HISTÓRICO
Criada por meio de um Decreto Imperial em 11 de junho de 1825, a Polícia Militar de
Pernambuco (PMPE) cumpre o papel de polícia ostensiva, na garantia da segurança e
preservação da ordem pública, previsão do Art. 144 da Constituição Federal de 1988. Em
quase dois séculos de existência, a PMPE, foi se adaptando aos tempos e se consolidou
como uma Instituição de prestígio e respeito no para a sociedade pernambucana. Nesse
contexto, vamos contar, brevemente, sobre a história do Quartel do Comando Geral, do
Batalhão de Rádio Patrulha e da presença feminina nas fileiras da corporação.
Patrimônio Histórico Estadual desde 1994, o prédio imponente que abriga o Quartel do
Comando Geral da PMPE, QCG, já foi um centro comercial, o Mercado Coelho Cintra.
Criado pelo industrial Delmiro Golveia, o mercado sofreu um incêndio e ficou em ruínas,
depois abrigou a escola de Artífices até que, em 18 de outubro de 1924, foi ocupado pela,
então, Força Pública do Estado, hoje, Polícia Militar de Pernambuco. Passaram-se 100
anos e o prédio continua sendo, além de uma referência arquitetônica, o local-sede da
Corporação policial cuja própria história perpassa a história do Estado de Pernambuco.
“Sentido alerta Patrulheiros, pelo dever de bem servir!”. Esse é o lema do Batalhão de
Radiopatrulha da PMPE (BPRp). Em 1951 nascia a primeira unidade no Brasil dotada de
viaturas com radiotransmissores: a Companhia de Vigilância de Radiopatrulha. Pioneira
no país nessa modalidade de patrulhamento de comunicação simultânea de ocorrências,
em 1970 passou a ser Batalhão e, atualmente, é uma tropa especializada em policiamento
urbano.
E já que estamos rememorando um pouco de nossa história, um dos marcos da
corporação foi o ano de 1983 quando as primeiras mulheres ingressaram na PMPE. Foram
21 novas sargentos que se formaram e, desde então, todos os concursos para ingresso
na instituição contam com a participação fundamental da força das mulheres, somando,
atualmente, um efetivo de mais de 2 mil policiais femininas.
São quase 200 anos de história institucional que se confunde com a história daqueles que
a compunham, que envergam sua farda, seus valores e cumprem sua missão de servir
"até com risco da própria vida”. Mas não existe corporação sem corpo, sem pessoas, sem
nomes. Nesse bicentenário da PMPE nossa homenagem é para todos os que dedicaram
seu tempo e suas vidas ao que fizeram razão de existência: construir uma sociedade mais
justa, segura e humana. São bravos homens e mulheres que escreveram a história dessa
instituição e que deixaram legados de honra para as novas gerações.
Rosana Alexandre de Sousa -ST PMPE
ORGANIZADOR
O conteudista da disciplina de Direito Aplicado à Atividade Policial Militar, Everton de
Albuquerque Santos, é Major da Polícia mIlitar de Pernambuco. É Bacharel em Direito e tem
Pós-Graduação em Ciências Jurídicas. É instrutor desde 2011. Possui curso e Operações
policiais especiais, Cursos de operações e sobrevivência na caatinga. Foi aprovado no
exame Nacional de Magistratura. É Aspirante em 2009 e serviu no 20º BPM, Operação Lei
Seca, ROCAM, BOPE, Assistência do Comandao Geral e atualmente é gerente de armas e
munições e equipamentos operacionais da SDS- PE.
SUMÁRIO
1 DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL 7
1.1 Princípio da Legalidade 7
1.2 Conflito Aparente de Normas 7
1.3 Aplicação da Lei Penal no Tempo 7
1.3.1 Princípio da Irretroatividade 8
1.3.2 Princípio da Retroatividade da Lei Penal Mais Benéfica 8
1.4 Abolitio Criminis 8
1.5 Tempus Regit Actum 8
1.6 Conflito de Leis No Tempo 8
1.7 Aplicação da Lei Penal no Espaço 9
1.7.1 Princípio da Territorialidade 9
1.7.2 Princípio da Extraterritorialidade 9
1.7.3 Princípio da Personalidade ou Nacionalidade 10
1.7.4 Princípio da Defesa ou Proteção 10
1.7.5 Princípio da Universalidade ou Justiça Universal 10
2 DO CRIME COMUM E DO CRIME MILITAR 11
2.1 Crime Comum 11
2.2 Crime Militar 11
2.2.1 Características 11
2.2.2 Diferenças Fundamentais 12
2.3 Crime Militar Próprio 12
2.4 Crime Militar Impróprio 13
3 ESTUDO DAS INFRAÇÕES RELACIONADAS 13
3.1 Perturbação de Sossego 13
3.2 Perturbação de Sossego 13
3.3 Ameaça 14
3.4 Vias de Fato 16
3.5 Violência Doméstica Contra Mulher 17
3.5.1 Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) 17
3.5.2 Aspectos Principais 17
3.5.3 Exemplos de Violência Doméstica 18
4 CRIMES RELACIONADOS A ENTORPECENTES 18
4.1 Posse de Drogas para Consumo Pessoal 19
4.2 Associação para o Tráfico 20
4.3 Fabricação e Produção de Drogas 20
4.4 Cultivo de Drogas 21
4.5 Outros Crimes Relacionadas 21
5 SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO 21
5.1 Sequestro 21
5.2 Cárcere Privado 22
5.3 Diferenças Entre Sequestro e Cárcere Privado 22
5.4 Exemplos de Sequestro e Cárcere Privado 22
6 TORTURA E CRIMES DE PRECONCEITO 22
6.1 Lei de Tortura (Lei nº 9.455/1997) 23
6.1.1 Aspectos Principais 23
6.1.2 Penas 23
6.1.3 Exemplos de Tortura 23
6.1.4 Proteção e Medidas 24
6.2 Crimes Raciais 24
6.2.1 Aspectos Principais 24
6.3 Crimes de Preconceito Religioso 24
6.3.1 Aspectos Principais 25
6.4 Crimes de Preconceito por Orientação Sexual 25
6.4.1 Aspectos Principais 25
6.5 Crimes de Preconceito Contra Pessoa com Deficiência 25
6.5.1 Aspectos Principais 25
6.5.2 Exemplos de Crimes de Preconceito 26
7 NOÇÕES DE CRIMES DE TRÂNSITO 26
7.1 Código de Trânsito Brasileiro (CTB) 26
7.1.1 Aspectos Principais 26
7.2 Crimes Específicos 27
7.2.1 Exemplos de Crimes de Trânsito 27
8 CRIMES RELACIONADOS A ARMAS DE FOGO 28
8.1 Crimes Relacionados a Armas de Fogo 28
8.1.1 Estatuto do Desarmamento 28
8.1.1.1 Aspectos Principais 28
8.2 Exemplos de Crimes Relacionados a Armas de Fogo 29
9 CRIMES RELACIONADOS A CRIANÇAS E ADOLESCENTES 30
9.1 Noções de Crimes no ECA 30
9.2 Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1990) 30
9.2.1 Aspectos Principais 31
9.3 Exemplos de Crimes no ECA 31
10 NOÇÕES DE CRIMES CONTRA IDOSOS 32
10.1 Crimes Contra Idosos 32
10.2 Estatuto do Idoso 32
10.2.1 Aspectos Principais 32
10.3 Exemplos de Crimes Contra Idosos 33
11 CRIMES ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 33
11.1 Crimes Administração Pública 34
11.2 Lei de Improbidade Administrativa 35
11.2.1 Aspectos Principais 35
11.3 Lei Anticorrupção 35
11.3.1 Aspectos Principais 35
11.4 Exemplos de Crimes Contra Administração Pública 36
12 ABUSO DE AUTORIDADE 36
12.1 Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº 13.869/2019) 36
12.1.1 Aspectos Principais 36
12.2 Exemplos de Abuso de Autoridade 37
13 CRIMES CONTRA VIDA 38
13.1 Crimes Contra Vida 38
13.2 Exemplos de Crime Contra Vida 39
14 CRIMES DE LESÃO CORPORAL 39
14.1 Outras Leis Relacionadas 41
14.2 Exemplos de Crimes de Lesão Corporal 41
15 CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 41
15.1 Crimes Contra o Patrimônio 41
15.2 Exemplos de Crimes Contra o Patrimônio 43
16 CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 43
16.1 Crimes Contra a Dignidade Sexual 43
16.2 Exemplos de Crimes Contra a Dignidade Sexual 45
REFERÊNCIAS 46
DIREITO PENAL APLICADO À ATIVIDADE POLICIAL
1. DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
A aplicação da lei penal é um dos grandes pilares do Direito Penal, orientando
como e quando as normas penais devem ser utilizadas para reger o comportamento humano e
garantir a ordem social. A aplicação da lei penal está baseada em alguns princípios e regras que
delimitam seu alcance e utilização. Veremos abaixo alguns pontos importantes:
1.1 Princípio da Legalidade
O princípio da legalidade estabelece que não há crime nem pena sem uma lei
anterior que os defina. Esse princípio visa garantir a segurança jurídica e proteger os indivíduos
de arbitrariedades, assegurando que ninguém será punido por um ato que não estava
previamente previsto como crime ou contravenção pela legislação vigente.
1.2 Conflito Aparente de Normas
Pode ocorrer o conflito aparente de normas, quando um mesmo fato parece se
enquadrar em mais de um caso previsto em lei. Para solucionar esses conflitos, utilizam-se os
critérios da especialidade, subsidiariedade, consunção e alternatividade.
1.3 Aplicação da Lei Penal no Tempo
A aplicação da lei penal no tempo refere-se à forma como as normas penais são
aplicadas em relação a fatos ocorridos antes, durante ou após a vigência de uma nova lei. O
direito penal adota princípios fundamentais que regulam essa aplicação, assegurando a
proteção dos direitos individuais e a estabilidade jurídica.
1.3.1 Princípio da Irretroatividade
O princípio da irretroatividade estabelece que a lei penal não pode retroagir para
prejudicar o réu. Isso significa que uma nova lei que agrave as penas ou crie novos crimes não
pode ser aplicada a fatos ocorridos antes de sua vigência. Esse princípio é uma garantia
fundamental para a segurança jurídica, pois impede a aplicação de sanções mais severas que
não estavam previstas no momento da conduta.
1.3.2 Princípio da Retroatividade da Lei Penal Mais Benéfica
Em contrapartida à irretroatividade, a lei penal mais benéfica pode retroagir. Se
uma nova lei vier a descriminalizar uma conduta ou estabelecer uma pena mais leve para
determinado crime, essa lei deverá ser aplicada retroativamente, beneficiando o réu. Esse
princípio é uma manifestação do in dubio pro reo, que busca assegurar o tratamento mais
favorável ao acusado.
1.4 Abolitio Criminis
A abolitio criminis ocorre quando uma nova lei descriminaliza uma conduta
anteriormente considerada criminosa. Nesse caso, todos os efeitos penais da condenação devem
ser extintos, mesmo que a sentença já tenha transitado em julgado, pois a conduta deixa de ser
considerada crime.
1.5 Tempus Regit Actum
O princípio tempus regit actum estabelece que o tempo rege o ato, ou seja, a lei
aplicável é aquela vigente no momento da prática do fato criminoso. Esse princípio assegura
que os indivíduos saibam, no momento em que agem, quais são as consequências jurídicas de
suas ações.
1.6 Conflito de Leis no Tempo
Quando ocorre um conflito de leis no tempo, deve-se analisar se a nova lei é mais
benéfica ou prejudicial ao réu. Em caso de dúvida, a interpretação deve ser favorável ao
acusado, garantindo a aplicação da norma mais favorável ao indivíduo.
1.7 Aplicação da Lei Penal no Espaço
A aplicação da lei penal no espaço refere-se ao alcance das normas penais em
relação ao local onde o crime foi cometido. Essa questão é regulada por princípios que
determinam quando uma lei penal de um país pode ser aplicada a fatos ocorridos dentro ou fora
de seu território.
1.7.1 Princípio da Territorialidade
O princípio da territorialidade estabelece que a lei penal de um país se aplica a
todos os crimes cometidos em seu território. Este princípio é a regra geral no direito penal,
garantindo que os crimes sejam julgados conforme as normas locais. O território de um país
compreende seu solo, mar territorial e espaço aéreo, além de embarcações e aeronaves
registradas sob sua bandeira.
1.7.2 Princípio da Extraterritorialidade
A extraterritorialidade permite que a lei penal de um país se aplique a crimes
cometidos fora de seu território em determinadas situações previstas em lei. No Brasil, o
Código Penal prevê a extraterritorialidade nos seguintes casos:
- Crimes contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
- Crimes contra o patrimônio ou a fé pública da União, Estados, Municípios,
Distrito Federal e Territórios;
- Crimes contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
- Genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
Além disso, a aplicação da lei penal brasileira no exterior depende da presença de
certos requisitos, como:
- Entrada do agente no território nacional;
- Crime também ser punível no país onde foi cometido;
- O crime não ter sido julgado no exterior ou, se o foi, que não tenha havido
cumprimento da pena.
1.7.3 Princípio da Personalidade ou Nacionalidade
O princípio da personalidade permite a aplicação da lei penal de um país a seus
cidadãos que cometam crimes no exterior. Esse princípio pode ser subdividido em:
- Princípio da Nacionalidade Ativa: Aplica-se aos crimes cometidos por nacionais
de um país no exterior.
- Princípio da Nacionalidade Passiva: Aplica-se aos crimes cometidos contra
nacionais de um país, independentemente de onde tenham ocorrido.
1.7.4 Princípio da Defesa ou Proteção
O princípio da defesa ou proteção autoriza a aplicação da lei penal de um país a
crimes cometidos no exterior que afetem interesses relevantes do Estado, como a segurança
nacional ou a integridade de suas instituições.
1.7.5 Princípio da Universalidade ou Justiça Universal
O princípio da universalidade permite a aplicação da lei penal de um país a crimes
considerados graves pela comunidade internacional, como genocídio, terrorismo e tráfico de
seres humanos, independentemente de onde tenham sido cometidos ou da nacionalidade dos
envolvidos. Esse princípio visa assegurar que tais crimes não fiquem impunes, promovendo a
cooperação internacional na repressão a essas condutas.
2. DO CRIME COMUM E DO CRIME MILITAR
No Brasil, a distinção entre crime comum e crime militar é importante para
determinar a legislação aplicável e o tribunal competente para julgar o delito.
2.1 Crime Comum
Um crime comum é qualquer infração penal que não possui características
específicas que a tornem de competência da Justiça Militar. Os crimes comuns são tipificados
no Código Penal brasileiro e em legislações especiais.
- Legislação Aplicável: Crimes comuns são regulados pelo Código Penal e por leis
especiais (como a Lei de Drogas, Lei de Crimes Ambientais, etc.).
- Tribunal Competente: São julgados pela Justiça Comum, que abrange tanto a
Justiça Estadual quanto a Justiça Federal, dependendo da natureza do crime e da vítima
envolvida.
- Exemplos: Homicídio, roubo, furto, estelionato, tráfico de drogas, etc.
2.2 Crime Militar
Um crime militar é uma infração penal cometida por militares ou relacionada ao
serviço militar, tipificada no Código Penal Militar (CPM). Esses crimes têm características
especiais ligadas à disciplina e às atividades das Forças Armadas.
2.2.1 Características
- Legislação Aplicável: Crimes militares são regulados pelo Código Penal Militar,
que contém normas específicas para a conduta de militares.
- Tribunal Competente: São julgados pela Justiça Militar, que possui jurisdição
especial para processar e julgar infrações militares. A Justiça Militar da União julga crimes
cometidos por membros das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), enquanto a
Justiça Militar Estadual julga crimes cometidos por policiais e bombeiros militares dos Estados.
- Exemplos: Deserção, insubordinação, motim, peculato militar, abandono de
posto.
2.2.2 Diferenças Fundamentais
Nos crimes comuns, qualquer pessoa pode ser o autor do delito. Nos crimes
militares, geralmente, os autores são militares em serviço ou que estejam sujeitos às normas
militares. Crimes militares são frequentemente associados ao contexto das atividades e
obrigações militares, como a disciplina, a hierarquia e o funcionamento das instituições
militares. Crimes comuns seguem o Código Penal e são julgados pela Justiça Comum, enquanto
crimes militares seguem o Código Penal Militar e são julgados pela Justiça Militar.
A distinção entre crime comum e crime militar é crucial para determinar o
procedimento adequado e garantir que as infrações sejam julgadas de acordo com sua natureza
específica. Essa diferenciação assegura a aplicação correta da justiça, respeitando as
particularidades do serviço militar e as normas civis.
A distinção entre crime militar próprio e impróprio é importante para entender
melhor o contexto e a aplicabilidade das normas penais militares.
2.3 Crime Militar Próprio
Um crime militar próprio é aquele que só pode ser cometido por militares em razão
de suas funções e obrigações específicas dentro do serviço militar. Esses crimes são tipificados
exclusivamente no Código Penal Militar (CPM) e não têm correspondente no Código Penal
comum.
Apenas militares podem ser autores de crimes militares próprios. As condutas
descritas como crimes militares próprios não são consideradas crimes no Código Penal comum.
Exemplo:
- Deserção (Art. 187, CPM): Quando um militar abandona seu posto sem
justificativa e não retorna após um certo período, caracterizando uma quebra de disciplina e
dever militar.
- Insubordinação (Art. 163, CPM): Recusa de obedecer ordens ou ofender superior
hierárquico.
2.4 Crime Militar Impróprio
Um crime militar impróprio é aquele que pode ser cometido tanto por militares
quanto por civis, mas que é considerado um crime militar devido ao contexto em que é
cometido ou em razão da vítima ser um militar ou a conduta ter afetado bens ou interesses
militares.
Pode ser cometido por militares ou civis. A conduta descrita como crime militar
impróprio também está tipificada no Código Penal comum.
- Exemplo:
- Homicídio (Art. 205, CPM): Quando um militar mata alguém em situação ligada
ao serviço militar ou em área militar, sendo que o mesmo ato está tipificado no Código Penal
comum.
- Peculato Militar (Art. 303, CPM): Apropriação de bem público ou particular em
razão do cargo, semelhante ao peculato no Código Penal, mas cometido no contexto militar.
3. ESTUDO DAS INFRAÇÕES RELACIONADAS
3.1 Perturbação de Sossego
A perturbação do sossego é uma infração que pode ser abordada tanto no âmbito
do direito penal quanto no direito administrativo, dependendo do contexto e da legislação local.
Vou explicar os aspectos gerais dessa infração:
3.2 Perturbação do Sossego
A perturbação do sossego é caracterizada por comportamentos que causam
incômodo, desconforto ou interrupção da tranquilidade pública. Pode envolver atividades
barulhentas, festas, construções ou qualquer outra ação que afete a paz e a ordem em um
determinado local.
No Código Penal Brasileiro, a perturbação do sossego é abordada de forma indireta,
principalmente em relação a crimes que envolvem perturbação e desordem. Não há um artigo
específico para a perturbação do sossego em geral, mas certas condutas podem ser punidas com
base em crimes como:
- Art. 42 do Código Penal: Perturbar alguém com ameaças ou violência.
- Art. 65 da Lei das Contravenções Penais (Decreto-Lei nº 3.688/1941):
Perturbação da ordem pública, que pode incluir a perturbação do sossego.
A perturbação do sossego é tipificada como contravenção penal no Brasil e é
regulada pela Lei das Contravenções Penais. Algumas das principais contravenções
relacionadas incluem:
- Perturbação do sossego alheio (Art. 42, Decreto-Lei nº 3.688/1941): “Perturbar
alguém com barulho, gritos, músicas altas, etc., sem autorização ou justificativa.”
Além das disposições penais, a perturbação do sossego também é regulada por leis
municipais e normas administrativas, que podem prever sanções específicas para
comportamentos que afetam a tranquilidade pública. Isso pode incluir:
- Multas e Penalidades: Estabelecidas por leis municipais ou normas de
ordenamento urbano.
- Regras de Convivência: Normas de condomínio ou regulamentos locais sobre
horários e níveis de ruído.
Exemplos:
- Festas e Eventos: Música alta ou barulho excessivo durante festas e eventos,
especialmente em áreas residenciais.
- Construções e Reformas: Ruídos provenientes de obras que ocorrem fora dos
horários permitidos.
- Veículos e Aparelhos: Sons altos provenientes de veículos, sistemas de som ou
outros aparelhos.
A perturbação do sossego é uma questão que envolve tanto aspectos penais quanto
administrativos, visando proteger a tranquilidade e a ordem pública. As normas e sanções
podem variar conforme a legislação local, mas o objetivo é garantir que o comportamento não
cause prejuízo ao bem-estar e à paz da comunidade.
3.3 Ameaça
O crime de ameaça é uma infração penal que envolve a intimidação ou o terror
causado a outra pessoa. Vou explicar o conceito e as disposições legais relevantes:
O crime de ameaça consiste em intimidar alguém com a promessa de causar-lhe
mal ou dano, criando um estado de medo ou insegurança. A ameaça pode ser verbal, escrita ou
por qualquer outro meio que transmita a intenção de causar prejuízo à vítima.
No Brasil, o crime de ameaça está previsto no Art. 147 do Código Penal:
- Art. 147: "Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, com a intenção de
causar-lhe mal, pena de detenção, de um a seis meses, ou multa."
Elementos do Crime:
- Ameaça: A promessa ou manifestação de causar mal à vítima.
- Intenção: A ameaça deve ter a intenção de causar medo ou intimidação.
- Meios: Pode ser feita por palavras, gestos, escritos, ou qualquer outro meio que
transmita a intenção de causar dano.
O Código Penal Brasileiro também prevê algumas circunstâncias que podem
agravar a pena do crime de ameaça:
- Art. 147, §1º: A pena pode ser aumentada se a ameaça for feita com o emprego
de violência ou se a vítima estiver em situação de vulnerabilidade.
Exemplos de Ameaça:
- Ameaça Verbal: Prometer que fará mal à vítima em um encontro futuro.
- Ameaça Escrita: Enviar uma carta ou mensagem com a ameaça de causar dano.
- Ameaça por Gestos: Fazer gestos que indiquem uma intenção de violência.
Diferenças em Relação a Outros Crimes
- Coação: Ameaça pode ser parte de um crime maior, como coação ou extorsão,
onde a ameaça é usada para forçar a vítima a agir de determinada forma.
- Ameaça e Perseguição (Stalking): Ameaça pode ocorrer dentro de contextos de
stalking, onde o comportamento de perseguição envolve ameaças repetidas.
O crime de ameaça é uma infração penal que visa proteger a segurança e a
tranquilidade das pessoas, prevenindo que alguém sofra intimidação e medo. A legislação
brasileira prevê penas para a ameaça e mecanismos legais para a proteção das vítimas,
garantindo que os responsáveis sejam responsabilizados.
3.4 Vias de Fato
Vias de fato é uma infração penal que envolve agressões físicas, mas não com a
gravidade suficiente para serem qualificadas como crimes mais graves, como lesão corporal.
Aqui está uma explicação detalhada sobre essa infração:
Vias de fato é uma contravenção penal definida como o ato de agredir alguém
fisicamente de forma leve e sem causar lesão grave. A agressão pode envolver empurrões,
tapas, socos ou outras formas de contato físico que não resultam em danos corporais
significativos, mas que são suficientes para configurar uma infração penal.
Vias de fato está prevista no Art. 21 da Lei das Contravenções Penais (Decreto-Lei
nº 3.688/1941):
- Art. 21: “Ofender a integridade corporal de outrem, sem que haja lesão corporal,
pena de 15 a 60 dias de prisão.”
Elementos do Crime
- Agressão Física: O ato de usar a força física contra outra pessoa, sem causar lesão
grave.
- Intenção: A ação não precisa ter a intenção de causar dano grave, mas sim a
agressão física em si.
- Ausência de Lesão Corporal Grave: O contato físico deve ser leve, não resultando
em lesões corporais que caracterizem um crime mais grave, como lesão corporal.
- Contravenção Penal: Vias de fato é classificada como uma contravenção penal, e
não como um crime. Portanto, é menos grave do que crimes como lesão corporal.
Diferenças em Relação a Outros Crimes
- Lesão Corporal: Se a agressão resultar em lesão significativa ou exigir tratamento
médico, pode ser classificada como lesão corporal, um crime mais grave.
- Ameaça: Vias de fato envolve agressão física, enquanto ameaça se refere a
intimidação sem contato físico.
Exemplos de Vias de Fato
- Empurrão: Empurrar alguém de forma que não cause lesão grave.
- Tapas ou Socos Leves: Dar tapas ou socos que não resultam em contusões ou
ferimentos sérios.
3.5 Violência Doméstica Contra Mulher
A violência doméstica contra a mulher é um tema sério e amplamente abordado na
legislação brasileira, que busca proteger as mulheres contra abusos e garantir seus direitos. Vou
explicar os principais aspectos relacionados a essa questão:
A violência doméstica contra a mulher é qualquer ato de violência, agressão ou
abuso cometido por um parceiro íntimo, membro da família ou pessoa com quem a vítima tenha
uma relação de afeto. Ela pode ocorrer dentro de casa ou fora dela e inclui uma ampla gama de
comportamentos abusivos.
3.5.1 Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006)
A Lei Maria da Penha é a principal legislação brasileira que trata da violência
doméstica e familiar contra a mulher. Seus principais objetivos são prevenir e combater a
violência, além de proteger e promover os direitos das vítimas.
3.5.2 Aspectos Principais
- Definição de Violência: A Lei Maria da Penha define a violência doméstica contra
a mulher em várias formas, incluindo:
- Violência Física: Agressões que causam dano corporal, como socos, tapas,
empurrões.
-Violência Psicológica: Ações que causam sofrimento emocional, como ameaças,
humilhações, controle excessivo.
- Violência Sexual: Coação para atos sexuais não consensuais, abuso sexual.
- Violência Patrimonial: Dano, destruição ou controle dos bens e recursos da
vítima.
- Violência Moral: Ofensas à honra e imagem da mulher.
- Medidas Protetivas: A Lei Maria da Penha prevê medidas protetivas de urgência,
como:
-Afastamento do Agressor: Proibição de contato e aproximação do agressor.
- Suspensão de Visitas: Proibição de visitas a filhos, se necessário.
- Despejo do Agressor: Afastamento do agressor do lar comum.
- Apoio e Assistência: Estabelece a necessidade de criar centros de atendimento e
serviços de apoio para as vítimas, oferecendo suporte psicológico, social e jurídico.
3.5.3 Exemplos de Violência Doméstica
- Violência Física: O parceiro ou parceira bate na mulher, causando contusões ou
ferimentos.
- Violência Psicológica: O agressor ou agressora constantemente humilha, ameaça
ou controla a mulher.
- Violência Sexual: O parceiro ou parceira força a mulher a ter relações sexuais
sem seu consentimento.
- Violência Patrimonial: O agressor ou agressora destrói ou impede a mulher de
acessar seus bens e recursos financeiros.
A violência doméstica contra a mulher é uma violação grave dos direitos humanos,
e o Brasil possui uma estrutura legal robusta para combater e prevenir esses abusos. A Lei
Maria da Penha, junto com outras normas e serviços, busca proteger as vítimas e garantir que
a justiça seja feita, oferecendo recursos e apoio para enfrentar e superar a violência.
4. CRIMES RELACIONADOS A ENTORPECENTES
Crimes envolvendo entorpecentes referem-se a infrações relacionadas ao uso,
posse, tráfico, e fabricação de drogas ilícitas. A legislação brasileira trata desses crimes de
forma específica e severa. A seguir, estão detalhados os principais crimes relacionados a
entorpecentes no Brasil:
O tráfico de drogas é o crime de vender, fornecer, entregar, transportar ou
transportar entorpecentes, tanto para fins comerciais quanto para consumo pessoal.
A Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas): Regula o tráfico e outras infrações
relacionadas a drogas.
- Art. 33: "Traficar drogas, seja para consumo próprio ou de terceiros." A pena para
o tráfico é de 5 a 15 anos de reclusão, além de multa.
- Art. 34: Prevê penas para quem possui drogas para fins de tráfico.
- Art. 37: Aumenta a pena se o tráfico envolver substâncias especialmente
perigosas.
4.1 Posse de Drogas para Consumo Pessoal
Possuir entorpecentes para consumo pessoal é a infração de ter drogas para uso
próprio, sem a intenção de comercializar.
- Art. 28 da Lei nº 11.343/2006: "Possuir drogas para consumo pessoal." A pena é
de advertência, prestação de serviços à comunidade, e/ou medida educativa.
- Não é considerado crime se a quantidade de droga for pequena e não houver
evidências de tráfico.
- A lei prevê medidas educativas e programas de reabilitação para usuários.
Decisão do STF quanto ao porte de pequena quantidade de maconha para uso pessoal:
Aqui, colaciono resumo jurisprudencial retirado do site “Dizer o Direito” acerca do
tema:
1. Não comete infração penal quem adquirir, guardar, tiver em depósito,
transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, a substância cannabis
sativa, sem prejuízo do reconhecimento da ilicitude extrapenal da conduta,
com apreensão da droga e aplicação de sanções de advertência sobre os efeitos
dela (art. 28, I) e medida educativa de comparecimento à programa ou curso
educativo (art. 28, III);
2. As sanções estabelecidas nos incisos I e III do art. 28 da Lei 11.343/06 serão
aplicadas pelo juiz em procedimento de natureza não penal, sem nenhuma
repercussão criminal para a conduta;
3. Em se tratando da posse de cannabis para consumo pessoal, a autoridade
policial apreenderá a substância e notificará o autor do fato para comparecer
em Juízo, na forma do regulamento a ser aprovado pelo CNJ. Até que o CNJ
delibere a respeito, a competência para julgar as condutas do art. 28 da Lei
11.343/06 será dos Juizados Especiais Criminais, segundo a sistemática atual,
vedada a atribuição de quaisquer efeitos penais para a sentença;
Nos termos do § 2º do artigo 28 da Lei 11.343/2006, será presumido usuário
quem, para consumo próprio, adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar
ou trouxer consigo, até 40 gramas de cannabis sativa ou seis plantas-fêmeas,
até que o Congresso Nacional venha a legislar a respeito;
5. A presunção do item anterior é relativa, não estando a autoridade policial e
seus agentes impedidos de realizar a prisão em flagrante por tráfico de drogas,
mesmo para quantidades inferiores ao limite acima estabelecido, quando
presentes elementos que indiquem intuito de mercancia, como a forma de
acondicionamento da droga, as circunstâncias da apreensão, a variedade de
substâncias apreendidas, a apreensão simultânea de instrumentos como
balança, registros de operações comerciais e aparelho celular contendo
contatos de usuários ou traficantes;
6. Nesses casos, caberá ao Delegado de Polícia consignar, no auto de prisão
em flagrante, justificativa minudente para afastamento da presunção do porte
para uso pessoal, sendo vedada a alusão a critérios subjetivos arbitrários;
7. Na hipótese de prisão por quantidades inferiores à fixada no item 4, deverá
o juiz, na audiência de custódia, avaliar as razões invocadas para o afastamento
da presunção de porte para uso próprio;
8. A apreensão de quantidades superiores aos limites ora fixados não impede
o juiz de concluir que a conduta é atípica, apontando nos autos prova suficiente
da condição de usuário.
STF. Plenário. RE 635.659/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
26/06/2024 (Repercussão Geral – Tema 506) (Info 1143).
4.2 Associação para o Tráfico
É o crime de formar ou integrar um grupo, associação ou quadrilha com o objetivo
de traficar drogas.
- Art. 35 da Lei nº 11.343/2006:"Associação para o tráfico de drogas." A pena é de
3 a 10 anos de reclusão, além de multa.
- O crime pode ser configurado mesmo que o tráfico ainda não tenha ocorrido.
- A pena pode ser aumentada se a associação envolver a fabricação ou distribuição
de drogas em grande escala.
4.3 Fabricação e Produção de Drogas
É o crime de produzir, fabricar ou transformar substâncias entorpecentes.
- Art. 12 da Lei nº 11.343/2006: "Fabricar, produzir, extrair, preparar, transformar,
criar, bem como adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer
consigo, guardar, utilizar, fornecer, ou entregar a qualquer título, drogas."
- A pena varia de 5 a 15 anos de reclusão, dependendo da gravidade e da quantidade
de drogas envolvidas.
- A pena pode ser aumentada se a fabricação envolver substâncias especialmente
perigosas.
4.4 Cultivo de Drogas
O cultivo ou plantio de plantas que são usadas para a produção de entorpecentes.
- Art. 33, §1º, VI da Lei nº 11.343/2006: "Cultivar plantas que produzem drogas."
A pena é a mesma do tráfico de drogas, de 5 a 15 anos de reclusão.
- Inclui o cultivo de plantas como a maconha (Cannabis sativa).
- A pena pode ser aumentada se a quantidade cultivada for significativa.
4.5 Outros Crimes Relacionados
- Art. 33, §1º, VII da Lei nº 11.343/2006: Prevê penas para quem usa o serviço de
um terceiro para cometer infrações relacionadas a drogas.
- Art. 36 da Lei nº 11.343/2006: Define penas para a receptação de drogas e seu
uso em atividades criminosas.
5. SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO
Sequestro: O sequestro é o crime de capturar e manter uma pessoa em cativeiro,
normalmente com o objetivo de obter um resgate ou realizar alguma outra forma de extorsão.
- Cárcere Privado: O cárcere privado é o crime de manter alguém em confinamento
ou restrição de liberdade sem a permissão da vítima.
5.1 Sequestro
Art. 148 do Código Penal: "Sequestro e cárcere privado. Privar alguém de sua
liberdade, mediante grave ameaça ou violência, pena de 1 a 3 anos de reclusão."
- Pena Base: De 1 a 3 anos de reclusão.
- Agravantes: A pena pode ser aumentada se o sequestro resultar em dano físico ou
psicológico à vítima, ou se a vítima for menor de idade.
5.2 Cárcere Privado
Art. 148, §1º do Código Penal: Define o cárcere privado como a ação de manter
alguém em cativeiro, em lugar isolado ou sem consentimento, mediante ameaça ou violência.
- Pena Base: De 1 a 3 anos de reclusão, de acordo com a gravidade do ato.
- Agravantes: A pena pode ser aumentada se o cárcere privado for prolongado ou
causar grave sofrimento à vítima.
5.3 Diferenças Entre Sequestro e Cárcere Privado
- Sequestro: Geralmente envolve uma demanda específica, como um resgate, e
pode ser mais elaborado, incluindo planos para extorsão ou chantagem.
- Cárcere Privado: Envolve a privação da liberdade sem o objetivo de obter resgate,
podendo ocorrer em contextos mais variados, como disputas pessoais ou conflitos.
5.4 Exemplos de Sequestro e Cárcere Privado
- Sequestro: Um criminoso captura uma pessoa e exige um resgate para sua
liberação.
- Cárcere Privado: Uma pessoa é mantida contra sua vontade em um local isolado,
sem a intenção de obter resgate, mas como parte de uma vingança ou controle.
6. TORTURA E CRIMES DE PRECONCEITO
Os crimes de tortura envolvem a prática de sofrimento físico ou psicológico intenso
com o objetivo de causar dor, sofrimento ou humilhação. A legislação brasileira trata a tortura
com grande seriedade, considerando-a uma violação grave dos direitos humanos.
A tortura é definida como o ato de causar dor, sofrimento físico ou psicológico
intenso a uma pessoa, com o propósito de obter informações, confessões, punir ou humilhar a
vítima, ou por qualquer outra razão.
6.1 Lei de Tortura (Lei nº 9.455/1997)
A Lei nº 9.455/1997 é a principal legislação que trata dos crimes de tortura no
Brasil. Define e penaliza a tortura e estabelece medidas para proteger as vítimas.
6.1.1 Aspectos Principais
- Art. 1º: Define os crimes de tortura e suas formas:
- Tortura: Sofrimento físico ou psicológico aplicado de forma intencional.
- Tortura para Obter Informação: Ação de torturar para obter informações ou
confissões.
- Tortura para Punir: Aplicar tortura como forma de punição.
- Tortura por Razões Discriminatórias: Tortura por motivos de discriminação,
como raça, religião, etnia, ou orientação sexual.
- Art. 1º, §1º: Define as formas de tortura como:
- Tortura Física: Causar dor física intensa.
- Tortura Psicológica: Causar sofrimento psicológico intenso.
- Art. 1º, §2º: Define as circunstâncias agravantes, como a tortura cometida por
agentes públicos ou em contextos de abuso de autoridade.
6.1.2 Penas
- Art. 1º: Pena de reclusão de 2 a 8 anos para quem cometer tortura.
- Agravantes: A pena pode ser aumentada em casos de agravantes, como se a
tortura resultar em morte ou grave dano à saúde da vítima.
6.1.3 Exemplos de Tortura
- Tortura Física: Espancamento, uso de eletrochoques, queimaduras.
- Tortura Psicológica: Ameaças de dano, confinamento em condições extremas,
humilhação constante.
6.1.4 Proteção e Medidas
- Direitos Humanos: A tortura é uma violação grave dos direitos humanos e é
combatida por diversas normas internacionais e nacionais.
- Assistência: A Lei prevê mecanismos para a proteção e apoio às vítimas,
incluindo serviços de saúde e assistência psicológica.
Os crimes de preconceito referem-se a condutas que envolvem discriminação e
hostilidade baseadas em características pessoais, como raça, religião, etnia, orientação sexual,
deficiência, entre outras. No Brasil, esses crimes são abordados por diversas legislações que
visam proteger grupos vulneráveis e combater práticas discriminatórias. Aqui estão os
principais aspectos dos crimes de preconceito:
Crimes de preconceito envolvem atos que discriminam ou prejudicam uma
pessoa com base em sua raça, religião, etnia, orientação sexual, deficiência ou outras
características pessoais. Esses crimes podem incluir ofensas verbais, violência física,
segregação e outros comportamentos discriminatórios.
6.2 Crimes Raciais
- Lei nº 7.716/1989: Trata dos crimes resultantes de preconceito de raça ou cor.
6.2.1 Aspectos Principais
- Art. 1º: Define como crime praticar discriminação ou preconceito racial em
qualquer forma.
- Art. 20: Penaliza atos de racismo, como ofensas e discriminação, com pena
de reclusão de 1 a 3 anos e multa.
- Art. 21: Estabelece penas mais severas se a discriminação for praticada por
servidores públicos ou em locais públicos.
6.3 Crimes de Preconceito Religioso
- Lei nº 9.459/1997: Define e pune crimes resultantes de intolerância religiosa.
6.3.1 Aspectos Principais
- Art. 1º: Tipifica como crime a intolerância religiosa, como ofensas e
discriminação com base em religião.
- Art. 2º: Penaliza práticas de intolerância religiosa, com penas de reclusão de
1 a 3 anos e multa.
6.4 Crimes de Preconceito por Orientação Sexual
- Lei nº 13.104/2015: Inclui o preconceito por orientação sexual e identidade de
gênero no rol dos crimes de ódio.
6.4.1 Aspectos Principais
- Tipificação: Ofensas e violência motivadas por orientação sexual ou
identidade de gênero.
- Pena: A legislação pode considerar penas semelhantes às dos crimes de
racismo e intolerância religiosa, dependendo da gravidade do ato.
6.5 Crimes de Preconceito contra Pessoas com Deficiência
- Lei nº 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência): Trata da proteção e
dos direitos das pessoas com deficiência, incluindo penalidades para discriminação.
6.5.1 Aspectos Principais
- Art. 5º: Estabelece que é crime discriminar uma pessoa com deficiência, com
penas que podem incluir reclusão e multa.
- Proteção: Garante acesso a serviços, igualdade de oportunidades e proteção
contra discriminação.
6.5.2 Exemplos de Crimes de Preconceito
- Racismo: Ofensas ou violência física contra uma pessoa devido à sua raça ou
cor.
- Intolerância Religiosa: Ataques ou discriminação com base na religião de uma
pessoa.
- Preconceito Sexual: Agressões ou discriminação devido à orientação sexual ou
identidade de gênero.
- Discriminação contra Pessoas com Deficiência: Impedimento de acesso a
serviços ou oportunidades devido à deficiência.
7. NOÇÕES DE CRIMES DE TRÂNSITO
Crimes de trânsito são infrações legais cometidas por motoristas ou operadores de
veículos que resultam em perigo ou dano significativo à segurança viária. Eles incluem, mas
não se limitam a, conduzir sob influência de álcool, homicídio culposo ou doloso no trânsito,
e fugir do local do acidente.
7.1 Código de Trânsito Brasileiro (CTB)
O Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/1997) regula as infrações e crimes
de trânsito, estabelecendo normas para a condução de veículos e a segurança nas vias.
7.1.1 Aspectos Principais
- Art. 302: Conduzir veículo sob a influência de álcool ou substância psicoativa
que cause dependência é um crime, com pena de reclusão de 6 meses a 3 anos e suspensão ou
proibição de obter a permissão ou habilitação para dirigir.
- Art. 303: Conduzir veículo em alta velocidade, pondo em risco a segurança no
trânsito, é considerado crime, com pena de reclusão de 1 a 5 anos.
- Art. 304: Participar de corrida não autorizada é crime, com pena de reclusão de
6 meses a 3 anos e suspensão ou proibição de dirigir.
- Art. 305: Omitir-se ao prestar socorro à vítima de acidente, sendo o motorista
responsável pelo acidente, é um crime, com pena de reclusão de 6 meses a 2 anos.
- Art. 306: Conduzir veículo sem habilitação ou com a CNH (Carteira Nacional
de Habilitação) cassada é crime, com pena de reclusão de 6 meses a 1 ano.
- Art. 307: Falsificação ou alteração de documentos de habilitação é crime, com
pena de reclusão de 1 a 3 anos e multa.
7.2 Crimes Específicos
- Homicídio Culposo no Trânsito: Ocorre quando o condutor, por imprudência,
negligência ou imperícia, causa a morte de alguém. Está tipificado no Art. 302 do CTB e na
Lei nº 13.546/2017, que prevê penas de 2 a 4 anos de reclusão, podendo ser aumentadas se
houver agravantes como embriaguez.
- Homicídio Doloso no Trânsito: Quando o condutor tem a intenção de matar, é
considerado homicídio doloso. A pena é de 6 a 20 anos de reclusão, conforme o Código Penal
Brasileiro .
- Lesão Corporal no Trânsito: Quando a ação do condutor causa lesão grave ou
gravíssima à vítima. Está previsto no Art. 303 do CTB, com penas variando conforme a
gravidade da lesão.
- Fuga do Local do Acidente: O condutor que foge do local após um acidente,
sem prestar socorro ou sem comunicar à autoridade competente, pode ser responsabilizado
conforme o Art. 305 do CTB.
7.2.1 Exemplos de Crimes de Trânsito
- Conduzir embriagado: Um motorista que dirige sob influência de álcool e se
envolve em um acidente.
- Acidente com morte: Um condutor que, por excesso de velocidade, causa a
morte de um pedestre.
- Fuga de acidente: Um motorista que se envolve em um acidente e foge sem
prestar socorro às vítimas.
8. CRIMES RELACIONADOS A ARMAS DE FOGO
Os crimes relacionados a armas de fogo no Brasil envolvem a posse, o porte, a
comercialização e o uso ilegal de armas de fogo. A legislação brasileira é rigorosa nesse
aspecto, visando controlar e reduzir a violência associada ao uso de armas.
Aqui estão as principais noções sobre crimes relacionados a armas de fogo:
8.1 Crimes Relacionados a Armas de Fogo
Crimes relacionados a armas de fogo incluem a posse, o porte, a fabricação, a venda
e o uso ilegal de armas. Esses crimes são regulados por diversas leis que visam controlar a
circulação e o uso de armamentos.
8.1.1 Estatuto do Desarmamento
A principal legislação que trata dos crimes relacionados a armas de fogo é o
Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003). Essa lei regula a posse, o porte, a fabricação
e a comercialização de armas de fogo e munições.
8.1.1.1 Aspectos Principais
- Art. 12: Define crimes relacionados à posse ilegal de armas. Inclui a posse de
arma de fogo sem autorização ou em desacordo com a legislação. A pena é de 1 a 3 anos de
reclusão, e a multa pode ser aplicada.
- Art. 13: Trata do porte ilegal de armas. A pena é de 2 a 4 anos de reclusão,
além de multa, se a pessoa for encontrada com uma arma de fogo em público sem autorização
legal.
- Art. 14: Define penalidades para quem usa armas de fogo de forma imprópria,
como em brigas ou em situações não autorizadas. A pena pode variar conforme a gravidade do
ato.
- Art. 15: Aborda a fabricação, a comercialização e a importação ilegal de armas
de fogo. A pena para quem fabrica ou vende armas de forma ilegal é de 3 a 6 anos de reclusão,
além de multa.
- Art. 16: Define crimes relacionados ao tráfico de armas e munições. A pena
pode ser de 4 a 8 anos de reclusão e multa.
- Art. 17: Prevê penas para quem possui ou usa armas de forma irregular,
especialmente se envolver munição de uso restrito.
O Código Penal Brasileiro também trata de crimes relacionados ao uso de armas
de fogo em vários contextos, incluindo:
- Art. 121: Homicídio qualificado por uso de arma de fogo.
- Art. 129: Lesão corporal causada com arma de fogo.
8.2 Exemplos de Crimes Relacionados a Armas de Fogo
- Posse Ilegal de Arma: Ter uma arma de fogo em casa sem a devida autorização
ou registro.
- Porte Ilegal de Arma: Transportar uma arma de fogo sem licença em um veículo
ou em público.
- Comércio Ilegal de Armas: Vender ou distribuir armas de fogo sem autorização
legal.
- Uso Indevido de Arma: Utilizar uma arma em uma briga ou ameaça não
autorizada.
CRAF (Certificado de Registro de Arma de Fogo)
9. CRIMES RELACIONADOS A CRIANÇAS E ADOLESCENTES
O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) , instituído pela Lei nº 8.069 de
13 de julho de 1990, é um marco legal fundamental para a proteção dos direitos de crianças e
adolescentes no Brasil. O ECA define e regula a proteção integral e prioritária desses menores,
estabelecendo normas e medidas específicas para garantir seu bem-estar e desenvolvimento.
Aqui estão as principais noções sobre crimes previstos no ECA:
9.1 Noções de Crimes no ECA
Os crimes relacionados ao ECA envolvem infrações contra os direitos de crianças
e adolescentes, que podem incluir abuso, exploração, negligência, e outras formas de violência
e exploração.
9.2 Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990)
O ECA define e penaliza uma série de comportamentos que comprometem o bem-
estar e os direitos de crianças e adolescentes.
9.2.1 Aspectos Principais
- Art. 17: Tipifica como crime a exploração do trabalho infantil. A legislação
proíbe o trabalho de crianças e adolescentes em condições que possam comprometer sua saúde,
segurança e desenvolvimento.
- Art. 18: Define penalidades para quem praticar atos de abuso, crueldade ou
violência física ou psicológica contra crianças e adolescentes. Isso inclui qualquer forma de
violência ou abuso em ambientes familiares ou institucionais.
- Art. 19: Estabelece penalidades para a negligência e o abandono de crianças e
adolescentes pelos pais ou responsáveis. A omissão dos responsáveis que comprometa o
desenvolvimento e a segurança dos menores é considerada crime.
- Art. 232: Define como crime a utilização de crianças e adolescentes em
atividades de prostituição ou pornografia. Penaliza com reclusão aqueles que exploram ou
permitem a exploração sexual de menores.
- Art. 243: Tipifica como crime a violência sexual contra crianças e adolescentes,
incluindo abusos e estupros. A pena para esse tipo de crime é severa e pode variar conforme a
gravidade do ato.
- Art. 244-B: Define crimes relacionados ao tráfico de drogas envolvendo
crianças e adolescentes, considerando a venda ou a utilização de menores para o tráfico.
Além do ECA, o Código Penal Brasileiro também trata de crimes que podem
afetar crianças e adolescentes, como homicídio, lesão corporal e estupro, quando cometidos
contra menores.
9.3 Exemplos de Crimes no ECA
- Trabalho Infantil: Uma criança é forçada a trabalhar em condições perigosas,
como em uma fábrica ou em serviços domésticos.
- Abuso e Negligência: Pais que maltratam ou negligenciam as necessidades
básicas de seus filhos.
- Exploração Sexual: Crianças e adolescentes sendo usados para prostituição ou
pornografia.
- Tráfico de Drogas: Menores sendo utilizados no tráfico de drogas ou envolvidos
em atividades criminosas.
10. NOÇÕES DE CRIMES CONTRA IDOSOS
Os crimes contra idosos envolvem infrações que visam ou afetam negativamente a
pessoa idosa, muitas vezes devido à sua vulnerabilidade. A legislação brasileira oferece
proteção especial para os idosos, reconhecendo sua fragilidade e a necessidade de medidas
específicas para garantir sua segurança e dignidade.
Aqui estão as principais noções sobre crimes contra idosos:
10.1 Crimes Contra Idosos
Crimes contra idosos referem-se a infrações que exploram, abusam ou prejudicam
pessoas com 60 anos ou mais. Esses crimes podem incluir violência física, psicológica,
financeira, negligência e abuso.
10.2 Estatuto do Idoso
O Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003) é a principal legislação que protege os
direitos dos idosos e define crimes e penalidades específicas para situações que envolvem a
exploração ou o abuso de pessoas idosas.
10.2.1 Aspectos Principais
- Art. 3º: Estabelece que é direito do idoso a proteção contra qualquer forma de
violência, abuso ou negligência.
- Art. 4º: Define que qualquer forma de violência física, psicológica, financeira,
negligência ou qualquer outra forma de abuso é considerada crime.
- Art. 98: Trata da violência física, psicológica e sexual contra idosos. A
legislação prevê penas que incluem reclusão e multa, além de medidas protetivas.
- Art. 99: Tipifica como crime a exploração econômica do idoso, como quando
um idoso é forçado a entregar sua pensão ou bens para terceiros.
- Art. 100: Define penalidades para a omissão ou negligência de cuidadores e
familiares que resultem em dano ao idoso. A omissão em fornecer cuidados essenciais é
considerada crime.
- Art. 102: Estabelece que é crime a apropriação indébita de bens do idoso, como
quando alguém usa indevidamente recursos financeiros pertencentes a um idoso.
- Art. 104: Trata da violência institucional contra idosos, como quando
instituições que deveriam cuidar dos idosos não fornecem o tratamento adequado.
O Código Penal Brasileiro também aborda crimes que podem afetar idosos, como:
- Art. 121: Homicídio qualificado, que pode incluir o assassinato de um idoso.
- Art. 129: Lesão corporal, que pode ocorrer quando um idoso é agredido.
10.3 Exemplos de Crimes Contra Idosos
- Violência Física: Agressão física a um idoso, como espancamento ou maus-
tratos.
- Abuso Psicológico: Ameaças, humilhações ou manipulação emocional que
cause sofrimento psicológico ao idoso.
- Negligência: Falta de cuidado e atenção às necessidades básicas do idoso, como
alimentação, saúde e higiene.
- Exploração Financeira: Apropriação indevida de recursos financeiros do idoso,
como roubo de pensão ou bens.
- Violência Sexual: Abuso sexual contra um idoso, envolvendo atos de natureza
sexual.
11. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Os crimes contra a administração pública envolvem infrações que afetam a
integridade, a eficiência e a legalidade das ações e operações dos órgãos e servidores públicos.
Esses crimes comprometem o funcionamento adequado das instituições e a confiança pública.
No Brasil, a legislação estabelece normas e penalidades específicas para esses crimes.
Aqui estão as principais noções sobre crimes contra a administração pública:
11.1 Crimes Contra a Administração Pública
Crimes contra a administração pública referem-se a condutas que violam a
legislação e prejudicam a administração pública, podendo incluir corrupção, desvio de
recursos, abuso de poder, fraude e outros comportamentos ilícitos que comprometem o
funcionamento dos órgãos governamentais.
O Código Penal Brasileiro trata de diversos crimes contra a administração pública:
- Art. 312: Corrupção Passiva - O servidor público que, em razão de sua
função, solicita, recebe ou aceita promessa de vantagem indevida. Pena de reclusão de 2 a 12
anos, além de multa.
- Art. 313: Corrupção Ativa - O particular que oferece ou promete vantagem
indevida a servidor público para que este pratique, omita ou retarde ato de ofício. Pena de
reclusão de 2 a 12 anos, além de multa.
- Art. 316: Prevaricação - O servidor público que deixa de praticar um ato de
ofício que é seu dever fazer, com intenção de satisfazer interesse pessoal ou de terceiros. Pena
de reclusão de 6 meses a 2 anos, além de multa.
- Art. 317: Excesso de Exação - O servidor público que exige ou recebe tributo
ou contribuição social além do que é devido. Pena de reclusão de 3 a 6 anos, além de multa.
- Art. 318: Concursos e Licitações Fraudulentos - O servidor ou particular que
frauda processos de licitação ou concursos públicos. Pena de reclusão de 3 a 6 anos, além de
multa.
- Art. 319: Desvio de Verbas Públicas - O servidor público que desvia verbas
ou bens públicos. Pena de reclusão de 3 a 6 anos, além de multa.
- Art. 332: Abuso de Autoridade - O servidor público que usa seu cargo para
realizar atos que causam injusto ou dano a terceiros. Pena de detenção de 6 meses a 2 anos.
11.2 Lei de Improbidade Administrativa
A Lei nº 8.429/1992 trata da improbidade administrativa e estabelece penalidades
para atos que causem dano ao erário, violem princípios da administração pública, ou resultem
em enriquecimento ilícito.
11.2.1 Aspectos Principais
- Art. 9º: Define atos que importam em enriquecimento ilícito, como a
apropriação de bens públicos. As penas incluem perda dos bens, suspensão dos direitos
políticos e multa.
- Art. 10º: Trata de atos que causam dano ao erário, como fraude em contratos e
desvio de recursos públicos. As penas incluem ressarcimento ao erário e perda de cargos.
- Art. 11º: Estabelece penalidades para atos que violam os princípios da
administração pública, como corrupção e abuso de poder. As sanções incluem suspensão dos
direitos políticos e multa.
11.3 Lei Anticorrupção
A Lei nº 12.846/2013 trata da responsabilidade administrativa e civil de pessoas
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública.
11.3.1 Aspectos Principais
- Art. 5º: Define que as empresas podem ser responsabilizadas por atos de
corrupção, como pagamento de suborno a funcionários públicos. As sanções incluem multas,
suspensão e até mesmo a dissolução da empresa.
- Art. 7º: Estabelece medidas de compliance e programas de integridade para
prevenção de atos de corrupção.
11.4 Exemplos de Crimes Contra a Administração Pública
- Corrupção: Um servidor público recebe propina para favorecer uma empresa
em um contrato.
- Desvio de Verbas: Um gestor desvia fundos destinados a projetos públicos para
uso pessoal.
- Fraude em Licitações: Uma empresa faz um conluio com servidores para vencer
uma licitação de forma fraudulenta.
- Abuso de Poder: Um policial usa sua posição para realizar prisões arbitrárias e
ilegais.
12. ABUSO DE AUTORIDADE
A Lei de Abuso de Autoridade, sancionada pela Lei nº 13.869, de 5 de setembro
de 2019, trata dos crimes de abuso de autoridade cometidos por servidores públicos no
exercício de suas funções. Essa legislação estabelece penalidades para abusos e excessos por
parte de autoridades, garantindo a proteção dos direitos fundamentais e a legalidade no
exercício do poder público.
Aqui estão as principais noções sobre a Lei de Abuso de Autoridade:
12.1 Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº 13.869/2019)
A Lei de Abuso de Autoridade define e pune condutas abusivas cometidas por
autoridades públicas, como policiais, juízes, promotores e outros servidores, que agem fora dos
limites legais de suas funções ou de maneira desproporcional.
12.1.1 Aspectos Principais
Capítulo I: Disposições Gerais
- Art. 1º: Define a Lei como aplicável aos abusos cometidos por autoridades
públicas no exercício de suas funções, sendo vedado o uso de poder de forma abusiva, mesmo
que em situações excepcionais.
Capítulo II: Crimes de Abuso de Autoridade
- Art. 2º: Estabelece como crimes de abuso de autoridade atos praticados por
autoridades que, no exercício de suas funções, violam a lei ou os direitos de indivíduos, como
detenções ilegais, tortura, e outras formas de abuso.
Exemplos de Crimes:
- Art. 3º: Abuso de poder que resulte em prisão ou detenção ilegal.
- Art. 4º: Condenação de pessoas sem provas suficientes.
- Art. 5º: Tortura ou tratamento desumano de presos.
- Art. 6º: Interferência indevida na privacidade, como escuta clandestina.
- Art. 7º: Uso excessivo de força por agentes de segurança.
Capítulo III: Procedimentos e Penas
- Art. 8º: Define que os crimes de abuso de autoridade serão apurados por meio
de inquérito policial ou investigação conduzida pelo Ministério Público. Estabelece também
que a pena pode variar conforme a gravidade do abuso.
- Art. 9º: As penas podem incluir reclusão, detenção, multa, além de perda de
cargo e direitos políticos para os servidores públicos condenados por abuso de autoridade.
- Art. 10º: Prevê a possibilidade de responsabilização civil e administrativa para
as autoridades que cometem abuso.
Capítulo IV: Disposições Finais
- Art. 11º: Estabelece a obrigatoriedade de treinamento e capacitação para
servidores públicos sobre direitos humanos e limites do poder público.
- Art. 12º: Define a vigência da Lei e a aplicabilidade de normas gerais sobre
crimes e penas.
12.2 Exemplos de Abuso de Autoridade
- Prisão Ilegal: Um policial prende um indivíduo sem justificativa legal ou sem
ordem judicial.
- Uso Excessivo de Força: Um agente de segurança usa força desproporcional
durante uma abordagem.
- Interferência Indevida: Um juiz realiza escuta telefônica sem autorização legal.
- Tortura: Um servidor aplica tortura física ou psicológica a um detido.
13. CRIMES CONTRA VIDA
Os crimes contra a vida envolvem infrações que resultam na morte ou ameaçam a
vida de uma pessoa. No Brasil, o Código Penal Brasileiro é a principal legislação que define e
penaliza esses crimes. Abaixo estão as principais categorias e aspectos dos crimes contra a
vida.
13.1 Crimes Contra a Vida
Os crimes contra a vida abrangem ações que causam ou colocam em risco a vida
de uma pessoa, resultando em homicídio, lesão corporal grave ou outras formas de violência.
O Código Penal Brasileiro trata dos crimes contra a vida em diversos artigos,
principalmente nos seguintes:
Homicídio:
- Art. 121: Homicídio Simples - Matar alguém. Pena de reclusão de 6 a 20
anos.
- Art. 121, § 1º: Homicídio Qualificado - Quando o homicídio é praticado com
circunstâncias qualificadoras, como motivo torpe, cruel, ou para assegurar a impunidade de
outro crime. Pena de reclusão de 12 a 30 anos.
- Art. 121, § 2º: Homicídio Culposo - Quando a morte resulta de negligência,
imprudência ou imperícia, sem intenção de matar. Pena de reclusão de 1 a 3 anos.
Infanticídio:
- Art. 123: Infanticídio - Matar o próprio filho durante o parto ou logo após,
em estado de perturbação mental. Pena de reclusão de 2 a 6 anos.
Abortamento:
- Art. 124 a 128: Aborto - A legislação trata do aborto realizado de forma
ilegal, considerando a vida do feto e os direitos da gestante. As penas variam de reclusão de 1
a 10 anos, dependendo das circunstâncias.
Lesão Corporal:
- Art. 129: Lesão Corporal - Ofensa à integridade corporal ou à saúde de outra
pessoa. Pode ser classificada em diversas categorias, como:
- Lesão Corporal Leve: Pena de detenção de 3 meses a 1 ano.
- Lesão Corporal Grave: Quando a ofensa resulta em perigo de vida, debilidade
permanente de membro, ou outro dano significativo. Pena de reclusão de 1 a 5 anos.
- Lesão Corporal Gravíssima: Se resulta em perigo de vida, invalidez
permanente, ou redução significativa da capacidade para o trabalho. Pena de reclusão de 2 a 8
anos.
13.2 Exemplos de Crimes Contra a Vida
- Homicídio Simples: Um indivíduo mata outra pessoa sem circunstâncias
agravantes ou atenuantes.
- Homicídio Qualificado: Um crime premeditado, cometido com crueldade, ou
para ocultar outro crime.
- Infanticídio: Uma mãe mata seu filho logo após o parto em um estado de
perturbação mental.
- Lesão Corporal Grave: Um agressor causa ferimentos que resultam em perigo
de vida ou debilidade permanente.
- Lesão Corporal Gravíssima: Uma pessoa é agredida de forma que resulta em
invalidez permanente ou redução significativa da capacidade para o trabalho.
14. CRIMES DE LESÃO CORPORAL
Os crimes de lesão corporal envolvem ofensas à integridade física e à saúde de uma
pessoa. A legislação brasileira, através do Código Penal, classifica e define as diferentes formas
de lesão corporal, estipulando as penalidades correspondentes para cada tipo.
Lesão corporal é toda ofensa à integridade física ou à saúde de uma pessoa, que
pode variar desde uma agressão leve até uma ofensa grave que cause danos permanentes ou
comprometa a vida.
O Código Penal Brasileiro, em seus artigos 129 a 135, trata das lesões corporais:
Art. 129: Lesão Corporal
- Lesão Corporal Leve: Ofensas que não causam grandes prejuízos à saúde ou à
integridade física. Pena de detenção de 3 meses a 1 ano.
- Lesão Corporal Grave: Quando a lesão resulta em perigo de vida, debilidade
permanente de membro, ou outro dano significativo à saúde. Pena de reclusão de 1 a 5 anos.
- Lesão Corporal Gravíssima: Se resulta em perigo de vida, invalidez permanente,
ou redução significativa da capacidade para o trabalho. Pena de reclusão de 2 a 8 anos.
Art. 130: Lesão Corporal de Natureza Grave
Define as lesões que se enquadram como graves, considerando a intensidade e a
consequência dos danos causados.
Art. 131: Lesão Corporal Gravíssima
Estabelece os critérios para lesões que resultam em consequências extremamente
graves, como invalidez permanente ou grande redução da capacidade de trabalho.
Art. 132: Lesão Corporal Culposa
Quando a lesão é causada por negligência, imprudência ou imperícia, sem intenção
de causar dano. Pena de detenção de 6 meses a 2 anos.
Art. 133: Lesão Corporal no Contexto da Violência Doméstica
Define agravantes para lesões corporais quando cometidas no contexto de violência
doméstica e familiar contra a mulher, aumentando as penas e medidas protetivas.
14.1 Outras Leis Relacionadas
- Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006): Oferece proteção especial para vítimas
de violência doméstica, incluindo lesões corporais, e estabelece penas mais severas e medidas
protetivas para a vítima.
14.2 Exemplos de Crimes de Lesão Corporal
- Lesão Corporal Leve: Uma pessoa é agredida com um soco, resultando em
hematomas leves.
- Lesão Corporal Grave: Uma pessoa sofre fraturas ou danos graves que exigem
tratamento médico prolongado.
- Lesão Corporal Gravíssima: Um ataque resulta em invalidez permanente ou
redução significativa da capacidade de trabalho.
- Lesão Corporal Culposa: Um acidente causado por negligência resulta em
ferimentos a outra pessoa.
15. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
Os crimes contra o patrimônio envolvem infrações que resultam na destruição,
roubo ou dano a bens materiais. No Brasil, esses crimes são abordados principalmente pelo
Código Penal, que classifica e define as penalidades para cada tipo de crime contra o
patrimônio.
Aqui estão as principais categorias e aspectos dos crimes contra o patrimônio:
15.1 Crimes Contra o Patrimônio
Os crimes contra o patrimônio envolvem atos que prejudicam a posse, a
propriedade, a utilização ou o valor de bens materiais. Esses crimes podem incluir roubo, furto,
extorsão e dano.
O Código Penal Brasileiro trata de diversos crimes contra o patrimônio nos
seguintes artigos:
Furto:
- Art. 155: Furto Simples - Subtração de coisa alheia móvel sem consentimento
do proprietário. Pena de reclusão de 1 a 4 anos, além de multa.
- Art. 155, § 4º: Furto Qualificado - Quando o furto é praticado com
circunstâncias que agravam o crime, como com escalada, arrombamento, ou se é cometido com
o uso de violência. Pena de reclusão de 2 a 8 anos, além de multa.
Roubo:
- Art. 157: Roubo Simples - Subtração de coisa alheia móvel com violência
ou grave ameaça. Pena de reclusão de 4 a 10 anos, além de multa.
- Art. 157, § 2º: Roubo Qualificado - Quando o roubo é cometido com
circunstâncias qualificadoras, como emprego de arma de fogo ou por concurso de pessoas.
Pena de reclusão de 7 a 15 anos, além de multa.
Extorsão:
- Art. 158: Extorsão - Obtenção de vantagem econômica mediante violência
ou grave ameaça. Pena de reclusão de 4 a 10 anos, além de multa.
- Art. 159: Extorsão Mediante Sequestro - Extorsão realizada com o sequestro
da vítima. Pena de reclusão de 8 a 15 anos, além de multa.
Dano:
- Art. 163: Dano Simples - Destruição, inutilização ou deterioração de coisa
alheia. Pena de detenção de 1 a 6 meses, ou multa.
- Art. 164: Dano Qualificado - Quando o dano é praticado com intenção de
prejudicar o patrimônio de alguém ou causar um dano relevante. Pena de reclusão de 1 a 3
anos.
Apropriação Indébita:
- Art. 168: Apropriação Indébita - Quando alguém se apropria de bem que
recebeu em custódia ou de boa-fé, com intenção de não devolvê-lo. Pena de reclusão de 1 a 4
anos, além de multa.
Estelionato:
- Art. 171: Estelionato - Obtenção de vantagem ilícita mediante fraude, como
enganar alguém para obter dinheiro ou bens. Pena de reclusão de 1 a 5 anos, além de multa.
Fraude em Certame Público:
- Art. 296 a 302: Trata da fraude em concursos públicos e processos seletivos,
com penalidades variando conforme a gravidade da fraude.
15.2 Exemplos de Crimes Contra o Patrimônio
- Furto Simples: Uma pessoa rouba um celular de uma loja sem violência.
- Roubo Qualificado: Um assaltante usa uma arma para roubar um banco.
- Extorsão: Alguém ameaça outra pessoa para obter dinheiro ou bens.
- Dano: Alguém picha uma parede de um prédio público.
- Apropriação Indébita: Um funcionário de uma empresa se apropria de um
equipamento que deveria devolver.
- Estelionato: Alguém engana outra pessoa vendendo um produto falso ou
inexistente.
16. CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Os crimes contra a dignidade sexual envolvem infrações que violam a integridade
e o respeito à sexualidade e à intimidade de uma pessoa. No Brasil, esses crimes estão previstos
no Código Penal e em legislações específicas, como a Lei Maria da Penha. Eles abrangem
desde atos de violência sexual até crimes relacionados à exploração sexual e pornografia.
Aqui estão as principais categorias e aspectos dos crimes contra a dignidade sexual:
16.1 Crimes Contra a Dignidade Sexual
Os crimes contra a dignidade sexual incluem qualquer ato que viole o respeito, a
integridade e a liberdade sexual de uma pessoa. Eles englobam desde o estupro até o assédio
sexual e a exploração sexual.
O Código Penal Brasileiro trata dos crimes contra a dignidade sexual nos
seguintes artigos:
Estupro:
- Art. 213: Estupro - Ter relações sexuais ou realizar outro ato libidinoso com
alguém mediante violência ou grave ameaça. Pena de reclusão de 6 a 10 anos. Se a vítima for
menor de 14 anos, a pena é de 8 a 12 anos.
Violação Sexual mediante Fraude:
- Art. 215: Violação Sexual Mediante Fraude - Ter relações sexuais ou realizar
ato libidinoso com alguém utilizando-se de fraude para obter o consentimento. Pena de reclusão
de 1 a 4 anos.
Assédio Sexual:
- Art. 216-A: Assédio Sexual - Constranger alguém, com intuito de obter
vantagem ou favorecimento sexual, através de propostas, atos ou comportamentos. Pena de
reclusão de 1 a 2 anos.
Atentado Violento ao Pudor:
- Art. 214: Atentado Violento ao Pudor (revogado, mas ainda relevante para
casos anteriores) - Antes da revisão do Código Penal, este artigo definia atos libidinosos contra
a vontade da vítima. Atualmente, é substituído pelo estupro e outros crimes relacionados.
Exploração Sexual:
- Art. 218-B: Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes - Promover ou
facilitar a exploração sexual de menores de idade. Pena de reclusão de 4 a 8 anos.
Pornografia Infantil:
- Art. 241-B: Produção, Distribuição e Exibição de Pornografia Infantil -
Produzir, divulgar ou possuir material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes. Pena
de reclusão de 3 a 6 anos.
Coação Sexual:
- Art. 219: Coação Sexual - Coagir alguém a manter relações sexuais ou
realizar atos libidinosos, sem utilizar violência física direta, mas através de ameaças e
manipulações. Pena de reclusão de 2 a 4 anos.
Lei Maria da Penha
- Lei nº 11.340/2006: Trata da violência doméstica e familiar contra a mulher,
incluindo crimes de violência sexual no contexto doméstico. Estabelece medidas protetivas e
penas mais severas para garantir a proteção das vítimas.
16.2 Exemplos de Crimes Contra a Dignidade Sexual
- Estupro: Um indivíduo força outro a manter relações sexuais sem consentimento.
- Violação Sexual Mediante Fraude: Alguém engana outra pessoa para obter
consentimento para um ato sexual.
- Assédio Sexual: Um chefe faz propostas sexuais indesejadas a um subordinado
em troca de favores no trabalho.
- Exploração Sexual de Menores: Um adulto utiliza uma criança para atos sexuais
ou pornográficos.
- Pornografia Infantil: Produção e distribuição de vídeos ou imagens envolvendo
crianças em atos sexuais.
REFERÊNCIAS
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de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, e dá outras providências. Presidência da República
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1989. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7716.htm. Acesso em: 27
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______. Lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997. Altera os arts. 1º e 20 da Lei nº 7.716, de 5 de
janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, e
acrescenta parágrafo ao art. 140 do Decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940.
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7 de dezembro de 1940 - Código Penal, para prever o feminicídio como circunstância
qualificadora do crime de homicídio, e o art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, para
incluir o feminicídio no rol dos crimes hediondos. Presidência da República Casa Civil:
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23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para dispor sobre crimes cometidos
na direção de veículos automotores. Presidência da República Casa Civil: Subchefia para
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comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm,
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Adolescente e dá outras providências. Presidência da República Casa Civil: Subchefia para
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dá outras providências. Presidência da República Casa Civil: Subchefia para Assuntos
Jurídicos, 2003. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm.
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da prática de atos de improbidade administrativa, de que trata o § 4º do art. 37 da
Constituição Federal; e dá outras providências. Presidência da República Casa Civil:
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______. Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013. Dispõe sobre a responsabilização
administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública,
nacional ou estrangeira, e dá outras providências. Presidência da República Casa Civil:
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autoridade; altera a Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989, a Lei nº 9.296, de 24 de julho
de 1996, a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, e a Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994; e
revoga a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, e dispositivos do Decreto-Lei nº 2.848, de
7 de dezembro de 1940 (Código Penal). Presidência da República Casa Civil: Subchefia para
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doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal,
da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres
e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher;
dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher;
altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras
providências. Presidência da República Casa Civil: Subchefia para Assuntos Jurídicos, 2006.
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______. Lei nº 12.015, de 7 de agosto de 2009. Altera o Título VI da Parte Especial do
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, e o art. 1o da Lei no 8.072,
de 25 de julho de 1990, que dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do inciso XLIII do
art. 5o da Constituição Federal e revoga a Lei no 2.252, de 1o de julho de 1954, que trata de
corrupção de menores. Presidência da República Casa Civil: Subchefia para Assuntos
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