LEI: CONCEITO E
FORMAÇÃO
LEI
É ato do Poder Legislativo, que estabelece normas de acordo com os
interesses sociais. Não constitui, constitui a expressão de uma vontade
individual, pois traduz as aspirações coletivas (bem comum).
Exceção:, a medida provisória é ato de competência do presidente da
República, que poderá editá-la na hipótese de relevância e urgência,
excluída a permissão constitucional sobre matéria afeta à nacionalidade,
cidadania, direitos políticos, partidos políticos, Direito Eleitoral, Penal,
Processual Penal e Processual Civil, entre outros assuntos, como prevê
o art. 62 da Constituição Federal. Neste caso temos a Lei no sentido
amplo.
Caso não logre a conversão em lei dentro do prazo de sessenta dias da
publicação, prorrogável por igual tempo, a medida provisória perderá seu
caráter obrigatório, com efeitos retroativos ao início de sua vigência.
Ocorrendo esta hipótese, o Congresso Nacional deverá disciplinar as
relações sociais afetadas pelas medidas provisórias rejeitadas.
Lei como preceito comum e obrigatório, emanado do Poder Legislativo, no
âmbito de sua competência, é entendido como Lei em sentido estrito.
A lei possui duas ordens de caracteres: substanciais e formais.
1o) Caracteres Substanciais – Como a lei agrupa normas jurídicas, há de
reunir também os caracteres básicos destas: generalidade, abstratividade,
bilateralidade, imperatividade, coercibilidade.
É indispensável ainda que o conteúdo de lei expresse o bem comum.
2o) Caracteres Formais – Sob o aspecto de forma, a lei deve ser: escrita,
emanada do Poder Legislativo em processo de formação regular,
promulgada e publicada
Formação da Lei
Processo Legislativo. O processo legislativo é estabelecido pela
Constituição Federal e se desdobra nas seguintes etapas: apresentação de
projeto, exame das comissões, discussão e aprovação, revisão, sanção,
promulgação e publicação.
Iniciativa da lei. Conforme dispõe o art. 61 da Constituição Federal de
1988, a iniciativa das leis complementares e ordinárias compete: a qualquer
membro ou comissão da Câmara dos Deputados,do Senado Federal ou do
Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal
Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e ao
cidadãos.
A iniciativa pelo Presidente da República pode ocorrer sob duas
modalidades distintas.
O Chefe do Executivo pode encaminhar projeto em regime normal,
caso em que o andamento será comum aos apresentados por outras
fontes; poderá o Presidente solicitar urgência na apreciação de
projetos de sua iniciativa, hipótese em que a matéria deverá ser
examinada pela Câmara dos Deputados em quarenta e cinco dias e,
sucessivamente, pelo Senado Federal em igual prazo.
Esgotado este sem manifestação, o projeto entrará na ordem do dia
em caráter prioritário, conforme § 2o do art. 64 do texto constitucional.
§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado
Federal não se manifestarem sobre a proposição, cada qual
sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas
as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção
das que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a
votação.
Exame pelas comissões técnicas, discussões e aprovação.
Uma vez apresentado, o projeto tramita por diversas comissões
parlamentares, às quais se vincula por seu objeto. Passado pelo crivo
das comissões competentes, deverá ir ao plenário para discussão e
votação.
No regime bicameral, como é o nosso, é indispensável a aprovação do
projeto pelas duas Casas.
Revisão do projeto. O projeto pode ser apresentado na Câmara ou no
Senado Federal. Iniciado na Câmara, o Senado funcionará como Casa
revisora e vice-versa, com a circunstância de que os projetos
encaminhados pelo Presidente da República, Supremo Tribunal Federal
e Tribunais Federais serão apreciados primeiramente pela Câmara dos
Deputados.
Se a Casa revisora aprová-lo, deverá ser encaminhado à Presidência
da República para sanção, promulgação e publicação; se o rejeitar, será
arquivado;
Se apresentar emenda, volverá à Casa de origem para nova
apreciação. Não admitida a emenda, o projeto será arquivado.
Sanção. A sanção consiste na aquiescência, na concordância do Chefe
do Executivo com o projeto aprovado pelo Legislativo. É ato da alçada
exclusiva do Poder Executivo: do Presidente da República,
Governadores Estaduais e Prefeitos Municipais. Na esfera federal,
dispõe o Presidente do prazo de quinze dias para sancionar ou vetar o
projeto. A sanção pode ser tácita ou expressa.
Ocorre a primeira espécie quando o Presidente deixa escoar o prazo
sem manifestar-se.
É expressa quando declara a concordância em tempo oportuno. Na
hipótese de veto, o Congresso Nacional – as duas Casas reunidas –
disporá de trinta dias para a sua apreciação. Para que o veto seja
rejeitado é necessário o voto da maioria absoluta dos deputados e
senadores, em escrutínio secreto. Vencido o prazo, sem deliberação,
o projeto entrará na ordem do dia da sessão seguinte e em regime
prioritário.
Promulgação. A lei passa a existir com a promulgação, que
ordinariamente é ato do Chefe do Executivo. Consiste na declaração
formal da existência da lei. Rejeitado o veto presidencial, será o
projeto encaminhado à presidência, para efeito de promulgação no
prazo de quarenta e oito horas.
Esta não ocorrendo, o ato competirá ao presidente do Senado
Federal, que disporá de igual prazo. Se este não promulgar a lei, o
ato deverá ser praticado pelo vice-presidente daquela Casa.
Publicação. A publicação é indispensável para que a lei entre em
vigor e deverá ser feita por órgão oficial.
O início de vigência pode dar-se com a publicação ou decorrida a
vacatio legis, que é o tempo que medeia entre a publicação e o início
de vigência.