CREMAÇÃO
BIBLIOGRAFIA
01- Conduta Espírita - pág. 125 02 - Dos Hippies aos probl. do mundo - pág. 80
03 - Estudos Espíritas - pág. 64 04 - O Consolador - pág. 95
05 - O homem novo - pág. 44 06 - O problema do ser destino e da dor - pág. 135
07 - Pensamento e vontade - pág. 101 08 - Pérolas do Além
09 - Pinga fogo com Chico Xavier - pág. 47 10 - Vencendo a morte e a obsessão - pág. 68
CREMAÇÃO – COMPILAÇÃO
01- Conduta Espírita - André Luiz - pág. 125
Perante a desencarnação: Resignar-se ante a desencarnação inesperada do parente ou do
amigo, vendo nisso a manifestação da Sábia Vontade que nos comanda os destinos. Maior
resignação, maior prova de confiança e entendimento. Dispensar aparatos, pompas e
encenações nos funerais de pessoas pelas quais se responsabilize, abolir o uso de velas e
coroas, crepes e imagens, e conferir ao cadáver o tempo preciso de preparação para o
enterramento ou a cremação.
Nem todo Espírito se desliga prontamente do corpo. Emitir para os companheiros
desencarnados, sem exceção, pensamentos de respeito, paz e carinho, seja qual for a sua
condição. A caridade é dever para todo clima.
Proceder corretamente nos velórios, calando anedotário e galhofa em torna da pessoa
desencarnada, tanto quanto cochichos impróprios ao pé do corpo inerte. O companheiro
recém-desencarnado pede, sem palavras, a caridade da prece ou do silêncio que o ajudem a
refazer-se.
Desterrar de si quaisquer conversações ociosas, tratos comerciais ou comentários
impróprios nos enterros a que comparecer. A solenidade mortuária é ato de respeito e
dignidade humana.
Transformar o culto da saudade, comumente expressono oferecimento de coroas e flores,
em donativos às instituições assistenciais, sem espírito sectário, fazendo o mesmo nas
comemorações e homenagens a desencarnados, sejam elas pessoais ou gerais. A saudade
somente constrói quando associada labor do bem.
Ajuizar detidamente as questões referentes a testamentos, resoluções e votos, antes da
desencarnação, para não experimentar choques prováveis, ante inesperada incompreensões
de parentes e companheiros. O corpo que morre não se refaz.
Aproveitar a oportunidade do sepultamento para orar, ou discorrer sem afetação, quando
chamado a isso, sobre a imortalidade da alma e sobre o valor da existência humana. A morte
exprime realidade quase totalmente incompreendida na Terra.
"Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a
morte". - Jesus. (João, 8:51)
04 - O Consolador - Emmanuel - pág. 95
Perg. 151 - O Espírito desencarnado pode sofrer com a cremação dos elementos
cadavéricos?
- Na cremação, faz-se míster exercer a piedade com os cadáveres, procrastinando por mais
horas o ato de destruição das vísceras materiais, pois, de certo modo, existem sempre
muitos ecos de sensibilidade entre o Espírito desencarnado e o corpo onde se extinguiu o
"tônus vital", nas primeiras horas sequentes ao desenlace, em vista dos fluidos orgânicos
que ainda solicitam a alma para as sensações da existência material.
06 - O problema do ser destino e da dor - Léon Denis - pág. 135
Dia virá em que a vida humana se extinguirá no Globo esfriado. A Terra, vasta necrópole,
rolará, soturna, na amplidão silenciosa. Hão de elevar-se ruínas imponentes nos lugares
onde existiram Roma, Paris, Constantinopla, cadáveres de capitais, últimos vestígios das
raças extintas, livros gigantescos de pedra que nenhum olhar carnal voltará a ter. Mas, a
Humanidade terá desaparecido da Terra somente para prosseguir, em esferas mais bem
dotadas, a carreira de sua ascensão. A vaga do progresso terá impelido todas as almas
terrestres para planetas mais bem preparados para a vida.
É provável que civilizações prodigiosas floresçam a esse tempo em Saturno e Júpiter; ali se
hão de expandir humanidades renascidas numa glória incomparável. Lá é o lugar futuro dos
seres humanos, o seu novo campo de ação, os sítios abençoados onde lhes será dado
continuarem a amar e trabalhar para o seu aperfeiçoamento. No meio dos seus trabalhos, a
triste lembrança da Terra virá talvez perseguir ainda esses Espíritos; mas, das alturas
atingidas, a memória das dores sofridas, das provas suportadas, será apenas um estimulante
para se elevarem a maiores alturas.
Em vão a evocação do passado lhes fará surgir à vista os espectros de carne, os tristes
despojos que jazem nas sepulturas terrestres. A voz da sabedoria dir-lhes-á: "Que importa as
sombras que se foram! Nada perece. Todo ser se transforma e esclarece sobre os degraus
que conduzem de esfera em esfera, de sol em sol, até Deus. Espírito imorredouro, lembra-te
disto: "A morte não existe!" O ensino e o cerimonial das igrejas não têm contribuído pouco,
representando a morte com formas lúgubres, para fazer nascer um sentimento de terror nos
espíritos. As doutrinas materialistas, por sua vez, não eram próprias para reagir contra essa
impressão.
À hora do crepúsculo, quando a noite desce sobre a Terra, apodera-se de nós uma espécie
de tristeza. Facilmente a afugentamos, dizendo no nosso íntimo: Depois das trevas virá a luz.
A noite é apenas a véspera da aurora! Quando acaba o Verão e ao deslumbramento da
Natureza vai suceder o Inverno taciturno, consolamo-nos com o pensamento das
florescências futuras. Por que existe, pois, o medo da morte, a ansiedade pungente, com
relação a um ato que não é o fim de coisa alguma?
É quase sempre porque a morte nos parece a perda, a privação súbita de tudo o que fazia a
nossa alegria. O espiritualista sabe que não é assim. A morte é para ele a entrada num modo
de vida mais rico de impressões e de sensações. Não somente não ficamos privados das
riquezas espirituais, como também estas aumentam com recursos tanto mais extensos e
variados, quanto a alma se tiver preparado melhor para gozá-los.
A morte nem sequer nos priva das coisas deste mundo. Continuaremos a ver aqueles a quem
amamos e deixamos atrás de nós. Do seio dos Espaços seguiremos os progressos deste
planeta; veremos as mudanças que ocorrerem na sua superfície; assistiremos às novas
descobertas, ao desenvolvimento social, político e religioso das nações, e, até à hora do
nosso regresso à carne, em tudo isso havemos de cooperar fluidicamente, auxiliando,
influenciando, na medida do nosso poder e do nosso adiantamento, aqueles que trabalham
em proveito de todos.
Bem longe de afugentar a idéia da morte, como em geral o fazemos, saibamos, pois, encará-
la face a face, pelo que ela é na realidade. Esforcemo-nos por desembaraçá-la das sombras e
das quimeras com que a envolvem e averigüemos como convém nos prepararmos para este
incidente natural e necessário do curso da vida. Necessário, dizemos. Com efeito, o que
aconteceria se a morte fosse suprimida? O Globo tornar-se-ia estreito demais para conter a
multidão humana. Com a idade e a velhice, a vida parecer-nos-ia, em dado momento, de tal
modo insuportável, que preferiríamos tudo à sua prolongação indefinida. Viria um dia em
que, tendo esgotado todos os meios de estudo, de trabalho, de cooperação útil à ação
comum, a existência revestiria para nós um caráter acabrunhador de monotonia.
O nosso progresso e a nossa elevação exigem-no: mais dia menos dia, temos de ficar livres
do invólucro carnal, que, depois de haver prestado os serviços esperados, se torna impróprio
para seguir-nos em outros planos do nosso destino. Como é possível que aqueles que crêem
na existência de uma Sabedoria previdente, de um Poder ordenador, qualquer que seja,
aliás, a forma que emprestem a esse Poder, considerem a morte um mal? Se ela representa
um papel importante na evolução dos seres, não é por ser uma das fases reclamadas por
esta evolução, o "pendant" natural do nascimento, um dos elementos essenciais do plano
da vida?
O Universo não pode falhar. Seu fim é a beleza; seus meios a justiça e o amor. Fortaleçamo-
nos com o pensamento dos porvires sem limites. A confiança na outra vida estimulará os
nossos esforços, torná-los-á mais fecundos. Nenhuma obra de vulto e que exija paciência
pode ser levada a cabo sem a certeza do dia seguinte. De cada vez que, à roda de nós,
distribui os seus golpes, a morte, no seu esplendor austero, torna-se um ensinamento, uma
lição soberana, um incentivo para trabalharmos melhor, para procedermos melhor, para
aumentarmos constantemente o valor da nossa alma.
As inumações são feitas com um aparato que deixa outra impressão não menos penosa na
memória dos assistentes. O pensamento de que o nosso invólucro será também por sua vez
depositado na terra provoca como que uma sensação de angústia e asfixia. No entanto,
todos os corpos que por nós foram animados, no passado, jazem igualmente no solo ou vão
sendo paulatinamente transformados em plantas e flores. Estes corpos eram simples
vestuários usados; a nossa personalidade não foi enterrada com eles; pouco nos importa
hoje o que deles foi feito. Por que havemos, então, de nos preocupar mais com a sorte do
último do que com a dos outros? Sócrates respondia com justeza aos seus amigos que lhe
perguntavam como queria ser enterrado: "Enterrai-me como quiserdes, se puderdes
apoderar-vos de mim." (1)
Inúmeras vezes, a imaginação do homem povoa as regiões do Além de criações
assustadoras, que se tornam horripilantes para ele. Certas igrejas ensinam, também, que as
condições boas ou más da vida futura são definitivas, irrevogavelmente determinadas por
ocasião da morte e essa afirmação perturba a existência de muitos crentes; outros temem o
insulamento, o abandono no seio dos Espaços.
A Revelação dos Espíritos vem pôr termo a todas estas apreensões; traz-nos sobre a vida de
além-túmulo indicações exatas; dissipa a incerteza cruel, o temor do desconhecido que nos
atribulam. A morte, diz-nos ela, em nada muda a nossa natureza espiritual, os nossos
caracteres, o que constitui o nosso verdadeiro "eu"; apenas nos torna mais livres, dota-nos
de uma liberdade, cuja extensão se mede pelo nosso grau de adiantamento. De um, como
do outro lado, temos a possibilidade de fazer o bem ou o mal, a facilidade de adiantar-nos.
(..)
(1) Pergunta-se muitas vezes se a cremação é preferível à inumação sob o ponto de vista da
separação do Espirito. Os invisíveis, consultados, respondem que, em tese geral, a cremação
provoca desprendimento mais rápido, mais brusco e violento, doloroso mesmo para a alma
apegada à Terra por seus hábitos, gostos e paixões. É necessário certo arrebatamento
psíquico, certo desapego antecipado dos laços materiais, para sofrer sem dilaceração a
operação crematória. É o que se dá com a maior parte dos orientais, entre os quais está em
uso a cremação. Em nossos países do Ocidente, em que o homem psíquico está pouco
desenvolvido, pouco preparado para a morte, a inumação deve ser preferida, posto que por
vezes dê origem a erros deploráveis, por exemplo, o enterramento de pessoas em estado de
letargia. Deve ser preferida, porque permite aos indivíduos apegados à matéria que o
Espírito lhes saia lenta e gradualmente do corpo; mas, precisa ser rodeada de grandes
precauções. As inumações são, entre nós, feitas com muita precipitação.
LEMBRETE: (...) em tese geral, a cremação provoca desprendimento mais rápido, mais
brusco e violento, doloroso mesmo para a alma apegada à Terra por seus hábitos, gostos e
paixões. É necessário certo arrebatamento psíquico, certo desapego antecipado dos laços
materiais, para sofrer sem dilaceração a operação crematória (...) Léon Denis.
Para nós Espíritas que somos peparados a longo tempo, a cremação não há problema, desde
que observemos as horas necessárias para o desencarne (que são mais ou menos 36 a 72
horas), mas, é questão de piedade para com os nossos irmãos, nossos companheiros de
jornada que ainda não desapegaram-se da materialidade, que ainda pensam estarem vivos,
pois, devido a densidade da matéria eles vêem ao seu redor como tudo estivesse
normalmente não sentindo que mudaram de plano. Para esses, nós Espíritas, devemos dar-
lhes um enterro decente (não esquecer somente após 72 horas que deverão ser enterrados,
e, mesmo assim, muitos ainda sentiram os vermes comendo o seu corpo material).