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Estratégia Local Integrada de Combate À Pobreza e À Exclusão Social

O documento analisa a Estratégia Local Integrada de Combate à Pobreza e Exclusão Social de Ponta Delgada, destacando suas motivações, áreas prioritárias e medidas implementadas para enfrentar a pobreza e a exclusão social na região. A estratégia busca promover a inclusão social através de ações em saúde, educação, habitação, emprego e proteção social, adaptadas às especificidades locais. A avaliação dos efeitos da estratégia sugere uma leve estabilização nas condições socioeconômicas, embora desafios significativos permaneçam.

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Estratégia Local Integrada de Combate À Pobreza e À Exclusão Social

O documento analisa a Estratégia Local Integrada de Combate à Pobreza e Exclusão Social de Ponta Delgada, destacando suas motivações, áreas prioritárias e medidas implementadas para enfrentar a pobreza e a exclusão social na região. A estratégia busca promover a inclusão social através de ações em saúde, educação, habitação, emprego e proteção social, adaptadas às especificidades locais. A avaliação dos efeitos da estratégia sugere uma leve estabilização nas condições socioeconômicas, embora desafios significativos permaneçam.

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Universidade dos Açores - Faculdade de ciências Sociais e humanas

Licenciatura em Serviço Social – Política Social

Ano Letivo 2024/2025 | 1º Semestre

Estratégia Local Integrada de Combate à Pobreza e à


Exclusão Social: Um Passo para a Mudança

Docente: Daniela Soares

Discentes: Ana Rodrigues – 2023109450 | Ana Sousa – 2023107931 | Rita Amaral – 2023108531
ÍNDICE
1. Introdução ................................................................................................ 3
2. Enquadramento teórico ............................................................................ 4
3. Motivações que moldaram a política ....................................................... 5
4. Da Ideia à Ação: O Plano de Ponta Delgada ............................................. 7
5. A Medida em Movimento ......................................................................... 8
6. Efeitos da Ação: Uma Comparação Temporal .......................................... 9
7. Reflexão Crítica ....................................................................................... 10
8. Conclusão ................................................................................................ 12
9. Bibliografia .............................................................................................. 13
10. Webgrafia ............................................................................................ 13

2
1. Introdução

A pobreza e a exclusão social são, inegavelmente, indicadores que se têm vindo a alongar ao
longo dos tempos, compreendendo em si diversos desafios complexos e estruturais que pressupõem
uma necessidade de intervenção cuidada. O facto de as nove ilhas comporem uma região autónoma,
envolve o confronto inevitável com diversas limitações e problemáticas, não só a nível geográfico como,
e principalmente, a nível socioeconómico, o que acaba por amplificar as dificuldades de acesso a
recursos e oportunidades.

É extremamente necessária uma atenção especial, proporcional ao contexto, à criação de


políticas públicas que se proponham a enfrentar situações vulneráveis e de desigualdade social que são
tão visíveis atualmente. Em resposta a esta necessidade, a Câmara Municipal de Ponta Delgada adaptou
as diretrizes da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza, e criou a Estratégia Local Integrada de
Combate à Pobreza e Exclusão Social, com a devida adequação às especificidades do município. Esta foi
criada com o principal objetivo de erradicar a pobreza e a exclusão social a nível local, sendo que para
isso conta com cinco áreas prioritárias, oito objetivos específicos e setenta e uma medidas focadas,
direta ou indiretamente, na promoção da inclusão e da coesão social.

Ao longo deste trabalho, será possível aprofundar, de certa forma, estas áreas prioritárias,
percebendo quais os fatores que motivaram a criação desta Estratégia e de que modo é que está a ser
colocada em prática. A evolução dos fenómenos tratados nem sempre se consegue perceber a olho nu,
mesmo que faça parte da nossa rotina vê-los no dia a dia. É muito mais complexo que isso e, por esse
motivo, espera-se que após esta análise seja possível identificar se as medidas a serem aplicadas têm ou
não sortido efeito e, consequentemente, se estão ou não bem formuladas e fundamentadas.

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2. Enquadramento Teórico

De modo a proporcionar uma melhor compreensão da estratégia estudada, é essencial


compreender os termos chave que esta abrange, nomeadamente a pobreza e a exclusão social.

Segundo Diogo (2007), a pobreza refere-se à escassez de recursos monetários e de outro tipo de
recursos (sociais e culturais). Deste modo, a pobreza define-se por um conjunto de fatores que se
interligam, podendo estes ser referentes ao estatuto social, seio familiar, ou até o local (desfavorecido)
de onde são provenientes (Cabete, 2009). A mesma autora, citando João Ferreira de Almeida, explica
que pobreza detém várias formas de manifestação, podendo ser absoluta, relativa ou subjetiva.

Neste sentido, a pobreza absoluta é dividida em duas partes fundamentais: primária (presente
quando o “rendimento é utilizado apenas na manutenção ainda que seja no mais baixo nível”) e
secundária (quando apesar do rendimento auferido ser suficiente para as necessidades básicas, a má
gestão impede que estas sejam asseguradas) (Cabete,2009).

Noutro prisma, a pobreza relativa refere-se às pessoas que têm o mínimo para garantir a sua
subsistência, mas falta-lhes os meios fundamentais para poderem conviver com indivíduos com o
mesmo estatuto social (Cabete, 2009).

Por último, e voltando a citar João Ferreira de Almeida et al, Cabete (2009) sugere que a pobreza
subjetiva concerne aos indivíduos que se consideram e definem como pobres.

Já no que concerne à exclusão social, por mais que seja muitas vezes confundida com o conceito
de pobreza, apresenta diferenças acentuadas. Este fenómeno designa um problema que interliga
“pessoas, grupos, instituições e sociedade” representando “o estado extremo de um processo de
marginalização ao longo do qual se vão abordando os laços entre o indivíduo e os sistemas sociais”. Não
há pobreza sem exclusão, sendo que, apesar do contrário poder não se verificar, “é muito frequente a
sobreposição de ambos os tipos de problema na mesma pessoa ou família”. (Diogo, Castro & Perista,
2015, p.9)

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3. Motivações que moldaram a política

A estratégia de Ponta Delgada para o combate à pobreza e exclusão social não é apenas um
conjunto de políticas, mas sim uma resposta urgente às muitas feridas abertas na sociedade municipal.
Vários fatores forçaram esta intervenção, os quais estão descritos pertinentemente na Estratégia Local
Integrada de Combate à Pobreza e Exclusão Social. Ao longo do que lá está exposto, podemos focar
variados motivos, mas com a certeza de que o principal foco aponta para a pobreza, que tem sido uma
companheira indesejada da Região Autónoma dos Açores por muito tempo. Alguns dados recentes
revelam que um em cada três açorianos vivem em condições de pobreza, uma realidade diferente da
média nacional que revela um pobre em cada cinco 1. Esta disparidade levou as autoridades a desejar
uma mudança no concelho de Ponta Delgada.

Como podemos combater a pobreza sem enfrentar o desemprego? O desemprego é uma das
raízes mais profundas da vulnerabilidade social. Este estudo local confirma que quem não tem emprego
é quem mais facilmente cai nas armadilhas da pobreza. As organizações que tentam lutar contra este
problema enfrentam, elas próprias, dificuldades extremas. De forma mais específica, a falta de recursos
humanos qualificados, e o financiamento.

Relativamente, aos custos da habitação, estes subiram rapidamente, deixando as famílias de


baixo rendimento em discordância com o valor. Ponta Delgada chegou mesmo a ser considerada um dos
locais com maior taxa de sem-abrigo em Portugal, o que estava à vista de todos nós e, claramente, das
autoridades que não o podiam ignorar. A formulação de políticas habitacionais deixou de ser só uma
hipótese e tornou-se uma prioridade com especial urgência, para tentar reduzir este problema.

Em 2020 com o aparecimento de uma pandemia desconhecida e para a qual não havia qualquer
preparação, o país foi afetado drasticamente nos mais diversos níveis. A população vulnerável tornou-
se ainda mais vulnerável e os pobres de Ponta Delgada não foram exceção a estes efeitos negativos.
Ponta Delgada viu, na primeira pessoa, o agravamento significativo deste fenómeno.

1
Fonte: PORDATA
5
Apesar de, antes deste período, terem sido registados alguns progressos económicos, a
pandemia interrompeu e reverteu uma grande parte desse avanço (“No entanto, percecionou-se um
agravamento com o surgimento da pandemia de COVID-19 e, mais tarde, com a guerra deflagrada na
Ucrânia.”, de acordo com a Estratégia de Combate à Pobreza da Câmara Municipal de Ponta Delgada
pp.69). É um facto que a Câmara do Comércio ainda tentou agir no sentido de reverter os danos através
de apoios financeiros, mas a gravidade da crise era de tal forma alarmante que esses esforços,
infelizmente, tornaram-se insuficientes para dar resposta a todas as necessidades.

A par de tudo isto, as desigualdades sociais dentro do próprio município tornaram-se ainda mais
evidentes. Tanto nas zonas urbanas como nas zonas rurais, os diferentes níveis de vulnerabilidade
começaram a evidenciar-se cada vez mais, com cada parte da cidade a enfrentar os seus próprios
desafios e dificuldades.

O facto de não haver uma solução universal compatível com todas as áreas, que como referido
anteriormente diferem entre si, evidenciou a necessidade de políticas específicas adaptadas a
realidades, também elas, específicas. Pode-se dizer que, fundamentalmente, o objetivo da Estratégia
passa por promover um crescimento equilibrado e equitativo, onde as zonas mais desfavorecidas e
isoladas são tidas em conta e são alvo de uma atenção especial fortemente necessária.

Para complicar ainda mais o cenário, a cidade está a lidar com um envelhecimento da população
nunca antes visto, o que, por si só, é uma emergência social que afeta absolutamente todos os cidadãos,
desde os mais novos até aos mais velhos. Desde 2011, o número de idosos com mais de 65 anos
aumentou no valor alarmante de 30%2. Este envelhecimento demográfico, aliado a uma redução no
número de jovens e, portanto, do número de contribuintes a fazer descontos para o estado social, tem
criado uma maior pressão sobre os serviços sociais e de saúde, que se veem sobrecarregados para dar
resposta a esta nova realidade. A Estratégia precisou, assim, de se adaptar para garantir que o
envelhecimento ativo e a inclusão dos idosos seja uma realidade no concelho de Ponta Delgada.

Em último lugar, mas não menos importante, outro fator que motivou a criação destas políticas
foi aquele que conhecemos como o melhor e mais eficaz elevador social: a educação. A Estratégia

2
Fonte: PORDATA
6
reconheceu que o sucesso académico e a existência de recursos que sejam capazes de providenciar isso
mesmo, são essenciais para um futuro melhor, desprovido de vulnerabilidades ou, no mínimo, com os
valores mais controlados. Combater o abandono escolar e criar oportunidades de formação profissional
são aspetos fulcrais para um mercado trabalho com mais portas abertas. Não obstante, as instituições
sociais continuam a enfrentar desafios enormes, com a falta de recursos financeiros e humanos a limitar
a sua capacidade de implementação de soluções viáveis.

4. Da Ideia à Ação: O Plano de Ponta Delgada

A política pública em questão vem procurar dar auxílio em áreas como a saúde, a educação, a
habitação, a justiça e o emprego. Além de procurar igualar oportunidades, tem um caráter envolvente
para aqueles que por ela são ajudados, ou seja, incentiva a participação e o envolvimento das pessoas
afetas às problemáticas, na procura de soluções.

De modo a fazer uma intervenção mais personalizada, são tidas em conta não só as necessidades,
como também as potencialidades e os recursos específicos de cada território. Neste sentido, é procurada
uma articulação dos recursos disponíveis entre os setores existentes, de modo a priorizar áreas de
intervenção com mais necessidade.

É possível identificar quatro principais prioridades definidas por esta política pública.
Especificamente, dá-se especial atenção a assegurar a todas as crianças e jovens um processo de
desenvolvimento integral e inclusivo, reforçar a coesão social na região, promover uma intervenção
territorializada e, ainda, garantir o conhecimento adequado sobre o fenómeno da pobreza na região.

Cada prioridade conta com tópicos fundamentais, os quais englobam medidas de intervenção.
Devido à impossibilidade, por questões de espaço, de detalhar cada assunto e proposta que a estratégia
em questão oferece, será abordada a forma como a estratégia se viu implementada no município
escolhido para análise, Ponta Delgada.

No município, o intuito foi de reforçar o compromisso e a mobilização das estruturas locais com
objetivos definidos, e adaptar as metas da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza e Exclusão Social
às especificidades e necessidades das pessoas locais. Deste modo, a Estratégia foi estimulada por

7
diversos fatores socioeconómicos que afetam o município sendo, portanto, vários os motivos que
levaram à sua criação.

Os elevados níveis de pobreza e exclusão social identificados na região, incentivaram a


necessidade de combater as desigualdades sociais e socioeconómicas que existem, principalmente nos
grupos sociais vulneráveis, como por exemplo as famílias com baixos rendimentos. A pobreza é
sinalizada em várias áreas, tais como a saúde, a habitação e até o acesso à escolaridade e ao emprego.

Entre cinco áreas prioritárias para Ponta Delgada, tais como a Educação e Formação
Generalizada, a Proteção Social, a Habitação, o Emprego, a Cultura e a Saúde, foi criado um plano de
ação com 71 medidas, que se dividem em 8 objetivos específicos, explícitos a baixo.

No âmbito da Proteção Social, os propósitos passam pelo desenvolvimento de mecanismos que


promovam o envelhecimento ativo e novas soluções para idosos, pessoas com deficiência e dependentes
que necessitam de apoio, a diminuição de pessoas em situação de sem abrigo e, ainda, a detenção de
mecanismos e projetos em áreas complementares que minimizem a pobreza e exclusão social.

No que diz respeito à Educação e Formação Generalizada, a meta é promover o sucesso escolar
e combater o absentismo em todos os níveis de ensino e reduzir a pobreza e exclusão social. No âmbito
da Habitação e da Saúde, propõe-se, respetivamente, alargar e reforçar as respostas de habitação, e
viabilizar um estilo de vida saudável e reduzir as dependências.

Por último, no que concerne ao emprego, a Estratégia a nível municipal procura fomentar o
emprego e a autonomia financeira nas pessoas com deficiência, problemas de saúde mental e outras
formas de exclusão social.

5. A Medida em Movimento

Com o exponencial aumento dos preços dos alojamentos para compra ou arrendamento, muitos
habitantes de Ponta Delgada enfrentam problemas habitacionais. Alguns vivem em situações precárias
ou em habitações degradadas. Posto isto, esta medida inclui projetos que visam apoiar os residentes
através da renovação das habitações das famílias carenciadas e o apoio ao pagamento da renda. Um

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destes projetos é o Programa Municipal de Apoio à Habitação Degradada de Agregados Familiares
Carenciados do Município de Ponta Delgada.

Por outro lado, e de modo a promover o envelhecimento ativo e as novas soluções para os idosos,
pessoas com deficiência ou com uma doença mental, está prevista a criação de programas que fornecem
suporte domiciliar e que garantem os cuidados necessários. Exemplos disto na prática, são o PDL Saúde
e o Projeto Conforto.

Com vista a garantir que as crianças e jovens tenham acesso a oportunidades educativas
adequadas, é também integrado o apoio social e educativo. Neste sentido, foi criado o Plano Municipal
da Juventude 2022-2026, com o objetivo de identificar prioridades das políticas sociais da juventude e
melhorar a oferta existente para os jovens. Este projeto visa, fundamentalmente, contribuir para o
combate ao abandono escolar e a criação de apoio para as associações de jovens para a
empregabilidade.

6. Efeitos da Ação: Uma Comparação Temporal

Após a avaliação das políticas em vigor, torna-se crucial proceder à comparação de alguns dados
estatísticos essenciais, uma vez que só assim se percebe o sucesso, ou não, desta Estratégia. Entre várias
possibilidades de análise e comparação, decidimos dar especial referência àqueles referentes ao abono
de família, ao rendimento social de inserção (RSI), ao subsídio de desemprego e ao número de pessoas
sem-abrigo.

Entre os anos de 2020 e 2022, verificou-se uma ligeira diminuição no número de beneficiários do
abono de família, passando de 6.354 para 6.302 pessoas3. Esta variação, ainda que reduzida e apesar de
a necessidade de assistência financeira continuar presente de forma significativa, pode refletir uma certa
estabilização das condições socioeconómicas de algumas famílias o que, por sua vez, pode significar um
bom aproveitamento da Estratégia.

3
Fonte: PORDATA
9
Quanto ao RSI, observou-se uma redução mais expressiva. Em 2022, registou-se uma diminuição
de 1.037 beneficiários em comparação com o ano de 20204. Este facto pode ser visto como um reflexo
positivo das políticas de requalificação e emprego, que têm como objetivo diminuir a dependência em
relação a este subsídio e promover uma maior autonomia financeira para as famílias.

No que concerne ao subsídio de desemprego, a taxa de beneficiários também baixou, passando


de 3,1% em 2020 para 2,3% em 20225. Este declínio sugere uma recuperação económica no município
de Ponta Delgada, em parte promovida pelos programas de formação e requalificação oferecidos
localmente, que foram fundamentais para a criação de novas oportunidades de emprego.

Apesar disto, nem todas as áreas registaram melhorias. O número de pessoas sem-abrigo
aumentou, subindo de 271 para 303 entre 2020 e 20226. Este dado aponta para uma dificuldade
persistente no que toca ao acesso à habitação e à reintegração social, áreas nas quais as políticas
aplicadas ainda não conseguiram obter os resultados desejados.

De um modo geral, as medidas adotadas revelam resultados positivos em áreas como a


diminuição do desemprego e a redução do número de beneficiários do RSI, mas áreas como a exclusão
habitacional, especialmente no que diz respeito ao aumento das pessoas sem-abrigo, continuam a ser
um desafio por solucionar.

7. Reflexão Crítica

A pobreza e a exclusão social, infelizmente, são fenómenos que remontam a tempos muito antigos,
dos quais poucos registos existem. Facto é, que esta problemática vem a ser uma realidade muito
presente e notória na nossa sociedade, o que incita uma emergente intervenção por parte de quem tem
poder para este efeito. A Estratégia Local Integrada de Combate à Pobreza e Exclusão Social, pode-se
definir de várias formas. Contudo, no nosso ponto de vista, a sua mais eficaz caracterização é a de ser
uma estratégia necessária.

4,5 e 6
Fonte: PORDATA

10
De facto, percebe-se que um dos pontos positivos evidenciados, é a multiplicidade de fatores afetos,
dentro do mesmo tema. Entende-se que, por de trás desta estratégia, existe todo um estudo e procura
de conhecimento acerca das raízes dos fenómenos, o que é essencial para tentar curar as feridas
inicialmente referidas, e não apenas tapá-las permitindo que continuem a infetar.

Uma grande evidência disto, é o facto de abordarem a educação que, numa primeira instância,
parece ser um assunto diferente da pobreza e da exclusão social. Contudo, o foco desta Estratégia é
também a longo prazo, perspetivando futuros – de preferência isentos de fenómenos desta natureza.

Neste sentido, percebeu-se que há uma procura por plantar sementes de dignidade e inclusão social
nas mais tenras idades de modo que, no seu futuro, saibam desabrochar da melhor forma. Por outras
palavras, há uma digna exploração de investimento na educação para tentar recuperar um elevador
social que se tem visto estagnado.

Apesar de os resultados serem positivamente evidentes (num panorama geral) e de dentro das várias
estatísticas anteriormente expostas, a maioria mostrar um balanço positivo que remete para uma
implementação bem sucedida e o cumprimento de objetivos, a situação do número de sem abrigos não
só não diminuiu, como acabou por aumentar ao longo dos anos em que a Estratégia já estava a decorrer.

Não obstante este número (de pessoas sem-abrigo) ter tido um aumento não muito significativo,
esta é uma situação alarmante que pode evidenciar alguma falha na formulação e implementação da
Estratégia, ou até na execução das medidas a que se propõe. Não nos deixemos enganar pelo facto da
diferença ser ligeira, uma vez que esta evidencia não só falta de eficácia para chegar a objetivos
propostos, como também falta de controlo do cenário existente previamente.

Deste modo, conseguimos perceber que, assim como todas as Estratégias, existem pontos muito
positivos – que felizmente são mais – e pontos não tão positivos, os quais devem ser avaliados com vista
à procura da falha, para uma melhor intervenção e um maior e mais eficaz combate aos tão velhos
fenómenos de exclusão social e pobreza.

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8. Conclusão

Mediante toda a análise realizada, é possível concluir que esta política pública implementada na
cidade de Ponta Delgada tem como objetivo promover a inclusão social e o acesso a recursos de forma
equitativa. Como vimos, a pobreza assistida no município pode, por vezes, estar associada ao estatuto
social e ao seio familiar, impactando diversas áreas, como a saúde, a habitação, a educação e o emprego.
Por outro lado, a exclusão social é considerada um estado extremo de marginalização.

O plano elaborado foi essencial, pois inclui prioridades como assegurar a todas as crianças e jovens
um processo de desenvolvimento inclusivo e a coesão social, e promover uma intervenção
territorializada e garantir um conhecimento adequado sobre o fenómeno da pobreza na região. Este
plano teve como áreas prioritárias a educação e formação generalizada, a proteção social, a habitação,
o emprego, a cultura e a saúde.

Foram implementados vários programas. Como exemplo, destacam-se o Programa Municipal de


Apoio à Habitação Degradada de Agregados Familiares Carenciados do Município de Ponta Delgada, o
PDL Saúde, o Projeto Conforto e o Plano Municipal da Juventude 2022-2026.

Na comparação realizada entre 2020 e 2022, de forma a ver alguma evolução, constatamos
resultados positivos. Serve de exemplo, a redução expressiva nos beneficiadores do Rendimento Social
de Inserção, assim como o decréscimo dos beneficiários do subsidio de desemprego.

De uma forma geral, esta análise permitiu-nos mergulhar em grande parte dos conteúdos lecionados
na unidade curricular, sendo, sem dúvida, uma forma eficaz e dinâmica de consolidar e solidificar
conhecimentos. Além disso, esta é uma área particularmente sensível para qualquer assistente social,
uma vez que é a realidade dos contextos diários de muitos. Por este motivo, perceber os fenómenos,
formas de combatê-los e, subentendidamente, o que os incita, foi extremamente relevante e
enriquecedor.

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9. Bibliografia

Cabete, D. C. R. (2009). Perdidos na rua: Os sem-abrigo em Ponta Delgada [Dissertação de mestrado,


Universidade dos Açores]. Universidade dos Açores.

Câmara Municipal de Ponta Delgada. (2022). Estratégia Local de Combate à Pobreza e Exclusão Social.
Disponível em
https://www.cmpontadelgada.pt/cmpontadelgada/uploads/writer_file/document/1581/estrategia_co
mbate_pobreza.pdf

Diogo, F. (2007). Pobreza, trabalho, identidade. Oeiras: Celta.

Diogo, F., Castro, M., & Perista, P. (Eds.). (2015). Pobreza e exclusão social em Portugal: contextos,
transformações e estudos. HUMUS

10. Webgrafia

Pordata. (2020). Beneficiários do Subsídio de Desemprego da Segurança Social: Total e por sexo.
Fundação Francisco Manuel dos Santos.
https://prod2.pordata.pt/db/municipios/ambiente+de+consulta/tabela/5841707

Pordata. (2020). Beneficiários de Rendimento Mínimo Garantido e Rendimento Social de Inserção da


Segurança Social: Total e por grupo etário. Fundação Francisco Manuel dos Santos.
https://prod2.pordata.pt/db/municipios/ambiente+de+consulta/tabela/5841711

Pordata. (2022). Beneficiários de Rendimento Mínimo Garantido e Rendimento Social de Inserção: Total
e por grupo etário. Fundação Francisco Manuel dos Santos.
https://prod2.pordata.pt/db/municipios/ambiente+de+consulta/tabela/5841710

13
Pordata. (2022). Número de beneficiários do abono de família, Portugal. Fundação Francisco Manuel dos
Santos. https://prod2.pordata.pt/db/municipios/ambiente+de+consulta/tabela/5841709

14

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