ESCOLA SECUNDÁRIA DE MUATALA
Classe 10ᵃ
Turma: ___
Trabalho em grupo da disciplina de Educação Visual e Tecnológica
ARTE UNIVERSAL
Docente:
Biston Francisco
Nampula ao 25 de Fevereiro de 2025
ESCOLA SECUNDARIA DE MUATALA
CURSO NUCTURNO
Trabalho em grupo de Educação Visual e Tecnológica
Nomes dos elementos do grupo
- Micas Iraque Tovela
- Delrio Elísio Rocha
- Nilsa Benildo Luis
- Joao Pinto Pilonti Alela
- Jaime Elorensio Watura
- Baltazar Gaspar Afonso
O trabalho e de carácter avaliativo
da Disciplina de Educação visual
da 12ᵃ classe Leccionado pelo
professor: Biston Francisco
ARTE UNIVERSAL
NAMPULA
2025
Índice
Introducao..........................................................................................................................5
1. Conceitualização........................................................................................................5
1.1. Arte universal......................................................................................................5
1.1.1. Arte pré-histórica............................................................................................5
1.1.2. Períodos da pré-história...................................................................................6
paleolítico..........................................................................................................................6
1.2. Antiguidade oriental (cerca de 3.500 a.c. - 330 a.c.)..........................................7
1.3. Antiguidade clássica...........................................................................................7
1.4. Arte grega...........................................................................................................7
1.5. Arte romana............................................................................................................8
2.1. A arte românica.................................................................................................11
arte gótica.....................................................................................................................11
2.2. O renascimento.................................................................................................11
2.3. O barroco..........................................................................................................12
Arte barroca (artistas e obras)........................................................................................12
Peter paul rubens (1577 – 1640).......................................................................................13
3. A arte dos séculos xiv e xviii...................................................................................13
Arte do século xiv:...................................................................................................13
Arte do século xviii:.................................................................................................13
Neoclassicismo................................................................................................................14
3.1. O impressionismo.............................................................................................15
Principais características do impressionismo..................................................................16
4. Arte na idade moderna (c. 1350-1850)....................................................................17
5. Arte contemporânea (c. 1850-atualidade)................................................................17
6. A arte moçambicana.................................................................................................18
6.1. Arquitetos moçambicanos....................................................................................18
6.2. Pintores moçambicanos.................................................................................19
6.3. Escritores moçambicanos.....................................................................................20
6.4. Poetas moçambicanos...................................................................................21
Conclusão........................................................................................................................23
Bibliografia......................................................................................................................24
Introdução
O presente trabalho de carácter avaliativo tem como objectivo expor os aspectos sobre o
tema seguinte: Fases da História da Arte universal. Desde as primeiras expressões
artísticas nas cavernas da pré-história até as inovações do mundo contemporâneo, a arte
tem sido uma forma poderosa de comunicação, de reflexão sobre o mundo e de
expressão individual e colectiva. Para melhor compreensão dos aspectos a serem
abordados, o trabalho foi estruturado na seguinte sequência: capa, capa de rosto, índice,
introdução, o respectivo desenvolvimento, conclusão e por fim referências
bibliográficas.
A história da arte universal é uma vasta e rica jornada, reflectindo as transformações
culturais, sociais e políticas de diferentes civilizações ao longo dos séculos. A arte
evoluiu, assumindo diversas formas, estilos e funções em várias partes do mundo. Aqui
estão algumas das principais fases:
Arte Pré-Histórica
A arte pré-histórica remonta aos primeiros períodos da humanidade, muito antes da
invenção da escrita. As pinturas e esculturas desse período eram geralmente criadas em
cavernas e em pedras, com temas ligados à caça, à natureza e ao sagrado.
A inexistência da escrita ou de outro modo de comunicação duradoura na época pré-
histórica tornou a arte rupestre uma forma de registo importantíssimo, num período que
se pensa ser o início da vida do homem na terra. Os primeiros povos ou povos
primitivos pintaram e gravaram nas paredes das cavernas que lhe servia de abrigo.
Utilizando as mesmas técnicas e, provavelmente, motivados pelas mesmas emoções e
sentimentos, transformaram as paredes recônditas e abrigadas de enormes rochedos em
lugares sagrados.
Por volta de 30000 a.C., o Homo sapiens aperfeiçoou a técnica da caça e da pesca,
inventou o arco e a flecha e criou a arte da pintura.
Antiguidade Oriental
A Antiguidade Oriental refere-se ao desenvolvimento das civilizações no Oriente
Próximo, Oriente Médio e Ásia, que tinham características muito específicas em termos
de cultura, arte, religião e sociedade. As grandes civilizações orientais influenciaram
profundamente o mundo antigo e suas culturas continuaram a se expandir e a se
desenvolver por séculos.
Antiguidade Clássica
É conhecido como Antiguidade Clássica, Era Clássica ou ainda Período Clássico o
longo período histórico onde as civilizações grega e romana se destacaram de modo
excepcional em meio a qualquer outra sociedade nos mais variados aspectos do
desenvolvimento humano. Tal época legou um riquíssimo repertório de informações ao
mundo civilizado de modo que a cultura clássica é ainda considerada fundamental para
a construção de toda a cultura ocidental contemporânea.
Na época da Humanidade englobou duas grandes civilizações: a civilização grega e a
Romana. Surgiu mil anos antes do início da nossa era estendeu-se até cerca do ano 500
da era Cristã quando terminou, com a queda do império romano.
Arte Grega
A arte grega é uma das mais influentes na história da arte ocidental e reflecte os ideais
estéticos e filosóficos da Grécia Antiga. Ela se estendeu por vários séculos, com
diferentes períodos que marcaram evolução em estilo, técnicas e temas, sempre em
diálogo com as mudanças sociais, culturais e políticas da época.
Foi na Grécia que teve início este período histórico e artístico que nasceu de um
conjunto de situações naturais, políticas, socioeconómicas, etnográficas e religiosas. O
encontro destas situações deu origem a uma sociedade constituída por múltiplas
comunidades com a capacidade de harmonizar o Homem com o saber e com a natureza
Arte Romana
Nesse contexto, o poder do império Romano no mundo da época e a sua modernidade
determinaram a arte romana. Arquitectura foi aqui mais e melhor marcou este período.
Ainda hoje pode ser apreciada e estudada como uma das manifestações artísticas da
época clássica.
Arte romana destacou-se pela prática do realismo, com destaque para os retratos e as
bas-reliefs. A arquitectura romana também é notável, com o uso de arcos e a construção
de aquedutos e anfiteatros.
Arte Medieval
A arte medieval está ligada a um período conhecido como Idade Média, que durou
aproximadamente desde a queda do Império Romano em 476 d.C. até o início do
Renascimento, em 1300. O que foi produzido ao longo desses dez séculos rendeu
diversos estilos e períodos artísticos, entre eles os primeiros estilos cristãos e bizantinos,
anglo-saxões e vikings, românico e gótico. Grandes monumentos e obras de arte
arquitectónicas, como a Hagia Sophia em Constantinopla, incluindo mosaicos
em Ravena e manuscritos como os Evangelhos Lindisfarne, foram criados no período
medieval.
A arte medieval era predominante nas regiões europeias, no Oriente Médio e no
norte da África, e alguns de seus exemplos mais simbólicos podem ser encontrados
em igrejas, catedrais e outros locais com doutrinas religiosas.
Na época se destacou, principalmente, o uso de materiais valiosos como ouro para
objectos nas igrejas, jóias pessoais, fundos para mosaicos e aplicados como folhas
de ouro em manuscritos.
Embora a Idade Média não comece e nem termine em uma data específica, os
historiadores da arte geralmente classificam a arte medieval nos seguintes períodos:
Arte Medieval Inicial, Arte Românica e Arte Gótica.
Arte Medieval Inicial – Arte Bizantina
Uma grande parte da arte criada também estava relacionada ao trabalho bizantino
do Mediterrâneo Oriental. Ela incluía uma variedade de médias, como o mosaico de
vidro, pintura de parede, trabalhos em metal e relevos esculpidos em materiais
preciosos.
A arte bizantina era de natureza conservadora, apresentando principalmente
assuntos religiosos, e boa parte disso era caracterizado pela falta de realismo.
As pinturas em particular eram planas, com pouca ou nenhuma sombra ou sinal de
tridimensionalidade, e os assuntos eram tipicamente mais sérios e sombrios.
1.1. A Arte Românica
A arte românica é o estilo artístico predominante na Europa entre os séculos XI e XII.
Seu nome vem da palavra "romano", pois as construções românicas eram influenciadas
pela arquitectura e pelas técnicas do Império Romano. Esse período foi marcado pelo
crescimento das ordens monásticas, a expansão do cristianismo e o aumento das
peregrinações a locais sagrados, como Santiago de Compostela.
Arte Gótica
A arte gótica surgiu no final do período românico e se desenvolveu principalmente
durante os séculos XIII e XIV. O termo "gótico" foi dado posteriormente, em um
contexto de crítica e desdém, mas o estilo se espalhou rapidamente por toda a Europa,
especialmente nas catedrais e igrejas.
1.2. O Renascimento
O Renascimento foi um movimento cultural e artístico que ocorreu na Europa entre os
séculos XIV e XVI, aproximadamente de 1300 a 1600. Esse período é marcado por uma
renovação intelectual, com ênfase na valorização do homem, da razão e da natureza,
além de um redescobrimento dos conhecimentos clássicos da Grécia e Roma antigas. O
Renascimento é frequentemente visto como a transição da Idade Média para a Idade
Moderna, marcando mudanças significativas em diversas áreas, como arte, ciência,
filosofia, literatura e política.
A arte renascentista busca a representação realista da figura humana, a perspectiva e o
uso de técnicas inovadoras para dar profundidade e proporções corretas às figuras.
Realismo e Proporção: Artistas renascentistas se esforçaram para representar a
figura humana de maneira mais realista, baseando-se nas proporções
matemáticas e no estudo da anatomia humana.
Perspectiva: O uso da perspectiva linear foi uma grande inovação, permitindo
que as obras de arte representassem a profundidade de forma mais convincente.
Composição equilibrada: A arte renascentista se caracteriza por composições
harmónicas e equilíbrios visuais, com um foco na simetria e no uso racional do
espaço.
Temas: Embora a arte religiosa ainda fosse predominante, o Renascimento
também trouxe temas mitológicos, históricos e retratos de figuras importantes.
Inovações técnicas: Técnicas como o suma-to (transição suave entre as cores e
sombras) e o claros curo (contraste entre luz e sombra) foram desenvolvidas por
artistas renascentistas.
1.3. O Barroco
O Barroco é um estilo artístico que surgiu no século XVI, atingindo o seu auge no
século XVII. Começou nas artes plásticas e depois se estendeu à literatura e demais
expressões artísticas, como a arquitectura, a música e o teatro.
O movimento sucedeu o Renascimento e surgiu como uma reacção à Reforma
Protestante. Seu objectivo era trazer novamente à arte e à cultura as ideias
do teocentrismo (Deus no centro de todas as coisas).
As obras barrocas focavam-se em temáticas religiosas e promoviam uma visão dualista
entre o sagrado e o terreno. Algumas de suas características principais eram os exageros
na ornamentação e as emoções exacerbadas que dominavam a razão.
Na pintura, as obras barrocas foram marcadas pelos contrastes entre luzes e sombras,
com algumas técnicas célebres como o chiaroscuro. Já no campo literário, os autores
usavam inúmeros recursos estilísticos como alegorias, hipérboles e antíteses, além de
jogos de palavras e associações de ideias inesperadas.
Arte barroca (artistas e obras)
As obras barrocas geralmente ilustram passagens da Bíblia, da história da humanidade
ou cenas mitológicas. Era comum os artistas barrocos estamparem seus trabalhos em
paredes e tetos de igrejas ou palácios. O quotidiano da burguesia e da nobreza, classes
das quais provinham os mecenas (patrocinadores da arte) e a maioria dos artistas,
também era tema recorrente nas pinturas.
Abusando do virtuosismo e do exagero ornamental, os artistas barrocos buscavam
surpreender os observadores com a engenhosidade com a qual compunham suas obras.
Daí a utilização de inúmeros artifícios estéticos, como técnicas de ilusão de
profundidade, chiaroscuro e riqueza de detalhes, por exemplo.
Peter Paul Rubens (1577 – 1640)
Considerado um dos mestres da pintura barroca, Rubens nasceu em Siegen, uma cidade
que integrava o Sacro Império Romano-Germânico e hoje faz parte da Alemanha. Suas
obras representavam alegorias e cenas da mitologia, com grande dramatismo e um tom
de sensualidade.
Fig 5: O rapto das filhas de Leucipo (1618), de Rubens (1577 – 1640).
2. A arte dos Séculos XIV e XVIII
A arte dos séculos XIV e XVIII reflecte momentos muito distintos da história, com
grandes transformações no cenário cultural, político e social da Europa. Aqui está
uma análise de cada período e suas principais características.
Arte do Século XIV:
O século XIV é um período de transição, marcado pela queda da Idade Média e pelo
início de novas formas de pensar e fazer arte, com o Gótico ganhando destaque. Esse
período também é conhecido pela Peste Negra, que afectou profundamente as
sociedades da época, e pela ascensão de novos valores.
Arte do Século XVIII:
O século XVIII foi um período de grandes mudanças sociais, políticas e culturais,
reflectindo o fim do Antigo Regime e o início das revoluções (como a Revolução
Francesa). A arte do século XVIII se caracteriza por dois grandes movimentos: Rococó
e Neoclassicismo.
Neoclassicismo
O neoclassicismo foi um movimento cultural nascido na Europa Ocidental em meados
do século XVIII, que teve larga influência na arte e cultura de todo o ocidente até
meados do século XIX. Teve como base os ideia do iluminismo e um renovado
interesse pela cultura da Antiguidade Clássica, advogando os princípios da moderação,
equilíbrio e idealismo como uma reacção contra os excessos decorativistas e dramáticos
do Barroco. Características: O Neoclassicismo se caracterizou pelo uso de formas
simples, linhas rectas, cores sóbrias e um retorno à simetria e à proporção clássica.
Buscava representar valores morais e heróicos e exaltava os temas históricos e
mitológicos.
Pintura e Escultura: Os artistas neoclássicos procuraram representar figuras heróicas
e históricas com uma abordagem mais séria e austera, ao contrário da frivolidade do
Rococó.
Jacques-Louis DAVID (1748-1825) DETALHE: Intervenção das Sabinas, 1799
Jacques-Louis David foi o principal pintor do Neoclassicismo. Suas obras
exaltavam a virtude, o heroísmo e os valores republicanos. Exemplos incluem:
O Juramento dos Horácio (1784) - Retrata um momento histórico da Roma
antiga, com forte ênfase na coragem e na lealdade.
A Morte de Sócrates (1787) - Mostra o filósofo grego em seu momento de
morte, reflectindo temas de moralidade e dever cívico.
António Canova, famoso escultor neoclássico, criou obras como Psique
Revivida pelo Beijo do Amor (1787), que exibia um refinamento técnico e uma
busca pela perfeição clássica.
2.1. O Impressionismo
O Impressionismo foi um movimento artístico que surgiu na França, na segunda
metade do século XIX, durante o período da Belle Époque ("bela época").
A proposta central do movimento impressionista consistia em representar, por meio das
artes visuais, sobretudo na pintura, os efeitos luminosos no ambiente. Além disso,
buscava expressar as impressões pessoais dos artistas em relação ao que observavam,
utilizando para isso cores primárias, também conhecidas como cores puras.
É conhecido como o movimento que impulsionou o surgimento da Arte Moderna. Suas
obras são conhecidas pela presença de contraste, efeitos de sombras feitos através das
próprias pinceladas, além da luz e da claridade das cores.
O termo impressionismo surgiu com uma obra do pintor francês Claude Monet,
chamada de “Impressão do nascer do sol” (Impression du Soleil Levant , 1872). O
artista é conhecido como um dos principais propulsores do movimento impressionista.
Impressão Nascer do Sol (1872), de Monet
O impressionismo destacou-se ao se contrapor ao movimento dominante da época,
o neoclassicismo.
Enquanto este último incentivava os artistas a representarem a realidade e objectividade
em suas obras, sem expressar suas opiniões sobre o que observavam, o impressionismo
adoptou uma abordagem distinta.
Este movimento tornou-se reconhecido por priorizar as impressões pessoais dos artistas
e pela representação subjectiva dos efeitos da luz no ambiente.
Como o foco do impressionismo era em uma visão pessoal dos artistas, com mais
liberdade criativa, foi um movimento duramente criticado pela elite artística francesa da
época.
Além de Monet, outros artistas que se destacaram por seus trabalhos
impressionistas foram:
Édouard Manet (1832-1883)
Edgar Digas (1834-1917)
Pierre-Auguste Renoir (1841-1919)
Camille Pissarra (1830-1903)
Berthe Morritos (1841-1895)
Mary Cassete (1844-1926)
Por ser um dos pioneiros movimentos artísticos a priorizar uma maior liberdade nas
artes visuais, permitindo que os artistas se desviassem das regras e técnicas académicas,
o impressionismo emergiu como um dos mais significativos movimentos artísticos na
Europa.
Principais características do Impressionismo
Captura da luz e atmosfera
Pinceladas soltas e vivas
Uso intenso de cores
Cenas ao ar livre
Temas do quotidiano
Composições Incompletas
Rejeição das Convenções Académicas
O pintor francês Claudet Monet foi considerado um dos mais importantes artistas para o
movimento impressionista. Sua obra intitulada de Impressão, Nascer do Sol, foi a
responsável por dar o nome ao movimento.
Esse nome foi dado ao movimento de forma pejorativa pelo crítico de artes plásticas
Louis Leroy, ao ver a obra de Monet. Isso porque o quadro passava a “impressão” de
uma paisagem e não necessariamente a realidade dela.
3. Arte na Idade Moderna (c. 1350-1850)
A Idade Moderna inicia no Renascimento, período de grande esplendor cultural na
Europa. A religião deu lugar a uma concepção científica do homem e do universo, no
sistema do humanismo. As novas descobertas geográficas levaram a civilização
europeia a se expandir para todos os continentes, e através da invenção da imprensa a
cultura se universalizou. Sua arte foi inspirada basicamente na arte clássica greco-
romana e na observação científica da natureza. Entre seus expoentes estão Filippo
Brunelleschi, Leon Battista Alberti, Bramante, Donatello, Leonardo da Vinci, Dante
Alighieri, Petrarca, Rafael, Dürer, Palestrina e Lassus. Sua continuação produziu o
Maneirismo, com a emergência de um maior individualismo e um senso de drama e
extravagância, proliferando em inúmeras escolas regionais.
Também foi importante nesta fase a disputa entre protestantes e católicos contra-
reformistas, com repercussões na arte sacra. Shakespeare, Cervantes, Camões, Andrea
Palladio, Parmigianino, Monteverdi, El Greco e Michelangelo são alguns de seus
representantes mais notórios. No período barroco fortaleceram-se os Estados nacionais,
dando origem ao absolutismo. Como reflexo disso a arte se torna suntuosa e
grandiloquente, privilegiando os contrastes acentuados, o senso de drama e o
movimento. Firmam-se grandes escolas em vários países, como na Itália, França,
Espanha e Alemanha. São nomes fundamentais do período Góngora, Vieira, Molière,
Donne, Bernini, Bach, Haendel, Lully, Pozzo, Borromini, Caravaggio, Rubens, Poussin,
Lorrain, Rembrandt, Ribera, Zurbarán, Velázquez, entre uma multidão de outros.
4. Arte Contemporânea (c. 1850-atualidade)
Entre meados do século XIX e o início do século XX se lançaram as bases da sociedade
contemporânea, marcada no terreno político pelo fim do absolutismo e a instauração dos
governos democráticos. No campo econômico, marcaram esta fase a Revolução
Industrial e a consolidação do capitalismo, que tiveram respostas nas doutrinas de
esquerda como o marxismo, e nas lutas de classes. Na arte o que tipifica o período é a
multiplicação de correntes grandemente diferenciadas. Até o fim do século XIX
surgiram, por exemplo, o realismo, o impressionismo, o simbolismo e o pós-
impressionismo.
Também surgiu uma tendência de solicitar a participação do público no processo de
criação, e incorporar ao domínio artístico uma variedade de temas, estilos, práticas e
tecnologias antes desconhecidas ou excluídas. Entre as inúmeras tendências do século
XX podemos citar: artnouveau, fauvismo, pontilhismo, abstraccionismo,
expressionismo, realismo socialista, cubismo, futurismo, dadaísmo, surrealismo,
funcionalismo, construtivismo, informalismo, arte pop, neo-realismo, artes de acção
(performance, happening, fluxos), Instalação, videoarte, op art, minimalismo, arte
conceitual, fotorrealismo, land art, arte povera, body art, arte pós-moderna,
transvanguarda, neo-expressionismo.
Fig: Centro Heydar Aliyev, exemplo de arte contemporânea
5. A Arte Moçambicana
A arte moçambicana é profundamente marcada pela diversidade cultural, influenciada
por diversas tradições africanas, a colonização portuguesa, a luta pela independência e
as questões contemporâneas do país. A seguir, temos um resumo sobre a arte
moçambicana, incluindo arquitetos, pintores, escritores e poetas e suas principais
obras.
5.1. Arquitectos Moçambicanos
A arquitectura moçambicana reflecte a fusão entre influências coloniais (portuguesas),
africanas e modernistas, com destaque para o período pós-independência, quando se
buscou uma identidade arquitectónica própria.
Félix Langa é um dos mais conhecidos arquitectos moçambicanos, que trabalha
principalmente com projectos urbanos e habitacionais. Ele foca no uso de materiais
tradicionais moçambicanos com uma abordagem contemporânea.
Obras Famosas:
Centro Cultural Franco-Moçambicano (Maputo): Um exemplo de como ele
integra formas geométricas modernas com materiais locais.
Habitação social em Maputo: Projectos de moradias que buscam melhorarem
as condições de vida urbana, respeitando a cultura local.
5.2. Pintores Moçambicanos
A pintura em Moçambique evoluiu ao longo dos anos, com destaque para as figuras
que, através de suas obras, representam as lutas sociais, identidade cultural e
experiência moçambicana.
Malangatanai Ngwenya(1936-2011):
Malangatana é um dos maiores nomes da arte contemporânea moçambicana. Seu
trabalho tem influências tanto das tradições africanas quanto das influências coloniais
e aborda temas de libertação, sofrimento humano e identidade.
Obras Famosas:
“A Luta”: Reflecte a resistência do povo moçambicano durante a guerra
de independência.
“O Povo Unido”: Representa a união e a força do povo moçambicano.
“A Mãe e o Filho”: Explora a relação de maternidade e solidariedade.
Robertoi Chichorro:
Chichorro é um pintor moderno que utiliza formas geométricas e cores vivas para
explorar temas de identidade e globalização.
Obras Famosas:
“Territórios”: Uma pintura abstrata que reflecte sobre as fronteiras e
identidade cultural.
“Cores da Terra”: Obra que traz as paisagens moçambicanas de forma
simbólica.
Naguibi Matar:
Naguib é um dos artistas mais importantes na cena da arte contemporânea em
Moçambique. Seu trabalho abrange desde o uso de grafite até a pintura abstrata.
Obras Famosas:
“Naufrágios”: Série de pinturas que abordam temas de deslocamento e
exílio.
5.3. Escritores Moçambicanos
Os escritores moçambicanos têm sido fundamentais para o desenvolvimento da
literatura do país, reflectindo sobre os desafios da independência, colonização,
identidade e a luta social. Eles contribuíram com uma nova linguagem literária, além
de popularizar o português como língua literária em Moçambique.
Joséi Craveirinhai (1922-2003):
Um dos maiores poetas e escritores de Moçambique, Craveirinha é conhecido por suas
poesias que falam sobre opressão, luta pela liberdade e a experiência de vida em
Moçambique.
Obras Famosas:
"Raiz e Ritmo": Poema que explora a relação entre o povo
moçambicano e sua luta contra a opressão.
"Canção de Amor e de Morte": Livro de poesia que reflecte sobre a
vida no período colonial e pós-independência.
Mia Cout (1955-):
Mia Couto é um dos escritores moçambicanos mais renomados internacionalmente,
conhecido pela sua forma única de escrever em português com uma mistura de
realismo mágico e a linguagem oral moçambicana.
Obras Famosas:
"Terra Sonâmbula": Romance que retrata as dificuldades de
Moçambique pós-guerra civil, usando elementos de fábula e mitologia.
"O Outro Pé da Sereia": Obra que explora a memória histórica de
Moçambique e as complexas questões pós-coloniais.
Paulina Chiziane (1955-):
Paulina Chiziane é uma das primeiras mulheres a se destacar na literatura moçambicana,
com uma escrita voltada para a questão de género, violência doméstica e a condição
da mulher em Moçambique.
Obras Famosas:
"Niketche: Uma História de Poligamia": Romance que aborda as
complexa relações de género e poligamia em Moçambique, desafiando as
normas sociais.
"O Alegre Canto da Perdiz": Foco na luta das mulheres
moçambicanas, confrontando tradições e superando adversidades.
5.4. Poetas Moçambicanos
A poesia moçambicana tem sido um reflexo de resistência, libertação e identidade
cultural. Poetas moçambicanos exploram a condição humana, a dignidade e os
conflitos sociais.
José Craveirinha (1922-2003):
Como mencionado anteriormente, Craveirinha é um dos maiores poetas do país, e sua
poesia é um marco da literatura de resistência.
Obras Famosas:
"Raiz e Ritmo": Uma de suas obras mais emblemáticas que trata da
condição do povo moçambicano durante a luta pela independência.
Noémia de Souza (1943-1995):
Noémia de Souza foi uma importante poetisa moçambicana que abordou questões de
identidade e mulher africana em sua poesia.
Obras Famosas:
"Cantos de Mulher": Poemas que exploram a luta feminina e o papel
da mulher na sociedade moçambicana.
"A mulher e o vento": Reflexão poética sobre a vida e as dificuldades
enfrentadas pelas mulheres.
DavidiMestre:
Um poeta moçambicano contemporâneo, conhecido por sua escrita profundamente
marcada pela crítica social, solidariedade e as questões de identidade cultural em
Moçambique.
Obras Famosas:
“A Voz do Povo”: Poema de grande impacto social, que reflete sobre a
luta do povo moçambicano e suas dificuldades cotidianas.
Conclusão
A conclusão sobre as fases da historia da arte universal e da arte moçambicana revela
como ambas refletem as particularidades culturais, históricas e sociais de suas
respectivas épocas, ao mesmo tempo em que compartilham aspectos comuns da
experiência humana.
Enquanto a arte universal atravessa uma linha do tempo marcada por inovações
técnicas, mudanças de estilo e transições culturais, cada fase, do período pré-histórico
até a contemporaneidade, se relaciona com as questões universais de identidade, fé,
política e sociedade. A arte universal, com suas múltiplas expressões e transformações,
serve como um reflexo das dinâmicas e das concepções estéticas de diferentes
civilizações ao longo da história.
Por outro lado, a arte moçambicana, embora influenciada por esses movimentos
universais, possui uma identidade própria, profundamente ligada às suas tradições, à
luta pela independência e à diversidade cultural do país. Desde as manifestações
artísticas tradicionais das comunidades indígenas, passando pela arte colonial e pós-
colonial, até as atuais expressões contemporâneas, a arte moçambicana expressa a
riqueza cultural do país, sua história de resistência e sua busca por uma identidade
nacional.
Bibliografia
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Christiano Editorial.
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Trad. Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985. p. 113-156.
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