CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS PROFESSORES NA AÇÃO
PEDAGÓGICA COM SURDOS.
Aluna: Vera Lúcia Bento
OUTUBRO/2016
RESUMO
O presente trabalho apresenta um breve histórico sobre a educação dos surdos e a
aquisição de sua linguagem, abordando as metodologias utilizadas neste ensino no
decorrer dos anos bem como a situação atual da educação dos surdos. Nesse
sentido, este trabalho tem a finalidade de analisar as dificuldades que os professores
encontram na ação pedagógica com surdos. Neste trabalho conclui-se que os
intérpretes são para os surdos uma ponte de ligação de duas línguas distintas. Uma
das principais dificuldades dos professores é ministrar aulas sem o apoio do
intérprete e de materiais visuais. Além disso, as famílias dos surdos também devem
participar da educação dos mesmos para tentar suprir as lacunas de aprendizagem
que muitos surdos apresentam durante as aulas. O sucesso do trabalho dos
professores que trabalham com os surdos, resultará em muitos benefícios, não só
para os surdos, que se sentirão incluídos na sociedade, mas também para todas as
pessoas envolvidas.
Palavras-chave: Educação, Surdez, Professores, Dificuldade.
1 - INTRODUÇÃO
A educação inclusiva assume, a cada ano, importância maior dentro da
perspectiva de atender as crescentes exigências de uma sociedade em processo de
renovação e de busca incessante da democracia, que só será alcançada quando
todas as pessoas, indiscriminadamente tiverem acesso à informação, ao
conhecimento e aos meios necessários para a formação de sua cidadania.
Na maioria dos casos, tanto nas escolas especiais, quanto nas inclusivas,
professores e especialistas ainda desconhecem tais especificidades. Portanto,
focalizar o olhar sobre a prática educacional que envolve os sujeitos surdos pode
revelar-se muito interessante, já que abre uma perspectiva de discussão perante
certas peculiaridades do funcionamento dos sujeitos e de dinâmicas em sala de aula
que podem trazer contribuições importantes para a reflexão dos múltiplos papéis da
instituição escolar.
A escola inclusiva é aquela que abre espaço para todos, independentemente
de suas diversidades, começando a imergir, em âmbito internacional e assegurando
uma educação de qualidade a todos, por meio de currículo apropriado, modificações
organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parcerias com a
comunidade. Desse modo, espera-se que a escola inclusiva seja um dos meios mais
eficazes no combate a atitudes discriminatórias, respeitando e ensinando a
respeitar, tanto as diferenças quanto a dignidade de todos os seres humanos.
Nesse sentido, este estudo tem como objetivo analisar as dificuldades
encontradas pelos professores na ação pedagógica com surdos e conhecer a
importância do intérprete no processo de aprendizagem do surdo.
Na antiguidade os surdos eram encarados como seres incompetentes.
Segundo Aristóteles os que nasciam surdos, não tinham linguagem, portanto seriam
incapazes de raciocinar. Esse pensamento fazia com que os surdos não tivessem
direito a um ensino secular, sendo totalmente marginalizados, excluídos da
sociedade. Os Romanos influenciados pelos Gregos, os viam como seres
imperfeitos.
E as escolas voltadas para alunos surdos têm enfrentado grandes
dificuldades em se organizarem como espaços, primordialmente, de ensino e
aprendizagem. Essa dificuldade é produto de uma visão clínico - reabilitadora, em
que os surdos considerados portadores de uma patologia, deveriam aprender a
expressar-se oralmente, se quisessem vislumbrar alguma participação na
sociedade. (DOZIART, 2007).
Nesse sentido, focalizar o olhar sobre a prática educacional que envolve os
sujeitos surdos pode revelar-se muito interessante, já que abre uma perspectiva de
discussão perante certas peculiaridades do funcionamento dos sujeitos e de
dinâmicas em sala de aula que podem trazer contribuições importantes para a
reflexão dos múltiplos papéis da instituição escolar, (MOURA, 1993). Sendo assim, o
professor/interprete necessita investir na sua formação continuada na busca de uma
didática que facilite a inclusão do aluno surdo no ensino.
As propostas educacionais desenvolvidas ao longo do último século não se
mostraram eficientes e encontra-se um número de sujeitos surdos que após anos de
escolarização apresentam uma série de limitações, não sendo capazes de
compreender a ciência de maneira satisfatória, não tendo um domínio adequado dos
conteúdos acadêmicos.
Diante da necessidade de maiores reflexões sobre as formas mais
apropriadas de viabilizar um ensino de qualidade para as pessoas surdas, é
importante trazer para discussão uma visão mais crítica sobre as principais
correntes metodológicas utilizadas em sala de aula, que enfoque não apenas os
procedimentos adotados, mas, que realize uma análise sobre as vantagens e
desvantagens existentes em cada uma, tendo em vista as particularidades inerentes
à surdez.
A educação inclusiva (Declaração de Salamanca, 1994) conduz à
necessidade do professor saber respeitar e conviver com as diferenças, buscando
estratégias que viabilizem seu trabalho na diversidade, estando sempre preparado
para adaptar-se às novas situações que poderão surgir no interior da sala de aula.
Apesar de existirem professores surdos, são poucos os habilitados para
atender uma demanda tão ampla no sistema de ensino brasileiro. E também são
poucos os professores ouvintes de surdos, que de uma maneira ou de outra
conhecem a língua de sinais, contudo são esses profissionais que atuam na
educação dos surdos.
O professor não está preparado para receber o aluno surdo. E isso ocorre
com a maioria dos professores da rede regular de ensino. Quando receber esse
aluno, tem idéias preconcebidas ou concepções equivocadas, e isso influência e
favorece em equívocos a respeito dos mesmos, com a formação de distorção de
imagens, a respeito desses surdos e com idéias depreciativas que afetarão as suas
práticas pedagógicas em sala de aula.
Grande parte dos professores não possui nenhuma base sobre a inclusão. E
só vão buscar apóio quando esses alunos estão em sala de aula. Muitas vezes ele
se desvia de seu papel de educador, sai do seu foco, e atua como assistente social
ou médico, focando a reabilitação e não a educação do surdo. O professor deve
partir do princípio em que, deve aproveitar as habilidades e aprender a lidar com
suas dificuldades tendo surdez ou não.
De um lado temos professores com tendências opostas da educação
inclusiva, e de outro, constata-se uma inegável mudança de postura, concepções e
atitudes, por pesquisadores, formadores de opiniões e do público em geral. Nessa
perspectiva se potencializa em movimento de transformação da realidade para se
conseguir reverter o percurso de exclusão dos surdos no sistema educacional.
Delegar ao professor toda a responsabilidade de promover a inclusão dos
alunos com necessidades educacionais especiais é um erro, pois a adoção dessa
postura deveria ser de toda a estrutura da escola.
A formação do professor para o trabalho em equipe, o conhecimento sobre
currículo e as possíveis adaptações curriculares cabíveis as necessidades
individuais dos alunos, o conhecimento sobre o conteúdo, a metodologia de ensino e
as possibilidades de reflexão sobre as ações realizadas na sala de aula são
questões a serem trabalhadas por toda a equipe da instituição escolar, e não
somente pelo professor que recebe a criança com alguma dificuldade ou
necessidade especial.
A proposta educacional atual indica que o professor não é mais um
“transmissor do conhecimento”, mas sim “construtor”. Sendo assim, seu
planejamento deverá respeitar e se adequar a individualidade dos seus alunos,
modificando algumas atividades e estratégias de ensino. Para isso precisa de apoio,
tempo destinado a isto, capacitação e desejo de mudança.
Como os surdos irão aprender frente a uma sala de 30 alunos, e onde o
professor não tem ajuda de ninguém e mascara a aprendizagem desses alunos
ficando evidente que à inclusão está sendo feita de maneira errada,
impossibilitando-os no seu processo educativo, transformando a sala de aula, em
um depósito, levando-os ao fracasso escolar. Diante desse fato despertou-se o
interesse em pesquisar sobre esta temática, partindo da seguinte problemática: Os
professores da Escola Estadual Santa Terezinha se encontram preparados para
ministrar aulas para alunos surdos?
Este trabalho será estruturado da seguinte forma:
1 - Introdução
2 - A História da Educação do Surdo
3 – Integração/inclusão dos Surdos
4 - Atuação e Valorização do Intérprete na Sala de Aula
5 – Dificuldades dos Alunos Surdos no Processo Ensino Aprendizagem
6 – Considerações Finais
7 - Referências
O presente trabalho será realizado através de uma pesquisa bibliográfica em
livros, revistas e jornais especializados, através dos quais será feita uma revisão
bibliográfica, explorando conceitos e ideias de autores conhecidos, com a finalidade
de nortear uma pesquisa centrada em dados e informações autênticas.
2 - A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DO SURDO
Ao longo dos anos percebemos que os surdos enfrentaram muitas
dificuldades de integração na sociedade e em sua educação. Os surdos sempre
foram, historicamente, estigmatizados, considerados de menor valor social. Afinal,
faltava-lhes a característica eminentemente humana: a linguagem (oral, bem
entendido) e suas virtudes cognitivas (SANTANA; BERGAMO, 2005, p.568).
Excluídos da sociedade ouvinte, por serem vistos como pessoas inferiores durante
muito tempo, permanecem até hoje enfrentando muito preconceito, sendo vistos
como deficientes que não possuem capacidade de aprender.
O primeiro registro sobre surdos aconteceu 100 anos depois de Cristo,
quando o Imperador César Augusto colocou e proclamou os primeiros direitos dos
surdos, isto porque possuía um neto surdo, dessa forma os surdos passaram a ter
direito de pintar, desenhar, mas não podiam estudar. Segundo Lacerda (2008), no
século XIX o padre Abad de L”Epée fundou a primeira escola pública para os surdos
em Paris. Ao observar que os surdos se comunicavam, L”Epée teve a idéia de
oficializar e divulgar esta prática, porém a comunidade surda não gostou dessa
atitude considerando-o um traidor, pois ele se apresentou como o inventor da língua
de sinais. Apesar do mal entendido a língua de sinais deu a oportunidade aos surdos
de conhecerem a língua e a cultura francesa.
Ainda no século XIX, Gallaudett, nos Estados Unidos, defendeu a língua de
sinais e fundou a única universidade para surdos até hoje. O médico francês Ittard,
concluiu em seus estudos que a língua que deveria ser usada na educação dos
surdos, é a língua de sinais, pois com a oralização os surdos não atribuíam
significado as palavras pronunciadas.
Em 1880, em Milão, na Itália, houve um congresso onde os participantes
eram ouvintes, e esses decidiram que na educação dos surdos seria permitido
somente o uso da fala (linguagem oral) e os professores dos surdos deveriam ser
ouvintes. Como diz Lacerda (1998, p. 4), “As decisões tomadas no Congresso de
Milão levaram a que a linguagem gestual fosse praticamente banida como forma de
comunicação a ser utilizada por pessoas surdas no trabalho educacional”. A partir
desse congresso os surdos não poderiam mais utilizar a língua de sinais para se
comunicar e nem para construir seu conhecimento.
Com a decisão desse congresso, a educação dos surdos retrocedeu em
muitos aspectos.
Eles perderam o direito de utilizar sua língua natural para assim participarem
da vida em sociedade, de forma supostamente igualitária com os ouvintes, no
entanto os surdos continuaram usando a língua de sinais, escondidos ou em
associações, afinal era a sua maneira de comunicação. Eles não desistiram de seus
ideais, seus sonhos e seus direitos como seres humanos. Porém, nem todas as
famílias acreditavam no potencial de seus filhos, a maioria não lhes dava nem o
direito de adquirir conhecimento.
Apenas as famílias economicamente privilegiadas contratavam profissionais
para educar seus filhos e, a primeira forma de educação era o oralismo, ou seja, era
uma tentativa de tornar o surdo um “ouvinte”. Com o oralismo os surdos eram
submetidos a rigorosos treinos fonéticos, onde o esforço por parte do surdo era
enorme e os resultados em curto prazo eram insignificantes. Na maioria das vezes,
os surdos só conseguiam oralizar pequenas palavras, depois de meses, e até anos,
dependendo da palavra. Mesmo conseguindo pronunciar as palavras, muitas vezes
elas não possuíam significado algum para o surdo, ele simplesmente repetia o
movimento da boca que lhe era ensinado.
Somente puderam voltar a usar a língua de sinais publicamente, a partir 1960,
apesar da metodologia dominante na época ser a oralista. Em 1984, a UNESCO
declarou que a língua de sinais deveria ser reconhecida como um sistema lingüístico
e deveria merecer o mesmo status que os outros sistemas lingüísticos. No Brasil, as
comunidades surdas se uniram e fundaram a Federação Nacional de Educação e
Integração dos Surdos (FENEIS), que ajudou a oficializar a LIBRAS (Língua
Brasileira de Sinais), na lei federal 10.436 de 24 de abril de 2002.
Anos depois começaram a ser realizadas várias pesquisas e estudos sobre a
língua de sinais, o que permitiu que ela passasse a ser a primeira língua dos surdos,
no entanto nem todos os surdos têm acesso à língua de sinais nos primeiros anos
de vida, o que acarreta problemas de aprendizagem. O surdo, de modo geral, afirma
Godfeld (1997) não possui nenhum problema de aprendizagem genético, porém
muitas vezes apresenta dificuldades para compreender os conteúdos transmitidos
na sala de aula. Isso acontece porque enquanto um bebê ouvinte está em constante
aprendizagem através da língua oral, o surdo que não tem acesso à língua de sinais,
e dessa forma bloqueia sua aprendizagem, nesse período tão importante para o
desenvolvimento da criança.
Os surdos muitas vezes não têm acesso a comunidades surdas, alguns
convivem somente na comunidade de ouvintes que não conhecem sua língua,
dificultando a comunicação e a troca de conhecimento. O contato com a comunidade
surda contribui para o conhecimento formal e informal dos surdos. É nas
comunidades que os surdos sentem-se a vontade para tirar dúvidas, ampliar seu
conhecimento ou simplesmente sentir-se igual a alguém. Como afirma Goldfeld
(1997, p.50), “...indivíduos que são privados de compartilhar informações mais
obvias de uma comunidade e, sem um instrumento linguístico acessível, sofrem
enormes dificuldades na constituição de sua própria consciência”.
Ao analisar a história, percebemos que os surdos foram muito descriminados
e privados em vários aspectos, entre eles, o de ir à escola. Atualmente existem
novas propostas pedagógicas para a educação de surdos, com o objetivo de incluí-
los na sociedade. Estão tendo acesso a escolas e ao mercado de trabalho, porém
ainda existe muita discriminação por parte dos ouvintes, fazendo-se necessário
aceitar o diferente e eliminar o preconceito.
3 - INTEGRAÇÃO/INCLUSÃO DOS SURDOS
A atual legislação sobre a educação brasileira LDB 9394/96, prevê a
integração/inclusão dos alunos com alguma necessidade especial nas escolas de
ensino regular, sendo assim o surdo também deve ser incluído nas escolas de
ouvintes. (BRASIL, 2001). O grande problema dessa legislação é que as escolas
não possuem estrutura física e nem profissional para incluir esses alunos.
Devido à falta de professores capacitados para trabalhar com os surdos,
esses muitas vezes saem das escolas com grandes lacunas de aprendizagem.
“Pode-se dizer que, nesses casos, tem-se a escola como criadora das dificuldades
de aprendizagem dos alunos surdos e do consequente fracasso escolar.”
(MACHADO, 2006, p.61). Nesta confusão sobre legislação e aplicabilidade da lei, os
alunos acabam sendo prejudicados.
O quadro educacional brasileiro mostra que muitos são os excluídos, mas
dentre estes, os portadores de necessidades especiais são duplamente excluídos,
por muitas vezes não conseguirem atingir os níveis de aprendizagens exigidos na
série escolar e por possuírem características distintas dos demais alunos,
considerados “normais”. Diante dessa situação, muitos profissionais da educação,
tentam normalizar a educação e quando algum aluno não segue as regras de
normalização existe a tentativa de excluí-lo do processo. Essa atitude antiética traz
resultados negativos para a educação e também para a vida pessoal do aluno.
Os professores devem ter consciência que o fracasso do aluno não está
somente no aluno, mas também no processo educacional em que está incluído. O
sistema educacional não tem como único objetivo transmitir conhecimento, mas sim
preparar os alunos para viverem em uma sociedade que exige deles diversos tipos
de habilidades. A forma como se dá o processo educativo de um aluno, ouvinte ou
surdo é decisivo para sua inserção na sociedade.
Ao término dos estudos, os alunos, além do conhecimento acadêmico,
devem ter autoconfiança, espírito crítico dentro de seu grupo social e se sobressair
no mesmo. Atividades em grupos, onde haja a interação entre os alunos, ajudam na
aquisição dessas habilidades.
No processo de integração/inclusão nossas escolas ainda estão no primeiro
passo, o de integrar os alunos. Para que haja uma real inclusão um longo caminho
ainda deve ser percorrido, pois atualmente a integração dos surdos em escolas de
ensino regular está longe de ser reconhecida como inclusão. Existem muitas falhas
no ensino voltado para os surdos, principalmente sobre sua língua: a língua de
sinais.
A especificidade lingüística do surdo faz de sua inserção
nos meios comuns de ensino, nos quais ele irá partilhar
da língua utilizada, uma situação muito complexa e
diferente daquela que poderá ser vivenciada pelos
alunos com outras “necessidades especiais”, como os
cegos, os deficientes mentais, os deficientes físicos, etc
(MACHADO, 2006, p.46)
Dessa forma, o primeiro passo para a integração/inclusão dos surdos é
reconhecer a língua de sinais. Como já referimos é imprescindível também,
conhecer a cultura surda e respeitá-la. O respeito às diferenças existentes na
sociedade é um grande obstáculo que deve ser superado. Quando a diferença do
surdo, ou seja, a falta de audição for compreendida pela sociedade, o surdo será
incluído na escola e na sociedade.
Na inclusão os surdos devem se sentir livres para utilizarem sua língua
materna, e os profissionais que trabalham com eles também devem abraçar essa
causa. Embora a língua de sinais devesse estar presente no currículo escolar, no
Brasil ainda não se conseguiu adaptar o currículo escolar de acordo com as
necessidades dos surdos. A Suécia é um país que tem língua de sinais no currículo,
e mostra bons resultados com essa iniciativa.
Numa escola onde os surdos estão integrados, percebe-se o interesse dos
colegas ouvintes em conhecer a língua de sinais, para assim se comunicar com os
colegas. No entanto não possuem a oportunidade de conhecer essa língua, e ao
tentarem fazê-lo durante a aula, são reprimidos pela professora por não participarem
e/ou não se concentrarem na explicação. Se a língua de sinais for divulgada,
transmitida no espaço escolar e também fora dele, maior será o número de pessoas
com que os surdos poderão se comunicar.
Outra questão muito debatida na educação dos surdos é a contratação de
professores surdos para trabalharem com eles, uma vez que o profissional surdo
contribui para seu aprendizado. Segundo Lopes (2007), esse profissional não deve
ser tratado como um modelo, mas sim como uma referência linguística, com o qual o
aluno pode tirar suas dúvidas sobre a língua de sinais (LS). Tendo contato com o
professor surdo, os alunos surdos podem sentir uma relação de igualdade com seu
professor e assim se dedicar mais aos estudos. Infelizmente existe escassez desses
profissionais, pois muitos surdos não prosseguem seus estudos devido à falta de
estrutura adequada. A falta de intérpretes nas escolas, principalmente em
municípios pequenos, é um dos motivos do abandono escolar do aluno surdo.
Ao incluir os alunos surdos em escolas regulares, a comunidade escolar deve
estar ciente dessas diferenças e se adaptar, para realmente incluí-los. Aos
professores cabe buscar metodologias que facilitem a inclusão e a aprendizagem
dos alunos surdos, pois como já dissemos, não lhes basta estar integrados no
sistema escolar regular, devem também usufruir os mesmos direitos e deveres dos
ouvintes.
É função da escola promover atividades que visem integrar o surdo na escola
e também na comunidade escolar, pois muitas pessoas não se aproximam dos
surdos por não conhecerem sua língua. Estas atividades devem se estender à
família, pois em muitas é uma pessoa que conhece a LS e se comunica com o
surdo, as outras pessoas da família somente se comunicam com gestos.
Ao se deparar com alunos surdos, muitos professores reduzem os conteúdos
a serem dados com a justificativa de que eles não conseguirão aprender. Para
Santos (2005), esse equívoco de alguns professores causa danos à aprendizagem
do aluno, afinal a diferença entre surdo e ouvinte, é o uso de uma língua diferente.
Se o surdo está na escola é para aprender e se desenvolver como os demais
alunos, para tanto, ressaltamos que é dever da escola oferecer condições para que
isso ocorra.
A língua de sinais contribuiu muito para a melhoria de condições de vida dos
surdos que hoje têm acesso às escolas, a áreas de lazer e também ao mercado de
trabalho. Podem exigir seus direitos por escolas que, realmente o incluam e por
vagas de trabalho que anteriormente só eram dadas para os ouvintes. Têm direito
de exigir intérpretes em todos os ambientes que frequentarem.
De acordo com Lopes (2007), os intérpretes devem ter um conhecimento
muito grande tanto de língua de sinais, como a língua oral, pois ela deverá
interpretar a conversa ou discurso de uma língua para outra. Eles recebem as
informações da língua fonte e devem fazer escolhas lexicais, estruturais, semânticas
e pragmáticas na língua alvo, sempre tendo o cuidado de não fugir do contexto da
língua fonte.
Pires e Nobre (2005) comentam que como o intérprete é ouvinte surge uma
questão polêmica, que o mesmo poderia estar transmitindo as informações de modo
imperialista, como ocorreu ao longo da história. Segundo Quadros (2005), o
intérprete está encarregado pela veracidade e fidelidade das informações. Para
tanto foi criado o código de ética o qual os intérpretes devem seguir, correndo o risco
de punições caso não o sigam.
Conforme Quadros (2005), o trabalho do intérprete surgiu por voluntários, na
medida em que os surdos foram atingindo sua cidadania, foram também qualificando
os intérpretes. No Brasil, eles surgiram na década de 80, mas só em 2002 foi
criada uma lei que reconhece a língua de sinais como língua oficial das
comunidades surdas, a partir de então passou-se a pensar nos intérpretes e em sua
formação.
Como a grande maioria das pessoas não conhece a língua de sinais, o
intérprete se torna indispensável para a comunicação dos surdos com pessoas
ouvintes. Os surdos têm direito a intérprete em salas de aula, assim como na
realização de provas de concursos, onde o intérprete lhe traduz a prova do
português para a LIBRAS. No entanto, muitos não buscam seus direitos por não
serem estimulados pela família. Quando a família e comunidade surda se unirem
para lutar por direitos iguais, teremos maior qualidade para a vida dos surdos.
O surdo, em sala de aula, deve ter os mesmos espaços de um aluno ouvinte,
tem o direito de expor suas ideias, onde a intérprete pode ajudá-lo. Dessa forma
pode melhorar sua autoconfiança e autoestima.
Segundo Lopes (2007), O ideal seria que a disciplina de LIBRAS estivesse
presente em todos os cursos de formação, não somente na área da educação, afinal
os surdos têm o direito de frequentar todos os lugares que os ouvintes frequentam.
Apesar dessa disciplina não estar em todos os cursos é o primeiro passo a ser dado,
pois dessa forma serão esperadas melhoras significativas na sua educação.
Silva (2005) comenta que muitos surdos ao concluírem a escola básica, não
dominam completamente a leitura e a escrita fluentemente e nem possuem domínio
dos conteúdos que deveriam ser pertinentes à sua escolarização. As escolas onde
os alunos estão incluídos, nem sempre estão preparadas para atender as
necessidades dos surdos, e acabam trabalhando de uma forma equivocada. O
professor deve ter uma boa preparação acadêmica e estar ciente de seu papel na
educação do surdo.
4 – ATUAÇÃO E VALORIZAÇÃO DO INTÉRPRETE NA SALA DE AULA
Em 1995, os surdos encaminharam à Federação Nacional de Educação e
Integração dos Surdos (FENEIS), um pedido para serem criados cursos de
capacitação para intérpretes de Língua de Sinais (LS), além de promover serviços
de interpretação, o que facilita a convivência dos surdos em sociedade. Isso mostra
que a união dos surdos por melhoras em sua escolarização e sua convivência é
fundamental, afinal, através de grupos, associações ou federações, os surdos
podem se fazer ouvir. A qualificação dos intérpretes que irão trabalhar com os
surdos é um fator imprescindível para o seu desenvolvimento.
É importante ressaltar, de acordo com Pires e Nobre (2005), que a função do
intérprete muitas vezes, é confundida, até pelos próprios intérpretes, com a de
tradutor. Eles sustentam que existe uma diferença entre interpretar e traduzir.
Tradutor traduz textos escritos de uma língua para outra e o intérprete traduz
informações na língua oral.
Sendo assim, o trabalho do intérprete é muito maior que o do tradutor, pois o
intérprete deve ter um conhecimento amplo da língua fonte, para em instantes
transmiti-la para a língua meta. Algumas expressões têm mais do que uma
interpretação, dependendo do contexto, dessa forma o intérprete deve conhecer
bem a cultura, história e costumes dos surdos que está prestando o serviço. Além
disso, o intérprete deve ter muito treino e conhecimento das duas línguas envolvidas
e do assunto a ser interpretado (CATFORD, 1980 apud PIRES; NOBRE, 2005).
Conforme Quadros (2004), quando os surdos não possuem intérpretes, ficam
excluídos de vários tipos de atividades: sociais, educacionais, culturais e políticas,
não conseguem avançar na educação e ficam desmotivados. Sem intérpretes os
surdos não se fazem ouvir e ficam excluídos da comunidade ouvinte. Para tentar
amenizar essa situação, o governo, a pedido da comunidade surda, criou alguns
cursos de capacitação para intérpretes em LIBRAS, além de criar uma lei que torna
obrigatória a disciplina de LIBRAS no currículo dos cursos de formação de
professores, que além de conhecer a língua, conhecerão também a cultura surda e
sua história.
Segundo Pires e Nobre (2005), no passado os intérpretes eram pessoas que
trabalhavam com surdos ou então familiares, hoje se requer muito mais de um
intérprete, é necessário muito estudo e preparo metodológico. A experiência de um
intérprete é muito importante, pois tem um maior conhecimento da LS, sendo mais
fácil de interpretar informações. Porém a experiência deve ser conciliada com o
constante aprofundamento nos estudos sobre os surdos, além de estar atento às
variações que a língua de sinais pode vir a apresentar.
Apesar de o professor ser o responsável pelo planejamento, o ato de
interpretar é muito complexo, o que requer muito preparo do profissional que buscar
essa área, assim como, das instituições que oferecerem esses cursos.
Ao respeitar os preceitos éticos, o intérprete estará respeitando o
desenvolvimento dos seus alunos e fortalecendo laços de confiança com os
professores, que poderão sentir-se mais seguros em sala de aula, pois terão a
certeza de que o que estão falando na língua portuguesa o intérprete estará
repassando para os surdos, na língua de sinais.
O professor, muitas vezes, deve retomar o conteúdo para que o intérprete
consiga passar para o aluno surdo. A relação de coleguismo é fundamental, pois o
objetivo do intérprete e do professor deve ser o mesmo: fazer com que seus alunos
entendam da melhor forma possível.
Ao intérprete em sala de aula cabe desempenhar a sua função e respeitar a
função do professor e vice-versa. Como diz Quadros (2004), em sala de aula o
professor é a autoridade absoluta, é ele quem conduz o desenvolvimento da aula, o
intérprete deve se manter neutro. Os intérpretes e os professores devem ter um bom
relacionamento para que assim facilite o trabalho de ambos.
5 - DIFICULDADES DOS ALUNOS SURDOS NO PROCESSO ENSINO
APRENDIZAGEM
As dificuldades que os alunos apresentam em sala de aula são desafios que o
professor deve superar a cada dia. Quando o aluno apresenta dificuldades que não
são superadas, ele começa a sentir-se desmotivado e incapacitado de aprender. O
professor deve estar ciente de que existem diversos modos de aprender, e em uma
sala de aula existem diversos alunos, sendo assim um único método de ensino,
muitas vezes não permite aos alunos compreensão dos conteúdos. Buscar novas
atividades, novas metodologias e também referenciais teóricos sobre o assunto, são
caminhos seguros para superar essas dificuldades.
As progressivas dificuldades de aprendizagem que se refletem no decorrer
das séries, comprometem cada vez mais a compreensão dos alunos, o que exige
providências por parte do sistema escolar. O que não se pode fazer é rotular o aluno
como incapacitado de aprender e desistir de buscar alternativas que facilitem sua
aprendizagem.
Quadros (1996) comenta que muitos pais nem sabem se comunicar
fluentemente com seus filhos, então explicar algum conteúdo é uma tarefa quase
impossível. A escola também não apresenta profissionais e nem horário em que se
pudesse estimular a aprendizagem dessas crianças, fora do horário de aula. Essas
dificuldades estruturais, tanto da família, como da escola, prejudicam a
aprendizagem da criança, conforme dizem os professores.
No decorrer das séries, os alunos devem superar as dificuldades que
encontram para aprender. Muitos alunos conseguirão isso facilmente, outros
precisarão de mais tempo e de maior auxílio dos profissionais que com ele
convivem. Isso faz parte da natureza humana, o que não se pode deixar acontecer é
que a dificuldade de um aluno surdo comprometa sua autoestima ou lhe deixe
desmotivado a progredir nos estudos. O professor, em sala de aula, pode propor
jogos e atividades lúdicas, onde alunos surdos e ouvintes possam participar. Esta é
uma alternativa de trabalho com os alunos surdos que pode contribuir para que isto
ocorra.
Lacerda (1998) expõe uma situação em que o aluno surdo participa do jogo
envolvendo unidades, dezenas e centenas. Ele descreve a motivação do aluno
surdo, que durante a atividade se sente em situação de igualdade. As atividades
lúdicas facilitam a aprendizagem de alunos ouvintes e principalmente surdos, pois
são visuais e estimulam os alunos.
De acordo com Fernandes (2005), a informática atualmente é uma ferramenta
importante na educação de ouvintes e também de surdos, pois é extremamente
visual. As tecnologias são importantes, mas devem servir para a construção de um
novo modelo e não para a reprodução de metodologias. Independente do recurso a
ser utilizado, o que se deve buscar é o desenvolvimento do aluno. Existem diversas
alternativas para superar as dificuldades que os alunos possam apresentar, basta o
professor, a escola e a família visarem os mesmos objetivos e unirem esforços para
concretizá-los.
6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebe-se que, no decorrer dos séculos, os surdos sofreram muito, sendo
excluídos da sociedade, porém, nos últimos anos, surgiram possibilidades de
melhoras. A inclusão é extremamente importante para a sociedade e para o surdo,
pois sem ela esses alunos continuariam a ser excluídos e rotulados como incapazes.
Os surdos estão tendo um espaço maior, mas ainda que de forma não totalmente
adequada.
Apesar de sua importância, a inclusão dos surdos está em fase inicial em
nosso país, ela deve ser muito bem planejada, para que não acorram problemas
para ambos os lados. Ao incluir um surdo é necessário levar em conta sua origem,
dificuldades e possibilidades. Para que o professor, juntamente com a escola,
consiga fazer uma inclusão de sucesso é necessário o apoio e a compreensão da
família, dos colegas e da sociedade. Deve-se antes de tudo ter muito respeito às
diferenças.
A língua de sinais contribuiu muito para a melhoria das condições de vida
para os surdos, pois é através dela que hoje eles podem exigir seus direitos a
escolas que realmente o incluam e por vagas de trabalho que anteriormente só eram
dadas para os ouvintes. No entanto, muitos surdos não buscam seus direitos por
não serem estimulados pela família, que não possui conhecimentos dos direitos
cabíveis aos surdos.
A pesquisa realizada permitiu verificar que atualmente os intérpretes são
indispensáveis na educação dos surdos, dessa forma constata-se que, além do
pleno domínio das duas línguas envolvidas, o intérprete deve ter formação
específica na área da educação e também formação específica de intérprete. Para
os surdos, os intérpretes são uma ponte de ligação de duas línguas distintas,
fazendo-se importantíssima a presença dos mesmos em sala de aula onde há
surdos, permitindo que se sintam capazes, afinal se diferem dos ouvintes por
usarem uma língua diferente. O trabalho dos intérpretes e dos professores tem como
objetivo propiciar a aprendizagem dos surdos, mesmo sabendo que a função do
intérprete e do professor são diferentes. Faz-se necessário que o professor e o
intérprete, conheçam a cultura e identidade surda para que possam realizar um bom
trabalho.
De acordo com o referencial bibliográfico apresentado percebeu-se que
quando há a presença de intérprete na escola deve haver diálogo entre este e o
professor, pois a falta de planejamento conjunto ou de comunicação entre
professores e intérprete prejudica o trabalho uma vez que existem algumas
situações onde não há interpretações idênticas entre a língua portuguesa e a língua
de sinais, dessa forma os intérpretes, em caso de dúvidas, não possuem tempo de
buscar sinais que mantenham o contexto da aula do professor. Conhecendo o
planejamento, o intérprete poderia fazer caso necessário, um estudo de vocabulário
em LIBRAS.
A convivência é normal entre os professores e os intérpretes dentro da sala
de aula, nas escolas em que a inclusão já acontece a mais tempo, demonstrando
como realmente deve ser a relação entre profissionais da educação. Porém, nas
escolas em que esse processo está começando agora existe certa resistência por
parte dos professores, por não se ter clareza da função do intérprete e nem como
conduzir as suas aulas, com turmas em que os surdos estão incluídos.
É fundamental que o professor tenha conhecimento das necessidades do
aluno surdo, sua cultura e identidade, mas principalmente das metodologias que
facilitam a aprendizagem dos surdos, como recursos visuais, pois eles possuem
esse sentido mais desenvolvido. É importante possibilitar que o aluno surdo interaja
em sala de aula, bem como tratar de questões de estrutura da escola que
possibilitem melhores condições físicas aos alunos.
Sabe-se que muitos dos alunos surdos não foram e nem são estimulados em
casa por sua família, o que dificulta ainda mais o seu desempenho em sala de aula.
A escola também não apresenta profissionais e nem horário em que se
pudesse estimular a aprendizagem dessas crianças fora do horário de aula. Essas
dificuldades estruturais, tanto da família, como da escola, prejudicam a
aprendizagem da criança.
Existe uma vasta linha de possibilidades que o professor pode utilizar para
realizar uma aula de forma que facilite a compreensão dos alunos, mas para isso, o
professor deve conhecer as necessidades dos surdos e se dispor a ajudá-los. O
professor deve conhecer a sua clientela, pois pode atuar desde a educação infantil
até ensino superior. Ele deve conhecer as necessidades de cada faixa etária, para
assim realizar um bom trabalho.
O sucesso do trabalho dos professores que trabalham com os surdos,
resultará em muitos benefícios, não só para os surdos, que se sentirão incluídos na
sociedade, mas também para todas as pessoas envolvidas.
7 - REFERÊNCIAS
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