0% acharam este documento útil (0 voto)
19 visualizações2 páginas

Origem Da Família

O documento analisa as contribuições de Engels e Morgan sobre a organização social dos iroqueses, destacando a matrilinearidade e a crítica à monogamia burguesa. Também discute a influência de outros antropólogos e as refutações às teorias de Bachofen sobre a primazia feminina na sociedade. Além disso, reflete sobre a evolução do patriarcado e a representação feminina na cultura contemporânea.

Enviado por

thiago.leonel
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato ODT, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
19 visualizações2 páginas

Origem Da Família

O documento analisa as contribuições de Engels e Morgan sobre a organização social dos iroqueses, destacando a matrilinearidade e a crítica à monogamia burguesa. Também discute a influência de outros antropólogos e as refutações às teorias de Bachofen sobre a primazia feminina na sociedade. Além disso, reflete sobre a evolução do patriarcado e a representação feminina na cultura contemporânea.

Enviado por

thiago.leonel
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato ODT, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 2

Tópicos:

Engels considera estudos de Morgam sobre os iroqueses e extrai dos estudos elementos de produção
e sociabilidade comunistas que seriam posteriormente perdidos quando da estruturação da
civilização marcada pela dominação e exploração. Também releva uma característica de
organização matriarcal.
Pag. 17/330, versão pdf em HD.

Anotações:
É possível anotar o erro histórico de Engels quando trata da monogamia burguesa, uma vez que a
prática da monogamia surge premente já no Judaísmo, com mais de 4mil anos de história, se
mantém relevante no Cristianismo e no Islamismo, podendo ser apresentado como valor abraâmico
e que antecede sobremaneira o surgimento da burquesia.
Pode-se anotar também que no contexto oriental a monogamia se apresenta como um valor de
respeito entre marido e mulher e na importância da família e da proteção da herança. O origem do
aparecimento desse valor está presente no Confucionismo chinês e no xintoísmo japonês, logo resta
patente que paradoxalmente à vontade humana de entrega ao hedonismo, socialmente se reconhece
virtuosa a prática monogâmica, logo ela não está longe de ser um invenção burguesa, mas surge
naturalmente fundamentada nas relações de afeto da família.
Pag 18/330

Acerca da base de referência de Marx e Engels nos trabalhos do antropólogo Lewis Morgan para
apresentar a evolução da civilização humana segundo sua organização de produção material,
sobretudo nos estudos sobre os iroqueses, pode-se registrar trabalhos análogos feitos por Margaret
Mead na Oceania e Claude Lévi-Straus na América Latina, incluindo Brasil. Deverá ser objeto de
pesquisa posterior as convergências e divergências entre esses estudos, vale citar também os
trabalhos de Gregory Bateson na Indonésia e Ruth Benedict no Japão.
De forma complementar acerca do tratametno que dá à teoria da família Engels opera a partir das
publicações do suíço Johann Jakob Bachofen, antropólogo que teoriza sobre as questões de gênero,
família e mitologia. Esse defende inclusive que na origem as sociedades teriam sido dominadas por
estruturas matrilineares e matrilocais em contraste com a organização patriarcal posterior e
dominante em sua época. Obra: O direito materno. Vale considerar que Bachofen foi refutado pelo
fundador da sociologia Émile Durkheim que questionou a validade de suas generalizações sobre a
organização social com base em mitos e rituais, também fora confontrado pelo britânico James
Frazer, autor de O Ramo de Ouro. Também fora refutado pelas etnólogos(as) Franz Boas, Ruth
Benedict e Margaret Mead a partir de seus trabalhos no Japão e Oceania.
Pag 28/330.

Na pág 31, Engels insere sua fundamentação em Bachofen acerca da primazia da mulher na
organização social a partir de uma cultura de poliandria em que a descendência só era possível de
ser verificada pela mulher. Deduz ainda que a transição para monogamia e patriarcado são
originários na mudança das condições materiais de vida projetando na religião a prescrição dessa
nova moralidade. Aqui ele alude à ideia de estrutura, meios de produção, e superestrutura
cultura/religião, corolários do marxismo.

Engels faz deduções muito frágeis ao defender o evento da poliandria e da exogenia(homens que
para se casarem buscavam mulheres em outras tribos). A partir dos trabalhos de McLennan que
registrou tribos selvagens e bárbaras que praticavam a exogenia e a poliandria, partiu a fundamentar
sem registros factuais ou históricos que essas práticas se davam em razão das mortes perpetradas
contra nacidas mulheres e conseguente acumulação de mais homens que mulheres ao que ele por
simples dedução aduziu que as mulheres teriam vários maridos a fim de produzir paridade de
direitos entre os homens das tribos.
35/330
Também é importante anotar que as observações da polisandria ocorreu apenas nos povos magares
da Índia e que sem justificativa o McLennan extrapolou pra uma prática primitiva generalizada.
Insatisfeitos com os registros maritais de MacLennan, Engels relata que embora aquele pesquisador
só registrara 3 tipos de casamentos, sendo a poliandria, a poliginia e a monogamia, trabalhos
posteriores “provaram” [Lubbock – A origem da civilização, 1870], formas de casamentos em que
grupos de mulheres e grupos de homens tinham casamentos grupais. Ocorre uma disputa científica
entre Morgan e Lubbock e McLennan em que Engels assume posição de advogado daqueles que
defendem o casamento grupal atacando os fundamentos da argumentação de McLennan acerca da
poliandria/poliginia em contraposição às extrapolações dos outros que propõe a sociedade da
devassidão. Esses comunistas safados.
Pag 35-41.

Desconsiderando a pletora de obras literárias desde os tempos do surgimento da escrita, escritas


religiosas milenares do judaísmo e do confucionismo e da observação concreta da natureza
biológica dos homens e até dos animais, Engels faz um esforço intelectual hercúleo e a meu ver
fraudulento para, a partir de 2 antropólogos, Lubbok e Morgan, asseverar comprovado que o
homem se organizou primativamente numa lógica organizacional social fundamentada no
casamento grupal. [Obra: Sociedade Antiga] – Morgan.

Reflexões:

Terá permitido Deus, após a queda do homem no éden, nos imiscuirmos com os hominídeos
primitivos criados por Ele a fim de nos proteger dos efeitos da consanguinidade.
Pag 27/330.

Na pág 31 observa-se que Engels argumenta a partir da obra de Ésquilo Oresteia acerca da
derrocada do direito materno e ascenção do direito paterno e início do patriarcado a partir dos mitos
heróicos masculinos. Talvez, na engenharia social pós moderna do presente, haja no domínio da
produção cultural, sobretudo no cinema dentre as linhas de ação multifatoriais a construção de
histórias heróicas de símbolo feminino. A era heróica Grega teria sido responsável por derrubar o
Direito Materno no Oresteia, história de Orestes.

Você também pode gostar