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1 Aula de Cana 2024

O documento aborda a cultura da cana-de-açúcar, incluindo sua origem, importância histórica, características botânicas e produtos derivados. Discute também aspectos econômicos, sociais e ambientais relacionados à produção de açúcar e biocombustíveis no Brasil, além de detalhar a evolução genética e agronômica da cana. A cana-de-açúcar é apresentada como uma cultura vital para a economia brasileira, com implicações significativas em emprego, meio ambiente e desenvolvimento agrícola.

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1 Aula de Cana 2024

O documento aborda a cultura da cana-de-açúcar, incluindo sua origem, importância histórica, características botânicas e produtos derivados. Discute também aspectos econômicos, sociais e ambientais relacionados à produção de açúcar e biocombustíveis no Brasil, além de detalhar a evolução genética e agronômica da cana. A cana-de-açúcar é apresentada como uma cultura vital para a economia brasileira, com implicações significativas em emprego, meio ambiente e desenvolvimento agrícola.

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A CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR

O AÇÚCAR (FERREIRA GULLAR)


Primeira aula- Início de estudos teóricos envolvendo a cultura da
cana-de-açúcar

Objetivos
1. Apresentação da cultura (1001 utilidades, origem, importância
histórica da cultura, expansão e produção mundial);
2. Discutir aspectos econômicos, sociais e ambientais envolvendo a
cultura e o cenário produtivo nacional);
3. Discutir aspectos envolvendo especies de cana, evolução genética
e variedades cultivadas;
4. Apresentar aspectos sobre as características agronômicas da
cultura (Classificação botânica).
CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS

FAMÍLIA – Poaceae
GÊNERO – Saccharum L.

Saccharum spp
Alguns produtos

Categoria 1
-Açúcar cristal: Indústrias alimentícias de bebidas, massas, biscoitos
e confeitos.
-Açúcar refinado granulado: produtos farmacêuticos; confeitos;
xarope de alta transparência; mistura seca.
-Açúcar refinado amorfo: Consumo doméstico, bolos e confeitos,
caldas transparentes e incolores.
-Açúcar refinado Graçúcar: Preparo de glacês, suspiros, bolos,
chantilly, etc.
-Açúcar invertido: Frutas em caldas, sorvetes, balas e caramelos,
licores, geléias, biscoitos, bebidas.
-Açúcar mascavo: Açúcar bruto, sem refino.
-Açúcar demerara: Açúcar granulado. Usado em caldas, bolos,
caramelos, pudins, compotas e licores.
Categoria 2

-Álcool hidratado: Com 96% de álcool e 4% de água é usado como


combustível para veículos automotivos.
-Álcool anidro: Composto de 99,5% de álcool e 0,5% de água, é usado
como aditivo de combustíveis. No Brasil é misturado na proporção
de 20 a 25% na gasolina.
-Álcool bruto: Combustível e produção de álcoois extra fino e neutro.
-Álcool neutro: Indústrias alcooquímica, cosméticos, bebidas,
farmaceuticas e tintas e vernizes.
-Cachaça/rum: Bebida alcoólica também utilizada como ingrediente
na confecção de doces e salgados.
Categoria 3
- Biodiesel, etanol de segunda geração
- Geração de energia de baixo carbono (hidrogênio verde)
Categoria 4

-Rapadura: Pode ser considerado um açúcar bruto e sólido.


-Melado: Ponto obtido quando o caldo de cana é fervido e
engrossado, antes de cristalizar.
Categoria 5
Bagaço: Combustível para caldeira, produção de celulose,
alimentação de gado confinado e produção de álcool de celulose
(em estudos).
Torta de filtro: Resíduo da filtração do lodo na fabricação do açúcar e
álcool durante a purificação do caldo. Usado como fertilizante.
Vinhaça: Alimentação de animais, produção de proteínas, rações e
adubo.
Levedura seca: Ração animal.
Melaço: Produção de etanol, suplemento para forragens volumosas
para gado de corte, suplemento para alimentação de porcos e
cavalos, adubação orgânica, adubo foliar, cicratizar o pé de batata
após chuva de granizo, pulverização do milho, confecção de
molde na indústria de fundição, confecção de refratários
(revestimento de forno e na massa de tijolo na indústria cerâmica, dar
consistência à porcelana), fabricação de briquete em mineração
(bloco cilindro compacto), dar consistência ao papelão e à casquinha
de sorvete, em pneus, em velas para filtro de água, produção de
proteína, levedura para panificação e antibiótico.
HISTÓRIA E DOMESTICAÇÃO
- CENTRO DE ORIGEM – Melanésia (Oceania)
Região tropical - Extremo oeste do Oceano Pacífico e a nordeste
da Austrália.
- CENTROS DE DIVERSIDADE - Papua (Nova Guiné) e Java (Indonésia)
Domesticação como cultura agrícola

Nova Guiné - 6000 a.C. (mastigação ou caldo fervido: massa viçosa para o
transporte).

- Primeira produção conhecida de açúcar cristalino - Norte da Índia.

DISSEMINAÇÃO PELA ÁSIA - Século VIII (introdução de açúcar por


comerciantes árabes do Sul da Ásia em outras partes do Califado);

1. Pelos espanhóis - Dos campos nas Ilhas Canárias (Cristóvão


Colombo)
2. Pelos portugueses - Dos campos na ilha da Madeira.

DISSEMINAÇÃO PELA AMÉRICA – Inicialmente para a ilha de Hispaniola


(Haiti e República Dominicana)
Introdução da cana-de-açúcar em território brasileiro

Cultura com forte ligação com a história do desenvolvimento do


Brasil

PRIMEIRAS MUDAS – Início do século XVI (Ilha da Madeira)


CULTIVOS SIMULTÂNEOS

São Paulo e Pernambuco.

Primeiro engenho de açúcar


Multiplicação
Capitania de São Vicente.
do número de
engenhos
Capitanias de Pernambuco e Bahia
O setor sucroenergético brasileiro no contexto econômico, social
e ambiental

1. Contexto econômico
Fonte de matéria prima.

Geração de emprego
Cerca de 1 milhão de empregos;

Interesse internacional
1.1. A crise do petróleo e aspectos ambientais - Necessidade
emergente de fontes renováveis de energia;
1.2. Aumento mundial do consumo de açúcar;
1.3. Incentivo à indústria de veículos flexíveis.
2. Aspectos Sociais

2.1. Trabalho escravo (baixa remuneração);


2.2. Substituição da agricultura variada de pequenas propriedades
pela monocultura (Desenvolvimento através de latifúndios);
2.3. Modernização do cultivo e do corte (mecanização de toda cadeia);
2.4.Acentuação do êxodo rural;

Estado de São Paulo


- Legislação determinando a completa substituição do corte manual
pelo mecanizado até 2031;
- Abolição da queima em pré-corte (açúcar ético)
3. Contexto ambiental

3.1. Adoção de políticas de preservação ambiental que são exemplos


mundiais (Plantações obedecendo rigorosos padrões de preservação do
solo);
3.2. Matéria prima para biodiesel;
- Busca da redução da emissão de poluentes na atmosfera e da
dependência de combustíveis fósseis;
- 3.3. Expansão acelerada sobre vastas regiões (Desmatamento de
áreas de nascentes e mananciais; supressão de reservas de matas
restantes);
- 3.4. Substituição da agricultura variada de pequenas propriedades
pela monocultura.
POSIÇÃO DO BRASIL NO CENÁRIO MUNDIAL

- Pioneirismo no desenvolvimento de pesquisas biotecnológicas


da cultura (Anos 80: proalcool);

- Comercializam crédito de carbono.


Dez maiores produtores de cana-de-açúcar – 2021/2022

Brasil

Índia

União Europeia

Tailândia

Indonésia

China

Estados Unidos

Fonte USDA (2021)


Percentual de área total de cana-de-açúcar por região
Percentual de área total de cana-de-açúcar por Unidade da Federação
Produção de cana-de-açúcar por região
Produção de cana-de-açúcar por estado
Aspectos da evolução da indústria sulcroenergética

A ESPÉCIE Saccharum officinarum NO CONTEXTO


1. Intimamente ligada à atividade humana (cultivada desde a pré-
história);
2. Ponto de partida para todas as variedades comerciais;
3. Cultivada comercialmente até início do século XX.

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS
1. Maciez;
2. Alto teor de açúcar;
3. Alta susceptibilidade a problemas de campo (insetos- praga, doenças
e interferências climáticas).
PERCURSO GENÉTICO DA CANA-DE-AÇÚCAR A PARTIR DO SÉC.XX
CRUZAMENTO:
S. officinarum x outras espécies

Influência de pelo menos 100 espécies;

Maior predominância para as espécies:


S. officinarum; S. robusta; S. spontaneum; S. barberi; S. sinensis;
S.edule.

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DA
1. Pobreza em açúcar;
2. Rusticidade
A cana cultivada atualmente - Um híbrido multi-específico (Saccharum
spp)
CARACTERÍSTICAS DOS HÍBRIDOS GERADOS

1. Maior capacidade de armazenamento de sacarose;

2. Maior capacidade de resistência a doenças;

3. Canas produzidas com maior vigor;

4. Maior rusticidade e capacidade de tolerância a fatores climáticos


desfavoráveis;
CULTIVARES OU VARIEDADES

Nomenclatura de identificação específica e Informações sobre uma


cultivar:

1. Instituição responsável pelo cruzamento e seleção;


2. Ano do cruzamento;
3. Número específico do clone.

Ex: Variedade RB867515 - República Brasil (Planausucar/Ridesa)


Segunda aula

• Aula prática demostrativa com relatório avaliativo:


• Apresentação das estruturas agronômicas que compõem a planta da
cana - Partes subterrânea e aérea.
CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS GERAIS DA CANA-DE-AÇÚCAR

• DESENVOLVIMENTO – Touceiras.
IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES DA CANA DA TOUCEIRA

PARTE SUBTERRÂNEA:

RAÍZES (Fasciculadas)

Tipos
1. Primárias ou temporárias
O primeiro órgão da planta que se desenvolve (processo dura menos de
trinta dias);
São as primeiras raízes formadas dos colmos no solo;
Continuam a crescer por um período de seis a quinze dias após o plantio;
Desaparecimento da grande maioria aos 60 – 90 dias.
2. Sistema radicular definitivo

2.1. Raízes do perfilho


Tipos secundários de raízes;
Emergem da base do novo colmo.
São mais grossas e vigorosas que as raízes setts;

2.2. Raízes definitivas ou permanentes


Partem do ponto abaixo do colo;
Acompanham a planta durante toda sua vida;

2.3. Raízes adventícias ou aéreas


Partem dos primeiros nós do colmo.

Distribuição no solo (proporção e profundidade).


RIZOMAS

Características (idênticas ao caule aéreo);

Importância- Perfilhamento da cana.

Obs: Perfilhamento em menor tempo possível e de forma homogenea


IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES DA CANA DA TOUCEIRA

PARTE AÉREA:
Colmo/Haste/Caule

Composição:
Nó (Cicatriz foliar, zona radicular e gema);
Entre-nó (Anel de crescimento, sulco ou depressão, zona cerosa).

FOLHAS (Composição);
INFLORESCENCIA(panícula e espiguetas)
ASPECTO DA INFLORESCENCIA DA CANA
DINÂMICA DE DESENVOLVIMENTO DO COLMO DA CANA

1. CRESCIMENTO DIFERENCIADO;

2. RELAÇÃO COM POSSÍVEL DEFICIÊNCIA OU DÉFICITE HÍDRICO;

3. ESTIMATIVA DE IDADE DA CANA


Ciclo fenológico da cana-de-açúcar Fases de desenvolvimento
Crescimento
dos colmos
(Estimulado
por umidade,
Duração de luz e calor).
30 dias, a Até 5 a 6
partir do meses
estabelecime
nto da
brotação

De 7; 10
ou 15 dap
até 30 ou
35 dap

A partir
de 24
horas
Ciclo fenológico da cultura

Cultura perene na sua forma natural, mas semi perene no cultivo


extensivo
1. Estádios do ciclo fenológico da cultura

2. Maturação/ponto de colheita (de acordo com a variedade utilizada).

2.1. Variedades com período de maturação precoces


- Cortadas logo no início do período seco

2.2. Variedades com período de maturação médiano


- Cortadas do meio para o final do período seco
2.3. Variedades com período de maturação tardio
- Cortadas no final do período seco
Ciclo de vida de uma lavoura de cana-de-açúcar (longevidade)

Normalmente há necessidade de renovação do talhão geralmente por


volta do quinto ao sétimo corte.

Razões
1. Compactação do solo - Pisoteio de pessoas, máquinas e veículos
no cultivo e, principalmente, na colheita;
2. Sanidade - Progressivo acúmulo de doenças no canavial;
3. Volume da touceira - Diminuição natural do número de plantas;
4. Vigor de brotação e porte das plantas - Redução no crescimento
das brotações remanescentes com o avanço dos ciclos;
5. Custo/benefício - A produção atinge níveis economicamente
inviáveis.
Cana de ano e cana-de-ano e meio Épocas de plantio

1. Plantio no início da estação chuvosa (Agosto, Setembro, outubro-


Novembro)

1.1. Apresentando ciclo de 12 meses (cana “de ano”);


1.2. Corte na estação seca a seguir;

2. Mais tardio (janeiro, fevereiro, março-abril)

2.1. Ciclo variável de 14 a 18 meses (cana “de ano e meio”).


2.2. Corte após 1 ano.
Aspectos do plantio da cana-de-açúcar

O clima no contexto

1. Cultura tipicamente tropical

2. Altitude para cultivo - Do nível do mar até 1000m ou mais.

Aspectos importantes a considerar


1. Cultivada por período longo;
2. Convive com todas as estações durante o ciclo de vida (chuvosa,
seca, inverno e verão).
Fatores climáticos determinantes

1. Temperatura
2.Umidade (do solo e URA);
3. Luz (Fotoperíodo).

Influências agronômicas:
1.Brotação-emergência;
2.Crescimento;
3. Perfilhamento;
4. Produção e qualidade da produção.
Temperatura (Ideal – Média de 30 a 34ºC)

1. Efeitos na fase de desenvolvimento vegetativo

A Temperaturas e a respiração das plantas (taxa de respiração dobra


com um aumento de 10°C na temperatura do ar)
As temperaturas elevadas (acima de 38ºC) e a respiração
- Ocorre um declínio acentuado na respiração devido ao dano no
mecanismo da planta.
- Efeitos no processos de fotossíntese.
(A respiração celular é responsável por liberar energia a partir da glicose,
sendo a água e o dióxido de carbono os subprodutos do processo).
As Temperaturas severamente baixas
- Inibição da brotação da gema;
- Diminuição do crescimento.
Temperatura abaixo de 0ºC

- Congelamento, necrose e morte de partes menos protegidas (folhas


jovens e gemas laterais);
- Dano dependente da extensão do período frio.

2. Efeitos da temperatura na fase de amadurecimento


Temperaturas elevadas
- Incentivo ao crescimento vegetativo;
- Interferência na concentração de sacarose (Reversão de sacarose em
frutose)

Desejável – Faixa de 12 a 14ºC


Água no solo

1. Consumo pela cultura


150 a 300g de água para produzir 1.0g de substância seca.

2. Dinâmica de distribuição - Na fase de crescimento vegetativo


- Boa distribuição e com abundancia;
- Chuvas entre 1100 e 1500 mm.

Efeitos da água no período


- Motivação do crescimento;
- Maior alongamento na formação dos entre nós.
Na fase de amadurecimento - Colheita

- Acúmulo de água no tecido;


- Motivação ao desenvolvimento vegetativo;
- Diminuição da qualidade da sacarose;
- Prejuízos à safra e operações de transporte.
A umidade relativa do ar (URA)

3.1. Interferências diretas

Na fase de crescimento – Ideal maior nível (80 – 85%);


- Favorecimento ao alongamento rápido do colmo.

Na Fase de amadurecimento
- O suprimento deve ser limitado para maior concentração e melhor
qualidade da sacarose.
- Valor desejável: moderado de 45 - 65 %.
O fotoperíodo

- Planta C4;
- Adora luz solar (duração e intensidade);

Efeitos diretos durante a fase de desenvolvimento vegetativo


Exigência de alta intensidade e longa duração (faixa de 10 - 14 hora)
- Promoção do perfilhamento;
- Maior crescimento do colmo.

Durante o terceiro e quinto mês - Fase formativa da planta;


- Rapidez no aumento do índice de área foliar.
RESUMINDO: Quadro climático "ideal" para a máxima produção de
açúcar

1. Durante o desenvolvimento vegetativo


Temperatura: Estação quente longa;
Radiação solar: Alta incidência;
Água no solo/ Umidade relativa do ar: Adequada.

2. Durante o amadurecimento
Temperatura: Clima mais frio (sem geada).
Radiação solar: Período ensolarado moderado
Água no solo/Umidade relativa do ar: Período seco
Aspectos do plantio cana-de-açúcar

O solo no contexto
1. Seleção da área (Primeira preocupação no planejamento de plantio).

1.1. Topografia
“Plana a ligeiramente inclinada”;

Limites de declividade Máxima


Em torno de 12%

Para culturas mecanizadas, com colhedoras automotrizes


Limite máximo de 8 a 10%.
Sempre recomendável a adoção de práticas conservacionistas.
2. Características importantes do solo para a cana-de-açúcar

2.1. Boa profundidade (sem impedimento físico na camada subsuperficial);


- Desenvolvimento das raízes.

2.2. Boa fertilidade;


- Acidez e alcalinidade (Cultura tolerante).

Cuidados importantes nas camadas mais profundas


- Com o pH (ideal em torno de 6,5);
- Com a saturação por bases;
- Com o % de alumínio;
- Com teores de cálcio.
2.3. Boa estrutura (sem risco de formação de barreira mecânica e
grandes torrões; sem riscos ao encharcamento);

2.4. Boa capacidade hídrica – capacidade de reserva de quantidade


satisfatória (maiores riscos 5º ou 6º mês de desenvolvimento);

3. Problemas com solos mais arenosos


3.1. Baixa capacidade de armazenamento de água;
3.2. Perdas de nutrientes por lixiviação;
Manejo e preparo do solo (plantio convencional)

1. Fatores importantes a considerar - Cultura semi perene.

1. 1. Sistema de raízes diferenciado de outras culturas em relação à


necessidade de exploração das camadas mais profundas do
solo;

1. 2. Ciclo vegetativo econômico de cinco anos ou mais;

1. 3. Há uma intensa mecanização nas áreas de cultivo durante o


longo tempo de permanência da cultura no terreno.
Manejo e preparo do solo
2. Importância de um bom preparo do solo para a cana-de-açúcar

2.1. Melhora o contato da cana plantada com o solo;

- A cana plantada aproveita melhor o calor e umidade do solo;

- Melhora a germinação da gema e brotação da cana;

2.2. Formação de sistema radicular mais abundante (facilidade de


aprofundamento no solo);

2.3. Menor desenvolvimento de plantas invasoras;

2.4. Maior eficiência dos herbicidas e fertilizantes;

2.5. Melhores condições de mecanização nas práticas de condução


da lavoura e da colheita.
3. Práticas mecânicas mais comuns de preparo do solo

3.1. Operações clássicas de aração, gradagem e sulcamento;

3.2. Subsolagem - Dependendo da situação


(Existência de camada impermeável entre 20 e 50cm da superfície);

3.3. Detecção de camada compactada


Trincheiras ou pelo penetrômetro.

3.4. Rompimento: Com solo seco.


Trincheiras
Penetrômetro e Penetrógrafo
4. Situações a considerar no preparo

4.1. Caso 1

Área com implantação de cana pela primeira vez

Procedimentos:
Aração profunda, com antecedência do plantio (destruição,
incorporação e decomposição dos restos culturais)
+
Gradagem (complemento à primeira operação),
+
Outra gradagem (conforme a necessidade-de preparo e incorporação de
plantas invasoras próximo ao sulcamento).
4. 2. Caso 2

Área já ocupada com cana (renovação da lavoura)

Procedimentos
4.2.1. Destruição da soqueira
Aração nas linhas com arado, grade pesada, ou uso de herbicida.

4.2.2. Diante da confirmação de camada compactada


Subsolagem (40 a 70cm) - melhor desenvolvimento das plantas e
maior longevidade.

5. Procedimentos complementares do preparo do solo nos dois


casos
Incorporação de calcário - Em área total ou no fundo do sulco com a
adubação
Plantio de cana no sistema direto (sobre a palha)

No caso 1. Dessecação química da vegetação existente - Sulcamento


e plantio.

No caso 2. Erradicação química ou mecânica da soqueira -


sulcamento direto nas entrelinhas da cultura anterior.
Rotação de culturas em cana-de-açúcar

1. Utilização
1.1. Principalmente por ocasião da renovação dos canaviais;
1.2. Possibilidade de utilização de adubos verdes.

2. Importância
2.1. Manejo de conservação de solo;
2.2. É uma prática de manejo integrado de pragas e doenças e de
plantas invasoras.
Adubação verde e cobertura
morta
Práticas corretivas da fertilidade do solo no plantio

O uso de calcário no preparo do solo - Correção de acidez;

O uso do gesso no preparo do solo- Diminuição da atividade do


alumínio e acréscimo de cálcio em profundidade;

o uso do fósforo no preparo do solo


Fosfatagem em área total – Adição de fósforo em área total para
aumentar o teor em solos muito pobres deste elemento;

Benefício e efeitos diretos


1. Aumento do sistema radicular das plantas;
2. Maior longevidade ou vida útil do canavial (em geral um corte a
mais do que seria possível).
Uso de calagem nas soqueiras ou rebrotas

1. Como aplicar?
A lanço, antes dos tratos culturais;

2. Época mais indicada para aplicação


- A partir do final do corte da cana.
Aplicação calcário na soqueira
Adubação para a cana-de-açúcar

Considerar análise do solo


Considerar a produtividade esperada.

Duas situações distintas


1. Cana-planta

Forma de aplicação: Fertilizante


aplicado no fundo do sulco.
O plantio da cana-de-açúcar

1. Definição de variedades para plantio


Pontos a considerar na escolha

Boa brotação;
Bom perfilhamento;
Bom desenvolvimento e produção da cana-planta e da soqueira;
Bom teor de sacarose;
Período de maturação;
Resistência ao tombamento;
Rusticidade;
Tolerância às principais pragas e doenças;
Boa adaptação às condições edafoclimáticas predominantes na
região de cultivo;
Ausência de florescimento ou florescimento tardio;
Ausência de joçal;
Boa possibilidade de respostas à intervenções culturais;
Estabilidade de produção;
Período de utilização industrial (PUI);
Tolerância a herbicidas;
Boa capacidade de despalha;
Teor de fibra;
Diâmetro de colmo, entre outros.
A qualidade da cana ou da muda para plantio
1. Provenientes de canaviais com oito a 12 meses de idade;
2. Realização do plantio logo após o corte das mudas (estocagem
maior do que quatro dias, pode comprometer a germinação e brotação).
3. Vigorosos e livres de pragas e doenças;
4. Tratamentos preventivos, através da aplicação de fungicidas e
inseticidas;
5. Ponteiras retiradas;
6. Evitar danos às gemas;
7. As gemas da ponta dos colmos apresentam maior vigor de
germinação;
8. Estão menos sujeitas à injúrias do que as da base (dominância
apical);
9. Colocação dos colmos nos sulcos "pé com ponta", em colmos
com entrenós curtos;
10. Colmos com entre nós mais longos “pé com ponta com canas
cruzadas”
Operação de plantio da cana-de-açúcar

Em sulcos
Espaçamento (1 a 1,50m)
Maior adensamento no plantio, menor diâmetro dos colmos e menor
produtividade.

Profundidade dos sulcos


20 a 40cm;
Esquema de sulcamento
Sistemas de Plantio

Plantio convencional com operações manuais


Aos poucos sendo substituído pelo sistema mecanizado.
Apenas abertura de sulcos realizada de forma mecanizada.

Serviços manuais
Aplicação de fertilizantes no sulco;
Distribuição dos colmos de cana no sulco;
Fracionamento e alinhamento das mudas dentro do sulco;
Aplicação de defensivos (opcional);
Cobertura (fechamento) dos sulcos com 7 a 15 cm (variável de acordo
com o tipo de solo e das condições climáticas);
Ligeira compactação;
Corte dos colmos no sulco

Toletes com 3 a 4 gemas;


Utilizar facão (terçado) bem amolado e desinfetado pela imersão
periódica em solução (evitar a disseminação de doenças).

Densidade do plantio
Em torno de 12 gemas por metro linear de sulco.

Quantidade material necessário


De 7 a 15 toneladas/ha (dependente da variedade, das condições de plantio
e do tamanho dos colmos);
Plantio semi mecanizado

- Corte manual da cana

- Máquinas facilitam o trabalho de plantio no campo (abertura de sulco,


distribuição de fertilizante “distribuição de cana no sulco” aplicação de
defensivos e cobertura da cana)

Alguns problemas

Falhas no plantio;

Desuniformidade de profundidade do sulco.


Aplicação de micronutrientes via tolete na cobrição
Plantio mecanizado

Surgimento em 1964;

Significativa redução de custos com mão de obra;

Só passou a ter importância a partir de 2003;

A concepção inicial (cana inteira e máquinas picadoras no sulco);

Operações realizadas pelas máquinas:

Sulcação;

Distribuição do adubo.
MANEJO DA LAVOURA - Cana-planta e Soqueiras

Os cuidados devem ser permanentes.

PERÍODO MAIS CRÍTICO (primeiros 90 a 120 dias)


Culturas Período Crítico (PCPI)
(Dias após a emergência)
Cana de açúcar (plantio de ano) 30 a 90
Cana de açúcar (plantio de ano e meio) 18 a 120
Cana de açúcar (soca) 30 a 60
Algodão Até 50
Arroz sequeiro 60
Arroz de várzea (inundado) 15 a 45
Feijão 15 a 30
Girassol 10 a 50
Mandioca Até 120
Milho 20 a 60
Soja 15 a 30
Sorgo 23 a 42
- Época mais susceptível ao ataque de pragas, incidência de doenças e
interferência de plantas invasoras (PTPI);
Manejo de plantas invasoras

Antes do surgimento das invasoras

- Ações preventivas;
- Ações culturais;
- Uso de herbicidas indicados para a cultura (herbicida de pré-
emergência em área total).

Após o surgimento das invasoras

- Combinação de capinas mecânicas e manuais (cultivadores de


disco ou de enxadas nas entrelinhas e complemento com capina
manual nas linhas de plantio).
- Uso de herbicidas pós-emergente (com seletividade para a cultura).
Outras práticas de manejo necessárias

- Adubação em cobertura;

- Monitoramento constante de pragas e doenças;

- Permeabilização do solo (soqueiras);

- Enleiramento do "palhiço“(soqueiras).
Adubação de cobertura em Cana-planta

Aumento da longevidade ou vida útil do canavial

Nitrogênio
Adubação para a cana soca ou soqueira ou rebrota (N – P – K)

Nitrogênio
(fixo)

P???

K???

Variando
conforme a
análise
preliminar
do solo.
Adubação com nitrogênio na cana-soca sobre a palhada.
Abastecimento de fertilizantes.
SINTOMATOLOGIA - Nitrogênio

***Sintomas em folhas mais velhas;


**Definhamento;
**As lâminas foliares ficam
uniformemente verde-claras a
amarelas;
**Os colmos ficam mais curtos e
finos;
**Há atraso no desenvolvimento
vegetativo;
**As pontas e margens das folhas
mais velhas tornam-se necróticas
(secam) prematuramente.
Fósforo

***Sintomas em folhas velhas.


**Apresentam-se com tons
avermelhados nas pontas e
margens das folhas expostas ao
sol;
**Diminuição no seu tamanho;
**Os colmos ficam menores e
finos;
**Diminuição do perfilhamento da
planta.
*Deficiência de potássio em final de ciclo

- Colmos finos;

- Ponteiro em forma de leque, “topo de


penca.”
Potássio (K)
Os sintomas iniciando nas folhas velhas.
**Amarelo-alaranjadas (podendo se tornar
totalmente marrons);

**Evolução da clorose para necrose (folhas


com aspecto de queimadas);

**Nervura principal apresenta manchas de


coloração avermelhada.
Efeito na formação dos entre-nós
Cálcio
Ocorrem em folhas novas.
**Ficam esbranquiçadas;

**Enrolam para baixo, formando um


gancho;

**As folhas mais velhas podem ficar com


aspecto enferrujado;

**Quando a deficiência fica mais aguda,


nota-se um afinamento e amolecimento
dos colmos;
Sintomas aparecem nas folhas velhas.
Magnésio
**Na forma de pontuações;

**Iniciando pelas pontas e ao longo das


margens;

**Surgem lesões necróticas vermelhas com


aparência de ferrugem;

**A parte interna da casca do colmo apresenta


coloração amarronzada;
Enxofre
Os sintomas evidenciam-se nas folhas novas.
** Clorose generalizada;

** Diminuição do tamanho das folhas;

**Colmos muito finos.


Micronutrientes
Boro Sintomas nas folhas novas.
**Deformação;

**Retorcidas chegando a formar “nó” entre as folhas;

**Lesões translúcidas (sacos de água) entre as


nervuras;

**As folhas tendem a ficar quebradiças;

**As folhas do cartucho podem ficar cloróticas;

**Posteriormente, necróticas, semelhantes aos


sintomas da doença conhecida como “Pokah boeng”;

**Folhas novas apresentando enrugamento


Boro

Folhas quebradiças e excesso


de garfamento.
Cobre
Sintomas em folhas novas.
**Clorose uniforme, seguida de pontuações verdes
na forma de “ilhas” ou manchas;

+ Cu **As touceiras não conseguem se sustentar


(touceira amassada);

**Os tecidos foliares perdem turgidez;


- Cu

**Folhas ficam caídas (sintoma de topo caído).


Manganês
Sintomas em folhas novas.
**Clorose entre as nervuras da ponta até o
meio da folha;

**A clorose evolue para necrose;

**Com o vento, ocorre o definhamento das


folhas.
Zinco Sintomas em folhas mais novas.
**Estrias
cloróticas verde-claras nas folhas, formando
uma faixa larga;

**Bordas permanecendo com uma faixa mais verde;

**As folhas ficam curtas, assimétricas e largas na parte


média;

**O perfilhamento é reduzido;

**Os internódios ficam mais curtos;

**Os colmos ficam mais finos e podem perder a turgidez


(sintoma de colmos moles);

**Lesões vermelhas nas folhas novas.


Molibdênio (Mo)

**Pequenas estrias cloróticas longitudinais, curtas começando no terço


apical da folha;

**As folhas mais velhas secam, prematuramente, do meio para as pontas.


Ferro
Sintomas em folhas mais novas.
**Clorose internerval;

**Com a acentuação dos sintomas, toda a


planta vai ficando clorótica-esbranquiçada.
Influência do cálcio e Alumínio
O frio e a Chuva de pedra

Manchas foliares causadas


pelo frio

Fendilhamento foliar devido à chuva de


pedras
Permeabilização do solo
Enleiramento do "palhiço“(soqueiras)

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