COLÉGIO MARISTA CRICIÚMA
Disciplina: Itinerário Formativo Movimento, Matéria e Cultura
Série: Primeiro ano
Professor: Elton Mendes
1 INTRODUÇÃO AO LABORATÓRIO DE QUÍMICA
1.1 Normas de segurança
Embora os laboratórios de química ofereçam riscos em potencial, pode-se trabalhar
neles com segurança, desde que se use o bom senso, coerência atenção. Todas as pessoas
presentes em um laboratório devem ser responsáveis pela segurança de todos.
Os riscos oferecidos por um laboratório químico são devidos a vários fatores, entre
os quais, se pode citar a absorção cumulativa, pelo organismo, de pequenas quantidades de
substâncias presentes na atmosfera laboratorial (seja por inalação, absorção cutânea ou
ingestão), a contaminação em grande escala por acidentes com produtos químicos
(explosões, projeção de ácidos, entre outros) e a má utilização de materiais de vidro,
equipamentos elétricos e outros.
O procedimento correto no laboratório de química é condição principal para quem
pretende lidar com essa área. Uma pequena negligência pode causar sérios danos tanto na
integridade física da pessoa, quanto na manutenção do laboratório. Para se evitar tais
problemas é imprescindível o conhecimento das noções básicas de segurança.
O profissional que exerce funções nestes locais, seja de que natureza forem, deve
tomar consciência de que a atividade ali exercida deve ser precedida das orientações
necessárias para o diminuir ao máximo a possibilidade de acidentes.
1.1.1 Comportamento em laboratório
Para um bom andamento dos trabalhos no laboratório, leia com atenção as normas
enumeradas abaixo e siga-as durante as aulas. Os alunos que não acatarem as diretrizes do
professor serão impedidos de trabalhar no laboratório:
• É obrigatório o uso de equipamentos de proteção individual;
• Ter sempre presente que o laboratório é um lugar de trabalho sério;
consequentemente, toda e qualquer brincadeira é expressamente proibida;
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• Prepare-se para qualquer experiência, lendo as orientações antes de ir para o
laboratório; siga as instruções rigorosa e inteligentemente, anotando com cuidado
todas as precauções a tomar;
• Realizar somente as experiências após sua discussão com o professor e com os
colegas;
• Ao observar o cheiro de uma substância não coloque o rosto diretamente sobre o
frasco que a contém; abane com a mão por cima do frasco aberto, e desloque na
sua direção uma pequena quantidade de vapor para cheirar;
• Dar tempo suficiente para que um vidro quente se arrefeça; coloque-o sobre uma
tela de amianto, isto pode ser indicação que o material está aquecido; lembre-se
que um vidro quente tem a mesma aparência de um vidro frio;
• Considere todos os produtos químicos como perigosos, verificar o procedimento
para manuseio e descarte, toxidez e incompatibilidade dos produtos químicos a
serem usados;
• Verificar cuidadosamente o rótulo do frasco que contém um dado reagente, antes
de tirar dele qualquer porção do seu conteúdo; leia o rótulo duas vezes para se
certificar de que tem o frasco certo;
• Nunca pipete nenhum produto químico, fazendo sucção com a boca, diretamente:
para isso existem peras de borracha, pipetas automáticas e seringas descartáveis;
não vale a pena o risco;
• Trabalhe sempre com o avental abotoado, calçado fechado e óculos de segurança;
• Para os que possuem cabelos longos, estes deverão permanecer presos durante
todo o período da aula;
• Nunca leva as mãos aos olhos e à boca, quando estiver no laboratório – suas mãos
estarão contaminadas e poderá haver danos perceptíveis e imperceptíveis;
• Lave cuidadosamente as mãos, com bastante água e sabão, antes de qualquer
refeição. Adquira o hábito de lavar as mãos, em água corrente, várias vezes,
durante o trabalho de laboratório;
• É vetado o hábito de alimentar-se durante o trabalho de laboratório;
• Evite o uso de lentes de contato: os produtos químicos (vapores) podem danificá-la,
causando graves lesões nos olhos;
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• Rotule imediatamente qualquer reagente ou solução preparados e as amostras
coletadas; rapidamente você poderá não saber mais o que é o quê;
• Em geral, se ocorrer um derramamento de líquidos inflamáveis, produtos tóxicos ou
corrosivos, proceda da seguinte maneira: (a) interrompa o trabalho, (b) advirta as
pessoas próximas ao local sobre o ocorrido, (c) solicite ou realize a limpeza
imediatamente; (d) alerte o responsável pelo setor.
• Jogue lixo nos recipientes apropriados;
• No caso de diluições, adicione sempre o ácido na água e não a água no ácido;
• Não jogue nas pias líquidos corrosivos ou inflamáveis que não tenham sido
previamente tratados;
• Desenvolva o hábito de limpeza e da organização, base de toda a política de
segurança do laboratório.
1.2 EPI – Equipamentos de Proteção Individual
Os equipamentos de proteção individual devem ser adquiridos pelos acadêmicos.
Cabe ao professor instruí-lo da correta forma de utilização. São equipamentos de proteção
individual obrigatórios: jaleco, luvas, protetor ocular, protetor respiratório.
• Jaleco: recomendado para manuseio de substâncias químicas. Deve ser de algodão,
pois não reage com ácidos e bases e o processo de combustão é lento. Suas mangas
devem ser compridas, com fechamento preferencialmente em velcro, sendo
sempre utilizado fechado. Seu comprimento deve ir até os joelhos.
• Luvas: A eficiência das luvas é medida através de três parâmetros: degradação:
mudança em alguma das características físicas da luva; permeação, velocidade com
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que um produto químico permeia através da luva; e tempo de resistência: tempo
decorrido entre o contato inicial com o lado externo da luva e a ocorrência do
produto químico no seu interior. Nenhum material protege contra todos os
produtos químicos. Luvas de látex descartáveis são permeáveis a praticamente
todos os produtos químicos. Nesse caso, utiliza-se a luva nitrílica.
• Luvas de borracha butílica: bom para cetonas e ésteres, ruim para demais
solventes. Luvas de látex: bom para ácidos diluídos, péssimo para solventes
orgânicos. Luvas de neopropene: bom para ácidos e bases, peróxidos,
hidrocarbonetos, álcoois, fenóis e ruim para solventes halogenados e aromáticos.
Luvas de PVC: bom para ácidos e bases e ruim para a maioria dos solventes
orgânicos. Luvas de PVA: bom para solventes aromáticos e halogenados e ruim para
soluções aquosas. Luva nitrílica: bom para uma grande maioria de solventes
orgânicos, ácidos e bases. Luva de Viton: excepcional resistência a solventes
aromáticos e halogenados.
• Protetor facial/ocular: todos os que manipulam substâncias químicas devem utilizá-
lo principalmente em atividades onde houver probabilidade de respingos de
produtos químicos. Os óculos de segurança não devem distorcer a imagem e ser
resistente aos produtos manipulados. Devem ser confortáveis e de fácil limpeza e
conservação.
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• Protetor respiratório: A utilização de EPI para proteção respiratória deve ser
utilizada apenas quando as medidas de proteção coletiva não existem, não podem
ser implantadas ou são insuficientes. O uso de respiradores deve ser esporádico e
para operações não rotineiras. Deverão ser utilizados sempre que houver acidentes,
nas operações de limpeza e salvamento e em operações de limpeza de
almoxarifados de produtos químicos.
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2 VIDRARIAS E EQUIPAMENTOS DE LABORATÓRIO
Os diversos laboratórios utilizam-se de vários instrumentos denominados vidrarias.
As vidrarias são, em sua maioria, instrumentos de vidro cristal ou temperado, material inerte
a maioria das substâncias químicas.
Várias pessoas chamam, erroneamente, os vidros temperados de Pyrex, mas esta é
uma marca comercial que distribui tal tipo de vidro. Sem as vidrarias os laboratórios seriam
de pouca serventia, portanto é essencial ter um apanhado geral sobre os principais
instrumentos, sabendo para que servem e como utilizá-los. Entretanto, elas devem ser
tratadas cuidado, para evitar acidentes.
2.1 Vidrarias
Béquer: É de uso geral em laboratório. Serve para fazer reações entre soluções,
dissolver substâncias sólidas, efetuar reações de precipitação e aquecer líquidos. Pode ser
aquecido sobre uma tela de amianto.
Bureta: equipamento utilizado para realizar medidas volumétricas precisas. É
utilizada principalmente em análises quantitativas pelo método de titulação.
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Balão Volumétrico: utilizado para preparar soluções e possuem volume fixo.
Balão de fundo chato: utilizado como recipiente para conter líquidos ou soluções,
ou mesmo, fazer reações com desprendimento de gases. pode ser aquecido sobre o tripé
com tela de amianto.
Balão de fundo redondo: utilizado principalmente em sistemas de refluxo, acoplado
a uma coluna de destilação.
Funil de separação ou funil de bromo: utilizado para separação de líquidos
imiscíveis e na extração de líquido/liquido.
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Kitassato: utilizado em conjunto com o funil de Büchner em filtrações a vácuo.
Funil de haste longa: utilizado na filtração e para retenção de partículas sólidas.
Funil de Büchner: utilizado acoplado ao kitassato em filtrações a vácuo.
Erlenmeyer: utilizado em titulações e no aquecimento de amostras líquidas. Serve
para proceder dissoluções e reações entre soluções.
Vidro de relógio: peça em forma côncava, utilizada análises de evaporação ou ainda
para medir amostras sólidas sob a balança.
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Pipeta volumétrica: utilizada para medir e transferir alíquotas de líquidos. Vidraria
de alta precisão e, por isso, não pode ser aquecida.
Proveta: serve para medir e transferir volumes de líquidos.
Balão de destilação simples: utilizado em destilações simples acoplado a um
condensador.
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Tubo de ensaio: Empregado para fazer reações em pequena escala, principalmente
em testes de reação em geral. Pode ser aquecido com movimentos circulares e com cuidado
diretamente sob a chama.
Dessecador: utilizado para guardar substâncias em atmosferas de baixa umidade.
Condensador: utilizado em processos de destilação simples e fracionada. Tem por
objetivo condensar os líquidos separados devido a diferentes temperaturas de ebulição.
Bastão de vidro: serve para agitar e auxiliar na transferência de líquidos entre dois
recipientes.
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2.2 Outros Equipamentos
Almofariz e Pistilo: utilizado para triturar e pulverizar sólidos.
Cadinho: peça de porcelana ou platina utilizada para aquecimento de materiais em
alta temperatura.
Cápsula de porcelana: peça utilizada para evaporar líquido de soluções.
Papel filtro: tem por finalidade separar sólidos de líquidos. Utilizado tento em filtro
de haste longa como em um funil de Büchner.
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Pisseta ou frasco lavador: recipiente de plástico utilizado para armazenar água
destilada, álcool ou outro solvente.
Estante para tubos de ensaio: usada como suporte para os tubos de ensaio.
Placa de Petri: placa de vidro ou plástico utilizado em culturas de bactérias.
Suporte Universal: utilizado em sistemas de sustentação de vidrarias.
Anel ou argola: utilizado acoplado ao suporte universal para dar sustentação a um
funil.
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Garras: utilizado para prender vidrarias no suporte universal.
Pinça de madeira: usada para manipular o tubo de ensaio durante um
aquecimento.
Pinça metálica: utilizada para manipular objetos aquecidos.
Tripé: sustentáculo para efetuar aquecimentos de vidrarias com bico de Bunsen. É
utilizado em conjunto com a tela de amianto.
Tela de amianto: suporte para aquecimento de vidrarias. A função do amianto é
distribuir uniformemente o calor.
Balança digital: utilizado para medir a massa de substâncias químicas.
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Bico de Bunsen: é a fonte de aquecimento do laboratório. Deve ser utilizado longe
de substâncias inflamáveis. Pode ser substituído, em alguns casos, por mantas térmicas ou
chapas de aquecimentos.
Pipetador: utilizado para fazer a sucção de líquidos em pipetas.
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