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Apostila 1 Primeiros Socorros Cao e Gato

O documento fornece orientações básicas para socorristas em situações de emergência e urgência envolvendo cães e gatos, destacando a importância de manter a calma e avaliar rapidamente o estado do animal. Ele detalha como identificar sinais vitais, medir temperatura, frequência cardíaca e respiratória, além de avaliar a coloração das mucosas e o estado de hidratação. Métodos de contenção e transporte seguro do animal também são abordados para garantir a segurança tanto do socorrista quanto do animal ferido.

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alana lopes
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Apostila 1 Primeiros Socorros Cao e Gato

O documento fornece orientações básicas para socorristas em situações de emergência e urgência envolvendo cães e gatos, destacando a importância de manter a calma e avaliar rapidamente o estado do animal. Ele detalha como identificar sinais vitais, medir temperatura, frequência cardíaca e respiratória, além de avaliar a coloração das mucosas e o estado de hidratação. Métodos de contenção e transporte seguro do animal também são abordados para garantir a segurança tanto do socorrista quanto do animal ferido.

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1º MÓDULO – INFORMAÇÕES BÁSICAS PARA O SOCORRISTA

MEDIDAS GERAIS: ANALISAR SE O CASO É DE EMERGÊNCIA OU URGÊNCIA

Emergência: Requer medidas imediatas das quais a vida do animal irá


depender.

Exemplo: hemorragias, paragem cardíaca e/ou respiratória, atropelamentos,


envenenamentos, choques eléctricos, afogamento, inalação de fumo nos incêndios,
etc..

Urgência: São casos de menor gravidade, mas que devem ser socorridos a
tempo para que o animal não tenha complicações mais graves.

Exemplo: vômitos ou diarreias intensos, piometra (infecção uterina nas


cadelas/gatas), ausência de urina por mais de 24 horas, convulsões e outros.

SEJA QUAL FOR O CASO, PROCURAR MANTER A CALMA.

Em desespero, o proprietário pode cometer erros ou não conseguir colocar em


prática uma medida simples, mas importante.

ANALISAR SEMPRE SE O ANIMAL ENTROU EM ESTADO DE CHOQUE.

Este estado significa um deficiente suprimento de sangue para os órgãos vitais


e pode ser fatal.

INFORMAÇÕES BÁSICAS QUE VOCÊ PRECISA SABER

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Para poder socorrer um cão ou gato, você precisa ter algumas informações
básicas de como funciona o organismo do animal. Só assim será possível avaliar o
estado geral em que ele se encontra.

As ocorrências graves em animais dividem-se em dois casos:

• Emergência: requer medidas imediatas, pois a vida pode depender delas.


Exemplo: hemorragia, parada cardíaca e/ou respiratória, atropelamento,
envenenamento, choque elétrico, afogamento, etc.

• Urgência: é uma ocorrência de menor gravidade, mas que precisa ser


socorrida a tempo para que o animal não tenha complicações mais sérias. Exemplo:
vômito ou diarreia intensos, piometra (infecção uterina), ausência de urina por mais de
24hs, convulsão e outros.

• Temperatura - valor normal: 38 a 39º C

• Como avaliar: lubrifique a ponta do termômetro com óleo, vaselina ou água.


Introduza-o no ânus do animal até a metade e incline-o levemente para um dos lados.
Assim que o indicador da temperatura parar de subir, o que leva um ou dois minutos,
o termômetro pode ser retirado.

Para que a leitura da temperatura retal seja válida, o animal não pode estar
agitado demais ou se debatendo. Por segurança, é melhor usar focinheira ou mordaça
no cão e conter o gato enrolando-o numa toalha. Outros locais do corpo do animal,
como axilas e boca, não são apropriados para medir a temperatura.

• Hipertermia (aumento da temperatura acima de 39º C) Quando ocorre:

- em episódios de febre

- após exercícios físicos ou exposição ao sol

- quando o animal apresenta tremores (p. exemplo: medo)

- durante confinamento em local muito quente (dentro do carro ou caixa de


transporte em dias de verão).

• Hipotermia (queda da temperatura abaixo de 38º C) Quando ocorre:

- durante o estado de choque

- após hemorragia grave

- em situações onde a temperatura externa é muito baixa.

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Obs: considere que a temperatura do animal está alterada e necessita de
atenção quando ela variar mais de meio grau centígrado, ou seja, abaixo de 37,5º C ou
acima de 39,5º C.

Batimentos cardíacos

• Valor normal: (média) 70 a 120 batimentos cardíacos por minuto.

• Como avaliar: coloque a mão sobre o coração do animal, do lado esquerdo do


tórax, bem atrás do “cotovelo”. Faça isso com o animal deitado ou em pé. Caso não
consiga sentir nada, encoste a cabeça no tórax do cão /gato para ouvir se há
batimentos. O ambiente precisa estar em silêncio.

• Taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos) Quando ocorre:

- em episódios de febre

- após exercícios físicos ou exposição ao sol

- em situações de estresse

- cães pequenos podem ter a frequência cardíaca aumentada (condição


normal).

• Bradicardia (diminuição dos batimentos cardíacos) Quando ocorre:

- cães atletas em estado de descanso têm o número de batimentos cardíacos


menor (condição normal).

- casos de doença cardíaca

- animal em estado terminal (pré-morte)

- organismo com hipotermia (baixa temperatura)

• Valor normal – (média) 15 a 40 respirações por minuto

• Como avaliar – observe o tórax do animal e conte cada elevação como uma
respiração.

• Aumento da frequência respiratória. Quando ocorre:

- em episódios de febre

- após exercícios físicos ou exposição ao sol

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- situações de estresse

- cães pequenos podem ter frequência respiratória aumentada (condição


normal).

• Diminuição da frequência. Quando ocorre:

- durante anestesia ou sedação

- animal em estado terminal (pré-morte)

Coloração das mucosas

• Valor normal: vermelho-róseo

• Como avaliar: pela coloração das mucosas, como conjuntiva (inte- rior das
pálpebras) e gengivas.

• Alterações:

- mucosa pálida: estresse, anemia ou hemorragia grave

- mucosa azulada ou arroxeada: falta de oxigenação, alteração cardíaca ou


pulmonar.

- mucosa ressecada: desidratação

• Valor normal: pele elástica

• Como avaliar: através da elasticidade da pele. Basta puxá-la na região lateral


do corpo e observar se ela volta rapidamente à posição normal. Também é possível
detectar a desidratação observando a posição do globo ocular.

• Alterações:

- a pele volta lentamente à posição normal: desidratação leve

- a pele não volta à posição normal: desidratação grave

- globo ocular retraído (“olho fundo”): desidratação grave

Cães e gatos podem apresentar salivação intensa em casos de intoxicação,


situações de estresse ou durante ataques convulsivos. Gatos podem salivar
intensamente após ingerir medicamentos.

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Algumas raças de cães de focinho achatado salivam bastante, porém, essa é
uma condição normal. Exemplo: boxers, bulldogues, pugs e outros.

Foto: reprodução

Cão ou gato “babando” não significa obrigatoriamente que ele esteja com
raiva. A raiva é uma doença viral que o animal só adquire se for mordido por outro que
esteja raivoso. A raiva não é transmitida pelo ar.

Ao se deparar com um cão ou gato salivando, para sua segurança, use algum
método de contenção que evite que o animal consiga mordê-lo. Caso isso ocorra, o
cão/gato deve ser observado por 10 dias. Se ele fugir, a vítima da mordida deve ser
socorrida imediatamente em um hospital ou posto de saúde.

Se o animal agressor morrer dentro do período de 10 dias de observação, o


corpo deve ser encaminhado para exame de raiva no CCZ (Centro de Controle de
Zoonoses) da cidade.

NÃO SE ARRISQUE!

Os parâmetros apresentados são importantes, mas em alguns casos de


emergência não é possível avaliar todos.

Quando um dos procedimentos não for viável (cão/gato agitado, com muita dor
ou agressivo), não se preocupe. Observe apenas aquilo que for seguro para você e
para o animal. Deixe manobras arriscadas para o veterinário, pois ele está preparado
para essas situações.

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DICA: Para avaliar a frequência cardíaca ou pulmonar, conte o número de
batimentos ou respirações em 15 segundos e multiplique por 4 para saber o valor em 1
minuto.

AVALIAÇÃO DO QUADRO DE EMERGÊNCIA

Caso você venha a se defrontar com uma situação de emergência, é preciso


fazer uma avaliação rápida do estado geral do cão/gato.

É claro que você deve focar no problema mais evidente. Se for o caso de um
corte profundo com perda sanguínea importante, estanque primeiro a hemorragia e
depois pense no resto.

O roteiro abaixo não precisa ser seguido exatamente na ordem em que será
apresentado. Em uma situação que necessita de intervenção rápida, talvez você não
tenha tempo de analisar todos esses itens. Mas é importante saber observar o estado
geral do animal para poder agir.

Para manipular o cachorro acidentado é imprescindível usar focinheira ou


improvisar uma mordaça.

Gatos acidentados podem ficar extremamente ariscos. Use uma focinheira para
gatos e/ou jogue sobre ele uma toalha para diminuir o estresse.

Se houver sangramento, larvas de mosca ou outra condição nauseante, use


luvas.

1º. Observe se o animal está respirando e se há batimentos cardíacos. Se esses


sinais vitais estiverem ausentes, inicie a massagem cardíaca e/ou a respiração artificial.

2º. Coloque a mão no abdômen do animal, em um local sem pelos, para ter
ideia de sua temperatura. Se achar que o cão/gato está frio ou quente demais, ou
estiver em dúvida, meça a temperatura dele com o termômetro. Ela deve estar entre
38º C e 39º C. Variações de meio grau não causam preocupação.

3º. Analise a cor das gengivas e parte interna das pálpebras (mucosas). Elas
devem estar com a coloração vermelho-róseo. Se estiverem azuladas, coração e/ou
pulmões não estão funcionando bem. Se a mucosa estiver pálida, o animal tem anemia
ou pode estar ocorrendo hem- orragia interna, caso a temperatura dele também
esteja baixa.

4º. Cheque o estado de hidratação puxando a pele da lateral das costas do


animal. Se ela demorar a voltar ou não voltar, ele está desidratado.

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5º. Observe a boca:

- note se há presença de sangue.

- puxe a língua do animal (use um pedaço de gaze para não escorregar).


Verifique se existe algum objeto obstruindo a garganta, como: brinquedo, pedaço de
osso e outros.

- observe se todos os dentes estão firmes e inteiros.

6º. Analise os olhos do animal para saber se há lesão nas pálpebras ou


perfurações no globo ocular. Se tiver uma pequena lanterna, note se as pupilas dele
reagem à luz contraindo-se (reflexo pupilar). Toque nos cílios para verificar se há
reação de piscar (reflexo palpebral). Se este último estiver ausente, o animal pode
estar morto.

7º. Avalie o focinho, observando se há líquidos, espuma ou sangue.

8º. Apalpe o abdômen para verificar se ele está flácido, contraído demais e se
há dor à palpação.

9º. Verifique o restante do corpo para constatar possíveis ferimentos, cortes,


fraturas ou inchaços.

MÉTODOS DE CONTENÇÃO E TRANSPORTE

Toda vez que você precisar socorrer um animal, não importa a espécie, lembre-
se sempre: se estiver com dor, ele reagirá tentando morder.

Mesmo que o animal seja seu, tenha temperamento dócil e nunca mordeu
alguém, a reação à dor é natural. Não esqueça jamais dessa informação. Se não
considerar esse risco, além do animal, você também ficará machucado e não poderá
ajudar em nada.

Use um ou mais métodos descritos abaixo antes de começar o atendimento.

• Focinheira ou mordaça:

Existem modelos para cães e gatos. O modelo para gatos cobre toda a face,
inclusive olhos. Isso ajuda a acalmar o animal estressado. As focinheiras de nylon são
maleáveis e não machucam. Há modelos em plástico rígido também.

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Se você não tiver uma focinheira ou ela não for do tamanho adequado para o
cão, faça uma mordaça com um pedaço de faixa crepe ou improvise com o cadarço do
sapato.

Foto: reprodução

Assegure-se que a mordaça esteja firme. Se ficar frouxa, o cão conseguirá


morder, mesmo com o focinho amarrado.

Não é possível fazer uma mordaça em gatos porque a espécie possui focinho
curto.

No caso de focinheiras, se ela tiver abertura na frente, como na maioria dos


modelos para cães tem, cuidado. O cachorro pode morder com os dentes da frente. E
pode apostar que dói bastante!

• Colar elizabetano e colar cervical:

São usados para impedir que o cão/gato retire curativos ou arranque suturas.
Nenhum deles restringe os movimentos. São vendidos em petshops e clínicas
veterinárias.

Usando um desses colares, o animal não alcançará nenhuma parte de seu corpo
com a boca, podendo comer, beber e dormir com ele.

Utilize um dos colares para evitar que cão/gato arranque curativos.

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Foto: reprodução

• Imobilização usando coleira e guia:

É possível imobilizar o animal que demonstra agressividade passando a guia


pelas grades de um portão ou enrolando-a em um poste ou perna de uma mesa.
Posicione o pescoço do cão bem encostado ao anteparo para que a cabeça fique
segura. Atenção para que a coleira esteja apertada o bastante para evitar que o animal
escape, mas não a ponto de causar asfixia.

Após a cabeça estar imobilizada, um ajudante deve segurar as patas traseiras


para que o animal não se movimente. Use esse método quando o cão consegue ficar
em pé e pode atacar durante o atendimento.

Se o animal estiver deitado, também é possível conter a cabeça pisando na


guia, bem próximo à coleira.

Também nesse caso, uma segunda pessoa deverá ajudar, segurando as patas
traseiras para o animal não se debater.

Use esse método quando o cão não consegue se levantar, mas pode virar-se e
morder.

No caso de gatos, embora os métodos anteriores possam ser utilizados, a


contenção mais comum em felinos é feita segurando o gato firmemente pela pele
atrás do pescoço com uma mão e usando a outra para imobilizar as patas traseiras.

Um gato bravo é difícil de conter, pois além da mordida, ele usa as garras para
se defender e possui grande flexibilidade no corpo. Por esse motivo, em algumas

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situações é preciso enrolar as extremidades das patas, uma a uma, com fita crepe ou
esparadrapo para evitar que o gato exponha as unhas e consiga arranhar.

Outro método muito usado para conter gatos é enrolar o corpo do bichano
numa toalha e segurá-lo firme junto ao corpo ou sobre uma mesa.

• Imobilização com o cambão:

O cambão é uma haste rígida de metal com um laço na ponta. É muito usado
para a captura de animais que não permitem a aproximação. Pode ser improvisado
com um pedaço de madeira com uma argola na ponta e uma corda.

Foto: reprodução

O animal em situação de emergência, principalmente em casos de


atropelamento, fraturas ou suspeita de hemorragia interna, deve ser manipulado o
menos possível.

Movimentos bruscos podem agravar o quadro. Improvise uma maca usando um


cobertor, lençol ou toalha.

Se o animal for grande, essa é a maneira mais segura para transportá-lo.


Dependendo da gravidade da situação, mesmo os animais bem pequenos devem ser
movimentados com uma “maca”. Tenha certeza que o material que você vai usar
resistirá ao peso do cão.

Se houver desconfiança de trauma ou fratura na coluna vertebral, o melhor a


fazer é transportar o animal sobre uma superfície plana (tábua de madeira ou algo
similar).

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Os métodos de contenção apresentados não são cruéis, nem causam dor ou
prejuízo aos animais, se aplicados conforme descrito. Alguns podem ser
desconfortáveis, mas permanecerão apenas o tempo suficiente para tratar o animal.

Deixar de usar um método de contenção é muito arriscado, principalmente


quando não se conhece o animal que precisa de socorro.

CAIXA DE PRIMEIROS SOCORROS

Este é o material básico que você irá precisar:

• compressas de gaze (2 a 4 embalagens pequenas): para limpar e proteger


ferimentos.

• rolos de atadura/faixa crepe (2 rolos de tamanho médio): para fixar curativos


e talas. Pode ser usada para amordaçar o cão.

• esparadrapo micropore (1 rolo médio): para fixar a faixa crepe em curativos


ou imobilizar as patas de gatos que arranham.

• tesoura pequena com ponta arredondada: para cortar pelos e faixa crepe.

• antisséptico (Líquido de Dakin, Água oxigenada 10 vol. ou Iodo Povidine): para


desinfetar ferimentos, cortes e outras lesões da pele.

• soro fisiológico (4 ampolas de 10 ml cada): para limpar ferimentos e


queimaduras.

• pomada antibiótica: para evitar infecções em cortes e feridas.

• luvas (1 par): para proteger as mãos de quem irá socorrer o cão.

• seringa de 10 ml: para irrigar ferimentos com antissépticos e aspirar


secreções.

• termômetro: para avaliar a temperatura retal.

• pinça: para remover espinhos e larvas da pele ou objetos estranhos da


garganta.

• álcool antisséptico (1 frasco pequeno): para desinfetar as mãos de quem irá


socorrer o animal e materiais metálicos (pinça e tesoura).

• focinheira de nylon (opcional): para evitar mordidas.

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• lanterna pequena (opcional): para observar cavidades e avaliar o reflexo da
pupila.

Fonte: PARISI, Silvia. Guia de Primeiros Socorros para Cães e Gatos.

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