Edicao - M&T Mix para Destacar Intrumento Acustica 2 M&T
Edicao - M&T Mix para Destacar Intrumento Acustica 2 M&T
br
ROLAND M-480
Conheça as novidades do console que
é o coração do sistema V-Mixing
TÉCNICAS DE ESTÚDIO
Dicas e “macetes” de mixagem para destacar
C N I C A S DE instrumentos mais importantes
T É
I C R O F O NAÇÃO o
M
PRO TOOLS 10
it
adores e o efe
Transform magnético
eletro
Como usar o Clip Gain e obter mais velocidade na edição
O importante é o resultado
Fundador: Sólon do Valle
O uso cada vez mais intenso de recursos tecnológicos tem tornado nossas vidas muito
mais fáceis, sem dúvida. E isso não é de hoje. A invenção da escrita musical facilitou o coLaBoraram NeSta eDIção
trabalho do compositor porque possibilitou o registro de ideias que antes provavelmente alexandre cegalla, Daniel raizer, enrico
De Paoli, Fábio Henriques, Fernando
seriam perdidas. Não se pode negar que o aprimoramento das técnicas de execução e
Barros, Fernando moura, Lucas ramos,
a melhoria dos instrumentos acústicos foram fundamentais para o desenvolvimento da Luciano alves, omid Bürgin, renato muñoz
música “convencional”. O processo criativo é sempre dependente dos recursos que o ar- e ricardo Gomes.
tista dispõe para realizar a sua obra. Portanto, em princípio, tudo aquilo que pode ajudar
reDação
na elaboração e no desenvolvimento das ideias tem que ser bem-vindo. Bruno Bauzer, marcio teixeira
e rodrigo Sabatinelli
Há anos discute-se sobre até onde é válido o uso dos recursos de automatização da [email protected]
[email protected]
composição musical. Isto vem desde que surgiram os primeiros sequenciadores MIDI
e teclados de acompanhamento automático. Aliás, a polêmica, de certa forma, come- DIreção De arte e DIaGramação
çou bem antes, quando nos EUA tentaram proibir o uso do mellotron em gravações, client By - clientby.com.br
alegando que ele iria acabar com o emprego de muitos músicos. Frederico adão e taissa Buratta
assinaturas
Grande parte da música que se ouve atualmente foi produzida com instrumentos ele- Karla Silva
trônicos e softwares de composição que usam loops e clips prontos. Em alguns casos [email protected]
é difícil saber, por exemplo, se a bateria foi sequenciada ou realmente tocada por um
Distribuição: eric Baptista
baterista. Mas se o resultado final ficou bom, será que isto tem alguma importância?
Publicidade
No cinema a abordagem é bem diferente. Não há o menor pudor em usar a tecnologia mônica moraes
para criar imagens. A produção de imagens virtuais existe desde que se criou o de- [email protected]
senho animado e, com o aperfeiçoamento cada vez maior dos recursos de animação
impressão: ediouro Gráfica e editora Ltda.
gráfica, no futuro será difícil distinguir um personagem criado por software de um ator
de verdade. E isto nunca será um problema, já que um dos prêmios do Oscar é para áudio música & tecnologia
os melhores efeitos visuais. Ou seja, considera-se um mérito produzir uma ótima cena é uma publicação mensal da editora
música & tecnologia Ltda,
no computador em vez de filmar num local de verdade. cGc 86936028/0001-50
Insc. mun. 01644696
Existe muita gente tentando fazer música simplesmente arrastando loops em trilhas, Insc. est. 84907529
Periodicidade mensal
e o resultado quase sempre é de qualidade e conteúdo bastante discutíveis. Mas tam-
bém já ouvi coisas muito interessantes feitas no computador por pessoas sem for- aSSINaturaS
mação musical. É importante notar, por outro lado, que essa possibilidade de colar, est. Jacarepaguá, 7655 Sl. 704/705
alterar, reformatar e reprocessar um loop com facilidade tem despertado a curiosidade Jacarepaguá – rio de Janeiro – rJ
ceP: 22753-900
musical em muitas pessoas que, de outra forma, jamais se interessariam em produ-
tel/Fax: (21) 3079-1820
zir música. Em geral, são pessoas muito criativas e que acabam buscando um maior (21) 3579-1821
conhecimento de teoria musical para ampliar suas capacidades técnicas e artísticas. (21) 3174-2528
Banco Bradesco
ag. 1804-0 - c/c: 23011-1
Talvez o problema seja de conceito. A questão não é dividir o espaço com os “não-
-músicos”, mas sim abrir novos espaços para outros artistas que estão descobrindo Website: www.musitec.com.br
que podem usar os sons para expressar suas ideias. Como tudo no mundo moderno,
a música também se pluralizou. Existem várias formas de manifestar a criatividade Distribuição exclusiva para todo o Brasil pela
Fernando chinaglia Distribuidora S.a.
musical, seja tocando um violoncelo ou juntando clips de áudio num software. E um
rua teodoro da Silva, 907
processo não é necessariamente melhor ou pior do que o outro. Depende do resultado. rio de Janeiro - rJ - cep 20563-900
82 Gravando os sambas
escolas do grupo especial do rio de Janeiro es-
66
quentam as quadras, mesas e terreiros com o lan-
çamento do álbum Sambas de Enredo 2012
Fernando Barros
86 áudio e acústica
Intensidade do Som (Parte 2): Decibéis
m-480 omid Bürgin
conhecendo a nova mesa V-mixing da roland
renato muñoz 90 técnicas de estúdio
melhorando a sua mix: técnicas e “macetes”
para destacar ou dar mais punch a instrumentos
26 aquário: Studio S2
de maior importância
Bruno Bauzer
alexandre cegalla
32 No estúdio:alberto Vaz, que gravou as vozes
de Pedro mariano em seu novo álbum, revela 94 ableton Live
cuidados especiais acertando o ritmo: quantização
rodrigo Sabatinelli Lucas ramos
Todo o processo de formalização é gratuito, havendo, inclusive, isenção de taxas para o registro da empresa e
para a concessão de alvará de funcionamento. Cada empreendedor precisa apresentar uma única declaração de
faturamento por ano, sendo que este faturamento deve ser controlado mês a mês para que esteja sempre orga-
nizado. Vale ressaltar que, com a formalização, o empreendedor terá condições de obter crédito junto a bancos.
De acordo com o programa, empreendedor individual é a pessoa que trabalha por conta própria e que se lega-
liza como pequeno empresário. Para ser um empreendedor individual, é necessário faturar no máximo até R$
36 mil por ano, não ter participação em outra empresa como sócio ou titular e ter um empregado contratado
que receba o salário mínimo ou o piso da categoria. Mais informações sobre a legislação podem ser obtidas
em www.portaldoempreendedor.gov.br.
Voltando aos dias, a Feira de Negócios da edição nacional do Rio Music Conference é sempre precursora de
novas tendências e concentra os grandes lançamentos do mercado de música eletrônica e entretenimento
mundial. Nos estandes estarão se fazendo presentes agências de DJs, gravadoras, empresas de tecnologia
e equipamentos, hardwares e softwares, clubs, labels, DJ shops e rádios online, entre outros nomes ligados
direta ou indiretamente à música eletrônica e ao entretenimento.
O ambiente, propício para networking, oferece ainda o Village – espaço com bares, restaurantes, wi-fi, Busi-
ness Lounge e trilha sonora comandada por novos talentos. Os ingressos já podem ser adquiridos através do
site www.ingressorapido.com.br.
Igualmente disponíveis no site da SSL estão as prometidas novas versões RTAS dos plug-ins Duende Native.
O lançamento destas novas versões RTAS coincide com o lançamento dos novos vídeos Duende Native Tour/
Tutorial Video, disponíveis no site da marca e no YouTube.
De acordo com a proposta, o profissional terá direito a um salário mínimo como seguro-desemprego por um
prazo máximo de quatro meses, de forma contínua ou alternada. Para isso, o beneficiário terá que comprovar
que trabalhou em atividades da área por, pelo menos, 60 dias nos 12 meses anteriores à data do pedido do
benefício e que não está recebendo outro benefício previdenciário de prestação continuada ou auxílio-desem-
prego. É necessário, ainda, que o profissional tenha efetuado os recolhimentos previdenciários relativos ao
período de trabalho e não possua renda de qualquer natureza.
Aprovada por 393 votos a seis, a Proposta de Emenda à Constituição dá imunidade tributária a CDs e DVDs
produzidos no Brasil com obras musicais ou lítero-musicais de autores brasileiros e também àqueles com
obras interpretadas por artistas nacionais. A imunidade vai além dos produtos físicos, chegando também a
mídias ou arquivos digitais, como ringtones.
Para deputado federal Otavio Leite (PSDB-RJ), autor da proposta, há muito tempo o Brasil deve incen-
tivos à música nacional. De acordo com o político, com a aprovação do PEC, o material musical feito no
país ficará cerca de 25% mais barato, já que o ISS (5% do valor do produto) e o ICMS (cerca de 15%)
não farão mais parte da conta final. Acredita-se que a redução de impostos ajudará não só no combate à
pirataria, mas também como estímulo para que músicos iniciantes entrem no mercado e comercializem
seus CDs fora da informalidade.
Segundo o site da Câmara, a imunidade não se aplicará à etapa de replicação industrial do material. Isso
deve preservar a competição de outros estados com a Zona Franca de Manaus, onde a maioria das em-
presas do ramo se localiza.
Para o mercado musical, a empresa ainda continuará a fabricar, sob encomenda, biombos de acrílico para bateris-
tas. Dos antigos produtos ainda existem diversos em estoque, que serão vendidos a preços abaixo do mercado.
www.yamaha.com
br.yamaha.com
Divulgação
é possível, por exemplo, gravar e mixar vocais e guitarras de
dois músicos simultaneamente, um kit completo de bateria
ou mesmo vocais principais e harmonias ao mesmo tempo.
Cada entrada tem o seu próprio controle de volume.
A interface híbrida permite conexão de alta velocidade tanto com Mac quanto PC via FireWire ou USB 2.0. Seu pequeno ga-
binete pode ser facilmente colocado dentro de uma mochila ou ao lado no notebook na hora do trabalho. O chassi reforçado
de alumínio torna a 4Pre leve, durável e resistente aos rigores dos palcos, estúdios e turnês.
www.motu.com
Divulgação
Mesmo com seu tamanho reduzido, a mesa Soundcraft Si
Compact chega ao mercado oferecendo tecnologia sonora,
versatilidade e um belo desempenho em grandes instala-
ções e produções musicais. São dois modelos: Si Compact
24, com 24 entradas mic/line XLR, e Si Compact 32, que
possui 32 entradas, sendo essa a única diferença entre os
dois. Ambos têm 40 canais totais de mixagem.
www.harman.com
www.soundcraft.com
www.selenium.com.br
www.audixusa.com
www.madeinbrazil.com.br
Divulgação
Divulgação
controladores alimentados via USB, que podem ser
combinados individualmente para formar uma mesa
de controle customizada. Existe um dispositivo para
cada função, seja para criação de ritmos, edição ou
mixagem. Cada uma das pequenas unidades apre-
senta um conjunto de botões luminosos projetados
para cumprir as mais diversas funções de controle do
Cubase. A adoção dos ícones e do sistema de cores
originais do software faz com que o usuário se sinta
“em casa”, o que acaba acelerando os processos de
gravação, edição e mixagem.
www.klarkteknik.com
www.proshows.com.br
www.powersoft-audio.com
www.proshows.com.br
Divulgação
O UX-8800, da EAW, é um gerenciador de sistemas voltado para utilizações em PA com capacidade dual mode. Cada unidade
possui quatro entradas, oito saídas e o produto adapta-se tanto para ser utilizado para processar uma única caixa quanto
para um sistema inteiro.
Através do painel frontal é possível ter acesso a todos os controles operacionais mais comuns. Já as configurações mais
avançadas são afinadas pelo software EAWPilot, que acompanha o equipamento e que, para ser utilizado, deve ser instalado
num computador conectado via porta RJ45 no painel frontal.
O UX-8800 é dotado de limiter com ajustes avançados para proteção de driver e melhor desempenho sonoro, entradas di-
gitais respeitando as conexões AES/EBU e padrão de áudio digital U-Net, da EAW.
www.eaw.com
www.proshows.com.br
áudio música e tecnologia | 19
20 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 21
PRIMEIRA VISTA | Fernando Barros
A77X
O monitor Adam Audio que promete se tornar referência
Divulgação
O novo A77X, da Adam Audio, promete se tornar um divisor dois são responsáveis pelos graves até 400 Hz, mas apenas
de águas de verdade. O modelo é equipado com as mesmas um reproduz frequências médias, para evitar interferências
tecnologias avançadas do A7X e é muito parecido com os entre eles. Cada alto-falante tem seu próprio amplificador
monitores de duas vias. No entanto, se distingue pelos altos dedicado. O tweeter X-ART é acionado por um amplificador
níveis de pressão sonora e dinâmica. Devido às suas carac- classe AB de 50 W, enquanto cada um dos woofers é aciona-
terísticas de potência e radiação, é adequado para monito-
do por um amplificador PWM de 100 W.
ração a curta ou média distâncias.
bobinas e poderosa amplificação, eles são capazes de reproduzir põe de conectores XLR (balanceado) e RCA (não-balanceado).
altos níveis de pressão sonora, bem como registros muito graves.
www.adam-audio.com
Os woofers não cobrem as mesmas faixas de frequências. Os www.sotex.com.br
Sennheiser
MK4 Relação custo-benefício é
trunfo de novo modelo
A Sennheiser lança no mercado o MK4, seu primeiro micro- Além disso, por ser unidirecional, o MK4 é uma boa alter-
fone condensador “side-address” – ou seja, capaz de captar nativa para gravações em que se deseja rejeitar o máximo
o som pela lateral, em vez de pela ponta. Fabricado na Ale- possível a ambiência da sala ou o vazamento do som de ou-
manha, o MK4 possui diafragma grande e captação do tipo tros instrumentos. O microfone oferece ainda uma amplitu-
cardióide (o padrão polar é fixo), medindo 57 mm de diâme- de dinâmica de 130 dB e apresenta impedância nominal de
tro e 160 mm de comprimento, com peso de 485 gramas. O aproximadamente 50 ohms.
microfone apresenta uma resposta de frequências de 20 Hz
a 20 kHz e conta com uma cápsula de uma polegada, que é Segundo a Sennheiser, o microfone possui um nível de ruído
baseada na sonoridade do condensador Sennheiser e965. O bastante baixo – apenas 10 dB (A) – e foi desenvolvido tanto
seu diafragma é feito com uma placa de 24 quilates de ouro. para estúdios de pequeno e médio portes quanto para apre-
sentações ao vivo. Vale lembrar que, por ser condensador, o
De acordo com o fabricante, o MK4 apresenta um som cheio, MK4 necessita de alimentação phantom de 48 volts.
com médios destacados e graves detalhados, o que o torna
perfeito para gravações de voz. De fato, numa comparação Junto com o Sennheiser MK4 vem o prendedor de microfones
realizada na internet entre o MK4 e outro condensador de MZQ 4 e uma bolsa para guardá-lo. A suspensão elástica MKS
um concorrente do mesmo nível de qualidade e preço seme- 4 e outros itens acessórios, como o pop shield MZP 40 e o
lhante, o microfone da Sennheiser se saiu melhor, deixando o windscreen MKW 4, são vendidos separadamente.
vocal mais cheio e com mais presença.
Se você procura um microfone condensador unidirecional
Mas mesmo tendo sido concebido com o foco nos vocais, o que ofereça um som de alta definição, com bom acabamento
MK4 é versátil o suficiente para ser utilizado em diversas si- e componentes de qualidade, que se saia bem em diversas
tuações, uma vez que suporta nível de pressão sonora (SPL) aplicações e cujo custo-benefício seja atraente, vale a pena
de até 140 decibéis. Overheads de bateria ou instrumentos conferir o Sennheiser MK4.
de corda, como violões ou piano, são aplicações que exigem
clareza e detalhe na captação do som, e nas quais este pro- www.quanta.com.br
duto da Sennheiser pode se sair muito bem. www.equipo.com.br
Com 11 composições inéditas, que vão do instrumental pop e dançante – livre de conven-
ções e virtuosismos – ao universo da música latina e africana, do jazz, do samba, do funk
e da psicodelia, passando pelas trilhas sonoras cinematográficas e de séries de TV criadas
entre os anos 1960 e 1980, Ritmo Explosivo é um disco para pessoas de bom gosto. Ou melhor, de muito bom gosto. Sua sonoridade
bastante própria vai encher os olhos dos audiófilos.
Produzido pelo próprio Alex, Universo Em Mim foi gravado por ele e por Rodrigo Martinho
na Escola Música Moderna e no estúdio El Sonoro, com gravações extras nos estúdios
QG e Creative Sound. A mixagem e a masterização foram feitas por Ricardo Nagata no
Creative Sound. Do repertório do disco, destaque para Contradição, que abre o set, Alma,
A Chama Se Apaga e Saudade.
Studio S2
T
endo como principal objetivo oferecer a gundo Mike, desde a construção até a adição e
clientes dos mais diversos seguimentos renovação dos equipamentos foram investidos em
um padrão de excelência em gravação, o torno de R$ 300 a 400 mil. “Na realidade, o estú-
Studio S2, localizado em Vila Velha, Es- dio não é bem grande, mas somos conhecidos pelo
Mike Diniz
pírito Santo, rodeado por bons restaurantes e a fato de o nosso som ser grande demais para as
poucos minutos da praia, nasceu de uma socieda- dimensões do estúdio. Temos uma sala técnica de
de entre Samuel França e Val Martins no ano 2000. 4,5 m por 3,3 m; o aquário, onde gravamos batera
e voz, com 3,1 m por 2,6 m; e um hall de 1,7 m
Com o ingresso dos atuais sócios e donos Marcos Fa- por 2,7 m onde podemos gravar instrumentos de
brizio e Mike Diniz na equipe, o estúdio ganhou novas sopro, além de recepção, cozinha e banheiro.”
DENTRO DO S2
“As salas do nosso estúdio foram preparadas e iso- po, nós, que trabalhamos com estúdio, busca-
ladas para uma sonoridade bem equilibrada. O tra- mos equipamentos de alto padrão e boa relação
tamento acústico é baseado em gesso acartonado, custo-beneficio. Poderia citar várias marcas, entre
lã de rocha, madeira e painéis revestidos por te- elas Universal Audio, SSL, Empirical Labs, Amek,
cido”, afirma Mike. “Temos aqui tecido ortofônico, Focusrite e PreSonus.”
eucatex perfurados, estrutura em sarrafos de 5
x 2, base de compensado de 4 mm, lã de vidro, O estúdio não se prende a nenhum estilo musical
placas de compensado, piso de madeira flutuan- específico. Apesar de haver uma grande clientela de
tes, areia, borrachas, portas com 4 1/2 polegadas música gospel, artistas de pagode, rock, música pop
e outras coisas que não consigo lembrar no mo- e sertanejo também procuram o Studio S2, que tem
mento”, conclui o americano, listando os diversos sido a base de diversos trabalhos de artistas do Espí-
materiais que foram utilizados para a construção. rito Santo e onde atualmente há uma série de proje-
tos fonográficos em andamento.
O Studio S2 oferece diversos serviços, dentre os
quais estão gravação, mixagens, masterização de
Mike Diniz
CD e DVD 2.0 e 5.1. O espaço possui uma unidade
para gravação em até 48 canais em Pro Tools HD
3 com interface 192 e 32 canais de prés tops de li-
nha. O S2 também conta com a unidade móvel, um
caminhão Iveco 2010. “Esse é um projeto que nós
mesmos realizamos. Foi um sonho”, ressalta Mike.
Mike Diniz
ATUALIZAÇÃO CONSTANTE
Mike Diniz
apenas para encontrar e manter um padrão de som,
mas para ultrapassar esse padrão. É necessário sem-
pre estar melhor do que antes, e não somente em Sala de recepção: estrutura do estúdio tem permitido
nível nacional, mais, sim, internacional”, encerra. sucesso junto a artistas do Espírito Santo
LISTA DE EQUIPAMENTOS
Gravação: Computadores:
Pro Tools HD 3 Mac G5 Quad Core
Digidesign Control 24 Power Mac G5 Dual
Universal Audio 2610 Stereo (2) Mac Book Pro Quad Core
HHB Radius 40
Digidesign 192 Microfones:
SSL Xlogic Neumman U87
Avalon sp 737 Neumman KM 184
Empirical Labs EL8 Distressor Rode NTA-1
Empirical Labs Fatso Jr (2) MXL v69 Edition
System Neve Pres 9098 (2) Sennheiser MD421 (4)
Joemeek TwinQ Shure SM-57 (6)
Presonus Blue Tube 4 canais Shure Beta 57 (3)
Audio-Technica 2040
Monitoração: Shure SM 81 (2)
Yamaha NS10 Shure Beta 52A
Genelec 1031A AKG D112
KRK Rokit 6” [para 5.1]
KRK Rokit 8” Instrumentos:
Presonus Central Station Pearl Drum
DW Custom Gold Series
Violões Gibson
Quer ver seu estúdio na Aquário? Envie um resumo sobre dele para
redaçã[email protected], informando, ainda, seu e-mail e telefone para contato.
rodrigo Sabatinelli
saGrada e
idolaTrada
VoZ
ALBERTO VAZ, QUE GRAVOU AS VOZES DE PEDRO MARIANO EM 8,
SEU MAIS RECENTE DISCO, REVELA CUIDADOS ESPECIAIS
C
omo diz o nome, 8 é oitavo CD de carreira de Pedro versou conosco via internet foi Pedro Mariano, que revelou
Mariano. Produzido pelo próprio músico em parceria participar de todas as etapas das produções de seus discos
com Otávio de Moraes e Conrado Goys, o trabalho teve – da gravação à masterização.
vozes gravadas por Alberto Vaz, responsável pela ope-
ração do PA do artista em diversas ocasiões. Alberto tam- U87 É O ESCOLHIDO PARA REGISTRO
bém mixou o disco, que teve parte de suas bases gravadas
no estúdio de Otávio, em São Paulo. Alberto Vaz: Acho que o Pedro já gravou voz com todos
os tipos de microfones. Mas, particularmente, acho que
“Nunca tinha trabalhado com o Pedro em estúdio. Só na a voz dele soa bem em qualquer um. Tem gente que é
estrada. Mas nós nos conhecemos há tanto tempo e temos assim: não importa o microfone ou o pré – sempre soa
um respeito tão grande um pelo outro, que foi muito fácil bem. Eu escolhi o U87 porque é um microfone que uso há
gravar e mixar o seu trabalho. Foram poucos os momen- mais de 12 anos e sei exatamente o que esperar dele. Eu
tos de diferença de opinião, e, mesmo assim, as soluções sabia que ia ficar perfeito na voz do Pedro e com o som
para esses problemas eram discutidas da forma mais leve que nós estávamos buscando.
possível”, conta o técnico.
Eu ainda ia tentar uns outros microfones, mas, quando li-
Por e-mail, de Nashville, onde mora atualmente, Alberto guei o 87 e ele cantou o primeiro compasso, já ficou esse
nos contou um pouco mais sobre a gravação de voz do mesmo. Na verdade, tento ser prático com essas coisas.
trabalho e sua mixagem, num papo em que a tecnologia e Se está soando bem, não fico procurando o microfone que
suas aplicações foram a grande tônica. Quem também con- vai fazer toda a diferença do mundo, até porque o que faz
diferença é a voz, o artista. As pessoas gastam muito tem- Pedro Mariano: Nem sempre usamos o mesmo microfone
po procurando problemas com cápsulas, cabos, válvulas e para gravar as vozes. Normalmente escolhemos o micro-
prés. Eu tento gastar meu tempo escutando a música. fone que tem uma relação com a sonoridade do disco. O
som da sala tem que ser levado em consideração. Sempre
Eu já usei o U87 para tudo! Bumbo e tons de bateria, in- faço uma série de tomadas com os microfones disponíveis
clusive. Sempre o uso em violões e guitarras. Por sinal, em e escolhemos aquele que mais se adapta a esses quesitos.
Nashville, acho que 90% das guitarras são gravadas com
um dinâmico e um U87. E ele é, também, um clássico para A afinação e a interpretação são, para mim, extremamente
vozes. É claro, tem o brilho que eu gosto, um brilho freak, importantes, mas, acima de tudo, o que mais me importa é
mas tenho que confessar que adoro alta frequência na voz, que os takes sejam naturais. Tento trazer para a tomada de
aquele “aar” mesmo, tipo 11K. Não é exatamente o que voz toda a energia de um take “ao vivo”. Para mim, tem que
o 87 faz, mas ele tem seu brilho, que já ajuda na hora de haver interpretação e muita energia. A afinação é obrigação.
mixar. E por ser um microfone de cápsula grande, tem uma
excelente extensão de espectro. GRAVES SÃO DESTACADOS COM MICROFONE
O U87, escolhido para registrar as vozes Alberto Vaz gravou as vozes e mixou o disco de
de Pedro Mariano: com o microfone, Pedro Mariano: dupla, que trabalha junta na
graves foram valorizados estrada, pôde reeditar parceria em estúdio
finalidade, mas influenciado pelo meu amigo Dana, tentei em In the Air Tonight. Vale a pena testá-lo.
uma vez e fiquei viciado! Na verdade, comprimo pouco nele,
no máximo uns 3 dB. Mas tudo acontece quando ele entra no Esse disco tem uma característica muito interessante: to-
caminho da voz. Como eu uso uma compressão com ataque das as vozes foram gravadas depois que a base estava mi-
lento, tento achar o ponto em que a compressão começa a xada. Para mim, foi uma novidade, e realmente não é a
cortar o grave da voz, e, aí, volto um pouco. Muita compres- coisa mais comum de ser feita. Mas, de certa forma, isso
são faz as coisas ficarem mais magras! dá muito certo. Acho que por já saber como a base vai
soar, o cantor se encaixa automaticamente naquele clima. E
Como essa mix foi feita quase toda “in the box”, além do quando o cantor é produtor do disco, fica mais fácil, porque
33609, usei dois plug-ins da Waves insertados na voz. Um a gente já mixa do jeito que ele quer ouvir. Foi impressio-
C4 antes de sair do Pro Tools e um EQ SSL na volta. O C4 nante a velocidade com que gravamos as vozes e como os
é um compressor multibanda, e usá-lo é quase trapacear! takes já vinham prontos! Foi só importar os arquivos para a
Você acha as regiões da voz e as comprime individualmen- sessão de mixagem e já estava praticamente tudo pronto.
te, conseguindo, assim, “arredondar” o timbre. Eu uso, em
geral, um shelving acima de 5K e faço um pico em 11K. Pedro: Sempre participo das mixagens, pois como sem-
Tudo moderado, pois o exagero pode gerar desastres. pre assinei as produções dos meus discos, fico até o fim
de tudo. Gosto da mixagem. Procuro sempre respeitar o
Esse disco tem pouco reverb. E o principal efeito que usei técnico de mixagem e deixá-lo trabalhar. Depois, juntos,
foi o bom e velho doubler. Não para criar um efeito de do- fazemos os ajustes. Já a edição não é o que mais gosto,
bra, mas, sim, para criar um espaço diferente para a voz. mas é uma parte muito importante, pois pode arruinar todo
Usando o doubler eu consigo um efeito “estéreo” na voz e o projeto. Não gosto de nada “pasteurizado.” Na minha opi-
trago ela mais para a frente. Não é nenhum mistério: um nião, é melhor investir sempre em uma tomada fora de
double qualquer com um lado afinado -2 comas e o outro série, levando o tempo que for, do que salvar na edição.
+2 comas. E um delay diferente de cada lado. Eu uso 20 ms
e 30 ms. Vou mandando a voz via auxiliar para esse doubler AGUDOS MANTIDOS NA MASTERIZAÇÃO
até começar a escutar o efeito de dobra. Depois, volto um
pouco a “mandada” e vou fazendo um A/B entre o som da Alberto: Eu estava muito preocupado com a masterizção
voz com efeito e sem o efeito. É para ser uma diferença porque tenho meu jeito de mixar e, às vezes, quem masteriza
sutil. Se bem que, na música Sei Lá Eu, exageramos nesse se assusta com os agudos, principalmente na voz, e não sabe
efeito, que é algo tipo o que usaram na voz do Phil Collins o que fazer com aquilo. Eu liguei para o Mike, en-
genheiro que masterizou o disco em Miami, e falei
Arquivo Pessoal Alberto Vaz
WikiImage
A INTERNET E A
INFORMAÇÃO PROFISSIONAL
a importÂncia da rEdE para a rEVolução
na troca dE conhEcimEntos sobrE Áudio
Não preciso perder tempo dissertando sobre as van- com sinal discado, não posso reclamar de nada...
tagens da internet e tudo aquilo que ela nos propor-
ciona de bom (e também de ruim!). A grande verdade Com foco e comprometimento, podemos utilizar a in-
é que conheço pouquíssimas pessoas que consegui- ternet como um instrumento incansável na geração
riam sobreviver hoje em dia sem esta maravilhosa de informação, porém uma boa parte desta informa-
ferramenta, que, na minha opinião, quando usada da ção necessita ser “filtrada” para que não haja des-
maneira correta pode ser uma grande aliada. perdício de tempo e trabalho com dados irrelevantes.
Eu mesmo sou um que mal consigo passar poucas ho- Você irá encontrar neste artigo casos que mostram
ras desconectado. Logo sinto uma necessidade de dar bem esta nova realidade. Como veremos, a utiliza-
uma olhada no que está acontecendo no mundo vir- ção da internet pode nos ajudar de uma maneira
tual. Para quem começou com a internet funcionando que há pouco tempo era simplesmente inimaginável.
o nome de uma fruta!). também ficou muito mais fácil. Não me esqueço de
meu espanto quando ao enviar uma pergunta para
Foi então que alguém me disse que eu poderia co- o site da Yamaha (sobre o console O2R), obtive uma
nectar este computador à internet e navegar por al- resposta bem satisfatória no dia seguinte.
te, a alguns sites especializados em áudio! criando seus próprios sites, onde podíamos colo-
car informações e necessidades técnicas. Ficamos,
De uma hora para outra, realmente muita coisa mu- então, definitivamente livres de utilizar o fax para
Divulgação
ocupavam mais destaque do que nas mídias im-
pressas, que já estávamos tão acostumados a
ler. Mesmo tendo que esperar todos dormi-
rem em casa para usar a linha telefônica,
eu gastava uma boa parte das minhas
madrugadas (como faço até hoje)
procurando algum tipo de informa-
ção relevante sobre áudio. E a fon-
te é inesgotável!
CHEGANDO AO SÉCULO 21
TROCA DE CONHECIMENTO
ONLINE
Recentemente, durante uma passagem de som, guns sites oficiais, mesmo que estes nunca apontem
tive uma dúvida em relação a um equipamento problemas em seus produtos...
que estava utilizando. Acessei um desses sites
pelo meu telefone, expliquei minha dúvida e em
Todos que trabalham com áudio profissionalmente
menos de dez minutos surgiram algumas boas
soluções para resolver meu problema. Este tipo devem acessar endereços como www.avid.com/us/
de facilidade é uma das vantagens de estarmos resources/webinars, da Avid (que apresenta uma
todos conectados. As soluções sempre aparecem série de webinars (seminários online) apresenta-
rapidamente, a troca de informação é instantânea dos pelo ótimo engenheiro de som Robert Scovill),
e constante, aprendemos bastante e, em algumas
a parte de educação do site da Meyer Sound (www.
ocasiões, também conseguimos ajudar.
meyersound.com/events/seminars) ou atualizar seus
drivers e versões na página da Yamaha (www.ya-
mahaproaudio.com/global/en/downloads). Estes são
apenas pequenos exemplos de uma infinidade de
sites com informação “oficial” que podemos acessar
quase que diariamente na busca por conhecimento.
A BUSCA CONTÍNUA
PELA INFORMAÇÃO
mostrando arquivos dos webinars que recebidas ou acessadas na internet devem ser fil-
podem ser acessados online tradas cuidadosamente, visando identificar o que é
verdadeiro, relevante, útil e, sobretudo, imparcial.
INFORMAÇÃO OFICIAL
Quando conseguimos estabelecer um bom padrão de
MAIS CONFIÁVEL
procura (principalmente não perdendo tempo com coi-
Falei que gosto de trocar informação em sites não sas desnecessárias) e absorver as partes mais rele-
oficiais, pois acho mais “seguro”. Porém, certamente vantes de tudo o que foi observado, conseguimos es-
podemos encontrar bastante informação útil em al- tar um passo à frente na nossa busca pela informação.
renato muñoz é formado em comunicação Social e atua como instrutor do Iatec e técnico de gravação e
Pa. Iniciou sua carreira em 1990 e desde 2003 trabalha com o Skank. e-mail: [email protected]
Equipamentos
para um
home studio
Parte V: Outros Softwares de Áudio
(Ardour, Audacity, Reaper e Traverso)
Nas últimas duas edições da AM&T, falamos so- nizar com um vídeo para a criação de trilhas sono-
bre softwares de áudio, também conhecidos como ras e pós-produção
DAWs. Esse mês é a vez das “pechinchas” – aqueles Sistema operacional: Há versões para Linux e
softwares que, embora tenham preços baixos, são Mac OSX
bem equipados. E vamos aprender que nem sempre Versão atual: A versão atual é Ardour 2.8, porém
é preciso gastar muito para ter um DAW de alto ní- há uma versão Beta (em fase de testes) do Ardour 3
vel... Às vezes é até de graça! que traz um enorme upgrade para o software, mas
ainda não é estável o suficiente para trabalhar
ARDOUR Preço: Criado sob a licença GPL (Licença Pública
Geral), com o código-fonte disponível para down-
Número de canais: ilimitado load gratuito. É possível “montar” o software com
Numero de plug-ins por canal: ilimitado o código-fonte e até fazer modificações nele (só
Taxa de amostragem (sample rate): até 192 kHz pra quem entende bem de programação). Porém,
Resolução de bits (bit depth): até 32 bits (pon- a versão “pronta” é vendida por um preço “aber-
to flutuante) to”, com o usuário definindo o valor que achar jus-
Processamento de áudio: 32 bits (ponto flutuante) to (pode ser apenas US$ 1!).
Formatos compatíveis para importar: AU, BWF,
CAF, FLAC, Ogg Vorbis, WAV64 e WAV Prós:
Formatos compatíveis para exportar: AU, BWF, • Compensação de delay automática (delay
CAF, FLAC, Ogg Vorbis, WAV64 e WAV compensation)
Plug-ins: Audio Unit (AU), LADSPA e LV2 (há mais • Interface gráfica bem elaborada, com diversos
de 200 disponíveis gratuitamente) controles disponíveis a um clique do mouse
Surround Sound: Sim, e sem limite de número de • Múltiplos playlists (takes) em cada canal
canais (é possível trabalhar em 10.2 ou até mais!) • Utiliza o sistema JACK para o gerenciamento de
Vídeo: Utilizando outro software de vídeo em sin- áudio, que permite rotear os sinais de áudio en-
cronia através do sistema JACK é possível sincro- tre softwares diferentes (similar ao ReWire)
Contras: Não trabalha com MIDI, o que faz muita load gratuito!
editar MIDI e também é compatível com instrumen- • Vem equipado com diversos efeitos e plug-ins
tos virtuais VST. A versão final do Ardour 3 ainda (que não atuam em tempo real)
Contras:
• Não trabalha com MIDI
• Gravação simultânea com limite de 16 canais de
áudio (depende da capacidade da interface de
áudio). Isso não é um enorme problema, pois
16 canais são suficientes para a maioria das
gravações. Entretanto, pode ser limitante para
trabalhos maiores.
• Os plug-ins não atuam em tempo real, portan-
to é preciso processar os efeitos um por um, o
que limita bastante a mixagem
• Quando você faz uma gravação acompanhando
uma base já gravada (conhecido como “over-
Numero de plug-ins por canal: ilimitado gravado com atraso. É necessário ressincronizar
Taxa de amostragem (sample rate): até 96 kHz o material manualmente. Isso é a grande falha
Resolução de bits (bit depth): até 32 bits ponto do Audacity, mas que para gravações simples
(US$ 60) e “full commercial” (US$ 225). A primeira e o tamanho dos mesmos. Essa ferramenta é
é para uso pessoal ou comercial, desde que a pessoa chamada de WALTER (ou Windows Arrangement
não obtenha receita acima de US$ 20 mil dólares; a Logic Template Engine for Reaper).
qualquer limitação de recursos ou prazo de uso. quivos de OMF e AAF para transferência de mate-
rial entre sistemas
Prós:
• Vem equipado com diversos efeitos e plug-ins
que atuam em tempo real
• Diversos modos de gravação diferentes, para
satisfazer quase todas as situações
• Há três formas de visualizar e editar dados MIDI
(Piano Roll, Drum Editor e List Editor), assim
como um sequenciador de step (MIDI) que pode
ser muito útil para a criação de sequências rít-
micas
• Compensação de delay automática (delay com-
pensation)
• Permite modificar o áudio no tempo sem alterar
traVErso
Formatos compatíveis para exportar: WAV64, uma interface gráfica mais elaborada
WAV e WAVPACK
Plug-ins: LV2 conclusão
Surround Sound: Não trabalha em surround
Vídeo: Não é possível trabalhar com vídeo, o que im- Está claro que há outras alternativas mais baratas aos
possibilita trabalhar com trilha sonora ou pós-produção DAWs mais conhecidos, e estas são algumas delas.
Sistema operacional: Há versões para Linux, Win- Mas, como sempre, a melhor escolha vai depender das
dows e Mac OSX necessidades do usuário. Pra quem quer mexer com
Versão atual: A versão atual é Traverso 0.49 audiovisual (trilhas e pós-produção), somente o Rea-
Preço: Criado sob a licença GPL (Licença Pública per e o Ardour são opções, pois o Audacity e o Traver-
Geral), está disponível para download gratuito. Tam- so não trabalham com vídeo. Se você precisa de MIDI,
bém é possível “montar” o software com o código- então somente o Reaper lhe servirá (ou o Ardour 3,
-fonte e até fazer modificações nele (só para quem quando sair), pois os outros não oferecem MIDI.
entende bem de programação).
Portanto, o Reaper é o mais completo dos quatro
Prós: mencionados aqui, porém é o único que não é gra-
• Pode utilizar o sistema JACK para o gerenciamen- tuito. Dependendo do uso, não é preciso gastar nada
to de áudio, que permite rotear os sinais de áudio e ainda ter um software de áudio capaz de suprir to-
entre softwares diferentes (similar ao ReWire) das as suas necessidades. E como é possível testar
• Permite gravar (“queimar”) o material direto de graça, não custa nada experimentar!
para um CD
• Interface gráfica simplificada, com poucos con- Mas há diversos outros DAWs no mercado que tam-
troles visíveis. A maioria das funções pode ser bém podem ser usados em um home studio. Softwa-
acessada através dos menus contextuais (clican- res como Fruity Loops, Vegas (que permite edição
do com o botão direito do mouse) ou utilizando de vídeo), Studio One (Presonus), Audition (Adobe)
uma combinação de mouse e teclado (atalhos). e Tracktion (Mackie), além de outros mais baratos,
Por exemplo, para alterar o ganho de um arqui- como Garageband, EnergyXT, Mixcraft (Acoustica),
vo basta pressionar a tecla “G” enquanto clica MuLab (MuTools), Podium (Zynewave), nTrack Stu-
e arrasta o mouse. Mas se por um lado permite dio e DarkWave Studio (ExperimentalScene). Porém,
maior rapidez e eficiência, por outro pode ser não daria para abordar todos eles aqui na coluna.
chato aprender e decorar todos os comandos.
Se você ainda não encontrou o seu “DAW ideal”,
Contras: pesquise na internet por mais informações sobre
• Não trabalha com MIDI esses outros softwares.
• Falta um “mixer” virtual para facilitar a visua-
lização na mixagem Mês que vem tem mais...
• Interface simplista, que pode ser simples demais Até lá!
Lucas ramos é tricolor de coração, engenheiro de áudio, produtor musical e professor do Iatec. e-mail: [email protected]
áudio música e tecnologia | 55
Gravação | Fábio Henriques
Técnicas de Microfonação
(Parte 12)
Transformadores
e o Efeito
Eletromagnético
É muito evidente para qualquer um que trabalhe com áudio tico cuja orientação está relacionada ao sentido da corrente.
que a eletricidade tem um papel fundamental neste campo
da Física. A gente nem se dá conta, mas assim que o som Por volta de 1830, Faraday e Henry independentemente des-
entra em um microfone ele é convertido em eletricidade cobriram o efeito de indução eletromagnética. Este efeito tem
e desta forma ele fica até que saia por um alto-falante. enorme importância no mundo moderno e até mesmo no áu-
Quando a gente mexe num fader ou ajusta um botão de um dio. Podemos descrevê-lo, de maneira simplificada, assim: ao
equalizador, estamos, na verdade, em um mundo virtual. se passar um ímã por dentro de uma bobina de fio aparece
Estamos ajustando parâmetros de uma corrente elétrica, e uma corrente elétrica circulando por ele. Para que esta cor-
não de um som. Mesmo dentro de um computador, é com rente apareça, é preciso que o campo magnético varie, o que,
bits e bytes que estamos mexendo, e estes em última for- no caso, é obtido pelo movimento do ímã. O mais interessante
ma são, na realidade, cargas elétricas. é que se a gente deixa o ímã parado e força a circulação de
uma corrente pelo fio, o ímã é cuspido para fora da bobina.
O que muitas vezes passa despercebido da gente é o im- Em outras palavras, campo magnético variando perto do fio
portantíssimo papel que o magnetismo também desem- provoca nele uma corrente elétrica e corrente elétrica varian-
penha no mundo do áudio. E essa importância vem da do dentro do fio provoca variação do campo magnético.
relação muito estreita existente entre corrente elétrica e
campo magnético. Vamos ver um pouco desse assunto e Este fenômeno simples é usado em um número enorme de
como ele afeta nosso trabalho. aplicações, dos geradores elétricos ao porteiro eletrônico
que abre a fechadura. No caso do áudio, temos duas aplica-
OS FUNDAMENTOS ções bem importantes. Colocando uma bobina de fio den-
tro de um ímã, prendendo-a a uma suspensão e colando
Em 1820, eletricidade e magnetismo eram assuntos da moda na extremidade um cone de papel, ao inserirmos corrente
na ciência. Só que ainda não se sabia com certeza se havia elétrica alternada (áudio) na bobina, por força da indução
alguma relação entre eles. Foi então que um físico chamado eletromagnética, ela é forçada a se mover em relação ao
Öersted descobriu que em torno de um condutor por onde campo magnético do ímã. Ela se move para fora quando a
passa corrente elétrica contínua aparece um campo magné- corrente é positiva e para dentro quando é negativa. Este
ria dos equipamentos elétricos de nossa casa. A tensão da circuitos eletrônicos de entrada trabalham melhor quando
rede é 127 ou 220 volts, mas o circuito do equipamento é enxergam uma impedância bem menor do que a sua. As
feito para trabalhar com, digamos, 12 volts. Assim, a rela- guitarras e contrabaixos elétricos, por sua vez, possuem
ção entre o número de espiras no primário e no secundário alta impedância de saída. O que acontece então se ligarmos
deve ser tal que reflita essa diferença de tensão (aproxima- uma guitarra diretamente a uma entrada de microfone? A
damente 10:1 e 18:1, respectivamente). entrada do pré espera ver uma impedância baixa, e a saída
da guitarra espera ver uma impedância alta, exatamente o
contrário do que está acontecendo. Assim, para ligarmos
um instrumento deste tipo a uma entrada de microfones,
precisamos de uma “caixinha” – uma Direct Injection Box,
que é um circuito que fará a conversão de impedâncias ne-
cessária. Em sua forma passiva, a DI box apresenta um
transformador com alta impedância de entrada e baixa im-
pedância de saída, arrumando as coisas.
Símbolo de um transformador
Como os transformadores reais não são nada “ideais”, eles
podem afetar significativamente a qualidade do sinal do
Outro efeito interessante é que a corrente se comporta de instrumento. Alguns preferem o som de certas DIs justa-
maneira inversa. Quando um transformador eleva a tensão mente por essa coloração no som. Os mais precavidos po-
no secundário para o dobro, em compensação a corrente dem usar as DIs ativas a FET, que é um dispositivo que
que circula nele é a metade. Isto porque, como não existe permite impedâncias de entrada altíssimas, melhorando a
almoço grátis no universo, a potência se conserva entre a qualidade do som obtido da guitarra ou baixo.
energia que entra no primário e a que sai no secundário. E,
neste caso, a potência é dada pelo produto V x I. Para que
o produto seja constante, se V aumenta, I deve diminuir
proporcionalmente (toda esta discussão leva em conta que
estamos tratando de um transformador ideal, e nele não há
perdas, nem mesmo pelo calor).
TRANSFORMADORES E IMPEDÂNCIA
INDUÇÃO DE RUÍDO
A relação entre a impedância presente no primário e a per-
cebida no secundário é quadrática. Ou seja, se o primário Alguém já se perguntou como é que as ondas das rádios e
apresenta uma impedância de 10 mil ohms e a relação do TVs analógicas são captadas pelos equipamentos? Pois bem,
transformador é 1:2, a impedância no secundário será de as antenas transmissoras emitem uma senhora quantidade de
40 mil ohms (2 ao quadrado = 4). energia na forma de ondas eletromagnéticas. Estas ondas, ao
chegarem na antena do nosso receptor, incidem sobre os elé-
Em áudio, normalmente mandamos a informação de um trons dela, que passam a oscilar de acordo com essa onda inci-
circuito com impedância de saída bem menor do que a dente. Qualquer pedaço de condutor pode se comportar como
impedância de entrada do circuito que recebe o sinal. Os uma antena, e de fato a gente observa este efeito.
microfones gostam de trabalhar ligados a uma entrada
cuja impedância seja pelo menos cinco vezes a sua, e os Tomemos o cabo de uma guitarra por exemplo. Ele consiste
LINHAS NÃO-BALANCEADAS
Linha não-balanceada
Uma medida adicional deve ser tomada nos cabos para o
melhor desempenho. Um dos fatores que afeta a CMRR é a
LINHAS BALANCEADAS diferença de intensidade da corrente induzida de ruído em
um e outro condutor. Além dos fatores próprios do material
Uma característica marcante dos cabos de microfone é o do cabo, se o cabo estiver muito próximo a uma linha de
fato de que ele usa três condutores, e não dois. Vamos ver eletricidade, mesmo a pequena distância entre um condutor
como isso funciona. e outro terá influência no valor da corrente induzida. Por isso
os condutores dos cabos balanceados são trançados um no
outro. Desta forma, na média, os dois condutores estão à
Na saída do microfone, temos um transformador, e dele
mesma distância de todas as possíveis fontes de indução.
saem dois, e não um, condutores. Estes condutores se en-
carregam de levar o sinal com metade da energia em um e
Por via das dúvidas, em toda instalação criteriosa de es-
metade em outro, sendo que no segundo condutor o sinal
túdios os condutores de eletricidade são mantidos afasta-
está com a fase invertida em relação ao primeiro. A impe-
dos dos condutores de áudio o máximo possível, percor-
dância dos dois condutores deve ser a mesma, e eles são
rendo dutos independentes.
também envoltos na malha condutora que é ligada à terra.
CONCLUSÃO
Na entrada do pré-amplificador temos um circuito especial
que se chama “amplificador diferencial”. A sua função é am- Os transformadores e o efeito eletromagnético são de ex-
plificar a diferença entre os sinais que chegam a suas entra- trema importância para o mundo do áudio, indo desde os
das. Ora, como temos os sinais com polaridade invertida, transformadores de parede que nos permitem ligar os equi-
e lembrando que 0,5 - (-0,5) = 0,5 + 0,5 = 1, na verdade pamentos, até o interior dos cabos que conduzem os sinais
os sinais são somados de volta a seu estado original. Até aí dos microfones até os pré-amplificadores. O conhecimento
não houve vantagem nenhuma. de suas características não só nos permitem compreender
melhor o funcionamento de tudo o que usamos, como tam-
Porém, quando um ruído externo incide sobre o cabo, ele irá bém entender a razão de certos procedimentos importantes.
Fábio Henriques é engenheiro eletrônico e de gravação e autor dos Guias de Mixagem 1 e 2, lançados pela editora Música & Tecnologia. É responsável
pelos produtos da gravadora Canção Nova, onde atua como engenheiro de gravação e mixagem e produtor musical.
áudio música e tecnologia | 61
SHoW | rodrigo Sabatinelli
ADEUs,
réVEillon Em copacabana E show do
pEarl Jam na apotEosE agitam fim dE
ano na cidadE maraVilhosa
Depois da meia-noite, o cantor Latino subiu ao “O Guetta nos enviava sete canais. Eram dois L/R,
palco não somente para participar da festa, mas sendo um deles para backup, um canal do seu mi-
também para gravar mais um DVD ao vivo em sua crofone, usado para comunicação com o público, e
vitoriosa carreira. A apresentação foi registrada mais um estéreo de um mini-PA que ele mantinha
por Lula Lavor, sócio de Gabriel Vasconcelos na no palco, do qual promovia efeitos como pan, en-
unidade móvel e no Estúdio Century. Tudo corria tre outros”, explicou.
bem em todos os aspectos, até que a produção
do evento desligou o sistema de som e retirou o Além desses sete canais, Lula captou 12 pontos de
cantor do palco, impedindo-o de finalizar o show e, ambiência. Estes microfones foram divididos entre
consequentemente, de gravar quatro das músicas marcas como Sennheiser – foram seis ME 66 sho-
selecionadas para o DVD. tgun – e Røde e mais seis MTG2, de padrão polar
diferente dos Sennheiser.
Guetta, que não aceitou atrasar seu show por con- de delay. O objetivo de tê-los na gravação foi manter
se apresentou sem maiores problemas, assim como Nada além disso”, encerrou.
Em dezembro de 2005, o Pearl Jam, um dos maiores no- Entrevistado durante a passagem da banda pelo Rio de Ja-
mes da música internacional, desembarcou no Brasil para neiro, Marcio destacou que o PA foi basicamente o mesmo
o “pagamento de uma dívida”, segundo disse, na ocasião, em todos os shows, sendo que, na Praça da Apoteose, o sis-
Eddie Vedder, vocalista do grupo, referindo-se à espera de tema principal contou com 14 elementos L-Acoustic K1 com
uma década e meia do público para vê-los. três L-Acoustic Kara, além de 14 subs L-Acoustic K1SB. No
out fill foram 14 L-Acoustic V-Dosc Main com três DV-Dosc,
Durante um dos shows realizados por aqui, o músico além de 24 subs de chão L-Acoustic SB 28, oito L-Acoustic
prometeu, ainda, que um retorno ao país não demoraria ARCS, sendo quatro por lado operando como inner e out fill,
tanto, promessa que foi cumprida agora, em novembro e 12 L-Acoustic 12 XT no front fill.
passado, quando o Pearl Jam subiu ao palco do Morumbi,
em São Paulo, para dar início a mais uma passagem por A única mudança, de
terras brasileiras. acordo com ele, ficou
por conta da inserção
das torres de delay –
Arquivo Loudness
M-480
ConheCendo a noVa Mesa V-MixinG da roland
Divulgação
O display tem um tamanho e resolução que dei- Visual liMPo e de FÁCil aCesso
xam os concorrentes com vergonha, e, além dis-
so, a superfície de controle onde estão os faders é O console apresenta um visual bastante limpo,
bem limpa, sem excessos e de fácil visualização. sem muita poluição em relação a cores ou luzes,
O seu processamento interno é
superior ao do modelo anterior,
am&t
proporcionando, assim, uma
maior liberdade para a utilização
de efeitos e equalizadores.
CoMuniCaÇÃo siMPles
e direTa
am&t
troles são de fácil acesso (com exceção do cursor
principal da mesa, que poderia estar posicionado
em um local mais acessível).
ForMaTos de GraVaÇÃo
am&t
sadores dinÂMiCos
e de eFeiTos
am&t
atrativos são seus processa-
dores de efeitos. Entre os que
me chamaram mais a atenção
estão os que simulam antigos
produtos da Roland, que sem-
pre foram sucesso de merca-
do, como Space Echo RE 201,
SDE 3000 e SRV 2000.
nas esTradas e
esTÚdios da Vida
ENGENHEIRO, MÚSICO E PRODUTOR LUIZINHO MAZZEI
CONTA SUA HISTÓRIA NO ÁUDIO PROFISSIONAL
P
aulistano de nascimento e soteropolitano de bate-papo merecidamente mais detalhado sobre sua
coração, o produtor musical e engenheiro de carreira sempre ficava para depois. “Culpa da falta
som Luizinho Mazzei entrou para o mundo de tempo”, diz ele, sendo esta provocada pela agen-
profissional da música aos 18 anos. Mas bem antes da cheia do profissional que, nas inúmeras vezes em
disso esse amante e dependente de música desde que tentamos entrevistá-lo, estava trancafiado em
o carrinho de bebê já dava seus primeiros acor- estúdios de gravação e, em outras tantas, percorria
des no violão da mãe, aprendia a discotecar com o o Brasil com artistas operando PA e monitor.
equipamento de audiófilo de seu pai e fazia grooves
em sua bateria, incomodando os vizinhos. Mazzei e Na tão esperada conversa, feita no final do ano
AM&T sempre se encontraram na estrada, mas um passado, Mazzei contou um pouco de sua histó-
fiz no exterior os equipamentos disponibilizados eram ção são bem equipadas ou a estrada ainda
de ponta e o tratamento que recebíamos era excelente. está cheia de “roubadas”?
Na Britney, eu
No exterior,
fazia monitor da no exTerior, aPrendi CoMo realMenTe aprendi como
banda. Ela tinha
um engenheiro
se FaZ uM shoW de Verdade. lÁ, Tudo É realmente se faz
um show de ver-
exclusivo pra ela. leVado MuiTo a sÉrio dade. Lá, tudo é
No Concrete, fazia muito levado a
monitor e ajudava sério, pois se trata de uma grande indústria de en-
o técnico de PA a desenvolver o sistema de gravação tretenimento e show business. Em termos de sonori-
para toda a turnê, o que resultou em um disco duplo zação, estamos no mesmo patamar. O que nos falta
ao vivo. A estrutura do Concrete Blonde era simples, aqui são projetistas e engenheiros de sistema. Acho
pequena e funcional. Nada de extraordinário. Usáva- que temos uns cinco de verdade no Brasil e um deles
mos duas PM4000, uma no monitor e outra no PA, não é brasileiro. Onde perdemos e feio é na parte de
de onde via direct out, em um gravador Alesis, eram negócios, logística e palco. Nossos palcos são me-
gravados os shows. díocres perto dos utilizados pelos americanos, por
exemplo. Aqui, demoramos semanas para montar
Na Britney eu não fazia nada! Na verdade fiz durante
os ensaios, que eram puxados e totalmente sincro-
nizados. Isso resultou em uma tour em que tudo
funcionava exatamente igual em todos os shows, o
que nos dava uma segurança, uma tranquilidade.
MAURICIO MANIERI FOI UM DOS PRIMEIROS ARTISTAS tando, e como o Maurício tinha uma agenda tranquila,
COM QUEM MAZZEI TRABALHOU EM SUA VOLTA À resolvi voltar para os estúdios. Mesmo porque se não
ESTRADA, EM MEADOS DOS ANOS 2000 aprendesse o novo formato de trabalho e de mercado
teria dificuldade em voltar mais tarde e me adaptar.
Durante o tempo em que fiquei no Manieri, acabei fa-
um palco ruim. Lá, são horas para montar um mega
zendo de tudo: monitor, PA, gravação, mixagem, pro-
palco. A visão empresarial dos caras é bem distante
dução de show e de disco.
da nossa. Aqui, empresário quer ganhar. Lá, empre-
sário quer investir para ganhar depois!
A equipe de produção era o Maurício, o Marcelo, seu
irmão, e o Igor Arthuzo, que acabou saindo logo que
Uma vez, no cathering do Festival de Montreux,
finalizou um de seus discos. Como eu era muito pró-
estava conversando com o tour manager do
ximo ao Marcelo, acabei assumindo a parte técnica da
Aerosmith e perguntei por que uma estrutura tão
produção deles. Meses depois, com o falecimento do
grande e se eles levavam aquilo pro mundo inteiro.
Marcelo, o Maurício me convidou para ajudá-lo na par-
Ele foi simples e objetivo. Disse: “aqui a gravadora
te de produção juntamente com um parceiro deles das
arquivo Pessoal Luizinho mazzei
Foi nessa época, que você passou conta de gravação, banda, artista e convidados. Foi
pelo Nossoestúdio? loucura, mas deu certo. Acabou que também mixei o
DVD e entrei para a equipe fazendo monitor.
O Nossoestúdio sempre foi e será sinônimo de ex-
celência em captação. Nunca ouvi nada próximo. A
É interessante como tenho muito esse lance de fazer
sala tem uma sonoridade única. Os artistas que por
os discos dos artistas para os quais também ope-
lá passavam eram super exigentes e conhecedores
ro monitor. Acho que o meu lado musical somado
de arte. Acho que em todo o tempo em que fiquei
ao técnico ajuda muito nesse aspecto. Eu acabo, no
na casa, mais da metade dos trabalhos eram com
fundo, passando uma segurança maior para o ar-
artistas internacionais, de instrumental e jazz. Era
tista, o que é fundamental, acredito. Na Margare-
um presente para os ouvidos. A história da “Família
th, fiquei exato um ano, mas como ela tinha uma
Nossoestúdio” é muito forte com os grandes músicos
agenda cheia e eu havia acabado de me casar, re-
de fora. A Carla Pop foi produtora de shows interna-
cionais. O Dudu Souza foi produtor da Chaka Khan, solvi ficar por São Paulo e saí da equipe. No entanto,
diretor da Columbia Records, tocou com Steve Gadd eventualmente, fazia shows esporádicos no Rio e em
e John Patitucci, e a Luciana Souza é uma das maio- São Paulo. No ano seguinte, acabei sendo convidado
res cantoras do mundo. O Farat gravou com ela um para fazer seu monitor durante o carnaval e fiquei
trabalho que foi indicado ao Grammy americano. Dois fazendo os seus shows por alguns meses.
anos depois, foi a minha vez.
Mesmo resistente a uma volta para a estrada,
No estúdio, você era indicado a Grammys e, na você ainda trabalhou com Lulu Santos, um ar-
estrada, viajava com diversos artistas. Lembro tista que parece não se cansar de fazer shows.
que nos encontramos muito por aí, quando você
Pois é! Tive o prazer de trabalhar com o maior hit-
operava os monitores da Margareth Menezes.
maker da história da música brasileira, que tinha
Verdade! Minha passagem pela equipe da Margareth ao seu lado músicos excepcionais e uma equipe
foi bem engraçada. Fui convidado para fazer o moni- super afinada! Fora a vantagem de viajar sempre
tor do DVD dela e, faltando poucos dias para o show, com um sistema nosso. No fundo, não tocávamos
também acabei assumindo a gravação. Imagine, em muito, e isso me possibilitava continuar fazendo
um DVD, você se desdobrando em dois, tomando projetos em estúdio. A organização e união da
equipe era o ponto alto do trabalho. Fazendo com nais, 1/4 de polegada de oito canais, amplificado-
que a tensão do show ficasse de lado. O Lulu é um res robustos e potentes e pickups Technics. Todo
cara muito esperto e observador. Fala e pede com final de semana era música das oito da manhã às
pertinência. É um pouco difícil lidar com ele, mas oito da noite. Depois, pegava um rádio que ele
a experiência em si é enriquecedora, por se tratar mesmo havia montado, ia para a cozinha, colocava
de um artista exigente. Ele arranca tudo que você uma antena enorme do lado de fora da janela e
sabe e tem de melhor. Isso é muito bom! Acabei ficava buscando rádios estrangeiras. Era divertido.
saindo de lá, pois, simultaneamente, comecei a fa- Com isso tudo, fui ficando curioso e aprendendo a
zer o PA do NX Zero e estava envolvido como DVD mexer. Mais tarde, “roubei” esse equipamento e
da Cláudia Leitte, que me consumia bastante. comecei a dar as festinhas no prédio e no bairro.
Voltando bastante no tempo, de onde vem sua A primeira “mesa de som” que comprei foi uma Wat-
paixão por equipamentos? Quando começou a tsom, de oito canais, que era, justamente, para as
comprar coisas e quando montou seu primeiro festas. Entrava ali o K7, as pickups, o gravador de
sistema de gravação em casa? rolo. Tinha tanta música que era possível tocar por
uma semana inteira sem repetir nenhuma track! Eu
Tudo isso vem de criança. Meu pai, apesar de enge- comprava muitos discos e muitas fitas K7. Fora que
nheiro civil, era um maníaco por música. Meu pri- já tinha uma bateria, dois violões, um teclado e um
meiro presente, ainda bebê, foi um radinho AM, que contrabaixo em casa, além do acordeon da minha
vivia pendurado no meu carrinho. Quando passeá- mãe, que também sempre foi amante de música.
vamos pelas ruas do bairro, o radinho tinha que es- Minha família sempre foi apaixonada por música. Já
tar ligado, e sempre com música. Quando aparecia profissional, meus primeiros equipamentos foram
um locutor, um comercial, eu começava a chorar. Até um G3 Blue, uma Digi001 e um par de monitores At-
o meu pediatra disse um dia: “é, Seu Luiz... hoje o tack. Comprei para ajudar um “amigo” em um disco
senhor deu um radinho de pilha, amanhã terá que e acabei me ferrando. Ele vendeu uma música para
dar um estúdio de presente”. a Xuxa que eu havia mixado junto com ele e não
recebi um centavo por isso. Ele tinha sempre uma
Meu pai tinha um sistema Sansuy com equalizador desculpa. Se ele estiver lendo isso, vai se lembrar.
digital, reverb de mola, gravador K7 de quatro ca- Só que hoje ele está quebrado e a gente “tá aí!”.
gerenciamento de estúdios,
não foi muito difícil parar
na sociedade da unidade
móvel do NaCena, correto?
Gravando
os sambas
Sempre com uma pitada
de novidade, a escolas
do grupo especial do Rio
de Janeiro esquentam as
quadras, mesas e terreiros
com o lançamento do álbum
Sambas de Enredo 2012
O
carnaval não acaba na quarta-feira de cinzas. Pelo TEM NOVIDADE NO SAMBA
menos não para este grupo de profissionais que fa-
zem a mágica acontecer. É um ano inteiro de muito À primeira audição já é possível perceber que não houve
trabalho e planejamento em diversas áreas do entretenimen- nenhuma mudança radical no conceito em relação à pro-
to até que o povo possa se acabar de sambar na avenida. dução do ano passado. Apenas uma leve desaceleração
nos andamentos, que já vinham sendo chamados ironi-
Os engenheiros e técnicos de áudio também não têm des- camente de “marchas-enredo” pelos mais tradicionais do
canso. Em meados de outubro de cada ano – após as sele- samba. Outro detalhe que chama atenção ao longo dos
tivas promovidas nas quadras das agremiações – começam anos é a constante introdução de novos elementos sono-
as gravações do tão esperado CD com os sambas-enredo ros às músicas, sejam eles efeitos, narrações ou mesmo
do carnaval seguinte. A AM&T conversou com os profissio- instrumentos incomuns como teclados, guitarras, acorde-
nais responsáveis pela produção do CD das escolas de sam- ões, triângulos e outros percussivos.
ba do grupo especial do Rio de Janeiro para tentar entender
como se dá o registro da espontaneidade e empolgação das William Luna Jr., que, entre diversos trabalhos de sucesso,
baterias, coros e intérpretes. participou do álbum Diminuto, de Carlinhos Brown, indicado
Ricardo Almeida
toda a equipe se junta em uma reunião técnica pro-
movida pela LIESA (Liga Independente das Escolas
de Samba), em que os mestres de bateria e dire-
tores de carnaval levantam questões como as pe-
ças a serem utilizadas pelos ritmistas, as condições
de qualidade de cada uma delas e a quantidade
máxima e mínima de instrumentos e músicos por
setor. Esta é, certamente, a grande malandragem,
no melhor sentido da palavra, para que, mesmo em
uma gravação, a bateria de cada escola não perca
suas características.
Uma das surpresas deste ano foi o uso de uma lona que ao vivo. Temos que procurar este equilíbrio.”
cobriu e envolveu o local de gravação na Cidade do Samba.
“A princípio, a lona tinha apenas uma aplicação estética, MAPA DE PALCO
para que a produção pudesse registrar a imagem sem a
interferência direta da luz do dia. No final, ela gerou uma O técnico José Andrade Sartori, conhecido como Magrão,
sonoridade mais compacta em relação à profundidade dos experimentou uma forma diferente de posicionar os ins-
anos anteriores”, afirma William.
trumentistas no espaço da Cidade do Samba. “Sobre o
palco, os surdos ficaram ao fundo, e a novidade foram as
Outra diferença em relação ao ano anterior foi a captação
caixas, que ficaram distribuídas nas duas laterais, a fim
dos surdos. “Utilizamos Sennheiser MKE 1. No princípio, era
de melhorar o equilíbrio.”
apenas um teste para avaliarmos a capacidade de se utili-
zar ele no desfile, mas acabou dando tão certo que optamos
Ele também comenta que os repiques ficaram ao centro,
por também gravar com eles.”
tamborins à frente dos repiques, cuícas e chocalhos cada
Para William, o grande desafio deste trabalho era chegar a um de um lado do palco, um pouco mais à frente. “O mesmo
uma sonoridade que agradasse tanto ao público geral quan- aconteceu com escolas que levaram instrumentos adicionais,
to aos frequentadores dos ensaios das escolas. “O público como acordeom, triângulo, zabumba, atabaques, berimbau,
quer ouvir algo mais limpo, como um padrão, digamos, ra- pratos, agogôs e tumbadoras”, recorda ele, que completa
diofônico. O pessoal que frequenta quadras, ensaios e des- dizendo que ao centro, de frente para os ritmistas, ficaram o
files quer ouvir aquela sonoridade mais densa que se tem mestre de bateria, o cantor e o maestro. •
Ricardo Almeida
n
o artigo anterior examinamos o decibel, seu ordem de décimos de Bel, terminamos subdividindo
conceito e a sua praticidade. Começamos com nossa escala por 10, adaptando a fórmula para gerar
W/m2, com números astronômicos da ordem a seguinte escala de decibel:
de um trilhonésimo para um. Através de potências,
conseguimos extrair números fáceis, e, com o loga- (10-12)
10log = 0dB
ritmo, ficamos somente com o fator de crescimento (10-12)
(expresso pela exponencial). Usando proporções,
deixamos os valores de nossa escala em positivo, Neste artigo, continuaremos tratando sobre deci-
resultando em valores de 0 a 12 Bels para represen- béis (dB), mas vamos entrar em mais detalhes so-
tar a nossa percepção de intensidades. Como somos bre o que eles representam e ver diferentes apli-
capazes de perceber variações de intensidades da cações dos decibéis dentro do universo do áudio e
dB int e dB SPL
proporcionais à pressão sonora que estão recebendo
Falta resolver um problema: tudo o que fizemos (P), mas esta não é uma relação direta...
até agora estava relacionado à intensidade sono-
ra, medida em watts por metro quadrado e se re- A relação entre pressão e potência sonora é a se-
ferindo à potência sonora. O problema é que para guinte: a potência sonora tem uma relação de qua-
medir o volume precisamos recorrer às mudanças drado quanto à pressão sonora. Isso se traduz em
de pressão, que examinamos nos primeiros artigos uma fórmula ligeiramente modificada, com resulta-
plicar a intensidade sonora, mas ela não é muito mática, vamos diretamente a ela:
fones captam não são estas variações de pressão? nora, a adição de duas fontes não é + 3 dB, mas sim
Caso não se recorde, releia os artigos anteriores + 6 dB. Desse modo, a pressão sonora de duas caixas
Fizemos o caminho do watts por metro quadrado Para evitar que a média acabe em zero, podemos
para o Bel para o decibel e, finalmente, para o dB elevar tudo ao quadrado antes de tirar uma mé-
SPL (Sound Pressure Level ou Nível de Pressão So- dia (porque qualquer número, mesmo negativo,
nora): W/m2 –> Bel –> dB –> dB int –> dB SPL. E quando elevado ao quadrado resulta em positivo).
esta é a unidade que realmente nos interessa, pois Por exemplo, assim como 2 x 2 = 4, da mesma
normalmente quando falamos de dB na acústica, es- forma -2 x -2 = 4. Portanto, 22 = -22, e podemos
tamos nos referindo ao dB SPL. Ou seja, o dB da finalmente tomar uma média que não se anule.
pressão sonora. O que é importante lembrarmos é Para completar o cálculo, devemos tirar a raiz do
que a soma de duas caixas de 20 dB é 26 dB, se for resultado para compensarmos o fato de que havía-
calculando pressão, ou 23 dB, se medirmos o ganho mos aumentado os valores artificialmente quando
de intensidade sonora (ou potência). elevamos tudo ao quadrado. Por isso o nome em
inglês “Root Mean Square” (RMS), que significa
dB pico e dB RMS simplesmente tirar a raiz quadrada da média dos
quadrados. Agora ficou mais fácil calcular o volu-
Agora que conhecemos os decibéis e o que eles re- me do som, veja este exemplo:
presentam, deveríamos voltar à pergunta inicial:
como percebemos volumes, então? A verdade é que
o tímpano apresenta certa inércia que o torna lento 0+1+4+1+0+1+4+1+0
= 1,15...
para acompanhar fielmente cada uma das variações 9
de pressão que recebe. Assim, enquanto o tímpano
tenta chegar ao máximo de seu movimento, o meio-
-ciclo de compressão já passou e o tímpano come-
Escala de Decibéis
çará a recuar, tentando acompanhar o meio-ciclo de
descompressão. O resultado é que acabamos sen- Com tudo o que já aprendemos até aqui, já pode-
tindo as mudanças de amplitude das ondas sonoras mos entender a escala de decibéis, que pode ser
como um tipo de arredondamento simplificado. vista na figura presente nesta página. Relaciona-
mos aqui alguns sons comuns e facilmente reco-
Vamos examinar a maneira que os nossos ouvidos nhecíveis com a escala de decibel, iniciando com os
traduzem o movimento do tímpano para entender sons mais silenciosos embaixo (algo muito suave,
em que volume a música foi percebida. Não escu- como o silêncio em uma zona rural, afastada dos
tamos por picos, pois eles ocorrem muito rápidos. ruídos urbanos de carros e aviões, chegando a ní-
Sentimos as intensidades como sendo um tipo de veis de 20 dB) e colocando os sons mais barulhen-
valor médio, chamado de eficaz ou RMS, como se os tos acima (aonde experimentamos dor física em
sons fossem um estímulo contínuo e não oscilantes. nossos ouvidos, como quando estamos ao lado das
Mas como podemos obter uma média de amplitu- torres de caixas num trio elétrico durante o Carna-
des que oscilam entre valores positivos e negativos? val, beirando perigosos 120 dB). É claro que, de-
Se pensarmos numa senóide, uma média aritmética pendendo da quantidade de bebida ingerida, você
resultaria em zero. Vejam: [0+1+2+3+2+1+0+(- provavelmente não sentiu a dor (mesmo porque o
1)+(-2)+(-3)+(-2)+(-1)]/12 = 0. ouvido também possui vários mecanismos de pro-
teção, usados quando se veem expostos a volumes
Mas nós escutamos as variações negativas de tão altos e por um tempo excessivamente grande).
pressão, assim como escutamos as positivas,
apenas não podemos tirar uma média aritmética. O gráfico da próxima página pode ser considerado
Omid Bürgin é compositor, projetista acústico e produtor musical. Fundou a Academia de Áudio (www.academiadeaudio.com.br), que oferece cursos
de áudio, produção, composição e music business e dispõe de estúdios para gravação, mixagem e masterização. E-mail: [email protected].
Nesta edição vamos abordar, conforme diz o subtí- vem do nosso lado esquerdo porque ele chega no
tulo da seção, algumas formas de fazer com que, na ouvido esquerdo antes do que no direito.
sua mix, os instrumentos mais importantes ganhem
destaque ou mais punch e presença, sem que haja Mas sem se delongar muito em teoria acústica, o
perda de dinâmica dos transientes. “truque” Haas pode ser obtido de duas maneiras. Na
primeira, você direciona o seu canal mono 100% para
CONVERTENDO UM SINAL MONO EM um lado (todo para a direita ou todo para a esquer-
ESTÉREO COM O DELAY da, tanto faz), duplica esse canal, joga a cópia 100%
para o lado oposto do original e a atrasa manualmen-
Muitas vezes usado para se obter uma maior ambi- te em até 35 ms. Ambos os canais devem ir para o
ência ou simplesmente como um efeito criativo, o mesmo bus. A segunda maneira, mais simples e rá-
delay também pode ser empregado para “abrir” ins- pida, consiste em inserir um delay estéreo num canal
trumentos no panorama estéreo. Para isso, vamos mono e ajustar um dos lados em no máximo 35 ms.
aplicar o efeito Haas. Também conhecido como “efei-
to de precedência”, constitui um efeito psicoacústi- No exemplo 1 (você pode ouvir os mp3 em http://
co baseado nas pesquisas do alemão Helmut Haas, tinyurl.com/ex1a-semdelay e http://tinyurl.com/
segundo as quais o ser humano consegue identificar ex1b-comdelay) temos uma guitarra gravada em
a direção do som a partir do som direto desde que mono que está embolando com o bumbo, o baixo e a
as reflexões deste não cheguem aos nossos ouvidos caixa. Vamos usar o efeito Haas para tirá-la do meio
com atraso maior do que 35 milissegundos e nem da imagem estéreo, abrindo caminho para os outros
estejam mais do que 10 dB mais altas. Na prática, instrumentos mais centralizados, além de expandir
nosso cérebro percebe, por exemplo, que um som a mix, que soa meio monofônica. Inserimos o plug-
Alexandre P. Cegalla atua como engenheiro de som há mais de dez anos e já produziu artistas no Brasil e no exterior. É proprietário do Studio
Bunker, em Curitiba (www.studiobunker.com.br).
ACERTANDO
O RITMO:
QUANTIZAÇÃO
Divulgação
N
as duas edições anteriores nós falamos so-
bre a ferramenta Warp, que permite ajustar
o tempo de um clip de áudio sem que haja
resíduos audíveis. Seguindo essa linha, nesta edi-
ção vamos conhecer como é possível corrigir o ritmo
de clips de MIDI e de áudio através da ferramenta
de quantização. É possível corrigir uma performan-
ce que “atravessa” o ritmo usando a quantização, o
que faz desta ferramenta uma das mais utilizadas na Figura 1 – É possível corrigir a posição das notas
produção musical mundo afora, porém, geralmen- automaticamente, de acordo com o andamento da música
te só para performances MIDI. Mas no Live, graças
ao Warp, também é possível utilizar esta função em no tempo e compara a posição das notas em relação
clips de áudio, tornando-a uma ferramenta ainda à posição dessas “divisões”. Qualquer nota que não
mais potente. Vamos aprender como funciona. se encontrar precisamente no mesmo lugar que um
dos pontos do grid será reposicionada para o ponto
que estiver mais próximo (antes ou depois).
QUANTIZAÇÃO MIDI
A forma mais fácil de determinar a melhor resolu-
Quantização é um processo que atribui valores dis-
ção é “contar” a menor divisão de tempo (menor
cretos para um sinal cuja amplitude varia entre va-
“espaço” entre duas notas ou a nota mais “rápida”)
lores contínuos. Traduzindo para o MIDI, a quanti-
da performance. Se houver um erro na performan-
zação reposiciona as notas de uma performance de
acordo com o tempo musical. Ou seja, é possível
corrigir a posição das notas automaticamente, de
acordo com o andamento da música.
VALORES DE RESOLUÇÃO
Para efetuar a quantização, é preciso primeiro deter-
Os valores usados para a resolução da quantização são
minar a resolução desejada, que é dada como uma
dados em frações porque nos EUA é assim que eles no-
fração de um compasso (1/4, 1/8, 1/16 etc.). Se a
meiam as notas musicais. Para quem tem dificuldade de
resolução não for indicada previamente, a quanti-
lembrar, segue uma lista para “traduzir” os valores:
zação será efetuada usando o valor atual do “grid”.
O Live “divide” os compassos do clip por esse valor,
1/4 = semínima
criando uma “grade” (chamada de grid) de pontos
1/8 = colcheia
1/16 = semicolcheia
1/32 = fusa
T = quiáltera
QUANTIZAÇÃO NA GRAVAÇÃO
Figura 2 – Em 75%, as notas serão movidas a somente 75%
da distância entre a nota e o ponto mais próximo do grid Também é possível quantizar as notas dos clips de
MIDI durante a gravação. Para isto, basta escolher a
resolução desejada em Record Quantization, no menu
A quantização normalmente reposiciona o início das
Edit. Todas as notas gravadas serão quantizadas auto-
notas, mas também é possível usar a quantização
maticamente. Mas isso ocorre somente após a grava-
para estender o final das notas. Isso pode ser defini-
ção ser interrompida. Ou seja, os clips de MIDI serão
do, junto com a resolução e intensidade, nos contro-
reproduzidos da primeira vez sem a quantização, po-
les de quantização que se encontram em Quantize
rém assim que a gravação se encerrar as notas do clip
Settings, no menu Edit (Shift + Cmd + U no Mac e
serão automaticamente reposicionadas de acordo com
Shift + Ctrl + U no PC):
a resolução selecionada. Isso é uma função muito uti-
lizada para performances, quando não há muito tempo
Quantize To – resolução
hábil para quantizar os clips. É importante frisar que a
Adjust Note – quantizar início (Start) e/ou final (End)
quantização na gravação é considerada um “passo de
das notas
undo” separado, e, portanto, o bom e velho Cmd/Ctrl
Amount – intensidade
+ Z após a gravação irá desfazer a quantização do clip
sem desfazer a gravação.
Depois, basta selecionar as notas desejadas e clicar na
opção Quantize no menu Edit (Cmd + U no Mac e Ctrl
QUANTIZAÇÃO DE ÁUDIO
A quantização é uma ferramenta muito comum e ando-se em um ritmo, e com pequenas variações
se tornou imprescindível para o sequenciamento rítmicas elas podem dar mais vida a uma perfor-
MIDI por ajudar a corrigir rapidamente os erros mance. Essa ferramenta se chama “groove”, e será
de uma performance. Entretanto, a quantização o tema da próxima edição da coluna.
muitas vezes é “dura” demais, pois o grid é base-
ado em valores de notas fixos. Também é possível Mês que vem tem mais...
reposicionar as notas de uma performance base- Até lá!
Lucas ramos é tricolor de coração, engenheiro de áudio, produtor musical e professor do Iatec. e-mail: [email protected]
Estranho no Ninho?
Divulgação
(PArTe 2)
O ESTILO NOVO DE LANNY GORDIN, QUARTETO E UMA LEGIÃO DE GUITARRISTAS
C
omo meu leitor mais atento deve se lembrar, en- reaparece nesses casos é: melhor fazer o show antes de
cerramos os trabalhos no mês passado enfocan- gravar ou gravar em estúdio primeiro para depois fazer
do as apresentações ao vivo do trabalho Estilo o show? Como sempre acontece no mundo real, não há
Novo, com o legendário Lanny Gordin, seu quarteto e resposta única, tudo depende da situação musical em
as participações dos não menos legendários guitarris- que você se encontra. Para o caso desse trabalho, ex-
tas Pepeu Gomes e Luiz Carlini. ceto na introdução de meu arranjo para Tropicália, em
que usei vozes de Glauber Rocha e Caetano conversando
O próximo passo agora é o registro em estúdio em dois aparteados por De Gaulle em 1968, quase não houve
dias integrais de trabalho num quebra-cabeças incrível programação, tudo tinha que ser tocado em tempo real.
de horários, disponibilidades e questões técnicas entre
guitarristas a serem resolvidas pelo produtor musical e A ideia principal do Lanny era que houvesse alguns
arranjador, que é um tecladista, e, não por acaso, o que temas livres mesmo, com improvisos totalmente free
escreve esta coluna direto para você, querido leitor. que depois poderiam ser (ou não) editados à maneira
do Bitches Brew e outros discos do Miles dos anos 70,
Uma questão do tipo “a galinha ou o ovo” que sempre quando músicos como Keith Jarret, Chick Corea, Jack
Plano de gravação
O estúdio escolhido foi o muito bem equipado NaCena tão foi se tocaríamos todos juntos em Summertime e
Estúdios (http://www.nacenastudios.com.br), e Rodri- London, London, números em que todos os guitarristas
go de Castro Lopes, o nosso piloto, foi fundamental solavam com o suporte e groove do quarteto. O estú-
(veja o box com a entrevista que fiz com ele) para o dio até comportava em termos de espaço e condições
sucesso dessa viagem, que se equilibrou entre a qua- técnicas que gravássemos a base com piano, baixo e
lidade artística e a luta contra o relógio. bateria tocando ao mesmo tempo que os três guitarris-
tas, mas não estávamos mais num show ao vivo! Numa
Como a impressão de tocarmos juntos estava muito for- gravação, o nível de exigência com pequenas indecisões
te em nossas cabeças graças ao show, a primeira ques- e imprecisões é maior e com o pouco tempo que tínha-
mos, decidimos gravar o trio de base para em seguida os
guitarristas tocarem ao mesmo tempo.
Duas perguntas para Glauber Amaral,
produtor geral de Estilo Novo A foto de abertura desse texto mostra um pouco do que
foi a situação, quando, a pedido dos guitarristas, fiquei
dentro do estúdio com eles dando as entradas para os
Como você conheceu e resolveu começar
solos e melodias e vibrando com aquela situação musical
a trabalhar com o Lanny?
tão emocionante. Estávamos ali tocando para um amigo,
Conheci o Lanny em 2001. Fui levado por um amigo ao aparta- para um grande músico que influenciou não só uma legião
mento em que ele morava, em Santa Cecília, São Paulo. Na mes- de guitarristas, mas muitos músicos – entre os quais me
ma hora fiquei super empolgado com a possibilidade de realizar incluo – cujos conceitos harmônicos se expandiram ao ou-
um resgate da carreira dele. Já tinha feito outros resgates legais. vir as criações de Lanny para artistas da Tropicália.
Demorou um pouco, até que em 2006 lançamos o CD Lanny
Duos, depois de vários shows realizados pelo Brasil. Transcrevi a genial introdução que ele fez para a gravação
de Pérola Negra, com Gal Costa, em Fatal, com todos aque-
les acordes em quartas superpostas (veja a Foto 3). Ainda
hoje me pergunto onde ele teria ouvido aquele tipo de har-
monia, tão raro na música brasileira do final dos anos 1970.
que estava sendo registrado ali eram aqueles momentos falando e deixando cada um expor suas ideias. Tocar
daqueles músicos envolvidos naquele projeto homena- free, leitor, muitas vezes é mais difícil do que tocar um
geando e tocando junto com um colega tão especial. Em arranjo porque é como um trapezista que faz seu nú-
algumas oportunidades, ao ouvirmos dois takes diferen- mero sem rede de proteção: ninguém sabe como vai
tes da mesma música, gostávamos dos dois e o Lanny chegar ao fim, não tem “da capo”, “pulo de O”, looping
mesmo dizia: “depende de como a pessoa ouve”, e então de ritmo, voz guia ou click.
deixávamos para escolher depois.
Divulgação
arquivo Pessoal
Numa gravação com tantos astros e tão pouco tem-
po, qual a maior dificuldade para o engenheiro de
som e qual a melhor maneira de enfrentá-la?
uma história pode ser contada em um filme com efeitos especiais que pretendem trabalhar. E estejam preparados, sabendo que
computadorizados e projeção 3D ou pode ser um documentá- isso leva tempo. Picasso só começou a deformar as figuras depois
rio filmado no celular. Ou uma mistura dos dois. Cada um tem de muito estudo tradicional – naturezas mortas, estudos de luz
seu valor e sua integridade artística. É uma questão de escolha. e sombra, retratos, mãos, paisagens... Tomem cuidado para não
Quem decide o caminho é o diretor musical ou o produtor. No confundir as ferramentas com o objetivo. Muitas vezes as pesso-
meu trabalho, quando vislumbro alguma possibilidade de melho- as querem fazer literatura e passam a vida estudando impresso-
ra, acho que é minha obrigação propô-la. Isso é importante para ras, canetas e cartuchos de tinta. Para fazer literatura, tem que
ir entendendo o que o diretor valoriza no resultado final e para começar lendo e estudando gramática em um segundo momento.
sugerir ferramentas que acentuem esses aspectos. Estudar semântica e entender de etimologia seriam ferramentas
adicionais, mas acho que a meta deve ser sempre a poesia. Se
Como você captou as guitarras de instrumentistas quiserem trabalhar com música, nunca parem de estudar música.
tão diferentes como Lanny, Luiz Carlini, Pepeu e O estudo é a forma de evitar ficar tentando inventar a roda qua-
Edgar Scandurra? drada e achando que isso é genial.
COMO FAZEMOS (E ES
MÚSICA NOS DIAS DE
reprodução
reprodução
C
omo músico ou produtor, procuro sempre Como as pessoas ouvem música atualmente? Ou
buscar caminhos para evoluir. Acredito que boa música é boa em qualquer tempo e ponto fi-
para se posicionar bem e se antecipar a nal? Qual é o nosso papel: entregar um trabalho
boas oportunidades é importante conhecer profun- que soe bem aos nossos ouvidos ou precisamos
damente o mercado em que atuamos. Não só na estar atualizados às novas tendências e atentos ao
hora de criar novos projetos, mas também na ma- que o público gostaria de escutar?
neira de atuar, seja em uma mixagem, produzindo
um artista ou fazendo uma trilha. Bom, na minha cabeça uma coisa parece certa: a
maneira como escutamos música mudou. Lembro
Por isso, constantemente me pergunto: como o bem que, durante minha adolescência, adquirir um
público vai escutar esse trabalho? O que vai pas- novo álbum era um ritual. Eu esperava ansiosamen-
sar pela cabeça das pessoas quando ouvirem isso? te pelo lançamento até ir à loja a procura do LP. Ali
receber recomendações que facilitam e promovem O desejo de se obter uma gravação perfeita en-
minha navegabilidade por uma cobrança mensal. controu no DAW a ferramenta ideal. A manipulação
Com a sincronização com o Facebook, vejo o que chega a tal ponto que não sabemos mais o que de
meus amigos estão ouvindo. fato é real. No entanto, esse processo acabou geran-
do novos gêneros e, por que não, novas maneiras
Música é mais do que nunca uma experiência social, de fazer e escutar música. Uma ótima leitura para
em que amigos trocam recomendações livremente quem gosta do tema é o livro Capturing Sound: How
pela internet sem tanta influência da indústria fono- Technology Has Changed Music, de M. Katz. Nele, o
gráfica. Do ponto de vista de acessibilidade, evoluí-
mos muito graças a esses novos métodos de delivery.
E o uso dessas ferramentas associadas a MP3 players,
laptops e celulares também representam uma grande Divulgação
GUERRA DE VOLUME
Divulgação
tenção de chamar a atenção dos ouvintes, especial-
mente quando são tocadas nas rádios. Como muitas
vezes o artista quer uma master que soe igual àque- O economista francês Jacques Attali:
la que ele ouve no rádio, os volumes seguem cada pessoas precisam de barulho de fundo
vez mais altos. O engenheiro de masterização Bob para se sentirem seguras
Speer vai além. “A música que ouvimos hoje é nada
mais do que uma batida com distorção. É antimúsi- da relação de uma pessoa com outras”.
ca, porque a sua alma tem sido esmagada através
do uso excessivo da compressão”, afirma. CONsiDERAÇÕEs FiNAis
No livro Noise: The Political Economy of Music, o
Procurei nesses tópicos lançar algumas questões que
autor Jacques Attali define a música atual como ba-
fazem parte do meu dia a dia. Claro que cada uma de-
ckground noise (barulho de fundo). “Hoje, é inevitá-
las é assunto para muita discussão, porém meu obje-
vel, em um mundo agora destituído de significado,
tivo não é apresentar respostas ou, muito menos, criar
que um barulho de fundo venha sendo crescente-
ou endossar regras. Acho que o importante é o exer-
mente necessário para dar às pessoas um senso de
segurança”, destaca. Ainda de acordo com ele, “em cício de reflexão sobre o contexto atual. E a partir daí,
um mundo onde exterioridade, anonimato e solidão assumirmos nossas posições dentro deste contexto.
tomam conta, música, independentemente do tipo,
é um sinal de poder, status social e ordem, um sinal Até logo!
ricardo Gomes é guitarrista, produtor e sound designer. atualmente mora em Londres, onde concluiu um
mestrado em produção de áudio pela universidade de Westminster. Procura combinar arte e técnica, ins-
piração e transpiração, Brasil e Inglaterra. Site: www.rgxproductions.com
COMO USAR
O CLIP GAIN
NO PT 10
MAIS VELOCIDADE PARA SUA EDIÇÃO
Enfim, acham que descobriram que o bóson de matéria, o que não é muito seguro é conceber a
Higgs (a “partícula de Deus”) está escondido em ideia de que poderemos um dia manipular o bó-
algum lugar e que pode ser confirmado visualmen- son de Higgs e, consequentemente, a formação da
te a partir da colisão de feixes de partículas que matéria. Ao manipular esta partícula subatômica
liberam 7 TeV (teraelétrons-volt). Isso equivale a para gerar massa, alguns imediatamente vão que-
7 trilhões de volts, o suficiente para queimar a sua rer fazer ouro, enquanto outros vão querer fazer
torradeira, TV, modem, fax, computador e, prin- urânio. Daí começam de novo aquelas velhas dis-
cipalmente, a fronteira franco-suíça e arredores, cussões que já causaram duas grandes guerras.
onde fica o grande colisor de Hadrons, para, en-
fim, produzir o grande fondue agora em 2012. Pode ser que num futuro pacífico tenhamos a matéria
inteligente, que se molda à tarefa a que se destina
Para os que não comem queijo, a boa notícia é – ora carro, ora teclado de 88 teclas com hammer
que dizem que é seguro produzir essa quantidade action, ora medicamento e ora filé com fritas. Talvez
de energia e que isso é só o começo, pois ainda é Deus não deixe isso acontecer e o fruto da criativi-
possível produzir singelos 14 TeV lançando partí- dade humana seja apenas um lampejo em direção à
culas umas contra as outras no limiar da velocida- estética abstrato-impressionista, como os quadros do
de da luz, que, diga-se de passagem, está sendo Jackson Pollock. Enfim, se a humanidade consegue
questionada como sendo o limite máximo da velo- imaginar e fazer isso tudo, conseguimos consertar
cidade sem voltarmos no tempo. uma pista de voz no Pro Tools com os pés nas costas.
Com toda essa mudança na física quântica mo- Você sabe que o compressor é seu melhor amigo e
derna, e apesar de dizerem que lá no CERN (a Or- também seu pior inimigo, portanto usar compres-
ganização Europeia para Pesquisa Nuclear) há um sor sem critério não está com nada. Aceleradores
aparato seguro, para nós, os medrosos e leigos na de partículas também sofrem desta mesma sina.
Colocar o compressor na pista da voz com critério a melhor opção), e sem deixar o locutor asmático,
é válido, mas antes é boa prática ajustar manual- usava-se o plug-in Gain, que ainda reside na pasta
mente (e visualmente) as variações de intensidade AudioSuite. Mas com o Clip Gain do Pro Tools 10 a
para não ficar artificial o resultado final quando o história muda, pois este último atua em tempo real –
compressor entrar em cena, pois você também já ou seja, não necessita de processamento. Mesmo as-
decidiu que gravar comprimindo de forma destrutiva sim, vamos ver ambas as técnicas: a antiga e a nova.
e irreversível não é uma grande ideia. E procedendo
assim, sua pista de voz ficou com uma variação de GANHO MANUAL NO PT 9 E ANTERIORES
dinâmica que não é amistosa aos compressores.
1. Selecione o trecho a ter seu ganho modificado.
Esse ajuste manual era uma das coisas mais chatas 2. Vá ao menu AudioSuite e abra o plug-in Gain.
de fazer no Pro Tools, especialmente para mim, que 3. Clique no botão Find Level.
lido o tempo todo com locuções para vídeo grava- 4. Ajuste o fader até achar o resultado satisfatório
das em dias diferentes. Mas agora, com o Clip Gain olhando o campo Result com muita paciência.
do Pro Tools 10, tudo ficou mais rápido, mas sem Faça conta, se necessário.
a sombra da incerteza da segurança global que os 5. Pressione o botão Preview para ouvir como
físicos modernos garantem não existir, excluindo- pode ficar.
-se apenas uma possível tendinite que talvez um dia 6. Ajuste novamente o Fader.
evolua para uma L.E.R. Preste atenção e visite um 7. Pressione o botão Preview novamente.
profissional de saúde se sentir uma dorzinha no bra- 8. Repita os passos 4, 5 e 6 até estar satisfeito.
ço, no ombro ou nas mãos! Boa dica essa. 9. Repita os passos de 1 a 8 para os outros clipes.
10. Repita o passo 9.
Aproveite que o Pro Tools tem uma interface gráfica 11. Repita o passo 10.
que exibe a forma de onda e dê uma primeira olhada 12. Vá ao ortopedista.
geral no take da voz. Se você está trabalhando com
um locutor que está vindo ao estúdio em dias dife-
rentes ou em uma música que tem versos e refrão,
você vai perceber que há uma variação de intensi-
dade nos diferentes trechos. Algo como o que pode
ser visto na Figura 1.
GANHO MANUAL NO PT 10
Figura 1 – Trechos com intensidades diferentes esteja ativa). Um pequeno fader aparece no can-
to esquerdo inferior dos clipes (não se esqueça
de que agora as regiões chamam-se clipes!), o
Para ajustar os diferentes trechos antes de com-
mesmo acontecendo com a informação numérica
primirmos todo o take de forma sutil (geralmente
de desvio de ganho do parâmetro original
4. Repita os passos 2 e 3.
5. Repita o passo 4.
6. Ligue para o ortopedista.
Tenha em mente que quanto mais automações exis- Zaz! Todos os clipes são substituídos por novas ver-
tirem na sessão, mais recursos de máquina serão sões com o ganho que você definiu! Veja o antes e o
necessários e mais complexo será o bounce, sendo depois nas figuras 10 e 11.
que este sempre deverá ser feito com a opção Con-
vert After Bounce ativa para se alcançar o melhor re- Aproveite que a seleção ainda está ativa para todos
sultado. Portanto, use este recurso com parcimônia. os clipes e use a tecla de atalho Option + Shift + 3
Melhor que isso! O Clip Gain pode ser renderizado, (Mac) ou Alt + Shift + 3 (PC) para ativar o comando
substituindo-se o clipe antigo por um novo, já com Consolidate Clip para criar um único clipe.
seu novo volume preferido. Assim:
Daniel raizer é especialista de produtos sênior da Quanta Brasil, consultor técnico da Quanta educacional, músico e autor do livro
Como fazer música com o Pro Tools, lançado pela editora música & tecnologia. mantém o blog pessoal danielraizer.blogspot.com.
CONFIGURAÇÕES
DO PREFERENCES
DO SONAR X1 PARTE 4
introdUÇÃo além do Sonar, acessem o driver de áudio simultane-
amente. Normalmente, o driver de áudio ASIO supor-
Na AM&T 242 iniciei a análise dos itens do Menu/ ta a demanda de vários programas ao mesmo tempo.
Preferences do Sonar X1. Já estudamos o Audio/De- No entanto, podem ocorrer problemas de travamento
vices, o Driver Settings e o Playback and Recording do Sonar quando outro software está acessando, ao
até o item Dithering. Agora estudaremos as outras mesmo tempo, a interface de áudio.
opções disponíveis na janela Playback and Recording.
Utilizar softwares de áudio e de música em geral
preferences/aUdio/playback simultaneamente é um procedimento bem comum.
and recording Suponhamos que você está sequenciando um ins-
trumento MIDI virtual para exportar sua execução
Já vimos que nesta seção ajustamos diversas op- para um programa de notação musical. É obvio que
ções importantes relacionadas à execução e à gra- este trabalho rende muito mais com os dois softwa-
vação de áudio no Sonar X1, tais como a escolha do res abertos. Você sequencia um trecho pequeno no
driver de áudio, a adequação da interface de áudio Sonar, exporta como MIDI File, clica no programa
em relação ao sistema operacional que está instala- de notação, importa o MIDI File e confere como a
do na máquina, o comportamento dos efeitos de áu- execução das figuras rítmicas está sendo interpre-
dio que produzem continuidade ou repetições etc. O tada na pauta (as notas raramente dão problemas).
item Driver Mode permite selecionar o tipo de driver Se a notação rítmica está muito errada é sinal que
de áudio de acordo com o que é disponibilizado pelo você precisa tocar os ritmos no teclado com maior
fabricante da interface. O Dithering corrige os erros rigidez, mais roboticamente, para que o programa
de quantização e de distorção harmônica dos sinais de notação importe a execução de forma correta.
de áudio de baixa amplitude, além de ser utilizado
para a redução da profundidade de bits (bit depth) Esta experimentação deve ser feita diversas vezes
de um projeto produzido em 24 bits para 16 bits no até que você encontre a execução ideal para que o
momento de queimar um CD de áudio. programa de notação faça seu trabalho do jeito cer-
to. Imagine se o Sonar tiver que ser fechado sempre
Os demais itens do Preferences/Audio/Playback and que você acionar o programa de notação... Pois sai-
Recording nós veremos a seguir. ba que há alguns anos era assim. Até o Media Player
do Windows travava ao rodar simultaneamente com
share driVers With other prograMs o Sonar aberto. Quando se está trabalhando em mú-
sica para vídeo, às vezes é necessário que até três
Em português, "compartilhar o driver com outros softwares estejam rodando e acessando o driver de
softwares”. Esta opção permite que vários programas, áudio ao mesmo tempo: um de produção musical
pista ficam habilitados e prontos para serem utiliza- quer efeito. Aplicar desta forma um efeito como, por
dos. Assim, mesmo com o Sonar tocando, é possível exemplo, o Sonitus Reverb, é diferente de acoplá-lo
mudar o número da saída de áudio de uma pista sem no campo FX de uma pista de áudio. Usando o Pro-
que ocorram ruídos (glitches) na execução do áudio. cess, o efeito é mixado com a porção do áudio original
e só pode ser desfeito através do Undo. Repare que
Remove DC Offset During Record dentro do Process Effect/Audio Effects há um botão
denominado Audition. Este botão de comando serve
Ou “remover diferenças de DC durante a gravação”. para ouvirmos uma prévia de como ficará o resultado
O DC Offset é um desalinhamento da corrente direta, do efeito somado à fonte sonora. Ao clicar nele, o
causado por diversos fatores: conversor de A/D do Sonar executa um trecho em loop por um período de
hardware de áudio, instrumentos eletrificados, cabos tempo em segundos, definido justamente na opção
muito compridos ou de má qualidade, cabos de áudio Command Audition Length (seconds). O tempo ideal
correndo juntamente com fios de eletricidade etc. é de aproximadamente 10 segundos.
Uma forma simples de detectar a ocorrência do Atualmente, não vejo muita aplicação para este recur-
DC Offset em uma pista de áudio é aumentando so em virtude de que o Sonar X1 permite acoplar efei-
o zoom em um pequeno trecho da música e repa- tos mesmo em pequenos clipes. É preferível acoplar
rando se a forma de onda corresponde à linha hori- efeitos via Insert Effect do que aplicá-los efetivamente
zontal central. Se a representação do áudio estiver (mesmo com a possibilidade do Audition) via Process
muito para cima ou para baixo do centro, é sinal Effect. Para acessar estas duas modalidades, clique
de que ocorreu um desalinhamento de DC durante com o botão direito do mouse sobre um clipe de áudio.
a gravação. Quando o Remove DC Offset During
Recording está habilitado, o Sonar filtra automati-
camente qualquer distúrbio que possa ocorrer du-
rante a gravação, evitando, assim, a necessidade
de reparar o desnível manualmente através do Pro-
cess/Apply Effect/Remove DC Offset.
Luciano Alves é tecladista, compositor e autor do livro Fazendo Música no Computador. Fundou, em 2003, a escola de música e
tecnologia CTMLA – Centro de Tecnologia Musical Luciano Alves (www.ctmla.com.br), que dispõe de seis salas de aula e um estúdio.
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DISCO X SINGLES
A
partir dos anos 1980 e 1990, os discos começaram a perder a Uma guitarra na segunda música de um disco ao vivo nos exatos
característica de “obra” e foram virando uma coleção de sin- mesmos volumes de faders pode parecer estar mais alta do que
gles. Nem sempre uma coleção daqueles hit-singles que a gen- na primeira se o arranjo te levar a achar isso, dependendo da in-
te conhece, mas uma simples coleção de músicas avulsas. Muitos tenção da música e também do que toca junto com essa guitarra
desses discos tinham até belas músicas avulsas, mas estou usando naquele momento. Mais curioso do que isso é que não depende
esse termo para ilustrar que os álbuns foram deixando de ter aquela somente do que toca junto naquele momento: possivelmente de-
sonoridade contínua, como se estivéssemos ouvindo uma apresen- pende mais do que toca antes. Sim! Os sons que a gente ouve
tação daquele artista ou banda. As gravações entraram num pro- vão equalizando nossos ouvidos, então percebemos os eventos
cesso de cada vez mais produção, mais concepção e mais tecnologia sônicos e seus volumes e timbres de formas diferentes, de acordo
de timbres, e, em muitos casos, isso foi fazendo as músicas per- com o que acabamos de ouvir logo antes.
derem a unidade dentro do disco. Cada vez mais as faixas foram
sendo produzidas separadamente umas das outras, e muitas vezes 3) Dinâmica – Um disco, um show, ou qualquer sequência de
até mesmo com produtores e engenheiros diferentes. músicas devem ser vistos como uma obra. Como um todo. Ainda
que seja um disco de novela! Aquele álbum tem que poder ser
Um ótimo jeito de ilustrar o que isso gerou: quando você está mi- ouvido do início ao fim e causar emoções, agitações, tensões e
xando um álbum, definitivamente não consegue usar os mesmos alívios. Logo, é necessário dinâmica. Não é com faders parados
ajustes de equalizadores, compressores e reverbs entre as músi- que se faz dinâmica. Mas… peraí! A dinâmica não é feita pelo
cas. Aliás, na atual geração das mixagens in the box (dentro de próprio músico? Siga lendo…
computadores), você provavelmente não consegue nem mesmo
usar os mesmos plug-ins de música pra música! A menos que… 4) Monitoração do músico – Sim, bons músicos sabem tocar
você esteja mixando um disco ao vivo, ou os tão populares DVDs... juntos. Sabem, com maestria, percorrer através de dinâmicas,
Então, se estivermos mixando um disco ao vivo é mais fácil? Ou interpretando os diferentes momentos da música. Mas… se vo-
seja, dá para “levantar” uma música e aquilo já valer para as ou- lume é uma questão relativa, pode ser que a referência que
tras? Vou explicar aqui porque talvez isso não seja possível. cada músico esteja ouvindo não seja exatamente igual entre
eles. Diferente também do que o público está ouvindo, do que
1) Arranjo – Músicas com arranjos diferentes pedem mixes dife- o ouvinte escuta no caso de uma gravação e também diferen-
rentes. Vamos lembrar que o princípio da mixagem é justamente te do que o engenheiro de som ouviu. Sim. O baterista ouve
“reger” os músicos gravados. Uma música, por exemplo, em que seus tambores acusticamente ali, na cara dele. Ninguém mais
o baterista “desce a mão” nos pratos requer um equilíbrio dife- os ouve dessa forma. Bem, tendo dito isso, um engenheiro de
rente nos canais da bateria. Muito provavelmente, equalização som tem que saber interpretar as intenções dinâmicas de um
também. Já uma música em que vários cantores cantam juntos arranjo e recriá-las em uma mix.
no refrão talvez precise de menos volume da soma dessas vozes
naquele momento. Um violão de nylon em uma música com bate- Seja um disco ao vivo, com os mesmos músicos, ou um disco
ria e baixo certamente terá uma filtragem (equalização) diferente coletânea, é importante o mesmo ser sempre visto como uma
de uma canção “violão e voz”. E por aí vai... obra, de forma que uma música sempre prepare nossos ouvidos
e sentimentos para os eventos sônicos e canções subsequentes.
2) Percepção auditiva – Mais importante do que o volume dos
instrumentos em uma mix é o volume no qual eles parecem estar. Como sempre… boas mixes!
enrico De Paoli é produtor e engenheiro de mixes, masters e shows. acabou de receber seu segundo Grammy
com o álbum Ária, de Djavan, que ele gravou, mixou e masterizou, além de também fazer o áudio da turnê. Para
contato e treinamentos, visite www.enricoDePaoli.com.