar a temperatura com mais precisão, para evitar uma fermentação acelerada demais.
No entanto, se o controle for bem feito, não há grande diferença no sabor e aroma final entre os dois tipos de leveduras.
A levedura com espuma borbulha vigorosamente, A levedura sem espuma surgiu como uma mutação
exigindo tanques maiores e equipamentos natural da levedura com espuma. Tem uma
auxiliares chamados 'awa-gasa' (泡がさ). fermentação suave e uniforme.
Kyokai (協会) Fermentação Alcoólica
(Conversão do Açúcar em Álcool)
Kyokai (協会) significa "associação" ou "sociedade" e, no contexto das
leveduras de saquê, refere-se à Associação Japonesa de Fabricantes de Kyokai Número 9 (九号酵母, Kyūkō Kyokai 9) Usadas para saquês premium, geram
Saquê e Shochu (日本醸造協会, Nihon Jōzō Kyōkai). aromas frutados e um paladar refinado. Produzidas pelo Kumamoto-ken shuzo
kenkyujo (1953) Kumamoto
A associação coleta, isola e distribui cepas de levedura de alta qualidade
para produtores de saquê em todo o Japão. Cada levedura aprovada e Kyokai Número 11 (十一号酵母, Jūichi-gō Kyokai): eram aromas frutados e um
recebe um número, formando a famosa série Kyokai Yeast (協会酵母, paladar refinado. Produzidas pelo Instituto de Pesquisa de Leveduras da Sociedade
de Fabricantes de Saquê do Japão.
Kyokai Kōbo).
Kyokai Número 7 (七号酵母, Nana-gō Kyokai): Mais comum em saquês menos
Por que as leveduras Kyokai são importantes? sofisticados, resultando em perfis simples e diretos. Desenvolvida pela Miyasaka jozo
Antes da criação das leveduras Kyokai, os produtores dependiam de (1946) Nagano.
leveduras selvagens, o que tornava a fermentação imprevisível. Com a
padronização das leveduras Kyokai, os fabricantes puderam garantir Kyokai Número 6 (六号酵母, Roku-gō Kyokai): Originária da Aramasa Brewery em
fermentação estável, controle de aroma e sabor, e saquês de alta Akita, conhecida por saquês de alta acidez e elegância.
qualidade.
Kyokai Número 10 (十号酵母, Jū-gō Kyokai): Desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa
Exemplos de Leveduras Kyokai e Seus Perfis: de Leveduras de Tohoku (1952), produz aromas sutis e frescos.
Kyokai Nº7 – Originária da Masumi Sake Brewery, em Nagano. Produz
Kyokai Número 14 (十四号酵母, Jūshi-gō Kyokai): Criada na Região de Fukushima,
um sabor equilibrado e é muito utilizada para saquês Junmai. baixa acidez aromas frutados de melão e pera. Ideal para ginjo ideal para saquês
Kyokai Nº9 – Desenvolvida na Kumamoto Brewery. Criada para realçar leves e florais (1991).
aromas frutados, é uma das mais usadas para saquês Ginjo e Daiginjo.
Kyokai Nº10 – Gera um saquê mais seco e robusto, com menos aroma Kyokai Número 601 – 1401 (六百一 - 千四百一号酵母 Kyokai): Estirpes “Sem
frutado. Espuma”prduzido em Kyokai Kobo.
Kyokai Nº14 – Produz um saquê suave e floral, com bom equilíbrio de
doçura e acidez. Kyokai Número 1501 (千五百一号酵母 Kyokai): Baixa acidez, aroma característico de
ginjo, produzido em akita, 1990.
Atualmente, além das Kyokai, muitas cervejarias desenvolvem leveduras
proprietárias para criar perfis únicos, mas a base do mercado ainda é
fortemente influenciada por essas leveduras numeradas.
Leveduras Kyokai (協会) e as Leveduras
Desenvolvidas por Municípios e Instituições
de Pesquisa
As leveduras Kyokai são vendidas pela Associação Japonesa de Fabricantes de Saquê
e Shochu. Atualmente, estão disponíveis as linhagens 6, 7, 9, 10, 11 e 1, além da 1501
(Akita-ryu/Hana Kōbo), uma versão sem espuma.
Além das leveduras Kyokai, diferentes prefeituras e regiões do Japão também
desenvolvem suas próprias leveduras. Algumas cervejarias utilizam leveduras
exclusivas, cultivadas internamente para criar perfis únicos de saquê.
BOLHAS
frutados).
Mesmo
com
baixo
tempo
de
LEVEDURAS
DA
ASSOCIAÇÃO
LEVEDURA
Levedura
que
produz
YAMADA
saquê
frutado
e
limpo.
Ajudou
a
província
de
Shizuoka
a
se
tornar
LEVEDURA
o
lar
do
saquê
local.
SHIZUOKA
*
É
di‡cil
contrar
um
lugar
que
não
desenvolva
sua
própria
levedura,
Levedura
isolada
de
flores
(花).
O
professor
Nakata,
do
pois
cada
prefeitura
LEVEDURA
DA
Departamento
de
Ciência
da
Fermentação
da
Tokyo
e
região
desenvolve
FLOR
University
of
Agriculture
(東京農大短期大学部醸造学
a
sua
própria
科),
conseguiu
isolá-‐la
com
sucesso.
Atualmente,
essas
leveduras
florais
(花酵母)
estão
sendo
pesquisadas
e
comercializadas
(研究販売).
.
倉品佐武郎
Kurashina
Saburō
Visita
à
菱六もやしHishiroku
Moyashi
京都。
Abril
e
Maio
de
2016
菱六もやしHishiroku
Moyashi 京都。
Abril e Maio de 2016
Fachada da
Loja da loja
Hishiroku
provavelmente tirada na
era Meiji (1868–1912) ou
Taishō (1912–26). A placa
(escrita da direita para a
esquerda) traz o logotipo
da Hishiroku, a descrição
kōji-moyashi e a palavra
para “origem”, talvez uma
referência ao papel do kōji
como a raiz da cultura
alimentar japonesa.
(Cortesia de Sukeno
Akihiko).
O Engishiki, uma compilação de leis e costumes concluída em 927, também menciona o moyashi de arroz, referindo-se
ao mofo felpudo que cresce no arroz — conhecido hoje como kōji de arroz. Naquela época, isso era produzido por um
método conhecido como tomo dane shiki, onde parte do kōji de arroz é separada para semear um novo lote. Mesmo
assim, eles conseguiram manter um grau de pureza.
Nos períodos Kamakura (1185–1333) e Muromachi (1333–1568), uma associação de fabricantes profissionais de kōji,
Kitano Kōji-za, foi formada em Kyoto sob a autoridade do santuário Kitano Tenmangū para monopolizar a produção de
kōji e os direitos de venda na região. Mas com o tempo, vários produtores de saquê ricos começaram a produzir seu
próprio kōji.
Isso atraiu forte oposição do Kitano Kōji-za. Junto com Kitano Tenmangū, eles apelaram ao xogunato para fortalecer a
regulamentação dos produtores de saquê, uma meta que eles alcançaram em 1419 quando o governo concedeu um
monopólio de produção de kōji ao grupo.
Mas Enryakuji, um poderoso monastério no Monte Hiei, ficou do lado dos produtores de saquê, e o envolvimento de
vários interesses complicados exacerbou o antagonismo. Após uma série de conflitos armados, o Kitano Kōji-za foi
forçado a se submeter ao lado dos cervejeiros em 1444, ano 1 da era Bun'an.
Após essa chamada Rebelião Bun'an Kōji, a profissão de fabricantes dedicados de kōji declinou, e o processo foi
incorporado ao trabalho de produção de saquê e miso. Sukeno acredita que, em meio ao curso desses eventos, alguns
fabricantes de kōji perceberam que não conseguiriam sobreviver apenas vendendo kōji, e começaram a cultivar moldes
de kōji de alta qualidade para atacado para cervejeiros.
酵母
E
A
FERMENTAÇÃO
ALCOÓLICA
LUIZ
PAGANO
Isso porque os sakes de Fushimi são produzidos com água de menor
dureza, resultando em um perfil mais suave, macio e levemente
adocicado, em contraste com os sakes de Nada, que têm um estilo mais
seco e intenso (Otoko-zake, 男酒).
HONJOZO
(本醸造)
本
(Hon)
–
"principal",
"verdadeiro"
ou
"autênXco"
醸造
(Jozo)
–
"fabricação"
ou
"fermentação"
(de
bebidas
alcoólicas)
Gekkeikan Okura Kinen Kan
(日本酒 月桂冠大倉記念館)
A produção de saquê no Japão segue padrões rigorosos estabelecidos pela Japan Sake
and Shochu Makers Association (日本酒組合, Nihonshu Kumiai). Esta entidade
regulamenta a qualidade do saquê, certificando produtores que atendem às normas
tradicionais e garantindo autenticidade e padronização na elaboração da bebida. A JSA
desempenha um papel essencial na preservação dos métodos tradicionais e na
promoção da cultura do saquê no Japão e no mundo.
Ingredientes Fundamentais do Saquê
O saquê de alta qualidade é produzido a partir de três elementos fundamentais: arroz,
água e levedura. A seleção e o tratamento desses ingredientes influenciam diretamente
no sabor, aroma e complexidade da bebida.
Kakemai (排舗): O arroz de base, usado em maior quantidade na produção do saquê.
Ele não passa por um processo de malteamento e é adicionado durante a fermentação.
Kōji-mai (高治舗): O arroz inoculado com o fungo Aspergillus oryzae, essencial para
converter o amido em açúcares fermentáveis. Esse processo, chamado de sacarificação,
é crucial para a obtenção de um saquê equilibrado e aromático.
O AUTOR E SUA OBRA
Luiz Pagano
Motivadores Pessoais
Desde pequeno, embarquei em uma jornada para valorizar minhas raízes
ancestrais. Minha avó me dizia que éramos descendentes de indígenas
importantes, e só mais tarde descobri que sou a 16ª geração após
Tibiriçá, por meio de Antonia Quaresma. Sempre quis honrar os povos
originários e nutria o desejo de conhecer a Amazônia e o Xingu, que via
nos programas de Amaral Neto, com detalhes e coerência. Gostava de
capinar o quintal, deixando-o limpo enquanto eu tomava sol e ficava forte.
Desde criança, desenhava indígenas com suas pinturas e trajes, bem
como tinha um interesse descomunal pelo Japão e pela língua japonesa
– nunca imagine que essa combinação de culturas indígenas brasileiras e
japonesas pudesse ter resultado em algo tão interessante.
Nos anos 1980, viajei frequentemente para Itanhaén e praias de Santa
Catarina, em Ubatuba especialmente para as praias vizinhas ao Lázaro.
Andava por trilhas e Peabirus, corria nu pela Domingas Dias, seguindo
trilhas abertas pelos antigos indígenas da região.
Em 2010, já atuando no mercado de bebidas, visitei uma aldeia Guarani
Mbya e presenciei um ritual que me pareceu ser a cauinagem. Minha
curiosidade cresceu, mas não pude participar, pois apenas os
merecedores eram admitidos. Mais tarde, porém, fui convidado a
vivenciar essa tradição, e a ideia de trazer o cauim para além das aldeias,
transformando-o em uma bebida contemporânea e acessível, começou a
ganhar forma.
Missão Espiritual
Outro sonho recorrente que tinha quando criança era que havia uma
comunidade japonesa na região amazônica, um lugar paradisíaco com
grande prosperidade e beleza. No sonho, uma linda japonesa em trajes
orientais dançava com sua sobrinha em um tronco de árvore cortado, ao
lado de golfinhos e tukuxis. É curioso como essa parece ter sido a visão
do líder messiânico Meishu-Sama para o Brasil. O projeto do Cauim tem
potencial de trazer grande properidade às comunidades inígenas
optantes.
Mais tarde, quando as pesquisas sobre o Cauim já estavam avançadas,
tive contato com diversas etnias indígenas e duas coisas muito
marcantes me foram ditas: a primeira por um amigo da etnia Guajajara,
que o vitiligo que tenho nos braços é uma manifestação da deusa Mani,
uma entidade albina muito importante em diversas culturas indígenas que
cuida da planta da mandioca, e a segunda me foi dita por um pajé da
etnia Wassu-Cokal, que me disse para não me agitar e estressar, que
minha missão aconteceria no tempo da espiritualidade indígena e não no
meu tempo.
Referências Bibliográficas Sites
BALDWIN, B., & Lenaghan, D. (2014). A Primer on Brewing Makgeolli. Korea: Fermented https://oasislink.co.jp/clytia_officeoasis/water/water_fuji/
Food Science Division
saketomoe - Patty Telló - Instagram
FURUKAWA, S. (2012). Sake: quality characteristics, flavour chemistry and sensory
analysis. In R. Piggott, J., Alcoholic Beverages - Sensory Evaluation and Consumer https://www.instagram.com › saketomoe
Reaserch. Cambrige,UK :Woodhead Pub
https://www.suntory.co.jp/water/tennensui/source/oku/
KANAUCHI, M. (2013). SAKE Alcoholic Beverage Production in Japanese Food Industry.
Food Industry. InTech. doi:10.5772/53153 https://www.gekkeikan.com/museum/
LOVELOCKl, James -- Gaia: a new look at life on Earth -- OUP, 1979 https://magazine.asahi-shuzo.co.jp/featured/179
KIMURA, Katsumi. Nihonshu no Kyokasho (日本酒の教科書). Seibundo Shinkosha, 2014. https://www.boki.co.jp/sake/sake_brewing/kouji.html
PAGANO, Luiz (PDF) PROSPENOMICS THE BASICS. Available from: https:// https://www.nanbubijin.co.jp/kodawari/kouji/
www.researchgate.net/publication/371235860_PROSPENOMICS_THE_BASICS
[accessed Aug 03 2024]. https://www.kobayashi-foods.co.jp/washoku-no-umami/koji-yeast
SOUZA, Ana Raquel Oliveira Cardoso, Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em https://tjniigata.jp/gourmet/202003nihonsyu_kiso02/
Engenharia Alimentar – Universidade de Lisboa, 2021
YOSHIZAWA,K. , Ishikawa, T. 2004. Industrialization of Saké Manufacture in Wrigley, Colin
W. et al., Industrialization of Indigenous Fermented Foods, (pp. 149 -192). New York: Marcel
Dekker, Inc.